8/16/2019 Investigacao Na Formacao Do Professor

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INVESTIGAÇÃO NA

FORMAÇÃO

DO JlROFESSOR:

UM LUXO OU UMA NECESSIDADE?

A

1 e a l i d a d e e d u c ~ c i o n a l

onde os professores

música se inserem, parte da qual transcende as

t a n t a s vezes similarmente, a repensar o

actualizadase fundamentadas.

As necessidades sentidas e os problemas le

e a

oir posições que nem sempre são sistematizadas

é

a

de vista individual, no desenvolvimento do

trabalho, como do pomo de vista público,

e partilha dos seus esforços e

no

re

importância da

investigação

A sistematização das questões, sejam elas

uma clarificação dos objectivos, uma objec

dos meios utilizados, uma consciência dos

,....u UV i > e uma fundamentação do pressuposto.

A .clarificação dosobjectivos obriga fOfçosa

te a

uma

redução e delimitação precisa da ques

isolando-a do que não se está a estudar, orde

e graduando-a; se for caso disso. em objec

:principais e ..secundários,

-ou

ditode·()utrama

·em

objectivosespecíficos

e objectivos se

"objectivaçâôilos meios :utilizadosobriga a

c o t j t l a p f j ~ C l S a ,, le ins trumentos cde::análise,

--oh

'e v a l i a ç ã o , ''<iue ·:eontrolem

'8S

;éfiferentes

i : l V E ~ l S ; U l j l t ' coexistem, e ,·qualquerestudoemcedu

;musical ;implica de imediato variáveis,-que

Maria da Conceição Barão da Cunha*

os objectivos isolaram. Para que essa consistência

seja

total

é

necessário a publicação, isto

é,

a partilha

pública dos resultados de modo a que possam ser

postos em causa, repetidos, e fazerem parte dos mei

os que um professor possa utilizar, não só

em

inves

tigação como também em qualquer outra área da sua

profissão.

A fundamentação do pressuposto, ,que advém

dos três pontos acima referidos, obriga que o que

antes era implícito, tácito e particular, a tornar-se

explícito, objectivo e público. Esta últ ima afirmação

não é uma valorização qualitativa entre os primeiros,

que se tomariam

por

si só negativos e, os segundos,

como únicos modelos para um professor, mas é an

tes uma chamada de atenção para o facto de que

tantos dos nossos pressupostos que quereríamos no

segundo caso, não passam, contra o nosso desejo, de

opiniões, ideologias, modas, ou, no pior dos casos,

de ideias pouco precisas e mal arrumadas. A funda

mentação que a investigação oferece facilita e

toma

mais consistente o trabalho do professor, dá meios

idóneos ao desenvolvimento do trabalho e do conhe·

cimento e pode ainda facilitar compreensões exterio

res.

Uma outra razão da importância da investiga

ção é de que. ao fazê-la, a realidade da educação

musical é mais evidente, clara e delineável. E por

vários motivos. Primeiro,

é'

necessário perceber-se a

inclusão da educação musical dentro das chamadas

ciências sociais. o que -implica um manuseamento

cuidadoso dasqúestões teóricas e experimentais, de

questões éticas e culturais, etc. Segundo.

é

necessá

rio saber-se o que é específico da educação musical.

.:aquilo :que lhe:dá imparidadeea rliferencia de outra

áreas.

e,

como.

lal.-podeser

-estudada 'independente

-mente ou 'fazer..;;se estudos 'Comparativos. Terceiro,·.a

especificidade vai.tão longe que não

se

.contentacom

a -acima.referida; iÉ.:ainda.lllecessário.perceber..,fiee

.controlarcuidadosamente oaspectoparticular.--do

estudo que está

em

curso, isolando e tratando das

dificuldades específicas com .que

serlebruça

um in

vestigador nesta ;área.

.E

,um estudo que

parecia,no

seu âmbito, reduzido e isolado,

é

afinal um facilita

rlor da compreensão das dificuldades com que todos

os dias um prOfess6f'de"rríúslcà' se -debate. Parte-se

do geral para o

paiticular,do

macro

para

o micro,

para se chegar de novo ao primeiro, mas com uma

·-melhor.perspectiva e fundamentação.

-

.-  

- ..- ~ ~ ~

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Investigação nafonnaçio

de

professores

As:razões anteriores, que por si só justificariam

a inclusão da investigação

na Jormaçãode

professo

res, não são as únicas. É sem dúvida necessário que se

faça cada vez mais investigações em educação musi

cal, mas é igualmente necessário que os professores

estejam aptos e

à

vontade para criticar, questionar, e

-debatera

"investigaç-ãoquevaisendo feita. Tão im

portanteéquem

investiga como quem analisa as in

,,"Vestigações. A necessidade da existência de Jlm corpo

crítico que funcione tanto como avaliador como esti

mulador é vitaL Um aluno deveria aprender desde

cedo a analisar e criticàr trabalhos de investigação, a

perceber a diferença de qualidade entre os estudos, a

entender a seriedade de alguns e a manipulação de

dados de outros, a destrinçar diferentes tipos e técni

cas de investigação, etc. Deveria ainda o aluno estar

inserido em estudos do departamento ou escola a que

·--'"pertence, pelo menos uma vez antes de completar o

seu curso.

A programação curricular é facilmente integra

da em cursos já previamente definidos e existe uma

variedade de modelos já em curso. Uns integram a

aprendizagem da investigação nas disciplinas, outros

criam a disciplina de estudos sobre investigação. Mais

raro é o envolvimento dos alunos nos estudos que vão

sendo feitos e de que não sejam eles os autores úni

cos, como em mestrados e doutoramentos.

Conclusão

Como conclusão. não é de mais reforçar os

pontos básicos desta argumentação de que a investi-'

gação possibilita e facilita a fundamentação de qual

quer pressuposto e de critérios de avaliação que au

mentam a efectivação de actos e o desenvolvimento

do conhecimento e das questões que envolvem edu

cação musical. Possibilita e facilita ainda a discussão

e a partilha crítica das necessidades e dificuldades

encontradas, diminuindo o isolamento do professor.

As ramificações dentro da educação musical

são várias. Podem ser musicais propriamente ditas.

pedagógicas, psicológicas, estéticas, sociais, de ava

liação de recursos, etc. Todas elas igualmente neces

sárias e importantes. Do ponto de vista do aluno, a

investigação oferece ainda um melhor posicionamento

para perspectivar a educação musical e uma metodo

logia de trabalho e pensamento.

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.. Maria da Conceição Barão

da

Cunha • Docente nO CEFOPE,

Universidade<lo Minho.