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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA James Ducler Giacomassi Manon Garcia BROKER COMO ESTRATÉGIA COMPETITIVA NO VAREJO ALIMENTAR: ESTUDO DE CASO VAREJO DE ALIMENTOS. CURITIBA 2010

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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA James Ducler Giacomassi

Manon Garcia

BROKER COMO ESTRATÉGIA COMPETITIVA NO VAREJO ALIMENTAR: ESTUDO DE CASO VAREJO DE ALIMENTOS.

CURITIBA 2010

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BROKER COMO ESTRATÉGIA COMPETITIVA NO VAREJO ALIMENTAR: ESTUDO DE CASO VAREJO DE ALIMENTOS.

CURITIBA 2010

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BROKER COMO ESTRATÉGIA COMPETITIVA NO VAREJO ALIMENTAR: ESTUDO DE CASO VAREJO DE ALIMENTOS.

CURITIBA 2010

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James Ducler Giacomassi

Manon Garcia

BROKER COMO ESTRATÉGIA COMPETITIVA NO VAREJO ALIMENTAR: ESTUDO DE CASO VAREJO DE ALIMENTOS.

Trabalho de Conclusão de Curso MBA – Marketing e Logística da Faculdade de Ciências Sociais, Universidade Tuiuti do Paraná, como requisito parcial para o titulo de MBA, Orientador: Professor Luciano Pires.

CURITIBA 2010

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TERMO DE APROVAÇÃO James Ducler Giacomassi

Manon Garcia

Broker como estratégia competitiva mercadológica ap licada ao varejo alimentar: Estudo de caso Dori Alimentos

Esta Monografia foi julgada e aprovada para a obtenção do titulo de Especialista em Marketing e Logística no Programa de MBA de Marketing e Logística da Universidade Tuiuti do Paraná.

Curitiba, XX de Abril de 2010.

MBA Marketing e Logística Universidade Tuiuti do Paraná.

Orientador: Prof Ms. Luciano Pires UTP - Docente Prof Dr. ------------------------ Instituição e Departamento

Prof Dr. ------------------------ Instituição e Departamento

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SUMARIO

1.INTRODUÇÃO................................................................................................. 11 1.1 JUSTIFICATIVA............................................................................................ 11 1.2 PROBLEMA.................................................................................................. 11 1.3 OBJETIVO GERAL....................................................................................... 11 1.4 OBJETIVOS ESPECIFICOS........................................................................ 11 1.5 HIPOTESE .................................................................................................. 11 1.6 DELIMITAÇÃO............................................................................................. 12 2. FUNDAMENTAÇÃO TEORICA...................................................................... 13 2.1 PLANEJAMENTO ESTRATEGICO.............................................................. 13 2.2 MERCADO................................................................................................... 14 2.2.1 Atacadista.................................................................................................. 15 2.2.2 Varejo........................................................................................................ 15 2.2.2.1 Composto Varejista................................................................................ 17 2.2.2.2 Varejo Alimentar..................................................................................... 17 2.3 ORGANIZAÇÕES......................................................................................... 17 2.3.1 Organizações em Rede............................................................................. 18 2.4 LOGISTICA.................................................................................................. 18 2.4.1 Logística no varejo.................................................................................... 19 2.5 INDUSTRIA ALIMENTICIA.......................................................................... 21 2.6 REDES EMPRESARIAIS............................................................................ 22 2.7 BROKER....................................................................................................... 24 2.8 ANALISE DE MERCADO............................................................................. 27 2.9 ANALISE SWOT.......................................................................................... 28 3 METODOLOGIA.............................................................................................. 29 3.1 DESIGN DA PESQUISA............................................................................. 29 3.1.1 Natureza da Pesquisa............................................................................... 30 3.1.2 Delineamento da Pesquisa....................................................................... 30 3.1.3 Tipo da Pesquisa....................................................................................... 30 3.1.4 Unidade de Analise.................................................................................... 31 3.2 COLETA DE DADOS.................................................................................... 31 3.3 TABULAÇÃO DE DADOS............................................................................ 32 3.4 LIMITAÇOES METODOLOGICA DA PESQUISA........................................ 33 4. PESQUISA..................................................................................................... 34 4.1 EMPRESA................................................................................................... 34 4.2 ANALISE SWOT......................................................................................... 35 4.2.1 AMBIENTE EXTERNO.............................................................................. 35 4.2.1.1 AMEAÇAS.............................................................................................. 35 4.2.1.2 OPORTUNIDADES................................................................................ 36 4.2.2 AMBIENTE INTERNO............................................................................... 37 4.2.2.1 PONTOS FORTES................................................................................. 37 4.2.2.2 PONTOS FRACOS................................................................................ 37 4.3 CONTEXTUALIZAÇÃO DOS RESULTADOS............................................. 38 REFERENCIAS.................................................................................................. 40

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LISTA DE SIGLAS

NRF – Federação Nacional de Varejo dos Estados Unidos UEN – Unidade Estratégica de Negócios CEL – Centro de Estudo em Logística PDV – Ponto de Venda XIX – Dezenove em números Romanos

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LISTA DE FIGURAS OU TABELAS

Figura 1: Cadeia Logística para o Mercado...........................................................p 20

Quadro 01Funções das Modalidades de distribuição de alimentos no

mercado...................................................................................................................p 22

Quadro 02 Comparativo as atividades do Operador Logístico e

Broker......................................................................................................................p 26

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RESUMO Uma das principais práticas adotadas pelas organizações no atual ambiente de negócios e de gestão tem sido a aplicação dos princípios de redes, baseado nos conceitos da parceira da associação entre indústria e a distribuição. Essa nova prática organizacional, tem sido de grande valia frente às benfeitorias no que diz respeito à política de distribuição de produtos e maior controle dos resultados econômicos e maior margem de contribuição. Demonstra-se então, um processo de mudança estratégica com um principio de redes em empresas que atuam nas áreas de distribuição e representação no ramo alimentar. O modelo sugere então a conceituação dentro do formato organizacional denominado Broker com canal logístico de distribuição com base em benefícios recebidos entre as partes, partindo da indústria ao canal distribuidor, ponta indireta varejo, canal final consumidor. Contudo as empresas e indústrias devem atentar ao seu market share e avaliar a implantação da política mercadológica de Broker com total apoio da indústria. Palavras Chave: Broker, Canais de Distribuição, Redes, Varejo, Mercado, market share.

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1. INTRODUÇÃO

O termo Broker em consulta via rede, refere-se a atividades de corretagem

do mercado financeiro, seguros, metalurgia, mencionando serem essas áreas que

iniciaram a atividade do Broker pelo mundo.

Sabe-se que, além das áreas mencionadas acima, essa está também

relacionada, ao que particularmente define-se no ramo alimentício com o termo: filial

da indústria administrada por um terceiro.

As corporações, grandes e médias buscam no Brasil o desenvolvimento

dessa modalidade de gestão e com isso, viabilizam o crescimento sustentável das

suas marcas através da distribuição dos seus produtos por via deste canal.

As bases de sustentação deste trabalho consistem evidentemente em

alguns pontos e parâmetros mercadológicos que serão mencionados na

continuidade do mesmo.

As industrias podem ter acesso acesso às mesmas tecnologias, as mesmas

máquinas, as mesmas matérias primas, os mesmos desenvolvimentos de

formulações, resta então para elas diferenciar-se das demais através da prestação

de serviços, o que caracteriza uma nova perspectiva de atividade.

Cândido (2001) manifesta que, através das atuais características do

ambiente organizacional, torna-se urgente para as organizações à busca de

mecanismos para se tornarem mais competitivas. Dentro de um contexto

permanente de instabilidade, de pressão do mercado, ações dos concorrentes,

clientes, fornecedores, agentes regulamentares, entre outros.

Na visão deste autor, a maior parte das empresas forma em sua estrutura

modelos gerenciais para a condição de estabilidade e de previsibilidade.

Teixeira (2009) afirma como tendência mundial do varejo, na nonagésima oitava

convenção da Federação Nacional de Varejo dos Estados Unidos – NRF, a

centralização das ações no cliente.

Dessa maneira, o trabalho a seguir pretende demonstrar a atividade e a

funcionalidade do Broker como uma perspectiva mercadológica de ação de gestão,

na modernidade e nas novas tendências, em busca da difusão das marcas, bem

como da proximidade com o cliente.

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1.1 JUSTIFICATIVA

Pretende-se com esse trabalho apresentar a comunidade acadêmica e a

sociedade, a modalidade de gestão estratégica que vem sendo adotada pelas

organizações, denominada Broker, como ferramenta estratégica comercial e de

distribuição e, assim, agregar mais conhecimento com o foco no mercado alimentício

relacionado a varejo.

1.2 PROBLEMA

A atividade de Broker pode ser compreendida como uma estratégia

mercadológica positiva, para uma empresa de distribuição da indústria no varejo

alimentar?

1.3 OBJETIVO GERAL

Apresentar avaliação do Broker de forma que possa se constituir como uma

ferramenta estratégica de distribuição da indústria no varejo.

1.4 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

- Definir Planejamento estratégico

- Apresentar o conceito de logística aplicado a Varejo

- Conceituar varejo

- Definir Broker

- Conceituar Organização em Rede

- Conceituar Analise SWOT

- Avaliar a Broker

1.5 HIPÓTESE

Tendo em vista a ação mercadológica da empresa pesquisada, os

pesquisadores desse trabalho acadêmico acreditam que a emprego de uma Broker,

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como estratégia mercadológica, é viável e oportuna em um mercado como o do

varejo alimentar.

1.6 DELIMITAÇÃO

O presente trabalho acadêmico será executado no segmento de mercado

comercial para o ramo alimentício, na cidade de Curitiba. A empresa pesquisada,

uma Broker de produto alimentar, esta sediada na cidade acima mencionada, porém

seu ramo de atuação se estende por todo o Paraná.

Por solicitação dos proprietários da empresa pesquisada, o nome da mesma

não será mencionado, apenas apresentar-se-á como Empresa Broker.

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2. FUNDAMENTAÇÃO TEORICA

2.1 PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO

A estratégia deve ser concebida em termos de planos estratégicos, táticos e

operacionais e serão desempenhados pelos setores das organizações ou por ela

designados em sintonia para obter os resultados esperados. Planejamento

estratégico é a arte de definir os planos que serviram como direção à empresa ou

organização. (GONÇALVES, JAMIL E TAVARES, 2002, p. 57).

Para os autores, planejamento estratégico é uma atividade gerencial que

integra o processo de administrar.

“O planejamento consiste em estabelecer com antecedência as ações a serem executadas dentro de cenários e condições preestabelecidos, estimando os recursos a serem utilizados e atribuindo as responsabilidades, para atingir os objetivos fixados”. (HOJI, 2004, p. 385)

Segundo Sheang, Hidajat e Hou, apud Gonçalves, Jamil e Tavares (2002, p.

58) a vantagem competitiva surge a partir de um bom planejamento estratégico e

para isso, precisa compreender da melhor maneira, a analise dos seus recursos e

habilidades, reconhecerem suas forças e fraquezas e dos seus concorrentes, dentro

do mesmo segmento mercadológico.

Segundo Kotler (1998, p. 76) o planejamento estratégico que é orientado

para o mercado é um processo que tem por objetivo moldar e remodelar os negócios

da empresa de maneira que alcancem o lucro e o crescimento desejado.

Em um dos pontos abordados pelo autor, ele menciona a unidade

estratégica de negocio (UEN) como uma ferramenta oriunda de um planejamento

estratégico para enfrentar concorrentes específicos. Uma UEN pode ser

considerada como uma estratégia de expansão de participação de mercado.

Segundo Parente (1999, p. 73) as UEN são definidas como uma estratégia

de segmentação de mercado e possibilitam a inserção em mercados ainda

distantes.

O planejamento estratégico para as empresas que estão no mercado do

varejo é uma ferramenta de desenvolvimento de estratégias de sobrevivência e

desenvolvimento empresarial que tem por finalidade desenvolver novas praticas de

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atuação que aperfeiçoem a sobrevivência das empresas no mercado e seu

desenvolvimento.

Para os autores Gonçalves e Morgado (1999, p. 85) o planejamento

estratégico serve para que todos os níveis de uma empresa partilhem de um ou

mais objetivos em comuns e hierárquicos de prioridades. É um conjunto de

avaliações internas e externas e planos preparados por pessoas da empresas, de

diversas áreas, coordenado pelo marketing ou pela alta direção.

Os autores afirmam que quando colocado em pratica, o planejamento deve

ser monitorado para que a cada fase, sejam avaliados os resultados em relação os

objetivos estabelecidos.

Parente (2000, p. 51) afirma que o planejamento estratégico é um processo

de busca de respostas a perguntas fundamentais que auxiliam a empresa a definir

seu posicionamento e objetivos, a ordenar prioridades e atividades com intuito de

alcançar as metas traçadas.

Segundo o autor, o emprego de ferramentas tais como Analise SWOT, é

eficiente no desenvolvimento do planejamento estratégico.

2.2 MERCADO

Entende-se por mercado o conjunto de compradores reais e potenciais de

um produto ou serviço. (KOTLER, 1998, p. 130).

Troster e Mochón (2002, p. 45), dizem que a economia de mercado é

baseada em um conjunto de regras, pelo qual se compram e vendem bens e

serviços, assim como fatores produtivos. Dessa maneira, segundo os autores, o

mercado é a troca de bens, ou seja, determinada empresa produz um bem ou

presta um serviço e em troca, recebe-se dinheiro, que é trocado por outro bem ou

serviço. São percebidos nessa ação, dois agentes ou sujeitos denominados

compradores e vendedores.

A palavra mercado, no contexto administrativo apenas, é vista muito mais do

que um espaço físico ou um conjunto de compradores potenciais ou reais. A partir

da globalização o mercado pode ser visto como um espaço ou lugar físico ou virtual

aonde compradores e vendedores se encontram para realizar suas trocas.

(SEBRAE, 2009, p. 17)

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Para se alcançar novos mercados ou mercados já existentes, porém

distantes física ou geograficamente, são imprescindíveis que seja avaliado novos

canais de venda como parte estratégica do planejamento organizacional e, dessa

maneira viabilizar, um novo mercado, com redução nos custos de transporte,

viagens, telefonemas, e demais despesas. (SEBRAE, 2009, p. 40)

Um profundo conhecimento do mercado, em especial o conhecimento

acerca dos concorrentes, e das informações mercadológicas é considerado, um

diferencial para as organizações que buscam a cada dia mais vantagem competitiva

em busca dos objetivos estratégicos organizacionais.

Além do conhecimento do mercado, segundo Parente (1999, p. 328) o

indicador de demanda de mercado indica as oportunidades de novos mercados.

2.2.1 Atacadista

Segundo SENAC (1999, p. 26) os atacadistas são uma decorrência do

mercado, surgiram entre 1850 e 1860, são eles os beneficiados das revoluções do

século XIX, e seu sucesso esta na força de vendas.

O Varejo teve como exemplo a estrutura departamental montada pela

empresa atacadista.

2.2.2 Varejo

O varejo brasileiro surgiu na segunda metade do século XIX com lojas que

comercializavam artigos importados para a aristocracia. Foram esses

estabelecimentos comerciais que inovaram no comercio brasileiro introduzindo

métodos de venda com exposição de produtos r mercadorias, reformulando também,

o sistema de compra. (SENAC, 1999, p. 33)

Ainda para os autores, foi nos anos cinqüenta o varejo do Brasil, adotou

praticas americanas de: estrutura departamentalizada, auto-serviço, organização e

gestão de recursos humanos, baixa margem de lucro e alta rotação dos estoques.

Surge nessa década o varejo de massa.

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Segundo Kotler (1998, p. 493) o varejo é o conjunto de atividades que estão

envolvidas na venda de bens e serviços diretamente ao consumidor final através do

fornecimento por unidade ou pequenas quantias, não importando de que forma são

comercializadas ou onde são realizadas as vendas.

Para o autor, o varejo esta passando por mudanças e busca novas

estratégias para atrair e manter consumidores.

O varejo é um dos mais dinâmicos segmentos de qualquer economia. Pequenos e grandes competem lado a lado, e a tendência atual é que essas fronteiras fiquem cada vez menores. Por isso, os pequenos e médios varejistas precisam estar atentos às ações de marketing bem estruturadas para não sucumbirem aos avanços dos gigantes do setor. (SEBRAE, 2009)

As principais tendências e oportunidades para as empresas varejistas, em

função do novo comportamento do consumidor empregado na atualidade podem ser

definidas através de termos mercadológicos já empregados desde os primórdios,

mas que ainda valem ser ressaltados e reafirmados. (TEIXEIRA, 2009, p. 45)

Para o autor, dentre as tendências destacam-se o conhecimento do público-

alvo; ou seja, o cliente. Destaca-se também a importância da empresa em atuar em

diversos canais de distribuição, aos quais ele denomina multi-canais. A necessidade

de melhorias na gestão da empresa e a capacitação da equipe também são

referenciadas pelo autor.

Parente (1999, p. 73) afirma que os varejistas competem entre os demais

varejistas de acordo com suas estratégias individuais, com objetivo de ganhar

vantagem competitiva. Dentro desse contexto a configuração do composto varejista,

segmentação de mercado, diferenciação mercadológica, posicionamento e

estratégias alternativas são essenciais no desenvolvimento do planejamento

estratégico do varejista.

A demanda de mercado para o varejista sinaliza o tamanho do mercado de

cada região, indicando o volume de gastos daquela região. Um varejista de sucesso

compreende bem o funcionamento do mercado e como ira atuar nesse contexto.

(PARENTE, 1999, P. 328)

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2.2.2.1 Composto Varejista

Assim como o marketing possui seu composto mercadológico, o varejo por

sua vez possui o composto de marketing varejista.

Segundo Parente (1999, p. 61) o composto varejista possui fatores

controláveis que o varejista poderá articular para melhorar a sua relação comercial

com seus clientes.

São apresentados pelo autor, os 6 P´s do varejo como: Mix de produtos,

Preços, Promoção, Apresentação, Pessoal e Ponto, que não serão aprofundados

nesse presente trabalho por não ser pertinente a pesquisa em questão.

2.2.2.2 Varejo Alimentar

No ramo alimentar, pode entender como varejo o ponto de venda direto ao

consumidor final e usuário ou não do produto e no mesmo se aplicam técnicas de

disposição de produtos para vendas em pequenas quantidades frente a necessidade

de cada consumidor.

Segundo Parente (2000, p. 30), o varejo alimentar no Brasil é muito

desenvolvido e sua importância na economia nacional é significativa. As empresas

atuantes acompanham tendências mundiais e apresentam diversidade em seus

formatos e lojas atendendo as diversas características de cada consumidor.

2.3 ORGANIZAÇÕES

Uma organização é o conjunto de esforços individuais com objetivo de

realização de propósitos coletivos. Por meio de uma organização é possível atingir

objetivos que isoladamente o indivíduo não conseguiria. (MAXIMIANO, 1992)

Uma organização pode estar disposta sozinha ou agregada a uma rede de

demais organizações vinculadas ou não aos seus registros fiscais.

Para Neto (2006, p. 2) uma alternativa competitiva a uma organização, para

atingir melhoria em sua posição competitiva é as redes estratégicas organizacionais

que são a organização da inserção no mercado

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2.3.1 Organizações em redes

O conceito de redes estratégicas constitui-se em uma alternativa quanto à

forma de se organizar a produção de bens e/ ou serviços, um novo paradigma de

produção, e que pode ser utilizado pelas empresas na busca de melhoria de sua

posição competitiva. A formação de redes de empresas pode ser vista, sob um

(NETO, 2006, p. 2)

Segundo Parente (2000, p. 26) as redes operam em mais de uma loja e a

medida que o numero de lojas aumentam, aumentam também, o poder de barganha

junto aos fornecedores nas condições de compra.

As redes, segundo os autores, representam 52% do varejo alimentar de auto-

serviço e deve-se ao fato de que as grandes unidades, como os hipermercados,

pertencem a determinadas redes, enquanto as unidades menores são pertencentes

a independentes.

2.4 LOGISTICA

Para Novaes (2001, p. 36) a logística é um processo que envolve ações tais

como planejar, programar e controlar o fluxo e armazenagem de produtos, serviços

e acima de tudo, informações associadas a esses dois itens. Deve envolver uma

visão abrangendo desde a origem até o ponto de consumo, como ele define, com o

objetivo de atender o consumidor com qualidade é necessário conseguir

simultaneamente

É uma ação viabilizadora de negócios, segundo Pinel (2007, p. 116), para

reduzir os custos com materiais e suas movimentações e aproximar as partes

envolvidas no processo vendedor e comprador.

Considera-se que o trabalho logístico abrange uma área ampla e com muitas

oportunidades de exploração, para agregação de valores para as atividades de

compra, armazenamento e entregas.

À medida que as empresas aumentam devido a globalização e a difusão de

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novos mercados, é necessário uma nova visão e gestão de sua logística. As

empresas devem ver na logística uma ferramenta estratégica que deve ser

embasada em uma visão global, integrada e apresentar novos sistemas de

distribuição. (CEL. 2000, p. 55)

Para os autores, para alcançar excelência logística, é necessário reduzir os

custos e melhoria no nível de serviço.

A logística tem impactos substanciais nas margens de lucro, como é o caso

das empresas do setor de alimentos que apresentam custos logísticos entre 30% e

40% do valor agregado total de seus produtos e serviços. (LAMBERT apud CEL,

2000, p. 77)

2.4.1 Logística no Varejo

A evolução do conceito de segmentação de mercado como ferramenta

estratégica e, o lançamento continuado de novos produtos e o varejo em constante

crescimento, implica em um maior numero de prestadores de serviços logísticos.

Para os autores do CEL (2000, p. 44), ainda, a reconfiguração da cadeia de

suprimentos, parte do sistema logístico, é essencial no planejamento estratégico de

uma empresa do segmento varejista.

Segundo os autores, o segmento varejista precisa responder ao consumidor

com maior velocidade, ou seja, em menor tempo.

Martin, apud CEL (2000, p. 61), em seus estudos, aponta que a logística

integrada para o varejo necessita entender a necessidade dinâmica desse mercado

e dessa maneira, precisa aprimorar seus serviços no que tange alguns atributos

essenciais que o autor define como: disponibilidade no estoque e continuidade no

suprimento, menor tempo entre o pedido e a entrega, consistência no prazo de

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entrega, suprimento a pedidos complementares, freqüência de entrega, entregas de

emergência quando necessário, monitoramento dos níveis de estoque e, contato

regular e freqüente da força de venda.

Segundo Kotler (1998, p. 520), ainda é essencial que, além dos atributos

acima apresentados, seja acrescido: o cuidado na movimentação da mercadoria

desde a sua origem até os depósitos do cliente e o tempo de substituição de um

produto danificado, entendido aqui como pos-venda, também.

Para o autor, o serviço de logística voltado ao varejo, esta incluso em sua

definição de logística para o mercado, aonde afirma que, a logística voltada para o

mercado é o planejamento, implementação e controle do produto do ponto de

origem ao consumidor, com lucratividade.

Para o varejo, pode-se resumir como logística para o mercado como sendo

“a logística responsável por entregar o produto certo, no lugar certo, no tempo certo

e pelo menor custo”.

Embora seja elevado o custo com logística de mercado, um programa de

logística planejado estrategicamente é um diferencial de mercado competitivo.

A redução de custos logísticos ou posicionamento de mercado com base na

capacitação logística.

Em seus estudos de mercado e pesquisas, o CEL aponta a conclusões a

cerca dos padrões de serviços de distribuição esperado pelos distribuidores de

alimentos, varejo alimentar, aonde esses valorizam o serviço ao cliente como critério

selecionador de fornecedores, logo a logística aplicada ao varejo deve se atentar

para redução de tempo no atendimento e serviço. (CEL, 2000, p. 107)

A cadeia logística tem seu fluxo, conforme apresenta a figura abaixo.

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Figura1: Cadeia Logística para o Mercado

Fonte: CEL, 2000, p. 325

Segundo Parente (2000, p. 236) o sistema de distribuição de produtos é o

que assegura que o processo de fluxo, giro da mercadoria aconteça desde o

fornecedor até o consumidor final e a sua eficácia é um elemento importante para as

empresas varejistas e influencia diretamente na lucratividade da empresa. Podem

ser de dois tipos: entrega direta ou mediante utilização de centros de distribuição

que podem ou não ser terceirizados.

Ainda para o autor, o emprego de centros de distribuição centrais ou

regionais são um beneficio para os varejistas e apontam como vantagens: menores

custos de distribuição, melhor e melhor fluxo de produtos, redução de investimentos

em estoque e melhoria nos índices de faltas que contribui para o aumento das

vendas.

2.5 INDÚSTRIA ALIMENTÍCIA

Para cada setor ou segmento de mercado existe uma atividade que é mais

ou menos importante para a vantagem competitiva. Considere-se como exemplo o

setor de logística na área de distribuição de alimentos. Neste setor, sem dúvida

alguma, percebe-se que as atividades primárias de logística interna e externa são

fundamentais para a criação de vantagem competitiva. (CRUZ, 2006, p. 29)

O autor afirma que em cada setor, seja ele qual for para se atingir um nível

ideal de competitividade, é importante e necessário conhecer os fatores que

promovem a relação da empresa com o mercado e as empresas que atuam no

mercado em questão.

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A partir dos anos noventa, a indústria nacional alimentícia passou por

grandes mudanças promovidas por dois principais fatores; a estabilização da moeda

e da abertura das importações.

Riveras e Mathias apud Candido e Vieira (2006, p.8) afirmam que como

conseqüência desses fatores de mudanças, uma grande variedade de novos

produtos passaram a ser ofertados aos consumidores e ocasionou uma grande

concorrência no mercado domestico da indústria de alimentos, pois, nesse cenário o

consumidor aumentou seu poder econômico.

Em virtude do baixo poder aquisitivo da população, para grande parte dos

consumidores brasileiros, o preço seja o atributo mais importante do produto,

priorizando mesmo em detrimento da qualidade, em alguns casos até mesmo

impróprios para o consumo. (CANDIDO e VIEIRA, 2006, p. 8)

Para os autores, as modalidades mais tradicionais de atuação da indústria

alimentícia, no setor de distribuição ao mercado, podem ser descriminadas nas

funções de atacadista e distribuidor, conforme quadro abaixo.

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Quadro 01: F unções das modalidades de distribuição de alimentos no mercado.

Fonte: Candido e Vieira, 2006, p. 10, Adaptado pelos autores.

Seguindo a tendência de dedicar-se mais ao seu core-business 1no sentido de

atuar em um mercado cada vez mais competitivo, os serviços de distribuição,

armazenagem, controle e administração de estoques começaram a se terceirizado

pela indústria.

2.6 REDES EMPRESARIAIS

Para as empresas, a velocidade e a flexibilização oriunda da combinação de

novas formas de relacionamento com o mercado, propiciaram a criação de redes

empresariais que permitem as empresas atuarem em novos segmentos e nichos de

mercado e compartilhem, a partir daí, os custos e conhecimento a cerca do

mercado.

Para que essa nova forma de administração se da o nome de administração

em rede.

Segundo Candido e Vieira (2006, p. 9) a aplicação dos princípios de redes

podem contribuir para melhoria das inter-relações das empresas envolvidas, em

especial as empresas de distribuição de alimentos, ajudando-as a conquistar

verdadeiras vantagens competitivas.

O atual ambiente de negócios, caracterizado pela acirrada concorrência,

pela busca da redução de custos e, pela premissa de atender de forma mais

eficiente os pontos finais da cadeia produtiva, tem forçado as empresas dos mais

diferentes segmentos a rever os seus conceitos de operação.

No setor de distribuição de alimentos, as experiências na aplicação dos

princípios de redes são ainda incipientes, dadas às próprias características do setor.

1 Tradução dos autores: melhores praticas para o mercado.

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Características essas que pode-se dizer serem pautadas em um clima de

desconfiança entre os diversos elos da sua cadeia produtiva e as possibilidades de

que vários integrantes desta cadeia estar realizando as mesmas atividades e

atuando em mercados comuns. (CANDIDO e VIEIRA, 2006, p. 3)

Porém, a evolução na forma de agir das organizações que atuam no setor

de distribuição de alimentos, no que se refere à aplicação dos princípios de redes,

propiciou o surgimento de novos formatos e arquiteturas organizacionais, com

destaque para: o Broker2 e o operador logístico.

Em linhas gerais, para os autores, a figura do Broker e do operador logístico

significam, para a indústria, uma forma de aumentar a sua participação nos

pequenos pontos de venda; para os clientes, uma maneira de receber atendimento

personalizado e preços competitivos e; para os atacadistas e distribuidores, novas

oportunidades de negócios.

Esta nova forma de convivência dos fabricantes com os varejistas têm se constituído numa oportunidade dos fabricantes diminuírem seus custos e melhorarem a qualidade da sua pós-venda e, para os varejistas uma possibilidade de crescimento, na medida em que novas atribuições lhe serão conferidas. Tudo isto pode propiciar vantagens para todos os integrantes da cadeia produtiva do setor varejista. (CANDIDO e VIEIRA, 2006, p. 10)

Kotler (1999, p 63) define organização de rede como uma forma de

mecanismo de mercado, alocando recursos e pessoas para problemas e projetos de

maneira descentralizada, buscando flexibilidade e adaptação as mudanças.

2.7 BROKER

Com mercados cada vez mais amplos, a relação entre produtores e

consumidores depende cada vez mais de intermediários, que atuam, tanto antes,

quanto após o processamento. Alguns se restringem à participação local, e outros

possuem atuação nacional e/ou internacional. (SEBRAE, 2009, p. 23)

2 Tradução dos autores: corretores, mediadores, intermediadores comerciais.

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Para o SEBRAE, o aumento da demanda também tem ampliado

significativamente o leque de intermediários, mais precisamente dos atacadistas e

dos varejistas, através de lojas físicas e do comércio virtual.

Outros intermediários são significativos ao nível do sistema de distribuição,

como os representantes, agentes, Brokers e trading companies3; pois o

empreendimento passa a não depender somente de seu próprio desempenho.

O Broker tem sua origem na língua inglesa e pode ser traduzido como o intermediário especializado na compra e venda de uma determinada categoria de bens, cobrando, por esse efeito, uma comissão que geralmente representa uma percentagem do montante de cada negócio efetuado. O Corretor, ou Broker, como é chamado, é o indivíduo ou entidade que compra ou vende por conta de outrem, cobrando uma comissão por esse serviço. (SEBRAE, 2009, p. 23).

Para os autores Candido e Vieira (2006, p. 11 1 12), em pesquisa realizada

o Broker é uma adaptação do antigo representante comercial, pois agrega atividades

além das concebidas ao papel de representante comercial, dentre as quais se

destacam: prestação de serviços, de venda, promoção, merchandising4 e pesquisa

de mercado.

Atua como um agente de vendas e também de marketing como uma

extensão do fabricante e indústria abastecendo não só o pequeno varejo como

também redes atacadistas e supermercados, pois o Broker possui todos os produtos

da indústria a que representa.

Os autores afirmam que o Broker é “uma grande oportunidade de não ter a

comercialização final de seus produtos concentradas na mão de poucas e grandes

cadeias de supermercados.” Ainda afirmam que é uma pratica estratégica de

aumentar sua participação de mercado atuando em pequenos pontos de venda

permitindo assim, maiores oportunidades de negócios.

Sob a ótica do consumidor, o Broker proporciona um melhor atendimento e

maior agilidade nos processos de relacionamento comercial e de atendimento, pois

atua de forma personalizada com melhores praticas de preços.

3 Tradução dos autores: empresas responsáveis pela venda no exterior. 4 Tradução dos autores: atividades de demonstração e promoção de vendas de mercadorias no ponto de venda (PDV).

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O fabricante quando busca contratar um serviço de Broker é com intuito de

zelar pelas suas vendas, promoções, merchandising, e ainda envolve atividades

financeiras como de credito e cobrança para as lojas de pequeno e médio varejo.

Para os autores, o Broker deve trabalhar com pequenos números de

fabricantes ofertando seus serviços e produtos ao varejo. A maior vantagem

competitiva do Broker é que todo o seu faturamento é feito direto em nome da

indústria a qual é contratada e, presta o serviço e dessa maneira reduz a incidência

de impostos evitando a bi-tributação, pratica conhecida no mercado fiscal, o que

resulta em redução de custos para ambos os participantes da relação comercial

estabelecida.

Para o varejo, segundo os autores, o Broker oferece uma excelente

oportunidade de melhoria nos preços, no atendimento, na orientação do mix de

marketing, na avaliação no ponto de venda de melhores praticas e técnicas de

merchandising. Tudo isto, pode propiciar vantagens para todos os integrantes da

cadeia produtiva do setor varejista. Assim o Broker passa a ser bem aceito pelo

varejo, nas relações comerciais que estabelece com a indústria, por significar melhor

atendimento aos clientes e sua atuação tem apresentado índices de crescimento ao

longo dos últimos anos. Nessa pesquisa, os autores afirmam que o Broker tende a

aumentar em 50% (cinqüenta por cento) as vendas da indústria nas praças aonde o

agente atua. Assim sendo, para a indústria o Broker representa um aumento de

faturamento e um aumento no market share 5da indústria.

O Broker é um canal indireto de atendimento ao varejo como um todo. Pode

atender varejistas de zero até quatro check-out’s 6, associações, bares, lanchonetes,

panificadoras, bancas de revistas, mercados de bairro, respeitando o numero de

check-out’s e pessoas físicas desde que seja respeitado o elemento de tributo ou

substituição tributaria.

Estrategicamente, de forma geral, o Broker tende a ser um conjunto de

forças que contribuem para a indústria frente ao varejo, pois, sob aspectos

mercadológicos, para a indústria o varejo possui competidores eficientes que estão

surgindo, nos diversos segmentos com maior capacidade de oferta frente à

demanda existente. (NADLER E TUSHMAN,1994, apud CANDIDO e VIEIRA, p. 6)

5 Tradução dos autores: participação no mercado. 6 Tradução dos autores: caixas de cobrança pela compra realizada.

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Quanto ao posicionamento de trabalho da função do canal indireto / direto, o

mesmo deve atender aos atacados ou distribuidores existentes no país. Estes

vendedores são coordenados por seus gerentes regionais os quais fazem parte do

canal indireto ou direto e indireto Broker.

Para a implantação do Broker as duas partes integrantes, indústria e Broker,

precisam estar bem alinhadas e seu relacionamento precisa ser pautado em um

bom fluxo de informações. A equipe precisa ser treinada e conhecer não só o

produto, mas a indústria a qual se relaciona e presta serviços, suas praticas, seus

processos e sua forma de atuação no mercado.

Quadro 2: Comparativo as atividades do Operador Logístico e Broker.

Fonte: Ferreira, apud Candido e Vieira, 2006, p. 10.

A prática do Broker é considerada o futuro para o setor de distribuição e

cabe ao operador logístico prestar suporte ao Broker no transporte da mercadoria da

indústria até o cliente ou Broker. Logo as relações entre Broker e operador logístico

estão relacionadas quando avaliadas sob essa ótica, porém, precisam ser

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compreendidas por ambos para que não existam rivalidade e incompreensão diante

do mercado.

Este novo formato de atuação está pautado na aplicação dos princípios de

redes sociais, envolvendo a prática da associação, a parceria, ajuda mútua,

complementando a relação.

2.8 ANALISE DE MERCADO

Segundo Parente (1999, p. 51) um varejista terá sucesso se compreender

adequadamente a dinâmica do mercado no qual esta inserido. Essa visão do

mercado auxiliara o varejista a prever, explicar a até certo ponto, influenciar o

comportamento de compra do consumidor.

Um dos indicadores de desempenho mais utilizados pelos varejistas é o

volume de vendas.

Para o autor, ainda, o varejista deve como estratégia, levar em conta as

tendências mercadológicas que, com a evolução demográfica, algumas regiões

apresentam expansão e assim, significam potenciais mercadológicos para atuação.

Considerando que nessa pesquisa, será avaliado o mercado, o

planejamento estratégico de uma empresa varejista deve definir uma missão geral,

metas e objetivos.

Após essa etapa a empresa deve realizar uma avaliação empresarial da

saúde da empresa. Autores acima, afirmam que a analise SWOT é uma ferramenta

dinâmica e precisa se bem empregada, para avaliar de maneira pontual e objetiva o

cenário.

A Analise SWOT avaliara a empresa em dois pontos: internamente e

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externamente. Internamente considerará os pontos fracos e fortes e externamente

as ameaças e oportunidades.

Essa ferramenta oferece um mapeamento estratégico que permitirá a

definição dos mercados aonde atuar e com isso a definição de um posicionamento

estratégico.

Para uma organização varejista, para a sobrevivência, é essencial um

planejamento estratégico para um bom posicionamento de mercado.

A Analise SWOT é uma ferramenta de analise de mercado, indicada pelo

autor Parente (1999, p. 72). Segundo ele, o varejista que avaliar os resultados dessa

analise, terá embasamento para ações estratégicas de aumento de loja, expansão

geográfica para novos pólos, novas cidades e ate mesmo outros estados. Também é

possível conhecer a possibilidade de desenvolver novos produtos para o mercado

ou de melhorar pontos em seus serviços.

No que diz respeito à atuação do Broker, é necessário avaliar, inicialmente

algumas questões que são apontadas como quesitos básicos para a investigação do

canal atacadista, questões econômicas de faturamento, capacidade produtiva e de

logística.

2.9 ANALISE SWOT

Para Parente (2000, p. 69 e 70) a Analise SWOT é uma ferramenta

estratégica. Ela consiste em uma avaliação interna dos pontos fracos e fortes e uma

avaliação externa das ameaças e oportunidades.

Para os varejistas, segundo o autor, os pontos fortes são as vantagens

competitivas de uma empresa frente aos seus concorrentes. Já os pontos fracos do

varejista, são os pontos fortes do concorrente. Ou seja, a avaliação dos pontos

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fortes e fracos é uma analise das suas capacidades e de seus concorrentes.

Ainda para o autor, o segundo passo da analise SWOT é a avaliação de

oportunidades e ameaças. Essa avaliação ira demonstrar as oportunidades de

mercado aonde a empresa poderá obter lucratividade e as tendências do ambiente

externo que podem vir a comprometer o desempenho futuro da empresa.

Segundo Cobra (1994, p. 73), o planejamento de mercado é um programa

de ações sistemáticas para atingir o objetivo empresarial através da avaliação de

oportunidades, que pode ser adquirido através do exercício da analise SWOT.

3. METODOLOGIA

Neste tópico será apresentada a metodologia de pesquisa empregada e a

fundamentação teórica dessa de acordo com autores relacionados.

Gil define método como:

“Um caminho para chegar a um fim determinado e método científico como o conjunto de procedimentos intelectuais e técnicos adotados para atingir o conhecimento.” (1999, p. 26)

Goldenberg (1999, p. 63) afirma que a combinação de metodologias

diversas no estudo de um mesmo acontecimento ou fenômeno, objetiva abranger a

máxima amplitude na descrição, explicação e compreensão do objeto de estudo.

3.1 DESIGN DA PESQUISA

Cada pesquisa possui um desenho metodológico, este desenho implica em

várias formas de classificação metodológica de pesquisa.

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O autor define o desenho como um modelo conceitual e operativo que

organizará a pesquisa. (RAUEN, 2002, p. 54)

Gil (1999, p. 64) refere-se ao design da pesquisa como o delineamento de

pesquisa, que se refere ao planejamento da pesquisa em sua dimensão mais ampla,

envolvendo não apenas a diagramação mais a previsão de análise e interpretação

dos dados.

Ainda de acordo com o autor, o delineamento considera o ambiente em que

houve a coleta de dados, bem como as formas de controle de variáveis. (GIL, 1999,

p. 64)

Segundo ao autor Richardson (1999, p.230) ”Toda a análise de conteúdo

deve basear-se em uma definição precisa dos objetivos da pesquisa. [...] após a

definição dos objetivos, convém delimitar o material com o qual se trabalha.”.

3.1.1 Natureza da pesquisa

A pesquisa será de natureza descritiva e empregara o método qualitativo e

quantitativo em corte longitudinal, explorando um levantamento survey7 no universo

definido organizacional de uma empresa varejista do ramo de alimentos.

Segundo o autor Malhotra, (2001, p.108) ”o principal objetivo da pesquisa

descritiva é descrever alguma coisa”. A pesquisa descritiva pressupõe que o

pesquisador possui conhecimento a respeito da situação-problema em questão.

Para o autor, a pesquisa descritiva deve ser pré-planejada e estruturada com

base em amostras grandes e requer uma especificação sobre o tema pesquisado.

3.1.2 Delineamento da pesquisa

Quanto à abordagem da estratégia da pesquisa em questão pode-se afirmar

que a mesma será um estudo de caso a cerca de uma unidade organizacional

denominada Broker.

7 SURVEY-Examinar, inspecionar com cuidado, estudo detalhado.

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Segundo Gil, apud YIN (1981, p. 22) o estudo de caso é um profundo e

exaustivo estudo de um ou alguns poucos objetos de pesquisa de maneira a permitir

o conhecimento amplo a cerca do mesmo.

Para o autor, o estudo de caso é empírico e investiga uma situação

especifica denominada por ele de fenômeno, em um contexto real e vem sendo

usado com freqüência por pesquisadores sociais com propósitos diferentes.

3.1.3 Tipo de Pesquisa

A pesquisa é de caráter descritivo quanto sua natureza, pois busca

descrever a aplicabilidade do Broker enquanto ferramenta estratégica de ampliação

mercadológica. (GIL, 1999, p. 44)

3.1.4 Unidade de Analise

Segundo o autor Richardson (1999, p.147) a unidade de analise é

geralmente uma pessoa, mas podem ser cidades, indústrias, escolas e demais

existentes que se faça necessário e seja aplicável.

A unidade de analise em questão é uma empresa Broker, do ramo

alimentício, que atua no atendimento ao varejo.

“A unidade de análise ”Refere-se a análise das condições internas da empresa e o seu correspondente, é o processo pelo qual se examinam os recursos financeiros/contábeis, mercadológicos, produtivos e humanos da empresa como fatores conjuntos, para verificar quais as suas forças e fraquezas e como ela pode explorar as oportunidades e defrontar-se com ameaças e coações que o ambiente lhe apresenta.” (CHIAVENATO, 2000, p. 156)

3.2 COLETAS DE DADOS

Quanto às técnicas para a coleta de dados foi utilizada a documentação

indireta, através de consultas a livros, artigos de revistas e periódicos, sites na

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internet que envolvessem os temas tratados na pesquisa e, técnicas de

documentação direta do tipo intensiva, adotado os seguintes procedimentos.

a) Análises documentais, procurando conhecer as diversas formas de

comunicação impressa na organização;

b) Utilização da observação não – participante, com o objetivo de

conhecer a realidade, a estrutura e o funcionamento de empresas

envolvidas com a distribuição e comercialização de alimentos em

determinada localidade e contexto;

c) Aplicação de entrevistas semi-estruturada, a partir da elaboração de

um roteiro pré definido a partir do conteúdo da fundamentação teórica

do trabalho, assim como, as interferências dos pesquisadores obtidas

através da observação não participante.

Para a obtenção dos dados referentes à aplicação das técnicas de

documentação direta foi utilizado um roteiro pré-definido embasado e comprometido

com os objetivos metodológicos da pesquisa em questão.

3.3 TABULAÇÃO DOS DADOS

Após a coleta dos dados, os mesmos foram inseridos na matriz de Analise

SWOT para avaliação dos resultados.

O tratamento das informações colhidas foi realizado a partir da analise do

grau de confiabilidade, o qual foi obtido através de informações obtidas junto ao

estabelecido na fundamentação teórica do trabalho.

Os dados serão analisados de forma qualitativa e quantitativa da mesma

forma na qual foram fornecidos, de forma estatística e qualitativa.

Para o autor Richardson (1999, p.79):

”A abordagem qualitativa de um problema, além de ser uma opção do investigador, justifica-se, sobretudo, por ser uma forma adequada para entender a natureza de um fenômeno social. O aspecto qualitativo de uma investigação pode estar presente até mesmo nas informações colhidas por estudos essencialmente quantitativos, não obstante perderem seu caráter qualitativo quando são transformadas em dados quantificáveis na tentativa de se assegurar a exatidão no plano de resultados. [...] digamos que se queira medir o grau de integração de determinado grupo social e se utilize como padrão quantificável um mais ou menos.”

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Já para o autor Malhotra (2001, p. 153) quando a pesquisa não é conclusiva

ou quantitativa. A pesquisa qualitativa e os referidos dados secundários coletados

compõem uma grande parte da mesma:

“A pesquisa qualitativa proporciona a compreensão fundamental da linguagem, das percepções e dos valores das pessoas. É essa pesquisa que mais freqüentemente nos capacita a decidir quanto às informações que devemos ter para resolver o problema de pesquisa e saber interpretar adequadamente a informação”.

O corte longitudinal será empregado nessa pesquisa pois a mesma ocorrerá

em um momento único da empresa pesquisada.

Segundo o autor Malhotra (2001, p.110) nos estudos de corte longitudinal

uma amostra é medida repetidamente, o que o autor afirma permitir uma visão em

profundidade da situação e das mudanças que ocorrem, pois a amostra

permanecera a mesma ao longo do prazo.

3.4 LIMITAÇÔES METODOLOGICAS DA PESQUISA

As limitações de veracidade e metodologia dessa pesquisa são,

especialmente, caso os participantes da pesquisa não sejam verdadeiros em suas

expressões, analises e observações, interferindo de forma pessoal nos resultados

apurados e analise dos dados.

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4 PESQUISA

4.1 EMPRESA

A empresa pesquisada, do ramo alimentício pratica suas vendas ao varejo.

Sua carteira de cliente é composta, basicamente, de pequenos médios e grandes

distribuidores atacadistas que por sua vez atendem ao varejo.

A empresa é do tipo familiar, constituída por uma sociedade de

responsabilidade limitada, tendo iniciado suas atividades no inicio da década de

setenta, como representante de vários fornecedores.

Em relação ao seu ambiente, a empresa adota praticas que procura agregar

valores de parcerias e participação. Na empresa não existe barreiras hierárquicas

entre os níveis.

A sua estrutura organizacional é enxuta e flexível, com pessoal qualificado,

de habilidades múltiplas. A empresa conta com uma estrutura informacional

composta por modernos computadores interligados em rede e emprega ferramentas

tecnológicas em sua gestão e operação comercial.

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O sistema de informação gerencial, utilizado pela organização, foi

desenvolvido dentro da própria companhia e visa controlar o seu processo básico de

trabalho, desde a origem do pedido comercial até o carregamento e entrega dos

produtos no cliente. Durante todo o processo de distribuição todos os integrantes da

cadeia produtiva do mesmo têm acesso a informações a respeito do andamento do

produto/pedido.

A sua área de atuação pode ser caracterizada como um mercado que tem

um grande potencial de crescimento. Os produtos comercializados pela empresa

pesquisada são alimentos do tipo guloseimas, confeitos doces e salgados, balas e

chocolates. Na medida em que, as marcas que representava foram se tornando

conhecidas pelo mercado, novos clientes passaram a ser incorporados à sua

carteira, dentre os quais se destacam grandes centros atacadistas e redes de

supermercados.

A empresa pesquisada esta localizada na região sul do país que é um

grande pólo de oportunidades de consumo devido à grande massa populacional.

Além disso, essa região, frente ao restante do país, tem um grande volume de

consumo e índices de crescimento econômico.

4.2 ANALISE SWOT

Os dados coletados serão apresentados em tópicos para melhor descrevê-

los, bem como, para melhor analise.

4.2.1 Ambiente Externo

4.2.1.1 Ameaças

Segundo as entrevistas e observações levantadas na empresa, a descrição

do seu ambiente externo pode ser realizada a partir da definição dos seus

Steakholders8, que podem ser definidos por fornecedores, clientes, transportadores

e concorrentes.

Segundo o diretor entrevistado, a variável do seu ambiente externo que cabe

por parte da empresa a maior atenção refere-se aos seus concorrentes.

8 Tradução dos autores: Steakholders é o nome dado para qualquer entidade, ente, pessoa ou organização que afeta a empresa.

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São definidos dois tipos básicos de concorrentes que segundo ele, é

essencial diferenciá-los de forma a possibilitar as melhores condições de

convivência e para adequar as estratégias quando necessários.

Os primeiros concorrentes são denominados pelo diretor como

representantes de produtos e similares. Eles são pessoas ou empresas que

representam outros fornecedores com produtos muitas vezes similares e atua na

mesma região.

O segundo concorrente destacado na entrevista são empresas de maior

porte que os representantes que vendem seus produtos diretamente aos

distribuidores e supermercados, sem intermediação de representante o que,

segundo ele, permite uma diferenciação no ato da venda.

Os dados coletados permitem que, apesar das boas relações existentes, as

expectativas dos concorrentes em relação à empresa sejam de penetrar nos

mercados de domínio desta empresa, tomar espaços tomados por ela, superar e

antever suas ações, entre outros.

A rivalidade entre os concorrentes assume corriqueiramente a forma de

disputa por posição. As táticas usadas aqui variam de concorrência de preços,

batalhas de publicidade, enfoque nos serviços prestados e vantagens aos clientes,

entre outras.

Uma coalizão, neste caso, representaria uma forte ameaça, uma vez que

outro concorrente poderia obter produtos com custo menor, aumentar o seu poder

de negociação, abranger maiores fatias de mercado ou conquistar alguma forma de

liderança.

Vale lembrar que a aquisição de uma empresa já existente, ou um processo

de fusão com a intenção de construir uma posição no mercado, deve ser visto como

entrada, mesmo que nenhuma entidade inteiramente nova tenha sido criada. Ainda:

a entrada de um novo concorrente sempre trás com sigo o desejo de ganhar parcela

de mercado e freqüentemente recursos substanciais.

Algumas medidas políticas também exercem influencia direta nas ações das

empresas, especialmente no que se referem às questões tributarias. Até dois anos

anteriores, como exemplo, todos os alimentos de cesta básica eram isentos de

ICMS, no intuito do aumento de arrecadação, os governos estaduais passaram a

tributar esses produtos.

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4.2.1.2 Oportunidades

Para o diretor entrevistado, sob aspecto de oportunidade, na Analise SWOT,

destaca-se a possibilidade de estar mais próximo do PDV, logo, mais próximo do

cliente.

Também mencionou como oportunidades a capacidade de aumentar novas

frentes de negocio destacando a condição de melhor trabalho junto aos

comerciantes da região de atuação.

Na condição de oportunidade na analise, a logística aparece como destaque.

Segundo o diretor, o fato de possuir um CD próprio, sem custo de estoque, e mais

acessível permite a ele um melhor atendimento aos clientes na pré venda e acima

de tudo no atendimento de pós venda que envolve a troca de mercadoria, a

substituição de produto e um melhor serviço ao cliente.

.

4.2.2 Ambiente Interno

4.2.2.1 Pontos Fortes

Como primeiro destaque de ponto forte, o diretor entrevistado mencionou

que o Broker não tem custo financeiro com compras dos produtos. Isso é um grande

diferencial frente aos atacadistas e em sua planilha de gastos e investimentos. Não

ter estoques é um diferencial agregado ao fato de não ter custos.

Além da redução de custos de estoque e compra de produtos, o diretor

afirmou que os custos de marketing e merchandising são por conta da indústria a

qual o Broker é filiado e integrante, bem como toda a tecnologia de sistema e

softwares empregados na gestão de sua empresa.

A redução tributaria também foi apontado como ponto forte pelo diretor da

empresa.

Outros diferenciais foram apontados, dentre os quais foram destacados pelo

diretor, em entrevista tais como o treinamento da equipe é dado e fornecido pela

indústria. Além disso, o território no qual o Broker atua é resguardado de outros

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representantes, revendedores ou de outros comerciantes do mesmo produto,

segundo o diretor, o Broker tem o domínio integral do território ao qual esta

contratado.

As pesquisas e informações gerenciais empregadas na tomada de decisão

pelos gestores da Broker são fornecidos e custeados pela industria.

4.2.2.2 Pontos Fracos

Na entrevista com o diretor, gestor direto da Broker esse mencionou como

ponto fraco a pequena margem de contribuição que lhe é designada, segundo ele

considera como limitada.

Outro destaque como ponto fraco é a inflexibilização de suas condições

comerciais, que devem obrigatoriamente, seguir as praticas da indústria o que não

permite que sejam concedidos descontos, sejam feitas promoções ou demais ações

que não estejam acordadas ou autorizadas pela indústria.

Na entrevista, o diretor apontou como uma grande perda, a redução de

atuação com outras indústrias, segundo ele o Broker deve resguardar a industria

uma exclusividade de atuação comercial quanto a produtos similares ao qual esta

acordado. Segundo ele esse ponto restringe acordo com determinadas marcas que

a indústria vê como concorrente e assim, uma redução de seu portfólio.

Destaca-se como ponto fraco, para o diretor a impossibilidade de atuação do

Broker em grandes redes ou canais de distribuição. Ele explicou que os grandes

atacadistas e redes de compra devem efetuar suas compras direto com a industria e

assim, o Broker não pode entrar nem participar de qualquer remuneração sobre

esse negocio. Isso, para o diretor, reduz sua carteira de negócios pois, segundo ele,

as grandes redes possuem o maior volume de compras o que lhe seria atrativo

comercialmente.

Outro fato que o Broker afirma ser prejudicial, de maneira mais amena,

porem causa um cuidado maior é de que o produto de um contratado, não poderá

transitar em um mesmo meio de transporte que outros produtos. Esse fato, para o

diretor é algo que lhe da um maior volume de movimentações logísticas.

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4.3 CONTEXTUALIZAÇAO DOS RESULTADOS

Uma análise do estudo do ambiente interno e externo da empresa e a da

identificação das suas forcas, fraquezas, ameaças e oportunidades, permitem

interferir que a estratégia utilizada tem sido a estratégia de diferenciação, em função

das atitudes e movimentos dos seus concorrentes.

Considerando as características do atual ambiente de negociação e de

gestão, caracterizado pela necessidade das organizações serem cada vez mais

flexíveis e adaptáveis as implicações decorrentes da freqüência e velocidade das

mudanças; as novas formas de gestão da cadeia de suprimento, caracterizada pelo

interesse dos fabricantes passarem a ter preocupações direcionadas para a sua

competência central, qual seja, o processo de fabricação, repassando para outros

integrantes da cadeia produtiva algumas etapas do processo, em especial à parte de

logística e distribuição.

Isto fica evidenciado nas informações explicitas neste trabalho e em especial

junto à cadeia de produtiva do setor de alimentos.

Em função disto e dada as características da empresa pesquisada pode-se

inferir que a empresa precisa redefinir a sua estratégia empresarial, como um

mecanismo para adquirir as melhores condições de sobrevivência e

desenvolvimento, passando de uma estratégia de diferenciação, baseada apenas na

postura e atitude dos concorrentes, para uma estratégia de posicionamento,

incorporando no processo de formulação da sua estratégia outras variáveis do seu

ambiente e as suas próprias características.

Para viabilizar a mudança estratégica a ser adotada uma postura adequada

seria a redefinição da sua forma de atuação passando a adotar e aplicar os

princípios de redes, o que envolve a parceria, a associação, a complementaridade,

entre outros.

Este novo tipo de postura representa uma nova forma de atuação para as

empresas dos vários segmentos e setores econômicos, incluindo o de fabricação e

distribuição de alimentos.

O exemplo de novas formas de atuação empresarial neste setor tem sido o

Broker e o operador logístico, os quais precisam assim que ajustados devidamente,

com contextos e características especificas.

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Dessa maneira, diante da Analise SWOT do Broker, verificou-se que,

segundo a teoria pesquisada e aplicabilidade da mesma na pratica não existem

diferenças. Percebeu-se que o Broker é uma pratica comercial, dentro do segmento

de varejo alimentar, com bons resultados e boas oportunidades de negocio, o que

viabiliza a aplicabilidade dessa ferramenta estratégica.

REFERENCIAS

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