universldade tuiuti do parana centro de...

35
UNIVERSlDADE TUIUTI DO PARANA CENTRO DE POS-GRADUA<;:AO EM SAUDE MENTAL ABORDAGEM INTERDlSCWLlNAR 200 l - 2002 ATENCAO DOS AGENTES COM UNIT ARIos DE SAliDE As PESSOAS COM TRANSTORNOS MENT AlS VERA LUCIA ROSA Curitiba. Parana 2003

Upload: nguyentram

Post on 30-Sep-2018

217 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: UNIVERSlDADE TUIUTI DO PARANA CENTRO DE …tcconline.utp.br/media/tcc/2016/05/ATENCAO-DOS-AGENTES... · enfoques: astrologico, alquimia e demoniologia, dificultando assim 0desenvolvimento

UNIVERSlDADE TUIUTI DO PARANA

CENTRO DE POS-GRADUA<;:AO EM SAUDE MENTAL

ABORDAGEM INTERDlSCWLlNAR 200 l - 2002

ATENCAO DOS AGENTES COM UNIT ARIos DE SAliDE

As PESSOAS COM TRANSTORNOS MENT AlS

VERA LUCIA ROSA

Curitiba. Parana2003

Page 2: UNIVERSlDADE TUIUTI DO PARANA CENTRO DE …tcconline.utp.br/media/tcc/2016/05/ATENCAO-DOS-AGENTES... · enfoques: astrologico, alquimia e demoniologia, dificultando assim 0desenvolvimento

UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA.

ATEN<;:AO DOS AGENTES COMUN1TAR!OS DE SAUDE

AS PESSOAS COM TRANSTORNOS MENT A1S

VERA LUClA ROSA

Monografia apresentada a Universidade Tuiuti do Parana como requisito parcial para aobten~ao do Titulo de Especiaiista em Saude Mental:Abordagem lnterdisciplinar

Orientador: Prof. Mestre Milton Carlos MariottiProP. Mestre Sandra Maria Leite

Page 3: UNIVERSlDADE TUIUTI DO PARANA CENTRO DE …tcconline.utp.br/media/tcc/2016/05/ATENCAO-DOS-AGENTES... · enfoques: astrologico, alquimia e demoniologia, dificultando assim 0desenvolvimento

Poema Chines

Vaaopovo

Viva com de

Ame-o

Comece com 0 que de subc

COllstrua com 0 que de tem

Page 4: UNIVERSlDADE TUIUTI DO PARANA CENTRO DE …tcconline.utp.br/media/tcc/2016/05/ATENCAO-DOS-AGENTES... · enfoques: astrologico, alquimia e demoniologia, dificultando assim 0desenvolvimento

Agradecimento especial itenfenneira e mestre Helena LuizaCereser. Minha amiga, sou gratapela oportunidade de ter sidoorientada por voce, que gentilmentecolaborou e esteve presente emtodas as horas deste estudo.Helena, eu a admiro, muitoobrigada!

Page 5: UNIVERSlDADE TUIUTI DO PARANA CENTRO DE …tcconline.utp.br/media/tcc/2016/05/ATENCAO-DOS-AGENTES... · enfoques: astrologico, alquimia e demoniologia, dificultando assim 0desenvolvimento

SUMA.RIO

RESUMO.............................................................................................................................. vINTRODUCAO..................................................................................................................... 06

2 REVISAO DE LITERATURA 09

2. I PONTUANDO A HlSTORIA DA ATENCAO AO DOENTE

MENTAL NO BRASIL .. 09

2.2 JOINVILLE NO CONTEXTO DA SAUDE MENTAL .. 15

2.3 AGENTES COMUNITARlOS DE SAUDE.. 18

2.4 VISIT A DOMTCILTARIA 20

3 METODOLOGIA 21

4 RIi:LATO Ii: OISCUSSAO 22

5 CONSIDERACOES FINAlS 28

REFERENCIAS BlBLiOGRAFICAS 29

ANIi:XOS............................................................................................................................... 31

Page 6: UNIVERSlDADE TUIUTI DO PARANA CENTRO DE …tcconline.utp.br/media/tcc/2016/05/ATENCAO-DOS-AGENTES... · enfoques: astrologico, alquimia e demoniologia, dificultando assim 0desenvolvimento

RESUMO

o processo de desinstitucionalizayao da pessoa com transtoma mental proposto pelareforma psiquiatrica pressupoe novas metodologias de atenyao, contudo urn desafio para astrabalhadores em saude coletiv3. Os Agentes Comunitarios de Saude sao 0 cia entre asprofissionais dos serviyos de saude e a fitmilia, convivem em seu dia-a-dia com estes, portantapodem contribuir com 0 trabalho em equipc. Este estudo objetivou conhecer a atuayao deAgentes Comunitarios de Saude (ACS) em sa6de mental em duas unidades de Atenvao Basicaa Saude em Ioinville (SC). Trata-se de uma pesquisa qualitativa cujos clados foram coletadosutilizando-se Questiomirios que foram respondidos par 15 ACS e seus responsaveis. Os dadosrevelaram que tanto as ACS quante seus responsaveis nao receberam capacitalVao em saudemental. A maioria demonstra interesse pelo tema e acredita ser necessaria a atenvao para estesusuarios do servilVo de saude, desde que haja educalVao continuada. Vislumbra-se comoresultado deste estudo uma articulal(ao do Servil(o de Saude Mental com as Unidades deSaude da Familia, para que juntos busquem meios de utilizar adequadamente 0 trahalho dosACS.

Page 7: UNIVERSlDADE TUIUTI DO PARANA CENTRO DE …tcconline.utp.br/media/tcc/2016/05/ATENCAO-DOS-AGENTES... · enfoques: astrologico, alquimia e demoniologia, dificultando assim 0desenvolvimento

I INTRODUC;:AO

o primeiro contato da autora com a area de saude mental ocorreu durante 0 estilgio

curricular da disciplina "Enfcrmagem Psiquiatrica" no Curso de Gradua~ao em Enfennagem

oa cidade de Vassouras, Rio de Janeiro, no ano de 1995. Este periodo oportunizou a autora a

reflexao das inquietar;:oes vivelleiadas frente as representar;:oes de uma intcrnaylio psiquiatrica

tradicional fla vida das pessoas que passam por essa experiencia.

Ao tennino da gradu3Q30 surgiu a opoftunidade de trabalhar em sallde mental em urn

Hospital Psiquiatrico Espirita no interior de Sao Paulo. Na oeasiao, embora ainda angustiada

pela experiencia anterior oa graduayao, 0 desafio de enfrentar a situayao venceu as angustias

anleriores e pennitiu a aquisi~o de novas experiencias e conhecimentos que culminaram em

reflexao sobre tratamentos psiquiatricos, a legisla~o e as propostas da reforma psiquiatrica.

A incessante busca da autora em amp liar seus conhecimentos, aprimorar sua pratica

assistencial e enfrentar de5<1fios, a trouxe para 10inville. Santa Catarina, em 1997 para

trabalhar em uma Unidade Psiquiatrica de urn Hospital Geral.

Durante os tres anos em que pennancceu nessa Institui~ao, teve a oportunidade de

desenvolver atividades dentro de uma equipe multidisciplinar de saude metal, bern como

tomar contato com a situa<;30 do portador de trnnstomos menta is do municipio de 10inville.

Atualmente a autora, exercendo atividades em urn Centro de Aten~ao Diaria, percebe

no seu dia-a-dia que por falta de acompanhamento pos-alta, muitos usuarios acabam

reagudizando seu quadro. Dianle deste fato, ve no agente comunitario de saude a possihilidade

de estar visitando estes pacientes e detectando a aderencia ou na~ ao tratamento,

Page 8: UNIVERSlDADE TUIUTI DO PARANA CENTRO DE …tcconline.utp.br/media/tcc/2016/05/ATENCAO-DOS-AGENTES... · enfoques: astrologico, alquimia e demoniologia, dificultando assim 0desenvolvimento

Considerando os principios da refonna psiquiatrica cita-se: a nao exclusao do portador

de transtorno mental; direito ao tratamento nos diversos niveis de aten~o e equidade nos

servi90s de saude.

Para que aconte~a a refonna psiquiatrica proposta, necessario se faz mudan9as nas

institui90es de saude e de toda a sociedade em rcla9aO ao "Iouco" Ter urn louco oa familia era

(6) motivo de vergonha, esquecimenlo e exc1usao. Ha urn veu que encobre este assunto e tabu

a discussao do mesmo, tanto por leigos quanto pelos profissionais de saude.

Partin do do pressuposto de que qualquer pessoa esm sujeita a desenvolver urn

transtorno mental, e direito da popula9aO rcceber informa90es refercntes a saude e doen9a

mental e que a prepare para reconhecer sinais de mudan~a nos comportamentos que possam

evoluir para 0 desenvolvimento de transtomos mentais. A identifica~ao precoce dos sinais,

pode ser realizada por qualquer pessoa: profissionais e ieigos.

Atualmente a percepyao de que a educa9ao em saude e necessaria para todos,

especiaimente a familia que e a institui9ao responsavel pelos cuidados, e indispensavel a

valoriza~ao dos conhecimentos ao prestar cuidados.

Na decada de noventa 0 Ministerio da Saude visando a reformulavao do modele

assistencial vigente, propoe a inc1usao do Programa dos Agentes Comunititrios de Saude

(PACS) na equipe de saude.

o agente comunitirio de saude (ACS), embora sendo urn trabalhador leigo nos

servi90s de saude e a pessoa que vai ate a residencia das familias, inicia e manh!m encontros

periodicos com as mesmas, leva e trnz infonna¢es aos tecnicos em saude.

o compromisso do ACS no programa e realizar visitas a todas as familias de urn

determinado territorio, por conseguinte e a pessoa que tern contato direto e sistematico com

familias, sendo assirn "conhece" a dinamica de cada familia. 0 ACS preparado para perceber

Page 9: UNIVERSlDADE TUIUTI DO PARANA CENTRO DE …tcconline.utp.br/media/tcc/2016/05/ATENCAO-DOS-AGENTES... · enfoques: astrologico, alquimia e demoniologia, dificultando assim 0desenvolvimento

alteravoes no comportamento e atitudes dots) membro(s) das familias, podera identificar

necessidades de intervenyao dos profissionais da equipe de saude.

Em relavao ao prepare da equipe de saude para atuar em saude mental, Pereim, Oliveira,

Costeira (2001) trazem a experiencia do municipio de Sobral/CE, local em que este trabalho

vern sendo desenvolvido.

Partindo destas coJocavoes desenvolvi urn estudo que teve como objetivo conhecer 0

trabalho de agentes comunitarios de saude com os portadores de transtomos rnentais em uma

unidadc basica de saude e em unidade de saude da familia.

Page 10: UNIVERSlDADE TUIUTI DO PARANA CENTRO DE …tcconline.utp.br/media/tcc/2016/05/ATENCAO-DOS-AGENTES... · enfoques: astrologico, alquimia e demoniologia, dificultando assim 0desenvolvimento

2 REVISAo DE LlTERATURA

esta revisao de literatura serao abordados os seguintes topicos: Breve historia da

atenyao ao doentc mental no Brasil, loinville no contexte da saude mental, Agentes

comullit.1.rios de saude (ACS) e Visita Domiciliarias.

2.1 PONTUANDO A H1STORIA DA ATEN<;AO AO DOENTE MENTAL NO BRASIL

A hist6ria aqui descrita foi obtida no livro "Reflexoes sabre a loucura" de ARICO

(J 986) e no livro " Hospicio e parler" TEIXEIRA (1993).

A instituiyao psiquiatrica no Brasil nao foge aos panimetros de tacta a historia da

doen~a mental no mundo.

Os hospitais que surgiram no seculo XIX no Brasil, na verdade serviram para afastar

do convivio da sociedade as pessoas com qualquer problema comportamental diferente, po is

temiam 0 contagia.

Esses hospitais nada faziam para rccuperar 0 doente mental, Fosse por falta de

conhecimento, ou por estarem sendo administrados por ordens religiosas remanescentes do

periodo da inquisi~ao, on de a ca~a as bruxas deterrninava a morte na fogueira a todos aqueles

cujo comportamento , entre outros, fugia as regras impostas pela Igreja.Neste contexto, fica

difici) para a medicina, tambem incipiente na epoca, estabelecer tratamentos para os doentes

mentais.

Page 11: UNIVERSlDADE TUIUTI DO PARANA CENTRO DE …tcconline.utp.br/media/tcc/2016/05/ATENCAO-DOS-AGENTES... · enfoques: astrologico, alquimia e demoniologia, dificultando assim 0desenvolvimento

10

Segundo 0 Dr. Jose Martins da Cruz Jobim, no relatorio da Comissao de Salubridade

da Sociedade de Medicina do Rio de Janeiro, de 1830, resgatado por Paixao, num mesmo

pavimento da Santa Casa, misturavam-se as doidos, nurna 56 sala, por onde passava urn cano

com toda as imundicies do hospital. Colch5es e panos imundos, oode dormiam amontoados.

Os mais violentos eram deitados nurn tronce, no chao sem qualquer especie de conforto e

cram espancados.

o hospicio surgiu como necessidade de urn lugar proprio para 0 doente mental ser

tralado, ullla vez que ate cntao au eram presos au isoladas em alas da Santa Casa e nao

tinham qua\quer assistencia medica especifica. E tambem para proteger a sociedade dos

"Iaucos errantes"

Buscando a hi5t6ria da Psicologia medica e a psiquiatria ARICO (1986, p. 13) traz que:

"A Historia da Medicina nao pode ser aplicada diretamente it Historia da Psicologia, pois que

nascem em urn contexto bern diferente, on de as doen~as objetivamente concretas implicam

em solu~oes praticas que garantam a sobrevivencia ou a cura dos enfermos."

As condutas medicas sao criadas e estimuladas a partir de necessidades reais de

pessoas doel1tes, enquanto que na Psiquiatria sao criadas a partir de necessidades medicas

por seus agentes especializados, uma vez que os individuos, vitimados por enfermidades

estranhas, nao se reconhecem doentes, mas acometidos por fenomenos sobrenaturais. que s6

poderiam ser explicados sob a egide de preceitos religiosos. Por isso muitos medicos que

tentaram entender essas enfermidades foram perseguidos, tendo inclusive sua reputa~ao

profissional atacada.

Como exemplo Reginald Scot, em 1584, quando pretendia desmascarar as

c.aracteristicas demonologicas das bruxas, teve seu trabalho destruido pelo Rei Jacob I..

Outros foram eles mesmos destruidos ao tentar desmistificar os chamados fenomenos

sobrenaturais.

Page 12: UNIVERSlDADE TUIUTI DO PARANA CENTRO DE …tcconline.utp.br/media/tcc/2016/05/ATENCAO-DOS-AGENTES... · enfoques: astrologico, alquimia e demoniologia, dificultando assim 0desenvolvimento

Assim fica facil entender porque interessava aos 610sofos e particulannente aos teologos ,

manter essas crendices, pois com estudos cientificos eles seriam desmascarados.

Mesmo com toda a crendiee, que se acreditava , em fon;;as demoniacas e bruxas, em algumas

tribos siberianas ja pratieavam 0 hipnotismo, para afastar maus espiritos, que na verdade eram

seus pr6prios medos e inquieta~oes, eonforme cita em sua obra "Historia da Psicologia

Medica" Gregory Zilboorg.

A hostilidade contra os individuos acometidos pela "Ioueura" fica facil de entender,

se analisarmos 0 desconhecimento das causas e rea~oes verdadeiras da doeny8, fieando mais

faeil explicar pela otiea do mistieismo e da religiao. Para se ter uma ideia do medo que os

proprios medicos tinham da reayao dos saeerdotes - Felix Plater (1536-1615) estudou os

enfermos, convivendo com eJes e conclulu que a "Ioucura era produzida pelo demonio e nao

por causas da natureza" Tudo por medo, po is outros medicos tiveram seus Jivros proibidos e

reputacao atingida, por discordar da 6tiea da religiao.

lsso s6 come~ou a mudar a partir de Hip6crates, 0 pioneiro da Psicologia Medica.

Apesar dos grandes obstaculos da epoca, eriou a classificacao racional para a loucura.

Com Platiio houve urn retrocesso historico, consideravam-se dois tipos de loueura: urn

resultado de doen~a outra pelo dom divino (misticismo). Poucos sao os registros cientificos

deste periodo, pois 0 poder queria manter a tradi~ao e valores religiosos, nao interessava

estes serem desmascarados. Os escritos de Aristoteles foram queimados no seculo VII,

justamente para preservar a "tradi~ao religiosa"

Nos seculos XllI e XIV os problemas da psicopatologia foram tratados sob outros

enfoques: astrologico, alquimia e demoniologia, dificultando assim 0 desenvolvimento da

Psiquiatria e gerando urn numero cada vez maior de doentes, que na verdade eram eausadas

pela medo e terror dos demonios pregados pela religiao.

Page 13: UNIVERSlDADE TUIUTI DO PARANA CENTRO DE …tcconline.utp.br/media/tcc/2016/05/ATENCAO-DOS-AGENTES... · enfoques: astrologico, alquimia e demoniologia, dificultando assim 0desenvolvimento

12

Neste clima tada e qualquer manifesta~ao que nao Fosse sabre a egide da Igreja cram

considerados heresia. Fai ai que surgiu talvez a pior fase,a mais violenta rea'Yao ao pader

instituido: inicia·se a perseguirrao as bruxas, agora a nlvel institucionaL

Dais te61ogos: Sprenger e Kraemer, com autorizac;.ao do Papa Inocencio vrn, em 1484,

lidemram um movimento sordido para extenninar seres humanos, principal mente mulheres,

bruxas, que diziam estar possuidas pelo demonio. Para consolidar esta maldade escreveram

entre 1487 e 1489,0 celebre Malleus Maleficarum: 0 terrivellivro·texto da Inquisiyao.

Este livro suscitou as rnais terriveis comenmrios e reayoes em medicos, professores e

estudiosos. Tao grande e assustadora era sua crueldade, ao descrever a "Ioucura" 0 que para

e1es era bruxaria, coisas do demonio

o Professor alemao Binz, no seculo XlV, fez 0 seguinte comentario sobre Malleus:

" ...w.o louco, vulgar e cruel, e chega a tao terriveis conclusoes, que nunca antes ou desde enta~

uma combina<;ao semelhante de caracteristicas hOlTiveis saiu de uma escrita humana. Muitos

sentimentos se agitam no lei tor (atual) que se esfor<;a em penetrar no seu texto; sentimentos

de opressao, desgosto, tristeza e vergonha nacional. Qual (destes sentimentos) predomina, e

dificil dize·lo"

o fanatismo religioso era exacerbado, matava·se qualquer pessoa que mostrasse

qualquer comportamento diferente, tudo em nome do "status quo"

Cerca de 40 anos apos essa publicac;ao Vives desenvolve os primordios da Psicologia

Humana, apesar de religioso, tinha interesse pel a reforma e pelo conhecimento da consciencia

sociaL Com estas ideias apresentou uma atitude humanista face ao enfermo mental que nao

preeisava ser tratado de forma desumana, muito menos ser eliminado. Deveria ser tratado com

medicac;ao adequada, tratado amavelmente e internado. So se deveriam usar medidas

reprcssivas em caso de riseos para a propria vida do doente ou a vida de outros.

Page 14: UNIVERSlDADE TUIUTI DO PARANA CENTRO DE …tcconline.utp.br/media/tcc/2016/05/ATENCAO-DOS-AGENTES... · enfoques: astrologico, alquimia e demoniologia, dificultando assim 0desenvolvimento

Vives foi 0 antecessor da psicanalise freudiana, parece que ja sabia algo a respeito

do que viria a ser a grande Revolucao da Psicologia no seculo XX, ou seja, a descoberta do

Inconsciente.

Paracelso (1493-1541), como Vives enalteceu 0 homem simples e nao abandonou a

religiao catolica. Combateu a demonologia oficial e quis resgatar as enfemlidades mentais

para 0 ambito dos fenomenos da natureza. Teve que abandonar Basileia onde era professor de

Medicina e viveu seus ultimos anos oa miseria. foi mais uma vitima da inquisiyao.

Agripa (1486 - 1535), doutor em Medicioa. Direito e Teologia, combateu ferozmente

as postulados demonol6gicos. Como Vives, enalteceu as qualidades da mulher, mOITeu na

mais absoluta miseria , perseguido pel a inquisiCao. Realizou verdadeira revoluctao da

Psiqlliatria, durante 0 Renascimeoto

Weyer (1515-1588), medico notave1, sua observacoes baseadas no empirismo

espontaneo sao vididas ate os dias de hoje, ao menos em termos de psicopatologia descritivas.

Procurou resgatar para a Medicina 0 tratamento das enfermidades Olentais. Preconizava a

oecessidade de individuaJizacao dos tratamentos medicos. "0 doente mental e uma criatura

unica, que Olerece cuidados, atencao, apoio e solidariedade" Leroi (1563-1633) enfatizou que

as explicacoes sabre a histeria deveriam ser encontradas no cerebra.

A Psiquiatria da seculo XVlI era repressiva. Estacionada no ambito dos aspectos

demonol6gicos. Os medicos slipunhaOl que somente Deus e a igreja sabiam explicar e

compreender a loucura A magistral obra de Weyer, oa luta para separar a Psicologia Medica

do obscurantismo religioso, nao teve continuidade. Apenas alguns clinicos da epoca

defendiam posicoes humanitarias a respeito do enfenno mental; entre eles destacaram-se

Andre du Laurens, Jacques Ferrand e Francois Bayle.

Somente em 1682 foi abolida a pena de marte para as bruxas e feiticeiros, somente 12

decadas depois da publicacao do "De Fraetigiis Daemonum", a mais importante obm de

Weier.

Page 15: UNIVERSlDADE TUIUTI DO PARANA CENTRO DE …tcconline.utp.br/media/tcc/2016/05/ATENCAO-DOS-AGENTES... · enfoques: astrologico, alquimia e demoniologia, dificultando assim 0desenvolvimento

14

No seculo XVII as dogmas religiosos foram se transformando gradativamente em

dogmas da rauo. A 19rejaja nao tioha todo 0 poder de dirigir as caminhos da Ciencia.

A partir dai, muitos outros estudiosos e medicos foram surgindo com novas ideias all

oem tanto, algumas evoluiam outras retroagiam , buscando entender a loucura.

Para Kant a loucura e incuravel. Hegel a situa dentro da propria fmo, e nesse sentido,

seria passivel de tmtamento.

A partir do seculo XVIIl. houve 0 que Foucault chamou de "grande confinamento"

Os manicomios tlnbarn como principal objetivo a retirada dos laucos do ambito da vida

comunitiria. A violencia Que sofriam oa rua, oa verdade foi transferida para 0 interior dos

hospitais, metodos e tratamentos muilas vezcs equivalentes a tortura fisiea.

Pinel (1745-1826) eonheeia 0 trabalho de Colombier aeerca dos doentes mentais, onde

a humanizayao dos manieomios era objetivada, dentre outras melhorias uma eama para eada

doente. Lutou e criou dispositivos para urn novo enfoque nos tratamentos dos loueos.

A Revoluyao Francesa foi a grande marco para tirar do Estado 0 poder sobre 0

homem.

Seguiram-se varios estudiosos na Franc;a, Alemanha, buseando explieayoes e saidas

para a loucura. A partir do seculo XX muitos receberam a influeneia das deseobertas

psicanaliticas de Freud e tanto a psieologia tradicional como a psiquiatria, tiveram de ser

repensadas.

COSTA apud TEIXEIRA (1993) chama a aten¢o, para que se estabelec;a uma

metodologia propria para 0 tratamento psiquiatrieo no Brasil, visto que inieialmente era

fundamentado na escola francesa.

Page 16: UNIVERSlDADE TUIUTI DO PARANA CENTRO DE …tcconline.utp.br/media/tcc/2016/05/ATENCAO-DOS-AGENTES... · enfoques: astrologico, alquimia e demoniologia, dificultando assim 0desenvolvimento

15

Este modele aprimorado por Juliano Moreira no Rio e Janeiro na primeira decada do

seculo XX. fai seguido pel os demais estados, dentro de suas necessidades e condi90es sempre

com 0 objetivo de transfommf "0 corpo violento em corpo pacifico" Primeiro prender 0

IOlleo no hospicio, depois ver se pode ou nao seT curado.

Buscando a historia da Psicologia medica e a psiquiatria, ARJC6 (1986, p. 13) traz

que: "A Historia da Medicina nao pode seT aplicada diretamente a Historia da Psicoiogia, pois

que nascem em urn contexto bern diferente, oode as doeny3s objetivamente concretas

implicam em soluyoes praticas que garantam a sobrevivencia ou a cura dos enfermos."

Zilboorg chamau de "segunda revoluyao psiquiatrica" tendo como origem evidente 0

pensamento freudiano, que formalizou a Ciencia Psicanalitica.

Ate aqui, foi visto um pouco sobre a historia da aliena¥ao mental, desde a antiguidade

ate 0 nascimento da psiquiatria contemporanea. Tambem 0 resgate da loucura alraves da

investiga((3:o cientifica que substituiu os dogmas teologicos e a ignorancia articulada ao

rnisticismo.

2.2 JOINVILLE NO CONTEXTO DA SAUDE MENTAL

Joinville tern urn total de 436.585 habitantes distribuidos em 38 baiITos ou vilas

confonne dados de IBGE do ana 2000 apud TROI'vfM (2002), POSSU! gestao plena de saude. Eo municipio sede da 133 Coordenadoria Regional de Saude do Estado.

A problematica da saude mental no municipio e discutida desde 1985. VlTORlNO

(2002) contribui com os dados contidos no breve historico de saude mental em Joinville.

o fechamento, em 1986, do unico hospital psiquiatrico (Clinica Nossa Senhora da

Saude) causou impacto social fazendo com que os pacientes com indica((3:o para internacao

hospitalar fossem deslocados para Florianopolis ou Curitiba (PR).

Page 17: UNIVERSlDADE TUIUTI DO PARANA CENTRO DE …tcconline.utp.br/media/tcc/2016/05/ATENCAO-DOS-AGENTES... · enfoques: astrologico, alquimia e demoniologia, dificultando assim 0desenvolvimento

16

A partir de 1987, com a Criay30 da Secreta ria Municipal de Saude tern Inicic a

organizacao do servivo de saude mentaL Em 1988 0 atendimento e realizado pOf Ires (03)

ambulatorios de referencia com psiquiatra, psic6Iogo infantil e adulto.

No periodo compreendido de 1989 ate \992 a assistencia continua nos ambulatorios

de referencia com contrata9ao de Qutros profissionais (assistente social e terapeUI3

ocupacional).

Com a implantayao do Centro de Aten930 Psicossocial (CAPS) de 1993 a 1996 houve

o remanejamento das equipes para cste novo serviyo. retomando ao modelo centralizado.

Mesmo com a inaugura.,-:ao da ala psiquiatrica em maio de 1997, no Hospital Regional

Hans Dieter Schimidt, com 28 leites continuou 0 deslocamento de pacientes para outr05

municipios.

Em nl3rC(0 de 1999, houve a descentralizacao da assistencia com alocamento de

recursos humanos nas Regionais de Saude, visando maior cobertura. As Regionais de Saude,

em numero de nove (09) servem de referencia para as demais unidades ambulatoriais da sua

area de abrangencia, tendo de 3-5 postos de saude sob sua responsabilidade. Neste mesmo

ana foram criados: 0 Pronto acolhimento Psicossocial (pAPS) e Projeto Catavento. 0 PAPS

foi implantado para atender a demanda espontanea que tern por objetivos:

-Acolher (ouve 0 pedido);

oEncaminhar para triagem;

-Iniciar 0 tratamento medicamentoso, quando necessario;

'Garantir a entrada do paciente no servico de saude mental (na rede basiC3 de sallde);

·Realizar grupo de intemacao;

·Orientar familiar e grupo de apoio.

o projeto Catavento foi implantado nos 42 Postos de Saude, visando a atencao

individual ou em gmpo aos usuarios com transtomo de ansiedade e depressao leve a

Page 18: UNIVERSlDADE TUIUTI DO PARANA CENTRO DE …tcconline.utp.br/media/tcc/2016/05/ATENCAO-DOS-AGENTES... · enfoques: astrologico, alquimia e demoniologia, dificultando assim 0desenvolvimento

17

moderada e somatiza~o. Tmplementado par enfenneiros, protissionais de saude mental e

clinicos gerais

o Servic;o de saude mental em setemhro 1999 passa a ser urn programa. A comissao

de avalia~ao e contrale dos transtornos mentais foi criada emjulho de 2000.

A partir de ZOOl deu-se a implantaQAo e funcionamento do Centro de Atenyao Diaria

(CAD) e Hospital Dia "Nossa Casa" e tamhem a Unidade de Tratamento em dependencia

Quimica.

o CAD tern as objetivos a seguir:

• Atender pessoas que necessitam de acompanhamento mais intensivo e diferenciado das

a~oes desenvolvidas em ambulatorio;

• Criar uma rcde de assistencia voltada a reabilitayao psicossocial desenvolvendo ac;6es

de atenc;ao diaria e integral priorizando a eli en tela com sofrimento psiquico grave;

• Evitar e ou diminuir reinternayoes psiquiatricas;

Funcionar diariamente com dois tumos de 4 horas prestando atendimento

multiprofissional dumnte urn periodo minimo de 3 rneses de acompanharnento.

A Unidade de tratamento em dependencia quimica desenvolve as seguintes ayoes:

• Triagem;

Atendimento individual e de grupo nas areas de psiquiatria, psicologia e assistencia

social;

Encaminhamento para internayao e desintoxicayao;

Acompanhamenlo ambulatorial.

Principals dificuldades pam manutenyao e resolubilidade do serviyo:

-algumas ayoes realizadas em saude mental no municipio ainda nao estiio integmdas

••equipes incompletas nas retaguardas

••pacientes sem vinculo familiar

Page 19: UNIVERSlDADE TUIUTI DO PARANA CENTRO DE …tcconline.utp.br/media/tcc/2016/05/ATENCAO-DOS-AGENTES... · enfoques: astrologico, alquimia e demoniologia, dificultando assim 0desenvolvimento

18

"carencia de programas interinstitucionais que envolvam a sociedade com as a~5es de saude

menial

·pacientes que nao pertencem ao municipio de loinville e buscam ayoes em saude mental

·paclcntcs da Associayao dos Munidpios do Norte do Estado de Santa Catarina

(AMUNESC) que estiio hoje em acompanhamento no PAPS, fiearao sem refen!ncia

Atualmente 0 servi<;:o de atenyao it pessoa com transtorno mental esta sende

reorganizado.

2.3 AGENTES COMUNITARJOS DE SAUDE (ACS)

A pro posta de organizayao cia atencao psicossociai no Brasil e uma das reivindicm;ocs

permancntes dos profissionais da saude mental, vista queja naPortaria INAMPS/PRIN 3344

de 23 dejulho de 86 que constitui grupo de trabalho para assessorara presidencia do INAMPS

oa area da Saude Mental, contemplava a preocupa~o com a necessidade de reduzir as

hospitalizayoes, atraves do atendimento extra-hospitalar, relacionado a familia e a comunidade

do paciente.

programa de agente comunitario de saude foi implantado no Brasil, em 1991 apos

experiencias concretas em alguns estados do Nordeste e por sugestoes

apresentadas pelos Iidercs comunitarios da Pastoral da crianyalCNBB

(MlNISTERJO DA SAUDE, J993).

Este programa teve como objetivo: Me1horar, atraves dos Agentes Comunitarios de

Saude a capacidade da populayao de cuidar da sua saude, transmitindo-Ihe infonnayoes e

conhecimento e contribuir para a constmyao e consolidayao dos sistemas locais de saude.

Tambem 0 ACS deve ser urn elo entre a equipe de saude e a comunidade, visando

prioritariamente a atenyao a familia em seu contexto socio cultural.

Page 20: UNIVERSlDADE TUIUTI DO PARANA CENTRO DE …tcconline.utp.br/media/tcc/2016/05/ATENCAO-DOS-AGENTES... · enfoques: astrologico, alquimia e demoniologia, dificultando assim 0desenvolvimento

19

o agente comunitirio de saude tern diversas atribuir;oes, entre elas salienta-se:

"Identificar individuos e familias expostos a situac.;oes de risco" e "Orientar as familias para a

utiliz3yao adequada dos serviyos de saude, encaminhando e ate agendando consultas e exames

Quando necessario" Ministerio da Saude (2000 p. 17).

Em loinville das 189 vagas de ACS existentes, 155 ACS estao locados no Programa

de Saude da Familia e 20 estiio em uma Unidade de saude, sob responsabilidade de urn

enfenneiro. As vagas restantes sedio ocupadas em breve apos sel~ao. Ernbora 0 PSF exista

desdejulho 1994, as ACS foram incluidos somcnte a partir de maio 2001.

A realidade mostra que 0 ensino na area da saude, ainda se d<i no modele biomedico

Que dicotomiza 0 corpo-mente, com pouea importiincia ao aprendizado para a manutenc:;ao da

saude mental, diagn6stico e tratamento de transtomos mentais. Sen do os profissionais

fonnados neste modelo os responsaveis pela capacitac:;ao dos agentes comunitilrios de saude,

nao conseguem mobiliza-Ios para a percepc:;iio da problematica da atenc:;ao a saude mental.

Quanto a capacitac:;ao de agentes comunitarios de saude, BlRMAN, COSTA (1994, p.

60) trazem que 0 psiquiatra deveria atuar indiretamente na promoc:;ao de saude, com

I)Educac:;ao da populac:;ao atraves dos meios de comunicaC:;iio de massa,

sabre sinais precoces de crise e doenc:;a mental e de como atuar nestas

circunsmncias;

2)Atraves dos lideres formais e infonnais da "comunidade", na

qualidade de supervisor de saude mentaL

Os agentes comunit<irios de saude preferentemente sao selecionados entre aqueles que

demonstram capacidade de lideranc:;a na sua comunidade, portanto passiveis de preparo nesta

func:;ao confonne os autores citados preconizam.

Page 21: UNIVERSlDADE TUIUTI DO PARANA CENTRO DE …tcconline.utp.br/media/tcc/2016/05/ATENCAO-DOS-AGENTES... · enfoques: astrologico, alquimia e demoniologia, dificultando assim 0desenvolvimento

20

2.4 VISITA DOMICIUAillA

E func;ao cotidiana do ACS, conforme 0 MINISTERlO DA SAlrDE (2000) realizar

visitas As familias de urn determinado tcrrit6rio, com a finalidade de monitorar a situayao de

saude das familias. 0 resultado de cada visita e discutido com a equipe que toma decisoes e

fazem os devidos encaminhamentos.

Neste estudo optou-se pelo vocabulo "visita domiciliaria" pois e mais indicado. 0

t.enno "domiciliar" conforme FERREIRA apud EGRY, FONSECA (2000) e urn verba

transitivo direto e significa dar domicilio a; recather em domicilio; fixar residencia au fixar

domicilio, enquanto que "domiciliario" e urn adjetivo relativo a domicilio. feito no domicilio.

cujo feminino e domiciliaria.

Visita domiciliaria e 0 vocabulo mais indicado para dcsignar este procedimento

A visita domiciliaria pode ser realizada por todos os componentes da equipe do

Programu de Saude da Familia (PSF) conforme necessidade.

A visita domiciliaria (VO) na conceplj:ao de SIMAO (199-); MAZZA (1994) e um

instrumento que proporciona 0 conhecimento dos individuos, da familia e da comunidade

tanto mas condi.;;oes economicas, sociais e culturais quanto suas rela.;;oes afetivas,

necessidades e potencialidade.

Na VD pode-se alem de conhecer a realidade s6cio-economica e sanitaria, fomecer

subsidios educativos, mobilizar as familias na educalj:ao para a saude e despertar fla populavao

a preocupar;ao para os detemlinantes do processo saude-doen9a.

o entendimento de territorio pam BASAGLIA apud GIOV ANELLA, AMARANTE

(1994) e maior do que "comunidade" visto que no territorio ha uma for9a viva de reia90es que

as pessoas estabelecem entre si, considerando 0 contex.to s6cio- cultural.

Page 22: UNIVERSlDADE TUIUTI DO PARANA CENTRO DE …tcconline.utp.br/media/tcc/2016/05/ATENCAO-DOS-AGENTES... · enfoques: astrologico, alquimia e demoniologia, dificultando assim 0desenvolvimento

3 M[TODOLOGIA

Para conhecer a realidade da aten~o dos ACS em saude rnental no municipio,

realizou-se uma pesquisa qualitativa com urn dos responsaveis pela PACS; com 04

responsaveis pelos ACS e com 15 agentes comunitirios de saude.

Fai feita uma solicita<;ao por escrito a Secretilria Municipal de Saude para a reaiiza¥ao

da pesquisa. Apos a permissao da Secreuiria foi feito contata teleronico com os responsaveis

pelos servir;os para a escolha dos participantes e agendamento para a aplicac;:ao dos

questiomirios.

Vista a existencia de 30 equipes de PSF e 175 ACS, no municipio optou-se por

entrevistar as ACS de dais postas de saude. Urn deles com duas equipes de PSF e 0 outro

posto de saude sem estrutura de USF A escolha dos participantes foi feita juntamente com

uma das respons3veis pelo programa.

A coleta de dados consistiu na aplica~o de questionarios. Das 03 protissionais

respons3veis pelo Programa de agcntes Comunititrios de Saude, urna se disp6s a responder ao

questionario contido no anexo I. As questoes contidas no anexo 2, foram respondidas por 03

enfenneiros e 01 medico que trabalham com ACS, destes respondentes, urn dos enfcrmeiros

nao tern a estrutura de USF. As questoes do anexo 3 foram respondidas por 15 ACS, destes, 08

participam em 02 equipes de USF, os demais eswo trabalhando em urn posto de saude sob a

Page 23: UNIVERSlDADE TUIUTI DO PARANA CENTRO DE …tcconline.utp.br/media/tcc/2016/05/ATENCAO-DOS-AGENTES... · enfoques: astrologico, alquimia e demoniologia, dificultando assim 0desenvolvimento

22

supervisao de apenas uma enfermeira. Os respondentes estao identificados como "R"

(respons.ivel pela PACS, enfermeiros, medico supervisores dos ACS) e "A" para os ACS.

Os dados coletados foram agrupados, analisados confonne propocm rOLIT e

HUNGLER (1995). A discussao foi realizada sob a luz do referencial teorico.

4 RELATO E DISCUSSAO

Para melhor organiza¥ao os dados foram analisados por grupos. 0 grupo denominado

"A" compreende os dados obtidos atraves das respostas da responsavei pelo PACS. 0 grupo

"8" compreende os profissionais tecnicos da arca de saude (01 enfermeira responsavei pelo

PACS; 03 cnfemlciras supervisoms de ACS e 01 medico supervisor de ACS). 0 grupo "e" ecomposto pelos ACS (08 vinculados ao USF e 07 scm estrutura de USF).

Grupo A

As infonnac;oes fomecidas quanto a capacitac;ao dos ACS indicam ler acontecido logo

apos a seleyao, chamada capacita((ao introdutoria, sendo realizadas capacita((oes de acordo

com a necessidade percebida nos locais e quando dctemlinadas peJa Secrelaria Estadual e

Ministerio da Saude. Estas capacitavoes sao reaiizadas pelos Tecnicos da Secretaria da

Saude do Municipio: enfenneiros, medicos, pedagogos, engenheiros sanitaristas e assistente

socia!.

Os temas contempiados oa capacita((ao sao: Revisao Historica do Movimento San ita rio

(Geral) Constitui((ao Federal/Lei 8080/90 I Lei 8.142/90; PACS; PSF; Cadastramento do

Usuario SUSU, Territorio Solo, Territorio Processo, Educa((ao em Saude, Lmunizayao; Visita

Page 24: UNIVERSlDADE TUIUTI DO PARANA CENTRO DE …tcconline.utp.br/media/tcc/2016/05/ATENCAO-DOS-AGENTES... · enfoques: astrologico, alquimia e demoniologia, dificultando assim 0desenvolvimento

23

Domiciliar, Entrevista (Abordagem) - Introdutorio. Dengue - Anti-Ratizayao - "Caramujo"-

Hanseniase - Tuberculose.

Atualmente todas as Equipes de Saude da Familia (ESF) tern ACS, no municipio de

Joinville. Cada ACS alende em media 150 fami1ias~ cada ESF atende ate 1.000 familias ou

4.500 pessoas. Os bairros onde estiio localizadas as USF. sao: Santa Catarina; ltaum; Nova

Brasilia; Aventureiro; Paranaguamirim; Comasa; Boehmerwaldt; lardim Sofia; Rio da Prata;

Jardim Paraiso; Rio Bonito; Vila Nova Rural.

Em res posta a questao sebre 0 conhecimento de experiencias da atua~o dos ACS em

saude mental diz "S6 de cuvir falar. Nao Ii nada a respeito"

GmpoB

Dos quatro profissionais respondentes, da questao: Qual sua rela'tao com os ACS?

Todos informam que a re1a<;ao e profissional de supervisao, orienta'fiio e troca de

infonnayoes. Chama aten<;ao a seguinte colocay80: ." as vezes elas me proclIram para lralar

de asslllllOS pessoaij', (R3) Ainda uma enfenneira traz que houve mudan<;a para melhor no

relacionamento, afirmando: Uma relafoo trallqiiila, IlIas so de lim tempo para ca (R2).

Hi!. uma diversidade nas respostas quanta a frequencia dos encontros com os ACS,

acolltccendo: Todas as semanas I/aS sexfas-jeiras com loda a eqllipe e quando necessario

individllalmente (R2); Con/orllle necessidade. Temos 0 tempo disponivel do expediellle, se 1100

jorasslll1fo Ill'ge/1le 110mOll/elllO, agendamos horario para cOl/versar (N4). diariamellfe (R5).

Os assuntos tratados sao: andamento das visitas; situa<;ao de pacientes (diabeticos,

hipertensos, gestantes, crianc;as); inclusiio de pacientes novos; problemas sociais; Uma das

enfermeiras demonstra preocupa<;ao com 0 ser humane "ACS" ao dizer que as assuntos

tratados: scio fanlo profissionais quan/O pessoais, sendo os as.Hmfos profissionaij' lIIai!;

/reqiiemes (R3).

Page 25: UNIVERSlDADE TUIUTI DO PARANA CENTRO DE …tcconline.utp.br/media/tcc/2016/05/ATENCAO-DOS-AGENTES... · enfoques: astrologico, alquimia e demoniologia, dificultando assim 0desenvolvimento

24

Quando questionados sabre a existf!ncia de capacita~o dos ACS em saude mental, foi

uminime a resposta "Nao" ESle SitU3<;iio confirma a desarticulayao entre as 3coes voltadas

para 0 individuo como um ser humane integral com necessidades fisicas, mentais e sociais.

Alguns servi<;os ja estao conseguindo desenvolver trabalhos junto a comunidades, aplicando a

visao holistica do ser humano, con forme relatos de Pereira; Oliveira, Costeira (2001) e

Birman, Costa (1994)

Em rclavao a questiio qual seria 0 perfil ideal do ACS, as respostas fcram:

Deveria ser me/hoI' preparado para all/or lias SUIIQ90es diver.ms de sell troha/ho,

capacila~'jjes COIJ.Honles (Rl).

Fazer parle da cOl1lllnidade, visiio aitica, 1/(10II1l1ilodtferellle do que hOje lemos em lIossas

areas, Facilidade do Imbalflo em equipe. cOllhecimento de com1111idade (R4).

Penoas com capacidade de comllnica9iio (exlrol'ertidm). qlle se entrosem na comllnidade e

com l'onlade de melllOmr a slIa comllnidade (/?5).

Acredilo qlle 0 pelfil ideal seja 0 de !IIIIGpessoa segura e ciellle do seu papel. illleressada lIa

sa/ide da COlllllllidade e do ;lIdil'ldIlO, disposla a eslar em conslallle proces.mde aprendizagem

e qlfe aceile crilica.\' COlIslrulivas (R3).

Percebe-se que h3 grande expectativa quanto as qualidades pessoais dos ACS por

parte dos profissionais de nivel superior, assim como 0 MinistE.hio da Saude (2000, p. 17)

preconiza diversas atribuiyoes, tais como: "Identificar individuos e familias expostos a

situayoes de risco e "Orientar as familias para a utilizaQao adequada dos serviQos de saude,

encaminhando e ate agendando consultas e exames quando necessario"

No questionamento quanto a contribuiyao do trabalho dos ACS, todos afinnam ser de

grande import<'incia 0 trabalho prestados por estas pessoas, ressalta-se 0 seguinte: Sem 0 ACS

mmea conseglliriamos alingir as melas prel'iSlaS (R2) nos trazem infonnayoes relevantes em

reJayao ao meio ambiente e ao estado de saude da populayao, bern como reivindicayoes da

comunidadc, (R3)

Page 26: UNIVERSlDADE TUIUTI DO PARANA CENTRO DE …tcconline.utp.br/media/tcc/2016/05/ATENCAO-DOS-AGENTES... · enfoques: astrologico, alquimia e demoniologia, dificultando assim 0desenvolvimento

25

Grupo C

Este grupo comporta as opini5es emitidas par 15 ACS. A resposta para a questao: Hit

quanto tempo voce esta atuando no Programa de ACS? Variou de 03 meses a 2 anos,

predominando 0 tempo de J 8 meses. No que diz respeito a capacitayao para a fuTU(30 14 ACS

tiveram capacitayao introdutoria. Somente uma ACS, admitida ha 03 meses infonna nao ter

recebido capacitayao pois enlrei .W), depois de lodos (A I 0). A capacitayao foi realizada pelos

profissionais da Secretaria Municipal de Saude. Os assuntos citados pelos ACS confirmam

aqueJes infonnados pela enfermeira responsavel pelo PACS.

Em reJayao a pergunta "Quantas familias estao sob sua rcsponsabilidade?"

o numero de familia variou de 73 a 220, sen do que 73 ficam sob responsabilidade da ACS

(AID) que foi admitida hit 3 meses e nao recebeu capacitayao intradutoria. Verificou-se que a

media de familias por ACS e de 167

A questiio "Descreva 0 seu dia-a-dia como ACS?" Todos os ACS responderam que visitam

famiiias, realizam controles e orientam sabre alguns cuidados assim como sobre 0

funcionamento do posto de saude.

Chamou atenyao a gama de sentimentos descritos desde satisfayao ate frustrayoes neste

cotidiano em cantata com as familias que sao mostrados nas seguintes falas: Meu dia-a-dia esempre elldo de sWl)resa. Ell IIIl11easei 0 que 1'011el1eOl1lrar. TemlllllilOs drogados. EneonJro

jilmilias desmallfeladas (A9)

Mell dia-a-dia COIIIOACS e lIIaravilhoso. Elf adorn mell conlalo COllia comunidade. Eles se

aCOslllllloram comigo e hoje me recehem em silas casas C01ll0 a/gwim de sua/amilia (A J 3).

E IIfIi Iraha/ho que muilas vezes deixa a genIe preocupada com a alllal siluafiio de

desemprego, de U.'il/ario de dragas, de omissiio 101110da .mciedade. quanto/amiliar. PonJm e11mIrabalho qlle nos deixa/eliz em poderajl/daras pessoas, porque JIll/ilO.\'vezesaJem de dar

Page 27: UNIVERSlDADE TUIUTI DO PARANA CENTRO DE …tcconline.utp.br/media/tcc/2016/05/ATENCAO-DOS-AGENTES... · enfoques: astrologico, alquimia e demoniologia, dificultando assim 0desenvolvimento

26

esclarecimellfOS nO.I fornamos amigoj" e os nOj"SOSidosas l1Iuilos dias que rem apenas algllem

para cOl/versa,.. (A6)

A questao: Que sentimentos voce tern em rela~ao ao portador de sofrimento psiquico (doen~a

mental)? Os sentimentos mais freqiienlemente expressados foram: medo, angustia,

pena/piedade/d6. Sentem-se impotentes frente a pessoas com sofrimento psiquico

reconheceram suas incapacidades. Con forme se percebe oa fala a seguir: As vezes lim POl/CO

de I'eceio. NOlo qlle jalta llm pOlleo de capacilOrfio IIcsle O'<;SlInlo, pOl' IIlio saher 0 que falar.

agi,. em alglllls casos mais serios (A2).

Uma ACS referiu: Tel/llo sel/limen/a de solidariedade e de empalia, 011seja, me coloco 110

Jugal'de fais pessoais (A I). Pela definiyao mostra que USOll corretamente 0 tenno empatia.

A ultima questao: Voce ja encontrou pessoas com sinais de mudanyas de comportamento em

suas visitas? Quais mudan¥as? Teve as seguintes respostas:

Seis ACS responderam que nunca encontraram. Vma dessas agentes (A6) disse: Na mil/ha

micro-ilrea lIao lem lIillglUtm. Ja visilei com lima amiga e COI1Je:isoqllejiqllei Irallmalizada em

ver a eSlado em que se enCOlllrava, e em mtlra silUaqiio, visilei a pedido do enfermeira, lima

set/llora que ja havia /lie recebido /IIuilo bem, mas naquele dia, ja lIavia JI/gido de casa e

e.wava 0 dia lodo com a martelo I/Omoo, lima situa~oo que e muito trisle.

Outra agente (A7) respondeu: Sirn. Ullla flniea pe!isoa que me elrama muilo a atem;iio e IIl11a

set/hom COlli mats 011menos 50 anos, qlle jd vive 11111 qlladro de esqllizojrenia catalo/lica,

diagnoslicado pelo psiquiatra. Ela (em atilttdes as.'lIIsladoras, como par exemplo:jiear varias

milllllos sem piscar os olhos, niio Jala e .fica varios dias sem lomar ballllo. Um rOllpas niio

adequadas pam a eSla((iio. Niio lem alill/des agressivas, mas 0 olhar dela suga a energia da

genIe. Niio tenllo medo, lellllo pella.

Outras respostas merecem destaque: Sim. Em lima lll1iea casa. Procllro vlsila-Io quando ele

eSla calma. iSla e, quando ele esfa selJlado lIa garagem e quando esta aeompanhado. Essa

Page 28: UNIVERSlDADE TUIUTI DO PARANA CENTRO DE …tcconline.utp.br/media/tcc/2016/05/ATENCAO-DOS-AGENTES... · enfoques: astrologico, alquimia e demoniologia, dificultando assim 0desenvolvimento

pessoafaz fempo qllefaz fratamenlo pSiqllialrico, as IIIl1dal1faS que nolo Iicomo: quando vejo

ele no rua alldando dllm Iml lado para oillro sem 1711110cerlo, efumando sem parar, Iml arras

do mltro. (A2) Stm, dUGSpessoaJ. Nilofala, fica agitado e ao meu redo,. a mile dele qlle relira

ele de perla de lI1im. (A3)

Surpreendeu-me a resposta de A I, ao constatar que nao demonstra preconceito quando diz:

eslas pessoas lliio gostam Oil nilo selllem Ilecessidade de COl11l11licar.:iio.Se esqllivam sempre

que vejam algI/em. Tel/ham medo e alguns se selllem no proprio 11I/(lldo (sozinhos). Mas COlli

I1Ido isto, niio .wio indi/erellles, slio inleligemes e J·impatica.\'.

Page 29: UNIVERSlDADE TUIUTI DO PARANA CENTRO DE …tcconline.utp.br/media/tcc/2016/05/ATENCAO-DOS-AGENTES... · enfoques: astrologico, alquimia e demoniologia, dificultando assim 0desenvolvimento

CONSIDERACOES FINAlS

o resultado desse estudo possibilitou conhecer urn poueD do trabalho que os Agentes

Comuniliuios de Saudc (ACS) desenvolvem junto a comunidadc. Verificoll~se a ausencia de

respaldo ao tratamento as pessoas com transtomo mental oa rcdc basica de saude e nas

unidades de saude da familia, Tambem visualizou-se a Equipe de Saude Familia (ESf) como

principal parceira para integrar as ac;;oes de saude mental na aten¢o prima ria.

Entende-se que sao necessarias algumas medidas para que se pessa reverter essa

realidadc. Dentre estas, a capacitac;;ao dos responsaveis pelos ACS bern COIllO a supcrvisao da

equipe de saude mental (ESM), aos profissionais de saude e aos ACS, que atendem a teda a

popula~o. pessoas portadoras ou Olio de transtomos menta is.

As pessoas nao padecem de sofrimento fisico e mental separadamente, Sendo assim,

a responsabilidade pelo cuidado dessas pessoas c tanto da ESF quanto da Equipe de Saude

Mental. a resultado deste estudo pretende sugerir ao servi~o de saude mental que articule urna

alianca com 0 PSF para que juntos busquern meios de utilizar adequadamente 0 trabalho dos

ACS, que como citam FRANCO, LANCE TTl (2001) "Sao os grandes descobridores dos

recursos escondidos da comunidade"

Precisamos desmitificar a "Ioucura" no que se refere it possibilidade de aceita~ao do

tratamento das pessoas com transtomos menIalS na rede ambulatorial, tanto dos familiares

quanta dos profissionais. Sempre havern os que querem e os que nao querem mudar. Cursos

de capacila~ao e programas de educa~ao continuada enfocando a saude mental podem ser

estrategias para mostrar aos profissionais de saude que e possivel operar mudanyas quando hit

sensibilizac;ao e comprometimento com a saude da popula~o.

Page 30: UNIVERSlDADE TUIUTI DO PARANA CENTRO DE …tcconline.utp.br/media/tcc/2016/05/ATENCAO-DOS-AGENTES... · enfoques: astrologico, alquimia e demoniologia, dificultando assim 0desenvolvimento

6 REFERENCIAS BI1lLlOGRA.F1CAS

ARICO, Carlos Roberto. Renexocs sobre a loucul'a. S. Paulo: leone. 1986.

BIRMAN, Joel; COSTA, lurandir Freire. Organizacao de instituiCoes para urna psiquiatria

comunitaria. In: AMARANTE, Paulo (org). Psiquiatria social C I'crorma psiquiiitdca. Rio

de Janeiro, FIOCRUZ, 1994. p.41-72.

CONSELHO NAClONAL DE SAlIDE. Resolu~ao 196/96 sabre pesquisa envolvendo seres

humanos. Bioeticll. VA, N.2, suplemento p.IS-2S, 1996.

EGRY, E. Y.; FONSECA, R.M.S. A familia, a visita domiciliaria e a enfennagem:

revisitando 0 processo de trabalho da enfermagem em saude coletiva. Rev.Esc.Enf.USP. v.34,

n.3, p.233-9, sel. 2000.

GIOV AI\'ELLA, Ligia; AMARANTE; Paulo. 0 enfoQue estrategico do planejamento em

sm.'lde e sallde mental. In: AMARANTE, Paulo (org). Psiquiatria social C I'cfol'ma

psiqui;'itl·icll. Rio de Janeiro, FIOCRUZ, 1994. p.113-148

FRANCO, L. LANCETTI, A. Quatro observac;oes sobre as parcerias. In LANCE TTl.

A(direc;ao) Saudc Loucur1l7. S. Paulo: Hucitec. [2001] p.l03-I07

PEREIRA, Alexandre; OLIVEiRA, Jonaina Costa de; COSTEfRA, Adenildo. Programa de

saude da familia e saude mental: a experiencia de Sobml/CE. In: m Conferencia Nacional de

Page 31: UNIVERSlDADE TUIUTI DO PARANA CENTRO DE …tcconline.utp.br/media/tcc/2016/05/ATENCAO-DOS-AGENTES... · enfoques: astrologico, alquimia e demoniologia, dificultando assim 0desenvolvimento

30

Saude Mental. Cadcl'llo de textos. Brasilia: Ministeric da SaudefConselho Nacional de Saude.

2001.

MAZZA, Marcia Maria Porto Rossetto. A visita domiciliaria como instrumento de assish~ncia

de sallde. Revisla BI'asileir'a de Desenvolvimento Humano, p. juLldez., 1994

MINISTERIO DA SAUOE. Cademos de aten~ao basica: Programa saude de familia.

Brasilia: Secretaria de politicas de Saude, Departamento de Aten~o Basica, 2000.

MINISTERlO DA PREVIDENCIA E ASSISTENCIA SOCIAL. P,·OP0st. de org.niza~iio

para uma I'cdc de atclH;ao medico-psicossocial: Relat6rio final do grupo de trabalho em

sallde menta1.lNAMPS 1986

PO LIT, Denise F.;HUNGLER, Bernadette P. Fundamcntos de Pesquisa em Enfer"magem.

3.ed. Porto Alegre: Artes Medicas, 1995.

slMAo, Eunice. Visita domicili:1I'. Florianopolis: Secretaria de Estado da

Saude/Coordena~o do Programa de Saude da Familia. [199-]

TEIXEIRA, Mario. Hospicio e poder. Brasilia: Secretaria Estadual de Saude de Santa

CatarinaiSenado Federal. 1993

TROMM, Josi. Projetos criam mais bairros. A noticia. AN Cidade, p.8, 06.11.02.

TRIVLNOS, Augusto. Introduc;ao it pesquisa em ciencias sociais: a pesquisa qualitativa em

educa~ao. S. Paulo: Atlas, 1987.

VITORrNO, Sandra Lucia. Construindo urn novo modelo de atenc;ao. Joinville: Secretaria

Municipal de Saude/Programa de Sallde Mental. 2002.

Page 32: UNIVERSlDADE TUIUTI DO PARANA CENTRO DE …tcconline.utp.br/media/tcc/2016/05/ATENCAO-DOS-AGENTES... · enfoques: astrologico, alquimia e demoniologia, dificultando assim 0desenvolvimento

ANEXOS

Page 33: UNIVERSlDADE TUIUTI DO PARANA CENTRO DE …tcconline.utp.br/media/tcc/2016/05/ATENCAO-DOS-AGENTES... · enfoques: astrologico, alquimia e demoniologia, dificultando assim 0desenvolvimento

ANEXO I - ENTRE VISTA COM RESPONSA VEIS PELO PROGRAM A DE AGENTES

COMUNIT ARlos DE SAUDE (PACS)

I) Existe capacita¢o para os ACS? Quem realiza? Quais os temas? Quando acontece?

2) Quais os criterios na distribui~ao dos ACS no municipio?

3) Como e a relayao hienirquica entre 0 PACS e 0 ACS?

4) Voce tem conhecimento de expericncia(s) da atu8yaO do ACS em saude mental?

Page 34: UNIVERSlDADE TUIUTI DO PARANA CENTRO DE …tcconline.utp.br/media/tcc/2016/05/ATENCAO-DOS-AGENTES... · enfoques: astrologico, alquimia e demoniologia, dificultando assim 0desenvolvimento

ANEXO 2 - ENTREVISTA COM RESPONSAvEIS PELO ACS NA UNTDADE DESAUDE

I) Qual a sua rela~o com os ACS?

2) Com que frequencia voces encontra com os ACS? Quais os assuntos dos encontros?

3) Existe capacitayao dos ACS voltada para a saude mental?

4) Na sua opiniao qual serin 0 perfil ideal do ACS enquanto membro da equipe de saude?

5) Qual a contribui~ao do ACS para as ayoes desenvolvidas na sua un ida de?

Page 35: UNIVERSlDADE TUIUTI DO PARANA CENTRO DE …tcconline.utp.br/media/tcc/2016/05/ATENCAO-DOS-AGENTES... · enfoques: astrologico, alquimia e demoniologia, dificultando assim 0desenvolvimento

ANILXO 3 - ENTREVlSTA COM AGENTES COMUNlT ARIos DE SAUDE (ACS)

I) l-la quanto tempo voce esta atuando no Programa de ACS?

2) Teve capacita~ao para a fun¥3.o de ACS? Quando? Quem realizou? Quais os assuntos

tratados?

3) Quantas familias estao sob sua responsabilidade?

4) Descreva 0 seu dia-a-dia como ACS.

5) Que sentimentos voce tern em relaCao ao portadOT de sofrimento psiquico (doenca

mental)?

6) Voce jil encontrou pessoas com sinais de mudanCas de comportamento em suas visitas?

Quantos? Quais mudan~s?