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JISTEM JOURNAL OF INFORMATION SYSTEMS AND TECHNOLOGY MANAGEMENT REVISTA DE GESTÃO DA TECNOLOGIA E SISTEMAS DE INFORMAÇÃO www.jistem.fea.usp.br ISSN: 1807-1775 Volume 5 : Number 3 : 2008 Available Online Disponível Online

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Third number of the 5th edition of the JISTEM (Journal of Information Systems and Technology)

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JISTEM

JOURNAL OF INFORMATION SYSTEMS AND TECHNOLOGY MANAGEMENT

R E V I S T A D E G E S T Ã O D A T E C N O L O G I A E S I S T E M A S D E I N F O R M A Ç Ã O

www.jistem.fea.usp.br ISSN: 1807-1775

Volume 5 : Number 3 : 2008

Available Online Disponível Online

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Journal of Information Systems and Technology Management Revista da Gestão da Tecnologia e Sistemas de Informação ISSN online: 1807–1775 Every four months/Quadrimestral Journal of Information Systems and Technology Management Revista da Gestão da Tecnologia e Sistemas de Informação ISSN online: 1807–1775 Profa. Dra Suely Vilela – USP Reitor/Rector Prof. Dr. Franco Maria Lajolo – USP Vice-Reitor/Vice-Rector Editor Prof. Dr. Edson Luiz Riccio Universidade de São Paulo – FEA University of São Paulo - FEA

Assistant Editor Marici Gramacho Sakata, Universidade de São Paulo, Brazil University of São Paulo - FEA Editorial Advisory Board Adalberto A. Fischmann, University of São Paulo, São Paulo, Brazil Armando Malheiro da Silva, University of Minho, Minho, Portugal Antonio Carlos dos Santos, Federal University of Sao Carlos, São Carlos, Brazil Burak Arzova, Marmara University, Istanbul, Turquia Dennis F. Galletta, University of Pittsburgh, USA Guilherme Ari Plonski, University of São Paulo, São Paulo, Brazil Henrique Freitas, Federal University of Rio Grande do Sul, Rio Grande do Sul, Brazil JaeJon Kim, Chonnam National University, Gwangju, Korea Jan Capek, Univerzita Pardubice, Pardubice, Czech Republic José Rodrigues Filho, Universidade Federal da Paraíba, Paraíba, Brazil Luc Marie Quoniam, University of Toulon Var, Toulon, France Marlei Pozzebon, HEC Montréal, Montréal, Canada Michael D. Myers, University of Auckland, Auckland, New Zealand Miguel Juan Bacic, University of Campinas, Campinas, Brazil Miklos Vasarhelyi, Rutgers Business School, New Jersey, USA Rejane Maria da Costa, Catholic University of Brasilia, DF, Brazil Robert D. Galliers, Bentley College, Massachusetts, USA

Editorial Committee Christophe Benavent, Université Paris X, France, France Fabio Frezatti, University of São Paulo, São Paulo, Brazil Geraldo Lino de Campos, University of Sao Paulo, Brazil Gilson Schwartz, University of Sao Paulo, Brazil Jose Dutra de Oliveira Neto, University of Sao Paulo, Brazil Napoleão Verardi Galegale, Centro Paula Souza and Galegale Associados, Brazil Rosana Grillo Gonçalves, University of Sao Paulo, Brazil Salvador Ruiz-de-Chavez, APCAM, Mexico

Directive Board Prof. Dr. Carlos Roberto Azzoni - Diretor da FEA/Dean of FEA Published by TECSI - Laboratório de Tecnologia e Sistemas de Informação - Revista de Gestão da Tecnologia e Sistemas de Informação - EAC FEA USP Av. Prof. Luciano Gualberto, 908 FEA 3, Cidade Universitária - São Paulo/SP 05508-900 Brasil Fone: 55-11-3091 5820 r.125 Fax: 55-11-3091 5820 [email protected] Indexation/Directories Latindex, Ulrich's Periodical Directory, DOAJ, The Index of Information Systems Journals, ACPHIS, Dialnet, Ebsco, Gale Infotrac Webmaster [email protected] Technical Support Equipe TECSI [email protected] Terms and Conditions The articles are authors responsibility and all rights are reserved to TECSI. The use of these documents may be restricted by the user's agreement with the publisher. In addition, any user's unauthorized copying, distribution, public display, public performance, and preparation of derivative works from such documents is prohibited by copyright law. The "JISTEM" is free of charge and all editions will be available in the site .Direitos e Permissão Os artigos são de total responsabilidade dos autores e todos os direitos reservados ao TECSI, sendo permitida a publicação de trechos e artigos, com prévia permissão, desde que citada a fonte. A Revista de Gestão da Tecnologia e Sistemas de Informação tem formato digital e é distribuída gratuitamente por meio eletrônico.

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Journal of Information Systems and Technology Management Revista de Gestão da Tecnologia e Sistemas de Informação Vol.5, No.3, 2008, pp. 431-537 ISSN online: 1807-1775

Volume 5 : Número 3 / Volume 5 : Number 3 2008

ÍNDICE / Content

431-432

1 Fortalecendo Empreendimentos em T.I.: qual a contribuição das incubadoras? Empowering IT Entrepreneurships: what’s the contribution of Business Incubators? Wescley Silva Xavier, Universidade Federal de Minas Gerais, Brasil Guilherme Silveira Martins, Fundação Getúlio Vargas, Brasil Afonso Augusto Teixeira de Freitas de Carvalho Lima, Universidade Federal de Viçosa, Brasil

433-452

2 Análise das componentes e a usabilidade das webquests em língua portuguesa disponíveis na web: um estudo exploratório Analysis of components and usability of webquests in portuguese language available on the web: an exploratory study João Batista Bottentuit Junior, Universidade do Minho, Braga, Portugal Clara Pereira Coutinho, Universidade do Minho, Braga, Portugal

453-468

3 Accounting management and technology information: empirical evidence from the port authority of Valencia Tecnologías de información y Contabilidad de Gestión: evidencia empírica de la Autoridad Portuaria de Valencia Arturo Giner Fillol, Autoridad Portuaria de Valencia, Valencia – España Norma Pontet Ubal, Universidad ORT, Montevideo – Uruguay Vicente Ripoll Feli Costes, Universidad de Valencia, Valencia – España

469-482

4 Ação Comercial baseada na Gestão da Informação de uma Pequena Empresa de TI Commercial Action based on Information Management in a small IT company Lina Krafta, Sphinx Brasil, Rio Grande do Sul, Brasil Henrique Freitas, PPGA/EA/UFRGS, Brasil

483-504

5 Modelo de trafico wimax basado en series de tiempo para pronosticar valores futuros de trafico Wimax traffic model based on time series for forecast future values of traffic Cesar Augusto Hernandez Suarez, Colombia Octavio José Salcedo Parra, Distrital University, Colombia Luis Fernando Pedraza Martinez, Military University, Colombia

505-525

Eventos/ Events 526 Submissão de Artigos Contributions 527-528 Informações Editoriais/Avaliadores Ad Hoc/Indice 2008

Editorial Information/Ad Hoc reviewers/Content 2008 529-537

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Revista de Gestão da Tecnologia e Sistemas de Informação Journal of Information Systems and Technology Management Vol. 5, No. 3, 2008, p. 433-452 ISSN online: 1807-1775 DOI: 10.4301/S1807-17752008000300001

_____________________________________________________________________________________

Recebido em/Manuscript first received: 18/02/2008 Aprovado em/Manuscript accepted: 25/07/2008 Endereço para correspondência/ Address for correspondence

Wescley Silva Xavier, Doutorando e Mestre em Administração pelo Centro de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração da Universidade Federal de Minas Gerais (CEPEAD/UFMG). Graduado em Administração pela Universidade Federal de Viçosa (UFV). Endereço: Rua Goitacazes 318/Apto 1002, Centro, Belo Horizonte-MG, CEP: 30190-050. Tel. (32) 8806-1559. E-mail: [email protected]

Guilherme Silveira Martins, Doutorando e Mestre em Administração pela Fundação Getúlio Vargas (EAESP/FGV). Graduado em Administração pela Universidade Federal de Viçosa (UFV). Rua Capitão Prudente, 161, Pinheiros, São Paulo-SP, CEP: 05422-050. Tel. (11) 8414-3266. E-mail: [email protected]

Afonso Augusto Teixeira de Freitas de Carvalho Lima, Doutor em Engenharia de Produção e Mestre em Administração pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Graduado em Administração pela Universidade Federal de Viçosa (UFV). Professor e Pesquisador da Universidade Federal de Viçosa. Endereço: Av. P. H. Rolfs, Depto de Administração s/n, Campus Universitário, Viçosa-MG, CEP: 36570-000. Tel. (31) 9965-3866. E-mail: [email protected] ISSN online: 1807-1775 Publicado por/Published by: TECSI FEA USP – 2008

FORTALECENDO EMPREENDIMENTOS EM TI: QUAL A CONTRIBUIÇÃO DAS INCUBADORAS? EMPOWERING IT ENTREPRENEURSHIPS: WHAT’S THE CONTRIBUTION OF BUSINESS INCUBATORS? Wescley Silva Xavier Universidade Federal de Minas Gerais, Brasil Guilherme Silveira Martins Fundação Getúlio Vargas (EAESP/FGV), Brasil Afonso Augusto Teixeira de Freitas de Carvalho Lima Universidade Federal de Viçosa - MG, Brasil _____________________________________________________________________________________

ABSTRACT This article aims to analyze the contribution of Business Incubators for small IT business. In this way, a deep research in three Brazilian IT Incubators was developed. We investigated the perception of incubators’ managers, tenant and graduated entrepreneurs regarding to the key elements of incubation process, as support and infrastructure, university-incubator interaction, and management training. Our findings indicate some deficiencies in IT Incubators, predominantly in prospecting customers, attracting financial resources, and establishing relationships within universities and research centers.

Keywords: Business Incubators; Information Technology; Entrepreneurship; Technology-based Enterprises

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RESUMO

Este artigo tem como tema a análise da contribuição das incubadoras para o desenvolvimento de empreendimentos em TI, sendo então realizado um estudo em profundidade nas 3 incubadoras especializadas em TI do Estado de Minas Gerais. Gerentes das incubadoras e empresários incubados e já graduados foram entrevistados a respeito da estrutura e do apoio oferecidos pelas incubadoras, interação com universidades e centros de pesquisa, e sobre a capacitação gerencial oferecida aos empresários. Os resultados apontam para a necessidade de uma atuação mais profícua das incubadoras, fundamentalmente na prospecção de clientes, busca por recursos financeiros e relacionamento com universidades e centros de pesquisa, principalmente no que tange à transferência de tecnologia.

Palavras-chave: incubadora de empresas; tecnologia da informação; empreendedorismo; transferência de tecnologia; relação universidade-empresa.

1. INTRODUÇÃO

Mudanças nas estruturas de transação e na criação de valor por parte das

empresas têm levado a formas alternativas de desenvolvimento. Neste contexto, incubadoras de empresas têm se caracterizado por apresentarem ambientes apropriados a receber empreendimentos nascentes e ampará-los, de forma a aumentar suas chances de sobrevivência. Os empreendedores vêem nas incubadoras uma boa oportunidade de iniciar seu negócio em um ambiente favorável, além de usufruírem auxílios, particularmente nos momentos iniciais. As incubadoras, em geral, oferecem aos empreendedores instalações físicas, ambiente instrucional e suporte técnico e gerencial no início e durante as etapas de desenvolvimento do negócio.

Dentre as modalidades de incubadoras existentes, destaca-se a Incubação de Base Tecnológica, modalidade mais comum no Brasil, com cerca de 48% das 393 incubadoras existentes em 2007 (ANPROTEC, 2008). São incubadoras que abrigam empreendimentos para as quais o conhecimento é o principal insumo, e que comercializam produtos com alto valor agregado. É nesse bojo que estão alocadas as incubadoras de Tecnologia da Informação (TI), responsáveis por abrigarem empreendimentos exclusivamente da área.

Valério (2006) afiança que atividades essenciais para a gestão de empresas da área tecnológica são, geralmente, desempenhadas por pessoal técnico, com formação pouca ou nenhuma formação gerencial. Assim, as novas empresas apresentam carência de conhecimentos sobre questões gerenciais, legais, financeiras e, inclusive, sobre parcerias com órgãos governamentais e outras fontes potenciais de recursos.

Assim, o apoio das incubadoras para empresas em estágio inicial torna-se fundamental para a sobrevivência dos empreendimentos. Da mesma forma a interação com universidade e centros de pesquisa, uma vez que incubadoras de TI podem atuar como intermediária no processo de transferência de tecnologia.

Um dos grandes desafios das incubadoras de TI é atender necessidades dos empresários e alocar recursos cada vez mais escassos para garantir a sobrevivência no estágio embrionário das empresas e a capacidade de auto-sustentabilidade no médio e

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longo prazo. Sob esta perspectiva, parece ser relevante identificar quais são as práticas das incubadoras de TI que visam contribuir tanto para a sobrevivência – por apoios estruturais diversos – quanto para o desenvolvimento – por meio da capacitação gerencial oferecida e interação com universidades.

Com base no exposto, este trabalho tem como objetivo analisar os elementos de apoio e de interação com universidades, oferecidos pelas incubadoras de TI, tanto pela perspectiva dos empreendedores quanto pela dos gerentes das incubadoras de TI. Ademais, pretende-se também analisar o processo de capacitação gerencial sob a óptica dos empresários em três perspectivas: importância e domínio atribuídos aos fundamentos das áreas de gestão e efetividade do programa de capacitação gerencial.

2 O PROCESSO DE INCUBAÇÃO E AS EMPRESAS DE BASE TECNOLÓGICA

2.1 Incubadora de empresas: definições e características A ANPROTEC (Associação Nacional de Entidades Promotoras de

Empreendimentos de Tecnologia Avançada – Brasil, 2002) e a NBIA (National Business Incubator Association – EUA, 2006) definem incubadoras como ambientes especialmente planejados para acolher micro e pequenas empresas nascentes, bem como aquelas que buscam a modernização das suas atividades, de forma a transformar idéias em produtos, processos e/ou serviços. Nelas, o processo de incubação pretende conferir às empresas condições favoráveis para detectar tendências, incorporar novidades e acompanhar as mudanças de mercado, principalmente atuando como interface entre o setor acadêmico e produtivo.

Grimaldi e Grandi (2005) salientam que a incubadora se configura como um meio eficaz de associar tecnologia, capital e know-how, a fim de alavancar o talento empresarial, acelerar o desenvolvimento de novas empresas e, assim, acelerar a exploração de tecnologias.

Hackett e Dilts (2004) salientam que, quando se discute o tema “incubadoras”, é importante atentar para cada uma delas em sua totalidade, não simplesmente como um espaço empresarial compartilhado, com infra-estrutura. A incubadora é também uma rede de indivíduos e organizações, incluindo toda a equipe de gerência, seu conselho administrativo, clientes das empresas e empresários, universidade e membros da comunidade universitária, contatos industriais e demais profissionais, como consultores, investidores de risco e voluntários. Diversos autores asseveram que essa rede de relacionamentos pode gerar boas oportunidades aos empresários vinculados à incubadora (BAKOUROS et al., 2002; BOLLINGTOFT e ULHOI e CHAN e LAU, 2005).

Já O’Neal (2005) chama atenção para a importância de o que define como “serviços de assistência empresarial”, referindo-se às ações desenvolvidas pelas incubadoras no apoio ao desenvolvimento das empresas. Segundo o autor, são estes serviços que diferenciam uma incubadora de outra. Desta forma, a eficácia do serviço prestado pela incubadora aos empresários incubados é considerada fator decisivo para o sucesso da incubadora, que pode ser entendido como a formação de empresas mais

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longevas e bem-sucedidas.

2.2 O apoio a Empreendimentos de Base Tecnológica As incubadoras têm recebido especial atenção quando se fala em mecanismos de

interação universidade–empresa. Isso porque a universidade acaba funcionando como um arranjo interinstitucional com instalações e infra-estrutura apropriadas, estruturado para estimular e facilitar essa vinculação. Dessa forma, há um fortalecimento da empresa e um aumento do seu entrosamento, resultando no aumento da vinculação do setor produtivo com diversas instituições de apoio (além das instituições de ensino e pesquisa, também prefeituras, agências de fomento e financiamentos, governamentais e privadas, instituições de apoio às micro e pequenas empresas, como o SEBRAE - Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas - e outras) (VEDOVELLO, 2001). Dados do Panorama Anual (ANPROTEC, 2006) revelam que, do total de incubadoras em atividade no Brasil, 72% possuem vínculo formal com universidades ou centros de pesquisa, enquanto que 17% possuem vínculo informal.

Esse vínculo se torna ainda mais importante quando se trata de Incubadoras de Base Tecnológica. Estas representam a maioria do número total de incubadoras existente no país, 48% (ANPROTEC, 2008). As empresas de base tecnológica, residentes neste tipo de incubadora, têm o conhecimento como principal insumo e colocam no mercado produtos que possuem um aspecto inovador e um alto valor agregado. Elas envolvem em seu corpo de profissionais pesquisadores com alta capacitação técnica em suas respectivas áreas de competência, cuja tecnologia agregada aos produtos tem peso relativamente mais importante no seu custo final do que a matéria-prima neles incorporada e que investem constantemente em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), visando a contínua atualização tecnológica de sua linha de produtos (SANTOS e PEREIRA,1989; MACULAN, 1996).

Baêta (1997) afirma que a atuação das incubadoras pode auxiliar as PEBTs no processo de capacitação empresarial, na medida em que, além das parcerias formais, há uma série de intercâmbios com outras entidades, para uso de laboratórios, troca de informações e uso de espaços que ocorrem de modo informal. Os empresários, por serem também, professores e pesquisadores da Universidade ou Centro de Pesquisa, ou egressos daquelas instituições, têm facilidade de acesso a esses espaços, além do relacionamento com ex-colegas. Isso faz com que se desenvolva uma capacitação interativa no ambiente das incubadoras.

Alguns estudos empíricos buscaram observar o impacto de um empreendimento estar localizado em uma Incubadora. Os estudos não são conclusivos acerca da eficiência das ferramentas utilizadas no processo de incubação no apoio aos empreendimentos inovadores. Há estudos que encontraram diferença em performance, demonstrando que empresas localizadas em Incubadoras têm maior taxa de sobrevivência (FERGUSON e OLOFSSON, 2004) e maiores taxas de crescimento em termos de número de empregados e vendas (COLOMBO e DELMASTRO, 2002) que empresas concebidas fora do processo de incubação. Além disso, empresas incubadas demonstram ter alto grau de cooperação com instituições de pesquisa no processo de inovação (COLOMBO e DELMASTRO, 2002; FUKUGAWA, 2006).

O trabalho de Rothaermel e Thursby (2005) investigou o impacto do fluxo do

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conhecimento entre a universidade e a incubadora no desempenho da empresa incubada. Os autores relatam que a capacidade de absorção das empresas incubadas tem papel crucial na transferência e na transformação deste conhecimento em vantagem competitiva para as mesmas. Vale ressaltar que, nesta relação universidade-empresa, os relacionamentos informais são mais frequentemente fontes de aquisição de informação e conhecimento do que as conexões formais. (VEDOVELLO, 1997; BAKOUROS et al., 2002).

No entanto, outros estudos não encontraram diferenças significativas entre empresas incubadas e aquelas que não passaram pelo processo de incubação. Westhead (1997) não encontrou, no Reino Unido, diferença significativa utilizando indicadores de inovação (e.g. gastos com P&D, patentes e marcar). Outro exemplo é o estudo de Lindelof e Lofsten (2004), cujos resultados indicaram que empresas suecas localizadas fora de incubadoras lançavam mais produtos que empresas incubadas.

Ainda, Mian (1996) concluiu que, especialmente para empresas com insumos baseados em tecnologias advindas da universidade, a reputação e imagem desta, o acesso a laboratórios e o recrutamento de estudantes são componentes valiosos para as empresas incubadas. Peña (2004), por sua vez, buscou decompor os elementos que compõem o processo de incubação e identificou que a capacitação gerencial e a assistência empresarial são as únicas variáveis que explicavam o crescimento de empresas localizadas nas incubadoras espanholas.

2.3 Capacitação Gerencial Maculan (2004) entende que, de maneira geral, a sobrevivência das empresas

depende de sua capacidade gerencial e organizacional, e da decorrente capacidade de estabelecer parcerias. No entanto, nas PEBT, o processo de planejamento e desenvolvimento geralmente é liderado por pessoas da área técnica, na qual a formação gerencial é, freqüentemente, inexpressiva (VALÉRIO NETO, 2006).

Se as incubadoras são ambientes facilitadores do processo de aprendizagem, inclusive gerencial (MACULAN, 2004), o processo de incubação tende a ampliar o potencial de sucesso das empresas.

Na infra-estrutura que as incubadoras oferecem para incubação, espera-se encontrar os instrumentos necessários para dinamizar os recursos disponibilizados para as empresas de base tecnológica, criando um ambiente favorável para o processo de aprendizado gerencial dos novos empreendedores (SILVA, 2000).

Aranha et al. (2002, 17) comentam que as incubadoras de empresas, sobretudo as ligadas a universidades, são ambientes híbridos nos quais as dimensões científica e empresarial se encontram. Em geral, funcionam como um elo entre o conhecimento acadêmico e a aplicação empresarial e possuem uma ampla rede de interações com outras instituições que favorece o ambiente de aprendizado organizacional para as PEBT.

A esse respeito Baêta (1997: 86) afirmou que “a proposta de Parques Tecnológicos e Incubadoras de Empresas parece condizente com a construção de uma capacidade gerencial capaz de interferir no processo de aprendizagem (...)”.

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A autora reforça a posição acima afirmando que a atuação das incubadoras pode auxiliar as PEBTs no processo de aprendizagem na medida em que, além das parcerias formais, há uma série de intercâmbio com outras entidades, para uso de laboratórios, troca de informações e uso de espaços que ocorrem de modo informal. Os empresários, por serem também, professores e pesquisadores da Universidade ou Centro de Pesquisa, ou egressos daquelas instituições, têm facilidade de acesso a esses espaços, além do relacionamento com ex-colegas. Isso faz com que se desenvolva uma aprendizagem interativa no ambiente das incubadoras.

Segundo Maculan (1996), um elemento importante da incubadora é a sua atuação como intermediária no estabelecimento das ligações externas com agências governamentais e na busca de informações gerenciais, tecnológicas, legais e financeiras. Ela tem relações privilegiadas com entidades como o SEBRAE, o que a permite proporcionar formação em gestão empresarial geralmente ausente nos empreendedores. Funciona também como uma garantia informal da qualidade dos serviços ou produtos oferecidos pelas empresas, pois o nome da universidade ou instituição de pesquisa responsável pela gestão da incubadora ajuda as empresas na criação de uma imagem externa positiva de seriedade, qualidade e competência.

3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Para alcançar os objetivos declarados neste trabalho, realizou-se um estudo

multicasos de natureza exploratória e descritiva (YIN, 2002), com perspectivas tanto quantitativa quanto qualitativa. Exploratória devido ao fato de se ter, relativamente, pouco conhecimento acumulado e sistematizado a respeito do processo de incubação, especialmente no que tange à incubação de empresas de TI. Como ressaltam Vedovello e Figueiredo (2005), o que há na literatura sobre incubadoras são relatos variados de experiências. Descritiva, por descrever o fenômeno de incubação de empresas de TI tanto na perspectiva dos empreendedores quanto na dos gerentes das incubadoras.

As unidades de análise constituem-se de 3 Incubadoras de Base Tecnológica especializadas em TI e de 21 empresas vinculadas a elas vinculadas. Vale ressaltar que o número de incubadoras representa o censo de incubadoras de TI no Estado, e que as empresas participantes da pesquisa foram definidas a partir de uma amostra não-probabilística por acessibilidade. Visando a manutenção do anonimato das incubadoras e empresas aqui estudadas, optou-se por omitir quaisquer informações que permitam identificar os sujeitos da pesquisa, tais como cidades, universidades às quais estão ligadas, dentre outras. Assim, as incubadoras serão aqui identificadas como Alfa, Beta e Gama.

Por se tratar de uma pesquisa exploratória, na qual existem várias perspectivas a serem investigadas para melhor compreensão do tema abordado, optou-se por definir como unidades de observação os gerentes das incubadoras e os empreendedores que participam ou participaram mais efetivamente dos processos de incubação e capacitação gerencial. Com os gerentes das incubadoras foram utilizadas entrevistas semi-estruturadas - perspectiva qualitativa, de forma que os atores pudessem expressar as ações realizadas a fim de amparar e capacitar os empreendimentos nascentes.

As questões do roteiro se direcionaram a desvelar elementos da constituição da

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incubadora (órgãos de apoio na fundação, estrutura inicial etc.), do apoio oferecidos às empresas (captação de recursos, estrutura física apoio, comercial etc.), e da interação universidade-empresa (participação dos professores, uso de laboratórios, projetos em parceria etc.).

Para análise das entrevistas utilizou-se a análise de conteúdo (AC). Por se tratar de entrevistas semi-estruturadas, o uso da AC visa denotar de maneira plausível elementos ocultos da linguagem humana, além de organizar e possibilitar a descoberta de significados originais dos seus elementos manifestos (BARDIN, 1977; TRIVIÑOS, 1987). Dentre as diversas possibilidades de análise que a AC permite, optou-se neste trabalho por utilizar a análise categorial com base em Bardin (1977), em que as classes selecionadas para as categorias são estabelecidas em função das características ou atributos do processo de incubação (apoio comercial, infra-estrutura, apoio na busca de recursos financeiros, relacionamento com universidade e capacitação gerencial). Por se tratar de um número de unidade de análise não unitário (3 incubadoras), realizou-se um emparelhamento da análise de entrevistas dos gerentes das incubadoras, de forma que a constatação de elementos implícitos e explícitos de uma determinada categoria – apoio comercial, por exemplo – fossem analisados em um mesmo agrupamento.

Para conhecer a percepção dos empresários – outras unidades de observação –, foi utilizado um questionário com um escala de concordância variando de “Inexistente” a “Muito Bom”, sendo avaliados os seguintes elementos: apoio comercial, infra-estrutura, apoio na busca de recursos financeiros e relacionamento com universidade. Dessa forma, foi possível estabelecer uma contraposição entre a avaliação dos empreendedores e o discurso dos gerentes das incubadoras.

Adicionalmente, para avaliar o programa de capacitação gerencial, utilizou-se uma escala linear não estruturada a fim de se conhecer a percepção dos empresários acerca da importância percebida, o domínio que julgava possuir e a capacitação que havia recebido da incubadora nas quatro grandes áreas tradicionais da Administração (Marketing, Recursos Humanos, Finanças e Operações). Estas áreas foram decompostas em seus elementos fundamentais (doravante fundamentos), de acordo com alguns autores considerados importantes em cada área. Recursos Humanos: Araújo (2006); Chiavenato (1999); Lacombe (2006); Souza (2002). Marketing: Dalrymple (2003); Czinkota (2002); Kotler; Armstrong (2008); Kotler; Keller (2005); Urdan; Urdan (2006). Finanças: Assaf Neto (2003); Gitman (2001); Ross et al. (2002); Weston; Brigham (2004). Operações: Gaither; Frazier (2001); Corrêa; Corrêa (2007); Slack et al. (2002); Stevenson (2001).

A escala linear não estruturada supracitada é composta de duas âncoras nas extremidades. A vantagem da utilização desta escala é a ausência de um valor numérico ao longo da escala associado com a resposta, somada ao limitado uso de palavras para minimizar as possíveis tendências do respondente em evitar ou preferir determinados números ou expressões (STONE e SIDEL, 1993).

Os valores mensurados na escala foram tabulados e após o cálculo das médias de cada fundamento, os dados foram agrupados em tabelas de equilíbrio (GAVA et al., 2006). As tabelas apresentadas permitiram identificar as relações de importância de cada fundamento x presença na capacitação, e importância x domínio do fundamento. A primeira relação permitiu identificar se os empresários têm domínio equivalente à importância atribuída a cada fundamento. Já a outra relação permitiu identificar se o grau de importância atribuída a um fundamento tem equivalente participação na

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capacitação gerencial. O que caracteriza como impacto mensurado nessa tabela é o valor encontrado nas seguintes subtrações:

i) Domínio do Fundamento – Importância atribuída ao Fundamento;

ii) Capacitação Oferecida pelas Incubadoras – Importância atribuída ao Fundamento.

A primeira subtração indica deficiência ou proficiência dos empresários em fundamentos tidos como importantes, e o resultado é mais favorável quanto mais positivo for a operação. Já a segunda subtração, indica quão foi eficiente a capacitação gerencial oferecida pelas incubadoras de TI dado a importância de um determinado fundamento, sendo sua interpretação análoga à primeira.

Como limitação da metodologia adotada neste trabalho destaca-se o fato de que os dados obtidos refletem a realidade encontrada nas incubadoras estudadas, o que limita a generalização dos resultados, uma vez que vários dos atores presentes no processo de incubação são peculiares da região pesquisada, como universidades e entidades de fomento estaduais. Outras limitações são advindas do próprio subjetivismo de pesquisas dessa natureza, nas quais a percepção dos sujeitos sociais torna-se o principal elemento de interpretação da realidade.

3.1 Caracterização das Incubadoras de TI A incubadora Alfa está vinculada a uma universidade federal e tem como

parceiros a FAPEMIG (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais), o CNPq e o SEBRAE. Quanto ao número de empresas que passaram pela incubadora Alfa, estão graduadas o total de 11 empresas e, no momento, é de 3 o número de empresas em fase de incubação, que tem como tempo médio o período de 3 anos. Já o número de empresas estudadas nesta incubadora a partir de uma amostra por acessibilidade é de 2 empresas graduadas e 4 incubadas.

A incubadora Beta é fruto de ações de uma agência financiadora de projetos de software, e tem como parceiros a FAPEMIG e a FIEMG (Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais). Desde a sua constituição, passaram pela incubadora 18 empresas, das quais 14 graduaram, e 4 ainda estão no período de incubação, que tem duração de 2 anos. Nesta incubadora, a amostra foi de 8 empresas graduadas e 3 incubadas.

A incubadora Gama foi criada a partir de ações coletivas de diversos atores, tais como a Prefeitura Municipal, o BDMG (Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais), uma universidade federal e outros órgãos municipais e estaduais. Das 21 empresas que passaram pela incubadora, 18 já estão graduadas e 3 ainda estão em fase de incubação, com duração de 2 anos passíveis de serem prorrogados. A mostra na incubadora Gama foi composta de 2 empresas graduadas e 3 incubadas.

4. APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Os resultados apresentados nessa seção versam primeiramente sobre os

elementos de apoio à sobrevivência das empresas de TI no estágio embrionário, como

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infra-estrutura, apoio na busca de recursos financeiros e apoio comercial. Posteriormente, é feita a análise de aspectos ligados à triangulação empresa-incubadora-universidade e a forma com que os diferentes atores contribuem para o crescimento das empresas da área de TI. Por fim, são apresentados os resultados da avaliação dos empresários frente aos fundamentos da capacitação gerencial, como forma de contribuir para a sustentabilidade gerencial das empresas.

4.1 Elementos de apoio à sobrevivência das empresas Empreendimentos que buscam no processo de incubação um aparato que lhes

permitam sobreviver nos primeiros anos de vida, em grande parte das vezes, carecem de uma estrutura física que permita se desenvolverem. Fato exposto, as incubadoras de TI pesquisadas têm concentrado suas ações em fornecer às empresas uma estrutura geralmente composta de salas, energia elétrica, água, telefonia, Internet e serviços de secretaria. Indo além desses elementos comumente presentes nas três incubadoras pesquisadas, duas delas (incubadoras Alfa e Gama) oferecem também computadores às empresas em início de incubação.

Além da estrutura física, outra carência de empresas nascentes é o aporte financeiro. Neste sentido, as incubadoras empreendem ações que visam captar recursos para subsidiar os primeiros anos de vida das empresas. Prática comum entre as três incubadoras é a submissão de projetos junto a entidades de fomento. Na incubadora Alfa, o gerente afirma ser comum o auxílio às empresas na confecção de projetos a serem submetidos. Esta mesma prática de auxílio às empresas pode ser encontrada na incubadora Beta, porém, somada a projetos submetidos pela própria equipe da incubadora. O que difere as ações dessa incubadora em relação à primeira é o apoio de professores da instituição federal de ensino superior à qual está vinculada. Outra prática da incubadora Beta que merece destaque é o auxílio na elaboração de Plano de Negócios, sendo este um requisito de grande parte dos editais de entidades de fomento.

A terceira incubadora pesquisada desenvolve ações similares às da incubadora Beta. O que difere é o apoio às empresas na elaboração de propostas realizado por consultores ao invés de professores, como é o caso da incubadora Beta. Quando questionados sobre a possibilidade de captação de recursos junto a entidade financeiras, os gerentes entrevistados foram unânimes em destacar as restrições dessa prática para pequenas empresas, conforme pode ser percebido na declaração do gerente:

“Na verdade, todas essas linhas de financiamento exigem garantias reais. Então, se eu tenho um apartamento, se eu tenho um carro, eu preciso pedir. Vendo gado, vendo apartamento, eu não tenho garantias pra dá-los, os empresários não têm garantias pra dar (...) Capitalista de risco não existe pra empresas do porte que nós temos aqui. São empresas que precisam de R$100.000 a R$150.000, de valores dessa ordem, e capitalistas de risco na verdade eles estão querendo empresas que já estejam na sua segunda virada, vamos dizer assim, o que é muito difícil pra essas empresas. Elas têm que estar faturando 2 milhões, 3 milhões pra entrar um capitalista de risco e não o caso das nossas empresas hoje nas Incubadoras, não acredito que é só na nossa não, em quase todas aí do Brasil (Gerente da Incubadora Gama)”.

Superada – ou pelo menos amenizada – a necessidade de recursos para o período

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de desenvolvimento das empresas, há um deslocamento para a necessidade de prospectar mercado para os produtos desenvolvidos. Em tese, caberia às incubadoras o apoio comercial às empresas. As práticas correntes nas incubadoras pesquisadas se caracterizam por participações em feiras e exposições, rodadas de negócios e cafés empresariais. Quanto a outras formas de divulgação das empresas, a incubadora promove a veiculação nos jornais da cidade, enquanto as incubadoras 2 e 3 mantêm profissionais que desenvolvem artes gráficas, especificamente banners e fôlderes. Outro ponto em comum entre as incubadoras é o uso da marca da incubadora nos produtos comercializados, sendo esta prática obrigação nas incubadoras Alfa e Beta, e facultativa na incubadora Gama.

Para contrapor a perspectiva dos gerentes das incubadoras em relação ao suporte dado às empresas, buscou-se também identificar a avaliação dos empresários em relação aos elementos de apoio descritos anteriormente. Dentre os 21 empreendedores entrevistados, grande parte considerou a infra-estrutura e o apoio na busca de recursos financeiros oferecido pelas incubadoras como bom ou muito bom. Já o apoio comercial, aparece como ponto crítico das ações das incubadoras, uma vez que as avaliações se concentraram em regular, ruim e inexistente (Figura 1).

1

2 4

5

10

4

6

4

9

7

1

3

7

Apoio Comercial

Apoio na Busca de Recursos Financeiros

Infra‐estrutura

Não Avaliou Inexistente Ruim Regular Bom Muito bom

Figura 1: Avaliação dos empresários em relação ao apoio oferecido pelas incubadoras de TI

Fonte: Dados da Pesquisa.

Os dados em análise refletem as avaliações de todo o conjunto de empresas, independentemente da incubadora à qual pertencem. Apesar de não haver esse tipo de discriminação, vale ressaltar a homogeneidade na avaliação individual das incubadoras, de forma que nenhuma delas tenha concentrado respostas positivas ou negativas. De acordo com a avaliação dos entrevistados, as incubadoras de TI têm amparado os empreendimentos na fase inicial, na qual infra-estrutura e apoio financeiro são essenciais. Neste caso, não favorável é o apoio na comercialização dos produtos desenvolvidos, fato este que parece ser um indicador preocupante, ao passo em que próximas da graduação (saída da incubadora), as empresas necessitam sobremaneira serem auto-sustentáveis que, por via de regra, dá-se pelo desenvolvimento de mercado.

Parece legítimo considerar o amparo dado pelas incubadoras às empresas no período nascente. Todavia, avaliações negativas em elementos como apoio comercial apontam para a necessidade das incubadoras concentrarem esforços em preparar empresas para a sobrevivência no mercado que, via de regra, passa pela sustentabilidade comercial. Dessa forma, haveria uma substituição de ações protecionistas por outras

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com foco na autonomia das empresas.

4.2 Aspectos da Interação Empresa-Incubadora-Universidade A análise da interação entre incubadoras de TI e centros universitários mostrou

que a proximidade física entre estes dois atores contribui para ampliar o leque de ação. Tanto a incubadora Alfa quanto a incubadora Beta têm como características de interação a participação efetiva dos alunos como empreendedores. As atividades parecem não se limitar aos cursos diretamente ligados à área de TI, uma vez que nessas incubadoras é comum a utilização de consultorias de empresas juniores de áreas diversas, como Psicologia e Administração. A participação dos professores é mais discreta em ambas as incubadoras, ao passo em que esses se limitam a orientar os projetos em andamento. Destoante a esta tendência, a incubadora Gama não se encontra próxima a nenhum centro universitário. O que existe é o vínculo direto a uma sociedade de fomento a empresas de software, e é esta parceria que viabiliza o desenvolvimento de diversos projetos de pesquisa, nos quais as empresas incubadas são convidadas a trabalhar.

A participação incipiente de professores nas atividades das empresas de TI parece ter como reflexo o baixo número de produtos com origem em atividades de pesquisa fruto de parceria com centros universitários. Dentre os entrevistados, dezesseis declaram não comercializarem nenhuma oferta com essas características (Figura 2).

16

3

1

1

Nenhuma vez

Poucas vezes

Metade das vezes

Na maioria das vezes

Figura 2: Produtos com origem em pesquisas ou parceria com universidade

Fonte: Dados da pesquisa. Neste caso, a proximidade dos centros universitários contribui para a

participação dos alunos enquanto empreendedores e consultores, mas rechaça a possibilidade de transferência de tecnologia por meio de desenvolvimento de projetos em parcerias, talvez, pela limitada atuação dos professores que geralmente conduzem as atividades de pesquisa em centros universitários.

Tanto a baixa participação de professores quanto a quase inócua parceria com universidades são elementos que refletem a barreira existente entre o universo acadêmico e o mercado que, mesmo havendo proximidade física, de nada altera a dinâmica da relação entre “os dois universos paralelos”. Há que se ressaltar a gravidade desse panorama, fundamentalmente se verificado que parte das atividades de ambos é financiada por entidades de fomento públicas, sendo legítimo apontar não apenas um olhar míope de desenvolvimento que se estabelece nestes investimentos, mas também a perda de oportunidades de transferência de tecnologia dos centros de pesquisa para empreendimentos nascentes.

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4.3 Capacitação Gerencial dos Empreendedores Além do amparo em termos de estrutura física, outro papel fundamental das

incubadoras de TI é preparar as empresas para atuarem em mercados competitivos, de maneira independente. Em grande parte, isso se dá pela capacitação gerencial oferecida às empresas, uma vez que os empreendedores da área de TI geralmente possuem formação acadêmica em áreas que não as gerenciais. Neste trabalho, foram contempladas as áreas clássicas de gestão – Produção e Operações, Finanças, Recursos Humanos e Marketing – e seus fundamentos. Estes fundamentos foram avaliados pelos empreendedores em três esferas: importância percebida para o negócio, domínio do fundamento e o grau de contribuição da capacitação gerencial oferecida pela incubadora em cada um dos fundamentos.

As avaliações dos empresários foram agrupadas em relações de equilíbrio – equilíbrio domínio-importância e capacitação-importância – contidas no modelo matricial proposto por Gava et al. (2006).

Os resultados da área de Marketing indicam que em todos os fundamentos existem deficiências tanto dos empreendedores quanto da capacitação gerencial oferecida pelas incubadoras de TI, por parte dos empreendedores por apresentarem domínio inferior à importância atribuída a cada fundamento. Por parte das incubadoras de TI por oferecerem capacitação gerencial abaixo da importância que estes fundamentos têm para as empresas (Tabela 1).

Tabela 1: Relação de equilíbrio nos fundamentos de marketing

Equilíbrio Fundamentos

Domínio - Importância Capacitação - Importância

Dimensão Estratégica -1,94 -3,19

Sistemas de Informação de Marketing -2,50 -3,88

Segmentação e Posicionamento -1,85 -3,79

Estratégias de Produtos/Serviços -1,18 -3,77

Estratégias de Preço -2,20 -4,41

Estratégias de Distribuição -2,65 -4,19

Estratégias de Promoção -2,11 -3,61

Atração e Retenção de Clientes -1,67 -4,73

Fonte: Dados da pesquisa.

A área de Marketing apresenta fundamentos que podem ser considerados críticos. Quanto à capacitação gerencial oferecida pela incubadora, parece ser mais deficiente quando observados os fundamentos “Estratégia de Preços” e “Atração e retenção de Clientes”. O primeiro pode representar forte risco ao fluxo de caixa das empresas, essencial nos primeiros anos de vida. Já o segundo fundamento em destaque

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comprometeria a manutenção de clientes no médio e longo prazo. Outro ponto de análise que torna crítica a retenção de clientes é o desequilíbrio entre a importância e o domínio do fundamento “Sistemas de Informação de Marketing”, uma vez que é grande a importância desse fundamento em estratégias de retenção de clientes. Além disso, parece ser preocupante esse desequilíbrio, uma vez que estão sendo analisadas empresas e incubadoras da área de Tecnologia de Informação. Por fim, verificou-se também um desequilíbrio maior no fundamento “Estratégia de Distribuição”. A explicação para essa dissonância pode, em partes, residir no fato de que as empresas de TI de pequeno e médio porte operam em função da demanda, o que afastaria a necessidade de uma distribuição eficiente nos moldes de produtos “commoditizados”.

A ênfase na necessidade de capital para manutenção das atividades no curto prazo também é notada nos fundamentos de Finanças. A “Administração do Capital de Giro” foi considerada pelos empreendedores como fundamento no qual há maior dissonância entre importância atribuída e capacitação oferecida pelas incubadoras (Tabela 2). Há de se ressaltar que trata-se aqui de um elemento que subsidia a sobrevivência da empresa no curto prazo, sendo então, crítico sua abordagem nos programas de capacitação gerencial, no qual o principal objetivo é garantir a longevidade dos empreendimentos.

Tabela 2: Relação de equilíbrio nos fundamentos de finanças

Equilíbrio Fundamentos

Domínio - Importância Capacitação - Importância

Aspectos de Custos -1,61 -4,08

Ponto de Equilíbrio -1,59 -3,78

Planejamento Financeiro -1,63 -3,36

Cálculos Financeiros -1,54 -3,90

Análise das Demonstrações Financeiras -1,50 -3,95

Administração do Capital de Giro -1,47 -5,63

Planejamento do Fluxo de Caixa -1,77 -4,48

Política de Financiamento -1,82 -4,16

Orçamento de Capital -2,44 -4,28

Planejamento Tributário -2,18 -1,79

Fonte: Dados da pesquisa.

Em relação ao equilíbrio entre importância e domínio dos fundamentos, a discrepância é mais contundente nos fundamentos “Orçamento de Capital” e “Planejamento Tributário”. O primeiro fundamento indica que as restrições também podem ser observadas no médio e longo prazo, uma vez que projetos e investimentos futuros podem estar comprometidos por deficiência no orçamento de capital. Quanto ao planejamento tributário, ele é crítico por representar uma parcela significativa da receita

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das empresas pesquisadas, o que indica a necessidade de maior ênfase nos programas de capacitação ou, como alternativa, a utilização de consultorias de empresas juniores neste fundamento pontual.

A tendência observada nas áreas de Marketing e Finanças se refletiu também na avaliação dos fundamentos de Recursos Humanos, de forma que todos os “escores” encontrados são negativos. Como ponto crítico do domínio dos empreendedores da área de TI vale destacar o fundamento “Avaliação de Desempenho” (Tabela 3).

Tabela 3: Relação de equilíbrio nos fundamentos de Recursos Humanos

Equilíbrio Fundamentos

Domínio - Importância Capacitação - Importância

Recrutamento e Seleção -2,19 -4,93

Desenho de Cargos -1,30 -3,83

Avaliação de Desempenho -2,81 -5,09

Administração de Salários -2,39 -5,06

Programas de Incentivo -2,27 -4,76

Treinamento e Desenvolvimento -1,29 -3,89

Programas de Manutenção -2,11 -4,85

Legislação Trabalhista -2,36 -5,69

Fonte: Dados da pesquisa.

Uma reflexão acerca desse fundamento seria a dificuldade que as empresas têm em mensurar desempenho e resultado em atividades que, em grande parte, são intangíveis. Este mesmo fundamento apresenta dissonância destacada na capacitação oferecida pelas incubadoras, o que o ratifica como elemento a ser trabalhado tanto pelas incubadoras quanto pelos empreendedores. Além desse fundamento, “Administração de Salários” e “Legislação Trabalhista” também representam lacunas consideráveis entre a importância atribuída pelos empreendedores e o grau de contemplação na capacitação gerencial oferecida pelas incubadoras de TI.

A área de operações, diferentemente das demais, apresenta equilíbrio positivo em dois fundamentos: gerenciamento da cadeia de suprimentos e gerenciamento de estoques (Tabela 4).

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Tabela 4: Relação de equilíbrio nos fundamentos de operações

Equilíbrio Fundamentos

Domínio - Importância Capacitação - Importância

Prioridade Competitiva -1,94 -4,61

Análise de Processos -1,92 -4,30

Gestão da Qualidade -3,21 -4,08

Previsão de Demanda -2,46 -4,67

Layout das Instalações -0,92 -3,52

Gerenciamento de Projetos -1,89 -3,60

Gestão da Cadeia de Suprimentos 0,03 -2,41

Gestão de Estoques 0,50 -0,59

Influência dos Fatores Ambientais -1,33 -4,04

Sistema de Informações Gerenciais -1,77 -5,05

Fonte: Dados da pesquisa.

Porém, a perspectiva favorável parece ter seu efeito amenizado se observadas as características intrínsecas ao setor de TI, uma vez que é quase inexistente a cadeia de suprimentos (de matérias-primas à distribuição aos clientes) e estoques. Quanto aos demais fundamentos, “Gestão da Qualidade” apresenta a maior lacuna entre importância e domínio, indicando a necessidade de ênfase por parte dos programas de capacitação gerencial. Outro ponto que merece destaque quanto à necessidade de uma atuação mais efetiva das incubadoras de TI é o fundamento “Sistemas de Informações Gerenciais”. Por se tratarem de incubadoras específicas de TI seria legítimo considerar um ponto forte a capacitação nesse fundamento, perspectiva essa que se desfaz na avaliação dos empreendedores, uma vez que este é o ponto em que há maior desequilíbrio entre importância e capacitação oferecida pela incubadora.

Embora a capacitação gerencial dos empresários seja a principal via que vise garantir a autogerência dos empreendimentos, principalmente se considerado que os empreendedores da área de TI têm formação em cursos não gerenciais, verifica-se aqui certa inocuidade dos programas de capacitação das incubadoras estudadas. Todos os fundamentos de todas as quatro áreas de gestão (Marketing, Produção, Finanças e Recursos Humanos) têm presença menos intensa na capacitação se comparados com a importância atribuída a cada um pelos empreendedores, o que indica a existência de um hiato entre as necessidades dos empresários e o oferecido a eles.

De outro lado, e podendo ser analisado como conseqüência de uma aparente inocuidade do processo de capacitação, tem-se o domínio insatisfatório dos empresários em relação aos fundamentos se observados a importância que aqueles atribuem a estes. Os resultados implicam na necessidade de se repensar a capacitação gerencial em incubadoras de TI e, possivelmente, demarcar como ponto de partida o que os empreendedores consideram importante para seus empreendimentos.

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5. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES PARA FUTURAS PESQUISAS

O presente teve como objetivo descrever as ações das incubadoras de TI no

amparo a empreendimentos nascentes. Para isso, foram contemplados elementos de apoio às empresas, aspectos de interação com universidades e centros de pesquisa, além da capacitação gerencial oferecida, fundamental na manutenção das atividades das empresas. Em relação aos elementos de apoio que as incubadoras disponibilizam para os empreendimentos vinculados, percebeu-se que há relativa homogeneidade nas ações.

O mix padrão de apoio contempla o oferecimento de salas, água, energia elétrica, telefone e Internet, além de serviços de secretaria. Prática de destaque nesse bojo é a disponibilidade de computadores às empresas por parte de duas das incubadoras. Fugindo ao apoio estrutural, verificou-se que as incubadoras auxiliam as empresas de TI na busca por recursos financeiros junto a entidades de fomento, por meio de orientação direta e/ou com o apoio de consultores externos. Embora haja o apoio, a responsabilidade de encaminhar propostas recai sobre as empresas. No que se refere à busca de recursos junto a entidades de investimento, é inexistente qualquer tipo de prática nesse sentido. Neste último caso, o que parece ser imperativo é o argumento do quão difícil é o acesso de micro e pequenas empresas a linhas de crédito. Assim como nos elementos anteriores, há homogeneidade nas ações de apoio comercial, sendo comum práticas de incentivo à participação em feiras, cafés empresariais etc., a divulgação por meio de fôlderes, banners e jornais, e a chancela das marcas das incubadoras na comercialização de produtos.

A avaliação dos empreendedores quanto à prática das ações supracitadas por parte das incubadoras é positiva quando analisados aspectos de infra-estrutura, considerado por muito dos entrevistados como bom e muito bom. Porém, essa perspectiva favorável não se mantém quando os entrevistados avaliam o apoio na busca de recursos financeiros e o apoio comercial, sendo este último ainda mais deficiente.

Empreendimentos em que o valor agregado pelo capital intelectual é mister para o sucesso assumem cada vez mais a necessidade de parcerias frutíferas. Nessa roda, a triangulação empresas-incubadora-universidade assume papel fundamental à medida que potencializa a transformação de idéias nascentes na academia em produtos inovadores, a transferência de tecnologia e a participação cada vez mais efetiva de professores e alunos, conforme destacado por Mian (1996). Fato exposto, verificou-se que o relacionamento entre incubadoras de TI e universidades se dá, além da captação de alunos como empreendedores, pela utilização de professores e empresas juniores em consultorias. Embora destacável, é limitador o fato de não haver maior aproximação que proporcione transferência de tecnologia, sendo baixo o número de projetos em parceria e produtos oriundos de atividades de pesquisa. Assim, parece ser legítima a necessidade de atuação conjunta mais efetiva das incubadoras, universidades e entidade de fomento, a fim de impulsionar o desenvolvimento de produtos inovadores por intermédio de atividades de pesquisa.

Além de elementos de apoio e de interação com atores vitais para o crescimento do setor de Tecnologia da Informação, o presente trabalho contempla a avaliação dos empresários quanto à capacitação gerencial, identificada como essencial no estudo de

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Peña (2004). A análise de equilíbrio entre importância e domínio dos fundamentos gerenciais por parte dos empresários, e entre importância e capacitação gerencial oferecida pelas incubadoras de TI, verificou-se a existência de lacunas a serem supridas tanto pelos empresários quanto pelas incubadoras. Assim, os resultados deste trabalho podem ser úteis para que as incubadoras façam um alinhamento entre as expectativas dos empresários incubados e os elementos da capacitação gerencial oferecida aos mesmos.

Futuras pesquisas podem ampliar o escopo deste trabalho, verificando o comportamento das variáveis utilizadas nesta análise em incubadoras especializadas em outros setores. Outra oportunidade seria comparar se as lacunas e oportunidades de melhoria encontradas nas incubadoras pesquisadas se repetem em incubadoras multisetoriais. Adicionalmente, parece salutar investigar possibilidades alternativas de transferência de tecnologia e participação mais efetiva de centros universitários junto às empresas de TI, talvez, por intermédio de entidades de fomento.

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Revista de Gestão da Tecnologia e Sistemas de Informação Journal of Information Systems and Technology Management Vol. 5, No. 3, 2008, p. 453-468 ISSN online: 1807-1775 DOI: 10.4301/S1807-17752008000300002

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Recebido em/Manuscript first received: 09/10/2008 Aprovado em/Manuscript accepted: 28/12/2008 Endereço para correspondência/ Address for correspondence

João Batista Bottentuit Junior, Universidade do Minho, Braga, Portugal, E-mail [email protected]

Clara Pereira Coutinho, Universidade do Minho, Braga, Portugal, E-mail [email protected]

Agradecimentos: Artigo financiado pelo centro de Investigação em Educação da Universidade do Minho – CIED, e pela Fundação de Ciência e a Tecnologia - FCT ISSN online: 1807-1775 Publicado por/Published by: TECSI FEA USP – 2008

ANÁLISE DAS COMPONENTES E A USABILIDADE DAS WEBQUESTS EM LÍNGUA PORTUGUESA DISPONÍVEIS NA WEB: UM ESTUDO EXPLORATÓRIO ANALYSIS OF COMPONENTS AND USABILITY OF WEBQUESTS IN PORTUGUESE LANGUAGE AVAILABLE ON THE WEB: AN EXPLORATORY STUDY João Batista Bottentuit Junior Universidade do Minho, Braga, Portugal Clara Pereira Coutinho Universidade do Minho, Braga, Portugal _____________________________________________________________________________________

ABSTRACT WebQuest is an extremely simple and rich way to take advantage of the educational potential of the Web. It’s based on collaborative learning and research processes for knowledge building, counting on thousands of contributions from educators all over of the world. However, many of the available online WebQuests do not conform to the minimum standards of quality in respect to the content and usability levels, or are no more than simple worksheets or "WebExercises". In this article 483 WebQuests in Portuguese, that were made available online between July and October 2007, were registered and analyzed. The evaluation focused on the content and on some indicators associated with usability. The results showed that, with regard to the content, the greatest failures were found in the assignments, in the resources and in the evaluation. In terms of usability, the largest failure to report is the absence of a "menu" in many of the examples examined. It was also found that only 41% were real WebQuests, categorizing the rest as simple "WebExercises" with routine activities that do not allow the student to take full advantage of the knowledge building potential of the Web.

Keywords: WebQuest, WebExercise, Usability, Internet

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RESUMO

Uma WebQuest é um modelo extremamente simples e rico para utilizar o potencial educativo da Web, com fundamento na aprendizagem colaborativa e nos processos de investigação para a construção do saber, que conta hoje com milhares de propostas de educadores das mais diversas partes do mundo. No entanto, muitas das WebQuests disponibilizadas online não obedecem a padrões mínimos de qualidade no nível dos componentes e da usabilidade, ou então, mais não são do que simples folhas de exercícios ou “WebExercises”. Neste artigo foram recenseadas e analisadas 483 WebQuests em língua portuguesa que estavam disponibilizadas online entre Julho e Outubro de 2007. A avaliação incidiu sobre as componentes e sobre alguns indicadores associados à usabilidade. Os resultados revelam que, no que concerne a componentes, as maiores falhas estão na tarefa, nos recursos e na avaliação e, em nível de usabilidade, a maior falha a assinalar é a ausência do “menu” em muitas dos exemplares analisados. Verificou-se ainda que apenas 41% eram verdadeiras WebQuests, constituindo as restantes simples “WebExercises” com atividades rotineiras que não levam o aluno a tirar partido do potencial da Web para a construção do saber.

Palavras-Chave: WebQuest, WebExercise, Usabilidade, Internet

1. INTRODUÇÃO

Concebida com o objetivo de ser um repositório do conhecimento humano e sendo vista durante muito tempo como uma importante fonte de informação, a internet tornou-se hoje uma poderosa rede que nos oferece múltiplas funcionalidades, recursos e serviços, constituindo-se como um espaço de partilha e acesso ao conhecimento (Berners Lee et al, 1994). Neste contexto, o professor tem ao seu dispor um conjunto de ferramentas online e gratuitas que pode utilizar para tornar as suas aulas mais motivantes e produtivas. Segundo Carvalho (2007a), tem surgido na web várias atividades pedagógicas que permitem tirar partido dos conteúdos da web, entre as quais se destacam a “Caça ao Tesouro” e as “WebQuests”.

O conceito de WebQuest surgiu no ano de 1995, na Universidade de San Diego, na Califórnia, para designar uma estratégia de ensino que tinha como objetivo principal a utilização criteriosa da imensa quantidade de sites publicados na Internet (Bottentuit Junior, Coutinho & Alexandre, 2006). Os seus mentores foram Bernard Dodge e Tom March que, ao desenvolverem esta estratégia pedagógica, não imaginavam sequer o enorme sucesso que viria a conquistar em outros países, num curto espaço de tempo, junto de professores e alunos interessados na pesquisa orientada e na promoção de processos de aprendizagem mais ativa e colaborativa (Cruz, Bottentuit Junior, Coutinho & Carvalho, 2007).

Na Internet a presença de referências ao tema “WebQuest” é enorme, ou seja, se realizarmos uma simples busca do termo no motor de pesquisa do Google 1 , encontramos nada mais nada menos do que 3.380.000 referências, e, se restringirmos a busca a documentos em língua portuguesa encontramos 184.000 referências!.Estes números servem apenas para comprovar a importância que esta temática assume na comunidade de educadores e investigadores no domínio das Ciências da Educação

1 Consulta realizada em 24/11/2007.

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Análise das componentes e a usabilidade das webquests em língua portuguesa disponíveis na web: 455um estudo exploratório fazendo, pois, todo o sentido uma sistematização e avaliação dos inúmeros recursos disponibilizados.

No entanto, muitas das estratégias disponibilizadas na Internet que se auto rotulam de WebQuests não são adequadas no que diz respeito à qualidade dos conteúdos e à usabilidade. Outro aspecto importante é que, segundo March (2003) e também Dodge (2002a, 2002b, 2006), muitas das WebQuests existentes não são verdadeiras WebQuests, já que se limitam a orientar os alunos na pesquisa e solicitam apenas uma mera reprodução da informação encontrada. Para March (2003, apud Carvalho, 2007b), muitas dessas ditas WebQests apresentam questões que se limitam a solicitar a reprodução da informação encontrada nos sites. Para Bottentuit Junior et al (2006), as WebQuests têm que ser muito bem planeadas, com tarefas que possam promover a aprendizagem, que valorizem a investigação e o trabalho colaborativo.

Neste artigo começamos por apresentar o conceito de WebQuest, sua estrutura e componentes bem como os critérios que a individualizam relativamente a outras atividades de pesquisa orientada na web. Apresentamos depois o estudo analítico que teve como objetivo principal analisar a qualidade de uma base de dados de WebQuests em língua portuguesa disponibilizadas online em dois níveis: conteúdo e usabilidade. Este estudo é parte integrante de um projeto mais amplo e pretende justificar a importância da concepção de um Portal de WebQuests em língua portuguesa que possa dar suporte aos educadores no que toca a disponibilização de material seguro, de exemplos de WebQuests avaliadas e, principalmente, vir a constituir-se como um espaço para a partilha de experiências entre os utilizadores desta estratégia de ensino e aprendizagem baseada na web.

2. WEBQUESTS

A palavra WebQuest, em sua etimologia, remete-nos para a soma de duas palavras, ou seja, web (rede de hiperligações) e quest (questionamento, busca ou pesquisa). As WebQuests constituem uma forma de ajudar o professor a utilizar os recursos da Internet com criatividade e critério; de fato, ao realizar uma WebQuest, o aluno não se limita a fazer pesquisas na web que muitas vezes são estéreis mas, de certa forma, é obrigado a usar os recursos existentes na rede para realizar um conjunto de tarefas que lhe são propostas. Dodge (1995, s/p) afirma que a WebQuest “é uma investigação orientada na qual algumas ou todas as informações com as quais os aprendizes interagem são originadas de recursos da Internet”. Ou seja, são atividades preparadas pelos docentes onde todos os recursos necessários à resolução das tarefas podem ser encontrados num único lugar, neste caso, a Internet. Segundo Cardoso e Gomes (2006), os trabalhos orientados na web podem englobar as atividades de “caça ao tesouro”, as “visitas virtuais” e também as “WebQuests”. No entanto, na perspectiva de Carvalho (2006), o que individualiza a WebQuest relativamente a outras estratégias de pesquisa orientada na Web é o fato de os alunos trabalharem de forma colaborativa e conceberem um produto que acrescente algo de novo em termos de valor acrescentado ao conhecimento inicial. Segundo Viseu e Carvalho (2003, p.519), as WebQuests são “como que um desafio que se coloca aos alunos que para o resolverem, transformam a informação disponibilizada num produto final e comunicam aos outros colegas”.

Desde a sua existência, as WebQuests têm sido alvo de investigação e utilização

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no terreno educativo em diferentes disciplinas e níveis de ensino. Dentre as diversas áreas do saber onde encontramos teses e trabalhos de investigação na área das WebQuests, destacamos:

a) Matemática (Viseu & Machado, 2003; Guimarães, 2005; Cruz, 2006; Gouvea, 2006; Quadros, 2005; Sampaio, 2006; Silva, 2006; Xavier, 2007);

b) Ciências, Física e Química (Bottentuit Junior, Coutinho & Alexandre, 2006; Neves, 2006);

c) História (Cruz & Carvalho, 2005, Cruz et al 2007, Martins 2007).

Para Dodge (1998a), uma WebQuest deve ter toda uma estrutura lógica que contém os seguintes componentes básicos: i) introdução ao tema a tratar, componente este que deve ter como principal atributo o ser motivador, ii) tarefa que deverá ser desafiante e executável, iii) processo que orienta os alunos na realização da tarefa, iv) os recursos que estão disponíveis na web para a produção do conhecimento, v) a avaliação que fornece ao aluno os indicadores qualitativos e quantitativos pelos quais será avaliado e, por último, vi) a conclusão que deverá propor um desfecho, retomar os objetivos da atividade e dar uma pista para pesquisas ou atividades futuras na mesma temática. É esta estrutura geral que caracteriza e que faz com que uma WebQuest seja diferente de um site educativo qualquer ou de outras atividades de pesquisa na web.

As WebQuests são desenhadas para que os alunos rentabilizem o tempo em atividades que permitam transformar informação em conhecimento nos níveis de trabalho cognitivo mais avançados (higher order thinking skills, Bloom et al, 1956) como seja a análise, a síntese e a avaliação, (March, 2004). O mesmo autor (March, 2000, 2004) se refere ainda que o modelo WebQuest surgiu da necessidade que os professores sentiam de ajudar os alunos a usarem as informações adquiridas para construírem significados em tópicos complexos do mundo real, de tal maneira que, e passamos a citar “A well-designed WebQuest uses the power of the Internet and a scaffolded learning process to turn research-based theories into dependable learning-centered practices” (March, 2004, p. 2).

O artigo intitulado Five Rules for Writing Great WebQuests, Dodge (2001) propõe os princípios que deverão ser seguidos na concepção de uma WebQuest. Estes princípios ficaram conhecidos pelo acrônimo FOCUS e significam:

a) (Find Great Sites) Encontrar bons sites; b) (Orchestrate Learners and Resources) organizar os recursos encontrados e as

etapas a serem desenvolvidas em grupo; c) (Chalenge Your Learners to Think) Desafiar seus Aprendizes a Pensar; d) (Use the Medium) Utilizar convenientemente a web de tal modo que uma

WebQuest bem concebida não poderia ser facilmente realizada em papel. e) Scaffold High Expectation sugere tarefas que não estejam nas expectativas

dos alunos;

É necessário seguir os preceitos propostos por Bernie Dodge e Tom March para não se elaborar uma simples folha de exercícios no formato de uma WebQuest, modalidade a que Dodge (1995, apud Rocha, 2007) chama de “WebExercises” (Exercícios na Web). De fato, em tais casos, o “esforço empreendido na elaboração de uma tarefa de WebExercise não contempla o processo de transformação do aluno e portanto não conduz o aluno ao aprendizado” (Dodge, 1995, p. 6). Na figura 1, abaixo representada, é possível verificar como uma WebQuest pode levar o aluno a atingir os

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Análise das componentes e a usabilidade das webquests em língua portuguesa disponíveis na web: 457um estudo exploratório níveis mais elevados do domínio cognitivo, o que não ocorre em relação ao modelo WebExercise (Rocha, 2007).

Figura 1: Relação da WebQuest com os níveis do domínio cognitivo (Rocha, 2007)

Segundo Rocha (2007), toda a WebQuest bem elaborada deveria explorar os níveis de aprendizagem mais elevados do domínio cognitivo, porém, são extremamente comuns em WebQuests as tarefas que não permitem ultrapassar os níveis do conhecimento e da compreensão materializados em sínteses, resumos e recolha de dados. Nesse sentido, podemos considerar que a maioria das atividades realizadas na escola sob o título de “pesquisa” seja com a utilização de computadores, livros, revistas, jornais, etc., não possibilitam a exploração pedagógica dos níveis mais elevados das capacidades cognitivas dos alunos. Entendemos, assim, que a pesquisa deve possibilitar ao aluno oportunidade para que elabore suas próprias hipóteses e teorias, recrie seus próprios conceitos com base no questionamento do problema que se apresenta, e nesse sentido, a pesquisa somente poderá ser considerada na sua plenitude se conseguir levar o aluno a desenvolver capacidades cognitivas ao nível da análise, síntese e avaliação; da mesma forma, o mais nobre objetivo de uma WebQuest enquanto estratégia de pesquisa orientada é ser capaz de proporcionar uma “aprendizagem ativa”, ou seja, conseguir que os alunos transformem e assimilem os conhecimentos que já têm estruturas de conhecimentos mais complexas e elaboradas.

3. O ESTUDO

O primeiro passo para a realização do estudo empírico foi o recenseamento das WebQuests disponíveis online em língua portuguesa. Para efeitos do estudo foram consideradas as WebQuests oriundas do Brasil e Portugal, países para os quais se dirige o projeto de investigação. A tarefa de recenseamento decorreu no período de Julho a Outubro de 2007. Durante esse período de tempo, pesquisamos de forma sistemática as WebQuests disponíveis na Web, verificando que, em muitas delas, havia a presença de mais de um autor, o que revela que, em muitos casos, as WebQuests são concebidas e trabalhadas de forma transversal a várias disciplinas do currículo. Verificamos também

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que, tal como verificado por Bottentuit & Coutinho (2007), em muitos casos, as WQ´s foram desenvolvidas por grupos de indivíduos no decurso de ações de formação ou disciplinas de licenciatura e pós-graduação.

O recenseamento das WebQuests que integraram a base de dados documental processou-se através da busca nas seguintes fontes:

• Motores de Busca como: Google, Altavista, Aeiou, Cadê, Sapo, Yahoo, com seleção por palavras como WebQuest e WebQuests;

• Sites Institucionais e escolares: Nónio UMinho (Portugal), Colégio Tiradentes (Brasil), Faculdade Mackenzie (Brasil), Colégio Dante Alighieri (Brasil), SENAC SP (Brasil), Escola Virtual da USP (Brasil);

• Sites Educativos: QuestGarden, Núcleo Minerva Nónio, JcPaiva.net e WebQuest: um desafio aos professores para os alunos;

• Portais de armazenamento de sites: Sapo, Terra.br, HPG, UOL, Yahoo, Geocities, Googlepages;

• Plataforma de Currículo Brasileira do CNPQ (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) através da busca por palavras-chave como WebQuest e WebQuests;

Constituída a base de dados documental de WebQuests, procedeu-se à escolha da grelha de análise a utilizar. Depois de uma criteriosa revisão bibliográfica selecionada, a grelha concebida por Carvalho (2006), que, no entanto, foi adaptada ao estudo o que levou a excluir alguns itens bem como a adicionar itens específicos ao formato original. Concluído o processo de adaptação, a grelha de análise foi ainda submetida à validação por um perito na área.

A grelha utilizada permitiu avaliar onze pontos-chaves numa WebQuest a referir: a Home Page (6 itens), a Introdução (3 itens), a Tarefa (2 itens), o Processo (3 itens), os Recursos (3 itens), a Avaliação (2 itens), a Conclusão (2 itens), a Ajuda (2 itens), a Usabilidade (4 itens) e ainda a rubrica WebQuest versus WebExercise (1 item). A versão final integrava 28 itens, porém analisamos ainda mais duas variáveis adicionais que foram a área de estudo/disciplina e a procedência da WebQuest (através dos endereços das páginas na Internet).

3.1 Resultados

3.1.1 Dados Gerais, Área de estudo e Procedência

Foram recenseadas 483 WebQuests, sendo 253 de nacionalidade portuguesa e 230 de nacionalidade brasileira. Com relação às áreas de estudo/disciplina identificamos que a fatia mais representativa é a de Ciências da Natureza (1° e 2° ciclos) com 110 exemplares, seguida pelas WebQuests que foram concebidas e trabalhadas de forma multidisciplinar que contaram 63 exemplares. As outras áreas identificadas foram: História (46), Inglês (41), Biologia (39), Matemática (33), Português (31), Geografia (30), Física e Química (27), EVT (educação visual e tecnológica/artes) (17), TIC/Informática (12), Educação Física (6), Educação Musical (5), Ensino Religioso (1). Observamos ainda a presença de WebQuests no ensino superior, com números muito mais reduzidos como, por exemplo: Psicologia (1), Odontologia (9), Educação (3), Desenho Técnico (2), Mecânica (1), e Arquitetura (1).

No que toca à procedência das WebQuests, a maioria encontra-se alojada em

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Análise das componentes e a usabilidade das webquests em língua portuguesa disponíveis na web: 459um estudo exploratório servidores gratuitos (173) como: Googlepages, Yahoo, UOL, Geocities, Terra, etc. Os outros locais onde encontramos um número significativo de exemplares foram: Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais – Brasil (79), Projeto Minerva – Évora – Portugal (48), Universidade do Minho – Braga – Portugal (47), Colégio Dante Alighieri – São Paulo – Brasil (34), ESE Lisboa – Portugal (22), Colégio Mackenzie – São Paulo – Brasil (18), Centro de Formação CEFOPREM – Évora – Portugal (17), Centro de Formação ABWEB – Matosinhos – Portugal (13), Escola Básica 23 André Soares – Braga – Portugal (11), Colégio SAA – São Paulo – Brasil (9), Instituto Politécnico de Setúbal – Portugal (8), Escola Básica 23 Lousada – Portugal (4).

3.1.2 Home Page

A home page constitui uma das partes de grande importância tanto num site como numa WebQuest, pois através dela podemos identificar uma série de características e informações. Ao concebermos uma WebQuest devemos pensar na sua utilização por parte de outros professores e alunos e para isto devemo-nos preocupar em fornecer informações precisas sobre os autores, contactos, temática e identificação. Das WebQuest avaliadas 95% tinham título, em apenas 5% esta informação não era visível. O nível de escolaridade estava presente em 64% das WebQuests, porém, em 36%, essa informação estava omitida.

A data de concepção e actualização são informações bastante úteis quando queremos saber se um site ou informação é atual ou não; nas WebQuests avaliadas, 71% não referiam a data em que a mesma foi concebida, ou seja, só 29% apresentava a data de concepção. Da mesma forma, a quase totalidade das WebQuests não tinha data de atualização (93%), apenas 7% expressava esta informação.

Para que os outros utilizadores possam trocar impressões com os autores das WebQuests é necessário que o autor disponibilize algum meio de contacto (e-mail, endereço ou telefone), porém muitos terminam por esquecer este importante detalhe que, em muitos casos, inviabiliza o acesso aos autores bem como a possibilidade de se fazer uma citação correta numa publicação. Das WebQuests que fizeram parte deste estudo apenas 66% continham o contacto dos autores. A informação sobre a autoria só esteve presente em 76% das WebQuests, o que equivale a dizer que 24% dos autores ou se esqueceram de se identificar ou não estavam sensibilizados para a importância deste detalhe.

3.1.2 Introdução

A introdução numa WebQuest deve ser motivadora e desafiante para os alunos. Essa motivação deve ser temática e cognitiva, despertando o aluno para o assunto abordado bem como para os conhecimentos prévios dos sujeitos, aliciando-o para a abordagem que se segue. Das WebQuest analisadas, 82% eram motivantes em relação ao tema, ou seja, o assunto escolhido constituía uma boa temática para a exploração dos conhecimentos dos alunos, porém 18% abordavam temáticas que consideramos não serem passíveis de o fazer.

Para garantir uma aprendizagem significativa é necessário considerar os conhecimentos prévios dos alunos nas atividades de uma WebQuest, ou seja, a

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introdução deverá sugerir uma continuidade a um conhecimento já adquirido, dando pistas para que o novo tema seja uma ponte para a agregação de novos saberes. Nas WebQuests avaliadas apenas 23% consideram os conhecimentos que os alunos já tinha, e 77% não levou esta importante característica em consideração.

A introdução, como o nome já diz, deve dar pistas sobre os assuntos que serão abordados na WebQuest, pois é a primeira informação que chama a atenção de quem procura uma atividade orientada na web. A este respeito, consideramos que 76% das WebQuests recenseadas sugerem os aspectos que serão trabalhados, porém em 24% dos documentos avaliados não foi considerado relevante apresentar de forma clara na introdução os aspectos a serem trabalhados.

3.1.3 Tarefa

A tarefa (ou tarefas) a realizar pelos alunos deverá ser executável e interessante, envolvendo-os na aprendizagem. Para Carvalho (2002), a tarefa é o componente mais importante de uma WebQuest, pois descreve que produto se espera dos alunos no final. Das WebQuests avaliadas, 83% estavam bem estruturadas, ou seja, facilitavam a visualização do objetivo esperado, porém 17% não demonstravam uma boa organização e estruturação.

Criar uma tarefa estimulante não é tarefa fácil; no sentido de facilitar o trabalho aos professores, Dodge (2002b) apresenta no texto WebQuest Taskonomy: taxonomia of tasks doze tipos distintos de tarefas das mais simples às mais complexas, orientadas para a criatividade, para o campo científico, exploração de conteúdos, integrando diferentes graus de dificuldades bem como diferentes competências pedagógicas e cognitivas fundamentais no contexto da sociedade do conhecimento. Como a grande maioria das WebQuests foram desenvolvidas no âmbito de ações de formação e disciplinas, conforme observamos nas procedências advindas de centros de formação e universidades, em 61% das WebQuests as tarefas propostas seguiram os preceitos de Dodge, ou seja, são estimulantes, enquanto 39% preferiram explorar contextos que consideramos fracos porque incapazes de despertarem o interesse do aluno para a execução da tarefa solicitada.

3.1.4 Processo

É no processo que indicamos as diferentes etapas para se realizar cada tarefa, podendo-se associar também em alguns casos os recursos ou fontes a consultar. As etapas devem ser bem detalhadas e claras para que o aluno trabalhe de forma segura em seus grupos de trabalho. Na resolução de uma WebQuest o trabalho cooperativo e colaborativo é fundamental, ou seja, colocar os alunos em integração e estimular a criação de grupos é um dos objetivos que uma WebQuest deve sempre perseguir. Nas WebQuests avaliadas, 61% cumprem este requisito, ou seja, estimulam a criação de grupos, porém, em 39% dos exemplares analisados são propostas no processo etapas que mais parecem pensadas para desenvolvimento de forma individual.

O processo tem como característica dar suporte de informações à tarefa a ser executada por este motivo as tarefas devem ser indicadas de forma que o aluno perceba claramente todas as fases que deve percorrer até concluir o seu trabalho. Nas WebQuests analisadas, 75% utilizaram marcadores e numeração para indicar as fases e

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Análise das componentes e a usabilidade das webquests em língua portuguesa disponíveis na web: 461um estudo exploratório etapas a serem seguidas, no entanto, em 25% dos documentos analisados esses passos foram indicados de forma aleatória o que pode inviabilizar a execução correta da atividade.

Outro aspecto de particular importância numa WebQuest - e que muitas vezes é esquecido por quem a concebe - é saber se as informações fornecidas aos alunos são suficientes para a execução da tarefa, porque, se tal não acontecer, terá de se perder tempo na aula com o esclarecimento das dúvidas dos alunos. Nas WebQuests que integravam a nossa base de dados, verificamos que, em 63% dos casos as orientações dadas eram suficientes para realizar a tarefa, e que em 37% eram necessários complementos para tornar o processo claro.

3.1.5 Recursos

Os recursos ou fontes disponibilizadas numa WebQuest devem estar, de preferência, disponíveis na web. Se a temática exigir, podem apresentar-se também fontes provenientes de outros suportes. Deve-se ter atenção tanto na quantidade quanto na qualidade dos recursos oferecidos.

Na análise realizada verificamos que 73% das hiperligações não estavam ativas, o que pode ser justificado pelo fato da Internet ser muito volátil, ou seja, a troca de informações e endereços ocorre de forma constante; apenas 27% das hiperligações disponíveis nas WebQuests estavam ativas. Uma forma de solucionar este inconveniente é criar os próprios recursos ou então disponibilizar o material do site encontrado no site da WebQuest citando as referências do autor e o local de origem. Ao escolher recursos é sempre bom recomendar sites de instituições e órgãos que não sejam susceptíveis de serem excluídos com o passar do tempo.

Assim como a indicação de fontes de informações confiáveis, os recursos devem ser adequados e suficientes para a realização da tarefa, ou seja, deve-se dar oportunidade ao aluno, para que este possa consultar diversas fontes antes de realizar a tarefa. Após a análise das WebQuests, consideramos que 58% dos recursos disponibilizados eram suficientes e adequados, embora um expressivo número de 42% representasse WebQuests com recursos escassos ou insuficientes para a realização das atividades. Quando o número de fontes é mínimo, os alunos acabam por procurar outras fontes em motores de busca, dispersando-se das aulas e fugindo do objetivo central proposto na WebQuest.

Outro importante item que diz respeito aos recursos é a descrição de cada hiperligação disponibilizada, uma vez que as atividades orientadas podem tomar muito tempo de aula como é o caso das WebQuests longas que precisam de semanas para serem resolvidas. Nestes casos, é importante que as hiperligações estejam bem para que os alunos não percam tempo tendo que visitar todos os links atrás da informação desejada. Mais de metade (69%) das WebQuests analisadas tinha as hiperligações organizadas com descrição, enquanto em 31% este item não foi considerado.

3.1.6 Avaliação

A avaliação deve incidir sobre o produto a apresentar pelos alunos, devendo ser claramente explicitados os critérios a adotar em nível qualitativo e quantitativo. Durante

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o processo de análise observamos que a grande maioria das WebQuests (75%) possuía algum tipo de informação sobre como o trabalho seria avaliado, porém, 25% não consideravam este item fundamental nas suas WebQuests. Para além da explicação bem estruturada do que será avaliado deve-se ter em atenção os indicadores quantitativos e qualitativos, ou seja, as variáveis a considerar e o peso relativo de cada tarefa cumprida. Apenas 8% das WebQuests recenseadas explicavam os indicadores qualitativos e quantitativos da avaliação, o que equivale a dizer que na quase totalidade das WebQuests analisadas (92%) estes aspectos foram pura e simplesmente ignorados.

3.1.7 Conclusão

A conclusão disponibiliza um resumo da experiência proporcionada pela WebQuest, devendo pôr em evidência as vantagens de realizar o trabalho e despertar a curiosidade dos alunos para pesquisas futuras (Dodge 1995). Nas WebQuests avaliadas 73% apresentavam conclusões sobre a atividade realizada, porém 27% das WebQuests ou não faziam nenhuma referência a conclusão ou apenas mencionavam mensagens do tipo: “parabéns”, “que bom que chegaste até este ponto”, “fim”.

Uma WebQuest não deve deixar de indicar pistas para novas pesquisas, ou seja, mostrar aos alunos como podem utilizar os resultados obtidos para novas empreitadas, ou indicar novos desafios para serem resolvidos. Nas WebQuests avaliadas apenas 20% indicavam pistas para novas investigações, o que significa que na grande maioria dos casos (80%) este importante item foi ignorado.

3.1.8 Ajudas

As ajudas são auxílios aos alunos e professores, ou seja, incluem informações sobre o que é uma WebQuest, quem são seus mentores, como é estruturada e principalmente como deve ser utilizada. Trata-se de um item que não é obrigatório, porém muito útil para reutilização da mesma atividade por parte de outros utilizadores. Apenas 10% das WebQuests recenseadas continham ajudas para alunos, 90% não ofereciam nenhum tipo de auxílio. No que diz respeito à ajuda aos professores apenas 7% ofereciam ajuda, enquanto em 93% dos documentos analisados este item não foi considerado.

3.1.9 Usabilidade

A usabilidade é a capacidade, em termos funcionais humanos, de um sistema ser usado facilmente e com eficiência pelo usuário (Shackel, 1993). Para Scapin (1993), a usabilidade está diretamente ligada ao diálogo na Interface, e materializa-se na capacidade do software permitir que o usuário alcance as suas metas na interação com o sistema.

Para incluir na grelha de análise selecionamos apenas algumas variáveis associadas à usabilidade uma vez que se trata de um conceito que a grande maioria dos professores desconhece e por isso não tem em conta na hora de conceber a sua WebQuest - nem sempre aquilo que parece bonito, brilhante e colorido é o mais viável para ser disponibilizado aos alunos. Assim sendo, 19% das WebQuests avaliadas tinham uma URL fácil de memorizar, enquanto em 81% dos casos foram utilizados endereços grandes (provavelmente porque as páginas se encontravam alojadas em servidores

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Análise das componentes e a usabilidade das webquests em língua portuguesa disponíveis na web: 463um estudo exploratório gratuitos que obrigavam a criar endereços pouco usuais).

O menu de uma WebQuest deve estar sempre visível para que os utilizadores possam percorrer as diversas áreas sempre que lhes for conveniente; no entanto, em 65% das WebQuests que integravam a base de dados documental era necessário estar sempre a voltar à página inicial, apenas 35% possuíam um menu que podia ser acedido de qualquer parte do site.

As letras com serifa são utilizadas apenas em impressões já a letra sem serifa fica melhor em sites e materiais disponíveis em ecrãs. Nas WebQuests avaliadas, a maioria (81%) utilizou letras sem serifa, mas 19% usou um tipo de fonte que torna a leitura mais cansativa (com serifa).

Outro importante item que deve ser seguido diz respeito ao fundo da página que deve contrastar com a cor da letra utilizada, uma vez que, caso este detalhe não seja levado em consideração a leitura das informações torna-se difícil e os utilizadores terminam abandonando a página e dando prioridade a outras onde seja possível ver/ler com mais clareza.

3.1.10 WebQuest Versus WebExercise

O último aspecto a analisar, conforme referido no início deste estudo, era verificar se as WebQuests que integravam a nossa base de dados podiam ser (ou não) consideradas verdadeiras WebQuests no sentido de explorarem competências e desenvolveram aprendizagens nos níveis mais altos do domínio cognitivo. Das WebQuests avaliadas apenas 41% (ou seja) foram consideradas verdadeiras WebQuests; ou seja, mais de metade (59%) não passa de folhas de exercícios ou “WebExercise”, com atividades simples de copiar e colar, fazer um cartaz, responder a perguntas, fazer desenhos, pesquisar sobre um assunto e imprimir, etc.

4. CONCLUSÕES

As WebQuests constituem excelentes estratégias de ensino e aprendizagem, existindo na web inúmeros exemplos destas atividades para as mais diversas áreas do saber e níveis de escolaridade. No entanto, muitas das WebQuests disponibilizadas online não obedecem aos padrões mínimos de qualidade no que toca às componentes bem como a aspectos relacionados com a usabilidade destas estratégias de pesquisa orientada na web.

Na análise realizada verificamos que, relativamente às componentes, as maiores falhas detectadas se verificavam nas tarefas que não incentivam à criação de grupos ou equipas de trabalho, na existência de informações em locais não esperados como, por exemplo, as etapas do processo nas tarefas, a autoria e os contactos na conclusão, a avaliação que não contempla nem as características a serem avaliadas nem o valor a atribuir a cada item, e ainda os recursos que são escassos ou não estão operacionais (links inactivos). Apesar das muitas lacunas identificadas consideramos que muitas das atividades analisadas são propostas interessantes que, com pequenos ajustes, poderiam tornar as aulas mais motivadoras e desafiantes para os alunos.

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Para que as WebQuests possam atender às exigências necessárias sugere-se sempre que sejam avaliadas antes de serem disponibilizadas online; para o efeito recomendamos que os autores respeitem as Five Rules for Writing Greats WebQuests propostas por Bernie Dodge ou ainda que avaliem o seu protótipo de acordo com os critérios propostos por Dodge (1998) no texto A Draft Rubric for Evaluating WebQuests, posteriormente ampliado e detalhado por Bellofato et al. (2001) e disponibilizado em língua portuguesa por Carvalho (2002). Um último recurso é a avaliação do protótipo por peritos (validação de conteúdo) e a sua aplicação no terreno junto de uma pequena amostra de destinatários para se aferir da sua operacionalidade (validação empírica).

Para terminar, verificamos que muitas das Webquests em língua portuguesa disponibilizadas online e analisadas no estudo nada mais eram do que simples WebExercises, ou seja, atividades que se assemelham às WebQuests mas que falham no que é a sua essência: um modelo extremamente simples e rico para utilizar o potencial educativo da Web, com fundamento na aprendizagem cooperativa e nos processos de investigação para a construção do saber. O mais importante numa WebQuest não é apenas concebê-la e estruturá-la de acordo com os seus componentes, depois implementá-la e avaliá-la. O mais relevante é a capacidade de proporcionar uma “aprendizagem ativa”, ou seja, conseguir que os alunos transformem e assimilem os conhecimentos que já têm em estruturas de conhecimentos mais complexas e elaboradas numa estratégia de pesquisa orientada na Web. Nesse sentido, consideramos que conceber WebExercises é perder tempo e não aproveitar o recurso incrível e apelativo que é a Web onde os alunos podem ter um papel criador, crítico e ativo.

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Revista de Gestão da Tecnologia e Sistemas de Informação Journal of Information Systems and Technology Management Vol. 5, No. 3, 2008, p. 469-482 ISSN online: 1807-1775 DOI: 10.4301/S1807-17752008000300003

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Recebido em/Manuscript first received: 09/10/2008 Aprovado em/Manuscript accepted: 22/12/2008 Endereço para correspondência/ Address for correspondence

Arturo Giner Fillol, Autoridad Portuaria de Valencia, Valencia – Espana E-mail: [email protected]

Norma Pontet Ubal, Contabilidad de Costos, Universidad ORT Uruguay, Montevideo – Uruguay, Email:- [email protected]

Vicente Ripoll Feliu,Gestión estratégica de Costes, Universidad de Valencia, Valencia – Espana, E-mail: [email protected] ISSN online: 1807-1775 Publicado por/Published by: TECSI FEA USP – 2008

ACCOUNTING MANAGEMENT AND TECHNOLOGY INFORMATION: EMPIRICAL EVIDENCE FROM THE PORT AUTHORITY OF VALENCIA TECNOLOGÍAS DE INFORMACIÓN Y CONTABILIDAD DE GESTIÓN: EVIDENCIA EMPÍRICA DE LA AUTORIDAD PORTUARIA DE VALENCIA Arturo Giner Fillol Autoridad Portuaria de Valencia, Valencia – España Norma Pontet Ubal Universidad ORT Uruguay, Montevideo – Uruguay Vicente Ripoll Feli Universidad de Valencia, Valencia – España _____________________________________________________________________________________

ABSTRACT Ports that have good geographical location, efficient management and value-added services have potential for international leadership, as is the case with the Valencia Port Authority, which figures prominently in the international ranking of container ports. Information systems should stimulate the curiosity of organizations, facilitate the process of participatory decision-making and enhance the ability of the organization to cope with changes in the environment. Changes occurring in the environment fully affect the organization and therefore its computer systems. Through the study of the Business Intelligence Systems at the Valencia Port Authority, we seek to reaffirm the assumptions of the various authors analyzed. In summary, we would like to highlight that for accounting information, in both financial accounting and management accounting, to add value to the strategic processes of firms, it must successfully contribute to the strategic processes of the organization, selecting those aspects of accounting management that are relevant to the strategy of the organization (Álvarez-Dardet et al., 1999). The evolution and transformation undergone by firms in recent decades, with regard to technological progress and variation in production methods, suggests the possible obsolescence of so-called conventional cost systems. These traditional systems do not take into account the impact of the production

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process automation and the changes occurring in the relative importance of the different components of the cost of the product. Organizations have to develop accounting information towards a strategic orientation in order to provide support for the strategic business processes, evolving the current information supply of financial accounting and incorporating the information provided by management accounting. In this way the accounting information available to organizations will support their strategic processes more efficiently.

Keywords: change, accounting, Information Systems.

RESUMEN

Los puertos que disponen de una buena localización geográfica, gestión eficiente y servicios de valor añadido, tienen posibilidades de obtener un liderazgo a nivel internacional; como es el caso de la Autoridad Portuaria de Valencia, que ocupa un lugar destacado en el ranking internacional de puertos de contenedores. Los sistemas de información deben estimular la curiosidad de las organizaciones, deben facilitar el proceso de la toma de decisiones participativas y deben incrementar la habilidad de la organización para hacer frente a los cambios en el entorno. Los cambios que se están produciendo en el entorno afectan plenamente a la organización y por lo tanto a sus sistemas de informáticos. A través del estudio de los Sistemas de Business Intelligence en la Autoridad Portuaria de Valencia, se busca reafirmar estas presunciones de los diversos autores analizados. Para finalizar se debe resaltar que para que la información contable, tanto de la contabilidad financiera como de la contabilidad de gestión, el aporte del valor al proceso estratégico de las empresas, deberá contribuir con éxito en los procesos estratégicos de las organizaciones, seleccionando aquellos aspectos de la gestión contable que son relevantes para la estrategia de las organizaciones (Álvarez-Dardet et al., 1999). La evolución y la transformación que han sufrido las empresas en las últimas décadas en cuanto al progreso tecnológico y la variación en los métodos de producción, plantea la posible obsolescencia de los sistemas de costes llamados convencionales. Estos sistemas tradicionales no tienen en cuenta el impacto que supone la automatización de los procesos productivos y el cambio sufrido en el peso específico de los diferentes componentes del coste del producto. Las organizaciones tienen que ir evolucionando la información contable hacia una orientación estratégica, para proporcionar apoyo al proceso estratégico empresarial, evolucionando el suministro actual de información de la contabilidad financiera e incorporando información que proporciona la contabilidad de gestión, de esta forma la información contable de las organizaciones apoyarán más eficientemente los procesos estratégicos de las mismas.

Palabras Clave: cambio, contabilidad, sistemas de información

1 - INTRODUCTION

Development and progressive economic globalisation at an international level are giving rise to new challenges in the maritime sector, with significant increases in maritime traffic in “Other merchandise” in recent decades. This increase is enhancing the growth of containerised goods port traffic worldwide, in which the Valencia Port Authority (VPA) occupies a leading position at the international level. Thus, Spain’s State–Owned Ports System (SPS) holds an outstanding place in mercantile traffic in Europe, especially in container traffic.

The Valencia Region in Spain is where the VPA, which manages the ports of Valencia, Sagunto and Gandia, stands out as a privileged meeting point for international commercial interchanges.

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Ports that have good geographical location, port characteristics, management and value added services have the ability to attain a leadership standing at the international level (Malchow & Kanafani, 2004); as is the case with the VPA, which occupies a prominent place in the international ranking of ports.

The VPA manages the ports of Valencia, Gandia and Sagunto, whose installations cover more than 645 hectares of operational area and 14 kilometres of wharves, with depths of up to 17 metres, for the berthing of vessels. The geo-strategic position of the Port of Valencia configures it as a hub port, as we show in graphic 1. It is located in the centre of the Western Mediterranean coast, in line with the east-west maritime corridor that passes through the Suez Canal and the Strait of Gibraltar, making it the first and last port of call for principal shipping companies with regular lines between America, the Mediterranean-Black Sea, and the Middle and Far East.

Geographical locationGeographical location

As a hub port on the Western Mediterranean, Valencia Port distributed goods to northen Africa

and South of European Union

It is in the centre of the Western Mediterranean Coastline, in line with the east-west corridor crossing the Suez Canal and the Straits of Gibraltar, positions it as the first and last stopover for all major regular shipping lines connecting America, the Mediterranean basin and the Far East.

Graphic 1. Geographical Position of the Port Authority of Valencia on the Suez – Gibraltar axis of the inter-oceanic maritime routes.

Containerised goods form quite a significant proportion of the VPA’s total traffic. In 2007 it handled 3,042,000 TEU carrying 53.3 million Tonnes, with a turnover of 112 million euros. In the year 2006, the VPA occupied a prominent position in the ranking of container ports, placing 37th worldwide and the 8th in Europe (Cargo System, 2007).

, It is necessary to follow the example of the port community of Hong-Kong in order to be a leading port at an international level (2nd in 2005 in the world ranking of container ports). In this sense, Mongelluzzo (2004) points out that in order to maintain

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its position as one of the largest container ports in the world, greater attention will have to be paid to the cost of its services.

2 - IMPORTANCE OF THE COST OF TRANSPORT

Koo, et al. (1988) and Sánchez, et al. (2003), highlight the importance of transport costs and of their impact on the calls made by vessels at ports, emphasising that the efficiency of a port is one of the determining factors in the costs of maritime transport. Likewise, according to Pontet (2002), efficient utilisation of the various modes of transport will significantly reduce the final cost of the goods transported, hence the importance of efficiency and effectiveness in port services, because of their influence on international transport.

In this sense, the first studies that analysed ports from an economic perspective date from the 1960s. The initial interest of the researchers centred on aspects such as pricing of installations, capacity and investment policies (Goss, 1990a; Goss, 1990b). These are economic impact studies, in which port services are valued in terms of number of jobs created or of reduction of cost and of their impact on the port community and on transport itself (Chang, 1978).

Together with this, there exists a high degree of consensus as to the importance of the research being carried out in the field of management accounting (management, operational analysis, cost analysis, etc.), which has undergone substantial development in the last two decades. The literature on Cost and Management Accounting has shown great interest in varying the ways of calculating costs and managing firms. Not until a few years ago did Management Accounting include the environment in its analyses. This late incorporation is due to the fact that in the 1980s, a suitable role had not yet been developed for a management accountant to support Top Management. This led to problems in the making of business decisions, derived from the information facilitated by Cost and Management Systems (Coad, & Cullen, 2006). In that decade, it was observed that managers wanted to abandon apparently profitable lines of products or services, because profit margins were difficult to explain, the products that were most complex in their production generated huge profits, departments of the firm resorted to their own systems of calculating costs, accounting departments spent a lot of time on specific projects, and competitors’ prices were incomprehensibly low (Gammell & McNair, 1994).

This situation demonstrated the need for organisations to adapt Management Accounting Systems to the new environment, otherwise they could not be efficient and effective global competitors (Geiger & Ittner, 1996).

The last decade of the last century and the years so far in this new century have served to detect a substantial qualitative and quantitative change. This evolution has focussed fundamentally on a change from planning and control processes and expansion in the reduction of business processes cost to questions with a greater strategic emphasis on the organisation’s creation of value (Otley, 2003, 2001) through the identification, measurement and management of customer value indicators and above all, shareholder profitability (Ittner & Larcker, 2001).

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3 - NEED FOR AN ADEQUATE MANAGEMENT INFORMATION SYSTEM

3.1.- Evolution of management systems.

One of the information systems that has been developing parallel to the evolution of the management of organisations has been internal, or cost, accounting. Its evolution has taken place independently from financial accounting and is directly related to the internal information needs voiced by the firms themselves. Cost Accounting is directly related to the development path followed by management accounting itself. For Kaplan (1991), cost accounting and management accounting cannot be understood without each other; cost accounting being the most highly developed part of management accounting.

There is no unanimity among the various authors who have studied the origins of cost accounting, as becomes apparent below. The emergence of cost accounting can be traced to the ancient civilisations of the Middle East. For Vámosi (2005), the beginnings of cost accounting are found with the Florentine manufacturers of silk and woollen cloth in the 12th century, thanks to the groupings of guilds or brotherhoods that occurred in the Italy of the Middle Ages. At that time, manufacturing processes were already being independently monitored, by means of a registration and bookkeeping system. Also, for Dicenta (1949), the development of Italian, English and Flemish commerce that occurred in the 14th century led to a need for increased control of transactions and the cost of production in order to be able to establish prices. The birth of competition among the different manufacturers in that period gave birth to an acceleration of the development of cost accounting, which on one hand would permit more detailed knowledge of the cost price of the product they were manufacturing and on the other, the registration of the process that enabled them to report to their superiors.

The Industrial Revolution gave a clear boost to cost accounting, as significant changes occurred in the production process . James Watt invented the steam engine in 1764 and as a result Matthew Boulton subsequently made and perfected the first calculations of the costs of products and of the machines used in their fabrication, which are conventionally attributed to the sons of these inventors (Rosana, 1994:24). The introduction of machinery into industry led firms to invest in their own workshops and hire their own labour, dispensing with the multiple external transactions of artisan workshops that supplied the products. The productive system underwent major changes; productive activity took place within the firm itself, requiring heavy investments that had to be hierarchified and a division of labour was imposed on a large permanent labour force. This concentration of production in factories would have had major consequences in the development of internal or cost accounting as it was no longer as easy as when the firm did not carry out any productive activity itself, but bought its product from workshops at known prices.

However, the evolution experienced in recent years by the management outlook towards ever more sophisticated systems of organisation has led to the budget no longer being the only system of control, but one among many, complemented by systems of

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information of both formal and informal types. In this respect, as noted by Cyert (1963), organisations nowadays present a large number of qualitative variables that cannot be measured. For this reason the use of accounting methods for the good management of organisations is questioned. Hopwood (1983:158) argued that “normally it is possible to improve the accounting systems that measure the management of the organisation; however, it is hardly ever possible to attain the ideal system of control”. Likewise, Merchandt (1982:44) stated that one should not be so ambitious, as “the perfect control implied by being convinced that the current achievement of the objectives will adjust to those planned, is never possible because probably always there are unforeseeable events. Anyway, good control should mean that an informed person could reasonably trust in the non-appearance of unpleasant surprises”. Thus, authors such as McNair (1991:56) criticise accounting systems as tools of management, declaring that there is a huge volume of research into accounting systems that offers information for the control of management and it is forgotten that managers need a wide range of other types of information; accounting analyses and reports being only a small part of this. They also note that even these traditional systems may have failed.

In the environment in which organisations exist, it is necessary to use more open accounting information systems that will allow strategy monitoring . For this, as indicated by Palmer (1992:180), accounting systems must be modernised and adapted to the changes occurring in firms, markets, products, technologies and in quality. Altogether, from the decision making point of view , the traditional systems of information used on a cost accounting basis have become, if not obsolete, insufficient in providing the ample flow of information that is now needed. As a consequence of the above observations, several studies were published with the objective of tackling the problem. Thus, Gurd (2007) defends the use of accounting systems, always provided that they are adapted to the changes caused by society, even commenting on and defining “social accounting”. Another author who also focussed on the problem of the use of accounting systems was Guimerá (2005), declaring that such systems should stimulate the curiosity of organisations, facilitate the participatory decision making process and increase the ability of the organisation to cope with changes in the environment. The changes that were occurring in the environment greatly affected the organisation and therefore its information systems. The organisational structure formed by people must accommodate itself to these changes and to the new information systems demanded by the organisation. For this purpose, sufficient resources must be dedicated for the different managers to learn to use these information systems, as developed by Child (1984).

3.2. The Management Systems of Spain’s State-Owned Ports System (SPS).

Spain’s SPS uses a model of cost accounting (AECA, 2006), which is aimed at supporting the Port Authorities’ (PAs) improvement of the management, effectiveness and efficiency of resources in the short, medium and long term.

The objective of the SPS’s cost accounting model, known as a minimum model (AECA, 2006), is to know the costs and the profitability of the Portfolio of Products (the different Rates and Tariffs collected and invoiced by the PAs) of the SPS as a

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whole and of each individual Port Authority (PA). This model seeks information related to the costs or resources consumed in the private occupation and exploitation of the public domain of the port and the special use of the port installations. It also intends that in the performance of services, whether commercial or not, that form the Product Portfolio of the PAs, the costs system should be used as the basis for the settlement and invoicing of the different port fees and tariffs.

An extension of this costs model, which is called a maximum model (AECA, 2006), has been designed to provide the PAs with a management tool for decision making, on the basis of general or fragmentary information on any object of cost, whether wharves, installations, customers, traffic, or relating to the areas or lines of business that can be considered common to all the PAs or to those that the PAs may consider.

Management Accounting, understood as a wider vision of Cost Accounting, is therefore a dynamic instrument that must adapt to the characteristics of organisations, and for this reason the VPA has been working on its evolution (Giner & Ripoll, 2005). The VPA relies on Cost Accounting as a management and decision-making tool for the purpose of improving management information (Giner et al., 2006). Cost Accounting in the VPA is evolving towards an advanced system of Management Accounting, (see graphic 2)which includes Cost Accounting, Cost Analysis, reports and Budgetary Control (Giner & Ripoll, 2007).

Scope of Management

Accounting

Management Accounting

Accounting

Analytical/Cost Analysis

Cost

Control

Budgetary

Evolution from the Current Model of Cost Accounting to Management Accounting

Graphic 2. Scope of Management accounting

4 - EVOLUTION OF THE VPA

In recent years the VPA has been dealing with huge amounts of information, both internal and external, which complicate decision-making. Proper processing of the information from the relevant data for those who make the decisions permits them to recognise problems and act more rapidly (Fernández-Alles & Valle-Cabrera, 2006).

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Effective real time information for those who have to make decisions leads to better understanding of the information, and gives them a significant advantage over their environment.

The VPA has evolved in the improvement of information processing through the implementation of the latest generation of applications of “Business Intelligence” (BI), which can be configured by users themselves. BI applications are enabling the VPA to develop a single information system capable of integrating data in any format, which may come from different sources, and in this way obtain swifter, simpler and more useful information.

We have evolved from static reports where it was not possible to navigate to obtain total traceability of the information, to dynamic reports where information is available in real time and through which it is possible to navigate to obtain the greatest detail. In the evolution of its Cost Accounting, the VPA, as indicated by Neumann et al. (2004), has worked with cost centres as elements that combine economic and statistical information, also incorporating information related to personnel assigned to the cost centre, works units, etc.

Cost centres incorporate economic information on the direct costs of the centre, classified according to their nature (personnel costs, amortizations of fixed assets, outside services and other current costs). They also provide direct cost information related to the different attributions of costs that the centres have received from the auxiliary cost centres.

The cost centre manager thus has available economic information on both the direct and the indirect costs of the cost centre. The cost centre manager also has available information on the number of people assigned, and other non-economic information (Baines & Langfield-Smith, 2003), as well as information on actual and budgeted unit costs of the cost centre per person. Information on the budgeted costs of the cost centre is also incorporated, with details of the deviations.

Cost centres are serving the VPA by providing the economic information and that on other variables of analysis to the different managers, and for these reports to serve managers as a support for improving in operative and daily management (Jermias, 2006). The VPA is currently coping with the large amounts of information produced and which make decision-making difficult. For Tsamenyi et al. (2006), it is important that firms properly integrate information technologies into their basic processes.

Strategic decision-making requires a large and diverse quantity of information, implicating different levels of the organisation in the process, which influence diverse organisational functions. Competitiveness requires organisations to have available internal and external information, with a certain orientation that will permit it to support any phase of the strategic process of the organisations (Álvarez-Dardet, et al. 1999).

Authors such as Shank & Govindarajan (1992:179) have attempted to test the difference between applying traditional cost accounting and applying a modern approach to value projects that affect the strategy of the firm. For this they used the case of a bicycle manufacturer, the Baldwin Bicycle Company, starting from the prior analysis by Anthony & Dearden (1976).

The applications of BI access in the different databases of the VPA and

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extraction of selected information, offers a simple and end-user-friendly presentation of the information, and permits easy navigation, achieving total traceability of the information.

Graphics 3 and 4 show examples of the final presentation for the end user.

Graphic 3: Report of sales and income using Business Intelligence applications (Source: VPA)

Graphic 4: Expenditure and costs of advertising and public relations over running costs report, using Business Intelligence applications (Source: VPA)

The VPA’s Top Management team is analysing economic and financial

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information and non-financial information totally independently and without needing to request reports from the Economic and Financial Department or from other Departments of the port.

The new information technologies are helping the VPA to evolve towards “advanced reporting systems”, which are more efficient than the traditional systems. These reporting systems are capable of offering solutions to the information needs of the port at lower transaction costs than the old systems. B.I. applications are enabling the port to develop a single information system capable of grouping together a series of data, which may be from different sources, obtaining in this way swifter, simpler and more useful information.

BI applications have allowed the VPA a better allocation of human resources, as well as permitting information to be obtained more flexibly, simply and accurately, improving information capture and have served as a support system for manager decision making. Advances in Information and Communication Technologies are permitting the use of information systems to improve the capture and processing of information. The Economic and Financial Department of the VPA can thus devote more time to analysis of information and to other tasks with higher added value as a consequence of devoting less time to the processing of information and reports.

5 - CONCLUSIONS

In closing, we would like to highlight that for accounting information, in both financial accounting and management accounting, to add value to the strategic processes of firms, it must successfully contribute to the strategic processes of organisations, selecting those aspects of accounting management that are relevant to the strategy of organisations (Álvarez-Dardet et al., 1999).

The evolution and transformation experienced by firms in recent decades, in regard to technological progress and variation in production methods, suggests the possible obsolescence of so-called conventional cost systems. These traditional systems do not take into account the impact of production process automation and the changes occurring in the relative importance of the different components of the cost of the product.

Organisations have to develop accounting information towards a strategic orientation in order to provide support for the strategic processes of business, evolving the current information supply of financial accounting and incorporating the information provided by management accounting. In this way, the accounting information available to organisations will support their strategic processes more efficiently.

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Revista de Gestão da Tecnologia e Sistemas de Informação Journal of Information Systems and Technology Management Vol. 5, No. 3, 2008, p. 483-504 ISSN online: 1807-1775 DOI: 10.4301/S1807-17752008000300004

_____________________________________________________________________________________

Recebido em/Manuscript first received: 24/10/2007 Aprovado em/Manuscript accepted: 06/04/2008 Endereço para correspondência/ Address for correspondence

Lina Krafta, Bacharel em Administração pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2003) e Mestre em Administração pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul Sphinx Brasil, Rio Grande do Sul, Brasil – Departamento Comercial, Rua Peru, 211 – Canoas/RS – Fone/Fax: 55 51 3477-3610 E-mail: [email protected]

Henrique Freitas, Mestre em Administração pela UFRGS/PPGA (1987-1989), Mestre em Gestão pela Université Pierre Mendès France (UPMF)/Ecole Supérieure des Affaires (ESA) (1989-1990), Doutor em Gestão pela UPMF/ESA (1990-1993), pós-doutorado - University of Baltimore, MD, EUA (1997-1998), pós-doutorado - Université Pierre Mendes France (2003-2004), Professor Associado - PPGA/EA/UFRGS, Rio Grande do Sul, Brasil – GESID – Rua Washington Luiz, 855 – Fone/Fax: 55 51 3308-3482 E-mail: [email protected] ISSN online: 1807-1775 Publicado por/Published by: TECSI FEA USP – 2008

AÇÃO COMERCIAL BASEADA NA GESTÃO DA INFORMAÇÃO DE UMA PEQUENA EMPRESA DE TI COMMERCIAL ACTION BASED ON INFORMATION MANAGEMENT IN A SMALL IT COMPANY Lina Krafta Sphinx Brasil, Rio Grande do Sul, Brasil Henrique Freitas PPGA/EA/UFRGS, Brasil _____________________________________________________________________________________

ABSTRACT This research proposes to define models for information management to guide the commercial action of a small IT company. The focus on small companies occurs due to the high percentage of companies with this profile in the IT sector. A set of models for information management was proposed, implemented and used during the daily commercial activities. The practical experience is detailed based on the evaluation of ease, comprehension and use. Action research was chosen as a methodology for this study because there was interest and availability of the company to put into practise the new set of models that was proposed. The company reacted positively do the models that were implemented, in terms of acceptance and in terms of comprehension, ease of use and utility. The company considered that, after using the models, there were better conditions of handling the information, and, therefore, it became possible to guide the commercial action in a more dynamic way.

Keywords: Information Management, Commercial Action, Small Companies, Decision Making, Customer Profile.

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RESUMO

Nesta pesquisa, são propostas definições de modelos de gestão da informação para orientar a estratégia de ação comercial de uma pequena empresa de TI. O foco em pequenas empresas se deve ao grande percentual de empresas deste porte no ramo de TI, e a conseqüente necessidade de compreender seu perfil e suas necessidades de gestão. Foi feita a proposição de um conjunto de novos modelos de gestão da informação, com interfaces de saída de dados e de consulta com base em filtros para auxílio no melhor uso das informações. Foi utilizado o método da pesquisa-ação, pois havia interesse em implementar na prática o conjunto de modelos propostos. Os usuários avaliaram o uso dos modelos como sendo algo que agrega valor e agilidade às tarefas, da empresa viram agregação nas atividades de tomada de decisão.

Palavras-chave: Gestão da Informação, Ação Comercial, Pequenas Empresas, Tomada de Decisão, Perfil do Cliente.

1. INTRODUÇÃO

O atual cenário empresarial demonstra que a informação, seja qual for o

mercado ou área de atuação da organização, vem assumindo crescente importância estratégica, tanto pela globalização dos mercados quanto pela rapidez com que as informações circulam e as mudanças ocorrem. As empresas fornecedoras de Tecnologia de Informação (TI) crescem em número e porte, vislumbrando diversos novos nichos de mercado através da informatização de processos e ferramentas de apoio às atividades de muitas naturezas.

Conforme a última Pesquisa Censo SW divulgada pelo Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT, 2001), as empresas do ramo de software concentram-se majoritariamente nas regiões Sul e Sudeste (36% cada) do Brasil. A região Nordeste absorve 17,2% e no Centro-oeste estão os 9,6% restantes. Do total de empresas de software, 77,4% são micro e pequenas empresas (35,7% e 41,7%, respectivamente), o que representa uma expressiva presença de empresas de pequeno porte no setor.

O 1º Censo das Empresas de Informática do Rio Grande do Sul oferece um panorama específico do mercado gaúcho de TI. O estudo identificou 9.755 empresas do ramo de TI no Rio Grande do Sul, sendo que a maioria, 37,2%, concentra-se em Porto Alegre (SEPRORGS, 2005).

Em relação ao perfil das empresas pesquisadas quanto ao seu faturamento e porte, o Censo constatou que a maioria das empresas tem seu faturamento anual abaixo de R$ 150 mil (47,6%), sendo que apenas uma pequena parcela das empresas se enquadrou nas maiores faixas de faturamento da pesquisa, 3,5% das empresas faturam anualmente mais de R$ 720 mil. Quanto ao porte em termos de quadro de funcionários, a pesquisa constatou que apenas uma pequena quantidade de empresas conta com mais de 20 funcionários, 6,8%. A maioria das empresas pesquisadas (50,6%) conta com equipes de 1 a 5 funcionários e 27,4% se enquadra na faixa de 6 a 20 funcionários. Estes últimos dados demonstram claramente o perfil de micro e pequenas empresas do setor de TI gaúcho.

A realidade brasileira tem mostrado a cada ano que é elevado o número de micro e pequenas empresas que nascem e morrem nos primeiros anos de atividade. Especificamente no mercado de software, em torno de 25% das empresas morrem até os

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dois primeiros anos de atividade (ANPROTEC apud LUCIANO, E. M., 2004).

Uma possível explicação para este fenômeno seria a de que a maioria das empresas da área de software possui know-how técnico e bons produtos, mas encontra dificuldades no que tange à gestão; ou seja, não se trata de falta de mão-de-obra qualificada, desenvolvimento de bons produtos ou ausência de espaço no mercado.

A carência de muitas empresas de software pode estar em identificar adequada colocação para seus produtos, potenciais mercados e melhores práticas de comercialização que ofereçam mais condições competitivas (CUSUMANO, 2004).

Estes pontos deficitários podem ser melhorados através de uma melhor gestão da informação, com base em dados que muitas vezes já estão dentro da empresa e não são explorados de forma adequada para proporcionar crescimento, evitando a estagnação ou, até mesmo, a um prematuro encerramento de suas atividades.

2. PROBLEMA DE PESQUISA E JUSTIFICATIVA

Quando se trata da sobrevivência no mercado, torna-se relevante analisar como pequenas empresas de TI se posicionam estrategicamente em relação às suas atividades. Isso envolve definição do tipo de produto a ser desenvolvido, definição do público-alvo e definição da atividade principal em relação às escolhas entre comercialização de produtos, prestação de serviços ou uma solução híbrida. Independentemente do mercado em que atua e do porte, uma empresa, para bem operacionalizar sua estratégia, deve estar sempre à procura de meios de adequadamente gerir sua informação, seja interna (clientes, bases de dados, relatórios periódicos) ou externa (realidade do mercado, concorrentes).

Com o avanço constante dos meios de propagação da informação e a conseqüente globalização que se impõe aos mercados, a quantidade de novos dados com a qual as empresas convivem diariamente cresce cada vez mais e toma uma dimensão cada vez mais significativa na vida de executivos.

Evgeniou e Cartwright (2005) trazem para o atual contexto organizacional, onde se verifica um crescente excesso de dados ao longo dos processos, o fato de que as empresas e seus gestores devem se preocupar em como usar seus recursos informacionais de forma bem-sucedida.

O mercado de Tecnologia de Informação cresce acompanhando esta tendência e oferece diversas novas ferramentas de apoio a esta gestão de dados. Sistemas de gestão, de relacionamento com clientes, de inteligência, entre outros são alguns exemplos destas ferramentas avançadas, que são muitas vezes genéricas e outras customizadas para uma determinada organização, compreendendo suas peculiaridades e mapeando seus processos.

A Gestão Estratégica da Informação vem sendo trabalhada por muitos autores, que ressaltam sua importância para um bom desempenho gerencial. Moraes et al. (2004) destacam que, com o clima de incerteza e turbulência que se encontram os mercados, os profissionais são estimulados a buscarem constantemente uma tecnologia adequada que ofereça possibilidade de realizar uma gestão estratégica da informação.

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É importante notar, no entanto, que ferramentas rebuscadas, muitas vezes complexas e, principalmente onerosas, não trazem um saldo positivo a toda organização. A adoção de TI para as atividades de gestão é mais freqüente em grandes empresas, que necessitam de soluções de maior porte por terem diversas unidades, por terem fluxo intenso de comunicação com fornecedores, com a área industrial, entre outros motivos (HOLSAPPLE e SENA, 2003).

Já pequenas empresas nem sempre se beneficiam de sistemas complexos para gestão de dados. Isso ocorre pelo fato de seus processos e atividades serem mais enxutos, compactos e simples e, sendo assim, uma ferramenta excessivamente complexa pode trazer o efeito inverso ao esperado ao adotar uma TI: demora no aprendizado e na adoção, incapacidade de administrar internamente o suporte às ferramentas, custos elevados, entre outros (CRAGG e KING, 1993; CRAGG e ZINATELLI, 1995; IGBARIA et al., 1997).

Pequenas empresas, de diversos setores, compartilham com as empresas de grande porte a necessidade de bem administrar sua informação, mas nem sempre se adaptam ao mesmo tipo de sistema de gestão e apoio à decisão. Micro e pequenas empresas tendem a se adaptar de forma mais satisfatória a sistemas mais enxutos, facilmente integrados e eficientes para sua atividade. Mesmo contando com equipes reduzidas, pequenas empresas verificam a necessidade de integrar seus diferentes departamentos.

Neste contexto, o presente trabalho busca, em contato com a realidade empresarial, propor uma solução para uma pequena empresa de TI que se encontra em uma situação pouco satisfatória em relação aos seus sistemas de gestão da informação. Esta situação pode ser justificada pelo crescimento da empresa ao longo dos anos e pelo não acompanhamento desta expansão nos seus sistemas de gestão da informação. Muitos estudos têm sido realizados com o objetivo de propor metodologias para a definição destes requisitos, mas independentemente das peculiaridades dos modelos propostos, a maioria dos autores concorda quanto à fonte da definição dos requisitos. O processo de definição de requerimentos informacionais deve se originar a partir do diagnóstico atual da organização em questão através de análise de documentos, manuais e entrevistas diretas a usuários (ALVAREZ e URLA, 2002).

Além de levar em conta uma análise do ambiente, Silveira, Cruz e Schmitz (2002) destacam que a tarefa de levantar os requisitos de um sistema deve passar necessariamente pelo usuário, o qual informará seus desejos e o que espera da ferramenta.

Mais especificamente, pretende-se propor e implementar modelos1 para explorar os dados e para produzir informação dinamicamente no apoio às decisões de estratégia de ação comercial, aplicado a pequenas empresas de TI, visto que este é um setor em rápida expansão e que introduz cada vez mais novos negócios ao mercado.

1 Neste trabalho, o “modelo” está sendo definido e considerado como um conjunto de interfaces de informação composto por visão (síntese dos dados segundo um critério de cruzamento ou simples distribuição de freqüência por categorias ou faixas pré-definidas), filtro (critérios de segmentação definidos a partir de uma leitura individual ou coletiva de uma dada visão, os quais são definidos pelas categorias ou faixas da célula da tabela-base de determinada visão) e formulário (uma interface simples, despoluída, clara o objetiva, que permita navegar pelos dados brutos, ou fichas, de forma a permitir efetiva ação comercial).

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3. OBJETIVOS

A partir do contexto apresentado, foi proposto o seguinte objetivo para esta pesquisa: Definir e acompanhar a implementação de um conjunto de modelos de gestão da informação para apoiar a ação comercial de uma pequena empresa de TI.

Para atingir o objetivo central, objetivos específicos foram traçados: 1) mapear o contexto no qual são tomadas as decisões de estratégia de ação comercial de softwares e serviços relacionados; 2) compreender de que forma as informações relevantes do processo de comercialização são coletadas, armazenadas e tratadas para apoiar a atividade da empresa, visando definir requisitos de gestão da informação para apoiar a estratégia de ação comercial; 3) propor e criar diferentes modelos (visões, filtros e formulários) numa solução implementada em rede local para apoiar decisões de estratégia de ação comercial e apoiar a pilotagem de uma pequena empresa de TI; 4) Acompanhar a implementação prática dos modelos para avaliação do uso entre os usuários.

4. METODOLOGIA

A seguir será especificado o método de pesquisa escolhido para realizar o estudo, bem como detalhamento das atividades realizadas em cada fase. O método da Pesquisa-ação foi escolhido neste caso, por dois motivos principais: 1) tendo em vista o tipo de trabalho proposto, identificou-se que haveria mais riqueza (tanto para o aspecto acadêmico quanto para a empresa tida como caso) se a solução fosse implementada, não apenas proposta; 2) havia abertura e interesse da empresa em realmente colocar em prática a solução, favorecendo a pesquisa-ação pelo envolvimento prático do pesquisador, e pelo engajamento da equipe da empresa.

Para desenvolver esta pesquisa, foi então realizada uma pesquisa-ação em uma pequena empresa do ramo de tecnologia da informação. O método foi escolhido principalmente por haver interesse da referida empresa na implementação na prática da solução proposta. Desta forma, a pesquisa-ação foi desenvolvida para a proposição e implementação dos modelos de gestão de informação comercial e, posteriormente, uma avaliação do processo de adoção e uso.

A figura 1 resume o método descrito, mostrando as fases do desenvolvimento completo desta pesquisa com os respectivos planejamentos de datas e prazos e com as ferramentas e técnicas aplicadas para desenvolver as atividades propostas.

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FASE DO ESTUDO TÉCNICAS UTILIZADAS PERÍODO DE EXECUÇÃO

Fase Exploratória: DIAGNÓSTICO da situação atual

- Entrevistas

- Observação

- Reuniões

- Análise de material

De Agosto 2005 a Outubro 2005

Fase de Planejamento: PROPOSIÇÃO dos novos modelos de gestão da informação comercial

- Reuniões com áreas comercial e técnica

Novembro 2005 a Agosto 2006

Fase de ação: IMPLEMENTAÇÃO dos novos modelos

- Reuniões com áreas comercial e técnica

Setembro 2006 a Novembro 2006

Fase de Avaliação: OBSERVAÇÃO do funcionamento para ajustes

- Observação

- Reuniões com usuários do novo sistema

Novembro a Dezembro 2006

Figura 1 – Fases e técnicas da pesquisa.

5. RESULTADOS

Seguindo a estrutura de método proposta para este trabalho de pesquisa, ao longo desta seção serão relatados os resultados obtidos. Toda a parte prática da pesquisa de campo foi desenvolvida com a atuação do pesquisador no ambiente da empresa, com interação constante com as áreas envolvidas. Houve preocupação em integrar a teoria estudada com fatores práticos e profissionais da empresa, tentando sempre mesclar os dois mundos, teórico e gerencial, com as demandas e prioridades que se mostraram no desenvolver da pesquisa.

Inicialmente, foi feito um esforço de mapeamento do contexto e dos principais processos envolvidos na esfera das decisões comerciais. Na seqüência, foi proposta uma nova estrutura para a gestão da informação comercial da empresa, com uma nova definição das estruturas de dados e com planejamento e proposição de modelos (compostos por visões, filtros e formulários) para basear e organizar a estratégia de ações comerciais. Com base nas atividades realizadas na Fase de Planejamento, foi então realizada a Fase de Ação, onde os modelos propostos foram desenvolvidos na prática e colocados em operação pela equipe comercial. Por fim, relata-se a experiência obtida ao longo da pesquisa através da observação do uso de tais modelos.

5.1. Resultados da Fase Exploratória

O mapeamento interno, em detalhes, foi fundamental para chegar a uma condição de domínio dos processos envolvidos na empresa e como cada processo

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demandava requisitos informacionais. O diagnóstico elaborado em interação com as equipes foi importante para permitir reproduzir fielmente as demandas nos novos modelos de gestão da informação.

Para possibilitar a concretização do presente trabalho, foi necessário identificar uma empresa com o perfil desenhado: com atuação no mercado de TI e de pequeno porte. Além de pertencer a este perfil, foi necessário obter a abertura de uma empresa para aceitação do desenvolvimento do projeto, que prevê não somente a proposição de modelos como também a implementação dos mesmos, pressupondo uma interferência do pesquisador na realidade da empresa.

A empresa escolhida para servir como campo para o desenvolvimento desta pesquisa tem o perfil desejado: possui 10 funcionários (pequeno porte) e atua no mercado há dez anos, possuindo cerca de mil clientes, e tendo assim uma considerável base de dados em sua gestão e uma necessidade de passar de uma gestão artesanal para uma mais profissional. A empresa identificou neste projeto uma aplicação direta e acreditou poder verificar os benefícios na prática.

A primeira atividade realizada nesta fase foi de observação detalhada dos processos envolvidos e das atividades realizadas pelos funcionários, em todos os setores da empresa. Foi possível, através de reuniões, reunir sugestões de melhorias e reclamações em relação às bases de dados atualmente em uso. Posteriormente, foram mapeadas também as diferentes ferramentas utilizadas para armazenar as informações de cada processo e para gerir estes processos. Por fim, foi elaborada uma lista de requisitos informacionais utilizados na empresa (no início do estudo).

A empresa praticava a gestão da sua informação com ferramentas diversas durante os quatro processos relatados, que se baseavam em dois principais softwares oferecidos comercialmente em larga escala. Não houve, portanto, aquisição de sistemas especificamente desenvolvidos para o apoio às atividades comerciais.

Ao longo do primeiro processo, prospecção e abordagem, eram utilizadas planilhas simples, onde eram armazenados contatos atuais com forte chance de interesse e venda, como ferramenta de armazenagem de dados. Por ser exclusiva para armazenagem, não existiam recursos que permitissem uma exploração desses dados. Já no processo de negociação e fechamento de venda, que se mostrava de fato o mais rico em captura de informações, havia duas bases de dados principais, desenvolvidas com a mesma tecnologia, porém não integradas entre si, que armazenavam e tratavam as informações relevantes envolvidas no processo comercial e financeiro:

- Base para registro de propostas: registro e controle de todas as negociações em andamento, ou seja, registro de todas as propostas emitidas pelo setor comercial, os dados cadastrais, permitindo um acompanhamento ao longo da evolução do contato, através de uma série de novas informações acrescentadas nos registros.

- Base para registro de transações efetivadas: registro de todo o histórico de vendas fechadas (produtos e serviços) e armazenamento de diversas informações-chave: dados cadastrais completos dos clientes, data e condições de pagamento, receita bruta, informações contábeis (relacionadas às notas fiscais, impostos, etc.) e administrativas (tipo de contrato praticado, produto entregue ao cliente, etc.).

Para se poder chegar ao objetivo proposto neste trabalho, de criar modelos que

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pudessem ajudar a pautar a atividade comercial da empresa, foi necessário analisar as bases utilizadas para verificar se realmente retratavam a realidade dos registros e transações da empresa. Ao realizar esta atividade, que envolveu cerca de um mês e algumas reuniões com os usuários, verificou-se que seria de fundamental importância contar com uma base única, que eliminasse redundâncias e oferecesse informações mais precisas sobre a situação de informações de clientes e de vendas.

Foram então elencados todos os requisitos que compunham a base de registro de propostas (utilizada pelo setor comercial) e a base de registro de transações efetivadas (utilizada pelo setor de gestão e como consulta para o comercial) para uma comparação. Foram identificados alguns requisitos comuns em ambas as bases e também alguns requisitos que, apesar de levar nomenclatura diferente, retratavam a mesma informação.

5.2. Resultados da Fase de Planejamento

Com base na etapa exploratória, a primeira providência na Fase de Planejamento foi a de propor um novo desenho de gestão da informação, mais enxuto e que permitisse mais integração entre as áreas. Foi também definida uma nova lista de requisitos informacionais necessários para os processos envolvidos e, com o apoio da equipe técnica, as bases originalmente independentes foram unificadas. Por fim, foi proposto e desenvolvido um protótipo de um modelo (composto por visão, filtro e formulário) com o objetivo de permitir avançar para a Fase de Ação com maior convicção.

Foi possível perceber, ao analisar os dados registrados em cada uma das bases, que havia uma série de informações que eram comuns a ambas. O cadastro de cliente, que traz informações vitais para a atividade comercial, pois nele serão baseadas ações de pós-venda, lançamento de promoções e todas as atividades de comunicação, é um exemplo de conjunto de dados repetido nas duas bases (cadastro de propostas e de vendas fechadas). O fato de duas bases estarem ativas simultaneamente acabava gerando trabalho em excesso, pois as pessoas que manipulam as bases precisavam consultar e preencher mais de um local, aumentando o risco de perda de informação.

Em uma primeira análise da situação atual, tendo sido identificados alguns pontos deficitários, como duplicidade de informação, bases sem comunicação entre si e falta de praticidade na recuperação e análise de dados, chegou-se à idéia inicial de que o ideal seria a construção de uma base de dados única. Levando em consideração todos os dados coincidentes nas bases, foi proposta e implementada uma fusão das duas bases.

Para propor a nova base de gestão da informação unificada, foi necessário um cuidadoso trabalho de levantamento dos requisitos informacionais realmente úteis no desenvolvimento das atividades. Esta nova relação de requisitos foi obtida a partir de reuniões com as equipes comercial e financeira, e com uma posterior análise da pesquisadora. Foram realizadas três reuniões, com membros das áreas comercial, técnica e administrativo-financeira para uma tentativa de definição dos atuais requisitos utilizados nos processos. Chegou-se a um conjunto final de 211 requisitos informacionais que tangenciam os três processos. É importante ressaltar que o processo técnico possui outros sub-processos que não estão considerados neste estudo, que mantém seu foco na interação do processo técnico com o comercial.

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Após reuniões para o mapeamento de requisitos, foram realizadas novas

reuniões para uma análise criteriosa do mapa ao qual se chegou, com o objetivo de verificar quais são as informações realmente usadas e, sobretudo, realmente necessárias ao processo. Após identificar as informações não-necessárias para cada processo, foi feita uma análise para eliminar duplicidades, agrupando os requisitos comuns a mais de um processo. Ao final desta atividade chegou-se a uma nova situação considerando os mesmos três processos: 125 requisitos informacionais, correspondendo a uma redução de 40% (KRAFTA, 2007).

Com a lista de requisitos finalizada, foram feitas duas reuniões com a equipe responsável por operacionalizar a parte técnica da transição de bases. Nestas reuniões foram discutidas as necessidades de uso das equipes que operam as bases e como isso poderia ser colocado em prática, fundindo as bases. Foi então feito um acompanhamento da atividade de fusão das bases, que demandou da equipe técnica responsável um total de cinco dias de trabalho. Destaca-se nesta fase a importância da comunicação e interação constante com as equipes comercial, técnica e administrativa, para uma avaliação realista de como a ferramenta estava sendo adotada em uso prático e o que ainda seria necessário aperfeiçoar. Também foi proposto, nesta etapa, um protótipo inicial das visões e filtros, o que permitiu validar na prática da empresa o mapeamento dos processos e os requisitos informacionais que foram definidos, para posteriormente chegar à proposição de um conjunto final de modelos. A concepção do modelo-protótipo foi importante igualmente para vislumbrar o potencial de contribuição prática do que a pesquisa se propõe a fazer (KRAFTA, FREITAS e COSTA, 2006).

O diferencial que se buscou alcançar na concepção do protótipo, e posteriormente de todos os modelos, é de que forma eles podem trazer alguma inovação e valor agregado ao processo de ação comercial na empresa. Para iniciar a composição dos modelos, identificou-se que uma possível forma de utilizar o Sistema de Informação para apoiar ações práticas seria uma inversão de lógica em relação às interfaces. A forma tradicional de estruturar um sistema é de ter um formulário inicial para entrada de dados, que permite o armazenamento de informações em um banco de dados, e, por fim, um relatório que sintetize os dados obtidos. O gestor fica então com a tarefa de interpretar os dados e pensar em que ações tomar.

Com a inversão de lógica, propõe-se que estes relatórios não sejam o final do ciclo: sobre os relatórios, que foram frutos de um primeiro formulário de dados transacionais, estão sendo aplicados filtros conforme o objetivo de focar algum perfil específico, e então estão sendo construídos novos formulários, desta vez contendo tarefas práticas para executar uma determinada diretriz comercial.

Formulários de ação no próprio sistema servem como diretriz e apoio aos vendedores da empresa, conforme mostra a figura 2.

Formulário de entrada

de dados transacionais

Visões, relatórios,

síntese de

informações

Formulário de ação a ser

usado como guia de

ações comerciais

Filtros aplicados em

determinado perfil de

clientes

Figura 2 – Etapas para a criação dos modelos.

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5.3. Resultados da Fase de Ação

Nesta etapa da pesquisa, que teve início no mês de Setembro de 2006, chegou-se a uma condição de operacionalizar o objetivo principal da pesquisa, o de propor e implementar um conjunto de visões e filtros que pudessem guiar, na prática, ações comerciais. Tinha-se uma base unificada, integrada, implementada e já em uso pelos integrantes das equipes há oito meses, o que retratava uma estabilidade no uso da base de dados que serviria como base para os novos modelos. A partir do protótipo, criado e discutido com todas as equipes envolvidas, foi possível seguir para a composição final de visões, filtros e formulários.

Um ponto destacado na prática da pesquisa em andamento é a clara necessidade de deixar a TI a serviço dos usuários, e não o inverso. Especialmente em empresas de micro e pequeno porte, é muito relevante saber adequar a complexidade e a dimensão do sistema que será implementado. Funcionários com papéis dinâmicos e muitas vezes multifuncionais precisam contar com flexibilidade, sob pena de comprometer a velocidade do seu trabalho por conta de algum engessamento provocado pelo sistema adotado. O protótipo proposto inicialmente ofereceu condições facilitadas tanto para os gerentes, que administrarão a solução, quanto para os usuários finais.

Desta forma, o gerente comercial tem uma condição de autonomia, sem qualquer dependência em um setor técnico, para interpretar o comportamento do mercado e imediatamente tomar as atitudes necessárias para a ação, criando novos modelos na solução, recorrendo a poucos cliques, e dando assim origem a uma nova prática comercial para a sua equipe. Para a equipe operacional de vendas, a solução também representa autonomia no sentido de poder contar com diretrizes sistematizadas para a ação prática. Outro ponto que pode agregar bastante à atividade comercial de pequenas empresas é abrir a possibilidade de absorver e interpretar informações de outras fontes, extrapolando o plano de informações transacionais relativas aos negócios registrados.

A partir da definição das etapas no processo, e com base nos protótipos criados, foi possível planejar, juntamente com as equipes, os demais modelos, compostos por visões e formulários de ação, que seriam necessários para apoiar a equipe comercial. Durante esta atividade, surgiram novas demandas de variáveis (requisitos informacionais), que foram, então, criadas no sistema. Este planejamento de novos modelos foi feito visando atender a área comercial, tanto na sua esfera gerencial quanto na operacional.

A figura 3 ilustra a divisão das três partes do processo comercial com os modelos idealizados para cada um.

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Prospecção e Abordagem Negociação efechamento de venda

Operacionalização , pós-venda e revenda

Modelo 1 - Informações paraemissão de proposta Modelo 2 - 1ª flexibilização para

fechamento de venda

Modelo 3 - flexibilizaçãoagressiva para fechamento devenda

Modelo 4 - Guia para atividadede contato ‘face a face’visando efetivação de vendas

Modelo 5 - Guia para sessõesgratuitas visando divulgarprodutos

Modelo 6 - Guia para realizaçãode cursos em turma

Modelo 7 - Operacionalizaçãoda venda

Modelo 8 - Atividades de pós-venda e revenda

Modelo 9 - Monitoramento defaturamento

Modelo 10 - Desenvolvimentode novos produtos

Figura 3 – Modelos planejados para compor o conjunto final.

Todas as visões planejadas têm o objetivo de apoiar algumas ações que já existem hoje, mas de forma muito artesanal e não sistematizada, assim como também de propor algumas ações que ainda não são praticadas na empresa, mas que podem ser úteis no trabalho diário da equipe de vendas.

Para o nível gerencial, os principais pontos agregadores de valor são a disponibilização de dados confiáveis, dinâmicos e sempre atualizados, e a possibilidade de, autonomamente, moldar o sistema no dia-a-dia para guiar a equipe nas ações práticas que se mostram necessárias. Para a equipe operacional de vendas, a principal vantagem é a de contar com um sistema que apóia e guia as atividades que antes eram executadas de forma artesanal e não-estruturada.

Como um padrão para a construção e estruturação dos modelos, adotou-se a disponibilização das informações nas visões na seguinte ordem: variáveis-chave da visão de forma agregada (categorias agrupadas, condensadas), variáveis chave da visão de forma detalhada quando necessário (categorias em sua forma original), variáveis utilizadas como filtro no modelo e, finalmente, cruzamentos entre as variáveis.

A seguir serão apresentados em detalhes um dos modelos implementados (1ª Flexibilização para fechamento de venda), já com uma descrição de estrutura e uma avaliação do uso na prática da equipe comercial da empresa.

Este modelo foi desenvolvido para que a gerência comercial pudesse ter todas as informações relevantes sobre o universo de proposta abertas, um mapeamento, segundo vários critérios (região, produtos oferecidos, entre outros), e assim, poder elaborar diretrizes mais robustas e focadas de atuação comercial para a equipe operacional de vendas. A figura 4 retrata mais detalhes sobre a estrutura do modelo.

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Etapa 2 – Negociação e Fechamento de Venda

Necessidade de nova variável: Valor esperado da venda

Modelo 2 – 1ª Flexibilização para fechamento de venda

Usada por Equipe operacional de vendas

Variáveis-chave Origem; Ramo; Proposta de; Estado; Data_proposta; Valor_esperado

Variáveis-filtro na visão Venda finalizada = NÃO; Tipo de registro = proposta; data da proposta >= 01/01/05

Formulário de ação resultante Flexibilização pagamento ou cessões simples

Variáveis-filtro no formulário Venda finalizada = NÃO; Tipo de registro = proposta; data da proposta > 01/01/05; Chance de negócio = BOA

Informação adicional do formulário de ação

Diretrizes de parcelamento de pagamento e de cessões simples

Figura 4 – Modelo 2, 1ª Flexibilização para fechamento de venda: Estrutura.

Segue um detalhamento das interfaces desta visão, subdivididas na ordem adotada como padrão. A primeira interface (figura 5) exibe as variáveis-chave de forma agregada. Todas as telas da visão exibem no topo um título, a descrição da utilidade e explicação sobre o uso, e o filtro que deve ser aplicado para análise.

Figura 5 – Modelo 2, Interface 1 – Variáveis condensadas.

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Algumas variáveis aparecem com categorias agregadas (ex: alguns estados

agrupados por região), de forma a simplificar a leitura inicial das informações sintetizadas.

Neste caso, estão sendo oferecidas informações que caracterizam as propostas abertas considerando sua data, produtos e serviços oferecidos, ramo de atividade do cliente/prospecto, localização e o valor esperado da venda.

A figura 6 mostra a opção de disponibilização dos diversos filtros, devendo o usuário selecionar o indicado na visão ou formulário. Através das variáveis retratadas, com seus gráficos e tabelas, a gerência pode identificar claramente quais são as propostas que necessitam de um atendimento especial, com condições diferenciadas.

Em seqüência, a figura 7 representa um agrupamento de variáveis utilizadas como critério de filtro neste modelo. As variáveis são exibidas aqui para que o leitor da visão conheça as categorias de uma forma geral.

Figura 6 – Disponibilização de filtros.

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Figura 7 – Modelo 2, Interface 3 – Variáveis de critérios para filtros.

Figura 8 – Modelo 2, Interface 4 – Cruzamentos.

Por fim, chega-se às telas que oferecem cruzamentos das variáveis-chave. A figura

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8 mostrou alguns exemplos de dados cruzados, que poderão levar a gerência a esboçar algumas ações pontuais para atuação da equipe operacional. Os cruzamentos oferecem uma divisão das propostas abertas nos últimos dois anos divididos por região e data da proposta, o que permite observar algum comportamento ao longo das épocas do ano em diferentes estados. Isso permite à gerência uma nova dimensão de interpretação dos dados: uma eventual sazonalidade em relação às diferentes regiões.

A partir deste tipo de insight surgido das visões, a gerência comercial já pode produzir formulários de ação que possibilitem a execução das estratégias traçadas. A figura 9 mostra um formulário de ação implementado de forma a atender à idéia gerada na visão 2 (1a flexibilização de vendas). Assim como nas visões, cada formulário de ação também apresenta o filtro que deve ser aplicado no uso prático; na figura 9, pode-se ver o filtro ativo no círculo vermelho.

Figura 9 – Modelo 2, 1ª Flexibilização para fechar venda: Formulário de Ação.

O formulário de ação tem o objetivo de ser uma tela simplificada e despoluída, contendo apenas as informações essenciais (dados de contato, política de descontos, cessões e condições de pagamento).

Este modelo visa atingir as propostas com boas chances de fechamento, que necessitam de pequenas adequações para fechamento. Sendo assim, o formulário contém um dos critérios de filtro, determinando apenas as propostas com boa chance de fechamento, e as diretrizes especificadas são simples, com uma pequena flexibilização nas condições comerciais.

O modelo 2 foi usado ao longo de sete dias úteis pela equipe comercial, seguindo então, uma reunião para entrega do protocolo preenchido. Nesta reunião, cada membro da equipe também explicou suas percepções sobre o uso dos modelos.

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Foram considerados dois pontos principais no uso da solução: utilidade e facilidade (DAVIS, 1993; FREITAS et al., 1994; VENKATESH e DAVIS, 2000). Ao passar as instruções de uso, foi entregue aos usuários também um protocolo no qual deveriam relatar os pontos positivos e negativos dos novos modelos em relação à antiga forma de trabalho, assim como sugestões para melhorias e percepções de facilidade de uso e utilidade.

Iniciando pela questão de facilidade de uso e compreensão, houve uma percepção positiva por parte dos usuários. Foram percebidos dois principais pontos positivos: 1) os formulários são mais enxutos em relação ao utilizado anteriormente, apresentando apenas informações necessárias para a ação e tornando mais clara a compreensão; 2) a disponibilização dos filtros já prontos e indicação em cada tela de qual filtro deve ser utilizado traz bastante facilidade e agilidade no uso.

Quanto à questão da utilidade, foi destacada como ponto positivo a disponibilização de diretrizes de ação já no próprio formulário, o que evita qualquer erro que, eventualmente, poderia ocorrer por não ter as informações ao alcance na hora de um telefonema com cliente. Os formulários de ação propostos também foram avaliados como fidedignos às atividades da equipe, o que tornou os modelos realmente úteis.

Em relação às dificuldades, podem ser resumidas em dois aspectos principais: ausência de alguns campos necessários no formulário e alguns critérios utilizados nos filtros, que poderiam ser diferentes. O preenchimento de alguns campos que servem depois como critérios de filtros é, fundamentalmente de ordem subjetiva, o que pode gerar alguma divergência entre a equipe.

A figura 10 demonstra de forma resumida os principais aspectos identificados na avaliação do modelo 2.

Compreensão/

Facilidade Utilidade Críticas Sugestões

Houve percepção de utilidade por parte da equipe - o modelo possibilitou automatizar alguns procedimentos.

O filtro deveria compreender apenas propostas com chance média, não chance boa. Mesmo sendo poucos descontos nesta fase, a equipe achou mais pertinente não englobar chances boas.

Inserir o campo “ligar em” no formulário de ação.

Os usuários manifestaram compreensão do modelo e facilidade de uso.

Figura 10 – Modelo 2: Avaliação Resumida.

5.4. Resultados da Fase de Avaliação

Ao relatar a avaliação do trabalho que foi implementado, faz-se necessário tratar separadamente a implementação da base única e dos modelos. A base única, sobre a qual foram posteriormente construídos os modelos, foi a questão que mais alterou a sistemática de trabalho das equipes comercial e administrativa. Cada equipe já estava

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habituada a trabalhar na sua base independente, que já estavam em uso, há bastante tempo, havendo assim um bom domínio do uso das bases e das variáveis envolvidas.

É importante ressaltar que a idéia da base única surgiu a partir de uma forte demanda e necessidade da Direção e Gerência, que desejavam contar com um histórico mais fidedigno dos números da empresa. Sendo assim, a mudança não foi vista como positiva por todos os usuários de nível operacional, pois sem ver a aplicação gerencial mais ampla, houve uma primeira tendência a apenas ver dificuldades trazidas pela mudança.

Sendo assim, no momento da implementação da base única, foi necessário orientar e acompanhar de perto os primeiros dias de uso, para oferecer um bom suporte às equipes. Nos primeiros dias, surgiram diversos questionamentos dos usuários sobre os campos que foram agregados (alguns mudaram de nome) e sobre como trabalhar filtrando apenas observações pertinentes ao comercial e ao administrativo. Com o passar do tempo, cerca de dois meses com a nova base única em uso, já foi possível perceber que as equipes estavam melhor adaptadas à nova ferramenta, sem questionamentos ou críticas.

Passando à avaliação dos novos modelos (conjuntos de visões, filtros e formulários de ação), houve um período de três semanas para observação e avaliação. A percepção geral da equipe comercial quanto ao uso foi positiva. Houve uma boa aceitação do fato em si de estar sendo implementado algo novo na rotina de trabalho, sem manifestação maior de resistência às mudanças que se faziam necessárias para a adoção dos modelos.

Durante as reuniões para avaliação foram emitidas opiniões favoráveis e positivas em relação às novidades introduzidas. No geral, a percepção foi de que os modelos agregaram facilidade e agilidade às atividades, apresentando todas as informações necessárias – mesmo as de diretrizes comerciais – na tela do formulário. Isso tornou dispensável alguns documentos adicionais que tinham de ser consultados e alguns procedimentos informais, que se tornaram mais formalizados e sistematizados.

A figura 11 traz uma avaliação sintetizada sobre as principais percepções de facilidade e utilidade dos oito modelos colocados em prática na empresa. Na maioria, houve percepção de facilidade e utilidade. As equipes claramente mostraram que houve agregação de valor ao trabalho. Mesmo nos que sofreram indicações de necessidade de ajuste, houve percepção de utilidade.

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Modelo Compreensão/Facilidade Utilidade

Modelo 2 – 1ª Flexibilização para fechamento de venda

Modelo 3 – Flexibilização agressiva para fechamento de venda

Plena compreensão do modelo e facilidade de uso

Modelo 4 - Guia para atividade de contato face a face

Modelo 5 - Guia para sessões gratuitas

Houve percepção de utilidade Plena compreensão do modelo

com algumas ressalvas na facilidade de uso Modelo 6 - Guia para realização

de cursos em turmas

Modelo 8 – Atividades de pós-venda e revenda

Modelo 9 – Monitoramento do faturamento

Modelo 10 –

Desenvolvimento

de novo produtos

Plena compreensão do modelo e facilidade de uso Houve percepção de

que pode haver utilidade com mais tempo de uso

Figura 11 – Avaliação agregada de todos os modelos.

6. CONCLUSÕES

De acordo com os objetivos apresentados, esta pesquisa se propôs a definir modelos de gestão da informação para orientar a estratégia de ação comercial de uma pequena empresa de TI. Retomando a seqüência de atividades como parte dos objetivos, foi feita uma contextualização da empresa, um mapeamento dos processos internos, para compreender de que forma as informações relevantes do processo de comercialização eram coletadas, armazenadas e tratadas e, posteriormente, uma redefinição de requisitos informacionais.

Foi, então, proposto e concebido um conjunto de novos modelos, com interfaces de saída de dados e de consulta com base em filtros para auxílio no melhor uso das informações na prática da ação comercial da empresa. Este conjunto de modelos foi desenvolvido com base nas necessidades percebidas em contato com a equipe, nas etapas Exploratória e de Planejamento, e também com o apoio da literatura relacionada aos diferentes tipos de Sistemas de Informação Gerencial e de Apoio à Decisão, com alguns conceitos de integração, apoio à decisão, extração e exploração de dados, análise de dados em tempo real, foco em compreender o cliente, entre outros.

O novo conjunto de modelos foi implementado na prática (com o apoio da equipe técnica interna da empresa no momento de implementar o que havia sido construído off-line), e utilizado nas atividades diárias da ação comercial da equipe

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comercial (gerência e equipe de vendas). O trabalho então relata a experiência obtida através de uma avaliação, em contato com os usuários, sobre a facilidade, compreensão e uso das novas ferramentas.

O presente estudo buscou trazer inicialmente uma reflexão sobre alguns pontos que vêm sendo tratados atualmente na literatura de Sistemas de Informação e seu uso em pequenas empresas de TI e aplicações relacionadas às atividades de gestão. O intuito, ao retomar tais pontos, foi de destacar a necessidade de fazer uso efetivo da informação que muitas vezes já ‘dorme’ dentro das empresas, sem uma análise apropriada, e de integrar os sistemas de informação à prática de atividades comerciais.

Tais sistemas são usados, hoje, em grande parte das empresas no sentido de apoiar decisões, porém de forma ainda não-conectada com as ações práticas das equipes de vendas. Gerentes analisam e interpretam relatórios fornecidos pelos sistemas, mas a partir deste momento – em muitos casos - devem agir fora do sistema. Tenta-se aqui propor algo que quebre essa lógica, utilizando visões que levam a formulários de ação prática em uma mesma base de dados. Procurou-se mostrar que empresas podem, e devem, buscar formas de usar seus sistemas de informação de marketing extrapolando o plano transacional, criando modelos práticos de exploração dos dados que podem ser utilizados nas tarefas diárias.

Especificamente para pequenas empresas, que em sua maioria nascem e iniciam suas atividades de forma bastante artesanal, sistemas de marketing deste tipo, que possam guiar ações práticas, podem agregar bastante valor, servindo como ferramental para uma organização mais profissional e instrumentalizada. Muitas vezes, as empresas têm a noção de que sistemas de informação são soluções complexas e caras, o que não precisa ser uma regra. É possível planejar e conceber sistemas simples, enxutos e, principalmente, efetivos ao alcance dos recursos da empresa.

O resultado final da pesquisa, conforme avaliação em conjunto com a equipe que fez uso prático das ferramentas, foi positivo e bem aceito. Tanto a unificação das bases de registros de propostas e de vendas fechadas quanto os modelos para orientar a equipe comercial trouxeram inovações positivas para o trabalho das equipes envolvidas.

Para a gerência comercial, os principais pontos positivos foram a possibilidade de idealizar uma determinada ação comercial e facilmente transferi-la para um formulário de ação, que facilitará a orientação da equipe operacional na tarefa, e a possibilidade de extrair de forma estruturada informações sobre o mercado potencial e perfil dos seus clientes. Isso facilita e fornece subsídios mais concretos para a tomada de decisão no que diz respeito a estabelecer novas estratégias de ação comercial.

Ao final do trabalho, fica claro que todas as ferramentas implementadas não chegaram a um ponto definitivo. Será necessário que a equipe mantenha sempre a visão crítica no sentido de avaliar se os modelos estão atendendo às demandas de informação. Como as atividades mudam constantemente, os modelos também devem acompanhar tais mudanças. É preciso evitar que aconteçam os mesmos erros que levaram as bases originais a se tornarem excessivamente volumosas pela manutenção de campos que já não eram mais utilizados.

Outro destaque é para o constante acompanhamento das equipes que manipulam a base de dados. Como muitas questões dependem bastante do julgamento do usuário e

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do correto preenchimento, é necessário que as gerências sintam que os usuários tenham sempre bom domínio do uso da base de dados. Os supervisores também ter senso crítico para identificar quando há vícios de preenchimento que podem comprometer a qualidade da informação.

A empresa reagiu positivamente aos modelos implementados, tanto em termos de aceitação quanto na avaliação de compreensão e utilidade. A equipe de vendas avaliou o uso dos modelos como sendo algo que agrega valor e agilidade nas tarefas, assim como a gerência e a direção da empresa, nas atividades de tomada de decisões e planejamento estratégico. A empresa, de forma geral, percebeu melhores condições de dominar a informação que circula por seus processos, o que pode dinamizar e orientar suas ações comerciais.

Os resultados mostraram também que é importante levar em consideração as demandas específicas de pequenas empresas para encontrar uma melhor forma de estruturar suas informações. Espera-se que a experiência relatada nesta pesquisa possa proporcionar uma contribuição para empresas que se encontrem em situação semelhante.

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504

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Revista de Gestão da Tecnologia e Sistemas de Informação Journal of Information Systems and Technology Management Vol. 5, No. 3, 2008, p. 505-525 ISSN online: 1807-1775 DOI: 10.4301/S1807-17752008000300005

_____________________________________________________________________________________

Recebido em/Manuscript first received: 23/10/2008 Aprovado em/Manuscript accepted: 30/12/2008 Endereço para correspondência/ Address for correspondence

Cesar Augusto Hernández Suarez, Distrital University, Bogotá D.C., Colômbia, Ingeniero Electrónico de la Universidad Distrital F. J. C. de Bogotá, Colombia. Especialista en Interconexión de Redes y Servicios Telemáticos de la Universidad Manuela Beltrán. Magíster en Ciencias de la Información y las Comunicaciones de la Universidad Distrital, y actualmente adelanta estudios de maestría en Economía en la Universidad de los Andes. Docente de planta en la Universidad Distrital F. J. C. en el área de circuitos digitales, sistemas inteligentes y teleinformática. Pertenece a los grupos de investigación: Internet Inteligente y ARMOS de la Universidad Distrital. E-mail: [email protected]

Octavio José Salcedo Parra, Distrital University, Bogotá D.C., Colômbia, Ingeniero de Sistemas de la Universidad Autónoma de Colombia en 1994, Magíster en Teleinformática de la Universidad Distrital Francisco José de Caldas. Magíster en Economía de la Universidad de los Andes. Hace estudios de Doctorado en Informática con énfasis en Sociedad del Conocimiento en la Universidad Pontificia de Salamanca. Director y fundador del Grupo de Investigación Internet Inteligente. Director de la Revista de Ingeniería y Docente de la Universidad Distrital. E-mail: [email protected]

Luis Fernando Pedraza Martínez, Military University, Bogotá D.C., Colômbia, Ingeniero Electrónico de la Universidad Distrital F. J. C. de Bogota, Colombia. Magíster en Ciencias de la Información y las Comunicaciones de la Universidad Distrital F. J. C. Docente de planta de la Universidad Militar Nueva Granada en el área de las telecomunicaciones. E-mail: [email protected] ISSN online: 1807-1775 Publicado por/Published by: TECSI FEA USP – 2008

MODELO DE TRAFICO WIMAX BASADO EN SERIES DE TIEMPO PARA PRONOSTICAR VALORES FUTUROS DE TRAFICO WIMAX TRAFFIC MODEL BASED ON TIME SERIES FOR FORECAST FUTURE VALUES OF TRAFFIC Cesar Augusto Hernández Suarez Distrital University, Bogotá D.C., Colombia Octavio José Salcedo Parra Distrital University, Bogotá D.C., Colombia Luis Fernando Pedraza Martínez Military University, Bogotá D.C., Colombia ___________________________________________________________________________

ABSTRACT The objective of this research is to demonstrate that the time series are an excellent tool for modeling of data traffic on networks Wimax. To achieve this goal we used the Box-Jenkins method, which is described in this article. The traffic modeling Wimax through correlated models such as time series allow you to adjust much of the dynamic behavior of the data in an

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equation, and based on this estimate future values of traffic. This is an advantage for planning coverage, reservation-tion of resources and the realization of a more timely and efficient in an integrated manner at different levels of the hierarchy of functional data network Wimax. As a result of the investigation was a model of traffic ARIMA Order 18, which made traffic forecasts with values of root mean square error relatively small, for a period of 10 days.

Keywords: ARIMA, Correlation, Networks of communications, Time series, Traffic models.

RESUMEN

El objetivo de esta investigación es demostrar que las series de tiempo son una excelente herramienta para el modelamiento de tráfico de datos en redes Wimax. Para lograr este objetivo se utilizó la metodología de Box-Jenkins, la cual se describe en este artículo. El modelamiento de tráfico Wimax a través de modelos correlacionados como las series de tiempo permiten ajustar gran parte de la dinámica del comportamiento de los datos en una ecuación y con base en esto estimar valores futuros de tráfico. Lo anterior es una ventaja para la planeación de cobertura, reservación de recursos y la realización de un control más oportuno y eficiente en forma integrada a diferentes niveles de la jerarquía funcional de la red de datos Wimax. Como resultado de la investigación se obtuvo un modelo de tráfico ARIMA de orden 18, el cual realizó pronósticos de tráfico con valores del error cuadrático medio relativamente pequeños, para un periodo de 10 días.

Palabras clave: ARIMA, Correlación, Modelo de tráfico, Serie de tiempo, Red de comunicaciones.

1 INTRODUCCION

A lo largo del desarrollo de las redes de comunicaciones en los últimos cien años, se han propuesto diferentes modelos de tráfico, cada uno de los cuales ha resultado útil dentro del contexto particular para el que se propuso. Sin embargo hoy en día se ha demostrado que el tráfico de datos es altamente correlacionado. El fenómeno de correlación hace que la variabilidad se extienda a muchas escalas de tiempo, comprometiendo la validez de las técnicas de control diseñadas para los modelos tradicionales de tráfico. Por esta razón, ha sido necesario desarrollar modelos adicionales de tráfico más complejos, capaces de representar estas correlaciones y que tengan en cuenta las características del trafico real, en especial las correlaciones que existen entre los tiempos entre llegadas, completamente ausentes en los modelos no correlacionados. (Alzate, 2004).

Actualmente las redes de comunicaciones modernas no tienen una herramienta confiable que permita pronosticar tráfico 24 o 48 horas hacia el futuro, por lo que se plantea el siguiente interrogante: (Grossglausser, 1999) (Pajouh 2002)

¿ES POSIBLE DESARROLLAR UN MODELO ESTADISTICO QUE PERMITA ESTIMAR PRONOSTICOS FUTUROS DE TRAFICO WIMAX?

Las series de tiempo tienen como objetivo central desarrollar modelos estadísticos que expliquen el comportamiento de una variable aleatoria que varía con el tiempo permitiendo estimar pronósticos futuros de dicha variable aleatoria. (Correa, 2004).

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Por tanto los modelos de tráfico a través de series de tiempo son beneficiosos para: la planeación de cobertura, reservación de recursos, monitoreo de la red, detección de anomalías, y producción de modelos de simulación más exactos, en la medida en que pueden pronosticar el tráfico en un tiempo de escala determinado. (Papadopouli, 2004).

En la planeación, para futuras necesidades de cualquier sistema, la exactitud en el pronóstico de tráfico, es realmente importante para definir capacidad futura requerida y planear los cambios. Un modelo de series de tiempo bastante exacto podría predecir varios años hacia el futuro, cuya habilidad es una ventaja para la planeación de futuros requerimientos. (Fillatre, 2003).

En el presente documento se busca:

Desarrollar un modelo estadístico que permita estimar pronósticos futuros de tráfico

en redes Wimax a través del modelamiento en series de tiempo.

Evaluar los diferentes modelos actuales más utilizados para el pronóstico de tráfico,

relacionados con series de tiempo.

A continuación se desglosaran cada uno de los pasos realizados durante la investigación a fin de construir el modelo de tráfico para una red de datos Wimax.

2 DESARROLLO DEL MODELO DE TRÁFICO

El desarrollo de este trabajo fundamenta su metodología en la de Box-Jenkins, entonces, una vez capturados los datos se analiza la estructura de correlación que presenta la muestra, de aquí se propone y se estima un modelo basado en ecuaciones en diferencias, el cual busca capturar la dinámica de la serie, de ser correcta la formulación del modelo, este se valida y después se pronostican las futuras observaciones. Con el fin de realizar un estudio profundo del modelamiento de tráfico de datos a través de series de tiempo, se desarrollaran varios tipos de modelamiento de la serie.

2.1 Extracción de la Serie El primer paso en el desarrollo de cualquier modelo de tráfico es tomar una muestra de datos, con los se pueda caracterizar el tráfico de un tipo de red predeterminada. En el presente estudio se decidió desarrollar un modelo de tráfico para una red con tecnología Wimax, en razón a que esta tecnología es la que actualmente tiene mayor auge en el ámbito de las redes de datos debido a todas sus características, igualmente debido a que esta tecnología es relativamente nueva, no existen muchos estudios acerca del comportamiento de su tráfico, sin embargo como lo han confirmado varios estudios de trafico en redes alámbricas e inalámbricas (como WiFi) el trafico actual como el de Internet e incluso el de video, presenta características fuertes de correlación. (Casilari, 2002), (Casilari, 2003), (Olexa, 2004), (Papadopouli, 2004). Los datos de tráfico fueron extraídos a través de la herramienta Netflow Analyzer, estos

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datos se capturaron como una variable de paquetes por segundo y se tomaron 889 muestras que corresponden a un poco más de 9 días con un intervalo de una muestra cada 15 minutos.

Netflow Analyzer es una herramienta de software basada en Web que permite el monitoreo del ancho de banda de cualquier red. Los datos son exportados de los dispositivos de enrutamiento hacia el Analizer Network Traffic el cual reporta el ancho de banda utilizado en tiempo real a través de la red monitoreada. Debido a su carácter de herramienta de software basada en Web, permite la monitorización remota de cualquier red a través de los dispositivos de red (como Routers) que se encuentren configurados en este software.

A pesar de haberse extraído 889 datos de tráfico los modelos se desarrollaran únicamente con los 672 primeros (correspondientes a los siete primeros días), los datos restantes se utilizaron para comparar y evaluar los pronósticos de cada una de las series. (Fillatre, 2003).

2.2 Preprocesamiento de la Serie Es frecuente que se presenten algunos valores perdidos dentro de la serie de tráfico. Estos generalmente se deben a varias razones entre las cuales se destacan las siguientes cuatro: (1) el router puede estar caído debido a mantenimiento del mismo, o por un reinicio accidental de este; (2) el router puede estar ocupado resolviendo solicitudes SNMP; (3) la conexión inalámbrica entre el router y la estación de monitorización de trafico puede estar temporalmente perdida o caída; y (4) la solicitud y respuesta de los paquetes SNMP (Simple Network Management Protocol) puede haberse perdido ya que ellos son transportados usando el protocolo UDP (User Datagram Protocol es un protocolo no confiable). (Ansley, 1985), (Papadopouli, 2004).

Para el tratamiento de los valores perdidos existen dos opciones: (1) ignorar los datos perdidos, o (2) estimarlos los valores perdidos. Para la presente investigación se decidió estimar los valores perdidos con el fin de obtener un modelo más completo, en el cual se puedan observar factores de estacionalidad, tendencia o ciclo, para una muestra de tráfico de una semana.

El procedimiento adoptado para la estimación de valores perdidos se realizo a través de un software especializado para esta tarea, dicho software es el: SEATS TRAMO WINDOWS (TSW).

El procedimiento está fundamentado en la interpolación de promedios de datos de tráfico previos, estas interpolaciones se realizan examinando el patrón de tráfico y tratando en lo posible de mantener dicho patrón dentro del subconjunto de valores trafico actuales. En algunas ocasiones se decide remplazar el valor perdido (o valores perdidos) por uno del mismo día, hora y minuto, pero de una semana anterior o una semana posterior, esto se justifica en el fuerte patrón semanal que muestra la serie de tiempo de los datos de tráfico, en esta ocasión esto no es posible en razón a que la muestra de datos de trafico en este estudio es para una sola semana y dos días. (Ansley, 1985).

En la figura 1 se puede observar la serie de trafico Wimax obtenida para los 899 datos capturados.

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Modelo de trafico wimax basado en series de tiempo para pronosticar valores futuros de trafico 509

Datos de Trafico OriginalesSerie de Tiempo a Modelar

15 16 17 18 19 20 21 22 23 24January

0

800

1600

2400

3200

4000

4800

5600

6400TRAFICO_REAL

Figura 1. Serie de tiempo del trafico wimax

extraído

2.3 Identificación del Modelo

Debido que uno de los objetivos es comparar diferentes modelos correlacionados, es decir construir varios modelos de trafico basados en diferentes tipos de series de tiempo y analizar cuál de ellos es el mejor estimador del trafico Wimax capturado. Esta etapa de identificación carece de sentido para esta investigación, ya que sin importar las conclusiones de la identificación del modelo, se desarrollaran cuatro modelos de trafico correlacionados: (1) Modelo AR (Autoregresivo), (2) Modelo MA (Promedios Móviles), (3) Modelo ARMA (AutoRegresivo y Promedio Móviles), y (4) Modelo ARIMA (AutoRegresivo e Integrado de Promedio Móvil). Vale la pena recordar que los tres primeros modelos correlacionados implican la necesidad de que la serie sea estacionaria, mientras que para el cuarto modelo no es necesario que exista estacionariedad en la serie de tiempo. (Box, 1976).

El concepto de estacionariedad es importante para el análisis de series de tiempo. En general, para caracterizar completamente un proceso estocástico es necesario conocer la función de densidad conjunta de sus variables aleatorias; sin embargo en la práctica no es realista pensar que esto pueda lograrse con una serie de tiempo. Como se mencionó anteriormente en lo que respecta a la covarianza, no existe dependencia del tiempo pero si de la separación (k) que hay entre las variables. Lo anterior conduce a pensar que la serie, mostrará el mismo comportamiento en términos generales sin importar el momento en el que se observe. Esto es, si se graficara un cierto número de observaciones contiguas de una serie, la gráfica que se obtendría seria bastante similar a la que se lograría al graficar el mismo número de observaciones contiguas pero k periodos hacia delante o hacia atrás de los considerados inicialmente. (Brillinger, 2001), (Hamilton, 1954).

De la observación de la serie de tiempo que nos atañe, se puede concluir fácilmente que esta no es estacionaria, debido a que su media no es cero (observar figura 1), aunque su varianza parece constante, dos condiciones imperiosas para que una serie de tiempo sea estacionaria (estos cálculos se desarrollaran más adelante).

De acuerdo a lo anterior los tres primeros modelos cuya condición es la estacionariedad de la serie, no tendrían mucho sentido. Por esto el único modelo que se

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ajusta a la serie de tiempo es el ARIMA, con esto la etapa de identificación esta terminada. Sin embargo debido a que el objetivo es comparar los cuatro modelos se desarrollara primero el modelo ARIMA, el cual cuenta con la ventaja de ser integrado “I” permitiendo volver estacionaria una serie no estacionaria (por tendencia); una vez realizado el modelo ARIMA, se tomó la serie estacionaria y con ella se estimaron los modelos AR y MA, que para este caso se convierten en los modelos ARI e IMA en un sentido estricto de la palabra, el modelo ARMA ya carecería de sentido porque al calcularlo se llegaría al mismo modelo ARIMA. (Box, 1964).

2.4 Estimación de Parámetros y Validación 2.4.1 Modelo ARIMA Para verificar la no estacionariedad de la serie de tiempo se realizó la prueba de Raíz Unitaria de Dickey –Fuller a través del software RATS (Regression Analysis of Time Series), estos son los resultados obtenidos: (Davis, 1996), (Dickey, 1979), (Fuller, 1976).

Dickey-Fuller Unit Root Test, Series TRAFICO_REAL

Regression Run From 2007:01:15//62 to 2007:01:21//95

Observations 828

With intercept with 60 lags

T-test statistic -1.49785

Critical values: 1%= -3.443 5%= -2.867 10%= -2.569

Según el criterio de Dickey – Fuller, la serie no es estacionaria, ya que el valor absoluto del test es menor al valor absoluto del valor crítico del 5%. Lo anterior era consecuencia de que la media de los datos no es cero como se mostró en la figura 1, aunque la varianza parece constante. Para volver esta serie estacionaria se diferenciará la serie y se volverá a realizar la prueba de raíz unitaria.

Entonces se tomó la serie de tiempo original con sus primeros 672 datos de tráfico y se diferenció inicialmente una sola vez, luego se diferenció dos veces y por último se diferenció una vez el logaritmo de la serie de tiempo original, para cada una de las series resultantes anteriormente luego de la diferenciación, se realizó la prueba de Dickey –Fuller para verificar su respectiva estacionariedad.

Del proceso anterior se concluyó que la mejor transformación es la diferenciación de la serie una sola vez con esto se obtuvo una serie como la que muestra la figura 2 (observe que esta vez la media de los datos si es cero).

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Serie de Tiempo Original Diferenciada Una VezDTrafico_Real

15 16 17 18 19 20 21January

-6000

-4000

-2000

0

2000

4000

6000DTRAFICO_REAL

Figura 2. Serie de tiempo diferenciada una vez

Si solo se han aplicado primeras diferencias será un ARIMA(p,1,q), si requiere segundas diferencias es un ARIMA(p,2,q), en general si se aplica (1-B)d se llega a un ARIMA(p, d, q). Para el desarrollo de esta investigación se tiene entonces d=1. (Brillinger, 2001).

Se debe evitar el sobre-diferenciar la serie original y eliminar información valiosa que se manifestaría en la función de autocorrelación, ya que en un caso de sobre-diferenciación las autocorrelaciones se hacen aún más complicadas, y el modelo pierde parsimonia, se incrementa la varianza y se pierden d-observaciones. (Brockwell, 2002).

Ahora que ya se tiene una serie estacionaria se deben determinar el orden de “p” (autoregresivo) y de “q” (promedio móvil); para esto se utilizó la función de autocorrelación y la función de autocorrelación parcial. (Akaike, 1973), (Anderson, 1980), (Davis, 1996).

Para obtener estas gráficas de autocorrelación y autocorrelación parcial se utilizó el software RATS con el cual se generaron las gráficas que se muestran en la Figura 3. Estas dos gráficas (FAC y FACP) permiten estimar el valor de “p” y “q” para construir el modelo ARIMA(p,d,q) que nos interesa. Entonces de la FAC se obtiene, q=22, y de la FACP se obtiene, p=22, como la serie se diferenció finalmente solo una vez, entonces d=1. Ósea que finalmente se tiene un modelo inicial ARIMA (22,1,22).

Funcion de AutocorrelacionFAC ( q )

0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50-1.00-0.75-0.50-0.250.000.250.500.751.00

FAC

Funcion de Autocorrelacion ParcialFACP ( p )

0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50-1.00-0.75-0.50-0.250.000.250.500.751.00

FACP

Figura 3. FAC y FACP de la serie de tráfico

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Wimax.

Según los resultados de la FAC y la FACP se tiene el modelo presentado en la ecuación 1, para el cual aun no se conocen sus coeficientes.

222222222222 −−−− tttttt ×−×−+×+×= aaaZZZ θθφφ (1)

Ahora que se tiene un fuerte candidato, hay que estimar sus parámetros. En la práctica esta es una labor de cómputo, aquí se debe escoger el paquete a usar, para este estudio se eligió el software RATS (Por encima inclusive del Software Eviews) por la flexibilidad que ofrece y por su gran potencialidad y estimación de máxima verosimilitud.

Lo usual es, pasar de la estimación inicial al análisis de los residuos, aquí se vuelve a buscar picos pero ahora en los residuos. Estos picos revelan términos que uno debe incluir en la nueva formulación del modelo ARIMA que se volverá a estimar. Este ciclo de re-especificación dinámica termina cuando los residuos ya no presentan correlaciones (picos) y en ese momento se puede decir que son residuos son ruido blanco. (Box, 1976), (Jones, 1978), (Makridakis, 1997).

Realizando lo anterior en el software RATS se obtuvo la primera estimación de parámetros del modelo, es decir los coeficientes del modelo ARIMA que se presentan en la ecuación 2, y cuyos valores se listan en la ecuación 2.

222 −−

222

504850197.0451619226.0 546189772.0385785636.0 −−

×−×++×+×−= ttt

aaZZZ

tt

ta (2)

En la Figura 4 se grafica el modelo estimado en la ecuación 2 en función del tiempo para el cual se extrajeron los datos de tráfico correspondientes a una semana completa. Sin embargo, de la simple inspección de dicho modelo no es posible validarlo. La validación de los modelos de series de tiempo se realiza a través de la verificación de correlación entre los residuales de dicho modelo, para lo cual es necesario aplicar la función de autocorrelación (FAC) y la función de autocorrelación parcial (FACP) a dichos residuos.

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Modelo de Trafico EstimadoModelo ARIMA

15 16 17 18 19 20 21January

-800

0

800

1600

2400

3200

4000

4800

5600

6400TRAFICO_MODELADO

Figura4. Serie de tráfico obtenida a partir

de la ecuación 3.

Las FAC y FACP de los residuales del modelo estimado en la ecuación 2, se pueden observar en la Figura 5. De esta figura se puede observar que existe correlación entre los residuales del modelo de la ecuación 2, por lo tanto este modelo no incluye toda la dinámica de la serie de tiempo. En este punto es necesario volver a iterar y estimar nuevamente los coeficientes del modelo incluyendo ahora los nuevos valores de “p” y “q” que sugiere las funciones de autocorrelación y autocorrelación parcial, ósea para “p” los valores: 1, 2, 3, 4, 6, 7, 11, 12, 13, 17, 20, y para “q” los valores: 1, 18. De acuerdo con lo anterior se realiza una nueva estimación de los coeficientes incluyendo los nuevos parámetros de “p” y “q”.

Funcion de Autocorrelacion de los ResidualesFAC ( q )

0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50-1.00-0.75-0.50-0.250.000.250.500.751.00

FAC

Funcion de Autocorrelacion Parcial de los ResidualesFAC ( p )

0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50-1.00-0.75-0.50-0.250.000.250.500.751.00

FACP

Figura 5. FAC y FACP para los residuales del

modelo 3.

El procedimiento anterior se lleva a cabo hasta que la FAC y FACP de los residuales demuestren que no existe correlación alguna entre los residuales del modelo estimado, lo cual se logro luego de 3 iteraciones adicionales, sin embargo el número de parámetros obtenidos para el modelo correspondiente fue 18. Un modelo con un número grande de parámetros es un modelo que no presenta una buena parsimonia, por lo que se analizó el nivel de significancia de cada parámetro eliminando aquellos que presentan un valor mayor al cinco por ciento, ya que estos no resultan significativos para el modelo. Una vez realizado lo anterior es necesario validar nuevamente el modelo y

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dependiendo del resultado iterar una vez más.

Finalmente se llegó a un modelo definitivo descrito por la ecuación 3 y cuyo comportamiento se muestra en la figura 6.

1810

1

−−

−18

106

009945630.0009496113.0 978862096.0093022957.0

090197053.0092467147.0

−−

×−×−×−+×+

×−×−=

ttt

ttt

aaaaZ

ZZZ

tt

(3)

Modelo de Trafico EstimadoModelo ARIMA

15 16 17 18 19 20 21January

0

800

1600

2400

3200

4000

4800

5600

6400TRAFICO_MODELADO

Figura 6. Serie de tráfico del modelo de la

ecuación 4.

Con el fin de realizar una comparación subjetiva entre los datos estimado por el modelo desarrollado en la ecuación 3 y los datos de tráfico reales, se muestra la figura 7, donde las trazas azules indican los datos de tráfico estimados y las negras los reales.

Datos de Trafico Originales Vs Modelo de Trafico EstimadoModelo ARIMA

15 16 17 18 19 20 21January

0

800

1600

2400

3200

4000

4800

5600

6400TRAFICO_REALTRAFICO_MODELADO

Figura 7. Datos de tráfico estimados vs datos

originales.

Como conclusión final se obtiene un modelo ARIMA(18,1,18) de seis parámetros el cual esta definido por la ecuación 3 y que por inspección visual de la Figura 7, modela bastante bien los 672 datos de tráfico Wimax. En la sección 3 se realiza una evaluación cuantitativa del presente modelo.

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22

20

14

11

−t

2.4.2 Modelo ARI La metodología para la estimación del modelo ARI es idéntica a la utilizada en el modelo ARIMA por lo que se presentara directamente los resultados obtenidos. La ecuación 4 describe el modelo ARI definitivo y las figuras 8 y 9 muestran respectivamente, el comportamiento del modelo ARI y la comparación de dichos estimativos de tráfico con los datos originales.

1917

1312

109

876

543

21

0.087331 0.09236610.06245450.056301 0.09699090.18769210.257110 0.33859810.37740920.380864 0.40729930.48322620.551627 0.52300940.57402040.627510

0.744097550.90995170

−−−

−−−

−−−

−−−

−−−

−−

×+×−×−×−×−×−×−×−×−×−×−×−×−×−×−×−

×−×−=

ttt

ttt

ttt

ttt

ttt

ttt

ZZZZZZZZZZZZZZZZ

ZZZ

(4)

Modelo de Trafico EstimadoModelo ARI

15 16 17 18 19 20 21January

-800

0

800

1600

2400

3200

4000

4800

5600

6400TRAFICO_MODELADO

Figura 8. Serie de tráfico del modelo de la

ecuación 5.

Datos de Trafico Originales Vs Modelo de Trafico EstimadoModelo ARI

15 16 17 18 19 20 21January

-800

0

800

1600

2400

3200

4000

4800

5600

6400TRAFICO_REALTRAFICO_MODELADO

Figura 9. Datos de tráfico estimados vs datos

originales.

En conclusión con los resultados obtenidos a partir de la metodología adoptada se construyó un modelo ARI(22) (autorregresivo e integrado una vez) definido por la

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ecuación 4, el cual presenta un orden de 22 y 18 parámetros, que logra modelar el trafico Wimax capturado de forma satisfactoria como lo demuestran las Figuras 8 y 9.

2.4.3 Modelo IMA La metodología para la estimación del modelo IMA es idéntica a la utilizada en el modelo ARIMA y ARI por lo que se presentara directamente los resultados obtenidos. La ecuación 5 describe el modelo IMA definitivo y las figuras 10 y 11 muestran respectivamente, el comportamiento del modelo IMA y la comparación de dichos estimativos de tráfico con los datos originales.

61 −− 0.044320950.91525888 ×−×−+= aaaZ tttt (5)

Modelo de Trafico EstimadoModelo IMA

15 16 17 18 19 20 21January

1250

1500

1750

2000

2250

2500

2750

3000

3250TRAFICO_MODELADO

Figura 10. Serie de tráfico del modelo de la

ecuación 6.

Datos de Trafico Originales Vs Modelo de Trafico EstimadoModelo IMA

15 16 17 18 19 20 21January

0

800

1600

2400

3200

4000

4800

5600

6400TRAFICO_REALTRAFICO_MODELADO

Figura 11. Datos de tráfico estimados vs datos

originales.

3 RESULTADOS Es usual encontrarse con varios modelos alternativos y se debe decidir cual escoger. En primera instancia se tiene la función de autocorrelación y la función de autocorrelación parcial, las cuales se aplican a los residuos del modelo final para determinar si existe correlación entre estos, de no tener correlación se puede decir que el modelo ha sido validado con éxito. Sin embargo en este estudio no se obtuvo

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Modelo de trafico wimax basado en series de tiempo para pronosticar valores futuros de trafico 517

correlación entre los residuales para ninguno de los tres modelos desarrollados por lo que entonces la pregunta seria ¿cual escoger? (Brillinger, 2001).

Debido a lo anterior se analizaran otros criterios a parte del análisis residual para seleccionar adecuadamente un modelo:

Criterio de calidad de ajuste. Criterio de parsimonia. Criterios estadísticos.

3.1.1 Calidad de Ajuste La calidad de ajuste de un modelo esta definida como la suma de los cuadrados de los residuos dividida por el tamaño de la muestra, y su objetivo es medir la habilidad del modelo para reproducir los datos de la muestra, es decir verifica que tan parecida es la serie modelada con la real. (Guerrero, 2003).

En la Tabla 1 se muestran los valores de la calidad de ajuste para cada modelo desarrollado.

Tabla 1. Calidad de ajuste de los modelos

desarrollados.

Modelo Desarrollado

Modelo ARIMA Modelo ARI Modelo

IMA

Calidad de Ajuste 171,4137326 20489,69984 976512,583

3.1.2 Parsimonia

La idea de parsimonia es que un buen modelo tiene pocos parámetros ya que ha capturado las propiedades intrínsecas de la serie que se analiza, un modelo complicado con demasiados parámetros es un modelo sin parsimonia. Desde este punto de vista, el modelo ARI que se obtuvo anteriormente es un modelo sin parsimonia, debido a la gran cantidad de parámetros que presenta (en total 18 parámetros) en contraste con el modelo ARIMA (en total 6 parámetros) y el modelo IMA (en total 2 parámetros).

Se podría concluir que el modelo IMA es el que presenta mayor parsimonia, inclusive mayor a la del modelo ARIMA. Sin embargo este criterio siempre deberá ser el último que utilice para seleccionar un modelo, debido a su carácter cualitativo y no cuantitativo como si lo es el criterio de calidad de ajuste y los que se describen a continuación.

3.1.3 Criterios Estadísticos A pesar de poder seleccionar un modelo adecuado a partir de los criterios de análisis de residuos, calidad de ajuste y parsimonia, se calculó también varios criterios estadísticos que permitieran realizar objetivamente un análisis comparativo entre los

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modelos de serie de tiempo desarrollados. Los estadísticos calculados son:

Error cuadrático medio Valor absoluto de la desviación estándar Coeficiente de correlación

Entre estos estadísticos el más significativo es la desviación estándar en valor absoluto, para esta investigación se decidió calcular el error cuadrático medio como el promedio de las desviaciones estándares al cuadrado de los valores estimados con respecto a los originales, con el fin de obtener un valor cuantitativo de la exactitud del modelo, ya que por definición el error cuadrático medio tendría el mismo valor del criterio calidad de ajuste, el cual no nos dice que tan eficaz es el modelo, solo nos permite compararlo con otros.

Debido a que el promedio de las desviaciones estándares de cada dato estimado no es significativamente objetivo en razón a que puede tomar valores positivos como negativos que afectan el resultado final, se decidió tomar el promedio del valor absoluto de las desviaciones estándares de cada dato.

Y por ultimo se calculo el factor de correlación entre los datos estimados y los originales, debido a que como se explico anteriormente este estadístico da un indicativo del nivel de relación entre dos variables, lo cual no puede lograr la función de covarianza.

Los resultados de los criterios estadísticos mencionados se muestran en la tabla 2.

Tabla 2. Criterios estadísticos.

Modelo Desarrollado

Modelo ARIMA

Modelo ARI

Modelo IMA

Error Cuadrático Medio

0,124859%

15,664319%

1284,122643%

Desviación Estándar en Valor Absoluto

1,213379%

13,979571%

122,178100%

Coeficiente de Correlación

0,999924939

0,991109786

0,445468898

Como conclusión de los resultados obtenidos en cada criterio se decidió seleccionar el modelo ARIMA como la mejor opción para modelar los datos de trafico Wimax capturados.

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Modelo de trafico wimax basado en series de tiempo para pronosticar valores futuros de trafico 519

3.1.4 Evaluación de los Pronósticos En la realidad se puede sostener la tesis de que un modelo es realmente útil solo en la medida que anticipa la evolución de la variable. En este sentido se está aceptando que se espere a que vengan las futuras observaciones para después analizar la calidad del modelo. Esto se denomina una evaluación ex-post, y es una validación más fuerte en el sentido común, que el análisis de residuos. (Dethe, 2003).

Para cada modelo se pronosticaron 217 (217=889-672) datos de tráfico que fueron respectivamente comparados con los datos de tráfico originales, para generar la Tabla 3, donde se muestran la exactitud de los pronósticos en función de estadísticos como el error cuadrático medio, el promedio de la desviación estándar en valor absoluto, el coeficiente de correlación y la calidad de ajuste, lo cual permite observar detalladamente la eficacia de cada modelo desarrollado para pronosticar los respectivos datos de tráfico.

Tabla 3. Evaluación de Pronósticos.

Modelo Desarrollado

Modelo ARIMA

Modelo ARI

Modelo IMA

Error Cuadrático Medio

2,266523%

26,098772%

1366,144832%

Desviación Estándar en Valor Absoluto

5,932770%

21,842614%

131,173949%

Coeficiente de Correlación

0,998136212

0,98170719

0,382241697

Calidad de Ajuste

4306,278315

29074,16568

1044223,598

Es realmente interesante analizar la capacidad de predicción que posee el modelo ARIMA ya que tan solo tiene un 6% de error en promedio de los pronósticos de los datos de tráfico para los dos días siguientes, según la desviación estándar en valor absoluto. Pero ¿Que tanto tiempo a futuro podría mantener tan fantásticos pronósticos?

4 CONCLUSIONES

Las series de tiempo y en especial los modelos Autorregresivos e Integrados con Promedios Móviles (ARIMA), resultan realmente apropiados para modelar el tráfico moderno en redes de datos Wimax con características de correlación fuertes. La evaluación de este estudio del modelo ARIMA desarrollado y seleccionado finalmente como el más apropiado, exhibe un desempeño bastante alto con relación a la magnitud

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de sus residuales, los cuales no experimentaron correlación alguna.

En la modelación del trafico Wimax, de este estudio, las series de tráfico en función del tiempo en su gran mayoría, no experimentan estacionariedad debido a que los patrones de demanda que influyen sobre la serie no son relativamente estables, requiriendo la transformación de la serie, generalmente a través de la diferenciación como se realizo en el desarrollo del modelo ARIMA, destacando nuevamente la importancia de este tipo de modelado.

No todos los modelos de series de tiempo caracterizan apropiadamente el tráfico Wimax, en especial para la serie de trafico wimax de este estudio, las series de tiempo como la de Promedios Móviles (MA) no logra capturar toda la dinámica de la serie; otros modelos como el AutoRregresivo (AR) proporcionan realizaciones bastante parecidas en magnitud a las originales, pero con un numero grande de parámetros que reduce significativamente su parsimonia y ende aumenta el costo computacional; generalmente las series de trafico correlacionadas como la que nos ocupa, exhibe uno o mas parámetros de una componente autorregresiva y al mismo tiempo uno o mas parámetros de una componente de promedio móviles, sugeridos por las funciones de autocorrelación y autocorrelación parcial, proponiendo como fuerte candidato un modelo ARIMA, la inclusión de ambas componentes tiene por objetivo reducir significativamente el numero de parámetros necesarios para modelar la serie original, tal y como se demostró en el desarrollo de dicho modelo. Las evaluaciones realizadas a estos modelos basados en series de tiempo implicaron en su totalidad algún tipo de estadístico alrededor de los residuales (diferencia entre el valor real y el estimado por el modelo), para los cuales el modelo ARIMA obtuvo no solo los mejores resultados en comparación con los demás modelos de series de tiempo, sino además un alto grado de desempeño, confiabilidad y exactitud en sus pronósticos.

Los modelos correlacionados desarrollados a partir de las series de tiempo no experimental una relación tan compacta como la del modelo de poisson y su tratabilidad matemática se ve comprometida, sin embargo permiten modelar el trafico wimax con una precisión y exactitud realmente significativa, debido a que son capaces de capturar los efectos de la correlación a costos computacionales razonables. Lo anterior permite a los modelos de series de tiempo ofrecer un alto desempeño en la caracterización del trafico wimax a diferencia del modelo Poisson, con un costo computacional que no tiene mucho que envidiarle a la tratabilidad matemática de los modelos Poissonianos.

5 RECOMENDACIONES

Como recomendaciones de esta investigación se plantean tres propuestas, cada una de ellas enfocada a lograr un modelamiento de tráfico Wimax más exacto pero a la vez flexible, tratando de reducir al máximo el costo computacional que trae consigo los modelos correlacionados como las series de tiempo.

La primera propuesta es el desarrollo de un modelo de trafico a través de una serie de tiempo ARIMA(p,d,q) con datos de tráfico correspondientes a por lo menos un año, con tiempos de muestreo alrededor de una hora. Lo anterior con el fin de identificar con mayor precisión los componentes de dicha serie de tiempo; de esta forma se busca poder determinar si existe o no estacionalidad en el trafico Wimax, y de existir, modelar el trafico a través de una serie de tiempo SARIMA(p,d,q)x(P,D,Q) evaluando su desempeño y comparándolo con el modelo ARIMA(p,d,q). (Reyes, 1999).

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La segunda propuesta es el desarrollo de un modelo de trafico Wimax a través

de una serie de tiempo FARIMA(p,d,q) que permita modelar el respectivo trafico fractal, evaluar el desempeño de dicho modelo y realizar la comparación con los modelos ARIMA y SARIMA. Los procesos FARIMA han sido poco usados en los modelos de tráfico, debido fundamentalmente a que los métodos de generación sintética propuestos en la literatura son muy costosos computacionalmente. (Harmantzis, 2005), (Sweeney, 2004), (Tanenbaum, 2003).

La tercera y última propuesta es el desarrollo de un modelo de tráfico a través de una serie de tiempo VARMA (Vector Autoregressive Moving Average) (Jones, 1975), (Kamarianakis, 2003), donde la variable dependiente (trafico Wimax) sea explicada por medio de dos o más variables independientes como el tiempo y el número de usuarios de la red, es decir que el modelo permita estimar el trafico no solo a partir del tiempo sino también de variables directamente relacionadas con el trafico como el número de usuarios conectados a la red y/o las aplicaciones que utiliza generalmente, etc. Igualmente evaluar el desempeño de dicho modelo y realizar la comparación con los modelos ARIMA, SARIMA y FARIMA.

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Revista de Gestão da Tecnologia e Sistemas de Informação Journal of Information Systems and Technology Management Vol. 5, No. 3, 2008, p. 526 ISSN online: 1807-1775

Congresso / Conference

6th CONTECSI International Conference on Information Systems and Technology Management

03-05 June, 2009 USP/São Paulo/SP FEA USP São Paulo, Brazil

The 6th - International Conference on Technology and Information Systems Management CONTECSI is an event focusing Technology and Information Systems Management under a multidisciplinary view. CONTECSI aims at putting together academics and professionals involved in IT and Systems management for a state-of-the-art discussion. International researchers are expected to contribute for the integration between the academic and the professional communities. The Conference welcomes papers submission for presentation and panel discussions. Major topics on interest include, but are not limited to: Information Society, Open Systems, Systems Interfacing and Integration, Wireless Computing, Entrepreneurship in IT and IS, Accounting Information Systems, E-Commerce / E-Business, Software Engineering, ERP Systems, Financial Management in Information Systems, IT Strategic Management, etc. Submit online a full paper and abstract in English, Spanish or Portuguese by January, 5th 2009. All papers will be subject to a blind review process and full papers will be published (CD) in the Conference Proceedings. More information: http://www.tecsi.fea.usp.br/eventos/contecsi Coordination: Prof. Edson Luiz Riccio. PhD – FEA USP and TECSI Contact: [email protected]

6º CONTECSI Congresso Internacional de Gestão da Tecnologia e Sistemas de Informação

03-05 de Junho 2009 USP/São Paulo/SP FEA USP São Paulo, Brasil

O 6º Congresso Internacional de Gestão da Tecnologia e Sistemas de Informação CONTECSI visa reunir acadêmicos e profissionais envolvidos com a temática de gestão para discussão do Estado-da-arte deste campo. Atualmente este campo encontra-se disperso em áreas específicas, carecendo de uma visão holística e integrada do assunto. O CONTECSI contará com a presença de palestrantes de renome, bem como estará aberto para a recepção de trabalhos para serem apresentados em sessões paralelas e painéis. Assim como compareceram nos anos anteriores, são esperados personalidades, professores e pesquisadores do Brasil e do exterior, principalmente de Universidades da França, Inglaterra, Espanha, México, Portugal, Chile, Argentina, Colômbia, Uruguai, Venezuela entre outras. Os foco de interesse deste congresso inclui todas as abordagens referentes à gestão de Tecnologia e dos Sistemas de Informação nas instituições publicas e privadas e na sociedade em geral. Mais informações no site: http://www.tecsi.fea.usp.br/eventos/contecsi Coordenação: Prof. Dr. Edson Luiz Riccio – FEA USP e TECSI Contato: [email protected]

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pertence e sua área atual de trabalho. Quanto ao Processo de Avaliação • Os artigos serão avaliados pelo Comitê Editorial em caráter de duplo "blind review". Os nomes dos autores/co-

autores não serão enviados aos pareceristas; o recebimento do artigo será prontamente confirmado através de comunicação eletrônica e não há data final para envio;

• Submissões são aceitas uma vez certificadas que não tenham sido publicadas anteriormente e que não estejam sendo avaliadas por outros periódicos simultaneamente.

• JISTEM possui os direitos autorais dos artigos publicados, incluindo traduções. Entretanto, futuras reproduções serão permitidas se referenciadas apropriadamente.

• Quando os autores submetem um manuscrito, eles são responsáveis por reconhecer e revelar conflitos financeiros e de interesse e apoios financeiros que possam influenciar seu trabalho.

Sugestões de livros para Resenha Sugestões de livros para resenha devem ser enviadas para o Prof. Edson Luiz Riccio pelo e-mail: [email protected]

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Submit your article to Online Journal of Information Technology Management for publising. Electronic submissions are encouraged. Your article will be double-blind refereed by either members of the editorial board or ad hoc referees. A copy of the referees'comments will be sent to the authors for improvement. For publication the article must following the guidelines below. Authors must state that their work had not been sumitted or publisehd elsewhere.

Guidelines for submission

Manuscript style • Articles must be submitted in MS-Word format. • The Author's full name and affiliation have to appear on the title page as well as the title. The

Institution, Department, full address, telephone, email, fax must be also in the title page. Limit of 3 authors per article. Others will be consider contributors.

• Second page must present an abstract of about 100 words, title, area and 5 key words (in english), Articles must be limited to 30 pages in double-space, arial or times new roman, 12;

• Authors must send figures and graphics in high-resolution 300 dpi (jpg or gif). They must be numbered (Arabic) and with the complete title. A reference to each table or figure have to be made in the text.

• Authors must submit the questionnaires and research results for editor and peer review.

Recommendations and Reference Style • Articles should be as concise as possible and clearly present the Abstract, Introduction, Objectives,

Justification, Question, methodology, results and conclusion, plus references; • Authors should use the author-date system for text references and including the relevant page

number. • A list of reference is required. It has to contain the works cited, in alphabetical order by author. This

should include the author's name, initials, year of publication into round brackets, the place of publication and publisher. For journal articles, the journal title, volume number, either month or issue number and page numbers are required.

• If acepted for publication authors have to send a brief resume. Evaluation Process • Articles are the sole responsibility of their authors. Reproduction, total or partial, is allowed is

allowed under request. • Submissions are accepted for publication on the understanding that they have not previously been

published and that they are not under consideration for publication elsewhere. • JISTEM has the copyright of the published articles, including those of translated materials. However,

future reproduction will be allowed with the proper reference. • When submitting an article to JISTEM, authors are responsible for acknowledge and list any conflict

of interest and financial support that may have influenced your research results. Book Review Suggestions for book review should be sent to Prof. Edson Luiz Riccio at [email protected]

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ISSN online: 1807-1775 _____________________________________________________________________ Editor E.L.Riccio (2004-presente/present) Avaliadores Ad Hoc – 2008 Ad Hoc Reviewers – 2008 Alcazar, José de Jesus Perez, Universidade de São Paulo - Leste, Brasil Almeida Junior, Jorge Rady de, Escola Politécnica da USP, Brasil Bastos, Ana Paula, Universidade Federal do Pará, Belém, Brasil Canadas, Natália, ESTG- IPLeiria, Portugal Carvalho, Frederico Antonio Azevedo de, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Brasil Carvalho, Marcius Fabius Henriques de, Centro de Pesquisas Renato Archer, Brasil Castro,Cleber Carvalho de, Universidade Federal de Lavras - UFLA, Brasil Dalfovo, Oscar, Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais. Blumenau, Brasil De Sordi, José Osvaldo, Universidade Municipal de São Caetano do Sul, São Paulo, Brasil Dias, Acires Universidade Federal de Santa Catarina, Centro Tecnológico, Brasil Fonseca, Frederico Torres, Pennsylvania State University, EUA Gimenes, Régio Marcio Toesca, Universidade Paranaense, Brasil Goedert, Adriano Rogério, Centro Univiersitário Maringá, Brasil Gómez, Maria Nélida G. de, IBICT, Brasil Gregolin, José Angelo R., Universidade Federal de São Carlos, Brasil Laurindo, Fernando José Barbin, Escola Politécnica, USP, Brasil Leonel, Cezar Rodrigues, Uninove, São Paulo, Brasil Machado, Hilka Vier, Universidade Estadual de Maringá, Brasil Moraes, Renato de Oliveira, Escola Politécnica, USP, Brasil Oliveira, Mirian, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul - PUCRS, Brasil Orandi Mina Falsarella, Pontifícia Universidade Católica de Campinas, Brasil Peters Filho, Theodoro A., FEI, São Paulo, Brasil Perez, Gilberto, Universidade de São Paulo, Brasil Pimenta, Jussara, Universidade de São Paulo, Brasil Pires, Silvio Roberto Ignácio, Universidade Metodista de Piracicaba, Brasil Recuero, Raquel, Universidade Católica de Pelotas, Brasil Souza, Cesar Alexandre de, Universidade de São Paulo,Brasil Tarapanoff, Kira, Universidade de Brasília, Brasil Tomaél, Maria Inês, Universidade Estadual de Londrina, Brasil Valente, Amir Mattar, Coordenador do Laboratório de Transportes e Logística, LabTrans/UFSC, Brasil Villela, Daniel Antunes Maciel Centro de Pesquisas de Energia Elétrica, Departamento de Automação e Sistemas, RJ, Brasil Zaina, Luciana, Universidade de São Paulo, Brasil Informações Editoriais - Editorial Information 2008 Total de Textos Publicados/Total of Published Texts: 23 Artigos/Articles 22

Vol.5, No.3, 2008, p. 531-537

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Informações Editoriais 2008 / Editorial Information 2008 530

Resenhas/Book Review - Relatórios/Reports: 1 Autores Nacionais/Brazilian Authors 43 Autores Internacionais/Foreign Authors 19 Textos em Português/Texts in Portuguese 16 Textos em Espanhol/Texts in Spanish 3 Textos em Inglês/Texts in English 4 Textos em Frances/Texts in French -

Tempo de submissão à resposta aos autores com revisão Time from submission to feedback including review 1- 8 semanas/weeks 15,00 % 9-16 semanas/weeks 28,00 % + 17 semanas/weeks 57,00 % Tempo/Range 1-43 Média/Average 24 semanas/weeks Indice de rejeição - Rejection rate 41% Revisão/ Revision Alfarano – Traduções Contact Language Indice por autor 2008 Content per author 2008 AMAZONAS, André Mano, Universidade Salvador, Bahia, Brasil Integrando motores de indexação de dados para a construção de sistemas de recuperação de informações em ambientes heterogêneos Volume 5, Número 2, Mai – Ago, 2008 AQUINO, Dayani C., Instituto de Tecnologia do Paraná, Brasil Aspectos técnicos e institucionais de um sistema de inteligência competitiva desenvolvido para a indústria de máquinas para madeira Volume 5, Número 1, Jan – Abr, 2008 ARRUDA FILHO, Emílio J. M., Instituto de Estudos Superiores da Amazônia, Pará - Brasil Fator Social versus Tecnologia Utilitária: Marketing Social versus Mercado Utilitário Volume 5, Número 2, Mai – Ago, 2008 AZEVEDO, Renato Ferreira Leitão, Universidade de São Paulo, Brasil Resultados do 5º. CONTECSI Volume 5, Número 2, Mai – Ago, 2008 BARROS, Diego Souza de, Universidade Salvador, Bahia, Brasil Integrando motores de indexação de dados para a construção de sistemas de recuperação de informações em ambientes heterogêneos Volume 5, Número 2, Mai – Ago, 2008

R. Gest. Tecn. Sist. Inf. RGTSI/JISTEM Journal of Information Systems and Technology Management, Brazil

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Revista de Gestão da Tecnologia e Sistemas de Informação Journal of Information Systems and Technology Management Vol. 5, No. 3, 2007 p.529-537

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ISSN online: 1807-1775 _____________________________________________________________________ BELLINI, Carlo Gabriel Porto, Universidade Federal da Paraíba, Brazil Gestão sociotécnica do teste de software em projetos de sistemas de informação Volume 5, Número 2, Mai – Ago, 2008 BIANCHINI, David, Pontifícia Universidade Católica de Campinas, Brasil Caracterização da demanda futura de usuários da internet no Brasil: uma contribuição para o desenvolvimento de políticas governamentais de inclusão digital e acesso a Internet Volume 5, Número 1, Jan – Abr, 2008 BOBSIN, Debora, Universidade Luterana do Brasil – Campus Santa Maria, Brasil Alinhamento entre o plano de negócio e o plano de tecnologia de informação das empresas: análise comparativa através dos níveis de maturidade e fatores críticos de sucesso Volume 5, Número 1, Jan – Abr, 2008 BOTTENTUIT JUNIOR, João Batista , Universidade do Minho, Braga, Portugal Análise das componentes e a usabilidade das webquests em língua portuguesa disponíveis na web: um estudo exploratório Volume 5, Número 3, Set – Dez, 2008 CABRAL, Sandro, Universidade Federal da Bahia, Brasil Fmea and Pmbok applied to project risk management Volume 5, Número 2, Mai – Ago, 2008 CABUSAS, Julianne Joy, University of Rhode Island, Kingston,RI, USA Fator Social versus Tecnologia Utilitária: Marketing Social versus Mercado Utilitário Volume 5, Número 2, Mai – Ago, 2008 CHAPARRO, Teresa Sánchez, Agencia Nac. Evaluación de la Calidad y la Acreditación, España Características de las empresas que utilizan Arquitectura Orientada a Servicios y de su contexto de operación Volume 5, Número 2, Mai – Ago, 2008 COSTA, Paulo da, IBM Brasil, Faculdade IBTA, Brasil Caracterização da demanda futura de usuários da internet no Brasil: uma contribuição para o desenvolvimento de políticas governamentais de inclusão digital e acesso a Internet Volume 5, Número 1, Jan – Abr, 2008 COUTINHO, Clara Pereira, Universidade do Minho, Braga, Portugal Análise das componentes e a usabilidade das webquests em língua portuguesa disponíveis na web: um estudo exploratório Volume 5, Número 3, Set – Dez, 2008 DHOLAKIA, Nikhilesh, University of Rhode Island, Kingston, RI, USA Fator Social versus Tecnologia Utilitária: Marketing Social versus Mercado Utilitário Volume 5, Número 2, Mai – Ago, 2008

Vol.5, No.3, 2008, p. 531-537

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Informações Editoriais 2008 / Editorial Information 2008 532

FELI, Vicente Ripoll, Costes, Universidad de Valencia, Valencia – Espana Accounting management and technology information: empirical evidence from the port authority of Valencia Volume 5, Número 3, Set – Dez, 2008 FELL, André Felipe de Albuquerque, Universidade Federal de Pernambuco, Pernambuco, Brazil Um Estudo da Produção Acadêmica Nacional sobre Gestão do Conhecimento Através da Teoria do Conhecimento de Habermas Volume 5, Número 2, Mai – Ago, 2008 FILLOL, Arturo Giner, Autoridad Portuaria de Valencia, Valencia – España Accounting management and technology information: empirical evidence from the port authority of Valencia Volume 5, Número 3, Set – Dez, 2008 FREITAS, Henrique, PPGA/EA/UFRGS, Brasil Ação Comercial baseada na Gestão da Informação de uma Pequena Empresa de TI Volume 5, Número 3, Set – Dez, 2008 FREITAS, José Eduardo de Figueiredo, Universidade de Brasília, Brasil A engenharia de sistemas e a gestão DE CoPS como ferramentas da gestão de projetos complexos na área de TI Volume 5, Número 1, Jan – Abr, 2008 GARAY, Jorge R. Beingolea, Escola Potitécnica da Universidade de São Paulo, Brasil Avaliação experimental de redes mesh com as intel classmate PC Volume 5, Número 2, Mai – Ago, 2008 GONÇALVES, Rosana Carmen de Meiroz Grillo, Universidade de São Paulo/Ribeirão Preto, Brasil Aplicação da abordagem contingencial na caracterização do uso do sistema de controle orçamentário: Um Estudo multicaso Volume 5, Número 1, Jan – Abr, 2008 HERAS, Alfonso Duran, Universidad Carlos III de Madrid, España Características de las empresas que utilizan Arquitectura Orientada a Servicios y de su contexto de operación Volume 5, Número 2, Mai – Ago, 2008 HIRAMATSU, Roberto K., Escola Potitécnica da Universidade de São Paulo, Brasil Avaliação experimental de redes mesh com as intel classmate PC Volume 5, Número 2, Mai – Ago, 2008 HOFMANN, Ruth M., Instituto de Tecnologia do Paraná, Brasil Aspectos técnicos e institucionais de um sistema de inteligência competitiva desenvolvido para a indústria de máquinas para madeira Volume 5, Número 1, Jan – Abr, 2008

R. Gest. Tecn. Sist. Inf. RGTSI/JISTEM Journal of Information Systems and Technology Management, Brazil

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533

ISSN online: 1807-1775 _____________________________________________________________________ KOFUJI, Sergio T., Escola Potitécnica da Universidade de São Paulo, Brasil Avaliação experimental de redes mesh com as intel classmate PC Volume 5, Número 2, Mai – Ago, 2008 KRAFTA, Lina , Sphinx Brasil, Rio Grande do Sul, Brasil Ação Comercial baseada na Gestão da Informação de uma Pequena Empresa de TI Volume 5, Número 3, Set – Dez, 2008 KUNDI, Ghulam Muhammad, Gomal University, DIKhan, NWFP, Pakistan Digital Pakistan: Threats & Opportunities Volume 5, Número 2, Mai – Ago, 2008 LIMA, Afonso Augusto Teixeira de Freitas de Carvalho, Universidade Federal de Viçosa, Brasil Fortalecendo Empreendimentos em T.I.: qual a contribuição das incubadoras? Volume 5, Número 3, Set – Dez, 2008 LOBLER,,Mauri Leodir, Universidade Federal de Santa Maria, Brasil Alinhamento entre o plano de negócio e o plano de tecnologia de informação das empresas: análise comparativa através dos níveis de maturidade e fatores críticos de sucesso Volume 5, Número 1, Jan – Abr, 2008 LOPES, Roseli de Deus, Escola Potitécnica da Universidade de São Paulo, Brasil Avaliação experimental de redes mesh com as intel classmate PC Volume 5, Número 2, Mai – Ago, 2008 MARQUES NETO, Manoel Carvalho, Universidade Salvador, Bahia, Brasil Integrando motores de indexação de dados para a construção de sistemas de recuperação de informações em ambientes heterogêneos Volume 5, Número 2, Mai – Ago, 2008 MARTÍNEZ, Luis Fernando Pedraza, Military University, Bogotá D.C., Colombia Modelo de trafico wimax basado en series de tiempo para pronosticar valores futuros de trafico Volume 5, Número 3, Set – Dez, 2008 MARTINS, Guilherme Silveira, Fundação Getúlio Vargas, Brasil Fortalecendo Empreendimentos em T.I.: qual a contribuição das incubadoras? Volume 5, Número 3, Set – Dez, 2008 MELO, Marcelo F., Instituto de Tecnologia do Paraná, Brasil Aspectos técnicos e institucionais de um sistema de inteligência competitiva desenvolvido para a indústria de máquinas para madeira Volume 5, Número 1, Jan – Abr, 2008 MEZO, Blanca Monteagudo, la Universidad Carlos III de Madrid, España Características de las empresas que utilizan Arquitectura Orientada a Servicios y de su contexto de operación Volume 5, Número 2, Mai – Ago, 2008

Vol.5, No.3, 2008, p. 531-537

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Informações Editoriais 2008 / Editorial Information 2008 534

NARVÁEZ, Jorge Luis, Universidad Nacional de La Matanza, Argentina La web semántica en la educación superior Volume 5, Número 2, Mai – Ago, 2008 NAWAZ, Allah, Gomal University, DIKhan, NWFP, Pakistan Digital Pakistan: Threats & Opportunities Volume 5, Número 2, Mai – Ago, 2008 NOR,Khalil Md, Universiti Teknologi Malaysia, Malaysia Internet banking acceptance in Malaysia based on the theory of reasoned action Volume 5, Número 1, Jan – Abr, 2008 OLIVEIRA, Luiz Guilherme de, Universidade de Brasília, Brasil A engenharia de sistemas e a gestão DE CoPS como ferramentas da gestão de projetos complexos na área de TI Volume 5, Número 1, Jan – Abr, 2008 OLIVEIRA, Rezilda Rodrigues, Universidade Federal de Pernambuco, Pernambuco, Brazil Um Estudo da Produção Acadêmica Nacional sobre Gestão do Conhecimento Através da Teoria do Conhecimento de Habermas Volume 5, Número 2, Mai – Ago, 2008 PARRA, Octavio José Salcedo, Distrital University, Bogotá D.C., Colombia Modelo de trafico wimax basado en series de tiempo para pronosticar valores futuros de trafico Volume 5, Número 3, Set – Dez, 2008 PEARSON,J Michael, Southern Illinois University Carbondale, USA Internet banking acceptance in Malaysia based on the theory of reasoned action Volume 5, Número 1, Jan – Abr, 2008 PEDROSO, Marcelo Caldeira, Universidade de São Paulo, Brasil Gestão da informação de produtos: base para os relacionamentos na cadeia de suprimentos Volume 5, Número 1, Jan – Abr, 2008 PELAEZ, Victor, Universidade Federal do Paraná, Brasil Aspectos técnicos e institucionais de um sistema de inteligência competitiva desenvolvido para a indústria de máquinas para madeira Volume 5, Número 1, Jan – Abr, 2008 PÉRISSÉ, Marcelo Claudio, Universidad Nacional de La Matanza, Buenos Aires, Argentina La web semántica en la educación superior Volume 5, Número 2, Mai – Ago, 2008 RIBEIRO, Daniel Souza Santos, Universidade Salvador, Bahia, Brasil Integrando motores de indexação de dados para a construção de sistemas de recuperação de informações em ambientes heterogêneos

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ISSN online: 1807-1775 _____________________________________________________________________ Volume 5, Número 2, Mai – Ago, 2008 RODRIGUES FILHO, José, Universidade Federal de Pernambuco, Paraíba, Brazil Um Estudo da Produção Acadêmica Nacional sobre Gestão do Conhecimento Através da Teoria do Conhecimento de Habermas Volume 5, Número 2, Mai – Ago, 2008 SANTOS, Celso Alberto Saibel, Universidade Salvador, Bahia, Brasil Integrando motores de indexação de dados para a construção de sistemas de recuperação de informações em ambientes heterogêneos Volume 5, Número 2, Mai – Ago, 2008 SANTOS, Flávio Roberto Souza dos, Independent Consultant, Brazil Fmea and Pmbok applied to project risk management Volume 5, Número 2, Mai – Ago, 2008 SCHARF, Edson Roberto, Universidade Regional de Blumenau, Brasil A gestão do conhecimento e o valor percebido: estratégia competitiva sustentável para a era do conhecimento Volume 5, Número 1, Jan – Abr, 2008 SHAH, Bahadar, Gomal University, DIKhan, NWFP, Pakistan Digital Pakistan: Threats & Opportunities Volume 5, Número 2, Mai – Ago, 2008 SHANAB,Emad A. Abu, Yarmouk University, Jordan Internet banking acceptance in Malaysia based on the theory of reasoned action Volume 5, Número 1, Jan – Abr, 2008 SILVA, Adriana Cristina da, Universidade de São Paulo/Ribeirão Preto, Brasil Aplicação da abordagem contingencial na caracterização do uso do sistema de controle orçamentário: Um Estudo multicaso Volume 5, Número 1, Jan – Abr, 2008 SORIANO-SIERRA, Eduardo Juan, Universidade Federal de Santa Catarina, Brasil A gestão do conhecimento e o valor percebido: estratégia competitiva sustentável para a era do conhecimento Volume 5, Número 1, Jan – Abr, 2008 SUAREZ, Cesar Augusto Hernandez, Colombia Modelo de trafico wimax basado en series de tiempo para pronosticar valores futuros de trafico Volume 5, Número 3, Set – Dez, 2008 TOSETTO, Mauro, Universidade do Vale do Rio dos Sinos, Brazil Gestão sociotécnica do teste de software em projetos de sistemas de informação Volume 5, Número 2, Mai – Ago, 2008 UBAL, Norma Pontet, Universidad de la Empresa, Montevideo – Uruguay

Vol.5, No.3, 2008, p. 531-537

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Informações Editoriais 2008 / Editorial Information 2008 536

Accounting management and technology information: empirical evidence from the port authority of Valencia Volume 5, Número 3, Set – Dez, 2008 VALENTE, Nelma Terezinha Zubek, Universidade Estadual de Ponta Grossa, Brasil Resultados do 5º. CONTECSI Volume 5, Número 2, Mai – Ago, 2008 VISENTINI, Monize Sâmara, Faculdade Palotina, Brasil Alinhamento entre o plano de negócio e o plano de tecnologia de informação das empresas: análise comparativa através dos níveis de maturidade e fatores críticos de sucesso Volume 5, Número 1, Jan – Abr, 2008 XAVIER, Wescley Silva, Universidade Federal de Minas Gerais, Brasil Fortalecendo Empreendimentos em T.I.: qual a contribuição das incubadoras? Volume 5, Número 3, Set – Dez, 2008 ZWICKER, Ronaldo, Universidade de São Paulo, Brasil Gestão da informação de produtos: base para os relacionamentos na cadeia de suprimentos Volume 5, Número 1, Jan – Abr, 2008 Relatório/ Report RICCIO, Edson Luiz e colaboradores, Universidade de São Paulo, Brasil Resultados do 5º. CONTECSI Congresso Internacional de Gestão da Tecnologia e Sistemas de Informação / Outcomes of 5th CONTECSI – International Conference on Information Systems and Technology Management Volume 5, Número 2, Mai. - Ago., 2008 Assistente Editorial – Assistant Editor Marici C.G. Sakata, (2004-presente/present) Webmaster Equipe TECSI Website/e-mail www.jistem.fea.usp.br - [email protected] Indexação - Index Latindex Ulrich’s Periodical Directory Doaj Dialnet Ebsco Gale Infotrac

R. Gest. Tecn. Sist. Inf. RGTSI/JISTEM Journal of Information Systems and Technology Management, Brazil

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Revista de Gestão da Tecnologia e Sistemas de Informação Journal of Information Systems and Technology Management Vol. 5, No. 3, 2007 p.529-537 ISSN online: 1807-1775 _____________________________________________________________________

Vol.5, No.3, 2008, p. 531-537

537

ISSN online: 1807-1775 Quadrimestral/Every four months Classificação Nacional/National Classification Qualis Capes – Nacional A - Administração e Turismo Qualis Capes – Nacional C - Ciências Sociais Aplicadas I Qualis Capes - Local A - Engenharia III Origem Institucional dos Autores/ Authors Filiation

Autores Nacionais Internacionais Volume 5, Número 1, Jan. – Abr., 2008

Universidade de Brasília, Brasil (2) Universidade Federal de Santa Maria, Brasil (1) Universidade Luterano do Brasil, Brasil (1) Faculdade Palotina, Brasil (1) Instituto de Tecnologia do Paraná, Brasil (3) Universidade Federal do Paraná, Brasil (1) Universidade Regional de Blumenau, Brasil (1) Universidade Federal de Santa Catarina (1) Universidade de São Paulo, Brasil (4) Faculdade IBTA, Brasil (1) Pontifica Universidade Católica de Campinas (1) Universiti Teknologi Malaysia, Malaysia (1) Yarmouk University, Jordan (1) Southern Illinois University Carbondale, USA (1)

(6) SP (2) BRA (4) PR (2) SC (3) RS

(1) Malásia (1) Jordania (1) USA

Total 20 17 03 Volume 5, Número 2, Mai. - Ago, 2008

Universidade Salvador,Brasil (5) Universidade de São Paulo, Brasil (8) Universidade Federal de Pernambuco, Brasil(3) Instituto de Pesquisas Superiores da Amazônia, Brasil (1) Universidade do Vale do Rio dos Sinos, Brasil (1) Universidade Federal da Paraíba, Brasil (1) Universidade Federal da Bahia, Brasil (1) Universidad Nacional de La Matanza, Argentina(2) Universidad Carlos III de Madrid, Espana(2) Agencia Nac. Evaluación de la Calidad y la Acreditación, España (1) University of Rhode Island, USA (2) Gomal University, Pakistan (3)

(6) BA (8) SP (2) PE (1) PA (1) RS (2) PB

(2) Argentina (3) Espanha (2) USA (3) Paquistão

Total 30 20 10 Volume 5, Número 3, Set. - Dez., 2008

Universidade Federal de Minas Gerais, Brasil(1) Fundação Getulio Vargas, Brasil(1) Universidade Federal de Viçosa, Brasil(1) Sphinx Brasil, Brasil (1) Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Brasil(1) Universidade do Minho, Portugual (2) Autoridad Portuária de Valencia, España (1) Universidad de La Empresa, Uruguay (1) Universidad de Valencia, España (1)

(2) MG (1) SP (2) RS

(2) Portugal (2) Espana (1) Uruguai

Total 10 05 05