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Novena Milagrosa de Santa Rita de Cássia 1 Novena Milagrosa de Santa Rita de Cássia

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Novena Milagrosa de Santa Rita de Cássia

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Novena Milagrosa

de

Santa Rita de Cássia

Novena Milagrosa de Santa Rita de Cássia

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NIHIL OBSTAT

Pe. Paulino Vieilledent s. j.

IMPRIMA-SE.

Mons. Otávio de Castro

Vigário Geral

Esta novena deve começar sempre no dia 13 de Maio de cada ano para terminar no dia 21, véspera do dia de Sta. Rita. Podendo também ser feita em qualquer época do ano, conforme a necessidade de quem quiser recorrer a Sta. Rita.

Novena Milagrosa de Santa Rita de Cássia

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BREVE NO TÍCIA DA VIDA DE

SANTA RITA DE CÁSSIA

Filha legítima de Antônio Mancini de Roca Porena e Amada Ferri, nasceu a B. Rita milagrosamente, em 1381.

Milagrosamente porque sendo Amada Ferri já velha para ter fruto, manifestou-se a sua gravidez, aparecendo-lhe um anjo que lhe anunciou o fruto concebido e o nome de Rita que deveria ter.

Foi batizada, não em Rôcca Porena por não haver ali fonte batismal, mas sim em Santa Maria de Cássia, e no dia seguinte de seu batismo, viu-se o prodigioso enxame de abelhas brancas.

Era o quinto dia de seu nascimento.

Ainda hoje existem de doze a quinze abelhas que se chamam – abelhas da Bem-aventurada, e em parte alguma do mundo conhece-se abelhas daquela qualidade e que se aninham nas paredes do muro, cada uma isoladamente em furos abertos por elas próprias, que renovam, quando de novo rebocam o muro.

Conservam ali e sempre ali a sua perpetuidade sem nunca mudarem para outro ponto do muro, que fica entre a cela e o sepulcro de Santa Rita.

Em sua meninice conseguiu de seus pais um quartinho onde levava dias e noites em transportes de amor com Jesus, desconhecendo tudo que estivesse fora de sua habitação paterna.

Aos doze anos voltou à companhia de seus pais sem desprezar as devoções desejando ardentemente entrar para o mosteiro de S. Maria Madalena, que seus pais se opunham pelo motivo de não se separarem dela e antes procuraram casá-la com um moço de

Novena Milagrosa de Santa Rita de Cássia

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nome Fernando, moço impetuoso e colérico.

Em obediência, aceitou Rita o esposo, de cujo consórcio teve dois filhos João Lago e Paulo Maria que apesar da educação materna mostravam-se indóceis.

O marido de Rita é assassinado e os filhos procuraram vingar-lhe a morte.

A Beata Rita temendo que eles cometessem esse crime, pediu e obteve de Deus, que os levassem antes que isto se desse e assim sucedeu.

Viúva e sem companhia lutava por uma clausura no convento de Sta. Maria Madalena em Cássia, o que era impossível, porque ali só eram admitidas donzelas.

Mas os seus rogos e as suas acrisoladas virtudes a fizeram amanhecer milagrosamente no mesmo convento, que se conservava com as portas fechadas, ali aparecendo alta noite e já com o hábito dos demais religiosos.

E sendo interrogada disse ela ter sido introduzida ali por S. Jo ão Batista, S. Agostinho e S. Nicolau de Tolentino, que eram os seus três advogados.

Isto deu-se em 1413 quando ela contava mais ou menos 32 anos de idade.

Durante o seu noviciado no Mosteiro ela já servia de modelo e exemplo para as outras religiosas.

Em 1443 já estava ela no trigésimo ano de. sua profissão monástica e no sexagésimo segundo de sua idade.

Um dia estava ela contemplando e orando com tanto ardor em presença da imagem do Crucificado e pedia-lhe um sinal de seu amor, quando viu desprender-se um espinho da coroa, que veio feri-la na parte esquerda da fronte e com tal ímpeto que chegou a penetrar o osso, dando causa a crudelíssimo espasmo. Viveu ainda, por espaço de quinze anos sempre com essa chaga aberta, que se dilatou e apodreceu e ficou verminosa sendo causa de aumentar-lhe tormentos e opróbrios, que para Rita eram delícias. Quando lhe perguntaram o que eram aqueles vermes que lhes caíam da fronte, respondia alegre e sorrindo: são meus anjinhos.

Por causa daquela ferida repugnante e fétida, a superiora não consentia que Rita aparecesse.

Aproxima-se um jubileu em Roma e Rita deseja assistir a essa grandiosa festa mas a superiora do Convento nega-lhe o seu consentimento, por causa da repugnante ferida.

De repente mostra-se milagrosamente sã.

Vai Rita, assiste a grandiosa festa da Igreja e de volta, reaparece no mesmo ponto a milagrosa ferida. Sete anos depois do jubileu contava Rita setenta e dois anos de idade, quando adoece, e quatro anos se passam enferma, no fim dos quais (1497) entrega sua alma ao Criador ouvindo-se o sino do Convento tocar por mão invisível, e logo aquela repugnante e fétida ferida da testa, transformou-se em uma espécie de rosa, que exalava flagrante e delicioso aroma.

Em seguida começou a se multiplicar uma série sem fim de prodigiosos milagres como veremos no correr desta novena.

Eis, pois, os tópicos mais salientes da feliz vida de Santa Rita de Cássia, a protetora das coisas impossíveis e difíceis.

Novena Milagrosa de Santa Rita de Cássia

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Novena Milagrosa

INVOCAÇÃO AO ESPÍRITO SANTO

Vinde Espírito Santo; enchei os corações dos vossos fiéis e acendei neles o fogo do vosso amor.

Aleluia.

Senhor, enviai o vosso espírito e tudo será criado.

Aleluia.

E renovareis a face da terra.

Aleluia.

ORAÇÃO

Deus que instruístes os corações dos vossos fiéis com a ilustração do Espírito Santo, fazei que nos regulemos segundo o mesmo Espírito, e que gozemos sempre de sua consolação. Por Jesus Cristo, Senhor Nosso. Amém.

INVITATÓRIO

Celebremos a Rita, Esposa coroada, e adoremos o Cristo, seu Divino Esposo.

ORAÇÃO

Excitai, Senhor, as nossas potências a confessarmos o vosso santo nome; purificai os nossos corações, infundindo neles a vossa virtude e graça; iluminai o nosso entendimento, inclinai a nossa vontade, para que possamos fazer este pio exercício, atenta e devotamente e mereçamos ser ouvidos na presença de vossa Majestade. Por Nosso Senhor Jesus Cristo. Amém.

Saudação a Santa Rita

Saúdo-vos Rita Esposa, Que entre os espinhos da dor Nascestes; vaso e rosa De Cristo: Divino Amor Eia pois, fonte e registro Da flamante caridade, Fazei que o meu espírito

No amor de Deus se abrase. Reza 4 Pai Nosso, 4 Ave Maria, 4 Glória Patri com as seguintes jaculatórias em honra dos 4 anos que Santa Rita passou sem tomar nenhum outro alimento mais do que o SS. Sacramento da Eucaristia.

JACULATÓRIAS

Rita Santa de Impossíveis advogada: Socorrei a minha vida e a minha alma. Pai Nosso, Ave Maria, Glória Patri.

Novena Milagrosa de Santa Rita de Cássia

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Rita, Santa, de Deus a esposa amada. Favorecei a minha vida e a minha alma. Pai Nosso, Ave Maria, Glória Patri. Rita, Santa, de impossíveis advogada. Ajudai-me na espiritual batalha. Pai Nosso, Ave Maria, Glória Patri. Rita, Santa de impossíveis advogada. Encaminhai-me na última jornada. Pai Nosso, Ave Maria, Glória Patri.

PRIMEIRO DIA

Neste primeiro dia consideremos a prerrogativa com que Deus privilegiou a Bem-aventurada S. Rita elegendo-a para vencedora das cousas impossíveis e difíceis quando sendo sua mãe de setenta e dois anos de idade, estéril até esse tempo conheceu ter em si aquela pérola; e turbada com a dúvida deste impossível, um Anjo lhe anunciou que não duvidasse porque ela daria a luz a uma filha, que encheria o Céu de glória e de refúgio a terra.

Ponderemos que sendo paradoxo este impossível, porque é aquilo, cuja rebeldia não cede as mesmas forças da Onipotência, vemos que no Céu e na terra conseguiu Santa Rita esse triunfo, pois que alcançou dos poderes da Divina graça, obtendo as mais gloriosas vitórias.

Daqui tiraremos o muito que devemos fazer, no caso de ser destinado por Deus porque ainda que o mundo louve as nossas ações e aplauda as nossas empresas, nada nos aproveitará sem aprovação de Deus a quem nada é impossível.

COLÓQUIO A DEUS

Meu Deus de meu coração, envergonhado da minha vida, no extremo da estimação do mundo em que até agora confiava, chego a vossa presença, ó remédio sagrado dos que em vós esperam.

Aqui tendes já o meu coração contrito.

Novena Milagrosa de Santa Rita de Cássia

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Bem sei que por indigno não mereço que nele entreis, porém, dai-me uma dor, com que rasgando o peito, arranque o coração para o por a vossos pés.

Seja o meu arrependimento e o meu pesar os instrumentos que ponham públicas as minhas lágrimas, de todo coração me doa, meu Deus, por serdes vós quem sois, de vos ter ofendido. Espero na vossa Misericórdia o perdão para alcançar uma feliz morte, pelo amor, que mostrastes à gloriosa Santa Rita, fazendo-a vencedora dos impossíveis, enchendo o Céu de glória e de refúgio a terra.

Só em vós meu Deus, confio que me haveis de contar no número de vossos escolhidos.

Amém!

COLOQUIO A SANTA RITA

Gloriosa Santa Rita vencedora dos impossíveis, a quem o Céu tem por glória e refúgio a terra, eu, pobre criatura vossa, necessitada do amparo e socorro divino; venho valer-me de vós; como minha especial advogada e protetora para que rogueis a Deus, que use comigo de sua misericórdia,-, dando-me contribuição das minhas culpas com o vosso auxílio para ir gozar da divina glória ao partir desta temporal vida, e depois conseguir o que pretendo para cujo fim começo esta novena, confiando que me haveis de conceder o favor divino, abrindo-me as portas de sua sempre eterna e aspirada misericórdia.

Assim seja.

Senhor, que vos dignastes de conceder à Bem-aventurada Rita a especial graça de ser vencedora de impossíveis, pelos seus merecimentos e intercessão, pela vossa infinita misericórdia, eficazmente nos socorrei, para que sejamos livres de todos os males do corpo e da alma; consiga-nos tudo que humildemente vos pedimos. Por Nosso Senhor Jesus Cristo.

HINO

A luz celestial.

Resplandece serena e mais brilhante. Quando Rita imortal. Aparece majestosa e triunfante, Príncipes, reis, povos, gentios, Celebram e veneram reverentes.

Toda geração humana

Aplaude em melodia a mais suprema A fronte majestosa e soberana Que cinge milagroso diadema O espinho que do esposo voa Forma ferida e oferece coroa.

Aplaude, pois, em prosa e metro:

Diz, repete, soleniza e canta Ao som de acorde preito, Quando e devido a Rita Grande Santa Que por mais augusta dita Teve o nome anunciado Pelo Anjo; o qual foi Rita.

Novena Milagrosa de Santa Rita de Cássia

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E, portanto, em sacro culto,

Veneremos a Rita aqui prostrados, Para que com o seu indulto Sejamos dos males libertados, Todos nós, veem radiante Em dois sois risonhos do semblante,

E vos, ó Padre Eterno,

E ao Verbo de vós gerado, Por aquele fogo Ardente De um e doutro derivado, Sendo um só Deus assim vos veja Único louvor de vossa Igreja. Amém.

EXEMPLO

No Mosteiro de Sta. Maria Madalena em Cássia, da Ordem Fremítica de S. Agostinho, ainda se conserva intacto o glorioso corpo de Santa Rita, ali colocado desde sua morte.

No ano de 1628, celebra-se a beatificação de Santa Rita, e tendo se originado um tumulto com perigo de vida dos assistentes, estando o corpo de S. Rita, no esquife cercado por um gradil de ferro, abriu ela os olhos e ergue-se milagrosamente e encostou-se ao gradil pelo que cessou imediatamente o tumulto e continuou a cerimônia em perfeita paz.

Nesta mesma ocasião sentiu-se um cheiro de pasmar, uma fragrância celestial.

Todos os anos no dia de sua festa o corpo da Santa ergue-se e vem recostar-se ao gradil de ferro; sentindo-se nessas ocasiões agradável aroma.

LADAINHA DE SANTA RITA

Senhor, tende piedade de nós.

Jesus Cristo, tende piedade de nós.

Senhor ouvi-nos.

Jesus Cristo, atendei-nos.

Pai celestial, que sois Deus, tende misericórdia de nós.

Filho Redentor do mundo que sois Deus, tende misericórdia de nós.

Espírito Santo, que sois Deus, tende misericórdia de nós.

Trindade Santíssima que sois um só Deus, tende misericórdia de nós.

Madre Sta. Rita, Orai por nós

Estrela de Cássia, Orai por nós

Flor da Religião, Orai por nós

Discípula de Agostinho, Orai por nós

Norma dos bons costumes,

Exemplo das casadas

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Esposa pacientíssima

Amante desprezada

Peito mortificado

Mãe prudentíssima

Viúva exempladíssima

Freira penitente

Pobre Voluntária

Rita obediente

Imitadora de Cristo

Vítima dos cravos

Insensível às injúrias

Prestante Cultivadora

Vaso de indulgência

Vaso de Virtudes

Honra do sexo frágil!

Rita vencedora

Pensamento etéreo

Alma contemplativa

Constante empreendedora

Mística vencedora

Protegida do Batista

Alegria dos anjos

Serva da Virgem Maria

Abençoada de Cristo

Advogada das Empresas

Luz contra dificuldades

Consolo nas aflições

Espelho da graça.

Rita triunfadora

Rita nossa esperança

Rita junto ao trono de Deus

Cordeiro de Deus, que tirais os pecados do mundo perdoai-nos Senhor.

Cordeiro de Deus, que tirais, os pecados do mundo, perdoai-nos Senhor.

Cordeiro de Deus que tirais os pecados do mundo, tende piedade de nós.

Novena Milagrosa de Santa Rita de Cássia

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V. Rogai por nós Santa Mãe de Deus.

R. Para que sejamos digno das promessas de Cristo.

ANTÍFONA

De impossíveis sois triunfadora, ó Rita Esposa de Jesus, portanto em vós confiamos que pela vossa intercessão recebamos a coroa da eterna vida. Amém.

Assinalastes, Senhor, a vossa serva Santa Rita com o sinal de vossa paixão e caridade.

S A L V E

Salve, ó Rita de Cássia protetora, Dos bons cristãos e devotos Mãe consoladora Em três estados fostes refulgente Sendo santificada em dor pungente Tornai-nos as paixões inacessíveis. A nós volvei vossos olhos compassivos Neste vale de lágrimas em que estamos Para sermos de Cristo redivivos Deus três vezes santo bendigamos. Amém.

RESPONSO DE SANTA RITA

De Rita os milagres buscas? Febre, peste lutulenta. Chagas, morbus, dor, demônios, Trovões, granizo afugenta.

Cegos vêem, surdos ouvem, Coxos andam, mudos falam, Filhos tem quem pede prole, Da campa mortos se abalam.

Nem terremotos mal fazem, Nem fulmineas labaredas Incêndios, perigos cessam Cadeias, incidias trêdas.

Cegos vêem, etc.

De santa dos impossíveis A Rita chamam hispanos Milagres que estranhos narrem E apregoem Cassianos.

Cegos vêem, etc.

Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo

Cegos vêem, etc.

OREMOS

Ó clementíssimo Deus; que com os perpétuos esplendores dos milagres ilustrais a Bem-aventurada Sta. Rita, concedei, benigno que pela sua intervenção eficazmente

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alcancemos o que cheios de confiança vos pedimos pelos seus merecimentos.

Por Cristo Nosso Senhor. Amém.

ORAÇÃO

Gloriosa Sta. Rita de Cássia, eu vos peço pela segunda-feira em que nascestes, pela quinta-feira em que vos batizastes pela quinta-feira em que enviuvastes, pela quinta-feira em que entrastes no Convento, pelo prazer que tivestes quando pela manhã vos vistes nele, sendo introduzida por S. João Batista, Sto. Agostinho e S. Nicolau de Tolentino, pela coroa de espinho em vossa testa, pela chaga que abriu, pelo nojo que as freiras tiveram de vós.

Minha gloriosa Sta. Rita, assim como vós alcançastes de Meu Senhor Jesus Cristo tudo quanto desejastes eu vos peço que me alcanceis a graça que pretendo obter nesta novena, se for para maior glória vossa e bem da minha alma.

BENDITO DE SANTA RITA

Vós sois Rita Santa,

Nossa protetora,

Que dos impossíveis

Sois a vencedora.

Salve rosa pura,

Fragante cheirosa

Que a graça orvalhou

Para serdes ditosa

Nascestes feliz

Em Rocca Porena

Sendo já do Céu.

Cândida Açucena.

Para o gosto nosso

Deus vos fez nascer

E o nome de Rita,

A vós vos fez ter.

Depois de três dias

Fostes Batizada,

E a divina graça

Em vós fez morada.

Apenas seis anos

Contáveis de idade

Já em vós se via

Toda Santidade.

Novena Milagrosa de Santa Rita de Cássia

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Por mestra tivestes

Uma mulher Santa

De cujas virtudes

Só Roma lhe canta.

Vós a imitastes

Com mais perfeição

E fostes mais mestra

Na santa oração

Para casa fostes,

Depois de aprendida

Sendo já dos Céus

Mui favorecida

Tínheis vinte anos

Completos, de idade,

Quando vos casaram

Mui contra a vontade

Por obediência

Paterna aceitastes,

E então de Fernando

Esposa ficastes.

Num amargo dia

O vistes sofrer

Entregue aos tiranos

E o vistes morrer.

Sozinha ficastes

Sem consolação

Só com dois filhinhos,

João Lago e Paulo Maria

Fostes inocentes

Vossos filhos, Rita,

No céu com os anjos

Foram ter a dita.

E vós procurastes

A religião

Para de Agostinho

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Tomardes lição

Sofrestes as dores

Do crucificado

Com um dos espinhos

Na testa cravado.

Bem pobre e humilde

Tão obediente

Fostes entre todas

A mais penitente.

Quando a Roma fostes

A um jubileu

Ali de mil graças

O céu vos encheu.

Ao fim de quatro anos

De mortal doença

Fostes lá no céu

Ter a recompensa

Fostes com os anjos

Contando vitória:

Fazei que cantemos

Convosco na glória

SEGUNDO DIA

Invocação ao Espírito Santo, etc., como no primeiro dia até o fim das 4 jaculatórias

Neste segundo dia consideremos a segunda prerrogativa de nossa protetora, em que

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parece que Deus continuou a privilegiá-la com especialidade para ser a Santa dos impossíveis, desfazendo as dúvidas em que seus pais estavam; pois, dilatando-lhe o Sacramento do Batismo com a indecisão do nome que haviam de ter, anunciou o anjo que o Céu já havia escolhido "O de Rita". . . nome que até aquele tempo não havia no mundo.

Consideremos que se foi privilégio em Abraão e Sara, como a Zacarias e até a própria Mãe Santíssima do Redentor;' e se foi glória incomparável ao Batista romper-se ao Profeta o impedimento da voz, para anunciar-lhe o nome que no mundo era conhecido quanto deve ser de admirar em S. Rita um nome novo na recepção do seu sacramento que é a porta de todos — o Batismo.

Tiremos daqui o termos sempre uma lembrança da especial mercê que recebemos na primeira graça do Batismo, em que ficamos filhos de Deus, livres do cativeiro e herdeiros da glória para que assim nos seja possível vencer o mundo e triunfar do inferno.

COLÓQUIO A DEUS

Segunda vez humildemente Deus e Senhor meu, invoca a vossa misericórdia, atendei a este vosso servo que aflito e necessitado vos chama.

Confesso que até aqui me esqueci da primeira graça que recebi no Batismo de ser filho vosso; mas agora me pesa de vos ter ofendido por serdes vós quem sois; proponho daqui por diante emendar-me de vida e já que me tendes mostrado serem grandes os motivos para me santificar pelo exemplo de S. Rita, aceitai os seus merecimentos em satisfação do que por sua intercessão vos peço com desejo de amar-vos e a graça para executá-lo. Amém.

COLÓQUIO A SANTA RITA

Beatíssima Rita que com um novo nome no primeiro Sacramento destes que admirar ao mundo; eu vos tomo como minha protetora, de quem Deus confiou o seu poder, para vencer dificuldades e impossíveis, rogo-vos que alcanceis de sua divina majestade o que desejo. . . ainda que encontre dificuldades porque não pode resistir o seu poder, nem as forças da vossa intercessão.

Alcançai-me, poderosa Santa, esta graça se for conveniente à minha alma e a glória de Deus. Amém.

E X E M P L O

Certa noite, uma senhora vendo apagada a lâmpada, que ilumina o esquife da Bem-aventurada Rita avisou disto a Sacristã, que verificando ser verdade e voltando para buscar lume com que tornar acender, ao chegar de volta encontrou a lâmpada acesa sem ninguém a ter acendido!

Com este muitos outros fatos encontram-se no livro da vida de S. Rita provados todos por numerosas testemunhas inconcussas.

Ladainha até o fim do Bendito.

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TERCEIRO DIA

Invocação ao Espírito Santo, etc., como no primeiro dia até o fim das 4 jaculatórias

Neste terceiro dia consideremos o especial favor com que Deus dotou a Santa Rita no dia seguinte ao do seu Batismo, naquele enxame de abelhas brancas, que entravam e saím de sua puríssima boca.

Ponderemos que não tendo ainda Santa Rita a liberdade de exercícios, venceu a empenhos da divina graça que os demais conseguem por virtudes dos merecimentos próprios.

Tiremos daqui um eficaz conhecimento da grandeza de Deus, pecamos perdão das nossas culpas, dando-lhes graças, pelos benefícios que por sua misericórdia obra nas almas, fazendo-as participantes dos dons do Espírito Santo.

COLÓQUIO A DEUS

Meu Deus de minh'alma, bendita e louvada seja a vossa infinita misericórdia e bondade.

Bem vejo que a minha contrição é frouxa mas vós sois, Senhor; infinitamente poderoso.

Sois para dar calor a esses ossos frios que tão pouco conhecem a vossa grandeza; fazei o benefício e fazei o milagre. Ardam as cinzas do meu nada e arda o fogo do vosso amor; inflamai a minha vontade e o meu coração nesta fragua ardente.

Purifiquem-se os meus erros, seja a minha contrição verdadeira, e os merecimentos da vossa amada Rita a norma para conseguir a graça que vos peço. Amém.

E X E M P L O

Um certo Batista d'Angelo de Col Giacone do Território de Cássia tendo perdido inteiramente a vista e ouvido contar os milagres, que nos primeiros dias consecutivos à morte da B. Rita, Deus operara por intercessão dela; de repente sentiu-se animado de viva fé, e com igual confiança se encomendou à proteção da Bemaventurada e imediatamente' tornou a abrir os olhos à luz do dia em 26 de Maio em que ela subirá ao céu.

Ladainha até o fim do Bendito

Novena Milagrosa de Santa Rita de Cássia

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QUARTO DIA

Invocação ao Espírito Santa, etc., como no primeiro dia até o fim das 4 jaculatórias

Neste quarto dia consideremos a perfeição que Santa Rita, depois de estar em graça pelo Batismo logo no quarto dia observou o jejum das sextas-feiras, abstendo-se de tomar o peito e outros alimentos.

Ponderemos que parecendo impossível este exercício, no estado, de inocência, fez Deus possível a Rita para nos mostrar que é de seu agrado a penitência; e de utilidade aos que viver nesta miserável vida.

Daqui tiraremos um grande desejo de nos sacrificar a Deus, abraçando as suas inspirações com o propósito de o amar, fazendo penitência pelas nossas culpas para nos ser possível vencer o inferno e ir gozar no Céu.

Amém.

COLÓQUIO A DEUS

Meu Deus de meu coração, eu me vejo em um mar de culpas e sem abraçar a penitência mas aqui estou já rendido aos vossos pés com o propósito de emendar de vida e castigar os meus erros. Peza-me de vos ter ofendido por serdes vós quem sois, digno de ser amado. Quizera ter a grande dor das minhas culpas e que a minha vida se acabasse com ela. Dai-me auxílios para vos amar que eu vos ofereço merecimentos de S. Rita e as lágrimas nascidas das minhas entranhas.

Não repareis em que deixei estar tanto tempo no leito do descuido e atendei só ao que proponho.

Espero na vossa misericórdia me concedais o que vos peço se for para glória vossa. Amém.

COLÓQUIO A SANTA RITA

Amabilíssima Santa Rita, que atenta sempre ao Celeste; foi o vosso cuidado amar a Deus ainda quando o uso da razão não vos obrigava a preceito algum.

Quero seguir o vosso exemplo e não embaraçar-me com as cousas desta vida.

Novena Milagrosa de Santa Rita de Cássia

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Alcançai-me auxílios para executá-lo e o favor que nesta novena vos peço.

Dignai-vos de conduzir-me para a glória da Divina Majestade. Amém.

E X E M P L O

O dia 27 do mesmo mês que Rita foi gozar da eterna bem-aventurança, a senhora Lucrécia de Paulo de Col Forcela em território igualmente de Cássia a qual pelo peso dos anos e por uma espécie de hidropisia estava inchada e curvada aproxima-se do corpo da Bem-aventurada e depois de algumas orações recitadas com fé, partiu livre e sã.

Ladainha até o fim do Bendito

QUINTO DIA

Invocação ao Espírito Santo, etc., como no primeiro dia até o fim das 4 jaculatórias

Neste quinto dia consideremos que estando Santa Rita empenhada em sacrificar a Deus sua pureza, e turbada com a determinação de seus pais em casá-la venceu o escândalo, que podia dar-lhe não os obedecendo, recorrendo à oração, onde lhe foi inspirada que executasse a vontade dos seus maiores não obstante lhe parecer mais perfeito e que desejava.

Ponderemos o que tem de eficaz a oração para vencer os impossíveis de nossas paixões, e ainda que nos pareça alguma cousa melhor, só o é o que for da vontade de Deus.

Tiremos daqui o que é recorrer à oração nas nossas dúvidas e aflições, na qual acharemos possibilidade e remédio tendo somente em Deus a nossa esperança.

COLÓQUIO A DEUS

Deus amantíssimo, que amastes as criaturas, sabedoria infinita que socorreis com a ciência e dispondes todas as cousas com suavidade, eu me sujeito à vossa Providência. Só em vós vivem os ais de minha esperança. Bem conheço que são frouxos os meus suspiros, mas esta é a ocasião em que me haveis de salvar por haver em vós confiado.

Pesa-me de vos haver ofendido e proponho observar os vossos preceitos.

Ouvi o vosso servo, Senhor: é pelas virtudes de minha excelsa Santa Rita e pelos seus merecimentos, alcançai-me a graça que com inteira confiança vos peço. Amém.

Novena Milagrosa de Santa Rita de Cássia

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COLOQUIO A SANTA RITA

Beatíssima Rita, bem vejo que tem agradado a Deus o exercício da oração; e quanto é útil para o nosso arrependimento; vejo que dele se tira o fruto das boas obras e o remédio para as aflições, com tudo isto não tenho aprendido a exècutá-lo; mas espero pelos vossos merecimentos e intercessão que me assistais na execução e recomendeis a Deus a presente súplica se convier à minha alma e honra vossa. Amém.

E X E M P L O

Ainda no dia 27 de maio outra senhora de nome Francisca de Antônio Forcelli de Cássia, surda havia já cinco anos, se apresenta suplicante àquele venerável corpo, e admirável foi que ficasse de todo curada em presença do povo que ali tinha afluido e que deu testemunho da verdade deste prodígio.

Uma mulher de nome Francisca, do distrito de Norcia, muda de nascença fez uma visita ao milagroso corpo da Bemaventurada Rita e depois de se lhe haver calorosamente recomendado, praticando atos religiosos de que ora capaz uma muda de nascença, adquiriu de repente o uso da audição a que seguiu-se outra graça, a da.fala sendo as primeiras palavras que proferiu as da Ave-Maria; o que encheu de pasmo aos parentes e outras pessoas que estavam presentes.

Ladainha até o fim do Bendito

SEXTO DIA

Invocação ao Espírito Santo,etc, como no primeiro dia até o fim das 4 jaculatórias

Neste sexto dia consideremos como se sujeita Rita ao vínculo do matrimônio; onde padeceu nele um quotidiano martírio, tolerando a cega ira e áspera condição de seu consorte fragua em que purificou o espírito conservando entre as repetidas contradições a verdadeira paz.

Ponderemos que parecendo impossível viver em paz entre as pertubações e trabalhos mil venceu Santa Rita este impossível sem nunca apartar o seu Espírito do Céu, nem de observar os seus preceitos.

Daqui tiraremos uma verdadeira confiança nos divinos preceitos sem nos apartar da presença de Deus, porque assim vencemos o mundo e conservaremos a paz por grandes

Novena Milagrosa de Santa Rita de Cássia

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que sejam os trabalhos e contradições.

COLÓQUIO A DEUS

Meu amabilíssimo Senhor, que poderei eu oferecer em honra de Santa Rita que não acha exemplo que nela me tendes mostrado? Eu miserável criatura, que conhecendo o pó que sou, nem ainda, no pó descanso para me conservar em paz nesta desgraçada vida: antes pequei sem temor do céu, sem medo da morte, sem horror ao inferno, porém já meu Deus, se condensam as névoas do meu pesar nos horizontes do meu arrependimento com protestos de amar-vos, o que espero executar, por vossa fiel serva Santa Rita; eu vos suplico, e esta pobre alma agradecida cantará sempre as vossas misericórdias. Amém.

COLÓQUIO A SANTA RITA

Advogada Rita, a vós recorro hoje para recuperar, pelo vosso patrocínio, a paz que tantas vezes rejeitei abraçando a culpa e fugindo às divinas inspirações, ponde amada protetora, na divina presença esta súplica acompanhada de minha contrição, na aflição presente para que me ajude nela e me conserve em paz, se assim convier à minha alma e vossa glória. Amém.

E X E M P L O

O Padre Nicolau Galli, confessor das monjas irmãs da Bem-aventurada e autor da vida desta obra que nos propusemos seguir neste capítulo afirmando que do processo da beatificação, que lhe fora dado pelas mesmas religiosas, tirou a sua exposição dos milagres e refere-se, sob o n°. 16, que um certo João de Rocca Porena, ressuscitou pelos merecimentos da Bem-aventurada; mas privou-nos das circunstâncias de tamanho prodígio.

Tempos depois, em meados de 1490, a senhora Flora, de Pedro Antônio, de Poggiodomo tinha um filho chamado Espírito, que padecia de loucura, a que os médicos talvez chamariam "licantropia" e que o fazia vagar por montes e selvas e por vezes o punha em perigo de precipitar-se das janelas de casa.

A aflita mãe viu a inutilidade dos remédios da ciência, apelou para a Bem-aventurada e esta consolou-a com a saúde do filho.

Ladainha até o fim do Bendito

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SÉTIMO DIA

Invocação ao Espírito Santo, etc., como no primeiro dia até o fim das 4 jaculatórias

Neste sétimo dia, consideremos que sendo opostos às leis das gentes, pedir-se a morte para os filhos; e contra a lei eclesiástica serem recebidas religiosas, no Convento de Santa Maria Madalena de Cássia, mulheres que não fossem donzelas; um e outro impossíveis venceu Santa Rita; o primeiro na morte que conseguiu para seus filhos, afim de que eles não executassem a vingança que pretendiam tomar contra quem lhes tinha morto seu pai.

O segundo sendo introduzida, uma noite dentro do mesmo convento das religiosas de Cássia com hábito dela, por S, João Batista, Santo Agostinho e S. Nicolau Tolentino.

Ponderemos que é do agrado de Deus a perfeita vocação e contínua súplica que parece dispensar as leis eclesiásticas, se não também as naturais para deferir Deus as nossas súplicas.

Tiremos daqui uma confiança em Deus que nos há de conceder o que lhe pedimos se for para bem de nossas almas ainda que ao nosso entender se faça possível.

COLÓQUIO A DEUS

Meu Deus que por vossa infinita misericórdia vos dignastes de levantar-me do nada ao impossível desta vida na vossa bondade confio que me haveis de salvar.

Rendido estou aos vossos pés e não me apartarei. E já que não posso fazer o que devo, faço o que posso; pelo que me falta, apelo para os merecimentos de Santa Rita.

Por serdes vós quem sois, pesa-me de vos haver ofendido, e proponho não vos ofender mais, espero e vos peço o indulto de vossa graça. Amém.

COLÓQUIO A SANTA RITA

Amada protetora, amorosa santa, que chamada do Divino Esposo, vencestes todos os impossíveis, eu vos suplico que me alcanceis fervor para que buscando a divina voz, a minha alma se liquide em prantos e o meu coração se abrase em incêndios. Levai-me Gloriosa Santa, a liberdade preciosa do verdadeiro filho de Deus e, conseguindo isto

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peço-lhe concedeis a mercê que solicito, se for do agrado de Deus. Amém.

E X E M P L O

Em 1595 uma criança de dez anos, de nome Antônia ao passar o rio Corno caiu nessas águas caudalosas que nos seus redemoinhos arrastaram-na a uma distância de quase meia milha; antes de perder de todo os sentidos, enviou um suspiro e uma prece a Beata Rita, e eis que as águas impeliram à margem e ela como que foi ressuscitada.

Igualmente um menino filho de Antônio de Col era atormentado fortemente por um cálculo e mediante a fé materna, que o recomendara à piedade da Bem-aventurada, ficou imediatamente curado.

Ladainha até o fim do Bendito

OITAVO DIA

Invocação ao Espírito Santo etc., como no primeiro dia, até o fim das 4 jaculatórias

Neste oitavo dia consideremos o ardor com que Deus amou a nossa amada Santa Rita, na noite de sua profissão, aparecendo-lhe no topo de uma escada por onde subiam e desciam os Anjos: parecendo-lhe impossível perceber a visão ouvia esta voz: impossível é fugir aos teus rogos; e para teres comunicação com o Céu, hás de seres anjo na terra.

Ponderemos a eficácia que tem para Deus os rogos de Santa Rita e a prontidão com que executou a sua palavra, vivendo Rita como Anjo na terra.

Tiremos daqui um grande desejo de imitar a nossa Santa Rita, amando a Deus e observando os preceitos na terra para vivermos alegremente no Céu.

COLÓQUIO A DEUS

Ajudai-me, meu Deus e Senhor que sem vosso auxílio não posso chegar a vós nem deste mar de culpas passar a este porto de graça.

Bem sei que no labirinto de minhas culpas é arriscado o despacho; mas não pode temer quem vê a nossa misericórdia no patrocínio de S. Rita, a quem deixastes o remédio para nos facilitar o que pedimos.

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Pesa-me meu Deus, por serdes vós quem sois, de vos haver.ofendido, e vos suplico pelo muito agrado e singular favor com que dotastes a vossa serva Rita, me concedais o que vos peço com ajuda par vos amar na terra e a graça para vos ir buscar no Céu. Amém.

COLÓQUIO A SANTA RITA

Bem-aventurada Santa Rita, rocha inexpugnável às tempestades do século, heroica vencedora dos impossíveis, que inflamada do amor Divino, nos destes o exemplo para vencer o mundo e ir buscar e louvar a Deus no Céu aplicai uma faísca do vosso zelo ao meu arrependimento, com uma eficaz união a Deus para o amor na terra e louvor no Céu, alcançando-me consolação nas necessidades em que estou, se for agradável a Deus. Amém.

E X E M P L O

Certo homem, que tinha um dedo da mão aleijado e frio, já desde muitos anos, aproximou-se um dia do sagrado túmulo de Santa Rita e pediu-lhe para que ficasse bom, e quis com o dedo tocar aqueles benditos despojos e tanto lhe bastou para ficar são e curado.

Uma mocinha que era cega de um olho havia quinze anos e tendo o outro defeituoso foi com sua mãe a visitar o corpo da Bem-aventurada e perseverou quinze dias em oração, e, então ao lume da sua fé ajuntou-se a almejada luz dos olhos.

Um moço de nome Antônio, filho de Juliano, fora mortalmente ferido com quatorze golpes, um dos quais lhe havia quase decepado um braço e fora deixado morto. Sua mãe e uma irmã de nome Maria tiveram logo o pensamento de se entregarem aos auxílios do Céu, e depositaram sua confiança na intercessão da Beata Rita de Cássia.

Fizeram, pois, a promessa de visitar o venerável corpo e de levar-lhe uma imagem de cera e eis que apenas tinham feito a promessa, ficou o sobredito moço curado das feridas.

Ladainha até o fim do Bendito

NONO DIA

Invocação ao Espírito Santo, etc., como no primeiro dia, até o fim das 4 jaculatórias

Neste nono e último dia consideremos que sendo impossível aos corpos defuntos o

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conservarem a cor exalando suave cheiro e moverem os olhos como se estivessem vivos, nada foi impossível à fé e poder de S. Rita, como todos os anos se manifesta em Cássia, na véspera do dia, levantando-se do túmulo, em que com fragrância respira abrindo e fechando os olhos.

Ponderemos que se verificou com evidência em Santa Rita, a palavra de Deus, que prometeu aos que tivessem fé que nada lhe seria impossível.

Tiremos daqui uma viva constância na fé cristã e felicidade a Deus com firme esperança na sua palavra e certeza firme, inabalável da sua execução, pois que Deus não pode enganar-se e nem enganar-vos a nós. Amém.

COLÓQUIO A DEUS

Supremo Senhor meu, este é o último dia do obséquio a vossa amada Rita; e esta é a última hora em que me despeço desta vida mundana e vos busco firme na fé como pai meu.

Confesso-vos que para vos chamar meu Pai, perdi a posse pela minha culpa, perdi a graça; mas não perdi o direito, porque não perdi a filiação, ainda que pródigo, sou filho vosso e também vós sois pai liberal e de misericórdia.

Se chegou tarde, quem limita o vosso perdão?

Salvai-me, meu Deus, que o podeis, seja o triunfo vosso e a minha fé neste hora, que vos fala o meu coração desfeito em lágrimas.

Pesa-me Senhor, quanto me pode pesar de vos haver ofendido, por serdes vós quem sois digno de ser amado.

Proponho firmemente nunca mais vos ofender, com fé na vossa misericórdia e esperança pelos merecimentos de Santa Rita com o propósito de amar-vos, pois me haveis de salvar e assistir na necessidade presente, para cujo fim fiz esta novena.

COLÓQUIO A SANTA RITA

Soberana protetora, remédio dos que com fé vos manifestais vencedora, seja eu mais uma testemunha das vossas maravilhas. Fazei amada Santa que com o vosso favor se ostente o vosso poder.

Todos imploramos os vossos merecimentos com fé e esperança para que no Tribunal divino reconheça o Céu, que subis do túmulo em que estais, abrindo os olhos para serdes advogada do que nesta novena vos pedimos, e se ainda é necessário purificar as nossas' culpas, vos rogamos que para plena satisfação nos inspireis o remédio que poderá ter os nossos pecados. Amém.

EXEMPLO

No momento da morte da Bem-aventurada Rita, a' monja que lhe fora companheira em vida, viu o espírito da Bem-aventurada subindo aos Céus, acompanhado de Anjos e no mesmo instante ouviram-se repiques de todos os sinos, tangidos por mãos invisíveis e angélicas.

Uma sua parenta próxima, que tinha um braço paralítico já desde muitos anos, chegando ao sagrado corpo e para desafogar a aflição e a 'dor, abraçou-o sentindo que o antigo vigor lhe voltou no braço que ficou curado.

No convento, a cela de Rita, para a qual entrara em 1403, resplandecia com insólitos

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fulgores, e, ainda mais, a ferida da testa, o que até então exalava mau cheiro desprendia agora esquisito aroma, revestindo-se aquele macerado corpo de aparência sobre humanas, afigurando-se qual luzente rubi.

Por este fato os religiosos e os fiéis mudaram seu luto e tristeza em regozijos.

ROSÁRIO DE SANTA RITA

Em vez do Pai Nosso, diga-se o seguinte:

Rita, sois dos impossíveis, Sois de Deus muito estimada: Sejais minha protetora. Advogada,

Rita Bem-aventurada.

Em vez de Ave Maria, diga-se o seguinte:

Sejais minha advogada, Rita Bem-aventurada.

Repetindo dez vezes, volta ao:

Rita sois dos impossíveis etc.

E assim por diante até completar o Rosário que deve ter-se na mão e passando as contas até completar os quinze mistérios.

OFERECIMENTO

Minha Beata Santa Rita de Cássia, humildemente vos ofereço este Rosário, em honra dos quatro anos que tiveste sem tomar nenhum alimento mais que o SS. Sacramento, pelo enxame de abelhas que entravam e saíam de vossa boca, pelos quinze anos, que no amor de Nosso Senhor Jesus Cristo, estivesse suportando as cruciantes dores da coroa de espinhos por ela vos peço (Aqui fará a menção do que deseja.) Também vos peço pelo preciosíssimo sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo, que sejais o remédio às minhas necessidades, o socorro na minha grande pobreza e lenitivo das minhas moléstias o lavatório- de todos os ódios infundidos nos corações das criaturas, que mal me quiseram um cordial afeto para que todos me desejem bem.

Sede minha protetora diante de Nosso Senhor Jesus Cristo, para que vossa intercessão eu alcance d'Ele, mesmo o que for impossível e que por muita fragilidade eu não possa obter, alcançai-me conforto o meu ardente desejo se for para maior glória vossa e salvação de minha alma.

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Amém.

OFÍCIO DE SANTA RITA DE CÁSSIA

MATINAS

Vem ó Santo Espírito Meus lábios sanar, Para Rita Santa Hoje celebrar.

Alcançai ó Rita O nosso favor Entre os impossíveis Do divino amor.

À Trindade glória No celeste Éden, Daí povo cristão, Sempre, sempre. Amém.

HINO

Numa bela aldeia De Cássia formosa Nasceu Rita Santa Qual fragrante rosa.

Como Ana idosa Produziu Maria, Rita sai de um tronco, Que estéril jazia

Um anjo anuncia Esta prenda rara, Que já desde o berço Por Deus se declara.

Já lhe era amada A paixão do eterno, Deixa em sextas-feiras O leito Materno.

Jurou ao inferno Dura inimizade Consagrando a Deus Sua virgindade

Tem Rita clemente De nós compaixão,

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Leva ao Onipotente A nossa oração.

ORAÇÃO

Ouvi, Deus salutar, as nossas preces; e pela intercessão da Bem-aventurada Santa Rita vossa serva cuja festividade nos enche de prazer, fazei que sejamos instruídos no verdadeiro afeto de uma devoção pia; e alcancemos a eterna vida por Jesus Cristo Nosso Senhor, que convosco impera. Amém.

PRIMA

Alcançai ó Rita, O nosso favor, Entre os impossíveis Do divino amor.

À Trindade glória No celeste Éden, Dai, povo cristão, Sempre, sempre. Amém.

HINO Os pais não aprovam O voto de Rita; Entre o céu e a terra Ela geme aflita.

Consigo medita O que há de fazer: Deus lhe diz que aos pais Deve obedecer.

Eles com prazer De uma descendência A um tirano hipócrita Dão a inocência.

Com sã paciência Viu dezoito anos Esta eterna esposa Do consorte os danos.

Té que deshumanos, Ímpios assassinos. Matando o marido Mudam seus destinos.

Tem, Rita clemente De nós compaixão, Leva ao Onipotente, A nossa oração.

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ORAÇÃO

Ouvi, Deus salutar, as nossas preces, etc.

TERCIA Alcançai ó Rita, O nosso favor, Entre os impossíveis Do divino amor. À Trindade glória No celeste Éden, Dai, povo cristão, Sempre, sempre. Amém.

HINO

Do nó conjugal Já desimpedida, Rita determina Seguir outra vida.

O duro homicida Do pai desgraçado Desejam seus filhos Que seja imolado.

Mas já perdoada Pela esposa santa Ela não consente Em vingança tanta.

Para os céus levanta Seus olhos chorosos Deus tirou do mundo Filhos impiedosos.

Dias mais ditosos No claustro percebe, Porém seu convento Só virgens recebe.

Tem Rita clemente De nós compaixão: Leva ao Onipotente A nossa oração.

ORAÇÃO

Ouvi. Deus salutar, as nossas preces, etc.

SEXTA

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Alcançai ó Rita, O nosso favor, Entre os impossíveis Do divino amor.

À Trindade glória No celeste Éden, Dai, povo cristão, Sempre, sempre. Amém.

HINO No asilo das virgens Rita professou Por um grande milagre Que o Senhor obrou.

No clausto ela entrou Com a porta fechada De santos varões Sendo acompanhada.

Na nova morada Só quis o tormento Só o pão e água Foi o seu sustento.

Foi lá no convento Tão obediente Que um tronco regou Por lei da regente!

Para vencer valente Satan que rugia, Toma disciplinas Três vezes por dia.

Tem, Rita clemente De nós compaixão: Leva ao Onipotente; A nossa oração.

ORAÇÃO

Ouvi, Deus salutar, etc.

NOA Alcançai ó Rita, O nosso favor, Entre os impossíveis Do divino amor.

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À Trindade glória No celeste Éden, Dai povo cristão, Sempre, sempre. Amém.

HINO

De Cristo a paixão Tal dor lhe causava Que o espinho da coroa Na testa se crava!

Ela quis jocunda Ir ao jubileu: A chaga secou E depois nasceu.

Ali conservava A chaga profunda, Que por quinze anos Tornou Rita imunda.

As santas donzelas Na sua clausura Um anjo contempla Nesta criatura.

Na morte colheu As rosas mais belas, Rita as fez brotar Sem ser tempo delas!

Tem, Rita clemente De nós compaixão: Leva ao Onipotente A nossa oração.

ORAÇÃO Ouvi, Deus salutar, as nossas preces, etc.

VÉSPERAS Alcançai ó Rita, O nosso favor, Entre os impossíveis Do divino amor.

À Trindade glória No celeste Éden, Dai, povo cristão, Sempre, sempre. Amém.

HINO

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Nos últimos tempos Da sua agonia, À Rita aparecem Jesus e Maria.

Teu dia ditoso Enfim é chegado: Passarás só três No mundo danado.

Cheia de alegria Ouve um som mimoso De Deus que lhe diz Sou teu esposo.

Com grande esplendor As nuvens arromba E entra nos céus. Em forma de pomba.

No tempo aprazado Rita com amor Despede-se alegre E voa ao Senhor.

Tem Rita clemente De nós compaixão Leva ao Onipotente A nossa oração.

ORAÇÃO Ouvi, Deus salutar, as nossas preces, etc.

COMPLETAS Salve ó grande Rita Na Santa Sião! De Deus impetrai Pro mundo perdão

Alcançai ó Rita, O nosso favor Entre os impossíveis Do divino amor.

Sempre, sempre, Amém. Dai, povo cristão, No celeste Éden, À Trindade glória.

HINO

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Em torno de Rita Os anjos voaram De Cássia as Igrejas Por si repicaram.

A coroa virente Da sua vitória Pela mão do Eterno Recebe na glória.

As rosas coroaram O seu rosto não; Abrindo e fechando Seus olhos estão.

Não perde a memória Dos devotos caros; Impossíveis obra, Ó portentos raros.

Pela intercessão Desta penitente Milagres sem conta Goza toda gente.

Tem Rita clemente De nós compaixão, Leva ao Onipotente A nossa oração

OFERECIMENTO Aceitai santa heroína Estas nossas orações, Que de gratos corações, São a linguagem divina. Da magestade Una e Trina Alcançai-nos piedade Protegei vossa irmandade; Defendei vossos devotos, Que em tristes climas remotos Louvam vossa santidade.

ORAÇÃO

Ó minha advogada e protetora Santa Rita, a minha angústia, o meu coração aflito, me dita que só a vossa intercessão como vencedora de impossíveis poderá por termo a meus males! Com fé viva igual aos numerosos atribulados que vos tem implorado caridade e alívio, e que tem sido atendidos por vós, ó minha muito amada Santa Rita, em vós espero, apesar de indigna pecadora (ou indigno pecador) a proteção não merecida a meu pedido que longe de servir para aumento de minhas faltas, servirá para continuação

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de vos amar, servir e agradecer a futura felicidade que por vosso prodígio, espero receber. Sim, minha gloriosa Santa eu vos ofereço, todas as siceras expressões desta oração dedicada a vós, para obterdes de Jesus Cristo, meu tão bom e amabilíssimo Pai, a caridade que de vós exijo, vós o sabeis eu ter na minha idéia.(Pede-se aqui o que deseja). Alegrai-me ó minha benfeitora, pondo em prática mais um dos vossos milagres favorecendo-me com o que pretendo, não só neste mundo de engano mas também no da eternidade, gozando então da vossa companhia e na do vosso Esposo, meu divino Salvador, os celestes bens de que no Céu gozam igualmente os Ajos.

Quatro Padre Nosso, Ave Maria e Glória Patri.

SAGRADO TRÍDUO

Em honra da

BEM-AVENTURADA RITA DE CÁSSIA

que se pode rezar em qualquer tempo por intenção dos enfermos

PRIMEIRO DIA

Ó Bem-aventurada Rita, por, todas as sublimes virtudes que praticastes no século, a começar do primeiro uso da razão até a vossa milagrosa entrada no claustro, mas especialmente pelo mérito da singularíssima caridade com que costumáveis assistir ao leito dos enfermos com toda a assiduidade e vigilância, com toda a amenidade e afeição, com todo o esforço e paciência, calorosamente vos suplicamos que também do Céu vos digneis, de tomar conta do enfermo que na presente aflição põe em vós toda sua esperança para que mediante a vossa eficacíssima intercessão, obtenha de Deus a saúde da alma e do corpo, em conformidade perfeita com a divina vontade. Ó! fazei-o Bem-aventurada Rita, fazei que não sejam baldadas as nossas orações e esperanças para maior glória de Deus e exaltação do vosso nome.

Padre Nosso, Ave Maria e Glória Patri.

Responsório, etc.

Exultou o espírito de Rita em Deus seu Salvador, recebendo o espírito de Cristo seu 'esposo.

No tempo pascoal acrescenta-se: Aleluia

V) Assinalaste Senhor, a tua serva Rita. R) Com o sinal de tua caridade e paixão.

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OREMOS

Deus, que à Bem-aventurada Rita, tamanha graça te dignastes de conferir que, havendo-te ela imitado no amor dos seus inimigos, trouxesse no coração e na fronte os sinais de tua caridade e sofrimento concede, nós te suplicamos, que amemos os nossos inimigos e, com os espinhos da compaixão, perenemente contemplemos as dores da tua paixão. Por Cristo Nosso Senhor. Amém.

Padre Nosso, Ave Maria, Glória Patri.

Responsório, etc.

SEGUNDO DIA

Ó Bem-aventurada Rita, por todos os abundantíssimos merecimentos que granjeastes no decurso dos muitos anos em que vivestes nas ditosas sombras do claustro; mais sobretudo pelo augusto privilégio com que o Redentor crucificado vos quis distinguir, quando vos fez companheira de suas dores, enviando-vos de sua cabeça um espinho para ferir-vos a fronte e por todas as dores, humilhações e repugnância que por amor d'Ele e pelo espaço de quinze anos depois sofrestes - nós vos invocamos para que tenhais compaixão daquele enfermo que com plena confiança a vos recorre, afim de obter do Senhor, Doador de todos os bens, por meio da vossa poderosa intercessão, o restabelecimento da saúde corporal, e especialmente da alma com todos os auxílios necessários para perseverar no serviço de Deus até ao termo desta peregrinação terrena e enquanto não chegue o dia de bendizer a virtude do vosso patrimônio na eterna bem-aventurança de que gozais.

Padre Nosso, Ave Maria, Glória Patri. Responsório, etc.

Exultou o espírito de Rita em Deus, seu esposo.

No tempo pascoal acrescenta-se

Aleluia

V) Assinalastes, Senhor, a tua serva Rita. R) Com o sinal da tua caridade e paixão.

OREMOS

Ó clementíssimo Deus; que com os perpétuos esplendores dos milagres ilustrais a Bem-aventurada Rita concede benigno que pela sua intervenção eficazmente alcancemos o que cheios de confiança te pedimos pelos seus merecimentos. Por Nosso Senhor. Amém.

TERCEIRO DIA

Ó Bem-aventurada Rita por todos os merecimentos da vossa vida Santíssima mas em particular pela invicta paciência e heroica resignação que demonstrastes nos quatro anos da vossa última enfermidade, e também pelo desejo que tiveste de tragar com Jesus Cristo as últimas gotas do cálice da amargura, até que os seus divinos braços se exalou a vossa bela alma - por toda essa grande cópia de merecimentos vos pedimos que consolide nas suas penas aquele enfermo confia em vossa valiosa intercess ão para alcançar a saúde da alma e do corpo, que nós com o mais vivo afeto do coração vos pedimos para ele, para que Deus seja mormente glorificado nos seus Santos, e em vós também, e pelos séculos dos séculos. Assim seja.

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Padre Nosso, Ave Maria, Glória Patri.

Responsório, etc.

Exultou o espírito de Rita em Deus seu Salvador, recebendo o espinho de Cristo seu esposo.

No tempo pascoal acrescenta-se:

Aleluia.

V) Assinalastes Senhor, a tua serva Rita. R) Com o sinal da caridade e paixão.

OREMOS

Onipotente e sempre eterno Deus, salvação eterna dos que creem, ouve as nossas preces fim tenção do teu servo enfermo, em favor do qual imploramos o auxílio da tua misericórdia, para que, sendo-lhe restituída a saúde te renda ações de graças em tua igreja.

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Santa Rita de Cássia

O NASCIMENTO

Santa Rita nasceu num pequeno povoado chamado Roccaporena, a 5 km de Cássia, bem no alto do montes Apeninos, na província da Úmbria.

A Úmbria, embora fosse na época uma região pouco povoada, se tornou berço de muitos filhos ilustres, entre eles São Francisco de Assis, São Bento e Santa Clara, além de Santa Rita. Os pais de Santa Rita, Antonio Lotti e Amata Ferri, formavam um casal exemplar e eram conhecidos pelos seus amigos como “pacificadores de Jesus Cristo”. Gozavam de imenso prestígio e autoridade no meio daquela gente, por suas virtudes.

Sua ocupação diária era visitar os vizinhos mais necessitados, levando a eles ajuda espiritual e material. Para que sua felicidade fosse completa, faltava ao casal um filho. Apesar da idade avançada de Amata (62 anos) Deus atendeu às suas preces: conta a história que um anjo apareceu a ela e lhe revelou que daria à luz uma menina que seria a admiração de todos, escolhida por Deus para manifestar os seus prodígios. Em 1381, nasceu esta admirável criatura, que foi batizada em Santa Maria dos Pobres, em Cássia, porque o pequeno povoado de Roccaporena teve uma pia batismal somente em 1720.

O nome de Rita, diminutivo de Margherita, foi revelado pelo anjo, com o qual a Santa se tornou conhecida para sempre. Quando Antonio e Amata iam trabalhar nos campos, colocavam sua filhinha num cesto de vime e abrigavam-na à sombra das árvores. Um dia, a criança sonhava, com os olhos voltados para o céu azul, quando um grande enxame de abelhas brancas a envolveu, fazendo um zumbido especial.

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Muitas delas entravam em sua boca e aí depositavam mel, sem a ferroar, como se não tivessem ferrões. Nenhum gemido da criança para chamar seus pais; ao contrário, dava gritinhos de alegria. Enquanto isso, um lavrador que estava próximo feriu-se com uma foice, dando um grande talho na mão direita.

Dirigindo-se imediatamente para Cássia, a fim de receber os necessários cuidados médicos, ao passar perto da criança viu as abelhas que zumbiam ao redor de sua cabeça. Parou e agitou as mãos para livrá-la do enxame.

No mesmo instante, sua mão parou de sangrar e o ferimento se fechou. Gritou de surpresa, o que chamou a atenção de Antonio e Amata que acorreram ao local. O enxame, por alguns instantes disperso, voltou ao seu lugar e mais tarde, quando Rita foi para o mosteiro de Cássia, as abelhas ficaram nas paredes do jardim interno. Este fato é relatado pelos biógrafos da santa e transmitido pelas tradições e pinturas que a ele se referem.

A Igreja, tão exigente para aceitar as tradições, insere esta circunstância nas lições do Breviário. Tendo atribuído o nascimento de Rita a um milagre, seus pais também atribuíram este acontecimento a um prodígio divino.

A INFÂNCIA E A JUVENTUDE

Rita era para seus pais um precioso dom concedido à sua fé e orações. Analfabetos, procuravam transmitir à criança seus conhecimentos da vida de Nosso Senhor Jesus Cristo, da Santa Virgem Maria e dos santos populares. Apenas chegara à idade da razão, apareceram em Rita os primeiros sinais de virtude que, sob influência da graça divina, ia-se desenvolvendo em sua bela alma. Rita era um anjo, dócil, respeitosa e obediente para com seus velhos pais. Os ensinamentos que eles lhe davam levaram-na a decidir consagrar a sua virgindade a Jesus Cristo.

Gostava tanto da vida retirada que seus pais lhe permitiram ter um oratório dentro de casa; ali passava os dias meditando no amor de Jesus, castigando seu inocente corpo com duras penitências. Aos 16 anos, pensava no modo de confirmar definitivamente sua consagração a Jesus Cristo por meio dos votos perpétuos. Rita chegou a pedir, de joelhos, licença para entrar no convento. Seus pais, porém, com a idade avançada e guiados pelo amor natural, não querendo deixá-la só no mundo, resolveram casá-la com um jovem que pedira sua mão. Que lutas, que dores para o coração dessa jovem, entre o amor à virgindade e a obediência devida a seus pais! Não tinha coragem de dar a um homem o coração que desde a infância consagrara a Deus e, por outro lado, causavam-lhe piedade seus velhos pais, muito idosos, aos quais se acostumara a obedecer nas mínimas coisas.

O CASAMENTO

O jovem que pedira a mão de Rita se chamava Paolo di Ferdinando Mancini, descrito como um homem pervertido, de caráter feroz e sem temor a Deus, que seria capaz de provocar um verdadeiro escândalo se Rita e seus pais não aceitassem esse casamento. Assim, Rita se viu obrigada a se casar. Quanto padeceu ela no longo período de 18 anos que viveu com seu esposo! Injuriada sem motivo, não tinha uma palavra de ressentimento; espancada, não se queixava e era tão obediente que nem à Igreja ia sem a permissão de seu brutal marido. A mansidão, a docilidade e prudência da esposa, porém, suavizaram aquela rude impetuosidade, conseguindo transformar em manso cordeiro aquele leão furioso. Fernando não pôde resistir a tanta abnegação e mudou

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completamente de vida, tornando-se um marido respeitoso. Rita sentia-se muito feliz por ver o seu marido convertido ao bom caminho.

Sentia-se feliz por educar nos princípios da religião os dois filhinhos que o céu lhe dera: Giovanni Tiago e Paolo Maria.

Mas durou pouco tempo aquela felicidade de santa esposa e mãe! Quando menos esperava, seu marido foi ferozmente assassinado pelos inimigos que fez em sua vida de violência. Rita tomou todas as providências para um sepultamento digno para seu marido. Praticou, ainda, o supremo ato de perdoar os seus assassinos. Refeita da primeira dor causada pela morte do marido, a piedosa mulher concentrou toda sua atenção e solicitude em seus dois filhos. A mãe atenta percebia que os dois jovens apresentavam sintomas de desejos de vingança. Quando se viu em tal situação, ela tomou uma resolução heróica e pediu a Jesus Crucificado que levasse os seus filhos inocentes, se fosse humanamente impossível evitar que se tornassem criminosos. Um após outro, caíram doentes os meninos e Rita os tratou com o máximo cuidado, velando para que nada lhes faltasse, procurando todos os remédios necessários para lhes conservar a vida. Sabia que era seu dever socorrê-los e queria cumprir generosamente esse dever.

Os meninos morreram, com pequeno intervalo, um após o outro, cerca de um ano depois da morte de seu pai. Rita depositou os corpos de seus filhos ao lado de seu marido e ficou só no mundo; só, mas com seu Deus.

EM BUSCA DO ANTIGO SONHO

Desligada dos laços do matrimônio e dos cuidados maternais pela morte do esposo e filhos, Rita passou a se dedicar com afinco à prática das virtudes, às obras de caridade e à oração. A caridade para com o próximo era inesgotável. Não se contentando em dar o que tinha, trabalhava com suas próprias mãos para poder dar mais. Tudo isto, porém, não bastava para aquela alma inflamada pelo amor divino.

Quando ia à cidade, ao passar diante das portas dos mosteiros onde teria podido s ervir a Deus com todas as suas forças, parecia-lhe que uma força interior e poderosa a atraía. Rita encorajou-se e resolveu fazer uma tentativa. Bateu à porta do convento das agostinianas de Santa Maria Madalena, às quais ela tinha profunda admiração pela devoção que tinha a Santo Agostinho e por ter sido Santa Mônica, mãe de Santo Agostinho, seu modelo nos diversos estados de vida e tão parecida com ela no sofrimento. Expôs à superiora do convento o seu ardente desejo.

Seu aspecto humilde e piedoso causou excelente impressão na religiosa; mas o convento, que somente recebia jovens solteiras, jamais havia aberto suas portas a uma viúva, e a pobre mulher se viu rejeitada.

Imaginem em que estado de alma Rita voltou a Roccaporena. Voltou às suas orações e boas obras e, tendo retomado a confiança, voltou ainda por duas vezes à porta do mosteiro de Santa Maria Madalena, sofrendo duas novas rejeições. Rita se abandonou à vontade de Deus, recomendando-se mais do que nunca a seus santos protetores. Quando Deus a viu perfeitamente resignada e confiante, teve compaixão dela e, uma noite, quando estava em oração, ouviu chamar: “Rita! Rita!”. Ela não viu ninguém e, pensando ter se enganado, voltou às suas orações. Mas, pouco depois, ouviu novamente: “Rita! Rita!”. Levantando-se, abriu a porta e foi à rua. Eram 3 homens e Rita não tardou a reconhecê-los: eram seus protetores São João Batista, Santo Agostinho e São Nicolau de

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Tolentino, que a convidaram para segui-los. Em êxtase, como num sonho, ela os seguiu e logo estava em Cássia, diante do convento de Santa Maria Madalena.

As religiosas dormiam e a porta estava bem trancada. Era impossível abri-la por meios humanos, mas os santos que Deus enviara para acompanhá-la fizeram com que ela se encontrasse no interior do mosteiro.

Quando as religiosas desceram para se reunir no coro, ficaram estupefatas ao encontrar a santa mulher que tinha sido insistentemente rejeitada. Como entrara ela, se o mosteiro estava completamente fechado e não havia sinal algum de abertura ou arrombamento?

“Sou eu mesma - dizia, chorando - aquela que tantas vezes pediu para entrar aqui e não me aceitastes como digna de tanta felicidade! Santas esposas de Jesus; sabei como a divina Majestade me fez este singular favor, enviando na noite passada o Santo Precursor, acompanhado do glorioso Patriarca Santo Agostinho e S. Nicolau, meus protetores, que me trouxeram aqui de maneira milagrosa. Eu vos rogo, por aquele Senhor que tão liberal foi comigo, que me recebais em vossa companhia”.

As freiras ficaram impressionadas com o relato que Rita fez do acontecido e, diante de um milagre tão estupendo, reconheceram os desígnios de Deus e admitiram jubilosas em sua companhia aquela criatura mais angelical que humana.

A VIDA NO CONVENTO

A primeira coisa que Rita fez, ao ser admitida no convento, foi repartir entre os pobres todos os bens que possuía. Para colocar à prova a obediência da noviça, a superiora do convento ordenou-lhe que regasse de manhã e à tarde um ramo de videira ressequido e já destinado ao fogo. Rita não ofereceu dificuldade alguma e, de manhã e de tarde, com admirável simplicidade, cumpria essa tarefa, enquanto as irmãs a observavam com irônico sorriso. Isso durou cerca de um ano, segundo certas biografias da santa.

Um belo dia, as irmãs se assombraram: a vida reapareceu naquele galho ressequido, surgiram brotos, apareceram folhas e uma bela videira se desenvolveu maravilhosamente, dando a seu tempo deliciosas uvas. E essa videira, velha de cinco séculos, ainda hoje está viçosa no convento.

Em 1443, veio a Cássia para pregar a Quaresma, São Tiago de La Marca. O sermão da paixão de Nosso Senhor sensibilizou profundamente Rita. Voltando ao convento, profundamente emocionada com o que ouvira, prostrou-se diante da imagem do crucifixo que se achava em uma capela interior, e suplicou ardentemente a Jesus que lhe concedesse participar de suas dores. E eis que um espinho se destacou da coroa do crucifixo, veio a ela e entrou tão profundamente em sua testa que a fez cair desmaiada e quase agonizante.

Quando voltou a si, a ferida lá estava, atestando o doloroso prodígio. Enquanto as chagas de São Francisco e de outros santos tinham a cor do sangue puro e não eram repugnantes, a de Rita se converteu numa ferida purulenta e fétida, de maneira que a pobre vítima, para não empestear a casa, teve de ser recolhida a uma cela distante, onde uma religiosa lhe levava o necessário para viver. Ela suportou a ferida durante 15 anos.

Em 1450 foi celebrado o jubileu em toda a Cristandade e como algumas irmãs estavam se preparando para ir a Roma, Rita manifestou um ardente desejo de as acompanhar, mas seu estado de saúde estava se agravando devido a ferida que o espinho havia deixado em sua testa. As irmãs acharam que Rita não deveria ir, mas ela pedindo a Deus para a ferida desaparecer, foi mais uma vez atendida e conseguiu acompanhar as irmãs a

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Roma, com grande proveito para sua alma. Mas logo que voltou da viagem a ferida reapareceu e também uma enfermidade incurável que lhe causava um grande sofrimento. Em meio as dores, ela conservava a alegria do espírito e um sorriso encantador que brilhava em seu rosto.

A MORTE DE SANTA RITA

Na última enfermidade, que durou quatro anos, veio visitá-la uma sua parenta; a Santa agradeceu-lhe a visita e, ao se despedir pediu: - Vá à horta que fica perto de tua casa, por amor de Jesus, e traga-me uma rosa.

Era o mês de janeiro, quando os campos estão cobertos de neve e a vegetação morta. A parenta não deu crédito, pensando que a Santa delirasse; contudo, para ser agradável, se dispôs a atendê-la, certa porém de que não encontraria rosa alguma. Rita percebeu suas dúvidas e lhe disse:

- Vá, não duvides.

Entrando na horta ela encontrou uma linda rosa. Cortou-a e levou à enferma; Rita pediu-lhe que voltasse à mesma horta e lhe trouxesse dois figos. Foram achados numa figueira que lá havia. Esses fatos explicam o costume de se enfeitar a imagem da Santa com rosas, figos, cachos de uvas e abelhas.

A Santa Igreja mesmo parece querer perpetuar o milagre das rosas, aprovando a Bênção das Rosas que se faz no dia da Festa ou no dia 22 de cada mês, para alívio dos enfermos. A doença da Santa estava cada dia piorando e as dores tinham se torna do insuportáveis. Com orações e santas aspirações ela se preparou para receber os sacramentos e entre expressões de amor a Jesus e Maria sua alma se libertou dos vínculos que a prendiam à terra.

“Chegou o tempo, minhas queridas irmãs, de sair deste mundo. Deus assim o quer. Muito vos ofendi por não vos ter amado e obedecido como era de minha obrigação; com toda a minha alma vos peço perdão por todas as negligências e descuidos; reconheço que vos tenho molestado por causa desta ferida da fronte; rogo-vos tenhais piedade das minhas fragilidades; perdoai minhas ignorâncias e rogai a Deus por mim, para que minha alma alcance a paz e a misericórdia da clemência divina…”

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No convento só se ouviam os soluços das freiras. O rosto pálido da enferma começou a tomar viva cor: transformou-se de repente, voltando a recuperar a formosura dos anos juvenis. As freiras a contemplavam extasiadas. Ela abriu novamente os olhos e, olhando para as irmãs em volta com suavidade e doçura, disse-lhes que a esperavam os Santos, seus protetores, e acrescentou:

“Amai a Deus, minhas irmãs, sobre todas as coisas, porque a sua bondade e formosura são inigualáveis e só Ele deve merecer o vosso amor; observai a regra que haveis professado, venerai o nosso grande pai Santo Agostinho por nos ter dado nela um caminho real para a glória”.

Este foi o seu testamento; e, levantando as mãos, assim prosseguia:

“Ficai com Deus, em paz e caridade fraterna”.

Sorriu, pareceu adormecer e… acordou no céu entre os anjos.

Finalmente, com 76 anos de idade e 40 de vida religiosa, faleceu Santa Rita em Cássia, no velho Convento das Agostinianas, no dia 22 de maio de 1457, depois de ter recebido com muita piedade os últimos sacramentos. Neste momento mãos invisíveis tangeram os sinos do convento e da vila de Cássia, entoando um hino triunfal das esposas eternas, convidando a comunidade para fazer um coro na glorificação da alma daquela que viveu e morreu na santidade…

A morte de Rita foi acompanhada de muitos milagres. Na cela onde ela faleceu, apareceu uma luz de grande esplendor e um perfume especial se fez sentir em todo o mosteiro, e a ferida do espinho, antes de aspecto repugnante tornou-se brilhante, limpa, cor de rubi. Centenas de pessoas compareciam ao convento para ver a “Santa”, cujo cadáver ficou em exposição além do tempo legal.

As freiras trataram de sepultar o corpo da Santa, mas eis que a providência de Deus fez com que em toda a cidade não se achasse mais que um carpinteiro, e este tão doente que estava não podia pegar nas ferramentas.

- Que a Santa me cure - disse ele -, e eu farei o caixão.

De fato, Francesco Barbari sentiu-se repentinamente curado e cumpriu a sua promessa.

As irmãs entoavam hinos de agradecimento a Deus por ter exaltado no céu e na terra sua serva.

Rita foi venerada como santa imediatamente após a sua morte, como atestam o sarcófago e o Códex Miraculorum, documentos de 1457 e 1462. Seus ossos, desde 18 de maio de 1947, repousam no Santuário, na urna de prata e cristal fabricada em 1930.

Quase 550 anos se passaram desde que a alma de Rita deixou de animar aquele corpo; não obstante, o poder de Deus ainda o conserva. As vestes que lhe serviam de mortalha estão tão perfeitas como no dia em que a envolveram. Na foto a urna onde está Santa Rita em Cássia - Itália

Recentes exames médicos afirmaram que sobre a testa, à esquerda, existem traços de uma ferida óssea (osteomielite). O pé direito apresenta sinais de uma doença sofrida nos últimos anos, talvez uma inflamação no nervo ciático.

Sua altura era de 1,57m. O rosto, as mãos e os pés estão mumificados, enquanto que sob o hábito de religiosa agostiniana existe, intacto, o seu esqueleto.

BEATIFICAÇÃO E CANONIZAÇÃO

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O culto à bem aventurada da vila de Cássia rapidamente se estendeu pela Itália, Portugal e Espanha, onde devido aos milagres obtidos por sua intercessão o povo lhe deu o nome de “Santa das causas impossíveis”. O papa Urbano 8º, então bispo de Espoleto, a cuja diocese pertence Cássia, presenciou vários milagres. Assim que foi elevado à cátedra de São Pedro, mandou iniciar o processo de beatificação. Em 1627 aprovou a reza e missa em honra da Santa.

Muitos contratempos fizeram com que se protelasse a canonização, que só aos 24 de Maio de 1900 se realizou sob o pontificado de Leão 13. Contudo, já em 1577 se erguia em Cássia uma igreja à Santa das causa desesperadas e impossíveis.