repórter do marão

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repór ter do marão do Tâmega e Sousa ao Nordeste 24 fev a 09 mar’10 * Esta edição foi escrita ao abrigo do novo acordo ortográfico * Biólogo da UTAD arrasa o EIA da barragem de Fridão Hospital de Vila Real anuncia investimentos Madeira limpa a lama e chora os mortos Num parecer demolidor, o biólogo e professor da Uni- versidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, António Luís Crespí, descreve “um conjunto extenso de erros” e defen- de a realização de um novo Estudo de Impacte Ambien- tal. Entretanto, a Quercus exige que o Governo recue na construção da barragem de Fridão. Os outros empreendi- mentos no rio Tâmega, da Iberdrola, foram colocados em consulta pública. pgs. 4 e 14 Hélio Loureiro cozinha emoções e memórias Cândido Barbosa fascinado pela política autárquica | Grande Prémio Rota dos Móveis em Ciclismo acaba por falta de orçamento Vereador ciclista de Paredes sonha com o pódio da Volta Nº 1232 | Quinzenário | Assinat . Nac. 40€ | Ano 26 | Diretor: Jorge Sousa | Diretor-Adjunto: Alexandre Panda | Edição:Tâmegapress | Redação: Marco de Canaveses | 910 536 928

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Jornal Regional - Maior tiragem do país - Distritos do Porto, Vila Real e Bragança

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repórterdomarãodo Tâmega e Sousa ao Nordeste

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* Biólogo da UTADarrasa o EIA dabarragem de Fridão

Hospital de Vila Realanuncia investimentos

Madeira limpa a lamae chora os mortos

Num parecer demolidor, o biólogo e professor da Uni-versidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, António Luís Crespí, descreve “um conjunto extenso de erros” e defen-de a realização de um novo Estudo de Impacte Ambien-tal. Entretanto, a Quercus exige que o Governo recue na construção da barragem de Fridão. Os outros empreendi-mentos no rio Tâmega, da Iberdrola, foram colocados em consulta pública. pgs. 4 e 14

Hélio Loureiro cozinhaemoções e memórias

Cândido Barbosa fascinado pela política autárquica | Grande Prémio Rota dos Móveis em Ciclismo acaba por falta de orçamento

Vereador ciclista de Paredessonha com o pódio da Volta

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Carlos Alexandre | [email protected] | Fotos Lusa

repórterdomarão02 24 fev a 09 mar’10

Ciclista Cândido Barbosa fascinado com a estreia política em Paredes

Sim, senhor v ereador!“Temos 18.000 jovens e faz imensa falta o pavilhão da cidade desportiva.

Sempre podemos alojar cá algumas modalidades e num futuro, quem sabe, termos algo em Paredes semelhante a um centro de alto rendimento”, subli-nhou.

| GP Rota dos Móveis sem verbas |

O novo vereador do Desporto e homem do ciclismo não esquece também o Grande Prémio (de ciclismo) Rota dos Móveis, confirmando tratar-se de uma prioridade pessoal e do próprio município, apesar de neste ano, e talvez no próximo, não se realizar.

“A nossa intenção passa por continuarmos a ter ciclismo em Paredes, com um grande prémio, se possível internacional, mas este ano e, quem sabe, no próximo isso não será possível. Devido à Carta Educativa, não temos verbas no orçamento”, explicou ao RM.

Cândido Barbosa justificou a decisão com as exigências do caderno de en-cargos da Federação Portuguesa de Ciclismo para esta época, que obrigava a “deixar cair” duas provas por etapas, sendo a de Paredes uma delas. A alter-nativa passaria por realizar uma prova de um dia, pouco apreciada, ainda por cima quando não há orçamento, acabou por reconhecer.

| Experiência na política fascina |

Eleito em outubro, Cândido Barbosa admitiu estar ainda a conhecer os cantos à casa, a ambientar-se ao trabalho de gabinete, que inclui também a gestão dos espaços desportivos municipais.

Neste processo, quase tudo é novo, menos a vontade de fazer e de ajudar: “Não tinha efetivamente noção daquilo que me esperava, mas não é de todo

O ciclista paredense Cândido Barbosa, o rosto atual da po-lítica desportiva do município, falou ao RM da experiên-cia como vereador, apresentou ideias para o pelouro e

os objetivos que se propõe realizar no desporto e na política. E conta como consegue conciliar a carreira e o treino diário com as suas responsabilidades autárquicas. Cândido ainda sonha che-gar ao lugar mais alto do pódio no final de uma Volta a Portugal, embora reconheça que só tem mais uma ou duas épocas para o conseguir.

“O projeto ‘Quintinha do Cândido’, já com o 1.º Ciclo em funcionamento, está cada vez mais sólido. A maior dificuldade era conciliar os horários da alta competi-ção com os da vereação, mas não era capaz de dizer que não ao meu amigo doutor Celso Ferreira”, explicou Cândido, considerando “sedutora” a ideia de “poder aju-dar os paredenses”.

E, mesmo a meio tempo, o ciclista, de 35 anos, assume objetivos claros para o seu mandato, que sintetiza na ideia de “reorganizar toda a casa”.

| 1,2,3… objetivos |

Cândido Barbosa é claro: “Pretendo aumentar o número de atletas até aos 18 anos a competir no concelho e, se possível, passar dos 3.500 atuais para o dobro. No espaço de quatro anos, gostaria também que alguns desses, sem com isso querer criar qualquer tipo de pressão, pudessem ser aproveitados para a alta competição”.

Um terceiro objetivo, pelo qual o vereador promete pedalar bastante, tem a ver com a cidade desportiva, “algo muito grande, notável, que o concelho merece”. Cân-dido Barbosa destaca, sobretudo, a urgência do pavilhão, tendo em conta a popula-ção jovem do concelho.

Carlos Alexandre | [email protected] | Fotos Lusa

repórterdomarão0324 fev a 09 mar’10

Ciclista Cândido Barbosa fascinado com a estreia política em Paredes

Sim, senhor v ereador!assustador. É até algo que me fascina, porque, por um lado, há ‘timings’ e, por outro, existe também alguma sensibilidade para lidar com pesso-as do desporto”.

Cândido Barbosa, que ainda não se habituou a ser tratado por vere-ador, garantiu não se rever num político puro, mas não fechou comple-tamente a porta a nova experiência no futuro. Por agora, debate-se para conciliar o tempo entre a estrada e a câmara, a bicicleta e o gabinete.

“Obrigo-me hoje a sair bastante mais cedo para o treino, de modo a ter as tardes livres para poder estar na câmara. Não é o ideal para um atleta de alta competição, mas são situações temporárias e vai dando para conciliar”, disse.

| Vereador sonha ganhar a Volta |

Durante as competições, a situação altera-se e o ciclismo passa para primeiro plano. Sem stresses. “Digamos que posso tirar o meu mês de férias para correr a Volta a Portugal”, explicou, soltando uma gargalhada.

Cândido Barbosa tem mais um ano de contrato com o Palmeiras-Resort Tavira e talvez mais dois ou três como ciclista profissional, mas ainda não desistiu de ganhar a Volta a Portugal. Essa é uma das poucas vitórias ainda por conquistar, por quem já realizou cerca de 420 mil quilómetros em cima de uma bicicleta.

Carreira vs Política

“Digamos que posso tirar o meu mês de férias para correr a Volta a Portugal”

“Obrigo-me hoje a sair bastante mais cedo para o treino, de modo a ter as

tardes livres para poder estar na câmara”

Objectivos

“Pretendo aumentar o número de atletas até aos 18 anos a competir no concelho e, se

possível, passar dos 3500 a tuais para o dobro”

“Faz imensa falta o pavilhãoda cidade desportiva”

I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I Irepórterdomarão04 24 fev a 09 mar’10

ambiente

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Biólogo da UTAD arrasa EIA de FridãoAntónio Crespí aconselha “vivamente uma nova análise sobre a flora, vegetação e a paisagem do ecossistema” da zona afectada pela barragem

N um parecer demolidor, o biólogo e profes-sor da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), António Luís Crespí,

descreve “um conjunto extenso de erros” e defende a realização de um novo Estudo de Impacte Ambien-tal (EIA).

O parecer do professor da UTAD baseia-se no re-sumo não técnico e na documentação sobre a Avalia-ção de Impacte Ambiental disponibilizada no sítio da EDP na internet. Nas 14 páginas do parecer, o biólo-go enumera um “conjunto extenso e generalizado de erros” que incluem o não analisar “de modo profundo e pormenorizado a riqueza florística do ecossistema” que poderá vir a ser afetado pelo empreendimento hi-droelétrico de Fridão.

Outra falha é a inexistência de “qualquer análise so-bre a flora ameaçada, rara ou endémica”. António Luís Crespí diz ainda que “o estudo da vegetação está sus-tentado sobre uma inventariação inconsistente, uma vez que utilizando o método fitossociológico não conse-gue diferenciar sintaxonomicamente o coberto vegetal”.

Por outro lado, “a flora protegida não é devidamen-te enquadrada na vegetação ou na análise florística, não existindo qualquer monitorização para a mesma”. Estas lacunas fazem “com que as medidas minimi-zadoras propostas tenham uma duvidosa aplicabili-dade”. Em simultâneo, o processo de monitorização

apresentado é considerado “inapropriado” pelo pro-fessor da UTAD porque “o estudo não revelou um verdadeiro conhecimento do nível trófico florístico vascular para o ecossistema analisado”.

| Nova análise e descrição da flora - sugere Crespí |

Tendo em conta “a importância da obra pretendi-da, as implicações que a mesma terá sobre a matriz am-biental e biológica do ecossistema, bem como sobre o desenvolvimento económico e sócio-cultural desta re-gião”, o biólogo aconselha “vivamente uma nova aná-lise sobre a flora, vegetação e a paisagem do ecossiste-ma” para onde está projetada a barragem de Fridão. Numa linguagem muito direta, António Luís Crespí critica o trabalho feito pelos técnicos que elaboraram o EIA, referindo uma “vaga e inadequada descrição” que é feita numa primeira alusão à flora e vegetação. A “deficiente descrição ecológica da área origina um dos aspetos mais deficientes de todo o documento”, que é, segundo o biólogo, “a análise dos impactes do projeto”. Comparando afirmações feitas nos capítulo 9.1.4 e IX, o professor defende que elas são “diametralmen-te” contrárias “invalidando assim todo o estudo aqui apresentado relativo à flora, vegetação e paisagem”, ficando demonstrada, diz, “uma falta clara de crité-

rios” dos avaliadores “uma vez que conseguem con-trariar as conclusões sem justificação aparente”.

O perito explica no parecer que resolveu consul-tar a documentação disponível no sítio da EDP na in-ternet depois de ter sido “alertado” por comentários “sem qualquer consistência científica, que deixavam entrever não só erros básicos de funcionalidade dos ecossistemas, como também uma falta notória de in-formação em relação à flora e vegetação da área do projeto” hidroelétrico.

Do ponto de vista do professor da UTAD o EIA deve ser “novamente realizado”. Algumas das fragili-dades e omissões do EIA referidas formalmente nes-te parecer tinham já sido mencionadas no debate de 28 de janeiro, na Casa da Cultura, em Amarante. Pes-soas que conhecem bem o Tâmega confrontaram o bi-ólogo Nuno Formigo (U.Porto), que participou no tra-balho no terreno e na elaboração do Estudo, com a existência de mexilhão de água doce, trutas e mesmo lontras no rio, factos que o EIA não refere.

Os impactes negativos da construção da barra-gem são um dos aspetos centrais da discussão. No úl-timo debate, em Amarante, o moderador pediu a Fáti-ma Teixeira, técnica responsável pelo EIA que, numa escala de zero a 100, classificasse os impactes negati-vos da construção da barragem de Fridão. A resposta da técnica surpreendeu a assistência: os impactes ne-gativos são da ordem dos 70 por cento. P.C.

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Paula Lima | [email protected] | Fotos P.L.

“Unidade de Chaves é ‘do r de cabeça’ e sem razão”Administrador hospitalar há 22 anos, Carlos Vaz gere 140 milhões por ano no CHTMAD

O futuro do CHTMAD será de “grande diferenciação e

polivalência global, que servirá de tampão a toda a região”

“Temos condições para a juventude médica fazer carreira

e um trabalho altamente diferenciado”

“O problema que se põe em Chaves é que as pessoas

recorrem muito às urgências quando deviam ir aos

centros de saúde”

Há 22 anos consecutivos que Carlos Vaz é presidente de conselhos de ad-ministração de hospitais. Já passou por Bragança, Macedo de Cavaleiros, Mirandela, Amarante. Atualmente lidera o Centro Hospitalar de Trás-os-

Montes e Alto Douro onde serão investidos 40 milhões de euros até 2011.

Carlos Alberto Vaz nasceu há 53 anos em Angola. Veio para Portugal ainda em criança e estudou em Macedo de Cavaleiros e Bragança. Em Coimbra tirou o cur-so de Direito. Depois rumou para Lisboa, onde fez o curso Administração Hospi-talar e Boston, nos Estados Unidos da América (EUA), onde estudou Engenha-ria de Métodos.

Em 1985 começou a trabalhar como administrador no Hospital de Bragança. Depois assumiu a presidência dos conselhos de administração das unidades hos-pitalares de Macedo de Cavaleiros, Bragança e Amarante. Carlos Vaz desempe-nha funções de presidente de conselhos de administração ininterruptamente há 22 anos.

A Vila Real chegou há cinco anos, assumindo os comandos do então Centro Hospitalar Vila Real/Peso da Régua, o qual viria a integrar os hospitais de Chaves e Lamego em 2007, dando origem ao Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro (CHTMAD).

| Projeto ciclópico |

Carlos Vaz afirmou ao Repórter do Marão que este centro hospitalar é a maior empresa da região transmontana, com um orçamento corrente de 140 milhões de euros e 2.800 funcionários que ali trabalham direta ou indiretamente.

Para o responsável, esta é também a instituição de saúde de referência regio-nal. Trata-se de um hospital central com urgência polivalente na unidade de Vila Real, urgência médico-cirúrgica em Chaves e uma urgência básica em Lamego.

Entre 2009/2011 serão concretizados investimentos de cerca de 40 milhões de

euros, em obras já lançadas e a lançar em 2010. Segundo Carlos Vaz, com a conclusão de todos estes equipamentos, num prazo

de três anos, o centro hospitalar terá “todas as estruturas necessárias para fazer a cobertura diferenciada de toda a região de Trás-os-Montes e Alto Douro”.

Até lá, acrescentou, terão que ser contratados “especialistas altamente diferen-ciados” para reforçar as “excelentes equipas” que já existem no CHTMAD.

De acordo com as contas do responsável, serão necessários cerca de “50 espe-cialistas de várias áreas diferenciadas”, os quais se vão juntar aos 350 que já pres-tam serviço no centro hospitalar. As áreas mais carenciadas em termos humanos são cardiologia, gastrenterologia, dermatologia ou neurologia. O grande entrave a esta pretensão é a falta de médicos no mercado nacional. Mas, segundo Carlos Vaz, grande parte destas falhas irão ser colmatadas com os internos que estão nes-te momento no hospital. Designadamente as áreas de neurologia, nefrologia e car-diologia.

“Temos condições para a juventude médica fazer carreira e um trabalho alta-mente diferenciado”, sublinhou.

Com o desenvolvimento e implementação de todo o projeto, o futuro do CHT-MAD será de “grande diferenciação e polivalência global, que servirá de tampão a toda a região”.

As novas acessibilidades rodoviárias, nomeadamente as autoestradas de Ama-rante a Bragança e Viseu a Chaves que cruzam em Vila Real, transformarão o cen-tro hospitalar “num pólo aglutinador de referência”.

| Articulação difícil entre hospitais |

Em 2007, os hospitais de Chaves e Lamego integraram o centro hospitalar, mas o processo não foi pacífico, principalmente no Alto Tâmega.

“São realidades hospitalares diferentes, com históricos diferentes e modos ‘operandi’ diversos. Depois esta integração foi feita numa época conturbada com o

Paula Lima | [email protected] | Fotos P.L.

“Unidade de Chaves é ‘do r de cabeça’ e sem razão”Administrador hospitalar há 22 anos, Carlos Vaz gere 140 milhões por ano no CHTMAD

CHTMAD em 2009- Primeiras consultas realizadas: 65.000

- Doentes atendidos na consulta externa: 215.000

- Utentes atendidos por dia na urgência: 539

- Cirurgias realizadas em ambulatório: 40 em cada 100

- Intervenções cirúrgicas efectuadas: 13.300

- Doentes saídos do internamento: 27.500

- Número total de profissionais do CHTMAD: 2.318

encerramento das maternidades, mas que exponenciou alguns bairrismos e even-tuais sentimentos de perda, felizmente, a grande parte, já ultrapassados”, frisou.

A unidade flaviense é a que tem dado mais “dores de cabeça” à administração do centro hospitalar. “E sem razão nenhuma porque estamos a promover muitos investimentos”, afirmou o responsável.

| Seis milhões investidos em Chaves |

O Ministério da Saúde resolveu criar na unidade de Chaves um pólo de desen-volvimento específico para a área da ortopedia, que funcionará em ligação à zona termal. Carlos Vaz referiu que este projeto está a ser estudado pelo Ministério e que será implementado a médio prazo.

Para a unidade flaviense será lançado este mês um concurso público para o pro-jeto da remodelação e ampliação do bloco operatório, serão ainda feitas obras de remodelação do serviço de urgência e, em curso, está a remodelação de todas as ja-nelas e portas de todo o hospital. Está ainda em fase de conclusão o novo serviço de gastrenterologia.

Em Chaves, segundo Carlos Vaz, está ainda sedeada a medicina do trabalho que faz a cobertura de todo o centro. O CHTMAD está a investir cerca de seis mi-lhões de euros no hospital flaviense.

Nesta unidade existem várias especialidades desde a pediatria, pedopsiquia-tria, psiquiatria, nefrologia, patologia ou reumatologia. De acordo com Carlos Vaz, ali as equipas de urgência são iguais às de Vila Real, apesar de na unidade da capi-tal de distrito serem feitas o dobro de urgências por dia.

Em Chaves, verifica-se uma média de 120 urgências por dia, enquanto que Vila Real atinge as 240.

“O problema que se põe em Chaves é que as pessoas recorrem muito às urgên-cia quando deviam ir aos centros de saúde”, sublinhou.

| Nova unidade de cuidados intensivos |

No Hospital de São Pedro, em Vila Real, o CHTMAD iniciou as obras de am-pliação e remodelação da urgência e a construção da nova unidade de cuidados con-tinuados intensivos polivalentes. Está também a ser construído mais um piso no edifício central para a criação de uma unidade de infetocontagiosos.

Carlos Vaz referiu que estão em fase de conclusão as obras na nova farmácia e serviços informáticos, que estarão concluídos no fim deste mês.

“Iremos ainda lançar concurso para construção de novo edifício para as áreas de internamento de nefrologia, neurologia, pediatria, pneumologia e o alargamen-to do serviço de medicina”. Esta será, segundo o responsável, uma obra na ordem dos 15 milhões de euros.

| Centro oncológio quase lotado |

Uma das obras mais “emblemáticas” do centro hospitalar foi o centro oncológi-co, que já está com taxas de ocupação a rondar os 100 por cento.

Por isso mesmo, de acordo com Carlos Vaz, será necessário reforçar a área da radioterapia com a aquisição de um acelerador linear, num investimento de mais três milhões de euros.

No Hospital D.Luiz I, localizado no Peso da Régua, foi criado o centro oncoló-gico que está a eliminar as listas de espera que existiam neste serviço em toda a área territorial do CHTMAD. Para esta unidade, o presidente anunciou a aquisi-ção de um novo equipamento de laser. Será um investimento de mais 500 mil euros.

Em Lamego, o novo hospital de proximidade começa a ser uma realidade e as obras vão já no quarto piso. As previsões apontam para que a nova unidade, que vai custar 40 milhões de euros, esteja concluída até final de 2011.

repórterdomarão08 24 fev a 09 mar’10

Madeira limpa os estragos e chora meia centena de mortosN a Madeira prosseguem as operações de de-

sobstrução e limpeza das ruas e de busca de cadáveres após a catástrofe natural de

20 de Fevereiro, considerada a pior tragédia dos úl-timos 100 anos.

O temporal que assolou a ilha da Madeira causou a morte a cerca de quatro dezenas de pessoas – o nú-mero oficial indica 42 vítimas, a que será necessário juntar mais 13 desaparecidos, embora esta cifra possa também ser alterada até estarem concluídas as opera-ções de resgate e de limpeza. Apesar de tudo, não se confirmaram as piores expectativas iniciais, que suge-riam 80 mortos.

Segundo as contas do Governo Regional há cerca de 600 pessoas desalojadas, estando cerca de metade abrigadas no Regimento Militar do Funchal.

Várias pessoas que estavam isoladas ou desloca-das, que tinham sido consideradas desaparecidas, fo-ram encontradas com vida, disse a secretária regio-nal do Turismo e Transportes, Conceição Estudante.

O cenário em muitas zonas da ilha é caótico. A elevadíssima intensidade de chuva que caiu na ma-drugada e manhã de sábado provocou inundações e derrocadas. Autênticos rios de água e pedras foram varrendo tudo à passagem arrastando troncos, auto-móveis e pessoas causando uma destruição que dei-xou irreconhecíveis algumas zonas da Madeira.

Alguns locais isolados foram abastecidos por equi-pas de bombeiros e proteção civil.

O Governo decretou três dias de luto e anunciou solidariedade e todo o apoio ao Governo Regional. Ainda não há números precisos dos prejuízos causa-dos pelo temporal, mas estima-se que possam chegar a mil milhões de euros. Cavaco Silva esteve quarta fei-ra na Madeira, depois de José Sócrates e o ministro da

Administração Interna terem viajado para o Funchal no próprio dia da catástrofe.

O Governo Regional tem vindo a evitar decretar o estado de calamidade por temer efeitos negativos no sector do turismo. O ministro da Economia deslocou-se à Madeira para tratar de uma linha de crédito para os comerciantes atingidos pela catástrofe.

As equipas de resgate – até à tarde de quarta-fei-ra – não tinham encontrado vítimas nos pisos do par-que de estacionamento do centro comercial Anadia, o principal centro comercial da baixa funchalense, mas os trabalhos de limpeza ainda prosseguiam. O esva-ziamento das caves que servem de parque de estacio-namento dos centros comerciais Anadia, Oudinot e Dolce Vita envolveu bombeiros, equipas cinotécnicas e mergulhadores da Marinha.

A secretária regional do Turismo e Transportes contou que a principal cidade madeirense começa já a ter um aspeto diferente e que as situações mais pro-blemáticas se referem às zonas ribeirinhas, apesar de a água já ter retomado o seu curso normal em duas das três ribeiras do Funchal, as de João Gomes e San-ta Luzia. A regularização da ribeira de São João vai levar mais algum tempo. Os trabalhos de remoção de entulhos e pedras nas estradas continuam também nos concelhos da Ribeira Brava e Ponta do Sol.

Todo o equipamento está concentrado na desobs-trução das ribeiras e na limpeza das ruas para retirar o entulho e a lama, para que a cidade volte à normali-dade. “A palavra de ordem é recuperação, reconstru-ção e reposição da situação que existia” antes da ca-tástrofe, sublinhou Conceição Estudante.

Por decisão do Governo Regional, manteve-se por três dias a tolerância de ponto nos serviços públicos e o encerramento das escolas no Funchal, Ribeira Bra-va e Câmara de Lobos.

tragédia

10 24 fev a 09 mar’10

O eurodeputado Paulo Rangel, o primeiro dos três candidatos a formali-zar a candidatura à liderança do PSD, definiu, em entrevista à TSF e ao Diário de Notícias, a sua candidatura como “a única que oferece ver-

dadeiramente uma rutura, seja nas políticas de educação, nas políticas de justi-ça, segurança e defesa nacional, na forma como encara a agricultura, na forma como encara a evolução financeira e económica do país”.

Antes, em Boticas, no “mais remoto interior” do país, Rangel deixou duas mensagens: a de uma nova visão para a agricultura em Portugal e a da equida-de entre as diferentes regiões do país. “Com este PSD de rutura e de transfor-mação, a agricultura será uma prioridade estratégica e de defesa nacional. Não será mais uma actividade económica apenas a somar às restantes, será conside-rado um setor de reserva estratégica e portanto os agricultores serão verdadeiros soldados”, afirmou o candidato que falava para uma plateia de centenas de mi-litantes e simpatizantes. Rangel insistiu no discurso da rutura, acusando o Go-verno de ser responsável pela “situação caótica e de emergência em que se en-contra o país”. Para o candidato, o grande “drama” de Portugal está relacionado com a dívida que atinge o Estado, as famílias e os cidadãos que “todas as manhãs se levantam para trabalhar para pagar juros e dívidas”. “Estamos num país em que ninguém é livre, todos somos escravos e servos da dívida que nos deixaram os socialistas em 15 anos”, considerou. Por isso, o lema da sua campanha é “li-bertar o futuro”. Vila Real vai ser um território difícil para a candidatura de Pau-lo Rangel. Pedro Passos Coelho é natural deste distrito e acolhe o apoio da maior parte dos autarcas e concelhias. Além do presidente da câmara e concelhia do PSD Boticas, Fernando Campos, está com Rangel o autarca do Peso da Régua, Nuno Gonçalves, que é também o mandatário distrital da candidatura. No dis-trito do Porto, os presidentes das câmaras do Marco de Canaveses e de Felguei-ras apoiam Paulo Rangel.

Depois do apoio do ex-presidente da Assembleia da República, Mota Amaral, José Pedro Aguiar-Branco foi a vez do presidente da Câmara do Porto e vice-pre-sidente da Comissão Política Nacional do PSD, Rui Rio, expressar a sua posição. Na apresentação da sua candidatura, no Porto, cidade de onde é natural, Aguiar-Branco anunciou que é “candidato a presidente do Partido Social Democrata e a primeiro ministro de Portugal”. A prioridade é “unir o partido e torná-lo forte para enfrentar o PS e construir uma alternativa de Governo”.

Num discurso muito crítico da governação de José Sócrates, Aguiar-Branco afirmou que “não é o PSD que precisa de ganhar eleições. Mais do que nunca na sua história é o país que precisa que o PSD ganhe as eleições”, acrescentando ter “fundadas razões para acreditar que o próximo presidente do PSD será cha-mado a liderar o futuro governo do nosso país”.

Para Rui Rio, que também elogiou Paulo Rangel, Aguiar-Branco “será irre-preensível e capaz de ser o exemplo que o país necessita” e “o PSD terá - para

lá da sua experiência profissional e das suas notórias capacidades pessoais e po-líticas - um Presidente que vai contrastar fortemente com o comum da política dos nossos dias”. Na decisão que tomou “pesou um percurso comum” que fez com Aguiar-Branco durante muitos anos, salientando que apesar de não ter sido “isento de divergências” foi “sempre feito com respeito e apreço mútuo”.

“Não é segredo para ninguém que me encontro mais próximo de Paulo Ran-gel e de Aguiar-Branco, sem que isso signifique menor consideração para com Pedro Passos Coelho, que tenho o gosto de conhecer há muitos anos”, referiu.

O autarca do Porto entende que o facto de “haver três candidaturas fortes à liderança do PSD” é um “sinal de vitalidade e de vontade” que não significa “me-nor unidade”.

Na inauguração da sede de campanha no Porto, Pedro Passos Coelho as-segurou ter dentro do PSD as “melhores condições”para “ser uma alternativa” ao atual governo socialista. “Não estamos aqui para mostrar que tínhamos ra-zão mas que temos memória, mas sobretudo que a nossa vontade para ganhar é porque sabemos que estamos em melhores condições que outros de poder ofe-recer a Portugal uma alternativa de governo que ninguém mais tem dentro do PSD”, garantiu Passos Coelho, num discurso de meia hora aplaudido por uma sala cheia de apoiantes. O candidato à liderança do PSD reiterou estar “conven-cido que se tivesse vencido a eleição há dois anos, hoje o PSD estaria a governar o país”. Passos Coelho afirmou que a sua candidatura tem “humildade, uma pos-tura de tolerância e sem pedras no sapato” e que não tenciona “fazer acertos de contas com ninguém”.

Pedro Passos Coelho escolheu a cidade do Porto para o “primeiro ato de cam-panha” , “não apenas por razões internas” mas também por ser a terra dos seus adversários (Aguiar-Branco e Paulo Rangel).

Nas próximas semanas, até às diretas de 26 de março, o candidato vai con-tinuar com uma “caminhada de muita responsabilidade” durante as quais ga-rante não responder a provocações “nem do Governo nem dos companheiros do Partido”. “A única preocupação que trago é de proporcionar um debate dentro do PSD que permita a quem está a seguir o debate na sociedade civil olhe para o PSD e diga: ‘caramba, esta gente está a arrumar a casa e agora sabemos com o que contamos’”, afirmou.

Na região do Tâmega e Sousa apoiam Passos Coelhos os presidentes das câ-maras de Paços de Ferreira, Paredes e Penafiel, cujo autarca, Alberto Santos,é o mandatário na região Norte.

O Congresso extraordinário do PSD de 13 e 14 de março vai realizar-se em Mafra, no Pavilhão Desportivo Municipal Eng.º Ministro dos Santos. O Congres-so tem na ordem de trabalhos a análise da situação política nacional e o debate e votação de propostas de alteração dos estatutos do PSD. Depois do Congresso haverá eleições diretas para a liderança do PSD no dia 26 de março, seguindo-se um Congresso eletivo nos dias 9, 10 e 11 de abril.

Autarcas PSD do Tâmega com PassosPassos Coelho, Paulo Rangel e Aguiar-Branco em campanha até 26 de março

repórterdomarão I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I política

imigração I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I repórterdomarão1126 Jan a 09 Fev’10

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I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I nordeste

Douro mostra patrimónioreligioso no salão de Ourense

O Douro vai chamar a atenção para o seu patri-mónio religioso e tradições pascais no Salão Galego de Gastronomia e Turismo, entre 03 e 07 de março, em Ourense, numa tentativa de contrariar a sazonalidade do seu turismo.

“Aproveitando o facto de ser um ano Jacobeu, va-mos destacar a componente de património que o Dou-ro tem ligado ao fenómeno religioso, como a riqueza pa-trimonial de Cister e a riqueza patrimonial do barroco”, afirmou o presidente da Entidade Regional de Turismo do Douro, António Martinho.

O responsável explicou que o Douro tem “bons exemplares da chamada rota do românico, como os mosteiros de Santa Maria de Salzedas, S. João de Ta-rouca e S. Pedro das Águias” e também “da presença barroca, em várias igrejas”.

“Há também a componente imaterial, porque te-mos no Douro tradições da semana santa, como as pro-cissões e a visita pascal”, acrescentou.

António Martinho, citado pela Lusa, justificou que o objetivo é “tentar diminuir a marca de sazonalidade”, porque “não é tão aprazível ir ao Douro agora como no verão ou no outono”, alturas do ano em que as videi-ras se enchem do verde das folhas e das várias tonali-dades das uvas.

“Se os espanhóis e os galegos vêm a Portugal du-rante a Páscoa, porque não tentar que também ve-nham ao Douro, utilizem a sua restauração e os seus alojamentos?”, questionou.

É nesse sentido que o Turismo do Douro tem esta-do a estabelecer parcerias com as unidades hoteleiras e de restauração, para que nessa semana ofereçam des-contos aos turistas.

“Ainda estamos muito marcados pela sazonalidade e pretende-se, progressivamente, diminui-la, conquis-tando turistas que passem cá pelo menos uma noite ou duas durante este período”, acrescentou.

Com o mesmo objetivo, será também divulgado o chamado “turismo de lareira”, praticado nas unidades de turismo rural, “onde a relação entre o turista e o pro-prietário é bastante grande”.

“À volta da lareira as pessoas falam das memórias, das tradições, como antigamente, em ambiente fami-liar, às vezes comendo um bom queijo, assando uma alheira e acompanhado com um bom vinho, quer seja um DOC Douro ou um DOC Porto”, contou António Martinho, considerando que “os empresários podem ter aqui um nicho de mercado” que diferencia o Douro.

No “Xantar”, nome pelo qual é conhecido o salão galego, estará também em destaque “a gastronomia li-gada ao vinho”.

No pavilhão do Douro haverá venda e provas de vi-nho e a Escola de Hotelaria e Turismo de Lamego pro-mete surpreender com uma demonstração de cocktails elaborados com vinho do Porto e espumante. Em Ou-rense estará também um restaurante do Douro, onde não faltará o cabrito e as pataniscas de bacalhau.

O presidente da Entidade Regional de Turismo do Douro referiu à Lusa que as expectativas em relação ao salão galego são positivas, esperando conquistar mais turistas para o Douro.

“Mas a nossa presença é também uma manifesta-ção de cooperação e de solidariedade, porque o norte de Portugal e a Galiza estão a constituir o que se chama de uma euro região e queremos demonstrar que o Douro está presente nesta abrangência”, frisou.

EIA das barragens do AltoTâmega em consulta pública

O Estudo de Impacte Ambiental (EIA) das quatro barragens do Alto Tâmega entrou em con-sulta pública até 14 de abril, revelando um cená-rio alternativo de não construção da de Padroselos devido à descoberta de uma espécie rara de me-xilhões.

No decorrer da elaboração do EIA da “casca-ta” do Alto Tâmega, que incluiu a construção de quatro barragens - Alto Tâmega, em Vidago, e Daivões (ambas no rio Tâmega) e Gouvães e Pa-droselos (afluentes) - foi descoberta uma impor-tante população de bivalves com elevado estatuto conservacionista no rio Beça.

Em sequência destes “fortes constrangimen-tos de ordem ambiental” na área de implantação da albufeira de Padroselos, o EIA revela um “pos-sível cenário alternativo do projeto”, que passa pela exclusão desta barragem aumentando a po-tência prevista para Gouvães.

O mexilhão de rio do norte, margaritifera margaritifera, é uma espécie rara protegida pela legislação nacional e europeia e que, em 1986, che-gou a ser dado como extinto em Portugal.

Atualmente, esta espécie existe nos rios Ra-baçal, Tuela e Mente, que atravessam a parte oci-dental do Parque Natural de Montesinho (PNM), e ainda no Paiva, Neiva e Cavado.

A construção da barragem de Padroselos im-plicaria a eliminação desta colónia de bivalves.

A Iberdrola já pagou ao Estado, em janeiro do ano passado, um prémio de concessão no valor de 303 milhões de euros pela exploração das barra-gens durante 65 anos.

O empreendimento deverá ter um total de 1.135 mega watts (MW) de potência e uma produ-ção elétrica anual de 1.900 giga watts/hora (GWh), equivalente ao consumo de um milhão de pessoas.

O EIA identifica ainda outros efeitos negati-vos sobre os ecossistemas aquáticos, e aconselha a implementação do caudal ecológico, ou seja, cau-dais que são libertados com o objetivo de garan-tir a manutenção das comunidades biológicas a ju-sante das barragens.

No território abrangida pelas albufeiras, foi identificada a presença do lobo ibérico e a toupei-ra-d’água, com estatuto de “Em perigo” e “Vulne-rável”, respetivamente, que vão perder área que costumam ocupar.

A construção das barragens implica ainda a inundação de dezenas de habitações e de vários hectares de campos de cultivo agrícola.

O EIA analisa ambientalmente 16 alternati-vas. O estudo concluiu que a alternativa ambien-talmente mais favorável é a que envolve a não construção da barragem de Padroselos e da deri-vação Alvadia-Viduedo-Gouvães, bem como as co-tas mais baixas para Alto Tâmega e Gouvães.

Canil em Bragança vai servirquatro concelhos

Quatro municípios de Bragança, incluindo a capital de distrito, vão finalmente ter resposta para os problemas dos animais vadios com a aber-tura prevista para março de um canil intermunici-pal, anunciaram os responsáveis.

O canil foi construído em Vimioso e servirá, para além deste concelho, Bragança, Miranda do Douro e Mogadouro, onde até agora não existia uma infraestrutura do género. Os quatro municí-pios dividiram o custo de 650 mil euros.

O Ministério da Agricultura está a proceder à legalização das vinhas na Região Demarcada do Douro, onde cer-ca de 20.000 viticultores possuem uma área de 5000 hectares de vinha ilegal, anunciou o Instituto dos Vinhos do Dou-ro e Porto (IVDP).

O vice-presidente do IVDP, Paulo Osório, referiu que os viticultores possuem agora “uma última oportunidade” para resolverem o problema das plantações ilegais, com data anterior a agosto de 1998.

As plantações serão legalizadas apenas com direitos para a produção de vinhos com denominação de origem con-trolada (DOC) Douro ou regional duriense.

De um total de 43.000 hectares de vinha registada no Douro, 5000 encontram-se em situação ilegal embora este-jam em produção de vinho.

Em maio do ano passado, o instituto público enviou uma circular aos agricultores com as parcelas de vinha sem en-quadramento legal, ou seja, sem licença, para ser alvo de confirmação.

Esta lista foi depois remetida para o Instituto da Vinha e do Vinho (IVV) organismo nacional responsável pelo plan-tio da vinha, que, em fevereiro, começou a cobrar aos viticultores uma verba pela legalização da área ilegal.

Legalização de vinhas ilegais no Douro

repórterdomarão1324 fev a 09 mar’10

I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I Ipub

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Mobiliário de Paços de Ferreirasofre boicote na Galiza

O presidente da Associação Empresarial de Paços de Fer-reira, Pedro Vieira de Andrade, acusa a Junta da Galiza de “pro-tecionismo abusivo” ao “boico-tar” a realização de feiras de mobiliário “Capital do Móvel” em dois recintos galegos.

“É uma proteção abusiva de um governo regional em relação aos produtos comercializados lá”, disse o presidente da Asso-ciação Empresarial de Paços de Ferreira (AEPF), que abando-no o cargo a 18 de março.

O responsável adiantou que o “boicote” obrigou à alteração do plano de internacionalização para 2009.

Em declarações à Lusa, Pe-dro Vieira de Andrade expli-cou que “as feiras 100 por cen-to ‘Capital do Móvel’ tiveram uma aceitação muito grande por parte do mercado galego e, quando as associações empre-sariais se aperceberam disso, fizeram muita pressão sobre o

governo autónomo da Galiza, que é proprietário dos recintos das feiras”.

Depois de, em 2008, a AEPF se ter confrontado com “exigências absurdas”, que a impediram, por exemplo, de “publicitar as feiras de mobili-ário”, contou, a Capital do Mó-vel não voltou a ter espaço para a organização do evento que se realizava na Corunha e em Vila Garcia de Arousa.

“No ano passado já não fi-zemos nenhuma [feira], tive-mos várias reuniões e os res-

ponsáveis assumiram que não nos alugavam os recintos, mas nunca puseram isso por escri-to”, afirmou, acrescentando que têm mantido os contactos para a realização das feiras, em 2010, sem sucesso.

“Hoje continuamos a ten-tar alugar os recintos, mas não acredito que se consiga sem in-tervenção superior”, realçou.

Vieira de Andrade estranha o boicote à promoção e divulga-ção dos móveis de Paços de Fer-reira quando “se fala tanto das relações entre o norte de Portu-gal com a Galiza”.

O presidente da AEPF adiantou que o plano de inter-nacionalização, aprovado pela AICEP, “não pôde ser concreti-zado por causa desta situação”.

Segundo o porta-voz da in-dústria do mobiliário, “o setor não pode deixar de estar no mercado galego, que represen-ta cerca de 15 a 20 por cento do mobiliário vendido”.

Quercus exige renúncia daconstrução da barragem de Fridão

A Quercus exigiu a renúncia da construção da barragem de Fridão, em Amarante, considerando que “os prejuízos para a região e para o país ultrapassam largamente os benefícios da sua construção”.

Em comunicado, a Quercus afirma que enviou o seu parecer desfavorável à construção da barragem de Fridão, no âmbito da consulta pública ao estudo de impacte ambiental do aproveitamento hidroelétrico de Fridão, que terminou a 15 de fevereiro.

Para os ambientalistas, a construção daquela barragem trará “prejuízo para a qualidade da água do Tâmega” e “viola a diretiva-quadro da Água”.

Na opinião da Quercus, esta barragem dará um “contributo pouco significativo para a produção de eletricidade, representando apenas 0,4 por cento do consumo de eletricidade em Portugal”.

Os ambientalistas consideram também que esta barragem terá “elevado impacto ao nível da fauna e da flora da região”, bem como provocará uma “elevada perda socioeconómica para a região”.

Tribunal ordena monitorização das captações junto ao túnel do Marão

O Tribunal Administrativo de Penafiel deu razão à conces-sionária da autoestrada do Marão permitindo a monitorização da captação das águas que foi impedida pela empresa Águas do Marão.

Desde que começou a construção do túnel do Marão, inse-rido na autoestrada que vai ligar Amarante a Vila Real, a em-presa Água do Marão interpôs duas providências cautelares, a primeira das quais impediu a monitorização das captações pela concessionária do empreendimento e a segunda parou a esca-vação do túnel.

Aquando do início da escavação do túnel, no verão, a empre-sa de António Pereira alegou que os trabalhos de instalação dos piezómetros (aparelhos que avaliam a compressibilidade dos lí-quidos) estariam a turvar as águas, impedindo assim a validação de qualquer dado sobre a qualidade/quantidade de água.

O proprietário disse ainda que, na altura, a fábrica chegou a fechar por uns dias, deixando parados os 50 funcionários e le-vando à rutura dos stocks.

A monitorização das captações de água foi determinada pelo Relatório de Conformidade Ambiental do Projeto de Execução (RECAPE) do Túnel do Marão, com o objetivo de avaliar a qua-lidade e a quantidade de águas nas captações durante a obra.

Agora, o Tribunal Administrativo e Fiscal de Penafiel veio dar razão à concessionária, permitindo a colocação dos piezó-metros para, de acordo com a fonte, “fazer aquilo que era uma das imposições ambientais para efeitos de acompanhamento da obra”.

No entanto, esses trabalhos só vão ser desenvolvidos quan-do o tribunal tomar uma decisão final sobre a segunda providên-cia cautelar, que parou as obras no interior do maior túnel rodo-viário da península ibérica desde 10 de novembro.

Este julgamento está a decorrer, estando agendada uma próxima sessão para 05 de março para inquirição de testemu-nhas.

Esta suspensão já provocou um atraso de “centenas largas de metros” de construção do túnel, que vai ter uma extensão de 5,6 quilómetros e está inserido na autoestrada que passará a li-gar Amarante a Vila Real a partir de 2012.

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O reforço no abastecimento de água nas freguesias de Barrô e Pousadouros permite que 90 por cento da população de Resende seja servida pela rede pública.

Os serviços municipais realizaram vá-rias intervenções nas duas freguesias, es-tando agora em condições de assegurar o fornecimento ao domicílio de água potável com qualidade.

Segundo a autarquia presidida por An-tónio Borges (PS), o reservatório da Mes-quitela tem “água com qualidade e quan-tidade suficiente para servir as povoações da freguesia de Barrô, numa área de gran-de dispersão das habitações, que obrigou à instalação de uma rede extensa de condu-tas”.

A Câmara de Resende instalou tam-bém no lugar do Testamento, na fregue-sia de S. Martinho de Mouros, um reserva-tório que vai permitir o abastecimento de água às povoações de Santa Eulália, Pene-da e Testamento, daquela freguesia.

Os serviços municipais sublinham que aquele reservatório tem ainda capacida-de para abastecer as habitações do Vale de Paus.

Rede pública de água já chega a 90 por cento da população de Resende

Amarante mostra ruínas de ponte medieval

As ruínas de uma ponte medieval, do século XIII, descobertas recentemente durante as obras de requalificação do Arquinho, em Amarante, vão ser mostradas ao público.

“Tendo em vista a valorização arqueológica, ar-quitetónica e urbanística deste achado arqueológi-co, a câmara decidiu proceder à sua proteção, pre-servação e enquadramento”, referiu a autarquia.

O pavimento sobreposto, que servirá de pro-teção, permitirá a observação do monumento, que terá iluminação noturna.

Festa da camélia em LousadaPara promover o turismo no concelho, no úl-

timo fim-de-semana deste mês a Câmara de Lou-sada vai aliar as Rotas Gourmet ao I Festival de Camélias. Durante dois dias os visitantes vão ter oportunidade de participar em diversas iniciativas relacionadas com essas flores, tanto em jardins pú-blicos como em propriedades particulares.

O mercado das camélias vai funcionar no sába-do, dia 27, a partir das 15:00.

Baião organiza debatesobre ‘Ideias do século XXI’

Os dirigentes do PS Almeida Santos e Francis-co Assis vão estar em Baião a 26 de Fevereiro para participarem nas “Ideias Século XXI”, um ciclo de conferências organizado pela Câmara de Baião.

“A reforma do Estado Social e a salvaguarda dos valores do socialismo democrático” é o tema da conferência que vai juntar duas gerações de dirigen-tes socialistas: o presidente do PS e o líder da ban-cada parlamentar. No Auditório Municipal, às 21:30.

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As obras para reforço da segurança da EN211, estra-da onde já morreram 24 pessoas, vão iniciar-se em março, anunciou a Câmara do Marco de Canaveses.

Os trabalhos vão incidir no troço entre Penafiel (Nó da A4) e Marco de Canaveses, conhecido como variante à EN 211, numa extensão de cerca de oito quilómetros.

Um novo tapete betuminoso rugoso, balizas rebatí-veis no eixo da via e nova sinalização horizontal e vertical são as medidas anunciadas.

Nesta via, que estabelece a ligação da cidade mar-cuense à A4, têm ocorrido dezenas de acidentes graves, que já provocaram 24 mortos e dezenas de feridos graves desde a sua abertura ao trânsito.

O traçado demasiado sinuoso e um pavimento des-gastado têm sido as causas apontadas para a elevada si-nistralidade, motivando os protestos de uma associação de utilizadores e de autarcas.

Segundo fonte autárquica, a empreitada das Estra-das de Portugal (EP) vai implicar um investimento de 1,4 milhões de euros, prevendo-se que esteja concluída no iní-cio do verão.

Variante do Marco: obras até ao verão

Liliana Leandro | [email protected] | Fotos L.L. e Arquivo

Um bom chefe “deve darprazer às pessoas”

Hélio Loureiro cozinha emoções, memórias e envolvências

H élio Loureiro nasceu no Porto, em 1963, no seio do que diz ser “uma fa-mília tradicional”. Monárquico por convicção, e não por tradição fami-liar, é católico praticante – já foi catequista! – gosta “imenso de Histó-

ria”, de ler e escrever e, claro, de cozinhar. O atual responsável gastronómico da Seleção Portuguesa de Futebol adora ser convidado “para comer fora” e acredi-ta que ainda é possível “conquistar alguém não só pelo estômago mas por tudo o que rodeia uma mesa”. Aos 16 anos adotou um lema que mantém até hoje: “quem não vive para servir, não serve para viver”.

“Lembro-me de em pequeno quase deitar fogo à casa da minha avó porque re-solvi fazer uma fogueirinha no sótão para fazer um cozido”, começa por contar o che-fe Hélio Loureiro, em entrevista ao Repórter do Marão, lembrando os primeiros passos que o levariam a tornar-se num dos mais conceituados cozinheiros portugue-ses. O gosto pela cozinha terá nascido na grande tradição familiar de juntar todos à mesma mesa. Não apenas para comer mas para “sentir os sabores da autenticidade e tradição”. À mesa persistia o prazer e a atenção para falar de tudo, “seja de política ou de religião”. Mais tarde ingressou, com alguma resistência familiar, na Escola de Hotelaria e Turismo do Porto, demonstrando que era na cozinha que se sentia feliz.

Mas quais os ingredientes necessários para fazer um bom cozinheiro? Para o atual chefe de cozinha do Porto Palácio Ho-

tel, um chefe “deve ser aquele que dá prazer às pessoas”. Não é aquele

que sabe muito, mas “aquele que se preocupa com as pessoas e dá o melhor de si”. Porque não co-memos apenas proteínas ou hi-dratos de carbono “mas sim memórias e emoções”, é ne-cessário colocar sentimentos em cada prato cozinhado.

Sendo a cozinha feita de emoções, o chefe Hélio ain-da acha ser possível conquis-tar pelo estômago e pelo que rodeia a mesa. “Um homem quando quer fascinar uma mulher pode fazê-lo através da mesa mas não basta ser-vir um prato fantástico. É

preciso todo um clima que se cria, com uma boa to-

alha, uns pratos bonitos, velas e um sorriso”, adverte. É que, como esclarece, “não há ingredientes afrodisíacos mas ambientes de glamour e fantasia que podem envol-ver uma mesa”.

Hélio Loureiro não tem pratos favoritos (só não gosta muito de nabos), nem clientes especiais. Cozinha para todos com a mesma dedicação e o cuidado de, ao criar, nunca combinar mais de três sabores. Gosta especialmente de especiarias, de combinar aromas, “a nossa envolvência” para que ao comer, seja possível fechar os olhos e lembrar receitas de tempos passados. “Se a pessoa não gosta do prato cria-do, 90 por cento do trabalho vai por água abaixo”, comenta.

Na sua extensa carreira já organizou jantares de gala para grandes personalida-des, chefes de Estado e de Governo, mas a experiência que guarda com maior cari-nho, e sentido de realização, foi aquela em que, numa festa de tripas à moda do Por-to por ele organizada, alguém lhe disse “muito obrigado, já não comia há três dias”. “Valeu todo o trabalho desta vida”, salientou.

| Cozinha do norte é “mais intensa” | Da cozinha do Porto diz ser “a mais intensa” quer em termos de sabor como em

quantidade. “No norte temos essa apetência e gosto de ter sempre uma mesa far-ta”, conta Hélio Loureiro para quem “no norte as pessoas têm gosto em servir e em guardar o melhor para as visitas” enquanto no sul há uma tendência egoísta.

Também no Porto gosta de se “perder e andar a pé”. Dos locais por onde gosta de vagear destaca a baixa do Porto, a rua Miguel Bombarda (que “ganhou um novo ‘élan’”), a foz “lindíssima” do Douro com a sua “Pérgola de onde se pode ver o mar” e, do lado de Gaia, contemplar “a cascata que é única”. Hélio gosta ainda de percor-rer as ruas das memórias de infância, como a de Cedofeita e Carlos Alberto, e, no fi-nal, “saborear o presente com um gosto do passado” nos cafés Majestic e Progresso.

Quando vai jantar fora – o chefe “adora” ser convidado – tira o seu chapéu de co-zinheiro e jamais adota uma postura crítica ou analítica. “Quando alguém me oferece um jantar em casa não posso ir com a pretensão de fazer uma crítica gastronómica. Só tenho que agradecer”, salienta. Já quando visita novos restaurantes, admite ser “mais exigente em termos de ambiente e serviço”.

De toda a sua vida na cozinha, Hélio Loureiro não destaca grandes feitos ou con-quistas. “Foi toda a vida feita até agora”, explica. Aliás, o chefe admite mesmo que “se morresse hoje era um homem feliz” porque não lhe falta cumprir nada. Ainda assim, espera conseguir fazer o livro de receitas da sua vida entre as quais irá cons-tar o jantar servido na inaugura- ção do Porto 2001 capital da cultura. Serviu aos convivas rodovalho, com compota de cebola sobre um puré de aipo com foie gras. Três anos depois, surpreen-deu-o que o duque de Lu- xemburgo ainda se lem-brasse daquela refeição.

Um bom chefe “deve darprazer às pessoas”

Hélio Loureiro cozinha emoções, memórias e envolvências

“Esta geração quis mostrar que um chefe de cozinha não é só aquele que sabe cozinhar bem, mas é aquele que sabe gerir bem o seu restaurante e, mais que isso, sabe transmitir prazer através da comida”, explica o chefe Hélio Loureiro. Se até há uns anos a profissão de cozinheiro era vista de uma forma menos prestigiante – e o próprio chefe lembra histórias menos agradáveis – assiste-se agora a uma pro-pagação de chefes de cozinha, vistos com grande fascínio.

Hélio Loureiro recorda que “o boom na profissão deu-se através dos vinhos”. Quando apareceram as primeiras revistas orientadas para estas bebidas, “não ha-via comida a acompanhar”. Terá sido então que o chefe lançou o seu primeiro livro de ‘Cozinha para Vinho do Porto’, com o propósito de mostrar que este tipo de vi-nho pode acompanhar mais que entradas e sobremesas. “Esta ideia de ter um pra-to relacionado com os vinhos foi o que fez com que muitos chefes tivessem apare-cido”, lembra.

Para o maior encanto pela profissão, em muito também contribuiu “toda a mediatização”, com origem nas escolas francesas e es-panholas, que permite aos cozinheiros serem conhecidos e re-

conhecidos. “A partir do momento em que a pessoa olha para um chefe de cozinha e vê que tem uma responsabilidade social,

ecológica, moral e de defesa dos valores e tradições portu-guesas, começa a respeitá-lo”, destaca.

Com o respeito e a atenção mediática que a profissão ganhou nos últimos anos, “há um

excesso de vontade em aparecer em tudo o que é revista, jornais e televisões, esquecen-do o que é essencial”. É assim que surgem os pratos e receitas que ocupam três linhas no menu. Se por vezes a ideia é “informar a pessoa sobre tudo o que irá comer”, por

outras “cai-se no exagero” de colocar “uma parte de poesia” no prato, “valorizando-se o

que não tem valor”.

Pior que isso, acrescenta Hélio Loureiro, “são os grandes nomes com pouca co-mida no prato” e que resultam de uma comunicação excessiva da cozinha com arte e sem técnica. “Há por vezes pratos fantásticos a nível visual e artístico, mas falta-lhes a técnica, o sabor e o aroma”, lamenta.

Apesar de condenar os excessos, (especialmente o de comida não reaprovei-tada), Hélio Loureiro considera necessárias as estrelas Michelin, que fazem parte de um guia de referência de restaurantes e hotéis em todo o mundo. “São mediáti-cas”, justifica, acrescentando que aquelas distinções “dão a conhecer chefes e con-tribuem para o conhecimento de algumas cidades e restaurantes”.

Ainda assim, esse não é um dos objetivos do chefe Hélio. Para o também res-ponsável pelo restaurante ‘Le Coin’, no Porto, correr toda uma vida “só para ser homenageado e ter uma estrela é muito pouco”. O chefe prefere dedicar-se à sua leitura e escrita. Hélio Loureiro prefere não se preocupar com o amanhã para que possa desfrutar da alegria da surpresa, como os convites que recebeu de D. Duarte de Bragança ou quando foi agraciado pelo ex-Presidente da República, Jorge Sam-paio, com o grau de oficial da Ordem de Mérito. “A alegria desses momentos é fan-tástica porque não se está à espera”.

‘Boom’ da profissão surgiu através dos vinhos

Durante seis anos cantou ópera na igreja da Lapa, no Porto, ficando-lhe desde então

entranhado “um gosto pelo clássico”.

Hélio Loureiro ainda continua a frequentar regularmente as igrejas da cidade (e a ir à

missa) para “estar em comunhão com a comunidade cristã e pedir a Deus por todos”.

O chefe tenta sempre “descodificar” as receitas que coloca nos seus livros de culinária para que “quem esteja em casa as consiga fazer”.

Além de ser professor na Escola de Hotelaria e Turismo de Seia, Hélio Loureiro tem um programa de culinária na televisão (RTPN).

A MCoutinho Douro assumiu, desde o início de fe-vereiro, a representação da marca Mitsubishi Motors na região do Tâmega e Vale do Sousa. Considerando que o Grupo MCoutinho já era representante da Mit-subishi nos Distritos de Vila Real e Bragança, este novo “Marco” MCoutinho acaba por materializar o re-forço da parceria com a “Marca dos 3 diamantes”.

A Mitsubishi Motors amplia assim o portefólio de marcas representadas pela MCoutinho Douro, onde se incluem também Alfa-Romeo, Fiat, Fiat Professional, Lancia e Peugeot, elevando para um número total de 10 as marcas representadas pelo Grupo nesta região.

O novo negócio da MCoutinho Douro opera atra-vés de uma instalação integrada de Vendas e Serviço localizada em Marco de Canaveses.

A Administradora da MCoutinho Douro, Margari-da Coutinho, refere «que esta Plataforma MCoutinho acaba por representar a empresa “Mãe” de todo o uni-verso de retalho MCoutinho, pelo que é um enorme de-safio promover a adequada implantação das cores Mit-subishi neste território tradicional.».

Segundo António Coutinho, Presidente da MCou-tinho Automotive SGPS, «apesar do contexto económi-co ser altamente desfavorável e de os constrangimen-tos ao nosso negócio teimarem em persistir, o Grupo tem de prosseguir com o desenvolvimento ambicioso do negócio. Estamos profundamente satisfeitos com o reforço da parceria com a Mistubishi Motors Portu-gal, uma vez que em termos de rede de distribição da Marca este representa um claro reforço ao território contratual de Vila Real e Bragança, onde opera a outra plataforma do Grupo representante da Mitsubishi – a MCoutinho nordeste.»

António Coutinho refere ainda o facto «da Mit-subishi Motors ser uma Marca pioneira no desenvol-vimento da tecnologia automóvel, nomeadamente no

que se refere a viaturas elétricas, anunciando já para este ano o lançamento do “1º carro elétrico de produ-ção em série” – o denominado iMIEV – “100% elétrico, 0% emissões” – este facto sublinha a visão de futuro da Marca e reforça a nossa própria motivação».

O Grupo MCoutinho atinge mais um objetivo de dinamização e crescimento sustentado do seu negócio, numa política que visa a satisfação dos seus Clientes.

Representa atualmente 16 marcas de automóveis, operando nos Distritos de Bragança, Vila Real, Braga, Porto, Aveiro, Coimbra e Lisboa, num total de 59 Pon-tos de Venda e 30 unidades Após-Venda.

[Informação MCoutinho Douro]

MCoutinho Douro assume a representação da Mitsubishi na região do Tâmega e Sousa

OMD de novo distinguida como a Agência mais criativa do Mundo

A OMD, uma das líderes mundiais do sector das agências de meios foi distinguida como a agência mais criativa do mundo, pelo quinto ano consecutivo, pelo Gunn Report for Media, o mais prestigiado ranking anu-al das agências de publicidade e de media mais premia-das em todo o mundo, elaborado pela Gunn Company.

As agências portuguesas da OMD em Portugal - Tempo OMD e Espaço OMD – bem como a OMG Digital contribuíram para este sucesso com os galardões que ar-recadaram em 2009.

No 11º Festival do Clube de Criativos de Portugal 2009, a Tempo OMD confirmou, pelo segundo ano con-secutivo, o título de Agência de Meios do Ano: arreca-dou o Ouro na “Melhor Utilização Rádio”; o título Prata foi para a “ Melhor Utilização Cinema” e para a “Melhor Utilização New Media”, em conjunto com a OMG Digi-tal; e venceu o Bronze na “Melhor Utilização Impren-sa” e “Melhor Utilização Cinema”. Nos Prémios SPOT, a Tempo OMD ganhou o Prémio Excelência, o Prémio Criatividade e o Prémio Rádio.

Luís Mergulhão, CEO do Omnicom Media Group em Portugal, irá integrar, este ano, o corpo de jurados da quarta edição do Festival of Media Awards 2010, tor-nando-se assim o primeiro português a ser jurado naque-le evento.

Segundo Luís Mergulhão “a atribuição de novo à OMD, desta distinção, ganha maior relevo num ano de profunda crise no mercado publicitário a nível mundial, onde o trabalho de parceria com as marcas e os meios se tornou fundamental na construção de soluções inovado-ras para a comunicação das marcas, principalmente num quadro de redução de investimentos publicitários.”

Hipermercados Continentepromovem Feira do Bebé

Os Hipermercados Continente promovem até 8 de março, a Feira do Bebé, oferecendo aos seus clientes a melhor seleção de produtos aos melhores preços.

A Feira do Bebé regressa com um renovado leque de sugestões, capazes de satisfazer os desejos e necessi-dades dos papás mais exigentes. Entre o variado leque de Produtos de Marca Própria Continente destacam-se os recentes lançamentos da Gama de Produtos de Higie-ne de Bebé (champô, gel de banho, óleo corporal e cre-me protetor de assaduras) e do Leite de transição Conti-nente Bebé, que poderão ser encontrados, nesta Feira, a preços fantásticos.

repórterdomarão18 24 fev a 09 mar’10

I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I empresas & negócios

Reporter do Marão, N.1232 - 24/02/10

CÂMARA MUNICIPAL DE AMARANTEDepartamento de Urbanismo

AVISONos termos do n.º 2 do artigo 78.º do Decreto-Lei n.º

555/99, de 16/12, TORNA-SE PÚBLICO que a Câmara Mu-nicipal de Amarante, emitiu em 29/10/2009, o alvará de lote-amento n.º 5/2009 em nome e a requerimento de José Tei-xeira, NIF 167 810 936, que titula a aprovação da operação de loteamento do prédio sito no lugar de Cepelos, freguesia de Cepelos, descrito na Conservatória do Registo Predial na ficha 00734/990528 e inscrito na matriz sob o artigo 205.

Operação de loteamento, com as seguintes característi-cas:

Área total a lotear: 2165 m2;Número de lotes:2Número de pisos: 2Número total de fogos:2Prazo para a conclusão das obras de urbanização: 12

mesesAmarante e Departamento de Urbanismo, 05 de Janei-

ro de 2010O Presidente da Câmara,

Dr. Armindo José da Cunha Abreu

Levar o Douro e o património de Trás-os-Montes e Alto Douro além fronteiras é o propósito de um pro-jeto apresentado que junta rotas turísticas do vinho e do azeite numa estratégia comum de promoção.

Na região transmontana e duriense têm surgido várias rotas turísticas em torno dos mais conhecidos produtos, nomeadamente o vinho e o azeite, que decidiram agora unir sinergias com o objetivo da interna-cionalização.

O projeto conjunto de posicionamento, promoção e internacionalização das rotas do Douro foi apresenta-do em Freixo de Espada à Cinta, o município raiano que é também parceiro na nova estratégia.

A iniciativa arranca com as rotas do azeite, do vinho do Porto e das vinhas de Cister, num total de 28 con-celhos e 170 aderentes, entre instituições e outros parceiros.

Segundo explicou à Lusa Jorge Morais, da Rota do Azeite de Trás-os-Montes, os promotores deste pro-jeto entendem que depois da promoção individual feita no território nacional chegou a altura de avançar para uma estratégia de cooperação.

“O objetivo é a internacionalização das rotas do Douro, levar o Douro e o património de Trás-os-Montes e Alto Douro além fronteiras”, disse.

O projeto com o lema “O Douro, as Rotas e Mundo” conta com o apoio institucional da Estrutura de Mis-são do Douro e recebeu um apoio financeiro de 70 por cento do Quadro de Referência Estratégica Nacional (QREN) para os 400 mil euros de investimento necessário.

Rotas do azeite e do vinho do Douroaliam-se para conquistar mercados

negocios & empresas I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I repórterdomarão1926 Jan a 09 Fev’10

repórterdomarão18 26 Jan a 09 Fev’10

I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I Inordeste

Obra adjudicadapela

UTADUNIVERSIDADE DETRÁS-OS-MONTESE ALTO DOUROVILA REAL

Edifícios das Ciências VeterináriasBlocos de Laboratório – Bloco I

repórterdomarão20 24 fev a 09 mar’10

I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I opinião

O País está a viver momentos conturbados. Te-mos problemas a nível interno, e aqui, neste, caso o da acentuada crise económica e social a

que se junta um problema de credibilidade dos políticos e das políticas. Temos problemas a nível externo, sendo que o mais relevante se prende com a perda de confian-ça perante as instituições que acompanham o desempe-nho de cada país a nível da sustentabilidade financeira.

É do domínio público que o caminho que Portugal tem seguido nos últimos quinze anos foi de divergên-cia com a Europa do Euro. Sabe-se que Portugal apre-senta vários problemas estruturais, desde logo a falta de competitividade, mas as políticas dos últimos anos não foram no sentido de os resolver. Estamos cada vez mais distantes do ritmo de desenvolvimento desta Eu-ropa. Nunca após 1995, ano da ascensão do Engenheiro Guterres ao poder, crescemos mais do que os congéne-res europeus. Nestes quinze anos, quase doze foram de governação socialista. Estamos em situação delicada. Há uma obsessão relativamente ao controlo orçamen-tal sempre que estamos em derrapagem relativamente aos limites do défice. É uma preocupação legítima, di-ria até, é uma preocupação essencial, mas não pode ser única. O Estado estruturou a sociedade como algo que depende grandemente dele mesmo. E em contexto de crise acentua-se a dependência, desde logo porque o au-mento de desemprego gera mais encargos para o Es-

tado. Aqui está o principal problema, dado que quando surgem os tempos de “vacas magras” são imediata-mente aqueles que dependem do Estado os primeiros a sofrer, pois olha-se para o orçamento e percebe-se que não há receitas para tudo. É con-sensual que face ao estado de coi-sas poucas alterna-tivas restam, mas há, como em tudo na vida, um tem-po para decisões de futuro, há um cur-to prazo e um mé-dio e longo prazo. Neste sentido, é ne-cessário que o PSD tenha a liderá-lo quem tenha uma vi-são sobre como retirar Portugal da situação de cons-trangimento existente, e naturalmente terá que ser à custa de enormes sacrifícios, mas mais do que isto, al-guém que traga ideias concretas sobre como alavancar uma nova esperança para Portugal. Uma nova esperan-ça que tem que ser realista sobre as dificuldades que se avizinham.

O grande desafio é como vamos sustentar no futu-

ro a enorme dependência que a sociedade tem relativa-mente ao Orçamento de Estado? A resposta tem que ser, Portugal vai ter que gerar mais riqueza para que possamos ter níveis de desenvolvimento ao nível dos ou-tros países europeus. Portugal tem que redefinir me-lhor quais as funções que o Estado deve desempenhar e quais as que devem ficar a cargo dos privados. Portugal tem que promover a solidariedade e o equilíbrio social contanto com o apoio de todas as instituições que inter-vêm nesta área. Portugal e os portugueses têm que ter esperança num futuro melhor, mas com a consciência de que todos temos que estar mobilizados, com a consciên-cia de que a vida nunca foi fácil e nunca será, mas que será melhor se houver quem conduza com segurança o futuro de Portugal. Por todas estas razões, entendo que o PSD não pode deixar de assumir o papel de alternati-va credível, e por isso, escolher um líder que tenha ideias claras sobre o que atrás expandi. Defendo que é a hora de Pedro Passos Coelho porque tem um projeto para Portugal. Teve a consciência de que precisava preparar-se e fê-lo. Disponibilizou-se para liderar o PSD ao abrigo de um projeto que transpôs para o livro “Mudar”. Co-nheço-o há muitos anos e sei da sua determinação. Pre-cisamos de alguém com convicção e sentido da respon-sabilidade do que é ter que estar preparado para, talvez mais cedo do que tarde, governar Portugal. Sei que o move uma enorme vontade de trabalhar em prol de Por-tugal. Eu acredito em Pedro Passos Coelho.

É a hora de Pedro Passos Coelho

Pedro Oliveira PintoPresidente CM Paçosde Ferreira

Quatro meses depois…

F oi com o objetivo de contribuir para melho-rar o futuro de Amarante e dos amarantinos que aceitei integrar a equipa do PSD candi-

data, em outubro de 2009, à Câmara Municipal de Amarante, liderada por José Luís Gaspar. Defini-mos ideias, reunimos pessoas, selecionamos percur-sos e estratégias para atingir níveis de qualidade capa-zes de recolocar o concelho nos itine-rários turísticos, nas rotas culturais e na lista de luga-res onde os portu-gueses se possam fixar, trabalhar e criar os seus filhos.

Consideramos imperativa a cria-ção de condições para que os nossos jovens se possam fixar em Amarante e se sintam impelidos a regres-sar a casa depois de concluídos os estudos, que tam-bém têm de realizar fora.

Muitos dos eleitores manifestaram o seu apoio às nossas propostas para o futuro de Amarante mas os resultados não foram suficientes para nos permi-

tir gerir o destino do concelho nos próximos quatro anos.

Ciente do compromisso assumido para com os eleitores que em nós depositaram as suas aspira-ções, de melhoria de qualidade de vida e de valori-zação do seu património natural e construído, en-carei o mandato de vereadora da oposição numa perspetiva responsável, de labor construtivo, tal-vez mesmo, colaborativo com os vereadores da maioria. Mas, lamentavelmente, essa ideia ficou seriamente comprometida na primeira reunião em que o Presidente da autarquia disse, a propósito logo da primeira decisão sujeita a votação, “nós te-mos a maioria, nós decidimos” e a postura foi-se consolidando sucessiva e compulsivamente, obsta-culizando toda e qualquer proposta, e/ou sugestão, emanada da oposição.

Mas, a nossa postura vai manter-se porque o compromisso assumido para com os amarantinos a tal nos obriga. E, mais do que a obrigação é a von-tade própria de transformar Amarante num lugar aprazível para quem cá vive e atrativo para quem nos visita. Amarante que é dotada de um património natural privilegiado não o sabe rentabilizar e, antes pelo contrário, destrói-o. As vias de comunicação que têm sido melhoradas na região, aparentemente, poderiam potenciar a vinda de turistas à zona mas na realidade têm servido para as levar para destinos mais longínquos. Amarante não tem sabido atrair e diversificar os visitantes, e tem-se deixado esvaziar

de atrativos turísticos. Não vamos desistir! Estamos convictos de que o

nosso projeto é essencial para a revitalização deste concelho moribundo. Não há inovação, nem agres-sividade, não há vitalidade! Amarante, vai-se dei-xando morrer sentada no banco de jardim a mirar o S.Gonçalo e o rio, também ele agoniante.

Curiosamente, chegamos a ouvir os autarcas que lideram há duas dezenas de anos os destinos do concelho atribuir responsabilidades pela situação atual às políticas anteriores a eles!…

Não desistiremos, acreditamos no nosso proje-to! Aqueles que nos apoiam, podem crer que nos ba-teremos pelas ideias que apresentamos ao eleitora-do.

Quanto aos opositores, vão ter de se empenhar porque esta equipa, alicerçada nas suas convicções, não vai dar tréguas! Vamos apresentar propostas e alternativas. Vamos exigir transparência e rigor, clarificação de critérios, equitatividade nas benes-ses e arrojo nas opções. Vamos exigir sempre mais e mais, porque se trata mais do que o nosso presente, trata-se do futuro dos nossos descendentes. É para eles que queremos uma Amarante sustentável, para tudo e para todos!

Vamos continuar a trabalhar por Amarante e para os amarantinos!

Maria José C. Branco Vereadora PSD - Amarante

repórterdomarãoopinião / diversos

21I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I

24 fev a 09 mar’10

repórterdomarão22 24 fev a 09 mar’10

I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I crónica|diversos

Efigénia e EgídioO tempo, senhor Egídio,

sempre me fez grande confu-são. Não, não estou a referir-me à chuva ou ao vento, ao frio ou ao calor, estou a referir-me aos dias e às noites que se vão suceden-do, inexoravelmente. E nós, dia após dia, semana após semana, mês após mês, ano após ano, va-mos envelhecendo airosamente.

O tempo encarrega-se de tudo corroer, tudo diluir, e, no fim, pouca coisa nos resta. E ain-da bem que assim acontece. Se nos fôssemos lembrar de tudo o que nos aconteceu, dificilmen-te aguentávamos tanta carga e tanta canga.

O tempo tudo transforma, e o que era bonito passou a ser feio, e o que era impossível passou a ser corriqueiro. Todo o mundo é composto de mudança, disse-o o senhor Camões que nos legou um feriado nacional, que bem jeito faz se o dez de junho calha a uma sexta feira.

No meu tempo, digo eu ago-ra. Só há pouco é que descobri que comecei a dizer no meu tem-po depois de ter feito cinquenta anos. Foi nessa altura que des-cobri que já não me interessa-va o barulho nem davam prazer as músicas novas, nem os livros da moda, nem as refeições pan-tagruélicas. Foi nessa altura, se-nhor Egídio, que eu comecei a viver a vida por interpostas pes-soas, comecei a rever-me em certas personagens das teleno-velas que nos matam a fome dos sonhos. Porque eu acho que te-mos direito a sonhar. Ou estarei enganada. A certeza também já é muito incerta, não acha senhor Egídio?

A minha vida, por exem-plo, não prestava para ser pos-ta numa telenovela de sucesso, nem eu a queria ver, que horror.

Quando eu era jovem, eu era muito sonhadora. Mas fiquei por aí, não arrisquei, não me expus. E agora aqui estou bem conser-vada, muito respeitada, é certo, mas infeliz. E ainda hoje dou co-migo a pensar em fazer desva-rios, coisas loucas, como se fosse uma personagem de um roman-ce, como se eu tivesse a idade em que eu os meus olhos devo-ravam romances de amor em edições baratas. Sim, senhor Egídio, ainda hoje penso em lou-curas, que, pensando bem, não o chegam a ser.

Lembra-me daquele bai-le que aconteceu no carnaval

de mil novecentos e cinquen-ta e oito, tinha eu dezoito anos. Compreendo que o senhor Egí-dio não se recorda, é normal, di-zem que é próprio dos cobardes, esquecerem com facilidade os factos que os conspurcam. Mas eu lembro-me dessa terça-feira de Carnaval, dessa noite em que eu e o Egídio, dançámos pratica-mente a noite inteira e a minha mãezinha sorria, coitada, en-levada com o lindo par que nós fazíamos. Houve cochichos das outras mães que ali, a um can-to, junto dos músicos, que toca-vam violino e viola a noite intei-ra, faziam a ronda do respeito com o olhar circunspecto. Nesse tempo era assim, e nós acháva-mos que tudo aquilo fazia parte da norma, que era assim e assim seria enquanto o mundo existis-se. Estávamos enganados, como agora sabemos. Os nossos bailes já não existem. Aliás, bailar é um verbo que já foi recolhido no baú das preciosidades.

E eu estava tão feliz, eu bem lhe queria dizer, mas não abri a boca, porque nesse tempo pare-cia mal. Parecia mal eu dizer-lhe que o amava. Eu não podia dizer isso, nesse tempo eu não conse-guia.

Acabou o baile, acabou a festa e depois terminou o sonho de me casar com o homem garboso que eu amava e que partiu e nunca mais apareceu. E eu fechei-me como a noz.

Agora que estamos aqui os dois ainda valerá a pena emen-dar o erro que me supliciou du-rante meio século? Que me diz, senhor Egídio?

[email protected]

António Mota

O tempo encarrega-se de tudo corroer,

tudo diluir, e, no fim, pouca coisa nos resta. E ainda bem

que assim acontece. Se nos fôssemos

lembrar de tudo o que nos aconteceu,

dificilmente aguentávamos tanta carga e tanta canga.

Robótica e efeitos especiais até 7 de Março no Fantasporto

A 30ª edição Festival Internacional de Cinema do Porto, Fantasporto 2010, que decorre até ao dia 7 de março, nas duas salas do Teatro Rivoli, apresenta-se de novo como “um fórum da cultura, nas vertentes das artes plásticas, fotografia, literatura, banda desenhada, ciência e música”.

Na primeira semana do Fantasporto 2010 destaca-se a vinda ao Porto de David Marti (Óscar Melhor Caraterização em 2007 por “O Labirinto do Fauno”) e Colin Ar-thur (“2001 - Odisseia no Espaço”).

Estes especialistas serão homenageados pelo festival e darão workshops sobre as suas áreas de competências, mostrando os últimos avanços técnicos nos efeitos espe-ciais e na caraterização.

Participam na 30ª edição do Festival Internacional de Cinema do Porto - Fantas-porto 2010, 401 filmes, dos quais 40 nas secções oficiais competitivas (Cinema Fan-tástico, Semana dos Realizadores, Curtas de Cinema Fantástico e Orient Express).

O festival apresenta ainda várias retrospetivas e um conjunto de manifestações paralelas que relacionam a Sétima Arte com as mais diversas valências da cultura, nomeadamente a robótica e os efeitos especiais.

Será dada especial atenção à robótica num projeto comissariado pelo Laborató-rio de Sistemas Autónomos do Instituto Superior de Engenharia do Porto (ISEP) e pela Sociedade Portuguesa de Robótica, que visa apresentar uma nova visão do cru-zamento do Conhecimento e das Artes.

Entretanto, o diretor do Fantasporto, Mário Dorminsky, garantiu que o Festival Internacional de Cinema do Porto vai permanecer no Porto enquanto a cidade o qui-ser.

“Nós não sairemos do Porto enquanto nos quiserem na cidade”, afirmou aos jor-nalistas no Rivoli-Teatro Municipal, na conferência de apresentação do certame, re-cusando-se a elaborar sobre outros cenários, enquanto não houver factos concretos que o justifiquem.

Dorminsky lamentou a diminuição dos apoios ao festival, mas salientou que isso não vai impedir que o Fantasporto volte a ser uma grande festa na sua 30º edição.

artes | nós repórterdomarãoI I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I

2324 fev a 09 mar’10

Cartoons de Santiagu[Pseudónimo de António Santos]

Fundado em 1984

Quinzenário Regional

Registo/Título: ERC 109 918

Depósito Legal: 26663/89

Redação:

Rua Manuel Pereira Soares, 81 - 2º, Sala 23

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Diretor: Jorge Sousa (C.P. 1689),Diretor adjunto: Alexandre Panda (C.P. 8276)

Redação e colaboradores: Alexandre Panda, António Or-lando (C.P. 3057), Jorge Sousa; Alcino Oliveira (C.P. 4286), Paula Costa (C.P. 4670), Liliana Leandro (C.P. 8592), Paula Lima (C.P. 6019), Carlos Alexandre Teixeira (C.P. 2950), He-lena Fidalgo (C.P. 3563), Helena Carvalho, Patrícia Posse, A. Massa Constâncio (C.P. 3919).

Cronistas: A.M. Pires Cabral, António Mota

Cartoon/Caricatura: António Santos (Santiagu)

Colunistas: Alberto Santos, José Luís Carneiro, José Carlos Pereira, Nicolau Ribeiro, Paula Alves, Beja Santos, Alice Cos-ta, Pedro Barros, Antonino de Sousa, José Luís Gaspar, Ar-mindo Abreu, Coutinho Ribeiro, Luís Magalhães, José Pinho Silva, Mário Magalhães, Fernando Beça Moreira, Cristiano Ribeiro, Hernâni Pinto, Carlos Sousa Pinto, Helder Ferreira, Rui Coutinho, João Monteiro Lima.

Colaboração/Outsourcing: Media Marco, Baião Repórter/Marão Online

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Partes sociais superiores a 10% do capital: António Martinho Barbosa Gomes Coutinho, Jorge Manuel Soares de Sousa.

Cap. Social: 80.000 Euros

Impressão: Multiponto - Baltar, Paredes

Tiragem desta edição: 30.000 exemplaresInscrição na APCT - Ass. Portuguesa de Controlo de Tiragem e Circu-lação | Em fase de auditoria

A opinião expressa nos artigos assinados pode não corresponder necessariamente à da Direção deste jornal.

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* Esta edição foi escrita ao abrigo do novo acordo ortográfico *

“Pescador e Lavadeiras”– Finais dos Anos 50