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fios] Índice
Considerações Iniciais ......................................................................................................... 3
E‐formadores: novas tarefas, novas competências ............................................................ 5
Modelos de autor ................................................................................................................ 6
Salmon ........................................................................................................................ 6
Collison ........................................................................................................................ 6
Thomas ........................................................................................................................ 7
Berge ........................................................................................................................... 7
Tarefas de e‐formador ........................................................................................................ 8
Recursos ............................................................................................................................ 10
Actividades pedagógicas em ambiente e‐learning ........................................................... 11
Comunicação em ambiente e‐learning ............................................................................. 12
Comunicação síncrona .............................................................................................. 12
Chat ................................................................................................................ 12
Comunicação assíncrona .......................................................................................... 14
Correio electrónico ........................................................................................ 14
Fóruns de discussão ....................................................................................... 15
E‐formador: proposta de modelo/perfil de competências .............................................. 16
Considerações finais ......................................................................................................... 19
Bibliografia ........................................................................................................................ 21
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eformador ser formador on‐line: novos desafios
Considerações Iniciais
A utilização de tecnologias no processo ensino/aprendizagem é uma realidade que pode ser reconhecida enquanto tal desde a invenção da imprensa e a sua utilização na prática educativa através da distribuição em massa de informação na forma de livros, jornais, etc. (Lima & Capitão, 2003), sendo que o processo de ensino sempre absorveu instrumentos, que não sendo direccionados para a educação ganharam funções educativas. É neste sentido que julgamos fundamental não sobrevalorizar a utilização do computador ou da internet, antes, ponderar sobre os seus melhores contributos para a construção de uma aprendizagem, neste caso à distância, por si só, também já experimentada há largas décadas, mas que vê agora os seus canais/veículos de “transporte” de informação profundamente optimizados.
Obviamente que um e‐formador deve ter competências ao nível da utilização da tecnologia em causa, mas já Perrenoud (2000) previa que esta fosse uma condição essencial para ensinar e aprender.
Muito já se escreveu sobre e‐learning, b‐learning e tantas outras modalidades de ensino à distância, que incluem a utilização de tecnologias de informação e comunicação, na nossa opinião cada vez menos novas, mas que trouxeram às metodologias de ensino/aprendizagem a necessidade imperativa de reflexão sobre os ajustes necessários ao nível de paradigmas, perfis e competências de aluno, de professor, só para nomear os mais óbvios.
O grau de autonomia do aluno cresceu, mas com ele cresceu também a necessidade de uma gestão rigorosa da sua aprendizagem que se desenvolve em comum com uma comunidade colaborativa baseada num paradigma construtivista.
Nesta comunidade, a virtualidade da presença do e‐formador pode ser uma desvantagem se não for criteriosamente gerida. Contudo, um e‐formador presente e activo torna‐se ainda mais disponível aos alunos que um professor em sala de aula com “hora marcada”, que finda a sua intervenção, é um elemento distante e ausente. O e‐
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fios] formador de um curso é, portanto, elemento essencial no sucesso ou fracasso das
aprendizagens dos seus alunos.
“Ensinar” online é uma experiência relativamente recente e requer algumas competências pedagógicas específicas na medida em que o professor passa a ter uma função de liderança, de "animação" no sentido mais literal da palavra, de despertar a "alma" do grupo. E nisto é apoiado e acompanhado pelos alunos, que também se animam uns aos outros, procurando o crescimento de todos.
Requer‐se não só o domínio de um conteúdo ou de técnicas didácticas, mas a capacidade de mobilizar os alunos em torno da sua própria aprendizagem, de fomentar o debate, promovendo o pensamento crítico, o sentido de autonomia, o diálogo, a negociação e a colaboração.
A contribuição para o desenvolvimento de interacções e de relações interpessoais produtivas entre os participantes e a criação das condições necessárias para que o saber circule, se multiplique, seja partilhado e (re)construído pelo estudante é também fundamental para este novo modelo de professor à distância.
O perfil desejável de um e‐formador não é assunto novo e por isso optámos por na fase inicial deste trabalho apresentar um conjunto de autores, cujo contributo para estes temas, muito já ajudou quem se viu nestas “andanças”.
Sentimos, porém, a necessidade de acrescentar a estes modelos algumas considerações que julgámos importantes para o tema: tarefas de um e‐formador, recursos, actividades pedagógicas em ambiente de e‐learning e modelos de comunicação (síncrona e assíncrona).
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Eformadores: novas tarefas, novas competências
Diversas versões relativas à definição de e‐formador revelam diferenças que, embora possam não ser significativas, se diferenciam de imediato pelo nome que lhe é atribuído. Se é certo que em sala de aula um professor é um professor (eventualmente pode adquirir o estatuto de formador) numa sala de aula virtual muito lhe podem chamar... No âmbito do e‐learning, termos como professor, tutor, formador, moderador, etc. estão normalmente associados ao prefixo “e” ou “on‐line”, dando origem a designações como e‐professor, e‐tutor, e‐formador ou e‐moderador.
Mais consensuais são as perspectivas relativamente às suas funções gerais, nomeadamente a sua decisiva contribuição para a qualidade e o sucesso do ensino/aprendizagem bem como “a sua intervenção no apoio à aprendizagem em regime de e‐learning que exige destes e‐formadores um amplo leque de competências a diversos níveis” (Rodrigues, 2004).
Consensual parecem ser também as competências gerais de um e‐formador: Promover, estimular, orientar e apoiar serão talvez os seus grandes propósitos e que segundo Mason (1998) estão inerentes a diversas formas de interacção: formando e formador, formando e conteúdos e entre formandos. Outros autores incluem ainda uma quarta forma de interacção: formando e a interface ou plataforma.
A partir deste ponto as ideias divergem ligeiramente. Como tal, e dada a profusidade de estudos sobre o tema, seleccionamos quatro modelos que julgamos poderem ser úteis e que a seguir apresentamos.
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Modelos de autor
Salmon Salmon (2000) propõe um modelo de e‐learning que exige diferentes estádios de intervenção ao e‐formador:
Nível Competências do e‐formando Competências do e‐formador
Acesso e Motivação
Desenvolvimento do acesso/relação com a plataforma e motivação para o tema
Acolhimento e motivação
Socialização Troca de mensagens Familiarização e construção de espírito de grupo (cultural, social e de aprendizagem)
Partilha de Informação
personalização de software e busca/troca de informação
Orientação e apoio ao uso de materiais de aprendizagem
Construção de Conhecimento
Conferências com o grupo Apoio ao processo, diminuindo gradualmente intervenção
Desenvolvimento Construção de conhecimento dentro e fora da plataforma
Apoio ao processo, diminuindo gradualmente intervenção
Collison Segundo Rodrigues (2004) Collison et al (2000) divide o papel do e‐formador em três categorias:
Guia não participante: o e‐formador dirige e conduz múltiplos debates entre estudantes, evitando interacções directas.
Instrutor ou líder de projecto: o e‐formador tem um papel instrutivo, fornecendo feedback, orientando e definindo regras das interacções.
Líder do Processo de Grupo: o e‐formador promove a participação de todos nos debates, guiando‐os e focando‐os em linhas construtivas.
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Também segundo Rodrigues (2004) Hywel Thomas da Training Foundation sistematizou o processo numa menemónica de 4P, as qualidades de um e‐formador:
Positivo: estabelece ligações, gera entusiasmo, mantém o interesse e ajuda nas dificuldades.
Proactivo: faz acontecer, é catalisador e identifica quando é necessário agir e fazer.
Paciente: compreende as necessidades de cada formando e do grupo e tem flexibilidade de ajustar o curso às necessidades.
Persistente: Mantém o foco no essencial, impede os formandos de se afastarem e resolve problemas técnicos ou de outra natureza.
Berge Berge(1995), classifica a participação de e‐formador em quatro categorias:
Pedagógica: o e‐formador é um facilitador educacional, fazendo uso de metodologias que focam debates nos conceitos, principios e competências.
Social: promove um ambiente amigável, facilitador da aprendizagem, incentiva as relações humanas, desenvolvendo coesão e espírito de grupo.
Gestão (Organizativa e Administrativa): define e divulga agenda, calendários, regras e procedimentos de participação, etc.
Técnica: a utilização do software/plataforma deve tornar‐se familiar. O e‐formador deve garantir que o uso da tecnologia não se constitui enquanto factor inibidor da aprendizagem.
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Tarefas de eformador
Sendo que a motivação deve estar sempre no centro das atenções de um e‐formador, ainda antes de um curso on‐line ter o seu início existem condicionantes que deverão ser ponderadas. Segundo Duggleby (2002) devem ser colocadas as seguintes questões:
• O Curso pode ser realizado exclusivamente on‐line ou serão necessárias sessões presenciais?
• O curso será apoiado com materiais distribuídos de outra forma que não a web?
• Os alunos terão de trabalhar apenas individualmente ou trabalharão também em grupo?
• Os alunos poderão trabalhar ao seu próprio ritmo ou terão que cumprir prazos rigorosos?
As respostas a estas questões determinarão a flexibilidade de gestão de tempo e, como tal, a intervenção do e‐formador. Trabalhos de grupo, rigor de prazos, por exemplo, inibem a flexibilidade dos alunos e implica uma maior e mais assídua intervenção do e‐formador. Estes são factores a considerar no processo de planeamento, estruturação e calendarização efectuado pelo e‐formador. Os objectivos da formação devem ser adaptados ao número de participantes; os materiais devem ser preparados com antecedência, ainda antes de a formação iniciar, embora possam ir sendo adicionados novos; a calendarização das actividades a desenvolver deve ser clara, assim como a sua periodicidade (o mais comum é desenvolverem‐se semanalmente), a fim de auxiliar os estudantes na gestão do seu tempo e na frequência necessária para acompanharem o desenvolvimento do curso.
Após planeamento, os esforços do e‐formador dever‐se‐ão dirigir para a sua implementação e orientação.
A este propósito, Duggleby (2002) e Dias (2001) analisaram a intervenção dos e‐formadores durante um curso em e‐learning que resumiram nas seguinte tarefas:
Dias (2001)
• Acolher;
• Encorajar e Motivar;
• Promover a interacção, participação e orientação;
• Fornecer retorno/resposta rápida;
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fios] • Criar e animar grupos;
• Promover a colaboração entre participantes;
• Facilitar as discussões;
• Monitorar o progresso;
• Controlar o ritmo;
• Dar informação e acrescentar conhecimento;
• Definir trabalhos e tarefas;
• Assegurar que os objectivos do curso são cumpridos;
• Avaliar participantes;
• Avaliar curso. Duggleby (2002)
• Acolher os alunos;
• Encorajar e motivar;
• Controlar progressos obtidos;
• Assegurar‐se que os alunos estão a trabalhar ao ritmo certo;
• Fornecer informação, desenvolver, clarificar e explicar;
• Fornecer comentários aos trabalhos dos alunos;
• Certificar‐se que os alunos estão à altura dos padrões requeridos;
• Garantir o sucesso das conferências;
• Tornar‐se elemento facilitador de uma comunidade de aprendizagem;
• Fornecer conselhos de apoio técnico;
• Concluir o curso.
Durante o cumprimento das suas tarefas, bem como a dinamização das actividades, haverá, no nosso entender, algumas considerações que devem ser acauteladas, nomeadamente a precisão na linguagem a usar, com instruções claras e precisas, uma vez que a comunicação é feita pela escrita, bem como entender que esta é uma função que requer tempo e atenção permanente, evitando o “stress” da participação excessiva ou o abandono dos estudantes a si próprios, que pode levar à não participação de muitos estudantes (Lurking). Este é um conceito definido como “ …o comportamento dos estudantes, que embora leiam e acompanhem as discussões (possível de analisar através de mecanismos específicos de software/plataforma que permitem verificar, por exemplo, quem leu o quê, ou quem gravou para o seu computador), não participam nelas. Este fenómeno cria alguns problemas, nomeadamente quanto à avaliação.”( Morgado, 2001 )
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Recursos
Sendo que um curso ministrado on‐line implica uma capacidade de organização e gestão rigorosas, é facilitador o fornecimento aos e‐estudantes de um conjunto de recursos/documentos da responsabilidade do e‐formador.
• Pacote tecnológico em que se inclui o software (ou plataforma) necessário, bem como as respectivas instruções de utilização. Porém, é importante que durante o curso seja sempre disponibilizado apoio técnico (pelo e‐formador ou em formato help‐desk).
• Guia do e‐formando em que sejam claros os pré‐requisitos necessários, orientações para o ensino on‐line, instruções sobre a utilização dos recursos de aprendizagem e gestão do tempo.
• Guião do Curso onde conste a duração/cronologia dos curso, destinatários, objectivos e resultados de aprendizagem, conteúdos, metodologias, avaliação e outros aspectos importantes sobre a estrutura do curso.
• Guião de unidade para cada uma das etapas estipuladas. Neste documento deverão ser disponibilizados e pormenorizados os objectivos da unidade (tema, actividades, prazos), as instruções para o seu cumprimento, os materiais necessários (documentos de leitura ou outros, links de interesse) e avaliação.
• Resumo de unidade constitui‐se enquanto um feedback precioso para os e‐estudantes. Deve incluir os contributos, os pontos fortes e pontos fracos do processo e as conclusões de forma a facilitar o contínuo conhecimento cumulativo.
• Avisos, solicitações e outros pequenos recursos que vão, ao longo do curso, optimizando a capacidade de comunicação entre e‐formador e e‐formando. Na impossibilidade das pequenas compensações do ensino presencial, este é um recurso indispensável.
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Actividades pedagógicas em ambiente elearning
Há já alguns autores que denominam as actividades dinamizadas em regime de e‐learning como e‐tividades (e‐tivities), nomeadamente Salmon (2000). É aconselhavel que o e‐formador garanta a estas actividades uma “progressão lógica através do ciclo de aprendizagem e que ofereçam uma variedade adequada às necessidades de cada pessoa” (Duggleby, 2002). A sua escolha deve estar condicionada à forma do curso, ao tema, à duração e número de participantes.
Referem‐se, a título exemplificativo, as mais comuns:
• Pesquisa na internet, preferencialmente, de início de forma orientada.
• Discussão em fórum/chat subordinada a um determinado tema proposto pelo e‐formador da qual deve ser realizada uma sintese.
• Trabalhos escritos onde se desenvolvem, constroem e demonstram conhecimentos. São, normalmente, semelhantes aos usados em formação presencial.
• Trabalhos práticos nem sempre são fáceis de se aplicar à modalidade de e‐learning, mas podem ser realizáveis caso seja possível documentá‐los por escrito ou em formato áudio ou vídeo.
• Testes e questionários que permitem realizar avaliações diagnósticas, formativas ou mesmo sumativas. Existem diversas aplicações on‐line, algumas gratuitas, que facilitam este tipo de actividade (aconselhamos http://www.surveymonkey.com).
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Comunicação em ambiente elearning
“Todo o acto educativo tem por detrás um acto de comunicação” (Rodrigues, 2004). Dada a ausência física dos intervenientes consideramos importante analisar, ainda que sumariamente, as ferramentas que permitem esta comunicação e cuja dinamização, sobretudo em estádios inicias do curso, é da inteira responsabilidade do e‐formador.
Esta função implica duas vertentes:
• Intelectual, de intervenção, fornecendo informação, mantendo o debate dentro do tema, estimulando a construção de conhecimento, relacionando e resumindo.
• Organizativa e de suporte, registando e controlando intervenções, esclarecendo dúvidas de funcionamento das actividades e apoiando as problemáticas de âmbito técnico.
Comunicação síncrona As formas de comunicação síncrona implicam simultaneidade na interacção. As mais comuns baseiam‐se na utilização de texto (chat), mas podem incluir áudio e vídeo. Deve ser sempre considerado um número limite de participantes de forma a que as intervenções não se sobreponham e se consiga manter uma lógica de debate.
Chat
A moderação de chats nem sempre é fácil pelo que o e‐formador deve precaver alguns cuidados, nomeadamente:
• Planear e preparar cuidadosamente as sessões;
• Definir objectivamente objectivos, formato e tema a abordar;
• Anunciar/agendar sessões antecipadamente;
• Definir e divulgar regras de utilização;
• Limitar duração das sessões;
• Limitar número de participantes;
• Respeitar horários;
• Manter o chat dentro do tópico definido;
• Disponibilizar transcrição das sessões.
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fios] Podemos, ainda, analisar as maiores vantagens do chat:
• Promove a dimensão social, aproximando participantes;
• Permite o contacto directo entre intervenientes do curso, nomeadamente entre formandos e formador, fornecendo feedback imediato;
• Permite o esclarecimento rápido de dúvidas;
• Promove a espontaneidade, por vezes fundamental na sociabilização;
• Simula o ambiente de sala de aula presencial, o que poderá ser familiar aos formandos, conferindo‐lhes confiança.
Porém, como toda a moeda tem duas faces, também se devem considerar as desvantagens do chat:
• Sendo baseados em texto, os chats podem ser penalizadores para utilizadores menos ágeis na escrita com teclado;
• A obrigatoriedade de estar on‐line a uma determinada hora pode dificultar a reunião do grupo;
• Múltiplos assuntos discutidos em simultâneo;
• Perguntas que ficam sem resposta;
• Comentários ou respostas que perdem a pertinência em consequência de intervenções que surgem pelo meio de outros intervenientes.
Muitas são as actividades passíveis de ser desenvolvidas neste formato. Apresentamos algumas sugestões:
• Discussão de textos;
• Apresentação de trabalhos;
• Sessões de brainstorming;
• Sessões com especialistas;
• Sessões de dúvidas e perguntas;
• Horário de atendimento virtual;
• Trabalho em grupo;
• Encerramento de módulos ou cursos.
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fios] Comunicação assíncrona
A maior diferença relativamente à comunicação síncrona reside no tempo. As intervenções são feitas de forma intermitente com diferença temporal. Podem perder espontaneidade, mas ganham em pesquisa e reflexão.
Correio electrónico
É literalmente a função dos serviços postais em formato electrónico, ainda que substancialmente mais rápido e, talvez, mais económico. Usa‐se para uma forma de comunicação em diferido entre duas ou mais pessoas. Neste último caso, quando se trata de comunicação entre um emissor e vários receptores, será facilitador o uso de listas de distribuição.
Analisemos, agora, as maiores vantagens do correio electrónico:
• Ferramenta familiar, com que a maioria dos e‐formandos se sente confortável;
• Rápido e económico;
• Permite a comunicação privada;
• Mensagem entregue de forma automática;
• Evita sobrecarregar os canais comunicativos colectivos com mensagens de interesse individual;
• Confere confiança aos mais “tímidos”, com maior receio de exposição colectiva.
E as desvantagens:
• As mensagens via correio electrónico correm o risco de ficarem diluídas no conjunto das mensagens diárias dos utilizadores;
• Para conferir alguma agilidade ao processo de comunicação, implica o controlo sistemático da caixa de correio.
Apresentamos algumas sugestões de actividades em correio electrónico:
• Distribuição personalizada (ou não?) pelos formandos de mensagem de acolhimento;
• Regularização de questões administrativas inerentes ao curso;
• Distribuição de documentos;
• Divulgação de anúncios e avisos;
• Comunicação individual entre formador e formando;
• Comunicação entre membros de um grupo de trabalho.
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fios] Fóruns de discussão
São, provavelmente, a mais utilizada ferramenta em plataforma de aprendizagem em e‐learning. Tal como o correio electrónico permitem troca de mensagens, por ordem cronológica mas cada espaço de discussão é, normalmente, subordinado a um tema de discussão específico.
É conveniente que o e‐formador pondere algumas questões sobre a utilização de fóruns:
• Planear e preparar cuidadosamente a utilização do fórum;
• Definir objectivamente objectivos, formato e tema a abordar;
• Comunicar linhas de discussão;
• Anunciar/agendar debates antecipadamente;
• Definir e divulgar regras de funcionamento e utilização;
• Acompanhar regularmente as actividades do fórum;
• Manter o funcionamento do fórum;
• Moderar as discussões e actividades.
Analisemos, agora, as maiores vantagens do fórum:
• Permite estruturar, organizar e preservar as intervenções e registo de diálogos;
• Dada a sua continuidade cronológica, permite organizar e estruturar a linha condutora de construção de conhecimento;
• Permite criar diversos temas diferentes em espaços de discussão distintos;
• Rápido e económico.
E as desvantagens:
• Os formandos têm que aceder ao fórum para terem conhecimento das intervenções;
• Os formandos devem sentir‐se confortáveis para enviar mensagens para um espaço público.
Actividades possíveis em fórum de discussão:
• Apresentação dos participantes;
• Esclarecimento de dúvidas e perguntas;
• Brainstorming;
• Discussão orientada;
• Discussão livre;
• Debates;
• Apresentação e Avaliação de Trabalhos.
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Eformador: proposta de modelo/perfil de competências
Feita toda esta compilação de informação, ousamos propor um perfil de competências inerente à função de e‐formador. Fizemo‐lo no final, porque só agora, e após reflexão sobre tudo o que ficou para trás, nos sentimos capazes de o fazer. No fundo, é um sumário sistematizado de todos os modelos e propostas analisadas.
Optamos por dividi‐lo em cinco categorias:
Pedagógicas, o e‐formador deve:
• Aplicar metodologias de ensino/aprendizagem e optimizar o uso de tecnologias em geral, promovendo a utilização de recursos e serviços on‐line;
• Integrar os recursos disponibilizados pelas tecnologias enquanto facilitadores da construção de conhecimentos, assim como de motivação, interesse e dedicação à aprendizagem;
• Animar e liderar o processo de aprendizagem;
• Adoptar estratégias que motivem o formando a envolver‐se na sua própria aprendizagem e lhe permitam desenvolver a sua autonomia e iniciativa;
• Adoptar uma metodologia orientada para análise, reflexão, problematização, interacção, de acordo com as diferentes fases da aprendizagem;
• Mobilização de competências individuais na construção da inteligência colectiva;
• Mobilizar a comunidade de e‐formandos em torno da sua auto aprendizagem, com a sua presença, resposta e esclarecimentos;
• Induzir o trabalho colaborativo, favorecendo um ambiente de aprendizagem colectiva;
• Moderar e gerir debates redigindo conclusões: o Gerir a interacção presencial entre todos os intervenientes; o Definir o tempo das tarefas, flexibilizando a gestão do tempo e dos
prazos, em função do perfil do e‐formandos; o Identificar novas oportunidades e factores de mudança, dando feedback
sobre o trabalho efectuado; o Disponibilizar apoio técnico.
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fios] Gestão, o e‐formador deve:
• Ter espírito de liderança;
• Ter aptidão para estimular e moderar a participação e a discussão;
• Ser objectivo nas indicações, permitindo sugestões e adaptando‐se ao ritmo e perfil do grupo;
• Bom comunicador ‐ gestão do processo comunicacional (síncrona e assíncrona), incluindo e promovendo a participação activa de todos os intervenientes;
• Capacidade de resposta rápida aos e‐formandos;
• Permanência na plataforma ‐ gestão de debates;
• Ser dotado de atributos comunicacionais e éticos específicos: responsabilidade, espírito de crítica construtiva, positividade e pro‐actividade, paciência e persistência, empatia e simpatia.
Sociais, o e‐formador deve:
• Adoptar uma postura não autoritária (flexível) sem perder o rigor e a disciplina; • Partilhar conhecimentos e experiencias;
• Criar oportunidades para uma aprendizagem resultante do esforço de uma comunidade (apoio e retorno de todos os indivíduos durante o percurso formativo);
• Promover o espírito/trabalho em grupo, facilitando a aprendizagem colaborativa;
• Manter‐se acessível e próximo dos e‐formandos;
• Estimular a participação e a discussão;
• Incentivar a partilha, a inter‐ajuda e o trabalho em equipa (aspecto processual e social da aprendizagem);
• Reconhecer a diferença, promovendo a inclusão e participação activa de todos os intervenientes;
• Estar presente com regularidade e atento à plataforma dando resposta às solicitações dos formandos e feedback dos seus trabalhos;
• Promover a participação e o contributo de todos, mas reconhecer a diferença ao permitir que há quem, por personalidade, prefira ser contido nos comentários durante o desenvolvimento dos debates/actividades;
• Mediar a gestão de conflitos, induzindo alterações nos comportamentos;
• Negociar com os e‐formandos, de início, as regras (possíveis) do curso (horários, prazos, etc.).
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fios] Tecnológicas, o e‐formador deve:
• Ter competências na área das tecnologias utilizadas;
• Ter facilidade de utilização de equipamentos, de sistemas operativos e de aplicações informáticas necessárias ao curso;
• Conhecer profundamente o contexto virtual (conteúdos, metodologias, etc.);
• Estar consciente das capacidades pedagógicas das tecnologias utilizadas e potencia‐las enquanto meio (e não fim) da aprendizagem;
• Ajudar o estudante a adquirir estratégias e destrezas adequadas para a formação online;
• Apoiar nas questões técnicas. Operacionais, o e‐formador deve:
• Preparar todos os materiais/recursos/actividades do curso atempadamente; • Informar os estudantes de todos os aspectos administrativos que lhes digam
respeito; • Usar a comunicação privada para tratar alguma questão particular de carácter
delicado; • Proporcionar a apresentação de todos os participantes; • Ser visível (sem ser intrusivo), dando sempre «feedback» aos formandos e
agindo quando necessário; • Ajudar os e‐formandos a sentirem‐se confortáveis com o software/plataforma; • Ser ponderado e realista na quantidade de recursos e tarefas; • Promover contributos objectivos, sucintos e fáceis de ler; • Manter as linhas orientadoras nas discussões e encerrá‐las com intervenções
pertinentes; • Ser informal, sem deixar de ser rigoroso; • Ser firme em relação a intervenientes que não respeitem as regras estabelecidas; • Evitar a todo o custo “desavenças” entre e‐formandos on‐line; • Proporcionar um ambiente calmo e descontraído, propício a um bom trabalho.
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Considerações finais
Como todos os modelos e formas de ensinar e de aprender, também as especificidades do e‐learning implicam alguns cuidados. Julgamos fundamental o desenvolvimento de um modelo pedagógico específico que envolva os alunos, quer ensinando, quer mobilizando, respondendo prontamente a dúvidas colocadas e/ou perguntando, verificando‐se, de facto, uma comunicação efectiva.
Para a própria sociedade de Informação em que vivemos, ainda existem muitas vinculações ao passado, não tão distante como isso, que são motivadoras de problemas pertinentes no ensino online, como:
• A informação, hoje em dia, “envelhece” mais rapidamente;
• A banalização do ensino on‐line sem estruturação coerente;
• A tecnologia pode funcionar como princípio que define a aprendizagem, quando devia ser o contrário;
• Dar‐se mais valor ao material e à técnica do que ao conteúdo;
• Os Professores estarem “Formatados” para se concentrarem no domínio de um conteúdo ou de técnicas didáticas;
• Confusão com outras formas de “Educação à Distância” (EaD) ou com a sala de aula;
• Falta de identificação clara dos objectivos da utilização de novas tecnologias.
Esta prontidão exige uma disponibilidade generosa e um envolvimento profundo com o processo. Por sua vez, este processo implica uma, quase óbvia, mudança de práticas, de métodos e de estratégias. Mais do que uma grande familiaridade com a tecnologia, ensinar online requer competências que envolvam os estudantes no desenvolvimento dos seus próprios processos de aprendizagem e auto‐formação.
Por se tratar de um processo de auto‐formação as actividades a serem desenvolvidas, devem respeitar o ritmo da comunidade virtual, para não provocar ansiedade ou desmotivação, podendo mesmo levar ao abandono da formação.
Finalmente, exige‐se a um e‐formador coragem. Ele ensina numa sala de aula pública, aberta a todos os visitantes. Não há porta fechada, os improvisos são difíceis e os julgamentos fáceis. Nem todos poderão ter confiança suficiente nos seus métodos de forma a torná‐los acessíveis à grande world wide Web. Esta condição torna o e‐learning
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fios] uma modalidade de formação não tão barata, nem tão lucrativa como se pensa, pois é
necessário que se invista muito mais em Recursos Humanos.
“Of all the distance factors inherent in the classroom (social, cultural psychic and physical), only the factor of physical distance between teacher and learner is irrelevant
to learning
(Wedemeyer, 1981)
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Bibliografia
Berge, Z. (1995). Facilitating computer conferencing: recommendations from the fild. Educational Technology , 35 (1) 22‐30.
Collison, G., Elabaum, G., Haavind, S., & Tinher, R. (2000). Facilitating on‐line learning ‐ effective strategies for moderators. Madison: Atwood Publish.
Dias, A. (2001). The role of the trainer in online courses. Actas da II Conferência Internacional de Tecnologias de Informação e Comunicação na Educação: desafios 2001. Braga: Centro de Competência Nônio Século XXI, Universidade do Minho.
Duggleby, J. (2002). Como ser um tutor on‐line. Lisboa: Monitor.
Lima, J., & Capitão, Z. (2003). E‐lerning e E‐conteúdos. Aplicações das teorias tradicionais e modernas de ensino e aprendizagem à organização e estruturação de e‐cursos. Lisboa: Centro Atlântico.
Mason, R. (1998). Using Communications media in open and flexible learning. London: Kogan Page.
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