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e-formador ser formador on-line: novos desafios Maria João Raimundo Outubro 2008

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fios] Índice 

 

Considerações Iniciais ......................................................................................................... 3 

E‐formadores: novas tarefas, novas competências ............................................................ 5 

Modelos de autor ................................................................................................................ 6 

Salmon ........................................................................................................................ 6 

Collison ........................................................................................................................ 6 

Thomas ........................................................................................................................ 7 

Berge ........................................................................................................................... 7 

Tarefas de e‐formador ........................................................................................................ 8 

Recursos ............................................................................................................................ 10 

Actividades pedagógicas em ambiente e‐learning ........................................................... 11 

Comunicação em ambiente e‐learning ............................................................................. 12 

Comunicação síncrona .............................................................................................. 12 

Chat ................................................................................................................ 12 

Comunicação assíncrona .......................................................................................... 14 

Correio electrónico ........................................................................................ 14 

Fóruns de discussão ....................................................................................... 15 

E‐formador: proposta de modelo/perfil de competências .............................................. 16 

Considerações finais ......................................................................................................... 19 

Bibliografia ........................................................................................................................ 21 

 

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e­formador  ser formador on‐line: novos desafios 

 

Considerações Iniciais  

A utilização de tecnologias no processo ensino/aprendizagem é uma realidade que pode ser reconhecida enquanto tal desde a invenção da imprensa e a sua utilização na prática educativa através da distribuição em massa de  informação na  forma de  livros,  jornais, etc.  (Lima  &  Capitão,  2003),  sendo  que  o  processo  de  ensino  sempre  absorveu instrumentos,  que  não  sendo  direccionados  para  a  educação  ganharam  funções educativas. É neste sentido que julgamos fundamental não sobrevalorizar a utilização do computador ou da internet, antes, ponderar sobre os seus melhores contributos para a construção  de  uma  aprendizagem,  neste  caso  à  distância,  por  si  só,  também  já experimentada  há  largas  décadas,  mas  que  vê  agora  os  seus  canais/veículos  de “transporte” de informação profundamente optimizados. 

Obviamente  que  um  e‐formador  deve  ter  competências  ao  nível  da  utilização  da tecnologia  em  causa, mas  já  Perrenoud  (2000)  previa  que  esta  fosse  uma  condição essencial para ensinar e  aprender. 

Muito já se escreveu sobre e‐learning, b‐learning e tantas outras modalidades de ensino à distância, que  incluem a utilização de  tecnologias de  informação e comunicação, na nossa  opinião  cada  vez  menos  novas,  mas  que  trouxeram  às  metodologias  de ensino/aprendizagem a necessidade imperativa de reflexão sobre os ajustes necessários ao nível de paradigmas, perfis e competências de aluno, de professor, só para nomear os mais óbvios.  

O grau de autonomia do aluno cresceu, mas com ele cresceu também a necessidade de uma  gestão  rigorosa  da  sua  aprendizagem  que  se  desenvolve  em  comum  com  uma comunidade colaborativa baseada num paradigma construtivista. 

Nesta  comunidade,  a  virtualidade  da  presença  do  e‐formador  pode  ser  uma desvantagem  se  não  for  criteriosamente  gerida. Contudo,  um  e‐formador presente  e activo torna‐se ainda mais disponível aos alunos que um professor em sala de aula com “hora marcada”, que finda a sua  intervenção, é um elemento distante e ausente. O e‐

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fios] formador  de  um  curso  é,  portanto,  elemento  essencial  no  sucesso  ou  fracasso  das 

aprendizagens dos seus alunos. 

“Ensinar”  online  é  uma  experiência  relativamente  recente  e  requer  algumas competências pedagógicas específicas na medida em que o professor passa a ter uma função de  liderança, de "animação" no sentido mais  literal da palavra, de despertar a "alma"  do  grupo.  E  nisto  é  apoiado  e  acompanhado  pelos  alunos,  que  também  se animam uns aos outros, procurando o crescimento de todos.  

Requer‐se  não  só  o  domínio  de  um  conteúdo  ou  de  técnicas  didácticas,  mas  a capacidade de mobilizar os alunos em torno da sua própria aprendizagem, de fomentar o  debate,  promovendo  o  pensamento  crítico,  o  sentido  de  autonomia,  o  diálogo,  a negociação e a colaboração.  

A  contribuição  para  o  desenvolvimento  de  interacções  e  de  relações  interpessoais produtivas entre os participantes e a criação das condições necessárias para que o saber circule,  se  multiplique,  seja  partilhado  e  (re)construído  pelo  estudante  é  também fundamental para este novo modelo de professor à distância. 

O perfil desejável de um e‐formador não é assunto novo e por isso optámos por na fase inicial  deste  trabalho  apresentar  um  conjunto  de  autores,  cujo  contributo  para estes temas, muito já ajudou quem se viu nestas “andanças”.  

Sentimos, porém, a necessidade de acrescentar a estes modelos algumas considerações que julgámos importantes para o tema: tarefas de um e‐formador, recursos, actividades pedagógicas  em  ambiente  de  e‐learning  e  modelos  de  comunicação  (síncrona  e assíncrona). 

 

 

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E­formadores: novas tarefas, novas competências  

Diversas  versões  relativas à definição de e‐formador  revelam diferenças que, embora possam  não  ser  significativas,  se  diferenciam  de  imediato  pelo  nome  que  lhe  é atribuído. Se é certo que em sala de aula um professor é um professor (eventualmente pode  adquirir  o  estatuto  de  formador)  numa  sala  de  aula  virtual muito  lhe  podem chamar...  No  âmbito  do  e‐learning,  termos  como  professor,  tutor,  formador, moderador,  etc.  estão  normalmente  associados  ao  prefixo  “e”  ou  “on‐line”,  dando origem a designações como e‐professor, e‐tutor, e‐formador ou e‐moderador. 

Mais  consensuais  são  as  perspectivas  relativamente  às  suas  funções  gerais, nomeadamente  a  sua  decisiva  contribuição  para  a  qualidade  e  o  sucesso  do ensino/aprendizagem  bem  como  “a  sua  intervenção  no  apoio  à  aprendizagem  em regime de e‐learning que exige destes e‐formadores um amplo leque de competências a diversos níveis”  (Rodrigues, 2004). 

Consensual parecem ser também as competências gerais de um e‐formador: Promover, estimular,  orientar  e  apoiar  serão  talvez  os  seus  grandes  propósitos  e  que  segundo Mason  (1998) estão  inerentes a diversas  formas de  interacção:  formando e  formador, formando  e  conteúdos e  entre  formandos. Outros  autores  incluem  ainda uma quarta forma de interacção: formando e a interface ou plataforma. 

A partir deste ponto as ideias divergem ligeiramente. Como tal,  e dada a profusidade de estudos sobre o tema, seleccionamos quatro modelos que julgamos poderem ser úteis e que a seguir apresentamos. 

 

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Modelos de autor  

Salmon  Salmon  (2000)  propõe  um  modelo  de  e‐learning  que  exige  diferentes  estádios  de intervenção ao e‐formador: 

Nível  Competências do e‐formando Competências do e‐formador 

Acesso e Motivação 

Desenvolvimento do acesso/relação com a plataforma e motivação para o tema 

Acolhimento e motivação 

Socialização  Troca de mensagens Familiarização e construção de espírito de grupo (cultural, social e de aprendizagem) 

Partilha de Informação 

personalização de software e busca/troca de informação 

Orientação e apoio ao uso de materiais de aprendizagem 

Construção de Conhecimento 

Conferências com o grupo Apoio ao processo, diminuindo gradualmente intervenção 

Desenvolvimento Construção de conhecimento dentro e fora da plataforma 

Apoio ao processo, diminuindo gradualmente intervenção 

 

Collison Segundo Rodrigues  (2004) Collison et al  (2000) divide o papel do e‐formador em  três categorias: 

Guia não participante: o e‐formador dirige e conduz múltiplos debates entre estudantes, evitando interacções directas. 

Instrutor  ou  líder  de  projecto:  o  e‐formador  tem  um  papel  instrutivo,  fornecendo feedback, orientando e definindo regras das interacções. 

Líder  do  Processo  de  Grupo:  o  e‐formador  promove  a  participação  de  todos  nos debates, guiando‐os e focando‐os em linhas construtivas. 

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fios] Thomas 

Também segundo Rodrigues (2004) Hywel Thomas da Training Foundation sistematizou o processo numa menemónica de 4P, as qualidades de um e‐formador: 

Positivo:  estabelece  ligações,  gera  entusiasmo,  mantém  o  interesse  e  ajuda  nas dificuldades. 

Proactivo: faz acontecer, é catalisador e identifica quando é necessário agir e fazer. 

Paciente: compreende as necessidades de cada formando e do grupo e tem flexibilidade de ajustar o curso às necessidades. 

Persistente: Mantém  o  foco  no  essencial,  impede  os  formandos  de  se  afastarem  e resolve problemas técnicos ou de outra natureza. 

 

Berge  Berge(1995), classifica a participação de e‐formador em quatro categorias: 

Pedagógica: o e‐formador é um  facilitador educacional,  fazendo uso de metodologias que focam debates nos conceitos, principios e competências.  

Social:  promove  um  ambiente  amigável,  facilitador  da  aprendizagem,  incentiva  as relações humanas, desenvolvendo coesão e espírito de grupo. 

Gestão  (Organizativa e Administrativa): define e divulga agenda,  calendários,  regras e procedimentos de participação, etc. 

Técnica:  a  utilização  do  software/plataforma    deve  tornar‐se  familiar.  O  e‐formador deve  garantir  que  o  uso  da  tecnologia  não  se  constitui  enquanto  factor  inibidor  da aprendizagem. 

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Tarefas de e­formador  

Sendo que a motivação deve estar sempre no centro das atenções de um e‐formador, ainda antes de um curso on‐line ter o seu início existem condicionantes que deverão ser ponderadas. Segundo Duggleby (2002) devem ser colocadas as seguintes questões: 

• O Curso pode ser realizado exclusivamente on‐line ou serão necessárias sessões presenciais? 

• O curso será apoiado com materiais distribuídos de outra forma que não a web? 

• Os alunos terão de trabalhar apenas individualmente ou trabalharão também em grupo? 

• Os alunos poderão trabalhar ao seu próprio ritmo ou terão que cumprir prazos rigorosos?  

As respostas a estas questões determinarão a flexibilidade de gestão de tempo e, como tal,  a  intervenção  do  e‐formador.  Trabalhos  de  grupo,  rigor  de  prazos,  por  exemplo, inibem a flexibilidade dos alunos e implica uma maior e mais assídua intervenção do e‐formador. Estes são factores a considerar no processo de planeamento, estruturação e calendarização  efectuado  pelo  e‐formador.  Os  objectivos  da  formação  devem  ser adaptados  ao  número  de  participantes;  os  materiais  devem  ser  preparados  com antecedência, ainda antes de a  formação  iniciar, embora possam  ir sendo adicionados novos; a calendarização das actividades a desenvolver deve ser clara, assim como a sua periodicidade (o mais comum é desenvolverem‐se semanalmente), a fim de auxiliar os estudantes na gestão do seu tempo e na frequência necessária para acompanharem o desenvolvimento do curso. 

Após  planeamento,  os  esforços  do  e‐formador  dever‐se‐ão  dirigir  para  a  sua implementação e orientação. 

A  este  propósito,  Duggleby  (2002)  e    Dias  (2001)  analisaram  a  intervenção  dos  e‐formadores durante um curso em e‐learning que resumiram nas seguinte tarefas: 

Dias (2001) 

• Acolher; 

• Encorajar e Motivar; 

• Promover a interacção, participação e orientação; 

• Fornecer retorno/resposta rápida; 

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fios] • Criar e animar grupos; 

• Promover a colaboração entre participantes; 

• Facilitar as discussões; 

• Monitorar o progresso; 

• Controlar o ritmo; 

• Dar informação e acrescentar conhecimento; 

• Definir trabalhos e tarefas; 

• Assegurar que os objectivos do curso são cumpridos; 

• Avaliar participantes; 

• Avaliar curso.  Duggleby (2002) 

• Acolher os alunos; 

• Encorajar e motivar; 

• Controlar progressos obtidos; 

• Assegurar‐se que os alunos estão a trabalhar ao ritmo certo; 

• Fornecer informação, desenvolver, clarificar e explicar; 

• Fornecer comentários aos trabalhos dos alunos; 

• Certificar‐se que os alunos estão à altura dos padrões requeridos; 

• Garantir o sucesso das conferências; 

• Tornar‐se elemento facilitador de uma comunidade de aprendizagem; 

• Fornecer conselhos de apoio técnico; 

• Concluir o curso. 

Durante  o  cumprimento  das  suas  tarefas,  bem  como  a  dinamização  das  actividades, haverá,  no  nosso  entender,  algumas  considerações  que  devem  ser  acauteladas, nomeadamente a precisão na  linguagem a usar, com  instruções claras e precisas, uma vez que a comunicação é feita pela escrita, bem como entender que esta é uma função que requer tempo e atenção permanente, evitando o “stress” da participação excessiva ou  o  abandono  dos  estudantes  a  si  próprios,  que  pode  levar  à  não  participação  de muitos estudantes  (Lurking). Este é um  conceito definido  como  “ …o  comportamento dos estudantes, que embora  leiam e acompanhem as discussões  (possível de analisar através de mecanismos específicos de software/plataforma que permitem verificar, por exemplo, quem  leu o quê, ou quem  gravou para o  seu  computador), não participam nelas.  Este  fenómeno  cria  alguns  problemas,  nomeadamente  quanto  à  avaliação.”( Morgado, 2001 ) 

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Recursos  

Sendo que um curso ministrado on‐line implica uma capacidade de organização e gestão rigorosas,  é  facilitador  o  fornecimento  aos  e‐estudantes  de  um  conjunto  de recursos/documentos da responsabilidade do e‐formador. 

• Pacote tecnológico em que se inclui o software (ou plataforma) necessário, bem como as respectivas instruções de utilização. Porém, é importante que durante o curso seja sempre disponibilizado apoio técnico (pelo e‐formador ou em formato help‐desk). 

• Guia  do  e‐formando  em  que  sejam  claros  os  pré‐requisitos  necessários, orientações para o ensino on‐line,  instruções sobre a utilização dos recursos de aprendizagem e gestão do tempo. 

• Guião  do  Curso  onde  conste  a  duração/cronologia  dos  curso,  destinatários, objectivos e resultados de aprendizagem, conteúdos, metodologias, avaliação e outros aspectos importantes sobre a estrutura do curso. 

• Guião  de  unidade  para  cada  uma  das  etapas  estipuladas.  Neste  documento deverão ser disponibilizados e pormenorizados os objectivos da unidade (tema, actividades,  prazos),  as  instruções  para  o  seu  cumprimento,  os  materiais necessários (documentos de leitura ou outros, links de interesse) e avaliação. 

• Resumo  de  unidade  constitui‐se  enquanto  um  feedback  precioso  para  os  e‐estudantes.  Deve  incluir  os  contributos,  os  pontos  fortes  e  pontos  fracos  do processo  e  as  conclusões  de  forma  a  facilitar  o  contínuo  conhecimento cumulativo.  

• Avisos,  solicitações  e  outros  pequenos  recursos  que  vão,  ao  longo  do  curso, optimizando a capacidade de comunicação entre e‐formador e e‐formando. Na impossibilidade  das  pequenas  compensações  do  ensino  presencial,  este  é  um recurso indispensável. 

 

 

 

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Actividades pedagógicas em ambiente e­learning  

Há  já  alguns  autores  que  denominam  as  actividades  dinamizadas  em  regime  de  e‐learning  como  e‐tividades  (e‐tivities),  nomeadamente  Salmon  (2000).  É  aconselhavel que o e‐formador garanta a estas actividades uma “progressão lógica através do ciclo de aprendizagem  e  que  ofereçam  uma  variedade  adequada  às  necessidades  de  cada pessoa”  (Duggleby, 2002). A sua escolha deve estar condicionada à forma do curso, ao tema, à duração e número de participantes. 

Referem‐se, a título exemplificativo, as mais comuns: 

• Pesquisa na internet, preferencialmente, de início de forma orientada. 

• Discussão em fórum/chat subordinada a um determinado tema proposto pelo e‐formador da qual deve ser realizada uma sintese. 

• Trabalhos  escritos  onde  se  desenvolvem,  constroem  e  demonstram conhecimentos.  São,  normalmente,  semelhantes  aos  usados  em  formação presencial. 

• Trabalhos  práticos  nem  sempre  são  fáceis  de  se  aplicar  à modalidade  de  e‐learning, mas podem ser realizáveis caso seja possível documentá‐los por escrito ou em formato áudio ou vídeo. 

• Testes  e  questionários  que  permitem  realizar  avaliações  diagnósticas, formativas  ou mesmo  sumativas.  Existem  diversas  aplicações on‐line,  algumas gratuitas,  que  facilitam  este  tipo  de  actividade  (aconselhamos http://www.surveymonkey.com). 

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Comunicação em ambiente e­learning  

“Todo o acto educativo  tem por detrás um acto de comunicação”    (Rodrigues, 2004). Dada a ausência física dos  intervenientes consideramos  importante analisar, ainda que sumariamente,  as  ferramentas  que  permitem  esta  comunicação  e  cuja  dinamização, sobretudo em estádios inicias do curso, é da inteira responsabilidade do e‐formador.  

Esta função implica duas vertentes: 

• Intelectual, de intervenção, fornecendo informação, mantendo o debate dentro do  tema,  estimulando  a  construção  de  conhecimento,  relacionando  e resumindo. 

• Organizativa e de suporte, registando e controlando intervenções, esclarecendo dúvidas  de  funcionamento  das  actividades  e  apoiando  as  problemáticas  de âmbito técnico. 

 

Comunicação síncrona As  formas  de  comunicação  síncrona  implicam  simultaneidade  na  interacção. As mais comuns baseiam‐se na utilização de texto (chat), mas podem incluir áudio e vídeo. Deve ser  sempre  considerado  um  número  limite  de  participantes  de  forma  a  que  as intervenções não se sobreponham e se consiga manter uma lógica de debate.  

Chat 

A moderação de chats nem sempre é fácil pelo que o e‐formador deve precaver alguns cuidados, nomeadamente: 

• Planear e preparar cuidadosamente as sessões; 

• Definir objectivamente objectivos, formato e tema a abordar; 

• Anunciar/agendar sessões antecipadamente; 

• Definir e divulgar regras de utilização; 

• Limitar duração das sessões; 

• Limitar número de participantes; 

• Respeitar horários; 

• Manter o chat dentro do tópico definido; 

• Disponibilizar transcrição das sessões. 

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fios] Podemos, ainda, analisar as maiores vantagens do chat: 

• Promove a dimensão social, aproximando participantes; 

• Permite o contacto directo entre intervenientes do curso, nomeadamente entre formandos e formador, fornecendo feedback imediato; 

• Permite o esclarecimento rápido de dúvidas; 

• Promove a espontaneidade, por vezes fundamental na sociabilização; 

• Simula  o  ambiente  de  sala  de  aula  presencial,  o  que  poderá  ser  familiar  aos formandos, conferindo‐lhes confiança. 

Porém,  como  toda  a  moeda  tem  duas  faces,  também  se  devem  considerar  as desvantagens do chat: 

• Sendo baseados em  texto, os  chats podem  ser penalizadores para utilizadores menos ágeis na escrita com teclado; 

• A  obrigatoriedade  de  estar  on‐line  a  uma  determinada  hora  pode  dificultar  a reunião do grupo; 

• Múltiplos assuntos discutidos em simultâneo; 

• Perguntas que ficam sem resposta; 

• Comentários  ou  respostas  que  perdem  a  pertinência  em  consequência  de intervenções que surgem pelo meio de outros intervenientes. 

Muitas são as actividades passíveis de ser desenvolvidas neste formato. Apresentamos algumas sugestões: 

• Discussão de textos; 

• Apresentação de trabalhos; 

• Sessões de brainstorming; 

• Sessões com especialistas; 

• Sessões de dúvidas e perguntas; 

• Horário de atendimento virtual; 

• Trabalho em grupo; 

• Encerramento de módulos ou cursos.   

 

 

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fios] Comunicação assíncrona 

A maior diferença relativamente à comunicação síncrona reside no tempo. As intervenções são feitas de forma intermitente com diferença temporal. Podem perder espontaneidade, mas ganham em pesquisa e reflexão. 

Correio electrónico  

É literalmente a função dos serviços postais em formato electrónico, ainda que substancialmente mais rápido e, talvez, mais económico. Usa‐se para uma forma de comunicação em diferido entre duas ou mais pessoas. Neste último caso, quando se trata de comunicação entre um emissor e vários receptores, será facilitador o uso de listas de distribuição. 

Analisemos, agora, as maiores vantagens do correio electrónico: 

• Ferramenta familiar, com que a maioria dos e‐formandos se sente confortável; 

• Rápido e económico; 

• Permite a comunicação privada; 

• Mensagem entregue de forma automática; 

• Evita  sobrecarregar  os  canais  comunicativos  colectivos  com  mensagens  de interesse individual; 

• Confere confiança aos mais “tímidos”, com maior receio de exposição colectiva. 

E as desvantagens: 

• As  mensagens  via  correio  electrónico  correm  o  risco  de  ficarem  diluídas  no conjunto das mensagens diárias dos utilizadores; 

• Para conferir alguma agilidade ao processo de comunicação,  implica o controlo sistemático da caixa de correio. 

Apresentamos algumas sugestões de actividades em correio electrónico: 

• Distribuição  personalizada  (ou  não?)  pelos  formandos  de  mensagem  de acolhimento; 

• Regularização de questões administrativas inerentes ao curso; 

• Distribuição de documentos; 

• Divulgação de anúncios e avisos; 

• Comunicação individual entre formador e formando; 

• Comunicação entre membros de um grupo de trabalho. 

 

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fios] Fóruns de discussão 

São, provavelmente, a mais utilizada ferramenta em plataforma de aprendizagem em e‐learning. Tal como o correio electrónico permitem troca de mensagens, por ordem cronológica mas cada espaço de discussão é, normalmente, subordinado a um tema de discussão específico. 

É  conveniente  que  o  e‐formador  pondere  algumas  questões  sobre  a  utilização  de fóruns: 

• Planear e preparar cuidadosamente a utilização do fórum; 

• Definir objectivamente objectivos, formato e tema a abordar; 

• Comunicar linhas de discussão; 

• Anunciar/agendar debates antecipadamente; 

• Definir e divulgar regras de funcionamento e utilização; 

• Acompanhar regularmente as actividades do fórum; 

• Manter o funcionamento do fórum; 

• Moderar as discussões e actividades. 

Analisemos, agora, as maiores vantagens do fórum: 

• Permite estruturar, organizar e preservar as intervenções e registo de diálogos; 

• Dada  a  sua  continuidade  cronológica,  permite  organizar  e  estruturar  a  linha condutora de construção de conhecimento; 

• Permite criar diversos temas diferentes em espaços de discussão distintos; 

• Rápido e económico. 

E as desvantagens: 

• Os  formandos  têm  que  aceder  ao  fórum  para  terem  conhecimento  das intervenções; 

• Os  formandos  devem  sentir‐se  confortáveis  para  enviar mensagens  para  um espaço público. 

Actividades possíveis em fórum de discussão: 

• Apresentação dos participantes; 

• Esclarecimento de dúvidas e perguntas; 

• Brainstorming; 

• Discussão orientada; 

• Discussão livre; 

• Debates; 

• Apresentação e Avaliação de Trabalhos. 

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E­formador: proposta de modelo/perfil de competências  

Feita toda esta compilação de informação, ousamos propor um perfil de competências inerente à função de e‐formador. Fizemo‐lo no final, porque só agora, e após reflexão sobre tudo o que ficou para trás, nos sentimos capazes de o fazer. No fundo,  é um sumário sistematizado de todos os modelos e propostas analisadas. 

 Optamos por dividi‐lo em cinco categorias:  

Pedagógicas, o e‐formador deve: 

• Aplicar metodologias de ensino/aprendizagem e optimizar o uso de tecnologias em geral, promovendo a utilização de recursos e serviços on‐line; 

• Integrar os recursos disponibilizados pelas tecnologias enquanto facilitadores da construção de conhecimentos, assim como de motivação, interesse e dedicação à aprendizagem; 

• Animar e liderar o processo de aprendizagem; 

• Adoptar  estratégias  que  motivem  o  formando  a  envolver‐se  na  sua  própria aprendizagem e lhe permitam desenvolver a sua autonomia e iniciativa; 

• Adoptar  uma metodologia  orientada  para  análise,  reflexão,  problematização, interacção, de acordo com as diferentes fases da aprendizagem; 

• Mobilização de competências individuais na construção da inteligência colectiva; 

• Mobilizar a comunidade de e‐formandos em  torno da  sua auto aprendizagem, com a sua presença, resposta e esclarecimentos; 

• Induzir  o  trabalho  colaborativo,  favorecendo  um  ambiente  de  aprendizagem colectiva; 

• Moderar e gerir debates redigindo conclusões: o Gerir a interacção presencial entre todos os intervenientes; o Definir  o  tempo  das  tarefas,  flexibilizando  a  gestão  do  tempo  e  dos 

prazos, em função do perfil do e‐formandos; o Identificar novas oportunidades e factores de mudança, dando feedback 

sobre o trabalho efectuado; o Disponibilizar apoio técnico. 

 

 

 

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fios] Gestão, o e‐formador deve: 

• Ter espírito de liderança; 

• Ter aptidão para estimular e moderar a participação e a discussão; 

• Ser objectivo nas  indicações, permitindo  sugestões e adaptando‐se ao  ritmo e perfil do grupo; 

• Bom comunicador ‐ gestão do processo comunicacional (síncrona e assíncrona), incluindo e promovendo a participação activa de todos os intervenientes; 

• Capacidade de resposta rápida aos e‐formandos; 

• Permanência na plataforma ‐ gestão de debates; 

• Ser dotado de atributos comunicacionais e éticos específicos: responsabilidade, espírito  de  crítica  construtiva,  positividade  e  pro‐actividade,  paciência  e persistência, empatia e simpatia. 

 

Sociais, o e‐formador deve: 

• Adoptar uma postura não autoritária (flexível) sem perder o rigor e a disciplina; • Partilhar conhecimentos e experiencias;  

• Criar  oportunidades  para  uma  aprendizagem  resultante  do  esforço  de  uma comunidade  (apoio  e  retorno  de  todos  os  indivíduos  durante  o  percurso formativo); 

• Promover  o  espírito/trabalho  em  grupo,  facilitando  a  aprendizagem colaborativa; 

• Manter‐se acessível e próximo dos e‐formandos; 

• Estimular a participação e a discussão; 

• Incentivar a partilha, a inter‐ajuda e o trabalho em equipa (aspecto processual e social da aprendizagem); 

• Reconhecer a diferença, promovendo a  inclusão e participação activa de  todos os intervenientes; 

• Estar  presente  com  regularidade  e  atento  à  plataforma  dando  resposta  às solicitações dos formandos e feedback dos seus trabalhos; 

• Promover a participação e o contributo de todos, mas reconhecer a diferença ao permitir que há quem, por personalidade, prefira  ser  contido nos comentários durante o desenvolvimento dos debates/actividades; 

• Mediar a gestão de conflitos, induzindo alterações nos comportamentos; 

• Negociar com os e‐formandos, de início, as regras (possíveis) do curso (horários, prazos, etc.). 

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fios] Tecnológicas, o e‐formador deve: 

• Ter competências na área das tecnologias utilizadas; 

• Ter  facilidade  de  utilização  de  equipamentos,  de  sistemas  operativos  e  de aplicações informáticas necessárias ao curso; 

• Conhecer profundamente o contexto virtual (conteúdos, metodologias, etc.); 

• Estar  consciente  das  capacidades  pedagógicas  das  tecnologias  utilizadas  e potencia‐las enquanto meio (e não fim) da aprendizagem; 

• Ajudar o estudante a adquirir estratégias e destrezas adequadas para a formação online; 

• Apoiar nas questões técnicas.  Operacionais, o e‐formador deve: 

• Preparar todos os materiais/recursos/actividades do curso atempadamente; • Informar  os  estudantes  de  todos  os  aspectos  administrativos  que  lhes  digam 

respeito; • Usar a  comunicação privada para  tratar alguma questão particular de  carácter 

delicado; • Proporcionar a apresentação de todos os participantes; • Ser  visível  (sem  ser  intrusivo),  dando  sempre  «feedback»  aos  formandos  e 

agindo quando necessário; • Ajudar os e‐formandos a sentirem‐se confortáveis com o software/plataforma; • Ser ponderado e realista na quantidade de recursos e tarefas;  • Promover contributos objectivos, sucintos e fáceis de ler; • Manter  as  linhas  orientadoras  nas  discussões  e  encerrá‐las  com  intervenções 

pertinentes; • Ser informal, sem deixar de ser rigoroso; • Ser firme em relação a intervenientes que não respeitem as regras estabelecidas; • Evitar a todo o custo “desavenças” entre e‐formandos on‐line; • Proporcionar um ambiente calmo e descontraído, propício a um bom trabalho. 

 

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Considerações finais  

Como todos os modelos e formas de ensinar e de aprender, também as especificidades do e‐learning  implicam alguns cuidados.  Julgamos  fundamental o desenvolvimento de um  modelo  pedagógico  específico  que  envolva  os  alunos,  quer  ensinando,  quer mobilizando,  respondendo  prontamente  a  dúvidas  colocadas  e/ou  perguntando, verificando‐se, de facto, uma comunicação efectiva.  

Para  a  própria  sociedade  de  Informação  em  que  vivemos,  ainda  existem  muitas vinculações ao passado, não tão distante como isso, que são motivadoras de problemas pertinentes no ensino online, como: 

• A informação, hoje em dia, “envelhece” mais rapidamente; 

• A banalização do ensino on‐line sem estruturação coerente; 

• A tecnologia pode funcionar como princípio que define a aprendizagem, quando devia ser o contrário;  

• Dar‐se mais valor ao material e à técnica do que ao conteúdo; 

• Os Professores estarem “Formatados” para se concentrarem no domínio de um conteúdo ou de técnicas didáticas; 

• Confusão com outras formas de “Educação à Distância” (EaD) ou com a sala de aula; 

• Falta de identificação clara dos objectivos da utilização de novas tecnologias. 

Esta prontidão exige uma disponibilidade generosa e um envolvimento profundo com o processo. Por sua vez, este processo implica uma, quase óbvia, mudança de práticas, de métodos  e  de  estratégias. Mais  do  que  uma  grande  familiaridade  com  a  tecnologia, ensinar online  requer competências que envolvam os estudantes no desenvolvimento dos seus próprios processos de aprendizagem e auto‐formação.  

Por se  tratar de um processo de auto‐formação as actividades a serem desenvolvidas, devem  respeitar  o  ritmo  da  comunidade  virtual,  para  não  provocar  ansiedade  ou desmotivação, podendo mesmo levar ao abandono da formação. 

Finalmente, exige‐se a um e‐formador coragem. Ele ensina numa sala de aula pública, aberta  a  todos  os  visitantes.  Não  há  porta  fechada,  os  improvisos  são  difíceis  e  os julgamentos  fáceis. Nem  todos poderão  ter confiança  suficiente nos seus métodos de forma a torná‐los acessíveis à grande world wide Web. Esta condição torna o e‐learning 

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fios] uma modalidade de formação não tão barata, nem tão lucrativa como se pensa, pois é 

necessário que se invista muito mais em Recursos Humanos. 

  

“Of all the distance factors inherent in the classroom (social, cultural psychic and physical), only the factor of physical distance between teacher and learner is irrelevant 

to learning 

 (Wedemeyer, 1981) 

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fios] 

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