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 Contribuições da Ergonomia Cognitiva para a definição de especificações de Vídeos Instrucionais para EAD do Cicma/Inmetro Instructional Video Specifications on a Cognitive Ergonomics Approach: The Cicma/Inmetro E- Learning Case Américo Tristão Bernardes  Doutor em Física Cicma/Dplad/Inmetro. Carlos Adriano Cardoso  Mestre em Engenh aria de Produçã o Cicma/Dplad/Inmetro. Luciana e Sá Alves  Mestre em Educaçã o Cicma/Dplad/Inmetro. Maria Cristina Honorato dos Santos  Mestre em Engenharia de Sistema s Cicma/Dplad/Inmetro Maria Aparecida Menssor  Bacharel em Pedag ogia Cicma/Dplad/Inmetro  Ergonomia Cog nitiva, V ídeo I nstruciona l, Metodo logia de Avali ação  Há cr escente produç ão de ví deos ins truciona is para cursos a distância.Não existe c onsens o sobr e especi ficações necessárias que conduzam a eficácia de aprendizagem nem sobre definição de modelo teórico de avaliação. Este trabalho discute utilização do ferramental analítico da Ergonomia Cognitiva na definição de parâmetros para projeto e avaliação de vídeos instrucionais. Cognitive Ergonomics, Instructional Video, Evaluation Methodology The instructional video production is growing in distance education courses; there isn’t consensus on specification definition to allow a learning effectiveness, neither a theoretical model to evaluate its efficiency. This paper, introduce the utilization of Cognitive Ergonomics to define a framework model of instructional video project and evaluation. 1. Introdução A diminuição do custo de processamento computacional e dos equipamentos digitais de vídeo pode ser associada a uma crescente utilização e difusão de vídeos em vários segmentos sociais, inclusive na área educacional. Soluções como vídeoconferências, vídeo aulas e a imensa lista de produtos e títulos, distribuídos  pela WEB ou nos formatos de DVD e VHS , têm se tornado mais acessíveis. Assim como existem diferentes teorias relacionadas a aspectos e objetivos de aprendizagem diversos, é possível que dif erentes soluções metodológicas para o desenvolvimento e a avaliação de vídeos instrucionais sejam aplicáveis. A revisão da bibliografia sobre o tema corrobora esta hipótese ao indicar uma ausência de consenso sobre a metodologia mais adequada  para definir as e specif icaçõ es de desenvolvimento e avaliação de vídeos instrucionais. Múltiplas áreas do conhecimento auxiliam as organizações na busca de soluções para a

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Contribuições da Ergonomia Cognitiva para a definição de especificações de

Vídeos Instrucionais para EAD do Cicma/Inmetro

Instructional Video Specifications on a Cognitive Ergonomics Approach: The Cicma/Inmetro E-Learning Case

Américo Tristão Bernardes Doutor em Física

Cicma/Dplad/Inmetro.

Carlos Adriano Cardoso Mestre em Engenharia de Produção

Cicma/Dplad/Inmetro.

Luciana e Sá Alves Mestre em Educação

Cicma/Dplad/Inmetro.

Maria Cristina Honorato dos Santos

 Mestre em Engenharia de SistemasCicma/Dplad/Inmetro 

Maria Aparecida Menssor

 Bacharel em Pedagogia

Cicma/Dplad/Inmetro

 Ergonomia Cognitiva, Vídeo Instrucional, Metodologia de Avaliação Há crescente produção de vídeos instrucionais para cursos a distância.Não existe consenso sobre especificações

necessárias que conduzam a eficácia de aprendizagem nem sobre definição de modelo teórico de avaliação. Estetrabalho discute utilização do ferramental analítico da Ergonomia Cognitiva na definição de parâmetros para projeto e

avaliação de vídeos instrucionais.

Cognitive Ergonomics, Instructional Video, Evaluation MethodologyThe instructional video production is growing in distance education courses; there isn’t consensus on specification

definition to allow a learning effectiveness, neither a theoretical model to evaluate its efficiency. This paper, introduce theutilization of Cognitive Ergonomics to define a framework model of instructional video project and evaluation.

1. Introdução

A diminuição do custo de processamentocomputacional e dos equipamentos digitais devídeo pode ser associada a uma crescenteutilização e difusão de vídeos em váriossegmentos sociais, inclusive na área educacional.Soluções como vídeoconferências, vídeo aulas ea imensa lista de produtos e títulos, distribuídos

 pela WEB ou nos formatos de DVD e VHS , têm

se tornado mais acessíveis.

Assim como existem diferentes teorias

relacionadas a aspectos e objetivos deaprendizagem diversos, é possível que diferentessoluções metodológicas para o desenvolvimentoe a avaliação de vídeos instrucionais sejamaplicáveis. A revisão da bibliografia sobre o temacorrobora esta hipótese ao indicar uma ausênciade consenso sobre a metodologia mais adequada

 para definir as especificações dedesenvolvimento e avaliação de vídeosinstrucionais.

Múltiplas áreas do conhecimento auxiliam asorganizações na busca de soluções para a

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capacitação de profissionais que leve aoaprendizado de novas habilidades e forneçamrespostas precisas às demandas do mercado e dasociedade. A Ergonomia Cognitiva disponibilizaferramentas para análise, diagnósticos e soluções

que podem contribuir para direcionar os projetosde vídeos instrucionais.

O enfoque da Ergonomia Cognitiva vem sendoutilizado em inúmeros estudos relacionados a

 processos educacionais e de interatividade emaplicações de multimídia. Para a concepção devídeos instrucionais, a contribuição específicadesta área do conhecimento não foi identificada,ainda que o tema venha sendo pesquisado pelasCiências Cognitivas, uma das disciplinas que

fazem parte da abordagem da ErgonomiaCognitiva.

O objetivo deste artigo é refletir sobre a possívelcontribuição da Ergonomia Cognitiva para aavaliação da eficácia de vídeos instrucionais, a

 partir de um estudo de caso - a produção devídeos para o curso de Formação de AgentesFiscais em Metrologia Legal, oferecido namodalidade a distância pelo Centro deCapacitação (Cicma) do Inmetro.

2. Ferramentas instrucionais audiovisuais

Há certo descrédito sobre a utilização de vídeocomo veículo de conhecimento. O estudo deClarke (1994), uma importante referência nadiscussão da aplicação do vídeo no âmbitoeducacional, questiona se é possível aprender a

 partir de vídeos. Kuomi (2006) destaca a possibilidade dos estudantes adotarem uma

 postura de rejeição inconsciente ao vídeo comomaterial instrucional, conseqüência da associaçãodesta linguagem ao entretenimento. A associaçãoentre vídeo e entretenimento é apontada também

 por Moran (1995), quando se refere à utilização, por alguns professores, de vídeos em salas deaula como prêmios para os alunos.

A defesa dos vídeos como ferramentasinstrucionais necessita esclarecer, inicialmente,as definições sobre as linhas mestras para

construção de vídeos instrucionais eficientes.

O aprendizado do aluno é o ponto de divergênciaentre TV e vídeo instrucionais e o entretenimentode acordo com Laaser (1996), que destacacaracterísticas favoráveis ao aprendizado:conteúdo relevante para o grupo-alvo; o estilo e a

densidade da informação adequados;apresentação do assunto em uma seqüêncialógica; a relação com os outros cursos jáexistentes; a oferta de uma motivação inicial;apresentar bem o problema; e apoiar oaprendizado com recursos estruturais. Estascaracterísticas podem ser princípios orientadores

 para a análise de filmes instrucionais.

O autor faz, também, um delineamento de quatroelementos básicos que devem existir em um

vídeo instrucional e oferece, assim, um roteiro deanálise de produção.

1. Apresentador:• Geralmente é membro da equipe da

instituição de ensino a distância;• Aparece em tomadas curtas entremeadas por outros elementos;

•  Não deve ler o texto durante a gravação;2. Entrevista:

• Usada para incorporar o

conhecimento de um perito externo à equipeacadêmica;• O entrevistado deve desempenhar  papel de destaque;

• O entrevistador deve assumir a perspectiva do espectador ou do aluno que estáassistindo o programa;

• O entrevistador deve reagir àsrespostas dadas pelo entrevistado;

• A primeira e a última perguntasdevem ser elaboradas de modo a dar àentrevista uma mensagem clara;

3. Discussões em grupo:• O papel do mediador é crucial e deve ser 

sempre posicionado no meio do grupo;• As partes debatedoras são posicionadas

em lados opostos, formando um semicírculo;• Deve ter 10 pessoas no máximo;• São necessárias, pelo menos, três

câmeras;• Deve mostrar a reação dos debatedores

 por tomadas próximas;

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• Devem ser evitados zooms ou panorâmicas;

4. Representações gráficas:• Incluem desenhos, diagramas e

ilustrações;• Deve ser respeitado o formato da tela (4 por 3);

• Os caracteres devem ser legíveis:tamanho mínimo 4 cm de altura e 3,4 cm delargura;

• As cores em tom pastel e materiais não-refletores são recomendados;

• O projeto de todas as seqüências gráficasdeve manter características comuns, comocores de fundo, caracteres, símbolos e estilo de

 projeto;

Beaudin e Quick (1996), apresentam uminstrumento para a avaliação de vídeosinstrucionais baseado em alguns parâmetros,agrupados em 4 módulos, classificáveis numaescala de apreciação que vai de 1 a 5 (pobre aexcepcional):

1º Módulo: Conteúdo

• É acurado?• É útil ?• É não-tendencioso?

2º Módulo: Plano Instrucional

• Os objetivos são declarados no vídeo?• O conteúdo é apresentado de forma clara

 para audiência?• O vídeo induz à reflexão do aprendizado?• O vídeo encontra os objetivos que se

 propõe?

• O vídeo interage com a audiência?• O vídeo integra com o ambiente de

aprendizagem?

3º Módulo:Produção Técnica

• As características gerais do design dovídeo;

• O vídeo foca o conteúdo pretendido?• A qualidade visual e de áudio;

4º Módulo: Fornecimento demateriais suplementares ao conteúdo:

• O vídeo clarifica e sumariza osconteúdos?

Kuomi (2006) realiza uma análise do tipoespecífico de material instrucional para cada tipo

de objetivo, tratando diferentes formatos devídeos e de exibição. O autor sugere uma lista dequestões e regras que devem nortear a confecçãode roteiros para vídeos instrucionais: Questões:• Para quem? (Público-alvo)• Em que contexto de aprendizado?• Com que propósito? (Objetivos

instrucionais) Regras:•

Faça com que eles queiram aprender:capture a atenção;• Fale o que você vai fazer: o que será visto

no vídeo;• Facilite a atenção: use exemplos claros

no nível da audiência.• Possibilite a construção individual do

conhecimento;• Sensibilize;• Elucide;•

Teça uma estória;• Reforce;• Consolide o conteúdo mostrando o que

foi visto;• Ofereça fontes para aprofundamento e

links para os próximos vídeos;

Wetzel et alli (1994) apresentam uma extensivarevisão da produção teórica sobre vídeoinstrucional e suas várias modalidades.Encontram estudos empíricos e comparativos que

relacionam tipos/linguagens de mídias eobjetivos didáticos específicos. A conclusão dosautores é que o vídeo é eficaz como elemento deveiculação de informação sobretudo quando énecessário demonstrar procedimentos. A

 possibilidade das mídias poderem ser vistas erevistas compensa, até mesmo, a perda dequalidade instrucional de aulas expositivassimplesmente gravadas. 3. Contribuições da Ergonomia Cognitiva

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Segundo Moraes e Mont’Alvão (2007), aErgonomia aplica teoria, princípios, dados emétodos para projetar a fim de otimizar o bem-estar humano e o desempenho geral de umsistema. A Ergonomia Cognitiva estuda os

 processos mentais (percepção, atenção, cognição,controle motor, armazenamento e recuperação dememória) e avalia seus efeitos sobre asinterações entre seres humanos e outroselementos de um sistema.

Diversos tópicos são relevantes para ErgonomiaCognitiva: carga mental de trabalho, vigilância,tomada de decisão, desempenho de habilidades,erro humano, interação humano - computador etreinamento.

 Sua aplicabilidade no processo de elaboração devídeos instrucionais envolve a análise da formacomo a informação é organizada e estruturada -

 processos de comunicação com a audiência,mecanismos que afetam a percepção do conteúdoe possibilidades e limites da cognição humanacomo percepção, memória e raciocínio.

Os relatos na área da engenharia cognitivaevidenciam que o modo utilizado para veicular oconteúdo pode ser decisivo no grau de retençãoda informação. O processo de retenção dainformação audível, por exemplo, é reduzido deacordo com o nível educacional da audiência e se

 perde com o volume de material.

4. Vídeos Instrucionais para o Curso de

Formação de Agentes Fiscais em MetrologiaLegal O estudo de caso é baseado na experiênciarecente de produção de material instrucional emvídeo para o Curso de Formação de AgentesFiscais em Metrologia Legal, oferecido namodalidade a distância de forma semipresencial

 pelo Centro de Capacitação (Cicma) do Instituto Nacional de Metrologia, Normalização eQualidade Industrial (Inmetro). O projeto-pilotoenvolveu quatro Estados (Mato Grosso, Alagoas,Pernambuco e Sergipe) e está sendo atualmenteavaliado.

O curso é composto por dois módulos,Metrologia Básica e Metrologia Legal, edirecionado para formação de técnicos de nívelmédio que atuarão como agentes fiscais para averificação de diversos instrumentos

metrológicos, tais como taxímetro,esfigmomanômetros, bomba medidora decombustível líquido, instrumentos de pesagemnão-automáticos, além do controle quantitativode produtos pré-medidos.

O projeto instrucional do curso caracterizou cadaaula como um conjunto de atividadesdesenvolvidas em quatro horas no ambientevirtual de aprendizagem Moodle. O materialimpresso e as instruções normativas de cada aula

foram o conteúdo-base para a elaboração dos storyboards dos vídeos. No módulo deMetrologia Básica, o vídeo foi apresentado apósa leitura do material impresso. Esta ordem foiinvertida no módulo de Metrologia Legal.

Houve a produção de 35 vídeos, 446 min. e 23seg. - cerca de 8 horas de filmagens - distribuídosao longo das 17 aulas. Diversas propostas paraapresentar fatos, conceitos e procedimentosforam utilizadas, tais como: aulas expositivas dotipo conferência; vídeo estilo documentário comnarração conectada a conteúdo gráfico,fotográfico ou videográfico; e vídeos quereproduziam procedimentos no estilo passo a

 passo.

Os vídeos foram construídos de acordo com asetapas de pré-produção, filmagem e pós-

 produção, comuns ao processo de elaboração demídias. Os técnicos em metrologia, que atuaram

como conteudistas para o curso, participaram detodas as etapas.

Diversas entrevistas permitiram a compreensãomais ampla do conteúdo pelos roteiristas, que

 puderam melhor interpelar os conteudistas queatuaram como apresentadores das aulas. A etapade validação do material ocorreu após afinalização do vídeo e envolveu uma análisesobre a coerência do conteúdo do ponto de vistatécnico pelo conteudista, que também propunha

correções.

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Cada um dos vídeos, devidamente validados, foi postado no ambiente virtual de aprendizagem.Os interlocutores, profissionais locais queatuaram como coordenadores do curso,receberam um roteiro de aula indicativo da

sequência de apresentação dos materiaisinstrucionais.

Ao aplicar sugestões correntes na literaturarelacionada à Ergonomia Cognitiva enormalmente utilizadas para a elaboração demultimídias, foi possível identificar alguns

 parâmetros úteis para a concepção dos vídeos:

a) Duração: variou entre 5 e 20 minutos.

A curta duração visa não tornar os vídeosenfadonhos, evitar uma sobrecarga deinformações e diminuir o tamanho dos arquivosdistribuídos via web. A opção foi fornecer 

 pequenas quantidades de informação através devídeos com pausas, já que algumas vezes mais deum vídeo foi apresentado na mesma aula.

 b) Estrutura do conteúdo: demarcada através delegendas.

Para os vídeos com exposição de professor, umalegenda de 10 segundos com fundo chapadoanuncia o conceito ou a sequência de conteúdoque seria tratado. Para vídeos demonstrativos de

 procedimentos de verificação, a legenda fixademarca toda a seqüência do passo a passo comobjetivo de fornecer uma clara posição àaudiência.

c) Fragmentação do conteúdo: pequenas

seqüências de informações.

As legendas mencionadas funcionam como umfragmentador do conteúdo aliviando umaexcessiva carga mental.

d) Modo de Exibição:

A natureza semipresencial do curso impôs aexibição dos vídeos em um telão numa sala deaula para toda audiência. A disponibilidade dos

vídeos no ambiente virtual de aprendizagem permitiu posteriores visualizações.

e) Proatividade: nenhuma tarefa foi realizadaexclusivamente a partir do vídeo.

f) Interatividade: impossibilitada pelo tipo de

concepção e distribuição.

O vídeo foi acessado como um objeto único, sema disponibilização de time code para demarcar seqüências ou mesmo de sistemas de navegaçãoque permitissem pular para outras seqüênciasdefinidas.

5. Conclusões

Por considerar os vídeos instrucionais como

sistemas de signos e de informações, construídoscom esquemas gráficos, desenhos, animações, oucom seqüências ricas em ações, o artigo propõe aaplicação da abordagem da Ergonomia Cognitivano campo da Comunicação Didática.

A Ergonomia Cognitiva pode contribuir para ummapeamento amostral das bases cognitivas daaudiência, ao identificar as dificuldades gerais no

 processo ensino/aprendizagem, em termos delegibilidade da informação, considerando asindividualidades de cada aluno, suas estratégiasde aprendizado, seus limites de compreensão.

Uma vez que os vídeos produzidos refletem omodelo mental do especialista, a adoção de uma

 perspectiva ergonômica impõe a necessidade demapear o universo cognitivo da audiência.

 Nos processos de Interação Humano-Computador (IHC), a literatura aponta a

essencialidade da presença de possíveis usuários,em todas as fases do projeto do sistema. Esta prática poderá ser útil para o desenvolvimento devídeos instrucionais que sejam mais próximos dodomínio do não especialista.

Dessa forma, o processo atual de avaliação docurso de Formação de Agentes Fiscais emMetrologia Legal deve envolver o mapeamentodo modelo cognitivo dos alunos, através dadefinição de um procedimento que levante

aspectos diversos sobre os vídeos apresentados,sugestões de como cenas ou partes delas

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 poderiam ser refeitas e indicações sobre quais partes não foram compreensíveis ou forammonótonas.

A expectativa é que estas informações permitirão

aprimorar a eficácia didática dos vídeos parafuturas audiências. A segunda edição do cursoestá prevista para atingir dez estados e cerca de500 alunos.

Embora os resultados obtidos no curso tenhamsido positivos, com uma expressiva aprovaçãodos participantes com notas superiores a sete,não podemos precisar o papel do vídeo no

 processo de aprendizagem. Desta experiênciasurgiu a necessidade de definir uma metodologia

 para avaliar a eficácia do vídeo independente domaterial instrucional impresso.

O esforço é direcionado também para teorizar como deve ser apresentado o conhecimento equal sua eficácia relacionada a um tipodeterminado de aprendizado para específicossegmentos ou grupos sociais. Pretende, também,indicar a importância de bem conhecer aaudiência para poder detectar linguagem, estilose padrões cognitivos, como uma estratégia de

 participação e envolvimento dos alunos comcursos na modalidade a distância.

Evitar a sobrecarga cognitiva utilizando aslegendas e as granulações do conteúdo foi umdos requisitos considerados para a construçãodos storyboards. Infelizmente, o critério não

 pôde ser empregado para as aulas expositivas dotipo palestras e conferências, com apenas aimagem gravada da cabeça do professor narrando

o conteúdo e sem praticamente nenhumailustração.

 Nesta experiência, grande parte do conhecimentofoi transmitida na forma de vídeo-áudio, com um

 professor apresentando uma aula sem praticamente nenhum recurso visual. A adição deinteratividade e a combinação de diversos outrosrecursos didáticos aumentam a eficácia do vídeocomo uma ferramenta instrucional.

Ou seja, a Ergonomia Cognitiva contribui com o processo de adequar o curso ao aluno, ao invésde adequar o aluno ao curso.

6. Referências Bibliográficas

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