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    Revista Brasileira de Nutrio Esportiva, So Paulo. v. 9. n. 50. p.179-192. Mar./Abril. 2015. ISSN 1981-9927.

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    Revista Brasileira de Nutrio EsportivaISSN 1981-9927 verso eletrnica

    Per idico do Inst i tuto Brasi le i ro de Pesquisa e Ensino em Fis io logia do Exerc c io

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    RELAO ENTRE A SUPLEMENTAO DE PROTENA DO SORO DO LEITE

    E HIPERTROFIA MUSCULAR: UMA REVISOJssica Elosa Zambo

    Claudia Seely RoccoMaria Emlia Daudt Von Der Heyde

    RESUMO

    A utilizao de protenas e aminocidoscomerciais tem aumentado entre os atletas epraticantes de atividade fsica. Entretanto,estudos demonstram que esta populao no

    tem o conhecimento adequado sobre quais osreais efeitos da suplementao de protena dosoro do leite no metabolismo muscular. Sendoassim, o objetivo desta reviso discorreracerca da utilizao de protena do soro doleite e o ganho de massa muscular. Paratanto, buscou-se informaes mediantereviso de artigos apresentados nos sitesScience Direct, Bireme, Lilacs e Pubmed. Ostermos utilizados em portugus e ingls foram:protena do soro do leite, hipertrofria,composio corporal, massa muscular esntese miofibrilar. Para os critrios de

    incluso dos estudos considerou-se: autilizao da suplementao de protena dosoro do leite por indivduos que realizassematividade fsica com o objetivo de hipertrofiamuscular. A suplementao em atletas no foiconsiderada. Todos as pesquisas priorizaramtambm a adequao da alimentao quantoaos macronutrientes antes da administraodo suplemento. A combinao de evidnciasencontradas sugere que a suplementao deprotena do soro do leite associada aexerccios de resistncia ou fora eficientena sntese de protena miofibrilar, portanto,

    hipertrofia muscular. Entretanto, precisocautela na incluso de suplementaoproteica, uma vez que a protena provenienteda dieta tambm eficiente em promoverreparo e sntese muscular. Ao optar pelaprotena do soro do leite necessrioconsiderar as demais protenas daalimentao, assim como os outros nutrientesa fim de manter o suporte necessrio para odesempenho fsico eficiente.

    Palavras-chave: Sntese de ProtenaMiofibrilar. Soro do Leite. Composio

    Corporal.

    ABSTRACT

    Relationship between whey proteinsupplementation and muscle hypertrophy: Areview

    The use of proteins and amino acids hasincreased among athletes. However, studieshave shown this population still does not havethe proper knowledge about what the actualeffects of supplementation of whey protein inmuscle metabolism. Thus, the aim of thisreview is to discuss about the use of wheyprotein and muscle mass gain. To this end, wesought information upon review of submittedarticles in Science Direct, Bireme, Lilacs andPub Med. Terms used in portuguese andenglish were: whey protein, hypertrophy, bodycomposition, lean mass and myofibrillar protein

    synthesis. The criteria for inclusion of studiesconsidered: the use of protein supplementationof whey by individuals who performed physicalactivity with the goal of muscle hypertrophy.The supplementation in athletes was notconsidered. All research also prioritizedfeeding adequacy regarding macronutrientsbefore administration of the supplement. Thecombination of evidence found suggests thatsupplementation of whey protein associatedwith resistance exercise or strength is effectivein myofibrillar protein synthesis, thereforemuscle hypertrophy. However, caution is

    required in the inclusion of proteinsupplementation, since the protein from diet isalso effective in promoting muscle synthesisand repair. By choosing whey proteins, isnecessary to consider the feed, as well asother nutrients in order to maintain thenecessary support for efficient physicalperformance.

    Key words: Myofibrillar Protein Synthesis.Whey Protein. Body Composition.

    1-Acadmica em Nutrio pela Universidade

    Federal do Paran-UFPR, Curitiba, Paran,Brasil.

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    INTRODUO

    A utilizao de protenas eaminocidos comerciais tem aumentado entreos atletas e esportistas, tendo como objetivoelevar o valor biolgico das protenas darefeio, por seus efeitos na preveno daperda de massa muscular e sua implicaopositiva na sntese de protena. Existe umacrena entre praticantes de atividade fsica, deque dietas hiperproteicas aumentam volumemuscular, fora e melhoram o desempenho(Menos e Santos, 2012).

    Todavia, alguns estudos demonstram

    que os frequentadores de academias, assimcomo praticantes de atividades fsicas emgeral, no possuem o conhecimento adequadosobre o consumo de protena ou necessidadesnutricionais (Duran e colaboradores, 2006).

    Ao avaliar o conhecimento depraticantes de musculao sobre aalimentao antes e aps o treino e determinaro nmero de consumidores de suplementos,Adam e colaboradores (2013) constataramque 90,5% da populao estudada noutilizavam suplementos, porm, demonstravadvidas sobre quantidades e horrios

    relacionados ao consumo alimentar, incluindoa ocasio adequada ao uso de suplementosnutricionais.

    Em Curitiba, PR, Pereira ecolaboradores (2009) identificaram 44,3% dosentrevistados utilizando protena do soro doleite com o objetivo de ganho de massamuscular. Deste total, 34,95%, consumiam oproduto numa frequncia de cinco vezes nasemana.

    Estes dados reforam a necessidadede esclarecimento da atuao da protena dosoro do leite no metabolismo da hipertrofia

    muscular. Assim, o objetivo desta reviso discorrer acerca da relao do consumo deprotena do soro do leite e a hipertrofiamuscular.

    MATERIAIS E MTODOS

    A busca por informaes foi realizadamediante reviso de artigos apresentados nosinstrumentos eletrnicos Science Direct,Bireme, Lilacs e Pubmed. Os termos utilizadosem portugus e ingls foram: protena do sorodo leite, hipertrofria, composio corporal,

    massa muscular e sntese proteica miofibrilar.

    Os critrios de incluso dos artigos

    foram: a utilizao da suplementao deprotena do soro do leite por indivduos querealizassem atividade fsica com o objetivo dehipertrofia muscular.

    A suplementao em atletas no foiconsiderada. Todos os estudos selecionadospriorizaram tambm a adequao daalimentao quanto aos macronutrientes antesda administrao do suplemento.

    REVISO DE LITERATURA

    TECIDO MUSCULAR E HIPERTROFIA

    CRNICA

    A estrutura do msculo estriado constituda de fibrilas circundadas por umamembrana eletricamente excitvel, osarcolema.

    As fibras musculares so compostaspor milhares de miofibrilas em paralelo, quepor sua vez esto embebidas em um fluidointracelular denominado sarcoplasma (Harper,Rodwell e Mayes, 1982).

    As miofibrilas so a coneco defilamentos de actina e miosina, molculas

    responsveis pela contrao muscular (Guytone Hall, 2006).Dentro do sarcoplasma, encontram-se

    molculas de glicognio, Adenosina Trifosfato(ATP) e fosfocreatina, alm de enzimas eglicose (Harper, Rodwell e Mayes, 1982).

    Alm destas estruturas, h osarcmero, que a unidade funcional domsculo e o retculo sarcoplasmtico,diretamente relacionado com a contraomuscular (Rodwell e Maye, Harper; 1982;Guyton e Hall, 2006).

    A hipertrofia muscular crnica um

    processo adaptativo resultante da replicaodessas miofibrilas em paralelo dentro dasfibras musculares j existentes (Villanueva, Hee Schroeder, 2014).

    entendido como o balano positivoentre a sntese e a degradao proteica,realizado pela coordenao integrada de viasde sinalizao intracelular (Fernandes ecolaboradores, 2008).

    Este equilbrio promove o crescimentoda fibra muscular, concomitante com oaumento de fora (Villanueva, He e Schroeder,2014).

    O remodelamento do msculoesqueltico um processo responsivo a sinais

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    extracelulares mediados pelo treinamento

    fsico, atividade neural, hormnios, fatores decrescimento e citocinas (Fernandes ecolaboradores, 2008).

    Entre os eventos que ocorrem nointerior das fibras musculares hipertrofiadas,esto: aumento do nmero de miofibrilas emproporo ao grau de hipertrofia aumento deaproximadamente 120% das enzimas

    componentes do sistema metablico dofosfognio, incluindo ATP e fosfocreatina,dobra o nmero de molculas de glicognioarmazenado e tambm triglicerdeos (Guyton e

    Hall, 2006).Como efeito destas alteraes, osmetabolismos anaerbio e aerbio se elevam,como consequente aumento da velocidademxima de oxidao (Guyton e Hall, 2006).

    Um dos processos envolvidos nahipertrofia a ativao das clulas satlites,que so precursoras de tecido esqueltico,quiescentes e localizadas na periferia dasfibras maduras em ntima conexo com suamembrana basal (Foschini e colaboradores,2004).

    Estas clulas so responsveis pelo

    reparo e regenerao das fibras musculares eso estimuladas por sobrecarga mecnica,exerccios fsicos e traumas (Grounds, 1998;Hawke e Garry, 2001).

    So capazes de ativar programasmiognicos e se diferenciar em micitosmaduros e isto permite o reparo e hipertrofiadas miofibrilas existentes ou a formao denovas miofibrilas (Fernandes e colaboradores,2008).

    A regenerao muscular caracterizada por duas fases: uma fasedegenerativa e outra regenerativa, em que o

    evento inicial consiste em necrose das fibrasmusculares e rompimento das miofibrassarcolemais, o que reflete no aumento denveis sricos de protenas musculares. Nosegundo evento, ocorre a proliferao celular e neste momento que as clulas satlitesdesempenham seu papel (Fernandes ecolaboradores, 2008).

    Uma vez que a fuso de clulasmiognicas esteja completa, estes novosmioblastos formados aumentam em tamanho emovem o ncleo para a periferia da fibramuscular. Sob condies normais, o msculo

    regenerado morfologica e funcionalmente

    indistinguvel de um msculo sem danos

    (Fernandes e colaboradores, 2008).Dentre as vias de sinalizaonecessrias para a sntese de protenamuscular, est a Protena Quinase B (PKB)que promove o incio da traduo. Estaprotena est relacionada com a fosforilaoda Cascata Enzimtica: Protena Quinasedenominada Alvo da Rapamicina emMamferos (mTOR) (Fernandes ecolaboradores, 2008), mediadora detranscrio gnica, sntese proteica eproliferao celular (Farnfield e colaboradores,2009).

    Esta biossntese de unidadescontrteis ocorre ento, pelo fluxo deinformao gnica, que se iniciam com areplicao, manuteno e rearranjos do DNA,passando pela sntese e processamento deRNA (Transcrio) e culminando com asntese, processamento e regulao proteica(Traduo) (Donis-Keller, 1987; Crystal, 1995).

    Outro fator que contribui para ahipertrofia muscular a ao das protenassobre a liberao de hormnios como ainsulina, o que favorece a captao deaminocidos para o interior da clula

    muscular, otimizando a sntese proteica(Bilsborough e Mann, 2008).

    HIPERTROFIA MUSCULAR E EXERCCIOSFSICO

    Uma das principais adaptaesassociada prtica do treinamento com peso o aumento nos nveis de fora muscular.Esta adaptao parece estar relacionada compelo menos dois fatores denominados deadaptao neural e de hipertrofia muscular.

    Existem indcios de que a maior parte

    dos ganhos de fora muscular nos perodosiniciais de um programa de treinamento sejaacarretada por aumento na ativao musculartotal, aumento na frequncia de disparos esincronizao das unidades motoras ou, ainda,pela reduo da ativao dos msculosantagonistas durante o exerccio (Dias ecolaboradores, 2005).

    Por outro lado, a hipertrofia muscularparece ocorrer de modo mais acentuadoposteriormente, ou seja, aps algumassemanas de treinamento. Embora exista umatendncia em associar os nveis de fora

    muscular com o tamanho da rea de secotransversa do msculo, essa relao parece

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    ser verdadeira apenas quando as adaptaes

    neurais j foram, em grande parte,manifestadas. Sendo assim necessriotempo para verificar aumento de massamuscular (Dias e colaboradores, 2005).

    Exerccios de resistncia e foraresultam em alteraes fsicas diferentes(Jones e Rutherford, 1987).

    atribudo ao treinamento resistido deelevado volume e baixa intensidade o aumentoda capacidade e oxigenao muscular. Poroutro lado, o treinamento de baixo volume eelevada intensidade a principal adaptaodesejada o aumento da fora e hipertrofia

    muscular (Stone e Coulter, 1994; Lima ecolaboradores, 2006; Azevedo ecolaboradores, 2007).

    Estes exerccios parecem provocaraumento na traduo de sinais atravs dosistema mTOR, o que leva a fosforilao eativao de protenas alvo da sntese proteica(Dreyer e colaboradores, 2008).

    No entanto, este estmulo fica inibidodurante o exerccio, pois h aumento daProtena Quinase Ativada por AMP (AMPK), oque reduz os nveis de sinalizao mTOR(Farnfield e colaboradores, 2009).

    Isso ocorre porque h a necessidadede aumentar os nveis de ATP circulantes,atravs do metabolismo catablico. Portanto, no perodo de repouso, que a sntese deprotena se inicia, sendo ativada a cascata desinalizao mTOR, podendo ser detectada aproduo de protenas, num perodo de duas atrs horas aps a realizao do exerccio,permanecendo por 48 horas (Dreyer ecolaboradores, 2006).

    Em geral, no exerccio fsico, proporcionado ao msculo esqueltico, umtrabalho mecnico que, como consequncia,

    induz dano muscular seguido por respostainflamatria aguda, dor, perda de massamagra, gua e micronutrientes (Buckley,2010).

    A degradao de protenasmiofibrilares pode permanecer at 48 horasaps exerccios intensos de fora eresistncia. Assim, durante a recuperao, ometabolismo catablico ainda predomina(Bacurau, 2007).

    Portanto, sem a reposio adequadade nutrientes, logo aps a realizao deexerccio de resistncia, a iniciao da

    traduo de sinais para a produo deprotenas, mnima. Ao contrrio, quando h

    ingesto dos nutrientes necessrios, a

    ativao da sntese do msculo esqueltico eo incio da traduo, so aumentados(Farnfield e colaboradores, 2009).

    Alm disso, o trabalho comsobrecarga, por si s, no promove adeposio de aminocidos no msculoesqueltico, este processo depende da aoinsulnica e da disponibilidade de aminocidosno plasma (Bacurau, 2007).

    O glicognio muscular tambm entraem depleo na realizao de exerccio fsicoe recuperado pela ingesto diria eadequada de carboidratos. O msculo

    exercitado prefere utilizar glicognio muscularse houver disponibilidade, mas se a glicoseestiver presente no plasma, tambm se tornafonte de combustvel.

    Geralmente a glicose utilizada para agerao de ATP proveniente da quebra deglicognio no tecido heptico, porm estaquantia relativamente pequena. Sendoassim, h uma recomendao de ingesto decarboidratos para que no haja reduo doglicognio muscular e consequente perda nodesempenho fsico. Esta quantia varia de 50%at 70% do gasto energtico total,

    dependendo da intensidade do esporterealizado (Dunford, 2012).Alm disso, como referido

    anteriormente, uma das alteraes resultantesda hipertrofia muscular a elevao donmero e do tamanho das mitocndrias nasclulas musculares, esta adaptao melhora acapacidade de algumas fibras musculares deutilizarem cidos graxos como fonte deenergia. Isto significa que se houver um baixoconsumo prolongado de gorduras, haverdficit em alguns hormnios, vitaminaslipossolveis e cidos graxos essenciais.

    Sendo assim, a recomendao de gordurasdeve estar entre 20 e 35% da ingesto calricatotal (Dunford, 2012).

    HIPERTROFIA MUSCULAR EMETABOLISMO PROTEICO

    O primeiro registro ligando uma dietarica em protena melhora do desempenhoesportivo foi na Grcia, no sc. V a. C.Naquele perodo, as dietas eram abundantesem vegetais, leguminosas e cereais, havendoapenas um registro de dois atletas que

    melhoraram seu peso e fora apsalimentarem-se com carne (Dunford, 2012).

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    As protenas so derivadas da

    combinao de 20 aminocidos. A sequnciadestes determina a sua funo no organismoque pode ser estrutural, reguladora, de defesaou transporte (Lehninger, Nelson e Cox, 2006).

    Induzem sinais complexos, incluindoneuropeptdios secretados no intestino ehormnios metablicos, tais como a insulina,produzida em resposta absoro denutrientes. Estes sinais so integrados eparticipam no controle do equilbrio nutricional(Journel e colaboradores, 2012).

    Ainda, tm papel essencial narecuperao e hipertrofia, pois servem como

    substrato para a sntese muscular, alm deestarem presentes na produo de energiapara a realizao de trabalho muscular(Dunford, 2012).

    As necessidades referentes aoconsumo de protenas tm sido pesquisadasnos ltimos anos. Compreende-se que asnecessidades nutricionais diferem de acordocom o gasto energtico e o objetivo de cadaindivduo. Um atleta de resistncia, porexemplo, tem suas necessidades nutricionaisaumentadas e um atleta que utiliza da forapara sua performance, tem necessidades

    distintas (American Dietetic Association, 2009). importante citar que a respostametablica proteica, em indivduospreviamente bem alimentados diferente daresposta metablica em indivduos desnutridosou que sofrem agresso patolgica (Marchini ecolaboradores, 1998).

    Como as necessidades so distintas,as recomendaes para ingesto de protenaseguem o mesmo raciocnio.

    Segundo Dabaghi, Ramos e Bonde(2014) e a American Dietetic Association(2009), para a produo de massa muscular

    so necessrios os aminocidos essenciais.Para adultos levemente ativos ou sedentrios,a necessidade proteica de 0,8 g/Kg de pesoao dia. Para atletas recreacionais, arecomendao passa para 1 g/Kg e paraatletas de fora a necessidade proteica variade 1,6 a 1,7 g/Kg de peso ao dia. Quanto aosatletas de resistncia, a necessidade diminui,variando de 1,2 a 1,6 g/Kg de peso ao dia.Alm disso, preconiza-se para que ocorra arecuperao muscular aps o exerccio, cercade 8 a 10 g de protena animal ou de soja(Dunford, 2012).

    Entretanto, convm salientar aexistncia de aminocidos diretamente

    relacionados sntese muscular. So os

    aminocidos de cadeia ramificada, leucina,isoleucina e valina que se mostram presentesna corrente sangunea quando h aumento dasntese muscular (Terada e colaboradores,2009).

    Particularmente a leucina tem papelchave na regulao dos precursores dehipertrofia (Walker e colaboradores, 2010).Promove a sntese e inibe a degradaoproteica via mecanismos envolvendo acascata mTOR (Mata e Navarro, 2009), etambm influencia o controle em curto prazoda etapa de traduo da sntese proteica e

    este efeito sinrgico com a insulina(Gonalves, 2013).A administrao oral de leucina produz

    ligeiro e transitrio aumento na concentraode insulina srica, fato este que age tambmde modo permissivo para a estimulao dasntese proteica (Rogero e Tirapegui, 2008).

    De acordo com a Portaria n 222 de1998 (Ministrio da Sade, 1998), anecessidade diria de leucina para indivduossaudveis e no atletas, de 14 mg/ Kg depeso por dia.

    Venne e colaboradores (2012),

    estudaram voluntrios submetidos asuplementao de leucina isolada de outrosaminocidos comparada com a administraode aminocidos de cadeia ramificada. Deacordo com os pesquisadores, doses de 0,7 g,logo aps a realizao de exerccios deresistncia, foram suficientes para estimular asntese de protena miofibrilar.

    Entretanto, Koopman e colaboradores(2005) que realizaram um estudo randomizadopara avaliar a sntese e a degradaomuscular aps o treino e aps a ingesto decarboidratos e protena contendo leucina,

    encontraram que com uma quantia de 0,03g/Kg de peso de leucina para cada indivduo obalano proteico total foi significantementemaior comparado com os valores dos demaisgrupos, sem leucina. Portanto, concluram quea suplementao de leucina eficiente nasntese proteica e reparo muscular.

    PROTENAS DO SORO DO LEITE

    O soro do leite um subprodutoadquirido em laboratrio ou na indstria apartir de queijos e que possui diversas

    aplicaes como matria-prima (Siqueira,Souza e Cerqueira, 2002; Torres, 2005;

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    Pacheco e colaboradores, 2005). Durante

    dcadas, esta frao do leite era desperdiadapela indstria de alimentos. Somente a partirda dcada de 70 as propriedades destasprotenas foram estudadas (Phillips, 2004).

    Neste perodo, houve um expressivocrescimento nos mtodos de preparao dehidrolisados proteicos, tanto com finalidadesclnicas e nutricionais como para a melhoria depropriedades funcionais de alimentos(Pacheco e colaboradores, 2005).

    Comercialmente esto disponveisprotenas compostas pelo concentradoproteico do soro do leite, cuja concentrao de

    protena varia entre 25 e 89%. Nestesprodutos h remoo parcial de carboidrato ede gordura e, como consequncia, reduo delactose. H ainda os isolados do soro do leite,contendo entre 90 e 95% de protena, comgordura e lactose em pequena proporo, ouausentes. E, por fim, a protena hidrolisada dosoro, composta da frao isolada econcentrada, formada por dipeptdeos etripeptdeos de alto valor nutricional. Comocaracterstica, apresenta boa digestibilidade ebaixo potencial alergnico, podendo conter at98% de peptdeos no produto pronto para

    consumo. Assim, com base no expostoanteriormente, a composio do soro podevariar em quantidade de macro emicronutrientes, e esta, por sua vez, domtodo de remoo e produo da protena(Carrilho, 2013).

    O arranjo de aminocidos em umgrama de protena do soro do leite , de formagenrica, de 4,9 mg de alanina, 2,4 mg dearginina, 3,8 mg de asparagina, 10,7 mg decido asprtico, 1,7 mg de cistena, 3,4 mg deglutamina, 15,4 mg de cido glutmico, 1,7 mgde glicina, 1,7 mg de histidina, 4,7 mg de

    isoleucina, 11,8 mg de leucina, 9,5 mg delisina, 3,1 mg de metionina, 3,0 mg defenilalanina, 4,2 mg de prolina, 3,9 mg deserina, 4,6 mg de treonina, 1,3 mg detriptofano, 3,4 mg de tirosina e 4,7 mg devalina (Haraguchi, Abreu e de Paula, 2008).

    Os aminocidos de cadeia ramificadaperfazem 21,2% e todos os aminocidosessenciais constituem 42,7%. Estacomposio ultrapassa as dosesrecomendadas para as crianas de dois acinco anos e para os adultos. Este aspectotorna o soro do leite uma fonte proteica

    concentrada em aminocidos essenciais,especificamente leucina, em comparao s

    demais fontes de protena (Terada e

    colaboradores, 2009).Este perfil de aminocidos torna a suadigesto e absoro intestinal mais rpida, oque proporciona elevao da concentrao deaminocidos no plasma que, por outro lado,estimula a sntese de protenas nos tecidos(Haraguchi, Abreu e de Paula, 2008).

    A casena, por sua vez, representa80% da outra poro das protenas do leite.Em 100 g h cerca de 8,77 g de leucina.Enquanto as protenas do soro do leite tmcomo principal caracterstica a sua rpidaabsoro, a casena caracterizada por ser

    lentamente absorvida. Este fator determinante nos nveis de leucina disponveispara utilizao (Reitelseder e colaboradores,2010).

    De acordo com alguns estudos, umarpida aminoacidemia estimula a sntese deprotenas intramusculares e aumenta oestmulo para a cascata de sinalizao mTORde forma mais eficiente (Boirie ecolaboradores, 1997; Dangin e colaboradores,2001).

    Ao comparar a administrao deprotena do soro do leite em uma nica dose

    de 25 g com a administrao em pequenasdoses de 2,5 g a cada 20 minutos, na tentativade reproduzir a digesto de uma protena deabsoro lenta, os pesquisadores observaramque a protena administrada em dose nica,aps o exerccio, mais competente paraaumentar os nveis de aminocidos no plasmado que a administrao da mesma protenasuplementada em pequenas quantias (West ecolaboradores, 2011).

    E ao confrontar a suplementao deprotena do soro do leite isolada com casenamicelar, ficou evidente que a sntese de

    protena miofibrilar foi mais rpida com aadministrao de protena isolada (Reitelsedere colaboradores, 2010; Burd e colaboradores,2012).

    Em relao aos micronutrientes o sorodo leite possui 1,2 mg de ferro, 170 mg desdio e 600 mg de clcio por 100 g de protenado soro. Acredita-se que produtos lcteos ricosem clcio desempenham um papel-chave naregulao do metabolismo de energia (Zemele colaboradores, 2000).

    Akhavan e colaboradores (2010) eBreen e colaboradores (2011), ao

    suplementarem protena do soro concentradaem praticantes de atividade fsica,

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    contemplaram reduo da glicemia, mostrando

    que houve melhora na resposta metablica emvias que necessitam ou no de insulina.

    SUPLEMENTAO DE PROTENA DOSORO DO LEITE E HIPERTROFIAMUSCULAR

    Como citado anteriormente, para queocorra recuperao muscular recomenda-se oconsumo de 8 a 10 g de protenas de origemanimal ou de soja, logo aps a realizao doexerccio (Dunford, 2012). Ainda, algunsestudos determinaram que a leucina tivesse

    papel fundamental na sntese muscular, sendoque 30 mg/Kg de peso so suficientes paraaumentar as taxas de sntese de protenasmiofibrilares (Koopman e colaboradores,2005).

    Por conter uma quantia elevada deaminocidos de cadeia ramificada,especificamente leucina e principalmente pelapraticidade de administrao aps o exerccio,estudos vem sendo feitos para verificar qual amenor quantia de protena do soro do leitepromove hipertrofia. Tipton e colaboradores(2007), Moore e colaboradores (2009) e Witard

    e colaboradores (2014), examinaram qual arelao entre a protena do soro do leiteisolada e o estmulo da sntese de protenamoifibrilar.

    Witard e colaboradores (2014),constataram que com 20 g de protena do sorodo leite isolada, administrada antes darealizao de exerccio de resistncia, houveelevao dos estmulos para a sntese deprotenas miofibrilares. O grupo avaliado erade jovens voluntrios no treinados que foramdivididos em equipes para cada quantiasuplementada de 0, 10, 20 e 40 g de protena

    do soro do leite isolada. Com a suplementaode 40 g, houve aumento na sntese proteicaentretanto, aumento significativo na produode ureia tambm foi determinado, sendo assimos autores determinaram que a melhor dosede protena seria 20 g.

    Moore e colaboradores (2009),obtiveram o mesmo efeito, porm, com aadministrao de 25 g de protena isolada dosoro do leite.

    Tipton e colaboradores (2007) foramalm, tentando averiguar qual a diferenaentre a suplementao de protena antes e

    aps a realizao do exerccio e concluramque foi indiferente. A quantia administrada de

    protena do soro do leite foi de 20 g. Os

    resultados, em todos os estudos, foramatingidos por meio de bipsia do msculosubmetido ao exerccio de fora e do msculoem repouso e o tempo de suplementao foide um dia.

    Farnifield e colaboradores (2009) eAtherton e colaboradores (2010), tambmanalisaram a suplementao de protena dosoro do leite e a ativao da cascata desinalizao mTOR. Para tanto, avaliaramjovens adultos, submetidos a exerccioscontrolados de resistncia. Para identificaodos achados, aps a administrao de

    protena do soro, foi realizada bipsia domsculo exercitado. Com isso, os autoresdemonstraram que o perfil total deaminocidos suplementados foram suficientespara gerar aumento da sinalizao da cascatamTOR. Para Farnifield e colaboradores (2009),o total de aminocidos presentes na soluooferecida aos voluntrios foi de 26,6 g, sendoque destes, 6,6 g eram aminocidos de cadeiaramificada. Em contrapartida, Atherton ecolaboradores (2010), ofereceram 48 g deprotena do soro do leite concentrada.

    Sakzenian e colaboradores (2009),

    avaliaram 10 jovens do sexo masculino comidade aproximada de 22 anos que,anteriormente oferta do suplemento,receberam orientao de dieta contendo 1,8 gde protena por kg de peso, 8 a 10 g decarboidrato por quilo de peso. Arecomendao de lipdios foi paracomplementar o gasto energtico total. Nasequncia, os voluntrios foramsuplementados com protena concentrada dosoro do leite que totalizou 1 g/Kg de peso apsa realizao dos exerccios. A alimentaocomplementou a necessidade proteica diria e

    foi de 1 g/Kg de peso. O grupo placebomanteve-se com alimentao como orientadono incio do experimento que foi, adicionadade placebo composto por maltodextrina (50 g).O ganho de massa muscular foi avaliado pormeio de antropometria atravs da verificaodas pregas cutneas e circunfernciamuscular. O tempo de estudo foi de trssemanas.

    Os autores observaram hipertrofiamuscular nos dois grupos, controle esuplementado E atriburam o resultado modificao diettica e ao treinamento

    hipertrfico, e no suplementao comprotena do soro do leite isolada.

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    Weisgarber, Candow e Vogt, (2012),

    tambm determinaram os efeitos dasuplementao de protena do soro do leiteisolada antes e durante a realizao deexerccios de resistncia em jovens adultosno treinados. A dose de protenaadministrada para o grupo estudo (n=9) foi de0,3 g/Kg de peso, equivalente a 26 g deprotena, e 0,006 g/Kg de peso a cada sessode exerccio de resistncia num total de 6 a 10repeties. Para o grupo placebo (n=8), foramadministrados 0,2 g de maltodextrina e 0,1 gde sucralose por unidade de peso em quilo.Como mtodo de avaliao dos resultados, os

    autores utilizaram o Dual-energy X-rayabsorptiometry (DEXA).Aps oito semanas de experimentos,

    sendo realizados os exerccios e asuplementao durante quatro dias dasemana, houve aumento significativo dovolume muscular em ambos os grupos,suplementado e placebo, evidenciando que aingesto de protena, antes e durante oexerccio no aumentou a sntese muscular.

    A mesma concluso foi obtida aoavaliar a suplementao de protena do sorodo leite em um grupo de voluntrios com

    sobrepeso e obesidade. Por 36 semanas,Weinheimer e colaboradores (2012),ofereceram aos voluntrios, suplementaoduas vezes ao dia, associada com exercciosde fora e resistncia. Ao final do experimento,houve melhora em todos os grupos, comsuplementao de 0, 20, 40 e 60 g de protenado soro do leite, comprovando que osuplemento no foi relacionado ao aumento demassa muscular. importante ressaltar que omtodo de avaliao dos resultados foiantropometria e DEXA.

    DISCUSSO

    Ao revisar a composio da protenado soro do leite, torna-se evidente o motivopelo qual praticantes de atividade fsicautilizam este suplemento para sua nutrio.Seu perfil de aminocidos fator determinantepara que exista o estmulo para a snteseproteica, associando a sua administrao comexerccios. Tem elevada taxa de leucina emsua composio e, de forma prtica, pode seringerido a qualquer momento, sendo umaopo para a complementao das protenas

    da alimentao, principalmente para apopulao que possui intolerncia a lactose ou

    protena do leite, uma vez que o soro do leite

    disponvel no mercado de forma hidrolisadae isolada.Entretanto, h divergncias entre os

    resultados dos estudos sobre o tema. Estadiferena se d principalmente porque osmtodos de avaliao foram diferentes. Algunsestudos foram efetivos na comprovao dasntese de protenas miofibrilares. Por outrolado, tambm h estudos que nocomprovaram aumento da massa muscularrelacionada com a suplementao de protenado soro do leite.

    O que possvel afirmar em todos os

    experimentos a afinidade da atividade fsicacom a hipertrofia e o aumento de fora.Porm, estas alteraes ocorrem de maneiradiferente ao exercitar-se com um protocolo ououtro. Desta forma, as variaes nasconcluses dos estudos podem ser justificadaspela utilizao de diferentes protocolos deaplicao de exerccios de resistncia e fora.

    Alm disso, todos os estudos fizeramadequao da alimentao dos voluntriosantes da administrao do suplemento, ouseja, as necessidades nutricionais foramsupridas com a alimentao e, em alguns

    casos, ultrapassaram as recomendaesdirias. Este fato pode ter influenciadopositivamente na hipertrofia muscular, umavez que, para que ocorra sntese proteica, necessrio que o organismo esteja emequilbrio nutricional relacionado ao exerccio.Portanto, a hipertrofia muscular observada emtodos os estudos tambm pode ser justificadapela adequao nutricional da alimentao dosvoluntrios e no somente pela administraoda protena do soro do leite.

    A suplementao de protena nosestudos variou de 20 a 60 g de protena do

    soro do leite antes, durante ou aps arealizao dos exerccios. Independente dototal oferecido houve hipertrofia muscular.Estudos que avaliaram a suplementao comvariao do contedo de soro do leite (0, 10,20 e 40 g) observaram sntese miofibrilar emtodas as situaes estudadas, inclusive semsuplementao, o que, mais uma vez,comprova a relao do exerccio fsicorealizado e a adequao da alimentao como aumento de massa muscular. Entretanto,verificou-se significativo aumento quando asdoses de suplemento foram maiores que a

    recomendao.

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    A recomendao diria de leucina

    para populao geral e saudvel de 14 mg/Kg de peso (Ministrio da Sade, 1998), sendoque 30 mg/Kg de peso aps a realizao deexerccios so suficientes para gerao deestmulo para sntese muscular (Koopman ecolaboradores, 2005). De fato, ao ofertar asuplementao, os nveis de leucinadisponveis aumentam. Este achado determinante para concluir que adisponibilidade dos aminocidos,especificamente leucina, antes, durante oudepois da realizao do exerccio fsico auxiliana produo de miofibrias. Entretanto, ao

    desconsiderar as recomendaes dirias deprotena e leucina bem como o gastoenergtico total, o uso de suplemento proteicopode tornar a dieta hiperproteica.

    Menon e Santos (2012), verificaram sea alimentao de praticantes de musculao,que objetivavam hipertrofia muscular, era ricaem protenas. Verificaram que a maioria dosvoluntrios consumia valores acima dorecomendado. Ao analisar 11 indivduospraticantes de musculao com objetivo dehipertrofia muscular, 63,6 % consumiram maisde 2 g/Kg de peso ao dia de protena na sua

    alimentao, o que caracteriza uma dietahiperproteica (Oliveira e colaboradores, 2009).Dietas ricas em protena devem ser

    consideradas com cautela, pois podem alteraro equilbrio nutricional (Dunford, 2012).Aparicio e colaboradores (2010), referiram queoferecendo altas taxas de protena (45% do

    gasto energtico total), alteraes como:

    aumento do peso do rim, ampliao daexcreo de clcio com paralela reduo naexcreo urinria de citratos e consequenteaumento da acidez, alm de mudanasmetablicas como aumento nas taxas decolesterol total e triglicerdeos, resultaramdesta condio. Alm disso, segundo Journele colaboradores (2012), uma dieta com altoteor de protenas (acima do recomendado)pode aumentar a secreo de hormniosanorexgenos produzidos no intestino.

    A ingesto de altos teores de protenapode aumentar o risco de desidratao, uma

    vez que necessrio o aumento da excreourinria para que ocorra a sada dosmetablitos da protena pela urina. Outro riscoem administrar uma alimentao com teoresde protena acima do recomendado est emdesconsiderar a necessidade de carboidratose lipdios, gerando um possvel dficitnutricional, o que tambm prejudica odesempenho nos treinos e a hipertrofiamuscular (Dunford, 2012).

    Para adequar o consumo proteico,deve-se priorizar os alimentos, (Sakzenian,2009). Sendo assim, importante relacionar

    alguns alimentos que possam complementar aquantia de leucina com o objetivo dehipertrofia muscular. A seguir, a Tabela 1exibe alimentos que contm leucina na suacomposio.

    Tabela 1 - Total de leucina em diferentes pores de alimentos:Fonte Leucina (mg) Em 100 g/ mLAtum (180 g) 3700 2055Peito de frango (120 g) 2650 2208

    Carne bovina (100 g) 810 810Clara de ovo (2 unidades) 600 1000Queijo mozarela (100 g) 2380 2380Leite desnatado (240 ml) 950 395

    Fonte:Adaptado de Lima e colaboradores (2011).

    Ao considerar que a recomendaopara recuperao e sntese muscular aps arealizao de exerccios de 8 a 10 g deprotena de alto valor biolgico e que um copode leite, por exemplo, contm em torno de 8 gde protena e 950 mg de leucina, fica evidenteque possvel realizar a troca da

    suplementao aps o exerccio por um copode leite desnatado.

    Entretanto, se considerarmos umindivduo de 70 Kg, a necessidade de leucinapara estmulo de hipertrofia se aproxima de2100 mg, o que pode ser obtido em 500 mL deleite. Neste caso, o total de protena ser deaproximadamente 16 g. Muitas vezes a

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    ingesto alimentos durante o dia est

    impossibilitada pela rotina do indivduo. Comoalternativa disponvel no mercado h o leiteem p desnatado, que em 100 g tem em tornode 34,7 g de protena e 4,12 g de leucina(Lima e colaboradores, 2011). Ento, seriamnecessrios 50 g de leite em p.

    Fazendo a troca do soro do leite porleite desnatado ou leite em p desnatado,alm da reposio proteica, oferecido aoorganismo taxas de carboidrato que podemauxiliar na reposio do glicognio muscularperdido na atividade fsica. E ao optar poroutros alimentos ricos em leucina, como o

    atum que em 100 g, tem 2100 mg de leucina,aproximadamente 20 g de protena, possvelofertar outros nutrientes necessrios para obom desempenho fsico, como leosessenciais e vitaminas responsveis pelometabolismo energtico. Alm disso, estaopo pode ser economicamente vantajosaem relao aos suplementos proteicos(Dunford, 2012).

    Assim, possvel afirmar que ocontedo de protena da dieta essencial parahipertrofia muscular e esta necessidade podeser suprida por uma alimentao equilibrada e

    adequada ao indivduo. A suplementaopode ser uma opo quando certificada aimpossibilidade da protena ser suprida pelaalimentao, uma vez que os nveis deaminocidos disponveis possibilitam a sntesede protena miofibrilar.

    CONCLUSO

    A combinao de evidnciasencontradas sugere que a suplementao deprotena do soro do leite associada aexerccios de resistncia ou fora eficiente

    na sntese de protena miofibrilar, portantohipertrofia muscular, entretanto, precisocautela na incluso de suplementao proteicauma vez que a protena proveniente da dietatambm eficiente em promover reparo esntese muscular.

    Ao optar pela protena do soro do leite necessrio considerar as protenas da dieta,assim como os outros nutrientes a fim demanter o suporte necessrio para odesempenho fsico eficiente.

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    2-Orientadora, Professora do departamento deNutrio da Universidade Federal do Paran-UFPR. Curitiba, Paran, Brasil.3-Coorientadora, Professora do departamentode Nutrio da Universidade Federal doParan-UFPR, Curitiba, Paran, Brasil.

    E-mails:[email protected]@[email protected]

    Recebido para publicao em 12/08/2014Aceito em 10/11/2014Segunda verso em 04/05/2015