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Thais Catherine Ramme Reformulag8o da farda do Colegio Militar de Curitiba Curitiba u;rp 2006

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Thais Catherine Ramme

Reformulag8o da farda do ColegioMilitar de Curitiba

Curitibau;rp2006

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Thais Catherine Ramme

Reformulag8o da farda do ColegioMilitar de Curitiba

Tee - Trabalho de conclusao de Curso apresentadoao curso de Design, habilitac;:ao em

Design de Moda, comorequisite parcial para obtengao do

grau de Designer de moda daUTP Universidade Tuiuti do Parana

Orientada pela professora Eunice Valente.

CuritibaUTP2006

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EUAGRADE<;:OAgradec;o a professora Eunice, pela paciemcia, a professora Scheila, pelas broncas

nas horas que eu precisava de urn empurrao, a professora Denise, pelas ideiasmirabolantes, a professora Fatima, por ensinar como se diz algodao em alemaoe

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par ter me feito ficar de final e aprender 0 que e resiliencia, a professora Eliane, porensinar como se faz urn molde, a professora Monica, per ensinar como fazer urnmolde em miniatura, a professera Sonia (grande Sonia), per ter feito nascer emmim meu espirito libertario e exigir um impeach man dela, a professora Guiomar,que me faz ter pesadelos com fichas tecnicas, a professora Denise (outra?) sim,

lembra dela? Nao sei se me ensinou alguma coisa, mas lembrei dela. Tem tambemaquela professora baixinha do cabelo curto, nao lembro 0 nome, mas ela me

ensinou a ser grossa. Queria agradecer demais ao querido e centenario professorBini, a enciclopedia com pernas, per ensinar que design e arte e que nao saber 0

ana da queda da Bastilha e urn absurdo. Ao grande Ivens, por confundir minhacabec;a e dizer que nao, design nao e arte e que design mata. Ao professorJoaquin (com n no final, ou ele nem Ie 0 trabalho), que me fez entender que

homens realmente fofocam e que e impossivel ter uma empresa sem urn planofinanceiro. Ao professor Arion, que apesar das gracinhas e das piadinhas

machistas tentou me ensinar a mexer no Excel (desculpa Arion, nao deu certo).Queria agradecer a Marilda, que apesar de nunca estar na faculdade, sempre

sabia de tudo 0 que acontecia! Gostaria de lembrar neste momento da faculdadedo Portao, onde tudo comec;ou e das matanc;:as de aulas da padoca (nao devia ter

falado isso). Gostaria de agradecer as band as de hardcore que fazem umasmusicas bem pesadas e nao me deixaram dermir nas noites que virei acordada.

Agradec;o aos Padrinhos Magicos, aquele desenho bern bobo que passa naWarner, que eu assistia per 5 minutos enquanto tomava uma caneca de cafe comcoca antes de voltar para 0 trabalho que duraria a noite toda ... Coca-Cola, comonao lembrar, obrigada per existir!! Ah!! As minhas amigas, Manu, Tati, Su e Fla,

sem elas eu nunca teria chegado ate aqui, teria desistido no primeiro ana e estariame formando em administraC;ao ou estaria loira e casada com algum jogader de

futebol. Falando em futebol, agradeyo ao Atletico por nao ter jogado nada esse anoe ter perdido a Sui Americana, me fazendo nao ir aos jogos e me poupando tempo

e dinheiro. Agradec;:o ao Coxa par nao ter subido pra primeira divisao, minhagrande alegria este ana Ua ouviu a piadinha do viagra?). Par fim, agradeyo a minhamae por nao ter me enchido 0 saco e ter me deixado ficar acordada ate de manha,

ao meu pai per ter pagado minhas contas e ao meu irmao, por fazer a minhaalegria e me chamar de doente ao acardar as 5 pra ir pra escola e me ver

debruc;ada sobre a impressora que tinha dado pau.

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SUMARIO

Lista de Figuras x

Resumo xi

Abstract xii

INTRODU<;;AO .

REVISAo BIBLIOGRAFICA 2Exercito Brasileiro 2

A Evolu~ao do Uniforme 3

Mulheres no Exercito 4

Maria Quib[lira 4

Atualidade 6

Colegio Militar 7

A concretiza~ao do sonho 8

Thomaz Coelho e 0 Colegio Militar 8

o primeiro aniversario 10Designacao Hist6rica 11

A admissao das alunas 11

Linha do tempo 11

Sistema 12

Pro posta Pedag6gica 12

o Colegio Militar de Curitiba 13

Educa~ao e Excelencia 14

A Oesativacao 14

o Processo de Reativacao 15

A Reaburtura 15

MATERIAlS E METODOS DE PESQUISA 17Analise e Pesquisa 17

Fun~6es do produto 18Fun~iio pratica 18Fun~iio estetica 18Funcao simb6Iica 18

Publico alvo 20

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Analise diacronica 20

Analise sincronica 21

Conceito 21

Ambiencia 22

Cartela de cores 23

Cartela de materiais 24

Gera~ao de alternativas 25

RESULTADOS 33Sele~ao de Alternativas 43

Analise ergonomica 44

Ergonomia e conforto termico 44

Ergonomia e metabolismo - regula~ao termica 44

Ergonomia e postura 45

Ergonomia e movimentos 46

DlscussAo 49Pontos positivos 50

Pontos negativos 50

CONCLusAo .

ANEXOS .

.. 51

.. 52

REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS 54

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Lista de Figuras

Fig. 1 - Soldado Infante 1740 4Fig. 2 - Soldado Infante 1762 4Fig.3 - Soldado Infante 1781 4Fig.4 - Sold ado Infante 1799 4Fig. 5 -Maria Quiteria 4Fig. 6 - Maria Quiteria - farda 5Fig.7 - Palacete da Babil6nia 10Fig. 8 - Primeira turma feminina, Colegio Militar do Rio de Janeiro, 1989 11Fig. 9-lnaugura~ao do olegio Militar de Curitiba 13Fig.10 - Vista aerea do Coh'gio Militar de Curitiba, 1959 14Fig.11 - Vista aerea do Colegio Militar de Curitiba, 1988 14Fig. 12 - Vista aerea do Colegio Militar de Curitiba, 1994 15Fig. 13 - Vista frontal do Colegio Militar de Curitiba, 2005 16Fig. 14 - Castelo 18Fig. 15 - Estrela 18Fig. 16 - Simbolo dos Colegios Militares do Brasil 19Fig. 17 - Farda masculina 1962 20Fig. 18 - Farda masculina 1989 21Fig. 19 - Farda diaria ("passeio") 21Fig. 20 - Farda garan~a 21Fig. 21 - Farda de gala 21

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Resumo

Relormula9ao da larda do Colegio Militar de Curitiba. A finalidade deste projetoe criar uma nova modelagem para a farda utilizada atualmente pel os ColegiasMilitares do Brasil. 0 principal metodo utilizado loram as pesquisas de campoiniciais, que identificaram 0 grau de insatisfac;ao das alunas com 0 uniforme,justificando, assirn, a criayao da nova farda. Os questioniuios foramdirecionados ao Colegio Militar de Curitiba, pela proximidade e lacil acesso. Aspesquisas demonstraram tambem as principais queixas e os principais desejosdas estudantes, que deram 0 pontape inicial na cria9ao da cole9ao. A maiorreclama~o foi quanta a modelagem de determinadas pec;as - calc;a e camisa -,que, segundo as pesquisas, eram ultrapassadas e desconfortaveis. 0 tecidatambem foi Dutro aspecto reprovado pelas alunas. Segundo elas, a tecida dacamisa naG era 0 ideal, per deixar marcas de suor em epocas de calor. Ja nacalga, a tecido foi reclamado par ser aspero e par naa atender a sua funyc30 deproteger do frio. Assim sendo, tern-se as dais aspectos tratados neste trabalho:modelagem e tecido. As duas peyas sofreram uma transformayao total,tornando-se mais femininas e ergonomicamente corretas. as tecidosescolhidos para a nova proposta sao ambos 100% algodao, para perrnitir a"respiral,(ao" da pele, e estando de acordo com a clima e respeitando as coresda Escola. As pel,(as finais foram adicionadas ainda um tecido camuflado, nocaso da calya, e bordados, na camisa, que agregararn ainda mais valor ebeleza ao novo uniforme, alem de prestar uma homenagem ao Exercito e assuas tradiyoes. Este projeto nao apenas cria uma nova farda, cria um novoconceito de uniformes escolares.

Palavras-chave: Exercito, uniforme, rnodelagem.

xi

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Abstract

Recreating the uniform for Colegio Militar de Curitiba. The purpose of thisproject is to create a new style for the uniform that is used nowadays by theMilitary Schools in Brazil. The main method that was used were initial fieldresearches, which identified the low level of satisfaction from the students,justifying the creation of a new style of uniform. The questionnaires wereapplied in Colegio Militar de Curitiba due to its proximity and easiness of access.The researches showed also the main complains and desires of the students,which allowed the project to begin its creation. The major complain was relatedto the style of specific pieces of the uniform - pants and shirt-, which, accordingto researches, were outdated and uncomfortable. The fabric was also anotheraspect not approved by the students. According to them, the fabric of the shirtwas not the ideal one due to the fact that you could see stains of sweat duringwarmer days. The pants, the complaint about the fabric mentioned was relatedto the its roughness and for not protecting from cold weather. That way thereare both aspects developed during this project: style and fabric. Both piecessuffered a complete transformation becoming more feminine and ergonomicallycorrect. The fabrics chosen for this new proposal are both 100% cotton to allowthe skin to breath, staying in accordance with the weather and respecting thecolors of the school. The final touch that was given to the uniform were piecesof camouflage fabric on the pants and embroidery on the shirt which add morevalue to the beauty of the uniform, besides doing an tribute to the Army and itstraditions. This project not only creates a new uniform but also a new concept ofschool uniform.

Key words: army, uniform, style.

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INTRODUC;;Ao

Colegio Militar: 117 anos de luta, edUC8yaO e tradigao. Criado inicialrnente paraabrigar as 6rfaos da Guerra, hoje e exemplo de disciplina e honra. A luz do Exercitoe de suas memorias, as alunos dos Colegios Militares passam par atividadesmilitares rotineiras, como marchas, treinamentos e formaturas, al8m da educayaoestritamente regulamentada.

Colegio Militar de Curitiba: 48 anos de hist6ria. Ha apenas 12 conta com a presenyade alunas. Ap6s lon905 an os sendo exclusivo para homens filhos de militares, eapos 6 anos de desativ8gao, a escola hoje atende a ambos as sexos, filhos de civise de militares, sendo urn dos mais concorridos, apresentando urn numero cada vezmaior de alunos par vagas em seus concursos anuais.

Apesar das lnovac;oes ocorridas nos ultimos anos, a farda nao acompanhou essatendelncia. A farda masculina, par ser utilizada he. mais de 100 anos, teve tempo deser modernizada e atualizada. A farda feminina, em contrapartida, foi criada haapenas 17 anos, portanto ainda e considerada "nova" e nao teve chance de sermodificada.

Foi este aspecto que impulsionou este trabalho. A intenc;ao era descobrir se a fardanao era modificada pOis agradava as alunas ou se nao havia interesse por parte docomando por uma farda mais moderna. Atraves de pesquisas e questione.rios,confirmaram-se as hip6teses: tanto as alunas nao estavam satisfeitas com a farda,quanto a comando dos eM's nao via necessidade de mudanc;as.

A partir dai, novas pesquisas faram feitas com as estudantes, identificando quais osprincipais pontos negativos passiveis de transfarmac;oes. Este trabalho apresenta astecnicas utilizadas, os resultados dos produtos finais e a discussao, provando ser anova proposta uma possibilidade real de produC;ao.

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REVISAo BIBLIOGRAFICA

Exercito Brasileiro

Tao logo 0 descobrimento do Brasil foi revelado, aflorou a cObiya das na<;6esexcluidas do pacta de Tordesilhas, em relayeo a nova terra. Arvoravam-se governos,corsan"os a soldo de reis*, empresas de espo1ia98.0, congrega90es religiosas eaventureiros em busca de urn lugar aD sol na faixa litoranea brasileira. A estimula-los, a riqueza da terra: seus recursos de exploraC;8o, como 0 pau-brasil - materia-prima de corante muito apreciado na Europa e inspiradora do nome do Pais - e apr6spera a9ro-industria 8c;ucareira, estabelecida no Nordeste do Brasil. Daexpedi9ao francesa de Villegaignon, na baia da Guanabara, a a9ao do corsarioingles Cavendish, todas as invas6es foram repelidas pelo colonizador, com a ajudade indigenas agrupados em rudimentar organizac;:ao militar. Desde cedo, afigurava-se importante lutar de arcabuz* e flecha nas maos para defender a Colonia.

Entretanto, 0 principal desafio a nova terra e sua brava gente chegaria em 1624 coma invasao holandesa da Bahia, frustrada pela resistencia obstinada oposta aosintrusos e liderada pelo bispo de Salvador, D. Marcos Teixeira. Repelidos, osprepostos da Companhia das Indias Ocidentais, da Holanda, voltam a tentar novainvasao em 1630, agora com poderosa frota e apreciavel contingente militar. 0 alvoe Pernambuco, pontilhado de engenhos produtares de ac;:ucar, a mais valiosaespeciaria da epoca. Mesmo assim, os habitantes da terra resistem no arraial deBom Jesus em luta desigual, e acabam por vergar-se diante do inimigo em 1632.

Quinze anos haviam decarridos de ocupac;:ao, quando Joao Fernandes Vieira dainicio ao resgate da soberania da gente da terra. Comec;:a a Insurreiqao*Pernambucana. Paginas e paginas her6icas da hist6ria-patria serao escritas pelosinsurretos naquela guerra. 0 desagravo e assumido par todas as classes e rac;:as degente, empolgando da casa grande a senzala. Tecido 0 plano revolucionario,tratava-se de desgastar a inimigo par eficiente luta de emboscadas.

Tropas de negros, de Henrique Dias, e de indios, do bravo Poti, rebatizado FelipeCamarao, agregam-se as dos luso-brasileiros de Joao Fernandes Vieira, paracom bater 0 poderoso exercito holandes. 0 combate decisivo se trava nos arredoresde Recife, em regiao de montes permeada por banhados: Guararapes. 0 inimigofara atraido para terreno que se apresentava favaravel a habilidade militar dosbrasileiros.

Transcorria a dia 19 de abril de 1648. Dais mil e quinhentos cidadaos-soldados luso-brasileiros derrotam cinco mil militares holandeses. Era a son had a vit6ria decisiva.Segue-se a segunda vit6ria em Guararapes. Um ana depois, outros com bates e,finalmente, a capitulac;:ao do invasar em 1654. A partir dessa memoravel epapeia*,nao havia apenas homens reunidos em tarna de um simples ideal de libertac;:ao, massim, as bases do Exercito Nacional de uma Patria que ver-se-ia confirmada a 7 desetembro de 1822.

Na regiao de Guararapes, em 19 de abril de 1648, nascia 0 Exercito.

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A Evolu<;ao do Uniforme

AS uniformes da infanta ria portuguesa foram seguindo as evolu90es da mod adurante todo 0 seculo XVIII. No principio do seculo, no reinado de D. Joao V,seguiam os uniformes das potemcias cat6licas - Franya, Espanha, Austria, usandafardas de cor cinzenta clara - "alvadia" - de corte amp 1o, normalmente sem abas,com chapeus grandes, usados em tricornio"', com as granadeiros a usar barretes* depele.

Em 1762 os uniformes continuavam a seguir 0 modelo das polencias cat6licas,sobretudo os do exercito da Coroa austriaca, sendo que a cor das fardas tinhapassado a ser branca, e as casacas tinham passado a ter todas abas de car, quepermitiam distinguir mais facilmente os regimentos. Com a declarac;:ao da guerrafranco-espanhola de 1762, houve necessidade de aumentar 0 efetivo dosregimentos de infanta ria, par estes estarem com metade do efetivo normal. Apassagem de urn efetivo de 360 homens por regimento para os 1.200regulamentados em 1762 fez com que a prodw;:ao de uniformes para 0 exercitotivesse ficado completamente desorganizada, nao havia nos armazens militaresuniformes suficientes para os recrutas que chegavam aos regimentos, nem taopouco nas fabricas do Reino. Os regimentos tiveram que se contentar com ospanos que havia, e que se andava a procurar mesmo nas feiras do interior do Pais,e por isso 0 exercito portugues fez a «Guerra Fantastica*» com uniformes de todasas cores - com os regulamentares brancos, mas tambem com azuis, verdes,amarelos, encamados*, etc.

Com a assinatura da paz em 1763, era necessario distribuir novas fardas ao exercitoe dar aos varios corpos uma farda de cor uniforme. 0 modele de uniforme escolhidofoi 0 prussia no: fardas de cor azul escura, de corte apertado, com pequenoschapeus, usados em bic6rneo.

E com a cor - "azul ferrete - que foi enviada ao futuro Marques de Pombar - que afarda perdia 0 seu carater espartano, que caracterizava 0 uniforme das potenciascat6licas ate ao fim das Guerra dos Sete Anos.

Este uniforme que tinha como novidade a introdw;;::ao de cah;;::6esda cor da farda, aocontrario do que era normal na epoca de serem brancos como os coletes,permaneceu ate 1793 sem grandes altera<;6es.

E s6 em finais do seculo XVIII que 0 uniforme come\=a a se modernizar, devidopossivelmente a experiencia ganha na campanha do Rossilhao, entre 1793 e 1795,mas tambem, e possivelmente sobretudo, porque se segue a moda e 0 usual nosoutros exercitos. As casacas, ate entao muito apertadas, passaram a poder serfechadas permanentemente, tendo os regimentos que nao tinham "bandas" nascasacas dos uniformes passando ate-las, protegendo assim 0 tranco dasintemperies, 0 que obrigava a que a casaca fosse feita de uma forma mais ampla econfortavel. Na mesma epoca a gola que se usava rebatida foi erguida.

Em 1797 da-se outra pequena modifica<;ao no uniforme do exercito. 0 la<;o usadonos chapeus, de cor preta ate esse ano, passa a ser das cores da casa real - os

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funcionarios da casa real. Esta mudanc;avai fazer sentir-se em pequenas e grandescoisas, uma das quais esta bem visivel nas paginas deste local e que e a cor dasbandeiras e estandartes do exercito, que passam a ser de cor azul e encarnada.

o lalto sera utilizado por quase todos os corpos em cruz, e isto tanto nos chapeuscomo mais tarde, a partir de 1806, nas barretinas da infantaria enos cascos dacavalaria, moda vinda com certeza da propria corte.

Mulheres no Exercito

Figura 1 Soldado Figura 2 SoldadoInfante 1740 Infante 1762<fonte: www.arqnet.pt>

Figura 4 SoldadoInfante 1799

As mulheres estao isentas do servi~o militar, na forma prevista pela Constitui~oBrasileira. Todavia, e permitida a prestayao do servilto militar pelas mulheres queforem voluntarias, segundo criterios de conveniimcia e oportunidade de cada ForltaArmada.

Se analisado sob uma perspectiva historica, a presenlta da mulher nas fileiras doExercito ja e por todos conhecida ha muito tempo. Como exemplo tem-se a jovemMaria Quiteria, herolna do Brasil nos conmtos pela consolida~ao da Independ€mcia,bern como as enfermeiras que atuaram na 2a Grande Guerra.

Maria Quiteria

Figura 5 Maria Quiteria <fonte: http://www.exercito.gov.br>

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Maria Quiteria de Jesus, a "mulher-soldado", nasceu em Sao Jose de Itapororocas,no ana de 1797, na antiga Provincia da Bahia.

Em 1822, sob 0 ideal de liberdade, 0 Rec6ncavo Baiano lutava contra 0 dominadorportugues que se negava a reconhecer a Independ en cia do Brasil. Nesse clima,surge a figura de Maria Quiteria. A necessidade de efetivos fez com que a JuntaConciliadora de Defesa, sediada em Cachoeira-BA, conclamasse os habitantes daregiao a se alistarem para com bater os portugueses.

Maria Quiteria, uma humilde sertaneja baiana, atendeu ao chamado, motivada pelosideais de liberdade que envolviam seus conterraneos. Ante a posi9ao contrtuia dopai, foge de casa e, com 0 uniforme de urn cunhado, incorpora-se inicialmente aoCorpo de Artilharia e, posteriormente, ao de Ca~adores, com nome de Sold adoMedeiros. 0 seu batismo de fogo ocorre em combate na foz do rio Paragua9u-BA,ocasiao em que ficam evidenciados seu heroismo invulgar e sua real identidade.

Em fins de 1822, a intrepida baiana, ja com saiote tipo escoces sobre 0 uniformemilitar (ver Figura 7), incorpora-se ao Batalhao dos Voluntarios de D. Pedro I,tomando-se, desse modo, oficialmente, a primeira mulher a assentar pra9a numaunidade militar, em terras brasileiras.

Figura 6 Maria Quiteria - farda <fonte: http://www.vidas/usofonas.pt>

De armas na mao, participando de diversos combates, toma-se merecedora dasmais homosas cita90es de bravura, valor e intrepidez, passando a constituir-se emreferencia do heroismo da mulher brasileira.

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Finda a campanha baiana, Maria Quiteria embarca para a Rio de Janeiro.

A sua presen~a na Corte e cercada de muito respeito, em face da fama de suacoragem e da grande curiosidade decorrente das caracteristicas de seu uniforme,por demais ousado para a epoca.

No dia 20 de agosto de 1823, D. Pedro I confere a gloriosa guerreira a honra derecebe-Ia em audiemcia especial. Sabedor da bravura e da maneira correta com quesempre se portara entre a soldadesca, num gesto de profunda admirac;ao, concede-Ihe 0 soldo de "Alferes de linha" e a condecora~ao de "Cavaleiro da Ordem Imperialdo Cruzeiro", em reconhecimento a bravura e a coragem com que lutara contra osinimigos da patria.

Maria Quiteria, no entanto, nao se deixou levar pela vaidade e pelo fulgor da gloriaque conquistara. Oepois de encerrada a guerra, a heroina recolheu-se ao sile!ncio dolar, falecendo no dia 21 de agosto de 1853.

No ano do centenario do falecimento da valorosa mulher-soldado, 0 entao Ministroda Guerra determinou, por intermedio do Aviso N" 408, de 11 de maio de 1953, queem todos os estabelecimentos, repartic;oes e unidades do Exercito, fosseinaugurado, no dia 21 de agosto de 1953, 0 retrato da insigne patriota.

Finalmente, em 28 de junho de 1996, Maria Quiteria de Jesus, por decreto doPresidente da Republica, passou a ser reconhecida como Patrono do QuadroComplementar de Oficiais do Exercito Brasileiro.

Atualidade

Atualmente, a mulher pode servir, voluntariamente, como militar de carreira autemporaria. Para ser de carreira, a mulher precisa cursar urn dos seguintesestabelecirnentos de ensino:- Escola de Administra~ao do Exercito, localizada em Salvador, que matriculou aprimeira turma de 49 mulheres em 1992;- Instituto Militar de Engenharia, no Rio de Janeiro, que forma militares para 0

Quadro de Engenheiros Militares;- Escola de Saude do Exercito, tarnbem no Rio de Janeiro, que forma oficiaisrnedicas, dentistas, farmaceuticas, veterinarias e enfermeiras para a Quadro deSaude do Exercito.

Na atualidade, as mulheres ocupam cargos em organizac;oes militares de todas asregioes do Pais. A maioria das oficiais encontra-se nos quarteis-generais,organizac;oes militares de saude, estabelecimentos de ensino e org80s deassessoramento do Exercito.

Elas desempenham os cargos previstos nas mesmas condic;oes dos oficiais de sexomasculino e concorrem as promoc;oes em condic;oes de igualdade com os homens.Nesse sentido, as criterios de avaliaC;ao de desempenho profissional naodiscriminam a sexo; e a acesso aos pastas rna is elevados da carreira nao discriminahomens e mulheres nos respectivos Quadros.

6

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Todas recebem a mesma instrugaomilitar basica ministrada aos homens. Participamde marchas, acampamentos, exercicios de tiro, jog os de guerra (em computadcres)e manobras logisticas, na esfera de suas especialidades.

As mulheres procuram a carreira militar motivadas por diversos fatores, dos quaisdestacam-se: a voca9ao pela profissao militar; 0 respeito e a organiza9ao que aInstitui9ao desfruta perante a sociedade; a perspectiva de ascensao funcional nacarreira; constitui mais uma alternativa no mercado de trabalho; estabilidade noemprego, proporcionando urn plano de vida. 0 numero de candidatas inscritas nosconcursos para as escolas de formacao do Exercito indica a grande interesse dasmulheres pela profissao militar.

A participa9ao feminina esta regulamentada desde 1996, permitindo-as ingressar noservico como militares de carreira au militares temporarias. Matriculou-se a primeiraturma de mulheres, na Bahia, na Escola de Administra9ao do Exercito (EsAEx), com49 voluntarias, que se forma ram nesse mesmo ano. Como militares temporarias,fcram incorporadas 290 mulheres em 1996.

Em menos de dez anos, 0 numero de mulheres no Exercito aumentou de 49 para3.086. 0 contingente feminino conta com igualdade de direitos e deveres em relaCaoao sexo masculino; a unica ressalva e na area combatente, que nao conta com urnquadro feminino.

A seguir, uma tabela rnostra como a precura feminina e significativa, em relaCao aototal de candidates que se inscrevem nes concursos do Instituto Militar deEngenharia (IME), da Escola de Administra9iio do Exercito (EsAEx) e da Escola deSaude do Exercito (EsSEx):

Escola

Candidates por estabelecimento de ensino inscritospara os concursos em 1998

Homens MulheresIME

EsAEx

EsSEx

2743

2601

1759

1252

1737

1865

Total

3995

4338

3624

Tabela 1 Procura feminina ao Exercito <fonte: www.exercito.gov.br>

Colegio Militar

As raizes hist6ricas dos Colegios Militares remontam a 1853, quando Caxias·passou a manifestar vontade de que fosse criado um colegio para acolher 6rfaos demilitares tombados em campos de batalha, em defesa das institui90es e da patria.

Tendo assistido e ate combatido em dezenas de debates internos, Duque de Caxiasnao se conformava ao verificar que milhares de 6rfaos e filhos de seldados, quetombaram au fica ram invalidos na defesa da Patria e do Governo, estavamdesamparados pelo Estado e pela Sociedade.

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Assim, Caxias propoe ao Senado, em 1853, a criayao ude urn colegio militar queamparasse as 6rfaos e as tilhos dos sold ados que morreram au viessem a morrer,ou se inutilizassem na defesa da Independ,mcia, da Honra Nacional e dasInstitui90es".

Como nao obteve exito em sua primeira tentativa, Caxias propos nova mente, em1862, a cria9ao do Colegio Militar na Fortaleza de Sao Joao, na Urca-RJ, mas aindiferenQa, principalmente, do Imperador, que era um tilosofo e antimilitarista, naopermitiu, mais uma vez, sua proposta ir adiante.

A concretiza~ao do sonho

Em 1867, a Visconde de Tocantins, irmao de Caxias, comerciante e coronel daGuarda Nacional, presidente da Associayao Comercial do Rio de Janeiro, iniciouuma subscri9ao publica para "a cria9ao do Asilo dos Invalidos da Patria, para ondeseriam recolhidos e tratados os sold ados na velhice au as mutilados de guerra, alE~mde ministrar a educa980 aos orfaos e tilhos de militares".

A inaugura9ao do Asilo se deu em 29 de julho de 1868, sendo regido pelos estatutosda "Sociedade do Asilo dos Invalidos da Patria" que faram aprovados por DecretoImperial Nr 3.904, de 03 de julho de 1867. Com 0 passar do tempo, 0 Asilo foidesempenhando a papel social para que fora fundado, porem a educandario naoteve a mesma sorte, ficando no esquecimento.

Em 1885, os integrantes da Associayao Comercial do Rio de Janeiro deram-se contaque, em rareando os socios da Sociedade do Asilo, em pouco tempo nao maisrestaria urn unico elemento para compo-la, administra-Ia e representa-la. Deixaria,pois, de existir.

Homens de negocios desassossegaram-se com a descoberta, pais equivaleria avultuoso prejuizo, e dispuseram-se a "proteger" 0 patrimonio da Sociedade e doAsilo, propondo fundir as duas institui90es, a Associa9ao Comercial e a Sociedadedo Asilo.

Em 23 de julho de 1885, lavrou-se a escritura em que a "Sociedade do Asilo dosInvalidos da Patria" e a "Associayao Comercial do Rio de Janeiro" praticaram suafusao. 0 feito, camercial e rotineiro, foi objeto de protestos e reayoes que aqualificaram de ilegal.

Em 09 de mar90 de 1889, e criado par D. Pedro II 0 Imperial Colegio Militar da Corte,par insistente gestao de Thomaz Coelho·.

Thomaz Coelho e 0 Colegio Militar

Thomaz Jose Coelho de Almeida assume 0 cargo de Ministro da Guerra, em 10 demar90 de 1888, em urn c1ima de declarada descontianya, antipatia e animosidadeque lavrava entre a oficialidade militar de terra, 0 governo civil e a classe politica.

Em suas prolongadas reflex6es, a detentor da Pasta da Guerra chegara a conclusao

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de que mais facil de obter, nao gerador de suscetibilidades, bern eficaz econvincente, em face do apaziguamento das mentes, seria criar urn estabeledmentode ensino para ministrar instruc;ao e educac;a.o aos filhos e netos de militares.Quanto mais cogitava a respeito do assunta, mais se capacitava de que a obrabenemerita*, a que seu nome se vincularia, era urn empreendimenta de elevadoalcance, fad ado a perdurar e a gerar frutos esplendidos.

Assim, Thomaz Coelho passou a formular os pianos, debatendo os t6picos queocorriam: 0 nome da instituic;;ao, suas finalidades, suas caracteristicas, seuregulamento, seu Corpo Docente, unifarmes, curriculo e muitos outros itens.

o conhecimento que Thomaz Coelho tinha dos homens e, principalmente, dosneg6cios; os entraves com que a Associac;;ao Comerdal estava se defrontando parver oficializada a fusao pretend ida e escriturada; os juros venddos das ap6lices, quea AssociaC;ao nao podia receber e incorporar ao seu patrimonio e 0 impasse criadocom as reclamac;;oes que consideravam ilegal a fusao constituiam elementos depeso para tornar vitoriosa a campanha idealizadora do educandario.

Esses fatos permitiram ao habilidoso Ministro vislumbrar aspectos decisoriosfavoraveis: 0 Erario· nao arcaria com as despesas maiores, principal mente a dacompra do im6vel, sede do educandario e a da manutenc;;ao do mesmo (doisobstaculos de mais dificil transposiC;;ao encontrados).

Como a fusao se realizara ha quase tres anos e a AssodaC;ao ainda nao tinhalogrado exilo em abter a homologac;ao oficial, acarretando desprestigio e prejuizo,os homens do comercio desejaram que se ajustasse logo um acordo. A 25 de abrilde 1888, urn mes e meio depois de assumir 0 cargo de Ministro de Guerra, ThomazCoelho conseguia a Imperial Resoluc;ao declarat6ria de que a AssociaC;ao Comerdalficava sub-rogada em todos os direitos e obrigac;oes da Sociedade do Asilo dosInvalidos da patria. Isto e, ficaria obrigada a manter, nao apenas ° Asilo, mastambem, 0 educandario

Numa operaC;ao triangular envolvendo 0 Ministerio da Guerra, a Associac;aoComercial do Rio de Janeiro e 0 Asilo dos Invalidos da Patria, foi concretizada aideia de criayao do Colegio Militar: 0 Ministerio da Guerra homologava aincorporaC;ao do Asilo ao patrimonio da Associac;ao que compraria 0 predio a serentregue ao Ministerio para instalar e administrar 0 Colegio Militar.

Em 09 de maryo de 1889, Sua Majestade , 0 Imperador Dom Pedro II, disp6s-se aassinar 0 importante Decreto de Nr 10.202 que aprovou para 0 Imperial ColegioMilitar 0 seu primeiro regulamento.

Sua divulgayao ocorreu em 05 de abril de 1889 par intermedio da Ordem do Diapara 0 Exercito.

A ansia de Thomaz Coelho de par em funcionamento 0 Colegio, levou-o a fazer, em07 de abril de 1889, sua primeira visita oficial ao Palacete da Baronesa deItacurussa, cujo terrene fazia esquina com as ruas Sao Frandsco Xavier e Barae deMesquita, e se prestava a servir de sede do Colegio Militar. Em 29 de abril de 1889,

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foi lavrada a escritura de compra e venda do Palacete da Babilonia, assim chamadocarinhosamente pelos "cadetes de Thomaz Coelho".

Figura 7 Palacete da Babil6nia, Rio de Janeiro, 1889 <fonte: www.wikipedia.org.br>

Por fim, no come90 de maio de 1889, dais avisos importantes do Ministerio daGuerra: a do dia 02 concedia licen9a aos candidatos inscritos para seremmatriculados; e a do dia 04 determinava que a abertura das aulas se realizasse doisdias depois.

A 06 de maio de 1889, autoridades e convidados reunidos no Salao de Honra doPalacete da Babil6nia, 0 Coronel Antonio Vicente Ribeiro Guimaraes Comandantedo Imperial Colegio Militar declarou que estava autorizado peJo Exmo.sr.Conselheiro Thomaz Jose Coelho de Almeida, Ministro e Secreta rio de Estado dosNegocios da Guerra a inaugurar os trabalhos do Imperial Colegio Militar.

No mesmo dia (06 de maio), loram considerados matriculados e receberam osrespectivos numeros de ordem, os primeiros quarenta e quatro alunos. A presen9adeles representou a inequivoca realidade da existemcia do Educandario. Desdeentao, 0 antigo Palacete da Babil6nia, e sede de um grande viveiro de jovensestudantes, que se revezam em numero crescente de gera9ao em gera9ao.

o primeiro aniversario

Em 1890, logo apos a Proclamagao da Republica, nao S8 tinha conhecimento deiniciativas au providencias para comemorar a aniversario de uma realiza9aograndiosa do Imperio e tampouco, em homenagear e exaltar a ilustre pessoa dofundador.

Assim, no dia 06 de maio de 1890, comemorou-se 0 aniversario de inaugura9ao, deabertura das aulas, de matricula dos alunos, de modelar luncionamento e deeficiencia.

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Designat;30 Historica

Em 23 de fevereiro de 1978, e concedida ao Colegio Militar do Rio de Janeiro adesignayao hist6rica de "Casa de Thomaz Coelho" atraves da Portaria do Ministrodo Exercito Nr 378.

A admiss30 das alunas

No ano da celebrac;ao do centenario de fundac;ao do Colegio Militar do Rio deJaneiro, um dado novo veio ratificar a receptividade desse tradicionalestabelecimento de ensino as tendEmcias positivas da modernidade: a admissao desua primeira turma do sexo feminino.

Desde entao, as mulheres tambem pod em usufruir 0 ensino eficiente e disciplinadoque, atraves de boas administra90es escolares, continua com seu prestigioinabalado. Predilec;ao esta comprovada per um concurso de admissao anual cujapropor9ao de candidatos par vaga, coloca-o no restrito universo dosestabelecimentos de ensino com maior procura em nosso Pais.

Figura 8 Primeira turma feminina, Colegio Militar do Rio de Janeiro, 1989 <fonte:www.cm~.ensino.eb.br>

Em 1955, ao assumir 0 Ministerio da Guerra, 0 General Teixeira Lott, estabeleceuuma meta de ensino para 0 Exercito Brasileiro, na qual a prioridade era expandir aqualidade educacional do Colegio Militar para outras regi6es.

Sabedar do projeto e bastante interessado na criac;ao de um Colegio Militar noParana, Moyses Lupion, governador da epoca, deu todo 0 apoio necessario aosmil ita res, iniciando a negociaC;8Io para a sua implanta9ao.

Linha do Tempo

1889 - Criac;ao do Imperial Colegio Militar (Ainda neste ano, apos aProclamac;ao da Republica, passou a ser denominado Colegio Militar do Riode Janeiro)

1912 - Criac;ao dos Colegios Militares de Porto Alegre e Barbacena1919 - Criac;ao do Colegio Militar do Ceara

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1925 - Extin9ao do Colegio Militar de Barbacena1938 - Fechamento dos Colegios Militares de Porio Alegre e do Ceara1955 - Cria9ao do Colegio Militar de Belo Horizonte1957 - Cria9ao do Colegio Militar de Salvador1958 - Cria9ao do Colegio Militar de Curitiba1959 - Cria9ao do Colegio Militar de Recife1962 - Reabertura dos Colegios Militares de Porto Alegre e Fortaleza

(Antigo Colegio Militar do Ceara)1971 - Cria9ao do Colegio Militar de Manaus1978 - Cria9ao do Colegio Militar de Brasilia1988 - Fechamento dos Colegios Militares de Salvador, Belo Horizonte,

Curitiba e Recife1989 - As jovens do sexo feminino passam a ser aceitas nos Cohagios

Militares.1993 - Reabertura dos Colegios Militares de Salvador, Belo Horizonte,

Curitiba e Recife e cria9ao dos Colegios Militares de Campo Grande e Juiz deFora.

1994 - Cria9ao do Colegio Militar de Santa Maria

Sistema

Subordinado a Diretoria de Ensino Preparat6rio e Assistencial, 0 Sistema ColegioMilitar do Brasil e urn dos subsistemas de ensina do Exercito e tern a seu cargoministrar a educa9ao basica, nos niveis fundamental (5a a 8a series) e media.

Doze Colegios Militares, disseminados pelo pais, oferecem educa9ao de altaqualidade a mais de 14400 jovens, 37% dos quais oriundos do meio civil, integradosao sistema atraves de concurso publico federal.

Pro posta pedag6gica

As praticas didatico-pedag6gicas em vigor nos Colegios Militares subordinam-se asnormas e prescri90es do sistema de ensina do Exercito e, ao mesmo tempo,obedecem tambsrn a Lei de Diretrizes e Bases, principal referenda que estabeleceos principios e finalidades da educagao nacional. Por este ultimo diploma legal,todos as estabelecimentos de ensina do pais devem possuir urna pro postapedag6gica pr6pria, verdadeira sintese dos objetivos e da orienta9Bo que imprimema a98.0 educaciona1.

Entre outras caracteristicas, a proposta pedag6gica dos Coh~gios Militares priorizaprincipios e praticas que guardam estreita e cerrada rela9ao com 0 esfor90 demoderniza98.0 do ensino.

Proposta1:1 A busca da educa9ao integral, que atribui igual importancia e intensidade aosdominios afetivo, cognitiv~ e psicomotor.

1:1 A coloca9ao do aluno no centro do processo ensino-aprendizagem, levando-o daposi98.0 de expectador, acumulando saberes, a protagonista do processo, participeda constru9ao do conhecimento.

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f'l A delimitac;ao de um nucleo central de conhecimentos privilegiando conteudossignificativos e essenciais para a vida dos alunos, com enfase no desenvolvimentode competemcias basicas e habilidades " ... que os permitam ter acesso ao conjuntode conhecimentos socialmente elaborados e reconhecidos como necessarios aoexercicio da cidadania" (PCN, 1998).f'l A observancia dos principios da interdisciplinaridade e da contextualizac;ao,compreendendo os conhecimentos relacionados com os diversos contextos da vidados alunos.f'l 0 desenvolvimento de atitudes e a incorporac;ao de valores , assegurando aformal'ao de um cidadao patriota, conscio de seus deveres, direitos eresponsabilidades.f'l A capacita9ao dos alunos para 0 prosseguimento nos estudos de forma autonomae critica para futura integra9ao ao mercado de trabalho com 0 pleno exercicio desuas atividades profissionais.

Os Colegios Militares, em sintese, tem como meta gerallevar seus alunos adescoberta de suas potencialidades como elemento de auto-realizac;ao, qualifica9aopara 0 trabalho e preparo para a vida, como cidadaos educados segundo os valores,costumes e tradic;fies do Exercito Brasileiro.

o Cohflgio Militar de Curitiba

Figura 9 Inaugurayao do Colegio Militar de Curitiba <fonte: www.cmc.ensino.eb.br>

Ap6s varias reunifies entres as comissfies do Ministerio da Guerra e do Estado doParana, ficou estabelecido, que a sede definitiva seria instalada no bairro Taruma.No dia 15 de dezembro de 1958, foi criado 0 Colegio Militar de Curitiba, iniciandoseu ana letivo a 21 de abril de 1959, data que ate hoje e considerada comoaniversiuio de sua inaugura9ao e como tal festivamente comemorada.Seu primeiro Coman dante foi 0 Tenente Coronel de Engenharia Alipio Ayres deCarvalho.

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Educa'!(ao e Excelencia

Figura 10 Vista aerea do Colegio Militar de Curitiba, 1959 <fonte: www.cmc.ensino.eb.br>

Desde sua cria9ao, 0 Colegio Militar de Curitiba conseguiu manter a tradi9ao obtidano Rio de Janeiro e formou mil hares de estudantes.

Durante trinta anos, 0 Colegio Militar de Curitiba destinou suas vagas do ensinofundamental e do ensino medio, para meninos, sendo que muitos deles estudavamem regime de internato. 0 Colegio formou cidadaos ate 0 ana de 1988.

A Desativa'!(ao

Figura 11 Vista aerea do Coh~gioMilitar de Curitiba, 1988 <fonte: www.cmc.ensino.eb.br>

Para diminuir os seus gastos com atividades complementares e dirigir 0 on;amento aarea militar, a Ministerio do Exercito resolveu desativar alguns Colegios Militares,entre eles a Colegio Militar de Curitiba.

Assim, em 30 de novembro de 1988, 0 CMC fechou suas portas. 0 acordoestabelecido na funda9ao do Colegio, entre 0 Governo do Estado do Parana e 0

Ministerio da Guerra, determinava que as instala<;6es do Colegio 56 poderiam ser

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aproveitadas para fins educacionais, caso contra rio, seria devolvido ao doadcr e, emjaneiro de 1989, 0 Colegio Militar de Curitiba passou as maos do Governo do Estado.

o Processo de Reatival;ao

De posse do Estado, muitas alternativas fcram propostas para as instalac;:6esdoTaruma.

No entanto, a Associa9ao de Pais e Mestres e Associa9ao de Ex-alunos, tentandoreverter a situa9ao, ingressaram na Justic;a com uma Ac;ao Popular contra 0

fechamento.

Naquele momento, a disputa pelas instala90es do Colegio Militar de Curitiba, entreseus representantes e 0 Governo do Estado se iniciou e perdurou por urn longoperiodo, acarretando a abandono total da area tao desejada.

Com a reabertura de Colegios Militares em outras regioes e a apoio de politicosparanaenses, a reativac;aodo Colegio Militar de Curitiba tornou-se possive1.

Ap6s varios projetos, a Gaverno e a Exercito chegaram ao consenso de que 0Ca1egia valtaria a funcionar casa a Governa Paranaense investisse nas reformasdas instalac;:6ese comp1etasse 0 quadro de professores.

A Reabertura

Figura 12 Vista aerea do Coh~gio Militarde Curitiba, 1994 <fonte: www.cmc.ensino.eb.br>

No dia 21 de abril de 1994, 0 Collegio Militar de Curitiba comemorou seus 34 anos decriac;:aacom a retamada de suas atividades. 0 ana destinou-se as reformas dasinstalac;:6es,plano de ensina e selec;:aode professores e funcionarios, para que noana de 1995 0 Colegio estivesse preparado para recepcionar a primeira turma dealunas ap6s a reativac;:80.

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Foi realizado 0 concurso de admissao a 5a serie e 6a serie do ensino fundamental e10 serie do ensino medio e, pela primeira vez ampliando sua 39ao, passou a contarcom a gra9a e beleza de suas alunas, que tornou mais harmoniosa esta Escola.

Muitas loram as dificuldades, mas 0 Colegio Militar de Curitiba acompanhou aevoluryao do sistema de ensino, atualizou-se e, hoje, volta a ser considerado,provavelmente, uma das melhores instituiry6es de Ensino do Estado.

Figura 13 Vista frontal do Colegio Militar de Curitiba, 2005 <fonte: www.cmc.ensino.eb.br>

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MATERIAlS E METODOS DE PESQUISA

Analise e Pesquisa

Uma das principais reclama<;6es das alunas do Collegio no calor sao as marcas desuor na camisa, causadas pelo tecida de poliester que nao deixa a pele "respirar". Jacom relaC;8o a calc;a, a reclamac;:ao ficou par conta da modeiagem. Portanto, a OPC;80tai lanyar mao de tecidos 100% algadao, que fossem confortitveis e de acordo com apadronagem de cor estabelecida pelo col';gio.

Na camisa tel utilizado tricoline de algadao, na cor bege e gramatura baixa, para naDcausar aquecimento excessivo. Ao mesma tempo, foram observados aspectos comoconforta, toque e resili€mcia.

Ja para a cal9a, por se tratar de uma pe9a para 0 inverno, 0 tecido escolhido foi 0

brim leve, de gramatura urn pouco men or que 0 brim pesado, escolhido par ser maisdelicado e menes aspero, ideal para 0 usa feminin~, 100% algodao, na cor bege.Ainda foram levados em conta, na escolha do tecido, a questao termica. Oobjetivoda calya e aquecer e proteger do vento, aspectos atendidos pelo brim. Foiadicionado por cima dessa uma pequena saia, do mesmo tecido, gramatura e cor.Ja no cos, ° tecido utilizado foi tambem urn brim, mas de gramatura menor eestampado - camuflado. Este detalhe foi feito para dar um toque de feminilidade apec;a,ao mesmo tempo em que faz referencia ao Exercito, fundadcr da escola.

A primeira pec;aconfeccionada foi uma calc;a-teste, feita para se analisar amodelagem e a combinac;aode cores, bem como caimento no corpo e confortotermico. Observaram-se tambem aspectos como costura, acabamentos e acess6rioscomo botoes e ziper. Verificou-se que deveriam ser feitas pequenas mudanc;as namodelagem para se confirmar a ergonomia.

A cor escolhida para a confec9ao das pe9as foi a bege, em contradi9ao com autilizada atualmente. Segundo a descri9ao das pe9as contidas no RUE-Regulamento de Uniformes do Exercito -, determinado pelo Estado-Maior doExercito tem-se: Se9ao VIII - Dos Uniformes Femininos dos eM. Art. 11: V - 3'uniforme B: 1. "blusa caqui ( ... ) meia manga" e 2. "( ... ) cal9a (... ) caqui". Entretanto,a cor caqui e a cor bege se assemelham, a diferenc;ae ser a bege um tom abaixo docaqui. Sua escolha se justifica par ser um tom mais claro, dando a impressao delimpidez e um toque de feminilidade.

As medidas da calc;ae da camisa fcram definidas segundo tabelas fixas (ver analiseergon6mica), ambas no tamanho P. Como a idade de uma aluna do Colegio podevariar de 10 a 20 anos, optou-se pela utiliza9ao de duas tabelas de medidas: infantile adulta, tendo-se como base medidas de busto (para definiQ80 da camisa), e dequadril (para a caI9a).

Para melhor compreensao e visualizac;aodas pec;as,ver fichas tecnicas do produtoconfeccionado em Resultados.

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Fun<;oesdo produto

Praticao produto se adequou a inten9ao proposta. Trata-se de uma pe9a confortavel, quepermite liberdade de movimentos. A modelagem reformulada acompanha as formasdo carpa, trazendo ainda mais comodidade para suas usuiuias.

Esletica

A pe9a foi desenvolvida para alunas vaidosas, e, portanto, necessitava de um corteque valorizasse 0 carpa, sem ser vulgar ou muito chamativo. A cor clara acompanhaa definida pelo regulamento do Colegio, mas a tonalidade e diferenciada, dando umar mais feminin~, assim como a remodelagemdas pegas, que trara urn melhorcaimento no corpo.

Simb6lica

Assim como a farda do Exercito, a farda do Coh§gio Militar carrega as insignias quetraduzem a hist6ria militar brasileira, e cada uma delas possui uma simbologia, umarazao e uma hist6ria. Alguns simbolos serao descritos a seguir:

- Castelo: Passou a figurar no brasao de armas de Portugal desde a conquista doAlgarve, em 1250, nos castelos dourados que representavam as fortalezas tamadasaos mouros. Utilizado como simbolo da "Casa de Thomaz Coelho", dos ColegiosMilitares, e tambem da arma de Engenharia, com algumas diferen98s. Pade serobservado na imagem abaixo:

Figura 14 Castelo <fante: www.cmc.ensino.eb.br>

- Estrela: Estrelas heraldicas - contidas em brasoes - de 5 pontas sao as figurasmais comuns nos simbolos militares. Nas Aramas Nacionais, uma estrela de 5pontas figura como se fosse manto, protegendo 0 escudo (ver Figura 16).

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Figura 15 Estrela <fonte: W'NW.cmc.ensino.eb.br>

Simbolo dos Colegios Mililares do Brasil:

AW

Figura 16 Simbolo dos Col~gios Militares do Brasil <fonle:cmc.ensino.eb.br>

- Tradigao: A Tradigao, apesar de nao ser urn brasao, de nao ser palpavel, e 0 maiorsimbolo dos CM's. A seguir, Irecho da eragao do Minislro Oswaldo Aranha, leila na'Hera do Brasil', no dia do aniversario do Colegio Mililar, em 6 de maio de 1938,publicada no 'Correia da Manha', evocando a tradi<;ao e 0 orgulho desteestabelecimento de ensino:

"A evocayao do Colegio Militar e sempre cheia de gratas emo<;oes. ~ que nao aassociamos apenas as recordayoes da mocidade mais a ideia nuclear que elerepresenta e significa - uma casa onde se aprende a sentir e a conhecer 0 Brasil,para melhor servi-Io. Na realidade, a larda que veslimos (... ) nos dava a lodos aimpressao de uma fraternidade brasileira e, filhos do norte ou do sui, do litoral ou docentro, nos uniamos na mesma compreensao no Brasil uno, cujas diferenciayoesregionais nao constituem elementos dissociativos, mas complementares danacionalidade.

Quanta a mim, nao me canso de repetir a que devo fa Casa venerada de ThomazCoelho e de Esperidiao Rosas e a recorda sempre na minha saudade e na minhagratidao. Como todos os que ali passaram, nao recebi apenas as li<;oes de um cursode humanidades, feito por meses ilustres e desvelados, cujo nome evoco comoexemplo para as meus filhos, mas alguma coisa de rna is denso e de mais profundo,que estrutura as conhecimentos e Ihes da destino. E que ali aprendemos em funyaodo Brasil, porque (... ) 0 Colegio Mililar, desde 0 inicio da sua vida, orienlou a

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forma<;eo de seus alunos no plano moral e civico, primando sobre 0 meramenteintelectual."

Publico-Alva

o projeto destina·se a alunas do Coh~gio Militar de Curitiba, de 10 a 20 anos.

Essas alunas seguem 0 lema de que "0 aluno do Colegio Militar e educado segundoos valores do Exercito Brasileiro", ou seja, carrega sobre seus ombros a tradi<;ao e adisciplina imposta no interior do Colegio ha quase 50 anos.

Apesar de freqOentarem uma organiza<;ao militar, as alunas possuem os mesmosdesejos e anseios que qualquer outra estudante de um colegio civil. A diferen<;a saoas atividades realizadas, como formaturas, march as, treinamentos e etc. A rigidezimposta na escola faz com que as estudantes sejam de educa9ao e disciplinasexemplares.

Uma aluna nesta idade deseja ter liberdade de expresseo e deseja ser uma pessoaunica. Entretanto, a farda vem justamente para anular estas ambi<;6es (ver Anexo).Mesmo assim, elas nao deixam de ser vaidosas e femininas, lan<;ando mao debrincos e cola res pequenos. mas que dao urn toque pessoal a esse uniforme taoprotocolar e cheio de formalidades.

Ao mesmo tempo, estao cercadas de informa<;6es por todos as lad os, saoadolescentes e jovens que vivem no mundo da informatica, dos I-pods e doscelulares com internet. Desta forma, aspiram por modernidades e inova<;6es tambemem seu vestuario, sejam por tecidos tecnol6gicos, seja par modelagensdiferenciadas.

Analise Diacronica

o Colegio Militar do Rio de Janeiro foi a primeira institui9ao de en sino militar criadano Brasil. Sua cria9ao se deu a 9 de mar90 de 1889, mas a prime ira turma de 44alunos s6 adentrou aos port6es em 6 de maio do mesmo ano.

A farda sofreu transforma<;6es ao longo dos anos, como pode se observar nas fotosabaixo:

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Figura 17 Farda masculina 1962 <fonte www.cms.ensino.eb.br>

Figura 18 Farda masculina 1989 <fonte www.cms.ensino.eb.br>

Analise Sincr6nica

A primeira turma de alunas s6 foi aceita em 1989.

A farda feminina utilizada atualmente nos Colegios Militares do Brasil e compostapar tres tipos, uma para cad a ocasiao. Sao elas: farda diaria - utilizada no cotidiano,para assistir as aulas e em ocasioes infarmais -; farda Garanc;a - usada emsitua90es onde haja autoridades e raramente e utilizada fora do Colegio -; e farda degala - para momentos de formalidades e farmaturas com altas autaridades edesfiles de importancia militar, como a 7 de setembro.

Figura 19 Farda diaria Figura 20 Farda garanga Figura 21 Farda de galaCpasseio")<fonte: www.cmc.ensino.eb.br>

Conceito

Conforto e modernidade: inovaC;ao associada ao tecido e a modelagem diferenciada.

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Ambiencia

22

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Cartela de Cores

v

23

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Cartela de materiais

u

lBotao100% acrilico

ZiperYKK

Vivo~ 100%algod~

Tricoline100% algodao

24

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Gera!;ao de alternativas

Pesquisa

A pesquisa de campo foi feita entre as dias 9 de agosto e 15 de setembro, com 64alunas de 12 a 17 anos. Essa pesquisa fo; feita para se avaliar quais as principaisqueixas das alunas com relac;ao a farda, e quais as possiveis mudany8s que maisIhe agradariam. (Ver questionario em anexos)

A partir dos dados recolhidos, obtiveram-se as seguintes numeros:

Quando perguntado sabre a grau de insatisfagao, a maioria, 43,13% respondeu quea grau e de 45%. Este dado mostra que as alunas possuem maior insatisfagao pardeterminadas pe<;8s, principalmente pela cal9a. Nenhuma aluna respondeu que estatotalmente satisfeita com a farda, bern como nenhuma aluna respondeu que estatotalmente insatisfeita.

Ja quando a pergunta foi com relayao as mudanvas que as estudantes gostariamque a cal9a sofresse, a opc;ao Ucintura baixa" foi a mais votada, aparecendo 43vezes na pesquisa, enquanto a opc;ao "tecido" apareceu 36 vezes, ficando emsegundo lugar na principal mudanga desejada.

A seguir, alguns dados sabre 3 perguntas seleGionadas:

1. Grau de insatlsfal)iao com a farda

% N"0 110 125 935 145 2760 975 16100 0

N*: numero de alunas pesquisadas

2. Preferemcia na calga

Preferencia N2*Cal,a justa 23

Cintura baixa 43Balsas frontais 19

Boca larga 32Tecldo que esquenta 36

N2*: numero de vezes que a op~aotoi citada

25

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3. Preferencia por cor

Cor NAzul 21

Branco aCaqui 35Cinza 6Verde 2

Baseado nessas informa90es foram criadas as alternativas que se seguem abaixo.

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RESULTADOS

- AlternativasSele!(ao de

33

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Especifica~ao: C~~de uniform~CM~Cole~ao: Inverno-- --

Frente

I

.,1;z'

I

I

Costas

Unidade: em

I Oiscrimina~ao: Fomecedor i Largura i Quantidade! Pre~o OBSERVA~OES

Sarja -:~ane_: 1,00 :~5_m !1Q&O-Largura do passador~mSarja Car-,!, Fane i 1,20 i 0,3m i 0,50Botao!---==-----!1Cm i 1 -! 0,10Ziper -: ZK i 2cm !15crilTO,90Linlla i Correntei ---=-i ~1 i0,50Mao de abra ------~~------=j=----=-!30,00

~ -' ~- -!-

TOTAL! 42,00I

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Cole~ao: -_-_--_-_-- _

Tamanho: M

Espec;fica~'o,Camisa de uniforme- CM-=C=--- _

Frente Costas

, 10!@9T~

40

Data:_I_/~ __~P..r?":'~.<;.~~:. _ Unidade: em

I Discrimina~ao! Fomecedor : Largura : Quantidade Pre~o OBSERVACOES

M~: Fane i 1,20 :-1 ,Om: Ji~Jiege __Malha : Fane i 1,20 i 0,50mi 4,00 VermelhaLi~:-Corrent~ -=-:~:-1-' 0,50Mao de qbra ------~==-=::t----------~ 30,00---Bordado-:-----------~---------+---------- :18,00 -Vivo HAK i --------.---------- i 0,80

i : i----I ! TOTAL !61,30

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..

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Frente

7/\ iJ<- \__ 15_1

Costas

I TOTAL 144,50

I Discrimina~ao: Fornecedor : Largura !, Quantidade Pre~o

Sarja i Fane i 1,20- 1,5m i 12,00Sarj~ ca1 Fane ! 1,20 0,3m i 0,50Botao ,------------, 1cm 1 0,10c:----_1 _Ziper 1 ZK : 2cm 15cm i 0,90Unha-iCorrentei ------ 1 ,050Mao de dbra ----=L--------~-----------l 30,00Sarja Fane 1,20- l(f.3m' 0,50

OBSERVAC;OES

Vermelha

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Colegao: -------

Tamanho: M

I Discrimina~aoi Fornecedor i largura i Quantidade: Pre~o

SarjiL !Fane ! 1 20~-1-or;:lT8()O-Botao 1--=--------!1cm-!~4- iCl,5O Distilneia entre botoes 10 emLinha-i Corrente, ------ ,-1-- i 0,50- : : --: --- ~'---f--Mao de qbra -----+------+---------~ 30,00B,,',dol ---------r-----+---------! 1B,OO

Frente

o

"'

TOTAL' 57,00

Costas

+~o~@9]cr.

Unidade: em

OBSERVA90ES

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Tamanho:38-- --~-

Frente

f-----~~ I~,

Costas

Unidade: em

I Discriminac;ao! Fornecedor i Largura : Quantidade! Prec;o OBSERVAyClES

Sarja i Fane !~~5m j~J,Qrgura do Qassador: 1 emSarJa eanp Fane i 1,20 : 0,3m : 0,50Botao i------------i 1em i 1 ! 0,10Ziper 1 ZK j 2em j 15em 1 0,90Linha :Corrente!-==- i 1 i 0,50

Mao de abra -----+-------~=-------i__3_0_,0_0_1------I TOTAL 144,00

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Cole-;ao: ------_- _

Tamanho: M

Frente

12

_42__ ~,

Costas

10

Unidade: em

I Discriminar;ao! Fornecedor : Largura : Quantidade i pre'Y~ OBSERVA90ES

Sarja • Fane ! 1 20 : 1,Om : a~_Linha i Corrente! -==-~:_1_L0,50 __Mao de ~bra -----+------+---------1 30 00 _

v"o ! H~,=-i 06~ __

---t---~'---TO~139,10 -

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Frente Costas

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I1 ~iI1 "-

01 11"'I T-T

I r_-J:~II

11 T-11~1

I Discriminayao: Fornecedor : Largura : Quantidade i Preyo OBSERVAc;OeS

~~j~ ~iJ=~@J i~ot -:1JJOlTBJJQ = =~==== =Batao !------------!1em! 4 ! 0,50 Distaneiaentrebotoes:10emLinh-a- !Correnf8!--=--=T-1- - T 0,50-- - - - -- - ---- -----~~{~~~~:~-~-1~--~:~-~:~--~--~-~?,%,~o ------------------:= -----------------:=---Sa~a- i-Fane- ~1~20-j-0,50m14,00-- CamufTaoa- - - - - - -------1----1---1---1------------------------r---l---r----r------------------

I - - ~- - - - ~ - - -- - ;;:'T;;;' i52~O(f - - - - - - - - - - - ---

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Especificay.o: Calgade uniforme - CMCColey.o: Inverno----- ------Tamanho: 38

Frente Costas

,-

Unidade: em

Oiscriminali<10j Fomecedor ~ largura ! Quantidade 1 Prec;o OBSERVA~OES

SarjU Fane i 100 : 1 5m-:1000 Largurado passador: 1CI1lZi~: ZK :2cm-: 15cm 10:90LinhaCorrenie1-==-: 1 -10,50Mao de dbra -------i-----=:,-----------i 30,00ViW;--: HAK j-=----+---------j 0,60

----~i=-- ----\----.------ . TOTAL; 42,00---

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Alternativa confeccionada

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Especifica~ao: Cah:;a eom saia de uniforme - CMCCole~ao: InvemoTamanho:38

Frente+__ 2_9_ ,9.

Costas_4_5 __ +

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_~~t~.:_-=-·~7·l77"7/·7"7"=-_~p'r?~3'_c;:a.~: . _

• 15 ,

Unidade: em

I Discriminayao: Fornecedor : Largura : Quantidade i Prclto OBSERVAC;;OES

Sarja i Fane Ll,20 i 2m i 12,pO Largura do passador: 1 emSarj~ca0 Fane i 1,2~! 0,3m : 0,50__Batao ,------------, 1em, 1 , 0,10Zfpe-r-r-ZK : 2em : 15cm: 0,90Lin~1Corrente1--===- 1 1 -1 0,50Vivo : HACO : ------ i 3rili 0,80 Laterais da ~da saiaMao de obra ---- " L :30 00

,---1 i --t--'- ----I- , ~:--'- TOTAL 144,Olf-

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Especifica~ao: Camisa de uniforme - CMCCole~ao: -------

Tamanho: M

Frente

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Costas

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I Oiscr~~.L_~.~ecedor j Largura : Quantidade i Prel!;O OBSERV_A.:.-90_E_S _

~~ne ! 1,2(LUur:rL! 8,00 _Botao !------------!~!~5 ! 0,50_~aneia entre botoes: 7 emLlnha ;Corrente; ------; 1 ; 0,50C~dar90 jHAK j 2eml 50em i 0,20Mao de qbra -------r--------~-----------i 30,00Bordado i -----i==----~---------- ,18,00 -

1-

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Fotos do produto

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Analise Ergonomica

"No projeto do trabalho e nas situa90es cotidianas, a ergonomia focaliza 0 hom em"(IIDA, 1990) e suas capacidades e limita90es fisicas e psicologicas. A ergonomiapode contribuir para solucionar urn grande numero de problemas socia isrelacionados com a saude, seguran93, conforta e eficiencia.

Dentre os aspectos estudados pela ergonomia, este trabalho focalizara a postura eas movimentos corporais (sentado e em pe), bern como 0 clima e conforta termico.Segundo Itiro lida, no livro WErgonomia - projeto e prodw;:ao", podem-se relacionardiversas variaveis em urn estudo ergonomico. Este trabalho relacionara Homem eAmbiente.

Ergonomia e conforta termico

Para que 0 clima em um ambiente de estudo - trabalho intelectual - sejaconsiderado agradavel, depende-s8 do tipo de atividade fisica realizada e dovestuario. Segundo J. Oul e B. Weerdmeester, no livre Ergonomia Pratica, urntrabalho intelectual, realizado sentado, deveria ser feito em um ambiente a umatemperatura de 18 a 24°C. (Faixas de temperatura referentes a um organismoadaptado ao clima temperado. No caso do Brasil, temperaturas de ate 5 graus acimaseriam consideradas mais confortilveis). Ao mesmo tempo, a umidade deve serconsiderada, devendo estar entre 30 e 70%. Abaixo da minima a ar seco podecausar irrita<;8Io nos olhos e nas mucosas, enquanto 0 ar muito umido (acima de70%) dificulta a evapora<;8Io do suor.

Essas variaveis climaticas podem ser controladas apenas em ambientes internos,com 0 usa de venti lad ores e aquecedores no caso de calor e frio, respectivamente,bem como adicianando au retiranda agua do ar em casas de baixa e alta umidade.Em ambientes extern as, e necessaria que a atividade realizada esteja de acordocom 0 gasto energetica adaptado, ou seja, em climas frios as tarefas podem ser degrande gasto cal6rico, produzindo calor e aquecendo 0 corpo; ja no calor, as tarefasdevem ser leves, au feitas de forma mais lenta, para permitir que 0 corpo elimine 0calor adicional.

"0 frio e 0 calor intensas sao desconfortaveis e provocam sabrecarga energetica nocorpo, principalmente no cora<;ao e pulmoes". "No calor, devem ser usadas roupasmais leves, que favore9am a transpira9ao" (DUL E WEERDMEESTER, 1995),enquanto roupas isolantes protegem melhor contra 0 frio e 0 vento.

Ergonomia e metabolismo - regulaf;3o termica

UOo ponto de vista energetico, a organismo humano pode ser comparado a umacomplexa maquina termica. Os alimentos consumidos sofrem diversastransforma<;oes qui micas no arganisma e se transformam no combustivel chamadoglicog,mio" (IIDA, 1990), gerando energia e dando como subprodutos calor, dioxidode carbona e agua, que serao eliminados pelo organismo. Dentre estes produtos, 0

suor esta entre os mais importantes, responsavel pela regula<;ao de temperatura docorpo, mantendo-a constante, em media 36,5°C. Quando a temperatura corporal

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aumenta, seja pelo trabalho muscular, seja pela temperatura ambiente, 0 sistemanervoso envia ordem as glandulas sudoriparas para a produc;:aode su~r, fazendocom que 0 corpo esfrie, pois a evapora9ao de um liquido na superficie de um corporetira calor dessa mesma superficie.

Sendo 0 suor uma das principais armas de controle termico do organismo humano,fica claro que um tecido que impec;:aa troca de calor e liquidos do corpo com 0

ambiente trara maleficios para seu usuario, como a superaquecimento e asurgimento de micoses'. Eo por este motivo que 0 tecido 100% algodao e 0 maisadequado para atividades fisicas e para pec;as intimas, por pemnitir a "respira,ao" dapele e a troca de calor entre a corpo e 0 ambiente.

*micoses: afecc;:aoproduzida par fungos. As micoses cutfmeas (na pele) tem seudesenvolvimento favorecido pela transpirac;:ao,calor e umidade, e pod em afetar asgrandes dobras do corpo (cotovelo, axilas e virilha) e as pequenas (pe-de-atleta).

Ergonomia e postura

Trabalhando ou repousando, 0 corpo assume tres posturas basicas: posic;:aodeitada,sentada e de pe. Este trabalho analisara as duas (Jltimas, por se enquadrar nasatividades realizadas pelas alunas no Colegio.

"A posic;:aosentada exige atividade muscular do dorso e do ventre para manter estaposic;:ao.Praticamente todo 0 peso do corpo e suportado pela pele que cobre 0 ossaisquio, nas nadegas. 0 consumo de energia e de 3 a 10% maior em relac;:aoaposi,ao horizontal. A postura ligeiramente inciinada para frente e mais natural emenos fatigante que aquela ereta" (IIDA, 1990).

"A posi,ao parada, em pe, e altamente fatigante porque exige muito trabalhoestatico" (IIDA, 1990) - exige contra,ao continua de alguns musculos para manter aposic;:ao.0 corac;:aoencontra maiores resistencias para bombear sangue para osextremos do corpo.

Posturas inadequadas nessas posic;:6espodem provocar dares no corpo, comomostra a tabela a seguir:

POSTURA RISCO DE DORESPes e pernas (varizes)Em pi!

Sentado sem encosto Musculos extensores do dorso

Assento muito baixo Parte inferior das pernas, joelhos e pesDorso e pescoc;:o

Assento muito altoOmbros e bra,os

Bra,os esticados

Tabela 2 Risco de dares - posturas incorretas <fonte:

45

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Quando se taz usa de roupas inadequadamente casturadas au estruturadas -madelagem -, apos long as period as na mesma pasiyao a que inicialmente eracansiderada apenas desconfartavel podera vir a ocasionar extrema incomodo,vermelhidao da pele e ate mesmo dares.

Ergonomia e movimentos

"Para tazer urn determinado movimento, diversas combinac;oesde contrayoesmusculares podem ser utilizadas, cada uma delas tendo diferentes caracteristicas develoeidade, preeisao e movimento. Portanto, eonlorme a eombinal'ao de museu losque participem de urn movimento, este pade ter caracteristicas e custos energeticosdilerentes" (IIDA, 1990). Para grandes eslorl'os deve-se usar prelereneialmente amusculatura das pernas, que sao as mais resistentes.

Percebe-se que cada movimento do corpo segue padr6es e gastos cal6ricasespeeilieos, e neeessita de uma "'pida al'ao para que se seja eoneretizado. Assimsendo, a roupa que a pessoa esta usanda na hora do movimento e de extremaimportancia, pais poden~facilitar ou impedir sua execuyao au precisao.

A questaa ergonomica sera um das centros desta proposta. A mudanya damadelagem deve ser feita segundo as atividades realizadas pelas alunasdiariamente, bem como tabelas de medidas padr6es.

Pesquisa: Atividades que requerem a uso da farda para alunos da selima serie:

Horaria Segunda Terl'a Quarta Quinta Sexta7:15 -7:30 Farmatura Formatura Formatura Farmatura Formatura

inieial (pe) inieial (pe) inieial (pe) inieial (pe) inieial (pe)7:30 - 8:15 Aula Aula Aula Farmatura Aula

(pe)8:15 - 9:00 Aula Aula Aula Aula Aula9:00 - 9:05 Intervalo Intervalo Intervala Intervalo Intervalo9:05 - 9:50 Aula Aula Aula Aula Aula9:50 - Recreio Recreia Recreio Recreio recreio10:1010:10- Aula Aula Aula Aula Aula10:5510:55 - Aula Edueayao Aula Aula Edueal'ao11:40 fisica fisica11:40 - Intervalo Intervala Intervalo Intervalo Intervalo11:4511:45 - Horiuio Edueayao Aula Aula Edueayao12:30 livre fisica fisica

Segunda Terl'a Quarta Quinta SextaTotal dehoras 4,5 3 4,5 3,6 3

sentadas

46

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Segunda Quarta Quinta SextaTotal de

minutos depe

45 45 45 90 45

Tabela 3 Tabela de atividades semanais de alunas da setima serie

Percebe-se par esses quadros que as alunas da setima serie do Colegio Militar deCuritiba permanecem, no minima, 3 horas par dia sentadas, e no minima 45 minutosde pe. (Considerando-se que elas passem 0 recreio e as intervalos de pe, e queassistam as aulas sentadas).

Nao foram considerados periodos de tempo relacionados a locomoyao ao Colegio.

Sabe-se que a faixa etaria no Colegio vai de 10 a 20 anos, 0 que gera uma grandemargem de taman has e medidas. A padroniz8c;ao de taman has do vestuario refere-S8 nao as medidas das roupas propriamente ditas, mas sim asmedidas do corpo humano e e essencialmente urn exercicio de antropologiaaplicada.

Segundo 0 SBRT - Serviyo Brasileiro de Respostas Tecnicas - do Senai, "adesignac;ao numerica ou alfabetica indicada na etiqueta de tamanho deve mostrar 0

tamanho do corpo que se deseja vestir adequadamente. 0 formato e as proporc;oesdo corpo humane variam muito, portanto, seria praticamente impassive I fixarpad roes para todas as medidas, tanto as priminias como as secundarias".

Algumas das medidas primarias sao:- Contorno de Pescoyo- Contorno do T6raxlBusto- Contorno da Cintura- Altura! Comprimento

Algumas medidas secundarias sao:- contorno do quadril- comprimento do ombro- contorno do brayo- contorno da coxa

A graduayao sera definida segundo as tabelas abaixo:

Medida Adulta

Medidasdo 78 82 86 90 94 98 102 106 108busto(cm)

Tamanhos 36 38 40 42 44 46 48 50 52PP P P M M G G GG GG

Tabela 4 Tabela de medidas para conf~o de camisas femininas <fonte: WYIW.sbrt.ibict.br>

Medidasdacintura (em)

60 64 68 72 76 80 84 88 92

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Tamanhos 36PP

38P

40P

42M

44M

46G

48G

50GG

52GG

Tabela 5 Tabela de medidas para confecc;Ao de cah;:as femininas <fante: www.sbrUbict.br>

Medida Infantil'

Medidasdo 53t6rax(cm)

Tamanhos 2P

574P

61

6M

658M

6910G

73

12G

Tabela 6 Tabela de medidas para confec<;:ao de camisas femininas infantis <fante: www.sbrt.ibict.br>

Medidasda 52cintura(cm)

Tamanhos 2P

544P

566M

598M

6210G

6512G

Tabela 7 Tabela de medidas para confec<;:ao de cal<;:as femininas infantis <fante: www.sbrt.ibict.br>

Como crianc;asa partir dos 10 costumam usar tamanho 10 au maior, a classificayaoficou definida da seguinte maneira: 10, 12, PP, P, M, G, GG.

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DlscussAoAs pegas que sofreram transformagao atraves deste trabalho faram a camisa e acalc;a. A primeira pec;a prot6tipo foi feita, como dito anteriormente, para S8 testar eanalisar modelagem, acabamentos e ergonomia. A partir desta primeira tentativa,novas pesquisas e levantamentos de dados foram feitos, alem das devidasmudanlfCls necessarias nas medidas e modelagem. A principal mudanC;8 foi na feitanas medidas: redugao do cos, afunilamento da perna e sobreposigao de saia sabre acalga, fazendo uma hornenagern a farda utilizada par Maria Quiteria. Para urnamelhor elucidac;ao da transformac;ao, observe abaixo a compara~o entre as tresdesenhos:

m\~\, i\ \

\

Cal98 atua/mente utilizada Ca/~a proposra (10 prot6tipo)

L.....JLCalt;a proposta (final)

A modelagem foi feita baseada nas medidas das tabelas anteriormenteapresentadas, tendo como diferenciais a cos baixo, as pernas retas e ajustadas aocorpo e a saia sobreposta, dando um ar feminin~, ao mesmo tempo em que e umaboa opgao para nao correr a risco de a calga ficar vulgar dependendo do tipo decorpo. Em cOmpara9aO com a modelagem de cal9a existente hoje, a apresentadadiferencia-se principal mente pelo conforto; 0 os baixo nao aperta a barriga e naocausa marcas, como a cal9a atual, alem de ser esteticamente melhor estruturada.

Na camisa as mudan9as foram principalmente de medidas, que foram reduzidaspara torna-Ia acinturada e exclusivamente feminina. Contribuiu para esse fatortambem os recortes inseridos, que serviram para ajustar a camisa ao corpo,valorizando-o. Os apliques do "cadar90" e do "vivo", ambos em vermelho vivo, dao 0toque especial a blusa, ao mesmo tempo em que segue 0 padrao de cores doColegio.

Observe a seguir a diferen9a entre as camisas:

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Camisa atualmente utWzada Camisa proposta

Com a analise ergonomica anteriormente apresentada, fica claro que um uniformeque nao atenda a quesitos como conforto, modelagem correta e temperatura(conforto termico), pode vir a ser uma barreira a concentra~ao e disposiyao dosalunos, podendo ser causa de dores e profundo desconforto.

Pontos positivos

Tem-se como pontos positiv~s na execuyao deste trabalho a facilidade a informa~aoe a entrada no Colegio Militar, a escola se mostrou sempre disposta a ajudar e daresclarecimentos quando requisitados.

Pade-se citar tambem a disposi~ao de tecidos e aviamentos, encontrados facilmentenas lojas do ramo.

Pontos negativos

Como pontos negativos tem-se a dificuldade de se realizar as pesquisas com asalunas, por terem um horario muito curto e restrito durante as aulas. Ao mesmotempo, apesar de prestativo, 0 comando do Colegio Militar de Curitiba naodemonstrou interesse em analisar a proposta.

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CONCLusAo

Conclui-se com este projeto que a remodelagem de produtos ja existentes e umainovayao presente em muitas areas de trabalho, mas quando se trata de uniformesescolares ainda tern muito a inovar, principal mente quando se trata de umainstituil):ao com quase 50 anos de hist6ria, como e a casa do Coh~gio Militar deCuritiba.

Recomenda-se para a continuidade deste trabalho uma reformulayao completa douniforme 0 Colegio, baseando-se em pesquisa com as alunas e na disponibilidadedos tecidos encontrados na cidade.

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ANEXOS

"0 UNIFORME"

A forma extrema de roupa convencional e 0 traje totalmente determinado pelo outro:o uniforme. Independente do tipo - militar, civil au religioso; a roupa de urn general,de um carteiro, de uma freira, de um mordomo, de um jogador de futebol ou de umagar<;onete, vestir uma dessas fardas e abdicar 0 dire ito de agir individualmente - emtermos de discurso falado e estar, parcial ou totalmente, sob censura. 0 que S8 faz,assim como 0 que se veste, sera determinado par autoridades externas - em urnmaior ou menor grau, dependendo de quem se at par exemplo, urn mange trapistaou urn escoteiro. 0 uniforme atua como urn sinal de que naD devemos, au naDprecisamos, tratar alguem como urn ser humano, e de que ele naD deve nem precisanos tratar como urn. Nao e par aeaso que pessoas uniformizadas ao inves defalarem conosco franca e diretamente, muitas vezes repetem mentiras mecanicas."E um prazer te-Io a bordo", dizem; "Nao posso Ihe dar essa informat;:ao", ou "0medico 0 atendera logo.".

Usar constantemente um traje oficial pode transformar uma pessoa a ponto de ficardificil ou impossivel para ela reagir normalmente. 0 dr. Grantly, arcediago de 0guardiao(1855), de Antony Trollope, e pio e solene mesmo quando sozinho com suaesposa: "S6 depois de trocar 0 chap';u de aba larga sempre novo pela touca dedormir com borlas e a roupa preta impecavel por seu robe de niut habitual, 0 dr.Grantly fala, parece e pensa como um homem comum.

Tirar um uniforme e geralmente um alivio, assim como parar com 0 discurso oficial;as vezes tambem e um sinal de rebeldia. Quando as colegiais do conto "A Temple ofthe Ghost", de Flannery O'Connor, vao para casa no feriado, ela escreve:"Chegaram em seus uniformes marrons que lin ham de usar no convento de Mount81. 8cholastica, mas assim que abriam as malas, 0 tiraram e vestiram saiasvermelhas e blusas berrantes. Passaram batom, cal9aram os sapatos de domingo eandaram de saito alto pela casa toda."

Entretanto, em certas circunstancias, vestir urn uniforme pode ser urn alivio, ou atemesmo uma experiemcia agradavel. Pode facilitar a transit;:ao de um papel para outro,como Anthony Powell aponta em Faces in my time, ao descrever como se uniu aoexercito britanico, em 1939.

Era necessario 0 completo esquecimento do que constituira nossa vida haapenas algumas semanas. Esse estado de mente era auxiliado pelaanonimidade do uniforme, alga que tem de ser experimentado para seravaliado; em certo sentido, mais notado quando nao estamos de servit;:o emambientes como vagoes de trens au bares.

Tambem e verdade que a desvantagem tanto fisica quanto psicol6gica pode seroculta par um uniforme, eu ate mesmo suprimida; a toga de urn juiz ou a bata de urncirurgiao pode escender muito bern urn fisico esqueletico ou receios deincompetencia, concedendo-Ihe dignidade e confian9a.

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Ao contra rio da maioria da roupa civil, a uniforme 8, com freqClI3ncia,consciente edeliberadamente simbalico. Identifica aquele que 0 veste como membro de algumgrupo e muitas vezes a situa em uma hierarquia; as vezes, fomece informay8a sabresuas realizayoes, assim como as distintivos de rnerito e as galoes de batalhas de urngeneral. Mesmo quando alguns detalhes de um traje oficial nao sao prescritos decima, pod em adquirir, com 0 habito, um significado definido. James Laver observaque na Inglaterra

Ate recentemente, ainda era passivel deduzir as opinioes religiosas de umclerigo a partir de seu colarinho. Se usasse uma gola comum, com umagravata branca, provavelmente pertencia a 19reja Baixa(anglicana) eEvangelica. Se usasse qualquer versao do colarinho romano, demonstravasimpatia pelo Movimento de Oxford.

E provavel que quando foram projetados pela primeira vez, todos as uniformestivessem um sentido simb61icotao facil de ser "interpretado" quanto, hoje, a roupa deuma coelhinha da Playboy. Mas 0 traje oficial tende a congelar os estilos na epocaem que foram criados, e atualmente os uniformes do seculo XVI dos guardas naTorre de Londres, au a roupa matutina do mordomo do final da era eduardina, talveznos pareyam simplesmente antiquados. Uniformes militares, como James Laverdestacou, pretendiam originalmente "impressionar e ate mesmo aterrorizar 0 inimiga"no combate corpo a corpo (exatamente como os gritos de guerra que asacompanhavam), e os guerreiros, conseqOentemente, disfaryavam-se de demonios,esqueletos e animais selvagens. Mesmo depois que a palvora tornou esse estilomais raro, a desejo de aterrorizar "sobreviveu na era moderna em formasrudimentares como a cabec;ada morte no capacete do hussardo e as costelas doesqueleto pibtadas original mente no corpo do guerreiro e mais tarde transformadanos alamares de sua tunica.".

Usar uniformes quando nao se esta de serviyo muitas vezes indica descuido pessoal- como no caso de sold ados bebados fazendo pandega pelas ruas. No entanto,neste seculo, foi adotado como uma forma de protesto politico, e homens ernulheres tern aparecido em assembleias e marchas com suas fardas do Exercito, daMarinha au da policia, implicando a seguinte declaray80: "Sou um soldado, masap6io 0 desarmamento, a nao discriminac;aoracial na venda e aluguel de casas, osdireitos gays" etc. Um feito relacionado foi a habito hippie americana, nos anos 60,de usar partes da farda do Exercito - Guerra Civil, Primeira e Segunda GuerrasMundiais. Estas vestes mil ita res intrigaram muitos observadores, especialmentequando apareceram nas manifestayoes contra a guerra do Vietna. Qutroscompreenderam a mensagem implicita, que consistia em que a garoto de cabelocomprido e tunica de confederado ou palete de Eisenhower nao era covarde ouefeminado; que nao era contra todas as guerras - somente contra a cruel edes necessaria para a qual corria 0 risco de ser recrutado.

LURIE, Alison, 1926- A linguagem das roupas I Alison Laurie; tradugao de Ana LuizaDantas Borges - Rio de Janeiro: Rocco, 1997. - (Artemidia). Tradugiio de Thelanguage of clothes.

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