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URI-UNIVERSIDADE REGIONAL INTEGRADA DO ALTO URUGUAI E DAS MISSÕES CAMPUS FREDERICO WESTPHALEN PRÓ-REITORIA DE ENSINO DEPARATAMENTO DE LINGUÍSTICA, LETRAS E ARTES CURSO DE LETRAS ESTÁGIO SUPERVISIONADO - ENSINO FUNDAMENTAL: LÍNGUA PORTUGUESA E RESPECTIVAS LITERATURAS ALUNA: JAQUELINE ASSIS PANOSSO PROFESSOR: ADRIANA ESTER HOFFMANN

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Page 1: Plano de Aula 2

URI-UNIVERSIDADE REGIONAL INTEGRADA DO ALTO URUGUAI E

DAS MISSÕES CAMPUS FREDERICO WESTPHALEN

PRÓ-REITORIA DE ENSINO

DEPARATAMENTO DE LINGUÍSTICA, LETRAS E ARTES

CURSO DE LETRAS

ESTÁGIO SUPERVISIONADO - ENSINO FUNDAMENTAL: LÍNGUA PORTUGUESA E RESPECTIVAS LITERATURAS

ALUNA: JAQUELINE ASSIS PANOSSOPROFESSOR: ADRIANA ESTER HOFFMANN

FREDERICO WESPHALEN, SETEMBRO DE 2012.

Page 2: Plano de Aula 2

URI-UNIVERSIDADE REGIONAL INTEGRADA DO ALTO URUGUAI E DAS MISSÕES CAMPUS FREDERICO WESTPHALEN

DEPARTAMENTO DE LINGUÍSTICA, LETRAS E ARTESCURSO DE LETRAS – PROFESSORA ADRIANA ESTER HOFFMANN

METODOLOGIA DO ENSINO DA LÍNGUA PORTUGUESA E RESPECTIVAS LITERATURAS

Jaqueline Silva de Assis Panosso

PLANEJAMENTO

1 Dados de identificação:1.1 Escola: Escola Estadual de Educacão Básica Sepé Tiaraju1.2 Série: 7ª série1.3 Turma: 711.4 Professor Titular: Adriana Ester Hoffmann1.5 Professora estagiária: Jaqueline Assis Panosso1.6 Diciplina: Português

2 Objetivos:Geral: Introduzir, através das fábulas, conceito de valores morais, ética e cidadania.Proporcinar a reflexão dos valores que são transmitidos através das fábulas.Analisar e compreender características do gênero fábula.

Específico:Estudar as características do gênero fábula.Analisar fábulas clássicas e fábulas contemporâneas comparando os vocabulários e as expressões usadas em ambas.Favorecer o desenvolvimento criativo dos alunos através da produção de fábulas em sala de aula.

3 Tema gerador:Pluralidade cultural

4 Conhecimento prévio:Verificar o conhecimento dos alunos à respeito das fábulas, através das seguintes questões:

a) Você sabe o que é uma fábula?b) Você já leu ou escutou alguma fábula? c) Aonde podemos encontrar esse gênero em nosso cotidiano? d) Você sabe com que intenção são escritas as fábulas?

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5 Produção textual:

1. A professora deverá entregar para cada aluno as fotocópias das fábulas “Fernanda, a formiga furiosa”, “As moscas aprendem a voar” e “A raposa e a cegonha”. Os alunos farão a leitura compreensiva e interpretativa dos textos. A professora solicitará aos alunos que apontem, oralmente, características comuns a todos os textos lidos. A professora poderá fazer perguntas que chamem atenção para aspectos como brevidade da história, presença de personagens animais que agem como seres humanos, ausência de indicações precisas de tempo e espaço, explicitação de uma moral.

Texto 1:

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Texto 2:

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Texto 3:A raposa e a cegonha

A raposa e a cegonha mantinham boas relações e pareciam ser amigas sinceras. Certo dia, a raposa convidou a cegonha para jantar e, por brincadeira, botou na mesa apenas um prato raso contendo um pouco de sopa. Para ela foi tudo muito fácil, mas a cegonha pode apenas molhar a ponta do bico e saiu dali com muita fome.-Sinto muito disse a raposa, parece que você não gostou da sopa.-Não pense nisso, respondeu a cegonha. Espero que, em retribuição a esta visita, você venha em breve jantar comigo.No dia seguinte, a raposa foi pagar a

visita. Quando sentaram à mesa, o que havia para jantar estava contido num jarro alto, de pescoço comprido e boca estreita, no qual a raposa não podia introduzir o focinho. Tudo o que ela conseguiu foi lamber a parte externa do jarro.-Não pedirei desculpas pelo jantar, disse a cegonha, assim você sente no próprio estômago o que senti ontem.

Moral da história- Quem com ferro fere, com ferro será ferido.

2. Após a leitura do texto os alunos deverão responder as seguintes questões de interpretação:

a) Na fábula “Fernanda, a formiga furiosa” quem conta a história?b) O que Fernanda gostaria de ter?c) Quais os sentimentos de Fernanda em relação aos outros animais?d) O que acontece com a jibóia quando ela encontra Fernanda? Por quê? e) O que acontece com Fernanda depois que ela come a jibóia?f) Explique com as suas palavras o que a história prova? g) Na fábula “As moscas aprendem a voar” quem conta a história?h) No verso “Todo ano, lá pela época em que as folhas novas das árvores começam a

brotar, as moscas vão à escola.”, a expressão grifada permite situar a ação no tempo? Explique sua resposta.

i) Por que as moscas precisam ir para a escola?j) O que as moscas estudavam na escola?k) Que outras atividades elas fazem na escola além de estudar?l) O que Maria Mosca ensinou que mudou a vida das moscas para sempre?m) Para aonde as moscas foram após escutarem a ideia de Maria Mosca?n) Explique com as suas palavras o que a história prova?o) Na fábula “A raposa e a cegonha” você acha que a amizade entre a cegonha e a

raposa era verdadeira?

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p) Por que você acha que a raposa deu um prato no qual a cegonha não conseguiria comer?

q) Você acha que a cegonha fez certo ao revidar a brincadeira?r) A fábula apresenta um ensinamento ao leitor. Que ensinamento é este e quem o

transmite?

3. Os alunos deverão formular um conceito para esse tipo de texto:

Fábula é _____________________________________________________________

4. O professor entregará para os alunos dicionários e eles deverão pesquisar os significados da palavra “moral”. Essa atividade os auxiliará na criação de novos vocábulos.

Procure no dicionário alguns significados da palavra “moral”.a)________________________________________________________________________b)_______________________________________________________________________c) _______________________________________________________________________d) _______________________________________________________________________e) _______________________________________________________________________

5. Os alunos lerão a fábula “O leão e o rato” e ver como ela foi contada por três autores diferentes – Esopo, na Grécia Antiga, cerca do século IV a.C, La Fontaine, no século XVII, e Monteiro Lobato, no início do século XX.

O leão e o Rato (Esopo)

O leão era orgulhoso e forte, o rei da selva. Um dia, enquanto dormia, um minúsculo rato correu pelo seu rosto. O grande leão despertou com um rugido. Pegou o ratinho por uma de suas fortes patas e levantou a outra para esmagar a débil criatura que o incomodara.- Ó, por favor, poderoso leão – pediu o rato. Não me mate, por favor. Peço-lhe que me deixe ir. Se o fizer, um dia eu poderei ajudá-lo de alguma maneira.Isso foi para o felino uma grande diversão. A idéia de que uma criatura tão pequena e assustada como um rato pudesse ser capaz de ajudar o rei da selva era tão engraçada que ele não teve coragem de matar o rato.- Vá-se embora – grunhiu ele – antes que eu mude de idéia.Dias depois, um grupo de caçadores entrou na selva. Decidiram tentar capturar o leão. Os homens subiram em suas duas árvores, uma de cada lado do caminho, e seguraram uma rede lá encima.Mais tarde, o leão passou despreocupadamente pelo lugar. Ato contínuo, os homens jogaram a rede sobre o grande animal. O leão rugiu e lutou muito, mas não conseguiu escapar.Os caçadores foram comer e deixaram o leão preso à rede, incapaz de se mover. O leão rugiu por ajuda, mas a única criatura na selva que se atreveu a aproximar-se dele foi o ratinho.- Oh, é você? – disse o leão. Não há nada que possa fazer para me ajudar. Você é tão

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pequeno!- Posso ser pequeno – disse o rato, mas tenho os dentes afiados e estou em dívida com você.E o ratinho começou a roer a rede. Dentro de pouco tempo, ele fizera um furo grande o bastante para que o leão saísse da rede e fosse se refugiar no meio da selva.

Às vezes o fraco pode ser de ajuda ao forte.ESOPO. Fábulas de Esopo, 1995.

O leão e o Rato (La Fontaine)

Vale a pena espalhar razões de gratidão: os pequenos também têm sua utilidade.Duas fábulas* mostrarão que eu não estou falando senão a verdade.Ao sair do buraco, um rato, entre as garras terríveis de um leão, se achou.O rei dos animais, em mui magnânimo ato, nada ao ratinho fez, e com vida o deixou.A boa ação não foi em vão. Quem pensaria que um leão alguma vez precisaria de um rato tão pequeno? Pois é, meu amigo, leão também corre perigo, e aquele ficou preso numa rede, um dia. Tanto rugiu, que o rato ouviu e acudiu, roendo o laço que o prendia.

Mais vale a pertinaz labuta que o desespero e a força bruta.* Para ilustrar a mesma moral, La Fontaine conta, na seqüência, outra fábula, intitulada “A pomba e a formiga”.

La Fontaine, Fábulas, 1992.

O leão e o Ratinho (Monteiro Lobato)

Ao sair do buraco viu-se o ratinho entre as patas do leão. Estacou, de pêlos em pé, paralisado pelo terror. O leão, porém, não lhe fez mal nenhum.- Segue em paz, ratinho; não tenhas medo do teu rei.Dias depois o leão caiu numa rede.. Urrou desesperadamente, de bateu-se, mas quanto mais se agitava mais preso no laço ficava.Atraído pelos urros, apareceu o ratinho.- Amor com amor se paga – disse ele lá consigo e pôs-se a roer as cordas. Um instante conseguir romper uma das malhas. E como a rede era das tais que rompida a primeira malha e fugir.

Mais vale paciência pequenina do que arrancos de leão.Monteiro Lobato. Fábulas, 1994.

a) Compare as fábulas, de acordo com os aspectos indicados no quadro abaixo, e veja o que muda e o que permanece nas suas sucessivas reescrituras:

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b) Na comparação das diferentes versões, é possível perceber indicações que remetem ao contexto histórico no qual as fábulas foram escritas? Justifique sua resposta._______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

6. Como preparação para a prática de produção textual os alunos deverão fazer a atividade abaixo, a qual consiste no ordenamento dos parágrafos da fábula “O Galo e a Raposa”.

a) Ordene os parágrafos embaralhados da fábula abaixo:

Usando de esperteza, a raposa chegou perto da árvore e dirigiu-se a eles:

- Olha, é melhor que eu vá andando... Os cães podem não saber da novidade e me matar...

O galo e as galinhas viram de longe uma raposa que chegava. Empoleiraram-se na árvore mais próxima para escapar da inimiga.

Mas o galo, que também não era tolo, respondeu:

- Ora, meus amigos, podem descer daí. Não sabem que foi decretada a paz entre os animais? Desçam e vamos festejar este dia tão feliz!

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A raposa mais que depressa foi saindo:

- Que boas notícias! Mas estou vendo daqui de cima alguns cães que estão chegando. Decerto eles também vão querer festejar...

O GALO E A RAPOSA

ROCHA, Ruth. Fábulas de Esopo. São Paulo: FTD, 1994.

7. Os alunos receberão uma fotocópia dos exercícios abaixo na qual eles terão que preencher as lacunas em branco em três fábulas, usando as suas criatividades.

a) Complete os espaços em branco, na fábula abaixo, utilizando apenas substantivos:

A REUNIÃO GERAL DOS ______________

Uma vez os _________, que viviam com medo de um ___________, resolveram fazer uma _________ para encontrar um jeito de acabar com aquele eterno transtorno. Muitos _________ foram discutidos e abandonados. No fim, um __________ jovem levantou-se e deu a _________ de pendurar uma __________ no pescoço do _________; assim sempre que o __________ chegasse perto, eles ouviriam a _________ e poderiam fugir correndo. Todo mundo bateu _________; o __________ estava resolvido. Vendo aquilo, um __________ velho que tinha ficado o tempo todo calado levantou-se de seu canto. O _________ falou que o _________ era muito inteligente, que com toda a certeza as preocupações deles tinham chegado ao fim. Só faltava uma __________: quem ia pendurar a __________ no _________ do __________?

MORAL: Inventar é uma coisa, fazer é outra.

b) Complete os espaços em branco, na fábula abaixo, utilizando apenas verbos:

O LOBO E O CORDEIRO

__________ o cordeiro a beber em um córrego, quando __________ um lobo esfomeado, de horrendo aspecto.

- Que desaforo _________ esse de turvar a água que __________ beber? - __________ o monstro arreganhando os dentes. -__________, que __________ tamanha má-criação!...

O cordeirinho, trêmulo de medo, __________ com inocência:- Como __________turvar a água que o senhor __________ se ela __________do

senhor para mim?_________ verdade aquilo e o lobo __________ com a resposta. Mas não

__________ a torcer.- Além disso - __________ele -__________ que você __________ falando mal de

mim o ano passado.

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- Como __________ mal do senhor o ano passado, se __________ este ano?Novamente confundido pela voz da inocência, o lobo __________:- Se não _________ você, __________ seu irmão mais velho, o que __________ o

mesmo.- Como __________ ser meu irmão mais velho, se __________ filho único?O lobo furioso, vendo que com razões claras não __________ o pobrezinho,

__________ com uma razão de lobo faminto:- Se não __________ seu irmão, __________ seu pai ou seu avô! – E – nhoque! -

__________ no pescoço.MORAL: Contra a força não há argumentos.

c) Complete os espaços em branco, na fábula abaixo, utilizando apenas adjetivos:

O MACACO E A ONÇAO macaco __________, fazendo pouco caso da __________ onça.- Vou dar cabo desse __________ -, pensou a onça __________, por conta!E fez correr o boato de que havia morrido. O macaco __________ ficou louco para

ver a __________ defunta. Mas, como sempre, estava desconfiado:- Hum! Esta morte __________ não me cheira bem...Foi chegando à casa da __________ onça e viu os parentes __________ dela

chorando. Bem a salvo, pendurado em um galho _________ de árvore, perguntou:- A __________ onça já espirrou?- Por quê? – perguntaram os parentes __________.- Ora, quem morre sempre dá seu __________ espirro... – comentou ele,

__________.A onça _________ ouviu tudo. Fingia-se de morta para agarrar o macaco. E, caindo

na conversa dele, tratou de espirrar: - Atchim!E o macaco__________? Safou-se, gritando:- Está viva, __________! Onde já se viu defunto espirrar?

A onça _________ levantou-se e o macaco _________ continuou a dizer-se mais _________ do que ela.

8. Os alunos deverão ler a versão de Monteiro Lobato para a fábula “O Lobo e o Cordeiro” e em seguida deverão ler os comentários dos personagens do Sítio do Picapau Amarelo para esta fábula. Usando o exemplo da personagem Emília eles deverão reescrever a fábula dando a ela um final diferente.

O Lobo e o Cordeiro (recontada por Monteiro Lobato)Estava o cordeiro a beber num córrego, quando apareceu um lobo esfaimado , de horrendo aspecto.– Que desaforo é esse de turvar a água que venho beber? — disse o monstro arreganhando os dentes.  Espere, que vou castigar tamanha má-criação!…

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O cordeirinho, trêmulo de medo, respondeu com inocência:– Como posso turvar a água que o senhor vai beber se ela corre do senhor para mim?Era verdade aquilo e o lobo atrapalhou-se com a resposta.  Mas não deu  o rabo a torcer.– Além disso — inventou ele — sei que você andou falando mal de mim o ano passado.– Como poderia falar mal do senhor o ano passado, se nasci este ano?Novamente confundido pela voz da inocência, o lobo insistiu:– Se não foi você, foi seu irmão mais velho, o que dá no mesmo.– Como poderia ser meu irmão mais velho, se sou filho único?O lobo furioso, vendo que com razões claras não vencia o pobrezinho, veio com uma razão de lobo faminto:– Pois se não foi seu irmão, foi seu pai ou seu avô!E — nhoc! — sangrou-o no pescoço.

Contra a força não há argumentos.

a) A fábula “O cordeiro e o lobo” de La Fontaine foi recontada por Monteiro Lobato, no livro Fábulas. Nesse livro, após cada relato, segue-se um pequeno diálogo das personagens do Sítio do Picapau Amarelo comentando a respeito da história que ouviram. Leia o comentário a essa fábula:

“Estamos diante da fábula mais famosa de todas – declarou Dona Benta. Revela a essência do mundo. O forte tem sempre razão. Contra a força não há argumentos.- Mas há esperteza! – berrou Emília. Eu não sou forte, mas ninguém me vence. Por quê? Porque aplico a esperteza. Se eu fosse esse cordeirinho, em vez de estar bobamente a discutir com o lobo, dizia: “Senhor Lobo, é verdade, sim, que sujei a água desse riozinho, mas foi para envenenar três perus recheados que estão bebendo ali embaixo”. E o lobo com água na boca: “Onde?”E eu, piscando o olho: “Lá atrás daquela moita!” E o lobo ia ver e eu sumia...- Acredito – murmurou Dona Benta. E depois fazia de conta que estava com uma espingarda e, pum! na orelha dele, não é? Pois fique sabendo que estragaria a mais bela e profunda das fábulas. La Fontaine a escreveu dum modo incomparável. Quem quiser saber o que é obra-prima, leia e analise a sua fábula do Lobo e do Cordeiro” (Lobato, 1994, p. 42-43).

b) Siga o exemplo de Emília e reescreva a fábula, dando a ela um final diferente. 

9. Os alunos deverão se dividir em cinco grupos. Cada grupo deve escolher uma fábula de Esopo, em seguida, criar um texto curto que se encaixe no contexto da moral escolhida. Os personagens poderão ser tanto humanos quanto animais e vegetais.

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Para este exercício os grupos deverão utilizar as seguintes fábulas: “O Touro e a Cabra”, “O Urso e as Abelhas”, “A Águia e a Gralha”, “Os Ratos e as Doninhas” e“O Leão e o Asno”.

Texto 1:

O Touro e a CabraCerta vez, um Touro, fugindo da perseguição de um feroz Leão, se escondeu numa caverna que os Pastores costumavam usar para abrigar seus rebanhos durante as tempestades ou à noite. Ocorre que um dos animais, uma Cabra, que tinha ficado para trás, se achando dona do lugar, tão logo o Touro entrou na caverna, ainda distraído, extenuado e ainda se recuperando do tremendo susto que levara, aproveitando-se da situação, pelas costas, covardemente o atacou dando-lhe marradas com seus chifres. Como o Leão ainda estava circulando em volta da

entrada da gruta, o Touro teve que se submeter à aquela incompreensível agressão e injustificável insulto. Então ele disse em tom de alerta:"Você não acredita que estou me submetendo, sem reagir, a esse injusto e covarde tratamento porque tenho medo de você não é? Mas te prometo uma coisa, Quando o Leão for embora, aí sim, te colocarei no teu devido lugar, e acredite, disso tenho a mais absoluta certeza, te darei tamanha lição, que decerto, dela, jamais irás esquecer enquanto viveres.".

Moral da História:Maldade mais profunda e desumanidade igual não há, do que tirar vantagem sobre os outros, aproveitando-se de um momento de vulnerabilidade.

Texto 2:

O Urso e as AbelhasUm Urso procurava por entre as árvores, pequenos frutos silvestres para sua refeição matinal, quando deu de cara com uma árvore caída, dentro da qual, um enxame de abelhas guardava seu precioso favo de mel. O Urso, com bastante cuidado, começou a farejar em volta do tronco tentando descobrir se as abelhas estavam em casa. Nesse exato momento, uma das abelhas estava voltando do campo, onde fora coletar néctar das flores, para levar à colméia, e deu de cara com o

matreiro e curioso visitante.

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Receosa do que pretendia o Urso fazer em seguida, ela voou até ele, deu-lhe uma ferroada e desapareceu no oco da árvore caída.O Urso, tomado de dor pela ferroada, ficou furioso, e incontrolável, pulou em cima do tronco com unhas e dentes, disposto a destruir o ninho das abelhas. Mas, isso apenas o fez provocar uma reação de toda colméia. Assim, ao pobre Urso, só restou fugir o mais depressa que pode em direção a um pequeno lago, onde, depois de nele mergulhar e permanecer imerso, finalmente se pôs à salvo.

Moral da História:É mais sábio suportar uma simples provocação em silêncio, que despertar a fúria incontrolável de um inimigo mais poderoso.

Texto 3:

A Águia e a GralhaUma Águia, saindo do seu ninho no alto de um penhasco, num fulminante vôo rasante e certeiro, capturou uma ovelha e a levou presa às suas fortes e afiadas garras. Uma Gralha, que a tudo testemunhara, tomada de inveja, decidiu que poderia fazer a mesma coisa. Ela então voou para alto e tomou impulso. Então, com grande velocidade, atirou-se sobre uma Ovelha com a intenção de também carregá-la presa às suas garras. Ocorre que suas garras, pequenas e fracas, acabaram

por ficar embaraçadas no espesso manto de lã do animal, e isso a impediu inclusive de soltar-se, embora o tentasse com todas as suas forças. O Pastor das ovelhas, vendo o que estava acontecendo, capturou-a. Feito isso, cortou suas penas, de modo que não pudesse mais voar. À noite a levou para casa e entregou como brinquedo para seus filhos."Que pássaro engraçado é esse?", perguntou um deles. "Ele é uma Gralha meus filhos. Mas se você lhe perguntar, ele dirá que é uma Águia."

Moral da História:Não devemos permitir que a ambição nos conduza para além dos nossos limites.

Texto 4:

Os Ratos e as DoninhasAs Doninhas e os Ratos estavam sempre em pé de guerra uns contra os outros. À cada batalha, as Doninhas sempre saíam vitoriosas, levando consigo um grande número de Ratos, que lhes serviam de refeição para o dia seguinte. Desesperados, os Ratos resolveram formar um conselho para tratar do assunto, e assim chegaram à conclusão, que os Ratos sempre levavam desvantagem porque não tinham um líder.

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Definida a questão, em seguida, um grande número de generais e comandantes foram escolhidos dentre os mais eminentes e notórios Ratos da comunidade. Isso, evidentemente era motivo de orgulho para aqueles que, sendo mais bem posicionados socialmente, enxergavam ali uma clara forma de reconhecimento público desse status.Para diferenciá-los dos soldados comuns, quando estivessem na linha de frente, em meio ao campo de batalha, os novos líderes orgulhosamente ostentavam sobre suas cabeças, ornamentos e adereços feitos de penas ou palha. Então, depois de uma longa preparação da tropa de Ratos, após muitos estudos em táticas de guerrilha, eles enviaram um desafio para as Doninhas. As Doninhas, claro, aceitaram o desafio com ânsia, uma vez que, "estar sempre de prontidão para a luta" era seu lema, especialmente quando estavam de olho numa refeição. Assim, imediatamente atacaram a brigada dos Ratos em grande número. Logo a linha de frente dos Ratos sucumbiu diante do ataque, e o restante da armada imediatamente bateu em retirada, numa fuga desesperada para se abrigarem em seus buracos. Os soldados rasos entraram com facilidade em suas estreitas tocas, mas os Ratos líderes não tiveram a mesma sorte, uma vez que, não conseguiram entrar a tempo em seus abrigos. Ocorre que os exagerados adereços que carregavam sobre suas cabeças, atrapalharam de forma decisiva seus movimentos. Assim, nenhum deles conseguiu escapar do ataque das famintas Doninhas.

Moral da História:A Grandeza tem suas desvantagens.

Texto 5:

O Leão e o AsnoUm Leão e um Asno combinaram que iriam caçar juntos. Em sua busca por presas, logo os caçadores viram um grupo de Cabras Selvagens que se esconderam numa caverna, e então resolveram traçar um plano para capturá-las. O Asno entraria na caverna e se encarregaria de atraí-las para fora. O Leão, claro, ficaria do lado de fora à espreita, pronto para atacá-las, tão logo de lá saíssem. O plano funcionou com perfeição. Estando as Cabras tranqüilas, distraídas e confiantes de que estavam em segurança no seu retiro, não perceberam que o Asno ali adentrara. O animal invasor, de surpresa, fez um barulho tão assustador, pulando e zurrando, com toda força que lhe era possível dispor, que as Cabras, tomadas de pânico, não tiveram outra reação senão correrem para todos os lados assustadas.E logo, um pouco recuperadas do susto, conseguiram encontrar a saída do confinamento, e julgando que estariam mais seguras do lado de fora, saíram dali correndo em disparada,

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apenas para caírem indefesas nas garras do Leão que, de prontidão, as aguardava à entrada da caverna. Orgulhoso do seu feito, o Asno saiu para fora da caverna e disse: "Você viu como coloquei todas à correr?". Ao que o Leão respondeu: "Sim, sem dúvida, e se eu não conhecesse você tão bem, certamente que faria a mesma coisa que elas".

Moral da História:O fanfarrão com seu vozeirão e exibicionismo, não é capaz de impressionar aqueles que já o conhecem.

10. A professora entregará para os alunos as fotocópias de três versões da fábula “A Cigarra e a Formiga”. Os alunos deverão ler a fábula original de La Fontaine e em seguida compará-la com as recriações de Monteiro Lobato e José Paulo Paes.

a) Leia a fábula original de La Fontaine “A cigarra e a formiga”. Depois, compare-a com as recriações de Monteiro Lobato e José Paulo Paes.

A CIGARRA E A FORMIGA

A cigarra, sem pensar em guardar, a cantar passou o verão.Eis que chega o inverno, e então, sem provisão na despensa, como saída, ela pensa em recorrer a uma amiga: sua vizinha, a formiga, pedindo a ela, emprestado, algum grão, qualquer bocado, até o bom tempo voltar."Antes de agosto chegar, pode estar certa a senhora: pago com juros, sem mora.”Obsequiosa, certamente, a formiga não seria.“Que fizeste até outro dia?” perguntou à imprevidente.“Eu cantava, sim, Senhora, noite e dia, sem tristeza.”“Tu cantavas? Que beleza! Muito bem: pois dança agora...”Do livro Fábulas de La Fontaine, 1992.

SEM BARRA

Enquanto a formiga Carrega comidaPara o formigueiro,A cigarra canta,Canta o dia inteiro.

A formiga é só trabalho.A cigarra é só cantiga.

Mas sem a cantiga da cigarra que distrai da fadiga, seria uma barra o trabalho da formiga(Paes, s.d.).

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A CIGARRA E A FORMIGA (A FORMIGA BOA)

Houve uma jovem cigarra que tinha o costume de chiar ao pé do formigueiro. Só parava quando cansadinha; e seu divertimento era observar as formigas na eterna faina de abastecer as tulhas.Mas o bom tempo afinal passou e vieram as chuvas, Os animais todos, arrepiados, passavam o dia cochilando nas tocas.A pobre cigarra, sem abrigo em seu galhinho seco e metida em grandes apuros, deliberou socorrer-se de alguém.Manquitolando, com uma asa a arrastar, lá se dirigiu para o formigueiro. Bateu – tique, tique, tique...Aparece uma formiga friorenta, embrulhada num xalinho de paina.- Que quer? – perguntou, examinando a triste mendiga suja de lama e a tossir.- Venho em busca de agasalho. O mau tempo não cessa e eu...A formiga olhou-a de alto a baixo.- E que fez durante o bom tempo que não construí a sua casa?A pobre cigarra, toda tremendo, respondeu depois dum acesso de tosse.- Eu cantava, bem sabe...- Ah!... exclamou a formiga recordando-se. Era você então que cantava nessa árvore enquanto nós labutávamos para encher as tulhas?- Isso mesmo, era eu...Pois entre, amiguinha! Nunca poderemos esquecer as boas horas que sua cantoria nos proporcionou. Aquele chiado nos distraía e aliviava o trabalho. Dizíamos sempre: que felicidade ter como vizinha tão gentil cantora! Entre, amiga, que aqui terá cama e mesa durante todo o mau tempo.A cigarra entrou, sarou da tosse e voltou a ser a alegre cantora dos dias de sol.Do livro Fábulas, Monteiro Lobato, 1994.

a) O que há de comum nas releituras que Lobato e José Paulo Paes, autores do século XX, fazem da fábula de La Fontaine, escrita no século XVII? É possível detectar uma mudança de moral de uma época para outra?__________________________________________________________________________________________________________________________________________________

b) Leia a fábula de Esopo “A raposa e o corvo”. Experimente introduzir modificações na história. Você pode alterar o final, incluir novos personagens e cenários, enfim, interferir no texto à vontade.

A Raposa e o Corvo

Um dia um corvo estava pousado no galho de uma árvore com um pedaço de queijo no bico quando passou uma raposa. Vendo o corvo com o queijo, a raposa logo começou a matutar um jeito de se apoderar do queijo. Com esta idéia na cabeça, foi para debaixo da árvore, olhou para cima e disse:-Que pássaro magnífico avisto nessa árvore! Que beleza estonteante! Que cores maravilhosas! Será que ele tem uma voz suave para combinar com tanta beleza! Se tiver, não há dúvida de que deve ser proclamado rei dos pássaros.

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Ouvindo aquilo o corvo ficou que era pura vaidade. Para mostrar à raposa que sabia cantar, abriu o bico e soltou um sonoro “Cróóó!” . O queijo veio abaixo, claro, e a raposa abocanhou ligeiro aquela delícia, dizendo:-Olhe, meu senhor, estou vendo que voz o senhor tem. O que não tem é inteligência!Moral: cuidado com quem muito elogia.Do livro Fábulas de Esopo, 1994.