o terror e a literatura norte-americana -...
TRANSCRIPT
To
cele
brat
e th
e 20
0th
anni
vers
ary
of th
e bi
rth
of E
dgar
Alla
n Po
e (1
809-
1849
), th
e C
entr
e fo
r E
nglis
h St
udie
s of
the
U
nive
rsit
y of
L
isbo
n (U
LIC
ES)
he
ld
the
inte
rnat
iona
l sy
mpo
sium
P
oe
and
Got
hic
Cre
ativ
ity.
It w
as o
rgan
ised
by
the
Am
eric
an S
tudi
es re
sear
ch g
roup
in a
sso-
ciat
ion
with
oth
er L
isbo
n cu
ltura
l in
sti-
tutio
ns, a
nd to
ok p
lace
bet
wee
n th
e 18
th
and
20th
Mar
ch,
2009
. '
e Fe
rnan
do
Pess
oa H
ouse
hos
ted
acad
emic
pre
sen-
tatio
ns a
bout
Poe
in
Port
ugal
, a
stag
ed
poet
ry r
eadi
ng a
nd a
rou
nd-t
able
with
*v
e ar
tists
, rep
rese
ntin
g ho
w i
nter
disc
i-pl
inar
y th
e ge
nre
is. T
o ki
ck o
+, th
e m
od-
erat
or, M
aria
Ant
ónia
Lim
a, P
rofe
ssor
of
Nor
th-A
mer
ican
Lite
ratu
re a
t th
e U
ni-
vers
idad
e de
Évo
ra a
nd a
utho
r of
Ter
ror
and
Nor
th-A
mer
ican
L
iter
atur
e, qu
oted
A
llen
Gin
sber
g –
"eve
ryth
ing
lead
s to
Po
e" -
and
cha
lleng
ed t
he p
artic
ipan
ts
with
thre
e qu
estio
ns:
i. w
hat
is
poe’
s in
flu
en
ce i
n t
he
cr
eat
ive
un
iver
se o
f th
e a
rtis
tic
fie
lds
you
wo
rk
in
?
[f.a
.] A
nyon
e ca
n w
ear
the
goth
ic m
ask,
w
hich
is
rela
ted
to t
he i
ssue
of
genr
e.
Whe
n I
thin
k ab
out t
his
pane
l’s ti
tle, t
he
*rst
thi
ng t
hat
occu
rs t
o m
e is
tha
t ar
t is
fan
tast
ic w
hen
it is
goo
d… S
ince
my
back
grou
nd i
s in
cin
ema,
I a
m p
artic
u-la
rly
fond
of
the
Fant
astic
gen
re. O
n th
e ot
her
hand
, I’m
com
plet
ely
anti-
genr
e,
whi
ch is
rev
eale
d -
or r
athe
r, it
isn’
t -
in
my
wor
k. I
con
side
r m
ysel
f as
a s
ort
of
cham
eleo
n, d
raw
ing
insp
irat
ion
from
a
O C
entr
o de
Est
udos
Ang
lístic
os d
a U
nive
rsi-
dade
de
Lis
boa
cele
brou
os
200
anos
de
Edg
ar
Alla
n Po
e (1
809-
1849
), co
m o
col
óqui
o in
ter-
naci
onal
Poe
e C
riat
ivid
ade
Gót
ica,
org
aniz
ado
pelo
gru
po d
e in
vest
igaç
ão d
e E
stud
os A
mer
i-ca
nos,
em p
arce
ria
com
inst
ituiç
ões
cultu
rais
de
Lis
boa,
de
18 a
20
de M
arço
. Na
Cas
a Fe
rnan
-do
Pes
soa,
hou
ve c
omun
icaç
ões
sobr
e Po
e em
Po
rtug
al, u
ma
leitu
ra e
ncen
ada
de p
oesi
a e
um
deba
te q
ue r
euni
u ci
nco
cria
dore
s, re
pres
enta
-tiv
os d
a vo
caçã
o in
terd
isci
plin
ar d
o gé
nero
. A
mod
erad
ora,
Mar
ia A
ntón
ia L
ima,
pro
fess
ora
asso
ciad
a da
Uni
vers
idad
e de
Évo
ra, e
aut
ora
de
O T
erro
r e
a L
iter
atur
a N
orte
-Am
eric
ana,
lanç
ou
o m
ote,
cita
ndo
Alle
n G
insb
erg
– "t
udo
leva
a
Poe"
– e
des
a*ou
os
part
icip
ante
s co
m t
rês
ques
tões
:
i. q
ual
a i
nf
luê
nci
a d
e p
oe
par
a o
un
iver
so
cria
tiv
o d
as a
rtes
a q
ue
se
ded
icam
?
Pode
mos
todo
s env
erga
r a m
ásca
ra g
ótic
a, o
que
se
pre
nde
com
as q
uest
ões d
os g
éner
os. P
ensa
n-do
no
títul
o do
pai
nel,
o qu
e im
edia
tam
ente
me
ocor
re é
que
a a
rte
é fa
ntás
tica
quan
do é
boa
...
Eu,
que
ven
ho d
a ár
ea d
o ci
nem
a, t
enho
um
es
peci
al a
preç
o pe
lo g
éner
o fa
ntás
tico.
Por
ou-
tro
lado
, sou
com
plet
amen
te a
nti-
géne
ro, o
que
se
rev
ela
– ou
mel
hor,
não
se r
evel
a –
no m
eu
trab
alho
. Sou
alg
o ca
mal
eóni
co, i
nspi
ro-m
e em
m
uita
s ob
ras
e au
tore
s, e
mud
o ra
pida
men
te
de e
stilo
, o q
ue t
em a
ver
com
a m
inha
pos
i-çã
o de
pro
cura
con
stan
te n
as a
rtes
e n
a vi
da. S
e no
s co
mpa
rtim
enta
rmos
em
gén
eros
ou
esti-
los,
pode
hav
er o
ris
co d
e nã
o sa
irm
os. P
ara
o
[f.a
.]
ma
rga
rid
a v
ale
de
ga
to
ma
ria
an
tón
ia l
ima
{ }
AR
TE
FA
NTÁ
ST
ICA
E
M P
OR
TU
GA
LF
AN
TAS
TIC
AR
T IN
PO
RT
UG
AL
An
tón
io M
ac
ed
o [
a.m
.] –
re
ali
za
do
r d
e fi
lme
s d
e
lon
ga
e c
urt
a m
etr
ag
em
, e
de
sé
rie
s d
e t
ele
vis
ão
; e
ns
aís
ta e
es
cri
tor,
no
me
ad
am
en
te d
e li
vro
s d
e fi
c-
çã
o c
ien
tífi
ca
e f
an
tás
tic
o.
- Fe
rna
nd
o R
ibe
iro
[f.
r.]
–
voc
ali
sta
e l
etr
ista
da
b
an
da
po
rtu
gu
es
a d
e h
ea
vy m
eta
l M
oo
ns
pe
ll.
Es
-c
rito
r, c
olu
nis
ta d
e r
evi
sta
s d
e m
ús
ica
, po
eta
.- F
ilip
e A
bra
nc
he
s [
f.a.
]– a
uto
r d
e B
D e
ilu
str
ad
or;
re
ali
za
do
r d
e c
ine
ma
e a
nim
aç
ão
.- F
ilip
e
Me
lo [f
.m.]
–
rea
liz
ad
or
do
p
rim
eir
o
film
e
zom
bie
em
Po
rtu
ga
l, I
wil
l s
ee
yo
u i
n m
y d
rea
ms
, e
da
sé
rie
Um
Mu
nd
o C
ati
ta;
pro
fes
so
r e
pia
nis
ta
de
ja
zz
.- P
au
la
Rib
eir
o [p
.r.]
–
pro
fes
so
ra
de
m
us
ico
log
ia
na
Un
ive
rsid
ad
e N
ova
de
Lis
bo
a;
inve
sti
ga
do
ra d
o
Ce
ntr
o d
e E
stu
do
s d
e S
oc
iolo
gia
e E
sté
tic
a M
us
i-c
al;
dra
ma
turg
a e
en
ce
na
do
ra m
ús
ico
-te
atr
al.
An
tón
io M
ac
ed
o [a
.m.]
– s
ho
rt a
nd
fe
atu
re fi
lm d
ire
c-
tor,
TV
se
rie
s d
ire
cto
r, e
ss
ayi
st
an
d w
rite
r, m
os
tly
of
sc
ien
ce
fic
tio
n a
nd
fa
nta
sti
c b
oo
ks
.- F
ern
an
do
Rib
eir
o [
f.r.
] –
le
ad
sin
ge
r a
nd
lyr
icis
t o
f
Mo
on
sp
ell
, a
he
avy
me
tal
Po
rtu
gu
es
e b
an
d.
Wri
ter,
co
lum
nis
t in
mu
sic
ma
ga
zin
es
, po
et.
- Fil
ipe
Ab
ran
ch
es
[f.a
.] –
Co
mic
bo
ok
au
tho
r a
nd
illu
s-
tra
tor;
an
ima
tio
n a
nd
cin
em
a fi
lm d
ire
cto
r.- F
ilip
e M
elo
[f.
m.]
– d
ire
cto
r o
f th
e fi
rst
zom
bie
film
in
Po
rtu
ga
l, I
wil
l s
ee
yo
u i
n m
y d
rea
ms
, an
d o
f th
e U
m
Mu
nd
o C
ati
ta T
V s
eri
es
; ja
zz
te
ac
he
r a
nd
pia
nis
t.- P
au
la R
ibe
iro
[p.
r.]–
pro
fes
so
r o
f M
us
ico
log
y a
t th
e
Ne
w U
niv
ers
ity
of
Lis
bo
n; r
es
ea
rch
er
at
the
So
cio
lo-
gy
an
d M
us
ica
l A
es
the
tic
s S
tud
ies
Ce
ntr
e;
pla
ywri
-
gh
t a
nd
mu
sic
an
d t
he
atr
e s
tag
e m
an
ag
er.
{72
73
}
trab
alho
Obr
a P
oéti
ca d
e E
dgar
All
an P
oe [
com
os
ori
gina
is e
m e
xpos
ição
na
Cas
a Fe
rnan
do
Pess
oa, e
m M
arço
de
2009
], *z
doi
s co
njun
tos
de il
ustr
açõe
s em
mom
ento
s di
fere
ntes
. O p
ri-
mei
ro t
eve
uma
abor
dage
m m
uito
mai
s pl
ásti-
ca, a
fast
ando
-me
até
do c
once
ito tr
adic
iona
l de
ilust
raçã
o po
r ne
cess
idad
e de
fug
ir a
os c
liché
s re
laci
onad
os c
om P
oe, o
que
já
não
acon
tece
u nu
m s
egun
do m
omen
to.
Nes
sa a
ltura
, ac
abei
po
r to
car
mai
s o
imag
inár
io g
ótic
o, m
as i
sso
tam
bém
se d
eveu
à id
eia
grá*
ca d
o liv
ro, a
pre
to
e br
anco
. Apr
oxim
ei-m
e m
ais
do g
ótic
o, c
om a
re
ssal
va d
e qu
e é
impe
nsáv
el a
bord
ar s
eja
o qu
e fo
r se
m o
cru
zar
com
a v
isão
que
vou
ten
do d
o m
undo
. Con
segu
i en
cont
rar
algu
ns p
onto
s de
hu
mor
e d
e sa
lto p
ara o
meu
pró
prio
quo
tidia
no.
Poe
e a
mús
ica
têm
um
a lig
ação
mui
to p
rofí-
cua,
send
o o
seu
imag
inár
io in
esca
páve
l do
nos-
so p
atri
món
io m
enta
l e
cons
ciên
cia
cole
ctiv
a.
Col
oca-
se o
pro
blem
a de
o f
antá
stic
o nã
o se
r um
a tip
olog
ia m
usic
ológ
ica.
Não
obs
tant
e a
in-
>uên
cia
de P
oe a
bran
ge t
oda
uma
cons
tela
ção
de a
utor
es, d
esde
Bau
dela
ire, a
os s
imbo
lista
s do
sé
culo
XIX
, Mal
larm
é e
Ver
lain
e, c
om in
>uên
-ci
a pr
edom
inan
te n
a m
úsic
a no
iníc
io d
o sé
culo
X
X, q
ue t
ambé
m s
e de
senv
olve
u em
Por
tuga
l no
s cí
rcul
os m
usic
ais
da é
poca
. Po
e fe
z pa
rte
das
refe
rênc
ias
dete
rmin
ante
s pa
ra o
pen
sa-
[p.r
.]
vari
ety
of w
orks
and
aut
hors
, and
I r
ap-
idly
cha
ngin
g st
yle,
whi
ch is
rel
ated
to
a pe
rson
al a
ttitu
de o
f co
nsta
nt s
earc
h in
th
e ar
ts a
nd l
ife. I
f w
e di
vide
our
selv
es
into
gen
res
or s
tyle
s, th
ere’s
a r
isk
of
not
mak
ing
it ba
ck. F
or O
bra
Poé
tica
de
Edg
ar A
llan
Poe
[Poe
’s C
ompl
ete
Poet
ical
W
orks
, who
se o
rigi
nal
illus
trat
ions
wer
e on
dis
play
at
Fern
ando
Pes
soa
Hou
se,
duri
ng M
arch
200
9] I
mad
e tw
o se
ts o
f ill
ustr
atio
ns,
at d
i+er
ent
mom
ents
. '
e *r
st s
et h
ad a
mor
e pl
astic
app
roac
h, a
nd
I mov
ed a
way
from
the
trad
ition
al n
otio
n of
illu
stra
tion
to e
scap
e fr
om t
he c
liché
s re
late
d to
Poe
, w
hich
did
n’t
happ
en o
n th
e se
cond
occ
asio
n. I
fel
t I
had
actu
ally
co
me
clos
er t
o th
e G
othi
c un
iver
se t
hen,
bu
t th
at w
as a
lso
due
to t
he g
raph
ic id
ea
of t
he b
ook,
in
blac
k an
d w
hite
. I d
rew
cl
oser
to
the
Got
hic
styl
e al
way
s ke
ep-
ing
in m
ind
that
it’s
impo
ssib
le fo
r me
to
appr
oach
som
ethi
ng w
ithou
t int
erse
ctin
g it
with
my
wor
ldvi
ews.
I w
as a
ble
to *
nd
som
e co
mic
det
ails
and
a fe
w c
onne
ctio
ns
to m
y da
y-to
-day
life
. [p
.r.]
Po
e an
d m
usic
are
dee
ply
linke
d.
His
im
ager
y is
som
ethi
ng i
mpo
ssib
le t
o de
coup
le f
rom
our
men
tal
heri
tage
and
co
llect
ive
awar
enes
s. '
ere’s
the
pro
blem
th
at t
he F
anta
stic
is
not
a m
usic
olog
ical
ty
polo
gy.
Nev
erth
eles
s, Po
e’s
in>u
ence
co
vers
a w
hole
gro
up o
f w
rite
rs,
from
B
aude
laire
to
the
19th
-cen
tury
sym
bol-
ists
- M
alla
rmé
and
Ver
lain
e -
and
he
had
a bi
g in
>uen
ce o
n ea
rly
20th
-cen
tury
77
}7
7}
tens
a lis
ta s
obre
a in
>uên
cia
de P
oe n
a m
úsic
a,
desd
e os
com
posi
tore
s clá
ssic
os, à
s ban
das r
ock,
he
avy
met
al e
exp
erim
enta
l. H
á um
a ba
nda
*n-
land
esa,
os
HIM
, cuj
o vo
calis
ta t
em o
s ol
hos
de P
oe t
atua
dos
nas
cost
as. O
apa
drin
ham
ento
de
Poe
por
aut
ores
for
tes,
com
o B
aude
laire
ou
Fern
ando
Pes
soa,
que
o t
radu
zira
m, f
oi im
por-
tant
e. R
elat
ivam
ente
ao
fant
ástic
o em
Por
tuga
l, a
idei
a qu
e te
nho
é a
de q
ue s
ou p
rocu
rado
pe-
los
méd
ia p
or s
er u
m c
liché
com
per
nas
(cab
elo
com
prid
o, jo
alha
ria,
por
aí f
ora.
..) m
as h
á um
a re
sist
ênci
a ge
nera
lizad
a a
que
as p
esso
as g
oste
m
real
men
te d
a cu
ltura
fan
tást
ica,
que
tem
im
en-
sos
adep
tos
em P
ortu
gal.
No
caso
de
Poe,
ele
é
repr
esen
tant
e de
alg
o m
ais
vast
o: e
scre
ve m
uito
be
m e
ent
reté
m a
inda
mel
hor.
Ago
ra, h
á pe
ssoa
s qu
e go
stam
de
expl
orar
o la
do lu
nar
das
cois
as,
e is
so é
sau
dáve
l. Sã
o co
isas
que
nos
fas
cina
m
mas
tam
bém
nos
equ
ilibr
am: n
ão a
ssum
irm
os o
no
sso
lado
neg
ro s
ó po
de le
var
à su
a pe
rver
são.
Pe
la m
inha
par
te, f
aço-
o de
sde
a ad
oles
cênc
ia.
Podi
a te
r si
do s
ur*s
ta m
as n
ão f
ui p
or a
í. E
sta
via
é um
a co
isa
fant
ástic
a pr
ecis
amen
te p
or n
os
repr
esen
tar
de u
ma
form
a tã
o in
espe
rada
, mas
nã
o m
enos
ver
dade
ira.
Eu
sou
o gó
tico
men
os g
ótic
o qu
e há
por
que
sou
mús
ico
de j
azz,
mas
iss
o fa
z-m
e lig
ar a
s co
isas
, vis
to a
cred
itar
que
em t
oda
a in
ovaç
ão
deve
res
peita
r-se
a t
radi
ção.
Qua
ndo
pens
o no
qu
e m
e in
>uen
ciou
, des
de a
infâ
ncia
, pen
so e
m
pian
ista
s de
que
gos
tava
, e le
mbr
o-m
e ta
mbé
m
de e
star
a v
er O
Drá
cula
na
RT
P à
s ta
ntas
da
man
hã. S
e no
s pe
rgun
tarm
os p
or q
ue s
aíra
m a
s pe
ssoa
s de
sua
casa
par
a vi
rem
à C
asa
Fern
ando
Pe
ssoa
, dá
para
per
cebe
r co
mo
tudo
est
á lig
ado.
Po
e é
um ti
po q
ue ti
nha
uma
séri
e de
idei
as, v
i-
[f.m
.]
wor
ds a
nd i
mag
es t
hat
may
lea
d pe
ople
to
rea
d th
ese
kind
s of
boo
ks. I
t’s i
nter
-es
ting
that
you
can
*nd
a l
ong
list
of
Poe’s
in>
uenc
e on
mus
ic o
n W
ikip
edia
, fr
om c
lass
ic c
ompo
sers
to
rock
, he
avy
met
al a
nd e
xper
imen
tal
band
s. '
ere’s
a
Fin
nish
ban
d, H
IM,
who
se l
ead
sing
er
has
Poe’s
eye
s ta
ttoo
ed o
n hi
s ba
ck. '
e fa
ct t
hat
Poe’s
bee
n ad
opte
d by
fam
ous
auth
ors,
such
as
Bau
dela
ire o
r Fe
rnan
do
Pess
oa, w
ho t
rans
late
d hi
s w
ork,
is q
uite
si
gni*
cant
. On
the
topi
c of
the
Fant
astic
in
Por
tuga
l, I
thin
k th
at t
he m
edia
see
ks
me
out
for
bein
g a
wal
king
clic
hé (
long
ha
ir, j
ewel
lery
, and
so
on…
). N
ever
the-
less
, the
re s
eem
s to
be
a ge
nera
l re
sist
-an
ce a
gain
st t
he fa
ct t
hat
peop
le m
ay r
e-al
ly l
ike
the
Fant
astic
, whi
ch d
oes
have
a
lot
of f
ans
in P
ortu
gal.
As
for
Poe,
he
repr
esen
ts s
omet
hing
mor
e fa
r-re
achi
ng:
he w
rite
s qu
ite w
ell
and
ente
rtai
ns e
ven
bett
er. N
ow, t
here
are
peo
ple
who
like
to
expl
ore
the
luna
r sid
e of
thin
gs a
nd th
at’s
heal
thy.
'es
e ar
e th
ings
tha
t fa
scin
ate
us b
ut a
lso
bala
nce
us o
ut: n
ot a
ssum
ing
one’s
dar
k si
de c
an o
nly
lead
to
perv
er-
sion
. As
for m
e, I
’ve
been
doi
ng it
sin
ce I
w
as a
teen
ager
. I c
ould
hav
e be
en a
sur
fer
but
I di
dn’t
follo
w t
hat
path
. 'is
pat
h is
so
met
hing
fan
tast
ic p
reci
sely
bec
ause
it
can
repr
esen
t us
in s
uch
unex
pect
ed, b
ut
none
-the
-les
s ge
nuin
e w
ays.
[f
.m.] S
ince
I’m
a j
azz
mus
icia
n, I
’m t
he
less
got
hic
of G
oths
, but
that
onl
y m
akes
m
e re
late
thin
gs b
ecau
se I
bel
ieve
that
all
inno
vatio
n m
ust r
espe
ct tr
aditi
on. W
hen
I th
ink
of m
y ea
rly
in>u
ence
s, I
thin
k of
th
e pi
anis
ts I
like
d, b
ut I
als
o re
mem
ber
wat
chin
g D
racu
la o
n T
V l
ate
at n
ight
. If
we
ask
ours
elve
s w
hy p
eopl
e le
ft t
heir
ho
mes
tod
ay t
o co
me
to t
he F
erna
ndo
Pess
oa H
ouse
, w
e ca
n un
ders
tand
how
ev
eryt
hing
is
in
terc
onne
cted
. Po
e w
as
som
eone
who
had
a l
ot o
f id
eas,
lived
men
to e
stét
ico
de m
úsic
os q
ue p
rete
ndia
m r
e-nu
ncia
r à o
bses
são
de d
esen
har m
imet
icam
ente
o
que
há e
m r
edor
. A id
eia
de f
antá
stic
o to
rna
poss
ível
não
só
fugi
r co
mo
tran
sgre
dir
a re
ali-
dade
. Olh
ando
par
a o
Vat
hek
de L
uís
de F
rei-
tas
Bra
nco,
a p
artir
da
obra
de
Bec
kfor
d, r
etiro
um
a im
pres
são
sem
elha
nte
à do
s vá
rios
ano
s qu
e pa
ssei
a e
stud
ar S
alom
é, de
Osc
ar W
ilde
e de
Str
auss
: o g
ótic
o po
de se
r um
a al
avan
ca p
ara
rom
per u
ma
séri
e de
regr
as e
cân
ones
. O im
agi-
nári
o tr
ansg
ress
or li
terá
rio
fez
com
que
Str
auss
ex
plod
isse
tod
a um
a sé
rie
de c
ódig
os m
usic
ais.
Luí
s de
Fre
itas
Bra
nco
fez
o m
esm
o c
om o
V
athe
k: i
nspi
rou-
se e
m e
lem
ento
s on
íric
os, e
x-pe
rim
enta
lista
s ao
nív
el s
enso
rial
, lev
ando
-os
a um
nív
el in
audi
to. C
ada
vari
ação
cor
resp
onde
a
um d
os c
inco
pal
ácio
s que
repr
esen
tam
os c
inco
se
ntid
os. É
um
a ob
ra te
xtur
alm
ente
mui
to r
ica,
co
m u
ma
dim
ensã
o po
lifón
ica
a 59
voz
es, s
ó co
m a
s co
rdas
, que
nun
ca s
e tin
ha fe
ito.
Os
livro
s do
Poe
são
com
o os
bon
s di
scos
que
nã
o *c
am n
a pra
tele
ira e
sazo
nalm
ente
volta
mos
a
ouvi
r. T
endo
Poe
um
a re
laçã
o pa
rtic
ular
com
a
mús
ica,
mui
tas
fora
m a
s ar
tes
que
ele
pene
trou
, o
que
se d
eve
a te
r-se
tor
nado
num
ícon
e po
p.
Um
exe
mpl
o m
uito
cur
ioso
é a
gra
vata
da
Poe
Soci
ety
usad
a pe
las
orga
niza
dora
s. N
em t
odos
os
aut
ores
che
gam
ao
níve
l de
ter
mer
chan
dise
, de
ser
est
ampa
dos
num
a t-
shir
t pa
ra d
ar lu
cro.
E
ssa
popu
lari
zaçã
o de
Poe
per
mite
con
greg
ar
pess
oas
de á
reas
dife
rent
e lig
ando
-as
ao fa
ntás
-tic
o. N
a m
úsic
a qu
e re
pres
ento
, o h
eav
y m
etal
e
o gó
tico
sem
pre
fora
m e
stilo
s m
uito
lite
rári
os,
reco
rren
do à
pal
avra
e à
im
agem
que
pro
voca
na
s no
ssas
cab
eças
, po
dend
o le
var
as p
esso
as
aos
livro
s. É
inte
ress
ante
ver
na
wik
ipéd
ia a
ex-
[f.r
.]
mus
ic, w
hich
als
o de
velo
ped
in P
ortu
gal
with
in t
he m
usic
al c
ircle
s of
the
tim
e.
Poe
was
a d
ecis
ive
refe
renc
e to
the
aes
-th
etic
tho
ught
of
mus
icia
ns w
ho a
spire
d to
rej
ect
the
obse
ssio
n of
dra
win
g th
eir
surr
ound
ings
in a
mim
etic
sty
le. '
e no
-tio
n of
the
Fant
astic
mad
e it
poss
ible
not
on
ly t
o es
cape
rea
lity
but
also
to
tran
s-gr
ess
it. I
f w
e lo
ok a
t V
athe
k by
Luí
s de
Fr
eita
s B
ranc
o, b
ased
on
Bec
kfor
d’s
text
, I
have
a s
imila
r fe
elin
g to
the
one
I h
ad
duri
ng th
e ye
ars
I st
udie
d S
alom
é by
Os-
car W
ilde
and
by S
trau
ss: t
he G
othi
c ca
n be
a l
ever
tha
t br
eaks
a s
et o
f ru
les
and
cano
ns. '
e lit
erar
y tr
ansg
ress
ive
imag
i-na
tion
led
Stra
uss
to e
xplo
de a
ser
ies
of
mus
ical
cod
es. L
uís d
e Fr
eita
s Bra
nco
did
the
sam
e th
ing
with
Vat
hek
thro
ugh
his
insp
irat
ion
in d
ream
like
elem
ents
, th
at
wer
e ex
peri
men
talis
t at
a s
enso
rial
lev
el,
and
took
them
to a
n un
prec
eden
ted
leve
l. E
ach
vari
atio
n re
pres
ents
one
of
the
*ve
pala
ces
whi
ch i
n tu
rn r
epre
sent
the
*ve
se
nses
. Str
uctu
rally
thi
s is
a m
agni
*cen
t w
ork,
with
a p
olyp
honi
c di
men
sion
of 5
9 vo
ices
, of
stri
ngs
alon
e, w
hich
is
som
e-th
ing
that
had
nev
er b
een
trie
d be
fore
[f.r
.] P
oe’s
book
s ar
e lik
e th
ose
good
C
Ds
that
don
’t st
ay o
n th
e sh
elf
for
long
, sin
ce w
e se
ason
ally
nee
d to
lis
ten
to t
hem
aga
in. N
ot o
nly
did
Poe
have
a
priv
ilege
d re
latio
nshi
p w
ith m
usic
, but
he
inte
rsec
ted
seve
ral
art
form
s, w
hich
led
to
his
cur
rent
pop
icon
sta
tus.
A c
urio
us
exam
ple
of t
his
is t
he P
oe S
ocie
ty n
eck-
tie t
he o
rgan
iser
s ar
e w
eari
ng n
ow. N
ot
all
auth
ors
have
the
pri
vile
ge o
f ha
ving
th
eir
own
mer
chan
dise
ite
ms,
of h
avin
g th
eir i
mag
e pr
inte
d on
t-sh
irts
to m
ake
a pr
o*t.
It’s
Poe’s
pop
ular
isat
ion
that
gat
h-er
s pe
ople
fro
m d
i+er
ent
area
s an
d lin
ks
them
to
the
Fant
astic
. 'e
mus
ic s
tyle
s I
repr
esen
t, he
avy
met
al a
nd G
othi
c, ha
ve
alw
ays
been
ver
y lit
erar
y st
yles
, us
ing
{78
79
}
só t
raba
lhar
a m
ímic
a, m
as s
obre
tudo
a m
on-
tage
m e
a i
mag
inaç
ão v
isua
l –
a m
úsic
a vi
sual
ex
trao
rdin
ária
que
os
real
izad
ores
inv
enta
vam
pa
ra tr
ansm
itir a
idei
a de
som
, ou
às v
ezes
, mai
s di
fícil,
a id
eia
de s
ilênc
io. N
o *l
me
de E
pste
in,
é im
pres
sion
ante
a p
arte
em
que
est
á o
prot
ago-
nist
a na
quel
a gr
ande
man
são,
com
vár
ios
reló
-gi
os e
spal
hado
s, gr
ande
s e
pequ
enos
, e, q
uand
o ch
ega
a fa
tal
mei
a-no
ite,
há u
ma
mon
tage
m
de p
lano
s en
cade
ados
, em
suc
essã
o e
ritm
o de
pê
ndul
os, q
ue n
os d
ão a
ide
ia d
e um
a m
úsic
a de
bad
alad
as...
Poe
deu
ori
gem
a m
uita
s co
isas
–
os C
orm
ans,
o pr
ópri
o L
ovec
raft
, o F
erna
ndo
Pess
oa,
incl
usiv
amen
te o
nos
so T
eó*l
o B
raga
co
m o
s se
us C
onto
s F
antá
stic
os. I
nser
e-se
num
a ár
vore
gen
ealó
gica
que
tem
tam
bém
ram
i*ca
-çõ
es p
ara
trás
. Fiz
um
a lis
ta d
e lit
erat
ura
gótic
a,
onde
Poe
sur
ge m
ais
ou m
enos
ent
re o
Jac
ques
C
azot
te, c
om o
rec
omen
dáve
l O D
iabo
Am
oro-
so d
o sé
culo
XV
III,
e o
Lov
ecra
ft. A
seg
uir
ao
Caz
otte
ain
da t
emos
Bec
kfor
d, c
om V
athe
k...
depo
is a
Ann
Rad
cli+
e, q
ue é
ant
erio
r a P
oe e
o
in>u
enci
ou. T
emos
o M
atth
ew L
ewis
com
o O
M
onge
, o G
oeth
e co
m A
Noi
va
de C
orin
to, o
No-
val
is...
e u
m d
e qu
e eu
gos
to m
uito
, Pot
ocki
com
o
Man
uscr
ito
En
con
trad
o em
Sar
agoç
a. P
oe ta
m-
bém
dev
e te
r ido
lá b
eber
, tal
com
o a
Ho+
man
n,
com
O E
lixi
r do
Dia
bo,
a M
ary
Shel
ley
com
F
ran
ken
stei
n, a
Mat
urin
com
Mel
mot
h...
Dep
ois
há o
s qu
e vê
m a
seg
uir
a Po
e: o
s tr
ês g
rand
es
mod
elos
mai
s re
cent
es s
ão H
einz
Ew
ers,
que
tem
um
exc
elen
te r
oman
ce M
andr
ágor
a, m
as é
um
aut
or m
aldi
to c
om a
pou
ca s
orte
de
ter s
ido
sim
patiz
ante
naz
i, tu
berc
ulos
o e
hom
osse
xual
. O
utro
é G
usta
v M
eyri
nk, q
ue f
ez O
Gol
em, e
*n
alm
ente
o q
ueri
do L
ovec
raft
, que
ain
da h
oje
leio
por
ser
vic
iant
e.
only
invo
lve
wor
king
on
mim
icry
, but
was
m
ostly
abo
ut e
ditin
g an
d vi
sual
imag
ina-
tion
- di
rect
ors
inve
nted
ext
raor
dina
ry
visu
al ‘m
usic
’ to
conv
ey th
e id
ea o
f sou
nd
and
som
etim
es, w
hich
is
even
mor
e di
f-*c
ult,
the
idea
of
sile
nce.
'er
e’s a
n im
-pr
essi
ve s
cene
in E
pste
in’s
*lm
whe
re th
e m
ain
char
acte
r is
ins
ide
this
hug
e m
an-
sion
, sur
roun
ded
by s
ever
al c
lock
s, so
me
of t
hem
big
and
oth
ers
smal
l, an
d w
hen
we
get
to t
he f
atef
ul h
our
of m
idni
ght,
ther
e’s a
seq
uenc
e of
sho
ts to
the
rhyt
hm
of t
he p
endu
lum
s w
hich
giv
e us
the
idea
of
the
mus
ic o
f the
stro
kes o
f mid
nigh
t…
Poe
brou
ght
fort
h m
any
thin
gs -
the
C
orm
ans,
Lov
ecra
ft h
imse
lf, F
erna
ndo
Pess
oa a
nd e
ven
the
Port
ugue
se w
rite
r T
eó*l
o B
raga
with
his
Fan
tast
ic S
hort
S
tori
es. P
oe is
par
t of a
fam
ily tr
ee w
hose
br
anch
es a
lso
stre
tch
out
into
the
pas
t. I’v
e m
ade
a lis
t of G
othi
c lit
erat
ure
whe
re
Poe
appe
ars m
ore
or le
ss b
etw
een
Jacq
ues
Caz
otte
, w
ith h
is c
omm
enda
ble
18th
-ce
ntur
y %
e D
evil
in
Lov
e, an
d L
ovec
raft
. A
fter
Caz
otte
, we
also
hav
e B
eckf
ord
and
his V
athe
k...
and
then
Ann
Rad
cli+
e, w
ho
cam
e be
fore
Poe
and
insp
ired
him
. %er
e’s
Mat
thew
Lew
is w
ith
%e
Mon
k, G
oeth
e’s
%e
Bri
de o
f C
orin
th, N
oval
is...
and
one
of
the
auth
ors
I’m p
artic
ular
ly f
ond
of: P
o-to
cki,
with
%e
Sar
agos
sa M
anus
crip
t. H
e m
ust
have
bee
n on
e of
Poe
’s in
>uen
ces,
as w
ell
as H
o+m
an’s
%e
Dev
il’s
Eli
xirs
, M
ary
Shel
ley’
s F
ran
ken
stei
n,
Mat
urin
’s M
elm
oth.
.. '
en w
e ha
ve th
ose
who
cam
e af
ter
Poe
- th
e th
ree
impo
rtan
t m
oder
n ex
ampl
es a
re:
Hei
nz E
wer
s, w
ho w
rote
an
adm
irab
le n
ovel
cal
led
Man
drag
ora
but w
ho w
as a
cur
sed
auth
or a
nd u
nluc
ky
enou
gh t
o ha
ve b
een
gay,
and
a N
azi
sym
path
iser
who
got
TB
. '
e se
cond
ex
ampl
e is
Gus
tav
Mey
rink
, who
wro
te
%e G
olem
, and
last
but
not
leas
t, ou
r dea
r L
ovec
raft
, who
m I
’m s
till a
ddic
ted
to.
via
bast
ante
mal
, e n
a al
tura
pro
vave
lmen
te n
ão
imag
inav
a qu
e m
uito
s an
os d
epoi
s ía
mos
est
ar
aqui
. Mas
há
uma
razã
o, u
ma
paix
ão p
rofu
nda
pelo
que
é p
ouco
nor
mal
, ext
raor
diná
rio,
ou
não
exis
te, m
as e
m q
ue n
ós a
inda
não
des
istim
os d
e ac
redi
tar.
As
pess
oas
que
deix
aram
de
acre
dita
r qu
e ex
iste
um
mon
stro
no
arm
ário
são
pes
soas
ci
nzen
tas,
e nó
s te
ntam
os n
ão s
er e
ssas
pes
soas
. C
ada
um c
omba
te c
omo
pode
. Mas
exi
ste
tal
com
unid
ade
e a
nece
ssid
ade
de c
ontin
uar
essa
he
ranç
a, e
é a
von
tade
de
cont
ribu
irm
os p
ara
isso
que
nos
faz
cont
inua
r a to
car p
iano
, a fa
zer
canç
ões,
*lm
es e
livr
os. A
in>u
ênci
a de
Poe
em
m
im n
ão é
dire
cta,
mas
atr
avés
de
tant
a ge
nte
que
cont
ribu
iu p
ara
a ta
l her
ança
. Sin
to g
rand
e or
gulh
o em
ter u
ma
foto
ao
lado
de
Rog
er C
or-
man
, que
par
a m
im é
com
o Z
eus,
fez
gran
des
*lm
es a
dapt
ados
de
Poe,
e le
mbr
ou-s
e de
faze
r um
*lm
e so
bre
uma
mul
her-
vesp
a a
anda
r num
ca
rro
tecn
ológ
ico.
Só
espe
ro q
ue c
á ap
areç
am
cada
vez
mai
s pes
soas
, pel
o m
enos
a te
nta
r faz
er
cois
as n
este
gén
ero.
Hav
endo
isso
, o r
esto
est
á en
cam
inha
do.
Se o
s no
ssos
arm
ário
s nã
o tiv
erem
mon
stro
s, en
tão
pom
o-lo
s lá
nós
e *
ca o
pro
blem
a re
sol-
vido
. Não
vim
aqu
i pr
opri
amen
te f
alar
de
Poe
porq
ue n
ão o
leio
há
uns 4
0 an
os e
a m
inha
me-
mór
ia já
não
est
á m
uito
boa
. Mas
não
lhe
acho
m
enos
gra
ça p
or is
so, a
té p
or se
r, in
dire
ctam
en-
te, o
"ar
gum
entis
ta"
de *
lmes
inc
ríve
is. A
lém
do
s de
Rog
er C
orm
an, p
ara
mim
um
dos
me-
lhor
es *
lmes
ins
pira
dos
em P
oe é
A Q
ueda
da
Cas
a de
Ush
er, d
e Je
an E
pste
in, u
m *
lme
mud
o.
Eu
dei
aula
s de
cin
ema,
*z
cine
ma,
e s
empr
e m
antiv
e qu
e o
cine
ma
mud
o e
sono
ro d
evia
m
ter
nom
es d
istin
tos.
Se u
m é
cin
ema
o ou
tro
deix
a de
ser
. A a
rte
do c
inem
a m
udo
não
era
[a.m
.]
rath
er p
oorl
y, an
d at
the
tim
e it
prob
-ab
ly d
idn’
t cr
oss
his
min
d th
at w
e'd
be
here
so
man
y ye
ars
late
r. '
ere’s
a r
easo
n fo
r th
at, t
houg
h: a
dee
p pa
ssio
n fo
r th
e un
usua
l, th
e ex
trao
rdin
ary,
or t
hat
whi
ch
does
not
exi
st b
ut i
n w
hich
we
have
n’t
give
n up
bel
ievi
ng i
n. G
rey
peop
le a
re
thos
e w
ho’v
e st
oppe
d be
lievi
ng t
here
’s a
mon
ster
in th
e cl
oset
, but
we
try
not t
o be
th
ose
peop
le. E
ach
one
of u
s *gh
ts a
s he/
she
can.
How
ever
, the
com
mun
ity
exis
ts
as w
ell a
s the
nee
d to
ext
end
this
her
itage
, an
d th
at’s
wha
t giv
es u
s the
urg
e to
go
on
play
ing
the
pian
o, w
rite
son
gs a
nd b
ooks
an
d m
ake
*lm
s. Po
e’s i
n>ue
nce
on m
e w
as in
dire
ct; i
t ca
me
thro
ugh
a gr
oup
of
peop
le w
ho’v
e co
ntri
bute
d to
war
ds t
hat
heri
tage
. I’m
pro
ud to
be
in a
pho
to n
ext
to R
oger
Cor
man
: he’s
like
Zeu
s to
me,
a
man
who
’s m
ade
grea
t *l
ms,
adap
tatio
ns
of P
oe, a
nd d
idn’
t fo
rget
to
mak
e a
*lm
ab
out
a w
asp-
wom
an w
ho d
rove
a t
ech-
nolo
gica
l ca
r. I
just
hop
e th
at m
ore
and
mor
e pe
ople
step
forw
ard,
and
at l
east
try
to m
ake
thes
e ty
pes
of t
hing
s. W
ith t
hat
in m
otio
n, th
e re
st w
ill c
ome
of it
self.
[a.m
.] I
f we
don’
t hav
e m
onst
ers i
nsid
e ou
r cl
oset
s, th
en w
e’ll
put
them
the
re a
nd
prob
lem
solv
ed. I
did
n’t c
ome
here
to ta
lk
abou
t Po
e ex
actly
bec
ause
I h
aven
’t re
ad
him
in 4
0 ye
ars
and
my
mem
ory
isn’
t as
go
od a
s it
used
to
be.
But
tha
t do
esn’
t m
ean
I lik
e hi
m a
ny l
ess,
espe
cial
ly b
e-ca
use
he’s
the
indi
rect
"sc
reen
wri
ter"
of
incr
edib
le *
lms.
Bes
ides
Rog
er C
orm
an’s
*lm
s, fo
r m
e on
e of
the
bes
t *l
ms
in-
spire
d in
Poe
is J
ean
Eps
tein
’s %
e F
all
of
the
Hou
se o
f Ush
er, a
sile
nt *
lm. I
’ve
taug
ht
cine
ma
less
ons a
nd m
ade
*lm
s, an
d I h
ave
alw
ays
mai
ntai
ned
that
sile
nt *
lms
and
soun
d *l
ms
repr
esen
t di
+ere
nt m
odel
s of
art
and
sho
uld
ther
efor
e ha
ve d
i+er
ent
desi
gnat
ions
. 'e
art o
f sile
nt *
lms
didn
’t
{80
81
}
para
r um
pou
co a
s ág
uas:
o su
rrea
lism
o é
uma
esco
la a
rtís
tica
mai
s do
que
um
gén
ero.
Hou
ve
aind
a a
Col
ecçã
o X
, e, m
ais
rece
ntem
ente
, a A
r-go
naut
a, c
om c
apas
tam
bém
de
auto
res
port
u-gu
eses
.
[an
tó
nia
lim
a]
Lem
bro,
na
s ar
tes
plás
ticas
co
ntem
porâ
neas
, N
uno
Cer
a, n
omea
dam
ente
co
m f
otog
ra*a
s qu
e fe
z do
s in
cênd
ios
em >
o-re
stas
por
tugu
esas
, a p
reto
e b
ranc
o, q
ue le
vam
o
espe
ctad
or p
ara
uma
atm
osfe
ra tr
ans*
gura
da,
uma
catá
stro
fe n
atur
al t
ão p
rodi
gios
a qu
e pa
-re
ce q
ue n
ão e
xist
e, u
ma
negr
itude
aliá
s m
uito
po
esca
, cap
az d
e um
a di
men
são
tran
scen
dent
al.
Para
mim
não
foi
fác
il te
ntar
iden
ti*ca
r o
que
exis
te n
a m
úsic
a em
Por
tuga
l. C
omo
a m
úsic
a te
m u
m c
arác
ter
abst
ract
o m
ais
do q
ue r
epre
-se
ntac
iona
l, to
rna-
se d
ifíci
l tip
i*cá
-la.
Pen
sei
em d
uas
hipó
tese
s: in
clus
ão d
e el
emen
tos
do
imag
inár
io f
antá
stic
o co
mo
mot
or c
riat
ivo,
e
obra
s com
text
o ou
um
pro
gram
a m
ais e
xplíc
ito.
Enc
ontr
ei r
efer
ênci
as q
ue *
quei
com
von
tade
de
exp
lora
r m
ais.
Frei
tas
Bra
nco
com
pôs,
além
do
Vat
hek,
a tr
ilogi
a L
a M
ort s
obre
três
poe
mas
d’
As
Flo
res
do M
al d
e B
aude
laire
, os
Par
aíso
s A
rti)
ciai
s em
191
0, e
oito
can
ções
de
Ant
ero
de Q
uent
al o
nde
se s
ente
ess
a in
quie
taçã
o do
co
ntac
to c
om o
não
-ser
. Fal
amos
do
com
posi
tor
que
é co
nsid
erad
o o
prim
eiro
mod
erni
sta
em
mús
ica
em P
ortu
gal.
A s
egui
r , a
in>u
ênci
a do
fa
ntás
tico
pare
ce-m
e m
ais n
eglig
enci
ável
, tal
vez
porq
ue d
uran
te o
Est
ado
Nov
o pa
rte
da m
úsic
a se
subm
eteu
a c
ânon
es d
e na
cion
alis
mo.
Rec
en-
tem
ente
tem
hav
ido
um re
ssur
gim
ento
. Oco
rre-
me
Os
Can
ibai
s, co
m o
libr
eto
e m
úsic
a de
João
Pa
es p
ara
o *l
me
de M
anoe
l de
Oliv
eira
sob
re
[p.r
.]
[f.a
.]
Col
ecçã
o X
and
mor
e re
cent
ly, A
rgon
au-
ta, w
ith c
over
s by
Port
ugue
se a
utho
rs to
o.[a
nt
ón
ia l
ima]
I r
ecal
l th
e co
ntem
pora
ry
Port
ugue
se v
isua
l ar
tist
Nun
o C
era,
an
inte
rnat
iona
l *gu
re w
ho b
ecam
e fa
mou
s na
mel
y fo
r ta
king
bla
ck a
nd w
hite
pho
-to
grap
hs o
f *r
es t
hat
had
brok
en o
ut i
n Po
rtug
uese
fore
sts.
'es
e ph
otos
take
the
spec
tato
r to
a t
rans
*gur
ed a
tmos
pher
e, a
na
tura
l cat
astr
ophe
so
extr
avag
ant t
hat i
t lo
oks
as if
it d
oesn
’t ex
ist -
act
ually
a v
ery
Poe-
like
blac
knes
s, ca
pabl
e of
a t
ran-
scen
dent
al a
nd g
host
ly d
imen
sion
, ve
ry
root
ed in
real
ity.
[p.r
.] F
or m
e it
was
di`
cult
to tr
y to
iden
-tif
y w
hat t
here
is in
term
s of m
usic
in P
or-
tuga
l. Si
nce
mus
ic h
as m
ore
of a
n ab
stra
ct
natu
re t
han
a re
pres
enta
tiona
l on
e, i
t’s
hard
to ty
pify
. I th
ough
t of t
wo
poss
ibili
-tie
s: th
e in
clus
ion
of F
anta
stic
ele
men
ts
as a
cre
ativ
e m
atri
x, a
nd w
orks
with
text
s or
mor
e sp
eci*
c ag
enda
s. W
hat I
did
*nd
m
ade
me
wan
t to
exp
lore
eve
n fu
rthe
r. B
esid
es V
athe
k, F
reita
s B
ranc
o co
mpo
sed
the
La
Mor
t tri
logy
on
thre
e po
ems
from
B
aude
laire
’s %
e F
low
ers
of E
vil
, Art
i)ci
al
Par
adis
es i
n 19
10 a
nd e
ight
son
gs w
rit-
ten
by A
nter
o de
Que
ntal
, whe
re w
e ca
n fe
el th
at a
nxie
ty o
f get
ting
in to
uch
with
no
n-be
ing.
W
e‘re
talk
ing
of
som
eone
w
ho i
s co
nsid
ered
to
have
bee
n th
e *r
st
Port
ugue
se m
oder
nist
com
pose
r. A
fter
th
at t
he in
>uen
ce o
f th
e Fa
ntas
tic s
eem
s to
me
of f
ar le
ss i
mpo
rtan
ce, m
aybe
be-
caus
e du
ring
the
Est
ado
Nov
o di
ctat
oria
l pe
riod
, som
e m
usic
com
plie
d to
nat
iona
l-is
t ca
nons
. 'er
e ha
s be
en s
ome
revi
val-
ism
late
ly. %
e C
ann
ibal
s co
mes
to
min
d,
libre
tto
and
mus
ic b
y Jo
ão P
aes
for
Ma-
noel
de
Oliv
eira
’s *l
m o
n a
19th
-cen
tury
ta
le b
y Á
lvar
o do
Car
valh
al; %
e E
nd,
one
of
Car
los
Mar
ecos
’s pi
eces
on
a te
xt b
y A
ntón
io P
atrí
cio
(200
4); R
amos
Ros
a’s
9
ii. q
ual
a l
inh
age
m d
o f
ant
ástic
o n
as d
ifere
n-
tes
áreas
ar
tís
tic
as e
m p
or
tu
gal
?
Na
área
das
art
es p
lást
icas
, en
cont
ro l
igaç
ões
com
o f
antá
stic
o no
cam
po m
ais
espe
cí*c
o da
ilu
stra
ção
e da
s re
vist
as, m
uita
s co
isas
que
tal
-ve
z já
tenh
am p
assa
do p
elas
mão
s de
todo
s nó
s. C
omeç
aria
por
Rep
órte
r X
, do
s an
os 3
0, c
om
mui
ta i
lust
raçã
o e
prec
iosi
dade
s de
Stu
art
de
Car
valh
ais.
Ach
o pi
ada
aos
auto
res
que
dão
uma
ache
ga a
o fa
ntás
tico
mas
não
são
pro
pria
-m
ente
do
géne
ro. E
stav
a a
pens
ar n
a lis
ta d
o A
ntón
io d
e M
aced
o, e
por
exe
mpl
o no
Hor
la,
de M
aupa
ssan
t, qu
e é
uma
hist
ória
ofe
gant
e.
Vol
tand
o a
Stua
rt, r
epar
o qu
e el
e ne
m s
empr
e as
sina
as
ilust
raçõ
es, e
pen
so q
ue i
sso
se p
ren-
de c
om o
fant
ástic
o se
r qu
ase
um s
ub-g
éner
o, o
tr
ash.
O R
epór
ter
X, R
eina
ldo
Ferr
eira
– q
ue fo
i dr
amat
urgo
, enc
enad
or e
cin
east
a, c
om r
arid
a-de
s co
mo
O T
áxi
nº
9297
– r
oçav
a o
fant
ástic
o co
m h
istó
rias
mir
abol
ante
s, m
uito
tam
bém
na
send
a do
Lov
ecra
ft q
ue e
u ac
ho q
ue in
>uen
ciou
m
uito
s dos
esc
rito
res e
jorn
alis
tas d
esta
s rev
ista
s de
rep
orta
gem
e c
rim
e: t
ítulo
s co
mo
Os
Mis
té-
rios
da
Vid
a L
isbo
eta,
O A
não
Am
arel
o e
O L
abo-
rató
rio
dos
Fei
tiço
s... H
ouve
tam
bém
a c
olec
ção
Vam
piro
com
cap
as d
e au
tore
s po
rtug
uese
s e
impo
rtân
cia
no p
anor
ama
das n
ossa
s art
es p
lás-
ticas
... c
omo
exem
plo,
Ray
mon
d C
hand
ler c
om
A D
ama
do L
ago,
por L
ima
de F
reita
s...
Tam
bém
Cân
dido
Cos
ta P
into
, qu
e fo
i um
gr
ande
sur
real
ista
por
tugu
ês...
.
A p
ropó
sito
do
surr
ealis
mo.
.. al
guém
me
suge
-ri
u, q
uand
o eu
dis
se q
ue v
inha
par
a es
te d
ebat
e,
que
fala
sse
do C
ruze
iro S
eixa
s. A
í tem
os d
e se
-
[f.a
.]
[a.m
.]
ii. a
re
th
ere
an
y d
esce
nd
en
ts
of
th
e
fan
tas
tic
in
th
e d
iffe
re
nt
ar
tis
tic
ar
eas
in
po
rt
ug
al?
[f.a
.] A
s fa
r as
the
vis
ual
arts
are
con
-ce
rned
, w
e ca
n *n
d lin
ks e
spec
ially
in
illus
trat
ion
and
mag
azin
es,
obje
cts
that
m
ost
of u
s m
ight
hav
e al
read
y se
en.
I w
ould
sta
rt w
ith R
epor
ter
X,
from
the
30
s, w
hich
con
tain
ed lo
ts o
f ill
ustr
atio
ns
and
rare
gem
s by
Stu
art
de C
arva
lhai
s. I
rath
er e
njoy
aut
hors
who
kin
d of
tou
ch
on t
he F
anta
stic
but
don
’t ex
actly
bel
ong
to t
he g
enre
. I
’m t
hink
ing
of A
ntón
io
Mac
edo’s
lis
t, an
d fo
r in
stan
ce M
aupa
s-sa
nt’s
%e
Hor
la,
a br
eath
taki
ng s
tory
. G
oing
bac
k to
Stu
art,
I *n
d th
at h
e so
met
imes
doe
sn’t
sign
his
illu
stra
tions
, an
d I
thin
k th
at’s
beca
use
the
Fant
astic
is
con
side
red
to b
e al
mos
t a
sub-
genr
e,
tras
h. R
epór
ter
X,
Rei
nald
o Fe
rrei
ra -
w
ho w
as a
pla
ywri
ght,
stag
e-m
anag
er,
*lm
-mak
er a
nd th
e au
thor
of r
ariti
es li
ke
Tax
i 92
97 -
bru
shed
the
Fan
tast
ic w
ith
his
wac
ky s
tori
es,
alon
g th
e sa
me
lines
as
Lov
ecra
ft,
who
m I
thi
nk i
n>ue
nced
m
any
of t
he a
utho
rs a
nd j
ourn
alis
ts o
f th
ese
new
s st
orie
s an
d cr
ime
mag
azin
es:
title
s su
ch a
s %
e M
yste
ries
of
Lif
e in
Lis
-bo
n, %
e Ye
llow
Dw
arf a
nd %
e L
abor
ator
y of
Spe
lls..
. '
ere
was
als
o th
e V
ampi
ro
colle
ctio
n, r
athe
r im
port
ant
in t
he P
or-
tugu
ese
visu
al a
rts
wor
ld, w
ith c
over
s by
Po
rtug
uese
aut
hors
... R
aym
ond
Cha
n-dl
er’s
%e
Lad
y in
the
Lak
e, fo
r in
stan
ce,
by L
ima
de F
reita
s...
[a.m
.] A
lso
Cân
dido
Cos
ta P
into
, who
was
a
grea
t Por
tugu
ese
surr
ealis
t…
[f.a
.] O
n th
e su
bjec
t of s
urre
alis
m...
whe
n I
said
I w
as g
oing
to
part
icip
ate
in t
his
deba
te, s
omeo
ne s
ugge
sted
I t
alk
abou
t C
ruze
iro
Seix
as.
But
in
th
is
case
w
e m
ust
draw
a li
ne s
omew
here
: mor
e th
an
a ge
nre,
sur
real
ism
is
an a
rtis
tic s
choo
l. '
ere
was
als
o, in
wha
t reg
ards
cov
er a
rt,
{84
85
}
dedo
no
gatil
ho, o
ded
o no
bot
ão, é
sem
pre
da
resp
onsa
bilid
ade
de q
uem
o m
ove.
Ach
o, p
elo
cont
rári
o, q
ue a
art
e do
terr
or n
os p
erm
ite c
on-
vive
r mel
hor c
om a
nat
urez
a às
vez
es u
m p
ouco
be
stia
l. So
u ad
epto
do
“Ous
a sa
ber”
, te
nho
a fr
ase
tatu
ada.
Est
amos
cá
para
lev
anta
r vé
us e
pe
dras
, ind
epen
dent
emen
te d
as c
onse
quên
cias
.
É d
iscu
tível
até
que
pon
to d
eve
a ar
te su
bmet
er-
se à
étic
a. N
ão p
osso
ultr
apas
sar
cert
os li
mite
s co
m m
edo
de q
ue a
cri
ança
dê
umas
faca
das
na
jugu
lar
da m
ãe?
Se a
char
mos
que
a é
tica
tem
di
reito
a r
egul
ar a
art
e, c
orre
mos
o r
isco
de
cair
na
cen
sura
, não
é s
audá
vel.
Qua
nto
ao e
stad
o da
art
e em
Por
tuga
l, nã
o te
mos
mui
to o
cul
to
do h
orro
r, do
gót
ico
puro
e d
uro
com
o no
s pa
-ís
es a
nglo
-sax
ónic
os,
ou o
nde
tudo
com
eçou
, na
Ale
man
ha...
São
paí
ses
luna
res,
e Po
rtug
al é
m
ais s
olar
. Ou
ante
s, di
vide
-se
em d
uas g
rand
es
zona
s, Su
l e N
orte
do
Tej
o. O
Nor
te te
m a
tra-
diçã
o da
Fon
te q
ue é
eur
opei
a, v
em d
a G
réci
a,
Font
e H
ipoc
rene
, das
nin
fas.
No
Sul p
reva
lece
o
poço
ou
cist
erna
, e o
seu
mar
avilh
oso
é o
da
mou
ra e
ncan
tada
. São
doi
s pa
íses
, não
ten
ha-
mos
ilus
ões.
Que
rem
os *
ngir
que
não
. Mas
ain
-da
bem
. Já
eu, n
ão e
njei
to o
ape
lido
de g
ótic
o e
aind
a di
go m
ais:
neo
góti
co e
nec
rom
ágic
o.
[a.m
.]
“Dar
e to
kno
w”
slog
an –
I’v
e go
t it
tat-
tooe
d, a
ctua
lly. W
e w
ere
born
to
expl
ore
and
be i
rrev
eren
t, re
gard
less
of
the
con-
sequ
ence
s. [a
.m.] '
e po
int
up t
o w
hich
art
sho
uld
subm
it to
eth
ics
is u
p fo
r di
scus
sion
. Sh
ould
I n
ot b
e al
low
ed t
o go
bey
ond
cert
ain
limits
just
bec
ause
a c
hild
mig
ht
slic
e hi
s/he
r m
othe
r’s t
hroa
t? I
f w
e be
-lie
ve t
hat
ethi
cs h
as t
he r
ight
to
cont
rol
art,
we
risk
col
laps
ing
into
cen
sors
hip,
an
d th
at is
n’t h
ealth
y.A
s fo
r th
e st
ate
of t
he a
rt i
n Po
rtug
al,
we
don’
t ha
ve a
big
cul
t of
hor
ror,
of r
aw
goth
ic l
ike
in A
nglo
-Sax
on c
ount
ries
or
in G
erm
any,
whe
re i
t al
l be
gan.
.. '
ese
are
luna
r co
untr
ies,
and
Port
ugal
is m
ore
of a
sola
r one
. Or r
athe
r, it
is d
ivid
ed in
to
two
maj
or a
reas
: Sou
th a
nd N
orth
of t
he
Tag
us r
iver
. 'e
Nor
th f
ollo
ws
the
Eu-
rope
an F
ount
ain
trad
ition
, whi
ch c
omes
fr
om G
reec
e, t
he H
ippo
cren
e Fo
unta
in,
the
nym
phs.
In t
he S
outh
the
wel
l or
th
e w
ater
-tan
k pr
evai
l, an
d im
agin
atio
n in
the
Sou
th g
oes
in t
he d
irect
ion
of
the
Enc
hant
ed M
oori
sh B
eaut
y .
Let
’s no
t ki
d ou
rsel
ves,
thes
e ar
e tw
o di
+er-
ent
coun
trie
s he
re. W
e w
ant
to p
rete
nd
they
’re n
ot. B
ut I
’m g
lad.
In
my
case
, I
don’
t re
ject
bei
ng c
alle
d a
Got
h, a
nd I
’ll
even
go
furt
her:
neo
-Got
h an
d N
ecro
man
-ce
r.
o co
nto
do s
écul
o X
IX d
e Á
lvar
o do
Car
valh
al;
O F
im, o
bra
de C
arlo
s M
arec
os s
obre
um
text
o de
Ant
ónio
Pat
ríci
o (2
004)
; as
9 C
ançõ
es d
e R
a-m
os R
osa
por
Ant
ónio
Pin
ho V
arga
s. H
á ai
nda
a óp
era
base
ada
no c
onto
de
Eça
O D
efun
to, d
e 20
07, d
e D
anie
l Sch
vetz
. Exi
ste
outr
o im
agin
á-ri
o fa
ntás
tico
– m
ais d
oce,
mar
avilh
oso
– qu
e eu
nã
o er
radi
quei
da
min
ha li
sta,
por
que
tam
bém
ac
ho im
port
ante
nas
tend
ênci
as re
cent
es: o
Das
M
arch
en d
o E
man
uel N
unes
, ou
Con
tos
Fan
tás-
tico
s, de
Luí
s T
inoc
o, c
om t
exto
de
Ter
ry J
ones
nu
m re
gist
o m
ais
fabu
loso
, oní
rico
.
iii.
a ar
te
do
ter
ro
r p
od
e m
atar
? h
aver
á u
ma
est
étic
a pe
rve
rsa
qu
e c
on
vid
a ao
cr
ime
e à
vi
olê
nci
a n
a so
cied
ade
?
[an
tó
nia
lim
a] C
ito o
Mar
quês
de
Sade
: o
terr
or n
a cr
iati
vid
ade
é um
a re
spos
ta a
um
m
undo
in
sen
sív
el à
vio
lên
cia.
..
Qua
ndo
acon
tece
alg
o de
inc
omum
, os
méd
ia
apon
tam
logo
in>u
ênci
as a
rtís
ticas
e s
obre
tudo
m
usic
ais c
omo
caus
as. M
as n
ós é
que
tem
os u
m
lado
per
vers
o; a
art
e é
uma
tent
ativ
a de
rep
re-
sent
ação
do
que
som
os, d
o qu
e co
nhec
emos
e
do q
ue p
ossi
velm
ente
des
conh
ecem
os.
Já q
ue
esta
mos
na
Cas
a Pe
ssoa
dou
com
o ex
empl
o o
tem
a O
pium
dos
Moo
nsp
ell,
cita
ndo
no *
m o
O
piár
io d
e Á
lvar
o de
Cam
pos.
Hou
ve r
eacç
ões
repr
essi
vas.
Na
Ale
man
ha, a
pol
ícia
foi à
edi
to-
ra, r
etiro
u o
meu
nom
e po
rque
eu
era
o au
tor
das
letr
as...
. Há
uma
hier
arqu
ia d
e ca
usas
su-
post
as p
ara
a vi
olên
cia
e a
trag
édia
, ond
e, c
olo-
cada
s em
con
text
o, a
mús
ica
e a
arte
de
terr
or
estã
o m
uito
s fu
ros
abai
xo d
a te
levi
são,
dos
mé-
dia,
da
relig
ião.
.. É
cer
to q
ue s
e eu
não
qui
sess
e in
>uen
ciar
não
met
ia o
s pé
s nu
m p
alco
. Mas
o
[f.r]
Son
gs c
ompo
sed
by A
ntón
io P
inho
Var
-ga
s. '
ere
is a
lso
a gr
and
oper
a th
at D
an-
iel S
chve
tz c
ompo
sed
in 2
007,
bas
ed o
n E
ça d
e Q
ueiró
s st
ory,
O D
efun
to. '
ere’s
an
othe
r Fa
ntas
tic d
imen
sion
- s
wee
ter,
won
derf
ul -
tha
t I
have
n’t
scra
tche
d o+
fr
om m
y lis
t be
caus
e of
its
im
port
ance
in
rec
ent
tren
ds:
Em
anue
l N
unes
’s D
as
Mar
chen
; or L
uís T
inoc
o’s F
anta
stic
Tal
es,
wri
tten
by
Ter
ry Jo
nes i
n a
mor
e fa
bulo
us
and
drea
mlik
e to
ne.
iii.
can
th
e a
rt
of
ter
ro
r k
ill?
is
th
ere
su
ch a
th
ing
as
an a
esth
etic
s o
f th
e
per
ver
se, w
hic
h a
ppeal
s to
cr
ime
an
d
vio
len
ce?
[an
tó
nia
lim
a] Q
uotin
g M
arqu
is d
e Sa
de:
in c
reat
ivit
y, t
erro
r is
a r
espo
nse
to
a w
orld
in
sen
siti
ve
to v
iole
nce
…
[f.r
.] W
hen
som
ethi
ng u
nusu
al h
appe
ns,
the
med
ia i
mm
edia
tely
poi
nt t
o ar
tistic
in
>uen
ces,
espe
cial
ly
mus
ical
on
es,
as
caus
es. B
ut p
erve
rsit
y is
ins
ide;
art
is
an
atte
mpt
to
repr
esen
t w
hat
we
are,
wha
t w
e kn
ow a
nd w
hat
we
poss
ibly
don
't kn
ow. S
ince
we’r
e he
re a
t Pe
ssoa
Hou
se,
I’d li
ke t
o gi
ve t
he e
xam
ple
of t
he t
hem
e to
Moo
nsp
ell’s
Opi
um, w
hich
quo
tes
Ál-
varo
de
Cam
pos’s
Opi
ário
at
the
end.
'
ere
wer
e so
me
repr
essi
ve r
eact
ions
to
it. I
n G
erm
any,
the
polic
e w
ent
to t
he
publ
ishi
ng
hous
e an
d pu
lled
out
my
nam
e be
caus
e I
had
wri
tten
the
lyr
ics…
'
ere’s
a h
iera
rchy
of a
ssum
ed c
ause
s fo
r vi
olen
ce a
nd t
rage
dy…
But
pla
ced
into
co
ntex
t, te
levi
sion
, th
e m
edia
and
rel
i-gi
on a
re m
iles
abov
e m
usic
and
the
art
of
ter
ror…
Gra
nted
: if
I di
dn’t
wan
t to
in
>uen
ce p
eopl
e, I
wou
ldn’
t se
t m
y fo
ot
on a
stag
e. B
ut th
e *n
ger o
n th
e tr
igge
r or
on t
he b
utto
n, t
hat’s
alw
ays
that
per
son’
s re
spon
sibi
lity.
On
the
cont
rary
, I b
elie
ve
that
the
art
of
terr
or a
llow
s us
to
coex
-is
t muc
h be
tter
with
nat
ure,
whi
ch c
an b
e ra
ther
bea
stly
at
times
. I’m
a f
an o
f th
e
{86
87
}
ilu
str
aç
ão
de
Fil
ipe
Ab
ran
ch
es