elo - design coletivo
DESCRIPTION
A revista Elo nasceu de um projeto de graduaçao da Escola de Design da UEMG, em Belo Horizonte, com a intençao de misturar arte, moda, design, literatura, fotografia, ilustração e jornalismo atraves do trabalho de novos profissionais. Com a proposta de ser uma publicação semestral com tiragem limitada de 500 exemplares, Elo respeita cada área e cada função em prol de um objetivo comum: a construção de uma linguagem contemporânea através do design. Procurando reunir profissionais criativos por um tema diferente a cada edição, a revista é voltada para potenciais empregadores em busca de um profissional para estágio, emprego ou atuação como freelancer e para a comunidade profissional e a sociedade como um todo, numa contribuição para o crescimento da cultura do design.TRANSCRIPT
design coletivo
A r t e
M o d a
D e s i g n
L i t e r a t u r a
F o t o g r a f i a
I l u s t r a ç ã o
J o r n a l i s m o
elo dança # 01
2 elo dança
Dança de salão, dança de rua, vídeo-
dança, corpo-dança, dança contem-
porânea, dança para a internet. É dan-
çando conforme a música do design
que nasce a revista Elo Design Coletivo.
Elo acredita na dança em conjunto,
valorizando os passos individuais e a
forma de cada um pisar no salão.
E nesta edição de estréia, o baile está
cheio de belos passos: fotografia, infor-
mação, poesia, moda, ilustracões, con-
ceitos, idéias, so nhos, papéis e cores.
Você está convidado a entrar na dança
conosco. Divirta-se!
Letícia Raposo
CAPA
concepção e direção Lucas Magalhães
fotografia Gianfranco Briceño
produção de moda Julia Valle
cabelo e maquiagem Ronnie Peterson
modelo Fabiana Mayer
próxima
elo: cada um dos anéis que faz parte de uma cadeia; gavinha; ligação.
arte moda design literatura fotografia ilustração jornalismo
a revista elo chega para apresentar o trabalho de novos profissionais dessas áreas que embora
s ainda são tão pouco aproveitadas em sua coletividade design coletivo é isso que
a revista elo se propões a fazer com publicação semestral e tiragem limitada
de 500 e xemplares elo r espeita c ada á rea e cada f unção em prol d e um objetivo comum
a construção de uma linguagem contemporânea através do design
para baixar a versão em pdf www.elodesigncoletivo.com para colaborar [email protected]
próxima
elo: cada um dos anéis que faz parte de uma cadeia; gavinha; ligação.
arte moda design literatura fotografia ilustração jornalismo
a revista elo chega para apresentar o trabalho de novos profissionais dessas áreas que embora
s ainda são tão pouco aproveitadas em sua coletividade design coletivo é isso que
a revista elo se propões a fazer com publicação semestral e tiragem limitada
de 500 exemplares elo respeita cada área e cada função em prol de um objetivo comum
a construção de uma linguagem contemporânea através do design
para baixar a versão em pdf www.elodesigncoletivo.com para colaborar [email protected]
elo dança 5
editora letíciaraposo criação letíciaraposo colaboradores bárbararenault camilacortielhaclarisseraposo diogodroschi lucasdosanjos lucasmagalhães marialutterbach nianpissolatirenatamaia gráfica delrey tiragem 500exemplares agradecimentos thiagocolares andréluizgomes
para baixar a versão em pdf www.elodesigncoletivo.com para colaborar [email protected]
6 elo dança
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Linhas Tortas
8 elo Dança
por Nian Pissolati fotos Guto Muniz/divulgação
O reto que contorna e define
o espaço. Entre quadrados e
retângulos, um conjunto de
linhas deixam bem claro os
espaços e limites. Concretismo
e contemporaneidade. >>
Numa época em que parece não haver
mais limites e fronteiras para a arte,
onde tudo parece ser possível, é no
mínimo instigante pensar no inverso:
a partir de limites pré-estabelecidos,
a criação e a subversão. Falamos de
desenho. Falamos de contornos e de
cores. E dentre tantas delimitações o
movimento orgânico, capaz de nos
fazer questionar a linearidade. Ou
melhor, a coreografia dos corpos que
ao se movimentarem mostram a bele-
za do simples.
Desenhos que saem do papel e se
apresentam num palco. E nesse
palco, a interferência dos corpos.
Essa é a Quik Companhia de Dança,
que desde 2000, quando foi criada
em Belo Horizonte, tenta trabalhar
a questão do desenho que o corpo
constrói no espaço. O corpo como
escultura, que se molda, se constrói
e se move num ambiente traçado e
configurado em linhas e formas geo-
métricas. Daí a relação com as artes
plásticas. Nas próprias palavras de
Rodrigo Quik, criador da companhia,
com sua expressão artística “há uma
preocupação em se trabalhar não só
com a dança, mas com a imagem”.
A inter-relação das artes, para se
chegar a um ponto singular de ex-
pressão. Até aqui, isso não é novi-
dade na arte contemporânea, o inter-
câmbio, as trocas e relações entre os
vários sentidos e metáforas que cada
expressão tem, na particularidade da
junção. Mas a força está na simplici-
dade. Em toda a complexidade que o
simples pode conter.
As cores básicas. As formas básicas. O
movimento básico. >>
elo Dança 9
Dos tornozelos à alma :: Esse
é o nome do segundo espetáculo
da companhia, que em sua história
de vida, possui três, no total. O es-
petáculo, que estreou em 2004, é,
na verdade, o primeiro trabalho da
companhia que trabalha com tais
questões mais diretamente. A partir
da dança que se constrói no chão,
com corpos nus que se movem em
retângulos iluminados, o grupo traba-
lha a relação do corpo com a cultura
e a natureza. A simetria. A dificuldade
e a beleza em dois ou três corpos se
encaixarem, deitados no chão, num
balé meticulosamente coreografado,
desde os tornozelos, até a cabeça,
para enfim se chegar à alma.
Na realidade o que a companhia
propõe, só é possível com a simplici-
dade e exatidão das linhas. O desenho
básico e simples, o cenário, também
desenvolvido por Rodrigo Quik, se
torna o lugar mais adequado para se
conhecer o corpo humano. Ossos que
se desenham na pele, as texturas, on-
dulações e contornos dos corpos, que
impressionantemente se tornam um. A
beleza dos traços que os próprios cor-
pos constroem ao lado da dificuldade,
da luta e do esforço pela simetria. De
um lado, a exatidão dos traços e con-
tornos geométricos, de outro a sime-
tria imperfeita dos corpos, as perfeitas
imperfeições do ser humano.
A linguagem dos corpos, metáfora
da vida. Novas formas que se apre-
sentam, que se desenham. No final,
a vida não é isso? Corpos que ten-
tam se tocar, se entender, que a cada
dia tentam na junção um sentido? A
dificuldade da aproximação. Mesmo o
mais simples exige muito esforço. O
retângulo branco, os corpos nus, só
a forma e o trabalho da tentativa de
completude. A beleza dos pequenos
gestos, que em sua pequenez guar-
dam a grandeza do ser humano. >>
Do limite à libertação :: Ainda
nesse sentido, chegamos ao terceiro
e mais novo espetáculo da compa-
nhia, chamado Formas e Linhas.
Dessa vez, o grupo vai mais fundo na
sua relação com as artes plásticas, e
inspirado no concretismo do começo
do século XX, se propõe a mais uma
experimentação. Mais uma vez se im-
pondo limites, a companhia trabalha
com a extrapolação.
Um cubo branco, sem paredes, re-
cortado por linhas elásticas. Esse é o
cenário para a movimentação dos cor-
pos. “Não queremos fazer uma dança
baseada na emoção mais forte que o
movimento. Queremos que o movi-
mento, por si só, faça a comunicação
com o público”, explica Quik. Assim, a
narrativa livre é construída a partir do
diálogo do corpo com o espaço.
Como no concretismo, a importância
do abstracionismo. As formas, linhas
e desenhos que por si só se expli-
cam. Apesar disso, o bailarino afirma
que a dança não pode ser abstrata,
mas figurativa, pois trabalha com
corpos. Porém, é a relação desses
corpos com o espaço trabalhado que
trazem toda a complexidade e rique-
za de seu trabalho.
As direções possíveis a se tomar no
cubo, no mundo. As dimensões espa-
ciais, até onde se pode chegar? A poli-
dez do movimento num espaço cheio
de linhas, informações que se cruzam.
O movimento redondo no espaço
quadrado, a curva dentro da exatidão.
A fluidez dentro da rigidez. A harmonia
construída a partir dos limites da de-
sarmonia. A utopia do perfeccionismo.
A preocupação com a comunicação. A
forma do desenho e do corpo como
elemento capaz de interação e cons-
trução de sentidos entre público e
dançarinos. >>
elo Dança 11
Diálogos :: Estamos numa época
em que há cada vez menos limites
para arte. Hoje se pode fazer tudo,
ou quase tudo, experimentações e
tentativas de expressões que nos ex-
pliquem, ou que antes, e ainda mais
importante, exprimam nossos senti-
mentos. A infinitude dessas possibili-
dades pode gerar expressões maravi-
lhosas, mas muitas vezes podem ser
perigosas. No caminho do não-limite
se perder é muito fácil.
Talvez o que a Companhia Quik nos
mostre, é que o limite é necessário.
Linhas, formas, cores. Movimentos a
princípio simples, mas que mostram
a complexidade da limpeza, do enxu-
to, do básico.
Limites podem ser extrapolados. Mas
a companhia prova algo, que há muito
parece ter se esquecido. Só conhecen-
do seus limites pode-se subevertê-los.
Consciência é arte. E das melhores.
12 elo Dança
12 elo dança
Nian Pissolati é jornalista formado pela UFMG em dezembro de 2005 e dança um samba de vez em quando pra ficar feliz.elo dança 13
Design, fotografia, literatura, moda , arte, ilustração,
jornalismo... Tanta coisa para ser abordada em apenas seis
“gotas”. A revista Elo reservou este espaço para as novi-
dades e aceita sugestões: [email protected]
01.
02.
03,
04.
05.
06.
14 elo Dança
* Agradecimento à Carolina Mansur
1. Brilhantes novidadesUma das maiores fabricantes de papéis
do mundo, a Arjo Wiggins, incrementou
a linha Color Plus Metálico com uma
nova opção de cor, o Oxford (preto
com brilho prata) e trouxe uma opção
texturizada às cores já existentes, in-
clusive ao Oxford. A linha é composta
de papéis com brilho em ambas as
faces, gerando um incrível efeito dife-
renciado com a incidência da luz, o
que sofistica ainda mais os trabalhos
impressos. www.arjowiggins.com.br
5. Tenha FéA nova marca mineira de bolsas arte-
sanais e acessórios A FÉ é uma ótima
opção para mulheres que gostam de
produtos com estilo e identidade.
Sempre apostando na mistura criativa
de tecidos finos e rústicos, e materiais
como rendas, flores, broches e botões,
os mimos enriquecem qualquer visual,
apostando na originalidade das pecas.
www.tenhafe.com
3. Poesia na redePara os internautas que se interes-
sam por literatura moderna, o blog
formado pelo jorna lista Nian Pissolati
e pelo publicitário Lucas dos Anjos é
uma boa opção. Descompromissados
com qualquer estilo formal, os meni-
nos, que também são cola boradores
desta edição da Elo, emocionam com
seus posts tão cheios de contempo-
raneidade. A começar pelo título inu-
sitado: “Maisoumenando Nadismos”
maisoumenandonadismos.blogspot.com
4. Camiseteria.comPara fugir da camiseta convencional a
dica é ousar, comece então pelo site
camisetaria.com. Lá, você pode encon-
trar o que procura. As estampas ide-
alizadas por designers de todo o país
tem agradado a clientela fiel. E para
quem acha que acabou, mais uma
novidade, quem decide qual camiseta
entra para a coleção é o público. Faça
sua moda. www.camiseteria.com
2. Cultura de bolsoCom apoio da Lei Estadual de Incentivo
à Cultura, a revista MININAS entra no
bolso e encanta os o lhos de leitores há
mais de três anos. Em formato 10x10 cm,
a publicação de li teratura é belo-hori-
zontina e dá conta de crônicas, ensaios
fotográficos, ilustrações e artigos assina-
dos por mocinhas de Minas, Rio e São
Paulo. Distribuída em livrarias e sebos,
cafés e universidades, cinemas e centros
culturais, MININAS também pode ser es-
piada na rede, anote: mininas.com.br
6. Idea fixa
No gigantesco mundo das revistas
digitais essa é apenas mais uma, mas
com a diferença de ser um “produto
genuinamente brasileiro”. Idea Fixa,
é uma revista digital internacional de
fotografia, design, ilustração e artes
plásticas. Seu objetivo é inspiração,
visão e, assim como a Elo, promo ver
os artistas participantes. Vale a pena
dar uma olhada: www.ideafixa.com
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16 elo Dança
Estranho de roxopor Camila Cortielha ilustração Aruan Mattos
Já é muito tarde quando eu chego. Essa é a única coisa que me incomoda, o horário que trabalho. Nunca é o melhor da festa,
é sempre tão tarde... Quando chego, trago um vento tão frio e estranho no ambiente que todo mundo vira a cabeça na minha
direção, mas só ela me enxerga. Já está na pista, mesmo meio contrariada, depois de um dia cheio de frustrações da vida e
de dois ou três tragos tomados por causa da pressão das amigas. Hoje, ela chama Torem. Gostei do nome dela, assim como
eu gosto do meu trabalho. Até dessa roupa roxa que me fazem vestir eu gosto, mas o mais atraente de tudo o que eu faço
é dançar. A dança muda tudo nas pessoas: as roupas são cuidadosamente adquiridas para não atrapalhar a dança, o corpo
se acostuma e o andar se molda de acordo com seus movimentos. A música identifica as pessoas parecidas e, quando elas
dançam, o momento compartilhado faz com que elas se encontrem uma na outra. E é assim que ela se encontra em mim.
Ela se entrega e eu a tomo. Em silêncio, no começo não nos tocamos. Ela dança quase sem querer, eu danço por obrigação,
mas é gostoso se encontrar ali. Quando a Torem pergunta, eu digo que chamo Álvaro. E ela acha que é de alvo, de branco,
de luz, “tão branco você é”, ela diz. E ela acha que é de alvo, de mira, de seta, mas isso ela não me conta. A Torem sabe de
pouca coisa. Naquela pista lotada e escura, só dá para perceber que todos dançam por causa das luzes e das sombras que
chegam até a parede, em outra dança particular. Mas nós dois nos vemos ali, um no olho do outro, de várias formas e profun-
didades. Outro mundo começa a crescer ao nosso redor. A Torem deseja, brevemente, não dançar com ninguém mais, nunca
mais. Ela sonha em segundos ter uma vida feliz comigo, um casamento, três filhos, uma casa e um presente. Faz charme e
rebola na minha frente, pensa em me conquistar e tenta. Eu gosto dela, cheirosa de alecrim. Eu até penso em me chamar
Lauro, já que ela é loura. E sonho um sonho muito esquisito, que desperta a Torem e eu ao mesmo tempo, mas nenhum
fala nada. No meu sonho mudo, começamos a dançar e esperamos a realidade mudar outra vez à nossa volta, torcendo para
amanhã acordarmos de outro sonho parecido para experimentar tudo de novo, mais uma vez, sempre a primeira. Mas não
posso. Forço a concentração no trabalho e deixo que ela me abrace. Ela se entrega e eu a tomo. A outra realidade vai estar
pronta, rapidinho, assim que a Torem abrir os olhos dos devaneios de casamento-casa-três filhos. E ela nem sente direito,
tomada pelo mundo novo que a espera, mas morre ali, em um beijo da madrugada, como é o meu trabalho fazer. E, como
tem que ser, eu saio todas as noites seguintes para fazer o mesmo com outras e outras. Eu sou Morte.
conto camila cortielha
Camila Cortielha é formada em Relações Públicas pela PUC-MG, mas “baila” maravilhosamente pela literatura e o design.
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oconcepção e direção Lucas Magalhãesfotografia Gianfranco Briceñoprodução de moda Julia Vallecabelo e maquiagem Ronnie Petersonmodelo Fabiana Mayer
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Lucas Magalhães é designer formado pela Escola de Design da UEMG em 2005. Agora, além de inventar moda, ele também inventa sets de “ferver” as pistas de dança. elo Dança 25
Cada movimento que o corpo faz entre-
ga um sinal, uma pulsão qualquer que
nasce interna e precisa escapulir em
manobras de braços, pernas, pescoço,
mãos se mexendo. Passa o tempo, o
corpo fica viciado, repete ações ou va-
ria sobre o mesmo tema, escondendo
a essência lá atrás, querendo enganar
quem vê, às vezes querendo enganar
a si próprio. Esse instinto que mora
na gente, estopim pra expressão do
nosso interior é a matéria de trabalho
do Zikzira Teatro Físico, companhia
que brotou do encontro entre o diretor
suíço Andre Semenza e a coreógrafa
Fernanda Lippi, cujos olhos estavam
injetados quando ela disse: “O nosso
corpo é um trem de bagagem, de coi-
sas, de manias, mas se a gente começa
a limpar isso, dissecar de várias manei-
ras, é quase um ataque pro real”. >>
No Impulsopor Maria Lutterbach ilustração Letícia Raposo fotos Fábio Cançado/divulgação
elo dança 27
Mas o corpo como foco único não in-
teressa à Zikzira. O que interessa é a
desconstrução de uma capa, de uma
coisa que protege, de um vício. O que
interessa é o ser humano, sua alma e o
desconhecido. Para isso, o grupo criado
em 1999 em Londres - e com uma sede
recém-inaugurada em Belo Horizonte -
desenvolveu uma identidade muito clara
e traçou uma direção. Fazendo filmes ou
espetáculos, a Zikzira costuma bulir não
só com os questionamentos e julgamen-
tos do público. “Mexe internamente com
alguma coisa que faz as pessoas deixa-
rem de estar confortáveis. Sempre mexe
em outros canais. Não tem jeito de sair
ileso, ou a pessoa entra e sente muita
raiva ou ela adora, mas sair imune do
processo é difícil”, fala Fernanda.
Até então, a companhia vinha mos-
trando projetos em que a palavra não
aparecia. Era só movimento e som. No
espetáculo que está preparando agora,
com três atores convidados que vão tra-
balhar juntos durante um ano, chegou o
momento de fazer com que os sons pos-
sam se transformar em palavras para o
diálogo finalmente acontecer em cena.
“Depois que os sons saíram, a gente
teve um entendimento grande de onde
esses impulsos estão acontecendo, aí
deu para trazer a palavra”. Terreno de
limites e conceitos ainda obscuros no
Brasil, o teatro físico explora o trabalho
do ator centralizado no físico - corpo
e voz – em uma busca visceral por
transmitir idéias e sensações através de
movimento e som.
Nesse sentido, o ator e o bailarino
aparecem como sujeitos criadores,
figuras que se libertam ao deixar suas
histórias serem apalpadas durante
o processo criativo. Fernanda Lippi
conta que o trabalho sempre deman-
da disponibilidade e muita coragem
dos envolvidos: “O corpo da gente é
a casca da nossa alma. O que une a
gente nesse trabalho é como vamos
desconstruir. Temos um interesse
muito grande no ser humano, nas
pessoas, na psíquica humana, então
a nossa tendência é sempre estar fa-
lando de gente”. A proposta é que os
atores alcancem entre si um nível de
comunicação tamanho que a platéia
do outro lado sinta que alguma coisa
chacoalhou por dentro. >>
experimental maria lutterbach
Na procura por histórias de vida e ras-
treando sentidos esquecidos no tempo,
a Zikzira leva a abordagem site specific
para locações não convencionais. O espa-
ço que vai abrigar o espetáculo que está
começando a ganhar formas é um exemplo
de que a companhia é atraída por lugares
com preciosidades escondidas. Trata-se de
um prédio antigo e abandonado, nos ar-
redores da rodoviária de Belo Horizonte,
onde já funcionou uma grande padaria e,
depois, um bordel ilegal. “Na época em
que Mussolini estava no poder, o italiano
dono do bordel protegia as prostitutas
italianas que moravam ali para elas não
serem atacadas. Essa história faz parte da
cidade, faz parte da nossa história, mas
quase ninguém fica sabendo. São 36 quar-
tos, a quilo era uma pequena cidade. Vamos
levar uma tragédia grega que fala sobre o
amor impossível pra dentro da realidade
de hoje nesse lugar. A gente vai morar lá e
vivenciar esse espaço. Quem esteve lá, o
que aconteceu”, adianta a coreógrafa.
A disposição em se infiltrar sorrateiramente
nesses universos e trazer alguma coisa
deles aqui para fora é um dos focos de
movimento da Zikzira. O desejo é de ativar
a liberdade através de construções poé-
ticas, deixar caírem as máscaras para fazer
possível dividir dor, alegria ou qualquer
coisa que seja. Com reflexos, sons e agora
palavras, as perguntas que essa trupe se
faz o tempo todo e também joga no ar
são: O que queremos com nosso corpo? O
que podemos buscar com ele?
elo dança 29
Maria Lutterbach é jornalista formada pela PUC Minas em 2003. Adora bailar pelos eventos culturais mundo afora.
Neste ensaio, a fotógrafa nos empresta o seu olhar sobre a dança.
Tendo como pano de fundo um ambiente tipicamente urbano,
suas lentes expressam a idéia de dança como lugar, espaço e
tempo. Movimento, ritmo e repetição. Caos e harmonia.
fotografia bárbara renault
O Espaço em Ritmo
por Bárbara Renault
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Bárbara Renault é artista plástica formada pela Escola Guignard da UEMG em 2004. Está sempre dançando entre a fotografia o design e a moda.
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40 elo Dança
O corpo virtual
entrevista renata maia
elo Dança 41
O “Mini@tures” foi considerado um
projeto pioneiro de dança para a
internet. Quais são os desafios de se
criar dança para a web?
Tenho certeza que estamos entre os
primeiros na criação de um projeto es-
pecífico para a internet (http://www.
mulleras.com). No entanto, somos todos
herdeiros daqueles que estavam lá, na
pesquisa de novos formatos e usos tec-
nológicos, antes de nós, e que deixaram
seus traços, como Georges Méliès e
Merce Cunningham. Em “Mini@tures”
a tecnologia é um vetor e não uma fi-
nalidade. Os clipes de vídeo de curtís-
sima duração, acessados on-line servi-
ram como ponto de partida para uma
escritura coreográfica pós-web, dando
nascimento a uma performance em cena
com dançarinos. É um projeto nômade,
um itinerário de criação evolutivo, que
nos permite “viajar” realmente para
criar fora de nossos muros, em outros
lugares e países. Nós desejamos, com
a internet, ultrapassar as funções, os
gêneros, ir além dos hábitos de trabalho
e dos formatos geralmente reservados
à nossa criatividade. E além disso, so-
bretudo, desejamos nos impregnar com
a sensação de liberdade que banha a
rede. Internet é poder escolher: escolher
ver e descobrir o que quisermos. É ser
livre, a todo momento, para interromper
a conexão. É nessa liberdade que cria-
mos, para a web, projetos livres para um
público livre...
Do ponto de vista do bailarino, o que
muda, quando ele passa a dançar para
esse tipo de cenário on line?
Para o projeto “Mini@tures”, nós leva-
mos em conta esta dificuldade da passa-
gem para a imagem. Fizemos um roteiro
de como poderíamos colocar a imagem
de dança na web. As imagens deveriam
ser curtas, acessíveis e leves. E contorna-
mos voluntariamente os eventuais pro-
blemas de restituição da nossa imagem
em movimento: é uma criação desejada
e prevista pelas ferramentas “câmera-
computador-monitor”. Adaptamos sem
cessar nossa escritura dos corpos a este
objetivo. Eu queria que o dançarino esti-
vesse numa pequena janela de 4x5 cm,
no monitor. Quando um dançarino sabe
que vai ser visto dia e noite na web e
que vai medir menos de 2 cm de altura,
ele não vive sua identidade de artista de
modo habitual. Ele passa por um ques-
tionamento de sua imagem, incorporan-
do outro tipo de restrições, diferentes
das que se dão na cenografia habitual
(relação com o palco, duração da obra)
e relativas ao espaço-tempo da web: ta-
manho da tela, formato da imagem, tem-
po de download. >>
Considerado o primeiro projeto
de dança contemporânea
concebido para a rede, o
espetáculo “Mini@tures”, da
companhia francesa Mulleras,
é uma das mais interessantes
e vanguar distas experiências
entre dança e novas
tecnologias realizadas nos
últimos tempos. Exibido nos
principais eventos de arte
e tecnologia do mundo,
“Mini@tures” utiliza recursos
da computação gráfica que
mais do que produzir
miniaturas de uma dança que
pode caber na palma da mão,
ampliam e refinam a discussão
a respeito da relação da dança
com as novas tecnologias.
Em entrevista à Elo, Didier
Mulleras comentou seu
tra balho e o da companhia.
por Renata Maia fotos divulgação Mulleras
42 elo dança
Os Mulleras se tornaram conhecidos
graças a internet?
Sim. Mas o que nos ajudou também
foi a repercussão de nossas criações
nos jornais e televisões: mais de 300
reportagens em dois anos. Isso foi
muito rápido e quase surrealista para
uma companhia implantada no inte-
rior da França. Desde o fim de 98, os
mais importantes veículos da impres-
sa rádio e televisão da França e no
exterior falaram de nós e de “Mini@
tures”. Isso ajudou muito o projeto na
sua difusão junto ao público.
O processo de criação do
“Mini@tures” durou quatro anos e
desenvolvido em etapas. Como foi
este processo? Como as microdanças
foram pensadas e executadas?
Seguindo um princípio de base, “do real
ao virtual e vice-versa”, as “Mini@tures”
são fruto de uma reflexão sobre o pos-
sível questionamento de nosso universo
criativo face às novas tecnologias.
Os projetos de dança para web intro-
duzem novas concepções de corpo?
Com a dança, tratamos de corpos de
carne em movimento, sem artifícios.
A passagem para a tela, a dança fil-
mada, retira por vezes do movimento
muito de sentido e sensibilidade, uma
vez que ele foi previsto inicialmente
para ser visto em cena, na relação
frontal dançarino/espectador. A máqui-
na é um parceiro e uma ferramenta ao
mesmo tempo. Uma entidade híbrida,
nem monstro, nem mestre, antes, ami-
ga sempre disponível, freqüentemente
muito obediente, sempre estimulante
na lógica de um trabalho preciso a re-
alizar. Mas, se eu coloco máquinas no
meu estúdio e começo a lhes propor
um movimento a construir, sei de an-
temão que mesmo com o avanço da
tecnologia o resultado é improvável:
uma máquina não se “mexe”. Dançar
é encontrar sentido para os seus sen-
tidos. Uma máquina ainda não sabe
fazê-lo. O “verdadeiro” corpo nos é
então sempre indispensável.
“Dançar é encontrar sentido para os seus sentidos.
Uma máquina ainda não sabe fazê-lo. O ‘verdadeiro’
corpo nos é então sempre indispensável”
Renata Maia é jornalista e fotógrafa formada pelo UNI-BH. Entre valsas e boleros, ela acaba sempre dando uma dançadinha nas festas que fotografa.
O Corpo Violentado ou A Queda de Adão
elo Dança 47
Quando pensamos no mote “dança”, as primeiras associações que nos vem à
mente são informadas sobretudo pela potência do corpo. Mais ainda, somos
tomados por imagens esteticamente harmoniosas que remetem à virtuosidade
desses seres perfeitos encarnados pelos bailarinos. Sempre fui fascinada por
seus corpos, por sua simples presença no espaço... Como são belos os bailari-
nos que, justamente por sua, digamos, hiper-imanência, mostram-se diante dos
meus olhos embriagados como símbolos da transcendência do corpo humano
– que, diga-se de passagem, é“demasiadamente humano” para se transcender a
si mesmo. É o que desejo esboçar com esse breve ensaio, que diz um pouco de
parte do muito que aprendi com antropologia – essa filosofia infectada de pes-
soas de verdade. Pessoas-humanas? Há controversas. Mas isso é outro assunto.
No Gênesis, diz-se que o homem foi criado à imagem e semelhança de Deus. Mas,
para nosso eterno flagelo, a deidade humana logo fora subvertida, ou melhor,
invertida, por uma cosmologia (judaico-cristã) que localiza no próprio Homem a
origem do mal. Desde a queda de Adão (ou do Homem), a condição de humani-
dade para nós, é não só a origem de toda espécie de sofrimento, como o corpo
torna-se o lócus primordial da dor. Desde o crime de Adão, “toda a criação geme
e sofre junta as dores do parto” ( Romanos 8:22). Todos pecamos, a vida humana
se tornou penosa e o corpo amaldiçoado. Somos uma complexa síntese de dor e
prazer, impulsionados pela necessidade a que fomos condenados deste que aban-
donamos, por vontade própria, ou se quiserem, pelo livre arbítrio, o Jardim do
Éden. Somos imperfeitos. Não mais à imagem e semelhança de Deus, mas bestas
cujo o triste trope se resume na busca da satisfação e no alívio da dor. Amém!
Da cosmologia do gêneses até a maravilhosa Civilização Capitalista, com todo
o seu séqüito de teorias e apologias morais respectivas ao tão sonhado Pro-
gresso da Humanidade, a mesma ladainha se repete obsessivamente: O Homo
Economicus é o Adão Caído, só que com uma pitada de glamour, pois as ne-
cessidades do corpo, que ora eram indicativas da perdição eterna, estão agora
travestidas de luxúria consumista, a nossa salvação terrena. Pois afinal de con-
tas, o homem civilizado é o homem que consome as benesses do progresso. >>
por Clarisse Raposo ilustração Letícia Raposo
“Ah! Por mais que com
o espírito trabalhes
A perfeição dos seres
existentes
Hás de mostrar a cárie
dos teus dentes
Na anatomia horrenda
dos detalhes.”
Augusto dos Anjos
O Corpo Violentado ou A Queda de Adão
ensaio clarisse raposo
48 elo dança
Somos mais humanos que os índios, por exemplo, que são mais afeitos às
pulsões animais, e “tiram da natureza tudo o que precisam”. Aliás, como é bom
transformar a dor ontológica da humanidade em uma bolsa Louis Vuitton de
três mil reais! Viva a Civilização!
Só que ninguém parece ter notado o paradoxo em que vivemos, entre o “pro-
gresso” que supostamente representa o triunfo do espírito humano sobre o
corpo animal, e a dependência dessa feliz redenção diante de uma crescente
preocupação com a aflição corporal: mais necessidade. Diga-se de passagem que
a “moda” para mim é a própria encarnação de Lúcifer, se levarmos em considera-
ção a inter-relação entre maldade e necessidade de consumo. Ainda bem que eu
não sou católica e assim posso me esbanjar nos fetiches da mercadoria.
Isso tudo é para tentar dizer que o corpo não é só potência - o que um des-
lumbramento superficial diante dos feitos fantásticos dos espetáculos de dança
poderia nos levar a concluir. O corpo é antes de tudo imperfeito, incompleto. O
corpo é necessidade. O corpo é carne viva na anatomia horrenda dos detalhes.
A dança só potencializa o corpo na medida em que super-expõe tal limitação.
“Se eu pudesse te dizer tudo o que eu quero transmitir, não precisaria dançar”
- disse uma das genitoras do que chamamos hoje de “dança contemporânea”.
O corpo tem poder através da e pela limitação do espírito (ou da linguagem) e
vice-versa. Ou na proposta de Alejandro Ahmed (Coreógrafo do Cena 11 Cia. de
Dança), em um espetáculo justamente intitulado “In’Perfeito”: “Cada vez que
meu corpo foge da Tua imagem, distancio o risco da perfeição e torno-me mais
humano”. Nessa versão, o corpo tem potência de expressão nele mesmo, mas
justamente ao se assumir demasiadamente humano para ser perfeito. É esse
tipo de beleza a que me referi no início desse ensaio. A que reside no que, de
tão imperfeito, torna-se um feixe de forças prodigiosas sustentando dois mons-
tros: a alma e o instinto. Eis do que é feito o homem e seu corpo - de incomple-
tude e ausência. Mas como é bela a dança dos corpos imperfeitos.
No Brasil, ainda temos carnaval e dançamos gloriosamente quatro dia seguidos.
Talvez por isso alguns digam que temos “o diabo no corpo”... Talvez não seja-
mos tão católicos... A Humanidade é uma cicatriz talhada no rosto de Deus.
Clarisse Raposo é antropóloga (!) formada pela UFMG em 2005. Aqui, faz o papel de ensaísta, mas ela gosta mesmo é de ensaiar dança indígena no meio da Amazônia.
Era de Dó a sinfonia
Que de lá regia inquietos e fugidios
Era desafinado esse silêncio
Movimentos (a dois) em agonia.
Era a véspera do encontro
Sentido há versos em agouro
Doçuras e leveza vencidas
Por um tanger de cortar couro
Era de resignação o tal final
Era sem futuro nosso par
Era, de fato, mais outra era
Uma vez em casa, descalçar.
E agora tudo dançamos:
Nada machuca tanto quanto não tirar os sapatos ...
Nada como um dia e um passo depois do outro.
Um pra lá e um pra cá.
poesia lucas dos anjos
por Lucas dos Anjos ilustração Raquel Meira
Era de quadris meu flagelo,
Tantos ésses e mil cedilhas.
Era outra Era
De outras massas e sapatilhas
Meu pulso saltitava em desafio
Num balé descompassado
Na faca, o andar no fio,
Promessas soltas num salão riscado
No desenrolar dos medos
Um presságio, uma insana euforia!
Um mais-que-perfeito solo
Trágica coreografia
Era valsada nossa côrte
Um Pas de Deux sem lugar
Balé de desencontros
Um pra lá e um pra cá
50 elo dança
elo dança 51
Lucas dos Anjos é formado em Publicidade e Propaganda pela UFMG (2005). Além de escrever, ele fotografa, pinta, compõe, canta... e dança.
ilustração diogo droschi
Diogo Droschi é designer (quase) formado pela UEMG. Adora dançar entre a UEMG e a UFMG, onde também está (quase) se formando na escola de Belas Artes.
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PRINCIPAL :: Nian Pissolati é jornalista formado pela UFMG. Atua como colaborador para o site de
cinema e música www.pilulapop.com.br. Atualmente é produtor na JPZ Comunicação, onde produziu o
filme Vão dos Buracos, ganhador do concurso DOC TV III, em 2006. Em dezembro de 2006 dará início
ao seu primeiro filme, Remoinho, atuando como diretor e produtor. [email protected]
CONTO :: Camila Cortielha formou-se Relações Públicas na PUC-MG em 2005. Já autou como editora
de fanzine, redatora publicitária e assessora de comunicação. Atualmente, trabalha como designer na
Graffo Agência de Notícias e planeja a segunda graduação em Jornalismo. [email protected]
MODA :: Lucas Magalhães é designer gráfico graduado pela UEMG em 2005. Trabalhou para grandes
marcas mineiras como Patachou e Alphorria, e a internacional Tereza Santos. Atua como designer gráfico
focado em moda, fazendo direção de arte e desenvolvendo estamparias. [email protected]
EXPERIMENTAL :: Maria Lutterbach é jornalista graduada pela PUC Minas. Foi repórter de Cultura do jornal
O Tempo, para o qual atualmente escreve crônicas. É colaboradora permanente da revista de literatura
Mininas, repórter freelancer e assessora de imprensa da Noir Comunicação. [email protected]
FOTOGRAFIA :: Bárbara Renault é artista plástica formada pela Escola Guignard da UEMG com formação
complementar pela Pittsburg State University, EUA. Trabalhou em agências de renome em Belo Horizonte
como RC, New e Id&a e hoje atua como designer e fotógrafa freelancer. Está terminando sua pós-gradu-
ação em Design de Moda pela FUMEC, prestes a lançar sua primeira coleção. [email protected]
ENTREVISTA :: Renata Maia é jornalista, especialista em Novas Tecnologias em Comunicação pelo UNI-
BH e fotógrafa freelancer. Já trabalhou na área de moda, como assistente de estilo e produtora execu-
tiva de eventos. Trabalha como professora de fotografia na PUC Minas e na Faculdade Promove de Sete
Lagoas. Atualmente leciona fotografia no Colégio Padre Machado. [email protected]
ENSAIO :: Clarisse Raposo é bacharel em Ciências Sociais pela UFMG em 2005. Trabalhou no Instituto
de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, em Tefé-AM (Médio-Solimões), como consultora. Hoje é
mestranda do curso de Pós-Graduação em Antropologia da UFMG. [email protected]
POESIA :: Lucas dos Anjos é publicitário com formação complementar em Artes Gráficas pela UFMG
em 2006. Atualmente ministra um curso de Produção de Textos Visuais e Ilustração Digital para a ONG
Contato e atua como designer no Palácio das Artes em Belo Horizonte. É também músico e escritor e
está lançando seu primeiro CD com composições próprias. [email protected]
ILUSTRAÇÃO :: Diogo Droschi estuda Design Gráfico na UEMG e Belas Artes com habilitação em Artes
Gráficas na UFMG. Trabalhou com projetos de acessibilidade digital e EAD no Serpro e atulmente tra-
balha com projetos editoriais no Ceale UFMG e como ilustrador freelancer. [email protected]
Conheça melhor os “elos” que
encantaram a mente e os olhos
dos leitores desta primeira
edição da revista Elo Design
Coletivo. Aqui você encontra
o contato de cada um deles.
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por favor, nos avise, teremos o
maior prazer em respondê-lo.
elo dança 57
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