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Workshop de escrita acadêmica 04 de julho de 2019 Prof. Dr. Clark Mangabeira Professor adjunto do Departamento de Antropologia e professor permanente do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social da UFMT Currículo resumido: a) Bacharel em Direito UFRJ b) Bacharel em Ciências Sociais UERJ c) Bacharel em Letras UERJ d) Mestre em Ciências Sociais PPCIS/UERJ e) Doutor em Antropologia Social Museu Nacional/UFRJ IMPORTANTE: Apostila montada única e exclusivamente para fins didáticos no workshop de escrita acadêmica proposto pela Universidade Federal de Mato Grosso em de julho de 2019, com material e textos coletados de fontes diversas, todas devidamente citadas e referenciadas. Não serve como material de consulta bibliográfica, mas apenas como fonte orientativa e informativa. É proibida a reprodução total ou parcial, de qualquer forma ou por qualquer meio.

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Page 1: Workshop de escrita acadêmica 04 de julho de 2019...3) Scanning X Skimming SCANNING: “É uma habilidade que ajuda o leitor a obter informação de um texto sem ler cada palavra

Workshop de escrita acadêmica

04 de julho de 2019

Prof. Dr. Clark Mangabeira

Professor adjunto do Departamento de Antropologia e professor permanente do Programa de Pós-Graduação

em Antropologia Social da UFMT

Currículo resumido:

a) Bacharel em Direito – UFRJ

b) Bacharel em Ciências Sociais – UERJ

c) Bacharel em Letras – UERJ

d) Mestre em Ciências Sociais – PPCIS/UERJ

e) Doutor em Antropologia Social – Museu Nacional/UFRJ

IMPORTANTE:

Apostila montada única e exclusivamente para fins didáticos no workshop de escrita acadêmica

proposto pela Universidade Federal de Mato Grosso em de julho de 2019, com material e textos

coletados de fontes diversas, todas devidamente citadas e referenciadas. Não serve como material de

consulta bibliográfica, mas apenas como fonte orientativa e informativa. É proibida a reprodução total

ou parcial, de qualquer forma ou por qualquer meio.

Page 2: Workshop de escrita acadêmica 04 de julho de 2019...3) Scanning X Skimming SCANNING: “É uma habilidade que ajuda o leitor a obter informação de um texto sem ler cada palavra

1) Introdução à leitura acadêmica.

a) Destacar o importante (Conhecimento subjetivo) – Como?

a.1) Palavras repetidas e sinônimos

a.2) Pronomes

a.3) Citações

a.4) Conexões

b) Fazer uma resenha? Possibilidade... COMO FAZER UMA RESENHA CRÍTICA?

“A resenha (ou resumo crítico) não é apenas um resumo informativo ou indicativo. A resenha pede um

elemento importante de interpretação de texto. Por isso, antes de começar a escrever seu resumo crítico você

deve se certificar de ter feito uma boa leitura do texto, identificando:

1. QUAL O TEMA TRATADO PELO AUTOR?

2. QUAL O PROBLEMA QUE ELE COLOCA?

3. QUAL A POSIÇÃO DEFENDIDA PELO AUTOR COM RELAÇÃO A ESTE PROBLEMA?

4. QUAIS OS ARGUMENTOS CENTRAIS E COMPLEMENTARES UTILIZADOS PELO AUTOR

PARA DEFENDER SUA POSIÇÃO?

No entanto, para se fazer uma RESENHA CRÍTICA ainda falta “A CRÍTICA”, ou seja, A SUA ANÁLISE

SOBRE O TEXTO. E o que é esta ANÁLISE? A análise é, em síntese, a capacidade de relacionar os

elementos do texto lido com outros textos, autores e ideias sobre o tema em questão, contextualizando

o texto que está sendo analisado.

Para fazer a análise, portanto, certifique-se de ter:

- INFORMAÇÕES SOBRE O AUTOR, SUAS OUTRAS OBRAS E SUA RELAÇÃO COM OUTROS

AUTORES;

- ELEMENTOS PARA CONTRIBUIR PARA UM DEBATE ACERCA DO TEMA EM QUESTÃO;

- CONDIÇÕES DE ESCREVER UM TEXTO COERENTE E COM ORGANICIDADE.

A partir daí você pode escrever um texto que, em linhas gerais, deve apresentar:

NOS PARÁGRAFOS INICIAIS, UMA INTRODUÇÃO À OBRA RESENHADA, APRESENTANDO:

- O ASSUNTO/ TEMA;

- O PROBLEMA ELABORADO PELO AUTOR;

- E A POSIÇÃO DO AUTOR DIANTE DESTE PROBLEMA.

NO DESENVOLVIMENTO, A APRESENTAÇÃO DO CONTEÚDO DA OBRA, ENFATIZANDO:

- AS IDÉIAS CENTRAIS DO TEXTO;

- OS ARGUMENTOS E IDÉIAS SECUNDÁRIAS.

POR FIM, UMA CONCLUSÃO APRESENTANDO SUA CRÍTICA PESSOAL, OU SEJA:

- UMA AVALIAÇÃO DAS IDÉIAS DO AUTOR FRENTE A OUTROS TEXTOS E AUTORES;

- UMA AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DO TEXTO, QUANTO À SUA COERÊNCIA, VALIDADE,

ORIGINALIDADE, PROFUNDIDADE, ALCANCE, ETC.”

(Fonte: Profa. Sandra Viana - www.ebah.com.br/content/ABAAABHfsAA/como-fazer-resenha-critica)

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2) Introdução à estrutura de um texto acadêmico.

2.1) Características do texto acadêmico;

a. Ser objetivo! – cuidado com palavras repetidas, por exemplo

b. Texto claro!

c. Ser direto! – atenção ao que quer dizer

d. Coesão – encadeamento do texto

e. Coerência – possibilidade de interpretação do texto

f. Norma culta

g. Economia

h. Evitar clichês!

(Fonte: https://monografias.brasilescola.uol.com.br/regras-abnt/estilo-redacao-cientifica.htm)

2.2) Estruturação do texto acadêmico;

2.2.1) Tema;

“O tema de uma pesquisa indica uma área de interesse a ser investigada. Trata-se de uma

delimitação ainda bastante ampla. Por exemplo, quando alguém diz que deseja estudar a questão da “violência

conjugal” ou a “prostituição masculina”, está se referindo ao assunto de seu interesse. Contudo, é necessário

para a realização de uma pesquisa um recorte mais ‘concreto’, mais preciso deste assunto. Ao formularmos

perguntas ao tema e ao assunto proposto, estaremos construindo sua problematização”.

MINAYO, Maria Cecília de Souza (org.). Pesquisa Social. 14º ed. Rio de Janeiro: VOZES, 1994.

2.2.2) Problemática;

“Quando dizemos que vamos estudar a ‘violência conjugal’, delimitamos aí, muito amplamente,

o campo de observação: casais (legalmente casados ou não). Se acrescentamos que o interesse é por “maridos

que espancam suas esposas ou companheiras”, conferimos ao assunto uma VARIÁVEL a ser observada. Se

afirmamos ainda que desejamos saber como tais espancamentos são vistos ou representados pelas mulheres

vitimizadas, apontamos outra VARIÁVEL. Expressamos então o intuito de relacionar duas variáveis: o

espancamento que maridos realizam em suas esposas e a representação destas sobre este acontecimento.

Desta forma poderíamos enunciar o tema já problematizado desta pesquisa, ou seja, nosso objeto:

“A representação sobre espancamentos elaborada a partir de mulheres maltratadas por seus esposos ou

companheiros”.

Um problema decorre, portanto, de um aprofundamento do tema.

Ele é sempre INDIVIDUALIZADO e ESPECÍFICO.

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Características:

a. Deve ser formulado como uma pergunta. Esta maneira parece ser a mais fácil para se formular

um problema, além do que facilita sua identificação por quem consulta o projeto de pesquisa.

Segundo, em nosso exemplo anterior, teríamos: qual a representação sobre espancamentos é

articulada pelas mulheres maltratadas por esposos ou companheiros? Ou se optarmos por um

estudo mais exploratório do tema, poderíamos dizer: “Quais os fatores que levam os maridos

a espancarem suas esposas?”

b. O problema deve ser claro e preciso. Exemplo de imprecisão: “Como funciona a mente dos

maridos que espancam suas esposas?”.

c. Deve ser delimitado a uma dimensão variável. O problema é, às vezes, formulado de maneira

muito ampla, impossível de ser investigado. Por exemplo, alguém deseja estudar o que

pensam as mulheres sobre o fato de maridos espancarem suas esposas. Contudo, nunca

conseguirá saber o que pensam todas as mulheres sobre o assunto. Então, deverá restringir-

se, por exemplo, à opinião daquelas mulheres que sofrem tal problema numa localidade

específica.

A escolha de um problema merece que o pesquisador faça sérias indagações:

a. Trata-se de um problema original?

b. O problema é relevante?

c. Ainda que seja “interessante”, é adequado para mim?

d. Tenho hoje possibilidades reais para executar tal estudo?

e. Existem recursos financeiros para a investigação deste tema?

f. Terei tempo suficiente para investigar tal questão?”

(MINAYO, Maria Cecília de Souza (org.). Pesquisa Social. 14º ed. Rio de Janeiro: VOZES, 1994)

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2.2.3) Justificativa;

“Trata-se da relevância, do porquê tal pesquisa deve ser realizada. Quais os motivos a

justificam? Que contribuições para a compreensão, intervenção ou solução para o problema trará a realização

de tal pesquisa?

A forma de justificar em pesquisa que produz maior impacto é aquela que articula a relevância

intelectual e prática do problema investigado à experiência do investigador”.

(MINAYO, Maria Cecília de Souza (org.). Pesquisa Social. 14º ed. Rio de Janeiro: VOZES, 1994)

2.2.4) Referencial teórico;

1) “A definição teórica e conceitual é um momento crucial da investigação científica. É sua

base de sustentação.

Remetendo este item a uma dimensão técnica, devemos dizer que é imprescindível a definição

clara dos pressupostos teóricos, das categorias e conceitos a serem utilizados.

Devemos tomar cuidado para não reescrevermos a obra dos autores que embasam a teoria

escolhida, reconstruindo um verdadeiro tratado e certamente de menor qualidade. Devemos, então, ser

sintéticos e objetivos, estabelecendo, primordialmente, um diálogo entre TEORIA e o PROBLEMA a ser

investigado”.

(MINAYO, Maria Cecília de Souza (org.). Pesquisa Social. 14º ed. Rio de Janeiro: VOZES, 1994)

2) “Uma das principais dificuldades na estruturação e escrita do trabalho de revisão do corpo

literário é a incompreensão do que realmente constitui uma revisão de literatura. Por exemplo, essa etapa é

geralmente confundida com a “relação da literatura” ou ainda com a “apresentação resenhada” das principais

obras relacionadas ao assunto pesquisado. Mesmo que úteis à pesquisa, nenhuma dessas atividades

corresponde à elaboração correta da revisão bibliográfica. A revisão da literatura implica em categorização do

material literário encontrado sobre um determinado tema, a qual é seguida por análise do autor e interação

entre o pesquisador e os principais escritores sobre o assunto pesquisado. Também é necessário que o escritor

estabeleça conexão com as principais contribuições dos estudiosos sobre o tópico abordado.

[...]

Walter Moreira defende que uma das melhores estratégias para a confecção da revisão da

literatura consiste na leitura do material selecionado usando um conjunto de perguntas específicas que ajudam

a conduzir a investigação e organizar as principais teses encontradas. Segundo ele, o pesquisador

deve proceder às suas leituras perguntando: Qual era a problemática de estudo para esse autor? O que ele

tentava descobrir? Ele formulou e definiu claramente o problema? O problema poderia ter sido abordado de

modo mais eficaz a partir de outra perspectiva? O autor selecionou literatura relevante para o seu estudo?

Como os dados foram coletados? Etc. O maior benefício desse tipo de leitura é que ela é feita analiticamente

e motiva o leitor a projetar aquilo que ele deve fazer no relato do seu próprio projeto final. Essa leitura

“inspecional” e “avaliativa” contribui para a formulação crítica das fontes pesquisadas, bem como para o

estabelecimento da argumentação própria, características essas fundamentais em um trabalho acadêmico [...].

Em suma, o escritor de uma revisão de literatura deve avaliar continuamente se o seu texto atende

aos vários propósitos da mesma. A esse respeito ele deve observar se o seu relatório apresenta ao leitor a

contribuição de outros estudos intimamente relacionados com o tema de sua pesquisa. Adicionalmente, ele

deve inquirir se o seu trabalho evidencia diálogo com os principais estudiosos e seus argumentos acerca do

assunto enfocado, a ponto de identificar as lacunas encontradas naqueles trabalhos. Por último, ele necessita

estar seguro de que sua apresentação é feita de uma maneira clara e compreensível para aquele leitor que não

teve o privilégio de consultar tantas obras como ele fez, mas que necessita ser convencido, pela literatura, da

relevância do seu trabalho de pesquisa”.

(SANTOS, Valdeci. O que é e como fazer uma “revisão da literatura” na pesquisa teológica. FIDES

REFORMATA XVII, Nº 1 (2012): 89-104)

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3) Scanning X Skimming

SCANNING: “É uma habilidade que ajuda o leitor a obter informação de um texto sem ler cada palavra. É

uma rápida visualização do texto como um scanner faz quando, rapidamente, lê a informação contida naquele

espaço. Scanning envolve mover os olhos de cima para baixo na página, procurando palavras chaves, frases

especificas ou ideias. Ao realizar o scanning procure verificar se o autor fez uso de organizadores no texto,

como: números, letras, passos ou as palavras primeiro, segundo, próximas. Procure por palavras em negrito,

itálico, tamanhos de fontes ou cores diferentes. O processo de scanning é muito útil para encontrar informações

específicas”

SKIMMING: “O processo de skimming permite ao leitor identificar rapidamente a idéia principal ou o sentido

geral do texto. O uso do skimming é frequente quando a pessoa tem muito material para ler em pouco tempo.

Geralmente a leitura no skimming é realizada com a velocidade de três a quatro vezes maior que a leitura

normal. Diferentemente do scanning, skimming é mais abrangente; exige conhecimento de organização de

texto, a percepção de dicas de vocabulário, habilidade para inferir idéias e outras habilidades de leitura mais

avançadas. Existem muitas estratégias que podem ser usadas ao realizar o skimming. Algumas pessoas lêem

o primeiro e o último parágrafo usando títulos, sumários e outros organizadores na medida que lêem a página

ou a tela do monitor. Você pode ler o título, subtítulo, cabeçalhos e ilustrações. Considere ler somente a

primeira sentença de cada parágrafo. Esta técnica é útil quando você está procurando uma informação

específica em vez de ler para compreender. Skimming funciona bem para achar datas, nomes, lugares e para

revisar figuras e tabelas. Use skimming para encontrar a idéia principal do texto e ver se um artigo pode ser

de interesse em sua pesquisa”.

(Fonte: https://navalifpe.files.wordpress.com/2011/09/tc3a9cnicas-de-leitura.pdf)

2.2.5) Objetivos;

“Buscamos aqui responder ao que é pretendido com a pesquisa, que metas almejamos alcançar

ao término da investigação. É fundamental que estes objetivos sejam possíveis de serem atingidos. Geralmente

se formula um objetivo geral, de dimensões mais amplas, articulando-o a objetivos mais específicos.

Sugerimos a utilização de verbos no infinitivo para a descrição dos objetivos.

Por exemplo, poder ter como objetivo: “Analisar os fatores que desencadeiam ou predispõem a

agressão de maridos contra suas companheiras” ou “Conhecer as opiniões das mulheres maltratadas por

maridos sobre a violência por elas sofrida”.

(MINAYO, Maria Cecília de Souza (org.). Pesquisa Social. 14º ed. Rio de Janeiro: VOZES, 1994)

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2.2.6) Metodologia;

a) Não apenas descrição dos métodos!

b) Indica a leitura operacional que o pesquisador fez do material teórico.

MOMENTOS:

1) DEFINIÇÃO DE AMOSTRAGEM – “A pesquisa qualitativa não se baseia no critério numérico para

garantir representatividade. Uma pergunta importante neste item é “quais indivíduos sociais têm uma

vinculação mais significativa para o problema a ser investigado?”. A amostragem boa é aquela que

possibilita abranger a totalidade do problema investigado em suas múltiplas dimensões (MINAYO,

1992)”.

2) COLETA DE DADOS – “Devemos definir as técnicas a serem utilizadas tanto para a pesquisa de

campo (entrevistas, observações, formulários, história de vida) como para a pesquisa suplementar de

dados, caso seja utilizada pesquisa documental, consulta a anuários, censos”.

3) ORGANIZAÇÃO E ANÁLISE DE DADOS – “Devemos descrever com clareza como os dados

serão organizados e analisados. Por exemplo, a análises de conteúdo, de discurso, ou análise dialética

são procedimentos possíveis para a análise e interpretação dos dados e cada uma destas modalidades

preconiza um tratamento diferenciado para a organização e sistematização dos dados.

(MINAYO, Maria Cecília de Souza (org.). Pesquisa Social. 14º ed. Rio de Janeiro: VOZES, 1994)

2.2.7) Cronograma;

“O projeto deve traçar o tempo necessário para a realização de cada uma das etapas propostas.

Muitas tarefas podem, inclusive, ser realizada simultaneamente. A forma mais usual é a do GRÁFICO, onde

são cruzados o tempo (mês 1, mês 2 etc.) e as tarefas da pesquisa (revisão bibliográfica, montagem de

instrumentos de coleta, pré-testes dos instrumentos, aplicação dos instrumentos e fase de análise)”.

(MINAYO, Maria Cecília de Souza (org.). Pesquisa Social. 14º ed. Rio de Janeiro: VOZES, 1994)

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2.2.8) Resultados/Discussão;

“• Sintetizar os resultados obtidos

• Evidenciar as conquistas alcançadas com o estudo

• Indicar as limitações e as reconsiderações”

(Fonte: https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/3373862/mod_resource/content/1/resultados.pdf)

“Dicas para a escrita dos Resultados:

• Quando você estabelece uma questão de pesquisa, os dados do estudo são observados, coletados e

analisadas de forma que responda as questões [...]

• Escreva os resultados para mostrar o maior número possível de informações para o leitor em relação

aqueles aspectos analisados e aos seus possíveis relacionamentos.

• A seção de resultados é feita com base no texto criado para descrever os achados identificados [...].

Você deve conduzir o leitor de forma que fique claro os achados do seu estudo. Esses achados vão

depender do tipo de questão de pesquisa. Eles podem incluir tendências, diferenças, similaridades,

correlações, mínimos, máximos, etc...

• Caso você não ache o resultado que esperava, isso pode ser algum erro na definição da hipótese ou

precisa ser reformulada ou talvez tenha tropeçado em algo inesperado que precisa ser melhor

investigado. Em qualquer um desses casos, os resultados são importantes mesmo que eles não deem

suporte a sua premissa. Não ache que resultados diferentes do que você esperava são resultados ruins.

Se você fez o estudo com qualidade, mesmo resultados ruins podem gerar importantes descobertas na

área. Desta forma, escreva seus resultados honestamente!!!”

(Fonte: https://blog.fastformat.co/resultado-e-discussao/)

TRÊS OBSTÁCULOS PARA UMA ANÁLISE DE DADOS EFICIENTE:

1) Ilusão do pesquisador em ver as conclusões, à primeira vista, como transparentes. Pode levar à

simplificação e superficialidade.

2) Envolvimento extremo com métodos e técnicas a ponto de se esquecer dos significados dos dados.

Restringe-se a questionamentos dos procedimentos metodológicos.

3) Dificuldade de articulação das conclusões que surgem dos dados concretos com conhecimentos mais

amplos e abstratos. Distanciamento entre teoria e dados.

(MINAYO, Maria Cecília de Souza (org.). Pesquisa Social. 14º ed. Rio de Janeiro: VOZES, 1994)

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2.2.9) Introdução e Conclusão;

INTRODUÇÃO:

“A Introdução é uma das partes importantes do trabalho. Tem como finalidade introduzir o leitor no tema,

apresentar o problema que será tratado (o porquê do trabalho e a metodologia usada) e os objetivos ou

propósitos que se pretende atingir.

Pela ordem que se julgar mais conveniente, na Introdução deverão estar presentes as seguintes informações:

interesse do tema (por que pesquisar e escrever sobre o assunto do trabalho, qual a sua utilidade e razões da

escolha);

enquadramento teórico dos assuntos tratados (faz-se uma breve resenha sobre os conhecimentos atuais

acerca do tema);

objetivos ou propósitos gerais do trabalho (habitualmente utiliza-se o infinitivo: Conhecer… Divulgar…

Construir…);

questões ou problemas a tratar e razões da sua escolha (as questões colocadas na Introdução devem ter

correspondência na Conclusão);

tipo de estudo e método seguido (pesquisa bibliográfica, entrevista…);

estrutura geral do trabalho (o modo como está dividido o trabalho e um pequeno resumo de cada uma das

partes).

Em termos de espaço, a Introdução preenche 10% a 20% do trabalho, ou seja, se o desenvolvimento tiver dez

páginas, a Introdução ocupará uma ou duas páginas. Caso a dimensão do trabalho e da Introdução o justifique,

esta parte do texto pode ser dividida em secções ou subcapítulos”.

(Fonte: COMO ELABORAR UM TRABALHO ESCRITO, ACADÉMICO E CIENTÍFICO: NORMAS

PARA A SUA ESTRUTURAÇÃO E ESCRITA. Biblioteca do Agrupamento de Escolas do Vale de Ovil.

Baião, outubro de 2012. Disponível em: http://www.agrupamento-vale-

ovil.edu.pt/201213/bibl/guia%20para%20elaborar%20um%20trabalho%20cientifico.pdf)

CONCLUSÃO:

Esta parte do trabalho deve dar ao leitor uma visão do conjunto do trabalho e dos seus aspetos mais

relevantes, através da apresentação das principais conclusões. Pela ordem que se entender, a Conclusão deve

conter:

a síntese do trabalho;

os resultados e resposta às questões levantadas na Introdução e desenvolvidas no corpo do trabalho;

ligação dos resultados à revisão de literatura realizada e ao estado atual dos conhecimentos sobre o

assunto tratado;

uma opinião pessoal sobre o assunto, referindo o interesse e novidade dos resultados obtidos, bem como

os pontos fortes do trabalho;

os pontos fracos ou limitações do trabalho;

pistas/sugestões para a realização de outros trabalhos, relacionados com o tema.

Em termos de espaço, a Conclusão ocupa cerca de um décimo do trabalho, quer dizer, se o desenvolvimento

tiver dez páginas, a Conclusão será de uma página.

(Fonte: COMO ELABORAR UM TRABALHO ESCRITO, ACADÉMICO E CIENTÍFICO: NORMAS

PARA A SUA ESTRUTURAÇÃO E ESCRITA. Biblioteca do Agrupamento de Escolas do Vale de Ovil.

Baião, outubro de 2012. Disponível em: http://www.agrupamento-vale-

ovil.edu.pt/201213/bibl/guia%20para%20elaborar%20um%20trabalho%20cientifico.pdf)

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2.2.10) Resumo e palavras-chave;

“Como o nome indica, o resumo sumaria, de uma forma breve, mas abrangente, o caminho seguido durante a

investigação. Através da sua leitura deve ser possível perceber-se rapidamente o essencial do conteúdo do

trabalho, sem ser preciso consultar o resto do trabalho. Muitas vezes, o resumo serve para divulgar o trabalho,

por exemplo a nível da Internet.

Em trabalhos de menor dimensão, a escrita do resumo é facultativa, mas deverá ser usado em trabalhos cujo

desenvolvimento seja superior a seis páginas. O resumo deve incluir a metodologia seguida, os resultados e

conclusões. Em termos de extensão, geralmente não excede as 200 palavras (por exemplo, nas monografias e

artigos), mas há situações, como os relatórios e as teses, que pode chegar a 500 palavras.

A seguir ao resumo, na mesma folha, aparecem as palavras-chave, ou seja, de três a seis termos, ligados ao

tema do trabalho e que não estejam presentes no título. As palavras-chave devem ser antecedidas da expressão

“Palavras-chave:” e estão separadas por “ponto e vírgula”.

Em trabalhos de maior dimensão ou importância, [...] o resumo e as palavras-chave são traduzidos para uma

outra língua, geralmente inglês (Abstract e Keywords) ou francês (Résumé e Mot-clé). Tem como objetivo a

divulgação internacional do trabalho. Os resumos e as palavras-chave em língua estrangeira são escritos em

folhas separadas”.

(Fonte: COMO ELABORAR UM TRABALHO ESCRITO, ACADÉMICO E CIENTÍFICO: NORMAS

PARA A SUA ESTRUTURAÇÃO E ESCRITA. Biblioteca do Agrupamento de Escolas do Vale de Ovil.

Baião, outubro de 2012. Disponível em: http://www.agrupamento-vale-

ovil.edu.pt/201213/bibl/guia%20para%20elaborar%20um%20trabalho%20cientifico.pdf)

2.3) Onde e como publicar? (Qualis Capes);

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Ex.: REVISTA MANA

Objetivo e política editorial

1. Mana: Estudos de Antropologia Social aceita os seguintes tipos de contribuições:

Artigos inéditos (até 11.500 palavras, incluindo referências bibliográficas e notas).

Ensaios bibliográficos (até 4.400 palavras, incluindo referências bibliográficas e notas): resenhas críticas de

apenas um livro ou de vários livros tratando de assuntos correlatos.

Resenhas bibliográficas (até 1.600 palavras): pequenas resenhas de livros recentes.

2. A pertinência para publicação será avaliada pela Comissão Editorial (no que diz respeito à adequação ao

perfil e linha editorial da revista) e por pareceristas ad hoc (no que diz respeito ao conteúdo e qualidade das

contribuições).

Serão aceitos originais em português e espanhol.

Não há taxas para submissão e avaliação de artigos.

Normas para a apresentação de colaborações

3. A submissão deve ser feita mediante cadastro na plataforma SciELO

(http://submission.scielo.br/index.php/mana/login) em Microsoft Word com todas as referências ao autor/a

suprimidas.

4. Os artigos devem apresentar um resumo contendo entre 100 e 150 palavras, em português, inglês e espanhol,

com títulos e palavras-chave nos mesmos idiomas. Sob o nome do autor deve constar apenas sua afiliação

institucional. Abaixo da conclusão deve-se inserir um mini-currículo que indique os dados profissionais

(instituição, cargo, titulação, e principais interesses de pesquisa), bem como endereço eletrônico.

5. As notas devem vir ao final do texto, não podendo consistir em simples referências bibliográficas.

6. As referências bibliográficas devem aparecer no corpo do texto com o seguinte formato: sobrenome do

autor / espaço / ano de publicação: / espaço / páginas), conforme o exemplo: (Wagley 1977: 160-162).

7. A bibliografia em ordem alfabética de sobrenome deve vir após as notas, e respeitar o formato que aparece

nos seguintes exemplos (pede-se atenção à pontuação, espaços, uso do itálico e de maiúscula):

Livro

SAHLINS, Marshall. 1985. Islands of History. Chicago: The University of Chicago Press.

Coletânea

DOUGLAS, Mary (org.). 1970. Witchcraft, Confessions & Accusations. London: Tavistock Publications.

Artigo em Coletânea

FERNANDES, Florestan. 1976. "Aspectos da Educação na Sociedade Tupinambá". In: E. Schaden (org.),

Leituras de Etnologia Brasileira. São Paulo: Cia. Editora Nacional. pp. 63-86.

Artigo em Periódico

LÉVI-STRAUSS, Claude. 1988. "Exode sur Exode". L'Homme, XXVIII(2-3):13-23.

Tese Acadêmica

CROCKER, Cristopher. 1967. Social Organization of the Eastern Bororo. Ph.D. Dissertation, Harvard

University.

8. Os artigos serão avaliados por no mínimo dois consultores da área de conhecimento da pesquisa, de

instituições de ensino e/ou pesquisa nacionais e estrangeiras, de comprovada produção científica. Após as

devidas correções e possíveis sugestões, o artigo será aceito se tiver dois pareceres favoráveis e rejeitado

quando pelo menos um dos pareceres for desfavorável.

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3) Técnicas de escrita.

3.1) Coesão e coerência;

Leia o parágrafo que segue:

“Parecia uma miragem, mas o pescador africano Tomé Tavares, 59 anos, distinguiu no horizonte a silhueta de

uma embarcação. Fazia 48 dias que o pescador africano Tomé Tavares e o sobrinho do pescador africano

Tomé Tavares, chamado Eusébio, de 23 anos, estavam à deriva no Oceano Atlântico, a bordo de um pequeno

barco danificado (o nome do barco danificado que estava à deriva no Oceano Atlântico com o pescador

africano Tomé Tavares e o sobrinho do pescador africano Tomé Tavares de nome Eusébio era Celina),

alimentando-se de carne de peixe e tomando água da chuva. Quando o pescador africano Tomé Tavares

distinguiu no horizonte a silhueta de uma embarcação, o pescador africano Tomé Tavares reuniu as forças que

restavam ao pescador africano Tomé Tavares e o pescador africano Tomé Tavares deu um grito de socorro”.

É possível ler um texto assim? Reescreva o parágrafo tornando-o coeso e coerente.

EXEMPLO:

(Fontes: http://opointdaleitura.blogspot.com/2012/11/1-apresenta-se-seguiruma-anedota-de.html & https://pt.slideshare.net/af1986/gabarito-livrinho-coesao)

3.2) Parágrafos;

“Estrutura do Parágrafo

• A introdução expressa em um ou dois períodos curtos, a ideia central (chamada também de tópico frasal);

• Em seguida vem o desenvolvimento que corresponde ao desdobramento da mesma ideia central, à exposição

dos argumentos que vão provar a ideia contida na introdução;

• Por fim, a conclusão que "amarra” o texto, retoma a ideia central; pode funcionar como uma confirmação da

tese inicial, resumindo os principais aspectos discutidos no texto.

Numa produção textual cada parágrafo deve ser uma unidade central desenvolvida, acompanhada por outras,

secundárias, às quais se relaciona pelo sentido.

Todo parágrafo deve ser coeso, isto é, deve-se perceber nele uma ideia central – seu tópico frasal.

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Observe no trecho do texto abaixo “A arte dos elogios” (mensagem enviada por e-mail):

A baixa autoestima é vista hoje como uma espécie de carência de vitaminas emocionais para crianças e

adultos. Preocupados com o desenvolvimento dos seus filhos e com suas conquistas, alguns pais

exageram na hora dos elogios. Criança viciada em elogios se torna problema na escola. Ela sempre ficará

na dependência da aprovação verbal dos professores. Adulada em excesso e sem motivo, a criança cresce

esperando o mesmo de todas as pessoas.

Qual seria o tópico frasal?

Qual a idéia que sintetiza / resume o parágrafo?

"A baixa autoestima é vista hoje como uma espécie de carência de vitaminas emocionais para as crianças

e adultos." (Campedelli e Souza 1998).

Portanto, o parágrafo dissertativo se abre com um tópico frasal e dele decorrem todos os demais pensamentos

(que o comprovam, confirmam, defendem a ideia).

TÓPICO FRASAL: Constituído habitualmente por um ou dois períodos curtos iniciais, o tópico frasal

encerra (resume) modo geral e conciso a ideia núcleo do parágrafo”.

(Fonte: www.cesumar.br/lyceump/aonline/nivelamento/material/apostila_ptg.pdf - Centro Universitário de

Maringá – Apostila de Nivelamento, 2007).

3.3) Citações e ABNT;

“Se a transcrição for curta (até três linhas) insere-se no “texto, entre aspas, com indicação da página” (Azevedo,

2009, p. 136), conforme o exemplo que acabamos de apresentar.

Quando a transcrição é longa fica situada num bloco separado do texto, com espaçamento, sem aspas, do modo

que a seguir se apresenta:

Os quadros e figuras que não são do autor devem ser acompanhados pela indicação da fonte e

da página onde originalmente aparecem. Imediatamente depois dos conteúdos do quadro e

suas explicações integrantes ou logo depois do título da figura, escreve-se, em nota, se se trata

de transcrição ou adaptação. (Azevedo, 2009, p. 138).

(Mas, como/quando citar?)

(Fonte: COMO ELABORAR UM TRABALHO ESCRITO, ACADÉMICO E CIENTÍFICO: NORMAS

PARA A SUA ESTRUTURAÇÃO E ESCRITA. Biblioteca do Agrupamento de Escolas do Vale de Ovil.

Baião, outubro de 2012. [com alterações]. Disponível em: http://www.agrupamento-vale-

ovil.edu.pt/201213/bibl/guia%20para%20elaborar%20um%20trabalho%20cientifico.pdf)

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4) Ética na pesquisa.

4.1) Plágio

(EXEMPLOS DO SITE PLAGIO.NET & CARTILHA “PLÁGIO ACADÊMICO”, DO INSPER –

INSTITUTO DE ENSINO E PESQUISA –, MARÇO DE 2013

[insper.edu.br/wp-content/uploads/2015/01/Cartilha-plagio.pdf])

1) PLÁGIO LITERAL:

FONTE ORIGINAL

PLÁGIO

CITAÇÃO CORRETA

O que se conclui a partir

dessa pesquisa é que a

opinião pública brasileira

reconhece e aceita, em

grande medida, que se

recorra ao jeitinho como

padrão moral. Além disso,

há uma divisão profunda

(50% versus 50%) entre os

que o consideram certo e

os que o condenam. Por

isso, se os níveis de

corrupção no Brasil

provavelmente estão

relacionados à aceitação

social do jeitinho – que é

grande e bastante

enraizada entre nós –, os

resultados da pesquisa

indicam que temos um

longo caminho pela

frente se o que desejamos

é o efetivo combate à

corrupção.

Referência: ALMEIDA,

Alberto Carlos. A cabeça

do brasileiro. Rio de

Janeiro: Record, 2007. p.

70-71.

É bem provável que no

Brasil a corrupção esteja

associada à aceitação do

jeitinho como prática

social aceitável. Isto indica

que temos um longo

caminho pela frente se o

que desejamos é o efetivo

combate à corrupção.

(ALMEIDA, 2007)

COMENTÁRIOS:

REPRODUÇÃO

LITERAL – SEM AS

ASPAS, O TEXTO

FICOU PARECENDO

UMA PARÁFRASE.

É bem provável que no

Brasil a corrupção esteja

associada à aceitação do

jeitinho como prática

social. Somado a isto o

fato de que “há uma

divisão profunda (50%

versus 50%) entre os que

o consideram certo e os

que o condenam [.]

podemos concluir que

temos um longo caminho

pela frente se o que

desejamos é o efetivo

combate à corrupção”.

(ALMEIDA, 2007, p. 70-

71)

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2) PLÁGIO TRANSLITERAL: parafrasear sem citar a fonte

FONTE ORIGINAL

PLÁGIO

CITAÇÃO CORRETA

É esse o erro de Descartes:

a separação abissal entre o

corpo e a mente, entre a

substância corporal,

infinitamente divisível,

com volume, com

dimensões e com um

funcionamento mecânico,

de um lado, e a substância

mental, indivisível, sem

volume, sem dimensões e

intangível, de outro; a

sugestão de que o

raciocínio, o juízo moral e

o sofrimento adveniente da

dor física ou agitação

emocional poderiam

existir independentemente

do corpo.

Referência: DAMÁSIO,

Antonio R. O erro de

Descartes: emoção, razão

e cérebro humano. São

Paulo: Companhia das

Letras, 2001. p. 280.

A separação cartesiana

entre corpo e mente pode

ser considerada um

equívoco porque supõe

que o sofrimento e as

dores do corpo acontecem

independentemente dos

juízos morais e dos

elementos emocionais.

Para Damásio (2001), a

separação cartesiana entre

corpo e mente pode ser

considerada um equívoco

porque supõe que o

sofrimento e as dores do

corpo acontecem

independentemente dos

juízos morais e dos

elementos emocionais.

Referência: DAMÁSIO,

Antonio R. O erro de

Descartes: emoção, razão

e cérebro humano. São

Paulo: Companhia das

Letras, 2001. p. 280.

3) PLÁGIO CONSENTIDO OU AUTOPLÁGIO – apresentação de um texto com original em mais

de uma situação

TEXTO ORIGINAL (AUTOR) TEXTO AUTOPLAGIADO (MESMO

AUTOR)

Baseado em duas décadas de pesquisa

com pacientes com lesões neurológicas,

Damásio (2001) defende a opinião de

que, juntamente com a razão, as emoções

e sentimentos exercem um papel

importante na elaboração dos raciocínios

e tomada de decisões. Em sua obra, esse

autor resgata também a importância do

corpo, rompendo com a visão dualista

cartesiana que separou pensamento (res

cogitans) e sentimentos (res extensa).

Texto apresentado na instituição A

Baseado em duas décadas de pesquisa

com pacientes com lesões neurológicas,

Damásio (2001) defende a opinião de

que, juntamente com a razão, as emoções

e sentimentos exercem um papel

importante na elaboração dos raciocínios

e tomada de decisões. Em sua obra, esse

autor resgata também a importância do

corpo, rompendo com a visão dualista

cartesiana que separou pensamento (res

cogitans) e sentimentos (res extensa).

Texto apresentado na Instituição B

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4) PLÁGIO DE FONTES – o escritor usa uma citação do autor consultado em seu trabalho como se

tivesse consultado o documento original.

TEXTO

PLÁGIO

CITAÇÃO CORRETA

Para Salvador (1980), os

trabalhos científicos,

originais, devem permitir a

outro pesquisador, baseado

nas informações dadas:

“a) reproduzir as

experiências e obter

resultados descritos com a

mesma precisão e sem

ultrapassar a margem de

erro indicada pelo autor;

b) repetir as observações e

julgar as conclusões do

autor.”

Referência do texto lido:

MARCONI, M. de A.;

LAKATOS, E. M.

Fundamentos de

metodologia científica. 7ª

ed. São Paul: Atlas, 2010.

p. 218

Para Salvador (1980), os

trabalhos científicos,

originais, devem permitir a

outro pesquisador, baseado

nas informações dadas:

“a) reproduzir as

experiências e obter

resultados descritos com a

mesma precisão e sem

ultrapassar a margem de

erro indicada pelo autor;

b) repetir as observações e

julgar as conclusões do

autor.”

Referência:

SALVADOR, A. D.

Métodos e técnicas de

pesquisa bibliográfica:

elaboração de trabalhos

científicos. 8ª ed. Porto

Alegre: Sulina, 1980.

COMENTÁRIOS:

O plágio se caracteriza

pelo fato de o autor ter

citado e referenciado um

texto ao qual não teve

acesso (SALVADOR).

Neste caso, deveria ter

dado crédito, citado e

referenciado o texto que

estava em seu poder

(MARCONI, LAKATOS).

Para Salvador (1980),

citado por Marconi e

Lakatos (2010, p. 218), os

trabalhos científicos,

originais, devem permitir a

outro pesquisador, baseado

nas informações dadas:

“a) reproduzir as

experiências e obter

resultados descritos com a

mesma precisão e sem

ultrapassar a margem de

erro indicada pelo autor;

b) repetir as observações e

julgar as conclusões do

autor.”

OBS:

Notas de aula de professores: copiar informações que constam do material distribuído por professores em

sala de aula sem citar a fonte também é plágio.

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4.2) Sistemas e Normas - UFMT

RESOLUÇÃO CONSEPE N.º 64, DE 16 DE MAIO DE 2016.

Normatiza os procedimentos para investigação de má conduta científica na Universidade Federal de Mato Grosso.

Artigo 1º. Por má conduta científica, entende-se toda conduta de membros da academia (docente, discente, técnico-administrativo e pesquisador associado) que, por intenção ou negligência, transgrida os valores e princípios que definem a integridade ética da pesquisa, da produção, da divulgação e da aquisição do conhecimento técnico-científico bem como das relações entre pesquisadores, membros da academia e comunidade externa.

Parágrafo Único – A má conduta científica não se confunde com o erro científico cometido de boa fé nem com divergências honestas em matéria técnico-científica

Artigo 3º. Constituem-se más condutas científicas típicas:

§ 1º. A fabricação ou afirmação de que foram obtidos ou conduzidos dados, procedimentos ou resultados que realmente não o foram.

§ 2º. A falsificação, ou apresentação de dados, procedimentos ou resultados de pesquisa de maneira relevantemente modificada, imprecisa ou incompleta, a ponto de poder interferir na avaliação do peso científico que realmente conferem as conclusões que deles se extraem.

§ 3º. O plágio ou utilização de ideias ou formulações verbais, orais ou escritas, de outrem sem dar-lhes por elas, expressa e claramente o devido crédito, de modo a gerar razoavelmente a percepção de que sejam ideias ou formulações de autoria própria.

I – Ainda se constitui plágio a imitação fraudulenta de uma obra, protegida pela lei autoral, ocorrendo verdadeiro atentado aos direitos morais do autor, tanto a paternidade quanto a integridade de sua citação.

§ 4º. O autoplágio, ou republicação, como se fossem novos, de resultados científicos já divulgados, ou seja, sem explicitar a publicação prévia.

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§ 5º. Cometer falsidade ideológica, ou assumir a autoria de um trabalho científico do qual não tenha participado como elaborador, executor, realizador, escritor, mentor ou tutor.

§ 6º. A omissão do tutor, a não atuação com competência, disponibilidade de tempo e outras condições necessárias para o bom desempenho da função de tutor de um pesquisador em formação.

I - Durante o período de tutela, os tutores são corresponsáveis pela qualidade científica e ética das atividades de pesquisa de seus tutelados, bem como dos relatos de seus tutelados.

II – Caso o tutelado cometa alguma má conduta, como o plágio, o tutor tem o dever e a obrigação de corrigi-lo e caso persista, comunicar o fato aos respectivos órgãos colegiados da instituição. Não o fazendo, permitiu que a má conduta se consumasse e torna-se conivente, por omissão.

§ 7º. A não autoria a quem de direito.

§ 8º. A indicação de autoria de pessoas que somente cederam recursos infraestruturais ou financeiros para a realização de uma pesquisa, ainda que seja como forma de agradecimento ou homenagem.

I – Como autores devem ser indicados todos e apenas os pesquisadores que, tendo concordado expressamente com essa indicação, tenham dado contribuições intelectuais diretas e substanciais para a concepção, realização da pesquisa ou redação da publicação, cujos resultados são nela apresentados.

II – Cada um dos autores de um trabalho científico é responsável pela qualidade científica desse trabalho como um todo, a menos que os limites de sua contribuição científica para a obtenção dos resultados expostos no trabalho sejam nele expressa e precisamente definidos.

§ 8º. A não declaração de conflito potencial de interesses que possa afetar a fidedignidade científica dos resultados gerados pelo desenvolvimento do projeto, ou não declaração de situações em que a coexistência entre o interesse que deve ter o pesquisador de fazer avançar a ciência e interesses de outra natureza, ainda que legítimos, possam ser razoavelmente percebidos, por ele próprio ou por outrem, como conflituosa e prejudicial à objetividade e imparcialidade de suas decisões científicas, ainda que independente de seu conhecimento e vontade.

§ 9º. A quebra de sigilo ou de não confidencialidade, ou divulgação de dados e informações coletadas, dos procedimentos realizados e dos resultados parciais obtidos antes da publicação dos resultados finais da pesquisa, exceto quando sua divulgação for expressamente autorizada por todos os coordenadores e membros da equipe do projeto.

I – Também compõe a quebra de sigilo tornar público quaisquer informações a que tenham tido acesso exclusivamente no exercício da função de avaliador de propostas submetidas a comitês editoriais, de avaliação, de ética, de órgãos de fomento, ou na própria instituição ou fazer uso delas para fins próprios, científicos ou não científicos, exceto mediante acordo expresso dos autores das propostas ou documentos avaliados.

§ 10. Não registro, pelos pesquisadores, de maneira precisa e completa de informações e dados coletados, procedimentos adotados e resultados parciais obtidos no curso do desenvolvimento de uma pesquisa, assim como a não conservação segura e a acessibilidade a dados e informações durante um período considerável, não inferior a cinco (5) anos, após a publicação dos resultados da pesquisa.

I – Os registros de uma pesquisa em relação a qual tenham sido levantadas questões de correção científica ou ética devem ser conservados até que essas questões sejam completamente dirimidas.

II – Os registros de uma pesquisa devem, após a publicação de seus resultados, ser acessíveis a outros pesquisadores, a fim de que possam verificar a correção da pesquisa, replicá-la ou dar-lhe continuidade, mediante autorização prévia do autor responsável.

III - A acessibilidade somente poderá ser limitada por razões científicas, éticas ou legais.

§ 11. Conceder, ou prestar de má fé informação falsa ou negligenciar a informação sobre a ocorrência de possíveis más condutas científicas.

§ 12. Não atendimento das normas específicas à pesquisa regulamentadas pelos colegiados superiores da UFMT.

I – Constitui ainda má conduta a não submissão aos comitês de pesquisa constituídos no âmbito da UFMT ou deixar de submeter o projeto de pesquisa à análise, quando for o caso, aos respectivos comitês de pesquisa constituídos internos ou externos à UFMT.

§ 13. Cometer irresponsabilidade na condução do projeto de pesquisa, abandono, falta de apresentação dos relatórios parciais e final do projeto de pesquisa, alteração no objeto de estudo, improbidade na prestação de contas e descumprimento das cláusulas de termos de concessão por órgãos de fomento à pesquisa, em que a UFMT comparece como interveniente ou corresponsável.

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§ 14. Apropriação indevida ou uso não apropriado de materiais, equipamentos e espaços destinados à execução de projetos de pesquisa, em usufruto próprio e de outros interesses que não aqueles destinados à pesquisa e à formação de pesquisadores.

4.3) Comitês de Ética – CEP HUMANIDADES (Cuiabá)

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RESOLUÇÃO Nº 466, DE 12 DE DEZEMBRO DE 2012

Aprovar diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisas envolvendo seres humanos:

II.2 - assentimento livre e esclarecido - anuência do participante da pesquisa, criança, adolescente ou legalmente incapaz, livre de vícios (simulação, fraude ou erro), dependência, subordinação ou intimidação. Tais participantes devem ser esclarecidos sobre a natureza da pesquisa, seus objetivos, métodos, benefícios previstos, potenciais riscos e o incômodo que esta possa lhes acarretar, na medida de sua compreensão e respeitados em suas singularidades;

III - DOS ASPECTOS ÉTICOS DA PESQUISA ENVOLVENDO SERES HUMANOS

As pesquisas envolvendo seres humanos devem atender aos fundamentos éticos e científicos pertinentes.

III.1 - A eticidade da pesquisa implica em:

a) respeito ao participante da pesquisa em sua dignidade e autonomia, reconhecendo sua vulnerabilidade, assegurando sua vontade de contribuir e permanecer, ou não, na pesquisa, por intermédio de manifestação expressa, livre e esclarecida;

b) ponderação entre riscos e benefícios, tanto conhecidos como potenciais, individuais ou coletivos, comprometendo-se com o máximo de benefícios e o mínimo de danos e riscos;

c) garantia de que danos previsíveis serão evitados; e

d) relevância social da pesquisa, o que garante a igual consideração dos interesses envolvidos, não perdendo o sentido de sua destinação sócio-humanitária.

III.2 - As pesquisas, em qualquer área do conhecimento envolvendo seres humanos, deverão observar as seguintes exigências:

a) ser adequada aos princípios científicos que a justifiquem e com possibilidades concretas de responder a incertezas;

b) estar fundamentada em fatos científicos, experimentação prévia e/ou pressupostos adequados à área específica da pesquisa;

c) ser realizada somente quando o conhecimento que se pretende obter não possa ser obtido por outro meio;

d) buscar sempre que prevaleçam os benefícios esperados sobre os riscos e/ou desconfortos previsíveis;

e) utilizar os métodos adequados para responder às questões estudadas, especificando-os, seja a pesquisa qualitativa, quantitativa ou quali-quantitativa;

f) se houver necessidade de distribuição aleatória dos participantes da pesquisa em grupos experimentais e de controle, assegurar que, a priori, não seja possível estabelecer as vantagens de um procedimento sobre outro, mediante revisão de literatura, métodos observacionais ou métodos que não envolvam seres humanos;

g) obter consentimento livre e esclarecido do participante da pesquisa e/ou seu representante legal, inclusive nos casos das pesquisas que, por sua natureza, impliquem justificadamente, em consentimento a posteriori;

h) contar com os recursos humanos e materiais necessários que garantam o bem-estar do participante da pesquisa, devendo o(s) pesquisador(es) possuir(em) capacidade profissional adequada para desenvolver sua função no projeto proposto;

i) prever procedimentos que assegurem a confidencialidade e a privacidade, a proteção da imagem e a não estigmatização dos participantes da pesquisa, garantindo a não utilização das informações em prejuízo das pessoas e/ou das comunidades, inclusive em termos de autoestima, de prestígio e/ou de aspectos econômico-financeiros;

j) ser desenvolvida preferencialmente em indivíduos com autonomia plena. Indivíduos ou grupos vulneráveis não devem ser participantes de pesquisa quando a informação desejada possa ser obtida por meio de participantes com plena autonomia, a menos que a investigação possa trazer benefícios aos indivíduos ou grupos vulneráveis;

k) respeitar sempre os valores culturais, sociais, morais, religiosos e éticos, como também os hábitos e costumes, quando as pesquisas envolverem comunidades;

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l) garantir que as pesquisas em comunidades, sempre que possível, traduzir-se-ão em benefícios cujos efeitos continuem a se fazer sentir após sua conclusão. Quando, no interesse da comunidade, houver benefício real em incentivar ou estimular mudanças de costumes ou comportamentos, o protocolo de pesquisa deve incluir, sempre que possível, disposições para comunicar tal benefício às pessoas e/ou comunidades;

m) comunicar às autoridades competentes, bem como aos órgãos legitimados pelo Controle Social, os resultados e/ou achados da pesquisa, sempre que estes puderem contribuir para a melhoria das condições de vida da coletividade, preservando, porém, a imagem e assegurando que os participantes da pesquisa não sejam estigmatizados;

n) assegurar aos participantes da pesquisa os benefícios resultantes do projeto, seja em termos de retorno social, acesso aos procedimentos, produtos ou agentes da pesquisa;

o) assegurar aos participantes da pesquisa as condições de acompanhamento, tratamento, assistência integral e orientação, conforme o caso, enquanto necessário, inclusive nas pesquisas de rastreamento;

p) comprovar, nas pesquisas conduzidas no exterior ou com cooperação estrangeira, os compromissos e as vantagens, para os participantes das pesquisas e para o Brasil, decorrentes de sua realização.

Nestes casos deve ser identificado o pesquisador e a instituição nacional, responsáveis pela pesquisa no Brasil. Os estudos patrocinados no exterior também deverão responder às necessidades de transferência de conhecimento e tecnologia para a equipe brasileira, quando aplicável e, ainda, no caso do desenvolvimento de novas drogas, se comprovadas sua segurança e eficácia, é obrigatório seu registro no Brasil;

q) utilizar o material e os dados obtidos na pesquisa exclusivamente para a finalidade prevista no seu protocolo, ou conforme o consentimento do participante;

r) levar em conta, nas pesquisas realizadas em mulheres em idade fértil ou em mulheres grávidas, a avaliação de riscos e benefícios e as eventuais interferências sobre a fertilidade, a gravidez, o embrião ou o feto, o trabalho de parto, o puerpério, a lactação e o recém-nascido;

s) considerar que as pesquisas em mulheres grávidas devem ser precedidas de pesquisas em mulheres fora do período gestacional, exceto quando a gravidez for o objeto fundamental da pesquisa;

t) garantir, para mulheres que se declarem expressamente isentas de risco de gravidez, quer por não exercerem práticas sexuais ou por as exercerem de forma não reprodutiva, o direito de participarem de pesquisas sem o uso obrigatório de contraceptivos; e

u) ser descontinuada somente após análise e manifestação, por parte do Sistema CEP/CONEP/CNS/MS que a aprovou, das razões dessa descontinuidade, a não ser em casos de justificada urgência em benefício de seus participantes.

IV - DO PROCESSO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

O respeito devido à dignidade humana exige que toda pesquisa se processe com consentimento livre e esclarecido dos participantes, indivíduos ou grupos que, por si e/ou por seus representantes legais, manifestem a sua anuência à participação na pesquisa.

Entende-se por Processo de Consentimento Livre e Esclarecido todas as etapas a serem necessariamente observadas para que o convidado a participar de uma pesquisa possa se manifestar, de forma autônoma, consciente, livre e esclarecida.

IV.1 - A etapa inicial do Processo de Consentimento Livre e Esclarecido é a do esclarecimento ao convidado a participar da pesquisa, ocasião em que o pesquisador, ou pessoa por ele delegada e sob sua responsabilidade, deverá:

a) buscar o momento, condição e local mais adequados para que o esclarecimento seja efetuado, considerando, para isso, as peculiaridades do convidado a participar da pesquisa e sua privacidade;

b) prestar informações em linguagem clara e acessível, utilizando- se das estratégias mais apropriadas à cultura, faixa etária, condição socioeconômica e autonomia dos convidados a participar da pesquisa; e

c) conceder o tempo adequado para que o convidado a participar da pesquisa possa refletir, consultando, se necessário, seus familiares ou outras pessoas que possam ajudá-los na tomada de decisão livre e esclarecida.

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IV.2 - Superada a etapa inicial de esclarecimento, o pesquisador responsável, ou pessoa por ele delegada, deverá apresentar, ao convidado para participar da pesquisa, ou a seu representante legal, o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido para que seja lido e compreendido, antes da concessão do seu consentimento livre e esclarecido.

IV.3 - O Termo de Consentimento Livre e Esclarecido deverá conter, obrigatoriamente:

a) justificativa, os objetivos e os procedimentos que serão utilizados na pesquisa, com o detalhamento dos métodos a serem utilizados, informando a possibilidade de inclusão em grupo controle ou experimental, quando aplicável;

b) explicitação dos possíveis desconfortos e riscos decorrentes da participação na pesquisa, além dos benefícios esperados dessa participação e apresentação das providências e cautelas a serem empregadas para evitar e/ou reduzir efeitos e condições adversas que possam causar dano, considerando características e contexto do participante da pesquisa;

c) esclarecimento sobre a forma de acompanhamento e assistência a que terão direito os participantes da pesquisa, inclusive considerando benefícios e acompanhamentos posteriores ao encerramento e/ ou a interrupção da pesquisa;

d) garantia de plena liberdade ao participante da pesquisa, de recusar-se a participar ou retirar seu consentimento, em qualquer fase da pesquisa, sem penalização alguma;

e) garantia de manutenção do sigilo e da privacidade dos participantes da pesquisa durante todas as fases da pesquisa;

f) garantia de que o participante da pesquisa receberá uma via do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido;

g) explicitação da garantia de ressarcimento e como serão cobertas as despesas tidas pelos participantes da pesquisa e dela decorrentes; e

h) explicitação da garantia de indenização diante de eventuais danos decorrentes da pesquisa.

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5) Avaliação de um trabalho acadêmico.

Exemplo de parecer de uma revista acadêmica NEGANDO a publicação de um artigo:

“O artigo apresenta temática relevante e pertinente, visando enfocar os debates jurídico e religioso em torno

da noção de família. Apresenta uma revisão bibliográfica que incorpora algumas referências importantes

para refletir historicamente sobre a noção de família.

Falta, no entanto, um recorte que direcione a pesquisa e permita um aprofundamento da discussão de modo

a trazer, de fato, uma contribuição original ao campo. Neste sentido, embora apresente algumas referências

teóricas mais amplas para se refletir sobre a noção de família (como Foucault e Donzelot – corrigir grafia

no texto, que está como Danzelot), a revisão sobre pesquisas das ciências sociais que abordem o direito de

família brasileiro é incipiente). Essa revisão ajudaria o/a autor/a a fazer seu próprio recorte e conformar

uma questão específica de pesquisa. Ver, por exemplo, a tese de Alexandre Zarias, “Das leis ao avesso” e a

de Rosangela DiGiovanni “Rasuras no álbum de família”. Ou, ainda, discussões mais circunscritas sobre

união homoafetiva, que é um dos seus focos de interesse, por exemplo, o artigo Coitinho filho e Rinaldi,

publicado na Civitas em 2018.

Ainda que seja pertinente refletir sobre o discurso posto nas leis e no debate jurídico em comparação com o

discurso da igreja católica, é preciso afunilar e definir melhor a questão, as duas partes do texto não dialogam

e nem chegam a trazer análises originais. Por exemplo, o/a autora poderia refletir a respeito da relação entre

Estado e Igreja Católica num período histórico específico, aprofundando sua análise e abarcando debates

legislativos, leis, discursos jurídicos, religiosos, processos de um mesmo período.

Ou, então, analisar a questão da união homoafetiva a partir da inter-relação entre as diversas discursividades

religiosas dentro dos próprios discursos legislativos e jurídicos ao longo dos últimos anos. Qualquer uma

dessas temáticas sugeridas, em si mesmas, já são bastante amplas.

Traçar um simples panorama, como foi a opção do/a autor/a, não permite discutir as nuances das questões

propostas. Por exemplo, embora o texto retome várias vezes a questão da indissolubilidade do vínculo

matrimonial, não aborda o “desquite”, questão importante, pois se o vínculo matrimonial não poderia ser

dissolvido até 1977, a sociedade estabelecida pelo casamento poderia, através do desquite. Neste sentido, a

própria discussão em relação à Igreja Católica ganharia densidade, já que muitos dos debates jurídicos e

legislativos de grande parte do século XX eram pautados ora pela defesa ora pela recusa a preceitos católicos,

diretamente nomeados.

Ressalta-se também que a discussão sobre monoparentalidade está bastante confusa e precisa ser revista.

Não fica claro qual a relação entre monoparentalidade e relacionalidade. Seria mais interessante,

restringindo-se a um período histórico, abordar uma das questões que estão diretamente relacionadas à

monoparentalidade como a “maternidade solteira” e os estigmas associados a essa nomeação (e seus usos

políticos), o reconhecimento de paternidade (fundamental como política pública que visa acabar com a

monoparentalidade) e a multiparentalidade (cada vez mais frequente entre pais que não vivem mais juntos e

que uma segunda paternidade é requerida, hoje em dia este pedido pode ser feito inclusive diretamente nos

cartórios).

O texto é interessante e vários dos apontamentos propostos são pertinentes, sugere-se, no entanto, que a

publicação seja recusada por tratar-se de uma pesquisa incipiente que, na forma como se apresenta, ainda

não traz análises originais. Recomenda-se e incentiva-se, ainda, que o/a autor/a dê prosseguimento à

pesquisa, traçando um recorte mais preciso, pois trata-se de um vasto e interessante campo de pesquisa a ser

explorado”.

OUTRAS REFERÊNCIAS:

PRODANOV, Cleber Cristiano. Metodologia do trabalho científico [recurso eletrônico]: métodos e

técnicas da pesquisa e do trabalho acadêmico / Cleber Cristiano Prodanov, Ernani Cesar de Freitas. – 2.

ed. – Novo Hamburgo: Feevale, 2013.