universidade tuiuti do parana patricia de paula honorio...
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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA
Patricia de Paula Honorio
A ARTE DE CONTAR HISTORIAS NA EDUCAc;:Ao INFANTIL
Curitiba2004
Patricia de Paula Honoria
A ARTE DE CONTAR HISTORIAS NA EDUCA~AO INFANTIL
Trabalho de Concl~ao de Curso apresenlado aoCurso de Pedagogia da Faculdade de CiltnciasHumanas, Lelras e Arte! da Universidade Tuiulido Parana. como requisito parcial para a oblenc;ao deLicencialura em PodagogiA.
Orientador: ProP. R~ilda Maria Sorges Ferreira
Curitiba2004
.f¥. Universidade Tuiuti do Parana
FACULDADE DE CIENCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES
Curso de Pedagogia
TERMO DE APROVAC;AO
NOME DO ALUNO: PATRICIA DE PAULA HONORIO
TiTULO: A Arte de Contar Hist6rias na Educat;ao Infantil.
TRABALHO DE CONCLUSAO DE CURSO APROVADO COMO REQUISITO PARCIAL
PARA A OBTENC;AO DO GRAU DE UCENCIADO EM PEDAGOG lA, DO CURSO DE
PEDAGOGIA DA FACULDADE DE CI~NCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES, DA
UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA.
MEMBROS DA COMISSAO AVAUADORA:
PROF(a). ROSILDA MARIA BORGES FERREIRA ~'lJi:JORIENTADOR Cf!>I"l
PROF(a). OLGA MARIA SILVA MATTOS lUM01e~"MEMBRO DA BANCA
PROF(a) JANINE SCHOEMBERG GROSS
MEMBRO DA BANCA
DATA: 07/12/2004MEDIA ;l~L__
CURITIBA - PARANA
2004
Dedico este traba/ho aos meus pais e irmaos quemmCR deixaram de me incentivar, cuidando e dando 0
ca.rinho necessaria que as vezes deixei de dar ao meuti'ho Bruno por estar dusente, ao meu maridoAlessandro que muito me ajudou e apoiou no decorrerdo /rabalho.
AGRADECIMENTOS
Agradeyo primeiramente a Deus pela vida, aos meus familiares e amigos que souberam
compreender e apoiar meu esfon;:o neste trabalho.
A colaborayao da professora orientadora: Rosilda Maria Borges Ferreira, que criou
condi90es necessarias para a realiza9ao deste trabalho.
"0 contador de hist6rias empresta seu carpa, sua voz e seusafetos ao texto que e/e narra, e 0 texto deixa de ser signa para S8
tamar significado".
(Busatto, 2003, p. 9)
SUMARIO
1 INTRODUi;Ao ..
2 FUNDAMENTAi;Ao TEORICA .
. 08
. 10
2.1 HISTORICO DA LlTERATURA INFANTIL ...................................•......................... 11
2.2 A LlTERATURA INFANTIL NO BRASIL .. . 15
2.2.1 0 pioneiro da Uteratura no Brasil- Monteiro Lobato 17
2.30 QUE E E COMO CONTAR HISTORIAS NA EDUCAi;AO INFANTIL 19
2.4 A CONTRIBUIi;AO DA CONTAi;AO DE HISTORIAS. . 24
3 PROCEDIMENTOS METODOLOGICOS 29
4 RESULTADOS E DISCUssAo.. . 30
5 CONCLUsAo 38
REFERENCIAS... . .40
ANEXOS 42
ANEXO 1 QUESTIONARIO .43
ANEXO 2 REPORTAGEM DA REVISTA NOVA ESCOLA ............................. 44
ANEXO 3 FOTOS - RECURSOS UTILIZADOS NA CONTAi;AO DE HISTORIAS .... .45
RESUMO
o presente trabalho consiste em verificar se as educadores est~o conscientes quanta aimportAncia da contac;ao de historias na educac;:ao infantil, sa utilizam recursos etecnicas para desenvolver esla atividade. 0 objet iva principal e a verifica9ao dautiliza9ao deste recurso em escola particular I pois at raves dos estagios realizados emescolas municipais constatou·se 0 desinteresse dos professores na contac;:ao dehistorias e 0 usa incorreto da Ilteratura. Como metodologia optou-se por umaabordagem qualitativa dividida em Ires etapas: pesquisa bibliografica, pesquisa decampo e analise dos dados. Foram utilizados para coleta de dados, questiomiriosdirigidos aos professores de educayao infanti!. P6de-se perceber que os entrevistadosutilizam a conta~ao de hist6rias na pratica diaria, reconhecem sua importAncia, alem deutilizar diversos recursos it utiliza~ao dos gestos e it entona~ao de voz.
Palavras~chaves: contac;ao de hist6rias; recursos e tecnicas; educa~Ao infanti!.
INTRODU9AO
A arte de contar historias na Educar;ao Infantil e pertinente e decorrente na
pratica diaria dos protagonistas da educac;:ao. E fundamental que S8 saiba como conlar
hist6rias, como tambem a utiliza<;ao de recursos que atendam as necessidades do
aluno, de imaginar e interagir na perspectiva de formar bons leitores.
E urn lema relevante, pais oferece condi96es e reflexoes aos professores de
como conlar e encantar utilizando a conta9ao de hist6rias como uma atividade ludica e
prazerosa. Muitas vezes percebemos 0 total desinteresse do espectador ao ouvir uma
hist6ria infantil mal contada e principal mente quando 0 narrador nao leva em
considerayao a magica fase da imaginayao da crianya. A contayao de hist6rias erelevante, principal mente na Educa<;Ao Infantil, em que a crian9a esta na fase da
descoberta, do desenvolvimento da linguagem e da curiosidade.
Os professores de educac;ao infantil devem assegurar 0 direito a crianc;a de
imaginar, criar, descobrir e inventar as diferantes formas de sar feliz, respeitando e claro
a limite e a individualidade de cada uma, pois existe diferenc;a entre a realidade e a
fantasia.
Para tanto e fundamental que 0 educador saiba contar historias, pois alem de
despertar a imaginaC;ao, a fantasia, em09oes, e tambem indispensavel para
desenvolver a criatividade e tambem 0 prazer e a inicia<;:ao para a leltura.
o presente trabalho surgiu de observayoes durante os estagios realizados nas
escolas municipais em que se pOde perceber 0 des interesse pela contaC;80 de historias,
e loi a partir dar que surgiu a curiosidade de verificar se os professores que trabalham
na educa,ao infantil (particular) estao conscientes quanto a conta,ao de historias;
investigar em uma escola particular se os professores astao dando importancia a asta
arte tao maravilhosa que deve ser parte integrante na Educalfao Infantil e se estes
profissionais est~o preparados para contar hist6rias, oferecer subsldios e/ou recursos
necessarios para desenvolver esta atividade na Educa~ao Infantil.
A selelfao e 0 aprofundamento do tern a exposto leva a apresentar subsidios
te6ricos e praticos para contribuir para 0 conhecimento de professores de Educalfao
Infantil, atrav8s de uma proposta de conscientizalfao quanto a importancia de resgatar a
contalfao de hist6rias e de usa-la como recurso em sua pratica diaria, alem de ser urn
incentivo ao habito da leitura.
Inicia-se com urn breve historico da literatura infantil de urn modo geral e a
literatura infantil no Brasil, cultivando a presenlfa do contador de historias como pelfa
essencial na preservalfao da mem6ria coletiva das sociedades, em seguida apresenta-
se urn pouco do que e contar historias e como contar, alem da contribuilfaO da historia
na formalf8.0 de leitores.
Como Universo de Pesquisa foi utilizada em Escolas Municipais e uma Escola
particular. A invesliga,1io na Escola Municipal foi feita pela pesquisadora atraves de
observac6es diretas e indiretas, durante os estagios.
A Escola Particular Ursinho Pimpao foi pesquisada atraves de entrevistas e
aplicac8.o de urn questionario, utilizando como amostra 7 (sete) professores que
participaram e colaboraram para 0 axito dessa pesquisa.
2 FUNDAMENTAC;:AO TEORICA
Contar hist6rias e uma arte que vem sendo transmitida a muitas gera90es; e que
lima historia bern contada sera sempre lembrada. Em todo 0 canto do mundo, os
contos e fabulas fcram empregados com 0 intuito do ensina a etica e eram transmitidos
atraves da sabedoria popular.
No ocidente foi a conto sob forma de parabola utilizada pelos sacerdotes no
ens ina religioso; na India au na velha India budista 0 conto tern a finalldade instrutiva;
os Arabes colheram os contos da India e transmitiram esta preciosidade literaria aDs
povos do ocidente.
Dizem os historiadores que la na Gracia antiga havia varias apresentayoes de
teatros, poem as apicos e tambem criaturas mftices. E que na Idade Media as
camponeses S8 juntavam ern volta de uma fogueira para ouvirem historias maravilhosas
sabre reis, rainhas entim de todo 0 palacio, e que as vezes ate representavam em
forma de teatro estas historias. Ate que um dia estas historias chegaram aos ouvidos da
corte e eram repetidas por menestreis para damas e cavaieiros.(ALENCAR,2000)
As criancas da nobreza tin ham cantato aos grandes classicos, enquanto as
criancas menos favorecidas liam e ouviam as hist6rias de cavalarias, a classe popular
S9 interessava mUlto per lendas e contos folcl6ricos.
Os contadores de historias estavam em todos os lugares, eram lavadeiras, amas.
pescadores e principalmente as camponesas. Estes humildes contadores sempre
relembravam as lendas, mitos, fabulas que tiveram seus reglstros nos ultimos seculos
II
antes do nascimenlo de Cristo. Enfim as contos surgiram da necessidade de 0 homem
explicar sua existemcia.
Devido a este fato, a literatura surgiu atraves dos contadores de historias que
faziam de sua memoria 0 registro das varias hist6rias ouvidas e contadas e
principalmente passadas de gerac;:ao a geracyao.
2.1 HISTORICO DA LlTERATURA INFANTIL
A literatura infantil delinear-se no inicio do secul0 XVIII, quando a crianya passa a
ser considerada urn ser diferente do adulto com necessidades e caracteristicas
proprias. A partir dai ouve urna preocupac;:ao em inventar urna literatura voltada it
crian<;:a e assim S8 iniciou a literatura infantil e tambem juvenil no decorrer do tempo.
(CUNHA, 1997)
A Literatura inicia-se com Charles Perrault (1628-1703), urn frances coletor de
contos populares que surge no sEkula XVIII, e que algum tempo sa destacou nos
circulos literarios da Franga de Luiz XIV, ap6s ter passado por muitas pol~micas como a
conhedda "Querela dos Antigos, e Modernos", querela significava a rea9ao contra a
autoridade dos classicos da antiguidade greco-romana, este movimento marca a crise
do classicismo. Perrault produz entao os contos, em urn perlodo onde se declara 0
declinio de Luiz XIV, onde foram deixadas marcas de terror por ser urn periodo duro,
penoso, as estruturas politicas e sociais entraram em atritos. Perrault foi autor de
muitas obras, mas foi s6 em 1694 que se manifesta sua intengao de reproduzir uma
literatura para criangas com a obra "A Pele de Asno", e a partir de 1697 foram
12
publicados aita livros que sao: A Bela Adormecida no Bosque: Chapeuzinho Vermelho;
o Barba Azul; 0 Gato de Botas; As Factas; A Gata Borralheira ou Cinderela; Henrique,
o Topetudo; 0 Pequeno Polegar, entre Qutros. que circulam na Franya como <;contos de
fadas',
Ele tambem com pi lou lendas da idade media e vai actaptancto-as constituindo os
contos de fadas. Ele entra para a histona nao como poeta classico. mas como 0 aut or
de uma literatura popular, e com 0 tempo sa dedicou a literatura infantil; suas historias
fazem parte da vida da crian98 mesma antes de aprender a lar. Perrault era tambem
contemporaneo de La Fontaine.
Segundo Coelho; "A Jean La Fontaine (1621/1692) coube 0 merito de dar a
forma definida, na literatura ocidental, a urna das especies literarias mais resistentes ao
desgastes do tempo: a fabula'. (COELHO, 1991 p. 80).
la Fontaine reuniu todos os breves poem as narrativos que constituem os doze
1ivras que resultaram de suas pesquisas e criac;ao, durante vinte e cinco anos de
trabalho e talento. Suas fabulas mais conhecidas sao: "0 lobo e 0 cordeiro-. MAraposa e
o esquilo", entre tantas outras tabu las que sao resumidas como costumes e 0
comportamento social dos homens.
Os irmaos Jacob (1785·1863) e Wilhelm (1786-1859), eram alemaes. Ap6s a
morte dos pais comey:aram a viajar a trabalho. As historias que as pessoas contavam
deram aDs irmaos a ideia de escreve-Ias. As mais famosas sao: "Chapeuzinho
Vermelho\ "Rapul1zel~ e "Branca de Neve e as Sete Anoes".
Recolhem, diretamente, da memoria popular as antigas narrativas, lendas ou sagas
germanicas, conservadas per tradic;Aooral. Buscando encontrar as origens da realidade
historica germanica, os pesquisadores encontram a fantaSia, ° fantastico, 0 lTlitico ... e
uma grande literatura Infantil surge, para encantar crianyas de todo 0 mundo,
(DENIZZE).
Os contos fazem parte, portanto, de uma literatura que reflete as mudanyas
rapidas e profundas que a sociedade ate entao experimentava. Viajando pela
Alemanha, os dois irm~os vao colhendo de diversos narradores as historias que
circulavam na boca do povo: e 0 habito da tradiyao.
Hans Christian Andersen (1805-1875) viveu na Dinamarca e vinha de uma
familia muito pobre. Adoravam as historias contadas pelos homens que eram pobres e
ficaram ricos. Escreveu cerca de 156 contos, traduzidos em mais de cern idiomas, como
"A roupa nova do imperador"', "0 patinho leio" e a "Pequena Sereia".
Celebre poeta e novelista dinamarques, Andersen nasce no mesmo ano em que
Napoleao Bonaparte obtinha suas primeiras vitorias decisivas. Assim, desde menino,
vai respirar a atmosfera de exalta9~o nacionalista,(DENIZZE).
Contudo nao poderia deixar de citar italo Calvino (1923-1985), nascido em Cuba,
mudou-se para a Italia antes de completar um ano. Calvi no modela a motivo narrativo
popular de seu pars, ao fazer 0 pedido para uma grande antologia, 0 editor Einaudi
pretendia faze-Io urn Grimm d'italia. 0 volume das FIABE saiu em setembro de 1956, e
e pertinente a nota que Calvina adotou 0 nome "Fabula" com 0 sentido particular de
"tala", narrativa contada pela tala, em bora grande parte do repertorio seja composta por
contos e algumas anedolas.
Tados os autores citados merecem sua honra pais uma simples historia como
"Joaozinho e Mariazinha" carregam uma sabedoria de milenios e ja navegou par lodos
os povos da terra. Entao, ao inv8s de se contar causos ao redor do fogo, a homem
passeu a encentrar, a partir dos livros, as hist6rias escritas em papel, e ao mesmo
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1-1
tempo em que a esc rita tirava a forya da oralidade das historias com 0 novo recurso da
impressao elas sa clonavam aDs milhares.
A literatura infantil e dividida em categorias e especies que sao: fabulas,
apOlogos, parabolas, alegorias, contos de fadas, contos maravilhosos, lendas, mitos,
astorias, contos jOcosos, etc. (COELHO, 1997).
Fabulas - sao fiq:ao de carater alegorico, sua conclusa.o oferece sempre uma
Ii<;ao,urn julgamento de valores; sao situac6es vividas por animais, seres inanimados
au seres humanos. Nascida no oriente, a fabula vai ser reinllentada no ocidente pelo
gr8go Esopo (sec. VI a.C.) a aparfei<;oada mais tarde pelo escravo romano, Fadro (sec.
I a.C), que a enriqueceu estilisticamente. No sEkula XVI, toi redescoberta por Leonardo
Da Vinci.
No seculo XVII, La Fontaine reinventou a fabula introduzindo definitivamente na
literatura ocidental. Segundo Coelho" .. ela e das raras formas literarias cujas origens
se perdem no tempo e que conseguiram resistir ate os nossos dias; vivas, sem
perderem suas caracteristicas essenciais de ser uma estoria de animais. que
"prefigurarn os hom ens: divertir 0 leitor a ter uma moralidade". (COELHO, 1997, p.147).
La Fontaine n~o reinventou apenas as fabulas mas tamb€H'n as ap6logos,
parabolas, alegorias, contos exemplares e jocosos; a distinyao entre as fabulas e as
demais e a presen9a animal, como a "'Arca de Nos"',
Lenda - vem do latim e signifiea "coisa que deve ser lida'". Urn relato de carater
maravilhoso em que os fatos historicos sao deformados pela imaginatyao popular ou
poetica. Uga-se it imagem de de uses que encarnavam as fortyas da natureza. Ela e
geralmente breve, (em verso au prosa) transmitida e conservada pela tradiy:aa oral.
15
Nossa fatclore brasileiro e muito rico em lendas, que ja foram muito aproveitadas
por alguns escritores Temas como examplo: ;;M~e d'Agua't, "Cobra Grande", ;'Mula sem
Cabe9a", "Boto~, "Cufupira", "Caapora", entre outros muitos conhecidos.
Canto maravilhoso - fonte privilegiada de anda nasceu a literatura, os
personagens eram dotados de poderes sobrenaturais. 0 canto maravilhoso
corresponde ao tipo de narrativas orientais como par examplo a coletanea Mil e Uma
Noites . Oconto maravilllosO decorre da magia e tambem da fantasia anda tudo S9
resolve par meio de magicas como no casa da ab6bora da Cinderela, e tada a questao
da imaginayao em urn bosque encantado entre Qutras magias incriveis, que sao
elementos essenciais que enchem de beleza a imaginayao das crianyas e de adultos.
Canto de fada - originou-se entre os celtas, entre her6is e heroinas, cujas
aventuras estavam ligadas ao sobrenatural e tam bern dotadas de virtudes positivas. A
palavra fada vern do termo latino "fatum~. que signifiea destino. As fad as mantem um
poder de atra'Yao sobre os homens e as crianyas, todos acreditamos urn dia nas
varin has magicas, talismas, principalmente nas fadas e tambem nos opositores que sao
as bruxas, gigantes, feiticeiros, etc.
2.2 A LlTERATURA INFANTIL NO BRASIL
A literatura infantll brasileira teve inicio no seculo XVIII com a circula((ao de livros
irregulares qua eram adaptados de produl'ao portuguesa, a foi s6 no seculo XX que 0
Brasil come90u a produzir livros infantis.
No Brasil vamos encontrar registros de contos realizados por viajantes,
antropologos e folcloristas. Quem reuniu as grandes hist6rias que 0 povo conta aqui no
16
Brasil, foi 0 ilustre Luiz da Camara Cascudo que nasceu em Natal. Rio Grande do
Norte, formou-se em direito mas sempre sa dedicou a sua indiscuhvel especialidade: a
hist6ria. a etnografia e 0 folclore.
Cascudo sou be ouvir vozes ao seu redor, ele apresenta contos bem brasileiros,
muitos dos contos registrados par ale sao vers6es dos contos de fadas europeus,
adaptados a realidade brasileira.
Com urn nome que hoje sa projeta muito ulsm das fronteiras culturais do Brasil,
sua ascendencia nos campos dos estudos etnogrAficos n:\o sofre contesta~~es, e sua
obra como urn todD, €I profunda li9ao de apego as rafzes tradicionais do Brasil, que ele
expoe e ana lisa em fUllyao da historia, dos contos, dos costumes, dos mitos, das
lendas, do pensar do pOliO, sobre 0 que se apoia a cultura erudita assimilada de outras
fontes criadoras, como via de acesso a civilizar;:ao material que nos conforma.(NOTA
DA EDITORA)
Segundo Cascudo, ;'05 mitos brasileiros vem de tres fontes essenciais: Portugal,
Indigena e Africa. A coloca9ao e proposital e na ordem da influilncia". (CASCUDO,
1983, p. 31). A obra de onde foi 'etirada esta cita9ao chama-sa "Gaografia dos mitos
brasHeiros", conta com diversos contos, lendas e mitos de todas as capitais brasileiras
alem de documentarios e artigos feitos durante suas pesquisas. Outra obra interessante
e a "superstir;:ao 110 Brasil", destinada a ser um classico brasileiro na area especifica
dos estudos antropol6gicos, com ~nfase nos aspectos folcl6ricos e etnograficos. Suas
obras sao de grande valor, pois se trata de preciosidades da cultura brasileira.
(CASCUDO.1983).
Sabre a cultLJra brasileira, Coelho diz que,
17
Petol ..••arios eitudos que sa fi!'Bram $Obra 0 f"'clore brasileiro. sabernos qUi!,basicamente, a transmiss,",o dO$ fatru> fcncl6ricos S-e faz no meio familiar (depais para filhO$) e no meio cornurrita.rio, atraves de algu" ••que oonservam (,)saber e 0 Iransmilem eo grupo qua 0 (lprende e a "vive~ como parte da vidaCOlTlunitaria. (1991, p. 45).
Coelho tern razAo quando diz que as fatos folcl6ricos sao transmitidos atraves da
familia, a cultura brasileira e muito rica e pouco explorada, au temas 0 conhecimento de
que exists alguma lenda mas, enfim. poucos se interessam em pesquisar e procurar 0
porqu~ da lara, 8oitata, Boto, lemanja, Mae·d'agua entre Qutros muita interessantes
que vale a pella conhecer, pais. a diversidade de lendas e fantastica, estas lendas
citadas sao lendas amaz6nicas, mas 0 folclore brasileiro todos nos ja ouvimos algulll
dia, ou quando crianc;a ou depois de adulto, quem nunca ouviu falar 110 Saci?
2.2.10 pioneiro da Literatura no Brasil - Monteiro Lobato
Quem deu inicio a literatura brasileira fo; Jose Bento Monteiro Lobato (1882- 1948),
nasceu em Taubat9MSP, mais preci5amente no interior Vale do Paraiba, fazendeiro,
jornalista e pintor, alem de proprietario de uma importante revista de cultura,
revolucionou n05sa industria editorial, fazendo livros gostosos de ler.
Grande parte da literatura de Monteiro Lobato sempre foi direcionada aos leitores
pequeninos. Produziu durante toda sua carreira literaria 26 titulos destinados ao publico
infanti1. E urn dos mais importantes escritores da literatura infantoMjuvenii da America
latina e tambem do mundo,(Roschel).
Em 1918 fai lanyado 0 livro "Urup~s~, considerado uma obra prima e urn classico
da literatura infant ii, logo ap6s Ian yOU outros sucessos como "Cidades Martas".
"Negrinha", tambem consideradas belos classicos.
18
De 1921 a 1942, Monteiro Lobato escreveu vcirias obras destinados a literatura
infantil suas obras eram: 0 Saci, Aventuras de Hans Staden, Peter Pan, Reina~ao de
Narizinho, Viagem ao Ceu, Cayadas de Pedrinho, Hist6ria do Mundo para CrianQas,
Emilia no Pais da Gramatica, Aritmetica da Emilia, Geografia de Dona Banta, Historia
das Inveng6es, Mem6rias da Emilia, D. Quixote das Crianyas, Ser6es de Dona Banta,
o Poyo do Visconde, Historias de Tia Nastacia, 0 Pica-pau-amarelo, 0 Minotauro,
Reforma da Natureza, a Chave do Tamanho. Estas sao algumas obras da literatura
infantil, mas ha muitas Qutras destinadas aos adultos.
Sua obra com pieta foi em 1946. publicada pela Editora Brasiliense. Esta edig~o
foi preparada e reformulada pelo pr6prio Monteiro Lobato. 0 qual, inclusive, reviu
diversos de seus livros infantis. Lobato dedicava suas obras a questoes bern brasileiras
e descrevia sempre a realidade cultural do povo brasileiro. como par exemplo, a obra
"Jeca TatuU
, sfmbolo de urn Brasil rural e miseraveL
Lobato explora 0 folclore reaproveitando elementos e personagens da literatura
infantil tradicional. Tambem foi um defensor do cinema de Walt Disney e da frenetica
velocidade da vida e da cultura norte·americana. Segundo ele "a velocidade no
transports do pensamento" dessa cultura e seus "maravilhosos espetaculos da arte
muda" s~o ;'uma lilt~.o de moral que, se fora aceita, tiraria ao Rio 0 seu aspecto de
ar;ougue do crime passional. 0 cinema americana ensina a perdaa ... " (Roschel)
Para Cadermartori "0 sentido da obra de Monteiro Lobato S6 torna mais evidente
quando sua produyao literaria e contraposta as caracteristicas da vida cultural brasileira
ate determinado momento da nossa hist6ria". (CADERMARTORI,1986. p. 43).
Lobato estabelece rela~6es entre a literatura infantil e as quest6es sociais,
politica. econ6micas e culturais.
19
Alem de Monteiro Lobato existem outros milhares de autores de obras infanti5,
ande cada um S8 encarrega de transmitir criatividade, contribuindo entao a criatividade
das crianryas, alguns deles sao: Ruth Rocha, uma das escritoras mais premiadas da
literatura infanti1. tendo seu nome inclufdo na lista de l10nra do pr~mio; Hans Christian
Andersen em 1980, e ainda Qutros como: Ziraldo, Cecilia Meireles. Sergio Caparelli e
Ana Maria Machado (a defensora das fadas), entre outros maravilhosos auto res que
fazem parte da imaginaryAo dos leitores.
A literatura nao e apenas uma necessidade, mas sim uma maneira de adquirir
cultura.
2.30 QUE E, E COMO CONTAR HISTORIAS NA EDUCA9AO INFANTIL
A hi5toria certamente tern como objetivo principal ensinar, divertir, instruir e
educar; 0 contador de hist6rias dave estar de acordo com estes objetivos e tentar dar
prioridade aDs mesmos.
Nao hi!. quem nao possua, entre SUBS aquisiyoes da infancia, a riqueza das
tradi'toes recebidas oralmente. ou seja, nao existe alguem que nunca tenha cantada au
auvido hist6rias, pois esta arte ja vern de muito tempo atras e com certeza nao deixara
de existir.
Segundo Malba Tahan "A hist6ria, bem escolhida e bern orientada, pode servir
como viga-mestra na grande obra educacional". (TAHAN, 1966, p. 15).
As hist6rias ou fabulas abrangem 0 conjunto de acontecimentos ligados entre si
por rela96es de causas e efeitos, seus componentes sao as ayoes, as personagens, a
cO
espBCfo e 0 tempo, que convergem para desencadear 0 processo de transformayao de
um estagio primeiro a urn estado segundo operado par um fazer.
Coelho eila que "0 contador precisa estar ciente de que a hist6ria e importante.
Ele e apenas 0 transmissor que conla 0 que aconteceu e 0 taz com naturalidade, sem
afetayaes, deixando as palavras fluirem", (COELHO, 1999 p,50),
Portanto 0 contador deve ser espontaneo para que haja uma boa interpreta~ao.
N~o contraponda, mas seguinda a ideia de Coelho, Cecilia Meireles complementa,
o contador de hist6rias deve especializar •.e. deve $er um profission2l1com boa memoria, Valento interpretative e incentive ;). imagin",<;Jo. amfmica. "' voz. tem que ler uma ~\rte de represenlar; SAD indi6pensaveisem(ielerrnin doaambi",r'tes. ,1984, p.47- 50).
Certamente as entona<{oes de voz, al9m da expressao corporal sao passos
indispensaveis para uma boa atuay8.o durante a narrativa, a espontaneidade deve,
portanto, estar presente a todo a momento, antes, durante e depois da contayao de
historias. As histories sao transmitidas e mantidas durante muitos e muitos anos, e
mesma sofrendo alterayoes, as contos nao perdem sua magia e 0 imaginario popular
valse expandindo conforms a criatividade de quem conta e de quem ouve que
interpreta de acordo com seu s9ntimento atua!.
Para Cleo Busatto,
Conto hist6ria. para formar leitores: para fazer da diversidade cultural um fata;valorizar a$ elnias: manter a hist6ria viva; para se sentir vivo: para encantar esensibilizar 0 ouvinte; tocar 0 cora'Yao; alimenlar 0 espirito; resgalarsignificados para J10ssa exi!lancia e reativar 0 st'!grado. (1993, p. 46).
E viavel dizermos que 0 conto tera efeitos diferentes nas diversas pessoas que
ouvirelTl, pois cada pessoa interpreta de uma mane ira, nossa imaginayao e unica e
pode S9 perder no espayo, pois ocorre no inconsciente de cada UITl.
21
o g05tO de can tar historias e identico ao de escrever, as primeiros narradores
sao os antepassados an6nimos de todos as escritores. 0 905tO de aUl/ir e como 0 g05tO
de ler. Quanta ll1ais a crian\!a I~ e escuta historias mais aumenta 0 interesse em busca
de novas aventuras prazerosas.
De acordo com Susatto "0 escritor que apresenta agilidade mental ao esc rever,
e necessario que 0 narrador tambem apresente esta caracterfstica durante sua
atua<;ao". (BUSATTO, 1993, p.64).
Certamente para se tamar um contador de historias deve haver varias requisitos
importantes para que haja uma harmonia entre contador e auvints.
Param, a dedicayao e 0 esfor90 da pessoa interessada a aprender a contar
historias deve estar em primeiro lugar. pais a interesse e a vontade e ponto inicial para
o sucesso do resultado esperado.
Quanto ao professor em sua atuac~o, Amarilha corn nta: "Ao narrar oralmente, 0
professor esta oferecenda a crianga a possibilidade de ampliar sua capacidade de
antecipagao sabre as estrategias da linguagem literaria e da constru!(ao do sentido·'.
(AMARILHA, 1997, p.21).
Assim a CQnta9~o de hist6ria serve para despertar a curiosidade e a criatividade
nao so da crianya como tambem do adulto; se ambos gostarem da hist6ria
provavelmente S9 interessarao par Qutras obras do mesma autor.
Uma das contribuig6es mais satisfat6rias que encontramos hoje em dia sao os
contadores de historias que 59 aperfeicoam durante suas varias apresentacoes, sao os
voluntarios que contam suas historias em asilos, hospitais, albergues e orfanatos.
Pessoas Simples que 56 dedicam a encantar a quem esta desencantado, a animar e
dar esperan~as a quem nao tern, pessoas que nao tern curso sobre a tecnica de con tar
historias, mas que se esforc;:am com um (mica intuito a vontade e a caridade.
A magia do ato de cantar historias nao se resume a historia contada, mas ao
proprio ato.
Gantar hist6rias e dar vida a hist6ria e aos personagens. e tentar transmitir toda a
ema9~a, suspense e alegrias que os personagens enfrentam diante de sua jornada.
Malba Tahan (1996) sugere alguns passos para a realiza,ao de conta,ao de
hist6rias:
Possuir as no~oes indispensaveis da literatura geral e de folclare.
Estudar, com 0 necessarlo desenvolvimento, a literatura infanti!.
Conhecer as noyoes elementares, fundamentais, da psicologia da crianc;:a e
do adolescente.
Ler, sempre que passivel (tsr anotando, criticando e analisando) as livros de
contos, novelas, etc., destinados a crianya e ao adolescente.
Assistir aDs filmes especialmente destinados as crian<;as (desenhos
animados, comedias, etc.).
Ler constantemente os jornais, revistas especializadas, almanaques infantis,
hist6rias de quadrinhos, etc.
Conhecer as principais trabalhos sobre teatro infanti!.
Entrar em contato com as crianc;:as. ouvir as suas hist6rias e acompanha-las
em seus jogos e brinquedos. (1996. p.49).
Tahan resume atraves de itens os passos necessarios para um iniciante
cantador de Ilistorias, e certamente estes passos poderao auxiliar 0 professor de
educa9ao infanhl a utilizar esta atividade. Mas para que iS50 ocorra e preciso
primeiramente vontade e interesse, colocando sempre a frente sua importancia e
significado.
Ao iniciar uma narrativa e indispensavel primeiramente conhecer bern 0 emedo
da hist6ria, solicitar silencio no audit6rio, pais qualquer ruido que seja tira a aten~ao das
crian9as. Nao e necessario tambem 0 exagero teatral. pOis, as crianQas prestarao mais
aten9ao nos gestos que no pr6prio contelldo da hist6ria; para tanto e essencial fazer 0
uso adequado dos gestos sendo simples e expressivos, cuidar para que a entona9~o
da voz elou 0 timbre seja claro e agradavel.
Para contar uma hist6ria deve·se lar muito, escolher uma boa hist6ria al8m de
incorpora·la, arranjar urn espaco silencioso. prestar atencao na plateia, ouvir os
comentarios dos alunos e final mente dar um tim na narrativa, s~o requisitos basicos que
ajudam no sucesso da contaQao de hist6rias.
Na educaQao infantil a hist6ria pode ter uma finalidade didatica, 0 professor pode
elaborar um projeto que globalize todas as atividades a serem realizadas.
Quando se fala em con tar hist6rias todos imaginamos uma pessoa fantasiada
com a auxilio de varias recursos etc. mas as vazes nern sempre e assim, nao existe um
ritual especffico, pois 0 uso destes recursos fica a criterio da eada contador de historias.
As vezes pode acontecer do professor nao se sentir a vontade, Oll ate se intimidar com
o uso destes recursos.
o uso de aces sari os como fantoches, dobraduras, marionetes. por exemplo,
pode ser uma alternativa muito interessante para despertar 0 interesse pela histaria.
Caso os profess ores nao ten ham estes objetos disponfveis, hoje em dia contamos com
a fantastico mundo das sucatas que sao instrumentos dteis e seu manuseio e super
factI.
Certamente, a hist6ria bem contada via oral e muito mais atraente. Mas com a
tempo tuda foi mudando e conforme as exigencias do mercado esta arte foi
desaparecendo e Qutras formas de comUniC898.0 foram surgindo como a televisao. E a
partir dela podemos tambem entrar em cantata com as hist6rias. gra«as a prodllyao de
Walt Disney, foi ale 0 grande responsavel pelo renascimento das vel has historias
europeias, arabes e orientais e com elas recriOll um repert6ria genial. A TV tern sua
importancia mas nao deve sllbstituir a narrativa do professor.
2.4 A CONTRIBUIc;:Ao DA CONTAc;:Ao DE HISTORIAS
Ul11a das contribuicOes mais importantes da contacAo de historias e certamente a
formactio de futures leitores, pois sa ha a 9Osto de ollvir, futuramente 0 905tO por ler
sera identico.
o estimulo a leitura deve se iniciar desde ceda, com a famma e ap6s na educacAo
infantil. onde 0 contato com as livras de historias e maior, lei se ouve hist6rias,
manuseiam as livros e S9 interessam pelas ilustrac5es, que e muito importante, pois
mesmo sem saber ler a crianc;a imagina a hist6ria com a auxflio das figuras ilustradas.
Amarilha diz que "as livras infant is indicados para leitores principiantes apresentam
poucas palavras e as ilustraryoes carregam as agoes da narrativa formando assim 0
texto da historia e permitindo-Ihes a experi~ncia de leitores", (AMARILHA, 1997, p.41),
A autora refere-se a quanta e importante a leitura de irnagens, tao necessarias
quanto as palavras. A autora recorda ainda que: "No livro com gravuras fartas, a crianya
poderia gani1ar carta autonomia na laitura, dispensando a presen~a do adulto, do pai,
da professora, do bibliotecario-. (AMARILHA, 1997, p,43).
Certamente as gravuras contidas nos livros sao essenciais para as crianyas que
ainda nao learn, para que formem suas proprias ideias contidas no decorrer das
paginas.
A ilustra~oes dos livros tern como objetivo enriquecer a Ilistoria e a imaginaQao
da crianlfa e contribuir para 0 seu desenvolvimento cognitiv~.
o livro com figuras e com uma linguagem direta proporciona intimidade as
crianlfas, principalmente as de educac;ao infantil que podem dirigir seu pensamento em
busca de significados.
Segundo, Craidy et. AI,
Au redor do, tr~ aries, os contos de f",d~,s pess.'lm a dMpertar 0 inleres$einfanlil: hisl6rias que auxiliam aa cria~a a organizar as 1iiOO5 experiancias de~ida. lid'lf com receios e alegria$. com conquislm e perdas, enfim, cornsentimentos contradil6rios. Alelll diS!O, os contos de fada~, com seus s.eresmagicO$ e sellS finai,. eJ(empiares (em que 0 mal e sempre punido) sAohist6rias que ponibilitam a Cfifll'IC ~ (le qualquer conlexio social, econOmico,cultural, ~lniCQ, racial, a viv~rrcia de uma e)(peri~ncia sem precedentes. (2001,p. eS).
Com base nesta afirmac;ao podemos perceber que a conta9a.O de historia tern
uma grande importAncia na iniciavao escolar e deve ser enfatizada ainda mais na
eduCa98.0 infantil, po is e nesta fase que S8 inicia 0 desenvolvimento da linguagem, a
aquisi980 da eserita, a imagina<;:ao. 0 mundo da fantasia.
Sugere-se para as crian~as tres a seis anos livros com hist6rias de bichinhos, de
animais com caracterfsticas humanas ou tambem aos personagens que sao criam;as;
livros que abusam da fantasia, historias com fatos inesperados e que se repetem.
As proprias Craidy e Kaercher recordam que,
S.e observarmos at.enli!menfe. verernos que e deslas pratica5, de ouvir e contarhi!t6rias, que surge a no5$a relayao oom a teitura e a literatura. Portanto.quanto mail acentuarmos no dia-a-dia da Moola infantil este, momentos, rnaisestaremos contribuindo para formar crianc;as que gestern de ter e vejam nolivro, r1i:1leitura e na literatura tuna fonte de prazer e divertimento. (2001. p. 84).
Tal possibilidade pode acontecer com 0 apoio dos pais e principalmente dos
professores que tern como principal objetivo a educa~ao.
o importante mesmo e que as crian9as estejam em contato com todo 0 tipo de
obra literaria e fayam as suas op~6es.
Segundo os Referimciais Curricu/ares Nacionais, M.. €I importante que 0
professor saiba, ao Jer uma historia para as crian~as. que esta trabalhando mio s6 a
leltura, mas tambem, a fala, a escuta, e a escrita ...~ (199B, p. 53). E a consciencia dos
profissionais da educar;:ao quanto a este assunto evidencia resultados satisfat6rios
quanto ao desenvolvimento intelectuaJ e pessoal de uma crian<;a.
Sabemos que as hist6rias de Grimm. Andersen entre outros nunca serao
esquecidas par serem tao completas, funcionando para todas as idades. Os contos
desses autores sao mais enfatizados na idade pre-escolar. na fase em que a crian<;a ecuriosa, g05ta de explorar. conhecer e aprender; sua mem6ria e otima e consegue S9
Jembrar de alguns trechos das hist6rias que mais gostam. E 0 professor de educavao
27
infantil, como rnediador desse processo, deve perceber tal importancia e interierir
sempre. estimulando e incentivando a crianc;a ao habito e 0 prazer peJa laitura.
Na obra de Amarilha podemos encontrar a seguinte citac;ao
I\jos primeiros an0:5 e5Colare-s, a autooestirna da crianc;a depende €'m grandeparlE:! de sua relar;.1.o com it leitura (TLlttte. paquette. 1993, p.20). E por isso queela dave ser 0 mais .audavel polS!V!!1. novidlldeira. surpreendenle.6'Slimulanle. ludic" e iSIO tudo literatur'll oferF3'Ce. {1997, p. 58 .
Para que isto ocorra e necessaria que 0 professor lJtilize variDs recursos a fim de
estimular ainda mais a imaginac;ao da crianya.
o aluno que sa interessa peta historia tara curiosidade mais tarde de saber
Dutras e certarnente tamara g05tO peta leitura que deve ser 0 objetivo de todos os
professores atuantes na area educacional.
Segundo Bamberger: "formar uma pequena biblioteca para a crianya, com livros
presenteados ou comprados com 0 seu proprio dinheiro, e urn dos melhores meias de
promover 0 desenvolvimento da leitura". (BAMBERGER. 1995, p.71).
Porem nAo basta samente incentivar, mas tambem participar, pracurando
reservar algum tempo para participar da leitura, conversar sobre 0 que estao lendo etc.
Segundo Carvalho:
Antes mesmo de ensinar a de<:odificar as tetras e sons 1I preciso rnoslrar aosalunos 0 q~ ~ gnnha, 0 que se oblem com a leitura: mai iiSO s6 serapol.sivel por rneio de alividades que 1ayam sentido, ativid1'ldes de compreens.aode teitura de de a8 etapas iniciais da alfabelizayao. (2003, p.11).
E irnportante que os professores de edLlcagao infantil se conscientizern de que
esta etapa escolar da crianya necessita de um bom acompanhamento e atenyao. e que
devem aproveitar asta fase em que a crian<;:a se interessa per hist6rias para realizar urn
trabalho constante, incluindo a leitura todos os dias. Calocar ern sala de aula uma
caixa ou outro objeto con tendo varios livros para que os manuseiem em lim certo
horario do dia. Esta atividade certamente ira estimular a criancya a leitura e tambem de
se tornar responsavel. respeitar regras e hankies.
De acordo com Bamberger: "uma das principais tarefas do periada pre-escolar e
incentivar na crianga a expectativa de aprender a ler, a que tornara mais facil 0 ensina
da leitura no primeiro ano na escola". (BAMBERGER, 1995, p.64).
Certamente 0 incentivo e 0 primeiro passa a realizar. mas e 59 os resultados nao
forem satisfatorios 0 professor deve usar outros meios para assegurar 0 gosto pela
leitura. Entao por que nao usar a criatividade e 0 conhecimento com a conta9ao de
historias utilizando recursos que chamern a atenttAo e 0 interesse da crian9a.
Carvalho complementa.
Denlro e fora da elcola 0 principal motlVO pnra ol)Vir hiSI6rias e ler 0 prazer deouvi-Ias. Se a lurma 5& mostra inquieta e diitrafda OU impacienle.provavelmenle 0 texto. ou 0 mo~nto pa!".:. la·lo, nao toram bem escolhidos.Qu;.,ndo a hi't6ria agrada, os aluno!l ficarn 8tentOI e pedem para ouvi·la denovo muit • vezes. ,2003, p. 20).
Buscar livros e hist6rias dlferentes certamente. e 0 primeiro passo para 0
sucesso, pais as vezes as hist6rias se tornam repetitivas e 0 interesse vai diminuindo
com 0 tempo. 0 professor pode tambem sugerir que uma vez por semana as alunos
tragam urn livro de casa, quem sabe alguem possa ter alga diferente e atrativo, pode
nao ser para quem 1rouxe, que ja conhece, mas para os demais sera muito prazeroso.
29
3 PROCEDIMENTOS METODOLOGICOS
A presente pesquisa teve como objetivo 0 resgate da arte de con tar historias
para crianyas, visando sua importancia e tecnica.
Esta pesquisa foi deselwolvida numa abordagem qualitativa e em tr~s etapas:
1- etapa - pesquisa bibliografica atraves de levantamento bibliografico para S9
obler subsldios sabre os trabalhos publicados com relacclo ao tema.
2- etapa - pesquisa de campo para a coleta de dados sobre 0 assunto em
estudo.
Universo da pesquisa: Uma Escola Municipal (com observacao direta e
indireta) e a Escola Ursinilo Pimpao, rua Arion Niepce da Silva, 363. Portao.
Cep: 806110-310, fone: 345-9194
Amostra: professores da rede municipal que foram observados durante os
estagios da pesquisadora no ano de 2004 e 7 (set e) professores de
Educa<;ao Infantil da Escola Ursinho Pimpao.
Instrumentos utilizados: aplicayao de questionarios aos professores de
Educa<;ao Infantil da Escola Ursinllo PimpllQ,
3· etapa - organiza~ao e analise de dados
Os questionarios foram elaborados e aplicados no mes de outubro de 2004 e
foram respondidos per sete professores de educayAo infantil, que atuam em maternal I
ell. jardim I, II e III. Algumas professoras sao forrnadas em nivel superior e outras estao
cursando. Ha somente uma graduada em educayao infantil.
4 RESULTADOS E DISCUssAo
As presentes questoes t~m como objetivo principal verificar 0 conhecimento dos
professores em rela9ao a importancia de contar historias e avaliar 0 nfvel de
conhecimento, bern como as recursos e/OLI tecnicas utilizadas.
Em seguida serno apresentadas as respostas das professoras. considerando as
perguntas de quatro a oito.
A maiaria das professoras q~le atuam na escola pesquisada, passui 0 ensina
superior completo; algumas estao cursando, e somente uma e graduada em educacao
infantil que cuida da parte pedag6gica no periodo da manha e da tarde, no jardim 111.
Pergunta n!'l. 4: Voce oLivia historias quando crianya? Quem contava? E qual a historia
que mais te marcou?
Professores Respostas
Professor 1 Sim, minha avo, as historias que mais
me marcaram eram "As Artes de Pedro
Malazartes" .
Professor 2 Sim, meus pais e avos, "Joao e Maria",
na qual meu avo nomeava de "Joao e
Ritinha~.
Professor 3 Ouvia hist6rias diariamente, por minha
mae, a que mais gostava era ados Tres
Porquinhos.
Professor 4 Nao, ou melhor pouca, a professora da
escola, nao me lembro.
Professor 5 Minha avo contava muitas historias
folcl6ricas, principalmente do Saci.
Professor 6 Sim, meus pais, primos mais velhos.
Cinderela.
'Professor 7 Sim, familia, Cinderela.
Percebe-se que todas ouviam historias quando crianya e eram contadas pelos
pais, avos, primos mais velhos e professores; samente uma das entrevistadas nao
lembra de ouvir historias quando pequena, so algumas contadas pelas professoras. As
Ilistorias mais marcantes eram as ciassicas como: Chapeuzinho Vermelho. Os Tras
Porquinhos, Branca de Neve, Cinderela, Joao e Maria e ate as Artes de Pedro
Malazartes. somente uma entrevistada dtou as histories folcloricas como a do Sad.
Pergunta n.!! 5: Voce conta historias com frequ€mcia?
Professores Resposlas
Professor 1 Sim.
Professor 2 Sim.
Professor 3 Diariamente canto hist6rias para os
maus alunos, pois atraves das hist6rias
a crianrya aurnsnta sua imagina~ao.
Professor 4 Muita.
Professor 5 Conforrne planejamenta e em tardes
Hvres.
Professor 6 Canto e leio historias.
Professor 7 Sim.
De acordo com as res pastas, todas cantam historias com freqClencia ou
conforme a planejamento: au ainda utilizam a historia como recurso nas tardes livres.
Uma das entrevistadas, que par sinal e formada em latras. cita que conta historias todos
os dias reconllecendo assim sua importimcia para a imagina~ao das crian9as.
Percebe-se que as professoras estao conscientes da irnportAncia da contaQao de
historias, e principal mente da importancia de a crian9a ter contato com a imaginayao e
a descoberta.
Pergunta n.§! 6: Que tipo de atividade e/ou recursos voce utiliza para a contaQao de
historias?
Professores Resposlas
Professor 1 IPrimeiramente 0 suspense, entonaQao
!de voz, livros e fantoches.
Professor 2 Fantoches, livros, desenhos, figuras,
fantasias, teatros.
Professor 3 Para can tar hist6rias ja utilizei fantoche
de dado, fantoche manual, ja contei em
avental, usando ba5tante criatividade
para atrair a atenQ~o das crianc;:as.
Professor 4 Desenho livre no decorrer da hist6ria,
fantoche, gest05 e tons de voz.
Professor 5 Fantoche, sombra, fantasia, (conforme
personagem).
Professor 6 Na maiaria das vezes 0 meu corpa e a
vaz. Ja usei fantaches.
Professor 7 Livros e fantoches.
De acordo com as respostas da questao nlm1ero sels. verifica-se que as
entrevistadas utilizam recursos para a contaQao de hist6rias. Os principals sao: livros
corn bastantes ilustrayi3es, as fantoches, fantasias, gestos corporais, entonaQao de voz,
sombra. Tres professoras citaram a entona9ao de voz que e um dos recursos mais
admirados pelas criancas quando bem feito.
Pergunta n.~ 7: Que genera de literatura voc~ utiliza na contaca.o de historias?
Professores Respost.s
Professor 1 Varios, tam bern os livros que as
criancas trazem para a escola.
Professor 2 Leitura d.s imagens, e importante aleitura previa.
Professor 3 Literatura classica e as
contemporAneas.
Professor 4 Qualquer uma pOis para 0 maternal visa
o figurativo e nAo 0 textual.
Professor 5 Depende do planejamento. folcl6rica.
classica e direcionada.
Professor 6 Contos de fadas, os originais (Grimm,
Perralt, Andersen), alguns com carater
pedag6gico (Ruth Rocha).
Professor 7 Classico e contemporaneo.--
Os generos literarios mais utilizados s~o os classicos. contemporaneos, contos
de fadas. folcloricos e alguns de carater pedag6gico como (Ruth Rocha). Somente uma
das entrevistadas, 0 professor numero dais, confundiu a literatura por leitura, ficando
assim urna res posta incompleta. As demais professoras preferem as classicas, mas
fazem 0 uso dos demais generos literarios existentes.
E importante qua 0 professor conheya os generos literarios para que possa
enriquecer suas atividades na contayao de historias.
Pergunta n.9 8: Na sua opiniao, qual a contribui~ao da conta9ao de historias para a
educayao infantil?
Professores Respostas
Professor 1 Com certeza serao cidadaos mais
criativos e tam bern felizes.
Professor 2 Desenvolve a criatividade, trabalha com
0 ludico. possibilita 0 "faz de conta",
adentrando assim no imaginario.
Professor 3 E atrav9s da cOl'lta((ao de hist6rias que
trabalha na crianya 0 ludico, a
imaginay8.o; pois a historia efundamental tanto na educayao infantil
como em Qutro nivel escolar.
Professor 4 Muito importante: concentrayao.
curiosidade, descobrimento de fatos
novas e principalmel'lte 0 gosto que cria
para a leitura.
Professor 5 Faz a crianya imaginar, fantasiar,
vivenciar a assim se tarnar uma crianya
de bern com a vida.
Professor 6 A contribuiyao da literatura infantil e de
dar experiEllncias de vida para as-
35
crianyas que nao a tem. E nesse mundo
de fic9/io qua ala, a crianc;:a ira se
transportar e conseguir lidar com certos
conflitos que a seu heroi predileto
vivenciou; literatura e arte.
Professor 7 Memoria, imaginac;:ao, vocabulario.
Finalizando as repostas obtidas, atraves da questao numero oito que
relacionada a contribuic;:ao das historias na educac;:ao infantil, percebe-se que todas
eslao se referindo a importancia dessa atividade, pois estimula a imaginac;:8.o, memoria;
ha um enriquecimento do vocabulario, 0 ludico que possibilita 0 faz-de-conta, g05to pala
leitura, criatividade, entre outros.
Analisando as respostas obtidas atraves dos questionarios pode-se perceber que
as professoras estao canscientes quanta a contac;:ao de historias, sua importancia e
principalmente sua responsabilidade quanto a formayao de futuros leitores e contadores
de historias. Percebe-se tambem que as entrevistadas fazem 0 uso dos recursos na
contaQao de historias e 0 fazem de modo adequado, pois ha urn grande interesse das
crian9as quando surge urn recurso diferente ou uma historia nova. Por isso e irnportante
estar sempre inovando seu repert6rio de literatura infantil, a repetic;:ao as vezes torna-se
cansativa, dispersando a atenc;:ao das crianc;:as.
Por ser uma instituic;:8.o particular ha uma preocupaC;:80 maior quanto as
atividades a serem aplicadas, mas para que isso ocorra e necessario 0
acornpanhamento e a cobranc;:a da parte pedagogica, no qual constatou-se que ha urn
otimo entrosamento da equipe pedagogica com os professores.
Urna das entrevistadas, em seu depoimento, disse que na escola nao havia
fantoches, mas que usavam as sucatas para confeccionar junto as crian9as e faziam 0
uso das fantasias existantes na escola. Trabalham as atividades em equipe; lima das
professoras confeccionoll um avental com a paisagem da floresta, a casa de doces
utilizando balas e pirulitos e os bonecos grudavam e desgrudavam do avental no
decorrer da historia de Jo~o e Maria. As crian9as fica ram encantadas, participaram.
falaram, viajaram no mundo da fantasia com os personagens. 0 avental confeccionado
foi tirado da Revista Nova Escola (2000, 44)conforme a reportagem em anexo.
Todas as entrevistadas tambem dao importancia a entonayao de voz, e aos
gestos para despertar a atenQ8:o e a curiosidade da crianya.
A 11ist6ria se for bern trabalhada, faz com que a crianya S8 questione sobre 0 que
esM por vir, porque ocorreram tai5 situayoes. entre outras questoes. auxilia futuramente
em suas produyOes.
o professor ao narrar uma historia proporciona a crianya uma atividade sadia e a
oportunidade de desenvolver a imaginayao alem de enriquecer a vocabtllario e
incentivar a curiosidade, nao 56 palo mundo do encantamento como tambem pelo
mundo atual.
Quanto a Escola Municipal. observada durante os est3.gios, constatou-se que 0
pedagogo e as professores nao se interessarn e nem utilizam esta arta com freqi.iencia
em sala de aula. Apontam como motivo a falta de recursos, materiais pedagogicos,
livros e outros.
Ate seria urn argumento convincente se nao houvesse outras possibilidades,
como por exemplo, a utiliza¥ao de sucatas. Ate porque as escolas particulares utilizam
.17
este recurso riqufssimo para as confecyoes de fantoches, marionetes, personagens,
entre Qutros.
Sao queste5es que nos fazern reflatir sobre 0 papel do professor, sua atuay:ao e
suas praticas pedag6gicas em sala de aula.
A arte de cantm hist6rias, principalmente na educacao infantil, e um8 atividade
ludica que na.o depende somente de materiais concretos, mas slm de uma iniciativa do
professor em buscar esse conhecimento na pr6pria sala de aula com seus alullos.
Inovar sua metodologia, rever suas praticas pedag6gicas, criar com a crianya
momentos rnagicos. brincar, divertir, contar e encantar.
A arte de contar hist6rias ainda vive e faz parte do cotidiano e-scolar.
principalmente na Educagao Infantil.
5 CONCLUsAo
Analisando as respostas e contribuiyoes de alguns autores, chega-se a seguinte
concll/sao: que depende da educac;ao transrnitida pelo professor e principalmente de
sua consciencia enquanto parte integrante da ayao educativa a atitude e a vontade de
estabelecer rela<;6es ligadas a realidade educacional atual, e tambem de buscar
alternativas conscientes que possibilitem estabelecer rela~oesentre a necessidade e a
realidade de sua turma.
PropOe-sa entao que 0 professor reflita sua pratica e principalmente valorize asta
arte, que busque recurSDS atraentes que possibilitem 0 aprendizado do aluno: que as
atividades de contayao de historias nao sejam somente sistematicas, mas atraentes,
motivadoras e. principalmente, que proporcione a crianya a oportunidade de
desenvolver a imaginaya.o, de enriquecer 0 vocabulario e incentivar a curiosidade, nAo
s6 pelo mundo do encantamento como tambem pelo mundo atual.
Durante os estagios realizados nas escolas municipais. como tambem no curso
de pedagogia, percebeu-se os prafessores I~em poucas historias infantis. E foi a partir
desta observayao que surgiu a curiasidade de saber se acantecia 0 mesma com as
eseolas partieulares.
Nas escalas munieipais. os professores usavam somente a instrumento TV que
acalma e prende a aten9~o das criancas. A primeira providencia dada a urn professor
eonsciente seria diminuir 0 aces so a TV e busear atrav8S da contayao de hist6rias urn
prazer satisfatoria tanto pra ele quanto para as alurlOS de Educayao Infantil que
necessitam do faz·de·conta e da imaginagao fazendo de sua criatividade urn passo
essencial para resolver situagoes problemas mais tarde.
Percebe-se que no mundo atual, devido ao grande desenvolvimento tecnologico,
muitas coisas vem sendo substitufdas. Os objetos antigos vao sendo esquecidos; 0
tempo das pessoas diminui, a industrializaCao aumenta a cada dia, e as pessoas
esquecem de viver. Os livres vao perdendo seu valor; hoje pod em os ver e ouvir os
classicos infant is pela televisao, ler histarias pelo computador, e as histarias con tad as
vao perdendo seu valor.
Observou·se entao a necessidade de buscar alternativas para uma pratica
pedag6gica de leitura mais envolvente em sala de aula com respaldo teo rico que
propusesse novidades neste campo.
olD
REFERENCIAS
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41
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ROSCHEL, Renato.Monteiro Lobato, disponivel em
folhaonline.com.br. Acesso em: 01/10/2004.
TAHAN. Malba. A Arte de Lere ContarHist6rias. Rio de Janeiro: Ed. Conquista, 1966.
http://almanague-
ANEXOS
43
ANEXOS 1
QUESTIONARIO AOS PROFESSORES
Profess ores!
Contamos com a sua participaCfao nesta entrevista, pais sua contribuicao sera relevante
na elaboracao do meu Trabalho de Conclusao de CursQ, para a obtencao da
Licenciatura Plena em Pedagogia.
Obrigada.
1- Nome?
2- escolaridade?
3- em que !llvel da educayao infantil voce atua?
4- voc~ ouvia historias quando crianya? Quem contava? E qual a hist6ria que mais
te marcoll?
5- Voce conta historias corn freqO~ncia?
6- Que tipo de atividade e/au recurso voce utiliza para a contayao de hist6rias?
7- Que genero de literatura voce utiliza na contacao de historias?
8- Na sua opinia.o, qual a contribui(fao da contayao de historias na educa<;:ao
infantil?
ANEXO 2
REPORTAGEM DA REVISTA NOVA ESCOLA.
C onur hislOrhs e urn des h:t·bitos rrutu impon:mtcs (e
2nti~05) dtl Hum:mld:.d(!.
N3. escol2 nla t. di~crenle. Nes::u h(l-
ro, U cnancu. sobretudo as rrw:no-
ra, hm em silencio."tenW :lOck·senrobr do texto. E \-oct SJbe: como~ 3.10"jUd2 .1dapcrur 0 ,OSlO pe-
b kiwi'll. Urn hom jeilo de orpni::l:r
3.dunudl HOr3 do Canto t. usar urn
;wcnt31que b..: as vt:es de p:tlco e ct-nirio. Ebine .-usis de: MOUI"ll lecion2
p.1t'l1 unu tumu de 6 .Inos em BnHl-
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b"; um nl1lIlmchdinh.t murom c 0
o\:tm nunu dt !llgod1o <:fU.
4, Cabelo
P.lr':l ..I \'\.J,'(\. emit tlois pcd!l('O$ r'C-
dondt..osd~ Cdtrob~nco, C:XUUmcnt.::
ist' ~is e tllJJorts que ~ Il".edidll d"••.':tht~. i'illin ddt'S, :lbl'J. um qU!.tdl"'3.-
.i., P<1l';1q~lc 0 MS~O fiqut tt m05U;'.
lJIl_I.I IX1I'{u.: ..:m.:.:1i~ (J:wo{!3. P'lT!I
de .t!~Uf;,l e ..:Cl•...lqlll:-oJs..:m Lim:l P.W.l
~ryir dt mold.!. Lorte e colO! p.m,·
par JXlrtt: ~ bord..l, p..1is: l. COIl qU-;:I1~
Ie 5(:C'2 l'.1pid:l!n'!nt~. ,-' \"~II,\r.Q 11'::1
por conu d:1 'iU(\ .1m.1.J;in;\,i.). P~'r
rim, 'fixe 0 \"t:lcro 111m do.! ';;'ld.~ I);,:r-
~'(In.lg.em p:lr:l 4u~ d~li p,'~Ln X! 1;-
).-:tr no ccndrio.
Q'uer sabe"'r_mals?Art., do Amor; Av..ROOM I(~nnedy,
.~215:[o}lll1. 09860:000, 5'40 ~rdodo campo. SP. tel. «t ~11) 43.11-2054
. coleiio Mac\ster. AV. Eng. Alberto di, zatottll. 1301, 04675-2:0, S!o P.,:nr.o,
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ANEXO 3
FOTOS- RECURSOS UTILIZADOS NA CONTAQAO DE HIST6RIAS.
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