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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO DEP. DE CIÊNCIAS AMBIENTAIS E TECNOLÓGICAS CURSO DE ENGENHARIA CIVIL SAVANNA CRISTINA MEDEIROS D’AGUIAR MATRÍCULA: 2012003448 RELATÓRIO FINAL DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO NA EMPRESA PROEL ENGENHARIA Mossoró/RN 2014

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Page 1: universidade federal rural do semi-árido dep. de ciências

UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO

DEP. DE CIÊNCIAS AMBIENTAIS E TECNOLÓGICAS

CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

SAVANNA CRISTINA MEDEIROS D’AGUIAR

MATRÍCULA: 2012003448

RELATÓRIO FINAL DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO NA EMPRESA

PROEL ENGENHARIA

Mossoró/RN

2014

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SAVANNA CRISTINA MEDEIROS D’AGUIAR

MATRÍCULA: 2012003448

RELATÓRIO FINAL DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO NA EMPRESA

PROEL ENGENHARIA

Relatório Final apresentado ao Conselho do Curso de Engenharia Civil da Universidade Federal Rural do Semi-Árido, como requisito para a aprovação nas Atividades de Estágio Supervisionado I.

Orientador: Christiane Mylena T. de Menezes Gameleira Supervisor: Ivan Gonzaga Júnior

__________________________________

Assinatura do Supervisor na Empresa

__________________________________

Assinatura do Orientador

Recebido pelo Conselho de Curso em: ______/ _______ / ________

__________________________________

Assinatura do Coordenador de Curso

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3

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Armazenamento das lajes de concreto pré-moldado. ................................ 8

Figura 2 - Forma de armazenamento das lajes de concreto pré-moldado. ................. 8

Figura 3 - Apoio das lajes de concreto pré-moldado. .................................................. 8

Figura 4 - Acúmulo de água na vala da fundação. ...................................................... 9

Figura 5 - Nivelamento em relação as linhas do gabarito. ......................................... 10

Figura 6 - Execução do lastro de concreto magro. .................................................... 11

Figura 7 - Delimitação do eixo e face das fundações. ............................................... 11

Figura 8 - Escavação manual do fundo das valas para posterior colocação das

formas. ...................................................................................................................... 13

Figura 9 - Colocação da forma da base de uma das sapatas executadas. ............... 14

Figura 10 - Montagem da ferragem da base da fundação. ........................................ 15

Figura 11 - Montagem da ferragem do pescoço da fundação ................................... 16

Figura 12 – Verificação prumo e nível. ...................................................................... 17

Figura 13 - Coleta de concreto para realização dos ensaios ..................................... 19

Figura 14 - Slump test. .............................................................................................. 19

Figura 15 - Corpos de prova imersos em água (cura). .............................................. 20

Figura 16 - Saturação das formas previamente limpas e vedadas. ........................... 21

Figura 17 - Concretagem de uma das sapatas. ........................................................ 22

Figura 18 - Acabamento das sapatas. ....................................................................... 22

Figura 19 - Formas dos pescoços. ........................................................................... 23

Figura 20 - Concretagem dos pescoços. ................................................................... 24

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4

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO...................................................................................................................... 5

1.1 OBJETIVOS ......................................................................................................................... 5

1.2 JUSTIFICATIVA ................................................................................................................. 5

1.3 PERFIL DA EMPRESA ....................................................................................................... 5

1.4 ÁREA DO ESTÁGIO .......................................................................................................... 6

2 DESENVOLVIMENTO ........................................................................................................ 7

2.1 CONCRETO PRÉ-MOLDADO .......................................................................................... 7

2.2 ESCAVAÇÃO, LIMPEZA E REGULARIZAÇÃO DAS VALAS ..................................... 9

2.3 ARMAÇÃO DAS SAPATAS ............................................................................................ 12

Confecção das formas .................................................................................................... 12

Montagem da armadura ............................................................................................... 14

2.4 CONCRETAGEM .............................................................................................................. 17

Concretagem das bases das fundações ........................................................................ 17

2.4.1.1 Lançamento e adensamento .......................................................................................... 20

2.4.1.2 Acabamento .................................................................................................................. 22

Concretagem dos pescoços das sapatas ....................................................................... 23

3 CONCLUSÕES .................................................................................................................... 25

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................................. 26

ANEXOS .................................................................................................................................. 27

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1 INTRODUÇÃO

1.1 OBJETIVOS

O presente relatório tem como objetivo descrever as atividades desenvolvidas

durante o estágio na empresa PROEL (Projetos de Engenharia e Execuções LTDA),

no período de 16 de abril de 2014 a 11 de julho de 2014, correspondente à disciplina

Estágio Supervisionado I (AMB1081), tendo preponderantemente como competência

a abordagem sucinta das atividades desenvolvidas na empresa, o relato das

dificuldades encontradas e especificação das atividades desempenhadas que

possibilitaram maior engrandecimento profissional.

1.2 JUSTIFICATIVA

A prática do estágio supervisionado deve ser de imensa prioridade para àquele

que vislumbra exercer sua profissão com responsabilidade, uma vez que integra o

futuro profissional ao mercado de trabalho, complementando sua formação

acadêmica, mediante a associação entre teoria e prática, possibilitando a ampliação

dos seus conhecimentos e a melhoria no desempenho de suas atividades técnicas.

1.3 PERFIL DA EMPRESA

O presente estágio supervisionado foi realizado na empresa PROEL

engenharia, localizada na Rua Severino Batista de Lima, 54, Mossoró/RN. A obra na

qual o estágio foi de fato concretizado tem como finalidade a construção do Bloco de

Laboratório das Engenharias da Universidade Federal Rural do Semi-Árido.

A PROEL atua no mercado da construção civil desde 1997 através da

prestação de serviços nas mais diversificadas áreas da Engenharia. A empresa está

entre as melhores e maiores empresas do ramo na região, uma vez que se busca

executar suas obras com máxima eficiência em termos de produtividade da mão-de-

obra, racionalização dos materiais e melhoria no processo produtivo com o objetivo

de concluir suas obras dentro dos prazos estabelecidos em contrato e dentro da

qualidade exigida pelo cliente.

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1.4 ÁREA DO ESTÁGIO

O estágio foi desenvolvido principalmente na área de gerenciamento e

execução de obras.

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2 DESENVOLVIMENTO

Durante todo o período de estágio foi possível observar e analisar os projetos

referentes à obra, assim como, acompanhar e fiscalizar todas as etapas executadas

de forma a conferir a qualidade do serviço. Dessa forma, possibilitou associar um

projeto real e sua aplicação em campo, aprimorando de fato o conhecimento quanto

às simbologias, observações de um projeto e suas adequações com a realidade de

execução da obra, relacionando a técnica utilizada ao que foi aprendido durante o

curso de graduação em Engenharia Civil.

Dos projetos, atentou-se principalmente para os que estavam sendo mais

utilizados na etapa em desenvolvimento, a saber: a planta de forma das fundações e

as pranchas referentes à armação das sapatas.

Da execução da obra, foram acompanhadas as seguintes atividades:

escavação das valas e regularização das bases, armação e concretagem das sapatas.

2.1 CONCRETO PRÉ-MOLDADO

A superestrutura da obra ora citada será de concreto pré-moldado. Nas duas

primeiras semanas de estágio ao final de cada dia o Engenheiro responsável recebia

oito lajes pré-moldadas que serão utilizadas posteriormente na construção do primeiro

pavimento e, foi possível acompanhar o descarregamento destas. As peças,

identificadas com as nomenclaturas de projeto, eram enviadas pela T&A Pré

Fabricados, empresa terceirizada contratada para fabricação, execução e montagem

das peças pré-moldadas.

Para o içamento e manuseio das peças foi utilizado um guindaste e estas

foram armazenadas próximas ao canteiro de obras (Figura 1). Conforme as

observações realizadas, o armazenamento segue alguns pontos importantes citados

na NBR 9062/2006, item 10.2.1, uma vez que este foi efetuado sobre dispositivos de

apoio, assentes sobre o terreno. A norma supracitada descreve ainda que podem ser

formadas pilhas, intercalando-se dispositivos de apoio para evitar o contato das

superfícies de concreto de dois elementos superpostos (Figura 2 e 3). Inicialmente

eram formadas pilhas de seis lajes, porém observou-se que o terreno estava cedendo

devido ao peso das peças, sendo assim foi necessário reduzir o número de peças

empilhadas, passando a formar pilhas com quatro peças.

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Figura 1 - Armazenamento das lajes de concreto pré-moldado.

Fonte: Autoria Própria.

Figura 2 - Forma de armazenamento das lajes de concreto pré-moldado.

Fonte: Autoria Própria.

Figura 3 - Apoio das lajes de concreto pré-moldado.

Fonte: Autoria Própria.

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2.2 ESCAVAÇÃO, LIMPEZA E REGULARIZAÇÃO DAS VALAS

No mês de abril, quando o estágio foi iniciado já haviam ocorrido à limpeza,

regularização do terreno e execução do canteiro de obras, sendo possível

acompanhar a escavação para a abertura das valas das fundações, bem como a

limpeza e regularização destas.

Durante o período inicial do estágio, foi possível acompanhar a regularização

do fundo das valas das fundações e colocação de um lastro de concreto magro de 5

cm de espessura com objetivo de uniformizar e limpar o piso sobre o qual seria

colocada as fôrmas para execução das fundações. Este foi colocado sobre o terreno

devidamente compactado e nivelado em relação às linhas do gabarito. Deve-se

salientar que foi adicionado ao concreto, utilizado na regularização, um aditivo

impermeabilizante.

É importante ressaltar que umas das maiores dificuldades enfrentadas foram

às chuvas ocorridas no período, tendo em vista que as mesmas propiciaram

obstáculos para a regularização de algumas fundações em função do acúmulo de

água nas valas escavada, o que, por sua vez, comprometeu o andamento da obra, já

que foi necessário retirar o excesso de água para dar continuidade ao nivelamento e

etapas subsequentes. A Figura 4 apresenta uma das valas em que houve acúmulo de

água.

Figura 4 - Acúmulo de água na vala da fundação.

Fonte: Autoria Própria.

As Figuras 5 e 6 apresentam, respectivamente, o nivelamento em relação às

linhas do gabarito e a execução do lastro de concreto magro. O nivelamento cumpriu

a recomendação de ser feito de modo que a altura do fundo da vala ao topo da

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fundação, após a colocação do lastro de concreto, respeitasse as especificações de

projeto.

Figura 5 - Nivelamento em relação as linhas do gabarito.

(1)

(2)

(3)

Fonte: Autoria Própria.

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11

Figura 6 - Execução do lastro de concreto magro.

(1)

(2)

(3)

(4)

Fonte: Autoria Própria.

Em paralelo a regularização das bases, o mestre de obras solicitou que

houvesse o acompanhamento dos estagiários durante o traçado das linhas, cujo

objetivo é delimitar os eixos e as faces das fundações (Figura 7). A partir destas

conferiu-se os níveis, o esquadro e as medidas do gabarito, verificando se estavam

de acordo com as especificações previstas no projeto. Verificação bastante

importante, pois posteriormente seria realizada a colocação das formas das bases e

armação das sapatas.

Figura 7 - Delimitação do eixo e face das fundações.

Fonte: Autoria Própria.

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12

2.3 ARMAÇÃO DAS SAPATAS

Durante a execução das sapatas, foi possível acompanhar as atividades

desenvolvidas pelos carpinteiros, responsáveis pela confecção das formas de

madeiras, e pelos ferreiros, especializados na montagem da armadura de aço. A

interação entre os estagiários e os responsáveis durante a execução do serviço é de

grande importância, pois erros nesta etapa pode comprometer a estrutura. Dessa

forma, foi de grande valia para o meu crescimento profissional ter participado de todas

as discussões acerca das dúvidas que surgiram durante a análise do projeto por parte

daqueles responsáveis pelo serviço, mestre de obras e engenheiro.

Confecção das formas

As formas devem possuir exatidão e rigidez, uma vez que são responsáveis

por garantir que uma estrutura ou qualquer peça de concreto armado seja executado

fielmente ao projeto. Segundo a NBR 14931/2004, as formas devem adaptar-se ao

formato e às dimensões das peças da estrutura projetada, respeitadas as tolerâncias,

caso o plano da obra, em virtude de circunstancias especiais, não as exija mais

rigorosas. A norma mencionada anteriormente especifica ainda que a forma deve ser

suficiente estanque e seus elementos estruturantes devem ser dispostos de modo a

manter o formato e sua posição durante toda a utilização.

Sendo assim, as formas das bases das fundações foram confeccionadas

visando proporcionar às peças exatamente a forma descrita no projeto, a evitar a

deformação excessiva durante a concretagem e buscando-se facilitar a sua

desmontagem sem choques e esforços desnecessários. Entretanto, visando atender

ao último ponto citado foi necessária a escavação manual das laterais de algumas

valas (Figura 8), haja vista que após a colocação da forma o mesmo ficaria muito

apertado, dificultando, portanto, a desmontagem.

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13

Figura 8 - Escavação manual do fundo das valas para posterior colocação das

formas.

Fonte: Autoria Própria.

Foram traçados arames dos eixos e dos lados da fundação a partir do gabarito,

executado e verificado de acordo com a planta de forma. Sendo assim, utilizando-se

um prumo de centro, os eixos foram transferidos para a base de concreto magro e,

em seguida, a forma foi colocada na vala. A Figura 9 apresenta a colocação da forma

da base de uma das sapatas executadas.

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Figura 9 - Colocação da forma da base de uma das sapatas executadas.

(1)

(2)

(3)

(4)

Fonte: Autoria Própria.

Montagem da armadura

Segundo a NBR 14931/2004, a armadura deve ser posicionada e fixada no

interior das fôrmas de acordo com as especificações de projeto, de modo que durante

o lançamento do concreto se mantenha na posição estabelecida, conservando-se

inalteradas as distâncias das barras entre si e com relação às faces internas das

formas.

As barras utilizadas na obra são fornecidas pela PERCOL Engenharia e estas

são entregues dobradas. A montagem das armaduras foi feita por amarração,

utilizando arames, seguindo rigorosamente o projeto, respeitando os espaçamentos e

comprimentos especificados. Uma tarefa fundamental desempenhada nesta etapa foi

acompanhar atentamente o serviço dos armadores para que não fossem cometidos

erros, como, por exemplo, troca de ferragem.

De acordo com a NBR 14931/2004, o cobrimento especificado para a armadura

no projeto deve ser mantido por dispositivos adequados ou espaçadores e sempre se

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15

refere à armadura mais exposta. É permitido o uso de espaçadores de concreto ou

argamassa, desde que apresente relação água/cimento inferior ou igual a 0,5, e

espaçadores plásticos, ou metálicos com as partes em contato com a forma revestida

com material plástico ou outro material similar.

Na armação das bases das sapatas foram utilizados espaçadores

argamassados confeccionados na própria obra, conhecidos como “cocadas”, de forma

a garantir o cobrimento, que deve ser preenchido com concreto, de forma a evitar a

corrosão das armaduras e, consequentemente, aumentar a durabilidade da estrutura.

A Figura 10 apresenta a montagem das ferragens de uma das bases.

Figura 10 - Montagem da ferragem da base da fundação.

(1)

(2)

(3)

(4)

Fonte: Autoria Própria.

A segunda etapa da montagem da ferragem da fundação (Figura 11) exigiu

atenção redobrada por parte dos armadores antes do início da montagem. O projeto

foi criteriosamente analisado haja vista a complexidade das peças.

Espaçador argamassado (Cocadas)

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16

Figura 11 - Montagem da ferragem do pescoço da fundação

(1)

(2)

(3)

Fonte: Autoria Própria.

Após a montagem completa das ferragens da fundação, os pedreiros

escoraram as armaduras para que durante a concretagem não houvesse desaprumo

ou inconformidades na geometria dos elementos, e conferiram o nível e o prumo das

mesmas (Figura 12).

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17

Figura 12 – Verificação prumo e nível.

(1)

(2)

(3)

(4)

Fonte: Autoria Própria.

2.4 CONCRETAGEM

Concretagem das bases das fundações

Para a concretagem das bases das fundações optou-se por concreto usinado,

devido o grande volume de concreto utilizado (aproximadamente 7 m³ por sapata) e

os prazos pré-estabelecidos, uma vez que essa opção permite reduzir a mão de obra

necessária na concretagem, acelerar os prazos e, consequentemente, diminuir os

custos.

No que concerne ao concreto dosado em usina de concretagem, a NBR

14931/2004 estabelece que a central deve assumir a responsabilidade pelo serviço e

cumprir as prescrições relativas às etapas de preparo de concreto. A documentação

relativa ao cumprimento destas prescrições e disposições deve ser disponibilizada

para o responsável pela obra e arquivada na empresa de serviços de concretagem,

sendo preservada durante o prazo previsto na legislação vigente.

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18

Quando há um número considerável de sapatas prontas para a concretagem,

o engenheiro responsável entra em contato com a empresa prestadora de serviços de

concretagem e agenda a quantidade de caminhões betoneiras necessários para

enchimento destas, de forma que apenas um ou dois dias sejam suficientes para

vencer a demanda.

De acordo com o item 9.2.5 da NBR 14931/2004, antes de proceder à mistura

do concreto na obra ou solicitar a entrega do concreto dosado em central é necessário

verificar as condições operacionais dos equipamentos disponíveis no local de trabalho

e sua adequabilidade ao volume de concreto a ser produzido e transportado. Por

exemplo, sempre antes das concretagens os vibradores eram verificados para que

não ocorresse problemas durante a operação.

Quanto a especificação do concreto, a norma descreve que o mesmo deve

levar em consideração todas as propriedades requeridas em projeto, em especial

quanto à resistência característica, ao módulo de elasticidade do concreto e à

durabilidade da estrutura, bem como às condições eventualmente necessárias em

função do método de preparo escolhido e das condições de lançamento,

adensamento e cura. De acordo com as especificações do projeto, o concreto enviado

pela prestadora de serviço deve ter uma resistência característica do concreto (fck)

igual a 35 MPa.

Coleta-se a cada caminhão betoneira uma amostra representativa para a

realização do ensaio de consistência (slump test) e para a moldagem de um corpo de

prova (100 mm x 200 mm). A coleta é feita utilizando-se um carrinho-de-mão (Figura

13).

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19

Figura 13 - Coleta de concreto para realização dos ensaios

Fonte: Autoria Própria.

Normalmente, o slump test é realizado pelo mestre de obras ou pelo estagiário

presente no momento da concretagem. O ensaio consiste na colocação da massa de

concreto dentro de uma forma tronco-cônica, em três camadas igualmente

adensadas, cada uma com 25 golpes. Em seguida, retira-se o molde lentamente e

mede-se a diferença entre a altura do molde e a altura da massa de concreto,

conforme específica a NBR NM 67/1998 (Figura 14).

Figura 14 - Slump test.

Fonte: Autoria Própria.

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20

Posteriormente ao ensaio de abatimento, os corpos de prova são moldados de

acordo com as especificações da NBR 5738/2003. São utilizadas formas metálicas

cilíndricas de 10 cm de diâmetro e 20 cm de altura. A moldagem ocorre da seguinte

forma: o concreto é colocado nos moldes em duas camadas iguais e sucessivas. Em

cada camada são aplicados 12 golpes. O corpo de prova permanece nos moldes, em

temperatura ambiente, por 24 horas, e, em seguida, é colocado imerso em água (cura)

para posterior rompimento visando atestar a resistência (Figura 15).

Figura 15 - Corpos de prova imersos em água (cura).

Fonte: Autoria Própria.

2.4.1.1 Lançamento e adensamento

De acordo com a NBR 14931, o concreto deve ser lançado e adensado de

modo que toda a armadura e os componentes embutidos previstos no projeto, sejam

adequadamente envolvidos na massa de concreto, buscando eliminar ou reduzir

significativamente a segregação dos componentes do concreto, observando-se

maiores cuidados quanto maiores forem à altura de lançamento e a densidade de

armadura.

Antes do lançamento do concreto é importante que as formas sejam limpas,

saturadas e totalmente vedadas para que o concreto não derrame (Figura 16).

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21

Figura 16 - Saturação das formas previamente limpas e vedadas.

Fonte: Autoria Própria.

A norma especifica ainda que durante e imediatamente após o lançamento, o

concreto deve ser vibrado ou apiloado contínua e energicamente com equipamento

adequado à sua consistência. Entretanto, deve-se evitar a vibração da armadura para

que não se formem vazios ao seu redor, com prejuízos de aderência.

Durante a concretagem de elementos estruturais de grande vão deve haver

monitoramento e correção de deslocamentos do sistema de formas não previstos nos

projetos (NBR 14931). Dessa forma, como estagiária pude acompanhar toda a

concretagem e observar com cautela se ocorria algum deslocamento das formas para

que de imediato fosse consertado.

A Figura 17 apresenta a operação de concretagem em uma das sapatas.

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22

Figura 17 - Concretagem de uma das sapatas.

(1)

(2)

(3)

(4)

Fonte: Autoria Própria.

2.4.1.2 Acabamento

A Figura 18 apresenta o acabamento realizado pelos pedreiros após a

concretagem.

Figura 18 - Acabamento das sapatas.

(1)

(2)

Fonte: Autoria Própria.

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23

Concretagem dos pescoços das sapatas

Outra etapa acompanhada foi a concretagem dos pescoços de algumas

sapatas. Inicialmente, os carpinteiros confeccionaram as formas e as colocaram

seguindo a mesma sequência descrita para a colocação das formas das bases.

O concreto utilizado na concretagem dos pescoços foi preparado na própria

obra de acordo com todas as especificações do projeto. As figuras 19 e 20

apresentam, respectivamente, a colocação das formas e o processo de preparo,

lançamento e adensamento do concreto no pescoço de uma das sapatas.

Figura 19 - Formas dos pescoços.

(1)

(2)

(3)

(4)

Fonte: Autoria Própria.

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Figura 20 - Concretagem dos pescoços.

(1)

(2)

(3)

(4)

Fonte: Autoria Própria.

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25

3 CONCLUSÕES

Durante o período de estágio foi possível vivenciar as dificuldades enfrentadas

no canteiro da obra na qual o estágio foi realizado, bem como associar as

particularidades de cada etapa acompanhada. Sendo assim, a experiência foi de

grande significância para o aprimoramento dos conhecimentos adquiridos durante a

graduação em Engenharia Civil, haja vista que proporcionou o envolvimento em

atividades práticas, possibilitando a aplicação do conhecimento teórico. Além disso,

no que tange a execução das etapas construtivas, foi possível analisar, avaliar e,

consequentemente, fazer um elo e/ou comparativo em relação as normas citadas no

decorrer do presente relatório, assim como permitir a concepção de toda a logística

do canteiro e da equipe envolvida. Portanto, a realização do estágio supervisionado

foi de grande importância para o crescimento profissional, uma vez que ajudou de

forma satisfatória ao melhoramento da postura frente ao exercício da profissão e dos

desafios que esta propõe a cada dia.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS - ABNT. NBR 14931. 2004.

Execução de estruturas de concreto - Procedimento. Rio de Janeiro, ABNT, 2004.

61p.

____. NBR 5738. 2003. Procedimento para moldagem e cura de corpos-de-prova. Rio

de Janeiro, ABNT, 2003. 10p.

____. NBR 6118. 2007. Projeto de estruturas de concreto - Procedimento. Rio de

Janeiro, ABNT, 2007. 221p.

____. NBR 9062. 2006. Projeto e Execução de Estruturas de concreto Pré-Moldado.

Rio de Janeiro, ABNT, 2006. 42p.

____. NBR NM 67. 1998. Concreto – Determinação da consistência pelo abatimento

do tronco de cone. Rio de Janeiro, ABNT, 1998. 8p.

BAUER, L. A. Falcão. Materiais de Construção. Volume I. 5a Edição. Livros Técnicos

e Científicos Ed., Rio de Janeiro, 2000, 471 p.

BORGES, A.C.; MONTEFUSCO, E.; LEITE, J.L. Prática das Pequenas Construções.

Vol. I, 9ª Edição. Ed. Edgard Blücher. São Paulo, 2009, 400 p.

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ANEXOS