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Diante da tenas * parada rMistèneia dessas 'forcas do obscurantismo o do atraso, uma enérglos ação de massas tasalha- dores, camponesa, estudan- ¦tes, intelectuais e toda a elementos progrealata poderá fascr recuar a i e conquistar a i rs"" Comtttuteã* a a estruturaU ltWI»*p»aaa*v«ls. Leia edlteeara» I.* pág. », ategra da amnifesto de COT ms 4.Vpág;B\ •tr ministro O ministro-gorila Amau- ri Kruel,desfechou encarni- cada _ repressão, contra . a serg?ntòs e alguns oficiais, a pretexto da assembléia de sábado- no IAPC, pelo au- mento de 70?r, pelas refor- más de base e contra o go- '.rilismo. O orador oficial da solcmdside. subtenente Gelei Rodrigues "foi o primeiro pièso. íoram presos 'tam- bém o gineràl Alceu Joviiio e o sargento Manuel ãu.Sil- va, este depois de ter pedido ns !o na-Embaixada do Chi- le. Dezenas de outros sar- Bentos estão sob ameaça de prisão.. Há, asslw, um clima de a b s o 1 uta insegurança no Exército áò contrário do qüe acontece na Marinha e na Aeronáutica —, instala- do pessoalmente pelo. gene- ral Amauri Kruel e a ser- viço da campanha contra as reformas. Kruel faz, no Mi- histério da Guerra, o que Armando Falcão e Aliomar Baleeiro fazem na Câmara. A demissão urgente desse gorila é uma providência que, tiá multo reclamada pelas, forças democráticas,. não pode mais ser objeto de negaças e manobras ; de cúpula. A solidariedade .que todo o povo presta, nesse mo- mento. aos militares perse- gjiidos se. junta,.à exigência do Imediato afastamento _de Kruel do Ministério da- Guerra. Ka foto, o subte- nente Gelei Rodrigues, quando era cumprimentado pilo deputado federal' e sar-;' gento Garcia.Pilho, na as- ambléia do IAPC. ¦ ,, i TAlILi^ENTpbE LÜERIRCAMTtS ^bh; reunião reel^da »sí* semana, o Conselho Nacional do' Petróleo Minou uma resolução que pode ar considerada histó- rica: o tabelamento da óleos lubrificantes. cerca de cinco anos, as forças ,patrióti-> , cas se vêm batendo por essa conquista, mas tal, tem sido a resistência dos trastes de petróleo que foi impossível obtê-la antes. ; ¦.} A questão dos óleos lubrificantes, pelos; altos preços com que síò vendidos e a lu- cros altíssimos que proporcionam às com- panhias estrangeiras de petróleo,. assumiu importância nacional, JáXque-através délès os Iniohopólios canalizam, pára'o estrangeiro, cada ànò, lucros fabulosos. Atualmente, estima-se que o faturamento total dos lubri- ílcaátes ho Brasil atinja perto de 100 bilhões de cruzeiros por'ano, dos quais.cerca,da metade representa lucro liquido dos trastes. Por outro lado; a óleos lubrificantes constituem uma' das fontes principais que alimentam o suborno e a corrução levados a efeito pelos trustes do petróleo, no .Brasil, mediante a comjwa de jornais; estações de ; rádio-e televisão, umâdas fontes da cam- panha permanente de mistificação da opl- nião'pública, Indispondoia contra o mono- póllo estatal do petróleo. Essas as razões por que as forças nacionalistas e' democráticas saúdam a decisão do Conselho Nacional do Petróleo e esperam que, em poucos dias, ela se transforme em fatos sérisiveis pelos con.- ' suinidrtrílSJ *trav;éar dos 'orecos ;Ubeiadòs;; Ptta I-Èrievé Pelas iulgiàli Kefonias O CGT divulgou nota oficial defendendo o direito dós 'sárgentaa e aemsls militares par- tidparem da luta pela emancipação nacional e. anunciando-para.o próximo dia 27 umen- contro nacional, .quando será lixado o «isque- ma da greve'geral jpçlas reformas de base. A entidade máxima dos trabalhadores brasi- leiros declarou-se em .assembléia permanen- .te e recomendou aos,,sindicatos de todo o pais que. ,sè<man'tçn.li'am em estado de àler- .ti;. ííjfim deqúe "poslári. 'cumprir a ordem de greVe gérál *'á qualquer momento'!.. V, f.'•••. De todos,, os pontos do, Brasil regressam os ernissArios iom um'"sim" àsiconsultás-do GGt sôbrc a greve geral.: Centenas de dirk . tjenies sindicais se pronunciaram positiva- mente, estando assegurada a adesão dpg.; principais sindicatos, espéclalm^ritc dos qiié' integram o PUA e outros queiábrigám ati- vldades essenciais á vida do. pais. Na Gua-: nabara. reuniu-se ontem; a Comissão Perrria-, nente das Organizações Sindicais; aprovando um plano de ação pára -ser.''executado até'o dia- 25, Com a realização . de | assembléias, conferências, atos públicos, comícios em por- tasíde; fábricas, etc. ÍPOIO AOS SARGÇKTOS Athota, do CGT çondena.a ,açào dos latf- ndlátlò*'^gor;iáis.'è>present| iijtegrnl _ij. larjèdade aós trabalhadores e militares punidos por terem se manifestado favora- veis^ásv reformas;.dévbase.: ',-&]*- : :•;•:;.. •Diz,-.então: »-. ¦¦. :s"'1 ...;••'. '"•, .,. "•p~V'Qú?l Âp\ tt«lrim« dos '«^pànheiifôYjr r .ártico»- de^ye JSj^-^J0:^i^!^m^. cassar seus mandatos dos diraotss ét atu Sindicato? Qual foi o crime dos eargwnio» e suboficiais de nossas gloriosas Foras Arma- .das para estarem sendo presos, perseguida e transferidos?;,. , . Uns e outros reiwiiram-se em suas organi zaçôes de classe.para debaterem e lutarem «m favor das reformas de base juntamente com suas r«»lvindicações apeeWcas. . Estejam certos os latifundiários, os-gru- pos estrangeiros que espoliam a nosso povo e seus agentes nacionais, de que/ na defesa seus objetivos, os trabalhadores, campo- neses estudantes ê demais, patriotas civis e militares, nâo a} Intimidarão!- ¦ ,'•' Os sargentos, suboficiais e demais pátrio- tas vitimas de violências náo estão sós. Junto <-i eles se-lfvaniani. em 'número crescente, le-, giões de bons brasileiros para prosseguir, com mais vigor e decisão, na luta humana, justae' patriótica, por uma vida digna e fe- \\r. pa!'a todo ii- povo bni;,i.ek<>". •. A íntegra do manifesto do Comando Ge- ral dos Trabalhadores \M publicada na quarta página.'- - - A PALAVRA DO CGT :i;0 documento divulgado pelos dirigentes (iir"ç.>j i i cu-ía que "ficou constatado pelas :m;)v'!as (> cpij^Ariòs ohegíi^os queos tra- Jialhadòres de .todo o pais se manifestam Vnáriimemehte favoráveis a uma-greve"geral pela conquista. da seguinte plataforma o> ¦^Ivihdicações: ¦•¦',. \t.i!I^<wrma -agraria.que elimine o lati- fumtto, reformando, o,parágrafo 16 do ard- go 141 da Constituição, estabelecendosi» i]Me quanto ao dir«ito o> propriedade, possa ha- ver desapropriação por. necessidade ou uti- Udade pública, ou por, interesse social, me- diante pagaeoenlo em titulo» da divida pá- Wlea, a iõnfo prazo e a jura beexa. lio oaeo a desapropriação da tarra, que o va- lor da indenizaçáo aja estabelecido segun- do a valor dectarado aos trás últimos1 anos fi^.s&feí" Wainenw-do.Jmpato.Territo. ria); 2) Selárfo-famika para todos oa traba- lhadores; 3> Pagamento do auxilio entermi- dade e aposentadoria, em valor não inferior ao salório mínimo monal vigente na região; 4) Apoio ã hita dos servidores eivts e milita- res por 70% de aumento nos seus vencimen- los; 5) regulamentação e execução da Lei que disciplina a remessa de lucros para o ex- terior, e suspensão por um ano, da remessa ile quaisquer divisas- para o estrangeiro a titulo, de pagamento de Juros, "royaHIa", lucros ou dividendos". A MAIOR LUTA Considerando que asituaçãq|exige maior partidacSo dos trabalhadores Ta vida poli- .tlea nacional, os dirigentes do CGT acen- tuam a necessidade de ser intensificado o .trabalho-de esclarecimento popular, com a participação dos operários, camponeses, es- tudantes. parlamentares e. setores pau ióti- .cos veivis.-e -militares.... ¦-.ví-í^.v.^-líí-j^.v*."-. e:';^fc 9_____m^________WST___B&_&87jpT^-:'^^V.- ''-rWifmBfiÊBSilff IBBW^ 'JHllíJif saa^HuW^IVjM Hv1'''.''''' 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Laaumsrt'^ ''ifiaaBUB&flBalatatr- -^aatuBaB v •»¦¦ ||ip-^;*vWj^: '' !t»BBbVí'¦•' %tS^íi^': tfftfo^í^Bgjr^' jaaisaatj_^3^r L^maal ¦am'1 '¦"'':'^K*-'Mm¦¦¥- -'^^saaff ¦ mm^ mW^M^^'f:: --Í ^_^Ê'-.''¦- 3HSaaW^'-:!^-?^>^"í^BaaiMtW^' l^flB ^HH^P-tN^I^dH ^1^1 ^L'* *-'" ¦'^'i^alLV*''^'"lataV "" ' MM\ HSrWv--'- ;-'-í-Íi:^' flMmw' sfcUffim. * :í'V^ív^^B BPí^HoaKbfín^^BaalB^i';:'aal LaV-r-nfll'1 MMM,; -';'' MM MmT-Qj" ''¦ *"^'7r/ -fl "^Mn)' '" ' >y I V. , i i ,- r li.1'1.:! Z Acompanha esea eissla am suplemento, Bostra», de oito páginas, ( de ser vendido, mente. O cadeino espertai mostra M-eofsjaestas alcan- adaa pelo poa bojfaro em 1* anoa é» aensmeao do socialismo,: aa aunjpas da produção indastrlal, da agricultura, das artes, do bem-estar socai, apresen- tando também m perapecti- vas do qtie ò comunismo trará para a República Po- pula da Bulgária. Nitm*ytr, Arquitofo da Paz Oscar Nlemeyer. detentor brasileiro do Prêmio Lêntn da Pas,'de 1963. vem re- cebendo expressivas nome- nagens pela outorga'a Mus- ra soviética. Mo dia 10 corrente, por aprovação unânime de soM- citação do deputado SlnveJ Palmeira, a Assembléia Le- gislativa da Guanabara re- cebeu o ilustre arquiteto brasileiro, que foi saudado pelo deputado Lui* Corra, do PTB.. Naquele mesmo dia Nie- meyer foi. recepcionado na Instituto Cultural Brasil- Cuba, do qual é presidente. falando em nome do íris- tituto, o desembargador Oa» ny Uüarte aíumu que "o Prêmio Lénin c um dos tes- temuntaoa da história paci- - ÍUta da V*m « de- aua laaa sal e completo", e dias cjae Niemeyer é um arquiteto da paz, homem digno, slnana» fiel às suas convicções ha- manisticas e filosóficas. Terça-feira, dia 14, oatav reverência foi prestada a Nlemeyer: um jantar ene lhe foi oferecido pa seus amiga e admiradores, na CbvraaarJa Reerelo, o do- tentor do Prêmio Lênln foi Mudado na ocasião pelo deputado Slnvai Palmeira. Entre a personalidades pre- sentes notavam-se a em* balxadora da URBB, Hun- gria, Polônia, Iugoslávia, Tchecoslováqute, Bnígária, o encarregado de negocia de Cuba, o ministro Roberto Assunção, Vinícius de Mo- rais. Lúcio Costa, Álvaro Lins, Dia Goma, o asa- tro José Siqueira, bs depu- tados Paulo Alberto o José Dutra. Eneida e o ex-sena- dor Luiz Carlos Prestes. Na foto. Nlemeyer quando era recebido na Assembléia Legislativa. i- •¦'* -i 1 I .;3: lll lll H

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nacionsilismo democracia socialismo

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Levar as Massas às Ruas Para arrancardo Congresso e do Governo as Reformas¦¦¦pMMMSMSa^ A r*|.

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Ferriviáríes le SP Derrotai Weiar: Zi

aie, aa asa dsta Csesssaaoa-saa-Cásaara da Dom-

da asasttta-eseaal ene viria eeesIMIItarleammeie m» aau rcferaaagrária, e a onda de vlo-léncies praticada» pele ml-nistre da Guerra centrasargentos e oficiais i pátrio-tas per lutarem, pela ré-form»s de base, revelam «a*a« forcai retrógradas estão.dispostas, a qualquer nree»,a impedir a coacatMacaodos mais autêntica anpopulares e nacionais.

Diante da tenas *parada rMistèneia dessas'forcas do obscurantismo odo atraso, só uma enérglosação de massas — tasalha-dores, camponesa, estudan-¦tes, intelectuais e toda aelementos progrealata —poderá fascr recuar a ie conquistar a i rs""Comtttuteã* a aestruturaU ltWI»*p»aaa*v«ls.

Leia edlteeara» I.* pág. »,ategra da amnifesto deCOT ms 4.Vpág; B\

•tr ministroO ministro-gorila Amau-

ri Kruel,desfechou encarni-cada _ repressão, contra . aserg?ntòs e alguns oficiais,

a pretexto da assembléia desábado- no IAPC, pelo au-mento de 70?r, pelas refor-más de base e contra o go-'.rilismo. O orador oficial dasolcmdside. subtenente GeleiRodrigues "foi o primeiropièso. íoram presos 'tam-bém o gineràl Alceu Joviiioe o sargento Manuel ãu.Sil-va, este depois de ter pedidons !o na-Embaixada do Chi-le. Dezenas de outros sar-Bentos estão sob ameaça de •prisão..

Há, asslw, um clima dea b s o 1 uta insegurança noExército — áò contrário doqüe acontece na Marinha ena Aeronáutica —, instala-do pessoalmente pelo. gene-ral Amauri Kruel e a ser-viço da campanha contra asreformas. Kruel faz, no Mi-histério da Guerra, o queArmando Falcão e AliomarBaleeiro fazem na Câmara.

A demissão urgente dessegorila é uma providênciaque, tiá multo reclamadapelas, forças democráticas,.não pode mais ser objeto denegaças e manobras ; decúpula.

A solidariedade .que todoo povo presta, nesse mo-mento. aos militares perse-gjiidos se. junta,.à exigênciado Imediato afastamento _deKruel do Ministério da-Guerra. Ka foto, o subte-nente Gelei Rodrigues,quando era cumprimentadopilo deputado federal' e sar-;'gento Garcia.Pilho, na as-ambléia do IAPC. ¦ ,, i

TAlILi^ENTpbELÜERIRCAMTtS

• ^bh; reunião reel^da »sí* semana, o

Conselho Nacional do' Petróleo Minou umaresolução que pode ar considerada histó-rica: o tabelamento da óleos lubrificantes.Há cerca de cinco anos, as forças ,patrióti->

, cas se vêm batendo por essa • conquista,mas tal, tem sido a resistência dos trastesde petróleo que foi impossível obtê-la antes.

; ¦.} A questão dos óleos lubrificantes, pelos;altos preços com que síò vendidos e a lu-cros altíssimos que proporcionam às com-panhias estrangeiras de petróleo,. assumiuimportância nacional, JáXque-através délèsos Iniohopólios canalizam, pára'o estrangeiro,cada ànò, lucros fabulosos. Atualmente,estima-se que o faturamento total dos lubri-ílcaátes ho Brasil atinja perto de 100 bilhõesde cruzeiros por'ano, dos quais.cerca,dametade representa lucro liquido dos trastes.

Por outro lado; a óleos lubrificantesconstituem uma' das fontes principais quealimentam o suborno e a corrução levadosa efeito pelos trustes do petróleo, no .Brasil,mediante a comjwa de jornais; estações de

; rádio-e televisão, umâdas fontes da cam-panha permanente de mistificação da opl-nião'pública, Indispondoia contra o mono-póllo estatal do petróleo. Essas as razões porque as forças nacionalistas e' democráticassaúdam a decisão do Conselho Nacional doPetróleo e esperam que, em poucos dias, elase transforme em fatos sérisiveis pelos con.-' suinidrtrílSJ *trav;éar dos

'orecos ;Ubeiadòs;;

Ptta I-Èrievé Pelasiulgiàli

KefoniasO CGT divulgou nota oficial defendendo o

direito dós 'sárgentaa e aemsls militares par-tidparem da luta pela emancipação nacionale. anunciando-para.o próximo dia 27 umen-contro nacional, .quando será lixado o «isque-ma da greve'geral jpçlas reformas de base.A entidade máxima dos trabalhadores brasi-leiros declarou-se em .assembléia permanen-

.te e recomendou aos,,sindicatos de todo opais que. ,sè<man'tçn.li'am em estado de àler-

.ti;. ííjfim deqúe "poslári. 'cumprir a ordem

de greVe gérál *'á qualquer momento'!.. V,f.'•••. De todos,, os pontos do, Brasil regressamos ernissArios iom um'"sim" àsiconsultás-doGGt sôbrc a greve geral.: Centenas de dirk .tjenies sindicais já se pronunciaram positiva-mente, já estando assegurada a adesão dpg.;principais sindicatos, espéclalm^ritc dos qiié'integram o PUA e outros queiábrigám ati-vldades essenciais á vida do. pais. Na Gua-:nabara. reuniu-se ontem; a Comissão Perrria-,nente das Organizações Sindicais; aprovandoum plano de ação pára -ser.''executado até'odia- 25, Com a realização . de | assembléias,conferências, atos públicos, comícios em por-tasíde; fábricas, etc.

ÍPOIO

AOS SARGÇKTOSAthota, do CGT çondena.a ,açào dos latf-

ndlátlò*'^gor;iáis.'è>present| iijtegrnl _ij.larjèdade aós trabalhadores e militarespunidos por terem se manifestado favora-veis^ásv reformas;.dévbase.: ',-&]*- : :•;•:;..•Diz,-.então: »-. ¦¦. :s"'1 ...;••'. '"•,

.,. "•p~V'Qú?l Âp\ • tt«lrim« dos '«^pànheiifôYjrr .ártico»- de^ye JSj^-^J0:^i^!^m^.

cassar seus mandatos dos diraotss ét atuSindicato? Qual foi o crime dos eargwnio» esuboficiais de nossas gloriosas Foras Arma-

.das para estarem sendo presos, perseguidae transferidos? ;,. , .Uns e outros reiwiiram-se em suas organi

zaçôes de classe.para debaterem e lutarem«m favor das reformas de base juntamentecom suas r«»lvindicações apeeWcas. .

Estejam certos os latifundiários, os-gru-pos estrangeiros que espoliam a nosso povoe seus agentes nacionais, de que/ na defesadé seus objetivos, os trabalhadores, campo-neses estudantes ê demais, patriotas civis emilitares, nâo a} Intimidarão!- ¦ ,'•'

Os sargentos, suboficiais e demais pátrio-tas vitimas de violências náo estão sós. Junto<-i eles se-lfvaniani. em 'número crescente, le-,giões de bons brasileiros para prosseguir,com mais vigor e decisão, na luta humana,justae' patriótica, por uma vida digna e fe-\\r. pa!'a todo ii- povo bni;,i.ek<>". •.

A íntegra do manifesto do Comando Ge-ral dos Trabalhadores \M publicada naquarta página.' - - -

A PALAVRA DO CGT

:i;0 documento divulgado pelos dirigentes(iir"ç.>j i i cu-ía que

"ficou constatado pelas:m;)v'!as (> cpij^Ariòs ohegíi^os queos tra-Jialhadòres de .todo o pais se manifestamVnáriimemehte favoráveis a uma-greve"geralpela conquista. da seguinte plataforma o>¦^Ivihdicações: ¦•¦',.

\t.i!I^<wrma -agraria.que elimine o lati-fumtto, reformando, o,parágrafo 16 do ard-go 141 da Constituição, estabelecendosi» i]Mequanto ao dir«ito o> propriedade, possa ha-ver desapropriação por. necessidade ou uti-Udade pública, ou por, interesse social, me-diante pagaeoenlo em titulo» da divida pá-Wlea, a iõnfo prazo e a jura beexa. liooaeo a desapropriação da tarra, que o va-lor da indenizaçáo aja estabelecido segun-do a valor dectarado aos trás últimos1 anosfi^.s&feí" Wainenw-do.Jmpato.Territo.ria); 2) Selárfo-famika para todos oa traba-lhadores; 3> Pagamento do auxilio entermi-dade e aposentadoria, em valor não inferiorao salório mínimo monal vigente na região;4) Apoio ã hita dos servidores eivts e milita-res por 70% de aumento nos seus vencimen-los; 5) regulamentação e execução da Leique disciplina a remessa de lucros para o ex-terior, e suspensão por um ano, da remessaile quaisquer divisas- para o estrangeiro atitulo, de pagamento de Juros, "royaHIa",lucros ou dividendos".

A MAIOR LUTA

Considerando que asituaçãq|exige maiorpartidacSo dos trabalhadores Ta vida poli-.tlea nacional, os dirigentes do CGT acen-tuam a necessidade de ser intensificado o.trabalho-de esclarecimento popular, com aparticipação dos operários, camponeses, es-tudantes. parlamentares e. setores pau ióti-.cos veivis.-e -militares....

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Acompanha esea eisslaam suplemento, Bostra»,de oito páginas, (de ser vendido,mente. O cadeino espertaimostra M-eofsjaestas alcan-adaa pelo poa bojfaro em1* anoa é» aensmeao dosocialismo,: aa aunjpas daprodução indastrlal, daagricultura, das artes, dobem-estar socai, apresen-tando também m perapecti-vas do qtie ò comunismotrará para a República Po-pula da Bulgária.

Nitm*ytr,Arquitofoda Paz

Oscar Nlemeyer. detentorbrasileiro do Prêmio Lêntnda Pas,'de 1963. vem re-cebendo expressivas nome-nagens pela outorga'a Mus-ra soviética.

Mo dia 10 dó corrente, poraprovação unânime de soM-citação do deputado SlnveJPalmeira, a Assembléia Le-gislativa da Guanabara re-cebeu o ilustre arquitetobrasileiro, que foi saudadopelo deputado Lui* Corra,do PTB..

Naquele mesmo dia Nie-meyer foi. recepcionado naInstituto Cultural Brasil-Cuba, do qual é presidente.

falando em nome do íris-tituto, o desembargador Oa»ny Uüarte aíumu que "oPrêmio Lénin c um dos tes-temuntaoa da história paci-- ÍUta da V*m « de- aua laaa

sal e completo", e dias cjaeNiemeyer é um arquiteto dapaz, homem digno, slnana»fiel às suas convicções ha-manisticas e filosóficas.

Terça-feira, dia 14, oatavreverência foi prestada aNlemeyer: um jantar enelhe foi oferecido pa seusamiga e admiradores, naCbvraaarJa Reerelo, o do-tentor do Prêmio Lênln foiMudado na ocasião pelodeputado Slnvai Palmeira.Entre a personalidades pre-sentes notavam-se a em*balxadora da URBB, Hun-gria, Polônia, Iugoslávia,Tchecoslováqute, Bnígária, oencarregado de negocia deCuba, o ministro RobertoAssunção, Vinícius de Mo-rais. Lúcio Costa, ÁlvaroLins, Dia Goma, o asa-tro José Siqueira, bs depu-tados Paulo Alberto o JoséDutra. Eneida e o ex-sena-dor Luiz Carlos Prestes.

Na foto. Nlemeyer quandoera recebido na AssembléiaLegislativa.

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lesteConstituição pisoteada no Amazonas

DE VINT0 EM POPAO desenvolvimento Industriei és, UniloSoviética processas* em ritmo quase rin-

eo vetes msis acelerado do que o dos Cs*t>í*»J_nW««. Enqusnto s porcentagemdos EUA é dt M*. ds URSS * de 10,9%.O balanço do plano sctcnsl, nos seus prl-metros quatro snos (1059/1962) revcls quem metss estão sendo cumpridas e supe*rsdss. A Indústria soviética produsiu 651bilhões de rubloi, quando o plsno previa«23 bilhões, E' notável, de maneira parti*•ulsr, o avsnço energético: hoje, em cjw-tmtía a cMo horas, ss centreis elétries* dsURSS geram tsnta energia como na Rãs-om pr*revoluclonarla durante todo umasso.

1IMBINA VERSÁTILA íábries de msquinsris de Ryongsung,

que produziu o torno giratório dc 8 metros e s prensa de 3 mil toneladas pelsprimeira vez na Coreis, está construindoagora uma turbina geradora de vapor delíOOukwts. Além de gerar eletricidade, sturbina estará apta a utilizar o vapor ex-pelido por qualquer turbina para usos In-dustrlals ou o sistema central de calefa-lio,

CIMENTO UNEProduzirá 350 toneladas de cimento a

àibrica que a Tchecoslováquls esta cons-traindo na Mongólia. A construção e amontagem da fabrica tém o auxilio de téc-nicos tchecos. Depois dc 1964. a fábricade Drachsn produzira 100000 loncladsspor ano e, a partir de 1966 e*sa produ-fio se duplicará.

APARTAMENTOSNos últimos

cinco anos,msis de 90 mi-««es de pes-soas muda*ram-se, naUnião Sovié-**•**• P*ia n°-vos aparta:,mentos. Sô-mente em1961 for.medlficsdos naURSS 2.700.000 apar-lamentos, ousejs, quaseum milhão amais do que nos Estados Unidos, Ingla-terra e França, juntos.

En> Moscou, sào terminados, diãriamen-te, 3o0 novos apartamentos, fato que se_ffl!íe ?*í mudan,.a rãplda «ia paisagemw cidade.

A ERA DOS TÉCNICOSO Instituto Politécnico de Hanol, Ttetnácio Norte, conferiu em 1962 grau deengenheiro a 486 sumos. Desde a sua fun-daçáo, cm 1956, 1121 engenheiros indus*srisis recebei am ensinamentos nesse co*Mglo. em doze ramos distintos: máquinas

psr« construção, têxteis, eletricidade, rá*tnoeletrlcldade, geologia, minas metalur-gla, construção, química industrial, cons-tração hidráullcs. indústria de shaeata*fláo • «bras públicas. . ...^:« r'l'í".

Na época d* rsauuraçào' da pai emWm. o Vietnã do Norte tinha apenas *tsemeos de alto ntvel.

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ISTO I AJUDA

Dezesseis empresas industriais serãoconstruídas em Cuba com a ajuda técnicada União Soviética'. L'm alto funcionáriodo Comitê Estatal da URSS para as re-leçoes econômicas exteriores, ao divulgaressa noticia, acrescentou que essas empré-sas pertencerão aos mais importantes ra-mos da economia que se desenvolve naheróica república do Caribe.

NÔVOAVIAOUm novo tipo de avião utilitário foi

construído na Rumânia: o IAR818. Comralov de ação de 300 1-000 quilômetros evelocidade máxima de 185 km/nora, oaparelho foi construído para fins agrico-Ias e sanitários, mas também pode serutilizado para transporte e correios. Aomesmo.tempo, servirá para a aviação es-portiva, lançamento de pára-quedas,- prós-peccao geológie;* ou direção dc pesca.

CADA VEZ MAIS

A indústria iugoslava já so converteuao ramo econômico mais importante dopais. Nela trabalham mais de 1 200 000pessoas. Em comparação com 1939, o nú-mero de pessoas que trabalham na lndús-tria aumentou, aproximadamente, de 4,5Teses, enquanto s produção industrialcresceu 5,2 vezes.

ORIGEM DA FERTILIDADE

A construção da Indústria Química deYunnan, perto de Kunming, foi Iniciadsdurante o Segundo Grande Plano QUin*qOenal ds China Popular (1958/1962). Ho*je, mQhams de toneladas de soda cáustl*es, cloro, ácido clorídrico e outros produ*tos sio produzidos para a fabricação defertilizantes, sabões, detergentes, papel,produtos têxteis e couro. Terminada s se-gunda etapa da construção, atualmenteem pleno desenvolvimento e que deve ter*minar em 1964, as comunas rurais e asIndústrias dessa área terão ao seu dis-por dezenas de milhares de toneladas defósforo, para o fabrico dè fertilizantes,inseticidas e produtos orgânicos sintéticos.

UM GIGANTE

Há na Ropn-blica Demo-crática A1 e-má uma esca-vadeira, Ins-talsda nag mi-nas de car-vão de Kl et-twitz, que ínzo trabalho de25.000 homensque operas-sem apenas com pá e picareta. O gigante,montado sobre trilhos, transporta dursn-te um dia 129 Wl metros cúbicos. Mede380 metros, move-se sobre 272 rodas •pesa 5 mil toneladas, sendo dotado deduas cadeias escavadoras oom caçambade 1 600 litros de capacidade. Apenas 20homens manejam a maquina.

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Governo Tortura Operários e Fecha Sindicatos!-, .-__-.»»- (Doeoreepondente) _ lite *•tado ainda vive sob o tm-

pacto das brutais vlolén-cias que o governador Pll-nlo Coelho ordenou contramovimento sindical ama-sonense, com a prisão e es-panesmento de desenss dederes sindicais e estudan-tis. Invaslo de entidades detrabalhadores e a trsnsfor.maçlo deste, capital numaPtaca de guerra, o soba•vnasonfiue, que para ele-ger-se lês sedutores aec-nos sos assalariados, Invés-«u furiosamente no dia 25de abril contra os tecelõesçm greve, estendendo suafúria contra os estivadores,o.uanflo estes psrallssram«ussatí-idadss em soUdsrie-dsde sos têxteis.

A greve foi sufocada pelasoldadssca e desocupadosarregimentados pels poli-cia, numa demonstração deforça que recebeu a unânl-me condenação do povo.Chocou ainda mais a mobl-tasçlo do Exército para aindigna tarefa de Intimidaros trabalhadores em grevee a utilização de armas eveículos dp governo federalem ridícula bravata pstro-çlnada pelo general coman-dante da guarnlção local.APELO AO BRASIL

Unçando. mãos de recur-¦***qu*j»es,velmente forampela primeira ves usadosf» noajp pais eontra os^balhadores. o "trabalhls-tà" Plinlo Coelho Isolou oEstado do resto do Brasil,para qu? as noticias dasmas violências não chegas-sem às outras capitais. Asestações telefônlcs\ o acro-oorto e "o

porto foram co-locados sob controle mlll-**r e o noticiário telegrá-fico ficou submetido a Im-pledo«s censure. As trêsestações de rádio da capitalbsré passaram a transmitirnoticias preparsdss pelosauxillares do governador,enquanto - bandos de poli-dais vssculhavsm sindica-tos e residências de lideressindicais, realizando pri-soes.

Em patético apelo aosseus compsnhelros do res.to do Brasil, Renato Cabral,secretário do Sindicato dosGráficos de Mansus. escre-?eu a êste semanário:"Peço que todos os com-pinheiros trabslhsdores, doBrasil Inteiro, venham em

socorro dos trabalhadoresdo Amasonss, e que inter-«•«-am Junto «os ministrosdo Trabalho e da Justiça, afim de que as brutais vio-lénclss tenham fim."

Somente agora, apôs duassemanas das perseguiçõesdesencadeadss por PlinloCoelho, os trabalhadores deoutras partes do Brasil to-ma ram conhecimento daboçalldade policial que du-rente cinco dias cobriramManaus: Na sua Inianlds-dè o governador chegou aocúmulo de dizer aos tece-loés que "as baionetas es-taráo voltadas contra vósse não souberdss respeitara ordem", para arrematormais adiante:"Prefiro ser Lacerda, pa-ra salvsr o Estado!"

Uma estrondosa vala re-sultou dessa declaração dePlinlo Coelho, feita em reu-nlfto realizada na Casa doTrabalhador e h qual com-Êareceram

centenas dc tra-ilhsdores. A partir desse

.Instante o ódio antloperárlodo governador amasonensetomou proporções lrraclo-náls, que/ culminaram comos acontecimentos do dia23, quando os meganhas e a

.policia civil receberam or-dem para ocupar ss sedessindicais e estudantis eprender os dirigentes dosestudantes e dos trabalha-dores.TORTURADONA POLICIA '

Em todas as vezes que di-rlgiu a palavra ao "povo

.amazonense", Plinlo Coelhofez questão dc manifestar-se expressamente contraqualquer aumento de sala-rios, ds mesma maneira quecondenou o recurso da gra-ve. Foi quando defendiauma dessas teses que a mos-

.sa reunida na Casa do Tra-balhador o interrompeu comprolongada vaia, enquantodirigentes sindicais dos têx-tsls e estivadores tomsvama palavra para dizer quesuas categorias continua-riam em greve.O empenho governamen-tal cm sufocar a paredepode ser explicada pelas 11-gações empresariais do sr.Plinlo Coelho, que hoje éhomem ligado a todos oscomerciantes de juta e selo-nlsta da Brasil Juta, pre-ctsamente a empresa ondeteve origem o movimentogrevista.

Me st» calorosa defesadoa Interesses pessoal, egovernador recorreu mela-eive so «rime c ao uvlsla-mento de trabalhadores,conforme ocorreu eom •Sresidente

do SlndlcSto dosstlvadorcs, Antojlldo fls>cusl Viana, que teve «adedo do pé esmagado a gol-pes de coronha de f uafl, «asoutro dedo fraturado pelomesmo processo e a pernafurada a baloneta.

Se desejevsm os poli-ao lançar mios de tais

recursos?Pretendiam que o dirlgen-

te sindical firmasse um do-cumento em que era orde-nado o retorno ao trabalho.A recusa do trabalhador re-sultcu nas mais cruéis tor-turas

Tratamento semelhantefoi dlspenssdo nos cubicu-ioi noilclals a outros troba-lhadores. salvando-se ape-nas o presidente da UniãoEstadual dos Estudantes,Renato Uchôo. devido apronta Intervenção dos seuscolegas.

. A carga policial, a Uqul-daçlo de todas as llberda-des nas terras do Amazonasacabaram por esmagar ssgreves dos tecelões de jutae dos estivadores. Um em-pio movimento de unidadeestá sendo, entretanto, es-truturado. com a participa-çào de todos os sindicatosde trabalhadores, a fim deassegurar àqueles operáriosdireitos tio violentamentenegados.

O esquema . antloperárlodo governador amazonense'foi traçado com requontesde detalhes, tendo dele par-tlclpsdo lnc'ustve o juiz Ed-son Almeida, que foi empessoaià delegacia de poli-cia a fim de decretar a prl-são preventiva dos traba-lhadores detidos e preces-sados pela Lei de Segursn-ça Nacional. Com a cessa-cão da parede essa ordemdo titular da 7.» Vara Cri-minai foi relaxada. A grevefoi suspensa depois que onresidente do Sindicato dosTêxteis foi conduzido escol-tado & sede do Sindicato ecoagido pelos policiais a or-denar o fim ao movimento.

Ao transmitir a ordem deretorno ao trabalho, era las-timável o estsdo físico deFrancisco Fernsndes Vieira,o lider sindical têxtil. Sujo,abatido, com visíveis mar-cas de espancamento, três-

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Ko seu desesperado eifor*aaa-í-síAis*;*.Manaus, o governador Iam-tlu inicialmente eontra oadvogado Francisco Alvesdos Ssntos, procurador dostêxteis, tese profissional*SÜ* 9 P*"4* «*o ¦•• deabril vinha recebendo ad-vertenclae de apaniguadosdo governador, no sentidode que desestlmulasse qual-quer movimento grevista.Chegou a ser Intimado acomparecer à Central dePolicia, onde foi ameaçadode prisão e enquadramentona Le) de Segurança Nado-nal. Não se deixando intl-mldsi* por ersas smues»,Alves dos Ssntos foi final-mente, no dia 29. toesisdono interior da Junta deConciliação e Julgamento,quando ali atendia a clien-tes.

A policia cercou o prédio. para prendê-lo, o que nãoconseguiu em virtude de co-rsjosa ação do Juiz EnochReis. da Justiça do Traba-lho. que protegeu o bache-rei e expulsou os esblrrósdas dependências daquelarepartição

O incidente teve largaduração e foi a primeiramanifestação das Intençõesgovernamentais. Durantequatro horas o Tribunal deJustiça esteve cercado pelosbandos de policiais forte-mente armsdos, nascendo aios primeiros protestos po-pulares.

Enquanto o governadorPlinlo Coelho espalhavaseus policiais pelas ruas eoferecia aos empregadoresIncondicional cobertura "le-gal" os trabalhadores e es-tudantes procuraram Jun-tar suss forças num pactode unidade e selo. O fatorsurpresa, entretanto, favo-receu o soba amazonense,3ue

somente recuou quan-o seus beleguins prenderamum trabalhador da lndús-tria petrolífera. Ao saberemda prisão désse operário,seus companheiros de refl-

naria suspenderam o funeio-namonto da mesma dafan-te Mia hora e eeawntevoltaram m suas atividades

Ctn\»m7WmmmW-res foram <—HHoi du-tanto os flfall|im scon-

itoé de fbMue. osernptegsideras eeseentraram

tá«L eom iguS^eartnho"oTtoiintes sUdleaU

Oa episódios que se de-senroiaram em Manaus nosultimes dlu de abril forsmda maior gravldsde. repre-sentando um dos mais cho-cantes _ atentados às liber-dadn democráticas já ocor-«des em nosso ntsl

Ape.*ar dl^so. pofém. osr. Plinlo Coelho, cínica-mente, telegrafou ao ralnls-tro Almino Afonso e ao pre-sidente da República, dl-z?ndo que nlo tinha havl-do nada. Sabe-se que o pis-no antlgrevlsta Incluía stéa liquldaelo física dos dlri-gentes sindicais ou de fe-mlllsres destoa e, se tecelõese estivadores nlo retomas-sem suas atividades, o go-vernador pretendia fsseruma chacina em Manaus

Os tecelões foram levsdosà greve por alguns cruzei-ros a mais nos seus min-guados salários; os estiva-dores, para assegurar o tra-balho diário, pois os comer-dantes e benefleladores dejuta estavam usando tripu-lantes de embarcações noriesembaroue dnouela ma-téria-prlma. 9 eles se Jun-taram outras categoriasprofissionais, em um movi-mento de solidariedade queaté então não se verificaranaquela parte do Pais.

Mas o movimento foi es-magado pela policia. Os te-celóes continuarão-a perco-ber os mesmos miseráveissalários, e os estivadores aterem sua profissão avilta-da pelas manobras dos ps-tróes, que obrigam tripulan-tes de canoas e barcos a de-sembsrcar a Juta trans-portada, sem nada pagar-

"Comuniquem so COTnacional tudo isto que seestá passando em Manaus"pede-nos o secretário doSindicato dos Gráficos. .

Êste apelo chegou ao en-derêço Indicado.

O. governador Plinlo Coe-lho que se prepare pura um

I Conftrêncki Nacional das Trabalhadoras

Mmim res ili^Éi^M^Éli^fiF»j •"¦*.' ——-

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ortaleceram Movimento Sindical*. # f

Reportagem de Jayme BlaRCO

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Superou, em muito, à maisotimista dss expectativas aI Conferência Nacional daMulher Trabalhadora, reoll-sada na capital de São Pau-lo nos dias 27 e 28 do mêsfindo. O conclave serviuprincipalmente para evlden-dar o quanto as mulheres-trabalhadoras são capazesde realizar em proveito daslutas sindicais. Elas deramprova de sua cambativlda-de e de Seu espirito unitá-rio. As diferenças políticas,filosóficas e religiosas nãoimpediram que ali se for-Jasse uma unidade em tôr-no dos problemas gerais,não só das trabalhadoras,mos também do povo.ESTADOSREPRESENTADOS

Mesmo sendo a primeiravez que, em nosso Pais, amulher trabalhadora e cha-mada a participar de umato dessa natureza, 415 de-legadas estiveram presen-tes. Enfrentando uma sérieenorme de dificuldades (vá-rias precisaram deixar seusfilhos eom as vizinhas e pa-rentes).

Vieram delegações deoito Estados. São Paulo,cujo interior estava repre-sentado por delegações de20 municípios, teve a maiorpresença numérica. Foi aseguinte a participação porEstado: Ouanabara, 47 de-legadas: Rio Orande do Sul,27; Minas Gerais, 18; Per-numbuco, 8: Paraná, 8:Rio de Janeiro, 6; e Cea-rá, 1.

JOC E CAMPONESAS

Contribuiu 1 m nuamentepara o sucesso alcançado, asmplitude da frente únicaconseguida pela comissãoorgannadora, que contoueom • acertada orientaçãodo Pacto de Unidade Inter-sindical de São Paulo. Umadss correntes que mais sedestacou fd a da Juventu-de Operária Católica, repre-sentada na Conferência porlã trabalhadoras.

Foram numerosas as ca-isgorias profissionais parti-dpantes. Além de diversossetores operários da lndús-

tria, estiveram presentesbancárias, domésticas, pro-f essôras, escr iturárias ecamponesas vindas do mu-nicípio de Santa Rita doPassa Quatro.MARIA TEREZAE ARRAES

Enviaram mensagens desolidariedade, as seguintespersonalidades e organiza-çôes: Miguel Arraes, gover-nador de Pernambuco; Ma-ria Teresa Goulart, esposado presidente da Repúbli-ca. trabalhadores têxteis deMoscou; Presldlum Centraldo Sindicato de Metalúrgicosda' República DemocráticaAlemã; Rerjresentação deMulheres Espanholas deSão Paulo; União dos Ser-vidores Civis do Ministérioda Marinha, da Guanaba-ra; Sindicato dos Trabalha-dores na Refinaria deCubatão (accmpa||hada deuma lista de finanças cor-rida entre os associados, to-tallzando .17.470 cruzeiros);Pacto de Unidade é Ação,integrado pelas FederaçõesNacionais dos Marítimos,Ferroviários e pela Uniãodos Portuários do Brasil;Sindicato dos Bancários tíuGuanabara; Sindicato dosMineiros de Nova Lima, Mi-nas Gerais; Associação dosAposentados e Pensionistasdos IAPs de Niterói, Sindi-cato dos Metalúrgicos daGuanabara; Federação Na-cional dos Gráficos c Sin-dicato dos Têxteis de Soro-caba.

RESOLUÇÕES

Dentre as resoluçõesaprovadas as mais destaca-das dizem respeito as con-dlções de trabalho da mu-lher, Inclusive das empre-gadas domésticos e das me-nores.

Bis um resumo:1.°) Fiscalização resl e

efetiva, e com a participa-ção dos órgãos sindicais,das leis trabalhistas e daprevidência social que ga-rantam a proteção da mu-lher e do menor.

1°) Pagamento do suxi-llo-natalldade, independen-temente da condição civildò trabalhador, por todosos Institutos de Previdên-eis.

3.°) Extensão dos bene-ficios da Consolidação dasL:is do Trabalho às traba-lhadoras domésticas e àstrabalhadoras agrícolas, in-c.usive com a possibilidadedessas categorias participa-rem de sindicatos de classe.4.°) Regularizar a apren-dizagem profissional de mo-do a assegurar, a todo me-nor não aprendiz, salárioidêntico ao do adulto.5») Aprovar a adoçãoda estabilidade para todasas categorias profissionaisde trabalhadores.6.°) Igualdade de oportu-nidade para a mulher con-correr juntamente com oshomens aos concursos doBanco do Brasil.

_7.°) pugnar Junto aos po-deres públicos para que amulher trabalhadora tenhao direito a 3 (três) faltasmensais consecutivas, Inde-pendentemente de justlfl-cação, a exemplo do queocorre com as funcionáriaspúblicas.

8.°) Reivindicar a modi-flceção do artigo 543 daCLT, no sentido de garán-tir a estabilidade dos diri-gentes sindicais, suplentes

ou delegados eleitos comorepresentantes nos locais detrabalho.

*.°) Reivindicar a apre-sentação do projeto de leijunto ao Congresso Nacio-nal no sentido de que afalta da mulher trabalha-do» ao serviço, por moles-tia de filho menor ou de-pendente, possa ser Justlfl-cada pelo médico que aten-der a pessoa doente.

10.°) Lutar pela mobiliza-çao da mulher trabalhado-ra, que tem direitos iguaisaos homens, para que te-nha idênticos deveres eparticipe mais ativamentedos órgãos sindicais paraassim ter maior consolên-cia profissional.

Foram ainda tomadasmedidas objetivando lnten-sificar luta psla aprovaçãotio projeto de lei n. 275-61,do deputado Sérgio Maga-Ihães, que prevê a jornadade trabalho de 0 horas, pa-ra homens e mulheres; pelaaposentadoria Integral, àmulher que complete 25anos de trabalho ou 50 anosde idade; p;l0 auxilio àmat?rnidade; estabilidadeprovisória da mulher ges-

tante e salário-familia. Aluta p:la paz e maior par-ticipação da mulher traba-lhadora nas lutas pelas re-formas de estrutura,'foramrecomendações unânimes.

ATO DEENCERRAMENTO

Com as amplas dependên-cias do Teatro Paramounttotalmente lotadas, reali-zou-se a solenidade de en-cerramento da I Conferên-cia Nacional da MulherTrabalhadora. Da mesa quefoi presidida pelo presldcn-te da CNTI, Clodsmlth Ria-nl, participaram numerosaspersonalidades e dirigentessindicais. Falaram, entre ou-tros, o presidente ClodsmithRlanl, Roberto Morena, re-presentando a CPOS; LuisPadilha, da Federação Sin-dlccl Mundial; é uma dele-gada de cada Estado. Ma-ria Andrade, de São Paulofêz uma saudação as dele-gadas. Adoração Vilar leuas resoluções. Maria Sego-via fêz a leitura da decla-ração de princípios e LuisTenórlo d; Lima falou emnome do movimento sindi-cal de São Paulo.

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OfrÜttCtf

SSCOUfStAM A UBEKOADE

Um capitão e um sargento norte-ame-rteanos escolheram a liberdade Mi prl»Mitos dias diste tose, pedindo asilo àsMrtoMados da República DemocráticaAlegai, tendo seu gesto sido consideradoeoaao lnesponsável peloe serviços secre-Mi Ianques, os dois militares que pre-feriram viver no mundo socialista. r'osfto naturalmente leitores assíduos de "OGKobo", eujM constantes advertências te-riam aatunlmente evitado sua tresleu-eada atitude. O capitão Alfred Svcnson eo sargento Benjamln Caln penetraram"no Inferno vermelho" pela zona dc SI-renaeh (Turingla).

AHNAl, NEGRO É GENTE?Os EUA

continuamfornecendo atodo o "mun-do livre" no.vos exemplosde práticaefetiva da de-mocracia, emcontraste comas persegui--çôes que sofreo povo dospaíses "atrásdr. cortina".Aindi agora,em Blrmin-

. gham. Estadooo Alabama, centenas dc negros foram pre-sos porque agitavam o problema racial.Inexistente na região, como se sabe. Aqué-les seres inferiores tiveram a ousadia depedir liberdade, direito à escola, sendo en-táo atacados com cães po'icials, no es-tilo de Juraci e Lacerda. Nas ocorrên-cias, sabe-se que os EUA têm um pode-roso aliado na África do Sul. EnquantoIsto, o governo federal, isto é,. Kennedy.vai deixando a coisa correr, bancandoembora o bom moço,

ARRENDAMENTO

Os Estados Unidos e a Espanha JáIniciaram negociações para renovar o a'u-guei do pais Ibérico aos ianques, Isto pou-cos dias após o assassinato do patriotaJulian Orimau, crime previsto natural-mente em alguma cláusula do contratoexpirante. O embaixador dos EUA emMadri já partiu para Washington paraconferenciar com Kennedy, e sua viagemse prende à renovação do arrendamentodas bases aéreas e navais dos EUA "nagrande democracia" de Franco, para de.fesa das fronteiras estratégicas do "mun-do NviV.

IMÜWMIAS t èflJWUS

*fyr \TÍ

. anda melo assustado eom asgaeerithae na América Latina, partleulsr-mente depois que ouviu alguns proaun-riqsasníns de -Lacerda e João Mendes.Asaha o pess.il.ule dos HA ds dksgerpatüleo apuo às Mreás áércss do hstato-fatio océdental (não se sabe se melaiCaba) no semttdo de que se preparampara a lata contra as guerrilhas na Amé-riea Latina. De passagem, Kennedy lem-brou os estreitos laços que unem as fór-ças armadas do Continente, referindo-se,parece, à amizade de Aramburu, Stroess-ner, Murici, Mendes de Morais, e outros"gorilas e micos latino-americanos.

LONDRES IMITA A GB iImpressionado com o que gastam os

ingleses em jogos dc azar. as autorida-des, através do chanceler do Tesouro, sr.Reginald Maudling, procuram estabelecermedidas' que permitam canalizar paraobras de assistência social uma parte daslibras que rolam no pano verde. Como sedesejam realizar a operação-Juraci, maistarde aprimorada pe;o sr. Carlos Lacerda,através da organização da FOM, já tendocirculado rumores de què o sr. governador

'enviará a Londres um dos seus assessoreszoológicos, para transmissão de experién-cios.

FORD NO GOVERNO I

Depois da Segunda Guerra, dez ofi-ciais de alta patente do Exército norte-americano alistaram-se na Ford MotorCo., dois deles chegando à presidência dapoderosa empresa. Por curiosa colncl-dêncla, um desses heróis chama-se Ro-bert McNamara, atual secretário de De.fesa dos Estados Unidos. Trata-se de umlugar multo próprio para o sr. McNamara:defende o mundo livre, defende a Ford s,quando pode, se defende.

GUERRA EM MIAMI \Está multo séria a briga entre os gru-pos de exilados cubanos em Mlaml, cons-tando que há algumas centenas, de ten-dênclas em choque. Pessoas bem Informa-

das afirmam que a luta se trava em tôr-no da partilha dos dólares da ajuda dosBUA à luta pela "liberdade" no Caribe, di-nheiro esse que acende os brios pátrio-ticos dos chamados anticastristas. t es-perada, para qualquer momento, umaguerra lntestina entre os vários grupos,com Varona, Cardona e outros à frentede cada facção.

iSTA ESGOTADO

A MAIS JOVEM

St nr Rio de Janeiro, 17 a 23 dt maio dt 1963

PareítS^_nM^:Bil.Bfe^_to^"Í,t '^mmmm

ou. mlflr?* • * "ífPi* wtabelsceu desde logo um recorde: éa mais jovem participante de congressos stodlcais no Brasil.

Franco está de pires na mão, por todaa Europa ocidental. Está pleiteando 150milhões de dólares da-França, o que nãoconseguiu até agora devido aos protestosdo povo francês, que náo é muito emi-go dos fascistas. Um representante do go-vêrno espanhol está na Alemanha c».!-dental, suplicando uma ajuda pira o c>*comunismo esgota todas as r*isp_va. Frar -co, depois de vendido, psf;i esgotado.-

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Page 3: U' ,--. . Ferriviáríes le SP Derrotai nft%dFftC*t Greve ... · integram o PUA e outros queiábrigám ati- ... «m favor das reformas de base juntamente ... do a valor dectarado

Mflnpppr- w-^f*..,,.,^ *S

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Com-ponho nacional

éanoaéaum,

ess «coseare o «teewwa ce s«oeo*•JMft H «io «setas* 141 tss Ceas-••VlllfvO* HMsl HpdM fVtpfMsMI*tan « «pw eassfe «se sssss retro-tP^OJO»» OJMWVV OVtMO pSffMOO*aspísiinlass tss «lesas «ase stesaeess os *ef«>*ss*»s o pi*ttai**soei

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com mais vigor na lute«Wst obstáculo.-Os sarMinontarts nacionoiis-tes \6 maniftstaram sou Ineon-formismo o sua decisão de utili*sar tedos os rtcvrsos, dentro da

a\*|Mt*lsaf»ssss sln sssssksa

Oortmdtidcto asais ds tanasea o iieqoeneamente embaraçadosm tarso dt «sa taposlçlo, o ml*astaro lan Tiago Dantas oosopa-laasa skovasnsate ao -Mas» t à «te-tevteao paia dtstr ao Pais aassn-stalinsntt Isto: vai continuar apolítica «conômico-flnancelra doGoverno, tal como havia sido pre-vista meses atras. Valendo-se degráficos sobre o melo circulante,o comportamento do crédito, oeárabio, ssforçou-se o ministropara dslxar nos ouvintes o telss-ptetedores uma sensação de ss-fursusça, Isto é, algo diametral-mente oposto do sentimento queboje domina nio só os círculoseconômicos, mas outras pondera-veis parcelas da população.Em sua exposição, o ministroesboçou uma calorosa, mas de todoinconvlncente defesa do FundoMonetário Internacional ("uma

Mfafftt aos Mrftfrtac

Não pode ficar sem uma enér-gica réplica a forma insultuosacomo o jornal "Última Hora" diri-giu-se aos subtenentes e sargentosque, reunidos na ultima semana,juntaram a Sua voz. ao clamor na.cional pelas reformas de base econtra as manobras do gorlllsmo.

, Para aquele jornal os sargentospassaram a ser os "gorilas de es-querda", buscando "o mesmo re-sultado pretendido pelos gorilasda extrema direita". 4, como se vê,um insulto perfeitamente digno de"O Globo"."Gorilas" de esquerda, porquê? Porque se mobilizam paraexigir a reforma agrária, no mo-mento exato em que representan-tes das cúpulas partidárias se re-cusam a aprová-la? Ou por quecomo democratas e patriotas, aler-

na base dsnacional, e pressto*

*jst***»*jk*sa^ ekas1*T»»*avs***à*T«a**r*»K*m****»V**k .*». era *¦ ¦*¦«-«¦ «r»nan<wa viywuMntfanvv a wvvamvo o Congresso, as massas fêmtodas as condlftts para festrprevalecer soa vontade, venceu*de as resistências da nação o,ofoitendo e ongõdo das solo*<jo«n concilialorlas, impondo to*luçõos que tstt)am. do acordocom teus intorteses, conquistan*do reformas de base autênticos,qut afetivamente golpeiem osprincipais inimigos ds nosso po-vo, o tarifúndlo 11 imporialismt.

agência das Nações Unidas"...):tentou, Igualmente sem êxito, de-tender á Instrução 299 da SÜMOC,lneluslve nio dando resposta amtta nuestão por éle pnJprto te-vantada, isto a, o prejtda» onotebéqut terá o Governo para comprarpor um preço mais alto, em cru-zelros, os dólares que Já .vendeu(sem possuir) à taxa anterior;apresentou três ou quatro cifrasdiferentes com respeito às emls*soes de papel-moeda já realizadasou projetadas até o fim do ano;disse concordar com o aumento de60 por cento ao funcionalismo,mas em seguida ameaçou toda apopulação com pesados impostosse êste aumento (ao qual êle con-tlnua contrário) fôr concedido. Eassim por diante. O brilhante ad-vogado revelou-se desta vez umfraquissimo defensor do FMI eda política do FMI, que éle exe-euta.

tam a Nação para o perigo do únl-co gorlllsmo verdadeiro, adver-tindo ao mesmo tempo os gorilasde que suas criminosas manobrasnão ficarão impunes?

Esquece-se a "última Hora" deque, na crise política de 1961, umadas peças decisivas para a derrotados gorilas que pretendiam im-plantar uma ditadura entreguistaforam precisamente os sargentos— os "pregadores da subversão",como os chama agora o jornal dosr. Samuel Walner. E que a eles,portanto, em grande parte, deveo próprio sr. João Goulart a con-dição de presidente da República.

Lançando contra os sargentosa grosseira provocação do seu edl-torial de têrça-felra, a "últimaHora" o que faz é dar armas aosKruel e Cordeiro de Farias, ao go-rllismo de Verdade.

Muito parecidas com os insul-tos de "última Hora" aos sargen-tos são as palavras proferidas porCarlos Lacerda e o fracassado"subfuehrer" Silvio Heck no atoda entrega de chaves do Clube Hu-malta pelo- governo da. Guarm-bara. Eis o que disse Heck: "Aquiestão os verdadeiros suboflciais,sargentos e praças que nào for-mem com aqueles que, no sábado,(...) 'pregaram

a insubordinação ea revolta". E eis como falou La-cerda, referindo-se a Heck e seusparceiros: "Representam para to-dos nós uma garantia de paz, defraternidade, de honra, de liber-dade. de ordem constitucional le-g?,l.' Não se tornaram autômatos,mas também não se tornaram ins-t.rumentos de' ninguém". Em ques-; diferenciam Wainer, Heck é La-cerd", nessa situação?

M"s o que queremos acentuarfiqui é o cinismo, cora que dois ir-insuperáveis gori'as fazem a maissórdida demagogia com os sargen-

tos. Lacerda e Heck são inimigosrancorosos dos sargentos. Do pri-meiro, basta lembrar a maneiradepreciativa com que, no ano pas.sado, em discurso prenunciadodiante do embaixador dos fstadosUnidos, se referia k política ex»terna — "discutida com sargen-tos"... Quanto a Heck, é conheci-do demais o seu ódio zoológico aossargentos e praças, demonstradoparticularmente nas crises de 1955e 1961. São esses gorilas que têmagora a falta de vergonha de sedizerem amigos dos sargentos bra-slieiros.

Que ninguém sé iluda, porém.Os sargentos e praças de nossasForças Armadas, assim como todosos setores progressistas e pátrio»ticos de nossa população, já pos.suem a suficiente maturidade no-litica para nio se Impressionaremnem com as estapafúrdias provo*cações de "última Hora", nem como cinismo e as macaquices de La*cerda e Heck.

Mobilização do PovoPara Levar a Câmaraa Aprovar a Reforma

I > v **.*¦¦¦¦*.TA cCONOMICA ,i i- >*""-*¦ aviem* ««'¦Im—~ |wa«aF**7 *jni«s*ei*tni

As tapuias reacionáriasdo Parlamento rejeitaram,na Comissão Eiptflsl daCâmara dos Deputados, aemenda constitucional aoparágrafo II do artigo 141qut permitiria a aprovação,por Tia legislativa, da refor-ma tiraria. Votando Unànl*mente eontra a emenda, osrepresentantes do PSD, UDNe P0P — o primeiro t o ul-ttmo, partidos qut têm seusministros no governo do sr.Joio Goulart — colocaram-se eontra a primeira das re*formas de base submetidasà decisão do Congresso. Ascúpulas rescionárlss, mane-jadas por ajtntes tstrangel*ros como Herbert Letrt, tservlçais do latifúndio co-mo Armando Falcão, deixa-ram perfeitamente à mos-.tra sua face retrógrada tcruel: o que querem 4 éter-nlsar a miséria das massasoamponesu, os desumanosprivilégios do latifúndio, oatraso t a dependência doPais. Sio os seguintes os se-te gorilas da Comissão Is*pecltl: Alternar Baleeiro,Pedro Alelxo e Erninl Sátl-ro, da UDN; Martins Rodri-gues, Ulisses Guimarães eGustavo Capanema, do PSD:Arnaldo Cerdeira, do P8P.Seus nomes nio serão es-quecldos peto povo brasi-lelro.INDIGNAÇÃO

A decisão imposta pelascúpulas reacionárias des-pertou a mais profunda in-dignação em todo o Pais,que num clamor crescentevem há anos exigindo a re-forma agrária. Parlamenta-res democratas, trabalhado-res/estudantes, camponeses,militares patriotas, todo opovo, enfim, manifestou deImediato o>seu repúdio à de-

elsao dos sobas udeno-pes*sedlstas, assim como a suaInabalável decisão de redo-brar a luta pelas reformesde tal modo que o plenárioda Câmara derrube aquelamonstruosa decisão t securvo diante da txisênclanacional de ser modificadoo artigo 141 da «Constituiçãopara que et torne possível areforma agrária.

Na Câmara, a Frente Par-lamentar Nacionalista t abancada do Partido Demo-crata Cristão deram logoInicio a um movimento vi-sando à derrubada da reso-lução da Comissão Especial.tese movimento se desdo-bra em trás planos: a obs*tração parlamentar (comexceção apenu para o pro-Jeto de aumento do fundo-nalismo), uma ligação maisestreita eom as forças ex-traparlamentares empenha-das na conquista das re-formas o a exigência de se-rem afastados do governoos representantes 00 PSD ePSP. Anunciando a dispo-slção de levar à prática aobstrução parlamentar, osdeputados nacionalistasafirmam que a rejeição daemenda constitucional "levao Congresso destinado a umimpasse a ter as piores con-seqüências na vida nado-nal, porque fortalece a con-vlcçâo popular de que as re-formas não serão votadas".

Enquanto Isso, intenslfl-ca-se, fora da Câmara, a mo-bilização das forças nacio-nallstas e populares com oobjetivo de obter do Parla-mento a reforma constltu-cional indispensável k re-forma agrária. O ComandoGeral dos Trabalhadores es*tá em permanente contatocom as organizações sindi-cais, preparando a deflagra-

çio de uma greve geralquando fôr considerada ne*cessaria. Agrupadas naFrente de Moblllnição Po*pular, as entidades estu*dnntls — UNE e UBE8 —adotam Igualmente medidaspars levar a Câmara a apro-var a modificação dos artt*gos antl-reformas da Cons*UtuIçAo. Pelo Interior doPais, as organizações cam*;. r.esn.s estão sendo moblll-/adas no mesmo sentido.

Somente sobre a base deuma Irresistível pressão dssforças nacionalistas e de*mocrática.*. será possível der*rotar as cúpulas reacionáriasdo PSD e UDN, forçando aCâmara a rejeitar o mons*trengo aprovado pela Co*missão Especial.MINISTROSPARA REFORMAS

Ao mesmo tempo, comocompreender-se que o sr.João Goulart considere In-dispensável a emenda cons-tituclonsl e mantenha emseu Ministério homens quenáo só são contrários aessa emenda, mas chegam,como o gorlla Kruei, a des-fechar uma violenta repres-são contra os seus partida-rios, - prendendo militaresque se pronunciam pelas re*formas e pnr Isso receben-do cumprimentos dc Cordel-rò dc Farias e Mamede? Co-mo admitir-se que o própriopresidente do PSD contlnuiparticipando do ministério?

O povo brasileiro exige,simultaneamente, que a Cá-mara derrube a decisão an-tl-reforma e que o sr. JoãoGoulart recomponha ime-dlatamente o sen Ministério,dele afastando os gorilasmilitares e civis que cons-piram contra ss reformas debase.

Presença do FMI Choca-seCom a Soberania NacionalApenas alguns meses

atrás, num programa de te-levlsôo, uma alta aulorida-de do governo federal, en-tão ministro de Estado, feza seguinte declaração: en-ganam-se os que pensam quenos podemos socorrer juntoao Fundo Monetário Inter-nacional, simplesmente por-que o FMI não foi criadopara resolver problemas depaises subdesenvolvidos. E auma pergunta do entrevista-dor sobre as finalidades pa-ra-que surgiu o FMI, res-pondeu aquela autoridade,com um sorriso, que não sa-bia. mas reafirmava quedegla instituição internado-nal os subdesenvolvidos na-da deviam esperar.

O entrevistado era 6 en-tão ministro da Indústria- eComérdo, hoje diretor Exe-cutivo da SUMOC, sr. Otá-vio Dias Carneiro, ó mesmoa quem hoje estão entreguesos três funcionários do FMIque para aqui vieram numaviagem "de rotina".

ESTAVA CERTOAo fazer as declarações

que reproduzimos acima, oembaixador Dias Carneiro,que é dos mais profundos- co-nhecedores dos nossos pro-blemàs financeiros interna-donalS c, em particular, doproblema fundamental darelação de trocas, estavaplenamente certo. Sabia, co-mo, sabe. que o Fundo Mo-netario e uma agência dasmetrópoles imperialistas quetem, entre outras íinalida-des; a de facilitar a explora-Ção dos paises menos desen.volvidos e amainar os con-flltos que surgem nas pró-

prias relações entre os im-perialistas. Claro está que asolução dada a Asses confli-tos é condicioaada pel» fôr-ca de cada uma das partesem disputa, vale dizer, bene-ílcia, em primeiro lugar, oimperialismo norte-america-no, que é o principal parti-clpante do Fundo, do qualdetém a parte do leão. .

Quando os "técnicos" doFMI prescrevem sua mezi-nha estabilizadora para pai-ses como a Argentina, o Chi-le, o Uruguai, o Peru, o Bra-sil, etc, sabem perfeita-mente a que conduzirá o usodas drogas receitadas: á es-

, tagnação e ao retrocessoeconômico, ao enfraqueci-mento da economia nacionaldesses países, à concessãode maiores facilidades paraa penetração e o domínio docapital estrangeiro. Em ou-tras palavras as fórmulasdos "técnicos'' do Fundo Mo-netáris Internacional sãoum dos Ingredientes da po-litica neo-colonla-lista, quevem caracterizando, êstemomento histórico de nau-írágio do colonialismo tra-dicional. Por Isso mesmo, to-do acordo entre o Brasil eo Fundo Monetário só podeser ruinoso para nós, por-que, como acentuou o embai-xador Dias Carneiro, o Fun-do não foi criado para re-solver problemas de paisessubdesenvolvidos.

DECEPCIONANTEEm contraste chocante

com aquelas sensatas decla-rações, o embaixador DiasCarneiro vem - agora, pelaimprensa», acenar com a po8'sibilldade de êxito nas nego

clações com o FMI. Mas, sehouver mesmo êxito, paraquem será? Para o Brasil?Ninguém acreditará nisso, acomeçar pelo sr. Dias Car-neiro. Por essa razão, a po-slção adotada pelo ilustreeconomista e diplomata é to-talmente decepcionante. Oque dele seria licito esperareram pelo menos declara-ções francas ao Pais. umaexplicação detalhada do querepresenta o FMI e o quetrazem em seu bojo as Impo-siçõe: do FMI. se êle desè-jasse silenciar sobre a In-compatibilidade Implícita en-tre o conceito de nação so-berana e a presença de "ins-petores" estrangeiros quevêm. ao nosso Pais para quelhes demos conta de se ofuncionalismo terá 40, 50 ou70 por cento de aumento, sevai ser êste bu aquele o ni-vel de Crédito estabelecidopelo governo brasileiro.

Aqui, pouco Importa a na-donalldade dos membros damissão estrangeira, pois oque eles representam, de fa-to, são os interesses dos im-perialistas, o maior obstácu-Io ao nosso desenvolvimen-to e o uma política real-mente brasileira de combateà inflação. Dizem que os"técnicos" mostram-se mui-to cordatos, nada arrogan-tes, etc. Entretanto, no mo-mento em que nos decidir-mos a adotar no terrenocreditlclo. fiscal, cambial, iocomérdo exterior, etc. asmedidas que realmente re-flltam os interesses do povobrasileiro, não temos dúvi-da de que será do Fundo —e nâo nossa — a iniciativado rompimento.

Afastar • FUI pira hurtmaiHar m trataiEstá o governo brsslielro, atra*

vés dt uma série de atos e ms*dldas, empenhado em dlnamisar ocomércio com os países latino-americanos. Naturalmente, eerladesejar o impossível obter umaampliação considerável desse co-mérclo Mm antes remover a cau-sa básica que o entorpece, Isto é,a pobreza atual da América Lati*na, decorrente da exploração Im*perlallsta e de estruturas internasanacrônicas. Mss, como mostra aexperiência, alguns progressos po*derlam ser feitos desde que remo*vidas certas dificuldades.

A simples criação da Associaçãode Livre Comércio da AméricaLatina (ALALC) não bastou, por stsó. para Inverter a tendência aodeclínio das trocas entre os poisesassociados. Essa tendência pode serexpressa no volume do comércioexterior do Brasil eom oito outrospaises latino-americanos — a Ar»gentlna, o Chile, a Colômbia, oEquador, o México, o Paraguai, oPeru e o Uruguai. Im cada um dosúltimo cinco anos foi o seguinte omovimento ds exportações o im-portaçôes, res pectlvamente, doBrasil com aqueles paises, eonsl-derados em conjunto: 1S5I: 144 e106 milhões de dólares: IN»: 75 e117 milhões de dólsrss; IMf: 17 s108 mUhões; 1M1: SS e 45 milhõesde dólares. A 1.° de janeiro de 1062entrou em funcionamento a ALALC.Pois foi precisamente no ano pas--".So t dados divulgados pela re-vista "Conjuntura Econômica", nú-mero ora em circulação) que uexportações brasileiras para os pai*ses membros da ALALC registra-ram seu menor indlcs. desde 1959:76 milhões de dólsres. t certo queas importações foram as mais si-tas do. qüinqüênio — 129 milhõesde dólares mas não é para acres-centar áreas de dbfklt em nossabalança comercial que desejamosIntensificar o Intercâmbio com aAmérica Latina.

A acentuação do declínio do co-mérclo brasileiro com os paises

Irmãss do sul do Oontlnente eo-Incidiu eom o abandono da poli-tica do Wlatoralismo. o «te, emoutras palavras, quer dlser: eoln-cldlu com o aumento da influén-eia da política do fundo Monetá-rio Internacional nesta parte domundo. Nos termos dos acordosbilaterais, negociávamos com essespalies sem a necessidade da pre*sença de um elemento que é escas-so em esds uma do nossas eco-nomias: o dólar. Os pagamentoscrsm feitos através de moedasconvênio, por via contábil, compen-sados pela troca real dt mercado*rias. «Sem ser preciso dispomos dedólares, brasileiros vendiam a ar*gentlnos café, banana, pinho t ar-gentlnos vendlsm a brasileiros tri-go, frutas, etc. De repente entraem cena o FMI e dita: as merca-dorlas argentinas devem eer pagasem dólar e nio com outras merca-dorlas. Resultado: o nosso inter-cambio com a Argentina caiu dequase 300 milhões de dólares porano, para menos de 100 milhões,em cada um dos dois últimos anos.Outro tanto aconteceu em relaçãoao Uruguai, pais com o qual o nos-so Intercâmbio eslu a metade,principalmente por interferênciado FMI.

Ao Imperialismo norte-america-no, à sua agência chamada FundoMonetário Internacional, náo podeinteressar o estreitamento de vin-culos econômicos normais entre ospaises subdesenvolvidos. Eis por que.no momento em que se fala emdinamitar a ALALC, uma provi-dência qus se impõe é o encon-tro de uma fórmula que permitao comércio sem a presença do dó-lar, Isto é, mediante apenas aamoedas nacionais. Do contrário,nem venderemos nosso pinho onosso café à Argentina, nem osargentinos poderão vender-nossuss frutas e seu trigo, nem pode-remos comprar ao Chile o fertill-santo e o aço de que dispõem oachilenos t que bem poderíamos pa-gar com os nossos produtos.

Vitória da UnidadeA unidade dos ferro-

viários das estradasconl rolada* pelo go-vérno dc S. Paulo, suacombatlvldade e dispo-slção de luta e o flr-me apoio do movimen-to sindical, estudantilt popular assegurarama vitoria dos trabalha-dores da Soroeabana,da Paulista, da Mogia-na e da Araraquaren-se e infligiram pesadaderrota ao sr. Ade-mar de Barros.

A unidade forjou-seà base da luta pelasstMndtata6as ooasssns--JiMdt^trttõlLbre os salários de de-aembro, aumento dosalário-famOla de 1.000para 2.500 por dep:n-dente; reestruturec idas carreiras; pagr-mento do 13.° mêspara Inativos e penslo-nistas. Além dessas, es.tavam tm pauta nu-merosas outras relvln-dicações especificas decada empresa.

Desde que apresen-taram essas reivindica-ções ao governo, o sr.Ademar de Barrosrespondeu negativa-mente, fugindo mesmoa quaisquer negocia-oôes. Ao mesmo tempo,procurava Intrigar osferroviários eom oafuncionários públicos ecom o povo, asseve-rando que "ganhavamdemais". Por outro la-do, alegava que a con-cessão do aumentocontrariaria orientaçãodo Plano Trlenal.

A resposta dos ter-roviérlos foi a lntensl-

ficação da campanha ea preparação concretada greve As grandesassembléias dc Soroca-ba e Rio Claro — cadauma das quais reuniumais de 5.000 trabalha-dores — e as centenasde outras assembléiasreallsadas ao longo dasUnhas, deixaram claroa disposição de lutados ferroviários. A es-truturação do Pscto deUnidade dos Ferrovia-rios de todas as sstra-dss controladas ptloEstado conferiu-lhes

darisdtde^Sffer*Toviários da Santos aJtmdlai. dos Pactos deUnidade Slndleal deSão Paulo, do ABC, deSantos e Campinas —ameaçando medidasconcretas de decreta-ção de greves caso osr. Ademar de Barrosrecorresse i violênciapolicial — também co-locou-os em posiçiomais forte.

Como con-eqUêncla, ogovernador, que. amea-cava com espancamen-tos e prisões, foi obrl-gado a correr atrás dosferroviários, propondo-lhes acordo. E êste sófoi aceito em bases querealmente atendiam,no fundamental, aosinteresses do proleta-risdo.

A experiência da lu-ta dos ferroviários doEstado de São PauloIlumina agora ss lutasem que já se empe-nham os trabalhadoresda construção dvil —

3ue reivindicam 10%

e aumento sôbre abril

BaetfstsWtt sLMs^S^BBBB^

de 1962 — e numero-sas outras categoriasde trabalhadores, dis-postas a não aceitaruma antecipação deapenas .17%, comoconsta dos acordos denovembro, uma vesves que o Índice decarestia já ultrapassoude muito os 40%.

Ao mesmo tempo, osferroviários e todas ascategorias de trabalha*dores tiveram uma ex-pertencia concreta daspossibilidades de vltó-ria que têm hoje emsuas mios,.aemnre. quese unem firmemente. Eisto os arfflme'findamais na preparação dagreve geral pelas re-formas de base, em pri-melro lugar a reformaagrária e a reformn daConstituição cappz deabrir caminho paraaquela. Quando oeAdemar, os Lacer-da, os Kruel e os la-«fundiários de todo oPais se unem para lm-pedir o atendimentodesta legitima exigên-cia popular, os traba-lhadores, cada vezmais conscientes de suaforça, unem-se tambémdo outro lado, fortale-cem seus latos com asdemais camadas popu-lares e passam i pre*paraçio concreta danova luta que certa-mento lhes trará umavitória ainda maior,vitória que será tam-bém uma garantiacontra o desemprego,uma garantia de que

. seus direitos e reivln-dicações serão melhoratendidos.

II^Pl^P§^Í^^k^wi8pf#iiÃí mm P**uto nona Usto

Num incidente a propósito dodiscurso do subtenente Gelei, o co-mandante dos pára-quedlstas, ge-neral Santa Rosa, declarou: "Vocêssó farão alguma coisa depois depassar por cima deste cadáver dareação". O cadáver, segundo notl-ciam as folhas, seria o próprio ge-neral Santa Rosa. Caso verdadeiraa versão jornalística, haverá daparte do general Santa Rosa umasimplificação de problema que émais político do que militar.

Pode o comandante dos pára-quedistas apresentar-se volunta-riamente como símbolo reacionário.Mas não como único símbolo Asituação, como costumam dlser oeamigos de definições singelas, écomplexa. Dentro das reações tmcadela que se processam nos várioscírculos da hierarquia militar háuma resistência de forças retrógra-das & realização das reformas debase, principalmente da reformaagrária. Sem dúvida, um coman-do que atua em função de interês-ses contrários ao do Pais gera osIncidentes dos últimos dias, cujorecrudescimento teve como pontode partida o caso Brizola-Muricy.

Uma contradição profunda, en-tre as forças do progresso e as daestagnação, conduz a essa espéciede estado de guerra que mantém osmeios políticos e militares emconstante efervescência. No climada contradição pode acontecermuita coisa. Principalmente quan-

do o presidente da República aw-põe, para exigir dlsdplina dos sar-gentes e oficiais nacionalistas, deum ministro da Guerra ex-sjgnatá-rio, como primeiro nome, do lífoal-festo dos Coronéis e que ainda ago-ra recebe manifestação política dtgenerais direitistas, inclusive umdos mais destacados promotores etambém signatário do Manifestodos Coronéis, o general Mamede.

Quem poderá atirar a primeirapedra no subtenente Gelei? En-tre os representantes das diversascorrentes que se dlgladiam talvesnão haja um só que resista asmais leve exame de consciência,no que se refere a infrações regu-lamentares.

Como pretende o sr. João Gou-lart pôr água na fervura? Atravésdo novo Código de Processo PenalMilitar elaborado pelo jurista Ivode Aquino, cadáver da reação c-on=servado em uísque? Dando ouvidosaos pronunciamentos antleclesiás-ticos de d. Jaime Câmara que aimprensa da embaixada america-na aproveita para assunto de man-chetes. tudo Isso enquanto umamissão estrangeira, a do FMI, ins-tala-se no Brasil e fiscaliza a apli-cação do Plano Trlenal?

Quando resolverá o sr. João Gou-lart montar um dispositivo de se-gurança efetivamente aUcerçcdonas forças nacionalistas de todosos escalões civis e militares?

Rio do Janeiro. 17 a 23 de maio de 1963 nr 3

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W\V Intomaelehal »•

lnd#p#fw#fWKi do PofoQUot

Sobre o Golpe no BrasilA 14 ò> ateio de Ull ata wnajaamda a

lndcpeodéncta do Paraguai, livre ponttca-mente do domínio colonial direto, o povoguarani *em lutando há lia anos por suatotal t efetiva libertação política « econô-mica.

Seguindo um caminho em linhas geraistemelhtnte ao dos demais paises latino-americanos, o P.iragual sofreu a dominaçãoIbérica, seguida pcia inglesa, finalmentetubttltulda pelo Imperialismo norte-ameri-cano. E luta. Umbém como oi demais, paralibertar-te desse jugo, queb.adò unicamente,até agora, pela Revolução Cubana.

A História do Paraguai, após a lndc-pendência conquistada em 1811 é umaerónict de vln'encla»., convulsões, gol-r**s de Estado, br.rtundo assinalar que houves« governantes nesse período de 152 anos, oque vale dizer r,ue cm média são eles subs-tltuidos cm pouro n-.als dc dois anos dcgoverno.

Conhecendo diversos ditadores nessesanos. o Par..uai enfrenta hoje talvez omais terrível tio tecles, no poder desde 1054.Em período algum o povo paraguaio sofreu

Um estilo de vidaQuatro Jovens estudantes, com a idadevariando rntre 16 c 18 anos. foram susprn-

so* do colégio por motivo* disciplinarei. Nodia de prestar exame*, como ainda cum-prlam a punição, foram Impedidos dc en-trar na ciasse.

Irritados com a Intransigência dos res-ponsávels pelo castigo, o* Jovens se retira-ram. para voltar cm seguida munidos deuma metralhadora, com a qual dispararamcontra os colegas que se eneontravam nasala fazendo provas e contra a residênciada professora. *

Detidos, as autoridades constataramque os quatro rapazes usavam Insígnias coma cruz suástica e tinham em seu poder bo-letlns anti-semitas.

Na Alemanha de Hltler? Não: o catose passou nos Estados Unidos de Kennedy,dia 14 de maio,, dezoito anos depois de es-magadas as forças nazistas na segundaguerra mundial.

t um estilo de vtda.Os Jovens rebelde*, habitantes do civl-lizado Estado de Nova York, ao norte cios

—„ Ufàsi ao que Mar 4 imposto peto tiranoAlfredo Stroeeener. mantido no governo àeutta de ingente* esforces do Departamentode Estado doa Estado* Unidot, que nele en*contra um dot mait dóceis tlteres da hiato-ria do Imperialismo.

Odiado pelo povo, que não recua dianteda violenta repressão do ditador, Strocunerconsegue manter-se no poder exclusiva-mente ã força da* armas cedidas peloa ian-quês, em troca da garantia da permanênciados trastes na espoliação do povo guarani

A Identificação da ditadura Stroessnercom o Imperialismo ianque dá ao povo para*gualo a consciência, do principal inimigo desua efetiva Independência política e econó-mica. E, com o objetivo de derrubar o Ura-no e aoabar com a espoliação norte-americana, os paraguaios lutam heróica-mente, com formas que vão desde as maislegais possíveis, até às guerrilhas.

Esse empenho do* patriotas paraguaios,enfrentando torturas que em muitos casoschegam k morte, nos dá a certeza de quea independência nacional será em breverealmente conquistada.

Estados Unidos, nada mais fizeram queutilizar toda a liberdade do mundo ociden-tal e cristão em que vivem.A liberdade de ser nazista. A liberdadede ser discípulo, por exemplo, de uma lm-

portante autoridade como o governadorOeorge Wallace, do Estado de Alabama, aosul dos Estados Unidos, onde o Inicio dasemana apresentou um saldo de 50 negrosferidos, duas casas semi-destrúidas a bom-bas e milhares de dólares em prejuízos ma-terials. pelo simples lato dc se tentar umacordo que evitasse a segregação racial.O governador George Wallace. émulo de«eus colegas de outros Estados horte-ame-ncanos como Mlsslssipl. Loulslànla, Arkan-sas e tantos outros. • prestou declarações àImprensa dizendo que a culpa de tudo cabiaaos comunistas.Esses comunistas são terríveis.. Não é

que querem acabar com a liberdade de lin-char negros norte-americanos, com a liber-dade de fazer propaganda nazista, de dispa-rar rajadas de metralhadoras contra cole-gas e professores? Uns monstros...

CGT Condena os Gorilas:Manifesto Pelas Reformas!Esta é a integra do ma-nlfesto lançado pelo Coman-Geral dos Trabalhadores:"Aos trabalhadores e ao

povo brasileiro:O COMANDO GERAL DOSTRABALHADORES estevereunido para apreciar os dl-timos acontecimentos naeio-nals, na luta em defesa dasreformas de base, daa liber-

dades democráticas e sindl-cais e o andamento das decisões tomadas no últimoEncontro Nacional dos Tra-balhadores, em Brasília.

Picou ooBStatado pelasrespostas e ssnissârios che-gados que ot trabalhadoresde todo o pais te manlfes-tam unanimemente favorá-vris a uma GREVE GERALpela conquista da seguintep'ita forma de reivindica-ções: 1) Reforma Agrária<i«c ellinin? o laiiíúnd.o. re-formando o parágrafo 16 doartigo 141 da Constituição,ostabelecendo-se que, quan-to ao direito de propriedadepo.ií.a haver dsapropriaçãopor ncessldade ou utilidadepública, ou por interesse so-ciai. mediante pagamentoem títulos da divida públi-ca. a longo prazo e a jurosbaixos. No caso de desapro-priação da terra, que o va-

.lor da Indenização seja es-tabeleddo segundo o valordeclarado nos três últimosanes para fins de pagamen-to do Imposto Territorial; 2)Salario-íamilia para todosos tr.-.balhadores; 3i Paga-minto do auxilio enfermi-dade e aposentadoria, emvalor náo inferior ao sala-rio minimo mensal vigentena região: 4) Apoio à lutados servidores civis e mili-ta. es por 70% de aumentonos seu.; vencimentos; 5iregulamentação e execuçãoda Lei que disciplina a re-messa de lucros para o ex-teiior. c suspensão por umano da remessa de quais-quer divisas para o estran-geiro a titulo de pagamen-to de juros, "royalties", lu-cros ou dividendos.

Tendo em vista que a evo-lução dos acontecimentosexige uma luta mais alta evigorosa examinou-se, ain-da a necessidade de lnten-siflearmos o trabalho de es-clareclmento por esses obje-tivos, através de assem-bléias sindicais, nos locaisde trabalho, em conferên-cias e comícios, em debatespúblicos e por todos os de-mais meios de divulgação.Toda a campanha reali-zada até então demonstraqu3 tais objetivos alcançamum apoio maciço do» tra-balhadores, estuda ntes,camponeses, parlamentaresnacionalistas, e todas as demais correntrs e setores pa-triótiros. civis e militares.Isto demonstra a posslblli-dade de conquistarmos asreformas de estrutura e asdemais reivindicações atra-vés da luta de massas.

Não podemos, entretanto,nos contentar com todas as

TEORIA EPRATICA

Por motivo Imprevisto, ede força maior, deixamos deapresentar neste número acole.boração de nosso com-¦jpaiitic.ro Apólônio de Car-va!ri?. que na próxima se»m?na voltará a esta página.

vitórias até então alcança-das neste gigsntesco traba-lho de moblllsação, conslde-rando que estamos empe-nhados na maior luta játravada pelo povo brasilei-ro em seu caminho pela li-berteeâo econômica, sociale poliUea. Face a estas con-clutoes e ciente de suas res-poniabilldades perante ostrabalhadores e o povo, êsteComando decidiu manter-seem reunião permanente,convocar novo EncontroNacional para o próximodia a? do corrente, nestaeidade.

Ao mmuuirtmm alertetambém a todot ot eom-panheirot para a eventualnecessidade de tomadas deposição, a qualquer momen-to. face as tentativas dareação de impedir p concre-'tização das reformas.Exemplo recente e a decisãoda Comissão Especial daCâmara dos Deputados, ma-nifestando-se eontra a mo-diíicação do parágrafo 18 doart. 141, da ConstituiçãoFederal, objetivando, assim,impedir a Reforma Agráriareclamada pela Nação e quevenha a atender aos inte-résses dos milhões de brs-slleiros das cidades e docampo.

Por outro lado, reartl-culam-se os reacionários dascúpulas partidárias e os"gorllas", com o objetivo decercear as liberdades demo-crátlcas e sindicais, buscan-do impedir o esclarecimcn-to. a mobilização, a orga-nizaçâo e as lutas quese desenvolvem em todoo pais. At perseguiçõesque se estão consumandoeontra civis e militares, nãoencontram apoio em ne-nhum diploma legal, já quea todo e qualquer cidadãonão apenas é assegurado,como é um dever defenderos supremos interesses daNação. Qual foi o crime doscompanheiros gráficos deSão Paulo, para que se pre-tenda cassar seus mandatosdos diretores de seu Sindl-cato? Qual foi o crime do*sargentos e luboflclais denossas gloriosas Forças Ar-madas para estarem sendopresos, perseguidos e trans-feridos?

Uns e outros reuniram-seem suas organizações declasse para debaterem e lu-tarem em favor das refor-mas de base juntamentecom suas reivindicações es-pecificas.

Estejam certos 03 latifun-diários, os grupos estran-geiros que espoliam a nos-so povo e seus agentes narcionais, de que a defesa deseus objetivos, os trabalha-dores camponeses, estudan-tes c demais patriotas civise militares, não se intlmi-darão.

Os sargentos, suboficiais edemais patriotas vitimas deviolências não ettão sós.Junto a eles se levantam,em número crescente, le-giões de bons brasileirospara prosseguir, cam maisvigor e decisão, na luta hu-mana, justa e patriótica,por uma vida digna e felizpara todo o povo brasi-lelro.

Companheiros trabalhado-res: -

Com esta compreensão ereforçando nossa unidade e

organização, mobilizcmo-nospara. em qualquer eventua-lidade, estarmos em con-dlções dc atender, com pres-teza, ao chamamento desseComando. Reforcemos, emcada Estado e Município, osmovimentos de frente únl-ca com os demais setoresnacionalistas e patrióticosde nosso povo (camponeses,estudantes, parlamentares,etc), visando o amplo es-clareclmento popular capazde proporcionar as mani-festaçóes públicas necessá-rias e Indispensáveis àaprovação da notta jplata-forma de reivindicações. Aexemplo de que já fêz êsteComando, dlrijam-se ao sr.presidente da República, re-clamando a Imediata liber-tação dos sargentos e sub-oficiais presos bem como oatendimento dc suas reivin-dicações.

Povo brasileiro:A hora é de ação! O Co-

mando Geral dos Trabalha-dores conclama todos os as-salariados, profissionais 11-berals, camponeses, estu-dantes, donas de casa, fun-cionários civis e militares,a todos os patriotas enfim,a cerrarem fileiras com ostrabalhadores nesta glorio-sa jornada pelas reformasde base e em defesa das 11-berdades dem ocráticas esindicais".

O Socialismoé Que dá

Há li anos caia o Prote-tprado mantido velo exér-cito nazista contra o povotchecoslovaco.

Depois do 9 dc Maio de194S instalou-se o governopopular da Tchecoslová-quia, t com a ajuda do pro-letariado nacional iniciou-se a reconstrução do par-que industrial tchecoslovaco.Foi desenvolvido um lnten-so programa de planejamen-to econômico e de fomentoagrícola.

Hoje a produção indus-trial da Tchecoslováquia iquatro vezes maior que em1937. Seus 2 500 000 opera-rios gozam do mais elevadopadrão social da Europa. Ogoverno socialista asseguraa instrução de todos os seuscidadãos. No ano passadoforam distribuído!; 1? mi-Ihões de livros e 220 mil tra-balhadores freqüentaramcursos complementares du-rante as horas de trabalho,

O operário tchecoslovaco,além de receber um salárioelevado, tem assegurada aredução de impostos e ajudamonetária para sua família.Os serviços hospitalares vãona razão de um médico pa-ra cada 538 habitantes, aassistência médica é gra-tuita até aos 15 anos, assimcomo os medicamentos emgeral

A foto acima mostra umnovo sistema de fundaçõespara casas pré-fabricadas,proporcionando considera-vel economia de material etempo, no mesmo solo queos nazistas devastaram, im-pondo ao povo tchecoslová-co um regime sanguinário.

T üma pena que o m-crltor Wanderlry Guilhermenão Unha querido aprovei-tar a oportunidade da' pu-bllcação de teu artigo nonúmero ora em circulaçãoda revista Estudo* Sociais,em resposta a um artigonosso, divulgado no númeroanterior dessa mesma rt-vista, para debater con te-rledadc problemas que, afl-nal, o próprio WanderlcyGuilherme suscitou cm seuensaio Quem dará o golpeno Brasil? Em vez disso, cs-colheu o pior: tomou comoofensas pessoais as ubscr-vações criticas que, semsair do plano das Idéias, (1-zemos ao seu trabalho, oumais exatamente, ás suasteses essenciais. E, como rc-sultado dessa surpreendenteconfusão, perdeu asefenlda-de e até o bom-senso, pro-curando sonegar as dlver-génciaa, sem conscgul-lo, erevidar ãs "ofensas", tan-bém em pura perda.Lamentamos, slnceramen-te, que tenha sido tão pou-co feliz o Jovem professor.Primeiro, porque o que de-sejâvamos era apenas deba-ter — bem ou mal, poucoImporta, mas szrnprc deba-ter —* problemas sugeridospelo seu ensaio, atendendomesmo ao caráter, e até aotitulo intcrrogatlvo. deQuem dará o golpe no Bra-sil? Depois, porque a ex-trema Intolerância reveladapor Wanderley Guilhermeé. a negação de todo espirl-to de pesquisa — indlspen-sável, no entanto, a quem,como êle, se proponha ela-borar questões inevitável-mente controversas, como'as que se referem á inter-pretaçào da realidade bra-sileira. Finalmente, porquecedendo a Impulsos que sópoderiam ser explicados poruma desgovernada vaidadeintelectual — de resto, semnenhuma razão dc ser. aomenos aparente — Wander-ley Guilherme foi levado,em seu artigo, não. só a as-sumir uma conduta éticaextremamente infeliz, mas,além disso, a cometer er-ros que, em outras circuns-tâncias, o simples equilíbrio,quando não a categoria In-telectual; lhe teria poupado.

Confesso qu? me é pro-fundamente constrangedor,por exemplo, verificar que,numa discussão que deverianaracterizar-se antes detudo pela probidade, WGprefira recorrer a truques

a bisonhos e desgastadostruques, como o de forçar,a impressão de que o lei-tor, antecipadamente, tomao partido de quem escreva,contra aquele a quem aecontesta, Afinal, que senti-do e que resultados podemter "maqulaveílsmos" tãosimplórios, quando o que *edeve pretender é o leal con-fronto dc idéias e. sobreessa base, a redução lnces-santè dos equívocos c desa-certos? Do mesmo modo,

por que socorrer-se de ma-nobras tão bobas como mo-dlficar expressões que usa-mos — "nesses capítulos"para expressões diferentes

"alguns capítulos" — as-sim, entre aspas? Ademais,porque, se se trata de umadiscussão, em que há sem-pre margem para uma ré-plica. sentenciar-se Inapelà-velmente quo "dito isso, estáencerrada a questão", comose o limite do pensamentofosse uma corte marcial oucomo se pudéssemos imagl-

nar o jovem profcitor nu»ma cômica reencamaçãodo "magiater dlxlt". B porque a pueril tentativa, quechega ao. ridículo, mais queá provocação, de sugeriruma Identificação nonacom 01 "latifundiários daConfederação Rural" e umadiscordância com o* do-cumentoe da direção coau»nttta, pelo fato de falarmotem "reforma agrária demo-crática", que wo declara,com enorme espanto, náosaber o "que vem a ser" —naturalmente Ignorando queLênin, Já em 1906, senão*antea preconizava aa"t r a nsformações agráriasdemocráticas" e a "revolu-çáo agrária democrática",ou seja, a revolução agra-ria feita segundo os Inte-restei dat massas campo-nesas?

Não queremos enfatizar asignificação de elementosdessa natureza — penosos,sem dúvida — no artigo deWanderley Guilherme. Masera necessário apontar ai-guns deles, para acentuaros riscos que acompanhamá fatuldade e a intolerán-cia. sobretudo quando sepromove, ou se pretendepromover, um trabalho depesquisa, necessariamentedifícil e complexo, da rea-lidade brasileira ds nossosdias. Não temos o propósl-to de Impor conselhos nemde encerrar questões, masacreditamos que o profes-sor Wanderley Guilhermesó teria a ganhar, em suaatividade Intelectual, senão insistisse nesse cami-nho e passasse a encarar oestudo e o debate de taisassuntos partindo de umaposição menos presunçosa emais responsável.***

Vamos, porém, ao princi-pai. Isto é, ás teses em de-bate. Fizemos ao ensaio deWG. em que é abordada aquestão .do golplsmo noBrasil, duas objeçóes fun-damentals, em torno de pro-blemas que, de certo modo,envolvem a essência mesmade seu trabalho. A primeiraobjeção tem o sentido demostrar que constitui umgrave erro caracterizar-se ogolplsmo como uma políticada "minoria privilegiada"contra a "maioria oprimi-mida", em lugar de carac-teriaá-lo como uma polltl-oa do imperialismo e atuaagentes e dos latifundiárioseontra o conjunto du for-cai sociais cujos interessesse Identificam hoje, embo-ra em gran* diferentes, eoma emancipação e o progrea-so do Pa!*. A tsfunda obje-çáo vtm a aeematar cjoanaa aoadlçota ataata aa 11-aoadlçoM . ,bardada* democráticas ad»qnlrem uma Importância euma dimensão novas paraa luta libertadora e revolu-clonária do povo brasilei-ro. de sorte que não bastarepetir a fórmula da lne-xlstêncla de uma diferençaradical entre um poder dasclasses dominantes no qualexistam as liberdades —com as limitações e os vi-cios conhecidos — e umpoder despótlco, resultantede um golpe, que suprimaessas liberdades. Sob a for-ma deplorável que Já eo-mentamos. Wanderley Qui-lherme repeliu as objeçóes,afirmando que seu pensa-mento fora distorcido emnosso artigo. Não é verda-de. E tanto não é verdadeque, em sua resposta, em-

bora apelando para algunsnanali artifícios. WO InsU-te naa tete* errônea*, deQotea dai* e golpe no Bra»•41? — tete* marcada* pelo"doutrinarlsmo de esquer*da".

Im que contlitcm o* er»ro*? Para efeito de maiorclareia, vejamos os doíaproblemat em teparado.não obstante a vinculaçiocxlttente entre'eles.

Quanto â primeira quês-tio, o erro original dr Wan-derley Oullherme reside emabordar a política do gol-plamo sem ter em conta, demaneira nitlda, o quadro' das contradições que obje-ti vãmente se desenvolvemno selo da soeledad? bra-sileira; sua diversidade, suahierarquia e sua correspon*déncla necessária com asformas e 01 métodos deluta. A tendência do ensals-ta é simplificar exagerada-mente este quadro de con-tradlçoei. reduzindo toda*elas, na prática, a uma con-tradição única: a que con-trapóe a "minoria prlvile-glada" à "maioria subme-tida". Está claro que essaé uma contradição funda-mental de nossa realidade,assim eomo eatá claro qu*ela atua e atuará enquan-to existirem classes social*antagônicas, no Brasil ouem qualquer outra parte.Todavia, querer explicar to-doa 01 fenômenos — em tô-das a* situações concretas eem todas aa etapas tam-bém concretas do processorevolucionário — argumen-tando apenas eom a divisãoda sociedade em classes ex-pioradas e exploradoras écair no mais inócuo doutrl-nallsmo, sob o invólucro deposições radicais que, no fi- .nal das contas, se estiolamnum palavreado retumban-te, mas sem nexo e semconttqüêncla.

E' dena «ImplificacSn quepadece o trabalho de WG. Eis*o justamente o Impede dedescobrir no golplsmo. nãouma política destinada apreservar o* privilégio* declasse, em geral, mas umapolítica oue exprime, de mo-do especifico, e em pontodado de seu amadurecimen-to, a contradição entre umconjunto de força* retrógra-das e alienadas — cujos pri*vilégtos dependem da etpo*Ilação Imperialista e do mo-nopólio da terra — e. de ou-tro lado, um conjunto deforça* nacional* e progre*-sistas que, possuindo con-tradições fundamentais en*tre d. têm porem s possibi-lidade de agrupar-se numafrente comum que não sepropõe a acebar com « ex-ploracão do homem pelo bo»mem, ma* a derrotar aa tan*tartiva* de golpe. Quer dtaer:«asas dasses e camada* na*•tonai* e ptogrssslrttt, aamque desapareçam tuas pró*prlas contradiçfles, «tabele-cem uma aliança, determl-nada e condicionada pelaexistência de ume outra con*tradição, que cm dado mo-mento é a principal. Ou separte dai — isto é, da rea-lidade tal como ela se desdo-bra diante de nossos olhos,e não como a desejaríamosou nada se compreenderáda* peculiaridades do gol*pismo e da luta contra êle.Não se compreenderá que ogolplsmo, como método deluta, corresponde, na atua-lidade, aum parte do siste*ma dc classes que participamno poder — a burguesia en-treguista * os latifundiários

cuja influência declina noaparelho estatal e cujos ve-lhos privilégio* não poderão

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•er mantido* tenáo medltn*te o golpe, ou aejt, a inter*nipção de um proceno hiato-rico que tem como compo-nentw. entre outras, um pn*prl cada vez maior da* mus-uns iiii.)nlliii'lrtni;i no con*i'into da lociedade e. nnárea do poder, um gradualdeslocamento dc forca* a fn-vor da burguesia nacional.Não se rompreenderá, con-•equtntemente, que a luta• outra o golpe dispõe deuma baso social c polltl-ca que nfto é, nem pode ger.» mesma base em que seapoiarão lutai de outro ra-ráter « outro tipo, pois aesta* corresponderão, de umlado e do outro, sistemas doforça* diferente*. Não secompreenderá, enfim, que osapelo* ã resistência antlgoi.pista, por ii*o mesmo, nãopodem ter feitos nos llmi-tes estreitos dos enfatundosconselhos dados ás "forçasde vanguarda" por Wander*lçy Guilherme no capitulofinal de Quem dará o golprno Brasil?

Náo querendo admitir oerro, WG agravou-o aindamais no artigo de EstudosSociais, »o tentar funda-mentar a sua-tese esquer-dista com o auxilio de ca-tegorlas como qualidade tquantidade. A tentativatem êxito torna particular-mente embaraçosa a situa-çáo, dado que o ensaísta étambém professor de filo-sofla.

Vejamos o artigo: "...oconteúdo essencial penna-nente do golpe, no Brasil,é a defesa dos privilégios daminoria dominante contraos interessa* e reivindica-ções da maioria do povo.Que quer dlaer esta tese?Simplesmente que se pro-eura caracterliar toctalmen-te essa operação políticaque é o golpe, verificandoquem o dá — ot que têmprivilégios — e contra quemo dá — contra ot que rei-vindleam. Eli ai a caracte-rização qualitativa do fenó-meno do golpe". Há aqui aressaltar duas coisas. Pri-meiro: a clareza eom que oautor, escrevendo em por-tuguês, o nâo em outro idlo-ma, reafirma que o conteú-do do golpe (demos de ba-rato a redundância "con-teúdo essencial") é a "de-reia dos privilégios da mi-noria dominante", que osque o adotam como opera-çáo política são "os que têmprivilégios" — usando sem-pre o artigo definido, cujafunção precipua é dc.ermi-nar. Segundo: a aplicaçãoerrônea da categoria "qua-lidade". feita pelo jovemprofessor fora dos critériosda dialética marxista. Tudopela teimosia am sustentarum erro teorieo-pollttco daInspiração tectâria qne tal-

Ora, quando te atribuiqualidade — e, mais ainda,a qualidade — quer seja aum objeto, a uma relação,a um processo, o que se pre-tende é distinguir o objeto,relação ou processo dos de-mais, não para isolá-lo, maspara identificá-lo correta-mente. Mas terá que se po-deria identificar "social-mento" o golplsmo — Isto é,diferenciar esse fenômenodos demais — afirmandoque a tua qualidade é a dé-fesa dos privilégios da ml-noria dominante? Como en-tão distinguir o golplsmode toda a política realiza-da pelo poder dominanteem todas as sociedades di-vldldas em classes antagó-nicas, desde o escravismoao capitalismo lmperialis-ta? Nao estaríamos, nessecaso, distinguindo, persona-lizando, mas contundindo edescaracterizando.

Ademais, como se com-preenderia que, sendo a"qualidade" social do golpis-mo a defesa dos privilégioste não de privilégios hlstò-ricamente determinados)da minoria dominante, fôs-semos encontrar classes ecamadas também detento-ras de privilégios, membrostambém da minoria domi-nante (da mesma "qualida-de", portanto), aliadas nocampo do antlgolplsmo aclasse a camadas privadasde qualquer privilégio?

Como se vê, embora dese-.tendo a dialética, Wander-ley Guilherme terminou,sem perceber, nos braços dametafísica. E, o que é pior,obstlnando-se numa posiçãopolítica que não }he possi-bilitá orienta r-se com acêr-to diante das contradições,da luta e das perspectivasconcretas que se apresen-tam hoje em nosso País.* * <

A segunda objeção feitaao folheto Quem dará ogolpe no Brasil prende-seao tratamento dado peloseu autor ao tema das li-berdades democráticas, tóbvio que não dissemos, nemteríamos por que dizer, queWanderley Guilherme deixade defender as liberdadesdemocráticas, eomo entre-tanto procura, éle próprio,augerir no artigo de EstudosSociais. Itto seria mais queuma Injustiça, um verda-deiro disparate. A objeçãoque fizemos foi no sentidode observar que WG revelaem seu entalo uma visãolimitada desse problema, detuas características e seusignificado nas condiçõetatuali. Restringe-se a repe-tlr algumas formulai — In-controvertas para todo' opensamento progressista —sobre o Estado como forma

de ditadura dai elaatea do»minantet, tem nenhumapreocupação, todavia, porconsiderar ot aipeetot novo*c a* nova» pertpeetivaa «ob' os quais a questão se desdo-bra dentro da. realidadeconcreta de nottoa dia*.

Com efeito, quando *eafirma que não exiite umadiferença radical entre aditadura que ot golpittaiameaçam Implantar a a de»moeracla convencionai bojeexistente no Braail, ouquando se dia que enquan-to permanecer a atual cota*posição de classes do Etta-do bratllelro nâo poderáexistir um poder realmeo-te a serviço do povo, aflr-mam-se verdades elementa-res e incontestável!. Maacom Isso náo se esgota oassunto, ou melhor, repUan»do-te apenas aquelas ver-dade* deixa-se de atentarpara os novos elementos,obrigatoriamente engendra-dos pela mudança de con-dlções de notta época, nbmundo e no Pais. .

Surgiu sgora-, por exemplo— r êt*e é o ttpteto novomais geral e mait lmportan-te — a possibilidade ad-mltidaemdlvertot paises, d»passar o poder político paraa* mãos do povo mediante af mprêgo de procetaot demo*crático* de luta, tem a ne-cessldade de recorrer-se águerra civil. No Brasil, re*conhecemos que essa possi*hllldade existe, embora não•e exclua a potiibilidade cen*traria, de serem at mauaacompelida* á Insurreição ar*madat pela violência daaclasse* dominantes. Que sia*nifica Isio? Significa adml*tir-ae a viabilidade daetraniformaçoes revoluciona*rias dentro do processo de*mocrátlco, por melo das mu*dsnçss de estruturas, docrescimento da influência

-dos trabalhadores e demaisforças progressistas nas de*cisões política*, da incessan*te alteração da correlação deforça* a favor do povo, sem*pre como resultado da açãode mauas.

I**o atribui às liberdadesdemocrática* unia dimensãorealmente nova. Não te tra*ta aqui de "confiar" ou "nãoconfiar" no regime hoje do-minante — na' "ditadura emvigor", como diz WG. Trata-se de confiar na ação de-•envolvida pelas massa* ea» amplas força* democráti-cas, de que etias ações. —orientadas adequadamente,em esda ea*o — resultem nadefesa e ampliação constan-t# da* liberdades, partindo*se da idéia de que a con-quista da democracia politi-ca* serve ao povo não só no-mo instrumento para a ob-tenção de retvtameaooea par-dali, más para a tua pró-pria emancipação. Trata-ta.MsTutv d*í onnpvMnQti — •atuar segundo «et» estupre,ensão — que as liberdadesdemocráticas adquirem pre-sentemente um novo slgnlfi*cado » uma nova pertpecti.va: sobre a sua bate podedeaenvolver-ae, até o seudesfecho vitorioso, o proces*so revolucionário. Inslttl*mos: tudo depende não da"capacidade de luta do stste*ma atual", mas do nivel que,no curao democrático, sejaatingido pelas açóe* unitá-rias de massas.

Vamos encerrar estas no.tas. As nota* e não "a quês-tão", já que, tegundo pensa-mos, problemas deaia natu*reza devem comportar «em-pre a pesquisa e a polêmica.O que desejamos, particular*mente, é que o jovem pro-fessor Wanderley Guilhermepoata, nesse terreno, daruma contribuição cada vezmais fecunda.

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do ..... .. 30,00

Rio de Joneiro, 17 a 23 do maio do 1963

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Novos Caminhos do Teatro Brasileironovo ponto histórico---.- ,._„-_ _ m mmmmmmmmt atoam mmmm nwv I.. *************de Qguçamento de definições, de csracterisado da posições,tudo próprio dos novo» problemas que, de rama eada tasmau premente, abalam, despertam, modificam certas as-P?cto« Import-mea de nossa realidade social o política. Osciejates, cai aitusoòea cm que se pretsento de maneira pai-P-ivel o andcms-.ito. n progressão notável dessss novas for.mas e problemas crtl.tlcos, são sobremodo proveitosos econtribuem para que se estude mais a fundo as diversasposições, oa diferentes cnmlnhos e as várias soluções que"rtffí" no campo da análise c observação da realidade

am.iN£[S? RUM°S. «bre suas paginas a esses debates.Aqui traremos, na medida de nossas possibilidades e daatenção que nos derem os artistas, críticos e todos os leito*res interessados, o» depoimentos, as criticas e as opiniões.que possam transmitir determinada compreensão dos temasque abordarmos.a t*.?2Íe.,™°.nl.eÇ8?loa com °.!fatro-É Inegável que tert sidoSMhíSMK ,ormu «^"cm O* maior desenvolvimentonos ultimo» cinco anos aqui no Brasil, Bastaria que come-cassemos a contar desde o surgimento do revolucionário

contanto d» Tsatre de Arena, de lio Paulo, para dal emdiante eneentniasaa maa suoaesáo de experiências cadaves atais importantes, mais renovadoras, mais reveladoresdas ssndMftss «s aoaas frutífero «eeanvolvlmanto teatral.Saia neenteOMnte. as experiências bastante oonseqOenta.das tropos da teatro doa diversos centros Populares de Cul-tura do Pais — principalmente o Movimento de Cultura Po-polar, do Recife, e o Centro Popular de Cultura da UNE,no Rio de Janeiro — têm servido para ampliar oa horisontesdo teatro brasileiro. Inclusive na formulação ds uma linhads stuaçáo política, de engajamento atuante no processoda revolução brasileira.DIAS GOMES

Quem primeira nos dá sua opinião sobre teatro brasl*Iclro é Dias Oomes. homem há multo vivendo no e do tea-tro,, e que no ano passado alcançou repercussão verdadeira,mente universal eem o f Ume baseado em seu O Pagador dtPromessa*.

Suas opiniões sio as de quem conhece bastante de pertoos problemas teatrais — e que os conhece de um ângulo deeritlea fundamentada e criadora — Inclusive no que dis res-peito a manifestações dramáticas que se vinculam ao teatro

como 4 o eaao do rádloteatro, onde trabalhou durante váriosanos.

Alfredo Dias Oomes velo da Bahia, de Salvador, ondanaseou «m 1133. Depois de tentar tris aseolaa superioras,deddlu.se mesmo a escrever, o que era sua voeaçto. IN jáno Rio de Janeiro, onde chegou eom lã anos, que estreoucom Pi-de-Cabra, poça montada por Procóplo Ferreira, noTeatro Serrador, em 1942. Em 1943, é levada ao palcoAmanha Strá Outro Dia, pelo Teatro Brasileiro de Comédia.

No ano seguinte vêm Doutor. Ninguém e Zeea Diabo,.,encenada» por Procóplo Ferreira, em 8áo Paulo, e por Dul*clna, no Rio.

De 1944 a 19M. Dia» Oomes dedica-se às atividades norádio, só reaparecendo no teatro em 1954, com Oi CincoFugitivos do Juito Final, montada por Jaime Costa.

Em 1959 escreveu O Pagador de Promessat. que foi lan*cada em 1960 pelo Teatro Brasileiro de Comédia, em 81oPaulo.

O êxito de O Pagador de Promessas foi ainda maiorcom a aproveltação do testo para o cinema e o conseqüentesucesso mundial.

Ainda escreveu A Invasão, recentemente encenada comgrande êxito, no Rio de Janeiro, e A Revolução dos Btatot.

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Dias Gomes: "Escrevo Para o Povo"

PARA QUEMESCREVER"t evidente que escrevorra

o povo. Êsse problemabásico para a compreen-são de qualquer autor, dequalquer dramaturgia. Pa-ra quem escrever? Todo au-tor consciente de sua res-ponsabllidade social e desua Inabldlcável participa-cão deve, antes de mais ns-da, fazer a si mesmo estapergunte. Parece-me, que.em nosso tempo e em' nossasociedade, a opção é clara:ou se escreve para o povo.ou se escreve contra o povo.TEATROPARTICIPANTE

"Assim sendo, todo autoré participante, ainda mes-mo que não pretenda ser:omitir-se é favorecer o maisforte. Reste sentido, todoteatro é político. O teatrodito Impropriamente apolltl-oo é o teatro da classe do-minante. Nao combater. Ig-norar una ordem social In-Íusta.

é aceitá-la. B aceita-i politicamente. Claro quefalo como autor do meu

tempo e do meu pais. Vive-mos atana sociedade dividi-aa asHso opressoras e opn-mldos. Bs nio tomamos po-slçlo ao lado do» oprimidos.» evidente que favorecemosos oprassort». t o eaao dalute entre o gigante e. oanão. Ficamos de fora. eo-estamos, de fat, do lado dogiganta «ss massacrará oando. Bossa parMdpaçio aolado da apto talves equlli-

EATTK» POLÍTICO"Mas é praelso diferenciarteatro poMUco do teatro,

?or assim dizer politizante.

odo teatro é político; nemtodo teatro é pollivinte. Hàmuita eonfusão em tornodisso. Há críticos que se re-ferem ao "teatro político"como uma tendência novana dramaturgia brasileira.Esquecem-se de que o pri-melro exemplo de represen-tação teatral que encontra-moa no Brasil é um exem-p'o de teatro político. Ounão era político o teatro deAnchleta? Quais os obje-tivos declarados das primei-ras manifestações cênicaspromovidas pelos Jesuítaspara a platéia indígena?Conquistá-la para a religiãocatólica, é elaro. Mas o queera a religião católica? Areligião do conquistadorportuguês.Assim, a crença e submis-são ao deus dos brancoseqüivalia à aceitação dodomínio luso. Verificamos,entlo, para espanto de mui-ta gente, que a mais antiga

tradição de nosso teatro (tiopobre delas) refere-se, pre-rl-amente, ao seu caráter

nitidamente político. B niopodemes dizer que essa tra-dicão nio foi continuada,pol» Alencer escreveu peçasabolicionistas (uma delasaté proibida: "O Jesuíta")e Castro Alves escreveu"Oonsaga ou a Revoluciode Minas". No entanto, hápoucos dias. U na Revistada Sociedade Brasileira deAutores Teatrais um artigoatacando Ouarnleri. JorgeAndrade. Flàvio Rangel, amim e a todos que êle cha-ma de "nouvello vague" doteatro brasileiro, por teremintroduzido "idéias politl-caa" em nosso tsatre. Po-demo» constatar pe!o queacabei de exper, o quantoe.«tá equivocado o articulis-ta".O CONTEÚDO E AFORMA DO TEATRO

"No que dis respeito aoconteúdo político que se querimprimir à peça e sua qua-lidade artística, hà duasmaneiras pelas quais vemsendo encarado o problema.Há os que acham que a artedeve colocar-se n serviço dapolítica, servindo-se do teu-tro como simples veiculo deum objetivo político, cons-cientes do papel secundário,episódico, dêste teatro. Oproblema da qualidade ar-tlstiea fica, entlo, relegadoa segundo plano, subordina-ds à atuação e no Interessedo problema polltleo. Omais importante nio é pro-duzir uma grande obra dearte, mas uma. obra degrande e Justo afeito poli-tico. Bste é uma corrente.Mas hà outra, ove encara aquestão de modo inverso. Aeficiência política da obrado arte esta na raalo diretade sua qualidade artística.A parttdpetlo do titisteatravés de sua oara so us-rá válida, eficiente, vigoro-sa e convincente, se ele seportar, antes de mais nada,como artista. Isto é. se com-preender ser a arte a auaarma e que para ser umeficiente. soldado em qual-quer batalha é preciso, an-tes dê mais nada, sabermanejar bem o seu fuzil,atirar com precislo, ter boapontaria. Com um fuzil des-calibrado de nada lhe adi-antará trazer dentro da ea-beca as idéias mais justes,as razões mais convlêentes.Acabará atirando ém seuspróprios companheiros. Istonáo quer dlser que deva sera qualidade artística o uni-co fator a se levar em eon-ta na análise da lmportàn-cia de uma obra, nem queuma obra de grande quali-dade artística seja, só porIsso. politicamente aceita-vel e positiva. Mas me pare-ce fora de dúvida que a le*gitimidade artística de umaobra é condição essencial desua real eficiência política.Esta apreciação noa levaa outro controvertido e im-

portanto problema artísticoatual: que forma deveráadotar a obra'artística? Ha-verá uma única forma vá-lida? Neste particular, soupartidário da absoluta libc-dade formal O caráter po-slttvo ou necattvo de umapeça teatral depende easen-elalmento de aeu eonteúdo.t um equivoco imaginarque só o realismo pode es-pelhar uma realidade emais ainda que só He é re-voluclonàrio. O que ale querdizer que ae deva repudiaro realismo. Multo pelo eon-txário. Acho que no atualestágio do processo revolu-eionàrlo brasileiro, o realis*mo tem ainda multo a dl-ser. Mu 'nao vamos nosamarrar a éle como únicaforma válida".QUEM VAI AOTEATRO NO BRASIL"A platéia teatral braal-lelra é composta, em suamaioria, da peque»os bur-gueees, mala uma panelamínima do burgueses. Ooperário nio tem o hábito(e multo menos os meios)de ir ao teatro. Tampoucoos eamponoees. Logo. niohà uma ptatéta popular re-oreaentatíva. O teatro nioatinge as grandes massas,principalmente aquelas me-noa favorecidas e quo seriammala receptivas a um tea-tro verdadeiramente popu*lar. B oomo a moderna dra*mataria brasileira evoluino sentido ds im tanta» po-litieo » popular,?ea asais icadadiçlo entre draaastaqta eplatéia. Pote ela. além desua falte de npreeentetlvi-dade popular, esta vtetodapor um teatro burguês derespeitável o nociva tradi*ção. A Inevitável rodieallsa-ção formal etomátíoa devai, narim.. nmn nhKojró-xiaso/ énacaaiss, eestae ogosto o as isa tf ateia".AUDIÊNCIATEATRAL: SOLUÇÃO"Bis ai portento, as ral*zes de problema que o tea*tro atravessa no que disrespeito I falte de audiên-cia. Beta contradleto so se-ria superada restftulndo-seo teatro ao seu verdadeirodono — o povo O teatro,em suas origens, foi umaarte comunal. Após a ascen-ção da burguesia, o teatrof;l sendo, aos poucos, sub-traído ao povo, que a éle foiperdendo o acesso, por mo-tlvos óbvios. Bste é uma de-nuncla que temos de faserda sociedade burguesa que,através de sua engrenagemeconômico - social.' procuratransformar todas as artesem manifestações de elite.Em alguns paises, tente-seatualmente devolver o tea-tro ao povo, como em Cuba,eom ótimos resultados.- Oscubanos, antes da revolução,estavam em situação bempior que a nossa, nesse par-tíeular. O teatro se havia

constituído em privilégio deuma minoria Ínfima. Oa ai-to» preços e a concorrênciado cinema e da televisãohaviam reduzido a atlvtda-de teatral de Havana, porexemplo, a mela dúzia decasas de espetáculos ses-nhsdss, do tipo "teatro debolso".

E o teatro só sobreviviagraças ao heroísmo de unse ao esnoblsmo de outros.Os melhores atores haviamaceito vantajosos eontratosna tevê. E u melhores ea-sas de espetáculos haviamsido transformadas em ei-nemas. Com a vitória da re-voluçlo. lnieiou-se um pro-cesso para «popularizar oteatro. As casas de espeta-eulos absorvidas pelo cine-ma foram prontamente de-volvidas à sua antiga fina-lidade. E alguns cinemas fo-ram e eatlo sendo adapte-dos para funcionar comoteatros. Dando melhorescondições de vida aos ato-res. provocou-se a volta da-queles que haviam trocadoo palco pelo vídeo. Umacampanha de grande en-vtrgadura foi feita noa sin-dieatas. no eampo, nas for-ças armadas, am toda aparto, procurando levar opovo ao teatro. C os lngras-sos. eom© nio podia deixard» ser, foram colocados aoalcance de qualquer pessoa.Além disso, eseolae de "Ins-tratores de arte" forameriadss. o Instrutores" fo-ram formado» o espalhadospor todo o pus oom a mis-tio d» incentivar e deeen-volver o gemo pelo teatro.Atualmente sio «ola mil.Dois mil práticos, eapasesde organlaar um grupo deamadores, de encenar umapeça, do orientar um eon-junto e provocar smtli-esmiúmãSriSSo

'deArta- DrapMjso:JjMgJjJ;toa a àaatm por diante, tuma campanha em ritmorevolucionário, uma bate*lha peta cultura, cujos re*sultados Já so faaem sen-tlr: Havana, uma cidadeeom pouco mala de um ml-Ihlo de habitantes, eontaji cem uma platéia teatralquase Igual a do Rio. talvezsuperior a de 8. Paulo. Eisto foi conseguido no espa-ço de dois anos apenas. Po-rém. o mais importante éque essa platéia e constitui-da de operários, soldados,camponeses, funcionáriospúblicos. Intelectuais, ete..Uma platéia realmente po-pular. B algumas das cias-ses que. inicialmente, iamao Teatro obrigados (os ml*litares tiveram lneluldo emsua instrução tr ao Teatrouma ves por semana), hojejà o fasem por hábito, es*pontáneamente. E por imenio obrigar um soldado air ao teatro se a Instruçãomilitar é obrigatória paratodos oa cidadãos?

Naturalmente, Isto só se*

ria possível, no Brasil, senosso-governo encarasse acultura como um lmportàn-te problema, tal como é en*carada nos países soda-listas. Verdade seja dita,pó tivemos um presidente, osr. Janlo Quadros, que sepreocupou algo «com a cul-tura. Os demais, sem ezce-ção, tiveram sempre por elao maior desprezo.

Mas dentro da atual or-dem de coisas, pode haveruma salda: o Centro Popu-lar de Cultura levado àssuas últimas conseqüênciase cumprindo sua verdadeirafinalidade, por meio da

qual nao só oe dramaturgosmas todos os artistas teriamos meios necessários à suacomunicação com o povo.Êle poderá transformar-sena grande ponte sonhada,através da qual o artista eo povo se comunicarão etrocarão mensagens. Querlevando ao povo a herançacultural da burguesia, queraproveitando o contato eomas massas para desenvolveruma cultura popular autên-tlea. o CPC estará eumprin-do esta grande missão."O TEATROBRASILEIRO"Porém, os caminhos doteatro brasileiro estlo ape-nu sendo delineados. Rioexiste um teatro brasileiro,eomo nio existe ainda umacultura brasileira. A eman-clpaçio cultural de umpovo esti estreitamente 11-gada I sua emancipaçãoeconômica. Aquela 4 umadecorrência desta, pelo me-noa om aua afirmação pri-meira. Somos nm pais, ain-da, economicamente depen-denta, por Isso nio temosuma cultura própria for-mada. Por isso alo temos o

chamar, n ri*Ei_._. os aüosnss dêste tea*tre estlo lançado». Várioscaminhos foram abertos, to-dos buscando, dentro darealidade brasileira, o equa-clonamento dos nossos pro*blemas, a tipificação de nos*so povo, com a .seriedade ea consciência política dosautores da nova geração.Talves caiba a esta gera-ção apenas o papel de pio-neira, estando reservado àsgerações futuras construirsobre os alicerces por elalançados. Isto dependerá,basicamente, do processohistórico, da luta de nossopovo por sua emancipaçãoeconômica''.O PROBLEMA DOAUTOR BRASILEIRO"Dentro dêste esquema, ogrande problema do autorbrasileiro, na atual conjun-tura, é o de ser represen-tado.

Ainda que tenhamos eon-seguido uma situação, pe-rante o empresário, quaseem pé de Igualdade com oautor estrangeiro, a verda-de é que aquele continua a

preferir o último sucessoda Brodway. ou o grandeêxito parisiense, a una ex-pertencia com autor nado-nal. a menos que êsse autorlhe apresente wna peça demontagem barata, eom pou-cas personagfns. cenáriofixo. etc, dificilmente o em-presário se arrisca. Claro, émulto menos arriscadomontar uma peça que Jà foiprovada no exterior, quelançar uma obra que vai àcena pela primeira ves eque pode ou nio ser su-cesso. • compreensível, atécrto ponto. Qual seria, en-tao, a solução? Seria o go*vêrno — se o governo to-massa conhecimento daexistência do teatro comofator de cultura e da cul-tura como fator de afirma-cào de um povo — seria oOovêrno possibilitar, atravésde um auxilio efetivo, e niodas migalhas que distribuiatravés do 8NT, a encena-çáo de autores regionais.Refiro-me. n a t unimente,aos autores que fszam umteatro sério, que procuramabrir caminhos, aue se ar-riscam em experiências for-mais ou em análises sociais.Os outros, os que escrevemúnlcsmente para a bilhete-ria, nio têm nenhum pro-blema. V preciso entender,entretanto, que a questio écomplexa e transcende aárea do teatro — tem suasraízes na ausência de umapolítica cultural. Se nàoexiste essa política (em eon-seqüência da subestlmaçãoda cultura, de um medogeral), nio pode existirtambém uma política tea-trai. B assim o órglo. ou ór-gàos erlsdos para levar àprática essa póMttea, ss eisnio existe, tornam-se tao-

Krentes"APEL DODRAMATURGO"MM. ao autor brasileiroeabe uma Importante tare-fa, no atual momento his-tôrleo: fixar, dramática-¦tento, ea probwnas de seutempo; tam um eseritor domeu povo e tenho uma po-slçlo revolucionária defini-da: luto conseqüentementepor sua emancipação. Comotal. entendo que minha ta-reta histories é, nio sò-mente equacionar oe proble-mas de minha gente, eomotambém, s, principalmente,apontar-lhe oa caminhos desua Itberteçio. Meu objetl-vo, portanto, é faser do tea-tro a pequena trincheiraque me coube no processorevolucionário que através-samos, na luta pela trans-formação de uma sociedadeinjusta. Haverá, por eerto,Suem

afirme que tal toma*a de portelo, tal engaja*

mento, diminui o artista eamesqulnha a arte. Os queassim pensam, ou fingempensar, sio precisamenteaqueles que têm interêsesem manter os artistas atas-tados das lutes do povo. Nointimo, eles mesmos sabemque o engajamento sêmen.te enobrece. B digo mais: éIsso que dá à arte uma dl-mensão histórica".

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w» MifwaO cardeal d, Jayme de

Barros Câmara está fasen*do uma série de palestrasradiofônicas sobre a enei-clica "Pacem In Terrls", es-forçando-se por "interp"-tar" a enclclica em termosde anticomunismo sistema-tico. Outro dia, sua eminên-cia observou que a encicll-ca falava de valores «spiri-toais. I disse, càndidamen*

te: «Ora, ás valores espiri-_j o mateelallamo nem

cuida, nem poda neles pen-sar, visto que, segundo éle,nào existem".

Com este arfumsnto, d.Jayme está se candidatou-do ao troféu "Luz dcl Fue-ro" que o eolunbta Stanla-law Ponte Preta concede re*Riilnrmente ao protagonistado maior vexame do ano.

ArgMrtlMSegundo o "Jornal do Brasil", fontes ofldals argentina*

admitiram a iminência de nova r;-...,» ministerial no paiaIrmão (10*5-63). As crises ministeriais Já entraram noshábitos do povo argentino. Os argentinos não dizem mais:"encontro você daqui a duas horas", Dizem: "encontro vocêdaqui a quatro crises". E o turista que pergunta em Bus*nos Aires onde é que fica a calis Florida deve estar prepa-rado psra ouvir a explicação: "o senhor siga em frente, e,depois da dédma terceira crise, dobre à esquerda".

AlMgirayOuvido pelo jornalista Jo-

sé Guilherme Mendes ("01-Uma Hora", 10-5-63), o ex-ministro Alsogaray — agen-te do Fundo Monetário In-ternaclonal na Argentina —declarou: "Com a política

JlllMitl

financeira do ministre SanTiago Dantas, o Brasil estáentrando agora no caminhocerto".

Ficou subentendido:"...no caminho certo para setornar uma segunda Argan-tina".

O governador Carlos Lacerda tem feito umas incursõesdemagógicas pela zona do chamado "sertão carioca". Faspouca» semanas, acompanhado de alguns auxlllares, o go*vemador esteve passeando por aquelas bandas, montado omum Jumento. Por vezes, o Jumento se atrasava, em virtudedos cento e tantos qutloa que carregava — e a comitiva aeadiantava, perdendo de vista o governador. Em uma dessaaocasiões, a eomltlva chegou a ficar preocupada."Maa logo nos tranqüilizamos (contou um doa auxilia-res), porque ouvimos um tropel de Jumento e sentimos logoque era o governador que estava chegando".

limnMadMO deputado Arruda Cà-

màra defendeu no Congres-so a tese de que o deputadoLeonel Brizola só gou deimunldadcs parlamentaresquando fica sentado, qulétl-nho, dentro do recinto dacass. Para sair à rua emcampanha pela realização

das reformai de base, se-gundo Arruda Câmara, odeputado Leonel Brizola nãotem imunidade» a pode seraté preso.Bobagem do deputado Ar-ruda Câmara. Se éle me ou*visse, eu lhe diria que depu-tado tem imunidade até pa-ra usar batina...

PiaataditLacerda conseguiu Impor o seu ponto de vista à ÜDN:

a ÜDN agora é a favor da reforma agrária, desde aueela nio possa ser realizada, teto é, desde que os tattfundlá-rios continuem a tor os seus privilégios garantidos por umsrtlgo supsrado dá Constituição. A exceção de um pequenonúmero,-os deputados da UDN acataram a resolução s ss-'tio a postos paia sabotar a reforma agrária. Ao_vé*loaem tal situação, lembrei-me de Eça de Queirós nas Farpas:"Quaf é a poslçlo dos deputados?.» Na aparência

asntados, por dentre de cócoras".

Um |nmnQuando esteve nos Esta-

dos unidos, logo depois daguerra, a sseritora Slmonede Beauvolr teve oportunl*dade de conhecer a colunls-te social Elsa Maxwell(mentora Intelectual deibrahlm Sued). Blmone des-crave Elsa como uma "ve-lha pesada o volúvel", que"encarna todos os defeitosda América, sem ter-lhe asqualidades". Segundo a au-ton de "O Segundo Sexo", acolunista norte-americanafoi logo dlaendo que se or-guOiava de Jamais ter lidoqualquer dos livros que d-teva na sua coluna e decla*

rou oom a maior tranquem:"Vocês, na França, pensamdemais (...). Na América,ninguém tem necessidade deler, porque ninguém pensa(...). Quando se pensa, os*tá-se perdendo tempo".(A'AmerUjue au Jour I»Jour, p. 169).

Elsa Maxwell, eomo os M-tores devem estar lembra*dos, é aquela colunista quoliderou, recentemente, naimprensa norte-americana(e Ibrahlm noticiou o fatoaqui no BrasU), uma cam-panha em favor da guerrapreventiva contra a uniãoSoviética.

PPS — Problamoa da Pm o Ho SocialismoAviso o sous leitoras o «gentas qve a pertir ém3/63 vigorarão noves preços para at atiinatwm (anuoCrf 1000,00 o semestral Crf 600,00) « número avukiICrt 100,00), permanecendo a» mesmas as condtçSss ejwfSfwccni cn relações eem aponte» o uMilbuklsios.

A GERÊNCIA

nr romance

Um Dia na Vida de Ivã DcnissovitchAloxandr SorjenWsin

Tradução de B. Albuquerque

O cheíe de equipe está preocupado e vai.tratar deajeitar a coisa. Vai ver se consegue largar o abacaxi paraoutra equipe menos esperta. Naturalmente, indo com asmãos vazias não se consegue nada. Terá de levar parao primeiro capataz meio quilo de toucinho. Ou talvez umquilo.E se fosse até a enfermaria para ver se me liberamdo trabalho pelo menos por hoje? Por arriscar, não perconada. Porque estou realmente arrasado.

Outra coisa: quem está hoje de guarda? ¦Ah, jà me lembro! 4 "Ivã e Melo", um sargento magro,

esgrouviado, de olhos negros. A primeira vez que alguém oolha. fica frio; mas logo se convence de que é o mais au-porta vel dos guardas: não mete a gente no xadrez nemleva ao oficial de guarda. De maneira que ainda possoficar deitado até que o nono barracão vá ao refeitório.

O beliche oscilou, sacudido. Levantavam-se slmultá-neamente dois vizinhos dé Shukhov: em cima o bíbliaAlioshka e embaixo Bulnovskl, que tinha sido capitão-de-fragata.

Os velhos de serviço, depois de terem levado os doisurinóls, estavam agora disputando qual dos dois deviatrazer h".\iy. Dirciiti?m obstlnrdemente, feito duas mu-llierinha?. O so!dador elétrico da equipe 20 deu um grito:— Eh, seus veihotesl Vamos ver se os ponho de .ccòrdo! .

¦'¦'. •— 3 —

E Jogou contra eles uma bota de feltro que bateu eomgolpe surdo oontra um poste. Calaram-se.

O ajudante da equipe vizinha resmungou:Vassll Flodoritch, aqueles animais da seção de vi-

verea nos fizeram uma limpeza: havia quatro pães « sórestam três. De quem diminuiremos a ração?

Dissera Isso era voz baixa; mas, Imediatamente, todosos homens daquela equipe sabiam do caso e pensavam, at.lenclosos: a alguém caberia uma fatia de menos à tarde.

Shukhov continuava deitado sobre seu enxergio dsserragem comprimida. Desejara que se definisse seu mal-estar: que passassem os calafrios ou o alquebramento,Porque aquele estado era pior que tudo.

Enquanto o protestante murmurava suas orações,Bulnovskl voltou da latrina e anunciou, sem se dirigir aninguém, mas como de mà-fé:

Que tempo, marujos I No duro que faz trintagraus I ¦ •

Shukhov decidiu Je então a ir até a enfermaria.Mas. nisso, arrancou-lhe a manta e o paletó uma mio

que certamente Unha podéres para tanto. 8hukhov retl-rou o capote que lhe cobria o rosto e se sentou. Embaixo,com a cabeça na altura do beliche superior, estava o ma-gro Tártaro.

Fazia uma ronda extraordinária e se aproximara comtoda a cautela.SCH-8S4 I — leu o Tártaro no pedaço de panobranco costurado nas costas do capote preto — Três diasde calabouço trabalhando!

Mal soou sua voz peculiar, sufocada, começaram a semexer de chófra o a vestir-se pressurosamente oe que.ainda não se tinham levantado em todo d barracão meloàs escuras, sem todas as lâmpadas acesas, e onde, emcinqüenta pana de bellches duplos, cheios de percevejoe,dormiam duzentos homens.-> Por que, cidadão chefe ? — perguntou Shukhov,pondo em sua vos;mais pesar do que realmente sentia.

Podendo sair para trabalhar, a prisão só é sofridapela metade: dão de comer quente e nio se tem tempopara pensar. O ruim é a prisão complete, quando nio senva a pessoa para trabalhar.Tu te levanteste com a alvorada ? Vamos ao ao*mando'—, repllem o Tártaro preguiçosamente, porquetanto êle eomo Shukhov, eomo os outros, sabiam o qutmotivava a prisão.

— 4 —

O rosto imberbe e enrugado do Tártaro não exprl-mia nada. Voltou-se, procurando uma segunda vitima;mas, alguns na penumbra e outros sob as lâmpadas, noabellches de baixo e nos de cima, todos enfiavam as per-nas pelas calças pretas .estofadas, com um numere nojoelho esquerdo, ou, então, jà vestidos, colocavam o eintoe saiam para esperar o Tártaro no pátio.

Se a prisão tivesse sido por qualquer outra coisa quemerecesse, nào teria atingido tanto Shukhov. O que omagoava era que sempre fora dos primeiros a a» levan.tar. Mas procurar desculpar-se com o Tártaro era inútil.Sabia multo bem. E, continuando na sua ladainha dedesculpas, já por inércia, Shukhov vestira entrementeoas calças estofadas (que também tinham, por cima dojoelho esquerdo, um remendo pOido e sujo onde fora es-crito com tinta preta já desbotada o número 8CH-854), opaletó estofado (com dois números iguais, um no peito foutro nas costas), procurava suas botas de feltro nomonte sobre o chão, punha o gorro na cabeça (com umremendo e um número iguais na frente) e saia atrás doTártaro.

Toda a equipe 104 viu Shukhov sair preso, mas nln-guém disse uma palavra. Era inútil, e, além disso, o queobjetar? O chefe da equipe talvez tivesse podido faseralguma coisa, mas éle não estava. Tampouco Shukhovdirigiu uma palavra sequer a quem quer que fõese. Paranão irritar o Tártaro. Ocorrer-lhes-ia guardar-lhe o café.

Saíram Juntos.O ar gélido e tenebroso cortava a respiração.Dois grandes refletores, focalizados Ia daa distante;,torres de vigia das esquinas, cruzavam seus feixes de luz

na zona de segurança. Os faróis da zona e os de dentrodo campo estavam aceso». Eram tio numerosos qus ©cul-tavam inteiramente as estrelas.

Fazendo ranger a neve sob suas botes ds feltre, osprisioneiros iam a passo ligeiro cuidar de seus sssuntos:um ia às latrinas, outro à intendêncla, aquele à seção deembrulhos, aqueloutro a levar algo para a codnha indl-vldual.. Todos andavam com as cabeças encolhidas entreos ombros, os capotes fechados, e todos se sentiam hlrtos,não tanto pelo frio como pela Idéia de que teriam depa&sar o dia inteiro naquela atmosfera gelada. Mss o Tár-taro, com seu surrado capote de sujos distintivos azuis, an-dava multo empertigado, somo se aparentemente não oimportunasse o frio.

' —S —

Passaram defronte do alto muro do BUR, eárosre In-terlor feito de tijolos: defronte do alambrado que prata-gia dos reclusos a padaria do campo; defronte da esquinado barracão do estedo-mbior onde, preso por um grossoarame, pendia de um prate um pedaço de trilho cobertode gelo; defronte de Outro poste onde, em um lugar ras-guardado para que não baixasse multo, todo coberto deescarcha, estava dependurado o termômetro. Com racõn-dita esperança, Shukhov olhou de esguelha para o tubode brancura leltosa: as estivesse marcando 41 abaixo doacra não deviam mandá-los trabalhar. Mu, naquele dia,naturalmente, nio chegava a quarenta.

Entraram no barrado do estado-maior e depois nodo corpo da guarda. E ali se esclareceu o que Shukhov Jàadivinhara no caminho: toda a história da prisão redu-zla-ae a que nn _>rpe da guarda o chio «atava sm iavar.üma ves ali, o Tártaro declarou que perdoava Shukhov elha ordenou lavar o chio.

Esfregar o chio do corpo da guarda era obrigaçãodireta de um prisioneiro que nio sala para trabalhar foraod campo e que dava serviço no barracão do estadojnaior.Mu, afeito ao barrado do estado-maior já fazia tempo,tinha acesso aos gabinetes do comandante, do oficial deguarda e do "compadre", cujos mandados fazia, às vezesescutava coisas que nem ao menos os guardas sabiam e,há algum tempo, achava que, de certa forro», em rebal-xar*ae Ir esfregar o chio para uns simples Riiardas.Estes, depois de adverti-lo uma ou duas vezes, compra-enderam o que acontecia e optaram por trazer paraaquela tarefa qualquer um dos outros reclusos.

A estufa do corpo da guarda estava em brasa. Semagasalho, com seus dólmis sujos, dois guardas jogavamdamas 'enquanto outro dormia em cima de um estreitobaneo, do jeito que viera de fora, com o capotáo de pelesapertado pelo cinto e com as botas de feltro calçadas.A um canto, estavam um balde e um trapo.

Encantado, Shukhov dlrlglu-se ao Tártaro:— Obrigado, cidadão cheíe I Nunca mais voltarei a

ser preguiçoso IA coisa ali estava clara: quando terminasse, podia li

embora. Agora que lhe tinham arranjado trabalhoShukhov teve a sensação de Inclusive achar-se melhor.Apanhou o balde e, sem as luvas (na pressa esquecera-asdebaixo do travesseiro), dlrlglu-se ao poço. (Continua),

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Rio do Janoiro, 17 a 23 de maio do 1963

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V dt Maio na Bahia Ttvt MaitOtntt Qut na Ftsta do Bomflm

Salvador, Bahia (Do eor-aaspondente) - Promovidaspala Ooralasio Penaanentodas OrganlaaçoM SindicaisICPOSB), aa comemoraçõesdo 1.* do Maio culminaramoom um comício monstro nafraca da Sé, onde falaramrepresentantes dos campo-nessa, lideres sindicais, es*tudantis, deputados nado*nallstas a um representan*ta doa comunistas baianos.

PROGRAMAÇÃO

Aa manifestações foramlaiMadai com uma missacampal pela libertação dostrabalhadores e pelos que•torraram no glorioso cam-po da luta. A tarde os pe-«oleiros saíram em passes-ta. do Campo Orande àPraça Castro Alves, onde sereuniram aos trabalhadoresdas outras categorias. OCPC da União dos Batudan-tes da Bahia encenou diver-sas peças. Após. falaram odep. petroleiro Mário Lima,o superintendente da Refl-narla de Matarlpc, dr. Jat-ro Farias, e o presidente da

Erobrás prof. Francisco

ngabelra.

COMÍCIO

Da Praça Castro Alves, ostrabalhadores seguiram empasseata até a Praça da Sé,onde ]à se encontrava enor-me multidão, a espere doanunciado comício. Portan-do faixas e cartazes os tra-balhadores expuseram suasreivindicações e externa-rim suas opiniões a respel-to da situação política e so-dal do Pais. Destacou-separticularmente um casalde camponeses, que comsua linguagem simples masobjetiva emocionou a todos

padre Confa destacou-sedefendendo soluções corra*tas para os problemas bra*

COMUNISTAS

Afirmando falar am no*me dos comunistas baianos,o dep. Arlsteu Nogueira,defendeu a realização dasreformas de estrutura a de*nunclou o golplsmo daa fôr-ças reacionárias, encabeça-du pelos governadores La-cerda a Ademar de Barros.Ainda no plano nacional,declarou que os comunls-tas baianos pugnam peloafastamento do prof. SanTiago Dantas da Pasta daFazenda.

No plano estadual, o re-presentante dos comunistasdenunciou a intervenção dosImperialistas na Bahiaatravés do Ponto IV e con-clamou o governador a lu-tar pela realização das re-formas Imediatas ao ladodo governador Miguel Ar-racs. "Assim — afirmou —somente.assim, s. exa, po-dera ter o apoio popularpara aeu governo".

PACHECO

O lider operário OsvaldoPacheco não podendo com-parecer dado ao horário doencerramento do II Encon-tro Nacional dos Estivado-res coincidir com o do co-micio, realizou, na sede daFederação dos Trabalhado-res nas Indústrias, uma pe-quena palestra com os tra-balhadores, onde afirmou adisposição do CGT e dossindicatos de estiva em co-laborar na formação dossindicatos rurais.

V DE MAIO EM SERGIPE:POVO PEDIU REFORMASE GOVERNO NACIONALISTA

ARACAJU, SE (Do cor-respondente) — O dia lv deMaio foi comemorado pelossergipanos, este ano, com amais inlensa programação.Pela manhã, no Centro Ope-rário, houve uma recepçãoAs autoridades, e a entregadas taças aos times vence-dores do torneio sindical,realizado no dia 28 de abril.

CONCENTRAÇÃODE 3 MIL PESSOAS

A tarde realizou-se gran-de concentração de mais de3 000 pessoas, com a presen-va do governador do Esta.do, do prefeito da capital,do arcebispo Metropolitano,do secretario de SegurançaPública e outros membrosdo governo, lideres sindicaise estudantis. O Hino Nacio-nal e exibições musicais de-"~un inicio ao ato, sendo

on Távora o primeiro ora-. Apoiou a luta dos tra-

. hadores por melhoresoondlçtes de vida. Em segui-da, falaram os lideres sindi-oais Luiz Gonzaga de Almei-da, representando os opera-rios têxteis; Manoel Vicen-te, vereador, representandoos ferroviários; AgonaltoPacheco, representando ofuncionalismo público e Ma-BUel Messias dos Santos, re-presentante do CGT e da Fe-Benção dos Trabalhadoresnas Indústrias de Sergipe,que defenderam a efetivaçãodas reformas de estrutura,especialmente a reformaagrária, com as emendas àConstituição; a formação deum governo nacionalista edemocrático; salário-familiapara os trabalhadores; a lu-ta contra a carestia e o de»«emprego; aumento de 70%para o funcionalismo; soll-dáriedade a Cuba; apoio aoCGT e à Frente Parlamen-tar Nacionalista. Os orado-res falaram também sobreos problemas de Sergipe, ei-glndo que o governo do Es-tado e 06 prefeitos e repre-sentantes legislativos cum-pram os compromissos decandidatos, promovendo aindustrialização do salgemac do calcáreo, e atendendo

às reivindicações do funcio-na-ltsmo público. Tambémnos termos destes discursos,o CGT e a Federação dosTrabalhadores na Indústria,a Federação dos ServidoresPúblicos, a UEE, a USES evários sindicatos e associa-ções de classe, lançaram ummanifesto ao povo.

PALAVRASDO GOVERNADOR

O ato público foi encerra-do com o discurso do gover-nador, que embora expondoo seu desejo de viver próxi-mo aos trabalhadoras, pro-curou justificar o nio paga-mento pelo Estado, das. van-tagens da classificação dofuncionalismo.

ANIVERSÁRIO DOCENTRO OPERÁRIO

A noite, como acontecetodos os anos, o Centro Ope-rário comemorou o seu 93*aniversário de*- fundação eempossou a sua nova direto-ria, reafirmando-se nova-mente o conteúdo dos disçur-sos da tarde. Na ocasião, ia-lou o jornalista OrlandoDantas, referindo-se á pres-são dos grupos reacionáriossobre o governador e á ne-cessidade de uma maioraproximação deste com asforças populares, sem o que¦eu governo corre o risco defracassar. Encerrando a so-lenldade, falou o dr. José Ro-sa de Oliveira, chefe da Ca-sa Civil do Governo, repre-sentando o governador epronunciando-se igualmentepela necessidade de apoiopopular "para que o govêr-no nâo se deixe vencer pelapressão das tortas reacioná-rias".

Dtrrota tspttacular dt Adtmqr

listaramGreve Que Nâo Chegou a Ser

1 -V»! \

Ferroviários Conqu Aumento Com aDeflagrada

Os ferroviários do Betadode Sio Paulo, contandocom a solidariedade efetl-va dos trabalhadores e asimpatia do povo em geral,fizeram com que o govér-no do sr, Ademar de Bar-ros conhecesse uma gran*de derrota em su» políticade oongelametno de salarios e de repressão ao mo-vimento operário. Ao assu-mlr o governo, já encon*trará o sr, Ademar de Bar-ros os ferroviários em lu-ta por «ajustamento devencimentos. Durante mui-to tempo, fés ouvidos demercador as reivindicaçõesdos trabalhadores, não sedando, sequer ao trabalhode apresentar uma contra-proposta. A certa altura,em declaração pública, afir-mou que assim agia, se-guindo orientação do ml-nlstro da Fazenda no sen-tido de não serem conce-dldos aumentos salariais.Círculos ligados ao sr. SanTiago Dantas, protestaram,afirmando não existir talrecomendação, mas o Incl-dente serviu para compro-var a determinação do go-vêrno paulista de lutar con-tra a elevação dos saláriosdos trabalhadores. No de-'curso do movimento queora comentamos dirlgen-tes sindicais dos ferrovia-rios tiveram oportunidadede lembrar, que "a melodiaque o sr. Ademar de Bar-ros entoava ao tempo emque pedia os votos dos tra-

ção dos preços pala tanta*tlva de estabilização dosbaixos salários. 1 conheci-da de todos a forma brutalcom que respondeu àa aoJU*cltaçôis de reajustamentosalarial dos trabalhadoresem transportes -coletivo ur-banoa da capital, dos ope-rários da COSIPA o de ou-tros setores.

ARMASKNFERKUJADAS

Decidido a fazer fracas-sar o movimento, Adornarretirou de s:u arsenal tô-das aquelas enferrujadas econhecidas armas dos go-vemos reacionários. Mar-chou para a Intimidação,para as ameaças. Declaroua greve "ilegal", ao mesmotempo em qu: toda a lm-prensa do Estado estampa-va fotos dos treinamentosrealizados pela Força Pú-bllca sob a batuta do "ti-ra" americano Peter Fran-eis Costelo, como a quererdizer que, am matéria deviolências policiais "conta-mos com o que há de maismoderno". Tentou lo«n»r c:trabalhadores e o povocontra os ferroviários, apre-sentando-os como "prlvlle-giados, acima du demais ca-tegorias profissionais".Apoiado em velhos pelegos,arquitetou a cisão do movi-mento procurando ganharparcelas dos empregadosdas estradas de ferro.

medidas enérgicas caso aeconcretizassem as vlolên-cias. Oa ferroviáriosda Bantoa-Jundlai e da No*roeste — não Integrar»**da luta salarial — já ha-vi-.«.m preparado os pique-twi da.greve qur funciona*riam caso se positivassemií 'i.-.ões a espancamentos. OSindicato do» Trabalhado*res em Petróleo de Santosdecidiu cortar o forneci-monto de gasolina.e óleocombustível à capital. OPacto Interslndlcal da Ca-u tal, o Fórum Sindical de£ 'Mo*, o Conselho Sindicodc Campinas, sindicatos detrabalhadores de todo o In-ttrlor, colocaram-se em es-tado de alerta, prontos aiv-üar a ação.

A Imensa máquina, dè re-p tssão que havia monta-do. começou a demonstrarnão ser assim tio perfeita.Surgiram fortes Indícios dequ: grande parte, doa mlll-do nos da Força Públlcanãose prestariam ao papel deRiassacradores de operáriosou;- lhes destinava, o sr.Aromar de Barros. A soll-dáriedade. efetiva empres-tada pelos trabalhadoresaos. integrantes daquelacorporação quando de seusmovimentos por reajusta-mento de vencimentos e aluta em curso pela possedos deputados eleitos, en-tr» o* quais se encontra osubtenente Herotildes. es-tronaram os laços entre oa

mtrou era pânico o- ta-virno mandando, nova*manta, chamar oa dirlgen-tea sindicais. Nessa ocasiãochegou-se ao seguinte aeór-do:

!•' — Aumento geral deCri) 1000,00 a partir de 1»de maio da INS, porémcom pagamentos parciaisda Cri 4000,00 até agostoe Integral a partir de ae-terabro, inclusive as parca-las atrasadas;

2.° — aumento do salário*família de Cri 1000,00 paraCr$ 2000,00 a partir dc lvde maio de 1863:

y> — pagamento Integraldo 13» mis de salário aosaposentados e pensionistas;

4» — reestruturação dascarreiras, estabelecendo-seum padrão uniforme paraas grandes estradas. O pa-gamento deste reajusta-mento será feito parcelada*mente a partir de 1* de Ju-lho próximo. a-

O acordo foi assinado adreferendara .das assem-blélas, sendo a greve mar-cada pára o dia-13, suspen*sa por tempo indetermina-do.

VITORIADAUNIDADE

A vitória foi o resultadoda combatividade, da de-terminação dos ferroviáriosem' obter o que pleiteavam,bem expressas nas concen-trações-monstro de Soro-

'*'"*"?-íEW '^^m§^mW¥mtumm\ *m,í:í ,"VíÍ;í :'• :±tfwêMÊUm\ B:.:¦--: . TiiMlI^^^HI^HI

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TOM MINID0 POI

balhadores era bem maisdoce do que a de hoje". Pa-ra comprovação, exibiamcópia da carta dirigida"Aos maus amigos ferro-viários", assinada pelo atualocupante dos Campos Eli-slos e publicada na im-prensa paulista, antes daseleições de outubro do anopassado. Nessa mensagemafirmava: "Examinarei comcarinho todas aa reivindica-ções da classe". — "Querovalorizar os salários com aestabilização dos preços...¦eito, trocou a estabiliza-

A memorável assembléia realiaada pelos ferroviários senSorocaba compareceram'cerca de oito mil trabalhadores dacategoria. A foto dá bem uma idéia da afluência.

airoviArios comnovos dirigentes

Dia 28 de abril último, foiempossada a nova diretoriado Sindicato Nacional dosAerovlários, em solenidaderealizada na sede da entl-dade, na avenida Presiden-

*"¦' • <*s-- mmim>^^^^.ií^mm^smWpmuWúuMI*- *¦, (li fi 'v#2BSla\w*. ¦'¦¦-. ¦ immmmM mumtsW"'-â:^*mu¦¦¦¦¦¦¦ ¦í-<ê&^u»i uuum Msrv> ¦ ¦'y'~-W^^^m\mvm^^uuuu\*i\"^•'*'"¦ W&':' >**£ ¦''^|r'3r' mmmm gTE

¦l _JB ¦ .JiattÍMaaa^aW^KÉll)iHh.^'3IHÍ B^BX-

BB m$m uYum BSBffrlBàm,J:B l->»lÉalP? ^•Bàtafavfl BÍ$fV -'-^Bmei >»;*>,<'.' ^jUUJUmuUl mg^^Ê UnUmKMYSESMAUtJfV VI jUM SMaljB

te Wilson, 2*0, 5." andar,no Estado da Guanabara.Os novos dirigentes da or-Sanização

são os seguintes:uracy Costa, Othon Canê-

do Lopes, Sebastião BrazFilho, Divaldo Neves daCunha, Jayme Batista Cui-maraes, Rafael Puclarelll.Receberam seus mandatoscomo membros do Conse-lho Fiscal os lideres Ray-mundo Wilson Vieira, Deo-cleto Barreto Vinhas e Hei-tor de Oliveira. Represen-tam agora o Sindicato Jun-to á Federação, Juracy Cos-ta, Othon Canêdo Lopes eEmanoel dos Santos.

IMPELINDO

O sr. Ademar de Barrosparece ter a cabeça dura,não acredita na evolução,no progresso. Não entendeue não aceitou a evoluçãopolítica das massas. Se hámuitos movimentos relvin-dlcatórlos é porque os go-vernantes não têm pulso íir-me. Com êle, a conversa se-ria outra: policia é para serusada. Em poucos meses degoverno, a brutalidade po-llcial que não era pequenaao tempo de Carvalho Pin-to, foi multas vezes multl-plicada. A estas horas, po-rém, deve estar roendo asunhas com a lição que lheinfligiram os ferroviários,apoiados na solidariedadegeral dos trabalhadores eda população.

Mantendo-se in transi-gente, não acenando comnenhuma perspectiva deso-lução, foi surpreendido pe-Ia firmeza dos ferroviáriose das entidades que diri-gem a sua luta. A greveque seria deflagrada no dia11, íol decretada já no dia0, para lnlclar-sc ás 24 ho-horas do dia 13.

As suas aimeaças de umarepressão sem precedentesdeu pronta resposta o mo-vimento sindical de S. Pau-lo e de todo o Brasil. Com-preendendo estar em jogo odireito de greve, o Coman-do Oeral dos Trabalhadoresse comprometeu a tomar

I* de Maio mi Dagé fevt decfHt • comíefoBAOÍ, Rio Orande do Sul — O» correspondente) —

O 1.° de Maio foi comemorado nesta cidade com um des-'file de centenas de trabalhadores, camponeses, Intelectuais,donas-de-casa e estudantes, que partiram da Praça doa Des-portos. A passeata segui<i até a Praça Silveira Martins, ondefoi realizado um grande comido, em que usaram da pala-

| vra dirigentes do Comando Sindical, o deputado JustinoQuintana, o sr. Walter Almeida, ex-presidente da COMAP,a professora Ligia Almeida, o lider camponês João Abero.o estudante Luis Carlos e vários outros. Na foto, um aspectodo desfile.

SINDICATO DOS TRABALHADORES NASINDÚSTRIAS METALURDICASi MECÂNICAS

E DE MATERIAL EUTRWÔ DE NITERÓIRua Gal. Gomas Machado, 122 • tal. 2-5896 • Niterói

Sondamos o* operários brasileiros pelo trona-curso do P de Maio. Desejando-lhes um futuro dé

independência e unidade na sua luta de libertação.

milicianos e os operários.O sentimento dos sar-gentos e soldados, foi bemexpresso pelo sargentoLadislau Cunha que, amdiscurso numa assembléiade sargentos realiaada noRio, declarou: "Há ordensdo .governador Ademar deBarros para que a ForçaPública enfrente os grevis-tas com energia. Mas taisordens não serão cumpri-das." <

O outróra tranqüilo e ar-rogante Ademar começou adesconfiar que estava sen-tado num pau podre...

ACORDO

Vendo que às 24 horas dodia 13 os trens parariam,mesmo, Ademar tentou, aln-

da, uma manobra de en-volvimento dos dirigentesdo Pacto de Unidade dosFerroviários. Suas tentati-vas de cisão do movimentohaviam fracassado. Váriasreuniões, convocadas sigilo-saments por agentes seus eadministradores das ferro-vias dó Estado, em Assis,São Paulo, S. Vicente e Ita-petinlnga haviam fracassa-do, graças à vigilância damassa de ferrovlaros. Nes-sas reuniões, os instrumen-tos de Ademar haviam si-do desmascarados e, em ai-gumas delas, obrigados aabandonar o recinto debai-xo de vaias.

A experiência não serviupara o governador, quemandou chamar os dirlgen-tes do Pacto, em palácio, nodia 1.°. Nessa ocasião, Ade-mar entrou com a sua jo-gada: determinou que o dl-retor da Sorocabana, maisrepresentantes' das Secre-tarlas- da Viação e dosTransportes realizassem umestudo da situação, numaevidente tentativa de ga-nhar tempo.. Convictos deque dali nada sairia de con-creto, os dirigentes ferro-viários abandonaram osCampos Elisios dirigindo-separa os postos de comando,descendo para as concen-trações ferroviárias, ulti-mando os preparativos daparede.

caba e Rio Claro, congre-gando, cada uma, cerca de• 000 trabalhadores. Rasai-tado da uma maior orga*

¦ação planejada em seusmínimos detalhes.

Mas, foi também conse-qüência de uma maior uni-dade entre os ferroviáriosdas diversas estradas depropriedade e administra-ção do Estado. Desse dese-jo de enfrentar juntos aluta que se esboçava, o Pac-to de Unidade dos Ferro-viários do Estado de S Pau-lo, Integrado pelos ferro-viários, da Sorocabana, daPaulista, da Zona Mogiana,da Araraquarense. Foi. êleo grande comandante, ohábil e diligente coordena-dor das ações e dos enten-dlmentos, conduzindo comsegurança e sensibilidade acampanha em suas lnúme-ros e, por vezes, inespera-das reviravoltas. Não que-rendo reconhecer o râciode quem dizem elementosligados ao sr. Ademar ser"o COT dos ferroviários",foi com os seus dirigentesque se viu forçado o go-vernador a parlamentar. OPacto se fortaleceu, contl-nuará na sua! caminhada,pois muitos problemas rés-tam a solucionar. Entreales, o do desvairado em-preguismo já. denunciadopelas entidades sindicaisdos trabalhadores da Pau*lista e da Araraquarense,oom a admissão de inume-ráveis "cumpinchas" a per-ceberem salários iniciais deCri) 51000,00.

Da Importância da soll-daridade emprestada, pelostrabalhadores, pelos mlll-clános da Força Pública e

-o povo em geral, faiam bemaos fatos apontados atrás.Sentindo a luta dos ferro-viários com a sua luta, ex-tensas parcelas da popula-ção lançaram uma claraadvertência aos governantes,de que qualquer política deesfomeamento das massasestá d e s t i n a d a ao f ra-casso e poderá ter um fimtriste para os seus propug-nadores...

MUUUm^&^^^^mW^^tòlSUaÊM^n^S&^^^^^^mUUWMWui

Em

"0S MEHMOS"Um ex-mendlgo, o motorista Oremilton Alves Sobreira,

residente na Guanabara, elabora uma apreciação doJllme"Oa mendigos", exibido recentemente nos clnemaa do Rio deJaneiro a produzido pelo movimento de jovens cineastasbrasileiros conhecido como cinema novo,

Eis sua opinião:"Inicialmente devo dizer que nada tenho que ver comos participantes do referido filme, nem faço uma critica,mu simples protesto.

Numa hora trágica e cruel para os mendigos, eis quefoi feito um filme satirizando aqueles infelizes, vitimas dasociedade, simplesmente com finalidade comercial. Arran-jatam uma película cômica, envolvendo aqueles seres huma-nos abandonados pelo atual regime, numa sociedade multasvezes desalmada para com os seus semelhantes. Os produ-tores desse filme certamente estavam "alheios" aos dramasatuais dos mendigos, pois se esqueceram das "exportr r-wdaqueles miseráveis pelas estradas abandonadas do Norledo Estado do Rio, e os afogamentos criminosos, minuciosa-mente premeditados nas águas escondidas do Rio daOuarda,

Quando fui ver aquele filme, Imaginava que era umdrama, e não comédia, e sofri tremendo Impacto emocionai,que me causou Imediata revolta.

file causa a Impressão geral de que os mendigos saopessoas felizes, que são mendigos porque querem, pois resol-vem até realizar um casamento de dois que viviam agrega-dos a eles. A alegria era tanta nessa festa Impossível queaquelas tristes vitimas da sociedade até riam à-toa. A meuver, o filme deveria ter desenvolvimento dramático, Isto sim,e mostrar as origens prováveis que tornaram em mendigosaquelas pobres "figuras".

A fita está cheia de palhaçadas, com mendigos felizespslo convívio da própria sorte, risonhos, etc. Xu tenho "au-tortdade" para protestar, conhecendo profundamente a vidadaqueles Infelizes, pois nos anos de 1936 a 1938, eu fui umdeles. Sei por isso que mendigos de fato não sabem nem rir(pois são a solidão encarnada na forma humana), comexceção apenas para aqueles que de, tanto sofrimento, Jasofram de Insanidade mental, e que quando sorriem, é soInconscientemente que o fazem na sua infelicidade.

Mendigos não andam em grupos, e jamais Iriam cotl-zar-se para arranjar um casamento, de dois deles, poisdesde o primeiro "níquel" que lhes cae nas mãos, estão pen-sando empregá-lo em algo para comer.

Não mostra o filme, nem uma vez, as cenas de mendl.gos, como jà aconteceu comigo, catando "muqulranas" nascostures de seus trapoa.

faltou a "cena" comum de um mendigo adulto dividirum pedaço da pão com um mendlgo-infantil (criançasdaaarnparadaa)

Outra cana para tomar "real" o filme seria esta: — Omendigo entrar numa barbearia e pedir por "tudo nomundo" que lhe cortassem o cabelo, e obter a seguinte res-posta: — Como vai aer de graça o corte, será cortada suma-riamente a cabeleira. O que obrigaria a vitima a ter a ca-beca raspada, expondo-se a maiores resíriados por ser sub-alimentado (também isto já me sucedeu).

Como cena cômica, um mendigo Imploraria uma calça,pois a dele mais se pareceria com a "folha de parreira"usada pela figura lendária de Adão. Então lhe dariam umacalça, porém de tecido branco, quando o desgraçado Ima-gina*a possuir de côr escura para durar mais tempo pare*cendo limpa...

Posso protestar contra aquele filme, pois isso tudo jáaconteceu comigo ou com outros "colegas"...

Outra cena sem realismo do filme: — Aquela em quevários mendigos correm desde o centro da cidade até a "sa-pueala" do bairro do Caju. Mendigos não teriam nuncatanta resistência física para correr quilômetros. Só mesmoem fllme (daquela espécie) é qua tal milagre poderia ocor-rar, porque na realidade oa mendigos afto trapoa humanos,fuaimente aafomeadoa, doentes, a asas mu outras varelas.Francamente, farei apenas um elogio ao referido filme,com relação àa referencias que o mesmo contém contracarta nacio "desenvolvida", que multo noa tem humilhado,espoliando aa riqosaas do Brasil.

Como "aobremeea", louvarei também aa criticas tala*tivaa à política nadonal do momento; quanto a quase todao resto, acho que aa trata da maa palrtacada da fracassos,paia arrancar crazalroa da uma platéia qua nio precisariarir à oaata da uns nUaerávals, retido uma narração

(oumortas).** ¦••'•'¦

MM» AUPI0 E REFORMA AMARIADois tópicos da carta de Dulce Rodrigues Pereira, da

Guanabara:"fi inteiramente Injusta e arbitrária a prisão do padreAlipio de Freitas. Não podemos deixar de protestar contraela. Fala-se até em expulsá-lo de nosso Pais, o que tere-mos de Impedir de qualquer maneira. Na minha opiniãodeveria aer organizado urgentemente um movimento de so-lidariedade ao digno sacerdote, com coletas de assinaturaspara exigir a aua imediata liberdade"."fi imprescindível a criação de um amplo movimentopopular organizado, de luta pela reforma agrária. Mesi-nbas para recolhimento de firmas, palestras através dorádio e nos sindicatos e outras organizações do povo deverãoser incrementadas, exigindo a imediata modificação cons-tituciona) que permita uma reforma agrária que atenda aosInteresses dos camponeses".

JORNALISTA VENALEveraldo Fontes Freire, de Lagarto, Sergipe, protestacontra o tom e o conteúdo, ambos de sarjeta, dos artigos.

que o sr. David Nasser escreve semanalmente na revistaO Cruzeiro. Afirma o leitor que o citado escriba "insultacom o maior cinismo e o menor respeito todas as persona-lidades que deram ou dão prova de patriotismo e dc amor aopovo",.sendo que "sua pena volta-se tão somente para ofito inglório de depreciar a nossa Pátria", Conclui EveraMdizendo que o sr. Nasser é um Insensível à miséria que ator-menta o nosso povo e está a serviço "do abutre Lacerda ede sua camarilha".

O leitor envia ainda um poema, de sua autoria, dedicadoao líder camponês João Pedro Teixeira, assassinado peloslatifundiários paraibanos. Os versos não vão publicados porabsoluta falta de espaço.

ETELVIN0 t DA MARMELADAMiguel Gomes Filho, de Brasília, manda um recorte

de jornal, acompanhado de comentários seus, de profundae justa revolta diante dos fatos narrados na folha: a apro-vação, em exames escolares, de dois alunos relapsos, apenaspor serem filhos de importantes figurões das classes domi-nantes. Os Jovens, reprovados nos exames e mandados ma-tricular na série superior pelas autoridades do Ministério daEducação após "conferências" destas com seus respectivospais, são filhos do ex-deputado Etelvino Lins e do ministroVillas Boas, do Supremo Tribunal.

Miguel chama a atenção para a condição dos pais pre-varicadores. Um distribui justiça, como ministro de um tri-bunal, e o outro, Etelvino, é um dos mais ferrenhos lutado-res contra a "corrupção dos costumes".

ELES SAO OS DONOS DA TERRAComentando a ocupação, pelos camponeses, das terras

do Imbé, em Campos, Est. do Rio, o estudante Sidnei Joséde Oliveira, da Guanabara escreve:"Mais uma vitória conseguiu o povo brasileiro quandoos camponeses do Imbé, alguns dos quais vivendo naquele sterras há mais de dez anos e sofrendo toda sorte de. inieii-cidades e desgraças, ocuparam a área que o latifúndio man-tinha inexplorada e improdutiva.

Nessa batalha foram liderados, os lavradores, porJosé Pureza, um camponês de fibra, consciência e valor, quevem deixando multo latifundiário com a pulga atrás daorelha. A frente de 300 famílias de trabalhadores êle acam-pou em uma clareira em plena mata virgem, e lá está resis-thido aos gorilas do latifúndio, como João Cleophas, os ini; -ses Whatther e Prytmann, a familia Noll e alguns cubanosque fugiram da ilha após a queda do ditador Fulgéncio Ba.tista e que aqui já são coronéis da terra.

Nós da Guanabara e dos demais Estados dá Federaçãotemos de emprestar total solidariedade aos nossos Irmãhscamponeses do Estado do Rio e apoiar a comunidade quese estabeleceu no Imbé sem temer a reação imposta pelosgrileiros".

AGRADECIMENTOCarlos Don Felipe, da Guanabara, telegrafa aírede-cendo a publicação nesta coluna (NR, número 218) tie ai-guns conceitos seus sobre a luta pelas reformas de base.Não há de que agradecer, Carlos. Nós é que o fazemos

flsf JKodaioneiro, 17.« M da rnaio dd 1961

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Fazendeiro CompraVale do Urucuiao Medo ã Reforma

ExplAs

Terras noorando

rária: MGfaportage:

O sertão do Urucuia 4 ao-nhecldo, através das obrasdo sr. João Oulmarãos Ro-sa, no Pais e ao sstrangsl-ro. teUvros como "Safara-ü^yòipo ás Baile" e"Oimade Sertão: Veredas",franceses a norto-smartca-nos, além dos brasüslros,podem.tomar eontato com olinguajar tlpleo, eom as"angustias metafísicas" e oespanto do sertanejo dianteda realidade, isariunguémsabe como o homem do uni-«da é explorado pelos laU-todlArtos, como o "bar-beiro" reduz a sua sxpecta-Uva de vida a M anos, e eo-mo Me passa forno.

A REGIÃO

Conhece-K, vulgarmento,eomo "Zona do Vincula" aregião do Estado de Mlnu,k margem esquerda do 81oftanclsco, entra os rios Ca-rlnhanha s Psracatu. A áreae ds mais ou menos 100000quilômetros quadrados —1/5. portanto, da extensãotorritorlal do Istado. Mascomo a ocupação principalé a pecuária, a região 4 amenos povoada de Minas.Dominam-na famílias de la-tlfundlárlos, como as dossrs. Salnt Clalr Valadares(muito conhecido em BeloHorizonte como grileiro defavelas), Enoch de Assis Cs-

• * Wl* MmNimanps (que vive em SaoRomâo), Joio Torres (queakmdelsttfundiárto.éasio-ta) e outras mala. Mae Mas,que exploram oa seus va-queiras/slo, por sua ves, vi-tunas de outros explorado-ias — os grandes frlgorifl-cos americanos, ene meseompram as reses para in-dtutrlaltsar a carne. Osgrandes compradores na re-filo slo a Anglo (The Ian-cashlre Oeneral Investi-ments Co.), Armour (grupode Chicago), Bwlft e outros.Acham, no entanto, quo fa-asm multa vantagem, expio-rando os vaqueiros que cul-dam de suas reses. Mu jáamadurece, entra os vaquei-ras uruculanos, a idéia daliberdade s as noticias dareforma agrária chegaramato 14.

COMO VIVEO VAQUEIRO

O vaqueira do Urucuia émiseravelmente exploradopelo latifundiário. O dono dafazenda lhe dá, de vez emquando, algum feijão, arroze farinha. Mas dá pouco, oque permite ao vaqueiro ter,com sua família, uma ra-çáo miserável por dia, sequiser que o mantlmento dèpara o ano todo. No fim doano, o vaqueiro-encarrega-do ganha duas novilhas e

um pôltro. Somando tudo,nlo dá cinco adi eruselrospor mês. Morando em caba-nas de. pau a pique, eober-tos ds filhas de buriti, o va-no

vê a sua famlüa dl-r-se pela malária, peladoença de Chagas s pela fo-

me. Nlo podelr ao medico,porque somente em Plrapo-.ra, a quatro dias de viagema cavalo, existo assistênciamédica e hospitalar. Quan-do alguém adoeço grave-mento, pôde esperar a mor-te, porque a morto nlo fa-lha.

Vivendo entre tanto ga-do, o vaqueiro sò come car-ne uma ves por ano — noNatal, quando o criador per-mito a matança de uma ris.

INVASÃO DE TERRASO Vsle do Urucuia 4 uma

dss regiões onde o Estado dsMinas possui torras. Sòmen-to o Banco Hipotecário pos-sui, nas margens do córregoda Conceição, dose mil ai-quelres geométricos. E essasterras, que slo do povo, es-tão ocupadas por latlf undlá-rios, que fasem a criação,conforme eles mesmos dl-zem, "na larga" — nas ter-ras sem dominlo particular,que pertencem ao Estado.Mes se um posseiro tentoplantar nestas mesmas ter-ras, o fazendeiro que as es-tá utilizando expulsa-o: odireito de ocupação 4 dele,

que 4 forte, e tom amigosno governo — os miseráveisqua vio para o Inferno.

RVDAIJSNONO DURO

Quem conhece o Urucuiasabe que as relações de con-vivência na área ao total-mento feudais. O fasendel-ro tem o direito de vida emorto kôbre o seu vaqueiroou rendeiro. E o homem queentra cm desgraça, Junto aodono da terra é multo felizquando tem oportunidadepara fugli; na maioria das'vezes é assassinado por ja-gunços, seu corpo Jogsdo norio, e ninguém fica saben-do (nem se Interessa) peloseu destino.

As mocinhas, quando setornam mais bonitos, aca-bem indo parar nos bordéisde cJanuária. São Franciscoe Plrapora, para agradar osfilhos dos fazendeiros ricos.

Até para se casar, o vaquei.ro tem quo pedir prrmlsjúnao fazcndciiu.LUCIANO DOMINA

Um dos novos "senhores."do Uruculs é o sr. AntônioLuciano Perelrs Pilho. Hápoucos dias, acompanhadoue sua amante (uma moci-nha de 17 anos), o "gangs-ter"-deputodo esteve cmSáo Romáo, para receber aescritura de uma gleba dc15 000 alqueires dc terra.*.',localizadas no Vale do Um-cuia. E' plano do cx-ban-quclro, ap.lota, e dooutado doPSD, tomar conta de todo oVale. Para isso, deu Ins-trações a agentes seus, quedevem, segundo disse, apro-veitar o medo da reformaagrária, para comprar tó-das as terras disponíveis:—, Se vier reforma agia-ria, será com indenizaçãoem dinheiro. Ai n gente po-de ganhar multo...

pu • MciaHMioO que há de mais útil, atual e oportuno nos folhetos:A Porca do Comunismo está em sua unidade Crt 150,00O Leninismo em Ação Crs 250,00Pela Independência Naelonal crt 300,00Em espanhol e francês. Atende-se pelo Reembolso. Pc-dtdos e valores em nome de H. Cordeiro, rua da Assem-

bléla, 34, salas 204 e 304. Rio (OB).

eWPtaV — eneid»[,'-¦:¦ «tl;--,.,y-.^,

Uma caria i m ttopiNurtiEsta velo de Fortaleza, Ceará. E é tao

eloqüente que devo dela reproduzir trechos.Diz A. F. o missivista: «Minha Intenção nftoè exagerar, deformar, fszer sensacional!»-mu. Longe disso. Vamos sos fato». Conheço,como ns palmas de minha» mftos, «erras csoitôos di» meu velho Coará e do minha cn-rantadnra Fortaleza, souh bairros o subüi-bio». Pobre e Infeliz lorru, esquecida o abnn-(lonada como esquecido o abandonado rsln oNordeste, Sou povo vogeinndo. Criançasmorrendo n mingua o cheios do leprn, orasofrendo a Incleméncia dns seca» ora » in-i-loméncla diu águas destruindo rusas, do-vnstando colheitas, empobrecendo os cam-pos. danificando o solo. K nao é menos cons-iraiigedors a vida das criancinhas dos bair*ros o subúrbios do N. S. dc Assunção, dcsfl-lando tristes o melancólicas pelas ruas da"Loira despresnda do sol" sem tor miomsunvlse suas dores o sofrimentos. Vivemelas «'oiiin as do lodo o Brasil dc mftos os*ifndldns c olhos súplices A cala do um paucodo píio. E não é só: a maioria deliu temlar, sem escola. dunnndo nas sai^utas,nas portas dog estabelecimento* comerciais,nos bancos das praças públicas o quandomenos esperam sao molestadas pela poli-

cia, Procuram movimentar-se demaneiras: uma* coletando papais nas latasde lixo a fim de acalentar o Mtómaeo, ou*trás menos dispostos vão lazer filas IaPortas

dos restaurantes a espera de so*ras do comida. Outras dao-se ao vicio da

embriagues, muras ainda por meios arris*endu* o aniísorlals lançam máo do alheioo, finalmente, raras as que nAo enveredampolo caminho do et ime •• da prostituição".A caria ê longa; A. P. dou-mo, com ela,um depoimento humano dc primeira ordem.o sol limem,, das criança*, de Fonale?n 4 '•idêntico ru sofrimento das crianças pohreadeste psi». i\o qual nlo se pensa nela paranada, talvez porque nfto vote. Que fazermeu amigo A.P. sciun proteetor, brigar»lutar contra liso como nos fazemos? Ape»lar para quem? O problema da Infânciabrasileira cslá ai diante dc todos os olhos,mas ninguém dele toma conhecimento anfto ser para falar om "caridade" como secaridade resolvesse um problema que é demultidões. Multo obrigada pela sus cartao suas palavras dc estimulo. Publicandotrechos dela quis que os leitores do NOVOSRUMOS vivessem conosco os problemas dainfância cearense.

Calor da Unidade Dos TrabalhadoresMarcou o 1a de Maio em Cabo Frio

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afaB^JJk^^aam P-F^^^S saW^"»H Bsflv "^B afaB "

Ou sete mil operários deCsbo Frio comemoraram apassagem do 1" de Maiodesde as primeiras horasda manhã, mantendo a ei*dado num animado climade festividades. Participa-ram das manifestações ossete sindicatos operários, aassociação de camponeses,clubes de futebol o outrasagremiações locais.ARRAIAL DO (ADO

O município do Cabo Fr.otem sua concentração ope-rária dividida cm dois dis-tritos. um que compreendea cidade e outro o dLsiri-to de Arraial do Cabo. Asmanifestações dos traba-lhadores inlciaram-se no Ar-ralai indo encontrar-se emCabo Frio na passeata queculminou com a realizaçãodo grande comido.

Depoli dc tocada a alvo-rada pelos sinos da IgrejaBatista, foi lançada a pe-dra fundamental da nova se*de do Sindicato de Produ-tos Químicos. Em seguida,foi hasteada a bandeira na-cional no.pátio da Compa-nhie de Afcalis, tendo dis*cursado, em nome do presi*dento da ampress. o majorPtasmtil. que ressaltou aiasportánda do 1* de Maiona lute dos trabalhadorespor melhores condições devida e trabalho,

NOVOS

oPerários Navais Ajudam Reforma Agrária do Imbélm três visitas ao acam-

" pamento do Imb4, os opera-rios dos estaleiros de Nlte-rói levaram uma ajuda dequase melo milhão de cru-zeiros aos camponeses queocuparam as torras griladaspela Usina Cupim.

No local onde estáo os ls-vradores, em plena mato,torna-se impossível subsls-tir sem que venha a ajudade outras organizações detrabalhadores. E é essa aju-da que está sendo prestadapelos operários navais.

MOCANGUÊ

Um caminhão com 50 ope-rários do estaleiro Mocan-guê foi a primeira comitivaa visitar o acampamento.Naquela época os lavradoresestavam enfrentando umaséria falta de comida e deroupas. Os operários haviamlevado uma pequena ajudaem dinheiro e roupas queserviu para amenizar bas-tonto a situação.

Foram os operários doMocanguê que viram oacampamento isolado no

melo da mata. Tiveram queatravessar a pé alguns char-cos e matagais. Mas o qua-dro Iria modlflcar-se.

COMÉRCIO ENAVEGAÇÃO

Na semana seguinte, maisavisados, chegaram ao ácam-pamento num ônibus espe-ciai 80 operários da Compa-nhia Comércio e Navegação.Traziam vinte sacos comroupas para duzentos pes-soas, cobertores, arroz, rei-Jáo e uma grande quantida-de dé carne seca, a isso tudopodemos somar um Jogocompleto de ferramentas.

Essa delegação resolveutotalmente o problema davestimenta e ainda deumeios aos camponeses paraque pudessem aumentar ovqlume das obras que es-tavam realizando no acam-pamento.

Mas, apesar de toda aajuda recebida, os lavrado-res sempre necessitavam demais alguma coisa, pois acada dia aumentavam as

famílias que precisavampermanecer no acampamen-to. Eram mais bocas paraas refeições e mais braçospara o trabalho.

1' DE MAIO

No Dia do Trabalho, en-quanto uma delegação decamponeses descia a serrapara agradecer, em Campos,pela ajuda prestada pelosferroviários, chegavam trêsvagões lotados por 80 sar-gentos do exército e cerca de100 operários navais do es-talelro CACHEM.

Mas, agora, a delegação jáentrava diretamente noacampamento, os campone-ses haviam aberto três qul-lômetros de estrada, comnumerosas pontes e aterros.

Os barracos que foram vis-tos pela primeira delegaçãoJá haviam sido melhorados,construíram-se p r e c á r iasinstalações sanitárias, e jáhavia a perspectivo ds re-solução do probleiaa. Uma"-i--:.'.«ão de técnicos da SU-PRA Já tinha efetuado a me-

dlcio das tonas, s, dentrode alguns meses, esda fa-milia, das 400 inscritas, re-ceberá o seu pedaço de terra.MOCANGUÊ DE NOVO

Talves o problema Já es-Sa

caminhando para umaueão mas a solidariedade

ainda 4 necessária. Por Isso,na semana passada voltouao Imbé uma delegação deoperários do estaleiro Mo-cangue, acompanhados porrepresentantes do estaleiroCaneco que se haviam dlrl-gldo ao Sindicato para tom-bém prestar ajuda aos la-vradores.

Na primeira viagem dopessoal do Mocanguê iam40 pessoas e uma modestasolidariedade. Mas as ne-cessldades dos camponesesforam sentidas pelos traba-lhadores: agora eles eram80, e levavam sacos de ar-roz, feijão, batatas e deze-nss de fardos de carne seca.

Seguiu com os trabalha-dores um prático farmacéu-tico que permaneceu no Im-bé durante vários diss exa-

minando • dando remédiosaos lavradores, tendo Inclu-sive determinado a imedia-te hospltellsação de umcamponês atacado de barri-ga-d'água.

AMEAÇAS SEMIMPORTÂNCIA

Jagunços contratados pe-los usineiros rondam dlà-rtamento o acampamento,inclusive ameaçando os toe-nieos da SUPRA que me-dlam as torras.

De nada adiantará quelatifundiários cam pistasameacem os bravos campo-neses do Imbé, pois ao ladodeles se encontram os fer-rovlárlos de Campos comsua ajuda local e os opera-rios navais de Niterói queparticipam da luta, aju-dando de maneira eficaz ehumana os lavradores quehoje necessitam de ajudapara subsistir mas que ama-nha saberão tirar da terranáo só a subsistência mas acolaeita que alimentará oPais.

RUMOSManoel Carneiro dos San-

tos (Sepetlbs, OB) - Cri)3000,00.

Amigos de Petrópollg (quo-tas de abril e maio) — Cri4000,00.

CP, Rio, OB — Cri 500.00.Elias Nleolau Msrtins

(Rio OB) —Cri) 2000,00.Dois amigos (Três Rios,.

RJ) — Cri) 400,00.Prof. Enzmonn Cavalcan-

ti (Rio, OB) — Cri) 10000,00.

Uma afariaaxaapdaaalda PPSEste anúncio é, partlcú*lamente, dirigido a voe*.

prezado leitor. Como ver*sabe, nenhuma publicaçãofaz milagres com os pre*cos atuais do papel e ser*vlços gráficos. Mas PPSpode-lhe fazer uma ofertoexcepcional: uma assina*tura por apenas Cr$730,00. Você receberá des*de o número de Janeirode 1963. Dirija o seu pe-dido para rua da Assem*bléla, 34. sala 304. Rio(GB). Valores em nomede H. Cordeiro.

Terminada a solenidade,os operário*, seguiram empasseata para Cabo Frio.PASSEATA

Os operários das indús-Irias da cidade,-juntaram-sc aos operários do Arraialno desfile pelas ruas de Ca-bn Frio. Eram três mil tra*balhadores, empiinhandoou r, azes, acompanhados decalvos alegóricos e de Jo-vciis desportistas da loca-lidade.

A frente do desfile Ia oprefeito Antônio MacedoCosta, os deputados fedi»*raís Adfto Pereira Nuneg epadro I^aje, acompanhadospêlos dirigentes dos sindica*tos loca's.COMÍCIO

Cerca dc s«U mil pessoasencòntnivárn*so na praça,cercando totalmente o palan-que. E ali permaneceram atéque terminasse a manifeste*cAo, para, em seguida, assis*tirem às comemorações es-portivas e dos Sindicatos.

Falaram os deputados nre-srnlcs, o pres'dente do Sln*dicato de Produtos Químicos— Alt a miro Inácio de Ollvel*ra —- e frei Ponclano, Paro-co de Cabo Frio. que, comoos oradores que o antecede-ram, levantou a necessidadedas reformas de base liga-das so significado históricodo 1* de Maio.

ITTEllOI. E BAILES

A tardinha foram realiza-das partidas de futebol c vo-lei entre as equipes das Com*panhias industriais e os chi-bes locais. Os time» da Com*panhia -Nacional de Alcalisvenceram aa representaçõeslocsls da Marinha tanto emvôlei como em futebol de sa*lã o. ,

Encerradas as competiçõesesportivas, os Sindicatos ofe-receram um grande baile naCompanhia Nacional dc Al*calls, e em Cabo Frio foi ser*vida uma mesa de doces.REFORMAS DE BASE

Em todas as faixas, em to*dos oa cartazes e nas ak>eucões de todos os oradoreso tema central eram as rs*formas q> base e de manei*ra especial a reforma agra*ria.

N» luta pela ltbertaçto dehomem do campo, os opera*rios de Cabo Frio já leva*ram sua solidariedade a to*»V»r os movimentos que o Ia*vrador tem realizado no nor*le fluminense; Foi levada »ajuda tanto aos camponesesde Slo Pedro d'Aldeia*, comoaos acampantes do Imbé,mostrando que a melhoriadas condições sociais do tra*balhador dependem, comotoda * estrutura da Nacko,da libertação do camponêsbrasileiro.

LIVROS SOVIÉTICOSÂssnt rmm os on-RAMOS SOVKTIOOS. V.Saailonov, InformacOe.rnmpletaa e atualizada..IlurtSOBUK O MOVIMENTOOPERÁRIO R COMUNIS-TA.INTETtNACIONAI., d».I.ínln. O Naadmento ailoMnvolvImento. 496 pi-Klna». EneA PI.ANinCACAO ECO-NÔMICA NA URSS NAETAPA ATUAI, de I.Kvenko. Teoriii. e prá-tira de planiflcação aca-nOtnlca Enr .. ... .,A COOPERAÇÃO ECO-NOMICA OA URSS COMOS PAÍSES SUBDESEN-VOLVIDOS, tf» Rymalov.A cooptrnçfio dn URSSrom 09 |)u1»i..i da A.sln,África p América Lati-na. TluMrA DEMOCRACIA SO*CIALISTA SOVIÉTICA,de Lenln. As diferença,entre a drmocracln bur-guea« e a democraciaMrlallataA ENERGIA DO ÁTOMO.dc Olndkov. Livro mag-nlflramentr iluatrado •dc fAdi loituraHISTORIA DO PCUS. davário» aiitnrei*. Ediçãoencadernaria ,.'O CORAÇÃO DA SER-PENTE. Conto, fantârtl-cos de autore. aovlétlco»

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ATENDEMOS PILO REEMBOLSO POSTAL

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Dia 13-foi-comemorado o 7(.°. aniversário da Aboliçãoda Esérstaturs graçss, segundo ò ensino em nossos cole.glos, ^magnanimidade ds Princesa Issbel, Regente do Impe-rio na ocasião, em virtude de enfermidade de seu pai, o Impe-rador D. Pedro II. .

Não se pode, evidentemente, numa simples reportagem,analisar em profundidade um fato histórico de tamanha en-vergadura e de tão grandes conseqüênelss como a aboliçãodo sistema baseado ns escravidão, transformação talvezcomparável — guardadas ss proporções — à abolição do la-tlfúndio por que hoje se combate.

Mas é possível e necessário, porém, recordar alguns fatosligados ao evento que esclarecem como. foi conquistada aabolição, não uma dádiva da princesa, mas fruto — como,aliás, todas as reformas e leis de interesse nacional — deingentes esforços e pressões do povo e seus lideres suténtl-cos, contra a reação encarniçada dos representantes dosgrupos atingidos em seus privilégios.

NECESSIDADE IMPERIOSAEm breve» traços, antes de entrar no objetivo principal

da reportagem, que é narrar alguns fatos ds batalha po-•pular e parlamentar que se desenvolveu ns época, lembre-mos duas ou três razoes determinantes da lmpsrtosidada dsliquidar naquela quadra do técul© passado a escravidão, ris-tema deteabalbo que, além'de-a•A^>.6vlM)lMn^stJ)»lrsava odesenvolvimento da produção-o-sapsdls Q-prngrsjM..

A Inglaterra, grande potência do ¦écuío -COC, proãnaUem grande escala máquinas w precisavajrsndsrparaosdemais paises. Tais máquinas, fundamento da Industria,requeriam para seu manejo a existência de homens Uvrese não escravos, condenados a viver no campo, nes traba-lhos agricolas. Resolve a Inglaterra proibir, s cumprir aproibição com os canhões de suas embarcações, o tráfegomarítimo de escravos, o que de pronto se. fêz sentir no

A Guerra de Secessão nos Estados Unidos (1860/1865),com a libertação dos escravos sulistas pela força e o surtode progresso permitido naquele pais com o trabalho livre daescravidão, imposição do desenvolvimento da» forças pro-dutivas e dos meios de produção, multo contribuiu para oacirramento da luta abolicionista em nosso Pais.

E ainda, para citar um exemplo Interno, a Imigração detrabalhadores europeus, em dificuldades em seus paises deorigem (a Itália principalmente), que para cá vieram a fimde trabalhar no campo ã br. i da remuneração, substituindoo trabalho escravo com vantagens. Sáo Paulo, por exemplo,quando da abolição, quase Já não possuía escravos e, semesquecer naturalmente outros fatores, apresentava um in-dlce de desenvolvimento bem superior ao das demais pro-vindas.

AS LUTAS POPULARESPode-se dizer, sem receio de exagero, que a luta contra

a escravidão começou quando se Instalou no Pais o traba-lho escravo. Não era possivel ao negro trazido da Áfricasubmeter-se sem protesto ao trabalho antlnatural, antl-humano, a que lhe destinavam. A história da escravidãono Brasil é todo um capitulo heróico de fugas, quilombos,rebeliões. „ ,¦E desde os primórdios do século XIX, como conseqüên-cia dessa revolta dos escravos e do conhecimento, peles ho-mens de consciência mais avançada e progressista, das con-dlções e necessidades do Pais, começa a luta organizada emprol da abolição.

Essa luta se desenvolveu em várias frentes, utilizando-setodos os meios possíveis. Criação de organizações antles-cravlstas, pressão popular ao Parlamento, ação extralegalcom ajuda na fuga e no esconderijo (acoutamento) deescravos perseguidos, ação parlamentar. -

Durante todo êste tempo, se fazia sentir a açãoobscurantista na Câmara e no Senado, onde os represen-tantes dos senhores de escravo procuravam obstaculizar portodos os meios a aprovação de leis que levassem à manu-missão do elemento servil, mesmo de heis que de uma ououtra forma protegessem o escravo. Tal c qual o que vemoshoje, com argumentos muito semelhante», em alguns casosabsolutamente iguais, eomo veremos, aos dos que se opõemà aprovação da mudança do sistema arcaico ds propriedadeda terra.

Ainda assim, dada a sua inevltabilldade, o processo foimarchando, a trancos e barrancos, e Já sm 1831,. mais porImposição da Inglaterra, os parlamentares eram obrigadosa votar a lei de 9 de novembro proibindo o tráfico de escra-vos, proibindo sua vinda da África, primeiro passo restritivooficial e motivo para a intensificação do movimento pelaalforria completa.

Umltemo-nos a enumerar agora alguns dos fatos, ape-nas dos dez anos que precederam a libertação, que podemdar uma Idéia, ainda que pálida, do que foi a ação popularna década de 80, ação que já conseguira vitórias parciais,embora de pouca significação — mais uma escamoteação —,como a famosa "Lei do Ventre Llvrs" aprovada a 38 de se-tembrods 1871.

Em 1880, foram organizadas duas Importantes agremlaÇões populares: a Sociedade Brasileira contra a Escravidão,no Flamengo, sob a presidência de Nabuco,« a AssociaçãoCentral Emancipadora, dirigida por Nicolsu Moreira. O ms-nifesto de Joaquim Nabuco'— que no mesmo ano de 1880tivera rejeitado na Câmara um projeto prevendo a liberta-ção dos escravos em dez anos — foi traduzido para o inglêse o francês, sendo lido num banquete no Hotel dos Estran-gelros ao ministro Plenipotenclário norte-smeriesno, queagradeceu a deferêncla com palavras de estimulo aos abo-llclonlstas. ,:

As associações "realizavam conferências no Teatro SãoLuiz, cedido pelos atores Matos c Dias Braga, com grandeêxito. A primeira delas, pronunciada pelo mulato dr. VI-cente de Souza, contou com a presença do maestro CarlosGomes. Entre os outros conferencistas de renome situam-seLopes. Trovão, José do Patrocínio, Ubaldlno do Amaral c oAcadêmico de Direito João Brasil Silvado. São feitos tam-.bém Inúmeros recitais de declamação e canto.

Seguindo os passos da "Oazeta da Tarde", que circulavadssde 1870, dirigida por Ferreira de Meneses, surge em 1880"O Abolicionista", órgão da Sociedade Brasileira Contra aEscravidão, além de matérias em outros periódicos, como ascaricaturas dé Ângelo Agostini na "Revista Ilustrada".

Cresce em grande escala o número dessas organizaçõespopulares. A10 de maio ds 1888 reúnem-se no salão da "Oa-zsta da Tarde", Já agora dirigida por José do Patrocínio, aSociedade Brasileira Contra a facravldao, a Sodsdadeimancipadnrs da Imla l&ttar, OnW Ubertador Per-nambneano, Clubs dos Ubsnidorss Hs Mtsrss, Centro Alto-Uetonlsta Penetra ds II Clubs Bitswwnrt fampalo,Sociedade Abolicionista Csarsnse, Clube Abolicionista Out-temberg, Caixa Libertadora José do Patrocínio s Caixa U»bertadora Joaquim Nabuco, com o apoio do Orando Orientedo Brasil, principal loja maçonlca do Pais.

- A reunião aprovou a proposta de Patrocínio propondoa formação da Confederação Abolicionista, sendo Indicadospara dirigi-la, entre outros, o comerciante João Clapp, dr.André Rebouças, dr. Bittencourt Sampaio, Aristldes Lobo,Patrocínio.

No dia 26 de agosto de 1883 foi lido no teatro D. PedroII (na rua da Guarda Velha, hoje 13 de Maio) o manifestoda Confederação, onde.se mostram as vantagens do traba-lho livre e se fazem ameaças diretas aos legisladores queentravam a emancipação.

A Confederação cumpriu extenso programa de propa-ganda e de assistência aos escravos fugidos, além da açãoextralegal, ajudando no transporte de fugitivos e escon-dendo-os de seus senhores e da policia. Inúmeras pessoascediam locais em suas chácaras, onde se formavam verds-deiros quilombos, com escravos do Rio e outros vindos deSão Paulo, Pernambuco e Maranhão.

Outro aspecto interessante dessa luta popular foi achamada "limpeza de ruas", feita' em 1884. Era a propa-ganda, feita principalmente pelos estudantes da Escola Po-litécnlca, contra a escravidão nas redondezas, oferecendopequenas Indenizações, mas na verdade coagindo os senho-res a libertarem os escravos. Assim é que, sob a direção deuma comissão encabeçada pelo tipógrafo Procópio Russell,Ernesto Senna e outros, em pouco tempo não havia maisescravos nas ruas do Ouvidor, 7 de Setembro, Uruguaiana,Travessa Ouvidor e adjacências.

Tal era a agitação, que o Barão de Cotegipe, um dosprincipais chefes escravocratas, aconselha no Senado a re-pressão aos movimentos populares em defesa dos escravos.

Também as mulheres participavam ativamente da cam-panha, havendo fundado o Clube José do Patrocínio, femi-nimo, cuja diretoria era composta pelas senhoras VirgíniaVilla-Nova, Adelina dos Santos e Henriqueta Senna, tendona Comissão Executiva as senhoras Eponina Senna, Caclldade Souza eRosalina de Senna.

Os artistas — atores, atrizes, cantores, músicos, etc.colaboravam na campanha, com recitais, concertos, peçasteatrais e outras realizações, destacando-se nomes comoChiquinha Gonzaga, Vasques, Artur Napoleão e LeopoldoMíguez.

A campanha, financeira era feita através de métodosainda hoje usados, tais como "livros de ouro" para con-tribuiçoes para a alforria, havendo nm nn Câmara Muni-clpal e vários pelo interior, "matinées" pagas, conferências,listas de contribuições, etc.

Tão grandes foram os efeitos dessa campanha popularque, ao ser assinada a Lei Áurea em 1888, quase já não haviaescravos a libertar. Tanto que dos 1600000 escravos ins-crttos em 1872, apenas 720 000 se inscreveram em 1337, ten-do se libertado, na luta, 900 000 nesse periodo.

A «ATALHA NO PARLAMENTOA leitura, nos anais da Câmara, das discussões e vota-

ções da reforma do estado servil, chega a ser pitorescaquando fazemos a analogia com as discussões de hoje sobrea reforma agrária. Tal a semelhança, que nos parece que amaioria dós atuais parlamentares são homens do seeulopassado, inexplicavelmente falando e votando ainda hoje.

O Congresso "discutiu" a abolição da escravatura du-¦ante mais de meio século. Já em 1831 era aprovada a prol-

bicão do tráfico, e a abolição completa do estado serviljá era estudada desde 1867, aperar de haver sido rejeitadaa primeira proposta concreta feita na Câmara nesse sen-tido em 1870 pelo deputado Jerònlmh Sodré, professor da Fa-culdade de Medicina da Bahia, que pregava uma aboliçãoimediata e radical.

Umltemo-nos s examinar alguns trechos de discursospronunciados em sessões de maio a Julho de 1871 na Cá-mara — periodo em que o presidente do conselho, Vlscon-de do Rio Branco, compareceu so Parlamento para enca-mlnhar a votação da "Lei do Ventre Livre", que acabou sen-do aprovada em setembro —, e os rápidos debates dc 1888,quando foi apresentada a "fala do trono" propondo a "LeiÁurea".

Visconde do Rio Branco inicia seu discurso em tomcauteloso, procurando convencer os deputados de que a re-forma proposta náo é dás que "possam comprometer os In-terêsses vitais do País, quando sé tem multo em vista res-peitar a propriedade e bem resguardá-la", alertando que aescravidão "é uma questão Incandescente que pode causargrande abalo no Pais".

Os parlamentares defendiam a tese — que ainda hojedefendem quanto aos camponeses — de que não adianta-va nenhum passo para alforriar os escravos sem "prepara-los" para a nova vida, obrigando o presidente do Conselhoa retrucar, dlsendo que "subordinar a medida a êste pro-grama ás colonlssçlo, canais, estradas de ferro, asiles deedssssão d« manoras libertados, estatística, importaria pro--"~~'" * ate, nunca lev^-la a efeito"..

^MStns, para a "Lsl do Venirs .Vim'',a s-fjls «se senhores pelos escravos libertados <M-

apenas aos fl anos ds idade, como depois venenosmais sm dstalbss pelo texto ds lei). Mesmo assim, porém,os psrlsmsntsrés, que não queriam reforma de espécie ai-guma, procuravam obstruir os debates, Inventando cifraiastronômicas.

Aliás, quanto á Indenização doe senhores de escra-vos, é interesante referir ao episódio de uma entrevista con-cedida a respeito pelo chefe positivista brasileiro TeixeiraMendes, que, indagado pelo jornalista, respondeu: "Sim.Deve haver indenização". E, depois da surpresa causada,completou: "Mas os escravos é que devem recebê-la".

Um dog principais argumentos dos escravocratas era.já aquela época, o da ameaça á propriedade privada, "basesagrada da sociedade", conforme o próprio Visconde do RioBranco se referiu no discurso feito na sessão do dia 30 d»maio na Câmara, dizendo; "Parece-me estar ouvindo un;sussurro, e o eco repetir: Sois abolicionista; quereis con-flagrar o Pais; destruir a lavoura, já tão acabrunhada; es-tancar uma das fontes da riqueza pública e privada; final-mente, destruir a propriedade constituída sobre os escravos".

Na sessão de 15 de Julho, o deputado Alencar Ararlpe.defendendo a lei do "Ventre Livre", denuncia outra insti-tuição que procura por todos os meio» obstar a libertação:O Clube da Lavoura e do Comércio — ancestral da Asso-eiação Comercial e da Confederação Rural Brasileira dfhoje.

Dizia o deputado Araripe:"Ainda há pouco teve lugar nesta corte uma reuniãode fazendeiros, a que assistiram os ilustres deputados dis-sidentes; e o que ali se resolveu? O Clube da Lavoura e dcComércio (assim se denominou a associação nessa ocasiãofundada) começou protestando que não pretendia criar di-ficuldactes nem contrariar o principio da libertação daescravatura; mas acabou decidindo que só aceitaria medi-das preparatórias, só quereria uma transformação gradual,operada pela prudência dos estadistas, a quem a nação dele-gasse sucessivamente os podêres constitucionais. Ora, quemquer a emancipação còm todos esses requisitos não a quetem verdade; só busca paliativos, que devem piorar a nossacondição em relação à solução do problema emancipado»."

E Araújo Lima, ridicularizando os que se opunham áreforma, afirmava: "No século XIX, no ano de 1871, naquadra do vapor e da eletricidade, os nobres deputados re-correm a medidas lentas, seculares, para. a extinção da es-cravidão". (Não podia o deputado prever que em plenoséculo XX, da energia atômica e das viagens espaciais, nos-

sos camponeses ainda vivem em estado de semi-servidào).E já naquela época também se usava o atual processo

de retirar-se para prejudicar o quorum para as votações,como advertiu o deputado Teixeira Jr. em se3aãò de 25de Julho: "Nenhum deputado pode escusar-se 'de votar, des-de que está presente. Nenhum de nós tem ó direito' deausentar-se intencionalmente para embaraçar as decisõesda Câmara".

E convém lembrar que a lei do "Ventre Livre" erasimplesmente uma dessas leis complicadas, dúbias, quenão alforriava, absolutamente, o filho da escrava desde oseu nascimento, mas dava ao senhor o direito de utlli-zá-lo até os 21 anos de idade. A criança ficava com amãe até os oito anos. Nèssá ocasião o senhor tinha direitode utilizar os serviços do menor ou receber uma indeniza-ção do governo, qué se encarregaria do menor. Isto é, nãose tratava de nenhuma libertação, mas sim de compra doescravo pelo governo, que também tinhs;dlreito de explorarseus serviços até 21 anos.

Bem, apesar disso, a lei foi aprovada, e mais tarde tam-bém o foi a dos Sexagenários (28-9-1885), outro esbulho, derez que alforriava, na prática, os escravos que, pelo adian-

tádo da idade, náo mais podiam trabalhar, ficando inclusive'sem meios dc garantir a subsistência como cidadãos livre .

E só em 1888. Isto é, 17 anos depois da "Lei do VentieLivre", viria a ser aprovada a lei Áurea, a 13 de maio, alnd-iuaslm com inúmeras resistências. E se foi aorevada numtempo minimo — a "fala do trono" foi apresentada á Cã-mara dia 8 de maio; sofreu três discursões, foi emendadae anrovada, e levada ao Senado dia 10, começando a serdiscutida dia 11. para já dia 13 estar sancionada pelo Exc-cutlvo — a razão desta rapidez é explicada nela violentap legitima pressão popular que se féz junto ao Parlamento.Basta dizer que nos dias em que a lei foi discutida, o povonão só lotou completamente as galerias do Senado c daCâmara, como as adjacências dos prédios onde funciena-vam, em vigorosas manifestações.

Essa pressão, aliás, era exaltada por Joaquim Nabucona sessão de 8 de maio que, depois dc pedir á Câmara eseu presidente "que tenham tolerância nara esta manifes-tação que o povo brasileiro acaba de fazer dentro de seurecinto", afirma: "£' preciso, porém, que todo o vaporda opinião nacional entre nas caldeiras estragadas doSenado, para que a locomotiva da liberdade possa galgaras montanhas que temos que transpor".»

Mss, ainda assim, os representantes do» senhores deescravos procuravam reagir, embora já se soubessem ven-cidos. Nesse sentido é interessante o discurso de AndradeFigueira (cujo nome, por coincidência, tem as mesmasinicial» de Armando Falcão), procurando atrapalhar a vo-tação do projeto com detalhes do regimento interno daCáme-ta e protestando contra a presença do novo, segundo«sas aaprsieõe» "convertendo ã augusta majestade do rs-otnto sn circo de cavalinho»".

I os argumantos de Figueira pouco divergem de si»guns deputados atuais. Condena "a intervenção dos pode-ree públicos na solução de um assunto eminentemente so-ciai, que aos interessados, á sociedade, e não ao poder pú-blico competia ter". Mais adiante, furioso com o movi-mento popular de libertação dos escravos, investe contrao exército porque este se recusou ao serviço de capturarescravos fugidos, os militares não querendo desempenharo papel de capitães do mato. Como hoje fazem seus des-cendentes políticos, o deputado Figueira nrevè a anarquiana produção e chora as dificuldades financeiras dos senho-res de escravos, sem sua força de trabalho e sem indeni-zação pela perda.

E o deputado Alfredo Chaves, na mesma linha, atacao projeto, dizendo que, "nas condições em que se acha, étambém uma ameaça iminente ã ordem pública, porque nãose tomaram, precauções para garantir a sociedade contraessa classe de cidadãos novos que a ela são atirados, semos meios, sequer, de proverem a sua subsistência", o queoriginou o aparte gozativo do deputado Zama: "E' admi-rável essa compaixão pelos escravos".

Para finalizar, é interessante citar um trecho do dis-curso proferido no Senado pelo Barão de Cotegipe, acirradoescravocrata, onde diz:

"Enfim, senhores, decreta-se que neste País não hápropriedade, que tudo pode ser destruído por meio de umalei, sem atenção nem a direitos adquiridos, nem a incove-nientes futuros. Sabeis quais as conseqüências? Não ésegredo: daqui a pouco se pedirá a divisão das terras, doque há exemplo em diversas nações, desses "latifundia", sejade graça ou por preço minimo. e o Estado poderá decretara expropriação sem indenização!"

Mas, não obstante, a lei —' curtíssima, apenas doisartigos: (Art. ).° — E' declarada extinta, desde a data des-ta lei, a escravidão no Brasil; Art. 2.° — Revogam-se asdisposições em contrário) — é aprovada, contra o voto deapenas.nove deputados: Barão de Araçagi, Bulhões de Car-valho, Castrioto, Pedro Luiz. Bezamat, Alfredo Chaves,Lacerda Werneck, Andrade Figueira e Cunha Leitão, cujalembrança no» transporta a nomes atuais como João Men-des, Armando Falcão, Herbert Levy, Amaral Peixoto, Ho-rácio Láfer, Raimundo Padilha, Gustavo Capanema, PedroAleixo e Daniel Faraco.

AS REFORMAS ATUAISEstão ai. em breves traços, fatos da abolição da es-

cravatura. São passados 75 anos de sua promulgação. Masos fatos com que se defronta hoje o povo brasileiro mos-tram que pouca coisa mudou nos métodos, e formai rieluta necessários à conquista de modificações profundos naestrutura do Pais.

E' o exemplo do passado a guiar nossos passos. A abo-lição da escravatura ensina que não seria conseguida sema luta de massas, sem a organização popular em torno dareivindicação, sem a legitima pressão sobre os legisla-dores.

E' o que verno» agora em torno da necessidade inadlá-vel de uma reforma agrária imediata. Se o povo ficar assls-tindo aos debates e esperando, os parlamentares continua-rão com suas divagações sóbre o direito dc propriedade, asubversão da ordem, a anarquia da economia e outros ar-gumentos para a manutenção desse "status" inumano eindefensável. E teremos mais meio século de protelações, dedebates, de medidas paliativas. Não é o caminho que serve.

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