stephen king - os justiceiros

8/18/2019 Stephen King - Os Justiceiros

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Copyright © Richard Bachman, 1996Publicado mediante acordo com o autor através de RalphM. Vicinanza, td.

!"tulo ori#inal$The Regulators

%apaP&s 'ma#em (esi#n

Revis)o*+nia liveira ima-enriue !arnapols/0mberto 2i#ueiredo Pinto*andra P3ssaro

4ditora5)o 4letr+nica breu7s *0stem tda.

B18:Bachman, Richard

s :usticeiros ; Richard Bachman. < Rio de =aneiro $b:etiva, 8>>18?9p. '*B@ A<C?>8<C88<?

!radu5)o de $ The regulators 1. iteratura americana < Romance. '. !"tulo%(( A1?



Lembrando fim Thompson e Sam Peckinpah: sombras lendárias.



D*enhor, o ne#&cio da #ente é chumbo.E F *teve McGueen

Sete Homens e um estino



Cart!o"postal de #illiam $arin para sua irm!% &udrey#yler:

'( de )ulho de *++( ,uerida &ud%-em% estamos em Carson City /e0ada1 esta noite% e

de0emos chegar a San 2ose amanh!. Sei 3ue 0oc4 esta0a 5emd60ida78 3uanto 9 0iagem de carro% mas foi a decis!o certa.

T;<=>S ?= &;&/@> <SP&/T>S> C>= S<TH7Conto mais depois A lhe telefono de San 2ose A SB posso dieragora: eus abenDoe /e0ada7 2unie manda lembranDas.

-ill Sra. &udrey #ylerRua dos Elamos% '(F#entGorth% >hio ('+'



%ap"tulo m

Rua dos Álamos/3:45 da tarde/15 de julho de 1996

%-4H V4RI.4 n)o sB o ver)o apenas, n)o este ano, mas a

apoteose do ver)o, o avatar do ver)o, o alto, perJeito e verde ver)o da re#i)o central de hio em pleno :ulho, o

sol ardendo neste Jabuloso céu desbotado de cal5a evi7s,o barulho das crian5as #ritando por todo o bosue da Ruado rso, no alto do morro, o estalo dos peuenos bastKesde beisebol no outro lado do bosue, o som dosaparadores de #rama elétricos, dos carros potentes naRodovia 19, dos patins nas cal5adas de cimento e no liso

macadame da Rua dos Llamos, dos r3dios F o beiseboldos 'ndians de %leveland o #rande dia de :o#oNcompetindo com !ina !urner a a5oitar D@utbush %it0imitsE, auela mOsica ue diz$ DVinte e cinco é a

velocidade limite, n)o se permitem motocicletasE F, eenvolvendo tudo isso, como um babado de rendaauditivo, o tranilizante e sedoso chiado dos re#adores

de #rama. ver)o em Qentorth, hio, ah, cara, vocS :3sacou. T o ver)o aui na Rua dos Llamos, ue cruzadireto o Jabuloso e desbotado sonho americano, com ocheiro de cachorro<uente no ar e uns restos de papelestourado das bombinhas do de =ulho ainda ca"dos auie ali nas sar:etas. T um :ulho uente, por (eus, umperJeito :ulho velho JaiUa azul, n)o tem dOvida, mas seuer saber a verdade, também é um ver)o seco% sem 3#ua, a



n)o ser pelo es#uicho, de vez em uando, de umaman#ueira para levar aueles Oltimos peda5os de papelueimado. !alvez isso mude ho:e ouve<se um ou outro

ribombo de trov)o a oeste, e os ue vSem o %analMeteorol&#ico tem muita !V a cabo na Rua dos Llamos,pode apostarN sabem ue se esperam temporais para maistarde. !alvez até mesmo um Jurac)o, embora n)o se:aprov3vel.

4nuanto isso, porém, é s& melancia, reJri#erante em3s :o#adas na ponta do bast)o é todo auele ver)o ue a

#ente sempre uis e mais, aui no centro dos 4stadosnidos da mérica, a vida t)o boa uanto sempre sesonhou ue podia ser, com %hevrolets parados nasentradas de #ara#em e biJes nas #avetas de carne das#eladeiras, esperando para ser tascados no churrasco douintal ao cair da tarde e tem torta de ma5) depoisW ue éue vocS achaWN. 4sta é a terra dos #ramados verdes e doscanteiros de Jlores bem cuidados este é o Reino de hio,onde os #arotos usam os bonés virados para tr3s, ascamisetas decotadas caindo sobre as bermudas lar#as, etodos os #randes tSnis incrementados parecem trazer oraio da @i/e.

@a uadra da Llamos ue Jica entre a Rua do rso,

no alto da ladeira, e a dos =acintos, no pé, h3 onze casas euma lo:a. lo:a, na esuina da dos Llamos com a =acintos, é o sempre popular e bem americanomercadinho de conveniSncia, onde a #ente pode comprarci#arros, Blatz ou Rollin# Roc/, a bala de um centavoembora ho:e custe vinte e cincoN, os apetrechos dochurrasco pratos de papel #arJos de pl3stico taco batata

Jrita sorvete /etchup mostarda tira<#ostoN, pirulitos e umaampla variedade de sal#adinhos crocantes, Jeitos da



melhor matéria<prima da terra. *e a #ente uiser, arran:aaté um eUemplar da Penthouse no 4<X *top 8, mas tem depedir Y balconista no Reino de hio, a maioria das

revistas de mulher pelada Jica escondida. 4, ora, tudobem. importante é saber onde arran:ar uma se a #enteprecisar.

balconista ho:e é nova, menos de uma semana noempre#o, e no momento, Ys ?$ da tarde, atende a ummenino e uma menina. menina parece ter seus onzeanos, e :3 vai se tornando uma beldade. menino,

visivelmente o irm)ozinho, tem talvez uns seis anos, epelo menos na opini)o da nova balconistaN :3 vai acaminho de se tornar um monstrinho de primeira.

F Guero dois chocolatesZ F #rita o 'rm)oMonstrinho.

F dinheiro s& d3 pra um, se a #ente tomar umreJri#erante cada F diz<lhe a 'rm) Bonita, com o ue abalconista :ul#a ser uma paciSncia admir3vel.

*e Josse seu irm)o, ela sentiria uma #rande tenta5)ode chutar<lhe o rabo t)o para cima ue ele poderia Jazer opapel do %orcunda de @otre (ame na pe5a da escola.

F Mam)e deu cinco paus pra vocS de manh), eu vi F diz o monstrinho. F %adS o resto, Marrrrr<#ritW

F @)o me chame assim, ue eu detesto F diz amenina. !em lon#os cabelos louros cor de mel, ue a

balconista acha absolutamente deslumbrantes. s dela s)ocurtos e assanhados, tin#idos de laran:a na direita e verdena esuerda. *abe muito bem ue n)o teria conse#uidoesse empre#o sem lavar a tintura, se o #erente n)o

estivesse com a corda no pesco5o em busca de al#uémpara trabalhar das onze Ys sete F sorte dela, azar dele. 4le



arrancou dela a promessa de ue usaria um len5o ou umboné de beisebol para cobrir os cabelos tin#idos, mas aspromessas se Jazem para ser uebradas. #ora vS ue a

'rm) Bonita olha com certa Jascina5)o os seus cabelos. F Mar#rit<Mar#rit<Mar#ritZ F cacare:a oirm)ozinho, com a ale#re e Jorte maldade ue s& osirm)ozinhos sabem arre#imentar.

F @a verdade eu me chamo 4llen F diz a menina,Jalando com o ar de al#uém ue Jaz uma #randeconJidSncia. F Mar#aret é meu se#undo nome. 4le me

chama assim porue sabe ue eu detesto. F Prazer em conhecer, 4llen F diz a balconista, ecome5a a somar as compras da menina.

F Prazer em conhecer, Marrrrr<#ritZ F arremeda oirm)o monstrinho, contorcendo o rosto numa eUpress)ot)o Jor5adamente pavorosa ue che#a a ser c+mica. FPrazer em conhecer, Mar#rit MinhocaZ

'#norando<o, 4llen diz$ F dorei seu cabelo. F bri#ada F diz sorrindo a nova balconista. F

@)o che#a nem perto do seu, mas serve. T um d&lar euarenta e seis centavos.

menina tira uma bolsinha de moedas de pl3stico

do bolso do :eans. (auelas ue se apertam para abrir.(entro h3 duas notas de um d&lar amassadas e al#unscentavos.

F Per#unta a Mar#rit Minhoca pra onde Joram osoutros trSs pausZ F trombeteia em voz alta o monstrinho.T um verdadeiro sistema de alto<Jalantes. F 4la #astoucomprando uma revista com <eeeeeethan HaGGGGGke na

capaZ



4llen continua a i#nor3<lo, embora as Jacescomecem a ruborizar um pouco. o entre#ar os doisd&lares, diz$

F #ente nunca se viu antes, viuW F @a certa, n)o... *& comecei aui uarta<Jeira.Precisavam de al#uém pra trabalhar das onze Ys sete, eJicar mais al#umas horas, se o cara da noite se atrasasse.

F Bem, Joi muito le#al conhecer vocS. 4u sou4llie %arver. 4 este é meu irm)ozinho, Ralph.

Ralph %arver bota a l"n#ua para Jora e emite um

som semelhante ao de uma vespa presa num pote demaionese. Gue animalzinho educado esse a", pensa a:ovem de cabelos de duas cores.

F 4u sou %0nthia *mith F diz, estendendo a m)opor cima do balc)o para a menina. F *empre %0nthia,nunca %ind0. (3 pra lembrar issoW

menina Jaz ue sim com a cabe5a, sorrindo. F 4 eu sou sempre 4llie, nunca Mar#aret. A =argrit =inhoca7 F #rita Ralph, no louco triunJo

de seus seis anos. 4r#ue os bra5os no ar e bate nosuadris alternadamente, de pura ale#ria venenosa de viver.

F =argrit =inhoca ama <eeeeeethan HaGGGGGke7 4llen lan5a a %0nthia um olhar muito mais velho

ue sua idade, um ar resi#nado de inJinito cansa5o, uediz$ <stá 0endo o 3ue eu tenho de agIentarJ %0nthia, uetambém tem um irm)ozinho e sabe eKatamente o ue a bela4llie tem de a#entar, tem vontade de dar uma porrada,mas conse#ue manter o rosto impass"vel. 4 é bom. menina é prisioneira de seu tempo e idade como ualueroutra, o ue si#niJica ue tudo isso é muito sério para ela.

4llie estende ao irm)o uma lata de Pepsi. F #ente racha o chocolate l3 Jora F diz.



F VocS vai me puUar no Buster F diz Ralph,uando se diri#em para a porta, andando sobre oluminoso ret[n#ulo de sol ue entra como Jo#o pela

:anela. F VocS vai me puUar no Buster da3ui at em casa. F diabo ue eu vou F diz 4llie, mas uandoabre a porta, o 'rm)o Monstrinho se vira e lan5a a %0nthiaum olhar presun5oso, ue diz$ <spere sB pra 0er 3uem ganhaesta% <spere e 0e)a.

4 saem. Ver)o, sim, mas n)o apenas ver)o estamos Jalando

do 1 de :ulho, o auge mesmo do ver)o numa cidadezinhade hio, onde a maioria das crian5as vai para a 4scolaB"blica de 2érias e participa do Pro#rama de eitura de

Ver)o da Biblioteca POblica, e onde um menino acabou de#anhar um Jur#)ozinho vermelho ue batizou pormotivos ue s& ele sabeN de Buster. nze casas e uma lo:ade conveniSncia tremulando nessa Jorte claridade de :ulhono Meio<oeste, trinta e dois #raus cent"#rados Y sombra,trinta e seis ao sol, uente o bastante para o ar ondularacima do asJalto como sobre um incinerador.

uadra se estende no sentido norte<sul, casascom numera5)o "mpar no lado de os n#eles da rua epar no lado de @ova \or/. @o alto, na esuina das ruas

do rso com a dos Llamos, Jica o nOmero 81 destaOltima. Parado diante da casa, Brad =osephson re#a comuma man#ueira os canteiros na entrada da #ara#em. !emuarenta e seis anos, uma bela pele cor de chocolate, euma pan5a enorme e ca"da. 4llie %arver acha ue eleparece Bill %osb0... um pouco% pelo menos. Brad e Belinda

=osephson s)o os Onicos ne#ros da uadra, ue sente um

or#ulho danado por tS<los. 4les tSm eUatamente aaparSncia ue as pessoas das 3reas de classe média de



hio #ostam em seus ne#ros, o ue Jaz parecersimplesmente certo vS<los em volta. *)o pessoassimp3ticas. !odos #ostam dos =osephson.

%ar0 Ripton, ue entre#a o Shopper de Qentorthnas tardes de se#unda<Jeira, dobra pedalando a esuina e:o#a um :ornal dobrado para Brad, ue o pe#a habilmentecom a m)o ue n)o se#ura a man#ueira. @em seuer semove. penas er#ue a m)o e vum, l3 est3.

F Boa, *r. =osephsonZ F #rita %ar0, e se#uepedalando ladeira abaiUo, com a mochila de lona batendo

nos uadris. Veste uma camiseta de :érsei enorme, dorlando Ma#ic, com o nOmero ?8, de *ha. F T, ainda n)o perdi o :eito F diz Brad, e enJia o

bico da man#ueira debaiUo do bra5o para poder abrir oseman3rio e ver o ue tem na primeira p3#ina.

T a velha merda de sempre, claro F vendas deJundo de uintal e badala5)o da comunidade F, mas eleuer dar uma olhada mesmo assim. T a natureza humana,acha. (o outro lado da rua, no 8>, =ohnn0 Marinvilletoca viol)o e cantarola acompanhando, sentado nosde#raus da entrada de sua casa. ma das folk"songs maisidiotas do mundo, mas ele toca bem, e embora nin#uém:amais v3 conJundi<lo com Marvin Ha0e ou Perr0 %omo,

ali3sN, conse#ue tocar uma mOsica e manter a aJina5)o.Brad sempre achou isso li#eiramente revoltante$ acha ueum cara ue é bom numa coisa deve contentar<se com elae deiUar o resto pra l3.

%ar0 Ripton, uatorze anos, cabelo Y escovinha, eue :o#a como za#ueiro apoiador no time da e#i)o

mericana de Qentorth os -a/s, atualmente 1<,

Jaltando duas partidasN, atira o Shopper se#uinte na varandado 89, casa dos *oderson. s =osephson s)o o %asal



@e#ro da Rua dos Llamos$ os *oderson. Har0 e Marielle,os boSmios. @a balan5a da opini)o pOblica, os *odersoncompletam um ao outro. Har0, em #eral, é o tipo do cara

prestativo, e apreciado por todos os vizinhos, apesar de viver meio de porre uase o tempo todo. Marielle,porém... bem, como se sabe ue disse Pie %arver$ D!emuma palavra pra deJinir mulheres como Marielle rimacom o ue se Jaz com uma bola de Jutebol.E

lance de %ar0 é um arremesso perJeito, Jazendoo Shopper bater na porta da Jrente dos *oderson e cair no

capacho de boas<vindas, mas nin#uém sai para pe#3<loMarielle est3 l3 dentro tomando uma ducha a se#unda dodia detesta uando o tempo Jica assim pe#a:osoN, e Har0,l3 atr3s, abastece de combust"vel, alheado, a churrasueirano uintal, e acaba pondo ti:olinhos inJlam3veissuJicientes para sapecar um bOJalo au3tico. sa umavental com as palavras P(4 B4'=R %X'@-4'R estampadas na Jrente. T cedo demaispara come5ar a Jazer os biJes, mas nunca é cedo demaispara entrar em Jorma. *obre uma mesa de piueniuecom sombrinha, no meio do uintal dos *oderson, est3 oseu bar port3til$ um Jrasco de azeitonas, uma #arraJa de#im e uma de vermute. de vermute n)o Joi aberta. !em

um mart"ni duplo na Jrente. Har0 termina de atochar achurrasueira, vai até a mesa e vira o ue resta no copo.Hosta muito de mart"nis, e tende a :3 estar de porre por

volta das uatro horas, na maioria dos dias em ue n)otem de ensinar. -o:e n)o é eUce5)o.

F !udo bem F diz F, o pr&Uimo caso.Passa ent)o a preparar outro Mart"ni *oderson. 2az

isso aN enchendo o copo de mart"ni até a marca de trSsuartos com #im Bomba0 bN :o#ando dentro uma



azeitona mati cN batendo de leve a borda do copo na#arraJa Jechada de vermute, para dar sorte.

Prova Jecha os olhos torna a provar. bre os

olhos, :3 bastante vermelhos. *orri. F T, senhoras e senhoresZ F diz para seuescaldante uintal. F 4st3 supimpaZ BaiUo, acima detodos os outros sons do ver)o F crian5as, aparadores de#rama, carros possantes, re#adores, ci#arras cantando na#rama estancada do uintal F, Har0 ouve o viol)o doescritor, um som #ostoso e descontra"do. Pe#a uase

imediatamente a mOsica e dan5a em torno do c"rculo desombra lan5ado pela sombrinha, com o copo na m)o,cantando sozinho$

A <nt!o me bei)e e sorria pra mim... iga 3ue 0ai esperar por mim... =e abrace como se nunca fosse me deiKar partir...

ma boa mOsica, ue ele lembra de antes de seuerse pensar nos #Smeos Reed, de duas casas adiante, uantomais eles terem nascido. Por um breve instante Jicaimpressionado com a realidade da passa#em do tempo,como é crua e inapel3vel. Passa pelo ouvido com um somue parece de Jerro. Har0 toma outro #rande #ole domart"ni e per#unta<se o ue Jazer, a#ora ue achurrasueira est3 pronta para a partida. =unto com os

outros sons, ouve o chuveiro no andar de cima, e pensaem Marielle nua l3 dentro F a me#era do mundoocidental, mas ue mantém o corpo em boa Jorma.'ma#ina<a ensaboando os seios, talvez acariciando osmamilos em movimentos circulares com as pontas dosdedos, endurecendo<os. %laro ue n)o est3 Jazendo issoporra nenhuma, mas é uma dessas ima#ens ue

simplesmente n)o v)o embora, a n)o ser ue a #ente Ja5aal#uma coisa para eUpuls3<las. 4le decide ser uma vers)o



século vinte de *)o =or#e vai Joder o dra#)o, em vez demat3<lo. PKe o copo de mart"ni na mesa de piueniue ediri#e<se para a casa.

h, (eus, é ver)o, ver)o, ve<ve<ve<ver)o, e na Ruados Llamos, a vida é mansa.%ar0 Ripton veriJica o tr3Je#o pelo espelho

retrovisor, n)o vS nada, e vira a leste para a casa dos%arver do outro lado da rua. (eiUou de lado o *r.Marinville, porue, no in"cio do ver)o, ele lhe deu cincod&lares para n!o entre#ar o Shopper.

F Por Javor, %ar0 F disse, os olhos solenes esérios. F @)o a#ento mais ler sobre a inau#ura5)o demais um supermercado ou a promo5)o de um drugstore. 4umorro se ler.

%ar0 n)o compreende nem um pouco o *r.Marinville, mas ele é um cara muito le#al, e cinco paus s)ocinco paus.

*ra. %arver abre a porta da Jrente da Llamos,8A, e acena, uando %ar0 lan5a certeiro o Shopper dela. mulher tenta pe#3<lo, erra Jeio e ri. %ar0 também ri. 4lan)o tem nem as m)os nem os reJleUos de Brad =osephson,mas é bonita e uma esportista boa como o diabo. o ladoda casa, de cal5)o de banho e sand3lias de dedo, o marido

lava o carro. VS %ar0 de relance pelo canto do olho, vira<se, aponta um dedo. %ar0 retribui o #esto, e eles Jin#ematirar um no outro. T a tentativa canhestra mas esJor5adado *r. %arver de ser le#al, e %ar0 a respeita. (avid %arvertrabalha nos %orreios, e %ar0 ima#ina ue deve estar deJérias esta semana. #aroto Jaz um :uramento para simesmo$ se tiver de aceitar um empre#o re#ular de nove Ys

cinco uando crescer sabe ue, como diabete einsuJiciSncia renal, isso acontece a al#umas pessoasN, )amais



passar3 suas Jérias em casa, lavando carro na entrada da#ara#em.

@)o vou ter carro, de ualuer modo, pensa. Vou

ter uma moto. 4 n)o :aponesa. ma #rande e velha-arle0<(avidson como a ue o *r. Marinville tem na#ara#em. 5o americano.

VeriJica mais uma vez o retrovisor, avista uma coisa vermelho<clara adiante da casa dos =osephson F umJur#)o, parece, parado depois da esuina sudeste docruzamento F e vira sua *chinn de volta mais uma vez

para o outro lado da rua, a#ora para o 8C, a casa dos Q0ler.(as casas ocupadas na rua a 88, ue era dos

-obart, est3 vaziaN, a casa dos Q0ler é a Onica ue aomenos beira o mau estado F é uma casa peuena, estiloJazenda, ue bem precisava de uma nova m)o de pintura,e uma nova camada de asJalto na entrada da #ara#em. mre#ador #ira no #ramado, mas a #rama ainda mostra oseJeitos do tempo uente, seco, de uma maneira ue osoutros #ramados na rua incluindo, na verdade, a casa

vazia de -obartN n)o mostram. !em manchas amarelas,a#ora peuenas, mas alastrando<se.

4la n)o sabe ue 3#ua n)o basta, pensa %ar0,

enJiando a m)o na bolsa de lona para pe#ar outro Shopperdobrado. marido talvez soubesse, mas...4le percebe de repente ue a *ra. Q0ler acha ue

as viOvas continuam sendo chamadas de *ra.N est3 paradaatr3s da porta de tela, e al#uma coisa na vis)o dela ali,pouco mais ue uma silhueta, lhe d3 um sério susto.Bambeia na bicicleta por um instante, e uando lan5a o

:ornal dobrado, sua pontaria, em #eral certeira, erra. Shopper aterrissa em cima de um dos arbustos ao lado dos



de#raus da Jrente. 4le detesta Jazer isso, detesta isso, écomo uma comédia estOpida em ue o #aroto do :ornalest3 sempre atirando o aily -ugie no telhado ou nas

roseiras F ah<ah, :ornaleiro de m3 pontaria, ue barato Fe num outro dia ou numa outra casaN teria voltado paraconsertar o erro... talvez até entre#ar ele mesmo o :ornalnas m)os da senhora, com um sorriso, um aceno e umbom<dia. Mas n)o ho:e. !em al#uma coisa ali ue n)o lhea#rada. l#uma coisa na maneira como ela est3 paradaatr3s da porta de tela, os ombros ca"dos e as m)os

pendidas, como um brinuedo sem as pilhas. 4 talvez n)ose:a s& isso ue est3 Jora de ordem. 4le n)o pode vS<labem o bastante para ter certeza, mas acha ue talvez a *ra.

Q0ler este:a nua da cintura para cima, ue este:a ali paradana sala da Jrente sem nada no corpo além de umabermuda. Parada ali, olhando<o JiUo.

*e est3, n)o é er&tico. T arrepiante. menino ue mora com ela, o sobrinho, esse

peueno Juinha, também é arrepiante. *eth Harland ouHarin ou coisa parecida. @unca Jala, nem uando a #enteJala com ele F ei, como vai, vocS #osta daui, acha ueos 'ndians v)o che#ar Y *érie de novo F, s& Jica olhandopara a #ente com aueles olhos cor de lama. %omo %ar0

sente ue a *ra. Q0ler, em #eral simp3tica, o olha a#ora.%omo a aranha convidando a mosca a entrar em sua sala,uma coisa assim. marido morreu no ano passado bemna época em ue os -obart tiveram auele problema e semudaram, pensando bemN, e as pessoas dizem ue n)o Joiacidente. (izem ue -erb Q0ler, ue colecionava selos euma vez deu a %ar0 uma velha espin#arda de ar

comprimido, se suicidou.



rrepios F de certa Jorma duplamenteassustadores, num dia uente como este F percorrem<lheas costas, e ele recua e torna a atravessar a rua, depois de

outro olhar apressado ao espelho retrovisor. Jur#)o vermelho continua l3 em cima, perto da esuina da Ruado rso com a dos Llamos uma m3uina bacana, pensao #arotoN, e desta vez um outro ve"culo vem descendo arua também, um cura azul, ue %ar0 lo#o reconhece. Tdo *r. =ac/son, o outro proJessor da uadra. @)oproJessor de se#undo #rau, em seu caso o *r. =ac/son é

na verdade o Professor =ac/son, ou talvez apenas ProJessor ssistente =ac/son. 4nsina na universidade estadual dehio, nada menos. s =ac/son moram no 8, uma casaadiante da dos -obart. T a mais bonita da uadra,espa5osa, em estilo %ape %od, com uma alta sebe do ladode baiUo da ladeira e uma alta cerca de estacas de cedro dolado de cima, entre eles e a casa do velho veterin3rio.

F 4 a", %ar0Z F diz Peter =ac/son, encostando aolado dele. sa :eans desbotados e uma camiseta com uma#rande cara amarela sorridente estampada. !4@- MBM ('Z, diz Mr. *mile0<*mile. F %omo vai indo,#arot)oW

F *ensacional, *r. =ac/son F diz %ar0, sorrindo.

Pensa em acrescentar SB 3ue acho 3ue a Sra. #yler está paradana porta dela lá atrás sem blusa% mas n)o o Jaz. F !udosuperle#al.

F =3 Jez al#um :o#oW F *& dois até a#ora, mas tudo bem. %onse#ui duas

chances ontem de noite, e na certa vou conse#uir maisduas ho:e. @a verdade, era s& o ue eu esperava. Mas é o

Oltimo ano de 2ran/ie lbertini na e#i)o, vocS sabe.4ntre#a<lhe um eUemplar dobrado do Shopper.



F !em raz)o F diz Peter, pe#ando<o. F 4 noano ue vem é a vez de =onsieur %ar0 Ripton uivar nobanco de reservas.

#aroto ri, divertido, com a idéia de Jicar l3 nobanco, com o uniJorme da e#i)o, uivando como umlobisomem.

F 4st3 ensinando de novo no curso de ver)o esteanoW

F T. (uas turmas. Pe5as -ist&ricas de*ha/espeare, além de =ames (ic/e0 e o @ovo H&tico

*ulista. l#uma lhe parece interessanteW F cho ue passo.Peter balan5a a cabe5a, sério.

F Passe e :amais ter3 de Jazer curso de ver)o,#arot)o. F Bate na cara sorridente em sua camiseta. F

JrouUam um pouco o c&di#o de indument3ria doproJessor em :unho, mas os cursos de ver)o continuamum saco. %omo sempre Joram. F ar#a o Shopperdobrado no banco do carro e encaiUa a marcha em ri0e.

A @)o v3 ter um ataue do cora5)o pedalando pelobairro todo com esses :ornais.

F @)))o. cho ue vai chover mais tarde, deualuer modo. 4stou ouvindo trove:ar de vez em

uando. F T o ue dizem no... cuidado7 ma #rande Jorma peluda passa como uma bala,

atr3s de um disco vermelho. %ar0 curva a bicicleta para olado do carro do *r. =ac/son e é apenas ro5ado pelo rabode -annibal, o pastor alem)o ue corre atr3s de um disco.

F T a ele ue o senhor tem de prevenir contra

ataue card"aco F diz %ar0.



F !alvez vocS tenha raz)o F diz Peter, e se#uelentamente com o carro.

%ar0 vS -annibal pe#ar o disco na cal5ada do outro

lado da rua e trazS<lo de volta na boca. !em um vistosolen5o colorido amarrado no pesco5o, e parece eUibir um#rande sorriso de velho cachorr)o.

F !raz aui, -annibalZ F #rita =im Reed, e seuirm)o #Smeo, (ave, :unta<se a ele$

F nda, -annibalZ @)o se:a um sacoZ Pe#aZ !razauiZ

-annibal p3ra em Jrente ao 86, deJronte da casados Q0ler, com o disco na boca e sacudindo lentamente orabo de um lado para outro. sorriso parece alar#ar<se.

s #Smeos Reed moram no 8, uma casa adianteda *ra. Q0ler. Parados na borda de seu #ramado ummoreno, outro louro, os dois altos e bonitos, comcamisetas desJiadas e idSnticos cal5Kes 4ddie BauerN,olham para -annibal do outro lado da rua. tr3s deles,duas meninas. ma é *usi Heller, da casa vizinha. Bonitamas, sabe como é, sem tchan. outra, uma ruiva comumas lon#as pernas de animadora de torcida, é outrahist&ria. *eu retrato podia ilustrar o verbete tchan nodicion3rio. %ar0 n)o a conhece, mas gostaria de conhecS<la,

saber as esperan5as e sonhos, os planos e Jantasias dela.*obretudo as Jantasias. @)o nesta vida, ele pensa. 'sso a" éUoUota madura. ns dezessete anos, no m"nimo.

F h, saco7 F diz =im Reed, e vira<se para o irm)ode cabelos escuros. F ;oc4 vai buscar esta vez.

F (e :eito nenhum, est3 todo babado F diz(avid Reed. F Hannibal% se)a um bom cachorro e traga isso de

0olta a3ui7



-annibal continua na cal5ada em Jrente Y casa do(outor, ainda sorrindo. @i[))o<@i)))o, diz, sem ter dedizer nada est3 tudo em sua cara matreira e no tranilo

balan5ar do rabo. @i)))o<@i)))o, vocSs tSm as #arotas eos cal5Kes 4ddie Bauer, mas eu tenho o disco e estoulambuzando ele todo de baba canina, e em minha opini)oisso me torna o Hostos)o.

%ar0 mete a m)o no bolso e tira um saco desementes de #irassol F se a #ente tem de Jicar no bancode reservas, descobriu, as sementes de #irassol a:udam a

passar o tempo. !ornou<se muito habilidoso em uebr3<las com os dentes e masti#ar o miolo #ostoso enuantocospe a casca no cimento rachado com a rapidez demetralhadora de um #rande :o#ador.

F 4u pe#o pra vocSs F #rita para os #Smeos,esperando ue a #ostosa ruivinha se impressione com suaproeza de domador, embora saiba ue é um sonho t)otolo ue s& um #aroto entre a primeira e a se#unda sériesdo #in3sio poderia alimentar, mas ela est3 t)o lindanauele shortinho branco com bainha, ah, #rande (eustodo<poderoso, e desde uando uma Jantasiazinha Jez mala um #arotoW

BaiUa as sementes de #irassol ao n"vel do cachorro

e ras#a o celoJane. -annibal vem lo#o, ainda com o disco vermelho no centro do sorriso. %ar0 despe:a al#umassementes na palma da m)o.

F Boa, -annibal F diz. F 4stas s)o boas.*ementes de #irassol, adoradas por cachorros de todo omundo. Prove. Vai #ostar.

-annibal eUamina as sementes por mais um

instante, as narinas tremendo delicadamente, depois lar#ao disco na Rua dos Llamos e aspira<as da palma de %ar0.



Veloz como um raio, o #aroto se curva, pe#a o disco estámeio babado na beiraN, e lan5a<o de volta para =im Reed.T um lance perJeito, Jlutuante, ue =im pode pe#ar sem

dar um Onico passo. 4, ah, (eus, ah, =esus, a ruiva est3aplaudindo"o% dando pulinhos ao lado de *usi Heller, ospeitinhos peuenos mas deliciososN sacudindo<se dentrodo bustiS ue ela usa. h, obri#ado, *enhor, muitoobri#ado, a#ora a #ente tem material bastante nos bancosde mem&ria pra durar pelo menos uma semana.

*orrindo, i#norando ue vai morrer vir#em e

reserva de za#ueiro, %ar0 :o#a um Shopper na varanda dacasa de !om Billin#sle0 ouve o cortador de #ramacantando l3 atr3sN e cruza mais uma vez a rua para a casados Reed. (ave :o#a o disco para *usi Heller e pe#a oShopper% uando %ar0 o atira para ele. F bri#ado portrazer o disco de volta F diz (ave.

F (e nada. F 'ndica a ruiva com a cabe5a. FGuem éW (ave ri, n)o sem simpatia.

F 4suece, carinha. @em se dS ao trabalho deper#untar.

%ar0 pensa em insistir um pouco, depois decide uetalvez se:a melhor partir enuanto est3 por cima F aJinalpe#ou o disco e ela o aplaudiu, e a vis)o dela pulando

nauele bustiezinho endureceria até um macarr)oempapado. %ertamente :3 basta para uma tarde de ver)ot)o uente.

cima e atr3s deles, no topo da ladeira, o Jur#)o vermelho se pKe em marcha, arrastando<se deva#ar naesuina.

F Vai ao :o#o Y noiteW F per#unta %ar0 a (ave

Reed. F !emos os %olumbus Rebels. (eve ser bom. F VocS vai :o#arW



F (evo entrar umas duas vezes. F 4nt)o na certa eu n)o vou F diz (ave, e d3

uma berrante #ar#alhada ue Jaz %ar0 estremecer.

4le acha ue os #Smeos Reed parecem peuenosdeuses, com suas camisetas decotadas, mas uando abrema boca, mostram uma suspeita semelhan5a com osHSmeos -a#er da comédia Hee HaG.

%ar0 olha a casa da esuina da Llamos com =acintos, deJronte da lo:a de conveniSncia. Oltima casa Yesuerda, como no Jilme de terror do mesmo nome. @)o

h3 carro na entrada da #ara#em, mas isso n)o uer dizernada pode estar na #ara#em. F 4le est3 em casaW F per#unta a (ave, indicando

com o ueiUo o 8>. F @)o sei F diz =im, aproUimando<se. F Mas a

#ente diJicilmente sabe, n)o éW T isso ue torna ele t)oesuisito. Metade do tempo, deiUa a porra do carro na#ara#em e atravessa o mato pra =acintos. !alvez pe#ue o+nibus pra onde uer ue v3.

F VocS tem medo deleW F per#unta (ave a %ar0. F @)o che#a a ser #rosso, mas Jica perto.

F Merda, n)o F diz %ar0, calmo, olhando para aruiva e ima#inando como seria ter uma embala#em

dauela nos bra5os, toda lisinha e acesa, uem sabedeslizando a lin#inha até tocar no pau duro. @)o nesta vida, merm)o, pensa mais uma vez.

cena para a ruiva, mostra<se eUternamenteindiJerente e internamente ale#r"ssimo uando elacorresponde, e se#ue rua abaiUo, para a Llamos, 8>. Vai:o#ar o Shopper na varanda com o arremesso inJleU"vel de

sempre e depois F se o eU<policial maluco n)o irromperpela porta da Jrente, espumando pela boca, e Juzil3<lo com



os olhos in:etados de psicopata, talvez brandindo orev&lver re#ulamentar, um Jac)o ou al#uma outra coisa Fatravessar para o 4<X *top e tomar um reJri#erante em

comemora5)o a outro vitorioso percurso de sua rota$ da venida nderson a %olumbus Broad, de %olumbusBroad Y Rua do rso, e da Rua do rso Y Rua dos

Llamos. (epois voltar3 para casa, vestir3 o uniJorme epartir3 para as #uerras do beisebol.

Primeiro, porém, tem de passar pelo nOmero 8>da Llamos, a casa do eU<policial, ue dizem ter perdido o

empre#o por espancar até a morte dois #arotos inocentesdo @orth *ide, ue se#undo ele tinham estuprado umamenina. %ar0 n)o tem idéia se eUiste al#uma verdade nahist&ria F :amais leu nada a respeito nos :ornais,certamente F mas viu os olhos do eU<policial, e h3 nelesal#uma coisa ue :amais viu em outros, um vazio ue Jaz a#ente olhar para outro lado t)o lo#o possa sem parecernervoso.

@o alto da ladeira, o Jur#)o vermelho F se é issomesmo, pois é t)o berrante e incrementado ue n)o sepode saber F vira para a Llamos. %ome5a a pe#ar

velocidade. som do motor é um sussurro cadenciado e

sedoso. 4 o ue é, pelo amor de (eus, auela coisacromada em cimaW =ohnn0 Marinville p3ra de tocar o viol)o para ver

passar o Jur#)o. @)o vS o interior, porue as :anelas s)opolarizadas, mas a coisa no topo parece uma antenaparab&lica cromada, diabos se n)o parece. !er3 a %'baiUado na LlamosW (o outro lado, =ohnn0 vS Brad

=osephson parado em seu #ramado, ainda com aman#ueira numa das m)os e o Shopper na outra. Brad



também acompanha com o olhar o Jur#)o mas mesmoum Jur#)oW éW 1% com uma eUpress)o ue é um misto deadmira5)o e perpleUidade.

Raios de sol reJletem<se na pintura vermelho<vivo eno cromo abaiUo das :anelas escuras, raios t)o intensosue Jazem =ohnn0 piscar.

@a casa vizinha Y de =ohnn0, (avid %arvercontinua lavando o carro. 4st3 entusiasmado, tem<se deadmitir cobriu o %hevrolet de espuma de sab)o até oslimpadores do p3ra<brisa.

Jur#)o vermelho passa por ele, zumbindo ecintilando.(o outro lado da rua, os #Smeos Reed e suas

cole#uinhas interrompem o :o#o de disco no #ramado daJrente para olhar o Jur#)o ue passa deva#ar. s #arotosJormam um ret[n#ulo no centro est3 -annibal,arue:ando ale#re, Y espera da pr&Uima chance deabocanhar o disco.

!udo acontece r3pido a#ora, embora por enuantonin#uém na Rua dos Llamos compreenda.

o lon#e, ribomba o trov)o.%ar0 Ripton mal percebe o ve"culo pelo espelho

retrovisor, nem o Jur#)o R0der amarelo<vivo, ue vira Y

esuerda da =acintos para a Llamos, parando nomacadame do 4<X *top, onde os Jilhos dos %arver,parados perto do Buster, o carrinho de crian5a vermelho,discutem se Ralph ser3 puUado ladeira acima ou n)o pelairm). Ralph concordou em ir a pé e n)o Jalar da revistacom 4than -a/e na capa, mas s& se a uerida irm)Mar#rit Minhoca lhe der toda a barra de chocolate, e n)o

s& a metade.



s crian5as interrompem a discuss)o ao verem aJuma5a branca, ue sai como o baJio de um dra#)o da#rade do Jur#)o amarelo, mas %ar0 Ripton pouco est3

li#ando para os problemas do R0der. %oncentra<se numa eOnica coisa$ entre#ar o Shopper do eU<policial maluco edepois se mandar ileso. eU<policial chama<se %ollie4ntra#ian, e é a Onica pessoa na uadra ue tem umaplaca de @I '@V('RZ no #ramado. Peuena, discreta,mas ali est3.

*e matou dois #arotos, por ue n)o est3 na pris)oW,

per#unta<se %ar0, n)o pela primeira vez. %onclui ue isson)o tem import[ncia. liberdade do eU<policial n)o é dasua conta nesta tarde suJocante sobre0i0er é ue é da suaconta.

%om tudo isso em mente, n)o admira ue %ar0 n)operceba o Jur#)o R0der soltando vapor pela #rade, nemue as duas crian5as interromperam por um instante suasne#ocia5Kes sobre a revista, a barra de chocolate ?Mus/eteers e o carrinho vermelho, nem o Jur#)o

vermelho ue desce a ladeira. 4st3 concentrado em n)o setornar a pr&Uima v"tima do policial psicopata, o ue éir+nico, pois o destino na verdade se aproUima por detr3s.

ma das :anelas laterais do Jur#)o come5a a baiUar.

*ur#e o cano de uma escopeta. !em uma cor esuisita,n)o eUatamente prata nem cinza, s canos i#uais parecemo s"mbolo do inJinito pintado de ne#ro.

4m al#um lu#ar, além do céu incandescente, otrov)o vespertino torna a ribombar.



o (ispatch de Columbus% * de )ulho de 199. =<=-R>S & M&=NL& < T>L<>

&SS&SS/&>S <= S&/ 2ose ,uatro =ortos a Tiros isparados de Carro em =o0imentoO

Suspeita"se de <rro em -riga de $angueO CrianDa de Seis &nos Sobre0i0e S&/ 2>S<% Calif.% de )ulho &P1 A &s frias de uma famQliade Toledo no norte da CalifBrnia terminaram em tragdia ontem% 3uando3uatro de seus membros foram assassinados por uma sarai0ada de balas%0Qtimas do 3ue a polQcia de San 2ose especula tenha sido 0iol4ncia de gangue porengano. <ntre os mortos na fuilaria% disparada de um carro em mo0imento%esta0am #illiam $arin% ('% 2une $arin% (% e dois de seus tr4s filhos: 2ohn$arin% *'% e =ary Lou $arin% *. >s $arin 0isita0am 2oseph e RoKanne

Calabrese% amigos da faculdade. >s Calabrese esta0am no 3uintal no momentoda fuilaria e n!o foram atingidos. Tambm ileso saiu Seth $arin% de seisanos% 3ue brinca0a na caiKa de areia do 3uintal no fundo da casa. Segundo 2oseph Calabrese% os $arin e os filhos mais 0elhos )oga0am cro3u no gramadoda frente 3uando foram atingidos.

A /!o posso acreditar 3ue na sociedade em 3ue 0i0emos aconteDamcoisas assim A disse o abalado Calabrese. A <ste um bairro bom. 2amaisaconteceu coisa semelhante a3ui antes.

Testemunhas disseram ter 0isto um furg!o 0ermelho nas 0iinhanDas pouco antes da fuilaria. ?m homem afirmou 3ue o furg!o podia estare3uipado com aparelhos de monitoraD!o de alta tecnologia.

A Tinha o 3ue parecia uma antena parabBlica em cima A disse. ASe os 0agabundos n!o se li0raram dela% de0e ser fácil de achar.

& polQcia ainda n!o encontrou o misterioso furg!o% e nenhuma pris!o foi feita. ,uando perguntado sobre as armas usadas no ata3ue% o Tenente

Robert &l0are disse apenas 3ue a balQstica ainda n!o ti0era condiDes dedeterminar com precis!o% e 3ue a 3uest!o está sob in0estigaD!o.TraduD!o do recorte reproduido na prBKima página1



%ap"tulo (ois

1

* !4V4 M4* V' a Juzilaria por causa das duascrian5as bri#ando ao lado do carrinho vermelho em JrenteY lo:a de conveniSncia. menina parecia muito puta com

o menino, e por um se#undo *teve teve certeza ue ia dar<lhe um empurr)o... o ue o teria Jeito esparramar<se sobreo carrinho, na Jrente de sua caminhonete. 4 atropelar umpirralho com uma camisa de Bart *impson, na re#i)ocentral de hio, seria certamente o Jinal perJeito para umdia totalmente Jodido.

Guando parou, bem antes deles F melhor prevenir

ue remediar F, viu ue a aten5)o dos #arotos Joradesviada do motivo da bri#a para o vapor ue sa"a do seuradiador. lém deles, na rua, havia um Jur#)o vermelho,talvez o vermelho mais intenso ue *teve :3 vira em toda asua vida. @)o Joi a pintura ue chamou sua aten5)o,porém. ue chamou Joi o tro5o de cromo reluzente notopo do Jur#)o. Parecia uma espécie de antena parab&licaJuturista. 4 também #irava de um lado para outro, numarco curvo e repetitivo, como Jaziam as antenasparab&licas.

m #aroto rodava de bicicleta no outro lado da rua. Jur#)o deslizou para ele, como se o motorista oualgum l3 dentroN uisesse Jalar<lhe. #aroto n)o tinha a

menor idéia da presen5a do Jur#)o acabava de tirar um



:ornal dobrado da sacola pendurada num dos lados douadril e dobrava o bra5o para arremess3<lo.

*teve desli#ou a i#ni5)o da caminhonete R0der,

sem pensar no ue Jazia. @)o ouvia mais o chiadoconstante do radiador, n)o via mais as crian5as paradasperto do Jur#)o vermelho, n)o pensava mais no ue iadizer uando teleJonasse para o nOmero A>> ue o pessoalda R0der dava para o caso de problemas com o motor.ma ou duas vezes na vida tivera peuenos clarKespremonit&rios F palpites, cutucadas ps"uicas F, mas

a#ora era dominado n)o por um clar)o, e sim por umaespécie de c)ibra$ uma certeza de ue al#uma coisa iaacontecer. 4 n)o uma dessas coisas ue Jazem a #ente

vibrar.@)o viu os canos duplos pro:etando<se da :anela

lateral do Jur#)o, n)o estava do lado certo para isso, masouviu o cabum7 da escopeta, e percebeu lo#o o ue era.2ora criado no !eUas, e :amais conJundira tiro comtrov)o.

#aroto voou do selim da bicicleta, os ombrosretorcidos, as pernas curvadas, o boné saltando da cabe5a.

!inha as costas da camiseta em Jran#alhos, e *teve viumais do ue ueria F san#ue vermelho e carne ne#ra,

dilacerada. m)o do #aroto ue ia :o#ar o :ornal colara<seno ouvido, e o :ornal dobrado caiu na sar:eta seca atr3s,uando ele bateu no #ramado da casinha da esuina erolou amorJo e sem #ra5a.

Jur#)o parou no meio da rua, pouco antes docruzamento da =acintos com a Llamos, o motor li#ado.

*teve mes permanecia sentado atr3s do volante de

sua caminhonete alu#ada, bouiaberto, uando uma



:anelinha na traseira direita do Jur#)o vermelho baiUou,como a :anela elétrica de um %adillac ou incoln.

4u n)o sabia ue Jaziam isso, ele pensou, e depois$

ue tipo de Jur#)o esse, aJinalW !omou consciSncia de ue al#uém sa"ra da lo:a Fuma #arota com um daueles aventais azuis ue o pessoalda caiUa em #eral usa. evara uma das m)os Y testa,prote#endo os olhos do sol. 4le podia ver a :ovem, mas ocorpo do entre#ador de :ornal desapareceratemporariamente, coberto pelo Jur#)o. Percebeu ue uma

escopeta de cano duplo sa"a pela :anela ue acabara debaiUar.4 por Oltimo, mas n)o menos importante, teve

consciSncia das duas crian5as paradas ao lado do carrinho vermelho F a céu aberto, totalmente eUpostas Folhando para o lado de onde tinham partido os primeirostiros.

2

P*!R 4MI -annibal viu uma coisa, e s& uma$o :ornal dobrado ue caiu da m)o de %ar0 Ripton uandoa eUplos)o da escopeta o eUpulsou do selim da bicicleta eda vida. -annibal partiu para cima, todo ale#re.

A Hannibal% n!o7 F #ritou =im Reed.@)o tinha a menor idéia do ue acontecia n)o Jora

criado no !eUas, e confundira o primeiro estampido da

escopeta de dois canos com um trov)o, n)o porue soassecomo um trov)o, mas porue n)o podia reconhecS<lo



como o ue era de Jato, no conteUto de uma tarde de ver)o na Rua dos LlamosN, mas n)o #ostou. *em pensarno ue Jazia F nem por uS F, lan5ou o disco vermelho

por sobre a cal5ada, rumo Y lo:a de conveniSncia,esperando atrair o olhar de -annibal e desvi3<lo dadire5)o em ue se#uia. estraté#ia n)o deu certo.-annibal i#norou o disco e continuou em Jrente,lan5ando<se para pe#ar o eUemplar ca"do do Shopper uemal podia ver na Jrente do Jur#)o vermelho parado.

3

% \@!-' *M'!- !MBTM conhecia o som de umaescopeta uando ouvia uma F seu pai, ministro

evan#élico, praticara tiro ao alvo todo s3bado uando elaera peuena, e muitas vezes a levara nessas eUpedi5Kes.

#ora, porém, nin#uém #ritara =anda.4la baiUou o :ornal ue estava lendo, contornou o

balc)o e correu até o de#rau de cima da lo:a. clar)oatin#iu<a em cheio e ela er#ueu a m)o para prote#er osolhos.

Viu o Jur#)o parado no meio da rua, viu a escopetapro:etar<se dos Jundos, viu<a ser apontada para os Jilhosdos %arver, ue pareciam conJusos, mas ainda n)oassustados.

Meu (eus, ela pensou. Meu (eus, ele vai atirar nascrian5as.



Por um momento, Jicou paralisada onde estava. cérebro mandava as pernas se moverem, mas nadaacontecia.

;á7 ;á7 ;E7% #ritou para si mesma, e isso uebrouo #elo ue lhe cobria os nervos. an5ou<se para a Jrente,sobre pernas ue pareciam de pau, uase caindo dos trSsde#raus de cimento, e correu para pe#ar as crian5as. sbocas idSnticas da escopeta pareciam imensas,escancaradas, e ela viu ue era tarde demais. primeiromomento de paralisia Jora Jatal. %onse#uira apenas Jazer

com ue, uando o cara dos Jundos do Jur#)o apertasseos #atilhos da escopeta, matasse uma estradeira, além dasduas crian5as inocentes.

4

( V'( % RV4R RH a espon:a no balde de 3#uacom sab)o ao lado do pneu dianteiro direito de seu%aprice e desceu a entrada de #ara#em, para ver o ue sepassava na rua. @a casa vizinha ladeira acima, Y direita,

=ohnn0 Marinville Jazia a mesma coisa. !inha o viol)opendurado no pesco5o. (o outro lado. Brad =osephsontambém descia seu #ramado até a rua, a man#ueiraes#uichando na #rama l3 atr3s. %ontinuava com oeUemplar do Shopper numa das m)os.

F 2oi cano de descar#aW F per#untou =ohnn0.@)o achava ue Josse. -3 muito tempo, em sua

época pré<Hatinho, uando ainda se considerava umDescritor sérioE eUpress)o ue tinha toda a pun#Sncia de



Dputa realmente boaE, em sua maneira de pensarN, =ohnn0Jizera uma eUcurs)o de pesuisa inJernal no Vietn), eachava ue o som ue acabara de ouvir se parecia mais

com os canos de descar#a ue ouvira durante a oJensivado !et. %anos de descar#a na selva. (aueles uematavam pessoas.

(avid balan5ou a cabe5a e er#ueu as m)os,indicando ue na verdade n)o sabia. ]s suas costas, aporta de tela da casa creme e verde, estilo Jazenda, bateu,Jechando<se, e pés descal5os corriam pela cal5ada. 4ra Pie,

de )eans e blusa abotoada errado. !inha os cabelos coladosna cabe5a, numa espécie de capacete Omido F 2oi cano de descar#aW Meu (eus, (ave, soou

como um... F m tiro de escopeta F disse =ohnn0,

acrescentando depois, relutante$ F !enho toda certezaue Joi.

^irsten %arver F ^irstie para os ami#os e Pie parao marido, por motivos ue provavelmente s& um maridopode saber F olhava ladeira abaiUo. ma eUpress)o dehorror insinuava<se em seu rosto, parecendo de al#ummodo ampliar n)o apenas os olhos, mas todas as Jei5Kes.(avid acompanhou o olhar dela. Viu o Jur#)o parado, e o

cano da escopeta espetado para Jora da :anela traseiradireita. A <llie7 Ralph7 F #ritou Pie. 2oi um #rito

lancinante, penetrante, e nos Jundos da casa *odersonHar0 parou, Y escuta, o copo de mart"ni a meio caminhodos l3bios. F >h% meu eus% <llie e Ralph7

Pie p+s<se a correr ladeira abaiUo para o Jur#)o.

A irsten% n!o% n!o faDa isso7 F #ritou Brad =osephson.



P+s<se a correr atr3s, atravessando a rua onde ela oJizera, para alcan53<la no meio, talvez desvi3<la entre ascasas dos =ac/son e dos Heller. %orreu com

surpreendente lepidez para um homem t)o #rande, masapenas uma dezena de passos depois viu ue n)o iaconse#uir.

(avid %arver também se p+s a correr atr3s damulher, a pan5a saltando acima do cal5)o de banhoridiculamente peueno, as sand3lias de dedo estalando nacal5ada com um barulho de espoletas. *ua sombra corria

atr3s dele na rua, lon#a e mais ma#ra do ue o Juncion3riodos %orreios (avid %arver al#um dia Jora em sua vidaadulta.

5

4*! MR!, P4@* %0nthia, caindo sobre um:oelho entre as crian5as, estendendo os bra5os paraenvolver os ombros delas, puU3<las para si. 'nutilmente.4stou morta, estou morta, estou totalmente morta. Masmesmo assim n)o podia tirar os olhos das bocas #Smeasda escopeta, muito ne#ras, muito parecidas com olhosimpiedosos.

porta do passa#eiro da caminhonete amarela seabriu e ela viu um homem ma#ro de :eans e camiseta deroc/, um cara de cabelos #risalhos na altura dos ombros erosto esburacado.

F 4ntre aui, donaZ F ele #ritou. F #ora, )!7



4la empurrou as crian5as na dire5)o do Jur#)o,sabendo ue era tarde demais. 4 ent)o, uando aindatentava preparar<se para o estra#o do tiro ou dos #r)os de

chumbo como se a #ente pudesse se preparar para umainvas)o bruta dessasN, a arma espetada para Jora da :anelade tr3s do Jur#)o vermelho desviou<se deles, para a Jrente,ao lon#o da lateral do Jur#)o. (isparou, o estampidoatravessando a rolar o dia uente, como uma bola deboliche a correr veloz por uma canaleta de pedra. %0nthia

viu a l"n#ua de Jo#o na ponta do cano. cachorro dos

Reed, ue che#ava enJim ao :ornal ca"do, Joi violen<tamente atirado para a direita, toda a sua #ra5a arrancada,como o Jora de %ar0 Ripton.

A Hannibal7 F #ritaram =im e (ave em un"ssono. som Jez %0nthia pensar nos (oublemint !ins.

4la empurrou com tanta Jor5a os Jilhos dos %arverpara a porta aberta da caminhonete ue o 'rm)oMonstrinho caiu. 4 p+s<se imediatamente a berrar. #arota F sempre 4llie, nunca Mar#aret, lembrou %0nthia

F olhou para tr3s com uma eUpress)o de pun#enteperpleUidade. 4nt)o o cabeludo a pe#ou pelo bra5o epuUou para dentro da boléia.

F @o ch)o, meninaZ @o ch)oZ F #ritou<lhe,

depois curvou<se para pe#ar o menino ue uivava. buzina do R0der soltou um breve balido omotorista en#anchara um pé com tSnis no volante, paran)o cair de cabe5a do lado de Jora. %0nthia :o#ou ocarrinho ?> vermelho de lado, pe#ou o monstrinho pelaparte de tr3s do cal5)o e passou<o para os bra5os domotorista. @a rua abaiUo, aproUimando<se, ouviu um

homem e uma mulher #ritando os nomes das crian5as. Paie m)e, ima#inou, e podem ser Juzilados na rua como o



cachorro e o entre#ador de :ornal, se n)o tomaremcuidado.

A Suba a3ui7 F berrou<lhe o motorista.

%0nthia n)o precisou de se#undo convite subiur3pido para a lotada boléia do Jur#)o.

6

H R\ *(4R*@ %@!R@ determinado emboran)o eUatamente de passo JirmeN o oit)o de sua casa, com ocopo de mart"ni numa das m)os. uvira um se#undo

estampido, e ima#inou ue talvez a #relha a #3s dos Hellertivesse eUplodido. Viu Marinville, ue Jicara rico nos anosoitenta escrevendo livros inJantis sobre uma persona#eminveross"mil chamada Hatinho Pat, parado no meio darua, prote#endo os olhos e olhando para o pé da ladeira.

F Gue é ue h3, meu irm)oW F per#untou Har0,:untando<se a ele.

F cho ue al#uém nauele Jur#)o ali embaiUoacabou de matar %ar0 Ripton, e depois atirou no cachorrodos Reed F disse =ohnn0 Marinville, numa voz estranha,sem eUpress)o.

A ComoJ Por ue al#uém Jaria issoW F @)o tenho a menor idéia.Har0 viu um casal F os %arver, tinha uase certeza

F descendo a rua a correr ramo Y lo:a de conveniSncia,



perse#uido de perto por um cavalheiro aJro<americanopesad)o ue s& podia ser Brad =osephson, primeiro eOnico.

Marinville subiu correndo para sua casa. Har0i#norou seu conselho e Jicou onde estava, copo na m)o,olhando o Jur#)o parado no meio da rua l3 embaiUo, naJrente da casa de 4ntra#ian, dese:ando de repente e paraele era um dese:o demasiado estranhoN n)o estar t)obSbado.

7

PR! ( B@H_ Llamos, 8>, se abriu com umestrondo e %ollie 4ntra#ian irrompeu l3 de dentroeUatamente como %ar0 Ripton sempre temera ue Jizesseum dia$ com uma arma na m)o. 2ora isso, porém, parecia

muito bem F sem espuma nos l3bios nem olhosesbu#alhados in:etados de san#ue. 4ra um homem alto,um metro e noventa e cinco no m"nimo, come5ando aeUibir li#eira Jlacidez na barri#a, mas de ombros t)o lar#ose musculosos uanto um za#ueiro de Jutebol americano.

Vestia cal5a caui, sem camisa. %reme de barbear no lado

esuerdo do rosto, uma toalha de m)o num dos ombros. arma ue trazia era um ?A, e bem poderia ser o rev&lverre#ulamentar em ue %ar0 muitas vezes pensara aoentre#ar o Shopper na casa da esuina.

%ollie olhou o menino ca"do morto de bru5os emseu #ramado, as roupas :3 molhadas pelo re#ador de#rama e os :ornais derramados da sacola Jicando de um

cinza encharcadoN, e depois para o Jur#)o. 4r#ueu orev&lver, Jirmando a m)o esuerda sobre o pulso direito.



@esse momento, o Jur#)o se p+s a rodar. 4le uase atiroumesmo assim, mas n)o o Jez. Precisava ter cuidado. -aviapessoas em %olumbus, al#umas muito poderosas, ue se

deleitariam sabendo ue %ollier 4ntra#ian descarre#arauma arma numa rua de classe média de Qentorth... umaarma ue a lei lhe eUi#ira devolver, na verdade.

'sso n)o é desculpa, e vocS sabe, ele pensou,#irando com o #iro do Jur#)o, acompanhando<o. (ispareessa armaZ (ispare a porra dessa armaZ

Mas n)o o Jez, e uando o Jur#)o dobrou Y

esuerda para a =acintos, viu ue n)o tinha placa natraseira... e auele ne#&cio prateado em cimaW Gue eraauilo, em nome de (eusW

@o outro lado da rua, o *r. e *ra. %arver entravamdisparados no estacionamento do 4<X *top, =osephsonatr3s. ne#ro deu uma olhada Y esuerda, viu ue oJur#)o vermelho se Jora F acabava de desaparecer atr3sdas 3rvores ue tapavam a parte da Rua dos =acintos uecorria a leste da Llamos F e ent)o se curvou, m)os nos:oelhos, tentando recuperar o J+le#o.

%ollie atravessou a rua, enJiando o cano do .?A naparte de tr3s da cal5a, e p+s a m)o no ombro de

=osephson.

F VocS est3 bem, caraWBrad er#ueu os olhos para ele e sorriu com esJor5o. suor escorria<lhe pelo rosto.

F !alvez F disse.%ollie aproUimou<se da caminhonete, notando o

carrinho vermelho perto. !inha duas latas de reJri#eranteJechadas dentro. ma barra de chocolate ? Mus/eteers

ca"da ao lado de uma das rodas traseiras. l#uém pisaranela e a esma#ara.



Hritos atr3s. Virou<se e viu os #Smeos Reed, ascaras muito p3lidas sob o bronzeado de ver)o, olhando,adiante do cachorro deles, o menino desabado no

#ramado de %ollie. #Smeo de cabelos louros F =im, eleachava F se p+s a chorar. outro deu um passo atr3s,Jez uma careta, depois se curvou e vomitou nos pr&priospés descal5os.

Hritando alto, a *ra. %arver tirou o Jilho dacaminhonete. menino, também berrando no volumem3Uimo, passou<lhe os bra5os no pesco5o e #rudou<se

como um molusco. F @)o chore F disse a mulher de :eans e camisamal abotoada. F @)o chore, amorzinho, :3 acabou. bandido Joi embora.

(avid %arver tomou a Jilha dos bra5os do homemdesa:eitadamente deitado no assento e abra5ou<a.

A Paa"paii% vocS est3 me cobrindo de sab)oZ Fprotestou a #arota. %arver deu<lhe um bei:o na testa, entreos olhos.

F @)o Jaz mal F disse. F VocS est3 bem, 4llieW F *im, acho ue sim. Gue Joi ue houveW4la tentou olhar para a rua, e o pai cobriu<lhe os

olhos. %ollie aproUimou<se da mulher e do menino.

F 4le est3 bem, *ra. %arverW4la o olhou, parecendo n)o reconhecS<lo, e voltoua olhar o menino, ue berrava, a acariciar os cabelos delecom uma das m)os, parecendo devor3<lo com os olhos.

F *im, acho ue sim F disse. F VocS está bem,RalphieW 4st3W menino deu um suspiro Jundo,solu5ado, e berrou$

F =argrit tinha de me puKar at em cima da ladeira7 Moio trato7



chatinho pareceu bem a %ollie. 4le se voltoupara a cena do crime, viu o cachorro estendido numa po5ade san#ue ue se alar#ava, viu ue o #Smeo louro se

aproUimava hesitante do corpo do inJeliz entre#ador de:ornais. F 2iue lon#eZ F #ritou severo para o outro lado

da rua. =im Reed virou<se para ele. F Mas e se ele ainda estiver vivoW F 4 da", se estiverW VocS tem al#um pozinho

m3#ico pra salpicar em cima deleW @)oW 4nt)o recueZ

menino :untou<se ao irm)o, e Jez uma careta. F _, cara, (ave0, ve:a s& seus pés F disse, eent)o se virou para o lado e também vomitou.

%ollie 4ntra#ian se sentiu de repente de volta aoempre#o ue pensara ter abandonado para sempre emoutubro passado, uando Jora demitido do (epartamentode Pol"cia de %olumbus, ap&s um teste de dro#a positivo.%oca"na e hero"na. ma arma5)o bem<Jeita, :3 ue nuncaconsumira nenhuma dessas dro#as em toda sua vida.

Primeira prioridade: proteger a cidadania. Segunda prioridade: a)udar os feridos. Terceira prioridade: proteger o local docrime. ,uarta prioridade...

Bem, ia se preocupar com a uarta prioridade

depois de ter cuidado da primeira, da se#unda e daterceira. nova atendente do turno do dia da lo:a de

conveniSncia F uma #arota esu3lida, com cabelo deduas cores, ue Jeria os olhos de %ollie F deslizou paraJora da caminhonete e endireitou o avental azul,seriamente torto. motorista se#uiu<a.

F senhor é policialW F per#untou a %ollie.



F *ou. F Mais J3cil ue ter de eUplicar. s %arversaberiam ue n)o, claro, mas estavam ocupados com osJilhos, e Brad =osephson continuava l3 atr3s, tentando

recuperar o J+le#o. F VocSs a", entrem na lo:a. !odos vocSs. BradW MeninosW4levou um pouco a voz na Oltima palavra, para os

#Smeos saberem ue Jalava sério. F @)o, é melhor eu voltar pra casa F disse Brad.

4ndireitou<se, lan5ou um olhar ao corpo de %ar0 do outrolado da rua e tornou a olhar para %ollie. !inha um ar de

desculpas, mas decidido. Pelo menos recuperava o J+le#opor um ou dois minutos, %ollie andara revendo o ueainda lembrava das aulas de ressuscita5)o cardiopulmonar.

F Belinda est3 l3, e... F *im, mas seria melhor entrar na lo:a, *r.

=osephson, pelo menos por enuanto. %aso o Jur#)o volte.

F Por ue voltariaW F per#untou (avid %arver,se#urando a Jilha no colo e Jitando %ollie por cima dacabe5a dela.

%ollie deu de ombros. F 4u n)o sei. @)o sei por ue veio aui a primeira

vez. Melhor estar se#uro. Vamos entrando, pessoal.

F VocS tem al#uma autoridade auiW F per#untouBrad. voz, embora n)o eUatamente desaJiadora, su#eria

ue sabia ue n)o tinha. %ollie cruzou os bra5os no peitonu. %ome5ara a superar um pouco, nas Oltimas semanas, adepress)o em ue ca"ra desde ue Jora eUpulso da Jor5apolicial, mas a#ora sentia ue ela o amea5ava mais uma

vez. p&s um momento, balan5ou a cabe5a. F @)o. @enhuma autoridade. #ora, n)o.



F 4nt)o vou pra :unto de minha mulher. *emoJensa, senhor.

%ollie teve de sorrir um pouco da cuidadosa

di#nidade do tom do cara. @)o me chateie ue n)o euchateio vocS, era o ue dizia esse tom. F @)o estou oJendido.s #Smeos olharam um para o outro, em dOvida, e

depois para %ollie. 4le viu o ue eles ueriam e suspirou. F !udo bem. Mas v)o com o *r. =osephson. 4

uando che#arem em casa, vocS e seus ami#os entrem.

4st3 bemW #aroto louro assentiu com a cabe5a. F =im, vocS o =im, certoW #aroto louro tornou a assentir com a cabe5a,

esJre#ando constran#ido os olhos vermelhos. F *ua m)e est3 em casaW u seu paiW F Minha m)e F ele disse. F Meu pai ainda est3

no trabalho. F !udo bem, meninos. V)o embora. *e apressem.

VocS também, Brad. F Vou Jazer o melhor ue puder F disse Brad F,

mas acho ue :3 preenchi muito bem minha cota de pressado dia.

s trSs come5aram a subir a ladeira, pelo ladooeste, onde Jicavam as casas de nOmero "mpar. F 4u também #ostaria de levar meus Jilhos pra

casa, *r. 4ntra#ian F disse ^irsten %arver.4le suspirou, Jez ue sim com a cabe5a. %laro, ue

diabos, leve eles pra onde uiser. Pro lasca. Gueria umci#arro, mas deiUara<os em casa. %onse#uira parar de

Jumar por uase dez anos, antes ue os sacanas l3 docentro primeiro lhe mostrassem a porta, depois o



eUpulsassem por ela. Retomara o v"cio com uma rapidezassombrosa. 4 a#ora ueria Jumar porue estava nervoso.@)o apenas abalado com o #aroto morto em seu

#ramado, o ue seria compreens"vel, mas ner0oso. @ervosoi#ual a um de 0itch% como teria dito sua m)e. 4 por uSWPorue tinha #ente demais na rua, disse a si mesmo,

por isso. h, verdadeW 4 o ue isso si#niJica eUatamenteW@)o sabia.Gue é ue h3 com vocSW Muito tempo

desempre#adoW 2icando covardeW T isso ue est3 lhe#rilando, bob)oW@)o. coisa prateada no topo do Jur#)o. 'sso é

ue est3 me #rilando, bob)o. h, é mesmoWBem, talvez n)o mesmo... mas :3 serviria pra

come5ar. u como desculpa. Jinal, uma intui5)o erauma intui5)o, e ou a #ente acreditava nas pr&prias, e a#iacom base nelas, ou n)o. 4le mesmo sempre acreditara, eaparentemente um probleminha menor como umademiss)o n)o mudara a Jor5a ue elas tinham sobre ele.

(avid %arver p+s a Jilha no ch)o e tomou o Jilhochor)o dos bra5os da mulher.

F Vou lhe puUar no carrinho F disse ao menino.

F té che#ar em casa. Gue talW F Mar#rit Minhoca ama 4than -a/e FconJidenciou<lhe o Jilho.

F T mesmoW Bem, talvez, mas vocS n)o devecham3<la desse :eito F disse (avid. 2alou no tom ausentede um homem ue perdoa aos Jilhos F um dos Jilhos,pelo menos F praticamente tudo. 4 a mulher olhava o

#aroto com os olhos de uem olha um santo, ou umproJeta menino. *& %ollie 4ntra#ian viu o ar de surda



m3#oa nos olhos da menina, uando o reverenciado irm)oJoi posto no carrinho. %ollie tinha outras coisas em uepensar, muitas, mas auele olhar era #rande e triste demais

para n)o se ver. PuUa vida.4le desviou o olhar de 4llie %arver para a #arotados cabelos doidos e o tipo hippie envelhecido dacaminhonete alu#ada.

F cham ue eu posso pelo menos pedir a vocSsue entrem até a pol"cia che#arW F per#untou.

F ra F disse a #arota F, claro. F lhava<o

com prudSncia. F VocS é policial, n)o éWs %arver :3 se aJastavam, Ralph sentado de pernascruzadas em seu carrinho, mas talvez ainda estivessemsuJicientemente perto para ouvir ualuer coisa ue eledissesse... e além disso, ue ia JazerW MentirW !ome essaestrada, disse a si mesmo, e talvez v3 dar na Rua das

berra5Kes, um eU<policial com uma cole5)o dedistintivos no por)o, como 4lvis, e al#umas ins"#niaseUtras na carteira, de uebra. %hame a si mesmo dedetetive particular, embora :amais tenha se decidido asolicitar a licen5a. (aui a dez ou uinze anos, aindaestar3 soltando o verbo e pelo menos tentando trilhar ocaminho, como uma mulher de trinta anos ue veste

minissaia e anda sem suti), numa tentativa de convenceras pessoas a maioria das uais n)o est3 dando a m"nimamesmoN de ue seus dias de animadora de torcida n)opassaram.

F 2ui F disse. balconista balan5ou a cabe5a. cabeludo olhava<o curioso, mas n)o com desrespeito. F2izeram um bom trabalho com os #arotos F acrescentou,

olhando para ela mas diri#indo<se aos dois.%0nthia pensou nisso e balan5ou a cabe5a.



F 2oi o cachorro F disse, e p+s<se a voltar para alo:a de conveniSncia. %ollie e o hippie velho se#uiram<na.

F cara do Jur#)o... o da escopeta... ia mandar brasa nas

crian5as. F Virou<se para o cabeludo. F VocS viu. @)oconcordaW4le Jez ue sim com a cabe5a.

F 4 a #ente n)o ia poder Jazer nada pra impedir. F 2alava com um sotaue puUado demais para ser doeUtremo sul. !eUas, pensou %ollie. !eUas ou /lahoma.

F " o cachorro distraiu ele... n)o Joi isso ue aconteceuW

4 o cara atirou nele, em vez de nas crian5as. F T isso a" F disse %0nthia. F *e o cachorro n!oti0esse distra"do o cara... bem... acho ue a #ente a#ora iaestar t)o morto uanto ele.

'ndicou com o ueiUo %ar0 Ripton, ainda morto eencharcando<se no #ramado de %ollie. (epois os levoupara dentro do 4<X *top.



4Utra"do de Milmes na T;% editado por *tephen -. *cheuer.Bantam Boo/s$ s =usticeiros `!he Re#ulators *+U1 52ohn Payne.Ty Hardin% aren Steele% Rory Calhoun. =elodrama de faroeste abaiKo damdia% sobre )usticeiros 9 soltaO contm cenas e efeitos surpreendentementesanguinários para um no0el!o rural de fim dos anos cin3Ienta. Cidade mineirado Colorado aterroriada por )usticeiros liderados por Calhoun1% 3ue a princQpio parecem seres sobrenaturais% mas acabam sendo bandidos do pBs" $uerra Ci0il% do tipo do Capit!o ,uantrill. Payne herBico mas ineKpressi0oOaren eKplora ao máKimo o decote de seus tra)es de cabar. ir.: -illyRancourt% &merican"ntemational Pictures% U* minutos% p. V b.1



%ap"tulo !rSs

1


MM4@!* (4P'* (4 %ollie, %0nthia e o cabeludoda caminhonete R0der entrarem na lo:a, um Jur#)oencosta na esuina sudoeste da Llamos com a =acintos, dooutro lado do 4<X *top. T de um azul met3licodescascado, com :anelas escuras polarizadas. @)o traznenhuma en#enhoca cromada em cima, mas tem noslados chamas e raios num estilo Juturista ue o Jaz parecer

mais um ve"culo de reconhecimento num Jilme de Jic5)ocient"Jica do ue um Jur#)o. Pneus inteiramente carecas,lisos como a superJ"cie de um uadro<ne#ro recém<lavado.@o Jundo da escurid)o por tr3s das :anelas de cor, Jracasluzes coloridas piscam ritmadamente, como indicadoresnum painel de controle.

trov)o ribomba, mais perto e estalado a#ora.

luminosidade estival come5a a morrer no céu vindas dooeste, nuvens roUo<escuras acumulam<se, amea5adoras.

lcan5am o sol de :ulho e o apa#am. temperatura lo#ocome5a a cair.

Jur#)o azul zumbe baiUinho. diante na uadra,no topo da ladeira, outro Jur#)o F este com a cor

amarelo<clara de uma banana artiJicial F encosta na



esuina das ruas do rso com a dos Llamos. 2ica aliparado, também a zumbir baiUinho.

Vem o primeiro estalo realmente violento de

trov)o, e se#ue<se um clar)o de flash% ue brilha por ummomento no olho direito vidrado de -annibal, Jazendo<oJul#ir como uma espiriteira.

2

H R\ *(4R*@ %@!'@V parado em pé na rua,uando a mulher veio :untar<se a ele.

F Gue diabo est3 JazendoW F ela per#untou. FParece em transe, ou al#uma coisa assim.

F VocS n)o ouviuW

F uviu o uSW F per#untou ela, irritada. F 4uestava no chuveiro, ue é ue vou ouvir l3 dentroW F%asado com a madame h3 nove anos, Har0 sabia ue, emMarielle, a irrita5)o era um tra5o dominante. F uvi os#arotos Reed com o disco. uele maldito cachorrolatindo. trov)o. Gue mais ia ouvirW %oro de @orman(ic/ersnac/leW

4le apontou a rua l3 embaiUo, primeiro o cachorrode -annibal ela n)o teria mais de ueiUar<se, pelomenosN, depois a Jorma retorcida no #ramado do 8>.

F @)o tenho certeza, mas acho ue al#uém acabade atirar no #aroto ue entre#a o Shopper.

4la olhou na dire5)o do dedo dele, estreitando os

olhos, embora o sol houvesse desaparecido a Har0,parecia ue a temperatura :3 ca"ra pelo menos dez #rausN.



Brad =osephson subia pesadamente pela cal5ada nadire5)o deles. @a Jrente de sua casa, Peter =ac/son olhavacurioso ladeira abaiUo. 4 também !om Billin#sle0, o

veterin3rio ue a maioria chamava de o Velho (outor. Jam"lia %arver atravessava a rua, do lado da lo:a deconveniSncia para o da casa deles, a menina andando:unto da m)e e se#urando sua m)o. (ave %arverparecendo a Har0 uma la#osta cozida no cal5)o de banhoue usava F e uma la#osta cozida coberta de sab)o, aindapor cimaN puUava o Jilho num carrinho vermelho.

menino, sentado de pernas cruzadas e olhando em voltacom o imperioso desdém de um paU3, sempre parecera aHar0 o mais perJeito babaca.

F 4i, (aveZ F chamou Peter =ac/son. F Gue éue est3 acontecendoW

ntes ue Har0 pudesse responder, Marielle deu<lhe um tapa no ombro com Jor5a suJiciente para derramaro resto do mart"ni do copo nos velhos tSnis %onverseesJarrapados. !alvez Josse melhor assim. 4le podia atéJazer a seu J"#ado o Javor de uma noite de Jol#a.

F VocS é surdo, ou apenas idiota. Har0W Fper#untou a luz de sua vida.

F Provavelmente as duas coisas F ele respondeu,

pensando ue, se al#um dia decidisse Jicar s&brio parasempre, primeiro teria de divorciar<se de Marielle. u pelomenos cortar as cordas vocais dela. F Gue Joi ue vocSdisseW

F Per#untei por uS, em nome de (eus, al#uém iaatirar no menino do :ornalW

F !alvez al#uém ue n)o conse#uiu os cupons

duplos de desconto na semana passada F disse Har0.



trov)o estalou F ainda a oeste deles, porémmais perto. Pareceu varar as nuvens ue se acumulavam,como um arp)o.

3

=ohnn0 MR'@V'4, ue recebera o PrSmio

@acional do ivro por um romance sobre obsess)o seUualchamado Praer% e ue a#ora escrevia livros inJantis sobreum Jelino detetive particular chamado Hatinho Pat,continuava a Jitar o teleJone em sua sala de estar, commedo. l#uma coisa errada estava acontecendo ali. 4letentava n)o ser paran&ico a respeito, mas, sim, al#umacoisa errada estava acontecendo ali. F !alvez F disse em

voz baiUa.T, tudo bem. Tal0e. Mas o teleJone...4ntrara, encostara o viol)o no canto, e li#ara para

911. -ouvera uma pausa sin#ularmente lon#a, t)o lon#aue ele :3 estava para cortar a li#a5)o 3ue li#a5)o, ah<ahWNe tentar mais uma vez, uando atendera o ue podia seruma voz inJantil. som dessa voz, ao mesmo tempomusical e vazia, surpreendera Marinville e lhe dera umbaita susto F nem tentara en#anar<se dizendo<se ue omedo Jora apenas um reJleUo de espanto.

F Bebezinho, bebezinho F cantarolara a voz. F(a mam)e mordeu o peitinho. @)o chore nem Ja5abeicinho, n)o cuspa Jora o peitinho.

uviu<se um cliue, se#uido do zumbido do sinalde discar. 2ranzindo as sobrancelhas, =ohnn0 tornou a



li#ar. Mais uma vez a lon#a pausa, depois um cliue,depois um som ue ele :ul#ou reconhecer$ respira5)o pelaboca. som de uma crian5a resJriada, talvez. @)o ue

isso importasse. ue importava era ue as linhasteleJ+nicas se haviam cruzado em al#um lu#ar do bairro, ea#ora, em vez de li#ar para a pol"cia...

F Guem est3 a"W F ele per#untou, rude.@enhuma resposta. *& a respira5)o pela boca. 4

auele som era conhecidoJ Como% em nome de eus% pode o somde respirar no telefone ser conhecidoJ mpossQ0el% claro% mas ainda

assim... F *e:a uem Jor, te manda da linha F disse =ohnn0. F Preciso chamar a pol"cia. respira5)o parou. =ohnn0 ia desli#ar mais uma vez uando a voz voltou.(esta vez, ca5oando.

F Bebezinho, bebezinho, na racha da mam)e enJieo pauzinho. @)o chore nem Ja5a d3<d3, ue ela n)o Jaz

vocS tirar. F (epois, numa voz ap3tica e de al#um modoterr"vel$ F @)o li#a mais pra c3, seu velho louco. !a/Z

utro cliue, uando a linha morreu, mas desta vezn)o houve nenhum sinal de discar. (esta vez houveapenas silSncio.

=ohnn0 bateu no #ancho, tamborilando de leve com

a ponta de um dedo. @ada aconteceu. linha continuoumuda. trov)o ribombou, ainda a oeste, porém maisperto, Jazendo<o estremecer.

<le pWs o fone na base e entrou na coinha% notando 3ue alu desaparecia rápido do cu e lembrando"se de fechar as )anelas decima se comeDasse a cho0er... 3uando come5asse a chover, a:ul#ar pelo modo como tudo parecia a#ora.

li, o teleJone Jicava na parede :unto Y mesa dacozinha, onde s& precisava inclinar a cadeira para tr3s e



pe#3<lo, se por acaso estivesse Jazendo uma reJei5)ouando ele tocasse. @)o ue recebesse muitas li#a5Kes aeU<mulher, Ys vezes, e s&. pessoal em @ova \or/ tinha

:u"zo bastante para deiUar sua m3uina de Jazer dinheiroem paz. !irou o Jone do #ancho, escutou, e obteve uma

se#unda dose de silSncio. @ada de sinal de discar, de ru"dode est3tica uando o rel[mpa#o lampe:ou azul na :anela dacozinha, nada dauele u3<u3<u3 avisando ue a linhaestava com deJeito. *implesmente nada. !entou o 911

assim mesmo, mas n)o ouvia nenhum dos tons uandoapertava as teclas. Pendurou o teleJone e Jicou a olh3<lo,na cozinha ue escurecia.

F Bebezinho, bebezinho F murmurou, e derepente estremeceu de uma maneira ue seria consideradateatral, se ele n)o estivesse sozinho$ uma Jorte sacudidados ombros para a Jrente e para tr3s. ma musiuinhahorrorosa, e ue :amais ouvira antes.

4sue5a a mOsica, pensou. 4 uanto Y 0oJ <la% vocS :3 ouviu antes... n)o ouviuW

F @)o F disse alto. F Pelo menos... n)o sei.%erto. Mas a respira5)o...

F Vai te Joder, nin#uém reconhece a respiraD!o de

nin#uém F disse para a cozinha vazia. F n)o ser ue o vov+ tivesse enJisema.*aiu da cozinha, diri#indo<se para a porta da Jrente.

(e repente, ueria era ver o ue se passava na rua l3 Jora.



4

F G4 2' G4 houve l3 embaiUoW F per#untouPeter =ac/son a (avid, uando a Jam"lia che#ou Y cal5adaleste. %urvou a cabe5a para o outro e baiUou a voz, paraue as crian5as n)o ouvissem. F T um cad3ver, auiloaliW

F T F disse (avid, a voz i#ualmente baiUa. F cho ue se chama %ar0 Ripton.

F an5ou uma olhada Y mulher, em busca deconJirma5)o, e ^irsten balan5ou a cabe5a. F menino ue entre#a o Shopper nas tardes de

se#unda<Jeira. m cara num Jur#)o. Passou atirando. F l#uém atirou em CaryJ A <ra impossQ0el.

mpossQ0el 3ue algum com 3uem esti0era falando há pouco ti0essesido baleado. =as Car0er balanDa0a a cabeDa. A Puta merda7

(avid assentiu. F Puta merda diz mais ou menos tudo, eu acho. F Vai lo#o, pai, puUa F ordenou Ralphie, de seu

posto no carrinho.(avid olhou para tr3s, sorriu para o #aroto e voltou

a olhar para Peter. (esta vez, Jalou numa voz t)o baiUa

ue na verdade era um sussurro. F s meninos estavam na lo:a de conveniSnciacomprando reJri#erante. @)o tenho certeza, mas tive aimpress)o de ue o cara uase atirou neles também. " ocachorro dos Reed se aproUimou. cara da arma atirounele, em vez de nos meninos.

F =esusZ F disse Peter. idéia de al#uém ter

atirado no ale#re -annibal, o -annibal ca5ador de discos,



com seu vistoso len5o no pesco5o, tornava imposs"velacreditar nauilo. F =esus %risto mesmoZ

(avid balan5ou a cabe5a.

F inda ue houvesse um pouco mais de =esus nomundo, talvez houvesse muito menos coisas como essa.*abeW

Peter pensou nos milhKes, em toda a hist&ria, uehaviam sido massacrados em nome de =esus, mas aJastouo pensamento e balan5ou a cabe5a. chou ue n)o eraeUatamente o momento para uma discuss)o teol&#ica com

o vizinho. F 4u uero levar eles l3 pra dentro, (ave Fmurmurou ^irsten. F !irar eles da rua, est3 bemW

(avid Jez ue sim com a cabe5a, recome5ou maisuma vez a subir a ladeira, passando por Peter, depoisparou e olhou para tr3s.

F nde est3 Mar0W F @o trabalho F disse Peter. F (eiUou um

bilhete dizendo ue na volta provavelmente ia dar umapassada no %rossroads Mall. Mas deve che#ar a ualuermomento... s se#undas<Jeiras s)o os dias curtos dela,lar#a Ys duas. Por uSW

A <u daria um )eito dela 0ir direto pra casa. > cara na

certa )á está longe e difQcil de achar% mas a gente nunca sabe% n!o J < um cara 3ue atira num menino entregador de )ornal...Peter balan5ava a cabe5a. cima, o trov)o

ribombou alto. 4llie a#arrou<se Y perna da m)e, mas, nocarrinho, Ralphie riu. ^irsten puUou o bra5o de (avid.

F Vamos. 4 n!o pare pra Jalar com o (outor. F'ndicou com o ueiUo Billin#sle0, parado na sar:eta com

as m)os nos bolsos, olhando a rua abaiUo.



4ntrecerrados, os olhos do Velho (outorreduziam<se a dois Jortes reJleUos azuis, como peiUeseU&ticos presos em redes de carne. (avid recome5ou a

puUar o carrinho. F %omo vai indo, RalphieW F per#untou Peter,uando o peueno ve"culo passou por ele.

@otou a palavra B*!4R pintada no lado docarrinho em tinta branca desbotada. Ralphie botou al"n#ua para Jora e Jez mais uma vez o som da vespa nopote de vidro, soprando com tanta Jor5a ue as bochechas

se estuJaram como as de (izz0 Hillespie. F ra, ue #racinha F disse Peter. F 'sso vai lhearran:ar namoradas na vida adulta. credite.

F PunheteiroZ F #ritou o peueno cr3pula nocarrinho, e Jez para Peter, com uma das m)os, um #estoum tanto maduro de masturbar<se.

F =3 che#a disso, #arot)o F disse (avid,indul#ente, sem se virar.

*uas n3de#as meUiam<se de um lado para outrodentro do cal5)o peueno demais. Para Peter, pareciamdiscos sobre Smbolos.

F Gue Joi ue houveW F per#untou !om, comsua voz rouca, uando passou o carrinho.

Peter i#norou a resposta de %arver ue, atento aoscuidados da esposa, se#uiu andando enuanto inJormavao Velho (outorN e er#ueu o olhar para a esuina, embusca de al#um sinal de sua mulher, no umina. @)o viunenhum carro em movimento, s& um Jur#)o parado dolado de c3 da casa dos belson, na Rua do rso. 4rapintado de amarelo t)o vivo ue uase #ritava. Peter

ima#inou ue parte do brilho vinha da redu5)o daclaridade com o avan5o das nuvens, mas mesmo assim a



vis)o do"a nos olhos. (evem ser #arotos, pensou.@in#uém mais ia 3uerer uma coisa dauela cor. @emparecia um ve"culo de verdade, era mais como uma coisa

sa"da do Jilme 2ornada nas <strelas% ou...ma idéia ocorreu<lhe de repente. 4 n)o muitoboa.

F (aveW%arver olhou para tr3s, a pan5a ueimada de sol

despencada sobre o cal5)o, coberta de camadas de sab)oda lava#em do carro, a secar.

F Gue carro ele estava diri#indo, o cara ue atirouem %ar0W F m Jur#)o vermelho. F 'sso mesmo F cortou Ralphie. F Vermelho

como o !rac/er rro.Peter mal ouviu isso. 4mpacara na palavra furg!o%

sentindo o est+ma#o contrair<se como preso num torno. F Jur#)o mais vermelho ue :3 se viu F

acrescentou ^irsten. F 4u também vi. 4stava olhandopela :anela e o vi passar. (avid, uer 0ir% por JavorW

F %laro F ele disse, e de novo recome5ou a puUaro carrinho.

Guando (avid se aJastava, Peter passada a

moment[nea perturba5)oN de repente esticou a l"n#ua paraRalphie, ue por acaso o olhava. pirralho pareceucomicamente surpreso.

Velho (outor aproUimou<se de Peter, as m)osainda nos bolsos. !roou o trov)o. 4les olharam para cimae viram os ne#ros bancos de nuvens espalhando<se pelocéu da Rua dos Llamos. Rel[mpa#os lan5avam #arJos

sobre o centro comercial de %olumbus.



F Vai chover canivete F disse o veterin3rio. !inha os cabelos ralos, brancos, Jinos como os de umbebS. F 4spero ue cubram decentemente o corpo do

#aroto antes da chuva cair. F 2ez uma pausa, tirou umadas m)os do bolso e passou<a deva#ar pela testa, comopara aJastar o in"cio de uma dor de cabe5a. F %oisaterr"vel. 4ra um &timo menino. =o#ava bola.

F 4u sei.Peter lembrou como %ar0 rira uando ele lhe

dissera ue no ano se#uinte seria sua vez de urrar na

deJesa, e sentiu uma dor repentina no est+ma#o, o &r#)on)o o cora5)o, como sempre disseram os poetasN maissintonizado com as mais ternas emo5Kes da humanidade.(e repente, tudo era perJeitamente real para ele. %ar0Ripton n)o ia ser o za#ueiro dos Qentorth -a/s nopr&Uimo ver)o n)o ia entrar pela porta dos Jundosnauela noite, per#untando o ue tinham para :antar. %ar0Ripton voara para a !erra do @unca<Mais, deiUando atr3ssua sombra. 4ra a#ora um dos Meninos Gue se 2oram.

trov)o voltou a retumbar, t)o pr&Uimo e rachadoue desta vez Peter se sobressaltou.

F 4scuta F disse a !om. F !enho um #randepeda5o de pl3stico na #ara#em. Guase do tamanho de um

carro. *e eu pe#ar, vocS desce comi#o a rua e me a:uda acobrir eleW F #uarda 4ntra#ian talvez n)o #oste F disse o

velho. F Gue se Joda o #uarda 4ntra#ian, ele é t)o

policial uanto eu F disse Peter. F (eram<lhe um chuteno rabo no ano passado, por corrup5)o.

F Mas os outros policiais, uando che#arem...



#ara#em deles. !arado e a Puta, como eram conhecidosos *oderson nos c"rculos mais polidos, também seachavam parados no meio da rua, no Jim da uadra...

embora Marielle puUasse Har0 para casa, e ele parecessese#ui<la. lém deles, :untos na cal5ada, viam<se os =osephson. 4 do outro lado da rua, îm viu Peter =ac/sone o velho Billin#sle0 saindo da #ara#em de =ac/son,carre#ando um #rande peda5o de pl3stico azul. ventocome5ava a soprar Jorte, e o pl3stico ondulava.

!odo mundo na rua, apenas zanzando. !odo

mundo ue estava em casa, pelo menos. 4 n)o adiantavatentar ver dali o ue eles tanto olhavam, estupeJatos. oit)o da casa cortava toda vis)o da esuina l3 embaiUo.

îmberle0 Heller virou<se para as meninas,esJor5ando<se por varrer as teias de aranha da mente. 4lasdavam saltinhos nervosos, como se precisassem ir aobanheiro îm viu ue (ebbie Jechava e abria as m)os.4stavam p3lidas e eUcitadas, uma combina5)o ue n)oa#radava muito a îm. Mas a idéia de al#uém ter sidoassassinado... tinham de estar en#anadas... n)o tinhamW

F #ora me contem o ue aconteceu F disse. F*em inven5Kes.

F l#uém matou %ar0 Ripton, a #ente :3 contou7 F

#ritou *usi, impaciente, como se a m)e Josse a coisa maisestOpida do mundo... o ue, nauele determinadomomento, îm achava ue era. F Vem, m)eZ #ente vSa pol"cia che#arZ

F Guero ver ele de novo antes ue cubram F#ritou de repente (ebbie. Virou e desceu correndo aescada. *usi Jicou parada um instante, parecendo em

dOvida F parecendo uase en:oada, na verdade F,depois virou<se e se#uiu a ami#a.



F Vem, m)eZ F tornou a #ritar por cima doombro, e desceu as escadas em tropel, a Rainha da Rosadauela primavera no baile de Jormatura do #in3sio,

#raciosa como um bOJalo au3tico, Jazendo trepidar as:anelas e tinir a lumin3ria acima.^im Joi deva#ar até o outro lado da cama e enJiou

os pés descal5os nas sand3lias, sentindo<se lerda, atrasadae conJusa.

6

F 4 V% %RR4 daui até l3W F per#untouBelinda =osephson, pela terceira vez. 4ssa parecia ser aparte da hist&ria ue n)o entendia direito. F Hordo como

0oc4 éW F Merda, mulher, eu n)o sou #ordo F disse Brad.

F 4u sou é grande. F Meu uerido, isso é o ue v)o botar na sua

certid)o de &bito, se vocS Jizer muitos outros desses cemmetros rasos F disse Belinda. F D v"tima morreu de

grandea terminal.E s palavras eram irritantes, o tom n)o. 4la

esJre#ava<lhe a nuca enuanto Jalava, sentindo o suor#elado dele.

4le apontou a rua l3 embaiUo. F Ve:a, Pete =ac/son e o Velho (outor. F Gue est)o JazendoW



F 'ndo cobrir o menino, eu acho F ele disse, ep+s<se a andar nauela dire5)o. 4la puUou<oimediatamente para tr3s.

F @)o, n)o vai, n)o, meu ami#o. @)o, senhor% nem pensar. =3 Jez sua via#em rua abaiUo por ho:e.4le armou<lhe o ue ela :ul#ou ser seu ar de @)o

4nche, Mulher F e muito bom, para um ne#ro criado emBoston, cu:o principal conhecimento da vida no #ueto

vinha da !V F, mas n)o discutiu. !alvez o tivesse Jeito se =ohnn0 Marinville n)o descesse sua cal5ada nauele

momento. 4stalou outro trov)o. *oprava a#ora um ventoJirme. Parecia Jrio a Belinda F Jrio de chuva. @uvensroUas rolavam no céu, Jeias mas n)o assustadoras. ueera assustador, pelo menos um pouco, era o céu amarelopara os lados do sudoeste. 4la pedia a (eus ue n)oJossem ver o Junil de um Jurac)o até o anoitecer issodaria o toue Jinal a um dia ue se revelara pior ueualuer outro em sua recente lembran5a.

chava ue, t)o lo#o come5asse, a chuva enUotariaas pessoas para dentro de casa, mas por ora uase todomundo estava na rua. Viu ^im Heller sair do nOmero 8?,dar uma olhada em volta e diri#ir<se para uma casa acima,a Jim de :untar<se a %ammie Reed na varanda da Jrente

dos Reed. s #Smeos Reed a matéria com ue seJabricavam as inoJensivas Jantasias das donas<de<casa, nahumilde opini)o de Belinda =osephsonN, com *usie Hellere uma ruiva boazuda ue Belinda n)o conhecia, estavamno #ramado. (ave0 Reed, a:oelhado, parecia limpar os péscom a camisa, sabia (eus por uS...

Claro% vocS sabe por uS, disse Belinda a si mesma.

-avia um cad3ver estendido ali, sem dOvida, havia



mesmo, e (ave0 Reed vomitara ao vS<lo. Vomitara, eparte do v+mito ca"ra nele pr&prio, coitado.

4la via #ente diante de todas as casas, ou ue saQra

de todas as casas, a n)o ser pela do velho -obart, ueestava vazia, a do eU<policial e a 8C, a terceira abaiUo nacal5ada do lado deles. dos Q0ler. li estava uma Jam"liaazarada, se é ue :3 houvera uma. @em udre0 nem apobre crian5a &rJ) ue ela criava n)o ue um meninocomo *eth :amais pudesse ser criado% eUatamente, achavaBelinda esse era o inJerno da casaN haviam sa"do para a

rua. !eriam passado o dia JoraW !alvez, mas ela tinhacerteza de ue vira udre0 ainda ao meio<dia, li#andodesanimada o re#ador de seu #ramado. Belinda pensounisso e concluiu ter certeza uanto Y hora. embrou ueachara ue udre0 andava relaUada F tanto a blusa semman#as uanto a bermuda azul ue usava pareciamdesbotadas, e por ue tin#ira os cabelos ne#rosperJeitamente bacanas dauele horr"vel tom vermelho<roUo, Belinda :amais saberia. *e era para JazS<la parecermais :ovem, Jora um inJeliz en#ano. 4 tambémprecisavam de uma lavada F tinham uma aparSnciasebosa, empastada.

@a adolescSncia, Belinda vez por outra dese:ara ser

branca F as #arotas brancas pareciam divertir<se mais, eser mais descontra"das F, mas a#ora, ue che#ava aoscinenta e Y menopausa, sentia<se muito Jeliz por serne#ra. s brancas pareciam precisar de muito remendo pela

vida aJora. !alvez a cola delas n)o Josse naturalmente t)oJorte.

F !entei chamar a pol"cia F dizia =ohnn0

Marinville. (esceu para a rua, como se pretendesse



atravessar até a casa dos =osephson, mas parou. F MeuteleJone...

'nterrompeu<se, aparentemente sem saber como

continuar. Belinda achou isso eKtremamente curioso.Pensava ue ali estava um cara ue continuaria a ta#arelarmesmo no leito de morte seria preciso (eus pe#3<lo ecarre#3<lo pela porta dourada para JazS<lo calar a boca.

F *eu teleJone o uSW F per#untou Brad. =ohnn0 Jicou calado por mais um instante ainda,

como se escolhesse entre v3rias respostas, e pareceu JiUar<

se numa breve. F 4st3 mudo. @)o uerem eUperimentar o de vocSsW

F Posso tentar F disse Brad F, mas acho ue4ntra#ian :3 os chamou da lo:a de conveniSncia. 4leassumiu inteiramente a coisa.

A Moi mesmoJ F per#untou Marinville, pensativo, eolhou a ladeira embaiUo. F ssumiu mesmoW

*e viu os dois homens carre#ando o oleadoondulante e compreendeu o ue iam Jazer, nada disse.Parecia perdido em seus devaneios.

m movimento chamou a aten5)o de Belinda. 4laolhou para a Rua do rso e viu um umina verde<oliva

aproUimando<se do cruzamento. carro de Mar0 =ac/son. Passou pelo Jur#)o amarelo parado na esuina ediminuiu a marcha.

%onse#uiu che#ar antes da chuva, ue bom, pensouBelinda. 4mbora lon#e de serem ami#as "ntimas, ela#ostava mais de Mar0 =ac/son do ue de ualuer outrona rua. 4ra en#ra5ada e tinha uns modos decididos, de

uem n)o leva desaJoro para casa... embora nos Oltimostempos parecesse uase sempre preocupada. Mas isso n)o



passara para sua aparSncia, como ocorrera com udre0 Q0ler. @a verdade, Mar0 ultimamente parecia estarJlorescendo, como um canteiro seco depois de um

a#uaceiro.

7

!442@4 PB'% 2'%V perto da prateleirainclinada de :ornais, ue estava vazia, a n)o ser por umsolit3rio encalhe da edi5)o semanal do ?S& Today eal#uns Shoppers. (a semana passada.

4ntra#ian teve um sentimento estranho,meditativo, ao compreender ue o menino ue iareabastecer a prateleira com a edi5)o atual :azia morto em

seu #ramado. 4, enuanto isso, o no:ento teleJone pOblicoda lo:a de conveniSncia...

4le o rep+s com Jor5a na base e voltou para obalc)o, usando a toalha para limpar do rosto o resto docreme de barbear. #atinha de cabelo de duas cores e ohippie velho olhavam para ele, ue teve a a#udaconsciSncia de estar sem camisa. *entiu<se mais ue nuncaum policial cassado.

F porra do teleJone n)o Junciona F disse Y#arota. Reparou ue ela usava um crach3 pre#ado noavental. F !em um Jormul3rio pra comunica5)o dedeJeito, %0nthiaW

F !enho, mas ele estava Juncionado bem Y uma da

tarde F ela disse. F rapaz da padaria usou pra li#ar pranamorada. F 4la revirou os olhos e disse uma coisa ue



%ollie achou uase surrealista nas circunst[ncias. FPerdeu a moedaW

Perdera, mas isso n)o era muito importante na atual

situa5)o. lhou pela porta do 4<X *top e viu Peter =ac/son e o veterin3rio aposentado subindo a rua a pé, nadire5)o do seu #ramado, com um #rande peda5o depl3stico azul. 4ra &bvio ue pretendiam cobrir o cad3ver.%ollie Jicou olhando pela porta, uerendo mand3<los dar oJora, auilo era um local de crime e eles iam ca#ar tudo, eent)o mais uma vez ribombou o trov)o F o estrondo

mais alto até ent)o, o suJiciente para Jazer %0nthia dar um#rito de susto.Porra, ele pensou. (eiUa eles pra l3. Vai chover, de

ualuer modo.*im, talvez Josse melhor. chuva provavelmente

che#aria antes dos policiais %ollie n)o ouvia nem assirenesN, e isso ba#un5aria ualuer hipotética per"cia.Portanto, melhor cobri<lo... mas ainda tinha umaconsternadora sensa5)o de ue os Jatos Ju#iam ao seucontrole. 4 até isso, percebeu, era uma ilus)o$ paracome5ar, nada na situa5)o :amais estivera sob seucontrole. 4le era, basicamente, apenas mais um cidad)o daRua dos Llamos. @)o ue isso n)o tivesse suas vanta#ens

se Jodesse com os procedimentos, n)o podiameUatamente acus3<lo, podiamW briu a porta, saiu e p+s as m)os em concha em

tomo da boca, para ue o ouvissem acima do ventocrescente.

F PeterZ *r. =ac/sonZ =ac/son olhou, o rosto decidido, esperando ue o

mandassem parar com o ue Jazia.



F @)o touem no corpoZ F #ritou 4ntra#ian. F /!o to3uem no corpo7 !enham a bondade de apenas estenderessa coisa sobre ele, como se Josse um cobertorZ

4ntenderamW F *imZ F #ritou Peter. veterin3rio também balan5ou a cabe5a.

F !em al#uns blocos de cimento em minha#ara#em, empilhados na parede do JundoZ F berrou%ollie. F porta est3 destrancadaZ Pe#uem e usem comopeso, pro oleado n)o voarZ

#ora os dois assentiam, e %ollie sentiu<se umpouco melhor. F #ente pode estender pra cobrir a bicicleta dele

também F #ritou o velho. F PodeW F PodeZ F ele #ritou de volta, e ent)o teve outra

idéia. F !em também um peda5o de pl3stico na #ara#em,no canto. Podem usar pra cobrir o cachorro, se n)o seincomodam de carre#ar mais uns blocos.

=ac/son Jez<lhe o sinal de ^ com o pole#ar e oindicador em c"rculo, e os dois Joram até a #ara#em,deiUando atr3s o oleado. %ollie torceu para ueconse#uissem estendS<lo e prendS<lo antes ue o ventoaumentasse o bastante para JazS<lo voar. 4ntrou para

per#untar a %0nthia se havia um teleJone na lo:a... tinha dehaver, claro... e viu ue ela :3 o colocara sobre o balc)opara ele.

F bri#ado.4le retirou o Jone, ouviu o ru"do de discar, apertou

uatro nOmeros, e teve de parar, balan5ar a cabe5a e rirpara si mesmo.

F Gue é ue h3W F per#untou o hippie. F @ada.



*e dissesse ao cara ue simplesmente discara osprimeiros nOmeros de sua eU<dele#acia F como umcavalo aposentado voltando ao anti#o celeiro F, ele n)o

ia entender. pertou o bot)o de desli#ar e discou 911. teleJone tocou uma vez em seu ouvido... econtinuou tocando% como se ele tivesse li#ado para umaresidSncia. %ollie Jranziu o cenho. ue a #ente ouviauando discava o 911 F a n)o ser ue o tivessemmudado desde os dias em ue escutar #rava5Kes Jaziaparte de seu trabalho F era um blip alto, sem tom.

Bem, mudaram% s& isso, pensou. !ornaram umpouco mais amistoso para o usu3rio.Recome5ou a tocar, e ent)o atenderam. *& ue, em

vez de ouvir a voz de rob+, dizendo<lhe ue tecla apertarpara ual tipo de emer#Sncia, ouviu uma respira5)o baiUa,Omida, abaJada. Gue diabo...J

F l+W F u d3 ou desce F respondeu uma voz. ma

voz :ovem e de al#um modo sinistra. *inistra o bastantepara Jazer uma onda de arrepio subir até sua nuca. F%heire meu pé, me dS uma coisa #ostosa pra comer. *en)o, n)o interessa, pode cheirar minha cueca.

*e#uiu<se uma risada alta, adenoidal.

F Guem JalaW F @)o li#ue mais para c3, chapinha F disse a voz. F Tak7

cliue no ouvido Joi ensurdecedor, tanto uetambém a #arota ouviu, e #ritou. @)o Joi o teleJone, elepensou. 2oi o trov)o. 4la #ritou por causa do trov)o. Maso cabeludo :3 corria porta aJora, como se tivesse os lon#os

cabelos e o rabo em chamas, e ele ali com o teleJonemudo na m)o, t)o mudo uanto o outro depois ue



pusera a moeda. Guando o som lhe che#ou mais uma vez,reconheceu<o lo#o$ n)o era trov)o, e sim mais Juzilaria.

%ollie também correu para a porta.

8

M R\ = %^*@ *R da Jirma de contabilidade ondetrabalhava meio eUpediente n)o Ys duas, e sim Ys onze.Mas n)o Jora ao %rossroads Mall. 2ora ao -otel

%olumbus. 3 se encontrara com um homem chamadoHene Martin, e nas trSs horas se#uintes Jizera por ele tudoue uma mulher pode Jazer por um homem, menos cortarsuas unhas dos pés. 4 achava ue teria Jeito isso também,se ele lhe pedisse. #ora ali estava, uase em casa, e viapelo menos até onde podia ver pelo retrovisorN muita#ente :unta... mas ia ter de entrar depressa no chuveiro,

antes ue Peter pudesse dar<lhe uma boa olhada, uemsabeW 4, lembrou<se, precisava pe#ar uma calcinha na#aveta de cima da c+moda, para botar na cesta de roupasu:a :unto com a saia e a blusa. ue usava antes F oue restara dela F, no momento residia debaiUo da camado uarto 8>?. Hene Martin, uma Jera para roupas de

contadoras, se é ue :3 houve uma, arrancara<a ras#ando<ade seu corpo. _, +, sua Jera, disse a Jormosa donzela. uest)o era$ ue estava JazendoW 4 ue ia JazerW

mara Peter durante os nove anos de casamento, aindamais depois do aborto ue antes, se era poss"vel, e ainda oamava. ue n)o mudava o Jato de ue :3 ueria estar denovo com Hene, Jazendo coisas ue :amais pensara Jazer

com Peter. culpa lhe con#elava metade da mente, aluUOria torrava a outra, e entre as duas, numa espécie de



zona crepuscular ue cada vez se estreitava mais, estava amulher sensata, bem<humorada e racional ue sempre se:ul#ou ser. Vinha tendo um caso adOltero, e o cara com

uem vinha tendo era t)o des#ra5adamente casado uantoela a#ora voltava para casa, para um bom homem ue denada desconJiava tinha certeza ue n)o, rezava ue n)o,claro ue n)o, como poderiaWN, sem calcinha sob a saia,ainda dolorida da aventura, n)o sabia como tudo issocome5ara nem como podia uerer continuar com umacoisa t)o estOpida e s&rdida, o porra do Hene Martin n)o

tinha um m"nimo de cérebro na cabe5a, s& ue, claro, n)oera a cabeDa ue lhe interessava, n)o podia li#ar menos paraa cabeDa% e ue ia JazerW @)o sabia. *& sabia uma coisa$como se sentiam os viciados em dro#as, e :amais osolharia de cima de novo em sua vida. Basta dizer n)oWM)e, por fa0or.

(iri#ia com esses pensamentos ca&ticos a boiaremna mente, as ruas do bairro passando como pontos dereJerSncia num sonho, dese:ando apenas ue Peter n)oestivesse em casa uando ela che#asse, ue talvez tivessedado um pulo no Mill07s da pra5a para tomar um sorveteou talvez em *anta 2é para visitar a m)e por al#umassemanas, seria Jant3stico, talvez desse a ela uma

oportunidade de vencer auela JebreN.@)o notou como a tarde escurecia, nem ue muitosdos carros pelos uais passava na Rodovia 89> vinham deJar&is acesos n)o ouviu trove:ar nem relampe:ar.

!ampouco viu o Jur#)o amarelo parado na esuina daRua do rso com a dos Llamos.

ue a sacudiu desse devaneio Joi a vis)o de Brad

e Belinda na Jrente da casa deles. %om =ohnn0 Marinville.Mais adiante na uadra, viu outras pessoas$ (avid %arver,



com um cal5)o uase obscenamente apertado, parado nacal5ada, as m)os plantadas nas coUas carnudas... os#Smeos Reed e a m)e, %ammie... *usie Heller e uma ami#a

no #ramado de sua casa, com ^im Heller em pé atr3s...correu<lhe uma idéia louca$ eles sabiam. !odossabiam. 4stavam Y sua espera, iam a:udar Peter a enJorc3<lanum pé de ma5) 3cida, ou talvez apedre:3<la como Jizera apopula5)o com a mulher nauela hist&ria de *hirle0

=ac/son ue lera no #in3sio.@)o se:a idiota, disse auela parte sua ue ainda lhe

pertencia. 4ssa parte estava a#ora desanimadoramentepeuena, mas continuava l3. Tudo ue acontece n)oacontece com vocS, Mare se:a ual Jor a merda em ue semeteu, o mundo ainda n)o #ira s& em torno de 0oc4% lo#o,por ue simplesmente n)o relaUa um poucoW @a certa n)oteria nem metade dessa paran&ia se n)o estivesse diri#indopor a" sem...

h, merda. uele ali era o Peter% ali no Jinal dauadraW @)o podia saber ao certo, mas achava ue era.Peter e o Velho (outor da casa vizinha. Pareciam cobriral#uma coisa no #ramado da casa deJronte da lo:inha.

estampido do trov)o desta vez JoisuJicientemente Jorte para JazS<la estremecer e oJe#ar. s

primeiras #otas de chuva espocaram no vidro do p3ra<brisa, soando como Jra#mentos de metal. 4la percebeuue estivera sentada ali na esuina com o motor li#adopor... bem, n)o sabia dizer por uanto tempo, mas umbom tempo. s =osephson e =ohnn0 Marinville deviam terpensado ue ela perdera o :u"zo. *& ue o mundo n!o#irava mesmo em torno dela eles n)o lhe davam a m"nima

aten5)o, percebeu ao dobrar a esuina. Belinda lan5ara<lheuma breve olhada, e a#ora, como os outros, observava de



novo o ue uer ue seu marido e o velho Billin#sle0estavam Jazendo na rua. ue Josse ue estavamcobrindo.

!entando ver por si mesma, tateando em busca dobot)o do limpador de p3ra<brisa uando outras #otas dechuva F imensas F come5aram a espocar no vidro, elan)o teve a menor idéia de ue o Jur#)o amarelo da eraespacial a se#uira na Rua dos Llamos até colar em suatraseira.



e Pla0thin#s, a Revista de =erchandising 'nternacional da'ndOstria de Brinuedos, )aneiro de *++( 0ol. +(% n o '1% p. +X. <KtraQdode 5Licenciamento +(: uma ;is!o $eral8% de 2ohn P. =uller.

<mbora mal tenha comeDado o ano de 0endas% um campe!o do pBs"

/atal )á foi coroado por aclamaD!o. & resposta do 0are)o nos meses em geralmomos de final de in0erno indica 3ue mesmo estrondosos contratos delicenciamento como os relacionados 9s Tartarugas /in)a% da Teenage =utant% eos PoGer Rangers% da =ighty =orphin% empalidecem ao lado da mais no0amania% 3ue 3ual3uer pai de crianDa de '"U anos no caso% meninos e meninas1sabe 3ue a turma dos =otoops '' e seus incrementados furges espaciais.

> pico em desenho animado das manh!s de sábado da /-C comeDoua fabricaD!o em todas as principais categorias do produto com cerca de tr4s

semanas de atraso para pegar a grande onda de compras do /atal. 2ohn leist%0ice"presidente s4nior da $ood Pal% nc.% 3ue licencia os produtos =otoop%reconhece 3ue um tal cochilo no caso% pro0ocado por problemas de m!o"de"obra%agora solucionados% na fábrica da Pal% em Toledo1 em geral o bei)o da morte%mas di 3ue a tardia campanha de 0endas dos =otoops tal0e tenha na0erdade atuado em fa0or da empresa. 5Ys 0ees o mercado nos 04 com maisclarea 3uando nos mostramos pela primeira 0e fora da oficina de Papai /oel8% opinou leist com um sorriso.

,ual3uer 3ue tenha sido o moti0o% parece claro 3ue os =otoopsCoronel Henry% Snake Hunter% -ounty% =a)or Pike% o RobW Rooty e a duronamas superfeminina Cassandra Styles 0!o ser os bonecos de super"herBis 3uentesdeste 0er!o% )unto com seus ar3uiinimigos Sem Cara e a Condessa Lili =arsh.

& grande alegria dos marketeiros e fabricantes da Pal foi o sucessoimediato dos caros 0eQculos =otoop% os chamados PoGer #agons% furges futuristas 3ue 04m com rodas e asas curtas retráteis. > 2ustice #agon amarelo

do Coronel Henry% o Tracker &rroG 0ermelho de Snake Hunter% o prateadoRooty"Toot do RobW Rooty e o ream Mloater rosa de Cassie Styles% todos est!o0endendo bem% apesar das salgadas eti3uetas de preDo. > campe!o de 0endastotais dos oito atualmente no mercado o negrQssimo =eatGagon% pilotado pelosinistro Sem Cara. sso n!o surpreende de modo algum o 0ice"presidente 2ohnleist. 5>s garotos adoram os bandidos8% ele ri.

&lguns grupos de pais protestaram contra o 3ue chamam de 5alto3uociente de 0iol4ncia8 do desenho dos =otoops ''% mas segundo leist os

no0os episBdios 3ue comeDam na /-C em marDo1 0!o enfatiar 50alores de famQlia e soluDes pacQficas8. Se)am 3uais forem os 0alores 3ue acabem sendo



passados para os f!s dos =otoops% certamente se sente a euforia nos escritBriosda $ood Pal. <sta empresa de pe3ueno porte parece ter descoberto 3ue esta0acom um polpudo bilhete premiado nas m!os.



%ap"tulo Guatro


44 V !(.4sta tem sido ao mesmo tempo a bSn5)o e a

maldi5)o de todos os seus anos de vida F o mundo aindalhe che#a aos olhos como aos olhos de uma crian5a,

desi#ual arbitr3rio, imparcial como o peso da luz. VS o umina de Mar0 na esuina e sabe ue ela

tenta deciJrar o ue est3 vendo F #ente demais, paradaem atitudes r"#idas, atentas, ue n)o se harmonizam comum ocioso Jinal de tarde em :ulho. Guando ela recome5a arodar, ele vS o Jur#)o amarelo a#ora atr3s dela Jazer o

mesmo, ouve outro Jeroz estrondo de trov)o e sente asprimeiras #otas Jrias de chuva nos uentes antebra5os.Guando ela come5a a descer a rua, ele vS o Jur#)oamarelo acelerar de repente, e sabe o ue vai acontecer,mas ainda n)o pode acreditar.

%uidado, velh)o, diz a si mesmo. 2iue a"prestando muita aten5)o a ela ue pode acabar atropelado

como um esuilo na estrada.4le recua, sobe na cal5ada em Jrente Y casa dos =osephson, a cabe5a ainda virada para a esuerda, os olhosarre#alados. VS Mar0 atr3s do volante do umina, mas elan)o est3 olhando para ele F parece olhar a rua. @a certareconheceu o marido, a dist[ncia n)o era t)o #rande paraisso, na certa se per#untando o ue ele Jazia, e n)o vS

=ohn Marinville, nem o misterioso Jur#)o amarelo com:anelas de vidro polarizado assomando atr3s.



A Cuidado% =ary7 F ele #rita.Brad e Belinda, ue a#ora sobem os de#raus da

Jrente de sua casa, se voltam. @o mesmo instante, a Jrente

alta e rombuda do Jur#)o abalroa a traseira do umina,destro5ando as lanternas traseiras, arrancando o p3ra<choue e amassando o porta<malas. =ohnn0 vS a cabe5a deMar0 lan5ar<se bruscamente para tr3s, e depois para aJrente, como a corola de uma Jlor num lon#o talo sopradopor um vento Jorte. s pneus do umina cantam, e ouve<se um estampido seco uando o dianteiro direito eUplode.

> carro #uina para a esuerda, o pneu vazio Jazendochape<chape, a calota soltando<se do aro e rolando ruaabaiUo como o disco dos #arotos Reed.

=ohnn0 tudo vS, tudo ouve, tudo sente os insumoso inundam, e a mente insiste em ordenar cada Jato, comose ali estivesse ocorrendo uma coisa coerente, uma coisaue na verdade pudesse ser narrada.

céu tempestuoso vem abaiUo, come5ando adespe:ar seu Jrio diue. 4le vS manchas escurecendo emtoda a cal5ada, sente as #otas lhe baterem na nuca emritmo crescente, uando Brad =osephson #rita Ys suascostas$

A ,ue diabo7

Jur#)o amarelo continua no rabo do umina,empurrando<o, aJundando sua Jr3#il traseira @e #eouve<se um horr"vel som de metal ras#ando<se, e depoisum tunc7% uando a Jechadura do porta<malas se destrava ea tampa se abre, eUpondo al#uns :ornais velhos e umacaiUa de isopor laran:a. Jrente do umina sobe com umsolavanco no meio<Jio. carro atravessa a cal5ada e se

detém uando o p3ra<choue bate na cerca entre a casa deBillin#sle0 e a se#uinte ladeira abaiUo, a de Mar0.



perde inteiramente, até onde =ohnn0 pode ver. se#undoarranca a antena do r3dio do umina. terceiro estoura olado esuerdo da cabe5a de Mar0 =ac/son. pesar disso,

ela se aJasta cambaleando do carro para a casa do Velho(outor, o san#ue escorrendo pelo pesco5o e empapandoo lado esuerdo da blusa, o cabelo ardendo por um breveinstante sob a chuva ele vS isso, vS tudoN, e ent)o, aindapor um instante, vira<se para =ohnn0 e olha<o com o olhoue lhe resta, e o clar)o do rel[mpa#o inunda de Jo#o esseolho no Oltimo se#undo, ou dois Oltimos, de sua vida,

parece vazia de tudo, s& eletricidade. 4m se#uida, pisa emJalso num dos saltos altos e tomba para tr3s, mer#ulha nobarulho do trov)o, as breves chamas nos cabeloseUtin#uindo<se, a cabe5a ainda Jume#ando, como o tocode um ci#arro indiJerentemente apa#ado. %ai esparramadaperto do pastor alem)o de cer[mica do #ramado deBillin#sle0, o ue tem o nome dele e o nOmero de suacasa, e uando as pernas se abrem JrouUas, uma para cadalado, =ohnn0 vS um detalhe terr"vel, triste e ineUplic3vel aomesmo tempo$ uma sombra escura ue s& pode ser umacoisa. Hrotescamente, o Jecho de uma velha piada passa<lhe r3pido pela cabe5a, como um anOncio de néon$ /!o sei3uanto aos outros dois% mas o cara do meio parece o #illie /elson.

4le ri alto na chuva. esposa contadora de Peter acaba deser assassinada por um espectro, Juzilada de um Jur#)opilotado por outro espectro este um alien"#ena com ouniJorme da *ecess)oN, e a madame morreu sem calcinha.@ada disso é en#ra5ado, mas ele ri assim mesmo. !alvezpara n)o berrar. Receia ue, se come5ar a JazS<lo, n)opossa parar.

#ora a reluzente criatura atr3s do volante doJur#)o azul se volta para ele, e por apenas um momento



=ohnn0 o vS olhando<o, marcando<o com seus enormesolhos amendoados, e tem a sensa5)o de ue :3 0iu essa coisaantes% loucura, claro, mas apesar disso é uma sensa5)o

muito Jorte, T s& um momento, e ent)o o Jur#)o :3passou.Mas ele me viu, sem dOvida, pensa =ohnn0. uela

coisa de m3scara tinha de ser uma m3scaraN me viu, e memarcou, como se dobra o canto da p3#ina de um livropara retornar depois.

escopeta dispara mais duas vezes, e a princ"pio

=ohnn0 n)o pode ver o ue é, porue o Jur#)o azul lhetoma a Jrente F :ul#a ouvir vidro estilha5ando<se acimado ru#ir da tempestade, mas s& isso. 4m se#uida, o Jur#)odesaparece no a#uaceiro de a5oite, e ele vS (avid %arverca"do morto na entrada da #ara#em de sua casa, sobre ummonte de cacos de vidro, da :anela panor[mica arrancadapela eUplos)o. %arver tem uma enorme po5a vermelhabem no meio da barri#a, cercada por Jran#alhos de carnebranca parecendo sebo, e =ohnn0 pensa ue os dias delecomo Juncion3rio dos %orreios F para n)o Jalar nolavador de carro de bairro residencial F che#aram ao Jim.

Jur#)o azul roda rapidamente até a esuina.Guando che#a l3 e vira Y direita, na Rua do rso, parece a

=ohnn0 a mira#em ue por todos os motivos devia ser. A /ossa% olha ele7 A #rita Brad, e corre para a rua. A -radley% n!o7 F #rita<lhe a mulher, porém tarde

demais. @a rua abaiUo, os #Smeos Reed vSm vindo nadire5)o deles.

=ohnn0 desce para a rua, as pernas dormentes,bambas. 4r#ue uma das m)os, vS ue as pontas dos dedos

:3 est)o brancas e murchas vS tudo isso, vS de Jato, ecomo poderia um cara com uma m3scara de alien"#ena de



vendo Paris, estou vendo a 2ran5a, mas n)o estou vendoa...

F %ala a boca, seu babaca bSbado F diz =ohnn0.

lha para a esuerda e vS os #Smeos Reed, a m)edeles. ^im Heller, e a Jilha, além de uma ruiva ue n)oconhece de modo al#um. 4st)o reunidos em torno docorpo de (avid %arver, como :o#adores em torno de umcole#a de time machucado. me#era da mulher de Har0também est3 l3, mas :3 viu Har0 e se aJasta na dire5)o deche Billin#sle0. 4nt)o p3ra, Jascinada, uando a porta dos

%arver se abre de choJre e ^irstie sai voando sob oa#uaceiro, como a #overnante num anti#o romance#&tico, a berrar o nome do marido, sob o Jaiscar dosrel[mpa#os e o ribombar dos trovKes.

entamente, como uma crian5a burra chamada arecitar, Har0 diz$

A e 3ue Joi ue vocS me chamouWMas n)o olha para =ohnn0, e nem mesmo para a

a#lomera5)o no #ramado dos %arver olha o ue a saiaer#uida da morta revela, #uardando para posteriorconJerida e, talvez, papoN. =ohnn0 sente de repente um

"mpeto uase irresist"vel de dar um soco no nariz do cara. F 4suece, s& Jiue de boca Jechada. 4stou

Jalando sério.lha para a direita, rua abaiUo, e vS %ollie4ntra#ian correndo em sua dire5)o. Parece usar sand3liaspl3sticas de chuveiro cor<de<rosa. tr3s dele vem um caracabeludo ue =ohnn0 :amais viu antes, e a #arota domercado, %0nthia, parece ue é o nome dela.

4 atr3s deles, rapidamente passando Y Jrente do

velho !om Billin#sle0 e aproUimando<se de %0nthia, olhos



arre#alados, vem o morador da rua especialista em =ames(ic/e0 e os @ovos *ulistas.

A Pai7 F m #rito a#udo, desolado$ 4llen %arver.

F !irem essas crian5as dauiZT Brad =osephson, dur)o e dando as ordens, ue(eus o aben5oe, mas =ohnn0 seuer olha para auelelado. Peter =ac/son vem vindo, e tem uma coisa ali noch)o ue é ainda menos para ele ver do ue para =ohnn0 eHar0 *oderson, embora sem dOvida :3 a tenha visto antese eles n)o. m eni#ma de proJessor de in#lSs, se é ue :3

houve um, pensa =ohnn0. utro louco Jecho de umapiada voa<lhe pela cabe5a$ <i% senhor% seu an6ncio caiu7 @emmesmo se lembra de ue porra de piada saiu isso. (3 maisuma olhada em volta, para certiJicar<se de ue nin#uémest3 prestando aten5)o em Mar0, além de Har0, e nin#uémest3. *em dOvida, é um mila#re ue n)o vai durar muito.

baiUa<se, vira o uadril de Mar0 F e como ela pesa,a#ora ue est3 morta, nossa, como pesa A e as pernas delase :untam. 3#ua escorre pelo lado de uma coUa, comochuva numa l3pide. 4le puUa a bainha da saia, dandodeliberadamente as costas para seu ato n)o ser visto pelaspessoas ue sobem a ladeira. =3 ouve Peter urrando$

F Mar0W =aryJ

!er3 visto o carro dela, claro, o umina, com oJocinho enterrado na cerca de estacas. F Por ue... F recome5a Har0, e p3ra, uando

=ohnn0 o olha com um ar Jeroz. F (i#a uma palavra, ue eu lhe arranco os olhos

F diz =ohnn0. F 4stou Jalando sério.Har0 parece va#o F uase atoleimado F por um

instante, e em se#uida uma espécie de compreens)oestOpida lhe invade o rosto, se#uida de uma Jalsa



solenidade. Mas ele Jaz o #esto da boca de siri, o ue ébom. lon#o prazo, com uase toda certeza vai dar coma l"n#ua nos dentes, mas =ohnn0 Marinville :amais li#ou

menos para lon#o prazo em toda a sua vida. Vira<se para a casa de %arver e vS (avid Reedcarre#ando a menina dos %arver F ela berra e esperneia,as pernas em amplos movimentos de tesoura F paradentro. Pie %arver, de :oelhos, carpe como =ohnn0 ouviucarpirem as camponesas do Vietn) todos aueles anosatr3s s& ue n)o parece tanto tempo assim, com o resto

do cheiro de p&lvora ainda no arN est3 abra5ada aopesco5o do morto, e a cabe5a de (avid balan5a de umamaneira horr"vel. inda mais horr"vel é o menino,Ralphie, em pé ao lado dela. 4m circunst[ncias comuns, éum menino a#itado, incans3vel e barulhento, um monstri<nho da pior espécie, mas a#ora n)o passa de um bonecode cera, Jitando o pai no ch)o com um rosto ue parecederreter<se na chuva. @in#uém o tira dali, pois, uma vezna vida, é a irm) uem Jaz barulho, mas al#uém deviatirar.

F =im F diz =ohnn0 ao outro #Smeo Reed,diri#indo<se Y traseira do carro de Mar0, para ue o #arotoou5a sem ue ele tenha de #ritar. #aroto er#ue os olhos

do morto e da mulher ue #eme. !em o rosto perpleUo. F eve Ralphie l3 pra dentro, =im. 4le n)o deve Jicaraui.

=im Jaz um sinal aJirmativo, pe#a o menino e sobecorrendo a cal5ada com ele. =ohnn0 espera berros deprotesto F mesmo aos seis anos, Ralphie %arver sabe ueé seu destino um dia #overnar o mundo F, mas o menino

apenas pende dos #randes bra5os do adolescente comoum boneco, os olhos imensos e est3ticos. =ohnn0 acredita



ue a inJluSncia de traumas inJantis na vida dos adultos Joidesbra#adamente supervalorizada por uma #era5)o ueouviu discos demais de Mood0 Blues nos anos de

Jorma5)o, mas uma coisa dessas tem de ser diJerente achaue se passar3 um lon#o tempo para ue o principal Jatorcomportamental na vida de Ralph %arver deiUe de ser a

vis)o do pai estendido morto no #ramado e a m)ea:oelhada ao lado, #ritando repetidas vezes o nome domarido, como se pudesse acord3<lo.

Pensa em tentar separar ^irsten do cad3ver F ter3

de ser Jeito mais cedo ou tarde F, mas %ollie 4ntra#ianche#a Y casa de Billin#sle0 antes ue ele possa Jalar nisso,com a balconista do 4<X *top a tiracolo. #arotaadiantou<se ao cabeludo, ue oJe#a terrivelmente. caran)o é t)o :ovem uanto seus cabelos de rock"and"roll oJaziam parecer a certa dist[ncia. =ohnn0 Jica talvez maisimpressionado com os =osephson. Parados ao pé daentrada da #ara#em dos %arver, de m)os dadas, lembramum pouco, sob o a#uaceiro, uma vers)o *pi/e ee de

p!oinho e =aria. Marielle *oderson passa por tr3s de =ohnn0 e :unta<se ao marido no #ramado de Billin#sle0. =ohnn0 decide ue se Brad e Belinda =osephson podemser =o)ozinho e Maria de um Jilme de ee recomendado

para todas as idades, Marielle pode Jazer a bruUa.T como o Oltimo cap"tulo de um #atha %hristie,ele pensa, uando a *rta. Marple ou -ercule PoiroteUplicam tudo, até como o assassino escapou do belichedo va#)o<dormit&rio trancado ap&s ter cometido o crime.4stamos todos aui, com eUce5)o de 2ran/ Heller e%harlie Reed, ue continuam no trabalho. T uma

verdadeira Jesta da uadra.



*& ue, ele percebe, n)o é bem assim. udre0 Q0ler n)o est3 aui, nem seu sobrinho. %om isso, a pontade al#uma coisa lhe lampe:a na mente. !em um clar)o de

lembran5a F o barulho de um garoto gripado% che#ou a pensar F, mas antes de seuer poder tentar entender, para ver sese li#a a al#uma coisa parece ue sim, n)o sabe por uSN,%ollie 4ntran#ian se aproUima do carro de Mar0 e a#arra<lhe o ombro. lha para a casa dos %arver, adiante de

=ohnn0. F %omo... doisJ... /ossa7

F *r. 4ntra#ian... %ollie... F =ohnn0 tenta parecersensato, n)o Jazer careta. F 4st3 destrancando meuombro.

F h. Me desculpe, cara. Mas...lha de um lado para o outro, da mulher morta a

escopeta para o homem morto a escopeta, (avid %arvercom riachos de san#ue lavando<lhe os Jlancos brancos.4ntra#ian parece n)o conse#uir JiUar<se num, e emconseSncia Jica como um cara assistindo a uma partidade tSnis.

F *ua camisa F diz =ohnn0, achando issoestupendamente in&cuo como abertura de conversa. F4sueceu de vestir.

F 4u estava Jazendo a barba F responde %ollie, ecorre as m)os pelos cabelos curtos, pin#ando. #esto eUpressa F como nada mais poderia,

provavelmente F uma mente ue passou da conJus)opara um estado de uase total alheamento. =ohnn0 vSnisso um estranho encanto.

F *r. Marinville, tem a m"nima idéia do ue est3

acontecendo auiW



=ohnn0 balan5a a cabe5a. 4spera apenas ue, se:a l3o ue tenha sido, :3 tenha acabado.

4nt)o che#a Peter, vS a esposa estendida na Jrente

do pastor alem)o de cer[mica no #ramado de Billin#sle0, esolta um uivo. barulho provoca novos arrepios nosbra5os molhados de =ohnn0. Peter cai de :oelhos ao ladoda mulher, eUatamente como Jez Pie %arver ao lado domarido, e, ah, (eus, estar3 =ohn 4dard Marinville maisuma vez com um ataue de (em le ^ozmic VietnamBlues, ou o uSW *& Jalta a#ora, pensa, -endriU na trilha

sonora, tocando DPurple -azeE.Peter a#arra<a e =ohnn0 vS ue Har0 observa comuma espécie de im&vel Jasc"nio, esperando ue Peter vireo corpo da mulher nos bra5os. =ohnn0 pode ler ospensamentos de *oderson, como se estivessem impressosnum letreiro correndo em sua testa$ ,ue 3ue ele 0ai pensarJ

,uando 0irá"la e as pernas dela se abrirem% e ele 0ir o 3ue 0ai 0er%3ue 3ue 0ai pensarJ >u tal0e nem se)a lá essas coisas% tal0e elasempre andasse assim por aQ.

A =&RZ7 F Peter #rita.@)o a vira louvado se:a (eus por essas peuenas

#ra5asN, mas levanta<a pela parte de cima do corpo,pondo<a sentada. !orna a #ritar F sem nenhuma palavra

desta vez, nenhuma Jorma absolutamente vocal, apenasum :orro de doloroso espanto F, uando vS o estado dacabe5a, metade do rosto desJeita, metade dos cabelosueimada.

F Peter... F come5a o Velho (outor, e ent)o umlon#o raio racha o céu, caindo com a chuva.

=ohnn0 #ira, perpleUo mas ainda ah, sim, claro,

pode apostarN vendo perJeitamente bem. trov)o ras#a arua antes mesmo de o raio eUtin#uir<se, t)o alto ue



parece m)os batendo palmas nos ouvidos. =ohnn0 vS oraio atin#ir a casa abandonada de -obart, ue Jica entre ado policial e a dos =ac/son. (emole a chaminé decorativa

ue Qilliam -obart acrescentou no ano passado, antes decome5ar a ter problemas e decidir p+r a casa Y venda. raio também incendeia o telhado abalado. ntes ue otrov)o termine de derrub3<lo, antes mesmo ue =ohnn0tenha uma chance de identiJicar o cheiro de Jritura nasnarinas como oz+nio, a casa deserta :3 tem uma coroa dechamas. rde Juriosamente na Jorte chuva ue a5oita,

parecendo uma ilus)o de &ptica. F Pu<uta merda F diz =im Reed, parado na portados %arver, com Ralphie ainda nos bra5os.

=ohnn0 vS ue Ralphie re#rediu ao est3#io do dedona boca. 4 é o Onico além do pr&prio =ohnn0, uer dizerNue n)o est3 olhando a casa em chamas. lha ladeiraacima, e a#ora =ohnn0 vS os olhos deles arre#alarem<se. menino tira o pole#ar da boca, e antes de come5ar a seencolher de terror, =ohnn0 ouve duas palavras claras... emais uma vez, elas lhe parecem obcecante,alucinantemente conhecidas. %omo palavras ouvidas numsonho.

F (ream 2loater F diz o menino.

4 ent)o, como se as palavras Jossem uma espéciede J&rmula m3#ica, sua moleza de cera, n)o natural,desaparece. 4le se pKe a #ritar de medo, e a contorcer<senos :ovens bra5os de =im Reed. =im, apanhado desurpresa, solta o pirralho, ue cai de bunda no ch)o. 'ssodeve ter machucado o sacaninha, pensa =ohnn0,aproUimando<se sem seuer se dar conta, mas o menino

n)o mostra nenhum sinal de dor s& medo. lhos ar<re#alados ainda #rudados na rua, ele come5a a usar os pés



num Jrenesi, para ir recuando sentado mesmo, arrastando<se sobre a bunda.

=ohnn0, a#ora parado na entrada da casa dos

%arver, vira<se para olhar e vS outros dois Jur#Kesdobrando a esuina da Rua do rso. da Jrente é cor derosa<bombom e t)o aerodin[mico ue parece mesmo a

=ohnn0 um bombom #i#ante de :anelas polarizadas. !emem cima uma antena parab&lica em Jorma de cora5)o do(ia dos @amorados. 4m outras circunst[ncias, talvezparecesse uma #racinha, mas a#ora parece apenas bizarro.

2ormas curvas aerodin[micas pro:etam<se de cada lado doJur#)o bombom. embram nadadeiras laterais, ou talvezmesmo tocos de asas.

tr3s desse ve"culo, ue pode ou n)o se chamar(ream 2loater, vem um outro lon#o, ne#ro, com ump3ra<brisa abaulado tinto de ne#ro e uma peuena torreem Jorma de co#umelo, também ne#ra, em cima. 4ssepesadelo de ébano é enJeitado com setas de cromo emzi#ueza#ue, ue parecem maldisJar5adas ins"#nias das **nazistas.

s ve"culos come5am a #anhar velocidade, osmotores ronronando com um zumbido c"clico.

ma #rande escotilha abre<se como uma "ris no

lado do ve"culo cor<de<rosa. 4 no topo do Jur#)o ne#ro,ue parece um carro JOnebre com pretensKes alocomotiva, o lado do co#umelo desliza para tr3s,revelando duas Ji#uras com escopetas. ma é um serhumano de barba. 4le, como o alien"#ena ue diri#e oJur#)o azul, parece usar os Jarrapos de um uniJorme daHuerra %ivil americana. coisa a seu lado usa outro tipo

inteiramente diJerente de uniJorme$ ne#ro, #ola alta,ornado de botKes prateados. %omo no caso do Jur#)o



ne#ro e cromo, h3 al#uma coisa de nazista no uniJorme,mas n)o é isso ue chama a aten5)o de =ohnn0 e imobilizasuas cordas vocais, deiUando<o de um :eito, a princ"pio,

ue n)o tem condi5Kes de emitir um #rito de advertSncia. cima da #ola alta, parece haver apenas escurid)o.4le n)o tem cara, pensa =ohnn0, no se#undo antes de ascriaturas dos Jur#Kes rosa e ne#ro abrirem Jo#o. @)o temcara, auela coisa n)o tem cara nenhuma.

corre a =ohnn0 Marinville, ue tudo vS, ue talveztenha morrido ue talvez o inJerno se:a isso.



%arta de udre0 Q0ler Qentorth, hioN para =anice%onro0 Plainvie, @ova \or/N, datada de 1A de a#osto de 199$

Cara Janice,

Muitíssimo obrigada por seu telefonema. Pela carta depêsames, também, claro, mas você jamais saberá como foi bomsua voz em meu ouvido ontem de noite como um gole d!águafria num dia "uente. #u talvez "ueira dizer como uma voz s$"uando a gente está num asilo%

&ocê entendeu alguma coisa do "ue eu disse aotelefone' ($o me lembro ao certo. )ei*ei os tran"+ilizantes

-odase essa merda/, como a gente dizia na faculdade , mass0 1á uns dois dias, e mesmo com 2erb dando uma for3a eajudando feito um louco, grande parte da vida tem sido umpandem4nio. 5udo come3ou a ficar assim "uando o amigo de6ill, Joe Calabrese, telefonou dizendo "ue meu irm$o, a mul1er eos dois fil1os mais vel1os tin1am sido assassinados, fuzilados dedentro de um carro em movimento. # 1omem, "ue eu jamais vi

na vida, estava c1orando, difícil de entender, e abalado demaispara ser diplomático. -icava dizendo "ue se sentia t$oenvergon1ado "ue fui eu "ue acabei confortando ele, epensando o tempo todo7 )eve ser algum engano, 6ill n$o podeestar morto, meu irm$o tem de estar por perto pelo tempo "ueeu precisar dele./ 8inda acordo de noite pensando7 6ill, n$o,isso n$o passa de uma confus$o, não pode ser 6ill./ 8 9nica coisa

"ue me lembro em toda min1a vida semel1ante a esta loucurafoi "uando era crian3a e todo mundo caiu de gripe ao mesmotempo.

2erb e eu fomos de avi$o a :an Jose pegar :et1, depoisvoltamos para 5oledo no mesmo avi$o com os corpos. :$oarmazenados no por$o de carga, você sabia' (em eu. (emgostaria de saber.

# enterro foi uma das mais terríveis e*periências demin1a vida provavelmente a mais terrível. 8"ueles "uatrocai*;es meu irm$o, min1a cun1ada, min1a sobrin1a e meu



sobrin1o enfileirados, primeiro na igreja e depois nocemitério, onde ficaram pousados sobre as covas na"uelesmedon1os tril1os de cromo. <uer ouvir uma coisa totalmentedoida' )urante todo o servi3o = beira da cova, fi"uei pensando

em min1a luademel na Jamaica. >á eles têm uns "uebramolasna estrada "ue c1amam de policiais adormecidos. ? por algummotivo foi assim "ue comecei a pensar nos cai*;es, comopoliciais adormecidos. 6em, eu l1e disse "ue enlou"ueci, n$odisse' :ou a @ain1a do &alium de #1io de ABB.

(a cerim4nia, a igreja ficou lotada 6ill e June tin1ammuitos amigos , e todo mundo c1orava. Menos o pobre :et1,

claro, "ue n$o pode. #u n$o "uer. #u "uem sabe o "uê' -icouapenas sentado ali, entre mim e 2erb, com dois de seusbrin"uedos no colo um furg$o corderosa "ue ele c1ama de)uin -uatá/ D)ream -loaterE e o boneco de super1er0i "uevem com ele, uma ruivin1a sexy c1amada Cassandra :tFles. #sbrin"uedos s$o de um programa de 5& c1amado MotoKops

2200, e os nomes dos malditos furg;es dos MotoGops Hdesculpe,

os Power Wagons dos MotoGops, tralaláI s$o algumas daspoucas coisas "ue :et1 diz de fato compreensíveis H@os"uin1a,compra pra mim/ é outra e também7 :et1 vai pro trono/, o "uesignifica "ue a gente tem de ir com ele aprendeu isso, mas émuito es"uisito em seus 1ábitos de ir ao ban1eiroI.

?spero "ue ele n$o ten1a percebido "ue o ofício religioso"ueria dizer "ue o resto de sua família está morta, "ue se foi

para sempre. 2erb tem certeza de "ue ele não sabe H# garoton$o sabe nem onde está/, dizI, mas eu fico imaginando. K esse oinferno do autismo, n$o é' 8 gente fica sempre imaginando,nunca sabe de fato, eles est$o mandando mensagens, mas )eusos ligou a um telefone codificador, e a gente s0 recebebalbucios.

&ou l1e dizer uma coisa passei a ter um novo respeito

por 2erb LFler nas duas 9ltimas semanas. ?le cuidou de 5)#,desde os avi;es aos obituários, tanto no Dispatch de Columbus



"uanto no Blade de 5oledo. ? aceitar :et1 como aceitou, semuma palavra de reclama3$o n$o apenas um 0rf$o, mas um0rf$o autista , bem, "uer dizer, é surpreendente mesmo, ou s0para mim' ?u voto pelo surpreendente. ? ele parece "ue se

interessa de fato pelo menino, assumiu um ar de preocupa3$o"ue pode mesmo ser amor. #s primeiros sinais de amor, pelomenos.

Nsso me parece ainda mais notável "uando secompreende o pouco "ue uma crian3a pe"uena como :et1 podedar de volta. ?le passa a maior parte do tempo sentado lá fora,na cai*a de areia "ue 2erb instalou assim "ue voltamos de

5oledo, como uma grande passa em forma de menino, usandoapenas o uniforme dos MotoKops 2200 Htem a lanc1eiratambémI, balbuciando a"uelas palavras sem sentido, brincandocom os furg;es e os bonecos de super1er0is "ue osacompan1am, sobretudo a ruivin1a se*F de s1ortin1o azul. ?ssesbrin"uedos me perturbam um pouco, por"ue se você aindan$o está inteiramente certa de "ue pirei, isso vai convencêla

não sei de onde !ieram, "an# :et1 certamente n$o tin1a nen1umbrin"uedo t$o caro assim na 9ltima vez "ue visitei 6ill e June em5oledo Hverifi"uei nas lojas, e os tro3os dos MotoKops custamuma -#@5(8I, isso eu posso garantir. De $ual$uer modo, n$os$o da"ueles brin"uedos "ue 6ill e June aprovariam as idéiasde brin"uedos deles estavam mais para %s &lintstones do "ue'uerra nas (strelas, para grande desgosto dos fil1os. # pobre

:et1 n$o pode me dizer, l0gico, e provavelmente isso n$o temimportOncia, seja como for. :0 sei os nomes dos furg;es e dasfiguras "ue os acompan1am por"ue vejo o desen1o animadonas man1$s de sábado. # principal bandido, :em Cara, é tr)s

arrepiante.?le é t$o estran1o, Jan H"uer dizer, :et1, n$o :em Cara,

a1a1I. ($o sei se 2erb sente isso tanto "uanto eu, mas sei "ue

sente alguma coisa* s vezes, "uando ergo os ol1os esurpreendo :et1 ol1ando para mim Hos ol1os de um castan1o



t$o escuro "ue =s vezes parecem na verdade negrosI, ten1o osmais estran1os arrepios como se alguém fizesse de min1aespin1a um *ilofone. ? tem acontecido umas coisas estran1asdesde "ue :et1 veio morar com a gente. ($o ria, mas 1ouve até

incidentes semel1antes aos fen4menos de poltergeist "ue =svezes dramatizam no "ue 2erb c1ama de programas depsicorrealidade/. Copos voando das prateleiras, duas janelas "uese "uebraram sem nen1um motivo aparente, e estran1as formasondulantes "ue aparecem =s vezes = noite na cai*a de areia de:et1. Parecem pinturas de areia estran1as, surrealistas. &ou l1emandar algumas fotos Polaroid na pr0*ima vez "ue escrever, se

me lembrar. ?u n$o contaria isso a mais ningu+m além de você,Jan, acredite. Qra3as a )eus con1e3o e confio em suaimagina3$o... curiosidade... e )N:C@NRS#%

8 maior parte do tempo :et1 n$o é problema. # "uemais incomoda em têlo conosco é a maneira como respira%Nnspira o ar em 1austos profundos, 9midos, sempre pela boca,"ue vive aberta e caída "uase até o peito. -az com "ue se pare3a

o bobo da aldeia, o "ue na verdade n$o é, independente dosproblemas "ue de ato tem. # :r. Marinville, do outro lado darua, apareceu outro dia com um bolo de banana "ue fez Hé umamor de pessoa, para o autor de um livro sobre um sujeito "uetin1a um caso de amor com a pr0pria fil1a... a "ue deu o títulode Pra-er, veja vocêI, e passou algum tempo com :et1, "uetirava uma folga da cai*a de areia para assistir a Bonan-a*

>embra desse' 8 5(5 passa as reprises todas as tardes durante asemana Hc1amam de -estival &espertino da Ponderosa, n$o éuma gracin1a'I, e :et1 simplesmente as adora. @uest, @uest, diz,"uando come3am. # :r. Marinville, "ue gosta de ser c1amado deJo1nnF, ficou vendo com a gente durante um bom tempo, ostrês comendo bolo de banana e tomando leite ac1ocolatado,como vel1os amigos, e "uando l1e pedi desculpas pela

respira3$o de :et1 Hsobretudo por"ue me dei*a louca, claroI, eleapenas sorriu e disse "ue :et1 n$o pode evitar, com suas



aden0ides. ($o sei o "ue são aden0ides, mas ac1o "ue vamoslevar :et1 para ser e*aminado. Qra3as a )eus pelos Qêmeos6lue Cross e :1ield, do seriado.

ma coisa continua me importunando, e por isso ane*ei

uma *ero* do cart$opostal "ue meu irm$o me mandou deCarson CitF pouco antes de morrer. ?le diz ali "ue tiveram umavan3o um avan3o espantoso, é o "ue diz na verdade com:et1. ?m letras mai9sculas, com um monte de pontos dee*clama3$o. &eja você mesma. -i"uei curiosa, naturalmente, epor isso l1e perguntei sobre o assunto "uando voltamos a nosfalar pelo telefone. Nsso deve ter sido no dia TU ou TV de jul1o, e

foi a 9ltima vez "ue falei com ele. 8 rea3$o dele foi muitoestran1a, muito diferente do "ue se esperaria de 6ill. m longosilêncio, e depois uma dessas risadas artificiais, fantasmag0ricas,81a1a1%/, "ue ficam bem por escrito, mas dificilmente soamcomo uma risada mesmo, a n$o ser em co"uetéis c1atos. Jamaisouvi meu irm$o rir assim na vida dele.

6em, 8ud ele disse. 5alvez eu ten1a e*agerado

um pouco min1a rea3$o nesse caso.($o "uis me falar mais nada do assunto, mas "uando o

pressionei, me disse "ue :et1 pareceu mais inteligente, estarmais com eles, assim "ue entraram no Colorado o bastante paraverem as @oc1osas.

&ocê sabe "ue ele sempre adorou filmes e seriados defaroeste da 5& disse meu irm$o, e embora eu n$o soubesse

ent$o, agora sei.# jovem :et1 Qarin é louco por caub0is, patrul1as a

galope, vamos tocaiálos no desfiladeiro, essas coisas. 6ill disse"ue :et1 na certa sabia "ue n$o estava no verdadeiro &el1o#este, com todos a"ueles carros e campistas, mas o cenárioainda assim o dei*ava ligad$o/. -oi o "ue 6ill disse.

?u teria dei*ado por isso mesmo, se ele n$o parecesse

t$o estran1o e vago, t$o diferente de si, na verdade. 8gentecon1ece os seus, n$o con1ece' #u ac1a "ue con1ece. ? 6ill



sempre tin1a sido ou todo aberto e e*uberante, ou introvertidoe amuado. ($o 1avia muito meiotermo. ? nesse telefonemaparecia ser s. meio termo. Por isso insisti no assunto, coisa "uenormalmente n$o faria. )isse "ue um 8&8(R# ?:P8(5#:#

soava como um fato específico. ? aí ele disse "ue, bem, sim,tinha acontecido uma coisa, n$o muito longe de ?lF, umas daspoucas cidades mais ou menos grandes ao norte de >as &egas.Pouco depois de passarem por uma placa de sinaliza3$oindicando uma localidade c1amada )esespero H"ue nomessimpáticos eles têm por lá, devo dizer, fazem até a gente ficarlouca para visitarI, :et1 teve uma espécie de alucina3$o/. -oi o

"ue 6ill disse. ?stavam na @odovia WX, a via e*pressa, sem pedágio, "uando viram um imenso pared$o de terra = es"uerda, aosul da rodovia.

6ill ac1ou a"uilo meio interessante, mas s0. :et1, porém,"uando se virou para a"uele lado e viu, ficou louco. Come3ou asacudir os bra3os e tagarelar na"uela língua particular dele. Paramim, soa como uma voz numa fita tocada da frente para trás.

6ill, June e os dois fil1os mais vel1os conciliaram com ele,como sempre fazem a-iam "uando ele ficava e*citado ecome3ava a verbalizar, o "ue é raro mas n$o inaudito. &ocêsabe, coisas como :im, :et1, pode apostar, claro "ue éfantástico, :et1, e durante todo o tempo "ue faziam isso o talpared$o ia ficando cada vez mais longe. 8té "ue finalmente :et1 veja isto falou, n$o em balbucio, mas em inglês, alou

mesmo, e disse7 Pai, pára, volta. :et1 "uer ver montan1a. :et1 "uer

ver 2oss e >ittle Joe. 2oss e >ittle Joe, caso você n$o se lembre,s$o duas das principais personagens de Bonan-a*

6ill disse "ue foram as palavras mais concretas "ue :et1 já tin1a articulado em toda a sua vida, e o pouco tempo "uepassei com eles me 1avia convencido de como devia ser

e*traordinário ouvilo dizer tanta coisa em linguagem clara, deuma s0 vez. Mas*** 8&8(R# ?:P8(5#:#' ($o "uero ser



mes"uin1a nem nada, mas dificilmente foi o )iscurso deQettFsburg, foi' ($o pude concordar com ele ent$o, e n$o possoagora. (o postal, 6ill parece t$o entusiasmado "ue "uase deliraao telefone, parecia uma pessoavagem do filme /ampiro de

lmas* Mais outra coisa. (o cart$o, ele diz conto mais depois/,como se n$o pudesse esperar para desembuc1ar a coisa toda,mas ao telefone eu simplesmente tive de arrancála dele.?s"uisito%

6ill disse "ue o "ue aconteceu o fez lembrar uma vel1apiada sobre um casal "ue ac1a "ue o fil1o é mudo. 8l, um dia,"uando o menino já está mais ou menos com uns seis anos, fala

na mesa de jantar. Por favor, m$e, posso comer mais umaespiga de mil1o'/, diz. #s pais caem em cima dele e perguntampor "ue nunca falou antes. (unca tive nada pra dizer/, eleresponde. 6ill me contou a piada Heu já con1ecia, ac1o "ue daépoca em "ue "ueimaram Joana d!8rc na fogueiraI, e depois deude novo a"uela risada falsa de co"uetel, a1a1a1. Com isso "uisencerrar o assunto definitivamente. :0 "ue eu n$o ia dei*ar "ue

encerrasse. ? aí você perguntou a ele, 6ill' perguntei. Perguntei o "uê' Por "ue ele nunca falou antes. Mas ele ala*

Mas n$o assim* ?le n$o fala assim, e foi por isso "uevocê me mandou a"uele postal e*citado, certo' ?stava

ficando furiosa com ele, n$o sei por "uê, mas estava. ? ai,você perguntou a ele por "ue nunca antes tin1a juntado vinte outrinta palavras em inglês claro'

6em, n$o, n$o perguntei. ? n$o voltou' ($o o levou a )esespero, pra "ue ele

procurasse a -azenda Ponderosa, ou seja lá o "ue fosse' 8 gente realmente n$o podia fazer isso, 8ud ele

disse, depois de outro da"ueles longos silêncios.



?ra como esperar "ue um computador jogando *adrezprocessasse uma jogada difícil do adversário. ($o gosto de falarassim do meu irm$o, a "uem eu amava e de "uem vou sentirfalta pelo resto da vida, mas "uero "ue você entenda como foi

mesmo estran1a essa 9ltima conversa. 8 verdade' )ificilmenteera como estar falando com meu irm$o. ?u gostaria de podere*plicar por "ue era assim, mas n$o posso.

<ue "uer dizer com n$o podia1 perguntei. ($o podia "uer dizer n$o podia ele respondeu.

8c1o "ue estava meio puto comigo, mas n$o me incomodeiparecia mais ele mesmo, de "ual"uer modo. <ueria ter

certeza de "ue c1egaria a Carson CitF antes de escurecer, o "uen$o teríamos feito se eu tivesse voltado pra a"uela cidade "uetanto e*citou :et1. 5odo mundo ficou me dizendo "ue a @odoviaWX é trai3oeira depois do p4rdosol, e eu n$o "ueria colocarmin1a família numa situa3$o perigosa.

Como se estivesse atravessando o )eserto de Qobi, emvez da regi$o central de (evada.

? é isso aí. Conversamos mais um pouco e ent$o eledisse7 &ai com calma, baby, como sempre fez, e foi a 9ltimacoisa "ue ouvi dele em toda min1a vida... neste mundo, pelomenos. 8penas vai com calma, baby, e depois desapareceu pelocano da arma de algum viajante imbecil. 5odos eles, menos :et1.8 polícia ainda n$o foi capaz se"uer de identificar o calibre dasarmas "ue usaram, eu l1e contei' 8 vida é t$o inacabada, em

compara3$o com os livros e filmes% Como a porra de umasalada*

Mesmo assim, essa 9ltima conversa me persegue. Mais"ue "ual"uer outra coisa, continuo voltando ="uela est9pidarisada de co"uetel. 6ill meu 6ill jamais riu assim em suavida.

5ambém n$o fui a 9nica "ue notou "ue ele estava meio

lelé. # amigo dele, Joe, na casa de "uem estavam 1ospedados,disse "ue toda a am3lia parecia desligada, com e*ce3$o de :et1.



5ive uma conversa com ele na funerária, en"uanto 2erbassinava os formulários de transferência. Joe disse "ue ficouimaginando se eles tin1am algum vírus ou resfriado.

Menos o pe"ueno disse. ?sse tin1a muita

energia, ficava sempre na cai*a de areia lá fora, com seusbrin"uedos.

5udo bem, já escrevi bastante provavelmente demais.Mas pense nisso tudo, por favor. 6ote seu cérebro criativo parafuncionar, por"ue N::# ?:5Y M?:M# M? @#?()#% -alar com2erb n$o adianta ele c1ama de dor deslocada. Pensei emconversar com J. Marinville, do outro lado da rua ele me

parece ao mesmo tempo bondoso e perceptivo , mas n$o ocon1e3o bem o bastante. Portanto, tem de ser você. ?ntende,n$o'

8mo você, menina J. :into saudades. ? =s vezes,sobretudo ultimamente, gostaria "ue f4ssemos jovens de novo,com todas as cartas ruins "ue a vida nos dá ainda bem no fundodo ma3o do baral1o. >embra como era na faculdade, "uando a

gente ac1ava "ue ia viver para sempre, e s0 nossas est9pidasmenstrua3;es nos pegavam de surpresa'

&ou parar, sen$o vou c1orar de novo.



%ap"tulo %inco

1

P R( (4 P4'! nu diante do espelho do banheironauela tarde, antes ue o mundo despencasse no inJernocomo um balde cu:a corda se partiu, %ollie 4ntra#iantomara trSs #randes decisKes. primeira era deiUar deandar com a barba por Jazer nos dias de semana. se#unda era parar de beber, pelo menos até reeuilibrarum pouco mais a vida F andava tomando porres demais,o bastante para deiU3<lo nervoso, e tinha de parar. terceira era parar de adiar a procura de um empre#o.-avia trSs empresas de se#uran5a na 3rea de %olumbus,

conhecidos seus trabalhavam em duas delas, e era hora decome5ar. Jinal, n)o tinha morridoO era hora de parar dechorar e tocar sua vida pra Jrente.

#ora, enuanto a casa de -obart ardia numcrepitante inJerno rua abaiUo, e os dois bizarros Jur#Kes seaproUimavam, sua Onica preocupa5)o era ape#ar<se a essa

vida. Mais ue todos, era o ve"culo ne#ro a raste:ar atr3s

do cor<de<rosa ue o #alvanizava, ue mobilizava cadainstinto para mudar<se imediatamente, talvez para aMon#&lia 4Uterior. @)o tinha mais ue um vislumbre,borrado pela chuva, das Ji#uras na toninha do Jur#)opreto, mas s& o Jur#)o :3 bastava. Parecia um carroJOnebre num Jilme de Jic5)o cient"Jica, pensou.



F Pra dentroZ F ouviu<se #ritando uma parte deleaparentemente ainda ueria continuar no comando. F

!odo mundo pra dentro, )á7

@esse ponto i#norava as pessoas amontoadas em volta do Jalecido carteiro e sua esposa em altos prantos Fa *ra. Heller, *usi, a ami#a de *usi, os =osephson, a *ra.Reed. escritor Marinville estava mais perto, mas %ollieo i#norou também. *ua aten5)o reduzia<se aos ue seachavam na Jrente do ban#al+ do Velho (outor$ Peter

=ac/son, os *oderson, a balconista da lo:a, o cabeludo da

caminhonete R0der e o pr&prio Velho (outor, ue seaposentara da proJiss)o no ano anterior sem a m"nimaidéia de ue o a#uardava uma coisa da3uelas.

A ;á7 F #ritou %ollie na cara molhada,bouiaberta e meio bSbeda de Har0. @auele momento,tinha vontade de matar o cara, simplesmente arrast3<lo emat3<lo, atear<lhe Jo#o ou ualuer coisa assim. F <ntrena porra da C&S&7

]s suas costas, ouviu Marinville #ritar a mesmacoisa, embora provavelmente se reJerisse Y casa dos%arver.

F Gue... F come5ou Marielle, aproUimando<se domarido ent)o olhou além de Har0 e arre#alou os olhos.

evou as m)os de dedos abertos aos dois lados dorosto, abriu a boca, e por um alucinado momento %ollieesperou ue Josse cair de :oelhos e p+r<se a cantarDMamm0E como l =olson. 4m vez disso, ela deu umberro. 4 como se os atacantes s& esperassem isso,come5ou a Juzilaria, eUplosKes brutas, compactas, uenin#uém conJundiria com trovKes.

cara hippie a#arrou Peter =ac/son pelo pulsodireito e tentou arrast3<lo para lon#e da esposa morta.



Peter n)o ueria lar#3<la. %ontinuava uivando, e pareciacompletamente alheio ao ue ocorria Y sua volta. uviu<seum %<BM, ensurdecedor como dinamite, se#uido do

barulho de vidro uebrado. m %<BM ainda mais alto,se#uido de um #rito a#udo de medo ou dor. %ollieapostava no medo... pelo menos desta vez. m terceiroestampido, e o pastor alem)o de cer[mica de Billin#sle0sumiu das pernas para cima. porta da Jrente do Velho(outor estava aberta, por tr3s da porta de tela com um -ornamental em arabesco no meio. uele buraco ne#ro

retan#ular F uma abertura ue podia levar a uma cavernase#ura F parecia a mil uil+metros de dist[ncia.%ollie correu primeiro para Peter, sem nenhuma

idéia de bravura seuer lhe passar pela mente Joi apenaspara onde correu primeiro. utro estampidoensurdecedor, e ele encolhia as costas e n3de#as contraum tiro potencialmente letal, embora a mente lheinJormasse ue auele, pelo menos, fora um trov)o. se#uinte n)o Joi. 2oi outra chicotada, %<BM, e elesentiu uma coisa abrir um sulco no ar ao lado da orelhadireita.

Primeira vez ue atiram em mim, pensou. @oveanos como policial antes ue me Jerrassem e me

mandassem embora F uatro uniJormizados, uatro Ypaisana, um de licen5a F e nunca nin#uém atirou emmim até a#ora.

utro estampido. ma das :anelas da sala de visitasde Billin#sle0 despeda5ou<se com a eUplos)o, enJunandoas cortinas brancas como bra5os de Jantasmas. rmas dis<paravam atr3s dele a#ora como artilharia, apenas bam"bam"

bam% e sentiu outra bala passar ueimando por perto, estaY esuerda de sua m)o, e um buraco ne#ro sur#iu ao lado



da :anela uebrada. Para %ollie, o buraco parecia um#rande olho espantado. se#uinte zuniu ao lado de suacoUa. 4le n)o acreditava ue n)o estava morto, simples<

mente n)o acreditava. *entiu o cheiro das telhas de cedroueimando e teve tempo de pensar nas tardes de outubropassadas no uintal com o pai, ueimando Jume#antesmontes arom3ticos de Jolhas secas.

%orria h3 horas, sentia<se como a porra de um patode cer[mica numa #aleria de tiros, e nem mesmo che#araainda até Peter =ac/son, ue porra estava acontecendo aliW

Juzilaria come5ou h3 cinco se#undos, inJormou<lhe o lado mais Jrio de sua mente. !alvez s& trSs. cara hippie ainda puUava o pulso de Peter, e a#ora

a #arota, %0nthia, Jazia o mesmo por cima da m)o dele.Mas %ollie via ue Peter lhes resistia ativamente. GueriaJicar com a mulher, ue escolhera um péssimo momentopara voltar para casa.

inda no impulso e podia ser muito r3pidouando ueria mesmoN, %ollie curvou<se e passou a m)opor baiUo da aUila do homem a:oelhado. Pode me chamarde rolo compressor, pensou. Peter debateu<se para tr3s,tentando impedir os trSs de arranc3<lo da mulher. m)ode %ollie come5ou a escorre#ar. h, Joda<se, ele pensou.

Gue se Jodam, todos n&s. (e leve.uviu outro #uincho Ys suas costas, na casa dos%arver. Pelo canto do olho, viu o Jur#)o cor<de<rosa, ue:3 passara por eles e #anhava velocidade, acelerandoladeira abaiUo rumo Y Rua dos =acintos.

A =ary7 F #ritou Peter. F <la está ferida7 F 4u Jico com ela, Pete, n)o se preocupe. 4u Jico

com elaZ F #ritou animado o Velho (outor, e emboran)o Jicasse com nin#uém na verdade passava correndo



pelo corpo esparramado de Mar0 sem seuer uma olhadar3pidaN, Peter assentiu com a cabe5a, parecendo aliviado.

2oi o tom, pensou %ollie. uele tom de louca

anima5)o. cara hippie a#ora a:udava mesmo, e n)oapenas tentava. *e#urava Peter pelo cinto, entre outrascoisas, e isso Juncionava melhor.

F :uda aui, merm)o F disse a Peter. F *& umpouco, vai. Peter i#norou<o. 2itava %ollie com uns olhosimensos, pasmos.

F 4le vai Jicar com ela, certoW Velho (outor.

Vai a:udar ela. F 'sso mesmoZ F #ritou %ollie. !entava conse#uir o mesmo tom de anima5)o

positiva do (outor F auele est"mulo ao doente no leito F e ouvia apenas terror. Jur#)o cor<de<rosa Joraembora, mas o ne#ro continuava ali, rodando deva#ar,uase parado. -avia também Ji#uras, luminosas, uaseJluorescentes, na torrinha.

F Billin#sle0... F disse.Marielle *oderson passou por ele, Y esuerda, como

um Jurac)o, uase estatelando<o, na corrida para a portada Jrente do Velho (outor. Har0 passou pela direita, domesmo :eito, dando um encontr)o com o ombro direito

na #arota da lo:a e Jazendo<a cair sobre um dos :oelhos.4la #ritou de dor, a boca descaindo em arco por tertorcido al#uma coisa, provavelmente o tornozelo. Har0nem seuer lhe deu uma olhada tinha os olhos noprSmio. #arota :3 estava de pé de novo, num piscar deolhos. inda tinha no rosto a careta de dor, mas a#arravacom vi#or o bra5o de Peter, tentando a:udar. %ollie

come5ava a #ostar dela, com ou sem os cabelosesuizoJrSnicos de duas cores.



s *oderson corriam. !inham levado um ou doisse#undos para captar o uadro #eral, mas sem dOvidaentendiam a#ora, via %ollie.

utro estampido. cabeludo #ritou de surpresa edor, a#arrando a perna direita. %ollie viu san#ue, de umaespantosa vividez no cinzento lusco<Jusco do temporal,escorrendo pelos dedos do cara. #arota Jitava<obouiaberta, os olhos arre#alados.

F 4stou bem F disse o hippie% recuperando oeuil"brio. F 2oi s& um arranh)o. Vai, vaiZ

Peter tomava pé por Jim, literal e metaJoricamente. F Gue porra... est3 acontecendoW F per#untou a%ollie. Parecia dro#ado. ntes ue %ollie pudesse dizeral#uma coisa, veio um disparo Jinal do Jur#)o ne#ro, como silvo, teria :urado, de uma #ranada de artilharia. Marielle*oderson, ue che#ara Y varanda Har0 :3 desapareceradentro da casa, nada cavalheiroN, #ritou e cambaleou delado contra a porta. bra5o esuerdo voou mole paracima. san#ue espadanou no revestimento de alum"nioda casa de (oc a chuva come5ou a lav3<lo emmembranas. %ollie ouviu a #arota da lo:a #ritar, e teve elemesmo vontade de #ritar. bala pe#ara Marielle noombro e arrancara uase inteiramente do corpo o bra5o

esuerdo, ue caiu para tr3s e Jicou balan5andoprecariamente de um reluzente n& de carne, onde haviauma verru#a. 4ra essa verru#a F uma :a5a ue Har0talvez houvesse bei:ado com amor em seus dias mais:ovens, menos amar#os F ue tornava a coisa de certaJorma real. 4la Jicou parada na entrada da casa, uivando, obra5o esuerdo pendendo do lado, como uma porta

arrancada de duas das dobradi5as. 4 atr3s dela, o Jur#)one#ro a#ora acelerava ladeira abaiUo, a toninha Jechando<



se. (esapareceu na chuva e nos rolos de Juma5a da casa vazia de -obart, onde o telhado a#ora dividia com asparedes sua d3diva de Jo#o.

2

!'@- M HR para onde ir.

]s vezes isso lhe parecia uma bSn5)o, outrasporue estendia tudo, mantinha auele :o#o inJernal emandamentoN, uma maldi5)o, mas, das duas maneiras, era oOnico motivo pelo ual ela ainda era ela mesma% pelo menosdurante parte do tempo o Onico motivo pelo ual n)oJora comida viva de dentro para Jora. %omo Jora -erb.@o Jim, porém, -erb pudera encontrar<se mais uma vez.

Pudera ser ele mesmo tempo suJiciente para ir até a#ara#em e meter uma bala na cabe5a.

Pelo menos, era o ue ela ueria acreditar. ]s vezes, no entanto, pensava diJerente. ]s vezes,

pensava nas noites intermin3veis antes do tiro na #ara#em,e via *eth em sua cadeira, a cadeira com os decalues docavalo e cavaleiro ue ela e -erb haviam posto, uandocompreenderam como o menino adorava os DRuestesE.*eth apenas Jicava ali sentado, i#norando tudo uepassava na !V menos os Jilmes de caub&i e de via#ensespaciais, uer dizerN, olhando para -erb com aueleshorr"veis olhos castanhos parecendo lama, os olhos deuma criatura ue vivera toda a vida num p[ntano. li

sentado na cadeira ue a tia e o tio haviam decorado comtanto amor nos distantes primeiros dias, ante de come5ar



o pesadelo. ntes ue eles soubessem ue come5ara, pelomenos. li sentado olhando para -erb, raras vezes paraela, pelo menos ent)o. lhando para ele. Pensando nele.

*u#ando<o até secar, como um vampiro num Jilme deterror. 4 era isso ue era, na verdade, auela coisa dentrode *eth, n)o eraW m vampiro. 4 a vida deles na Rua dos

Llamos era o Jilme. @a Rua dos Llamos, em nome de(eus, onde na certa ainda havia pelo menos um disco dos%arpenters em cada casa. Vizinhos simp3ticos, dauelaspessoas ue lar#avam tudo uando ouviam no r3dio ue a

%ruz Vermelha estava precisando de san#ue tipo , enenhum dos uais sabia ue udre0 Q0ler, a sosse#ada viOva ue morava entre os *oderson e os Reed, estrelavaa#ora seu pr&prio Jilme da -ammer.

@os bons dias, achava ue -erb, cu:o senso dehumor servira ao mesmo tempo de escudo e de chu5opara a coisa dentro de *eth, a#entara o tempo suJicientepara escapar. @os maus, achava ue isso era boba#em,ue *eth simplesmente usara tudo ue havia de utiliz3velem -erb e mandara<o para a #ara#em com um pro#ramade autodestrui5)o piscando na cabe5a, como um anOnciode néon de *chlitz na :anela de um bar.

Mas n)o era *eth, na verdade n)o o *eth ue Ys

vezes nos primeiros diasN os abra5ava e lhes dava unsbei:os de boca aberta ue pareciam bolhas de sab)oeUplodindo. D4u aub&iE, dizia de vez em uando, sentadona cadeira especial, as palavras sur#indo de seu balbucioem #eral ininteli#"vel e Jazendo<os achar, por mais depassa#em ue Josse, ue estavam conse#uindo al#umacoisa$ <u sou um caubBi. 4sse *eth Jora doce ador3vel n)o

apenas apesar do autismo, mas em parte devido a ele. 4sse*eth também Jora um ve"culo, porém como o san#ue



contaminado ue ao mesmo tempo nutre e transporta um v"rus.

v"rus F o 0ampiro F era !a/. m presentinho

do Hrande (eserto mericano. *e#undo Bill, a Jam"liaHarin n)o retornara a (esespero, n)o parara parainvesti#ar o ue havia atr3s dauele pared)o de terra uetinham visto da estrada, a encosta ue eUcitara *eth osuJiciente para ele transcender brevemente seu balbuciohabitual e Jalar em in#lSs claro. & gente realmente n!o podia

faer isso% &ud% dissera Bill. ,ueria ter certea de 3ue chegaria a

Carson City antes de escurecer. Mas Bill mentira. 4la sabia, poruma carta ue recebera de um su:eito chamado llen*0mes.

*0mes, #e&lo#o de uma coisa chamada 4mpresa deMinera5)o !erra 2unda, vira a Jam"lia Harin a 8 de :ulhode 199, o mesmo dia em ue o irm)o de udre0 lheenviara o eUuberante cart)o<postal. *0mes #arantia uenada de muito interessante ocorrera, ue apenas levara osHarin Y borda da mina a céu aberto na verdade, entrarseria contra as re#ulamenta5Kes da M*-, dizia a cartaN eJizera uma peuena palestra de hist&ria, antes de mand3<los de volta Y estrada. 4ra uma boa hist&ria, ao mesmotempo chata e plaus"vel. udre0 n)o teria duvidado de

uma palavra dela em circunst[ncias comuns, mas sabiauma coisa ue o *r. llen *0mes, de (esespero. @evada,n)o sabia$ ue Bill ne#ara absolutamente ter parado l3.(issera apenas ue se haviam apressado, porue eleueria ter certeza de che#ar a %arson %it0 antes doescurecer. 4 se Bill mentira, n)o era poss"vel, até mesmoprov3vel, ue *0mes também mentisseW

=entiu sobre o 3u4J =entiu sobre o ueWPare% pai% 0olte. Seth 3uer 0er montanha.



Por 3ue 0oc4 mentiu pra mim% -illJ 4ra uma per#unta ue ela achava ue podia

responder$ Bill mentira porue *eth o fiera mentir. 4la

achava ue *eth provavelmente estava parado bem aolado do teleJone durante sua conversa com Bill, Jitandocom aueles olhos castanhos de lama, ue Jicariam melhordebaiUo de um toro num p[ntano, a criatura ue n)o maiso via como o pai. Bill s& pudera dizer o ue !a/ ueriaue dissesse, como uma pessoa ue Jala com uma armaapontada para a cabe5a. %ontara auelas mentiras toscas e

dera a risada artiJicial de couetel, ah<ah<ah. coisa em *eth acabara comendo -erb vivo, ea#ora tentava comS<la, mas ela era visivelmente diJerentede -erb, de uma maneira crucial$ tinha um lu#ar para ondeir. (escobrira<o talvez por acidente, talvez com a a:uda de*eth, o 0erdadeiro *eth, e s& lhe restava rezar para ue !a/:amais descobrisse o ue Jazia ou aonde ia. Gue omonstro :amais a se#uisse até seu abri#o.

4m maio de 19A8, uando tinha vinte e um anos eainda era udre0 Harin, ela e sua cole#a de uarto etambém a melhor ami#a, ent)o e sempreN, =anice Hoodlin,haviam passado um Jim de semana maravilhoso, muitoprovavelmente o mais perJeito Jim de semana de sua vida,

no hotel Mohon/ Mountain -ouse, no norte do estado de@ova \or/. via#em Jora presente do pai de =an, ue#anhara uma espécie de prSmio de vendas em dinheiro, daempresa onde trabalhava, e de uebra subira dois ou trSsde#raus na escada empresarial. *e a inten5)o dele Joradividir parte de sua Jelicidade, tivera um esplSndido SUitocom as duas :ovens.

@o s3bado dauele m3#ico Jim de semana, tinhamJeito um piueniue arrumado pela copeira numa



deslumbrante cesta com tampa Y moda anti#aN e andadodurante



horas, em busca do local perJeito onde se instalar.4m #eral, uando se Jaz isso, n)o se encontra o lu#ar, maselas tiveram sorte. 4ra um belo e meio a#reste prado

montanhSs, cheio de botKes<de<ouro, mar#aridas e rosassilvestres Jervilhava de abelhas borboletas brancasdan5avam no ar tépido como conJetes encantados ue:amais caem no ch)o. @uma das eUtremidades desseprado, havia uma peuena coisa eUcSntrica, em Jorma decOpula, =anice dissera ue a chamavam de folly% e ue haviadelas por todos os terrenos do Mohon/. 4ra coberta em

cima, para dar sombra e abri#o, mas aberta em todos oslados, para proporcionar ar e vista. s duas haviam comido uma enormidade, Jalado

outro tanto, e em trSs diJerentes momentos rido de talmodo ue as l3#rimas lhes escorriam pelo rosto. udre0achava ue :amais rira com tanta intensidade desde ent)o.@unca esueceu a lon#a e clara luz solar dauela tarde, ouos Jiapos brancos dan5antes ue eram as borboletas.

4ra a esse lu#ar ue retornava uando !a/ semostrava inteiramente no total comando de *eth. " é uese escondia, com uma =anice ue ainda era Hoodlin em

vez de %onro0, uma =anice ainda :ovem. ]s vezes Jalava a =anice de *eth, ue ele viera para Jicar, e ue nem ela nem

-erb tinham visto ou desconJiado pelo menos aprinc"pioN do ue eUistia dentro dele, olhando<os JiUo,arrebanhando a Jor5a dele Y espera do momento certo deaparecer. ]s vezes, nessas ocasiKes, Jalava a =an dasaudade ue sentia de -erb, ue vivia aterrorizada... uese sentia presa como uma mosca numa rede, ou um coiotecom a pata presa numa armadilha.

Mas essas conversas pareciam peri#osas, e elatentava manter<se lon#e delas. @a maioria das vezes,



apenas revivia as #ostosas inconseSncias dauele dia h3muito passado, uando Rea#an cumpria seu primeiromandato e se encontravam discos de vinil de verdade nas

lo:as. %oisas como se Ra0 *oames, o ent)o namorado de =an, seria ou n)o um amante atencioso um porco e#o"sta, =an comunicara na verdade trSs semanas depois, poucoantes de se despedir para sempre da mormacenta boaaparSncia de Ra0N, ue tipo de empre#os e uantos Jilhoselas teriam, e uem, em seu c"rculo de ami#os, ia ser omais bem<sucedido.

Perpassava tudo isso, enorme, mas t3cita F talvezn)o ousassem Jalar dela, para n)o arruin3<la F, a ale#riadelas nauele dia, pela nem notada saOde das :ovens, epelo amor das duas uma Y outra. 4ra nessas coisas, e n)oem seus problemas atuais, ue udre0 se concentravauando sentia !a/ enterrando<lhe suas presas invis"veismas estranhamente dolorosas, tentando alimentar<se dela.@o amor e luminosidade dauele dia ue Ju#ia, e até a#oraisso lhe dera socorro e abri#o.

té a#ora, continuava viva.Mais importante, até a#ora ainda era ela mesma.@o prado, a conJus)o e as trevas se dissolviam e

tudo Jicava claro: os cinzentos mourKes rOsticos ue

sustentavam o telhado da folly% cada um pro:etando suasombra Jina e precisa a mesa i#ualmente rOsticaN Y ual sesentavam em bancos de madeira opostos, uma mesa comJundos entalhes de iniciais, a maioria de namorados acesta de piueniue, a#ora posta no ch)o de t3buas, aindaaberta mas na verdade vazia, os utens"lios e embala#enspl3sticas de comida arrumados em ordem para a via#em

de volta ao hotel. 4la via os reJleUos dourados do sol nos



cabelos de =an, e uma linha solta na man#a esuerda dablusa. uvia cada #or:eio de cada p3ssaro.

*& uma coisa era diJerente de como Jora na

verdade. @a mesa, onde Jicara a cesta do piueniue até aterem rearrumado e posto de lado, havia um teleJone depl3stico vermelho. udre0 tivera um eUatamente i#ual aoscinco anos, e usava<o para bater lon#os e delirantes paposbobos cora uma invis"vel ami#uinha chamada Melissa*eetheart.

4m al#umas das visitas Y folly no prado, o teleJone

tinha impressa a palavra P\*^. 4m outras em#eral nos dias particularmente horr"veis, e havia muitosdesses ultimamenteN, ela via uma palavra muito mais curtae a#ourenta ali estampada$ o nome do vampiro.

4ra o !a/Jone, e :amais tocava. Pelo menos aindan)o. udre0 ima#inava ue, se al#um dia tocasse, seriaporue !a/ descobrira seu lu#ar secreto e se#uro. *etocasse, tinha certeza de ue ele estaria do outro lado. 4lapoderia continuar respirando e comendo durante al#umtempo, como -erb, mas seria seu Jim mesmo assim.

(e vez em uando, tentava Jazer o !a/Jonedesaparecer. correra<lhe ue se pudesse elimin3<lo,livrar<se dauela maldita coisa, talvez pudesse escapar para

sempre da criatura em sua vida na esuina da Rua dos Llamos. Mas n)o podia alterar a realidade do teleJone, pormais Jor5a ue Jizesse. coisa desaparecia Ys vezes, masnunca em sua vista nem uando pensava nela. *& uando,em vez disso, via o rosto risonho de =an dizendo<lhe ueYs vezes ueria pular nos bra5os de Ra0 *oames e su#ar orosto dele, e, Ys vezes F como uando o Jla#rara

Jurtivamente Jutucando o nariz F, ueria simplesmenteraste:ar para um canto e morrerN, e ent)o olhava de volta a



mesa e via sua superJ"cie vazia, o teleJonezinhodesaparecera. 'sso si#niJicava ue Tak Jora embora, pelomenos por enuanto, estava dormindo cochilando, pelo

menosN ou se retirara. 4m muitas dessas ocasiKes, ela voltava e encontrava *eth empoleirado no toalete,olhando<a com olhos entorpecidos e estranhos, mas deualuer modo reconhecivelmente humanos. o ueparecia, !a/ n)o #ostava de estar por perto uando seuanJitri)o evacuava os intestinos. @a opini)o de udre0,era um Jastio estranho e uase eUistencial, numa criatura

de t)o implac3vel crueldade.BaiUou os olhos ent)o e viu ue o teleJonedesaparecera.

evantou<se, e =an F a :ovem =an, ainda com osseios intatos F interrompeu o papo imediatamente eolhou para ela com olhos tristes.

F !)o cedoW F (esculpe F disse udre0, embora n)o tivesse a

menor idéia de ue era tarde ou cedo.*aberia uando voltasse e olhasse o rel&#io, mas

enuanto estivesse ali, toda idéia de rel&#io pareciarid"cula. prado ue Jicava na re#i)o montanhosa deMohon/ em maio de 19A8 era uma zona sem rel&#io,

aben5oadamente sem tiue<taue. F !alvez um dia vocS se livre pra sempre dauelemaldito teleJone e Jiue F disse =an.

F !alvez. *eria &timo.Mas seriaW *eria mesmoW 4la n)o sabia. 4 enuanto

isso, tinha um menino para cuidar. 4 outra coisa$ aindan)o estava inteiramente preparada para desistir, ue era o

ue si#niJicava passar a viver permanentemente em maiode 19A8. 4 uem sabia o ue sentiria sobre o prado



montanhSs se n)o pudesse mais deiU3<loW @essascircunst[ncias, seu para"so podia tornar<se seu inJerno.

Mas tudo estava mudando, e n)o para melhor. Por

eUemplo, !a/ n)o enJrauecia, como ela talvez tolamenteesperava, com a passa#em do tempo ao contr3rio,Jortalecia<se. !V repetia constantemente as mesmasJitas e seriados reciclados -onana% The Rifleman e

=otoops ''% claroN. !odos nos pro#ramas come5aram aparecer<lhe dema#o#os lun3ticos, vozes cruéis eUortandouma malta a#itada a uma a5)o indiz"vel. l#uma coisa ia

acontecer, e breve. !inha uase certeza disso. !a/plane:ava al#uma coisa... se é ue se podia dizer ueplane:ava, ou mesmo pensava. !alvez mudar Josse umapalavra muito amena. Parecia ue tudo ia virar de cabe5apara baiUo e de dentro para Jora, como acontece numterremoto. 4 se virasse, 3uando virasse...

F 2u:a F disse =an, os olhos brilhando. F Parede pensar nisso e a)a% ud. bra a porta da Jrente, uando*eth estiver dormindo ou ca#ando, e corra como o diabo.*aia de casa. *e aJaste da porra dauela coisa.

4ra a primeira vez na vida ue =anice se achava nodireito de lhe dar um conselho, e isso a chocou. @)o tinhaabsolutamente a menor idéia de como responder.

F 4u... vou pensar nisso. F Melhor n)o pensar muito, #arota... eu tenho asensa5)o de ue vocS :3 uase es#otou o seu tempo.

F !enho de ir.an5ou outro olhar perturbado Y mesa, para

certiJicar<se de ue o teleJone Pla0*/ool continuavaausente. %ontinuava.

F *im. !udo bem. !chau, ud. F voz de =anparecia vir de muito lon#e a#ora, e ela se esJumava como



um Jantasma. ] medida ue ia perdendo a cor, come5avaa parecer a mulher Y espera de ue ela a alcan5asse, umamulher de um seio s& e um ponto de vista estreito, muitas

vezes mesuinho. F Volte lo#o. Guem sabe a #enteconversa sobre Sergeant Pepper. F !udo bem. udre0 desceu da folly vendo a muralha de pedra ao

pé da montanha, com as rosas silvestres crescendo Y sua volta, as borboletas brancas Jazendo piruetas. trov)ocruzou ribombando o céu azul ba5o. (eus mandava um

pé<d73#ua das montanhas %ats/ills, e n)o era surpresanada t)o perJeito como auela tarde podia durar muitotempo. /ada dourado permanece... ue poeta disse issoW2rostW @)o importava. =anice Hoodlin %onro0 descobriraue era verdade, além de poético. 4 também, no devidotempo, udre0 Harin.

Virou<se para ver as nuvens de tempestade, mas em vez delas, sobre as %ats/ills, viu sua pr&pria sala de visitassu:a e precisando de limpeza, poeira sob todas as pe5as domobili3rio, cada superJ"cie de vidro manchada com marcasde dedos, #ordura de bolo, reJri#erante derramado, outudo isso :unto. ar recendia a suor e calor, massobretudo a espa#uete enlatado e hambOr#uer Jrito, ue

era s& o ue seu estranho pensionista parecia uerercomer.4la estava de volta.4 com Jrio. BaiUou os olhos para o pr&prio corpo e

viu ue vestia apenas bermuda e tSnis. Bermuda azul,claro, porue era o ue %assandra *t0les usava a maiorparte do tempo, e %assie era a Moto^op preJerida de

*eth. !inha as m)os, pulsos, tornozelos e panturrilhasimundos. blusa branca simples, sem man#as, ue pusera



nauela manh) antes ue a coisa assumisse o controledela entrara e sa"ra de si mesma desde ent)o, mas amaioria das vezes era !a/ no comando, diri#indo<a como

ao seu trenzinho elétricoN, a#ora achava<se :o#adaindiJerentemente no soJ3. s mamilos late:avam.4le Jez com ue eu me beliscasse mais uma vez, ela

pensou, andando até o soJ3 e pe#ando a blusa. Por uSWPorue %ar0 Ripton, o menino ue entre#ava o Shopper% a

vira nua da cintura para cimaW *im, talvez. Provavelmente.4ra va#o, como sempre, mas tinha bastante certeza de ue

Jora isso. !a/ se enJurecera... come5ara o casti#o... e ela seJora para lon#e, para aueles Jabulosos dias do passado. ssim ue ele entrara de novo no covil, para assistir maisuma vez ao seu maldito Jilme.

belisc)o assustou<a muito. dor Jora pior ueem outras vezes, para n)o Jalar das vis humilha5Kezinhas

F !a/ era um artista uando se tratava disso F, mas obelisc)o no mamilo tinha um n"tido aspecto seUual. 4havia a maneira como estava vestida... ou despida. %ada

vez mais !a/ Jazia<a tirar as roupas uando se zan#avacom ela, ou apenas se entediava. %omo se ele ou *eth, ouos doisN Ys vezes a visse como sua vers)o particular dadurona mas invariavelmente "nte#ra %assie *t0les. 4i,

#arotos, venham ver os peitinhos de sua Moto^oppreJeridaZ4la n)o tinha uase nenhuma intui5)o da rela5)o

entre o hospedeiro e o parasita, o ue piorava ainda maissua situa5)o. chava ue *eth se interessava muito maispor vaueiros do ue por peitos$ aJinal, s& tinha oito anos.Mas ue idade tinha a coisa dentro deleW 4 o ue uereriaW

-avia possibilidades, coisas muito além de beliscar, em



ue ela n)o ueria nem pensar. 4mbora, n)o muito antesde -erb morrer...

@)o. @)o ia pensar nisso.

4nJiou a blusa e Jechou os botKes, dando umaolhada no rel&#io no console da lareira. *& $1 =an tinharaz)o ao dizer t!o cedo. Mas o tempo sem dOvida mudara,com as %ats/ills ou sem elas. trov)o rolava, osrel[mpa#os Jaiscavam, e a chuva ca"a com tanta JOria ueparecia Juma5a.

!V estava li#ada no covil. Jilme, claro. Jilme

horr"vel, odioso. 4stavam na uarta c&pia de >s 2usticeiros.-erb trouUera a primeira para casa do !he Video %lip, noshoppin# center, mais ou menos um mSs antes de seusuic"dio. 4 esse Jilme anti#o Jora, de al#um modo ue elaainda n)o entendia, a pe5a Jinal do uebra<cabe5a, onOmero Jinal na combina5)o. ibertara !a/ de al#umamaneira... ou o concentrara% como uma lente de aumentoconcentra a luz e a transJorma em Jo#o. Mas comopoderia -erb saber ue isso ia acontecerW @a época, elesmal desconJiavam da eUistSncia de !a/. coisa andaratrabalhando em -erb, ela sabia a#ora, mas uase t)osilenciosamente uanto uma san#uessu#a numa pessoaabaiUo da linha d73#ua.

F Guer me eUperimentar, eriJeW F Ror0%alhoun come5ava a irritar<se. Murmurando baiUinho,sem saber ue o Jazia, udre0 disse$

F Por ue a #ente simplesmente n)o espera. 4pensa melhorW

F Por ue a #ente simplesmente n)o esperaW Fdisse =ohn Pa0ne, na !V. udre0 via a luz da tela

tremeluzindo no arco curvo entre os dois aposentos. F 4pensa melhorW



4la Joi nas pontas dos pés até o arco, enJiando ablusa no c&s da bermuda azul uma da mais ou menosuma dOzia, todas azul<escuras com tiras brancas nas

costuras laterais, pois certamente n)o havia escassez debermudas azuis na casa dos Q0lerN, e olhou para dentrodo covil. *eth estava sentado no soJ3, nu, a n)o ser porum su:o cal5)o dos Moto^ops. s paredes, ue -erbrevestira com painéis de madeira de pinho da melhorualidade, estavam todas perJuradas dos dardos ue *ethencontrara na oJicina da #ara#em. Muitas das t3buas de

pinho haviam rachado verticalmente. Presas nestas, empre#os batidos com Jor5a, viam<se Jotos ue *ethrecortara de v3rias revistas. maioria era de caub&is,

via:antes espaciais e F claro F Moto^ops. 4ntremeadoscom elas, v3rios desenhos do pr&prio *eth, a maioriapaisa#ens Jeitas com pincéis hidro#r3Jicos. @a mesa docaJé, deJronte dele, espalhavam<se copos su:os de espumado resto do leite achocolatado -ershe07s, ue era s& o ue*eth;!a/ bebia, e pratos amontoados de comida pelametade. !odas as preJeridas de *eth$ espa#uete ehambOr#uer %heJ Bo0ardee, talharim %heJ Bo0ardee esopa de tomate com #randes nacos de hambOr#uerdespontando do l"uido #elatinoso, como calcinados at&is

do Pac"Jico onde se haviam testado #era5Kes de bombasat+micas.*eth tinha os olhos abertos mas vazios F tanto ele

uanto !a/ tinham ido embora, sem dOvida, talvezrecarre#ando as baterias, talvez dormindo de olhosabertos, como um la#arto numa pedra uente, talvezapenas curtindo o maldito Jilme, de al#uma Jorma

proJunda e elemental ue udre0 :amais compreenderia.u uereria. pura verdade é ue estava ca#ando para



onde ele F a coisa F Jora. inda Jaltavam uns vinteminutos para acabar a zilionésima eUibi5)o de >s 2usticeirosna casa Q0ler, e udre0 achava ue podia contar pelo

menos com esse tempo. !empo para um sandu"che euem sabe al#umas linhas no di3rio ue !a/, se um diadescobrisse, talvez a matasse por manter.

Mu)a. Pare de pensar nisso e a:a, &ud.4la parou no meio da sala de visitas, esuecidos

temporariamente o salame e a alJace na #eladeira. vozera t)o clara ue por um momento n)o pareceu de modo

al#um vir de sua mente. Por um momento, udre0convenceu<se de ue =anice de al#um modo a se#uira na volta de 19A8, estava realmente na sala com ela. Masuando se virou, os olhos arre#alados, n)o havia nin#uém.*& as vozes da !V, Ror0 %alhoun dizendo a =ohn Pa0neue o tempo de conversa acabara. =ohn Pa0ne dizendo$DBem, bem, se é assim ue vocS uer.E o#o, lo#o, ^aren*teele ia correr para o meio dos dois, #ritando<lhes ueparassem com auilo, simplesmente parassem. *eria mortapor uma bala da arma de Ror0 %alhoun, destinada a =ohnPa0ne, e em se#uida come5aria a Juzilaria Jinal. %<P e%<PM até o Jim.

@in#uém ali, s& ela e os ami#os mortos na !V.

&bra a porta da frente e simplesmente corra como o diabo.Guantas vezes pensara nissoW Mas tinha de pensarem *eth ele era t)o reJém uanto ela, e talvez mais. Podiaser autista, mas ainda era um ser humano. @)o lhea#radava pensar no ue !a/ poderia Jazer com ele, seJosse contrariado. 4 *eth ainda esta0a ali, inteiro F elasabia. s parasitas se alimentam de seus hospedeiros mas

n)o os matam... a n)o ser de prop&sito. Porue est)oputos, talvez.



!ambém tinha de pensar em si mesma. =anice podiaJalar em Ju#ir, simplesmente abrir a porta e Ju#irdesesperadamente, mas o ue talvez n)o entendesse era

ue se !a/ a pe#asse, antes de conse#uir Ju#ir, certamentea mataria. 4 se saQsse de casa, até onde teria de ir para Jicarem se#uran5aW outro lado da ruaW Jinal da uadraW

!erre -auteW @e -ampshireW MicronésiaW 4 mesmo naMicronésia, n)o achava ue conse#uisse esconder<se.Porue havia um elo mental entre eles. teleJonezinho

vermelho Pla0*/ool F o !a/Jone F provava isso.

*im, ueria sair. h, sim, muito. Mas Ys vezes odiabo conhecido era melhor ue o desconhecido.(iri#iu<se mais uma vez Y cozinha, e mais uma vez

parou, a#ora para olhar o :anel)o com sua vista da rua. chara ue a saraivada de chuva batia no vidro com Jor5asuJiciente para parecer Juma5a, mas na verdade a JOria datempestade :3 passara. ue via n)o apenas pareciaJuma5a era Juma5a.

%orreu até a :anela, olhou a rua, e viu a casa de-obart em chamas sob a chuva, mandando #randesnuvens brancas para o céu cinzento. @)o viu nenhum

ve"culo ou pessoas em volta da casa e a pr&pria Juma5aobscurecia<lhe a vis)o do menino e do cachorro mortosN,

e por isso olhou para a Rua do rso. nde estavam oscarros de pol"ciaW s bombeirosW @)o os via, mas viu obastante para JazS<la #ritar baiUinho entre as m)os F n)osabia como haviam che#ado ali F, enconchadas na boca.

m carro, o de Mar0 =ac/son, tinha certeza, no#ramado entre a casa dos =ac/son e a do Velho (outor, aJrente uase er#uida contra a cerca de estacas entre as

duas propriedades. !inha a mala aberta e a traseira pareciadestro5ada. @)o Joi o carro ue a Jez #ritar, porém. lém



udre0 deu uma olhada na uadra abaiUo, derepente certa de ue estava ima#inando tudo auilo, e uea realidade ia voltar ao seu lu#ar como um el3stico solto

assim ue ela visse a casa dos -obart em pé, intata. Mas acasa dos -obart continuava em chamas, ainda soltandoimensas nuvens brancas de Juma5a de cedro deJumado, euando ela olhou para a rua acima, continuou vendocad3veres. %ad3veres de seus vizinhos.

F coisa come5ou F sussurrou, e da toca atr3sdela, como uma maldi5)o horrivelmente presciente, Ror0

%alhoun berrou$ A ;amos 0arrer esta cidade do mapa7 Mu)a7% #ritou =an l3 atr3s, uma voz dentro de sua

cabe5a, e n)o da !V, mas i#ualmente ur#ente. Seu tempon!o está mais apenas 3uase esgotado% )á se esgotou7 Mu)a% &ud7Mu)a7 Corra7 Mu)a7

!udo bem. 'a abrir m)o de sua preocupa5)o com*eth e Ju#ir. 'sso poderia voltar para obcec3<la mais tarde

F, se hou0esse um mais tarde F mas por ora...an5ou<se para a porta da Jrente, e :3 estendia a

m)o para a ma5aneta uando uma voz Jalou Ys suascostas. Parecia a voz de uma crian5a, mas s& porue lheche#ava através das cordas vocais de uma crian5a. 2ora

isso, n)o tinha tom, n)o tinha amor, era medonha.Pior ue tudo, n)o era inteiramente desprovida dehumor.

F 4spera a", dona F disse !a/, a voz de *ethHarin imitando a de =ohn Pa0ne. F Por ue a #entesimplesmente n)o espera, e pensa melhorW

4la tentou #irar a ma5aneta da porta, para

eUperiment3<la pelo menos F :3 Jora lon#e demais para



voltar. 'a sair para a chuva Jorte e simplesmente correr.Para ondeW Gualuer lu#ar.

Mas, em vez de #irar a ma5aneta, a m)o caiu de

lado, oscilando como um pSndulo uase eUausto. 4mse#uida, viu<se virando, resistindo com toda sua vontademas ainda assim se virando, e encarando a coisa no arcoue dava para o covil... e pensou, considerando o uepassava a maior parte do tempo l3 dentro, ue co0il era apalavra eUata para o ue a sala se tornara.

4la voltara de seu lu#ar se#uro.

Gue (eus a a:udasse, voltara de seu lu#ar se#uro, eo dem+nio escondido dentro do Jilho autista de seu irm)omorto a pe#ara tentando Ju#ir.

*entiu !a/ raste:ando para dentro de sua cabe5a,assumindo o controle, e embora visse e sentisse tudo, n)opodia seuer #ritar.

3

=-@@\ M4RH- PR cima do corpo estirado, debru5os, da ami#a ruiva de *usi Heller, a cabe5a ressoandode uma bala ue lhe passara #ritando pelo ouvidoesuerdo... e realmente parecia #ritar. cora5)o disparavano peito como um coelho. Jastara<se o bastante nadire5)o da casa dos %arver para ser apanhado numaespécie de terra de nin#uém onde os dois Jur#Kes abriamJo#o, e sabia ue era eUtremamente aJortunado por ainda

continuar vivo. Por um momento, l3, uase Jicara parali<sado, como um animal surpreendido por dois Jar&is se



aproUimando. 4nt)o a bala F uma coisa ue parecia dotamanho de uma l3pide de cemitério F lhe passara peloouvido e ele se#uira para a porta aberta da casa dos

%arver, cabe5a baiUa e bra5os bombeando. vidasimpliJicara<se de Jorma impressionante. 4suecera*oderson e sua lasciva eUpress)o de cumplicidade meiobSbeda, esuecera a preocupa5)o por =ac/son n)operceber ue sua recém<Jalecida esposa vinha voltandopara casa, aparentemente, de um daueles interlOdiossobre os uais se compunham mOsicas Gestem"country%

esuecera 4ntra#ian. Billin#sle0, todos eles. *eu Onicopensamento Jora ue ia morrer na terra de nin#uém entreas duas casas, assassinado por psic&ticos ue usavamm3scaras e apetrechos estranhos e brilhavam comoespectros.

#ora estava num corredor escuro, simplesmenteJeliz por perceber ue n)o molhara a cal5a, nem coisapior. Hente #ritava em al#um lu#ar l3 atr3s. @a parede,

via<se um :Ori de Ji#urinhas de porcelana de -ummel. !inham sido postas em peuenas cantoneiras... e os%arver pareciam t)o normais em outros aspectos, pensou.P+s<se a dar risadinhas e apertou a palma de uma dasm)os sobre os l3bios para abaJar o som. (ecididamente

n)o era uma situa5)o para risadinhas. *entiu um #osto napele, s& o #osto de seu pr&prio suor, claro, mas por ummomento pareceu uase um #osto de UoUota, e ele securvou, certo de ue ia vomitar. %ompreendeu ue uasecertamente desmaiaria se o Jizesse, e esse pensamentoa:udou<o a controlar o "mpeto. !irou a m)o da boca, eisso a:udou mais ainda. !ambém n)o sentia mais vontade

de rir, o ue na certa era bom. F Meu pai7 F 4llen %arver uivava atr3s dele.



=ohnn0 tentou lembrar<se se al#uma vez na vida Fno Vietn), por eUemplo F ouvira um lamento t)o aJlito,penetrante, sair de uma #ar#anta :ovem assim, e n)o

conse#uiu. A =<? P&7 F %orra, uerida.4ra a recém<viOva Pie F (avid sempre a chamara

assim. inda aos solu5os ela pr&pria, mas :3 uerendoconsolar. =ohnn0 Jechou os olhos, tentando assim livrar<sede tudo auilo, e, ao contr3rio, sua hedionda mem&ria

mostrou<lhe o ue ele acabara de passar por cima F na verdade mergulhar por cima. ami#a de *usie Heller. maruivinha, eUatamente como a da tira de uadrinhos dosPeanuts.

@)o podia deiU3<la ali Jora. Parecia t)o mortauanto Mar0 e o pobre velho (ave, mas ele saltara porcima dela como por cima de uma Jo#ueira, o ouvido

vibrando da bala ue passara perto e os ba#os t)o duros eencolhidos como dois caro5os de cere:a, um estado emue n)o se podia Jazer um dia#n&stico sensato.

briu os olhos. ma mocinha de -ummel, detouca e com um ca:ado de pastora, Jazia<lhe um convitede lou5a. 4i, maru:o, n)o uer desJiar uma l)zinha

comi#oW =ohnn0 encostava<se na parede, apoiado nosantebra5os. ma das outras Ji#urinhas de -ummel ca"rada peuena cantoneira e :azia em cacos a seus pés. =ohnn0sup+s ue ele mesmo a derrubara uando se esJor5avapara n)o vomitar e tirar auele terr"vel Jecho da piada Fn)o sei uanto aos outros dois, mas o cara do meio parece

Qillie @elson F da cabe5a.

lhou deva#ar para a esuerda, ouvindo ran#eremos tendKes do pesco5o, e viu ue a porta de entrada dos



%arver ainda estava aberta. de tela continuavaentreaberta a m)o da ruiva, branca e im&vel como umaestrela<do<mar :o#ada numa praia, Jicara presa nela. 2ora,

o ar era cinzento da chuva, ue ca"a com um chiadoconstante, como o maior Jerro a vapor do mundo. 4lesentia o cheiro da #rama, como um doce perJumemolhado. !emperado com uma pitada de Juma5a decedro. Gue (eus aben5oe o rel[mpa#o, pensou. casaem chamas traria a pol"cia e os bombeiros. Mas porenuanto...

#arota. ma #arotinha ruiva, como a paiU)o de%harlie Bron. =ohnn0 saltara direto por cima dela,tomado pelo impulso ce#o de salvar o pr&prio rabo.%ompreens"vel no calor do momento, mas n)o podiadeiU3<la dauele :eito. *e uisesse dormir Y noite.

ndou para a porta. l#uém o a#arrou pelo bra5o.4le virou e viu a cara atenta e medrosa de (ave Reed, o#Smeo de cabelos escuros.

F @)o F disse (ave, num sussurro rouco deconspirador. pomo<de<ad)o subiu e desceu na #ar#antacomo uma coisa num sulco. F @)o Ja5a isso. *r.Marinville, eles podem ainda estar l3 Jora. senhor vaiatrair o Jo#o.

=ohnn0 olhou a m)o em seu bra5o, p+s a sua sobreela, e com delicadeza mas decis)o retirou<a. tr3s de(ave, viu Brad =osephson observando<o. !inha o bra5opassado pela consider3vel cintura da mulher. Belindaparecia tintar de Jrio da cabe5a aos pés, e havia muita coisanela para tiritar. 3#rimas escorriam pelas suas Jaces,deiUando reluzentes Jios escuros.

F Brad F disse =ohnn0. F Ponha todo mundoue est3 aui na cozinha. !enho certeza de ue é o



c+modo mais lon#e da rua. *ente todos no ch)o, est3bemW

4mpurrou de leve o #aroto Reed para auele lado.

(ave Joi, mas deva#ar, sem nenhum ritmo no andar. Para =ohnn0, parecia um brinuedo de corda com as en#rena<#ens enJerru:adas.

F BradW F !udo bem. @)o v3 deiUar ue estourem sua

cabe5a, a#ora. =3 teve o bastante disso ho:e. F @)o vou deiUar. 4stou li#ado nela.

F %uide de ue ela Jiue li#ada a vocS. =ohnn0 viu Brad, Belinda e (ave Reed cruzarem ocorredor em dire5)o aos outros F na penumbra, n)opassavam de sombras amontoadas F e depois virou<separa a porta de tela. Viu ue havia um buraco do tamanhode um pulso no painel de cima, com pontas de telaras#ada enrolando<se nas bordas. ma coisa maior do uelhe a#radava pensar do tamanho de uma l3pide decemitério, talvezN passara por ali, mila#rosamente n)oacertando os vizinhos amontoados... ou assim eleesperava. @enhum deles #ritava de dor, pelo menos. Mas,puUa, ue era, em nome de (eus, ue os caras dos Jur#Kestinham atiradoW ue era dauele tamanhoW

%aiu de :oelhos e arrastou<se para o ar Jrio e Omidoue entrava pela porta de tela. Para auele cheiro #ostosode chuva e #rama. Guando che#ou o mais perto uepodia, com o nariz uase na tela, olhou para a direita edepois para a esuerda. ] direita, tudo bem F podia veruase até a esuina, embora a pr&pria Rua do rsoestivesse perdida na neblina da chuva. @ada ali F

nenhum Jur#)o, alien"#enas, loucos vestidos comoreJu#iados do eUército de *toneall =ac/son. Viu sua



pr&pria casa ao lado lembrou<se de si mesmo tocando seu viol)o e entre#ando<se Ys suas velhas Jantasias Jolcl&ricas. errante =ac/ Marinville, sempre a caminho do pr&Uimo

horizonte com auelas suas sedentas botas 4ric ndersen,em busca das violetas da aurora. Pensava no viol)o a#oracom uma saudade t)o a#uda uanto inOtil.

vis)o Y esuerda n)o era t)o boa péssima, na verdade. cerca de estacas e o umina batido de Mar0bloueavam ualuer perspectiva importante ladeiraabaiUo. l#uém F um Jranco<atirador conJederado,

di#amos F podia estar acocorado uase em ualuerparte ali embaiUo, Y espera do pr&Uimo bom alvo. mescritor li#eiramente #asto, com um monte de Jantasiasbaratas ainda chacoalhando na cabe5a, daria um bom alvo.@a certa n)o havia nin#uém l3, claro F eles sabiam ueos policiais e os bombeiros iam che#ar a ualuer minuto,e deviam ter<se escaJedido F, mas, na certa% s&, n)oparecia o suJiciente nas circunst[ncias. Pois nenhuma dascircunst[ncias Jazia sentido.

F *enhoritaW F disse ao bolo espalhado decabelos ruivos no outro lado da porta de tela. F 4i,senhoritaW 4st3 me ouvindoW F 4n#oliu em seco e ouviuum cliue alto na #ar#anta. ouvido n)o mais #ritava,

mas continuava um constante zumbido l3 dentro. Passou<lhe pela cabe5a ue ia viver um bom tempo com auilo. F *e n)o pode Jalar, meUa os dedos.

@)o houve nenhum som, e os dedos da #arota n)ose meUeram. 4la parecia n)o respirar. 4le via a chuvaescorrendo pela pele p3lida da ruiva entre a al5a do bustiSe o c&s da bermuda, porém nada mais parecia mover<se.

*& os cabelos pareciam vivos, eUuberantes e vibrantes, uns



dois tons mais escuros ue laran:a. Hotas d73#uadeslizavam por eles como minOsculas pérolas.

trov)o voltou a ribombar, menos amea5ador

a#ora, aJastando<se. 4le estendia a m)o para a porta detela uando se ouviu um estampido muito mais alto. Para =ohnn0, pareceu uma espin#arda de peueno calibre, e elese :o#ou no ch)o.

F 2oi s& uma telha, acho F sussurrou uma voz detr3s, e ele deu um #rito de surpresa.

Virou<se e viu Brad =osephson atr3s.

!ambém en#atinhando. branco dos olhosbrilhava mais no rosto escuro. F Gue porra est3 vocS Jazendo auiW F

per#untou =ohnn0. F Patrulha de (ivers)o dos Brancos F disse

Brad. F l#uém tem de cuidar pra ue vocSs n)o sedivirtam demais$ Jaz mal pro cora5)o.

F chei ue vocS ia levar o resto deles pracozinha.

F 4 é l3 ue eles est)o F disse Brad. F*entadinhos no ch)o, numa Jila arrumada. %ammie Reedtentou o teleJone. 4st3 mudo, eUatamente como o seu. @acerta o temporal.

F Tééé, na certa.Brad olhou a massa de cabelos ruivos na varanda dacasa dos %arver.

F 4la também est3 morta, n)o est3W F @)o sei. cho ue sim, mas... vou empurrar a

porta de tela, tentar me certiJicar. l#uma ob:e5)oW4sperava ue Brad dissesse porra, sim, Jazia

ob:e5Kes, todo um maldito li0ro cheio delas, mas eleapenas balan5ou a cabe5a.



F Melhor continuar a#achado enuanto eu Ja5oisso F disse =ohnn0. F ] direita, est3 tudo bem, mas Yesuerda n)o posso ver além do carro de Mar0.

F Vou Jicar mais achatado ue uma cobra numaprensa mec[nica. F 4spero ue nunca v3 a nenhum dos semin3rios

liter3rios ue eu Ja5o F disse =ohnn0. F 4 cuidado comesses cacos de lou5a, n)o v3 cortar a m)o.

F V3 F disse Brad. F *e vai Jazer isso, Ja5a lo#o. =ohnn0 abriu a porta. -esitou, n)o sabendo como

prosse#uir, depois tomou a m)o estrela<do<mar da #arotaJria e procurou o pulso. Por um momento, nada, masent)o...

F cho ue est3 vivaZ F sussurrou para Brad. voz saiu en#as#ada de emo5)o. F cho ue sinto opulsoZ

4suecendo ue ainda podia haver #ente comarmas Y espreita ali Jora na chuva, =ohnn0 escancarou aporta de tela, a#arrou um punhado dos cabelos da #arota elevantou a cabe5a. Brad acotovelava<se com ele a#ora naentrada$ =ohnn0 ouvia a respira5)o oJe#ante dele, sentiacheiro de suor misturado com lo5)o de barba.

rosto da #arota veio, s& ue n)o de Jato, porue

n)o havia rosto al#um. 4le s& viu uma dilacerada massa vermelha, e um buraco preto ue Jora a boca. 4mbaiUo,uns pontos brancos ue a princ"pio :ul#ou ser arroz. "compreendeu ue eram os dentes, o ue restara deles. sdois #ritaram em perJeita harmonia de soprano, o de Brada varar como um chu5o o ouvido :3 tinindo de =ohnn0. dor pareceu ir direto ao centro dele.



F Gue JoiW F #ritou %ammie Reed, de tr3s daporta de vaivém ue dava para a cozinha. F i, meu(eus, ue Joi ue aconteceu a#oraW

F @ada F eUclamaram os dois, também :untos, eent)o se entreolharam. rosto de Brad =osephson Jicarade uma estranha cor cinzenta.

F @)o saia da" F #ritou =ohnn0. Gueria #ritarmais alto, mas parecia n)o conse#uir nenhum verdadeiro

volume na voz. F 2iue na cozinhaZPercebeu ue ainda se#urava os cabelos da #arota

morta. 4stava enrascado, como uma espon:a de palha dea5o desJiada...@)o, pensou Jriamente. @)o como uma palha de

a5o. %omo um escalpo seria mais parecido, um escalpohumano.

2ez uma careta a essa idéia e abriu os dedos. rosto da #arota caiu de volta na varanda de concreto comum estalo molhado ue ele teria dispensado. seu lado,Brad #emia, e apertou a parte interna do antebra5o contraa boca para abaJar o som.

=ohnn0 puUou a m)o, e uando a porta de tela seJechou, :ul#ou ver um movimento do outro lado da rua,na casa dos Q0ler. m vulto passando na sala de visitas,

atr3s da moldura da :anela. Mas n)o podia se preocuparcom pessoas ali, a#ora. @o momento, estava apavoradodemais para se preocupar com ualuer pessoa, inclusiveele mesmo.

ue ueria F a Onica coisa no mundo ue ueriade fato% parecia F era ouvir o barulho dos carros de pol"ciae bombeiros che#ando.

uvia apenas o trov)o, o crepitar do Jo#o na casados -obart e o assobio da chuva caindo.



F ar#a... F come5ou Brad, depois parou e Jezum barulho de en#as#o, al#uma coisa entre [nsia de

v+mito e uma en#olida em seco. F ar#a ela.

*im. Gue mais, pelo menos por ora, havia a JazerW%ome5aram a recuar pelo sa#u)o, de uatro. =ohnn0 Joi de marcha Y ré primeiro, depois #irou, ro5andocom os mocassins os cacos das Ji#urinhas de -ummelca"das. Brad :3 passara a porta para a sala de :antar dos%arver e uase che#ava Y cozinha onde sua mulher,também de :oelhos, esperava por ele. consider3vel

traseiro de Brad balan5ando de um lado para outro seriaconsiderado c+mico em outras circunst[ncias. l#uma coisa atraiu o olhar de =ohnn0 e ele parou.

-avia uma peuena mesa decorativa perto da porta dasala de :antar, onde (avid %arver :amais presidiria outro:antar de peru de 5)o de Hra5as ou de #anso de @atal. mesinha estivera carre#ada, puUa, com uma dezena oumais de Ji#urinhas de -ummel. @)o estava de pé, masencostada na parede Y direita da porta, como um bSbadocochilando encostado num poste de luz. ma das pernasJora ceiJada. s pastoras, leiteiras e :ovens camponeses:aziam ca"dos a#ora de costas ou de bru5os, e havia outroscacos de porcelana debaiUo da mesa, onde um ou mais

tinham ca"do e se espatiJado. 4ntre os peda5os pintados, via<se outra coisa, uma coisa preta. @a escurid)o, =ohnn0tomou<a primeiro pelo cad3ver de um imenso besouromorto. utro passo de rastos aJastou<o dessa idéia.

Virou o rosto para tr3s, para olhar o buraco dotamanho de um punho no painel de cima da porta de tela.*e uma bala Jizera auilo, ao percorrer a Oltima parte da

tra:et&ria de descida...



!ra5ou o curso ue essa bala hipotética teriatomado e viu ue, sim, podia ter decepado a perna damesa, derrubando a pr&pria mesa e deiUando<a nauela

posi5)o inclinada de bSbeda surpresa. 4 depois, tendoperdido a Jor5a, ca"raW =ohnn0 enJiou a m)o no amontoado de cacos de

porcelana, esperando n)o se cortar a m)o tremiaterrivelmente, e a concentra5)o n)o a JirmavaN, e pe#ou oob:eto ne#ro.

F Gue Joi ue achouW F per#untou Brad,

raste:ando para ele. F Brad, volte :3 pra c3Z F sussurrou Belinda,Juriosa.

F %ala a boca F respondeu<lhe Brad. F Gue Joiue vocS achou a", =ohnW

F @)o sei F ele disse, e er#ueu a coisa. =ul#ava saber% na verdade soubera t)o lo#o conclu"ra

n)o serem os restos de al#um estranho besouro de ver)o.Mas n)o se parecia com nenhuma bala ue :3 vira em sua

vida. @)o Jora a ue tirara a vida da #arota, isso pareciacerto teria Jicado achatada e torta, disJorme. uela coisaparecia n)o ter seuer um arranh)o, embora tivesse sidodisparada, atravessado um painel da porta de tela e

decepado a perna de uma mesa. F (eiUa eu ver F disse Brad. mulher raste:ara para o lado dele e olhava por

cima de seu ombro. =ohnn0 deiUou<a cair na p3lida palma de Brad, um

cone preto de uns vinte cent"metros de comprimento, daponta, ue parecia aJiada o bastante para cortar pele, até a

base circular. 'ma#inava ue tinha uns seis cent"metros dedi[metro no ponto mais lar#o. 4ra de s&lido metal preto,



e sem ualuer marca, até onde =ohnn0 podia ver. @)otinha c"rculos concSntricos #ravados na base, nem marcade percuss)o nem o Juro brilhante do percussor da arma,

ali3sN, nem nome de Jabricante, nem #rava5)o de calibre.Brad olhou<o. F Gue diabo é issoW F per#untou, parecendo t)o

perpleUo uanto =ohnn0 se sentia. F (eiUa eu ver F disse Belinda, em voz baiUa. F

Meu pai me levava pra atirar, e eu era uma boa a:udantemirim, pra recarre#ar. Me dS aui.

Brad passou o ob:eto para ela. Belinda #irou o conede metal entre os dedos, aproUimou<o dos olhos. trov)o ru#iu l3 Jora, o estampido mais a#udo nos Oltimosminutos, e todos se sobressaltaram.

F nde vocS achou issoW F ela per#untou a =ohnn0.

4le apontou para o monte de cacos de porcelanaesparramados embaiUo da mesa inclinada.

F TééW F 4la parecia cética. F %omo é ue n)oatravessou a paredeW

#ora ue ela Jizera a per#unta. =ohnn0 percebiaue era das boas mesmo. pro:étil atravessara uma tela euma Jr3#il perna de mesa por ue n)o entrara na parede,

deiUando apenas um buraco para tr3sW F 4u nunca vi nada i#ual a esta #racinha em minha vida F disse Belinda. F %laro, n)o vi tudo% lon#e disso,mas posso dizer ue isso n)o saiu de uma pistola, nem deespin#arda ou escopeta.

F %ontudo, era com escopetas ue eles estavamatirando F disse =ohnn0. F 4scopetas de cano duplo.

!em certeza de ue isso n)o podia...



F @)o sei nem como isso Joi lan5ado F ela disse. F @)o tem nenhuma espoleta no Jundo, com certeza. 4é t)o pesadona. Parece a idéia ue um menino Jaz de uma

bala. porta de vaivém entre o corredor e a cozinha seabriu, batendo contra a parede e assustando<os ainda maisue o trov)o. 4ra *usi Heller. !inha o rostohorrivelmente l"vido, e para =ohnn0 parecia velh"ssimacom seus onze anos

F !em al#uém #ritando a" do lado, na casa de

Billin#sle0 F disse. F Parece uma mulher, mas é diJ"cildizer. 4st3 assustando as crian5as. F !udo bem, uerida F disse Belinda. Parecia

perJeitamente calma, e =ohnn0 a admirou por isso. F #ora volte pra cozinha. #ente vai pra l3 num se#undo.

F nde est3 (ebbieW F per#untou *usi. *ua vis)odo corredor até a varanda era misericordiosamentebloueada pelos volumosos corpos dos =osephson. F*er3 ue Joi pra casa vizinhaW chei ue ela estava bematr3s de mim. F 2ez uma pausa. F @)o acham ue é elaue est3 #ritando, achamW

F @)o, eu sei ue n)o F disse =ohnn0, e Jicouassustado ao descobrir<se mais uma vez a ponto de cair

numa louca risada. F #ora v3, *uze.4la voltou para a cozinha, deiUando a porta Jechar<se atr3s. s trSs se entreolharam por um momento, comolhos de conspiradores doentes. @enhum deles disse coisaal#uma. 4nt)o Belinda devolveu o inc+modo cone preto a

=ohnn0, passou en#atinhando por ele até a porta dacozinha e abriu<a. Brad se#uiu<a de uatro. =ohnn0 Jicou

olhando a bala por mais um instante, pensando no uedissera a mulher, ue parecia a idéia ue uma crian5a Jazia



de uma bala. 4stava certa. Visitara seu uinh)o de escolasprim3rias desde ue come5ara a escrever as cr+nicas doHatinho Pat, e vira muitos desenhos, #randes mam)es e

papais sorridentes sob s&is de l3pis de cera, estranhaspaisa#ens verdes enJeitadas com 3rvores marrom<escuras,e auilo parecia ter sa"do inteiro de um daueles desenhos,de al#um modo tornado real.

-ebeinho% bebeinho% disse uma voz no Jundo de suamente, mas uando tentou localiz3<la, para per#untar serealmente sabia al#uma coisa ou apenas chutava, ela

desaparecera. =ohnn0 #uardou a bala no bolso direito da Jrente dacal5a, :unto com as chaves do carro, e se#uiu os =osephsonpara a cozinha.

4

* !4V4@ = \ M4*, um concorrente eliminado na#rande corrida de obst3culos americana, tinha um lema,ue era$

@I !4M PRB4M, %R.

!irara um ( no primeiro semestre no 'nstituto !ecnol&#ico de Massachusetts, apesar de ter Jeito al#unspontos no !este de ptid)o 4scolar, mas, ora,

@I !4M PRB4M, %R.



!ransJerira<se da en#enharia elétrica para aen#enharia #eral, e como suas notas continuaram n)opassando dos m3#icos 8,>, Jizera as malas e descera a

estrada para a niversidade de Boston, pois decidiraabandonar os estéreis salKes das ciSncias pelos verdescampos da iteratura 'n#lesa. %olerid#e, ^eats, -ard0, umpouco de !. *. 4liot. 4u devia ser duas #arras dentadascruzando os pisos do universo, e l3 vamos n&s em tornoda pSra espinhenta a angst do século vinte, cara. *a"ra<sebem na B por al#um tempo, depois Jora reprovado no

primeiro ano, em #rande parte v"tima da :o#atina debrid#e, dos pileues e da erva. Mas

@I !4M PRB4M %R.

Va#ara a esmo por %ambrid#e, zanzando, tocando viol)o e trepando, mas na verdade

@I !4M PRB4M %R.

Guando %ambrid#e come5ou a Jicar meio velha,simplesmente p+s o viol)o na caiUa e saiu pe#ando caronaaté a cidade de @ova \or/.

@os anos se#uintes, cruzara com as #arras dentadas

empre#os de vendedor, contornara a pSra espinhentacomo disc")ockey numa emissora de hea0y rock em 2ish/ill,@ova \or/, en#enheiro de emissora, promotor de shosde roc/ seis bons shos, se#uidos de uma pesadelescaJu#a de Providence no meio da noite F dera um pinotede uns 6> mil d&lares nuns caras muito barra pesada, mas

@I !4M PRB4M, %RN,



#uru da uiromancia no passeio de t3buas de Qildood,@ova =erse0, e depois técnico de viol)o. " parecia estarsua voca5)o, de al#um modo, e se tornou o uebra<#alho

no norte do estado de @ova \or/ e sudeste daPensilv[nia. Hostava de aJinar e consertar violKes, era umaboa. !ambém se mostrava muito melhor consertando<osue tocando<os. @esse per"odo deiUou i#ualmente depuUar Jumo e :o#ar brid#e, o ue simpliJicou ainda mais ascoisas.

(ois anos antes, morando em lban0, Jizera

amizade com (e/e bleson, dono da Boate *orriso, umaboa casa de beira de estrada, onde a #ente podia se Jartarde blues praticamente ualuer noite ue uisesse. *teveaparecera pela primeira vez na *orriso como técnico de

viol)o free lance% depois ascendeu uando o técnico de somda boate soJreu um peueno ataue card"aco. princ"pio,isso foi um problema, talvez o primeiro verdadeiro da vidaadulta de *teve, mas por al#um motivo ele se ape#ou aotrabalho, apesar do medo de Joder tudo e ser linchadopelos motoueiros embria#ados. Parte disso se deveu a(e/e, ue era diJerente de todo dono de boate ue ele :3conhecera até ent)o$ n)o era ladr)o,< nem libertino, nemum desses caras ue s& podem :ustiJicar a pr&pria

eUistSncia deiUando os outros inJelizes e com medo. !ambém gosta0a mesmo de rock"and"roll% ue a maioria dosdonos de boates conhecidos de *teve detestava,preJerindo \anni ou XanJir e sua 2lauta de P) uandosozinhos em seus carros. (e/e era eUatamente umdaueles caras ue *teve, ue se lembrara de preencherum Jormul3rio de imposto de renda eUatamente uma vez

na vida, realmente #ostava, o tipo de cara com



PRB4M X4R.

mulher dele também era boa #ente, de J3cilconvivSncia e dona de uns olhos mansos e sonolentos,senso de humor, uns seios lindos e, até onde podia dizer*teve, nenhum osso desleal no corpo. Melhor ue tudo.*and0 também era uma viciada em brid#e em recupera5)o.*teve tivera muitas conversas sérias com ela sobre a uaseincontrol3vel vontade de cobrir uma parada, sobretudonum :o#o a dinheiro.

4m maio dauele ano, (e/e comprara uma boateenorme F uma espécie de -ouse oJ Blues F em *an2rancisco. (eiUara a %osta este com v .ind0 trSs semanasantes. Prometera a *teve um bom empre#o, se embalassetodas as porcarias deles discos, na maior parte, mais dedois mil, anacronismos como -ot !una. Guic/silverMessen#er *ervice e %anned -eatN e as levasse numa

caminhonete alu#ada. Resposta de *teve$

@I !4M PRB4M, (4^4.

ra, n)o ia Y %osta este havia uase sete anos, ecalculava ue a mudan5a lhe Jaria bem. Recarre#ar as

velhas (uracells.evara um pouco mais de tempo do ue esperava

para arrumar os trecos de lban0, arran:ar a caminhonete,carre#3<la e p+r o pé na estrada. Recebera v3rios teleJo<nemas de (e/e, o Oltimo meio irritado, e uando *tevemencionara isso, (e/e respondera ue, bem, era assimue a #ente se sentia depois de passar trSs semanas

dormindo em sleeping bags e se virando com meia dOzia decamisetas F ele ia che#ar ou n)oW =3 estou indo, :3 estou



indo, respondera *teve. Vai com calma, #arot)o. 4 semandara. @a verdade, se mandara h3 trSs dias. !udonuma boa, a princ"pio. 4nt)o, nauela tarde, estourara a

man#ueira do radiador, ou al#uma coisa assim, ele pe#araa sa"da de Qentorth em busca do Hrande Posto deHasolina mericano, e a" F +, bicho F Jora auela#rande eUplos)o debaiUo do capo, e todos os mostradoresno painel do carro come5aram a dar m3s not"cias. 4leesperava ue Josse apenas uma veda5)o hidr3ulicaestourada, mas na verdade soara mais como um pist)o. (e

ualuer modo, a caminhonete R0der, ue se mostrarauma beleza desde o dia ue sa"ra de @ova \or/, derepente se transJormara num animal. inda assim,

@I !4M PRB4M

basta encontrar o *r. Bom de %have e deiU3<lo Jazer seu

trabalho.*teve dera uma volta errada, porém, aJastando<se

da 3rea comercial em torno do ped3#io para um bairromuito mais residencial, o tipo de lu#ar onde um *r. Bomde %have n)o costumava Jazer ponto no hor3rio detrabalho. =3 vinha mimando a caminhonete a essa altura, aJuma5a saindo pela #rade, a press)o do &leo caindo, atemperatura subindo, um desa#rad3vel cheiro de futurasaindo pelas ventoinhas... mas realmente

@I !4M PRB4M, %R.

Bem... talvez um

probleminha m"nimo



para o pessoal da R0der, era verdade, mas *teve achavaue eles a#entariam o Jardo. 4nt)o F ei, lindo, baby Fuma lo:inha de bairro com uma placa azul de teleJone

pendurada acima da porta... e o nOmero para li#ar setivesse problema de motor bem ali no uebra<sol do ladodo motorista.

B*!M4@!4 @4@-M PRB4M,

a hist&ria de sua vida.

*& ue agora tinha um problema. m problema ueJazia o dom"nio do painel de som da Boate *orrisoparecer uma chatea5)o menor comparativamente.

4stava numa casinha ue cheirava a tabaco decachimbo, numa sala de visitas com Jotos de animaisemolduradas F animais muito especiais, se#undo asle#endas F nas paredes, uma sala de visitas onde s& a

imensa cadeira inJorme deJronte da !V parecia na verdade usada, e acabara de amarrar seu #rande len5o depesco5o na perna onde recebera um Jerimento a bala, derasp)o, mas um ferimento a bala autSntico, ainda assim, epessoas #ritavam, apavoradas e aos berros, a mulheresuelética de blusa sem man#as também Jora Jerida enada de rasp)o no caso delaN, ha0ia pessoas mortas l3 Jora, ese tudo isso n)o era problema, ima#inava ue DproblemaEera um conceito sem sentido.

l#uém lhe a#arrou o bra5o acima do pulso,dolorosamente. @)o apenas o a#arrou, na verdade, masbeliscou. 4le baiUou os olhos e viu a #arota do #uarda<p&azul da lo:a, a dos cabelos doidKes.



F @)o me deiUe nervosa F ela disse, com uma voz irada. F uela senhora precisa de a:uda, sen)o vaimorrer, lo#o n!o me deiUe nervosa.

F @)o tem problema, docinho F ele disse, e s&ouvir as palavras, uaisuer palavras, sa"rem de sua boca :3o Jez sentir<se mais Jorte.



F @)o me chame de docinho ue eu n)o lhechamo de p)ozinho F ela disse, com uma vozinhaaJetada de uem n)o est3 para brincadeiras.

4le caiu na risada. Pareceu muito estranho nauelasala, mas n)o se importou. 4la também pareceu n)o seimportar. *implesmente virou a cabe5a para ele com amais apa#ada sombra de sorriso nos cantos da boca.

F !udo bem F ele disse. F 4u n)o chamo vocSde docinho, vocS n)o me chama de p)ozinho, e nenhumde n&s Jica nervoso, é :ustoW

F Téé. 4 sua pernaW F 4st3 le#al. Parece mais uma esJoladura ue umJerimento de bala.

F *orte sua. F Téé. 4u podia passar um pouco de desinJetante

a", se tivesse uma chance, mas comparado com ela... A $ary7 F berrou o ob:eto da compara5)o.*teve viu ue o bra5o dela n)o estava de modo

al#um preso ao resto do corpo parecia pendurado poruma peuena tira de carne. marido, também esueléticomas com um pneu suburbano na cintura mal come5andoa tomar JormaN, Jazia uma espécie de dan5a impotente, dep[nico, em tomo dela. embrava a *teve um nativo num

Jilme anti#o de selva, Jazendo o babaca dan5ai em tornode um meditativo "dolo de pedra. A $ary7 F ela tomou a berrar. san#ue corria do

ombro mutilado num JluUo constante, colorindo demarrom lamacento o corpete cor<de<rosa. 4la tinha orosto, branco como papel, empapado de suor$ o cabelo#rudava<se em #rumos na curva do cr[nio. F $ary% pare de

ficar aQ como um cachorro procurando um lugar pra mi)ar e mea)ude...



(esabou de costas contra a parede entre a sala de visitas e a cozinha, arue:ando em busca de ar. *teveesperava ue dobrasse os :oelhos, mas n)o. 4m vez disso,

ela a#arrou o pulso esuerdo com a m)o direita e levantoucom cuidado o bra5o Jerido para *teve e %0nthia. Jiotorcido de cartila#em ue ainda o li#ava ao resto do corpoemitiu um som de es#uicho, como um pano de pratomolhado torcido, e *teve teve vontade de dizer<lhe uen)o Jizesse auilo, ue Jicasse uieta, antes ue acabassearrancando a maldita coisa como a asa de uma #alinha

assada.4 ent)o l3 estava Har0 Jazendo a dan5a do babacadiante dele, pulando como um homem num pogo% manchasde vermelho Jebril cobrindo o rosto p3lido. 2orme um pe<ueno contrabaiUo com essas acrobacias, pensou *teve.

F :ude elaZ F #ritou Har0. F :ude minhamulherZ 4la vai san#rar até morrerZ

F @)o posso F come5ou *teve.Har0 estendeu a m)o e a#arrou a Jrente de sua

camiseta. ,uando n!o hou0er mais lugar no inferno% dizia acamiseta, os mortos 0!o andar pela terra. Har0 er#ueu o rostoma#ro e Jebril para o de *teve. s olhos Jaiscavam de #ime p[nico.

F VocS est3 com elesW T um delesW F 4u n)o... A ;oc4 está com os atiradoresJ i a 0erdade7 Mais irado do ue :ul#aria poss"vel a ira n)o era,

em #eral, o seu barato, de modo al#umN, *teve tirou comum tapa as m)os do homem de sua velha e uerid"ssimacamiseta e deu<lhe um empurr)o. Har0 cambaleou um

passo para tr3s, primeiro arre#alando os olhos e depoisestreitando<os.



F !udo bem F disse. F !udo bem, ééé. VocSpediu. VocS pediu, e a#ora vai ter. F 4 partiu para cima.

%0nthia meteu<se entre os dois, dando uma olhada

em *teve por um momento, na certa para asse#urar<se deue ele ainda n)o estava em posi5)o de ataue, e depoisencarou Har0.

F Gue porra Joi ue deu em vocSW F per#untou<lhe. Har0 sorriu com cara de bSbedo.

F 4le n)o é daui, éW F @ossa, eu também n)oZ *ou de Ba/ersJield,

%aliJ&rnia. 'sso por acaso me torna um delesW F Har0Z F #rito soou como o latido de umcachorro ue correu demais numa estrada poeirenta e est3uase sem J+le#o. F P3ra de Joder tudo e me a:udaZ Meubra5o...

%ontinuava a mantS<lo estendido, e o ue *tevepensava a#ora, n)o ueria, mas n)o podia evitar, era no%arnes de Primeira do Mucci, em @eton. m cara decamiseta branca, touca branca e avental su:o de san#ue,estendendo uma posta de carne sem pelanca para sua m)e.Sir0a ao ponto com um pouco de gelia de menta do lado% Sra.

&mes% e sua famQlia )amais 0ai pedir galinha assada de no0o. <u garanto.

A $ary7 cara ma#rela com baJio de #im deu um passo nadire5)o dela, depois virou<se para *teve e %0nthia. sorriso presumido, de bSbado, desaparecera. #ora eleparecia apenas eno:ado.

F @)o sei o ue Jazer por ela F disse. F Har0, seu cérebro de rato doente F disse

Marielle em voz baiUa, desamparada. F *eu total idiota.



rosto dela tornava<se cada vez mais branco. 4laJicara, de Jato, dauele Jamoso tom de branco maisbranco. !inha manchas marrons sob os olhos F pareciam

abrir<se como asas F e o chinelo esuerdo era a#ora todo vermelho, em vez de branco. Vai morrer se n)o conse#uir socorro :3, pensou

*teve. idéia o Jez sentir<se ao mesmo tempo espantadoe meio estOpido. *ocorro profissional era o ue pensava,achava. turma do pronto<socorro de uniJorme verde,dizendo coisas tipo D(ez cent"metros cObicos de epi,

statE. Mas n)o havia nenhuma turma assim por perto, eaparentemente n)o vinha nenhuma. inda n)o ouviasirenes, s& o barulho do trov)o retirando<se deva#ar parao leste.

@a parede Y esuerda, viu a Joto emoldurada de umcachorrinho marrom, de olhos sinistramente inteli#entes.@a tira embaiUo da Joto, cuidadosamente impressa emletras de J+rma, lia<se ('*\, P4MBR^4 %RH'. 9

@*. *B' %@!R. R4V4 V'*V4%P%'((4 (4 *MR @M4R*P4G4@*. ] esuerda de (ais0, o vidro a#orasalpicado do san#ue da mulher ma#ra, havia um %ollie ueparecia escarnecer da c[mera. le#enda embaiUo deste

dizia$ %-R!!4, BR(4R %'4, 6 @*.*B' R(4@R 2!HR2'* 4 *4PRR *(* *4R4* -M@* G4 %@-4%'.

] esuerda de %harlotte, via<se a Joto#raJia de umpapa#aio ue parecia Jumar um %amel.

F @ada disso est3 acontecendo F disse *teve,num tom de voz de conversa, uase ale#re. @)o sabia se

Jalava com %0nthia ou consi#o mesmo. F cho ueestou num hospital, em al#um lu#ar. Bati de Jrente com a



caminhonete, é o ue acho. T como &lice no paQs dasmara0ilhas% s& ue em vers)o adulta.

%0nthia abriu a boca para responder, e ent)o o cara

velho, o ue supostamente vira a Pembro/e %or#i (ais0somar seis mais dois e dar oito,

@I !4M PRB4M PR ('*\...

entrou trazendo uma velha bolsa de pl3stico preto. *e#uia<o o policial chamava<se mesmo %ollie, per#untava<se

*teve, ou era apenas uma estranha Jantasia provocadapelas Jotos nas paredes da salaWN, tirando o cinto daspassadeiras. Por Oltimo, Jlutuando, parecendo estonteado,

vinha Peter %omo<T<Mesmo<a<%ara<(ele, marido damulher ue :azia morta l3 Jora.

F :ude elaZ F berrou Har0, esuecendo *teve esuas teorias conspirat&rias, pelo menos por enuanto. F

:ude ela, (outor, est3 san#rando como uma porca naJacaZ

F VocS sabe ue eu n)o sou médico mesmo, n)osabe, Har0W *& um velho médico de cavalos, é s& o uesou.

F @)o me chame de porca F interrompeu<oMarielle. voz era uase baiUa demais para ser ouvida,mas os olhos, JiUos no marido, Jul#iam de vivamali#nidade. 4la tentou aprumar<se, n)o conse#uiu e, aocontr3rio, escorre#ou mais para baiUo contra a parede. F@)o me... chame disso.

velho doutor de cavalos virou<se para o policial,parado lo#o além da porta da cozinha, nu da cintura para

cima, com o cinto a#ora esticado entre os punhos. Pareciao le)o<de<ch3cara de uma espelunca onde *teve trabalhara



no som, certa vez, para um #rupo chamado !he Bi#%hrome -oles

F 4u tenho de Jazer issoW F per#untou o policial

de peito nu.4le mesmo estava bastante p3lido, mas *teve achouue parecia ra5udo, pelo menos até ent)o.

Billin#sle0 Jez ue sim com a cabe5a e p+s a bolsana #rande poltrona deJronte da televis)o. briu<a eremeUeu l3 dentro.

F 4 depressa. Guanto mais san#ue ela perder,

piores se tornam as chances. F 4r#ueu o olhar, umabobina de sutura numa das m)os nodosas e tesourascirOr#icas de ponta curva na outra. F @)o é nadadivertido pra mim também. Oltima vez ue vi umpaciente com uma coisa semelhante Joi um p+neiconJundido com um veado e baleado na pata dianteira.

marre isso o mais alto ue puder no ombro dela. Vire aJivela para o lado do peito e aperte mesmo.

F nde est3 Mar0W F per#untou Peter. F ndeest3 Mar0W nde est3 Mar0W >nde está =aryJ

%ada vez ue repetia a per#unta, a voz se tornavamais chorosa. uarta repeti5)o Joi pouco mais ue um#anido em Jalsete. bruptamente, aJundou o rosto nas

m)os e aJastou<se de todos, encostando a testa na paredeentre BR@, um retrieier abrador, ue sabia soletrar opr&prio nome com blocos, e ('R!\2%4, uma cabra deolhar amuado ue aparentemente conse#uia tocar al#umasmOsicas rudimentares numa #aita. correu a *teve ue seum dia ouvisse uma cabra tocando D Rosa marela do

!eUasE numa -ohner, provavelmente se mataria.



4nuanto isso, Marielle *oderson Jitava Billin#sle0com a intensidade de um vampiro olhando um homemue se cortou ao barbear<se.

F 4st3 doendo F coaUou. F Me d3 al#uma coisapra isso. F *im F disse Billin#sle0 F, mas primeiro a

#ente Jaz o torniuete.*acudiu a cabe5a impaciente para o policial. %ollie

adiantou<se. !inha o couro do cinto a#ora passado pelaJivela, Jormando um la5o. 4stendeu as m)os

cautelosamente para a mulher ma#rela, cu:os cabeloslouros haviam Jicado dois tons mais escuros com o suor.4la er#ueu o bra5o bom e o empurrou com Jor5asurpreendente. policial n)o esperava por isso.%ambaleou dois passos para tr3s, bateu no bra5o dapoltrona do velho e caiu nela. Parecia um c+mico ueacaba de levar um tombo num Jilme.

mulher ma#ra n)o lhe lan5ou um se#undo olhar.%oncentrava a aten5)o no velho, e na bolsa preta do

velho. A 2á7 F ladrou para ele, e realmente soou como

um latido. F Me dS al#uma coisa )á pra dor, seu puto velho charlat)o, ela est3 me matandoZ

policial se desvencilhou da cadeira e atraiu aaten5)o de *teve, ue captou a mensa#em, assentiu com acabe5a e come5ou a aproUimar<se pela direita da talMarielle, Jlanueando<a. !enha cuidado, disse *teve a simesmo, ela est3 pirada, pode arranhar, morder ouualuer outra porra lo#o, tenha cuidado.

Marielle desencostou<se da parede, oscilou, Jirmou<

se e avan5ou para o velho. Mantinha mais uma vez obra5o Y Jrente, como se Josse a Prova num :ul#amento.



Billin#sle0 recuou um passo, olhando nervoso do policialde peito nu para *teve.

F Me d3 um pouco de (emerol, seu JuinhaZ F ela

#ritou em sua voz es#ani5ada, eUausta. F u me d3 ou eulhe enJorco até vocS latir como um sabu:oZ 4u... policial acenou com a cabe5a mais uma vez para

*teve e saltou Y esuerda. *teve moveu<se com ele epassou um bra5o pelo pesco5o da mulher. @)o ueriasuJoc3<la, mas Jicou apavorado por pe#3<la por tr3s, talveza#arrando o bra5o Jerido por en#ano e machucando<a

mais. F Parada, uietaZ F #ritou.@)o pretendia #ritar, apenas dier% mas Joi como

saiu. @o mesmo instante, o policial deslizou o la5o docinto pela m)o esuerda dela, e pelo bra5o acima.

F *e#ura, companheiroZ F #ritou o policial. F'mobiliza elaZ

Por um ou dois se#undos. *teve conse#uiu, mas a"uma #ota de suor, uente e ardendo, lhe caiu no olho e eleaJrouUou o #olpe no pesco5o da mulher, no momentomesmo em ue %ollie 4ntra#ian apertava o torniueteimprovisado com o cinto. Marielle curvou<se para adireita, o olhar de Jalc)o mali#no ainda JiUo no velho, e o

bra5o soltou<se nas m)os do policial de peito nu. *teve viuo rel&#io de pulso dela, um 'ndi#lo com o ponteiro dese#undos parado entre o uatro e o cinco. cinto Jicoupendurado um instante sobre o ombro da mulher, e emse#uida caiu no ch)o, um la5o sem nada dentro. balconista estremeceu, os imensos olhos arre#alados nobra5o ue o policial se#urava. %ollie olhava<o bouiaberto.

F Bota no #eloZ F berrou Har0. F Bota no #eloimediatamenteZ 'mediata... 4nt)o, de uma s& vez, pareceu



compreender realmente o ue acontecera. ue o policialse#urava. briu a boca, torceu a cabe5a de uma maneiraestranha e vomitou na Joto do papa#aio ue Jumava

ci#arro.Marielle n)o notou nada disso. %ambaleou para o veterin3rio visivelmente aterrorizado, a m)o restanteestendida.

F Guero uma in:e5)o e uero )á7 F coaUou. F4st3 me ouvindo, sua velhaW Guero a porra de umain:e5)o pra apa#ar...

(esabou de :oelhos. cabe5a caiu, pendurada.4nt)o, com imenso esJor5o, ela er#ueu mais uma vez oueiUo. Por um momento, seu olhar JiUo de verrumaencontrou o de *teve.

F Guem caralho é vocSW F per#untou com vozclara, perJeitamente compreens"vel, e depois caiu de carano ch)o. topo da cabe5a Joi parar a cent"metros doscalcanhares de Peter, o homem ue perdera a esposa.

=ac/son, lembrou *teve de repente. T o sobrenome dele, =ac/son. Peter =ac/son continuava virado para a parede, orosto enJiado nas m)os. *e desse um passo para tr3s,pensou *teve, trope5aria nela.

F %aralho F disse o policial, em voz baiUa,

perpleUo.4m se#uida, baiUou os olhos e compreendeu ueainda se#urava o bra5o da mulher. %aminhou r"#ido até acozinha, com ele estendido Y Jrente. barulho da chuvacaindo parecia muito alto nos ouvidos de *teve.

F Vamos l3 F disse o velho. F inda n)oacabamos. Ponha esse cinto nela, Jilho. perte pro lado

do peito. !em cora#emW



<KtraQdo de 5> Corredor de MorDa8% <pisBdio de Moto^ops88>>, argumento original para tele0is!o de &llen Smithee:

ATO 2

FADE IN:

INT. CENTRO DE CRISE, QG DOS MOTOKOPS

A sala é dominada, como sempre, pela imensaSitustela. Em pé diante dela, numa plataformaflutuante, está o CORONEL HENRY, com um arsério. Sentado à Mesa de Crise, em forma deferradura, está o restante do esquadrão dosMotoKops: SNAKE HUNTER, BOUNTY, MAJORPIKE, TOOTY E CASSIE.

Na Situstela, emos uma PAISAGEM ESPACIAL.

Ao lon!e "#se a $erra, apenas uma moeda erde#a%ul nessa dist&ncia. 'arece (astante pac)fica.

SNAKE HUNTER *com o +a(itual despre%oEntão, !"# $ o %&"n'( '&")"* Não +(on"'" !( -"&(" )!/to 0 Q!(...**11

-e repente, o CORREDOR DE FORA aparece naSitustela, quase enc+endo#a, eclipsando as estrelasdos dois lados. como assistir à c+e!ada da naede -art+ /aderno in)cio do primeiro filme G!(&&"n"3 (3t&(#"34 em suma, apaorante0

O CORREDOR consiste em duas lon!as placas demetal, com !randes sali"ncias quadradas

pro1etando#se a interalos. O CORREDOR 5UMBE



DE UM MODO SINISTRO, e FOGO A5UL CREPITAde um lado a outro entre as sali"ncias quadradas.

CASSIE STYLES suspira, ol+a a Situstela com

des&nimo. 2 CORONEL HENRY aperta um (otãoem seu controle manual, e a tela fica no M2-2C2N3E4A-2. Continuamos a er a $erra, mascom o corredor de cada lado ela parece presa numaREDE DE ELETRICIDADE potencialmente letal0

CORONEL HENRY *para SNAKE 56N$E7

E3t( $ o %&"n'( '&")"1 O Co&&('o& '( Fo&",6&/"ão '( !)" &"" "#/(n7%(n" 89 )!/to'(3"-"&(6/'"1 D(3t&!t/+o... ( "-ont"'o'/&(t")(nt( -"&" " T(&&"1

CASSIE *com des&nimo

A8, D(!3 'o 6$!1

CORONEL HENRYR(#"(, C"33/( 0 (#" 6ont/n!" " ;<= )/#"no3>#!? '( '/3t@n6/". I3to $ !)" /#)"%()6o)-3/t".

MAJOR PIKE$$, )"3 6o) !( +(#o6/'"'( 3( )o+(*

CORONEL HENRYE3t( $ o -&o#()". D/%")o3 "-(n"3 !(, 3(não &(3o#+(&)o3 (33" 6&/3( n"3 -&/)"33(t(nt" ( '!"3 8o&"3, "68o !( -o'()6"n6(#"& 3(!3 -#"no3 -"&" o /) '( 3()"n".



ROOTYR!t>&!t>&!t>&!t1

SNAKE HUNTER

C"#" " o6", Root1

"o CORONEL HENRY

Então, !"# $ o no33o -#"no*

CORONEL HENRY suspende mais a plataformaflutuante, para poder usar seu apontador e fa%er umc)rculo em duas sali"ncias nos lados internos docorredor.

CORONEL HENRY A t(#()(t&/" '( ?!)/'o &(%/3t&" !( oCo&&('o& '( Fo&", () 3/, t() )"/3 '( ==)/# !/#)(t&o3 '( 6o)-&/)(nto ( )"/3 '( =

)/# !/#)(t&o3 '( #"&%!&", !) 6o&&('o& '")o&t( () !( n"'" -o'( +/+(&1 M"3 t"#+(?t(n8" !) -onto &"6o1 A68o !( (33"3o&)"3 !"'&"'"3 3ão %(&"'o&(3 '( o&". S(-!'(&)o3 (#/)/n9>#"3...

BOUNTYE3t")o3 "#"n'o '( !) "t"!( 6o) o3Po(& "%on3, 68((* 'assamos para orosto l8!u(re do CORONEL HENRY.

CORONEL HENRY

" n/6" 68"n6( '" T(&&".



INT. MESA DE CRISE, COM OS MOTOKOPS

SNAKE HUNTER

U) "t"!( 6o) Po(& "%on3 no E3-"oC3)/6o -o'( 3(& !)" &9-/'" +/"%() -&o(#(#$! no 6$!.


TODOSC"#" " o6", Root1

INT. UM CORREDOR NO CENTRO DE CRISE

CORONEL HENRY ( CASSIE STYLES ão nafrente, os outros MotoKops em se!uida. ROOTY,

como de +á(ito, ai murmurando atrás.

CORONEL HENRYE3t9 -&(o6!-"'", "//n8"*

CASSIEC#"&o !( (3to! -&(o6!-"'"1 Sn"( H!nt(&(3t9 6(&to1 O3 Po(& "%on3 ")"/3 o&")-&o(t"'o3 -"&" "3 t(n3(3 '( !) "t"!( no(3-"o 63)/6o1

CORONEL HENRYM"3 não $ 3 n/33o !( +o6 (3t9 -(n3"n'o.

CASSIE

3 +(?(3, (! o'(/o (33" 3!" t(#(-"t/", H"n.



CORONEL HENRY")o3 #9... '/%".

CASSIE

T() !)" 6o/3" n(33"3 o&)"3 '(nt&o 'oCo&&('o& '( Fo&" !( )( /n6o)o'". E 3(não o&() %(&"'o&(3 '( o&"*

CORONEL HENRYQ!( )"/3 -o'(&/") 3(&*

C8(%"&") -o&t" 6o&&('/" !( '9 -"&" o C!&&"#'o3 Po(& "%on3. O CORONEL HENRY (ate amão na fec+adura em forma de palma e a portadesli%a para cima.

CASSIENão 3(/, )"3...

INT. CURRAL DOS POER AGONS, COM OSMOTOKOPS

CASSIE arque1a com o c+oque, ol+os arre!alados0CORONEL HENRY, parecendo infle9)el, pe o(ra;o à olta dela. 2s outros mem(ros doesquadrão re8nem#se em c)rculo.


SNAKE HUNTER$$, Root, (! não -o'(&/" (3t"& )"/3 '("6o&'o1

E#( /t" &(33(nt/'o o:



INT. CURRAL DOS POER AGONS. DAPERSPECTIA DOS MOTOKOPS

<lutuando no meio dos 'o=er >a!ons

estacionados, entre o Arro= $rac?er de SNAKEHUNTER e o 7oot@#$oot de laterais prateadas, estáum isitante sinistro: o Meat=a!on, 5UMBINDOBAIINHO.

INT. RETOMA O ESQUADRO DOS MOTOKOPS

CORONEL HENRYMotoo-3, -&(-"&"& -"&" o 6o)"t(1

SNAKE HUNTER " -/3to#" '( "t!&'/& 9 n" )ão Ao 3(! 6o)"n'o, 68((. O3 o!t&o3 3( &(t/&").

INT. RETOMA O MEATAGON

A To&&/n8" '" D(3t&!/ão DESLI5A PARA TRVS,reelando SEM CARA, sinistro como sempre emseu uniforme preto. Sentada atrás dele noscontroles, com seu +a(itual ol+ar de altie% se9ual,está a CONDESSA LILI. A 5ipno#Bia em olta deseu pesco;o FAWSCA ALUCINADA por todo oespectro de cores.

SEM CARAP#"t"o&)" #!t!"nt(, Con'(33". J91

CONDESSA LILI

S/), E6(#(nt(.



A CONDESSA pu9a uma alaanca. Sur!e uma plataforma flutuante. SEM CARA pisa nela e desceflutuando até o piso do Curral. Está desarmado, equando o C272NE4 5EN7 se adianta, !uarda

sua pistola de aturdir no coldre.

CORONEL HENRYNão (3t9 !) -o!6o #on%( '( 6"3", SEMCARA*

SEM CARANo33" 6"3" $ on'( (3t9 no33o 6o&"ão, )(!6"&o H"n.

BOUNTYNão 89 t()-o -"&" o%o3.

SEM CARAN" +(&'"'(, (! não -o'(&/" (3t"& )"/3 '(

"6o&'o. O Co&&('o& '( Fo&" 3( "-&o/)".o6. Co&on(# H(n&, -#"n(" !) "t"!( 6o)o3 Po(& "%on3...

MAJOR PIKECo)o 3"( '/33o*

SEM CARA *!élidoPo&!( $ o !( (! "&/", 3(! /'/ot"1

*ao C272NE4 5EN7U) "t"!( 6o) o3 Po(& "%on3 $/n6&/+(#)(nt( "&&/36"'o, )"3 t")$) t"#+(?3(" " n/6" 68"n6( '" T(&&". o6 +"/-&(6/3"& '( to'" " "!'" !( -!'(& 6on3(%!/&,

( não t() n(n8!) "%on 3o 3(! 6o)"n'otão -ot(nt( !"nto o M("t"%on.



SNAKE HUNTERI33o $ !(3tão '( o-/n/ão, 3(! 6"68o&&o. M(!T&"6(& A&&o...

CORONEL HENRYC8(%" '( "t(>o6"1

*para SEM CA7AQ!( $ !( +o6 -&o-(*

SEM CARAU)" -"&6(&/" "t$ -"33"& " 6&/3(. D(/"& '(#"'o "3 +(#8"3 '/3-!t"3, -(#o )(no3t()-o&"&/")(nt(. U) "t"!( 6on!nto "oCo&&('o& '( Fo&".

2ferece sua mão na lua ne!ra. O CORONEL

HENRY come;a a ne!ociar, e então o MAJOR PIKEdá um passo à frente. $em os ol+os amendoadosarre!alados, e a (oca#corneta treme alarmada.

MAJOR PIKENão "" /33o, H"n1 Não -o'( 6on/"& n(#(1 !) t&!!(1

SEM CARACo)-&((n'o 6o)o 3( 3(nt(, M"o&... n3'o/3 6o)-&((n'()o3, não, Con'(33"*

CONDESSA LILIS/), E6(#(nt(.



SEM CARAM"3 '(3t" +(? não 89 n(n8!) t&!!(,n(n8!)" 6"&t" (36on'/'".

CORONEL HENRY *ao MA27 'DKEE não t()o3 o-ão.

SEM CARAN" +(&'"'(, não. O t()-o (3t9 3((3%ot"n'o.

O CORONEL HENRY estende a mão e pe!a a deSEM CARA

SEM CARAP"&6(/&o3*

CORONEL HENRYPo& (n!"nto.


FADE OUT. F/) 'o Ato 2.



%ap"tulo *eis

1

2 @( HR %M voz de Ben %artri#ht,patriarca da Ponderosa, disse !a/$

F (ona, me parece ue a senhora estava pensandoem Ju#ir.

F @)o... F 4ra a voz dela, mas Jraca edistante,.como uma transmiss)o de r3dio vinda da %ostaeste, numa noite chuvosa. F @)o, eu s& ia Y lo:a. %omoestamos sem... F *em o 3u4J Gue poderia estar Jaltandoue interessasse ao monstro, ou ue ele acreditasseW 4,#ra5as a (eus, al#uma coisa lhe veio Y cabe5a. F arope

de chocolateZ (a -ershe0Z coisa avan5ou para ela, da porta do covil, *ethHarin com a cueca dos Moto^ops, s& e a#ora udre0

via uma coisa espantosa e horr"vel$ os dedos dos pésdescal5os da crian5a ro5avam o carpete da sala de estar,mas Jora isto ele Jlutuava, como um bal)o em Jorma demenino. 4ra o corpo de *eth, com os pulsos e tornozelos

imundos e Jétidos, mas n)o eram os olhos de *eth. (e:eito al#um. #ora era apenas uma coisa ue melhorestaria num p[ntano.

F (iz ue s& ia dar um pulo no secos e molhados F disse a voz de Ben %artri#ht. 2osse o ue <Josse !a/,era um m"mico inJernal. !inha<se de admitir. F Gue acha,

damW



Viu o teleJone na mente, viu<se Jalando nele, e oue tinha a dizer era dolorosamente simples$ @)o deiUeele me machucar, *eth. VocS tinha poder sobre ele no

in"cio, sei ue tinha. !alvez n)o muito, mas um pouco. *eainda lhe restar al#um, ualuer um, ualuer inJluSncia,por Javor, n)o deiUe ele me machucar, por Javor, n)odeiUe ele me matar. 4stou inJeliz, mas n)o o bastante prauerer morrer. inda n)o.

Procurou um ade:ar de humanidade nos olhos dacoisa Jlutuante, o m"nimo sinal de *eth, e n)o viu nada.

(e repente, sentiu sua pr&pria m)o esuerdaer#uer<se e estapear sua Jace esuerda, com um somparecido ao de um #raveto partindo. calor invadiu apele era como se al#uém houvesse diri#ido uma l[mpadade bronzear para auele lado de seu rosto. olhoesuerdo come5ou a mare:ar.

#ora sua m)o direita er#uia<se deJronte de seusolhos, como uma serpente de um encantador indianolevantando<se da cesta. Permaneceu suspensa diante delaum momento, depois Jechou<se deva#ar num punho.

@)o, tentou dizer, por Javor, n)o, por Javor, *eth,n)o deiUe, mas também desta vez nada saiu, e o punhoabateu<se, os n&s dos dedos muito brancos no uarto

escuro, e ent)o seu nariz pareceu eUplodir para cima emnuvens de pontos brancos como borboletas. s pontosdan5aram Jreneticamente diante de seus olhos, uando osan#ue, uente e abundante, come5ou a escorrer pelosl3bios e pelo ueiUo. 4la cambaleou para tr3s.

F 4ssa mulher é uma aJronta Y :usti5a no século vinte e trSsZ F disse o %oronel -enr0, com sua voz

inJleU"vel, uma voz ue ela :ul#ava mais odiosa e Jarisaicatodas as vezes ue passavam um epis&dio da porra do



desenho. F (evemos mostrar<lhe os erros de suaconduta.

-oss$

F %erto, coronelZ !emos de mostrar a essa putauem manda auiZ F Rut<rut<rut<rutZ%assie *t0les$

F 4u concordo com Root0Z 4 um certoamaciamento é a maneira certa de come5ar. 4la andava denovo F era levada, melhor dizendo. sala de visitas Jlu"a

por seus olhos como uma paisa#em passando de tr3s paradiante pelas :anelas de um trem. Jace palpitava. narizlate:ava. *entia #osto de san#ue nos dentes. #ora

visualizava um teleJone ao estilo dos =otoops% dauelesem ue se pode de Jato ver a pessoa com uem se Jala,

visualizava<se Jalando cara a cara com *eth nesse teleJone.Por Javor, *eth, é sua tia udre0, est3 me reconhecendo,mesmo com os cabelos a#ora de uma cor diJerenteW !a/Jez com ue eu pintasse, pra parecer com o de %assie, euando eu saio tenho de usar uma Jita azul como a dela,mas ainda sou eu, continuo sendo tia udre0, a ue trouUe

vocS pra c3, a ue tem tomado conta de vocS, tentado,pelo menos, e a#ora é vocS ue tem de cuidar de mim.

@)o deiUe ele me machucar muito, *eth, por Javor, n)odeiUe. s luzes estavam apa#adas na cozinha, ue era uma

ta5a de sombras escuras e tumultuadas. Guando elacruzou o lin&leo amarelo ale#re uando limpo, mas a#orasu:o e com um ar de icter"ciaN, ocorreu<lhe uma idéia, deuma l&#ica terr"vel$ por ue *eth iria a:ud3<laW Mesmo ue

estivesse recebendo sua mensa#em, e ue ainda pudessea:udar, por ue o JariaW 2u#ir de !a/ si#niJicava



abandon3<lo ao seu destino, e era isso eUatamente o ueela vinha tentando Jazer. *e o menino ainda estivesse ali,devia saber disso t)o bem uanto !a/.

(eiUou escapar um solu5o, Jraco e distante como arespira5)o de um inv3lido, os dedos da ensan#entadam)o esuerda tateando em busca do interruptor de luz:unto ao Jo#)o, ue acharam e li#aram.

F (S uma amaciada nela, paiZ F #ritou ittle =oe%artri#ht. F (S uma amaciada nela, por (eusZ

voz de repente elevou<se, tomando<se a a#uda

risada do Rob+ Root0. udre0 viu<se dese:ando Jicarlouca. *eria melhor ue auilo, n)o seriaW !inha de ser.4m vez disso Jicou olhando, passa#eira impotente

dentro de seu pr&prio corpo, enuanto !a/ a virava, adiri#ia para a prateleira de temperos e usava a m)o delapara abrir o arm3rio em cima. outra m)o derrubou um

!upperare amarelo, ue bateu no ch)o e espalhoumacarr)o para todo lado no lin&leo. Jarinha veio ase#uir, caindo ao lado do seu pé e cobrindo as pernas. m)o enJiara<se no buraco ue abrira e pe#ara o vaso demel em Jorma de urso pl3stico. outra a#arrou a tampa,desatarraUou<a, :o#ou<a Jora. m momento depois, o ursoera entornado acima da boca de udre0, aberta Y espera.

m)o na pan5a do urso p+s<se a espremerritmadamente, mais ou menos como ela apertava a bombade borracha da buzina de sua bicicleta na inJ[ncia. san#ue do nariz uebrado come5ou a escorrer pela#ar#anta abaiUo. mel inundou a boca, #rosso e doce deen#as#ar.

F 4n#ulaZ F #ritou !a/, a#ora com sua pr&pria

voz. F 4n#ula, sua putaZ



4la en#oliu. m #ole, depois dois, depois trSs. @oterceiro, a #ar#anta pareceu trancar<se. 4la tentou respirare n)o p+de. !inha o es+Ja#o bloueado por um pesadelo

de cola doce. %aiu de :oelhos e p+s<se a atravessar o ch)oda cozinha de rastos, os cabelos ruivos escuros cobrindo<lhe o rosto, escarrando #randes #osmas de mel misturadocom san#ue. *ubira também para o nariz, e pin#ava dasnarinas.

Por mais al#uns instantes ainda, pareceu n)o poderrespirar, e os pontinhos brancos ue dan5avam diante de

seus olhos Jicaram ne#ros. Vou me aJo#ar, pensou. MeaJo#ar no mel *ue Bee.4nt)o o es+Ja#o tornou a abrir<se um pouco, pelo

menos o suJiciente, e ela :3 arue:ava ar para dentro dospulmKes, su#ando<o pela #ar#anta lisa, coberta de mel,chorando de terror e dor.

!a/ caiu sobre os :oelhos Jeridos de *eth Harin naJrente dela e p+s<se a #ritar em seu rosto.

A /unca tente Ju#ir de mimZ /unca7 4st3entendendoW Balance a cabe5a, sua vaca idiota, mostre ueest3 entendendoZ

s m)os dele F as ue ela n)o podia ver, as ueestavam dentro de sua mente F a#arraram<na e de

repente a cabe5a balan5ava para cima e para baiUo, a testabatendo no ch)o a cada balan5ada, e !a/ #ar#alhava.$argalha0a. 4la achou ue ele ia continuar batendo suacabe5a no ch)o até lev3<la a desmaiar e Jicar aliesparramada na meleira ue Jizera.

", t)o de repente uanto come5ara, parou. sm)os desapareceram. !ambém a sensa5)o da mente dele

sumiu. 4la er#ueu cautelosamente o olhar, limpando onariz com as costas da m)o, ainda lutando para inspirar e



eUpirar em arue:os ue eram meios en#ulhos. cabe5alate:ava. 4la :3 a sentia inchando.

menino olhava<a. 4 ela pensou ue era ele. @)o

tinha plena certeza, mas... F *ethWPor um momento, ele apenas Jicou ali a#achado,

sem assentir, sem balan5ar a cabe5a. (epois estendeu am)o su:a e limpou o ueiUo dela com dedos ue ela malsentia.

F *eth, pra onde ele JoiW %adS !a/W

4le se esJor5ava. 4la o via lutando. %om seu medo,talvez, embora ela n)o soubesse se ele sentia medo.Mesmo ue sentisse, era mais prov3vel ue Josse com seudeJeituoso euipamento de comunica5Kes ue lutava nomomento. 4le emitiu um #or#ulho, um som parecendo arnos canos de um banheiro, e ela pensou ue auiloprovavelmente era tudo ue podia eUpressar. 4nt)o,uando tentava levantar<se, duas palavras suJocadassa"ram dele.

F 2oi. %onstruindo.4la olhou<o, ainda respirando através de uma

pel"cula de mel, mas sem notar isso por um instante.*entiu o cora5)o come5ar a bater um pouco mais r3pido Y

palavra foi. (evia pensar outra coisa, sobretudo depois doue acabara de acontecer, mas... F 4le est3 numa constru5)o, ueridoW 2oi pra uma

constru5)o. T isso ue vocS est3 dizendoW Gueconstru5)oW

F %onstruindo F repetiu *eth. 4sJor5ava<se,balan5ando a cabe5a de um lado para outro. 2inalmente$

F Maendo.



%onstruindo, sim. %onstru5)o. !a/ estavaconstruindo. Gue estava faendo !a/... além de criarencrencaW

F 4le F disse *eth. F 4le. 4le. <le...]. menino bateu na pr&pria coUa com umaJrustra5)o ue ela :amais vira nele antes. 4la tomou opunho com ue ele batera em si mesmo e abriu<odelicadamente.

F @)o, *eth. F *entiu o diaJra#ma tornar acontrair<se, para vomitar o mel era uma bola pesada no

est+ma#oN, mas controlou<o. F @)o Ja5a isso, n)o.RelaUe. Me di#a se conse#ue. *e n)o conse#uir, est3 tudobem.

ma mentira, mas se o deiUasse mais tenso do ue:3 estava, ele :amais seria capaz de botar para Jora. Pior,podia ir embora. 'r embora e deiUar a uente va#a ue !a/t)o Jacilmente habitava.

F 4le...Z F *eth estendeu a m)o para ela, tocou<lhe as orelhas.

4m se#uida p+s as costas das m)os atr3s daspr&prias orelhas e empurrou<as para a Jrente. 4la viu uetambém estavam su:as das lon#as horas passadas na caiUade areia F imunda F e sentiu as l3#rimas ardendo nos

olhos. Mas ele a olhava concentrado, e ela balan5ou acabe5a. *im, entendia. Guando *eth tentava mesmo, eramuito bom F tanto uanto precisava, pelo menos.

4le escuta vocS, o menino dizia. !a/ escuta vocScom meus ouvidos. 4 era claro ue escutava mesmo. <leescutava. !a/ o Ma#n"Jico, criatura das mil vozes, amaioria das uais vinha euipada com sotaues do este

e um par de orelhas.



2ora !a/ uem ca"ra de :oelhos na Jrente dela, masJoi *eth uem se levantou, apenas um menininho ma#rela,com a cueca imunda. 4le diri#iu<se para a porta, depois

voltou<se. pr&pria udre0 continuava de :oelhos,tentando decidir se podia estender a m)o até o balc)o, deonde estava, ou se devia primeiro arrastar<se um poucomais para perto.

4ncolheu<se ao vS<lo voltar, achando ue !a/retornara, ue via o duro brilho da inteli#Sncia dele nosolhos de *eth. Guando ele che#ou mais perto, ela viu ue

cometera um en#ano bastante natural. *eth chorava. 4lanunca o vira chorar antes, nem mesmo uando aprocurava com os :oelhos ralados ou a cabe5a machucada.

té a#ora ela n)o tinha inteira certeza se ele podia chorar.4le passou<lhe os bra5os pelo pesco5o e deiUou cair

a testa sobre a dela. (oeu, mas ela n)o recuou. Por ummomento, teve uma ima#em borrada mas bastanteenJ3tica do teleJone vermelho, s& ue ampliada paradimensKes enormes. (epois desapareceu, e ela ouviu a

voz de *eth em sua cabe5a. =ul#ara ouvi<lo em v3riasocasiKes, achando ue ele tentava Jazer contato telep3ticocom ela. sensa5)o lhe vinha da maneira mais natural,uando resvalava para o sono ou acabava de acordar. 4ra

sempre distante, como uma voz chamando por tr3s dedensas camadas de neblina. #ora, porém, estava es<pantosamente pr&Uima. 4ra uma voz de crian5a, e soavaale#re e sem deJeito.

/!o culpo 0oc4 por tentar fugir% dizia a voz. udre0sentiu nela uma certa pressa e Jurtividade. 4ra como ouvirum menino murmurar uma JoJoca vital de sala de aula ao

cole#a de carteira uando a proJessora dava as costas porum breve instante. V3 se :untar aos outros, do outro lado



da rua. Vai ter de esperar, mas n)o ser3 muito. Porue eleest3...

*em palavras, outra ima#em borrada invadiu a

cabe5a dela, eUpulsando temporariamente todopensamento. 4ra *eth. 4le vestia um tra:e colorido decorin#a, com um chapéu de #uizos. 2azia malabarismos.@)o com bolas com bonecas. Boneuinhas de lou5a.2i#urinhas de -ummel. Mas até ele deiUar cair uma, uese despeda5ou, e ela ver o rosto de Mar0 =ac/son no ch)o:unto a um dos borze#uins de caliJa do corin#a, vermelho

e branco e de bico virado, n)o percebeu ue as bonecaseram seus vizinhos. *up+s ue era respons3vel por pelomenos al#uma dauelas ima#ens F vira mil vezes asJi#urinhas de -ummel de ^irstie %arver um hobby chatose é ue :3 houvera um, na opini)o de udre0N F, masentendeu ue ualuer coisa ue ela pudesse acrescentarn)o mudava nem um pouco o ue *eth tentava transmitir.Gualuer loucura. !a/ estava com... sua construD!o% seu

faer F o ue o mantinha muito ocupado.@)o ocupado demais uando eu corri para a porta

h3 al#uns minutos, ela pensou. @)o ocupado demais parame deter. @)o ocupado demais para me casti#ar,tampouco. !alvez da pr&Uima vez se:a sal enJiado em

minha #oela, em vez de mel.u soda c3ustica. <u lhe digo 3uando% voltou a voz da crian5a. Mi3ue na

escuta% tia &udrey. epois 3ue os PoGer #agons 0oltarem. Mi3uena escuta. ^ importante 3ue 0oc4 fu)a.

(esta vez, muitas ima#ens passaram tremulando. l#umas sur#iam e desapareciam r3pido demais para ela

identiJicar, mas captou umas poucas$ uma velha lata de%heJ Bo0ardee :o#ada no liUo, uma velha privada



uebrada ca"da de lado no monturo, um carro sobreblocos de madeira, sem rodas nem vidros. %oisasuebradas. %oisas consumidas.

Oltima coisa ue viu antes de desJazer o contatoJoi o retrato de estOdio dela mesma na mesa da sala daJrente. s olhos do retrato haviam desaparecido, Jurados.

*eth soltou<a e recuou, observando<a a#arrar<se Yborda do balc)o e Jazer Jor5a para levantar<se. barri#a,pesada e densa com o mel ue !a/ a Jizera en#olir, pareciaum contrapeso. *eth tinha a#ora a aparSncia de sempre F

distante e desli#ado, com toda a curva emocional de umapedra. %ontudo, havia auelas raias limpas sob os olhos.*im, havia auilo.

F h<oh F ele disse, com sua voz ap3tica, sonsue ela e -erb haviam especulado ue talvez uisessemdizer &udrey% oi% e depois saiu da cozinha.

(e volta ao covil, onde ainda continuava oclim3tico tiroteio. 4 uando acabasseW ra, o maisprov3vel era retornar a Jita para o aviso do 2B' erecome5ar tudo de novo.

Mas ele Jalou comi#o, ela pensou. lto e claro,dentro de minha cabe5a. 4m sua vers)o do teleJonePla0*/ool. *& ue a vers)o dele é grande demais.

Pe#ou a vassoura na despensa e p+s<se a varrer aJarinha e o macarr)o derramados. @o covil, Ror0 %alhounberrou$

F VocS n)o vai a parte al#uma, sua ianue barri#ade porcaZ

F @)o tem de ser assim, =eb F murmurou udre0, varrendo.

F @)o tem de ser assim, =eb F disse !0 -ardinsubUeriJe aine no JilmeN, e ent)o o mau %oronel



Murdoc/ lhe deu um tiro dentro de mais trinta se#undos,seria morto a tiros ele pr&prio.

udre0 sentiu de novo um n& no diaJra#ma. (uro.

2oi até a pia, arrastando a vassoura com uma das m)os, ecurvou<se. Vomitou, mas nada saiu. m momento depois,a contra5)o passou. 4la abriu a torneira de 3#ua Jria,curvou<se, bebeu direto do :orro, depois :o#ou comcuidado uns dois borriJos na testa late:ante. *ensa5)o boa.Maravilhosa.

2echou a torneira, voltou Y despensa e pe#ou a

pazinha de liUo. !a/ estava construindo, dissera *eth. !a/estava Jazendo. Mas o uSW 4 ao se a:oelhar desa:eitada:unto ao liUo ue varrera, a vassoura numa das m)os e ap3 na outra, ocorreu<lhe uma per#unta mais ur#ente$ se ela

fugisse% ue seria de seu sobrinhoW Gue Jaria a coisa com*ethW

2

B4'@( =*4P-*@ se#urou a porta da cozinha parao marido, depois aprumou<se e olhou em volta. luzacima n)o estava acesa, mas o aposento ainda continuavaum pouco mais claro do ue antes. tempestade passava,e ela sup+s ue dentro de mais uma ou duas horas

voltariam o calor e a claridade.lhou o rel&#io de parede acima da mesa, e sentiu

um breve lampe:o de irrealidade$ $>?W 4ra poss"vel ue

tivesse passado t)o pouco tempoW (eu uma olhada maisatenta e viu ue o ponteiro de se#undos n)o se meUia.



4stendeu a m)o para o interruptor atr3s da porta, uando =ohnn0 se arrastou de uatro para dentro da cozinha e secolocou de pé.

F @)o se dS o trabalho F disse =im Reed.*entava<se no ch)o entre a #eladeira e o Jo#)o, comRalphie %arver no colo. menino tinha o pole#ar naboca, os olhos vidrados e ap3ticos. Belinda :amais #ostaramuito dele, n)o conhecia nin#uém na rua ue #ostassecom eUce5)o da m)e e do pai, supunhaN, mas ainda assimteve pena.

F @)o se dS o trabalho do uSW F per#untou =ohnn0. F interruptor. 2altou ener#ia.Belinda acreditou, mas acionou duas vezes o

interruptor mesmo assim. @ada.-avia muita #ente nauele aposento F ela

calculava onze, contando consi#o mesma F, mas o surdosilSncio ue ca"ra sobre eles Jazia parecer menos. 4llie%arver ainda dava um ralo arue:o de vez em uando, mastinha o rosto colado no seio da m)e, e Belinda achava uetalvez estivesse na verdade dormindo. (avid Reed passavao bra5o em torno de *usi Heller. *entada do outro lado da#arota, também abra5ando<a #arota de sorte, com esse

conJorto todo, pensou BelindaN, estava a m)e dela.%ammie Reed, a m)e dos #Smeos, sentava<se encostadanuma porta onde um cartaz dizia * V4- (4*<P4@*. Belinda achava ue %ammie n)o sa"rainteiramente da coisa como os outros os olhos tinhamum ar Jrio, pensativo.

F VocS disse ue ouviu #ritosW F per#untou

=ohnn0 a *usi. F 4u n)o ouvi #rito nenhum.



F cabou F disse a #arota, desanimada. F choue talvez Josse a *ra. *oderson.

F %laro ue era F disse =im. Mudou Ralphie de

posi5)o no colo, encolhendo<se um pouco ao JazS<lo. F4u reconheci. #ente passou a maior parte da vidaouvindo ela #ritar com Har0. @)o é, (aveW

(ave Reed Jez ue sim com a cabe5a. F 4u :3 teria matado ela a esta altura. Palavra. F h, mas vocS n)o enche a cara, meu rapaz F

disse =ohnn0, com sua melhor voz de Q. %. 2ields.

!irou o teleJone da cozinha do #ancho, escutou,apertou o bot)o do zero umas duas vezes e tomou apendur3<lo.

F (ebbie est3 morta, n)o est3W F per#untou *usia Belinda.

F Psiu, menina, n)o F disse ^im Heller,parecendo assustada. *usi n)o tomou conhecimento.

F 4la n)o Joi pra casa vizinha de :eito nenhum.2oiW @)o minta pra mim. Belinda pensou em JazereUatamente isso, mas de al#um modo n)o parecia direito.

*e#undo sua eUperiSncia, mesmo as mentiras bem<intencionadas em #eral pioravam tudo. Mais loucura.Belinda pensou ue tudo :3 estava suJicientemente louco

na Rua dos Llamos. F T, uerida F disse, maravilhando<se de comosempre Jalava como sulista, pelo menos para si mesma,uando tinha de dar m3s not"cias a al#uém. !alvez Josseparte da eUperiSncia ne#ra ue nin#uém ainda se decidira aensinar num curso universit3rio. ue tomava a coisasobretudo interessante no seu caso era ue :amais estivera

ao sul da linha Mason<(iUon em toda a sua vida. F T,uerida, receio ue este:a, sim.



*usi levou as m)os ao rosto e p+s<se a solu5ar.(ave Reed puUou<a para si e ela encostou o rosto noombro dele. Guando ^im tentou puU3<la, ela enri:eceu o

corpo e resistiu. m)e de *usi lan5ou a (ave um olhar amea5ador,ue o rapaz n)o viu de modo al#um. 4la voltou o rostoirado para Belinda ent)o.

F Por ue Joi dizer isso a elaW F #arota est3 ca"da l3 na varanda, e com todo

auele cabelo ruivo é diJ"cil pra burro n)o ver.



F #ora cale a boca F disse<lhe Brad. Pe#ou<apelo pulso e puUou<a para a pia. F @)o perturbe ela.

h, (eus, tarde demais, pensou Belinda, mas,

prudentemente, nada disse.-avia uma :anela com tela atr3s da pia. lhandopor ela, Belinda via Y direita a cerca de estacas ueseparava o terreno dos %arver do do Velho (outor.

!ambém via o telhado verde da casa de Billin#sle0. cima,as nuvens :3 pareciam desJazer<se.

4la voltou<se e er#ueu<se, sentando<se de lado na

borda da pia. (epois curvou<se para a :anela, sentindo ocheiro do metal e de todo o ver)o penetrando pela trama.s cheiros combinados trouUeram uma moment[neanostal#ia da inJ[ncia, uma sensa5)o ao mesmo tempo&tima e louca. 4ra estranho, pensou, como era sempre ocheiro das coisas ue nos levava com mais Jor5a aopassado.

A &lWW7 F #ritou, pondo as m)os em concha emtorno da boca. Brad a#arrou<a pelo ombro, aparentementeuerendo JazS<la parar, e ela o sacudiu com muita SnJase.

F &lWW% -illingsley7 F @)o Ja5a isso, Bee F disse %ammie Reed. F

@)o é sensato.

4 o ue seria sensato, pensou Belinda. 2icar sentadano ch)o da cozinha esperando a che#ada da cavalariaW F (iabos, continue F disse =ohnn0. F Gue mal

pode JazerW *e as pessoas ue deram os tiros aindaestiverem por perto, ima#ino ue o lu#ar onde a #ente est3diJicilmente ser3 se#redo pra eles. F Pareceu ocorrer<lheuma idéia, e ele se acocorou diante da mulher do Jalecido

carteiro. F ^irsten, (avid tinha uma armaW m riJle deca5a, ou talvez...



F !em um rev&lver na mesa dele F ela disse. F*e#unda #aveta Y esuerda do v)o dos :oelhos. 4st3Jechada, mas a chave est3 na #aveta mais lar#a em cima.

@um peda5o de pano verde. =ohnn0 Jez ue sim com a cabe5a. F 4 a mesaW nde JicaW F h. @o peueno #abinete dele. 3 em cima, no

Jim do corredor. F 4la disse tudo isso parecendocontemplar os pr&prios :oelhos, depois er#ueu uns olhosdesesperados, desvairados, para ele. F 4le est3 l3 na

chuva, =ohnn0. 4 também o ami#o de *usi. #ente n)odevia deiUar eles l3 na chuva. F =3 est3 passando F disse =ohnn0, e seu rosto

su#eria ue sabia como isso parecia inane. Mas pareceusatisJazer Pie, pelo menos temporariamente, e Belindaachava ue era isso ue importava. !alvez Josse o tom de

=ohnn0. s palavras podiam ser inanes, mas ela :amais oouvira parecer t)o delicado. F %uide de seus Jilhos,^irstie, e n)o se preocupe com o resto por enuanto.

evantou<se e diri#iu<se Y porta de vaivém,andando a#achado como num combate.

F *r. MarinvilleW F chamou =im Reed. F Posso ircom vocSW

Mas uando tentou p+r Ralphie de lado, sur#iu nosolhos do menino um ar de p[nico. 4le tirou o pole#ar daboca com um aud"vel estalo e a#arrou<se a =im como umacraca, murmurando baiUinho$

F @)o, =im, n)o.4 isso de uma maneira ue Jez Belinda arrepiar<se.

4la achava ue os loucos provavelmente Jalavam assim

uando Jicavam sozinhos em suas celas Y noite.



A ...mais o policial% e o cara casado com a morta. Temtambm o Sr. -illingsley% e Cynthia% da lo)a7

A ,uem 0oc4J F per#untou Belinda.

A Ste0e &mes7 Sou de /o0a Zork7 Ti0e problemas comminha caminhonete% saQ da nterestadual e me perdi7 Parei na lo)a láembaiKo pra usar o telefone7

F Pobre cara F disse (ave Reed. F T como#anhar a loteria no inJerno.

A ,ue 3ue está acontecendoJ F per#untou a voz dooutro lado da cerca. F ;oc4 sabe o 3ue está acontecendoJ

F @)oZ F #ritou de volta Belinda.Pensava r3pido. (evia haver mais coisas para dizer,para per#untar, mas n)o conse#uia se lembrar deabsolutamente nada.

A eu uma olhada na ruaJ <stá li0reJ F #ritou mes.Belinda abriu a boca para responder, e depois Joi

momentaneamente distra"da pela teia de aranha do lado deJora da tela. toldo da :anela prote#era<a do pior doa#uaceiro, mas #otas de chuva pendiam dos Jios comominOsculos e trSmulos diamantes. propriet3ria<operadora achava<se no centro da teia. @)o se meUia.

!alvez morta. A onaJ <u perguntei...

A <u n!o sei7 F ela #ritou de volta. F 2ohnny =arin0ille e meu marido olharam% mas agora foram lá pra cima% pra... F Mas n)o ueria Jalar da arma. 'diotice, talvez,pensamento de uem est3 acuado, mas isso n)o mudava oue sentia F pra dar uma olhada melhor7 < 0oc4sJ

A Te0e muito mo0imento por a3ui% dona7 & mulher da3uadra... F ma pausa. F Seu telefone está funcionandoJ

A /!o7 A #ritou Belinda. F /em telefone nemeletricidade7



utra pausa. 4nt)o, mais baiUo, uase inaud"velacima do barulho da chuva ue diminu"a, ela o ouviu dizermerda. (epois ouviu outra voz, ue conhecia mas n)o

p+de identiJicar imediatamente. A -elinda% 0oc4J A ^ F respondeu, e olhou os outros em volta, em

busca de a:uda. F T o *r. =ac/son F disse =im Reed, Jalando por

tr3s do ombro de Ralphie. menino n)o conse#uira :untar<se eUatamente Y

irm) no reJO#io do sono, mas Belinda achava ue n)o iademorar muito$ o pole#ar :3 come5ara a aJrouUar nosl3bios.

A <u fui at a porta da frente7 F #ritou Peter. F &rua está deserta at a es3uina adiante7 'nteiramente deserta7

/enhum basba3ue nem curioso da 2acintos nem na 3uadra seguinteda Elamos7 sso fa algum sentido pra 0oc4J

Belinda pensou, Jranzindo o cenho, depois olhouem volta. Viu apenas olhos intri#ados e cabe5as ca"das.

!omou a voltar<se para a :anela. A /!o7 Peter deu uma risada. som causou nela um

arrepio i#ual ao ue lhe causara o aJlito murmOrio do

peueno %harlie %arver. A <stá em boa companhia. -ee7 Pra mim% tambm n!o7 F Guem iria aparecer na uadraW F escarneceu

^im Heller. F Guem, em seu :u"zo perJeitoW %om armasdisparando e #ente #ritando e tudoW

Belinda n)o soube como responder a isso. 4ral&#ico, mas n)o se sustentava... porue as pessoas n)o

a#iam lo#icamente uando as encrencas eUplodiam. *a"am



para intru:ar. 4m #eral Jaziam isso a uma dist[ncia ue:ul#avam se#ura, mas sa"am.

A Tem certea de 3ue n!o tem ningum depois da es3uinaJ

F #ritou.(esta vez a pausa Joi t)o lon#a ue ela :3 ia repetira per#unta, uando Jalou uma terceira voz. 4la n)o tevediJiculdade para reconhecer o Velho (outor.

A /ingum da3ui está 0endo ningum% mas a chu0ale0antou uma camada de 0apor do asfalto7 <n3uanto n!o se afastar%a gente n!o pode ter certea7

A =as n!o tem sirenes7 F Peter, de novo. F <stáou0indo alguma se aproKimando do norteJ A /!o7 F ela respondeu. F e0e ser a tempestade7 F cho ue n)o F disse %ammie Reed. 2alou por

si, para si, n)o para o #rupo se * V4-(4*P4@* n)o estivesse pr&Uima da pia. Belinda n)o ateria ouvido. F @)o, acho ue absolutamente n)o.

A <u 0ou sair pra pegar minha mulher7 F #ritou Peter.utras vozes se elevaram imediatamente em

protesto contra essa idéia. Belinda n)o distin#uia aspalavras, mas o tom emocional era ineu"voco.

(e repente a aranha F a ue ela :ul#ara estar morta F saiu do centro de sua teia e, tomando um dos Jios de

seda, subiu até desaparecer sob o beirai. @)o estavamorta, aJinal, pensou Belinda. *& Jin#indo de morta.4 ent)o ^irsten %arver se curvava a seu lado,

dando<lhe um encontr)o t)o Jorte com o ombro ue elateria ca"do de bunda dentro da pia se n)o conse#uissea#arrar<se na uina de um arm3rio acima. Pie tinha o rostode uma palidez de per#aminho, os olhos chispando de

medo.



%ammie levantou<se de seu lu#ar :unto Y porta dadespensa e aproUimou<se. *usi e a m)e :untaram<se a ela$ omesmo Jez (ave Reed.

F Gue éW F per#untou Pie %arver, lan5ando umolhar desvairado a Belinda. Jilha abra5ava<se em suaspernas como se Josse um tronco de 3rvore, e aindatentava esconder o rosto no uadril da m)e. F Gue éW

Belinda i#norou<a e Jalou a %ammie. F Ve:a auilo ali. =unto aos balan5os. 4st3 vendoW%ammie ia dizer ue n)o, mas ent)o Belinda

apontou e ela viu. trov)o resmun#ava a leste, e o ventolevantou uma breve ra:ada. teia de aranha do lado deJora da :anela tremeu e deiUou cair minOsculas #otinhas dechuva. coisa ue Belinda vira se livrou do balan5o eatravessou rolando metade do uintal dos %arver, nadire5)o da cerca de estacas.

F 'sso é imposs"vel F disse %ammie, com voznormal. F %ardo<russo n)o d3 em hio. Mesmo uedesse... é ver)o. 4les deitam raQes no ver)o.

F Gue é cardo<russo, m)eW F per#untou (ave. !inha o bra5o passado pela cintura de *usi. F @uncaouvi Jalar.

F Bolas de mato seco ue saem rolando F disse

%ammie na mesma voz ap3tica. F %ardo<russo é uma bola de mato seco.

3



BR( 4@2' %B4f pela porta do #abinete de%arver a tempo de ver =ohnn0 tirar uma caiUa verde ebranca de balas de uma #aveta da escrivaninha. @a outra

m)o, o escritor tinha o rev&lver de (avid %arver. Rodarao cilindro para asse#urar<se de ue as c[maras estavam vazias estavam, mas ele ainda se#urava a arma meio sem:eito, com todos os dedos Jora da #uarda do #atilho. ParaBrad, parecia um desses caras ue vendem arti#osduvidosos nos canais altos da !V a cabo$ $ente% estabeleinha a3ui 0entila 3ual3uer intruso noturno bastante idiota pra

arrombar sua casa% % 0entila% sim% mas esperem aQ% tem mais7Tambm fatia7 < pica7 ;oc4s adoram batata frita mas n!o t4mtempo de faer em casaJ

F =ohnn0.4le er#ueu o olhar, e pela primeira vez Brad viu

claramente como o cara estava assustado. 'sso o Jez #ostarmais dele. @)o via nenhum motivo para ser assim, masera.

F !em um idiota no #ramado da casa do Velho(outor. =ac/son, eu ima#ino.

F Merda. 'sso n)o é muito inteli#ente, éW F @)o. @)o v3 dar um tiro em si mesmo com essa

coisa a". F Brad come5ou a deiUar a sala, mas voltou. F

#ente est3 malucoW Porue parece ue sim. =ohnn0 er#ueu as m)os Y Jrente, as palmas paracima, dando a entender ue n)o sabia.

4



=-@@\ - M'* uma vez as c[maras do rev&lver F como se pudesse ter brotado uma bala dentro delasuando ele desviara o olhar F, depois Jechou o cilindro.

4nJiou a arma no cinto e #uardou a caiUa de balas nobolso da camisa. sala da Jrente era um campo minado com os

brinuedos de Ralphie %arver aparentemente, o meninon)o Jora apresentado pelos pais Y idéia de #uardar ascoisas depois de us3<las. Brad entrou no ue devia ser ouarto da menina. =ohnn0 se#uiu<o. Brad apontou para

Jora da :anela. =ohnn0 olhou l3 embaiUo. 4ra Peter =ac/son, claro.4stava no #ramado do (outor, a:oelhado :unto Y esposa.Pusera<a sentada, um bra5o passado pelas costas dela.4nJiava o outro por baiUo dos :oelhos dobrados. mulher tinha a blusa bastante er#uida, nas coUas, e =ohnn0tornou a lembrar<se da desaparecida calcinha dela. Bem, eda"W 4 da", porraW =ohnn0 via as costas do homemestremecendo, sacudidas pelos solu5os.

ma luz prateada cruzou o alto de sua vis)o.4le er#ueu o olhar e viu o ue parecia um reboue

irstream F ou talvez um reboue de lanches Fdobrando para a Llamos, vindo da =acintos. o#o atr3s

vinha o Jur#)o vermelho ue liuidara o cachorro e omenino dos :ornais, e mais atr3s o outro de pinturamet3lica azul<escura. 4le olhou para o outro lado, a Ruado rso acima, e viu o Jur#)o com a pintura de Mar0 ^a0e a antena parab&lica em Jorma de cora5)o, o amarelo ueprimeiro atropelara Mar0 de ré e depois a arrastara da rua,e o ne#ro com a torrinha.



*eis. *eis em duas Jilas de trSs, conver#entes. 4le vira ve"culos blindados americanos nauela mesmaJorma5)o muito tempo atr3s, no Vietn).

4stavam criando um corredor de Jo#o.Por um momento, n)o conse#uiu se meUer. sm)os pareciam pender das pontas dos bra5os comoblocos de cimento. @)o podem, pensou, com uma espéciede JOria de n3usea e descren5a. VocSs n)o podem 0oltar%seus sacanas, n)o podem continuar 0oltando.

Brad n)o os via olhava o homem no #ramado da

casa ao lado, absorto nos esJor5os de Peter para selevantar com o peso da esposa morta nos bra5os. 4Peter...

=ohnn0 meUeu a m)o direita. Gueria er#uS<la elapareceu, ao contr3rio, Jlutuar. 4le passou<a em torno docabo da arma e puUou<a do c&s da cal5a. @)o podiadispar3<la n)o havia balas nas c[maras. !ambém n)opodia carre#3<la, em seu estado atual. Por isso baiUou<acom o cabo para a Jrente, despeda5ando a vidra5a da:anela do uarto de 4llen.

A <ntre7 F #ritou para Peter, e a voz saiu baiUa esem Jor5a a seus pr&prios ouvidos. (eus do céu, uepesadelo era auele, e como haviam se metido neleW F

<ntre7 <les est!o 0oltando de no0o7 <st!o de 0olta7 <st!o 0oltandode no0o7



esenho encontrado num caderno sem tQtulo 3ue aparentemente ser0iade diário para &udrey #yler. <mbora n!o assinado% 3uase certamente obra

de Seth $arin. Supondo"se 3ue sua inclus!o no diário corresponda 9 poca em3ue foi feito% isto foi no 0er!o de *++% apBs a morte de Herbert #yler e arepentina partida da famQlia Hobart da Rua dos Elamos. A <d.



%ap"tulo *ete

Rua dos Álamos / 16H / 15 de julho de 1996

44* PR4%4M 4M4RH'R do vapor ue se er#ue da ruacomo dinossauros met3licos ue se materializam. =anelascorrem a portinhola no lado do (ream 2loater cor<de<rosa toma a abrir<se o p3ra<brisa do Jur#)o 2reedom azul

da Bount07s retrai<se numa lisa escurid)o de ondedespontam trSs canos acinzentados de escopetas.

trov)o ronca, e em al#um lu#ar um passarinhoemite um 3spero #rito. -3 uma pausa de silSncio, ecome5a a Juzilaria.

T como se toda a tempestade se renovasse, s& ue

pior, porue desta vez a coisa é pessoal. 4 as armas soammais alto ue antes %ollie 4ntra#ian, deitado de cara noch)o, na porta entre a cozinha e a sala de visitas deBillin#sle0, é o primeiro a notar isso, mas os outros n)odemoram muito a perceber por si mesmos. %ada tiro éuase como uma eUplos)o de #ranada, e se#uido por um#emido baiUo, al#uma coisa entre um zumbido e um

assobio.(ois tiros vindos do !rac/er rro vermelho, e oalto da chaminé de %ollie 4ntra#ian n)o passa de poeiramarrom no vento e peda5os de ti:olos do tamanho deseiUos, rolando pelo telhado abaiUo. m tiro atin#e acoberta de pl3stico estendida sobre %ar0 Ripton, Jazendo<a ondular como um p3ra<uedas, e outro ras#a a rodatraseira de sua bicicleta. ] Jrente do !rac/er rro est3 oJur#)o prateado, o ue parece um anti#o reboue de



vender lanches. Parte do topo se er#ue inclinado, e umaJi#ura prateada F parece um rob+ vestindo um uniJormeda inJantaria dos %onJederados F se cura para Jora.

Manda trSs ra:adas de escopeta entre#a especial para acasa em chamas de -obart. %ada tiro parece t)o altouanto uma eUplos)o de dinamite.

(escendo da Rua do rso, o (ream 2loater e o =ustice Qa#on despe:am Jo#o sobre o 81 e o 89 F ascasas de =osephson e de *oderson. s :anelas voam paradentro. s portas s)o arrombadas. ma ra:ada ue soa

como disparada por um peueno canh)o antiaéreo atin#eo velho *aab de Har0. traseira desmorona, voam lascasde vidro das lanternas vermelhas, e ouve<se um 0ump7uando o tanue de #asolina eUplode, envolvendo ocarrinho numa bola de Jumarenta chama rubra. sadesivos de p3ra<choue F P** @(R(4VHR M* 4*! @ * 2R4@!4, nadireita, %RR ( 4*!(<M'R ( ML2', naesuerda F tremulam no calor como mira#ens. trio deJur#Kes ue avan5a para o sul e o ue avan5a para o nortese encontram, passam um pelo outro e param diante dacerca de estacas ue separa a casa de Billin#sle0 da de%arver, mais Y Jrente, e da de =ac/son, mais atr3s.

udre0 Q0ler, ue comia um sandu"che e tomavauma lata de cerve:a lite na cozinha uando come5ou aJuzilaria, Jica parada na sala de visitas, Jitando a rua deolhos arre#alados, esuecida de ue ainda se#ura meiosandu"che de salame com alJace e centeio numa das m)os. Jo#o Jundiu<se num cont"nuo ru#ido da *e#undaHuerra Mundial, de rachar os ouvidos, mas ela n)o corre

peri#o todo ele é atualmente diri#ido para as duas casasdeJronte.



4la vS o caninho vermelho F o Buster F deRalphie %arver subir no ar com um lado estourado, numaretorcida Jlor met3lica. Rola sobre o cad3ver encharcado

de (avid %arver, pousa com as rodas para cima #irando, edepois outro impacto uase a dobra no meio e :o#a<asobre as Jlores Y esuerda da entrada da #ara#em. utrara:ada estoura a porta de tela dos %arver mais duas, doBount07s 2reedom, vaporiza a maioria das valiosasJi#urinhas de -ummel de Pie.

brem<se rombos na esma#ada traseira do umina

de Mar0 =ac/son, e depois também ele eUplode, as chamassubindo e en#olindo o cano de tr3s para a Jrente. Balasarrancam duas :anelas do Velho (outor. parece umburaco do tamanho de uma bola de beisebol na caiUa decorrespondSncia ao lado da porta dele a caiUa cai nocapacho de boas<vindas, Jume#ando. (entro, ardem umpanJleto de propa#anda do ^mart e uma carta da*ociedade Veterin3ria de hio. utro estampido, e aaldraba do ban#al+ F a cabe5a de um c)o s)o<bernardode prata F desaparece t)o completamente uanto umamoeda na m)o de um m3#ico. Parecendo indiJerente aisso, Peter =ac/son esJor5a<se para levantar<se com aesposa morta nos bra5os. s &culos redondos sem aros,

as lentes manchadas de 3#ua, reluzem na luz ue se tomamais Jorte. 4le tem o rosto p3lido mais ue aJlito é orosto de um homem cu:o painel de Jus"veis ueimou todo.Mas udre0 vS ue est3 parado l3, mila#rosamente inteiro,mila#rosamente...

Tia &udrey7 *eth. Muito Jraco, mas decididamente *eth.

Tia &udrey% está me ou0indoJ <stou7 Seth% 3ue 3ue háJ



<s3uece7 voz parece Y beira do p[nico. ;oc4 tem olugar pra ir% n!o temJ > lugar seguroJ

Mohon/W ReJere<se a Mohon/W (eve ser, ela

conclui.Sim% eu...;á pra lá7% #rita a voz Jraca. ;á pra lá 2E7 Por3ue...

voz n)o conclui, e nem é preciso. 4la deu ascostas Y Juriosa #aleria de tiro da rua, voltou<se para ocovil, onde o Jilme F Milme F est3 passando de novo. volume Joi de al#um modo aumentado muito além do

ue a Xenith deles pode produzir. sombra de *eth saltaestaticamente na parede, alon#ada e de certo modohorr"vel lembra o ue mais a assustava na inJ[ncia$ odem+nio de chiJres na parte da D@oite no Monte %alvoEdo Jilme Mantasia. T como se !a/ se contorcesse dentrodo corpo do menino, entortando<o, esticando<o,Jor5ando<o implacavelmente além de seus limites eJronteiras comuns.

4 n)o é s& isso o ue acontece. 4la se volta para a:anela, olha para Jora. princ"pio pensa ue s)o seusolhos, al#um problema com eles F talvez !a/ os tenhaderretido de al#uma Jorma, ou entortado as lentes F, masestende as m)os Y sua Jrente e elas parecem corretas. @)o,

o erro é na Rua dos Llamos. Parece estar torcendo<se esaindo de perspectiva de um modo ue ela n)o conse#uedeJinir bem, os [n#ulos mudando, as uinas inchando, ascores borrando. T como se a realidade estivesse a pontode liueJazer<se, e ela acha ue sabe por uS$ acabou olon#o per"odo de prepara5)o e discreto crescimento de

!a/. %he#ou a hora da a5)o. !a/ est3 faendo% !a/ est3

construindo. *eth mandou<a sair, pelo menos por al#umtempo, mas aonde pode ele irW



Seth7% ela eUperimenta, concentrando<se o m3Uimoue pode. Seth% 0enha comigo7

/!o posso7 ;á% tia &udrey7 ;á )á7

a#onia nessa voz é mais do ue ela podesuportar. Volta<se de novo para o arco, o ue leva aocovil, mas vS em vez disso um prado ue desce para umamuralha de rocha. -3 rosas silvestres$ ela sente o cheirodelas, e o sensual e delicado calor da primavera che#andoao ver)o. 4 ent)o =anice est3 a seu lado, e per#unta<lheual é sua mOsica Javorita absoluta de *imon e HarJun/el,

e em breve as duas se acham mer#ulhadas numa discuss)ode D-omeard BoundE e D' m a Roc/E, auela ue diz$D*e eu nunca amasse, nunca teria chorado.E

@a cozinha dos %arver, os reJu#iados :azem noch)o com as m)os tran5adas na nuca e os rostos #rudadosno ch)o$ em volta deles, o mundo parece despeda5ar<se.

Vidros estilha5am<se, m&veis caem, al#uma coisaeUplode. uvem<se horr"veis sons de perJura5)o uandoas balas atravessam as paredes.

(e repente, Pie n)o suporta mais 4llie a#arrando<sea ela. ma<a. é claro ue ama, mas é Ralphie ue uera#ora, e é Ralphie ue deve ter$ o esperto e sapecaRalphie, ue tanto parece com o pai. 4mpurra 4llen

rudemente, i#norando o #rito de espantada aJli5)o damenina, e salta para o v)o entre o Jo#)o e a #eladeira,onde =im se encolhe sobre o Jrenético Ralphie, ue berra,mantendo uma das m)os sobre a cabe5a do menino, comoum boné.

A =!!!eee7 F choramin#a 4llen, e tenta correratr3s dela.

%ammie Reed aJasta<se da porta da despensa,a#arra a menina pela cintura e :o#a<a de volta no ch)o, no



momento em ue uma coisa ue soa como um #aJanhotomonstro atravessa a cozinha zumbindo, bate na torneirada pia e a Jaz sair rodopiando como uma baliza de

animadora de torcida. maior parte da torneira despeda5aa :anela e a teia de aranha do outro lado. 3#ua :orra doue restou, a princ"pio che#ando uase até o teto.

A =e dá ele7 F #rita Pie. F =e dá meu filho7 =e dámeu f...

utro zumbido ue se aproUima, este se#uido porum clan#or alto e musical, uando uma das panelas de

cobre penduradas :unto ao Jo#)o é reduzida a um cascode Jra#mentos retorcidos e estilha5os voadores. 4 Pie derepente est3 apenas #ritando, a#ora sem palavras, s&#ritando. !em as m)os #rudadas no rosto. san#uees#uicha por entre os dedos e pelo pesco5o abaiUo. 2iosde cobre cobrem a Jrente da blusa desabotoada. utroscobrem os cabelos, e um peda5o #rande tremula no centroda testa como a l[mina de uma Jaca atirada.

A /!o posso 0er7 F ela berra, e deiUa cair as m)os.%laro ue n)o pode os olhos se Joram. 4 também a maiorparte do rosto. ascas de cobre pro:etam<se das Jaces, dosl3bios, do ueiUo. F =e a)udem% eu n!o posso 0er7 =e a)ude%a0id7 Cad4 0oc4J

=ohnn0, deitado de barri#a no ch)o ao lado deBrad, no uarto de 4llen em cima, ouve<a #ritando ecompreende ue aconteceu al#uma coisa terr"vel. Balascosturam o ar acima deles. @a parede do outro lado h3uma Joto de 4ddie Vedder uando =ohnn0 come5a araste:ar para a porta do corredor, sur#e um #rande rombono peito de 4ddie. utro atin#e o peueno espelho acima

da penteadeira de 4llen e o martela em Jra#mentosJaiscantes. (e al#um lu#ar da uadra, misturando<se



inJernalmente com os #ritos de Pie %arver embaiUo, vemo zuno do alarme de um cano. 4 o Jo#o ainda prosse#ue.

Guando raste:a para o corredor coberto de

brinuedos, ouve Brad a seu lado, num 3spero arue:o.4st3 sendo um dia de #in3stica dos diabos, para um caracom uma pan5a t)o #rande, pensa =ohnn0... mas ent)oesse pensamento, os #ritos da mulher l3 embaiUo e oru#ido da Juzilaria, tudo é varrido de sua mente. Por uminstante, parece<lhe ue deu de cara com o punho direitode Mi/e !0son.

F T o mesmo cara F sussurra. F h, (eus docéu, é o mesmo porra. F *e abaiUe, seu idiotaZ F Brad a#arra<lhe o bra5o

e puUa. =ohnn0 desaba para a Jrente, como um carro

escorre#ando de um macaco mal colocado, semcompreender ue est3 de uatro até desmoronar de novo.Balas invis"veis varam o ar acima de sua cabe5a. vidronuma Joto de casamento emoldurada no alto da escada seestilha5a a Joto cai com um baue, virada para baiUo notapete. m se#undo depois, a bola de madeira em cima dopilar da escada se desinte#ra, espalhando um mortal buuSde lascas. Brad abaiUa<se, cobrindo o rosto, mas =ohnn0

apenas olha JiUo al#uma coisa no ch)o do corredor,esuecido de tudo mais. F Gue é ue h3 com vocSW F per#unta<lhe Brad.

F Guer morrer, uerW F T ele, Brad F repete =ohnn0. 4nJia os dedos

nos cabelos e d3 um curto e Jorte puU)o, como paraasse#urar<se de ue tudo isso est3 de Jato acontecendo. F

... F uve<se um zumbido perverso, uase como umacorda de viol)o dedilhada, acima de suas cabe5as, e o



#lobo de luz do corredor eUplode, espalhando vidro sobreeles. F cara ue estava diri#indo o Jur#)o azul F eleconclui. F 2oi o outro ue atirou nela... o humano... mas

era esse o cara ue estava diri#indo.4stende a m)o e pe#a um dos bonecos de Ralphie%arver no ch)o do corredor, a#ora entulhado de vidro elascas, além de brinuedos. T um alien"#ena de testarombuda, olhos amendoados escuros e imensos, e umaboca ue n)o é boca coisa nenhuma, mas uma espécie dechiJre de carne. Veste um uniJorme iridescente

esverdeado. !em a cabe5a calva, a n)o ser por uma JaiUade duro cabelo louro. =ohnn0, parece a escova sobre oelmo de um centuri)o romano. %adS seu capacete, eleper#unta em pensamento Y Ji#urinha, as balas varando oar a zumbir por cima, perJurando o papel de parede,despeda5ando o reboco atr3s. Ji#ura parece o 4.!. de*pielber#. %adS seu capacete da cavalaria, caraW

F (e ue est3 JalandoW F per#unta Brad.4st3 estendido de barri#a no ch)o. !oma a Ji#ura,

de uns vinte e cinco cent"metros de altura, das m)os de =ohnn0 e olha<a. !em um corte numa das #ordasbochechas. Vidro ca"do do #lobo de luz, supKe =ohnn0.4mbaiUo, a mulher ue #ritava se cala. Brad olha o

alien"#ena, depois Jita =ohnn0 com olhos uasecomicamente arre#alados. F VocS s& pensa merda F diz. F @)o F diz =ohnn0. F @)o penso, n)o. (eus é

testemunha ue n)o. 4u nunca esue5o uma cara. F Gue est3 dizendoW Gue os caras ue est)o

Jazendo isso usam m3scaras pros sobreviventes n)o

poderem identiJicar eles depoisW



idéia n)o ocorreu a =ohnn0 até esse instante, masé boa.

F cho ue deve ser isso. Mas...

F Mas o uSW F @)o parecia m3scara. *& isso. @)o pareciam3scara.

Brad Jita<o por mais um instante, depois :o#a oboneco de lado e come5a a raste:ar para o po5o da escada.

=ohnn0 pe#a<o, olha<o por um momento, depois seencolhe uando outra bala entra pela :anela no Jim do

corredor F o ue d3 para a rua F e zumbe diretamenteacima de sua cabe5a. 4nJia o boneco no bolso da cal5aue n)o contém a bala enorme e come5a a raste:ar atr3s deBrad.

@o #ramado da casa do Velho (outor, Peter =ac/son continua de pé com a esposa nos bra5os, ileso nocentro da tempestade de Jo#o. VS os Jur#Kes com seus

vidros escuros e seus contornos Juturistas, vS os canos dasescopetas, as bocas arrotando brasa, e entre o prateado e o

vermelho vS o velho calhambeue *aab de Har0 *odersonardendo na entrada da #ara#em dele. @ada disso lhe causamuita impress)o. 4le pensa a#ora como voltou dotrabalho para casa. Por al#um motivo, isso lhe parece

muito importante. Pensa ue vai come5ar toda narrativadessa tarde terr"vel n)o lhe ocorre ue talvez n)o sobre0i0aY tarde terr"vel, pelo menos aindaN dizendo <u acaba0a de0oltar do trabalho pra casa. Jrase :3 se tornou uma espéciede estrutura m3#ica em sua cabe5a uma ponte de volta aomundo s)o e ordenado ue ele supunha, apenas uma horaatr3s, ser um direito seu, e ue assim continuaria por anos

e décadas Juturos$ <u acaba0a de 0oltar do trabalho pra casa.



!ambém se lembra do pai de ManE, proJessor da2aculdade de dontolo#ia Meermont, no Broo/l0n.*empre sentiu um certo terror de -enr0 âepner, da

inte#ridade um tanto obcecante de -enr0 âepner noJundo Peter sempre soube ue -enr0 âepner oconsiderou indi#no de sua Jilha e no Jundo, esta é umaopini)o com ue Peter =ac/son sempre concordouN. 4a#ora Peter est3 parado na tempestade de Jo#o com os pésna #rama molhada, ima#inando como poder3 al#um diadizer ao *r. -enr0 âepner ue seu pior temor se tornou

realidade$ o indi#no #enro Jez com ue sua Jilha OnicaJosse assassinada.Mas n)o é culpa minha, pensa Peter. !alvez eu

possa JazS<lo compreender isso, se come5ar dizendo ueacabava de voltar do tra...

A 2ackson. voz varre suas preocupa5Kes, Jaz com ue oscile

sobre os pés, tenha vontade de #ritar. T como se umaboca alheia se houvesse aberto dentro de sua mente,Jazendo um buraco nela. Mar0 escorre#a em seus bra5os,tentando livrar<se de seu poder, e Peter aperta<a com maisJor5a contra si, i#norando a dor nos bra5os. o mesmotempo, volta a ter uma va#a compreens)o da realidade.

maioria dos Jur#Kes se movimenta de novo, mas muitodeva#ar, ainda atirando. cor<de<rosa e o amarelo a#oradespe:am Jo#o sobre as residSncias dos Reed e Heller,despeda5ando tanues de passarinhos, arrancandotorneiras, destro5ando :anelas de porKes, estra5alhandoJlores e arbustos, ras#ando calhas ue caem, tortas, no#ramado embaiUo.

m deles, porém, n)o se move. ne#ro. 4st3parado do outro lado da rua, tapando a vis)o da maior



parte da casa dos Q0ler. toninha deslizou para tr3s, ea#ora uma Ji#ura reluzente, de um cinza brilhante e umne#ro mortal, sai como um espectro da :anela de uma casa

assombrada. *& ue, vS Peter, a Ji#ura est3 em cima deal#uma coisa. Parece uma almoJada voadora e como uezumbe.

T um homemW @)o pode dizer com certeza. Pareceusar um uniJorme nazista, um tecido todo ne#ro ebrilhante, com arremates prateados, mas n)o h3 rostohumano acima das abas da #ola rosto nenhum, na

verdade.*& escurid)o. A 2ackson% 0enha pra c!% parceiro.4le tenta resistir, manter seu terreno, e uando a

voz torna a vir, n)o parece uma boca, mas um anzol,enterrando<se dentro de sua cabe5a, ras#ando seuspensamentos. #ora ele sabe o ue sente uma trutaJis#ada.

A ;amos andando% parceiro7 Peter atravessa os restos lavados pela chuva de um

:o#o de amarelinha na cal5ada 4llen %arver e a ami#aMind0, de uma uadra acima, desenharam<no nestamesma manh)N, e pisa na sar:eta. 3#ua em cachoeira

enche um dos sapatos, mas ele nem sente. 4m sua mente,ouve a#ora uma coisa estranha, uma espécie de trilhasonora. T tocada por um viol)o pinicado, como umaespécie de pe5a instrumental de (uane 4dd0. ma mOsicaue ele conhece mas n)o pode identiJicar. T o toue Jinalenlouuecedor.

Ji#ura brilhante na almoJada Jlutuante desce ao

n"vel da rua. o aproUimar<se, Peter espera ver o panone#ro talvez n3ilon, talvez sedaN cobrindo o rosto do



homem, dando<lhe auele ar espectral de ausSncia, masn!o vS, e uando a vitrina da 4<X *top eUplode na ruaabaiUo, ele compreende uma coisa terr"vel$ n)o o vS

porue n)o est3 ali. homem do Jur#)o ne#ro na verdade n)o tem rosto. F h, meu (eus F #eme, numa voz t)o baiUa ue

ele mesmo mal pode ouvir. F h, meu (eus, por Javor.(uas outras Ji#uras olham de cima da toninha do

Jur#)o ne#ro. ma é um cara barbudo, usando os restosdo ue parece um uniJorme da Huerra %ivil americana.

outra é uma mulher de cabelos lisos e Jei5Kes cruéis ebelas. T p3lida como um vampiro de hist&ria emuadrinhos. sa um uniJorme, como o do homem semrosto, ne#ro e prata, tipo Hestapo. ma espécie debadulaue F do tamanho de um ovo de pombo Fpende<lhe de uma corrente no pesco5o, Jaiscando comoum vest"#io dos psicodélicos anos 6>.

T um desenho animado, pensa Peter. primeira e va#a tentativa de Jantasia seUual de um #aroto pObere.

o che#ar mais perto do homem sem rosto,compreende uma coisa ainda mais terr"vel$ ele na verdaden)o est3 absolutamente ali. @em os outros dois, nem oJur#)o ne#ro. embra<se de uma matinS de s3bado F n)o

podia ter mais de seis ou sete anos F, uando Joi até atela do cinema e Jicou olhando para cima,compreendendo pela primeira vez como era barato otruue. (e meio metro de dist[ncia, as ima#ens eramapenas #aze a Onica realidade era a base brilhante dereJleUo da tela, em si absolutamente vazia, t)o sem tra5osuanto um banco de neve. !inha de ser, para a ilus)o

Juncionar. 4 a mesma coisa aui, e Peter tem o mesmotipo de estOpida surpresa a#ora ue os sentiu. 4stou



vendo a casa de -erbie Q0ler, pensa. 4stou vendo atravésdo Jur#)o.

A 2&CS>/7

Mas isso é real, essa voz, como era real a bala uetirou a vida de Mar0. 4le #rita através de uma #rade dedor, puUando o corpo dela para mais perto do peito porum momento, e depois deiUando<a cair amontoada na ruasem seuer perceber. T como se al#uém apertasse a bocade um me#aJone elétrico num de seus ouvidos,aumentasse todo o volume e #ritasse seu nome dentro

dele. san#ue es#uicha<lhe do nariz e come5a a minardos cantos dos olhos. A P>R &,?% P&RC<R>7 F Ji#ura ne#ra e

prata, a#ora insubstancial mas ainda amea5adora, aponta acasa dos Q0ler. voz é a Onica realidade, mas é a Onicarealidade ue Peter precisa como uma l[mina numa serraelétrica. 4le lan5a a cabe5a para tr3s com tanta Jor5a ueos &culos se entortam no rosto. F & $</T< T<= ?=TR&-&LH/H> PR& M&_<R7 =<LH>R S<

&PR<SS&R] 4le n)o caminha para a casa de -erbie e udre0 é

puKado para ela, empurrado para dentro. Guando atravessaa Ji#ura ne#ra e sem rosto, uma ima#em alucinada lhe

enche a mente por um momento$ espa#uete, dauele tipoestranhamente vermelho ue vem numa lata, ehambOr#uer. !udo misturado :unto numa ti#ela brancacom Ji#uras de desenho animado da Qarner Bros. FPernalon#a, -ortelino, Patolino F dan5ando na borda.*& pensar nesse tipo de comida em #eral o deiUa nauseado,mas no momento a ima#em se JiUa em sua mente, tem

uma Jome desesperada anseia por esses p3lidos Jios de



massa e o estranho molho vermelho. Por esse instante, atéa dor em sua cabe5a deiUa de eUistir.

travessa a ima#em pro:etada do Jur#)o ne#ro,

uando ele recome5a a rodar, e ent)o est3 andando pelatrilha de cimento ue conduz Y casa. s &culos Jinalmentedesistem da tSnue press)o ue eUercem em seu rosto ecaem ele n)o nota. inda ouve uns tiros isolados, masdistantes, em outro mundo. viol)o pinicado ainda tocaem sua cabe5a, e uando a porta da casa dos Q0ler se abresozinha, trompetes :untam<se ao viol)o e ele identiJica a

mOsica. T o tema de um velho seriado da !V, -onana.4u acabava de che#ar em casa do trabalho, pensa,entrando numa sala escura, Jétida, ue recende a suor ehambOr#uer velho. 4u acabava de che#ar em casa dotrabalho, e a porta bate, Jechando<se Ys suas costas, e eleest3 atravessando a sala de visitas, a caminho do arco e dosom da !V

F Pra ue est3 usando esse uniJormeW F per#untaal#uém. F #uerra acabou h3 uns trSs anos, vocS n)osoubeW

4u acabava de che#ar em casa do trabalho, pensaPeter, como se isso eUplicasse tudo F sua esposa morta, aJuzilaria, o homem sem rosto, o ar ran5oso dauela

salinha F, e ent)o a coisa sentada diante da !V vira orosto para ele e Peter n)o pensa em nada.@a rua l3 Jora, os Jur#Kes ue compKem o corredor

de Jo#o aceleram, o ne#ro alcan5ando rapidamente o(ream 2loater e o =ustice Qa#on. homem barbudo natorrinha lan5a uma ra:ada Jinal. tin#e a caiUa decorrespondSncia azul do %orreio dos 4 diante do 4<X

*top, abrindo<lhe um buraco do tamanho de uma bola desoftbol. 4nt)o os invasores dobram Y esuerda para a



=acintos e desaparecem. Root0<!oot, o 2reedom e o !rac/er rro deiUam a Rua do rso, desaparecendo no vapor ue primeiro os dissolve, e depois os en#ole.

@a casa dos %arver, Ralphie e 4llen berram Y vis)oda m)e, ue desabou na porta dando para o corredor. Masela n)o perdeu os sentidos o corpo debate<seJuriosamente de um lado para outro, com as convulsKesue a despeda5am. T como se o sistema nervoso estivessesendo varrido por Jortes a#uaceiros. san#ue es#uichaem Jios do rosto esJacelado, e ela emite um compleUo

ru"do do Jundo da #ar#anta, uma espécie de rosnarcantado. A =!e7 =!e7 F #rita Ralphie, e =im Reed est3

perdendo a batalha para impedir o menino, ue secontorce e luta, de correr para a mulher a#onizante naporta da cozinha.

=ohnn0 e Brad descem a escada sentados F umde#rau de cada vez, como crian5as Jazendo umabrincadeira F, mas uando o primeiro che#a embaiUo epercebe o ue aconteceu, o ue continua acontecendo,levanta<se e corre, primeiro abrindo a porta de telaescan#alhada com um pontapé, depois pisando nos restosdos adorados -ummels de ^irsten.

F @)o, se abaiUeZ F berra<lhe Brad, mas =ohnn0n)o lhe d3 aten5)o.Pensa s& numa coisa, ue é separar a mulher

a#onizante dos Jilhos o mais r3pido poss"vel. 4les n)oprecisam assistir ao resto do soJrimento dela.

A =!!ee7 F uiva 4llen, tentando sair de baiUo de%ammie. *an#ra pelo nariz. !em os olhos desvairados mas

inJernalmente lOcidos. F =`!!!eeee7



*em ouvir, deiUados para tr3s os dias depreocupa5)o com os Jilhos e o marido, e a secretaambi5)o de um dia criar ela pr&pria belas Ji#urinhas de

-ummel a maioria, pensava, provavelmente se pareceriacom seu belo JilhoN, îrsten %arver estremece indiJerentea tudo na porta, batendo os pés, er#uendo e baiUando asm)os, ue tambo<rilam por um instante no colo e depoistornam a voar para cima como p3ssaros assustados. Rosnae canta, rosna e canta, sons ue s)o uase palavras.

F !ire ela dauiZ F berra %ammie para =ohnn0.

2ita Pie com terror e pena. F Jaste ela das crian5as, peloamor de (eusZ4le se abaiUa, pe#a<a, e ent)o Belinda ali est3 para

a:ud3<lo. evam îrsten para a sala de visitas dela e acolocam num soJ3 pelo ual ela morreu de an#Ostiadurante semanas, e ue a#ora solta o estoJo por umburaco enorme. Brad recua diante deles para dar espa5o,lan5ando olhares nervosos Y rua atr3s, ue mais uma vezparece deserta.

F @)o me pe5a pra costurar isso F diz Pie, numtom de voz matreiro, e depois d3 uma horr"vel #ar#alhadaabaJada.

F îrsten F diz Belinda, curvando<se sobre ela e

pe#ando uma de suas m)os. F VocS vai Jicar bem. VaiJicar &tima. F @)o me pe5a pra costurar isso F repete a

mulher no soJ3.(esta vez parece estar pre#ando um serm)o.

almoJada sob sua cabe5a escurece, a mancha de san#ueespalhando<se visivelmente, sob o olhar dos trSs parados a

seu lado. Para =ohnn0. é como auelas nuvens ue os



pintores renascentistas Ys vezes punham em tomo de suas Vir#ens. 4 ent)o voltam as convulsKes.

Belinda curva<se e se#ura os ombros de îrsten, em

contor5Kes. F Me a:udem aui com ela F diz, suJocando,Juriosa, a =ohnn0 e ao marido. Voltou a chorar. F h,seus idiotas, sozinha eu n)o posso, me a)udem aui comelaZ

@a casa ao lado. !om Billin#sle0 continuoutentando salvar a vida de Marielle mesmo no au#e do

ataue, trabalhando com o euil"brio de um cirur#i)o de#uerra. #ora ela est3 costurada, e a hemorra#ia se reduziua um empapado vazamento pela tripla banda#em de #aze,mas ao er#uer o olhar para %ollie, o Velho (outor balan5aa cabe5a. @a verdade, sente<se mais perturbado pelos#ritos da casa vizinha do ue pela opera5)o ue acabou derealizar. @)o sente muita coisa por Marielle *oderson,positiva ou ne#ativa, mas tem uase certeza de ue amulher ue #rita ao lado é îrsten %arver, e de îrsten ele#osta muito.

F %ara, & cara F diz em voz alta. F Guer dizer,como est3 vocSW

%ollie olha para Har0, uerendo asse#urar<se de ue

ele est3 Jora do alcance do ouvido, e descobre<o Ueretandona peuena cozinha do (outor, indiJerente aos #ritos e aochoro das crian5as na casa ao lado, i#norando ue aopera5)o de sua esposa acabou abre e Jecha arm3rioscom a meticulosidade do alco&latra atr3s de bebida. *uaolhada na #eladeira em busca de cerve:a, ou uem sabeuma vodca #elada, Joi compreensivelmente curta o bra5o

da esposa est3 ali, na se#unda prateleira. pr&prio %ollieo p+s l3, aJastando as coisas F molho de salada, picles, a



maionese, um resto de lombinho de porco na embala#em F para dar<lhe espa5o. @)o crS ue venha a serreimplantado, nem mesmo nessa era de mila#res e

maravilhas se pode Jazer uma coisa dessas, mas aindaassim n)o p+de decidir<se a p+<lo na despensa do (outor.Guente demais. 'a atrair moscas.

F 4la vai morrerW F per#unta %ollie. F @)o sei F diz Billin#sle0. 2az uma pausa, lan5a

sua pr&pria olhada a Har0, d3 um suspiro, passa a m)osobre a :uba de cabelos brancos tipo lbert 4instein. F

Provavelmente. %ertamente, se n)o Jor lo#o pra umhospital. Precisa de muita a:uda. cima de tudo,transJus)o. 4 tem al#uém Jerido a" ao lado, pelo barulho.^irsten, eu acho. 4 talvez n)o se:a a Onica.

%ollie balan5a a cabe5a. F *r. 4ntra#ian, ue acha ue est3 acontecendo

auiW F @)o tenho a menor idéia.%0nthia pe#a um :ornal é o ispatch% de %olumbus,

n)o o Shopper% de QentorthN ue caiu na sala de visitasdurante o barulho, enrola<o e raste:a deva#ar até a portada Jrente. sa o :ornal para varrer os cacos de vidro Fem uantidade surpreendente F do caminho Y medida

ue avan5a.*teve pensa em protestar, per#untando<lhe se elatalvez n)o sente dese:o de morrer, mas cala<se. ]s vezestem idéias sobre as coisas. 'déias muito Jortes, na verdade.%erta vez, uando lia m)os paciJicamente na cal5ada det3buas de Qindood, teve uma idéia t)o Jorte, ue deiUouo empre#o na mesma noite. 4ra sobre uma risonha #arota

de dezessete anos com c[ncer ovariano. Mali#no,avan5ado, talvez um mSs além de ualuer remédio



humano. @)o era a idéia ue a #ente ueria ter sobre umalinda #inasiana de olhos verdes, se o lema da vida da #enteera

@I !4M PRB4M.

idéia ue est3 tendo a#ora é eUatamente t)o Joneuanto auela, porém muito mais otimista$ os atiradoresJoram embora, pelo menos por enuanto. @)o h3 comoele saber disso, mas tem certeza, mesmo assim.

4m vez de chamar %0nthia de volta, :unta<se a ela. porta de dentro Joi estourada por v3rios tiros deescopeta também Jicou t)o seriamente empenada ue*teve duvida ue al#um dia volte a Jechar<seN, e o ventoue entra pela tela despeda5ada é o para"so F #ostoso eJrio no rosto suado. s crian5as ainda choram na casa aolado, mas os berros pararam, pelo menos por enuanto, o

ue é um al"vio. F %adS eleW F per#unta %0nthia, parecendo

desorientada. F Ve:a, l3 est3 a mulher dele F aponta ocorpo de Mar0, ue a#ora :az na rua, suJicientementeperto do outro lado para ue mechas de cabelos ondulemna 3#ua ue desce a sar:eta. F ... mas cadS eleW *r.

=ac/sonW*teve aponta pela metade de baiUo ras#ada da tela.

F @auela casa. (eve ser. 4st3 vendo os &culosdele na trilha de cimentoW %0nthia espreme os olhos, ebalan5a a cabe5a.

F Guem é ue mora aliW F per#unta<lhe *teve. F @)o sei. @)o estou aui o tempo suJiciente

pra...



F *ra. Q0ler e o sobrinho F diz %ollie por tr3sdeles. 4les se viram e o vSem a#achado de c&coras,olhando os dois. F menino é autista, ou disléUico, ou

catat+nico... um desses malditos icos% nunca sei diJeren5arum do outro. marido dela morreu no ano passado, demodo ue s& tem os dois. =ac/son... deve... deve ter... F@)o se interrompe, mas a voz se esvai, as palavras setornando cada vez mais baiUas e Jinalmente caindo nosilSncio. Guando torna a Jalar, a voz ainda é baiUa... emuito pensativa. F Gue diaboW

F Gue éW F per#unta %0nthia, nervosa. F Gue éW F 4st3 brincando comi#oW @)o est3 vendoW F Vendo o uSW 4stou vendo a mulher, e os

&culos do mari... F #ora é a vez da voz dela se esvair.*teve come5a a per#untar o ue é ue h3, e ent)o

compreende F mais ou menos. cha ue teria vistoantes, mesmo sendo estranho Y rua, se n)o tivesse aaten5)o desviada pelo cad3ver, os &culos ca"dos e suapreocupa5)o com a *ra. *oderson. *abe o ue tem deJazer a respeito, e mais ue ualuer outra coisa estevereunindo cora#em para JazS<lo.

#ora, porém, simplesmente olha o outro lado darua, deiUando os olhos passarem deva#ar do 4<8 *top

para a casa adiante, desta para a outra, onde as crian5as:o#avam disco uando ele entrou na rua, e depois para adiretamente deJronte deles, onde =ac/son deve ter<se:o#ado no ch)o uando a Juzilaria esuentou demais.

-ouve uma mudan5a desde a che#ada dosatiradores nos Jur#Kes.

4Uatamente como, ele n)o sabe, sobretudo porue

um estranho ali, n!o conhece a rua, e em parte porue aJuma5a da casa incendiada e o vapor ue ainda sobe da



rua molhada d)o Ys casas do outro lado uma aparSnciauase espectral, como casas vistas numa mira#em... mashou0e uma mudan5a.

@a casa dos Q0ler, o revestimento met3licoeUterno Joi substitu"do por toros, e onde havia uma :anelapanor[mica h3 a#ora trSs :anelas de mOltiplas vidra5asmais convencionais F antiuadas, pode<se dizer. portatem suportes de madeira pre#adas em X nas t3buas

verticais. casa vizinha Y esuerda... F Me di#a uma coisa F diz %ollie, olhando a

mesma casa. F (esde uando os Reed moravam numaporra duma cabana de torosW F (esde uando os Heller moram numa hacienda

de adobeW F responde %0nthia, olhando uma outra maisabaiUo.

F VocSs est)o brincando F diz *teve. (epois, em voz Jraca$ F @)o est)oW @in#uém responde. Parecemuase hipnotizados.

F *ei ue estou vendo mesmo F diz %ollie porJim. !em a voz atipicamente hesitante. F 4st3...

F !remulando F diz a mo5a. 4le volta<se paraela.

F Téé. %omo uando a #ente vS uma coisa por

cima de um incinerador, ou... F l#uém a" a:ude minha mulherZ F #rita<lhesHar0 das sombras da sala de visitas. 4ncontrou uma#arraJa de al#uma coisa F *teve n)o vS o uS F e est3parado :unto Y Joto de -ester, um pombo ue #ostava deJazer pintura a dedo. @)o, pensa *teve, ue pombo na

verdade tenha dedo. Har0 n)o est3 Jirme sobre os pés, e

suas palavras soam en#roladas.



F l#uém a" a:ude Mar7elleZ 4la perdeu a porra dobra5o.

F #ente precisa buscar socorro pra ela F diz

%ollie, balan5ando a cabe5a. F 4... F ... pro resto de n&s F conclui *teve.@a verdade est3 aliviado, por saber ue mais

al#uém compreende isso, ue talvez n)o tenha de irsozinho. menino na casa ao lado parou de chorar, masele ainda ouve a menina, dando #randes solu5os a#uados.Mar#rit Minhoca, pensa. T como o irm)o a chamava.

(isse ue Mar#rit Minhoca ama 4than -a/e.*teve sente uma vontade sObita, t)o Jorte uantoincomum, de ir Y casa ao lado ver a menina. :oelhar<sediante dela, tom3<la nos bra5os, abra53<la e dizer<lhe uepode amar a uem uiser. 4than -a/e, @et Hin#richou ualuer um. 4m vez disso, baiUa o olhar para a ruaadiante. 4<X *top, até onde pode ver, n)o mudou oestilo ainda é o:a de %onveniSncia do *éculo Passado, Ys

vezes conhecido como Pré<Moldado Pastel, Ys vezesconhecido como @atureza<Morta com iUeira. @)obonito, lon#e disso, mas um Jator conhecido, o ue nascircunst[ncias é um al"vio. caminhonete R0der continuaparada na Jrente, a placa de teleJone azul ainda pendurada

do #ancho, o -omem de Marlboro ainda na porta, e......e o estande de bicicletas desapareceu.Bem, n)o desapareceu eUatamente$ Joi substitu"do.Por uma coisa ue parece, suspeitamente, uma

barra de amarrar cavalos num Jilme de Jaroeste.%om um esJor5o, ele arrasta primeiro os olhos e

depois a mente de volta ao policial, ue est3 dizendo ue

*teve tem raz)o, todos precisam de a:uda. @a casa dos%arver como na do Velho (outor, a :ul#ar pelo barulho.



F !em uma mata atr3s das casas deste lado da rua F diz %ollie. F travessada por uma trilha. T usadaprincipalmente pelos meninos, mas eu mesmo #osto. *e

biJurca atr3s da casa de =ac/son. m lado desce a =acintos.*ai no abri#o de +nibus, na metade da uadra. outrose#ue pra leste, pra venida nderson. *e a nderson,perdoem meu JrancSs, também se Jodeu...

F Por ue deviaW F per#unta %0nthia. F @)oteve nenhum tiro praueles lados. 4le lan5a<lhe um olharestranho, paciente.

F !ambém n)o veio a)uda nenhuma daueleslados. 4 nossa rua est3 Jodida de uma maneira ue n)otem, nada a ver com a Juzilaria, caso vocS n)o tenhanotado.

F h F ela diz, com uma vozinha miOda. F (e ualuer modo, se a venida nderson

estiver t)o pirada uanto a Rua dos Llamos... espero uen)o, mas se estiver... tem um viaduto ue vai pelo menosaté o Jim dela, sen)o mais adiante. !alvez até %olumbusBroad. !em de ter #ente l3.

Mas n)o parece acreditar de Jato nisso. F 4u vou com vocS F diz *teve. policial parece surpreso com a oJerta, e depois,

avaliando$ F cha mesmo uma boa idéiaW F @a verdade, sim. cho ue os bandidos Joram

embora, pelo menos por enuanto. F Gue Jaz vocS pensar issoW*teve, ue n)o tem absolutamente inten5)o al#uma

de encerrar sua breve carreira como vidente de cal5ad)o,

diz ue é apenas um palpite. VS %ollie 4ntra#ianpensando no assunto, e sabe ue o policial vai concordar



um buJS antes de pe#ar um prato, e ent)o mer#ulha acabe5a e arranca a maior parte do nariz da mulher.

%0nthia Jecha os olhos e tenta dizer a si mesma ue

é um sonho, s& um sonho. *eria le#al se pudesse acreditar.



o diário de &udrey #yler.

AX de jun1o de ABBW

m susto esta noite. m grande susto. 8s coisasandavam calmas ultimamente com :et1, "uer dizer , masagora tudo mudou.

8 princípio, nen1um de n0s soube o "ue 1avia 2erbt$o intrigado "uanto eu. -omos tomar sorvete no MillF!s daPra3a, parte de nosso ritual 1abitual do sábado "uando :et1 estásendo bonzin1o/ Ho "ue significa "uando está sendo :et1I, e ele

estava 0timo. 8í, "uando dobramos com o carro no acesso, elese p4s a fungar, o "ue =s vezes faz ergue o nariz e fareja comoum cac1orro. ?u detesto vêlo fazer isso, e 2erb também. Comoos agricultores detestam ouvir notícias de furac$o no rádio,ac1o. >i "ue os pais dos epilépticos aprendem a ficar atentos asinais semel1antes antes de ata"ues... um obsessivo cocar acabe3a, palavr;es, até mesmo futucar o nariz. Com :et1, é essa

coisa de fungar. Mas n$o s$o ata"ues epilépticos. ?u "ueria "uefossem.

2erb perguntou o "ue era assim "ue o viu fazendo isso, en$o conseguiu nada, nem mesmo a 1abitual vocaliza3$o "ue elefaz. Comigo foi a mesma coisa. (en1uma palavra nem se"uerum balbucio, s0 mais fungados. ? assim "ue c1egou em casa, foia coisa da perna de pau andando de um lugar para outro

como se os joel1os n$o dobrassem. :aiu para os fundos, para acai*a de areia, foi para o "uarto dele no andar de cima, desceupara o por$o, tudo na"uele silêncio sinistro. 2erb seguiuo poralgum tempo, perguntando o "ue era, depois desistiu. <uandoeu despejava a água suja de lavar pratos, 2erb entrou acenandocom um panfleto religioso "ue encontrara enfiado na cai*a doleite junto = porta do lado Z gritando 8leluia% :im, Jesus%/. ?le é

um amor, sempre tentando me animar, embora eu saiba "ue elepr0prio n$o está indo t$o bem. -icou com a pele muito pálida, e



estou assustada como emagreceu, sobretudo desde janeiro,mais ou menos. 5alvez uns dez "uilos, e pode c1egar a AW, massempre "ue l1e pergunto a respeito, ele descarta a coisa rindo.

)e "ual"uer modo, o panfleto era a típica baboseira

batista. 5in1a uma ilustra3$o na frente, um 1omem agonizando,com a língua para fora, o suor escorrendo pelo rosto e os ol1osrevirados para cima. NM8QN(? M MN>2S# )? 8(#: :?M M8Q#58 )YQ8%, está escrito acima da ilustra3$o. ? embai*o76?M&N()# 8# N(-?@(#% &erifi"uei nas costas, e, claro. Ngreja6atista da 8lian3a de :ion. 8"uela turma de ?lder.

&eja disse 2erb , é meu pai antes de pentear o

cabelo de man1$. ?u "ueria rir , sei "ue ele fica feliz "uandome faz rir mas n$o pude.

:entia :et1 em toda a nossa volta, "uase estalando emnossa pele. &ocê sabe como a gente =s vezes sente umatempestade se formando.

(esse momento ele entrou as pernas de pau com a1orrível carranca "ue faz "uando acontece alguma coisa "ue n$o

se encai*a em seu plano geral de vida. :0 "ue n$o é ele, não +*:et1 é a crian3a mais meiga e bondosa, mais acomodada "ueposso imaginar. Mas tem essa outra personalidade, "ue estamosvendo cada vez mais. 8 da perna de pau. 8 "ue fareja o ar comoum cac1orro.

2erb perguntoul1e o "ue era, o "ue estava pensando, eaí, de repente, ele 2erb, "uer dizer ergueu a m$o e pu*ou

o lábio inferior7 Pu*ouo para fora como um toldo de janela e sep4s a torcêlo. 8té sangrar. ? o tempo todo seus pobres ol1oslacrimejavam de dor e se esbugal1avam de medo, e :et1 ool1ava fi*o com a"uela carranca de 0dio "ue ele arma, a "ue diz7?u fa3o o "ue bem "uiser, vocês n$o podem me impedir./ ?talvez n$o possamos mesmo, mas ac1o "ue =s vezes, pelomenos ele, :et1, pode.

Pare de obrigar ele a fazer isso eu gritei. Pareagora mesmo. <uando o outro, o n$o:et1, fica fulo de verdade,



os ol1os parecem passar de castan1os para negros. ?le volveuesse ol1ar para mim ent$o, e de repente minha m$o se ergueu eeu me dei um tapa na cara. Com tanta for3a "ue o ol1o da"uelelado se enc1eu d!água.

-a3a ele parar, :et1 eu disse. ($o é justo.<ual"uer "ue seja o problema, a gente n$o é responsável. (emsabemos "ual é.

(ada, a princípio. :0 a"uele ol1ar sinistro. Min1a m$otornou a subir, e ent$o o ol1ar de 0dio "ue ele me lan3avamudou um pouco. ($o muito, mas o bastante. Min1a m$obai*ou e :et1 voltouse e ol1ou dentro do armário acima da pia,

onde guardamos os copos. #s de min1a m$e ficam na prateleirade cima, um belo cristal Laterford "ue eu s0 tiro nas festas.-icavam lá em cima, pelo menos. ?*plodiram "uando :et1 osol1ou, um ap0s outro, como patos numa galeria de tiro. <uandoacabaram, os onze "ue restavam, ele me ol1ou com a"uelesorriso mau, de maligna satisfa3$o, "ue dá =s vezes "uando n0so contrariamos e ele nos mac1uca por isso. #s ol1os muito

negros e =s vezes vel1os no rosto de crian3a.Comecei a c1orar. ($o pude evitar. C1ameio de menino

mau Z mandeio embora. # sorriso se desfez. ?le n$o gosta "uel1e mandem nada, mas isso menos ainda. 8c1ei "ue podia mefazer me mac1ucar de novo, mas ent$o 2erb se p4s na min1afrente e l1e disse a mesma coisa, "ue fosse embora e seacalmasse, e depois descesse, "ue talvez a gente pudesse ajudá

lo a dar um jeito em "ual"uer problema.:et1 saiu, e eu pude ver, mesmo antes de ele atravessar

a sala de visitas para subir a escada, "ue o outro ou fora emboraou estava indo. ?le n$o andava mais da"uele 1orrível jeito rígido.H2erb c1amao de o andar de @ob4 :ootF de :et1/.I )epois,mais tarde, n0s o ouvimos c1orando em seu "uarto.

2erb me ajudou a varrer os cacos de vidro, eu c1orando

feito uma idiota o tempo todo. ?le n$o tentou me consolar nemme distrair com uma de suas brincadeiras. s vezes é muito



ajuizado. <uando acabou Hnen1um de n0s sofreu o menor corte,uma espécie de milagreI, ele disse o 0bvio, "ue :et1 tin1aperdido alguma coisa. ?u disse n$o brinca, :1erloc[, "ual é aprimeira pista' )epois me senti mal e abraceio, e pedi desculpa,

n$o "ueria ser uma megera. 2erb disse "ue sabia disso, depoisvirou o est9pido panfleto batista e escreveu nas costas7 <uevamos fazer'/

?u balancei a cabe3a. Muitas vezes a gente nem se atrevea falar as coisas em voz alta, por receio de "ue ele estejaouvindo o n$o:et1. 2erb amassou o panfleto Z jogouo noli*o, mas isso n$o bastava para mim. ?u o peguei Z rasguei em

tiras. Mas primeiro me vi ol1ando o rosto suado, torturado nacapa. 6?M&N()# 8# N(-?@(#.

?sse aí é 2erb' :ou eu' <uero dizer n$o, mas =s vezesparece o inferno. Muitas vezes, na verdade. Por "ue mais estoumantendo este diário'

AA de jun1o de ABBW

:et1 dormindo. ?*austo, talvez. 2erb lá fora no "uintal,procurando em toda parte. ?mbora eu ac1e "ue :et1 já andouprocurando. Pelo menos agora a gente sabe o "ue foi perdido.:eu Po\er Lagon, o )ream -loater. ?le gan1ou toda essa merdados MotoGops figurin1as de super1er0is. <Q, Centro de

Crise, o PartF Pad de Cassie, o Curral de Po\er Lagons, duaspistolas de aturdir, até mesmo len30is plataforma flutuante/para sua cama. Porém, mais "ue tudo, adora os Po\er Lagons.:$o furg;es movidos a pil1a, muito grandes, muito futuristas. 8maioria tem asas "ue ele pode fazer sair empurrando umaalavanca no fundo, além de antenas parab0licas "ue realmentegiram no topo Ha do )ream -loater de Cassie :tFles tem a forma

de um cora3$ozin1o do )ia dos (amorados, isso depois de"uase trinta anos de papo sobre direitos iguais Z papéismodelo



para as meninas me dá vontade de vomitarI, piscapiscas, ruídosde sirene, e*plos;es espaciais, etc, etc.

:eja como for, :et1 voltou da Calif0rnia com todos os seisatualmente no mercado7 o vermel1o H5rac[er 8rro\I, o amarelo

HJustice LagonI, o azul H-reedomI, o negro HMeat\agon,pertence ao vil$oI, o prateado H@ootF5oot, Z pensar "ue alguém é pago para bolar essas merdasI e o est9pido corderosa,dirigido por Cassie :tFles, o amor da vida de nosso jovemsobrin1o. 8 pai*onite dele na verdade é meio c4mica e inocente,mas n$o tem nada de engra3ado no "ue vem acontecendo pora"ui atualmente. # )uín -uatá/ de :et1 desapareceu, e tudo

isso é uma espécie de fani"uito.2erb me acordou me sacudindo =s seis 1oras da man1$

de 1oje, me arrancou da cama. 5in1a as m$os frias como gelo.Pergunteil1e o "ue era, "ual era o problema, e ele n$o "uisdizer. 8penas me arrastou para a janela Z me perguntou se viaalguma coisa lá fora. &i "ue o "ue "ueria dizer era se eu via o"ue ele via.

?u via, claro. ?ra o )ream -loater, "ue parece meio artdeco, como uma coisa saída dos vel1os gibis de 6atman. Masn$o era o )ream -loater de :et1, o brin"uedo. ?ste tem uns doispalmos de comprimento, e talvez um de altura. # "ue a gentevia era em taman1o natural, provavelmente "uase "uatrometros de comprimento e uns dois e meio de altura. 5in1a aportin1ola do topo meio aberta, Z a antena parab0lica em

forma de cora3$o girava, como no desen1o. (ossa m$e eu disse. )e onde saiu isso':0 podia pensar "ue c1egara voando, com os to"uin1os

de asa retrateis. ?ra como saltar da cama com um ol1o aberto edescobrir "ue um disco voador tin1a pousado no "uintal% ?u n$oconseguia respirar. :entia como se alguém me tivesse dado umsoco na barriga.

8 princípio, "uando ele me disse "ue a"uilo n$o estavaali, n$o entendi o "ue "ueria dizer, e aí o sol subiu mais um



pouco e percebi "ue podia ver através do carro as faias pretasatrás de nossa cerca. (a verdade ele n$o estava ali. Mas aomesmo tempo estava.

?le está mostrando = gente o "ue n$o pode falar

disse 2erb. Perguntei se :et1 estava acordado Z 2erb disse "uen$o, "ue fora até o fim do corredor verificar e ele dormiaprofundamente. Nsso me causou um arrepio "ue n$o possodescrever. Por"ue significava "ue estávamos ali parados depijama, na janela de meu "uarto, vendo o son1o de nossosobrin1o. 8li estava, no "uintal, como uma grande bol1a desab$o corderosa.

-icamos ali parados uns vinte minutos, observando ocarro. ($o sei se esperávamos ver Cassie :tFles sair ou o "uê,mas nada de semel1ante aconteceu. # furg$o corderosasimplesmente ficou lá, a portin1ola do topo meio levantada e aantena parab0lica girando, e depois come3ou a desaparecer atén$o passar de um adejo. (o fim a gente n$o podia dizer o "ueera, se n$o o tivesse visto "uando mais intenso. ?nt$o ouvimos

:et1 se levantando e atravessando o corredor. <uando soou adescarga, o furg$o já 1avia desaparecido.

(a 1ora do café, 2erb pu*ou a cadeira para junto da de:et1, como faz "uando "uer conversar com ele. ?m certosaspectos, ac1o 2erb mais corajoso do "ue eu mesma jamaispoderia ser. :obretudo "uando foi ele "ue...

($o, n$o vou escrever isso.

:eja como for, 2erbie apro*imou o rosto do de :et1 para "ue ele n$o tivesse de ol1álo Z ent$o falou numa vozbai*a e bondosa. )isse "ue sabia "ual era o problema, por"ueele estava t$o perturbado, mas "ue n$o precisava se preocupar,por"ue o Po\er Lagon de Cassie certamente estava em algumlugar da casa ou do "uintal. 8 gente vai encontrar ele, disse.)urante tudo isso, :et1 estava 0timo. Continuou comendo seu

cereal Z o rosto n$o mudou, mas =s vezes a gente sabe "ue é ele



e "ue está escutando, e compreendendo pelo menos um pouco.?nt$o 2erb disse7

? se a gente n$o puder encontrar de jeito nen1um,arranja um novo.

Z aí tudo virou um inferno.8 tigela de :et1 saiu voando para o outro lado do

aposento, espal1ando leite e cereal por todo o c1$o da cozin1a.6ateu na parede e "uebrouse. 8 gaveta debai*o do fog$o seabriu, e tudo "ue eu guardava ali ca3arolas, f4rmas de doce,latas de biscoito saiu voando. 8s torneiras das pias seabriram. 8 lavadora de pratos supostamente n$o funciona com a

porta aberta, mas funcionou Z a água se esparramou pelo c1$o.# vaso "ue eu ten1o na prateleira da janela acima da piaatravessou todo o aposento Z se espatifou na parede. # maisapavorante foi a torradeira. ?stava ligada, eu tin1a posto duasfatias, para comer com geléia, Z de repente ela ficou rubra ládentro, como se fosse uma fornal1a, em vez de um pe"uenoeletrodoméstico. 8 alavanca subiu Z a torrada voou até o teto,

negra e fumegante. Parecia at4mica. Caiu na pia.:et1 se levantou e saiu da cozin1a. Com o andar de perna

de pau. 2erb e eu simplesmente continuamos ol1ando um parao outro por um ou dois segundos, Z ent$o ele disse7

8"uela torrada bem "ue ia ficar boa com um pouco demanteiga de amendoim.

?u o ol1ei bo"uiaberta a princípio, mas depois comecei a

rir. Nsso o fez rir também. 8 gente riu Z riu, bai*ando a cabe3asobre a mesa. Para evitar "ue ele ouvisse, ac1o, s0 "ue eraestupidez :et1 nem sempre precisa ouvir para saber. ($o seise ele lê pensamentos, e*atamente, mas faz alguma coisa.

<uando por fim me controlei o suficiente para levantar acabe3a, 2erb passava o pano de c1$o embai*o da lavadora depratos. 8inda ria um pouco e en*ugava os ol1os. Qra3as a )eus

por ele. -ui pegar a pá de li*o para varrer os cacos do vaso"uebrado.



8c1o "ue ele está meio amarrado no vel1o )ream-loater foi s0 o "ue 2erb disse.

? para "ue dizer mais' Nsso resume tudo.8gora s$o três 1oras da tarde, e a gente revirou toda a

maldita casa/, como diria min1a vel1a amiga de escola Jan. :et1tentou ajudar, = sua maneira estran1a. )e certa forma mecomoveu vêlo virando as almofadas do sofá, como se o furg$odesaparecido pudesse ter escorregado ali para bai*o como umamoedin1a ou uma crosta de pizza. 2erb come3ou c1eio deesperan3a, dizendo "ue o brin"uedo era grande Z coloridodemais para a gente n$o ver, Z eu ac1ei "ue tin1a raz$o. (a

verdade, ainda ac1o "ue tem, logo, por "ue a gente n$oencontra' )e onde escrevo, = mesa da cozin1a, vejo 2erb de"uatro junto = sebe do fundo do "uintal, futucando com o cabode um ancin1o. Qostaria de mandálo parar é a terceira vez"ue procura ali , mas n$o ten1o Onimo.

@uídos lá em cima. :et1 está acordando de seu coc1ilo,portanto ten1o de acabar isto. ?sconder. 5entar es"uecer,

também. Mas tudo deve dar certo. 8c1o "ue ele conseguecaptar mais o "ue 2erb pensa do "ue o "ue eu penso. ($o 1ánen1um motivo concreto para isso, mas a sensa3$o é forte. ?tive o cuidado de n$o dizer a 2erb "ue estou mantendo umdiário.

:ei o "ue diria "ual"uer um "ue lesse o diário7 estamosmalucos. Malucos por ficar com ele em casa. # menino tem

algum problema, um problema sério, e n$o sabemos o "ue é.Mas sabemos "ue é perigoso. 8ssim, por "ue fazer isso' Por "uecontinuar' ($o sei, e*atamente. Por "ue o amamos' Por "ue eleestá nos controlando' ($o. s vezes 1á coisas assim H2erbtorcendo os lábios, eu me estapeandoI, coisas semel1antes auma poderosa 1ipnose, mas n$o muitas. (a maioria das vezesele é apenas :et1, uma crian3a na pris$o de sua pr0pria mente.

5ambém é o 9ltimo pedacin1o de meu irm$o. Mas, claro, alémdisso He por cima disso, e por bai*o disso, e em torno dissoI, é



simplesmente amor. ? toda noite, "uando eu e 2erb nosdeitamos, vejo nos ol1os de meu marido o "ue ele deve ver nosmeus "ue vencemos mais um dia, Z se o fizemos 1oje,podemos fazer aman1$. noite é fácil dizer a n0s mesmos "ue

isso é apenas mais outro aspecto do autismo de :et1, naverdade n$o grande coisa.

Passos acima. ?le está indo para o ban1eiro. <uandoacabar, descerá, esperando "ue ten1amos encontrado seubrin"uedo desaparecido. Mas "ual deles vai ouvir a má notícia':et1, "ue apenas parecerá decepcionado He talvez c1ore umpoucoI' #u o outro' # das pernas de pau, "ue atira coisas

"uando n$o consegue o "ue "uer'Pensei em leválo de volta ao médico, claro, e ten1o

certeza de "ue :et1 também pensou... mas n$o a sério. ($odepois da 9ltima vez. ?stávamos lá os dois, Z vimos como ooutro, o n$o:et1, se esconde. Como :et1 l1e possibilitaesconderse7 o autismo é um grande escudo dos diabos. Mas overdadeiro problema n$o é o autismo, independente do "ue

todos os médicos do mundo vêem ou n$o vêem. <uando abro amente Z afasto tudo "ue espero e desejo, eu sei disso. ? "uandoa gente tentou conversar com o médico, dizer a ele por"ueestávamos ali de fato, n$o pudemos. :e alguém algum dia leristo, imagino se poderá compreender como é 1orrível ter umacoisa "ue parece uma m$o no fundo da boca, uma guarda entreas cordas vocais e a língua. 8 Q?(5? (S# P])? -8>8@, P#@@8.

?stou com tanto medo.Com medo do das pernas de pau, sim, mas de outras

coisas também. 8lgumas "ue nem posso e*pressar, e outras "ueposso demasiado bem. Mas, por agora, o "ue mais me metemedo é o "ue poderá nos acontecer se n$o conseguirmosencontrar o )ream -loater. 8 porra do est9pido furg$o corderosa. #nde pode estar' :e ao menos a gente pudesse encontrá

lo.....



%ap"tulo ito

1

@ -R ( morte de ^irsten %arver, =ohnn0pensava em seu a#ente liter3rio, Bill -arris, e na rea5)odele Y Rua dos Llamos$ puro e simples horror. %omo boma#ente, conse#uira manter um sorriso neutro, emborameio duro, na via#em até o aeroporto, mas o sorrisocome5ara a morrer uando haviam entrado na 3rearesidencial de Qentorth ue uma placa proclamava sera %M@'((4 D! *!RE (4 -'ZN, ecedera inteiramente uando seu cliente, outrora posto nomesmo pé ue =ohn *teinbec/. *inclair eis e depois de

Praer1 Vladimir @abo/ov, parar3 diante da entrada de#ara#em da peuena e inteiramente an+nima casa subur<bana na esuina da Llamos com rso. Bill Jicara olhandoJiUo, com uma espécie de desorientada incompreens)o, ore#ador de #rama, a porta de tela de alum"nio com o = nocentro e auele avatar da vida da classe média, umaparador de #rama a motor, parado na entrada de

#ara#em, como um deus de #asolina esperando sercultuado. (ali, Bill volvera o olhar para um #arotopatinando pela cal5ada do outro lado com Jones de

Qal/man na cabe5a, uma casuinha de sorvete do Mill07sna m)o e um Jeliz sorriso desmiolado na cara cheia deespinhas. 'sso Jora seis anos atr3s, no ver)o de 199>, e

uando Bill -arris, a#ente poderoso, tornara a olhar para =ohnn0, seu sorriso tinha desaparecido.



VocS n)o pode estar Jalando sério, dissera Billnuma voz ap3tica, de descren5a. h, Bill, mas eu acho uesim, respondera =ohnn0, e al#uma coisa em seu tom

parecera che#ar ao outro, pelo menos o bastante para,uando tornara a Jalar, parecer mais ueiUoso uedescrente. Mas por uSW, per#untara. (eus do céu, porue a3uiJ 4stou sentindo meu G' despencar, e ainda malche#uei, porra. *into uma vontade uase irresist"vel deassinar o Reader]s igest e ouvir r3dio. Por isso me di#a omotivo. cho ue me deve isso. Primeiro o porra do

detetive tatibitate, a#ora um bairro onde couetel de Jaitastropicais na certa é considerado coisa Jina. Me di#a ual éa transa, est3 bemW 4 =ohnn0 dissera est3 bem, a transa éue tudo acabou.

@)o, claro ue n)o. 2ora -elinda uem dissera isso.@)o Bill -arris, mas Belinda =osephson. inda h3 pouco.

=ohnn0 clareou a mente com um esJor5o e olhouem volta. 4stava sentado no ch)o da sala de visitas,se#urando uma das m)os de îrsten nas suas. ma Jria eim&vel m)o. Belinda se curvava sobre îrstie, com umpano de prato na m)o e um uadrado de linho branco Fparecia a =ohnn0 um #uardanapo F dobrado no ombro,como uma toalha de #ar5om. @)o chorava, mas mesmo

assim tinha uma eUpress)o de amor e dor no rosto uecomoveu o cora5)o de =ohnn0. 4la enUu#ava o rostomascarado de san#ue de îrsten com o pano de prato,descobrindo o ue restava das Jei5Kes dela.

F VocS disse... F come5ou =ohnn0. F VocS me ouviu. F Belinda estendeu o pano de

prato manchado, sem olhar, e Brad o pe#ou. 4la tirou o

#uardanapo do ombro, desdobrou<o e estendeu<o sobre orosto de îrsten. F Gue (eus tenha piedade de sua alma.



F 4u apoio isso F disse =ohnn0.-avia al#uma coisa de hipn&tico nas peuenas

papoulas vermelhas ue brotavam no #uardanapo de linho

branco, trSs de um lado da Jorma coberta ue era o narizde ^irsten, dois do outro, talvez meia dOzia na testa. =ohnn0 levou a m)o Y pr&pria testa e limpou o euivalentea toda uma palma de suor.

F (eus, eu sinto muito. Belinda olhou<o, depois omarido.

F !odos n&s sentimos, eu acho. uest)o é$ ue

Jazer a#oraW ntes ue ualuer um dos homens pudesseresponder. %ammie Reed entrou na sala, vindo dacozinha. !inha o rosto p3lido mas composto.

F *r. MarinvilleW 4le virou<se para ela. F =ohnn0 F disse.4la teve de pensar nisso F outro caso cl3ssico de

pensamento retardado por estado de choue F antes deentender ue ele ueria ue ela o chamasse pelo primeironome. 4nt)o entendeu e balan5ou a cabe5a.

F =ohnn0, est3 le#al, claro. 4ncontrou o rev&lverW4 tem balas pra eleW

F *im pras duas per#untas.

F Pode me darW Meus rapazes uerem sair pra irbuscar socorro. 4u pensei no assunto e decidi dar minhapermiss)o. Guer dizer, se vocS deiUar eles levarem a armade (avid.

F @)o Ja5o nenhuma ob:e5)o a entre#ar a arma Fdisse =ohnn0, sem saber se Jalava toda a verdade sobreisso ou n)o F, mas deiUar um abri#o pode ser

eUtremamente peri#oso, n)o achaW



4la lhe lan5ou um olhar direto, sem sinal deimpaciSncia nos olhos ou na voz, mas passou o dedonuma mancha de san#ue na blusa ao Jalar. ma lembran5a

do san#ramento do nariz de 4llen %arver. F 4u sei do peri#o, e se Josse uma uest)o de sairpra rua, diria n)o. Mas os rapazes conhecem uma trilhaue corta a mata atr3s das casas deste lado. Podem tomarela pra che#ar Y venida nderson. !em um prédiodeserto l3 ue era dep&sito de uma empresa demudan5as...

F 'rm)os Veedon F disse Brad. F ...e uma tubula5)o ue vai do terreno atr3s até%olumbus Broad, onde se despe:a num rio. Guando nada,eles podem che#ar a um teleJone ue Juncione e inJormaro ue est3 acontecendo aui.

F %am, al#um de seus rapazes sabe usar umaarmaW F per#untou Brad.

(e novo o olhar direto, ue n)o dizia diretamentePor 3ue 0oc4 insulta minha intelig4nciaJ

F s dois Jizeram um curso de se#uran5a com opai h3 dois anos. ponto principal eram os riJles e ase#uran5a na ca5a, mas cobria armas peuenas, sim.

F *e =im e (ave sabem dessa trilha, os atiradores

ue est)o Jazendo isso talvez também saibam F disse =ohnn0. F =3 pensou nissoW F =3. F impaciSncia Jinalmente aparecendo,

mas s& um pouco. =ohnn0 admirou o controle dela. FMas esses... lun3ticos... s)o estranhos. T4m de ser. VocSs :3

viram al#um desses Jur#Kes antes de ho:eW !alvez tenha visto, a prop&sito, pensou =ohnn0.

@)o estou certo onde, mas se tiver um tempinho prapensar...



F @)o, mas acho... F disse Brad. F #ente se mudou pra c3 em 19A8, uando os

meninos tinham trSs anos F disse %ammie. F 4les

dizem ue tem uma trilha ue uase nin#uém conhece, an)o ser os meninos, e dizem ue tem uma tubula5)o. 4uacredito neles.

%laro ue acredita, pensou =ohnn0, mas isso ésecund3rio. 4 também a esperan5a de ue tra#am socorro.

VocS s& uer é vS<los Jora daui, n)o éW %laro ue é, e eun)o a censuro.

F =ohnn0 F ela disse, talvez supondo ue osilSncio dele si#niJicava oposi5)o Y idéia F, #arotos n)omuito mais velhos ue meus Jilhos lutaram no Vietn), en)o Joi h3 tanto tempo assim.

F l#uns até mais novos F ele disse. F 4u estivel3. 4u vi. F evantou<se, tirou o rev&lver da cinta comuma das m)os e pe#ou a caiUa de balas no bolso da camisacom a outra. F !erei prazer em entre#ar isso a seus#arotos... mas #ostaria de ir :unto com eles.

%ammie baiUou o olhar para a barri#a de =ohnn0 Fn)o t)o #rande uanto a de Brad, mas consider3vel. Yolhe per#untou por ue ueria ir, nem o ue achava ueadiantava isso. !inha a mente mais tranila, pelo menos

no momento. (isse$ F s #arotos :o#am Jutebol no outono e Jazematletismo na primavera. Pode manter o ritmo delesW

F @)o nos cem metros rasos nem norevezamento, claro F ele respondeu. F @uma trilha nomeio do mato, talvez num viadutoW cho ue posso.

F 4st3 se en#anando a si mesmo, ou o uSW F

per#untou Belinda abruptamente. 2alava com %ammie,n)o com =ohnn0. F Guer dizer, se ainda tivesse um



teleJone Juncionando ao alcance de um #rito da Rua dos Llamos, acha ue a #ente ia estar aui parado, com #entemorta ca"da l3 na Jrente, e uma casa ueimando até

embaiUoW%ammie olhou<a e tornou a tocar a mancha desan#ue em sua blusa, depois voltou a olhar para =ohnn0.

]s suas costas, 4llie espiava a sala de visitas por tr3s dauina da parede. !inha os olhos arre#alados de choue edor, Jios de san#ue do nariz escorrendo pela boca e peloueiUo.

F *e est3 le#al pros #arotos, est3 le#al pra mim Fdisse %ammie, n)o se reJerindo de modo al#um Yper#unta de Belinda.

%ammie Reed n)o tinha no momento nenhuminteresse em especular. !alvez depois, mas n)o a#ora.

#ora s& uma coisa a interessa0a"% rolar os dados enuanto:ul#ava as possibilidades ainda a seu Javor. Rol3<los e tiraros Jilhos pela porta dos Jundos.

F 4nt)o ue se:a F disse =ohnn0, e entre#ou<lheo rev&lver e as balas, antes de encaminhar<se para acozinha.

4ram bons #arotos, o ue era bom, e tambémpro#ramados para se#uir, nove em cada dez casos, o ue

os mais velhos uisessem. @essa situa5)o, isso era melhorainda. ndando, =ohnn0 tocou o ob:eto ue #uardara nobolso esuerdo da cal5a.

F Mas antes da #ente ir, é importante ue eu Jalecom al#uém. Muito importante.

F GuemW F per#untou %ammie. =ohnn0 escolheu 4llen %arver. bra5ou<a, bei:ou

uma das Jaces manchadas de san#ue, e Jicou Jeliz uandoos bra5os dela lhe envolveram o pesco5o e a menina lhe



retribuiu o abra5o com toda Jor5a. @)o se comprava umabra5o daueles.

F Ralphie %arver F ele disse, e levou a irm) de

Ralphie de volta para a cozinha.

2

@ V4R((4. !om Billin#sle0 tinha duas armasdando sopa, mas primeiro encontrou uma camisa para%ollie. @)o era #rande coisa F uma velha camiseta dos%leveland Brons, com um ras#)o embaiUo de um bra5o

F, mas era eUtra#rande, e melhor ue tentar atravessar omato nu da cintura para cima. %ollie usara a trilha vezessuJicientes para saber onde havia pés de amoras pretas,

além de outros espinhos e #arranchos, por l3. F bri#ado F disse, vestindo a camiseta,

enuanto o Velho (outor os levava além da mesa depin#ue<pon#ue no outro eUtremo seu por)o.

F @)o me Jale dessa camisa F disse Billin#sle0,estendendo o bra5o e puUando a cordinha ue acendia asl[mpadas Jluorescentes. F @em me lembro de onde veio.*empre Jui torcedor dos Ben#als.

@o canto além da mesa de pin#ue<pon#ue haviaum amontoado de euipamentos de pesca, al#uns coletesde ca5a laran:a e um arco sem corda. Velho (outora#achou<se com uma careta, aJastou os coletes eencontrou uma colcha de retalhos enrolada e amarrada

com um barbante. (entro havia uatro riJles, mas doisdesmontados. 4le pe#ou os dois inteiros.



F cho ue servem F disse.%ollie escolheu o .?><.>6, ue provavelmente servia

mais para uma patrulha no mato ue seu rev&lver

re#ulamentar, pelo menos e suscitaria menos per#untas setivesse de atirar em al#uémN. 'sso deiUou mes com ooutro riJle, menor. m Mossber#.

F *& tem c[maras pra .88 F disse o (outor,desculpando<se, remeUendo num arm3rio :unto Y caiUa deJor5a e pondo caiUas de balas em cima da mesa de pin#ue<pon#ue. F Mas é uma arma boa dos diabos, mesmo

assim. Pe#a nove balas de vez. Gue achaW mes deu um sorriso do ual %ollie n)o p+de seimpedir de #ostar.

F cho le#al, uma boa transa F disse, pe#ando oMoss0.

Billin#sle0 deu uma risada F um casuinar rachadode velho F e conduziu<os de volta para cima.

%0nthia pusera uma almoJada sob a cabe5a deMarielle, mas ela continuava ca"da na sala de visitas sob aJoto de (ais0, o %or#i de pendores matem3ticos, na

verdadeN.@)o tinham ousado movS<la Billin#sle0 temia ue

os pontos se abrissem. %ontinuava viva e inconsciente, o

ue também podia ser bom, em vista do ue lheacontecera. Mas respirava em #randes arue:os irre#ulares,ue n)o soavam nada bons para %ollie. Parecia umarespira5)o ue podia parar a ualuer momento.

marido dela, o charmoso Har0, estava sentadonuma cadeira da cozinha, ue virar3, para pelo menos vera esposa enuanto bebia. %ollie viu ue a #arraJa ue ele

encontrara continha Uerez para receitas de cozinha esentiu um embrulho no est+ma#o.



Har0 viu<o ou talvez sentiu<oN olhando e virou<separa ele. !inha os olhos vermelhos e inchados. Ma#oado.'nJeliz. %ollie procurou e encontrou no cora5)o uma certa

simpatia pelo homem. @)o muita, porém. F Porra de bras perid F ele disse a %ollie comuma voz pastosa, de conJidencia. F (eum daUuda.

%ollie pensou bem e traduziu como sendo Tenho dea)udar ela ou eus a)ude ela% em bebedSs.

F T F disse. F #ente vai buscar a:uda. F ui prunt. Bras perid.

F 4u sei.%0nthia :untou<se a eles. F senhor era veterin3rio, n)o era, *r. Billin#sle0WBillin#sle0 Jez ue sim com a cabe5a.

F 4ra o ue eu achava. Pode vir auiW (ar umaolhada numa coisa na porta da JrenteW

F VocS acha se#uroW F @o momento, acho. coisa ue est3 l3 Jora...

bem, eu preJeria ue o senhor visse por si mesmo. Flhou os dois outros. F =esmos.

travessou a sala de visitas Y Jrente de Billin#sle0até a porta ue dava para a Rua dos Llamos. %ollie lan5ouuma olhada a *teve, ue deu de ombros. %ollie supunha

ue a mo5a ueria mostrar a Billin#sle0 como as casas dooutro lado da rua haviam mudado, embora ele n)osoubesse o ue isso tinha a ver com o Jato de o (outorser veterin3rio.

F Puta merda F disse a *teve, uando che#aram Yporta. F Voltaram ao normalZ u n)o ter3 sido a #enteue ima#inou a mudan5a, pra come5arW

lhava JiUo a casa de Heller. (ez minutos atr3s,uando ele e a #arota hippie e balconista tinham olhado



por auela mesma porta, podia :urar ue a casa de Heller virar3 uma casa de adobe F dauelas ue a #ente via emJotos do @ovo MéUico e rizona, uando eram

territ&rios$ #ora voltara a estar revestida de simples e velho alum"nio ao estilo de hio. F #ente n)o ima#inou nada e nada voltou ao

normal F disse *teve. F Pelo menos n)o inteiramente. Ve:a auela ali.

%ollie se#uiu o dedo apontado de *teve e viu a casade Reed. Voltara o moderno revestimento aluminizado,

substituindo os toros, e o telhado era mais uma vez detelhas de asJalto, em vez do ue uer ue tivesse sidoantes #rama, ele achavaN a antena parab&lica de tamanhomédio voltara para cima da #ara#em. Mas os alicerces dacasa eram t3buas brutas, em vez de ti:olos, e todas as:anelas se achavam hermeticamente Jechadas. 4 haviaseteiras nessas :anelas, como se os moradores da casaesperassem, entre seus problemas uotidianos, ataues de

"ndios, adventistas do sétimo dia e corretores de se#uros.%ollie n)o sabia ao certo, mas achava ue a casa dos Reedn)o tinha :anelas antes dauela tarde, uanto mais seteiraspara riJles.

F 4scuuuta. F Billin#sle0 parecia al#uém ue

houvesse che#ado Y conclus)o de ue tudo auilo era umnOmero de C`mera ndiscreta. F uilo s)o barras deamarrar ca0alo% diante da casa de udre0W *)o, n)o s)oWGue significa isso tudoW

F 4sue5a F disse %0nthia.4r#ueu os bra5os, tomou o rosto do velho entre as

m)os e virou<o como uma c[mera sobre um tripé, para

ue ele visse o cad3ver da esposa de Peter =ac/son. F h, meu (eus F disse %ollie.



ma ave ne#ra empoleirava<se na coUa nua damulher, as #arras amarelas enterradas na carne. =3arrancara a maior parte do ue restava do rosto, e a#ora

atacava a carne embaiUo do ueiUo. %ollie teve uma brevee indese:ada lembran5a de ue atacara ^ellie 4berharteUatamente nauele lu#ar certa noite, no (rive<'n de Qest%olumbus, e ela lhe dissera ue se a deiUasse com marcasde chup)o o pai na certa mataria os dois a tiros.

@)o percebeu ue er#uera o riJle .?<.>6 emposi5)o de tiro até *teve empurrar o cano para baiUo com

a palma da m)o. F @)o, cara. @)o ia adiantar. .Melhor n)o Jazerbarulho, talvez.

!inha raz)o, mas... eus. @)o era s& o ue o bichoJazia, mas o ue era.

F Por de bras peridZ F anunciou Har0 da cozinha,como receando ue esuecessem disso se ele deiUasse.

Velho (outor i#norou<o. travessou a sala de visitas como al#uém ue espera receber um tiro mortal acada momento, mas a#ora parecia ter esuecidocompletamente assassinos, Jur#Kes estranhos e casas uese transJormara

F Meu (eus do céu, ve:am auiloZ F eUclamou,

num tom ue parecia muito de respeito. F 4u devia Jazeruma Joto. TZ (esculpem... Vou pe#ar minha c[mera...'a voltando<se. %0nthia a#arrou<o pelo ombro.

F c[mera pode esperar, *r. Billin#sle0.%om isso, ele pareceu retornar um pouco Y

situa5)o. F T... eu acho, mas...

ave voltou<se, como se os ouvisse, e pareceu Jitaro ban#al+ do veterin3rio com os olhos rubros. cr[nio



r&seo parecia ne#ro de tantos tocos de penas. bico eraum simples #ancho amarelo.

F uilo é um urubuW F per#untou %0nthia. F

u ser3 um abutreW F rubuW &butreJ F Velho (outor pareceuespantado. F (eus do céu, n)o. 4u nunca vi uma avedauela em minha vida.

F 4m hio, o senhor uer dizer F disse %ollie,sabendo ue n)o era isso ue Billin#sle0 ueria dizer, masuerendo ouvir por si mesmo.

F Guero dizer em 3ual3uer parte. hippie olhou da ave para Billin#sle0, e depois denovo para a ave.

F Gue é ent)oW ma nova espécieW F @ova espécie uma ovaZ (esculpe meu JrancSs,

senhorita, mas auilo é uma porra de um mutanteZ FBillin#sle0 olhou JiUo, encantado, a ave abrir as asas,batendo<as para che#ar um pouco acima na perna deMar0. F Ve:am como o corpo é #rande, e como as asass)o curtas em rela5)o ao corpo... a porra da coisa Jaz umaavestruz parecer um mila#re de aerodin[micaZ @)o seinem se as asas s)o do mesmo comprimento.

F T F disse %ollie. F !ambém acho ue n)o

s)o. F %omo ele pode 0oarJ F per#untou o (outor. F%omo pode 0oarJ

F @)o sei, mas pode F %0nthia apontou as#rossas colunas de Jumo ue a#ora haviam apa#ado todosos vest"#ios do mundo adiante da Rua dos =acintos. F*aiu voando da Juma5a. 4u vi.

F *ei ue viu, n)o acho ue al#uém pe#ou um...um vem&vel e lar#ou ali, mas como ele pode voar est3



além de toda... F @)o terminou, olhando a coisa. F4mbora eu possa entender a#ora por ue vocS achou ueera um urubu, antes da inevit3vel reconsidera5)o. F

%ollie achou ue o Velho (outor Jalava mais para simesmo a essa altura, mas escutou com aten5)o mesmoassim. F Parece um urubu. @o desenho de uma crian5a,pelo menos.

F -umW F Jez %0nthia. F @o desenho de uma crian5a F repetiu

Billin#sle0. F !alvez uma crian5a ue o misturasse na

cabe5a com uma 3#uia calva.

3

V'*I (4 R P-'4 %arver Jeriu o cora5)o de =ohnn0. Jastado por =im Reed, cu:a solicitude Jorasuperada pela eUcita5)o diante da miss)o iminente,Ralphie estava de pé entre o Jo#)o e a #eladeira, com odedo na boca e uma #rande mancha molhada espalhando<se pela Jrente do cal5)o. (esaparecera toda aimpetuosidade de moleue. !inha os olhos enormes,parados e brilhantes. Parecia a =ohnn0 os viciados emdro#a ue ele conhecera.

=ohnn0 parou lo#o além da porta da cozinha e p+s4llie no ch)o. menina n)o ueria, mas ele conse#uiuJinalmente arrancar as m)os dela do pesco5o. !ambém elatinha os olhos chocados, mas nada do misericordioso

vidrado ue ele via nos do irm)o. =ohnn0 olhou atr3s delae viu ^im e *usi Heller sentadas no ch)o abra5adas.



Provavelmente est3 &timo para a mam)e, pensou,lembrando ue a mulher parecera lutar com o :ovem(avid Reed pela posse da menina. 4le a #anhara, mas

a#ora (avid tinha coisa mais importante a Jazer$ ia para a venida nderson e destinos desconhecidos. Mas isson)o mudava o Jato de ue havia duas crian5as ali, deiUadas&rJ)s desde o almo5o.

F ^imW F ele per#untou. F *er3 ue pode a:udarum pouco com...

F @)o F ela disse.

@ada mais, nada menos. 4 calma. @enhum desaJiono olhar, nenhuma histeria no tom... mas tampoucosolidariedade.

Passava o bra5o em torno da Jilha, a Jilha um bra5oem torno dela, t)o aconche#adas uanto poss"vel, apenasuma dupla de #arotas brancas sentadas Y espera de ue asnuvens passassem. %ompreens"vel, talvez, mas aindaassim =ohnn0 Jicou Jurioso de repente, ela representavatodos os seus conhecidos ue se entediavam uando aconversa che#ava Y ids, ou Ys crian5as sem teto, ou aodesmatamento das Jlorestas tropicais todos ue passavampor um homem ou mulher sem teto dormindo na cal5adasem seuer um olhar para baiUo. %omo ele pr&prio Jizera

um dia. =ohnn0 ima#inava<se pe#ando<a pelos bra5os,levantando<a, #irando<a e plantando um bom chute bemno meio dauele estreito rabo do Meio<este. !alvez issoa acordasse. Mesmo ue n)o, certamente Jaria com ue elese sentisse um pouco melhor.

F @)o F ele repetiu, sentindo as tSmporaslate:arem de raiva estOpida.

F @)o F ela concordou, e deu<lhe um ralo sorrisode pelo<menos<a#ora<vocS<entendeu.



(epois virou a cabe5a para *usi e p+s<se a alisar oscabelos da #arota.

F Venha c3, minha uerida F disse Belinda a

4llen, abaiUando<se e abrindo os bra5os. F Venha Jicarum pouuinho com Bee. menina Joi, calada, contorcendo o rosto numa

terr"vel c)ibra de dor ue Jazia seu silSncio de al#ummodo parecer ainda pior, e Belinda abra5ou<a.

s #Smeos Reed observaram isso, mas na verdaden)o viram. 4stavam parados :unto Y porta do Jundo, os

olhos brilhando de eUcita5)o. %ammie aproUimou<se,postou<se Y Jrente deles e avaliou<os com uma eUpress)oue =ohnn0 a princ"pio tomou por severa. m momentodepois, percebeu o ue de Jato era$ um terror t)o #randeue s& em parte podia ser ocultado.

F !udo bem F ela disse, por Jim. !inha a vozseca e ob:etiva. F Guem vai levar a armaW

s #arotos se entreolharam, e =ohnn0 percebeu umsenso de comunica5)o entre eles F breve mas compleUo,talvez uma dauelas coisas ue s& os #Smeos podem Jazer.u talvez, pensou, se:a simplesmente sua cuca ue Jundiu.

=ohn. 'sso na verdade n)o era t)o absurdo. %ertamente parecia Jundida.

=im estendeu a m)o. Por apenas um instante o l3biosuperior da m)e tremeu. (epois Jirmou<se e ela lhepassou o rev&lver de (avid %arver. (ave pe#ou as balas eabriu a caiUa, enuanto o irm)o rolava o cilindro do . eer#uia a arma contra a luz, veriJicando se as c[marasestavam vazias, como =ohnn0 Jizera. #ente tem essecuidado porue compreende o potencial de uma arma

para matar e alei:ar, pensou =ohnn0, porém é mais ueisso. 4m al#um n"vel, sabemos ue elas s)o m3s.



(emon"acas. Mesmo seus maiores admiradores epartid3rios sabem disso.

(ave estendia a palma cheia de balas para o irm)o.

=im pe#ou uma de cada vez, carre#ando o rev&lver. F :a como se seu pai estivesse a seu lado a cadaminuto F disse %ammie, enuanto ele Jazia isso. F *epensar em Jazer al#uma coisa ue ele n)o deiUaria seestivesse aui, n!o faDa. 4st3 entendidoW

F 4st3, m)e. =im Jechou o cilindro do rev&lver e esticou o bra5o

com o dedo por Jora da #uarda do #atilho e o canoapontado para o ch)o. !inha um ar ao mesmo tempoconstran#ido com as ordens da m)e F ela mais parecia ooJicial comandante num velho romance de eon ris,deitando o verbo para dois recrutas F e loucamenteeUcitado diante da perspectiva Y Jrente.

4la voltou a aten5)o para o outro #Smeo. F (avidW F *im, m)eW F *e vocSs virem #ente... estranhos... na mata,

voltem imediatamente. 'sso é o mais importante. @)oJa5am per#untas, n)o respondam a nada ue eles di#am,nem seuer se aproUimem deles.

=im come5ou$ F M)e, se eles n)o tiverem armas... F @)o Ja5am perguntas% n)o se aproKimem deles F

ela repetiu.@)o Jalou muito mais alto, mas havia al#uma coisa

na voz ue os Jez encolherem<se um pouco. l#uma coisaue encerrava a discuss)o.



F 4 se eles avistarem policiais, *ra. ReedW Fper#untou Brad. F !alvez a pol"cia tenha decidido ue amata é o melhor acesso Y rua.

F T mais se#uro manter dist[ncia F disse =ohnn0. F Gualuer policial ue a #ente encontrar pode estar...bem, nervoso. #ente sabe de policiais nervosos ueJeriram pessoas inocentes. @)o pretendem, mas é melhorir no certo. 4vitar acidentes.

F Vai vir com a #ente, *r. MarinvilleW Fper#untou =im.

F Vou.@enhum dos #Smeos disse nada, mas =ohnn0#ostou do al"vio ue viu nos olhos deles.

%ammie lan5ou a =ohnn0 um olhar severo F 2áacabouJ Posso 0oltar ao 3ue interessaJ dizia o olhar F, e ent)oretomou suas instru5Kes.

F V)o pra venida nderson. *e tudo parecer emordem por l3... F -esitou um momento, como secompreendesse como isso era improv3vel, e depois Joi emJrente. F ...pe5am a al#uém pra usar o teleJone e chamema pol"cia. Mas se estiver como aui, ou se as coisasparecerem mesmo o mais m"nimo... bem...

F *u:as F disse =ohnn0.

@o Vietn), tinham tantas palavras para a sensa5)ode ue ela Jalava uanto os "ndios para as varia5Kes doclima, e era en#ra5ado como todas voltavam, acendendo<se como anOncios de néon numa sala escura. *u:ou. Pirou.*im. Téé, doutor, tudo me volta a#ora. o#o, lo#o, vouestar torcendo um len5o e amarrando na testa, parase#urar o suor, e talvez cheJiando a con#re#a5)o no hip,

hip, hurra.



%ammie ainda olhava seus #arotos. =ohnn0esperava ue se apressasse. 4les ainda retribu"am o olhardela com respeito e um pouco de medoN, porém a maior

parte do ue ela podia dizer desse ponto em diante iaentrar por um ouvido e sair pelo outro de ualuer :eito. F *e n)o #ostarem do ue virem na venida

nderson, pe#uem a tubula5)o ue conhecem. V)o pra%olumbus Broad. %hamem a pol"cia. %ontem o ueaconteceu aui. 4 nem seuer pensem em voltar pra Ruados LlamosZ

F Mas m)e... F come5ou =im.4la estendeu a m)o e #rudou os l3bios dele com osdedos. @)o dolorosamente, mas Jirme. =ohnn0 podiaima#in3<la com i#ual Jacilidade Jazendo a mesma coisauando os #Smeos tinham dez anos menos, apenas tendode curvar<se para JazS<lo.

F Huarde o Dmas m)eE pra outra hora F eladisse. F #ora simplesmente escutem a m)e. V)o pra umlu#ar se#uro, chamem a pol"cia e Jiuem Jora até estaloucura acabar. 4ntenderamW

s dois Jizeram ue sim com a cabe5a. %ammietambém balan5ou a dela e soltou os l3bios de =im, uedava um sorriso embara5ado F +, cara, essa a" é minha

m)e F e corava até as pontas das orelhas. Mas sabia uen)o devia reclamar. F 4 tenham cuidado F ela concluiu.*ur#iu al#uma coisa em seus olhos F um impulso

de bei:3<los, pensou =ohnn0, ou talvez apenas de cancelartudo enuanto ainda podia. (epois, desapareceu.

F Pronto, *r. MarinvilleW F per#untou (ave.

lhava com inve:a a arma ue pendia da ponta dobra5o do irm)o. =ohnn0 suspeitou de ue n)o iriam muito



lon#e na trilha do meio da mata antes ue ele pedisse paracarre#3<la um pouco.

F *& um se#undo F disse, e a:oelhou<se diante de

Ralphie. menino recuou até tocar com o traseiro a parede,depois olhou para =ohnn0 por cima do pole#ar. liembaiUo, ao n"vel dele, o cheiro de urina e medo era t)oJorte ue che#ava a parecer uma selva.

=ohnn0 tirou do bolso o boneco ue encontrara nocorredor do andar de cima F o alien"#ena de olhos

#raOdos, a boca em Jorma de chiJre e a r"#ida JaiUa decabelo amarelo correndo pelo centro da cabe5a, Jora isso,calva. *e#urou<a deJronte dos olhos do menino.

F Ralphie, ue é issoWPor um momento, achou ue ele n)o ia responder.

4nt)o, deva#ar, Ralphie estendeu a m)o n)o presa naboca e pe#ou o boneco. Pela primeira vez desde o in"cioda Juzilaria, uma centelha de vida sur#iu em seu rosto.

F T o Ma:or Pi/e F disse. F hW F T. T um canopaleano. F Pronunciou a palavra

com cuidado, com or#ulho. F Guer dizer ue é umnailien"#ena. Mas do bem. @)o é como *em %ara. F ma

pausa. F ]s vezes ele diri#e o Poer Va#ou Bount0.Ma:or Pi/e n)o estava com eles, estavaW3#rimas transbordaram dos olhos de Ralphie, e de

repente =ohnn0 se lembrou da hist&ria ue todo #aroto naépoca conhecia sobre o esc[ndalo do time de beisebolBlac/ *oU em 1919. m menino se aproUimara chorandode *hoeless =oe =ac/son e pedira ao :o#ador ue lhe

dissesse ue n)o houvera a trapa5a F ue lhe dissesse uen)o. 4 embora =ohnn0 ti0esse visto auele monstren#o F



ou al#uém usando uma m3scara para parecer com auelemonstren#o F, balan5ou imediatamente a cabe5a e deuum reconJortante tapinha no ombro de Ralphie.

F Ma:or Pi/e é de al#um Jilme da !VW Fper#untou, mas :3 sabia a resposta. coisa se encaiUavaa#ora, talvez devesse ter<se encaiUado bem mais cedo.@os Oltimos anos, dera muitas aulas em escolas onde osadultos tinham de se curvar bastante para beber nosbebedouros, Jizera muitas conJerSncias em salas debibliotecas onde as cadeiras tinham no m3Uimo um metro

de altura. 4scutava as conversas deles, mas n)o via seusseriados nem ia a seus Jilmes. *abia instintivamente ueesse tipo de pesuisa atrasaria seu trabalho, mais do uea:udaria. Por isso n)o sabia tudo, e ainda tinha muitasper#untas, mas pensou ue come5ava a acreditar ueauela loucura podia ser entendida.

F RalphieW F (e um seriado da !V F disse Ralphie, Jalando

em torno do pole#ar. inda se#urava o Ma:or Pi/e diantedos olhos, uase como Jizera =ohnn0. F T um Moto^op.

F 4 o (ream 2loater. Gue é isso, RalphieW F *r. Marinville F come5ou (ave F, a #ente na

verdade devia...

F (S um se#undo a ele F disse Brad. =ohnn0 n)otirava os olhos de Ralphie. F (ream 2loaterW F T o Poer Qa#on de %assie F disse Ralphie.

F %assie *t0les. cho ue ela é namorada do %oronel-enr0. Meu ami#o =ason diz ue n)o, porue osMoto^ops n)o tSm namoradas, mas eu acho ue sim. Por

ue os Poer Qa#ons est)o na Rua dos Llamos, *r.MarinvilleW



F @)o sei, Ralphie.*& ue uase sabia.

F Por ue est)o t)o grandesJ 4 se eles s)o do bem,

por ue atiraram em meu pai e minha m)eWRalphie lar#ou o boneco do Ma:or Pi/e no ch)o echutou<o para o outro lado da sala. (epois levou as m)osao rosto e se p+s a chorar. %ammie Reed adiantou<se, masantes ue pudesse che#ar 4llen :3 se desvencilhara deBelinda. 2oi até Ralphie e passou os bra5os em tomo dele.

F 4sue5a F disse. F 4sue5a, Ralphie, eu tomo

conta de vocS. A sso n)o ser3 uma maravilhaW F disse Ralphie,em meio aos solu5os, e =ohnn0 p+s a m)o na boca uasecom Jor5a suJiciente para Jazer san#rar os l3bios.

4ra a Onica maneira de poder impedir<se deeUplodir numa risada desembestada e cantada.

Se eles s!o do bem% por 3ue atiraram em meu pai e minham!eJ

F Vamos, rapazes F disse, levantando<se e voltando<se para os #Smeos Reed. F Vamos Y ca5a.

4

@ R ( LM*, o sol come5ava a se p+r. 4racedo demais para ele se p+r, mas se punha mesmo assim.2ul#ia acima do horizonte no ocidente como um mali#noolho rubro, transJormando em Jo#o as po5as na rua,

entradas de #ara#em e varandas. !ransJormando embrasas os cacos de vidro ue :uncavam as uadras.



!ransJormando os olhos do fauK urubu em po5os vermelhos, uando ele deiUou o corpo de Mar0 =ac/son, voou com suas asas incr"veis e atravessou voando a rua

até o #ramado de %arver. li pousou, olhando do corpode (avid %arver para o da ami#a de *usi Heller. Parecian)o saber por ual come5ar. !anta coisa para comer, e t)opouco tempo. cabou por escolher o pai de Ralphie,aproUimando<se do morto numa série de passos desa:ei<tados. ma das patas amarelas tinha cinco #arras$ a outra,s& duas.

(o outro lado da rua, na casa dos Q0ler F emmeio ao cheiro de su:eira, hambOr#uer velho e sopa detomate F a 'V estrondeava. 4ra a primeira cena de bar de>s 2usticeiros.

F VocS é uma dona bem bonita F dizia Ror0%alhoun. %om auele esc3rnio na voz, ue ueria dizer$-oneca% eu 0ou comer 0oc4 como um sor0ete antes 3ue essedramalh!oinho de merda chegue ao 2im% e nBs dois sabemos disso.

F Por ue n)o se senta e toma um tra#oW Me traz umpouco de sorteW

F 4u n)o bebo com reJu#o F respondiaJriamente ^aren *teele, e todos os homens de Ror0%alhoun os ue n)o se achavam escondidos Jora da

cidade, uer dizerN riam. F ra, se n)o é mesmo uma boca de Jo#o F diziaRor0 %alhoun, tranilo, e os homens riam mais.

F Guer uns (oritos, PeteW F per#untou !a/. #ora Jalava com a voz de ucas Mc%ain, ue

caval#ava as montanhas da !V a cabo no seriado TheRifleman.

*entado na poltrona diante da !V, Peter =ac/sonn)o respondeu. !inha um sorriso lar#o. *ombras m&veis



cruzavam<lhe o rosto, de vez em uando Jazendo osorriso parecer um #rito mudo, mas era um sorriso, semdOvida.

F 4le devia comer um pouco, claro, pai F disse !a/, a#ora com a voz uase adolescente de =ohnn0%raJord, ue Jazia o Jilho de ucas. F *)o dos bons.%ool Ranch. Vamos, *r. =ac/son, dente e #en#ivas neles,cuide das tripas, ue a" vSm eles.

menino se#urou os sal#adinhos na m)o su:a esacudiu<os para cima e para baiUo diante do rosto de Peter

=ac/son. Peter n)o tomou conhecimento. lhava JiUo a !V, através da !V, com olhos a saltarem do rosto comoos de um eU&tico peiUe de 3#uas proJundas ue soJreuuma eUplosiva descompress)o. 4 sorria.

F Parece ue ele n)o est3 com Jome, pai. F 4u acho ue est3, Jilho. %om uma Jome dos

diabos. 4st3 com Jome, n)o est3, PeteW *& precisa de umaa:udinha, s& isso. Pois ent!o pegue a porra dos salgadinhos7

uvia<se uma espécie de zumbido na sala. maJaiUa de est3tica apareceu li#eiramente na !V, onde Ror0%alhoun a#ora tentava bei:ar ^aren *teele. 4la deu<lhe umtapa na cara e derrubou<lhe o chapéu. 'sso apa#ou osorriso de esc3rnio, de provoca5)o, dele. @in#uém F

mesmo do #Snero Jeminino F derrubava o chapéu de =ebMurdoc/ e Jicava por isso mesmo.Peter er#ueu os sal#adinhos deva#ar. Passou<os

pela boca com o incans3vel sorriso e enJiou<os no nariz,esJarelando<os, prendendo al#uns dos peda5os maioresnas narinas. s olhos, esbu#alhados de um modoestranho, n)o se des#rudavam da !V.

F m pouco alto demais. *r. =ac/son. F #oraera a voz séria de -oss %artri#ht. -oss Jora um dos



Javoritos de *eth antes de !a/ che#ar e se instalar dentrodele, e portanto a#ora era um dos Javoritos de !a/também. 4les rolavam assim, como uma roda. F Vamos

tentar de novo, ue talW m)o desceu lenta e trSmula, como um elevadorde car#a. (esta vez os sal#adinhos entraram na boca dePete, e ele se p&s a masti#ar mecanicamente. !a/ sorriu<lhe com a boca de *eth. 4sperava F Y sua estranhamaneira, tinha emo5Kes, embora nenhuma delasprecisamente humana F ue Peter estivesse estando dos

(oritos, porue iam ser sua Oltima reJei5)o. =3 su#aramuito da Jor5a vital dele, primeiro reabastecendo asenormes uantidades de ener#ia ue despendera nessatarde, depois pe#ando mais. Preparando<se para a pr&Uimaetapa.

Preparando<se para a noite.Peter masti#ava e masti#ava, os peda5os de (oritos

transbordando do sorriso e caindo pela Jrente da camiseta,a ue tinha na Jrente a cara sorridente do velho *r. *mile0<*mile. s olhos, esbu#alhando<se tanto para Jora das&rbitas ue pareciam repousar nas bochechas, tremiamcom o movimento das mand"bulas. esuerdo racharacomo uma uva espremida uando !a/ invadira a mente

dele, roubando a maior parte F a parte Otil F, mas eleainda podia ver um pouco com o direito. bastante paraJazer a etapa se#uinte sozinho. Guer dizer, assim ue seumotor pe#asse de novo.

F PeterW ra, Peter, est3 me ouvindo, velh)oW F !a/ Jalava a#ora com o sincopado tom brit[nico de ndre %ase, o cheJe de departamento de Peter.

%omo todas as suas imita5Kes, essa era muito boa.@)o tanto uanto as dos Jilmes de caub&i e seriados de



!V nas uais tivera muito mais pr3ticaN, mas ainda assimnada mal.

4 ele descobrira ue a voz da autoridade operava

maravilhas, mesmo nos ue soJriam danos cerebraisterminais. m va#o ade:o de vida sur#iu nos olhos dePeter. 4le voltou<se e viu ndre %ase num ele#antepalet& uadriculado, em vez de *eth Harin em tra:es dosMoto^ops enJeitados de bolhas vermelho<alaran:adas demolho %heJ Bo0ardee.

F #ora eu uero ue vocS atravesse a rua, velh)o.

Pro mato, hemW Mas n)o precisa en#atinhar daui até acasa da vov&. *& até a trilha. %onhece a trilha no matoWPeter Jez ue n)o com a cabe5a. s #lobos oculares

saltados tremeram acima do esticado r"ctus de palha5o nosl3bios.

F @)o importa, vai encontrar. T diJ"cil n)o ver, velh)o. Guando che#ar na biJurca5)o, pode se sentar comseu... ami#o.

F Meu ami#o F disse Peter. @)o eUatamente umaper#unta.

F T, é isso a".Peter na verdade :amais conhecera o homem a

uem ia se :untar na biJurca5)o da trilha, e :amais

conheceria, na verdade, mas n)o havia sentido em dizer<lhe essas coisas. @)o lhe restava mente suJiciente paraentendS<las, em primeiro lu#ar. 4 lo#o estaria morto, emse#undo. !)o morto uanto -erb Q0ler. !)o mortouanto o cara no carrinho de compras, o ue ele lo#o iriaencontrar no mato.

F Meu ami#o F disse Peter uma se#unda vez. m

pouco mais Jirme a#ora.



F Téé. F cheJe de departamento brit[nico seJora !a/ voltara a =ohn Pa0ne dando uma de Har0%ooper. F Melhor ir se mandando, merm)o.

F Pe#ar a trilha até a biJurca5)o. F cho ue é isso a".Peter levantou<se como um velho brinuedo de

corda com as en#rena#ens enJerru:adas. s #lobosoculares tremeluziam na on"rica luz da !V.

F Melhor ir me mandando. 4 uando che#ar nabiJurca5)o, posso me sentar com meu ami#o.

F *im, senhor, é esse o babado. F #ora era a voz meio escarninha, meio #ozadora de Ror0 %alhoun. FT um cara le#al, esse seu ami#o. #ente pode dier ue Joiele ue come5ou esta coisa toda. Gue acendeu o pavio,pelo menos. #ora te manda, merm)o. Boa via#em, até a#ente se topar de novo.

Peter atravessou o arco, sem volver o Onico olhopara udre0, ca"da de lado numa das cadeiras da sala de

visitas, os olhos semi<abertos. Parecia desmaiada, outalvez mesmo em estado de coma. Respirava lenta ere#ularmente. !inha as pernas, lon#as e bonitas aprimeira coisa ue atra"ra -erb nos tempos em ue elaainda era udre0 HarinN, estendidas para a Jrente, e Peter

uase trope5ou nelas em seu andar de son[mbulo rumo Yporta da rua. Guando a abriu e a luz rubra do dia Jindantebateu em seu sorriso, o sorriso pareceu mais um #rito uenunca.

@a metade da trilha de acesso Y casa, com auelaluz rubra caindo como san#ue em estrias no meio daascendente coluna de Juma5a da casa de -obart, a voz de

Ror0 %alhoun lhe invadiu a cabe5a, ras#ando<a como uma



navalha$ Meche a porta atrás de si% merm!o% será 3ue nasceu numchi3ueiroJ

Peter deu uma bSbeda meia<volta, voltou e Jez o

ue lhe mandavam. porta estava lisa e intata, a Onica nauadra n)o crivada de buracos de bala. (eu outra meia< volta uase caindo na varanda ao Jazer issoN e saiu paraatravessar a luz rubra rumo Y sua casa, onde subiria aentrada da #ara#em, o oit)o, e passaria para o uintal. (el3, saltaria a baiUa cerca de arame e entraria no mato.4ncontraria a trilha. biJurca5)o. ami#o. *e sentaria

com o ami#o.Passou por cima do corpo esparramado da esposa,e parou uando um #rito alucinado se er#ueu no aruente, Jumacento$ Ru"rmuu... pesar de distante, esse#rito causou uma onda de arrepio em seus bra5os. GueJazia um coiote em hioW @uma 3rea residencial de%olumb...

=elhor ir se mandando% merm!o. Te manda% pi0ete.(or, ainda mais eUcruciante ue antes. 4le #emeu

por tr3s da curva #elada do sorriso. Mais san#ue vazou doolho estourado e escorreu pela Jace.

Recome5ou a andar, e uando o #rito voltou, desta vez se#uido por um se#undo, depois um terceiro e por

Jim um uarto F n)o rea#iu. Pensava apenas na trilha, nabiJurca5)o, no ami#o. !a/ deu uma conJerida Jinal namente do homem n)o demorou muito, uma vez ue n)orestava em Peter muita mente a conJerirN e retirou<se.

#ora eram s& !a/ e a mulher. coisa supunhaue sabia por ue a deiUara viver, como a ave ue dizem

viver nas mand"bulas mesmas do crocodilo, a salvo das

presas do bicho porue as limpa, mas !a/ n)o ia poup3<lapor muito tempo mais. 4m muitos aspectos, o menino



Jora um anJitri)o inspirado F talvez o 6nico anJitri)o emue ele poderia ter vivido e crescido tanto F, mas haviaauela ir+nica desvanta#em$ o ue !a/ podia conceber e

dese:ar, o corpo do menino n)o podia eUecutar. !a/ podia vestir a mulher e pintar os cabelos dela, deiU3<la nua, JazS<la beliscar os pr&prios mamilos, e todo tipo de outrascoisas pueris ue dese:asse. @)o dese:ava. ue dese:avaera acasalar<se com ela, e isso n)o podia. 4m certascircunst[ncias, sentia ue talvez conse#uisse al#umaespécie de uni)o, apesar da imaturidade de seu anJitri)o...

mas o pr&prio *eth ainda estava l3 dentro, e nas vezes emue !a/ tentara de Jato ele o impedira. Podia ter Jor5adoo menino, e uase certamente prevalecido, mas talvezJosse mais sensato n)o JazS<lo. @)o sa"ra de seu ne#rolu#ar sob a poeira de @evada, ap&s aueles milSnios todosde aprisionamento, para Jazer seUo com uma mulhermuito mais :ovem ue ele e muito mais velha ue o corpoue o abri#ava.

4 para ue sairá ra... para se divertir. 4...Para 0er tele0is!o% sussurrou uma voz bem no Jundo

de sua mente. Para 0er tele0is!o% comer espaguete pr coido% e faer. Construir.

F Guer me eUperimentar, UeriJeW F per#untouRor0 %alhoun, e os olhos de !a/ desviaram<se para a !V. l#uns dos outros podiam estar entrando no mato.

!a/ podia ter<se asse#urado disso se o dese:asse de Jato,mas n)o dese:ava. Gue entrassem no mato se uisessem.@)o iam #ostar do ue iam encontrar. 4 aonde podiam irW(e volta, s& isso. (e volta Ys casas. @um sentido muito

real, n)o havia mais lu#ar nenhum. 4nuanto isso, ele



poupava sua ener#ia. 'a relaUar e ver o Jilme. o#o lo#oestaria na hora de trazer a noite.

F Por ue a #ente simplesmente n)o espera, e

pensa melhorW F per#untou =ohn Pa0ne, e *eth e !a/tornaram a :untar<se, como os Jilmes de caub&i auele emparticularN sempre Jaziam com eles.

!a/ curvou<se para a Jrente, sem tirar os olhos datela, e pe#ou uma ti#ela cheia de uma mistura solidiJicadade espa#uete e hambOr#uer Jranco<americanos. P+s<se acomer, os olhos #rudados na tela da !V, indiJerente aos

nacos de carne ue lhe ca"am pelo peito nu de vez emuando, indo parar no colo. o#o ia come5ar o duelo Jinal F %<P e %<BM diretos F, e ele deiUou<se va#arpara a hist&ria e para as prateadas ima#ens preto e branco,bebendo a atmosJera de violSncia t)o densa e elétricauanto uma tempestade iminente.

<n3uanto a coisa olha0a% em transe% Seth $arin separou"sedela e afastou"se com a sorrateirice de 2o!oinho do P de Mei)!o searrastando ao lado do gigante adormecido. LanDou uma olhada 9T; e n!o ficou surpreso ao 0er 3ue% apesar do 3ue Tak acredita0a%n!o gosta0a mais tanto assim de >s 2usticeiros. (epois deu ascostas, encontrou uma das passa#ens secretas ue Jizeradurante o reinado de !a/ e desapareceu em silSncio

dentro dela. Jundou mais em sua mente, a passa#emlevando<o sempre para baiUo. Primeiro andou, depoiscome5ou a correr. @)o entendia muito mais dauelemundo do ue do mundo eUterno, mas a#ora era o Onicoue tinha.



(o ar#umento cinemato#r3Jico de >s 2usticeiros% de %rai#Hoodis e Guentin Qoolrich$

ET. RUA PRINCIPAL DIA

O ERIFE STREETER " o SUBERIFE LAINEleantar CANDY. Atrás deles, na casa de ado(eonde fica a 4aanderia C+inesa de 4us+an, áriostra(al+adores c+ineses o(seram da porta, onde seamontoam.

CANDY

Q!( $ !( +o63 68/n(3(3 (3tão "7 o#8"n'o*D(3t" e% eles não recuam.

TRABALHADOR CHINXS

o61 A%o#" -#(6/3" #"+" #-", 6&"&o, 6&"&o1

O3 outros CHINESES riem. Até STREETER ri um pouco. CAN- parece estonteado. Não acreditaque STREETER o ten+a encido numa luta 1usta,não acredita que esses c+inasF este1am rindo dele,não acredita que nada disso este1a acontecendo.

STREETERM(#8o& /& (nt&"n'o, -(33o"#.

O3 TRABALHADORES DA LAANDERIA oltam para dentro, mas ficam ol+ando pelas 1anelas.



STREETER olta#se para ele. MURDOCK 1o!a aa(a do !uarda#pB da caalaria para trás, li(erando oca(o do Colt do E9ército.

STREETER 3o&&/S(&9 !( -&(n'/ )(! -&/)(/&o "nt"3)"*On'( (3t9 (n!&n"'o o &(3to '( 3(!3

!3t/6(/&o3* D(3"to" C"non* S"t( Ro6*J9 (3t9 -&(-"&"'o -&" )( '/?(&*

MURDOCKo6 $ )"#!6o 6o)o !) -/o#8o '( 6o&"1

STREETER )(3)o* B(), +")o3 +(&. I)"%/no !( não+"/ t(& n(n8!) "nt"3)" 6"+"#%"n'o (3t"no/t(, 3() o C"-/tão C"n'(## -"&" '/3t&/!/&o3 #(n/3.

A/n'" 3o&&/n'o, STREETER torna a oltar#se para acadeia.

MURDOCKE 3( (! '/33(33( " +o6 !( o3 !3t/6(/&o3(3tão )!/to )"/3 -(&to !( D(3"to"Mo!nt"/n o! S"t( Ro6* E 3( (! '/33(33( "+o6 !( (3tão no3 "&&('o&(3 '" 6/'"'(, 3(3-(&"n'o o3 -&/)(/&o3 t/&o3* Q!( t"# /33o-&" +o6, I"n!(*

STREETERC&(/o !( /" "68"& t/)o.

Er!ue o ol+ar, lea os dedos à (oca e ASSOBIA.



STREETERPo& !( " %(nt( 3/)-#(3)(nt( não (3-(&"*P(n3" )(#8o& n/33o t!'o*

Mas sa(e que é tarde demais, for;ou M67-2CKdemais. S$7EE$E7 dei9a cair a mão para poucoacima do ca(o de sua arma.

MURDOCK A6"o! o t()-o '( 6on+(&3"&, (&/(.

STREETERO&", 3( $ "33/) !( +o6 !(&.

MURDOCKo6 -o'/" t(& /6"'o '( o&" ( n/n%!$) 3()"68!6"+".

STREETER

Não $ "33/) !( " %(nt( "? "3 6o/3"3-o& "!/. A %(nt(... + LAURA

STREETERL"!&", não1

Enquanto está distra)do, MURDOCK saca a arma.LAURA precipita#se entre os dois, apontando aDERRINGER para MURDOCK. 'u9a o !atil+o, masoue#se apenas um CLIQUE. A arma ne!ou fo!o.6ma fra;ão de se!undo depois, MURDOCK disparaseu Colt da caalaria, e a (ala destinada aSTREETER atin!e LAURA. Ela DESMORONA.



ET. TELHADOS

2s CIDADOS er!uem os rifles para atirar.

RETOMA RUA PRINCIPAL DIANTE DO SALOON

MURDOCK " o que ai acontecer e mer!ul+a deolta pelas portas de aiém, para a relatiase!uran;a do 4ad@ -a@. STREETER perse!ue#ocom dois tiros, depois corre para LAURA ( a1oel+a#se ao lado dela.

RETOMA TELHADOS

FLIP MORAN, o +omem da estre(aria, solta umara1ada. -ois outros se!uem o e9emplo, mas sB dois,

por sorte.

RETOMA RUA PRINCIPAL DIANTE DO SALOON

6ma HA4A ASS2HDA ricoc+eteando de uma das portas de aiém, arrancando uma lasca.

STREETERNão "t/&(), (#( o/ ()o&"1

RETOMA TELHADOS

2s +omens (ai9am as armas. FLIP MORAN parececonfuso e ener!on+ado.



ET. STREETER E LAURA, CLOSE

A carapa;a do ERIFE se despeda;outemporariamente. Ele (ai9a o ol+ar para a

a!oni%ante DANARINA DE CABAR ecompreende que a ama0

STREETERL"!&"1

LAURA *tossindo A "&)" n(%o! o%o... +o6 3()-&( '/33(...n!n6" 6on/( () "&)" (36on'/'"...

A tosse a interrompe.

STREETERNão "#(. o! )"n'"& Jo( P&!'!) !36"& o'o!...

LAURA *tossindoT"&'(... t"&'( '()"/3. S )( "&"6(1

STREETER a(ra;a#a. Ela er!ue os ol+os para eleCURIOSAMENTE.

LAURAO&", (&/(1... +o6 (3t9 68o&"n'o*

ET. FUNDOS DO LADY DAY

MURDOCK sai disparado. O SARGENTO MATHISainda está lá, se!urando os caalos.

SARG



Q!( o/ !( 8o!+(* E! o!+/ t/&o31

MURDOCK *monta no caaloE3!(". E3t9 n" 8o&" '( 68")"& " t!&)".

SARGQ!(& '/?(&...*

-e repente, a insanidade de M67-2CK sedesencadeia. 2s ol+os C5AMEAM. 2s lá(ios searre!an+am num rosnado que quase parece umS277DS2. o sorriso do ANDMA4 acuado.

MURDOCK A%(nt( +"/ +"&&(& (33" 6/'"'( 'o )"-"1

$ocam os caalos, para ir 1untar#se ao resto dos 1usticeiros.



%inco minutos depois *teve :3 se per#untando seha0ia mesmo uma trilha ali atr3s, ou era s& o ue elesueriam acreditarN, %ollie parou. lhou para tr3s, além de

*teve, os olhos t)o intensos ue o pr&prio *teve se viroupara ver o ue ele olhava. Viu apenas o emaranhado verdeue :3 haviam atravessado. @enhum sinal da casa do(outor nem da de =ac/son. Via uma minOscula cunha

vermelha ue :ul#ava poder ser a chaminé em cima dacasa dos %arver, mas s& isso. Guase podiam estar a cemuil+metros da mais pr&Uima habita5)o humana. Pensar

nisso F e perceber ue era uma idéia concreta F causou<lhe um arrepio. F %omoW F per#untou, achando ue o policial ia

lhe per#untar por ue n)o ouviam nenhum carro, nemmesmo o caran#o rebaiUado de um #aroto, nem um Onicosistema de som incrementado, nem moto, nem buzina,nem #rito, nem nada.

4m vez disso, %ollie disse$ F luz est3 acabando. F @)o pode. *)o s&... F *teve olhou o rel&#io,

mas ele parar3. @a certa a bateria se Jora nunca asubstitu"ra desde ue a irm) lhe dera de presente de @ataldois anos atr3s.

Mas era estranho ue parasse eUatamente poucodepois das uatro, ue n)o podia ser muito depois de eleter entrado nauele maravilhoso bairro.

F *& o uSW F @)o sei ao certo, meu rel&#io parou, mas pense

s&. @)o pode ser muito mais ue cinco e meia, cinco euarenta e cinco. !alvez até menos. 4les n)o dizem ue a

#ente eUa#era o tempo transcorrido uando est3 numasitua5)o de criseW



F 4u nem sei uem s)o DelesE, nunca soube Fdisse %ollie. F Mas olhe a claridade. tom da claridade.

*teve olhou, e de Jato o policial tinha certa raz)o.

*teve n)o #ostou de admitir, mas tinha, sim. luz ca"aenviesada por entre o emaranhado e essa era a palavraadeuada para auilo, n)o mataN em uentes raios rubros.*ol rubro de noitinha, ale#ria na marinha, pensou, e derepente, como se isso Josse um #atilho, tudo tentoudesabar sobre ele, tudo ue estava errado, e n)o suportou.4r#ueu as m)os e tapou os olhos, dando<se uma boa

porrada no lado da cabe5a com a coronha do .88 uelevava, sentindo a beUi#a aJrouUar, sabendo ue estava naiminSncia de molhar a cueca, e nem li#ando. %ambaleoupara tr3s e F de lon#e, parecia F ouviu %ollie 4ntra#ianper#untando se estava tudo bem. %om o ue lhe pareceuo maior esJor5o de sua vida. *teve respondeu ue sim, eobri#ou<se a baiUar as m)os, para olhar de novo auelarubra luz de del"rio.

F Me deiUa Jazer uma per#unta bem pessoal Fdisse. chou ue a voz n)o sa"ra nem remotamentesemelhante Y sua. F VocS est3 com muito medoW

F Muito. cara #rand)o limpou mais suor da testa. 2azia

muito calor ali, mas apesar das Jolhas #ote:antes eJarJalhantes, o calor parecia estranhamente seco a *teve,nem um pouco como uma estuJa. !ambém os cheiroseram assim. @)o desa#rad3veis, mas secos. 4#"pcios,uase.

F Mas n)o perca a esperan5a F disse %ollie. F cho ue estou vendo a trilha. 4ra de Jato a trilha,

entraram nela menos de um minuto depois derecome5arem a caminhar, e *teve viu sinais F



reconJortantes, nas circunst[ncias F dos animais uehaviam usado auela trilha de ca5a$ uma embala#em debatata Jrita, o inv&lucro de um ma5o de Ji#urinhas do

beisebol, duas baterias talvez tiradas do Qal/man de um#aroto depois de se es#otarem, iniciais talhadas numa3rvore.

Viu uma coisa muito menos reconJortante do outrolado da trilha$ uma planta deJormada, espinhosa e de um

verde virulento, em meio aos pés de suma#ro e Ys moitas.-avia mais duas atr3s, os bra5os nodosos espetados

r"#idos para cima, como os bra5os de um policial detr[nsito alien"#ena. F Puta merda, est3 vendo auilo aliW F per#untou.

%ollie balan5ou a cabe5a. F Parecem cactos. u cacti. u como uer ue se

di#a uando tem mais de um. T, pensou *teve, mas s& damaneira como as mulheres pintadas por Picasso na Jasecubista parecem mulheres mesmo. simplicidade doscactos e sua Jalta de simetria F como a ave de asasdescasadas F davam<lhe um aspecto surrealista ue Jaziadoer sua cabe5a. 4ra como olhar uma coisa ue n)oentrava eUatamente em Joco.

Parece mesmo um pouco com um urubu% dissera o Velho

(outor. /o desenho de uma crianDa. !udo come5ava a arrumar<se em sua mente. @)oencaiKar"se% pelo menos ainda n)o, mas arrumar<se, no uelhes haviam ensinado a chamar de a:uste em Ll#ebra '. sJur#Kes ue pareciam adere5os de uma matinS de s3badopara as crian5as. ave. #ora aueles violentos cactos

verdes, como uma coisa ue a #ente vS no desenho de um

esJor5ado aluno da primeira série.



%ollie aproUimou<se do mais perto na trilha eestendeu um dedo hesitante.

F %ara, n)o Ja5a isso, est3 malucoZ F disse *teve.

%ollie i#norou<o. 4stendeu mais o dedo. Maispr&Uimo. Mais pr&Uimo ainda, até.... A >pa7 *eu Jilho...Z*teve deu um salto. %ollie puUou a m)o e olhou<a

como um #aroto com um novo arranh)o interessante.(epois virou<se para *teve e estendeu<a. ma #ota desan#ue, peuena, escura e perJeita, Jormava<se na papila

do indicador. F *)o reais o bastante pra Jurar F disse. F Pelomenos esse a".

F %laro. 4 se envenenar vocSW %omo uma coisada Bacia do %on#o, uma coisa assimW

%ollie deu de ombros, como a dizer tarde demais,companheiro, e recome5ou a andar pela trilha, ue se#uiapara o sul nauele ponto, rumo Y =acintos. %om o sol

vermelho<laran:a inundando as 3rvores pela direita, pelomenos era imposs"vel perder<se. %ome5aram a descer aladeira. *teve via cada vez mais cactos deJormados nomato Y esuerda da trilha. @a verdade se amontoavamcontra as 3rvores em determinados lu#ares. mato

rasteiro escasseava, e por um bom motivo$ a camadasuperior do solo também rareava, substitu"da por umaareia #ranulosa ue parecia... parecia...

suor escorreu para os olhos de *teve, ardendo.4le limpou<o. Muito calor, e a luz muito Jorte e rubra.*entiu um en:+o no est+ma#o.

F Ve:a.

%ollie apontou. Vinte metros Y Jrente, outro montede cactos #uardava uma biJurca5)o na trilha. Pro:etando<



se deles como a proa de um navio, via<se um carrinho decompras virado. ] luz a#onizante, as varetas da cesta demetal pareciam ter sido mer#ulhadas em san#ue.

%ollie deu uma peuena corrida até a biJurca5)o.*teve apressou<se para alcan53<lo, n)o uerendo seseparar dele nem por uns poucos metros. Guando %ollieche#ou Y biJurca5)o, uivos er#ueram<se no ar, a#udos e noentanto de certa Jorma en:oativamente suaves, como ummau coro de barbeiros$ ?uuu7 ?uuu7 ?"?uuu7 2izeram umapausa, e depois voltaram, mas desta vez Jundindo<se e

latindo, provocando arrepios em cada cent"metro da pelede *teve. Meus Jilhos da noite, ele pensou, e no olhomental viu Bela u#osi, um espectro em preto e branco,abrindo a capa. !alvez uma ima#em n)o t)o sensacionalassim, nas circunst[ncias, mas Ys vezes a mente da #ente

vai aonde uer. F @ossaZ F disse %ollie4 *teve pensou ue ele se reJeria aos uivos F

coiotes uivando em al#um ponto a leste, onde devia havercasas e lo:as e cinco diJerentes tipos de restaurantes debOr#ueres F, mas o policial #rand)o n)o olhava paraauele lado. lhava para baiUo. *teve se#uiu o olhar dele e

viu um homem sentado ao lado do carrinho de compras.

Recostava<se num cacto, espetado nos espinhos como um#rotesco lembrete humano ali deiUado para elesencontrarem. ?u"?u"?uuuu...

*teve estendeu a m)o, sem pensar, e encontrou ado policial. %ollie sentiu seu contato e a#arrou. 2oi umapert)o duro, mas *teve n)o se incomodou.

F h, merda, eu )á 0i esse cara F disse %ollie.

F %omo, em nome de (eus, vocS sabeW Fper#untou *teve.



F s roupas. carrinho. 4le esteve na rua umaou duas vezes desde o in"cio do ver)o. !ornei a ver ele denovo, ia mandar dar o Jora. @a certa é inoJensivo, mas...

F Mas o uSW F *teve, ue Jora va#abundo umaou duas ocasiKes em sua vida, n)o sabia se se sentia putoou divertido. F Gue achava ue ele ia JazerW Roubar apintura em veludo de 4lvis Javorita de al#uémW !entarJilar um #ole dauele tal *odersonW

%ollie deu de ombros. homem espetado no cacto vestia cal5a caui

remendada e uma camiseta ainda mais velha, mais su:a emais esJarrapada ue a ue Billin#sle0 encontrara para%ollie. !inha os velhos tSnis remendados com Jitaisolante. 4ram os tra:es de um va#abundo, e os bens uehaviam ca"do do carrinho virado su#eriam a mesma coisa$um velho par de sapatos caros, um peda5o de corda pu"da,uma boneca Barbie, uma :aueta azul com B%^4\4@4* estampado nas costas em Jio dourado, uma#arraJa de vinho pela metade, tampada com o ue pareciao dedo de uma luva de soire de senhora, e um r3dioincrementado ue devia ter pelo menos uns dez anos. #abinete de pl3stico Jora consertado com cola de avi)o.

!ambém havia pelo menos uma dOzia de sacos pl3sticos,

cada um cuidadosamente enrolado e amarrado combarbante.m va#abundo morto no mato. Mas como, em

nome de (eus, morreraW s olhos saltavam das &rbitas ependiam dos nervos &pticos resseuidos sobre as Jaces.s dois pareciam esvaziados, como se a Jor5a ue osempurrara para Jora também os houvesse ras#ado.

nariz san#rara copiosamente sobre os l3bios e os tocos debarba eram #risalhos no ueiUo. Mas o san#ue n)o



escondia a boca F *teve dese:ava ue o Jizesse. homem tinha a boca distendida num sorriso enorme ecurvo, ue parecia ter puUado os cantos até uase as su:as

orelhas. l#uma coisa F al#uma Jor5a F o esma#ara ematara contra o #rupo de cactos com Jor5a suJiciente paraeUpulsar os #lobos oculares do rosto. 4, no entanto, amesma Jor5a o deiUara sorrindo.

%ollie apertava sua m)o com mais Jor5a ue antes.4sma#ava os dedos.

F Guer soltarW F per#untou *teve. F 4st3

uebrando meus...4r#ueu o olhar para o bra5o da biJurca5)o uese#uia para a esuerda, a ue devia conduzi<los Y venida

nderson e ao socorro. *e#uia por cerca de dez metros edepois se abria como a boca de um Junil para um mundodeserto de pesadelo. Jato de n)o ter nenhumasemelhan5a com hio n)o causou impress)o al#uma em*teve, pelo simples motivo de ue n)o tinha semelhan5acom ualuer paisa#em ue ele :3 vira na vida. u

vislumbrado em sonhos. lém das Oltimas 3rvores s)s e verdes, via<se uma

vasta eUpans)o de terra bruta esbranui5ada, ue corriapara um perturbado horizonte de picos serrilhados. @)o

tinham sombra nem teUtura, nem dobras, aJloramentos ou vales. 4ram as ne#ras e mortas montanhas dos l3pis decera de uma crian5a.

trilha n)o desaparecia, mas alar#ava<se, tornava<se uma espécie de estrada de desenho animado. Via<seuma roda de carro5a meio enterrada Y esuerda. diante,uma ravina de pedra cheia de sombras. ] direita, uma

placa de aviso, letras ne#ras sobre t3bua branca desbotada.



Para Ponderosa

dizia. placa tinha em cima uma caveira de boi t)odeJormada uanto os cactos. lém dela, a estrada corriaestreita até o horizonte, numa perspectiva ue se

estreitava artiJicialmente, e Jez *teve lembrar<se doscartazes de <ncontros mediatos do Terceiro $rau. =3 haviaestrelas no céu acima das montanhas, estrelas imposs"veisde t)o #randes. @)o pareciam brilhar, mas piscar,apa#ando<se e acendendo<se como luzes de 3rvore de@atal. Vieram os uivos de novo, desta vez n)o um trio ou

uarteto, mas todo um coro. 4 n)o do pé das montanhasn)o ha0ia pé de montanhas. *& deserto plano, manchas verdes de cactos, a estrada, a ravina, e ao lon#e o colar dedentes de tubar)o ue eram as montanhas.

%ollie sussurrou$ F Gue isso, pelo amor de (eusW ntes ue *teve pudesse responder F & mente de

uma crianDa% teria dito, se tivesse a oportunidade F, veioum baiUo rosnado da ravina. Para *teve, soou uase comoo barulho de uma potente m3uina de navio. 4nt)o doisolhos verdes abriram<se nas sombras, e ele deu um passoatr3s, a boca secando. 4r#ueu o Mossber#, mas as m)ospareciam blocos de madeira, e a arma, miUuruca, inOtil. solhos Jlutuavam como olhos de hist&ria em uadrinhosnum aposento escuroN pareciam do tamanho de umas



malditas bolas de futebol americano% e ele achou ue n)oueria ver o tamanho do bruto ue vinha com eles.

F #ente pode matarW F per#untou. F *e

avan5ar pra cima da #ente, vocS acha ue... F lhe em voltaZ F interrompeu %ollie. F Ve:a oue est3 acontecendoZ

4le o Jez. mundo verde recuava deles e o desertoavan5ava. Jolha#em sob seus pés primeiro Jicou clara,como se al#uma coisa houvesse su#ado toda a sua seiva,depois desapareceu, Y medida ue a terra escura e Omida

se desbotava e #ranulava. Contas. 4ra o ue ele estiverapensando poucos momentos atr3s, ue a camada de cimado solo Jora substitu"da por auela misteriosa merdaredonda parecendo contas. ] direita, uma das 3rvoresrau"ticas de repente en#ordou. 'sso Joi acompanhadopelo som ue a #ente Jaz uando mete o dedo num ladoda boca, puUa e solta. tronco esbranui5ado da 3rvore

virou verde e criou espinhos. s #alhos Jundiram<se, a cordas Jolhas parecendo espalhar<se e borrar<se uando elasse tornavam bra5os de cactos.

F *abe, acho ue talvez este:a na hora de irbatendo em retirada daui F disse %ollie.

*teve n)o se deu o trabalho de responder em vez

disso, Jalou com os pés. m momento depois, os dois voltavam correndo pela trilha para o lu#ar onde a haviampe#ado. princ"pio, *teve pensava apenas em n)o Juraros olhos num #alho, nem dar de cara numa moita deespinhos, nem passar das baterias es#otadas, ue era ondedeviam virar Y direita e diri#ir<se para o port)o deBillin#sle0. (epois tornou a ouvir o rosnado tossido, e

tudo mais se desJez em insi#niJic[ncia. *oara perto.



criatura de olhos verdes da ravina se#uia<os. (iabos, perseguia"os. 4 #anhava terreno.

2

V'<*4 M !'R, e Peter =ac/son virou deva#ar acabe5a para auele lado. Percebeu uma vez ue aindapodia perceber al#uma coisaN ue estivera parado na bordade seu uintal e olhava uma vez ue ainda podia olhar

al#uma coisaN a mesa no p3tio. -avia uma pilha de livros erevistas em cima dela, a maioria eri5ada de marcadores dep3#inas. Vinha trabalhando num arti#o erudito intituladoD=ames (ic/e0 e a @ova Realidade do *ulE, saboreando aidéia de ue ia causar um bocado de polSmica em certasi#re:inhas da elite acadSmica. !alvez o convidassem aoutras universidades para participar de mesas de debatesZ

Mesas de debates para as uais via:aria com todas asdespesas pa#asZ (entro do razo3vel, claro.N %omosonhara com isso. #ora, tudo parecia distante e semimport[ncia. %omo o tiro no mato, e o #rito ue sese#uira, e os dois tiros ue haviam se#uido o #rito. Mesmoos rosnados F como um ti#re ue houvesse Ju#ido do

zool&#ico e estivesse escondido na mata deles Fpareciam distantes e sem import[ncia. 'mportava apenas...apenas...

F 4ncontrar meu ami#o F disse. F %he#ar YbiJurca5)o na trilha e me sentar com meu ami#o. Melhor...ir me mandando.

travessou o p3tio na dia#onal, batendo na borda

da mesa com o uadril ao passar. m nOmero de ;erse$eBrgia e v3rios de seus livros de pesuisa ca"ram da pilha



no ti:olo molhado cor<de<rosa. Peter i#norou<os. !inha a vista cada vez menos eJiciente JiUa na mata ue passavapor tr3s das casas do lado leste da Rua dos Llamos. *eu

interesse, de uase toda a vida, pelas notas de pé de p3#inao abandonara.

3

G@( %@!4%4, =an n)o Jalava eUatamente deRa0 *oames per#untava<se por ue (eus Jizera ummundo onde n)o se podia deiUar de uerer ser bei:ada eapalpada por um homem ue uase sempre F diabos,sempre F tinha os tornozelos su:os e lavava os cabelosuatro vezes por mSs, talvez. 4 isso num mSs bom.

Portanto, na verdade Jalava de Ra0, apenas omitia nomes.4 pela primeira vez, desde ue che#ara ali, fugira

para ali, udre0 sentiu um toue de impaciSncia, o suavesurto de cansa5o da amizade. Parecia ue perdia aJinal apaciSncia com =an.

Parada na entrada da sala de visitas, udre0 olhavao prado até o muro de rochas, ouvindo o zumbido dasabelhas e per#untando<se o ue, mesmo, Jazia ali. Pessoasprecisavam dela, pessoas ue ela conhecia e, na maioriados casos, #ostava. ma parte dela F e bastantepersuasiva F tentava JazS<la acreditar ue elas n)oimportavam, ue n)o apenas se achavam seiscentosuil+metros a oeste dali, mas uatorze anos Y Jrente, s&

ue era uma mentira, persuasiva ou n)o. &3uele lu#ar era ailus)o. &3uele lu#ar era a mentira.



Mas eu preciso estar aui, pensou. Preciso mesmo,mesmo.

!alvez, mas a rela5)o de amor<&dio de =anice com

Ra0 *oames de repente a entediava até as l3#rimas. !inha vontade de #irar nos calcanhares e dizer$ >ra% por 3ue n!o pára de se lamuriar e dá um chute neleJ ;oc4 )o0em% bonita% temum belo corpo. Sei 3ue pode arran)ar algum de cabelos e hálitolimpos para esfregar as partes de seu corpo 3ue mais ardem.

(izer uma coisa terr"vel dauelas a =an podia JazS<la ser eUpulsa dauele lu#ar se#uro, t)o certo uanto d)o

e 4va haviam sido eUpulsos do =ardim do Tden porcomerem a ma5) ue n)o deviam, mas isso n)o mudavasua maneira de sentir. 4 se conse#uisse manter a bocaJechada sobre o amor obsessivo de =an, o ue viria ase#uirW centésima inua#ésima aJirma5)o de =an deue, embora Paul pudesse ser o Beatle mais lindo, =ohnera o Onico com uem ela pensaria seriamente em ir para acamaW %omo se os Beatles :amais se houvessem separadocomo se =ohn n)o tivesse morrido.

4nt)o, antes de poder dizer ou Jazer ualuer coisa,um novo som invadiu auele lu#ar tranilo, onde em#eral s& havia o zumbido das abelhas, o cricrilar dos #rilosna relva e as vozes murmurantes das duas :ovens. 4ra um

tinido, leve mas de al#um modo eUi#ente, como a sinetade uma proJessora prim3ria de anti#amente, chamando ascrian5as de volta do recreio para os estudos.

Voltou<se, percebendo ue a voz de =an cessara, en)o era de admirar. 4la desaparecera. 4 sobre a mesatosca, com iniciais entrela5adas ue remontavam uase YPrimeira Huerra Mundial, o !a/Jone tocava.

Pela primeira vez em todas as suas visitas, o !a/Jone tocava.



4ncaminhou<se deva#ar para ele F Joramnecess3rios apenas trSs passos curtos F e Jicou a olh3<lo,o cora5)o batendo Jorte. Parte dela #ritava<lhe ue n)o

atendesse, ue sabia a#ora e sempre soubera o ue otoue dauele teleJone si#niJicava$ ue o dem+nio de *etha encontrara. Porém ue mais podia JazerW

2u:a, su#eriu Jriamente uma voz talvez de seupr&prio dem+nioN. 2u:a para esse mundo l3 Jora, udre0.(es5a a ladeira, espantando as borboletas Y Jrente, até omuro de rochas e a estrada do outro lado. Vai dar em

@e Paltz, essa estrada, e n)o importa ue tenha de andaro dia todo para che#ar l3 e acabe com bolhas noscalcanhares. T uma cidade universit3ria, e em al#um pontoda Rua Principal haver3 uma :anela com um aviso FPR4%'*<*4 (4 HRf@4!4. Pode abrir seucaminho trabalhando a partir de l3. V3. VocS é :ovem, temde novo vinte e poucos anos. é saud3vel, n)o é Jeia, e nadadeste pesadelo aconteceu ainda.

@)o podia Jazer isso... podiaW @ada dauilo era real%aJinal. 4ra apenas um reJO#io em sua mente.

Trim% trim% trim.eve, mas eUi#ente. Me pe#ue, dizia. Me pe#ue,

udre0. Me pe#ue, parceirinha. #ente tem de ir pra

Ponderosa, s& ue desta vez vocS n)o volta mais. Trim%trim% trim.4la se curvou de repente e plantou uma das m)os

em cada lado do peueno teleJone vermelho. *entiu amadeira seca nas palmas, as Jormas das iniciais entalhadasnas pontas dos dedos, e compreendeu ue se se espetassenuma lasca nauele mundo, estaria san#rando ao voltar

para o outro. Porue auele era real, era% e ela sabia uem ocriara. *eth Jizera auele abri#o para ela, de repente tinha



certeza disso. 4le o tecera com as melhores lembran5as esonhos dela, dera<lhe um lu#ar aonde ir uando a loucuraamea5asse, e se a Jantasia se es#ar5ava um pouco, como

um tapete come5ando a mostrar os Jios onde o tr3Je#o depés era mais intenso, n)o era culpa dele.4 ela n)o podia deiU3<lo l3 para se virar como

pudesse. /!o 3ueria. udre0 pe#ou o Jone. 4ra ridiculamente peueno,

Jeito para uma crian5a, mas ela mal notou isso. F @)o Ja5a mal a eleZ F #ritou. F @)o Ja5a mal a

ele, seu monstroZ *e tem de Jazer mal a al#uém, Ja5a a m... F !ia udre0Z F 4ra a voz de *eth, sem dOvida,mas mudada. @)o havia #a#ueira, procura de palavras,reca"das em balbucios, e embora estivesse amedrontado,n)o parecia em p[nico. F !ia udre0, me escuteZ

A <stou escutando. (i#aZ F VolteZ Pode sair de casa a#oraZ Pode Ju#ir. !a/

est3 no mato... mas os Poer Qa#ons v)o voltarZ VocStem de sair antes ue eles voltemZ

F 4 vocSW F Vou Jicar bem F disse a voz no teleJone, e

udre0 :ul#ou sentir uma mentira nela. 'nse#uran5a, pelomenos. F VocS tem de che#ar aos outros. Mas antes de

ir... 4la escutou o ue ele ueria ue Jizesse, e teve umaabsurda vontade de rir F por ue nunca pensara nauilopor si mesmaW 4ra t)o simplesZ Mas...

F VocS pode se esconder de !a/W F per#untou. F Posso. Mas vocS tem de se apressarZ F Gue vamos JazerW Mesmo ue eu che#ue aos

outros, ue podemos n&s...



assuntos, e se tentasse Ju#ir a#ora, na certa conseguiria. Masse che#asse aos outros e lhes contasse o ue sabia, e elesacreditassem, ue poderiam Jazer para escapar do Jasc"nio

ao ual haviam sido atra"dosW Gue Jariam com *eth paraescapar de !a/W4le me mandou ir, pensou. T melhor conJiar nele.

Mas primeiro...Primeiro havia o ue ele a mandara Jazer antes de

partir. !)o simples... mas podia resolver muita coisa. !udo, se dessem muita sorte. udre0 correu para a

cozinha, i#norando os #ritos e o barulho de vozes dooutro lado da rua. #ora ue se decidira, sentia<se uaseesma#ada pela necessidade de correr, concluir essa OltimatareJa antes ue !a/ tornasse a voltar sua aten5)o para ela.

u antes ue mandasse o %oronel -enr0 e seusami#os de novo.

4

G@( !( (4 errado, Joi de uma maneiraespetacularmente repentina. =ohnn0 per#untava<se maistarde até onde a culpa era sua F per#untava<se sem parar

F e n)o obtinha uma resposta clara. %ertamente suaaten5)o Jalhara, embora isso Josse antes da merda bater deJato no ventilador.

*e#uira atr3s dos #Smeos Reed uando se diri#iampara o mato, rumo Y trilha, e deiUara a mente va#ar,

porue os #arotos andavam com uma lentid)o de dara#onia, para n)o Jazer barulho ro5ando num Onico



arbusto nem uebrando um Onico #alho. @enhum delestinha a m"nima idéia de ue n)o estavam s&s na matauando haviam entrado nela, %ollie e *teve :3 se achavam

na trilha, e bem Y Jrente, rumando em silSncio para o sul. mente de =ohnn0 voltara ao horrorizado eUameue Bill -arris Jizera da Rua dos Llamos, no dia de sua

visita em 199>, a princ"pio dizendo ue ele n)o podia estarJalando sério, depois, vendo ue estava, per#untando<lheual era a transa. 4 =ohnn0 Marinville, ue contara asaventuras de um #ato ue tinha um euipamento de tirar

impressKes di#itais, respondera$ & transa 3ue n!o 3ueromorrer ainda% e isso significa faer um pouco de trabalho editorial.?m 2ohnny =arin0ille re0isado% se 0oc4 assim 3uer. < eu posso

faer. Por3ue tenho o dese)o% 3ue importante% e por3ue tenho as ferramentas% o 3ue 0ital. Pode dier 3ue apenas outra 0ers!o do3ue faDo. <stou reescre0endo minha 0ida. Reesculpindo minhalida.

2ora !err0, sua primeira esposa, uem lhe dera oue podia, na verdade, ter sido sua Oltima oportunidade,embora n)o tivesse dito isso a Bill. 4le nem sabia ue,ap&s uase vinte anos em ue a comunica5)o dos eU<c+n:u#es se Jizera apenas por meio de advo#ados, =ohnn0e a eU<!heresa Marinville haviam iniciado um cauteloso

di3lo#o, Ys vezes por carta, mas sobretudo por teleJone.4sse contato aumentara desde 19AA, uando =ohnn0Jinalmente lar#ara a bebida e as dro#as F para sempre,esperava. %ontudo, ainda havia al#uma coisa errada, enum dado momento da primavera de 19A9 ele se viradizendo Y primeira eU<esposa, a uem um dia tentaraesJauear com uma Jaca de cortar mantei#a, ue auela

vida de sobriedade lhe parecia sem sentido e sem meta.@)o podia se ima#inar escrevendo outro romance. 4ssa



chama parecia ter<se apa#ado, e n)o tinha saudades dotempo em ue acordava pela manh) com ela lhe torrandoo cérebro... :unto com a inevit3vel ressaca. 4ssa parte

parecia acabada. 4 podia aceitar isso. ue achava uen)o podia aceitar era como a anti#a vida, da ual seusromances Jaziam parte, ainda o cercava por todos oslados, sussurrando<lhe dos cantos e murmurando de sua

velha 'BM toda vez ue a li#ava. 4u sou o ue vocS Joi,dizia<lhe o zumbido da m3uina de escrever, e o uesempre ser3. =amais Joi uma uest)o de auto<ima#em, ou

mesmo de e#o, mas s& do ue estava impresso em seus#enes desde o in"cio. 2u:a para os conJins da terra, alu#ueum uarto no Oltimo hotel, v3 até o Jim do corredor, euando abrir a porta, eu vou estar l3 dentro instaladanuma mesa, emitindo meu mesmo velho zumbido, o ue

vocS ouviu em tantas trSmulas manh)s de ressaca, e vai teruma lata de %oors ao lado de suas anota5Kes, e um #ramade coca na #aveta de cima da esuerda, porue no Jim éisso ue vocS e todos vocSs s)o. %omo disse certa vez ums3bio Gualuer, n)o eUiste #ravidade a terra simplesmentesu#a.

F VocS devia desenterrar o livro inJantil F eladissera, despertando<o assustado de seu devaneio.

A ,ual livro inJantilW 4u nunca... F @)o se lembra de Pat% o $ato eteti0e 4le demorou um minuto, mas acabou se

lembrando. F !err0, isso Joi s& uma historinha ue eu inventei

pro monstrinho de sua irm), numa noite em ue ele n)oparava de chorar e achei ue ela ia ter um ataue...

F VocS #ostou o suJiciente pra passar pro papel,n)o JoiW



F @)o me lembro F ele disse, lembrando. F 4u sei ue passou, e ainda deve ter isso em

al#um lu#ar, porue nunca :o#a nada Jora. *acana analZ

*empre desconJiei ue #uardava até suas malditas melecas.@uma caiUa de *ucrets, talvez, como isca de pesca. F @a certa dariam Btimas iscas de pesca F ele

dissera, n)o pensando no ue dizia, mas per#untando<seem vez disso onde poderia estar a historinha oito ou novep3#inas manuscritasN.

@a %ole5)o Marinville da 2ordhamW 4ra poss"vel.

@a casa em %onnecticut onde morara com !err0, a casaonde ela morava a#ora, de onde lhe Jalava nauele mesmoinstanteW Bem poss"vel. @a época dessa conversa, a casaJicava a menos de uinze uil+metros.

F VocS precisa encontrar essa hist&ria F eladissera. F 4ra boa. VocS escreveu numa época em ueera bom de um :eito ue nem sabia. F ma pausa. F

inda est3 a"W F Téé. F 4u sempre sei uando estou lhe dizendo coisas

ue vocS n)o #osta F ela disse, animada F, porue é aOnica hora em ue vocS Jecha a boca. 2ica todoensimesmado.

F 4u n)o Jico ensimesmado. F 2ica, Jica.4 ent)o ela lhe dissera o ue talvez Josse o mais

importante. Mais de vinte milhKes de d&lares em direitosautorais haviam sido #erados por essa lembran5a casual dahist&ria ue ele um dia inventara para Jazer dormir ochato do sobrinho, e zilhKes de livros com a cr+nica das

tolas aventuras de Pat haviam sido vendidos em todo omundo, mas o ue ela dissera a se#uir parecera mais



importante ue toda a #rana e os livros. Parecera na hora,e ainda parecia. 4le supunha ue ela Jalara no seu tomhabitual de voz, mas as palavras haviam batido em seu

cora5)o como as de uma proJetisa numa #ruta de (elJos. F VocS precisa dar meia<volta F dissera<lhe amulher ue a#ora era !err0 Jve0.

F -umW F ele per#untara, uando recuperara oJ+le#o. @)o ueria ue ela percebesse como suas palavraso tinham abalado. @)o ueria ue ela soubesse ue aindatinha esse tipo de poder sobre ele, mesmo ap&s aueles

anos todos. F Gue uer dizer issoJ F Pro tempo em ue vocS se sentia bom. <rabom. 4u me lembro desse cara. 4ra le#al. @)o perJeito,mas le#al.

F @in#uém volta pra casa, !err. VocS devia estardoente na semana em ue deram !homas QolJe no cursode iteratura mericana.

F h, me poupa disso. #ente se conhece h3tempo demais pra esses :o#uinhos de *ociedade de(ebates. VocS nasceu em %onnecticut, Joi criado em%onnecticut, Jez sucesso em %onnecticut, e Joi um

va#abundo bSbedo e narcotizado em %onnecticut. @)oprecisa ir pra casa, precisa sair de casa.

F 'sso n)o é dar meia<volta, é o ue n&s do chamamos de tratamento #eo#r3Jico. 4 n)o d3 certo. F VocS precisa dar meia<volta em sua cabeDa F ela

respondera paciente, como se Jalasse com um Jilho. F 4seu corpo precisa de um novo ch)o onde pisar, eu acho.

lém disso, n)o est3 bebendo mais. @em se dro#ando. Fma li#eira pausa. F 4st3W

F @)o F ele dissera. F Bem, hero"na. F h<ah.



F Pra onde vocS su#eriria ue eu JosseW F Pro Oltimo lu#ar em ue vocS pensaria F ela

respondera sem hesitar. F lu#ar mais improv3vel da

!erra. /ron ou Je#anist)o, n)o Jaz diJeren5a.4sse teleJonema Jizera !err0 rica, porue eledividira os lucros do Hato com ela, centavo por centavo.4 o trouUera para ali. @)o para /ron, mas para

Qentorth, na Boa e le#re %omunidade de hio. mlu#ar onde nunca estivera antes. 4scolhera a 3rea deprimeira, Jechando os olhos e enJiando um perceve:o num

mapa de parede dos 4stados nidos, e !err0 se revelaracerta, apesar da horrorizada rea5)o de Bill -arris. ueele ori#inalmente :ul#ara ser uma temporada sab3ticahavia...

Perdido nesse devaneio, trombou direto nas costasde =im Reed. s #arotos haviam parado na beira da trilha.

=im er#uera o rev&lver e apontava<o para o sul, a carap3lida e sombria.

F Gue... F come5ou =ohnn0, e (ave tampou<lhea boca com a m)o antes ue ele pudesse dizer maisal#uma coisa.

5

V'<*4 M !'R, depois um #rito. %omo se o #ritohouvesse sido um sinal, Marielle *oderson abriu os olhos,arueou as costas, emitiu um som lon#o e #utural, ue

talvez Jossem palavras, e come5ou a tremer toda. s pésmatrauearam no ch)o.



F (outorZ F #ritou %0nthia, correndo paraMarielle. F outor7

Har0 che#ou primeiro. !rope5ou na porta da

cozinha, e teria ca"do de :oelhos sobre a barri#a da esposa,se %0nthia n)o o empurrasse para tr3s. cheiro de Uerezde cozinha pairava em torno dele como uma nuvem doce.

F Gue J+ ue tevW F ele per#untou. F Gue J+ue tev com min ep+W

Marielle sacudia a cabe5a de um lado para outro,batendo<a na parede. Joto de (ais0, a %or#i ue sabia

contar e somar, caiu e bateu no peito dela. Por sorte, o vidro n)o se uebrou. %0nthia pe#ou<a e :o#ou<a de lado. o Jazer isso, viu ue a #aze no toco de bra5o da mulherJicara vermelha. s pontos F al#uns, pelo menos Fhaviam se rompido.

A outor7 F ela #ritou.4le veio correndo da porta, onde estivera parado

olhando, uase hipnotizado pelas mudan5as ue ainda sedavam. uviam<se rosnados na mata l3 atr3s, outros#ritos, outros tiros. Pelo menos dois. Har0 olhou paraauele lado, piscando Jeito uma coru:a.

F Gue J+ ue tevWMarielle parou de tremer. Moveu os dedos, como

se tentasse estal3<los, e depois também isso parou. solhos vazios Jitavam o teto. ma Onica l3#rima escorreudo canto do esuerdo. (outor pe#ou o pulso e tentousenti<lo. lhava JiUo para %0nthia com uma espécie deintensidade desesperada enuanto Jazia isso.

F cho ue se vocS uiser continuar trabalhandol3 embaiUo vai ter de trocar esse #uarda<p& de caiUeira por

um vestido de cabaré F disse. F 4<X *top a#ora é umcabaré. ad0 (a0.



F 4la morreuW F per#untou %0nthia. F T F disse o Velho (outor, baiUando a m)o de

Marielle. F *e isso serve pra al#uma coisa, acho ue as

chances dela acabaram uinze minutos atr3s. Precisava deuma unidade de trauma, n)o de um veterin3rio velho dem)os trSmulas.

Mais #ritos. Berros. l#uém #ritava l3, #ritava eberrava ue al#uém devia ter detido al#uém, devia terdetido al#uém. %0nthia teve uma certeza sObita$ *teve, umcara de uem :3 passara a #ostar, morrera. s atiradores

estavam l3, e o tinham matado. F Gue J+ ue tevW F per#untou Har0 pela terceira vez.

@em o velho nem a mo5a lhe responderam.4mbora estivesse ali, a:oelhado na porta da cozinha aolado dela, uando Billin#sle0 declarara sua esposa morta,Har0 pareceu n)o compreender o ue acontecia até o(outor puUar a capa de veludo marrom do soJ3 e cobri<lacom ela. 4nt)o, compreendeu, bSbedo ou n)o. rostocome5ou a tremer. 4le tateou por baiUo da capa do soJ3,encontrou a m)o da esposa, puUou<a para Jora e bei:ou<a.(epois encostou<a na Jace e p+s<se a chorar.

6

G@( ='M R 44( viu vultos avan5ando r3pido paraele na trilha, sua eUcita5)o desapareceu. terror ocupou o

espa5o deiUado por ela. Pela primeira vez, ocorreu<lhe ueir até ali talvez n)o tivesse sido uma idéia muito brilhante.



*e virem estranhos no mato, voltemimediatamente. 2ora o ue sua m)e dissera. Mas ele n)opodia nem meUer<se. 4stava paralisado. (epois, ouviu um

horr"vel rosnado no mato baiUo, o som de um animal, eentrou em p[nico. @)o viu %ollie 4ntra#ian e *teve mes,uando eles apareceram viu assassinos ue tinhamdeiUado seus Jur#Kes para inJiltrar<se no mato. @)o ouviuo abaJado berro de =ohnn0, nem o ouviu lutando paralivrar<se das m)os de (ave ue o a#arravam.

A &tire% 2immy7 F #uinchava (ave. voz era um

Jalsete trSmulo, assustado. F &tire% 2eeum CroG% s!o eles7 =im apertou o #atilho e o ue estava Y esuerdadesabou, levando as m)os ao topo da cabe5a, onde umescalpo vermelho tin#iu o cabelo e eUp+s o osso. riJleue o homem trazia caiu em um lado da estrada. san#ueinvadiu seus dedos e se espalhou pela Jace.

A Pegue o outro agora7 F (ave #aniu. F &certe"o% 2immy% acerte"o antes 3ue ele nos acerte7

F @)o, n)o atireZ F disse o outro cara, er#uendoas m)os. !inha um riJle numa delas. F Por Javor, cara,n)o atire em mimZ

Mas ele ia, ia mat3<lo a tiros. =im apontou<lhe orev&lver, mal sabendo ue #ritava com o cara, Uin#ando<o$

chupador, sacana, veado. *& ueria matar o cara e voltarpara sua m)e. 4le e (ave. Vir ali Jora um terr"vel en#ano.

7



=-@@\ **4@! * dois cotovelos na barri#a de(ave Reed, ma#ra e dura mas n)o preparada. (ave soltouum surpreso ?uf7 e =ohnn0 livrou<se de suas #arras. ntesue =im pudesse atirar de novo, :3 pe#ara o bra5o dele e otorcia com Jerocidade. #aroto #ritou de dor. briu am)o e o rev&lver de (avid %arver bateu no ch)o.

A ,ue está faendoJ F berrou (ave. F <le 0aimatar a gente% 0oc4 está loucoJ

F *eu irm)o acabou de atirar em %ollie 4ntra#ian,ue mora mais abaiUo na uadra, lo#o, uem é loucoW Fper#untou =ohnn0.

*im, Jora o ue o #aroto Jizera, mas de uem era aculpaW 4ra ele o adulto ali. (evia ter tomado o rev&lverassim ue estivessem a uma se#ura dist[ncia dos olhosJan3ticos e das ordens secas de %ammie Reed. Podia tS<lo

Jeito por ue n)o JizeraW F @)o F sussurrou =im, virando<se para ele e

balan5ando a cabe5a. F @)oZ F Mas seus olhos :3sabiam estavam enormes, e enchendo<se de l3#rimas.

F Por ue ele estava aui JoraW F per#untou (ave. F Por ue n)o avisou a #ente, pelo amor de...

rosnado, ue na verdade n)o parar3, reaJirmou<se no rubro ar uente, elevando<se rapidamente para umronco. homem ainda de pé F o cara da caminhonetede alu#uel F virou<se para ele, er#uendo instintivamente am)o. riJle numa delas era bem peueno, e o cara talveztivesse raz)o usando<o dauele :eito, mais prote#endo opesco5o com ele do ue apontando<o.

4nt)o a criatura ue os perse#uira na trilha saltoudo mato. capacidade de pensar conscientemente de



=ohnn0 cessou uando o viu F podia apenas 0er. 4ssa vis)o clara F mais uma pra#a ue uma bSn5)o F :amaislhe Jalhara antes, e n)o o Jez ent)o.

coisa era um pesadelo de casaco marrom<amarelado, olhos verdes tortos e uma boca cheia dedentes laran:a. @)o era um #ato, mas uma mal concebidadeJorma5)o Jelina. *altou, despeda5ando o riJle Mossber#er#uido com as enormes patas e arrancando<o das m)oscrispadas ue o se#uravam. (epois, ainda rosnando,avan5ou para a #ar#anta de *teve.



o diário de &udrey #yler.

AT de jun1o de ABBW

5ornou a acontecer o son1o acordado. :e é isso "ue é.5erceira ou "uarta vez, mas a primeira Heu ac1oI desde "ueven1o mantendo este diário, Z de longe o mais vivido. Pareceacontecer sempre "uando as coisas por a"ui n$o v$o indo bem,Z )eus do céu, as coisas a"ui nunca v$o bem%

2erb levantouse com :et1 1oje de man1$, tomou o

c1uveiro com ele Hisso poupa muito tempoI, e "uando desceram:et1 estava amuado Z 2erb tin1a o come3o de um ol1o ro*o.($o precisei perguntar nada. :et1 fizerao esmurrarse a simesmo, da mesma forma como o fizera torcer o pr0prio lábio"uando voltamos da sorveteria e ele descobriu "ue seu malditoPo\er Lagon tin1a desaparecido. #l1ei para 2erb Z elebalan3ou a cabe3a de leve para mim, mandandome ficar calada.

# "ue eu fiz. )escobri "ue a gente sempre ac1a algum motivopara se sentir agradecida7 neste caso, "ue fazer 2erb esmurrarse fora s. o "ue :et1 fizera Hembora na verdade n$o seja ele"uem faz as coisas ruins, mas o outro, o Menino das Pernas dePauI. :et1 gosta de ficar junto = pia do ban1eiro e ver 2erbbarbearse de man1$. 8c1o "ue o MPP podia aparecer e fazêlocortar a garganta com seu barbeador 6NC descartável. 8ssusta

me escrever uma coisa dessas, mas =s vezes é mel1or p4r a coisano papel. Como espremer material infectado de um corte.# Menino das Pernas de Pau come3ou antes de eu

se"uer p4r o café da man1$ na mesa sempre sei "uando é eleem vez de :et1, por"ue os ol1os n$o s$o castan1oescuros, mas"uase negros.

#nde meu )uim -uatá' ele perguntou. 8 gente ainda n$o encontrou o )ream -loater eu

disse mas sem d9vida vamos encontrar.



?u "uero meu )uin -uatá% ele gritou no má*imodos pulm;es, e 2erb como "ue estremeceu. Pelo menos,"uando grita, ele n$o atira coisas. ?u "uero a porra do meu)N( -85Y%

($o diga palavr$o na frente de sua tia 8udreF disse2erb, e eu tive medo do ol1ar "ue o MPP l1e lan3ou ent$o,muito medo, mas o ol1ar firme de 2erb n$o vacilou.

?le é muito corajoso. ($o leva desaforo. ? foi o MPP "ueacabou bai*ando os ol1os.

?u "uero meu )uin -uatá ele murmurou com a vozamuada "ue eu mais detesto. ?u "uero meu )uin -uatá,

ac1em ele.-izl1e uma rabanada, em geral o "ue mais gosta, mas ele

n$o "uis comer. :0 saiu Hnas pernas de pauI para o covil. >ogologo ouvi o videocassete, depois uma das fitas dos MotoGops.?le tem "uatro ou cinco, cada uma com uma d9zia de epis0dios.?u realmente passei a detestar essas est9pidas vozes dedesen1o animado, sobretudo a de Cassie. s vezes gostaria "ue

:em Cara a matasse e jogasse o cadáver decapitado numa valaem alguma parte. )eus me ajude, eu gostaria de estarbrincando, mas n$o estou.

?n"uanto eles cacarejavam lá dentro Hele sempreaumenta o volume, p "ue =s vezes é bomI, perguntei a 2erbcomo ia e*plicar o ol1o ro*o no trabal1o. ?le falou em falsete Zpiscou os ol1os e disse7

&ou dizer = turma "ue bati numa porta, "uerida.5entava fazer brincadeira do assunto. ($o deu certo.

# pior de 1oje n$o foi :et1 atirando coisas, como fez"uando 2erb sugeriu "ue podíamos comprar outro )ream-loater. ($o fez isto 1oje. <uase desejo "ue o tivesse feito.:implesmente vai de aposento em aposento, nas pernas de pau,os ol1os fuzilando, o lábio inferior esticado, ainda = procura do

P.L. desaparecido. s vezes entra no covil para ver 5&, mas nemmesmo 6onanza o segurou por muito tempo 1oje. 5entei fazêlo



falar, mas ele n$o "uis. Z o problema é... o1, eu "ueria saberescrever mel1or, e*pressar isso de um modo "ue alguém "ueleia Hn$o "ue alguém algum dia vá fazêlo, imaginoIcompreenda. K como se ele o MPP gerasse uma espécie de

eletricidade venenosa "uando está puto. Parece emitila diretodo corpo, como uma aran1a tecendo seda elétrica, ou nuvens detempestade lan3ando raios. 8 coisa vai se avolumando até "ue agente tem vontade de correr de aposento em aposento,gritando e batendo a cabe3a em tudo. K real, n$o apenas umasensa3$o, mas uma coisa física. -az a gente suar HZ um suormalc1eiroso, como "uando temos febre altaI, Z os m9sculos

tremem, Z a boca seca. &ou escrever a"ui uma coisa "ue nuncadisse a 2erb. s vezes, "uando fica assim, eu vou ao ban1eiro,tranco a porta Z me masturbo feito uma louca. K a 9nica coisa"ue parece aliviar um pouco a press$o. #s orgasmos s$o t$ofortes "ue me assustam. Como bombas e*plodindo.

:enti tudo isso antes, "uando o Menino das Pernas dePau dentro de :et1 está puto com alguma coisa, mas nunca

durou nem se acelerou tanto. (o meio da tarde, foi como setoda a casa estivesse c1eia de gás natural, esperando apenas umf0sforo para e*plodir. ?u estava na cozin1a, andando de um ladopara outro, a cabe3a doendo tanto "ue sentia os globos ocularespulsando, Z n$o parava de "uerer sorrir. ($o sei por "uê, nadadisso tem gra3a alguma, mas "uanto mais min1a cabe3a doía,"uanto mais meus globos oculares latejavam, "uanto mais eu

sentia a atmosfera da casa se fec1ando sobre mim mais"ueria sorrir. (ossa%

-ui até a pia Z ol1ei o "uintal pela janela. :et1 estavasentado na cai*a de areia com as m$os no colo, e rodando erodando em torno de sua cabe3a, lá estavam eles. 5rac[er8rro\, @ootF5oot, Meat\agon e o resto, afundando e mergul1ando uns sob os outros, fazendo círculos e rolando, descendo

para tocar e arremeter numa pista de pouso "ue :et1 fez paraeles na cai*a de areia, =s vezes voando em forma3$o pelo



"uintal, passando por bai*o da cadeira dele como dubles depilotos num filme e depois fazendo a curva e voltando.6rin"uedos de crian3a, todos de cores vivas, miss;es de v4o no"uintal. :ei "ue devo estar parecendo uma louca varrida, mas

juro por )eus "ue é verdade. s vezes :et1 bombardeia2annibal, o cac1orro do vizin1o com eles Z 2 foge com a caudaentre as pernas. 2erb também já viu isso.

<ual"uer outra crian3a vendo os Po\er Lagons dosMotoGops a fazer esses tru"ues estaria rindo Z aplaudindo Zgritando, mas n$o o Menino das Pernas de Pau. ?lesimplesmente fica lá sentado na cai*a de areia com os lábios

esticados Z os ol1os fuzilando.:et1 ol1ando os furg;es e eu a ele, sentindo o "ue "uer

"ue esteja dentro dele a sair em ondas, enc1endo o ar com umzumbido "ue está sobretudo na cabe3a da gente. ?u me sentia aponto de saltar fora de min1a pr0pria pele, de pirar bem alidiante da pia. Z ent$o, de repente, veio o son1o acordado. K acoisa mais maravil1osa, e embora eu c1ame de son1o acordado,

n$o é isso "ue parece parece real. (ele, eu revivo uma tarde defim de semana "ue passei no 1otel de Mo1on[ Mountain commin1a amiga Jan. Nsso foi em ABVT, antes de "ual"uer das duasse casar. 8 gente ficava sentada conversando n$o sei "uantotempo ela "uase sempre sobre o cara apatetado e sebentopelo "ual estava maluca na época, e eu "ue gostaria de tirar trêsmeses de folga depois da formatura e ver um pouco do país.

K t$o bonito lá em Mo1on[, t$o apaziguante. ?stamosfazendo um pi"ueni"ue. # ar está "uente. Jan tem um ar t$odeslumbrante "uanto eu me sinto. :ei "ue n$o é verdade, Z "uevou voltar para esta bagun3a toda, mas en"uanto estou lá, nadadisso importa. Jan Z eu conversamos, sinto o sol em meu rosto,o c1eiro das flores. K t$o maravil1oso. ($o sei o "ue é nem por"ue acontece, mas como um antídoto aos ata"ues do MPP é

mel1or "ue bater siririca no ban1eiro até criar calo. Nmagino se:et1 tem alguma coisa a ver com isso.



?u gostaria "ue 2erb tivesse um lugar para ir, mas ac1o"ue n$o tem. :uas piadas tolas s$o o mais pr0*imo disso "ue elepode c1egar, coitado. ?u gostaria de poder falar a ele do meulugar, talvez até leválo lá, mas n$o seria prudente. 8c1o "ue o

MPP pode descobrir com 2erb coisas "ue n$o pode comigo. Z2erb parece t$o cansado. K injusto para n0s dois "ue isto estejaacontecendo, mas para 2erb é 1orrivelmente injusto.

A^ de jun1o de ABBW

# )uin -uatá/ voltou ainda 1á pouco. ($o sei se sintomedo ou alívio.

<uer dizer, claro "ue estou aliviada, "ual"uer um estaria,esta casa tem sido como um campo de concentra3$o desdesábado, mas "ue virá agora' Como vai reagir MPP' Qra3as a)eus ele tirava um coc1ilo "uando a campain1a tocou, Z gra3asa )eus "ue 2erb está no trabal1o, por"ue MPP =s vezes espiona

a mente dele, eu sei "ue sim. 8c1o "ue n$o pode fazer issocomigo se eu n$o dei*ar, ou se estiver desprevenida.

Cara. @eli isto, é absolutamente louco. )ei*eme respirarfundo e come3ar de novo do come3o. Preciso de tempo. :et1n$o dorme direito desde a noite de se*tafeira, e se eu der sorteele talvez coc1ile até as "uatro e meia. Nsso me dá pelo menosuma 1ora.

>á pelas três 1oras, "uando eu passava o aspirador de p0na casa, alguém bateu na porta da cozin1a. 8bri, Z lá estavam o:r. 2obart, "ue mora mais adiante na rua, e o fil1o dele, umgaroto gorduc1o e ruivo, com 0culos de lentes grossas e pelepastosa. Meio repulsivo, se "uerem saber a verdade. # meninotrazia nos bra3os um furg$o )ream -loater. ($o 1avia d9vida de"ue era o de :et1. ($o precisei ver a lanterna traseira "uebrada

e o arran1$o do lado do motorista para saber disso, mas naverdade vi as duas coisas. -i"uei at4nita. 5entei dizer alguma



coisa Z n$o pude, a garganta trancada. ($o sei o "ue teriaresultado se eu pudesse falar%

?stá "uente 1oje, uns trinta graus, mas o :r. 2obart sevestia como um diácono Ho "ue sem d9vida éI, de terno e

sapatos negros. # fil1o usava a vers$o j9nior do mesmo traje, Zfungava. ? tin1a uma bela manc1a na cara. 8posto min1a contabancária "ue foi o vel1o "uem a p4s lá.

($o fez diferen3a o fato de eu n$o poder falar, por"ue2obart tin1a tudo de cor.

Meu fil1o tem uma coisa a dizer = sen1ora, :ra. LFler disse, e bai*ou o ol1ar para o menino, como a dizer é sua vez,

n$o cague tudo. 2ug1'-ungando mais "ue nunca, 2ug1 disse "ue tin1a cedido =

&oz 5entadora de :atanás Himagino "ue seja &5:, como oMenino das Pernas de Pau é MPPI Z roubado o brin"uedo de:et1. -alou rapidin1o mesmo, c1orando cada vez mais. 8caboudizendo7

8 sen1ora pode c1amar a polícia, "ue eu fa3o uma

confiss$o completa. Pode me dar uma surra, sen$o meu pai medá.

#uvir isso foi como "uando a gente liga para a previs$odo tempo Z a grava3$o diz7 Para saber as atuais condi3;es,aperte A. Para saber a previs$o atual, aperte T. Para saber ascondi3;es das estradas, aperte ^./ 8c1o "ue foi uma bên3$o euestar tonta. :e n$o estivesse, poderia ter dado uma risada, e n$o

1avia nada engra3ado na"ueles dois, ali parados t$o santos Zenvergon1ados. ?u sentia mais medo deles do pai, sobretudo do "ue sinto de :et1 na maioria dos dias.

? sentia medo P#@ eles, também. ?u sinto muito disse o garoto, ainda declamando

como se as palavras estivessem escritas em cart;es de lembrete= sua frente. Pedi perd$o a meu pai, pedi perd$o ao :en1or

Jesus e agora estou pedindo perd$o = sen1ora.



?u me refiz o suficiente ent$o para receber o furg$o dele estava t$o tensa "ue "uase o dei*ei cair nos dedos dos pés e dizerl1e "ue n$o era necessária nen1uma surra.

# menino também tem de pedir desculpas a seu fil1o

disse o :r. 2obart.Parecia Moisés sem barba e com um bom corte de

cabelo, se se pode imaginar Moisés num terno e colete da :ears.8p0s o "ue tem acontecido por a"ui nos 9ltimos meses, eu n$oten1o problema para imaginar coisa alguma. K parte do meuproblema.

:e a sen1ora "uiser nos levar a ele, :ra. LFler.

)iabos se o -)P 1ip0crita n$o come3ou a tentar entrarna base do empurr$o% ?mpurreio de volta, eu l1e digo He "uasedei*ei cair o )ream -loater de novo ao fazer issoI. 8 9ltima coisa"ue eu "ueria era a"uele ladr$ozin1o gorduc1o parado na frentedo Menino das Pernas de Pau. # "ue eu "ueria era "ue os doisfossem embora de min1a casa, e depressa. 8ntes "ue suas vozesou suas vibra3;es emocionais He embora n$o c1orasse, 2obart

estava pelo menos t$o perturbado "uanto o fil1o, talvez maisI odespertassem.

:et1 n$o é meu fil1o, é meu sobrin1o eu disse , eestá tirando um coc1ilo no momento.

Muito bem disse 2obart, fazendo um leve e rígidoaceno com a cabe3a. (0s voltaremos depois. 2oje = noite estábem' :e n$o, posso trazer 2ug1 de volta aman1$ de tarde. Mal

posso tirar um segundo de folga = tarde... trabal1o no trituradorde minérios em 5en Mile, a sen1ora sabe... mas os assuntos de)eus devem ter sempre precedência sobre os do 1omem.

8 voz ficava mais alta = medida "ue ele falava, como avoz de caras como ele sempre parecem fazer, é como se n$opudessem dizer "ue precisam dar uma cagada sem transformarisso num serm$o. Comecei a ficar realmente com medo de "ue

:et1 acordasse. Z esse tempo todo, juro "ue é verdade, omenino ol1ava em volta, como se "uisesse ver se n$o 1avia mais



alguma coisa digna de palmear. ?u diria "ue dia virá em "ue2ug1ie vai acabar num div$ de analista, s0 "ue gente como os2obart n$o crê em analistas, crê'

)irigios para a porta Z mantiveos em marc1a até a

cal3ada, "uer dizer, fui um rolo compressor. ?n"uanto isso, omenino perguntava sem parar, como um disco arran1ado7

8 sen1ora me perdoa' Me perdoa'<uando c1egamos = cal3ada, percebi "ue estava furiosa

com os dois. ($o s0 pelo inferno "ue tín1amos atravessado, maspor"ue eles agiam como se eu fosse de algum modo responsávelpela alma imortal do porrin1a ladr$o. 8lém do mais, eu me

lembrava do modo como os ol1os dele corriam por toda parte,vendo o "ue era "ue a gente tin1a em nossa casa "ue ele n$otin1a na dele.

?stou "uase certa certa mesmo, na verdade de "uemuitos dos estran1os poderes/ de :et1 têm muito poucoalcance, como os transmissores de rádios "ue 1avia antes nosdri!e4ins, "ue dirigiam o som do filme direto para o rádio do

carro da gente. 8ssim, "uando os levei até a rua, me senti seguraHrelativamente segura, pelo menosI para perguntar como 2ug12obart viera a roubar o Po\er Lagon de :et1, para início deconversa.

)iante disso, p_re e fils trocaram um ol1ar. -oi um ol1ares"uisito, nervoso, e percebi "ue nen1um dos dois seincomodava muito com a idéia da surra, ou mesmo de uma visita

dos tiras, mas n$o gostavam da idéia de discutir o roubo de fato.(em um pouco. ($o admira "ue os fundamentalistas detestemtanto os cat0licos. 8 idéia de confessarse deve fazer murc1ar oscol1;es deles.

Mesmo assim, eu os encurralei, Z finalmente saiu. -oiLilliam "uem falou mais a essa altura, o menino c1egara =conclus$o de "ue n$o gostava de mim. ?streitara os ol1os, "ue

também pararam de vazar.



8 maior parte da coisa eu mesma podia ter imaginado.#s 2obart pertencem = Ngreja 6atista da 8lian3a de :ion, e umadas coisas "ue fazem como bons membros da igreja é difundir o?vangel1o/. Nsso significa dei*ar panfletos como o "ue 2erb

encontrou espetado em nossa cai*a de correspondência, a"uelesobre um mil1$o de anos no inferno Z sem uma gota d!água.Lilliam e 2ug1 fazem isso juntos, um tipo de transa de pai efil1o, imagino, um santo substituto para a Pe"uena >iga debeisebol ou futebol americano. ?les se atêm mais a casas "ueparecem temporariamente vazias, "uerendo difundir a palavraZ plantar a semente, n$o meterse em discuss;es/ Hpalavras de

Lilliam 2obartI, ou dei*am seus recadin1os de amor no párabrisa dos carros parados na rua.

)evem ter c1egado = nossa casa pouco depois de termossaído para o MillF!s. 2ug1 subiu a entrada da garagem e enfiou opanfleto sob a cai*a de correspondência, e, claro, viu o )ream-loater onde :et1 o dei*ara. Mais tarde, depois "ue o pai oliberara pelo resto do dia, mas antes de voltarmos do s1opping

center, 2ug1 voltara... Z cedera = sempre popular &5: H&oz5entadora de :atanásI. 8 m$e descobrira o P.L. ontem,segundafeira, "uando 2ug1 estava na escola Z ela arrumava o"uarto dele. #ntem = noite 1aviam tido uma conferência defamília/ a respeito, e c1amado seu pastor para pedir consel1o,feito uma prece pelo telefone, e agora estavam a"ui.

8ssim "ue desembuc1aram a 1ist0ria, o menino

recome3ou com 8 sen1ora me perdoa'/. Mas na segunda vezeu disse7

Pare de ficar dizendo isso.?le fez um ar como se eu l1e 1ouvesse dado um tapa na

cara, e a cara do pai se enrijeceu. ?u estava cagando. 8gac1eime para poder ol1ar direto nos ol1in1os de porco de 2ug1. ($oera muito fácil vêlos, tampouco, por causa da caspa e manc1as

de gordura nos 0culos.



Perd$o é entre você e seu )eus eu disse. <uantoa mim, vou ficar calada sobre o "ue você fez, e aconsel1o os2obart a fazer o mesmo.

?les o far$o, ten1o toda certeza. ?u s0 precisava ol1ar a

manc1a na cara de 2ug1, na verdade, para saber disso. ($o seisobre a m$e do monstrin1o, mas o "ue ele fez estádecididamente matando o pai.

2ug1 deu um passo atrás, e pude ver em sua cara "ue acoisa n$o estava saindo como devia, Z ele me detestava porisso. 5udo bem. ?u também o detesto um pouco. ($osurpreende, surpreende', ap0s o fim de semana "ue tivemos

por causa de seus dedos leves. &amos dei*ar a sen1ora agora. :ra. LFler, se já

acabou disse 2obart. 2ug1 precisa meditar muito. (o"uarto dele. )e joel1os.

Mas eu n$o acabei eu disse. ($o de todo.($o ol1ava para ele. #l1ava para o menino. 8c1o "ue

tentava ol1ar além do 0dio Z vergon1a Z 1ipocrisia, para ver se

restava um menino de verdade em algum ponto ali dentro. ?terei visto um' (a verdade n$o sei.

2ug1 eu disse , você sabe "ue as pessoas s0 têmde pedir perd$o "uando fazem uma coisa errada, n$o sabe'

?le balan3ou a cabe3a, cauteloso... como se estivessedepondo num tribunal Z ac1asse "ue um dos advogados l1epreparava uma armadil1a.

?nt$o sabe "ue foi errado roubar o brin"uedo de :et1.?le tornou a balan3ar a cabe3a, mais relutante "ue

nunca. 8 essa altura, praticamente se escondia por trás da pernado pai, como se tivesse três anos, em vez de oito ou nove.

:ra. LFler, n$o ac1o "ue seja necessário intimidar omenino disse o seu vel1o.

Nnacreditavelmente formal% ?stá disposto a dei*ar "ue eu

dobre o menino sobre meus joel1os Z bata no rabo dele comose fosse um pandeiro, mas "uando "uero "ue o menino diga em



voz alta "ue errou, de repente é maltrato. 8í tem uma li3$o, masdiabos se eu sei "ual é.

($o estou intimidando ele, mas "uero "ue o sen1orsaiba "ue os 9ltimos dias foram muito diferentes por a"ui eu

disse. ?ra ao adulto "ue eu respondia, mas era ao menino "uefalava de fato. :et1 gosta muito de seus Po\er Lagons. Porisso, o "ue eu "uero é o seguinte, 2ug1. <uero "ue me diga "ueo "ue você fez foi errado, e mau, e "ue sente muito. ?nt$o agente acaba.

2ug1 me fuzilava com os ol1os, Z se ol1ar matasse, eun$o estaria escrevendo neste caderno agora. Mas sentia medo'

Por favor. <uando se trata de meninos putos, eu vivo com ocampe$o dos campe;es.

:ra. LFler, a sen1ora ac1a mesmo necessário isso' perguntou 2obart.

8c1o, sim, sen1or eu disse. Mais pro seu fil1o"ue pra mim.

Pai, eu ten1o de fazer isso' ele c1oramingou.

8inda me lan3ava o ol1ar de @aio da Morte por trás dos0culos imundos.

)iga o "ue ela "uer ouvir disse 2obart. @emédioamargo, é mel1or tomar de um gole s0.

?nt$o deu um tapin1a no ombro do fil1o, como paradizer sim, ela está sendo má, uma verdadeira megera, mas agente tem de ag+entar isso.

-oifoimaufoierradomedesculpe disse omenino, como se voltasse a ler os cart;eslembrete. -uzilandome com os ol1os o tempo todo, sem mais lágrimas nemfungados.

?rgui os ol1os Z vi o mesmo ol1ar vindo do pai. #s dois jamais pareceram mais iguais do "ue na"uele momento. 8spessoas s$o espantosas. ?les subiram a rua, assustados mas

assim como e*altados com a idéia de ser crucificados, como



1aviam feito com seu c1efe. ?m vez disso eu fiz o meninoadmitir o "ue ele era, Z doeu, Z os dois me odeiam por isso.

# importante, porém, é o seguinte7 AI o ).-. voltou e TIos 2obart n$o v$o falar do assunto. s vezes a vergon1a é a

9nica morda3a "ue funciona com as pessoas. )evo inventar uma1ist0ria para contar a :et1, e depois contar a mesma 1ist0ria a2erb. 8 verdade simplesmente n$o é segura.

Pés no andar de cima, indo para o ban1eiro. ?le acordou.<ueira )eus "ue eu esteja certa ao ac1ar "ue ele n$o pode lermeus pensamentos.

Mais tarde

Qrande suspiro de alívio. ? talvez deva parabenizarmeum pouco também, eu ac1o. 8 Crise do )ream -loater passou,sem causar estragos H"uer dizer, fora alguns pratos Z meus beloscopos Laterford "uebradosI. :et1 e 2erb est$o dormindo. ?u

mesma pretendo subir assim "ue ten1a escrito um pouco nestecaderno Hmanter um diário nessas circunstOncias é perigoso,mas, )eus, traz tanto alívioI e depois p4lo em cima do armárioda cozin1a, "ue é onde o guardo.

# fato de :et1 acordar na"uela 1ora, antes de eu termuita c1ance de pensar no "ue ia l1e dizer, revelouse umabên3$o disfar3ada. <uando ele desceu, ainda de ol1os inc1ados,

eu simplesmente l1e entreguei o ).-. # "ue aconteceu com orosto dele a maneira como desabroc1ou em surpresa Zprazer, como uma flor ao soí "uase valeu todo o malditoespetáculo de 1orror. &i os dois na"uele ar alegre, :et1 e o MPP.# MPP simplesmente feliz por ter seu Po\er Lagon de volta.:et1, eu ac1o, feliz por outros motivos. 5alvez esteja enganada,dandol1e demasiado crédito, mas ac1o "ue n$o. 8c1o "ue :et1

estava feliz por"ue sabe "ue o MPP vai maneirar com a genteagora. Pelo menos por um tempo.



2ouve um tempo em "ue pensei, como boa universitária"ue sou, "ue o MPP era apenas outro aspecto da personalidadede :et1 a parte amoral "ue os freudianos c1amam de id ,mas n$o sei mais. -ico me lembrando da viagem "ue os Qarin

fizeram pelo país pouco antes de 6ill Z June Z as duas crian3asmaiores morrerem. )epois me lembro do "ue nosso pai nosfalou "uando éramos adolescentes e íamos tirar a carteira demotorista, primeiro 6ill, depois eu. ?le nos disse "ue algumascoisas n0s nunca devíamos fazer7 dirigir com press$o bai*a nospneus, dirigir bêbedo e dar carona.

5eria 6ill pegado um carona no deserto sem nem mesmo

saber' m carona "ue ainda está viajando dentro de :et1' Kuma idéia maluca, talvez, mas já percebi "ue este é o momentoem "ue surge a maioria das idéias malucas, tarde da noite,"uando a casa está em silêncio Z os outros dormindo. ? maluconem sempre "uer dizer errado.

:eja como for, sem tempo para mentiras elaboradas,contei uma mentira simples. )isse "ue o encontrara na adega,

"uando fui ver se 1avia mais bolsas de aspirador de p0. Já1avíamos reme*ido por lá, claro, mas eu disse "ue estava atrásda escada. :et1 aceitou isso sem perguntas Hnem sei se aomenos ligou, t$o feliz estava por ter de volta seu )uin -uatá/,mas de "ual"uer modo era com o MPP "ue eu falava, naverdadeI. 2erb fez apenas uma pergunta7 como o P.L. foi pararlá' :et1 jamais vai = adega, ac1a "ue é assombrada, e 2. sabe

disso. ?u disse "ue n$o sabia, e milagre dos milagres issoparece ter encerrado o assunto.

:et1 passou a noite toda acordado em seu covil, em suapoltrona favorita, com o )ream -loater no colo, como umamenina com sua boneca favorita, vendo 5&. 2erb trou*e umfilme do 5& &ideo Clip. 8penas uma coisa vel1a em preto ebranco da sess$o de ofertas, mas :et1 gosta mesmo dele. K um

filme de caub0i HclaroI de fins da década de WX. Já viu duasvezes.



Com @orF Cal1oun. C1amase #s Justiceiros.

AB de jun1o de ABBW

8c1o "ue temos problema.Lilliam 2obart veio a"ui 1oje de man1$, furibundo. 2erb

saíra para trabal1ar uns vinte minutos antes de ele aparecer,gra3as a )eus, e :et1 estava lá no fundo, no "uintal.

<uero l1e fazer uma pergunta, :ra. LFler disse. 8 sen1ora ou seu marido tiveram alguma coisa a ver com o "ueaconteceu com meu carro ontem de noite' 6asta um simplessim ou n$o. :e tiveram, é mel1or dizer logo.

($o sei do "ue o sen1or está falando eu disse, edevo ter parecido convincente, por"ue ele se acalmou umpouco.

# :r. 2obart me levou até a cal3ada Hfi"uei satisfeita porir, pois "uanto mais longe de :et1 no "uintal, mel1orI Z apontoupara sua casa. ?le tem uma da"uelas coisas de "uatro rodas, um?*plorer, talvez, uma coisa assim. 5in1a todos os pneusesvaziados e todas as janelas "uebradas, incluindo o párabrisa eo vidro traseiro.

81, meu )eus, sinto muito eu disse.

? sentia mesmo, embora talvez n$o pelos motivos "ueele ac1ava. Pe3o desculpas pela min1a acusa3$o ele disse,

rígido como roupa engomada. 8c1o "ue pensei... o brin"uedo"ue 2ug1 pegou... se a sen1ora ainda estivesse zangada...

&eículo por veículo, ac1o "ue "ueria dizer, como ol1o porol1o.

Já es"ueci a"uilo tudo. :r. 2obart eu disse. ? n$osou o "ue o sen1or c1amaria uma pessoa vingativa, emnen1uma circunstOncia.



8 vingan3a é min1a, disse o :en1or, eu castigo eledisse.

Certo eu disse.($o sei se é ou n$o, mas na"uela altura s0 "ueria me

livrar dele. # 1omem causa arrepios. )evem ter sido vOndalos ele disse. 6êbedos.

Claro "ue ninguém da rua ia fazer uma coisa dessas.?spero "ue ten1am sido vOndalos. ?spero, sim. ? como

poderia ter sido :et1 ou o Menino das Pernas de Pau, se"uiserem se estou certa "ue os poderes dele s$o de curtoalcance. 8 menos "ue a capacidade dele esteja aumentando. #

alcance se alargando.($o ouso falar disso a 2erb.

T de jun1o de ABBW

<uando desci a escada 1oje de man1$ para fazer o café

da man1$, vi os @eed em sua cal3ada, ainda de roup$o. :aí. 5emfeito calor, mas c1oveu no meio da noite forte Z o arestava mais frio, com a"uele c1eiro gostoso de mol1ado "uevem ap0s uma c1uva de ver$o.

Man1$ cedo de sábado, sen$o toda a rua teria saído,ac1o. 2avia um carro da polícia parado diante da casa de 2obart,onde se viam cacos de vidro por toda parte, na entrada da

garagem Z na grama, faiscando ao sol. Lilliam e a esposaHNreneI, parados na varanda da frente, de pijama, falavam comos policiais. # ladr$ozin1o, escondido atrás deles, c1upava opolegar. Meio vel1in1o para isso, mas deve ter sido uma man1$difícil c1ez 2obart. 8 casa tin1a todas as janelas abertas, emcima e embai*o.

Cammie disse "ue tin1a acontecido por volta das "uinze

para as seis, ela acabara de acordar Z ouvira.



($o t$o barul1ento "uanto seria de esperar com essesvidros todos, mas o bastante pra gente saber o "ue era disse. ?s"uisito, 1um'

Muito eu disse.

Min1a voz soou normal, mas n$o ousei dizer mais nada,para o caso de ela se tornar trêmula.

Cammie disse "ue ol1ara t$o logo ouvira o barul1o, masas pessoas "ue atiraram as pedras já tin1am ido embora Hse apolícia encontrar realmente alguma pedra, eu as comerei commol1o de espagueteI.

<uem "uer "ue ten1a sido, deve ter agido muito

depressa. Cutucou C1arlie com o cotovelo. # grandal1$oa"ui dormiu durante tudo isso.

Primeiro o carro dele, agora isso disse C1arlie. &Ondalos uma ova, alguém "uis se vingar de Lill 2obart.

K eu disse. )eve ter sido.

Mais tarde

?ncontrei os c1inelos de :et1 enfiados bem para bai*o dacama dele. Por acaso. ?stava procurando uma meia perdida.C1inelos mol1ados, o pêlo corderosa assentado, peda3os degrama grudados nas solas. ?le saíra de noite, ent$o. #u 1oje deman1$ cedo. ? eu sei aonde ele foi' ($o sei'

Mal... mas gra3as a )eus o alcance dele n$o está sealargando como desconfiei "ue estivesse. Nsso seria ainda pior.

T` de jun1o de ABBW

?sperei até 2erb ir para o trabal1o eu n$o "ueria "uefosse, estava t$o pálido e doente, mas ele disse "ue tin1a umimportante relat0rio a fazer, e uma grande apresenta3$o estatarde depois fui aos fundos falar com :et1.



?le estava sentado na cai*a de areia, brincando emsilêncio com os caras dos MotoGops, o Centro de Crise do <Q e o"ue 2erb c1ama brincando de Ponderosa/. K um conjunto defazenda com curral "ue 2erb viu numa venda de "uintal ao

voltar do trabal1o para casa um dia, em mar3o ou abril. -ez umretorno para voltar Z comprar. ($o é de fato a -azendaPonderosa de 6onanza, claro, mas a casagrande, com seus ladosde toros, parece um pouco com ela. 5em também um barrac$oHparte do tel1ado afundado, mas fora isso em boa formaI evários cavalos de plástico Hdois com apenas três pernasI para ocurral. 2erb pagou dois paus por tudo, Z tem sido um dos

brin"uedos preferidos de :et1 desde ent$o. # "ue é engra3adoHZ meio estran1oI é como ele incorporou rápida e facilmente,em suas fantasias, a fazenda com os MotoGops. 8c1o "ue todasas crian3as s$o assim, n$o se interessam por limites arbitrários,sobretudo "uando est$o brincando, mas continua sendo umaestonteante mistura de gêneros ver Cassie e :em Caracavalgando uma pileca de plástico de três pernas pelo vel1o

curral.($o "ue eu estivesse pensando em nada disso 1oje de

man1$, isso eu l1es digo. ?stava com medo, o cora3$o batendono peito feito um tambor, mas "uando ele ergueu o ol1ar paramim, me senti um pouco mel1or. ?ra :et1, n$o o outro. 8 cadavez "ue vejo a carin1a pálida e meiga de :et1, eu o amo mais, eodeio mais o outro.

Perguntei a ele o "ue estava acontecendo com os 2obart n$o adiantava me enganar mais ac1ando "ue ele n$o sabe o"ue aconteceu com o )ream -loater Z ele n$o respondeu. :0ficou me ol1ando. Perguntei se ele tin1a saído escondido sábadode man1$ e ido lá "uebrar as janelas deles. 5ambém nen1umaresposta. ?nt$o perguntei o "ue ele "ueria, o "ue era precisoacontecer para "ue parasse. 8c1ei "ue n$o ia responder

também esta. ?nt$o ele disse, com muita clareza para :et17



?les devem se mudar. )evem se mudar logo. ($oposso segurar por muito tempo mais.

:egurar o "uê' perguntei, mas ele n$o "uis dizermais nada, s0 se recol1eu para onde "uer "ue se recol1a.

Mais tarde, "uando ele fazia o lanc1e Ho de sempre, C1ef6oFardee Z leite ac1ocolatadoI, subi Z me sentei na cama Zfi"uei pensando. )epois "ue meu irm$o e família morreram, astestemun1as falaram de um furg$o vermel1o "ue talvez tivesseuma antena parab0lica ou alguma outra forma detelecomunica3$o em cima. m furg$o misterioso, comodisseram os jornais.

# 5rac[er 8rro\ é vermel1o. ? tem uma parab0lica emcima.

?u disse a mim mesma "ue estava inteiramente louca, edepois pensei no )ream -loater "ue 2erb e eu vimos no "uintal.($o era real, claro, mas era do taman1o natural... e :et1 estavadormindo "uando a gente viu. 5alvez n$o operando com todapotência.

? se o MPP se cansar de apenas "uebrar janelas' ? semandar o 5rac[er 8rro\ Hou o )ream -loater, o Justice Lagonou o -reedom'I passar atirando pela casa dos 2obart'

($o posso segurar por muito tempo mais, disse :et1.

TU de jun1o de ABBW

Passei a maior parte do dia em Mo1on[ com Jan Qoodlin.:ei "ue n$o devia n$o passa de uma fuga igual = das drogas edo álcool , mas é difícil resistir. -alamos de nossos pais, dosve*ames "ue passamos no secundário, o de sempre. 5rivial emaravil1oso. 8té o fim. &i "ue o telefonezin1o desaparecera, o"ue significava "ue era 1ora de voltar, Z Jan me disse7

&ocê sabe onde ele está obtendo a energia para agircontra os 2obart, n$o sabe, 8ud'



Claro "ue sei7 com 2erb. ?stá roubandoa como umvampiro rouba sangue. ? ac1o "ue 2erb sabe, também.

TV de jun1o de ABBW

(o fim da man1$ de 1oje, eu estava sentada = mesa dacozin1a, preparando uma lista de compras, "uando ouvi o uupuupuup da sirene de uma ambulOncia. :aí para a frente da casaa tempo de vêla encostar diante da casa dos 2obart, com as

luzes piscando. 8 e"uipe de prontosocorro saltou Z correu paradentro. 5ornei a entrar em casa corri, na verdade e ol1ei o"uintal, da cozin1a. :et1 desaparecera.

#s Po\er Lagons estavam alin1ados na cai*a de areia,em diagonal, como ele sempre os p;e "uando acaba de brincarpor algum tempo, a Ponderosa toda arrumadin1a, com oscavalos de plástico no curral, o Centro de Crise do <Q mais

adiante, perto do balan3o... mas nem sinal de :et1. :e eu l1esdissesse "ue fi"uei surpresa, estaria mentindo.

<uando voltei para a frente, as pessoas, paradas do ladode fora em suas cal3adas, rua acima e abai*o, ol1avam a casados 2obart. &i )ave e Jim @eed de pé na entrada da garagemdeles e perguntei se tin1am visto :et1.

>á está ele, :ra. LFler disse )ave, apontando a loja.

:et1 estava parado junto ao estande de bicicletas,ol1ando o outro lado da rua, como o resto de n0s. )eve ter ido pegar um c1ocolate. K respondi, sabendo "ue aI :et1 n$o tem din1eiro

bI :et1 mal consegue falar com 2erb e comigo, "uanto mais comcai*eiros de loja "ue n$o con1ece cI :et1 jamais sai do "uintal.

?le n$o pode, mas =s vezes o Menino das Pernas de Paupode, ao "ue parece. Para ficar ao alcance de agir.



Cerca de cinco minutos depois, a e"uipe de prontosocorro ajudava Nrene 2obart a sair de casa. # fil1o, 2ug1,segurava a m$o dela Z c1orava. ?u odiava a"uele menino,odiava absolutamente, mas n$o odeio mais. 8gora s0 ten1o

pena dele Z temo por ele. Nrene tin1a a frente do vestidocoberta de sangue. :egurava uma compressa no nariz, Z um dosatendentes comprimia sua nuca. Meteramna na ambulOncia 2ug1 entrou atrás Z foramse embora.

?la voltou menos de duas 1oras depois Ha essa altura:et1 se ac1ava encafuado em seguran3a no covil, vendo vel1osfilmes de caub0i na 5& a caboI. Gim Qeller apareceu para um

cafezin1o Z me contou "ue fora saber se podia fazer algumacoisa por Nrene. K a 9nica na "uadra "ue se poderia c1amar deamiga dos 2obart. )isse "ue está tudo sob controle, mas "ueNrene levou um susto. :ofre de séria 1ipertens$o. 5omamedica3$o para isso, mas a coisa ainda está mal controlada. Játeve sangramentos pelo nariz antes, mas nunca t$o grave"uanto este. )isse a Gim "ue come3ou de repente, o sangue

simplesmente esguic1ando das narinas, e n$o parou nem"uando ela p4s compressa gelada. 2ug1 ficou com medo e ligoupara BAA. # pessoal do prontosocorro insistiu em levála para o1ospital, para ver se precisava cauterizar o interior do nariz,embora o sangramento já "uase 1ouvesse parado "uando aambulOncia c1egou = casa.

C1amei :et1 para dentro e comecei a sacudilo. )isse "ue

tin1a de parar. ?le apenas me ol1ava, a boca trêmula. -ui eu "ueparei, furiosa e com vergon1a de mim mesma. ?stava sacudindoo errado.

Mas via o outro. Juro "ue via. ?scondido por trás dosol1os de :et1 e rindo de mim. 8c1o "ue o mais terrível é como oMPP sabe dei*ar 2ug1 2obart em paz. 8penas assistindo.

TB de jun1o de ABBW



8cordei 1oje de madrugada por volta das três 1oras, e aoutra metade da cama estava vazia. # ban1eiro também. )esci,amedrontada. (inguém na sala de visitas, no covil ou na cozin1a.

:aí para a garagem Z encontrei 2erb sentado = sua bancada,sem nada no corpo além das meias com "ue dorme, Z c1orando.?le p4s ilumina3$o de alta intensidade lá 1á dois anos lOmpadas com abajures de metal, semel1antes =s "ue se vêemnos sal;es de bil1ar Z na"uela claridade toda pude ver comoemagreceu. 5em uma aparência 1orrível. Como se tivesseanore*ia nervosa. 5omeio nos bra3os e ele c1orou como um

bebê. ($o parava de dizer "ue estava cansado, muito cansado, otempo todo. -alei "ue ia leválo ao )r. ?vers logo de man1$cedo. ?le apenas riu, disse "ue eu sabia o "ue ele tin1a.

? eu sei, claro.

Ao de jul1o de ABBW

#utra ambulOncia na casa de 2obart 1oje, no fim datarde. 8ssim "ue a vi, corri para cima. = procura de :et1, "uesupostamente tirava um coc1ilo. ($o estava lá. Janela aberta janela de segundo andar Z nada de :et1. <uando saí, vio dooutro lado da rua, segurando a m$o de 5om 6illingsleF. Corri epegueio.

($o ten1a medo, ele está bem disse 5om. :0saiu pra passear um pouco, n$o foi, :et1in1o' (unca atravesse a rua sozin1o% eu disse a ele.

(unca%5ornei a sacudilo, apesar de mim mesma. Ndiota era o

mesmo "ue sacudir um bolo de cera.)esta vez, "uando o pessoal do prontosocorro saiu,

usava a padiola, com Lilliam 2obart estendido nela.



Parece "ue ultimamente, tirando a má, esses 2obartn$o têm tido sorte nen1uma disse 5om.

?sta devia ser a semana de férias do :r. 2obart, mas elevai passar pelo menos parte dela no 2ospital Municipal. Caiu da

escada, "uebrou a perna Z a bacia. Gim me disse depois "ue elebebe, diácono da 8lian3a de :ion ou n$o. 5alvez beba, mas n$ocreio "ue ten1a sido este o motivo de sua "ueda na escada.

^ de jul1o de ABBW

($o 1á nen1um Menino das Pernas de Pau. (unca1ouve. 2á uma coisa dentro de :et1 n$o um id, outra

manifesta3$o de sua personalidade, um carona, mas uma coisasemel1ante a uma tênia. ?ssa coisa pensa. ? fala. -alou comigo1oje c1amase 5a[.

` de jul1o de ABBW

8lguém atirou no gato angorá dos 2obart ontem = noite.8parentemente, s0 restaram sangue Z pêlos. Gim diz "ue Nrene2. está 1istérica, ac1a "ue todo mundo na rua "uer pegálos,por"ue sabem "ue eles v$o para o céu Z o resto vai para oinferno.

Por isso est$o fazendo este inferno na terra pra gente foi o "ue ela disse a Gim.

Pediu a Gim "ue l1e dissesse "uem fez a"uilo, disse "ue2ug1 estava arrasado, n$o "ueria sair de seu "uarto, s0 ficava lána cama, c1orando Z dizendo "ue era tudo sua culpa, por"ueera um pecador. <uando Gim disse "ue n$o sabia e ac1ava "ueninguém na @ua dos Ylamos ia atirar no gato dos 2obart, a :ra.2obart disse "ue ela era e*atamente igual ao resto Z "ue n$oeram mais amigas. Gim ficou muito perturbada, mas n$o tanto"uanto eu.



<ue devo fazer, em nome de )eus' (inguém ainda semac1ucou seriamente, mas...

V de jul1o de ABBW

81, )eus, obrigada. m camin1$o da MaFflo\er

apareceu na rua pouco depois das nove 1oje de man1$ Z parouna frente da casa dos 2obart. ?les v$o se mudar.

A` de jul1o de ABBW

81, seu sacana de uma porra, seu merda. 81, como p4devocê' 81, seu sacana, se eu pudesse pegálo. :e você dei*asse"ue :et1 Z eu o pegássemos. 81, )eus, )eus, )eus.

Min1a culpa' :im. 85K #()?, eis a "uest$o. Meu bomJesus, como posso viver sem ele. Como continuar com isso' ?un$o sabia "ue podia 1aver tanta dor em todo o mundo Z atéonde é min1a culpa. 85K #()?' :eu sacana. 5a[, seu sacana.8cabei com isso de escrever neste caderno. Pra "ue ac1ei "ue iaservir mesmo'

81, 2erb, eu sinto tanto, eu amo você, desculpe.

AB de outubro de ABBW

@ecebi uma resposta = min1a carta 1oje, séculos depoisde desistir de receber. <uem respondeu foi um engen1eiro de

minas c1amado 8llen :Fmes. ?le trabal1a num lugar c1amadoPo3o da C1ina, na cidade de )esespero, (evada. )iz "ue viu 6ill



e a família dele, mas n$o 1ouve nada, apenas mostrou a mina eeles foram embora, n$o aconteceu nada.

?stá mentindo. (a certa nunca vou saber por "ue, ou o"ue aconteceu lá, mas isto eu sei. ?le está mentindo.

)eus me ajude.



%ap"tulo (ez

1

2' RLP'( (4M'*, mas a capacidade de =ohnn0,meio maravilhosa e meio terr"vel, de ver e seenciartudo, se mostrou Y altura.

4ntra#ian, morrendo mas Jerido demais para saberdisso, raste:ava para um dos cactos primitivos no ladoesuerdo da trilha, a cabe5a t)o baiUa ue deiUava umababu#em de san#ue no ch)o. cr[nio reluzia entre asmechas pendentes de cabelo como uma pérola Josca.Parecia escalpelado.

@o meio da trilha, uma valsa bizarra. criatura da

ravina F um sinistro le)o da montanha de Picasso, comprotuberantes presas laran:a F er#uia<se nas patastraseiras, as dianteiras nos ombros de *teve. *e o hippiehouvesse baiUado os bra5os, uando o #ato lhe arrancarao p"Jio .88, :3 estaria morto. 4m vez disso, cruzara<ossobre o peito, e a#ora empurrava os cotovelos eantebra5os no peito da Jera.

A &tira nele7 F #ritava. F Pelo amor de eus% atiranele7

@enhum dos #Smeos se meUeu para pe#ar orev&lver no ch)o. @)o eram #Smeos idSnticos, mas osrostos mostravam uma idSntica eUpress)o de an#Ostia.

le)o da montanha Jazia mal aos olhos de =ohnn0

apenas olh3<loN emitiu um #rito meio de mulher e lan5ou acabe5a trian#ular para a Jrente. *teve recuou a sua para



tr3s e tentou derrubar a criatura para um lado. Mas ela sea#entou nas patas e os dois puseram<se a dan5ar umtan#o bSbedo, as #arras do #ato enterrando<se mais Jundo

nos ombros dele, e a#ora =ohnn0 via as manchas desan#ue espalhando<se pela camisa, onde as #arras F t)oalucinadamente eUa#eradas uanto as presas, s& uene#ras em vez de laran:a F se cravavam. cauda a5oitavaJuriosa de um lado para outro.

(eram outra meia<volta, e *teve tran5ou os pés umno outro. Por um momento, oscilou no limite do

euil"brio, ainda mantendo lon#e o le)o da montanha comos bra5os cruzados. diante deles, 4ntra#ian che#ara aocacto. !ocou os espinhos com o topo da um dia mandara%ar0 Ripton tentar lan5ar a bola de beisebol com o dedopassado sobre as costuras, em vez de ao lado... edemonstrara isso com um arremesso sensacional.

Parece ue Jez coc+ nas cal5as, pensou (ave, e derepente teve vontade de vomitar.

policial estendeu a m)o e Jechou os dedos como#anchos na camisa de (ave.

F 2erido F sussurrou em voz rouca. F Merido. F @)o... F (ave en#oliu em seco, pi#arreou F

tente Jalar.

tr3s dele, incrivelmente, ouvia =ohnn0 Marinville eo cara hippie discutindo se prosse#uiam ou n)o. 4stavamloucos, tinham de estar. 4 Marinville... onde andara eleW%omo podia ter deiUado acontecer auiloW 4ra um porrade um adulta.

%om um arrepio do esJor5o, %ollie 4ntra#ianer#ueu um cotovelo. olho ue lhe restava Jitou o #aroto

com Jeroz concentra5)o. F @unca F ele sussurrou. F /unca...



F *enhor... *r. 4ntra#ian... é melhor o senhorapenas... ?"u"??????7

Bastante pr&Uimo desta vez para Jazer (ave Reed

sentir como se sua pele #elasse. !inha vontade de arrancaro rosto de =ohnn0 Marinville, por n)o ter impedido auiloantes ue Josse irrevo#3vel. Mas o olho do tira o mantinhapre#ado ali como um inseto espetado num alJinete, e umadas m)os estriadas de san#ue do homem a#arrava suacamisa no punho JrouUo. !alvez pudesse soltar<se dele,mas...

Mas era mentira. 4le se sentia como um insetoespetado num alJinete. F @unca tomei dro#a... nem vendi... nada disso F

sussurrou 4ntra#ian. F @unca pe#uei um centavo. 4lesJor:aram. !inha #ente levando bola... eu descobri.

F senhor... F come5ou (ave. A <u descobri7 4ntende... o ue estou dizendoW F

4r#ueu a m)o ue n)o se#urava a camisa de (ave, abriu<a, pareceu eUamin3<la. F M)os... limpas.

F Téé, tudo bem F disse (ave. F Mas é melhorn)o tentar Jalar. senhor est3... bem... meio machucado,e...

A 2im% n!o7 F #ritou Marinville Ys suas costas. F

S!o7 (ave descobriu de repente ue podia se soltarJacilmente do homem a#onizante.



3

F G4 T G4 #ente JazW F per#untou =ohnn0 aocabeludo, uando, do outro da trilha, o #Smeo de cabelosne#ros se a:oelhou :unto ao homem no ual seu irm)oatirara.

=ohnn0 ouvia o débil ru"do do murmOrio de4ntra#ian, ue parecia uerer Jazer uma boa conJiss)oantes de eUpirar. escritor reaprendera uma hedionda

realidade nessa tarde$ as pessoas em #eral demoram amorrer, e uando se v)o, se v)o sem muita di#nidade... ena certa nem percebem ue est)o indo.

A MaerJ A per#untou *teve. lhava para =ohnn0com um espanto uase c+mico, e correu uma das m)ospelos cabelos, espalhando vermelho sobre o #risalho. Maissan#ue espalhava<se pelos ombros da camisa, onde sehaviam enterrado as #arras do #ato. F Gue uer dizercom faerJ

F #ente vai em Jrente ou voltaW F per#untou =ohnn0. !inha a voz rouca, ur#ente. F Gue é ue h3 l3 naJrenteW Gue Joi ue vocS viuW

F @ada F disse *teve. F @)o, retiro isso. T pior

ue nada. T... F lhou atr3s de =ohnn0 e arre#alou osolhos. =ohnn0 voltou<se, achando ue o hippie devia ter

visto os coiotes, ue Jinalmente tinham che#ado, mas n)oeram eles.

A 2im% n!o7 F #ritou. F /!o7 *abendo ue :3 era tarde demais, vendo<o na cara

p3lida de =im Reed, onde tudo Jora cancelado.



4

M4@'@ 2'% l3 parado, com o rev&lverencostado no lado da cabe5a, s& o tempo suJiciente para*teve mes esperar ue talvez n)o Josse Jazer auilo, uemudara de idéia no penOltimo instante, nauele Oltimo

vestibulozinho do talvez n)o, antes do intermin3velcorredor do tarde demais, e ent)o =im puUou o #atilho.%ontorceu o rosto, como se tivesse sido atin#ido por um

#3s doloroso de moderada intensidade. pele pareceusaltar para um lado do cr[nio, a Jace esuerda estuJando<se para Jora. (epois a cabe5a rachou, as ambi5Kes deescrever #randes ensaios para n)o Jalar das de se metersob a calcinha de *usi HellerN virando vapor no estranhoar crepuscular, #osma vermelha espalhada num dosinsanos cactos ue pareciam espetos. 4le cambaleou umpasso para a Jrente sobre os :oelhos dobrados, o rev&lvercaindo da m)o, e desabou. *teve volveu o rosto at+nitopara =ohnn0$ eu n)o vi o ue acabo de ver. Volte a Jita,passe de novo, e vai ver também. 4u n)o vi o ue acabode ver. @enhum de n&s viu. @)o, cara, @)o.

*& ue vira. #aroto, tomado de remorso e horror

com o ue Jizera ao cara do outro lado da rua, suicidara<senum impulso diante deles. A ;oc4 de0ia ter impedido7 A #ritou (ave Reed,

lan5ando<se contra =ohnn0. F ;oc4 de0ia ter impedido% por3ue n!o impediuJ Por 3ue n!o impediuJ

*teve tentou a#arrar o #aroto ao passar, mas a dornos ombros era insuport3vel. *& p+de Jicar olhando

impotente uando (ave a#arrou =ohnn0 e o derrubou.



Rolaram duas vezes, de um lado ao outro da trilha. =ohnn0acabou por cima, pelo menos no momento.

F (ave, me escuta...

A /!o7 /!o7 ;oc4 de0ia ter impedido7 ;oc4 de0ia terimpedido7 #aroto esboJeteou =ohnn0 primeiro com a m)o

direita, depois com a esuerda. *olu5ava, as l3#rimasescorrendo pelas Jaces p3lidas. *teve tentou de novoa:udar e conse#uiu apenas distrair =ohnn0, ue tentavaimobilizar os bra5os do #aroto com os :oelhos. (ave

er#ueu com Jor5a o uadril, :o#ando =ohnn0 para Jora datrilha Y esuerda. =ohnn0 estendeu o bra5o para aparar aueda e em vez disso encheu a m)o de espinhos de cacto.*oltou um ru#ido de dor e surpresa.

*teve a#arrou o ombro de (ave Reed com a m)odireita F pelo menos esse bra5o rea#ia um pouco F maso #aroto se livrou Jacilmente, sem seuer olhar para tr3s, esaltou sobre as lar#as costas de =ohnn0 Marinville, Jechouas m)os sobre a #ar#anta dele e come5ou a es#an3<lo. 4em toda a volta deles, no dia a escurecer rapidamente, oscoiotes uivavam F uivos perJeitamente redondos, como*teve :amais ouvira uando menino, embora Josse nascidoe criado no !eUas.

ivos daueles s& se ouviam no cinema.

5

* ('* -M4@* ueriam ir com ela, mas %0nthian)o uis nem saber F um era velho, o outro bSbedo.



port)o no Jundo do #ramado continuava aberto. minstante depois de atravess3<lo, ela :3 abria caminho comesJor5o pelo meio do mato, rumo Y trilha. Viu v3rios

cactos antes de che#ar havia mais a#ora, e eUpulsavam a ve#eta5)o normal da 3rea verdeN, mas n)o os re#istrou.uvia os sons de uma luta Y Jrente$ respira5)o Jor5ada,um #rito de dor, o impacto de um soco acertado. 4coiotes. @)o os via, mas pareciam estar em toda parte.

o che#ar Y trilha, uma esbelta lourinha de :eanspassou por ela sem seuer olh3<la. %0nthia sabia uem era

F %ammie Reed, a m)e dos #Smeos. *e#uindo<a earue:ando Jorte, vinha Brad =osephson. 2ios de suorescorriam<lhe pelo rosto o entardecer Jazia parecer uechorava l3#rimas de san#ue.

sol est3 se pondo, pensou %0nthia, ao pe#ar atrilha e correr atr3s dos outros. *e a #ente n)o che#ar lo#ol3, pode se perder. 4 n)o seria c+mico issoJ

4nt)o ouviu um #rito Y Jrente. @)o, um #rito n)oum #uincho. -orror e dor misturados. tal Reed. %0nthiaouviu Brad dizer D@)o, n)o, porraE, no momento em ueo alcan5ava.

Por um instante, as costas lar#as de =osephsonesconderam o ue se passava, e ent)o ele se curvou ao

lado de %ammie e %0nthia viu dois corpos esparramadosem cada lado da trilha. @as sombras ue se adensavam,n)o p+de ver de uem eram F s& ue eram homens epareciam ter tido uma morte Jeia F, mas viu *teve de pé:unto Y ba#un5a, do lado esuerdo da trilha, e a vis)o delea Jez sentir<se ale#re. Guase a seus pés, :azia a carca5a deum animal horrivelmente deJormado, metade da cabe5a

despeda5ada.



%ammie Reed, a:oelhada ao lado de um doscad3veres, n)o o tocava, mas mantinha as m)os trSmulassobre ele, palmas para cima, chorando. !inha no rosto

uma eUpress)o de a#onia homicida. %0nthia viu o cal5)ode 4ddie Bauer e compreendeu ue era um dos Jilhosdela.

Mas tinham dentes t)o perJeitos, pensou %0nthia,estupidamente. (evem ter custado uma Jortuna a ela e aomarido.

Brad esJor5ava<se para arrancar o outro #Smeo

(ave, achava %0nthia ue se chamava, ou talvez Josse(ou#N de cima de =ohnn0 Marinville. ne#r)o enormepassara o bra5o sob os do adolescente e Jechara asm)ozonas na nuca de (ave, o ue lhe dava plena

vanta#em. inda assim, o #aroto n)o se soltavaJacilmente.

F Me soltaZ F berrava. F =e solta% seu filho da puta7 <le matou meu irm!o7 <le matou 2immy7

%essou o choro da *ra. Reed. 4la er#ueu os olhos,e a eUpress)o parada e interro#adora em seu rosto brancoassustou %0nthia.

F %omoW F ela per#untou, t)o baiUo ue eracomo se Jalasse consi#o mesma. F ,ue Joi ue vocS

disseW A <le matou 2immy7 F berrou (ave Reed. !inha a cabe5a pro:etada para a Jrente, sob a

press)o ue Brad Jazia na nuca, mas ainda apontavaineuivocamente para =ohnn0, ue se punha de pé. san#ue escorria de uma das narinas do escritor.

F @)o F disse =ohnn0, arue:ando. mulher n)o

o escutava, %0nthia viu isso claramente no rosto branco e



paralisado, mas Marinville n)o. F 4ntendo como vocS sesente, (ave, mas...



mulher baiUou os olhos. %0nthia também. sduas viram o . ca"do na trilha no mesmo instante, elan5aram<se sobre ele. %0nthia caiu de :oelhos e na

verdade Joi a primeira a toc3<lo, mas de nada valeu. (edosduros como m3rmore e Jortes como as #arras de uma3#uia Jecharam<se sobre sua m)o e tomaram o rev&lver.

F ...Joi s& um terr"vel acidente F =ohnn0resmun#ava. Parecia Jalar principalmente para (ave. (avaa impress)o de estar doente, Y beira de um desmaio. F Tassim ue vocS tem de pensar. Guanto...

F %uidadoZ F #ritou *teve, ent)o. F @ossa m)e,dona, n)oZ @)oZ F VocS matou =imm0W F per#untou a mulher,

com uma voz de uma Jrieza mortal. F Por uSW Por ueJez issoW

Mas n)o estava interessada na resposta, parecia.4r#ueu o ., apontando<o para a testa de =ohnn0Marinville. @)o havia dOvida na mente de %0nthia de uepretendia mat3<lo. (e ue o teria matado, n)o Josse orecém<che#ado, ue se meteu entre %ammie e seu alvopouco antes de ela apertar o #atilho

6

BR( R4%@-4%4 XMB', apesar do andarhesitante e err3tico e da cara distorcida. @)o sabia ueespécie de Jor5a Jora respons3vel pela transJorma5)o do

simp3tico proJessor universit3rio de in#lSs da rua delesnauela coisa ue via a#ora, nem ueria saber. Ver :3



bastava. 4ra como se al#uém cu:a prodi#iosa Jor5a s&Josse superada por uma s3dica crueldade houvessetomado a cabe5a de Peter =ac/son entre as m)os e

espremido. s olhos do homem saltavam das &rbitas$ oesuerdo na verdade eUplodira e pendia da Jace. sorrisoera ainda pior, um #rotesco r"ctus de uma orelha a outra,ue lembrava a Brad o %orin#a das hist&rias emuadrinhos de Batman.

!odos pararam o Velho Marinheiro de %olerid#e,com seu olhar brilhante e enJeiti5ado, poderia ter Jeito

parte do #rupo. Brad sentiu os dedos, tran5ados na nucade (ave, aJrouUarem, mas o menino n)o Jez nenhumesJor5o imediato para soltar<se. cabeludo de camisetaensan#entada obstru"a parcialmente o caminho de Peter,e por um instante Brad achou ue ia haver uma colis)o.@o Oltimo se#undo, o hippie conse#uiu dar um Onicopasso desa:eitado para tr3s, abrindo espa5o. Peter voltou acabe5a estranhamente distendida para ele. luz uemorria brilhou nos #lobos oculares saltados e nos denteseUpostos.

F 4ncontrar... meu... ami#o... F disse Peter aohippie. !inha a voz Jraca e incerta, como se houvesse sido#aseado o suJiciente para Jicar conJuso, mas n)o para ser

derrubado. F Me... sentar... com... meu ami#o. F Vai, cara, te manda F disse o hippie com vozinse#ura, depois encolheu o ombro, aJastando<se dohomem sorridente.

hippie estava Jerido de al#um modo, e era &bvioue esse movimento lhe do"a, mas ele o Jez mesmo assim.Brad n)o o censurou. !ampouco ele uereria ser tocado

por auela coisa, mesmo de passa#em.



coisa se#uiu a trilha, chutando a perna do animalestendido, e Brad viu um Jen+meno Jant3stico$ o animal

F uma espécie de Jelino F se decompunha com a

velocidade de uma Joto#raJia de tempo, o pSlo Jicandone#ro e come5ando a emitir Jios de malcheiroso vapor ouJuma5a.

%ontinuaram paralisados F o hippie com osombros san#rentos encolhidos a balconista ca"da sobreum :oelho %ammie de pé na Jrente da mo5a e apontandoa arma =ohnn0 com as m)os er#uidas, como se

pretendesse a#arrar a bala Brad e (ave travados em suapose de luta F uando Peter se#uiu para o sul pela trilha,a#ora de costas para eles. noite estava absolutamenteparada, euilibrada num decrescente raio de luz solar. téos coiotes haviam emudecido, pelo menos por enuanto.

4nt)o (ave sentiu a ausSncia de Jor5a nas m)osue lhe se#uravam o pesco5o e soltou<se do #olpe deBrad. Mas n)o mostrou nenhum interesse por =ohnn0.4m vez disso, atacou a m)e.

A ;oc4 tambm7 F berrou. F ;oc4 matou ele%tambm7 4la voltou<se para ele, o rosto chocado e at+nito.

A Por 3ue mandou a gente pra a3ui% m!eJ Por 3u4J rrancou a arma da m)o dela, ue n)o resistiu,

se#urou<a diante dos olhos por um instante, e depois:o#ou<a no mato... s& ue n!o era mato, n)o mais. smudan5as haviam continuado em toda a volta delesenuanto lutavam uns com os outros, e a#ora se viamnuma eri5ada e estranha Jloresta de cactos. té o cheiroda casa ueimada mudara a#ora parecia al#aroboueimando, ou talvez artem"sia.

F (ave... (ave0, eu...



4la calou<se, e Jicou apenas olhando<o. 4leretribu"a o olhar, i#ualmente p3lido, i#ualmente tenso.correu a Brad ue n)o muito tempo atr3s auele #aroto

estava em seu #ramado, rindo e :o#ando disco. (avecome5ou a contorcer o rosto. boca descaiu e abriu<secom um tremor. Reluzentes Jios de saliva estendiam<seentre os l3bios. %ome5ou a chorar alto. m)e abra5ou<oe p+s<se a balan53<lo.

F %alma, est3 tudo bem F disse. s olhospareciam pedras ne#ras num leito de rio seco. F %alma,

est3 tudo bem. %alma, uerido, est3 tudo bem, mam)eest3 aui e est3 tudo bem. =ohnn0 voltou para a trilha. lhou li#eiramente o

animal morto, ue a#ora tremeluzia como uma coisa vistaatravés da aura de uma Jornalha e supurava rios de um#rosso l"uido rosado. (epois olhou para %ammie e oJilho ue lhe restava.

F %ammie F disse. F *ra. Reed. @)o Jui eu ueatirei em =im. =uro ue n)o atirei. ue aconteceu Joi...

F %ala a boca F ela disse, sem olh3<lo. (ave erameio palmo mais alto ue a m)e, e devia pesar mais unstrinta e cinco uilos, mas ela o embalava com a mesmaJacilidade com ue devia Jazer uando ele tinha oito

meses e soJria de e&licas. F @)o uero saber o ueaconteceu. @)o me importa o ue aconteceu. Vamos voltar. VocS uer voltar, (avidW

%horando, sem olhar, ele balan5ou a cabe5aencostada no ombro dela. 4la volveu os terr"veis olhossecos para Brad.

F !ra#a meu outro Jilho. @)o vamos deiUar ele

aui com essa coisa. F lhou por um breve instante a



carca5a Jume#ante e Jedorenta do le)o da montanha, edepois de novo para Brad. F !ra#a ele, entendeuW

F *im, dona F disse Brad. F 4ntendi

perJeitamente.7

(4 PT @ PR! da cozinha, !om Billin#sle0 olhavao port)o dos Jundos aberto, na crescente escurid)o, e

tentava entender os sons e vozes ue ouvia além dele.Guando uns dedos lhe bateram no ombro, uase teve umataue do cora5)o.

nti#amente, teria #irado com toda #ra5a eacertado o intruso com o punho ou o cotovelo, antes ueualuer dos dois soubesse o ue acontecia, mas o esbelto:ovem capaz dessa rapidez e a#ilidade h3 muito

desaparecera. 4le bateu, mas a ruiva de bermuda azul eblusa decotada teve tempo bastante para recuar, e osdedos de !om, retorcidos pela artrite, encontraram apenaso ar inconsistente.

F @ossa, mulherZ F #ritou. F (esculpe. F udre0 tinha o rosto,

normalmente bonito, desJi#urado$ uma mancha em Jormade m)o na Jace esuerda e o nariz inchado, as narinascobertas de san#ue seco.

F 4u ia dizer al#uma coisa, mas achei ue talvezJosse assustar ainda mais vocS.

F Gue Joi ue houve com vocS. udW F (eiUa pra l3. nde est)o os outrosW

F l#uns no mato, al#uns na casa ao lado.Parece... F uviu<se um uivo. luz vermelha



desaparecera do ar, e restavam apenas brasas cor delaran:a. F coisa n)o parece muito boa pros ue est)o l3Jora. Muita #ritaria. F embrou<se de al#uma coisa.

F %adS Har0W4la aJastou<se para um lado e apontou. Har0 :aziaca"do na porta entre a cozinha e a sala de visitas.(esmaiara se#urando a m)o da esposa. #ora ue os#ritos e berros da mata haviam parado F pelo menostemporariamente F, o velho (outor ouvia<o roncando.

F uela ali é Marielle, debaiUo dauela cobertaW

F per#untou udre0. !om Jez ue sim com a cabe5a. F #ente tem de se :untar aos outros. !om. ntesue recomece. ntes ue eles voltem.

F VocS sabe o ue est3 havendo aui. udW F cho ue nin#uém sabe eUatamente o ue est3

havendo aui, mas sei de al#uma coisa, sim. F pertou abase das palmas contra a testa e Jechou os olhos. Para

!om, parecia uma aluna de matem3tica Ys voltas com umaenorme eua5)o. 4nt)o ela deiUou cair as m)os e tornou aolh3<lo. F T melhor a #ente ir pra casa ao lado. (evemosJicar todos :untos.

4le er#ueu o ueiUo para Har0 ue ressonava. F 4 eleW

F #ente n)o pode carre#ar, e mesmo uepudesse n)o ia poder passar ele por cima da cerca de(avid %arver. VocS mesmo :3 vai Jazer muito seconse#uir.

F 4u dou um :eito F ele disse, meio picado. F@)o se preocupe comi#o, ud, eu me viro muito bem.

(a mata veio um #rito, mais um tiro, e depois um

animal uivando de a#onia. 4m resposta, uivaram o uepareciam mil coiotes :untos.



F 4les n)o deviam ter ido l3 F disse udre0. F*ei por ue Joram, mas Joi uma m3 idéia.

Velho (outor Jez ue sim com a cabe5a.

F cho ue :3 sabem disso F disse.8

P4!4R %-4H ] biJurca5)o na trilha e olhou odeserto além, de uma brancura de osso Y claridade da lua

nascente. (epois baiUou os olhos e viu o homem de cal5acaui remendada pre#ado no cacto. F i... ami#o F disse. Jastou o carrinho de compras do va#abundo para

sentar<se :unto dele. o se encostar nos espinhos docacto, sentindo<os deslizar nas costas, ouviu um tiro e umuivo de a#onia. !udo muito lon#e. @)o importava. P+s a

m)o no ombro do va#abundo morto. s dois tinhamsorrisos idSnticos.

F i... ami#o F tornou a dizer o outroraestudioso de =ames (ic/e0.

lhou para o sul. olho ue lhe restava uase seJora, mas restava<lhe o bastante para ver a lua

perJeitamente redonda subindo por entre as presas dasne#ras montanhas %ra0ola. 4ra t)o prateada uanto oJundo de um anti#o rel&#io de bolso, e sobre ela via<se acara sorridente e piscando de um olho do -omem da ua,de um livro inJantil de uadrinhos da Mam)e Hansa.

*& ue auela vers)o do -omem da ua pareciausar um chapéu de caub&i.

F i... ami#o F disse Peter ao -omem da ua, eencostou<se mais no cacto.



@)o sentiu os eUa#erados espinhos ue lheperJuraram os pulmKes, nem as primeiras #otas de san#ueue lhe escorreram da boca sorridente. 4stava com seu

ami#o. 4ncontrara seu ami#o e a#ora estava tudo bem,olhavam o %aub&i da ua e estava tudo bem.9

X (4' o dia com uma rapidez ue a =ohnn0lembrou os tr&picos, e lo#o a espinhosa paisa#em em

volta n)o passava de um borr)o ne#ro. trilha estavalivre, pelo menos por enuanto F uma JaiUa cinzenta depouco mais de meio metro, serpeando por entre assombras F, mas se a lua n)o houvesse sa"do, provavel<mente estariam metidos numa merda mais Junda do ue :3estavam. 4le vira a previs)o do tempo nauela manh) esabia ue era lua nova, n)o cheia, mas essa peuenacontradi5)o n)o parecia importante nas atuaiscircunst[ncias.

*e#uiram a trilha de dois em dois, como animaissubindo a prancha da rca de @oé$ %ammie e o Jilhosobrevivente, depois ele e Brad com o cad3ver de =imReed balan5ando no meioN e em se#uida %0nthia e o

hippie% ue se chamava *teve. mo5a pe#ara o .?><.>6, euando o coiote F um pesadelo ainda mais deJormadoue o le)o da montanha F saiu de um #rupo de cactos Yesuerda da trilha, Joi ela uem liuidou o assunto.

lua criava Jant3sticas tramas de sombra por todaparte, e por um momento =ohnn0 pensara ue o coiote erauma delas. 4nt)o Brad #ritara$

A <i% C?&>7



4 a mo5a atirara uase ao mesmo tempo. coiceda arma a teria derrubado como um pino de boliche, se ohippie n)o a tivesse a#arrado pelo Jundilho das cal5as.

coiote uivara e revirara para tr3s, as patasdescasadas estertorando. -avia luar suJiciente para =ohnn0 ver ue as patas terminavam em apSndices parecendohorrivelmente dedos humanos, e ue ele trazia umacartucheira como coleira. s companheiros do bichoer#ueram as vozes em uivos ue podiam ser de luto ourisada.

coisa come5ou a se decompor imediatamente, osdedos das patas Jicando ne#ros, a caiUa tor3cicaaJundando, os olhos caindo como bolas de #ude. (o pSlocome5ou a er#uer<se um vapor, e com ele o Jedor. minstante depois, os riachos cor<de<rosa come5aram asupurar do cad3ver ue se lieJazia.

=ohnn0 e Brad depuseram delicadamente o corpode =im Reed no ch)o. =ohnn0 pe#ou o .?><.>6 e cutucou ocoiote com o cano. Piscou os olhos de surpresa surpresamoderadaO sua capacidade de #rande rea5)o emocionalparecia bastante es#otadaN uando o cano deslizou pelocouro escuro sem ualuer sensa5)o de resistSncia.

F T como cutucar Juma5a de ci#arro F disse,

devolvendo a arma a %0nthia. F cho ue ele n)o est3 a"de modo al#um. cho ue nada disso est3 aui, na verdade.

*teve mes adiantou<se, pe#ou a m)o de =ohnn0 elevou<a ao ombro de sua camisa. =ohnn0 sentiu a linha deperJura5Kes Jeitas pelas #arras do le)o. san#ueencharcara o al#od)o o bastante para es#uichar sob seus

dedos.



F coisa ue me Jez isso n)o era Juma5a deci#arro F disse *teve.

=ohnn0 ia responder, mas Joi distra"do por um

estranho som de chocalho. embrou<lhe coueteleiras nosbarzinhos de be"bop de sua :uventude. 2ora na década de>, uando a #ente n)o podia tomar um porre sem#ravata, se era membro da turma do country club. som

vinha de (ave Reed, parado todo duro ao lado da m)e.4ram os dentes.

F Vamos F disse Brad. F Vamos nos mandar de

volta pra um lu#ar prote#ido, antes ue apare5a maisal#uma coisa. Morce#os vampiros, ou... F Guer parar auiW F per#untou %0nthia. F

4stou lhe avisando, #arot)o. F (esculpe F disse Brad. (epois, delicado$ F

Vamos andando, %ammie, est3 bemW F @)o me mande ir andandoZ F ela respondeu

aborrecida. !inha o bra5o em torno da cintura de (ave. 4ra o

mesmo ue abra5ar uma barra de Jerro, pelo ue =ohnn0podia ver. Guer dizer, tirando a tremedeira. 4 auela coisaesuisita dos dentes.

F @)o vS ue ele est3 morto de medoW F ela

per#untou.utros uivos vararam a escurid)o. Jedor docoiote ue %0nthia matara tornava<se rapidamenteinsuport3vel.

F *im, %ammie, estou vendo F disse Brad. vozera baiUa e bondosa. =ohnn0 pensou ue o cara podiaJazer uma Jortuna como psiuiatra. F Mas vocSs tSm de

ir andando. *en)o a #ente vai ter de deiUar vocSs aui.



Temos de voltar pra dentro. Temos de che#ar ao abri#o.*abe disso, n)o sabeW

F %uide de trazer meu outro menino F ela disse,

r"spida. F @)o vai deiUar ele ao lado da trilha pra os... n)o vai simplesmente deiUar ele ao lado da trilha. /!o7 F #ente leva F disse Brad com a mesma voz

baiUa, apazi#uante. BaiUou<se e pe#ou de novo as pernasde =im Reed. F @)o leva, =ohnW

F eva F disse =ohnn0, ima#inando o ue iarestar do pobre %ollie 4ntra#ian uando amanhecesse...

supondo<se ue houvesse um amanhecer.%ollie n)o tinha a m)e certa para deJendS<lo.%ammie viu<os suspender :untos o corpo de seu

Jilho, depois er#ueu<se nas pontas dos pés e sussurroual#uma coisa no ouvido de (ave. (eve ter sido a coisacerta, porue o #aroto voltou a meUer<se.

(eram apenas al#uns passos, uando ouviram umchocalhar abaJado lo#o Y Jrente, o ran#ido de uma pisadana nova superJ"cie do ch)o, depois um eUasperado #ritode dor. (ave Reed soltou um #rito t)o a#udo uanto o deuma starlet num Jilme de horror. 4sse som, mais ue o deestranhos na mata, Jez os colhKes de =ohnn0 encolherem<se contra as virilhas. Pelo canto dos olhos, viu o hippie

pe#ar o cano da arma uando %0nthia a er#ueu. *teveempurrou<o de volta, murmurando ue ela esperasse,apenas esperasse.

F @)o atiremZ F #ritou uma voz do emaranhadode sombras Y Jrente e Y esuerda. 4ra uma voz ue

=ohnn0 reconhecia. F *omos ami#os, lo#o relaUem. 4st3bemW

F (outorW



=ohnn0, ue estivera perto de soltar sua ponta de =im Reed, tornou a Jirm3<la, apesar da dor nos ombros ebra5os. ntes de come5arem os sons l3 na Jrente, estivera

pensando numa coisa de =undo /!o Perdoa. s pessoasJicavam mais pesadas lo#o depois ue morriam, escrevera2aul/ner. 4ra como se a morte Josse a Onica maneira de aestOpida #ravidade saber como comemorar sua eUistSncia.

F (outor, é vocSW F Téé. F (ois vultos sur#iram na escurid)o e

adiantaram<se com cautela para eles. F 4u me espetei na

porra de um cacto. Gue é ue esses cactos est)o Jazendoem hioW F 4Ucelente per#unta F disse =ohnn0. F Guem

est3 com vocSW F udre0 Q0ler, do outro lado da rua F

respondeu uma mulher. F Podemos sair do mato, porJavorW

=ohnn0 soube de repente ue n)o podia carre#arsua ponta do corpo de =im Reed até a casa dos %arver,uanto mais a:udar Brad a pass3<lo por cima da cerca.lhou em volta.

F *teveW Pode me substituir aui por um tem... F@)o concluiu, lembrando<se da dan5a do outro com o

le)o da montanha de Picasso. F Merda, n)o pode, n)o,podeW F h, no... ossaZ F voz de !om Billin#sle0

transJormou uma s"laba em duas, depois rachou nase#unda como a de um adolescente. F Gual dos #Smeosé esseW

F =im F disse =ohnn0. (epois, uando !om se

aproUimou dele$ F VocS n)o pode, !om, vai ter umataue, ou al#uma coisa assim.



F 4u a:udo F disse udre0, :untando<se a eles. F Vamos. Vamos indo.

10

* !4V4 V' G4 velho veterin3rio e a mulher dooutro lado da rua haviam pe#ado a trilha no mesmo pontoue ele e 4ntra#ian. -avia uma caveira de boi enterradano ch)o onde antes estavam as baterias :o#adas Jora, euma velha Jerradura enJerru:ada onde antes estava o saco

de batata Jrita, mas o inv&lucro das Ji#urinhas de beisebolcontinuava ali. 4le abaiUou<se, pe#ou<o e se#urou<o Y luzda lua. 2i#urinhas pper (ec/. lbert Belle com o bast)orecuado atr3s da cabe5a e um ar predat&rio nos olhos.*teve percebeu uma coisa estranha$ a3uilo é ue pareciaum anacronismo, n)o os cactos, a caveira de boi, oumesmo o #ato monstruoso ue se escondia na ravina. 4

n&s, pensou. @&s é ue somos as anormalidades a#ora,talvez. F 4m ue est3 pensandoW F per#untou %0nthia. F @ada.*oltou o inv&lucro. meio caminho do ch)o, o

papel se abriu% enJunando<se como uma vela de barco,passando do ue talvez Josse verde<claro era diJ"cil dizerao luarN para um branco luminoso. 4le arue:ou. %0nthia,



ue se voltara para olhar a trilha atr3s, apressou<se a #irarde volta.

F Gue JoiW

F VocS viuW F @)o. uSW F 'sto. F 4le se curvou e pe#ou<o. inv&lucro de Ji#urinhas de beisebol era a#ora

uma Jolha de papel barato. @ele via<se um vil)o de barbaemaranhada, olhos empapu5ados e ba5os.PR%R(, berrava o cartaz. ****'@!,

**! B@%, **! !R4M, RB(4 2@(* ( R4*4RV, M4*!f] 4 !4RRR'XfI, 4@V4@4@M4@! (4Pf* M@'%'P'*, RB (4 H(, RB(4 %V, RB (4 !!* (4 PR<PR'4((4. !udo acima da Joto. baiUo, em #randestipos ne#ros, o nome do vil)o$ =4B4('- MR(%^.

F (3 uma Jol#a F disse %0nthia, baiUinho. F Gue uer dizerW F @)o é nenhum bandido, é um ator. Vi ele na !V.*teve er#ueu os olhos e viu ue os outros se

aJastavam. Pe#ou a m)o de %0nthia e correram atr3s.

11

! ^ P'RV @ PR!, entre o covil e a sala de visitas, com os dedos su:os dos pés de *eth mal tocando o

tapete. !inha os olhos brilhantes e Jebris usava ospulmKes do menino em arue:os r3pidos e Jortes. *eth



estava de cabelos em pé, n)o apenas na cabe5a, mas emtodo o corpo. Guando ualuer parte dessa Jina penu#emcorporal ro5ava na parede, emitia um Jraco estalido. s

mOsculos do corpo do menino pareciam n)o apenastremer, mas 0ibrar. morte do policial arrancara !a/ de sua

estupeJa5)o com a !V, e ele partira para pe#ar a essSnciado cad3ver r3pida e instintivamente, che#ando ao limite deseu alcance... e passando, saltando para a#arrar o prSmiocomo um :o#ador de beisebol roubando uma bola :3 além

da cerca do campo central. 4 a#arrando<aZ ener#iaeUplodira dentro dele como napalm% outra barreira ca"ra, e vira<se mais pr&Uimo ue nunca do centro Onico de *ethHarin. @)o l3 ainda F eUatamente F mas muito pertoa#ora.

4 também suas percep5Kes haviam eUplodido. Virao #aroto com o rev&lver Jume#ando na m)o, entendera oue se passara, sentira o horror e a culpa, o potencial. *empensar F !a/ n)o pensava, na verdade F saltara paradentro da mente de =im Reed. @)o podia control3<loJisicamente Yuela dist[ncia, mas todo o euipamento dese#uran5a ue #uardava o arsenal emocional do #arotoentrara temporariamente em curto, deiUando aberta essa

parte dele. !a/ tinha apenas um se#undo F dois, nom3Uimo F para entrar e #irar todos os botKes,

sobrecarre#ando o #aroto de realimenta5Kes, mas umse#undo bastara. !udo ue Jizera, aJinal, Jora apenasampliJicar emo5Kes :3 presentes.

ener#ia liberada pelo suic"dio de =im Reed

iluminara !a/ como um clar)o e correra por seus nervosemprestados até a zona vermelha. @ova ener#ia F



ener#ia )o0em F inundara<o, substituindo as enormesuantidades ue ele :3 tinha eUpendido até ent)o. 4 a#oraele pairava na porta, cantarolando, totalmente carre#ado,

pronto para concluir o ue come5ara.%omida, primeiro. 4stava Jaminto. !a/ Jlutuou atéo meio da sala de visitas e parou.

F !ia udre0W F chamou com a voz de *eth.ma voz mei#a, talvez por ser t)o pouco usada. F !ia

udre0, est3 a"W@)o. *entiu ue n)o estava. !ia udre0 Ys vezes

podia F com a a:uda de *eth F blouear a mente, masnunca o pulsar constante da eUistSncia dessa mente$ sua presenDa. 'sso desaparecera a#ora, mas apenas da casa. 4lapodia estar com os outros, na certa estava, mas n)o Joramais lon#e. Porue a Rua dos Llamos era cercada pelodeserto de @evada, a#ora... s& ue n)o era eUatamente a0erdadeira @evada, porém mais uma @evada mental, auelacu:a eUistSncia !a/ ima#inara. %om a a:uda de *eth, claro.@)o poderia ter Jeito nada dauilo sem *eth.

!a/ tornou a encaminhar<se para a cozinha. sa"dade tia udre0 provavelmente Jora uma boa coisa. !ornava*eth mais J3cil de controlar, menos prov3vel ue setornasse uma distra5)o num momento crucial. @)o ue o

camaradinha apresentasse #rande problema em ualuercircunst[ncia era poderoso, mas em muitos aspectosJundamentais, impotente. princ"pio, Jora uma ueda debra5o entre oponentes i#ualmente Jortes... s& ue n!o erami#ualmente Jortes, na verdade. lon#o prazo, Jor5a bruta:amais é p3reo para a astOcia, e !a/ tivera lon#os milSniospara aperJei5oar seus macetes. #ora, aos poucos,

#anhava vanta#em, usando os eUtraordin3rios poderes do



pr&prio *eth Harin contra ele, como um astuto mestre decaratS lutando com um advers3rio Jorte mas estOpido.

SethJ% chamou !a/, ao Jlutuar para a #eladeira. Seth%

onde está 0oc4% chapinhaJ Por um instante, che#ou a pensar ue *eth podiater ido embora... s& ue n)o podia ser. 4stavaminteiramente interli#ados a#ora, parceiros numrelacionamento t)o saproJ"tico uanto o dos #Smeossiameses Jundidos na coluna vertebral. *e *eth deiUasseauele corpo, todos os sistemas parassimp3ticos F

cora5)o, pulmKes, elimina5)o, Jorma5)o de tecido, Jun5)oondular cerebral F cessariam. !a/ n)o poderia mantS<los,como n)o poderia um astronauta manter os milhares decompleUos sistemas usados para lan53<lo no espa5o edepois mantS<lo l3 num ambiente est3vel. *eth era ocomputador, e sem ele o operador do computadormorreria. %ontudo, o suic"dio n)o era uma op5)o para*eth Harin. !a/ podia impedi<lo de praticar o atoeUatamente como levara =im Reed a ele. 4 sentia ue *ethn)o 3ueria se suicidar. Parte de *eth, na verdade, nemmesmo ueria se livrar de !a/. Porue !a/ mudara tudo.(era<lhe Poer Qa#ons ue n)o eram meros brinuedosdera<lhe Jilmes ue eram reais sa"ra do Po5o da %hina

com um par de botas de sete lé#uas de caub&i do tamanhocerto para um cauboizinho solit3rio. Guem iria 3uerer ueum ami#o t)o m3#ico Josse emboraW *obretudo se JosseJicar mais uma vez trancado no #ula# do pr&prio cr[niouando o Jiel companheiro de caval#ada se JosseW

SethJ% tornou a chamar !a/. >nde está 0oc4% 0elho poneiinhoJ

4, no Jundo da rede de #rutas, tOneis e tocas ue omenino constru"ra a parte dele ue n!o ueria !a/, a parte



horrorizada com o estranho ue a#ora morava em suacabe5aN, !a/ captou um vislumbre, um débil pulsar, uereconheceu.

PresenDa.4ra *eth, claro. 4scondido. %onJiante em ue !a/n)o poderia vS<lo, ouvi<lo ou Jare:3<lo. 4 n)o podiamesmo, eUatamente. Mas o pulsar estava presente, umaespécie de bip de sonar, e se precisasse de *eth, podialocaliz3<lo e arrast3<lo para Jora. 4le n)o sabia disso, e seJosse um bom cauboizinho :amais teria de descobrir.

*im, senhor, pensou a coisa, abrindo a #eladeira,sou uma verdadeira patrulha de um homem s&. Masmesmo as patrulhas precisam comer. !Sm uma Jomepoderosa, as patrulhas, ca5ando todos esses assaltantes debanco e #ado.

-avia leite achocolatado Jresco na prateleira decima. !a/ pe#ou o comprido vaso !upperare com asm)os imundas de *eth, colocou<o no balc)o e eUaminou oconteOdo da bande:a de carnes. !inha hambOr#uer, mas acoisa n)o sabia prepar3<lo, e na certa n)o haveriainJorma5)o sobre o assunto nos bancos de mem&ria de*eth. !a/ n)o Jazia ob:e5)o a carne crua F na verdade até#ostava F, mas em duas ou trSs ocasiKes em ue comera

o hambOr#uer assim o corpo de *eth Jicara doente. Pelomenos tia udre0 dissera ue Jora a carne crua ue oJizera adoecer, e !a/ acha0a ue ela n)o mentia embora,com a tia udre0, nunca tivesse completa certezaN. Oltima rodada Jora a pior F v+mito e ca#aneira a noitetoda. !a/ desocupara as instala5Kes até isso acabar, apenaspassando de vez em uando para ver se n)o estava

acontecendo nada estranho. (etestava as Jun5Kes



eliminat&rias de *eth mesmo uando normais, e nessanoite estavam tudo, menos isso.

o#o, nada de hambOr#uer.

Mas havia uei:o bolonhSs, e umas poucas Jatias deuei:o ^raJt F os amarelos, dos uais !a/ #ostava emparticular. sou as m)os de *eth para p+r a comida nobalc)o, e a eUtraordin3ria mente ue dividia com *eth paraJazer vir Jlutuando um copo de pl3stico do Mc(onald7sdo arm3rio onde eram #uardados. 4nuanto preparavaum sandu"che, pondo carne e uei:o no p)o branco

besuntado de mostarda, o vaso pl3stico er#ueu<se eencheu o copo do Mc(onald7s, no ual se via umdesenho de %harles Bar/le0 lutando com o (em+nio da

!asm[nia. !a/ bebeu metade do leite achocolatado em uatro

#randes #oles, arrotou, depois esvaziou o copo. *erviu umse#undo copo com a mente, enuanto devorava o san<du"che, indiJerente Y mostarda ue pin#ava e lambuzavaos pés su:os de *eth. 4n#olia, mordia, en#olia, bebia,arrotava. ronco na barri#a come5ou a diminuir. problema da !V F sobretudo uando passava >s

2usticeiros ou =otoops '' F era ue !a/ se interessava,entrava em sonhos intensos e esuecia de alimentar o

corpo de *eth. (epois, de repente, os dois estavam t)oJamintos ue !a/ mal conse#uia pensar, uanto maisplane:ar ou a#ir.

cabou o se#undo copo de leite achocolatado,se#urando<o sobre a boca para pe#ar as Oltimas #otas, e:o#ou<o na pia com o resto dos pratos su:os.

F @)o tem nada melhor ue o #rude ao pé da

Jo#ueira, paiZ F #ritou, em sua melhor imita5)o da voz deittle =oe %artri#ht.



(epois voltou Jlutuando para a porta da cozinha,um imundo menino<bal)o com os restos de um sandu"chenuma das m)os.

luar entrava pelas :anelas da sala de visitas. lémdelas, a Rua dos Llamos desaparecera. 2ora substitu"dapela Rua Principal de (esespero, @evada, como era em1AA, dois anos depois de os poucos mineradores de ourorestantes compreenderem ue o inc+modo barro azul ueraspavam de suas propriedades era na verdade pratabruta... e a cidade em decl"nio ser revitalizada por

decepcionados mineiros independentes vindos das minasde ouro da %aliJ&rnia. !erra diJerente, mesma ambi5)o$arrancar uma r3pida Jortuna do solo adormecido. !a/ n)osabia nada disso, e certamente n)o pe#ara a coisa em >s

2usticeiros ue se passava no %olorado, n)o em @evadaNera inJorma5)o ue *eth soubera por um su:eito chamado

llen *0mes pouco antes de encontrar !a/. *e#undo*0mes, 1AA Jora o ano em ue a mina %ascavel @Omerom desabara.

(o outro lado da rua, onde antes Jicavam as casasdos =ac/son e Billin#sle0, estavam a avanderia %hinesado ushan e a Mercearia do Qorrell. nde Jicava a casade -obart era a#ora o rmazém Heral da !erra da

%oru:a, e embora !a/ ainda sentisse cheiro de Juma5a, oemp&rio n)o apresentava uma Onica t3bua ueimada. !a/ voltou<se e viu um dos Poer Qa#ons no

ch)o. parecia uase timidamente debaiUo de uma daspontas do soJ3. !a/ JS<lo Jlutuar e atravessar a sala. brinuedo parou diante dos olhos castanho<escuros de*eth, pairando em pleno ar com as rodas #irando deva#ar,

enuanto a coisa comia o resto do sandu"che. 4ra o =ustice Qa#on. !a/ Ys vezes dese:ava ue o =ustice Qa#on



Josse de ittle =oe %artri#ht, e n)o do %oronel -enr0.4nt)o o eriJe *treeter de >s 2usticeiros se mudava para a%idade de Vir#"nia e andava de Jur#)o azul 2reedom, em

vez de a cavalo. *treeter e =oe Murdoc/ F ue acabavaapenas Jerido, n)o morto F se tornavam ami#os... dos%artri#ht também... e a" ucas Mc%ain e o Jilho semudavam de sua Jazenda no @ovo MéUico... e... bem...

F 4 eu seria pai F sussurrou a coisa. F %heJ)ode Ponderosa e o maior homem do territ&rio de @evada.4u.

*orrindo, Jez o =ustice Qa#on dar duas voltaslentas, lindas, em torno de *eth. 4 aJastou as Jantasias dacabe5a. 4ram belas Jantasias, porém. !alvez atérealiz3veis, se pudesse aduirir essSncia suJiciente daspessoas restantes do outro lado da rua F a coisa ue sa"adelas uando morriam.

F 4st3 che#ando a hora F disse !a/. F -ora docerco.

2echou os olhos, usando os circuitos da mem&riade *eth para visualizar os Poer Qa#ons... sobretudo oMeata#on, ue lideraria esse ataue. *em %ara diri#indo,a %ondessa ili co<pilotando e =eb Murdoc/ na torre doartilheiro. Porue Murdoc/ era o mais perverso.

lhos Jechados, a nova ener#ia iluminando a mentecomo Jo#os de artiJ"cio do Guatro de =ulho eUplodindonum céu de ver)o, !a/ iniciou a tareJa de auecimento.(emoraria um pouco, mas a#ora ue as coisas haviamche#ado até ali, tinha tempo.

Muito em breve, os :usticeiros estariam de volta. F *e prepare, pessoal F sussurrou !a/. s

punhos de *eth se cerravam nas pontas dos bra5os,



Jechados e tremendo. F *e preparem, porue a #ente vai varrer esta cidadezinha do mapa.



&llen Symes trabalhou na <mpresa de =ineraD!o Terra Munda%como geBlogo% durante 0inte e seis anos% de *+X+ a *++. Pouco antes do /atalde *++% aposentou"se e mudou"se para ClearGater% na MlBrida% onde morreu deum ata3ue cardQaco em *+ de setembro de *++X. > documento seguinte foi

encontrado em sua mesa pela filha. <sta0a num en0elope lacrado com ainscriD!o S>-R< > <STR&/H> /C</T< /> P>@> &CH/&% P&R& S<R L> &PS =/H& =>RT<% P>RM&;>R.

<sse documento apresentado a3ui eKatamente como foi encontrado. A <d

TU de outubro de ABBW

8 <uem Nnteressar Possa

?screvo isto por três motivos. Primeiro, "uero esclareceruma coisa "ue aconteceu 1á um ano e três meses, no ver$o deABB. :egundo, espero aliviar min1a consciência, "ue se

a"uietou um pouco, mas ficou muito perturbada de novo depois"ue a tal LFler me escreveu de #1io e eu menti ao responderl1e. ($o sei se alguém pode aliviar a consciência escrevendocoisas na esperan3a de "ue sejam lidas depois, mas ac1o "uevale a pena tentar e posso "uerer mostrar isto a alguém talvez mesmo = tal LFler depois de me aposentar. 5erceiro,n$o consigo tirar da cabe3a o modo como a"uele menino sorriu.

# modo como sorriu.Menti = :ra. LFler para proteger a empresa, e o meu

emprego, mas sobretudo por"ue podia mentir. # dia T de jul1ode ABB foi um domingo, o lugar estava deserto, e eu fui o 9nico"ue os viu. 5ambém eu n$o estaria lá, se n$o tivesse trabal1oburocrático para p4r em dia. <uem pensa "ue ser engen1eiro deminera3$o é s0 emo3$o e viagens devia ver as toneladas de

relat0rios e formulários "ue eu tive de fazer e ler durante todosesses anos%



:eja como for, estava encerrando o e*pediente "uandouma jardineira &olvo parou lá na frente e toda uma famíliasaltou. <uero dizer a"ui "ue nunca vi pessoas t$o e*citadas, an$o ser a camin1o de um circo, em toda a min1a vida. Pareciam

a"uelas pessoas nos comerciais de 5& "ue acabaram de gan1arum prêmio lotérico.

?ram cinco7 o Pai Hseria o irm$o da mul1er de #1ioI, aM$e, o Nrm$o Maior, a Nrm$ Maior e o Nrm$o Menor. # N.M.parecia ter uns "uatro anos, embora, depois de ler a carta daLFler Henviada em jul1o deste anoI, eu saiba agora "ue era umpouco mais vel1o, apenas pe"ueno para a idade.

:eja como for, vios c1egar pela janela ao lado de min1amesa, onde tin1a a papelada espal1ada. Claro como o dia, eu osvia. <uedaramse em volta do carro por um ou dois minutos,apontando o barranco ao sul da cidade, e*citados como galin1asdebai*o de um péd!água, e ent$o o meninin1o arrastou o paipara o rebo"ueescrit0rio. .

5udo isso se passou na sede de (evada da 5erra -unda,

um rebo"ue de largura dupla "ue fica a uns três "uil4metros daestrada principal Ha @odovia WXI, nos arredores de )esespero,uma cidadezin1a con1ecida pela minera3$o de prata por voltada época da Querra Civil americana. (ossa principal opera3$ona"uele tempo era o Po3o da C1ina, de onde e*traíamos cobre.#s ecologistas c1amam isso de minera3$o predat0ria, emboran$o seja t$o ruim como eles gostam de dizer.

:eja como for, o Nrm$o Menor pu*ou o Pai até os degrausdo rebo"ue, e o ouvi dizer7

6ata, Pai, tem gente aí dentro, eu sei "ue tem.# Pai pareceu surpreso pra burro com isso, embora eu

n$o soubesse por "uê, uma vez "ue meu carro estava parado aliem frente. >ogo descobri "ue n$o era pelo "ue o pirral1o dizia,mas por estar dizendo alguma coisa%

# Pai ol1ou o resto de seu cl$ em volta, e todos disserama mesma coisa, bata na porta, bata na porta, bata na porta%



?*citados pra burro. Meio engra3ado e bonito, também. ?uestava curioso, admito de boa vontade. &ia a placa do carrodeles, e n$o conseguia imaginar o "ue uma família de #1io faziat$o longe, em )esespero, numa tarde de domingo. :e o Pai n$o

tivesse coragem suficiente para bater, eu mesmo ia sair e medivertir = beca com ele. 8 curiosidade matou o gato, mas asatisfa3$o o trou*e de volta/, sabem como é.

Mas ele bateu, claro, e assim "ue abri a porta o pirral1opassou correndo por mim. -oi direto = parede, ao mesmo"uadro de avisos onde :allF p4s a carta da :ra. LFler "uandoc1egou, com as palavras 8>QKM P#)? 8J)8@ 8 ?::8 :?(2#

@8 em grandes letras vermel1as.# pirral1o e*aminou as fotos aéreas do Po3o da C1ina

"ue mantemos afi*adas no "uadro de avisos, uma ap0s outra.5alvez vocês tivessem de estar lá para compreender como foiestran1o, mas aceitem min1a palavra. ?ra como se ele 1ouvesseestado no escrit0rio uma d9zia de vezes.

8"ui está, Pai% disse, batendo o dedo em torno das

fotos. 8"ui está% 8"ui está% 8"ui está a mina, a mina de prata% 6em eu disse, meio rindo , é cobre, fil1o, mas

ac1o "ue você c1egou bem perto.# :r. Qarin deume um ol1ar meio envergon1ado e disse7 )esculpe, a gente n$o pretendia ir entrando assim.)epois entrou assim ele mesmo e pegou o menino. ?u

estava meio divertido. ($o podia dei*ar de estar.

?le carregou o pirral1o para os degraus, onde devia ac1ar"ue era o lugar deles. :endo de #1io, ac1o "ue n$o sabia "ue irentrando assim é bastante natural em (evada. # pirral1o n$oesperneou nem deu ata"ue, mas n$o tirava os ol1os das fotosdo "uadro de avisos. ?ra engra3adin1o como um bebê, espiandopor cima dos ombros do Pai com os ol1in1os bril1ando. # restoda família ficou embai*o, ol1ando para cima. #s garotos maiores

"uase e*plodiam de e*cita3$o, e a M$e parecia "uase no mesmoestado.



# Pai disse "ue eram de 5oledo, e apresentouse, etambém = esposa e aos fil1os.

? este a"ui é :et1 concluiu. K uma crian3aespecial.

#ra, eu ac1ava "ue todas eram especiais respondi,e estendi a m$o. Manda lá, :et1 eu me c1amo 8llen :Fmes.

?le me apertou a m$o, muito esperto. # resto da famíliapareceu at4nita, o Pai em particular, embora eu n$o visse por"uê. Meu Pai me ensinou a apertar m$os "uando eu tin1a trêsanos n$o é t$o difícil assim, como aprender a fazer malabarismos ou tirar um ás de cima do monte de cartas. Mas tudo n$o

tardou a ficar claro para mim. :et1 "uer saber se pode ver a montan1a disse o :r.

Qarin, e apontou o Po3o da C1ina. 8 face norte parece um poucouma montan1a. 8c1o "ue na verdade ele se refere = mina...

K% disse o pirral1o. 8 mina% :et1 "uer ver a mina%:et1 "uer ver a mina de prata% 2oss% >ittle Joe. 8dam% 2op :ing%

?u e*plodi na risada, pois fazia muito tempo "ue n$o

ouvia esses nomes, mas o resto deles n$o riu. :implesmentecontinuaram a ol1ar para o menino como se fosse Jesusensinando aos doutores do templo.

6em eu disse , se "uer ver a -azenda Ponderosa,fil1o, eu ac1o "ue pode, embora fi"ue muito a oeste da"ui. ?também tem e*curs;es a minas, em "ue levam a gente parabai*o num verdadeiro vag$o de minério. 8 mel1or provavelmen

te é a 6ettF Carr, em -allon. Mas n$o tem e*curs;es no Po3o daC1ina. K uma mina ativa, e n$o t$o interessante "uanto osvel1os po3os de ouro e prata. 8"uele barranco "ue a vocêparece uma montan1a é s0 um lado de um grande buraco noc1$o.

?le n$o entende muito do "ue você está dizendo, :r.:Fmes disse o irm$o maior. K um bom irm$o, mas n$o

muito rápido.? bateu no lado da cabe3a.



Mas o pirral1o entendera, como era fácil ver, por"ue sep4s a c1orar. ($o alto nem com malcria3$o, mas bai*o, como fazuma crian3a "ue perdeu alguma coisa de "ue gostava mesmo. #resto pareceu abatido ao ouvir isso, como se o cac1orro da

família 1ouvesse morrido. 8 meninin1a c1egou mesmo a falaralguma coisa "ue :et1 jamais c1orava. Nsso me dei*ou maiscurioso "ue nunca. ($o entendia o "ue se passava com eles, efi"uei com uma comic1$o irresistível. 2oje gostaria de ter dei*ado para lá, mas n$o dei*ei.

# :r. Qarin pediu para falar comigo em particular, por umou dois minutos, e eu disse claro. ?le entregou o pirral1o =

esposa o menino ainda c1orando da"uele jeito bai*in1o, asgrossas lágrimas simplesmente rolando pelas boc1ec1as, ediabos me levem se a Nrm$ Maior n$o come3ou a pingar umpouco com ele. ?nt$o Qarin entrou no rebo"ue e fec1ou a porta.

Contoume muita coisa sobre :et1 Qarin em poucotempo, porém o mais importante era o "uanto o amavam. ($o"ue dissesse isso assim claramente Hassim eu n$o teria

acreditado mesmoI. :implesmente aparecia. ?le disse "ue :et1era autista, mal dizia uma palavra "ue se entendesse oumostrava algum interesse pela vida comum/, mas "uandoavistara da estrada o pared$o norte do Po3o da C1ina come3araa balbuciar feito um louco, apontandoo o tempo todo.

8 princípio a gente simplesmente paparicou ele umpouco e continuou rodando disse Qarin. ?m geral, ele é

"uieto, mas de vez em "uando entra num desses ata"ues debalbucios. June diz "ue s$o os serm;es dele. Mas aí, "uando eleviu "ue a gente n$o ia dar a volta nem mesmo diminuía amarc1a, se p4s a falar. ($o s0 palavras, mas frases. &oltem, porfavor, :et1 "uer ver mina, :et1 "uer ver 2oss, 8dam e >ittleJoe./

?u sei alguma coisa de autismo meu mel1or amigo tem

um irm$o no :ierra -our, a institui3$o de doentes mentais de6oulder CitF Hnos arredores de >as &egasI. ?stive lá com ele



várias vezes, vi os autistas em primeira m$o, e n$o sei se acreditaria no "ue Qarin me dizia se n$o tivesse visto um poucoda"uilo por mim mesmo. Muitas das pessoas no :ierra n$oapenas n$o falam, como nem se"uer se me*em. #s piores

parecem mortos, os ol1os vidrados, o peito mal subindo edescendo de um modo "ue a gente veja.

?le adora filmes de caub0i e programas de 5& disseo :r. Qarin e s0 posso imaginar "ue o pared$o da mina l1elembra alguma coisa "ue deve ter visto num epis0dio de6onanza.

?u ac1ei "ue ele podia até ter visto o pared$o num

epis0dio de 6onanza, embora n$o me lembre de ter dito isso aQarin. Muitas das cenas panorOmicas desses vel1os seriados de5& Ho "ue c1amam de segunda unidade/I foram filmadas pora"ui, e o Po3o da C1ina e*iste desde WU, logo é possível.

)e "ual"uer modo ele disse é um grande avan3opara :et1... s0 "ue a palavra apropriada seria na verdademilagre. ? ele falar como está fazendo ainda n$o é tudo.

:im eu disse , ele está realmente no mundo, pravariar.

Pensava nas pessoas do >acota 2all, onde está o irm$o demeu amigo. 8"uelas nunca estavam no mundo. Mesmo "uandoc1oravam ou riam, ou faziam outros ruídos, era como serecebessem isso por telefone.

K, está disse Qarin. K como se um banco de luzes

se acendesse dentro dele. ($o sei o "ue causou isso, nem"uanto tempo vai durar, mas... o sen1or tem alguma maneira,"ual"uer uma, de levar a gente = mina, :r. :Fmes' :ei "ue osen1or n$o deveria, e aposto "ue sua compan1ia de seguro teriaum ata"ue se descobrisse, mas ia significar tanto pra :et1. Nasignificar tanto pra todos n0s. 8 gente está numa espécie deor3amento apertado, mas eu podia pagar "uarenta d0lares pelo

seu tempo.



?u n$o faria isso por "uatrocentos eu disse. ?ssetipo de coisa a gente ou faz de gra3a, ou n$o faz. &amos pegarum dos 85&sA. :eu fil1o mais vel1o pode dirigir, se o sen1or n$ofaz obje3$o. 5ambém é contra as regras da empresa, mas ac1o

"ue, perdido por um, perdido por mil.<ual"uer um "ue esteja lendo isto, e talvez me julgando

um idiota He um idiota irresponsável, ainda por cimaI, eu s0"ueria "ue visse a maneira como o rosto de 6ill Qarin seiluminou. :into pra burro o "ue aconteceu com ele e os outrosna Calif0rnia o "ue s0 sei pela carta da irm$ , mas meacreditem, "uando digo "ue ficou t$o feliz na"uele dia "ue estou

feliz por ter tido a oportunidade de fazêlo assim.5ivemos uma sen1ora tarde, mesmo antes de nosso

pe"ueno susto/. Qarin dei*ou o fil1o mais vel1o, Jo1n, nos levardirigindo até o pared$o da mina, e pergunta se o garoto estavae*citado' <uase penso "ue o jovem Jac[ Qarin teria votado emmim para )eus, se eu estivesse concorrendo ao cargo. ?ram umabela família, e dedicados ao meninin1o. 8 tribo toda. Creio "ue

foi muito surpreendente ele simplesmente come3ar a falar derepente, mas "uanta gente mudaria todos os seus planos s0 poruma coisa dessas, no calor do momento, ainda assim' 8"uelepessoal o fez, e sem se"uer uma palavra de contesta3$o deninguém, até onde eu via.

# pirral1o tagarelou o camin1o todo até a mina, falandoum "uil4metro por minuto. Muita coisa era balbucio, mas n$o

tudo. ($o parava de falar nas personagens de 6onanza, naPonderosa, nos bandidos e nas minas de prata. Pensava numdesen1o animado, também. 8c1o "ue era Motor Cops. Mostroume um boneco do desen1o, uma mul1er de cabelos ruivos euma arma "ue ele podia tirar do coldre e encai*ar na m$o dela.5ambém n$o parava de bater no 85& e c1amálo de Justice

1 8li 5errain &e1icle um !e3culo de esteiras, rodas ou as duas coisas

5untas, pro5etado para rodar em terrenos muito acidentados* 67*8*9



Lagon/. ?nt$o Jac[ meio se estufou atrás do volante Hdeviaestar dirigindo a velocíssimos AW "uil4metros por 1oraI e disse7

Kéé, e eu sou o Coronel 2enrF. 8viso, Corredor de-or3a logo adiante%

? todos riram. ?u também, por"ue a essa altura já foraarrebatado pela emo3$o da coisa como o resto deles.

?stava t$o e*citado "ue s0 mais tarde percebi de fatouma das coisas "ue o menino dizia. ?le continuava falando navel1a mina/. :e pensei alguma coisa a respeito disso, creio "uefoi em rela3$o ao seriado 6onanza. Jamais me passou pelamente pensar "ue ele falava da Cascavel (9mero m, por"ue

n$o podia saber disso% (em as pessoas de )esespero sabiam"ue a gente a tin1a descoberto "uando fazia e*plos;es, umasemana antes. )iabos, por isso era "ue eu tin1a tanta papeladapara tra3ar/ numa tarde de domingo, escrevendo um relat0riopara o escrit0rio sede sobre o "ue 1avíamos descoberto erelacionando diferentes idéias sobre como cuidar do assunto.

<uando a idéia de "ue :et1 Qarin falava da Cascavel

(9mero m me ocor reu , me lembrei "ue ele entrara correndono rebo"ue escrit0rio, como se já 1ouvesse estado lá um mil1$ode vezes antes. -ora direto =s fotos no "uadro de avisos. Nsso mecausou um arrepio, mas outra coisa, uma coisa "ue vi depois "uea família Qarin seguiu seu camin1o para Carson, me causou umainda maior. C1ego lá da"ui a pouco.

<uando c1egamos ao pé do barranco, tro"uei de lugar

com Jac[ e tomei a estrada dos e"uipamentos, bem revestida decascal1o e mais larga "ue algumas interestaduais. Cruzamos otopo e descemos do lado oposto. 5odos soltavam e*clama3;es,e eu ac1o "ue é um pouco mais "ue um simples buraco no c1$o.# po3o c1ega a mais de trezentos metros no ponto mais fundo,e atravessa camadas de roc1a "ue remontam = ?ra Paleoz0ica,^TW mil1;es de anos atrás. 8lgumas camadas do p0rfiro s$o

muito bonitas, cravejadas de reluzentes cristais ro*os e verdes,"ue c1amamos de vermel1ogranada/. )o topo, o



e"uipamento de remo3$o de terra no fundo do po3o parece dotaman1o de brin"uedos. 8 :ra. Qarin brincou dizendo "ue n$ogostava de lugares altos e talvez vomitasse, mas vocês sabem,n$o é uma piada de fato. 8lgumas pessoas vomitam mesmo

"uando transp;em a borda e vêem o abismo do lado de dentro%8í a menina Hdesculpem, n$o me lembro do nome dela,

talvez fosse >ouiseI apontou para o outro lado do fundo do po3oe disse7

<ue é a"uele buraco com todas a"uelas fitas amarelasem redor' Parece um ol1$o negro.

K a nossa descoberta do ano eu disse. ma coisa

t$o importante "ue ainda é um grande segredo. ?u conto avocês se puderem guardar um segredo por algum tempo. &$oguardar, n$o v$o' :en$o, vou ficar encrencado com min1aempresa.

?les prometeram, e ac1ei "ue n$o 1avia risco em contara eles, viajantes de passagem e tudo mais. 5ambém pensei "ue omeninin1o gostaria de saber, maluco como era por 6onanza e

tudo. ?, como disse, jamais me passou pela mente pensar "ueele já sabia a respeito, s0 depois. Por "ue passaria, pelo amor de)eus'

?ssa é a vel1a Cascavel (9mero m eu disse. Pelo menos, a gente ac1a "ue é. )escobrimos "uando fazíamose*plos;es. 8 parte da frente da Cascavel desabou em AVWV.

Jac[ Qarin "uis saber o "ue 1avia lá dentro. @espondi "ue

n$o sabíamos, ninguém estivera lá, por causa das regras dogoverno. 8 :ra. Qarin HJuneI "uis saber se a empresa ia e*plorála depois, e eu disse "ue talvez, se obtivéssemos as permiss;esnecessárias. ($o contei mentira alguma a eles, mas contorneium pouco a verdade. 5ín1amos posto as fitas de interdi3$o,segundo as regras do )epartamento de Minas, claro, mas isson$o "ueria dizer "ue as autoridades soubessem da descoberta.

(0s a tín1amos descoberto inteiramente por acaso, num planode e*plos;es bastante semel1ante a "ual"uer outro, e "uando a



terra parou de rolar e a poeira assentou, lá estava ela masninguém na empresa sabia se era o tipo de acaso "ue "ueríamosdivulgar.

<ue 1averia um forte interesse se a notícia transpirasse,

está claro. :egundo as 1ist0rias, "uarenta ou cin"+enta c1inesesse ac1avam presos lá dentro "uando a mina desabou, e se isso éverdade, ainda estavam lá, conservados como m9mias numapirOmide egípcia. #s fanáticos por 1ist0ria teriam um prato c1eioapenas com as roupas e as ferramentas de minera3$o deles,para n$o falar dos pr0prios corpos. 8 maioria de n0s, no local,estava muito interessada, mas n$o podíamos fazer muita

e*plora3$o sem a firme aprova3$o dos c1ef;es da 5erra -undaem P1oeni*, e ninguém com "uem eu trabal1ava ac1ava "ue aobteríamos. 8 5erra -unda n$o é uma organiza3$o n$o lucrativa,como sei "ue "ual"uer pessoa lendo isto vai entender, e aminera3$o, sobretudo em nossos dias e época, é uma opera3$ode alto risco. # Po3o da C1ina s0 vin1a dando lucro desde ABBTou por aí assim, e as pessoas "ue trabal1am a"ui nunca se

levantam de man1$ inteiramente seguras de "ue ainda ter$oemprego "uando c1egarem ao local de trabal1o. Muita coisadepende do pre3o por libra do cobre Ha minera3$o com li*ívian$o é barataI, mas tem ainda mais a ver com "uest;esambientais. 8s coisas mel1oraram um pouco ultimamente, aatual safra de políticos pelo menos tem algum juízo, mais ainda1á "ual"uer coisa como uma d9zia de processos de intima3$o/

pendentes nos tribunais municipais ou federais, apresentadospor pessoas Hem sua maioria os &erdes/I "ue "uerem nosfec1ar. Muita gente incluindo eu mesmo, é mel1or dizer ac1aria "ue os altos e*ecutivos n$o iriam "uerer aumentar essesproblemas bradando ao mundo "ue encontramos uma vel1amina, provavelmente de grande interesse 1ist0rico. Como dissevonne 6ateman, uma colega engen1eira, pouco depois "ue a

rodada de e*plos;es descobriu o buraco7



:eria bem dos amantes das árvores tentar fazerdeclarar toda a mina patrim4nio 1ist0rico, ou com os federais oucom a Comiss$o 2ist0rica de (evada. 5alvez seja a maneira dedeter a gente pra sempre "ue eles vivem buscando.

C1amem essa atitude de paran0ica, se "uiserem Hmuitosc1amamI, mas "uando um cara como eu sabe "ue BX ou AXX1omens dependem da mina para manter as famíliasalimentadas, isso muda a perspectiva da gente e torna a gentemais cauteloso.

8 fil1a H>ouise'I disse "ue a coisa l1e pareciaassombrada, e eu disse "ue a mim também. ?la me perguntou se

eu entraria lá num impulso e respondi "ue nem pensar. ?laperguntou se eu tin1a medo de assombra3$o e eu disse "ue n$o,tin1a de desabamentos. K espantoso "ue alguma parte do po3oainda esteja de pé. -oi cavado direto através de greda e cristalde ri0lito restos do acontecimento vulcOnico "ue esvaziou aQrande 6acia , um material bastante instável mesmo "uando agente n$o está e*plodindo cargas de 8(-#T por toda a área. ?u

disse a ela "ue n$o entraria lá nem com uma aposta dupla, amenos e até "ue tudo fosse escorado com concreto e a3o demetro e meio em metro e meio. :em saber "ue ia entrar t$ofundo lá "ue n$o veria o sol antes do dia acabar.

>eveios para o escrit0rio de campo e deil1es capacetesmetálicos, depois l1es mostrei tudo em volta escava3;es,cai*as de lavagem, tritura3$o de esc0ria, separadores e

e"uipamentos pesados. -izemos uma sen1ora viagem de campo.# pe"ueno :et1 dei*ara de falar a essa altura, mas tin1a os ol1ost$o bril1antes "uanto os vermel1os granada "ue encontrávamosna esc0ria%

Muito bem, c1ego agora ao pe"ueno susto/ "ue mecausou tantas d9vidas e pesadelos Hpara n$o falar num graveproblema de consciência, "ue n$o é brincadeira para um

2 8mmonium nitrate and fuel oil 67itrato de am:nia e .leo

combust3!el9* 67*8*9



m0rmon "ue leva muito a sério a religi$oI. ? n$o pareceu t$ope"ueno/ assim a nen1um de n0s na 1ora, nem me pareceagora, se devo falar a verdade. Já o repassei na mente vezes semconta, e "uando estava no Peru H"ue é onde eu estava, vendo

jazidas de bau*ita, "uando a carta de 8udreF LFler c1egou =cai*a de correspondência da 5erra -unda em )esesperoI, son1eicom isso uma d9zia de vezes ou mais. )evido ao calor, talvez.?ra "uente dentro da Mina Cascavel. ?stive em muitos po3os demina em min1a época, e em geral s$o frios ou mesmo gelados. >i"ue algumas das minas de ouro profundas da Yfrica do :ul s$o"uentes, mas nunca estive em nen1uma dessas. ? a da"ui n$o

era "uente, mas t0rrida. ? 9mida, ainda por cima, como umaestufa.

Mas estou me adiantando, e n$o "uero fazer isso. # "ue"uero é contar tudo direto, de ponta a ponta, e gra3as a )eus"ue nada semel1ante jamais vai voltar a acontecer. ?mprincípios de agosto, nem duas semanas depois de tudo isso,toda a obra desabou. 5alvez ten1a 1avido algum pe"ueno

tremor abai*o, na camada devoniana, ou talvez o ar livre ten1atido um efeito corrosivo sobre as escoras de madeira e*postas.Jamais vou saber ao certo, mas veio abai*o, um mil1$o de toneladas de argila, *isto e calcário. <uando penso em como o :r.Qarin e seu menino estiveram perto de ficar debai*o de tudoisso "uando desabou Hpara n$o falar do :r. 8llen :Fmes, Qe0logo?*traordinárioI, me dá tremedeira.

# garoto mais vel1o, Jac[, "ueria ver a Mo, nossa maiorescavadeira. ?la roda sobre esteiras e trabal1a nas encostasinternas, sobretudo cavando bancos a intervalos de "uinzemetros. 2ouve uma época, no início dos anos UX, em "ue Mo eraa maior escavadeira no planeta 5erra, e a maioria das crian3as sobretudo os meninos é fascinada por ela. #s meninosgrandes também% Qarin "ueria tanto vêla de perto/ "uanto o

jovem Jac[, e supus "ue :et1 se sentia do mesmo jeito. Masnisso estava errado.



Mostreil1es a escada "ue sobe pelo lado da Mo para acabine do operador, a mais de três metros do c1$o. Jac[perguntou se podiam subir e eu disse "ue n$o, "ue era perigosodemais, mas podiam dar um passeio pelas lagartas, se

"uisessem. -azer isso é uma sen1ora e*periência, pois cadaesteira é t$o larga "uanto a rua de uma cidade, e cada uma daslOminas de a3o "ue a comp;em tem um metro de largura. # :r.Qarin p4s :et1 no c1$o, e subiram a escada para as lagartas daMo. ?u subi atrás, esperando como o diabo "ue ninguém caísse.:e caísse, eu era o mais provável de ser fisgado num processo judicial. June Qarin ficou embai*o, para fazer fotos da gente lá

em cima abra3ados, rindo. 8 gente fazia pal1a3adas e caretaspara a cOmera, se divertindo a valer, até "ue a menina gritou7

&olte, :et1% &olte já% ($o devia estar aí%?u n$o podia vêlo, por"ue ali em cima onde estava, na

esteira da Mo, todo o resto da má"uina tapava a vis$o, mas viabem a m$e dele, e como estava assustada "uando o avistou.

:et1% ela berrou. &olte já a"ui%

6errou duas ou três vezes, depois largou a cOmera noc1$o e simplesmente correu. ?ra s0 o "ue eu precisava ver, elalargando a cara (i[on como um ma3o de cigarros vazio. ?u jáestava de volta = escada nuns três saltos. 8dmirame n$o tercaído e "uebrado o pesco3o. 8dmirame mais ainda "ue Qarinou o garoto mais vel1o n$o o ten1am, mas ac1o "ue nem penseinisso na 1ora. ($o pensei absolutamente neles, para falar a

verdade.# menino já subia a encosta para a entrada da vel1a

mina, "ue ficava apenas a uns seis metros da boca do po3o. ?u viisso e soube "ue a m$e n$o ia alcan3álo antes de ele entrar.(inguém ia alcan3álo, se era o "ue ele pretendia fazer. Meucora3$o "ueria descer para as botas, mas eu n$o dei*ei. ?m vezdisso, pusme a correr o mais rápido "ue pude.

8lcancei a :ra. LFler "uando :et1 c1egava = entrada damina. ?le parou ali por um segundo, e esperei "ue talvez n$o



fosse entrar. Pensei "ue 1avia uma possibilidade de "ue, se aescurid$o n$o o afastasse, o c1eiro do lugar o fizesse umaespécie de c1eiro de fogueira vel1a de acampamento, tipocinzas, borra de café e fiapos de carne vel1a, tudo misturado.

?nt$o ele entrou, apenas ol1ando para atrás para me observargritando "ue n$o o fizesse.

Mandei a m$e afastarse, pelo amor de )eus, "ue eu iaentrar e trazêlo para fora. Mandeia dizer ao marido e ao irm$oa mesma coisa, mas claro "ue Qarin n$o escutou. ($o creio "uena situa3$o dele eu tivesse agido diferente.

:ubi a encosta e rompi as fitas amarelas. # pirral1o era

pe"ueno o suficiente para poder passar por bai*o. #uvi o fracorugido "ue a gente "uase sempre ouve saindo dos vel1os po3osde mina. Parece o vento, ou uma cac1oeira distante. ?u n$o sei o"ue é de fato, mas n$o gosto, jamais gostei. ($o sei de ninguém"ue goste. K um som espectral.

Mas nesse dia ouvi outro do "ual gostei menos ainda um guinc1o bai*o, sussurrado. ($o ouvira nas outras vezes em

"ue ol1ara para dentro do po3o desde "ue fora descoberto, massoube o "ue era imediatamente atrito de argila e ri0lito. Kcomo se o c1$o estivesse falando. ?sse som sempre fazia osmineiros se retirarem nos tempos antigos, por"ue significava"ue os esteios podiam vir abai*o a "ual"uer momento. 8c1o "ueos c1ineses "ue trabal1avam na Cascavel em AVWV ou n$osabiam o "ue o som significava ou n$o tin1am permiss$o para

darl1e aten3$o.?scorreguei pouco depois de romper as fitas, e caí sobre

um joel1o. &i uma coisa no c1$o. ?ra o boneco de plástico dele,a ruiva com a arma. )evia ter caído do bolso do menino poucoantes de ele entrar no po3o, e vêlo ali jogado na"uele p0 material "ue a gente c1ama de ganga parecia o pior tipo desinal, e causoume fortes arrepios. Pegueio, enfieio no bolso e

es"uecio até mais tarde, "uando a e*cita3$o acabara e o devolvia seu dono. )escrevio para meu sobrin1o pe"ueno e ele disse



"ue era um boneco da Cassie :tFle, do programa dos MotorCops, sobre o "ual o pirral1o n$o parava de falar.

#uvi roc1a deslizando e ar"uejos atrás de mim ol1eipara trás e vi Qarin subindo a encosta. #s outros três

continuavam parados lá embai*o, juntos. 8 menina c1orava. &olte já% eu disse. ?ste po3o pode desabar a

"ual"uer momento. 5em cento e trinta anos% Mais% ($o me importa "ue ten1a mil anos ele respondeu,

ainda subindo. K meu fil1o e eu vou entrar atrás dele.?u n$o ia ficar ali parado discutindo com ele =s vezes, a

9nica coisa "ue a gente pode fazer é se me*er, seguir se

me*endo, e esperar "ue )eus segure o teto. ? foi o "ue fizemos.?stive em alguns lugares de meter medo em meus anos

de engen1eiro de minas, porém os mais ou menos dez minutosHe podem ter sido mais ou menos de fato perdi todo senso detempoI "ue passamos no vel1o po3o da Cascavel foram de longeos mais apavorantes. 8 perfura3$o seguia para trás e para bai*onum Ongulo muito bom, e come3amos a ficar sem a luz do dia

antes de entramos mais "ue uns vinte metros. # c1eiro do lugar cinza fria, café vel1o, carne "ueimada logo se tornou maisforte, e isso era estran1o, também. s vezes minas vel1as têmum c1eiro mineral/, mas "uase sempre s0 isso. # c1$o embai*oera de detrito caído, e a gente tin1a de pisar com muito cuidadoapenas para evitar dar topadas e cair de cara. #s suportes etraves estavam cobertos de caracteres c1ineses, alguns

ental1ados na madeira, a maioria simplesmente pintada comfuligem de vela. &er uma coisa da"uelas faz a gente perceber"ue tudo "ue se lê nos livros de 1ist0ria aconteceu de fato. ($ofoi inventado nem um pouco.

# :r. Qarin gritava pelo menino, dizendol1e "uevoltasse, "ue n$o era seguro. ?u pensei em dizerl1e "ue s0 osom de sua voz já seria o bastante para trazer o teto abai*o,

como pessoas gritando =s vezes s$o o bastante para provocar



avalanc1es nas montan1as. Mas n$o o fiz. ?le n$o poderia pararde gritar. :0 pensava no menino.

?u tin1a um canivete, uma lupa e uma lanterna Penlite,tipo lapiseira, no c1aveiro. )esprendi a lanterna e iluminei os

arredores. Continuamos descendo o po3o, com a greda frou*amurmurando em toda a volta e a"uele fraco rugido nos ouvidos,e a"uele c1eiro entrando pelo nariz. :enti o calor aumentando"uase imediatamente, e "uanto mais "uente ficava, mais fortese tornava o c1eiro de fogueira. :0 "ue, no fim, n$o c1eiravamais a fogueira. C1eirava a coisa podre. 8lgum tipo de carca3a.

?nt$o c1egamos ao po3o dos ossos. (0s n0s da 5erra

-unda, "uer dizer tín1amos apontado 1olofotes para dentrodo po3o, mas eles n$o 1aviam mostrado muita coisa.)iscutíramos muito sobre se realmente 1avia ou n$o algumacoisa ali dentro. vonne dizia "ue n$o, "ue ninguém teriacontinuado a descer num po3o de mina cavado no c1$o da"uele jeito, mesmo um bando de escravos c1ineses. )izia "ue tudon$o passava de muita conversa fiada lenda, como dizia ,

mas assim "ue Qarin e eu já entráramos uns duzentos metros,min1a pe"uena Penlite bastava para mostrar "ue ela estavaerrada.

#ssos amontoavamse para todos os lados no c1$o damina, caveiras, ossos de pernas, "uadris e pélvis "uebrados. 8scai*as torácicas eram as piores, todas parecendo rir como o gatoC1es1ire, de 8lice no País das Maravil1as. <uando a gente pisava

neles, nem se"uer se "uebravam, como se pensaria "ue fariam,apenas subiam em nuvem como p0. # c1eiro era mais forte "uenunca, e eu sentia o suor escorrendo pelo meu rosto. ?ra comoestar numa sala de caldeira, em vez de numa mina. ? as paredes%?les n$o apenas tin1am posto seus nomes ou iniciais ali ondeestávamos, 1aviam escrito por toda parte com fuligem de vela.?ra como se, "uando a boca da mina desabou e eles se viram

presos no po3o, todos decidissem escrever seus testamentos nastraves de suporte.



8garrei o ombro de Qarin e disse7 8 gente foi longe demais. ?le ficou em algum canto e a

gente n$o viu, no escuro. ($o creio ele disse.

Por "ue n$o' perguntei. Por"ue ainda estou sentindo ele lá na frente disse,

e ergueu a voz7 :et1% Por favor, "uerido% :e está aí embai*o,volte pra gente%

# "ue veio de volta me arrepiou os pêlos da nuca. Maisabai*o na"uele po3o, com o c1$o de greda, caveiras e ossosesboroados, ouvimos alguém cantando. ($o palavras, apenas a

voz do menino fazendo >alala/ e )umdidodum/. ($oc1egava a ser uma melodia, mas o suficiente para eu recon1ecero tema musical de 6onanza.

Qarin ol1ou para mim, os ol1os brancos e arregalados naescurid$o, e perguntou se eu ainda ac1ava "ue a gente tin1apassado por ele. ?u nada podia responder a isso, portantocontinuamos a avan3ar.

Come3amos a ver ferramentas entre os ossos canecas,picaretas enferrujadas com uns cabin1os es"uisitos e pe"uenascai*as metálicas com correias passadas por dentro, "uerecon1eci do Museu dos Mineiros em ?lF. #s mineiros asc1amavam de Geroseners. savamnas na testa como filactérios,com len3os enfiados por bai*o para n$o "ueimar a pele. ?comecei a ver "ue 1avia desen1os de fuligem de vela nas

paredes, além de caracteres c1ineses. ?ram coisas terríveis coiotes com cabe3as "ue pareciam aran1as, le;es da montan1acom escorpi;es montados nas costas, morcegos com cabe3asparecendo bebês, 5en1o me perguntado desde ent$o se vi defato essas coisas, ou se o ar era t$o mefítico ali no fundo "ue mecausou alucina3;es. ($o perguntei a Qarin depois se vira algumadelas. ($o sei ao certo se apenas es"ueci ou se talvez n$o tive

coragem.



?le parou, abai*ouse e pegou uma coisa. ?ra umape"uena bota de caub0i presa entre duas pedras. # pirral1odevia têla prendido ali e tirado o pé para seguir em frente. # :r.Qarin ergueua para "ue eu pudesse vêla = luz de min1a

lanternin1a, e depois enfioua na camisa. 8inda ouvíamos os lalalas/ e dumdimduns/, por isso sabíamos "ue ele continuava= frente. # som parecia um pouco mais pr0*imo, mas eu n$o mepermitia muita esperan3a. 8bai*o do solo, a gente nunca sabe. #som se propaga de uma maneira es"uisita.

? fomos seguindo, n$o sei até "ue distOncia, mas o pisocontinuava descendo, e o ar ficando mais "uente. &iamse

menos ossos no c1$o do po3o, porém mais roc1as caídas. ?upodia erguer a lanterna para ver em "ue tipo de forma se ac1avao teto, mas n$o me atrevia. ($o me atrevia se"uer a pensar naprofundidade a "ue c1egáramos. 5in1a de ser pelo menos deuns "uatrocentos metros do ponto onde as e*plos;es 1aviamcortado e aberto o po3o. Provavelmente mais. ? comecei a terbastante certeza de "ue nunca mais íamos sair. # teto

simplesmente viria abai*o, e pronto. :eria rápido, pelo menos,mais rápido do "ue fora para os mineiros c1ineses "ue 1aviamsufocado ou morrido de sede na"uele mesmo po3o. ($o me saíada cabe3a "ue tin1a em casa cinco ou seis livros emprestados dabiblioteca, e imaginava "uem ia devolvêlos, e se alguém iacobrar do meu pe"ueno esp0lio as multas pelo atraso. Kengra3ado o "ue passa pela cabe3a da gente "uando a gente se

vê num aperto.Pouco antes da lanterna mostrar o menino, ele mudou

de m9sica. ($o recon1eci a nova, mas o Pai me disse depois desairmos "ue era o tema dos Motor Cops. :0 falo disso por"ue,por um instante, pareceu "ue outra pessoa cantava os lalas edumdidums junto com ele, numa espécie de contracanto. :ei"ue era apenas a"uele leve rugido "ue mencionei, mas me

causou um arrepio dos diabos, isso eu posso dizer. Qarintambém ouviu eu o via um pouco = luz de min1a lanterna, e



parecia com tanto medo "uanto eu. # suor escorria pelo rostodele, e a camisa grudavase no peito, como colada.

?nt$o ele apontou e disse7 8c1o "ue estou vendo ele% ?stou vendo ele. >á está%

:et1% :et1%:aiu correndo atrás do menino, trope3ando nos detritos

e oscilando como um bêbedo, mas de algum modo mantendo oe"uilíbrio. ?u s0 podia rezar a )eus "ue n$o trombasse numda"ueles vel1os barrotes de suporte. 8 madeira provavelmentese reduziria a p0, como os ossos "ue tín1amos pisado parac1egar até ali, e seria o fim da 1ist0ria.

?nt$o eu vi o menino, também a gente n$o podia seenganar com os jeans e a camisa vermel1a "ue ele usava. ?stavaparado diante do ponto em "ue o po3o terminava. 8 gente via"ue n$o era apenas mais um desabamento, por"ue era a lisasuperfície de uma roc1a o "ue c1amamos de lOmina/ en$o detritos amontoados. ma rac1adura corria pelo meio daroc1a, e por um minuto eu ac1ei "ue o menino tentava se meter

por ela adentro. Nsso me assustou muito, por"ue ele pareciasuficientemente pe"ueno para fazêlo se "uisesse, e dois carasgrand;es como n0s jamais poderíamos seguilo. Mas ele n$otentava fazer isso. <uando c1eguei um pouco mais perto, vi "ueestava inteiramente im0vel. )evo ter sido enganado pelassombras criadas por min1a lanternin1a, é s0 o "ue possoimaginar.

# pai alcan3ouo primeiro e pu*ouo para seus bra3os.8pertava o rosto contra o peito do menino, por isso n$o viu o"ue eu vi, e s0 vi por um segundo. )esta vez n$o eram meusol1os "ue me pregavam tru"ues. # menino sorria, e n$o era umsorriso bonito, tampouco. #s cantos da boca pareciamrepu*ados "uase até as orel1as, e eu via todos os dentes. 5in1ao rosto t$o esticado "ue os ol1os pareciam saltar da cabe3a.

?nt$o o pai o pu*ou para darl1e um beijo, e o sorriso desapareceu. -i"uei satisfeito. ?n"uanto permaneceu o sorriso, ele n$o



parecia de modo algum o meninin1o "ue eu vira pela primeiravez.

<ue foi "ue você estava fazendo' perguntou o pai.Qritava, mas n$o era bem uma reprimenda mesmo assim,

por"ue ele dava um beijo no menino praticamente a cadapalavra. :ua m$e está morta de medo% Por "ue fez isso' Por"uê, em nome de )eus, veio a"ui'

# "ue ele respondeu foi a 9ltima coisa compreensível"ue disse, e eu me lembro bem.

# Coronel 2enrF e o Major Pi[e me mandaram disse. Me disseram "ue eu podia ver a Ponderosa. 8í dentro.

8pontou a tenda no meio da lOmina. Mas n$o vi. Ponderosasumiu.

?nt$o deitou a cabe3a no ombro do pai e fec1ou osol1os, como se estivesse esgotado.

&amos voltar eu disse. ?u sigo atrás de você, =direita, para iluminar onde você pisa. ($o ande devagar, mastambém n$o corra. ? pelo amor de )eus, tente n$o esbarrar em

nen1um dos esteios "ue sustentam este lugar.8ssim "ue pegamos o menino, o gemido no solo pareceu

se tornar mais alto "ue nunca. ?u imaginava ouvir as madeirasrangendo. ?m geral, n$o sou do tipo imaginativo, mas me soavacomo se tentassem falar. Mandarnos sair en"uanto podíamos.

Mas n$o resisti a lan3ar a luz da lanterna na fenda antesde voltarmos. <uando me curvei, senti ar fresco saindo,

portanto n$o era apenas uma rac1adura na lOmina 1aviaalguma espécie de fenda do outro lado. 5alvez uma gruta. # ar"ue saía era "uente como de uma fornal1a, e tin1a um fedorferoz. m bafio, e prendi a respira3$o, para n$o vomitar. ?ra oc1eiro de fogueira vel1a, porém mil vezes mais forte. &ascul1ei océrebro tentando pensar como alguma coisa t$o fundo podiac1eirar t$o mal, e nada encontrava. 8r fresco é a 9nica coisa "ue

faz as coisas terem esse c1eiro, e isso significa alguma espécie derespiradouro, mas a 5erra -unda vin1a cavando na"uela área



desde ABWU, e se 1ouvesse um respiradouro suficientementegrande para produzir um fedor da"uele, certamente teria sidodescoberto e tapado ou seguido para ver aonde levava.

8 fenda parecia um : em ziguezague ou um raio, e n$o

parecia 1aver nela muita coisa para ver, apenas uma espessaroc1a pelo menos dois palmos, talvez três. Mas tive aimpress$o de espa3o abrindose do outro lado, e também 1aviaa"uele ar "uente jorrando. Pensei ter visto talvez um pun1adode pontos rubros como brasas dan3ando lá dentro, mas deve tersido min1a imagina3$o, por"ue "uando pis"uei os ol1os já1aviam desaparecido.

&olteime para Qarin e mandeio ir andando. m segundo, me dê s0 um segundo ele disse.5irara a pe"uena bota de caub0i do menino de dentro da

camisa e enfiavaa no pé dele. 8 coisa mais carin1osa. 2aviatudo "ue a gente precisa saber do amor de um pai na maneiracomo ele fazia a"uilo.

5udo bem ele disse, "uando acabou. &amos

indo. Certo eu disse. 5ente manter o e"uilíbrio.:aímos o mais rápido "ue pudemos, mas ainda assim

pareceu durar uma eternidade. (os son1os de "ue falei, vejosempre o pe"ueno círculo de min1a Penlite deslizando sobre ascaveiras. ($o vira tantas "uando estava lá de fato, e algumas se1aviam desmanc1ado, mas nos son1os parecem mil1ares,

caveiras de uma parede a outra, projetandose redondas comoovos num desen1o animado, e todas sorriem e*atamente comoo pe"ueno "uando o pai o pegou, e nas 0rbitas dos ol1os vejopontin1os rubros dan3ando, como faíscas subindo de umincêndio.

(o todo, foi uma camin1ada pavorosa. ?u ficava ol1ando= frente, em busca da luz do dia, e por uma eternidade n$o a vi.

?nt$o, "uando por fim vi Hapenas um min9sculo "uadrado, "ueeu podia cobrir com o polegar a princípioI, o som da greda



pareceu tornarse mais alto "ue nunca, e decidi "ue o po3o iaesperar até estarmos "uase fora e desabar, como uma m$oesmagando uma mosca. Como se um buraco no c1$o pudessepensar% Mas "uando a gente está de fato num lugar da"uele, a

imagina3$o pega fogo. # som se propaga de uma maneiraes"uisita as idéias também.

? é mel1or ir dizendo logo "ue ainda ten1o algumasidéias sobre a Cascavel (9mero m. ($o vou dizer "ue fosseassombrada, nem mesmo num relat0rio reservado/, "ue talvezninguém jamais leia, mas também n$o vou dizer "ue n$o fosse.8final, "ue lugar teria mais probabilidades de abrigar fantasmas

"ue uma mina c1eia de mortos' Mas "uanto ao outro lado dalOmina de roc1a, se vi mesmo alguma coisa lá a"uelas luzesrubras dan3ando , n$o eram fantasmas.

8s 9ltimas dezenas de metros foram as piores. Preciseide toda for3a de vontade para simplesmente n$o passarcorrendo pelo :r. Qarin, e vi no rosto dele "ue sentia o mesmo.Mas n$o o fizemos, na certa por"ue sabíamos "ue íamos as

sustar ainda mais o resto da família se saíssemos disparados empOnico. 8o contrário, camin1amos como 1omens, Qarin com ofil1o nos bra3os, ferrado no sono.

-oi esse o nosso pe"ueno susto/.8 :ra. Qarin e as duas crian3as maiores c1oravam, e

todos se lan3aram sobre :et1, paparicandoo e beijandoo comose mal acreditassem "ue ele estava ali. ?le acordou e sorriu para

eles, mas n$o formou mais palavra alguma, apenas balbuciava. #:r. Qarin cambaleou até o paiol, "ue é um pe"ueno tel1eiro dezinco onde guardamos o material e*plosivo, e sentouseencostado no lado. 5ran3ou as m$os entre os joel1os e dei*oucair a cabe3a sobre elas. ?u sabia como se sentia. 8 esposaperguntoul1e se estava bem e ele respondeu "ue sim, s0precisava descansar e recuperar o f4lego. ?u disse "ue ia fazer

isso também. Perguntei = :ra. Qarin se podia levar os fil1os devolta ao 85&. )isse "ue talvez Jac[ "uisesse mostrar nossa Mo



aos irm$os. ?la deu um meio riso, como a gente faz "uando nadatem gra3a, e disse7

8c1o "ue a gente já teve aventura suficiente pra umdia, :r. :Fmes. ?spero "ue n$o leve a mal, mas eu s0 "uero dar o

fora da"ui.?u disse "ue compreendia, e ac1o "ue ela compreendeu

"ue eu precisava ter uma palavrin1a com seu marido antes detirarmos o time de campo. ($o "ue eu n$o precisasse merefazer um pouco também% Min1as pernas pareciam borrac1a.-ui até o paiol e me sentei ao lado do :r. Qarin.

:e a gente comunicar isso, vai ter muita encrenca

disse. Pra empresa, e também pra mim. Provavelmente eun$o seria demitido, mas poderia ser.

($o vou dizer uma palavra ele disse, erguendo acabe3a das m$os e ol1andome nos ol1os.

? n$o creio "ue ninguém vá censurálo se eu acrescentar"ue estava c1orando. 8c1o "ue "ual"uer pai teria c1orado,depois de um susto da"uele. ?u mesmo estava = beira das

lágrimas, e nem mesmo pusera os ol1os neles até a"uele dia.5oda vez "ue pensava no ar carin1oso de Qarin, enfiando a"uelabotin1a no pé do fil1o, me subia um bolo = garganta.

?u ficaria muito agradecido eu disse. 6obagem ele disse. ?u n$o sei como agradecer a

você. ($o sei nem por onde iniciar.?u come3ava a me sentir meio embara3ado a essa altura.

#ra, vamos disse. 8 gente fez isso juntos, e tudoestá bem "uando acaba bem.

8judeio a levantarse, e voltamos para os outros. Jáfizéramos a maior parte do percurso, "uando ele p4s a m$o emmeu bra3o e me deteve.

&ocê n$o deve dei*ar ninguém entrar lá disse. (em mesmo se os engen1eiros disserem "ue podem escorar

tudo. 5em alguma coisa errada lá dentro. :ei "ue tem eu disse. ?u senti.



>embravame do sorriso no rosto do menino mesmoagora, tantos meses depois, me causa arrepio lembrálo e"uase disse a ele "ue o menino também tin1a sentido. )epoisdecidi "ue n$o. )e "ue teria adiantado'

:e dependesse de mim ele disse eu jogava umacarga de seu paiol lá dentro e botava tudo abai*o. K umasepultura. <ue os mortos repousem nela.

($o é uma má idéia eu disse, e )eus deve terpensado o mesmo, também, por"ue o fez por :i pr0prio menosde duas semanas depois.

2ouve uma e*plos$o lá. ?, até onde eu sei, nen1uma

causa foi determinada. Qarin deu um meio sorriso, balan3ou acabe3a e disse7

)uas 1oras de estrada, e n$o vou nem acreditar "ueisso aconteceu. ?u l1e disse "ue talvez fosse mel1or assim.

Mas uma coisa "ue n$o vou es"uecer ele disse é"ue :et1 falou 1oje. ? n$o apenas palavras ou frases "ue s0 afamília pode entender. -alou mesmo.

&ocê n$o sabe como isso é espantoso, mas a gente, sim.8cenou para a família, "ue a essa altura já voltara para o 85&. ? se ele p4de fazer isso uma vez, pode fazer de novo.

? talvez ten1a feito, espero. 5ambém gostaria de saber.?stou curioso sobre esse menino, e em mais de um aspecto.<uando l1e entreguei sua super1eroína, ele me sorriu e me deuum beijo na boc1ec1a. ? foi um beijo gostoso, embora me

parecesse captar um pouco do bafio da mina em sua pele...a"uele c1eiro de fogueira, tipo cinza, carne e café frio.

)emos um afetuoso adieu ao Po3o da C1ina e leveiosde volta ao rebo"ue do escrit0rio, onde estava o carro deles. 8téonde pude ver, ninguém nos prestou muita aten3$o, embora eupassasse de carro pela @ua Principal. )esespero numa tarde dedomingo de ver$o "uente parece uma cidade fantasma.

>embrome "ue fi"uei ali parado, ao pé dos degraus dorebo"ue, acenando, "uando se dirigiram para a coisa terrível



"ue a irm$ de Qarin disse estar = espera deles no fim da viagem uma fuzilaria disparada de um carro em movimento. 5odosacenaram de volta... "uer dizer, fora :et1. # "ue "uer "ue1ouvesse na"uela mina, creio "ue tivemos sorte em sair... e ele

ser o 9nico sobrevivente do tiroteio em :an Jose% K "uase comose tivesse o "ue c1amam de vida encantada/, n$o é'

Como eu disse, tin1a son1os com isso no Peru sobretudo o son1o das caveiras, e com a min1a lanterna na"uelafenda , mas, acordado, n$o pensava muito no assunto, até lera carta de 8udreF LFler, a "ue estava pregada no "uadro deavisos "uando voltei. :allF perdeu o envelope, mas disse "ue era

endere3ado apenas = ?mpresa de Minera3$o de )esespero/.:ua leitura refor3ou min1a cren3a de "ue alguma coisa tin1aacontecido "uando :et1 estava lá embai*o, alguma coisa sobre a"ual talvez fosse errado mentir, mas eu menti. Como podia n$omentir, "uando nem sabia o "ue era essa alguma coisa'

8inda assim, a"uele sorriso.8"uele sorriso.

?ra um meninin1o simpático, e estou muito feliz "ue n$oten1a morrido na Cascavel He podia ter morrido todospodíamosI ou com os outros em :an Jose, mas...

# sorriso parecia n$o pertencer de modo algum aomenino. ?u gostaria de e*plicar mel1or, mas isso é o maispr0*imo "ue posso c1egar.

<uero anotar mais uma coisa. )evem lembrar "ue eu

disse "ue :et1 falou da vel1a mina/, e "ue n$o relacionei issocom o po3o da Cascavel, por"ue dificilmente alguém na cidadesabia a respeito, "uanto mais viajantes de passagem vindos de#1io. 6em, ali parado, comecei a pensar de novo no "ue eletin1a dito, ol1ando a poeira do carro deles assentar. (isso e emcomo ele atravessara correndo o rebo"ueescrit0rio e foradireto =s fotos do Po3o da C1ina no "uadro de avisos, como se já

1ouvesse estado ali mil vezes antes. Como se soubesse. 5iveuma idéia ent$o, e voltoume a"uela sensa3$o de arrepio. 5ornei



a entrar, para ol1ar as fotos, sabendo "ue era a 9nica forma deafastar a sensa3$o.

?ram seis fotos aéreas "ue a empresa encomendara naprimavera. Peguei a pe"uena lupa do meu c1aveiro e passeia

por elas, uma por uma. 5in1a o est4mago embrul1ado, dizendome o "ue ia ver antes mesmo de ver. 8s fotos aéreas 1aviamsido feitas muito antes do es"uema de e*plos;es "ue descobrirao po3o da Cascavel, de modo "ue n$o 1avia sinal dele. :0 "ue1avia. >embram "ue escrevi "ue ele correu as fotos batendonelas com os dedos, dizendo 8"ui está, a"ui está o "ue eu"uero ver, a"ui está a mina/' 8 gente ac1ou "ue ele falava do

po3omina, por"ue era para isso "ue serviam as fotos. Mas coma lupa pude ver as marcas "ue os dedos dele 1aviam dei*ado nalustrosa superfície delas. 5odas estavam na face sul, ondedescobrimos o po3o. ?ra isso "ue ele nos dizia "ue "ueria ver,n$o o po3o da mina, mas o t9nel da mina "ue as fotos nemse"uer mostravam. :ei como parece maluco, mas jamais duvideidisso. ?le sabia "ue estava ali. Para mim, as marcas dos dedos

dele nas fotos n$o apenas numa foto, mas em todas as seis o provam. :ei "ue isso n$o se sustentaria num tribunal, mas n$omodifica o "ue sei. K como se alguma coisa na"uela mina osentisse passando pela estrada e o c1amasse. ? de todas asmin1as perguntas, talvez s0 uma na verdade importe7 estará:et1 Qarin bem' ?u gostaria de escrever = irm$ de Qarin eperguntar, na verdade uma ou duas vezes peguei a caneta para

fazêlo, mais aí me lembro "ue menti, e para mim é difíciladmitir uma mentira. ?, também, será "ue "uero mesmo futucaron3a com vara curta' 8c1o "ue n$o, mas...

)evia 1aver mais coisas a contar, talvez, mas n$o 1á.5udo retorna ="uele sorriso.

($o me agrada a maneira como ele sorriu.?sta é min1a declara3$o autêntica do "ue aconteceu

)eus, se ao menos eu soubesse o "ue foi "ue vi%



%ap"tulo nze

1

V4- (!R Joi o primeiro a passar por cimada cerca dos Jundos dos %arver. *urpreendeu a todos atéa si mesmoN trepando Jacilmente, com um Onicoempurr)o de =ohnn0 nos Jundilhos para lan53<lo. Parouno alto por um ou dois se#undos, a:eitando as m)os a seu#osto. Brad =osephson parecia um macaco ma#ro aoluar. Pulou. uviu<se um #runhido baiUo do outro ladodas estacas.

F 4st3 bem, (outorW F per#untou udre0. F Téé F disse Billin#sle0. F 'nteirinho. @)o

estou, *usiW F %laro F concordou *usi Heller, nervosa.(epois, através da cerca$ F *ra. Q0ler, é vocSW (e onde0oc4 veioW

F 'sso n)o importa no momento. #enteprecisa...

F Gue Joi ue houve l3W !odo mundo est3 bemW

Minha m)e est3 tendo um ataue. m da3ueles.Todo mundo está bem. 4ra uma per#unta a ue Brad

n)o ueria responder. @in#uém ueria, tampouco, pelasaparSncias.

F *ra. ReedW F disse =ohnn0. F #ora (avid,depois vocS.

%ammie lan5ou<lhe um olhar seco e voltou<se para(ave. Murmurou mais uma vez al#uma coisa no ouvido



dele, alisando<lhe os cabelos. (avid ouviu com umaeUpress)o perturbada e respondeu murmurando, alto osuJiciente apenas para Brad ouvir$

F 4u n)o uero.4la tornou a murmurar, com mais veemSncia desta vez. Brad pe#ou as palavras seu irm!o perto do Jinal. (aveer#ueu os bra5os, a#arrou<se ao alto da cerca e saltou comJacilidade para o outro lado. 2ez isso, até onde Brad p+de

ver, sem ualuer eUpress)o, a n)o ser pelo ar de levenervosismo no rosto. %ammie Joi em se#uida, udre0 e

%0nthia empurrando. o che#ar ao topo, (ave er#ueu asm)os para recebS<la. %ammie deslizou para elas, n)otentando a#arrar<se Y cerca por se#uran5a. Brad teve aidéia de ue Yuela altura ela teria #ostado de uma ueda.

!alvez até de uebrar o pesco5o. Por 3ue nos mandou a3ui%m!eJ% #ritara o menino, talvez intuindo ue sua pr&priaavidez para ir F e a de =im F :amais serviria decircunst[ncia atenuante na mente dela. %ammie iriasempre se culpar, e ele provavelmente deiUaria ue oJizesse.

F BradW F 4ra uma voz ue ele teve prazer emouvir, embora raramente a ouvisse t)o suave epreocupada. F 4st3 a", ueridoW

F 4stou aui, Bee. F 4st3 bemW F gtimo. 4scuta, Bee, e n)o perca a calma. =im

Reed morreu. 4 também 4ntra#ian, de nossa rua.uviu<se um arue:o, e ent)o Joi *usi Heller

#ritando sem parar o nome de =im. 4m Brad, t)o eUaustoemocional uanto Jisicamente, esses #ritos despertaram

mais irrita5)o ue piedade... e o temor de ue atra"ssem



al#uém ainda menos a#rad3vel ue o #rande #ato e ocoiote de dedos humanos.

F *usiZ F Veio da casa a voz assustada de ^im

Heller. 4 ent)o também ela estava #ritando, o somparecendo cortar o ar enluarado como uma aJiada l[minaa #irar$ F Suuuu"siiii7 Suuuu"siiii7

A Cala a boca7 A berrou =ohnn0. F /ossa% im%C&L& & ->C&7

Por um mila#re, ela calou, mas a #arota continuou#ritando, como uma mal concebida =ulieta no uinto ato.

F (eus do céu F murmurou udre0.evou as m)os aos ouvidos, os dedos enJiados noscabelos.

F Bee F disse Brad através da cerca F, cala essamenina a". @)o importa como.

A 2=7 A grita0a Susi. F &&&HH% <<?S% 2=7 &H% <<?S% />7 />7 uviu<se um tapa. s #ritosJoram interrompidos uase imediatamente. (epois$

F VocS n)o pode bater em minha filha. Suuuu"siiii7@)o pode bater em minha filha% sua bruUa, pouco estouli#ando pra suas idéias de... de a5)o aJirmativaZ *ua bruKane#ra #ordaZ

F h, meu saco F disse %0nthia.

#arrou os pr&prios cabelos de duas cores eespremeu os olhos como uma crian5a ue n)o uer ver osminutos Jinais de um Jilme de horror.

Brad manteve os seus abertos e prendeu arespira5)o, esperando uma eUplos)o nuclear de Bee. 4m

vez disso, sua mulher i#norou a outra, chamando baiUinhoatravés da cerca$

F Vai passar o corpo dele por cima da cerca,Bradle0W



Parecia completamente composta, pelo ue Braddeu completas #ra5as.

F Téé. VocS, a m)e e o irm)o pe#uem ele uando

a #ente passar. F Vamos pe#ar. inda calm"ssima. F ^imW F Brad chamou através das estacas da

cerca. F *ra. HellerW Por ue n)o entra em casa, donaW F *imZ F disse ^im, num tom simp3tico. F

cho ue é uma boa idéia. Vamos voltar pra casa, n)o é,*usiW m pouco de 3#ua Jria no rosto vai Jazer a #ente se

sentir melhor.uviram<se pisadas. s Jun#ados come5aram adiminuir, o ue era bom. 4nt)o os coiotes recome5aram auivar, o ue era ruim. Brad olhou para tr3s e viu Ja"scasm&veis de luz prateada no escuro emaranhado da mata.lhos.

F #ente tem de se apressar F disse %0nthia. F VocS n)o sabe da missa nem a metade F disse

udre0.Brad pensou$ é o ue receio. Voltou<se e pe#ou =im

Reed pelos ombros. *entia, muito Jraco, o cheiro deUampu e lo5)o de barba ue o #aroto usara pela manh).@a certa pensava nas #arotas enuanto Jazia isso. =ohnn0

deu uma olhada nervosa para tr3s F para as Ja"scasm&veis de luz, sup+s Brad F e virou o corpo de =im, atéter um bra5o em torno da cintura do #aroto morto e ooutro embaiUo da bunda. udre0 e %0nthia pe#aram aspernas.

F ProntosW F per#untou =ohnn0. 4les Jizeramue sim com a cabe5a.

F @o trSs, ent)o. m... dois... tr4s.



4r#ueram o corpo como um uarteto aJinado. Porum horr"vel momento, Brad achou ue suas costas, uea#entavam uma ver#onhosa barri#a nos Oltimos dez anos

mais ou menos, iam travar<se. 4nt)o passaram o corpo de =im por cima da cerca. s bra5os do #aroto mortopendiam dos lados, na postura de um acrobata de circoconvidando o aplauso no cl"maU de um nOmero Jabuloso.

o lado de Brad, =ohnn0 parecia Y beira de umaparada card"aca. cabe5a de =im balan5ava JrouUa paratr3s. ma #ota de san#ue semicoa#ulado caiu e bateu na

Jace de Brad, Jazendo<o lembrar<se de #elatina de hortel),por al#um louco motivo, e o est+ma#o se trancou comouma m)o numa luva.

F :uda auiZ F arue:ou %0nthia. F Pelo amorde (eus, algum... pareceram m)os, ue pairaram por uminstante acima das estacas da cerca e depois se abriram emdedos ue a#arraram a camisa de =im e o c&s da bermuda.@o momento em ue Brad soube ue n)o poderia se#uraro corpo nem mais um se#undo :amais até ent)oentendera de Jato a idéia de peso morto1% ele lhe Joi tomado.uviu<se um baue de carne, e de uma peuena dist[nciana varanda dos Jundos dos %arver, Joi o palpite de BradN,*usi Heller soltou outro breve #rito.

=ohnn0 olhou<o, e Brad uase se convenceu de ueo homem sorria. F Parece ue deiUaram cair F disse =ohnn0 em

voz baiUa.Passou um bra5o pelo rosto suado, depois baiUou<

o. sorriso F se Jora isso mesmo F desaparecera. F pa F Jez Brad.

F Téé. pa mesmo, porra.



F 4i, (outor F eUclamou %0nthia em voz baiUa. F Pe#ueZ @)o se preocupe, est3 na trava de se#uran5aZ

*uspendeu o .?><.>6, coronha para a Jrente,

er#uendo<se nas pontas dos pés para pass3<lo por cima dacerca. F Pe#uei F disse Billin#sle0. (epois, em voz mais

baiUa$ F uela mulher e a Jilha idiota Jinalmenteentraram em casa.

%0nthia trepou na cerca e passou por cima comJacilidade. udre0 precisou de um empurr)o e uma m)o

no uadril para euilibr3<la, e ent)o estava do outro ladotambém. *teve Joi a se#uir, usando as m)os entrela5adasde Brad e =ohnn0 como ca5amba, e depois sentando<se notopo por um momento, Y espera de ue passasse umpouco a dor nos ombros lacerados. Guando passou,

virou<se na cerca para o lado de dentro e se pro:etou, maissaltando do ue tentando deiUar<se escorre#ar para baiUo.

F 4u n)o posso passar pro outro lado F disse =ohnn0. F (e :eito nenhum. *e tivesse uma escada na#ara#em...

?"u"????7%.. ?"u"????7 Guase diretamente atr3s deles. s dois saltaram nos

bra5os um do outro uase t)o inconscientemente uanto

crian5as peuenas. Brad virou a cabe5a e viu vultosacercando<se. %ada um se avolumava por tr3s de um pardauelas Ja"scas de luar semicirculares.

F %0nthiaZ F #ritou =ohnn0. F tire o riJle.Guando a voz dela respondeu, pareceu assustada e

incerta. F Guer dizer, devolver por cima da...

F @)oZ @)oZ *& atire pra cimaZ



como um coiote ele pr&prio. s l3#rimas escorriam dosolhos. 4le martelava o ch)o com o punho.

F Brad, ue é ue h3W F sussurrou =ohnn0 acima.

F 4sueceZ F ele disse, ainda dando risadinhas. F *& trate de sair das minhas costasZ Puta merda, ue éue tem nesses sapatosW !ravasW

4nt)o, #ra5as a (eus, o peso se Joi. uviram<se#runhidos uando =ohnn0 tentou passar a perna por cimada cerca. Brad levantou<se, passou por mais um sustouando as costas amea5aram travar, e depois meteu um

ombro carnudo sob o rabo de =ohnn0. m momentodepois, ouviu outro #runhido de esJor5o e um #ritoabaJado do outro ao descer.

ue o deiUava inteiramente s& e sem banuinhode pé.

Brad olhou o alto da cerca e pensou ue pareciaestar a uns trinta metros. (epois relanceou o olhar paratr3s e viu os vultos avan5ando de novo, Jechando o cercosobre ele num crescente cada vez menor.

#arrou duas das estacas, e ao Jazer isso al#umacoisa rosnou atr3s dele. m ro5a#ar no mato. 4le olhoupara tr3s e viu uma criatura ue parecia mais um porcoselva#em ue um coiote... s& ue o ue na verdade parecia

era um desenho malJeito de crian5a, nada mais, de Jato,ue um #arrancho apressado ue de al#um modo #anhara vida. !odas as pernas tinham tamanhos diJerentes, eterminavam em tocos rombudos ue n)o pareciam patasnem dedos. s olhos eram c"rculos prateados vazios.2ocinho de porco. *& os dentes pareciam de Jato reais,umas coisas tortas imensas, ue sa"am de cada lado da

boca da Jera.



adrenalina bateu no sistema nervoso de Bradcomo uma coisa disparada de uma das serin#as de cavalodo Velho (outor. 4le esueceu inteiramente as costas e

#uindou<se, dobrando os :oelhos entre o peito e a cerca,uando ouviu a coisa atacar. 4la che#ou pouco abaiUo deseus pés, com Jor5a suJiciente para Jazer tremer toda acerca. 4nt)o =ohnn0 pe#ou um de seus pulsos e (aveReed o outro, e Brad marinhou para o topo da cerca,deiUando #enerosos peda5os de pele para tr3s. !entoupassar a perna esuerda e em vez disso bateu com o

tornozelo numa das estacas. 4 ent)o caiu, ras#ando todoum lado da camisa no esJor5o para a#arrar<se ao alto dacerca com a m)o direita. *oltou a tempo de n)o uebrar obra5o, mas uando aterrissou parte em cima de =ohnn0,mas sobretudo em cima de sua esposa admiravelmenteacolchoadaN, sentiu o san#ue escorrendo da aUila.

F Gue tal sair de cima de mim, bonit)oW Fper#untou a pr&pria dona admiravelmente acolchoada,parecendo sem J+le#o. F Guer dizer, se n)o Jor nenhuminc+modo pra vocS.

Brad arrastou<se de cima dos dois, desabouamontoado e rolou de costas. lhou as estranhas estrelas,umas coisas inchadas piscando como as luzes de @atal

ue penduravam nas ruas principais das cidadezinhas,todo ano, no dia se#uinte ao de 5)o de Hra5as. ue via eram estrelas t)o reais uanto ele era o rei da PrOssia...mas estavam l3 em cima mesmo assim. 4stavam, sim, bemacima dele, e até onde estamos Jritos, uando o pr&priocéu Jaz parte de uma maldita conspira5)oW

Brad Jechou os olhos para n)o ter de vS<las. @o

olho da mente F o ue mais se abria uando os outrosdois se Jechavam F viu %ar0 Ripton :o#ando<lhe seu



Shopper. Viu sua pr&pria m)o, a ue n)o se#urava aman#ueira, er#uer<se e pe#3<lo. -oa% Sr. 2osephson7% #ritara%ar0, com Jranca admira5)o. Vinha de muito lon#e, auela

voz, como uma coisa ecoando num desJiladeiro. Maisperto, ouvia uivos ue vinham da mata do outro lado dacerca s& ue a#ora n)o era mata, era desertoN. 4 estesJoram se#uidos por uma série de Jortes impactos, com osporcos<coiotes lan5ando<se contra ela.

@ossa. F Brad F disse =ohnn0. Voz baiUa. %urvado sobre

ele, a :ul#ar pelo som. F Gue éW F VocS est3 bemW F PerJeito. F inda sem abrir os olhos. F Brad. A ,ue J F 4u tive uma idéia. Prum Jilme. F VocS é um man"aco, =ohn. F lhos ainda

Jechados. ssim tudo Jicava melhor. F Mas eu mordo aisca. %omo vai se chamar esse Jilme onde eu entroW

A /egro /!o Sobe Cerca F disse =ohnn0, e p+s<se arir alucinadamente. 4ra um som eUausto e meio louco. F%hamo Mario Porra Van Peebles pra diri#ir. arr0

2ishburne Jaz vocS. F %laro F disse Brad, sentando<se dolorido. F4u adoro arr0 2ishburne. T muito intenso. Jere5a a eleum milh)o de adiantamento. Guem resisteW

F %erto, certo F concordou =ohnn0, a#ora rindotanto ue mal podia Jalar s& as l3#rimas lhe escorriampelo rosto, e Brad achava ue n)o eram l3#rimas de riso.

-3 menos de uarenta minutos, %ammie Reedestivera por um Jio para estourar a cabe5a dele, e Brad



duvidava ue =ohnn0 houvesse esuecido isso. (uvidavaue =ohnn0 esuecesse muita coisa. Provavelmente era umtalento de ue se livraria, se tivesse oportunidade.

Brad levantou<se, pe#ou a m)o de Bee e a:udou<a alevantar<se. uviam<se outros baues na cerca, maisuivos, e sons de dentes roendo, como se os Jamintosabortos do outro lado tentassem abrir caminho por entreas estacas, comendo<as.

F Gue é ue vocS achaW F per#untou =ohnn0,deiUando Brad a:ud3<lo também. %ambaleou,

reeuilibrou<se, enUu#ou os olhos encharcados. F cho ue, na hora do vamos ver, eu subidireitinho F disse Brad. bra5ou a esposa, e olhou para

=ohnn0. F Vamos, uerido. VocS escalou para o sucessoem cima de seu primeiro ne#ro, deve estar inteiramenteeUausto. Vamos pra dentro de casa.

2

%'* G4 *! meio tr+pe#a pelo port)o doJundo do uintal de !om Billin#sle0 era a vers)o de umacrian5a do #rande la#arto venenoso ue =eb Murdoc/derruba de um rochedo durante seu duelo com %and0,mais ou menos na metade de >s 2usticeiros. cabe5a,porém, era de um Ju#itivo do Parue dos (inossauros.

*ubiu saltando os de#raus do Jundo, che#ou Y portade tela e empurrou<a com o Jocinho. @ada aconteceu a

porta abria<se para Jora. la#arto esticou a cabe5a s3uriapara a Jrente e p+s<se a roer a tela embaiUo. !rSs mordidas



Joram o bastante, e ent)o estava na cozinha do Velho(outor.

Har0 *oderson teve a consciSncia distante de um

vento Jétido soprando em seu rosto. !entou aJast3<lo coma m)o, mas isso s& o Jez tornar<se mais Jorte. 4r#ueu aoutra m)o, tocou uma coisa ue parecia um sapato decouro de :acaré F um sapato de couro de :acaré muito#rande F e abriu os olhos. ue viu curvado sobre ele, Ydist[ncia de um bei:o, Jitando<o com uma curiosidadeuase humana, era t)o #rotesco ue ele n)o p+de nem

#ritar. coisa<la#arto tinha olhos cor de laran:a. " est3, pensou Har0, meu primeiro #rande atauede delirium tremens. l3, maru:ada, lo#o Y Jrente.

2echou os olhos. !entou dizer a si mesmo ue n)osentia cheiro de p[ntano nem ouvia os estalidos de umacauda arrastando<se sobre o lin&leo da cozinha. *e#urou am)o da esposa morta. (isse$

F @)o tem nada a". @)o tem nada a". @)o... ntes de concluir a terceira repeti5)o e todos

sabem ue a terceira vez é a chave do encantoN, o monstro:3 cravara os dentes em sua #ar#anta e a ras#ara.

3

=-@@\ V' @* pezinhos pela porta aberta dadespensa e olhou. 4llie e Ralphie estavam deitados l3dentro, no ue parecia um colchonete, abra5ados.

(ormiam proJundamente, apesar dos tiros l3 Jora, masmesmo no sono n)o haviam escapado inteiramente ao ue



acontecia tinham os rostos p3lidos e tensos, a respira5)oemitia um som l"uido ue o Jazia lembrar solu5osabaJados, e Ralphie torcia os pés, como se no sonho

estivesse correndo. =ohnn0 calculou ue 4llie devia ter encontrado ocolchonete e levado para a despensa, para ela e oirm)ozinho deitarem<se certamente n)o Jora îm Helleruem Jizera auilo. îm e a Jilha haviam retomado seusanti#os lu#ares :unto Y parede, s& ue a#ora se sentavamem cadeiras, n)o no ch)o.

F =im morreu mesmoW F per#untou *usi, olhandopara =ohnn0 com olhos Omidos e brilhantes, uando eleentrou atr3s de Brad e Belinda. F 4u simplesmente n)oacredito, a #ente estava :o#ando disco como sempre, e iaao cinema ho:e de noite...

=ohnn0 perdera inteiramente a paciSncia com ela. F Por ue n)o sai na varanda dos Jundos e vS p+r

si mesmaW F Por ue est3 sendo t)o sacanaW F per#untou

îm, Juriosa. F Minha Jilha talvez )amais supere umtrauma sério como esse. 4la teve um profundo cho3ue.

F @)o Joi a Onica F disse =ohnn0. F 4 por Jalarnisso...

F (eiUa pra l3, cara, a #ente n)o precisa bri#ar Fdisse *teve mes.*em dOvida era verdade, mas =ohnn0 n)o li#ava

mais. pontou um dedo para îm, ue o olhava de voltacom olhos ardentes e ressentidos.

F 4 por Jalar nisso, da pr&Uima vez ue vocSchamar Belinda =osephson de bruUa ne#ra, eu enJio seus

dentes pela #oela abaiUo.



F h, meu saco, n)o é ue vocS acha mesmo uecaga brasaW F per#untou îm, revirando os olhosteatralmente.

F Pare com isso, =ohn F disse Belinda, e pe#ou<opelo bra5o. F #ora mesmo. #ente tem coisas maisimportantes pra...

F BruUa ne#ra #orda F disse îm Heller. F @)oolhava para Belinda ao dizer isso, mas para =ohnn0. indatinha os olhos em chamas, mas a#ora sorria. 4le achouue era o sorriso mais venenoso ue :3 vira em sua vida.

F BruUa ne#ra crioula #orda. F (ito isso, apontou para apr&pria boca e os dentes Y mostra, como uma mulhertentando suicidar"se num :o#o de adivinha5)o. Jilhaolhava<a pasma. F !udo bemW uviuW 4nt)o venha.4nJie meus dentes pela minha #oela abaiUo. Vamos ver

vocS tentar. =ohnn0 avan5ou, para Jazer eUatamente isso. Brad

a#arrou<o por um dos bra5os. *teve a#arrou<o pelo outro. F *aia daui, sua idiota F disse o Velho (outor.

!inha a voz dura e seca. Mas îm entendeu, de al#ummodo, e lan5ou<lhe um olhar espantado, perpleUo. F *aiadaui a#ora mesmo.

îm levantou<se de sua cadeira, puUando *usi da

dela. Por um instante, pareceu ue iam para a sala de visitas :untas, mas ent)o *usi se soltou. îm estendeu am)o para ela, mas ela continuou a recuar.

F Gue acha ue est3 JazendoW F per#untou îm. F Vamos pra sala de visitasZ Vamos nos aJastar desses...

F 4u, n)o F disse *usi, balan5ando rapidamente acabe5a. F VocS, talvez. 4u, n)o. m<hum.

îm olhou<a JiUo, depois voltou a =ohnn0. !inha orosto nauseado, numa espécie de odiosa conJus)o.



F (S o Jora daui, îm F disse =ohnn0. inda se via enJiando o punho na boca da mulher, mas a JOriapassava e sua voz era uase Jirme. F VocS est3 Jora de si.

F *usiW Venha :3 pra c3. Vai se aJastar dessa #enteodienta.*usi deu as costas Y m)e, tremendo toda. =ohnn0

achou ue isso n)o mudava sua opini)o sobre a #arotacomo uma criatura superJicial e JOtil... mas pelo menos elaparecia um elo ou dois acima da m)e na cadeia daevolu5)o.

entamente, como um rob+ enJerru:ado, (aveReed er#ueu os bra5os e abra5ou<a. %ammie pareceu ueia protestar contra isso, mas desistiu.

F !udo bem F disse îm. !inha de novo a vozclara e composta, a voz de al#uém ue Jaz um discursonum sonho. F Guando vocS precisar de mim, estou nasala de visitas. F Volveu os olhos para =ohnn0, a uemparecia identiJicar como a ori#em de toda a suainJelicidade. F 4 vocS...

F Pare F disse udre0, r"spida. 4spantados,todos se voltaram para ela, menos îm, ue deslizou paraa escurid)o da sala de visitas. F #ente n)o tem tempopra essa merda. !emos uma oportunidade de sair disso...

peuena... mas se vocSs, idiotas, Jicarem a" batendo boca,a #ente s& vai é morrer mesmo. F Guem é vocS, madameW F per#untou *teve. F udre0 Q0ler.4ra alta, tinha pernas lon#as, Jo#osas e n)o pouco

sensuais sob a bermuda azul, mas o rosto p3lido e meiodesvairado. 4sse rosto lembrou a =ohnn0 a aparSncia dos

Jilhos dos %arver dormindo nos bra5os um do outro, e derepente se viu tentando lembrar da Oltima vez ue vira



udre0, e se divertira muito com ela. @)o conse#uiu. 4racomo se ela houvesse abandonado inteiramente a vidacasual e passa#eira da rua.

-ebeinbo% bebeinbo% pensou de repente, da mam!emordeu o peitinho. 4nt)o se lembrou dos Jur#Kes no ch)o docovil dos Q0ler, na tarde em ue passara al#um tempo

vendo -onana com *eth. 4, lembrado isso, iniciou<se umaespécie de deslizamento em sua cabe5a. Bandidos uepareciam artistas de cinema. Ma:or Pi/e, um bomnailien"#ena ue vira mau. cen3rio dos Jilmes de caub&i.

*obretudo isso. <le adora os 0elhos filmes de caubBi% dissera udre0 nauele dia. %atava al#uns dos brinuedos deleenuanto Jalava, Jazendo isso como Jazem as pessoasuando est)o nervosas. Bonanza e !he RiJleman s!o os

fa0oritos dele% mas 3uase 3ual3uer coisa 3ue passem na T; a cabo%ele 04. ,uer dier% se ti0er ca0alo.

F T seu sobrinho, udre0. @)o éW T *eth ue est3Jazendo isso.

F @)o. F 4la er#ueu uma das m)os e enUu#ou osolhos. F *eth, n)o. T o ue est3 dentro dele.

4

F V %@!R V%* o ue puder, mas n)otemos muito tempo. s Poer Qa#ons v)o estar de voltadaui a pouco.

F Guem est3 dentro delesW F per#untou o Velho

(outor. F VocS sabe, udW



F =usticeiros. Bandidos. Policiais de Jic5)ocient"Jica. 4 este lu#ar onde estamos é em parte o Velhoeste mostrado na !V, e em parte um lu#ar chamado

%orredor de 2or5a, ue s& eUiste na vers)o em desenhoanimado do século 8? na !V. F 4la inspirou Jundo ecorreu as m)os pelos cabelos. F @)o sei tudo, mas...

F %onte tudo ue puder F disse =ohnn0. 4laolhou seu rel&#io e Jez uma careta.

F Parou. F meu também F disse *teve. F de todo

mundo, ima#ino. F cho ue tem tempo F disse udre0. F Guerdizer, acho ue ainda é cedo pra ualuer... ualuermo0imento por enuanto. F (eu uma sObita risada,espantando =ohnn0. 4spantando todos, ao ue parecia.@)o tanto pelo tom histérico como pela #enu"na ale#ria.4la viu os olhares deles e controlou<se. F (esculpem... éuma espécie de trocadilho. VocSs n)o podem entender.Mas, se:a como Jor, a #ente tem de esperar. *e ele trouUeros :usticeiros de volta enuanto isso, vamos ter de...a#entar eles, eu acho.

F 4st)o Jicando mais JortesW F per#untou%ammie de repente. F 4sses :usticeiros, eles est)o

Jicando mais poderososW F 4st)o F disse udre0. F 4 se a coisa ue Jazisso pe#ou a ener#ia das pessoas ue morreram l3 na mata,a rodada se#uinte vai ser ainda pior. Rezo pra ue isso n)otenha acontecido, mas acho ue provavelmenteaconteceu.

lhou<os em volta, inspirou bem Jundo, e

come5ou.



5

F %'* G4 4*!L dentro de *eth se chama !a/. F T um dem+nio, udW F per#untou o Velho

(outor. F l#um tipo de dem+nioW F @)o. @)o tem nenhuma... nenhuma reli#i)o,

acho ue era o ue vocSs diriam. menos ue a !V

conte. Parece mais um tumor, eu acho. m tumorconsciente, ue #osta de crueldade e violSncia. =3 est3dentro dele h3 dois anos. ma vez eu ouvi uma hist&ria,de uma mulher de Vermont ue encontrou uma aranha

viOva<ne#ra na pia. parentemente, tinha vindo numcaiUote vazio ue o marido levara pra casa do super<mercado onde trabalhava. caiUote viera cheio de

bananas da mérica do *ul. aranha tinha entrado comelas ao serem encaiUotadas. cho ue Joi assim ue !a/che#ou Y Rua dos Llamos. *& ue a#ora é uma viOva<ne#ra ue Jala. 4ssa coisa chamou *eth, uando ele e aJam"lia atravessavam o deserto. travessavam /e0ada. coisa sentiu ele, uma pessoa ue ela podia usar, passandopor perto, e chamou.

BaiUou o olhar para as m)os, Jortemente tran5adasno colo. #ora ^im Heller estava parada na porta da salade visitas, atra"da pela hist&ria de udre0 Q0ler. udre0tornou a er#uer os olhos. 2alava para todos eles, mas erapara =ohnn0 ue seus olhos voltavam sempre.

F cho ue no princ"pio estava Jraca, mas n)o

demais pra perceber ue a Jam"lia de. *eth representavauma amea5a pra ela. @)o sei até onde eles sabiam ou



desconJiavam, mas sei ue minha Oltima conversa peloteleJone com meu irm)o Joi muito estranha. cho ue Billpodia ter me contado muita coisa... se !a/ tivesse deiUado.

F 4ssa coisa pode Jazer issoW F per#untou *teve. F %ontrolar os outros assimW 4la indicou a pr&pria bocainchada.

F Minha pr&pria m)o Jez isso F disse F, masn)o era eu uem mandava nela.

F @ossa F disse %0nthia. lhou nervosa as Jacaspenduradas em seus cabides ma#netizados acima do

balc)o da cozinha. F 'sso é mau. =uito. F Mas podia ser pior F disse udre0. F !a/ s&eUerce controle J"sico a pouca dist[ncia.

F Pouca comoW F 4m #eral, n)o mais de oito a dez metros. lém

disso, sua inJluSncia J"sica se es#ota r3pido. <m geral. #ora, tudo pode ser. Porue !a/ :amais esteve t)ocarre#ado de ener#ia.

F (eiUe<a contar a hist&ria dela F disse =ohnn0.4le sentia o tempo uase como uma coisa tan#"vel,

escapando<lhes. @)o sabia se recebia essa impress)o de udre0, ou se vinha de dentro de si mesmo, e n)o seimportava. tempo era curto. =amais sentira t)o

Jortemente uma intui5)o em sua vida. tempo era curto. F inda tem um menino dentro dauele corpo Fela disse, Jalando deva#ar e com #rande SnJase. F mmenino mei#o e especial, chamado *eth Harin. 4 o maisdesprez"vel é ue !a/ usa o ue a crian5a adora pra Jazersuas chacinas. @o caso de meu irm)o e a Jam"lia dele, Joio !rac/er rro, um dos Poer Qa#ons dos Moto^ops.

4les estavam na %aliJ&rnia, no Jim da via#em ue passoupor @evada, uando aconteceu. @)o sei onde !a/



arran:ou ener#ia suJiciente pra invocar o !rac/er rrodos pensamentos e sonhos de *eth nauela etapa de seudesenvolvimento. *eth é a Jonte b3sica de ener#ia, mas

n)o basta. coisa precisa de mais pra en#renar de Jato. F T um vampiro, n)o éW F per#untou =ohnn0. F*& ue su#a ener#ia ps"uica, em vez de san#ue.

4la Jez ue sim com a cabe5a. F 4 a ener#ia ue usa é mais abundante uando

al#uém est3 soJrendo. @o caso de Bill e do resto daJam"lia dele, talvez al#uém na vizinhan5a tenha morrido

ou se machucado. u... F u talvez ele pr&prio pudesse machucar al#uém F disse *teve. F m va#abundo dando sopa, poreUemplo. m bebum empurrando um carrinho desupermercado. *e:a uem Jor, aposto ue morreu com umsorriso nos l3bios.

udre0 olhou para ele, o rosto triste e nauseado. F VocS sabe. F @)o muito, mas o ue sei se encaiUa no ue

vocS est3 dizendo F disse *teve. F !em um cara assiml3 atr3s. F 'ndicou com o pole#ar a dire5)o #eral da mata.

F 4ntra#ian o reconheceu. (isse ue esteve na rua umasduas ou trSs vezes antes do in"cio do ver)o. 4ntrou no

alcance de seu sobrinho, n)o JoiW %omoW F @)o sei F ela disse, desanimada. F (evo terestado Jora.

F ndeW F per#untou %0nthia. chava ue a *ra. Q0ler era uma espécie de reclusa.

F (eiUa pra l3 F disse udre0. F T uma espéciede lu#ar aonde vou. VocSs n)o iam entender. uest)o é

ue !a/ matou meu irm)o Bill e o resto da Jam"lia dele. 4usou um dos Poer Qa#ons pra Jazer isso.



F !alvez s& desse conta de um trombone ent)o,mas a#ora p+s toda a oruestra pra tocar, n)o éW Fper#untou =ohnn0.

udre0 desviara o olhar deles a#ora, mordendo osl3bios, ue pareciam secos e Jeridos. F -erb e eu Jicamos com ele, e em al#uns

aspectos... muitos, na verdade... eu :amais me arrependi. #ente n)o teve Jilhos. 4le era um menino ador3vel, umado5ura de menino...

F l#uém na certa amava a BruUa M3 também F

disse %ammie Reed, com uma voz seca e rascante. udre0 olhou para ela, ainda mordendo os l3bios, edepois voltou para =ohnn0, pedindo compreens)o com osolhos. 4le n)o 3ueria compreender, depois de tudo ueacontecera, sobretudo depois de ver a terr"vel distor5)o norosto de =im Reed uando a bala entrou no cérebro, masachava ue talvez compreendesse um pouco, pelo menos.Guisesse ou n)o.

F s primeiros seis meses, mais ou menos, Joramos melhores. 4mbora mesmo nauela época a #entesoubesse ue tinha alguma coisa errada, claro.

F VocSs o levaram a um médicoW F per#untou =ohnn0.

F @)o teria adiantado nada. !a/ ia se esconder.s testes n)o iam mostrar nada, tenho uase certeza. 4depois... mais tarde... uando a #ente voltasse pra casa....

=ohnn0 eUaminou a boca inchada e disse$ F 4le ia casti#ar vocSs. F T. 4u e... F voz en#rolou<se, interrompeu<se,

recome5ou como pouco mais ue um sussurro. F 4u e

-erb.



F -erb n)o se matou, se matouW F per#untou !om. F 2oi essa coisa, !a/ ue matou ele.

4la tornou a Jazer ue sim com a cabe5a.

F -erb ueria ue a #ente se aJastasse dele. !a/sentiu isso. 4 descobriu ue n)o ia poder usar -erb pra...pra uma coisa ue ueria Jazer. 2azer seUo... eKperimentarseUo... comi#o. -erb n)o ia permitir. 'sso deiUou !a/Jurioso.

F (eus do céu F disse Brad. F !a/ matou -erb e se reabasteceu. (epois disso,

*eth Joi s& o reJém dele... mas era s& o ue ele precisavapra me manter na linha. F Porue vocS ama o menino F disse =ohnn0. F T, correto, porue eu amo o menino. F @)o

Joi desaJio ue =ohnn0 ouviu na voz dela, mas umaestranha e terr"vel ver#onha. %0nthia passou uma toalhade papel para ela, mas ela apenas Jicou com o papel nam)o, como se n)o tivesse idéia do ue Jazer com ele. Fo#o, de certa Jorma, meu amor é respons3vel por tudoue aconteceu. T terr"vel, mas provavelmente verdade. F

Volveu os olhos molhados para %ammie Reed, sentada noch)o com um bra5o em torno do Jilho ue lhe restava. F@unca achei ue Josse che#ar a isso. VocSs tSm de

acreditar. Mesmo depois ue !a/ eUpulsou os -obart ematou -erb, eu n)o Jazia idéia dos poderes dele. (o ue podiam ser os poderes dele.

%ammie olhava<a, sem dizer nem denunciar nadano rosto de pedra.

F (esde ue -erb morreu, *eth e eu temos vividouma vida tranila F disse udre0. =ohnn0 pensou ue

era a primeira mentira ue ela lhes dizia, embora talvezhouvesse contornado a verdade uma ou duas vezes até



che#ar ali. F *eth tem oito anos, mas a escola n)o eraproblema. 4u cumpria al#umas eUi#Sncias do ensino emcasa e enviava um Jormul3rio uma vez por mSs ao

%onselho de 4duca5)o de hio. 4ra uma piada, na verdade. *eth Jicava vendo seus Jilmes e seriados de !V otempo todo. 4ra essa a 0erdadeira educa5)o dele. Brincavana caiUa de areia. %omia... hambOr#ueres e espa#ueteJranco<americano, sobretudo... e tomava todo o leiteachocolatado ue eu preparasse. @a maioria das vezes era*eth. F lhou<os com um ar de sOplica. F @a maioria

da vezes era. *& ue... o tempo todo... !a/ estava l3dentro. %rescendo. (eitando suas ra"zes cada vez maisJundo. 'nvadindo<o.

F 4 vocS n)o sabia ue nada disso estavaacontecendoW F per#untou ^im da porta. F h, espere,eu tinha esuecido. 4le matou seu marido. Mas vocSsimplesmente passou por cima disso, n)o JoiW @a certacomo um acid...

A ;oc4s n!o entendem7 F uase #ritou udre0. F@)o sabem o ue era viver com ele, e com auela coisadentro deleZ 4ra *eth, e ent)o eu tinha al#uma idéia uen)o ocultava bem dentro da cabe5a, e me via dandomarradas numa parede repetidas vezes, como se Josse um

brinuedo de corda e o menino meu dono uisesse medespeda5ar. u eu mesma me socava o rosto, ou beliscavaminha... minha pele...

sou ent)o a toalha de papel, n)o para enUu#ar osolhos, mas o suor da testa.

F ma vez, ele Jez com ue eu ca"sse da escada Fdisse. F 2oi por volta do @atal, no ano passado. 4u s&

tinha mandado ue ele parasse de meUer nos embrulhosembaiUo da 3rvore. Pensei ue estava Jalando com *eth,



entendemW, ue !a/ tinha ido l3 pro Jundo. 4stavadormindo. -ibernando. ue uer ue ele Ja5a. 4nt)o vios olhos escuros demais, n)o eram os de *eth, mas a" :3

era tarde demais. Me levantei da cadeira e Jui pra escada.@)o posso dizer a vocSs como é, como é horr"vel... comoir de passa#eira num carro diri#ido por um man"aco. 4ume virei no alto da escada e simplesmente... saltei dopatamar. %omo se saltasse de um trampolim. @)o uebreinada, porue a coisa amorteceu a ueda no Oltimose#undo. u talvez Josse *eth. (e ualuer Jorma, ainda

Joi um mila#re. @)o uebrei nenhum bra5o ou perna. F u o pesco5o F disse Belinda. F m<hum, ou o pesco5o. *& estou tentando dizer

ue, sim, eu o amava... mas vivia aterrorizada pela coisa. F *eth era o prSmio, e !a/ o casti#o F disse

=ohnn0. F %erto. 4 eu tinha meu lu#ar pra onde ir,

também. Guando tudo Jicava insuport3vel demais. *etha)uda0a nisso, eu sei ue a:udava. ssim, o temposimplesmente... passou. %omo passa, talvez, pras pessoascom c[ncer. #ente vai em Jrente, porue n)o tem outraescolha. #ente se acostuma a uma certa medida de dor emedo, e acha ue vai parar, ue tem de parar. 4u nunca

soube ue !a/ plane:ava isto. VocSs tSm de acreditar. @amaioria das vezes, eu podia prote#er meus pensamentosdele. @unca me ocorreu ue ele tivesse pensamentos...

planos... ue escondia de mim. 4le esperou... e ent)o achoue auele va#abundo apareceu l3 em casa uando euestava Jora... visitando minha velha ami#a =an... e a"...

4la parou, uase visivelmente contendo<se,

se#urando<se.



F 4ste pesadelo em ue a #ente est3 é umacombina5)o de >s 2usticeiros e =otoops ''% o Jilme decaub&i e o desenho animado preJeridos dele. m epis&dio

em particular, sobre o %orredor de 2or5a. 4u vi umapor5)o de vezes *eth tem n)o em uma, mas em tr4s desuas cole5Kes de Jitas. T muito, mas muito assustador praum desenho animado. Muito intenso. *eth Jicavaaterrorizado com ele... Jez UiUi na cama trSs noitesse#uidas depois ue viu a primeira vez... mas tambémJicava entusiasmado. *obretudo porue as persona#ens de

sempre, as boas e as m3s, se :untam pra destruir osapavorantes alien"#enas ue se escondem no %orredor de2or5a. 4sses alien"#enas est)o em casulos ue o %oronel-enr0 a princ"pio toma por #eradores de Jor5a, e o trechoem ue eles saem e atacam os Moto^ops assustariaualuer um. *& ue eu acho ue nesta vers)o doD%orredor de 2or5aE os casulos s)o nossas casas. 4 nBs...

F s alien"#enas apavorantes F disse =ohnn0.Balan5ou a cabe5a. F 4 acho ue o ue mais atrai as duaspartes dele... ou da coisa... é a idéia da coopera5)o Jor5ada.*e :untem, sen)o... s crian5as #ostam da idéia, porue asabsolve da Jun5)o de :ul#ar, no ue a maioria n)o é muitoboa, pra come5ar.

udre0 também balan5ava a cabe5a. F T, parece correto. %omo as persona#ens dos 2usticeiros% bons e maus, sempre se :untaram com osMoto^ops nas Jantasias de *eth na caiUa de areia. @essasJantasias, o eriJe *treeter e =eb Murdoc/ se :untam,embora se:am inimi#os mortais no Jilme.

F ue est3 acontecendo a#ora ainda é uma

Jantasia pra *ethW F per#untou =ohnn0. F Gue é ue vocS acha, udW



F @a verdade eu n)o sei F ela disse F, porue édiJ"cil saber onde termina !a/ e come5a *eth... a #entetem de sentir% por assim dizer, nesse ponto. Guer dizer, em

al#um n"vel, ele provavelmente sabe ue n)o é, como acrian5a sabe ue n)o acredita em Papai @oel uandoche#a aos oito ou nove anos... Mas a #ente detesta abrirm)o desses Jaz<de<contas, n)o éW 4les tSm um... F'nterrompeu<se por um momento. l3bio inJeriortremeu, depois voltou a Jirmar<se. F maioria deles temuma certa do5ura, uma coisa ue a:uda a superar os maus

momentos. !a/ deiUou *eth encenar as Jantasias delenuma tela maior do ue a da maioria de n&s, s& isso. F (iabos, ele as est3 encenando na realidade

virtual F disse *teve. F T isso ue vocS est3descrevendo... o :o#o Oltimo da realidade virtual.

F !em outra possibilidade F disse udre0. F !alvez *eth n)o possa mais deter !a/, ou seuer p+r umJreio nele. !a/ pode tS<lo amarrado, amorda5ado e :o#adodentro de um arm3rio.

F *e *eth pudesse deter !a/, deteriaW F per#untou =ohnn0. F Gue é ue vocS achaW Gue é ue vocS senteJ

F *ei ue deteria F disse lo#o udre0. F *ei ue,em al#um ponto dentro dele, est3 aterrorizado. %omo

Mic/e0 Mouse em Mantasia% uando a vassoura sai docontrole dele. F Vamos dizer ue vocS tenha raz)o. Vamos dizer

ue !a/ a#ora este:a diri#indo sozinho esta coisa ue est3acontecendo a todos n&s. Por 3ue ele est3 diri#indoW Gue#anha com issoW Gual é o retornoW

A & coisa F ela disse, a boca descaindo no ue

=ohnn0 :ul#ou ser uma careta inteiramente inconsciente deno:o. F & coisa% n)o ele.



F !udo bem, a coisa. Pra *eth, a Rua dos Llamos éo %orredor de 2or5a, as casas s)o casulos e n&s somos osalien"#enas maus ue moram dentro delas. T um duelo no

%urral .^. em vers)o estelar. Mas o ue #anha !a/ comissoW F ma coisa s& dele F disse udre0, e =ohnn0 de

repente se lembrou de uma velha letra dos Beatles$ ,ue 040oc4 3uando apaga a luJ S!o sei dier% mas sei 3ue meu. F sJantasias sempre Joram estritamente pra *eth, eu acho...s)o a maneira de !a/ canalizar os poderes de *eth, ue

complementam os dele pr&prio. !a/... acho ue !a/simplesmente #osta do ue acontece com a #ente.*ilSncio no aposento.

F Hosta F disse por Jim Belinda. 2alou num tombaiUo, pensativo. F Gue uer dizer com gostai

F Guando a #ente se machuca. #ente emiteal#uma coisa uando se machuca, al#uma coisa ue !a/...lambe, como sorvete. 4 uando a #ente morre, é aindamelhor. " ele n)o precisa lamber. Pode simplesmenteen#olir a coisa inteira.

F Guer dizer ue a #ente é a comida F disse%0nthia. F T o ue vocS est3 dizendo, certoW Pra *eth, a#ente é um video#ame, e pra esse !a/, a #ente é a comida.

F Mais F disse udre0. F Pense no ue é acomida pra #ente$ Jonte de ener#ia. !a/ est3 faendo% Joi oue *eth me disse. Maendo e construindo. @)o creio ue odeserto onde *eth o pe#ou Josse a casa dele acho ue eraa pris)o dele. casa é o ue ele pode, em Oltima an3lise,tentar recriar aui.

F Pelo ue vi até a#ora, n)o uero nem visitar este

bairro, uanto mais morar aui F disse *teve. F @a verdade...



F (eiUe disso F disse %ammie. !inha a voz3spera e impaciente. F %omo a #ente mata eleW VocSdisse ue talvez tivesse um :eito.

udre0 olhou<a, chocada. F VocSs n)o v)o matar Seth F disse. F /ingum vai matar *eth. Podem ir lo#o tirando isso da cabe5a. 4le és& um #arotinho inoJensivo...

%ammie saltou sobre ela e a#arrou<a pelos ombros.2ez isso antes ue =ohnn0 pudesse seuer pensar emmeUer<se. mulher enterrou Jundo os pole#ares no alto

dos seios de udre0. F (i#a isso a =imm0Z F #ritou no rostoestonteado dela. F 4le morreu, meu Jilho morreu, porisso n)o me venha choramin#ar ue seu sobrinho éinoJensivoZ @)o se atre0a uela coisa dentro dele é comouma tSnia na barri#a de um cavaloZ entro dele7 4 se n)osair...

F Mas vai sairZ F disse udre0. %ome5ou arecuperar o controle de si, e a voz voltou a Jicar calma. F

Vai.%ammie Joi aJrouUando deva#ar o aperto, e seu ar

n)o era de conJian5a. F %omoW GuandoW

ntes ue udre0 pudesse responder, ^im disse$ F 4stou ouvindo um zumbido. Parecem motoreselétricos. F 4levou a voz, tremendo. F h, (eus, eles

voltaramZ #ora =ohnn0 também ouvia. 4ra o mesmo

zumbido elétrico ue ouvira antes, s& mais alto. (e certaJorma, mais vital. Mais amea5ador. 4le olhou para a porta

do por)o e concluiu ue provavelmente era tarde demais



para tentar ir para l3, sobretudo com duas crian5asdormindo na despensa.

F Pra baiUo F disse. F !odo mundo no ch)o.

Viu %0nthia pe#ar a m)o de *teve e apontar a portada despensa com um dedo n)o muito Jirme. *tevebalan5ou a cabe5a e eles Joram cobrir os corpos dascrian5as com os deles.

zumbido aumentava. F Rezem F disse Belinda de repente. F !odo

mundo reze. =ohnn0 estava com medo demais para rezar.



o diário de &udrey #yler:

U de fevereiro de ABB`

#bservei uma coisa interessante, "ue talvez seja umamaneirac1ave de saber "ual deles está no comando, em"ual"uer momento, do corpo "ue partil1am. #s dois gostam

muito do boneco de Cassandra :tFles, mas o gosto de 5a[ é"uase inteiramente se*ual. ?le alisa os seios de plástico dela Zesfrega as pernas de plástico. 2á dois dias, eu o vi sentado naescada lambendo as viril1as da bermuda azul dela Z com umaere3$o Hdifícil de n$o ver, "uando na maioria dos dias usa apenasuma cuecaI. ?, claro, n$o me escapou o fato de "uerer "ue euuse roupas como as de Cassie e ter mandado "ue eu pintasse os

cabelos com a cor ruiva dela Hum tom 1orrível, ainda por cimaI.



:et1, por outro lado... "uando é :et1, =s vezes apenasabra3a o boneco de Cassie, ou alisa os rígidos cabelos dela, oubeija o rosto dela. -inge "ue é a m$e dele. ($o sei como seidisso, mas sei.

5en1o de parar. C1orando de novo.



%ap"tulo (oze

Rua Prini!al / "eses!ero / #em!o dos $ustieiros%M @ PR'M4'R passa#em, os Jur#Kes sur#em

como Jantasmas, s& ue desta vez n)o é da neblina uesur#em, mas da poeira do deserto, ue brilha como lamS Yluz do Velho %aub&i da ua.

Primeiro vem o (ream 2loater cor<de<rosa de

%assie, com %and0 atr3s do volante, usando seu chapéu dacavalaria, de pala uebrada na testa, e a pr&pria %assie aolado. @o topo, a antena parab&lica em Jorma de cora5)o#ira acelerada. %omo um anOncio no telhado de umbordel, diria =ohnn0 Marinville se a visse, mas n)o vS est3deitado no ch)o da cozinha dos %arver, :unto ao Velho(outor, as m)os cruzadas no alto da cabe5a e os olhosJechados com Jor5a no rosto, a eUpress)o de um homemue espera o rma#edon, e breve.

(ream 2loater n)o entra na empoeirada RuaPrincipal vindo da =acintos a =acintos desapareceu. ndeantes Jicava, a#ora é apenas simples deserto, uase semnada ue o assinale... uma vez ue o céu para auele lado

est3 uase inteiramente sem estrelas. T como se, ao volveros olhos para o a#reste além dauele minOsculo amontoa<do de casas ao sul, o %riador houvesse perdido uase todaa *ua divina inspira5)o.

(ream 2loater tem os tocos de asas abertos, asrodas em parte recolhidas corta o ar mais ou menos ummetro acima dos buracos da rua. motor pulsa Jirme. o

passar pelo ad0 (a0 na esuina, as seteiras se abrem.aura (eMott, de >s 2usticeiros% curva<se para Jora. !em



nas delicadas m)os brancas n)o uma pistolinha (errin#er,mas uma escopeta. T s& uma escopeta de cano duplo, masuando ela a dispara, o estampido é t)o alto uanto o de

um m"ssil port3til. barulho é se#uido por um #emidoalto, a#udo, e ent)o a Jrente do cabaré eUplode. s portasde vaivém voam, por um momento Jlutuando loucamentee parecendo asas de 0erdade. m instante de tremor cruza oue resta da Jrente do cabaré, uase como uma onda decalor, e nesse Onico instante, uem estivesse olhando veriao 4<X *top por tr3s do ad0 (a0 em chamas, como um

prédio Jantasma ou uma dupla eUposi5)o numa Joto, a lo:ade conveniSncia também meio destru"da e tambémardendo.

tr3s do (ream 2loater vem o !rac/er rro, eatr3s deste o 2reedom. p3ra<brisa polarizado do2reedom torna a descer. Ma:or Pi/e, um bomcanopaoleano ue deu para ruim, est3 a#ora atr3s do

volante do Jur#)o de Bount0, mas o uniJorme dosconJederados e o chapéu uebrado na testadesapareceram é %and0 uem usa o chapéu a#ora os:usticeiros vivem trocando acess&rios e pe5as deuniJormes, isso Jaz parte da divers)oN. Ma:or veste denovo o iridescente uniJorme dos Moto^ops, e sem

chapéu seu louro corte de cabelo dos "ndios Moha/ seacentua. *entado a seu lado, no po5o de nave#a5)o, ohorrendo tipo ca5ador ue =ohnn0 :3 viu antes$ o *ar#entoMathis, principal auUiliar de =eb Murdoc/ ap&s a surra epris)o do %apit)o %andell.

casa de %ollie 4ntra#ian Joi substitu"da pelo rmarinho das (uas 'rm)s, onde se pode encontrar s

Mais 4le#antes Modas 2emininas. *ar#ento se curvapara Jora, mira a Jrente da lo:a com sua escopeta e aperta



os #atilhos. uve<se outra ensurdecedora eUplos)o dupla,e de novo auele lon#o #rito lamentoso, como umabomba caindo pelo po5o de #ravidade rumo a seu alvo.

A MaDam isso parar7 F #rita *usi. F >h% por fa0or%algum M&@& SS> P&R&R7 metade de cima do (uas 'rm)s parece er#uer<se

numa tempestade de t3buas, telhas de ard&sia, vidros epre#os. Mais uma vez h3 auele ade:o, uase t)o r3pidouanto a asa de um bei:a<Jlor, e nele pode<se vislumbrar acasa de 4ntra#ian, até mesmo a bicicleta e o corpo

coberto de pl3stico de %ar0 Ripton, tremeluzindo como asmira#ens ue se tornaram a#ora. 4nt)o a casa desaparecee é de novo o (uas 'rm)s onde, em >s 2usticeiros% vemospela primeira vez auta (eMott, #arota de cabaré com umcora5)o de ouro, sub<repticiamente comprando tecidopara um vestido de i#re:aN, com metade do telhadodestru"do e todas as :anelas arrombadas.

(o deserto artem"sia e imensas bolas de capimseco, redondas como nos desenhos animadosN, ao norteda Rua dos Llamos, onde a#ora é a Rua do rso, sur#e oPoer Qa#on de Root0<!oot. Root0 vem atr3s do

volante, os olhos piscando como sinais de tr[nsito ittle =oe %artri#ht no assento ao lado, um sorriso de

indiJeren5a na cara, uma escopeta cromada com desenhosJuturistas nas m)os. o#o atr3s de Root0<!oot0 vem o =ustice Qa#on, e atr3s dele sur#e um pesadelo elétricozumbindo. ] luz crua da lua, o Meata#on parece envoltoem seda ne#ra. *em %ara est3 na cabine de dire5)o. %ondessa ili vem na cabine de nave#a5)o, os olhos seKyreluzindo no p3lido rosto de donzela<vampira. cima

deles, =eb Murdoc/, na !oninha da %ondena5)o.Porue é o mais perverso.



4 assim come5a o assalto Jinal dos Poer Qa#ons,com trSs Jur#Kes entrando no %orredor de 2or5a pelonorte e mais trSs pelo sul. 4UplosKes de escopeta

horrivelmente ampliJicadas sacodem o ar a sibilantepassa#em das balas lan5adas das bocas dessas armas soacomo um bando de almas penadas. -otel dos

Vaueiros antes a casa dos *odersonN revira para tr3s nasJunda5Kes primeiro o lado esuerdo se inclina, depoissimplesmente desmorona, cuspindo t3buas secas e telhasde madeira. casa ao norte dela F uma constru5)o mal

desenhada ue Brad =osephson :amais reconheceria comoa sua, com tanto amor conservada F parece eUplodir paratodos os lados, lan5ando ao ar lascas irre#ulares demadeira e torrKes de barro seco.

(o outro lado da rua, a Jalsa Jrente do Mercado Mercantil de Qorrell antes a casa de !om Billin#sle0 oscad3veres dos *oderson :azem num corredor de #randessacos redondos, todos rotulados N desinte#ra<se sobuma série de tiros de riJle do =ustice Qa#on F cada umdeles soando t)o alto uando uma #ranada de morteiro. %oronel -enr0 diri#e saindo do al5ap)o de tiro e Jazendoos disparos, %huc/ %onnors, também conhecido comoRiJleman. !em o Jilho ao lado, sorrindo de uma orelha a

outra. F Belo tiro, paiZ F ele eUclama uando as t3buasJume#antes da Jalsa Jrente ateiam Jo#o a uma década dedetritos e poeira ocultos atr3s.

o#o todo o prédio estar3 em chamas. F bri#ado, Jilho F diz ucas Mc%ain, e vira seu

Qinchester, ue dispara m"sseis contra a avanderia

%hinesa de ushan. 4sta, antes a casa de Peter e Mar0 =ac/son, :3 Joi bastante estra#ada pelo Jo#o de Root0<



!oot, mas isso n)o detém RiJleman. *eu Jilho :unta<se YJesta, disparando uma pistola. T uma arma peuena, mascada tiro dela soa como um ro:)o de bazuca mesmo assim.

@o Jim da passada, uma nuvem de Juma5a dep&lvora paira sobre a Rua Principal. V3rias das casas dolado oeste da rua F a hacienda de adobe onde antes amoravam os Heller, a cabana de toros onde os Reedtinham suas coisas, a casa malJeita ue Brad e Belindachamavam de lar F Joram inteiramente destru"das. s

Vaueiros ainda continuam de pé F mais ou menos F e

o mesmo se d3 com o (uas 'rm)s no lado leste, mas oMercantil lo#o se :untar3 ao %oru:a antes a casa dos-obartN como outras tantas cinzas ao vento.

*& uma casa no lado leste da rua permanece comoera antes de che#arem os :usticeiros$ a casa dos %arver.

!em buracos de balas no revestimento e :anelas uebradasdo ataue anterior, mas nesta passa#em permaneceucompletamente intocada.

(ream 2loater, o !rac/er rro e o 2reedomche#aram Y eUtremidade norte do ue antes era a uadradois uarenta da Rua dos Llamos. Root0<!oot, o

=ustice e o Meata#on che#aram Y eUtremidade sul. Juzilaria diminui, depois cessa de todo. s pessoas na casa

dos %arver ouvem o estalar do Jo#o no outro lado da rua F o Mercado Mercantil, no ual pensam como oban#al+ do Velho (outor F, mas Jora isso h3 umproJundo silSncio, ue cai como b3lsamo em seus ouvidosue zumbem. @esse silSncio, os sobreviventes levantamcautelosamente a cabe5a.

F cham ue acabouW F per#unta *teve, ue n)o

uer ser direto e dizer ue n)o Joi t)o ruim comopensava... mas pensa.



F #ente deve... F come5a =ohnn0. F 4stou ouvindo de novoZ F #rita îm Heller da

sala de visitas. 2ala alto, tremendo Y beira da histeria, mas

o resto n)o tem motivo para n)o acreditar nela aJinal, est3mais pr&Uima da rua. F uele zumbido terr"vel. MaDamcom 3ue pare7 F Precipita<se pela porta da cozinha, osolhos esbu#alhados e enlouuecidos. F MaDam com 3ue

pare7 F *e deite, m)e F #rita *usi, mas n)o se meUe do

lado de (ave Reed, deitado com um bra5o por cima dela

e a m)o a ue a arrepiante m)e n)o pode verN no seio.*usi n)o se importa nem um pouco com a m)o dele seimportaria, na verdade, se ele a tirasse. *eu terror e suapreocupa5)o uase maternal com o #Smeo sobreviventecombinaram<se para deiU3<la realmente eUcitada pelaprimeira vez na vida. @o momento s& uer estar com(avid num lu#ar onde possam baiUar as cal5as sem ser

vistos.îm i#nora a Jilha. (iri#e<se para udre0, a#arra os

cabelos dela e puUa a cabe5a para tr3s. A MaDa ele parar7 F #rita no rosto p3lido de udre0.

F <le seu parente% foi 0oc4 3ue trouKe ele pra cá% &$>R&M&@& <L< P&R&R7

Belinda =osephson meUe<se r3pido :3 se levantoude onde se deitava, cruzou o aposento e torceu o bra5olivre de îm Heller para tr3s, uase antes ue Brad possapiscar os olhos.

A &i7 F #rita îm, soltando imediatamente oscabelos de udre0. F &i% solta7 Solta% sua bruKa neg...

Belinda :3 aceitou todo o chato papo racista ue

pretende aceitar por um dia. PuUa o bra5o de îm aindamais para cima antes ue ela acabe a Jrase.. m)e de *usi,



ue ap&ia as 4scoteiras e :amais manda embora a mulherda *ociedade do %[ncer de m)os vazias, #rita como umapito de J3brica na hora de encerrar o eUpediente. 4nt)o

Belinda vira<a, d3<lhe um encontr)o com o uadril emanda<a voando de volta para a sala de visitas. ^im batenuma parede. 4m toda a sua volta, mais Ji#urinhas de-ummel caem para a destrui5)o.

F Pronto F diz Belinda, numa voz Jactual. F 4laestava pedindo isso. 4u n)o tenho de a#entar esse tipode...

F 4suece F disse =ohnn0. zumbido est3 maisalto a#ora, mais alto ue nunca$ uma batida constante,c"clica, como o som de um enorme transJormadorelétrico. F *e deite, Bee. =3. !odo mundo. *teve,%0nthiaW Prote)am as crianDas7 A (epois olha, uase comum ar de desculpas, para a tia de *eth Harin. F VocS podeJazS<lo parar, udW

4la Jaz ue n)o com a cabe5a. A /!o é ele. #ora, n)o. T !a/. ntes de voltar a baiUar a cabe5a, vS %ammie Reed

olhando<a, e h3 nesse olhar al#uma coisa ue a assustamais ue toda a #ritaria e puU)o de cabelo de ^im Heller.T um ar srio. @)o de histeria, mas de assassinato puro e

simples.Mas uem %ammie matariaW 4laW *ethW s doisW udre0 n)o sabe. *& sabe ue n)o pode contar aos outroso ue Jez antes de partir, auele detalhe simples uepoderia resolver tanta coisa... se. *e se abrir a :anela detempo ue espera se ela a#ir certo uando isso se der.Yo pode dizer a eles ue h3 esperan5a, porue se !a/

puder alcan5ar e pe#ar seus pensamentos, todas asesperan5as Jalhar)o.



tamborilar torna<se mais alto. @a Rua Principal,os Poer Qa#ons voltam a rolar. (ream 2loater,

!rac/er rro e 2reedom est)o mais pr&Uimos da casa

dos %arver e alcan5am<na primeiro. Param em Jila, o !rac/er rro com *na/e -unter atr3s do volante nomeio, bloueando a entrada de #ara#em onde o dono damans)o :az morto e com uma aparSncia muito pioradapelo des#aste a esta alturaN. s outros trSs F Root0<!oot,

=ustice e Meata#on F vSm do sul e encompridam a Jilade ve"culos.

casa dos %arver talvez ironicamente, é uma casaestilo JazendaN est3 a#ora toda bloueada pelos Poer Qa#ons. (a cabine de tiro do (ream 2loater, aura(eMott aponta a escopeta para a :anela panor[micadespeda5ada da cabine de tiro do !rac/er rro, -oss%artri#ht e um %lint 4astood ainda muito :ovem FJaz Rod0 \ates, de RaGhide% nessa encarna5)o Ftambém tSm a casa na mira. =eb Murdoc/ est3 na

!orrinha da %ondena5)o do Meata#on, com duasescopetas, cada uma serrada dez cent"metros adiante dosc)es armados, as coronhas apoiadas nos ossos dosuadris. !em um lar#o sorriso, com o rosto de Ror0%alhoun no au#e.

s al5apKes do topo se abrem com barulho.%aub&is e alien"#enas ocupam os pontos de tiro restantes. F @ossa, pai, parece um maldito tiro ao peru

selva#em F #rita Mar/ Mc%ain, e d3 uma a#uda risada. A Rut"rut"rut7 A C&L& & ->C&% R>>TZ7 F #ritam todos em

coro, e a #ar#alhada se torna #eral. o som dessa risada,

al#uma coisa dentro de ^im Heller, uma coisa até a#oraapenas seriamente entortada, Jinalmente se parte. 4la se



levanta na sala de visitas e marcha para a porta de telaalém da ual ainda :az (ebbie Ross. s tSnis de ^imran#em sobre os cacos de lou5a dos ueridos -ummels de

Pie %arver. som dos motores Y Jrente F auelaestranha batida ue parece uma espécie de cora5)oelétrico F est3 deiUando<a louca. Mesmo assim, é maisJ3cil concentrar<se nisso ue lembrar como auela crioulametida primeiro uebrou seu bra5o e depois a :o#ou naoutra sala, como se ela Josse um saco de roupa su:a oual#uma coisa assim.

s outros n)o sabem ue ela partiu até ouvirem sua voz, hostil e a#uda$ F *aiam dauiZ Parem e dSem o Jora daui )á.

pol"cia :3 vai che#ar, vocSs sabemZ o som dessa voz, *usi esuece inteiramente o

#ostoso ue é (ave Reed apalpando seu seio, e como#ostaria de a:ud3<lo a esuecer a morte do irm)o levando<o l3 para cima e trepando com ele até estourar o J"#adodele.

A =am!e7 F arue:a, e come5a a levantar<se.(ave puUa<a para baiUo e passa<lhe um bra5o em

torno da cintura, para se asse#urar mais completamente deue ela n)o tornar3 a levantar<se. Perdeu o irm)o, e acha

ue :3 basta por um dia. Vamos, vamos, 0amos% pensa udre0... s& ueima#ina ue é de Jato uma prece. 2echa os olhos comtanta Jor5a ue vS pontinhos vermelhos eUplodindo portr3s das p3lpebras, as m)os cerradas em punhos, os restospontudos das unhas enterrados nas palmas. Vamos, Ja5a oue deve, Ja5a seu servi5o, comece...



F V3 F sussurra, sem saber ue Jala alto. =ohnn0,ue er#ueu a cabe5a ao som da voz de ^im, a#ora olhapara ela. F V3, ser3 ue n)o podeW Pelo amor de (eus, 0!

F (o ue est3 JalandoW F ele per#unta, mas elan)o responde.3 Jora, ^im desce o acesso da casa rumo aos

Poer Qa#ons parados no meio<Jio. T o Onico ponto naanti#a Rua dos Llamos onde ainda resta meio<Jio.

F 4stou dando uma oportunidade a vocSs F eladiz, os olhos va#ando de um dos monstros para outro.

l#uns usam rid"culas m3scaras espaciais, e o detr3s do volante do va#)o<restaurante na verdade veste umaJantasia completa de rob+. 'sso o Jaz parecer uma vers)oampliada do R8(8 dos Jilmes $uerra nas <strelas. utrosparecem reJu#iados de uma Jila de coristas num Jilme decaub&i. l#uns até parecem conhecidos... mas n)o é horade se distrair com essas idéias tolas.

F 4stou dando uma oportunidade a vocSs F elarepete, parando pouco acima do ponto onde o acesso Ycasa dos %arver se :unta Y JaiUa de cal5ada restante da Ruados Llamos. F V)o embora enuanto ainda podem.*en)o...

porta corredi5a do 2reedom se abre, e o eriJe

*treeter salta. *ua estrela reJlete o ba5o prateado de luarna lapela esuerda do colete. 4le er#ue o olhar para =ebMurdoc/ F velho inimi#o, novo aliado F na !oninha da%ondena5)o do Meata#on.

F Bem, *treeter F diz Murdoc/. F Gue é ue vocS achaW

F cho ue vocS deve pe#ar essa cadela latindo a"

F diz *treeter com um sorriso, e as duas escopetasserradas de Murdoc/ eUplodem com barulho e Jo#o



branco. @um momento, ^im Heller est3 parada na beirada cal5ada dos %arver no momento se#uinte, desapareceuinteiramente. @)o, n)o bem inteiramente. s tSnis ainda

est)o ali, ainda com os pés dentro.ma Jra5)o de se#undo depois, uma coisa uepoderia ser um balde de 3#ua escura e lodosa, mas n)o é,bate na Jrente da casa dos %arver. (epois, com o som dasduas escopetas ainda se aJastando a rolar, *treeter #rita$

A &tirem7 &tirem% porra7 ;arram eles do mapa7 F *e abaiUem F =ohnn0 torna a #ritar, sabendo

ue n)o adiantar3 a casa vai desaparecer como um castelode areia inJantil diante de uma onda, e eles com ela.s :usticeiros come5am a atirar, e n)o é nada

parecido com o ue =ohnn0 viu no Vietn). T, ele pensa,como deve ter sido nas trincheiras em \pres, ou em(resden uns trinta anos depois. barulho é incr"vel, umaconcatena5)o de %<P e %<BM, e embora sintaue devia ter Jicado imediatamente surdo ou talvez lo#omorto, s& com os decibéisN, =ohnn0 ainda pode ouvir ossons da casa sendo despeda5ada Y sua volta$ t3buaspartindo<se, :anelas uebrando<se, Ji#urinhas de lou5aeUplodindo como alvos numa #aleria de tiro, o secoespatiJar<se do reboco. Muito Jraco, também ouve pessoas

#ritando. cheiro acre de p&lvora invade<lhe as narinas.ma coisa invis"vel mas enorme atravessa a cozinha acimadeles, e de repente #rande parte da parede dos Jundos éapenas detritos ue voam pelo uintal e Jlutuam nasuperJ"cie da piscina ^mart.

T, pensa =ohnn0. T isso a", é o Jim. 4 talvez se:amelhor assim.

Mas ent)o come5a a acontecer uma coisa estranha. Juzilaria n)o p3ra, mas diminui% como se al#uém #irasse



o controle de volume. @)o apenas os tiros, mas o assobiodas balas ue passam acima. 4 acontece depressa. Menosde dez se#undos depois ue ele notou a diminui5)o F e

talvez estivesse mais para cinco F os sons cessaminteiramente. 4 também o zumbido dos motores dosPoer Qa#ons.

4les er#uem a cabe5a e olham<se uns aos outros em volta. @a despensa, %0nthia vS ue ela e *teve est)obrancos como Jantasmas. 4r#ue o bra5o e sopra. p&sobe da pele.

F 2arinha F diz.*teve passa as m)os nos cabelos compridos eestende<a para ela. !em na palma um punhado decoisinhas pretas, brilhantes.

F 2arinha n)o é t)o ruim F disse. F 4u pe#ueiazeitonas.

4la acha ue vai come5ar a rir, mas antes uepossa, acontece uma coisa espantosa e totalmenteinesperada.

%asa de &eth / #em!o de &eth

e todos os t6neis 3ue ele ca0ou para si durante o reinadode Tak A o Ladr!o Tak% o Cruel Tak% o spota TakA% este o mais longo. e certa forma% criou sua prBpria 0ers!o da Casca0el

/6mero ?m. > poDo aprofunda"se numa terra negra 3ue ele supeser ele mesmo% e depois torna a subir para a superfQcie% como umaesperanDa. /o fim% há uma porta com barras de ferro. <le n!o tentaabri"la% mas n!o por medo de 3ue este)a fechada. =uito pelo

contrário. ^ uma porta em 3ue n!o de0e tocar en3uanto n!o esti0er



inteiramente preparadoO uma 0e transposta% n!o há retomo. <lerea para 3ue le0e aonde pensa 3ue le0a.

Pelas fendas entre as barras de ferro da porta passa lu

suficiente para iluminar o lugar onde ele está. Há fotos nasestranhas paredes de carneO uma um retrato de grupo de sua famQlia% com ele sentado entre o irm!o e a irm!% outra uma foto delede p entre a tia &udrey e o tio Herb no gramado da casa deles.

<st!o sorrindo. Seth% como sempre% mostra"se solene% distante% n!oeKatamente presente. Há tambm uma foto de &llen Symes% paradoao lado de e ape3uenado por1 uma das lagartas da Srta. =o. >

Sr. Symes usa o capacete metálico da Terra Munda e sorri. <ssa foton!o eKiste% mas n!o importa. ^ a casa de Seth% o horário de Seth% amente de Seth% e ele a enfeita como 3uer. /!o muito tempo atrás%ha0eria fotos dos =otoops e das personagens de s =usticeiros

pregadas% n!o apenas a3ui% mas por toda a eKtens!o do t6nel. /!omais. Perderam seu encanto para ele.

Mi3uei 0elho demais pra eles% ele pensa% e esta a 0erdade. &utista ou n!o% apenas oito anos ou n!o% ficou 0elho demais parabangue"bangues e desenhos matinais de sábado. e repentecompreende 3ue esta 3uase certamente a 0erdade 6ltima% e 3ue Tak

)amais entenderia"% ficou 0elho demais para eles. Tem o boneco deCassie Styles no bolso 3uando precisa de um bolso% simplesmenteimagina umO cWmodo1 por3ue ainda a ama um pouco% mas% fora

issoJ /!o. & 6nica 3uest!o se pode ou n!o escapar deles% doces fantasias 3ue tal0e conti0essem 0eneno desde o inQcio. < chegou a hora de descobrir isso. &o lado da foto de &llen Symes% uma pe3uena cantoneira

pro)eta"se da parede. Seth 0iu e admirou as cantoneiras no corredordos Car0er% cada uma dedicada a uma figurinha Hummel% e esta foicriada pensando na3uelas. Pelas fendas na porta passa lu suficiente

para 0er o 3ue há nesta A n!o um pastor ou uma leiteira deHummel% mas um telefone PlaySkool.



<le pega"o e disca dois"3uatro"oito no dial rotati0o dotelefone plástico. ^ o n6mero da casa dos Car0er. <m seu ou0ido% otelefone toca... toca... toca. =as estará tocando do outro ladoJ

<stará ela ou0indo. <stará 3ual3uer um deles ou0indoJ A ;amos A ele sussurra. <stá inteiramente consciente ealertaO neste lugar profundo% n!o mais autista 3ue Ste0e &mes%-elinda 2osephson ou 2ohnny =arin0ille... na 0erdade% algumacoisa assim como um g4nio.

?m g4nio com medo% no momento. A ;amos... por fa0or% tia &udrey% por fa0or% ouDa... por

fa0or% responda... Por3ue o tempo curto% e chegou a hora.

Rua Prini!al' "eses!ero / #em!o dos $ustieiros

teleJone na sala de visitas dos %arver come5a atocar, e como se isso Josse uma espécie de sinal

diretamente enviado a seus mais proJundos e delicadoscentros neurais, a estranha capacidade de =ohnn0Marinville, de ver e seenciar tudo, Jalha pela primeira

vez em sua vida. *ua perspectiva trepida como as Jormasnum caleidosc&pio uando se #ira o tubo, depois se desJazem prismas e cacos brilhantes. *e é assim ue o resto domundo vS e sente em momentos de tens)o, ele pensa, n)oadmira ue as pessoas tomem tantas decisKes erradas sobpress)o. @)o lhe a#rada nada sentir<se assim. T como terJebre alta e ver meia dOzia de pessoas em volta da cama. #ente sabe ue uatro delas est)o ali de Jato... mas uaisuatroW *usi Heller chora e #rita o nome da m)e. s Jilhosdos %arver acordaram de novo, claro 4llen, es#otada por

Jim a capacidade de resistir com relativo estoicismo,parece estar tendo uma espécie de convuls)o emocional,



berrando a plenos pulmKes e esmurrando as costas de*teve, ue tenta abra53<la e reconJort3<la, e Ralphie uerbater na irm) maiorZ

F Pare de abra5ar Mar#ritZ F ele trove:a com*teve, enuanto %0nthia tenta contS<lo. F Pare deabra5ar Mar#rit MinhocaZ 4la devia me dar todo ochocolate. 4la devia me dar ele T>>>>% ue nada dissoia acontecerZ

Brad sai para a sala de visitas F para atender oteleJone, supKe<se F e udre0 o a#arra pelo bra5o.

F @)o F ela diz, e depois, com uma espécie depolidez surrealista$ F T pra mim. 4 *usi :3 est3 de pé, edispara pelo corredor para a porta da Jrente, para ver oue houve com a m)e uma idéia bastante insensata, nahumilde opini)o de =ohnn0N. (ave Reed tenta contS<la denovo e desta vez n)o conse#ue, por isso a se#ue, #ritandoo nome dela. =ohnn0 espera ue a m)e do rapaz o detenhaa ele% mas %ammie deiUa<o ir, enuanto l3 no Jundo coiotesue n)o parecem nada com ualuer coiote ue :3 eUistiuna terra de (eus er#uem os tortos Jocinhos e entoamloucas canti#as de amor para a lua.

!udo isso ao mesmo tempo, #irando como liUocolhido num ciclone.

4le est3 de pé sem seuer perceber, se#uindo Brade Belinda na sala de visitas, ue parece ter sido atravessadapelo Hi#ante Verde num ataue de JOria. s crian5ascontinuam berrando na despensa, e *usi a#ora uiva no Jimdo corredor de entrada. Bem<vindos ao maravilhosomundo da histeria estereoJ+nica, pensa =ohnn0.

udre0, enuanto isso, procura o teleJone, ue n)o

est3 mais em sua mesinha ao lado do soJ3. @a verdade,nem a pr&pria mesinha est3 mais ao lado do soJ3 est3



num canto distante, partida ao meio. teleJone :az noch)o em meio a uma chuva de cacos de vidro. 4st3 Jorado #ancho, a parte m&vel t)o lon#e da base uando

permite o Jio, mas ainda tocando. F %uidado com os vidros, ud F diz =ohnn0 em voz alta, uando ela vai pe#3<lo.

!om Billin#sle0 diri#e<se ao buraco irre#ular naparede oeste, onde antes Jicava a :anela panor[mica,pisando nas ru"nas eUplodidas e Jume#antes da !V parache#ar l3.

F 2oram embora F diz. F s Jur#Kes. F 2azuma pausa, depois acrescenta$ F 'nJelizmente, a Rua dos Llamos também se Joi. Parece (eadood, (a/ota do *ul,l3 Jora. @a época em ue =ac/ Mc%all atirou em Qild Bill-ic/oc/ pelas costas.

udre0 pe#a o teleJone. tr3s deles, Ralphie %arver#rita a#ora$

A <u odeio 0oc4% =argrit =inhoca7 MaDa =!e e Pai0oltar sen!o eu 0ou odiar 0oc4 eternamente7 <u odeio 0oc4% =argrit

=inhoca7 tr3s de udre0, =ohnn0 vS os esJor5os de *usi

para livrar<se de (ave Reed diminu"rem ele a abra5a,tirando<a do horror para as l3#rimas, com uma paciSncia

ue, em vista das circunst[ncias, =ohnn0 n)o pode deiUarde admirar. F l+W F diz udre0. 4scuta, o rosto p3lido tenso

e solene. F *im F diz. F *im, eu vou. 'mediatamente.4u... F !orna a escutar, e desta vez er#ue os olhos para orosto de =ohnn0 Marinville. F *im, est3 bem, s& ele. *ethW4u amo vocS.

@)o pKe o teleJone no #ancho, mas simplesmenteo solta. Por ue n)oW =ohnn0 acompanha o Jio e vS ue a



concuss)o ue uebrou a mesa e :o#ou o teleJone nocanto também arrancou a tomada da parede.

F Vamos F diz<lhe udre0. F Vamos atravessar

a rua, *r. Marinville. *& n&s dois. !odos os outros Jicamaui. F Mas... F come5a Brad. F *em discuss)o, n)o tem tempo F ela lhe diz. F

!emos de ir a#ora mesmo. 4st3 pronto, =ohnn0W F Pe#o a arma ue trouUeram da casa ao ladoW

4st3 na cozinha.



F ma arma n)o ia adiantar nada. Vamos.4la estende a m)o. !em o rosto decidido e duro... a

n)o ser pelos olhos. 4st)o aterrorizados, implorando a ele

ue a deiUe Jazer isso, se:a l3 o ue Jor, por si mesma. =ohnn0 toma a m)o oJerecida, os pés pisando em detritose cacos de vidro. 4la tem a pele Jria, e os n&s dos dedosparecem li#eiramente inchados sob os dedos dele. T am)o com ue o monstro a Jez bater em si mesma, elepensa.

*aem pela baiUa entrada da sala de visita, passando

pelos adolescentes, ue se abra5am em silSncio. =ohnn0empurra a porta de tela e deiUa udre0 sair na Jrente, porcima do cad3ver de (ebbie Ross. Jrente da casa, a

varanda e as costas da #arota morta est)o cobertos com osrestos de ^im Heller F raias, manchas e #rumos ueparecem ne#ros Y luz da lua F, mas nenhum dos dois Jaladisso. ] Jrente, adiante da cal5ada e do curto peda5o demeio<Jio onde os Poer Qa#ons n)o mais est)o, vS<seuma lar#a rua de terra esburacada. ma pancada de ventobate no lado do rosto de =ohnn0 F traz um cheiro deJuma5a, e uma bola de capim seco passa rolando, como setivesse uma mola oculta. =ohnn0, parece sa"da direto deum desenho animado de MaU 2leischer, mas isso n)o o

surpreende. T onde eles est)o, n)o éW @uma espécie dedesenho animado. (Sem<me uma alavanca, ue eu movoo mundo, disse ruimedes a coisa do outro lado da ruana certa teria concordado. %laro, uisera mover apenasuma uadra da Rua dos Llamos, e com a alavanca dasJantasias de *eth Harin para usar, conse#uira isso semmuito esJor5o.

ue uer ue os espere, h3 um certo al"vio s& emsair da casa e do barulho.



varanda da casa dos Q0ler parece mais ou menosa mesma, mas s& isso. resto é a#ora uma comprid"ssimaconstru5)o Jeita de toros. Barras de amarrar cavalos

enJileiram<se na Jrente. Juma5a sobe da chaminé depedra, apesar do calor da noite. F Parece um barrac)o de trabalhadores F ele diz.

udre0 Jaz ue sim com a cabe5a. F barrac)o da Ponderosa. F Por ue eles Joram embora, udre0W s

:usticeiros e policiais do Juturo de *eth. Gue Joi ue Jez

eles irem emboraW F Pelo menos num aspecto, !a/ é como o vil)onum dos contos de Jada dos irm)os Hrimm F ela diz,se#uindo na Jrente na rua. poeira espirra de debaiUo deseus sapatos. s buracos da rua est)o secos e duros comoJerro. F !em um calcanhar<de<auiles, uma coisa ue a#ente :amais desconJiaria, se n)o tivesse vivido tantotempo com ele uanto eu vivi. deia estar em *ethuando ele evacua as entranhas. 4u n)o sei se é al#umaestranha espécie de coisa estética, uma Jobia psicol&#icaou talvez mesmo um Jato J"sico de sua eUistSncia... assimcom a #ente n)o pode deiUar de se encolher se al#uémJin#e ue vai nos dar um soco, por eUemplo... e pouco

estou li#ando. F Gue certeza vocS tem dissoW F ele per#unta. =3 che#aram ao outro lado da lar#a Rua Principal.

=ohnn0 olha para os dois lados e n)o vS Jur#Kes s&desertos rochosos Y direita e vazio F uma espécie de n)o<cria5)o F Y esuerda.

F !oda F ela diz, sombria. cal5ada de cimento

ue leva ao 8C da Rua dos Llamos tornou<se umcaminho de pedras. @a metade da subida para ele, =ohnn0



vS a roseta da espora uebrada de um vaueiro brilhandoao luar. F *eth me disse... Ys vezes eu o ou5o dentro deminha cabe5a.

F !elepatia. F -um<hum, eu acho. 4 uando *eth Jala nessen"vel, n)o tem problema mental nenhum. @esse n"vel, ét)o inteli#ente ue che#a a assustar.

F Mas tem completa certeza de ue Joi Seth uemJalou com vocSW 4 mesmo ue Josse, tem certeza de ue

!a/ estava deiUando ue ele dissesse a verdadeW

4la p3ra a meio caminho da porta do barrac)o. inda se#ura uma das m)os dele a#ora toma a outra, virando<o de Jrente para si.

F 4scute, porue s& temos tempo de eu lhe dizerisso uma vez, e nenhum pra vocS Jazer per#untas. ]s

vezes, uando *eth Jala comi#o, deiUa !a/ escutar...porue, acho, assim !a/ acredita ue ouve todas as nossasconversas mentais. Mas n)o ouve. F 4la o vS come5ar adizer al#uma coisa e aperta as m)os, para cal3<lo. F 4 eusei ue !a/ o deiUa uando ele evacua as entranhas. @)omer#ulha pro Jundo apenas, sai dele. =3 vi isso acontecer.*ai pelos olhos dele.

F Pelos olhos F sussurra =ohnn0, Jascinado e

horrorizado, e meio impressionado. F 4stou lhe contando isso porue uero ue saibase vir F ela diz. F Pontinhos vermelhos dan5ando,como brasas de uma Jo#ueira. !udo bemW

F @ossa F murmura =ohnn0. F !udo bem. F *eth adora leite achocolatado F diz udre0,

puUando<o para p+<lo de novo em movimento. F

(aueles ue a #ente Jaz com Uarope -ershe07s. 4 !a/



adora o ue *eth adora... menos uma coisa, eu acho ue vocS diria.

F VocS p+s um laUante, n)o JoiW F per#unta

=ohnn0. F P+s laUante no leite achocolatado dele.Guase tem vontade de :untar<se aos coiotes numbom uivo para a lua. *& ue estaria uivando de rir. Pareceue as possibilidades mais surrealistas da vida :amais sees#otam$ a Onica chance de sobrevivSncia deles é umabrincadeira de acampamento.

F 4le me disse o ue Jazer e eu Jiz F ela diz. F

#ora vamos. 4nuanto ele ainda ca#a Jora o cérebro.4nuanto ainda h3 tempo. #ente tem de pe#3<lo e correr. !irar do alcance de !a/ antes ue ele possa voltar a entrar.4 a #ente pode Jazer isso. alcance dele é curto. #ente

vai ladeira abaiUo. VocS carre#a ele. 4 aposto ue mesmoantes de che#ar aonde antes Jicava a lo:a vamos ver umamudan5a da porra no meio ambiente. embre s& ue ose#redo é ser r3pido. ssim ue a #ente come5ar, nada dehesita5)o nem paradas.

4la estende a m)o para a porta e =ohnn0 a detém.4la o olha com um misto de medo e JOria.

F uviu uando eu disse ue a #ente tinha deentrar agora mesma

F uvi, mas tem uma per#unta ue vocS tem deresponder, ud.4st)o sendo ansiosamente observados do outro

lado da rua. Belinda =osephson separa<se do peueno#rupo ue vi#ia e volta para a cozinha, para ver como*teve e %0nthia est)o indo com as crian5as. @ada mal,parece. 4llen Jun#a, mas Jora isso est3 de novo sob

controle, e Ralphie parece ter<se eUaurido, como umJurac)o ue avan5a terra adentro. Belinda d3 uma breve



olhada em torno da cozinha vazia, a#ora aberta para ouintal, e vira<se para pe#ar o corredor e voltar aos outros.(3 um Onico passo, e p3ra. ma peuena ru#a vertical F

a linha do pensamento de Bee, como diz o marido Fsur#e no centro da testa. @)o est3 inteiramente escuro ali:unto Y porta de tela, h3 luar... e esses s)o seus vizinhos,claro. @)o é muito diJ"cil distin#ui<los uns dos outros.Brad é J3cil de identiJicar porue é seu vizinho maispr&Uimo, t)o pr&Uimo ue ela p+de estender a m)o ecutuc3<lo Y noite durante vinte e cinco anos. (ave e *usi

s)o J3ceis porue ainda se abra5am. Velho (outor éJ3cil por ser muito ma#ro. Mas %ammie n)o é J3cil. 4 n)oé porue n)o est3 ali. @em na cozinha, tampouco. !er3ido l3 para cima ou passado pelo buraco na parede dacozinhaW !alvez. 4...

F VocSs doisZ F #rita para dentro da despensa, derepente com medo.

F Gue éW F per#unta *teve, parecendo um poucoimpaciente.

@a verdade, sente<se um pouco impaciente.2inalmente est)o conse#uindo acalmar as crian5as, e seessa mulher Joder tudo ele acha ue vai estourar os miolosdela com a primeira panela ou ca5arola ue encontrar.

F *ra. Reed desapareceu F diz Bee. F 4 levouauele riJle com ela. 4stava descarre#adoW Vamos, metranilizem. (i#am ue estava descarre#ado.

F 4u acho ue n)o F diz *teve, relutante. F %a#ue Jo#o e poupe J&sJoro F diz Belinda.%0nthia olha<a por tr3s de um dos ombros ca"dos

de Ralphie, os olhos arre#alando<se de alarme.

F *er3 isso um problemaW F per#unta. F T poss"vel F diz Bee.



%asa de #a( / #em!o de #a(

/o co0il onde passou tantas horas feliesA no seio daimaginaD!o cati0a de Seth $arin% pode"se dier A Tak escuta eespera. /a tela da _enith% caubBis em preto e branco% em tra)es

fantasmagBricos% cruam a ca0alo uma paisagem desrtica. &ca0algada silenciosa. ncorpBreo% agora 3ue saiu de Seth% Tak tirouo som da T; com o melhor de todos os controles remotos A suamente.

/o banheiro ao lado da coinha% ou0e o menino. <le emiteos grunhidos baiKos% porcinos% 3ue Tak agora associa 9 sua funD!oeliminatBria. Para Tak% at mesmo os ruQdos s!o re0oltantes% e o atoem si% com suas c!ibras e sensaDes de saQda desliante% ine0itá0el% horrendo. &t 0omitar melhor A pelo menos rápido% sobe 9

garganta e sai. &gora Tak sabe o 3ue a mulher fe a ele"% drogou o leitecom alguma coisa para causar n!o um 6nico ato de eliminaD!o% mastr4mulas con0ulses. ,uanto lhe terá dadoJ ?ma enorme batelada%

pelo modo como Seth se sentia pouco antes de Tak fugir% e agoraTak entende tudo.

<le tremula num canto superior escuro da sala A o Cruel

Tak% o spota Tak A como um pe3ueno grumo de lanternastraseiras de bicicleta a pulsar e girar em torno umas das outras.

/!o ou0e tia &udrey e =arin0ille mesmo com o som da T;desligado% mas sabe 3ue eles est!o ali% diante da porta da frente.

,uando finalmente pararem de con0ersar e entrarem% Tak 0aimatá"los A primeiro o homem% e simplesmente refaer a energia 3ue

eKpendeu ficar fora do corpo do menino particularmenteesgotante1% depois a tia de Seth% pelo 3ue tentou faer. ;ai se



alimentar dela tambm% e ela morrerá lentamente% por suas prBpriasm!os.

> castigo do menino por tentar rebelar"se contra Tak será

0er isso acontecer.Contudo% Tak espera SethO ele tem sido um dignoad0ersário. Como poderia n!o ser um recipiente capa de conterTakJ1 esde o aparecimento do bebum% no dia anterior% Tak e omenino t4m feito um )ogo cora)oso de pW3uer% como Laura e 2eb

=urdock em s =usticeiros. &gora tudo está em )ogo% mas ascartas finais est!o 0iradas para baiKo. ,uando forem des0iradas%

Tak sabe 3ue 0encerá. Claro 3ue 0encerá. Seu ad0ersário n!o passade uma crianDa% no final das contas% n!o importa o 3uanto se)ambrilhantes os cursos inferiores de seu intelecto% e afinal a crianDaapenas acreditou um pouco mais do 3ue bom para ela. Sabe 3ueSeth plane)ou eKpulsá"lo temporariamente de seu corpo% e embora omtodo eKato tenha sido uma surpresa e muito desagradá0el1%mesmo esse tanto de conhecimento mais do 3ue Seth sabia 3ue eletinha. =as há outra coisa% tambm.

Seth n!o acredita 3ue Tak possa reentrar nele 3uandorealia o repugnante ato para o 3ual se reser0ou o 3uartinho ao ladoda coinha.

<stá enganado. Tak pode reentrar. Será desagradá0el A penoso mesmo A% mas pode reentrar. < como sabe 3ue Seth n!o

0iu essa carta final% como 0iu algumas das outras 3ue Tak tinha%mesmo apesar de seus maiores esforDos para escond4"lasJ Por3ue ele chamou a 3uerida tiainha de 0olta 9 casa para

a)udá"lo a fugir. < 3uando a 3uerida tiainha finalmente parar de hesitar lá

fora e entrar% será... bem... 2ustiDada.

Completamente )ustiDada.



&s lues 0ermelhas nas sombras giram mais depressa%eKcitadas pela idia.

Rua Prini!al' "eses!ero / #em!o dos $ustieiros

F VocS me ouviu dizer ue a #ente tinha de entrara#ora mesmoW

=ohnn0 Jaz ue sim com a cabe5a. @enhum deles vS %ammie Reed atravessar a rua, da i#re:a de adobe ueera o reJO#io suburbano de =ohnn0 Marinville para osrestos da casa de taipa ue antes era a de Brad e Belinda.4la vem cabisbaiUa e com o .?><.>6 na m)o.

F *im, mas ainda tenho uma per#unta, ud. F GualW F ela uase #rita. F Pelo amor de (eus,

ualW

F 4le pode saltar pra outra pessoaW Pra vocS oupra mim, por eUemploWma eUpress)o ue poderia ser de al"vio mostra<se

por um breve instante no rosto dela. F @)o. F %omo pode ter certezaW 2oi *eth ue lhe disseW4le acha por um momento ue ela n)o vai

responder, e n)o s& porue uer pe#ar o meninoenuanto ele ainda est3 na privada. princ"pio toma aeUpress)o dela por embara5o, depois vS ue é maisproJunda$ embara5o, n)o$ ver#onha.

F @)o Joi *eth uem me disse F ela diz. F 4usei por ue ele tentou entrar em -erb. Pra poder... vocS

sabe... me possuir. F Gueria Jazer amor com vocS F ele diz.



F morW F ela per#unta, mal controlando a voz. F @)o. h, n)o. !a/ n)o entende nada de amor, est3 seliUando pra amor. Gueria era me Joder mesmo, s& isso.

Guando descobriu ue n)o podia usar -erb pra isso, ele omatou. F 3#rimas escorrem pelo rosto dela a#ora. F4le n)o desiste Jacilmente uando uer al#uma coisa, vocSsabe. ue Jez com ele... bem, ima#ine o ue aconteceriacom um dos sapatos do peueno Ralphie se vocS tentasseenJiar seu pez)o de adulto. *e continuasse batendo eempurrando, cada vez com mais Jor5a, indiJerente Y dor,

ao ue est3 Jazendo com ele em sua obsess)o de cal5ar,andar com ele... F !udo bem F ele diz.lha o pé do morro, uase esperando ver os

Jur#Kes de volta, mas n)o h3 nada. lha a rua acima etambém n)o h3 nada %ammie est3 parada oculta nasombra do -otel dos Vaueiros, precariamente inclinadapara um lado.

F %aptei a mensa#em F acrescenta. F 4nt)o a #ente pode entrarW VocS ao menos

pretende entrarW Perdeu a cora#emW F @)o F ele diz, e suspira.@a porta do barrac)o h3 um antiuado Jerrolho,

mas uando ele tenta puU3<lo, o pole#ar passa direto. PorbaiUo, parecendo uma coisa a Jlutuar por tr3s de 3#uaturva, h3 uma simples e velha ma5aneta suburbana.Guando =ohnn0 a pe#a, Jorma<se em torno dela umaporta suburbana, primeiro por cima das placas e barras deJerro, e depois substituindo<as. ma5aneta #ira e a portaabre<se para um aposento escuro com um cheiro ran5oso

de roupa su:a. luar inunda tudo, e o ue =ohnn0 vS oJaz lembrar as hist&rias ue leu em :ornais de vez em



uando, sobre velhos milion3rios reclusos ue passam osOltimos anos de suas vidas em uartos individuais,empilhando livros e revistas, colecionando bichos de

estima5)o, tomando (emerol e comendo comidaenlatada. F R3pido, depressa F ela diz. F 4le est3 no

banheiro de baiUo. T ao lado da cozinha.Passa por ele, pe#ando<lhe a m)o, e o leva para a

sala de visitas. @)o h3 pilhas de livros e revistas, mas osenso de reclus)o e insanidade mais aumenta ue diminui

Y medida ue avan5am. piso #ruda de comida ereJri#erante derramados sente<se um cheiro de leite azedopor baiUo as paredes Joram riscadas com desenhos acreiom, assustadores em sua primitiva preocupa5)o comderramamento de san#ue e morte. embram a =ohnn0 umromance ue leu h3 n)o muito tempo, chamado BloodMeridian.

m ade:o Y esuerda. 4le volta<se para auele lado,o cora5)o acelerando, a adrenalina invadindo a correntesan#"nea, mas n)o vS nenhum caub&i de rev&lver na m)onem alien"#enas sinistros, nem mesmo um menininhoatacando com uma Jaca. 4 s& o tremeluzir de um reJleUode luz. (a !V, ele supKe, embora n)o ha:a som.

F @)o F ela sussurra F n)o entre a".4 o conduz para a porta lo#o em Jrente. luz entrapor ela, imprimindo um ret[n#ulo brilhante no tapetecoberto de comida. eletricidade pode n)o ter sidoinventada no resto ue era antes a Rua dos Llamos, masainda h3 muita aui.

#ora =ohnn0 ouve #runhidos, misturados com

respira5)o abaJada. *ons t)o humanos F e t)oinstantaneamente reconhec"veis F como roncos, espirros,



chiados, assobios. l#uém no toalete. 2azer o nOmerodois, como diziam uando eram #arotos. ma uadrinhada escola prim3ria lhe vem Y lembran5a$ Toma limonada% pra

cagar de madrugada. pa, pensa =ohnn0, esse a" est3 notrono direitinho.Guando entram na cozinha e ele olha em volta,

ocorre<lhe ue talvez a boa #ente da Rua dos Llamosmere5a o ue lhe est3 acontecendo. udre0 vinha vivendoassim sabe (eus h3 uanto tempo, e a #ente :amais teveidéia, ele pensa. *omos seus vizinhos, todos mandamos

Jlores uando o marido enJiou o cano da arma na boca, amaioria Joi ao enterro ele pr&prio estava na %aliJ&rnia,Jalando numa conven5)o de bibliotec3rios de bibliotecasinJantisN, mas nunca se sabe.

balc)o est3 coberto de potes, embala#ens vazias,copos vazios e latas de reJri#erante. Muitas destas Oltimasse tornaram col+nias de Jormi#as. 4le vS o vaso

!upperare com os restos do leite achocolatado dro#ado,e a crosta do sandu"che de bolonha com uei:o de !a/ aolado. Pratos su:os entulham a pia, uma #arraJa pl3stica dedeter#ente, talvez comprada uando -erb Q0ler ainda

vivia, entornada. 4m torno da boca, uma po5a h3 muitocoa#ulada de su:eira verde. *obre a mesa h3 outras pilhas

de pratos su:os, um pote pl3stico de mostarda, montes deJarelo uma Jita de Van -alen ao lado de um dessesN, umalata de aerossol de creme batido, dois vidros de /etchup,um uase vazio e outro uase cheio, caiUas de pizzaabertas cheias de peda5os, embala#ens de p)o e de

!in/ies, e um saco de (oritos cobrindo uma #arraJa dePepsi vazia, como uma estranha camisinha. !ambém se

vSem pilhas de revistas em uadrinhos. !odas as ue =ohnn0 pode ver s)o nOmeros da série =otoops ''% da



Marvel. 5Ocar derramado espalha<se pela capa de umaue mostra %assie *t0les e *na/e -unter atolados até acintura num p[ntano e disparando suas pistolas de aturdir

contra a %ondessa ili, ue ataca no ue pode ser um :et<s/i. 4P*I @ P@!@Z, berra o t"tulo. @ocanto oposto do aposento vS<se um monte de sacospl3sticos de liUo estuJados, nenhum amarrado combarbante, a maioria vazando uma #osma inJestada deJormi#as. !odas as latas parecem trazer a cara sorridentedo %heJ Bo0ardee. Panelas incrustadas com o molho de

laran:a do %heJ cobrem o Jo#)o. 4m cima da #eladeira,bizarro toue Jinal, uma velha estatueta pl3stica de Ro0Ro#ers montado no Jiel !ri##er. =ohnn0 sabe, sem ter deper#untar, ue Joi um presente do tio a *eth, al#uma coisalembrada talvez dos tempos da inJ[ncia de -erb epacientemente procurada numa caiUa empoeirada nos&t)o.

lém da #eladeira h3 uma porta entreaberta,lan5ando sua cunha de luz sobre o imundo lin&leo. [n#ulo da porta é inclinado demais para =ohnn0 poder lero aviso nela$

* 4MPR4H(* !M (4 VR

* MI* Pg* *R V!gR'4 * %'4@!4* (4V4MN

A Seth F diz udre0 num sussurro de palco,lar#ando a m)o de =ohnn0 e correndo para a porta dobanheiro. 4le a se#ue.

(e detr3s deles, pontinhos de luz vermelha

dan5ante escorrem da porta em arco do covil como chuvade meteoros atravessam piscando a sala de visita Ys



escuras rumo Y cozinha. @o momento em ue o Jazem.%ammie Reed entra pela porta da rua. *e#ura o riJle comas duas m)os a#ora, e uando p3ra olhando a escura sala

de visitas em volta, desliza o indicador para dentro da#uarda e aninha<o em torno do #atilho. -esita, sem saberaonde ir em se#uida. s olhos s)o atra"dos para a luzreJletida da !V no covil, o ouvido pelo som de pessoasmeUendo<se na cozinha. voz dentro de sua cabe5a, aue eUi#e vin#an5a por =imm0, calou<se, e ela n)o sabepara ue lado se#uir. s olhos re#istram um breve pulsar

de luz vermelha, mas a mente nada eUtrai da inJorma5)oest3 inteiramente ocupada com a uest)o de comocontinuar. Marinville e Q0ler est)o na cozinha, disso temcerteza, mas estar3 o pirralho assassino com eles l3dentroW 4la torna a olhar em dOvida para o tremular da

!V. @enhum som, mas talvez as crian5as autistas assistamcom o som desli#ado.

4la precisa ter certea% o ne#&cio é esse. @a certa s&restam umas duas balas no .?><.>6... e de ualuer modoeles n)o v)o lhe dar chance de puUar o #atilho mais deuma ou duas vezes mesmo. Hostaria ue a voz Jalasse denovo, lhe dissesse o ue Jazer.

4 ent)o a voz Jala.

(o outro lado da rua, na trilha de cimento entre aporta da Jrente dos %arver e a cal5ada, %0nthia viu%ammie entrar na casa dos Q0ler. rre#ala os olhos.

ntes ue possa dizer al#uma coisa, *teve a cutuca comJor5a. 4la o olha e vS ue ele tem um dedo nos l3bios. @aoutra m)o, se#ura uma Jaca da cozinha dos %arver.

F Vamos F ele murmura.

F VocS n)o vai usar isso, vaiW F 4spero n)o ter de usar F ele diz. F VocS vemW



4la Jaz ue sim com a cabe5a e se#ue. GuandodeiUam a cal5ada para a vers)o !a/ do Velho este,come5a uma conJus)o de #uinchos e #ritos dentro da casa

dos Q0ler. Solte ele% %0nthia ouve, uma coisa assim, pelomenos, depois outras coisas ue ela nem come5a adeciJrar. maioria ou tudo parece vir da *ra. Q0ler,embora ela ou5a um #rito de %ammie Reed DPonha eleno ch)oEW 2oi isso ue ela #ritouWN e um #rito 3spero ue

vem de Marinville. 4nt)o, dois tiros de riJle, e um #rito dea#onia ou eUtremo terror. %0nthia n)o sabe ual, nem

sabe se uer saber. pesar disso, uando ela e *teve che#am ao outrolado da Rua Principal de (esespero, :3 est)o correndo.


&gora. Tudo se resume a agora. <le dá as costas á cantoneira com o telefone PlaySkool. <mbutido na parede do outro lado do corredor% há um pe3ueno painel de controle% muito semelhante aos usados nas cabines dena0egaD!o dos PoGer #agons. Pro)etando"se dele% uma fileira de seteinterruptores% cada um na posiD!o L$&>. &cima de cadainterruptor% um indicadorinho 0erde fulge na escurid!o. <sse paineln!o esta0a aQ 3uando Seth chegou ao fim do corredor% sB os retratosde suas duas famQlias% do Sr. Symes% e o telefone. =as esta a casade Seth% o tempo de Seth% e como os bolsos de sua bermuda A ele

pode muito bem acrescentar o 3ue 3uiser% e 3uando 3uiser.Seth estende para o painel uma m!o 3ue treme um pouco.

/o cinema e na T;% as personagens parecem nunca ter medo% e

3uando PaG CartGright tem de agir para sal0ar a Ponderosa%sempre sabe eKatamente o 3ue faer. Lucas =cCain% RoGdy Zates



e o [erife Streeter )amais se mostram inseguros de si. =as Sethestá. Muito inseguro. Chegou a hora do fim do )ogo% e ele estáaterroriado com a possibilidade de cometer um erro irre0ogá0el. Por

en3uanto% ainda sabe o 3ue acontece lá em cima como pensa nomundo de Tak agora% lá em cima1% mas se desligar essesinterruptores...

/!o há tempo para reconsiderar% porm. &udrey está nobanheiro. <la corre para o menino sentado no toalete com a cueca

pendurada num dos su)os tornoelos% o menino 3ue A pelo menosno momento A apenas um boneco de cera com pulmes 3ue

respiram e um coraD!o 3ue bate% uma má3uina humana desertada por seus dois espQritos. &)oelha"se diante dele e toma"o nos braDos.ComeDa a cobrir de bei)os o rosto dele% indiferente a tudo mais A oaposento% as circunst`ncias% =arin0ille parado atrás dela na porta.

< agora Seth sente o enKame 0ermelho 3ue Tak atra0essara coinha piscando como um rio de abelhas sobrenaturais% e tem deser agora% sim% tem de ser.

& m!o alcanDa o painel e ele comeDa a desligar osinterruptores. >s indicadores 0erdes acima apagam"seO outros0ermelhos embaiKo acendem"se. & cada interruptor desligado% seuconhecimento do 3ue se passa lá em cima diminui mais. /!o estádesligando os sentidos do boneco de cera 3ue sua tia agora cobre debei)os% n!o sabe se poderia faer isso se 3uisesse% mas pode blo3ueá"

los... e está blo3ueando.Minalmente% nada resta alm de sua mente. sso terá debastar. Com a m!o apertando os interruptores 3ue acabou dedesligar% para 3ue n!o 0oem de 0olta para cima% Seth lanDa"se paratia &udrey% esperando ainda poder encontrá"la em toda essaescurid!o.

%asa dos )*ler / #em!o dos $ustieiros



@o momento em ue udre0 arranca o menino dotoalete para seus bra5os, uma coisa passa eUplodindo por

=ohnn0 Marinville, uma coisa ue parece simultaneamenteuente como uma Jebre e Jria como uma r). *ua cabe5aenche<se de um turbilh)o de luz vermelha berrante, ue oJaz pensar em néon de churrascaria e mOsica countr0.Guando acaba, sua capacidade de ver tudo e seenciaraté mesmo Jatos sobrepostos Joi restaurada. T como se acoisa ue passou lhe houvesse dado uma espécie de

eletrochoue. 'sso, e uma corrente mals) ue lhe cruza ospensamentos e parece limo.Guando udre0 se er#ue com *eth nos bra5os a

cueca escorre#ou do pé e ele est3 inteiramente nu a#oraN, =ohnn0 vS o turbilh)o de luz 3vida #irar em torno dacabe5a do menino como uma auréola em torno da cabe5ado menino =esus num velho uadro. (epois, como um

enUame de térmitas, pousa, cobrindo as bochechas, asorelhas, os cabelos #ordurosos. Hruda<se nos olhosabertos vidrados e ilumina os dentes de escarlate.

F @)oZ F berra udre0. F *aia deleZ S&&% seusacana7

4la salta para a porta do banheiro com o menino

nos bra5os. cabe5a de *eth parece em chamas. =ohnn0estende a m)o F para elaW *ethW os doisW @)o sabe, e n)oimporta, porue ela passa por ele como uma eUplos)opara a cozinha imunda, #uinchando e brace:ando com oenUame de luz dan5ante em torno da cabe5a de *eth. m)o atravessa inutilmente a coisa vermelha. Guando ela eo menino passam por =ohnn0, ele tem a cabe5a tomada

por um horr"vel zumbido de motor. Hrita, tapando osouvidos com as m)os. T s& um momento, uando udre0



passa num salto, mas um momento ue parece uaseeterno mesmo assim. %omo se pode deiUar ualuermenino sob esse som, per#unta<se. %omo, por (eus, se

pode deiUar 3ual3uer coisa sob esse som. A S>LT< ele7 A berra udre0. F S>LT< ele% seuchupador. S>LT< ele7

4 ent)o a porta da cozinha n)o mais est3 vazia.%ammie Reed l3 est3, parada, com o .?><.>6 nas m)os.

%asa de #a( / #em!o de #a( ,uando alcanDa Seth e descobre 3ue todas as suas entradas

habituais est!o blo3ueadas% o indulgente respeito de Tak pelostalentos do menino se desfa pela primeira 0e% desde 3ue sentiu amente eKtraordinária dele passando perto e chamou"a com toda asua forDa. > 3ue substitui a indulg4ncia primeiro a compreens!oO a

f6ria 0em na esteira.Parece 3ue Tak se enganou A Seth sempre soube 3ue ele pode reentrar% mesmo durante a e0acuaD!o. Soube e conseguiuesconder esse conhecimento% como um )ogador esperto esconde um áseKtra na manga. =as no fim% nem isso importaO Tak entrarámesmo assim. /!o há como o menino deiKá"lo de fora. /!o ha0erásQtioO Seth $arin sua casa agora% e Tak n!o será deiKado de forade sua casa.

,uando a mulher passa com o corpo de Seth pelo escritor eentra na coinha% Tak ataca os olhos do menino% as portas deentrada mais prBKimas da3uele crebro mara0ilhoso% e comeDa a

forDá"los como um policial brutamontes empurrando uma portaescorada por um homem fraco. Sente um momento de p`nico

absolutamente atQpico 3uando a princQpio nada acontece A como



empurrar uma parede de ti)olos. <nt!o os ti)olos comeDam aamolecer e ceder. > triunfo lampe)a na fria mente de Tak.

<m bre0e... mais um instante... dois% no máKimo...


Sob sua m!o% dois dos interruptores mo0em"se para cima. =esmo 3uando redobra os esforDos para mant4"los embaiKo% ele ossente forDando a m!o como coisas 0i0as. >s indicadores ainda est!o

0ermelhos% mas n!o por muito tempo mais. Tak tem ra!o sobreuma coisa: como 3uer 3ue os dois se meDam em termos deintelig4ncia% Seth n!o mais páreo para a forDa bruta de Tak.

&ntes% tal0e. /o inQcio. =as n!o mais. &inda assim% se esti0ercerto% tal0e isso n!o conte. Se esti0er certo% e se der sorte.

<le olha o telefone PlaySkool A 3ue tia &udrey chama deTakfone A% dese)ando"o por um momento% mas claro 3ue n!o

precisa de telefone% na 0erdadeO sempre foi apenas um sQmbolo% umacoisa concreta para a)udar a telepatia a fluir mais facilmente entreeles% como os interruptores e indicadores s!o simples instrumentos

para a)udá"lo a concentrar sua 0ontade. < telepatia n!o o 3ueinteressa a Seth agora% de 3ual3uer modo. Se fosse sB isso 3ue osdois partilhassem% seria f6til.

Sob sua m!o% os interruptores mo0em"se obstinados paracima% le0ados pela forDa primiti0a de Tak% a 0ontade primiti0a deTak. Por um instante% os indicadores 0ermelhos embaiKo se apagame os 0erdes em cima se acendem. Seth sente um terrQ0el umbido demotor na cabeDa% tentando esmagar seus pensamentosO por uminstante% sua 0is!o interior borrada por uma rodopiaste lu roKa%onde brasas se a0i0am e amortecem.



Seth empurra os interruptores para baiKo com toda sua forDa. &s lues 0erdes se apagam. ;oltam as 0ermelhas. Poren3uanto% pelo menos.

Chegou a hora% sB resta uma carta emborcada no )ogo% eSeth $arin a 0ira para cima.

%asa dos )*ler / #em!o de $ohnn*

(e certa Jorma, é como ver<se apanhado numa

outra barra#em dos :usticeiros, s& ue desta vez o ue =ohnn0 sente passando a zumbir por ele s)o idéias em vezde balas. Mas n)o Joram sempre idéias, na verdadeW

primeira vai para %ammie Reed, parada na portada cozinha com a arma nas m)os$

F #oraZ tire a#oraZ se#unda vai para udre0 Q0ler, ue recua como

se Josse esboJeteada e de repente p3ra de brace:ar contra omiasma espectral em torno da cabe5a de *eth$

A &gora% tia &udrey7 Chegou a hora7 4 a Oltima, um terr"vel ru#ido inumano ue enche a

cabe5a de =ohnn0 e eUpulsa tudo mais$ A />% S<? S&C&//H&7 />% ;>C /> P><7

@)o, pensa =ohnn0, ele n)o pode. @unca p+de.4nt)o er#ue os olhos para o rosto de %ammie Reed. solhos dela saltam das &rbitas os l3bios esticam<se numsorriso seco e terr"vel.

Mas ela pode.



%asa de #a( / #em!o de #a(

Tal0e Tak tenha tr4s segundos% en3uanto a mulher com aarma grita% para perceber 3ue perdeu a parada. %omo perdeu a

paradaJ &lguns segundos de incredulidade% em 3ue imagina comoisso pWde acontecer% apBs todos os mil4nios 3ue passou preso na es" curid!o% pensando e plane)ando. <nt!o% 3uando comeDa a perceber3ue Seth na 0erdade n!o está dentro do corpo no 3ual 0em tentandoreentrar% a mulher na porta abre fogo.

%asa dos )*ler / #em!o de $ohnn*

%ammie n)o sabe mais se est3 a#indo por livre eespont[nea vontade, mas n)o importa se tivesse a

vontade livre, ainda seria isso ue Jaria. Q0ler se#ura omonstruoso pirralho enrascado nu em seus bra5os, comoum bebS #rande demais, as canelas borradas de merda em

vez de san#ue e plasma p&s<parto. *e#ura<o como umescudo. %ammie uase tem vontade de rir com a idéia.

F Ponha ele no ch)oZ F #rita.Mas em vez de p+r *eth no ch)o udre0 er#ue<o

mais alto contra o peito, como num desaJio. inda dandoseu sorriso seco, perverso, os olhos parecendo saltar das&rbitas =ohnn0 se dir3 mais tarde ue Joi uma ilus)o de&ptica, sem dOvida JoiN, %ammie centra o riJle na crian5a.

A /!o% Cammie% n!o7 A =ohnn0 #rita.4 ent)o ela dispara. primeiro tiro acerta *eth

Harin, de oito anos, e ue ainda se contorce desamparadocom e&licas intestinais, na tSmpora e arranca o tampo dacabe5a, cobrindo de san#ue, cabelos e peda5os de couro



cabeludo o rosto estranhamente sereno da tia. balaatravessa todo o cérebro e sai do outro lado do cr[nio,onde entra no seio esuerdo de udre0. essa altura,

porém, :3 vai demasiado Jraca para causar mais danossérios. se#undo tiro é ue o Jaz, pe#ando<a na #ar#anta,uando ela cambaleia para tr3s, com a Jor5a do primeiro.4la bate com o traseiro na sobrecarre#ada mesa dacozinha. s pratos empilhados caem e se espatiJam noch)o.

udre0 volta<se para =ohnn0, a crian5a

ensan#entada nos bra5os, e ele vS uma coisa espantosa$ela parece Jeliz. %ammie #rita uando ela desaba, talvez detriunJo, talvez de horror com o ue Jez.

udre0 de al#um modo continua se#urando *eth aomorrer. 4 uando cai, a nervosa coisa vermelha er#ue<sedos restos do rosto do menino como uma coiJa de recém<nascido. Rodopia no ar acima do lin&leo imundo,brilhantes pontos escarlate orbitando uns aos outroscomo elétrons.

=ohnn0 e %ammie Reed olham<se através dessa vermelhid)o por um tempo ue ele n)o pode calcular Fest)o paralisados, parece F até ue al#uém #rita$

A &h% merda7 &h% merda, por 3ue fe isso% sua bruKa

burraJ =ohnn0 vS *teve e %0nthia atravessarem a escurasala de visitas até Jicarem lo#o atr3s de %ammie. %0nthiasalta para a Jrente, a#arra o bra5o de %ammie e sacode<a.

A -ruKa7 Sua puta assassina idiota% 3ue foi 3ue pensou%3ue isso ia traer seu filho de 0oltaJ &lgum dia fre3Ientou alguma

porra de uma <SC>L&J

%ammie parece n)o ouvir. Mira a coisa vermelharodopiante com olhos arre#alados, sem piscar, como



hipnotizada... e a coisa lhe retribui o olhar. =ohnn0 n)o sabecomo sabe disso, mas sabe. 4 de repente a coisa se lan5asobre ela como um cometa... ou o !rac/er rro

vermelho de *na/e -unter num ataue dos Poer Qa#ons.4le per#untou a udre0 se !a/ podia saltar para

outra pessoa. 4la disse ue n)o, tinha certeza ue n)o,mas e se estivesse erradaW 4 se !a/ a houvesse en#anadoW*e !a/ tinha...

A Cuidado7 F ele #rita para %0nthia. F Se afaste

dela7 peuena *rta. %abelo de (uas %ores apenas olhapara ele, sem compreender, por sobre o ombro de%ammie Reed. *teve parece n)o entender tampouco, masrea#e ao ineu"voco p[nico na voz de =ohnn0 e puUa%0nthia para tr3s.

s rodopiantes ciscos vermelhos dividem<se emduas partes. Por um momento, a Jorma eUterior de !a/parece a =ohnn0 um daueles #arJos ue sua turma usavapara assar marshmallo, uando eram adolescentes,sentados em torno de Jo#ueiras na praia em *avin Roc/.*& ue os dentes desse #arJo mer#ulham diretamente nosolhos esbu#alhados de %ammie Reed.

s olhos Jul#em num rubro intenso, incham aindamais para Jora, e eUplodem nas &rbitas. sorriso no rostode %ammie se estica tanto ue os l3bios se ras#am e osan#ue come5a a escorrer pelo ueiUo abaiUo. coisa semolhos cambaleia para a Jrente, soltando o riJle eestendendo as m)os, ue a#arram ce#amente o ar. =ohnn0pensa ue :amais viu nada em sua vida t)o

simultaneamente Jraco e predat&rio.



A Tak F proclama a coisa, numa voz #utural ueem nada se parece com a de %ammie. F Tak a u!7 Tak alá7 =ai rim en tau7 F 2az uma pausa. (epois, numa voz

triturante, inumana, ue =ohnn0 sabe ue vai ouvir empesadelos até o Jim da vida, a coisa sem olhos diz$ F 4uconhe5o vocSs todos. Vou achar vocSs todos. Vou ca5ar

vocSs. Tak7 =ai rim% en tau7 cr[nio come5a a inchar ent)o o ue resta da

cabe5a de %ammie come5a a parecer um monstruosochapéu de co#umelo. =ohnn0 ouve um som parecido ao de

papel ras#ando<se e percebe ue é a pouca carne sobre ocr[nio se dilacerando. s &rbitas vazias dos olhos esticam<se para os lados, tornando<se Jendas o cr[nio inchadorepuUa o nariz para cima, transJormando<o num Jocinhode narinas compridas, em Jorma de losan#o.

o#o, pensa =ohnn0, udre0 tinha raz)o. *& *ethpodia abri#3<lo. *eth ou al#uém como ele. ma pessoamuito especial. Porue...

%omo para concluir seu pensamento da maneiramais espetacular ima#in3vel, a cabe5a de %ammie ReedeUplode. 2ra#mentos uentes, al#uns ainda pulsando com

vida, atin#em o rosto dele.Hritando, revoltado a um ponto de loucura, =ohnn0

limpa a coisa, usando os pole#ares para tentar livrar osolhos. on#e, como se ouvem coisas uando al#uém dooutro lado da linha deiUa temporariamente o teleJone,ouve *teve e %0nthia também #ritando. 4nt)o uma luzce#ante invade o aposento, t)o sObita e chocante uantoum tapa inesperado. =ohnn0 pensa a princ"pio ue é al#umtipo de eUplos)o F o Jim para todos eles. Mas uando

seus olhos ainda ardendo, sal#ados e cheios do san#ue de%ammieN come5am a adaptar<se, vS ue n)o é nenhuma



eUplos)o, mas a luz do dia F a Jorte e velada luz de umatarde de ver)o. trov)o ronca no oeste, um som #utural,sem ualuer amea5a concreta. tempestade passou

incendiou a casa dos -obart disso ele tem certeza, poissente o cheiro da Juma5aN e Joi em Jrente, pre:udicar a vida de outra pessoa. Mas ouve<se outro som, o ue antest)o ansiosamente esperaram em v)o$ o barulho misturadode sirenes. Pol"cia, bombeiros, ambul[ncias, talvez a porrada Huarda @acional, pelo ue sabe =ohnn0. u est3li#ando. som das sirenes n)o lhe interessa muito a essa

altura. tempestade passou. =ohnn0 acha ue também passou o tempo dos

:usticeiros.(eiUa<se cair pesadamente numa das cadeiras da

cozinha e olha os corpos de udre0 e *eth. embram<lheos mortos sem sentido de =oneston, na Huiana. 4laainda tem os bra5os em torno dele, e os dele F pobresbra5os Jinos, des#astados, n)o arranhados por uma Onicabrincadeira com outros meninos de sua idade F aindaabra5am o pesco5o dela.

=ohnn0 enUu#a o san#ue, ossos e peda5os decérebro das Jaces com as palmas pe#a:osas e se pKe a

chorar.



o diário de &udrey #yler

^A de outubro de ABBW

)iário de novo. Jamais pensei "ue retomaria, na certa jamais o farei em base permanente, mas é t$o reconfortante.

:et1 me procurou 1oje de man1$ Z conseguiu perguntar,com uma combina3$o de palavras Z grun1idos, se podia ir deporta em porta fazendo brincadeiras do )ia das 6ru*as, como osoutros meninos do bairro. ($o 1avia sinal de 5a[, e "uando éapenas :et1, ac1o "uase impossível recusarl1e alguma coisa.

($o me é difícil lembrar "ue :et1 n$o é o responsável por tudo"ue aconteceu na verdade é muito fácil. )e certa forma, é o "uetorna tudo isso t$o 1orrível. >acra todas as min1as saídas. 8c1o"ue ninguém mais poderia entender o "ue "uero dizer. ?umesma n$o sei se entendo. Mas sinto. 81, )eus, se sinto.

@espondi "ue tudo bem, "ue o levaria, seria divertido.)isse "ue na certa poderia improvisar um traje de caub0i para

ele, se ele "uisesse, mas se "uisesse ir como um MotoGop agente teria de ir ao PaFless e comprar um pronto.

?le já balan3ava a cabe3a antes mesmo de eu acabar,grandes sacudidas de um lado para outro. ($o "ueria ir comocaub0i, nem como MotoGop. 2avia alguma coisa na violênciada"uelas sacudidas de cabe3a "ue beirava o 1orror. 8c1o "uetalvez estivesse c1eio de caub0is e policiais do futuro.

Nmagino se o outro sabe disso.)e "ual"uer modo, pergunteil1e do "ue gostaria devestirse, se n$o de caub0i, :na[e 2unter ou Major Pi[e. ?lebalan3ou um bra3o Z saiu saltando pela sala. 8p0s algum tempodessa pantomima, percebi "ue "ueria ser um espadac1im.

Pirata' perguntei, Z todo o rosto dele se iluminoucom o meigo sorriso de :et1 Qarin.

Piat% disse, e fez mais esfor3o e disse direito7 Pirata%



Por isso arranjei um vel1o len3o de seda para amarrar nacabe3a dele, deil1e uma argola de ouro de press$o para p4r naorel1a e desencavei um vel1o pijama de 2erb para servir depantalona. Pus umas tiras de borrac1a nas bocas das cal3as Z

elas se inflaram direitin1o. Com uma barba e uma cicatriz nool1o pintadas, e uma vel1a espada de brin"uedo Hemprestadapela vizin1a do lado, Cammie @eed, uma dourada antig+idadedos anos de infOncia dos gêmeosI, ele ficou com um ar bastanteferoz. ? "uando saí com ele, por volta das "uatro 1oras, parafazer/ nossa "uadra da @ua dos Ylamos e duas outras daJacintos, ele n$o parecia diferente de todos os outros duendes,

bru*as, 6arneFs e piratas. <uando voltamos, espal1ou todos osdoces "ue gan1ara de presente no c1$o da sala de visitas Hn$oesteve no covil para ver 5& o dia todo, 5a[ deve estar num sonoprofundo, eu gostaria "ue o sacana estivesse morto, mas isso éesperar demaisI Z ficou feliz com eles como se fosse realmenteum tesouro de pirata. )epois me abra3ou e beijou meu pesco3o.5$o feliz.

-odase, 5a[. -odase.-odase, e espero "ue morra.

A` de mar3o de ABB`

8 9ltima semana foi um 1orror, um completo 1orror, 5a[

no comando "uase total e em passo de ganso. Pratos por todaparte, copos sujos de leite ac1ocolatado, a casa está umabagun3a. -ormigas% (ossa% -ormigas em mar3o% Parece umacasa onde moram lunáticos, e n$o será isso mesmo'

5en1o os mamilos em brasa, tantos os belisc;es "ue 5a[me faz dar neles. ?u sei por "uê, claro está furioso por"ue n$opode fazer o "ue "uer com sua vers$o de Cassandra :tFles. ?u o

alimento, compro os novos bonecos MotoGops "ue ele "uer Heas revistas em "uadrin1os, claro, "ue ten1o de ler para ele,



por"ue :et1 n$o tem essa aptid$o para ele aproveitarI, mas paraa"uela outra finalidade, sou in9til.

Passei com Jan o má*imo da semana "ue pude.?nt$o, 1oje, "uando tentava fazer alguma limpeza H"uase

sempre estou e*austa e desanimada demais para se"uer tentarI,"uebrei o prato favorito de min1a m$e, o "ue tem a cena detren0 de Currier Z Nves. 5a[ n$o teve nada a ver com isso eu otirei do consolo da lareira na sala de jantar onde o manten1o =mostra, para dar uma espanada, Z ele simplesmente escorregoude meus est9pidos dedos Z se espatifou no c1$o. 8 princípiopensei "ue meu cora3$o tin1a se espatifado com ele. ($o era o

prato, claro, por mais "ue eu sempre ten1a gostado dele. )erepente, era como se fosse toda a min1a vida "ue eu estavaol1ando, em vez de um vel1o prato de lou3a despeda3ado noc1$o da sala de jantar. :imbolismo barato, diria provavelmentePeter Jac[son, "ue mora ai defronte. 6arato Z sentimental. (acerta é verdade, mas "uando a gente sofre dificilmente écriativa.

Peguei um saco plástico de li*o na cozin1a Z comecei a juntar os cacos, solu3ando en"uanto o fazia. (em se"uer ouvi a5& ser desligada 5a[ e :et1 tin1am feito um festival deMotoGops TTXX a maior parte do dia , mas ent$o uma sombracaiu sobre mim e ergui os ol1os, e lá estava ele.

8 princípio pensei "ue era 5a[ :et1 desapareceu amaior parte desta 9ltima semana, ou se manteve discreto ,

mas ent$o vi os ol1os. #s dois usam os mesmos, a gente diria"ue eles n$o mudam, n$o podem mudar, mas mudam, sim. #sde :et1 s$o mais claros, e têm uma gama de emo3$o "ue 5a[n$o vai conseguir nunca.

<uebrei o prato de min1a m$e eu disse. ?ra s0 o"ue me restava dela, e escorregou por entre meus dedos.

-oi pior ainda, ent$o. 8bracei os joel1os, pus o rosto

entre eles Z fi"uei c1orando. :et1 se apro*imou, passou osbra3os pelo meu pesco3o Z me abra3ou. 8conteceu uma coisa



maravil1osa "uando fez isso. ($o posso e*plicar e*atamente,mas foi t$o bom "ue fez as visitas a Jan em Mo1on[ parecerembanais em compara3$o. 5a[ pode me fazer sentir mal terrível,na verdade, como se o mundo todo n$o passasse de um bolo de

lama fervil1ando de min1ocas iguais a mim. ?le gosta "uandome sinto mal. >ambe essas sensa3;es ruins em min1a pele,como um menino um pirulito. :ei "ue lambe.

8"uilo era o contrário... e mais. Min1as lágrimas pararamZ meus sentimentos de tristeza foram substituídos por uma talsensa3$o de alegria e... n$o ê*tase, e*atamente, mas parecido.:erenidade Z otimismo misturados, como se tudo n$o pudesse

dei*ar de dar certo. Como se tudo já estivesse certo Z eu n$opudesse ver isso em meu estado de espírito normal. ?u estavaplena, como uma comida dei*a a gente plena "uando está comfome. @estaurada.

:et1 fez isso. -ez isso "uando me abra3ou. ? ac1o HseiI"ue fez isso e*atamente do mesmo jeito "ue 5a[ me faz sentir ascoisas ruins e tristes. 8bandonada, é como c1amo. <uando 5a[

"uer, faz me sentir abandonada. Mas s0 pode fazer isso por"uetem p poder de :et1 para sugar Z eu ac1o "ue "uando :et1acabou com min1a tristeza 1oje de tarde, p4de fazer isso por"uetin1a o poder de 5a[ para sugar. ? n$o creio "ue 5a[ soubesse"ue ele estava fazendo isso, sen$o o teria feito parar.

?is aí uma coisa "ue jamais me ocorreu até 1oje7 :et1pode ser mais forte do "ue 5a[ sabe.

Muito mais forte.



%ap"tulo !reze

1

=-@@\ @I *B4 por uanto tempo Jicou sentadona cadeira da cozinha, cabisbaiUo, o corpo sacudido porsolu5os Jortes como arrepios, as l3#rimas brotando dosolhos, antes de sentir uma m)o macia na nuca e er#uer osolhos e ver a mocinha da lo:a, a dos cabelosesuizoJrSnicos. *teve n)o estava mais com ela. =ohnn0olhou pela :anela panor[mica da sala de visitas F o[n#ulo dava eUatamente para Jazer isso de onde estava Fe viu<o parado no triste #ramado dos Q0ler, olhando ruaabaiUo. l#umas das sirenes tinham cessado, uando os

ve"culos a ue pertenciam che#aram Y rua e pararamoutras ainda uivavam como "ndios, che#ando. F 4st3 bem, *r. MarinvilleW F Téé. F !entou dizer mais al#uma coisa, mas o

ue saiu, em vez de palavras, Joi um sacudido meiosolu5o. !entou limpar o nariz com as costas da m)o edepois sorrir. F %0nthia, n)o éW

F %0nthia, sacou. F 4 eu sou =ohnn0. *& =ohnn0. F e#al.4la olhava os corpos entrela5ados. udre0 tinha a

cabe5a :o#ada para tr3s, os olhos Jechados, o rosto t)oim&vel e sereno como uma m3scara mortu3ria. 4 o

menino ainda parecia um bebS, em sua Jr3#il nudez. mbebS morto no parto.



F lhe pra eles F disse %0nthia, baiUinho. F sbra5os dele no pesco5o dela desse :eito. (eve tS<la amadomuito.

F 4le a matou F disse =ohnn0, sem nenhumaeUpress)o. F @)o pode serZ4le simpatizou com o choue no rosto dela, mas

isso n)o mudava o ue sabia. F Mas é. 4le chamou %ammie pra cima dela. F %hamou pra cima delaW Gue uer dizer com

issoW 4le balan5ou a cabe5a, como se ela houvesseconcordado.

F (o mesmo :eito ue os oJiciais comandantes namata chamavam Jo#o de artilharia pra cima das aldeiasinimi#as no Vietn). %hamou<a pra cima dos dois, na

verdade. 4u o ouvi Jazer isso. F Bateu na tSmpora. F 4st3 dizendo ue *eth mandou %ammie matá"

losJ 4le assentiu. F outro, talvez. VocS pode ter ouvido ele... a

coisa... =ohnn0 balan5ou a cabe5a. F @eca. 4ra *eth, n)o !a/. 4u reconheci a voz.

F 2ez uma pausa, baiUando o olhar para a crian5a morta,

depois tornou a olhar para %0nth0a. F Mesmo em minhacabe5a, respirava pela boca.



2

* %** -V'M voltado ao ue de Jato eram, via*teve, mas isso n)o si#niJicava ue haviam voltado aonormal. !inham visivelmente levado um pau dos diabos.

casa dos -obart n)o mais ardia, por eUemplo o pé<d73#ua reduzira o Jo#o a uma espécie de mal<humoradaJuma5a, como um vulc)o ap&s a erup5)o principal. ban#al+ do velho veterin3rio estava mais envolvido, com

chamas saltando das :anelas e trechos ne#ros e calcinadosespalhando<se ao lon#o dos beirais e levantando bolhas napintura. 4ntre as duas, a casa de Peter e Mar0 =ac/son erauma ru"na desmoronada, estourada.

-avia dois carros de bombeiro na rua, e che#avamoutros. =3 as man#ueiras :aziam enrascadas nos #ramados,parecendo #ordas :ib&ias be#e. !ambém havia carros depol"cia. !rSs parados diante da casa de 4ntra#ian, onde ocorpo do menino dos :ornais e o de -annibal, n)o podiaesuecS<loN :azia coberto de pl3stico a#ora com po5asd73#ua do temporal. (ois novos carros<patrulha seachavam parados no alto da rua, bloueando inteiramentea Rua do rso.

@)o vai adiantar nada, se eles voltarem, pensou*teve. *e os :usticeiros voltarem, v)o eUplodir essebloueiozinho de rua até a calota polar mais pr&Uima.

*& ue n)o iam voltar. 4ra o ue si#niJicava a luzdo sol, o ue si#niJicava o trov)o em retirada. !udoacontecera de Jato F *teve s& precisava olhar para ascasas ardendo e as inteiramente estouradas para saber

disso F mas acontecera em al#uma estranha J"stula dotempo da ual aueles ras :amais iriam saber ou uerer



saber. lhou seu rel&#io e n)o Jicou surpreso ao ver ueJuncionava de novo$ $1A, mostrava, e ele achou ueestava t)o pr&Uimo da hora certa uanto seu !imeU al#um

dia che#aria.lhou os policias na rua abaiUo. l#uns tinham asarmas na m)o outros, n)o. @enhum parecia saber aocerto o ue Jazia. *teve entendia isso. 4les viam uma#aleria de tiro, aJinal, e provavelmente nin#uém nasuadras em volta ouvira seuer um tiro. !rovKes, talvez,mas escopetas ue soavam como #ranadas de morteiroW

@eca. vistaram *teve no #ramado, e um deles o chamou. o mesmo tempo, outros dois #esticulavam ue voltassepara a casa dos Q0ler. Pareciam uma porra de umapatrulha bastante desorientada, em #eral, e *teve n)o osculpava. l#uma coisa acontecera ali, isso eles podiam ver,mas o 3u4J

VocSs v)o levar al#um tempo pra ima#inar, pensou*teve, mas v)o acabar conse#uindo al#uma coisa com uepossam conviver. *empre conse#uem. *e:a um disco

voador ue caiu em Rossell, @ovo MéUico, um navio vazio no meio do tl[ntico, ou uma rua de uma 3rearesidencial de hio transJormada num corredor de Jo#o,

vocSs sempre saem com al#uma coisa. @unca v)o pe#arnin#uém, eu apostaria nisso as economias de minha vida,ue est)o lon#e de ser consider3veis, e n)o v)o acreditarnuma porra de uma Onica palavra ue nenhum de n&sdisser na verdade, uanto menos dissermos,provavelmente mais J3cil ser3 para n&sN, mas no Jim v)oarran:ar al#uma coisa ue lhes permita repor as armas nos

coldres... e dormir Y noite. 4 sabem o ue eu di#o dissoW



@I !4M PRB4M,

é isso a".

PRR... (4... PRB4M... @4@-MZ

m dos policiais apontava a#ora um me#aJone paraele. *teve n)o morria de amores por isso, mas achava ueera melhor um me#aJone ue uma arma.

F V% T M R42TMW F per#untou o *r.

Me#aJone. F T M (* G4 2'X4RM R42T@*W*teve sorriu, p+s as m)os em concha em torno daboca e #ritou de volta$

F 4u sou ibraZ mi#o de estranhos, adoro umbom papoZ

ma pausa. *r. Me#aJone conJerenciou com v3rios de seus cupinchas. Muitas cabe5as balan5aram.

(epois ele tornou a se voltar para *teve e a er#uer ome#aJone$ F @I 4@!4@(4M*, G4R R4P4!'RW*teve n)o repetiu. Passara a maior parte de sua vida

no sho<business F bem, mais ou menos F e sabiacomo era J3cil estra#ar uma piada. Mais policiaische#avam comboios inteiros de carros<patrulha com luzes

vermelhas piscando. Mais carros de bombeiros. (uasambul[ncias. ue parecia um ve"culo de assaltoblindado. s policiais s& deiUavam passar os carros debombeiros, pelo menos por enuanto, embora, #ra5as Ychuva, nenhum dos incSndios parecesse #rande coisa a*teve.

(o outro lado de onde ele estava, (ave Reed e *usiHeller sa"ram da casa dos %arver, abra5ados. Passaram



com cuidado por cima do cad3ver da menina morta na varanda e desceram para a cal5ada. tr3s vieram Brad eBelinda =osephson, conduzindo os Jilhos dos %arver e

prote#endo<os da vis)o do pai, ainda ca"do na entrada da#ara#em e ainda t)o morto como sempre. tr3s veio !omBillin#sle0. !inha o ue parecia uma toalha de mesa delinho nas m)os. 4stendeu<a sobre o corpo da #arotamorta, sem tomar conhecimento do homem mais abaiUona uadra ue tentava cham3<lo com seu me#aJone.

F %adS minha m)eW F #ritou (ave para *teve.

!inha os olhos ao mesmo tempo alucinados e eUaustos. F VocS viu minha m)eW4 *teve mes, cu:o lema na vida Jora

/?LL> =P<=</T?=% n)o teve a menoridéia do ue responder.

3

=-@@\ 4@!R @ * de visitas, andando naspontas dos pés e evitando o m3Uimo ue podia daba#un5a deiUada por %ammie Reed. !ransposto esseobst3culo, diri#iu<se Y porta com mais rapidez e conJian5a.%ontrolara as l3#rimas, pelo menos por enuanto, esupunha ue isso Josse bom. @)o sabia por uS, masachava ue sim. lhou o rel&#io sobre o consolo dalareira. Marcava $81, o ue parecia correto.

%0nthia pe#ou<o pelo bra5o. 4le voltou<se,

sentindo<se meio impaciente. Pela :anela panor[mica, viaos outros sobreviventes da Rua dos Llamos reunindo<se



no meio .da rua. té a#ora tinham i#norado os apelos dospoliciais, ue pareciam n)o saber se deviam aproUimar<seou manter suas posi5Kes, e =ohnn0 ueria :untar<se aos

vizinhos antes ue os tiras se decidissem por uma coisa ououtra. F 2oi emboraW F ela per#untou. F !a/... auela

coisa vermelha... o ue uer ue Josse... Joi emboraW4le olhou a cozinha atr3s. (o"a<lhe uase

Jisicamente Jazer isso, mas conse#uiu. -avia muito vermelho nela F as paredes pintadas de vermelho, e o

teto também, ali3s F, mas nenhum sinal da coisa comJul#or de brasa ue tentara encontrar um porto se#uro nacabe5a de %ammie Reed, depois ue seu primeirohospedeiro Jora morto.

F 4le morreu com elaW F mo5a olhava<o comolhos suplicantes. F (i#a ue sim, t3 le#alW Me deiUenuma boa e di#a ue sim.

F (eve ter morrido F disse =ohnn0. F *e n)otivesse, ima#ino ue estaria a#ora eUperimentando otamanho de um de n&s.

4la eUpeliu o ar numa ra:ada. F Téé. 2az sentido.4 Jazia mesmo, mas =ohnn0 n)o acreditava. @em

por um se#undo. <u conheDo 0oc4s todos% dissera a coisa. ;ouachar 0oc4s todos. ;ou caDar 0oc4s. !alvez o Jizesse. 4 talvez se visse a bra5os com uma luta um pouco mais 3rdua do ue#ostaria, se tentasse. (e ualuer modo, n)o havia sentidoem preocupar<se com isso a#ora.

Tak a u!7 Tak a l!7 =ai rim en tau7 F Gue JoiW F per#untou %0nthia. F Gue é ue

h3W F Gue uer dizerW



F VocS est3 tremendo. =ohnn0 sorriu. F cho ue al#uém acaba de passar por cima de

minha cova. F !irou a m)o dela de seu bra5o e tran5ouos dedos com os dela. F Vamos l3. Vamos sair e vercomo est3 todo mundo.

4

= L G*4 %-4HVM Y rua e aos outros, uando%0nthia parou.

F h, meu (eus F disse numa voz baiUa e Jraca. F h, meu (eus, ve:a. =ohnn0 voltou<se. tempestadepassara adiante, mas havia uma nuvem de trovoada lo#o a

oeste deles. Pairava sobre o centro de %olumbus, li#ada ahio por um tSnue cord)o umbilical de chuva, em Jormade um #i#antesco caub&i #alopando um #aranh)o cor detempestade. Jocinho do cavalo, #rotescamentealon#ado, apontava para leste, para os Hrandes a#os acauda estendia<se lon#a rumo Ys pradarias e desertos. caub&i parecia se#urar o chapéu numa das m)os, talvezacenando para os aplausos, e enuanto =ohnn0 olhava,bouiaberto e paralisado, a cabe5a do homem reluziu comum raio.

F m cavaleiro Jantasma F disse Brad. F Putamerda, uma porra dum cavaleiro Jantasma no céu. 4st3

vendo, BeeW

%0nthia #emeu por tr3s da m)o ue levara Y boca.lhava a Jorma de nuvem, olhos esbu#alhados,



balan5ando a cabe5a de um lado para outro, num inOtil#esto de ne#a5)o. s outros também olhavam a#ora Fn)o os bombeiros nem os policiais, ue lo#o sairiam de

sua indecis)o e viriam :untar<se ao #rupo da uadra, mas opessoal da Rua dos Llamos ue sobrevivera aos:usticeiros.

*teve pe#ou os Jinos bra5os de %0nthia e aJastou<adelicadamente de =ohnn0.

F Pare com isso F disse. F @)o pode Jazer mal Y#ente. T s& uma nuvem e n)o pode Jazer mal Y #ente. =3

est3 indo embora. 4st3 vendoW4ra verdade. Jlanco do cavalo celeste abria<se emal#uns lu#ares, dissolvia<se em outros, deiUando passar osol em lon#os raios velados. 4ra de novo apenas umatarde ver)o, a pr&pria cumeeira do ver)o, s& melancia,reJri#erante e m3s :o#adas na ponta do bast)o.

*teve baiUou os olhos para a rua e viu o carro dapol"cia come5ar a rodar, muito deva#ar, subindo a ladeirana dire5)o deles, passando sobre os Jios emaranhados.

!ornou a olhar para =ohnn0. F VocS. F VocS o uSW F 4le se suicidou, o #arotoW

F @)o sei o ue mais vocS chamaria auilo Fdisse =ohnn0, mas achava ue sabia por ue o hippieper#untara de al#um modo, n)o parecera suic"dio.

carro da pol"cia parou. homem ue saltouusava um uniJorme caui enJeitado com uma tonelada dedra#onas douradas. !inha os olhos, de um azul muitointenso, uase perdidos numa compleUa teia de ru#as. 4 o

rev&lver, bem #rande, na m)o. Parecia al#uém ue =ohnn0:3 vira antes, e ap&s um instante se lembrou$ o Jalecido



Ben =ohnson, ue interpretara Jazendeiros santarrKes em#eral com belas JilhasN e bandidos sat[nicos com i#ual#ra5a e talento.

F l#uém pode me dizer, em nome de =esus%risto Redentor, o ue aconteceu auiW @in#uémrespondeu, e ap&s um momento =ohnn0 Marinvillepercebeu ue olhavam para ele. diantou<se, leu opeueno crach3 preso ao bolso do en#omado blus)o douniJorme do homem, e disse$

F Bandidos, %apit)o Richardson.

F %omoW F Bandidos. =usticeiros. Rene#ados do deserto. F Meu Jilho, se vocS acha al#uma #ra5a nesse... F @)o acho, n)o, senhor. @)o mesmo. 4 vai ter

menos #ra5a ainda uando vocSs olharem a" dentro. pontou a casa dos Q0ler, e ao Jazer isso lembrou<

se de repente de seu viol)o. 2oi como a #ente se lembrarde um copo de ch3 #elado uando est3 com calor, comsede e cansado. Pensou como seria le#al sentar<se node#rau de sua varanda, dedilhar e cantar D Balada de

=esse =amesE na clave de ré. 4ra auela ue dizia$ Dh, =esse tinha uma esposa pra chorar por sua vida, trSs Jilhos valentes.E chava ue seu velho Hibson talvez tivesse um

buraco, sua casa parecia bastante malhada parecia n)omais assentar<se eUatamente nos alicerces, ali3sN, mas poroutro lado talvez Josse perJeitamente le#al. l#uns delestinham sa"do bem, aJinal.

=ohnn0 p+s<se a andar nauela dire5)o, :3 ouvindo amOsica como sairia de sua m)o e de sua boca$ Dh,Robert 2ord, Robert 2ord, ima#ino como vocS se sente.

Pois dormiu na cama de =esse, comeu do p)o de =esse, edeitou =esse em sua cova.E



F 4iZ F o policial ue parecia Ben =ohnsonchamou, truculento. F onde diabos vocS acha ue vaiW

F %antar uma mOsica sobre mocinhos e bandidos

F disse =ohnn0.BaiUou a cabe5a, sentiu o abaJado calor do sol de ver)o na nuca e continuou andando.



Carta da Sra. PatrQcia &llen a atherine &nne $oodploGe% de =ontpelier% ;ermont:

AB de jun1o de ABV`

<uerida Gat1i,?ste é o mais belo lugar de todo o mundo, estou

convencida disto. 8 luademel foram os nove dias mais gostososde toda a min1a vida, e as noites...% -ui educada para acreditar"ue de certas coisas a gente n$o fala, por isso dei*eme logo irdizendo a"ui "ue meus temores de descobrir, tarde demais para

dar um jeito, "ue guardar para o casamento/ foi o pior erro demin1a vida se revelaram infundados. ?u me sinto como umacrian3a morando numa fábrica de doces%

Mas c1ega disso n$o estou l1e escrevendo para falar davida se*ual Hpor mais soberba "ue sejaI da nova :ra. 8llen, oumesmo da beleza das Cats[ills. ?stou l1e escrevendo por"ue5om está lá embai*o no momento, jogando bil1ar, e eu sei como

você gosta de uma 1ist0ria de assombra3$o/. :obretudo setiver um vel1o 1otel. &ocê é a 9nica pessoa "ue eu con1e3o "uen$o apenas leu um e*emplar de # ;luminado até o baga3o, masdois% :e fosse s0 isso, porém, eu na certa teria esperado atévoltarmos e contado min1a 1ist0ria pessoalmente. Mas talvez euten1a de fato alguns suvenires desta 1ist0ria do além/ emparticular, e foi isso "ue me fez pegar a caneta nesta bela noite

de lua c1eia.8 Mountain 2ouse foi fundada em AV`B, de modo "uecertamente tem direito ao título de vel1o 1otel, e embora eun$o ac1e "ue pare3a muito com o #verloo[ de :tep1en Ging,tem lá seu "uin1$o de recantos estran1os e corredoresassombrados. ? também seu "uin1$o de 1ist0rias de fantasmas,mas a"uela sobre a "ual l1e escrevo é uma espécie decuriosidade n$o tem uma 9nica dama da virada do século,nem suicida do colapso da 6olsa em ABTB. ?sses dois fantasmas certo, um par, dois pelo pre3o de um s0 vêm fazendo



assombra3;es ativamente nos 9ltimos "uatro anos, mais oumenos, até onde consegui descobrir, e consegui descobrir muitacoisa. #s empregados s$o muito prestativos para com os10spedes "ue "uerem praticar um pouco de ca3a aos

fantasmas/ de "uebra ac1o "ue complementa o ambiente.)e "ual"uer modo, 1á mais de cem abrigos nos terrenos

da propriedade, e*cêntricas cabanas de madeira "ue os10spedes c1amam de fol1es/ e os panfletos do Mo1on[ debelvederes/. 8 gente os encontra dando para as mel1oresvistas. m deles fica no e*tremo norte de um prado montan1ês,a uns cinco "uil4metros da Mountain 2ouse. (o mapa, esse

prado n$o tem nome Hc1eguei a verificar as cartas topográficasno escrit0rio 1oje de man1$I, mas os empregados têm um nomepara ele7 c1amam de Prado da M$e e -il1o.

#s fantasmas dos ditos m$e e fil1o foram avistados pelaprimeira vez por 10spedes no ver$o de ABVT. :$o sempre vistosem torno da"uele belvedere, "ue fica no topo de uma colina edá para um pared$o de roc1a abai*o "uase sepultado sob

madressilvas e rosas silvestres. ($o é o lugar mais espetaculardo balneário, mas ac1o "ue vai se revelar o meu favorito "uandoeu me lembrar de min1a luademel nos anos vindouros. 2á aliuma serenidade "ue certamente ultrapassa meus poderes dedescri3$o. Parte disso está no c1eiro das flores e no som dasabel1as, ac1o um zumbido constante e modorrento. Masdei*a pra lá as abel1as, as flores e o pict0rico roc1edo se

con1e3o min1a Gat1i, é dos fantasmas "ue ela "uer saber. ($os$o assombra3;es, em absoluto, logo n$o ten1a muitasesperan3as por esse lado, mas pelo menos est$o bemdocumentados. 8drian Qivens, o conci_rge, me disse "ue foramvistos por pelo menos três dezenas de 10spedes desde "uecome3aram a aparecer, sempre no mesmo local agreste. ?embora nen1uma das testemun1as con1ecesse as outras, o "ue

toma improvável uma conspira3$o ou conluio, as descri3;es s$oimpressionantemente semel1antes. 8 mul1er é descrita como



na casa dos trinta anos, bonita, pernas compridas, cabeloscastan1os. # fil1o Hvárias testemun1as observaram asemel1an3a física entre os doisI é pe"ueno e muito magro,provavelmente uns seis anos de idade. Cabelos castan1os, como

a mul1er. # rosto dele é descrito como inteligente/, vivaz/ emesmo bonito/. ? embora ten1am sido vistos por váriaspessoas no correr dos anos, s$o sempre descritos usando asmesmas roupas7 ela de cal3$o curto de corrida, blusa semmangas e tênis comuns ele de cal3$o de bas"uetebol, camisetadecotada e botas de caub0i. :$o as botas de caub0i "ue mais mefazem pensar, Gat1% <ual a probabilidade de toda essa gente p4r

o menino numa combina3$o t$o improvável como cal3$o e botasde caub0i, se estivessem apenas inventando' 8 defesa descansa.

&árias pessoas têm teorizado "ue s$o pessoas deverdade, talvez mesmo uma empregada de Mo1on[ com o fil1o,por"ue dei*am muitos indícios empíricos e permanentes parafantasmas H"ue em geral s0 dei*am atrás um turbil1$o de ar frio,ou talvez uma pe"uena manc1a de ectoplasma, como sei "ue

você sabeI. 5udo "ue é tipo de pe"uenos suvenires tem sidoencontrado nesse belvedere. :abe o mais fantástico' Pratos pelametade de espaguete C1ef 6oFardee% K% :ei "ue parece loucura,risível, mas pare e pense um minuto. 8lém de cac1orro"uente,e*iste alguma coisa no mundo "ue as crian3as gostem mais do"ue da massa do C1ef'

5em 1avido outras coisas também brin"uedos, um

livro para colorir, um estojin1o de ma"uilagem "ue bem poderiapertencer = bela m$e do menino, mas admito "ue s$o os pratospela metade de espaguete infantil "ue me impressionam. <uem já ouviu falar de um fantasma "ue come espaguete' #u "ue talisto' (o outono de ABV, um grupo de e*cursionistas encontrouum tocadiscos plástico no tal belvedere, com um disco de Wrota3;es no prato :tra\berrF -ields -orever, dos 6eatles.

?ncai*a, n$o'



Meu amigo da recep3$o, 8drian, sorri e balan3a a cabe3a"uando a gente sugere "ue é uma arma3$o, "ue os fantasmasn$o dei*am objetos físicos reais Hnem dei*am pegadas na gramaou no belvedereI.

Pelo menos os comuns, n$o ele diz , mas talvezestes n$o sejam fantasmas comuns. ?ntre outras coisas, por"uetodos "ue os vêem dizem "ue s$o s0lidos. 8 gente n$o vêatravés deles, como a"ueles de <a=a4antasmas* 5alvez n$osejam fantasmas, já pensou nisso' Podem ser pessoas reais "uevivem num plano ligeiramente diferente do nosso.

8c1o "ue n$o se precisa ser 10spede de Mo1on[ para

ficar meio astral s0 trabal1ar a"ui já parece bastar.8drian disse "ue, pelo menos em três ocasi;es, pessoas

"ue julgavam tudo isso uma farsa tentaram pegar a m$e e ofil1o, e todas as vezes deu em nada Hembora um dosinvestigadores voltasse com outra da"uelas tigelas deespagueteI. 5ambém disse e ac1ei isso muito maisinteressante "ue as apari3;es vêm se mostrando em torno

da"uele belvedere 1á "uatro anos. :e fossem pessoas reais,como poderia o menino ter ainda seis ou sete anos'

5udo bem, este é o ponto em "ue, numa 1ist0ria deassombra3$o tradicional, eu revelaria "ue eu mesma vi osfantasmas ou o @i"ui*á -antasma. :0 "ue n$o vi. 8inda n$o vium s0 fantasma em toda a min1a vida. Mas posso testemun1ar"ue 1á alguma coisa muito especial na"uele prado, uma coisa

silenciosa e n$o se atreva a rir "uase santa. ($o vifantasmas, mas 1á decididamente um senso de presen3a ali. -uisem 5om, e admito de boa vontade "ue isso na certa me dei*oumais susceptível, mas mesmo assim eu sabia ent$o, e sei agora,"ue tin1a ido a um lugar muito e*traordinário. ? senti umarrepio na nuca, uma sensa3$o muito clara e específica de"ue era vigiada.

?nt$o, "uando entrei no belvedere propriamente dito, afim de me sentar e descansar um pouco para a viagem de volta,



encontrei os objetos "ue estou enviando ane*os. :$operfeitamente reais, como você vê, nem um poucofantasmag0ricos, e no entanto 1á neles alguma coisa muitoestran1a, você n$o ac1a'

# bone"uin1o da mul1er de cal3$o azul é o maisinteressante dos dois. K obviamente o "ue as crian3as c1amamde figurin1a de super1er0i/, mas eu já dou aulas em jardim deinfOncia 1á três anos e ac1ei "ue con1ecia todos. 8 princípiopensei "ue era :carlet, da e"uipe de Q.N. Joe, mas os cabelosdessa dama s$o de um tom bem diferente de ruivo. Mais vivo. ?em geral as crian3as valorizam muito essas coisas, brigam por

elas no pátio de recreio. ?sse estava largado num canto, "uasecomo se tivesse sido jogado fora. Quardeo para mim, Gat1, "ueeu vou mostrálo ao meu jardim da infOncia no pr0*imooutono... mas estou apostando agora "ue nen1um deles vaicon1ecer a personagem e todos v$o "uerêla% Penso no "uedisse 8drian, "ue os fantasmas do Prado da M$e e -il1o podemviver num plano ligeiramente diferente, talvez do tipo astral,

talvez do tipo temporal, e =s vezes Hmuitas vezes, na verdadeIac1o "ue a :rta. @uiva pode de fato vir desse plano% H8 idéia l1ecausa arrepios' 8 mim me causa%I

5udo bem, tudo bem, soprou um vento forte e as luzesest$o piscando. 8tribua a isso, se "uiser.

)epois, tem o desen1o. ?u o encontrei debai*o da mesado belvedere. &ocê é a formada em arte, min1a cara, me diga o

"ue pensa. K algum tipo de goza3$o uma falsifica3$o feita porum garoto local "ue gosta de provocar os 10spedes' #u tereiencontrado um desen1o feito por um fantasma' <ue idéia,1em'

5udo bem, garota, esta foi a min1a 1ist0ria de arrepiarpara esta noite. &ou enfiar a coisa toda numa pe"uenaembalagem de correspondência da loja de presentes e depois

ver se consigo convencer 5om a parar de jogar bil1ar na sala de



jogos e vir para a cama. -rancamente, n$o espero "ue seja umproblema.

8doro estar casada, e adoro este lugar, com fantasmas etudo.

8inda sua f$,Pat

P.:.7 Por favor, guarde o desen1o para mim, está bem'?u "uero guardálo. -alsifica3$o ou n$o, ac1o "ue 1á amor nele.? um senso, "uase, de volta para casa. P.

stephen king - os justiceiros

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