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Símbolos em criaturas biológicas e artificiais João Queiroz Dept. Computação e Automação (UNICAMP) Dept. Biologia (UFBA) ? cognição representação linguagem comunicação signo

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Page 1: Símbolos em criaturas biológicas e artificiais João Queiroz Dept. Computação e Automação (UNICAMP) Dept. Biologia (UFBA) ? cognição representação linguagem

Símbolos em criaturas biológicas e artificiais

João Queiroz Dept. Computação e Automação (UNICAMP)

Dept. Biologia (UFBA)

? cognição

representação

linguagem

comunicação

signo

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Homo … semioticus

Lacan: Man speaks therefore, but it is because the symbol has made him man

Pinker: Em qualquer história natural da espécie humana a linguagem se distingue como traço preeminente.

Tecumseh Fitch: Language is arguably the most important characteristic of our species, with no known analogs in the animal world.

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Homo … semioticus

Tomasello: Nas discussões sobre cognição humana de um ponto de vista filogenético, a linguagem costuma ser invocada como uma das razões da singularidade cognitiva humana.

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pano-de-fundo ...

VOCÊ É UM CONTINUISTA?UM SALTACIONISTA?

Estamos (sempre estivemos) sós em nossa capacidade de produzir e interpretar símbolos?

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Linguagem

Human communication is most clearly distinguished from the communication of other primate species by its use of (1) symbols and (2) grammar.

Tomasello

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Tópicos

definições, descrições relações de dependência pressuposição, determinação anterioridade mosaic evolution? requisitos biológicos, culturais, ecológicos … continuistas vs saltacionistas ontogenia vs histórico vs filogenia

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Organização

introdução contexto, problemas, comunidades,

metodologias [e.g. sintética] C.S.Peirce

arquitetura filosófica, categorias, semiótica

etologia problemas, mainstream, neurosemiótica

comparada símbolos como artefatos cognitivos

‘atalhos e ferramentas’

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Representações?

“componente infraestrutural das investigações científicas” é “obscurecido por confusões terminológicas” (Clark 1997)

o termo “é usado em uma tal variedade de modos, em ciências cognitivas, que torna-se um desafio acessar as diferentes propostas que diversos cientistas fazem sobre representação” (Bechtel 1998)

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Semiotica & ciência cognitiva

o que são representações, signos, semiose?

como são produzidos? qual sua lógica de funcionamento?quantos tipos de signos conhecemos?1. como são usados? como estes tipos se complexificam em

criaturas complexas?

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Semiotica & ciência cognitiva

em que momento surgem, em termos onto e filogenéticos?

que estruturas estão associadas à sua produção em organismos complexos?

como o desenvolvimento de sistemas de signos otimizam perfomances cognitivas?

como simular estas performances em criaturas artificias?

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Mais e mais problemas …

diferenças entre sistemas de signos inatos e adquiridos

papel adaptativo de linguagens composicionais

vantagens adaptativas de símbolos hipotéticos substratos responsáveis influência entre diferentes competências

semióticas e tarefas de baixo nível cognitivo

pressuposição de tipos fundamentais de competência semiótica

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Símbolos? Ubiquous …

sinônimo de signo“icônicos, convencionais,

conotacionais” (Noth 115), “verbais, gráficos e pictoriais” (Sebeok

1976: 135)“palavras, gestos”...exemplos: “bandeiras, figuras

emblemáticas, alegorias”,

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Mainstream …

“símbolos vs não-convencionais”

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Pré-requisitos

pressões seletivas habilidades

sistema motor percepção atenção teoria da mente categorização memória aprendizagem associativa inferência causal equipamento fonador (ou equivalente)

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Pré-adaptações

biológicas Pinker, Deacon, Arbib

• estruturas e circuitarias neurais específicas

culturais Tomasello

• sociogênese

ecológica-social Dunbar

• pressões ambientais

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Abordagens

analíticas teóricas, formais, empíricas

sintéticas (Synthetic Psychology, 1984) top-down (GOFAI)

• e.g. expert systems

bottom-up (nouvelle AI, Wet AI, alife)

• e.g. situated organism• Synthetic ethology is an approach to the study of

animal behavior in which simple, synthetic organisms are allowed to behave and evolve in a synthetic world (MacLennan & Burghardt).

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Comunidades

semiótica e biosemiótica etologia e neuroetologia neurociências arqueologia cognitiva linguística vida artificial animats etologia sintética

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Perguntas específicas

• há evidência de símbolos em animais não humanos?

• que substratos neurobiológicos são responsáveis pela capacidade de processamento de símbolos?

• há evidências em ancestrais humanos?• como fazer estudos comparativo-

evolucionários?• como associar a contrução e manipulação

de ferramentas?• como simular a emergência destes

processos?

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Language behavior does not fossilize

Comportamento simbólico também não: Comparativo

• Biosemiótica• Etologia• Psicologia Evolutiva• Arqueologia Cognitiva

Computacional• Abordagens Sintéticas

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Abordagem comparativa

• Biosemiótica• tratamento semiótico de processos biológicos

• Etologia• comportamento no campo

• Psicologia Evolutiva e arqueologia Cognitiva• mente dos ancentrais humanos

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Computing provides philosophy with such a set of simple, but incredibly fertile, notions – new and evolving subject matters, methods, and models for philosophical inquiry.

Bynum & Moor

Abordagem computacional

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Abordagem computacional

vida artificial, etologia sintética, ANIMATS, robótica cognitiva, neuroetologia computacional

•life as it could be

que abordagem é capaz de revelar os mecanismos envolvidos na emergência de diversas competências semióticas?

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SYMBOL GROUNDING

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Alguns representantes

IA • Harnard - categorical perception anchoring

robótica cognitiva• behavior based robotics (physical grounding

hyphotesis)• Brooks -> anti-representacionalismo

vida artificial • Cangelosi, Parisi

embodied and situated cognitive robotics (physical symbol grounding problem)

• Vogt • Ziemke

etologia sintética

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Diversas criaturas

Khepera é um robô usado em pesquisas de ANIMATS e robótica cognitiva (manufaturado pela K-Team S.A.)

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Diversas criaturas

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CUBE

Animats

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CUBE

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CUBE

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Symbolic Creatures Simulation

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Algumas vantagens

constrói sistemas capazes de realizar tarefas cognitivas, para gerar, testar, e avaliar hipóteses e teorias para a teoria: oportunidade de quantificar e

formalizar, em termos de linguagem de programação, suas principais idéias, conceitos e proposições.

meios para realizar Gedanken experiments sobre as condições necessárias e suficientes para observação dos processos investigados

• como seriam, ou teriam sido, tais e tais fenômenos, se as condições iniciais para a emergência e desenvolvimento fossem, ou tivessem sido, outras, e não estas?

Page 32: Símbolos em criaturas biológicas e artificiais João Queiroz Dept. Computação e Automação (UNICAMP) Dept. Biologia (UFBA) ? cognição representação linguagem

Diversas vantagens

alterar livrementeos parâmetros que definem os padrões de eventos simulados

a arquitetura das criaturasas leis que regem o comportamento dos objetos no ambiente

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Diversas vantagens

isolar e variar cada parâmetro isoladamente

associar diversas variações, combiná-las temporalmente em cascata

replicar, sem as dificuldades operacionais típicas de modelos experimentais, os procedimentos

introduzir novos e subtrair antigos parâmetros

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Group for Research on Artificial Cognition (GRACo) www.dca.fee.unicamp.br/projects/artcog

João Queiroz Ângelo Loula Antônio Gomes Ricardo Gudwin Sidarta Ribeiro Leandro de Castro Ivan de Araújo Charbel El-Hani

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Principais frameworks

semiótica e pragmatismo de Peirce gramática especulativa e pragmaticismo

• teoria pragmática da comunicação neuroetologia

comunicação animal e substratos neurobiológicos

etologia sintética/animats simulação de comunicação simbólica

• cenário digital/arquitetura cognitiva• condições necessárias e suficientes para

projetar criaturas simbólicas

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Symbolic Creatures Simulation

Criaturas Presas Aprendiz e Instrutor Predadores

• Terrestre , Aéreo e Rastejante

Objetos Árvore Arbusto

O instrutor emite alarmes na presença de predadores. Os aprendizes aprendem a associação alarme-predador.

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Aprendizagem associativa de símbolos

Memória Associativa relações ajustáveis entre

estímulos• aprendizado Hebbiano• ciclos positivos e negativos• auto-organização

Memórias de trabalhos repositório temporário de

estímulos• persistência de estímulos

DR1 DR1

DR2

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Associação de eventos: fase indexical

A vocalização do alarme dirige a atenção do aprendiz para o predador provocando fuga específica.

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Associação de eventos: fase simbólica

Quando a associação alarme-predador tem valor alto, o aprendiz foge especificamente ao ouvir o alarme mesmo não vendo o

predador.

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Playback

Ao simular a reprodução do alarme por um altofalante, sem a existência de um predador, o aprendiz também fugirá.