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POEMAS Wordsworth & Coleridge

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Page 1: POEMAS - poiesisufpr.files.wordpress.com · esta visão tão comovente na sua majestade ... Silenciosas e nuas ... Jamais cantou um rouxinol

POEMAS Wordsworth & Coleridge

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WILLIAM WORDSWORTH

Poemas sobre a natureza

I Wandered Lonely as a Cloud

Tintern Abbey

To the Cuckoo

My Heart Leaps up

To a Butterfly

An Evening Walk

The Sparrow’s Nest

Sobre a existência humana

Lucy Poems

The Solitary Reaper

The Old Cumberland Beggar

Michael

To a Highland Girl

Sonetos

Earth Has Not Anything to Show More Fair

On the Extinction of the Venetian Republic

Thought of a Briton on the Subjugation of Switzerland

__________________

Poema longo mais conhecido = The Prelude. Análise do desenvolvimento do gênio poético na infância e juventude. Agradecimento às lições dadas pela Natureza.

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SOLITÁRIO QUAL NUVEM VAGUEI Solitário qual nuvem vaguei Pairando sobre vales e prados, De repente a multidão avistei Miríade de narcisos dourados; Junto ao lago, e árvores em movimento, Tremulando e dançando sob o vento. Contínua qual estrelas brilhando Na Via Láctea em eterno cintilar, A fila infinita ia se alongando Pelas margens da baía a rondar: Dez mil eu vislumbrei num só olhar Balançando as cabeças a dançar. As ondas também dançavam neste instante Mas nelas via-se maior a alegria; Um poeta só podia estar exultante Frente a tão jubilosa companhia: Olhei – e olhei – mas pouco sabia Da riqueza que tal cena me trazia. Pois quando me deito num torpor, Estado de vaga suspensão, Eles refulgem em meu olho interior Que é para a solitude uma bênção; Então meu coração começa a se alegrar, E com os narcisos põe-se a bailar. https://www.youtube.com/watch?v=iWaTUgo8Vqw

https://www.youtube.com/watch?v=35uXO7DpT2U

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Ela era um Espírito da alegria

Quando a vi no primeiro dia;

Bela Aparição brilhante

Enviada ao encanto do instante;

Seus olhos, como o Crepúsculo sereno;

Como o Crepúsculo, seu cabelo moreno;

E tudo mais que a envolvia

À Aurora e à Primavera pertencia;

Forma dançante, imagem a alegrar?

A surpreender, assolar e assombrar.

Olhei-a de perto, lá estava ela,

Um Espírito, mas também uma Donzela!

Seu movimento leve, solto e frugal,

E passos da liberdade virginal;

No semblante se encontraram as nuanças

Das doces promessas e doces lembranças;

Criatura nem brilhante ou boa demais

Para os afazeres cotidianos e normais,

Ou a sofrer passageiro e simples desejos,

Louvor, culpa, amor, lágrimas, sorrisos e beijos.

ELA ERA UM ESPÍRITO DA ALEGRIA

Com os olhos tranquilos posso contemplar

Desta máquina o verdadeiro pulsar;

Um ser que, pensativo, respira forte;

Um Viajante, em meio à vida e à morte;

A razão firme, a vontade temperada,

Uma perfeita Mulher soberbamente forjada;

Paciência, visão, habilidade e poder,

Para alertar, confortar e reger;

E ainda um Espírito com fulgor magistral,

Com algo da luz angelical.

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SOMOS SETE

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ESCRITO NA PONTE DE WESTMINSTER, A 3 DE

SETEMBRO DE 1802 Não tem a terra nada mais belo para mostrar Pobre de espírito seria aquele que pudesse ignorar esta visão tão comovente na sua majestade Como um traje veste agora esta cidade a beleza da manhã. Silenciosas e nuas torres cúpulas navios teatros catedrais a prumo erguem-se no céu e estendem-se pelas ruas brilhantes e reluzentes no ar sem fumo Nunca o sol se ergueu com tanta alma por sobre vales rochedos e colinas nunca vi nunca senti uma tão profunda calma O rio desliza consoante o seu desejo Meu Deus o casario parece que dorme Dorme também aquele coração enorme

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A um amigo distante

Por que estás em silêncio? É teu amor a planta De tanta fraca fibra em que o pérfido ar De ausência o que era assim formoso irá secar? Nem dívida a pagar, dádiva que garanta? Porém meu pensamento em ti é vigilante, Atado a teu serviço em incessante zelo A mente sem doar requer um mendicante Por nada, mas poupar que possa teu desvelo. Fala! embora este doce ardente peito, fito Para ter mil prazeres almos, meus e teus, Ficou mais assolado, um esfriar aflito, Que um ninho abandonado e pleno de nevadas No mesmo matagal de rosas desfolhadas Fala, e a ânsia das dúvidas, seu fim saiba eu!

In: Grandes Poetas da língua inglesa do século XIX,ed. bilingüe, organização e tradução por José Lino Grünewald. Rio, Nova Fronteira, 1988)

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Enquanto, sentado, num bosque, repousava,

Mil combinações sonoras ouvi.

Quando, naquele doce estado de ânimo, agradáveis pensamentos

Ao meu espírito trazem pensamentos tristes.

Uniu a natureza às suas belas obras

A alma humana que em mim penetrou.

O coração por demais afligiu-me ao pensar

Em que se transformou o gênero humano.

Pelos bosques floridos, naquele doce caramanchão,

Trilhava a murta de flores as coroas.

É a convicção minha que cada flor

O ar partilhe por ela sorvido.

Ao meu redor, saltavam e brincavam pássaros.

Atinar no que pensavam impossível me é.

Deles, contudo, o mínimo movimento se me afigurava

De encantos uma excitação.

Desfraldam sua ventoinha as flores em botão

Do ar fresco se aproveitando.

Pensar só me resta, não importa tudo que faça,

Que ali prazer existia.

Se esta convicção divina mensagem me for,

Se tal possa ser da natureza um sagrado plano,

Não tenho eu motivos para lamentar

O que de si mesmo fez o homem? (Trad. de Cunha e Silva Filho)

PÁSSAROS

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A CEIFEIRA SOLITÁRIA

No campo, vede-a, tão sozinha;

ceifa e canta só para si –

das terras altas a mocinha!

Quem vem ou vai, que pare aqui!

Corta, sozinha, e empilha o grão,

e canta uma triste canção.

Oh, ouvi! que sobre o fundo vale

seu belo cântico se exale.

Jamais cantou um rouxinol

notas mais doces aos viajantes

da Arábia, que fugindo ao sol

buscam as sombras refrescantes:

com mais doçura ou amavio

não canta o cuco num estio,

rompendo a plácida quietude

do oceano ao longe e da

amplitude.

Quem me dirá o que ela canta?

Talvez que falem essas notas

de velha coisa, que quebranta,

e antigas pugnas e derrotas:

ou será só o humilde cantar

de algum assunto familiar?

De alguma perda, algum sentir

que já se foi, ou pode vir?

Fosse o que fosse, ela cantava

uma cantiga prolongada,

e em seu trabalho eu a escutava,

sobre uma foice recurvada;

eu a escutava, imóvel, quieto;

e por longo tempo, enquanto ia,

levei o canto no meu peito,

depois que já não mais o ouvia.

(Tradução de Renato Suttana)

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Esplendor na Relva Apesar de a luminosidade outrora tão brilhante Estar agora para sempre afastada do meu olhar, Ainda que nada possa devolver o momento Do esplendor na relva, da glória na flor, Não nos lamentaremos, inspirados no que fica para trás; Na empatia primordial que tendo sido sempre será; Nos suaves pensamentos que nascem do sofrimento humano; Na fé que supera a morte, Nos tempos que anunciam o espírito filosófico. (Tradução de Catarina Belo)

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COLERIDGE Poemas demoníacos

The Rime of the Ancient Mariner

Kubla Khan – (1797) Coleridge, doente, se recolheu em uma fazenda. Um dia, num passeio, lendo um livro sobre Kubla Khan, ele caiu no sono e, em sonhos compôs um poema de uns 300 versos. Na volta à sua casa ele começou a escrever o poema sonhado mas foi interrompido por um passante e o transe de Coleridge se desfez. Ele deixou o poema inacabado. Christabel – Balada; história de uma bruxa que lança um feitiço sobre uma jovem pura. Atmosfera de mistério e horror (gótico).

Poemas de conversação

Frost at Midnight

Dejection: An Ode

ENSAIOS

Biographia Literaria

Lectures on Shakespeare

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The Rime of the Ancient Mariner Balada do Velho Marinheiro

• Ritmo de balada = modernamente, tem origem na Alemanha, feitos para serem cantados e recitados de forma lenta e melodiosa.

• Três convidados estão indo a um casamento quando um velho para um deles.

• É um velho marinheiro que conta ao jovem sobre uma viagem, com grande tripulação, rumo ao Polo Sul, quando o navio se desvia da rota.

• Um albatroz surge na névoa e traz uma brisa, simbolizando a esperança de vida. O velho mata o pássaro e, a partir daí, espíritos enfurecidos trazem desgraça ao navio.

• Toda a tripulação, exceto o velho, morre de sede = punição pela morte da ave. O velho é tomado pela “Morte-em-vida”.

• Espíritos salvam o velho mas, por sua crueldade, o velho é perseguido para sempre pela lembrança do olhar dos mortos e é obrigado a recontar sua história.

O poema é famoso por sua bela cadência e imagens. Combina o mundo natural e o sobrenatural, o comum e o extraordinário.

Lido como um conto de terror: https://www.youtube.com/watch?v=fMezoGXOhlk Orson Welles: https://www.youtube.com/watch?v=4EpuaCaPML8 Desenho: https://www.youtube.com/watch?v=ZTgiMONfHbQ Música: https://www.youtube.com/watch?v=fVR3_J0zlhk