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Módulo III Aprendizagem Cooperativa Raízes e fundamentação teórica

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Page 1: MTEIII1a[1] Herbert Thelen

Módulo IIIAprendizagem Cooperativa

Raízes e fundamentação teórica

Page 2: MTEIII1a[1] Herbert Thelen

Aprendizagem cooperativa

A ideia de agrupar os alunos para que trabalhem de forma a obterem melhores resultados não é nova

O movimento da aprendizagem cooperativa é uma redescoberta

Ideia defendida por Finkel no prefácio do livro Circles of Learning: cooperation in the classroom de Johnson et al (1984)

Page 3: MTEIII1a[1] Herbert Thelen

Aprendizagem cooperativaRaízes

O movimento da aprendizagem cooperativa terá tido origem nos EUA

As vantagens do trabalho em grupo foram evidenciadas por pedagogos europeus do sec. XIX (Herbart, Froebel e Pestalozzi)

No final do sec. XIX John Dewey chamou a atenção para a importância da partilha nas aprendizagens

Page 4: MTEIII1a[1] Herbert Thelen

Aprendizagem cooperativaRaízes

Relação entre a AC e o tutorial system desenvolvido nas Universidades de Oxford e Cambridge (1379)

Este método vem mais tarde originar com Bell e Lancaster (1798) o monitorial system (ensino mútuo)

Ensino proporcionado de alunos para alunos, o que traz vantagens ao nível da aprendizagem

Page 5: MTEIII1a[1] Herbert Thelen

Aprendizagem cooperativaRaízes

Para Balcells e Martin tanto o tutorial como o

seminário são métodos de discussão

O Hale Report contrapõe-os ao método expositivo onde o

papel do aluno é fundamentalmente receptivo

Existem algumas diferenças entre os dois métodos ?

Page 6: MTEIII1a[1] Herbert Thelen

Aprendizagem cooperativaRaízes

1. O seminário implica um maior número de estudantes (+ de 4)

2. O tutorial é student-centred, ao passo que o seminário é

subject-centred

n No tutorial há preocupação com o desenvolvimento das capacidades do aluno

n No seminário com a aprendizagem de métodos científicos e com a melhoria das capacidades de expressão

Page 7: MTEIII1a[1] Herbert Thelen

Aprendizagem cooperativaRaízes

Em 1916 John Dewey no livro Democracia e

Educação refere que:

A sala de aula deve ser um laboratório para a aprendizagem

da vida real

Devem organizar-se pequenos grupos para a aprendizagem

de princípios democráticos

Page 8: MTEIII1a[1] Herbert Thelen

Aprendizagem cooperativaRaízes

A expressão dinâmica de grupos (group dynamics)

utilizada pelos sociólogos - Cooley e Mead (1930)

A partir dos anos 40, no âmbito da psicologia social,

multiplicaram-se os estudos sobre grupos

Analisou-se os objectivos, as características e a importância

para o aperfeiçoamento das pessoas (training group)

Page 9: MTEIII1a[1] Herbert Thelen

Aprendizagem cooperativaRaízes

No início do século fizeram-se experiências sobre o

ensino em pequenos grupos (Lewin et al.)

Mas só em 1960 os resultados de investigações

incitaram professores a utilizar a dinâmica de grupos

na educação

Antes a aplicação do trabalho de grupo tinha por

objectivo corrigir limitações da licão magistral

Page 10: MTEIII1a[1] Herbert Thelen

Aprendizagem cooperativaRaízes

Thelen e Slavin desenvolveram procedimentos para ajudar o trabalho dos alunos em grupo (STAD, Jigsaw e a IG)

Forneceram a base conceptual para o desenvolvimento contemporâneo da aprendizagem cooperativa

Os métodos tradicionais caracterizam-se por tarefas nas quais os professores trabalham com toda a turma ao mesmo tempo

O sistema de recompensas é baseado no desempenho individual

Page 11: MTEIII1a[1] Herbert Thelen

Aprendizagem cooperativaRaízes

Para Thelen e Slavin a característica essencial da aprendizagem cooperativa

consiste no facto de dois ou mais indivíduos se encontrarem interdependentes para uma recompensa que irão partilhar se foram bem sucedidos

A coordenação de esforços é fundamental para completar com sucesso a tarefa (cf. Deutsch)

Page 12: MTEIII1a[1] Herbert Thelen

Aprendizagem cooperativaRaízes

Para Thelen e Slavin a aprendizagem cooperativa tem as seguintes caraterísticas:

Os alunos trabalham em equipa para dominarem os materiais escolares

As equipas são constituídas por grupos mistos

Os sistemas de recompensa são orientados para o grupo

Page 13: MTEIII1a[1] Herbert Thelen

Aprendizagem cooperativaRaízes

Começam a surgir uma variedade de técnicas de discussão para o processo de ensino-aprendizagem

As técnicas são de discussão dirigida e de discussão livre ou aberta

Na discussão dirigida o papel do professor é destacado

Na discussão livre o professor deixa de ser predominante

Page 14: MTEIII1a[1] Herbert Thelen

Aprendizagem cooperativaRaízes

As técnicas podem ainda subdividir-se em:

Técnicas menos estruturadas como a Phillips 6-6, os diálogos

simultâneos/sucessivos, servindo para preparar as técnicas mais

estruturadas

Técnicas mais estruturadas como o simpósio, o painel, o estudo

de casos...

Há outras técnicas de difícil classificação - são as actividades

de role playing, o brainstorming (têm fases metodológicas claras)

Page 15: MTEIII1a[1] Herbert Thelen

Trabalho de grupo

Objectivos Analisar algumas técnicas de trabalho de grupo

Apresentar as técnicas de trabalho de grupo

Conteúdo Consultar o texto de Bordenave e Pereira sobre as técnicas de TG

Constituição de grupos de 2 até 4 elementos 1º Grupo - analisa e apresenta a Phillips 6-6 e a Díade

2º Grupo - analisa e apresenta a Discussão em Pequenos Grupos

3º Grupo - analisa e apresenta a Tempestade Cerebral

Page 16: MTEIII1a[1] Herbert Thelen

Trabalho de grupoContinuação

4º Grupo - analisa e apresenta a Pergunta Circular e os Grupos de

Verbalização e Observação

5º Grupo - analisa e apresenta o Painel

6º Grupo - analisa e apresenta o Simpósio

7º Grupo - analisa e apresenta o Estudo de Casos

8º Grupo - analisa e apresenta a Dramatização

9º Grupo - analisa e apresenta o Seminário

10º Grupo - analisa e apresenta a Técnica de Reflexão

11º Grupo - analisa e apresenta o Estudo Orientado em Equipas

12 Grupo - analisa e apresenta os Diálogos Sucessivos

13º Grupo - analisa e apresenta o Workshop

Page 17: MTEIII1a[1] Herbert Thelen

Trabalho de grupoConstituição grupos/outra possibilidade

1º Grupo - analisa e apresenta a Phillips 6-6, a Díade e a Discussão em

Pequenos Grupos

2º Grupo - analisa e apresenta o Tempestade Cerebral e Pergunta

Circular

3º Grupo - analisa e apresenta Grupos de Verbalização e Observação e

Painel

4º Grupo - analisa e apresenta o Simpósio e Estudo de Casos

5º Grupo - analisa e apresenta a Dramatização e Seminário

6 Grupo - analisa e apresenta os Técnica de Reflexão e Diálogos

Sucessivos

7º Grupo - analisa e apresenta o Estudo Orientado em Equipas e

Workshop

Page 18: MTEIII1a[1] Herbert Thelen

Trabalho de grupo

Questões a responder por cada um dos grupos de trabalho na

análise das técnicas:

Em que consiste a técnica?

De que tipo de técnica se trata?

Como se pode aplicar?

Page 19: MTEIII1a[1] Herbert Thelen

Estudo Orientado em EquipasEm que consiste?

Trata-se de uma técnica de trabalho de grupo que visa colmatar as limitações das aulas expositivas e que tem por objectivos essenciais:

Desenvolver a capacidade de estudar um problema em equipa de forma sistemática

Orientar a aprendizagem dos alunos, contribuindo para a solução de problemas e para o desenvolvimento de certas atitudes

Page 20: MTEIII1a[1] Herbert Thelen

Estudo Orientado em EquipasDe que tipo de técnica se trata?

Trata-se de duma técnica dirigida e estruturada;

É muito orientada pelo professor

Obedece ao desenvolvimento de uma metodologia específica

Page 21: MTEIII1a[1] Herbert Thelen

Estudo Orientado em EquipasComo se pode aplicar?

Rápida exposição do assunto e explicação do plano de actividades

Grupos de discussão sobre o assunto

Avaliação final das aprendizagens

Page 22: MTEIII1a[1] Herbert Thelen

Estudo Orientado em Equipas Como se pode aplicar?

Na exposição o professor:

Comunica aos alunos os objectivos do estudo

Destaca a importância do assunto, mencionando investigações recentes;

Levanta questões acerca do assunto;

Apresenta referências bibliograficas;

Consciencializa os alunos que não basta ouvir as aulas; É necessário trabalhar, trocar ideias, ler, analisar e concluir

Page 23: MTEIII1a[1] Herbert Thelen

Estudo Orientado em Equipas Como se pode aplicar?

O desenvolvimento de grupos de discussão sobre o assunto apresentado compreende:

Levantamento dos conteúdos compreendidos

Levantamento dos conteúdos não conhecidos

Divisão do trabalho (das leituras por equipa)

Tomada de conhecimento da tarefas a executar

Realização das tarefas

Auto-avaliação

Painel

Page 24: MTEIII1a[1] Herbert Thelen

Estudo Orientado em Equipas Como se pode aplicar?

Para a avaliação final das aprendizagens o professor:

Reune a auto-avaliação e os relatórios dos alunos;

Reune as suas anotações referentes ao painel final;

Reune a avaliação formal, quando existe;

Dialoga com a turma, discutindo o grau de consecução dos

objectivos fixados

Page 25: MTEIII1a[1] Herbert Thelen

Estudo Orientado em Equipas

Vantagens principais:

Permite uma participação activa dos alunos na sua

aprendizagem;

Permite estabelecer um bom clima de relacionamento entre

professor-aluno;

Permite uma participação dos alunos na sua avaliação.

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Ponto de Situação

O estudo da turma como sistema e como grupo (contexto social complexo)

Origens da aprendizagem cooperativa

John Dewey (início do séc. XX) Percursores Herbart, Froebel e Pestalozzi (séc. XIX) Balcells e Martin (ensino tutorial e seminário) Estudos de Cooley e Mead A Psicologia Social/Dinâmicas de Grupo (Lewin, Lippit e White) Estudos de Deutsch Trabalhos de Thelen e Slavin (ideia de aprendizagem cooperativa)

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Técnicas de Trabalho de grupoFlexibilidade

Não esgotam a variedade de técnicas possíveis...

A utilização depende dos objectivos que desejamos alcançar

Podem ser combinadas para cumprir vários objectivos. Painel seguido de Phillips 66

Podem ser combinadas com técnicas não-grupais, como a exposição oral

O professor organiza a sua estratégia de forma a combinar actividades individuais e grupais

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Aprendizagem CooperativaArends (2002)

É um modelo de ensino:

Que ajuda os alunos na aprendizagem de conteúdos e competências escolares

Que contempla também objectivos sociais importantes

Que não é resultado de uma corrente única de pensamento pedagógico

Os desenvolvimentos contemporâneos começaram com os psicólogos educacionais e teóricos da pedagogia no início séc. XX

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Aprendizagem CooperativaHerbert Thelen (1960)

Considerava que a sala de aula devia ser um

laboratório ou uma democracia em miniatura

Com o objectivo de fomentar o estudo e a pesquisa

de problemas interpessoais e sociais importantes

Dado o seu interesse por dinâmicas de grupo Thelen

estruturou a pedagogia da investigação em grupo

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Aprendizagem CooperativaDewey e Thelen

O comportamento e os processos cooperativos são essenciais para o desenvolvimento humano

São os suportes a partir dos quais as comunidades democráticas se constroem e mantêm

Estes objectivos só podem ser atingidos se forem desenvolvidas actividades adequadas com os alunos

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Aprendizagem CooperativaHistórica decisão

Em 1954, o Supremo Tribunal nos EUA tornou pública uma importante decisão...

As escolas públicas não poderiam funcionar com base numa política de “separados-mas-iguais”, devendo adoptar a integração racial

Foi solicitado às escolas que desenvolvessem planos com vista à integração racial

Page 32: MTEIII1a[1] Herbert Thelen

Aprendizagem CooperativaSharan e Allport

Citando Allport, Sharan (1984) refere três condições básicas, para combater o preconceito racial:

1) contacto interétnico não mediado;

2) ocorrendo em condições de estatuto de igualdade entre membros dos vários grupos que participam num dado contexto;

3) onde o contexto aceita oficialmente a cooperacão interétnica.

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Aprendizagem Cooperativa

Interesse actual pela AC surgiu de tentativas de estruturação dos processos de ensino de acordo com as condições de Allport

Trabalhos de Slavin, Sharan e Johnsons exploraram a forma como as turmas cooperativas levam:

ao desenvolvimento de uma melhor aprendizagem;

a um melhor entendimento interétnico;

e a atitude mais positiva face aos alunos com deficiência.

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Aprendizagem CooperativaPedagogias construtivistas/Freitas e Freitas (2002)

Defendem que os alunos são agentes da construção do seu próprio conhecimento

Desenvolvidas na segunda metade do sec.XX, deram origem, segundo Slavin, a dois distintos grupos de teorias:

As Teorias Desenvolvimentistas

As Teorias de Elaboração Cognitiva

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Aprendizagem CooperativaTeorias Desenvolvimentistas

Estas teorias incluem as ideias de Piaget (1967) e Vygotsky (1978):

O meio social é determinante para o desenvolvimento cognitivo e para a construção de conhecimento;

A interacção entre alunos, em grupos pequenos, favorece uma aprendizagem mais rica, estimulando o aparecimento de níveis de pensamento mais elevados

Page 36: MTEIII1a[1] Herbert Thelen

Aprendizagem CooperativaTeorias de Elaboração Cognitiva

Estas teorias dão relevo:

Aos benefícios da construção de conhecimentos novos

em grupo a partir da reestruturação do conhecimento retido

na memória

Ex: Quando num grupo os alunos tentam explicar uns

aos outros o que estão a estudar conseguem melhores

aprendizagens

Page 37: MTEIII1a[1] Herbert Thelen

Aprendizagem CooperativaTeorias de elaboração cognitiva

Para Webb, Farivar e Mastergeorge (2002) os alunos aprendem entre si:

dando e recebendo ajuda;

reconhecendo e resolvendo contradições entre as suas

perspectivas e as de outros estudantes;

e interiorizando processos e estratégias de resolução de

problemas durante o trabalho de grupo.

Page 38: MTEIII1a[1] Herbert Thelen

Aprendizagem Cooperativa

Investigações sobre os efeitos em sala de aula da aprendizagem cooperativa:

No comportamento cooperativo e na cooperação interétnica

Nas interacções com crianças com deficiências

Na aprendizagem escolar

Page 39: MTEIII1a[1] Herbert Thelen

Aprendizagem CooperativaEfeitos no Comportamento Cooperativo

Será que aprendizagem cooperativa tem efeitos nas atitudes e comportamentos cooperativos dos alunos?

Sharan (1984) desenvolveu uma abordagem específica de aprendizagem cooperativa...

e testou-a para verificar se melhorava as relações entre

judeus que tinham heranças europeias e do médio oriente

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Aprendizagem CooperativaComportamento Cooperativo/Cooperação Interétnica

Sharan distribuiu aletoriamente 33 professores de Inglês e de Literatura por três grupos de formação:

Os professores do grupo 1 aprenderam a desenvolver as

suas competências de ensino para toda a turma

Os professores do grupo 2 aprenderam a utilizar o Slavin’s Teams Achievement Divisions (STAD)

Os professores do grupo 3 aprenderam a abordagem da Investigação em Grupo de Sharan (IG)

Page 41: MTEIII1a[1] Herbert Thelen

Aprendizagem CooperativaComportamento Cooperativo/Cooperação Interétnica

Sharan concluiu que:

A investigação em grupo originava mais comportamento

cooperativo do que o ensino colectivo e o STAD

No entanto, o STAD produzia mais comportamento cooperativo do que ensino colectivo

Os alunos de classes com ensino cooperativo mostraram-se menos competitivos do que os de classes com ensino colectivo

Os métodos de aprendizagem cooperativa melhoravam a cooperação interétnica durante a tarefa

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Aprendizagem CooperativaEfeitos nas interacções com crianças deficientes

David e Roger Johnson (1979) estudaram as interacções entre alunos deficientes e não deficientes:

Os alunos foram divididos, de forma aleatória, em equipas de aprendizagem de cinco elementos

Cada equipa era constituída por três alunos não-deficientes e dois alunos deficientes

Page 43: MTEIII1a[1] Herbert Thelen

Aprendizagem CooperativaEfeitos nas interacções com crianças deficientes

A cada uma das equipas de aprendizagem foi atribuída uma das três condições experimentais:

Cooperativa: Os membros da equipa eram instruídos no sentido de maximizar o resultado da equipa

Condição individualista: Os alunos eram instruídos a maximizar o seu desempenho individual

Condição laissez-faire: Não eram dadas aos alunos quaisquer instruções específicas

Page 44: MTEIII1a[1] Herbert Thelen

Aprendizagem CooperativaEfeitos nas interacções com crianças deficientes

Verificaram-se mais interacções positivas entre os

alunos da condição cooperativa

Cada aluno deficiente participou, por hora, com pares

não-deficientes:

em 17 interacções positivas na condição cooperativa;

em 5 na individualista;

e em 7 na condição laissez-faire.

Page 45: MTEIII1a[1] Herbert Thelen

Aprendizagem CooperativaEfeitos nas interacções com crianças deficientes

Implicações da investigação para os professores:

As estruturas orientadas para o individualismo e para a competição não encorajam as interacções positivas

A aprendizagem cooperativa ajuda a desenvolver interacções positivas

Os alunos com deficiências integrados em situações de aprendizagem com outros alunos saiem beneficiados

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Aprendizagem CooperativaEfeitos na aprendizagem escolar

Slavin (1986) fez revisão da literatura e encontrou 45 estudos sobre os efeitos da aprendizagem cooperativa:

Os estudos realizaram-se em escolas urbanas, rurais e suburbanas nos EUA, Israel, Nigéria e Alemanha

Dos 45 estudos, 37 mostraram que as turmas de aprendizagem cooperativa suplatavam significativamente as do grupo de controlo

Em 8 estudos não se encontraram diferenças significativas

Nenhum estudo evidenciou efeitos negativos da cooperação

Page 47: MTEIII1a[1] Herbert Thelen

Aprendizagem CooperativaEfeitos na aprendizagem escolar

Se promovermos o comportamento cooperativo, estamos simultanemente a desenvolver melhores relações entre os alunos e a ajudá-los na sua aprendizagem

Page 48: MTEIII1a[1] Herbert Thelen

Dúvidas sobre os benefícios da aprendizagem cooperativa (Freitas e Freitas, 2002)

A aprendizagem é intrinsecamente individual?

Prejudica os alunos sobredotados?

Qual a importância das recompensas?

Page 49: MTEIII1a[1] Herbert Thelen

A aprendizagem é intrinsecamente individual?

Em 1998 a Review of Research in Education dedicou um volume ao tema Organização Social da Aprendizagem

Solomon e Perkins (1998) analisaram a complementaridade entre a aprendizagem social e individual

Page 50: MTEIII1a[1] Herbert Thelen

A aprendizagem é intrinsecamente individual ?

A importância que a investigação tem atribuído à

aprendizagem social demonstra bem que:

Aprender não é apenas um problema do aluno isolado,

mas depende das estruturas em que ele vive

A aprendizagem cooperativa constitui assim uma das

respostas possível ao desenvolvimento e enriquecimento do

aluno

Page 51: MTEIII1a[1] Herbert Thelen

Prejudica os alunos sobredotados? Homogeneidade e/ou heterogeneidade?

O problema das eventuais desvantagens da AC para os

sobredotados

Associou-se a um debate sério sobre as consequências do

modo como se agrupam os alunos para alcançarem melhores

aprendizagens

Para o senso comum o melhor modo de formar grupos é reunir

alunos que sejam semelhantes nas suas qualidades e defeitos

Page 52: MTEIII1a[1] Herbert Thelen

Prejudica os alunos sobredotados? Homogeneidade e/ou heterogeneidade?

Um dos estudos realizado por Webb (1998), envolveu 662 alunos do 3.º ciclo de cinco escolas dos EUA:

Teve como objectivo verificar os resultados de aprendizagens em Ciências

Os alunos trabalharam em grupos homogéneos, heterogéneos e individualmente

Provou-se que a heterogeneidade não prejudicou os alunos mais dotados

Houve mesmo ajuda efectiva aos alunos menos dotados

Page 53: MTEIII1a[1] Herbert Thelen

Prejudica os alunos sobredotados? Homogeneidade e/ou heterogeneidade?

Com base em estudos Johnson e Johnson (1999) afirmam que:

O que determina a produtividade do grupo não é quem são os seus membros, mas em que medida trabalham bem juntos

Há situações em que se formam grupos homogéneos para atingir certos objectivos

Contudo, há vantagens na constituição de grupos heterogéneos...

Page 54: MTEIII1a[1] Herbert Thelen

Prejudica os alunos sobredotados? Homogeneidade e/ou heterogeneidade?

Para os mesmos autores as vantagens dos grupos heterogéneos tem a ver com o facto dos alunos:

Serem expostos a uma variedade de ideias, perspectivas e a diferentes métodos de resolução de problemas

Gerarem mais desequilibrio cognitivo, o que estimula a criatividade e o desenvolvimento cognitivo e social

Envolverem-se em pensamento mais elaborado, dando e recebendo mais explicações, aumentando a compreensão

Page 55: MTEIII1a[1] Herbert Thelen

Ensino de grupo - Homogeneidade Kaye e Rogers (1981)

Utilizado como recurso, quando a turma abrange uma variedade de capacidades

Sendo difícil ao professor fazer acompanhamento adequado a todos os alunos

Divide a turma com base no nível de capacidades

Constitui grupos homogéneos de forma a permitir um acompanhamento diferenciado

O professor é directivo na constituição dos grupos, escolha de actividades e avaliação

Page 56: MTEIII1a[1] Herbert Thelen

Importância das recompensas

Qual o tipo de recompensas a utilizar?

Qual o seu papel na motivação dos alunos?

É usual distinguir dois tipos de motivação:

Extrínseca - provém de factores alheios ao próprio trabalho (prémios)

Intrínseca - reside no estímulo proveniente do trabalho em si

Page 57: MTEIII1a[1] Herbert Thelen

Importância das recompensas

Havia a ideia de que existiam vantagens para a AC se fossem introduzidas recompensas

Na década de 90 um estudo realizado nos EUA chamado “Child development project” (Solomon, 1990):

Veio lançar dúvidas sobre o valor das recompensas para a motivação nos grupos

As recompensas (tal como os castigos) não são promotores de comportamentos sociais de melhor qualidade

Page 58: MTEIII1a[1] Herbert Thelen

Importância das recompensas

Stenberg (1990) afirma a este propósito:

“Nada tende a enfraquecer mais a criatividade do que os

motivadores extrínsecos”

Eles enfraquecem também a motivação intrínseca

Quando se dão recompensas por certos comportamentos,

reduz-se o interesse em obtê-los por vontade própria

Page 59: MTEIII1a[1] Herbert Thelen

Importância das recompensas

Kohn (1991), ao apresentar um resumo de investigações sobre a aprendizagem cooperativa, conclui que:

Um ambiente cooperativo cuidadosamente estruturado,

constitui uma alternativa aos motivadores extrínsecos:

Que ofereça tarefas de aprendizagem estimulantes

Que permita aos alunos tomar decisões de como realizá-las

E que valorize a ajuda aos outros a aprender