literatura infanto-juvenil e educaÇÃo: olhares …notoriosaber.com/revista/gilliale.pdfbuscamos...

15
Notório Saber : Votorantim, vl.1, n.1, p.14-28, Página14 LITERATURA INFANTO-JUVENIL E EDUCAÇÃO: OLHARES SOBRE O TEXTO LITERÁRIO NA FORMAÇÃO DO LEITOR CHILDREN'S LITERATURE AND EDUCATION: GLANCES ON THE LITERARY TEXT IN THE READER’S TRAINING Gilliale de Souza Jeremias 1 RESUMO Partindo dos estudos e pesquisas nas áreas dos Estudos Literários e da Educação, neste artigo buscamos a intersecção entre diferentes domínios que pensam e tomam o texto literário infanto-juvenil como objeto de análise no processo de formação do leitor. Através dos tempos e dos anos escolares, percebemos que as obras literárias passam pelas mãos de leitores que estão inseridos cada vez mais em ambientes virtuais e fazem uso de diferentes plataformas para o exercício da leitura que também foi ressignificada em tempos modernos. Desse modo, buscamos discutir a importância do contato com o texto literário infantil e juvenil na formação do leitor no século XXI através de diferentes meios e práticas de leitura em ambiente escolar e fora dele. Palavras-chave: Literatura Infanto-Juvenil, Educação Contemporânea, Formação do Leitor. ABSTRACT Starting from studies and research in the areas of Literary Studies and Education, in this article we seek the intersection between different domains that think and take the children’s literary text as an object of analysis in the process of reader’s training. Through the times and school years, we realize that literary works go through the hands of readers who are increasingly inserted in virtual environments and make use of different platforms for the exercise of reading that was also reframed in modern times. In this way, we seek to discuss the importance of contact with the child and youth literary text in the formation of the reader in the 21st century through different means and practices of reading in the school environment and outside of it. Key words: Children's literature, contemporary education, training of the reader. INTRODUÇÃO O texto literário já foi tomado como objeto de análise em diversas áreas como a Linguística, a Psicologia, a História e a Educação. A própria Literatura, por sua vez, não se 1 Licenciado em Letras (Habilitação em Português e Inglês) pela Universidade Estadual “Júlio de Mesquita Filho”, especialista em Educação e mestrando em Estudos Literários.

Upload: others

Post on 23-May-2020

1 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: LITERATURA INFANTO-JUVENIL E EDUCAÇÃO: OLHARES …notoriosaber.com/revista/Gilliale.pdfbuscamos discutir a importância do contato com o texto literário infantil e juvenil na formação

Notório Saber : Votorantim, vl.1, n.1, p.14-28,

2018

Pág

ina1

4

LITERATURA INFANTO-JUVENIL E EDUCAÇÃO: OLHARES

SOBRE O TEXTO LITERÁRIO NA FORMAÇÃO DO LEITOR

CHILDREN'S LITERATURE AND EDUCATION: GLANCES ON

THE LITERARY TEXT IN THE READER’S TRAINING

Gilliale de Souza Jeremias1

RESUMO

Partindo dos estudos e pesquisas nas áreas dos Estudos Literários e da Educação, neste artigo

buscamos a intersecção entre diferentes domínios que pensam e tomam o texto literário

infanto-juvenil como objeto de análise no processo de formação do leitor. Através dos tempos

e dos anos escolares, percebemos que as obras literárias passam pelas mãos de leitores que

estão inseridos cada vez mais em ambientes virtuais e fazem uso de diferentes plataformas

para o exercício da leitura que também foi ressignificada em tempos modernos. Desse modo,

buscamos discutir a importância do contato com o texto literário infantil e juvenil na

formação do leitor no século XXI através de diferentes meios e práticas de leitura em

ambiente escolar e fora dele.

Palavras-chave: Literatura Infanto-Juvenil, Educação Contemporânea, Formação do Leitor.

ABSTRACT

Starting from studies and research in the areas of Literary Studies and Education, in this

article we seek the intersection between different domains that think and take the children’s

literary text as an object of analysis in the process of reader’s training. Through the times and

school years, we realize that literary works go through the hands of readers who are

increasingly inserted in virtual environments and make use of different platforms for the

exercise of reading that was also reframed in modern times. In this way, we seek to discuss

the importance of contact with the child and youth literary text in the formation of the reader

in the 21st century through different means and practices of reading in the school

environment and outside of it.

Key words: Children's literature, contemporary education, training of the reader.

INTRODUÇÃO

O texto literário já foi tomado como objeto de análise em diversas áreas como a

Linguística, a Psicologia, a História e a Educação. A própria Literatura, por sua vez, não se

1 Licenciado em Letras (Habilitação em Português e Inglês) pela Universidade Estadual “Júlio de Mesquita

Filho”, especialista em Educação e mestrando em Estudos Literários.

Page 2: LITERATURA INFANTO-JUVENIL E EDUCAÇÃO: OLHARES …notoriosaber.com/revista/Gilliale.pdfbuscamos discutir a importância do contato com o texto literário infantil e juvenil na formação

Notório Saber : Votorantim, vl.1, n.1, p.14-28,

2018

Pág

ina1

5

resume aos campos literários e aos seus admiradores e pesquisadores, mas abrange infinitos

segmentos que a pensam e nos deixam ainda mais intrigados com tamanha pluralidade e

significação dos seus constituintes.

Através dos tempos, o homem, por meio de imagens e símbolos, vai expressando seus

pensamentos e significando através de diferentes artefatos que tem ao seu dispor, como a

tinta, a pedra, o som, a palavra etc. São recursos que o possibilitam comunicar-se com o

mundo exterior e perpetuar concepções de mundo. A literatura, por meio da palavra, assim o

faz. Livros, textos e postagens apresentam conteúdos tão particulares, recortes de um espaço

e tempo singulares que desvelam ao leitor um mar de possibilidades sem sair do conforto do

seu assento. Com a literatura infanto-juvenil não é diferente. Inicialmente adaptada dos

moldes da literatura adulta e logo após criada especificamente para o mundo da criança e do

jovem, a literatura infanto-juvenil se desenvolve a partir do momento que a atenção se volta

para a ciência da criança e do adolescente e surge a necessidade de um texto que fale

diretamente com eles. O texto literário, desde então, é repensado em seus constituintes

formais e substanciais. Surge a oportunidade de um mundo totalmente novo em que o jovem

pode se aventurar, explorar seus interiores e até mesmo recriá-lo. Por essas oportunidades de

“viagem” que a literatura infanto-juvenil entra no âmbito escolar e atua de modo individual

no processo de formação do leitor.

Buscando dialogar os conceitos de texto literário na Literatura infanto-juvenil e a

formação inicial do leitor, neste texto procuramos discutir e refletir as relações

correspondentes entre texto e leitor que, conforme Wolfgang Iser (1996), surgem das lacunas

do texto que são preenchidas pelo ato da leitura e requerem o poder imaginativo daqueles

que se predispõe ao ato de ler. Assim, vemos nos textos literários infanto-juvenis e no ato da

leitura (seja a leitura no ambiente escolar ou fora dele) importantes ferramentas no processo

de formação do leitor.

LITERATURA INFANTO-JUVENIL: DA ADAPTAÇÃO À CRIAÇÃO

O texto destinado ao público jovem nem sempre se apresentou da maneira que o

conhecemos hoje. A literatura infanto-juvenil começou a estabelecer-se no início do século

XVIII, mais precisamente nos últimos anos do século XVII, com a publicação dos Contos da

Page 3: LITERATURA INFANTO-JUVENIL E EDUCAÇÃO: OLHARES …notoriosaber.com/revista/Gilliale.pdfbuscamos discutir a importância do contato com o texto literário infantil e juvenil na formação

Notório Saber : Votorantim, vl.1, n.1, p.14-28,

2018

Pág

ina1

6

Mamãe Gansa de Charles Perrault. Segundo Oliveira (1958), as fábulas de Esopo

inauguraram textos que conseguiam alcançar a mentalidade infantil, mas apenas em 1697,

com a publicação dos contos de Perrault, esse texto passa a dialogar diretamente com a

criança. Antes disso, os textos literários eram destinados ao mundo do adulto e suas

consequentes implicações. Ao jovem, quase nada existia em termos de literatura escrita até

então, restringindo-o às histórias orais populares.

A partir do momento que as preocupações sociais começam a se voltar para a criança

e ao jovem, os indivíduos pertencentes à tenra idade começam a desempenhar um novo papel

na sociedade e atraem novos olhares sobre si, “motivando o aparecimento de objetos

industrializados (o brinquedo) e culturais (o livro) ou novos ramos da ciência (a psicologia

infantil, a pedagogia ou a pediatria) de que ela é destinatária” (LAJOLO; ZILBERMAN,

1988, p. 17). É nesse período que surge a necessidade de uma literatura destinada à criança,

pois os interesses da sociedade estavam finalmente apontados para ela. A fundamentação

dessa literatura é, inicialmente, uma adaptação dos moldes adultos ao contexto infantil.

Os materiais pré-existentes, os textos literários destinados ao público adulto, são

tomados e servem de componentes básicos dos primeiros textos infantis. São narrativas que

vão sendo apropriadas à realização do texto para a criança por serem de caráter fantástico e

moralizante em sua maioria, mas não designam ainda uma literatura, digamos, exclusiva do

mundo infanto-juvenil. A adaptação do texto do mundo adulto para a realidade da criança e

do jovem, neste período, abre caminhos para a arte e a ciência daquele universo. São livros,

quadros, pinturas e pesquisas exclusivos daquele contexto que iniciam um período de intensa

produção.

Seguindo regimentos católicos que predominavam nas instituições daquele período,

a escola e seus conteúdos eram ministrados para pessoas nobres e participantes do corpo

ministerial religioso. A cultura erudita se servia da ordem moral. Com a valorização da

infância, o texto literário passa a contribuir para a formação do indivíduo com fins

primariamente pedagógicos e que condicionavam a criança aos padrões sociais quase

catequizantes de sua época. O espaço para a interpretação construtiva e formadora viria logo

após esse momento em um período que as adaptações textuais serão questionadas e

reavaliadas.

Page 4: LITERATURA INFANTO-JUVENIL E EDUCAÇÃO: OLHARES …notoriosaber.com/revista/Gilliale.pdfbuscamos discutir a importância do contato com o texto literário infantil e juvenil na formação

Notório Saber : Votorantim, vl.1, n.1, p.14-28,

2018

Pág

ina1

7

A ludicidade da literatura infanto-juvenil vai tomando espaço quando os estudos em

Psicologia e Psicanálise infantil e juvenil são desenvolvidos e acompanham os conceitos da

fruição da leitura para a formação do indivíduo. Tais concepções se propagam com o advento

dos jornais (folhetins) na França do século XIX e a produção em série da literatura infanto-

juvenil difundida para fins ainda pedagógicos, mas finalmente tomando caminhos mais

amplos através de seus leitores.

No contexto brasileiro, Robinson Crusoé (1885) e Viagens de Gulliver a terras

desconhecidas (1888) são alguns exemplos dos primeiros textos que marcam um período de

intensa produção literária destinada aos jovens, embora Oliveira (1958) aponte o livro Contos

da Carochinha de Alberto Pimentel em 1896 como o trabalho inicial deste período seguido

por A filha da floresta de Thales Castanho de Andrade em 1918. Divergindo entre críticos e

teóricos da área, as adaptações, criações e traduções de histórias europeias que inauguram e

marcam esse período no Brasil são de ordem estrangeira e certamente falam de maneira

escassa sobre a nação brasileira, pois são textos adaptados de moldes previamente

estabelecidos com temáticas e estilos igualmente definidos.

A partir de então, adentrando o século XX, a literatura infanto-juvenil vai perdendo

seu caráter pedagógico e moralizante para dar lugar ao texto em que as temáticas e estilos

seriam finalmente destinados ao contexto da criança. O mundo textual infanto-juvenil foi

explorado em sua estrutura e significação, trazendo imagens, sons e cores dentro de um texto

polissêmico, isto é, com sentidos diversos. Neste período, temos Olavo Bilac, Coelho Neto e

outros nomes da literatura infantil e juvenil que, como Monteiro Lobato (considerado o maior

escritor brasileiro de contos infantis por Oliveira (1958), dentre outros), marcam um

momento de intensa produção literária infanto-juvenil no Brasil que iria enfrentar altos e

baixos nas próximas décadas.

Do texto padrão europeu aos contemporâneos, vemos que o texto literário sempre

circulou entre os cânones e as massas, foi difundido e permeou a sala de aula. Seus

componentes são derivados de inúmeras implicações linguísticas e sociais imbricadas na

palavra e, por conseguinte, no texto. Sua complexidade e resistência são resultados de uma

formação rígida e moralizante, talvez por demasia, mas que inseriu o texto literário na escola

e na formação leitora. A sua veiculação se dá em almanaques, apostilas, cartilhas e

Page 5: LITERATURA INFANTO-JUVENIL E EDUCAÇÃO: OLHARES …notoriosaber.com/revista/Gilliale.pdfbuscamos discutir a importância do contato com o texto literário infantil e juvenil na formação

Notório Saber : Votorantim, vl.1, n.1, p.14-28,

2018

Pág

ina1

8

enciclopédias escolares que são usados, maiormente, no ambiente escolar. A atuação do texto

literário infanto-juvenil na escola e fora dela, desde então, não deixa de ser presente e

significativa, constituindo-se como elemento chave para todo o processo de formação do

leitor.

O TEXTO LITERÁRIO INFANTO-JUVENIL E A LEITURA ESCOLAR

A leitura ofertada pela escola em tempos atuais raramente apresenta uma sequência

linear e evolutiva em termos de texto literário adaptado ao ano escolar que o leitor está

inserido. Isto dito, as práticas pedagógicas que visam a formação leitora na escola passam a

entrar nos currículos escolares com o intuito da uma ampla promoção da autonomia do

discente diante dos textos literários.

Quando nos referimos ao progresso dos textos literários no ensino regular desde seus

anos iniciais, primeiramente, vemos textos lúdicos que apresentam neologismos,

onomatopeias e mundos imaginários que atraem o olhar da criança para a narrativa e seus

componentes estruturais. O leitor percebe a realização de mecanismos formais que permitem

que o texto fique leve, interativo e, muitas vezes, verossímil com a realidade imaginativa do

indivíduo. As princesas, os magos, os dragões e as fadas são criaturas percebidas como

participantes de uma literatura fantástica e criativa, mas que, através da construção da

personagem textual, interage com o leitor e o aproxima de seus anseios e indagações próprios

da sua idade. O leitor iniciante (o discente, a criança) se vê afeiçoado à obra e apreende aquilo

que, implícita ou explicitamente, deve ser apreendido. Aventuras por terras desconhecidas,

seres mágicos com capacidades sobre-humanas e conquistas homéricas (vide Homero) são

apenas os temas iniciais e o ponto de partida para narrativas que permitem ao leitor uma

liberdade imaginativa em textos igualmente abertos à leitura criativa. Neste contato inicial,

os aspectos subjetivos na trajetória do leitor literário são considerados para sua formação

como tal. Nos anos que seguem o ensino regular, os textos literários vão perdendo esses

aspectos formativos e lúdicos em direção ao texto canônico denso, esteticamente elaborado

e reconhecidamente literário. Caso o leitor não esteja habituado aos meios e modos de leitura

literária para este tipo de obra, provavelmente encontrará dificuldades no processo de

apreensão do texto e na construção de conhecimento a partir do mesmo.

Page 6: LITERATURA INFANTO-JUVENIL E EDUCAÇÃO: OLHARES …notoriosaber.com/revista/Gilliale.pdfbuscamos discutir a importância do contato com o texto literário infantil e juvenil na formação

Notório Saber : Votorantim, vl.1, n.1, p.14-28,

2018

Pág

ina1

9

O contato regular com o texto literário inicialmente propiciado pela escola oferece ao

leitor uma experiência única e intransferível. Segundo Ferreira (2015), essa leitura contínua

e subjetiva, isto é, a leitura que se faz presente no cotidiano do leitor e ativa as suas memórias

pessoais advindas das experiências literárias das leituras anteriormente feitas, pode ser

considerada sua biblioteca vivida. A biblioteca vivida, conforme explicita a autora, é a

construção individual de memórias de leitura que são realizadas e armazenadas pelo

indivíduo para embasar outros textos e contextos, permitindo melhores abordagens e

compreensões das leituras subsequentes. Aplicando o conceito à leitura de uma literatura

fantástica mundialmente conhecida, por exemplo, a professora e pesquisadora Eliane

Aparecida Galvão Ribeiro Ferreira, da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita

Filho”, conceitua a leitura da seguinte maneira:

No processo de formação do leitor, o despertar de sua consciência para a

possibilidade de diálogo entre textos faculta-lhe perceber que a leitura requer

emprego da memória: sua biblioteca vivida. Justifica-se, então, a leitura de Harry

Potter e a pedra filosofal, porque estimula esse exercício cognitivo de formação.

(FERREIRA, 2015, p. 8)

No seguimento da formação leitora, o emprego da memória, conforme pontua

Ferreira (2015), é significativo para que a sua biblioteca vivida esteja sempre ativa. Os textos

literários que foram lidos e, portanto, vividos por esse leitor são retomados, reativados e

rediscutidos pelo indivíduo em contato com outros textos. Esse processo, popularmente

conhecido como intertextualidade, é visto pela pesquisadora como o acionamento das leituras

anteriores que embasa as leituras futuras. Em outras palavras, o processo da formação do

leitor depende das suas experiências conscientes com leituras prévias significativas e que

serão reelaboradas em outras leituras.

Ao lermos, cada texto nos permite que o reelaboremos e construamos outros

significados a partir dele em atitudes conscientes do ato de ler. A consciência da leitura é, ao

mesmo tempo, formadora, social e política.

De acordo com Lajolo (1996):

A leitura é, fundamentalmente, processo político. Aqueles que formam leitores –

alfabetizadores, professores, bibliotecários – desempenham um papel político que

poderá estar ou não comprometido com a transformação social, conforme estejam

Page 7: LITERATURA INFANTO-JUVENIL E EDUCAÇÃO: OLHARES …notoriosaber.com/revista/Gilliale.pdfbuscamos discutir a importância do contato com o texto literário infantil e juvenil na formação

Notório Saber : Votorantim, vl.1, n.1, p.14-28,

2018

Pág

ina2

0

ou não conscientes da força de reprodução e, ao mesmo tempo, do espaço de

contradição presentes nas condições sociais da leitura, e tenham ou não assumido

a luta contra aquela e a ocupação deste como possibilidade de conscientização e

questionamento da realidade em que o leitor se insere (1996, p. 28).

A leitura, segundo Lajolo (1996), se faz estratégia eficaz no processo de ensino e

aprendizagem dentro da escola, pois suscita diferentes impressões e significados em cada

indivíduo em um ambiente de formação que não se restringirá ao ambiente escolar quando

atingir o seu principal objetivo: formar leitores autônomos, críticos e conscientes da leitura

que fazem. Fora do contexto escolar, assim sendo, a leitura ainda despertará emoções,

possibilitará viagens e o conhecimento do outro, atuará na formação do indivíduo de modo

que ele busque e conviva com a leitura. No ato da leitura do texto literário, o indivíduo ainda

estará agindo ativamente no mundo, seja na escola ou em casa.

Com mais ou menos acesso à leitura de textos literários, o estudante que está inserido

nos anos iniciais do ensino fundamental regular deve se predispor ao ato de apreciar a obra

literária através das mediações que acontecem inicialmente em ambiente escolar ao mesmo

tempo que leva essa apreciação para fora da escola. Embora não seja o único a mediar os atos

de leitura, o mediador escolar é aquele que, muitas das vezes, apresenta o texto literário,

media os primeiros contatos entre leitor e obra e expõe meios de acesso à Literatura que não

se restringem ao círculo educacional. Aqui, partindo das primeiras leituras mediadas que

fomentam a biblioteca vivida do leitor, temos bases envolventes e expressivas na formação

desse indivíduo. Sobre isso, Foucambert (1994) assinala:

Para aprender a ler, enfim é preciso estar envolvido pelos escritos os mais variados,

encontrá-los, ser testemunha de e associar-se à utilização que os outros fazem deles

- quer se trate dos textos da escola, do ambiente, da imprensa, dos documentários,

das obras de ficção. Ou seja, é impossível tornar-se leitor sem essa contínua

interação com um lugar onde as razões para ler são intensamente vividas [...]

(Foucambert, 1994, p. 31).

Desde leitores que já se aventuraram por adaptações ou pelos versos originais de

Homero nos seus poemas épicos Ilíada e Odisseia do século VIII A.C. e aqueles que se

debruçaram nas narrativas fantásticas de J. R. R. Tolkien na trilogia de O Senhor dos Anéis

do século XX, assim como sugere Ferreira (2015), temos leitores ativos e envolvidos no ato

da leitura em contextos distintos, porém dialógicos. São aproximações e distanciamentos

Page 8: LITERATURA INFANTO-JUVENIL E EDUCAÇÃO: OLHARES …notoriosaber.com/revista/Gilliale.pdfbuscamos discutir a importância do contato com o texto literário infantil e juvenil na formação

Notório Saber : Votorantim, vl.1, n.1, p.14-28,

2018

Pág

ina2

1

entre textos mais antigos, como os de Homero, e textos modernos e contemporâneos, como

os de Tolkien, C. S. Lewis (em As Crônicas de Nárnia) e J. K. Rowling. O leitor, ao

aproximar textos, vai percebendo as temáticas e estilos que se assemelham no processo de

criação textual e, ao distingui-los, compreende as singularidades de cada produção e as

mudanças que ocorreram no modo de ler e receber esses textos em tempos atuais. Como já

mencionado, a não linearidade dos textos literários na escola e a mediação inconsistente

diminuem parte da fruição dos leitores e estigmatizam um senso comum sobre a Literatura

no âmbito escolar, embora não sejam os únicos pontos a nortearem esse consenso. O contato

permanente com o texto literário, seja clássico ou pós-moderno, canônico ou de massa,

possibilitará que o seu leitor faça associações e construa conhecimento de maneira autônoma.

No que tange a leitura na escola e o papel da literatura no ensino, segundo Zilberman

(2008), desde a virada dos anos 70 para os anos 80 do século XX com a desconstituição do

regime militar e da redemocratização da nação, verificamos movimentos amplos de

professores e pesquisadores das áreas de Letras e Pedagogia preocupados com os caminhos

da escola brasileira e a qualidade do ensino em um país que pouco lê literatura. É neste

contexto que surge o I Congresso de Leitura (COLE) em Campinas no ano de 1978, o I

Encontro de Professores Universitários de Literatura Infantil e Juvenil no Rio de Janeiro em

1980 e a Primeira Jornada Sul-Rio-Grandense de Literatura em Passo Fundo em 1981.

Associações emergenciais como a de Professores de Língua e Literatura (APLL) e de Leitura

do Brasil (ALB), no final dos anos 70 e adentrando os anos 80, também sinalizam o

engajamento de educadores e pesquisadores na abordagem de problemáticas de ensino e

aprendizagem no âmbito da escola.

Da alfabetização, tarefa que a escola desempenhou burocraticamente desde seus

inícios, passou-se à necessidade de letramento, sobretudo de letramento literário

(ZILBERMAN, 2008, p. 15). É assim que, ano após ano, série após série, percebeu-se a

necessidade do letramento na formação do leitor e não necessariamente de textos adaptados

ao seu ano escolar.

Os textos abordados pelos professores dos anos iniciais do ensino fundamental são,

em sua maioria, de caráter imaginativo e lúdico, muitas vezes fantástico, permitindo leituras

abrangentes e criativas que dialogam diretamente com outras artes como a música, a pintura

Page 9: LITERATURA INFANTO-JUVENIL E EDUCAÇÃO: OLHARES …notoriosaber.com/revista/Gilliale.pdfbuscamos discutir a importância do contato com o texto literário infantil e juvenil na formação

Notório Saber : Votorantim, vl.1, n.1, p.14-28,

2018

Pág

ina2

2

e o cinema. São processos que viabilizam construções de conhecimento e formam leitores

conscientes se forem tomados textos relacionados com outras áreas e lidos por diferentes

ângulos e plataformas. O texto infanto-juvenil é plural e expressivamente amplo se tomado

em ambientes de leitura contínua. A pluralidade do letramento através de textos desta ordem

permite, desde a formação inicial do leitor, uma emancipação do mesmo diante do

enrijecimento do sistema educacional que o possibilita transitar por textos que, ainda que não

“adequados” ao seu grau escolar, se fazem legíveis e compreensíveis. O leitor tardio

(entendemos como o indivíduo que é letrado tardiamente na escola ou fora dela) só consegue

essa subversão da leitura através do preenchimento das lacunas que compõem a sua formação

escolar e leitora, entrando em contato com textos variados em diferentes contextos

educacionais. A atuação da escola no processo de formação do leitor letrado é

reconhecidamente importante, mas transcende as paredes da sala de aula.

O TEXTO LITERÁRIO INFANTO-JUVENIL NA CONTEMPORANEIDADE

O que as crianças leem, de fato, hoje em dia? Quais os textos que circulam

predominantemente nas escolas? A juventude contemporânea lê menos? Essas indagações

são recorrentemente feitas por professores, pesquisadores e críticos da área da Literatura

Infantil e da Educação, concomitantemente. Por vezes, parecemos falar sobre literatura e

acabamos no âmbito educacional e vice-versa. O texto literário infanto-juvenil e seu canal

associado, a escola, são indissociáveis quando o assunto é formação do leitor e as questões

levantadas a partir da intersecção Literatura e escola.

Sabendo das alterações sistêmicas sofridas pela escola através da história e das

demandas sociais e culturais, começamos a pensar na “função”, se existente, do texto literário

na escola do século XXI. Esse ponto perpassa os questionamentos feitos acima acerca da

Literatura e da leitura na contemporaneidade. Indagamos, pois, se há uma função para a

Literatura infanto-juvenil nos dias de hoje.

Segundo Arena (2003), criamos o hábito de leitura porque temos precisões que nos

são instigadas nas relações sociais estabelecidas em grupo. Afirma que, da mesma forma,

não lemos fora da escola por costumes que são socialmente aceitos e instaurados. O papel da

instituição escolar e daqueles que participam da formação do indivíduo enquanto criança

Page 10: LITERATURA INFANTO-JUVENIL E EDUCAÇÃO: OLHARES …notoriosaber.com/revista/Gilliale.pdfbuscamos discutir a importância do contato com o texto literário infantil e juvenil na formação

Notório Saber : Votorantim, vl.1, n.1, p.14-28,

2018

Pág

ina2

3

seria o de motivar esses momentos de leitura, propiciando situações de consciência e

experiência textual que criarão o hábito de ler. A educação literária se encontra nessas bases

(DA SILVA, 2012, p. 5). Nesse sentido, a literatura infanto-juvenil deve adentrar o cenário

da formação leitora enquanto ferramenta de contribuição na formação de indivíduos leitores

e não “ledores”, ativos no processo de leitura e que certamente sentirão a necessidade da

mesma em seu cotidiano. Perrotti (1999) explica a distinção entre o ledor e o leitor com o

seguinte argumento:

O ledor prefigura aquele ser passivo, imobilizado, que pouco ou nada acrescenta

ao ato de ler. O texto para o ledor não tem aberturas porque ele decifra

mecanicamente os seus sinais. Não há mistério, nem criação. A leitura é definitiva.

O leitor, no entanto, é móvel e tem um olhar indefinido, errante e criativo sobre o

texto, que se permite ler em suas linhas e entrelinhas, desvelando seus sinais visuais

e invisíveis. Isto só ocorre quando se dá o pacto entre texto e leitor, que o ledor não

se arrisca a fazer.

Em outras palavras, o texto literário é tomado por ledores como uma leitura de fruição

e relaxamento sem qualquer empenho de análise, leitura ou participação social efetiva. Os

textos são lidos a partir de uma visão rasa e limitada sem fruição e/ou sentido. Aos leitores,

destinamos o olhar mais atento e preocupado com a estrutura e a significação daquele

conteúdo a ser lido, apurando os sentidos, estabelecendo relações intertextuais e construindo

conhecimento a partir daquele texto.

Embora inúmeros textos, neste momento, estejam sendo escritos e lidos por crianças,

jovens e adultos do mundo inteiro, sabemos que pessoas escrevem e são lidas todos os dias.

A preocupação não é essa. O que nos alerta, como educadores e pesquisadores, é a rapidez

que esses textos são gerados e consumidos sem quaisquer preocupações estéticas e

formativas, mas unicamente utilitaristas, por ledores textuais, não leitores.

Receitas de bolo, manuais de aparelhos eletrônicos e textos técnicos são exemplos de

textos utilitários que, em sua função primária, apresentam o intento de transmitir uma

informação pragmática e, portanto, utilitária. A composição desses textos em sua estrutura

sintática e semântica é essencialmente direta e simples para que o seu leitor consiga ler,

compreender e executar seus comandos. Com o texto literário, essa atitude de leitura deve

ser repensada, pois o próprio texto apresenta diferentes constituintes internos se comparado

ao texto técnico.

Page 11: LITERATURA INFANTO-JUVENIL E EDUCAÇÃO: OLHARES …notoriosaber.com/revista/Gilliale.pdfbuscamos discutir a importância do contato com o texto literário infantil e juvenil na formação

Notório Saber : Votorantim, vl.1, n.1, p.14-28,

2018

Pág

ina2

4

O texto considerado literário, isto é, o texto que apresenta certo grau de literariedade,

é aquele que converge os componentes linguísticos, semióticos e sociológicos em sua

composição interna. Seus constituintes linguísticos (fonemas, morfemas, vocábulos,

sintaxes, etc.) não são meras palavras dispostas a transmitirem uma informação ou, como se

popularizou em literatura infanto-juvenil, uma moral. O texto literário vai explorar os

mecanismos possíveis em torno da palavra para que a sua função, dentro do texto, seja ampla,

plural e significativa.

A palavra é para a Literatura o que a pedra é para a escultura, a tinta para a pintura e

o vídeo para o cinema. A palavra literária, como já dito, é plural em sua essência e, em cada

trabalho, apresenta seus significados de maneira única. O autor e o leitor do texto literário,

juntos, compõem o todo da obra. São coautores. O autor, com suas implicações, redige o seu

texto e monta um objeto estético que, ao chegar no leitor, deve ser analisado, lido e

significado através da leitura. Não há como excluirmos desse processo a importância do

letramento e da leitura escolar para que possamos assumir outros olhares acerca do texto

literário, entretanto, percebemos que não somente a escola atua na formação leitora na

contemporaneidade, mas diversos fatores internos e externos ao processo.

Desinteresses dos alunos, educadores sem contato com textos literários e instituições

escolares sem recursos ou com foco mercadológico exacerbado são apenas exemplos rápidos

de fatores que possivelmente influenciam na falta de indivíduos letrados na sociedade

brasileira do século XXI. A tecnologia não é a vilã principal. O texto literário, seja lido em

papel ou tela, ainda se apresenta e se faz texto literário em seu caráter mais amplo. Seus

componentes internos serão ativados e elaborados assim que forem lidos. Assumimos

posturas sociais e políticas ao lermos.

Na escola contemporânea na atual situação histórica, política e social do Brasil, a

leitura escolar e os processos de formação do leitor que estão inseridos na estrutura escolar

regular são ferramentas de uma formação não somente leitora, mas social e política e que

deve permanecer no cotidiano da criança e do adolescente.

Celulares, tablets, redes de relacionamento e mídias sociais. Séries, novelas, músicas

e fotografia. O século XXI proporciona ao jovem uma variedade de instrumentos de

Page 12: LITERATURA INFANTO-JUVENIL E EDUCAÇÃO: OLHARES …notoriosaber.com/revista/Gilliale.pdfbuscamos discutir a importância do contato com o texto literário infantil e juvenil na formação

Notório Saber : Votorantim, vl.1, n.1, p.14-28,

2018

Pág

ina2

5

socialização e propaganda. O comércio e o marketing adentram as salas e os quartos em telas

minúsculas e atuam sutilmente no pensamento coletivo. Os mediadores da leitura escolar,

estando atentos ao cenário contemporâneo instalado, devem repensar os próprios meios de

recepção da obra literária e dos processos de leitura. Busca-se a heterogeneidade textual:

[...] não podem a escola nem os professores optar por desenvolver habilidades de

leitura de apenas um determinado tipo ou gênero de texto: a escola deve formar o

leitor da ampla variedade de textos que circulam nas sociedades grafocêntricas em

que vivemos, e são diferentes processos de leitura e, portanto, diferentes modos de

ensinar; é preciso desenvolver habilidades e atitudes de leitura de poemas, de prosa

literária, de textos informativos, de textos jornalísticos, de manuais de instrução,

de textos publicitários etc. etc. (SOARES, 2014, p. 31)

E a concomitante variação dos meios em que os textos são veiculados, indo do contato

físico ao digital, do texto escrito ou impresso ao texto em tela. Independente dos gêneros

textuais e meios de veiculação dos mesmos, a presença de uma abordagem diversa e

significativa é elemento basilar na formação do leitor contemporâneo que é, ele também,

heterogêneo em sua essência.

Quanto mais contato e interação o leitor inicial tem com a literatura maior será o seu

domínio sobre ela e suas realizações discursivas, assim como já pontuou Bakhtin sobre as

relações dialógicas que podemos estabelecer durante as leituras. Para ele, existe a

interatividade no âmbito da linguagem, as trocas estabelecidas nestes processos dinâmicos

entre indivíduos e culturas que geram outros discursos reelaborados e que fomentam uma

postura leitora atenta e crítica (DA SILVA, 2012, p. 11).

Ao considerarmos tais concepções e abordagens, pensamos que o hábito de leitura

deve ser iniciado desde a idade mais tenra e, concomitantemente, desde a Educação Infantil.

Os mediadores das leituras iniciais, sejam educadores, professores e/ou responsáveis, devem

também se integrar dos textos literários para a criança e o jovem para uma melhor

compreensão do universo leitor e dos meios mais atualizados e recentes que esses textos

ocupam na contemporaneidade. É criar hábitos que farão da literatura não somente um

passatempo corriqueiro, mas um instrumento de humanização e cultura.

CONCLUSÃO

Page 13: LITERATURA INFANTO-JUVENIL E EDUCAÇÃO: OLHARES …notoriosaber.com/revista/Gilliale.pdfbuscamos discutir a importância do contato com o texto literário infantil e juvenil na formação

Notório Saber : Votorantim, vl.1, n.1, p.14-28,

2018

Pág

ina2

6

Procurando as relações existentes entre a formação leitora e o papel do texto literário

infanto-juvenil neste processo, buscamos, neste artigo, retomar conceitos já estabelecidos nas

áreas da Literatura e Educação acerca da Literatura para a criança e o adolescente como ponto

de partida significativo na formação do leitor contemporâneo.

Dos anos iniciais da Educação Infantil e Fundamental, percebemos que os leitores,

independente do grau escolar, estabelecem relações expressivas e realizam leituras

emancipatórias quando colocados em ambientes educacionais cotidianos igualmente

significativos, isto é, importantes para todo o processo de formação leitora. A biblioteca

vivida deste leitor (Ferreira, 2015), os atos de leitura (Iser, 1996; 1999) e uma postura

consciente diante de todo esse processo (Lajolo, 1996) permitirão que o indivíduo possa se

formar com autonomia, criticidade e fruição em decorrência das vivências que tiveram em

seus primeiros contatos com o texto literário.

A formação do leitor contemporâneo habituado com textos destinados ao público

infantil e jovem, a partir de uma visão emancipatória e humanizadora da Literatura, nos faz

acreditar que as relações cotidianas dialógicas e intertextuais acontecem no processo de

apropriação da leitura para uma subversão de sistemas enrijecidos de ensino e aprendizagem

que irão formar leitores ativos e críticos diante dos textos que lhes serão apresentados.

Leitores que, dentro ou fora da escola, atuarão e participarão efetivamente do processo de

construção de conhecimento a partir do texto.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ARENA, D. B. Nem hábito, nem gosto, nem prazer. In: M. R. L. Mortatti (Org.). Atuação

de professores: propostas para a ação reflexiva no ensino fundamental. (pp. 53-61).

Araraquara: JM, 2003.

CADEMARTORI, Lígia. O que é literatura infantil. 3. ed. São Paulo: Brasiliense, 1987.

COLOMER, Teresa. A formação do leitor literário: narrativa infantil e juvenil atual. Trad.

Laura Sandroni. São Paulo: Global, 2003.

CUNHA, Maria Antonieta Antunes. Literatura infantil: teoria & prática. 18. ed. São Paulo:

Ática, 2003.

DA SILVA, Greice Ferreira. O pequeno leitor e o processo de mediação de leitura

literária. Periódico Álabe, n. 6. Disponível em: [www.revistaalabe.com], 2012.

Page 14: LITERATURA INFANTO-JUVENIL E EDUCAÇÃO: OLHARES …notoriosaber.com/revista/Gilliale.pdfbuscamos discutir a importância do contato com o texto literário infantil e juvenil na formação

Notório Saber : Votorantim, vl.1, n.1, p.14-28,

2018

Pág

ina2

7

FERREIRA, Eliane Aparecida Galvão Ribeiro. Uma cinderela moderna e seus

encantamentos: análise da obra Harry Potter e a pedra filosofal, de J. K. Rowling. In:

DEBUS, Eliane; MICHELLI, Regina (orgs.). Entre fadas e bruxas: o mundo feérico dos

contos para crianças e jovens. Rio de Janeiro: Dialogarts, 2015, p.107-129.

ISER, Wolfgang. O ato da leitura: uma teoria do efeito estético. Trad. Johannes Kretschmer.

São Paulo: Ed. 34, 1996. vol.1.

______. O ato da leitura: uma teoria do efeito estético. Trad. Johannes Kretschmer. São

Paulo: Ed. 34, 1999. vol.2.

LAJOLO, Marisa; ZILBERMAN, Regina. Literatura infantil brasileira: história &

histórias. 4. ed. São Paulo: Ática, 1988.

______. Livro didático: um (quase) manual de usuário. Em Aberto, Brasília, n. 69, v. 16,

jan./mar. 1996.

MAGNANI, Maria do Rosário Mortatti. Leitura, literatura e escola: sobre a formação do

gosto. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2001.

OLIVEIRA, Antenor Santos de (Org.). Curso de literatura infantil. São Paulo: Santos de

Oliveira, p.9-35, 1958.

PERROTTI, Edmir. O texto sedutor na literatura infantil. São Paulo: Ícone, 1986.

______. Leitores, ledores e outras afins (apontamento sobre a formação ao leitor) In:

PRADO, J.; CONDINI, P. (org). A formação do leitor: pontos de vistas. Rio de Janeiro:

Argus, 1999, pp. 31-40.

SILVA, Ezequiel Theodoro da. Leitura na escola e na biblioteca. 3. ed. Campinas, SP:

Papirus, 1991.

SILVA, Lilian Lopes Martin. Às vezes ela mandava ler dois ou três livros por ano. In:

GERALDI, J. W. (Org.). O texto na sala de aula: leitura & produção. 4. ed. Cascavel, PR:

Assoeste, 1984. p. 71-76.

SOARES, Magda. Ler, verbo intransitivo. In: PAIVA, Aparecida et al. (Orgs.). Leituras

literárias: discursos transitivos. Belo Horizonte: Ceale; autêntica, 2014.

ZILBERMAN, Regina. A literatura infantil na escola. 5. ed. rev. ampl. São Paulo: Global,

1985.

______. Literatura infantil: autoritarismo e emancipação. 2.ed. São Paulo: Ática, 1984,

p.135-152.

Page 15: LITERATURA INFANTO-JUVENIL E EDUCAÇÃO: OLHARES …notoriosaber.com/revista/Gilliale.pdfbuscamos discutir a importância do contato com o texto literário infantil e juvenil na formação

Notório Saber : Votorantim, vl.1, n.1, p.14-28,

2018

Pág

ina2

8

______. O PAPEL DA LITERATURA NA ESCOLA. Via Atlântica, São Paulo, n. 14, p.

11-22, dec. 2008. ISSN 2317-8086. Disponível em:

<http://www.revistas.usp.br/viaatlantica/article/view/50376/54486>. Acesso em: 16 de

Junho de 2018.