faculdade integrada avm · 2011. 8. 12. · lemgruber, prayla fontes, clarice savastano e heloísa...
TRANSCRIPT
-
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
FACULDADE INTEGRADA AVM
A eficiência e a eficácia da comunicação interna no
relacionamento entre a empresa e seus funcionários.
Por: Gabriela Maia da Silva
Orientador
Prof. Fernando
Rio de Janeiro
2011
-
2
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
FACULDADE INTEGRADA AVM
A eficiência e a eficácia da comunicação interna no
relacionamento entre a empresa e seus funcionários.
Apresentação de monografia à Universidade
Candido Mendes como requisito parcial para
obtenção do grau de especialista em Comunicação
Empresarial.
Por: Gabriela Maia da Silva
-
3
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus por sempre me acompanhar em todos os meus
objetivos de vida.
Aos meus pais, pela compreensão, carinho e que me incentivaram e
forneceram todo o apoio necessário para tornar esse projeto real, que são um
exemplo por toda sua dedicação a profissão e foram essenciais na escolha dos
rumos profissionais que quero seguir depois da pós graduação.
Ao meu namorado Gustavo que tem se mostrado um grande
companheiro e amigo, me incentivando nos meus estudos e objetivos
profissionais, me apoiando e me dando sempre força para concluir meus
projetos.
Agradeço a minha Tia Regina, que além de seus sábios
ensinamentos, me ajudou com carinho e cuidado a realizar este estudo.
Agradeço também as minhas primas e minhas grandes amigas Thais
Lemgruber, Prayla Fontes, Clarice Savastano e Heloísa Nascimento que com
sua alegria, e pensamentos positivos, estiveram sempre ao meu lado me
incentivando e me dando forças em tudo que fosse preciso.
A todos os meus colegas de curso que estiveram comigo durante
desde o início trocando experiências e informações.
A todos os professores que compartilharam seus conhecimentos para
formar profissionais éticos e responsáveis.
E por fim, agradeço ao meu orientador Fernando Alves pela atenção e
orientação que me foi prestada.
-
4
DEDICATÓRIA
Dedico este estudo em especial a
minha mãe Vera Lúcia Maia da Silva,
devido seu apoio em minha trajetória
acadêmica, pela paciência de ler meus
textos com atenção e principalmente pelo
exemplo de dedicação e perseverança
em sua trajetória de vida.
-
5
RESUMO
Este trabalho busca analisar de que forma a comunicação interna
atinge corretamente seu público-alvo, contribuindo de forma estratégica, eficaz
e eficiente para motivar os colaboradores de uma organização, mantendo-os
comprometidos, gerando a promoção da qualidade e da motivação entres eles.
Neste universo corporativo competitivo, não basta ter uma equipe
altamente motivada e formada por grandes talentos, se a mesma não for bem
informada e se não ocorrer à comunicação adequada a fim de alcançar os
objetivos propostos pela organização. Desta forma, a comunicação interna é
algo prioritário que deve merecer, por parte de todos os colaboradores e
principalmente pela cúpula da empresa, uma atenção especial. Não basta
assegurar que a comunicação simplesmente ocorra, é preciso testar
entendimento para que os colaboradores estejam em condições de usar o que
é informado de forma correta, eficaz, eficiente e principalmente, que esta
informação possa ser aplicada aos negócios.
Apresenta também de que forma a comunicação interna se utiliza do
endomarketing para melhoria das comunicações e compreender como os
colaboradores percebem estes esforços.
Palavras-chave: Cultura Organizacional. Comunicação Interna.
Endomarketing. Motivação.
-
6
METODOLOGIA
Este trabalho buscará apoio básico em pesquisas na Internet e livros
na área de Recursos Humanos, de comunicação e endomarketing. Além de
pesquisas em revistas especializadas como Exame, Você S/A, etc. e em
situações vivenciadas na área de gestão de pessoas.
Quanto aos livros utilizados, como bibliografia básica, podem-se citar
os livros “Gestão de Pessoas” do autor Idalberto Chiavenato e
“Comportamento Organizacional” do autor Stephen P. Robbins que auxiliarão
no desenvolvimento e entendimento do assunto.
Os trabalhos acadêmicos realizados durante o curso de pós-graduação
“Comunicação Empresarial” serão importantes na aplicação dos conceitos de
comunicação interna e descrição de suas ferramentas e aplicabilidade.
A consulta à bibliografia sugerida pelos professores também será uma
maneira de pesquisar materiais mais atualizados a fim de elaborar a
monografia. Além das fontes de consulta citadas, as anotações em sala de
aula poderão incrementar a monografia com alguma informação adicional.
Nesse cenário, onde se verifica, cada vez mais, a busca pelas razões
da motivação para o desempenho no trabalho e pelos instrumentos adequados
para o fortalecimento de aspectos como envolvimento e participação do quadro
funcional, emerge a dúvida de como é possível obter o comprometimento
desses com as metas e objetivos organizacionais.
-
7
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ................................................................................... 08
CAPÍTULO I ....................................................................................... 12
1. A COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL ................................... 12
1.1 A IMPORTÂNCIA E A FUNÇÃO DA COMUNICAÇÃO NAS
ORGANIZAÇÕES ........................................................................................... 13
1.2 EFICÁCIA NA COMUNICAÇÃO ................................................ 16
CAPÍTULO II ...................................................................................... 19
2. COMUNICAÇÃO INTERNA .......................................................... 19
2.1 EFICIÊNCIA NA COMUNICAÇÃO INTERNA .............................. 28
2.2 FERRAMENTAS DE COMUNICAÇÃO INTERNA ....................... 29
2.3 CONTRIBUIÇÃO DA COMUNICAÇÃO INTERNA COMO
INSTRUMENTO DA QUALIDADE .................................................................. 33
CAPÍTULO III ..................................................................................... 36
3 MARKETING INTERNO, ENDOMARKETING E COMUNICAÇÃO
INTERNA ........................................................................................................ 36
3.1 A COMUNICAÇÃO INTERNA COMO FERRAMENTA
ESTRATÉGICA DE ENDOMARKETING ........................................................ 38
3.2 COMUNICAÇÃO INTERNA X ENDOMARKETING ..................... 40
CONCLUSÃO ..................................................................................... 44
BIBLIOGRAFIA .................................................................................. 51
ÍNDICE ............................................................................................... 53
FOLHA DE AVALIAÇÃO..................................................................... 54
-
8
INTRODUÇÃO
O processo de comunicação organizacional é fundamental para que
todos os colaboradores conheçam a realidade da organização e se desenvolva
um compromisso por parte dos envolvidos. A empresa precisa deixar claro o
que pretende e conscientizar os colaboradores de seus objetivos e metas.
Assim sendo, a empresa deve estabelecer canais coerentes com sua
realidade, e que devem se preocupar com o entendimento, comunicando
aquilo que é de interesse real para a empresa e seus colaboradores, além de
prever possíveis ruídos, conhecidos como a famosa "rádio-peão”.
A boa comunicação é essencial à eficácia de todo grupo ou
organização. Desta forma, é extremamente importante que se conheça os
ruídos da comunicação – fatores que impedem de fluir ou ocasionem falhas na
transmissão da mensagem – com o objetivo de evitá-los ou minimizá-los. Afinal
o processo de comunicação envolve tanto a transferência quanto a
compreensão do significado da mensagem, mas, muitas vezes, essa
mensagem pode ter seu significado distorcido por diversos fatores, como
percepção seletiva, posturas defensivas, uso inadequado do canal e da
linguagem e diversos outros.
A comunicação só acontece se houver troca, ou seja, se ocorrer
“feedback", não pode haver distanciamento nem isolamento entre a
organização e seus colaboradores. As organizações devem se preocupar com
a forma como estão se comunicando, uma vez que grande parte delas pensa
que apenas informar já é suficiente.
A comunicação deve ser elaborada de forma a facilitar e criar
condições para que todos executem suas atividades com segurança e
profissionalismo. É preciso que os meios de comunicação utilizados pela
organização estejam sempre disponíveis para todos os interessados no seu
sucesso. É necessário que a organização consiga que as informações
alcancem todos os níveis de maneira eficiente, de modo a auxiliar na interação
-
9
entre os diferentes setores da empresa. Deve ser percebida como um meio de
integração da empresa com seu colaborador, de forma que vise melhorar o
relacionamento, permitindo que todas as áreas interajam entre si e com a
organização.
Os sistemas de comunicação entre a organização e seu público interno
são os conceitos mais simples, mas não simplista, para a comunicação interna.
Pressupõe-se obrigatoriamente um sistema de mão dupla, estruturado,
dinâmico e proativo, capaz de disseminar o fluxo de informações que a
organização tem interesse em compartilhar e que o colaborador precisa saber.
Esse relacionamento intenso, vivo e permanente com os colaboradores, sejam
eles efetivos, temporários, estagiários ou terceirizados, permite que a
comunicação interna realize a primeira de suas funções estratégicas: a difusão
da visão, missão e valores corporativos. Além disso, amplia e harmoniza o
diálogo entre capital e trabalho, equaliza interesses, integra equipes e valoriza
o conhecimento e a produção, fruto da razão de ser da organização.
É necessário estabelecer o processo oficial pelo qual a empresa e seu
público interno se comunicam. Já se sabe que, quando as empresas não
formalizam esse processo de comunicação interna, ficam reféns dos impactos
negativos que uma rede de comunicação informal pode provocar na cultura
organizacional, fruto do próprio relacionamento entre as pessoas,
desagregando equipes e até mesmo comprometendo a obtenção dos
resultados esperados.
A grande dificuldade das empresas é fazer com que as informações
cheguem de forma clara aos seus colaboradores. A comunicação interna
precisa ser mais do que uma simples troca de informação, para que não ajam
falhas neste processo, o que pode gerar conflitos dentro da empresa. Ela
aumenta os esforços para que todos criem identidade com a empresa, gerando
maior comprometimento e satisfação dos profissionais envolvidos.
A má comunicação traz desgastes nas relações, agressões
verbais, perda de tempo com retrabalho, mal entendidos, suscetibilidades
afetadas, perda de motivação e stress. Liderar é comunicar, para atingir
os objetivos da empresa (MARTINIANO, 2007, p.156).
-
10
Diante deste contexto, percebe-se a necessidade de que o colaborador
se sinta parte da organização, uma vez que o capital humano faz parte do seu
patrimônio e para isso uma comunicação aberta e acessível auxilia a tornar o
seu público interno mais coeso com os valores estabelecidos pela empresa.
É necessário que se faça uma análise do clima organizacional
buscando avaliar a forma com a qual a empresa é percebida por seus
colaboradores e analisar também a percepção da comunicação interna junto a
eles. Este levantamento possibilita a identificação dos principais obstáculos à
eficácia da comunicação organizacional, bem como sugerir alternativas que
minimizem essas barreiras. Com base nestas informações a empresa pode
aperfeiçoar os canais de comunicação existentes para auxiliar na redução das
falhas na compreensão das mensagens, com a intenção de facilitar a
integração do colaborador com a organização.
A estruturação de um processo formal de comunicação interna permite
que as empresas consigam assegurar a criação de uma rede valiosa para
obtenção de resultados, tornando claro para todos os colaboradores o quanto
respeita e valoriza cada membro de sua equipe, disseminando o pensamento,
os objetivos e as metas definidas pela gestão. Nesta estruturação, é
importante que as empresas insiram a comunicação interna como parte de
uma estratégia de comunicação abrangente e integrada, dirigida também aos
públicos externos de maneira que os relacionamentos tenham objetivos
comuns, fortalecendo uma imagem única e refletindo a postura ética
estabelecida entre os diferentes componentes da organização. A sinergia com
todas as áreas faz da comunicação interna um processo verdadeiramente
servidor, capaz de explicar o negócio da empresa ao empregado e, de forma
sistêmica, ajudá-lo a atingir os resultados projetados, levando-os a entender de
que forma cada um poderá fazer a sua parte e como a parte de cada um se
integra ao todo para o alcance de metas definidas.
Para garantir melhor continuidade e competitividade, novos modelos
de gestão, buscam estratégias que façam a empresa ser vista como “parceira”
por seus colaboradores. Diante da redefinição dos conceitos administrativos e
dos diferentes enfoques na condução dos negócios, as organizações sofrem
-
11
transformações significativas. Ao longo da história, elas vêm observando mais
do que o maquinário no processo de gestão e passam a enfatizar o elemento
humano e o comportamento social.
Nesse ambiente de mudanças, a comunicação interna se fortaleceu e
profissionalizou seu quadro. Hoje, é um dos instrumentos desta nova forma de
gestão, verdadeiramente estratégica, contribuindo para o fortalecimento dos
ativos intangíveis e para o sucesso do negócio. É de grande responsabilidade
na convergência dos valores e objetivos da empresa e de seus colaboradores.
Na complexibilidade dos ambientes corporativos e frente às
instabilidades e ameaças, ter trabalhadores como aliados é condição prioritária
para a estabilidade das empresas. Valorizados, bem informados e engajados
com os valores e objetivos da empresa, os colaboradores se envolvem e se
comprometem. A comunicação interna pode e deve apoiar e estimular nas
organizações o aperfeiçoamento contínuo e o desenvolvimento das pessoas,
contribuindo para a disseminação do conhecimento e compartilhando as
melhores práticas.
Nesse cenário, onde se verifica, cada vez mais, a busca pelas razões
da motivação para o desempenho no trabalho e pelos instrumentos adequados
para o fortalecimento de aspectos como envolvimento e participação do quadro
funcional, emerge a dúvida de como é possível obter o comprometimento
desses com as metas e objetivos organizacionais.
-
12
CAPÍTULO I
1. A COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL
Comunicação é o diálogo ou troca de informação de duas ou mais
pessoas, incluindo a compreensão da mensagem.
“A comunicação é quando uma informação é transmitida a alguém,
sendo então compartilhada também por esse alguém. Para que haja
comunicação é necessário que o destinatário da informação a receba e
compreenda” (CHIAVENATO, 1998, p.92).
De acordo com Chiavenato (2004), as comunicações dentro das
empresas não são perfeitas, pois podem ser alteradas ao longo do processo
fazendo com que o receptor receba algo diferente daquilo que lhe foi enviado.
A comunicação é considerada um fator essencial e muito importante
para a eficácia de uma empresa. As falhas da comunicação podem ser
consideradas uma das principais forças que impedem o bom desenvolvimento
de um grupo.
“O objetivo da comunicação eficaz é o entendimento” (BOWDITCH;
BUONO, 1999, p. 84). Há diversas barreiras físicas, interpessoais e
intrapessoais que podem interferir no objetivo da comunicação eficaz,
atrapalhando o entendimento do receptor.
A superação da barreira à comunicação organizacional exige que os
funcionários reconheçam as dificuldades inerentes ao processo de
comunicação e busquem soluções para que as mesmas não voltem a ocorrer.
A utilização do feedback pode ajudar bastante na comunicação
organizacional. Essa ferramenta é capaz de direcionar os envolvidos
eliminando as possíveis barreiras que podem surgir, além de contribuir para
que a eficácia da comunicação seja atingida.
-
13
Embora a comunicação seja um fenômeno tão natural e inerente ao
ser humano, percebe-se em torno dela um verdadeiro paradoxo. Se, por um
lado, trata-se de um tema multidisciplinar e que incentiva estudos em diversas
áreas científicas, por outro, acaba sendo, na prática, negligenciada por alguns
sistemas gerenciais, devido à própria naturalidade com que acontece entre os
indivíduos dentro de uma organização.
É através da comunicação que as pessoas compartilham experiências,
idéias e sentimentos. Relacionando-se como seres interdependentes, os
indivíduos influenciam-se mutuamente e, juntos, modificam a realidade onde
estão inseridos. Sem a comunicação, cada ser humano seria um mundo
fechado em si mesmo. A vida em grupo, indispensável ao ser humano, só se
realiza por intermédio de uma comunicação plena. Embora a importância da
comunicação seja inegável para muitos, ela é vista pelas pessoas como um
processo automático, que muitas vezes parece dispensar qualquer
preocupação a seu respeito.
O processo de comunicação pode se tornar significativamente
complexo quando observado na rotina diária das organizações. A escolha do
código mais adequado para a transmissão da mensagem, a seleção da mídia
mais eficaz, a previsão da resposta do receptor e dos ruídos que podem
interferir naquele processo representam cuidados que nem sempre são
considerados na prática da comunicação, especialmente no ambiente interno
das organizações.
1.1. A IMPORTÂNCIA E A FUNÇÃO DA
COMUNICAÇÃO NAS ORGANIZAÇÕES
Partindo do conceito simplista de que a comunicação é a transmissão
de mensagens, pode-se afirmar que a comunicação é inerente a existência de
todo e qualquer grupo, indivíduo, organização, nação, etc. A comunicação,
contudo, é mais do que simplesmente transmitir um significado. Ela precisa ser
-
14
compreendida. A comunicação só é possível quando há, além da transmissão,
a compreensão da mensagem.
O processo de comunicação inicia-se na transmissão da mensagem
pelo emissor e é finalizado em sua recepção e interpretação pelo receptor.
Acredita-se que a comunicação não é mais um processo onde o receptor é
passivo, e simplesmente recebe a mensagem. O receptor recebe a mensagem
e a interpreta conforme sua cultura, ideais e princípios. Logo, o processo
comunicacional torna-se mais complexo, tendo em visa que o emissor passa a
ter a preocupação de moldar de forma esclarecedora e clara a mensagem,
trabalhando-a de modo a não dar abertura a várias interpretações ou a
informações negativas.
Assim, o papel do comunicador, dentro da empresa, é trabalhar a
melhor forma de transmissão da mensagem, além de criar um ciclo
organizacional de transmissão da informação, isto é, manter seus públicos,
sejam eles internos ou externos, sempre bem informados do funcionamento
dos processos da empresa. Este trabalho desenvolvido em torno da
transparência gera uma relação de credibilidade entre os públicos e a
empresa. Com a criação deste ciclo relacional, funcionários passam a acreditar
na empresa e se sentirem parte integrante dela, desenvolvendo assim, suas
funções de forma otimizada tornando-se também o emissor de uma
mensagem positiva sobre a empresa.
Mas, para alcançar este nível de relacionamento com o público interno,
é necessário perceber a importância da comunicação, usá-la como um objeto
de persuasão e abrir caminhos de recepção do feedback dos funcionários.
Empresas fechadas ao diálogo com seus funcionários, têm arestas
incompatíveis com a moderna gestão da qualidade, que aposta, sobretudo no
trabalho cooperativo e na adesão consciente.
Autoridade, hierarquia e centralização de poder nas empresas são
constantemente motivos de problemas internos. Assim, cabe ainda ao setor de
comunicação criar uma ponte de relacionamento entre a empresa e seus
funcionários, dando abertura para estes darem opiniões, e mostrando que eles
são parte importante e colaboradora para o alcance da eficácia.
-
15
Sobre a importância da comunicação no cenário estratégico
organizacional Torquato afirma:
“Cada vez mais, a comunicação ganha “status” de consultoria
estratégica, que se desenvolve por meio de funções de
orientação, de leitura do meio ambiente, de interpretação de
cenários e de assessoria aos sistemas decisórios, principalmente
em momentos de crise”. (TORQUATO, 2003, p.35).
Sendo assim, a comunicação, quando em harmonia com os objetivos
organizacionais, constitui-se uma fonte valiosa de contribuição para o
crescimento organizacional.
A comunicação transformou-se em um diferencial gerencial e de
gestão da imagem perante a concorrência, vital para o sucesso e a
sobrevivência do negócio.
Através da comunicação as empresas relacionam-se entre si, assim
como com os ambientes externos e internos, o que contribui, grandemente,
para o aprimoramento organizacional, sendo uma ferramenta útil nas tomadas
de decisão.
A função final desempenhada pela comunicação relaciona-se com seu
papel como facilitadora de tomada de decisões. Ela proporciona as
informações que as pessoas e os grupos precisam para tomar as decisões,
transmitindo os dados para que se identifiquem e avaliem alternativas.
As quatro funções básicas da comunicação dentro das organizações,
assim como em determinados grupos, são: controle, motivação, expressão
emocional e informação.
Enquanto atuante no controle das ações dos indivíduos, a
comunicação permite, por exemplo, que funcionários estabeleçam, mesmo que
informalmente, uma relação de influência um sobre o outro ou entre grupos
dentro da organização.
Dentro da perspectiva da motivação a comunicação atua como
instrumento facilitador do esclarecimento, da avaliação e da orientação dos
funcionários.
-
16
Tem função ainda de ser um canal das manifestações sentimentais,
insatisfações ou anseios de um grupo ou entre um grupo de funcionários,
permite também a resolução de demandas sociais.
E, por último, a comunicação viabiliza as informações que os gestores
necessitam para as tomadas de decisão.
Assim, para que os grupos tenham um bom desempenho, eles
precisam ter algum tipo de controle sobre seus membros, estimulá-los ao
esforço, oferecer os meios para a expressão emocional e tomar decisões.
1.2 EFICÁCIA NA COMUNICAÇÃO
A eficácia da comunicação nas organizações passa pela valorização
das pessoas como indivíduos e cidadãos. Os gestores da comunicação devem
desenvolver uma atitude positiva em relação à comunicação, valorizar a cultura
organizacional e o papel da comunicação nos processos de gestão
participativa. Devem se planejar conscientemente para a comunicação e
desenvolver confiança entre emissores e receptores.
Existem alguns pontos que precisam ser cuidadosamente observados
e colocados em prática para que a comunicação seja clara e atinja seu objetivo
principal.
Para se estabelecer um canal consistente de comunicação e eficaz
para o processo empresarial, Matos aponta para fatores que ajudam a
comunicação empresarial, tais como:
• Conscientizar a opinião pública sobre a boa qualidade dos produtos e
serviços da empresa ou instituição;
• Fortalecer a credibilidade das informações veiculadas pela Empresa;
• Obter noticiário externo favorável;
• Obter reconhecimento positivo e boa vontade junto aos diversos
setores formadores de opinião pública;
• Abrir e manter canais de comunicação com a mídia;
• Motivar o público interno;
-
17
• Favorecer a imagem pessoal e da gerência, que se tornam a
"personificação" da empresa cuja imagem mescla-se com a imagem da
direção. (MATOS, 2004, P.112)
Podemos sitar algumas sugestões para que essa comunicação seja
estabelecida deforma eficaz:
Estabeleça prioridades. É importante estabelecer prioridades
em suas ações e também em suas palavras. Certifique-se de
que você sabe como enfatizar o que é mais importante.
Esclareça mal entendidos. Os mal entendidos, e não as
diferenças de opiniões são os responsáveis pela maioria dos
conflitos no ambiente de trabalho. Esclareça-os antes que eles
se tornem problemas sérios.
Resolva assuntos pendentes. Em várias ocasiões, assuntos
obscuros impedem as comunicações abertas. Não deixe
problemas por resolver; eles não desaparecem – sua tendência
é crescer e se agravar.
Apresente novas informações. A maioria das pessoas precisa
de fatos novos para mudar de idéia a respeito de algum
assunto. Certifique-se de compartilhar todas as informações de
que dispuser.
Esteja atento às impressões. Preste atenção à impressão que
você causa nos outros. Cuidado com impressões faciais, gestos
e linguagem corporal agressivos. Esteja particularmente atento
ao seu tom de voz.
Esclareça o que relatar. Recorra à paráfrases se perceber que
seu interlocutor não está entendendo o que você está dizendo.
Utilize esta mesma estratégia para certificar-se de que o que
você ouviu foi o que realmente foi dito. Não tente prever o que
vai ser dito e só responda depois que seu interlocutor terminar
de falar.
-
18
Demonstre interesse. Faça contato visual para demonstrar ao
seu ouvinte que você está prestando atenção às palavras dele.
Pense antes de falar. Faça pausas e pense antes de falar. Você
não terá uma segunda chance para causar uma primeira
impressão.
Ao alinharmos estes pontos com os interesses de ambas as partes,
conseguimos com que os colaboradores se sintam parte integrante da
empresa, se tornando mais comprometidos e motivados.
-
19
CAPÍTULO II
2. COMUNICAÇÃO INTERNA
Atualmente, é essencial que a informação circule de maneira rápida e
eficiente, de modo que todos tenham acesso a ela, por isso é que cada vez
mais a comunicação interna merece atenção especial, principalmente por parte
da cúpula da empresa. No entanto, em outras ocasiões as informações podem
ser emitidas de forma incorreta, ou sequer serem repassadas, deste modo
Robbins (2002), diz que a informação tem quatro funções dentro de uma
organização, que são:
a) controle: manuais, normas e hierarquias que existem na
organização e que devem ser seguidas;
b) expressão emocional: a empresa e o lugar onde as pessoas
passam a maior parte do tempo, por este motivo torna-se o local aonde são
expressados a maioria dos sentimentos e das frustrações;
c) informação: principal função da comunicação, fazer com que a
informação chegue de maneira correta para a tomada da melhor decisão;
d) motivação: dar feedback (realimentação) ao colaborados sobre o
seu desempenho e sobre o que a empresa espera dele, pode deixa-lo mais
motivado, visto que ele nota que há interesse da organização com o
desempenho das suas tarefas.
Dentro das organizações os fluxos de comunicação têm por função
fazer com que as informações cheguem a todos de forma eficiente, para isto
ela possui duas direções que são a horizontal e a vertical, sendo que para
Robbins (2005) a comunicação vertical se subdivide em descendente e
ascendente. A comunicação descendente é aquela de cima para baixo em que
são passados às normas, filosofia ou instruções de trabalho da organização.
Um dos grandes problemas, segundo Torquato (2004) neste tipo de
-
20
informação são as retenções das informações pelas gerencias, pode-se
compreender, com base neste autor que os gerentes são os responsáveis pela
divulgação das informações, e muitos acreditam que a retenção destas
aumenta o seu nível de influência e domínio sobre os seus subordinados.
A comunicação horizontal é aquela que ocorre entre os funcionários
com níveis hierárquicos semelhantes, na concepção de Torquato (2004) este
tipo de comunicação serve como um importante meio para uniformizar as
idéias e as informações da organização, visando à integração dos objetivos
para o alcance das metas. No entanto, para que os fluxos de comunicação
atinjam a todos dentro da organização é necessário que se utilize o canal de
comunicação correto, de acordo com o objetivo que se deseja atingir.
Quando o receptor não compreende qual é a mensagem que o
emissor está enviando falamos que houve um processo de ruído, que no
entendimento de Gil (2001, p. 74) é definido por “um distúrbio ou deformação
da fidelidade na comunicação de uma mensagem, seja ela sonora, seja visual,
seja escrita”. Assim sendo, salienta-se que o ruído pode estar localizado tanto
no receptor, no emissor ou na forma de expressar a mensagem, através das
emoções que são emitidas juntamente com a mensagem, que são transmitidas
por diferentes fluxos de comunicação.
Nas organizações as informações circulam por canais formais ou
informais, os canais formais são aqueles em que circulam as mensagens
oficiais das organizações, sendo que Dubrin (2006) ressalta que o principal
canal formal é o organograma, observa-se que por meio dele como as
informações oficiais da organização devem ser transmitidas. Já nos canais
informais circulam as informações pessoais, como por exemplo, boatos e
comentários, inerentes aos interesses da organização. Prado (2007) diz que
para que ocorra uma comunicação eficiente há de se estabelecer uma ligação
entre os dois.
Uma forma de auxiliar com que a organização consiga fazer que as
informações alcancem os seus diferentes públicos internos seria o de utilizar
diferentes canais de comunicação, para isso Torquato (2004) apresenta um
-
21
comparativo dos canais de comunicação interno e seus problemas mais
comuns decorrentes de sua utilização, descritos no quadro 1 abaixo:
Pode-se compreender que todos os canais apresentam problemas,
sob este enfoque, Robbins (2005) diz que há três métodos básicos para a
transmissão das mensagens, que são a comunicação oral, escrita e não
verbal.
Na comunicação escrita destacam-se os jornais e memorandos, que se
caracterizam por serem mais formais, visto que partem em sua maioria de cima
para baixo, os murais que são um meio rápido de informação, na maioria das
vezes, se para isto estiverem bem localizados em lugares de grande circulação
que atraiam a atenção, mas para isso necessitam que constantemente sejam
atualizados. E mais recentemente, as mensagens eletrônicas ou a intranet
(rede interna) que é um dos meios de mais rápida divulgação das informações
-
22
a um público grande das organizações. Mas para Robbins (2005) este meio de
comunicação interna tem um grave problema de difícil feedback, visto que ao
enviar um e-mail não há a garantia que ele seja lido ou sequer compreendido
da maneira que o emissor pretendia, podendo ocasionar problemas de ruídos
na comunicação.
E, por fim, o canal não verbal que é aquele tipo de informação que
enviamos por meio de um gesto, toque ou forma de se expressar,
normalmente ela é emitida sem a nossa consciência.
Este tipo de comunicação é enviada em todos os momentos do nosso
dia seja por uma maneira de olharmos, franzirmos a testa, sacudirmos s
cabeça, dentre outras formas de expressão. Ainda na opinião de Robbins
(2005, p. 236) “a comunicação não verbal também inclui os movimentos do
corpo, a entonagem ou ênfase dada às palavras e o distanciamento físico
entre o emissor e o receptor”.
Urge, hoje, que a comunicação interna utiliza também as novas
tecnologias de comunicação como meio e instrumento para atingir seus
objetivos, conforme Ferreira et al. (2006) é de responsabilidade do superior
manter-se atualizado as novas descobertas tecnológicas que possam melhorar
os processos de comunicação interna.
No presente, é impossível que as organizações não utilizem a
tecnologia a seu favor, e isto se aplica também para a maior divulgação da sua
comunicação interna, por intermédio de emails, intranet ou extranet (rede
externa), agilizando o processo de troca de informações dentro e fora da
empresa, é para que essas informações sejam disponibilizadas de forma mais
rápida para todos os membros da organização (FRANÇA; LEITE, 2007). Na
intranet podem ser disponibilizados aos funcionários e demais parceiros da
empresa os manuais de procedimento internos, dados sobre produtos, ofertas
internas de emprego, calendários de eventos, acesso à banco de dados,
importantes ao andamento das atividades da empresa, oferecendo aos
funcionários a possibilidade de ter acesso as informações que permitem uma
análise sobre as vantagens e desvantagens de investir seu capital intelectual
na mesma.
-
23
A partir da descrição destes veículos de comunicação interna, observa-
se que a comunicação organizacional tem por objetivos facilitar o diálogo e
realizar a troca de informações, aumentar a socialização entre os diferentes
setores, além de compartilhar os objetivos da empresa de modo mais rápido e
eficiente. Para Brum (2007), a proposta da comunicação é garantir a cobertura
de fatos e decisões do dia-a-dia da organização, e para isto os canais de
comunicação devem ser complementares, a informação deve ser
disponibilizada em diversos canais ao mesmo tempo para que todos os
colaboradores, independentemente do local em que estejam, possam ter
acesso a informação, entre os canais de comunicação existentes.
Mas para que as informações alcancem a todos nas organizações ela
poderá enfrentar diversas barreiras, sendo que algumas estão relacionadas
principalmente a diferenças da cultura de cada colaborador e da empresa. Sob
este mesmo enfoque Robbins (2005) classifica as barreiras no processo de
comunicação interna, conforme o quadro abaixo:
-
24
Vale ressaltar que cada vez mais as empresas necessitam apresentar
resultados positivos, mas estas não podem esquecer que os principais
responsáveis pelo seu funcionamento são os seus colaboradores, e por isto
que é importante integrar as pessoas com os objetivos da empresa, de forma a
torná-los comuns a todos. Esta é uma das principais funções da comunicação
interna, fazer com que as pessoas saibam o que precisam realizar e qual será
a melhor forma, para obter os resultados estabelecidos pelos líderes,
alcançando os objetivos organizacionais e pessoais.
Assim sendo, salienta-se que a comunicação interna incentiva à
sinergia dos setores em torno dos interesses da empresa, permitindo que a
tomada de decisão envolva toda a organização (GIL, 2001).
A comunicação interna é aquela dirigida ao público interno da
organização, sobretudo aos seus funcionários. Ela é um dos mais importantes
componentes da comunicação integrada e esta importância “reside sobretudo
nas possibilidades que ela oferece de estímulo ao diálogo e à troca de
informações entre a gestão executiva e a base operacional, na busca pela
qualidade.
Alguns aspectos devem ser considerados para que a comunicação
interna alcance seus objetivos. Eles estão relacionados com políticas,
estratégias, qualidade, conteúdo e linguagem. A eficácia da comunicação nas
organizações passa pela valorização das pessoas como indivíduos e cidadãos.
Os gestores da comunicação devem desenvolver uma atitude positiva em
relação à comunicação, valorizar a cultura organizacional e o papel da
comunicação nos processos de gestão participativa. Devem se planejar
conscientemente para a comunicação e desenvolver confiança entre
emissores e receptores.
Além da eficácia da comunicação esta também requer qualidade,
veículos e instrumentos adequados para sua eficaz. Com avanço da tecnologia
houve um desenvolvimento dos veículos de comunicação. Na maioria das
organizações a comunicação tende a se tornar cada vez mais informal.
Entende-se como Comunicação Informal, quando as vias formais de
comunicação da empresa não atendem à demanda por informações do seu
-
25
público interno, surge à versão extra-oficial do "ouvir dizer", também chamada „
rádio corredor ", forma de comunicação em que a mensagem em original sofre
alto grau de distorção, chegando muitas as vezes a assumir sentido contrário
da sua primeira versão. O jogo do telefone sem fio ilustra bem a ineficiência
desse tipo de comunicação.
Os principais objetivos da comunicação interna são:
· Tornar influentes, informados e integrados todos os funcionários da
empresa;
· Possibilitar aos colaboradores de uma empresa o conhecimento das
transformações ocorridas no ambiente de trabalho;
· Tornar determinante a presença dos colaboradores de uma
organização no andamento dos negócios.
· Facilitar a comunicação empresarial, deixando-a clara e objetiva para
o público interno.
A comunicação interna define sua missão como:
“Contribuir para o desenvolvimento e a manutenção de um clima
positivo, propício ao cumprimento das metas estratégicas da organização e ao
crescimento continuado de suas atividades e serviços e à expansão de suas
linhas de produtos.”
Desta forma, ela é definida em consonância com a realidade do
público interno de uma organização. Faz-se entender o porque não existem
programa de comunicação prontos, uma vez que este depende dos objetivos,
metas e estratégias que são previamente definidas, sendo esta somatória dos
esforços individuais que levará o sucesso do processo comunicacional
empresarial.
A comunicação interna é um fator de motivação. A comunicação é fator
de motivação e satisfação dos colaboradores. Por meio da comunicação
interna é possível motivar os recursos humanos, conhecer suas opiniões,
sentimentos e aspirações. A medida que o público interno é estimulado a
-
26
participar e encontra abertura para dar sua opinião, sente-se mais valorizado e
motivado.
O ambiente organizacional favorável é aquele onde se encontra
abertura para expor suas idéias, com transparência e sem medo de
represarias. A comunicação interna favorece esse diálogo e pode facilitar este
processo de mão dupla funcionário versus empresa e empresa versus
funcionário.
A importância da comunicação interna está nas possibilidades que ela
oferece de estimular o diálogo e a troca de informações entre todos os níveis
da pirâmide organizacional, na busca da qualidade das relações humanas.
Para obter sucesso, os empresários devem, antes de qualquer coisa,
posicionar suas atenções para as necessidades de comunicações de seus
funcionários. Ao longo dos anos, os desejos e as necessidades dos
funcionários e das empresas mudaram, a comunicação ficou mais sofisticada
para cumprir seu papel. As pessoas dentro das organizações já não são mais
vistas como meros empregados, mas sim como uma importante fatia do
sucesso empresarial.
Foi-se o tempo em que o “jornalzinho interno” era o único instrumento
de comunicação dentro das organizações, contendo algumas fotos dos
aniversariantes do mês e notícias que na maioria das vezes não interessavam
ao público-alvo.
A comunicação interna é composta por instrumentos e ações que pela
sua eficiência, transformam-se em canais oficiais para despertar o público
interno para um nível maior de informação sobre tudo o que acontece na
organização.
É importante atentar para o fato de que tudo que é criado em termos
de comunicação interna está interligado com processos de mudança ou com a
situação atual de uma organização, além de reproduzir a imagem e a cultura
organizacional da mesma. Existe uma gama de instrumentos e ações de
comunicação interna que podem ser criados para garantir a excelência nas
relações entre funcionário e empresa. A possibilidade de os meios interativos e
eletrônicos transformarem a comunicação entre empresas e seus funcionários
-
27
é bastante grande. No entanto, é nas ações mais simples que o público interno
encontra aquilo que procura: a informação, o reconhecimento e o estímulo
necessário para um bom trabalho.
Além do conhecido jornal, existem outros canais e instrumentos de
comunicação interna. Os mais conhecidos e utilizados são o manual e vídeo
de integração à empresa, revistas, encarte da área de recursos humanos,
jornal de parede, cartazes motivacionais e informativos, painéis motivacionais e
decorativos, painéis celulares, datas festivas, canais diretos entre direção e
funcionários, vídeos, palestras internas, intervenções teatrais, rádio interna,
vídeo jornal, correio eletrônico, intranet, clipping eletrônico, entre outros.
O sucesso empresarial depende de sua comunicação com o público
interno. Marchiori (apud NASSAR, 2005, p. 115) acredita que:
“O fator fundamental de sucesso nas empresas tem sido
uma comunicação clara, verdadeira e direta, evidenciando
objetivos e rumos, demonstrando o progresso e as dificuldades a
serem enfrentadas. Esta postura empresarial chama à
participação, compromete os funcionários, torna a empresa
conhecida e transparente. Tudo isto é possível pela visão e
vontade da alta administração em transformar os relacionamentos
com seus colaboradores, via comunicação interna – carregada de
sentimentos, entendimentos, visão, compreensão, dedicação,
conhecimento, valorização e criação de vínculos e valores que
retratem uma cultura organizacional que viabiliza a existência de
uma organização com credibilidade.”
Não se deve dar todos os créditos do sucesso empresarial somente à
comunicação interna. Assim como a comunicação interna, o marketing interno
também visa os lucros empresariais. Porém o foco deles é diferente. Enquanto
a comunicação interna tem seu foco direcionado para o público interno, o
marketing interno concentra os seus esforços no cliente externo fazendo uso
de suas ferramentas para alcançá-lo. O sucesso de uma organização também
depende de um esforço de marketing interno bem estruturado.
-
28
2.1 EFICIÊNCIA NA COMUNICAÇÃO INTERNA
A alta direção de qualquer organização precisa conhecer e acreditar no
poder da comunicação interna pois, é através dela, com uma boa relação com
o público interno, de forma eficiente, que a empresa poderá transmitir a sua
imagem ao seu público externo, pois são eles, os responsáveis por essa
imagem.
A qualidade de comunicação nas organizações deve pressupor
individualização do processo em função das naturais diferenças em outro
quadro de referência, nível de experiência, amplitude de interesses, grau de
motivação, etc. de pessoa para pessoas. Comunicações feitas para a “média”
do público acabam gerando mais problemas do que benefícios, sem falar no
fato da pasteurização tornar as mensagens sem impacto. Para que haja
eficiência na comunicação interna, é de fundamental importância conhecer em
profundidade o público interno da empresa. É necessário um contato pessoal
em que se estabeleça uma relação de confiança, que possa transmitir as suas
expectativas, ansiedades e interesses entre a organização e o seu público
interno. É importante que o emissor tenha acesso aos conhecimentos do
receptor sobre o assunto a ser abordado. O seu nível de linguagem e o seu
grau de interesse são itens relevantes para que ocorra a sintonia entre eles.
Destaca-se que os elementos para uma transmissão de mensagem
eficiente são: comunicação assertivamente – a mensagem será mais bem
recebida se os funcionários exporem suas idéias diretamente; uso de canais
múltiplos – uso dos cinco sentidos para recepção; uso da comunicação
bidirecional – envolvimento da mensagem dos receptores na conversação;
apoiar-se- certos tipos de comunicação fazem com que as pessoas se sintam
apoiadas, facilitando o processo; ser sensível as diferenças culturais- respeito
as diferenças de estilo, sotaque, erros gramaticais, aparência pessoal; ser
sensível as diferenças de gênero – identificar as diferenças no estilo de
comunicação relacionadas ao gênero.
-
29
Nesse sentido, homens e mulheres apesar da tendência à igualdade
nas organizações, comunicam-se de formas diferentes.
A comunicação interna é uma via de mão dupla, portanto, tão
importante como comunicar é saber escutar. Os 5 “C‟s” de uma comunicação
interna eficaz são: clara, consciente, contínua e freqüente, curta e rápida e
completa.
2.2 FERRAMENTAS DE COMUNICAÇÃO INTERNA
As escolhas das ferramentas de comunicação se dão conforme a
empresa, isto é, devido aos recursos que a empresa dispõe para esta
finalidade. Contudo, deve-se planejar a utilização das ferramentas para que o
propósito desejado seja alcançado, por isso, devem-se evitar esforços
isolados. Para ser feita esta escolha precisa-se levar em consideração os
objetivos de comunicação, entre outras variáveis, como custos de manutenção,
custos de implementação, tempo requerido, abrangência e durabilidade. É
válido compreender o conteúdo que se pretende transmitir, lembrando que, se
aplicados de forma inadequada há comprometimento a eficácia da
comunicação.
Quanto à comunicação interna, há uma grande variedade de
instrumentos que podem ser utilizados. Existem empresas que se apropriam
do diálogo, e buscam trabalhá-lo em eventos. Assim como, existem
organizações que usam veículos de comunicação interna, umas mais, outras
menos.
As escolhas dos veículos de comunicação para o público interno
completam de forma majoritária os veículos de comunicação dirigida, visto que
tais veículos têm por característica a transmissão de mensagens direcionadas
a um público especifico, através de meios devidamente selecionados, com o
intuito de garantir o entendimento, gerando assim eficácia nos seus resultados.
A comunicação interna se utiliza de vários meios de comunicação,
utilizando conforme a necessidade um ou outro, ou juntos, a fim de reforçar a
-
32
desempenham papel importante como canais de relacionamento com os
diversos públicos de interesse da empresa (BUENO, 2003, p. 247).
Jornal Mural: canal de comunicação afixado em local frequentado
pela maioria dos funcionários ou disponibilizado na Intranet da empresa. Nele
constarão informações como modificações dentro dos setores, aniversariantes
do mês, promoções, entre outros elementos relacionados ao cotidiano do
público interno. É importante para unir todos os departamentos, pois contém
dados que interessam desde o cargo mais alto na gerência até o operário.
“Acessível a todos os funcionários, independentemente do nível hierárquico,
possui papel relevante para aqueles que não podem acessar os terminais
eletrônicos, como os operários nas fábricas” (COGO, 2009, Internet).
Intranet: conjunto de páginas da web com acesso restrito aos
funcionários.
Além de disponibilizar o material de apoio ao trabalho, pode conter
novidades da empresa, notas sobre modificações nos procedimentos, elogios,
entre outras informações. Nesse ambiente digital, também podem ser
arquivados boletins informativos ou o jornal mural da empresa. Por meio da
Intranet, é possível fazer com que a informação seja passada de forma mais
ágil, facilitando a comunicação interna.
Com o avanço das novas tecnologias da comunicação, as
organizações modernas também estão se valendo de meios telemáticos, que
têm esse nome porque a informação é trabalhada e passada com o uso
combinado da informática (computador) e dos meios de telecomunicações.
Como exemplos temos a própria intranet, o correio eletrônico, os terminais de
computador, os telões, os telefones celulares etc. São meios interativos e
virtuais (KUNSCH,2003, p.87).
Endomarketing: conjunto de ações de marketing que visam promover
a imagem da empresa para seu público interno e incentivá-lo a conquistar a
excelência na qualidade do atendimento ao consumidor. Esse conceito trata o
funcionário como um cliente interno, por isso há algumas divergências entre
pesquisadores da área que consideram as palavras cliente e marketing como
ações voltadas para relações comerciais de compra e venda.
-
33
Os especialistas, sobretudo os profissionais de Relações Públicas,
julgam que o endomarketing não é nada mais do que uma forma diferente de
expressar (e praticar) a comunicação interna e que se trata de uma alternativa
(nem tão sutil) de garantir aos profissionais de marketing a entrada em um
novo campo de trabalho (ENDOMARKETING, 2009, Internet).
Para Margarida Kunsch (2002, p.87), também podem ser consideradas
ferramentas de comunicação interna reuniões, palestras, encontros com o
presidente, alto-falantes, cartas, circulares, manuais, panfletos, quadro de
avisos, vídeos institucionais, entre outros.
Há uma série de ferramentas para implantação do programa de
Comunicação Interna nas empresas, conforme mencionamos no quadro
abaixo:
2.3 CONTRIBUIÇÃO DA COMUNICAÇÃO INTERNA
COMO INSTRUMENTO DA QUALIDADE
-
34
A contribuição da comunicação interna no processo de se promover a
qualidade na organização é reconhecida por todos, porém sob diferentes
pontos de vista, os programas e ações de comunicação são de grande
importância em diversos contextos, inclusive quando o intuito é o de promover
o comprometimento com a qualidade.
O conhecimento dos fatos promove maior comprometimento das
pessoas e que os resultados da qualidade podem ser afetados positivamente.
A contribuição da comunicação interna, como instrumento de
promoção da qualidade, é ainda mais valorizada.
A comunicação interna é um instrumento fundamental para a
divulgação de vários aspectos relacionados à qualidade, desde os valores
organizacionais até o papel de cada indivíduo no alcance dos melhores
resultados e da satisfação dos clientes.
É unânime, entre os profissionais do setor da qualidade, a percepção
de que, embora seja grande a contribuição da comunicação interna para se
promover a qualidade na organização, faz-se necessário que esse processo
seja complementado pelo fator “atitude”, por parte das lideranças.
Toda comunicação destinada a promover a qualidade deve ser
coerente ou reforçada pelas atitudes e decisões das lideranças. Em momentos
de crise, por exemplo, se os funcionários da empresa percebem que as
lideranças tomam decisões que privilegiam a qualidade, em detrimento dos
custos, verificarão que os princípios e valores anteriormente comunicados são
realmente observados na prática.
A comunicação interna afeta positivamente os resultados da qualidade,
mas não somente ela. Quando se faz uma comunicação em favor da
qualidade, é necessário que isso seja reforçado pelas ações dos supervisores
imediatos e das lideranças, mostrando que aquilo é realmente importante.
Alguns veículos de comunicação interna são avaliados como mais
eficientes em relação aos demais. Dentre eles, destacam-se o jornal interno e
folhetos. “Os veículos de comunicação interna mais efetivos são aqueles que
permanecem com os funcionários, tais como o jornal interno, folhetos e
outros”.
-
35
A comunicação face a face entre lideranças e subordinados também é
vista como indispensável dentro do processo de comunicação interna como um
todo. As reuniões realizadas com os operadores são bastante efetivas, essas
reuniões têm bastante impacto, porque é feita uma pausa na rotina dos
operadores para se falar, de forma focada, sobre qualidade.
As evidências de que as iniciativas de comunicação interna afetam
positivamente a qualidade na organização podem ser traduzidas nos próprios
resultados do setor da qualidade, sempre que se realiza uma campanha de
comunicação, no sentido de promover a qualidade, é possível observar
melhorias significativas dos seus resultados. Percebe-se também que a
melhoria dos resultados está diretamente ligada ao comprometimento dos
funcionários.
As evidências de melhorias existem, mas não é possível saber que
porcentagem dessas melhorias pode ser atribuída à comunicação interna. A
contribuição da comunicação interna na evolução positiva dos resultados da
qualidade pode ser quantitativamente comprovada. Podemos observar este
fato quando os índices internos de falhas reduzem em nível inferior ao que
havia sido estipulado como meta, o que pode ser alterado com uma campanha
de comunicação focada em motivar os funcionários quanto ao seu alcance.
Além da comunicação verbal, entre líderes e subordinados, diferentes veículos
de comunicação interna podem ser utilizados para que a campanha se realize
de forma efetiva e atinja todos os públicos de interesse, alcançando assim
como resultado o alcance das metas estabelecidas pela organização.
-
36
CAPÍTULO III
3. MARKETING INTERNO, ENDOMARKETING E
COMUNICAÇÃO INTERNA
Constata-se, em relação aos termos “marketing interno” e
“endomarketing”, que ainda existe certa divergência teórica tanto na literatura
internacional quanto na nacional (BALLANTYNE, 2003; INKOTTE, 2000). No
que se refere às obras internacionais, Ballantyne (2003) argumenta que existe
ambiguidade em torno do conceito de marketing interno, apontando a
inexistência de um modelo conceitual padrão. Em relação aos autores
nacionais que abordam o tema endomarketing, Inkotte (2000) declara que a
ausência de uma uniformidade teórica torna difícil uma análise comparativa
entre suas obras.
Na literatura internacional, é possível identificar duas correntes de
abordagens diferenciadas em relação ao conceito de marketing interno. A
primeira delas adota como significado do termo a difusão da orientação de
marketing para todos os indivíduos de uma organização. Já a segunda o
conceitua como um conjunto de ações de marketing voltadas ao público
interno de uma organização, no intuito de se conseguir de seus funcionários o
comprometimento com os objetivos organizacionais.
Adotando a primeira linha de pensamento, Grönroos (1994) coloca que
o marketing interno vem da necessidade de garantir suporte às pessoas da
organização que, embora não sejam diretamente ligadas às funções de
marketing, podem ser preparadas e informadas para melhor atender aos
clientes. Com base no segundo tipo de abordagem, Mudie (2003) coloca que a
ideia principal do marketing interno é a de que os funcionários de uma
organização, ao serem tratados como clientes, tornam-se mais
comprometidos, cooperativos e entusiasmados. A definição de marketing
-
37
interno, em que se baseia esse autor, assemelha-se à apresentada pela
Associação Americana de Marketing (American Marketing Association, 2006),
que o define como “marketing voltado aos funcionários de uma organização
para garantir que eles adotem de forma efetiva os programas e políticas
organizacionais desejados”.
A importância da comunicação interna é enfatizada entre os autores
internacionais. Segundo Thornhill et al. (1996), toda organização busca
implícita ou explicitamente o comprometimento de seus funcionários e um dos
caminhos para alcançar tal objetivo é a comunicação interna. A investigação
realizada por esses autores revela que existe uma significativa relação entre a
forma com que uma organização interage e se comunica com seus
funcionários e as atitudes e o comprometimento destes em relação a ela.
A efetividade da comunicação interna é especialmente requerida em
cenários de mudança, que são frequentemente vivenciados pelas
organizações (HEMAIS, 2005; KITCHEN; DALY, 2002; MATTOS, 2001). As
pessoas de uma empresa devem ser encorajadas a participar das mudanças e
melhorias dos processos. Essa participação requer a conscientização dos
funcionários, por meio de treinamentos, palestras, campanhas de incentivo,
comunicação interna e monitoramento por parte dos gestores, no dia a dia
(ROCHA, 2007). Além das situações de mudança, Brum (2005) acrescenta
que a comunicação interna também é importante nos momentos em que novos
desafios são lançados aos funcionários como, por exemplo, quando uma
empresa decide conquistar uma certificação de qualidade.
Entre as obras nacionais, o tema marketing interno é frequentemente
abordado com o uso da palavra endomarketing, junção do prefixo de origem
grega “endo”, que quer dizer “ação ou movimento para dentro” (BRUM, 2005),
com a palavra marketing, a qual já pode ser considerada, apesar da origem no
idioma inglês, como um neologismo da língua portuguesa, por fazer parte do
vocabulário trivial das pessoas. Para Inkotte (2000), no entanto, é necessário
fazer uma distinção entre os conceitos de marketing interno e de
endomarketing. O autor esclarece que, por meio do marketing interno, a
empresa mobiliza seus funcionários para encantar o cliente externo, enquanto
-
38
pelo endomarketing, a empresa é o próprio “produto”, que precisa ser sempre
melhorado para encantar o cliente interno. Assim, esse autor considera que a
“utilização de instrumentos e conceitos do marketing voltados para o público
interno de uma organização” é a definição que melhor se encaixa como
significado de endomarketing.
Uma das convergências encontradas na literatura nacional é a ideia da
comunicação interna como um dos principais instrumentos de endomarketing.
Para Brum (2005), sendo a informação o “produto da comunicação interna”, é
também a maior estratégia de aproximação entre uma empresa e seus
funcionários. Essa autora afirma que, por maiores que sejam os benefícios e
incentivos oferecidos ao público interno, sem uma informação bem trabalhada,
não existem funcionários motivados.
3.1 A COMUNICAÇÃO INTERNA COMO FERRAMENTA
ESTRATÉGICA DE ENDOMARKETING
Para criar um sistema de comunicação interna, primeiramente é
necessário fazer um estudo e avaliação das ferramentas já utilizadas e levantar
o público alvo de forma a garantir que a comunicação seja feita da melhor
forma.
O primeiro passo é criar um sistema de integração e sistematização,
determinando o padrão de comunicação interna no qual são definidos não
apenas os conteúdos a serem veiculados, mas os canais de comunicação
corporativa, local e face-a face.
Abaixo mostro o passo-a-passo de como criar a sistematização da
comunicação interna:
1º Passo: Auto Avaliação
Estabelecer um processo único de comunicação interna que trabalhe
os níveis de informação corporativa de forma a otimizar os recursos, e de
-
39
forma que todos tenham acesso a informação, e a comunicação alcance os
melhores resultados (comunicação efetiva).
A melhor forma de ter acesso a percepção dos colaboradores em
relação comunicação interna adotada em toda empresa, é aplicar uma
pesquisa para gerar um diagnóstico que identifique as deficiências do processo
já existente e possa ser planejada nova forma de atuação.
2º Passo: Comunicação Interna
Com base neste diagnóstico, devem ser pensadas alternativas de
solução dos pontos falhos identificados, e determinados os objetivos de
comunicação interna de forma que esteja:
Alinhada com o planejamento estratégico da companhia e do
departamento de Comunicação institucional;
Colabore para a percepção de uma empresa única;
Busque o pleno entendimento do público interno em relação ao
negócio da empresa, e seu posicionamento estratégico;
Priorize a informação como a principal estratégia de aproximação
da empresa com seus empregados;
Avalie periodicamente a comunicação interna a partir do
levantamento dos sentimentos e percepções do público interno em relação ao
processo em implantação;
De acordo com esses pontos analisados, o cumprimento desses
objetivos específicos seria determinante para inaugurar e consolidar um
processo único de comunicação interna na empresa, caracterizado por
conceitos alinhados, padrões definidos e oriental comuns para toda a
organização.
3º Passo: Alinhamento da Equipe
Este é um fator determinante para o sucesso do processo de
comunicação interna. É necessário que seja feita uma revisão e reestruturação
-
40
dos veículos de comunicação interna a fim de que a informação realmente
chegue a todos os empregados, independente de sua área ou função.
4º Passo: Fortalecimento da Marca
A partir da definição da marca e do nome da campanha deve ser dado
início às etapas de desenvolvimento do projeto propriamente dito.
A estratégia de lançamento deve priorizar a marca e o conceito do
projeto, através de peças interativas.
Pode ser enviado a cada colaborador um brinde que possa passar
alguma mensagem que identifique a marca. Algo útil que faça com que ocorra
interação com o veículo.
Esse é o procedimento que deve ser seguido para desenvolver uma
área de comunicação que seja reconhecida pela empresa através de suas
realizações. Para transformar a comunicação interna em ferramenta
estratégica de endomarketing é preciso que primeiro a área de comunicação
interna esteja alinhada com as estratégias gerenciais e empresariais. É muito
importante ter em mãos as metas, objetivos e onde se quer chegar. Deve ser
realizada uma pesquisa de campo para verificar quais veículos atendem o
público alvo de uma maneira mais atrativa, que tipo de informação se quer
passar, e quais resultados se quer alcançar.
Com essas informações definidas é que serão traçadas formas de
atuação da área de comunicação em busca de tornar uma ferramenta de apoio
estratégico.
A área de comunicação interna deve atuar, em parceria com as demais áreas
e alinhada ao negócio. Assim poderá se tornar mais eficiente e estratégica.
3.2 COMUNICAÇÃO INTERNA X ENDOMARKETING
A Comunicação Interna é apontada como o instrumento mais
importante dentro de um programa de Endomarketing, segundo Inkotte (2000).
Aos olhos de Brum (2005), partindo da premissa que o endomarketing é o
-
41
marketing atuando para dentro da organização, ou ainda, é a forma de motivar
os colaboradores através de programas internos, faz-se necessário a
apropriação da comunicação interna e de seus veículos de comunicação para
alcançar os objetivos existentes em um plano de Endomarketing.
Brum (1998) defende ainda o propósito que o Endomarketing é a
comunicação interna feita com brilho, cor, fotos, frases de efeito e outros
recursos e técnicas de marketing. Segundo a autora, o endomarketing é a
comunicação da empresa para os seus empregados, exercida com a
sofisticação da propaganda bem feita. Uma vez que, um programa de
endormarketing só consegue sucesso quando composto por veículos de
comunicação interna e ações que atuam de maneira sistemática e integrada
por uma mesma marca, mesmo slogan, e mesmo sentido de repassar os
conceitos almejados pela organização. Na mesma linha, Bekin (1995) acredita
que o objetivo do endomarketing é fazer com que os departamentos e os
funcionários de uma organização compartilhem de valores e objetivos, e para
isso apropria-se de um processo de coesão e comunicação interna no
ambiente organizacional.
A motivação é possível em procedimentos simples, como dar aos
funcionários as informações necessárias para a realização e um bom trabalho,
cumprimentá-lo pessoalmente por uma tarefa bem feita, enviar-lhe uma
mensagem escrita elogiando o seu desempenho, solicitar suas idéias,
mostrando o quanto são importantes para a empresa, envolve-lo nas questões
e decisões relacionadas com o seu trabalho e com a sua área de atuação, etc.
Tudo o que é feito no sentido de uma maior aproximação empresa/funcionário,
do programa mais sofisticado a ações mais simples, está inserido no contexto
de endomarketing. Para tanto, a motivação requer de forma imprescindível a
informação, e esta, por sua vez, é o produto da comunicação interna e a maior
estratégia de aproximação funcionário-empresa, tornando-se necessário a
existência de canais e veículos de comunicação interna.
Embora alguns autores discordem, outros tantos reforçam a idéia de
que existe, de fato, diferença entre os termos comunicação interna e
endomarketing. Além da etimologia da palavra, evidentemente, são
-
42
ressaltadas incongruências no que se refere à nomenclatura dada ao público a
que se destina, no fluxo da informação e em seu propósito. Todos estes
pontos de discordância serão abordados a seguir.
O primeiro ponto de discussão reside no termo utilizado para se referir
ao público que se deseja alcançar com essas ações. Empresas que instituem
programas de endomarketing, comumente referem-se aos empregados como
clientes internos ou fornecedores internos, como cita Rangel (1994, p. 18).
Afirma também que as organizações, de certo modo, devem pensar em seus
empregados como um mercado, uma vez que o objetivo do endomarketing é
fazer com os funcionários se tornem aliados na tarefa de manter e captar
clientes.
Verifica-se, no entanto, que a comunicação interna enxerga o
funcionário como ser humano, que traz consigo seus valores e angústias e por
meio da convivência organizacional busca o equilíbrio a fim de satisfazer
algumas de suas necessidades pessoais e profissionais. Este mesmo ser está
disposto a empreender esforços para que a organização obtenha resultados,
desde que esta também se comprometa em lhe ser justa e lhe transmitir as
informações que ele necessita para realizar o seu trabalho.
Encerrada a questão da nomenclatura, parte-se para a abordagem do
fluxo comunicacional, aspecto que se acredita ser o mais importante na busca
da diferenciação entre as práticas aqui analisadas. A comunicação interna,
sabiamente, ao propor um processo eficaz na troca de informações, sugere a
existência do fluxo vertical ascendente, ou seja, permite que a comunicação
ocorra do nível mais baixo para o mais alto da pirâmide hierárquica
organizacional. Essa abertura torna possível, portanto, o direito de resposta em
virtude da informação recebida pelo alto escalão.
As ações de endomarketing, entretanto não prevêem este diálogo e
trabalham unicamente com um fluxo comunicacional descendente, ou seja, de
cima para baixo. Desta forma, o único objetivo é informar e motivar, não
permitindo que haja retorno no processo de comunicação. Essa condição é
também considerada uma disfunção pelos teóricos defensores da
diferenciação entre os termos, visto que se trata de um programa que não
-
43
estimula a troca de informações e a comunicação entre as diferentes áreas ou
departamentos de uma empresa, inviabilizando a prática enriquecedora do
feedback.
No tocante à diferença de propósitos, a comunicação interna visa à
criação de vínculos entre empresa e empregado, fortalecendo o compromisso
do público interno com a organização e, por meio destes vínculos, procura
mantê-lo informado do que ocorre ao mesmo tempo em que valoriza a sua
participação e promove a troca de informações entre áreas, unidades,
departamento e diretorias. Neste contexto, as ações de endomarketing são
direcionadas à geração ou aumento da motivação dos funcionários, a fim de
despertar nestes a importância de um atendimento de excelência ao cliente
externo.
No momento em que a comunicação interna permite esta troca de
informações entre empresa e empregado está gerando integração entre ambos
e consequentemente gerando visibilidade ao empregado, facilitando o
crescimento e a realização profissional de ambos.
Diferentemente do endomarketing, que tem por finalidade motivar o
cliente interno para que este produza mais e melhore o atendimento ao cliente
externo.
No entanto, apesar das diferenças, disfunções e propósitos de cada
ação é publico e notório que ambos possuem o mesmo objetivo: incrementar o
lucro das organizações e torná-las mais competitivas. Para tanto, independente
de possuírem defeitos ou qualidades, comunicação interna e endomarketing
são ferramentas que, quando bem utilizadas, são úteis e eficazes para a
obtenção desses resultados.
-
44
CONCLUSÃO
A motivação é um problema complexo, dinâmico, mutável e fluido. Ela
varia no tempo e no espaço, de acordo com a situação e o indivíduo. Varia no
mesmo indivíduo em épocas e situações diferentes. Seus fatores ou razões, ou
seja, os motivos humanos exibem forças diversas, tanto em pessoas e
situações diferentes, quanto na mesma pessoa em situação e época distintas.
O que é bom hoje poderá ter efeito oposto amanhã, dependendo da
personalidade do indivíduo (sua inteligência, caráter, valores, atitudes,
expectativas e percepções) e da situação (com seus inúmeros aspectos e
influências ambientais, pessoais, financeiros, políticos, econômicos, religiosos,
sociais, psicológicos, culturais, educacionais, científicos, técnicos,
tecnológicos, gerenciais e administrativos).
A motivação constitui o fator principal e decisivo no êxito da ação de
todo e qualquer indivíduo ou empreendimento coletivo. Só com o acaso e a
sorte é que se aproxima relativamente a esse êxito, mas com muito menos
força. Não se compreende um administrador insensível ao problema da
motivação. Com tudo isso, tentamos propiciar uma visão geral e abrangente
dos aspectos positivos, negativos, conjunturais e diferenciais destas teorias e
abordagens, bem como a importância da motivação para o trabalho.
O inter-relacionamento entre administração e motivação foi descrito
como uma maneira de mostrar a melhor forma de coordenar o pessoal,
buscando inputs que resultem em motivação e que venham trazer bons
resultados para as organizações. O relacionamento existente entre liderança e
motivação com a finalidade de mostrar como transformar uma organização.
Vivemos em um mundo dinâmico, passando por rápidas
transformações e riscos. Basta um fato novo no cenário social, político ou
econômico e, em pouco tempo, recebemos os impactos de seus efeitos. Uma
crise econômica, por exemplo, tem o poder de provocar o fechamento de
empresas e dar fim a milhares de postos de trabalho. Ou o inverso: atuar em
-
45
épocas difíceis e de intensa competição, poderia resultar em fusões de
grandes organizações. A cada nova organização que se forma, surgem novos
desafios. Inovar é a palavra de ordem.
Durante a pesquisa realizada para o desenvolvimento desta
monografia, passei a compreender que existem bem mais que desafios a
serem enfrentados pelos profissionais que atuam nos campos da comunicação
organizacional e endomarketing. A dinâmica do mercado e seu impacto no
ambiente corporativo exigem respostas rápidas e, por vezes, soluções vindas
de diferentes áreas do conhecimento. Se de uma fusão entre duas empresas
nasce uma outra, “repaginada”, como pensar na cultura organizacional que
caracteriza esse novo ambiente? Como tratar a comunicação interna nesse
contexto? Tenho a convicção de que muitos outros pesquisadores já
caminham nessa direção no intuito de encontrarem essas respostas.
Me propus compreender neste estudo compreender a relação entre a
comunicação interna e o endomarketing (marketing interno) sob a ótica da
reconfiguração das dinâmicas comunicacionais nas organizações. De início,
com base na pesquisa bibliográfica que realizei para compreender essa
relação, posso considerar que “comunicação interna” e “endomarketing” são
dois assuntos distintos. Como eles se diferem é o problema respondido neste
estudo. Entendo hoje que a divergência entre a compreensão dos dois temas
tem origem em um estágio anterior, que é a freqüente confusão ou mesmo não
entendimento entre comunicação e marketing.interno.
Neste estudo, evidenciei pontos que me pareceram mais próximos do
objetivo que tinha, considerando ser este um estudo no campo da
comunicação na contemporaneidade. Entre eles, a visão que temos hoje das
organizações como resultado de processos dinâmicos ligados às próprias
transformações econômicas, sociais e políticas. Em uma definição simples, o
termo “dinâmica” indica um movimento responsável pelo estímulo e pela
evolução de algo. As organizações, historicamente, tornaram-se ambientes
submetidos a constantes transformações, configurando-se de forma altamente
dinâmica. Guerras mundiais, crises econômicas, metodologias de
gerenciamento de empresas, sindicalismo e processo de redemocratização –
-
46
em particular, no Brasil –, responsabilidade socioambiental e a entrada de uma
nova geração no mercado de trabalho, entre outros pontos de atenção,
estiveram presentes neste estudo.
Essa evolução histórica, em que aspectos políticos, econômicos e
sociais se sobressaíram, mudaram a forma de como as organizações
passaram a atuar em seus mercados. Por conseqüência, as dinâmicas
comunicacionais foram redesenhadas, surgindo como um novo desafio para as
pessoas no contexto das organizações. A partir dessa afirmação, a
comunicação interna permite que as pessoas aprimorem os processos
organizacionais, por meios de ações específicas. O processo em si não tem
valores – ou metas – próprias. Como processo, pode ser colocado a serviço de
quaisquer finalidades que as pessoas tenham em mente, diante de si mesmas
e das outras. E essas finalidades nem sempre são a de entender ou ser
entendido.
Os processos são, assim, inerentes às organizações, os quais
dependem das pessoas para o cumprimento dos objetivos desejados. E a
comunicação, como sabemos, permeia qualquer processo. A comunicação
interna é central para o estabelecimento e compartilhamento de metas, para o
desenvolvimento do comprometimento, da motivação e da cooperação entre
os membros da organização, assim como para o aprimoramento dos
processos decisórios.
Pessoas satisfeitas e clima organizacional positivo são fatores
normalmente interpretados dentro do contexto de endomarketing ou marketing
interno. Os fundamentos do endomarketing podem ser classificados na sua
definição, conceito, objetivo e função. Quanto ao objetivo que ele propõe,
acredito ser este o mais difundido por outros autores, que é o de facilitar e
realizar trocas, visando à construção de lealdade no relacionamento com os
funcionários, compartilhando os objetivos empresariais e sociais da
organização, além de fortalecer essas relações e melhorar a imagem da
organização e o seu valor de mercado.
Também é aceito como conceito o alinhamento de funcionários para
compreender os objetivos da organização e o cliente em suas necessidades de
-
47
tal forma que o próprio funcionário seja valorizado e tenha também um
tratamento como cliente. É fato que o marketing, voltado à sua dimensão de
mercado e, portanto, a um ambiente externo, depende do ambiente interno
onde são processadas as funções administrativas e operacionais por meio das
pessoas que trabalham na organização. A compreensão de ser o ambiente
interno um ambiente de mercado não é aceitável. O marketing, explicado
nesse sentido, teria equivalência a pensarmos marketing “dentro” e “fora” da
organização.
O pensar para “fora” nos leva a um ambiente complexo que faz parte
dos mais de 100 anos do estudo do marketing como disciplina, filosofia ou
prática gerencial, porém com foco externo, para o mercado. O pensar para
“dentro” nos revela a dependência do marketing em relação ao ambiente
interno para que se cumpram seus objetivos de atrair ou reter clientes, atender
a necessidades e desejos dos consumidores.
Nessa direção, ao pensarmos para “dentro”, consideramos ser
fundamental que todas as pessoas estejam capacitadas e comprometidas com
as atividades para as quais foram contratadas. Acredito que ao definirmos o
marketing integrado como decorrente de dois níveis, temos a justa
preocupação de afirmar que marketing só pode ser completo se integralmente
pensado. O marketing interno deve preceder o externo, uma vez que pode ser
considerado que fazer “marketing para dentro” é “fazer marketing” para
promover alinhamento de funcionários, torná-los satisfeitos, integrados, para
atender bem ao cliente, buscando essa justificativa em marketing.
A comunicação interna não se confunde com o Endomarketing, mas
parece que a literatura tem causado alguns desentendimentos nesse sentido.
Como afirma a autora Brum que
(...) comunicação interna é a linha mestra que gerencia a entrada e a
saída da informação, possibilitando o alcance dos objetivos organizacionais. O
endomarketing, por sua vez, nada mais é do que a comunicação interna feita
com brilho, cor, imagens, frases de efeito e outros recursos e técnicas de
marketing. É a comunicação da empresa para os seus empregados executada
com a sofisticação da propaganda bem feita.
-
48
Marketing é comumente tratado pelos autores como filosofia a partir
do momento que representa o princípio que norteia as atividades da empresa e
processo quando essas atividades, em conjunto, estão logicamente
encadeadas e são executadas para realizar trocas, gerar valor, satisfazer o
cliente e atender aos objetivos da empresa. O processo tem comunicação
associada e depende de pessoas para que tenha sentido e cumpra objetivos
ou metas.
Considero endomarketing ou marketing interno uma filosofia, uma
forma de se pensar no funcionário como um ser humano dentro do contexto
organizacional, integrante de um processo produtivo, responsável pelo
atendimento dos objetivos globais da organização, em que, em contrapartida,
ajudará na construção de um ambiente mais harmonioso para o desempenho
de suas atividades. Para que isso ocorra, a comunicação se fará presente em
todo o processo, porém será decorrente de ações concretas, planejadas
estrategicamente por pessoas. Concordo, portanto, quando alguns autores
argumentam que é possível a utilização de ferramentas da comunicação
institucional e até da comunicação mercadológica para que ações sejam
desenvolvidas tendo o funcionário como principal fator para o atendimento das
metas e objetivos da organização.
A comunicação interna, como prática, atende a uma necessidade da
organização em promover interação, cria condições para o diálogo, enquanto a
filosofia de endomarketing, por sua essência, representa o desejo de que o
público interno esteja satisfeito e motivado e, com isso, comprometa-se com os
fundamentos de marketing. Comunicação interna não é uma filosofia; é um
setor planejado, com objetivos bem definidos e que é capaz de viabilizar toda a
interação possível entre a organização e seus empregados.
A revolução tecnológica facilita a comunicação e faz com que o fluxo
de informações chegue ao seu destino de uma forma muito mais rápida, desta
forma percebe-se que cada vez mais as organizações valorizam a
comunicação interna.
Neste contexto a comunicação interna necessita ter uma postura
flexível, pois ela precisa desenvolver um sentimento de participação em todos
-
49
que integram a empresa, mas para que ocorra isto é necessária à escolha do
canal adequado para disseminar a informação, para que não ocorram
distorções durante o processo ocasionando problemas. Conforme os estudos
realizados, o foco deste trabalho foi voltado para como se utilizar da
comunicação interna e de suas ferramentas para melhorar o desempenho do
colaborador e as relações de trabalho. Através de questionários e observação,
pode-se mapear os principais pontos fortes e fracos, de forma a apresentar
sugestões de melhoria. Neste sentido, observou-se que a comunicação interna
desempenha um importante papel no cotidiano do empregado, é por isto ela se
direcionada, pode atuar como um fator estratégico para as organizações, em
virtude da divulgação das informações.
Verificou-se também que podem ocorrer falhas de comuni