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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” FACULDADE INTEGRADA AVM A eficiência e a eficácia da comunicação interna no relacionamento entre a empresa e seus funcionários. Por: Gabriela Maia da Silva Orientador Prof. Fernando Rio de Janeiro 2011

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  • UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

    PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

    FACULDADE INTEGRADA AVM

    A eficiência e a eficácia da comunicação interna no

    relacionamento entre a empresa e seus funcionários.

    Por: Gabriela Maia da Silva

    Orientador

    Prof. Fernando

    Rio de Janeiro

    2011

  • 2

    UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

    PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

    FACULDADE INTEGRADA AVM

    A eficiência e a eficácia da comunicação interna no

    relacionamento entre a empresa e seus funcionários.

    Apresentação de monografia à Universidade

    Candido Mendes como requisito parcial para

    obtenção do grau de especialista em Comunicação

    Empresarial.

    Por: Gabriela Maia da Silva

  • 3

    AGRADECIMENTOS

    Agradeço a Deus por sempre me acompanhar em todos os meus

    objetivos de vida.

    Aos meus pais, pela compreensão, carinho e que me incentivaram e

    forneceram todo o apoio necessário para tornar esse projeto real, que são um

    exemplo por toda sua dedicação a profissão e foram essenciais na escolha dos

    rumos profissionais que quero seguir depois da pós graduação.

    Ao meu namorado Gustavo que tem se mostrado um grande

    companheiro e amigo, me incentivando nos meus estudos e objetivos

    profissionais, me apoiando e me dando sempre força para concluir meus

    projetos.

    Agradeço a minha Tia Regina, que além de seus sábios

    ensinamentos, me ajudou com carinho e cuidado a realizar este estudo.

    Agradeço também as minhas primas e minhas grandes amigas Thais

    Lemgruber, Prayla Fontes, Clarice Savastano e Heloísa Nascimento que com

    sua alegria, e pensamentos positivos, estiveram sempre ao meu lado me

    incentivando e me dando forças em tudo que fosse preciso.

    A todos os meus colegas de curso que estiveram comigo durante

    desde o início trocando experiências e informações.

    A todos os professores que compartilharam seus conhecimentos para

    formar profissionais éticos e responsáveis.

    E por fim, agradeço ao meu orientador Fernando Alves pela atenção e

    orientação que me foi prestada.

  • 4

    DEDICATÓRIA

    Dedico este estudo em especial a

    minha mãe Vera Lúcia Maia da Silva,

    devido seu apoio em minha trajetória

    acadêmica, pela paciência de ler meus

    textos com atenção e principalmente pelo

    exemplo de dedicação e perseverança

    em sua trajetória de vida.

  • 5

    RESUMO

    Este trabalho busca analisar de que forma a comunicação interna

    atinge corretamente seu público-alvo, contribuindo de forma estratégica, eficaz

    e eficiente para motivar os colaboradores de uma organização, mantendo-os

    comprometidos, gerando a promoção da qualidade e da motivação entres eles.

    Neste universo corporativo competitivo, não basta ter uma equipe

    altamente motivada e formada por grandes talentos, se a mesma não for bem

    informada e se não ocorrer à comunicação adequada a fim de alcançar os

    objetivos propostos pela organização. Desta forma, a comunicação interna é

    algo prioritário que deve merecer, por parte de todos os colaboradores e

    principalmente pela cúpula da empresa, uma atenção especial. Não basta

    assegurar que a comunicação simplesmente ocorra, é preciso testar

    entendimento para que os colaboradores estejam em condições de usar o que

    é informado de forma correta, eficaz, eficiente e principalmente, que esta

    informação possa ser aplicada aos negócios.

    Apresenta também de que forma a comunicação interna se utiliza do

    endomarketing para melhoria das comunicações e compreender como os

    colaboradores percebem estes esforços.

    Palavras-chave: Cultura Organizacional. Comunicação Interna.

    Endomarketing. Motivação.

  • 6

    METODOLOGIA

    Este trabalho buscará apoio básico em pesquisas na Internet e livros

    na área de Recursos Humanos, de comunicação e endomarketing. Além de

    pesquisas em revistas especializadas como Exame, Você S/A, etc. e em

    situações vivenciadas na área de gestão de pessoas.

    Quanto aos livros utilizados, como bibliografia básica, podem-se citar

    os livros “Gestão de Pessoas” do autor Idalberto Chiavenato e

    “Comportamento Organizacional” do autor Stephen P. Robbins que auxiliarão

    no desenvolvimento e entendimento do assunto.

    Os trabalhos acadêmicos realizados durante o curso de pós-graduação

    “Comunicação Empresarial” serão importantes na aplicação dos conceitos de

    comunicação interna e descrição de suas ferramentas e aplicabilidade.

    A consulta à bibliografia sugerida pelos professores também será uma

    maneira de pesquisar materiais mais atualizados a fim de elaborar a

    monografia. Além das fontes de consulta citadas, as anotações em sala de

    aula poderão incrementar a monografia com alguma informação adicional.

    Nesse cenário, onde se verifica, cada vez mais, a busca pelas razões

    da motivação para o desempenho no trabalho e pelos instrumentos adequados

    para o fortalecimento de aspectos como envolvimento e participação do quadro

    funcional, emerge a dúvida de como é possível obter o comprometimento

    desses com as metas e objetivos organizacionais.

  • 7

    SUMÁRIO

    INTRODUÇÃO ................................................................................... 08

    CAPÍTULO I ....................................................................................... 12

    1. A COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL ................................... 12

    1.1 A IMPORTÂNCIA E A FUNÇÃO DA COMUNICAÇÃO NAS

    ORGANIZAÇÕES ........................................................................................... 13

    1.2 EFICÁCIA NA COMUNICAÇÃO ................................................ 16

    CAPÍTULO II ...................................................................................... 19

    2. COMUNICAÇÃO INTERNA .......................................................... 19

    2.1 EFICIÊNCIA NA COMUNICAÇÃO INTERNA .............................. 28

    2.2 FERRAMENTAS DE COMUNICAÇÃO INTERNA ....................... 29

    2.3 CONTRIBUIÇÃO DA COMUNICAÇÃO INTERNA COMO

    INSTRUMENTO DA QUALIDADE .................................................................. 33

    CAPÍTULO III ..................................................................................... 36

    3 MARKETING INTERNO, ENDOMARKETING E COMUNICAÇÃO

    INTERNA ........................................................................................................ 36

    3.1 A COMUNICAÇÃO INTERNA COMO FERRAMENTA

    ESTRATÉGICA DE ENDOMARKETING ........................................................ 38

    3.2 COMUNICAÇÃO INTERNA X ENDOMARKETING ..................... 40

    CONCLUSÃO ..................................................................................... 44

    BIBLIOGRAFIA .................................................................................. 51

    ÍNDICE ............................................................................................... 53

    FOLHA DE AVALIAÇÃO..................................................................... 54

  • 8

    INTRODUÇÃO

    O processo de comunicação organizacional é fundamental para que

    todos os colaboradores conheçam a realidade da organização e se desenvolva

    um compromisso por parte dos envolvidos. A empresa precisa deixar claro o

    que pretende e conscientizar os colaboradores de seus objetivos e metas.

    Assim sendo, a empresa deve estabelecer canais coerentes com sua

    realidade, e que devem se preocupar com o entendimento, comunicando

    aquilo que é de interesse real para a empresa e seus colaboradores, além de

    prever possíveis ruídos, conhecidos como a famosa "rádio-peão”.

    A boa comunicação é essencial à eficácia de todo grupo ou

    organização. Desta forma, é extremamente importante que se conheça os

    ruídos da comunicação – fatores que impedem de fluir ou ocasionem falhas na

    transmissão da mensagem – com o objetivo de evitá-los ou minimizá-los. Afinal

    o processo de comunicação envolve tanto a transferência quanto a

    compreensão do significado da mensagem, mas, muitas vezes, essa

    mensagem pode ter seu significado distorcido por diversos fatores, como

    percepção seletiva, posturas defensivas, uso inadequado do canal e da

    linguagem e diversos outros.

    A comunicação só acontece se houver troca, ou seja, se ocorrer

    “feedback", não pode haver distanciamento nem isolamento entre a

    organização e seus colaboradores. As organizações devem se preocupar com

    a forma como estão se comunicando, uma vez que grande parte delas pensa

    que apenas informar já é suficiente.

    A comunicação deve ser elaborada de forma a facilitar e criar

    condições para que todos executem suas atividades com segurança e

    profissionalismo. É preciso que os meios de comunicação utilizados pela

    organização estejam sempre disponíveis para todos os interessados no seu

    sucesso. É necessário que a organização consiga que as informações

    alcancem todos os níveis de maneira eficiente, de modo a auxiliar na interação

  • 9

    entre os diferentes setores da empresa. Deve ser percebida como um meio de

    integração da empresa com seu colaborador, de forma que vise melhorar o

    relacionamento, permitindo que todas as áreas interajam entre si e com a

    organização.

    Os sistemas de comunicação entre a organização e seu público interno

    são os conceitos mais simples, mas não simplista, para a comunicação interna.

    Pressupõe-se obrigatoriamente um sistema de mão dupla, estruturado,

    dinâmico e proativo, capaz de disseminar o fluxo de informações que a

    organização tem interesse em compartilhar e que o colaborador precisa saber.

    Esse relacionamento intenso, vivo e permanente com os colaboradores, sejam

    eles efetivos, temporários, estagiários ou terceirizados, permite que a

    comunicação interna realize a primeira de suas funções estratégicas: a difusão

    da visão, missão e valores corporativos. Além disso, amplia e harmoniza o

    diálogo entre capital e trabalho, equaliza interesses, integra equipes e valoriza

    o conhecimento e a produção, fruto da razão de ser da organização.

    É necessário estabelecer o processo oficial pelo qual a empresa e seu

    público interno se comunicam. Já se sabe que, quando as empresas não

    formalizam esse processo de comunicação interna, ficam reféns dos impactos

    negativos que uma rede de comunicação informal pode provocar na cultura

    organizacional, fruto do próprio relacionamento entre as pessoas,

    desagregando equipes e até mesmo comprometendo a obtenção dos

    resultados esperados.

    A grande dificuldade das empresas é fazer com que as informações

    cheguem de forma clara aos seus colaboradores. A comunicação interna

    precisa ser mais do que uma simples troca de informação, para que não ajam

    falhas neste processo, o que pode gerar conflitos dentro da empresa. Ela

    aumenta os esforços para que todos criem identidade com a empresa, gerando

    maior comprometimento e satisfação dos profissionais envolvidos.

    A má comunicação traz desgastes nas relações, agressões

    verbais, perda de tempo com retrabalho, mal entendidos, suscetibilidades

    afetadas, perda de motivação e stress. Liderar é comunicar, para atingir

    os objetivos da empresa (MARTINIANO, 2007, p.156).

  • 10

    Diante deste contexto, percebe-se a necessidade de que o colaborador

    se sinta parte da organização, uma vez que o capital humano faz parte do seu

    patrimônio e para isso uma comunicação aberta e acessível auxilia a tornar o

    seu público interno mais coeso com os valores estabelecidos pela empresa.

    É necessário que se faça uma análise do clima organizacional

    buscando avaliar a forma com a qual a empresa é percebida por seus

    colaboradores e analisar também a percepção da comunicação interna junto a

    eles. Este levantamento possibilita a identificação dos principais obstáculos à

    eficácia da comunicação organizacional, bem como sugerir alternativas que

    minimizem essas barreiras. Com base nestas informações a empresa pode

    aperfeiçoar os canais de comunicação existentes para auxiliar na redução das

    falhas na compreensão das mensagens, com a intenção de facilitar a

    integração do colaborador com a organização.

    A estruturação de um processo formal de comunicação interna permite

    que as empresas consigam assegurar a criação de uma rede valiosa para

    obtenção de resultados, tornando claro para todos os colaboradores o quanto

    respeita e valoriza cada membro de sua equipe, disseminando o pensamento,

    os objetivos e as metas definidas pela gestão. Nesta estruturação, é

    importante que as empresas insiram a comunicação interna como parte de

    uma estratégia de comunicação abrangente e integrada, dirigida também aos

    públicos externos de maneira que os relacionamentos tenham objetivos

    comuns, fortalecendo uma imagem única e refletindo a postura ética

    estabelecida entre os diferentes componentes da organização. A sinergia com

    todas as áreas faz da comunicação interna um processo verdadeiramente

    servidor, capaz de explicar o negócio da empresa ao empregado e, de forma

    sistêmica, ajudá-lo a atingir os resultados projetados, levando-os a entender de

    que forma cada um poderá fazer a sua parte e como a parte de cada um se

    integra ao todo para o alcance de metas definidas.

    Para garantir melhor continuidade e competitividade, novos modelos

    de gestão, buscam estratégias que façam a empresa ser vista como “parceira”

    por seus colaboradores. Diante da redefinição dos conceitos administrativos e

    dos diferentes enfoques na condução dos negócios, as organizações sofrem

  • 11

    transformações significativas. Ao longo da história, elas vêm observando mais

    do que o maquinário no processo de gestão e passam a enfatizar o elemento

    humano e o comportamento social.

    Nesse ambiente de mudanças, a comunicação interna se fortaleceu e

    profissionalizou seu quadro. Hoje, é um dos instrumentos desta nova forma de

    gestão, verdadeiramente estratégica, contribuindo para o fortalecimento dos

    ativos intangíveis e para o sucesso do negócio. É de grande responsabilidade

    na convergência dos valores e objetivos da empresa e de seus colaboradores.

    Na complexibilidade dos ambientes corporativos e frente às

    instabilidades e ameaças, ter trabalhadores como aliados é condição prioritária

    para a estabilidade das empresas. Valorizados, bem informados e engajados

    com os valores e objetivos da empresa, os colaboradores se envolvem e se

    comprometem. A comunicação interna pode e deve apoiar e estimular nas

    organizações o aperfeiçoamento contínuo e o desenvolvimento das pessoas,

    contribuindo para a disseminação do conhecimento e compartilhando as

    melhores práticas.

    Nesse cenário, onde se verifica, cada vez mais, a busca pelas razões

    da motivação para o desempenho no trabalho e pelos instrumentos adequados

    para o fortalecimento de aspectos como envolvimento e participação do quadro

    funcional, emerge a dúvida de como é possível obter o comprometimento

    desses com as metas e objetivos organizacionais.

  • 12

    CAPÍTULO I

    1. A COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL

    Comunicação é o diálogo ou troca de informação de duas ou mais

    pessoas, incluindo a compreensão da mensagem.

    “A comunicação é quando uma informação é transmitida a alguém,

    sendo então compartilhada também por esse alguém. Para que haja

    comunicação é necessário que o destinatário da informação a receba e

    compreenda” (CHIAVENATO, 1998, p.92).

    De acordo com Chiavenato (2004), as comunicações dentro das

    empresas não são perfeitas, pois podem ser alteradas ao longo do processo

    fazendo com que o receptor receba algo diferente daquilo que lhe foi enviado.

    A comunicação é considerada um fator essencial e muito importante

    para a eficácia de uma empresa. As falhas da comunicação podem ser

    consideradas uma das principais forças que impedem o bom desenvolvimento

    de um grupo.

    “O objetivo da comunicação eficaz é o entendimento” (BOWDITCH;

    BUONO, 1999, p. 84). Há diversas barreiras físicas, interpessoais e

    intrapessoais que podem interferir no objetivo da comunicação eficaz,

    atrapalhando o entendimento do receptor.

    A superação da barreira à comunicação organizacional exige que os

    funcionários reconheçam as dificuldades inerentes ao processo de

    comunicação e busquem soluções para que as mesmas não voltem a ocorrer.

    A utilização do feedback pode ajudar bastante na comunicação

    organizacional. Essa ferramenta é capaz de direcionar os envolvidos

    eliminando as possíveis barreiras que podem surgir, além de contribuir para

    que a eficácia da comunicação seja atingida.

  • 13

    Embora a comunicação seja um fenômeno tão natural e inerente ao

    ser humano, percebe-se em torno dela um verdadeiro paradoxo. Se, por um

    lado, trata-se de um tema multidisciplinar e que incentiva estudos em diversas

    áreas científicas, por outro, acaba sendo, na prática, negligenciada por alguns

    sistemas gerenciais, devido à própria naturalidade com que acontece entre os

    indivíduos dentro de uma organização.

    É através da comunicação que as pessoas compartilham experiências,

    idéias e sentimentos. Relacionando-se como seres interdependentes, os

    indivíduos influenciam-se mutuamente e, juntos, modificam a realidade onde

    estão inseridos. Sem a comunicação, cada ser humano seria um mundo

    fechado em si mesmo. A vida em grupo, indispensável ao ser humano, só se

    realiza por intermédio de uma comunicação plena. Embora a importância da

    comunicação seja inegável para muitos, ela é vista pelas pessoas como um

    processo automático, que muitas vezes parece dispensar qualquer

    preocupação a seu respeito.

    O processo de comunicação pode se tornar significativamente

    complexo quando observado na rotina diária das organizações. A escolha do

    código mais adequado para a transmissão da mensagem, a seleção da mídia

    mais eficaz, a previsão da resposta do receptor e dos ruídos que podem

    interferir naquele processo representam cuidados que nem sempre são

    considerados na prática da comunicação, especialmente no ambiente interno

    das organizações.

    1.1. A IMPORTÂNCIA E A FUNÇÃO DA

    COMUNICAÇÃO NAS ORGANIZAÇÕES

    Partindo do conceito simplista de que a comunicação é a transmissão

    de mensagens, pode-se afirmar que a comunicação é inerente a existência de

    todo e qualquer grupo, indivíduo, organização, nação, etc. A comunicação,

    contudo, é mais do que simplesmente transmitir um significado. Ela precisa ser

  • 14

    compreendida. A comunicação só é possível quando há, além da transmissão,

    a compreensão da mensagem.

    O processo de comunicação inicia-se na transmissão da mensagem

    pelo emissor e é finalizado em sua recepção e interpretação pelo receptor.

    Acredita-se que a comunicação não é mais um processo onde o receptor é

    passivo, e simplesmente recebe a mensagem. O receptor recebe a mensagem

    e a interpreta conforme sua cultura, ideais e princípios. Logo, o processo

    comunicacional torna-se mais complexo, tendo em visa que o emissor passa a

    ter a preocupação de moldar de forma esclarecedora e clara a mensagem,

    trabalhando-a de modo a não dar abertura a várias interpretações ou a

    informações negativas.

    Assim, o papel do comunicador, dentro da empresa, é trabalhar a

    melhor forma de transmissão da mensagem, além de criar um ciclo

    organizacional de transmissão da informação, isto é, manter seus públicos,

    sejam eles internos ou externos, sempre bem informados do funcionamento

    dos processos da empresa. Este trabalho desenvolvido em torno da

    transparência gera uma relação de credibilidade entre os públicos e a

    empresa. Com a criação deste ciclo relacional, funcionários passam a acreditar

    na empresa e se sentirem parte integrante dela, desenvolvendo assim, suas

    funções de forma otimizada tornando-se também o emissor de uma

    mensagem positiva sobre a empresa.

    Mas, para alcançar este nível de relacionamento com o público interno,

    é necessário perceber a importância da comunicação, usá-la como um objeto

    de persuasão e abrir caminhos de recepção do feedback dos funcionários.

    Empresas fechadas ao diálogo com seus funcionários, têm arestas

    incompatíveis com a moderna gestão da qualidade, que aposta, sobretudo no

    trabalho cooperativo e na adesão consciente.

    Autoridade, hierarquia e centralização de poder nas empresas são

    constantemente motivos de problemas internos. Assim, cabe ainda ao setor de

    comunicação criar uma ponte de relacionamento entre a empresa e seus

    funcionários, dando abertura para estes darem opiniões, e mostrando que eles

    são parte importante e colaboradora para o alcance da eficácia.

  • 15

    Sobre a importância da comunicação no cenário estratégico

    organizacional Torquato afirma:

    “Cada vez mais, a comunicação ganha “status” de consultoria

    estratégica, que se desenvolve por meio de funções de

    orientação, de leitura do meio ambiente, de interpretação de

    cenários e de assessoria aos sistemas decisórios, principalmente

    em momentos de crise”. (TORQUATO, 2003, p.35).

    Sendo assim, a comunicação, quando em harmonia com os objetivos

    organizacionais, constitui-se uma fonte valiosa de contribuição para o

    crescimento organizacional.

    A comunicação transformou-se em um diferencial gerencial e de

    gestão da imagem perante a concorrência, vital para o sucesso e a

    sobrevivência do negócio.

    Através da comunicação as empresas relacionam-se entre si, assim

    como com os ambientes externos e internos, o que contribui, grandemente,

    para o aprimoramento organizacional, sendo uma ferramenta útil nas tomadas

    de decisão.

    A função final desempenhada pela comunicação relaciona-se com seu

    papel como facilitadora de tomada de decisões. Ela proporciona as

    informações que as pessoas e os grupos precisam para tomar as decisões,

    transmitindo os dados para que se identifiquem e avaliem alternativas.

    As quatro funções básicas da comunicação dentro das organizações,

    assim como em determinados grupos, são: controle, motivação, expressão

    emocional e informação.

    Enquanto atuante no controle das ações dos indivíduos, a

    comunicação permite, por exemplo, que funcionários estabeleçam, mesmo que

    informalmente, uma relação de influência um sobre o outro ou entre grupos

    dentro da organização.

    Dentro da perspectiva da motivação a comunicação atua como

    instrumento facilitador do esclarecimento, da avaliação e da orientação dos

    funcionários.

  • 16

    Tem função ainda de ser um canal das manifestações sentimentais,

    insatisfações ou anseios de um grupo ou entre um grupo de funcionários,

    permite também a resolução de demandas sociais.

    E, por último, a comunicação viabiliza as informações que os gestores

    necessitam para as tomadas de decisão.

    Assim, para que os grupos tenham um bom desempenho, eles

    precisam ter algum tipo de controle sobre seus membros, estimulá-los ao

    esforço, oferecer os meios para a expressão emocional e tomar decisões.

    1.2 EFICÁCIA NA COMUNICAÇÃO

    A eficácia da comunicação nas organizações passa pela valorização

    das pessoas como indivíduos e cidadãos. Os gestores da comunicação devem

    desenvolver uma atitude positiva em relação à comunicação, valorizar a cultura

    organizacional e o papel da comunicação nos processos de gestão

    participativa. Devem se planejar conscientemente para a comunicação e

    desenvolver confiança entre emissores e receptores.

    Existem alguns pontos que precisam ser cuidadosamente observados

    e colocados em prática para que a comunicação seja clara e atinja seu objetivo

    principal.

    Para se estabelecer um canal consistente de comunicação e eficaz

    para o processo empresarial, Matos aponta para fatores que ajudam a

    comunicação empresarial, tais como:

    • Conscientizar a opinião pública sobre a boa qualidade dos produtos e

    serviços da empresa ou instituição;

    • Fortalecer a credibilidade das informações veiculadas pela Empresa;

    • Obter noticiário externo favorável;

    • Obter reconhecimento positivo e boa vontade junto aos diversos

    setores formadores de opinião pública;

    • Abrir e manter canais de comunicação com a mídia;

    • Motivar o público interno;

  • 17

    • Favorecer a imagem pessoal e da gerência, que se tornam a

    "personificação" da empresa cuja imagem mescla-se com a imagem da

    direção. (MATOS, 2004, P.112)

    Podemos sitar algumas sugestões para que essa comunicação seja

    estabelecida deforma eficaz:

    Estabeleça prioridades. É importante estabelecer prioridades

    em suas ações e também em suas palavras. Certifique-se de

    que você sabe como enfatizar o que é mais importante.

    Esclareça mal entendidos. Os mal entendidos, e não as

    diferenças de opiniões são os responsáveis pela maioria dos

    conflitos no ambiente de trabalho. Esclareça-os antes que eles

    se tornem problemas sérios.

    Resolva assuntos pendentes. Em várias ocasiões, assuntos

    obscuros impedem as comunicações abertas. Não deixe

    problemas por resolver; eles não desaparecem – sua tendência

    é crescer e se agravar.

    Apresente novas informações. A maioria das pessoas precisa

    de fatos novos para mudar de idéia a respeito de algum

    assunto. Certifique-se de compartilhar todas as informações de

    que dispuser.

    Esteja atento às impressões. Preste atenção à impressão que

    você causa nos outros. Cuidado com impressões faciais, gestos

    e linguagem corporal agressivos. Esteja particularmente atento

    ao seu tom de voz.

    Esclareça o que relatar. Recorra à paráfrases se perceber que

    seu interlocutor não está entendendo o que você está dizendo.

    Utilize esta mesma estratégia para certificar-se de que o que

    você ouviu foi o que realmente foi dito. Não tente prever o que

    vai ser dito e só responda depois que seu interlocutor terminar

    de falar.

  • 18

    Demonstre interesse. Faça contato visual para demonstrar ao

    seu ouvinte que você está prestando atenção às palavras dele.

    Pense antes de falar. Faça pausas e pense antes de falar. Você

    não terá uma segunda chance para causar uma primeira

    impressão.

    Ao alinharmos estes pontos com os interesses de ambas as partes,

    conseguimos com que os colaboradores se sintam parte integrante da

    empresa, se tornando mais comprometidos e motivados.

  • 19

    CAPÍTULO II

    2. COMUNICAÇÃO INTERNA

    Atualmente, é essencial que a informação circule de maneira rápida e

    eficiente, de modo que todos tenham acesso a ela, por isso é que cada vez

    mais a comunicação interna merece atenção especial, principalmente por parte

    da cúpula da empresa. No entanto, em outras ocasiões as informações podem

    ser emitidas de forma incorreta, ou sequer serem repassadas, deste modo

    Robbins (2002), diz que a informação tem quatro funções dentro de uma

    organização, que são:

    a) controle: manuais, normas e hierarquias que existem na

    organização e que devem ser seguidas;

    b) expressão emocional: a empresa e o lugar onde as pessoas

    passam a maior parte do tempo, por este motivo torna-se o local aonde são

    expressados a maioria dos sentimentos e das frustrações;

    c) informação: principal função da comunicação, fazer com que a

    informação chegue de maneira correta para a tomada da melhor decisão;

    d) motivação: dar feedback (realimentação) ao colaborados sobre o

    seu desempenho e sobre o que a empresa espera dele, pode deixa-lo mais

    motivado, visto que ele nota que há interesse da organização com o

    desempenho das suas tarefas.

    Dentro das organizações os fluxos de comunicação têm por função

    fazer com que as informações cheguem a todos de forma eficiente, para isto

    ela possui duas direções que são a horizontal e a vertical, sendo que para

    Robbins (2005) a comunicação vertical se subdivide em descendente e

    ascendente. A comunicação descendente é aquela de cima para baixo em que

    são passados às normas, filosofia ou instruções de trabalho da organização.

    Um dos grandes problemas, segundo Torquato (2004) neste tipo de

  • 20

    informação são as retenções das informações pelas gerencias, pode-se

    compreender, com base neste autor que os gerentes são os responsáveis pela

    divulgação das informações, e muitos acreditam que a retenção destas

    aumenta o seu nível de influência e domínio sobre os seus subordinados.

    A comunicação horizontal é aquela que ocorre entre os funcionários

    com níveis hierárquicos semelhantes, na concepção de Torquato (2004) este

    tipo de comunicação serve como um importante meio para uniformizar as

    idéias e as informações da organização, visando à integração dos objetivos

    para o alcance das metas. No entanto, para que os fluxos de comunicação

    atinjam a todos dentro da organização é necessário que se utilize o canal de

    comunicação correto, de acordo com o objetivo que se deseja atingir.

    Quando o receptor não compreende qual é a mensagem que o

    emissor está enviando falamos que houve um processo de ruído, que no

    entendimento de Gil (2001, p. 74) é definido por “um distúrbio ou deformação

    da fidelidade na comunicação de uma mensagem, seja ela sonora, seja visual,

    seja escrita”. Assim sendo, salienta-se que o ruído pode estar localizado tanto

    no receptor, no emissor ou na forma de expressar a mensagem, através das

    emoções que são emitidas juntamente com a mensagem, que são transmitidas

    por diferentes fluxos de comunicação.

    Nas organizações as informações circulam por canais formais ou

    informais, os canais formais são aqueles em que circulam as mensagens

    oficiais das organizações, sendo que Dubrin (2006) ressalta que o principal

    canal formal é o organograma, observa-se que por meio dele como as

    informações oficiais da organização devem ser transmitidas. Já nos canais

    informais circulam as informações pessoais, como por exemplo, boatos e

    comentários, inerentes aos interesses da organização. Prado (2007) diz que

    para que ocorra uma comunicação eficiente há de se estabelecer uma ligação

    entre os dois.

    Uma forma de auxiliar com que a organização consiga fazer que as

    informações alcancem os seus diferentes públicos internos seria o de utilizar

    diferentes canais de comunicação, para isso Torquato (2004) apresenta um

  • 21

    comparativo dos canais de comunicação interno e seus problemas mais

    comuns decorrentes de sua utilização, descritos no quadro 1 abaixo:

    Pode-se compreender que todos os canais apresentam problemas,

    sob este enfoque, Robbins (2005) diz que há três métodos básicos para a

    transmissão das mensagens, que são a comunicação oral, escrita e não

    verbal.

    Na comunicação escrita destacam-se os jornais e memorandos, que se

    caracterizam por serem mais formais, visto que partem em sua maioria de cima

    para baixo, os murais que são um meio rápido de informação, na maioria das

    vezes, se para isto estiverem bem localizados em lugares de grande circulação

    que atraiam a atenção, mas para isso necessitam que constantemente sejam

    atualizados. E mais recentemente, as mensagens eletrônicas ou a intranet

    (rede interna) que é um dos meios de mais rápida divulgação das informações

  • 22

    a um público grande das organizações. Mas para Robbins (2005) este meio de

    comunicação interna tem um grave problema de difícil feedback, visto que ao

    enviar um e-mail não há a garantia que ele seja lido ou sequer compreendido

    da maneira que o emissor pretendia, podendo ocasionar problemas de ruídos

    na comunicação.

    E, por fim, o canal não verbal que é aquele tipo de informação que

    enviamos por meio de um gesto, toque ou forma de se expressar,

    normalmente ela é emitida sem a nossa consciência.

    Este tipo de comunicação é enviada em todos os momentos do nosso

    dia seja por uma maneira de olharmos, franzirmos a testa, sacudirmos s

    cabeça, dentre outras formas de expressão. Ainda na opinião de Robbins

    (2005, p. 236) “a comunicação não verbal também inclui os movimentos do

    corpo, a entonagem ou ênfase dada às palavras e o distanciamento físico

    entre o emissor e o receptor”.

    Urge, hoje, que a comunicação interna utiliza também as novas

    tecnologias de comunicação como meio e instrumento para atingir seus

    objetivos, conforme Ferreira et al. (2006) é de responsabilidade do superior

    manter-se atualizado as novas descobertas tecnológicas que possam melhorar

    os processos de comunicação interna.

    No presente, é impossível que as organizações não utilizem a

    tecnologia a seu favor, e isto se aplica também para a maior divulgação da sua

    comunicação interna, por intermédio de emails, intranet ou extranet (rede

    externa), agilizando o processo de troca de informações dentro e fora da

    empresa, é para que essas informações sejam disponibilizadas de forma mais

    rápida para todos os membros da organização (FRANÇA; LEITE, 2007). Na

    intranet podem ser disponibilizados aos funcionários e demais parceiros da

    empresa os manuais de procedimento internos, dados sobre produtos, ofertas

    internas de emprego, calendários de eventos, acesso à banco de dados,

    importantes ao andamento das atividades da empresa, oferecendo aos

    funcionários a possibilidade de ter acesso as informações que permitem uma

    análise sobre as vantagens e desvantagens de investir seu capital intelectual

    na mesma.

  • 23

    A partir da descrição destes veículos de comunicação interna, observa-

    se que a comunicação organizacional tem por objetivos facilitar o diálogo e

    realizar a troca de informações, aumentar a socialização entre os diferentes

    setores, além de compartilhar os objetivos da empresa de modo mais rápido e

    eficiente. Para Brum (2007), a proposta da comunicação é garantir a cobertura

    de fatos e decisões do dia-a-dia da organização, e para isto os canais de

    comunicação devem ser complementares, a informação deve ser

    disponibilizada em diversos canais ao mesmo tempo para que todos os

    colaboradores, independentemente do local em que estejam, possam ter

    acesso a informação, entre os canais de comunicação existentes.

    Mas para que as informações alcancem a todos nas organizações ela

    poderá enfrentar diversas barreiras, sendo que algumas estão relacionadas

    principalmente a diferenças da cultura de cada colaborador e da empresa. Sob

    este mesmo enfoque Robbins (2005) classifica as barreiras no processo de

    comunicação interna, conforme o quadro abaixo:

  • 24

    Vale ressaltar que cada vez mais as empresas necessitam apresentar

    resultados positivos, mas estas não podem esquecer que os principais

    responsáveis pelo seu funcionamento são os seus colaboradores, e por isto

    que é importante integrar as pessoas com os objetivos da empresa, de forma a

    torná-los comuns a todos. Esta é uma das principais funções da comunicação

    interna, fazer com que as pessoas saibam o que precisam realizar e qual será

    a melhor forma, para obter os resultados estabelecidos pelos líderes,

    alcançando os objetivos organizacionais e pessoais.

    Assim sendo, salienta-se que a comunicação interna incentiva à

    sinergia dos setores em torno dos interesses da empresa, permitindo que a

    tomada de decisão envolva toda a organização (GIL, 2001).

    A comunicação interna é aquela dirigida ao público interno da

    organização, sobretudo aos seus funcionários. Ela é um dos mais importantes

    componentes da comunicação integrada e esta importância “reside sobretudo

    nas possibilidades que ela oferece de estímulo ao diálogo e à troca de

    informações entre a gestão executiva e a base operacional, na busca pela

    qualidade.

    Alguns aspectos devem ser considerados para que a comunicação

    interna alcance seus objetivos. Eles estão relacionados com políticas,

    estratégias, qualidade, conteúdo e linguagem. A eficácia da comunicação nas

    organizações passa pela valorização das pessoas como indivíduos e cidadãos.

    Os gestores da comunicação devem desenvolver uma atitude positiva em

    relação à comunicação, valorizar a cultura organizacional e o papel da

    comunicação nos processos de gestão participativa. Devem se planejar

    conscientemente para a comunicação e desenvolver confiança entre

    emissores e receptores.

    Além da eficácia da comunicação esta também requer qualidade,

    veículos e instrumentos adequados para sua eficaz. Com avanço da tecnologia

    houve um desenvolvimento dos veículos de comunicação. Na maioria das

    organizações a comunicação tende a se tornar cada vez mais informal.

    Entende-se como Comunicação Informal, quando as vias formais de

    comunicação da empresa não atendem à demanda por informações do seu

  • 25

    público interno, surge à versão extra-oficial do "ouvir dizer", também chamada „

    rádio corredor ", forma de comunicação em que a mensagem em original sofre

    alto grau de distorção, chegando muitas as vezes a assumir sentido contrário

    da sua primeira versão. O jogo do telefone sem fio ilustra bem a ineficiência

    desse tipo de comunicação.

    Os principais objetivos da comunicação interna são:

    · Tornar influentes, informados e integrados todos os funcionários da

    empresa;

    · Possibilitar aos colaboradores de uma empresa o conhecimento das

    transformações ocorridas no ambiente de trabalho;

    · Tornar determinante a presença dos colaboradores de uma

    organização no andamento dos negócios.

    · Facilitar a comunicação empresarial, deixando-a clara e objetiva para

    o público interno.

    A comunicação interna define sua missão como:

    “Contribuir para o desenvolvimento e a manutenção de um clima

    positivo, propício ao cumprimento das metas estratégicas da organização e ao

    crescimento continuado de suas atividades e serviços e à expansão de suas

    linhas de produtos.”

    Desta forma, ela é definida em consonância com a realidade do

    público interno de uma organização. Faz-se entender o porque não existem

    programa de comunicação prontos, uma vez que este depende dos objetivos,

    metas e estratégias que são previamente definidas, sendo esta somatória dos

    esforços individuais que levará o sucesso do processo comunicacional

    empresarial.

    A comunicação interna é um fator de motivação. A comunicação é fator

    de motivação e satisfação dos colaboradores. Por meio da comunicação

    interna é possível motivar os recursos humanos, conhecer suas opiniões,

    sentimentos e aspirações. A medida que o público interno é estimulado a

  • 26

    participar e encontra abertura para dar sua opinião, sente-se mais valorizado e

    motivado.

    O ambiente organizacional favorável é aquele onde se encontra

    abertura para expor suas idéias, com transparência e sem medo de

    represarias. A comunicação interna favorece esse diálogo e pode facilitar este

    processo de mão dupla funcionário versus empresa e empresa versus

    funcionário.

    A importância da comunicação interna está nas possibilidades que ela

    oferece de estimular o diálogo e a troca de informações entre todos os níveis

    da pirâmide organizacional, na busca da qualidade das relações humanas.

    Para obter sucesso, os empresários devem, antes de qualquer coisa,

    posicionar suas atenções para as necessidades de comunicações de seus

    funcionários. Ao longo dos anos, os desejos e as necessidades dos

    funcionários e das empresas mudaram, a comunicação ficou mais sofisticada

    para cumprir seu papel. As pessoas dentro das organizações já não são mais

    vistas como meros empregados, mas sim como uma importante fatia do

    sucesso empresarial.

    Foi-se o tempo em que o “jornalzinho interno” era o único instrumento

    de comunicação dentro das organizações, contendo algumas fotos dos

    aniversariantes do mês e notícias que na maioria das vezes não interessavam

    ao público-alvo.

    A comunicação interna é composta por instrumentos e ações que pela

    sua eficiência, transformam-se em canais oficiais para despertar o público

    interno para um nível maior de informação sobre tudo o que acontece na

    organização.

    É importante atentar para o fato de que tudo que é criado em termos

    de comunicação interna está interligado com processos de mudança ou com a

    situação atual de uma organização, além de reproduzir a imagem e a cultura

    organizacional da mesma. Existe uma gama de instrumentos e ações de

    comunicação interna que podem ser criados para garantir a excelência nas

    relações entre funcionário e empresa. A possibilidade de os meios interativos e

    eletrônicos transformarem a comunicação entre empresas e seus funcionários

  • 27

    é bastante grande. No entanto, é nas ações mais simples que o público interno

    encontra aquilo que procura: a informação, o reconhecimento e o estímulo

    necessário para um bom trabalho.

    Além do conhecido jornal, existem outros canais e instrumentos de

    comunicação interna. Os mais conhecidos e utilizados são o manual e vídeo

    de integração à empresa, revistas, encarte da área de recursos humanos,

    jornal de parede, cartazes motivacionais e informativos, painéis motivacionais e

    decorativos, painéis celulares, datas festivas, canais diretos entre direção e

    funcionários, vídeos, palestras internas, intervenções teatrais, rádio interna,

    vídeo jornal, correio eletrônico, intranet, clipping eletrônico, entre outros.

    O sucesso empresarial depende de sua comunicação com o público

    interno. Marchiori (apud NASSAR, 2005, p. 115) acredita que:

    “O fator fundamental de sucesso nas empresas tem sido

    uma comunicação clara, verdadeira e direta, evidenciando

    objetivos e rumos, demonstrando o progresso e as dificuldades a

    serem enfrentadas. Esta postura empresarial chama à

    participação, compromete os funcionários, torna a empresa

    conhecida e transparente. Tudo isto é possível pela visão e

    vontade da alta administração em transformar os relacionamentos

    com seus colaboradores, via comunicação interna – carregada de

    sentimentos, entendimentos, visão, compreensão, dedicação,

    conhecimento, valorização e criação de vínculos e valores que

    retratem uma cultura organizacional que viabiliza a existência de

    uma organização com credibilidade.”

    Não se deve dar todos os créditos do sucesso empresarial somente à

    comunicação interna. Assim como a comunicação interna, o marketing interno

    também visa os lucros empresariais. Porém o foco deles é diferente. Enquanto

    a comunicação interna tem seu foco direcionado para o público interno, o

    marketing interno concentra os seus esforços no cliente externo fazendo uso

    de suas ferramentas para alcançá-lo. O sucesso de uma organização também

    depende de um esforço de marketing interno bem estruturado.

  • 28

    2.1 EFICIÊNCIA NA COMUNICAÇÃO INTERNA

    A alta direção de qualquer organização precisa conhecer e acreditar no

    poder da comunicação interna pois, é através dela, com uma boa relação com

    o público interno, de forma eficiente, que a empresa poderá transmitir a sua

    imagem ao seu público externo, pois são eles, os responsáveis por essa

    imagem.

    A qualidade de comunicação nas organizações deve pressupor

    individualização do processo em função das naturais diferenças em outro

    quadro de referência, nível de experiência, amplitude de interesses, grau de

    motivação, etc. de pessoa para pessoas. Comunicações feitas para a “média”

    do público acabam gerando mais problemas do que benefícios, sem falar no

    fato da pasteurização tornar as mensagens sem impacto. Para que haja

    eficiência na comunicação interna, é de fundamental importância conhecer em

    profundidade o público interno da empresa. É necessário um contato pessoal

    em que se estabeleça uma relação de confiança, que possa transmitir as suas

    expectativas, ansiedades e interesses entre a organização e o seu público

    interno. É importante que o emissor tenha acesso aos conhecimentos do

    receptor sobre o assunto a ser abordado. O seu nível de linguagem e o seu

    grau de interesse são itens relevantes para que ocorra a sintonia entre eles.

    Destaca-se que os elementos para uma transmissão de mensagem

    eficiente são: comunicação assertivamente – a mensagem será mais bem

    recebida se os funcionários exporem suas idéias diretamente; uso de canais

    múltiplos – uso dos cinco sentidos para recepção; uso da comunicação

    bidirecional – envolvimento da mensagem dos receptores na conversação;

    apoiar-se- certos tipos de comunicação fazem com que as pessoas se sintam

    apoiadas, facilitando o processo; ser sensível as diferenças culturais- respeito

    as diferenças de estilo, sotaque, erros gramaticais, aparência pessoal; ser

    sensível as diferenças de gênero – identificar as diferenças no estilo de

    comunicação relacionadas ao gênero.

  • 29

    Nesse sentido, homens e mulheres apesar da tendência à igualdade

    nas organizações, comunicam-se de formas diferentes.

    A comunicação interna é uma via de mão dupla, portanto, tão

    importante como comunicar é saber escutar. Os 5 “C‟s” de uma comunicação

    interna eficaz são: clara, consciente, contínua e freqüente, curta e rápida e

    completa.

    2.2 FERRAMENTAS DE COMUNICAÇÃO INTERNA

    As escolhas das ferramentas de comunicação se dão conforme a

    empresa, isto é, devido aos recursos que a empresa dispõe para esta

    finalidade. Contudo, deve-se planejar a utilização das ferramentas para que o

    propósito desejado seja alcançado, por isso, devem-se evitar esforços

    isolados. Para ser feita esta escolha precisa-se levar em consideração os

    objetivos de comunicação, entre outras variáveis, como custos de manutenção,

    custos de implementação, tempo requerido, abrangência e durabilidade. É

    válido compreender o conteúdo que se pretende transmitir, lembrando que, se

    aplicados de forma inadequada há comprometimento a eficácia da

    comunicação.

    Quanto à comunicação interna, há uma grande variedade de

    instrumentos que podem ser utilizados. Existem empresas que se apropriam

    do diálogo, e buscam trabalhá-lo em eventos. Assim como, existem

    organizações que usam veículos de comunicação interna, umas mais, outras

    menos.

    As escolhas dos veículos de comunicação para o público interno

    completam de forma majoritária os veículos de comunicação dirigida, visto que

    tais veículos têm por característica a transmissão de mensagens direcionadas

    a um público especifico, através de meios devidamente selecionados, com o

    intuito de garantir o entendimento, gerando assim eficácia nos seus resultados.

    A comunicação interna se utiliza de vários meios de comunicação,

    utilizando conforme a necessidade um ou outro, ou juntos, a fim de reforçar a

  • 32

    desempenham papel importante como canais de relacionamento com os

    diversos públicos de interesse da empresa (BUENO, 2003, p. 247).

    Jornal Mural: canal de comunicação afixado em local frequentado

    pela maioria dos funcionários ou disponibilizado na Intranet da empresa. Nele

    constarão informações como modificações dentro dos setores, aniversariantes

    do mês, promoções, entre outros elementos relacionados ao cotidiano do

    público interno. É importante para unir todos os departamentos, pois contém

    dados que interessam desde o cargo mais alto na gerência até o operário.

    “Acessível a todos os funcionários, independentemente do nível hierárquico,

    possui papel relevante para aqueles que não podem acessar os terminais

    eletrônicos, como os operários nas fábricas” (COGO, 2009, Internet).

    Intranet: conjunto de páginas da web com acesso restrito aos

    funcionários.

    Além de disponibilizar o material de apoio ao trabalho, pode conter

    novidades da empresa, notas sobre modificações nos procedimentos, elogios,

    entre outras informações. Nesse ambiente digital, também podem ser

    arquivados boletins informativos ou o jornal mural da empresa. Por meio da

    Intranet, é possível fazer com que a informação seja passada de forma mais

    ágil, facilitando a comunicação interna.

    Com o avanço das novas tecnologias da comunicação, as

    organizações modernas também estão se valendo de meios telemáticos, que

    têm esse nome porque a informação é trabalhada e passada com o uso

    combinado da informática (computador) e dos meios de telecomunicações.

    Como exemplos temos a própria intranet, o correio eletrônico, os terminais de

    computador, os telões, os telefones celulares etc. São meios interativos e

    virtuais (KUNSCH,2003, p.87).

    Endomarketing: conjunto de ações de marketing que visam promover

    a imagem da empresa para seu público interno e incentivá-lo a conquistar a

    excelência na qualidade do atendimento ao consumidor. Esse conceito trata o

    funcionário como um cliente interno, por isso há algumas divergências entre

    pesquisadores da área que consideram as palavras cliente e marketing como

    ações voltadas para relações comerciais de compra e venda.

  • 33

    Os especialistas, sobretudo os profissionais de Relações Públicas,

    julgam que o endomarketing não é nada mais do que uma forma diferente de

    expressar (e praticar) a comunicação interna e que se trata de uma alternativa

    (nem tão sutil) de garantir aos profissionais de marketing a entrada em um

    novo campo de trabalho (ENDOMARKETING, 2009, Internet).

    Para Margarida Kunsch (2002, p.87), também podem ser consideradas

    ferramentas de comunicação interna reuniões, palestras, encontros com o

    presidente, alto-falantes, cartas, circulares, manuais, panfletos, quadro de

    avisos, vídeos institucionais, entre outros.

    Há uma série de ferramentas para implantação do programa de

    Comunicação Interna nas empresas, conforme mencionamos no quadro

    abaixo:

    2.3 CONTRIBUIÇÃO DA COMUNICAÇÃO INTERNA

    COMO INSTRUMENTO DA QUALIDADE

  • 34

    A contribuição da comunicação interna no processo de se promover a

    qualidade na organização é reconhecida por todos, porém sob diferentes

    pontos de vista, os programas e ações de comunicação são de grande

    importância em diversos contextos, inclusive quando o intuito é o de promover

    o comprometimento com a qualidade.

    O conhecimento dos fatos promove maior comprometimento das

    pessoas e que os resultados da qualidade podem ser afetados positivamente.

    A contribuição da comunicação interna, como instrumento de

    promoção da qualidade, é ainda mais valorizada.

    A comunicação interna é um instrumento fundamental para a

    divulgação de vários aspectos relacionados à qualidade, desde os valores

    organizacionais até o papel de cada indivíduo no alcance dos melhores

    resultados e da satisfação dos clientes.

    É unânime, entre os profissionais do setor da qualidade, a percepção

    de que, embora seja grande a contribuição da comunicação interna para se

    promover a qualidade na organização, faz-se necessário que esse processo

    seja complementado pelo fator “atitude”, por parte das lideranças.

    Toda comunicação destinada a promover a qualidade deve ser

    coerente ou reforçada pelas atitudes e decisões das lideranças. Em momentos

    de crise, por exemplo, se os funcionários da empresa percebem que as

    lideranças tomam decisões que privilegiam a qualidade, em detrimento dos

    custos, verificarão que os princípios e valores anteriormente comunicados são

    realmente observados na prática.

    A comunicação interna afeta positivamente os resultados da qualidade,

    mas não somente ela. Quando se faz uma comunicação em favor da

    qualidade, é necessário que isso seja reforçado pelas ações dos supervisores

    imediatos e das lideranças, mostrando que aquilo é realmente importante.

    Alguns veículos de comunicação interna são avaliados como mais

    eficientes em relação aos demais. Dentre eles, destacam-se o jornal interno e

    folhetos. “Os veículos de comunicação interna mais efetivos são aqueles que

    permanecem com os funcionários, tais como o jornal interno, folhetos e

    outros”.

  • 35

    A comunicação face a face entre lideranças e subordinados também é

    vista como indispensável dentro do processo de comunicação interna como um

    todo. As reuniões realizadas com os operadores são bastante efetivas, essas

    reuniões têm bastante impacto, porque é feita uma pausa na rotina dos

    operadores para se falar, de forma focada, sobre qualidade.

    As evidências de que as iniciativas de comunicação interna afetam

    positivamente a qualidade na organização podem ser traduzidas nos próprios

    resultados do setor da qualidade, sempre que se realiza uma campanha de

    comunicação, no sentido de promover a qualidade, é possível observar

    melhorias significativas dos seus resultados. Percebe-se também que a

    melhoria dos resultados está diretamente ligada ao comprometimento dos

    funcionários.

    As evidências de melhorias existem, mas não é possível saber que

    porcentagem dessas melhorias pode ser atribuída à comunicação interna. A

    contribuição da comunicação interna na evolução positiva dos resultados da

    qualidade pode ser quantitativamente comprovada. Podemos observar este

    fato quando os índices internos de falhas reduzem em nível inferior ao que

    havia sido estipulado como meta, o que pode ser alterado com uma campanha

    de comunicação focada em motivar os funcionários quanto ao seu alcance.

    Além da comunicação verbal, entre líderes e subordinados, diferentes veículos

    de comunicação interna podem ser utilizados para que a campanha se realize

    de forma efetiva e atinja todos os públicos de interesse, alcançando assim

    como resultado o alcance das metas estabelecidas pela organização.

  • 36

    CAPÍTULO III

    3. MARKETING INTERNO, ENDOMARKETING E

    COMUNICAÇÃO INTERNA

    Constata-se, em relação aos termos “marketing interno” e

    “endomarketing”, que ainda existe certa divergência teórica tanto na literatura

    internacional quanto na nacional (BALLANTYNE, 2003; INKOTTE, 2000). No

    que se refere às obras internacionais, Ballantyne (2003) argumenta que existe

    ambiguidade em torno do conceito de marketing interno, apontando a

    inexistência de um modelo conceitual padrão. Em relação aos autores

    nacionais que abordam o tema endomarketing, Inkotte (2000) declara que a

    ausência de uma uniformidade teórica torna difícil uma análise comparativa

    entre suas obras.

    Na literatura internacional, é possível identificar duas correntes de

    abordagens diferenciadas em relação ao conceito de marketing interno. A

    primeira delas adota como significado do termo a difusão da orientação de

    marketing para todos os indivíduos de uma organização. Já a segunda o

    conceitua como um conjunto de ações de marketing voltadas ao público

    interno de uma organização, no intuito de se conseguir de seus funcionários o

    comprometimento com os objetivos organizacionais.

    Adotando a primeira linha de pensamento, Grönroos (1994) coloca que

    o marketing interno vem da necessidade de garantir suporte às pessoas da

    organização que, embora não sejam diretamente ligadas às funções de

    marketing, podem ser preparadas e informadas para melhor atender aos

    clientes. Com base no segundo tipo de abordagem, Mudie (2003) coloca que a

    ideia principal do marketing interno é a de que os funcionários de uma

    organização, ao serem tratados como clientes, tornam-se mais

    comprometidos, cooperativos e entusiasmados. A definição de marketing

  • 37

    interno, em que se baseia esse autor, assemelha-se à apresentada pela

    Associação Americana de Marketing (American Marketing Association, 2006),

    que o define como “marketing voltado aos funcionários de uma organização

    para garantir que eles adotem de forma efetiva os programas e políticas

    organizacionais desejados”.

    A importância da comunicação interna é enfatizada entre os autores

    internacionais. Segundo Thornhill et al. (1996), toda organização busca

    implícita ou explicitamente o comprometimento de seus funcionários e um dos

    caminhos para alcançar tal objetivo é a comunicação interna. A investigação

    realizada por esses autores revela que existe uma significativa relação entre a

    forma com que uma organização interage e se comunica com seus

    funcionários e as atitudes e o comprometimento destes em relação a ela.

    A efetividade da comunicação interna é especialmente requerida em

    cenários de mudança, que são frequentemente vivenciados pelas

    organizações (HEMAIS, 2005; KITCHEN; DALY, 2002; MATTOS, 2001). As

    pessoas de uma empresa devem ser encorajadas a participar das mudanças e

    melhorias dos processos. Essa participação requer a conscientização dos

    funcionários, por meio de treinamentos, palestras, campanhas de incentivo,

    comunicação interna e monitoramento por parte dos gestores, no dia a dia

    (ROCHA, 2007). Além das situações de mudança, Brum (2005) acrescenta

    que a comunicação interna também é importante nos momentos em que novos

    desafios são lançados aos funcionários como, por exemplo, quando uma

    empresa decide conquistar uma certificação de qualidade.

    Entre as obras nacionais, o tema marketing interno é frequentemente

    abordado com o uso da palavra endomarketing, junção do prefixo de origem

    grega “endo”, que quer dizer “ação ou movimento para dentro” (BRUM, 2005),

    com a palavra marketing, a qual já pode ser considerada, apesar da origem no

    idioma inglês, como um neologismo da língua portuguesa, por fazer parte do

    vocabulário trivial das pessoas. Para Inkotte (2000), no entanto, é necessário

    fazer uma distinção entre os conceitos de marketing interno e de

    endomarketing. O autor esclarece que, por meio do marketing interno, a

    empresa mobiliza seus funcionários para encantar o cliente externo, enquanto

  • 38

    pelo endomarketing, a empresa é o próprio “produto”, que precisa ser sempre

    melhorado para encantar o cliente interno. Assim, esse autor considera que a

    “utilização de instrumentos e conceitos do marketing voltados para o público

    interno de uma organização” é a definição que melhor se encaixa como

    significado de endomarketing.

    Uma das convergências encontradas na literatura nacional é a ideia da

    comunicação interna como um dos principais instrumentos de endomarketing.

    Para Brum (2005), sendo a informação o “produto da comunicação interna”, é

    também a maior estratégia de aproximação entre uma empresa e seus

    funcionários. Essa autora afirma que, por maiores que sejam os benefícios e

    incentivos oferecidos ao público interno, sem uma informação bem trabalhada,

    não existem funcionários motivados.

    3.1 A COMUNICAÇÃO INTERNA COMO FERRAMENTA

    ESTRATÉGICA DE ENDOMARKETING

    Para criar um sistema de comunicação interna, primeiramente é

    necessário fazer um estudo e avaliação das ferramentas já utilizadas e levantar

    o público alvo de forma a garantir que a comunicação seja feita da melhor

    forma.

    O primeiro passo é criar um sistema de integração e sistematização,

    determinando o padrão de comunicação interna no qual são definidos não

    apenas os conteúdos a serem veiculados, mas os canais de comunicação

    corporativa, local e face-a face.

    Abaixo mostro o passo-a-passo de como criar a sistematização da

    comunicação interna:

    1º Passo: Auto Avaliação

    Estabelecer um processo único de comunicação interna que trabalhe

    os níveis de informação corporativa de forma a otimizar os recursos, e de

  • 39

    forma que todos tenham acesso a informação, e a comunicação alcance os

    melhores resultados (comunicação efetiva).

    A melhor forma de ter acesso a percepção dos colaboradores em

    relação comunicação interna adotada em toda empresa, é aplicar uma

    pesquisa para gerar um diagnóstico que identifique as deficiências do processo

    já existente e possa ser planejada nova forma de atuação.

    2º Passo: Comunicação Interna

    Com base neste diagnóstico, devem ser pensadas alternativas de

    solução dos pontos falhos identificados, e determinados os objetivos de

    comunicação interna de forma que esteja:

    Alinhada com o planejamento estratégico da companhia e do

    departamento de Comunicação institucional;

    Colabore para a percepção de uma empresa única;

    Busque o pleno entendimento do público interno em relação ao

    negócio da empresa, e seu posicionamento estratégico;

    Priorize a informação como a principal estratégia de aproximação

    da empresa com seus empregados;

    Avalie periodicamente a comunicação interna a partir do

    levantamento dos sentimentos e percepções do público interno em relação ao

    processo em implantação;

    De acordo com esses pontos analisados, o cumprimento desses

    objetivos específicos seria determinante para inaugurar e consolidar um

    processo único de comunicação interna na empresa, caracterizado por

    conceitos alinhados, padrões definidos e oriental comuns para toda a

    organização.

    3º Passo: Alinhamento da Equipe

    Este é um fator determinante para o sucesso do processo de

    comunicação interna. É necessário que seja feita uma revisão e reestruturação

  • 40

    dos veículos de comunicação interna a fim de que a informação realmente

    chegue a todos os empregados, independente de sua área ou função.

    4º Passo: Fortalecimento da Marca

    A partir da definição da marca e do nome da campanha deve ser dado

    início às etapas de desenvolvimento do projeto propriamente dito.

    A estratégia de lançamento deve priorizar a marca e o conceito do

    projeto, através de peças interativas.

    Pode ser enviado a cada colaborador um brinde que possa passar

    alguma mensagem que identifique a marca. Algo útil que faça com que ocorra

    interação com o veículo.

    Esse é o procedimento que deve ser seguido para desenvolver uma

    área de comunicação que seja reconhecida pela empresa através de suas

    realizações. Para transformar a comunicação interna em ferramenta

    estratégica de endomarketing é preciso que primeiro a área de comunicação

    interna esteja alinhada com as estratégias gerenciais e empresariais. É muito

    importante ter em mãos as metas, objetivos e onde se quer chegar. Deve ser

    realizada uma pesquisa de campo para verificar quais veículos atendem o

    público alvo de uma maneira mais atrativa, que tipo de informação se quer

    passar, e quais resultados se quer alcançar.

    Com essas informações definidas é que serão traçadas formas de

    atuação da área de comunicação em busca de tornar uma ferramenta de apoio

    estratégico.

    A área de comunicação interna deve atuar, em parceria com as demais áreas

    e alinhada ao negócio. Assim poderá se tornar mais eficiente e estratégica.

    3.2 COMUNICAÇÃO INTERNA X ENDOMARKETING

    A Comunicação Interna é apontada como o instrumento mais

    importante dentro de um programa de Endomarketing, segundo Inkotte (2000).

    Aos olhos de Brum (2005), partindo da premissa que o endomarketing é o

  • 41

    marketing atuando para dentro da organização, ou ainda, é a forma de motivar

    os colaboradores através de programas internos, faz-se necessário a

    apropriação da comunicação interna e de seus veículos de comunicação para

    alcançar os objetivos existentes em um plano de Endomarketing.

    Brum (1998) defende ainda o propósito que o Endomarketing é a

    comunicação interna feita com brilho, cor, fotos, frases de efeito e outros

    recursos e técnicas de marketing. Segundo a autora, o endomarketing é a

    comunicação da empresa para os seus empregados, exercida com a

    sofisticação da propaganda bem feita. Uma vez que, um programa de

    endormarketing só consegue sucesso quando composto por veículos de

    comunicação interna e ações que atuam de maneira sistemática e integrada

    por uma mesma marca, mesmo slogan, e mesmo sentido de repassar os

    conceitos almejados pela organização. Na mesma linha, Bekin (1995) acredita

    que o objetivo do endomarketing é fazer com que os departamentos e os

    funcionários de uma organização compartilhem de valores e objetivos, e para

    isso apropria-se de um processo de coesão e comunicação interna no

    ambiente organizacional.

    A motivação é possível em procedimentos simples, como dar aos

    funcionários as informações necessárias para a realização e um bom trabalho,

    cumprimentá-lo pessoalmente por uma tarefa bem feita, enviar-lhe uma

    mensagem escrita elogiando o seu desempenho, solicitar suas idéias,

    mostrando o quanto são importantes para a empresa, envolve-lo nas questões

    e decisões relacionadas com o seu trabalho e com a sua área de atuação, etc.

    Tudo o que é feito no sentido de uma maior aproximação empresa/funcionário,

    do programa mais sofisticado a ações mais simples, está inserido no contexto

    de endomarketing. Para tanto, a motivação requer de forma imprescindível a

    informação, e esta, por sua vez, é o produto da comunicação interna e a maior

    estratégia de aproximação funcionário-empresa, tornando-se necessário a

    existência de canais e veículos de comunicação interna.

    Embora alguns autores discordem, outros tantos reforçam a idéia de

    que existe, de fato, diferença entre os termos comunicação interna e

    endomarketing. Além da etimologia da palavra, evidentemente, são

  • 42

    ressaltadas incongruências no que se refere à nomenclatura dada ao público a

    que se destina, no fluxo da informação e em seu propósito. Todos estes

    pontos de discordância serão abordados a seguir.

    O primeiro ponto de discussão reside no termo utilizado para se referir

    ao público que se deseja alcançar com essas ações. Empresas que instituem

    programas de endomarketing, comumente referem-se aos empregados como

    clientes internos ou fornecedores internos, como cita Rangel (1994, p. 18).

    Afirma também que as organizações, de certo modo, devem pensar em seus

    empregados como um mercado, uma vez que o objetivo do endomarketing é

    fazer com os funcionários se tornem aliados na tarefa de manter e captar

    clientes.

    Verifica-se, no entanto, que a comunicação interna enxerga o

    funcionário como ser humano, que traz consigo seus valores e angústias e por

    meio da convivência organizacional busca o equilíbrio a fim de satisfazer

    algumas de suas necessidades pessoais e profissionais. Este mesmo ser está

    disposto a empreender esforços para que a organização obtenha resultados,

    desde que esta também se comprometa em lhe ser justa e lhe transmitir as

    informações que ele necessita para realizar o seu trabalho.

    Encerrada a questão da nomenclatura, parte-se para a abordagem do

    fluxo comunicacional, aspecto que se acredita ser o mais importante na busca

    da diferenciação entre as práticas aqui analisadas. A comunicação interna,

    sabiamente, ao propor um processo eficaz na troca de informações, sugere a

    existência do fluxo vertical ascendente, ou seja, permite que a comunicação

    ocorra do nível mais baixo para o mais alto da pirâmide hierárquica

    organizacional. Essa abertura torna possível, portanto, o direito de resposta em

    virtude da informação recebida pelo alto escalão.

    As ações de endomarketing, entretanto não prevêem este diálogo e

    trabalham unicamente com um fluxo comunicacional descendente, ou seja, de

    cima para baixo. Desta forma, o único objetivo é informar e motivar, não

    permitindo que haja retorno no processo de comunicação. Essa condição é

    também considerada uma disfunção pelos teóricos defensores da

    diferenciação entre os termos, visto que se trata de um programa que não

  • 43

    estimula a troca de informações e a comunicação entre as diferentes áreas ou

    departamentos de uma empresa, inviabilizando a prática enriquecedora do

    feedback.

    No tocante à diferença de propósitos, a comunicação interna visa à

    criação de vínculos entre empresa e empregado, fortalecendo o compromisso

    do público interno com a organização e, por meio destes vínculos, procura

    mantê-lo informado do que ocorre ao mesmo tempo em que valoriza a sua

    participação e promove a troca de informações entre áreas, unidades,

    departamento e diretorias. Neste contexto, as ações de endomarketing são

    direcionadas à geração ou aumento da motivação dos funcionários, a fim de

    despertar nestes a importância de um atendimento de excelência ao cliente

    externo.

    No momento em que a comunicação interna permite esta troca de

    informações entre empresa e empregado está gerando integração entre ambos

    e consequentemente gerando visibilidade ao empregado, facilitando o

    crescimento e a realização profissional de ambos.

    Diferentemente do endomarketing, que tem por finalidade motivar o

    cliente interno para que este produza mais e melhore o atendimento ao cliente

    externo.

    No entanto, apesar das diferenças, disfunções e propósitos de cada

    ação é publico e notório que ambos possuem o mesmo objetivo: incrementar o

    lucro das organizações e torná-las mais competitivas. Para tanto, independente

    de possuírem defeitos ou qualidades, comunicação interna e endomarketing

    são ferramentas que, quando bem utilizadas, são úteis e eficazes para a

    obtenção desses resultados.

  • 44

    CONCLUSÃO

    A motivação é um problema complexo, dinâmico, mutável e fluido. Ela

    varia no tempo e no espaço, de acordo com a situação e o indivíduo. Varia no

    mesmo indivíduo em épocas e situações diferentes. Seus fatores ou razões, ou

    seja, os motivos humanos exibem forças diversas, tanto em pessoas e

    situações diferentes, quanto na mesma pessoa em situação e época distintas.

    O que é bom hoje poderá ter efeito oposto amanhã, dependendo da

    personalidade do indivíduo (sua inteligência, caráter, valores, atitudes,

    expectativas e percepções) e da situação (com seus inúmeros aspectos e

    influências ambientais, pessoais, financeiros, políticos, econômicos, religiosos,

    sociais, psicológicos, culturais, educacionais, científicos, técnicos,

    tecnológicos, gerenciais e administrativos).

    A motivação constitui o fator principal e decisivo no êxito da ação de

    todo e qualquer indivíduo ou empreendimento coletivo. Só com o acaso e a

    sorte é que se aproxima relativamente a esse êxito, mas com muito menos

    força. Não se compreende um administrador insensível ao problema da

    motivação. Com tudo isso, tentamos propiciar uma visão geral e abrangente

    dos aspectos positivos, negativos, conjunturais e diferenciais destas teorias e

    abordagens, bem como a importância da motivação para o trabalho.

    O inter-relacionamento entre administração e motivação foi descrito

    como uma maneira de mostrar a melhor forma de coordenar o pessoal,

    buscando inputs que resultem em motivação e que venham trazer bons

    resultados para as organizações. O relacionamento existente entre liderança e

    motivação com a finalidade de mostrar como transformar uma organização.

    Vivemos em um mundo dinâmico, passando por rápidas

    transformações e riscos. Basta um fato novo no cenário social, político ou

    econômico e, em pouco tempo, recebemos os impactos de seus efeitos. Uma

    crise econômica, por exemplo, tem o poder de provocar o fechamento de

    empresas e dar fim a milhares de postos de trabalho. Ou o inverso: atuar em

  • 45

    épocas difíceis e de intensa competição, poderia resultar em fusões de

    grandes organizações. A cada nova organização que se forma, surgem novos

    desafios. Inovar é a palavra de ordem.

    Durante a pesquisa realizada para o desenvolvimento desta

    monografia, passei a compreender que existem bem mais que desafios a

    serem enfrentados pelos profissionais que atuam nos campos da comunicação

    organizacional e endomarketing. A dinâmica do mercado e seu impacto no

    ambiente corporativo exigem respostas rápidas e, por vezes, soluções vindas

    de diferentes áreas do conhecimento. Se de uma fusão entre duas empresas

    nasce uma outra, “repaginada”, como pensar na cultura organizacional que

    caracteriza esse novo ambiente? Como tratar a comunicação interna nesse

    contexto? Tenho a convicção de que muitos outros pesquisadores já

    caminham nessa direção no intuito de encontrarem essas respostas.

    Me propus compreender neste estudo compreender a relação entre a

    comunicação interna e o endomarketing (marketing interno) sob a ótica da

    reconfiguração das dinâmicas comunicacionais nas organizações. De início,

    com base na pesquisa bibliográfica que realizei para compreender essa

    relação, posso considerar que “comunicação interna” e “endomarketing” são

    dois assuntos distintos. Como eles se diferem é o problema respondido neste

    estudo. Entendo hoje que a divergência entre a compreensão dos dois temas

    tem origem em um estágio anterior, que é a freqüente confusão ou mesmo não

    entendimento entre comunicação e marketing.interno.

    Neste estudo, evidenciei pontos que me pareceram mais próximos do

    objetivo que tinha, considerando ser este um estudo no campo da

    comunicação na contemporaneidade. Entre eles, a visão que temos hoje das

    organizações como resultado de processos dinâmicos ligados às próprias

    transformações econômicas, sociais e políticas. Em uma definição simples, o

    termo “dinâmica” indica um movimento responsável pelo estímulo e pela

    evolução de algo. As organizações, historicamente, tornaram-se ambientes

    submetidos a constantes transformações, configurando-se de forma altamente

    dinâmica. Guerras mundiais, crises econômicas, metodologias de

    gerenciamento de empresas, sindicalismo e processo de redemocratização –

  • 46

    em particular, no Brasil –, responsabilidade socioambiental e a entrada de uma

    nova geração no mercado de trabalho, entre outros pontos de atenção,

    estiveram presentes neste estudo.

    Essa evolução histórica, em que aspectos políticos, econômicos e

    sociais se sobressaíram, mudaram a forma de como as organizações

    passaram a atuar em seus mercados. Por conseqüência, as dinâmicas

    comunicacionais foram redesenhadas, surgindo como um novo desafio para as

    pessoas no contexto das organizações. A partir dessa afirmação, a

    comunicação interna permite que as pessoas aprimorem os processos

    organizacionais, por meios de ações específicas. O processo em si não tem

    valores – ou metas – próprias. Como processo, pode ser colocado a serviço de

    quaisquer finalidades que as pessoas tenham em mente, diante de si mesmas

    e das outras. E essas finalidades nem sempre são a de entender ou ser

    entendido.

    Os processos são, assim, inerentes às organizações, os quais

    dependem das pessoas para o cumprimento dos objetivos desejados. E a

    comunicação, como sabemos, permeia qualquer processo. A comunicação

    interna é central para o estabelecimento e compartilhamento de metas, para o

    desenvolvimento do comprometimento, da motivação e da cooperação entre

    os membros da organização, assim como para o aprimoramento dos

    processos decisórios.

    Pessoas satisfeitas e clima organizacional positivo são fatores

    normalmente interpretados dentro do contexto de endomarketing ou marketing

    interno. Os fundamentos do endomarketing podem ser classificados na sua

    definição, conceito, objetivo e função. Quanto ao objetivo que ele propõe,

    acredito ser este o mais difundido por outros autores, que é o de facilitar e

    realizar trocas, visando à construção de lealdade no relacionamento com os

    funcionários, compartilhando os objetivos empresariais e sociais da

    organização, além de fortalecer essas relações e melhorar a imagem da

    organização e o seu valor de mercado.

    Também é aceito como conceito o alinhamento de funcionários para

    compreender os objetivos da organização e o cliente em suas necessidades de

  • 47

    tal forma que o próprio funcionário seja valorizado e tenha também um

    tratamento como cliente. É fato que o marketing, voltado à sua dimensão de

    mercado e, portanto, a um ambiente externo, depende do ambiente interno

    onde são processadas as funções administrativas e operacionais por meio das

    pessoas que trabalham na organização. A compreensão de ser o ambiente

    interno um ambiente de mercado não é aceitável. O marketing, explicado

    nesse sentido, teria equivalência a pensarmos marketing “dentro” e “fora” da

    organização.

    O pensar para “fora” nos leva a um ambiente complexo que faz parte

    dos mais de 100 anos do estudo do marketing como disciplina, filosofia ou

    prática gerencial, porém com foco externo, para o mercado. O pensar para

    “dentro” nos revela a dependência do marketing em relação ao ambiente

    interno para que se cumpram seus objetivos de atrair ou reter clientes, atender

    a necessidades e desejos dos consumidores.

    Nessa direção, ao pensarmos para “dentro”, consideramos ser

    fundamental que todas as pessoas estejam capacitadas e comprometidas com

    as atividades para as quais foram contratadas. Acredito que ao definirmos o

    marketing integrado como decorrente de dois níveis, temos a justa

    preocupação de afirmar que marketing só pode ser completo se integralmente

    pensado. O marketing interno deve preceder o externo, uma vez que pode ser

    considerado que fazer “marketing para dentro” é “fazer marketing” para

    promover alinhamento de funcionários, torná-los satisfeitos, integrados, para

    atender bem ao cliente, buscando essa justificativa em marketing.

    A comunicação interna não se confunde com o Endomarketing, mas

    parece que a literatura tem causado alguns desentendimentos nesse sentido.

    Como afirma a autora Brum que

    (...) comunicação interna é a linha mestra que gerencia a entrada e a

    saída da informação, possibilitando o alcance dos objetivos organizacionais. O

    endomarketing, por sua vez, nada mais é do que a comunicação interna feita

    com brilho, cor, imagens, frases de efeito e outros recursos e técnicas de

    marketing. É a comunicação da empresa para os seus empregados executada

    com a sofisticação da propaganda bem feita.

  • 48

    Marketing é comumente tratado pelos autores como filosofia a partir

    do momento que representa o princípio que norteia as atividades da empresa e

    processo quando essas atividades, em conjunto, estão logicamente

    encadeadas e são executadas para realizar trocas, gerar valor, satisfazer o

    cliente e atender aos objetivos da empresa. O processo tem comunicação

    associada e depende de pessoas para que tenha sentido e cumpra objetivos

    ou metas.

    Considero endomarketing ou marketing interno uma filosofia, uma

    forma de se pensar no funcionário como um ser humano dentro do contexto

    organizacional, integrante de um processo produtivo, responsável pelo

    atendimento dos objetivos globais da organização, em que, em contrapartida,

    ajudará na construção de um ambiente mais harmonioso para o desempenho

    de suas atividades. Para que isso ocorra, a comunicação se fará presente em

    todo o processo, porém será decorrente de ações concretas, planejadas

    estrategicamente por pessoas. Concordo, portanto, quando alguns autores

    argumentam que é possível a utilização de ferramentas da comunicação

    institucional e até da comunicação mercadológica para que ações sejam

    desenvolvidas tendo o funcionário como principal fator para o atendimento das

    metas e objetivos da organização.

    A comunicação interna, como prática, atende a uma necessidade da

    organização em promover interação, cria condições para o diálogo, enquanto a

    filosofia de endomarketing, por sua essência, representa o desejo de que o

    público interno esteja satisfeito e motivado e, com isso, comprometa-se com os

    fundamentos de marketing. Comunicação interna não é uma filosofia; é um

    setor planejado, com objetivos bem definidos e que é capaz de viabilizar toda a

    interação possível entre a organização e seus empregados.

    A revolução tecnológica facilita a comunicação e faz com que o fluxo

    de informações chegue ao seu destino de uma forma muito mais rápida, desta

    forma percebe-se que cada vez mais as organizações valorizam a

    comunicação interna.

    Neste contexto a comunicação interna necessita ter uma postura

    flexível, pois ela precisa desenvolver um sentimento de participação em todos

  • 49

    que integram a empresa, mas para que ocorra isto é necessária à escolha do

    canal adequado para disseminar a informação, para que não ocorram

    distorções durante o processo ocasionando problemas. Conforme os estudos

    realizados, o foco deste trabalho foi voltado para como se utilizar da

    comunicação interna e de suas ferramentas para melhorar o desempenho do

    colaborador e as relações de trabalho. Através de questionários e observação,

    pode-se mapear os principais pontos fortes e fracos, de forma a apresentar

    sugestões de melhoria. Neste sentido, observou-se que a comunicação interna

    desempenha um importante papel no cotidiano do empregado, é por isto ela se

    direcionada, pode atuar como um fator estratégico para as organizações, em

    virtude da divulgação das informações.

    Verificou-se também que podem ocorrer falhas de comuni