estudo economico ambiental do cultivo da soja em sistema monocultor no estado do mt

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  • 7/26/2019 Estudo Economico ambiental do cultivo da soja em sistema monocultor no estado do MT

    1/111

    MONOGRAFIA

    1290000630

    :l'

    E

    . _ ~

    TCC UNJCAMP V83e

    ESTUDO ECONMICO AMBIENTAL

    DO

    CULTIVO

    DA

    SOJA

    EM SISTEMA MONOCULTOR NO ESTADO DO MATO

    GROSSO

    AUTOR: ADELE VITA

    ORIENTADOR: Prof Dr ADEMAR R ROMEIRO

    BANCA: Prof

    OS

    MARIA J SILVEIRA

    UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS

    INSTITUTO DE ECONOMIA

    NOVEMBRO

    1993

    TCC UNICAMP

    V83e

    IE 630

  • 7/26/2019 Estudo Economico ambiental do cultivo da soja em sistema monocultor no estado do MT

    2/111

    ESTUDO ECONMICO

    AMBIENTAL

    DO CULTIVO DA SOJA

    EM

    SISTEMA

    MONOCULTOR

    NO

    ESTADO

    DO MATO

    GROSSO

    NDICE

    INTRODUO

    Objetivos do Estudo

    Justificativa

    Problemas

    Hipteses.

    CAPITULO 1:

    CARACTERIZAO

    DA SOJA

    EM

    TERMOS PRODUTIVOS E COMERCIAS

    1 1 Panorama Internacional da Produo ... pgina 3

    1

    2

    As

    Exportaes Mundiais pgina 7

    1 3

    As

    Importaes Mundiais pgina 9

    1

    4 O Esmagamento Mundial. ... pgina 1

    O

    1

    5 O Farelo de Soja ... pgina

    11

    1

    6 O leo de Soja . pgina 14

    1

    7 O Consumo Mundial. ... pgina 16

    1

    8 A F armao do

    Preo da

    Soja ... 17

    1

    9 A

    Anlise

    dos Preos Internacionais pgina 19

    1.10 A Produo e Comercializao da Soja no Brasil ... pgina 21

    CAPITULO 11: A

    SOJA

    NO ESTADO DE

    MATO

    GROSSO.

    2

    1 Localizao geogrfica ... pgina 26

    2 2 Populao .... pgina 26

    2

    3 Ocupao do Territrio pgina 26.

    2 4 Recursos Naturais ... pgina 35

    2 4 1 Geologia ... pgina 35

    2 4 2

    Hidrografia ... pgina 35

    2 4

    3 Clima ... pgina 36

    2 4 4

    Vegetao .... pgina 37

    2

    4

    5 Os

    Principais Solos do Estado pgina 39

    2

    5

    Transportes ... pgina 42

    2 6 Economia ... pgina 43

    2 7 Caracterizao da agricultura no Estado de Mato Grosso pgina 44

    2 7.1 Caractersticas produtivas dos Agricultores .... pgina 46

    2 7.2 A Soja no Mato Grosso ... pgina 49

    2

    7 3 As reas de maior concentrao da produo .... pgina 50

    2

    7 4 O uso de Agrotxicos ... pgina

    55

    2

    8 O uso e Manejo Agrcola dos Cerrados ..pgina 59

    2 9

    Concluses sobre a situao do meio ambiente e dos recursos naturais ... pgina 65

  • 7/26/2019 Estudo Economico ambiental do cultivo da soja em sistema monocultor no estado do MT

    3/111

    CAPITULO III: ANLISE ECONMICA FINANCEIRA DO CULTIVO

    DA

    SOJA NO ESTADO

    DE MATO GROSSO.

    3.

    1

    A escolha dos municpios ....pgina 70

    3. 2 Caracterizao sumaria dos municpios .... pgina 70

    3. 3

    Os

    principais

    efeitos de impacto ambiental

    observados ... pgina

    75

    3. 4

    Anlise

    econmica

    financeira das

    diferentes alternativas para a produo

    da soja

    ... pgina 81

    3. 4. 1

    Consideraes

    gerais ....pgina

    81

    3. 4.

    2

    Metodologia ... pgina

    82

    3. 4.

    3

    Hiptese e dados

    de

    clculo ...pgina 83

    3. 4.

    4 Os beneficios ... pgina 84

    3. 4.

    5 Os

    resultados .... pgina 85

    3. 4. 6 A

    anlise

    de sensibilidade da relao

    beneficio

    custo

    ...pgina

    86

    4 CONCLUSES ... pgina 94

    5 BIBLIOGRAFIA.

    6ANEXOS.

  • 7/26/2019 Estudo Economico ambiental do cultivo da soja em sistema monocultor no estado do MT

    4/111

    AGRADECIMENTOS

    O

    presente

    trabalho envolveu-me

    em

    diferentes reas de conhecimento com

    as

    quais eu

    no

    tinha at ento,

    muita familiaridade. Com

    isso

    algumas

    pessoas foram decisivas

    nas minhas

    reflexes, ajudando

    me

    a

    compreender um pouco melhor parte

    da

    realidade

    em

    que vivemos.

    Agradeo s pessoas que de

    uma

    forma ou de outra, contriburam para o andamento da pesquisa.

    Ao Prof. Dr.

    Adernar R Romeiro,

    meu

    orientador que com

    seu

    estimulo e ateno

    foi

    o primeiro a

    me

    introduzir

    na

    problemtica

    muito debatida hoje do meio-ambiente.

    Ao prof. Jos F.

    J.

    Maria da Silveira pelas discusses sempre pertinentes e principalmente pela compreenso

    sobre os conflitos .

    Ao Francesco Vita, que com seu estimulo e entusiasmo lanou-me ao tema dessa monografia dando-me

    condies de desenvolver um trabalho serio e gratificante.

    a mesma maneira agradeo Dr. Celso Castro Filho e o Prof. Daniel Villani pelos debates e sobre tudo pela

    amizade.

    Ao Camilo, pelo carinho, bom humor e pela fora.

    A todos aqueles que no posso agradecer aqui sem correr o risco de escrever mais um capitulo, mas nem por

    isso esquecidos.

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    5/111

    os meus queridos pais Francesco e Piera

  • 7/26/2019 Estudo Economico ambiental do cultivo da soja em sistema monocultor no estado do MT

    6/111

    Mono rafia

    INTRODUO

    Os vrios problemas causados pelo modelo de modernizao agrcola que foi implantado no pas no

    incio dos anos sessenta voltado fundamentalmente para exportao sobre uma base de agricultura

    monocultural e predatria concentrada nas mas de uma oligarquia levaram a

    um

    alto grau

    de

    misria e

    heterogeneidade na distribuio de renda

    Atualmente h uma preocupao cada vez mais forte com relao aos problemas ambientais causados

    pelos impactos da produo industrial pelo uso e abuso de prticas agrcolas inadequadas que a cada ano

    segundo estudos feitos causam a perda de milhes de toneladas de solo frtil os quais a natureza demora

    quatro sculos para recuperar e

    um

    volume no quantificvel de gua contaminada pela qumica dos adubos e

    pesticidas.

    Este problema pode ter um caracter ainda mais negativo considerando-se que dentro de cinqenta

    anos a populao

    da

    Terra ser duas vezes maior do que atual.

    No Brasil j existem fenmenos de eroso de solos associados

    em

    algumas casos perda de

    produo principahnente no caso da soja cultivada

    em

    sistema de monocultura. Considerando tambm

    ausncia de polticas adequadas e a variedade de estgios de conhecimento agrcola e de aplicao das tcnicas

    possvel dizer que se est colaborando para perpetuar prticas danosas ao ciclo da produo e da

    conservao da sade ambiental afetando a terra as guas e as proprias plantaes.

    Foram estas situaes que motivaram a anlise da tecnologia da produo de SOJa em todos os

    aspectos relacionados com as caractersticas agronmico-produtivas financeiro-econmicas comerciais e

    ambientais para chegar a uma avaliao completa do atual modelo de produo e do impacto do mesmo no

    meio ambiente.

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    7/111

    Mono rafia

    Para este fim foi escolhido o Estado de Mato Grosso como estudo

    de

    caso, dado que este

    com suas

    caractersticas

    ambientais

    reas

    de

    florestas e cerrados atingidas diretamente pela expanso do cultivo, a

    Bacia

    do

    Pantanal

    afetada indiretamente

    pelos

    efeitos poluidores

    dos

    defensivos

    qumicos

    e fertilizantes)

    parece reunir

    todas

    as variveis

    necessrias para estudar os efeitos econmicos e

    ambientais

    decorrentes da

    introduo

    do

    cultivo

    monocultor de

    soja.

    O objetivo do trabalho estudar

    os

    beneficios financeiro-econmicos e os efeitos do impacto

    ambiental

    gerado

    pelo

    tecnologia de produo

    da soja no sistema

    de monocultura,

    visando

    compar-los

    com

    os

    resultados

    de

    outras tecnologias alternativas

    de

    produo

    que

    ofeream

    uma

    rentabilidade equivalente,

    porem

    com

    uma

    maior

    sustentabilidade ambiental.

    So

    duas as

    hipteses

    bsicas

    utilizadas

    no desenvolvimento

    do

    trabalho:

    1)

    A tecnologia tradicional da produo da soja sistema monocultor) no

    leva

    em considerao os problemas

    de

    sustentabilidade ambiental.

    2)

    possvel

    substituir este

    sistema

    por

    uma

    tecnologia alternativa agrcola ecolgica

    mais

    adequada e

    igualmente rentvel.

    A metodologia usada neste estudo teve duas perspectivas complementares, possibilitando

    um

    melhor

    entendimento

    do

    problema.

    Uma anlise de

    dados secundrios atravs

    de uma

    bibliografia que inclu obras necessrias

    identificao

    da

    forma

    de implantao

    dessa

    cultura no Mato Grosso, de

    seus

    aspectos gerais relativos ao

    problema

    da

    degradao

    ambiental

    devido

    agricultura e leitura

    de

    textos atuais

    que

    apontam emergncia

    de

    novas

    tecnologias alternativas

    da

    produo.

    Finalmente,

    foram efetuadas entrevistas

    com alguns dos

    produtores do Mato Grosso para entender as

    causas do atraso na implantao de processos de conservao do solo.

    2

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    Monografia

    l.UMA CARACTERIZAO DA SOJA EM TERMOS PRODUTIVOS E COMERCIAIS.

    1. 1.

    UM PANORAMA

    INTERNACIONAL

    DA

    PRODUO

    Atualmente, a soja considerada a mais importante oleaginosa do mundo.

    A produo mundial entre o ano 1980 e o ano 1994 registrou um crescimento total de 3 5 , com uma

    taxa mdia anual de 2,0

    .

    Mantida esta taxa de crescimento, segundo o Centro Nacional de Pesquisa de Soja

    a produo mundial prevista pelo ano 2003 dever alcanar 145 milhes

    de

    toneladas. Esta previso supe

    que a poltica macroeconmica dos principais pases produtores e exportadores de soja permanecer

    inalterada, bem como a distribuio de renda e que no haver mudanas tecnolgicas revolucionarias que

    poderiam afetar o padro de produo nem novos substitutos proticos (Ver Tabela no.l ).

    Tabela no. I : Produo Mundial da Soja e Tendncia. (milhes de toneladas)

    .

    E ~ ~ . . ~

    ... ~ ~ ~ ~ .

    79/ 80 93.72 83,64

    80/

    81

    80.94

    85

    ,

    73

    8

    82

    86.

    12

    87,82

    82/ 83

    93

    ,

    57

    89,

    91

    83/ 84 83,16 92,00

    84/ 85 93,14 94,10

    85

    / 86 97.05 96,19

    86/ 87 98,08 98,28

    87/ 88 103,76 100,37

    88/ 89 95,65 102,46

    89/ 90 107,37 104 ,55

    90/ 91 104 ,

    16

    106 ,65

    91192 107.13 108,74

    92/ 93 ll6.72 110,

    83

    9

    3/

    94

    11

    3.

    61

    112

    ,92

    Cresc.t

    ot

    35,0

    Cresc.a.a.

    2,0

    0

    /o

    Fonte: llSDA do

    ln

    fom1e Econmico CNPSo.

    (v.I, no.

    l .

    j un

    199

    3

    milhes de

    toneladas

    Grafico no. 1

    191

    8 1 81/ 82/ 83/ 841 85/ 86/ 87/ 88/ 89/ 90/ 911 92/ 93/

    80 81 82 83 84 85 86 87 88 89 90

    91

    92 93 94

    anos

    ~ r o d u o

    - Tend.

    3

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    Mono

    rafia

    Atualmente, a soja considerada a mais importante oleaginosa do mundo, ocupando o primeiro lugar

    no ranking mundial de produo dos principais oleaginosas (soja, algodo, amendoim, girassol, colza, linho,

    copra e palma). Em 1994 a produo foi de 113,61 milhes de toneladas equivalente a uma participao de

    50,8 no total da produo de oleaginosas. A explicao para este alto coeficiente est principalmente em

    suas caractersticas de oleaginosa de alto contedo protico, permitindo mltiplas utilizaes e a formao de

    um complexo industrial destinado ao seu processamento.

    O crescimento, bem como, as flutuaes da produo refletem principalmente a economia dos pases

    industrializados e especialmente daqueles que o Banco Mundial chama de renda mdia alta, que recentemente

    vem apresentando um alto incremento no consumo de farelo e leo de soja.

    Dentro do panorama mundial, o principal produtor e concorrente do Brasil so os Estado Unidos.

    Neste pas a safra de 1979/80 ultrapassou as 60 milhes de toneladas, regredindo em seguida nos

    ltimos quinze anos O31 a.a. para estabilizar -se ao redor de milhes de toneladas em 1994.

    Esta estabilizao da produo explica-se pela poltica agrcola de subsidio que, segundo uma anlise

    da ODE (Organizao para a Cooperao e Desenvolvimento), transferiu cerca de 88,8 bilhes de dlares

    para o setor, com objetivo de limitar a produo. Subsdios estes que devero ser reduzidos aps a Rodada do

    Uruguai do Gatt (Acordo Geral de Tarifas e Comrcio). Segundo as previses para o ano de 1995, a

    produo de soja nos Estados Unidos deveria atingir um recorde de 69,6 milhes de toneladas, representando

    um aumento de 37 , devido em parte expanso da rea cultivada (8 ), mas tambm ao incremento da

    produtividade (acrscimo estimado de cerca 28 ).

    Outro competidor do Brasil que merece destaque seja na produo seja na comercializao mundial da

    soja a Argentina, apresentando nos ltimos trs anos uma safra mdia de 11,45 milhes de toneladas.

    Considerando o perodo entre o 1980 e 1994 a produo da Argentina cresceu

    9,24

    ao ano_ Porm

    4

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    10/111

    ono rafia

    existem dificuldades para obter aumentos significativos da produo por que Argentina um pas tradicional

    exportador de produtos agrcolas, os quais so dificil de substitui-los pela soja, devido ao risco de perder

    mercados importantes para esses produtos.

    Outro fator que pode ser acrescentado

    a falta de disponibilidade

    de

    fronteira agrcola na regio

    pampeana, responsvel por

    94

    da produo da Argentina e

    de

    importantes vantagens comparativas. Isso

    dever levar a uma gradual ocupao das reas marginais com problemas climticos e de fertilidade do solos.

    A participao do Paraguai na produo mundial muito pequena, apenas

    de 1 5 ,

    apresentando nos

    ltimos trs anos (perodo

    de

    1992 a 1994) uma mdia de 1,6 milhes de toneladas com uma taxa mdia anual

    de

    crescimento

    de

    38,5

    .

    Esta quantidade no ameaa o Brasil e pouco provvel que a produo deste pas

    cresa a ponto de torn-lo um competidor.

    Alm

    disso, para conseguir uma expanso significativa deveria

    investir em reas menos povoadas

    ao

    Norte e Noroeste do pas, ou substituir as culturas de milho, nas regies

    do Sul e Sudeste e incorporar reas de pastagens na produo

    de

    soja.

    A produo da CEE (Comunidade Econmica Europia ) e da China, tambm no representam

    um

    perigo para o Brasil.

    A CEE nos ltimos trs anos

    do

    periodo (1992, 1993 1994), teve uma produo mdia de 1 24

    milhes de toneladas com um decrscimo anual mdio de

    52

    (aproximadamente em 0.78 milhes de

    toneladas), com uma participao mdia na produo mundial mdia de soja nestes trs anos equivalente a

    cerca 1 1

    .

    A China para este mesmo intervalo de tempo considerado apresenta uma produo mdia de 11,00

    milhes

    de

    toneladas com um crescimento mdio anual

    de

    33,9

    , mas

    isso no

    ameaador para o Brasil

    porque este pas no tem uma tradio no mercado internacional, posto que a sua produo est voltada

    principalmente para o mercado interno.

    5

  • 7/26/2019 Estudo Economico ambiental do cultivo da soja em sistema monocultor no estado do MT

    11/111

    Mono rafia

    Finalmente para concluir este quadro sobre a produo mundial, sero fornecidos dados sobre o

    BrasiL

    Este pas tem uma participao na produo mundial estimada por volta de 20 %, apresentando nos

    ltimos trs anos

    1992, 1993, 1994,

    uma produo mdia de

    22

    milhes de toneladas com uma taxa de

    crescimento mdio anual para o periodo 1980-1994 de 26,4%. A quota de participao do pas na produo

    mundial poderia ser aumentada incorporando

    as

    imensas regies agricultveis especialmente no Cerrado,

    mas

    existem fatores externos que podem reduzir os resultados positivos obtidos pelos agricultores dentro da

    propriedade. (Tabela no.2 e 3)

    Tabela no.

    2:

    Custos de produo da :soja no Paran, Rondonpoli:s e Argentina.

    Itens de custos

    Insumos

    Maquinas e implem.

    Mo-de-obra

    CUsto financeiro

    Depreciao

    Seguro

    Impost s/ terra

    Custo total

    Custo mdio

    saca)

    Paran

    2,2

    tolha

    US

    132,66

    63,00

    30,31

    22,12

    60,00

    14,00

    2,75

    324,84

    8,85

    Argentina

    2,5 tulha

    us

    107,55

    55,45

    42,97

    36,00

    38,57

    34,10

    5,49

    320,00

    7,67

    Rondonpoli:s

    2,7 tulha

    US

    142,81

    170,83*

    22,12

    14,00

    2,10

    351,86

    7.81

    Fonte: Tab ela construda a par tir de dados do DERAU PR, IPARDES/ PR, e Area de Economia do CNPSo.

    Inclu custo com mo-de-obra e depreciao.

    Tabela no.

    3:

    Custos FOB e

    incidncia

    tributria na exportao de soja no Brasil,

    Argentina

    e Estados Unidos.

    Item

    Preo

    FOB Porto

    Despesas

    porturias

    Frete interno

    Impostos

    Despesas gerais

    Preo

    Produtor

    Rondonpolis

    MT)

    240,00

    4,98

    40,00

    27,80

    168,02

    PRODUTOR

    Argentina

    240,00

    11,72

    17,40

    12,62

    198,26

    Pretria USA)

    240,00

    2,20

    6,60

    13,25

    217,95

    F

    te:

    Dados

    de Pretria

    e

    parte dos dados para

    R011donpolis reti rados

    de Homem de

    Mello-

    Jul/90.

    Os dados da Argentina so oriundos do lpardes- 1992.

    Como monstra a Tabela no.2 comparando a situao da produo do Brasil e da Argentina, observa-

    se, que a melhor posio com relao ao custo mdio da produo

    obtida pelo produtor argentino, com US

    6

  • 7/26/2019 Estudo Economico ambiental do cultivo da soja em sistema monocultor no estado do MT

    12/111

    Mono

    rafia

    7,67 por saca. Acrescentando a anlise do custo de comercializao, da Tabela no.3, pode ser ainda

    observada a perda da competitividade dos produtores brasileiros fora da lavoura, provocada por:

    (i) uma despesa porturia para os produtores brasileiros de 126 % mais cara com relao aos

    produtores americanos;

    (ii) uma despesa com frete interno no Brasil de 129 tambm maior que o produtor argentino e chega

    ser 506 % maior que o do produtor americano;

    iii)

    pagos de impostos, do produtor brasileiro de 120,3

    a

    mais ao produtor argentino e

    2680 em

    relao aos americanos

    .

    A perda de lucro que o produtor brasileiro sofre chama ateno para a evidncia da necessidade de se

    estabelecer

    um

    programa de aplicaes de recursos no setor, com o objetivo final de conseguir melhoras na

    infra-estrutura, especialmente transporte, tecnologia, crdito de custeio e investimentos na produo. Somente

    assim, pode ser eliminada esta perda de competitividade dos produtores brasileiros.

    1. 2. AS

    EXPORTAES

    MUNDIAIS.

    As

    exportaes mundiais tiveram ao longo do perodo de 1980-1994, uma tendncia positiva,

    apresentando uma taxa de crescimento mdio anual de

    O 1

    .

    Pode-se inclusive estabelecer uma relao direta

    entre

    um

    aumento da produo da soja e o aumento da exportao mundial. Somente nos anos

    de

    1983 e

    1985 esta relao no foi respeitada, existindo uma reduo das exportaes mundiais e tendo havido

    um

    aumento da produo mundial. Provavelmente, isso pode ser explicado por meio de uma reduo ocorrida nas

    exportaes dos Estados Unidos (0,651 mil toneladas no ano 1983 e 3,94

    mil

    toneladas 1985) e Argentina

    (0,813 mil toneladas no ano 1983 e 0,30 para o ano de 1985) que no compensada pelo aumento das

    exportaes brasileiras (0,074 1983 e 0,015 1985). Pode ser ainda registrado que a maior queda das

    7

  • 7/26/2019 Estudo Economico ambiental do cultivo da soja em sistema monocultor no estado do MT

    13/111

    Monografia

    exportaes mundiais no perodo ocorreu no ano 1989 com uma diminuio de 6,56 milhes de toneladas.

    (Ver Tabela no.4).

    Tabela no. 4:

    Exportao Mundial. (milhes de toneladas)

    Perodo

    ExJ2ortao

    Tend.

    79/80 29,13 27,19

    milhes de

    Grafico no 2

    toneladas

    80/81

    25,34

    27,22

    81182

    29,32

    27,25

    35

    82/83

    28,59 27,29

    30

    83/84 26,15 27,32

    84/85 25,17 27,35

    25

    85/86 26,07 27,38

    20

    Exportao

    86/87 28,54 27,41

    15

    Tend

    87/ 88 30,10 27,44

    10

    88/89

    23,54 27,48

    5

    89/90 27,38 27,51

    90/91 25,08

    27,54

    o

    91192 28,46 27,57

    79

    81/

    83/

    85/

    87

    89

    91/

    93/

    80 82 84 86 88 90 92

    94

    92/93 29.48 27,60

    anos

    93/94 28,84

    27.64

    Cresc.total

    1,6

    Cresc. a.a . 0,1

    Fonte: USDA, do Informe

    Econmico

    CNPSo.

    (v.I.no.

    I.jun

    . 1993)

    Os fatores que podem explicar esta brusca queda so vrios mas pode s

    er

    notado que no mesmo ano

    ocorreu uma queda das exportaes dos Estados Unidos e da Argentina e uma forte diminuio dos preos de

    cerca de 46,95 dlar (por saca).

    As exportaes mundiais no ano de 1994 foram estimadas em 28,84 milhes de toneladas

    apresentando um decrscimo em relao safra do ano anterior, com uma participao dos Estados Unidos de

    16,47 milhes de toneladas (menor em relao ao ano precedente) e com contribuio do Brasil de 5,20

    milhes de toneladas e da Argentina 3,40 milhes de toneladas.

    Pode-se ainda notar que a participao das exportaes dos EUA corresponde a

    57

    das exportaes

    mundiais e junto com as

    da

    Amrica do Sul chega a uma quota de cerca

    de

    91

    da

    quantidade mundialmente

    exportada. A mdia da exportao mundial dos ltimos trs anos (1992, 1993, 1994) foi de 28,97 milhes de

    8

  • 7/26/2019 Estudo Economico ambiental do cultivo da soja em sistema monocultor no estado do MT

    14/111

    Monografia

    toneladas, superior mdia do perodo inteiro registrada com 27,41 milhes de toneladas. Isto provavelmente

    porque tanto para nos

    EUA

    quanto no Brasil ocorreram os maiores incrementos

    da

    produo e de rendimento

    nesses ltimos anos.

    1. 3. AS

    IMPORTAES

    MUNDIAIS.

    As

    importaes mundiais tiveram, no perodo 1980-1994, uma tendncia positiva apresentando um

    crescimento mdio 0,2 . A mdia das importaes nos ltimos trs anos (1992, 1993 e 1994) de 29,30

    milhes de toneladas foi superior quela do perodo inteiro com 27,56 milhes

    de

    toneladas, enquanto que o

    aumento recente das importaes se deve a uma maior participao dos

    EUA

    que, especialmente no ano de

    1994, aumentou mais que o dobro em relao ao ano anterior, registrando a quota mais alta de importaes

    do perodo. Ao contrrio dos EUA, o Brasil nos ltimos anos deste perodo vem reduzindo a sua quantidade

    importada chegando a zerar a quota no ano de 1994 (Ver Tabela no.5).

    Tabela

    no. 5:

    lmportao Mundial.

    milhes

    de toneladas)

    Perodo

    Importao Tend.

    79/80 27.42

    27,01 milhes de

    Grafico no 3

    80/81

    26.44

    27,08

    toneladas

    81/82

    29.21 27.15

    82/83

    28,59 27,22

    35

    83/84

    25,27 27,29

    30

    84/85

    25,54 27,36

    25

    85/86

    27.58

    27,42

    86/87 29.21

    27.49

    20

    -+-Importao

    - Tend.

    87/ 88

    29,11

    27,56

    15

    88/89

    24,30 27,63

    10

    89/90

    26,96

    27,70

    5

    90/91

    25.96

    27,77

    91192

    29.01

    27,84

    o

    92/93

    30.21

    27,91

    79/80

    82/ 83 85/86 88189

    91/92

    anos

    93/94

    28,70

    27,98

    Cresc.tot.

    3,6

    Cresc.

    a.a .

    0,2

    Fonte:

    USDA, do Infom1e

    Econmico CNPSo.

    (v. .

    no.l,jun. 1993)

    9

  • 7/26/2019 Estudo Economico ambiental do cultivo da soja em sistema monocultor no estado do MT

    15/111

    Monografia

    Ainda no ano de 1994, houve uma reduo da quantidade mundialmente importada. Essa diminuio

    reflete as baixas expectativas de importao por parte

    da

    CEE, sobretudo da Alemanha, Holanda e Itlia, cujas

    margens de esmagamento esto excessivamente apertadas.

    1 4 O ESMAGAMENTO MUNDIAL.

    O esmagamento mundial ao longo do perodo de 1980 a 1994 apresentou uma tendncia de

    crescimento com uma taxa mdia de 2,2

    .

    Os anos nos quais se registra um maior aumento so os ltimos

    deste perodo, especialmente desde 1992 a 1994, quando a mdia esmagada foi de 95,52

    mi

    lhes de toneladas

    contra uma mdia de 81,90 para todo o perodo, representando um aumento de 11,66 . O comportamento

    dos EUA neste intervalo de tempo quase estacionrio, enquanto que para a Argentina e o Brasil o aumento

    permanece contnuo (Ver Tabela no.6).

    Tabela no 6: Esmagamento Mundial. milhes de toneladas)

    Perodo Esmagamento Tend.

    79/80 74.75 68,87

    milh

    es de

    Grafico

    no.

    4

    80/81 71,94 70,77

    toneladas

    81/82 72.25 72,66

    82/83 76,23 74,55

    100

    83/84

    70,89

    76,44

    90

    84/85 73,87 78,34

    80

    85/86

    77,46 80,23

    70

    86/87

    85,46 82,12

    60

    -- -- Esmagamento

    87/ 88 85.16 84.01

    50

    Tend

    88/89 81,50

    85,90

    40

    89/90 87,94 87,80

    30

    90/91 87,77 89,69

    91/92

    92.07

    91,

    68

    20

    92/93 96,23

    93

    ,47

    10

    93/94

    98.28 95.37

    o

    Cresc.total 38,50

    791 8 81/ 821 83/ 84/ 85/ 86/ 87/ 88/ 89/ 90/ 91/ 921 93/

    Cresc. a.a .

    2,2

    80 81

    82 83 84

    85 86 87

    88

    89 90 91 92 93 94

    anos

    Fonte: USDA, do

    Inlom1e

    Econmico CNPSo.

    (v.l,

    no.l,jun.

    1993)

    lO

  • 7/26/2019 Estudo Economico ambiental do cultivo da soja em sistema monocultor no estado do MT

    16/111

    ono rafia

    1.5 O

    FARELO

    DE SOJA.

    A oferta mundial do farelo de soja apresenta uma tendncia positiva para o perodo em anlise com

    uma taxa de crescimento mdia anual de 2,2

    .

    Nota-se tambm que existe uma relao direta entre a

    produo de soja e do farelo, com a produo de este ltimo tendo acompanhado a queda na produo de soja

    registrada em 1980, 1984 e 1989.

    A produo mdia do farelo dos ltimos trs anos

    foi

    de 75,76 milhes de toneladas apresentando no

    ltimo ano um aumento de 6,8 , no ano de 1994, sendo que os maiores aumentos foram verificados no

    Brasil e sia com 14,7

    e 30,2

    ,

    respectivamente a queda principal ocorreu na CEE.

    As

    exportaes de farelo de soja tambm tiveram uma tendncia positiva aumentando

    de

    2,8 ,

    apresentando uma participao mdia do EUA nos ltimos trs anos de 19

    ,

    o Brasil

    30,6

    e Argentina

    22,8 .

    Como pode ser observado neste perodo a mruor participao nas exportaes foi do Brasil e

    Argentina.

    Outro fato importante

    que o crescimento da demanda por farelo de soja derivado da demanda por

    carne de aves e suna que tem uma relao positiva com a renda per capita. Assim se os pases em

    desenvolvimento e a Europa do Leste aumentarem e distriburem a prpria renda, talvez existiria uma

    perspectiva de um aumento mundial de demanda por farelo protico e consequenternente o da soja que o

    mais comercializado.

    As importaes de farelo tiveram uma tendncia positiva para o perodo considerado apresentando

    uma taxa mdia de crescimento de 2, 7 . No houve participao dos

    EU

    A na importao de farelo nos

    primeiros anos do perodo analisado, considerando a prpria quantidade irrelevante. Em seguida ocorre um

    aumento a partir do ano de 1989 at o ano de 1994 registrado por volta de 56 . Com relao

    ao

    Brasil

  • 7/26/2019 Estudo Economico ambiental do cultivo da soja em sistema monocultor no estado do MT

    17/111

    Mono

    rafia

    houve importao de farelo ao longo

    do

    perodo inteiro. A CEE o pas

    que

    detm o maior destaque

    na

    importao

    de

    farelo de soja,

    com

    uma participao

    no

    ano de 1994

    de

    51,8

    ,

    sendo a maior procura por

    parte da Alemanha e da Frana. (Ver Tabela no.?).

    2

  • 7/26/2019 Estudo Economico ambiental do cultivo da soja em sistema monocultor no estado do MT

    18/111

    Monografia

    Tabela no 7

    Produo, Exportao, Importao e Consumo Mundial. (milhes de toneladas)

    Perodo

    Prod. Tend.

    Exp.

    Tend.

    lmp.

    Tcnd.

    Cons.Mund Tend.

    79/80

    59A7

    5 ~ 7 6

    18.99 19.24 17.85

    19.58 58.12

    54A9

    80/81

    56.93 56.31 18.84

    1 9 9 ~

    19,17 20,26 56.73 55.99

    81/82

    57.25 57.86 20,78 20,65

    20.96 2 0 9 ~

    57.88 57.49

    82/83 60.52

    59.40 23.29 21,35

    23.18 21.61 59.81

    58.99

    83/84

    55.31

    60.95 21.43

    22,05

    2 2 ~ 1

    22.29 55.76 60.48

    84/85 58,20 62,49 22,31

    22,76 22.85 22,97

    59.01

    61.98

    85/86 61.04 64,04 23,14

    23.46 23,95

    23,64

    61.81 63.48

    86/87 67.22 65,58

    25,94 24,16 26.63 24.32

    67.68 64.98

    87/88

    76.64

    67.13 24.56 24,87 25,31 25,00 67,66

    66.48

    88/89

    64,23

    68.67 24,98 25,57 26,36

    25.67

    66.06 67.98

    89/90

    70,01 70.22

    26,01

    26.27 25,56

    26.35 68,69 69,48

    90/91

    69,68

    71,77 26,90 26,97

    27.05 27.03 70,12 70,98

    91/92

    73,03

    73,31 28,72 27,68 28,31 27,70

    73.16 72,48

    92/93

    76.23 74,86 27.59 28.38 27.01 28,38 75.12 73.98

    9 3 / 9 ~ 77.99

    76.40 28.95 29.08 28,19 29,06

    77.15 75.48

    Cresc.tot.

    39.50 51,2

    4 8 ~

    38.50

    Cresc.a.a.

    2,2

    2,8 2,7

    2.2

    Fonte:

    l'SDA.

    do Informe Econmico CNPSo

    (\.I,

    no

    .L

    jun.

    1993)

    milhes

    Grafico no 5

    milhes de

    Grafico no 6

    e

    toneladas

    toneladas

    80

    30

    70

    25

    60

    20

    50

    40

    15

    30

    10

    20

    5

    10

    o

    o

    79/80

    82183 85/86

    88189

    91/92

    anos

    9 81/ 83/ 85/

    8

    89/ 91/ 93/

    80

    82 84 86 88 90 92 94

    anos

    milhes

    rafico

    no 8

    ilhes

    rafico

    no 7

    de

    de

    toneladas

    toneladas

    80

    30

    70

    25

    60

    20 50

    Cons Mund

    15

    40

    Tend

    10

    30

    5

    20

    10

    o

    o

    9

    81/

    83/ 86 87/ 89 91/ 93/

    9

    811 83/

    851 8 89

    911 931

    80 82

    84

    86

    88 90 92 94

    anos

    anos

    80 82 84 86 88

    90 92 94

    13

  • 7/26/2019 Estudo Economico ambiental do cultivo da soja em sistema monocultor no estado do MT

    19/111

    Monografia

    Grafico no. 9

    milhes

    e

    toneladas

    11

    79/ 80

    8 / 81

    80

    1181 / 82

    70

    C821 83

    60

    83

    /

    84

    084

    /

    85

    50

    85

    /

    86

    40

    C86/

    87

    30

    7/ 88

    2

    1188

    /

    89

    089/ 90

    10

    EU0

    / 91

    o

    91 / 92

    Prod. Exp. lmp. Cons.Mund.

    9

    2/ 93

    93/94

    1. 6. O

    LEO

    DE

    SOJA.

    A produo de leo apresenta uma tendncia positiva de crescimento, com uma taxa mdia de 2,3

    ao ano. A participao principal na produo dos EUA com uma taxa mdia nos ltimos trs anos de 36,5

    , o Brasil tem uma pequena participao na produo do

    leo e

    nq

    uanto o 76 da produo de soja

    exportada Pode ser ainda notado que o comportamento da produo do leo apresenta uma tendncia similar

    com o comportamento da produo de soja, farelo e esmagam ento

    te

    ndendo assim, uma taxa de crescimento

    parecida. Os principais pases importadores so: CEE com uma participao mundial para os ltimos trs anos

    de 14,4 , a ex-URSS 5 e China com 7 que registrou neste perodo um forte crescimento das

    importaes.

    Ver

    Tabela no.8).

    4

  • 7/26/2019 Estudo Economico ambiental do cultivo da soja em sistema monocultor no estado do MT

    20/111

    Monografia

    Tabela

    no. 8: Produo, Exportao, Importao Mundial de leo de Soja.

    Perodo

    Produo Tend.

    E x ~ o r t a o

    Tend.

    79/80 13,24

    12,21 3,61 3,43

    80/81

    12,86

    12 ,57 3,34 3,48

    81/82

    12.73 12.93 3.50 3.53

    82/83

    13,57

    13.29 3.81

    3,58

    83/

    12.77 13.65

    3,94 3,63

    8 ~ 8 5

    13.34 14.01 3.63 3.68

    85/86

    13.85 1U7 3. 15 3.73

    86/87

    15.20 14.73 3.90 3.78

    87/88 15.24

    15,09

    3.80 3.83

    88/89 14.43

    15,45

    3.71

    3,88

    89/90 16,00 15,80 3,94 3,93

    90/91 15.95 16,16 3,62 3,98

    91/92 16.85 16 ,52

    4.14

    4.03

    92/93 17.17 16.88 4.30 tOS

    9 3 9 ~

    17.71 17.24 4.34

    4.

    1-t

    Cresc.tot.

    4 1.2 20.6

    Cresc.a.a. 2.3

    1,2

    l onte:

    USO/\. do

    Informe Econmico CNPSo.

    (v.l, no I.Jun. 1993)

    milhes de

    toneladas

    18

    16

    14

    12

    10

    8

    6

    4

    2

    o

    79/

    80

    milhes de

    toneladas

    5

    4

    3

    2

    1

    o

    79/

    80

    81/

    83/

    82 84

    81/ 83/

    82

    84

    Grafico

    no

    1O

    ..... Produo

    Tend.

    85/ 89/ 91/ 93/

    86 88 90 92 94

    anos

    Grafico

    no

    12

    85/

    87/

    89/ 91 / 93/

    86 88 90 92 94

    anos

    lm1wrtao Tend. Cons. Mund. Tend.

    3, 15

    3.27

    12,40

    11 ,90

    3.35 3,33 12.80 12.29

    3,42 3,38 12.90 12,67

    3.65

    3,44 13,20

    13 ,06

    3.90

    3,49

    13.00

    13.-U

    3,51 3,55

    13. 10 13.83

    3.08 3.60 13.50

    1 ~ 2 1

    3,79 3,66 14.80

    14.59

    3,65

    3,71

    14,99

    14.98

    3.49

    3,77 14,90

    15,36

    3,97 3,82

    15 .95 15 ,75

    3,64 3,88

    15.90 16,13

    3,84 3,93

    16.18 16.52

    4.17 3.99 17.32

    16.90

    ~ 2 5

    18.03 17.29

    23,6

    ~ 5 2

    lA

    2.5

    milhes de

    Grafico no.

    toneladas

    4,5

    4

    3,5

    3

    2,5

    ..... Exportao

    2

    1,5

    1

    0 5

    o

    79/ 81/ 83/ 85/ 87/ 89/ 91/ 93/

    80 82 84 86 88 90 92 94

    milhes de

    toneladas

    Grafico no. 13

    ? ~ ~

    16

    10

    5

    o

    79/8

    0 83/ 84 87/88 91/92

    Tend.

    anos

    . cons . Mund.

    Tend.

    anos

    15

  • 7/26/2019 Estudo Economico ambiental do cultivo da soja em sistema monocultor no estado do MT

    21/111

    Monografia

    milhes de toneladas

    Produo Exportao

    1.

    7

    O CONSUMO MUNDIAL.

    Grafico no. 14

    Importao Cons. Mund.

    79/80

    80/81

    081/82

    fl82/83

    83/84

    D84/85

    .

    85/86

    0

    86/87

    .

    87/88

    . 88/89

    089/90

    i l 90/91

    91/92

    92/93

    . 93/94

    O consumo mundial de farelo

    de

    soja cresceu com uma taxa mdia anual de 2,2 entre o ano de 1980

    at o ano de 1990, ocorrendo neste periodo uma mdia de 64,98 milhes de toneladas. Os principais pases

    consumidores so: os EUA, Brasil, Mxico, CEE, ex-URSS (tendo nos ltimos anos um forte decrscimo) e

    Japo. Estes mesmos pases so os principais consumidores tambm de leo da soja, cujo consumo no periodo

    cresceu

    em

    mdia 2,5 .( Ver Tabela no.9)

    16

  • 7/26/2019 Estudo Economico ambiental do cultivo da soja em sistema monocultor no estado do MT

    22/111

    Monoerafia

    Tabela no. 9: Consumo Mundial. (milhes de toneladas)

    Perodo

    79/80

    80/81

    SI/

    82

    82/83

    83/84

    84/85

    85/86

    86/87

    87/

    88

    88/89

    89/90

    90/91

    91/92

    92/93

    93/94

    Consumo

    58.12

    56,73

    57,88

    59,81

    55,76

    59,01

    61,81

    67,68

    67,66

    66,06

    68,69

    70,12

    73. 16

    75.12

    77,15

    Fonte:

    USDA

    do

    Infonne Econmico

    CN

    PSo .

    (v. .

    no

    I,jun. \993)

    80 82 84 86

    88 90 92

    94

    1. 8. A FORMAO DO PREO DA SOJA.

    l onsumol

    O preo da soja calculado com base no mercado internacional; existem diversas variveis de curto e

    longo prazo que o influenciam em suas oscilaes. Algumas delas podem ser: as produes no Brasil,

    Argentina e

    EUA

    que

    participam com quase 80%

    da

    produo mundial), a queda ou aumento nos estoques

    de soja americanos, o aumento ou reduo no preo do milho, os aumentos nos nveis de demandas de aves e

    sunos especialmente na CEE, o compromisso de financiamento americano nas compras de farelo por parte do

    Leste europeu e ultimamente a atuao mais firme dos fundos de "comrnodities".

    Existem ainda outras variveis como as decises de polticas macroeconmicas, as decises de Poltica

    Agrcola Comum

    (P

    AC),

    da

    CEE, Comunidade Econmica Europia, e das negociaes da Rodada do

    Uruguai do GATT (Acordo geral de Tarifas). Algumas vezes pode ocorrer que o atraso e a lentido nas

    decises e negociaes possam piorar o impacto negativo sobre o andamento do preo.

    17

  • 7/26/2019 Estudo Economico ambiental do cultivo da soja em sistema monocultor no estado do MT

    23/111

    ono

    rafia

    Assim, o produtor pode se informar sobre o preo atravs do comportamento das bolsas

    de

    Chicago

    que mostra o andamento das variveis e a prpria influncia no mercado, mas neste momento o produtor

    estar apenas tomando conhecimento dos resultados de relaes

    j

    ocorridas.

    Agora ele deve decidir acerca do plantio da safra futura e a comercializao da safra presente. O preo

    est determinado pelo mercado e ele deve ser capaz de decidir o melhor num ambiente com alto grau de

    incerteza e risco.

    Assim o produtor uma vez conhecido o preo do mercado internacional, CIF - Rotterdam que sinaliza

    a disposio do mercado comprador frente a oferta do produto, dever ainda ter em considerao dois fatores

    para saber quanto ir receber pela sua safra.

    Primeiro, os custos de comercializao que iro variar de

    23

    a 40 , e a variao

    do

    cambio.

    Portanto estar sujeito ao comportamento da taxa de cmbio e interveno do governo. Agora pode

    se verificar uma perda de ganho do produtor se o mercado cambial acompanhar uma variao dos preos

    internos, mantendo uma moeda valorizada artificialmente em relao ao dlar; como aconteceu pelos

    produtores brasileiros no ano de 1993 quando os preos internacionais subiram devido uma demanda de farelo

    aquecida e as expectativas de uma reduo de soja americana entre 4 e 13 . O segundo fator que pode

    afetar a rentabilidade do produtor as despesas que ele deve enfrentar com o frete. Com ocorrncia de uma

    produo concentrada num periodo curto e dependendo quase que inteiramente

    do

    transporte rodovirio,

    pode acontecer que neste perodo o preo aumente sensivelmente. Assim, para evitar uma perda excessiva do

    produtor seria mais conveniente que ele evitasse de concentrar as vendas somente num perodo.

    Decidir o momento da comercializao uma fase muito delicada para o produtor. Existem diferentes

    mtodos, alguns tradicionais como:

    - a poltica empresarial de esperar sempre pelo preo mais alto,

  • 7/26/2019 Estudo Economico ambiental do cultivo da soja em sistema monocultor no estado do MT

    24/111

    onor fi

    - seguir o exemplo do vizinho,

    - vender somente para necessidade de dinheiro

    Estes mtodos que so adotados pelos produtores so responsveis pelas decises com relao ao

    perodo melhor para efetuar a venda.

    Assim pode ocorrer que o primeiro deles nem sempre o melhor, apresentando ineficincia quando

    pr exemplo

    se

    est numa economia com preos instveis, taxa

    de

    juros altas e comportamento errtico

    da

    poltica

    cambiaL

    Neste caso, esperar o preo mais alto poderia levar a um fenmeno de iluso monetria.

    Com relao ao segundo mtodo, pode-se dizer que deixar-se guiar normalmente pela venda dos

    grandes proprietrios para vender logo em seguida pode no ser a melhor estratgia enquanto provavelmente

    esta oportunidade de venda serviu somente ao produtor de grande volumes.

    Enfim tambm com relao

    ltima prtica adotada numa economia na qual os nveis gerais de preo

    esto sempre aumentando e lembrando que este efeito ocorre em ritmos diferenciados tambm para cada item

    que participa a produo, ( insumos, servios e produto ) vender somente quando precisa-se de dinheiro pode

    levar a uma reduo financeira ou operacional e aumento dos custos ou pagamentos de dvidas em condies

    desfavorveis.

    I 9

    A ANLISE DOS PREOS INTERNACIONAIS.

    Os produtos do complexo de soja a partir da dcada de 60 comearam a ter mais importncia como

    cornmodities no mercado internacional. Neste perodo at os meados da dcada seguinte o principal pas

    influenciando dos preos eram os EUA, com 95 do volume comercializado no mundo.

    Este quadro comeou a mudar em meados dos anos setenta quando o Brasil chegou a quintuplicar a

    sua produo de soja que passou dos 2,077 para 11,277 milhes de toneladas, conseguindo uma taxa de

    19

  • 7/26/2019 Estudo Economico ambiental do cultivo da soja em sistema monocultor no estado do MT

    25/111

    Monografia

    crescimento, jamais observado em nenhuma outra atividade, de

    35,45

    a. a. A partir deste momento tambm

    o Brasil conseguia influenciar o comportamento dos preos internacionais, especialmente com a produo do

    farelo de soja onde o 76 do volume era exportado.

    Assim, neste perodo registrou-se uma queda constante dos preos concomitante ao aumento da

    produo brasileira. A anlise histrica dos preos

    da

    soja considerando-se as mdias anuais em valores reais

    desde o ano de 1980 at 1994 apresentou uma tendncia negativa com uma queda de 1,9

    %

    ao ano, deve-se

    levar em considerao que esse comportamento est

    li

    gado a variveis mutveis a curto prazo como pr

    exemplo a expectativa de frustrao da soja americana em 1993, ocasionado pr fatores climticos e no

    controlveis.(Ver Tabela no. lO .

    Tabela no.1O: Cotaes Internacionais de Soja em gr(rUS S/ tn-CIF Rotterdam.

    Perodo Preos

    Tend.

    Internac.

    Grafico no. 16

    79/80

    383.17 3

    41

    .8-l

    US. /tn

    80 1 3-t9.48 333.

    80

    81/82 299,42

    325,76

    400

    82/

    83

    329.72 317.72

    350

    83

    4 323.23 309.67

    300

    84/85 258.38 301.63

    250

    85/86 242.20

    293,59

    200

    --+-Preos lnternac.

    86/87

    249,32 285,55

    - Tend.

    87/88

    337,07 277,50

    150

    88/89 290.12

    269,46

    100

    89/90

    23 1,9 1

    261

    ,42 50

    90/91

    244. 15

    253,37

    o

    91

    /92

    238.93

    245,33

    79

    81

    /

    83

    / 85/

    87

    / 89/ 91/ 9

    3/

    an

    os

    92/93

    255.08

    237,29 80 82

    8

    86 88 90 92

    94

    93/ 9-l 251.00

    229,25

    Cresc.tot.

    % -32.94

    Cresc.a.a. %

    -1.90

    Fonte: CSDA. do Informe

    Econrruco C:-n>So

    (v.l. no.2. set.l993)

    20

  • 7/26/2019 Estudo Economico ambiental do cultivo da soja em sistema monocultor no estado do MT

    26/111

    Mono

    rafia

    1.10. A PRODUO E COMERCIALIZAO DA SOJA NO BRASIL.

    Neste item, procurar-se- caraterizar mais os aspectos da produo de soja neste pas, dando particular

    nfase para o total da rea plantada e as quantidades

    de

    soja produzida no perodo em anlise (1980-1994), os

    rendimentos obtidos na produo, explicando enfim a importncia econmica da oleaginosa para o Brasil.

    At meados da dcada de sessenta a soja no Brasil no tinha particular relevncia econmica, mas esta

    situao se reverteu como vimos no final dos anos sessenta, ocorrendo

    um

    desenvolvimento extraordinrio da

    produo. Assim, pode-se dizer que para a dcada

    de

    70, com exceo da safra de 1977/78 e 1978/79, devido

    a condies climticas adversas, a soja aumentou de I milho e meio para 15 milhes de toneladas (1980),

    revertendo a posio dentro das principais culturas do pas (como acar, arroz, algodo, ,caf, laranja, milho

    e feijo .

    Atravs deste formidvel incremento, o Brasil conseguiu neste periodo aumentar a prpria participao

    na produo internacional de 3,6 (1970) para 18,7% (1980). importante destacar que neste perodo o

    valor bruto da soja chegou at a participar com um valor de 38,63 do PIB agrcola brasileiro que foi no ano

    1974

    de

    11,29 US bilhes, devido a alta de preos desse ano, mas para os restos dos anos o valor da soja

    sempre teve uma participao com valores superiores a 10 . (Ver Tabela

    no.

    l i )

    [

  • 7/26/2019 Estudo Economico ambiental do cultivo da soja em sistema monocultor no estado do MT

    27/111

    Monografia

    Tabela no. 11: PIB brasileiro, PIB agrcola, Valor bruto da llroduo de soja.

    (US

    bilhes).

    Anos PIB PIB

    Tend. Valor bruto Tend. Particip. soja Tend.

    Brasileiro

    Agrcola da J rOd. no Pffi Agr.

    {%}

    1980

    242.50 24,64

    19.33

    5,

    22

    4,21

    2U9 21.76

    1981

    268,78 26.74

    2J l5

    4.72 4,24

    17.65

    20.06

    1982

    274,44 23,47 22,97

    3.46

    4.28 14,74

    18.63

    1983

    199.42 20.96 24,78 4,33

    4,3 1

    20,66

    17,41

    1984

    203.92 23.39

    26,60

    4,52

    4,35

    19.33 16.35

    1985 229.32 2t08 28.42

    4,25

    4.39 17.65

    15.43

    1986

    257.73 27,47 30,24 3.16 4.42 11.50

    14.6

    3

    1987 305,45 27.38

    32,06

    3.88

    4.

    46

    14.17

    13.91

    1988 343.94

    31.40 33,88 4,24

    4,50

    13.50 13,27

    1989

    506,86

    36,61

    35.70 5,66

    4,53 15,46 12 ,70

    1990

    469,64

    43 ,6

    0 37,52

    4,66 4,57

    10.69

    12.18

    1991 384,78 38.70 39.34 3.78

    4.61

    9.77

    I1.71

    1992

    396.71 40.41 41.16

    4.58 4.64 11.33 11.28

    1993

    482.18 47.25 42.97 5,72 4,68

    12.11

    10,88

    Cresc.tot. %

    122.35

    ,24

    -100.0

    Cresc.a.a. %

    5,9

    0,7 -5,1

    Fonte

    dos

    Dados

    Bsico: FGV .

    Os

    valores do PIB e PIB agrcola, foram transformados

    em

    dlar pelo dlar mdio do

    ano.

    sem considerar o dcflactor implcito do PID. O

    valor bruto da produo de soja foi calculado tomando-se a produo total multiplicada pelo preo mdio anual, CIFF-Roterdanm1 da soja

    mlhesde

    reais

    40

    30

    20

    10

    o

    Grafico no. 17

    80

    81

    82

    83

    S4

    85

    86

    87

    88

    89

    90

    91

    92 93

    - -PIBAgr.

    - Tend.

    anos

    25

    20

    15

    10

    5

    o

    80 82 84

    Existem diferentes fatores que propiciaram esse rpido desenvolvimento:

    Grafico no. 8

    86 88 90 92

    anos

    - o aumento real significativo do preo internacional, na dcada de setenta dos produtos primrios,

    - -Par t

    soja

    PIB

    Agr

    - Tend.

    - as condies favorveis do mercado externo comercializao da soja brasileira, que acontece justamente na

    entre-saffia norte-americana,

    22

  • 7/26/2019 Estudo Economico ambiental do cultivo da soja em sistema monocultor no estado do MT

    28/111

    Mono rafia

    - a possibilidade

    de

    cultivo do trigo na mesma rea da soja como cultura de inverno, usando o mesmo capital

    fixo o que contribui para baixar os custos

    de

    produo,

    - a facilidade no atendimento dos produtores de soja devida disponibilidade de uma estrutura cooperativista

    que era montada anteriormente para atender as necessidades dos produtores de trigo,

    - o aumento da capacidade de esmagamento que resultou da necessidade de abastecimento do mercado

    interno e da poltica de exportao, incentivando a exportao de produtos industrializados ou semi

    industrializados como o farelo de soja, que se tornou a principal fonte de receita do complexo da soja,

    - o rpido desenvolvimento da avicultura brasileira que atravs do uso da soja para as raes arumats

    possibilitou o aumento da demanda pela oleaginosa,

    - a grande reduo, no inicio dos anos setenta da farinha

    de

    peixe, usada nas raes animais e conseqente

    substituio dela pelo farelo de soja,

    - o incentivo da poltica brasileira, na dcada

    de

    setenta,

    ao

    crescimento da produo,

    - a alterao da poltica econmica, em relao s exportaes e taxa de cmbio, a partir do ano 1968,

    - o apoio da pesquisa e da assistncia tcnica,

    - o pagamento do governo aos produtores de caf para que erradicassem as suas plantaes e as substitussem

    por urna cultura de sua escolha, isso levou muitos a substituir o caf pela soja _

    A Dcada de oitenta e comeo da Dcada de noventa.

    Este perodo a produo da soja que at ento

    foi

    concentrada na regio Centro-Sul comeou a

    expandir-se na Regio Centro Oeste. Assim, o aumento da rea cultivada de soja reflete dois fenmenos: a

    incorporao

    de

    mais reas nas regies do Centro Oeste e do Norte do pas Regio de Expanso) e a

    substituio

    de

    outras culturas na regio Centro Sul Regio Tradicional); ver Tabela no.12

    23

  • 7/26/2019 Estudo Economico ambiental do cultivo da soja em sistema monocultor no estado do MT

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    Mono

    rafia

    Tabela no.l2:

    Soja- Brasil. rea, produo e rendimento mdio nas regies tradicional e de expanso.

    Regio Tradicional

    Regio em

    Expanso

    Safra

    . : ~ ~

    .

    . V . c . ~ ~

    rrI ,Qo ' l

    ~ ~ ~ , ( t l l i l l a )

    .

    ' a J 1 0 0 0 h ~ )

    J > r < > ~ , ( l ' ~ ) R e n ~ , ( t ~ ~ ~ ~ )

    1980

    7479,4 12955,2

    1,73

    1294,5 2200,6 1,70

    1981

    7109,5 12751,7 1,79 1391,6 2255,6 1,62

    1982

    6601,3

    9948.6

    1,50

    1601,9 2887,4 1,80

    1983

    6254,3

    10955,2

    1,75

    1882,8 3627,1 1,92

    1984

    6725,3

    10985,9 1,63 2695,0 4554,8 1,69

    1985

    6752,2

    11648,4

    1,72 3400,0 6630,0 1,25

    1986

    5847,0 7285,0 1,24 3324,0 5989,0 1,80

    1987 5699,0 10101,0

    1,77

    3463,0 6860,0 1,98

    1988 6513,0

    9953,0

    1,53

    4089,0 8100,0 1,98

    1989

    7119,0 13171,0

    1,85

    5136,0 10570,0 2,06

    1990 6678,0 12608,0

    1,89 4533,0 6977,0 1,54

    1991

    6061,0 8590,0

    1,42

    3562,0 6599,0 L85

    1992 5365,0

    10385,0

    1,93

    3758,0 8790,0 2,34

    1993

    5882,0 12355,0

    2,10 4700,0 10049,0 2,14

    1994 6058,0

    12560,9

    2,07

    5292,0 11907,0 2,25

    Fonte: IBGE,

    SAFRAS

    E MERCADO.

    A partir do ano de 1980 se comea a verificar na Regio Tradicional uma tendncia negativa da

    produo de soja de 0,6

    ao

    ano que pennanece at 1992, porm nos ltimos dois anos do perodo em

    anlise apresenta-se uma leve tendncia

    recuperao.

    Concomitantemente a Regio de Expanso sofreu um aumento substancial da sua rea plantada,

    principalmente do 1975 que o marco inicial. A partir deste ano apresenta-se uma tendncia positiva com uma

    taxa

    de

    crescimento de 14,46

    ao

    ano, passando de uma rea de 326,6

    mil

    hectares 1975) para 5.292

    mil

    hectares 1994).

    Com relao

    produo de soja, houve

    na

    Regio Tradicional uma tendncia a queda desde 1980 at

    o ano

    de

    1992 com uma taxa

    de

    1,1

    ao

    ano, mas tambm aqui como

    na

    rea plantada nos ltimos dois anos

    do perodo 1980-1994 ocorre um aumento de

    19

    1992 para o ano de 1993) continuando a aumentar

    tambm no ano

    de

    1994. Para a produo na Regio de Expanso no mesmo perodo ocorreu um aumento de

    24

  • 7/26/2019 Estudo Economico ambiental do cultivo da soja em sistema monocultor no estado do MT

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    Mono

    rafia

    11,9% ao ano, apresentando uma taxa

    de

    crescimento bem maior da expanso da rea plantada (9,& ) fator

    esse que assinala que o aumento da produtividade nesta regio

    foi

    considerveL

    A anlise do rendimento da produo da soja na Regio Tradicional no perodo 1980-1994

    praticamente ficou estagnada apresentando uma variao positiva

    de

    O

    1

    ao ano, com os maiores valores

    para os ltimos dois anos. Um fator que precisa ser levado em conta que existe entre um ano e outro para o

    rendimento uma variabilidade muito grande. Isso significa que existiu uma influncia de fatores no

    controlveis para o produtor como por exemplo precipitao pluviomtrica, (supondo a tecnologia constante).

    Para a Regio

    de

    expanso o rendimento apresenta uma tendncia positiva com uma taxa

    de

    crescimento de 1,9 , tendo uma variabilidade bem menor. Isso demonstra que considerando a tecnologia

    constante as variveis no controlveis pelos produtores tiveram menos importncia do que na Regio

    Tradicional.

    Para concluir a anlise em relao

    importncia econmica da agricultura e da soja para o Brasil deve

    se dizer que durante a dcada de 80 a participao da agricultura no PIB brasileiro foi ao redor de 1O do

    Pffi agrcola com exceo de 1991.

    A agricultura em 1993 obteve um PIB de 47,27 bilies de US representando 9,8 do Pffi nacional

    de 482,18 bilies de dlares. Neste mesmo ano, o valor da soja de 5,72 bilies de dlares, representando

    uma

    participao de 1,2 do PIB brasileiro e

    de

    12, 1O no PIB agrcola, e o valor bruto da produo

    de

    soja nos EUA

    foi

    de 49,22 (milhes de toneladas, representando 0,2 do PIB do pas. Isso leva a

    considerar o fato

    de

    que a soja no Brasil tem uma importncia econmica maior do que a soja para os EUA

    mesmo sendo o maior produtor.

    25

  • 7/26/2019 Estudo Economico ambiental do cultivo da soja em sistema monocultor no estado do MT

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    Mono

    rafia

    2 O ESTADO DE MATO GROSSO.

    2 1

    LOCALIZAO GEOGRFICA.

    O Estado

    de

    Mato Grosso, com uma superfcie

    de

    90 142 070 Km2, localiza-se

    no

    Centro-Oeste do

    Brasil e limita-se

    ao

    Norte com

    os

    Estados

    de

    Amazonas e

    de

    Para,

    ao

    Sul com o Estado de Mato Grosso do

    Sul, a Leste com os Estados

    de

    Gois e Tocantins e a Oeste com o Estado

    de

    Rondnia e com a Bolvia.

    2 2

    POPULAO.

    A populao do Estado

    de

    Mato Grosso, conforme aos dados divulgados pela Fundao Instituto

    Brasileiro de Geografia e Estatstica IBGE),

    do

    censo de 1993 de 2 022. 542 habitantes o que evidncia

    uma baixa densidade demogrfica comparada com as regies mais desenvolvidas do Brasil, ou seja apenas

    2,24 habitantes/Km2.

    2.3. OCUPAO DO TERRITRIO.

    Uma anlise histrica

    Sculo XIX: A explorao do diamante que na primeira metade do sculo XVIII foi proibida pela

    Coroa portuguesa por representar perigo em despertar o interesse da Coroa espanhola foi permitida a partir de

    1750. Assim, nessa poca, registra-se o surgimento

    do

    ncleo

    de

    Rosrio Oeste, situado no caminho entre

    Cuiab e as minas

    de

    Diamantino. Com a decadncia da minerao foi interrompido o processo

    de

    ocupao

    do

    territrio onde os ncleos passam por um longo perodo

    de

    estagnao.

    O incio

    do

    sculo XIX ainda marcado pela explorao aurfera e diamantfera prxima a regio

    de

    Cuiab que deu origem aos povoados

    de

    Chapada dos Guimares e Nossa Senhora do Livramento.

    26

  • 7/26/2019 Estudo Economico ambiental do cultivo da soja em sistema monocultor no estado do MT

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    Mono

    rafia

    Paralelamente a isso

    d e s e n v o l v i a r n ~ s e

    plantaes de

    c a n a ~ d e a c a r

    para produzir acar e

    aguardente

    no

    solo frtil da vale

    do

    rio

    Cuiab dando suporte para o surgimento dos povoados

    de

    Santo

    Antnio

    do

    Leverger e Baro

    do

    Melgao.

    Um novo desenvolvimento da regio tem incio com a abertura da navegao pelo rio Paraguai em

    1856

    inserindo-a

    no

    contexto nacional e internacional de comercializao interrompido

    no

    ano 1864

    com

    a

    Guerra

    do

    Paraguai causando srios problemas

    de

    abastecimento para o Mato Grosso.

    A retomada da navegao

    do

    rio Paraguai depois da guerra fornece um novo impulso as atividades

    econmicas anteriores guerra atravs da instalao de charqueadas na rea

    do

    Pantanal como pela

    diversificao da produo com a extrao da erva mate na parte Sul do Estado a borracha e a poaia ou

    ipecacuanha na regio Norte. A explorao da poaia planta de grande propriedades medicinais com venda

    garantida no mercado internacional para fabricao

    de

    remdios permitiu um forte desenvolvimento da

    cidade

    de Cceres centro comercial e exportador da planta cuja expanso do seu mercado deu origem ao

    povoado de Barra

    do

    Bruges as margens

    do rio

    Paraguai.

    Na secunda metade do sculo XIX teve grande importncia tambm a cidade

    de

    Corumb centro

    importador de matrias primas regionais.

    Sculo XX 1900/1950:

    A primeira parte

    do

    sculo

    XX

    marcada pela descoberta diamantfera na poro Sudeste

    do

    Estado

    dando incio a um intenso processo de povoamento o qual deu origem

    as

    atuais cidades da Alto Araguaia

    Riberozinho Ponte Branca e Araguainha

    no

    vale

    do

    Araguaia; Tesouro Guaringa e Alto Garas no vale

    do

    Garas; Poxoro Dom Aquino e Itiquira no vale

    de So

    Loureno.

    Os novos achados diamantferos na regio

    de

    Diamantino induzem ao surgimento

    de

    novos ncleos

    populacionais corno

    as

    cidades

    de

    Alto Paraguai Nortelndia e Arenaplis incrementando ainda mais o

    27

  • 7/26/2019 Estudo Economico ambiental do cultivo da soja em sistema monocultor no estado do MT

    33/111

    onor fi

    relacionamento com Cuiab e possibilitando asstm o surgimento de outros ncleos entre Diamantino e

    Cuiab.

    As origens atuais de Rondonpolis General Carneiro Acorizal e Porto Speridio devido

    instalao da linha telegrfica levada a cabo pelo Marechal Rondon.

    Outra expedio que deixou marcas

    no

    Estado foi a Expedio Roncador-Xingu promovida pelo

    Presidente Getlio Vargas atravs da Fundao Brasil central com a motivao de ocupar e colonizar o

    Centro do Pas. O primeiro posto-base da expedio localizado as margens do rio das Mortes deu origem

    atual cidade de

    ova

    Xavantina.

    Novas penetraes no Estado se deram atravs da explorao diamantfera

    do

    rio Araguaia cujo vale

    propicio ao desenvolvimento da pecuria favorecendo novos ncleos como So Felix do Araguaia e

    Cocalinho. Nesse perodo se intensificou-se outro eixo de penetrao nas regies mineradoras dos Sul de

    Gias. Assim neste momento paralelamente explorao diamantfera que dominou o cenrio econmico at

    meados do sculo XX eram desenvolvidas atividades agropecurias em torno dos ncleos populacionais para

    dar suporte bsico ocupao

    j

    expandida por toda a regio Centro-Sudeste

    do

    Estado incluindo Cuiab e

    Diamantino. O vale do Cuiab ao sul da mesma cidade viveu da explorao da cana-de-acar.

    Novas rotas de penetrao constitudas agora para caminhos terrestres desenvolveram eixos de

    circulao de pessoas e mercadorias tanto

    no

    sentido Leste-Oeste quanto

    no

    sentido Sul-Norte interligando a

    poro do Estado com Diamantino.

    Apesar disso o atual estado de Mato Grosso pennaneceu fracamente povoado com exceo

    da

    regio

    de Cuiab.

    1950/1970:

    Profundas transfonnaes na organizao espacial ocorreram com a construo da Estrada de Ferro

    Noroeste do Brasil. Ao mesmo tempo que Cuiab e Corumb perderam a sua importncia no cenrio

    8

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    Mono

    rafia

    econmico

    do

    Estado devido

    decadncia navegao fluvial pela bacia platina Campo Grande passa ser o

    novo polo regional no sul do Estado como ponto terminal da ferrovia e centro comercializador de gado. Com

    o fortalecimento econmico da regio sul

    do

    Estado surgem os primeiros movimentos separatistas que

    culminaram com a criao do Estado de Mato Grosso do Sul em 1977.

    Uma nova poltica de apropriao

    do

    territrio ocorreu na dcada de 50 apresentando programas de

    colonizao promovidos pelo estado que estavam antecipando a poltica de integrao da Amaznia

    implementada n dcada de 70 pelo Governo Federal . Durante essa dcada foi criada a Comisso de

    Planejamento da produo que mais tarde se transformou em CODEMAT-Cia. de desenvolvimento do estado

    de Mato Grosso que em conjunto com iniciativa privada deu inicio colonizao d regio sul do Estado.

    As primeiras experincias ocorreram no vale de So Loureno outra regio objeto de programas de

    colonizao foi a regio entre os vales

    do

    Paraguai e

    do

    Jaru na parte sudeste do Estado. Mais uma vez a

    explorao diamantfera que n primeira metade do sculo tinha influenciado decisivamente a ocupao

    urbana

    no

    sudeste do Estado entre os anos 50 e 60 conseguiu desenvolver novos ncleos como aquele de

    Nova Marilndia Santo Afonso Nova Brasilndia e Paratinga. Neste perodo iniciou-se tambm n regio

    do

    Rio Arinos o processo de colonizao apoiado pela iniciativa privada. Outro foco de ocupao deu-se na

    parte nordeste do Estado devido ao suporte da navegao do rio Araguaia. As atividades agropecurias

    nesse perodo em termos de apropriao de espao comeam a incorporar numa escala significativa reas

    com vegetao natural quer pela expanso de ncleos urbanos existentes quer pelos novos projetos

    de

    colonizao estimulados pelo Governo Estadual. Deste modo que as grandes extenses de cerrados

    do

    Pantanal da floresta de transio e mesmo da floresta Amaznica do Estado comearam a sofrer um intenso

    processo de antropizao.

    1970/1995:

    9

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    Mono

    rafh a

    a dcada de setenta so redefinidos pelo Governo Federal as funes regionais do Centro-Oeste

    brasileiro acarretando profundas transformaes na estrutura do espao; o espao amaznico devia ser

    integrado ao processo produtivo brasileiro. A implantao da infra-estrutura deu-se atravs

    do

    setor pblico

    mas a conduo

    do

    processo de ocupao foi da iniciativa privada com a instalao de grandes empresas

    agropecurias estimuladas pelos incentivos fiscais e crditos concedidos pela Unio.

    Hoje quase a totalidade dos municpios da parte norte

    do

    Estado foram frutos de projetos de

    colonizao empreendidos pela iniciativa privada e pela ao conjunta do INCRA-Coperativas nos

    chamados Projetos de Assentamento Conjunto-PACs.

    O Eixo da BR 163 CUIAB- SANTARM) foi alvo imediato para a instalao

    dos

    projetos de

    colonizao privada nos anos 70 permitindo a formao dos atuais municpios de Sirop V era Santa Carmen

    Sorriso Claudia e Marcelndia- Ahares. Desde a chegada da rodovia no extremo norte do Estado mais

    projetos foram implantados propiciando a surgimento de outros munipios.

    Mas a real ocupao da regio

    s

    deu

    no

    fim da dcada de 70 facilitada da concluso da construo

    das principais rodovirias e uma ao mais do INCRA outro eixo importante de colonizao foi BR-158 na

    poro leste do Estado.

    A abertura de BR- 364 em direo de Rondnia Via Cceres incentivou ainda mais a proliferao de

    projetos de colonizao tendo uma forte concentrao urbana no sudeste do Estado.

    A regio sudeste do Estado de ocupao mais antiga tambm experimentou nos anos 70 a expanso

    de suas fronteiras. O Mato Grosso durante a dcada de 70 e o incio dos anos 80 teve uma fase de ocupao e

    desenvolvimento jamais experimentada coincidindo com o perodo de separao territorial do Estado em

    Mato Grosso e Mato Grosso do Sul em 1977.

    O perodo entre 1982/ 86 representou uma nova fase de desenvolvimento atravs o asfaltamento de

    importantes rodovias. Junto com o processo de colonizao atravs

    da

    melhoria dos sistemas de infra-

    30

  • 7/26/2019 Estudo Economico ambiental do cultivo da soja em sistema monocultor no estado do MT

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    Mono rafia

    estruturas via Plano Nacional de desenvolvimento a ocupao das terras tambm sofrem um processo de

    transformao.

    3

  • 7/26/2019 Estudo Economico ambiental do cultivo da soja em sistema monocultor no estado do MT

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    Mono rafia

    Uma nlise Ecolgica

    Dentro da problemtica de artificializao

    de

    ecossistemas no Mato Grosso as questes entre meio

    ambiente e meio rural constituem o aspecto mais relevante dado que o territrio

    do

    Estado foi

    ao

    longo da

    histria alvo de extraordinria atrao na expanso pela fronteira agropecuria brasileira.

    Esta rpida expanso que foi nos ltimos 20-25 anos responsvel pelos impactos negativos

    ambientais da regio est profundamente relacionada funo do desenvolvimento agrcola como gerador da

    ligao para a capitalizao regional e extra-regional e como base de desenvolvimento de outros setores da

    economia.

    e

    ponto de vista ambiental sendo a agricultura uma atividade que explora o espao de manetra

    quase contnua ocorre sempre uma artificializao de ecossistemas levando algumas transformaes fisicas

    e ecolgicas geralmente inadequadas e de forte impacto.

    Se existem conseqncias lamentveis

    no

    meio- ambiente aquelas sociolgicas no so melhores.

    Freqentemente observa-se nos municpios mato-grossenses especialmente perto de ecossistemas

    florestais amaznicos inmeros pequenos produtores agrcolas vivendo com baixos nveis de qualidade de

    vida. Nessas reas a expresso scio-econmica de uso de tcnicas inadequadas tem sido a diminuio

    acelerada da produtividade e o abandono

    de

    agrossistemas ecologicamente degradados ou esgotados.

    As principais conseqncias ambientais na ocupao at a primeira metade do sculo XX podem ser

    resumidas da seguinte maneira: o atual estado

    de

    Mato Grosso at a colonizao ibrica apresentava

    ecossistemas naturais integrados com inmeras comunidades e civilizaes indgenas. Em seguida

    no

    domnio portugus do sculo XVII tambm no foi reconhecida uma explorao extensiva dos recursos

    naturais do Estado.

    Na fase de expanso colonial sculo XVIII a ocupao foi impulsionada principalmente pela

    necessidade

    de

    fixao de fronteira

    de

    dominao portuguesa neste momento assiste-se explorao aurfera

    32

  • 7/26/2019 Estudo Economico ambiental do cultivo da soja em sistema monocultor no estado do MT

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    ono rafia

    na regio de Cuiab convertendo-a em umas das cidades mais populosas do Brasil. Assim, as contnuas

    descobertas

    ao

    longo do sculo

    de

    minas diamantferas e aurferas so as principais causas da fixao

    de

    ncleos populacionais e

    do

    impacto ecolgico nessas reas. Isso verifica-se especialmente nas mudanas

    fisionmicas devido s atividades de garimpagem e tambm no desenvolvimento urbano, chegando hoje a

    uma quase completa artificializao e anulao geral dos recursos naturais edficos, floristicos e

    faunisticos .

    Por outro lado, neste mesmo perodo, a atividade agropecuria das populaes instaladas no

    representa ainda uma fonte de impacto no meio- ambiente enquanto a tecnologia usada de subsistncia.

    O ciclo da borracha (1860) desativa alguns setores florestais do Norte de Mato Grosso deixando no

    ostracismo a regio florestal amaznica.

    Urna atividade rural mais constante nas fixao da populao terra no Estado foi a pecuria

    extensiva da regio pantaneira que foi desenvolvida complementarmente

    atividades mineradoras e

    agrcolas de subsistncia.

    Com relao caa ou pesca, at o primeiro quarto do sculo XX no se tem dados que indiquem

    problemas ambientais.

  • 7/26/2019 Estudo Economico ambiental do cultivo da soja em sistema monocultor no estado do MT

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    Mono rafia

    Tabela no.l3:

    Problemtica Ambiental do Sistema

    c i o ~

    Ecolgico ao longo do processo de ocupao

    at

    dec

    40

    Componente social do

    sistema de ocupao e/ou

    profissional do processo de

    ocupao.

    Comunidade indgenas

    Explorao aurfera e

    diamantina

    Ciclo da borracha

    (extrativismo florestal)

    Agric. Subsistncia

    Pecuria extensiva

    (principalmente no Pantanal)

    Grau

    de artificializao de

    ecossistemas ocupados.

    Baixo

    Alto

    Baixo

    Media

    Baixo/ Mdio

    Dimenso

    territorial

    de

    ocupao dos ecossistemas.

    Mdia

    Pequena

    Mdia (em relao

    oferta

    especial

    de

    florestas com

    seringais)

    Pequena

    Mdia (em relao

    rea total

    disponvel

    de

    campos e

    savanas com plantas

    forrageiras)

    Fo11te:

    ZolleamelltO

    AgoecolgocoPaisagistico do Meio Natural e

    Rural

    Roberto O.Snchez,Coiab 1992

    O processo atual de ocupao:

    Nvel de armonia no

    relacionamento homem

    natureza

    Alto

    Baixo

    Alto

    Mdio

    Mdio

    at a dcada de trinta, o territrio do estado de Mato Grosso consistia num grande estado vazio econmica e

    socialmente, com ecossistemas naturais pouco conhecidos e quase inalterados. A atividade econmica

    c o n c e n t r a v a ~ s e na pecuria extensiva no Pantanal e numa agricultura de subsistncia.

    Na dcada de quarenta teve incio a propaganda do Governo para a Marcha para o Oeste . Assim, a

    fronteira agrcola comea e x p a n d i r ~ s e atingindo a vale

    do

    rio So Loureno no ano 1948. Nessa poca perto

    da

    rea

    de

    Rondonpolis passa-se

    de

    uma agricultura

    de

    subsistncia para uma economia agrcola com base

    monetria.

    Em 1950, ocorrem as seguintes alteraes de ecossistemas naturais em agrossistemas: as manchas de

    solos

    de

    melhor qualidade ecolgica pela agricultura, as quais

    d i f u n d e r n ~ s e

    de maneira aleatria na Baixada

    Cuiabana com 75 658 ha cultivados. Os Cerrados e em menor proporo as florestas caduciflias da regio de

    Rondonpolis onde 60 397 ha so cultivados incluindo pastagens cultivadas, principalmente nas regies de

    topografia menos enrgicas.

    34

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    ono

    rafia

    Algumas reas cultivadas no Municpio de Ceres com 9 536 h e Barra do Garas com 444 ha,

    sendo em Ceres ocupada uma parte aprecivel dos ambientes com fitosionomia de floresta subcaduciflia e

    em Barra do Garas ambientes de Cerrados.

    Foram modificadas tambm pela atividade de pecuria extensiva, baseada no aproveitamento

    de

    plantas forrageiras nativas, os ecossistemas do Pantanal e inmeros ambientes de savanas bem drenados da

    Bacia do Alto Paraguai e da bacia do rio Araguaia.

    Concluindo, pode-se afirmar que

    na

    dcada de cinqenta grande parte dos ecossistemas mato

    grossenses ainda permaneciam quase intactos.

    No perodo entre 1950 e 1960 ocorreram incorporaes importantes de terra, mas a pesar do

    crescimento

    em

    1960 a floresta amaznica mato-grossense continuou

    sem

    alteraes considerveis. Os

    principais pontos de desmatamento resultavam em manifestaes pontuais e esparsas em relao a um

    sistema de agricultura de subsistncia.

    Aps 1965 comea surgir a agricultura comercial e empresarial no Estado dando incio a

    um

    novo

    grande processo de ocupao de territrios. O grande fator que impulsionou o novo processo foi a

    denominada Poltica de Integrao Nacional .

    Na dcada de setenta, a maioria dos projetos de colonizao aprovados pelo INCRA (Instituto

    Nacional de Colonizao e Reforma Agraria) de Mato Grosso estavam localizados ao Norte do paralelo 14o,

    freqentemente estes projetos eram executados por companhias privadas possuidores de grande superfcies de

    terra. Devido diversidade dos critrios utilizados pelas inmeras empresas

    na

    colonizao do Mato Grosso,

    s diferenas ambientais entre as regies ecolgicas dos assentamentos, resulta difcil fazer uma

    generalizao dos problemas ambientais gerados pelo desenvolvimento rural dessa poca. Mas, sem dvida,

    fica claro que sempre operou-se imperando a falta de dimensionamento das variveis ambientais. Assim, por

    exemplo, muitos assentamentos se deram em solos imprprios para o sistema agrcola aplicado, gerando-se

    5

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    41/111

    ono rafia

    situaes de involuo produtiva dos ecossistemas devido degradao ou esgotamento dos solos eroso

    difuso e instalao crescente de pragas e doenas vegetais.

    36

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    Mono rafia

    2.4. RECURSOS NATURAIS.

    2.4.1 GEOLOGIA.

    Secundo o trabalho Amaznia legal (IBGE 1990), a Amaznia Legal dividida em trs distintos

    domnios geogrficos: Domnio I Domnio II, e III. Nesse esquema o estado de Mato Grosso pertence

    inteiramente ao Domnio II que abrange o segmento sul

    do

    Craton Amaznico( correspondente a Provncia

    estrutural do Paran), as faixas de dobramento do Paraguai (que so parte da Provncia Estrutural do

    Tocantins e Bacia do Paran, que corresponde

    Provncia Estrutural do Paran).

    Existem bacias preenchidas por sedimentos fanerozicos tanto

    no

    interior crotonico quanto nos

    domnios

    de

    faixas de desdobramento destacando-se as Bacias do Parecis e aquelas que acolheram

    os

    sedimentos cenozicos do Pantanal Mato-grossense, aqueles da depresso de Araguaia e aqueles da

    depresso do Guapor.

    2.4.2 HIDROGRAFIA.

    As

    duas maiores bacias hidrogrficas do pas, a bacia Amaznica e a Bacia Platina, fornecem a gua

    rede hidrogrfica do estado de Mato Grosso. Destaca-se ainda a Bacia do Tocantins, na qual est o Rio

    Araguaia. Os rios que integram a Bacia Amaznica drenam a poro norte

    do

    Estado, dentre eles destacam-se

    os

    Rio Teles Pires, Xing, Jurena, Aripuan. Os rios da Bacia Platina drenam a poro sul e sudoeste

    do

    Estado.

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    Mono rafia

    2 4 3

    CLIMA.

    O estado de Mato Grosso apresenta

    um

    clima que pode-se enquadrar nos tipos Tropical e Equatorial,

    destacando apenas duas categorias quanto ao regime trmico, sendo aquela de clima quente na Regio do

    Pantanal e

    no

    Norte

    do

    Estado e subsequente nas regies de Chapadas.

    Segundo Tarifa

    J R

    (1986), existe uma extensa banda

    de

    nebulosidade que atravessa a Amaznia e o

    Brasil Central em direo noroeste para sudeste, aumentando

    de

    intensidade a partir da primevera-vero,

    (setembro-outubro) chegando a ter a mxima concentrao em novembro e dezembro. A Frente Polar

    Atlntica

    tambm muito importante sendo o sistema atmosfrico com maior mobilidade e grau de

    penetrao

    no

    territrio brasileiro. Geralmente esta nebulosidade diminu substancialmente nos meses

    de

    maio

    e junho.

    A radiao solar, o aquecimento

    do

    ar (calor sensvel) e a evaporao (calor latente de evaporao)

    sempre superior a 300 cal.cm-2dia-1, sendo que

    os

    valores mximos so registrados

    no

    final

    de

    outono e

    principio de vero.

    Mesmo sendo

    os

    ventos importantes agentes

    ao

    longo

    do

    espao territorial, enquanto so as causas

    pela reduo da umidade atmosfrica, favorecimento

    de

    ascenso capilar, evapotranspirao, ressecamento

    das camadas superficiais, eroso dos solos agrcolas que apresentam deficincias nas coberturas de solo pela

    vegetao, no existem

    no

    Estado estudos. A eroso elica um fenmeno freqente e com magnitude

    relevante especialmente nos territrios onde

    so

    praticadas culturas anuais e sem um manejo ecolgico

    adequado. A ao erosiva ocorre principalmente

    no

    perodo que vai

    de

    abril a dezembro quando

    os

    solos

    ficam descobertos. Isso pode ser observado especialmente nos cerrados dos planaltos mato-grossenses.

    O grau de umidade

    do

    ar,

    ao

    longo

    do

    perodo chuvoso (outubro-abril), mantm sempre valores acima

    de

    75% e

    os

    valores mdios mensais mximos em tomo

    de

    84-86%, a partir de maio comeam a diminuir

    registrando valores que variam entre 58 e 70% (perodo de julho-setembro).

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    Mono rafia

    O Mato Grosso, corno todas

    as

    regies

    do

    Centro-Oeste do Brasil, apresenta urna distribuio sazonal

    de pluviosidade, sendo o perodo outono-inverno o de menor precipitao enquanto a maior concentrao de

    chuva ocorre

    no

    perodo primavera-vero. A regio

    de

    menor precipitaes a regio pantaneira

    11

    00-1300

    rnrn)

    e a Baixada Cuiabana. Mas o grau de intensidade de chuva aumenta constantemente ao norte de Cuiab.

    A amplitude trmica anual varia entre 3 e 6 graus centgrados dependendo da regio, enquanto os

    valores maiores so registrados na Regio do Pantanal e sudeste.

    As temperaturas mdias anuais

    do

    Estado so da ordem de 23-26 graus centgrados, mas nas regies

    da parte sul e perto de Cuiab so ligeiramente maiores. A partir

    de

    abril-maio e at agosto-setembro so

    comuns em quase todos os anos os resfriamentos abaixo de 1 graus centgrados devidos passagem de

    anticiclones polares continentais.

    2.4.4 A VEGETAO.

    As

    diversas formaes vegetais do Mato Grosso, tm a caracterstica

    de

    ter o papel ecolgico mais

    importante pela conservao da fauna silvestre, qualidade edfica, microclimticas e hidrolgicas regionais.

    Os

    cerrados do Estado ocupam uma rea acima de 20. 000 Krn2, apresentando fitofisionomias de

    savana as quais ocupam bem mais

    de

    280. 000

    Km2.

    Pode ocorrer que savana e cerrados ocupem outros

    ambientes colocando-se em contato com outros tipos de formaes atravs de encraves ou mosaicos

    fitofisionomicos.

    As

    espcies que predominam

    no

    Cerrado so: Curatella Americana lixeira), Qualea Grandiflora pau

    terra, folha larga), Qualea-parviflora pau-terra, folha mida), Qualea Multiflora pau-terra vermelha),

    Byrsonima Crassifolia murici), Caryocar Brasiliensis pequ), Tabuleia Achracea ip-cachorro), Bowdichia

    Virgiliodes sucupira), Stryphnodendron Barbadetiman barbatimo) etc.

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    Mono rafia

    As regies

    do

    Estado onde predominantemente se difundem os cerrados so: Chapada dos Parecis,

    Chapada dos Guimares, bacias superiores dos rios das Mortes, Itiquira, So Loureno e Baixada Cuiabana.

    A fisionomia dos cerrados a maioria das vezes de savana arbrea aberta, mas pode ocorrer que a

    rede

    de

    drenagem conforme fisionomias

    de

    florestas

    de

    galaria.

    As espcies que predominam as savanas arbreas abertas so: Curatella Americana (lixeira), Caryocar

    Brasiliensis (pequi), Hancomia Speciosa (mangaba), Stryphnodendron Barbadatiman (barbatimo

    .

    O extrato herbceo constitui um tapete continuo

    de

    gramneas e ciperceas. Os gneros mais comuns

    so; Panicwn (capim-mwnbeca), Paspalum (grama farquila), Aristida (capim flechinha), Anohopogon (capim

    colcho) e Axonopus.

    Os Cerrados podem apresentar uma fisionomia

    de

    Campos relativamente limpos ou

    de

    'Campos

    sujos , (Snchez

    R.

    O. 1992), onde a primeira apresentaria wna fisionomia tipicamente graminoide enquanto

    o extrato herbceo da segunda teria pequenas rvores espaadas, tortuosas, raquticas distribudas de maneira

    descontnua.

    A floresta ombrfolica tropical, ou floresta pluvial tropical largamente difundida no setor norte do

    Estado. Esta apresenta duas variveis: floresta ombrfolica densa e aberta. A primeira apresenta grandes

    rvores com folhagem sempre verde e sem resistncia seca. A floresta ombroflica aberta

    ao

    invs

    apresenta grandes rvores bastantes espaadas,

    de

    freqentes grupamentos

    de

    palmeiras e muitas fanerfitas

    sarrnentosas.

    A floresta subcaduciflica que ocorre principalmente

    no

    setor sudeste do Estado em vertentes das

    bacias superiores dos rios Paraguai e Guapor compreende espcies que perdem folhas total e parcialmente

    na estao seca. As principais espcies que tm valor comercial so: Swietenia Marcrophylla ( mogno),

    Torrecia Acreana ( cerejeria), Cedrela Adorata e Macrocarpa (cedro), Myrocarpus Frondosus e Myroxylum

    Balsarnum (blsamo).

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    Mono rafia

    A floresta

    de

    Transio ocorre no Planalto dos Parecis, constituindo uma formao

    de

    contato entre

    floresta subcaduciflia e a floresta pluvial amaznica.

    Ainda hoje, muitas paisagens florestais do Mato Grosso apresentam recursos biolgicos abundantes,

    com uma produtividade primria superior entre todos ecossistemas do Estado. Porm deve ser dito que nos

    ltimos vinte anos os recursos indicaram uma tendncia a serem destrudos e mal aproveitados.

    A destruio paisagstica dos ambientes florestais principalmente devida ao baixo nvel tecnolgico

    das exploraes, grande heterogeneidade da floresta,

    ao

    desconhecimento das caractersticas tecnolgicas

    de muitas espcies,

    falta de normas de manejo e educao ambiental visando uma produo sustentada de

    lenha e madeira e tendncia generalizada para o uso prioritrio do solo a despesas da distribuio dos outros

    recursos.

    2.4.5 OS

    PRINCIP IS

    SOLOS DO ESTADO.

    Pode-se apreciar que os solos de maior difuso podem ser agrupados nas seguintes classes:

    a Solos com horizonte B latosslico, principalmente Latossolo Vermelho- Amarelo e com menor

    importncia quantitativa o Latossolo Vermelho- Escuro;

    b Solos no hidromorficos com horizonte B textura , destacando-se os Podzolicos Vermelho- Amarelos

    distrficos e licos e o Podzlico Vermelho-Amarelo eutrfico;

    c

    Areias Quartzos

    as

    distrficas e licas;

    d Solos itlicos distrficos e licos;

    e

    Solos hidromorficos, principalmente

    as

    Lateritas Hidromorficas distrficas e licas, Glei Pouco Hmico

    distrfico, Planossolos distrficos e licos e Areias Quartzosas hidromrficas distrficas e licas.

    Os Latossolos Vermelhos-Amarelos, com horizonte B latosslico so profundos ou muito profundos,

    bem drenados com textura argilosa, muito argilosa ou mdia, possuem baixa densidade aparente e porosidade

    4

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    Mono rafia

    total mdia. Podem ser tambm cidos ou muito cidos, com saturao

    de

    bases baixa. Esses solos acham-se

    predominantes no Estado, numa extenso de 261997,32

    km

    na sua poro centro-norte. Possuem como

    principais limitaes

    ao

    uso agrcola:

    - acidez elevada e da fertilidade baixa;

    -requerem wn manejo adequado com correo da acidez e fertilizao com base em resultado de anlises dos

    solos e controle de eroso;

    Os

    Latossolos Vermelhos-Escuros so muito profundos, bem drenados, friveis ou muito friveis de

    textura argilosa ou muito argilosa e mdia, possuem baixa densidade aparente e porosidade muito alta ou alta.

    Distribuem-se por 52.994,59 km2 predominantemente sobre a Chapada dos Parecis, principalmente

    nos municpios de Campo Novo dos Parecis, Comodoro, Tangar da Serra, Diamantino, So Jos