estes e outros encont ros - flad.pt · pdf filevessa a obra visual e literária de ana...

41
ESTES E OUTROS ENCONT ROS Obras das coleções da Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento e da Fundação Arpad Szenes - Vieira da Silva Helena Almeida Lourdes Castro Rui Chafes Ana Hatherly Ana Jotta Vítor Pomar António Poppe Rui Sanches Vieira da Silva THESE AND OTHER MEETINGS Works from the collections of the Luso-American Development Foundation and Arpad Szenes - Vieira da Silva Foundation

Upload: vanthuy

Post on 08-Feb-2018

219 views

Category:

Documents


1 download

TRANSCRIPT

Page 1: estes e outros encont ros - flad.pt · PDF filevessa a obra visual e literária de Ana Hatherly, em que o espaço é definido pela poten-cial tensão que persiste nos jogadores. Estes

estes eoutrosencont ros

Obra

s da

s co

leçõ

es d

a Fu

ndaç

ão L

uso-

Amer

ican

a pa

ra o

Des

envo

lvim

ento

e d

a Fu

ndaç

ão A

rpad

Sze

nes

- Vie

ira d

a Si

lva

Helena Almeida

Lourdes Castro

Rui Chafes

Ana Hatherly

Ana Jotta

Vítor Pomar

António Poppe

Rui Sanches

Vieira da Silva

theSe AnD Other meetingSWorks from the collections of the Luso-American Development Foundation and Arpad Szenes - Vieira da Silva Foundation

Page 2: estes e outros encont ros - flad.pt · PDF filevessa a obra visual e literária de Ana Hatherly, em que o espaço é definido pela poten-cial tensão que persiste nos jogadores. Estes

estes eoutrosencont ros

Obra

s da

s co

leçõ

es d

a Fu

ndaç

ão L

uso-

Amer

ican

a pa

ra o

Des

envo

lvim

ento

e d

a Fu

ndaç

ão A

rpad

Sze

nes

- Vie

ira d

a Si

lva

Helena Almeida

Lourdes Castro

Rui Chafes

Ana Hatherly

Ana Jotta

Vítor Pomar

António Poppe

Rui Sanches

Vieira da Silva

theSe AnD Other meetingSWorks from the collections of the Luso-American Development Foundation and Arpad Szenes - Vieira da Silva Foundation

Fundação Arpad Szenes - Vieira da Silva18 de abril a 14 de julho de 2013

Arpad Szenes - Vieira da Silva FoundationApril 18 to July 14, 2013

Page 3: estes e outros encont ros - flad.pt · PDF filevessa a obra visual e literária de Ana Hatherly, em que o espaço é definido pela poten-cial tensão que persiste nos jogadores. Estes

4 5

O espaço de um encontro

Vieira da Silva encontra agora artistas da coleção de arte contemporânea da Fundação Luso-

Americana para o Desenvolvimento, instituição com forte ligação à Fundação Arpad Szenes-Vieira

da Silva, sendo uma das suas instituições fundadoras.

Os desenhos de Vieira da Silva têm um carácter íntimo e elucidativo da sua pesquisa, que permite

entender as suas variações criativas. O desenho foi sempre, para Vieira da Silva, campo de experi-

mentação, não deixando de ter uma importância autónoma. Aliás, pinturas e desenhos cruzam-se

muitas vezes: encontramos pinturas de aparências gráficas e desenhos de carácter pictórico. A

prática do desenho permitiu mais flexibilidade na transcrição das suas ideias, de forma mais imediata

mas sem improvisações. Vieira da Silva sempre se interessou pelo desenho e sempre desenhou. A

Fundação conta cerca de 650 desenhos da artista na sua coleção. Neste registo, a artista procurou

os temas e a composição em função de certas ideias plásticas, num percurso de sucessivas inter-

rogações, de memórias e ritmos muito próprios. Nos seus estudos encontramos temas plásticos

recorrentes, percepcionamos as suas interligações e adivinhamos as suas pinturas.

Aos desenhos de Vieira da Silva, que remetem para um percurso estético notável, intenso e atual,

João Silvério, Curador da exposição, fez corresponder, com cumplicidade, artistas contemporâneos,

numa exposição que permite revisitar parte da notável coleção da Fundação Luso-Americana para

o Desenvolvimento. As linhas desse encontro com a representação da espacialidade cruzam-se em

registos diferentes e reforçam o encontro e a colaboração entre duas instituições empenhadas em

divulgar a arte contemporânea.

Marina Bairrão Ruivo

A meeting space

Vieira da Silva meets artists from the contemporary art collection of Luso-American Development

Foundation (LADF), an institution that has strong connections to Arpad Szenes - Vieira da Silva

Foundation (ASVSF), being indeed one of the entities involved in its founding.

Vieira da Silva’s drawings have an intimate quality and exemplify her artistic research, offering

us an understanding of her creative variations. Her drawings have always been a field of experimen-

tation, but can stand on their own as autonomous entities. In fact, Vieira da Silva’s paintings and

drawings often overlap: some of her paintings display graphic qualities and some of her drawings

give a painterly feel. The practice of drawing allowed for greater flexibility in the transcription of her

ideas, in a very straightforward approach, free of improvisation. Vieira da Silva always had a great

interest in drawing, and she drew constantly: the ASVSF collection contains over 650 of her draw-

ings. Whenever she was working in this form, she selected her subjects and prepared her composi-

tions in accordance with certain visual concepts, in an itinerary full of questions, memories and very

personal cadences. In her studies, we find recurring visual themes, see how they interconnect and

glimpse her paintings.

João Silvério, the Curator of the present exhibition, has taken Vieira da Silva’s drawings, these

mementoes of a remarkable, intense and ever-relevant aesthetic itinerary, and thoughtfully made them

engage in dialogue with a number of works by contemporary artists, in an event that allows us to

revisit a part of LADF’s remarkable collection. The various approaches that meet here, under the sign

of the depiction of spatiality, intersect in a diversity of techniques, as if to emphasise the present

collaborative meeting of two institutions dedicated to the promotion of contemporary art.

Marina Bairrão Ruivo

Page 4: estes e outros encont ros - flad.pt · PDF filevessa a obra visual e literária de Ana Hatherly, em que o espaço é definido pela poten-cial tensão que persiste nos jogadores. Estes

6 7

In 1986, Luso-American Development Foundation (LADF) started its contemporary art collection.

Over more than twenty-five years, about a thousand art pieces were amassed, with a special emphasis

on contemporary Portuguese drawing.

The collection has been the source of a wide range of events, namely about twenty exhibitions

presented in continental Portugal and the Azores, as well as the USA (New York, 1994) and Spain

(Barcelona, 1994). Besides this, LADF has also supported several research projects, visits from

foreign curators and exhibitions by a variety of names in contemporary art.

Collaboration with Portuguese and foreign museums, together with lending art works for retro-

spective and anthological exhibitions, as well as for group ones, have long been standard practices

of LADF, making it possible to show the artists featured in its collection to a wide variety of publics

within contemporary culture.

The present exhibition marks a singular occasion in the pursuit of common goals by the two

foundations that promote it. Firstly, because it expands, now with a wider range of artists featured,

the first joint exhibition by Luso-American Development Foundation and Arpad Szenes - Vieira da Silva

Foundation, which took place in 2011; secondly, because it confirms the two institutions’ desire to

continue supporting and divulging contemporary art in close collaboration.

A witness to the process that led to the creation of Arpad Szenes - Vieira da Silva Foundation,

LADF hails “estes e outros encontros” [these and other meetings] as another step in the continuous

work the two institutions have carried out to further the study and promotion of contemporary

Portuguese art.

Maria de Lurdes Rodrigues

A Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento (FLAD) iniciou em 1986 a sua coleção de

arte contemporânea. No decorrer de mais de vinte e cinco anos, foram colecionadas cerca de mil

obras de arte, com especial destaque para o desenho contemporâneo português.

A coleção tem sido a base de um vasto leque de ações, designadamente cerca de uma vintena

de exposições realizadas em Portugal continental e nos Açores, bem como nos Estados Unidos da

América (Nova Iorque, 1994) e em Espanha (Barcelona, 1994). Neste âmbito, a FLAD tem apoiado

ainda projetos de investigação, visitas de curadores estrangeiros e exposições de artistas em diversos

quadrantes da criação contemporânea.

A colaboração com instituições museológicas nacionais e estrangeiras e o empréstimo de obras

de arte para integrar exposições monográficas retrospetivas e antológicas, bem como exposições

coletivas, têm constituído uma prática da FLAD, proporcionando assim a mostra dos artistas colecio-

nados a públicos diferenciados da cultura contemporânea.

A exposição que hoje se inaugura constitui-se como um momento singular no cruzamento dos

objetivos das duas fundações que a promovem. Em primeiro lugar, porque desenvolve, com uma

mostra de artistas mais alargada, a primeira colaboração expositiva entre a Fundação Luso-Americana

para o Desenvolvimento e a Fundação Arpad Szenes – Vieira da Silva, realizada em 2011; em segundo,

porque manifesta a vontade das duas fundações em continuar a promover e a divulgar, em estreita

colaboração, a arte contemporânea.

A Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento esteve na génese da criação da Fundação

Arpad Szenes – Vieira da Silva, e reconhece na exposição “estes e outros encontros” mais um contri-

buto para o trabalho continuado que as duas instituições têm promovido para o estudo e conheci-

mento da arte contemporânea portuguesa.

Maria de Lurdes Rodrigues

Page 5: estes e outros encont ros - flad.pt · PDF filevessa a obra visual e literária de Ana Hatherly, em que o espaço é definido pela poten-cial tensão que persiste nos jogadores. Estes

8 9

Sob o título “estes e outros encontros”, a Fundação Luso-Americana para o

Desenvolvimento expõe obras de oito artistas da sua coleção: Helena Almeida, Lourdes

Castro, Rui Chafes, Ana Hatherly, Ana Jotta, Vítor Pomar, António Poppe e Rui Sanches,

acompanhadas por uma seleção de desenhos de Maria Helena Vieira da Silva, cedidos

pela Fundação Arpad Szenes – Vieira da Silva. A extensão da exposição da coleção da

FLAD ao acervo da FASVS propõe um (re)encontro com o vitalismo e atualidade da sua

obra, no sentido em que os desenhos de Vieira da Silva anunciam, na sua modernidade,

uma forma de pensar o espaço que revela uma correspondência com outros autores nossos

contemporâneos.

A ideia de encontro subjacente a esta exposição supõe um território comum e parti-

lhado. Contudo, este campo comum assenta essencialmente nas possibilidades que as

diversas práticas autorais evidenciam enquanto questionamento da inscrição da corpo-

ralidade e da espacialidade. Esta ideia de território, como lugar de encontro, sugere

simultaneamente uma outra ideia que se prende com o mapeamento do espaço, seja este

enunciado através do desenho – na diversidade de propostas que esta prática desvela

– da escultura, também aqui objeto de questionamento enquanto ideia e materialização,

ou da auto-representação, cujas relações entre corpo e lugar têm aqui um carácter autor-

referencial, recolocando a relação do artista com o corpo e o espaço num campo discur-

sivo em que a presença é em si mesma um permanente palimpsesto interpretativo. O

desenho é, enquanto prática, o elemento central da exposição, dado que apenas um

artista não é representado por esta disciplina das artes plásticas (Vítor Pomar), mas é

também o lugar e o território experimental em que a diversidade da produção de sentido

se encontra.

Em Rui Chafes, Ana Hatherly e António Poppe as obras sobre papel revelam uma estreita

relação com o livro, um formato editorial que amplia o processo de trabalho ao nível do

pensamento de cada autor sobre a sua obra. Os vinte e cinco desenhos de Rui Chafes

constituem uma parte de um projeto bastante singular, no âmbito da escultura, realizado

no início dos anos noventa na Alemanha, mais precisamente em Düsseldorf, quando traduziu

uma selecção de poemas (fragmentos) de Novalis e realizou uma série de desenhos. Os

desenhos e a tradução dos fragmentos deram origem ao livro Fragmentos de Novalis,

editado em 1992 pela Assírio & Alvim, e são “um projeto completo”, um trabalho de escultor,

como o autor refere no prefácio do referido livro. Os desenhos parecem quase invisíveis e

requerem a atenção focada do espectador, que aí encontra formas corpóreas e antropo-

mórficas entrelaçadas, em aparente oposição à presença da memória de um corpo suspenso

que a escultura em ferro evidencia.

Neste contexto, que transita entre a edição e a obra visual, os desenhos de Ana

Hatherly são expostos em dois núcleos: os “estudos para cartas” da exposição “A Arte

do Suspenso”1, e os que pertencem a uma série que deu origem ao livro O Escritor. Estes

desenhos constituem a essência ambígua do livro, como possibilidade de interpretação

de um livro com caracteres, mas sem palavras, ou sem um texto linear que permita uma

leitura continuada. A relação com o livro é aqui a chave das preocupações sobre a visua-

lidade do texto e a liberdade de leitura que cada um destes poemas visuais oferece ao

espectador reconhecendo o desenho na escrita que trespassa o perfil duchampiano, ou

as sequências de letras, ou algarismos, que integram cada obra. Nos “estudos para

cartas” somos iniciados pelo interesse que a artista tem pelo jogo, um tema que atra-

vessa a obra visual e literária de Ana Hatherly, em que o espaço é definido pela poten-

cial tensão que persiste nos jogadores. Estes desenhos, entendidos como estudos, mas

que se autonomizam na sua plasticidade cromática como naipes imaginários de signos

e perfis, organizam a métrica das folhas de caderno (quando esse detalhe é visível),

reconfigurando e desafiando a nossa capacidade visual e poética.

António Poppe, artista visual e poeta, apresenta um conjunto de vinte e cinco dese-

nhos que também encontram no livro um espaço de pertença e de construção da obra

e que remetem para a edição da Assírio & Alvim, do ano 2000, intitulada A Torre de Juan Abad. Estes desenhos têm a particularidade de serem o repositório dos poemas origi-

nais, escritos no verso de cada desenho, que na presente exposição não é geralmente

visível. E cada desenho é uma página de um livro escrito e desenhado no decorrer do

trabalho do autor. Nesta série, dois desenhos surgem emoldurados da única forma que

pode dar acesso público a ambos, revelando-se cada um nas duas faces da mesma folha/

página que nos inicia na lógica discursiva e sequencial do livro. Na exposição, é em

grande medida o desenho que se apresenta como matéria dada ao olhar, reconduzindo

os poemas (que também contêm pequenos desenhos) para a categoria da edição e do

múltiplo.

As relações entre o espaço e o corpo podem traçar outros itinerários através de um

outro método de reprodução, a fotografia, presente nas obras de Helena Almeida e Vítor

Pomar, que a partir de processos, objetivos e resultados muito diferenciados, a usam como

um meio de expressão entre outros. Não se trata de ver a obra fotográfica de cada um dos

autores, mas as obras que se revelam sob este tipo de registo. Contudo, é comum aos dois

artistas, em diferentes momentos do seu trabalho, uma relação com o espaço do ateliê. O

conjunto de fotografias a preto e branco de Vítor Pomar, realizadas no início da década de

1970, centram a nossa atenção sobre planos de imagens que mostram a paisagem urbana

em simultâneo com vistas de interiores de uma casa, o seu ateliê, constituindo-se, enquanto

montagem fotográfica, como fragmentos cinematográficos que se referem, de forma

1 Estes estudos foram mostrados pela primeira vez em 2008, na Galeria Ratton, Lisboa.

Page 6: estes e outros encont ros - flad.pt · PDF filevessa a obra visual e literária de Ana Hatherly, em que o espaço é definido pela poten-cial tensão que persiste nos jogadores. Estes

10 11

redundância e a tautologia, nos devolve uma permanente e inquietante recontextualização

de referências.

Nas obras de Rui Sanches somos confrontados com um conjunto de desenhos sepa-

rados por duas décadas e uma escultura de pequena dimensão. Silfo é o título desta última,

que exemplifica, na obra deste autor, uma capacidade muito particular de cruzar e congregar

formas e significados, materiais nobres e materiais mais vulgares, que num primeiro

vislumbre nos propõem um discurso ambíguo. A escultura, cujo título sugere algo de mágico,

é constituída por paralelepípedos de madeira empilhados e descentrados, encimados por

dois pequenos objetos em bronze que reproduzem, tal como a base da peça, materiais

ligados à canalização doméstica a que se junta um funil. Há um estranho encontro entre

a geometria construtivista e a referência a objetos de uso na condução de fluidos, reinter-

pretados e desfuncionalizados pela sua reprodução em bronze. Os desenhos, muito ricos

no tratamento plástico, denunciam uma sobreposição de camadas que remetem para um

plano mais profundo, uma relação com a arquitetura (Mapa, de 1983 e S. Serapião, de 1990)

e com o espaço planificado em que as vistas ou alçados de uma construção residem no

plano de uma arqueologia do pensamento sobre o espaço e o seu arquétipo sem, no entanto,

termos qualquer referência que lhe atribua uma função ou uma qualidade particular. Os

desenhos mais recentes, de 2004, retomam indícios (aparentemente) formais de referência

à divisão do espaço da folha de desenho mas, ao invés das camadas sobrepostas, eviden-

ciam uma contradição (sempre presente na sua obra) entre a gestualidade e o rigor das

formas geométricas.

O encontro com a representação do espaço é também uma necessidade e um questio-

namento que Maria Helena Vieira da Silva procurou e trabalhou na sua pintura e se encontra

igualmente presente nos desenhos escolhidos para esta exposição. O seu interesse pela

perspetiva, que ocupa, de um modo mais concentrado, o seu trabalho nas décadas de trinta

e quarenta do século passado, está intimamente ligado à sua reflexão sobre a linha e os

planos que reencontramos na pintura.

A cor é praticamente inexistente nos desenhos que revelam uma ossatura estrutural,

por vezes quase abstrata, como por exemplo Autour de l’atelier (1934) ou Recherche d’espace (1936)2, ao mesmo tempo que conservam a liberdade gestual da mão sobre a folha de papel

de pequeno formato, o que aproxima estas obras de uma prática mais reservada ao diálogo

permanente que a artista manteve com os interstícios da sua obra. A noção de perspetiva

é ainda sublinhada pela construção dos planos e da espacialidade, que sem pretender

referir-se diretamente à realidade constitui uma construção interna de representações,

amplamente trabalhadas na sua longa carreira como pintora, como é visível nos desenhos

2 Ver pp.69 e 71.

autorreferencial, ao seu quotidiano, onde espaço privado e espaço público se cruzam. As

fotografias não revelam qualquer tratamento ou acabamento que determine uma especial

atenção ao processo fotográfico como finalidade. São imagens que captam o seu olhar e

o registo da sua experiência do lugar.

A presença do espaço do ateliê na obra de Helena Almeida é mais visível numa das

obras expostas, Dentro de mim, de 1998. Uma fotografia a preto e branco que se encontra

entre a memória da pintura e a lógica do desenho através da presença da linha espessa

que sai do corpo da artista, no chão, e se prolonga, saindo da imagem; obra ambígua se

pensarmos no seu título que evoca algo que vem de dentro, numa relação entre a intimi-

dade (autorreferencial) e a imagem fotográfica, que se projeta sobre o espectador como

se fosse um fragmento de uma imagem em movimento.

Esta noção de sair de dentro de um corpo que se exterioriza é também presente nas

duas obras intituladas Desenho habitado, da década de 1970. Cada uma das peças é uma

sequência fotografada em que a ação é determinadamente performativa na ultrapassagem

da bidimensionalidade da fotografia, interpelando este suporte através do desenho da linha

que se torna tridimensional, ou da mão que trespassa um ecrã (em papel vegetal) e progride

na imagem entre a corporalidade da sombra e a sua fisicalidade espacial.

A linha, como contorno da superfície de um objeto ou de um corpo, tem em Lourdes

Castro uma relação com o lado espectral da corporalidade no espaço e com a sombra,

uma forma que foi amplamente explorada no seu trabalho. As três obras que integram a

exposição remetem para a projeção de uma sombra, de um saco de compras, de uma mala

e de uma figura com um instrumento (André Morain e uma máquina fotográfica). O contorno

de uma figura é uma presença que se autonomiza como desenho e se liberta da densidade

corpórea que a define, sobrepondo-se a outras como um mapa sem coordenadas, mas que

indica o espaço que essa figura ocupou como lugar de uma memória, inscrita e desenhada

sobre o suporte.

A utilidade e diversidade do suporte são especialmente relevantes na obra de Ana Jotta.

A artista recolhe, apropria e transforma todo o tipo de materiais, como pode ser observado

no conjunto exposto, que inclui obras executadas em cabedal, feltro, ou desenhos frag-

mentados sobre diversas folhas de papel. Uma obra em particular, Monoparental Uma,

pertencente a uma série desenvolvida em 2002, é reveladora da sua estratégia de trabalho,

em termos poéticos e formais. Este desenho negro, que representa uma árvore em feltro

recortado, é instalado na exposição diretamente sobre a parede, como se fosse desenhado

sobre esta, conferindo-lhe um carácter de objeto que se encontra entre a bidimensionali-

dade do desenho e a tridimensionalidade escultórica. Contudo, a textura familiar do feltro,

que se torna quase tátil, a figura geometrizada e os cortes rigorosos conferem-lhe um certo

grau de estranheza na relação com o observador a que a associação do título, entre a

Page 7: estes e outros encont ros - flad.pt · PDF filevessa a obra visual e literária de Ana Hatherly, em que o espaço é definido pela poten-cial tensão que persiste nos jogadores. Estes

12 13

Under the title “estes e outros encontros” [these and other meetings], Luso-American

Development Foundation (LADF) presents works by eight artists featured in its collec-

tion: Helena Almeida, Lourdes Castro, Rui Chafes, Ana Hatherly, Ana Jotta, Vítor Pomar,

António Poppe and Rui Sanches, alongside a selection of drawings by Maria Helena Vieira

da Silva, lent by Arpad Szenes - Vieira da Silva Foundation (ASVSF). The decision to

extend the exhibition’s scope from the LADF collection to the ASVSF vaults allows us to

showcase the vitality and contemporaneity of Vieira da Silva’s work, since her drawings’

modernity displays a way of thinking space that has connections with the work of contem-

porary artists.

The concept of ‘meeting’ that underlies this exhibition presupposes a common, shared

territory. However, this ‘common ground’ bases itself essentially on how the various artistic

practices deal with the inscription of corporeality and spatiality. This idea of territory as

meeting-place simultaneously suggests another notion, connected with the mapping-out of

space, be it through drawing – in the myriad variations this technique displays –, through

sculpture, also questioned here in terms of both concept and materialisation, or through

self-representation, where the rapports between body and place develop a self-referential

quality, placing the artist’s relationship with his/her body and the surrounding space within

a discursive field where presence itself is a continuous interpretational palimpsest. Drawing

is both the main feature of this exhibition, since only one artist (Vítor Pomar) is not repre-

sented by work within this field of the visual arts, and the place of experimentation from

which diversity in meaning emerges.

The works on paper by Rui Chafes, Ana Hatherly and António Poppe show a close

connection to the book, a publishing format that broadens the working process’ in terms of

each artist’s reflection on her/his work. The twenty-five drawings by Rui Chafes are part of

a rather unique project in the field of sculpture he carried out in the early 1990s in Dusseldorf,

Germany, which combined the translation of selected poems (fragments) by Novalis with

the creation of a number of drawings. The drawings and translations led to the publication

of the book Fragmentos de Novalis (Assírio & Alvim, 1992), and they amount to ‘a complete

project’, a sculptor’s work, as the artist describes them in his preface to the volume. The

seemingly almost invisible drawings demand the full attention of their viewer, who discloses

in them entangled corporeal and anthropomorphic shapes, which appear to oppose the

presence of the memory of a suspended body, as displayed by the iron sculpture.

Also part of this context, which shuttles between publishing and visual work, are the

drawings by Ana Hatherly, divided into two distinct groups: the ‘studies for playing-cards’,

originally from an exhibition entitled “A Arte do Suspenso”1, and a number of drawings

1 These studies were shown for the first time in 2008, at Galeria Ratton, Lisbon.

Les barricades (1950/56) ou Théâtre (1970), que expressam de uma forma muito clara a

importância do desenho como esqueleto preparatório das relações no espaço que vamos

encontrar nas peças dedicadas ao(s) ateliê(s), ou nas Compositions que integram a sua

vasta obra.

Na diversidade de encontros, enquanto território que se constitui como um mapa em

plena construção, esta exposição é um campo de possibilidades inclusivo, que retoma em

cada momento a cumplicidade e a autonomia de cada obra. Como referiu Robert Morris:

“It was the confrontation with the body. It was the notion that the object recedes in its

self-importance. It participates in a complex experience that includes the object, your body,

the space, and the time of your experience. It’s locked together in these things.”3

João SilvérioMarço, 2013

3 Cf. Nick Kaye, Site-Specific Art-Performance, Place and Documentation, Routledge, London and New York, 2008, pp. 26-30.

Page 8: estes e outros encont ros - flad.pt · PDF filevessa a obra visual e literária de Ana Hatherly, em que o espaço é definido pela poten-cial tensão que persiste nos jogadores. Estes

14 15

from a series that eventually became a book: O Escritor. These drawings make up the

volume’s ambiguous essence, as a means to read a book that contains characters, but

no words, or at least a linear text that may allow a continuous reading. Here, the rapport

with the book is the key to such concerns as the text’s visual quality and the reading

freedom each one of these visual poems offer to their viewer, who acknowledges the

presence of the drawing in the lines of writing that transfix the Duchampian profile, or in

the sequences of letters or numbers that are part of each piece. The ‘studies for playing-

cards’ introduce us to Ana Hatherly’s interest in card games, a subject that runs through

her visual and literary work; there, space is defined via the tension that potentially under-

lies the players. Though described as ‘studies’, these drawings become autonomous

through their chromatic plasticity as imaginary suits of signs and profiles, organising the

lines of the notebook pages (when such details are visible) as they reconfigure and chal-

lenge our visual and poetic capabilities.

The visual artist and poet António Poppe presents a set of twenty-five drawings that

also find in the book a space congenial to their construction: indeed, they became part of

the poetry volume A Torre de Juan Abad (Assírio & Alvim, 2000). A peculiar feature of these

drawings is the fact that they also host the original poems, which are written on their backs,

something their present display largely omits to show. Each drawing is thus a page from a

book that was written and drawn within the scope of the author’s work. Only two of the

drawings in this series are framed in a way that can permit visitors to see both sides of

these pages, thus allowing us a glimpse into the book’s discursive and sequential logic. In

the exhibition, it is mostly the drawings that are offered to our gaze, while the poems (which

also contain small drawings) are relegated to the realm of publishing, of multiple copies.

The itineraries of the space-body rapports may be explored via another technique,

photography, as is the case of the work of Helena Almeida and Vítor Pomar, two artists

who use photography as one among many means of expression, with greatly varying

approaches, aims and results, in such a way that one is not so much concerned with

looking at their respective photographic work, as with considering works by them that

happen to have emerged out of that particular practice. Still, both artists share, in different

moments of their work, a connection with the studio space. Vítor Pomar’s set of black-

and-white photographs, taken during the early 1970s, focuses our gaze on depictions of

urban landscapes and interior shots of a house, his studio; this photographic montage

conveys the feeling of cinematic fragments that self-referentially allude to the artist’s

everyday life, in which the private and public spheres interweave. The photographs show

no signs of any treatment or finish that might be indicative of a particular interest in the

photographic process as an end in itself. These images’ sole concern is to capture Pomar’s

gaze and record his experience of place.

The presence of the studio’s space in the work of Helena Almeida is more visible in one

of the pieces displayed, 1998’s Dentro de mim, a black-and-white photograph that merges

the memory of painting and the logic of drawing by means of the thick line that comes out

of the artist’s body on the floor and prolongs itself out of the picture; this is an ambiguous

work, if we consider its title [Inside me], which evokes something that comes from inside,

combining (self-referential) intimacy with photographic images that strike the viewer as if

they were fragments of a moving picture.

This notion of emerging from within a body that exteriorises itself is also present in two

1970s pieces, jointly entitled Desenho habitado. Each one of them is a photographed sequence

that depicts a markedly performative action, be it in terms of transcending the photograph’s

two-dimensionality, questioning it through the tracing of a line that becomes three-dimen-

sional, or via the hand that breaks through a tracing paper screen, developing itself between

its shadow’s corporeality and its own spatial physicality.

The line as the contour of the surface of an object or body develops in Lourdes Castro’s

work a relationship with the spectral quality of corporeality in space and with a form that

has been widely explored throughout her career: the shadow. The three pieces featured

here suggest the shadows cast by, respectively, a shopping bag, a suitcase and a figure

carrying an apparatus (André Morain and a photographic camera). A figure’s contour is a

presence that becomes autonomous as a drawing, freeing itself from the corporeal density

that defines it, superimposing itself on other presences like a map that, while lacking coor-

dinates, conveys the space once occupied by that figure as the place of a memory, now

inscribed and drawn on the support.

The support’s usefulness and diversity play a particularly relevant role in the work of

Ana Jotta. This artist picks up, appropriates and transforms all kinds of materials, as can

be seen in the selection displayed here, which includes works on leather and felt along-

side drawings fragmented across several sheets of paper. One piece in particular,

Monoparental Uma, part of a series developed in 2002, illustrates her working approach in

poetic and formal terms. This black drawing, depicting a tree made from velvet cut-outs, is

displayed directly on the wall, as if it had been drawn on it, an approach that lends it the

quality of an object somewhere between the two-dimensionality of a drawing and the three-

dimensionality of a sculpture. However, the felt’s familiar, almost tactile texture, in combi-

nation with the geometricised, precisely cut look of the image, lends a certain degree of

strangeness to the picture’s relationship with the viewer, as the associations of its title,

hovering between redundancy and tautology, generate a constant and disturbing recontex-

tualising of references.

Rui Sanches confronts us with a set of drawings separated by two decades and Silfo,

a small sculpture that illustrates this artist’s ability to mix and combine forms and

Page 9: estes e outros encont ros - flad.pt · PDF filevessa a obra visual e literária de Ana Hatherly, em que o espaço é definido pela poten-cial tensão que persiste nos jogadores. Estes

16 17

“It was the confrontation with the body. It was the notion that the object recedes in its

self-importance. It participates in a complex experience that includes the object, your body,

the space, and the time of your experience. It’s locked together in these things.”3

João SilvérioMarch 2013

3 Cf. Nick Kaye, Site-Specific Art-Performance, Place and Documentation, Routledge, London and New York, 2008, pp. 26-30.

meanings, as well as rich and common materials, into a discourse that may strike us at

first glance as ambiguous. The sculpture, with its magically suggestive title [Sylph], is

made up of irregularly stacked wood parallelepipeds, topped with two small bronze objects

that replicate, like the piece’s base, elements connected to indoor plumbing, as well as

a funnel. We witness a strange meeting between constructivist geometry and objects

usually used in the convection of fluids, which are transformed and lose their original

function here by being reproduced in bronze. As for the visually opulent drawings, their

overlapping layers suggest a deep connection with architecture (Mapa, 1983 and S. Serapião, 1990), as well as with the planned space in which a construction’s cutaways

or elevations exist in the sphere of an architecture of thought on space and its arche-

type, while lacking any kind of reference that may give it a particular use or quality. The

more recent drawings, dated from 2004, once again explore (apparently) formal refer-

ences to the division of space on the sheet but, instead of overlapping layers, opt to high-

light the contradiction (always present in Sanches’ work) between gesturality and the

precision of geometric shapes.

The representation of space is something Maria Helena Vieira da Silva has persistently

engaged with and explored in her painting; that research is equally present in the draw-

ings selected for this exhibition. Her interest in perspective, more constantly pursued in her

work of the 1930s and 1940s, is intimately connected to her meditation on the lines and

planes of her paintings.

Colour is practically non-existent in these drawings, which display a structural frame-

work that is sometimes nearly abstract, as in, for instance, Autour de l’atelier (1934) or

Recherche d’espace (1936)2, while at the same time preserving the gestural freedom of

the hand all over the small-sized paper sheets, characteristics that identify the pieces as

part of the constant dialogue this artist entertained with the interstices of her work. The

concern with perspective is further enhanced by her construction of planes and spati-

ality, which makes no direct reference to reality, being instead an internal construction

of elements that have been widely explored throughout her long career as a painter, as

displayed in Les barricades (1950/56) and Théâtre (1970), drawings that clearly convey

the importance of drawing as the basic structure for that exploration of spatial relation-

ships which we will find in the paintings that deal with the studio(s), or in her many

Compositions.

In its diversity of meetings, as a territory that constantly develops like a map under

construction, this exhibition is an inclusive field of possibilities, constantly exploring the

common ground and boundary lines between its pieces. Or, in the words of Robert Morris:

2 See pp. 69 and 71.

Page 10: estes e outros encont ros - flad.pt · PDF filevessa a obra visual e literária de Ana Hatherly, em que o espaço é definido pela poten-cial tensão que persiste nos jogadores. Estes

18 19

Helena Almeida

Dentro de Mim 1998Fotografia a preto e brancoBlack and white photograph185 x 122 cm

Page 11: estes e outros encont ros - flad.pt · PDF filevessa a obra visual e literária de Ana Hatherly, em que o espaço é definido pela poten-cial tensão que persiste nos jogadores. Estes

20 21

Desenho Habitado 19785 fotografias, tinta, colagem de crinaFive black and white photographs with ink and horsehair45 x 38 cm(cada / each)

Page 12: estes e outros encont ros - flad.pt · PDF filevessa a obra visual e literária de Ana Hatherly, em que o espaço é definido pela poten-cial tensão que persiste nos jogadores. Estes

22 23

Desenho Habitado 19776 fotografias, tinta, colagem de crinaSix black and white photographs with ink and horsehair42 x 52,2 cm(cada / each)

Page 13: estes e outros encont ros - flad.pt · PDF filevessa a obra visual e literária de Ana Hatherly, em que o espaço é definido pela poten-cial tensão que persiste nos jogadores. Estes

24 25

Lourdes Castro

Sombra projectada de uma mala 1966Desenho colado sobre panoDrawing glued on cloth51 x 65 cm

Page 14: estes e outros encont ros - flad.pt · PDF filevessa a obra visual e literária de Ana Hatherly, em que o espaço é definido pela poten-cial tensão que persiste nos jogadores. Estes

26 27

Sombra projectada de saco de compras 1966Desenho colado sobre panoDrawing glued on cloth81 x 54 cm

Page 15: estes e outros encont ros - flad.pt · PDF filevessa a obra visual e literária de Ana Hatherly, em que o espaço é definido pela poten-cial tensão que persiste nos jogadores. Estes

28 29

Sombra projectada de André Morain1966Desenho colado sobre panoDrawing glued on cloth 116 x 81 cm

Page 16: estes e outros encont ros - flad.pt · PDF filevessa a obra visual e literária de Ana Hatherly, em que o espaço é definido pela poten-cial tensão que persiste nos jogadores. Estes

30 31

Rui Chafes

Vertigem I 1989-1990Ferroiron137 x 78 x 20 cm

Page 17: estes e outros encont ros - flad.pt · PDF filevessa a obra visual e literária de Ana Hatherly, em que o espaço é definido pela poten-cial tensão que persiste nos jogadores. Estes

32 33

Sem título Untitled (25 desenhos / 25 drawings)Do livro Fragmentos de NovalisFrom the book Fragmentos de Novalis1991grafite sobre papelgraphite on paper42 x 29,5 cm (cada / each)

Page 18: estes e outros encont ros - flad.pt · PDF filevessa a obra visual e literária de Ana Hatherly, em que o espaço é definido pela poten-cial tensão que persiste nos jogadores. Estes

34 35

Page 19: estes e outros encont ros - flad.pt · PDF filevessa a obra visual e literária de Ana Hatherly, em que o espaço é definido pela poten-cial tensão que persiste nos jogadores. Estes

36 37

Ana Hatherly

Estudos para cartas c. 1970Caneta de feltro sobre papelFelt pen on paper29,5 x 20,5 cm

Estudos para cartas c. 1970Caneta de feltro sobre papelFelt pen on paper17,5 x 11,5 cm

Page 20: estes e outros encont ros - flad.pt · PDF filevessa a obra visual e literária de Ana Hatherly, em que o espaço é definido pela poten-cial tensão que persiste nos jogadores. Estes

38 39

Estudos para cartas c. 1970Caneta de feltro sobre papelFelt pen on paper29,5 x 20,5 cm

Estudos para cartas c. 1970Caneta de feltro sobre papelFelt pen on paper29,5 x 20,5 cm

Estudos para cartas c. 1970Colagem e caneta de feltro sobre papelCollage and felt pen on paper29,5 x 20,5 cm

Page 21: estes e outros encont ros - flad.pt · PDF filevessa a obra visual e literária de Ana Hatherly, em que o espaço é definido pela poten-cial tensão que persiste nos jogadores. Estes

40 41

Estudo para carta de jogar 1972Caneta de feltro e letraset sobre papelFelt pen and dry transfer lettering on paper13 x 8,6 cm

Estudo para carta de jogar 1972Caneta de feltro e letraset sobre papelFelt pen and dry transfer lettering on paper13 x 8,5 cm

Page 22: estes e outros encont ros - flad.pt · PDF filevessa a obra visual e literária de Ana Hatherly, em que o espaço é definido pela poten-cial tensão que persiste nos jogadores. Estes

42 43

Ana Jotta

Monoparental Uma 2002Feltro recortado e entretelaFelt cut-outs and buckram156 x 153 cm

Page 23: estes e outros encont ros - flad.pt · PDF filevessa a obra visual e literária de Ana Hatherly, em que o espaço é definido pela poten-cial tensão que persiste nos jogadores. Estes

44 45

Sem títuloUntitled1991tinta e colagem sobre papelink and collage on paper44 x 32 cm

Sem títuloUntitled1979tinta dourada sobre papelgold ink on paper63 x 59,5 cm

Page 24: estes e outros encont ros - flad.pt · PDF filevessa a obra visual e literária de Ana Hatherly, em que o espaço é definido pela poten-cial tensão que persiste nos jogadores. Estes

46 47

Solteirona 2001Cabedal cosido, ilhósSewn leather, eyelets42 x 32,5 cm

Ninho 2001Cabedal cosido, ilhósSewn leather, eyelets50 x 27 cm

Page 25: estes e outros encont ros - flad.pt · PDF filevessa a obra visual e literária de Ana Hatherly, em que o espaço é definido pela poten-cial tensão que persiste nos jogadores. Estes

48 49

Vítor Pomar

Sem títuloUntitled1972Fotografia a preto e brancoBlack and white photograph140 x 130 cm(cada / each)

Page 26: estes e outros encont ros - flad.pt · PDF filevessa a obra visual e literária de Ana Hatherly, em que o espaço é definido pela poten-cial tensão que persiste nos jogadores. Estes

50 51

M.B. 1973Fotografia a preto e brancoBlack and white photograph90 x 42 cm

Page 27: estes e outros encont ros - flad.pt · PDF filevessa a obra visual e literária de Ana Hatherly, em que o espaço é definido pela poten-cial tensão que persiste nos jogadores. Estes

52 53

C. & B. 1973Fotografia a preto e brancoBlack and white photograph90 x 42 cm

Page 28: estes e outros encont ros - flad.pt · PDF filevessa a obra visual e literária de Ana Hatherly, em que o espaço é definido pela poten-cial tensão que persiste nos jogadores. Estes

54 55

António Poppe

Sem títuloUntitledSelecção a partir de um grupo de 25 desenhos pertencentes ao livro A Torre de Juan AbadSelection from a group of 25 drawings from the book A Torre de Juan Abad1998tinta-da-china sobre papelindia ink on paper30 x 20 cm(cada / each)

Page 29: estes e outros encont ros - flad.pt · PDF filevessa a obra visual e literária de Ana Hatherly, em que o espaço é definido pela poten-cial tensão que persiste nos jogadores. Estes

56 57

Page 30: estes e outros encont ros - flad.pt · PDF filevessa a obra visual e literária de Ana Hatherly, em que o espaço é definido pela poten-cial tensão que persiste nos jogadores. Estes

58 59

Page 31: estes e outros encont ros - flad.pt · PDF filevessa a obra visual e literária de Ana Hatherly, em que o espaço é definido pela poten-cial tensão que persiste nos jogadores. Estes

60 61

Rui Sanches

Silfo 1989madeira e bronze patinadoWood and glazed bronze95 x 51 x 50 cm

Page 32: estes e outros encont ros - flad.pt · PDF filevessa a obra visual e literária de Ana Hatherly, em que o espaço é definido pela poten-cial tensão que persiste nos jogadores. Estes

62 63

Mapa 1983técnica mista sobre papelmixed media on paper55 x 73 cm

S. Serapião 1990técnica mista sobre papelmixed media on paper70 x 50 cm

Page 33: estes e outros encont ros - flad.pt · PDF filevessa a obra visual e literária de Ana Hatherly, em que o espaço é definido pela poten-cial tensão que persiste nos jogadores. Estes

64 65

Sem títuloUntitled2004tinta-da-china e esmalte sobre papelindia ink and enamel paint on paper31,8 x 23,8 cm

Sem títuloUntitled2004tinta-da-china e esmalte sobre papelindia ink and enamel paint on paper31,8 x 23,8 m

Page 34: estes e outros encont ros - flad.pt · PDF filevessa a obra visual e literária de Ana Hatherly, em que o espaço é definido pela poten-cial tensão que persiste nos jogadores. Estes

66 67

Vieira da Silva

Sem títuloUntitledc. 1959-1960Lápis sobre papelPencil on paper27 x 21 cmCol. Fundação Arpad Szenes-Vieira da Silva

Page 35: estes e outros encont ros - flad.pt · PDF filevessa a obra visual e literária de Ana Hatherly, em que o espaço é definido pela poten-cial tensão que persiste nos jogadores. Estes

68 69

Autour de l’atelier1934tinta-da-china sobre papelindian ink on paper22,5 x 19,30 cmCol. Fundação Arpad Szenes-Vieira da Silva

Les barricadesc. 1950-1956tinta sobre papelink on paper27 x 21 cmCol. Fundação Arpad Szenes-Vieira da Silva

Page 36: estes e outros encont ros - flad.pt · PDF filevessa a obra visual e literária de Ana Hatherly, em que o espaço é definido pela poten-cial tensão que persiste nos jogadores. Estes

70 71

Recherche d’espace1936tinta sobre papelink on paper22,3 x 34 cmCol. Fundação Arpad Szenes-Vieira da Silva

Théâtre1970tinta sobre papelink on paper20,8 x 16,9 cmCol. Fundação Arpad Szenes-Vieira da Silva

Page 37: estes e outros encont ros - flad.pt · PDF filevessa a obra visual e literária de Ana Hatherly, em que o espaço é definido pela poten-cial tensão que persiste nos jogadores. Estes

72 73

Helena Almeida nasce em Lisboa em 1934, cida-de onde vive e trabalha. Estudou Pintura na Escola Superior de Belas-Artes de Lisboa e começou a expor individualmente em 1967, na Galeria Buchholz. A artista representou Portugal na Bienal de Veneza por duas ocasiões, em 1982 e em 2005. Em 2004, participou na Bienal de Sidney.

Nos últimos anos, a sua obra tem sido exibida no âmbito de exposições individuais e colectivas em museus e galerias nacionais e internacionais. Das suas exposições individuais destacam-se: “Inhabited Drawings”, Drawing Center, Nova Iorque (2004); “Pés no chão, cabeça no céu”, Centro Cultural de Belém, Lisboa (2004); “Tela Rosa para vestir”, Fundación Telefónica, Madrid (2008); “Inside Me”, Kettle’s Yard, University of Cambridge (2009) e John Hansard Gallery, University of Southampton (2010); Galerie Les Filles du Calvaire, Paris; Galeria Filomena Soares, Lisboa; Galeria Helga de Alvear, Madrid. De entre as exposições colectivas podem ser destacadas as apresentadas na Pinacoteca de São Paulo (2005), no Hara Museum of Contemporary Art, Tóquio (2005) ou ain-da a exposição “A Bigger Splash”, na Tate Modern, Londres (2013). A artista recebeu vários prémios, nomeadamente o prémio da XI Bienal de Tóquio (1979), o prémio PhotoEspaña (2003) e os prémios BESphoto e AICA (2004).

A sua obra está presente em importantes co-leções nacionais e internacionais, tais como: Fun-dação Luso-Americana para o Desenvolvimento, Lisboa; Caixa Geral de Depósitos, Lisboa; Colec-ção Berardo, Lisboa; Fundação Calouste Gul-benkian, Lisboa; Fundação Serralves, Porto; Fun-dación ARCO, Madrid; Hara Museum of Contemporary Art, Tóquio; Museu de Arte Con-temporânea de Barcelona; Museo Nacional Cen-tro de Arte Reina Sofía, Madrid; Collection Sammlung Verbund di Vienna; Tate Modern, Londres.

Lourdes Castro (Funchal, 1930) estuda na Escola Superior de Belas-Artes de Lisboa entre 1950 e 1956. Parte para Munique em 1957, fixando-se de

seguida em Paris, onde recebe, em 1958, uma bol-sa da Fundação Calouste Gulbenkian sob orien-tação de Arpad Szenes. Aqui começa, com René Bertholo, a revista KWY (1958-1963), a que mais tarde se juntam Christo, Costa Pinheiro, José Escada, Gonçalo Duarte, João Vieira e Jan Voss, formando-se assim o grupo KWY. Realiza duas estadias em Berlim, em 1972 e 1979, convidada pela Deutscher Akademischer Austauschdienst. Em 1983 regressa à Madeira, onde reside atual-mente. É ainda nos anos de 1970 que inicia a co-laboração com Manuel Zimbro, com quem expôs mais recentemente em 2010, no Museu de Serralves, Lourdes Castro e Manuel Zimbro: À Luz da Sombra, sendo de referir Álbum de Família, conjunto até hoje de 35 volumes que vem sendo constituído pela criadora, onde colige imagens, excertos de textos e pensamentos sobre a som-bra. Em 1992 realiza a antológica Além da Sombra, no CAM-FCG. Em 2000 é distinguida com o Grande Prémio EDP, realizando em 2002 uma exposição, Grand Herbier d´Ombres, no CAM-FCG. Encontra-se representada em diversas coleções nacionais e estrangeiras, entre as quais a da Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento, do Victoria and Albert Museum, em Londres, ou do Moderna Museet, em Estocolmo.

Rui Chafes (Lisboa, 1966) frequentou o curso de Escultura da Escola Superior de Belas-Artes de Lisboa, entre 1984 e 1989. É enquanto estudante na ESBAL que faz a sua primeira exposição indi-vidual, em 1986, na Galeria LEO, em Lisboa. Entre 1990 e 1992 fixa-se na Alemanha, assistindo à classe de Gerhard Merz, na Kunstakademie de Düsseldorf. Neste período toma contacto direto com estudos e obras do romantismo alemão, no-meadamente com o trabalho de Novalis. A refe-rência ao escritor alemão é explícita, aliás, em Fragmentos de Novalis, um dos vários livros de autor que publica a partir de 1991. Em 1995 é um dos autores responsáveis pela representação por-tuguesa na Bienal de Veneza, a par de José Pedro Croft e Pedro Cabrita Reis. Em 2004 realiza um

projeto, juntamente com Vera Mantero, para a Bienal de São Paulo. Expôs individualmente em instituições como o Museu de Serralves, no Porto, o S.M.A.K., em Ghent, na Bélgica, ou o Nikolaj Copenhagen Contemporary Art Center, na Dinamarca. Encontra-se representado em diver-sas coleções portuguesas e estrangeiras, entre as quais as do Museu Nacional Centro de Arte Reina Sofia, Madrid, ou o Museum Folkwang, em Essen, na Alemanha.

Ana Hatherly (Porto, 1929) licenciou-se em Filologia Germânica na Universidade Clássica de Lisboa. Em 1974 conclui os estudos de Técnicas Cinematográficas da International London Film School, completando posteriormente um primeiro doutoramento em Estudos Hispânicos do Século de Ouro na Universidade da Califórnia, Berkeley, grau que obtém novamente na Universidade Nova de Lisboa. Na década de 1970 lecionou no Ar.Co e foi docente na Escola Superior de Cinema do Conservatório Nacional, em Lisboa. Entre 1981 e 1999 ensina na Universidade Nova de Lisboa, on-de foi também Professora Catedrática, desenvol-vendo uma investigação que contribui decisiva-mente para a história da poesia visual, reelaborando também a visão da poesia barroca portuguesa. Integra o grupo que publica a revista Poesia Experimental (1964 e 1966), redigindo alguns dos seus textos programáticos e coordena, ainda, as revistas Claro-Escuro (1988-1991) e Incidências (1997-1999). Expõe individualmente pela primeira vez em 1969, exibindo Anagramas na Galeria Quadrante, em Lisboa, onde a associação entre texto e imagem demonstra aquela que será a no-ta dominante da sua obra plástica. Ana Hatherly aperfeiçoa técnicas de colagem, realiza diver-sas performances e filmes e compõe diversos tra-balhos com forte pendor de intervenção política. Inclui as coletivas Circa 68 e PO-EX: O Experimentalismo Português entre 1964 e 1984, ambas no Museu de Serralves em 1999. Expõe in-dividualmente em Portugal e no estrangeiro, des-tacando-se as retrospetivas Obra Visual

1960-1990, em 1992, e Hand Made - Obra Recente, de 2000, ambas no CAM-FCG. Em 2008 apresenta na Galeria Mário Cesariny, no Centro Cultural de Belém, a exposição Escrita Pluriversa. A sua obra plástica encontra-se em várias coleções portu-guesas e estrangeiras, entre as quais a da Fundação Luso-Americana para o Dsenvolvimento, do Ar.co – Centro de Arte e Comunicação Visual, do CAM-FCG, da Caixa Geral de Depósitos, do Archiv Sohm, Frankfurt, ou da Marvin Stocker Collection, Miami.

Ana Jotta (Lisboa, 1946) começa por frequentar a Escola Superior de Belas-Artes de Lisboa, ins-crevendo-se mais tarde na École d’Arts Visuels et d’Architecture de l’Abbaye de la Cambre, em Bruxelas. Entre 1969 e 1980 dedica-se essencialmen-te ao teatro. Participa na exposição Lis’79 e en-via um conjunto de desenhos para a Lis’81, expo-sição que não se concretiza devido a um incêndio. Realiza a primeira exposição individual, Gaetana, Sala de Estar, na Galeria EMI - Valentim de Carvalho em 1985, onde vai apresentar em 1987 Eu seja Cão, que assina apenas com a marca J, alterando o sinal de copyright. Em 2001 é nomea-da para o prémio EDP.Arte e em 2005 realiza no Museu de Serralves a exposição retrospetiva Rua Ana Jotta. Nos últimos anos, o seu trabalho tem estado associado a ações e conferências em es-colas e teatros. Em 2009 apresenta Santa Fé, ação no dia 06.02.09, em Lisboa; no ano seguinte pro-fere a conferência Attention, na HEAD – Haute École d’Art e Design, em Genebra. Em 2011 reali-za Ana Jotta sings Momus - 21.12.11 no Instituto Araújo, no Porto, em colaboração com o Museu de Arte Contemporânea de Serralves, e em 2012, Obra Pública, Praça do Toural, Guimarães 2012 Capital Europeia da Cultura.

Encontra-se representada em variadas cole-ções, entre as quais a da Fundação Luso-Americana para o Dsenvolvimento, Ar.Co – Centro de Arte e Comunicação Visual, Caixa Geral de Depósitos, CAM-FCG, Fundação EDP, Fundação de Serralves e Fundação ARCO, Madrid.

Biografias

Page 38: estes e outros encont ros - flad.pt · PDF filevessa a obra visual e literária de Ana Hatherly, em que o espaço é definido pela poten-cial tensão que persiste nos jogadores. Estes

74 75

Lisboa, em Alcobendas, Espanha e a escultura “Colunata” na Assembleia da República. Foi o au-tor da medalha comemorativa dos cinquenta anos da Fundação Calouste Gulbenkian.

Em 2008 recebeu o Prémio AICA/Ministério da Cultura.

Foi professor, responsável pelo departamento de Escultura e membro da Direção do Ar.Co. Neste momento, é Professor Auxiliar Convidado na Universidade do Algarve.

Entre 1994 e 1998, foi Diretor Adjunto do Centro de Arte Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian. Foi comissário e co-comissário de diversas expo-sições, orientou cursos e workshops, e realizou numerosas conferências em instituições museoló-gicas e universitárias.

Maria Helena Vieira da Silva nasce em Lisboa em 1908 e morre em 1992, em Paris. Estuda pin-tura e escultura em Lisboa mas é em Paris, em 1928, que aprofunda a formação artística, optan-do definitivamente pela pintura. Trabalha com Dufresne, Waroquier e Friez, inicia-se na gravura no Atelier 17 de Hayter e frequenta as aulas de Léger e de Bissière. Em 1930, ao casar com o pin-tor húngaro Arpad Szenes (1897-1985), perde a nacionalidade portuguesa. Pintora de temas es-sencialmente urbanos, revela desde cedo preo-cupação com a expressão do espaço e da pro-fundidade. Em 1932, a galerista Jeanne Bucher

organiza a sua primeira individual. Em Portugal, expõe na Galeria UP (1935). A II Grande Guerra traz o casal a Lisboa, onde tenta obter a nacio-nalidade portuguesa. Esta é recusada, e em 1940 instalam-se no Rio de Janeiro. O desenraizamen-to e a angústia da guerra refletem-se na sua pin-tura. Expõe no Museu Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro (1942), na Galeria Askanazy (1944), e no Palácio Municipal de Belo Horizonte (1946). Em 1946, a Marian Willard Gallery, em Nova Iorque, apresenta uma sua individual. No ano se-guinte regressa a Paris. A década de 1950 traz a Vieira da Silva inúmeras exposições importantes, em França e no estrangeiro (Estocolmo 1950, Londres 1952, São Paulo 1953, Basileia e Veneza 1954, Caracas 1955, Londres 1957, Cassel 1959, entre outras), e a sua pintura assume-se no pri-meiro plano. Em 1956, Arpad Szenes e Vieira da Silva naturalizam-se franceses. O Estado francês adquire obras suas e atribui-lhe várias condeco-rações, a primeira em 1960. Vieira da Silva acu-mula prémios internacionais e, a partir de 1958, organizam-se retrospetivas da sua obra por toda a Europa. Em Portugal, expõe na Fundação Calouste Gulbenkian (1970). Em 1983, o Metropolitano de Lisboa propõe-lhe a decoração da estação da Cidade Universitária. Em 1990, em Lisboa, é criada a Fundação Arpad Szenes-Vieira da Silva, cujo Museu, dedicado à obra dos dois pintores, abre ao público em 1994.

Vítor Pomar (Lisboa, 1949) frequenta as Escolas Superiores de Belas-Artes do Porto e de Lisboa entre 1966 e 1969. Em 1970 parte para a Holanda, aí frequentando a Academia Livre de Haia (“Psychopolis”) e a Academia de Arte de Roterdão, onde termina a formação académica em 1973. Em 1974 ensina serigrafia na Academia Livre de Haia, e no mesmo ano viaja até ao México com uma bolsa do Ministério da Cultura da Holanda. Entre 1976 e 1985 fixa-se em Amesterdão, no âmbito do Regulamento dos Artistas Plásticos (Beeldende Kunstenaars Regeling - BKR), período durante o qual se estabelece em Nova Iorque por cinco me-ses (1982). Regressa a Portugal em 1985, inician-do uma pausa criativa que dura até 1997. Funda em Tavira, em 1987, uma associação cultural, a “Casa-Museu Álvaro de Campos”, que dirige até 1989. Nesse ano, frequenta o curso de Gestão das Artes no Instituto Nacional de Administração. Depois de uma série de viagens ao norte da Índia, entre 1990 e 1995, retoma a fotografia em 1997, expondo no ano seguinte, no CAM-FCG, fotogra-fias realizadas entre 1970 e 1974. Em 1999 regres-sa à pintura, sendo distinguido em 2002 com o Prémio Pintura EDP. Em 2003 exibe a exposição antológica O Meu Campo de Batalha, no Museu de Serralves, no Porto. Em 2012-13 realiza uma série de exposições centradas sobre o trabalho dos últimos dez anos, a saber, vídeo no CAM-FCG: “Nada Para Fazer Nem Sítio Aonde Ir”, e pintura, na Central Tejo, Museu da EDP: “Uma Pátria Assim”, completada por duas peças de vídeo: um Depoimento com o mesmo título, 2009 e um ou-tro, de 1983, “Portugal Revisitado”; na Galeria Bloco 103, Lisboa: “Os Atributos do Ar”; no TMG, Guarda: “Karmamudra”. Está representado em di-versas coleções, entre as quais a da Fundação Luso-Americana para o Dsenvolvimento, da Caixa Geral de Depósitos e da Fundação Casa de Serralves.

António Poppe (Lisboa, 1968) inicia a formação académica no Ar.Co, participando em 1991 na Ar.Co - Exposição de Finalistas, na SNBA, e dois

anos depois na Ar.Co - Exposição de 1993, em Lisboa. A formação nesta escola possibilita-lhe a realização de dois intercâmbios no estrangeiro, primeiro no Royal College of Arts, em Londres, e depois na School of the Art Institute de Chicago, onde obtém o grau de Master of Fine Arts em ci-nema e performance. Em 1996, integra o grupo de performance Goat Island, sedeado em Chicago, realizando uma digressão de seis meses pela Europa. Em 2000, realiza a exposição individual Desenho Poema Meditação, na Assírio & Alvim, no âmbito da qual faz o lançamento do livro de poesia Torre de Juan Abad. No ano seguinte, co-labora com Vera Mantero no âmbito do Porto 2001 - Capital Europeia da Cultura, apresentando Sentir Muito, colaboração repetida no mesmo ano, em Brest, França, onde realizam Um Estar Aqui Cheio. Em 2005 António Poppe e Mumtaz realizam a ex-posição Num Abrir e Fechar de Olhos a Unidade da Revelação, na galeria Lisboa 20. Começa em 2006 a partilha, que se prolonga até ao presente, da meditação e dos recitais de poesia com o mú-sico de kora Ibu Galissá. Em 2008, nasce a sua filha Luz. Mais recentemente, em 2012, António Poppe publicou um segundo volume de poesia, intitulado Livro da Luz.

Rui Sanches (Lisboa, 1954) estudou no Ar.Co – Centro de Arte e Comunicação Visual, Lisboa, no Goldsmiths’ College, Londres (BA 1980) e na Yale University, New Haven (MFA 1982).

Em 1984 expôs pela primeira vez o seu traba-lho na Galeria de Arte Moderna da SNBA e na Galeria Diferença, em Lisboa. Desde então rea-lizou mais de quarenta exposições individuais, de que se destacam a exposição retrospetiva no CAM-FCG (2001) e a exposição MUSEUM, no Museu Nacional de Arte Antiga (2008). Participou em dezenas de exposições colectivas, em Portugal e no estrangeiro. O seu trabalho está representado nas principais coleções públicas portuguesas.

Tem diversas obras em espaços públicos, no-meadamente na estação de metro das Olaias,

Page 39: estes e outros encont ros - flad.pt · PDF filevessa a obra visual e literária de Ana Hatherly, em que o espaço é definido pela poten-cial tensão que persiste nos jogadores. Estes

76 77

Reis. In 2004, he collaborated with Vera Mantero in a project for the São Paulo Biennale. Chafes presented several solo shows at such institutions as Museu de Serralves (Porto), S.M.A.K. (Ghent, Belgium), or the Nikolaj Copenhagen Contemporary Art Center (Denmark). His work is featured in sev-eral Portuguese and foreign institutions, including Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofía (Madrid, Spain) and Museum Folkwang (Essen, Germany).

Ana Hatherly (Porto, 1929) graduated in Germanic Philology from Universidade Clássica de Lisboa. In 1974, she finished her Filmmaking studies at the International London Film School; later, she would earn a doctorate degree in Siglo de Oro Hispanic Studies at the University of California, Berkeley, a degree she would again earn at Universidade Nova de Lisboa. During the 1970s, she taught at Ar.Co and Escola Superior de Cinema do Conservatório Nacional, in Lisbon. From 1981 and 1999, she was a Professor at Universidade Nova de Lisboa, where she carried out a research that importantly enriched the his-tory of visual poetry, while also changing the academic status of Portuguese Baroque poetry. She was one of the editors of Poesia Experimental magazine (1964 and 1966) and wrote some of its programmatic texts; later, she coordinated two other magazines: Claro-Escuro (1988-1991) and Incidências (1997-1999). In 1969, she presented her first solo show, Anagramas, at Galeria Quadrante, in Lisbon; in it, the association of text and pictures that would become the dominant feature of her visual oeuvre was already present. Over the following years, Ana Hatherly will per-fect her collage techniques, present several per-formance art and film pieces, and create a number of politically charged works. Her work was featured in the group shows Circa 68 and PO-EX: O Experimentalismo Português entre 1964 e 1984, both of which were held at Museu de Serralves in 1999. She has presented several solo shows in Portugal and abroad, such as the

retrospective exhibitions Obra Visual 1960-1990 (1992) and Hand Made - Obra Recente (2000), both at Centro de Arte Moderna Fundação Calouste Gulbenkian. In 2008, the Centro Cultural de Belém’s Galeria Mário Cesariny presented her solo show Escrita Pluriversa. Her art work is fea-tured in several Portuguese and foreign collec-tions: Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento, Ar.co – Centro de Arte e Comunicação Visual, Centro de Arte Moderna Fundação Calouste Gulbenkian, Caixa Geral de Depósitos (all Lisbon), Archiv Sohm (Frankfurt) and the Marvin Stocker Collection (Miami).

Ana Jotta (Lisbon, 1946) attended Escola Superior de Belas-Artes de Lisboa, and later enrolled at École d’Arts Visuels et d’Architecture de l’Abbaye de la Cambre, in Brussels. Between 1969 and 1980, she worked mainly in theatre. After taking part in the exhibition Lis’79, she sent a number of draw-ings for Lis’81, but the latter exhibition failed to materialise due to a fire. Her first solo show, Gaetana, Sala de Estar, was held at Galeria EMI - Valentim de Carvalho in 1985; in 1987, the same gallery presented Eu seja Cão, whose pieces she signed using a version of the copyright symbol changed to include the letter J. In 2001, she be-came an EDP.Arte Prize nominee, and in 2005 the Museu de Arte Contemporânea de Serralves (Porto) presented a retrospective exhibition, Rua Ana Jotta. In recent times, her work has largely taken the form of events and conferences in schools and theatres. In 6 February 2009, she presented Santa Fé, an event in Lisbon; in 2010, she made a conference entitled Attention at HEAD – Haute École d’Art e Design, in Geneva. In 21 December 2011 she presented the event Ana Jotta sings Momus at Instituto Araújo, in Porto, with the support of the Museu de Arte Contemporânea de Serralves, and in 2012 Obra Pública was shown at Praça do Toural, as part of Guimarães 2012 European Capital of Culture.

Her work is featured in the collections of several institutions, such as Fundação Luso-Americana

Helena Almeida was born in 1934, in Lisbon, where she lives and works. She studied Painting at Escola Superior de Belas-Artes de Lisboa and had her first solo exhibition in in 1967, at Galeria Buchholz. She represented Portugal twice at the Venice Biennale, in 1982 and 2005. In 2004, she took part at the Sydney Biennale.

In recent years, her work has been featured in a variety of solo and group shows held at muse-ums and galleries in Portugal and abroad. Some of the most important solo shows include: ‘Inhabited Drawings’, Drawing Center, New York (2004); ‘Pés no chão, cabeça no céu’, Centro Cultural de Belém, Lisbon (2004); ‘Tela Rosa para vestir’, Fundación Telefónica, Madrid (2008); ‘Inside Me’, Kettle’s Yard, University of Cambridge (2009) and John Hansard Gallery, University of Southampton (2010); Galerie Les Filles du Calvaire, Paris; Galeria Filomena Soares, Lisbon; Galeria Helga de Alvear, Madrid. Important group shows were held at Pinacoteca de São Paulo (2005) and Hara Museum of Contemporary Art, Tokyo (2005), as well as ‘A Bigger Splash’, Tate Modern, London (2013). Her awards include the prize of the 11th Tokyo Biennale (1979), the PhotoEspaña Prize (2003) and the BESphoto and AICA prizes (2004).

Her work is featured in the collections of sev-eral important Portuguese and international insti-tutions, such as: Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento, Lisbon; Caixa Geral de Depósitos, Lisbon; Colecção Berardo, Lisbon; Fundação Calouste Gulbenkian, Lisbon; Fundação Serralves, Porto; Fundación ARCO, Madrid; Hara Museum of Contemporary Art, Tokyo; Museu d’Art Contemporani de Barcelona; Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofía, Madrid; Collection Sammlung Verbund di Vienna; Tate Modern, London.

Lourdes Castro (Funchal, 1930) studied at Escola Superior de Belas-Artes de Lisboa from 1950 to 1956. She left for Munich in 1957, and then went to live in Paris, where, in 1958, she became the holder of a Fundação Calouste Gulbenkian

scholarship, under the guidance of Arpad Szenes. It was in this city that she founded, alongside René Bertholo, the KWY magazine (1958-1963); they would later be joined by Christo, Costa Pinheiro, José Escada, Gonçalo Duarte, João Vieira and Jan Voss, forming the KWY group. She had two artistic residencies in Berlin, in 1972 and 1979, as a guest of Deutscher Akademischer Austausch-dienst. In 1983 she returned to her birthplace, the island of Madeira, where she currently lives. She began collaborating with Manuel Zimbro in the 1970s: their most recent joint exhibition took place in 2010, at the Museu de Serralves, under the title Lourdes Castro e Manuel Zimbro: À Luz da Som-bra. Also worthy of mention is Álbum de Família, a work-in-progress currently covering 35 volumes in which Lourdes Castro collects pictures, written extracts and meditations on the shadow. In 1992, she presented an anthological exhibition, Além da Sombra, at Centro de Arte Moderna Fundação Calouste Gulbenkian. In 2000 she won the EDP Grand Prize, and presented in 2002 Grand Herbier d´Ombres, an exhibition at Centro de Arte Mod-erna Fundação Calouste Gulbenkian. Her work is featured in the collections of several Portuguese and international institutions, such as Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento, Lisbon, the Victoria and Albert Museum, London, or the Moderna Museet, Stockholm.

Rui Chafes (Lisbon, 1966) studied Sculpture at Escola Superior de Belas-Artes de Lisboa from 1984 to 1989. While still a student of ESBAL, he presented his first solo exhibition in 1986, at Galeria LEO, in Lisbon. Between 1990 and 1992 he lived in Germany, attending Gerhard Merz’s class-es at the Kunstakademie Düsseldorf. During that time, he became familiar with the works of the German Romantics, particularly Novalis, who would become a central reference in Fragmentos de Novalis, one of several books Chafes would publish from 1991 on. In 1995 he was part of the Portuguese delegation to the Venice Biennale, alongside José Pedro Croft and Pedro Cabrita

Biographies

Page 40: estes e outros encont ros - flad.pt · PDF filevessa a obra visual e literária de Ana Hatherly, em que o espaço é definido pela poten-cial tensão que persiste nos jogadores. Estes

78 79

Fundação Calouste Gulbenkian (2001) and MUSEUM, at Museu Nacional de Arte Antiga (2008). He has taken part in many group shows, in Portugal and abroad, and his work is featured in all major Portuguese public art collections.

Several of his pieces can be seen in public spaces, such as the Olaias metro station in Lis-bon or a garden in Alcobendas, Spain, while his ‘Colunata’ sculpture is displayed at the Portuguese Parliament. He also created the medal commem-orating the fiftieth anniversary of Fundação Cal-ouste Gulbenkian.

In 2008, he received the AICA/Ministry of Cul-ture Prize.

He taught at Ar.Co, where he led the Sculpture department and was a member of that art school’s Board. At the present moment, he is a Guest As-sistant Professor at Universidade do Algarve.

From 1994 to 1998, he was Assistant Director at Centro de Arte Moderna Fundação Calouste Gul-benkian. He curated and co-curated several exhi-bitions, supervised courses and workshops, and presented a large number of conferences in mu-seums and universities.

Maria Helena Vieira da Silva born in Lisbon, 1908; died in Paris, 1992. Studied painting and sculpture in Lisbon, but she would only take her artistic stud-ies further after going to Paris, in 1928, where she eventually decided to dedicate herself fully to painting. There, she worked under Dufresne, Waroquier and Friez, began printmaking at Hayter’s Atelier 17, and attended classes by Léger and de Bissière. In 1930, she married Hungarian

painter Arpad Szenes (1897-1985) and lost her Portuguese nationality. A painter of essentially urban subjects, Vieira da Silva displayed from very early on a great concern with expressing space and depth. In 1932, gallery owner Jeanne Bucher gave her the opportunity to organise her first so-lo show. In Portugal, Galeria UP showed her work in 1935. At the start of WWII, the couple came to Lisbon, hoping to become Portuguese citizens. However, their application was refused, and in 1940 they left for Rio de Janeiro. The rootlessness and anxieties of war found an echo in her paint-ings of the time. In Brazil, she exhibited her work at Rio de Janeiro’s National Museum of Fine Arts (1942), at Galeria Askanazy (1944), and at the Belo Horizonte City Hall (1946). In 1946, she had a solo show at the Marian Willard Gallery, in New York. The following year saw her back in Paris. The 1950s would be fruitful in important exhibitions, both in France and abroad (Stockholm 1950, London 1952, São Paulo 1953, Basel and Venice 1954, Caracas 1955, London 1957 and Cassel 1959, amongst others); during that decade, her work achieved international recognition. The French state bought her works and gave her the first of several decorations in 1960. In 1956, Arpad Szenes and Vieira da Silva became French citizens. In Portugal, Vieira da Silva had a solo exhibition at the Calouste Gulbenkian Foundation (1970). In 1983, the Lisbon Subway invited her to decorate the Cidade Universitária station. In 1990, the Arpad Szenes-Vieira da Silva Foundation was created in Lisbon. Its Museum, dedicated to the work of the two painters, opened its doors in 1994.

para o Desenvolvimento, Ar.Co – Centro de Arte e Comunicação Visual, Caixa Geral de Depósitos, Centro de Arte Moderna Fundação Calouste Gulbenkian, Fundação EDP (all Lisbon), Fundação de Serralves (Porto) and Fundação ARCO (Madrid).

Vítor Pomar (Lisbon, 1949) studied at Escola Superior de Belas-Artes do Porto and Escola Superior de Belas-Artes de Lisboa from 1966 to 1969. In 1970 he left for the Netherlands, where he attended the Hague Free Academy (‘Psychopolis’) and the Rotterdam Art Academy, concluding his academic studies at the latter. In 1979 he taught serigraphy at the Hague Free Academy, and in the same year travelled to Mexico thanks to a scholar-ship of the Dutch Ministry of Culture. Between 1976 and 1985 he resided in Amsterdam within the scope of the Beeldende Kunstenaars Regeling – BKR program; during that period of time, he also lived for five months in New York (1982). Pomar returned to Portugal in 1985, starting a creative pause that would only end in 1997. In 1987 he founded in Tavira a cultural association, ‘Casa-Museu Álvaro de Campos’, which he would direct until 1989. In that year, he attended an Arts Management course at Instituto Nacional de Administração. After several journeys to Northern India, between 1990 and 1995, he returned to photography in 1997; in the following year, Centro de Arte Moderna Fundação Calouste Gulbenkian showed a number of photographs taken between 1970 and 1974. In 1999, Pomar began painting again, and in 2002 was awarded the EDP Painting Prize. In 2003, he presented the anthologi-cal exhibition O Meu Campo de Batalha at Museu de Serralves, Porto. During 2012-13 Pomar pre-sented a number of exhibitions focusing on his work over the last ten years, such as video at Centro de Arte Moderna Fundação Calouste Gulbenkian: ‘Nada Para Fazer Nem Sítio Aonde Ir’; painting at Central Tejo, Museu da EDP: ‘Uma Pátria Assim’ (complemented by two video pieces: ‘Depoimento’, 2009 and ‘Portugal Revisitado’, 1983); ‘Os Atributos do Ar’, at Galeria Bloco 103, Lisbon; and ‘Karmamudra’, at TMG, Guarda. His work is

featured in the collections of several institutions, such as Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento, Caixa Geral de Depósitos and Fundação Casa de Serralves.

António Poppe (Lisbon, 1968) began his academic studies at Ar.Co, taking part in 1991 in Ar.Co - Exposição de Finalistas, at SNBA, and two years later in Ar.Co - Exposição de 1993, in Lisbon. Studying at Ar.Co allowed him to enrol in two ex-change programs abroad, first at London’s Royal College of Arts, and then at the School of the Art Institute de Chicago, where he obtained a Master of Fine Arts degree in film and performance art. In 1996, he joined Goat Island, a Chicago-based performance art group, with which he went on a six-month European tour. In 2000, he presented the solo show Desenho Poema Meditação at Assírio & Alvim; during that exhibition, the poetry book Torre de Juan Abad was launched. In the following year, he collaborated with Vera Mantero in Sentir Muito, part of the programme of Porto 2001 – European Capital of Culture; in the same year they worked together again, presenting Um Estar Aqui Cheio in Brest, France. In 2005 António Poppe and Mumtaz presented Num Abrir e Fechar de Olhos a Unidade da Revelação, at the Lisboa 20 gallery. In 2006, he began sharing meditation sessions and poetry recitals with kora player Ibu Galissá, a partnership that continues to the present day. In 2008, his daughter Luz was born. More recently, in 2012, António Poppe published a second volume of poems: Livro da Luz.

Rui Sanches (Lisbon, 1954) studied at Ar.Co – Centro de Arte e Comunicação Visual, Lisboa, Goldsmiths’ College, London (BA 1980) and Yale University, New Haven (MFA 1982).

In 1984, he showed his work for the first time at Galeria de Arte Moderna da SNBA and at Galeria Diferença, both in Lisbon. Since then, he has presented more than forty solo exhibitions, such as his retrospective at Centro de Arte Moderna Fundação Calouste Gulbenkian,

Page 41: estes e outros encont ros - flad.pt · PDF filevessa a obra visual e literária de Ana Hatherly, em que o espaço é definido pela poten-cial tensão que persiste nos jogadores. Estes

Fundação Arpad Szenes - Vieira da Silva

Presidente | PresidentAntónio Gomes de Pinho

Administradores | executive CouncilJean-François JaegerJoão Corrêa NunesLuís dos Santos FerroMaria Nobre FrancoRaquel Henriques da SilvaVera Nobre da Costa

Directora | DirectorMarina Bairrão Ruivo

Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento

Presidente | PresidentMaria de Lurdes Rodrigues

Administradores | executive CouncilMário MesquitaCharles A. Buchanan

Exposição | Exhibition

Programação | Programming Marina Bairrão Ruivo

Curadoria | CuratorJoão Silvério

Coordenação | CoordinationJoão SilvérioMarina Bairrão Ruivo

Comunicação | mediaFundação Arpad Szenes - Vieira da SilvaFundação Luso-Americana para o Desenvolvimento / LPM

Design de exposição | exhibition DesignMarina Bairrão RuivoJoão Silvério

transportes e montagemtransportation and Setting-upFeirexpo

Seguros | insuranceHiscox

Catálogo | Catalogue

Coordenação | CoordinationJoão SilvérioMarina Bairrão Ruivo

Documentação | DocumentationJoão SilvérioAndré SilveiraSandra Santos

textos | textsMarina Bairrão RuivoMaria de Lurdes RodriguesJoão Silvério

Design gráfico | graphic DesignNuno Vale Cardoso + Nina Barreiros

tradução | translationJosé Gabriel Flores

Fotografia | PhotographyLaura Castro Caldas & Paulo CintraFASVS

impressão | PrintingACD PRINT

tiragem | Print run500 exemplares | copies

Depósito legal357464/13

iSBn978-972-8467-46-3