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    Sumrio

    Conceituao de custos e despesas ........................................................3

    Diferenas entre custos e despesas ........................................................4

    Custos Diretos ..........................................................................................4

    Material Direto (MD) .................................................................................5

    Avaliao do Material Direto ....................................................................5

    Custos Indiretos .......................................................................................6

    Custos Fixos ............................................................................................6

    Custos Variveis .......................................................................................7

    Fatores de sensibilidade ao preo ...........................................................9

    Diculdade para comparar .......................................................................9

    Custo de Mudana ...................................................................................9

    Preo e Qualidade ..................................................................................10

    Custo compartilhado ..............................................................................10

    Benefcio nal .........................................................................................10Utilizados em conjunto........................................................................... 11

    Capacidade de estocagem..................................................................... 11

    Efeitos dos tributos sobre os preos ...................................................... 11

    Exemplo de avaliao de Material Direto ..............................................13

    Fatores de inuncia .............................................................................13

    Mtodos de precicao ........................................................................14Estruturas de mercado ..........................................................................16

    Estratgia competitiva ............................................................................18

    Foras de Porter .....................................................................................18

    Concorrncia no setor ............................................................................19

    Novos participantes ................................................................................19

    Produtos substitutos ...............................................................................20Fornecedores .........................................................................................21

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    Clientes ..................................................................................................21

    Estratgias genricas de Porter .............................................................22

    Formao de preo na estratgia de liderana ......................................23Formao de preo na estratgia de diferenciao ...............................23

    Formao de preos na estratgia de foco ............................................23

    Margem de contribuio ........................................................................24

    Margem de contribuio unitria ............................................................25

    Exemplo de clculo de margem de contribuio unitria (MCu)............25

    Margem de contribuio total .................................................................26Equao do lucro ...................................................................................26

    Decises corretas ..................................................................................27

    Anlise do ponto de equilbrio ...............................................................28

    Clculo do ponto de equilbrio ................................................................29

    Custeio por absoro .............................................................................29

    Problemas do custeio por absoro .......................................................30Clculo ponto de equilbrio ....................................................................30

    Mensagem nal ......................................................................................31

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    Conceituao de custos e despesas

    Uma quantia monetria transferida do comprador para o fornecedor em troca de um produto ou

    servio, como exemplo, pagamentos diversos, parcela de um nanciamento, mensalidade daescola, taxa de condomnio, aluguel de sua residncia e dirias de hospedagem, entre tantos

    outros, tratada no uso dirio ora por custo, ora porpreoou, ainda, porvalor, nos dando a im-

    presso de que essas trs palavras so sinnimas.

    Porm, para o sucesso da estratgia organizacional no ambiente dos negcios preciso estabe -

    lecer clara distino entre esses trs termos, leia o contedo abaixo e conhea mais sobre cada

    um deles.

    Custos

    Correspondem aos gastos incorridos pela companhia para ofertar seu

    produto ao mercado;

    Esto diretamente relacionados ao processo de produo ou execuo

    do servio;

    Alguns exemplos de custos: os dispndios com insumos, mo de obra e

    depreciao do equipamento usado no processo produtivo.

    Preo a soma monetria desembolsada pelo cliente na realizao da compra;

    Preos abaixo do custo no podem ser mantidos indenidamente, as-

    sim como preos acima do valor percebido pelo cliente desestimulam

    os negcios;

    Dever ento estar situado em algum ponto entre o custo e o valor.

    Valor

    Est ligado percepo que os compradores tm sobre os custos de

    aquisio e os benefcios oferecidos pelo produto;

    Valor percebido pelo cliente baseia-se na diferena entre o que ele ob-

    tm e o que ele d pelas diferentes opes possveis, assim podemos

    armar que, sob essa tica, um produto considerado barato pelos

    consumidores quando os benefcios esperados superam os custos en-

    volvidos; ser caro quando os custos incorridos forem superiores aos

    benefcios esperados;

    As empresas tambm incorrem em gastos classicados como despesas,

    que, embora no estejam diretamente associados produo, so

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    necessrios ao funcionamento do empreendimento como, por exemplo:

    salrios de vendedores e pessoal administrativo, material de expediente,

    instalaes e equipamento de escritrio.

    Diferenas entre custos e despesas

    Mas qual a diferena entre custo e despesa? Veja:

    Os custos exercem um papel importante na

    precicao, no podem ser considerados

    os nicos determinantes do preo, e essa

    a razo pela qual devem ser compreendidos

    por todos os envolvidos nas decises sobre

    preos.

    O custo representa o gasto relativo aos bens

    e servios utilizadosdiretamente na produ-o:

    Matria-prima;

    Mo de obra empregada na produo;

    Embalagens;

    Aluguis das instalaes de produo.

    Depreciao do equipamento utilizado

    na produo.

    As despesas correspondem aos gastos que

    no esto diretamente associados ao pro-

    cesso de produo, mas que so de alguma

    forma, necessrios para a operao da em-

    presa, como exemplo:

    Material de escritrio;

    Salrio do pessoal administrativo;

    Salrio e comisso dos vendedores;

    Depreciao do equipamento deescritrio.

    Entendida a diferenciao entre custos edespesas, agora, vericaremos as suasrelaes com a produo. No que se refere associao dos custos com os produtosfabricados, temos custos diretos e indiretos.Considerando-se a relao dos custos como volume de produo, temos custos xo evariveis.

    Custos Diretos

    Os custos e as despesas classicados como diretos so aqueles diretamente identifcados

    com o processo produtivo,no necessitando de qualquer procedimento de rateio, pois so

    atribudos de modo objetivo,como por exemplo:

    Matria-prima utilizada no processo de produo;

    Mo de obra diretamente envolvida com o processo (executa a transfor-

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    mao da matria-prima no produto acabado).

    Material Direto (MD)O material direto ou, simplesmente, MD formado pelas matrias-primas, embalagens, compo-

    nentes adquiridos prontos e outros materiais utilizados no processo de fabricao.

    Existem trs problemas bsicos de MD:

    Avaliao:Qual o montante a atribuir quando vrias unidades so com-

    pradas por preos diferentes?

    Controle: Como distribuir as funes de compra, pedido, recepo euso como inspecionar para vericar o efetivo consumo?

    Programao:Quanto e como comprar xao de lotes econmicos de

    aquisio, denio de estoques mnimos de segurana, etc.?

    Avaliao do Material Direto

    Agora vamos falar sobre os sistemas de avaliaodo Material Direto (MD),veja!

    # Sistema de inventrio peridico

    Quando a empresa no mantm um controle contnuo dos estoques.

    Frmula:Consumo de material direto = Estoque Inicial + Compras Estoque Final

    # Sistema de inventrio permanente

    Existe o controle contnuo da movimentao do estoque.

    Mtodos:

    Peps (Primeiro a entrar, primeiro a sair) - Este mtodo, tambm conheci-

    do como FIFO (frst-in, frst-out) apura que os primeiros artigos que entrarem

    no estoque, vo ser aqueles que vo sair em primeiro lugar, deste modo o

    custo da matria-prima deve ser considerado pelo valor de compra desses

    primeiros artigos.

    Ueps (ltimo a entrar, primeiro a sair) - Este mtodo, tambm conheci-

    do como LIFO (last-in, frst-out) um mtodo de avaliar estoque bastante

    discutido. O custo do estoque obtido como se as unidades mais recentes

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    adicionadas ao estoque (ltimas a entrar) fossem as primeiras unidades

    vendidas (sadas).Utilizado nas empresas brasileiras para atender a legis-

    lao scal.

    Custo Mdio Ponderado- Este mtodo usado em empresas, em que os

    seus estoques tenham um controle permanente, e que a cada aquisio, o

    seu preo mdio seja atualizado, pelo mtodo do custo mdio ponderado.

    Custos Indiretos

    De um modo geral, so custos e despesas compartilhadas, ou seja, so gastos incorridos que

    vo beneciar mais de uma linha de produtos, no possvel uma associao direta e objeti-

    va ao produto produzido, devem ser alocados segundo algum critrio de rateio que permita suadistribuio entre os diferentes produtos fabricados.

    Exemplo:Despesas administrativas, com seguros e com pessoal de superviso.

    Custos Fixos

    Custos e despesas so considerados fxos, quando o montante no varia acompanhando o

    volume de produo. Dito de outra forma, mesmo que no se produza uma nica unidade,esses custos (e despesas) existiro.

    Veja os exemplos:

    Depreciao de prdios e mquinas industriais (custo);

    Aluguis das unidades de produo (custo);

    Salrios do pessoal administrativo (despesa);

    Contas de telefone da rea administrativa (despesa).

    Mesmo quando a conta de telefone da rea administrativa, por exemplo, apresentarvalores diferentes a cada ms, sua natureza ainda ser despesa xa, pois avariao nos valores no estar ligada s variaes no volume produzido.

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    Custos Variveis

    Os custos e despesas variveis so aqueles cujo montante se altera acompanhando as

    mudanas no volume produzido.Assim, se o volume produzido aumenta, os custos variveisaumentam tambm; se o volume diminui, o custo varivel tambm diminui.

    Exemplos:

    Gasto com matria-prima (custo);

    Embalagens (custo);

    Mo de obra direta (custo);

    Comisses de vendedores (despesa).

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    Fatores de sensibilidade ao preo

    Em diversos momentos nas organizaes a preocupao com o preo est presente, entre eles

    podemos destacar:

    Lanamento de produtos - enquadramento do preo dentro de um con-

    texto global.

    Valores de Insumos alterados - aplicao de novos materiais diretos,

    variaes nos custos de transportes, variveis cambiais.

    Alterao no processo (Mudana) - alteraes na produo.

    Estratgias de posicionamento - buscar uma nova imagem da empresa.

    Alterao no preo a curto prazo - promoes, liquidaes.

    Novos canais e/ou mercadorias - e-commerce, por exemplo.

    Sob encomenda - a cada nova encomenda a preocupao com os preos.

    Dificuldade para comparar

    Em alguns casos, os consumidores tm diferentes ofertas, quer seja por desconhecimento

    do produto e suas caractersticas, quer seja por temor de escolher errado. Nessa situao,

    comum que o preo deixe de ter peso signicativo na formao do valor percebido, a repu-

    tao do fornecedor ou a tradio de uma marca sejam considerados mais relevantes para

    a escolha.

    Custo de Mudana

    Vejamos agora o que est associado ao custo de mudana e o que o mesmo ocasiona. Ob -

    serve abaixo:

    Est associado troca de fornecedor;

    Quando a mudana implica custos, monetrios ou no, para seleo

    de um novo fornecedor e para se aprender a tirar o melhor proveito

    da nova oferta, o cliente pode ser induzido acomodao e somente

    uma oferta muito atrativa o levaria a considerar a troca de fornecedor.

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    Preo e Qualidade

    Veja agora os valores que costumam estar atrelados ao preo e qualidade dos produtos

    ofertados.

    Associao positiva em que o preo elevado sinaliza prestgio ou ex-

    clusividade;

    Preos elevados no agem como fator de desestmulo s vendas;

    A aquisio de um mesmo produto, oferecido por certo preo, poder

    ter impacto mais signicativo na renda de um consumidor que na de

    outro;

    Gasto em relao renda;

    Quanto maior o gasto em relao renda, maior a sensibilidade do

    comprador ao preo.

    Custo compartilhado

    Veja a seguir, como se d o custo compartilhado de um produto ofertado ao consumidor.

    Em algumas situaes, o consumidor, ao efetuar a compra, no arca

    com a totalidade dos custos, ou seja, o custo compartilhado com

    terceiros;

    O comprador tende a ser menos sensvel s variaes de preos.

    Benefcio final

    Observe a seguir, os benefcios nais que o preo pode proporcionar ao consumidor:

    O preo signica uma pequena parcela do esperado com a utilizao

    do produto;

    Existir menos sensibilidade do consumidor aos preos.

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    Utilizados em conjunto

    Entenda os benefcios de se vender produtos com acessrios:

    Certos produtos devem ser com acessrios que, em geral, custam uma

    pequena frao do preo do produto principal;

    O consumidor tende a ser menos sensvel s variaes de preos dos

    artigos acessrios, justamente pelo investimento reduzido que represen-

    tam em relao ao artigo principal.

    Capacidade de estocagem

    Com relao a capacidade de estocagem de produtos, veja:

    O produto no pode ser estocado;

    Menor sensibilidade por parte dos compradores s variaes de preos.

    Para se ter sucesso na elaborao de uma poltica de preos, precisoconhecer a estrutura do mercado no qual a empresa atua e a sensibilida-

    de de seu pblico-alvo s variaes no preo da oferta.

    Efeitos dos tributos sobre os preos

    Na receita bruta ou no preo bruto unitrio, esto includos os valores dos impostos cobrados

    sobre o preo de venda. Mas que impostos so esses? Segundo Carneiro (2006), existem no

    Brasil mais de 60 diferentes taxas, impostos, encargos e contribuies que chegam, em algunscasos, a 40% do preo nal de um produto.

    Os principais tributos, mas no os nicos, soICMS, IPI e ISS. Para conhecer mais sobre cada

    um deles, leia o contedo a seguir:

    ICMS - Imposto sobre a Circulao de Mercadorias e Servios (ICMS).

    Esfera estadual;

    Incide sobre a venda de mercadorias em estabelecimento comercial ouindustrial;

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    Venda de bebidas e alimentos em bares, restaurantes e estabeleci-

    mentos similares;

    Prestao de servios de transporte interestadual e intermunicipal;

    Servios de comunicaes, entre outros fatos geradores;

    Seu clculo envolve a aplicao de uma alquota sobre o preo de

    venda, ou seja, embutido no preo de venda e seu valor embutido

    no preo; em outras palavras, calculado por dentro.

    IPI - Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).

    Esfera federal;

    Incidncia sobre a sada de produtos de estabelecimento industrial;

    calculado por fora, sobre o preo de venda total, inclusive com a

    adio do ICMS.

    ISS - Imposto sobre Servios (ISS). Esfera municipal:

    Prestao de servios de qualquer natureza seu fato gerador;

    A sistemtica de clculo desse imposto envolve a aplicao de uma

    alquota por dentro sobre o preo de venda registrado na nota scal.

    Existiro alquotas diferentesconforme a legislao tributria de cada estado ou municpio,

    esse o aspecto mais importante no que diz respeito ao impacto dos impostos sobre a forma-

    o do preo. Assim, deve-se considerar o efeito da carga tributria sobre o preo, conforme

    a regio em que se pretenda atuar, de tal modo que a empresa se mantenha competitiva.

    Do mesmo modo, aspectos tributrios internacionais tambm devem ser considerados para

    empresas de atuao mundial.

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    Exemplo de avaliao de Material Direto

    Agora veja um exemplo de como se faz esse tipo de avaliao:

    Compras Consumo Saldo

    Data QtdeR$

    unit.

    R$

    TotalQtde

    R$

    unit.

    Mdio

    R$

    TotalQtde

    R$

    Total

    3 1.500 10,00 15.000 -- 10,00 -- 1.500 15.000

    8 2.500 12,00 30.000 -- 11,25 -- 4.000 45.000

    12 -- -- -- 1.500 11,25 16.875 2.500 28.12525 1.000 13,00 13.000 -- 11,75 -- 3.500 41.125

    30 -- -- -- 2.000 11,75 23.500 1.500 17.625

    Fatores de influncia

    Determinao do preo de vendaPreo a expresso do valor de troca que se oferece por alguma coisa que satisfaa dada ne -

    cessidade ou desejo, conforme Sardinha (1995, p. 17).

    Na formao do preo de venda inicialmente, calcula-se um preo-basefazendo-se uso exclu-

    sivamente de dados internos da empresa, segundo Grell & Belloli (1995, p. 59). A maior critica

    referente ao preo-base em no considerar as caractersticas existentes no mercado, como por

    exemplo:

    Preo;

    Volume de vendas;

    Prazo;

    Condies de entrega;

    Qualidade;

    Aspectos promocionais.

    No passo seguinte, testa-se o preo s condies do mercado, levando-se em conta as relaes

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    de custo/volume/lucro e demais aspectos econmicos e nanceiros da empresa.A partir desse

    momento, estudam-se alternativas, pesquisando a relao volume/preo, de modo a conseguir

    uma melhoria do lucro. Fixa-se o preo mais apropriado, considerando-se condies diferencia-

    das para atender:

    Volumes distintos;

    Prazos diferentes de nanciamento de vendas;

    Descontos para prazos mais curtos;

    Comisses sobre vendas para cada condio.

    Grell & Belloli (1995, p. 52) enumeram como fatores que interferem na formao do preo devenda:

    Qualidade do produto em relao s necessidades do mercado consu-

    midor;

    Existncia de produtos substitutos a preos mais competitivos;

    Demanda esperada do produto;

    Controle de preo imposto pelo governo;

    Nveis de produo e de vendas que se pretende ou que se pode operar;

    Custos e despesas de fabricar, administrar e comercializar o produto;

    Nveis de produo e vendas desejadas.

    Mtodos de precificao

    De acordo com Santos (1995, p. 120), quatro mtodos para a formao de preos so adotados

    pelas empresas, veja!

    # Custo da mercadoria

    O mtodo baseado no custo da mercadoria o mais comum na prtica empresarial e consiste

    em adicionar uma margem xa a um custo-base, geralmente conhecida pela expresso mark-up.

    Segundo Clancy (1998, p. 166), essa abordagem no tem funcionado adequadamente porque o

    clculo do custo agregado real de um produto ou servio individual um processo complexo, queexige coleta e partilha de informaes envolvendo diferentes setores de uma organizao. A maioria

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    das empresas no sabe qual o custo total de um produto ou servio, ou, quando sabe, no repassa tal

    informao ao executivo de marketing responsvel pela determinao de preos.

    # Decises das empresas concorrentesO segundo mtodo o baseado nas decises das empresas concorrentes e pode ser desdobrado em:

    - Mtodo do preocorrente:ocorre quando os produtos so vendidos a um

    mesmo preo por todos os concorrentes.

    - Mtodo de imitao depreos:ocorre quando o preo adotado o mesmo

    de uma empresa selecionada no mercado.

    - Mtodo de preosagressivos: quando um grupo de empresas concor-

    rentes estabelece a tendncia a uma reduo drstica de preos at serematingidos, em certos casos, nveis economicamente injusticveis, abaixo do

    custo das mercadorias.

    - Mtodo de preospromocionais:caracteriza a situao em que as em-

    presas oferecem mercadorias (por exemplo, supermercados) a preos tenta-

    dores com o intuito de atrair o pblico ao local e compensar com a venda de

    outros produtos.

    O problema do mtodo de preos promocionais equiparar-se aos preos dos concorrentes, conforme

    Clancy (1998, p. 166), que a empresa no tem conhecimento, exceto em um nvel muito supercial,se a concorrncia est ou no tendo lucro. Assim, a pura e simples adoo de preo igual ou inferior

    ao da concorrncia, sem o apoio de pesquisas de marketing ou de uma estratgia especca, pode

    comprometer a lucratividade.

    # Caractersticas do mercado

    O terceiro mtodo citado por Santos (1995, p. 122) baseado nas caractersticas do mercado. O conhe-

    cimento profundo do mercado permite ao administrador decidir se vender o seu produto a preos mais

    altos (atraindo classes economicamente mais altas) ou a preos populares, visando atingir a populao

    mais pobre.

    # Misto

    O quarto mtodo o misto, que deve observar a combinao de fatores como custos envolvidos,

    decises da concorrncia e caractersticas do mercado.

    Neste, enfatiza-se a abordagem mais comum, relacionada com a precicao utilizando os fa-

    tores internos de custos, mais mark-up (ndice aplicado aos custos para obteno do preo de

    venda). Neste caso, para clculo do preo de venda orientada comercial, necessrio obter o

    valor do custo de compra dos materiais/mercadorias e a xao do mark-up.

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    Pode-se armar que a determinao dos preos est mais ligada ao marketing da empresa do

    que ao custo. Porm os custos so fatores preponderantes na formao e anlise dos preos de

    venda. De forma geral, os custos determinados segundo as modernas tcnicas de custeio pos-

    sibilitam, luz do mercado, a avaliao dos efeitos sobre os lucros das alternativas de preos a

    serem praticadas, permitindo empresa decidir sobre a continuidade, a descontinuidade ou

    ainda a modifcao de produtos.

    Estruturas de mercado

    Dependendo do mercado em que a empresa atue, conforme visto anteriormente, poder ter maior oumenor liberdade para formar preos, mas o que mercado?

    Mercado o lugar, que no necessita ser sicamente demarcado e limitado, no qual se encontram com-

    pradores e vendedores para realizarem trocas de produtos e servios, realizadas com a intermediao

    da moeda.

    As principais estruturas de mercado so Concorrncia perfeita; Oligoplio; Monoplio e Concor-

    rncia monopolstica.

    Concorrncia perfeita

    Atuam inmeros fornecedores e compradores;

    Amplo acesso a todas as informaes relevantes ao funcionamento do mer-cado;

    No existem barreiras para entrada ou sada de novos concorrentes;

    No existe diculdade para os consumidores trocarem de fornecedores.

    Como resultado, nenhuma empresa e nenhum consumidor, atuando de forma isolada, tm poder su-

    ciente para inuenciar o preo de mercado. Caso um produtor tente cobrar mais por sua oferta, no en -

    contrar compradores, j que estes podem obter o mesmo produto de outros fornecedores. Tambm os

    fornecedores no cobraro menos por sua oferta, j que podem encontrar compradores pelo preo demercado. Diz-se, nessa situao, que tanto fornecedores quanto compradores so tomadores de preo.

    Como os preos so determinados pelas curvas de oferta e de procura, uma empresa vai se conservar

    no negcio enquanto seus custos se mantiverem abaixo do preo praticado no mercado.

    Oligopolistas

    Atuam poucos fornecedores, que detm uma parcela signicativa do merca-

    do;

    Existem barreiras que dicultam a entrada de novos concorrentes.

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    Por essa razo, qualquer alterao na participao de mercado de um concorrente altera a situ -

    ao dos demais, induzindo reao. Os fornecedores tentam inuenciar os preos de mercado,

    geralmente por meio de caractersticas do produto que elevem a percepo do valor pelo cliente.

    Em casos mais extremos, os fornecedores se organizam em cartispara defesa de seus inte-

    resses e imposio de preos ao mercado. Essa prtica , contudo, sujeita aplicao de leis de

    defesa da concorrncia e proteo dos consumidores.

    Monoplio

    O mercado conta com um nico fornecedor para um produto que no

    tem substituto;

    Existem elevadssimas barreiras de entrada para novos concorrentes;

    O fornecedor tem fora para impor preos ao mercado;

    Liberdade para o fornecedor estabelecer sua taxa de mark-up.

    Para tentar limitar a liberdade de imposio de preos no mercado monopolista, governos ou

    agncias reguladoras atuam na scalizao dos custos e das margens de lucro do fornecedor.

    Entretanto, uma consequncia da regulao que a empresa monopolista no se sente incenti-

    vada a ser mais eciente, pois, se reduzir seus custos, provavelmente ser forada pelos regu-

    ladores a reduzir seus preos.

    Concorrncia monopolstica

    Ocorre em situaes nas quais o mercado apresenta uma combinao

    de concorrncia perfeita e de monoplio;

    Existe um grande nmero de concorrentes;

    Cada concorrente congura sua oferta com base em alguma diferencia-

    o que torna seu produto exclusivo na percepo do consumidor;

    Quanto mais um produtor consegue diferenciar sua oferta, mais mono-

    polizar o segmento que atende.

    Apesar da elevada diferenciao, os produtos dos diversos concorrentes so substitutos entre

    si, embora no de forma perfeita. Existe, ainda, uma estrutura de mercado bastante especca,

    denominada mercado monopnico, que caracterizado por haver um nico comprador para o

    produto de vrios vendedores. O comprador, nesse caso, detm o poder de determinar preos

    ao mercado fornecedor.

    O conhecimento da estrutura de mercado em que uma empresa atua permite melhor entendi-

    mento do comportamento dos concorrentes, das regras que regem o mercado e de suas implica-es para a denio de preos (CARNEIRO et al. 2006).

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    Estratgia competitiva

    Guerras, combates, vencedores e perdedores, a origem do termo estratgia nos remete a

    arte militar de planejar e executar movimentos e operaes de tropas para alcanarou manter posies favorveis sobre o inimigo. Atualmente, a estratgia passou a ter

    um sentido mais amplo embora metfora da guerra ainda seja muito utilizada no meio

    empresarial.

    Como prope Porter (1998), a essncia da estratgia lidar com a competio, que a

    situao na qual o movimento de uma empresa origina movimentos de resposta das demais

    empresas que participam do mercado. A seguir apresentaremos um dos mais influentes

    autores sobre o tema estratgia, Michael Porterque afirma que os concorrentes diretos

    no so a nica fora competitiva a ser considerada na anlise estratgica.

    Foras de Porter

    Modelo de foras competitivas de Porter

    A formulao estratgica deve contemplar o mercado como um todo e no apenas os concor-

    rentes diretos. Um mercado, nesse modelo, denido pela existncia de cinco foras b-

    sicas,o poder dessas cinco foras determina o potencial de lucro em um mercado. O papel

    do estrategista encontrar uma posiona qual sua empresa possa melhor se defenderdessas foras ou inuenci-las ao seu favor.

    Os clientes, os fornecedores, os novos entrantes no mercado e os produtos substitutos exer-

    cem foras sobre a estrutura do mercado (ambiente) que podem ser mais ou menos proemi-

    nentes ou ativas (PORTER, 1998). Um mercado, nesse modelo, denido pela existncia de

    cinco foras bsicas:

    Concorrncia no setor;

    Novos participantes;

    Produtos substitutos;

    Fornecedores;

    Clientes.

    Veremos, nas prximas telas, um pouco mais sobre cada uma dessas foras, siga em frente.

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    Concorrncia no setor

    Agora vamos falar sobre os concorrentes ou as ameaas de entrada, veja quais so:

    Grau de diculdade que empresas que ainda no participam de um merca-

    do podem enfrentar, caso desejem se instalar como competidores no setor;

    Novos participantes podem trazer novas capacidades e competncias;

    Novos participantes podem ter recursos substanciais para sustentar a

    disputa;

    A consequncia pode ser uma queda de lucratividade para empresas j

    instaladas.

    Novos participantes

    Barreiras de entrada para novas empresas

    A severidade dessa ameaa estar condicionada existncia e fora de algumas barreiras. Se

    as barreiras forem altas, podero desestimular o ingresso de novos concorrentes (PORTER,

    1998), as principais barreiras so:

    Economias de escala:economias de escala so obtidas pelo au-

    mento de eficincia associado a uma expanso na produo, o que

    resulta em reduo do custo de cada unidade produzida. Essas eco-

    nomias podem deter a entrada de novos concorrentes ao for-los a

    j entrarem produzindo em escala ou ento terem que aceitar des-

    vantagem em custo;

    Diferenciao do produto: a lealdade dos clientes s marcas j

    existentes cria uma barreira porque fora os novos entrantes a gas-

    tarem pesadamente para vencer a identificao dos clientes comessas marcas. Entre as fontes de diferenciao esto publicidade,

    os servios oferecidos aos clientes, o pioneirismo e as diferenas

    claras entre os produtos;

    Necessidade de capital: a necessidade de altos investimentos

    para se instalar no setor pode ser um forte impedimento entrada

    de novos concorrentes. O capital necessrio no apenas para ins-

    talaes, mas tambm para o crdito ao consumidor, a formao de

    estoques, a publicidade e a pesquisa;

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    Desvantagens de custo independentes de escala:as empresas

    j instaladas em um setor podem ter vantagens em custos que no

    estejam associadas escala de produo. Essas vantagens podem

    se originar de tecnologia proprietria, de localizao favorvel, do

    acesso s melhores fontes de matria-prima, de ativos adquiridos

    por preos mais baixos ou ainda subsdios concedidos pelo gover-

    no. Se essas vantagens no forem acessveis aos rivais em poten-

    cial, estar criada uma forte barreira de entrada no setor;

    Acesso a canais de distribuio:um novo entrante deve se pre-

    ocupar em garantir a distribuio de seu produto. Entretanto, o do-

    mnio desses canais pelas empresas j instaladas exigir grandes

    esforos para aqueles que pretendem ingressar no setor. Algumas

    vezes, essa barreira to alta que o novo concorrente s poderromp-la criando seus prprios canais de distribuio;

    Poltica governamental:o governo pode limitar, ou mesmo impedir,

    a entrada em setores sujeitos forte controle estatal, seja por se -

    rem considerados estratgicos, seja por serem concesses. Quanto

    mais regulamentado um setor, maiores as dificuldades enfrentadas

    pelos potenciais entrantes.

    A reao dos competidores j instalados s pretenses de um novo rival tambm podem

    servir como desestmulo de entrada. As empresas dominantes podem possuir recursospara sustentar uma guerra contra o novo concorrente, como excesso de caixa, facilidade

    para obteno de financiamento, capacidade produtiva, acordos com membros dos canais

    de distribuio ou ainda capacidade para baixar preos.

    Essa barreira pode ser mais inuente quando j houver histrico de sua

    utilizao contra pretendentes a entrar em um setor.

    Produtos substitutos

    Os produtos substitutosso aqueles que, provenientes de uma cadeia produtiva dis-

    tinta, se prestam a satisfazer, de modo alternativo, uma mesma necessidade. Quanto

    maior a disponibilidade de produtos substitutos, assim como quanto mais atrativa a

    alternativa de preo desempenho oferecida por esses produtos aos consumidores, maior

    a ameaa enfrentada pelos produtorese maior ainda ser a presso sobre os lucros

    do setor.

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    Fornecedores

    Os fornecedoresvo representar uma fora competitivaquando tm condies de exercer poder

    de negociao sobre os participantes de um mercado, pela elevao de seus preosou, ainda, pelareduo da qualidade dos bens e servios ofertados.Agindo dessa forma, podem pressionar a ren-

    tabilidade de um setor que no consiga repassar as mesmas condies a seus compradores.

    Caractersticas de um fornecedor poderoso:

    Faz parte de um pequeno grupo de fornecedores que dominam o mercado;

    Possuem produtos exclusivos (ou diferenciados) ou representam alto custo

    de troca para o comprador;

    O comprador no representa um cliente importante, em termos de participa-

    o relativa no faturamento, para o fornecedor, que pode ento impor seus

    termos na negociao;

    O fornecedor est integrado s instalaes do comprador.

    Clientes

    Praticamente encontramos dois tipos de clientes:

    Institucionais

    Empresas que adquirem insumos de outras empresas.

    Os compradores institucionais, na busca pela reduo de seus custos, tentam negociar preos mais

    baixos, melhor qualidade e mais servios com seus fornecedores. O poder de barganha dos compra-

    dores maior se:

    Estiver adquirindo grande parte da produo de um setor (como maior com-

    prador, ter fora);

    Impor preos e condies de fornecimento;

    O produto que o comprador estiver adquirindo responder por uma parcela

    signicativa de seus custos, tornando relevante a negociao por menores

    preos;

    O comprador tiver possibilidade de mudar sua matriz de insumos, utilizando

    outro produto a custos reduzidos.

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    Individuais

    Adquirem o produto para uso prprio.

    Os produtos que os fornecedores oferecem ao mercado so padronizados ou indiferenciados (commo-

    dities). Como para os compradores ser indiferente realizar negcios com esse ou aquele fornecedor,

    podero atuar no sentido de colocar um fornecedor contra outro, barganhando preos; Quando existem

    muitos fornecedores para um dado produto, sem que haja custos signicativos para que o comprador

    troque de fornecedor, este ter maior poder de negociar preos e prazos de fornecimento que lhe sejam

    mais convenientes.

    Estratgias genricas de Porter

    A partir da anlise das foras competitivas, Porter sugeretrs alternativas de estratgia, entre asquais a organizao deve escolher uma. Leia atentamente:

    Liderana em custos

    A empresa desenvolve um conjunto integrado de aes para assumir a posio de produtor de mais

    baixo custo em uma indstria, sem afetar as caractersticas do produto consideradas essenciais pelos

    consumidores.

    A implementao dessa estratgia requer um enfoque constante em reduzir os custos e as despesas

    para um nvel inferior aos da concorrncia. Empresas que adotam essa estratgia buscam intensa-

    mente a reduo dos custos de produo, das despesas gerais, de marketing, de servios ao cliente

    e de pesquisa e desenvolvimento. Ao mesmo tempo, devem investir em instalaes que permitam a

    produo em escala adequada. Se a empresa obtiver sucesso na implementao dessa estratgia,

    conseguir retornos elevados, mesmo enfrentando a presena de foras competitivas intensas (HITT,

    IRELAND e HOSKISSON, 2002).

    DiferenciaoFundamentada em um conjunto de aes destinadas a fornecer um produto que, na percepo do

    cliente, apresente caractersticas nicas e importantes, de tal forma que o comprador estar disposto a

    pagar mais para obt-lo.Naturalmente que essa estratgia s obtm sucesso se a empresa conseguir produzir a diferenciao

    a um custo signicativamente menor que o preo que o cliente est disposto a pagar. Empresas que

    adotam essa estratgia investem em pesquisa e desenvolvimento de produtos, em marketing, em ser-

    vios adicionais ao cliente etc. Qualquer atributo do produto, seja real ou percebido, pode ser a base da

    diferenciao. O desao identicar qual (ou quais) so esses atributos capazes de gerar valor para o

    cliente (HITT, IRELAND e HOSKISSON, 2002).

    FocoVisa a um segmento de mercado que seja claramente identicvel e rentvel o suciente para justi-

    car a operao. A empresa se dedica a conhecer profundamente as caractersticas e necessidades do

    segmento-alvo e busca uma posio de liderana em custos ou diferenciao.

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    Formao de preo na estratgia de liderana

    Uma empresa que adota uma estratgia de liderana em custospode optar por uma entre duas

    polticas de preos: preos baixosou preos de paridade(CARNEIRO et al., 2006).

    Os custos mais baixospermitem que a empresa coloque sua oferta no mercado a um preo

    ligeiramente inferior que os praticados pela concorrncia, repassando aos consumidores uma

    parte dos ganhos obtidos com custos baixos e sacricando ligeiramente sua margem de lucro.

    Um cuidado a ser observado que o preo no poder ser to mais

    baixo que leve os consumidores a perceberem o produto como de qua-

    lidade inferior.

    Na opo de manter os preos em paridadecom os da concorrncia, a empresa no partilha

    com os clientes os ganhos de ecincia em custos e mantm integralmente sua margem. Nesse

    caso, o cuidado deve ser para que o consumidor perceba tambm a oferta como similar con -

    corrncia e no tenha a sensao de estar comprando menos por mais.

    Formao de preo na estratgia de diferenciao

    Diferenciarpressupe que a empresa oferea ao mercado um produtoque seja percebi-

    docomo nico pelos consumidores, o que tende a diminuir a sensibilidade do comprador

    ao preo. Ento, a empresa que oferece um produto diferenciado pode cobrar preos mais

    altos que a concorrncia, o chamado preo-prmio, obtendo elevadas margens unitrias.

    Se a diferenciao envolve aspectos como imagem ou prestgio, ou mesmo quando o

    produto percebido como de qualidade superior, o preo mais alto serve como reforo da

    imagem e confirmao da qualidade da oferta (CARNEIRO et al., 2006).

    Existe tambm a opo de se praticar preos alinhados com os da concorrncia, quando

    o preo mais baixo no afetar a imagem que o consumidor tem do produto. Pode-se suporque o comprador dar preferncia de aquisio ao produto percebido como diferenciado,

    quando este estiver com preos semelhantes aos dos produtos concorrentes. A vantagem

    competitiva advm dos ganhos no volume, que levam reduo dos custos em decorrncia

    dos ganhos de escala.

    Formao de preos na estratgia de foco

    Algumas empresas sero capazes de identicar e atender com ofertas de valor superior um seg-

    mento de mercado, de tal forma que sejam mais ecazes que aquelas que buscam atender todos

    os consumidores de um mercado.

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    A empresa que opta pela estratgia de focopode escolher assumir uma posio de lideran-

    a em custos. Nesse caso, pode oferecer preos similares aos da concorrncia, ganhando na

    margem unitria ou oferecer preos mais baixos para ganhar no volume. Tambm possvel a

    escolha por uma posio de diferenciao, caso em que poder cobrar preos semelhantes

    aos da concorrncia e ganhar volume, ao se tornar a alternativa preferida dos compradores de

    seu segmento-alvo. Alternativamente, poder cobrar preos mais altos, buscando o ganho

    na margem unitria.

    De qualquer modo, a empresa competidora em foco no deve perder de vista que existiro

    competidores com ofertas voltadas para o mercado como um todo, que constituiro sempre

    uma opo para os consumidores do segmento-alvo que no perceberem uma oferta de valor da

    empresa que opera com estratgia de foco.

    Margem de contribuio

    Se for preciso comprar o que vendido e ainda pagar algumas despesas que

    s ocorrem quando se vende, como o caso dos impostos sobre vendas e

    das comisses dos vendedores, quanto sobra para a empresa pagar as des-

    pesas e os custos xos e ter lucro?

    essa sobra que consideramos a margem de contribuio. importante entendermos que em

    qualquer atividade perfeitamente possvel e fcil se apurarovalore o percentual da margem

    de contribuio.

    Ento, por que o nome margem de contribuio? Veja:

    Margem a diferena entre o valor da venda e suas despesas variveis e custos variveis.

    Contribuio porque representa quanto o valor da margem contribui para o pagamento dos cus-

    tos e das despesas xas. Podemos armar que o resultado da margem de contribuio o quan -to sobra das vendas para a empresa pagar as despesas e os custos xos e ainda gerar lucros.

    A margem de contribuio igual receita unitria(lquida) menos o custo varivel unitrio.

    o valor que sobra de cada unidade vendida, depois de descontados os custos e as despesas

    variveis, para fazer frente aos custos e s despesas xas, conforme mostra a equao abaixo:

    Margem de Contribuio = Vendas () Custos e Despesas Variveis

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    Margem de contribuio unitria

    Observe abaixo, a equao da Margem de contribuio unitria. Veja abaixo cada uma das par-

    tes que a compem.

    MC u = Ru Cvu

    MC u Margem de contribuio unitria;

    Ru Receita lquida unitria;

    CVu Custo varivel unitrio.

    A margem de contribuio expressa em termos percentuais (MCu%), conforme mostra a equa-

    o abaixo:

    MCu%= Cvu / Ru = MCu/ Ru

    A seguir, apresentamos um exemplo para o clculo da margem de contribuio unitria e de sua

    expresso em percentual.

    Exemplo de clculo de margem de contribuio unitria

    (MCu)Observe o exemplo a seguir, sobre clculo de margem de contribuio unitria (MCu).

    Dados:

    Receita de venda unitria (lquida): R$ 2,50;

    Custo varivel unitrio: R$ 1,78;

    Margem de contribuio: R$ 2,00.

    Resoluo:

    MCu% = (2,50 - 1,78 )/2,50

    MCu% = 0,2880

    MCu% = 28,80%

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    Margem de contribuio total

    A margem de contribuio total o que sobra da receita operacional lquida, depois de

    deduzidos os custos variveis totais.Para empresas que trabalham com produto nico, suaexpresso em percentual ter o mesmo valor da margem de contribuio percentual unitria.

    Exemplo de clculo da margem de contribuio total, supondo um total de 500 unidades vendidas

    de um mesmo produto.

    Dados:

    Receita de venda unitria lquida: R$ 3,50;

    Custo varivel unitrio: R$ 1,50;

    Unidades vendidas: 500;

    Receita operacional lquida (ROL): R$1.750,00;

    Custos variveis totais (CVt):R$ 750,00;

    Margem de contribuio (MC ): 1.000,00.

    Resoluo:

    MC = ROL CVt

    MC % = (ROL CVt) / ROL = MC / ROL

    MC % = 1.000,00 / 1.750,00

    MC % = 0,5714

    MC % = 57,14%

    Equao do lucro

    De modo a evidenciar a margem de contribuio percentual, a equao do lucro pode ser rees -

    crita como mostra a seguir:

    Equao do lucro evidenciando a MC%

    LO = ROL - CVt - CFt

    MC % = (ROL CVt ) / ROL

    ROL MC % = ROL CVtLO = ROL MC % CFt

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    Anlise do ponto de equilbrio

    Se a empresa produzir pouco, provavelmente no obter um faturamento suficiente para

    pagar todas as suas obrigaes, apresentando prejuzo. Por outro lado, se estiver operan-do em nvel satisfatrio, pagar suas obrigaes e possivelmente vai gerar lucro (Abreu

    Filho et al. 2005).

    Um empreendimento deve operar visando a resultados que permitam o lucro.

    Para obter lucro, qualquer empresa precisa gerar um volume de receita operacional lquida

    que ultrapasse a soma dos custos e das despesas. Ento, somente a partir de um determi-

    nado volume de receitas, que obter lucro.

    A expresso geral do lucro :

    Lucro = Receitas Custos Despesas

    A anlise do ponto de equilbrio permite a determinao do valor das receitas ope-

    racionais lquidas necessrias para igualarem-se soma dos custos e das des -

    pesas ocorridas no processo de produo, ou seja, o ponto de equilbrio aque -

    le no qual a receita operacional lquida produz lucro operacional igual zero.

    O primeiro passo identificar, na estrutura de custos e despesas, para determinar o

    ponto de equilbrio, a parte fixa (ou custo fixo), que aquela cujos valores no so in-

    fluenciados pelo volume de vendas, ou seja, para uma dada capacidade instalada, qual -

    quer alterao no volume de produo no ter influncia sobre custos e despesas fixas.

    Se por um lado os custos fixos totais no so alterados pelo volume de produ -

    o so constantes, por outro lado os custos fixos unitrios so diludos pelo vo-

    lume de produo no so constantes; quanto maior o volume produzido, me-

    nor a parcela de custos fixos que ser atribuda a cada unidade produzida a parte

    varivel (ou custo varivel), que est diretamente relacionada ao volume de vendas.

    Se este sobe, a parte varivel dos custos tambm sobe; se o volume de vendas cai, a par-

    te varivel dos custos tambm cai. Os custos variveis totais so alterados pelo volume

    de produo no so constantes. J os custos variveis unitrios no so modificados

    pelo volume de produo so constantes .Note que a empresa incorre em um volume

    de custos fixos, que constante, e um volume de custos variveis, que aumenta conforme

    aumentam as vendas.

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    Clculo do ponto de equilbrio

    O ponto de equilbrio, tambm denominado ponto de ruptura(break-even point) nasce da

    conjugao dos custos totais com as receitas totais. A empresa obter seu ponto de Equil-brio quando suas Receitas Totais equalizarem seus Custos e Despesas Totais:

    Receitas Totais = (Custos + Despesas) Totais

    Frmula para o ponto de equilbrio

    Ponto de Equilbrio = (Custos Fixos + Despesas Fixas) / Margem de Contribuio Unitria

    Este clculo s vlido, no Custeio por Absoro,quando a produo for igual venda,

    em termos de unidades; caso contrrio haver sempre o problema dos Custos Fixos man-

    tidos em estoque que provocaro distores, ora para mais, ora para menos. No Custeio

    Varivel,o resultado ser sempre igual ao calculado em funo dessas relaes entre o

    custo e o volume.

    Custeio por absoro

    Custeio por absoroconsiste na apropriao de todos os custos de produo, sejam

    eles diretos, indiretos fixos ou variveisaos bens elaborados. o mtodo utilizado pelas

    empresas de modo geral, visto que obedece ao regime de competncia.

    Em outras palavras, podemos afirmar que so todos os gastos relativos ao esforo de

    fabricaoe so distribudos para todos os produtos fabricados. Devero integrar o custo

    dos bens ou servios vendidos:

    O custo de aquisio de matrias-primas e quaisquer outros bens

    ou servios aplicados ou consumidos na produo;

    O custo de pessoal aplicado na produo, inclusive de superviso

    direta, manuteno e guarda das instalaes de produo;

    Os custos de locao, manuteno e reparo e os encargos de depreciao

    dos bens aplicados na produo;

    Os encargos de amortizao diretamente relacionados com a produo;

    Os encargos de exausto dos recursos naturais utilizados na produo.

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    Problemas do custeio por absoro

    Vamos ver agora os principais problemas do custeio por absoro:

    Fixao de preos sem um conhecimento real da margem de contribuio

    mais efetiva do produto vendido;

    Fixao de preos de forma menos eciente em termos de identicao do

    mix mais adequado de produo e vendas;

    Controle de custos xos em nvel de produo especca, por meio da utili-

    zao de critrios de rateios;

    Aplicao de conceitos de custo mdio ponderado de materiais e produtos.

    Clculo ponto de equilbrio

    Para o clculo de qualquer outro gasto que a empresa venha a ter e que no esteja includo nos

    custos e despesas xas e variveis, basta somente incluir nos custos e despesas xas o valor

    que a empresa ainda pretende cobrir.

    Para exemplo, voltaremos no exerccio anterior:

    Uma empresa tem custos e despesas xas (CF+DF) no valor de R$ 100.000,00 e precisamos

    saber quantos produtos so necessrios para cobrir esse total.

    DadosMargem de Contribuio Unit-

    ria ( MCun) = PV - CDV

    Ponto de Equilbrio ( PE) = (

    CF + DF+ Gastos) / MCun

    - Preo de venda do pro-

    duto (PV): R$ 15,00 /

    unidade.- Custo e despesa va-

    rivel (CDV): R$ 5,00 /

    unidade.

    - Gastos: Compra de

    mquina vista R$

    10.000,00.

    Margem de Contribuio Unit-

    ria = R$ 15,00 - 5,00

    Margem de Contribuio Uni-tria: R$ 10,00

    PE = 100.000 + 10.000 / 10

    PE = 11.000 unidades

    Veja a seguir, um exemplo de clculo de ponto de equilbrio:

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    Uma empresa tem custos e despesas fxas (CF+DF) no valor de R$ 100.000,00e precisamos

    saber quantos produtos necessrio para que cubra esse total.

    Preo de venda do produto ( PV) : R$ 15,00 / unidade;

    Custo e despesa varivel ( CDV) : R$ 5,00 / unidade.

    Margem de Contribuio Unitria ( MCun) = PV - CDV

    Margem de Contribuio Unitria = R$ 15,00 - 5,00;

    Margem de Contribuio Unitria: R$ 10,00.

    Ponto de Equilbrio (PE) = (CF + DF) / MCun

    PE = 100.000 / 10

    PE = 10.000 unidades

    Vamos Confrmar:

    Receita de vendas: 10.000 unidades x 15,00 (PV) = R$ 150.000

    (-)CV e DV 10.000 unidades x 5,00 (CDV) = R$ 50.000

    (-) CD = R$ 1000,00

    (=) LUCRO = 0,00

    Mensagem final

    Nesse Componente Curricular, voc viu que a formao de preo de venda passa por vrias

    questes. Os conceitos apresentados ajudaram a desvendar diversos problemas por meio dos

    critrios de avaliao e anlise do ponto de equilbrio.

    Voc pde compreender os conceitos de custos, despesas e equilbrio de mercado, reetiu tam-

    bm sobre quais as principais interferncias do governo no mbito econmico, conceitos de

    produo, critrios de avaliao e suas anlises.

    Desejamos sucesso em todos os seus desaos prossionais e a certeza da continuidade do seu

    aperfeioamento em um futuro prximo, aqui conosco.

    Boa sorte!