ava march - rua brook 01 - ladrão

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livro 1

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  • Ladro Rua Brook 01

    Ava March

    2

    Ladro Rua Brook 01

    Ava March

    Pesquisa: Laura

    Reviso Inicial: Simone Reviso Final: Sandra Formatao: Sandra

  • Ladro Rua Brook 01

    Ava March

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    Resumo

    Londres, 1822...

    Supostamente era para ser apenas uma noite. Uma noite para determinar de uma

    vez por todas, se ele realmente preferia homens. Mas a ltima coisa que o Senhor

    Benjamin Parker esperava encontrar em um inferninho de jogo questionvel, era um

    homem lindo e jovem que lhe rouba o seu corao.

    Supostamente era para ser apenas um trabalho. Cavin Fox fez isso muitas vezes -

    selecionava um nobre, o distraa com luxria, e o deixava de bolsos vazios. No entanto,

    quando Cavin afasta-se deslizando sob o manto da escurido, a nica parte de Benjamim

    que ele deixa intocado o bolso.

    Com o sabor de suas fantasias cumpridas, Benjamin quer mais do que uma noite

    com Cavin.

    Mas convencer o esquivo jovem a dar-lhes uma chance se prova difcil. Vivendo

    com um bando de ladres da pior rea de Londres, Cavin sabe que no h lugar para ele

    na vida de um cavalheiro. Benjamin no est disposto a deixar Cavin e seu amor deslizar

    para longe de si.

    Dedicatria

    Para Angela por ser uma editora fabulosa e por me dar a oportunidade de fazer

    esta trilogia possvel.

  • Ladro Rua Brook 01

    Ava March

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    Comentrio da Revisora Inicial Simone:

    O que posso dizer, amei a histria. Benjamin um homem com uma dvida,

    decide descobrir se o que sente real e conhece Cavin que no tem sorte na vida. O que

    mais me tocou, foi que Benjamin decidiu que o que importava no era de onde Cavin

    veio, mas sim o que ele se tornou. Leiam e se apaixonem pelos dois.

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    Captulo Um

    Maro 1822.

    Londres, Inglaterra.

    O senhor Benjamin Parker saiu da carruagem de aluguel e entregou algumas

    moedas para o condutor.

    "Isso tudo."

    Com um toque em sua cabea, o motorista embolsou as moedas. Um movimento

    de seus pulsos e as rdeas de couro longas bateu contra o dorso do cavalo.

    No momento em que a carruagem balanou para frente, Benjamin abriu a boca, as

    palavras para chamar o motorista de volta em sua lngua, mas depois ele se virou e fechou

    a mandbula. No era como se ele estivesse nas grandes ruas, ali os condutores com

    qualquer senso comum raramente se aventuravam, especialmente tarde da noite. E

    enquanto ele saudou um cocheiro a um par de quadras de sua casa em Mayfair, tinha sido

    apenas um par de quadras.

    Melhor deixar essa passar. No havia necessidade de pedir ao condutor para

    esperar quando, com toda probabilidade ele no teria necessidade dele por muitas horas.

    Ou teria?

    Ele olhou em volta. O punhado de postes que revestia a Silver Street iluminava

    uma srie de edifcios indescritveis, nenhum dos quais se assemelhava a um hotel ou a

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    Ava March

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    qualquer lugar em que se pudesse alugar quartos para a noite. Mas os clientes tinham de

    ir a algum lugar... a menos que o antro tivesse quartos.

    Esse pensamento no recorreu. Um tremor de repulsa agarrou sua espinha. Muito

    perto de uma semelhana com a casa de Molly.

    A incerteza comeou a infiltrar-se em seu estmago, j amarrado com os nervos,

    mas ele empurrou-a de lado. Ele faria isso. Estava determinado a fazer isso. Depois de

    meses e meses, ou melhor, anos de debater e questionar a si mesmo, Benjamin tinha

    finalmente chegado a uma deciso. Estava cansado do desconhecido, cansado de lutar

    contra seus sentimentos e ainda mais cansado de se preocupar com as consequncias de

    que suas suspeitas se mostrassem corretas. Em poucas semanas, a temporada comearia,

    e ele se recusava a passar por uma outra temporada com aquela determinada questo

    pairando sobre sua cabea. Antes que as cotoveladas no to sutis de seus irmos e irms

    comeassem de novo, indicando que ele encontrasse uma esposa entre as jovens senhoras

    da sociedade, saberia a verdade sobre si mesmo. E de qualquer forma, aceitaria.

    Em qualquer caso, no era como se ele tivesse que encontrar a resposta para as

    opes logsticas da noite ali em p ao longo da rua. Com isso, Benjamin deu um puxo

    em seu casaco castanho para endireit-lo e partiu em direo construo de tijolo

    vermelho um pouco mais acima na rua. No se percebia olhando para ela, que era um

    antro de jogo, mas isso no era incomum. O que fez este nico, o que o tornou seu

    destino, foi a sua clientela... se o rumor se provasse verdadeiro.

    "A menos que voc seja de uma perverso no natural, melhor evitar Clements."

    A voz arrastada de Roger, apoiada em uma nota inconfundvel de repulsa, ecoou

    em sua cabea. Seu irmo mais velho, o Marqus de Haverson, nunca mais convidaria

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    Benjamin para uma excurso de caa na sede famlia, se descobrisse que o seu comentrio

    feito durante uma discusso sobre os mritos dos diversos antros de Londres

    imediatamente colocaria Benjamin do lado de fora do lugar.

    Pelo contrrio, tinha tido o efeito oposto.

    Benjamin parou diante da porta preta lisa. O nmero 12 pintado sobre um

    quadrado de madeira, por baixo da lmpada para o lado esquerdo da porta confirmou

    que ele tinha chegado ao Clements. Uma batida nica convocaria o guarda, lhe garantiria

    a entrada e esperava que levasse a uma resposta para a pergunta que o atormentava h

    anos.

    Se no houver ternos, eu posso simplesmente sair, lembrou a si mesmo pelo que parecia

    ser a dcima vez desde que saiu de sua casa na cidade a menos de uma hora atrs. Os

    nervos retorcendo em seu estmago aliviaram um pouco. Punho cerrado, ele levantou

    seu brao.

    O som de sua batida ecoou em seus ouvidos.

    A porta se abriu. O guarda corpulento mal olhou para ele antes de ir para o lado,

    permitindo que Benjamin entrasse.

    Seguindo os sons de vozes barulhentas e o barulho distinto da roleta, ele passou

    pelo pequeno hall de entrada e parou apenas dentro do que parecia ser a sala principal da

    casa.

    Lustres de bronze, que pareciam no ver a ateno de uma empregada domstica

    h um ms, penduradas no teto, iluminando os corpos em torno das mesas, espalhadas

    por todo o ambiente. As mesas eram gastas e pegajosas de licor derramado e o cheiro

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    persistente de suor seco e ganncia pairava no ar. Definitivamente muito longe dos

    antros a que estava acostumado, mas isso foi antes daquela noite.

    Ele passou seu olhar sobre a multido, observando como um bom nmero de

    clientes estava muito perto um dos outros, mais do que a linha de camaradagem

    masculina.

    Ombro pressionado contra ombro, uma mo que permanecia em um quadril, um

    ntimo sussurrar em uma orelha. Independentemente disso, ele no era ingnuo o

    suficiente para acreditar que cada homem iria caber em sua exigncia principal.

    Certamente tinha de haver alguns que favoreciam as ondas exuberantes de seios sobre

    um muro duro de msculo. Havia at mesmo uma forma de dizer primeira vista, se um

    homem preferia outros homens? Mas se fosse esse o caso, ento, seus conhecidos j

    saberiam a verdade sobre ele?

    Benjamin colocou essa preocupao de lado. Enquanto no estava totalmente

    certo, suspeitava que um casal de amigos dele favorecia uma parede dura de msculos.

    Ele no se enganava acreditando ser o homem mais bonito em uma sala, mas no era

    nada mal tambm. Ele havia sido rotulado como um agradvel cavalheiro mais vezes do

    que gostaria de contar.

    Se um de seus amigos acreditasse que ele estava aberto a parceiros do sexo

    masculino, certamente j teria sido abordado agora. Uma dica, uma cotovelada, alguma

    coisa... Mas no houve nada, nem mesmo quando tinha estado bbado e sozinho com um

    deles.

    De certa forma, ele estava agradecido por nunca ter recebido uma cotovelada em

    direo a algo mais. E se sua inexperincia se tornasse um desastre? E se suas suspeitas

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    estivessem erradas e no calor do momento ele descobrisse que no tinha realmente

    preferncia por homens? Melhor evitar o que poderia ser uma situao muito

    constrangedora.

    Da, por que diabos pousar como uma isca. Benjamin estava longe de Mayfair,

    longe o suficiente para fazer a probabilidade de ver algum que conhecia suficientemente

    prximo para o seu conforto. O local nunca havia sido listado como uma opo durante

    os debates com seus amigos sobre o que diabos frequentar em uma noite especial.

    Clements oferecia completo anonimato e com esse bem precioso, vinha a liberdade que

    ele necessitava to extremamente para ver esta noite chegar a uma concluso.

    Benjamin deu um passo mais para dentro do ambiente. Podia muito bem escolher

    um homem que lhe interessasse primeiro, ento... Bem, ele poderia simplesmente

    comear uma conversa com o companheiro e ver onde aquilo o levaria. No devia ser to

    difcil de dizer se o seu interesse crescia ou no. Ele normalmente poderia avaliar o

    interesse de uma mulher e os homens eram criaturas muito menos complexas.

    Esforando-se para parecer casual, ele examinou os grupos de homens enquanto

    passava pelas mesas. No, no, definitivamente no esse. Ele se encolheu, como o

    casaco marrom esticado em um suas costas largas quando um homem inclinou-se para

    fazer uma aposta em uma mesa de roleta. Muito grande e de mau pressgio. A sua direita

    tinha um homem de 1,90m, Benjamin no era um homem pequeno, mas aquele parecia

    que poderia esmagar Benjamin sob seu peso. Seu olhar saltou atravs daqueles com

    barrigas salientes ou comeos de calvcie.

    Algum mais prximo de sua idade seria prefervel. Ele no precisava ser bonito,

    tambm. Um indivduo na mdia como ele.

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    Sua ateno parou em um cavalheiro nessa mdia. Cabelo castanho, roupas

    arrumadas, com um sorriso genial nos lbios conforme pegou as fichas de um croupier e

    empurrou em direo a ele.

    Mas... nada. Nem mesmo uma pequena fasca de interesse atingiu Benjamim.

    No momento em que chegou ao fundo da sala, ainda no havia sentido nada que se

    aproximasse de interesse por qualquer homem que tivesse visto. Ele lanou seu olhar

    mais uma vez sobre as vrias mesas, mas... Novamente nada. O peso enorme da

    decepo caiu sobre ele, afastando qualquer trao de antecipao nervosa. Seus ombros

    caram. Depois de finalmente conseguir coragem para vir at ali, o esforo havia sido em

    vo.

    Uma noite, era tudo que ele queria. Uma noite para determinar de uma vez por

    todas, se realmente preferia homens. Mas parecia que aquela noite no seria esta noite.

    Ele devia retornar amanh e tentar de novo? No, no podia fazer isso. Ele estava

    hospedando e tinha um pequeno jantar festivo amanh noite. Talvez a prxima noite,

    ento? Mas e se provasse ser uma repetio dessa noite? O Clements parecia ideal. Era o

    nico lugar que ele estava ciente de onde os homens que preferiam outros homens

    tendiam a se reunir. Benjamin sabia da existncia de prostbulos, mas no sabia

    exatamente onde encontrar um. No que ele alguma vez tivesse frequentado tal

    estabelecimento. O pensamento de pagar um homem no lhe atraia absolutamente. Pelo

    menos no Clements tinha a esperana de encontrar algum que realmente capturasse seu

    interesse e no simplesmente depois de receber notas de uma libra.

    Suprimindo um suspiro, pegou o banquinho vazio em uma mesa de vinte e um

    lotada. Poderia muito bem jogar algumas mos enquanto estava l.

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    Talvez suas expectativas para esta noite fossem demasiado elevadas? Ele puxou um

    punhado de moedas do bolso e jogou-as sobre a mesa. Mas no era como se tivesse uma

    imagem de um homem ideal definida em sua cabea. Os maus pensamentos que

    alimentaram suas noites solitrias eram mais... sensaes. Um corpo duro, forte.

    Msculo slido sob suas mos. No um toque de lils ou gua de rosas sob sua lngua.

    Nada, alm do aroma austero e puro de um homem. O perfume que mexia com seu

    intestino sempre que entrava na academia de esgrima.

    O croupier empurrou uma pequena pilha de fichas para ele. Benjamin colocou

    uma ficha na mesa. Com um movimento rpido e pratico do pulso do croupier recebeu

    duas cartas para cada jogador e depois colocou uma carta para cima na frente de si

    mesmo.

    O croupier tinha sete contra seu dez e um cinco. Benjamin bateu uma vez em

    cima da mesa e recebeu um quatro de copas. Ele acenou com a mo sobre os cartes para

    sinalizar a parada.

    Nada mal. Ele s poderia ganhar.

    E ganhou contra os dezoito da casa. Ele ignorou o gemido do homem sua direita

    quando colocou suas cartas perdendo para o croupier e afastou-se da mesa, batendo no

    ombro de Benjamin.

    A sorte de Benjamin veio e passou nas prximas jogadas, deixando-o ainda

    pairando em torno. Ele viu quando o croupier pegou sua nica ficha. Deliberadamente

    mantendo sua aposta baixa, colocou outra ficha em cima da mesa. Pelo menos ele no

    chegaria em casa decepcionado e com os bolsos vazios.

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    "Boa noite."

    Uma voz masculina com um toque lindo lrico caiu sobre ele. Os cabelos em sua

    nuca se arrepiaram. Seu pnis se contraiu por trs do bolso de sua cala. Ele sentiu um

    corpo ocupar o banco vazio sua direita.

    Hesitou antes de olhar para o dono da voz.

    Por favor, deixe o homem combinar com aquela voz.

    Ele olhou para a direita e encontrou profundos olhos azuis.

    Bom Deus. O homem mais do que igualou a voz linda.

    O cabelo loiro escuro encaracolava com uma onda sobre seus ouvidos. Os lbios

    cheios curvavam no incio de um sorriso amigvel. Um nariz um pouco torto que de

    alguma forma encaixava seu rosto bonito. Um rosto que ainda tinha um pouco de beleza

    infantil. A largura dos ombros indicava que ele no estava nem perto de um menino, mas

    Benjamin duvidava que ele se aproximava de seus prprios vinte e cinco.

    O homem tirou um punhado de fichas do bolso de seu casaco, deixou-as cair sobre

    a mesa e empurrou duas para a sua caixa de apostas.

    "A mesa esta boa esta noite?"

    Benjamin estalou sua mandbula fechada e assentiu. Ento pensou melhor em sua

    resposta. A ltima coisa que ele queria era que o homem fosse embora, mas no era bom

    exagerar.

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    "Bem, a mesa esta decente. No devem tomar todo o seu dinheiro, mas eu duvido

    que v deix-lo um homem rico."

    "Ainda bem que eu desisti dessa esperana h muito tempo, ento."

    As cartas foram dadas pelas mos do croupier, que as descansava ordenadamente

    em frente de cada jogador. Benjamin permaneceu em seu deze- nove. Seu olhar estava

    trancado nas cartas do outro homem conforme este esfregava um dedo contemplando o

    sete de ouros ao lado de um rei. Havia uma cicatriz na pele lisa logo abaixo de sua junta.

    A marca vermelha plida flexionou quando o homem bateu a carta, pedindo outra.

    Trs de espadas. Um suspiro de alvio brotou do peito de Benjamim.

    A casa perdeu, tornando-os os dois vencedores.

    O homem pegou duas de suas fichas, deixando o restante em sua caixa de apostas.

    Benjamin seguiu sua liderana, deixando a sua aposta original no feltro verde.

    " sempre bom ganhar primeiro ao ir a uma mesa. um bom pressgio para uma

    boa noite, voc no concorda?" Perguntou o homem.

    "Com toda a certeza." Esperava que fosse um bom pressgio para bem mais do

    que simplesmente uma boa noite.

    "Quer uma bebida?" Ao aceno de Benjamin, ele torceu a cintura com o

    movimento chamando uma moa servindo que passou atrs deles. Um joelho bateu na

    coxa de Benjamim. A sensao disparou em linha reta para sua virilha. "O que voc

    gostaria?"

    Que o joelho ficasse pressionando sua coxa. Ele engoliu em seco antes de responder:

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    "Que tal um conhaque?"

    "Gostaria de um, mas eles no servem. Cerveja ou s gim."

    Benjamin fez uma careta.

    "Melhor beber do Tmisa do que ter um gole de gin."

    Uma fasca distinta do riso iluminou os olhos azuis do homem. Aqueles lbios se

    curvaram em um sorriso genuno, mostrando uma covinha nica em sua bochecha

    esquerda. Ele se virou para a garota.

    "Duas canecas de cerveja e seja rpida, minha querida."

    Num piscar de olhos, uma caneca foi colocada perto do cotovelo de Benjamim.

    Antes que ele pudesse chegar em seu bolso e pegar uma moeda, seu companheiro jogou

    duas fichas na bandeja da moa.

    "Obrigado. E eu vou comear o prximo jogo." Acrescentou Benjamin.

    O homem inclinou a cabea. Ele tomou um gole de sua cerveja, deixando um

    brilho tnue de cerveja em seus lbios.

    "Material potvel. No que algum procure o Clements pela cerveja." Ele voltou

    sua ateno para as cartas antes de falar em voz baixa. "Ou pelo jogo."

    "Na verdade..." Benjamin murmurou, antes de tomar um gole de cerveja. O

    croupier comeou um novo jogo, dando-lhe um s e um seis.

    "O que voc me diz? Dividir ou ficar?"

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    Benjamin olhou para as mesas do homem.

    "Dois noves contra um nove? Sempre dividida."

    "Sempre?" Ele perguntou, com um arco de provocao de uma sobrancelha, o que

    deixou Benjamin com a ntida impresso de que ele no precisava de sua ajuda em nada.

    "Sempre." Reiterou Benjamin, jogando junto. "Bem, a menos que a casa jogue

    por regras que eu no estou ciente."

    "Dividir ento." O homem empurrou mais duas fichas.

    Havia uma sugesto de algo mais em sua voz, um toque rouco contra a melodia

    linda. Com o queixo inclinado para baixo, Benjamin estudou-o pelo canto do olho.

    Adequadamente adaptado num casaco preto. Um colete preto semelhante ao seu.

    Gravata amarrada em um n simples. A informalidade casual a sua postura.

    Provavelmente o filho de um comerciante, e no a variedade de comerciante que era

    dono de uma loja ao longo da Bond Street.

    No que isso importasse nem um pouco para ele. O homem podia passar seus dias

    transportando engradados de navios ancorados no Tmisa que no se importava.

    E ele teve o prazer de saber que o seu conselho se provou verdadeiro, apesar de

    que sua nica ficha foi arrebatada pelo croupier. Quando o prximo jogo comeou,

    Benjamin tentou o seu melhor para manter o foco pelo menos parcialmente, nas suas

    cartas. Mas estava bem difcil.

    Ele estava mais ciente do homem ao lado dele. De cada movimento que ele fazia.

    Uma mudana do seu peso em seu banco. O roar de um cotovelo contra o antebrao de

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    Benjamin toda vez que ele movia seus ganhos para participar de sua pilha crescente. O

    pouco rudo de descontentamento que retumbou em sua garganta quando ele perdeu.

    No que Benjamin ouvisse aquele barulho com frequncia.

    Quando Benjamin terminou sua cerveja, cumpriu com sua palavra e comprou mais

    duas outras.

    Uma vez que a garota trouxe, o homem pegou sua cerveja, os dedos firmemente

    em torno da caneca de estanho. Como seria a sensao dos dedos masculinos em volta do

    pnis de Benjamin?

    Um parafuso de luxria acertou seu pau. Ele tentou abafar o gemido antes que

    sacudisse seu peito, mas no chegou a pronunci-lo.

    A ateno do homem permaneceu em suas cartas, apesar do balanar dos seus

    longos clios, mas os lbios cheios curvaram. Um joelho cutucou o seu. Um parafuso

    fresco de luxria cravou em seus sentidos. O bastardo atrevido sabia exatamente o efeito

    que tinha sobre Benjamin. A vontade de rir brotou.

    "Voc no est ajudando..." Disse, apenas alto o suficiente para chegar aos

    ouvidos do homem.

    O homem chamou a sua ateno, em seguida, seu olhar rapidamente caiu para o

    colo de Benjamin antes de cair de volta para suas cartas.

    "Anotado." Respondeu ele, combinando os tons de Benjamin, mais do que uma

    dica de um sorriso brincando em sua boca.

    Para isso, ele recebeu uma pancada rpida de joelho do prprio Benjamin.

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    Benjamin perdeu o controle do nmero de vezes que duas novas cartas chegaram a

    um descanso na frente dele. Se ele ganhasse ou perdesse no lhe causaria nenhuma

    preocupao. Tudo o que importava era o inegvel interesse nos olhos de um azul

    profundo do homem ao lado dele que gritava que esta noite no terminaria em decepo.

    Vindo a madrugada, ele teria a resposta. Se a atrao e antecipao batendo em suas veias

    eram um indicador de alguma resposta poderia dizer que ele no estaria no mercado para

    uma mulher quando meados de abril chegasse.

    Com um barulho diferente que marcou um copo vazio, o homem colocou sua

    caneca sobre a mesa.

    "Eu j tive o suficiente da mesa. E voc?"

    Benjamin hesitou, no querendo perder seu companheiro de jogo. Mas seus

    instintos lhe diziam que o homem no tinha nenhuma inteno de fugir dele. Ele acenou

    com a cabea.

    "Sempre o melhor sair enquanto se est na frente." E o melhor de sair antes

    que ele no tinha que se preocupar em esconder uma ereo completa. Empurrando a

    partir da mesa, Benjamin pegou sua pequena pilha de fichas.

    "Uma poltica muito boa. Eu tento adot-la para mim mesmo." O homem agarrou

    sua prpria pilha muito maior. Ele se levantou, revelando-se ser um fio de cabelo em

    altura prpria de Benjamim.

    "Vamos para o caixa?" Ele inclinou a cabea em direo a um ponto no meio do

    caminho ao longo da parede. "Se a sorte estiver com a gente, a espera no ser muito

    longa."

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    Benjamin seguiu de perto nos calcanhares do homem, os olhos presos nos

    compactos, mas ao mesmo tempo, fortes ombros. O homem passou por entre a

    multido, movendo-se com uma graa fluda que Benjamin achou altamente ertica. No

    desviou nem mesmo quando habilmente evitou um senhor de rosto corado tropeando

    longe de uma mesa de roleta. Ser que ele se movia sem esforo quando se agachava

    sobre o outro?

    As respiraes de Benjamin tropearam. Ele apertou suas mos em seus lados, em

    um esforo para conter o aumento repentino de necessidade.

    O homem parou atrs do indivduo solitrio na gaiola do caixa.

    "A sorte est conosco hoje noite." Disse Benjamin, parando para ficar no ombro

    de seu companheiro.

    "Sim, esta." O homem deu-lhe uma piscadela ento se aproximou da gaiola.

    Tornando-se um ponto para procurar qualquer lugar, alm da bunda do homem,

    Benjamin se conteve e esperou que ele trocasse suas fichas. Embolsando suas moedas, o

    homem se moveu para o lado. Benjamin se adiantou e empurrou suas fichas debaixo das

    barras de lato. O caixa, magro rapidamente as contou e, em seguida, empurrou para

    trs uma pequena pilha de moedas. Benjamin se virou da gaiola, mas parou quando um

    cotovelo cutucou o seu.

    "Espere. Conte-as." O homem murmurou. "As habilidades matemticas do caixa

    no so sempre as melhores."

    Uma verificao revelou que habilidades do caixa no estavam presentes naquela

    noite. Benjamin colocou as moedas no bolso e virou-se.

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    "Obrigado."

    "A qualquer hora." O homem deu passo ao lado dele. "Quer compartilhar uma

    carruagem comigo?"

    Parecia que ele estava indo resolver uma questo logstica de Benjamin.

    "Sempre." Respondeu, querendo fazer muito mais do que dividir uma tarifa com

    ele.

    O guarda abriu a porta da frente quando se aproximaram. O ar fresco da noite

    veio em volta de Benjamin, mas no ajudou em nada para esfriar o sangue correndo por

    suas veias e aquecendo sua pele. Com um pequeno movimento de seu pulso, o homem

    chamou uma carruagem de aluguel que subia a rua. A carruagem desacelerou parando a

    alguns passos frente deles.

    Ele no pensou duas vezes quando entrou. Ouviu o estrondo daquela voz linda

    quando o homem disse ao condutor:

    "Rua Wood, rapaz."

    Seu destino ficava a apenas um par de ruas ao sul, se a memria de Benjamin

    estivesse correta. Perto o suficiente para andar, embora hoje ele preferisse muito mais a

    privacidade de uma carruagem de aluguel.

    As molas rangeram quando o homem adentrou na carruagem, sentado no banco ao

    seu lado, to perto que sua coxa pressionava contra Benjamin, uma longa linha do quadril

    at o joelho. O ar viciado do interior foi preenchido com o aroma potente do homem.

    Almiscarado e inebriante. Ele lutou contra a vontade de mudar o seu peso. Para se

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    aproximar ainda mais do corpo forte ao lado dele. Para pressionar-se totalmente contra

    os msculos, que estava certo de que ele iria encontrar sob o casaco preto e as calas.

    O cocheiro se afastou do antro de jogos, deixando o brilho dourado do poste do

    lado de fora do Clements em seu rastro e trotando para as sombras. Se ambos virassem a

    cabea, s seria necessrio, um leve inclinar para seus lbios se tocarem.

    Os lbios de Benjamin formigavam, pedindo o roar de pele contra pele. No,

    muito mais do que um mero roar. Ele queria os lbios cheios debaixo dos seus. Queria

    varrer sua lngua dentro da boca linda. Para finalmente descobrir do que o outro homem

    tinha gosto. Para descobrir o que... Ele registrou que seu crebro no tinha nada. O

    homem nunca tinha lhe dito o seu nome, nem Benjamin tinha se apresentado.

    Onde diabos tinha ido suas maneiras?

    Direto para o seu maldito pau.

    O incio de uma risada sacudiu em seu peito.

    "Benjamin Parker." Disse, quebrando o silncio e estendendo uma mo.

    Longos dedos apertaram sua palma, e seguraram.

    "Cavin Fox". Ele deve ter sentido o sulco da testa de Benjamin diante do nome

    incomum, pois acrescentou: "Minha me era irlandesa." Cada trao da Inglaterra

    brevemente abandonou sua voz, deixando apenas uma cadncia, grossa e lrica.

    "Ah, isso explica o sotaque."

    Um ombro esfregou contra o seu quando Cavin encolheu os ombros.

  • Ladro Rua Brook 01

    Ava March

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    "Eu tentei me livrar dele, mas ele insiste em espreitar."

    "Eu gosto muito dele." Ele poderia escolher o homem em uma multido apenas

    por sua voz.

    Uma mo vagou em sua coxa, a mo que segurava o peso do toque de um homem.

    O calor da palma de Cavin atravessou sua cala, aquecendo sua pele. Uma sensao de

    estar certo de que nunca iria esquecer. Seu pnis endureceu ainda mais, pressionando

    contra a cala, desesperada pela mo que deslizava para cima em sua perna. Desesperado

    por um toque, mesmo mascarado por roupas. Mas Cavin no moveu sua mo. Ela ficou

    ali, no meio do caminho ao longo da coxa de Benjamin, mantendo a promessa de que em

    breve haveria muito mais.

    O silncio era resolvido entre eles enquanto a carruagem fez o seu caminho para

    baixo da Rua Wood. Cavin no ofereceu qualquer informao quanto ao local onde

    estava ido, alm do pouco que Benjamin tinha deduzido. Ao invs de enerv-lo, o

    silncio s serviu como catraca de antecipao pendurado to pesadamente no ar que ele

    poderia prov-lo.

    Os maus pensamentos que alimentaram suas noites encheram sua cabea, o

    homem, sem nome, sem rosto, agora substitudo com o homem ao lado dele. Cavin de

    pele nua sob suas mos. Cavin com o corpo pressionado firmemente contra o seu. Cavin

    movendo atrs dele, acima dele, com ele.

    A carruagem desacelerou para uma parada. Cavin olhou para fora da janela de um

    prdio funesto de tijolos de trs andares.

    "Na verdade, por que voc no acerta com a carruagem e eu vou ver um quarto?"

  • Ladro Rua Brook 01

    Ava March

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    Ele acenou com a cabea.

    "Tudo bem."

    "No vai demorar, apena um momento. Vou esperar pelas escadas e siga-me."

    Com isso, Cavin saiu da carruagem de aluguel.

    Depois de uma prensa dura em seu pnis para faz-lo ficar sobre controle,

    Benjamin se inclinou para passar pela porta estreita e saiu da cabine. Ele pagou ao

    cocheiro, ento, subiu os degraus de pedra e passou atravs de uma porta em grave

    necessidade de uma nova camada de tinta marrom.

    sua esquerda estava um pobre salo com um homem deitado em uma poltrona,

    a cabea inclinada para trs e a boca aberta durante o sono. Diante dele, um balco de

    madeira com o que devia ser o hoteleiro, se pudesse chamar o local de hotel. E logo

    depois, Cavin ao p da escada, um pouco de bronze espreitando em sua mo fechada

    pendurado casualmente a seu lado.

    Sem uma pitada de familiaridade em sua expresso, Cavin chamou sua ateno, em

    seguida, virou-se e comeou a subir as escadas.

    Benjamin continuou, passando pelo hoteleiro, mesmo sem um balano de sua

    cabea para reconhecer o homem. O tapete surrado sobre a escada nada fez para abafar

    os sons de seus passos, que se misturou com o tum-tum-tum rtmico dos de Cavin

    enchendo a escada.

    Cavin revestido todo de preto, virou direita no topo da escada. O clique da

    abertura de uma fechadura encheu o corredor estreito, parecendo saltar das paredes.

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    Cavin empurrou a porta e desapareceu l dentro. Benjamin no parou. Nem hesitou. Ele

    seguiu Cavin para dentro do quarto.

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    Captulo Dois

    A porta fechou bruscamente.

    Benjamin piscou contra a escurido repentina. Seu corao bateu to forte e to

    rpido contra suas costelas, que ele estava certo de que Cavin podia ouvi-lo no silncio.

    Fechando os olhos, tentou fazer seu pulso desacelerar um pouco e focou em ouvir. Ele

    poderia detectar os sons de respiraes aceleradas, o clique fraco de uma fechadura

    deslizando pela casa, o ranger das tbuas do assoalho.

    Ele estava a um segundo de pedir para Cavin acender uma vela quando mos

    pressionaram contra seu peito, empurrando-o de volta. Suas omoplatas conectaram-se

    com uma parede prxima. A boca coberta.

    Desesperado pelo primeiro gosto de Cavin, Benjamin ansiosamente abriu a boca.

    Uma lngua empurrou em sua boca, se enroscou com a sua. Uma lngua com gosto de

    cerveja e do pecado, uma combinao totalmente deliciosa e absolutamente perfeita.

    Quando ele agarrou os quadris de Cavin, um pensamento fugaz passou por sua mente.

    Certamente no poderia haver nenhuma mulher em seu futuro.

    Com a inteno de aprofundar o beijo, ele puxou Cavin para mais perto. Uma

    protuberncia dura que s poderia ser uma ereo pressionou contra seu pnis. Ele

    gemeu, o som perdendo-se nos recessos quentes da boca de Cavin. A grosa fraca do

    restolho riscando apenas alm de seus lbios.

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    Respiraes duras queimaram seu rosto. Ele jurou que podia sentir o calor do

    corpo de Cavin, mesmo atravs das camadas de camisas, coletes e casacos. Um corpo

    que era to forte e slido como o seu.

    Enquanto suas mos percorriam Cavin em seus quadris, seu traseiro firme,

    Benjamin se deleitava com a honestidade sem corte de seu beijo. A forte luxria

    desenfreada, a necessidade voraz. Nada temperado. Nada retido.

    Por que diabos ele tinha esperado tanto tempo por esta experincia?

    Idiota.

    A mo de Cavin agarrou o cabelo de Benjamin para puxar a cabea para trs,

    quebrando o beijo. Dentes beliscaram seu lbio inferior. A lngua lambia seu queixo.

    Como fez para passar por seus lbios, Benjamin capturou a lngua de Cavin e chupou a

    ponta.

    "Voc tem um gosto to bom." Disse ele, antes de voltar a mergulhar no beijo.

    Um grunhido retumbou em torno dele, grosso, spero e cheio da mesma

    necessidade frentica que consumia os seus sentidos. Cada movimento que eles faziam

    tinha como consequncia o pau de Cavin esfregando o seu. Um arrastar ertico de tecido

    apoiado por ferro, acionando um desejo ainda maior. Benjamin estava dividido entre a

    necessidade de continuar devorando a boca de Cavin e a necessidade de empurrar para

    mais. Para lev-los muito alm de um beijo. Para ter a pele nua sob suas mos, com a

    boca. Para experimentar cada fantasia proibida que ele j teve.

    Como se sentindo os pensamentos de Benjamin, Cavin se moveu, as coxas se

    mexeram para suportar uma das pernas de Benjamin. Uma mo mergulhou entre seus

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    corpos e puxou o bolso de sua cala. O tecido cedeu, as peas de linho foram

    empurradas para baixo, depois que a mo escorregou para dentro. Dedos quentes

    seguraram ao redor de seu pnis.

    O corpo inteiro de Benjamin tremeu.

    "Ah, inferno." Ele engasgou enquanto Cavin acariciava seu comprimento. Curto e

    insistente, mais do que os traos fludos, cheio de atrito e de urgncia. Suas bolas

    balanaram, apertando contra seu corpo.

    Ansioso para ter o pau do outro homem em sua mo ele correu para retribuir.

    Suas mos tremiam quando ele se atrapalhou um pouco, atingindo o brao de Cavin para

    puxar o bolso da cala do homem. Os botes foram liberados. Ele empurrou uma fralda

    da camisa de lado e se deparou com a pele quente e sedosa.

    O homem no estava usando cuecas.

    Benjamin fechou os dedos em torno de pau de Cavin, passou a mo at um

    comprimento que era um pouco mais grosso, mas no to longo como o seu prprio.

    Sacudiu um polegar sobre a cabea, espalhando a gota de umidade l, usando-a na pele

    lisa dele.

    No que ele nunca tivesse tocado um pnis antes. Ele tinha um, pelo amor de

    Cristo, e conhecia a maneira de contorn-lo. Mas acariciando outro homem? Ouvindo

    aquelas grunhidos vindos de Cavin? Sabendo que ele tinha causado cada um?

    Deixando escapar um gemido, ele apertou ainda mais e capturou a boca de Cavin

    novamente. Eles se moveram juntos um contra o outro, trabalhando com as mos, os

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    Ava March

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    corpos se esforando. Ele no queria gozar ainda. Claro que no, ainda no. Mas,

    condenao, a mo de Cavin era to boa.

    Puxando, puxando. As calas pesadas e a escurido em torno deles.

    Os lbios arrastaram pelo seu rosto.

    "O que voc quer?" A respirao de Cavin roou seu ouvido, provocando arrepios

    na sua espinha. "Voc quer enfiar, ou voc quer que eu enfie em voc?"

    Benjamin respondeu com a honestidade crua de um homem beira de um clmax.

    "Foda-me. Por favor."

    Quando ele estava sozinho em sua cama, acariciando seu pau, apenas o

    pensamento de ser o fundo de ter outro homem fodendo sua bunda, fazia derramar seu

    smen mais rpido do que qualquer outra coisa.

    "No h necessidade de pedir por favor." Cavin murmurou, irnico e provocante.

    Ele soltou o pau de Benjamin para puxar os botes do casaco. "Embora voc possa me

    agradecer depois."

    "Bastardo insolente. Voc que vai me agradecer." Ele esmagou a boca sobre

    Cavin, transformando o incio de uma risada em um rouco gemido.

    Eles fizeram um trabalho rpido para despir um ao outro de suas roupas, seus

    lbios apenas separando para puxar as camisas sobre suas cabeas que aderiram pilha de

    coletes, gravatas, calas e casacos espalhados aos seus ps.

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    As bocas fundiram-se, lnguas mergulharam, Cavin deu um passo para trs.

    Recusando-se a soltar-lhe os lbios, Benjamin se moveu com ele, as mos avidamente

    deslizando sobre cada pedao de pele nua que poderia alcanar. A linha da coluna

    vertebral de Cavin, a varredura elegante da parte inferior das costas, as curvas firmes

    redondas de sua bunda. Os msculos fortes e osso slido coberto pela mais macia pele.

    "Cama." Cavin murmurou, girando e empurrando contra seu peito.

    Seus tornozelos esbarraram ao sentir o que era dito como cama. Benjamin deixou-

    se cair num colcho bastante fino coberto por um cobertor de l grosseira. Poderia ser

    um cobertor de rua com sujeira e tudo, que ele no se importava.

    Benjamin mudou de posio, movendo-se de forma mais completa sobre a cama.

    Seus olhos se ajustaram escurido e ele poderia ver a figura ameaadora de Cavin

    quando este moveu-se para se juntar a ele. O luar fraco que escoava atravs de uma

    janela delineava os cabelos despenteados, ombros compactos e bceps protuberantes.

    Cavin pausou um joelho na cama:

    "Espere, precisamos..." Ele se afastou.

    Esperar? Benjamin apoiou em seus cotovelos para ver quando Cavin voltou para a

    porta e caiu de quatro. Ele ouviu o farfalhar de tecido, ento Cavin se levantou e voltou

    para ele. O colcho caiu e balanou quando Cavin se arrastou at seu corpo. Foi a coisa

    mais natural do mundo inteiro, Benjamin deixar cair as pernas abertas em boas-vindas.

    "leo." Cavin disse. "No seria to agradvel sem ele."

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    No, definitivamente no. Os msculos de Benjamin apertaram com a lembrana

    da primeira vez que ele tinha cedido a curiosidade e empurrou um dedo dentro de si. Ele

    rapidamente descobriu os benefcios da saliva e depois do leo.

    Quando Cavin recostou-se de joelhos para abrir a garrafa, Benjamin castigou-se

    por no pensar em pegar o leo da sua mesa de cabeceira. E se Cavin no tivesse vindo

    preparado? E o leo indicava que o homem tinha ido para Clements com um propsito

    diferente em mente.

    Ele no estava perdido como Benjamim, poderia ter ido ao antro de jogatina com a

    mesma finalidade, mas ainda... Se Cavin no tivesse se sentado ao lado dele, ele teria

    logo deixado o lugar. Sozinho. Mas se Benjamin no tivesse entrado por aquela porta

    negra, ele no tinha dvidas de que teria um outro homem em seu lugar naquele exato

    momento.

    Defletores roaram em sua mente. Esse sentimento de descontentamento...?

    Hesitao? Cime? ... Fugiu de sua mente antes que pudesse totalmente agarrar-se a ele.

    Cavin caiu, apoiando seu peso em um brao. Ele roubou um beijo rpido, ento

    um dedo oleado empurrou o anel apertado do msculo.

    Benjamin soltou um gemido, abriu mais as pernas, dando a Cavin um melhor

    acesso. Ele agarrou os ombros de Cavin, os msculos duros e flexveis sob suas mos.

    Um dgito rapidamente se tornou dois. Isso ele j tinha feito a si mesmo. Ele sabia que

    gostava. Mas quando Cavin fez isso?

    Muito, muito alm, saber que os dedos de outro homem estavam fodendo sua

    bunda. Cada impulso confiante e seguro, empurrando profundamente, montando essa

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    linha fina onde os golpes se aproximavam do spero. Mas uma dica perfeita de

    rugosidade. Um cheio de luxria e necessidade desesperada.

    A julgar pela tenso que tomou conta do corpo de Cavin e as gotas de suor que se

    formaram em sua pele, os silvos leves e impacientes por trs de suas respiraes

    ofegantes, em breve, muito em breve, os dois dedos persistentes seriam substitudos

    pelo pau de Cavin.

    "Eu nunca fiz isso antes." A confisso saiu da boca de Benjamim.

    Os dedos de Cavin se acalmaram no fundo de sua bunda.

    "Que parte do nunca?"

    "Tudo. Com um homem, pelo menos." Benjamin no poderia explicar, mas de

    repente era muito importante que Cavin soubesse que ele era o primeiro homem que ele

    j tinha tido.

    O silncio pressionou contra seus ouvidos. Cavin no moveu um msculo. Ele

    permaneceu imvel como uma esttua. Uma esttua muito ertica agachada em cima

    dele. Benjamin jurou que o homem tinha mesmo parado de respirar.

    Ele rangeu os dentes contra a frustrao que pesava sobre cada nervo em seu

    corpo. Por favor, no pare, Cavin. Por favor, no pare. Se Cavin o deixasse assim, momentos

    antes de ser possudo...

    Ele puxou os ombros de Cavin.

    "Ser que voc vai parar?"

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    Ava March

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    "Sinto muito." Seus dois dgitos recuaram e ento deslizaram novamente,

    puxando um suspiro aliviado de Benjamin. "S me assustou. Fique tranquilo, no tenho

    inteno de parar. Especialmente no agora. Embora isso mude as coisas um pouco."

    Beliscando o lbio inferior de Benjamin, ele puxou livre de seu corpo. "Vire. Ser mais

    fcil para voc." Ele acrescentou, no que soou suspeito como um murmrio suave.

    Benjamin concordou, torcendo e girando, membros enrolados com Cavin quando

    ele se mudou para ficar em seu estmago, ou o quanto ele foi capaz dada a sua ereo.

    Mos agarraram seus quadris, puxaram-no em suas mos e joelhos. Sua respirao

    engatou alta em seu peito, um pouco de nervosismo com a antecipao esmagadora. Mas

    estranhamente ele se sentia completamente confortvel. Completamente seguro.

    Mos acariciaram suas costas, at a sua bunda. As pontas seguiram o seu vinco,

    deslizou sobre a pele acariciando, ento dois dgitos empurraram para dentro de novo.

    Acariciando, torcendo, trabalhando em Benjamin deixando-o num estado de puro

    desespero. Ele bateu para trs, caindo em cima dos dedos de Cavin. Mas no foi o

    suficiente. Ele queria mais. Precisava.

    Um gemido spero retumbou em sua garganta quando ele a empurrou de volta

    com mais fora, rangendo contra Cavin a mo sem-vergonha, necessitado e no se

    importando com nada.

    "Pronto para mim?" Cavin perguntou.

    "Sim, Cavin. Deus, sim."

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    Aqueles dedos o deixaram. Uma mo se preparou na parte inferior das costas. A

    presso empurrou contra seu buraco. O pau de Cavin parecia consideravelmente mais

    espesso do que os dois dedos. Sentiu um choque definitivo ao empurrar dentro dele.

    A sensao roubou o flego de seu peito.

    Com a cabea de seu pau alongando Benjamin alm de largura, Cavin se acalmou.

    "Fcil agora." Cavin disse em um sussurro rouco. "Vai ficar melhor. Prometo."

    Uma mo acariciou o quadril de Benjamin, puxando seu pnis em sinalizao. Lbios

    quentes beijaram sua nuca. "Respire fundo e empurre para fora. Confie em mim."

    As instrues de Cavin no pareciam muito propcias para o processo em mos,

    mas Benjamin acenou com a cabea. Obviamente, o homem sabia o que estava fazendo.

    O momento que sua respirao ofegou em seus pulmes, Cavin empurrou para frente.

    Seu grande eixo longo e lento, enchendo completamente Benjamin.

    Um gemido fino escorregou dos lbios de Benjamin.

    Querido Deus no cu. Benjamin lutou para recuperar o flego. Era demais.

    Condenao.

    Significativamente mais do que muito.

    "Vai ficar melhor." Cavin repetiu, mas desta vez sua voz soava tensa, quebrada.

    Ele segurou os quadris de Benjamin. "Di como o inferno na primeira vez, mas..." Ele

    recuou a uma curta distncia e deslizou novamente: "... em breve. Prometo."

    O impulso lento e fcil, Cavin movia-se nele. A tenso comeou a deixar o corpo

    de Benjamin, substituda por uma sensao muito potente que at mesmo podia ser

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    descrita como intensa. Ele reconheceu, no entanto. Provou a possibilidade disso quando

    estava sozinho em sua cama, os dedos trabalhando furiosamente. A provocao de tal

    tentadora sensao nele, provocando-o, empurrando-o em direo a um clmax. Mas

    experimentando a fora total? Ele ainda sentia-se incrivelmente esticado, incrivelmente

    cheio, mas em vez de alarme, ele sentia-se agora malditamente incrvel.

    Esses golpes fceis alongaram-no, ficaram fludos a longo prazo. Benjamin abaixou

    a cabea, recuperando o flego. Ele estava realmente em suas mos e joelhos,

    inclinando-se para outro homem, e ele nunca tinha ficado mais excitado. Ele se sentiu

    absolutamente perverso, o pau de Cavin deslizando para dentro e para fora de sua bunda

    bem oleada. Seu prprio pnis doa, implorando por um toque. No entanto, ele manteve

    as mos plantadas na cama, querendo tirar as sensaes. Para deleitar-se com elas,

    sabore-las.

    Ele gemeu e gemeu, se contraindo a cada impulso de Cavin.

    "Voc estava certo." Ele conseguiu murmurar.

    "Muito bom ouvir isso." Cavin gemeu. "Nossa, voc to apertado, Ben." Em

    um rosnado baixo, ele girou os quadris.

    O prazer derramou pelo corpo de Benjamim. Seus braos debaixo dele. A testa

    pressionada no colcho, os dedos segurando o cobertor, ele no podia fazer nada, alm

    de sentir. As estocadas de Cavin profundas o possuam completamente, segurando-o ali,

    beira do clmax.

    Ento, o pau grosso o soltou, deixando-o dolorido, vazio e desesperado.

    "No pare!"

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    "Claro que no. Vire."

    Mos puxaram seus quadris, empurrando-o para o lado. Demorou alguns

    momentos para fazer seus membros cooperarem o suficiente para rolar em suas costas,

    Cavin entre suas coxas.

    Um suspiro de gratido deslizou dos lbios de Benjamin quando o homem deslizou

    para dentro dele.

    Ento a boca de Cavin estava em sua boca, a lngua com a sua, os quadris

    empurrando, moendo seu peito, apertando-se contra ele. Com cada curso, seu pau

    esfregava contra a barriga dura de Cavin.

    Benjamin envolveu seus braos em Cavin, penteando seu suor para trs, segurando

    firme enquanto o prazer subia a rampa, cada vez mais alto. Ele tentou lutar contra o

    orgasmo, para prolongar essa... essa perfeio. Mas foi intil.

    O n intenso de sensaes em seu intestino ficou incrivelmente apertado,

    respiraes curtas e msculos pegando, afiados, sofrendo com a fora dele, e ento

    explodiu atravs de seus sentidos.

    Torcendo a cabea, Benjamin rasgou sua boca na de Cavin. Um uivo foi arrancado

    de sua alma, quando um tiro de smen partiu de seu pnis at a barriga lisa do outro. Os

    golpes de Cavin ficaram irregulares. Batendo, batendo, batendo suas bolas contra ele.

    E de repente foi demais. O prazer que teve segundos atrs, o levou ao xtase

    drasticamente exigindo demais de seus nervos sensveis. Plantando os ps no colcho, ele

    empurrou o peito de Cavin, lutando para trs, com a necessidade de obter o homem fora

    dele. Agora.

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    Ava March

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    "Chega, chega." As palavras correram para fora de sua boca.

    Caindo para trs contra a cama, ele lutava para recuperar o flego, os pulmes

    trabalhando sob o esforo. As mos agarraram suas coxas, abrindo as pernas para cima e

    para trs.

    "Cavin, eu no posso."

    "Eu sei, eu sei. Apenas... Deixe-me..." As coxas pressionadas contra as costas de

    suas pernas. Cavin acelerou, duro, cortando o ar ao ritmo do som distinto de uma mo

    trabalhando num pnis. Benjamin estendeu a mo, arrastou a mo pelo peito liso de

    Cavin, as pontas dos dedos para encontrar a ponta de um mamilo, e beliscou.

    "Ah... Ben!"

    Calor lquido espirrou a coxa de Benjamin, suas bolas, seu pnis. Ento um corpo

    pesado caiu sobre ele.

    Levou algum tempo antes de um deles poder se mover, mas eventualmente Cavin

    se deslocou a fim de ficar deitado em cima da metade de Benjamin.

    Lbios percorreram a clavcula de Benjamim.

    "Obrigado." As palavras foram sussurradas contra sua pele.

    Uma risada saciada balanou o peito de Benjamim. Ele cutucou Cavin.

    "Eu no quis dizer que voc realmente deveria me agradecer."

    "Confie em mim. Isso no veio de qualquer senso de obrigao." A boca de Cavin

    arrastou at sua garganta, sobre sua mandbula, roando em seus lbios.

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    Ava March

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    Estava pegajoso e suado e devia ver se o quarto tinha um lavatrio, mas tudo que

    ele queria era permanecer exatamente onde estava, desfrutando dos beijos de Cavin.

    Suave e desleixado, obscuro e lento, embalando seus sentidos.

    Cercado pela escurido, o silncio e o calor reconfortante do corpo de Cavin, ele

    no tinha absolutamente nenhuma esperana de lutar contra o sono que puxou

    fortemente sua mente.

    ***

    O som de uma porta fechando no corredor chegou aos ouvidos de Cavin. Ele

    soltou um suspiro. Logo aos primeiros raios da aurora comeariam a insinuar-se na sala.

    Ele no deveria demorar mais. Nada de bom podia vir dali, no importava o quo bom

    ele sentiu ter Benjamin em seus braos ou envolver suas costas, segurando-o perto

    mesmo durante o sono.

    O trax debaixo de sua bochecha subia e caia em um padro que Cavin conhecia

    bem. Ele poderia saltar sobre o colcho e o homem no se mexeria. Ainda assim, Cavin

    manteve seus movimentos cuidadosos e lentos quando afastou o brao de Benjamim. O

    peso deslizou de suas costas, os dedos parecendo permanecer em sua pele em uma suave

    carcia, antes de cair para a colcha. Depois de esperar o espao de cinco batimentos

    cardacos, ele moveu o peito quente de Benjamin e tirou os ps para o lado da cama.

    Sua cabea caiu em suas mos enquanto um debate enfurecido acontecia dentro

    dele. No, ele no poderia faz-lo. Droga as consequncias que fossem para o inferno.

    Ele iria pensar em algo para aplacar Hale, daria o dinheiro do seu prprio bolso ao

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    Ava March

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    homem se fosse necessrio, pois no havia nenhuma maneira dele deixar Benjamin de

    bolsos vazios. No depois do que Benjamin lhe havia dado naquela noite.

    Um suspiro pesado expandiu seu peito. A vontade de rastejar de volta para os

    braos de Benjamin, e enrolar-se perto de seu lado, levantou-se dentro dele. Sentiu um

    puxo de necessidade por todo o caminho at os ossos. Com um empurro mental,

    Cavin empurrou o desejo de lado.

    Nada de bom podia vir dali. Nada.

    Arrastou as mos pelo cabelo, ento ficou de p. Ele no se incomodou em puxar

    as cortinas abertas em outra janela ou tentar acender um fogo na lareira. Seus olhos

    muito acostumados a sombras, a lua era luz suficiente para ele enxergar. Mantendo seus

    passos leves e silenciosos, preencheu a curta distncia at as roupas espalhadas no

    assoalho. Ele caiu de joelhos, passou a mo praticada sobre as vestes, deslizando os dedos

    sobre a l macia e fina que gritava riqueza e fechou sobre tecido de suas roupas

    grosseiramente familiar. Quando ele puxou as calas, passou seu olhar sobre o cho,

    parando em um raio branco pela porta. Se ele se lembrava corretamente, jogou sua

    camisa naquela direo. Deveria ser sua.

    Cavin estava colocando a fralda da camisa dentro da cala e abotoando-a quando o

    baque de passos passou fora da porta. Um tapa de um lado, o risinho tmido de uma

    mulher respondeu. Ento, um homem deu uma gargalhada, alta e pesada, o som

    cortando o quarto.

    Bbados sangrentos.

  • Ladro Rua Brook 01

    Ava March

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    O rangido distinto de cordas debaixo de um colcho soou atrs dele. Ele virou a

    cabea para olhar por cima do ombro. O luar caiu sobre o corpo nu de Benjamin,

    destacando o jogo de msculos sob a pele plida quando o homem virou-se. Um brao

    estendido, a mo varrendo a colcha.

    Cavin jurou que poderia detectar a confuso no grunhido sonolento de Benjamin

    por encontrar o lugar ao lado dele vazio. Por um longo momento, os ps de Cavin

    permaneceram enraizados no cho.

    Ento ele caiu em seus sentidos e se inclinou. Casaco escuro, colete escuro, o

    mao plido de um leno amarrotado, e dois sapatos, o couro usado em anos de uso.

    Com a roupa apertada em um brao, pegou a chave da pequena mesa direita da

    porta, empurrou-a na fechadura e saiu da sala. Depois de trancar Benjamin em

    segurana, ele empurrou a chave por debaixo da porta e rapidamente fez o seu caminho

    pelo corredor, procurando por uma porta estreita que seria um sinal de escadas dos

    criados.

  • Ladro Rua Brook 01

    Ava March

    39

    Captulo Trs

    Cavin dobrou a esquina e desceu a passarela para atravessar a Rua King. Conforme

    ele navegou em torno de cavalos, carruagens puxadas por ces vadios, vendedores

    ambulantes e poas de lama, engatou o saco de comida que mantinha em um brao mais

    alto, mantendo-o de forma mais segura contra o peito. Dois rapazes corriam em torno

    de uma mula, desacelerando quando passaram por Cavin. Com um toque de sua mo

    livre, ele impediu os gananciosos dedinhos de chegarem at seu bolso.

    Os meninos no se preocuparam em olhar para trs. Eles continuaram no outro

    lado da rua, passando os outros de perto, mexendo as mos em bolsos e bolsas em um

    borro de pele plida.

    Ele chegou ao outro lado da rua e foi para o norte. A madrugada tinha chegado

    umas boas duas horas atrs, trazendo nuvens cinzentas e com a promessa de pancadas de

    chuva. Ainda assim, mesmo a ameaa de chuva fria no o tinha empurrado de volta para

    casa mais rpido. Embora a rota deliberadamente longa que tinha escolhido no tinha

    sido um exerccio completo de procrastinao. Ele havia parado em um mercado para

    pegar um pouco de comida para o caf da manh.

    Talvez ele devesse ter tomado uma rota muito mais curta em vez pegar um par de

    tortas de carne em uma taberna para que pudesse chegar em casa antes do amanhecer. St.

    Giles era melhor visualizado noite. Sob a luz da lua, no se percebia o brilho nos olhos

    dos desesperados e as prostitutas cheias de gin, quando elas desmoronavam em portas

    abertas, ps descalos cobertos de poeira e roupas esfarrapadas e manchadas com sujeira.

  • Ladro Rua Brook 01

    Ava March

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    Ou os ratos rondando os caixotes de lixo que j tinham sido limpos pelas jovens

    almas infelizes que chamavam as caixas nas vielas estreitas de casa. Podia-se at confundir

    os trapos que cobriam as janelas que no tinham vidros a anos, com cortinas.

    Como estava, com a luz do sol fraco vazando atravs das nuvens iluminando sua

    vizinhana em todo o seu esplendor, lembrando-o em termos muito contundentes o

    quo diferente sua vida era da de Benjamin Parker. No que ele conhecesse os detalhes

    da vida de Benjamin, com certeza, mas os punhos de camisa engomada o frescor que

    espreitava para fora das mangas do casaco de l fina anunciava claramente que o homem

    vivia longe dos ensopados. Provavelmente em uma enorme casa em Mayfair composta

    por funcionrios que viam cada necessidade sua, os seus dias gastos no gerenciamento de

    seus interesses comerciais e partilhando de uma bebida com seus conhecidos alardeados

    em White ou Brooke.

    No importava se Cavin realmente gostou de passar o tempo com Benjamin, e no

    apenas o tempo em uma cama. Inferno, ele ainda tinha dado a Benjamin seu nome real

    no Hackney. No importava que seu tempo naquele quarto de hotel foi muito alm do

    incrvel. Os beijos vorazes de Benjamin e as mos vidas cativantes dele, sua confisso s

    puxou o corao de Cavin. Nem importava que Benjamin era um homem muito bom e

    bonito, em uma espcie de forma genial, com seu cabelo castanho claro e olhos castanhos

    amigveis. Apenas o tipo de homem que faria um companheiro maravilhoso. Algum que

    acreditava no amor e fidelidade, e que nunca iria empurrar o seu parceiro para se deitar

    com outros homens.

    Tudo o que importava era que algum como Benjamin Parker nunca escolheria

    estar com algum como ele para alm de uma escaldante noite, quente e completamente

    inesquecvel. Cavin tinha dado a Benjamin exatamente o que o homem tinha ido para

  • Ladro Rua Brook 01

    Ava March

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    Clements procurar e agora Cavin nunca iria v-lo novamente. Assim como deveria ser. E

    isso no faria Cavin lamentar esse fato.

    Ainda assim, ele no podia ajudar, mas desejava...

    Cavin sacudiu firme a cabea. Pena que vinte e um anos de desejos no se

    tornassem realidade. Apenas um ajuste idiota de confuses no provava nada diferente.

    Ele subiu as escadas de pedra na casa grande do final da rua. O lugar tinha sido

    uma casa de embarque antes que Hale t-la reivindicado como sua prpria. O exterior de

    ripa estava precisando de reparo, as janelas do trreo tinham sido cobertas por placas

    estilhaadas e penduradas precariamente da linha de telhado, mas ele estava em casa... e

    um prostbulo improvisado na ocasio.

    Demorou, mas um empurrozinho para abrir a porta que no tinha sido deixada

    completamente fechada. Cerca de meia dzia de meninos de diferentes idades estavam

    deitados no cho do hall de entrada envolvidos em um jogo de dados.

    Um esfrego rebelde e familiar de cabelos escuros apareceu do bloco.

    "Cavin, est casa, ehh!" Sam empurrou para seus ps. Seu olhar foi imediatamente

    para o saco de papel que Cavin tinha no brao. "Isso para mim?"

    "Para ns." Ele corrigiu, fechando a porta da frente.

    "Ah bom. Inferno sangrento, eu estou com fome." Sam limpou as mos sujas na

    frente de suas calas curtas, tornozelos nus espreitando as bainhas desfiadas.

    Maldio, Sam continuava crescendo. Ele teria que lev-lo a um alfaiate em breve

    para equip-lo com calas novas. Virando-se, Sam inclinou-se para bater um de seus

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    amigos nas costas, parabenizando-o por uma vitria e expondo uma manga mal

    remendada. O menino era muito duro em suas roupas, tambm. Cavin adicionou uma

    nova camada e camisas para a lista do alfaiate.

    Sam podia no ser seu irmo de sangue, mas Cavin cuidava do menino como se ele

    fosse. Sete anos atrs, Hale tinha tirado Sam com seis anos de idade da rua e o colocou

    em seu bando de ladres. Hale no era muito de fornecer instruo aos garotos, ou

    sabiam como roubar quando se juntavam ao grupo, ou eram ensinados por um dos

    outros meninos. Com um empurro na direo de Cavin, Hale o tinha nomeado como

    instrutor de Sam nas artes de beliscar, esgueirar e mergulhar na carteira alheia. Ao longo

    do caminho, Sam tornou-se o irmo mais novo que Cavin nunca teve... ou pelo menos

    no estava ciente de que tinha. Por tudo o que ele sabia, poderia ter um tesouro de

    irmos menores perambulando pelas ruas. Sua me no tinha sido boa em manter as

    pernas fechadas.

    "Fox!" Uma voz veio de cima.

    Cavin olhou para cima.

    De camisa branca com os braos cruzados sobre o peito, Hale ficou no patamar no

    topo das escadas.

    "Traga seu traseiro aqui em cima." Seu olhar desviou para os meninos no cho,

    demorando-se demais em Sam sorrindo e rindo com os amigos.

    A preocupao tomou o intestino de Cavin.

    "Agora, Fox." Hale chamou impaciente e exigente, antes de virar o calcanhar.

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    Ava March

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    Cavin passou por cima de uma perna e cutucou o ombro de Sam.

    "Leve isso para a cozinha, e no deixe ningum entrar nela." Depois de dar o saco

    de comida para Sam, ele passou por cima de mais algumas pernas e subiu as escadas.

    Governado pela ganncia, Hale era o tipo de homem que no tinha escrpulos em

    prostituir aqueles sob sua proteo se isso fosse engordar seus bolsos. Cavin tinha

    odiado. Odiava ter sido tirada toda a escolha de seu alcance. Ter que cair de joelhos ou

    se curvar, para o bastardo do Hale ter que fazer o acordo com ele. Um par de anos atrs,

    Cavin tinha posto um fim a isso. Bem, ele pediu - no se exigia nada de Hale - e se

    ofereceu para roubar os antros de jogatina e tabernas em troca. Os bolsos de Hale ainda

    estariam cheios, e Cavin poderia pelo menos escolher o homem que, de uma forma

    indireta, pagaria por seus servios.

    Ele tinha que ter cuidado, claro. No poderia frequentar o mesmo local noite

    aps noite. Hale no o tinha prostitudo, numa base diria. Tinha sido mais ocasional,

    uma vez por ms ou menos, quando a oportunidade aterrissava no colo de Hale. O

    homem lidava com um bando de ladres, prostitutos no. Ento, Cavin pensou que era

    justo manter sua caa em uma frequncia semelhante, confiando mais em mergulhar e

    fisgar o que o rude Hale exigia de cada habitante da casa.

    Cavin tinha pensado que Sam estava a salvo dos arranjos de Hale por mais alguns

    anos. Mas Sam era alto para a sua idade, e o menino era bonito sob toda a sujeira e

    grude.

    Talvez aquele olhar persistente de Hale tivesse sido simplesmente a avaliao de

    uma mercadoria futura. Hale deixava os meninos em paz at que fossem mais velhos.

  • Ladro Rua Brook 01

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    Cavin tinha vindo viver com Hale, quando estava com nove anos, e Hale no o fez cair de

    joelhos para um bastardo at os dezesseis.

    Sim, deve ter sido isso, Cavin tranquilizou-se. Hale sabia que Sam tinha apenas

    treze anos. Muito jovem. E no era como se a casa no tivesse adolescentes mais velhos a

    quem Hale poderia empurrar um servio na sala da frente.

    Cavin se introduziu no ltimo quarto no fim do corredor. Todos os outros quartos

    na casa lembravam o seu exterior, exceto o de Hale. Uma cama de madeira macia, um

    gabinete em arco perto de uma janela com cortinas reais, uma cmoda alta, e paredes

    repletas de pinturas de molduras douradas de petrleo. A grandeza em grande escala.

    Ainda, que o quarto desse a impresso muito grande de ser algo que no era.

    Hale empurrou o ombro nu do homem deitado em sua cama.

    "Fora."

    O homem que se revelou ser Miles, um dos adolescentes mais velhos que vivia na

    casa, se levantou e tirou os ps para o lado da cama. Miles pegou suas roupas do cho.

    Sem se preocupar em puxar as calas, ele saiu da sala, atirando um sorriso presunoso,

    mas com se sentisse pena por Cavin, como se ele tivesse ganhado algum tipo de prmio.

    Cavin revirou os olhos. Sim, sua prpria posio era maior na casa quando ele

    dividia a cama de Hale, mas preferia passar sem a ateno de Hale.

    "Como foi a sua noite?" Hale perguntou, quando chegou em seu armrio.

    Incrvel. Espetacular. Incrivelmente maravilhosa.

    "Boa."

  • Ladro Rua Brook 01

    Ava March

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    "Obteve uma quantidade decente de cima dele?"

    Cavin encolheu os ombros.

    "Mais do que uma ninharia, mas j tive melhor." Na verdade, no, ele nunca tinha

    tido nada melhor. Esse era o problema.

    "Eu tenho uma casa, eu quero que voc v l com alguns dos meninos hoje

    noite."

    Hale empurrou os braos nas mangas de um casaco azul-marinho.

    "Perto de Vauxhall. Os proprietrios saram do pas. Eles so os nicos que

    compraram esse quadro. Espere at as duas ou trs para se certificar de que a rua esteja

    calma. Em seguida, traga de volta a pintura e tudo o mais que voc encontrar."

    "Uma de um cavalo preto?" Algumas semanas atrs, Hale tinha comentado sobre

    uma pintura de cavalo que ele tinha visto em uma loja ou outra. Parecia que Hale tinha

    rastreado quem tinha comprado antes que tivesse sido capaz de surrupi-lo.

    Hale acenou com a cabea.

    "Pegue-o de volta voc mesmo. No quero um daqueles tolos perto dele. E da

    prxima vez que voc pegar um dos meus coletes, me diga. Procurei por toda a casa na

    noite passada. Pensei que um deles arrumou bolas para roub-lo."

    "Nenhum deles jamais roubaria de voc."

    "Eu espero mesmo que no."

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    Ava March

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    Hale no tinha a pura intimidao das massas do seu lado, mas ele no era

    conhecido por sua habilidade para segurar os punhos ou a faca. Com aproximadamente

    35 anos de idade, ele ainda tinha os reflexos rpidos, implacveis que lhe renderam seu

    cargo atual como chefe de um bando em vez de um bom ladro.

    "Peo desculpas por no lhe dizer sobre o colete. No acho que voc saiu

    perdendo. Voc no ia sair, e eu precisava de algo para vestir, inferno. Derramei gotas

    de licor sobre o meu nico decente no outro dia."

    "Eu perdi isso." Disse Hale, quando terminou de abotoar o casaco. "Eu tinha

    deixado a chave do cofre no bolso."

    O intestino de Cavin apertou. Ele poderia muito bem imaginar as ameaas que

    haviam sido jogados na noite passada sobre a chave sumida. Esperava que Hale no

    tivesse ferido fisicamente algum dos meninos.

    Um grito ecoou pelo corredor seguido pela farpa de madeira.

    A pesada carranca puxou caractersticas acidentadas de Hale.

    "Algum provavelmente foi enganado." Disse Cavin com um encolher de ombros.

    "Eles esto jogando dados."

    "Eles deveriam estar trabalhando, no ganhando o meu dinheiro para si."

    Meu dinheiro. claro que tudo era de Hale. Bem, tudo, exceto o ltimo centavo

    aqui ou ali que ele permitia que os meninos mantivessem. Era o preo pago para viver

    em sua casa, sob sua proteo. Para no ter que se preocupar em ser arrastado para um

    dos cascos de priso no Tmisa.

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    Ava March

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    Com um tremor irritado de sua cabea, Hale foi para a porta.

    "Tranque o que conseguiu no cofre. Tenho uma consulta para ver depois de

    arrumar esses garotos. "

    Confiante de que apenas a presena de Hale bastaria para sufocar qualquer

    discusso que tivesse estourado l embaixo, Cavin tirou seu melhor casaco preto, pegou

    seu prmio de jogo do bolso e o colocou na mesa de cabeceira ao lado da vela dourada.

    Enfiou a mo no bolso do colete de Hale, mas em vez de encontrar uma chave, ele

    tirou um pequeno carto. Hale fez o seu melhor para fingir que era um nababo, mas

    Cavin no tinha percebido que o homem tinha ido to longe a ponto de ter cartes

    impressos. Coisa bastante ridcula de fazer. Qual era o plano do homem? Dobr-los com

    o dinheiro que ele caiu para os vigilantes?

    Cavin revirou os olhos. Ento ficou curioso com o nome de Hale, o homem

    sempre foi conhecido apenas por seu nome de famlia, Cavin olhou para as pequenas

    letras ntidas no carto branco na mo.

    "Senhor Benjamin Parker." Estava escrito num simples e elegante preto.

    Seu estmago caiu.

    Ele fechou os olhos. Uma imagem de Benjamin sentado ao lado dele na mesa de

    jogo materializou-se diante de seus olhos. Benjamin, com um casaco bege, branco com a

    gravata elegantemente amarrada e um colete de seda preta.

    O colete de Hale era de seda preta. Foi por isso que Cavin o tinha pego

    emprestado. A fim de ganhar a confiana de um janota, ele precisava aparecer como se

  • Ladro Rua Brook 01

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    no fosse exatamente o que ele era. Anos atrs, Hale havia tirado Cavin de St. Gilesa,

    com uma voz que queria um amante que no soasse como um menino de rua, mesmo se

    ele tivesse sido um? E visitar Hyde Park, demorando-se nas bancadas durante as

    primeiras horas, vendo de fora e sobre, tinha feito o resto. Deu a ele uma ideia firme de

    como um verdadeiro cavalheiro falava e comportava-se. As roupas certas, porm, eram

    fundamentais para reforar a artimanha. Cheirar como uma prostituta encharcada de gin

    poderia despertar suspeitas.

    Fazia um cavalheiro olhar para ele um pouco mais de perto, quando o que Cavin

    precisava era da mente do homem firmemente distrada ou a noite no comearia bem.

    Abrindo os olhos, ele olhou para o colete preto na mo. Colete de Benjamim. O que

    teria olhado e sentido como o de Hale em um quarto escuro.

    Benjamin tinha o colete de Hale, e Cavin precisava busca-lo. Sua mente trabalhava

    rapidamente. Hale tinha normalmente ido para a maior parte do dia.

    O homem estava confiante que Cavin tinha a chave, e confiante que Cavin iria

    mant-la segura. Sua mente estaria no furto de hoje noite, no contando seu dinheiro.

    Cavin percebeu que ele tinha at que fosse para Vauxhall antes Hale pensasse em pedir a

    chave. Nesse meio tempo, ele simplesmente iria localizar Benjamin. No poderiam haver

    muitos Benjamin Parker em Londres.

    Senhor Benjamin Parker.

    Cristo, o homem era o filho de um cavalheiro? Cavin soltou um gemido.

    Definitivamente seria preciso comear a sua busca em Mayfair. Uma vez que ele

    descobrisse o endereo de Benjamin, ele faria a troca. Certamente Benjamin iria

    entender o erro.

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    Ava March

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    Ignorando a emoo da antecipao sobre a perspectiva de ver Benjamin,

    novamente, Cavin colocou o carto de volta no bolso, tirou colete de Benjamin e

    cuidadosamente colocou-o sobre o brao. Depois de colocar seus ganhos em jogos de

    azar na parte de trs de uma gaveta, pegou o casaco e saiu pelo corredor at seu quarto

    muito menor, para arrumar o colete de Benjamim. Uma vez que ele tinha dado o caf da

    manh para Sam, ele partiria para uma excurso perguntando sobre Mayfair.

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    Captulo Quatro

    A porta se abriu. Cavin resistiu ao impulso de puxar o saco de papel amassado

    contendo o colete de Benjamin atrs de si, e deixou-o pendurado casualmente a seu lado.

    "O Senhor Benjamin Parker est em casa?"

    "Sua senhoria est atualmente ocupada. Gostaria de deixar o seu carto? O servo,

    um mordomo ou um lacaio, embora Cavin no pudesse determinar o grupo exato do

    homem olhou Cavin de cima para baixo, a sua dvida quanto a sua capacidade para

    produzir um carto de chamada escrita em todo o seu rosto.

    Cavin manteve seu queixo para cima e a expresso educada no lugar.

    "Infelizmente usei o meu ltimo carto apenas esta manh. Deve aguardar a papelaria

    para imprimir um novo lote. No entanto, o senhor Benjamin deixou-me com o seu

    carto." Ele puxou um dos cartes de Benjamin do bolso do prprio colete e mostrou-o

    ao servo, mostrando sua prova de que ele estava realmente familiarizado com o mestre

    do homem.

    "Voc poderia deix-lo saber que o Sr. Cavin Fox precisa falar com ele?"

    O servo apenas olhou para Cavin.

    " uma questo de extrema importncia."

    Pelo menos o servo estava o suficiente bem treinado para no rolar os olhos para

    Cavin. "Por favor, espere aqui." Com isso, o homem fechou a porta da frente, deixando

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    Cavin de p nos degraus de pedra. Suas mos se fecharam em punhos nervosos, a dobra

    do saco de papel ecoando em torno dele.

    E se Benjamin no quisesse v-lo? Ele sabia que era ousado aparecer sem avisar na

    porta da casa do homem. Certamente Benjamin se perguntaria como Cavin o havia

    seguido.

    Benjamin tinha ido at Clements para ficar com outro homem pela primeira vez.

    Isso tinha que dizer que ele queria o que aconteceu ontem noite, permanecesse longe

    de sua casa.

    Ele deveria ter escrito uma nota para o servo dar a Benjamin, algo para que ele

    soubesse que Cavin tinha uma razo honesta para estar l? Mas sua letra deixava muito a

    desejar e estava colocando isso levemente. Ele no tinha tido tutores olhando por cima

    do seu ombro, rpidos para corrigir todos os erros. Cavin s tinha tido um menino

    alguns anos mais velho do que ele, para ensinar-lhe as letras e nmeros. Vivendo com

    Hale, ele s precisava ser capaz de ler bem o suficiente para ler placas de rua, lojas e para

    jogar. Se ele escrevesse muito mais do que seu nome, Benjamin assumiria que uma

    criana e no um homem tinha escrito a nota.

    Se ele veio at aqui e Benjamin se recusasse a v-lo, Cavin iria esperar algumas

    horas em um dos bancos da praa com exuberante gramado que havia passado em sua

    caminhada para Mayfair, em seguida, voltaria quando a casa estivesse na cama. Mas ele

    preferiria no rondar a casa de Benjamim. Mesmo que estivesse apenas corrigindo um

    erro e Benjamin no fosse o mais sensato, sentia ainda que seria ... errado.

    Os segundos passaram, mais e mais, parecendo flutuar no ar frio da noite.

    Voltando-se, olhou para cima e para baixo da Brook Street. Havia uma respeitabilidade

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    Ava March

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    tranquila nas fileiras de casas da cidade, algumas de tijolos marrons como a de Benjamin,

    umas de tijolo vermelho e outras poucas cobertas de estuque branco. Tudo com cinco

    fileiras de janelas que se estendiam at o cu iluminado pela lua. Janelas que estavam

    fazendo o seu dever e segurando placas de vidro. Se Cavin tivesse sido abandonado e no

    soubesse o seu paradeiro, ele teria imediatamente sabido que estava em Mayfair.

    Precisava mais do que riqueza apenas para adquirir um endereo aqui. Precisava

    de um nome antigo de famlia ou um ttulo, juntamente com uma posio social

    impecvel. Nenhum dos quais Cavin possua, e todos os quais, obviamente, Benjamin

    tinha.

    Passando a mo sobre a parte de trs do seu pescoo, Cavin suspirou. Ele no

    recebeu nenhum conforto em saber que tinha adivinhado corretamente, quando o senhor

    mais velho que ele tinha investigado na loja de um alfaiate em St. James Street forneceu o

    endereo de Benjamim. Por que no podia ter errado? Por que no poderia Benjamin

    simplesmente ser um cavalheiro respeitvel vivendo em apartamentos de solteiro

    respeitveis?

    Basta?

    Cavin soltou uma bufada de desgosto. Qualquer tipo de cavalheiro estaria muito

    acima dele. Ao som fraco de passos, Cavin se voltou para a porta. A maaneta de bronze

    girou e a porta se abriu novamente.

    "Sua senhoria vai v-lo no estdio."

    Alvio tomou conta dele. Cavin inclinou a cabea quando entrou. O hall de

    entrada no era um espao cavernoso enorme, mas no precisava de tamanho de anunciar

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    Ava March

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    a riqueza de seu dono. Um piso de mrmore polido cinza, paredes com painis cobertos

    de tinta de um branco puro e um console de mesa de mogno apenas dentro da porta. Ele

    duvidou que alguma poeira jamais se atrevesse a se acumular na casa de Benjamin.

    "Se voc me seguir." disse o moo, depois de fechar a porta.

    Enquanto Cavin seguia o homem at um lance de escadas, ele detectou o aroma

    persistente de carne cozida e mais alguma coisa que cheirava grosso e rico. No era de

    admirar Benjamin estivesse ocupado. Era incio da noite, a hora que maioria dos

    indivduos se sentava para jantar. Benjamin devia pensar que Cavin era um palhao mal-

    educado para chamar a essa hora.

    Segurando a vontade de balanar a cabea para si mesmo, ele entrou na primeira

    sala esquerda da escada.

    "Se voc esperar aqui." O servo fechou a porta com um clique inteligente.

    Cavin olhou para as prateleiras que se estendiam do cho ao teto, cobertos com

    tapetes, uma mesa de madeira de nogueira macia dominando uma extremidade do

    quarto, as poltronas de couro e o fogo aceso na lareira rodeada pelo mesmo mogno

    brilhante como as estantes. As nicas vezes que ele e os outros haviam estado em uma

    sala desta, tinha sido ao luar. A casa estaria quieta sobre ele, enquanto andava em passos

    silenciosos para fazer o trabalho rpido de levar qualquer coisa que parecesse ter valor.

    Ele colocou o saco de papel em uma das cadeiras, mas no se atreveu a fazer-se to

    confortvel como se sentar. Inclinando a cabea um pouco de lado, arrastou um dedo

    sobre as lombadas dos livros encadernados em couro em uma das prateleiras. Milton

    William Blake, Don Juan, Alexander Pope, A Dunciad. No estava familiarizado com

  • Ladro Rua Brook 01

    Ava March

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    nenhum dos ttulos. Eram livros que Benjamin gostava de ler ou estavam ali apenas por

    causa das aparncias?

    Houve um clique macio de um boto.

    Apertando as mos atrs das costas, Cavin se virou.

    Vestido com um casaco verde-garrafa e cala marrom, Benjamin entrou na sala.

    "Cavin." disse ele, estendendo a mo, um sorriso em seus lbios e seus olhos castanhos

    cheios de boas-vindas. " bom ver voc de novo."

    Um pouco de tenso nervosa deixou a coluna vertebral de Cavin, mas no tudo.

    "E voc, tambm." Ele apertou a mo de Benjamin, que na noite passada havia acariciado

    seu pnis.

    "Eu espero que tudo esteja bem. Meu lacaio indicou que sua visita era de extrema

    importncia. Eu admito, voc despertou minha curiosidade. "

    "Estou bem, obrigado. Vim remediar um erro. Eu acidentalmente peguei seu

    colete. O escuro e tudo." Acrescentou guisa de explicao. "Eu trouxe o seu, na

    esperana de uma troca." Ele indicou o saco sobre a almofada na cadeira atrs dele.

    "Um erro?" Benjamin perguntou, surpreso. "Embora eu no estivesse prestando

    muita ateno quando eu puxei as minhas roupas. Minha mente estava em outros

    assuntos. Eu perdi voc esta manh. "

    As palavras ficaram penduradas entre eles. Cavin s podia piscar. Foi a coisa mais

    bonita que algum j disse a ele.

  • Ladro Rua Brook 01

    Ava March

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    Uma dica de cor forte se levantou de Benjamin em contraste com a gravata

    branca, queimando suas bochechas.

    "Minhas desculpas. Eu provavelmente no deveria dizer uma coisa dessas. Forma

    ruim e tudo considerando ... " O rubor se aprofundou. Benjamin acenou com a mo,

    como se esforando para preencher o vazio, ento, obviamente, controlando-se, puxou

    os ombros para trs e puxou a ponta do seu casaco. "Se voc diz que tenho o seu, ento

    deve ser verdade."

    "Seus cartes de contato estavam no bolso."

    "Ainda mais prova. Eu vou ter algum indo buscar a roupa. No vai demorar, mas

    ... " Benjamin parou, seu olhar demorando na boca de Cavin. " bom ver voc de

    novo." repetiu ele, sua ateno deriva de volta para os olhos de Cavin.

    Cavin no pode deixar de sorrir. " bom ver voc de novo, tambm."

    "Voc tem um momento? Eu atualmente tenho companhia. Um jantar. Mas meus

    convidados estaro saindo em breve. Voc poderia esperar um pouco, at que depois que

    saiam? Eu posso ter uma bandeja com ceia enviada enquanto voc espera. "

    "No, isso no necessrio." Como se determinado a marca-lo como mentiroso,

    seu estmago escolheu esse momento para roncar. " verdade. Eu tive um grande

    pequeno-almoo. Eu ainda no estou pronto para o jantar. "

    Cavin esperou por Benjamin ressaltar que o almoo teria sido muitas horas atrs,

    mas a boa educao do homem se mostrou. A testa de Benjamin franziu-se apenas um

    pouco.

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    "Eu no vou ser demorado." disse Benjamin. "Porto foi servido pouco antes que

    voc chamou. Talvez metade de uma hora? "

    "No h necessidade de empurrar os seus convidados para a porta por minha

    conta. Eu posso me divertir com um livro. Voc tem muito por onde escolher. E sim, eu

    vou esperar. "

    "Obrigado." Um sorriso se espalhou na boca de Benjamim. "Eu tenho que voltar

    para a sala de jantar. Eu vou trazer o seu colete quando eu voltar." Com um aceno de sua

    cabea, ele virou-se e saiu da sala.

    Sem saber o que fazer com ele, Cavin moveu o saco de papel para o cho e sentou-

    se na cadeira.

    Por que diabos ele tinha dito que sim?

    Porque eu no poderia dizer no a Benjamin.

    E tecnicamente, ele tinha alguns momentos, e se fosse necessrio, ele poderia

    contratar uma carruagem de aluguel para lev-lo de volta para St. Giles ou o mais

    prximo a St. Giles que o motorista concordaria em ir. Ele s precisava estar em casa em

    torno de uma hora para pegar alguns meninos, para que pudesse chegar a Vauxhall entre

    duas e trs horas. Assim, ele poderia cair em uma casa que seria, provavelmente,

    semelhante a de Benjamin e tomar algo que no lhe pertencia.

    Os ombros de Cavin caram.

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    "Ah inferno." Cavin murmurou de repente, suas plpebras pesadas pela falta de

    sono. O cochilo de meia hora que tinha tomado antes de sair para a longa caminhada at

    Mayfair no compensou em tudo por no ter nenhum sono na noite passada.

    E foi isso. Ele estava apenas cansado. Nada mais. Razo perfeitamente lgica para a

    sua conscincia escolher esse momento para elevar sua cabea depois de mentir em

    silncio por tantos anos e uma desculpa perfeitamente vlida para no ser capaz de dizer

    no, para a perspectiva de passar mais tempo com Benjamin.

    Houve uma batida de leve na porta. Cavin estava morto a seus ps.

    Uma empregada entrou no quarto com uma bandeja. A tampa de prata na placa

    sacudiu um pouco quando ela colocou a bandeja sobre a mesa entre as cadeiras. "Se voc

    tiver necessidade de qualquer outra coisa, Sr. Fox, simplesmente toque a campanhia."

    Aparentemente, o Senhor Benjamin Parker no levava em considerao a palavra

    no.

    Ele esperou que a empregada sasse antes de se sentar de novo. Seu olhar foi

    atrado para a bandeja com o seu copo de vinho ao lado do prato. Uma parte dele se

    recusava a tomar qualquer coisa mais de Benjamin. O homem tinha dado mais do que

    suficiente de si mesmo na noite passada. Mas ...

    Os aromas de carne cozida e po recm assado, junto com o cheiro rico e espesso,

    penetrou sob a tampa de prata, caindo em seu estmago vazio.

    Seria rude da parte dele deixar a bandeja intacta, no ? Se Cavin estava colocando

    ares de um cavalheiro, ento a ltima coisa que ele queria, era parecer rude, argumentou

    quando estendeu a mo para a tampa de prata.

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    ***

    Por pura fora de vontade, Benjamin se impediu de olhar para o relgio alto, no

    canto da sala de jantar. Ele realmente gostava de receber seus amigos para jantar, mas,

    pela primeira vez desde que se mudou para a casa da cidade, estava ansioso para que eles

    sassem.

    Ele ainda no podia acreditar que Cavin tinha aparecido em sua porta da frente.

    Era como se o homem soubesse que Benjamin estava planejando outra visita a Clements.

    No que ele tivesse um desejo urgente de jogar, mas o inferno era o nico lugar que ele

    sabia que Cavin frequentava.

    Hoje noite, porm, ele no precisaria contratar uma carruagem de aluguel para

    lev-lo para Silver Street, porque Cavin estava em seu estdio, naquele momento,

    esperando por ele.

    Todo o dia, pelo menos uma vez por hora e, frequentemente mais do que isso,

    seus pensamentos tinham se voltado para a noite passada. Para Cavin. Para o seu tempo

    juntos naquele quarto de hotel surrado. Estar com Cavin tinha sido certamente muito

    alm de incrvel.

    No havia dvida sobre isso. Mas, sob as sensaes esmagadoras tinha estado esse

    sentimento que se tem quando se encontra algum que se torna um grande amigo. Essa

    sensao imediata de conforto e facilidade, com exceo de alguma forma, mais forte. A

    sensao de que ele estava mais do que ansioso para verificar.

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    "Parker? O que voc diz para passar a tarde no Gentleman Jackson amanh? " O

    tom de voz de Radcliffe Linus indicava que no era a primeira vez que ele tinha feito a

    pergunta.

    Benjamin concentrou sua ateno em seu amigo. "Talvez, se eu pudesse ter uma

    consulta para ver meus compromissos na tarde de amanh." Ele no queria se

    comprometer com nada, no at que ele tivesse falado com Cavin. Mas no se atrasem

    por minha causa. Se a minha tarde estiver livre, eu vou parar e me juntar a todos vocs. "

    Radcliffe deu de ombros. "Jackson o que ento." declarou ele mesa.

    "Venha preparado para aceitar a derrota." disse Anderson, seu olhar fixado em

    Radcliffe, de seu lugar em frente a ele.

    "Voc um burro, Anderson." Radcliffe atirou de volta.

    "Um burro que vai espancar voc."

    Os olhos de Radcliffe se estreitaram. "Vamos ver sobre isso."

    "No to ruim, Radcliffe, ser derrotado e tudo. Todos na mesa podem lhe dizer

    melhor." disse Woodhaven, com um sorriso alegre, til.

    "O sentimento apreciado, Woodhaven, mas no necessrio, Anderson vai estar

    ganhando um conhecimento ntimo amanh a tarde, do cho de Gentleman Jackson."

    Radcliffe levantou-se da mesa. "Obrigado pela refeio, Parker. Devemos estar a

    caminho. Anderson precisa descansar para amanh. "

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    Com um aceno de cabea, Anderson ficou de p, depois comeou a fazer o seu

    caminho para a porta da sala de jantar. "Descansar? o melhor que voc pode fazer?" Ele

    perguntou a Radcliffe quando o homem caiu em passo ao lado dele.

    "No. Eu estava apenas sendo educado. "

    Anderson empurrou no ombro de Radcliffe. "Filhote".

    A risada de Radcliffe pairava no ar quando os homens saram da sala. Benjamin

    dizia que os dois nunca deixavam de animar uma noite. Seus restantes cinco convidados

    seguiram a liderana de Radcliffe e Anderson, estendendo seus agradecimentos e

    levantando-se da mesa.

    Eles deveriam ter sido nove no total, mas Norton tinha declinado em seu nome e

    de Bennett.

    Benjamin tinha a impresso de Bennett no ligava muito para o grupo, embora

    Norton tenha oferecido uma desculpa vlida para seus pesares, ele precisava ajudar

    Bennett com os preparativos para a abertura do hotel do homem.

    Vindo a pensar sobre isso, Norton havia gastado mais do que uma boa quantidade

    de tempo com Bennett, desde Bennett havia retornado de Nova York. Se as suspeitas de

    Benjamin sobre Norton fosse corretas, ento Bennett tinha preferencia pelos homens,

    tambm?

    Interessante.

    Benjamin fez uma nota mental para prestar mais ateno da prxima vez que os

    visse juntos.

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    "Alguns