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A Interpretação
das Escrituras
A. W. Pink
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Traduzido do original em Inglês
Interpretation of the Scriptures
By A. W. Pink
Este e-book consiste apenas no Cap. 11 da obra supracitada.
Via: PBMinistries.org
(Providence Baptist Ministries)
Tradução por Camila Rebeca Almeida
Revisão por William Teixeira
Capa por William Teixeira
1ª Edição: Fevereiro de 2017
Salvo indicação em contrário, as citações bíblicas usadas nesta tradução são da versão Almeida
Corrigida Fiel | ACF • Copyright © 1994, 1995, 2007, 2011 Sociedade Bíblica Trinitariana do Brasil.
Traduzido e publicado em Português pelo website oEstandarteDeCristo.com, com a devida
permissão do ministério Providence Baptist Ministries, sob a licença Creative Commons Attribution-
NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International Public License.
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A Interpretação das Escrituras
Por A. W. Pink
Capítulo 11
________________________________________
15. Linguagem Não-literal. Nós deixamos essa importante regra da exegese para esse
momento, porque é necessária maturidade no julgamento para a sua correta aplicação. Há
uma quantidade considerável de linguagem não-literal na Palavra de Deus e é muito
necessário que o expositor a reconheça. Grande dano foi feito por não fazê-lo, e muitos
erros graves foram ensinados como resultado de considerar como literal o que era figurado.
De um modo geral, as palavras da Escritura devem ser entendidas em seu significado puro
e simples; sim, a sua significação natural e óbvia deve sempre ser mantida a menos que
alguma razão evidente e necessária exija o contrário; como, por exemplo, quando Cristo
nos ordenou arrancar um olho direito e cortar a mão direita se os mesmos nos levassem a
pecar, ou quando Ele acusou os escribas e fariseus de “devorar as casas das viúvas”
(Mateus 23:14), pois manifestamente tal linguagem não deve ser considerada em seu
sentido literal. Mas há muitos outros casos que não são tão evidentes como esses, como
quando Cristo disse: “E, ocasionalmente [por acaso] descia pelo mesmo caminho certo
sacerdote” (Lucas 10:31), o que significa que ele tomou esse caminho sem qualquer
finalidade particular ou propósito específico, pois um entendimento literal das palavras
negaria as ordenações da Providência.
É necessária uma discriminação minuciosa, tanto espiritual quanto mental, para
distinguir entre o literal e o não-literal na Escritura. Isso se aplica em primeiro lugar ao
tradutor, como algumas ilustrações mostrarão. Ele tem que determinar em cada ocorrência
da palavra kelayoth se a traduzirá literalmente como “rins” ou figurativamente como
“coração” e “mente”, palavras que nas Escrituras fazem referência à sede das afeições e
sentimentos; a nossa Versão Autorizada se refere à primeira por dezoito vezes, e a última,
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treze vezes. Em passagens como Salmos 16:7; 26:2; 73:21, “rins” tem referência ao homem
interior, especialmente à mente e à consciência; como os rins devem eliminar as impurezas
do sangue, a mente e a consciência devem nos livrar do mal. A palavra hebraica ruach
significa literalmente vento, e é assim traduzida noventa vezes na Versão Autorizada; no
entanto, também é usada emblematicamente como espírito, muitas vezes, e como o
Espírito Santo por mais de 200 vezes. Muita sabedoria e discernimento espiritual é exigido
pelo tradutor para discriminar. Lachash é traduzido como “brincos” em Isaías 3:20, mas
como “oração” em Isaías 26:16! A palavra grega presbuteros significa literalmente uma
pessoa idosa, e é assim traduzido em Atos 2:17, e Filemom 9, mas na maioria dos casos
se refere a “anciãos”1 ou oficiais da igreja.
Agora, se um grande cuidado deve ser tomado pelo tradutor para distinguir entre
coisas diferentes, é igualmente assim com o expositor. Que ele devidamente leve a sério
as advertências fornecidas pela experiência dos apóstolos. Quantas vezes eles não
conseguiram entender o significado da linguagem de seu Mestre! Quando Ele declarou: “O
que contamina o homem não é o que entra na boca, mas o que sai da boca, isso é o que
contamina o homem”, disseram-Lhe: “Explica-nos esta parábola”, e Ele respondeu: “Até vós
mesmos estais ainda sem entender?” (Mateus 15:11,15,16). Quando Jesus lhes ordenou:
“acautelai-vos do fermento dos fariseus e dos saduceus”, eles discorriam entre si e
concluíram que era porque não tinham trazido pão (Mateus 16:6-7). Quando Ele lhes disse
que tinha uma comida para comer, a qual eles não conheciam, imaginaram que alguém
havia ministrado às Suas necessidades corporais durante a sua ausência (João 4:32-33).
Quando disse: “Nosso amigo Lázaro dorme”, os apóstolos supuseram (como qualquer um
de nós teria feito!) que Ele se referia ao sono natural. Muitas vezes é registrado que eles
“não compreendiam” as palavras de Cristo (Marcos 9:32; Lucas 18:34; João 8:27, 12:16).
Eles entenderam muito pouco do que Jesus intencionava quando perguntou: “Se eu quero
que ele fique até que eu venha, que te importa a ti?” (João 21:22-23).
O elemento figurativo é muito proeminente nas Escrituras, especialmente no Antigo
Testamento, onde as coisas naturais são comumente usadas e adaptadas para explicar as
coisas espirituais, adequando suas instruções para o estado atual do homem, no qual ele
não pode ver as coisas de Deus, exceto através das lentes da natureza. Cada palavra
hebraica tem um sentido literal e se refere a algum objeto sensível, e, portanto, transmite
uma ideia comparativa a algum objeto impalpável. Enquanto no corpo, nós recebemos
informações através de nossos sentidos; não podemos formar a menor ideia de qualquer
1 Em Inglês: Elders.
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objeto divino ou celestial, senão conforme ele é comparado e ilustrado por algo terreno ou
material. Realidades internas são explicadas por fenômenos externos, como “rasgai o
vosso coração, e não as vossas vestes, e convertei-vos ao Senhor, vosso Deus” (Joel 2:13),
e: “bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça”. Misericórdias espirituais são
postas diante de nossos olhos sob suas figuras com as quais estamos familiarizados, mas
expressivas na natureza, como em: “Porque derramarei água sobre o sedento, e rios sobre
a terra seca; derramarei o meu Espírito sobre a tua posteridade, e a minha bênção sobre
os teus descendentes” (Isaías 44:3), e: “destilai, ó céus, dessas alturas, e as nuvens
chovam justiça; abra-se a terra, e produza a salvação” (Isaías 45:8).
Outros antes de nós têm apontado que há uma analogia divinamente projetada entre
o mundo natural e o espiritual. Deus assim formou os reinos visíveis como a sombra do
invisível, o temporal para simbolizar o eterno. Daí as similitudes muitas vezes empregadas
por Cristo, extraídas por Ele do reino natural, não eram ilustrações arbitrárias, mas figuras
pré-ordenadas de sobrenatural. Existe uma ligação muito íntima entre as esferas da criação
e da graça, para que nós, assim, sejamos ensinados a olhar de uma para a outra. “Por meio
de Suas parábolas inimitáveis, Cristo mostrou que quando a natureza era avaliada
corretamente, falava uma só língua com o Espírito de Deus; e quanto mais completamente
bem entendida, e isto mais variada e completamente, será encontrada a harmonia que
subsiste entre os princípios da sua constituição e os de Seu reino espiritual” (Patrick
Fairbairn). Quem pode deixar de perceber tanto a adequação quanto a sublimidade do
paralelo entre essa alusão do reino natural e sua realização antitípica: “Até que refresque
o dia, e fujam as sombras” (Cantares de Salomão 2:17), onde a referência é tanto à primeira
(João 8:56) quanto à segunda vinda do Filho de Deus na carne (Filipenses 1:6-10)?
As palavras são usadas em sentido literal quando se referem ao seu significado
simples e natural; e figurativamente, quando um termo se refere a um objeto ao qual ele
não pertence natural ou normalmente. Assim, o termo “duro” é a qualidade de uma pedra,
mas quando caracteriza o coração é empregado figurativamente. A figura de linguagem
consiste em uma palavra ou palavras que estão sendo usadas fora de seu sentido e
maneira comuns, para enfatizar algo e atrair a nossa atenção ao que é dito. Não que um
significado diferente seja dado à palavra, mas uma nova aplicação dela é feita. O significado
da palavra é sempre o mesmo quando usada corretamente e, assim, figuras têm o seu
próprio sentido e explicam-se a si mesmas. Na grande maioria dos casos, não há
dificuldade em distinguir entre o literal e o não-literal. Aqui também há uma estreita
semelhança entre a Palavra de Deus e Suas obras na criação. A maioria dos objetos no
mundo natural são evidentes e simples, facilmente distinguidos; todavia, alguns são
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obscuros e misteriosos. Há certas “leis” perceptíveis que regulam as ações da natureza; no
entanto, há exceções notáveis na maioria delas. Assim, podemos ter certeza de que Deus
não empregou linguagem que só poderia confundir e embaraçar os ignorantes, mas o
significado de muitas coisas na Sua Palavra pode ser determinado apenas por trabalho
diligente.
Se toda a Escritura tivesse sido redigida em linguagem altamente figurativa e
misteriosos hieróglifos, que estivessem muito acima da capacidade do homem comum. Por
outro lado, se tudo fosse tão simples como ABC não haveria necessidade de Deus prover
mestres (Efésios 4:11). Mas como aquele que ensina determina quando a linguagem é
literal e quando não-literal? Geralmente, clara indicação é dada, especialmente no emprego
de metáfora, onde um objeto é usado para expor o outro, como em: “Judá é um leãozinho”
(Gênesis 49:9). Mais particularmente: em primeiro lugar, quando uma interpretação literal
manifestamente colidiria com a natureza essencial do assunto tratado, como quando
membros físicos são atribuídos a Deus, ou quando o discípulo é ordenado a “tomar a sua
cruz” (viver uma vida de autossacrifício) a fim de seguir a Cristo. Em segundo lugar, quando
uma interpretação literal envolveria um absurdo ou impropriedade moral, como em:
“Quando te assentares a comer com um governador, atenta bem para o que é posto diante
de ti, e se és homem de grande apetite, põe uma faca à tua garganta” (Provérbios 23:1-2),
isto é, não dê qualquer espaço aos desejos; outro exemplo é a metáfora que fala de
amontoar brasas sobre a cabeça de um inimigo (Romanos 12:20). Em terceiro lugar,
devemos consultar outras passagens, e interpretarmos tal passagem como Salmo 26:6,
através de Genesis 35:1-2 e Hebreus 10:22.
De tudo o que foi dito acima, é evidente que temos de evitar um literalismo rígido
quando estivermos lidando com representações sensoriais ou materiais de coisas
imateriais, e quando termos corporais são usados a respeito de não-corporais, como por
exemplo: “A espada devorará” (Jeremias 46:10), pois devorar é propriedade de uma criatura
viva e fazendo uso de seus dentes, mas aqui, por uma figura, isso é aplicado ao fio da
espada. E ainda: “Esqueça-se a minha direita da sua destreza” (Salmos 137:5), aqui o
“esquecimento”, que pertence à mente, é aplicado à mão, significando “perca o seu poder
de direcioná-la corretamente”. Novamente: “Virei-me para ver a voz” (Apocalipse 1:12 --
trad. lit.), ou seja, aquele que a proferiu. “Guarda o teu pé, quando entrares na casa de
Deus” (Eclesiastes 5:1), isso pode ser considerado tanto em um sentido literal quanto
figurado. No primeiro caso, significaria: “que o seu andar seja recatado, sem pressa e
reverente enquanto se aproxima do lugar de adoração”; no segundo: “cuide dos movi-
mentos de sua mente e das afeições de seu coração, pois eles são para a alma o que os
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pés são para o corpo”. É ao devido controle do nosso homem interior que nossa atenção
deve ser principalmente dirigida.
Também é muito necessário que o expositor constantemente tenha em mente que
muitas das coisas que pertencem ao Novo Pacto são estabelecidas de acordo com as
figuras do Antigo. Assim, Cristo é mencionado como “nossa Páscoa” e como Sacerdote
“segundo a ordem de Melquisedeque” (Hebreus 6:20). O paraíso é descrito como “seio de
Abraão” (Lucas 16:22). Os santos do Novo Testamento são referidos como descendência
de Abraão e “o Israel de Deus” (Gálatas 3:7, 6:16); como “a circuncisão” (Filipenses 3:3), e
como “a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa” (1 Pedro 2:9); enquanto em
Gálatas 4:26, eles são informados de que sobre “a Jerusalém que é de cima é livre; a qual
é mãe de todos nós”. Mais uma vez, a expressão “pois não tendes chegado ao monte
palpável” (Hebreus 12:18) não se refere a qualquer monte físico, mas à ordem das coisas
que foram formalmente instituídas no Sinai, as características morais que foram
adequadamente simbolizadas e surpreendentemente esboçadas pelos fenômenos físicos
que acompanharam a entrega da Lei. Da mesma forma: “tendes chegado ao monte Sião”
(12:22) não mais significa um monte físico do que “temos um altar” (13:10) significa que os
Cristãos têm um altar tangível. É a antitípica, espiritual e celestial Sião que está em vista,
isto é, aquele estado glorioso ao qual a graça divina trouxe todos aqueles que creem no
Evangelho.
Outrossim, o expositor precisa estar atento para detectar a linguagem irônica, pois
geralmente significa o oposto ao que é expresso, sendo uma forma de sátira para o
propósito de expor um absurdo e evidenciar o ridículo. Essa linguagem foi usada por Deus
quando Ele disse: “Eis que o homem se tornou como um de nós, conhecendo o bem e o
mal” (Gênesis 3:22), e quando Ele ordenou a Israel: “Ide, e clamai aos deuses que
escolhestes; que eles vos livrem no tempo do vosso aperto” (Juízes 10:14); por Elias,
quando ele zombou dos profetas de Baal: “Clamai em altas vozes, porque ele é um deus;
pode ser que esteja falando, ou que tenha alguma coisa que fazer, ou que intente alguma
viagem; talvez esteja dormindo, e despertará” (1 Reis 18:27); por Micaías quando ele
respondeu Jeosafá: “Sobe, e serás bem sucedido; porque o Senhor a entregará na mão do
rei” (1 Reis 22:15); por Jó: “Na verdade, vós sois o povo, e convosco morrerá a sabedoria”
(12:2); em Eclesiastes 11:9: “Alegra-te, jovem, na tua mocidade, e recreie-se o teu coração
nos dias da tua mocidade, e anda pelos caminhos do teu coração, e pela vista dos teus
olhos...”; por Cristo: quando Ele disse: “esse belo preço em que fui avaliado por eles”
(Zacarias 11:13) e por Paulo: “Já estais fartos! já estais ricos! sem nós reinais!” (1 Coríntios
4:8).
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Também não devemos considerar literalmente a linguagem da hipérbole ou exagero,
quando mais é dito do que é realmente significado, como quando os dez espiões disseram
de Canaã: “as cidades são grandes e fortificadas até aos céus” (Deuteronômio 1:28), e
quando somos informados de que os seus exércitos eram “como a areia que está na praia
do mar em multidão” (Josué 11:4). Assim também a descrição dada daqueles que surgiram
contra Gideão: “como gafanhotos em multidão; e os seus camelos sem número” (Juízes
7:12), e “não houve nação nem reino aonde o meu senhor não mandasse em busca de ti”
(1 Reis 18:10). Outros exemplos são encontrados em: “Eles sobem ao céu, descem ao
abismo” (Salmos 107:26); “Rios de água correr dos meus olhos” (Salmos 119:136); “O
menor virá a ser mil, e o mínimo uma nação forte; eu, o Senhor, ao seu tempo o farei
prontamente” (Isaías 60:22); “As suas viúvas mais se multiplicaram do que a areia dos
mares” (Jeremias 15:8), devemos ter em mente, ao lermos Apocalipse 7:9, que: “Há, porém,
ainda muitas outras coisas que Jesus fez; e se cada uma das quais fosse escrita, cuido que
nem ainda o mundo todo poderia conter os livros que se escrevessem” (João 21:25).
16. A elucidação dos tipos. Nenhum tratado sobre hermenêutica seria completo se
ignorasse essa importante e interessante seção da exposição. No entanto, um vasto
assunto como esse é impossível de tratar adequadamente em poucas frases. O Novo
Testamento claramente ensina que muito no Antigo predizia e esboçava o que estava por
vir. Desde os primeiros tempos aprouve a Deus preparar o caminho para a grande palavra
da redenção por uma série de representações parabólicas, e o trabalho do intérprete é
explicar o mesmo à luz da revelação mais ampla que Deus concedeu desde então. Os tipos
pertencem àquela esfera que diz respeito à relação das dispensações divinas anteriores e
posteriores e, portanto, um tipo pode ser definido como um modelo ou sinal de outro objeto
ou evento que é retratado de antemão, sombreando algo que deve depois corresponder e
prover a realidade do mesmo. Mas surge a pergunta: Como evitaremos o erro e o exagero
em nossa seleção e desvelamento dos tipos? O espaço só nos permitirá oferecer as
seguintes dicas e regras.
Em primeiro lugar, deve haver uma semelhança genuína na forma ou espírito entre
qualquer pessoa, ato ou instituição, no âmbito do Antigo Testamento e o que corresponda
a isso no Evangelho. Em segundo lugar, um tipo real deve ser algo que teve a sua
ordenação a partir de Deus, sendo indicado por Ele que prefiguraria e prepararia o caminho
para coisas melhores sob Cristo. Assim, a semelhança entre a sombra e a substância deve
ser real e não-imaginária, e concebida como tal na instituição original da sombra. É essa
intenção anterior e conexão preordenada entre eles que constitui a relação de tipo e
antítipo. Em terceiro lugar, traçando a ligação entre um e outro, nós devemos perguntar:
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Qual era a importância inerente do símbolo original? O que simbolizava como uma parte da
religião então em vigor? E, então, o expositor deve prosseguir e mostrar como ele foi
adequado para servir como um guia e ponte para os eventos e questões benditos do reino
do Messias. Por exemplo, por meio do tabernáculo e seus serviços, Deus manifestou ao
Seu povo precisamente os mesmos princípios de governo, e exigiu deles substancialmente
uma disposição e caráter idênticos, que Ele agora faz sob a mais sublime dispensação do
Cristianismo. Em quarto lugar, devida consideração é necessária quanto à diferença
essencial entre as naturezas reais do tipo e do antítipo: um sendo físico, temporário e
externo; o outro espiritual, eterno e, muitas vezes, interno.
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10 Sermões — R. M. M’Cheyne
Adoração — A. W. Pink
Agonia de Cristo — J. Edwards
Batismo, O — John Gill
Batismo de Crentes por Imersão, Um Distintivo
Neotestamentário e Batista — William R. Downing
Bênçãos do Pacto — C. H. Spurgeon
Biografia de A. W. Pink, Uma — Erroll Hulse
Carta de George Whitefield a John Wesley Sobre a
Doutrina da Eleição
Cessacionismo, Provando que os Dons Carismáticos
Cessaram — Peter Masters
Como Saber se Sou um Eleito? ou A Percepção da
Eleição — A. W. Pink
Como Ser uma Mulher de Deus? — Paul Washer
Como Toda a Doutrina da Predestinação é corrompida
pelos Arminianos — J. Owen
Confissão de Fé Batista de 1689
Conversão — John Gill
Cristo É Tudo Em Todos — Jeremiah Burroughs
Cristo, Totalmente Desejável — John Flavel
Defesa do Calvinismo, Uma — C. H. Spurgeon
Deus Salva Quem Ele Quer! — J. Edwards
Discipulado no T empo dos Puritanos, O — W. Bevins
Doutrina da Eleição, A — A. W. Pink
Eleição & Vocação — R. M. M’Cheyne
Eleição Particular — C. H. Spurgeon
Especial Origem da Instituição da Igreja Evangélica, A —
J. Owen
Evangelismo Moderno — A. W. Pink
Excelência de Cristo, A — J. Edwards
Gloriosa Predestinação, A — C. H. Spurgeon
Guia Para a Oração Fervorosa, Um — A. W. Pink
Igrejas do Novo Testamento — A. W. Pink
In Memoriam, a Canção dos Suspiros — Susannah
Spurgeon
Incomparável Excelência e Santidade de Deus, A —
Jeremiah Burroughs
Infinita Sabedoria de Deus Demonstrada na Salvação
dos Pecadores, A — A. W. Pink
Jesus! – C. H. Spurgeon
Justificação, Propiciação e Declaração — C. H. Spurgeon
Livre Graça, A — C. H. Spurgeon
Marcas de Uma Verdadeira Conversão — G. Whitefield
Mito do Livre-Arbítrio, O — Walter J. Chantry
Natureza da Igreja Evangélica, A — John Gill
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— Sola Scriptura • Sola Fide • Sola Gratia • Solus Christus • Soli Deo Gloria —
Natureza e a Necessidade da Nova Criatura, Sobre a —
John Flavel
Necessário Vos é Nascer de Novo — Thomas Boston
Necessidade de Decidir-se Pela Verdade, A — C. H.
Spurgeon
Objeções à Soberania de Deus Respondidas — A. W.
Pink
Oração — Thomas Watson
Pacto da Graça, O — Mike Renihan
Paixão de Cristo, A — Thomas Adams
Pecadores nas Mãos de Um Deus Irado — J. Edwards
Pecaminosidade do Homem em Seu Estado Natural —
Thomas Boston
Plenitude do Mediador, A — John Gill
Porção do Ímpios, A — J. Edwards
Pregação Chocante — Paul Washer
Prerrogativa Real, A — C. H. Spurgeon
Queda, a Depravação Total do Homem em seu Estado
Natural..., A, Edição Comemorativa de Nº 200
Quem Deve Ser Batizado? — C. H. Spurgeon
Quem São Os Eleitos? — C. H. Spurgeon
Reformação Pessoal & na Oração Secreta — R. M.
M'Cheyne
Regeneração ou Decisionismo? — Paul Washer
Salvação Pertence Ao Senhor, A — C. H. Spurgeon
Sangue, O — C. H. Spurgeon
Semper Idem — Thomas Adams
Sermões de Páscoa — Adams, Pink, Spurgeon, Gill,
Owen e Charnock
Sermões Graciosos (15 Sermões sobre a Graça de
Deus) — C. H. Spurgeon
Soberania da Deus na Salvação dos Homens, A — J.
Edwards
Sobre a Nossa Conversão a Deus e Como Essa Doutrina
é Totalmente Corrompida Pelos Arminianos — J. Owen
Somente as Igrejas Congregacionais se Adequam aos
Propósitos de Cristo na Instituição de Sua Igreja — J.
Owen
Supremacia e o Poder de Deus, A — A. W. Pink
Teologia Pactual e Dispensacionalismo — William R.
Downing
Tratado Sobre a Oração, Um — John Bunyan
Tratado Sobre o Amor de Deus, Um — Bernardo de
Claraval
Um Cordão de Pérolas Soltas, Uma Jornada Teológica
no Batismo de Crentes — Fred Malone
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11
2 Coríntios 4
1 Por isso, tendo este ministério, segundo a misericórdia que nos foi feita, não desfalecemos;
2 Antes, rejeitamos as coisas que por vergonha se ocultam, não andando com astúcia nem
falsificando a palavra de Deus; e assim nos recomendamos à consciência de todo o homem,
na presença de Deus, pela manifestação da verdade. 3 Mas, se ainda o nosso evangelho está
encoberto, para os que se perdem está encoberto. 4 Nos quais o deus deste século cegou os
entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória
de Cristo, que é a imagem de Deus. 5 Porque não nos pregamos a nós mesmos, mas a Cristo
Jesus, o Senhor; e nós mesmos somos vossos servos por amor de Jesus. 6 Porque Deus,
que disse que das trevas resplandecesse a luz, é quem resplandeceu em nossos corações,
para iluminação do conhecimento da glória de Deus, na face de Jesus Cristo. 7 Temos, porém,
este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus, e não de nós. 8 Em tudo somos atribulados, mas não angustiados; perplexos, mas não desanimados.
9 Perseguidos, mas não desamparados; abatidos, mas não destruídos;
10 Trazendo sempre
por toda a parte a mortificação do Senhor Jesus no nosso corpo, para que a vida de Jesus
se manifeste também nos nossos corpos; 11
E assim nós, que vivemos, estamos sempre
entregues à morte por amor de Jesus, para que a vida de Jesus se manifeste também na
nossa carne mortal. 12
De maneira que em nós opera a morte, mas em vós a vida. 13
E temos
portanto o mesmo espírito de fé, como está escrito: Cri, por isso falei; nós cremos também,
por isso também falamos. 14
Sabendo que o que ressuscitou o Senhor Jesus nos ressuscitará
também por Jesus, e nos apresentará convosco. 15
Porque tudo isto é por amor de vós, para
que a graça, multiplicada por meio de muitos, faça abundar a ação de graças para glória de
Deus. 16
Por isso não desfalecemos; mas, ainda que o nosso homem exterior se corrompa, o
interior, contudo, se renova de dia em dia. 17
Porque a nossa leve e momentânea tribulação
produz para nós um peso eterno de glória mui excelente; 18
Não atentando nós nas coisas
que se veem, mas nas que se não veem; porque as que se veem são temporais, e as que se
não veem são eternas.