a era do big data

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OUTUBRO DE 2013 A ERA DO BIG DATA Automotive OU OU UT TUBRO DE 201 13 3 3 Automotive UM NOVO CONJUNTO DE TECNOLOGIAS AVANÇADAS PERMITE PROCESSAR E ANALISAR IMENSAS QUANTIDADES DE DADOS EM TEMPO REAL, REVOLUCIONANDO A PRODUÇÃO AUTOMOTIVA E A RELAÇÃO DO CARRO COM A ESTRUTURA URBANA

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Page 1: A ERA DO BIG DATA

OUTUBRO DE 2013 ��������������

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UM NOVO CONJUNTO DE TECNOLOGIAS AVANÇADAS PERMITE PROCESSAR E ANALISAR

IMENSAS QUANTIDADES DE DADOS EM TEMPO REAL, REVOLUCIONANDO A PRODUÇÃO AUTOMOTIVA E A

RELAÇÃO DO CARRO COM A ESTRUTURA URBANA

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REVISTA

www.automotivebusiness.com.br

Editada por Automotive Business, empresa associada à All Right! Comunicação Ltda.

Tiragem de 12.000 exemplares, com distribuição direta a executivos de fabricantes

de veículos, autopeças, distribuidores, entidades setoriais, governo, consultorias,

empresas de engenharia, transporte e logística e setor acadêmico.

DiretoresMaria Theresa de Borthole Braga

Paula Braga PradoPaulo Ricardo Braga

Editor ResponsávelPaulo Ricardo Braga

(Jornalista, MTPS 8858)

Editora-AssistenteGiovanna Riato

RedaçãoCamila Franco, Giovanna Riato, Mário

Curcio, Pedro Kutney e Sueli Reis

Colaboradores desta ediçãoAlexandre Akashi, Aline Feltrin, Camila

Waddington, Edileuza Soares, Érica Munhoz, Lúcia Camargo e Luciana Duarte

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Ricardo Alves de Souza

� � ������� ���� �������Estúdio Luis PradoTel. 11 5092-4686

www.luisprado.com.br

PublicidadeCarina Costa, Greice Ribeiro, Monalisa Naves

Editor de Notícias do PortalPedro Kutney

Media Center e WebTV Marcos Ambroselli

Comunicação e eventos

Carolina Piovacari

���������� �� ����� ���������������� Josiane Lira

ImpressãoMargraf

DistribuiçãoMTLOG

Redação e publicidadeAv. Iraí, 393, conjs. 51 a 53, Moema,

04082-001, São Paulo, SP, tel. 11 5095-8888

[email protected]

Enquanto nossa indústria automobilística ainda se prepara para enfrentar o rigor da política de eficiência energética e conta vantagem por registrar

(com atraso) a introdução de ABS e airbag como itens de segurança obrigatórios, fabricantes europeus, norte-americanos e asiáticos abrem larga vantagem tecnológica, avançando na direção dos veículos autônomos. Os self-driving cars vão chegar em grau de sofisticação crescente, começando pela assistência ao motorista e evoluindo para ganhar total autonomia, sendo programados para pegar crianças na escola ou transportar portadores de deficiência visual.

A nova geração de tecnologias hightech, equipada com câmeras de vídeo, radares e sensores sofisticados, baseia-se no Big Data, conjunto de procedimentos que permite processar e analisar imensas quantidades de dados em tempo real e promete revolucionar a relação do automóvel com a estrutura urbana. Os carros conectados serão integrados à Internet das Coisas, segunda grande onda da web para o nascimento da sociedade digital, como demonstra a jornalista Edileuza Soares na matéria de capa desta edição.

O tema abre o caderno especial sobre serviços na indústria automobilística, analisando os desafios da tecnologia da informação para lidar com o Big Data, que permitirá ao carro do futuro processar nada menos de 1gigabyte de informações por segundo. O Big Data dá os primeiros passos no Brasil e progressivamente estará presente em toda a cadeia de produção e distribuição dos veículos, acompanhando seu ciclo de vida e alterando profundamente os modelos de negócios.

O jornalista Mário Curcio recapitula nesta edição os 15 anos de atividades da Toyota em Indaiatuba, SP. Avaliamos as novidades do Salão de Frankfurt, que teve a cobertura da jornalista Giovanna Riato, e os lançamentos do segmento de implementos na Fenatran, colhidos pela repórter Luciana Duarte. Coube ao editor de notícias do portal Automotive Business, Pedro Kutney, relatar as surpresas que encontrou ao visitar a vigorosa e eficiente operação da Hyundai na Coreia do Sul.

Até a próxima edição.

O DESPONTAR DO BIG DATA

EDITORIAL

Paulo Ricardo BragaEditor

[email protected]

Page 4: A ERA DO BIG DATA

4�����������BUSINESS

ÍNDICEÍNDICE

LUIS

PRA

DO

32 FÓRUM IQA O PREÇO DA NÃO QUALIDADE Valor chega a R$ 5,6 bi/ano em peças

8 FERNANDO CALMON ALTA RODA Concorrência deve prevalecer

12 NEGÓCIOS

28 LEGISLAÇÃO BENEFÍCIOS DEFINEM FÁBRICAS Vantagens tributárias na indústria

36 TOYOTA INDAIATUBA FAZ 15 ANOS Uma resposta à Honda de Sumaré

LETÍCIA COSTA, sócia-diretora

da Prada Assessoria

58 CAPA | SERVIÇOS

A indústria automobilística vai processar volume gigantesco de informação em tempo real para construir seus carros, ganhar velocidade nos negócios e capturar dados valiosos que revelarão uma visão de 360 graus dos clientes

A ERA DO

BIG DATA

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48 IMPLEMENTOS NOVIDADES DA FENATRAN Lançamentos ao lado dos caminhões

52 SUPRIMENTOS FORD TOP SUPPLIER 2013 13 fornecedores levaram prêmios

54 MONTADORAS HYUNDAI: AVANÇO NA REPUTAÇÃO Design e tecnologia premium em alta

40 CAMINHÕES MAGIRUS TERÁ FÁBRICA NO BRASIL Veículos combatem incêndios

44 SALÃO DE FRANKFURT SOLUÇÕES PARA NOVOS DESAFIOS Montadoras se reinventam ante a crise

57 SERVIÇOS ANÁLISE SETORIAL 58 Big Data 64 Consultoria 66 Engenharia e projeto 68 Testes e simulações 72 Automação 74 Logística 76 Financeiras 78 RH e treinamento 82 Certificação 84 Marketing 86 Distribuição

88 ARTIGO LEVEZA E MENOR CUSTO As especialidades do IPT

90 COBIÇA FACILIDADES TECNOLÓGICAS A atração da eletrônica

RENAULT – A francesa mostrou o sexto

carro- conceito de Laurens van den Acker, o Initiale Paris

MODELO SUPER IMPACT 6X6, da Iveco Magirus

MARCA coreana é uma das mais valiosas do mundo

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6�����������BUSINESS

AS NOVIDADES QUE VOCÊ ENCONTRA EM WWW.AUTOMOTIVEBUSINESS.COM.BR

EXCLUSIVO REDES SOCIAISQUEM É QUEMA ferramenta exclusiva e gratuita traz os contatos de quem comanda o setor automotivo. automotivebusiness.com.br/quemquem.aspx

ESTATÍSTICASAcompanhe a evolução das estatísticas das principais organizações do setor.automotivebusiness.com.br/estatisticas.aspx

TWITTERSiga o Portal AB na rede social e acompanhe os links e novidades postados pela nossa equipe.@automotiveb

MOBILE WEBSITEFormato leve e adequado para quem acompanha as notícias pelo smartphone ou tablet.m.automotivebusiness.com.br

WEB TV

VOLVO CAMINHÕES QUER ZERAR ACIDENTES

Em visita ao Brasil, Carl-Johan Almqvist, diretor global de segurança da Volvo, apontou quais rumos a fabricante de caminhões deve tomar

para alcançar a meta de zerar acidentes envolvendo seus veículos. O executivo divulgou as conclusões de um relatório elaborado pela companhia sobre o tema.

COMEÇA A PRODUÇÃO DO HYUNDAI IX35 EM GOIÁS

A Caoa inaugurou a linha de produção do Hyundai ix35 em Anápolis (GO). A nacionalização do utilitário esportivo recebeu investimento

de R$ 600 milhões e ocorre sob licença da companhia coreana. O projeto foi viabilizado pelo Inovar-Auto, política industrial lançada em 2011 para incentivar a produção no Brasil.

CONHEÇA OS FORNECEDORES DO IVECO HI-WAY

Com exclusividade, Automotive Business divulga a lista dos principais fornecedores do Iveco Hi-Way. O caminhão extrapesado foi lançado em agosto

no Brasil e é o mais novo veículo a entrar em produção na planta da companhia em Sete Lagoas (MG). O modelo estreia no País com a ambição de ter 900 unidades vendidas ainda este ano.

PORTAL | AUTOMOTIVE BUSINESS

Nesta edição, representantes da ANFAVEA, ABEIVA e ROLAND BERGER avaliam o impacto da alta do dólar no setor automotivo brasileiro.

ENTREVISTA

Executivos das montadoras participaram do Dia da Engenharia Alemã, promovido pela VDI, Associação dos Engenheiros Brasil-Alemanha.

ELENA FARAH, diretora-geral da Aston Martin no Brasil, fala do desafio de liderar uma marca de alto luxo do setor automotivo.

90 SEGUNDOS MULHERES AUTOMOTIVAS

www.automotivebusiness.com.br/abtv

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FPT INDUSTRIAL. O MOTOR DOS DOIS MAIORES LANÇAMENTOS DO ANO.

P O W E R I N G T H E F U T U R E

w w w. f p t i n d u s t r i a l . c o m

MARINE OFF ROADON ROAD POWER GENERATION

Inovação e tecnologia de ponta da maior produtora de powertrain do mundo para os dois maiores lançamentos do mercado de caminhões.

FPT INDUSTRIAL. A GENTE FAZ HOJE PENSANDO NO FUTURO.

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8�����������BUSINESS

LUIS

PRA

DO

FERNANDO CALMON é jornalista especializado na

indústria automobilística [email protected]

Leia a coluna Alta Roda também no portal

Automotive Business.

PATROCINADORAS

de toque macio são exem-plos dos cuidados com equipamentos, acabamen-to e materiais.

Bom espaço interno, em particular no banco traseiro, o coloca em ní-vel superior ao do Civic, lí-der do segmento, e rivali-za com C4 Lounge e 408. Porta-malas de 503 litros fica na média de dez ri-vais. Porém, apenas 52 li-tros no tanque limitam au-tonomia em viagens, espe-cialmente por ser um sedã médio-compacto. Em par-te, essa desvantagem di-minui porque o motor flex de 2 litros/140 cv alcan-ça até 12,9 km/l em es-trada, nota A (máxima) no critério Inmetro.

O Sentra evoluiu ainda em conforto de marcha e dirigibilidade. O câmbio automático CVT, que nem todos gostam, agora pro-porciona melhores respos-tas, sem prejuízo de permi-tir viajar a 120 km/h a ape-nas 2.000 rpm. Uma pena que falte alma ao motor, in-ferior em potência à maio-ria dos concorrentes.

Outro novo modelo me-xicano também prejudica-do pelas cotas é o Chevro-let Tracker. Compartilha ar-quitetura com Onix, Pris-ma, Cobalt, Spin e Sonic, porém é um SUV compac-to de linhas atraentes e pa-

ra-lamas massudos, mais interessante nesse aspec-to que o EcoSport. Como há limitação para impor-tar, a GM optou pela versão única de topo, LTZ, que sai por R$ 71.900. Inclui rodas de liga leve de 18 pol. e in-terior com acabamento ra-zoável. Espaço no banco traseiro não chega a em-polgar, nem o porta-malas, de apenas 306 litros.

Posição de guiar (inclui regulagem elétrica para re-gião lombar) e comporta-mento dinâmico estão de acordo com as caracterís-ticas de um SUV moder-no desse porte. Motor 1.8 de 144 cv vai bem, porém faltaria fôlego se uma ver-são de tração 4x4 fosse dis-ponível, o que não está nos planos da fábrica, pelo me-nos no momento. O câm-bio automático convencio-nal de seis marchas faz tro-cas rápidas. No desempe-nho geral, o Tracker fica atrás da versão Titanium do EcoSport e do Duster Dynamique, ambos de 2 li-tros e potências semelhan-tes, mas que entregam va-lores de torque superiores.

A partir de março de 2015 é provável que volte o livre comércio Brasil-Mé-xico, com ajuda da taxa de câmbio. Seria ideal a con-corrência sempre prevale-cer, sem intervenções.

Importados do México so-frem, há quase dois anos, as limitações de cotas

impostas pelo governo fe-deral. Não que não seja possível trazer mais veícu-los, porém ficariam fora de preço. A Nissan foi a mais prejudicada, pois importa carros compactos – Mar-ch e Versa – em volumes maiores, que formam a ba-se do mercado brasileiro, além de Tiida e Sentra. Es-se cenário muda em 2014 com a inauguração, em março, da fábrica em Re-sende (RJ) e início da pro-dução daqueles dois com-pactos e, no fim de 2015, do SUV deles derivado.

Já em março de 2014, a cota mexicana volta a su-bir, no que seria o último ano de restrições. Com o alívio duplo (cota e produ-ção local), a marca japone-sa pode lançar desde ago-ra o completamente novo Sentra por preços bastan-te competitivos: R$ 60.990 a R$ 71.990. Trata-se da sétima geração do modelo que, de fato, deu um sal-to qualitativo. Seu estilo fi-cou agradável, destacan-do-se o peculiar desenho dos para-lamas dianteiros. Em aerodinâmica melho-rou muito (Cx de 0,34 pa-ra 0,29). Faróis de neblina, maçanetas cromadas e ex-tensa aplicação de plástico

ALTA RODA

CONCORRÊNCIA DEVE PREVALECER

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FERNANDO CALMON

DEPOIS do Golf VII, o próximo modelo a utili-zar no Brasil a arquitetura MQB da Volkswagen se-rá o novo Fox, em 2016. Antes disso, já em 2014, o compacto receberá atualização de linhas. Po-lo continuará até o fim do próximo ano. Gol com-partilhará a arquitetura com o Up!, este previsto pela coluna para estrear em fevereiro de 2014.

INMETRO passou a classificar de A a E, a par-tir deste mês, no Progra-ma Brasileiro de Etique-tagem Veicular (PBEV), as emissões de gases re-gulamentadas (CO, HC e NOx), além do gás car-bônico (CO2) já constan-te da tabela. Difícil é en-contrar carros nas lojas com o selo PBEV, mes-mo entre fabricantes que se comprometeram. La-mentável.

PARA impulsionar o Agile, a fábrica fez alte-rações cosméticas em para-choques, grade, faróis e lanternas. Ago-ra há apenas a versão LTZ, a mais equipada, a partir de R$ 42.990. Re-definição de relações de marchas e diferencial melhorou, ligeiramen-te, a utilização do câm-bio automatizado (uma embreagem), que custa R$ 2.500. O volante de

direção passou a ter ba-se reta.

MONOVOLUMES an-dam em baixa no mercado. Isso não desanimou a JAC a introduzir retoques exter-nos no J6 2014 e melho-rar o acabamento interno, agora mais agradável e atu-al. Modelo chinês, vendido nas versões de cinco luga-res (R$ 57.990) e sete luga-res (R$ 59.990), tem motor 2.0 de 136 cv, subpotencia-do. E continua sem opção de câmbio automático.

CONFIRMADO, pela Reed Exhibitions Alcantara Machado, o período de 16 a 26 de outubro de 2014 pa-ra o 28o Salão Internacio-nal do Automóvel de São Paulo. Exposição não po-de crescer nem atrair mais público pelas limitações dos pavilhões do Anhembi. Sai ano e entra ano, sem que a prefeitura encaminhe solu-ção para centro de exposi-ções digno do nome.

MERCEDES-BENZ con-firmou a produção de au-tomóveis no Brasil. Além do GLA, um SUV com-pacto na mesma arqui-tetura do Classe A, re-cém-apresentado no Sa-lão de Frankfurt, fa-bricará também o no-vo Classe C, a estrear no Salão de Detroit, em janei-ro próximo. Pequeno mu-nicípio de Iracemápolis, a 150 km de São Paulo, foi o escolhido graças à infraes-trutura do Estado.

COINCIDÊNCIA – In-ves ti mento de R$ 500 mi-lhões é idêntico ao anun-ciado pela Audi, duas se-manas antes (17 de setem-bro). Da mesma forma, ca-pacidade de produção ini-cial de 20.000 unidades/ano para ambas. E parece combinado, mas não foi: as duas marcas alemãs es-condem o terceiro produ-to para completar 30.000 unidades/ano: os hatches Classe A e A3.

VEM AÍ uma leva de motores com turbocom-pressores de menor cilin-drada (técnica de downsi-zing), fabricados no Brasil, para atender tanto metas obrigatórias como incenti-vadas de redução de con-sumo de combustível. Pre-feridos serão motores de 1,4 litro, mas também os de 1 litro serão resgatados da situação atual, meio no limbo das preferências dos consumidores.

SEGUNDO o geren-te de engenharia expe-rimental da Fiat, Gilmar Laigner, menor consumo de combustível fala mais alto para o consumidor. Porém, em algum mo-mento, passará a exigir também mais seguran-ça. De fato, infelizmente, poucos se abalaram com testes de colisões do La-tin NCAP. Pelo menos air-bags frontais e ABS serão obrigatórios, em 1o de ja-neiro próximo.

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AÇÃO

MERCEDES-BENZ GLA: o SUV compacto será produzido em Iracemápolis, SP

RODA VIVA

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NEGÓCIOS

FUSÃO

EM ALTA

FISTAROL COMANDA CNH INDUSTRIAL AL

PRODUÇÃO DE VEÍCULOS BATE RECORDE

Com ações em alta na bolsa de Nova York, em 30 de setembro estreou no mercado financeiro a

CNH Industrial, grupo criado a partir da fusão da Fiat Industrial e da CNH Global. A nova companhia anunciou o “lançamento de uma grande empresa, sólida, com atuação no mercado industrial, líder mundial em bens de capital, unindo as operações de máquinas agrícolas e de

máquinas de construção da CNH com as operações de veículos comerciais da Iveco e de motores e transmissões da FPT Industrial”. A receita líquida do novo grupo em 2012 foi de 26 bilhões de euros, com lucro operacional de 2 bilhões de euros. Vilmar Fistarol deixou o comando das compras globais da Fiat Chrysler para assumir a presidência da CNH Industrial para a América Latina.

PONTO DE VISTA

JOÃO PIMENTEL, diretor de compras da Ford América do Sul, em análise sobre o efeito do

Inovar-Auto na compra de itens produzidos localmente

NÃO PODEMOS NOS ACOMODAR

COM OS INCENTIVOS DO NOVO

PROGRAMA. E É EVIDENTE QUE

JAMAIS FAREMOS A LOCALIZAÇÃO

SE FOR MAIS CARO QUE IMPORTAR

Enquanto o crescimento do mercado perde o fôlego, a produção de veículos

se mantém vigorosa. De janeiro a setembro houve crescimento de 14% nos volumes fabricados sobre o mesmo acumulado do ano passado: as montadoras instaladas no Brasil entregaram recorde 2,84 milhões de unidades, segundo dados da Anfavea, associação das fabricantes. O presidente da entidade, Luiz Moan, destaca que o volume é recorde. A entidade projeta a fabricação de 3,79 milhões de unidades este ano, evolução de 11,9% sobre o resultado de 2012.

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A análise estatística da utilização dos dados em tempo real provê informações essenciais sobre o comportamento e as atitudes do seu cliente. Por meio do gerenciamento de grande volume de dados, o veículo, os dados do cliente, das oficinas, de vendas, pós-vendas, montadoras e do meio-ambiente podem ser interligados de uma forma significativa.Um resultado disso é que você poderá desenvolver hoje, de maneira mais acertiva, produtos que seus clientes exigirão no futuro.

Big Data - Enabled by T-Systems

[email protected].: 11 2184-2388

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16�����������BUSINESS

NEGÓCIOS

RENAULT E TOYOTA

ELÉTRICO E HÍBRIDO MADE IN BRAZIL

Com certo atraso, o Brasil começa a ter as primeiras movimentações de montadoras que pretendem

fabricar veículos elétricos e híbridos no País. A Renault foi pioneira em um projeto do gênero e, em parceria com a Itaipu,

montará localmente 32 unidades do elétrico Twizy. O carrinho de dois lugares virá da Espanha em kits semidesmontados e terá as peças montadas no País. “Este é apenas um embrião. Quem determinará a velocidade (de eventuais produção e vendas) será o consumidor final”, afirma o presidente da Renault do Brasil, Olivier Murguet. Já a Toyota apresentou proposta para produzir o híbrido Prius (no destaque) no Brasil. A montadora levou o projeto ao ministério da Fazenda com a intenção de obter incentivos. O plano prevê a oferta de carros híbridos que combinem um motor elétrico e um flexível.

RENOVAÇÃO

VOLVO MOSTRA NOVO VMA Volvo renovou o caminhão VM, que tem versões para atender

os segmentos de semipesados e de pesados e passa a acompanhar a linha de design adotada no novo FH. Entre as novidades estão configurações 8x4 e 8x2. A partir do segundo semestre de 2014, o modelo estará disponível também com a transmissão automatizada I-Shift. Os veículos tiveram incremento no preço em torno de 8% na comparação com a família anterior. Segundo Roger Alm, presidente para o Brasil, essa é quarta geração do modelo, lançado há dez anos para atender demandas específicas da região em projeto liderado pelo time local. “Hoje vemos que tomamos a decisão certa”, comemora. O novo VM recebeu investimento de R$ 150 milhões do pacote de US$ 500 milhões que a organização tem programado para o Brasil nos próximos anos. A empresa estuda o lançamento e produção de uma nova marca de caminhões do Grupo no Brasil, Mack, UD ou Renault. O projeto demandará investimento adicional.

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PNEUS

CAMINHÕES

EXECUTIVOS

DUNLOP INICIA OPERAÇÃO NO BRASIL

DAF JÁ PRODUZ NO PARANÁ

SCANIA TEM NOVA LIDERANÇA

A Dunlop, marca de pneus do grupo japonês Sumitomo Rubber Industries, inaugurou sua primeira fábrica nas Américas. A unidade, que começou

a ser erguida em fevereiro de 2012 em Fazenda Rio Grande (PR), recebeu investimento de R$ 750 milhões. São feitos ali somente pneus para carros de passeio, SUVs e vans, destinados ao mercado de reposição, que gira em torno de 30 milhões de unidades por ano, dos quais o grupo pretende conquistar 10% de participação antes de 2020. Já está em negociação o fornecimento para montadoras, que consomem mais de 20 milhões de pneumáticos por ano no Brasil. Há conversa avançada com quatro delas. Mas isso só acontecerá depois de 2015, após a empresa atingir o ápice de produção.

A fábrica de caminhões da holandesa DAF, em Ponta Grossa (PR), a primeira do grupo norte-americano Paccar fora da Europa, ainda não

está completamente pronta. Mesmo sem data definida para a inauguração oficial, a empresa não atrasou seus planos comerciais no Brasil. No dia 2 de outubro saiu da linha de montagem a primeira unidade brasileira do pesado XF 105, que abastecerá as 20 concessionárias da marca espalhadas pelo País. Oferecido nas versões 6x2 e 6x4 com duas opções de cabine, o veículo já tem encomendas. Serão entregues quase 200 unidades até o fim do ano. Em 2014, o objetivo é fabricar 2,5 mil caminhões em dois turnos na planta paranaense, que tem capacidade instalada para 10 mil veículos/ano.

M eses após a saída de Christopher Podgorski, a

Scania anuncia quem o sucederá na vice-presidência de vendas e marketing para a América Latina. Camilla Dewoon foi nomeada depois de período de adaptação no Brasil. A executiva sueca se reportará a Per Olov Svedlund, presidente da empresa para a região. Outra novidade na liderança da empresa é o diretor de serviços, Fabio Souza, que assume o desafio depois de 12 anos na organização e responderá ao diretor-geral da Scania Brasil, Roberto Leoncini.

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18�����������BUSINESS

NEGÓCIOS

INOVAÇÃO

MINIVAN

AUMENTO DA GAMA

Com nova plataforma global e tecnologias inéditas, como

o primeiro motor flex do mundo com injeção direta de etanol, a nova geração do Ford Focus, produzida na Argentina, será vendida nas versões hatch e sedã em três diferentes configurações de acabamento, S, SE e Titanium. O carro terá duas opções de motorização, 2.0 Duratec com injeção direta flex ou Sigma 1.6 flex com duplo comando variável (apenas para o hatch) e duas opções de transmissão, a automática PowerShift de seis velocidades com dupla embreagem e trocas

A JAC Motors atualizou a minivan J6. O carro ganhou novo desenho para faróis, para-choques, grade, capô, tampa e lanternas traseiras.

Por dentro, painel, volante e forrações de porta foram alterados. O modelo permanece à venda em duas opções, com cinco lugares (R$ 57.990), ou Diamond, com sete (R$ 59.990). Mas não foi desta vez que o modelo recebeu opção automática, presente nos rivais Chevrolet Spin e Nissan Livina. “Ainda não há uma data definida para a chegada desse equipamento, nem mesmo em 2014”, afirma o presidente da JAC Motors do Brasil, Sérgio Habib. “Eu sei que nós perdemos vendas pela falta desse equipamento, mas

ele tem custo alto e depende de grandes volumes”, diz Habib. O executivo pretende vender 250 unidades da minivan por mês.

FORD FOCUS ESTREIA INJEÇÃO DIRETA DE ETANOL

JAC J6 GANHA REESTILIZAÇÃO

sequenciais ou a manual de cinco (somente no hatch 1.6). A faixa de preço do Focus é de R$ 60.990 a R$ 81.990. Nas estimativas de Oswaldo Ramos, gerente de marketing da Ford Brasil, as vendas deverão se dividir em 60% para o hatch e 40% para o sedã. “O modelo hatchback é sem dúvida o carro-chefe no segmento dos médios por atrair um público mais jovem. Mas temos apostado com esta nova geração do carro, agora muito mais moderna e inovadora, que haverá uma migração de consumidores para o sedã, que oferece conteúdo superior ao de seus concorrentes diretos”, projeta.

MAN TEM NOVAS VERSÕES DO VW CONSTELLATION

A MAN Latin America lançou três novas opções para o

seu caminhão mais vendido, o VW Constellation, todas com motor Cummins ISL de 420 cv de potência: 19.420 (R$ 320 mil), 25.420 (R$ 330 mil) e 26.420 Tractor (R$ 347 mil). Com eles, a empresa pretende atender nova demanda dos frotistas decorrente da Lei do Caminhoneiro, “que obriga o aumento do número de paradas e gerou a necessidade de um caminhão capaz de manter maior média horária”, afirma o vice-presidente de vendas, marketing e pós-vendas, Ricardo Alouche. De acordo com estudos apresentados pelo vice-presidente da companhia, a legislação implicou um aumento de 32% dos custos a cada cinco dias de viagem.

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SEDÃ MÉDIO

500 MIL

PEUGEOT 408 2.0 RECEBE CÂMBIO AUTOMÁTICO DE SEIS MARCHAS

AAM COMEMORA PRODUÇÃO DE 500 MIL EIXOS

Sem mudanças estéticas, estreia no mercado o Peugeot 408 modelo 2014, cuja principal novidade é versão Allure 2.0 flex com câmbio automático

de seis marchas como opcional. Seu preço é de R$ 65.990. “Com a nova transmissão, devemos elevar a média mensal de vendas do carro para 600 unidades”, acredita o diretor-geral da Peugeot no Brasil e América do Sul, Frédéric Drouin. Em 2012, o 408 ficou apenas em nono lugar no ranking dos sedãs médios, com vendas mensais por volta de 640 unidades. A nova transmissão automática deve dar ao Peugeot algum fôlego para competir com sedãs médios como Honda Civic, Toyota Corolla, Chevrolet Cruze, Renault Fluence e Volkswagen Jetta. (Mário Curcio)

A AAM registrou em outubro a produção do eixo de número 500 mil em sua fábrica brasileira, localizada em Araucária, região metropolitana

de Curitiba. A companhia monta eixos diferenciais desde 2008, atendendo atualmente VW Amarok, Chevrolet S10 e Trailblazer. A empresa oferece também, em seu portfólio, cardãs, sistemas de transmissão, juntas homocinéticas, serviços de usinagem de precisão e montagem de componentes para utilitários, veículos de passeio e veículos comerciais.

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20�����������BUSINESS

NEGÓCIOS

MOTOS

HONDA

DUCATI HARLEY-DAVIDSON

O Salão Duas Rodas deste ano ocorreu de 8 a 13 de outubro e alcançou recorde de público, com 261,3 mil visitantes, segundo a Reed Exhibitions Alcantara Machado, organizadora da

mostra. Com 450 marcas expositoras, o evento ocupou 110 mil metros quadrados no Anhembi, em São Paulo. Esta edição teve a tarefa de dar um empurrãozinho nas fracas vendas do setor – que obrigaram os fabricantes a revisar para baixo suas previsões pela segunda vez este ano. A Abraciclo prevê agora queda de 4,7% na produção deste ano, para 1,61 milhão de unidades.

AS NOVIDADES DO SALÃO DUAS RODAS

ASSISTA À MATÉRIA ESPECIAL

C om mais de 80% do mercado, a Honda preparou uma série de

lançamentos. O mais importante foi a família 500, com três modelos de exatos 471 cc e 50 cv de potência cada. As concessionárias já recebem a CB500F (foto), motocicleta de estilo naked (do inglês nu, por não ter carenagem). Em dezembro vem a CBR500R, esta com apelo esportivo e carenada. No primeiro semestre do ano que vem chega a CB500X, com suspensões de curso mais longo que as outras para viagens com conforto, mesmo em piso irregular.

D epois de completar um ano no Brasil,

a Ducati comemora a abertura de seis revendas, quer ter nove até o fim do ano e aumentar o número de pontos em 2014. Entre os lançamentos da feira estiveram a nova 1199 Panigale S Senna e a 1199 Panigale R. A fabricante anunciou também o início da montagem local da Monster 796. A Ducati utiliza a estrutura da Dafra para produzir em Manaus (AM).

VEJA OS DESTAQUES DO EVENTO

Com 5,9 mil motos vendidas no Brasil de janeiro a setembro, a Harley-Davidson anunciou para a linha 2014 os freios com ABS como item de série em todos os modelos. Entre os

destaques da feira estiveram a CVO Breakout (acima), a Forty Eight 1200 e a Fat Bob.

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22�����������BUSINESS

NEGÓCIOS

SALÃO DUAS RODAS ESTEVE EM SUA 12ª EDIÇÃOYAMAHA

DAFRA BRAMONT KAWASAKI

TRIUMPH

A Yamaha do Brasil tem como meta lançar um produto a cada

seis meses. No salão ela apresentou a YS 150 Fazer (foto), concorrente direta da Honda CG 150, e trouxe novamente a V-Max, desta vez com a real intenção de vender a moto que, em 2014, estará nas concessionárias por R$ 99 mil. “Queremos vender 50 unidades no ano.” Parece pouco... “É um começo. Somente durante a montagem do estande confirmamos cinco pedidos”, afirma o diretor comercial, Márcio Hegenberg.

D a Dafra chamaram a atenção dois novos scooters, o Cityclass 200 e

o Maxsym 400. O Cityclass traz freios combinados (diferentes das motos convencionais, em que os freios dianteiro e traseiro têm atuação separada). Já o Maxsym usa ABS. Com essas novas opções, subirão de dois para quatro os scooters vendidos pela Dafra. A fabricante também mostrou no evento a nova Super 50 e a E-Bike DBT, uma bicicleta elétrica com autonomia, segundo a Dafra, de 70 quilômetros.

Em Manaus, a Bramont já monta motocicletas Benelli. “A produção

começou em outubro. As vendas se iniciam em novembro”, afirma o diretor comercial e de marketing, Jean Anwandter. A Bramont também se prepara para produzir motocicletas e scooters Keeway a partir de janeiro. As vendas terão início em março. “Construímos um segundo galpão (em Manaus) com 12 mil metros quadrados e haverá um terceiro com 14 mil m². Estamos investindo US$ 15 milhões”, diz Anwandter.

Em um estande de 1,5 mil metros quadrados,

a Kawasaki exibiu 40 produtos. O lançamento guardado para o salão foi a Ninja 1000 Tourer. Com fábrica em Manaus, a Kawasaki ocupa o sexto lugar entre as marcas mais vendidas no Brasil. Há dois meses ultrapassou a Kasinski, cujo forte são modelos de baixa cilindrada.

Com a expectativa de superar a meta inicial e vender cerca de

2,5 mil motos em 2013, a Triumph já tem sete revendas. A primeira delas, Triple Triumph, aproxima-se de mil unidades. No salão, a

fabricante anunciou quatro novas motocicletas para os próximos três

meses. A primeira, Street triple R, tem novos freios e suspensões e preço de R$ 34,9 mil. Já está à

venda. Em novembro chega a Tiger 800, modelo mais adequado ao uso

urbano que a 800XC.

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24�����������BUSINESS

NEGÓCIOS

INDÚSTRIA BRASILEIRA

MONTADORAS INVESTIRÃOR$ 74,1 BILHÕESA s montadoras aplicação

R$ 74,1 bilhões no Brasil de 2013 a 2017. A projeção da Anfavea considera aportes em novas fábricas, ampliações e modernização das plantas já instaladas no País. O pacote inclui também o valor que será aplicado em qualidade, produtividade, desenvolvimento de novos produtos e cumprimento das metas de eficiência energética do Inovar-Auto. Com o montante, a capacidade produtiva da indústria local subirá dos atuais 4,3 milhões de unidades por ano para cerca de 5,7 milhões por ano no período.

O total foi calculado com base nos projetos anunciados pelas montadoras e prevê ainda os

O último investimento contabilizado pela Anfavea foi o da Volkswagen. A companhia confirmou que fabri-

cará a sétima geração do Golf no Brasil no complexo in-dustrial de São José dos Pinhais (PR). O projeto receberá aporte de � 170 milhões. Com isso o plano de investimen-tos da organização para o País sobe dos R$ 8,7 bilhões que já estavam planejados para R$ 9,2 bilhões até 2016.

O anúncio era esperado, já que o Golf é construído sobre a plataforma MQB, a mesma dos Audi A3 e Q3, que tiveram produção anunciada para a fábrica do Pa-raná no dia 17 de setembro, com investimento de 175 milhões de euros. A planta terá capacidade produtiva para 26 mil unidades por ano. A produção deve come-çar no segundo semestre de 2015. Segundo a Volkswa-

gen, a estratégia modular permite ainda localizar a pro-dução de outros modelos do grupo.

A Mercedes-Benz foi outra fabricante de veículos pre-mium a anunciar produção local recentemente. A com-panhia aplicará � 170 milhões em Iracemápolis (SP), na região de Limeira. Serão produzidos ali as novas gerações do sedã Classe C e o utilitário esportivo GLA. A decisão de instalar planta no Brasil é parte da estra-tégia global da companhia para atingir a liderança do segmento de luxo em 2020. Os primeiros carros devem sair da linha de montagem no início de 2016. A planta terá capacidade para 20 mil unidades por ano.

Até fim de outubro, a Jaguar Land Rover continuava com sua produção nacional indefinida.

ANÚNCIOS RECENTESVOLKSWAGEN E AUDI VÃO PARA O PARANÁ. MERCEDES-BENZ ESCOLHE SÃO PAULO

investimentos necessários para que a indústria local alcance as metas em pesquisa, desenvolvimento e engenharia especificadas no novo regime automotivo. “Esse aporte poderá variar de R$ 6 bilhões, para cumprir as exigências mínimas, a R$ 12 bilhões, caso as empresas superem os objetivos com a intenção de receber descontos adicionais no IPI”, pondera Luiz Moan, presidente da associação.

A aplicação total prevista pela Anfavea vem crescendo

rapidamente à medida que novos anúncios são feitos. Segundo a entidade,

o montante cresceu 14,1% em cinco meses. Entre os aportes mais recentes contabilizados pela organização estão os das marcas de luxo, como a Mercedes-Benz, que construirá fábrica em Iracemápolis (SP), e o da Audi, que voltará a produzir veículos em São José dos Pinhais (PR), na planta da Volkswagen (veja no quadro).

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EVENTO

CONGRESSO SAE BRASIL BUSCA SOLUÇÕES PARA O INOVAR-AUTO

E ntre 7 e 9 de outubro o Expo Center Norte, na capital

paulista, sediou o Congresso SAE Brasil 2013. Com 148 palestras e a apresentação de 350 trabalhos técnicos, o evento atraiu 10 mil visitantes. A 22ª edição discutiu e apresentou soluções tecnológicas para atender as metas do Inovar-Auto de eficiência energética para os motores, pesquisa, desenvolvimento e engenharia.

Os debates do evento levantaram

a necessidade de aumentar a produtividade da cadeia de suprimentos. Durante painel sobre as compras das montadoras, executivos concluíram que não falta capacidade produtiva para as fabricantes de autopeças atenderem os altos volumes das montadoras no Brasil, mas há carência de competitividade.

“A base da cadeia produtiva do Brasil não é competitiva. Diversos negócios estão sendo desperdiçados. Muitas peças deixam de ser feitas por aqui. O Brasil já

perdeu chances de desenvolver plataformas globais, como têm feito México e Índia”, apontou Pedro Suplicy, gerente executivo de compras de peças da Renault. Ele acredita que o desenvolvimento tecnológico da cadeia brasileira é mandatório, mas deve-se tomar cuidado para não cair no protecionismo.

Na visão de John Meckien, gerente executivo de compras produtivas de powertrain da Volkswagen, há um paradoxo com o programa. “O Inovar-Auto pede

CAMILA FRANCO E PEDRO KUTNEY

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26�����������BUSINESS

NEGÓCIOS

para sermos mais competitivos, mas protege a base local, podendo levá-la ao comodismo e a uma certa incapacidade de inovação. Será um desafio para as montadoras fazer com que os tiers um, dois e três atendam os mesmos requisitos de fornecedores de outros países.”

A Ford, segundo Pimentel, tem trabalhado em conjunto com parceiros menores, que não têm experiência global, para capacitá-los a entregar maiores volumes. A fabricante está contratando 35 novos engenheiros para compor um grupo de 100 profissionais que lidam diretamente com os fornecedores.

Em outro debate do evento, fornecedoras brasileiros mostraram que têm capacidade para competir globalmente. Essas empresas conseguiram resultados positivos não só no mercado interno, mas também com suas fábricas instaladas no exterior. Sabó e Iochpe-Maxion são dois desses pontos fora da curva de baixa.

Não por acaso, a receita

do sucesso das empresas é bastante parecida, envolvendo principalmente investimento em tecnologia e qualidade de seus produtos, modernização e automação de fábricas, profissionalização da gestão com adoção de padrões de governança corporativa e internacionalização.

“Se não fosse nossa estratégia de investir na melhoria contínua das operações, desenvolvimento de produtos com maior valor agregado e internacionalização de nossa presença, teríamos o mesmo fim de várias outras empresas do setor no Brasil, que nos anos 90 foram compradas por multinacionais”, avalia Lourenço Agnello Oricchio Jr., diretor-geral da Sabó Américas e vice-presidente para os Estados Unidos. Ele cita, entre muitos outros casos, a Cofap, comprada pela Magneti Marelli,

PICAPE

FIAT LANÇA STRADA 2014 E QUER VENDER ATÉ 20% MAIS

a Nakata, hoje pertencente à Dana, e Metal Leve, adquirida pela Mahle.

EXPOSIÇÃOA área de exposição do evento trouxe novidades de 90 empresas. Entre as sistemistas, a principal preocupação foi reduzir o peso dos componentes e apresentar tecnologias capazes de diminuir o consumo de combustível. Muitas empresas destacaram sistemas de injeção direta para motores flexíveis. Luiz Corrallo, presidente da Delphi para a América do Sul, apontou que a empresa já tem domínio da tecnologia e está pronta para fornecê-la assim que houver demanda, o que deve acontecer até 2017, com o impulso do Inovar-Auto. Esse tipo de sistema também foi apresentado pela Continental, Bosch e Magneti Marelli, comprovando a tendência para o mercado nos próximos anos.

A s revendas da Fiat já têm a picape Strada 2014. As

mudanças na gama permitiram ganho de produção e a empresa quer ampliar ainda mais esses volumes em 10% a 20%. “Tudo o que fazíamos antes era vendido, mas estamos ampliando a capacidade. Queremos passar de 600 para 700 unidades por dia”, afirma o diretor comercial da Fiat, Lélio Ramos.

A principal novidade da linha 2014 é a terceira porta com abertura invertida, aplicada na cabine dupla, opção presente em todas as versões: Working 1.4, R$ 42.330, Trekking

1.6, R$ 48.360, e Adventure 1.8, R$ 54.360. “A cabine dupla responde por 50% das vendas; a curta tem 30% e a estendida, 30%”, explica Ramos. Quando se trata de versões, a linha Working detém 55%, a Adventure, 35%, e a Trekking, 10%.

Chama atenção a ausência da coluna entre as duas portas, o que facilita o acesso dos passageiros: “Desde o início, nos anos 1990, a Strada foi pensada para ser versátil. É um veículo comercial com conforto de automóvel e seus donos gostam de exibi-la”, afirma o diretor de design de produto da Fiat

Chrysler, Claudio Demaria. “A linha 2014 tem 300 componentes novos”, ressalta. A maioria dessas alterações ocorreu na carroceria.

A picape teve mudanças no desenho dianteiro e a traseira de todas as versões mudou bastante por causa das caçambas, que tiveram a altura aumentada em oito centímetros, da tampa mais bojuda e das lanternas, agora horizontais. Segundo a Fiat, o compartimento de carga da cabine curta leva agora 1.220 litros (120 a mais), a estendida, 910 litros (110 a mais) e a dupla, 680 litros (100 a mais).

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A nova cabine dupla recebeu reforços no teto, na base e nas portas para resistir a impactos laterais. “A instalação da terceira porta resultou em aumento de dez quilos no peso total do carro”, afirma Demaria. “Está melhor na rigidez torcional, flexional e no crash test”, diz.

Embora tenha passado por várias modificações desde o lançamento, em 1998, e recebido novas opções de carroceria, a Strada ainda conserva a mesma plataforma. A cabine estendida surgiu em 1999 e permitiu que a picape Fiat tomasse a liderança da Volkswagen Saveiro em 2000. De lá para cá nunca mais saiu do topo do ranking. “Ela teve mais de 910 mil unidades vendidas no Brasil e detém 51,1% de participação no segmento”, recorda Lélio Ramos. (Mário Curcio)

DESEMPENHO E DIRIGIBILIDADEComo não houve mudança nos motores e suspensões, as picapes conti-

nuam com o mesmo jeitão para quem dirige. Automotive Business ava-liou em trecho plano duas versões, uma Working cabine estendida e uma Ad-venture cabine dupla. A primeira, com motor 1.4, exige mais o uso do câmbio na estrada. As retomadas são razoáveis com a caçamba vazia. Segundo a Fiat, ela alcança 164 km/h e vai de zero a 100 km/h em 13,2 segundos.

O desempenho da Adventure é bem melhor: 179 km/h de velocidade máxi-ma e aceleração de zero a 100 km/h em 10,3 segundos. A linha Adventure usa grandes pneus Pirelli Scorpion 205/60 R16, que dão alguma agilidade na terra e garantem conforto, mas roubam rapidez da picape em curvas.

A versão Trekking também é equipada com pneus de uso misto, mas eles têm as mesmas medidas (175/70R14) daqueles usados pela Working. De acordo com a montadora, a Trekking atinge 178 km/h e acelera de zero a 100 km/h em 9,7 segundos. Os valores de desempenho citados na reportagem foram obtidos pela fabricante com etanol.

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LEGISLAÇÃO

28�����������BUSINESS

A CONSULTORIA EY TERCO EXPLICOU, NO WORKSHOP LEGISLAÇÃO AUTOMOTIVA, QUE

OS EMPREENDIMENTOS DO SETOR SE BASEIAM EM INCENTIVOS E BENEFÍCIOS FISCAIS

POLÍTICA TRIBUTÁRIA DEFINE INSTALAÇÃO

DE FÁBRICAS

ANA PAULA MACHADO, CAMILA WADDINGTON E SUELI REIS

“A s decisões das empresas ao instalar operações industriais no Brasil, aceleradas pela legislação do Inovar-Auto, são definidas com base em incentivos e benefícios fiscais”, afirmou o diretor da Ernst Young

Terco, Sergio Fontenelle, concluindo que essa foi a maneira encontrada pelos Estados para atrair investimentos e compensar ineficiências da economia nacional. Especialista em políticas tributárias, ele participou do workshop Desafios da Legislação Automotiva 2014, promovido por Automotive Busi-ness dia 9 de setembro, em São Paulo, e revelou que os benefícios fiscais concedidos nos últimos dez anos somaram US$ 500 bilhões, considerando basicamente a alíquota de ICMS.

Fontenelle explica que, para uma empresa alcançar seus objetivos mí-nimos no País, o primeiro passo é dominar a arte tributária: “Antes de começar a produzir, a empresa já pa-ga tributo. Só o Brasil e talvez uma dezena de países têm esse tipo de re-lação com as empresas”, alerta.

O consultor considera que além de ter um dos custos tributários mais altos do planeta, a política tributária brasileira está entre as mais comple-xas. O País é o quinto no ranking das nações em que é mais difícil realizar negócios, considerando dados do Banco Mundial. Fontenelle indica que a tão esperada reforma tributária virá mais fortemente das esferas dos es-tados e não mais terá cunho federal.

INOVAR-AUTOLuiz Moan, presidente da associação dos fabricantes de veículos, a Anfa-vea, definiu que o Inovar-Auto já faz efeito. “Em dezembro de 2011 os veículos importados representavam 27% do mercado interno. Até o fim de 2013 esse volume deve cair para 18%”, pondera. Esse quadro traduz o objetivo de transformar o Brasil em produtor mais expressivo. “Somos o quarto maior mercado de automó-veis do mundo e apenas o sétimo em produção. Isso não faz sentido.”

Moan ressalta a importância da no-va legislação ante a necessidade de promover o parque de fabricantes de autopeças. “Se não houver escala de produção na cadeia de suprimentos local, não haverá como reduzir a tri-butação. Há, portanto, uma oportu-nidade industrial para os fabricantes de insumos e autopeças.”

O presidente da Anfavea espera que até 2015 já esteja negociado o Inovar-Auto 2, para dar continuidade ao progresso esperado da legislação que entrou em vigor no início de 2013 e valerá até 2017.

Dan Ioschpe, conselheiro do Sindi-

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EVENTO reuniu profissionais da indústria automobilística em São Paulo

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INOVAR-AUTO TRAZ DESAFIOS PARA CERTIFICAÇÃOVCA ALERTA PARA NECESSIDADE DE MENOR PRAZO PARA HOMOLOGAÇÕES

SERGIO FONTENELLE, diretor da Ernst Young Terco

(acima); LUIZ MOAN, presidente da Anfavea (no alto) e KLAUS ACERBI,

gerente de saúde, segurança e meio ambiente da Delphi América do Sul

Os processos de homologação precisam se ajustar e ter prazos menores no setor automotivo. O alerta foi de Carlos Bonote, vice-presidente da VCA South America, agência oficial de homologação de

veículos do Reino Unido, que montou filial no consulado britânico em São Paulo. Para o executivo, a legislação deve servir como ferramenta de apoio ao avanço das inovações e não como barreira: “Se as regulamentações não evoluírem com a necessidade local, podem inibir o desenvolvimento de novos veículos”, disse Bonote.

Para Mário Guitti, superintendente do Instituto da Qualidade Automotiva (IQA), o próximo passo da certificação no Brasil deve passar pelo crivo das autopeças, dentro do âmbito do novo regime automotivo: “O Inovar-Auto é importante neste processo de avanço das certificações, pois traz novas tecnologias. Em paralelo, há a questão de regulamentação do aftermarket, que envolve concessionárias, distribuidores e centros de reparação. Se houvesse com-pulsoriedade de certificação do mercado de reposição, ganharíamos novo patamar de serviços no Brasil, com grande potencial de melhoria”, conclui. (Sueli Reis)

etor automotivo. O alerta de homologação de Para o executivo, como barreira:

senvolvimento

próximo passo o novo regime ões, pois rket, m-

mar

peças, enfatiza: “Não podemos achar que o Inovar-Auto vai resolver todos os problemas da indústria. Longe dis-so.” O desenvolvimento de produtos e serviços em centros de pesquisa ins-talados no País é um dos pontos altos do programa na análise do executivo. Os desafios para a introdução de no-vas tecnologias no País, ante a legis-lação do Inovar-Auto, foram analisa-dos no workshop com a participação de Anderson Citron, diretor da Divi-são Powertrain da Continental Brasil; Carlos Gibran, gerente de vendas e marketing da divisão de segurança veicular da Bosch América Latina; Gino Montanari, diretor de engenha-ria e P&D da divisão de powertrain da Magneti Marelli; Valdir de Souza, diretor de eletrônicos e segurança da Delphi; e Wayne Alves, diretor de P&D da Kostal Eletromecanica.

EXPORTAÇÃOAs montadoras brasileiras enfrenta-rão um dilema nos próximos anos: alta capacidade instalada para um mercado com crescimento estável. Com os investimentos das empre-

sas em aumento da produção e a entrada de novos concorrentes, a capacidade das montadoras no País chegará a 6,5 milhões de veículos. Hoje, podem ser produzidos por aqui 4,3 milhões de unidades. A solução, segundo o diretor da consultoria Ro-

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LEGISLAÇÃO

LEGISLAÇÃO TRABALHISTA EMPERRA PRODUTIVIDADEALTOS ENCARGOS LIMITAM INVESTIMENTOS DO SETOR INDUSTRIAL

DAN IOSCHPE, conselheiro

do Sindipeças

STEPHAN KEESE, diretor da consultoria Roland Berger

Um dos entraves para o aumento da produtividade na indústria brasi-leira é a legislação trabalhista, que estabelece custos fixos elevados

para manter um trabalhador na linha de produção. Enquanto de 2002 a 2012 essas despesas dispararam 158%, os níveis de produtividade se mantiveram estáveis.

“O trabalhador brasileiro produz somente 20% do índice do empregado norte-americano. A produtividade no País é baixa com relação aos nossos concorrentes e temos custos trabalhistas mais altos. Aqui existem três fato-res que inibem o aumento da produtividade: tecnologia usada nas empresas; qualificação de mão de obra e, o mais importante, a com-plexidade da legislação trabalhista do Brasil”, disse o con-sultor e professor José Pastore no workshop Desafios da Legislação Automotiva 2014.

Somente os encargos trabalhistas, segundo Pastore chegam a cerca de 100% sobre o salário de um trabalhador. Quando se acrescentam despesas com treinamento, saúde e segurança do trabalho isso vai para 183,15%. (Ana Paula Machado)

land Berger, Stephan Keese, é focar o aumento das exporta-ções.

“O Brasil tem portfólio re-presentativo e poderia par-ticipar mais ativamente de mercados emergentes, mas não tem custo competitivo. O único caminho para o País é aumentar o nível de automa-ção e tecnologia em suas fábricas, aí sim conseguirá competir com outros concorrentes”, afirmou Keese.

EFICIÊNCIA ENERGÉTICAA legislação do Inovar-Auto prevê avanço mínimo de 12,08% por mar-

ca na eficiência energética veicular. As montadoras instaladas no Brasil deverão investir R$ 3,1 bilhões adi-cionais em tecnologias que melho-ram o consumo de combustível de seus veículos e a emissão de CO2. A maior parte das tecnologias que

serão inseridas nos veículos na-cionais já faz parte do portfólio tecnológico global das compa-nhias, sinalizou o diretor e con-sultor da IHS South America, Vitor Klizas.

O impacto inicial dessas tecnologias nos custos das montadoras representa R$ 1,1 bilhão para incorporação de

novas tecnologias, segundo dados do consultor. Em 2016, outros R$ 2,3 bilhões seriam investidos para aumentar os índices de eficiência al-cançados até então. Klizas revela ain-da que, para os veículos fabricados no Brasil, o start-stop encabeça a lista de tecnologias disponíveis e que têm como pano de fundo o aumento da eficiência. No workshop, a Bosch confirmou que fornecerá em 2014 o sistema para a indústria nacional.

MEIO AMBIENTESer uma empresa social e ambiental-mente responsável deixou, há tem-po, de ser diferencial de mercado pa-ra tornar-se condição indispensável para qualquer companhia competir globalmente. Essa foi a mensagem de Klaus Acerbi, gerente de saúde, segurança e meio ambiente da Del-phi América do Sul. Ele considera que o desenvolvimento industrial até meados da década de 1980 era visto apenas sob a ótica financeira, co-mercial, administrativa. “Não havia preocupação com quaisquer conse-quências, bastava atender às leis e era o suficiente.”

“Hoje a legislação ambiental pas-sou a ser levada a sério e protago-niza até mesmo um índice na bolsa de valores, Investimentos Social-mente Responsáveis, que tem ob-tido enorme valorização.” �

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32�����������BUSINESS

FÓRUM IQA

dele por falta de qualidade de seus produtos”, pontua.

As perdas geradas pela falta de qua-lidade são ainda maiores nas empre-sas menores. As que têm faturamento entre R$ 50 milhões e R$ 200 milhões estão no topo da lista, com 9,1% das receitas perdidas com problemas de qualidade, como retrabalhos e trocas em garantia. As que faturam acima de R$ 500 milhões perdem bem menos com isso, 1,7% das vendas.

Essa diferença fica patente no con-trole de grandes sistemistas, que for-necem conjuntos prontos às monta-doras e por isso represam os proble-mas de seus fornecedores antes da chegada às linhas de montagem final dos veículos. O Grupo Schaeffler, por exemplo, mostrou que entrega componentes às montadoras com 2,5 ppm (defeitos para cada milhão de peças), enquanto mede em seus fornecedores inacreditáveis 1.613 ppm. “Isso é um esforço enorme de filtragem. Meu custo vai para o espa-ço”, resumiu Flávio Mateus, gerente de qualidade da sistemista.

“Não vivemos sem os nossos subfornecedores e precisamos estar atentos, pois quanto mais se aprofun-da na cadeia de suprimentos, mais problemas são encontrados”, contou

PEDRO KUTNEY

FALTA DE QUALIDADE CUSTA R$ 5,6 BI POR ANO

EM PALESTRA NO I FÓRUM DA QUALIDADE AUTOMOTIVA,

CONSULTORA REVELA QUE PROBLEMAS CONSOMEM 6,6% DO

FATURAMENTO DO SETOR DE AUTOPEÇAS

Chega a impressionantes R$ 5,6 bilhões por ano o custo da falta de qualidade

da cadeia de autopeças no Brasil, o equivalente a 6,6% do faturamento do setor, segundo pesquisa do Sin-dipeças com uma amostra de 63 associados. O número perturbador foi mostrado pela consultora Letícia Costa, sócia-diretora da Prada As-sessoria, durante apresentação no I Fórum da Qualidade Automotiva, realizado pelo Instituto da Qualidade Automotiva (IQA) dia 23 de setem-bro, em São Paulo, e organizado por Automotive Business.

“Curiosamente, apesar de a quali-dade ser tema de grande importân-cia estratégica para a indústria auto-motiva, isso não é discutido como se deveria, não está na agenda”, avalia Letícia. “A qualidade é encarada só pelo lado do custo, enquanto a Toyota há muito tempo ensinou que quanto maior a qualidade, menor o custo”, complementou. Ela destaca que a perda média do setor de 6,6% do faturamento anual com proble-mas é mais do que a margem de muitos participantes desse mercado. “Isso indica que há muitas empresas, principalmente as menores, que sa-crificam todo o lucro ou boa parte

LETÍCIA COSTA, sócia-diretora da Prada Assessoria

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A QUALIDADE É ENCARADA SÓ

PELO LADO DO CUSTO

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QUALIDADE PARA EXPORTAREXCESSO DE PRODUÇÃO GLOBAL ACIRRA DISPUTA PELO MERCADO

A indústria automotiva brasileira precisa ganhar qualidade nos pró-ximos anos. Apenas dessa forma será possível ampliar as expor-

tações de veículos e atender ao Exportar-Auto, programa de incentivo às vendas internacionais negociado pela Anfavea com o governo. A afirmação foi feita por Antonio Megale, vice-presidente da associação, em apresentação no I Fórum da Qualidade Automotiva. O executivo admite que o produto brasileiro precisa ganhar qualidade para entrar em outros mercados. “Os próximos cinco anos são a nossa oportunidade de reduzir a diferença que temos na comparação com os países desenvolvidos”, acredita. Para ele, essa melhoria não é apenas importante, mas necessária para que o Brasil sustente a capacidade produtiva que deve ganhar nos próximos anos como fruto do investi-mento de R$ 73,1 bilhões que as montadoras têm programado para o País, entre construção de novas fábricas, modernização e ampliação das instalações já existentes, desenvolvimento de novos produtos e aportes em tecnologia e inovação para atender o Inovar-Auto.Com o montante, Megale estima que o Brasil alcançará capacidade produtiva de 5,7 milhões de veículos por ano, ante o volume atual de 4,3 milhões de unidades que o País tem potencial para fabricar. Segun-do ele, parte da evolução do carro nacional será puxada pelo Inovar-Au-to, que motivará as montadoras a buscar novo patamar de eficiência energética e impulsionará a nacionalização de tecnologias ainda não difundidas no Brasil.

EXPORTAÇÕESMarcelo Cioffi, sócio e diretor da PwC, mostrou dados apurados pela consultoria comprovando que os países em desenvolvimento, como o Brasil, produzirão juntos mais de 85% dos 105 milhões de veículos previstos para 2019. A América do Sul terá uma participação de 8,1% nesses 85%, enquanto a Ásia em desenvolvimento (China, Índia e Indo-nésia, entre outros), de 62,2%. Mas com o aumento da produção surge um problema: deverá haver um excedente de 25 milhões de veículos em 2019, alertou o executivo. A saída para tirar proveito da curva ascendente de produção, diante de um mercado interno saturado, é recorrer às exportações. Atualmente, segundo Stephan Keese, sócio e diretor da Roland Berger, participante do mesmo painel, o Brasil exporta muito pouco, destinando volumes significativos somente para Argentina, África do Sul e México. Na visão do consultor, são necessários três ingredientes principais para abrir as portas às vendas externas: mais conteúdo tecnológico para toda a ca-deia automotiva, incluindo os tiers 2; custos menores de mão de obra e de matéria-prima para aumentar produtividade; e melhor infraestru-tura logística, que apresente custos mais baixos. (Camila Franco e Giovanna Riato)

Flávio Teixeira, gerente de qualidade da Delphi. “Existe uma corrida pela nacionalização de componentes e sistemas para atender ao Inovar-Auto, mas precisamos avaliar se estamos preparados para isso. Se atropelar-mos a fase de avaliação das qualifi-cações necessárias para fazer o que for preciso, poderemos aumentar os problemas de qualidade”, avalia.

INOVAR-AUTOO resultado da falta de qualidade é refletido no produto final também. Segundo pesquisa da consultoria JD Power, um consumidor brasileiro re-gistra em média 3,5 problemas em seu carro feito no Brasil com um a três anos de uso, ante 3,33 defeitos em um modelo similar na Argentina, 3,1 no México, 2,3 na Alemanha e 2 no Reino Unido. Só a China fica à frente do Brasil nesse quesito, com 3,9 problemas por veículo.

Para Letícia Costa, o atual regime industrial do setor automotivo, o Inovar-Auto, deveria destinar verbas para aumento de qualidade e produ-tividade do setor automotivo como um todo, pois, como está, o progra-ma não será capaz de recuperar a competitividade brasileira.

ANTONIO MEGALE, vice-presidente da Anfavea

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FÓRUM DA QUALIDADE

CERTIFICAÇÃO CONSOLIDA QUALIDADE DE AUTOPEÇAS NA REPOSIÇÃOGRUPO DE MANUTENÇÃO AUTOMOTIVA APONTA DESAFIOS PARA OBTER CREDIBILIDADE

Representantes do Grupo de Manutenção Automoti-va avaliaram os desafios para consolidar sistemas

eficientes de qualidade no mercado de reposição. Antonio Fiola, presidente do Sindicato da Indústria de Reparação de Veículos e Acessórios (Sindirepa), comentou que a certificação de autopeças, homolo-gada com o selo do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), assim como pro-gramas de certificação e qualificação de mecânicos e empresas do segmento, darão condições para criar um sistema de qualidade sustentável. Francisco Wagner de La Torre, presidente do Sindica-to do Comércio Varejista de Peças e Acessórios para Veículos no Estado de São Paulo (Sincopeças) acres-centou que a certificação dos produtos viabilizará aos varejistas condições mais seguras para trabalhar. “Não temos como avaliar no dia a dia a qualidade das peças e, mesmo assim, somos responsáveis solidários pelos defeitos dos produtos que adquirimos para vender ao consumidor final.” O vice-presidente da Associação Nacional dos Dis-tribuidores de Autopeças (Andap), Rodrigo Carneiro, lamentou que no mesmo momento em que a indús-tria de autopeças e toda a cadeia de reposição pas-sam por um processo de evolução das normativas de qualidade, o governo esteja prestes a aprovar uma lei que permite aos desmanches de veículos comerciali-zar peças usadas. Essa também é a opinião de Edson Brasil, conselheiro do Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipe-

ças). Ele entende que precisa haver uma cultura de qualidade em todos os elos da cadeia – desde o mo-mento em que o produto sai da fábrica até chegar ao consumidor. “É necessário regularizar o setor e temos que levantar essa bandeira”, finalizou.

LABORATÓRIOO diretor de qualidade do Inmetro, Alfredo Lobo, lem-brou que um dos principais gargalos verificados para um processo eficiente de análise e certificação é a fal-ta de laboratórios. “Não temos centros tecnológicos para realizar os ensaios.” Ele confirmou que instituto terá um laboratório independente que começará a ser construído em breve em Duque de Caxias (RJ), com investimento inicial de R$ 200 milhões e previsão para funcionar a partir de 2016. Paulo Bedran, diretor do departamento de indústrias de equipamentos de transporte do Ministério do De-senvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC), disse que para tentar diminuir o déficit da balança comercial de autopeças, que já passa de US$ 6,5 bilhões e deve chegar a US$ 10 bilhões até o fim de 2013, o governo está adotando um programa em parceria com a Agên-cia de Apoio ao Empreendedor e Pequeno Empresário (Sebrae), de capacitação de fornecedores de autope-ças. “Com o convênio conseguiremos identificar as deficiências da indústria local”, disse, explicando que Ford (BA), Fiat (MG), Volkswagen (SP), Nissan, Peu-geot e MAN (RJ), Renault (PR), BMW (SC) e GM (RS) apoiam a iniciativa. �

NÃO TEMOS CENTROS

TECNOLÓGICOS PARA

REALIZAR OS ENSAIOS

ALFREDO LOBO, diretor de qualidade do Inmetro

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TRUCKS | PARTS | FINANCE

DRIVEN BY QUALITY

WWW.DAFCAMINHOES.COM.BR

DAF. A MARCA DE CAMINHÕESLÍDER EM CAVALOS MECÂNICOSNA EUROPA* CHEGOU AO BRASIL.

A DAF, marca do grupo PACCAR, quarta maior fabricante de caminhões do mundo,está no Brasil. Com uma nova fábrica de classe mundial em Ponta Grossa, Paraná, a DAF traz um novo padrão de qualidade, conforto e desempenho para o segmento extrapesado.

DAF XF105Desenvolvido para o transporte pesado de longa distância, o DAF XF105 proporciona baixos custos operacionais, alta confiabilidade e total satisfação do motorista. Conta ainda com suporte de 2 anos de garantia**, disponibilidade de Peças Genuínas DAF, Serviço Emergencial DAF Assistence e a mais moderna Rede de Concessionárias do país.

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ddas.

*DAF é a marca líder do mercado europeu no segmento de cavalos mecânicos >16T PBT (GVW) com um Market Share de 19,1%

e a segunda marca de caminhões no mercado europeu >16TPBT (GVW) com 16,0% de Market Share. **Garantia total no primeiro

ano sem limite de quilometragem. No segundo ano, a garantia é limitada ao trem de força (motor, caixa de transmissão e eixo traseiro).

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36�����������BUSINESS

TOYOTA

PLANTA FOI

INAUGURADA EM 1998,

COMO RESPOSTA À

HONDA DE SUMARÉ, E

JÁ PRODUZIU MAIS DE

670 MIL UNIDADES

DO COROLLA

MÁRIO CURCIO

LINHA DO TEMPO

1997 1998 2000/02 2004 2005 2006 2007/08 2008 2011

Anúncio do investimento de

US$ 150 milhões em Indaiatuba (SP)

Início da produção do Corolla na

nova fábrica

Aporte de US$ 300 milhões

para produzir nova geração

do Corolla

US$ 15 milhões para começar a fabricar o

modelo Fielder

US$ 3 milhões são aplicados em melhorias no processo de pintura

Investimento de US$ 5,6 milhões em aumento de

capacidade

Indaiatuba recebe US$ 268,3

milhões para produção do novo Corolla

Fim da fabricação local da Fielder

US$ 33 milhões são

aportados para atualização do Corolla

FÁBRICA DE INDAIATUBA COMEMORA 15 ANOS

L

INDAIATUBA (SP) – Fábrica da Toyota inaugurada em 1998

Page 37: A ERA DO BIG DATA

*Até setembro. Fonte: Fenabrave

N o Brasil desde janeiro de 1958, quando abriu um escritório que pre-cedeu a montagem local do utilitário Land Cruiser (rebatizado Ban-deirante em 1962), a Toyota viu a oportunidade de expandir sua atua-

ção no País nos anos 1990, com a abertura às importações. Entre os modelos que trouxe estava o sedã Corolla.

Ele e o Honda Civic começaram a disputar a preferência do consumidor brasileiro antes mesmo de terem produção local. A corrida pela nacionalização foi vencida pela Honda, que inaugurou fábrica em Sumaré (SP) em outubro de 1997. No mesmo ano a Toyota anunciou o investimento de US$ 150 milhões para a produção local do Corolla.

Em 18 de setembro de 1998 a companhia dava início à nova unidade bra-

BRIGA PELA LIDERANÇAA disputa de mercado no segmento de sedãs médios entre o Toyota

Corolla e o Honda Civic é acirrada. Na década anterior, o Toyota havia perdido a liderança para o Honda em 2007, mas a recuperou em 2009, ano em que o Civic passou a dividir as próprias concessionárias com o City, sedã Honda ligeiramente menor, mas mais acessível e com mais espaço para bagagem.

O terremoto seguido de tsunami no Japão, em março de 2011, afetou com mais intensidade a produção de componentes destinados à Honda. Naquele ano o volume de vendas do Civic foi 56,8% menor que o do Corolla e a chegada da nova carroceria não foi suficiente para reverter a situação no ano seguinte. Em 2013, contudo, o Honda recebeu opções com motor 2.0 e tirou o Toyota da primeira posição. Em 2014, a história pode mudar novamente com a chegada da próxima geração do Corolla.

2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013*

CIVICXCOROLLA

35.82

316

.920 20.72

8

20.32

1

29.13

1

47.43

5

67.70

3

50.20

0

31.22

9

22.96

2

50.49

0

42.08

1

37.34

5

35.72

0

35.33

6

34.46

4

45.64

0

54.59

9

55.02

4

53.14

7

56.36

5

37.69

2

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38�����������BUSINESS

TOYOTA

sileira, agora longe de São Bernardo do Campo (SP), com a produção de um automóvel moderno. Nesses 15 anos, o carro ultrapassou a marca de 670 mil unidades montadas no Brasil. Atualmente, a fábrica tem ca-pacidade instalada para 342 carros por dia e emprega cerca de 2,1 mil colaboradores.

O Corolla atende o mercado local e também é exportado para a Argentina, Colômbia e Venezuela. A fabricação dos resistentes mas ultrapassados Ban-deirante continuou no ABC até 2001, quando a antiga unidade passou a con-centrar-se na produção de componen-tes para a picape Hilux, fabricada em Zárate, na Argentina, e para o Corolla.

O jipe e suas derivações conserva-ram a mesma aparência no Brasil por mais de 40 anos, mas a Toyota sabia que o mesmo não poderia ocorrer com o sedã. De 2000 a 2002, um no-vo plano de investimento de US$ 300 milhões atualizaria o carro. Em 2004, aporte de US$ 15 milhões permitiu a produção local do modelo Fielder, versão station wagon do Corolla com vida relativamente curta em Indaia-tuba. Foi feito entre 2004 e 2008 e teve pouco mais de 36 mil unidades montadas porque esse tipo de carro-ceria perdeu espaço no Brasil para minivans e utilitários esportivos.

A necessidade de evolução cons-tante exigiu em 2005 novo investi-mento na fábrica de Indaiatuba, que recebeu US$ 5 milhões para moder-nização do processo de pintura do Corolla. Outros US$ 5,6 milhões fo-ram aplicados neste mesmo ano para o aumento de capacidade produtiva.

De 2007 a 2008 a fabricante in-jetou mais US$ 268,3 milhões para atualização do Corolla. Em 2011, ou-tros US$ 33 milhões foram aplicados para a produção de uma nova gera-ção do sedã. Segundo a montadora, atualmente o carro tem índice de na-cionalização de 70%. �

OS AVANÇOS DA MARCA NO PAÍS Num mercado em que a maioria das vendas é de automóveis compac-

tos, a Toyota precisava de novos produtos para expandir sua atuação local, dependente sobretudo do Corolla e das picapes Hilux. Em agosto de 2012 a companhia inaugurou em Sorocaba, também no interior de São Paulo, sua segunda planta de carros de passeio.

A unidade recebeu investimento de US$ 600 milhões para a produção do Etios, modelo desenvolvido para mercados emergentes, com versões hatch e sedã. A nova fábrica tem atualmente cerca de 1,5 mil trabalha-dores e produz 320 unidades por dia em dois turnos.

O preço inicial do carro na casa dos R$ 30 mil, bem abaixo dos mais de R$ 60 mil cobrados pelo Corolla, resultou no aumento da participa-ção da fabricante no Brasil. Até agosto de 2012, mês em que as vendas do Etios ainda não haviam começado, a Toyota ocupava o oitavo lugar no ranking de maiores marcas de automóveis e comerciais leves, com 65,1 mil unidades e 2,7% de participação no mercado local. Em agosto de 2013, a fabricante já havia subido para o sétimo lugar, com exatas 113 mil unidades emplacadas e 4,8% de market share.

Um dia antes da inauguração da fábrica sorocabana, o presidente mundial da Toyota, Akio Toyoda, esteve em Brasília para anunciar o in-vestimento de R$ 1 bilhão para produzir motores em Porto Feliz (SP), município localizado entre as plantas de Indaiatuba e Sorocaba. A uni-dade tem início da operação previsto para o segundo semestre de 2015, com capacidade anual para 200 mil motores, com a geração de 700 empregos. A nova planta fará os propulsores 1.3 e 1.5 para o Etios e 1.8 e 2.0 que equipam o Corolla.

INAUGURADA EM 2012, fábrica da Toyota em

Sorocaba produz o Etios

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CAMINHÕES

40�����������BUSINESS

VEÍCULOS PARA COMBATE A INCÊNDIOS SERÃO PRODUZIDOS EM SETE LAGOAS (MG)

SUELI REIS | DE ULM (ALEMANHA)

COMPLEXO INDUSTRIAL da Magirus em Ulm, na Alemanha,

recebeu investimento de � 35 milhões

40�����������BUSINESS

BRASIL TERÁ PRIMEIRA FÁBRICA DA IVECO MAGIRUS FORA DA EUROPA

A pós entrar em um novo nicho de mercado no Brasil, o de veículos militares, a Iveco

repetirá a estratégia de diversificação para expandir as atividades no País. O próximo passo será nacionalizar mais produtos do portfólio de veícu-los especiais: os caminhões Magi-rus. A empresa, especializada em modelos para combate a incêndio, adquirida pela montadora na déca-da de 1970, terá sua primeira fábrica fora da Europa. Com sede em Ulm, cidade do sul da Alemanha, a marca

conhecida mundialmente por suas escadas giratórias sobre carros de bombeiros terá nova linha de produ-ção no complexo de Sete Lagoas (MG). A operação deve começar até o fim de 2014.

Caminhões Magirus importados estão presentes no País para com-bate a incêndio. Em outubro chegou a primeira unidade do modelo que marcará a estreia da marca como fabricante no mercado brasileiro. O modelo Super Impact 6x6, nova geração do Impact, já existente no

portfólio Magirus, é construído so-bre a plataforma do Iveco Tector (na Europa chamado de Eurocargo). Por meio de um contrato de R$ 140 mi-lhões, um lote de 80 veículos será entregue à Infraero, empresa pública que administra aeroportos no Brasil.

“As primeiras unidades serão im-portadas. Até o início da Copa do Mundo (junho de 2014), devemos entregar 69 caminhões Super Impact para atender os aeroportos no Brasil”, conta o gerente de logística da Ma-girus para a Alemanha, Thales Maia,

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42�����������BUSINESS

CAMINHÕES

executivo brasileiro que está na Euro-pa há 12 anos. “Os demais serão pro-duzidos em Sete Lagoas”, completa.

REFORÇO PRODUTIVOPara o CEO da Magirus, Antonio Be-nedetti, o Brasil e a América Latina representam oportunidade para a empresa. “Com uma população aci-ma dos 500 milhões de habitantes, a América Latina ainda tem estrutura muito abaixo da necessidade quando se trata de equipamentos para sal-vamento, considerando incêndios e desastres naturais. Há uma deman-da reprimida que os governos devem suprir”, comentou.

Assim como todos os caminhões de prevenção e combate a incêndio da Magirus, o Super Impact é adap-tado às exigências do cliente. No ca-so do Brasil, o modelo será do tipo caminhão-bomba (jato de água), com chassi e cabine adequados para operação em aeroportos. Com capa-cidade para 11 mil litros, 22% a mais que seu antecessor, o veículo leva até três operadores na cabine, um a mais do que a versão anterior.

O modelo que será importado para o mercado brasileiro é fabricado na nova linha de montagem da Magi-rus dentro do complexo industrial de Ulm, inaugurada no fim de setembro depois de receber aporte de � 35 mi-

lhões no último ano para a recons-trução de um galpão que abrigava a montagem do Iveco Stralis. A linha de montagem do extrapesado foi transferida para a planta da marca em Madri, na Espanha. Com capacidade para 1,8 mil unidades em dois turnos, atualmente opera em um único turno para fabricar mil veículos por ano.

O complexo atende a produção da estrutura para a montagem de cabi-nes, adaptação de chassi e fabricação das escadas giratórias e articuladas, com extensão de 24 a 60 metros. O aporte contemplou a unificação das áreas de engenharia, dando origem ao novo centro de pesquisa e desen-volvimento da Magirus, que concentra em Ulm as engenharias que funciona-vam em plantas da marca na Áustria e Itália. A equipe italiana, especializada em caminhões destinados a aeropor-tos, participou durante um ano do de-senvolvimento do Super Impact que vem para o Brasil.

A planta de Ulm é responsável pela adaptação, montagem e fornecimen-to de equipamentos necessários em operações de salvamento para veícu-

los que servem bombeiros de todo o mundo. A unidade monta os três tipos essenciais de veículos: aéreo (com escada giratória, geralmente caminhões médios), caminhões--bomba (veículos para esguichos d’água, sem escada) e de resgate (utilitários leves adaptados e ambu-lâncias). Além dos modelos Iveco (Daily, Tector, Tracker e Stralis), que respondem por 50% da produção, a Magirus tem flexibilidade para montar veículos especiais sobre plataformas de diversas marcas, à escolha dos clientes, como cavalos mecânicos Scania, Mercedes-Benz, Volvo e MAN.

Além de colocar em atividade a nova linha de produção, em 2014 a companhia dará início às ativida-des do Centro Delivery, serviço para atendimento ao cliente. Em visita à fábrica, os compradores poderão participar da concepção do veículo, desde a escolha do modelo até o tipo de equipamentos, conforme suas ne-cessidades locais, a exemplo do que a Iveco fez com representantes da Infraero, que conheceram em Ulm o conceito do Super Impact. �

MODELO SUPER IMPACT 6X6 começa a ser importado pelo Brasil ainda em 2013 até o início da produção nacional

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SALÃO DE FRANKFURT

44�����������BUSINESS

MONTADORAS SE REINVENTAM DIANTE DE CRISE FINANCEIRA E DAS TRANSFORMAÇÕES NA MOBILIDADE URBANA

MARCAS ALEMÃS, como a Mercedes-Benz, apresentaram as grandes novidades do Salão de Frankfurt

NOVAS SOLUÇÕES PARA NOVOS DESAFIOS

C rise é oportunidade. A frase clichê, presente em tantos discursos motivacionais, parece ter ganhado significado real na indústria automotiva europeia. No Salão do Automóvel de Frankfurt, o IAA, na Alemanha, que ocorreu entre 12 e 22 de setem-

bro, as fabricantes de veículos se mostraram reinventadas. Com caminhos e estratégias diferentes, todas buscavam atrair novamente o interesse dos consumidores da região, abalado pela instabilidade econômica.

A 65ª edição da mostra sustentou a tradicional grandiosidade, com mais de 230 mil metros quadrados de exposição, área cerca de 2% menor que a do evento anterior, que ocorreu em 2011 e atraiu quase 930 mil visitantes. A maior exibição automotiva do mun-do refletiu as tendências mundiais do setor dentro do perfil dos consumidores da região, sempre preocupados com segurança e impacto ambiental dos carros.

No primeiro semestre deste ano os emplacamentos de veículos de passeio no conti-nente tiveram decréscimo de 6,6% na comparação com igual intervalo de 2012, para 6,2 milhões de unidades, segundo dados da Acea, associação dos fabricantes de veículos da região. Mesmo diante do cenário desfavorável, grande parte das montadoras mantém o empenho no desenvolvimento de produtos e tecnologias para mostrar ao consumidor que os automóveis podem se adaptar às novas condições sociais e financeiras.

O clima do evento foi positivo mesmo diante do cenário incerto, mas dispensou exageros do evento anterior, quando boa parte das montadoras extrapolou nas apostas nos carros elétricos. A edição de 2013 foi “pé no chão”, com montadoras preocupadas em mostrar ino-vações, mas principalmente em indicar o papel do automóvel no novo contexto econômico.

GIOVANNA RIATO | DE FRANKFURT (ALEMANHA)

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CONHEÇA OS DESTAQUES DO EVENTO

MERCEDES-BENZEntre as novidades da marca estavam três versões do luxuoso Classe S. A primeira é o S 500 Plug-in Hybrid, capaz de rodar 100 quilômetros com apenas três litros de combustível. Outro lançamento é o S63 AMG, que prioriza o desempenho. A maior inovação, no entanto, é o Classe S Intelli-gent Drive, carro de grande autonomia testado em rota de 100 quilôme-tros sem motorista. Esse sim ainda em fase de protótipo (leia no quadro a seguir). A companhia mostrou também o utilitário esportivo GLA, que será produzido no Brasil.

BMWO destaque ficou para a família de carros i, com o elétrico hatchback i3 e o esportivo híbrido plug-in i8. “O aumento da eficiência energética dos veículos é uma evolução natural, mas isso que estamos apresentando é revolução”, ressaltou o CEO do grupo, Norbert Reithofer, durante apre-sentação dos produtos. O visual futurista, principalmente do i8, pode fazer com que o carro seja confundido com um conceito, mas os auto-móveis chegarão ao mercado, inclusive ao brasileiro.

VOLKSWAGENA Volkswagen também deu passo importante na direção do automóvel sustentável. A fabricante alemã apresentou os elétricos e-Up! e e-Golf, que, segundo a companhia, precisa de investimento de apenas 3,24 euros em carga para rodar 100 quilômetros.

AUDIA Audi prometeu manter o rit-mo acelerado de lançamentos, com 10 a 15 novidades por ano. O presidente da marca para o Brasil, o alemão Jörg Hofmann, que assumiu o cargo há apenas três semanas, confirmou que a ampliação da gama é essencial para que a empresa alcance os objetivos de crescimento. “Preci-samos de mais produtos, preços mais baixos e mais concessioná-rias”, apontou. Dentro desse pla-no está prevista a chegada do S3 no Brasil ainda no fim de 2013. Para o ano que vem, a compa-nhia adianta o lançamento de seu primeiro utilitário esportivo no Brasil, o SQ5, no início do ano, da versão conversível do A3 e do RS7 também no primeiro semestre. Na segunda metade do ano é a vez do A8 reestilizado e do S8.

PSA PEUGEOT CITROËNA marca apresentou dois carros que serão lançados no Brasil: o novo 3008 e o 2008. O primeiro chega ao mercado nacional em 2014. Já o outro modelo começa a ser ven-dido apenas em 2015, mas com produção local. Sem novidades pa-ra o mercado brasileiro, a Citroën destacou o conceito C Cactus, que antecipa as linhas futuras dos carros da gama C. O modelo é um híbrido diesel-elétrico.

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46�����������BUSINESS

SALÃO DE FRANKFURT

Entre as novidades do Salão de Frankfurt se destacaram projetos que sinalizam a chegada dos carros autônomos.

Montadoras e seus fornecedores trabalham para mostrar que os veículos capazes de rodar sem participação tão ativa do motorista estão próximos de se tornar realidade. A pri-meira vitrine disso foi o protótipo do Mercedes-Benz Classe S Intelligente Drive, exibido no evento.

A ideia é que, quando a tecnologia estiver madura, o motorista possa entrar no automóvel e fazer outras coi-sas enquanto o carro se autoguia, como checar e-mails, conversar ou ler. “Na Alemanha, as pessoas gastam, em média, 90 minutos por dia no carro. Imagine se pudésse-mos dar esses 90 minutos para que elas fizessem outras coisas”, instiga Christoph Schrader, engenheiro da Bosch envolvido no projeto do sistema de direção autônoma da companhia, que expôs um protótipo no salão.

“Todos trabalham nisso e seguem prazos semelhantes, mas cada empresa está apostando em um sistema diferen-te. O maior estímulo é a segurança”, avalia Jérome Coudre, gerente de marketing dos produtos da Delphi para a Europa. A corrida tecnológica pretende reduzir o número de mortes no trânsito, que chega a 1 milhão no mundo anualmente.

A Valeo levou ao evento o protótipo de um carro autôno-mo, fazendo demonstrações na área externa do evento. O veículo circulava e estacionava sozinho, com eventuais inter-ferências do motorista por meio de um smartphone.

A empresa fez questão de mostrar a tecnologia, apesar de reconhecer que ela ainda é instável. “Precisamos, ao menos, de mais dois anos”, reconhece Joachim Mathes, diretor de pesquisa, desenvolvimento e marketing do grupo, indicando que a novidade está sendo testada a pedido de vários clientes, como BMW, Mercedes-Benz, Kia, Ford e Audi.

CARRO AUTÔNOMO FOI APOSTA TECNOLÓGICA

HYUNDAIA Hyundai levou a nova geração do compacto i10. Desenhado para o mercado europeu, o carro ficou mais longo e largo e é equipado com motores a gasolina 1.0 e 1.25. A coreana reafirmou o otimismo com o Brasil. “Apostávamos que o HB20 teria bons volumes de vendas, mas não poderíamos imaginar que, em um segmento tão concorrido, o carro teria filas de espera de 30, 60 dias”, destaca Frank Ahrens, vice-presidente de comunicação corporativa da organização.

JAGUAR LAND ROVERA Jaguar Land Rover estreou o Discovery 2014, que agora será uma nova família de veículos. A gama da companhia irá se dividir em produtos de luxo com a linha Range Rover, com modelos como Evoque e Vogue, a gama off road e veículos que atendem aos dois propósitos, que integra-rão a família Discovery. A companhia apresentou também o Evoque com câmbio de nove marchas, que chega ao Brasil no ano que vem.

RENAULTA francesa mostrou o sexto carro-conceito de Laurens van den Acker, o Initiale Paris. A marca também anunciou que o mesmo no-me será usado nas versões premium da sua gama de veículos, assim como atualmente são chamados de R os carros de desempe-nho mais esportivo da companhia.

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Para realizar o sonho do país do futebol,o Brasil tem a força do aço Gerdau. A força da transformação.

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O aço da Gerdau tem a força da transformação.Os sonhos mudam, o aço da Gerdau se transforma. Reciclamos

milhões de toneladas de sucata para produzir aço de qualidade,

que está preparando nosso país para ser o palco de todas as torcidas.

Nas conquistas mais importantes, estamos sempre com o Brasil.

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IMPLEMENTOS RODOVIÁRIOS

AO LADO DAS FABRICANTES DE CAMINHÕES, EMPRESAS DO SETOR APROVEITARAM A FEIRA PARA APRESENTAR SEUS PRODUTOS

LUCIANA DUARTE

NOVIDADES NA FENATRAN

A Fenatran, maior feira da indústria brasileira de veículos comerciais, chegou à décima nona edição com a expectativa de atrair 57 mil visitan-

tes de 45 países entre 28 de outubro e 1º de novembro. Assim como as fabricantes de caminhões, o segmento de implementos rodoviários tinha novidades para os 100 mil metros quadrados da exposição.

O evento coincidiu com momento positivo para o setor. As vendas subiram 10% entre janeiro e setembro na com-paração com igual período do ano passado, para 131,4 mil unidades. “A projeção é manter a taxa de crescimento

de 10% este ano sobre o resultado de 2012, sustentada pelas baixas taxas de juros do Finame PSI”, prevê Alcides Braga, presidente da Anfir, Associação Nacional dos Fa-bricantes de Implementos Rodoviários.

Na avaliação do dirigente, a decisão do governo de fi-xar as taxas de juros do Finame PSI em 3% ao ano para as compras realizadas no primeiro semestre e 4% na se-gunda metade de 2013 permitiu que o mercado se pro-gramasse para ir às compras. “Como resultado estamos recuperando as perdas de 2012”, afirma. Nesse cenário, a indústria aproveitou a feira para incentivar os negócios.

RANDONA maior fabricante de reboques e semirreboques da América Latina apresentou uma série de agregados tecnológicos na Linha R, como freios ABS, novas sinaleiras, protetores laterais aparafusados e fabricados com alumínio para redução de tara, apara-barro anti-spray e novo balancim, que garantem maior produtividade e eficiência aos produtos da marca. A empresa também promove dois produtos da linha leve, a carroceria furgão para carga em geral, de duralumínio, e a carroceria graneleira.

ROSSETTIEntre as novidades da fabricante paulista estava o semirreboque Vanderleia, com capacidade de 20 a 46 metros cúbicos, para atender as plantas de mineração e construção. Outro destaque é o rodotrem graneleiro, que pode levar até 74 toneladas de peso bruto total (PBT). A empresa também aproveitou a Fenatran para mostrar pela primeira vez a caçamba meia-cana com balança embarcada. A operação do equipamento foi demonstrada com ajuda de um guindaste, que fará a transferência de carga para a caçamba.

OS LANÇAMENTOS DO SETOR

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IMPLEMENTOS RODOVIÁRIOS

FACCHINIA organização, segunda maior

fabricante de Implementos Rodoviários do Brasil, exibiu na Fenatran a linha de carrocerias, furgões, caçambas

basculantes, semirreboques, reboques, bitrens, rodotrens e carretas agrícolas.

THERMO KINGA marca norte-americana de equipamentos de refrigeração preparou para a Fenatran a série Precedent de semirreboques frigoríficos. O equipamento recebeu um compressor diretamente acoplado ao motor, minimizando as perdas na transformação de energia. O gerador, por sua vez, está acoplado por correia ao motor diesel.

LIBRELATOA grande novidade da fabricante paulista foi a Linha Horizon. Avanços tecnológicos nas estruturas dos chassis e componentes correspondentes foram introduzidos nas linhas graneleira, de carga fechada, basculantes, tanques e linha leve. A empresa informa também que foram realizadas melhorias na caixa de carga do equipamento, como vedação da tampa, suporte elevado dos engates elétrico e pneumático, além de novo design das sinaleiras e haste do para-lama com sistema de fixação modificado.

RODOFORTO destaque da companhia foi o novo rodotrem

para transportar cana picada. O conjunto é composto por um semirreboque e um reboque,

que totalizam 20 metros de comprimento e oferecem uma capacidade de 124 metros

cúbicos de carga. Segundo a empresa, foram necessários R$ 500 mil de investimentos para o

desenvolvimento do produto.

NOMAA Noma levou à exposição uma carroceria aberta totalmente feita de alumínio, que promete trazer economia de combustível e competitividade para o segmento de transporte de cargas. O projeto foi idealizado pela Associação Brasileira do Alumínio (Abal) e executado pela Noma. �

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SUPRIMENTOS

FORD PREMIA MELHORES FORNECEDORES DA AMÉRICA DO SUL

A Ford promoveu em São Pau-lo, dia 29 de agosto, o Top Supplier 2013, para premiar

os fornecedores da América do Sul que se destacaram pelo desempenho no ano passado. Para elaborar a lista dos melhores parceiros de negócio, a montadora levou em conta quesi-tos como qualidade, custo, entrega e relacionamento comercial.

A premiação ocorreu durante o encontro anual da Ford com os seus

COMPANHIA ENTREGOU TOP SUPPLIER A 13 EMPRESAS

principais fornecedores região, quan-do a companhia apresentou os resul-tados na América do Sul e promoveu o alinhamento de metas.

A décima segunda edição do Prê-mio Top Supplier teve a participação de Steven Armstrong, presidente da Ford Brasil; Sue Leone, diretora de assistência técnica ao fornecedor das América; Amit Singhi, diretor de finan-ças da América do Sul; João Pimen-tel, diretor de compras da América do

VENCEDORES DO FORD TOP SUPPLIER 2013 Interior e Acabamento Grammer do Brasil

Elétricos e mecanismos Kostal Eletromecânica Chassis Gabriel de Venezuela Body & exterior Brose do Brasil Raw material e estampados Metalúrgica Paschoal

Powertrain/PTI ZF do Brasil

Powertrain/PTC MGI Coutier Argentina

Serviço ao cliente – peças e acessórios Tenneco Automotive Brasil

Caminhões Behr do Brasil

Serviços Evik Segurança e Vigilância

Material industrial Mapal do Brasil Ferramentas de Precisão

Máquinas e equipamentos Grob do Brasil

Transportes Transportes Furlong

Sul, e outros executivos da empresa.Steven Armstrong destacou que o

Top Supplier é o prêmio mais impor-tante da Ford América do Sul para seus fornecedores de produtos e servi-ços. “Trata-se de um reconhecimento aos nossos parceiros pelo investimen-to em melhoria contínua para oferecer o máximo em qualidade e custo-bene-fício para os clientes, promovendo as melhores práticas e o desenvolvimen-to sustentável”, disse.

PREMIAÇÃO ocorreu durante o encontro anual da Ford com os principais fornecedores da região

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Receber da FORD do Brasil, o “Prêmio Top Supplier 2013” como melhor fornecedor na Categoria

Electrical é a prova do reconhecimento dos constantes investimentos em qualidade e tecnologia que a Kostal vem fazendo ao longo dos anos. O nosso comprometimento vai além de oferecer uma ampla gama de produtos, serviços e a excelência no resultado custo-benefício. Trabalhamos sempre para exceder às expectativas do cliente, aliado as melhores práticas e com o desenvolvimento sustentável.

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MONTADORAS | ESTRATÉGIA

CONCEITO DE ESCULTURA FLUIDA E OFERTA DE TECNOLOGIA PREMIUM POR PREÇO MENOR COLOCAM A MARCA COREANA ENTRE AS DEZ MAIS VENDIDAS E MAIS VALIOSAS DO MUNDO

PEDRO KUTNEY, DE SEUL E ULSAN (COREIA DO SUL)

HB20: sucesso imediato de vendas no Brasil teve design estudado por dois anos

DESIGN MARCANTE PUXA REPUTAÇÃO GLOBAL

DA HYUNDAI

Repousa nos traços expressivos de Casey Hyun parte signi-ficativa do sucesso global

Hyundai, que na última década transformou-se de marca emer-gente para uma das mais valoriza-das e vendidas do mundo. Geren-te de design criativo da empresa em Seul, capital da Coreia do Sul, Hyun foi responsável por introduzir a linguagem visual de “escultura fluida” dos carros da fabrican-te, começando em 2009 com a renovação do sedã médio Sona-ta. Ao lado do conceito “modern

premium” adotado pelo fabricante, de tornar a prosperidade tecno-lógica de seus automóveis mais acessível, a nova identidade visual catapultou as vendas da Hyundai, incluindo o Brasil com o HB20.

O salto foi de menos de 1 milhão de unidades vendidas no início dos anos 2000 para 4,4 milhões em 2012, com expectativa de passar de 4,6 milhões este ano, somando a produção de sete fábricas na Co-reia e outras nove em sete países. Esse desempenho faz a Hyundai flutuar entre a sexta e sétima posi-

ções do ranking mundial das mar-cas mais vendidas do mundo – is-so sem incluir a também coreana Kia, do mesmo grupo, na casa dos 2,5 milhões de veículos/ano.

Em 2005 a Hyundai tornou-se a primeira fabricante coreana de veículos a figurar no ranking das 100 marcas mais valiosas do mundo ela-borado pela consultoria Interbrand. Desde então, o valor da marca saltou de US$ 3,5 bilhões para US$ 9 bi-lhões este ano. De 2012 para 2013, a Hyundai subiu da 53ª para a 43ª po-sição na listagem geral, ficando em

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sétimo entre as montadoras, à frente de gigantes como Porsche e Ferrari.

As trajetórias bem-sucedidas de Hyun e da Hyundai têm similaridades que vão além do nome de ambos, parecem se confundir com o suces-so da própria Coreia do Sul, que em apenas duas décadas se transformou em nação desenvolvida, graças ao progresso educacional de seu povo. Criado na Austrália e formado em de-sign automotivo na Inglaterra, Hyun é a imagem da Coreia moderna e globalizada. No caso de Hyun, ele trouxe ar fresco aonde antes havia formas estéreis, sem personalidade. O designer iniciou carreira na Hyun-dai em 2005 e já traçou as linhas de

CASEY HYUN, gerente de design criativo da Hyundai, em Seul

A lguns consultores e executivos do setor automotivo costumam dizer com certeza inabalável que a tendên-

cia da indústria automotiva é de pulverização das opera-ções industriais entre fornecedores. Certamente eles se esqueceram de contar isso ao Grupo Hyundai. Além de comandar nada menos que 12 fornecedores diretos de autopeças e serviços, a companhia coreana também tem o controle sobre o mais básico dos insumos, o aço, que representa cerca de 60% do peso de um veículo. A side-rúrgica Hyundai Steel pertence à divisão automotiva da companhia e fornece perto de 60% das necessidades das fábricas de automóveis e caminhões da Hyundai e Kia. E a expectativa é elevar o porcentual para 70% até 2014.

“Só não entregamos mais porque não temos capaci-dade”, diz Won-Suk Cho, vice-presidente executivo sênior, responsável pelo centro de pesquisa e desenvolvimento da Hyundai Steel em Dangjin, que tem capacidade para pro-cessar 23 milhões de toneladas de aço laminado por ano,

DOMÍNIO DO AÇO

SE VOCÊS CONTINUAREM COMPRANDO

NOSSOS CARROS, COM CERTEZA VAMOS

TER DE OFERECER NOVIDADES

alguns dos mais bem vendidos car-ros da marca. O primeiro deles é o hatch médio i30, que introduziu a coreana no segmento de maior vo-lume na Europa e este ano chega à sua segunda geração, desta vez com o visual fluido.

SUCESSO DO HB20O mais recente sucesso desenhado por Casey Hyun é o hatch compacto HB20, que em apenas um ano já su-perou as 100 mil unidades vendidas. Posicionado no segmento mais com-petitivo do mercado brasileiro, o carro conquistou de maneira arrebatadora o gosto do consumidor, que formou filas de espera e colocou o modelo,

– boa parte do minério de ferro é fornecida pela Vale, do Brasil. Em 2012 o complexo forneceu 8,5 milhões de tonela-das de bobinas de aço para fábricas de veículos do grupo e placas para a Hyundai Heavy Indus-tries (navios).

“Fabricamos nosso próprio aço não só por questão de preço, que negociamos como qualquer outro fornecedor, mas porque considera-mos um insumo estratégico para controlar a qualidade dos veículos que produzimos”, afirma Cho. “É nossa arma se-creta. Com a demanda por redução de peso nos carros para aumentar a eficiência de consumo, podemos sair na frente com um controle sobre um material estratégico que nenhuma outra montadora tem”, destaca Frank Ahrens, vice-presidente global de comunicação da Hyundai.

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MONTADORAS | ESTRATÉGIA

ULSAN É EXEMPLO DE COMPETITIVIDADE Os enormes avanços de competiti-

vidade e produtividade da Hyundai podem ser conferidos no complexo in-dustrial de Ulsan, o maior do setor au-tomotivo no mundo, com capacidade para produzir 1,54 milhão de veículos por ano em cinco unidades de produ-ção completas. Cada uma tem setores independentes de estamparia, funilaria, pintura e montagem final para fazer 18 diferentes modelos de automóveis e co-merciais leves. Na imensa área de 5 mi-lhões de metros quadrados trabalham 34 mil pessoas e estão presentes uma fábrica de motores e outra de transmis-sões, além de vários dos 12 fornecedo-res de autopeças e serviços que tam-bém pertencem ao grupo.

Os gastos com logística são mínimos. Os carros saem das linhas de montagem e vão direto para o pátio do porto próprio da Hyundai, dentro do mesmo complexo de Ulsan, que recebe entre 60 e 65 navios por ano. Todos os dias, são embarcados cerca de 3 mil veículos para centenas de países. Mais de 80% da produção das cin-co fábricas é exportada.

Ulsan é o berço da Hyundai e da indús-tria automotiva coreana. As operações co-meçaram em 1967, mas só em 1976 foi lançado o primeiro carro desenvolvido na Coreia, o Hyundai Pony, que tinha design italiano e motor da japonesa Mitsubishi. Com 46 anos de existência e há apenas 30 anos disputando o competitivo mercado mundial, a Hyundai é mais jovem potên-cia automotiva do mundo. A posição foi conquistada com ajuda do governo, baixo custo de produção, globalização e, mais recentemente, com aumento do valor agregado em tecnologia e design.

desde o lançamento, na lista dos dez mais vendidos do País. Gra-ças ao raro acerto de produto, a mais nova fábrica da Hyundai no mundo, em Piracicaba (SP), já opera no limite máximo, de 150 mil veículos/ano, em três turnos.

“Os designers ficaram meses no Brasil para entender as necessi-dades do consumidor. Por isso o que surpreende não é o sucesso do HB20, mas o tamanho dele”, confirma Frank Ahrens, vice-pre-sidente de comunicação global da Hyundai. Ele admite que, a con-tinuar nesse ritmo, a fábrica brasileira poderá receber ampliações e aumentar a capacidade para 300 mil unidades/ano.

Hyun conta que conhecia pouco o País, mas quando surgiu o projeto do HB20 fez a lição de casa. A primeira visita foi em 2008, quando veio a São Paulo. Em 2009, ele mandou dois designers da Hyundai para viver um ano no Brasil e imergir na cultura local. “Falamos com muitas pessoas, não só designers de carros, mas também de moda e outros setores, para compreender do que gos-tavam os futuros clientes.”

“Há muitas coisas sobre o Brasil, mas a definição principal é de um povo livre e aberto a ideias. Sobre carros, descobrimos que a aparência esportiva é muito importante. O design tem de ser ex-pressivo, forte e dinâmico para agradar. Isso combinou com nosso conceito, mas os traços do HB20 precisaram ser ainda mais mar-cantes para compensar o gosto conservador por cores dos brasilei-ros (que preferem carros brancos, prata e pretos)”, define.

Depois de fazer tanto sucesso com o HB20 e lançar a família completa, incluindo a versão aventureira HB20X e o sedã HB20S, o que virá? Hyun não confirma em qual estágio estaria o projeto do utilitário esportivo compacto derivado da mesma plataforma do HB, mas também não nega que o design do carro esteja em an-damento. “Se vocês continuarem comprando nossos carros, com certeza vamos ter de oferecer novidades”, diz. �

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Automotive������������

SERVIÇOS | CADERNO ESPECIAL

SERVIÇOSAutomotive Business dedica as próximas 22 páginas editoriais à análise

do papel e da evolução dos serviços na indústria automobilística. O caderno especial começa com uma boa dose de tecnologia da

informação para avaliação do Big Data, que começa a despontar no Brasil como uma ferramenta poderosa em todos os campos do setor automotivo,

da programação de suprimentos e manufatura ao conhecimento do mercado, do comportamento do consumidor e do aftermarket, passando

pelo desenvolvimento tecnológico, pesquisa e inovação. Tratamos também de engenharia e projeto, testes e simulações e automação, abrindo

depois espaço para as operações logísticas, crédito, RH e treinamento, certificação, campanhas promocionais e distribuição.

BIG DATA 58CONSULTORIA 64

ENGENHARIA E PROJETO 66TESTES E SIMULAÇÕES 68

AUTOMAÇÃO 72LOGÍSTICA 74

76 FINANCEIRAS78 RH E TREINAMENTO82 CERTIFICAÇÃO84 MARKETING86 DISTRIBUIÇÃO

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SERVIÇOS | BIG DATAFO

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NA INDÚSTRIA AUTOMOTIVABIG DATA

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EDILEUZA SOARES

CARROS DO FUTURO VÃO GERAR 1 GIGABYTE DE INFORMAÇÕES POR

SEGUNDO, OBRIGANDO EMPRESAS A CAPTURAR DADOS EM TEMPO REAL PARA

TER UMA VISÃO DE 360 GRAUS DOS CLIENTES, DESENVOLVER PRODUTOS MAIS PRÓXIMOS DO DESEJO DELES E GANHAR

VELOCIDADE NOS NEGÓCIOS

Carros que podem ser progra-mados para pegar crianças na escola, transportar porta-

dores de deficiência visual e configu-rados pelos próprios motoristas para dirigir sozinhos quando estiverem cansados ou não quiserem pegar no volante numa estrada à noite. Essas são algumas das características de uma geração de carros hightechs, equipados com câmeras de vídeo, radares e sensores que estarão circu-lando pelas ruas em um futuro não muito distante. É o chamado self--driving car, veículo autônomo proje-tado pela indústria e previsto para chegar às lojas por volta de 2020.

Dotados de inteligência artificial e com uma infinidade de sistemas embarcados, esses carros informa-tizados prometem causar uma gran-de revolução na vida das pessoas e também das fabricantes, que terão de começar a se preparar desde já para lidar com o fenômeno do Big Data, ou grande volume de dados, que serão gerados por esses auto-móveis conectados. A quantidade de informações processada pelas novas tecnologias tende a mudar a forma como o setor analisa a sua cadeia de abastecimento para desenvolvi-mento, produção dos veículos e rela-

cionamento com os clientes. Desenvolvido com cérebro robóti-

co, o self-driving car transmitirá da-dos por satélites e redes de banda 3G e 4G via telemetria por meio de chips de comunicação machine to machi-ne (M2M) ou máquina a máquina. São tecnologias que integrarão os carros à Internet das Coisas, segunda grande onda da web para nascimen-to da sociedade digital, onde objetos inanimados ganharão capacidades sensoriais para ajudar a criar expe-riências de uma vida sustentável e

inteligente. Com essa sofisticação, os veículos

tendem a se transformar no futuro em uma espécie de data center, cen-tral de dados, em cima de quatro ro-das com capacidade para processar informações sobre sua manutenção, interagir com o motorista e prestar uma série de serviços.

As estimativas dos especialistas são de que o carro autônomo vai processar 1GB (gigabyte) de infor-mações por segundo, podendo se comunicar com sistemas internos e externos e até com outros carros por redes Wi-Fi para ajudar a controlar o tráfego e prevenir acidentes.

Um protótipo real de como será o carro autônomo é o Toyota Prius, baseado na tecnologia Google de self-driving car, que chama atenção quando é visto fazendo manobras so-zinho pelas ruas de San Francisco e cidades do Estado de Nevada, nos Es-tados Unidos. Com base nos testes, a empresa de internet planeja criar táxis que dispensam motoristas. Um dos principais objetivos da empresa é reduzir ocorrências de trânsito, uma vez que o piloto automático tem uma visão de 360 graus das ruas, não dor-

A NISSAN desenvolve tecnologias de carros autônomos no Japão

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AÇÃO

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SERVIÇOS | BIG DATA

me, identifica obstáculos e pessoas, evitando atropelamentos e colisões.

LABORATÓRIOS Na trilha do Google, engenheiros automotivos e gênios da tecnologia disputam corrida silenciosa projetan-do robôs e sistemas inteligentes para carros futuristas em laboratórios de universidades de Stanford, Oxford, Massachusetts Institute of Technology (MIT), Carnegie Mellon e outras.

Montadoras como GM, Nissan, Toyota, Mercedes-Benz, BMW, Audi, Ford, Tesla e Volvo trabalham para equipar o carro autônomo em par-cerias com empresas de tecnologia. Além do Google, Apple, Nokia, Mi-crosoft, Intel e Cisco são algumas das envolvidas no desenvolvimento de soluções.

O consenso da indústria é que a condução autônoma esteja disponível em 2020, começando pelos semiau-tomáticos. Em aproximadamente cin-co anos, o setor acredita ser possível eliminar obstáculos para dissemina-ção do self-driving car. Além dos as-pectos tecnológicos, o novo carro vai exigir pavimentação de novas estra-das com infraestrutura de comunica-ção, criação de padrões abertos para que os sistemas se falem e legislações sobre questões de privacidade.

Os analistas de mercado destacam também a necessidade da definição de políticas para serviços públicos pa-ra que os carros autônomos possam se conectar às cidades inteligentes que farão parte da sociedade digital. Entre esses serviços estão as novas redes de energia elétrica, chamadas de smart grid, que vão interagir com os veículos elétricos, bem como os estacionamentos inteligentes, que permitirão que os motoristas façam reserva de vaga e pagamento on-line.

ESTRADA DE DADOS Toda a tecnologia inteligente que está

sendo projetada para equipar o carro do futuro vai exigir estratégias da in-dústria automotiva para gerenciar o Big Data, grande volume de dados que será gerado em tempo real.

Relatórios da IBM calculam que o mundo produz por dia em torno de 15 petabytes de dados. Para efeito de comparação, um petabyte equivale a cerca de 115 mil horas de vídeo em alta definição. Do volume total de informações criadas, apenas 15% é estruturado ou organizado, arma-zenado em sistemas corporativos. Os outros 85% restantes são dados não estruturados, que podem estar dentro e fora da companhia em dife-rentes formatos como vídeo, texto e áudio como e-mails, conteúdos mul-timídia postados nas redes sociais.

O conceito que o Big Data prega é caracterizado pelo enorme volume, variedade, velocidade e veracidade dos dados gerados por uma imensidão de fontes de informação. No caso da in-dústria automotiva, incluirá dados dos sensores do veículo, reclamações de garantia e feedback de clientes.

Para sustentar o crescimento do setor, líderes em toda a indústria auto-motiva estão priorizando investimen-tos que permitam rapidamente lançar

carros cada vez mais sustentáveis, capitalizar oportunidades de serviços para veículos inteligentes e otimizar o supply chain, constata Ana Clau-dia Oliveira, gerente de vendas para a América Latina da Pivotal, do gru-po EMC, fornecedora de ferramentas analíticas. Ela destaca que o novo ce-nário transformará o setor no segun-do maior gerador de dados no mer-cado mundial. Pesquisas da Forrester, apontam que em 2015 as montado-ras vão perder nesse quesito somente

para o segmento aeroespacial. “O Big Data é uma grande

oportunidade para a indústria au-tomotiva. Os dados digitais podem se transformar em um tesouro nas mãos das montadoras”, afirma Sér-gio Savane, diretor de engenharia e desenvolvimento de sistemas na T--Systems Brasil e que também é di-retor do comitê de TI do SAE Brasil.

Ao se apoiar em ferramentas analí-ticas, Savane acredita ser possível ter uma visão de 360 graus do cliente, avaliar seu comportamento em tempo real e alimentar toda a cadeia automo-tiva com informações precisas sobre o que agrada mais aos consumidores.

Há poucas iniciativas no setor au-tomotivo no mercado brasileiro, se-gundo avaliação de fornecedores de tecnologias analíticas para tratamen-to de grandes volumes de dados. “A adoção de Big Data aqui ainda é in-cipiente, mas na Europa as compa-nhias já se apoiam em ferramentas analíticas para coletar dados relevan-tes ao negócio no pós-venda, para monitorar garantia de produtos e na área de desenvolvimento”, constata.

A Mercedes-Benz investiu na Euro-pa em projeto de Big Data no pós--venda, para monitorar produtos e saber que peças quebram com mais frequência. A montadora pode cruzar essas informações com dados histó-ricos e também com o que os clien-tes estão falando nas redes sociais.

SÉRGIO SAVANE, diretor de engenharia e desenvolvimento de sistemas na T-Systems Brasil

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Ao perceber quebras de uma peça na mesma semana, a montadora po-de agir rapidamente, informando ao fornecedor e chamando consumido-res para substituição, melhorando o relacionamento com o cliente.

Segundo o executivo da T-Sys-tems, esse tipo de informação, que levava dois a três meses para ser le-vantado, pode ser coletado em tem-po real com estratégias de Big Data. “A indústria deixa de se apoiar ape-nas em bases de dados do passado e sai do papel de reativa para ser mais proativa”, avalia Savane.

A Ford também vem adotando es-tratégias de Big Data para analisar a montagem dos carros da marca antes de serem projetados. A companhia está cruzando informações sobre es-toques na concessionária com o de-sempenho do motor para tomar de-cisões mais rapidamente e melhorar a experiência do consumidor.

Como exemplo da necessidade de avaliar, modelar informações e fazer análises preditivas, a Ford menciona a sua linha Energi plug-in de veículos híbridos que gera 25 GB de dados por hora, processados e devolvidos aos motoristas por meio de um apli-cativo móvel, embarcado nos carros. As informações são sobre a vida da bateria, as estações de carregamento mais próximas e outros dados sobre o desempenho do automóvel.

“Big Data é um desafio para a in-dústria automotiva, que tem muitos silos de dados e algumas áreas não trocam informações”, avalia André Felipe, diretor de marketing da Sie-mens PLM Software América Latina. Ele observa que hoje as montadoras trabalham com cinco (ERP, BI, CRM, supply chain e PLM) grandes siste-mas separados, cada um suportando uma área de negócios. O primeiro passo, segundo ele, é organizar es-sas bases de dados e trazer informa-ções externas para cruzar com as

internas, buscando correlações. “Os dados têm de ser entregues dentro de um contexto”, recomenda.

Uma montadora do Brasil já está testando a plataforma de Big Data Hana da SAP, tecnologia com arma-zenamento de dados na memória do banco de dados. Sem revelar o no-me da empresa, Daniel Bio, gerente de desenvolvimento de negócios da SAP Brasil, relata que a ferramenta está apoiando a coleta de informa-ções em tempo real da lista de itens críticos para a montagem dos produ-tos no prazo de 12 horas.

Bio explica que essa listagem era rodada à noite para início da pro-dução às 6 da manhã. O processo, segundo ele, levava quatro horas e hoje é feito em 15 minutos. “Há ga-nhos de tempo e redução de esto-que”, avalia o executivo da SAP, que vê benefícios do Big Data em várias áreas no setor automotivo. Um deles é na captura de dados dos carros co-nectados por telemetria (M2M) para prestar serviços ao motorista.

MODELOS DE NEGÓCIOS“A indústria automotiva vai usar Big

Data em todo o ciclo de vida do ve-ículo”, prevê Cezar Taurion, gerente de novas tecnologias da IBM Brasil. Ele menciona os projetos em plata-formas globais que exigem muita co-laboração para simulações de novos produtos e que geram uma múltiplos dados, que precisam ser tratados, cruzados e analisados para acelerar os processos.

Hoje a seguradora faz apólices de seguro com base num perfil que nem sempre reflete o comportamento do motorista. Com o carro conectado, Taurion afirma que a montadora te-rá como saber se ele é cuidadoso no trânsito e também como está fazen-do manutenção de seu carro.

“A indústria pode dizer que tem es-ses dados. São informações valiosas para a seguradora, que tem interesse em reduzir os riscos dos seguros pa-ra oferecer preços menores e atrair clientes que hoje não contratam se-guros”, acredita o executivo da IBM.

Os postos de gasolina também po-dem se interessar por esses dados. A montadora, ao saber que o moto-rista circula com pouco combustível, pode indicar o posto mais próximo

O CONSUMIDOR E OS CARROS CONECTADOSO carro autônomo tem aprovação do consumidor, segundo estudo da Cis-

co, fabricante de tecnologias de rede, que avaliou a experiência e con-fiança em veículos automatizados ou não pilotados. A pesquisa envolveu mais de 1,5 mil usuários de carros em dez países: Alemanha, Brasil, Canadá, China, Estados Unidos, França, Índia, Japão, Reino Unido e Rússia.

Mais da metade dos entrevistados, ou 57%, afirmou que andariam em um carro totalmente controlado por tecnologia que dispensa um motorista humano. Os consumidores mais confiantes são os brasileiros: 96% aprovaram o carro au-tônomo. Esse índice na Índia ficou em 86% e na China em 70%.

Entre os entrevistados, 52% disseram que gostariam de controlar o preço do combustível a partir de um veículo. O estudo mostrou também que 35% gostariam de saber por meio de seu carro a disponibilidade de assistência automotiva em estradas e 32% querem monitorar informações de recall.

Em troca disso, 74% permitiriam o acompanhamento de seus hábitos de direção a fim de economizar em seguro, manutenção ou custos de serviços.

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SERVIÇOS | BIG DATA

e sugerir um desconto, em caso de parcerias com determinada rede.

Para Taurion, os modelos de negó-cios vão mudar como o carro conec-tado. As montadoras vão saber como seus clientes estão dirigindo e podem propor uma série de serviços. No ca-so do carro elétrico, haverá a possi-bilidade de informar aos motoristas as promoções para carregamento de eletricidade, caso o veículo esteja co-nectado com sistemas de smart grid, redes inteligentes de energia.

Exemplo disso já ocorre em Portugal, relata Daniel Costa, con-sultor na área de indústria da Tera-data, mencionando o acordo entre a Nissan e o governo. O país foi o pri-meiro a adotar uma política pública para o carro elétrico, com criação de uma rede nacional de carregamento. Os motoristas são avisados sobre os melhores horários e as promoções, cujas informações passam por ferra-mentas analíticas de Big Data.

MANUTENÇÃO EFICIENTE Uma das grandes revoluções dos car-ros conectados é que as montadoras passarão a ter nas mãos dados do comportamento dos motoristas e da manutenção dos carros, podendo me-lhorar a qualidade da garantia e reduzir as falhas que obrigam a fazer recall.

Ana Claudia Oliveira, gerente de vendas para a América Latina da Pi-votal, do grupo EMC, aponta que atualmente a montadora sabe sobre a manutenção dos carros pelas infor-mações que são coletadas durante as revisões. Com estratégias de Big Data, esses dados poderão ser captu-rados pelo setor enquanto os veículos rodarem pelas ruas, por intermédio dos GPS, desde que sejam resolvidas as questões de privacidade.

A grande vantagem dessa mudan-ça, segundo a executiva, é que as manutenções estabelecidas hoje pe-la quilometragem rodada tendem a

ser determinadas com base no com-portamento do motorista, reduzindo custos de estoque e logística. As em-presas podem ainda descobrir por meio da avaliação das informações sobre tipos de peça que se adaptam aos mercados, como pneus que não são indicados para o clima do Brasil.

Esse tipo de dados pode munir a equipe de desenvolvimento para re-duzir o número de recalls, acredita Renata Sollero, gerente de território para o Brasil da Stratasys, que for-nece impressoras 3D para o setor. Segundo ela, hoje um dos maiores esforços da indústria é para reduzir erros nos projetos de peças antes da fabricação. A constatação antes aju-daria a diminuir os recalls.

REDES SOCIAIS O monitoramento de dados dos motoristas pelas redes sociais é um instrumento valioso para a indústria automotiva, considera Renata. Essas mídias possibilitam saber a percep-ção sobre lançamentos, falhas em carros e medir o desejo dos clientes.

Glauci Toniato, gerente de marke-ting de produto automóveis da Mer-cedes-Benz do Brasil, reconhece a importância do monitoramento dos

dados de redes sociais. “Temos uma equipe no Brasil olhando atentamen-te o que nossos admiradores estão falando”, comenta.

“Compilamos esses dados, sepa-ramos o que é feedback de produtos e mapeamos as informações”, diz, explicando que esse ativo é muito importante para tomada de decisão das áreas de produtos, marketing e comunicação.

O Big Data também é um desafio na Fiat. “Todos os dias lidamos com informações de centenas de fontes distintas. As fontes variam entre re-des sociais, portais e sites de notícia, fóruns sobre carros, blogs de inte-resse, listas de discussão públicas, serviços especializados, etc.”, diz Pa-trícia Pessoa, gerente de marketing de relacionamento e rede sociais da Fiat. “Temos um conjunto de softwa-res e analistas que trabalham nesta inteligência na análise dos dados, com foco na vantagem competitiva do mercado”, acrescenta a executiva.

Para Luis Pierri, diretor-geral da RTT Brasil, empresa de software para visualização em 3D, as redes sociais são uma ferramenta importante no esforço da indústria para personali-zação dos carros. Elas podem usar estratégias de Big Data para cruzar informações de seus clientes nessas mídias e conhecer suas preferências.

O grande benefício da configu-ração on-line de customizados, se-gundo Pierri, é uma produção mais sustentável e com uso de acessórios de acordo com a necessidade do cliente. “Os carros teriam o que eles precisam, de acordo com seu gos-tos”, diz o executivo, que avalia que esse modelo reduz custos e pode reduzir o valor dos veículos. Compa-nhias como BMW, Audi e Ferrari já estão usando inteligência de dados na personalização de carros para seus compradores, segundo o dire-tor da RTT.��

GLAUCI TONIATO, gerente de marketing de produto automóveis da Mercedes-Benz do Brasil

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SERVIÇOS | CONSULTORIA

GIOVANNA RIATO

EMPRESAS FORNECEM BASE PARA AS MONTADORAS TRAÇAREM ESTRATÉGIA NO MERCADO BRASILEIRO

INFORMAÇÃO PARA ACOMPANHAR MUDANÇAS

A explosão de crescimento do mercado brasileiro nos últimos anos atraiu importante partici-

pante da indústria automotiva nacio-nal: as consultorias. Essas empresas passaram a ter papel essencial para que as montadoras e grandes fabri-cantes de autopeças desenhem estra-tégias visando à operação local. Com mercado atrativo, recheado por regis-tros de vendas e de produção robus-tos, e a chegada constante de novas marcas concorrentes ao País, as em-presas buscam informações confiá-veis e isentas. Carlos Reis, sócio sê-nior da Carcon Automotive, explica

que é muito difícil uma empresa de-senvolver uma análise sozinha, por-que os concorrentes não abrem infor-mações. Ele acredita que a necessida-de das empresas por assessoria vem crescendo.

A Roland Berger abriu a filial no Brasil em 1976, com foco no setor automotivo e de energia. “O merca-do está muito mais maduro agora. As empresas sabem o que uma consul-toria pode oferecer”, conta o sócio--diretor Stephan Keese. Na gama de serviços da empresa está o desenho de estratégias visando à redução nos custos de produção. A fabricação lo-

cal de carros globais pode aumentar a demanda por esses serviços.

Keese acredita que o Inovar-Auto não terá efeito expressivo sobre a pro-dutividade e a qualidade das fábricas brasileiras. “O grande impacto será o aumento do conteúdo local dos veí-culos”, avalia.

Já a PricewaterhouseCoopers (PwC), tem registrado aumento nos negócios em decorrência do novo re-gime automotivo. Além de traçar pro-jeções de vendas de cada marca e modelo, a empresa oferece consul-toria para a área tributária. O serviço tem grande utilidade para que as em-presas consigam atender as exigên-cias do complexo Decreto 7.819, que regulamenta o Inovar-Auto.

“Outra oportunidade está na audito-ria das montadoras para checar se elas cumpriram as exigências da política in-dustrial”, lembra Marcelo Cioffi, sócio--diretor da PwC. Segundo ele, pelas regras do regime automotivo, as pró-prias montadoras deverão arcar com os custos desses serviços, contratando organizações independentes.

Cioffi revela que a PwC registrou crescimento importante oferecen-do consultoria estratégica a empresas que pretendem ingressar mercado na-cional. “Hoje é essa área que chama a atenção no Brasil. As empresas que-rem informações sobre as condições locais para confirmar a viabilidade de instalar operação local”, conta. �

A Prime Action tem foco nos ca-nais de distribuição e ajuda as

marcas a formar, gerenciar e desen-volver a rede de concessionárias. Carlos Campos, diretor da empre-sa, percebe grande aumento da de-manda de serviços. “Novas marcas buscam desenhar e estruturar suas redes, enquanto as tradicionais de-senvolvem programas de expansão e aumento de eficiência e de padroni-zação de processos e atendimento”, conta. Segundo ele, nesse segmento o grande desafio é profissionalizar a rede de distribuição e garantir renta-bilidade aos concessionários.

DESAFIO NAS REDES DE DISTRIBUIÇÃO

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SERVIÇOS | ENGENHARIA E PROJETOS

LUCIA CAMARGO NUNES

EMPRESAS PRECISARÃO BUSCAR SOLUÇÕES PARA DRIBLAR AUMENTO DOS CUSTOS

OS DESAFIOS DO INOVAR-AUTO

Enquanto o mercado acompa-nha os desdobramentos que estão por chegar com os de-

senvolvimentos e inovações estimu-lados pelo Inovar-Auto, fornecedo-res e prestadores de serviços, espe-cialmente no campo de engenha-ria e projetos, observam com cau-tela os cenários. “Com exceção dos grandes sistemistas, a típica indústria nacional não se beneficia do progra-ma para peças locais”, avalia o enge-nheiro Francisco Satkunas, diretor da SAE Brasil.

Como medidas para a área de pes-quisa e desenvolvimento (P&D), o se-

tor aponta que a política deveria for-mular medidas de incentivo para a etapa básica, passando pela pesqui-sa aplicada e a seguir pelo desenvol-vimento experimental, com a constru-ção de protótipos. Além disso, há ne-cessidade de construir peças e ferra-mentais, buscar serviços de apoio téc-nico, desenvolver novos dispositivos de segurança ativa e passiva. “É pre-ciso fazer pesquisa no País”, enfatiza Satkunas. “Aqui no Brasil não temos túnel de vento, por exemplo”, ressalta.

Pelo Inovar-Auto, as áreas de P&D e engenharia poderão gerar incen-tivos que correspondem a até 2%

da receita líquida das empresas. No caso da engenharia, a política indus-trial do governo busca estimular de-senvolvimentos, o que inclui inova-ção, concepção e melhorias; tecno-logia industrial básica, que abrange automação e linhas de transferência; e prevê ainda a construção de labo-ratórios, desenvolvimento de ferra-mentais e moldes e capacitação de fornecedores.

Luca Di Crescenzo, diretor de desenvolvimento de novos negó-cios da LD Engineering (Line-De-sign), com matriz na Itália, avalia como positiva a política industrial, mas acha que ela precisa ir além. “É necessário dar incentivo a em-presas que aprimoram serviços de engenharia e soluções integradas. Hoje os benefícios vão apenas para as montadoras.” Para o executivo, é importante abranger pequenas e médias empresas da cadeia produ-tiva. A LD tem como uma das espe-cialidades a criação do ferramental necessário para a produção de com-ponentes, por isso busca soluções locais. “Tentamos ao máximo traba-lhar com empresas daqui”, afirma.

Satkunas, da SAE, espera que a indústria privilegie universidades nesse processo. “Seria interessan-te porque desenvolveria a base da infraestrutura.” Em recente simpó-sio da entidade sobre powertrain, o diretor do laboratório de engenha-

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LATIN AMERICA TECH CENTER, no Rio de Janeiro, é um dos quatro centros de desenvolvimento globais da PSA Peugeot Citroën

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NOSSO OBJETIVO

É DESENVOLVER

TECNOLOGIAS

PRÓPRIAS,

ALINHADAS AO

PODER DE COMPRA

DO CLIENTE

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PSA: POTENCIAL PARA ATRAIR TECNOLOGIAS

Para François Sigot, diretor de pesqui-sa, desenvolvimento e design da PSA

Peugeot Citroën, o Brasil tem grande po-tencial para o desenvolvimento de novas tecnologias. Tanto que foi escolhido, antes mesmo do Inovar-Auto, para ter um dos quatro centros de pesquisas da companhia no mundo, o Latin America Tech Center. “Estamos estudando novas oportunidades de trabalho para aumentar o investimento em P&D, inovação e engenharia aplicada. Muitas delas estão sendo analisadas em parceria com nossos fornecedores. Também multiplica-mos pesquisas com instituições e empresas conceituadas no Brasil, como USP, PUC/RJ, Fapesp e Petrobras.”

Sigot avalia que o resultado final será positivo, porém o caminho será difícil. “A velocidade da evolução previs-

ta é tão forte que obrigará montadoras e fornecedores a investir massivamente em novas gerações de produtos, moto-res, transmissões e outras tecnologias no Brasil. Só que o governo incentiva 50% da parte humana (P&D e engenheira bruta), mas não a parte de investimentos indus-triais, que é a maior. Assim, o custo deve-rá aumentar para as empresas”, afirma o diretor da PSA.

Entre as iniciativas da companhia, o diretor da PSA Peugeot Citroën enume-

ra que as equipes nacionais de P&D são reconhecidas globalmente nas áreas de biocombustíveis e materiais verdes. “No campo dos motores, trabalhamos forte para desenvolver propulsores menores e mais eficientes com a tecnologia brasileira do flexfuel.”

ria veicular da PUC-RJ, Sérgio Bra-ga, defendeu a aproximação da aca-demia com a indústria para o fomen-to do desenvolvimento tecnológico no Brasil. “Temos muitos alunos que estão na indústria e sentem a neces-sidade de se capacitar mais na pes-quisa básica. Por outro lado, algu-mas empresas já utilizam a formação como um critério de ascensão.”

SOLUÇÕESOs incentivos do Inovar-Auto im-põem uma série de contrapartidas à indústria. “Um sistema como o start--stop leva anos para validar, interfe-rindo em itens como bateria, sistema do ar-condicionado, lubrificação en-quanto o carro está desligado, pres-são com transmissão automática. A engenharia tem solução, mas é pre-ciso reduzir custos”, explica o enge-nheiro da SAE Brasil.

Claudio Demaria, diretor de de-senvolvimento de produto e design da Fiat Automóveis, considera que o novo regime automotivo exige mui-

tas respostas das montadoras. “De-pendemos de uma série de fatores e não há uma solução única. Essa evo-lução deve obedecer particularidades e oportunidades de cada segmento, cada modelo de carro, e nosso ob-jetivo é desenvolver tecnologias pró-prias, alinhadas ao poder de com-

pra do cliente.” Ele cita o exemplo do Uno Economy que, para ser 15% mais econômico em relação às outras ver-sões, passou por alterações na cali-bração de motor, mudança nas re-lações de marchas, modificações de geometria de suspensões e pneus de baixo atrito ao rolamento. �

CLAUDIO DEMARIA, diretor de desenvolvimento de produto e

design da Fiat Automóveis

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68 • AutomotiveBUSINESS

SERVIÇOS | TESTES E SIMULAÇÕES

LUCIA CAMARGO NUNES

SEGMENTO SENTE RETRAÇÃO DO MERCADO E APOSTA EM MELHORA PARA 2014

EM COMPASSO DE ESPERA

Empresas e institutos fornece-dores de serviços de testes e simulações ainda não sentiram

os impactos do Inovar-Auto, embora mantenham boas expectativas sobre os efeitos do programa. Os profissio-nais do setor entendem que o cres-cimento das vendas de veículos no Brasil e o incentivo à produção local, em virtude do novo regime automoti-vo, devem estimular o segmento.

“O mercado automotivo está cada vez mais competitivo, com número crescente de marcas. As montadoras investem mais em qualidade. Pela própria legislação, na iminência de termos apenas carros com ABS e airbags, as engenharias serão força-das a se capacitar e contratar mais serviços de testes e simulações para desenvolver e homologar produtos”, afirma João Franco, coordenador da

comissão técnica de dinâmica veicu-lar da SAE Brasil.

Para ele, o Inovar-Auto vai puxar o desenvolvimento de engenharia de várias áreas e será preciso testar veí-culos e componentes, em processos caros e demorados. “Com o mer-cado mais competitivo e a pressão para reduzir o prazo de lançamento dos novos produtos, as ferramentas de testes e simulações representam soluções poderosas”, aponta.

Nesse cenário, a terceirização surge como alternativa para que as fabricantes de veículos atendam a tantas exigências do novo cenário. “Antigamente, uma montadora fazia a mola de suspensão. Hoje, ela en-trega isso ao fornecedor, que conduz o projeto. A peça é desenvolvida no computador, são feitos cálculos es-truturais por simulações, um protó-tipo é testado em laboratório, depois no veículo e na pista. Só depois disso tudo o componente chega à monta-dora”, conta Franco.

O coordenador da SAE acredita que o mercado de testes e simu-lações só não é maior por falta de incentivo. “Não há centros inde-pendentes de crash test. Não existe exigência do consumidor nem legis-lação. Então para que um esforço?”, questiona, indicando que as fabri-cantes de veículos não vão investir nessa área se não for indispensável.

O Instituto Mauá de Tecnologia também aponta barreiras semelhan-tes no mercado nacional. “Temos a proposta para erguer um centro de

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ROMIO, dO INStItUtO MAUá – Brasil precisa de um centro independente de testes de segurança

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INStItUtO MAUá percebeu queda na demanda por simulação no segundo semestre

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SERVIÇOS | TESTES E SIMULAÇÕES

NCAP TRAZ REFERÊNCIA EM TESTES DE IMPACTO

O Latin NCAP é atualmente a única referência em testes de impacto na América Latina. Seus resultados negativos para alguns modelos cau-

sam polêmica. “A maioria das montadoras não tem mostrado reação em melhorar carros que têm vendas massivas no Brasil. Há empresas que ob-servam de perto a Latin NCAP, caso da Toyota com o Etios. Esperamos que os próximos modelos recebam aprimoramentos em segurança”, comenta o engenheiro Alejandro Furas, responsável pelos testes da organização.

A entidade faz os crash tests com as versões mais básicas de cada mo-delo e ressalta que a simples inclusão de airbags não é capaz de tornar o desempenho bom. “O habitáculo é o que observamos para definir se a estrutura do carro é estável. A parte frontal é a que absorve mais energia no choque para poupar os passageiros. Essa parte sempre se deforma em maior medida”, afirma Furas.

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TESTES DO LATIN NCAP indicam falta de segurança nos

carros vendidos na América Latina

segurança veicular independente. As montadoras possuem centros parciais e, para desenvolver novos carros, os enviam ao exterior para os testes. Podemos implantar ainda um laboratório de segurança viária. Se a equação financeira estiver resolvida, estimamos estar em funcionamento, certificados para testes, no primeiro semestre de 2016”, afirma Renato Romio, chefe da divisão de motores e veículos do centro de pesquisas do instituto. “Isso é importante para o Brasil no cenário mundial. O inves-timento privado é inviável, então te-mos de sensibilizar governo e mon-tadoras.” Ele explica que o projeto, contando com oito meses de opera-ção inicial, exigirá aportes da ordem de R$ 190 milhões.

Romio lembra também que não há centros de crash tests disponíveis no Brasil. “Segurança veicular é difícil de compartilhar com as montadoras. Elas não enxergam em conjunto. O investimento em comum traria van-tagem competitiva ao País, incenti-vando até o desenvolvimento local de projetos globais.”

DESAQUECIMENTOO ano, para os engenheiros do Institu-to Mauá, caminha devagar, à espera de programas de ensaios e testes no Brasil. “Houve uma retração nesse segundo semestre. Há novos projetos, mas não há demanda por simulação. Pesquisa-mos agora as demandas para 2014”, afirma Fábio Bordin, superintendente de planejamento e desenvolvimento.

A contração do mercado tam-bém foi percebida por Sergio Ina-cio Ferreira, engenheiro do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT). A entidade tem recebido muitas con-sultas motivadas pelo Inovar-Auto, mas, enquanto novos negócios não se concretizam, prepara-se para uma possível demanda futura. “Estamos aumentando o laboratório, com 22 atuadores hidráulicos que simulam deslocamento de carga no veículo, teste de fadiga e vibração em com-ponentes.”

Sadao Hayashi, diretor da NHT Engenharia, especialista em ensaios automotivos, expõe sua percepção de que as montadoras estão man-dando serviços de testes e simula-ções para suas matrizes e que, por seu alto poder financeiro, passem a realizá-los por conta própria. Ele atri-bui a defasagem tecnológica do se-tor à falta de investimento na cadeia de suprimentos, especialmente nos elos mais distantes, como os Tiers 2, 3 e 4. A NHT teve conversas recentes com fabricantes chineses, mas apon-ta que a demanda está fraca.

A VirtualCAE é favorável às iniciati-vas do Inovar-Auto, que deve motivar ações de testes e simulações. “Mas estamos à espera de mais informa-ções sobre o programa”, revela Le-andro Garbin, diretor comercial da empresa, que tem como especiali-dade a redução de massa de peças automotivas.

Ele observa tendência de mais incentivo e independência no ciclo de desenvolvimento de produtos, enquanto as montadoras necessita-rão melhorar o conhecimento sobre dinâmica veicular, análise de durabi-lidade, otimização estrutural e segu-rança. “O objetivo final são projetos cada vez mais robustos, mais segu-ros, com menos peso de componen-tes, melhor desempenho e eficiência energética”, conclui. �

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SERVIÇOS | AUTOMAÇÃO

ALEXANDRE AKASHI

FORNECEDORES APRESENTAM NOVIDADES QUE PROMETEM AUMENTO DA PRODUTIVIDADE

EM BUSCA DE NOVOS CLIENTES

O setor de automação indus-trial está animado com a expectativa de significativo

aumento nos investimentos na indús-tria automobilística até 2017. Se há um ano as projeções de aportes das montadoras no País eram da ordem de R$ 60 bilhões, hoje o montante previsto passa de R$ 73,1 bilhões, como efeito da instalação de novas fábricas no País, ampliação das já existentes, desenvolvimento de novos produtos e aplicações em pesquisa, desenvolvimento e engenharia para atender as metas do Inovar-Auto.

Para a Cognex, a chegada de fa-bricantes de veículos traz perspectiva de novos desafios e oportunidades de aprimoramento dos processos fabris. “Muitas das montadoras trarão aplica-

ções que já funcionam nos seus paí-ses de origem e as replicarão nas no-vas linhas”, afirma Domingos Antonio Mancinelli Junior, gerente de vendas distrital da empresa. Entre as solu-ções específicas para a indústria au-tomotiva, a Cognex oferece uma linha de equipamentos 3D para análises em situações de pouco ou nenhum contraste e que exigem alta precisão.

Outro fornecedor que pretende aproveitar as novas oportunidades de fornecimento é a Kuka, que apre-sentou pela primeira vez no Brasil, durante a mostra de engenharia do Congresso SAE Brasil 2013, um novo robô capaz de realizar operações de solda a ponto, manipulação, paletiza-ção, embalagem, revestimento, mon-tagem, medição e inspeção. A empre-

sa afirma que o equipamento oferece ganho de produtividade por causa de um pacote tecnológico exclusivo.

A Robtec aposta em novos digitali-zadores ópticos produzidos pela ale-mã GOM. Um deles, específico para extrair medidas em 3D de peças de pequeno e médio portes, possui uma estereocâmera. Já o ScanBox, célula de medição óptica automatizada, pro-mete operação rápida, com flexibilida-de de utilização.

“A automação é um caminho sem volta, pois representa aumento de produtividade, redução de retrabalho e de refugos, melhoria da qualida-de geral dos produtos e diminuição de custos”, avalia Mancinelli. “Pen-so que, cada vez mais, as linhas de grandes indústrias irão se modernizar por meio da automação. Por conse-quência, seus fornecedores também terão de seguir o mesmo caminho para garantir índices elevados de de-sempenho e qualidade.”

Outra tendência do setor é a ras-treabilidade, que, na opinião do exe-cutivo da Cognex, deixou de ser uma expectativa para o futuro, tornou-se realidade e passa a ser utilizada cada vez mais e melhor. Ele destaca que os sistemas de visão aliados aos robôs têm uso cada vez mais difundido em verificações de operações de usina-gem, inspeções de montagem e che-cagem da qualidade de aplicação de cordões de solda. �

EMPRESAS DO SEGMENTO apostam no aumento da automação como tendência para a indústria local

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SERVIÇOS | LOGÍSTICA

ALEXANDRE AKASHI

INOVAR-AUTO ALAVANCA OS NEGÓCIOS DOS OPERADORES LOGÍSTICOS, QUE APOSTAM EM CRESCIMENTO DE DOIS DÍGITOS PARA 2014

PROMESSAS DE MERCADO

Um dos elementos-chave em qualquer operação industrial é a logística. Afinal, tempo é

dinheiro e, quanto mais rápido o pro-duto for manufaturado, melhor. No segmento automotivo, os operado-res logísticos estão dentro e fora das empresas. Muitas vezes mais de uma operadora atende um único cliente.

A atividade demanda trabalho com-plexo, que exige investimentos em tec-nologia e constante aperfeiçoamento. “Os clientes demandam soluções inovadoras a cada ano, que possam gerar vantagens competitivas, tanto em relação aos processos quanto em relação às operações” afirma Gennaro Oddone, diretor-presidente da Tegma.

As montadoras de automóveis ins-taladas no Brasil foram obrigadas a tomar algumas medidas diante do aumento da competição global, como ampliação das fábricas, modernização e diversificação do portfólio existente e programas de diminuição de custos. Isso, segundo Paulo Roberto Guedes, presidente da Veloce Logística, causou reflexos no setor de logística.

“À medida que realizavam produ-ções cada vez mais complexas e au-mentavam a abrangência geográfica de suas atuações, as montadoras exigiam operações logísticas com-patíveis e que proporcionassem efi-ciência, qualidade, baixo custo e sus-tentabilidade. Consequentemente, a

mesma postura foi absorvida pelos operadores logísticos que trabalham no setor”, afirma Guedes.

Assim, para que suas atividades atendessem os objetivos da indústria automotiva, os operadores logísticos foram obrigados, segundo o executi-vo, a estabelecer uma pauta de ativi-dades diversificada, além de incluir o respeito ao meio ambiente entre suas preocupações.

SOLUÇÕESPara atender as necessidades dos clientes, as empresas lançam mão de diversas estratégias. Oddone, da Tegma, comenta que a empresa se esforça para ficar próxima do cliente.

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CRESCIMENTO DE DOIS DÍGITOS EM 2014

Como parceiros estratégicos da indústria, os opera-dores logísticos estão ansiosos pelo Inovar-Auto.

Para essas empresas, o programa do governo pode-rá incrementar os negócios. Embora o baixo índice de crescimento do PIB preocupe os executivos, o merca-do automotivo ainda sinaliza boas perspectivas de pro-dução. Para Guedes, embora o mercado interno tenha muitas oscilações, no curto prazo as operadoras logísti-cas que trabalham com alimentação de fábricas ou com o fornecimento de peças (operações conhecidas como inbound) deverão acelerar suas atividades.

“Já na área de produtos acabados (outbound) poderá haver mais dificuldades”, diz ele. “No médio prazo, caso os problemas do mercado interno não sejam resolvidos, todos os operadores começarão a ter problemas”, avalia, ao informar que a empresa cresceu em torno de 15% nos primeiros quatros anos de atividade (desde 2009) e deve manter a evolução na casa dos dois dígitos porcen-tuais em 2013.

Segundo o presidente da Tegma, Gennaro Oddone, a empresa tem como meta para este ano manter o po-

sicionamento de mercado. “Somos uma das principais operadoras logísticas do País e líderes no segmento au-tomotivo”, assegura, ao comentar que, entre as oportuni-dades de crescimento, a maior aposta está vinculada ao aumento da terceirização de serviços logísticos. “Estamos confiantes de que as montadoras seguirão essa tendên-cia, concentrando as operações em players capazes de in-tegrar todas as etapas logísticas e de atender altos índices de qualidade”, diz, revelando as expectativas para 2014.

Já a Ceva pretende focar no mercado de importação de veículos. Segundo Mendunekas, as marcas importa-das têm crescido consistentemente no Brasil. “Para nós essa situação é muito favorável. Temos muito interesse nesse mercado, pois vão precisar de armazenagem, pós--venda e outros serviços e a demanda é grande”, estima. O executivo garante que a empresa tem planos arroja-dos para 2014, com objetivo de alcançar crescimento em torno de 10%. “Para isso temos novas ideias, além de aproveitar grandes oportunidades de avançar na Região Nordeste, onde já temos conversado com as newcomers desde 2012”, diz.

MENDUNEKAS, DA CEVA, busca novos negócios com empresas entrantes do mercado nacional

“Um das nossas soluções é estreitar cada vez mais o relacionamento para entender as necessidades e, assim, oferecer serviços completos e que superem as expectativas”, diz.

Quem também aposta no fortale-cimento da relação fornecedor-clien-te para sempre apresentar melhorias no processo é a Ceva Logistics, que opera em diversos setores da econo-mia, mas tem no automotivo a maior parcela do faturamento, com cerca de 55% das receitas obtidas nesse meio. Fabio Mendunekas, vice-pre-sidente de desenvolvimento de ne-gócios na’ América do Sul, promove com frequência ações de kaizen com clientes e também funcionários e, por meio de um programa motivacional de incentivos e ideias, encontra sem-pre formas mais eficientes de fazer o mesmo trabalho. “Uma simples mu-dança de programação ajuda a trazer

os resultados esperados”, conta.Já para a Veloce, as necessidades

da indústria automotiva incluem o au-mento da visibilidade de processos, o monitoramento em tempo real, a ra-pidez na solução de problemas e no atendimento ao cliente, e a otimiza-ção da cadeia de alimentação de fá-bricas e de distribuição dos produtos acabados. “Com isso, o operador lo-gístico passou a ter importância estra-tégica para todo o setor automotivo”, avalia Guedes.

Segundo o presidente, a Veloce, além de se esforçar para promover as melho-rias necessárias para atender os clien-tes, também desenvolveu e implemen-tou projetos de roteirização de viagens, aumento do aproveitamento da capaci-dade dos equipamentos de transporte, rastreamento online e em tempo real de seus veículos e instrumentos de moni-toramento da operação. �

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SERVIÇOS | FINANCEIRAS

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ANEF PROJETA EQUILÍBRIO NAS CARTEIRAS DE FINANCIAMENTO

CRÉDITO EM BAIXA

A s políticas de liberação de crédito mais severas, soma-das a uma economia com

crescimento abaixo do esperado, re-velaram uma reviravolta no saldo das carteiras de financiamentos para ve-ículos, que deve permanecer estável em 2013 sobre o resultado do ano passado. Em avaliação do desem-penho do setor até agosto, Décio Carbonari, presidente da Associação Nacional das Empresas Financeiras das Montadoras (Anef), refaz as pro-jeções e atesta: “Com um resultado negativo no acumulado de oito me-ses, até o fim do ano, crescimento será de apenas 2%”.

Em sua primeira previsão, divulga-da no início do ano, a Anef previa au-mento de 8% na liberação de crédito para financiar veículos. Essa expecta-

tiva foi revisada para baixo em junho, quando ficou em 6%. Para a entida-de, fatores como o desconto na alí-quota do IPI, a redução na taxa de juros e a queda do índice de inadim-plência, mesmo que em ritmo lento, não serão o suficiente para garantir o volume esperado inicialmente.

“Não contávamos com o decrés-cimo que temos observado nos últi-mos meses, como o visto em agosto, que ao somar R$ 233,3 bilhões, con-siderando CDC e leasing para pes-soas físicas e jurídicas, representou queda de 4,9% na comparação com o mesmo mês de 2012”, argumenta Carbonari.

O executivo explica que, para veí-culos de passeio (automóveis e co-merciais leves), a liberação de crédito teve redução de 7,7%, passando de

R$ 80,5 bilhões em agosto do ano passado para R$ 74,3 bilhões neste agosto. “Não significa menos finan-ciamentos, mas diminuição do valor médio do ticket”, ressalta. Para ele, as vendas do segmento leve, que recuaram 1,8% em agosto no com-parativo anual, devem encerrar o ano neste patamar de queda.

RETOMADA “O mercado está mais contido. Tanto pessoa física como pessoa jurídica estão receosas em contrair novas dívidas”, relata Carbonari, argumen-tando efeitos como inflação e dificul-dade de conseguir financiamentos. O aumento da restrição para a libe-ração de crédito veio após o setor de veículos atingir o recorde de 8,2% no índice de inadimplência acima de 90 dias em maio de 2012, consideran-do todos os bancos e financeiras. A partir daí, a oferta de financiamentos, principalmente para a base da pirâ-mide, estancou.

Contudo, a entrada de novos con-tratos considerados de maior quali-dade, com menor probabilidade de inadimplência, ajudou na retomada da confiança dos bancos. O execu-tivo afirma que atualmente o índice de aprovação dos pedidos de crédito está maior do que há um ano, apesar de variar muito de uma instituição para outra. Em meados de agosto de 2012, a média de aprovação beirava os 60%. Hoje a Anef estima que esse índice tenha subido para 65%. Para a inadimplência, a entidade aposta em queda progressiva, com índice abai-xo de 7% para 2013. �

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SERVIÇOS | RH E TREINAMENTO

ERICA MUNHOZ

INDÚSTRIA AUTOMOTIVA BUSCA CAPACITAÇÃO EM TODOS OS PATAMARES PARA GANHAR COMPETITIVIDADE

DO CHÃO DE FÁBRICA À DIRETORIA

Se em outros tempos a área de treinamento das empresas bus-cava alcançar a qualidade total,

com programas como Seis Sigma e lean manufacturing, atualmente a indústria automotiva foca no aprimo-ramento e qualificação dos funcioná-rios. O aspecto é chave para aumen-tar a produtividade em uma série de outras áreas, como gestão de risco e desenvolvimento de fornecedores. A relação de parceria e comprome-timento empresa-funcionário tem na educação e na reciclagem de conhe-cimento fortes aliadas.

Hoje, muitas companhias têm ofe-recido não apenas os tradicionais treinamentos técnicos e gerenciais, mas procurado também formas de suprir carências de aprendizado e promover reciclagem profissional em várias áreas hierárquicas, do chão de fábrica à diretoria.

Na gestão de recursos humanos, o ritmo acelerado de contratações e de reposições, a disputa por mão de obra qualificada, os índices elevados de rotatividade e a pressão dos salários sobre os custos são os desafios de ge-renciamento de pessoas, seja qual for a realidade econômica. Tanto mais em uma indústria em constante evolução como a automobilística, que tem ainda o Inovar-Auto como desafio adicional.

INVESTIMENTOIvan Witt, presidente da Steer Re-cursos Humanos, concorda que há demanda crescente por qualificação. Ele aponta três principais razões que levam as empresas a capacitar fun-cionários. A primeira é a necessidade de aprimoramento dos colaborado-res recém-formados, que precisam ganhar conhecimento sobre as tec-nologias existentes nas empresas, como pacotes de software para de-senvolvimento de produtos e outros aspectos que não são objeto de ensi-no nas universidades.

Outra razão é que profissionais ex-perientes muitas vezes não foram ha-bilitados em novas tecnologias. Por último, a percepção do consumidor sobre determinada empresa não se restringe aos produtos por ela manu-faturados. Respeito ao meio ambien-te, engajamento em iniciativas so-ciais e muitos outros quesitos fazem com que sua imagem seja afetada. Para compreender esse novo am-biente operacional, os funcionários precisam estar sintonizados com o mundo exterior, muito mais dinâmi-co do que a corporação.

José Hernani Arrym Filho, sócio--diretor da Pieracciani Desenvolvi-mento de Empresa, concorda com Witt: “As empresas do setor estão

EMPRESAS DE NÍVEIS

MAIS DISTANTES

DA CADEIA DE

SUPRIMENTOS AINDA

INVESTEM POUCO

EM TREINAMENTOJEANNETTE GALBINSKI, diretora comercial do Setec Consulting Group

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SERVIÇOS | RH E TREINAMENTO

NOVO CENÁRIO, VELHAS ESTRUTURAS

Ivan Witt, presidente da Steer, aponta que, muito mais do que treinar fun-cionário, o setor automotivo precisa se reinventar e incorporar inovação

e criatividade. “Por sua dimensão, a indústria automobilística ainda é mui-to fechada a novas ideias organizacionais. O produto evoluiu, mas o pro-cesso criativo e produtivo nem tanto”, alerta. Segundo o especialista, os departamentos e profissionais do setor ainda estão presos nesse formato ultrapassado. “A indústria automobilística terá de vislumbrar novos cená-rios para continuar existindo e, para isso, terá de investir em criatividade, colaboração e desenvolvimento de produtos que atendam aos desejos dos consumidores. Os funcionários atuais estão habituados ao modelo anterior. Será preciso oxigenar as organizações.”

interessadas em capacitar funcioná-rios, pois precisam de mais produtivi-dade para ter condições de competir. Além disso, estamos na era da inova-ção e as pessoas estão, de fato, no centro de todos os esforços”, analisa.

Para Jeannette Galbinski, direto-ra comercial do Setec Consulting Group, o interesse em capacitar os funcionários da cadeia da indústria automotiva vem de duas motivações:

determinação do cliente e necessida-de interna. Ela conta que as monta-doras exigem de seus fornecedores requisitos específicos, com o objetivo de melhorar a qualidade e a produti-vidade. Para atender a essa deman-da, os fornecedores precisam treinar seu pessoal. “Mesmo antes de os clientes exigirem, algumas empresas investem para ter melhorias internas e reduzir custos.”

Jeannette conta que as montado-ras e as empresas do primeiro nível de fornecimento (Tier 1) são os elos da cadeia que mais preparam fun-cionários. Nos níveis mais distantes de suprimentos essa iniciativa perde força. Para a consultora, tais empre-sas ainda veem o treinamento como custo, não como investimento.

Alexandre Xavier, gerente de no-vos negócios do Instituto da Qua-lidade Automotiva (IQA), concor-da que só a constante atualização dos clientes obriga o investimento de toda a cadeia produtiva na qua-lificação e atualização de colabo-radores e processos. “O aumento da concorrência e exigências do consumidor tornam o treinamen-to ferramenta fundamental para que as empresas e profissionais do setor automotivo sobrevivam no próprio mercado.”

XAVIER aposta na oferta de cursos a distância para acompanhar a pulverização dos polos produtivos no Brasil

TECNOLOGIAPara não perder o bonde é preciso correr. Witt, da Steer, acredita que a internet é o grande vetor para capa-citação de qualidade, permitindo que engenheiros no Japão, por exemplo, treinem profissionais no Brasil sem que nenhum deles precise viajar. Pos-sibilita, ainda, que sistemas em nu-vem tornem o design compartilhado algo corriqueiro. E o mesmo ocorre-rá para treinamento: o que houver de novidade vai ser rapidamente replica-do. Com os novos recursos, o custo continua caindo.

Alexandre Xavier, do IQA, tam-bém aposta na tecnologia: “Os treinamentos precisarão estar ali-nhados com as necessidades das empresas e com as possibilidades tecnológicas da atualidade, como a oferta de cursos a distância de real valor agregado. Considerando a ampliação dos polos regionais pelo Brasil, a disponibilidade de qualifi-cação em regiões diferentes se tor-na obrigatória.” �

WITT acredita que tecnologia é aliada para capacitação de funcionários

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AÇÃO

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UNIDADE SULCaxias do Sul - RSTelefone: (54) 2101.3800Fax: (54) [email protected]

UNIDADE SUDESTESão Paulo - SPTelefone: (11) 4055.6600Fax: (11) [email protected]

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A COVENTYA está entusiasmada com o futuro, não apenas pela nossa empresa, mas também pelas próximas gerações que estão por vir.Nosso mundo está aderindo ao conceito de sustentabilidade e a COVENTYA é uma empresa que compartilha esta visão, evoluindo através de diversas iniciativas implantadas ao longo do tempo.

A COVENTYA está apta a oferecer processos compatíveis às diretivas ELV/ROHS/WEEE, além de disponibilizar aos seus clientes inovadoras tecnologias ecologicamente corretas.

Conheça alguns de nossos processos protetivos:

PROCESSOS/PRODUTOS DESCRIÇÃO (BENEFÍCIOS)

LANTHANE Series Passivadores de Cromo trivalente para Zinco e Zinco ligas [livre de Cr+6]LANTHANE CF Series Passivadores para Zinco e Zinco ligas [livre de Cr+6 e Cobalto]LANTHANE 613.3 Passivador de Cromo trivalente para Alumínio [livre de Cobalto e Níquel]ZETAPLUS 465 BF Processo de Zinco Ácido [livre de Ácido Bórico]PERFORMA 560 Processo de Zinco Níquel Ácido [livre de Amônia]FINIDIP Series Passivadores para Zinco e Zinco ligas [livre de Cr+6]FINIDIP CF Series Passivadores para Zinco e Zinco ligas [livre de Cr+6 e Cobalto]

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SERVIÇOS | CERTIFICAÇÃO

ALINE FELTRIN

INICIATIVA É PONTO DE PARTIDA PARA ELEVAR A COMPETITIVIDADE DO SETOR

CERTIFICAÇÕES

VÃO PASSAR MAIS

CREDIBILIDADE AO

CONSUMIDOR

E PREPARAR

PROFISSIONAIS

A corrida por mais conteúdo tecnológico nos carros não é a única na qual a indústria

automotiva nacional está envolvida. Montadoras e a cadeia de autopeças já entenderam que elevar a qualidade é essencial para que os veículos bra-

sileiros consigam competir global-mente. As melhorias não estão res-tritas aos produtos e devem passar também pela produção, distribuição, comercialização e serviços prestados ao consumidor.

Entre as iniciativas importantes pa-

ANTONIO FIOLA, presidente do Sindirepa

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SELO DO INMETRO AVANÇA NA REPOSIÇÃO

ra isso está a certificação compulsó-ria de autopeças. Trata-se de um tra-balho coordenado pelo Sindipeças, sindicato da indústria de autopeças, que envolve uma série de processos, estudos e testes para comprovar a qualidade dos produtos.

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Page 83: A ERA DO BIG DATA

EMPRESAS COM

PRODUTOS

CERTIFICADOS

TERÃO

RECONHECIMENTO

DO CONSUMIDOR

POR OFERECER MAIS

SEGURANÇA

COMPONENTES GARANTIDOSA certificação é realizada por grupo de produtos. Catalisadores, pneus,

rodas e vidros de segurança laminados para para-brisas e temperados para veículos rodoviários estão entre os componentes já regulamentados, que só podem ser vendidos com selo do Inmetro.

A partir de maio de 2014, a certificação passa a ser obrigatória para ter-minais e barras de direção, barras de ligação e terminais axiais. Em julho a regra abrangerá também amortecedores de suspensão, bombas elétricas de combustível para motores do ciclo Otto, buzinas ou equipamentos si-milares, pistões de liga leve de alumínio, pinos e anéis de trava (retenção), anéis de pistão, bronzinas e lâmpadas para veículos automotivos. No fim do ano que vem, o selo do Inmetro vai se tornar compulsório para baterias.

A fiscalização no comércio é feita pelo Ipem – Instituto de Pesos e Medidas, que realiza opera-ções pontuais em várias regiões do País e recebe denúncia dos consumidores. Em caso de irregularidade, o pon-to de venda será autuado.

INGO PELIKAN, presidente do IQA

feita pelo Ipem e realiza opera-d

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e realiza operado País e res.

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AS BATERIAS DA CRAL são comercializadas com o

selo do Inmetro

Com a certificação dos compo-nentes, que devem ser homologa-dos com selo do Inmetro, a ideia é favorecer o consumidor, que poderá exigir peças com qualidade com-provada no mercado de reposição. A certificação obrigatória também é uma forma de regular o mercado e evitar a venda de produtos que não atendam às exigências técnicas míni-mas e representam risco à segurança do consumidor.

O presidente do IQA, Instituto da Qualidade Automotiva, Ingo Pelikan, lembra que as empresas que certifi-cam seus produtos têm vantagens competitivas. “Elas terão reconhe-cimento do consumidor por ofere-cer mais segurança.” Outro ponto positivo, segundo ele, é que o selo do Inmetro para autopeças serve de impulso para que toda a cadeia au-mente o nível de exigência de qua-lidade, desde a produção, passando pela distribuição e varejo até chegar ao consumidor final.

“Isso também vai trazer mais op-ções ao cliente, incentivar a tecnologia e fazer com que as pessoas entendam melhor o produto que compram”, ex-plica o presidente do IQA. De acordo com Pelikan, um dos pontos funda-mentais da certificação é estimular todos os elos da cadeia a buscar sis-temas eficientes de qualidade.

Presidente do Sindirepa, sindicato da indústria de reparação de veícu-los, Antonio Fiola concorda que o programa trará benefícios para toda a cadeia. Segundo ele, a iniciativa de autopeças, assim como programas de homologação e qualificação de mecânicos e empresas do segmento, dará condições para a criação de um sistema de qualidade sustentável, que vai refletir no setor de reparação. “Esse conjunto de certificações vai passar mais credibilidade ao consu-midor e preparar profissionais”, asse-gura o executivo. �

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SERVIÇOS | MARKETING

CAMILA FRANCO

MÍDIA ON-LINE VIRA FERRAMENTA IMPORTANTE PARA EMPRESAS SE APROXIMAREM DOS CLIENTES

Ajudar o consumidor a encon-trar o novo papel do auto-móvel. Essa é a missão nada

fácil com a qual o departamento de marketing das montadoras tem se deparado. Se antes as pessoas com-pravam um veículo pela necessidade de locomoção ou por puro status, hoje colocam em xeque a imagem do carro como símbolo individual. O interesse por automóveis tem dimi-nuído, segundo dados apurados por João Ciaco, diretor de publicidade e marketing de relacionamento da Fiat Automóveis: está abaixo de 30% na Alemanha e nos Estados Unidos e não passa de 45% no Brasil.

Para reverter esta situação, o exe-cutivo de marketing precisa “mais do que vender e formar imagem da marca, se preocupar com as diferen-tes relações, indo além do bem físico. Ser um profissional do serviço”, como define Ciaco. Gil Giardelli, professor de pós-graduação da ESPM, observa que se saem bem as empresas que pensam além dos negócios e usam as redes sociais como aliadas. “As montadoras têm de ter em mente que a moeda do século 21 é a reputação construída por meio do altruísmo e que o triunfo está na transparência.”

A AgênciaClick Isobar, que aten-de a Fiat, tem aproveitado a força da

INTERNET A SERVIÇO DA INDÚSTRIA AUTOMOBILÍSTICA

internet para aproximar a marca dos consumidores, principalmente dos jovens, hoje os mais atraídos pela coletividade e os menos interessa-dos pelo automóvel. Renata Bokel, vice-presidente de planejamento da agência, conta que as monta-doras investem bastante em meios tradicionais, mas estão aumentado significantemente a divulgação nas mídias digitais. “Estudo do Google em parceria com a consultoria TNS Research mostra que a internet é o meio de informação mais usado por interessados em comprar um carro novo, sendo os portais das monta-doras o primeiro lugar para buscar

FIAT aposta em Live Store para inovar e atrair clientes na internet

Page 85: A ERA DO BIG DATA

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CAMINHÕES NO UNIVERSO ON-LINE

O público do setor de caminhões é outro, formado por frotistas e mo-

toristas autônomos, mas a internet tam-bém consegue exercer forte influência sobre ele. No caso da Mercedes-Benz, revela Jorg Radtke, gerente sênior de marketing para caminhões, as ações em mídias sociais têm aumentado com o in-tuito de fugir das campanhas tradicionais e criar conteúdos atrativos.

Na MAN Latin America, com as marcas Volkswagen e MAN, as campanhas on--line complementam as off-line. “Fazem parte de uma estratégia de comunicação 360 graus. Apostamos na internet pela afinidade que essa ferramenta nos permi-te ter com os clientes. É essencial deixar a marca cada vez mais próxima dos con-sumidores, que, ao estarem satisfeitos, se tornam seus principais embaixadores”, comenta Ricardo Barion, gerente execu-tivo de marketing da organização.

mais informações e o melhor preço do carro desejado.”

A agência criou uma forma de humanizar a compra pela internet. É a ferramenta Fiat Live Store, uma plataforma digital que permite ao consumidor, por meio do computa-dor, tablet ou celular, de onde estiver, experimentar cinco carros da Fiat em um atendimento ao vivo, perso-nalizado, feito por cinco experts, que mostram todos os detalhes dos veí-culos. “A Fiat é conhecida pela sua inovação. Por isso, sempre estamos abertos a investir em novas estraté-gias, como esta”, salienta Maria Lú-cia Antônio, gerente de marketing e publicidade da companhia.

“O Fiat Live Store é uma experi-ência imersiva em cada automóvel. Queremos revolucionar a forma de experimentar carros, mas também estabelecer um novo modelo de ne-gócio, fazendo da compra um mo-mento mais qualificado. Se a internet se consolidou como o meio mais usado para a pesquisa de um car-ro, precisamos tornar esse processo mais relevante e humano. Um forma-to que vai além da informação está-tica e muitas vezes desinteressante. Essa é uma tendência que veremos nos próximos anos”, explica Renata.

A Ford é outra montadora que tem

a serem seguidos. “O consumidor está muito mais informado e crítico. Faz a pré-compra por meio de diversas con-sultas e vai à concessionária mais bem preparado e com a decisão já tomada. É por este poder de acesso à informa-ção que a revolução do marketing está pautada na autenticidade.”

Recentemente, a Ford, que lançou oito carros em 16 meses, criou uma campanha que convida o público de todo o País para um test-drive da sua nova linha. “O objetivo, além de apro-ximar a marca dos consumidores, é mostrar na prática o desempenho de nossos veículos e as novas tecnologias que a Ford está popularizando no Bra-sil. Estamos abrindo as portas de diver-sos modelos. É uma das formas mais transparentes que encontramos.” �

apostado no universo virtual. Oswaldo Ramos, gerente de marketing da mon-tadora para o Brasil, defende a transpa-rência como um dos principais valores

CAMPANHA DA FORD convida o consumidor a testar os lançamentos da marca

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SERVIÇOS | DISTRIBUIÇÃO

CAMILA WADDINGTON

COM NOVOS CONCORRENTES A CADA DIA E MUDANÇAS NO PERFIL DOS CONSUMIDORES, SETOR DE DISTRIBUIÇÃO BUSCA

MEIOS PARA SE ADAPTAR E REAGIR

Fabricante sem uma rede de dis-tribuidores competentes, por melhores que sejam seus pro-

dutos, não sobrevive. O contrário também se aplica. Um depende vis-ceralmente do outro para existir. Essa máxima traduz precisamente a reali-dade do universo da distribuição de automóveis e veículos comerciais no Brasil. O cenário econômico atual,

tanto por aqui como no exterior, esti-mula discussões em torno do futuro do negócio em um mercado em que a forte concorrência soterra qualquer lucratividade e a gestão livre de erros é o objetivo a ser perseguido.

“A única coisa que um distribuidor pode controlar são seus custos. O capital do concessionário precisa ser salvaguardado, pois somente assim

MUDAR PARA SOBREVIVER

ele vai garantir o negócio em perío-do de crise”, enfatizou Jorge Chear Neto, diretor de vendas e marketing da Ford, em mesa redonda promovi-da durante o Congresso Fenabrave, que ocorreu em São Paulo, no último mês de agosto.

Em linhas gerais, o modelo de concessionária que começa a se de-linear no horizonte segue uma pro-posta mais enxuta, com estruturas compactas, sistemas inteligentes totalmente informatizados, enfim, tudo pronto para oferecer serviços ágeis e impecáveis a clientes a cada dia mais exigentes. Isso, primordial-mente, porque o acesso à informa-ção há muito não é um privilégio de poucos, mas a realidade da maioria, conforme reitera Flávio Meneghetti, presidente da Fenabrave: “Hoje 85% das pessoas consultam a internet an-tes de ir a uma concessionária fechar negócio. E muitas delas acabam comprando de uma marca diferente da pesquisada, justamente por não receberem informações acuradas e atendimento compatível.”

O vendedor, portanto, precisa estar preparado, munido do máximo de in-formações possível para dar conta do recado e não perder a venda. “O con-sumidor está mais presente e mais in-

formado do que nunca. Ele chega à concessionária carregado de infor-mações e o vendedor precisa estar preparado para lidar com esse novo

perfil”, enfatiza Meneghetti.

DISTRIBUIDORES buscam diversificar fontes de receita com o fortalecimento das áreas de usados e pós-venda

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HOJE, 85%

DAS PESSOAS

CONSULTAM A

INTERNET ANTES

DE IR A UMA

CONCESSIONÁRIA

FECHAR NEGÓCIO

O CRESCIMENTO DA DISTRIBUIÇÃO

Com a chegada de novas marcas ao mercado brasileiro neste ano e nos próximos, a expectativa é de avanço no número de distribui-

dores e representantes no País. Conforme estimativa do presidente da Fenabrave, Flávio Meneghetti, serão 300 a mais somente em 2013 – o que é pouco dentro de um universo de mais de 7 mil pontos espalhados pelo Brasil, sendo 4 mil dedicados a automóveis. “Espera-se a mesma média em 2014, dentro de um cenário muito mais competitivo, em razão da economia mais austera, crédito mais escasso e quantidade maior de concorrentes na disputa”, conclui.

Outra retaguarda primordial é o pós-venda. Como é sabido, cliente satisfeito retorna à casa. E não bas-ta mais a satisfação com o produto, é necessário oferecer mais e melhor, ter aquele “plus” que todos buscam e poucos conseguem oferecer. Nes-se aspecto, o segmento de veículos pesados é a verdadeira referência, benchmarking no pós-venda da in-dústria automobilística, superando muitas vezes a própria capacidade de atendimento. “Os distribuidores de caminhões e ônibus, de modo geral, têm todos os seus custos fi-xos cobertos pelo faturamento do pós-venda, exemplo que deveria ser seguido por todos os concessioná-rios de automóveis e motocicletas”, explica Meneghetti.

Bom lembrar que, com tamanhas distâncias rodoviárias a ser percor-ridas, a demanda por serviços para veículos comerciais é naturalmente maior. Isso, no entanto, não impede que a procura por pós-venda para automóveis e motocicletas seja gran-de. Ainda assim, o foco da maior par-te dos empresários do setor no País permanece nas vendas de veículos novos. Segundo Meneghetti, esta é

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FLÁVIO MENEGHETTI, presidente da Fenabrave

a primeira condição que tem de mu-dar. “É preciso diversificar as fontes de renda. Não é possível sobreviver concentrando-se apenas em uma parte de uma estrutura muito maior que é uma concessionária.”

Outro assunto extensamente dis-cutido é o setor de usados, cujo potencial de crescimento aumen-ta à medida que mais pessoas têm acesso ao mercado. Basta compa-rar: enquanto no Brasil o segmento representa algo entre 5% e 10% da receita dos distribuidores, em outros países como Estados Unidos, Japão e nações europeias, este índice qua-

se triplica, girando em torno de 15% e 25%. Números apresentados no Congresso Fenabrave indicam que o horizonte para quem aposta neste fi-lão é animador: em 2016 o Brasil de-verá ter uma frota de 16 milhões de veículos com mais de 5 anos de uso.

Diante da previsão de PIB abaixo dos 2% para este ano e um pouco acima desse patamar para 2014, Meneghet-ti não arrisca projeções. Mas deixa no ar a impressão de um ano desafiador, o que deverá imprimir urgência ainda maior em mudar os métodos de ges-tão e até mesmo a visão do negócio de distribuição no mercado brasileiro. �

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ARTIGO | LUIZ EDUARDO LOPES

Dois importantes agentes propulsores da inovação no

desenvolvimento de estruturas mais leves são as indústrias automotiva e aeronáutica. O interesse de empresas líderes dos dois setores por estas que são também chamadas “estruturas viáveis”, ou affordable structures, está no desafio contínuo da redução de peso e de custo na execução dos projetos em mercados altamente competitivos.

A denominação de “viabilidade” é ainda pouco disseminada no Brasil e envolve o uso de materiais provenientes de fontes renováveis e passíveis de reciclagem ou descarte com segurança, a fim de alcançar um ciclo de vida sustentável.

Vale ressaltar que a ideia de redução de peso como chave para as estruturas não é nova e sempre esteve presente nas indústrias, com maior ou menor intensidade,

dependendo do setor de atuação. Apesar dos custos para modificar os processos de manufatura, eles são cada vez mais aceitos pelos empresários, ao menos pelos líderes de mercado e pelas empresas preocupadas com questões ambientais.

Nos Estados Unidos, a Corporate Average Fuel Economy (Cafe) foi aprovada em 1975 e busca reduzir o consumo de energia, aumentando a economia de combustível em carros e caminhões leves. O consumo de 54,5 milhas por galão (23,2 km/l) deve ser alcançado até 2025 e a diminuição de peso é um dos caminhos mais realistas para atingir esse objetivo. Estudos sugerem que uma redução de 10% de peso do veículo resulta em um consumo de combustível 6,6% menor.

Outras pesquisas indicam que a quantidade de peças usadas em uma carroceria típica pode cair de 400 para 211, e

os materiais empregados – alumínio, magnésio, materiais compósitos e aço de alta resistência – podem diminuir a massa da estrutura em 42%, de 382 kg para 221 kg.

É importante dizer que não há solução tecnológica única, de custo adequado, que permita atingir 50 milhas por galão (21,2 km/l) sem uma redução significativa do peso. Esse resultado será possível pela combinação de materiais mais leves e resistentes, associada a um alto grau de integração de componentes e metodologias avançadas de montagem.

Uma das estratégias adotadas pelos principais players para superar os desafios tecnológicos é a criação de ambientes voltados a atividades de P&D e o estabelecimento de parcerias com universidades e institutos de pesquisas em busca de avanços nos processos de manufatura e nas

LUIZ EDUARDO LOPES é diretor do Centro de

Integridade de Estruturas e Equipamentos do IPT

ciências de materiais. Isso exige equipes altamente treinadas, equipamentos de última geração e apoio financeiro para os estudos de uma tecnologia ainda não dominada.

A instalação do Laboratório de Estruturas Leves do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) no Parque Tecnológico da cidade de São José dos Campos representa um dos esforços do País no desenvolvimento de estruturas a partir de materiais metálicos, compósitos e híbridos. Outra ação para promover mudanças é o recente Programa de Incentivo à Inovação Tecnológica e Adensamento da Cadeia Produtiva de Veículos Automotores, o Inovar-Auto, proposto pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, para o desenvolvimento tecnológico, a proteção ao meio ambiente, a eficiência energética e a qualidade de veículos e autopeças. �

TECNOLOGIAS SUSTENTÁVEIS PARA REDUZIR PESO E BAIXAR CUSTOS

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COBIÇA(Preços pesquisados em outubro)

FACILIDADES TECNOLÓGICAS

O início das vendas do iPhone 5S e do iPhone 5C, compatíveis com o 4G brasileiro, está previsto para

dezembro no Brasil. O 5C é uma versão de plástico mais barata. Desbloqueada custa US$ 550 (16 GB) e US$

650 (32 GB) nos EUA. Já o 5S é o topo da linha, com acabamento prata, preto ou dourado e leitor de digitais

para destravar a tela. Sai por US$ 650 (16 GB), US$ 750 (32 GB) ou US$ 850 (64 GB). www.apple.com.

O relógio de pulso Galaxy Gear, da Samsung, entrega muito mais que as horas. Em conexão com o smartphone Galaxy Note III, faz e recebe ligações pelo microfone na pulseira. Tem tela digital de 1,63 polegada, sensível ao toque, para checar e-mails e SMS. Vem ainda com câmera embutida de 1,9 megapixel, além de 70 aplicativos, a maioria para monitorar atividades físicas. Em pré-venda no País, por R$ 1,3 mil. O smartphone Galaxy Note III custa R$ 2,9 mil. www.samsung.com/br.

A TV 4K da Sony tem painel de LED com resolução de 8,29 megapixels, equivalente a quatro vezes o número de pixels de uma TV Full HD. Com processador X-Reality PRO e tecnologia Triluminos, as imagens são reproduzidas, em 2D ou 3D, com riqueza nos detalhes, profundidade e tons naturais. A de 55 polegadas sai por R$ 12.999,99. De 65 polegadas, por R$ 22.999,99. www.sony.com.br/store.

A nova câmera Canon SLR EOS Rebel T5i, de fácil manuseio, reproduz imagens definidas e detalhadas

mesmo em ambientes com pouca luminosidade. Tem sensor de 18 megapixels, ISO de 100 – 12800, sete

filtros, velocidade de disparo contínuo de cinco frames por segundo e sistema de foco automático com nove

pontos. R$ 3.499,99. www.canon.com.br.

Page 91: A ERA DO BIG DATA

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