viviane briccia do nascimento fundamentos e metodologia
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Viviane Briccia do Nascimento
Ilhéus . 2011
FUNDAMENTOS E METODOLOGIA DOENSINO DAS CIÊNCIAS DA NATUREZA
Pedagogia . Módulo 5 . Volume 2
Universidade Estadual de Santa Cruz
ReitorProf. Antonio Joaquim da Silva Bastos
Vice-reitoraProfª. Adélia Maria Carvalho de Melo Pinheiro
Pró-reitora de GraduaçãoProfª. Flávia Azevedo de Mattos Moura Costa
Diretora do Departamento de Ciências da EducaçãoProfª. Raimunda Alves Moreira Assis
Ministério daEducação
Ficha Catalográfica
1ª edição | Novembro de 2012 | 476 exemplaresCopyright by EAD-UAB/UESC
Projeto Gráfico e DiagramaçãoJamile Azevedo de Mattos Chagouri Ocké João Luiz Cardeal Craveiro
CapaSheylla Tomás Silva
Impressão e acabamentoJM Gráfica e Editora
Todos os direitos reservados à EAD-UAB/UESCObra desenvolvida para os cursos de Educação à Distância da Universidade Estadual de Santa Cruz - UESC (Ilhéus-BA)
Campus Soane Nazaré de Andrade - Rodovia Ilhéus-Itabuna, Km 16 - CEP: 45662-000 - Ilhéus-Bahia.www.nead.uesc.br | [email protected] | (73) 3680.5458
Pedagogia | Módulo 5 | Volume 2 - Fundamentos e Metodologia do Ensino das Ciências da Natureza
F981 Fundamentos e metodologia do ensino das ciências da natureza: pedagogia: módulo 5, volume 2 – EAD, / Elaboração de conteúdo: Viviane Briccia do Nascimento. – [Ilhéus, BA]: EDITUS, [2012]. 128 p.: il.
ISBN: 978 - 85 - 7455 - 265 - 1
1.Ciências (ensino fundamental) – Estudo e ensino. 2. Didática - Ciência. 3. Prática de ensino. 4. Ensino – Metodologia. I. Briccia do Nascimento, Viviane. II. Pedagogia.
CDD 372.35
Coordenação UAB – UESCProfª. Drª. Maridalva de Souza Penteado
Coordenação Adjunta UAB – UESCProfª. Dr. Paulo Eduardo Ambrósio
Coordenação do Curso de Pedagogia (EAD)Profª. Drª. Maria Elizabete Souza Couto
Elaboração de ConteúdoProfª. Msc. Viviane Briccia do Nascimento
Instrucional DesignProfª. Msc. Marileide dos Santos de Oliveira
Profª. Msc. Cibele Cristina Barbosa CostaProfª. Msc. Cláudia Celeste Lima Costa Menezes
RevisãoProfª. Msc. Sylvia Maria Campos Teixeira
Coordenação DesignMsc. Saul Edgardo Mendez Sanchez Filho
EAD . UAB|UESC
PARA ORIENTAR SEUS ESTUDOS
SAIBA MAIS
Aqui você terá acesso a informações que complementam seus estudos a respeito do tema abordado. São apresentados trechos de textos ou indicações que contribuem para o apro-fundamento de seus estudos.
PARA CONHECER
Aqui você será apresentado a autores e fontes de pesquisa a fim de melhor conhecê-los.
PARA REFLETIR
Pequenas provocações feitas ao longo do texto para que você interrompa por alguns minutos a leitura e pense sobre o que está sendo estudado.
UM CONSELHO
Conselhos oferecidos pelo autor a fim de facilitar a leitura e a compressão do conteúdo estudado.
RECORDAR
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DICA
Orientações e sugestões para o desenvolvimento do trabalho pedagógico a partir de atividades de investigação.
FILME RECOMENDADO
Indicação de curta e longa-metragens vinculados ao conteúdo abordado.
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
Prezado(a) aluno(a)! Estamos nos preparando para entrar em um campo de conhecimento com o qual nem sempre estamos acostumados a lidar, sendo assim, a ação e uma reflexão teórico-prática sobre o Ensino de Ciências serão nossas maio-res aliadas! Dentre os objetivos da disciplina está o de conhecer os conteúdos conceituais, atitudinais e procedimentais de Ciências trabalhados nos anos iniciais do Ensino Fundamental numa articulação epistemológica e metodológica. Em relação a metodologias, temos por objetivos conhecer práticas fundamentais, que levem o estudante à reflexão, à argumentação e a outras características próprias do conhecimento Científico, como o levantamento de hipóteses, a resolução de problemas, a comunicação de um trabalho científico, entre outros aspectos. Dentre elas, destacaremos a investigação e também a transformação de práticas convencionais em investigativas. Na abordagem epistemológica, é nosso objetivo refletir sobre como se dá a construção do conhecimento científico, destacando relações entre a Ciência, a Tecnologia, a Sociedade e o Meio Ambiente. Ainda trataremos de assuntos essenciais para a sala de aula, como a avaliação, o papel dos trabalhos em grupo, da investigação, entre outros! Sendo fundamental que você, professor ou professora, reflita sobre o papel do conhecimento científico e sua importância nos dias atuais! Esperamos que você faça um bom curso!
Para tanto, nosso curso está dividido da seguinte maneira:
Unidade 1: esta Unidade apresenta uma breve discussão sobre o papel da disciplina de Ciências na escola e a relação desta disciplina com os aspectos sociais vividos no mundo em alguns momentos históricos. É também um convite inicial para uma reflexão sobre a sua relação com as Ciências.
Unidade 2: na Unidade 2, você deve observar algumas características da atividade científica, refletir sobre as ideias de senso comum e/ou apresentadas na mídia sobre o que é a Ciência; e quais características básicas do conhecimento científico que são de consenso entre alguns filósofos da Ciência. Também deve refletir e compreender algumas das relações entre Ciência, Tecnologia, Sociedade e Meio Ambiente, através de leituras, atividades e sugestões de outras formas de conhecimento.
Unidade 3: na Unidade 3, observam-se quais são os objetivos fundamentais para o ensino de Ciências na atualidade, refletindo, sobretudo, na Ideia de Alfabetização Científica para a Cidadania. Discute-se, assim, o que representa esta Alfabetização, e quais são as implicações destes aspectos para o Ensino de Ciências.
Unidade 4: na Unidade 4, apresentamos metodologias de trabalho que contemplam uma proposta que leve os estudantes a participarem de processos de Alfabetização Científica. Analisamos o Ensino por Investigação, a partir das bases teóricas e propostas de trabalho com exemplos de aulas já desenvolvidas para tal metodologia. Neste momento, é importante refletir em todos os aspectos de aprendizagem, desde conceitos até metodologias de trabalho, como forma de se ensinar conhecimentos científicos e também sobre a Ciência.
Unidade 5: nesta Unidade, são apresentados os conteúdos de Ciências para o Ensino Fundamental I, a partir de documentos como os PCNs. Apresenta os blocos de estudos: meio ambiente, ser humano e saúde e recursos tecnológicos, relacionando como os mesmos são compostos e dando, também, sugestões sobre as formas de trabalho para cada um dos blocos temáticos. Neste bloco, também, se dá uma breve discussão sobre o trabalho com Ciências na Educação Infantil.
Unidade 6: esta Unidade trata do tema Avaliação em Ciências, a partir das propostas apresentadas, ressaltando quais os aspectos importantes de serem avaliados não apenas conceitualmente, mas também atitudinal e metodologicamente; focando, assim, mais enfaticamente, os processos de produção do conhecimento científico em sala de aula. Por fim, chamamos você para uma reflexão sobre os saberes docentes necessários à prática educativa e o papel do professor em um Ensino de Ciências, pautado pela inovação e por uma prática investigativa.
SUMÁRIO
Unidade 1INTRODUÇÃO AO ENSINO DE CIÊNCIAS .............................15
1 INTRODUÇÃO............................................................................ 172 UM PANORAMA HISTÓRICO....................................................... 173 METAS ATUAIS.......................................................................... 19ATIVIDADE..................................................................................... 21RESUMINDO................................................................................... 21REFERÊNCIAS................................................................................. 22
Unidade 2CIÊNCIA? ...........................................................................25
1 INTRODUÇÃO............................................................................ 272 VISÕES COMUNS SOBRE O CONHECIMENTO CIENTÍFICO........... 28ATIVIDADE..................................................................................... 283 CARACTERÍSTICAS DO CONHECIMENTO CIENTÍFICO................. 30ATIDADES...................................................................................... 324 OBSERVANDO A CIÊNCIA EM SEU CONTEXTO............................. 35ATIVIDADE..................................................................................... 36RESUMINDO................................................................................... 37REFERÊNCIAS................................................................................. 38
Unidade 3ALFABETIZAÇÃO CIENTÍFICA .............................................41
1 INTRODUÇÃO............................................................................ 432 O QUE É ALFABETIZAÇÃO CIENTÍFICA?..................................... 433 QUE ASPECTOS LEVAM OS ESTUDANTES A UMA ALFABETIZAÇÃO CIENTÍFICA?................................................... 46ATIVIDADES................................................................................... 48RESUMINDO................................................................................... 49REFERÊNCIAS................................................................................. 50
Unidade 4O ENSINO DE CIÊNCIAS COMO INVESTIGAÇÃO ..................53
1 INTRODUÇÃO............................................................................ 552 HOJE VOCÊ VAI CONSTRUIR SEU CONHECIMENTO!.................... 56...2.1.A.Atividade.experimental......................................................... 56ATIVIDADE.EXPERIMENTAL............................................................... 56...2.2.Refletindo.sobre.a.atividade.proposta......................................... 573 O ENSINO POR INVESTIGAÇÃO.................................................. 58ATIVIDADE..................................................................................... 62RESUMINDO................................................................................... 63REFERÊNCIAS................................................................................. 64
Unidade 5OS CONTEÚDOS DE CIÊNCIAS ............................................67
1 INTRODUÇÃO............................................................................ 692 OBJETIVOS GERAIS DO ENSINO DE CIÊNCIAS........................... 693 BLOCO AMBIENTE...................................................................... 72ATIVIDADE..................................................................................... 784 SER HUMANO E SAÚDE............................................................... 80ATIVIDADE..................................................................................... 845 RECURSOS TECNOLÓGICOS........................................................ 85ATIVIDADE..................................................................................... 896 O ENSINO DE CIÊNCIAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL..................... 907 E O NOSSO PAPEL EM TODO ESTE CONTEXTO? REFLETINDO SOBRE AÇÕES....................................................... 92ATIVIDADE..................................................................................... 93RESUMINDO................................................................................... 93REFERÊNCIAS................................................................................. 94
Unidade 6AVALIAÇÃO NO ENSINO DE CIÊNCIASE O PAPEL DO PROFESSOR .................................................97
1 INTRODUÇÃO............................................................................ 992 OLHANDO PARA MODELOS DE AVALIAÇÃO................................ 1003 OBJETIVOS A SEREM AVALIADOS NO ENSINO DE CIÊNCIAS...... 102ATIVIDADE..................................................................................... 1054 O PAPEL DO PROFESSOR NESTE CONTEXTO............................... 1065 SABERES DOCENTES.................................................................. 107
RESUMINDO................................................................................... 108REFERÊNCIAS................................................................................. 109
ANEXOS...................................................................................... 111
ANEXO 1 ...................................................................................... 113ANEXO 2....................................................................................... 119ANEXO 3....................................................................................... 123
A AUTORA
Profª. Msc. Viviane Briccia do Nascimento
Licenciada em Física pela Universidade de São Paulo (1998) e Mestre em Educação pela Faculdade de Educação da mesma Universidade (FEUSP-2003), modalidade Ensino de Ciências e Matemática. É professora assistente da Universidade Estadual de Santa Cruz-UESC, em Ilhéus, Bahia, atuando nos cursos de Física e Pedagogia. Tem experiência na área de Educação, com ênfase em Ensino de Física, Ensino de Ciências e Educação Matemática. Atua principalmente nos seguintes temas: Ensino de Ciências e Formação de Professores de Ciências e de Matemática. Atualmente é doutoranda no programa de Pós-Graduação da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo, em Ensino de Ciências e Matemática, pelo qual realizou um estágio na Universidade de Valência, Espanha, sobre Alfabetização Científica e Formação de Professores.
E-mail: [email protected]
DISCIPLINA
FUNDAMENTOS E METODOLOGIA DO ENSINO DAS CIÊNCIAS DA NATUREZA
EMENTA
OBJETIVOS
Fundamentos dos estudos dos fenômenos das ciências da natureza: implicações epistemológicas. A experimentação: raízes históricas, sociais e filosóficas. A presença dos tópicos temáticos sobre meio ambiente, animais, vegetais e corpo humano: conteúdos, metodologia, o uso das tecnologias e avaliação.
CARGA HORáRIA: 75 horas
Profª. Msc. Viviane Briccia do Nascimento
São objetivos da nossa disciplina: • Discutir os conteúdos relacionados ao Ensino de Ciências, os
conceitos e fatos científicos, as metodologias de trabalho e atitudes a serem valorizadas em sala de aula.
• Refletir sobre metodologias inovadoras relacionadas ao Ensino de Ciências.
• Reconhecer a Educação Científica como uma forma de se atingir objetivos interdisciplinares, tais como, o desenvolvimento da linguagem e do raciocínio lógico matemático.
• Refletir sobre a Ciência e as formas como se dá a construção do conhecimento científico, destacando as relações entre Ciência, Tecnologia, Sociedade e Meio Ambiente.
• Refletir sobre o papel do conhecimento científico e sua importância nos dias atuais.
INTRODUÇÃO AO ENSINO DE CIÊNCIAS
1ªunidade
1 INTRODUÇÃO Bastarefletirmosumpoucoparalogopercebermosque o mundo encontra-se em constante transformação!No cenário atual, cada vez mais aumenta o volume deinformaçõeseconhecimentosnecessáriosparaseatuardemaneirasatisfatórianasociedade. As transformações ocorridas no mundo, antes eatualmente,envolvemmudançasnapolítica,naeconomia,socialeculturalmente,etambémsãorefletidasnaescolaenoscurrículosescolares(KrAsilchicK,2000). Assim,nestaunidade,temosporobjetivosquevocêobserveastransformaçõeshistóricasocorridasnocurrículodeciências eno conhecimento científico, assim como asrelaçõessociaisehumanaspresentesnestastransformações,relacionando-as com a aprendizagem de ciências na suavidaescolar.
2 UM PANORAMA HISTÓRICO A inserção da disciplina deciências, na escola, sedeu também graças a estas mudanças sociais, culturaise econômicas. Vamos analisar um exemplo histórico?começamos a observar uma maior importância dada àsdisciplinascientíficas apartirdadécada60,motivadapelaguerrafria,pelacorridatecnológicaespacial,porummaiorreconhecimentodaciêncianodesenvolvimentoeconômico,
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culturalesocial;assimcomooreconhecimentoderelaçõesentreaciência,atecnologiaeasociedade.Talimportânciafez aparecernocenáriomundialuma sériedeprojetosdeEnsinoque,atéosdiasatuais,aindainfluenciamoensinodeciências,quebuscavaformarfuturoscientistasqueviessemacontribuircomodesenvolvimentocientíficoetecnológicodospaíses. Apesar de o Brasil não participar desta corridatecnológica, também sentimos os efeitos deste cenáriomundial. Em 1961, após a lei de Diretrizes e Bases daEducação (lei 4.061/61),ciências passou a ser disciplinaobrigatória nas escolas, inicialmentenas últimas séries doEnsinoFundamental,e,apenasapartirde1971(lei5.692),a disciplina de ciências passou a ter caráter obrigatórionas oito séries do primeiro grau (KrAsilchicK, 1987;BrAsil, 1997). Vemos assim que a participação dasdisciplinascientíficasnoensinofundamentaléaindamuitonova. Em relação aomomento atual, percebemos que, àmedidaqueseavolumamosproblemassociais,ambientais,econômicosepolíticosnomundo,outrosvaloreseoutrastemáticas vão sendo incorporadas aos currículos. Oaumentodapoluição,ascrisesambientais,acriseenergética,traduzemoquesetemchamadoatualmentedesituaçãodeemergência planetária (BYBEE, 1991 apud Gil PÉrEZ,et al.,2005)etêmdeterminadoprofundastransformaçõesnaspropostasdasdisciplinascientíficasenoscurrículosemtodososníveisdeensino(BrAsil,1997;KrAsilchicK,2000;GilPÉrEZ,et al.,2005;cAchAPUZet al.,2005). se inicialmente a educação científica visava umapreparação inicial para estudantes que seguiriam carreirascientíficas,atualmentetemosencontradocadavezmais,noâmbitomundial,metaseducativasquevisamumaformaçãoquefaçapartedeumaeducaçãogeralparatodososfuturoscidadãos,demodoalhespermitirparticiparnatomadade
A. elaboração. destes.projetos.de.ensino.teve.a. participação. intensa.das.sociedades.científi-cas,. das.Universidades.e.de.acadêmicos.reno-mados. que,. apoiados.pelo. governo,. elabora-ram. o. que. também. é.denominado. na. litera-tura. especializada. de.“sopa. alfabética”,. uma.vez.que.os.projetos.de.Física. (Physical Scien-ce Study Commitee.–. PSSC),. de. Biologia.(Biological Science Cur-riculum Study – BSCS),.de. Química. (Chemical Bond Approach – CBA).e. Matemática. (Scien-ce Mathematics Study Group – SMSG). são.conhecidos. universal-mente.pelas.suas.siglas.(KRASILChICK,.2000).
saiba mais
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Fundamentos e Metodologia do ensino das Ciências da Natureza
decisõese,emdefinitivo,consideraraciênciacomopartedaculturadenossotempo(cAchAPUZet al.,2005).
3 METAS ATUAIS Este processo de popularização da ciência estátambémrelacionadoaoquevemsendochamado,aalgumasdécadas, de movimento de Alfabetização Científica ouAlfabetização Científica para a Cidadania. cada vezmais, esta expressão tem sido usada por investigadores,elaboradoresdecurrículos,professoresdeciênciasetemsedifundidodetalmaneiraquesetemtornadopraticamenteum sloganeducacional(lAUGKsch,2000),sendoumdosprincipaisobjetivosdaEducaçãocientíficaatualmente. Discutiremosdurantenossocurso,osfundamentosdesteconceitoe tambémsuasaplicações;masaprincípio,em linhasgerais, entenderemosaAlfabetizaçãocientíficacomo a habilidade e hábitos mentais requeridos paraconstruir uma compreensão da ciência; para aplicar estasideiasemproblemasreaisesituaçõesenvolvendonãoapenasosconceitoscientíficos,asrelaçõesdaciência, tecnologia,sociedade e meio ambiente (cTsA) e para comunicarconhecimentos. Observamos,então,queoensinodeciênciastemsetornadoumapedrafundamentalparaobservarmosomundoatual,umavezquevivemosemumasociedadequedependeda ciência e da tecnologia. O desenvolvimento destaalfabetizaçãoenvolvedesdeaspectoscomocompreenderosfenômenos científicos, existentes emnosso cotidiano, atécomoaplicarosconhecimentosecompetênciascientíficaspara poder resolver ouopinar sobreproblemas existentesnonossodiaadia. investigações que envolvem a área de Ensino deciências, como a desenvolvida por sasseron e carvalho
Um.reflexo.de.todo.este.contexto. socioambien-tal. na. educação. é,. por.exemplo,. o. estabele-cimento. da. década. da.educação.para.o.desen-volvimento.sustentável,.pela. Organização. dos.Estados. Ibero-Ameri-canos. (OEI*). entre. os.anos.de.2005-2014.É.possível.acessar.todo.o. conteúdo. referente. a.esta. década. (publica-ções,..no.site:.www.oei.es/decada)OEI. –. é. um.organismo.internacional.de.caráter.governamental. para. a.cooperação.entre.os.pa-íses. Ibero-Americanos.no.campo.da.Educação,.da. Ciência,. da. Cultura.no. contexto. do. desen-volvimento. integral,. a.democracia.e.a.integra-ção.regional..São.mem-bros.da.OEI:.Argentina,.Bolívia,. Brasil,. Colôm-bia,. Costa. Rica,. Cuba,.Chile,. República. Domi-nicana,.Equador,.El.Sal-vador,.Espanha,.Guate-mala,.Guiné.Equatorial,.honduras,. México,. Ni-carágua,. Panamá,. Pa-raguai,. Peru,. Portugal,.Porto. Rico,. Uruguai. e.Venezuela.Fonte:.<www.oei.es>.
para conhecer
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(2008; 2010), têm demonstrado que tais aspectos podemser trabalhados a partir das séries iniciais do EnsinoFundamental, desde que tenham uma linguagem de fácilacessoeapresentematividadesqueestejamdentrodazonadedesenvolvimentoproximaldosestudantes.Vemosainda,nestes trabalhos, que ensinar ciências vai mais além daaprendizagem de conceitos e as aulas deciências têm setornadobonsespaçosparasedesenvolvertambémaleituraeaescrita,assimcomoelementosderaciocíniológico,entreoutros! Quaissãoasformasdetrabalho?Quaisosconteúdosdeciências?PorqueoEnsinodeciênciasétãoimportanteatualmente? são algumas das questões que pretendemosresponder e fazer você refletir nestes nossos estudossobre Fundamentos eMetodologia das ciências, a partirdeelementosquetemos,hoje,comofundamentaisparaodesenvolvimento de um Ensino de ciências que busqueumaformaçãoútilesignificativaparaoscidadãosemgeral.
O. físico. e. educador.Luiz. Carlos. Menezes,.da. Universidade. de.São.Paulo,.faz.uma.re-flexão. sobre. a. impor-tância.e.a.necessidade.de. se. aprender. Ciên-cias.nos.dias.atuais..O.texto. se. inicia. com. a.frase:.“O.conhecimen-to.sobre.a.área.e.suas.tecnologias. tornou-se.tão.essencial.na.aven-tura.humana.que.nin-guém. mais. pode. ser.privado.dele”.Visite. o. site. da. Nova Escola!.Fonte:.<http://revistaescola.
abril.uol.com.br/>.
Reflita. sobre. sua. for-mação.em.Ciências.Discuta. com. seus. co-legas. sobre. quais. as.aulas. de. Ciências. que.você.mais.se.lembra.Quais. você. acha. que.eram. os. objetivos. de.seu. curso. de. Ciências.na.sua.formação.básica.em.geral?
para conhecer
para refletir
Figura.1.1.-.Prof..Luiz.Carlos.de.Menezes..Fonte:.<http://revistaescola.abril.com.br/img/gestao/luis-carlos-menezes-1.jpg>.
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ATIVIDADE
VamosfazerumareflexãosobreoEnsinodeciênciasesuafuncionalidade!Paraisso,vocêvaiprecisar: 1 -Entrevistarpelomenosumapessoaquepossuacurso superior, que não seja da área de ciências, com aseguinte questão: o que você se lembra das suas aulas deciênciasnoEnsinoFundamental? 2 - refletir com seus colegas, a partir da seguintequestão:emgeral,quandosetrabalhadeformatradicional(priorizandoaaplicaçãomecânicadefórmulaseconceitos),oquesobradoEnsinodeciênciasparaavidaadulta? sevocêsencontraramrespostasquedizemqueestesprofissionais não se lembram de quase nada de ciências,nãoseassuste!Essaéumarealidadecomum!Paraquesuareflexãosejabemaproveitada,escrevaumoudoisparágrafossobreasseguintesquestões:quaisasvantagensdeseensinarciências,seemgeralosconteúdosserãoesquecidos?Oqueentãodeveriaserpriorizadonesteensino?
resumINDO
Nestaunidade:• Fizemos uma introdução à nossadisciplina.
• iniciamos uma reflexão sobre os objetivos atuaisparaoEnsinodeciências.
• iniciamos uma crítica sobre oEnsino tradicional de ciências osresultadosdesteensino.
ATIVIDADES
RESUMINDO
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Referências.
BrAsil. MEc. Parâmetros Curriculares Nacionais:ciências–1ºe2ºciclos.Brasília:MEc,1997.
cAchAPUZ, Antonio; Gil PÉrEZ, Daniel;cArVAlhO, Anna Maria Pessoa de; PrAiA, João;VilchEs,Amparo.A Necessária Renovação do Ensino de Ciências.sãoPaulo:cortez,2005.
cArVAlhO, AnnaMaria Pessoa; Gil PÉrEZ, Daniel.Osaber esaberFazerdos Professores.Em:A.D.castro,A.M.P.carvalho (Eds.).Ensinar aEnsinar:Didática para a escola fundamental e média (p. 127-124), são Paulo:EditoraPioneira,2001.
Gil PÉrEZ, Daniel; MAcEDO, Beatriz; MArTÍNEZTOrrEGrOsA, Joaquín; siFrEDO, carlos; VAlDÉs,Pablo; VilchEs,Amparo. ¿Cómo promover el interés por la cultura científica? OrEAlc/UNEscO,santiagodechile,2005.Disponívelem:<http://www.oei.es/decada/libro.htm>.
KrAsilchicK,Miriam. reformas e realidade:O casodoEnsinodasciências.São Paulo em perspectiva.14(1),2000.
lAUGKsch, rudger. scientific literacy: A conceptualOverview.Science Education.v.84.n.1.p.71-94.jan.,2000.
sAssErON, lúcia helena; cArVAlhO, Anna MariaPessoa. Almejando a alfabetização científica no ensinofundamental: a proposição e a procura de indicadores doprocesso.Investigações em Ensino de Ciências. Vol.13,n.3,p.333-352,2008.
REFERÊNCIAS
22 EADPedagogia
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Suas anotações
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1 INTRODUÇÃO
Agoravocêjárefletiuumpoucosobreassuasaulasde ciências e os objetivos que estavam presentes na suaformaçãobásica.Vamospensarumpoucoemcomoestesaspectosestãoligadosanossaformadeenxergarelidarcomaciência? carvalho e Gil Pérez (2001) descrevem que estamesma atividade foi realizada também com professoresem formação inicial, ou em serviço, para sensibilizá-losparaofatodaaridezedanão-significação,paraosalunos,dos conteúdos de ciências que são tradicionalmenteapresentados.Osautores colocamqueo resultadoque secostumaobterédesestruturador.Osentrevistados,emsuagrandemaioria–maisde70%daamostra–,nãoselembramdenadadoqueestudaramdeciênciasoulembramapenasosnomesdosprincipaistópicosestudados.Vocêencontrouresultadosparecidosnaseçãoanterior?
somos,então,levadosapensarsobreosconteúdosensinadosnaescola:emgeralosconteúdossãotransmitidosdeuma formadogmática, baseadonos conhecimentosdoprofessor, e reduzidos a uma coleção de fatos, conceitos,leiseteorias,tradicionalmenteapresentadosaosalunos. Talmaneiradeensinarciênciaslevaaumaconstruçãoinadequadasobreoconhecimentocientífico,baseadanestavisãofechada,jáacabadaeindiscutívelsobreotrabalhodaciência.Vamosdiscutiralgumasdelasagora!
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Assim, os objetivos específicos desta unidade são:refletir sobre algumas concepções sobre o conhecimentocientífico que, em geral, representam visões deformadassobre o mesmo; conhecer e refletir sobre algumascaracterísticas do conhecimento científico, uma vez quevamos mais adiante falar da importância de se ensinarciência, utilizando algumas destas características em saladeaula;refletirsobrerelaçõesentreciência,Tecnologiaesociedade.
2 VISÕES COMUNS SOBRE O CONHECIMENTO CIENTÍFICO
iniciaremos este tópico discutindo algumas visõessobre o conhecimento científico, propagadas na mídia, equesão,geralmente,apreendidaspelapopulação.
ATIVIDADE
Observe a figura 2.1 e responda:Que tipos de visões equivocadassobreoconhecimentocientíficoseapresentamnestedesenho?Discutacom seus colegas e apresente oresultadodestasuareflexãonoseublog.
Figura. 2.1:. Imagem. geralmente. divulgada. sobre. o.trabalho.científico.Fonte:.<http://3.bp.blogspot.com/-8umr_lYbBPc/TgI9gV5djvI/AAAAAAAACp4/i-cthC6ydBA/s1600/cientista.jpg>.
ATIVIDADES
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incrível,não?Estaéaimagemque,emgeral,temosdocientistaedoseutrabalhoemlaboratório,ésópensarmosumpouconoquevemosnosdesenhosanimados,históriasemquadrinhoseemoutrosmeiosdecomunicação! Não é difícil perceber nesta imagem as seguintesvisõesdeformadas(GilPÉrEZet al.,2005):
• individualista e elitista: representa uma únicoinvestigador,homem.
• Descontextualizada: não se diz nada acerca dopossível interessee relevânciada investigação, suasrepercussões.Olugardetrabalhopareceumatorredemarfim, absolutamente isolada.Nem sequer háumajanela!
• Visãoa-problemática:nãoindicaseestáinvestigandoalgumproblema.
• Empírico-indutivista: a atividade do cientistaparece se reduzir à observação e experimentaçãoem busca do descobrimento!Não apresenta quaisos conhecimentos prévios envolvidos nesta busca.Ou seja: o conhecimento obtido da observação(empírico)nosinduzaumaresposta!
• Visão rígida, algorítmica, infalível: nada diz daspossíveisrevisõesereplanejamentos.
• Visãoanalítica:nãoplanejaapossívelvinculaçãodotema abordado, aos diferentes campos da ciência,nemumtratamentointerdisciplinar.
• Acumulativa: não menciona como o novodescobrimentoafetaoconhecimentojáexistentenaciência.
Alguns investigadores, na área de Ensino deciências,têmrelacionadotaisvisõescomumdesinteressedos estudantes por cursos científicos, e também pelamaneiracomoadisciplinaéapresentada.seumalunovêa
Figuras. 2.2:. Os. cientistas. que.estamos.acostumados.a.observar.na.mídia.1.. Prof.. Pardal. -. Fonte:. <http://1.bp.blogspot.com/-KG92c9JxrBA/TpmIS3zl4oI/AAAAAAAAKkM/y7rzf6csTfk/s1600/2372person_243.jpg>.2..Dexter.-.Fonte:.<http://media.ani.mevice.com/uploads/0/9810/453226-dexter.gif>.
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ciênciacomoelitista,paragênios,umtrabalhoqueéfeitoisoladamente, quais seriam as razões que o levariam a seinteressarporesteconhecimento?reflitaumpoucosobreisso!
3 CARACTERÍSTICAS DO CONHECIMENTO CIENTÍFICO
se jávimosquais sãoasvisõesdescontextualizadassobre a ciência, quais seriam, afinal de contas, ascaracterísticas do conhecimento científico que são maiscontextualizadas? Já,noiníciodocurso,estudamosa“MetodologiadoTrabalho científico”, em que alguns pontos importantesforam levantados, como por exemplo: a importância daformalizaçãodaproduçãocientífica,dacomunicaçãoedoconsensosobreumaatividadecientífica–oconhecimentocientíficonãoéproduzidoisoladamente–ocaráterprovisórioou dinâmico do conhecimento científico, defendido porThomasKuhn, entre outros. Você se lembra? Talvez sejahoradevernovamentetaiscolocaçõesepistemológicas. A natureza da atividade científica é ainda tema demuitodebates,entrefilósofoseestudiososdaciência(entreeles Kuhn, Bunge, Feyerabend, lakatos, Toulmin e seusseguidores),poiselanãosegueregrasrígidasoufechadas.Mesmo sendo objeto de debates, alguns aspectos sãoessenciais e de amplo consenso sobre este conhecimento,apresentamosaseguiralgunsdeles:
1. Em primeiro lugar, é importante observarmosquenãohá a existênciadeUMMétodocientífico(fechado, commaiúsculas), comoum conjunto deregras perfeitamente definidas, rígidas e infalíveis(BUNGEapudGilPÉrEZetal.,2005).
Discuta.com.seus.cole-gas.como.um.curso.de.Ciências. pode. reforçar.estas.visões.
Sugiro. que. reveja. os. es-tudos.feitos.em.Metodolo-gia.do.Trabalho.Científico,.no.Módulo.1.
O. livro:.O que é ciên-cias afinal?, de.Alan.F..Chalmers. (Ed.. Brasi-liense,. 1993),. trata. de.aspectos. sobre. a. epis-temologia. da. Ciência,.com. uma. linguagem.agradável. e. acessível,.relacionando. os. diver-sos.autores.e.linhas.de.pensamento.há.um.artigo.de.Adria-no.Alves,.sobre.o.livro,.para. instigar.sua. leitu-ra,.em:.<http://www.webartigos.com/articles/7048/1/O-Que-e-
Ciencia-Afinal/pagina1.html>.
saiba mais
para refletir
um conselho
Figuras.2.3:.Capa.do.livro.“O.que.é.ciência.afinal?”
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2. A construção do conhecimento científico éguiada por paradigmas que influenciam naobservaçãoenainterpretaçãodecertofenômeno(TOUlMiN,1997).
3. O conhecimento científico é aberto, sujeito acrises, mudanças e reformulações, pois assimfoiconstatadonahistóriadaciência,portantoaciênciaéumprodutohistórico(KUNh,2000).
4. Éumdosobjetivosdaciênciacriarinteraçõeserelaçõesentreteoriaseconhecimentosouabuscadeumacoerênciaglobal(chAlMErs,1993).
5. Odesenvolvimentodaciência está relacionadoa aspectos sociais, políticos, por isso, muitasvezes, as opções feitas pelos cientistas refletemseus interesses pessoais. Portanto, a ciência éhumana,viva,umaconstrução,aqualinterpretaomundoapartirdeseuolhar.
No trabalho de Daniel Gil Pérez e seuscolaboradores (2005), apresenta-se um diagrama dainvestigação científica, onde se destacam algumas dasetapas deste processo.O interessante é o fato de nãoexistiretapasrígidas,massim,retomadasdosproblemas,o re-planejamento deste trabalho, a partir do erro; aimportânciadadivulgaçãodeumtrabalhocientífico;astrocasentreasequipesdepesquisadoresparasechegaraumconsenso,entreoutrosaspectos!
Daniel. Gil. Pérez,. pesquisa-dor. espanhol,. trabalha. com.o. tema. Educação. e. Susten-tabilidade..Ele.e.seus.colabo-radores. são. autores. do. livro.“Cómo.promover.o.interés.por.la. educación. científica”. feito.para. a. UNESCO,. no. que. foi.determinado. por. este. órgão.a. Década da Educação para o Desenvolvimento Susten-tável. (2005-2014)..Este. livro.está. plenamente. disponível.na.Internet,.em:.www.oei.es/decada/libro.htm..No.capítulo.2. desta. publicação,. há. uma.discussão.sobre.as.caracterís-ticas.do.conhecimento.cientí-fico.de.que. falamos.anterior-mente.
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para conhecer
FIGURA.2.4:.Daniel.Gil.Pérez.com.seu.meio.de.Transporte.
Sustentável.Fonte:.<http://www.uv.es/gil>.
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Observeodiagrama,figura2.5,esuasetapas,e:
a)DiscutacomseuscolegasquaisdestesprocessosNÃOaparecemnaimagemdocientistaquevocêviuanteriormente!b)Encontrepelomenos3exemplosdeinovaçõescientíficase tecnológicas que refletem algumas destas etapas,identificando-as. (Por exemplo: aobservaçãodeluasquesemoviamaoredordeJúpiterfezGalileuconstruirnovashipótesessobreomovimentodaTerraedosastrossolares,modificando crenças e atitudes, assim como concepçõessobreaciênciaeaprópriaigreja).
c) Discuta se consegue observar nesse diagrama ascaracterísticas fundamentais do conhecimento científicoapresentadasanteriormente.
ATIVIDADES
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Figura 2.5 -.Diagrama. sobre.o. trabalho. científico,. extraído.do. livro:.Cómo promover el interes por la.educación científica,.de.Daniel.Gil.Pérez.e.colaboradores..Fonte:.<http://www.oei.es/decada/libro.htm>.
Parece então que a produção do conhecimentocientíficoémaiscomplexaqueumasériedeetapasrígidas,etambémémaisamplaecontextualizadadoquegeralmente
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se mostra por aí, não é? Podemos ver que o diagramadestacaopapeldasmulheresnaproduçãodoconhecimentocientífico: das trocas entre equipes, das teorias científicasanteriores para a produção de novos conhecimentos; dashipóteses, da relação com a sociedade, com o momentopolíticoesocial,e,também,opapeldaproblematizaçãodetalprodução. Aproblematizaçãoéalgomuitoimportantedentroda ciência. A existência de um problema é o mote depropulsãodoconhecimento.comoexplicamososdiaseasnoiteseasestaçõesdoano?comofuncionanossocorpo?comopodemosfazerparanospreservardedoenças?comoexplicamos asmarés?sãoquestõesquevêmmotivandoohomemaconstruirconhecimentohámuitosanos! Gaston Bachelard, cientista, educador francês,filósofo da ciência e poeta, tem muitas obras publicadasevidenciando sua preocupação pedagógica, fruto daexperiênciacomoeducadorecientista,esededicoutambémaestudarcomosedáaformaçãodoespíritocientífico.Emseulivro,publicadoinicialmenteem1938,(BAchElArD,1996), ele já colocava a célebre frase que diz: “Todoconhecimento é resposta a uma questão. se não houvequestão,nãopodehaverumconhecimentocientífico.Nadaédado,tudoéconstruído”. Não podemos ainda esquecer que a ciência tam-
bém possui relações com aTecnologia, vivemos atual-mente em ummundo alta-mente tecnológico, onde odesenvolvimento científicoeotecnológicoestãoampla-menterelacionados. Todas estas caracterís-ticasdoconhecimentocien-tífico também são muitoimportantes para o ensino!
Figura. 2.6. -. Vivemos. em. um.mundo.onde.Ciência.e.Tecnologia.estão.presentes.em.todos.os.mo-mentos..Fonte:.UAB|UESC.
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como podemos aprender ciências apenas decorando fór-mulasourespondendoquestionários?Vocêachaqueissoépossível?Opróximocapítuloserádedicadoaesteassunto,mas,agora,vamosobservarestascaracterísticasanalisandoumepisódiodahistóriadaciência!certo?
4 OBSERVANDO A CIÊNCIA EM SEU CONTEXTO O texto histórico, que iremos analisar (ANEXO1), destaca algumas características do trabalho científico,assimcomoalgumasrelaçõesentreaciência,aTecnologiaeasociedade,apartirdoepisódiodedesenvolvimentodaluneta,inicialmenteparafinsmilitares.Otextoretrataumdiálogo imaginário entre pessoas da época descrito porDrake(1983),grandeespecialistaemGalileuGalilei.Esteepisódiotambémnosremeteàideiadeparadigmas,crisesereformulaçõesàqualoconhecimentocientíficoestásujeito.
A. luneta,. instrumento.aperfeiçoado. por. Galileu,.foi. utilizada. inicialmente.para. fins. militares.. . Em.1610,. Galileu. observou.montanhas.e. crateras.na.Lua,. manchas. no. Sol. e.quatro. satélites. em. vol-ta. de. Júpiter. (chamadas.luas. galileanas).. Suas.descobertas.tiraram.a.im-portância.do.homem.como.centro.do.Universo,.maculando.a.perfeição.dos.céus.e.iniciando.sua.briga.com.a.Igreja.católica,.que.condenava.as.teorias.sobre.o.movimento.da.Terra.e.proibia.o.ensino.do.sistema.heliocêntrico.de.Copérnico..Quando,.em.1632,.Galileu.publicou.seu.polêmico.“Diálogo.sobre.os.dois.maiores.sistemas.do.mundo”,.logo.recebeu.uma.ordem.para.se.apresentar.em.Roma.Fonte:.VANNUChI,.Andrea.Infantosi..A.Relação.Ciência,.Tecnologia,.Socie-dade.e.Ensino.de.Ciências..In: Ensino.de Ciências: Unindo a Pesquisa e a Prática..Carvalho,.Anna.Maria.Pessoa.de.Carvalho.(Org.)..São.Paulo:.Thomson.Learning,.2004.
Figura.2.7.-.A.Luneta.de.Galileu..Fonte:.<http://commons.wikimedia.org/wiki/
File%3AGalileantelescope_2
saiba mais
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leiaotexto,noanexo1,respondaasseguintesquestõesereflitasobrequaiscaracterísticasdaciênciaestãopresentesnomesmo.
Questões:1 –De que nova Tecnologia trata o texto?Que parte daciênciadescreveeexplicaseufuncionamento?2 – Por quemotivoGalileu decidiu aperfeiçoar a luneta?Eleestárelacionadoaumamotivaçãopessoaldocientista?Justifique.3 – Em que trechos você nota o descompasso entredesenvolvimento científico e tecnológico no século deGalileu?4 – Quais foram, afinal, as dificuldades enfrentadas porGalileuparaaconstruçãodaluneta?Vocêasdefiniriacomoproblemascientíficosoutecnológicos?Porquê?5–QualseriaentãoarelaçãoentreciênciaeTecnologiaecientíficosetecnológicos?Elaseriaequivalenteàqueocorrenesseepisódio?Vocêconseguelevantarexemplosnosquaisainteraçãosejadiferentedadesteepisódio?
ATIVIDADES
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Nestaunidadevocêviuque:
• Aciêncianãopossuiumsómétododetrabalho,ouaindaummétodorígido,cometapasfechadasaseremseguidas.
• Visões inadequadas sobre o conhecimentocientificotendemaafastarestudantesecidadãosdoconhecimentodesteprocesso.
• Aciênciaéumprodutohumano,socialeconstruídohistoricamente. O Ensino de ciências deve assimrespeitar tais características do conhecimento, aciênciaemsaladeaulaprecisaserconstruídaatravésdeinteraçõessociais,daexposiçãodeseusresultados,entreoutrosaspectos.
RESUMINDO
Ciência.e.Arte
O. filme. Sombras no Futuro,. de. Ro-land.Joffé,.traz.uma.discussão.sobre.a.construção.da.bomba.atômica.e.o.que.está.envolvido:.a.produção.do.conhe-cimento.científico,.o.desenvolvimento.da. tecnologia. para. se. fazer. a. bomba.e.a.relação.entre.estes.dois.planos,.o.contexto.social.e.econômico,.o.poder.de.destruição.da.bomba,.os.efeitos.da.radiação.no.corpo.humano,.entre.ou-tros.aspectos!.Vale.a.pena.ver!O. filme.Os narradores de Javé,. uma.produção.brasileira.de.2003,.de.Eliane.Caffé,.com.filmagens.feitas.na.Bahia,.conta.a.história.de.um.povoado.(Javé).onde. será. construída. uma. barragem.para. uma. hidroelétrica.. Além. de. di-versas.questões.relacionadas.à.lingua-gem,. como. uma. forma. de. preservar.a. história. daquele. povoado,. mostra.também. o. impacto. socioambiental. e.os. conflitos.que.esta.nova. tecnologia.traz.consigo.
Fonte:.Adaptado.das.sinopses.dos.filmes,.disponíveis.em:..<http://www.dvdpt.com/s/sombras_no_futuro.php>.e.<http://
www.adorocinema.com/filmes/narradores-de-jave/>.Figura.2.8.e.2.9:.Capas.dos.Filmes.Sombras.no.Futuro.e.Os.
narradores.de.Javé.
filme recomendado
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BricciADONAsciMENTO,Viviane.Visões de Ciências e Ensino por Investigação. Dissertação de Mestrado,UniversidadedesãoPaulo,2003.
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cArVAlhO,AnnaMariaPessoade;GilPÉrEZ,Daniel.OsaberesaberFazerdosProfessores.Em:cAsTrO,AméliaDomingues;cArVAlhO,AnnaMariaPessoa(Eds.).Ensinar a Ensinar:Didática para a escola fundamental emédia. sãoPaulo:EditoraPioneira,2001.p.127-124.
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REFERÊNCIAS
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Suas anotações
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AlfabetizaçãoCientífica
3ªunidade
1 INTRODUÇÃO
QuandopensamosemumEnsinodeciênciasquesejasignificativoparatodos,dandocondiçõesparaumcidadãovivercriticamentenasociedadeatual,nosremetemosàideiadeAlfabetizaçãocientífica–tambémconhecidapelasiglaAc.Assim,iniciaremosesteunidadediscutindoaseguintequestão:
O que entender por Alfabetização Científica? O objetivo fundamental desta unidade é que vocêreconheça o que é a Alfabetização científica e comoela está relacionada com o Ensino de ciências, e, maisespecificamente,comoestárelacionadacomumaformaçãocidadã.
2 O QUE É ALFABETIZAÇÃO CIENTÍFICA?
AAc(que tambémé chamadapor alguns autorescomoAlfabetizaçãocientíficaTecnológicaouAlfabetizaçãocientíficaparaacidadania)vemsetornandocadavezmaisumdosprincipaisobjetivosdentrodoensinodeciências.Apesardeo termonos remeter à ideiade linguagem, talalfabetização, segundodiversos autores, engloba todososdomínioseusosdeumcertoconhecimento,algopróximoàs ideias de alfabetização concebidas por Paulo Freire,em que: “a alfabetização é mais que o simples domínio
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psicológicoemecânicodetécnicasdeescreveredeler.Éodomíniodestastécnicasemtermosconscientes.[...]implicanuma autoformação de que possa resultar uma posturainterferentedohomemsobreseucontexto”(sAssErONecArVAlhO,2008,p.334). A difusão deste conceito tem feito com que cadavezmaispropostascurriculareseobjetivosrelacionadosaoensinodeciênciasestejamvoltadosparaaspectosligadosaestacompreensãodemundo. Encontramos,por exemplo,nosparâmetrosnorte-americanos (National Science Education Standards –NATiONAl rEsEArch cOUNcil, 1996, p. 1), acolocação:
Emummundorepletodeprodutosdein-dagaçãocientífica,aAlfabetizaçãocientí-fica se transformou em uma necessidadepara todos. Todos necessitam utilizar ainformaçãocientíficaparatomardecisõesqueseapresentamacadadia.Todosneces-sitamossermoscapazesdeutilizarainfor-maçãocientíficaparanosengajarmosemdiscussõespúblicasedebatesenvolvendoquestõesimportantessobreciênciaetec-nologia.E todosmerecemos compartir aemoçãoearealizaçãopessoalquepodeserresultadodacompreensãoeaprendizagemdomundonatural.
Já, na declaraçãodeBudapeste (1999), coloca-se oseguinte:
hoje, mais do que nunca é necessáriofomentar e difundir a Alfabetizaçãocientífica em todas as culturas e todosos setores da sociedade, assim como ascapacidadesderaciocínioeascompetênciaspráticas e uma apreciação dos princípioséticos,afimdemelhoraraparticipaçãodoscidadãosnaadoçãodedecisõesrelativasàaplicaçãodenovosconhecimentos.
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Em um documento sobre o PisA - ProgramainternacionaldeAvaliaçãodeEstudantes-(BrAsil,2006,p.57) pergunta-se que aspectos da ciência e Tecnologiadeveriamsevalorizar,oqueserespondedaseguintemaneira:
A resposta deveria incluir o papel dacontribuiçãodasciênciasedasTecnologiasdebasecientíficaasociedade,assimcomosua importância em muitos contextospessoais, sociais e globais. É razoávelesperar, portanto, que os indivíduos semostreminteressadosnasciências,apóiemos processos de investigação científicae adotem uma atitude responsável emrelação aos recursos naturais e o meioambiente.
OPisAavaliaalgumasdascaracterísticasdoprocessoouoníveldealfabetizaçãocientíficadeumestudante.Paratal feito, a avaliaçãoobservaos seguintespontos: emquemedida um indivíduo: possui conhecimento científicoe utiliza esse conhecimento para identificar questões,adquirir novos conhecimentos, explicar fenômenoscientíficosetirarconclusões,baseadasemevidênciassobrequestõesrelacionadasaciências; compreendeosaspectoscaracterísticos deciências como forma de conhecimentohumanoeinvestigação;mostraconscientizaçãosobrecomociênciase tecnologiamodelamnossosambientesmaterial,intelectualecultural;envolve-secomquestõesrelacionadasa ciências e com ideias científicas, como um cidadãoreflexivo. Estesdocumentosjánosdãoumaamostradoquevemaseroprocessodealfabetizaçãocientífica,não?ObservamosqueelesressaltamocontatocadavezmaisestreitoquetemoscomaciênciaeasTecnologias,esuasrelaçõescomonossocotidiano;umacompreensãodosconceitoscientíficosedeaspectosdanaturezadaciência,assimcomooladohumanoedeconstruçãodoconhecimentocientífico;autilizaçãode
A. Declaração. de. Bu-dapeste. foi. escrita. em.1999,. na. Conferência Mundial para a Ciência no século XXI,.tratando.de.assuntos.sobre.a.Ci-ência.e.a.Educação.Cien-tífica.. Toda. a. declara-ção.está.disponível.em:.<http://unesdoc.unesco.org/images/0013/001315/.131550por.pdf>.
para conhecer
O.PISA.é.uma.avaliação.realizada. pela. OECD. –.Organização.para.a.co-operação.e.Desenvolvi-mento.Econômico.–.em.154.países.do.mundo.a.cada. 4. anos.. Em. cada.uma. das. aplicações,.uma. disciplina. é. foca-da. com. maior. ênfase..Em.2006,.foi.a.vez.das.Ciências,. onde. o. Brasil.não. apresentou. bons.resultados!. Agora,. em.2010,. o. Brasil. vem. al-cançando.novas.coloca-ções,. porém. poderiam.ser.melhores!..
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conceitos científicos em discussões públicas; a adoção deescolhasfundamentadaseresponsáveisnoqueafetaomeioambiente,entreoutrosaspectos.
UmaAcadequada está relacionada àutilizaçãodeinformações, conhecimentos e competências científicasno dia a dia de um cidadão; para ele que possa viver nasociedadeatual,seengajaremdiscussõespúblicasedebates,envolvendociênciaetecnologia,tendo,assim,esclarecimentoe discernimento para fazer julgamentos que envolvam aciênciaeatecnologia(sAssErON;cArVAlhO,2008). O processo de se alfabetizar cientificamente nãoocorreapenasnoambienteescolar,eletambémpodeocorreremmuseusdeciências, emespaçoseducativos, atravésdaleituradejornaiserevistasqueenvolvamoconhecimentocientífico,navivênciacotidianadosestudantes,entreoutrosaspectos.
3 QUE ASPECTOS LEVAM OS ESTUDANTES A UMA ALFABETIZAÇÃO CIENTÍFICA?
Observandoasaladeaulaecomapreocupaçãodeperceberquaissãoosaspectosquelevamaumaalfabetizaçãocientífica, a pesquisadora da Universidade de são Paulo,lúcia sasseron, desenvolveu uma pesquisa observandoestes aspectos (sAssErON; cArVAlhO, 2007, 2008),embasada teoricamente no trabalho de diversos outrosautoresaoredordomundo.
Figura.3.1.-.Ciência,.Tecnologia,.Sociedade.e.Meio.Ambiente.estão.relacionados.entre.si..Fonte:.UAB|UESC
Discuta.com.seus.cole-gas....Você. imagina. sua. vida.sem. o. uso. das. tecno-logias?. Você. pode. dar.alguns. exemplos. de.como. o. conhecimento.da.ciência.pode.ajudar.em.nosso.cotidiano?.
para refletir
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Vamosdiscutirumpoucosobreeles? Emprimeiro lugar,aautorapercebeuquetodosostrabalhosanalisadosfalamdanecessidadedacompreensãobásica de termos, conhecimentos e conceitos científicos,chamando a reunião destes conceitos de primeiro eixoda Ac; o que é fundamental para que um cidadão possatomardecisõeseentraremdiscussõessobreaciência,e,atémesmo,acompreensãodeconceitoschavesqueutilizamosemnossodiaadia. Em segundo lugar, outro eixo estruturante dizrespeitoàcompreensão da natureza da ciência e dos fatores éticos e políticos que circundam sua prática; pois, tendoem mente a forma como as investigações científicas sãorealizadas,enosenvolvendoemprocessosdeinvestigaçõescientíficas, podemos encontrar subsídiosparao examedeproblemasdodiaadiaqueenvolvamconceitoscientíficosou conhecimentos advindos deles. É importante tambémque saibamos comoocorrem tais investigações, tenhamosatitudespositivasemrelaçãoaesteconhecimento,criandotambémimagensadequadassobreaciência. O terceiro eixo estruturantedaAccompreendeoentendimento das relações existentes entre ciência, tecnologia, sociedade e meio-ambiente eperpassapeloreconhecimentode que quase todo fato da vida de alguém tem sidoinfluenciado,dealgumamaneira,pelasciênciasetecnologias.Neste sentido, mostra-se fundamental ser trabalhado,quandotemosemmenteodesejodeumfuturosaudávelesustentávelparaasociedadeeoplaneta,umavezque,muitasvezes,odesenvolvimentodeumanovatecnologiaoudeumnovoconhecimentocientíficopodecausar,alémdemuitoconforto,muitosdanosambientais.
Diversos. autores,. se-jam. brasileiros. ou. es-trangeiros,. têm. discu-tido. sobre. este. termo,.suas.divergências,.con-vergências.e.suas.apli-cações!.Você.pode.pro-curar,.por.exemplo:O.artigo.de.Sasseron.e.Carvalho. Almejando a Alfabetização Científica no Ensino Fundamen-tal: A proposição e a procura de indicado-res do processo.. Dis-ponível. em:. <http://www.if.ufrgs.br/ienci/artigos/Artigo_ID199/v13_n3_a2008.pdf>.O. artigo. de. Leonir. Lo-renzetti. Demétrio. De-lizoicov,. Alfabetização Científica no contexto das séries iniciais..Dis-ponível. em:. <http://www. f a e . u fmg . b r /ensaio/v3_n1/leonir.PDF>.
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ATIVIDADES
Você costuma ler revistas de divulgação científica?hoje vamos fazer isso! Esta atividade deve ser discutidainicialmenteempequenosgruposparadepoisserdiscutidaemumgrandegrupo(você,seuscompanheirosdecursoeseututor). O texto 2 (ANEXO @) foi extraído da revistaCiência Hoje das Crianças,eestádisponívelon line no site<http://chc.cienciahoje.uol.com.br/colunas/no-laboratorio-do-sr-q/fluor-para-que-te-quero>. leia o texto com seuscolegasediscuta:a) Queeixosestruturantesdoconhecimentocientíficoaparecemnestetexto?
b) Vocêutilizariaestetextoemsuasaulasdeciências?Paraqueano?Porquê?
c) Esboceumplanode trabalho,colocandocadaumadasetapasdaaula,eosobjetivosqueseencontramemcadaumadelas(quaissãoosconceitosaseremensinados,métodos,atitudesetc.).
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RESUMO
NestaUnidadediscutimos:• O conceito de Alfabetização científica e comoeleestá relacionadocomosobjetivosatuaisparaoEnsinodeciências.
• Quais os fatores que levam a uma Alfabetizaçãocientífica, desde os anos iniciais do ensinofundamental.
• Que não apenas os conteúdos na escola, mas osprocessos cotidianos, assim como também osestudosrealizadosforadoambienteescolar,tambémnoslevamaoprocessodeAlfabetizaçãocientífica.
Wall-e
O.filme.de.animação.Wall-e.é.uma.ficção.científica.que.retrata.a.Terra.como.um.planeta.inabitável.a.partir.do.ano.2100,.por.um.aumento.considerável.das.toxinas.existentes.no.planeta..Assim,.os.seres.humanos.são.condenados.a.viver.em.uma.nave.até.que.o.mesmo.volte.a.ser.habitável!.Tem.como.pano.de.fundo,.o.amor.entre.dois.robôs..Além.do.mais,.mostra.os.efeitos.de.ter.uma.vida.sem.a.prática.de.exercícios.físicos.
Fonte:.Adaptado.da.sinopse.do.filme..Disponível.em:.<http://www.cinemenu.com.br/filmes/wall-e-2008>.
Figuras.3.2:. Longa.metragem.em.animação.Wall-e.. Fonte:.<http://www.disney.com.br/DVD/walle/>.
filme recomendado
RESUMINDO
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REFERÊNCIAS
BrAsil, Ministério da Educação, iNEP. Resultados Internacionais PISA 2006: resumo. Brasília, 2006.Disponível em: <http://www.inep.gov.br/download/internacional/pisa/PisA2006-resultados_internacionais_resumo.pdf>.Acessoem:28out.2010.
DEclArAciÓNDEBUDAPEsT,1999.Marco general de acción de la declaración de Budapest.Disponívelem:<http://www.oei.es/salactsi/budapestdec.htm>. Acessoem:28abr.2010.
NATiONAlrEsEArchcOUNcil.National Science Education Standards. WashingtonD.c.:NationalAcademyPress,1996.
sAssErON, lúcia helena; cArVAlhO, Anna MariaPessoa. Alfabetizaçãocientífica desde as primeiras sériesdo ensino fundamental – em busca de indicadores para aviabilidadedaproposta,Atas Eletrônicas do XVII SNEF. simpósioNacionaldeEnsinodeFísica.sãoluiz,2007.p.1-10.
sAssErON, lúcia helena; cArVAlhO, Anna MariaPessoa. Almejando a alfabetização científica no ensinofundamental: a proposição e a procura de indicadores doprocesso.Investigações em Ensino de Ciências. vol.13,n.3,2008.p.333-352.
REFERÊNCIAS
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Suas anotações
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4ªunidade
1 INTRODUÇÃO
Já que falamos tantodeEnsinodeciênciaspara acidadania,nosobjetivosatuaisparaoEnsinodeciênciasque estão baseados em umaAc, cabe-nos, então, pensarnas seguintes questões: como conseguimos alcançar estesobjetivos?Quaissãoasorientaçõesmetodológicasquenoslevamaestecaminho? Vamoscomeçarestaunidadetrabalhandoumpouco,apartirdeumexperimentosimples,paradepoisdiscutirmosumpoucoosfundamentosdeumapropostametodológicaquetemporfinalidadenoslevaraestesobjetivos.
AotérminodestaUnidade,vocêdevesercapazde:• reconhecer as etapas que regem um ensino porinvestigação.
• ser capaz de criar uma atividade investigativa, apartirdeumaatividadefechada,comtodasasetapasnecessárias.
• reconhecerqueaciência,emsaladeaula,deveserconstruídademaneirasimilaràformacomosedáaconstruçãodoconhecimentocientífico,levandoemcontaaconstruçãodehipóteses,aresoluçãodeumproblema,otrabalhoemgrupo,adivulgaçãodoquefoifeito,aargumentação,entreoutrosfatores.
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2 HOJE VOCÊ VAI CONSTRUIR SEU CONHECIMENTO!
2.1 A Atividade experimental
hojevamosparticipardeumaatividade,apartirdeumasituaçãoproblema.Éumproblemasimples,apresentadopordiversoslivrosdidáticos,masvocêdeveprestaratençãoaométodopropostoparaaresoluçãodomesmo!Paraisso,vaitrabalharemgruposde5ou6pessoas.Vamoslá?Mãosàobra!
ATIVIDADE.EXPERIMENTAL
O problema do copinho Apresentandoosmateriais: cadagrupodevesepararparaaatividade:umbalde,sepossível transparente, umcopo também transparente eumafolhadepapel.
Figura.4.1.-..Material.necessário.para.a.experiência..Os.baldes.devem.ser.enchidos.com.água,.até.um.pouco.mais.da.metade..Fonte:.UAB|UESC
Játemosmateriaiseobaldecomágua?Agoravamosàatividade.Vocêeseugrupotêmqueresolveroseguinteproblema:Como fazer para afundar um copo dentro da água, com o papel dentro do copo, sem molhar o papel?
Bomtrabalho!
ATIVIDADE EXPERIMENTAL
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Já resolveram o problema? Agoravamos nos unir num grande grupo (toda asala)eresponderasperguntas:
1. Como vocês fizerampara resolveroproblema?
2. Por que,daformaquefoifeito,foipossívelresolveroproblema?
Apósadiscussão,sigaparaopróximomomento! Foiumaatividadesimples,talvezparanós, professores, sim; mas vamos ver comoosalunosfariam?Paraisso,vamosassistiraovídeo disponível em: <http://paje.fe.usp.br/estrutura/midiavirtual.htm>(vídeodocopo).
Os. vídeos. de. Ciên-cias. no. Fundamen-tal. foram. produzi-dos. pela. faculdade.de. Educação,. em.parceria. com. es-colas. públicas. da.grande. São. Pau-lo,. com. o. apoio. da.fundação.VITAE,.a.partir.do.livro:.Ciências no Ensino Fundamental: O.conhecimento.Físico,.publicado.em.1998,.por.Anna.Maria.Pessoa.de.Carvalho.e.colaboradores,.pela.Editora.Scipione..É.uma.série.de.15. vídeos,. com. diversos. proble-mas. envolvendo. desde. a. forma-ção.de.sombras.até.conhecimen-tos. sobre. energia.. Vale. a. pena.conhecer!..Eles.estão.neste.mes-mo. site:. <http://paje.fe.usp.br/estrutura/midiavirtual.htm>.
para conhecer
Figura. 4.2. -. Capa. do. Livro. Ciências no Ensino Fundamental:. o. conhecimento. Físico.. Fonte:.Disponível. no. site. da. Editora. Scipione. <http://www.scipione.com.br/>.
2.2 Refletindo sobre a atividade proposta
Apósvocêterfeitoaatividadeeassistidoaovídeo,éhoraderefletirumpoucosobreoquefoiproposto!Vocêjáfezestamesmaatividade,ouaviuemumlivrodidático,apartirdeumametodologiamais‘fechada’?Provavelmentesim...Emgeral,estaéumaatividadefeitaparademonstraçãooucomprovaçãodeumfenômeno! Discutaemgrupos:
• Quaisasdiferençasmetodológicasobservadasnestamesma atividade, quando aplicada a partir de umapropostainvestigativa?
• Quaisasetapaspropostasequetipodeobjetivosécontempladoemcadaumadestasetapas?
• Vocês conseguem observar as semelhanças entreo que é proposto e etapas do desenvolvimento daciência,conformediscutimosnaUnidade2?
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3 O ENSINO POR INVESTIGAÇÃO
cada vez mais o ensino por investigação vem setornando uma orientação para o ensino-aprendizagem deciências,Munfordecaixeta(2009)colocamque,quandosefaladeinovação,oensinoporinvestigaçãoéquasesensocomumempaísesdaAméricadoNorteedaEuropa,etemsetornadocadavezmaisumapropostaimportantetambémnoBrasil. como já havíamos colocado anteriormente, aaprendizagemdeciênciasdeixoudeserapenasumaformadeseconhecerconceitosetermosepassouasefocarmaisna construção dos conhecimentos: saber sobre a ciência,conhecerosprocessoscomoéconstruídooconhecimentocientíficosãoobjetivostãoimportantesquantoodesaberconceitosefatos.Oprocessodeaprendizageméimportante,pois a imersão emuma cultura científicapara se chegar àaprendizagem de ciências é cada vez mais almejada. OProgramadeAvaliaçãodolivroDidático(PNlD)colocaque:éesseoconceitodeensinodeciênciasqueseesperanolivrodidático:Ensinarciênciasfazendociências. Devemosdeixarclaroque,principalmentenumcursodenível fundamental,nãoépossível reproduzir aciênciacomoéfeitoemlaboratório,comseurigor,especificidades;porém alguns processos que são característicos do sabercientífico,quefazempartedaculturacientífica,podemsertrabalhados, de maneira a levar os estudantes a uma Ace prepará-los para conviveremna sociedade emque estãoinseridos. Você trabalhou estas características nas atividadesanteriores!Vamosfocarumpoucomaisnelas? Apropostadeatividadefeitanostrouxeumensinopor investigação que tinha por característica as seguintesetapas:1. O problema: é importante reconhecermos a
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importância da problematização na construçãodo conhecimento científico, que também setransmite para a construção do conhecimento emsala de aula, retomando a colocação de Bachelard(1996)onde“todoconhecimentoérespostaaumaquestão”. Demétrio Delizoicov (2001) coloca queproblematizarétambém:a. aescolhaeformulaçãoadequadadeproblemas,de modo que permitam a introdução deum novo conhecimento (para o aluno)....Problemas que devem ter o potencial de gerarno aluno a necessidade de apropriação de umconhecimento,queeleaindanãotem,eaindanãofoiapresentadopeloprofessor.Éprecisoqueoproblemaformuladotenhaumasignificaçãoparaoestudante,demodoaconscientizá-loqueasuasoluçãoexigeumconhecimentoque,paraele,éinédito;
b. um processo pelo qual o professor, ao mesmotempoemqueapreendeoconhecimentopréviodosalunos,promoveasuadiscussãoemsaladeaula, com a finalidade de localizar as possíveiscontradiçõeselimitaçõesdosconhecimentosquevãosendoexplicitadospelosestudantes,ouseja,questiona-ostambém.sedeumladooprofessorprocuraaspossíveisinconsistênciasinternasaosconhecimentosemanadosdasdistintasfalasdosalunos para problematizá-las; tem, por outro,como referência implícita, o problema queserá formulado e explicitado para os alunos nomomentooportuno,bemcomooconhecimentoquedeverádesenvolvercomobuscaderespostas.A intenção é ir tornando significativo, para oaluno, o problema que oportunamente seráformulado.
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2. A execução da atividade pelos alunos: nestemomento, os estudantes devem tomar consciênciade algumas variáveis envolvidas no fenômeno queestá sendo estudado e achar relações entre elas. Éahoraemquehipótesessão levantadas,emqueosestudantestestamestashipóteses,apresentamseusconhecimentosprévioseutilizamoerrocomoumaformaderepensaroqueestásendofeito,construirnovashipótesesevoltarnovamenteatestá-las.
3. Omomentodo como (a socialização): nestahora,é destacado o caráter social do conhecimento,assimcomoénaciência,espera-sequesejacriadoum ambiente intelectualmente ativo que envolvaos estudantes, organizando grupos cooperativos efacilitandoointercâmbioentreeles.
4. Oporquê:éomomentodesistematizarassoluçõespara o problema e as explicações dos estudantes.Nestemomento,também,sebuscaumaproximidadecom a cultura científica, uma vez que construirexplicaçõeséumdosprincipaisobjetivosdaciência.
5. A comunicação do trabalho realizado: é hora defazer registros escritos, ou através de desenhos,para comunicar o trabalho realizado e sistematizaros conhecimentos. Já vimos em nossos estudosque a comunicação é um dos aspectos essenciaisdo trabalho científico e, assim, deve ser levada emcontamesmonassériesmaisiniciais,tambémcomoformade avaliaçãodo que está sendoproduzido econstruídopelosestudantes.
Umadasfasesmaisimportantesdesteconhecimentoéacolocaçãodoproblema.Éapartirdaí,queserápossível,ounão,odesenvolvimentodeumainvestigação.Emgeral,que tipo de problemas estamos acostumados a propor anossosestudantes?
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Observemos e analisemos uma atividade de ligarcolunas, que épropostapara análise emcampos eNigro(1999).
Discutaumpouco comseugrupode trabalhoporqueesteexercícionãoforneceaosestudantesliberdadeparainvestigareproporsoluções! Encontre para a mesma atividade uma situaçãoproblemática aberta, que quando proposta aos estudantespassepelasfasesinvestigativasdiscutidasanteriormente. Oquepodemosobservaréqueomodocomoesseexercício é proposto leva o aluno apenas a estabelecerrelaçõesfechadase“corretas”,apartirdoqueoprofessorestáensinando,semlevaremconsideraçãoosconhecimentosqueosestudantesjápossuem,osprocessosdeinvestigação,levantamentodehipótesesentreoutros.Dáaideiatambémdequenadapodesobraroufaltar(éomesmoqueacontececomexercíciosdematemática,quandoosalunosentendemquetodososdadosdevemserutilizados,nãoé?),ouseja:umaaplicaçãomecânica.Noentanto,seriapossívelcriarmosoutrasassociações:porquenãoassociarmospernascompésemembrosinferiores?Braçoscommãos?Péscomcorrer?Nãoháapenasumarespostacorreta. Umproblemapodesertambémumaatividadedelápisepapelcomoesta.Poderíamos,porexemplo,dependendo
O. livro Didática de Ciências: O. ensino-aprendizagem. como.investigação,. de. Maria.Cristina.Nigro.e.Rogério.Campos. (editora. FTD).é. uma. ótima. proposta.de.ensino,.que.traz.fun-damentos.sobre.o.ensi-no.de.Ciências.e.teorias.de.aprendizagem.afins.
Figura.4.3:.Capa.do.livro.Didática de Ciências.. Fonte:.Arquivo.UAB/UESC.
para conhecer
ligueascolunas:
(coluna 1) (coluna 2)
Braços correr
Pernas escrever
Pés membrossuperiores
Mãos membrosinferiores
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da faixa etária, pedir que os estudantes desenvolvessemumacruzadinha,ondecriassemenunciadosparatodasestaspalavras e expressões: pés, mãos, membros superiores,membrosinferioresetc.Aideiaéqueelespensassemsobreasfunçõesedefinições,apresentandoseusconhecimentosprévios,apartirdeumadiscussãoemgrupodemaneiramaisaberta.Outraideiaseriaadepedirqueelesrelacionassememumarededeconceitos,quaispalavraseconceitosestariamrelacionados aos membros superiores e inferiores, antes,por exemplo,de iniciaruma sequênciaou atividade sobretaismembros,comoformadeconheceroqueosalunosjásabemsobreisto. É possível, portanto, quando bem pensados,estabelecer problemas, sejam eles de lápis e papel, ouexperimentais (como o problema do copinho), ou dedemonstração experimental investigativa (a partir dequestões propostas para toda a sala e seguida de umexperimentorealizadopeloprofessor);sendoproblemasqueaumentemograudeliberdadeemrelaçãoasuaresolução,fazendocomqueosestudantespossamrefletir,estabelecerrelações, levantar hipóteses, testar estas hipóteses, usar acriatividade, ou seja, serem inseridos em um processo dealfabetizaçãocientífica.
ATIVIDADE
Planejandoatividadesdeciências!Agora você vai trabalhar em grupos de 3 pessoas, com afinalidadededesenvolverumaatividadeinvestigativa.Paraisso,vamossugerirosseguintestemas:
-investigarosmodosdemanifestaçãoedeprevençãodedoençascomunsnacomunidadeondevocêvive,
ATIVIDADES
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que afetam o ser humano, por exemplo: dengue,leptospirose, doenças geradas pela exposição aosol. Também observar as medidas de prevençõespessoais e pública para a preservação da saúdecoletivaeindividual.- Pesquisar possíveis desequilíbrios ambientais nasua região (um rio com alto nível de poluição,presençadequeimadasoudesmatamento,processode extinção de algum animal); pensando emmedidasquejáestãosendooupodemsertomadaspara a resolução destas questões (tratamento deesgoto, coleta seletiva); e elencar possíveis açõesque poderiam ser desencadeadas para resolver oproblema.
Vocês deverão considerar os seguintes aspectos aoelaboraraatividadeinvestigativa:
.Qualseráoproblemainicialparaquesejarealizadaainvestigação?.Quaisosobjetivoseosconteúdosdestaatividade?.Qualaduraçãoparaarealizaçãodamesma?.Quaisosmateriaiserecursosqueserãoutilizados?.comosedaráodesenvolvimentodaatividade?
RESUMO
NestaUnidadevimos:• Quaisasdiferençasentreumaatividadetradicionaleumaatividadeinvestigativa.
• Quaissãoasetapasdeumapropostainvestigativa.• comosepodecriarumaatividadeinvestigativa.• sugestõesdelivros,siteseatividadesquetrazemestapropostacomoprioritária.
O.portal.Ciência à mão.traz. diversas. ativida-des,. propostas,. experi-mentos.para.você,.pro-fessor!Divirta-se!<http://www.ciencia-mao.if.usp.br/index.php>.
saiba mais
RESUMINDO
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REFERÊNCIAS
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REFERÊNCIAS
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Suas anotações
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1 INTRODUÇÃO
Quais são, afinal,osobjetivos e temasdeciênciasNaturaisparaoEnsinoFundamental?Vamosanalisarnestemomento alguns dos objetivos que são propostos pelosParâmetroscurricularesNacionais(BrAsil,1997),paraadisciplinadeciências,nesteníveldeensino. O principal objetivo destaUnidade é conhecer osconteúdosaseremtrabalhadosnoensinofundamental,bemcomo,exemplosdeaplicaçãoprática.
Figura.5.1:.A.aventura.de.aprender.Ciências..Fonte:.<http://www.tecnologiaetreinamento.com.br/educacao/educacao-infantil-educacao/curso-ciencias-educacao-infantil/>.
2 OBJETIVOS GERAIS DO ENSINO DE CIÊNCIAS
O texto a seguir foi extraídodomesmoe englobaos ideais de Alfabetização científica que discutimosanteriormente.
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Os objetivos de Ciências Naturais no ensino fundamental são concebidos para que o aluno desenvolva competências que lhe permitam compreender o mundo e atuar como indivíduo e como cidadão, utilizando conhecimentos de natureza científica e tecnológica. Esses objetivos de área são coerentes com os objetivos gerais estabelecidos na Introdução aos Parâmetros Curriculares Nacionais e também com aqueles distribuídos nos Temas Transversais. O ensino de Ciências Naturais deverá então se organizar de forma que, ao final do ensino fundamental, os alunos tenham as seguintes capacidades:
• compreender a natureza como um todo dinâmico, sendo o ser humano parte integrante e agente de transformações do mundo em que vive;
• compreender a Ciência como um processo de produção de conhecimento e uma atividade humana, histórica, associada a aspectos de ordem social, econômica, política e cultural;
• identificar relações entre conhecimento científico, produção de tecnologia e condições de vida, no mundo de hoje e em sua evolução histórica;
• compreender a tecnologia como meio para suprir necessidades humanas, sabendo elaborar juízo sobre riscos e benefícios das práticas científico-tecnológicas;
• compreender a saúde pessoal, social e ambiental como bens individuais e coletivos que devem ser promovidos pela ação de diferentes agentes;
• formular questões, diagnosticar e propor soluções para problemas reais a partir de elementos das Ciências Naturais, colocando em prática conceitos, procedimentos e atitudes desenvolvidos no aprendizado escolar;
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• saber utilizar conceitos científicos básicos, associados a energia, matéria, transformação, espaço, tempo, sistema, equilíbrio e vida;
• saber combinar leituras, observações, experimentações, registros, etc., para coleta, organização, comunicação e discussão de fatos e informações;
• valorizar o trabalho em grupo, sendo capaz de ação crítica e cooperativa para a construção coletiva do conhecimento.
são objetivos que contemplam alguns aspectos dacultura científica inserida no contexto escolar, como, porexemplo,aorganizaçãodeinformações,acomunicaçãodefatoseinformações,ainvestigação,avalorizaçãodotrabalhoemgrupo.igualmentedevemoslevaremcontaoseixosdeAlfabetização científica, como por exemplo, as relaçõesentreciênciaeTecnologiaeasociedade,oentendimentodanaturezadaciênciaeaconstruçãodeconceitoscientíficosparaaresoluçãodeproblemasreaisrelacionadosaocorpohumano,saúde,questõesambientais,energia,entreoutrosfatores. Destaforma,osconteúdosquesãosugeridosparaotrabalhonosPcNsestãodivididosem3blocosdistintos:meioambiente,serhumanoesaúdeerecursostecnológicos;porémissonãosignificaqueestesblocossejamtrabalhadosde maneira separada. Temas transversais quase semprepermitemque se abranjamtodososblocos.Porexemplo,otema“cultivodeplantas”permitetrabalharosconteúdosdosblocosambiente(comoaplantaserelacionacomosoloea luz?), ser humano e saúde (quaisplantassãoalimentosemnossaregião?)erecursos tecnológicos(comofazerumahorta?). Os temas são os mesmos nos dois ciclos dofundamental,porémnoFundamentaliiatingemumnível
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deaprofundamentomaior.Umexemploéqueosregistroseasformasdecomunicaçãosãodiferentes:enquantonocicloiseesperaapresençadedesenhosepoucousodaescrita;nocicloii,osregistrosdevemsermelhorelaborados,usandoaescritacommaiorpropriedadee,semprequepossível,ousodetabelasougráficos. Vamos agora observar quais são os conteúdos ealgumassugestõesdetemasetrabalhossugeridosparacadaumdeles.
3 BLOCO AMBIENTE
No primeiro ciclo, pretende-se dar uma primeiranoção do ambiente como resultado das interações entreseus componentes– seres vivos, ar, água, solo, luz ecalor–;edacompreensãodeque,emboraconstituídospelosmesmos elementos, os diversos ambientes diferenciam-sepelostiposdeseresvivos,peladisponibilidadedosdemaiscomponentes e pelomodo como se dá a presença do serhumano(BrAsil,1997). Pede-se,então,queosestudantesfaçamobservaçõesdiretasouindiretasdediferentesambientes,aidentificaçãodeseuscomponentes,distinguindoentreambientesnaturaiseambientesconstruídos,osseresvivosquecompõemumdeterminado ambiente, assim como suas características ehábitos(alimentação,reproduçãoelocomoção)emrelaçãoaoambienteemquevivem. Uma boa maneira de se fazer isso é através dacomparação de ambientes diferentes: uma floresta, rio,represa, lago, uma cidade, plantação – pedindo que osestudantes busquem aspectos em comum e aspectos quesedistinguem(tiposdeseresvivos,formaeintensidadedaocupaçãohumana),podendose iniciardesdeaobservaçãodoambienteondeelemesmohabita,comosuaclasse,acasa,aescola,suavizinhançaecidade.
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Éimportantequeosestudanteslevantemecomparemdados,construamhipótesesemrelaçãoaseusagrupamentos,discutamentresi,investiguem,compartilheminformações,dúvidasecontrovérsiascomseuscompanheiros,observemsemelhanças e diferenças; e que isso seja discutido,posteriormente, com o professor, que tem um papelfundamentaldeintervirduranteoprocessodeconstrução.É importante utilizar a curiosidade natural desta faixa etária a seu favor!
Figura.5.2.:.Na.faixa.etária.do.Ensino.Fundamental.I,.as.crianças.levantam.muitas.questões.sobre.a.natureza.e.os.objetos.a.elas.relacionados..Fonte:.<http://www.ra-bugio.org.br/educacaoambiental.php>.
Os estudos sobre ambientes se complementamcomas investigaçõessobreosseresvivosqueoshabitam,observando como um determinado ser vivo se relacionacomoutroseoambientequeocircunda,assimcomoquaissãoascaracterísticasprópriasdecadagrupodeseresvivos,seja por ambiente que habita, de que se alimenta, meiosde locomoção e sustentação, seja como se reproduzem,características do corpo, do comportamento; e outrascaracterísticasespecíficasdeumgrupo. O estudo destes seres vivos também propicia oestudodosprocessosvitaisedociclodavida;éinteressante,paraisto,utilizardesdeaobservaçãodestesseresvivosemseuambientenaturalouaindaacriaçãoecultivodeplantasnasaladeaula,empequenosespaçosouemmateriaiscomolatasecaixotes jáutilizados.Pode-setambémincentivara
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criaçãodepequenosanimaisemsala,observando-sequaissão as necessidades e os cuidados para amanutençãodosmesmos;sendocomanimaisouplantas,sãoboasmaneirasdesetrabalharavidaemtodaasuadiversidade. Apresentamos a seguir alguns dos aspectos quese espera que sejam trabalhados no primeiro ciclo doFundamental, em relação a conteúdos, procedimentos eatitudes,pelosPcNs(BrAsil,2007):
• comparação de diferentes ambientes naturais econstruídos, investigando características comuns ediferentes.Assim,verificarquetodososambientesapresentam seres vivos, água, luz, calor, solo ecomponentes e que, porém, possuam outroscomponentes e fatos e se apresentam de mododistintoemcadaambiente;
• organização e registro de informações por meiode desenhos, quadros, esquemas, listas e pequenostextos,soborientaçãodoprofessor;
• interpretação das informações por intermédio doestabelecimento de relações, de semelhanças ediferençasedesequênciasdefatos;
• comunicação oral e escrita de suposições, dados econclusões,respeitandodiferentesopiniões.
A.edição.de.número.187.da.revista.Nova Escola.traz.uma.dica.de.construção.de.um.terrário,.para.se.observar.o.que.os.seres. vivos. necessitam. para. sobreviver.e. também.o.ciclo.da.água..É.algo. fácil,.feito. com. material. reaproveitado,.mas. que. pode. despertar. muito. a.curiosidade. dos. estudantes!. O. como.
Figura.5.3:Um.terrário.feito.com.garrafa.pet
DICA DE ATIVIDADE
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fazer.e.a.discussão.conceitual.está.em:.<http://revistaescola.abril.com.br/ciencias/pratica-pedagogica/terrario-pedaco-natureza-426134.shtml>.
MATERIAL NECESSÁRIO..•. 1. garrafa. pet. de. 5. litros. com. tampa,. ou. de. outros.tamanhos,.se.mais.fácil.(3l,.10l).•.1.arame.comprido.para.enterrar.as.plantas.•.1.vareta.de.pipa.com.algodão.e.plástico.na.ponta.para.afofar.a.terra...
O solo•. 2. xícaras. de. pedras. 4. xícaras. de. terra. adubada..
Os vegetais •. 1. ou. 2. mudas. pequenas. de. plantas. resistentes. à.falta. de. água,. como. suculentas. ou. grama. de. jardim..
Os animais •.pequenos.bichos,.como:.minhoca,.tatu-bola.e.joaninha.
COMO FAZER: Coloque.as.pedras.na.garrafa.e.depois.a.terra.adubada.para. formar. o. solo.. Introduza. cuidadosamente. as.plantas,.enterre.as.raízes.com.a.ajuda.do.arame.e.afofe.o.solo.com.a.vareta..Em.seguida,.coloque.os.bichinhos..Por.fim,.regue.bem.o.solo.e.as.plantas.e.tampe.a.garrafa.
Já no segundo ciclo, os conteúdos sobre ambientecontinuamosmesmos,porémseesperaqueoalunoavanceem relação à profundidade de seu conhecimento e nasrelaçõesqueestabeleceentreosdiversosmeioseseresvivos. Nestemomento,porexemplo,éimportanteoalunoobservar que a atividade agrícola necessita de adubaçãoda terra para o plantio. Ele deve também perceber quaisos prejuízos causados pelas queimadas, pelamonoculturae o desmatamento, observando no meio em que vive,
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A. respiração. celular. é.o. processo. inverso. à.fotossíntese.. Enquanto.a. fotossíntese. absorve.gás. carbônico. e. libera.oxigênio,. consumindo.energia.para. tanto,.na.respiração. celular. se.absorve. o. oxigênio. li-berando-se.gás. carbô-nico.e.energia..No.ter-rário,.os.dois.processos.ocorrem,. a. respiração.pelas. folhas. e. animais.e.a.produção.de.oxigê-nio.pelas.plantas.Veja.a.descrição.deste.processo.no site:<http://educacao.uol.com.br/ciencias/ul-t1686u14.jhtm>.
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se e como ocorrem tais questões. Discutem-se, nestemomento, questões relacionadas com o solo, como aerosão,adesertificação,ousoinadequado,comoacriaçãodeanimaisemterrasimprópriasoucomvegetaçãoescassa;quais as implicações de se criar uma grande região desolo impermeável, como os asfaltos urbanos, como oimpedimentodaabsorçãoeescoamentodaáguadachuvaeaprovocaçãodeenchentes.
Desertificação
A.desertificação.vem.se.apresentando.como.um.problema.de.degradação.ambiental.que.significa.a.transformação.de.terras.em.desertos.improdutivos..Segundo.a.UNESCO,.é.a.“degradação.de.terras.áridas.ou.semi-áridas.e.sub-úmidas.secas,.resultantes.de. vários. fatores,. entre. eles. as. variações. climáticas. e. as.atividades.humanas”..
O. risco. de.desertificação.atinge.33%.da. superfície. terrestre,.envolvendo. uma. população. de. 2,6. bilhões. de. pessoas.. Na.África,.são.200.milhões.de.pessoas.atingidas.pelo.processo.na.região. subsaariana. (região. do. continente. africano. ao. sul. do.deserto. do. Saara).. As. Áreas. Suscetíveis. à. Desertificação. no.Brasil. abrangem. o. trópico. semiárido,. subúmido. seco. e. áreas.de. entorno,. ocupando. cerca. de. 1.340.000. km. e. atingindo.diretamente. 30. milhões. de. pessoas.. Desse. total,. 180. mil.quilômetros.quadrados. já.se.encontram.em.processo.grave.e.muito.grave.de.desertificação,.concentrados.principalmente.nos.estados.do.Nordeste,.que.têm.55,25%.do.seu.território.atingido.em. diferentes. graus. de. deterioração. ambiental. (SANTANA,.2007).
Em.2007,.o.Ministério.do.Meio.Ambiente.publicou.o.“Atlas.das.áreas. susceptíveis. à. desertificação. no. Brasil”. como. forma. de.dar.embasamento.para.a. formulação.de.políticas. condizentes.com. as. necessidades. existentes,. . além. de. ser. um. subsídio.para. professores,. pesquisadores,. legisladores. e. gestores,. no.planejamento.de.suas.ações.
O. documento. pode. ser. encontrado. em:. <http://unesdoc.unesco.org/images/0015/001595/159542por.pdf>.
saiba mais
DicaMencione. as. diferentes.formas.de.uso.do.solo.e.peça.aos.alunos.que.bus-quem. informações. sobre.o. modo. como. a. terra. é.utilizada. em. sua. região..Eles. devem. trabalhar.com.observações.diretas,.entrevistas. e. leitura. de.jornais.e.livros.
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Ainda no segundo ciclo, é possível investigar asrelações entre água, calor, luz, seres vivos, solos e outrosmateriais, a fim de entender os aspectos da dinâmicaambiental. Devem-se conhecer, assim, as principais causas depoluiçãodaágua(mares,rios),doaredosolo,aimportânciadacoletaetratamentodaáguaedoesgotoparaamanutençãoda saúde. investigações sobre em que estados a água se
É. possível. demonstrar. maneiras. de. se. fazer. adubo.natural. de. maneira. simples,. dentro. da. sala. de. aula,.discutindo-se. também. a. decomposição. de. substâncias.orgânicas.presentes.no.solo..Para.isto,.é.necessário.forrar.um.caixote.com.saco.plástico.e.acrescentar.neste.caixote:.
-.casca.de.ovos.e.frutas,.borra.de.café,.serragem,.folhas.em.diversos.estados,.terra.que.não.seja.adubada.e,.se.você.quiser,.algum.material.que.não.seja.orgânico..
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. Misture.terra.a.estes.materiais.no.caixote,.e.comece.a. regar. todos. os. dias,. sem. exageros. (e. se. não. estiver.muito.úmida)..Após.algumas.semanas.você.vai.observar.com.seus.alunos.que.a.terra.estará.escura.e.com.manchas.brancas.(o.que.nos.evidencia.a.presença.de.fungos)..Você.pode.discutir.as.questões:.como.se.deu.a.decomposição.do.material?.O.que.há.na.terra.que.não.podemos.ver?.Por.que.o.material.não.orgânico.não.se.decompôs?.. Se.você.mora.em.uma.região.agrícola.é.possível.ainda.discutir. características.e. forma.de.adubação.utilizada.no.solo.em.sua.região!
DICA DE ATIVIDADE
Figura.5.4:.Materiais.para.se.fazer.adubo.orgânico..Fonte:.UAB|UESC
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apresentano ambientepodemserorganizadasdemodo apermitiraverificaçãodeexistênciasdeáguanosmares,rios,geleiras,misturadaaosolo,nachuva,natorneira,nospoços,nocorpodosseresvivos. Pode-se estudar a relação entre a troca de calor emudanças de estado físico da água, concluindo pela ideiade transformação de estado, conservando o material eapenasmudando a forma como ele se apresenta, o que éfundamental, por exemplo, para que os alunos aprendamsobreociclodaágua. Podem ser abordados ambiente aquáticos,estudando-seasuavariedadeesuascomposições:asformasdevidapresentesecomoserelacionam(porexemplo,quemsealimentadequem),arelaçãocoma luz,asquantidadesdesaisdissolvidoseaconstituiçãodofundodosriosedosmares,atravésdeinvestigaçõesquepodemserdiscutidasemsaladeaula. Estas relaçõesentre as cadeias alimentares tambémpodem ser estudadas a partir de outras populações. Éimportante que os estudantes percebam, por exemplo,a presença do homem como consumidor integrante danatureza, as relações entre os elementos do ambiente, ofluxodeenergiaexistentenacadeiaalimentar,asrazõesparaoaumentoouadiminuiçãoexcessivadeumadeterminadapopulação,entreoutrosfatores.
ATIVIDADE
Agora, vocês professores, vão fazer uma atividadeque discute estas relações e a dinâmica das populações: aideia é que, a partir desta vivência, vocês sejam levados adiscutir ametodologia aplicada, a viabilidade da atividadee tambémos conceitos científicos que estão presentes namesma.
ATIVIDADE
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Fundamentos e Metodologia do ensino das Ciências da Natureza
Flutuações.nas.populações.(jogo).–.Material.extraído.de.Bräkling.(2001/02).
Finalidade:. construir. uma. referência. para. analisar. o. que. ocorre.na.natureza.com.relação.à. transferência.de.nutrientes.na.cadeia.alimentar.
Conteúdo.trabalhado:.cadeia.alimentar.e.flutuações.das.populações.
Duração:.a.ser.definida.pelo.professor,.dependendo.do.número.de.rodadas.previstas.
Materiais:.tabela.para.registro,.elaborada.na.lousa,.em.papel.pardo.ou.cartolina.
Desenvolvimento:.será.organizado.um.jogo.no.qual.os.alunos.da.classe. representarão. três. populações:. uma. de. plantas,. outra. de.consumidor. primário. e. outra. de. consumidor. secundário.. As. três.populações.representam.a.seguinte.cadeia.alimentar:.
Figura.5.5.-.Relação.de.energia.na.cadeia.alimentar.entre.o.capim,.a.capivara.e.a.onça..Fonte:.UAB|UESC
Em.cada.rodada.do.jogo,.cada.capivara.deverá.tentar.apanhar.um.capim. e,. ao.mesmo. tempo,. evitar. ser. capturada. por. uma. onça..Cada.onça.tentará.capturar.uma.capivara..As.capivaras.estarão.a.salvo.das.onças.quando.se.abaixarem,.mas. terão.de. levantar-se.para. conseguir. alimento..A. capivara.que.apanhou.um.capim.e.a.onça.que.apanhou.uma.capivara.saem.com.seus.pares.da.área.do.jogo..
Na.rodada.seguinte,.os.capins.capturados.voltarão.como.capivaras,.as. capivaras. voltarão. como. onça. e. as. onças. que. conseguiram.alimento. continuarão. como. onças.. Os. capins. que. não. foram.capturados.e.as.capivaras.e.as.onças.que.não.conseguiram.alimento.voltarão.como.capins..Terminando.o.jogo,.sigam.o.procedimento.seguinte:
•. Completem.a.tabela.abaixo.com.os.dados.obtidos.(ou.no.caso,.fornecidos.pelo.professor,.quando.feito.com.os.alunos).durante.o.jogo:.
Número.da.rodada Capim Capivara Onça
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•. Observem.a.tabela.e.respondam.às.seguintes.questões:
-.Em.que.rodada.o.número.de.plantas.foi.maior?-.Em.que.rodada.foi.menor?-.Que.rodada.começou.com.maior.número.de.capivaras?..Quantos.capins.havia.nessa.rodada?.-.Que.rodada.começou.com.o.menor.número.de.capivaras?.Quantos.capins.havia.nessa.rodada?.-.À.medida.que.o.número.de.capivaras.aumenta,.o.número.de.capins.aumenta.ou.diminui?.Expliquem.por.que.isso.acontece.-. Além. da. disponibilidade. de. alimento,. que. outro. fator. influi. no.crescimento.da.população.de.capivaras?-. houve. variações. no. tamanho. da. população. de. onças?. Em. que.rodada. o. número. foi. mais. baixo?. Nessa. rodada,. a. população.de. capivaras. estava. aumentado,. diminuído. ou. tinha. alcançado.seu. número.máximo?. E. a. população. de. capins?. Expliquem. esse.resultado..-.Em.que.rodadas.o.número.de.onças. foi.maior?.Relacionem.esse.acontecimento.ao.crescimento.de.populações.de.capivaras.e.capins.
Refletindo sobre a atividade:A. ideia. desta. atividade. é. que. os. estudantes. discutam. entre. si. as.dinâmicas.das.populações,.pode.ser. feita.com.os.4º.ou.5º.ano.e,.também,.envolve.análises.matemáticas,.tabelas,.de.forma.crítica.e.contextualizada.
Como.foi.a.análise.da.tabela?.Você.acha.possível.a.aplicação.desta.atividade?. Discuta. com. seus. colegas. as. principais. dificuldades. e.como.elas.podem.ser.superadas.
4 SER HUMANO E SAÚDE O bloco ser humano e saúde, apesar de estarconectado aos demais, trata mais especificamente dosestudossobreastransformaçõesduranteocrescimentoeodesenvolvimento,enfocando-seasprincipaiscaracterísticas,nasdiferentesfasesdavida. É, nesse momento, que também se trabalhamalgumasdiferençasentreosestudantes,deformaavalorizarasdiferençasindividuaisquantoàcor,àidade,aocorpo,aoritmodeaprendizagemouàsdiferençassocioculturais.Umadasformasdeseiniciaroestudodociclodevidadossereshumanosépedirqueosalunosrecolhamfigurasouretratos
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Fundamentos e Metodologia do ensino das Ciências da Natureza
depessoasque estejamemdiferentes fasesda vida: bebê,criança,jovem,adultoeidoso.comestacoleção,podemosorganizar em conjunto um painel em que várias idadesestejamemsequência,representandoociclodevidadoserhumano.Opaineltambémajudaráaturmaacompreenderainfluênciadehábitosnaformaçãoenodesenvolvimentodocorpo(exercícios,alimentação,hábitosdehigiene). Também, é importante observar as semelhançase diferenças entre o comportamento de seres humanose animais, como, por exemplo, a forma de alimentação,principalmenteemmamíferos,oscuidadoscomosfilhosefilhotes,envolvendoalimentação,higieneetc. Aoelaborarquadrosecoletadedadossobreocorpohumano, semelhanças com animais, os estudantes estarãorealizando a organização e registro de informações, asquaispoderãosercomparadas,discutidasemgrupo.Jánoprimeirociclo,começa-seaobservarascaracterísticassexuaisprimáriasdemeninosemeninas,ouseja,ascaracterísticasdosórgãossexuaisexternosdehomensemulheres.
Com. uma. folha. de. papel. pardo. e. canetas. coloridas,. é.possível. se.observar. as. características. sexuais.primárias.de.estudantes,.desde.o.ciclo.I.
Peça.aos.seus.alunos.para.deitarem.em.cima.do.papel.pardo.e. faça.o. contorno.das. silhuetas.externas.de.um.menino.e. de. uma.menina.. É. muito. importante. para. discutir. as.diferenças.anatômicas.entre.o.sexo.masculino.e.feminino.
O. final. do. segundo. ciclo:. é. importante. também. discutir.com.eles.os.órgãos.internos.e.a.reprodução,.ou.seja,.as.características. sexuais. secundárias..Essa.discussão.pode.surgir.da.figura.de.homens.e.mulheres. já.desenvolvidos.(adultos),. apresentando. as. diferenças. visíveis. entre.ambos. (ombros. mais. largos. nos. homens,. quadris.
DICA DE ATIVIDADE
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proporcionalmente. mais. largos. nas. mulheres,. presença.de.barba.e.pelos.mais.visíveis.nos.homens,.mamas.nas.mulheres.etc.).
há.uma.descrição.de.uma.aula.semelhante.a.esta.no.portal.do.professor.do.MEC:.<http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=2260>.
É muito importante também, nesta faixa etária,o conhecimento de condições para o desenvolvimento epreservaçãodasaúde:atitudesecomportamentosfavoráveisàsaúdeemrelaçãoàalimentação,higieneambientaleasseiocorporal; modos de transmissão e prevenção de doençascontagiosas, particularmente a AiDs. Neste momento,pode-se pedir ajuda a um profissional de saúde da sua região,para palestras, conversas com seus estudantes, caso vocêsintaanecessidadeeàvontadecomestaação. Algumas atitudes devem começar desde a sala deaula e no ambiente escolar, como a limpezado ambiente,aescovaçãodosdentesapósasrefeiçõesquesãofeitasnaescola,destaqueàimportânciadaalimentação.Éfundamentalrelacionar a falta de asseio e higiene com a ocorrência dedoenças. Aexistênciadeumahortanaescolaouatémesmoocultivodeplantasempequenoscaixoteséessencialparaqueosestudantesaprendamavalorizar a vida emsuasdiversasformas, alémde refletirem sobre a importância de algunselementosemsuasdietas. No segundo ciclo, os estudos realizados sobre ocorpohumanodevemsealargar,porémsemseremrealizadoscomaprofundidadequeganhamnosciclosposteriores. É, nestemomento, que se estudamos sistemasdocorpo humano, porém, dentro de um todo integrado,observandoqueasaúdeéumestadodeequilíbrioentreobemestarfísicoepsíquico.comosugeridopelosParâmetros
Você. já. deve. ter. sido.surpreendido. com. al-guma.pergunta.de.seus.estudantes,. envolven-do.sexo..Sim,.eles.que-rem. falar. sobre,. tra-zem.dúvidas,.questões,.principalmente. quando.o.professor.dá.abertura.a.isso..
A. revista. Nova Escola.traz.elementos.a.serem.utilizados. na. aula,. de-senvolvidos. por. Paola.Gentile,.e.dicas.de. lei-turas,.super.válidas!
<http://revistaescola.abril.com.br/crianca-e-adolescente/compor-tamento/eles-querem-fa lar-sexo-431419.shtml>.
Após.ler.o.texto,.discu-ta.com.seus.colegas.as.situações.que. já. acon-teceram. com. você. e.como.as.dicas.existen-tes.no.texto.lhe.ajuda-ria.a.enfrentá-las.
para conhecer
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curriculares Nacionais, neste ciclo, é importante que osalunos compreendam os sistemas como conjuntos, comoporexemplo:osistemacirculatóriocomoumconjuntodeestruturasvoltadasaotransporteedistribuiçãodemateriaispelocorpo. Nesta visão, o coração é visto como um órgãomuscularcujosmovimentosrítmicosimpulsionamolíquidodo coração para o corpo através das artérias e, no sentidode volta, do corpo para o coração, através das veias. Éimportante,assim,nãovê-locomoalgoisolado,umavezqueo corpo éum todo integrado, atravésde relações entreosdiferentes aparelhos e sistemasque realizamas funçõesdenutrição;desdeastransformaçõessofridaspeloalimentonadigestãoenarespiração,otransportedemateriaisrealizadopelacirculaçãoatéafiltragemdeimpurezasfeitaatravésdosrinse,enfim,aeliminaçãodasimpurezasdocorpopelaurina. Os PcN´s assinalam que neste ciclo é importanteressaltar:
• o reconhecimento dos alimentos como fontesde energia e materiais para o crescimento e amanutenção do corpo saudável, valorizando amáxima utilização dos recursos disponíveis nareorientaçãodoshábitosdealimentação;
• estabelecimentoderelaçõesentreafaltadehigienepessoal e ambiental e a aquisição de doenças:contágioporvermesemicrorganismos;
• estabelecimento de relações entre a saúde docorpoeaexistênciadediversasdefesasnaturaiseestimuladas(vacinas);
• comparação dos principais órgãos e funçõesdo aparelho reprodutor masculino e feminino,relacionando seu amadurecimento às mudançasno corpo e no comportamento de meninos emeninas durante a puberdade e respeitando asdiferençasindividuais.
Módulo 5 I Volume 2 83UESC
Os conteúdos de Ciências
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ATIVIDADE
Faça,juntamentecomosseuscolegasdecurso,umatabelaquerelacioneasdoençasendêmicasemsuaregiãoporfaltadehigieneambiental.Erespondaasquestões:
1. Quaisascausasdestasdoenças?Eosprincipaissintomas?
2. Quaisasmedidasdeprevenção?
Discutacomelescomoistopodesertrabalhadocomseusestudantes.
Doenças Causas Sintomas Prevenção
ATIVIDADES
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5 RECURSOS TECNOLÓGICOS
Este bloco temático inclui conteúdos que estãoinseridosnosoutrosdoisblocos,masaurgênciaeatualidadedos temas, que vão desde o reconhecimento demateriaisatéastransformaçõeseformasparaaobtençãodeenergias,fazemcomqueesteblocosejaestudadodemaneiraseparada.Porexemplo:ocultivodeplantasque jáfoiressaltadonoblocoambiente(comoasplantasserelacionamcomaterraecomaluz?),enoblocoserhumanoesaúde(quaisplantasquesãoalimentosemsuaregião?),tambémétrabalhadonoblocorecursostecnológicos(comofazerumahorta?). Temas a ser tratado dentro deste bloco são: água,lixo, solo e saneamento básico. Observam-se, então, osprocessosexistentesdentrodeumaresidência,naescolaeemtodooseuentorno.Acasa,porexemplo,éumambientedinâmico, onde vivem pessoas, entram alimentos e água– que são ali modificados, até mesmo no corpo humano– e, saemdejetos e lixo.É importanteobservar que estesdejetos,tantoeliminadospelocorpocomotambémolixodoméstico,nãopodempermanecernacasa,poisconstituemexcelentemeiodeproliferaçãodeseresvivos(ratos,baratas,moscas,bactérias,fungosetc.). Umacasaemsi,assimcomooambienteescolar,nãoé,portanto,umambienteisolado,masqueestáemconstantestrocas;porisso,necessitamserlimposparaqueaspessoasnão contraiam doenças. Os dejetos que são lançados noambientevariamparacadaregião,comoporexemplo:emregiões industriais,nosportos,nasregiõesdegarimpo.Oaumentodestesdejetosfazcomquesejamnecessáriasnovasformasdecaptá-los. ÉinteressantefazercomqueosestudantesdoEnsinoFundamental i jáobservemcomoé feita esta captaçãodelixoe,também,oprocessamentodosmesmos,relacionandoestes aspectos ao bloco ser humano e saúde, e tambémambiente.
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Alguns problemas interessantes para iniciar osestudoscomseusalunossão:
• De que forma é feita a captação de lixo em sua cidade?
• Há iniciativas que apoiam a reciclagem em sua região?
• Faça uma pesquisa sobre a duração de cada material quando jogado no meio ambiente (papel, alumínio, vidro, bituca de cigarro etc.), e discuta com seus colegas sobre os impactos causados.
• Como é feito o tratamento de água em sua região? • Há formas de poluição dos recursos hídricos
na região onde você mora? Quais são os efeitos causados?
Éimportantequetodasestaspesquisassejamdepoisdiscutidas em sala, sob a orientação do professor ou daprofessora, para que os estudantes percebam as causase consequências existentes nos atos que envolvemomauusodos recursos (água);ou ainda a faltade captaçãodosmesmos(lixosacumuladosembaciashidrográficasetc.). No segundo ciclo, por exemplo, a busca deinformaçõessobreasformasdedestinaçãodolixoérealizadamediantealeituradetextoseartigosdejornalselecionados,oudeoutrasfontes,quepermitamaosalunosconheceremosdiferentesdestinosdolixo(aterrosanitário,incineraçãoelixão);bemcomoaspossibilidadesdereciclagem(vidro,papel e metal) e produção de compostos para adubagemegásnatural (apartirde restosde alimentoepapel).sãomateriaisrecicláveisaquelesquepodemserreaproveitadospormeiodeprocessosetécnicasespecíficos. Emumazonadepraias,pode-setrabalharofatodequemateriaisjogadosnaareiapodemserlevadosaomarecomidosporanimaiscomotartarugas,baleias,ocasionandoamá formaçãodestesanimais,quandonãoamorte.Uma
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pesquisadoprojetoTAMArindicaquedecada10tartarugasmortas,4morreramporingeriremlixomarinho.
Figura. 5.6. -. Materiais. jogados. no.mar. podem. causar. a.morte. de. diversos. animais..Fonte:.<http://www.tamar30anos.org.br/>.
Neste bloco também se trabalham os materiaisque são utilizados e as características destes materiais.sobaorientaçãodoprofessor,osalunospodemorganizarcoleções de objetos e figuras que são feitos de diferentesmateriais, mas cumprem as mesmas funções, entre eles:panelas(feitasdebarroedealgunstiposdemetal),calçados(decouro,plástico,tecidoetc.),colheres(demadeira,metalouplástico). Os levantamentos podem levar os estudantes arelacionarem o uso de diferentes materiais em objetosespecíficos, relacionando-se a conveniência do materialescolhidoaoobjetoelaborado,ebuscandoinformaçõesquepermitamexplicarporqueseusadeterminadomaterialparaaconfecçãodecertosobjetos(BrAsil,1997). Nosegundociclo,podem-setrabalharaspropriedadesdediferentesusosdossolos(urbano,agrícola,paraacriaçãodeanimais)esuascaracterísticas.Porexemplo,associandoaimpermeabilidadedossolosurbanosetambémolixojogadoem lugares não adequados, com a existência de chuvas,enchentes,entreoutrosfatores.Nãosepedetambémqueeste seja um estudo aprofundado,mas sim das principaiscaracterísticas, associando, novamente, causas e efeitos,sepossível,como jácolocamosantes,partindosempredesituaçõesproblemáticas(porexemplo:quaissãoascausas
É. possível. observar. as.consequências. de. se.jogar. lixo. no. mar,. nos.seguintes.links:.
Reportagem. do. Fan-tástico. sobre. a. mor-te. de. animais,. causa-das. pelo. lixo. marinho:.<ht tp:/ / fantas t i co.globo.com/Jornalismo/FANT/0,,MUL1441687.-15605,00.html>.
O. problema. do. lixo.marinho:. <http://vi-lamulher.terra.com.br/o-problema-do-lixo-marinho-11-1-69-207.html>.
Lixo.no.ambiente.mari-nho:. <http://www.glo.balgarbage.org/lixo_no_ambiente_marinho.pdf>.
saiba mais
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dasenchentesnasgrandescidades?).
Figura.5.7.-.O.tipo.de.solo,.o. lixo.jogado.em.lugar. indevido.são.alguma.das.causas.de.enchentes..Fonte:.<http://guiaecologico.wordpress.com/tag/enchente/>.
Nosegundociclo, tambémseestudamasdiferentesformasdepoluição,do solo, da água, do ar, causadaspelasqueimadasetambémporoutrosagentespoluentes,comoosagrotóxicos(pesticidas,herbicidasefungicidas),quetêmporfunçõeseliminaraspragasagrícolasmas,quandomisturadasao solo e à água, são absorvidas pelos vegetais, animais ehomens.Ouseja,quandoingerimosalimentosoucarnesquetiveramcontatocomestassubstâncias,sãocausadosefeitoscumulativos, irreversíveis à saúde.É preciso, portanto, queos estudantes tenham contato com tais conhecimentos,principalmenteemregiõesagrícolas,paraquesevalorizeemtodaacomunidadeaagriculturaorgânica,esaibamosefeitoscausadospelousodassubstânciasnocivas. Por fim, neste ciclo, tambéménecessário investigarsobre equipamentos tecnológicos, relacionando estesequipamentos e seu funcionamento à utilizaçãode energia,associandoaideiadetransformaçãodeenergiaeacapacidadederealizartrabalhoapartirdeumaparelhoouequipamento. Deve-se, também, trabalhar com eles os tipos deenergia e as fontes que são utilizadas nestes equipamentose os produtos dessas transformações. Por exemplo: atransformaçãodeenergiaelétricaemenergialuminosaecaloremumalâmpada;aenergiaelétricaemenergiasonora,emumrádio;ousonoraeluminosa,emumatelevisão.
O.site.da.revista.Nova Escola.traz.uma.série.de.planos.de.aulas.e.sequências.didáticas,.muito.interessantes..
Esta.é.sobre.energia!.Vale.a.pena.conferir!<h t t p : / / r e v i s t a -esco la .abr i l . com.b r / c i e n c i a s / p r a -t i c a -pedagog i ca /energia-move-mun-do-507233.shtml>.
para conhecer
Trabalho:. na. física,.trabalho.está.relacio-nado. com. desloca-mento. ou. deforma-ção,. produzido. pela.ação. de. uma. força.sobre. um. corpo,. ou.parte. dele.. Quando.se.diz.que.energia.é.a. capacidade. de. re-alizar. trabalho,. nos.referimos. à. energia.capaz. de. fazer. um.automóvel. se. deslo-car,. na. energia. elé-trica. capaz. de. mo-vimentar. as. pás. de.uma. batedeira,. en-tre. outros.modos. de.transformações.
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Destamaneira,trabalham-seas‘fontes’deenergiaeasdevidastransformações.Pode-sepedirparaosalunosfazeremumarelaçãoeinvestigaçãosobreestasfontesdeenergia,quaissão energias renováveisounão,quais são energias chamadas“limpas” e quais são energias que possuemmaior índice depoluição.
ATIVIDADE
1. Em equipes pequenas, elabore uma lista contendo umtrabalho tipicamente humano, um trabalho feito poranimais e outro executado por máquinas. lembre-se dequetrabalhoestárelacionadoaodeslocamentodealgumacoisadevidoàaçãodeumaforça,como,porexemplo,odeslocamentodeumcarro,deumelevador,deumacriança,dochãoatéoberço,deumcavalopuxandoumacarroçaetc.
Paracadaumdostrabalhosquevocêelencou,discuta:deonde vem a energia para a realização de cada um deles?Quaispodemserrealizadosapenasporumhomem,animal,máquinaepormaisdeumdeles?
2. Escolhaumdostrabalhosquevocêlistouedescrevatodasastransformaçõesdeenergiaqueestãoenvolvidas,desdeafonteprimáriadeenergia(alimentooucombustível,porexemplo)atéodeslocamentoemsi.
ATIVIDADES
Figura. 5.8. -. Tipos. diferentes. de.trabalho,.envolvendo.o.deslocamento.e.transformações.de.energia.
Fontes:. moinho. de. vento. <http://www.papeldeparede.etc.br/wallpapers/moinho-de-vento_1856_1024x768.jpg>;cavalo.e.carroça.<http://blogdojoaolucio.blogspot.com/2011_09_01_archive.html>;carro.<http://wnjunior.com.br/wp-content/uploads/2010/04/Movimento-3.jpg>.
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6 O ENSINO DE CIÊNCIAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL
DesdeaEducaçãoinfantil,jásepodetrabalharestesblocostemáticos,porémaformacomoelesserãoavaliadoseaformacomoseráaprofundadooconhecimentocomascrianças,serádiferente. Os referenciais curriculares Nacionais para aEducação infantil trazem o bloco temático Naturezae sociedade, que compõe uma observação da criançapara omeio ambiente e para si, participação da busca deregularidades,comparações,entreoutrosfatores. Nosreferenciais,observamosqueesteéomomentodeseiniciarentreoutros,osseguintesaspectos:
• Otrabalhoemgrupo.• Oiníciodointeresseeaobservaçãopelaprópriasaúdeebem-estar.
• Adoçãodeatitudesdemanutençãoepreservaçãodos espaços coletivos e do meio ambiente,percebendo-se integrante, dependente e agentetransformadordeles.
• relacionar os cuidados referentes à segurança eprevençãodeacidentes.
• Demonstraratitudesdecuidadoscomanimaiseplantasemsituaçõesreais.
Éimportantequeascriançastragam,paraasaladeaula,suasexperiênciascotidianas,paraqueoprofessorsaibaos conhecimentos que elas já possuem, valorizando-os.Éimportantequeascriançastenhamcontatocomaobservaçãodomundo,diferentesfenômenoseacontecimentos,assimcomo,noensinofundamental,sejaminstigadasporquestõessignificativasparaobservá-los,explicá-losetenhamacessoamodosvariadosdecompreendê-loserepresentá-los. Desdeonascimento,ascriançaspassamaobservaromundoemquehabitam,comovaisemodificando,oque
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faz com que observem e tomem consciência do mundodemaneiradiferente.sãotransformaçõesnasuaformadepensar,quevãosedandojuntamentecomodesenvolvimentodalinguagemedesuascapacidadesdeexpressão. Assimqueestabelececontatocomoseuentorno,acriançapassaaconstruirconhecimento,devidoàobservaçãode cores, seres, fenômenos, sons, odores, as reações aosobjetosquandoosmanipula.
Figura. 5.9. -. A. curiosidade. é. uma. das. características.predominantes.na.criança.Fonte:.<http://www.imagensdeposito.com/>.
O. livro. Ciência, Arte e Jogo. de.Adriana.Klisys.–.(Editora.Peirópo-lis,. 2010). apresenta. ideias. para.instigar.a.curiosidade.das.crianças.de.modo.inteligente.e.produtivo..
O.livro.traz.como.destaque.as.fo-tos.de.produções.feitas.pelos.pró-prios.alunos,.mostrando.como.as.crianças.podem.colocar.a.mão.na.massa!
Figura.5.10.-.Capa.do.livro.Ciência, Arte e Jogo..Fonte:.Arquivo.UAB|UESC
para conhecer
É importante sabermos que quantomenoressãoascrianças,maissuasrepresentaçõese noções sobre o mundo estão associadasdiretamenteaosobjetosconcretosdarealidadeconhecida, observada, sentida e vivenciada.Quanto mais a criança vai adquirindo umcrescente domínio da linguagem, seu contatocomomundoseamplia,sendoqueosfatoresculturais sãomuito importantes (referenciaisNacionaisparaaEducaçãoinfantil,Brasil). Assim, os referenciais sugerem que dezeroaostrêsanos,ascriançasdevemexploraroambiente,estabelecercontatocompequenosanimais, com plantas e objetos diversos eaprenderaserelacionarcompessoas. Já dos quatro aos seis anos, deve-segarantirqueascriançastenhamoportunidadesparamostrar seu interesse pelomundo sociale natural, formulando perguntas, imaginandosoluções para compreendê-lo, manifestandoopiniões próprias sobre os acontecimentos,buscando informações e confrontando ideias;estabelecer algumas relações entre o mododevidacaracterísticodeseugruposocialedeoutros grupos; estabelecer algumas relaçõesentreomeioambienteeasformasdevidaquealiseestabelecem,valorizandosuaimportância
Módulo 5 I Volume 2 91UESC
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para apreservaçãodas espécies epara aqualidadeda vidahumana. Assim, tanto na educação infantil como nofundamental,valorizam-seaobservação,aemissãodeideias,a argumentação,os ideais, adiscussão emgrupos,porém,de umamaneiramais simples. Amesma atividade para oreconhecimentodocorpohumano(desenhoempapel)podeserfeitademaneiramaissimples,observandoosmembrosdocorpohumanoepensando-seemaspectosrelacionadosàsaúde.
7 E O NOSSO PAPEL EM TODO ESTE CONTEXTO? REFLETINDO SOBRE AÇÕES
Observamos que todos estes tópicos estãorelacionados, ou seja, os temas saúde, ambiente, recursostecnológicos,alémdeconversarementresi,trazemconsigo,emtodososmomentos,aemergênciadostemasambientaisedeconsumoaqueestamossujeitosejáchamamos,nestemódulo,desituaçãodeEmergênciaPlanetária(GilPÉrEZet al.,2005). cálculos simples apontam que pequenas reduçõesde consumo energético supõemuma economia individualpequena,masque,aomultiplicarestaeconomiapormilhõesde pessoas que podem realizar esta economia, chega-se arepresentar quantidades grandes de energia, tendo comoresultadoareduçãodacontaminação.Osautoresapontam,ainda,quesedeveinsistirquesetratademedidasnecessárias,imprescindíveis,sequeremoscontribuirparaumavançoparaum futuro sustentável.Assim, os autores vêm a defendera educação para a sustentabilidade como umOBJETiVOchAVEnaformaçãodosfuturoscidadãosecidadãs.Essasaçõespodemnãoapenassertomadasnasresidênciascomotambémemempresas,escolasetc.
saiba mais
Na. página. dedicada. à.década. para. a. educa-ção.para.a.sustentabili-dade.<http://www.oei.es/decada/ciudadanas.pdf>,.evidencia-se.que.existe. uma. grande,.mas.incorreta,.percep-ção.da.escassa. impor-tância. das. ações. indi-viduais. para. resolver.as. grandes. questões.ambientais.. Porém,.os. educadores. para. a.sustentabilidade. afir-mam.que.as.pequenas.mudanças. em. nossos.costumes,. em. nossos.estilos. de. vida,. que.podem.ser. favorecidos.pela. educação. podem.ajudar.como.um.todo..
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Fundamentos e Metodologia do ensino das Ciências da Natureza
No anexo 03, encontram-se alguns quadros,mostrandopropostasparaquecadacidadãopossacontribuircom os aspectos observados nos parágrafos anteriores,agrupadas da seguinte maneira: “reduzir”, “reutilizar”,“reciclar”, “Utilizar tecnologias respeitosas com o meioeaspessoas”,“contribuircomaeducaçãoeaçãocidadã”,“Participaremaçõessociopolíticasparaasustentabilidade”e“Avaliarecompensar”.
ATIVIDADE
Após ler o texto (ANEXO 3), discuta com seuscolegascomoelepodeservirparaserutilizadoemsuassalasdeaulaenasuavidacomodocenteecomocidadão/cidadã.
RESUMO
Vocêviunestaunidade:• QuaissãoosconteúdosdeciênciastrabalhadosnaEducaçãoinfantilenoiníciodoEnsinoFundamental.
• Metodologias de trabalho relacionadas a estesconteúdosque,porsuavez,tambémsãoconteúdos.
• Exemplos de forma de abordagem dos temas econteúdosrelacionadosaesteensino.
RESUMINDO
ATIVIDADES
Módulo 5 I Volume 2 93UESC
Os conteúdos de Ciências
5U
nida
de
REFERÊNCIAS
BrÄKliN, K. l. (Org.). Sugestões de trabalho para o Ensino de Ciências. Material elaborado para o PEc:FormaçãoUniversitária(UNEsP;UsP;PUc-sP;sEE-sP).sãoPaulo,2001/02.
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sANTANA, Marcos Oliveira (Org.). Atlas das áreas susceptíveis à desertificação do Brasil.MMA,secretariaderecursoshídricos,UniversidadeFederaldaParaíba.Brasília:MMA,2007.Disponívelem:<http://unesdoc.unesco.org/images/0015/001595/159542por.pdf>. Acessado em: 07dez.2010.
REFERÊNCIAS
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Fundamentos e Metodologia do ensino das Ciências da Natureza
Suas anotações
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Avaliação no ensinode Ciências e o
papel do professor
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1 INTRODUÇÃO Quando pensamos em avaliação no Ensino deciências, refletimos não apenas na avaliação que é feitaa partir de elementos da sala de aula, mas também emmecanismos de avaliação ou documentos oficiais sobre oensinodeciênciasquevêmsendoutilizadoscomopadrõesnosúltimosanos;comoéocasodaprovaPisA,quetantovemsendodiscutidanamídiaeporformadoresdecurrículos. Quaissãoascompetênciascientíficas–capacidades,habilidades,atitudes,conceitos,procedimentosevalores–requeridasparaquesepossaexerceracidadanianasociedadeatual?Quaissãoosaspectosquesãoimportantesparaqueosalunosaprendamnasaulasdeciênciasparaquepossamvivernumasociedadecomplexaatual? Em todas unidades desta disciplina, trabalhamossempre com a ideia de que levantar hipóteses, trabalharcom dados, identificar situações, compará-las, levantarcaracterísticas e observá-las, são tão importantes comoaprenderconceitosefazempartedeumaculturacientífica.Desta forma, a avaliação em ciências também tem umnovosignificado:oestudantedeveseravaliadoemtodososmomentos, ao levantar suas questões, fazer comparações,escreverrelatórios,debatercomseuscolegas,fazerrelatosecomparações,realizarexperimentos,investigaçõesetc. isto também requer uma postura diferenciada doprofessor, por isso, ao final destaUnidade, vocêdeve sercapazde:fazerumacríticaamodelosdeavaliaçãotradicional,
Módulo 5 I Volume 2 99UESC
Avaliação no ensino de Ciências e o papel do professor
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reconhecer quais as formas de avaliação são importantespara desenvolver os objetivos trabalhados durante todoestemódulo, e comoo trabalhodocente se encaixanestemodelo.
2 OLHANDO PARA MODELOS DE AVALIAÇÃO silva e Moradillo (2002) fazem uma importantecríticaaomodelodeavaliaçãocomoformadeclassificação.Entreoutrosaspectos,osautoresdestacamqueaavaliaçãoclassificatória faz com que os estudantes apenas queiramalcançarnotas,semsepreocuparcomoprocesso,oquelevaoprofessorafazerdaavaliaçãouminstrumentodecontrolee discriminação social, rotulando seus estudantes entrecapazeseincapazes,entreoutrosrótulos. Paraosautores:
Aavaliaçãocomobjetivosclassificatóriosé algo em permanente tensão já que arelação de poder entre quem avalia equem é avaliado é estabelecida de formaunilateral,tendocomopressupostoalguémque ensina edetémo conhecimento, eooutro, aquele que está sendo ensinadoe não possui o conhecimento. Então, arelaçãoentreconcepçãodeconhecimentodoprofessoreavaliaçãoédefundamentalimportância(2002,p.4).
Assim, relaciona-se tambéma formacomose vêoconhecimentocomaformacomoseavalia.Estudosapontamqueoprofessorquevêoconhecimentocomoalgofechadoe acabado, tambémtende a avaliardestamaneira,ou seja:se aciência é vista como algopronto, os conhecimentosdevemser,destaforma,únicos,emqueolevantamentodehipótese,acriatividade,osaspectosinerentesdaconstruçãodoconhecimentocientíficonãosãoavaliados.
100 EADPedagogia
Fundamentos e Metodologia do ensino das Ciências da Natureza
Emcontrapartida,osautoressugeremumaavaliaçãoescolar para a formação, em que “o objetivo... não é aatribuiçãodenotas,mas,afacilitaçãodaaprendizagemdosalunos e a orientação do ensino do professor: avaliação,ensino e aprendizagem tornam-se facetas de um únicoprocessoeducativo”(silVA;MOrADillO,2002,p.30).Assim,nãohásentidoemseobservarverdadescientíficasabsolutas, acabadas,mas sim construir os conhecimentosatravésderelaçõessociais. O quadro 1 foi extraído do trabalho de silva eMoradillo,2002:
AVALIAÇÃO CLASSIFICATÓRIA
AVALIAÇÃO FORMATIVA
•. Realidade.estática.e.fragmentada
•. Reprodução.das.relações.sociais
•. Exclusão,.controle,.estigma
•. Critérios.padronizados,.não.explicitados
•. Ausência.de.crítica:.submissão.ativa
•. Competição.entre.alunos.e.professores
•. Conhecimento.e.ciência.positivista
•. Professor.detentor.do.saber.verdadeiro
•. Processo:.transmissão/recepção.passiva
•. Avaliação.pontual,.simples.verificação
•. Resultados:.responsabilidade.dos.alunos
•. Instrumento:.prova
•. Realidade:.totalidade.que.muda
•. Transformação.das.relações.sociais
•. Inclusão,.compreensão,.valorização
•. Critérios.discutidos.coletivamente
•. Crítica:.participação.criativa
•. Cooperação.entre.alunos.e.professores
•. Conhecimento.dialético•. Professor.orientador.mais.
experiente•. Processo:.discussão,.
recepção.ativa•. Avaliação.processual,.
cotidiana•. Resultados:.
retroalimentação.do.processo
•. Instrumentos.vários
Quadro.1:.Comparação.entre.avaliação.classificatória.e.avaliação.formativa,.segundo.Silva.e.Moradillo.(2002).
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Avaliação no ensino de Ciências e o papel do professor
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3 OBJETIVOS A SEREM AVALIADOS NO ENSINO DE CIÊNCIAS
Diversos instrumentos têm avaliado ou indicadoaspectos avaliativosmaisdinâmicospara a formaçãogeraldosestudantes.EntreelesoPisA(Programainternacionalde Avaliação de Estudantes), que, em 2006, avaliou commaior ênfase as competências científicas dos estudantes.O PisA avalia em que medida os estudantes, que seaproximamdo final da educação compulsória, adquiriramalgunsdosconhecimentosehabilidadesquesãoessenciaisparaparticiparemplenamentenasociedade. O PisA vem, então, caracterizando comocompetência científica, os seguintes aspectos (OEcD,2008;BYBEEetal.,2009).
• O conhecimento científico e o uso que se fazdesse conhecimento para identificar questões,adquirirnovosconhecimentos, explicar fenômenoscientíficoseextrairconclusõesbaseadasemprovassobretemasrelacionadoscomasciências.
• A compreensão dos traços característicosdas ciências, entendida como uma forma deconhecimentoedainvestigaçãohumanas.
• A consciência das formas em que a ciência e aTecnologia ajudam a construir nosso entornomaterial,intelectualecultural.
• A disposição para se implicar em assuntosrelacionadoscomaciênciaeasecomprometercomasideiascientíficascomoumcidadãoreflexivo.
Portanto,paraqueosestudantescheguemaalcançarestas competências, é necessário que se trabalhe emtodos os eixos deAlfabetizaçãocientífica (sAssErON,cArVAlhO,2008), jádiscutidosnaUnidade3,ouseja:
RECORDARNo. Item. 1. da. Unidade.3,.há.uma.descrição.so-bre.a.ação.do.PISA.
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Fundamentos e Metodologia do ensino das Ciências da Natureza
acompreensãodeconceitos;oentendimentodasrelaçõesentre a ciência, as tecnologias, a sociedade e o meioambiente; a compreensão da Natureza da ciência e osfatoreséticosepolíticosquecircundamasuaprática,e,porfim,ousodestesconhecimentosemseucotidiano. JáosParâmetroscurricularesdoEnsinodeciências(BrAsil, 1997) também apontam alguns aspectos quedevem ser avaliados no Ensino Fundamental. Para osParâmetros,oprofessordeveavaliaroquealunodevefazer:
No primeiro ciclo:
• identificar semelhanças e diferenças entreambientes e observar que todo ambiente écompostodeseresvivos,água,aresolo.
• saberqueascaracterísticasdeanimaisevegetaisestãoligadasaseumeio.
• Buscarinformaçõesemgrupo.• identificaretapaseregistrarsequênciasdeeventosobservadosemexperimentos.
• Perceber as transformações do ser humanoao longo da vida e reconhecer que os hábitos(exercíciosetc.)influenciamnossocorpo.
• identificaromaterialdequeosobjetossãofeitose conhecer algumas etapas necessárias a suafabricação.
No segundo ciclo:
• sabercompararváriostiposdesoloereconhecerque todos contêm areia, argila, água, ar, seresvivos, decompositores e restos de animais eplantas,masemquantidadesdiferentes.
• Notar a amplitude da presença da água nanaturezaeconhecersuasmudançasdeestado.
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Avaliação no ensino de Ciências e o papel do professor
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• reconhecerqueo solo, a água eos seres vivostêmrelaçãodiretacomoescoamentoeerosãoesaberqueapermeabilidadedosolodependedesuacomposição.
• saberestabelecerumacadeiaalimentarentreosseresvivosdeummesmoambiente.
• conscientizar-se das intervenções do homemno ambiente, aplicando seus conhecimentos arespeitodaágua,soloeseresvivos.
• identificar os órgãos do corpo humano e suasfunções.Deve,ainda,estabelecerasrelaçõesentreossistemascirculatório,respiratórioedigestivo.
• Perceber que as condições de higiene pessoal eambientaltêmrelaçãocomasaúde,reconhecendoque ela depende da alimentação e da higienepessoaleambiental.
• conhecer as condições de saneamento básico(águaelixo)desuaregião.
• reconheceropapeldemicroorganismosefungos,sabendo que eles contribuem para a fertilidadedo solo e tambémpodem ser transmissores dedoenças.
• reconhecer asdiferentes fontesde energiaquealimentamasmáquinasesaberquaisasfunçõesdestesaparelhos.
• redigir textos, fazer tabelas, desenhos emaquetes,pararegistrarasinformaçõessobreotemaestudado.Avalia-se,assim,acapacidadederepresentaçãodaquiloqueestásendoestudado.
• Apresentarasrelaçõesentreasetapasaoregistrarexperiências. O estudante deve identificare registrar sequências de eventos (etapas etransformações)queacontecemnoexperimentoqueestárealizandoeentenderoquecausacadaevento.
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Fundamentos e Metodologia do ensino das Ciências da Natureza
Vemos por estes objetivos dos PcNs que todosos processos, de observação, de registro, de tabelas, deargumentaçãooralsãofundamentaisparaaavaliação. Entendemosentãoqueaavaliaçãoéfeitaemtodososmomentos,desdeosmomentosdefaladosestudantes,dasinteraçõesemgrupo,seeletrocaideiascomseuscolegas,seconseguecompreendervaloresassimcomoorespeitopelosdemais,dastrocascomoprofessor:diálogo,argumentação,pois, além de fazerem parte do ensino de ciências, sãoatitudesecaracterísticassociaisquedevemsertrabalhadasdurantetodaavidaescolardosestudantes.
ATIVIDADE
Paraestemomento,vocêvaiprecisardeumlivroDidáticodeciências.
selecione alguma atividade apresentada por um livrodidáticoquepossasertransformadaemumaatividademaisaberta,ouseja,quetragaalgunsaspectosdeumensinoporinvestigação.seasuaatividadejáforaberta,entãotrabalheapartirdela.
• Proponha um problema para iniciar o estudo destaatividadedeumaformainvestigativa(seaatividadejáforinvestigativa,trabalheapartirdela).
• Descrevaasetapasdainvestigaçãoeaçõesquedeverãoser tomadas pelos estudantes em cada uma destasetapas.
• Analiseeinsiraasformasdeavaliaçãocaracterísticasquepodemserfeitasapartirdestaatividade.
Reflita.um.pouco.sobre.como.o. tipo.de.Ensino.que. estamos. estudan-do.nesta.disciplina,.aju-da.a.proporcionar.uma.alfabetização. científica.voltada.para. a. cidada-nia,. assim. como. a. um.aumento. da. argumen-tação,. fala,. escrita. e.troca.de.ideias.entre.os.estudantes.
para refletir
ATIVIDADES
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Avaliação no ensino de Ciências e o papel do professor
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4 O PAPEL DO PROFESSOR NESTE CONTEXTO Novas posturas dos estudantes, no sentido detrabalhar em grupo, fazer registros de suas atividades,participar de projetos de investigação e, também, comonovostrabalhosnaáreadeensinodeciênciastêmcolocado:queosalunosargumentem,exponhamsuasideias,adquiramconhecimentos não apenas conceituais, mas também emrelaçãoaatitudesevalores. O papel do professor em um ensino com estascaracterísticas é de maior responsabilidade, pois criançasdesta faixa etária são curiosas e trazem questionamentosparaasaladeaula. É necessário que o professor compreenda que elenão vai ter todas as respostas; afinal, se formos observaraquantidadedeconhecimentosquesurgemacadadianomundo,veremosqueéimpossívelquesaibamostudo.Porém,alguns saberes devem ser adquiridos pelos professores,e também algumas atividades por investigação podem serrepassadas aos estudantes, como questões para que osmesmos investiguem fora da escola, tragam o resultadode suas investigaçõesparadiscussão em sala, entreoutrasatividades.
Uma.parte.do.trabalho.de.mestrado.da.pedagoga.Carla.Alvarenga,.apresentado.em.um.Congresso.de.Ensino.de.Ciências,.discute.como.se.pode.desenvolver.a.escrita.a.partir.de.aulas.de.Ciências.investigativas,.e.também.o.papel.do.professor.neste.contexto.
<http://www.sbf1.sbfisica.org.br/eventos/epef/ix/atas/comunicacoes/co102-2.pdf>.
No.mesmo.evento.também.foi.apresentado.o.trabalho.da.também.pedagoga.e.pesquisadora,.Luciana.Sedano,.sobre.a.construção.da. autonomia. moral. de. estudantes. em. aulas. de. Ciências,.também.destacando.o.papel.do.professor.nesta.construção.
<http://www.sbf1.sbfisica.org.br/eventos/epef/ix/sys/resu-mos/T0127-1.pdf>.
saiba mais
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5 SABERES DOCENTES Emrelaçãoaossaberes,observamosqueotrabalhodecarvalhoeGilPérez(2001)entrediversosoutrosautores,relacionaquaisossabereseosaberfazernecessárioparaumprofessordeciências.Vamosobservaroesquemaaseguir?
Esquema.1:.O.que.os.professores.devem.saber.e.saber.fazer.(extraído.de:.CARVALhO;.GIL.PÉREZ,.2001).
Observamos, no esquema anterior, que todos osaspectosdesaladeaulaestãorelacionados:aavaliaçãocomconhecimentos, com uma reflexão sobre o pensamentodocente, com a forma como se prepara as atividades e sedirigeasatividadesdosestudantes.Assim,observamosqueconheceroconteúdodeciênciaséumacondiçãonecessáriaparaesteEnsino,masnãosuficiente.Elesedáemtornodetodaapreparaçãoatéaaquisiçãodeconhecimentos. Outros autores (PErrENOUD, 2000;rODriGUEs; ABiB, 2010) têm apontado o trabalho
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colaborativo ou o trabalho em equipe como um aspectofundamentaldotrabalhodocente.colocamqueasdiscussõesque são feitas em grupo, a análise e enfrentamento desituaçõescomplexas,quesedãonasaladeaulaemequipesdetrabalho,fortalecemefavorecemotrabalhodocenteemsi.Perrenoudaindadestacaqueistoaindaémaisfavorávelquandoháoapoiodeoutrosparceiros,como,porexemplo,ospaiseadireçãodaescola.
RESUMO
Nestaunidadevocêobservou:• As principais diferenças entre uma avaliaçãotradicionaleumaavaliaçãoclassificatórianoEnsinodeciências.
• Aspectos que devem ser avaliados neste ensino,segundoalgunsdocumentosoficiais.
• relações entre os conteúdos, a AlfabetizaçãocientíficaeosobjetivosdaAvaliaçãoparaaEducaçãocientífica.
E:• refletimossobreopapeldoprofessornasaulasdeciências
• Analisamosossaberesdocentesrelacionadosaesteconteúdoespecífico.
Reflita.como.esta.for-mação,.o.trabalho.em.grupo. e. também. os.novos. conhecimentos.tem. lhe. ajudado. em.suas.práticas.
para refletir
RESUMINDO
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Fundamentos e Metodologia do ensino das Ciências da Natureza
REFERÊNCIAS
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REFERÊNCIAS
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Suas anotações
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ANEXO 1
VANNUcchi,Andréa infantosi.A relação,Tecnologia,sociedade e Ensino de ciências. in: Ensino de ciências:Unindo a Pesquisa e a Prática. Anna Maria Pessoa decarvalho(Org.).cengagelearning,sãoPaulo:2004.
Duranteoverãode1609,umholandêsvisitouPádua,cidade onde Galileu Galilei residia na época, trazendoconsigo um instrumento através do qual se avistavam osobjetos em tamanho três vezes maior que a olho nu. Oestrangeiro tentou vendê-lo ao governo local, mas comopreçosolicitadoeramuitoaltoeouvira-sedaexistênciadeinstrumentossemelhantescompoderdeaumentosuperior,oaparelhodoholandêsfoirecusado.soube-se,então,queoaparatoconsistiadeumlongotubo,contendoumalentedevidroemcadaextremidade. Galileu, além de professor, desenvolvia atividadesdeconsultoriaemproblemasdeengenhariacivilemilitar.Dessa forma, provavelmente prevendo a utilidade de talinstrumentoparaafrotanavaldeVenezacontraosturcos,decidiutentarsuaconstrução.Eassimofez,raciocinandoqueumadaslentesteriaquesercôncavaeaoutraconvexa.lentes planas não produziriam efeito algum; uma lenteconvexa ampliaria o objeto,mas sem resolução e nitidez,enquanto que uma lente côncava reduziria seu tamanhoaparente, mas poderia talvez eliminar a falta de nitidez.Tentandoestacombinação,comalentecôncavapróximadeseuolho,verificouoefeitodefatoproduzido:erapossívelobservar objetos com suas dimensões ampliadas em trêsvezes.
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Anexo 1
Antes do final daquele mesmo ano, Galileu haviaconstruídotelescópiosdequalidadesatisfatóriaepoderdeampliaçãosignificativoparaobservaçõesastronômicas. Veja, abaixo, como é narrado o episódio através deumdiálogoimaginadoentrepessoasdaépocaporstillmanDrake(1983),grandeespecialistaemGalileuGalilei: “Sarpi: Por volta de novembro de 1608, recebi da Holanda um pequeno folheto descrevendo um instrumento, elaborado por um fabricante de óculos de Middlebourg. Este instrumento ampliaria objetos distantes, fazendo-os aparentarem estar mais perto. Eu imediatamente escrevi para amigos no exterior indagando a veracidade do fato. (...) Jacques Badovere me respondeu dizendo que o efeito de ampliação era de fato real e que imitações da luneta holandesa já estavam sendo vendidas em Paris, onde ele mora, embora estas imitações fossem pouco potentes, praticamente brinquedos. (...) Eu e Galileu tínhamos, por diversas ocasiões ao longo dos muitos anos de relacionamento, discutido sobre Ciência, de modo que ele não havia jamais demonstrado maior interesse pela astronomia, nem estava pensando em tal assunto quando ouviu falar da luneta holandesa. Sagredo: Pelo que eu conheço dele, seu interesse deu-se pela possibilidade de obter vantagem para Veneza sobre os turcos, através da posse de uma luneta pela nossa marinha. Sarpi: Você tem razão. Em junho, ele havia requisitado um aumento de salário ao nobre Signor Piero Duono, que visitava Pádua, mas as negociações provaram-se infrutíferas. Nosso amigo ouviu falar da luneta pela primeira vez numa breve visita a Veneza, em julho, e então percebeu que talvez pudesse construir uma de valor naval para a República. Tão logo ouviu os relatos, nos quais alguns acreditavam e outros ridicularizavam, ele visitou-me para saber minha opinião. Eu mostrei-lhe a carta de Badovere atestando a existência do instrumento holandês e ele retornou imediatamente a Pádua para tentar, em sua oficina, a reinvenção e construção da
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luneta. Sagredo: Quando eu voltei da Síria ouvi dizer que, justamente nessa época, um estrangeiro visitou Veneza com um desses instrumentos, tentando vendê-lo ao nosso governo por um preço alto, de modo que a oferta foi recusada. Tal coincidência surpreendente de fato ocorreu? Sarpi: De fato. E por coincidência ainda maior o estrangeiro chegou em Pádua imediatamente após nosso amigo tê-la deixado para visitar Veneza. Algumas pessoas em Pádua viram o instrumento, como nosso amigo descobriu em seu regresso, mas pelo mesmo golpe do destino, o estrangeiro havia acabado de partir para Veneza. Sagredo: Então nosso amigo obteve considerável benefício prático, podendo saber por outras pessoas de Pádua como o instrumento era construído. Sarpi: De modo algum, pois o estrangeiro não permitia a ninguém exame mais minucioso que olhar através da luneta. O preço que pedia por ela era de mil ducados, tanto que os senadores hesitaram agir sem aconselhamento e me indicaram para apreciar a questão. É claro que eu desejava estudar sua construção, mas fui proibido pelo estrangeiro de desmontá-la. Tudo que pude descobrir era que constava de duas lentes, uma em cada extremidade de um longo tubo. Portanto, isto é tudo que poderia ter sido relatado ao nosso amigo em Pádua. A luneta não era de fato muito potente, ampliando uma linha distante em apenas três vezes. Sabendo pelo folheto que os holandeses já possuíam lunetas mais potentes, aconselhei o senado contrariamente a este gasto dos fundos públicos e o estrangeiro partiu contrariado. (...) Justamente nesta época, recebi uma carta de nosso amigo, que dizia ter obtido o efeito de ampliação, embora fraco. Também estava confiante de poder melhorá-lo consideravelmente, num tempo curto. Sagredo: Ele contou como havia descoberto o segredo tão rapidamente?
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Sarpi: Não naquela carta rápida. Mas posteriormente disse ter raciocinado que uma das lentes deveria ser convexa e a outra côncava. Uma lente plana não produziria efeito algum; uma lente convexa ampliaria os objetos, mas sem resolução e nitidez, enquanto que uma lente côncava reduziria seu tamanho aparente, mas talvez pudesse eliminar a falta de nitidez. Experimentando duas lentes de óculos, com a côncava próxima de seu olho, ele constatou o efeito desejado. Os problemas eram, então, polir a lente côncava mais profundamente, o que se faz em óculos para míopes e, também, moldar a lente convexa no raio de uma esfera grande, aguçando seu efeito. Por motivos óbvios, ele o fez por si mesmo, pois não desejava que nenhum polidor de lentes soubesse de seu plano. No meio de agosto, ele retornou a Veneza com uma luneta que ampliava oito vezes ou mais. Com ela, da campânula em São Marco, descreveu navios que se aproximavam, duas horas antes que pudessem ser avistados por observadores treinados. Sagredo: Sabemos que ele presenteou a luneta ao Duque e em retorno recebeu um salário dobrado e posição vitalícia na universidade, embora ele tenha logo deixado o magistério e se colocado a serviço de Cosimo II de Medici, na corte toscana. Agora, o que fez com que ele voltasse este instrumento comercial e naval para os propósitos da astronomia? Sarpi: O folheto dizia, no final, que estrelas invisíveis a olho nu eram observadas através da luneta. Talvez nosso amigo tenha logo verificado tal fato, ou tenha-o descoberto ele próprio (...). Salviati: Talvez eu possa esclarecer o que aconteceu a seguir. Tendo presenteado sua primeira luneta ao Duque, nosso amigo desvencilhou-se de suas obrigações ao príncipe e aluno. Apresentou a Cosimo, em Florença, um instrumento semelhante, útil para fins militares. Ocorreu-lhe que, outro, ainda mais potente, seria um presente apreciável para o jovem grão- duque. Tencionava aperfeiçoar ainda mais a luneta. Entretanto, para tal finalidade, necessitava de vidro duro e
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cristalino de espessura que não era utilizada pelos fabricantes de óculos. Receando que outros o antecipassem, caso tomassem conhecimento do material de que necessitava, solicitou o vidro em Florença, na qualidade e tamanho que desejava. Poliu, então, lentes apropriadas para um telescópio duas vezes mais potente que aquele construído anteriormente, que já era quase três vezes mais potente que os brinquedos feitos com lentes de óculos. Ele completou o empreendimento no fim de novembro, e enquanto testava-o ao entardecer, ocorreu de apontá-lo em direção à Lua, então crescente. Através do telescópio a Lua apresentou-se tão diferente do esperado, tanto em relação à sua posição iluminada, quanto à escura, que durante todo um mês ocupou a atenção exclusiva de nosso amigo.” Assim, emboraGalileu tenha transformado a lunetanum instrumento que possibilitava até a observaçãoastronômica,nãosabiaexplicarporqueecomofuncionavaaquele objeto. somente no ano seguinte, um astrônomodaépoca,JohannesKepler,escreveumlivronoqualdeduzos princípios de funcionamentodo telescópio, analisandogeometricamente a refração da luz por lentes. Mas aformulação correta da lei da refração não era conhecida,comotambémnãosetinhaaindaummodeloaceitávelparaexplicarporque,afinal,aluzerarefratadapelaslentes.Estesfatossóseriamesclarecidoscercade70anosmaistardepeloholandêschristianhuyghens. Ouseja,apenasnoanoseguinteaoaperfeiçoamentoda luneta por Galileu, Kepler explicou como se davaseu funcionamento. Entretanto, por que o instrumentofuncionava daquela forma só pôde ser compreendido 70anosmaistarde.
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Anexo 1
ANEXO 2
Flúor, para que te quero?
Umpoucodahistóriadacárie
JoabTrajanosilva,institutodeQuímica,UniversidadeFederaldoriodeJaneiro
Publicadoem19/11/2010|Atualizadoem19/11/2010
A cárie dentária é uma doença infecciosa etransmissível, causada por bactérias. Para ter dentes semcáries,eviteoconsumofrequentededoceseescovesempreosdentesapósasrefeições. O flúor é um elemento químico encontrado emquantidadesvariáveisemtodosostiposderochasesolos,naságuasderios,lagosemares,etambémnosseresvivos.Algunsalimentos,comoofígadobovino,peixes,frutosdomarechás(verdeoupreto)sãoricosemflúor.Esteelementoéadicionadoàcomposiçãodecremesdentais,soluçõesparabochechos,géisdeflúorparausotópicoeàáguafornecidaporalgumasempresasdistribuidoras,paraajudarareduziraincidênciadecáriesnosdentes. Estudando crânios de humanos que viveram nofinal da era paleolítica (de 12mil a 10mil anos antes decristo),ospaleontologistasverificaramquecercade60 a70%delesapresentavamdentescomcárie.Entretanto,elaseram encontradas em pequeno número (principalmentenas depressões dos molares e pré-molares) e eram maisfrequentesemadultosdoqueemcriançaseadolescentes. Este padrão de ocorrência de cáries se mantevepraticamente inalterado até o final da idadeMédia (cercade1453depoisdecristo),mascomeçouamudarapartir
Figura. 1:. Fonte:<http://chc.cienciahoje.uol.com.br/fluor-para-que-te-quero/>.
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doséculoXVii.Apartirdestaépoca,ascáriescomeçaramaatingirtambémassuperfícieslisasdosdentes,eaumentaramtanto o número de dentes atingidos como o número delesõespordente.Oaumentodaincidênciadecáriesapartirdoséculo17éatribuídoàampliaçãodoconsumodeaçúcardecana,quecomeçouaserproduzidoemgrandequantidadepelascolôniaseuropeiasnaAmérica.
A cárie dentária é uma doença infecciosa etransmissível, causada por bactérias, como Streptococcus mutans.Acárieteminícioquandoabactériasefixasobrea superfíciequeprotegeodente (oesmalte, formadoporproteínas eminerais de cálcio e fosfato, principalmente ahidroxiapatita)eusaoaçúcarpresentenasalivaparaobterenergia para crescer, formando placas dentárias. Ao usaro açúcar para crescer a bactéria produz ácido láctico (umprocessoconhecidocomofermentaçãoláctica),aumentandoaacideznasuperfíciedodente,levandoàdesmineralizaçãodo esmalte, e à formação de pequenas cavidades que sãoinvadidaspelasbactérias. O processo continua até atingir a dentina e apolpadodente,deondeabactériapodeatingiracorrentesanguíneaeprovocargravesinfecçõesemoutraspartesdocorpo.comopassardotempo,todoodenteédestruído.comoaformaçãodaplacadentáriaeaproduçãodeácidoqueprovocamacáriesãodependentesdaingestãodeaçúcar,quantomais frequente for a ingestão deste, maior será aincidênciadecáries. UmaformadecombaterestemalfoidescobertapelocirurgiãodentistaamericanoFredericks.McKaynoiníciodoséculopassado.TrabalhandoemumacidadedosEstadosUnidos,eleobservouquecriançascomdentesmanchadostinham poucas cáries, enquanto que crianças com dentessem manchas apresentavam incidência de cáries tão altascomoemoutrasregiõesdaquelepaís.Eledescobriuqueas
Figura. 2:. Fonte:. <http://chc.cienciahoje.uol.com.br/fluor-para-que-te-quero/>.
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manchaseramprovocadaspeloconsumodeáguacomaltoteordeflúor(umacondiçãoquepassouaserconhecidacomofluorose) e que este elemento também era o responsávelpelareduçãodonúmerodecáries. Oflúorprevineoaparecimentodecáriesaofortaleceroesmaltedodente,umavezqueelereduzavelocidadededesmineralização.O flúor reage com amatrizmineral dasuperfíciedoesmalte,formandofluorapatita,queémenossolúvel em ácido do que a hidroxiapatita.Assim, a perdademineraisemmeioácidodiminuiepodeserrapidamenterepostapeloprocessodemineralização,apartirdofosfatoedocálciopresentenasaliva,queocorrequandoaacidezdiminuinosintervalosentreaingestãodeaçúcar. se o flúor estiver presente na saliva durante esteprocesso, mais fluorapatita é formada, o que aumenta ofortalecimento do dente. Outro mecanismo, consideradomaisimportantequeoprimeiro,ébaseadonacapacidadedoflúoreminibirafermentaçãoláctica.Assim,alémdereduziraproduçãodoácidoquedissolveoesmaltedodente,oflúortambémpodediminuirocrescimentoeprovocaramortedasbactériascausadorasdacárie,umavezqueafermentaçãoláctica é importante para produção de energia por essesmicrorganismos. Então,paraterdentessemcáries,eviteoconsumofrequentededoces,escovesempreosdentesapósasrefeiçõesousemprequevocêcomeralgumdoceevá regularmenteaodentista.Emaisimportante,nuncausesuplementosdeflúorsemindicaçãodesteprofissional.
Joab Trajano Silva institutodeQuímica/UFrJ
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ANEXO 3
Pequenas ações que cada cidadão pode fazer paraconstruirumfuturosustentável.
Obs:sabemosquenemtodospodemcontribuiremtodasestasmedidas (uma vez que nem todos podem reduzir oconsumo, por exemplo, por não terem nem mesmo onecessário).Porém,paratodosexistemmedidaspossíveis.
Quadro1:reduzir(nãogastarmalosrecursos).
Reduzir.o.consumo.da.água.na.higiene,.regagem,.piscinas
Incorporar. dispositivos. de. economia. de. água. em. torneiras,.cisternas,.etc.
Banho. rápido,. fechar. as. torneiras. enquanto. escovamos. os.dentes,.fazemos.a.barba.ou.ensaboamos..
Fazer.regagem.por.goteamento,.regar.nas.primeiras.e.últimas.horas.do.dia,.evitando.a.evaporação.
Reduzir.o.consumo.de.energia.com.iluminação
Usar. lambadas.de.baixo.consumo:.fluorescentes.compactas.e.LED.
Apagar.as.luzes.não.necessárias.e.aproveitar.ao.máximo.a.luz.natural
Utilizar. sensores. de. movimento. para. que. se. acendam. a. luz.apenas.quando.necessário
Reduzir.o.consumo.de.energia.em.aquecimento,.refrigeração.e.cozimento.
Cozinhar.de.maneira.eficiente,.aproveitar.o.calor.residual,.não.aquecer.mais.água.que.o.necessário,.não.pré-aquecer.o.forno.se.não.for.necessário.
Reduzir.o.consumo.de.energia.em.transporte
Usar.transporte.público
Usar.a.bicicleta.ou.deslocar-se.à.pé.Organizar. o. deslocamento. de. várias. pessoas. em. um.mesmo.veículo.Reduzir.a.velocidade,.conduzir.de.maneira.eficiente
Evitar.o.avião,.sempre.que.possível.
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Anexo 3
Evitar.elevadores,.sempre.que.seja.possível.
Reduzir.o.consumo.de.energia.em.outros.eletrodomésticos
Carregar.adequadamente.lavadoras.de.roupas,.de.pratos,.não.introduzir.alimentos.quentes.no.frigorífico,.etc.
Desligar. completamente.os. aparelhos. e. carregadores.quando.não.estiverem.sendo.utilizados
Diminuir.o.consumo.de.pilhas,.utilizar.pilhas.recarregáveis
Reduzir.o.consumo.energético.em.alimentação,.melhorando-a.ao.mesmo.tempo.
Comer.mais.verduras,.legumes.e.frutas.e.menos.carne
Respeitar. as. paradas. biológicas. (pesca. do. camarão,. por.exemplo).e.não.consumir.alimentos.não.maduros
Evitar.produtos.exóticos.e.que.exijam.transportes.custosos
Consumir.produtos.de.temporada.e.de.agricultura.ecológica
Reduzir.o.uso.de.papel
Evitar. imprimir. documentos. que. se. podem. ler. na. tela. do.computador
Escrever,.fotocopiar.e.imprimir.frente.e.verso.e.aproveitando.o.espaço,.(sem.deixar.margens.excessivas).
Utilizar.papel.reciclado
Reduzir.(melhor.evitar!!!).o.uso.de.plásticos,.latas,.objetos.com.pilhas,.materiais.com.substâncias.tóxicas,.etc.
Diminuir.o.consumo.de.plásticos,.e.em.particular.de.PVC.em.brinquedos,.calçados,.pequenos.eletrodomésticos,.produtos.de.limpeza,. etc.. Se. for. inevitável,. escolher. recicláveis. (garrafas.PET,.por.exemplo),.reutilizando-os.ao.máximo.
Evitar.fibras.artificiais.e.optar.por.tecidos.naturias
Reduzir. o. consumo. de. produtos. que. contenham. substâncias.tóxicas.como.inseticidas,.dissolventes,.desinfetantes,.tirador.de.manchas,.produtos.de.limpeza.agressivos.(“limpar.sem.cloro”).
Rejeitar. o. consumismo:. praticar. e. impulsionar. o. consumo.responsável.
Analisar.criticamente.os.anúncios.
Não.deijar.arrastar-se.por.campanhas.comerciais.
Programar.as.compras.(ir.às.compras.com.lista.de.necessidades)
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Quadro2:reutilizartudooquesepossa.
Reutilizar.o.papel
Imprimir,.por.exemplo,.sobre.papel.já.utilizado.de.um.lado
Reutilizar.a.água
Recolher.a.água.do.lavabo.e.ducha.para.o.banheiro..Utilizar.a.água.da.lavagem.de.frutas.e.verduras.e.do.cozimento.de.ovos.(enriquecida.com.cálcio).para.regar.plantas
Recolher.também.água.da.chuva.para.a.regagem.ou.banheiro
Não.utilizar.nem.aceitar.objetos.de.usar.e.jogar.fora
Em. particular,. evitar. bolsas. e. envoltórios. de. plástico,. papel.alumínio,.copos.plásticos.e.de.papel...
Substituir-los.por.reutilizáveis
Utilizar.produtos.reciclados.e.recicláveis
Fornecer.a.reutilização.de.roupas,.brinquedos,.computadores,.óculos....
Doar-los.a.ONGs.que.os.administram
Reabilitar as casas,.fazendo-as.mais.sustentáveis
Quadro3:reciclar
Separar. os. resíduos. para. a. coleta. seletiva. (compactando-os.para.que.ocupem.menos.espaço).
Levam.a.“pontos.limpos”.os.que.podem.ir.a.depósitos.específicos
Reciclar. pilhas,. móveis,. lâmpadas. que. contenham. mercúrio,.computadores,.óleo,.produtos.tóxicos...
Não.jogar.resíduos.no.vaso.sanitário.nem.em.água
Quadro4:Utilizartecnologiasrespeitosascomomeioeaspessoas
Aplicar.pessoalmente.o.princípio.da.precaução
Não. comprar. produtos. sem. certificar-se. de. sua. procedência:.vigiar. a. composição. dos. alimentos,. produtos. de. limpeza,.roupas....e.evitar.os.que.não.ofereçam.garantias
Evitar.sprays.e.aerosóis.(utilizar.pulverizadores.manuais)
Aplicar.as.normas.de.segurança.no.trabalho.e.no.lar...
Optar.por.energias.renováveis.nas.residências,.automóveis,.etc.
Utilizar. aparatos. que. funcionem. com. energia. solar:. radio,.carregadores,.computadores....
Utilizar.eletrodomésticos.eficientes,.de.baixo.consumo.e.pouca.contaminação.(classificação.A)
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Anexo 3
Quadro5:contribuirparaaeducaçãocidadã
Informar-nos.bem.e.comentar.com.outros.(familiares,.amigos,.colegas,. estudantes...). sobre. a. situação. e,. sobre. tudo. o. que.podemos.fazer.
Realizar.tarefas.de.divulgação.e.impulso:
Aproveitar. a. imprensa,. internet,. vídeos,. feiras. ecológicas,.materiais.escolares...
Ajudara. a. tomar. consciência. dos. problemas. insustentáveis.e. estreitamente. vinculados,. como:. consumismo,. explosão.demográfica,. crescimento. econômico. depredador,. degradação.ambiental,.desequilíbrios....
Informar. das. ações. que. podemos. realizar. e. impulsionar. a.prática. das. mesmas,. promovendo. campanhas. de. uso. de.lâmpadas.de.baixo.consumo,.reflorestamento,.associacionismo,.maternidade/paternidade.responsável,.trabalho.político...
Ajudar. a. conceber. as.medidas. para. a. sustentabilidade. como.uma.melhora.que.garanta.o.futuro.de.todos.e.não.como.uma.limitação
Impulsionar. o. reconhecimento. social. das. medidas. positivas.para.um.futuro.sustentável
Estudar.e.aplicar.o.que.se.pode.fazer.para.a.sustentabilidade.como.profissional
Investigar,.inovar,.ensinar....
Superar. profissionalismos. estreitos. que. levam. a. pensar,. por.exemplo,.que.um.professor.de.ciências.não.deve.se.preocupar.com.este.problema
Contribuir.a.ambientalizar.o.lugar.de.trabalho,.o.bairro,.o.bairro.e.cidade.onde.habitamos...
Quadro6:Participaremaçõessociopolíticasparaasustentabilidade
Respeitar e fazer respeitar a legislação de proteção ao meio de defesa da biodiversidade
Evitar.contribuir.a.contaminação.acústica,.luminosa.ou.visual
Manifestar. aos. comércios. nossa. desconformidade. com. o. uso.de. embalagens. excessivas,. uso. de. sacolas. de. plásticos,. não.separação.do.lixo,.etc.
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Não.fumar.onde.se.prejudique.a.terceiros.e.não.jogar.bitucas.no.solo
Não.deixar.resíduos.no.bosque,.na.praia....
Evitar.residir.em.urbanizações.que.contribuam.a.destruição.de.ecossistemas.e.a.um.maior.consumo.energético
Ter.cuidado.com.o.desgaste.da.flora.e.fauna
Cumprir.as.normas.de.transito.para.a.proteção.de.pessoas.e.do.meio.ambiente
Denunciar.as.políticas.de.crescimento.continuado,.incompatíveis.com.a.sustentabilidade
Denunciar.os.crimes.ecológicos
Barreiras. ilegais,. incêndios. florestais,. construções. urbanas.depredadoras...
Respeitar.e.fazer.respeitar.os.direitos.humanos
Denunciar.qualquer.discriminação.ética,.social,.de.gênero...
Colaborar. ativamente.e/ou.economicamente. com.associações.que.defendem.a.sustentabilidade
Apoiar.programas.de.ajuda.de.defesa.ao.meio.ambiente,.ajuda.a.populações.em.dificuldades,.promoção.dos.direitos.humanos...
Promover.o.comércio.justo
Rejeitar. produtos. frutos. de. práticas. depredadoras. (madeiras.tropicais,. peles. de. aniamis,. turismo. não-sustentável...). ou.que.se.obtenham.com.mão.de.obra.sem.direitos.trabalhistas,.trabalho.infantil.e.apoiar.as.empresas.com.garantia
Revindicar.políticas.informativas.claras.sobre.todos.os.problemas
Opor-se.ao.unilateralismo,.a.guerras.e.polícias.depredadoras
Respeitar. e. defender. a. diversidade. cultural. –. costumes. e.tradições.(sempre.que.não.desrespeitem.os.direitos.humanos)
Dar.o.voto.aos.partidos.dom.políticas.favoráveis.a.sustentabilidade
Trabalhar.para.que.governos.e.partidos.assumam.a.defesa.da.sustentabilidade
Reivindicar.legislações.locais,.estatais.e.universais.de.proteção.ao.meio
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Anexo 3
Quadro7:Avaliarecompensar
Realizar.auditorias.do.comportamento.pessoal
Fazer.um.adequado.segmento.de.nossas.contribuições.para.a.sustentabilidade. em. casa,. no. transporte,. ação. profissional. e.cidadã...
Calcular.periodicamente.nossos.rastros.ecológicos.e.planificar.sua.redução.progressiva
Compensar.as.repercussões.negativas.de.nossos.atos.quando.não. podemos. evita-los. (emissões. de. CO2,. uso. de. produtos.contaminantes....).mediante.ações.positivas
Contribuir.ao.reflorestamento.e.ajudar.a.ONGs....
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