usabilidade em tecnologia assistiva: estudo de caso num ...modelagem e suas propostas de interface....

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RELATEC Revista Latinoamericana de Tecnología Educativa Web: http://campusvirtual.unex.es/revistas Vol 12(2) (2013) 115-129 Usabilidade em tecnologia assistiva: estudo de caso num sistema de comunicacao alternativa para crianças com autismo Usability in assistive technology: a case study of an alternative communication system for children with autism Barbara Gorziza Avila, Liliana Maria Passerino y Liane Margarida Rockenbach Tarouco Centro de Estudos Interdisciplinares em Novas Tecnologias da Educação. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Av. Paulo Gama, 110 - Bairro Farroupilha - Porto Alegre - Rio Grande do Sul  CEP: 90040-060  (Brasil) E-mail: [email protected][email protected][email protected]. Información del artículo Resumo Recibido 25 de Junio de 2013 Aceptado 13 de Diciembre de 2013 A pesquisa relatada neste artigo contemplou avaliações de usabilidade sobre um sistema de Comunicação Alternativa (CA) voltado para as necessidades de crianças com a Síndrome do Autismo. O processo de construção do Sistema de Comunicação Alternativa para o Letramento de pessoas com Autismo (SCALA) desdobrou-se em diferentes etapas, abrangendo desde a sua idealização até a sua avaliação efetivada com potenciais usuários da ferramenta. Neste artigo, primeiramente são apresentados os requisitos do sistema, sua modelagem e suas propostas de interface. Após, relata-se como se deu a verificação sobre a usabilidade do sistema, seguindo as heurísticas definidas por Nielsen e adaptadas por Rauber, a partir dos métodos de avaliação Inspeção e Teste de usabilidade. No método de inspeção uma das autoras realizou um conjunto de dez tarefas, previamente estabelecidas, a serem realizadas com o sistema. Nos testes de usabilidade, as mesmas tarefas foram realizadas por quatro educadoras especiais atuantes em salas de recursos, com crianças com déficits de oralidade. Os resultados das avaliações realizadas com potenciais usuários da ferramenta apontaram para um conjunto de melhorias a serem realizadas para a implementação da próxima versão do sistema. No momento, a versão 2.0 do SCALA já está em fase de finalização e logo deverá ser disponibilizada gratuitamente no site do projeto. Palavras-chaveSoftware, Comunicação e desenvolvimento, Educação especial, Tecnologia, Crianças com deficiência. Abstract KeywordsSoftware, Communication and development, Special needs education, Technology, Disabled children. The research reported in this paper included usability evaluations on a system of Alternative Communication (CA) focused on the needs of children with Autism Syndrome. The process of building system Alternative Communication Literacy for people with Autism (SCALA) was divided into different stages, ranging from its idealization to evaluation carried out with potential users of the tool. In this article, we present the first resquisitos system, its modeling and its proposed interface. After it is reported how was checking on the usability of the system, following the heuristics defined by Nielsen and adapted by Rauber, from assessment methods Inspection and Testing of usability. Inspection method in one of the authors conducted a set of ten tasks, previously established, to be performed with the system. In usability testing, the same tasks were performed by four special educators working in resource rooms, children with oral language deficits. The results of the evaluations with potential users of the tool pointed to a series of improvements are made to the implementation of the next version of the system. At the time, the 2.0 version of SCALA is already being finalized and will soon be available for free on the project site.

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RELATEC Revista Latinoamericana de Tecnología Educativa

Web: http://campusvirtual.unex.es/revistasVol 12(2) (2013) 115­129

Usabilidade em tecnologia assistiva: estudo de caso num sistema de comunicacao alternativa para crianças com autismo

Usability in assistive technology: a case study of an alternative communication system for children with autism

Barbara Gorziza Avila, Liliana Maria Passerino y Liane Margarida Rockenbach Tarouco Centro de Estudos Interdisciplinares em Novas Tecnologias da Educação. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Av. Paulo Gama,110 ­ Bairro Farroupilha ­ Porto Alegre ­ Rio Grande do Sul  CEP: 90040­060  (Brasil)

E­mail: [email protected][email protected][email protected].

Información del artículo

R e s u m o

Recibido 25 de Junio de 2013Aceptado 13 de Diciembre de 2013

A pesquisa relatada neste artigo contemplou avaliações de usabilidade sobre um sistemade   Comunicação   Alternativa   (CA)   voltado   para   as   necessidades   de   crianças   com   aSíndrome do Autismo. O processo de construção do Sistema de Comunicação Alternativapara o Letramento de pessoas com Autismo (SCALA) desdobrou­se em diferentes etapas,abrangendo desde a sua idealização até a sua avaliação efetivada com potenciais usuáriosda ferramenta. Neste artigo, primeiramente são apresentados os requisitos do sistema, suamodelagem e suas propostas de interface. Após, relata­se como se deu a verificação sobrea usabilidade do sistema, seguindo as heurísticas definidas por Nielsen e adaptadas porRauber, a partir dos métodos de avaliação Inspeção e Teste de usabilidade. No método deinspeção uma das autoras realizou um conjunto de dez tarefas, previamente estabelecidas,a serem realizadas com o sistema.  Nos testes de usabilidade, as mesmas tarefas foramrealizadas por quatro educadoras especiais atuantes em salas de recursos, com criançascom déficits de oralidade. Os resultados das avaliações realizadas com potenciais usuáriosda   ferramenta   apontaram   para   um   conjunto   de   melhorias   a   serem   realizadas   para   aimplementação da próxima versão do sistema. No momento, a versão 2.0 do SCALA jáestá  em fase de finalização e logo deverá  ser disponibilizada gratuitamente  no site doprojeto.

Palavras­chave: Software, Comunicação e desenvolvimento, Educação especial, Tecnologia, Crianças com deficiência.

A b s t r a c t

Keywords: Software, Communication and development, Special needs education, Technology, Disabled children.

The   research   reported   in   this   paper   included   usability   evaluations   on   a   system   ofAlternative   Communication   (CA)   focused   on   the   needs   of   children   with   AutismSyndrome.   The   process   of   building   system   Alternative   Communication   Literacy   forpeople   with   Autism   (SCALA)   was   divided   into   different   stages,   ranging   from   itsidealization to evaluation carried out with potential users of the tool. In this article, wepresent the first resquisitos system, its modeling and its proposed interface. After it isreported how was checking on the usability of the system, following the heuristics definedby Nielsen and adapted by Rauber, from assessment methods Inspection and Testing ofusability. Inspection method in one of the authors conducted a set of ten tasks, previouslyestablished, to be performed with the system. In usability testing, the same tasks wereperformed   by   four   special   educators   working   in   resource   rooms,   children   with   orallanguage deficits. The results of the evaluations with potential users of the tool pointed toa  series  of   improvements  are  made   to   the   implementation  of   the  next  version  of   thesystem. At the time, the 2.0 version of SCALA is already being finalized and will soon beavailable for free on the project site.

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ISSN 1695­288X RELATEC ­ Revista Latinoamericana de Tecnología Educativa, Vol. 12 (2) (2013) 115­129 116

1. Introdução

A Comunicação Alternativa (CA) vem se difundindo como um potencial recurso a ser empregadoem situações que envolvem o déficit de oralidade e/ou letramento. Em função disso, há uma constantebusca pelo desenvolvimento e aprimoramento de sistemas de CA, visando que estes sejam adequados àstecnologias   vigentes   no   contexto   atual.   A   pesquisa   apresentada   por   Suchato,   Chetsiri,   Skulareemit,Thongprasert  e  Punyabukkana   (2011)  evidencia  esta  busca quando relata  o  desenvolvimento  de umsoftware de CA que roda no sistema operacional Android, comumente utilizado em smartphones atuais.O software em questão permite que ocorra a verbalização de símbolos selecionados pelo usuário, fazendodesta   ferramenta   uma   possível   alternativa   para   a   substituição   da   fala   por   pessoas   não   oralizadas.Seguindo na mesma linha, Flores et al. (2012) investigaram as potencialidades de uso da ferramenta Ipad,da Apple como um recurso para explorar a Comunicação Alternativa. Os autores ressaltam ser de sumaimportância que as novas tecnologias, disponíveis no mercado atual, sejam avaliadas como recursos aserem empregados no âmbito da CA.

Além das prospecções relativas aos dispositivos que deverão receber os novos sistemas de CA,uma preocupação com a sua usabilidade vem sendo foco de muitas  pesquisas.  Park et  al   (2005),  nadécada passada, já vinham em busca de contemplar a usabilidade em sistemas de CA através de métodosde   predição   e   da   categorização   de   palavras   vislumbrando,   desta   forma,   facilitar   a   manipulação   dosistema por parte do usuário. Seguindo nesta busca, Garay­Vitoria e Abascal (2006) realizaram um estadoda arte sobre métodos de predição de palavras, com vistas a analisar seu impacto na performance dousuário e na usabilidade do sistema. Allen, McGrenere e Purves (2007) desenvolveram uma aplicaçãopara   dispositivos   móveis   que   possibilita   pessoas   com   afasia   capturarem   e   organizarem   imagensfotográficas   a   serem   utilizadas   em   contextos   comunicacionais,   o   Phototalk.   O   processo   dedesenvolvimento   desta   ferramenta   também   contemplou   verificações   de   usabilidade   com   os   futurosusuários   da   aplicação.   Ainda   Bryen,   Heake,   Semenuk   e   Segal   (2010)   verificaram   a   usabilidade   daferramenta WebAACess, construída com o intuito de facilitar a navegação na web por indivíduos queapresentam distúrbios motores. Prefasi, Magal, Garde e Giménez (2010) avaliaram o uso de Tecnologiasda Informação e Comunicação (TICs) por pacientes com distúrbios cognitivos a fim de elencar critériosobjetivos de usabilidade e acessibilidade para tais ferramentas.

Vislumbrando­se   a   continuidade   em   pesquisas   no   âmbito   da   CA,   tendo   em   vista   questõesreferentes à usabilidade de softwares, este trabalho volta­se para a construção de um sistema de pranchasde comunicação focado mais especificamente em indivíduos com Transtorno do Espectro Autista (TEA).Dessa forma, o presente artigo apresenta o processo de construção e avaliação pelos quais passou oSistema de Comunicação Alternativa para o Letramento de Pessoas com Autismo (SCALA). Salienta­seque, embora trate­se de uma ferramenta desenvolvida com foco nas peculiaridades do Transtorno doEspectro   Autista,   esta   poderá   ser   utilizada   com   qualquer   criança   em   atividades   que   envolvam   odesenvolvimento da oralidade ou o letramento. Este é o caráter inclusivo que o sistema SCALA apresentacomo característica primordial.

A apresentação desta pesquisa inicia­se com uma seção voltada para uma abordagem conceitualsobre   a   Tecnologia   Assistiva   e   a   Comunicação   Alternativa.   Em   seguida,   apresentam­se   questõesreferentes   a   interfaces   e   avaliações   de   usabilidade   de   sistemas,   de   um   modo   geral.   Na   seção   3   éapresentado o processo de construção do sistema SCALA, seguido da seção 4 que contém a metodologiapara  as  avaliações  de  usabilidade.  No capítulo  6   são discutidos  os   resultados  obtidos  ao  longo  dasavaliações. Logo, segue­se para as considerações finais sobre a pesquisa em questão.

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ISSN 1695­288X RELATEC ­ Revista Latinoamericana de Tecnología Educativa, Vol. 12 (2) (2013) 115­129 117

2. Tecnologia Assistiva e Comunicação Alternativa

A relação do homem com o mundo tem gerado, ao longo de sua história, a criação de inúmerosinstrumentos   físicos   e   cognitivos,   capazes   de   produzir   alterações   significativas   no   ambientesócio­cultural. Estes instrumentos, denominados Tecnologias, vêm sendo idealizados e implementadoscom vistas a atender demandas variadas, qualificando as relações de determinados grupos com o seuambiente.   Neste   sentido   Passerino   (2010)   aponta   que   a   tecnologia   extrapola   o   mero   artefato   físico,englobando também o uso e conhecimento de ferramentas, técnicas, métodos e sistemas de organizaçãoou de produção de objetos.

Na busca pelo rompimento de barreiras impostas a indivíduos que sofrem danos causados pordistúrbios  físicos e/ou cognitivos,  o homem voltou também sua atenção para o desenvolvimento detecnologias capazes de suprir as necessidades desencadeadas por esses distúrbios. Estas tecnologias sãoconhecidas   como   Tecnologias   Assistivas   (TAs)   e   definidas   pelo   Comitê   de   Ajudas   Técnicas   daCoordenadoria   Nacional   para   a   Integração   da   Pessoa   Portadora   de   Deficiência   como   uma   área   doconhecimento   de   caráter   interdisciplinar,   que   engloba   produtos,   recursos,   metodologias,   estratégias,práticas e serviços visando promover a inclusão social de Pessoas com Necessidades Especiais (PNEs).

No universo das Tecnologias Assistivas, encontra­se a Comunicação Alternativa (CA), definidapela   American   Speech­Language­Hearing   Association   (http://www.asha.org)   como   um   conjunto   detécnicas  para  o   desenvolvimento  da  oralidade  e   letramento   em  sujeitos   que   apresentam   déficits   delinguagem. Na literatura da área, diferentes termos vêm sendo utilizados para designar a ComunicaçãoAlternativa:   Comunicação   Alternativa   e   Ampliada   (Nunes,   2003),   Comunicação   Suplementar   eAlternativa   (Deliberato,   Paura,   Massaro   &   Rodrigues,   2006),   ou   ainda   Comunicação   Alternativa   eFacilitadora (Gonçalves, Capovilla, Macedo & Duduchi, 1997). O que eles apresentam em comum é  oobjetivo de suplementar a fala, quando o sujeito já dispõe de alguma linguagem, ou substituí­la, quandohá um impedimento para que a linguagem oral seja desenvolvida.

Dentre   as   possíveis   aplicações   da   CA   encontram­se   as   Pranchas   de   Comunicação.   Estas   sãosuperfícies com símbolos selecionados de acordo com as necessidades do aluno e os próprios objetivosdas pranchas (Santarosa et al., 2010). As pranchas podem dispor de fotografias, desenhos, ou tambémimagens   confeccionadas,   com   ou   sem   legendas,   alfabeto,   números   e   quaisquer   outros   elementosnecessários para efetivar a comunicação. O processo de comunicação por meio de pranchas consiste emapontar para aquilo que se deseja expressar, comunicando conceitos através das imagens, ou formandopalavras a partir do alfabeto, no caso de sujeitos letrados ou em processo de letramento. O ato de apontarpode   variar   segundo   o   grau   de   comprometimento   motor   do   usuário.   Em   alguns   casos,   costuma­seutilizar adicionalmente Tecnologias Assistivas como apontadores, vocalizadores, etc.

Vários sistemas computacionais podem ser explorados com a finalidade de desenvolver pranchasde   comunicação.   Alguns   desses   sistemas   são   softwares   específicos   para   CA,   como   o   Amplisoft,desenvolvido pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro e disponibilizado gratuitamente naweb para download, e o software proprietário Boardmaker, desenvolvido pela empresa Mayer Johnson.Já  no âmbito dos sistemas não específicos para tal fim, encontram­se os próprios softwares do pacoteOffice/BrOffice, com os quais, a partir de editores de texto e de apresentação, podem ser confeccionadaspranchas de comunicação.

Atualmente, com a evolução das tecnologias móveis, softwares para a confecção de pranchas decomunicação vêm sendo desenvolvidos para rodarem em dispositivos como tablets e telefones celulares.Kagohara   et   al.   (2012)   relatam   estudos   baseados   no   uso   do   Ipod   para   intervenções   com   imagens

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representativas de lanches,  brinquedos e  interações sociais.  Flores et al.   (2012) realizaram um estudocomparativo entre  o uso da CA em cartões  de  comunicação e o uso através  da  ferramenta   Ipad.  Apassagem para as tecnologias móveis facilitou significativamente o uso das pranchas de CA. Sem estesdispositivos, a mobilidade somente era garantida através de recursos como a mídia impressa. Entretanto,no âmbito das pranchas impressas, além de se dispor de um limitado conjunto de símbolos, não há apossibilidade de explorar recursos audiovisuais,  que podem atuar como elementos incentivadores dacomunicação.

Cabe   salientar   que   a   idealização   de   sistemas   requer   cuidados   relacionados   à   interaçãousuário/interface. Não basta dispor da mobilidade quando o sistema não satisfaz as necessidades básicasde seu usuário. Dessa forma, torna­se um desafio planejar um sistema de CA que, além de rodar emdiferentes dispositivos, seja capaz de atender as necessidades de comunicação de um público tão peculiarcomo os indivíduos afetados pelo TEA.

3. Interface e usabilidade de sistemas

A   constante   evolução   das   ferramentas   computacionais   e   a   competitividade   imposta   pelocrescimento desta área têm mobilizado os desenvolvedores  de software a engajarem­se na busca porformas de acesso facilitado aos seus recursos, o que vem propiciando o surgimento de interfaces cada vezmais amigáveis para o usuário. Por se tratar do ponto principal de contato da máquina com o usuário, ainterface deve ser vista como um elemento de destaque: Granollers et al. (2004) salientam que a interfaceé determinante sobre a percepção e impressão que o usuário virá a ter sobre o aplicativo. Os cuidadoscom a interface remetem diretamente a questões referentes à usabilidade dos sistemas.   Nielsen (1993)descreve a usabilidade como um conjunto de atributos que definem a qualidade do produto tendo emvista a sua utilização pelo usuário.

A   avaliação   do   produto,   por   sua   vez,   necessita  de   um   conjunto   de   critérios   que  atendam   àsexpectativas que se constroem em torno do que deve conter um bom sistema na visão de seus usuáriosfinais. Para esta avaliação, Nielsen (1993) desenvolveu um conjunto de dez heurísticas com sugestões quevisam promover usabilidade em sistemas diversos. As heurísticas descritas a seguir foram observadas noprocesso   de   verificação   de   usabilidade   do   sistema   de   CA   sobre   o   qual   versa   o   presente   artigo:Visibilidade do estado do sistema ­ O sistema deve sempre manter os usuários informados sobre o queestá acontecendo, através de um feedback apropriado, dentro de um tempo razoável. Concordância entreo sistema e o mundo real   ­  O sistema deve seguir  as convenções  do mundo,   fazendo a   informaçãoaparecer em uma ordem natural  e lógica.  Controle do usuário e liberdade ­  Suporte para desfazer erefazer ações. Consistência e padrões ­ Os usuários não devem ter que adivinhar se diferentes palavras,situações, ou ações significam a mesma coisa. Prevenção de erros – É importante dispor de um designcuidadoso que previna a ocorrência de problemas. Reconhecimento ao invés de lembrança ­ Minimizar acarga da memória do usuário fazendo objetos, ações e opções visíveis. Flexibilidade e eficiência de uso ­A flexibilidade e eficiência do uso de Aceleradores pode frequentemente apressar a interação do usuárioexperiente de tal forma que o sistema pode prover aos usuários inexperientes e experientes. Estética edesign minimalista ­ Os diálogos não devem conter a informação que seja irrelevante ou desnecessária.Ajudar usuários a reconhecer, diagnosticar e recuperar erros ­ As mensagens de erro devem ser expressasem linguagem simples (nenhum código), indicar precisamente o problema e construtivamente sugeriruma solução. Ajuda e documentação ­ Mesmo que o sistema possa ser usado sem documentação, podeser necessário fornecer ajuda e documentação. A partir deste conjunto de heurísticas, sistemas podemsubmetidos à avaliação sobre sua usabilidade, de modo a se buscar aprimoramentos ainda antes de suaprimeira versão.

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No campo da Comunicação Alternativa, uma série de softwares vêm sendo desenvolvidos nosâmbitos   nacional   e   internacional.   Entretanto,   ainda   não   se   vê   uma   preocupação   com   avaliações   deusabilidade   sobre   os   produtos   desenvolvidos.   Alguns   estudos   já   vêm   mencionando   verificações   deusabilidade sobre sistemas de comunicação alternativa: (Garbin & Dainese, 2009; Johansen & Hansen,2006), porém ainda é tímida a quantidade de estudos na área da CA.

4. O Sistema SCALA

O Sistema de Comunicação Alternativa para o Letramento de pessoas com Autismo (SCALA) foiidealizado   em   estudos   de   caso   envolvendo   crianças   com   TEA,   nos   quais   foi   possível   identificarnecessidades comuns da síndrome com relação ao estabelecimento da comunicação (Avila, 2011; Bez,2010). O protótipo do Módulo Prancha deste sistema visa à  construção de pranchas de comunicação,onde a ideia central é que o usuário, com ou sem o auxílio de terceiros, possa dispor imagens1 na telaprincipal para se comunicar em seu ambiente, onde a CA deve fazer parte de sua rotina, contando comrecursos como: importar imagens; imprimir prancha; ouvir, gravar e editar legendas; e modificar layout.

Figura 1. Tela principal do protótipo do SCALA (em Windows).

Conforme mostra a figura 1, a tela principal do protótipo contém três abas na parte superior: umadelas é referente ao módulo prancha; a segunda refere­se ao módulo história, em desenvolvimento; e naterceira constam os créditos, com a equipe desenvolvedora e as fontes de apoio. No lado esquerdo, estãoorganizadas as categorias nas quais as imagens apresentam­se distribuídas (figura 2). Logo abaixo, há asseguintes   funções:   Abrir,   Salvar,   Importar,   Exportar,   Imprimir,   Layout,   Animar   e   Ajuda.   Os   dozequadros disponibilizados ao meio são os espaços onde deverão ser inseridos os cartões de comunicação,constituídos pelas imagens, com seus respectivos áudios e legendas. Há ainda outros três tipos de layout,ou seja, os cartões podem se apresentar sob outras diferentes formas.

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Figura 2. Busca por imagem na categoria alimentos.

A partir deste protótipo, estratégias de uso da CA foram desenvolvidas com vistas a promover acomunicação de um sujeito com autismo ainda não oralizado. Ao longo das interações com uma criançaportadora da síndrome, pôde­se colocar o sistema sob a avaliação do usuário com Transtorno do Espectrodo Autismo (Avila, 2011). A figura 3 mostra a interface final da primeira versão do SCALA, ainda emvias de implementação.

Figura 3 ­ Interface Final

No   intuito   de   contemplar   o   público   docente,   que   também   fará   uso   do   SCALA,   foramdesenvolvidas avaliações de usabilidade, de modo a identificar aspectos a serem revistos no sistema emdesenvolvimento. A metodologia utilizada para as avaliações de usabilidade contempladas neste artigoserá descrita na seção a seguir.

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5. Metodologia para verificações de usabilidade sobre o sistema SCALA

Nesta pesquisa, através de um estudo de caso buscou­se identificar quais os pontos do sistema,que esteve sob avaliação, devem ser revistos para seu devido aperfeiçoamento. A triangulação de dadosse  deu  a   partir  de  dois  métodos  de   avaliação  que   foram  relacionados   à   teoria,   extraída  da   revisãobibliográfica. Os dados obtidos nas três fontes distintas convergiram trazendo assim os resultados aoreferente estudo de caso. A metodologia aqui adotada é adaptada a partir da proposta por Rauber (2010)em um estudo sobre a usabilidade das ferramentas Orkut e Twitter para pessoas com deficiência visual.Este método consiste na união de dados obtidos em inspeção do sistema com especialistas e testes sobre omesmo com um grupo de usuários. Ambos os métodos contêm um mesmo roteiro de atividades, «[...]organizado em etapas e seguindo uma lógica de uso» (Rauber, 2010, p. 125).

5.1. Método de inspeção

O método de inspeção não requer a participação de usuários (Preece, Rogers & Sharp, 2008). Ainspeção é realizada por um ou mais especialistas, seguindo um roteiro de atividades e, no caso destetrabalho, tendo por base as heurísticas de Nielsen (1993). A Inspeção se deu a partir da avaliação dosistema  SCALA   por   parte   de   uma  das   autoras,  onde   foram   realizadas   um   conjunto   de   dez   tarefasrepresentativas de atividades a serem comumente efetuadas com o apoio da ferramenta. Nesta parte dapesquisa, a especialista e participante da equipe desenvolvedora do sistema, buscou inspecionar se cadauma das atividades propostas contemplava as heurísticas de Nielsen, evidenciando assim problemas deusabilidade que surgiram no decorrer da avaliação.

5.2. Método de teste

Os testes de usabilidade do sistema SCALA foram estruturados com uma série de passos os quaisforam   seguidos   de   modo   padronizado   por   todos   os   integrantes   da   pesquisa.   Dentre   as   primeirasestratégias   adotadas,   esteve   a   escolha   intencional   de   quem   seriam   os  participantes   da  avaliação   dosistema. Como segunda providência, foram realizadas entrevistas semi­estruturadas, as quais servirampara que se definisse com maior precisão o seu perfil, verificando se estariam devidamente enquadradosno público­alvo almejado pelo SCALA. O grupo de participantes dos testes de usabilidade foi formadointencionalmente por quatro educadoras que trabalham com sujeitos afetados por déficits na oralidade,tendo em vista que a CA já se encontra presente em suas práticas pedagógicas.

Durante a aplicação dos testes, a utilização combinada do método Think Aloud (pensar em vozalta) foi de suma importância para a coleta de dados. Tal procedimento consiste no usuário narrar em vozalta   todos   os   seus   passos   durante   a   realização   das   tarefas,   evidenciando   construções   cognitivasestabelecidas ao longo dos mesmos (Nielsen, 1993). A realização dos testes contou com um roteiro quecontinha 10 atividades (o mesmo utilizado durante a inspeção), as quais foram organizadas de modo acontemplar  o  efetivo uso do software.  A execução das  atividades  se  deu em uma mesma máquina,contendo   o   sistema   operacional   Windows   XP   e   tendo   os   devidos   softwares   necessários   aos   testesinstalados previamente.

Cada sessão durou em torno de duas horas, onde as participantes realizaram as tarefas de acordocom o roteiro pré­estabelecido, repetindo em voz alta todo o raciocínio usado durante a execução dasatividades propostas. Todas as sessões foram filmadas e os movimentos das participantes durante o usodo sistema foram registrados através de um capturador de tela1.

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6. Análise e resultados

Na presente seção é descrita a avaliação do sistema. Salienta­se que as avaliações de usabilidade,foram aplicadas sobre o protótipo de que se dispunha, não tendo ainda implementada a interface final doSCALA. Porém, tendo em vista que a lógica da interface do prótotipo equivale à interface que está emvias de implementação para a primeira versão do sistema, observou­se que é possível ter uma boa noçãode como o usuário irá responder ao uso do SCALA em sua versão 1.0.

6.1. Análise Relatório de Inspeção

Com relação à  heurística 1 (Feedback),  verificou­se que vários objetos clicáveis do sistema nãodemonstram que possuem este atributo. Dessa forma, eles se confundem com as demais imagens da tela,deixando o usuário sem saber ao certo os locais onde se encontram as funcionalidades do sistema.

Observou­se também problemas no que se refere à heurística 2 (Compatibilidade do sistema com omundo real). Poderia ser citado como um ponto de destaque nas questões relacionadas a essa heurística osintetizador de voz, que não emite um som natural, dificultando a compreensão do mesmo. Entretanto,salienta­se que a busca por um sintetizador de voz livre,  que pudesse ser implementado no sistemaSCALA, não foi uma tarefa simples para o grupo de pesquisa. A dificuldade de se encontrar ferramentasde código aberto, cujos pré­requisitos para a manipulação fossem compatíveis com o nível de experiênciado  grupo  de   programadores  do  projeto,   sendo  estes  alunos  dos  primeiros   semestres  da  graduação,tornou   a   tarefa   um   tanto   dificultosa,   transformando   a   obtenção   do   sintetizador   numa   verdadeiraconquista para o grupo.

Outra falha percebida no sistema ao longo da inspeção foi a heurística 3 (Controle do usuário eliberdade),   pois   em   muitas   ocasiões   este   não   oferece   ao   usuário   a   opção   de   desfazer   suas   ações,obrigando­o   a   retomar   o   processo   para   obter   algo   que   tenha   perdido   em   uma   ação   errônea.   Estaconstatação acarreta em uma nova retomada dos requisitos do sistema, nos quais constam as descriçõesde   todas   as   suas   funcionalidades,   com   o   seu   nível   de   abrangência.   É   necessária   uma   retomada   naestrutura do sistema, de modo que todas as ações tenham previstas formas para o seu cancelamento.

Em   nenhum   momento   a   pesquisadora   detectou   problemas   relacionados   à   heurítica   4(Consistência), pois o sistema aparenta sempre manter­se dentro de um mesmo padrão. Ou seja, na visãoda especialista, não há modos distintos na execução de funções semelhantes, nem tampouco janelas quedestoem de sua interface principal.

Quanto à heurística 5 (Boas mensagens de erro), encontrou­se algumas falhas pontuais, as quais sereferem a uma falta de explicação ao usuário sobre quais os formatos de arquivos que o sistema comportae em que circunstâncias isso ocorre.

A falha recém descrita estende­se também à  heurística 6 (Prevenção de erros),  pois não há  umaviso claro ao usuário sobre quais tipos de arquivos o mesmo conseguirá trabalhar dentro do programa.

Na heurística 7 (Minimizar a carga de memória do usuário) observou­se um problema pontual,ocorrido no processo de importação de imagens: não se fazia possível importar uma imagem diretamentepara a tela principal do sistema, ou seja, a imagem era importada para uma das categorias onde o usuárioprecisava   buscá­las.   Isso   pode   confundir   o   usuário   no   momento   em   que   ele   tem   que   percorrer   ascategorias em busca de sua imagem importada.

A  heurística  8   (Flexibilidade  e  eficiência)   foi  a  heurística  que  apresentou  maior   incidência  deproblemas durante o processo de inspeção. Isso ocorre porque o sistema não foi desenvolvido com vistas

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a abranger uma gama de usuários mais experientes, o que o leva a falhas no oferecimento de opçõesalternativas   para   a   execução   de   tarefas.   Quando   o   projeto   começou   a   ser   desenvolvido,   pensou­sediretamente na criança com Transtorno do Espectro do Autismo, não oralizada (foco principal do sistemaSCALA).   Porém,   o   avanço   do   projeto   mostrou   que   outros   usuários,   como   professores   e   familiares,estariam envolvidos com a ferramenta, além da criança. Estes poderão mostrar destreza perante o uso deferramentas computacionais, além da própria criança poder vir a desenvolver tais habilidades a partir douso contínuo destas ferramentas.

Quanto   à   heurística   9   (Diálogo   simples   e   natural),   não   detectou­se   nenhuma   incidência   deproblemas, visto que o sistema busca utilizar uma linguagem clara e simples para o seu público­alvo.

Por fim, não foram encontrados problemas na heurística 10 (Ajuda e documentação), devido aofato de que os tutoriais do sistema ainda não foram disponibilizados junto ao mesmo. Pôde­se avaliaraqui somente a posição do ícone Ajuda e a localização dos créditos. Ambas as opções parecem estar bemvisíveis ao usuário, não trazendo problemas referentes à sua localização.

6.2. Análise Relatório dos testes

Observou­se   que   nos   testes,   assim   como   na   inspeção,   em   vários   momentos   evidenciou­se   aheurística 1 (Feedback), devido ao fato de o sistema falhar em mostrar quando uma função está ativada,ou quando a mesma encontra­se em processo de execução. Os problemas relacionados a essa heurísticaevidenciaram­se   principalmente   na   atividade   1,   onde   houve   mais   apontamentos   por   parte   dasparticipantes.

Problemas  relacionados à  heurística  2   (Compatibilidade do sistema com o mundo real)   foramencontrados na maioria das atividades. Os dois problemas mais comentados pelas participantes foram ofato do menu de ferramentas estar situado na parte inferior do sistema e o fato do sintetizador de voz sermuito mecanizado. O fato dos outros softwares, comumente utilizados pelas participantes, apresentaremsuas   funções  no  menu  superior   levou as  mesmas  a  buscarem   que  o  SCALA  procedesse  da   mesmamaneira.   Porém,   como   afirma   Torrezan   (2009),   embora   seja   necessário   manter­se   uma   certacompatibilidade da interface com relação aquilo que o usuário já conhece, a criatividade não deve sertotalmente banida em novas propostas de design. Ou seja, rompimentos de padrão se fazem necessáriospara que novas ideias possam ser implementadas. Logo, o grupo optou por não alterar o lugar do menude funções apresentado pelo SCALA na parte inferior da tela.

Quanto à heurística 3 (Controle do usuário e liberdade), assim como na inspeção, os problemas quemais se evidenciaram foram a falta de mobilidade de alguns itens do sistema como, por exemplo, o fatode não se poder escolher o local onde será disposto um cartão na tela. Outro problema relacionado a estaheurística foi a ausência da função desfazer em alguns momentos de uso do sistema, como acontecequando se exclui um cartão da tela principal. A opção desfazer já foi discutida anteriormente durante aanálise da inspeção de usabilidade. Já no que diz respeito à mobilidade dos cartões, será necessária umaretomada no documento dos requisitos do sistema, pois sua implementação modifica em parte a lógicasob a qual o protótipo foi planejado. Contudo, trata­se de uma questão muito pertinente à idealização dapróxima versão do sistema,  visto  que contempla uma necessidade dos  usuários  que não havia  sidoprevista pelo grupo de pesquisa.

Com  relação à  heurística  4   (Consistência),  duas  participantes  acharam problemático  o   fato  dousuário ter que percorrer os diretórios do computador para salvar ou abrir suas pranchas. Elas gostariamque todo o processo se desse dentro do próprio sistema, de modo a não se perder a consistência. Emboratodas  as   participantes   tenham  afirmado  utilizar   o   computador   com   intensidade  em  suas   atividades

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profissionais,  estas  duas  ainda  apresentam  certa  dificuldade  em  navegar  pelos  diferentes  diretórios.Entretanto, o ato de salvar arquivos e buscá­los na máquina constitui­se numa prática usual na medidaem que a pessoa realiza atividades apoiadas pelo computador. Tendo em vista que o SCALA deverápromover   também   uma   aprendizagem   sobre   a   tecnologia   a   partir   do   uso   da   tecnologia,   conformesugerem Palloff  e  Pratt   (2004),  este  nível  de  dificuldade não deverá   ser  sanado,  pois  consiste  numaatividade necessária para que o usuário desenvolva sua fluência digital.

As heurísticas 5 e 6, heurística 5 (Boas mensagens de erro) e heurística 6 (Prevenção de erros), nãoforam lembradas pelas participantes em nenhum momento durante a realização dos testes.

Já a heurística 7 (Minimizar a carga de memória do usuário) evidenciou­se em algumas ocasiões,destacando­se principalmente no processo de importação de imagens, no qual a imagem importada vaipara a categoria e não para a tela principal do sistema. Todas as participantes gostariam de que a imagemfosse  diretamente  para  a   tela  principal  e  este  ponto   foi  percebido   também  durante  as   inspeções  deusabilidade.

O último aspecto levantado nos testes de usabilidade foi a heurística 8 (Flexibilidade e eficiência)na qual uma das  participantes  achou que era  certa  poluição visual  cada cartão conter seus própriosbotões (de gravar, ouvir e editar legenda). Entretanto, ela reconsiderou a ideia argumentando sobre afacilidade de se dispor das funções em seus respectivos cartões.

Por fim, a heurística 9 (Diálogo simples e natural) e a heurística 10 (Ajuda e documentação) nãoforam mencionadas em nenhum momento pelas participantes.

Um esboço mais  detalhado  sobre  os   resultados  dos   testes  de  usabilidade poderá   ser  visto  nográfico que reúne todas as contribuições obtidas nos testes de usabilidade (figura 4).

Figura 4 – Gráfico testes de usabilidade

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Tabela 1. Comentários dos participantes.

Legendas Gráfico – Comentários das Participantes

A ­ Atividade Criar Prancha

A1 Não sabia se eram necessários um ou dois cliques para ativar as funções.

A2 Quando um botão é clicável e quando ele foi ativado?

A3 Não sabia se a prancha foi realmente salva.

A4 Gostariam que o menu estivesse na parte superior da tela.

A5 O que significa limpar prancha?

A6 Adotar cores para as categorias.

A7 Não gostaria de percorrer os diretórios para salvar as pranchas.

A8 Gostariam de poder escolher onde colocar os cartões.

A9 Gostaria de saber se o software está executando uma função quando ele demora a responder.

B ­ Atividade Abrir Prancha

B1 Dificuldade em interpretar a que se refere a opção Abrir.

B2 Não gostaria de percorrer os diretórios para abrir as pranchas.

C – Atividade Editar Legenda

C1 Gostaria de modificar a posição da legenda.

C2 Gostariam de modificar a legenda apenas clicando na palavra.

C3 Gostaria de modificar o tamanho da fonte.

C4 Maior clareza nos ícones.

C5 Confundiu­se sobre a abrangência do botão “Restaurar”.

C6 Poluição visual cada cartão conter seus próprios botões (ideia reconsiderada).

D – Atividade Ouvir Legenda

D1 A pronúncia do sintetizador é muito mecanizada.

D2 Sentiu falta de voz feminina também no sintetizador.

D3 Confundiu a abrangência do botão “Ouvir legenda”.

E – Atividade Gravar Legenda

E1 É confuso o processo de gravar a legenda.

F – Atividade Acessar Tutorial

F1 Procurou pelo tutorial na parte superior da tela.

G – Atividade Modificar Layout

G1 Sente falta das funções estarem no menu superior.

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G2 Alguns ícones estão muito abstratos, principalmente o do layout.

G3 Letra maiúscula para os nomes das funções na tela principal.

G4 Gostariam de escolher o número de cartões a serem dispostos na tela.

G5 Ficaram confusas quando viram a frase “Cartões poderão ser perdidos”.

G6 Perguntou se não havia possibilidade de pranchas estarem interligadas entre si.

H – Atividade Excluir Cartões

H1 Perguntou pela opção desfazer no momento em que se exclui um cartão.

H2 Para excluir um cartão, a participante clicaria sobre o mesmo. Ela não compreendeu que o botão defechar o excluiria apenas o respectivo cartão, pois a simbologia do ícone significa fechar tudo.

I – Atividade Importar Imagem e Inseri­la na Prancha

I1 Sentiu falta de saber o que vai ser importado (imagem ou prancha?).

I2 Não gostou da ideia de que, ao importar uma imagem, ela vai para a categoria, mas não para a telaprincipal.

I3 Gostaria de escolher onde vai colocar as imagens, não sendo necessariamente num local específico da tela.

J – Atividade Exportar Prancha

Não sabiam se a exportação havia sido bem­sucedida ou não.

7.  O uso do SCALA com uma criança com TEA

O protótipo sobre o qual   foram realizadas avaliações  de usabilidade por docentes   também foisubmetido à avaliação a partir de intervenções realizadas com uma criança com Transtorno do Espectrodo   Autismo.   O   processo   de   inserção   do   SCALA   no   cotidiano   da   criança   como  um   sistema   para   oestabelecimento da Comunicação Alternativa foi antecedido por um período de uso de recursos de baixatecnologia,   com   cartões   de   comunicação   e   pranchas   desenvolvidos   em   material   impresso.   Outrossoftwares ainda foram explorados de forma concomitante ao uso do SCALA, com o intuito de observarpreferências da criança e recursos que poderiam vir a ser adotados pelo software em desenvolvimento.

As observações sobre a apropriação da criança por recursos multimidiáticos deram ensejo a umasérie de considerações a respeito do desenvolvimento do sistema SCALA. Observou­se, por exemplo,uma tendência à dispersão das atividades propostas quando a criança interagia com periféricos como oteclado ou o mouse do computador. Desse modo, a possibilidade de uso de telas touch screen passou aser considerada como uma opção para facilitar o uso das pranchas elaboradas através do software. Alémdisso, o uso do touch screen configura­se como uma tendência em tecnologias móveis, como os tablets eaparelhos celulares.

Percebeu­se também que o tamanho das imagens previamente idealizado para o software estavaaquém das necessidades da criança, que não as compreendia como instrumentos para a comunicaçãoquando estas não traziam representações claras o suficiente. Para se chegar ao tamanho de imagem ideal,foram realizadas intervenções com mídia impressa e com os softwares Amplisoft e SCALA. Cartões de

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comunicação   com   tamanho   a   partir   de   250px   x   250px   foram   aceitos   com   maior   facilidade   comoinstrumentos para a comunicação pela criança.

Outro   aspecto   interessante   observado   foi   a   sua   preferência   por   participar   em   atividades   quedemandavam a socialização com outras crianças atividades individuais. Embora estratégias envolvendoatividades  coletivas  possam ser  desenvolvidas  no software  SCALA sem maiores  dificuldades,  aindaassim tal observação dá margem à reflexão sobre a proposta na qual está sendo desenvolvido o módulohistória, idealizado previamente como um recurso para atividades individuais.

8. Considerações finais

No âmbito das Tecnologogias Assistivas, mais especificamente no que diz respeito à CA, muitosrecursos vêm sendo desenvolvidos nas últimas décadas. Neste contexto, ferramentas para a construçãode   pranchas   de   comunicação   vêm   sendo   desenvolvidas   para   atender   aos   déficits   de   oralidade,contemplando principalmente pessoas com deficiências motoras. Tendo em vista os resultados obtidosem pesquisas abrangendo o uso da CA envolvendo sujeitos com TEA (Bez, 2010; Walter,  2000, 2006),desenvolveu­se um sistema de comunicação alternativa voltado mais especificamente para a promoçãoda sua comunicação.

O que diferencia esta ferramenta das demais disponíveis para a construção de pranchas de CA nãoé somente o público para o qual o SCALA é voltado, mas também os processos de avaliação aos quais omesmo foi submetido. Foram realizadas avaliações sobre este sistema a partir de diferentes perfis deusuário, contemplando não somente a visão da pesquisadora e equipe desenvolvedora, mas também deseus potenciais usuários finais: educadoras especiais (cuja avaliação foi apresentada neste artigo) e sujeitocom Transtorno do Espectro do Autismo.

Dessa forma, Passerino (2011) afirma que o SCALA foi desenvolvido não somente para um perfilde   usuário,   mas   sim   para   seu   contexto   educacional,   onde   tem­se   diferentes   atores   utilizando­se   daferramenta. Assim, a autora descreve o processo de construção do sistema SCALA dentro de um novoparadigma, que perpassa o Design Centrado no Usuário (DCU), ampliando­se para um Design Centradono Contexto (DCC).

Nas  avaliações   realizadas,  vieram   à   tona  uma  série   de  considerações  a   serem  ponderadas  napróxima versão da ferramenta, que já se encontra em desenvolvimento. Algumas questões de grandeimportância, puderam ser facilmente solucionáveis, como o caso dos botões que não se apresentavamcomo objetos clicáveis ao passar do mouse, ferindo a heurística 1 que trata sobre o retorno (feedback) queo sistema fornece ao usuário enquanto executa suas ações. Já outros apontamentos levaram o grupo auma retomada dos requisitos do sistema, tendo em vista que sua implementação exigia mais do que umasimples modificação no código fonte. Este foi o caso da mobilidade dos cartões na tela principal, quepretende   oferecer   maior   controle   do   software   pelo   usuário,   conforme   as   sugestões   da   heurística   3.Entretanto,   alguns   apontamentos   deverão   ser   desconsiderados,   pois   como   salienta   Nielsen   (1993),embora o usuário deva ser foco do projeto em todo o seu processo, não se pode esquecer que o mesmonão é especialista em design de interface e que, em alguns casos, suas sugestões não condizem com asexpectativas de todo o grupo de usuários.

Salienta­se que, embora este sistema de CA tenha sido desenvolvido com foco no Transtorno doEspectro do Autismo, este pode ser utilizado para atender a outros déficits de oralidade ou, inclusive,para o uso com crianças que não apresentam tais distúrbios, sendo uma ferramenta útil no processo decomunicação e de letramento.

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As  avaliações   realizadas   foram  reunidas   e  discutidas   com  a  equipe   desenvolvedora,  que   visaresolver os aspectos falhos para a próxima versão do sistema, o SCALA 2.0. Outros projetos já estão emandamento para incrementar a próxima versão do sistema, incluindo uma ferramenta para a construçãode   histórias   e   outra   ferramenta   para   a   comunicação   assíncrona.   Há   também   um   estudo   emdesenvolvimento sobre as possibilidades de se trabalhar com este sistema a partir de dispositivos móveis,oferecendo   às   crianças   uma   maior   mobilidade,   que   por   consequência   visa   lhes   proporcionar   maiorautonomia a partir do uso da CA.

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