ministÉrio da educaÇÃo universidade federal rural da...
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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA
CARLA FERNANDA TEIXEIRA DA SILVA COSTA
JADER DOS ANJOS FERREIRA
A Informática e Tecnologia Assistiva: o uso do software Somar como ferramenta de aprendizagem para alunos com
deficiência intelectual
SANTO ANTÔNIO DO TAUÁ – PA
2017
CARLA FERNANDA TEIXEIRA DA SILVA COSTA
JADER DOS ANJOS FERREIRA
A Informática e Tecnologia Assistiva: o uso do software Somar como ferramenta de aprendizagem para alunos com
deficiência intelectual
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Universidade Federal Rural da Amazônia – UFRA, como requisito para obtenção do grau de Licenciatura em Computação.
Orientador: Prof. Esp. Jean Barros Khaled
SANTO ANTÔNIO DO TAUÁ – PA
2017
CARLA FERNANDA TEIXEIRA DA SILVA COSTA JADER DOS ANJOS FERREIRA
A Informática e Tecnologia Assistiva: o uso do software Somar como ferramenta de aprendizagem para alunos com deficiência
intelectual
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Universidade Federal Rural da Amazônia – UFRA, como requisito para obtenção do grau de Licenciatura em Computação.
_________________________________________ Data da aprovação
Banca Examinadora
_________________________________ Orientador Prof. Esp. Jean Barros Khaled – UFRA
_________________________________ Membro 1 Prof. Esp. Edilena Miranda Codorvil
_________________________________ Membro 2 Prof. Dr. Glauber Tadaiesky Marques
Dedicamos ao nosso eterno e soberano Deus por tudo que nos propiciou durante toda a nossa jornada, provendo tudo para que pudéssemos chegar aqui. Aos nossos pais, aos quais temos imenso amor e pelo exemplo de vida que têm nos mostrado, sempre nos dando força para não desistir. Também a todos nossos familiares, professores e amigos que contribuíram de forma direta e indireta nos momentos em que mais precisávamos.
Carla e Jader
AGRADECIMENTOS
Como na vida muitos contribuem para que possamos alcançar nossos
objetivos, queremos agradecer aos principais que participaram ativamente da
trajetória da nossa vida e ao longo do curso.
Eu (Jader) quero estender os agradecimentos aos Meus pais, minha mãe
Amiraldina Maria dos Anjos Ferreira, ao meu pai, Jorge Francisco Ferreira e ao meu
companheiro de luta Silvandro Klepper de Carvalho Cunha, por acreditarem em
meu potencial, por vezes que nem mesmo acreditava ser capaz.
Os sinceros e profundos agradecimentos à saudosa tia Josefa Gonçalves
dos Anjos, que partiu mesmo antes que pudesse concluir o curso, mas que esteve
me apoiando e dando força nos momentos necessários.
A Maria Cardoso da Silva, (minha madrinha) seu esposo Osvaldino de
Souza Ferreira, que também partiu antes da conclusão, mas que sempre
acreditaram, em mim assim bem como apoiaram para que não pudesse parar.
Eu (Carla) agradeço a Deus por que permitiu esse projeto realizado, a minha
família. Meus pais: (mãe) Nazaré Teixeira F. Da Silva, (pai) Ferreira Da Silva aos
meus irmãos Ricardo Soares, Fábio Rodrigo e a minha querida irmã Mara Teixeira,
as minha filhas, a preciosidade que Deus me concedeu, Beatriz Teixeira, Rebeca
Teixeira e Hanna Teixeira, que me deram força e me ajudaram imensamente em
diversos aspectos. Sem esquecer também do Meu esposo, Nailson C. Modesto que
acompanhou todos os momentos.
Agradecemos, também, a nossos familiares e amigos, em especial a
Natalino, Celma Garrido, Rosilda Trindade, Silvandro K. de C. Cunha, Nailson
Modesto, a diretora da UTE Ana Cristina e a todos os demais que participaram
desta longa jornada. Entretanto, não poderíamos esquecer de nossos mestres que
estiveram, ao longo do curso, mediando o conhecimento, tornando-nos aptos
formadores de opiniões.
Hoje, o foco da escola mudou. Sua missão é atender ao aprendiz, ao usuário, ao estudante. Portanto, a escola tem um usuário específico, com necessidades especiais, que aprende, representa e utiliza o conhecimento de forma diferente e que necessita ser efetivamente atendido. Essa compreensão se fundamenta nas descobertas da ciência cognitiva e da neurociência, que reconhecem a existência de diversos tipos de mente e, consequentemente, de diferentes formas de aprender, lembrar, resolver problemas, compreender ou representar algo. Compreende que nem todas as pessoas têm os mesmos interesses e as mesmas habilidades, nem todas aprendem da mesma maneira, e que é impossível aprender tudo que existe para apreender. Já que não podemos aprender tudo, é preciso fazer escolhas na vida e, para fazê-las, é necessário estar consciente e bem-informado.
(Maria Cândida Moraes)
RESUMO
A informática aliada à tecnologia assistiva incorpora uma gama de informações e possibilidades para a educação inclusiva. Cujos alunos envolvidos durante o desenvolvimento do trabalho apresentam deficiência intelectual. E estão inseridos na rede de ensino regular de acordo com a modalidade de educação especial. Amparados pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação – LDB. Com o intuito Investigar como o uso do software somar contribui para a vida diária utilizando a matemática funcional no cotidiano dos alunos com deficiência intelectual oportunizando atividades que corrobora na inclusão dos alunos no ambiente do laboratório de informática direcionando-os a se confrontarem com situações problemas do cotidiano. Viabilizar na educação inclusiva, por meio da tecnologia assistiva utilizando o software somar como possibilidade de auxílio da ferramenta que contribui ao processo de ensino aprendizagem aos alunos com deficiência intelectual. A deficiência intelectual perpassa por inúmeras limitações no seu funcionamento físico, social e educacional. Interferindo demasiadamente no processo de ensino e aprendizagem que se torna moroso, e, portanto o desenvolvimento educacional e diferencial. O trabalho foi desenvolvido por meio da análise qualitativa e quantitativa descritiva, onde foi realizado o levantamento de informações dos alunos com deficiência intelectual sobre o conhecimento voltado para informática e a aplicabilidade do software soma utilizado por 10 alunos com deficiência intelectual onde foi aplicado um questionário de 11 perguntas relacionadas sobre o contado que cada um tem com a informática e a usabilidade do software somar. Os resultados foram positivos o software somar oportunizou um acesso possível e de maneira inclusiva, pois foi construído para alunos com deficiência intelectual possibilitando autonomia no manuseio. Sendo assim, contribuiu para o conhecimento do aluno para a utilização da matemática funcional na sua vida diária.
Palavras-Chave: Deficiência Intelectual, Tecnologia Assistiva, Informática.
ABSTRACT
Computer science combined with assistive technology incorporates a range of information and possibilities for inclusive education. Whose students involved during the development of the work present intellectual disabilities. And are inserted into the regular school network according to the mode of special education. Supported by Guidelines and Bases of education-LDB. In order to investigate how the use of the software add contributes to daily life using functional mathematics in everyday life of students with intellectual disabilities providing activities that supports the inclusion of students in the computer lab directing them to confront with problems of daily life situations. Enable on inclusive education, by assistive technology using the software add up as a possibility of the tool that contributes to the process of learning teaching students with intellectual disabilities. Intellectual deficiency is by limitations in its physical, social and educational function. Interfering too much in the teaching and learning process that becomes slow, and therefore the educational development and differential. The work was developed through qualitative and quantitative descriptive analysis, where it was conducted the survey of student information intellectual disabilities about the computer-oriented knowledge and applicability of software sum used by 10 students with intellectual disabilities where a questionnaire was applied to 15 questions about the told that everyone has with computers and software usability. The results were positive the software add "provided a possible access and inclusive manner, as it was built for students with intellectual disabilities allowing autonomy in handling. Thus, contributed to the knowledge of the student to the use of functional mathematics in their daily lives.
Keywords: Intellectual Disabilities, Assistive Technology, Computers.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1 - Como baixar o software Somar ................................................................. 27
Figura 2 - Tela inicial do software Somar .................................................................. 28
Figura 3 - Lições do software Somar ......................................................................... 28
Figura 4 - Atividades Números .................................................................................. 29
Figura 5 - Lição sobre hora e horário ........................................................................ 29
Figura 6 - Atividades sobre dinheiro. ......................................................................... 30
Figura 7 - Atividades para alunos do AEE da E. M. E. F. Major Cornélio Peixoto ..... 40
Figura 8 - Laboratório de informática U.T.E Marli Almeida Fontenelle de Castro. ..... 59
Figura 9 - U.T.E Marli Fontenelle de Castro .............................................................. 59
Figura 10 - Fachada da UTE Marli Almeida Fontenelle de Castro ............................ 60
Figura 11 - Corredor da Unidade Marli Almeida Fontenelle de Castro ...................... 60
Figura 12 - Entrada do Laboratório da UTE Marli Almeida Fontenelle de Castro...... 61
Figura 13 - Alunos com deficiência intelectual em atendimento no laboratório de
informática. ................................................................................................................ 61
Figura 14 - Aplicando o software Somar ................................................................... 62
Figura 15 - Pesquisadores Instruindo os alunos a utilização do software Somar...... 62
Figura 16 - Pesquisadores aplicando a pesquisa com o Software Somar. ............... 63
Figura 17 - Pesquisadores desenvolvendo a pesquisa do software Somar .............. 63
Figura 18 - Alunos no laboratório de informática utilizando o software Somar na
pesquisa .................................................................................................................... 64
Figura 19 - Aplicadores do software Somar acompanhando a aplicabilidade
individualmente ......................................................................................................... 64
Figura 20 - Aplicadores do Software Somar acompanhando o desenvolvimento da
pesquisa individual .................................................................................................... 65
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 – Sexo – Pesquisa de campo aplicada aos deficientes intelectuais da UTE
Marli Almeida Fontenelle de Castro .......................................................................... 41
Gráfico 2 - Faixa Etária - Pesquisa de campo aplicada aos deficientes intelectuais da
U. T. E. Marli Almeida Fontenelle de Castro. ............................................................ 42
Gráfico 3 - Deficiência Intelectual - Pesquisa de campo aplicada aos deficientes
intelectuais da U. T. E. Marli Almeida fontenelle de Castro. ...................................... 43
Gráfico 4 - Benefício de Prestação Continuada - BPC - Pesquisa de campo aplicada
aos deficientes intelectuais da U. T. E. Marli Almeida de Castro. ............................. 44
Gráfico 5 - Nível escolar - Pesquisa de campo aplicado aos deficientes intelectuais
da U.T.E. Marli Almeida Fontenelle de Castro .......................................................... 45
Gráfico 6 - Acesso à Informática - Pesquisa de campo plaicada aos deficientes
intelectuais da U. T. E. Marli Almeida Fontenelle de Castro. .................................... 46
Gráfico 7 - Pesquisa de campo aplicado aos deficientes intelectual da U.T.E Marli
Almeida Fontenelle de Castro. .................................................................................. 46
Gráfico 8 - Dificuldades de manuseio do computador - Pesquisa de campo aplicado
aos deficiente intelectual da U.T.E Marli Almeida Fontenelle de Castro. .................. 47
Gráfico 9 - Facilidade obtida através do software com a matemática funcional -
Pesquisa de campo aplicado aos deficientes intelectual da U.T.E Marli Almeida
Fontenelle de Castro. ................................................................................................ 48
Gráfico 10 - Atividades do aplicativo Somar de maior interesse dos alunos -
Pesquisa de campo aplicado aos deficiente intelectual da U.T.E Marli Almeida
Fontenelle de Castro. ................................................................................................ 48
Gráfico 11 - Contribuição do aplicativo Somar no cotidiano do aluno - Pesquisa de
campo aplicado aos deficiente intelectual da U.T.E Marli Almeida Fontenelle de
Castro ........................................................................................................................ 49
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 12
2 BREVE ABORDAGEM HISTÓRICA DA DEFICIÊNCIA E SUAS VERTENTES ... 20
2.1 A Tecnologia Assistiva (TA) ............................................................................. 23
2.2 A Informática e Tecnologia Assistiva: Ferramenta de Aprendizagem para
Alunos com Deficiência Intelectual ....................................................................... 25
2.2.1 A informática na educação inclusiva ................................................................ 25
2.3 Introdução ao Software Somar ............................................................................ 26
2.4 O Software Somar como Ferramenta de Tecnologia Assistiva no auxílio de
jovens e adultos com Deficiência Intelectual no auxilio da matemática funcional. .... 30
3 METODOLOGIA .................................................................................................... 33
3.1 Local de pesquisa ............................................................................................. 34
3.2 Instrumento de Pesquisa .................................................................................. 38
3.3 Sujeitos da Pesquisa......................................................................................... 38
3.4 Procedimentos de Análise de Dados............................................................... 39
3.5 Análise de Dados: identificação dos alunos ................................................... 40
3.5.1 Sexo ................................................................................................................. 40
3.5.2 Faixa etária ....................................................................................................... 41
3.5.3 Deficiência Intelectual....................................................................................... 42
3.5.4 Benefício de Prestação Continuada – BPC ...................................................... 43
3.5.5 Nível Escolar .................................................................................................... 44
3.5.6 Acesso à informática ........................................................................................ 45
3.5.7 Local de acesso à informática .......................................................................... 46
3.5.8 Dificuldades de manuseio do computador........................................................ 47
3.5.9 Facilidade obtida através do software com a matemática funcional ................. 47
3.5.10 Atividades do aplicativo Somar de maior interesse dos alunos ...................... 48
3.5.11 Contribuição do Aplicativo Somar no cotidiano do aluno................................ 49
3.6 Análise de Dados: Matemática aplicada ao cotidiano de jovens e adultos
com deficiência intelectual ..................................................................................... 49
3.7 Procedimentos de coleta de dados ................................................................. 50
3.8 Resultados ......................................................................................................... 51
3.8.1 Resultados: disciplina abordada ....................................................................... 52
CONCLUSÃO ........................................................................................................... 53
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 55
11
APÊNDICES ............................................................................................................. 58
ANEXOS ................................................................................................................... 66
12
INTRODUÇÃO
A educação é um direito constitucional a todo brasileiro, sem distinção de
sexo, raça, condição física e/ou mental, onde está garantida a igualdade como um
direito vital decretado no artigo 5.º da Constituição Federal (1989), que estabelece o
direito às pessoas com necessidades especiais o acesso à educação nas
instituições de ensino regular pública e particular. Como garante nos artigos 206, I e
208, III da Constituição Federal (1989):
Art. 206 – O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios: I – igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; Art. 208 – O dever do Estado como a educação será mediante a garantia de: III – Atendimento Especializado Educacional as pessoas com deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino; (BRASIL,1988, p. 123 – 124)
Para corroborar a Lei de Diretrizes e Bases da Educação 9.394/96 (2005)
ratifica por meio do artigo 58 que:
Art.58 – Entende-se por educação especial, para os efeitos desta Lei, a modalidade de educação escolar, oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos com necessidades especiais. (BRASIL, 2005, p. 25)
Percebe-se que existem garantias legais para uma educação inclusiva aos
educandos com necessidades especiais. Portanto, o ambiente escolar precisa estar
adequado com acessibilidade, que possibilite condições para desenvolver suas
habilidades e competências durante seu o processo de ensino aprendizagem. Haja
vista, que o processo de ensino/aprendizagem perpassa por influências de projetos
e propostas educacionais oferecidas pela escola, bem como uma gama de
informações por meio das tecnologias no contexto escolar e social.
De acordo com o inciso I do art.59 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação
9.394/96 (BRASIL, 2013, p. 438), os sistemas de ensino assegurarão aos educando
com necessidades especiais “I. Currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e
organizações específicas, para atender às suas necessidades”.
Este inciso do artigo supracitado descreve como a Educação Especial se
organiza no que se refere ao ensino regular para alunos com necessidades
especiais, cujas possibilidades de acesso não é apenas estar inserido no âmbito
escolar, mas que deve estar incluído em um processo educacional na perspectiva
inclusiva organizado por currículos que poderão ser adaptados, utilizando métodos
13
e técnicas que viabilizem condições que contribua para o ensino e aprendizagem, os
recursos podem ser diversos que condizem com aceitação do aluno e levando em
consideração sua peculiaridade e limitações. Tornando o ambiente acessível e
propício para que os alunos com necessidades especiais sintam-se capazes de
construir seu próprio conhecimento.
Assegura os direitos das pessoas com deficiência, adequando-se a elas, ao
ambiente de forma acessível e propiciando sua autonomia. Traz em seu caput que
os sistemas de ensino devem assegurar aos estudantes com necessidades
especiais todas as metodologias e recursos para garantir uma escola inclusiva.
Neste aspecto Sassaki (1997) salienta:
Conceitua-se a inclusão social como o processo pelo qual a sociedade se adapta para poder incluir, em seus sistemas sociais gerais, pessoas com necessidades especiais e, simultaneamente, estas se preparam para assumir seus papéis na sociedade. A inclusão social constitui, então, um processo bilateral no qual as pessoas, ainda excluídas, e a sociedade buscam em parceria, equacionar problemas, decidir sobre soluções e efetivar a equiparação de oportunidades para todos. (SASSAKI, 1997, p. 3).
É notório afirmar que qualquer instituição de ensino assegure a vigência para
o cumprimento da lei a permanência dos alunos com deficiências, incluídos nas
escolas regulares, viabilizando assim o direito igualitário.
Pensar na informática como recurso de aprendizagem não é apenas uma
estratégia dos ambientes educacionais, mas uma necessidade de se adequar a uma
realidade onde as inovações tecnológicas a cada dia se expandem na sociedade e
estão presentes em todos os ambientes sociais.
O atual sistema educativo passa por transformações com a inserção da
educação inclusiva. Não se pode falar de inclusão sem abordar a existência de leis,
de recursos e serviços que ofereça ao aluno com deficiência uma aprendizagem que
proporcione a autonomia, desenvolvimento de suas habilidades e competências no
ambiente escolar.
Na referência ao aluno com deficiência há ainda mais sensibilidade, pois
existem determinados cuidados e adaptações necessárias a serem realizadas, para
que seja oportunizado o direito e garantia da inclusão digital e acessibilidade digital.
A Tecnologia Assistiva é uma expressão recente, que é utilizada para que se
identifique e denomine toda diversidade de recursos e também de serviços para
contribuir na aquisição e/ou ampliação de habilidades funcionais das pessoas com
14
deficiência. Para que estas pessoas possam usufruir de condições de promoção da
vida com independência e inclusão.
A utilização da informática e Tecnologia Assistiva no desenvolvimento do
processo ensino-aprendizagem dos alunos com deficiência intelectual busca
contribuir, não apenas para auxiliar nos processos de adaptações e tecnologia
assistiva, mas também no processo que permite acessibilidade e funcionalidade,
sejam adaptações físicas ou curriculares. Contribui também no processo de inclusão
para aprendizagem na educação especial, que atende as necessidades específicas
de acordo com a deficiência, físico-sensorial e motora, mas com influências nas
dimensões socioafetivas para garantia de um aprendizado com qualidade e
significado.
A Tecnologia Assistiva tem como meta proporcionar à pessoa com deficiência
maior independência, qualidade de vida e inclusão social, através da ampliação de
sua comunicação, mobilidade, controle de seu ambiente, habilidades de seu
aprendizado, trabalho e integração com a família, amigos e sociedade. Por meio de
seus recursos que são equipamentos ou parte dele, produto ou sistema fabricado
em série, ou sob medida, utilizada para aumentar, manter ou melhorar as
capacidades funcionais das pessoas com deficiência podem variar de uma simples
bengala a um complexo sistema computadorizado.
É com este olhar que o projeto de Informática e Tecnologia Assistiva:
Ferramenta de Aprendizagem para a Inclusão Digital visa contribuir para a inclusão
digital dos alunos que apresentam deficiência intelectual.
Com propriedade e clareza Manzini (2005) conceitua a TA como:
Os recursos de tecnologia assistiva estão muito próximos do nosso dia-a-dia. Ora eles nos causam impacto devido à tecnologia que apresentam, ora passam quase despercebidos. Para exemplificar, podemos chamar de tecnologia assistiva uma bengala, utilizada por nossos avós para proporcionar conforto e segurança no momento de caminhar, bem como um aparelho de amplificação utilizado por uma pessoa com surdez moderada ou mesmo veículo adaptado para uma pessoa com deficiência. (MANZINI, 2005, p. 82).
Por meio da pesquisa de levantamento de dados é visível a existência de um
crescimento nos aspectos sócio humanos de pessoas com deficiência intelectual e
que estão inseridas na realidade educacional brasileira. No Brasil o número de
pessoas com deficiência intelectual segundo o censo demográfico de 2010 é de
15
2.617.025, pessoas em todo o território nacional, distribuído nas regiões: Norte,
Nordeste, Sudeste, sul e Centro-Oeste.
As regiões do Brasil com um número mais elevado de pessoas com
deficiência intelectual que vem em primeiro lugar nos dados do IBGE é o Sudeste
1.056.547, pessoas distribuídas nos estados de: Minas Gerais com 301.447,
números de caso, Espírito Santo com 47.391, Rio de Janeiro com 203.578 e São
Paulo com 504.131registros.
Em segundo vem a região Nordeste com um total de 827.079 número de
casos na região distribuído nos estados: Maranhão com 96.452 número registrados,
Piauí com 50.909, Ceará 125.407, Rio Grande do Norte 51.899, Paraíba 61.996,
Pernambuco 139.016, Alagoas 59.954, Sergipe 29.397, e Bahia com 212.049
número de pessoas com deficiência intelectual.
Em terceiro lugar vem a região Sul com o total de 379.112 números de
registro distribuídos nos estados do Paraná com 143.888, Santa Catarina com
72.216 e o Rio Grande do Sul com 163.008 pessoas com deficiência intelectual.
Em quarto lugar vem a região Norte 183.859 números de caso na região
distribuído nos estados de Rondônia com 19.053, Acre com 12.149, Amazonas com
38.509, Roraima 4.877, Pará 84.580, Amapá com 6.402 e por último vem o
Tocantins com 18.289 número de pessoas com deficiência intelectual.
Em quinto lugar vem o Centro-Oeste com 170.428 distribuídos nos estados
de: Mato grosso do Sul com 32.664, Mato Grosso 33.512, Goiás com 75.901 e
Distrito federal com 28.351 totais de deficientes intelectuais.
A respeito dos dados do IBGE quanto à deficiência intelectual no estado do
Pará existem dois quantitativos para o estado. Nos dados fornecidos para as
grandes regiões e as unidades de federação o quantitativo é de 84.580. Entretanto,
quando se fala de deficientes intelectuais em nível de estado, população residente
com deficiência mental /intelectual no estado do Pará, segundo o IBGE 2010 esse
quantitativo é de 84.194 pessoas, onde esses dados aparecem em quantitativos
diferentes.
No estado do Pará a população que reside no estado e que não apresenta
nenhuma deficiência são 5.789.103 pessoas, entretanto a população sem
declaração de deficiência é de 1.659 pessoas.
Na pesquisa feita pelo IBGE no ano de 2010 por sexo, entre a população do
estado mostra que dos residentes que apresenta deficiência mental/intelectual, entre
16
os homens, referindo-se aos que residem na área urbana o total é de 32.481
pessoas. Entre os homens que residem na zona urbana a população sem
deficiência, do sexo masculino o total é de 1.970.961. Desses homens que moram
na zona urbana, porém, que não declaram algum tipo de deficiência esse total é de
584 pessoas.
A população masculina que mora na zona rural, que apresenta deficiência
mental/intelectual, o número chega a 1.484.500 pessoas, segundo os dados do
IBGE. Já desta mesma população masculina residem na zona rural e não
apresentam nenhuma deficiência 1.022.666 pessoas. Entretanto há 253 pessoas
entre a população masculina da zona rural que não declararam algum tipo de
deficiência.
A população feminina que mora zona urbana do estado, que apresenta
deficiência mental/intelectual, temo quantitativo de 25.993 pessoas. Referindo-se às
mulheres que habitam a zona urbana, que não apresentam nenhum tipo de
deficiência são 1.933.418 pessoas. Há ainda entre a população feminina que habita
a zona urbana que não declara nenhum tipo de deficiência totaliza 806 pessoas.
Os dados do IBGE da população feminina que habita a zona rural do estado
com deficiência mental/intelectual apontam o quantitativo de 10.875 pessoas.
Entretanto, a população feminina que habita a zona rural feminina que não
apresentam nenhum tipo de deficiência totaliza 862.059 pessoas. Entretanto há
entre a respectiva população 16 pessoas que não possuem declaração de algum
tipo de deficiência.
Os dados do IBGE de Santo Antônio do Tauá apontam que é um município
que em 2010 tinha 26.674 mil habitantes. A população estimada para 2015, segundo
estes dados seria de 29.629 habitantes. O município de Santo Antônio do Tauá
possui uma área territorial de 2.015 km², distribuídos em zona urbana e zona rural.
A respeito dos deficientes intelectuais eles também podem ser inseridos no
mercado de trabalho. Segundo Clemente (2003) essas pessoas que apresentam
algum tipo de deficiência têm a mesma relação com o trabalho que a sociedade dita
“normal”. De acordo com este autor: “[...] igual às demais pessoas os deficientes
podem realiza atividade profissionalmente, obtendo assim um salário para garantia
de seu sustento, assim bem como sentindo-se proficiente para a sociedade.”
(CLEMENTE, 2003, p. 26).
17
No mercado de trabalho as pessoas que apresentam algum tipo de
deficiência passam quase despercebidas. Durante sete anos o percentual de
trabalhadores que apresentava algum tipo de deficiência foi relativamente baixo
comparado aos trabalhadores que não apresentavam deficiências. Chegando esse
percentual a estar abaixo de 1% se referindo-se a todas as deficiências.
De 2007 a 2013 houve aumento no percentual de funcionário temporário.
Estimando-se que esse número chega a 30,2%. Enquanto isso, para os
trabalhadores com deficiência o aumento foi de 2,6%. Durante o censo demográfico
realizado em 2010 foi possível constatar que 18,7 milhões de deficientes estão
exercendo funções trabalhistas na faixa etária de 15 a 64 anos. Além de que 40,2%
da população com deficiência, ou seja, 7,5 milhões pessoas com alguma deficiência
comprovada possuem trabalho com a carteira assinada. Segundo a Relação Anual
de Informações Sociais – RAIS, há cerca de 7,1% de deficientes intelectuais
inseridos no mercado de trabalho no Brasil.
Sabe-se que a tecnologia está em todos os ambientes da sociedade e,
portanto a escola faz parte deste espaço que contribui para desenvolver atividades
educacionais aos alunos de maneira interativa e dinâmica. Entrelaçada a essa
perspectiva há a inclusão educacional de alunos que apresentam alguma deficiência
estão inseridos neste contexto de escolarização.
Diante dessa realidade faz-se necessário proporcionar uma metodologia
dinâmica e participativa a ser desenvolvida no laboratório de informática, para
fomentar o processo de ensino-aprendizagem utilizando o software Somar. Este é
uma ferramenta educacional de apoio ao ensino da Matemática aplicada ao
cotidiano de jovens e adultos com deficiência intelectual. O software apresenta
diversas atividades que estimula o raciocínio matemático do aluno incentivando-o a
ter autonomia no seu cotidiano.
É desenvolvido durante um bimestre, pois os alunos com deficiência
intelectual apresentam morosidade em executar determinadas atividades que
envolvem níveis de complexidades no conhecimento de raciocínio lógico-
matemático.
O problema maior em relação à deficiência intelectual é que ela perpassa
inúmeras limitações no seu funcionamento físico e no desempenho de tarefas da
vida diária, como as de comunicação, mobilidade reduzida entre outras. Isto interfere
demasiadamente no processo de ensino e aprendizagem do aluno com deficiência
18
intelectual. Estas limitações provocam uma lentidão na aprendizagem no âmbito
escolar e social. É no contexto escolar que essas dificuldades tornam-se repetitivas,
pois a informática e a tecnologia estão inseridas. Dessa maneira, requer a princípio
um olhar de sensibilidade e respeito às suas peculiaridades distintas, não utilizando
estereótipos como “leso”, “retardado” e outros.
Em decorrência dessas situações e outras é que se faz necessário
desmistificar esses rótulos e possibilitar oportunidades do aprender relacionado a
informática e tecnologia assistiva. Assim como também investigar, como o uso do
software somar contribui para o processo de ensino aprendizagem aos alunos com
deficiência intelectual.
Desta feita, ao desenvolver este trabalho, objetivou-se, primordialmente,
aplicar o software Somar como recurso de tecnologia assistiva; Promover o
aprendizado voltado para a matemática funcional dos alunos com deficiência
intelectual contribuindo para sua autonomia.
Para que tal objetivo fosse alcançado, foram necessários traçar alguns
objetivos específicos, como: selecionar os sujeitos da pesquisa em campo,
investigar sobre o conhecimento prévio dos alunos relacionados à matemática e
informática; elaborar o questionário levando em consideração as informações do
conhecimento prévio dos alunos participante da pesquisa, aplicar um questionário
para coletar informações do conhecimento prévio dos alunos sobre informática
tecnologia e o software somar após o uso do aplicativo; agregar o conhecimento
prévio do aluno em relação à matemática funcional ao software Somar; identificar as
dificuldades que os alunos apresentam no uso do aplicativo Somar; verificar se o
software Somar corresponde aos interesses de aprendizagem do aluno; analisar
através dos gráficos os resultados da pesquisa, reconhecer o conhecimento prévio
do aluno em relação à informática seu contexto escolar, registrar com imagens o
cotidiano dos alunos na sala de informática da Unidade, valorizar o conhecimento
prévio dos alunos durante o desenvolvimento da pesquisa.
Diante do cenário educacional a busca pelo conhecimento é notória, pois tem
a importância de colaborar na construção de saberes diversificados e a valorização
humana que estabelece a recíproca de experiências constantes no âmbito
educacional.
Portanto, o foco da pesquisa torna-se relevante por contribuir para a
autonomia do aluno que apresenta deficiência intelectual na construção do
19
conhecimento lógico-matemático de maneira funcional, utilizando a tecnologia
assistiva. Respeitando suas peculiaridades e sua história de vida. A utilização deste
programa proporciona melhoria de acesso à informação, ao conhecimento e ao uso
da tecnologia para portadores de necessidades especiais.
20
2 BREVE ABORDAGEM HISTÓRICA DA DEFICIÊNCIA E SUAS VERTENTES
Perante as diversas concepções que foram sustentadas por muito tempo na
evolução da deficiência, na época da idade média os portadores de deficiência eram
considerados possuídos por demônio e assim eram sacrificados ou excluídos do
meio social. Este período prolongou-se na história da humanidade. Os deficientes
foram segregados da sociedade em prisões, manicômios, hospitais ou em locais de
isolamento. Com o passar do tempo histórico-social e mudanças com o advento da
ciência, em meados do século XVIII sucedeu uma nova concepção para a
deficiência como discorre Pessotti (2001):
É bem verdade que nesse tempo os hospícios haviam perdido sua função de prisão ou masmorra, mas continuavam a servir comodamente para segregar os incômodos, fossem eles dementes, amantes ou mutilados. Terminara a época dos açoites, dos grilhões e da fome, mas afora alimentação e abrigo nada mais se oferecia aos asilados senão, às vezes, uma precaríssima assistência médica. (PESSOTI, 2001, p. 51 - 52)
Percebe-se que a conceituação de deficiência perpassou por transformação
diante da evolução social com uma nova fase atribuída de assistencialismo, que
denota uma condição humana abnegada a caridade àquela que necessita de ajuda.
Amiralian et al (2000, p. 98) descreve a deficiência como o “[...] nome dado a
toda perda ou anormalidade de uma estrutura ou função psicológica, fisiológica ou
anatômica [...]”. Ou seja, existe comprometimento na funcionalidade do seu
cognitivo, nas funções orgânicas e físicas que interfere nas relações sociais.
Para Campbell (2009):
Deficiência pode ser entendida como a impossibilidade de alguém exercer alguma função em virtude de alguma limitação orgânica, sendo esta definição a mais adequada, pois o deficiente não é um incapaz que nada pode fazer e, sim, alguém que possui determinadas limitações, como todas as pessoas. O que diferencia a pessoa portadora de deficiência de alguém considerado normal é o nível desta limitação, o que não significa que não possa ser contornado ou que o impeça de exercer outras atividades. (CAMPBELL, 2009, p.93)
Existe uma linha tênue quando se trata de deficiência, os paradigmas nas
entrelinhas da sociedade, especificamente nas escolas que esboçam os resquícios
regados de discriminação e preconceito social, que ao longo do tempo se
perpetuaram. De acordo com Mantoan (2011):
O convívio com pessoas com deficiência nas escolas e fora delas é recente e gera ainda certos receios. O preconceito justifica as práticas de distanciamento dessas pessoas, devido às suas características pessoais (como também ocorre com outras minorias), que passam a ser o alvo de
21
nosso descrédito; essas pessoas têm reduzidas as oportunidades de se fazerem conhecer e as possibilidades de conviverem com seus colegas de turma, sem deficiência. (MANTOAN, 2011, p. 36)
É perceptível que o processo de transformação da nomenclatura deficiência
na sociedade requer o desapego à uniformização do que é ser “normal” ou ser
“diferente”. Um padrão que foi personificado e sustentado pela camada majoritária
da sociedade.
Fato que construiu barreiras que dificultam e interferem na relação
interpessoal e no processo de ensino-aprendizagem no período de escolarização.
Quando se refere à deficiência intelectual existe uma série de dúvidas em
compreender um comportamento que se destaca como “diferente ou especial”. Mas,
de acordo com a definição a seguir, os Instrutivos de Reabilitação, Auditiva, Física,
Intelectual e Visual do Ministério da Saúde (2013) rege:
Uma pessoa com deficiência intelectual como alguém que está significativamente limitada em pelo menos duas das seguintes áreas: auto-cuidado, comunicação, habilidades sociais/interpessoais para a vida no lar, auto-direção, uso de recursos comunitários, habilidades acadêmicas funcionais, trabalho, lazer, saúde e segurança. Classifica ainda, quatro diferentes graus de deficiência intelectual: leve, moderada, grave e profunda. (Manual Instrutivo de Reabilitação do Ministério da Saúde, 2003, p. 40)
Percebe-se que se trata de uma pessoa que requer atenção, estratégias e
recursos educacionais, respeitando suas peculiaridades e que precisa ser
compreendida e não escondida ou excluída, sendo assim, inserido no contexto
social e educacional. Conforme preconiza a Convenção de Guatemala, promulgada
no Brasil através do decreto 3.956/2001 (2001) descreve o aluno com deficiência
como
Indivíduo com uma restrição física, mental ou sensorial, de natureza permanente ou transitória, que limita a capacidade de exercer uma ou mais atividades essenciais da vida diária, causada ou agravada pelo ambiente econômico e social. (BRASIL, 2001, s.p.)
O direito é igualitário a todos, para supressão de todo o formato de
discriminação contra as pessoas com deficiência, pois, independe se a pessoa
apresenta deficiência ou não. A discriminação ou exclusão impede e restringe o
exercício fundamental dos direitos humanos. Nessa perspectiva a construção de
uma proposta que visa possibilidades de agregar uma educação que corresponda às
necessidades educacionais da pessoa com deficiência, promove condições
22
favoráveis ao seu aprendizado, assim bem como uma educação inclusiva garantida
por meios legais. Nesse sentido, afirma a Declaração de Salamanca (1994):
Educação Especial incorpora os mais do que comprovados princípios de uma forte pedagogia da qual todas as crianças possam beneficiar-se. Ela assume que as diferenças humanas são normais e que, em consonância com a aprendizagem de ser adaptada às necessidades da criança, ao invés de se adaptar a criança às assunções pré-concebidas a respeito do ritmo e da natureza do processo de aprendizagem. Uma pedagogia centrada na criança é beneficial a todos os estudantes e, consequentemente, à sociedade como um todo. (UNESCO, 1994, p. 4)
A Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação
Inclusiva publicada pelo Ministério da Educação - MEC em 2008 vem corroborar
para uma educação inclusiva delimitando a Educação Especial como modalidade,
não substituindo a escolarização e o atendimento educacional especializado que
ocorre de forma complementar ou suplementar à formação dos estudantes. O
público alvo da educação especial são estudantes com deficiência, transtornos
globais de desenvolvimento e altas habilidades/superdotação. De acordo com o
caderno Destaque da Revista Inclusão, em seu artigo Política Nacional de Educação
Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (2005):
A educação especial é definida como uma modalidade de ensino que perpassa todos os níveis, etapas e modalidades, que disponibiliza recursos e serviços, realiza o atendimento educacional especializado e orienta quanto à sua utilização no processo de ensino e a aprendizagem nas turmas comuns do ensino regular. (Revista Inclusão, 2005, p. 15)
No capítulo V da Lei de Diretrizes e Bases da Educação – LDB 9.394/96, que
descreve sobre a educação especial indicada preferencialmente para pessoas com
necessidades especiais:
Art.58 – Entende-se por educação especial, para os efeitos desta lei, a modalidade de educação escolar, oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos portadores de necessidades especiais. (BRASIL, 2005, p.25)
Em consonância com o artigo supracitado, que reafirma um ambiente que
promova recursos, a acessibilidade em amplitude corresponde às necessidades
educacionais especiais definindo o Atendimento Educacional Especializado - A.E.E.,
como uma garantia ao educando que apresenta alguma deficiência temporária ou
permanente para efetivar uma educação inclusiva.
O Conselho Nacional de Educação, por meio da Resolução CNE/CEB nº
4/2009, estabelece as Diretrizes Operacionais para o Atendimento Educacional
23
Especializado na Educação Básica, definindo os sujeitos que precisam de
acompanhamento educacional especializado estabelecido pelo Art. 5º:
O AEE é realizado, prioritariamente, nas salas de recursos multifuncionais da própria escola ou em outra de ensino regular, no turno inverso da escolarização, não sendo substitutivo às classes comuns, podendo ser realizado, em centro de atendimento educacional especializado de instituição especializada da rede pública ou de instituição especializada comunitária, confessionais ou filantrópicas sem fins lucrativos, conveniadas com a secretaria de educação ou órgão equivalente dos estados, do Distrito Federal ou dos municípios. (BRASIL, 2009, p. 2)
Com estas considerações é possível perceber a preocupação social e
institucional com a necessidade deste setor da tecnologia para auxílio do
aprendizado das pessoas (jovens e adultos) com deficiência intelectual.
2.1 A Tecnologia Assistiva (TA)
Quando se trata de tecnologia os autores Garcia e Galvão Filho (2012)
referem a um conjunto de conhecimentos, ou seja, um aparato de ferramentas
tecnológicas ou não de acordo com a finalidade que se pretende.
A Subsecretaria Nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com
Deficiência (2009) faz referência às pesquisas de Cook e Hussey (1995), que
afirmam ter encontrado no dicionário a seguinte definição: “1. A ciência ou o estudo
das artes práticas ou industriais; 2. Ciência aplicada; 3. Método, processo etc., para
lidar com um problema técnico específico.” (BRASIL, 2009, p. 15)
Os conceitos abordados sobre os recursos utilizados aprimoram o
conhecimento trazendo grande importância aos termos de tecnologia assistiva,
referindo-se dessa maneira a inúmeros auxílios, trabalhos e estratégias a serem
praticadas para que haja melhora nas dificuldades enfrentadas pelos deficientes.
Mediante a constante evolução e aplicabilidade da Tecnologia Assistiva no
país, assim como no mundo é possível fazer análise de como ela tem sido inserida
ao meio em que perpassa por constantes mudanças e adaptações tendo seus
recursos explorados desde a primeira geração acompanhando ao longo da trajetória
da humanidade, podendo ou não ser considerado como uma tecnologia assistiva.
De acordo com Manzini (2005):
Os recursos de tecnologia assistiva estão muito próximos do nosso dia a dia. Ora eles nos causam impacto devido à tecnologia que apresentam, ora passam quase despercebidos. Para exemplificar, podemos chamar de
24
tecnologia assistiva uma bengala, utilizada por nossos avôs para proporcionar conforto e segurança no momento de caminhar, bem como um aparelho de amplificação utilizado por uma pessoa com surdez moderada ou mesmo veículo adaptado para uma pessoa com deficiência. (MANZINI, 2005, p. 82)
Contudo, vê-se que são inúmeras as probabilidades e utilização de um
patamar extenso de ferramentas com baixo custo a ser explorado, podendo propor
autonomia e segurança para realização de variadas tarefas de inclusão social.
A nomenclatura Tecnologia Assistiva, segundo Bersch (2013), teve
surgimento em meados do ano 1988, em que teve traduções conforme outros
países.
O termo Assistive Technology, traduzido no Brasil como Tecnologia Assistiva, foi criado oficialmente em 1988, como importante elemento jurídico dentro da legislação norte-americana, conhecida por Public Law 100-407, que compõe, com outras leis, o ADA – American with Disabilities Act. Este conjunto de leis regula os direitos dos cidadãos com deficiência nos EUA, além de prover a base legal dos fundos públicos para compra dos recursos que estes necessitam. Houve a necessidade de regulamentação legal deste tipo de tecnologia (TA) e, a partir desta definição e do suporte legal, a população norte-americana, de pessoas com deficiência, passa a ter garantido pelo seu governo o benefício de serviços especializados; bem como o acesso a todo o arsenal de recursos que necessitam e que venham favorecer uma vida mais independente, produtiva e incluída no contexto social geral. (BERSCH, 2013, p, 13).
Segundo o Comitê de Ajudas Técnica (CAT) um dos objetivos principais foi
dar um conceito à tecnologia assistiva, ou sugerir uma nomenclatura que fosse
conveniente. Por esse motivo no decorrer de novembro/2006 a outubro/2008, a
comissão temática executou alguns procedimentos para elaboração de conceitos em
estudos das leis. Nestes, foram estudados os seguintes vocábulos: Ajudas Técnicas,
Tecnologia Assistiva e por última Tecnologia de apoio, onde países diferentes fazem
a utilização destas nomenclaturas.
Para os países que utilizam cujo idioma é o inglês o termo surge como
Assistive Technology. Em nosso país a nomenclatura surge como Ajudas Técnicas
como também Tecnologia de Apoio. Quando essa termologia perpassa para a
vertente de Portugal a termologia recai para Assistive Technology. Com propriedade
Amorim et al (2009) destaca em sua obra o decreto de nº 5.296/2004 sobre a
termologia Ajudas Técnicas.
Consideram-se ajudas técnicas os produtos, instrumentos, equipamentos ou tecnologia adaptados ou especialmente projetados para melhorar a funcionalidade de pessoas portadoras de deficiência, com mobilidade
25
reduzida, favorecendo a autonomia pessoal, total ou assistida. (BRASIL, 2009, p. 13)
Um dos fatores de fundamental importância é a inclusão digital, através das
implementações e das disponibilidades da era digital, abrangendo também aos
deficientes, dando a eles esse acesso em todo país. Mesmo que as políticas
públicas não priorizem a TA, disponibilizando recursos para a melhoria do padrão de
qualidade, pode-se pressupor o público destinado nos ambientes onde eles possam
ter acesso a essas informações.
Mesmo dentro da própria legislação, em que tem estímulos e descobertas
para desenvolver os recursos, como os serviços da Tecnologia Assistiva, no Brasil
as respostas ainda se encontram em quantitativo pequeno. Garcia e Galvão Filho
(2012) olham para a real causa dessa carência.
Os estudos e análises referentes aos processos de pesquisa e desenvolvimento na área da Tecnologia Assistiva no Brasil ainda são bastante escassos. Raros mesmo. A escassez desses estudos acarreta, como uma de suas conseqüências mais importantes, grandes dificuldades para a definição e formatação de políticas públicas nessa área e para a configuração adequada de iniciativas de apoio e fomento a projetos com
esse foco. (GARCIA E GALVÃO FILHO, 2012, p. 8)
A estratégia para entender a Tecnologia Assistiva é formando novos suportes
para o auxílio das pessoas com deficiência. Estes podem ser físicos, equipamentos
ou quaisquer outros, para tornar benéficos a essa demanda na sociedade. Todos
podem ingressar no âmbito educacional e ter direito a informatização, conforme
previsto na Constituição Brasileira (1998), conforme corrobora o Artigo 5º, que todos
possuem direitos iguais mediante a lei se não cumprido pode-se acionar o Ministério
Público.
2.2 A Informática e Tecnologia Assistiva: Ferramenta de Aprendizagem para
Alunos com Deficiência Intelectual
2.2.1 A informática na educação inclusiva
Pensar na informática como recurso de aprendizagem não é apenas uma estratégia
dos ambientes educacionais, mas uma necessidade de se adequar a uma realidade em que
as inovações tecnológicas a cada dia expandem-se na sociedade e estão presentes em
todos os ambientes sociais.
26
O atual sistema educativo passa por transformações, com a inserção da educação
inclusiva. Não se pode falar de inclusão sem abordar a existência de leis, de recursos e
serviços que ofereçam ao aluno com deficiência um ensino-aprendizagem que proporcione
a autonomia, desenvolvimento de suas habilidades e competências no ambiente escolar.
Quando há referência aos alunos com deficiência é ainda mais delicado, pois
existem determinados cuidados e adaptações necessárias a serem realizadas para que seja
oportunizado o direito e garantia da inclusão digital.
A utilização da informática e Tecnologia Assistiva no desenvolvimento do processo
ensino-aprendizagem dos alunos com deficiência intelectual busca contribuir não apenas
para auxiliar nos processos de adaptações e tecnologia assistiva, mas também no processo
que permite acessibilidade e funcionalidade, sejam adaptações físicas ou curriculares.
Contribui também no processo de inclusão para ensino-aprendizagem na educação
especial, que atende às necessidades específicas, de acordo com a deficiência, físico-
sensorial e motora, mas com influências nas dimensões socioafetivas para garantia de um
aprendizado com qualidade e significado.
A Tecnologia Assistiva tem como meta proporcionar à pessoa com deficiência maior
independência, qualidade de vida e inclusão social, através da ampliação de sua
comunicação, mobilidade, controle de seu ambiente, habilidades de seu aprendizado,
trabalho e integração com a família, amigos e sociedade. Por meio de seus recursos que
são equipamentos ou parte dele, produto ou sistema fabricado em série ou sob medida
utilizada para aumentar, manter ou melhorar as capacidades funcionais das pessoas com
deficiência podem variar de uma simples bengala a um complexo sistema computadorizado.
É com este olhar que a pesquisa de Informática e Tecnologia Assistiva: o uso
do software somar como Ferramenta de Aprendizagem aos alunos com deficiência
intelectual.
2.3 Introdução ao Software Somar
O software Somar foi programado pelo Projeto Participar. O Somar é produto
de um trabalho de conclusão de curso em Computação - Licenciatura do
Departamento de Ciência da Computação (CIC) da Universidade de Brasília (UnB),
concluído no ano de 2014. Sendo um instrumento educacional gratuito e de suporte
ao ensino da Matemática no cotidiano de jovens e Adultos com deficiência
intelectual.
O programa Somar auxilia no ensino de aplicabilidades envolvendo a
matemática na vida social de jovens e adultos com deficiência intelectual. O Somar
27
estimula o desenvolvimento de habilidades ligadas à matemática funcional, que
auxilia a realização de atividades da vida diária, favorecendo a autonomia da pessoa
com deficiência intelectual e equivale a ações na utilização de dinheiro, horário de
rotina e noções de adição e subtração.
Figura 1 - Como baixar o software Somar
FONTE: Software Somar - Projeto Participar – UNB
Apresentação do software Somar na figura 02, demonstra como uma
ferramenta pedagógica auxilia no desenvolvimento de habilidades funcionais no
cotidiano do deficiente intelectual na utilização da matemática social.
28
Figura 2 - Tela inicial do software Somar
FONTE: Software Somar – Projeto Participar UNB
A seguir a figura 03, que descreve sobre as lições compostas no software
Somar. A realização de atividades relacionadas aos números de 1 a 9, sobre horas e
horários utilizando a leitura e ajuste do relógio digital e situações que envolvem o
dinheiro.
Figura 3 - Lições do software Somar
FONTE: Software Somar – Projeto Participar - UNB
A figura 04 desenvolve atividades com números de 1 a 9, realização de
tarefas que envolvem noções de dezena, dúzia, identificação dos símbolos
29
matemáticos de adição e subtração e resolução de situação matemática envolvendo
subtração e adição com total de 1 a 9.
Figura 4 - Atividades Números
FONTE: Software Somar – Projeto Participar - UNB
Esta lição, a figura 05 está relacionada às tarefas de leitura e ajuste de relógio
digital, registro de atividades diárias do aluno por turno, registro do horário de
atividades diárias.
Figura 5 - Lição sobre hora e horário
FONTE: Software Somar – Projeto Participar - UNB
A figura 06 demonstra as atividades para desenvolver tarefas sobre a
utilização de cédulas monetárias e de calculadora digital.
30
Figura 6 - Atividades sobre dinheiro.
FONTE: Software Somar – Projeto Participar – UNB
Lições: números, horas e dinheiro.
Atividades de números: numerais, dezena, dúzia, símbolo de adição, símbolo de
subtração, total de adição e total de subtração.
Atividades de horas: relógio, turno (configuração de rotina), horas e ajuste no relógio
digital.
Atividades sobre dinheiro: símbolos, cédulas, moedas, calculadora, ônibus, mercado,
farmácia e padaria.
2.4 O Software Somar como Ferramenta de Tecnologia Assistiva no auxílio de
jovens e adultos com Deficiência Intelectual no auxilio da matemática
funcional.
O programa Somar é uma ferramenta tecnológica assistiva de extremo auxílio
para jovens e adultos portadores de deficiência intelectual. Auxilia primordialmente
no aprendizado e utilização da matemática funcional. Conforme Arantes (2016)
O Somar é um software educacional voltado ao ensino social da matemática a jovens e adultos com deficiência intelectual. Estão contempladas atividades que possuem aplicabilidade prática dos números, usabilidade de cédulas monetárias e de calculadora para efetuar transações comerciais, bem como o uso de relógio digital para o ensino de horários cotidianos do estudante. O domínio dessas habilidades pode possibilitar uma maior autonomia e inclusão social. (ARANTES, 2016, Disponível em: https://diariodainclusaosocial.com)
31
A Tecnologia Assistiva tem como objetivo proporcionar às pessoas portadoras
de deficiência que sejam mais independentes, que tenham maior e melhor qualidade
de vida e que sejam incluídas socialmente. (BERSCH, 2013)
Isto, ocorrendo por meio da comunicação, de sua mobilização, de controlar o
ambiente, as habilidades deste aprendizado, em competir, trabalhar e integrar-se
com a família, seu círculo de amizades e círculo social. Este elemento pode ter uma
variação de apenas um par de sapatos até um sistema complexo de
computadorização.
Essas tecnologias têm possibilitado aperfeiçoar a utilização de Sistemas
Alternativos e Aumentativos de Comunicação (SAAC), com a informatização de
métodos tradicionais de Comunicação Alternativa e Ampliada, termos utilizados para
“[...] definir formas de comunicação alternativas a fala como o uso de gestos,
expressões faciais, o uso de pranchas de alfabeto ou símbolos pictográficos, até o
uso de sistemas sofisticados de computador com voz sintetizada [...]” (CORTES,
2014, p. 14), de maneira online.
Legalmente, em agosto de 2007, o CAT/SEDH/PR aprovou o termo
Tecnologia Assistiva como sendo o mais adequado e passa a utilizá-lo em toda a
documentação legal ele produzida. Desta forma, estimula que o termo tecnologia
assistiva seja aplicado nas formações de recursos humanos, nas pesquisas e
referenciais teóricos brasileiros O comitê sugere também que se façam os possíveis
encaminhamentos para revisão da nomenclatura em instrumentos legais. (BERSCH,
2013)
Este software dispõe de recursos tecnológicos de multimídia de áudio, vídeo,
imagem e animação que facilitam a interação do indivíduo e também retém sua
atenção. Os resultados do processo de utilização em escolas públicas com
estudantes jovens e adultos com deficiência intelectual mostraram que o software é
uma ferramenta de ensino útil e eficaz. Thomaz (2014), referenda Vygotsky (1997)
em seu texto “A cerca dos processos compensatórios no desenvolvimento do
estudante mentalmente atrasado” sobre a aproximação da escola comum e a
especial:
[...] ainda que os estudantes mentalmente atrasados estudem mais prolongadamente, ainda que aprendam menos que os estudantes normais e ainda que, por fim, se lhes ensine de outro modo, aplicando métodos e procedimentos especiais, adaptados às características específicas de seu estado, devem estudar o mesmo que os demais estudantes recebem a
32
mesma preparação para a vida futura, para que depois participem dela em certa medida, como os demais. (THOMAZ, 2014, p. 7)
No intuito de assegurar que o Somar atenda às necessidades de uma
ferramenta pedagógica complementar mais condizente com o público atendido
(jovens e adultos com deficiência intelectual), o aplicativo foi submetido a
professores especialistas de escolas da rede pública e seus estudantes, foram
realizados ajustes, a fim de torná-lo mais eficaz no ensino da Matemática voltada
para o cotidiano dos estudantes com deficiência intelectual.
33
3 METODOLOGIA
A pesquisa sobreveio em análise qualitativa, quantitativa descritiva, em que
foi feito o levantamento voltado para a deficiência intelectual, sondando a
matemática do dia a dia. Após esse levantamento foi realizada a apresentação do
software para todos e trabalhando individualmente para que todos pudessem ter o
contato literalmente com o software Somar. Foi descrito o sexo e faixa etária
analisando também a sabedoria dos sujeitos da pesquisa em relação a matemática
funcional.
Conforme fala Vergara (2007) a análise qualitativa acontece também de modo
exploratório, extraindo dos indivíduos seus raciocínios livremente direcionados sobre
o que se quer investigar. Utilizando, neste caso, o software para captar os resultados
dentro do que os indivíduos vivenciam em seu dia a dia, através da simulação no
software. Com o intuito de explorar informações precisas, propiciando a construção
de novas hipóteses.
De acordo com Levy (2005 apud Santos, 2012, p. 32) essa metodologia
qualitativa vem sendo adotada por vários autores, tendo como finalidade explorar o
subjetivo do indivíduo. Para Fraser e Gondim (2004) a pretensão além de explorar
as opiniões das pessoas sobre o que quer se saber, tem-se o entendimento dos
motivos significativos assim bem como os valores que asseguram ideias e visões de
mundo, compreendendo de quais perspectivas está sendo falado.
Após a interação dos alunos com o software foi aplicado um questionário para
que pudesse ser comprovada a eficácia do software para esse público analisado,
valorando os resultados aos quais serão narrados.
Para Flick (2009) interpretar os dados é o fundamento do estudo feito através
da pesquisa qualitativa, ainda que seu valor seja avaliado de modo diferenciado em
seus questionamentos.
A pesquisa desenvolvida em campo corrobora e concede um processo em
meio à vivência do indivíduo com a realidade e a suposição, trazendo uma resposta
afirmativa de modo que possa ser comprovada através dos resultados.
34
3.1 Local de pesquisa
Santo Antônio do Tauá é um município do estado do Pará, que foi
emancipado no início no século XIX pelos adeptos da revolta da Cabanagem, que se
acomodaram nas matas do município de Vigia, que Santo Antônio do Tauá fazia
parte. Acomodaram-se na vila de São Raimundo dos Borralhos, onde eles teriam
mais facilidade para se deslocar para Belém do Pará. Isto, pois se locomoviam
através da utilização dos rios. Outrora se deslocavam através dos caminhos que
abriam. Através dos cabanos foram constituindo povoações.
No ano de 1890, com a chegada de um pequeno número de espanhóis, o
governador da época José Paes de Carvalho, com a finalidade de expandir a
agricultura nessa área, na perspectiva de que os espanhóis fizessem a exploração
das terras, deu-lhes uma parte das terras para que pudessem cultivar.
Mandou construir também três barracões para que eles pudessem ficar
alojados, assim como guardar seus produtos das colhidos. Entretanto, o período em
que eles ficaram foi muito curto. Foram embora deixando somente os barracões.
Mais tarde no ano de 1901 chegaram à capital paraense muitas pessoas vindas da
região nordeste, onde possuíam como chefe o Major Manoel Cornélio Barbosa
Cordeiro de Peixoto, que era potiguar.
Na presente ocasião litigiou e conquistou do governador a mesma área de
terra que foi doada aos espanhóis tornando-se o fundador da cidade, Porém a
cidade só tornou-se município oficialmente no ano de 1961. Recebeu o nome de
Santo Antônio do Tauá, para homenagear o padroeiro da cidade, bem como ao rio
Tauá, que cerca parte territorial da cidade. O nome Tauá tem sua origem do
indígena e topônimo, que tem como significado barro amarelo.
O município teve sua divisão destinada pela lei estadual nº 2.460 de
29/12/1961, quando se separou do município de Vigia. Formou duas divisões Santo
Antônio do Tauá e Espírito Santo do Tauá, criado pela lei supracitada homologada
em 24/03/1962. Mais tarde, em 31/12/1963, formou as duas divisões. No ano de
1964 teve a criação da região de São Raimundo dos Borralhos adjacente ao
município de Santo Antônio do Tauá, reconhecida em 1979, ficando assim o
município formado por três divisões. (PREFEITURA DE SANTO ANTONIO DO
TAUÁ, sd)
35
Hoje Santo Antônio do Tauá é um município brasileiro dos 144 municípios que
fazem parte do estado do Pará. Tem uma população de 26.674 habitantes. Segundo
pesquisa do IBGE através do Censo 2010, a população masculina é de 13.433 e
13.241pertencem a população feminina. O município tem uma área territorial de
539.9.59 km². O recurso do município parte do governo federal assim como
igualmente do estadual.
Segundo os dados do IBGE (2015) referente a educação, o município tem 47
escolas do ensino pré-escolar onde duas pertencem a rede privada e 45 à rede
pública municipal. Para o ensino fundamental são 52 escolas, duas privadas e 50
públicas municipal. Para o ensino médio são duas escolas que pertencem à rede
pública estadual. Referindo-se aos docentes, o município conta com o total 65
docentes para o ensino pré-escolar, em que nove pertencem à escola privada e 56
são da escola pública municipal. No ensino fundamental são 276 docentes, sendo
18 docentes da escola privada e 258 da escola pública municipal No ensino médio
são 51 docentes no município, onde todos são da escola pública estadual.
O município tem um total de alunos 996 do pré-escolar, 5.217 matriculados no
ensino fundamental e 1.448 matriculados no ensino médio.
Conforme as notas do IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica)
por municípios, Santo Antônio do Tauá possuía em 2009, quando teve a última
observação, média 3.6 para 4ª série 5º ano, em que a meta para 2017 é de 4.8. Para
a 8ª série 9º ano a nota foi de 3.4, referente ao mesmo ano a meta para 2017 é de
4.9.
Ocupa assim o lugar referente a média educacional do país, sendo o
município classificado em 27º lugar do estado do Pará. Falando-se da colocação no
ranking da educação a nível nacional, Santo Antônio do Tauá encontra-se na 3448ª
colocação, tendo como classificação a média 0.561, sendo considerada a média de
educação baixa.
Para melhoria da qualidade do ensino no município houve as implantações
dos laboratórios de informática, em que nem todos os laboratórios estão em
funcionamento. Há falta de profissionais qualificados para estarem atuando nos
laboratórios, onde é de fundamental importância tenha esse profissional para
elaborar suas aulas junto aos professores das disciplinas.
O município conta também com uma unidade que possui Atendimento
Educacional Especializada (AEE), realizando a inclusão para as pessoas com
36
deficiências, mediante a LDB Nº 9394/96, no CNE/CEB Nº 2 de 11/09/2001, em
Resolução nº 400 de 20/10/2005. Fixando assim a diretriz para realização do
atendimento voltado ao público que apresenta deficiências comprovadas. No
sistema de educação inclusiva ocorreu mediante o decreto nº 6.571, de 17 de
setembro de 2008. A unidade dispõe seu atendimento de educação especializado,
com regulamento no parágrafo único do art. 60 da Lei 9.394/96, como também o
Estatuto da Criança e do Adolescente.
Com isso a pesquisa de campo se deu na Unidade Técnica Especializada
Marli Almeida Fontenelle de Castro, situada na Travessa: Major Cornélio, no bairro
Centro, de Santo Antônio do Tauá, Pará. Por enquanto a unidade não possui prédio
próprio e funciona em um alugado pela prefeitura municipal.
O funcionamento desta unidade teve início no ano de 1992. Atendendo assim
alunos com deficiência, os quais não tinham aceitação nas escolas regulares. Eram
taxadas como incapazes, por suas respectivas deficiências, com isso surgiu a
unidade garantido a realização dos atendimentos nas conformidades das
respectivas carência.
A unidade teve seu início com a parceria da coordenadoria da Educação
Especial - COEES e da Secretaria de Estado de Educação – SEDUC, do Pará.
Realizando assim atendimento para os educandos que apresentavam as seguintes
deficiências: Deficiente Auditivo (DA), Deficiente Visual (DV) e Deficiência mental
(DM). Trabalho em conjunto com alguns educadores pertencentes a rede estadual
de ensino, ao qual foram capacitados, recebendo cursos específicos para que
pudessem atuar em turmas.
Para fundar a Unidade Técnica atuaram nessa área a diretora do COEES de
Belém do Pará, Maria do Perpetuo Socorro, dando incentivo para a criação da
unidade onde se colocou à inteira disposição para ajudar os professores. Isto, para
que juntos pudessem ter o apoio da Secretaria de Educação recebendo contratação
de novos profissionais de apoio à educação e de educadores. A professora que mais
se aplicou foi a professora Raimunda Soledade Barreto, assumindo assim a
coordenação da unidade.
Nos dias atuais os atendimentos voltados ao ensino das pessoas com
deficiência ocorrem no contra turno da rede regular de ensino. O aluno deve estar
regularmente matriculado, tendo ampliação na gestão escolar compromissado pela
política da Educação Inclusiva em conjunto com a SEDUC, pela 11.ª Unidade
37
Regional de Educação – URE, COEES e Secretaria Municipal de Educação -
SEMED. Atendendo um público alvo a partir dos quatro anos de idade. Pessoas com
vários tipos de deficiências, que precisavam de um atendimento especial
diferenciado, para que viesse a ter a valorização destas pessoas e igualdade social.
Atualmente a unidade é administrada pela Diretora da unidade Ana Cristina Faro de
Castro.
Hoje a unidade conta com os seguintes recursos: Programa Nacional de
Alimentação Escolar (PNAE), doações espontâneas, promoções e eventos,
pechinchas e festas.
A unidade faz o atendimento de 115 alunos através de projetos e programas.
Deste quantitativo 90% está inserido na rede regular de ensino, em que 67 destes
alunos são deficientes intelectuais atendidos em um rodízio de programas: Atividade
de Vida Autônoma e Social - AVAS, Informática, Estimulação, brinquedoteca, libras,
artesanato, Psicomotricidade, linguagem e raciocínio lógico. Para que eles tenham
um maior desempenho e autonomia nas tarefas do dia a dia. A unidade atende
também 25 alunos com deficiência múltipla, 16 com deficiência auditiva e 7 casos de
condutas típicas e síndromes.
A U.T.E. não possui prédio próprio e funciona em local alugado, por esse
motivo nas trocas de governos desde o início da fundação da unidade ela já trocou
várias vezes de prédio, sendo todos com adaptações necessárias para o
atendimento. Hoje o prédio da unidade onde está funcionando conta com duas alas,
oito 8 salas, dois banheiros, sendo um masculino e um feminino, uma biblioteca, um
corredor, uma cozinha, uma despensa, uma área coberta e equipada para refeições,
jogos e recreação e uma secretária.
A unidade conta em seu quadro de profissionais com 26 funcionários, que
pertencem ao estado e ao município. São eles: uma diretora, uma secretária, uma
coordenadora pedagógica, uma auxiliar administrativo, oito de apoio e quatorze
professores.
A unidade tem seu Projeto Político Pedagógico - PPP atualizado, reformulado
a cada ano consecutivo, usando a regulamentação de cunho pedagógico e
administrativo tendo como foco a comunidade escolar. Promove, atua e articula
atuando em direitos e defesa, na prevenção e na orientação dos serviços para que o
indivíduo com deficiência possa estar inserido e participando da sociedade de
maneira decisória e participativa Visando, assim atender à carência que a
38
comunidade necessita. No PPP estão inclusos todos os projetos que a unidade
atende ao qual já foram supracitados.
O recurso usado para coletar dados foi utilizado um teste de atividades de
vida diária para constatar informações do conhecimento dos indivíduos com
deficiência intelectual da Unidade Técnica especializada Marli Almeida Fontenelle de
Castro, situada em Santo Antônio do Tauá, no estado do Pará.
3.2 Instrumento de Pesquisa
Com intuito de coletar, analisar e registrar informações para a realização de coleta de
dados foi aplicado um questionário no total de onze perguntas aos alunos envolvidos na
pesquisa em campo na U.T.E. São três perguntas de cunho social, três perguntas
relacionadas ao conhecimento prévio dos alunos sobre informática e tecnologia e cinco
perguntas sobre o conhecimento da matemática funcional dos alunos diante da
aplicabilidade do software Somar.
Segundo Gil (2007), a pesquisa tem sua definição como:
[...] procedimento racional e sistemático que tem como objetivo proporcionar respostas aos problemas que são propostos. A pesquisa desenvolve-se por um processo constituído de várias fases, desde a formulação do problema até a apresentação e discussão dos resultados. (GIL, 2007, p. 17)
Segundo o site da UNB, o software Somar é um aplicativo multimídia que
após o download não precisa de conexão com a internet para sua utilização. Este
funcionamento ocorre a partir de um sensor de movimentos ao qual chamam de
Kinect, que permite ao usuário a interação com o computador, ou seja, o software
somar possui em sua composição um sistema para fazer a reprodução de vídeo,
separado em duas categorias, sendo uma de tarefa a ser feita e outra motivacional.
No decorrer das atividades os comandos orientam o usuário sobre o que deve
ser feito possuindo sete gestos sociais tais como: mandar beijo, gesticular sim e não
com a cabeça, pôr as mãos na cabeça, sinalizar positivamente, aplaudir e despedida
que é o tchau.
3.3 Sujeitos da Pesquisa
Os indivíduos com que foi realizada a investigação para análise dos dados
foram alunos que têm suas respectivas matrículas em escolas do município e uma
39
segunda matrícula na Unidade Técnica Especializada de Santo Antônio do Tauá.
Assim formando um total de dez alunos com deficiência intelectual, em que alguns
têm contato com a informática em outros ambientes e os demais possuem esse
contato apenas na unidade.
Com o objetivo de valorizar a aprendizagem da matemática funcional para os
alunos com deficiência intelectual da unidade, foram realizadas tarefas do dia-a-dia,
mais corriqueiras através da simulação do software somar, a vida cotidiana,
recorrendo aos avanços tecnológicos para auxiliá-los, tornando possível e
perceptível as atividades.
3.4 Procedimentos de Análise de Dados
Os elementos coletados foram investigados por intermédio da constatação do
domínio do conhecimento da matemática funcional, realizada com os alunos
oriundos da Unidade Técnica Especializada Marli Fontenelle, situada em Santo
Antônio do Tauá, no estado do Pará, onde é local de pesquisa.
Em um primeiro instante foi realizada uma conversa informal com os alunos
que fazem parte da pesquisa. No segundo momento houve apresentação do
software e a interação com este. Após a aplicação do software, foi preenchido um
questionário que continha as seguintes informações: sexo, faixa etária, deficiência,
quem recebe o Benefício de Prestação Continuada (BPC), se tem contato com a
informática e novas tecnologias.
É importante destacar que a pesquisa foi desenvolvida com um total de dez
alunos da Unidade Técnica especializada de Ensino, onde eles possuem uma
segunda matrícula e participam de inclusão em escolas diferentes do município.
40
Figura 7 - Atividades para alunos do AEE da E. M. E. F. Major Cornélio Peixoto
FONTE: Arquivo Pessoal, Costa e Ferreira, 2016.
3.5 Análise de Dados: identificação dos alunos
3.5.1 Sexo
De acordo com a pesquisa desenvolvida, no que diz respeito ao sexo dos
indivíduos, nota-se que 40% são do sexo masculino e 60% é do sexo feminino, de
acordo como mostra o gráfico 01. É perceptível que a população feminina está em
maior número e inserida no âmbito educacional mesmo voltado ao público com
deficiência intelectual.
41
Gráfico 1 – Sexo – Pesquisa de campo aplicada aos deficientes intelectuais da UTE Marli Almeida Fontenelle de Castro
FONTE: Questionário, Costa e Ferreira, 2016.
Segundo Sarti (2005) este fato está acontecendo por que:
Vivemos numa sociedade onde a tradição vem sendo abandonada como em nenhuma outra época da história. Assim, o amor, o casamento, a família, a sexualidade e o trabalho, antes parte do sujeito em que a individualidade conta decisivamente e adquire cada vez mais maior importância social. (SARTI, 2005, p. 43)
Nos dias atuais o número de mulheres inseridas, seja no mercado de trabalho
ou em outros âmbitos tem crescido em uniformidade, quebrando paradigmas dos
quais a sociedade vivia desde o princípio.
É de fundamental importância lembrar que os indivíduos que possuem algum
tipo de deficiência também podem ser inseridos no mercado de trabalho,
participando ativamente de uma sociedade igualitária.
3.5.2 Faixa etária
Os alunos envolvidos na pesquisa estão entre 15 e 28 anos de idade, devido
a apresentarem a deficiência intelectual são morosos para assimilação dos
conteúdos, acarretando o não avanço das suas respectivas séries escolares.
Conforme aponta o IBGE (2010) que a idade mínima obrigatória para que a criança
com deficiência intelectual esteja inserida no ambiente escolar é de 5 aos 14 anos,
garantida por lei.
42
Gráfico 2 - Faixa Etária - Pesquisa de campo aplicada aos deficientes intelectuais da U. T. E. Marli Almeida Fontenelle de Castro.
FONTE: Questionário, Costa e Ferreira, 2016.
É possível analisar que a escola é o ambiente que possui a responsabilidade
por inserir o deficiente na vida pública. Segundo Mantoan, (2011) a maior
importância para a criança deficiente não é assimilar com a mesma intensidade que
as demais e sim ter a oportunidade de interagir, tendo a capacidade de decidir por si
mesmo. Assim, expressando suas próprias opiniões, esforçando-se para criar e
receber recompensa e ser reconhecido por seus próprios méritos.
3.5.3 Deficiência Intelectual
Os sujeitos da pesquisa apresentam a deficiência intelectual e de acordo com
o Manual Instrutivo de Reabilitação do Ministério da Saúde (2013) classifica quatro
diferentes graus de deficiência intelectual: leve, moderada, grave e profunda. Os
alunos envolvidos na pesquisa encontram-se50% estão em grau leve, 40% em grau
moderados e 10% considerados severo.
0
20
40
60
80
100
15 - 20 21 - 24 25 - 28
40% 30% 30%
Faixa Etária
15 - 20
21 - 24
25 - 28
43
FONTE: Questionário, Costa e Ferreira, 2016.
Apesar dos avanços ocorridos ainda há muito para conquistar, como melhoria
na educação e principalmente na educação especial, que no Brasil tem tido seu
avanço de modo significativo. De acordo com Voivodic (2007), a inclusão tem se
dado ao longo da trajetória assim como estão ligadas aos crescimentos
psicossociais da família das pessoas com deficiência. Essas famílias hoje colaboram
para que continuem acontecendo essas conquistas e que sejam explorados esses
direitos, onde hoje até mesmo os próprios deficientes compreendem, bem como os
defendem.
De acordo com Mendes (2001):
O princípio básico da inclusão escolar consiste em que as escolas cresçam diversas necessidades dos alunos e elas respondam, assegurando-lhes uma educação de qualidade, que lhes proporcione aprendizagem por meio de currículo apropriado e promova modificações organizacionais, estratégias de ensino e uso de recursos, dentre outros quesitos. (MENDES, 2002).
É notório que a inclusão tem se dado em papel fundamental na educação e
na interação das pessoas com deficiência cabendo a eles não desistir desse espaço
em que é seu por direito.
3.5.4 Benefício de Prestação Continuada – BPC
Assim como em outros lugares, os deficientes têm dificuldade em optar por
outras fontes de renda, tal como optar por um emprego, em destaque Clemente (
Gráfico 3 - Deficiência Intelectual - Pesquisa de campo aplicada aos deficientes intelectuais da U. T. E. Marli Almeida fontenelle de Castro.
44
2015) ressalta sobre a CNI- Confederação Nacional da Industria, no documento “101
Propostas para Modernização Trabalhista” que:
Os indivíduos com deficiências apresentam resistência em aceitar uma oportunidade de emprego por motivo que em algum momento elas podem ser dispensadas de sua função e encontrar dificuldade em reativar o Benefício de Prestação Continuada (BPC). Mediante essas circunstancias a maioria se acomodam e preferem optar apenas pelo benefício. (CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA – CNI, 2012, p. 41)
Em Santo Antônio do Tauá a realidade compara-se aos outros municípios em
que a maioria dos deficientes possui suas respectivas rendas apenas do benefício.
Desta forma, dos alunos envolvidos na pesquisa 80% conta com o recebimento do
Benefício de Prestação Continuada (BPC), enquanto que 20% não recebe o
benefício. Vale ressaltar que esses 20% não estão inseridos no mercado de
trabalho.
FONTE: Questionário, Costa e Ferreira, 2016
3.5.5 Nível Escolar
Os alunos que fizeram parte da pesquisa são oriundos de escolas do
município do ensino fundamental I e II. Cujo 30% dos alunos estão inseridos nas
escolas de ensino fundamenta I e 70% estão inseridos no ensino fundamental II. Por
apresentarem limitações por conta da deficiência intelectual estão em distorção
Gráfico 4 - Benefício de Prestação Continuada - BPC - Pesquisa de campo aplicada aos deficientes intelectuais da U. T. E. Marli Almeida de Castro.
45
série-idade, mas freqüentam a escola realizando as mesmas atividades dos demais
alunos. O gráfico a seguir demonstra os resultados descritos anteriormente.
FONTE: Questionário Costa e Ferreira, 2016.
3.5.6 Acesso à informática
A informática perpassa por constantes transformações no que se refere às
novas tecnologias e a educação especial. Está presente no cotidiano da maioria das
pessoas. Em se tratando do ambiente escolar este acesso digital se tornou
indispensável para o processo de ensino-aprendizagem dos alunos independente de
suas limitações.
Rosa (2005) comenta na revista Pátio que na Inclusão, a “acessibilidade
pressupõe o acesso de todos, de forma igualitária, aos meios de comunicação, à
educação, à profissionalização, ao trabalho, aos recursos eletrônicos, digitais,
tecnológicos.” O gráfico é um registro dos locais cujos alunos participantes da
pesquisam foi evidenciado que 100% tem acessam na U.T.E. 60% Em outras
escolas onde são matriculados, 10% em Cyber e 0% em casa.
Gráfico 5 - Nível escolar - Pesquisa de campo aplicado aos deficientes intelectuais da U.T.E. Marli Almeida Fontenelle de Castro
46
FONTE: Questionário Costa e Ferreira, 2016.
3.5.7 Local de acesso à informática
O uso do computador como ferramenta facilitadora de aprendizagem tem se
tornado muito comum e tem sido implantada na maioria das escolas públicas, para
que os alunos tenham acesso. Porém há outros lugares em que eles podem estar
tendo esse acesso. Dos alunos envolvidos na pesquisa 100% tem acesso a
computadores na unidade, 10% tem acesso a computadores além da unidade em
Cyber, 0% tem acesso a computador em casa e 60% tem acesso a computadores
nas suas respectivas escolas, conforme demonstra o gráfico a seguir.
FONTE; Questionário Costa e Ferreira, 2016
Gráfico 6 - Acesso à Informática - Pesquisa de campo plaicada aos deficientes intelectuais da U. T. E. Marli Almeida Fontenelle de Castro.
Gráfico 7 - Pesquisa de campo aplicado aos deficientes intelectual da U.T.E Marli Almeida Fontenelle de Castro.
47
3.5.8 Dificuldades de manuseio do computador
Durante a aplicabilidade do software somar 10% dos alunos apresentaram
dificuldades de manusear o computador, haja vista não terem acesso ao mesmo. E
90% restantes dos alunos apresentaram autonomia no manuseio da máquina.
FONTE: Questionário Costa e Ferreira, 2016.
3.5.9 Facilidade obtida através do software com a matemática funcional
De acordo com as atividades do software Somar, 90% dos alunos
participantes da pesquisa acharam que o software contribui facilitando o conteúdo
da matemática funcional por se trata situações corriqueiras vivenciadas no dia a dia,
10% não acharam que o software não facilita pois encontraram dificuldade de
manuseio do software e por conta disto demonstraram falta de interesse pelas
atividades contidas no aplicativo.
0
20
40
60
80
100
Encontraramdificuldade
Não encontraramdificuldade
10%
90%
Dificuldades de manuseio do computador
EncontraramdificuldadeNão encontraramdificuldade
Gráfico 8 - Dificuldades de manuseio do computador - Pesquisa de campo aplicado aos deficiente intelectual da U.T.E Marli Almeida Fontenelle de Castro.
48
FONTE: Questionário Costa e Ferreira, 2016.
3.5.10 Atividades do aplicativo Somar de maior interesse dos alunos
Dentre as atividades apresentada durante a realização da pesquisa a que
despertou maior interesse foi atividade relacionada a dinheiro, tendo um percentual
de 100% de interesse, 30%dos alunos apresentaram interesse pela atividade de
números, 10% teve interesse pela atividade de hora. Conforme mostra o gráfico a
seguir.
FONTE: Questionário Costa e Ferreira, 2016.
Gráfico 9 - Facilidade obtida através do software com a matemática funcional - Pesquisa de campo aplicado aos deficientes intelectual da U.T.E Marli Almeida Fontenelle de Castro.
Gráfico 10 - Atividades do aplicativo Somar de maior interesse dos alunos - Pesquisa de campo aplicado aos deficiente intelectual da U.T.E Marli Almeida Fontenelle de Castro.
49
3.5.11 Contribuição do Aplicativo Somar no cotidiano do aluno
Diante das atividades contidas no software somar 90% dos alunos concordou
que o software contribuiu possibilitando momentos de aprendizagem na matemática
funcional de maneira eficaz, por se tratarem de situações matemáticas que
correspondem as suas atividades de vida diária. Em quanto 10% dos demais alunos
discordaram.
FONTE: Questionário Costa e Ferreira, 2016.
3.6 Análise de Dados: Matemática aplicada ao cotidiano de jovens e adultos
com deficiência intelectual
A disciplina matemática para a maioria do público é muito complicada e difícil
de compreensão. Para os deficientes intelectuais não é diferente.
Para Sanchez (2004) os obstáculos para a assimilação dos conteúdos
matemáticos podem ser manifestos em diferentes aspectos, tais como: a evolução
do cognitivo, a concepção das vivências matemática e até mesmo os princípios
numéricos. Assim, percorrendo a conquista de numeração ou práticas de operações
simples, perpassando a mecânica, impossibilitando a compreensão até mesmo dos
significados de toda e qualquer operação matemática.
Segundo Sanchez (2004):
Dificuldades na resolução de problemas, o que implica a compreensão do problema, compreensão e habilidade para analisar o problema e raciocinar matematicamente. Dificuldades quanto às crenças, às atitudes, às
Gráfico 11 - Contribuição do aplicativo Somar no cotidiano do aluno - Pesquisa de campo aplicado aos deficiente intelectual da U.T.E Marli Almeida Fontenelle de Castro
50
expectativas e aos fatores emocionais acerca da matemática. Questões de grande interesse e que com o tempo podem dar lugar ao fenômeno da ansiedade para com a matemática e que sintetiza o acúmulo de problemas que os alunos maiores experimentam diante do contato com a matemática. Dificuldades relativas à própria complexidade da matemática, como seu alto nível de abstração e generalização, a complexidade dos conceitos e algoritmos. A hierarquização dos conceitos matemáticos, o que implica ir assentando todos os passos antes de continuar, o que nem sempre é possível para muitos alunos; a natureza lógica e exata de seus processos, algo que fascinava os pitagóricos, dada sua harmonia e sua “necessidade”, mas que se torna muito difícil pra certos alunos; a linguagem e a terminologia utilizadas, que são precisas, que exigem uma captação (nem sempre alcançada por certos alunos), não só do significado, como da ordem e da estrutura em que se desenvolve. Podem ocorrer dificuldades mais intrínsecas, como bases neurológicas, alteradas. Atrasos cognitivos generalizados ou específicos. Problemas linguísticos que se manifestam na matemática; dificuldades atencionais e motivacionais; dificuldades na memória etc. Dificuldades originadas no ensino inadequado ou insuficiente, seja porque a organização do mesmo não está bem sequenciada, ou não se proporcionam elementos de motivação suficientes; seja porque os conteúdos não se ajustam às necessidades e ao nível de desenvolvimento do aluno, ou não estão adequados ao nível de abstração, ou não se treinam as habilidades prévias; seja porque a metodologia é muito pouco motivadora e muito pouco eficaz. (SANCHEZ, 2014, p. 14)
O teste foi voltado ao raciocínio lógico matemático, atingindo os números de 0
a 9, símbolos, cálculos matemáticos, sistema monetário e abordou também horas,
envolvendo a matemática funcional e as tarefas mais corriqueiras vivenciadas no dia
a dia.
3.7 Procedimentos de coleta de dados
Para que se pudesse observar os dados foi necessário levar para a unidade
Técnica Especializada à autorização através do termo de compromisso para
desenvolver a pesquisa. O questionário com o roteiro da pesquisa contendo onze
questões, das quais três pertencem ao cunho social, três com relação ao
conhecimento prévio, matemática e tecnologia e cinco referente à matemática
funcional, relacionadas à aplicação do software contendo perguntas objetivas para
que durante a realização da pesquisa fosse possível extrair informações para
contribuir no desenvolvimento dos alunos com deficiência intelectual em relação a
matemática funcional.
51
3.8 Resultados
Todos os alunos participantes da pesquisa são naturais de Santo Antônio do
Tauá e residem na localidade. Alguns destes residem na zona rural, mas estudam e
recebem atendimento na Unidade Técnica Especializada Marli Fontenelle.
Durante o desenvolvimento da pesquisa e considerando as informações
supridas pelo IBGE (2010), cujos alunos com deficiência intelectual devem estar
inseridos no ambiente escolar a partir de cinco até os 14 anos. Entretanto, os alunos
que participaram da pesquisa encontram-se em série-distorção idade, mas estão
matriculados e freqüentando o ensino regular no nível escolar fundamental I e II.
É relevante destacar, que os alunos com DI encontram-se nos graus leve e
severo da deficiência, de acordo com o Manual Instrutivo de Reabilitação do
ministério da saúde (2003), que classifica quatro diferentes graus de deficiência
intelectual (leve, moderada, grave e profunda) e com os laudos de cada um. Por
apresentarem uma deficiência comprovada por laudo, alguns recebem o Benefício
de Prestação Contínua – BPC e os demais não foram beneficiados.
Embora o acesso à informática pareça evidente por meio das novas
tecnologias, existe uma parcela dos alunos participantes da pesquisa que tem o
contato com a informática apenas na U.T.E. e uma minoria em outro local.
Em relação à aplicabilidade do software Somar, observou-se que a maioria
dos alunos apresentou autonomia em manusear o aplicativo e o computador
demonstrando interesse e interatividade com o aplicativo. Os demais apresentaram
dificuldades de manusear o computador e de realizar algumas atividades do
software por não conseguirem seguir alguns comandos das atividades.
Vale ressaltar que durante o desenvolvimento das atividades do software
todos os alunos sinalizaram maior interesse nas atividades sobre dinheiro, por conta
das situações problema de matemática que estão relacionados com o cotidiano dos
alunos.
No que se refere à contribuição do aplicativo Somar no processo de ensino
aprendizagem dos alunos na situação da matemática funcional, percebe-se que a
maioria dos alunos reconhece que o software é um aplicativo acessível, dinâmico e
serve como apoio para matemática em seu cotidiano.
Observou-se que, embora o software Somar tenha sido construído para
atender a um público específico ele é constituído por uma realidade cultural de uma
52
localidade com costumes e rotinas diferentes. Ou seja, algumas atividades como do
relógio digital e agenda não atraíram a atenção dos alunos. Mas, no que diz respeito
às propostas educacionais relacionadas à matemática funcional o software Somar
contribui de maneira satisfatória e participativa aos alunos com deficiência
intelectual.
3.8.1 Resultados: disciplina abordada
Foi possível perceber que com o avanço dos recursos tecnológicos e a
aplicação de novos softwares, a matemática tornou-se flexível, proporcionando
maior praticidade, perpassando das tecnologias simples até as mais complexas,
oportunizando a facilitação do aprendizado aos indivíduos.
É de grande importância ressaltar que a educação deve estar em constante
transformação, para que os alunos possam usufruir de um ensino de qualidade
tendo autonomia e serem participativos na construção do seu conhecimento
respeitando suas peculiaridades e limitações.
53
CONCLUSÃO
Com o advento da educação inclusiva na escola de ensino regular que
durante uma trajetória regada de transições sócio-educacionais, marcos histórico e
avanços das políticas públicas para as pessoas com deficiência configurando um
período que contribuiu para a educação especial e conseguintemente para a
inclusão de alunos com deficiências nas instituições de ensino.
A igualdade de condições de acesso e permanência na escola tem sido um
constante desafio, pois permanece um padrão do processo educacional aos alunos
com deficiência em atividades tradicionais transgredindo a própria Constituição
Federal que prescreve em seu art.208, que o dever do estado com a educação será
efetivado mediamente a garantia de: [...] atendimento educacional especializado a
pessoa com deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino. Bem como a
inclusão acessível de locomoção não apenas nas dependências da escola, mas sua
autonomia em todos os ambientes da sociedade independente de sua deficiência.
É relevante que se destaque que embora esteja garantido o direito, mas na
realidade está distante do cotidiano de muitos alunos com deficiência que não
usufrui desse direito por diversos fatores e dificuldades que estão na maioria dos
ambientes institucionais pelo qual se encontram inseridos, mas não incluídos de
fato.
E por meio da pesquisa que foi desenvolvida seguindo os critérios
acadêmicos de forma minuciosa. Trata de um software somar utilizado por 10 alunos
com deficiência intelectual onde foi aplicado um questionário de 11 perguntas
relacionadas sobre o contado que cada um tem com a informática e a usabilidade do
software somar. Foi perceptível o manuseio dos alunos com autonomia e com as
atividades de matemática funcional de maneira acessível e que correspondem ao
seu cotidiano. Sendo um software que condiz com as necessidades de
aprendizagem dos alunos com deficiência intelectual, que durante a utilização do
software demonstraram satisfação e encantamento em aprender de maneira
dinâmica e interatividade com o computador realizando atividades contextualizadas
da vida diária dos alunos com deficiência intelectual. Os resultados foram positivos o
software somar oportunizou um acesso possível e de maneira inclusiva, pois foi
construído para alunos com deficiência intelectual.
54
Existem novas perspectivas para uma educação inclusiva. Tendo um viés da
lei nº 10.098/00, que trata das normas gerais e critérios básicos para a promoção da
Acessibilidade de pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida. Desta forma,
favorece a autonomia pessoal, total ou assistiva. Estas ajudas são promulgadas no
que diz respeito à inclusão do aluno com deficiência no ensino regular, mas com
recursos que promovem o acesso, permanência e desenvolvimento educacional
com utilização de recursos e serviços implantados pela Tecnologia Assistiva.
Percebe-se, que é necessário agregar todos os aparatos oferecidos pelas
tecnologias para ser acessível embora na maioria das vezes não esteja ao alcance
de todos independente de ter deficiência ou não. Todos são capazes de aprender,
mas é obvio que precisa de condições de ambiente que favoreça ao aprendizado no
que se referem aos recursos, profissionais capacitados e empenhados por uma
educação igualitária e de um envolvimento adjacente como tríade: escola, aluno e
pais.
A Tecnologia Assistiva oportuniza ao aluno com deficiência possibilidades de
aprendizado de maneira acessível a sua inclusão digital. Tornando-se sujeito
construtor de seu conhecimento no uso tecnológico.
É proeminente destacar que as observações obtidas durante a pesquisa em
campo possibilitou momentos de aprendizagens, vivencias com uma nova proposta
de interagir com um software que tem um grande diferencial que foi feito
especificamente para atender suas necessidades de aprendizagem na área da
matemática. Sendo de suma importância para os educandos com deficiência
intelectual que participaram com afinco durante o período da pesquisa
demonstrando interesse em aprender de maneira dinâmica que o Software Somar
propõe com atividades que correspondem às necessidades do cotidiano dos
participantes.
Os resultados da pesquisa foram satisfatórios e concretos correspondendo às
necessidades aprendizagem inclusiva utilizando a matemática funcional para
contribuir com vista à autonomia e independência do educando com deficiência
intelectual estimulando-os a suas competências e habilidades respeitando suas
peculiaridades.
55
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58
APÊNDICES
59
Figura 8 - Laboratório de informática U.T.E Marli Almeida Fontenelle de Castro.
FONTE: Arquivo Pessoal. Costa e Ferreira, 2016.
Figura 9 - U.T.E Marli Fontenelle de Castro
FONTE: Arquivo Pessoal. Costa e Ferreira, 2016.
60
Figura 10 - Fachada da UTE Marli Almeida Fontenelle de Castro
FONTE: Arquivo Pessoal: Costa e Ferreira, 2016.
Figura 11 - Corredor da Unidade Marli Almeida Fontenelle de Castro
FONTE: Arquivo Pessoal: Costa e Ferreira, 2016.
61
Figura 12 - Entrada do Laboratório da UTE Marli Almeida Fontenelle de Castro.
FONTE: Arquivo Pessoal: Costa e Ferreira, 2016
Figura 13 - Alunos com deficiência intelectual em atendimento no laboratório de informática.
FONTE: Arquivo Pessoal: Costa e Ferreira, 2016.
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Figura 14 - Aplicando o software Somar
FONTE: Arquivo Pessoal: Costa e Ferreira, 2016.
Figura 15 - Pesquisadores Instruindo os alunos a utilização do software Somar
FONTE: Arquivo Pessoal: Costa e Ferreira, 2016.
63
Figura 16 - Pesquisadores aplicando a pesquisa com o Software Somar.
FONTE: Arquivo Pessoal: Costa e Ferreira, 2016.
Figura 17 - Pesquisadores desenvolvendo a pesquisa do software Somar
FONTE: Arquivo Pessoal: Costa e Ferreira, 2016.
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Figura 18 - Alunos no laboratório de informática utilizando o software Somar na pesquisa
FONTE: Arquivo Pessoal: Costa e Ferreira, 2016.
Figura 19 - Aplicadores do software Somar acompanhando a aplicabilidade individualmente
FONTE: Arquivo Pessoal: Costa e Ferreira, 2016
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Figura 20 - Aplicadores do Software Somar acompanhando o desenvolvimento da pesquisa individual
FONYE: Arquivo Pessoal: Costa e Ferreira
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ANEXOS
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CARTA DE INFORMAÇÃO AO SUJEITO DA PESQUISA
Prezada Gestora da Unidade Técnica especializada Marli Almeida Fontenelle
de Castro, Sr.ª Ana Cristina Faro de Castro, a referida pesquisa parte da
procedência, dos acadêmicos da UFRA _Universidade Federal Rural da Amazônia,
tendo como orientador o Prof. Esp. Jean Barros Khaled.
Onde o tema da pesquisa é A Informática e Tecnologia Assistiva: o uso do
software Somar como ferramenta de aprendizagem para alunos com
deficiência intelectual.
Tendo como objetivo Aplicar o software Somar como recurso de tecnologia
assistiva, Promover o aprendizado voltado para a matemática funcional dos alunos
com deficiência intelectual contribuindo para sua autonomia aos alunos com
deficiência intelectual. Proporcionando novos métodos para o desenvolvimento dos
educandos através dos avanços da tecnologia.
Lembrando que a pesquisa será desenvolvida mediante o que diz a
Resolução Nº 196/96 com versão em 2012, (a qual vem aprovar a pesquisa
desenvolvida entre seres humanos necessitando de autorização), é importante
ressaltar que, para fazer jus à pesquisa, deixamos em total liberdade caso senhora
queira recusar a mesma em sua Unidade de Ensino, caso não esteja de acordo.
Queremos apenas ressaltar que toda a pesquisa será desenvolvida dentro das
conformidades e padrões éticos, sem expor questões pessoais.
Desde já agradecemos imensamente sua compreensão, haja vista que a
referida pesquisa virá a atribuir informações precisa ampliando a nossa área do
conhecimento
Santo Antônio do Tauá – PA, 02 de Agosto de 2016.
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Pesquisadores
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TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Eu Ana Cristina Faro de Castro, Gestora da Unidade técnica Especializada estou
ciente das cabíveis informações contida no Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido. Por essa razão autorizo a realização da pesquisa nesta Unidade de
ensino dando-lhes livre acesso para coletar as informações necessárias para sua
respectiva pesquisa.
Santo Antônio do Tauá – PA, 02 de Agosto de 2016
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Assinatura