universidade tuiuti do parana julianny da silva...
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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANAJulianny da Silva Przybycien
VlsAo DOCENTE SOBRE A DISCIPLINAlINDISCIPLINA NOSANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL
Julianny da Silva Przybycien
VISAO DOCENTE SOBRE A DISCIPLlNAIINDISCIPLlNA NOSAN OS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL
Trabalho de Conclusao de Curso apresentadocomo pre-requisito para a obten9ao do titulo depedagoga do 4°VNAI, do curso de Pedagogiada Faculdade de Cif~ncia5 Humanas Letras eArtes da Universidade Tuiuti do Parana.
Orienladora: Prof" Vilma Fernandes Neves
Curitiba2005
SUMARIO
1 INTRoougAo . 6
2 INOISCIPUNA ESCOLAR - FUNOAMENTAgAo TEORICA...................... 9
2.1 A INDISCIPUNA NA SALA DE AULA... 9
DA 1322 BUSCANDO ENTENDER OS FATORES CAUSADORESINDISCIPUNA. ..
2.3 REPENSANDO A DISCIPLlNA.. 193 PROCEDIMENTOS METODOLOGICOS....................................................... 25
3.1 UMAABORDAGEM QUALITATIVA... 25
4 BUSCANDO ANAUSAR OS DADOS OBTIOOS.......................................... 28
4.1 REFLETINDO SOBRE A PRATICA DOCENTE... 28
4.2 ANALISANDO CONCEITOS TEORICOS E PRATICAS DOCENTES.. 33
4.3 ANALISANDO DADOS E CONCLUINDO REFLEXOES . 35
5 CONSIOERAgOES FINAIS........................................................................... 39
REFERENCIAS................................................................................................. 41
BIBLIOGRAFIA CONSULTAOA...................................................................... 41
ANEXO A - ROTEIRO DE ENTREVISTA........................................................ 42
ANEXO B - RESPOSTAS DOS PROFESSORES........................................... 43
DEDICATORIA
Dedico este trabalho ao meu pai Leonardo eminha mile Arlete (in memorianj que sao meusmaiores exemplos de educadores. Por estaremsempre presentes na minha vida ajudando-meem todos os momentos, acompanhando-menas alegrias e dificuldades do dia a dia,ensinando-me a buscar ultrapassar asbarreiras e obstacu/os com fe e alegria. Por meincentivarem a estudar e nao desistir deconseguir vencer atraves da dedicayao aosestudos. Por me ensinarem sabre aimportfmcia do conhecimento. Enfim, por meamarem e se consumirem como as ve/as quese consomem para iluminar.
AGRADECIMENTOS
Agrade~o a Deus porque sem Ete nao seriapassive/ chegar ate aqui, a minha mamae (inmemorian) por me ensinar a if em busea dosmeus sonhos e por compreender a minhavoca~ao para 0 exercicio desta profissao, aD
meu pai por me ensinar a aprender com asdificuldades e por me incentivar e nao permitirque eu desistisse quando estava desanimada,aos meus irmaos pela pacifmcia, carinho eamor dedicados durante toda a minha vida, aminha querida orientadora que me ensinou aentrentar as desafios com dedicat;ao ehumildade, as minhas tias e primasprofessoras que sempre me apoiaram, a todosos bons professores que passaram pela minhavida e me serviram de modelo, as amigas daminha mae que abriram as portas da esco/apara a realizafao da pesquisa, aos professoresque colaboraram com 0 levantamento deinformar;6es sobre sua pratica profissiona/Jaos queridas alunos que passaram pela minhavida e as minhas amigas de facufdade pelocarinho, compreensao e amizade dedicadosnesses anas que passamos juntas.
RESUMO
o presente trabatho faz parte da exigencia para a conclusao do curso dePedagogia da Universidade Tuiuti do Parana. Trata-se de uma PesquisaQualitativa baseada na aplica<;ao de questionarios semi-estruturados aprofessores dos Anos Iniciais do Ensine Fundamental para a obtenr;ao deinforma90es de ordem pratica sabre 0 objeto de estudo e em estudos a autoresque S8 dedicam a tematica investigada. A escolha do tema "Indisciplina Escolar"deve-s8 a importancia de buscar respostas para solucionar situa<;6es que ocorremno interior das escolas, principal mente nas salas de aula e comprometemsignificativamente a efetiv893,O do processo de ensina aprendizagem,desestimulando e desencorajando professores e profissionais da area educacionala continua rem a exercer suas profiss6es. Apesar da gravidade do problema,existem poucas pesquisas significativas que envolvam conhecimento cientifico econhecimentos empiricos de sucesso para incentivar e colaborar com respostas asitua<;oes indisciplinares no dia-a-dia de muitas docentes. Sendo assim, estapesquisa abarda a tema de modo a definir canceitas, buscar compreender asperspectivas dos agentes sociais envoi vi dos, aprofundar reflex6es e procurarrespostas para casas de indisciplina escolar com enfoque no aperfei<;oamento dotrabalho dos professores. Procura-se contribuir, assim, para a obten<;ao de dadosrelevantes buscando a aprofundamento de reflex6es em torno de urn assunto degrande importancia para a comunidade academica, bern como para apesquisadora tendo em vista sua futura atuar:;:ao profissional.
Palavras-chave: indisciplina escolar, pesquisa qualitativa, praticas pedag6gicas
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1 INTRODUC;:AO
No meio educacional sao cada vez mais crescentes as desafios a serem
enfrentados pela comunidade escolar. Entre eles esta a indisciplina escolar, que
vern causando grandes discuss6es em tome das possibilidades de resoluy80 das
situ8<;:oes ocorridas no dia-a-dia nas salas de aula, vista que tais acontecimentos
contribuem negativamente para 0 encaminhamento pedag6gico do processo
ensino-aprendizagem. Neste sentido toma-se inquestionavel a importancia do
estabelecimento da disci pi ina para a organizaC;8o e execuC;8o de qualquer trabalho
pedagogico e tambem para uma convivencia harmonica em sociedade
o tema Indisciplina na sala de aula dos anos iniciais do Ensino
Fundamental foi escolhido par S8 tratar de um aspecto que interfere diretamente
no processo de ensino-aprendizagem em sala de aula. Faz-se necessaria
comDreender 0 que f;:!sta prejudicando as rel896es aluno-professor e aluno-
conhecimento para ter condi96es de buscar passiveis soluy6es. Portanto, trata-se
de aprofundar reflex6es sobre indisciplina escolar no senti do de melhor
compreender do que se trata, visando 0 aperfei90amento da pratica dos
profissionais da area educacional que atu8m diretamente com 8lunos.
Enfatizamos nosso proprio interesse em saber mais a respeito desta tematica
dado ao fato de que no inieio do eurso de Pedagogia comeyamos a ministrar aulas
nas series inieiais do Ensino Fundamental e a questao da disciplinalindisciplina se
impunha e nao encontravamos urna maneira viavel e satisfatoria para nos
mesmas, 0 que nos encaminhou para efetivar esta pesquisa e obter respostas
mais aprofundadas.
o objetivo geral desta pesquisa foi verificar 0 que pode ser considerado
indisciplina escolar equal 0 papel da escola e do professor quando a indisciplina
interiere no processo de ensino-aprendizagem em sala de aula. 9s objetivos
especfficos sao: identificar 0 significado de disciplina e indisciplina escolar no
cotidiano da sala de aula; verificar que fatores desencadeiam atos indisciplinados;
verificar <? que e necessario para manter um ambiente favoravel ao
desenvolvimento do processo de ensino-aprendizagem; verificar as maneiras de
trabalhar com casos de indisciplina escolar visando a melhoria da qualidade do
processo ensino-aprendizagem.
o problema norteador do encaminhamento e do aprofundamento deste
estudo centra-se na verifica9aO do que e indisciplina escolar. Pretendeu-se, assim,
verificar 0 que e indisciplina escolar e como prevenir atos indisciplinados
interierentes no processo ensino-aprendizagem em sala de aula.
o capitulo que trata da Fundamenta920 Te6rica tern por finalidade analisar,
compreender e definir 0 conceito de disciplina e indisciplina escolar para
aprofundar .reflexoes acerca dos problemas em sal a de aula que prejudicam 0
desenvolvimento do processo educativo por meio de uma analise das ideias de
varios autores que estudaram 0 assunto. Entre os autores pesquisados 8st30:
Julio Groppa Aquino. Arlette D'Antola. Celso Antunes e Yves de La Taille.
Buscamos entender os fatores causadores da indisciplina delimitando os
envolvidos e repensar a aspecto disciplinar no sentido de procurar meios de
controle e superac;ao das situac;6es de conflito.
No capitulo seguinte apresentamos os procedimentos metodol6gicos que
possibilitaram a levantamento de dados te6ricos e praticos por meio do metoda
qualitativo e da aplicac;ao das tecnicas de questionario e analise de documentos
produzidos pela escola estudada, sua Proposta Politico Pedagogico e seu
regimento escolar.
o Gapitulo a seguir descreve as respostas das sete professoras que
preencheram um questionario sabre a tema em questao. Recorremos a Pesquisa
Qualitativa para nortear este trabalho. Apresenta, tambem, nosso esforc;o de
analise da teo ria em relac;ao as praticas docentes, a entrelac;amento da teoria com
a pratica por meio dos dados verificados da leitura de livros, artigos e revistas e da
pesquisa de campo realizada pela aplicac;ao de questionarios para alguns
professores das series iniciais do Ensino Fundamental.
Nas Consideragoes Finais abordamos 0 que foi possivel estabelecer e
definir atraves da analise de todas as informagoes levantadas buscando
compreender e responder aos questionamentos iniciais sobre a indisciplina
escolar.
Esperamos contribuir para 0 debate academico acerca da indisciplina
escolar, para os professores ja atuantes em sala de aula e para os professores em
formaC;8o
2 INDISCIPLINA ESCOLAR - FUNDAMENTA<;:AO TEORICA
2.1 A INDISCIPLINA NA SALA DE AULA
Nesta parte do nosso trabalho fazemos urn breve percurso aeerca da
indisciplina escolar sob a 61ica da fundamenta~ao te6rica por n6s buscada.
A indisciplina e urn dos grandes desafios da atualidade no meio educacional
e par este motivQ vem despertando grande interesse na busca de solUl;6es par
parte dos profissionais da area da educac;ao que atuam diretamente com as
alunos. E urn tema instigante, que afeta diretamente 0 processo de ensina
aprendizagem, tarnandO-s8 uma barreira para a efetivayao deste processo.
Neste sentindo, sao constantes as reclamac;6es de professores que S8
sentem desorientados e par vezes desanimados, pOis nao encontram apoio
tecnico-pedag6gico para auxilia-los neste grande desafio, que e lidar com a
indisciplina em sala de aula e acham-se despreparados para agir em situayoes de
conflito (AQUINO, 1996).
Portanto, 0 objetivo neste momenta e procurar identificar a que real mente eindisciplina e ter claro essa definiyao para poder refletir sabre suas causas e
possiveis soluy6es. Para iSso, fez-se necessaria recorrer a varios autores que
discorreram sabre este assunto para definir qual a posicion.amento mais adequada
para aprofundar reflex6es.
Segundo Z6boli (1998, p.21),
Em senlido didatico, disciplina e a maneira de agir do educando, nosenlido de cooperacao no desenvolvimento das alividades escolares erespeilo pelos cOlegas. E a concentracao mental pelo interesse no
\0
trabalho que esta sendo realizado. E a garantia da ordem, atraves daresponsabilidade de cada um na execu930 da tarefa coletiva.
Oe acordo com este autor disciplina e a interesse interno exercido
individualmente para proporcionar a aquisi,ao do saber e constru,ao do proprio
conhecimento, bern como colaborar para 0 processo de ensina do outro no sentido
de propiciar urn ambiente saudavel e tranqOilopara que ocorra a aprendizagem.
Complementando 0 conceito de Zoboli sobre disciplina, Estrela (1998, p.17)
enfatiza que "0 termo e marcado par sua polissemia" E acrescenta:
que 0 lerma, alem de designar urn ramo do conhecimento au materia deestudo. tern assumido ao longo dos tempos diferentes significayoes:puniyBo: dor: inslrumento de puni~o; dire9ao moral; regra de condulapara fazer reinar a ordem numa determinada coletividade; obediencia aessa regra. (1998, p.17).
o autar define a terma numa perspectiva ampla de sociedade onde quem
nao segue as regras e punido com severidade pelo exerdcio consciente das leis
ou quem nao segue determinadas normas de conduta tambem e exclufdo do
padrao de normalidade aceito par este meio. Sendo assim podemos aplicar essa
definiyao a escola, observando que quem nao se encaixa numa determinada
ordem para beneficiar a ele proprio e a coletividade e punido de acordo com as
regras.
Em contrapartida 0 filosofo Kant (apud LA TAILLE, 1995) afirma que a
disciplina e necessaria para retirar 0 homem de sua condicyaonatural selvagem.
Por iS50nao se trata apenas de incutir no ser humano boas maneiras, questiona
ainda 0 fato de term05 que educar 0 homem para redimi-Io de seus impulsos e
condi<;2Ioanimal. Neste contexto, permanecer quieta e organizada e necessaria
II
naD apenas para manter 0 born funclonamento do ambiente escolar, mas tambem
para que a crian<;8 aprenda a controlar seus impulsos e afet05.,.
Neste casa ests autor discute a disciplina extern a necessaria para 0 born
funcionamento do meio. Mas, contudo, vai alem da necessidade de urn ambiente
favoravel para 0 processo de ensino-aprendizagem, pais tambem reflete sabre a
necessidade da crian<;a canter sua impulsividade e afetividade.
Conlrariamente a Kant, Piaget (apud LA TAILLE, 1995) afirma que se deve
dar certa ?utonomia para que a crian<;8 aprenda a optar pelo que e melhor para
sla e desta autodisciplina instigada pel a busca pessoal de equilibria e do seu
autocontrole S8 estabelece uma disciplina bern mais linear e estavel, vista que naD
seria imposta. Este autor prefere refletir sabre uma disciplina interna, que devera
ser facilitada pelo meio externo atraves da autonomia delegada a crian9a. Oesta
maneira, acredita estar coniribuindo para 0 exercicio de uma disci pi ina critica,
onde 0 individuo tem consciencia de suas atiiudes.
Ja Antunes (2002) prefere discutir a disciplina partindo de uma analise que
conceitua uma classe indisciplinada para definir 0 conceito de indisciplina.
Segundo a autor, uma classe indisciplinada e toda aquela que:
"nao permita aos professores oportunidades plenas para 0desenvo!vimento de seu processo de ajuda na construQao doconhecimento do a!uno;*nao ofereQa condic;oes para que seus professores possam ~acordar" emseus alunos sua polencialidade como elemento de auto-realizac;ao,preparac;ao para 0 trabalho e exercico consciente da cidadania;*nao permlta um consciente trabalho de estimulo as habilidadesoperat6rias, ao desenvo!vimento de uma aprendizagem significativa evivencias geradoras da formaC;ao de atitudes sociarmente aceitas emseus alunos (p.g).
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Sendo assim, 0 autor caloca que S8 esses tres quesitos forem preenchidos
aD S8 analisar 0 andamento de uma sala de aula, provavelmeF1te, este e urn casa
ende S8 faz necessario tamar serias providencias. Mas S8 par aeaso, a turma for
apenas inquieta e barulhenta, 0 professor deve refJetir criticamente sabre sua
propria pratica de ensina revendo conceitos e modelos estereotipados, pois
conversas e ubarulho~ nao pod em ser fatores para determinar S9 uma turma e ou
nao e indiscipiinada.
Antunes (2002) passui uma cancepl'iia pr6xima a de Estreia (1998, p.17)
que discute indisciplina relacionando-a com disciplina: "0 conceito de indisciplina
relaciona-se intima mente com a de disciplina e tende normalmente a ser definido
pela sua negac;ao ou priv8C;8o au pela desordem proveniente da quebra das
regras estabelecidas".
Numa perspectiva didatica, Z6bali (1998, p.23) refiete sabre a assunta e
afirma que "indisciplina e uma reac;:ao da criantya que atraves desse
comportamento procura demonstrar sua insatisfa9.30, ° seu des interesse, ° seu
desajustamento ou a sua frustraC;:8o em relac;ao a determinada coisa".
Nesta iinha de pensamenta, La Tailla (1995) acrescenta que se
compreendermos par disciplina comportamentas determinadas par uma
arganizac;:aa de norm as paderemos entender a indisciplina de duas form as: a
desobediencia dessas normas ou 0 desconhecimento delas.
Os dais term os discutidos e definidos pel os autores contribufram para a
escolha da melhor definic;:ao para aprofundar 0 tema. Apes analisarmos e
refletirmas sabre cada definic;:ao, a que melhar se encaixa para aprofundar
reflex6es sabre disciplina e indisciplina e a de Z6boli. A escolha deve-se a clareza
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e objetividade oferecida por este autor facilitando a busca par respostas as nossas
inquietac;6es nesta pesquisa.
Oeste modo, e necessario verificar quais sao os fatores que interferem no
andamento da disciplina escolar em sala de aula, vista que S8 a indisciplina nao
for controlada, 0 processo de ensino-aprendizagem sera amplamente prejudicado.
2.2 BUSCANDO ENTENDER OS FATORES CAUSADORES DAINDISCIPLINA
Quando S8 trata de problemas disciplinares, e importante ter em mente a
necessidade de agir antecipadamente para prevenir situac.;:6es de intense conflito
caracterizadas como indisciplina. Conhecer as causas, as posslveis motivos que
desencadeiam estas situ8c.;:oes e de extrema relevancia para poder buscar meiGs
para sua superac.;:ao tendo em vista a melhoria da qualidade do ensino.
Trata-se de refletir sabre a que fazer para impedir que a ausencia de
disci pi ina acabe prejudicando 0 processo de constrw;ao da aprendizagem por falta
de um ambiente propicio para que ela se estabele9a e de encontrar a raiz do
problema, aprofundando-nos no cerne da situa9ao, visando identificar em
profundidade a que esta acontecendo.
Sabendo da importElncia destas reflex6es, a objetivo neste momenta e
verificar 0 que alguns autores ja escreveram sobre os possiveis fatores que
interferem para que ocorra a indisciplina escolar.
"Ora, a mundo mudou, nossos alunos mudaram. Mudou a escola?
Mudamos nos?" (AQUINO,1996, pA1). Desta maneira Aquino questiona a
evolu<;Eio da sociedade e como ela afetou os alunos e a escola. Leva-nos a refietir
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sobre 0 que esta acontecendo no ambiente escolar como algo desencadeado
pelas transforma90es sociais ocorridas 80 longo dos anos. COr;IDuz-nos a pensar
sabre 0 lugar ocupado pel a escola, no seu posicionamento diante de tantas
descobertas realizadas pelos homens e 0 que fez para receber os alunos
provenientes deste meio.
Novamente, e passivel constatar que guardamos urna heran!f8pedag6gica alheia aos novas dias. Salvo raras excecoes, as para metrosque regem a escolarizag8o ainda sao regidos par urn sujeito abstrato,idealizado e desenraizado dos condicionantes s6cio-hist6ricos. Asproprias !eorjas psicol6gicas e suas derivagOes pedag6gicas, em geraLsacralizam a naturalidade com 0 que este sujeito universal e pensado.Sempre como se lodos fossem iguais em essencia e em possibilidades ...(AQUINO, 1996, p.44).
As constantes transformac;6es socia is pedem um novo modela de escola
visto que as exigencias para as alunos da atualidade sao outras. Nao pod em os
penser em uma escola que vise a homogeneizac;ao dos alunos, pois as pessoas
sao diferentes, as necessidades e os interesses tambem, bern como a sociedade
esta sendo ocupada por cidadaos com diferentes concepc;6es e insen;6es socials.
No pass ado, a escola foi pensada e concretizada para urn contexto
diferente do nosso. As expectativas eram outras e as alunos tambem. Hoje, todos
tern direito ao ensino basico, que fai conquistado com mUlto esforc;o, mas que nao
esta se encaixando para atender as necessidades de formac;ao e desenvolvimento
completo de todas as crian9as, vista que naa prima par vatorizar e estimular as
diferen<;as de cada individuo. De acordo com Schmidt, Ribas e Carvalho (apud
D'ANTOLA, 1989, p.38) "0 professor nao pode ignorar que os alunos tern suas
diferenc;as, para poder situar a seu trabalho pedag6gico nas condi96es reals de
cada grupo"
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Anteriormente a disciplina era vista como alga primordial para que fosse
passIvel 0 desenvolvimento do processo de ensina. Esta disciplina tinha carater
rigido e punitiv~, visando respeito e obediencia sem questionamentos par parte
dos alunos. Existiam penas severas para casas de indisciplina com a inteny80 de
corrigir aqueles que nao apresentavam 0 comportamento adequado para a
ocasiEia. Nos tempos atuais, nao podemos agir como S8 0 mundo nao tivesse
solrido transforma<;6es e as alunos nao tivessem sido influenciados par elas. Eo
necessaria refletir, como proposto por Aquino (1996, p. 45), sobre
Quais significados, entao, poderiamos subtrair dos fen6menos querondam esta nova escola, incluida ai a indisciplina? Ela pode eslarindicando 0 impacto do ingresso de urn novo sujeilo hist6fico, comoutras demandas de valores, numa ordem arcaica e despreparada paraabsorve-Io plenamente, Nesse sentido, a g~nese da indisciplina naoresidiria na figura do aruno, mas na rejeiyao operada por est a escolaincapaz de administrar as novas foonas de exish?ncia social concreta,personificadas nas transforrnayoes do perfil de sua ctientela.
Nao se trata de cui par a escala par nao ter se modificado au de
simplesmente reconhecer que a sociedade mudau, mas de refletir sobre a
necessidade de prevenir ou resolver os casos de indisciplina. A intenc;.ao e a de
perceber a necessidade de mudanc;.a de paradigmas, de atribuir significados aos
acontecimentos, porque eles nao estao acontecenda par acaso, e assim, interferir
para transformar.
Antunes (2002, p.19), argumenta que "na maior parte das escolas nao ediferente, a indisciplina quase sempre emana de tres focos: a escola e sua
estrutura, a professor e sua conduta e 0 aluno e sua bagun9a~ Este autor reah;a
que a estrutura escolar e muito fragil e suscetfvel a indisciplina escolar pela "sua
organiza980 interna, par seus sistemas de san90es, pel a nao integra9ao e uniao
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entre sua equipe docente e administrativa, pelo seu estilo da autoridade exercida,
mas, sobretudo peta ausencia de clareza como enq<;:lra a questao
disciplinar'.(2002, p.20).
No caso dos professores, a indisciplina esta intima mente relacionada com a
sua pratica docente, pois a reac;ao dos alunos dependen3 das suas 89085, sua
postura profissional e relacionamento interpessoal. 0 aluno respondera positiva au
negativamente aos estimulos recebidos. Em S8 tratando de regras estabelecidas
ou norm as. a serem cumpridas, a posic;ao do professor em relagao a elas devera
desencadear nos alunos urna atitude, e esta poderc~ estar de acordo com 0
esperado pelo docente, au nao
Depositando a "responsabilidade" na escola e no professor, Z6boli (1998,
p.23) considera que "quando a escola nao oferece motivac;;ao, a crianga se
desinteressa e muitas vezes fica indisciplinada. Nos professores, devemos
fomentar a iniclativa em nossos alunos" E acrescenta: "Quando a cia sse
encontra-se indisciplinada, e hara de a professor repensar a sua pratica educativa,
para verificar possiveis causas desse comportamento".(1998, p.23).
Oeste modo, este autor aproxima-se de Antunes quando se trata de
verificar a pratica profissional exercida pelo docente afirmando que e necessario
rever atitudes, postura, fazer uma autoavaliagao para tentar detectar os motivos
pelos quais 0 processo de ensino-aprendizagem nao se efetua com sucesso.
Estrela (1998, p.84) considera que "permanece a tendencia para imputar a
origem da indisciplina na aula ao proprio aluno ..." e que "0 aluno deixa de ser 0
centro da analise dos fen6menos de disciplina/indisciplina e as variaveis do
contexto social e pedag6gico recebem maior ateng8o". (1998, p.86).
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Assim, este aulor considera que
Ouiras correntes sociol6gicas, baseadas no interaclimismo, debruyam-sesabre a modo como professores e alunos atribuem significayao aoseventas da aula, elaboram estrategias de resposta e se envolvem emnegociagoes 5utis sabre 0 seu comportamento. Assim, a indisciplinaresulta de estrategias de res posta dos alunos a sltu8g0es cuja defini~odifere da dos professores. (1998, p.S8).
Os autores em questao levanlam alguns pontos sabre a ocorrencia da
indisciplina escolar e, ressaltam quatro envolvidos no processo de incidencia de
at05 indisciplinados: as professores, as alunos, a escola e a sociedade.
Aparece com maior frequencia, na argumenta<;ao dos autores, a deficiencia
profissional dos docentes no exercicio da fun<;ao. Trala-se de responsabilizar os
professores por grande parte dos aconteeimentos indisciplinares, seja por falta de
eompetencia didatiea, eientifica ou relacional. Isso aconteee, segundo Schimidt,
Ribas,Carvalho(apud D'ANTOLA, 1989,p. 34) porque
A posi~ao do aluno nessa conjuntura e de franca desvantagem por naopossuir 0 status profissional do professor. A func;:ao de poder, que 0pessoal da escola desempenha na instiluigao, raramenle e contestadaconscienlemenle, pois quando esse confronto, na forma de resistenciasutil vem a lona, nBo e pera conscientizac;:ao que isso ocorre, e maiscomo calarse
Essa afirma9aO nos remete ao motivo pelo qual os professores sao os
primeiros a receberem culpa por nao conseguir disciplinar os seus alunos. Se a
posi<;ao ocupada Ihes permite deter mais poder, detera tambem maior
responsabilidade pelo sueesso ou fracasso do exercfcio da sua profissao. Assim,
o professor e 0 pessoal da escola sao lidos como defensores eguardioes da ordem, da normalidade formal defendida pela sociedade econsentida pela comunidade como forma de enquadrar os seus filhos -que foram confiados a escola - nos padroes desejados e exigidos pela
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sociedade.(SCHIMIDT, RIBAS, CARVALHO apud D'ANTOLA, 1989,p.34)
Se as professores naG cumprem as exigencias feitas pel a sociedade, serao
cobrados e responsabilizados par isso, e desvalorizados no desempenho de sua
func;Elo.
Percebe-se na fala dos autores com relat;ao ao comportamento dos alunos
que eles demonstram atraves do seu modo de agir a satisfagao ou insatisfagao
com relac;ao aD tipo de educac;ao que estao recebendo. Tais atitudes, quando
desencadeadas par insatisfac;ao, pod em ser interpretadas como indisciplina vista
que van contra aD que e esperado pelos docentes.
A escola entra como palco principal dos acontecimentos sendo citada par
urn dos autores como parte fragil no estabelecimento e cumprimento de normas e
regras. E a sociedade aparece como 0 lugar de transformayoes que instiga
mudanc;as no comportamento das pessoas, bem como urn novo padrao de escola.
Considerando as reflexoes dos auto res, e posslvel perceber que todos os
envolvidos sao responsavels pelo que esta acontecendo, pois a escola e reflexo
da sociedade, 0 aluno reflete na escola as influencias recebidas da sociedade e 0
professor reflete no aluno a educaC;Elo recebida da escola que freqOentou. Forrna-
se assim, uma teia de relac;oes que e alimentada pel a falta de transformac;oes,
porque en quanta continuarmos a atribuir culpa e jogar responsabilidades para 0
outro, a indisciplina continuara sem respostas adequadas e sem superayElo,
interferindo diretamente na sala de aula prejudicando todos os seus envolvidos.
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2.3 REPENSANDO A DISCIPLINA
A questao da indisciplina nac pode ser pensada como urn problema simples
que apesar de acontecer no interior das escolas tern seu infcio desencadeado par
falhas pedag6gicas. Seria esta urna maneira de concordar com metodos simples
de mudan~as de postura e comportamento profrssional diante do corpo discente,
sem refletir profundamente sobre a necessidade de mudan<;8s e transformagoes
no meio educacional. Esta posta urn grande desafia, pois 0 que esta acontecendo
nada mais e do que uma rejeic;ao aos padroes existentes impastos pelo modo de
estrutura escolar em vigor nos dias de hoje.
Oiante disso, 0 objetivo e refletir sabre 0 que e necessario e preciso fazer
para reverter a problematica da indisciplina, utilizando-a como resultado de algo
que nao esta dando certo. Para Khouri (apudD'ANTOLA, 1989, p. 46),
E evidente a necessidade de uma Dutra organiZ8c,:ao para 0funcionamento da escola, coerente com a proposta educacionallibertadora, democralica e Iransformadora. Urge desmanlelar a siluayaofortemenle cristalizada na qual a ordem da instiluiyao prevalece sabre asnecessidades dos alunos e criar uma Dutra ordem. Esta reconstru/fao 56lera oportunidade de acontecer a partir do esfofgo dos educadores, dapropria comunidade escolar em busca de urn novo modela de relayoesentre aruno e professor, entre a equipe escolar e entre a escola esociedade.
Este pensamento transp6e com clareza que a estrutura funcional escolar
necessita de mudant;8S e e preciso que todos S8 envolvam neste processo de
reconstru<;ao para que seja possivel conseguir exito no cumprimento dos objetivos
propostos. Segundo Khouri (apud D'ANTOLA, 1989, p. 46),
Uma das allernalivas que se apresenta nesta busca e ados educadoresestarem atentos as propostas de trabathos participativos, aos seuspressupostos te6ricos e as tentativas praticas que estao sendo
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efetuadas, apontando suas possibilidades, limites, USGSinadequados,bern como tenia rem apecfeic;oa-Ios. 1550 possibilitaria que as processosdinamicos de mudanga inerentes Ii vida institucional aflorassem, fato quea encaminharia a constanies revis5es e reformula¢es, impedindo suaeSlagnayao e seu afastamento dos interesses daqueles a quem deveatender.
o que S8 propoe e uma revisao da instituigao escolar visto que a sociedade
ja nao e mais a mesma e as crian98s que estao crescendo neste novo meio de
organiz8t;ElO social nao estao S8 adequando ao modele de disciplina autoritario
vigente nas escolas, onde e obrigado a aceitar sem questionar 0 que Ihe eimpasto. A- indisciplina entra como fator de desajuste em rela9ao equeles que
estao oeupando as salas de aula, trata-se de uma ehamada de atenc;ao para urn
problema eomplexo e amplo, que neeessita de envolvimento da eomunidade
eseolar em busea de transformac;oes. Transformac;oes que deverao ser eonstantes
visando aperfeic;oar-se atraves de reflexoes geridas pela propria pratiea para
suprir as neeessidades dos edueandos. Sendo assim,
A organizag8o do ambienle de ensino, portanto, e indispensavel aaprendizagem e cabe aos responsaveis pela escola providenciar paraque assim seja, sem perder de Vista, no entanto, a realidade em queatuam. As regras gerais do sistema devem ser suficientemente flexiveis eas responsaveis por elas dotados da sensibjJidade necessaria paradiversificar a agao da escola confOO11e as caracteristicas da comunidadee da c!ientela. Os educadores precisam ser criativos e encontrar a me!llorforma de agir em cada caso. (ABUD e ROMEU apud D'ANTOLA, 1989, p.88).
Este autor reflete sabre a importancia da adequac;ao do ambiente escolar
para atender as necessidades de cada comunidade e da flexibilidade das regras
para que sejam utilizadas visando a constrUC;8.o de urn ambiente propicio para a
desenvolvimento da aprendizagem.
21
Primando pela qualidade do ambiente escolar e do ensina oferecido aos
alunos e passlvel repensar situag.6es de conflito disciplinar visl4rnbrando tam bern
o aperfei<;oamentodos professores, jil que estes estao em contato direto com os
alunos. Refletimos sabre mudanc;;:as amptas e abrangentes num ambito de
reestruturag.ao escolar para a melhoria das situ8c;;:oes de indisciplina, mas naG
podemos, contudo, isentar as professores de aperfeig.oar sua pratica para tentar
de imediato controlar as problemas, ja que mudang.8s amp las necessitam de
envolvimer:to da comunidade escolar e bastante tempo para sua assimilac;;:ao.
Alguns autores relacionam passos simples que pod em ser incorporados ao
dia-a-dia visando evitar alguns cases ande as conflitos sao gerados. Antunes
(2002, p.54 a 59) cita trin!a passos que servem como norteadores para 0
aperfeiyoamento da pratica do docente. Alguns destes passos chamam nossa
ateny30 par serem facilmente aplicElveis no cotidiano da sal a de aula:
Assiduidade e pontualidade;Preparar de maneira cuidadosa a aula;Gobrar com firmeza, mas se passivel born humor a colaborat;ao detados e ser urn arbitro sereno no cumprimento das regras deconduta consensuallzadas com a classe;Falar com expressividade e clareza;Mostrar sempre urna disposi~ao para manter a calma e a serenidade,mesmo em situa~6es mais dmceis;Fazer das perguntas urna eficiente ferramenta de aprendizagem;Saber delegar a alunos taretas e fum;:oes junto a classe queexplorem capacidades de aprender e de aprendizagem;Organizar de forma eficaz, na medida do possivel em consenso comos alunos, 0 espat;o da aula e a disposit;ao dos lugares de cada urn.
Este autar afirma que e passlvel prevenir pequenos focos de indisciplina
com uma atenr;c1o voltada para 0 exerdcia da autoavaliar;8o. Estar sempre
revisando a pr6pria pratica e necessario para a aperfeir;oamento do professor que
busca realizar;aa pessaal e profissianal.
22
Zoboli (1998, p. 23) afirma que "para ajudar a evitar a indisciplina, 0
professor podera utilizar alguns princfpios: respeitar a hist6ria p~~soal do aluno;
favorecer situac;oes motivadoras; estimular a participac;ao ativa das crianc;as nas
atividades" Este autor e mais sucinto em suas ideias, porem deixa claro que e
importante utilizar 0 respeito, a criatividade e 0 interesse dos alunos para obter
sucesso no desempenho de suas atividades.
Segundo Estrela (1998, p.119), e
certo que 0 dominio dos conteudos e das formas da sua transmissaosao alicerces da compet€mcia docente, mas alicerces frageis se naotorem acompanhados da Irave meslra que e a compelencia relacional,Se e certo que muitos professores, capazes de estabelecerem uma boarelar;;:ao com as alunos, falham porque nao dispoem de competenciacientifica e didatica que ap6ie a competencia relacional, nao e menDscerto que muitos professores competenles nas materias de ensino edispondo de recursos didciticos nao conseguem fazer passar amensagem, porque 0 clima relacional e discipJinar da turma nao 0permile.
Este autor prop6e assim que 0 professor deve dispor de competencia
relacional, bern como cientifica e didatica necessarias para abter exito em sua
profiss8a e que esteja bern preparado para enfrentar os desafios inerentes a retina
escolar. Acrescenta que
a carencia de modelos de interven~o disciplinar bern aliceryados nainveSliga~ao experimental reforr;;:a a necessidade de incentivar umaalilude cienHfica que leve a professor a procurar as sOlu¢es adequadasas diferentes situar;;:oes de indisciplina, atraves da analise objetiva doselementos da situa930 e que a leve a avaliar as conseqOencias dainterven~ao. (1998, p. 112).
Olante desta afirmaC;8o e posslvel perceber que 0 professor deve ficar
atento as necessidades de cada casa, investigando e ava!ianda as passlveis
causas, para poder atuar com certeza e seguranc;a. Faz-se necessaria, portanto
23
que 0 docente no exercfcio de sua profissao esteja atento as necessidades diarias
dos alunos e em constante aperfei90amento de sua pratica, b~1)1 como fazendo
sua auto-analise para detectar deficiencias e buscando solUl;:6es para os seus
problemas. Abud e Romeu (apud D'ANTOLA) ressaltam que
Professores e educadores ern geral devem rever as seus pianos,recolocar as seus objetivos e, acima de tude, reconsiderar a sua propriaconduta, pois urn comportamento 56 13 incorporado quandO vivido emsituac;oes concretas da vida cotidiana. A compreensao de que a disciplinae importante na escola, nao apenas como urn conjunto de normas queorganizam a ambienle escolar, mas tambem como urn objelivoeducacional a ser atingido, e fundamental para orientar a ayaopedag6gica da escola. (1989, p.S9),
As mudan<;as devem ser feitas sempre que necessario, possibilitando a
adequagao do objetivo a ser atingido de acordo com a necessidade daquele que
se orienta. E possivel de imediato, rever a postura profissional e buscar
aperfeigoamento, mas sem desconsiderar a necessidade de reflexoes profundas e
ac;oes diretas para reestruturar 0 sistema organizacional das escolas. Cada
ambiente escolar exige normas e regras especfficas ficando a cargo da
comunidade escolar estabelecer 0 que sera adequado para a sua realidade. E 0
docente pode buscar desenvolver maneiras criativas de agir em cada situac;:ao
procurando evitar a indisciplina ou interferir com firmeza e autoridade para resolver
quando acontecer alguma situayao em que sua intervenc;:ao se faga necessaria.
Esta questao da disciplina/indisciplina exige reflexoes aprofundadas e
envolvimento de varios profissionais para que seja possivel estabelecer 0 que se
coloca como fazer para buscar a melhoria nas praticas pedag6gicas
desenvolvidas no contexto da sala de aula. A indisciplina desencadeia urn drculo
de situac;:6es onde a escola e 0 palco dos acontecimentos, mas que nao pode ser
24
vista como sinal de um ambiente somente com falhas pedag6gicas. Nos atos de
indisciplina aparece implicitamente a mensagem de que algo. ~sta errado e que
necessita de mudanc;as. Cabe a comunidade escolar desvendar 0 que esta posta
e procurar mudar a essencia do que gera 0 problema e nao apenas sua aparencia.
25
3 PROCEDIMENTOS METODOLOGICOS
3.1 UMA ABORDAGEM QUALITATIVA
A necessidade de buscar informa90es sabre a pratica docente referente a
indisciplina escolar motivDu-nos a elaborar quest6es 8, aD buscar responde-las,
possibilitar a expressao de conceitos e as proprios acontecimentos da retina
escolar.
A escolha par realizar uma Pesquisa Qualitativa deve-s8 peta possibilidade
de coletar informa90es que somente sao possiveis quando 0 investigado tern
condic;oes para tal 8980. A OP980 pet a utilizac;ao do questionario aberto justifica-se
pelo anseio par obter respostas elaboradas a partir das suas opinioes, sem
antecipar res pastas. Cabe 80 professor pesquisado expressar suas ideias de
maneira direcionada, no entante livre, pois pode relatar seus pensamentos de
maneira descritiva. A liberdade para a expressao sobre a conteudo abordado e
fundamental para que as respostas sejam elaboradas com informac;oes uteis
sabre suas canvicc;oes e cancepc;oes mais complexas.
Para Richardson (1999, p.90),
A pesquisa qua!itativa pode ser caracterizada como a tenlativa de umacompreensao delalhada dos significados e caracteristicas situacionaisapresentadas pelos entrevistados, em lugar da produ9ao de medidasquantitativas de caracteristicas ou comportamentos.
Busca-se neste tipo de pesquisa primar pela qualidade dos dados coletados
e nao somente pel a quantificaC;ao dos mesmos. Cabe a procura par questoes que
abordem a experiencia de vida de cad a entrevistado, caracterizando 0
levantamento de opinioes que possam validar reflexoes sobre 0 confronto entre
26
teoria e pratica, sobre 0 que esta posta par autores e 0 que esta acontecendo na
realidade.
Nesta pesquisa recorremos a utiliza~o de metodos qualitativQs, pois,
segundo Richardson (1999, p.80)
o desejo de quanlificar a todo custo tern levado as Ciencias Sociais ainvestigarem algo Que se quantifica mais facilmente, aumenlando 0numera de pesquisas que, ao desprezarem elementos qualitativos,apresenlam pobreza de resultados. Is\o, necessariamente, nao quer dizerque a pesquisa quantitativa seja inlitH. Significa, sfmplesmente, que Mdominios quantificaveis e oulros Qualificaveis. A prioridade depende danatureza do fen6meno anafisado e do material Que as melodos permitemcoletar.
De acordo com esta perspectiva direcionamos 0 trabalho para: urn
levantarnento bibliografico para a verifica9ao de autores que abordarn 0 assunto;
em questao, a aplica9fio de questionarios abertos a sete professares atuantes nas
series iniciais do Ensina fundamental da rede publica de ensina; a analise do
projeto politico pedag6gico da escola na qual buscamos a colaborayao de alguns
professores e a analise de todas as inforrna90es levantadas visanda estabelecer
semelhanyas e diferenyas entre a teoria e a pratica expressa pelos profess ores.
A busea par autores que abordassem 0 assunto eoncretizou-se atraves do
levantamento de informac;6es na biblioteca na Universidade Tuiuti do Parana,
indica~6es da orientadora deste trabalho e colaboraryoes de arnigos e parentes.
Toda material conseguido foi analisada e selecionada de acordo com 0 interesse
de pesquisa, objetivando recolher a maior numero de infarmaryoes sabre 0 tema.
A escolha pel a realizayao de uma pesquisa de campo deveu-se ao fato dela
poder estabelecer uma ponte entre 0 que esta escrito e 0 que esta acontecendo,
visando somente a contato com professores, descartando a possibilidade de
27
observaC;8o do ambiente escolar, vista que a pesquisadora ja atua na area
educacional e procura caletar dad as somente com Qutros profiss,ionais do meio.
A autorizac;ao para realizar a pesquisa de campo na escola fai conseguida
atrav8S da facilidade de cantata, vista que a mae da pesquisadora trabalhou neste
estabelecimento de ensina e a diretora fai amiga da mesma. 0 que dificultou 0
processo de recolhimento de dad as foi a falta de colabora930 par parte dos
professores devido a grande quantidade de atividades e tarefas do dia a dia,
sendo pos!?[vel aplicar somente quatm questionarios. Os Qutros tres questionarios
foram respondidos mediante sOlidtac;ao as tias da pesquisadora que S8
disponibilizaram com grande interesse.
A proposta pedag6gica e 0 regimento escolar da escola foram analisados
visando levantar informa90es que fizessem referencia ao posicionamento da
gestao escolar frente a indisciplina. Nao sendo encontrados dad os significativos
au relevantes para tal pesquisa. Apenas a regimento escolar refere-se aos direitos
e deveres dos alunos e alerta para adequ89aa do comportamento nas
dependencias da escala, nao tendo como parte integrante 0 direcionamenta
especffico sobre os casas de indisciplina escalar.
o nome da escola for omitido vista que a pesquisa de campo nao for
concluida somente neste ambiente, descaracterizanda 8ssim 0 levantamento de
informa90es em um lugar especffico. Os nomes dos entrevistados nao foram
citados objetivando preservar a identidade dos colaboradores.
Por fim, a analise dos dados levantados com a aplica9aO dos questionarios
ocorreu por meio de um confronto entre 0 que afirmaram os professores e 0 que
citaram os 8utores estudados
28
4 BUSCANDO ANALISAR OS DADOS OBTIDOS
Procuramos nesta parte do nosso trabalho descrever e compreender os
resultados obtidos com a pesquisa. Apresentamos e refletimos em um primeiro
momenta sabre a pratica docente em relac;.3o a questao da disciplina-indisciplina.
Em urn segundo momento apresentamos um dialogo entre as conceitos te6ricos
pesquisados e as praticas evidenciadas pel os professores. Passando a seguir,
para uma r.~flexao sabre a rei evan cia dos dados levantados
4.1 REFLETINDO SOBRE A PRATICA DOCENTE
A busca par informa<;oes de ordem pratica motivou a aplic8c;ao de
questionarios abertos a professores que atuam na area das series inici8is do
Ensine fundamental, possibilitando a cantata direto com profissionais da rede
publica de ens ina com varios an os de experiencia em sala de aula.
A intenr;ao primeira era recolher dados sabre a pratica pedag6gica de
profess ores de uma determinada escola, onde a permissaa para tal pesquisa de
campo foi afirmativa. No entanto, houve pouca disponibilidade de alguns
professores dificultando 0 processo.
As informar;6es a seguir foram obtidas atraves do contato direto com
professores da rede publica, onde quatro questionarios foram preenchidos na
escola de origem da pesquisa de campo e as Qutros tres aplicados a docentes
pertencentes a familia da pesquisadora, provenientes de outras escolas da rede.
29
Apesar dos imprevistos, a pesquisa levantou informa.yoes significativas, ficando
nitida a preseng8 da indisciplina escolar em va riDs ambientes 8,&colares, ja que as
dad as obtidos fcram recolhidos par meio de questionarios respondidos par
pessoas de quatro escolas diferentes.
A prime ira questao referia-s8 a idade dos entrevistados.
TABELA 1 -IDADE DOS PROFESS ORES ENTREVISTADOS
Idade Quanlidade21-30 231-40 241-50 251-60 1
A questao numero dois abordou a formac;ao de cada entrevistado e as
res pastas fcram: tres professores com 0 curso de Pedagogia, sendo duas com
especializ8C;:80; urn professor com 0 cursa de Ciencias Sociais e especializ8C;20;
urn professor com 0 cursa de Educ8c;ao Artistica e especializ8<;ao; dais
professores com 0 curso de Ciencias Biol6gicas, sendo que urn esta cursando.
Tados as professores tern a curso de Magisterio em nlvel Media.
o tempo de profissao variou entre quatro e vinte e sete anos. Sendo um
com quatro anos de profissao, um com onze anos, um com doze, um com quinze,
um com dezenove, urn com vinte e seis e um com vinte e sete anos de docencia.
Na questeo quatro 0 interesse era saber se todos atuavam na rede
particular au publica. Todos as entrevistados atuam na rede publica de ensino.
Na questeo seguinte quando se questionou sabre a que censideravam um
alune indisciplinado e uma sala indisciplinada; as respostas definiram um alune
sem limites, desobediente, sem n0980 de regras, que nao respeita 0 proximo, que
30
tern atitudes inadequadas, tern dificuldades de estabelecer relacionamentos
interpessoais sadios. E uma sala cnde naG existe resp~ito, comunicac;:ao
adequada, relacionamentos sadios, concentrayao, organiz8c;:ao, atitudes
convenientes e urn processo de ensina aprendizagem de qualidade.
A questao seis tratava de questionar S8 tin ham alunos indisciplinados.
Todos as entrevistados afirmaram ter alunos indisciplinados. As justificativas fcram
semelhantes para definir como estes agem em sala de aula. Predominantemente
quase tod?s citaram atitudes de desrespeito, agressividade, comportamentos
inadequados, desobediencia e lalta de limites.
Quando perguntamos, na questeo sete, sobre quais fatares interferiam na
indisciplina escolar, as respostas salientaram a falta de limites, val ores e
presenc;:a/ausencia da familia na escola, falta de perspectivas futuras, falta de
apoio e incentivo das familias, descomprometimento dos professores, influencia
negativa dos meios de comunicac;ao e a grande quantidade de alunos par sala.
A pergunta oito referia·se a maneira de tratar as alunos que apresentavam
atos indisciplinados. Todas salientaram a importElncia do dialogo e da amizade, do
aconselhamento, do interesse pelos problemas que 0 aluno esta passando. Dois
profess ores citaram encaminhamento a auxilio externo quando as possibilidades
se esgotaram, sendo que urn ressaltou a ineficiencia de tais posicionamentos.
Na questao nove perguntamos 0 que deveria _ser feito para melhorar a
disciplina escolar. As respostas variaram entre conscientiza9ao das famllias sabre
a importancia da educayao familiar firmada em valores e virtudes, presenga e
participac;ao dos pais na vida dos filhos, mudanc;as praticas na estrutura escolar e
aulas bern preparadas com nov ida des para despertar a interesse dos alunos.
31
Qual a melhor maneira de agir para evitar atos indisciplinados foi a questao
dez que obteve como respostas: mudanc;as na estrutura e;~colar, respeito aindividualidade de cada urn, apaio de profissionais especializados, adequ8g8o do
espac;o das salas de aula, dialogo, atenc;8.o, compreensao e cumprimento de
norm as pre-8stabelecidas.
A questao onze abordou quais seriam as maiores dificuldades encontradas
na rotina escolar. As opinioes apontaram: tratamento individualizado em salas
superlotad~s; alunos revoltados sem perspectivas de futuro; a indisciplina;
confronto de realidades e necessidades distintas entre a casa e a eseDla; nfvel
desigual de aprendizagem; desinteresse; desestrutura familiar e nivel socia
econ6mico. Uma professora afirmou que nao tem tantas dificuldades como no
comec;o da profissao e uma citou a falta de apoio da propria familia.
Quando se questionou como poderia ser uma esco!a disciplinada que
promovesse uma mediaC;ao significativa entre professores, alunos e 0
conhecimento os questionarios apresentaram respostas como: participac;ao ativa
dos pais na vida dos filhos; estrutura escotar adequada para atender as
necessidades dos alunos; acompanhamento individualizado com profissionais
especializados para os alunos: compartilhamento de ideais; trabalho conjunto
envolvendo pais e comunidade escolar; conteudos adequados a reatidade;
cumprimento das leis e utilizac;ao eficaz do projeto politico pedagogico nas escolas
par todos os professores.
Na decima terceira questao quando foi abordada a importancia da atuac;ao
da gestao escolar frente aos alunos indisciplinados todos concordaram com a
necessidade de uma participaC;ao ativa.
32
A ultima questao visou verificar S8 a disciplina au indisciplina (oram
assuntos trabalhados durante a sua forma.yao. Dais professor~s afirmaram que
nunca tais assuntos fcram comentados, sendo que urn deles citou 0 proprio
aprendizado e aperfei<;oamento continuo. Quatro professoras afirmaram que sim,
e uma delas ressaltou a dificuldade de colocar em pratica 0 que aprendeu na
teoria e Dutro citou que somente trabalhou com a disciplina. Uma del as afirmou
que "A propria convivencia com as alunos nos ensina a lidar com a questao da
disciplina. ~ois as rec8itas somas n6s que elaboramos no dia a dia, ja que a cada
ana e diferente a turma que trabalhamas".(professar G)
o cantata direto com professores que atu8m na area ha varios anos
proporcionou momentos signifrcativos de dialogo e traca de experiencias, sendo
ressaltada a importancia da vivencia diaria e aperfeiyoamento constante para
abter firmeza e seguranc;:apara trabalhar com situac;:oesde conflito.
Esta pesquisa possibilitou a verifrcayao de situac;6es que estao
acontecenda nos dias de hoje, bem como 0 que pensam prafessores que estao
todos as dias em sala de aula em cantata com alunos, experienciando
constantemente se a que grandes autores escrevem esta de acordo com a pratica
ou se permanece na campo da teoria.
33
4.2 ANALISANDO CONCEITOS TEORICOS E pRATICAS
DOCENTES
Durante a pesquisa teorica varias autores fcram consultados a rim de
revisar 0 ass unto buscando recalher 0 maior numero de informa<;oes sabre 0
tema. No levantamento bibliografico objetivou-se buscar defini96es e conceitos,
aprofundar reflex6es sabre as causas, as fatares que intelierem na indisciplina
escoiar, bern como encontrar passiveis solUl;6es a curto e longo prazo para a
questao da indisciplina.
o questionario aplicado a professoras das primeiras series do Ensino
fundamental para levantamento de informa90es sobre indisciplina escolar reuniu
quest6es que tinham par objetivo recalher dad os sabre defini<;oes e conceitos,
opinioes pessoais, modelos de intervenryao pratica, problemas de rotina e
abordagem teo rica sobre 0 assunto estudado.
Perguntamos aos entrevistados sobre defini<;oes de aluno indisciplinado,
sala indisciplinada e um modele de escola disciplinada com uma boa media<;8o
entre professores, alunos e 0 conhecimento. Questionamos a opini8o de cada
docente sobre fatores interferentes na indisciplina escolar, maneiras de melhorar a
disciplina na escola, meios preventivos de atos indisciplinados e a importancia da
atua<;ao da gestao escolar frente aos alunos indisciplinados. Levantamos a
presen<;a da abordagem te6rica sabre 0 tema durante a forma<;ao academica e
profissional, e das dificuldades do dia-a-dia e atitudes tomadas para com alunos
indisciplinados.
34
Neste momento, a intenc;ao e anaiisar as citacyoes dos autores e a tala dos
professores percebendo semelhanc;as e diferenC;8s, confrp.ntando a teoria
pesquisada com a pn3tica encontrada.
No que S8 refere a definiC;8o de uma sala indisciplinada existe uma
semelhanC;8 entre a tala dos professores e a citac;:ao Feita por Antunes: afirmaram
que uma turma indisciplinada nao permite exito na construc;ao do processo de
ensina aprendizagem.
Con~iderando 0 conceito de disciplina atribufdo por Zoboli e passivel definir
como aluno indisciplinado aquele que nao coopera no desenvolvimento das
atividades escolares e nao respeita as colegas. Que nao S8 interessa pela
concentrar;ao mental no trabalho que esta sendo realizado au que deixa de
garantir a ordem atrav8s da sua responsabilidade em executar a tarefa coletiva.
Neste sentido existe uma semelhanc;a quando as sete professoras contribuem
para a definic;ao de um aluno indisciplinado afirmando que este seria sem limites,
desobediente, sem noc;ao de regras, que nao respeita 0 pr6ximo, que tern atitudes
inadequadas e que apresentam dificuldades de estabelecer relacionamentos
interpessoais sadios.
o desajuste da estrutura escolar, a falta de competencia didatica, cientifica
e relacional dos professores, a posicionamento dos alunos em relac;ao ao que
ocorre nas escolas e as mudanc;as ocorridas na sociedade, sao os fatores que
segundo os autores, interferem na indisciplina escolar. Ja as professoras citam
fatores relacionados ao seu cotidiano de acordo com as situac;6es passadas no
dia-a-dia. Tendem a perceber a infiuencia da sociedade e dos meios de
35
comunica9ao sabre a formacyao das criangas, a Falta da presen93 ativa da familia
na vida dos alunos e 0 descomprometimento de alguns professo~es.
Neste sentldo, as afirma90es Feitas pel os autores discorrem sabre situ8goes
amplas e complexas abordando alunos, professores, escola e sociedade.
deixando de enfatizar a influencia da familia citada pelos entrevistados. As
professoras relatam situac;(oes que envolvem diretamente as alunos, como a
familia e a sociedade, considerando a Falta de limites, valores e perspectivas
futuras na ~ealidade das crianr;as.
Em S8 tratando de preven<;ao de casas de indisciplina as autores citaram
pass os simples e possiveis para mudant;8 imediata na postura profissional, bern
como disposi<;ao de competencia relacional, cientifica e didatica dos professores.
Em longo prazo enfatizam a necessidade da adequa!Y3o escolar a cada realidade
para atender as necessidades de cada ambiente e a re-ordena<;80 da estrutura
organizacional das escolas. As professoras ressaltam questoes referentes ao
posicionamento adequada no tratamento dos alunos e um citou, como Khourj
(apud D'ANTOLA, 1989) as mudangas na estrutura escolar.
4.3 ANALISANDO DADOS E CONCLUINDO REFLEXGES
Este trabalho possibilitou a verifica<;80 sobre 0 que pens am algun~ autores
e alguns protessores sobre a indisciplina escolar atualmente. Com todas as
intorma<;:oes levantadas foi posslvel perceber a grande influemcia do meio, da
estrutura escolar e dos professores sabre a atjtude das crian<;8s.
36
Oesde 0 infcio da pesquisa ate a conclusao deste estudo, as obstaculos
que fcram surgindo aos poucos fcram sendo resolvidos, fata, ,que nos levou a
refletir sabre a rotina eseolar: todos os dias acontecem situa~oes que nao
estavam previstas no planejamento, mas que mesma assim precisam ser
resolvidas para seguir em frente.
Muito mais do que amadurecimento intelectual, todo esforVO empenhado
resultou em amadurecimento profissional, vista que ja atuD como docente a quatro
anos. 0 in.teresse em analisar a pr<3tica de algumas professoras baseou-se na
verifica<;80 do que pensam, fazem e 0 que aconteee real mente na pratica dos que
estao atuando todos os dias com alunos. 0 fato de 5er um problema que afeta a
muitos profissionais da area educacional instigou e motivou a pesquisa para
constatar se 0 que acontecia no dia-a:dia em ambiente de trabalho proprio era par
falta de competencia profissional, dado ao inicio de carreira, ou afligia a outras
professoras de maneira semelhante
Foi possivel perceber que muitos professores sofrem com problemas
disciplinares e muitas vezes sentem-se desamparados, pois nao sabem como
agir. Talvez seja por lalta de apoio da propria gestao escolar, ou tambem por lalta
de competencia didatica, cientifica ou relacional, ou ainda por fatores externos que
fogem ao seu alcance. Independente do motivo ou da causa ou da situa980, a
indisciplina escolar existe e atrapalha significativamente a efetivac;:ao de urn
trabalho de qualidade para 0 desenvolvimento do processo ensino-aprendizagem
dos alunos. Sao muitos os profissionais que sao encorajados a desistir do
exercicio da profissao visto que nao encontram soluc;6es para os problemas que
os afligem.
37
Sendo assim, a elaborac;ao deste trabalho possibilitou-nos a definic;ao de
urn conceito sobre indlsciplina contribuindo para a esclareci'!1ento sabre 0 que
estamos encontrando nas escolas, que segundo Zoboli (1998, p.23) a "indisciplina
e uma reaC;:E!oda crianc;:a que atraves desse comportamento procura demonstrar a
sua insatisfac;:ao, 0 seu desinteresse, 0 seu desajustamento au a sua frustrac;:ao
em relac;:ao a determinada coisan• Nao adianta nada responsabilizar as alunos
sobre tudo que esta acontecendo, pois eles estao apenas reagindo, com
comporta~entos muitas vezes inadequados para professores e gestores, para
mestrar que algo nao esta certo, que nao concordam com a estrutura escotar atual
ande 0 estabelecimento de uma disciplina rigida prioriza a obediencia a regras e
limites prs-8stabelecidos pelo corpo institucional, que dificilmente sofre alterac;oes.
E importante ressaltar que nao tivemos 0 interesse retratar a violEmcia como
indisciplina escolar, fata que se confunde em varias situac;oes. Delimitamos nossa
investigaC;ao nas situac;oes rotineiras, caracterizadas coma indisciplina par varios
professores, que atrapalham 0 andamento do processo de ensino-aprendizagem
dentro das salas de aula. Par este motiv~, a pesquisa nao aborda atitudes
violentas, nem depredayaa escolar.
Verificou-se a importancia do estabelecimento de urn trabalho em conjunto
entre docentes e gestao escolar no enfrentamento de problemas disciplinares,
bem como na prevenc;ao a situac;oes de conflito. E importante a busca constante
por solu<;oes, pois cada caso tem suas particularidades. Faz-se necessario 0
aperfeiyoamento de normas e regras institucionais para que se possam evitar
atitudes negativas par parte dos alunos em relac;ao a desobediencia das mesmas.
Nao basta estabelecer urn novo sistema de organizac;ao e segui-Io
38
mecanicamente sem procurar adapta-Io a propria reaJidade escolar. Vale a pena
ressaltar a necessidade de avalia90es constantes para ~fetuar possfveis
mudant;8S casa sejam necessarias.
Mudang8s exigem conhecimento sabre a que S8 pretende fazer e objetivos
bern definidos para nao S8 perder no desenvolvimento do trabalho. Portanto S8
queremos enfrentar a indisciplina escolar precisamos conhecer bern 0 que
precisamos mudar, 0 que queremos transformar e saber 0 que pretendemos
atingir. ESt.8 nao e urn problema simples que sera resolvido de uma hara para
Dutra e nem sem 0 envolvimento de todos os interessados: gestores, professores,
alunos e pais. EstEl certa que a estrutura escolar exige mudang8s para
democratizar a disciplina tornando-a efetiva beneficiando a todos, mas os
professores e gestores tambem precisam repensar seus papeis, visualizando em
sua pr6pria pratica 0 que pode e precisa ser melhorado. Par isso e importante e
necessario estar sempre pesquisando e testando para tentar resolver aquila que eposslvel de imediato e iniciando reflexoes e ac;oes para transformac;6es em longo
prazo
A complexidade do assunto requer muito mais estudos e esta questao
precisa ser privilegiada na forma9ao inidal dos professores visto que a atuac;ao
profissional dos docentes a exige.
39
5 CONSIDERA<;;OES FINAlS
E inquestionaveJ que a elaborac;ao de urn Trabalho de Conclusao de Curso
correspande a uma etapa fundamental da farma~aa do cursa de Pedagagia vista
que privilegia 0 aprofundamento de urn tema definido pelo academico ampliando
as possibilidades de reflexao sabre a aplicac;ao de conhecimentos para 0
aperfeic;oamento da pr6pria pratica profissional.
No ~ecorrer da pesquisa toi passive! estabelecer relac;oes atraves da
observ8C;8o espontanea do dia-a-dia na eseela onde trabalho com as informac;6es
levantadas com os autores estudados. Percebendo que e passive] transformar
informac;bes em conhecimentos apllcando a t80ri8 e a pratica, tornando real mente
uti! a realiz8C;80 de t8is estudos.
o mais importante durante a realiz8C;80 deste trabalho toi a fundamentac;ao
te6rica que era 0 que real mente me interessava, pois queria saber 0 pensavam
autores com anos de experiencia sobre a indisciplina escolar. Os questionarios
aplicados a alguns professores complementaram 0 que buscava, possibilitando a
verificayao de semelhanyas e diferenyas entre 0 que esta escrito e 0 que esta
acontecendo na ratina daqueles que contribuiram para esta pesquisa.
as objetivos propostos foram alcan9ados, porque os dados levantados
contribuiram significativamente para 0 aperfei90amento da minha vida profissional
e pessoai. Foi possivel estabelecer conceltos e fazer defini90es, compreendendo
as possibilidades de atuayao do professor frente aos desafios oferecidos pela
indisciplina escolar e as possiveis maneiras de preven9ao e transformac;:ao de
situayees indisciplinadas em sala de aula. Atraves de todo estudo sinto-me
realizada porque consegui realizar aquila que me propus a pes,)l,Jisar, tomando as
conhecimentos adquiridos em pratica vivenciada, obtendo exito no exercicio da
minha profissao.
Apesar de ter sido levantada a possibilidade, em nenhum momenta
considerei a ideia de fazer entrevistas, aplicar questlonarios ou fazer observac;6es
aos alunos, pais a foco da pesquisa era a IIisao do professor em relagao a
indisciplinE!.
Vale a pena ressaltar que disciplina nao deve ser considerada garantia da
ordem atraves da puniC;ao, e nem mesmo a palavra silencio deve ser citada como
via de regra para considerar a termo disciplina. Quando concordo com a garantia
da ordem, nao estou afirmando que concordo com uma sala organizada sempre
da mesma maneira sem estar adequada as atillidades a serem realizadas, pelo
contra rio a ordem e a organizac;ao estao em os alunos realizarem suas atividades,
cada qual concentrado naquilo que esta fazendo participando ativamente do
process a de construc;ao do saber. Sendo agente ativo e criativo da sua pr6pria
aprendizagem, buscando colaborar para que todos consigam efetivar a seu
aprendizado de maneira cooperativa. 0 respeito ao espa90 do outro e
fundamental para que isso ocorra, cabendo ao professor junto com a sua turma
estabelecer regras de convivencia para facilitar a compreensaa sobre a
responsabilidade que cada urn deve ter com 0 autro.
E canciuo afirmanda sabre a importancia da parceria entre varias
prafissionais como psicolagas, psicopedagogos com escolas para a realizac;ao de
urn trabalho em conjunto caracterizando assim, urn apaio tecnico-pedagogico
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REFERENCIAS
ANTUNES, C. Professor bonzinho = aluno difici/: a questao da indisciplina em sal ade aula. Petropolis, RJ: Vozes, 2002.
AQUINO, J.G.(org.) IndiscipJina na escola: alternativas te6ricas e praticas. SaoPaulo: Summus, 1996.
D'ANTOLA, A.(org.) Disciplina na escola: autoridade versus autoritarismo. SaoPaulo: EPU, 1989.
ESTRELA, M.T. Rela,ao Pedagogica, disciplina e indisciplina na aula. Portugal:Porto.199B,.
LA TAILLE, Y Limites: tres dimens6es educacionais. Sao Paulo: Alica, 2000.
RICHARDSON, RJ. Pesquisa social: metodos e tecnicas. Sao Paulo: Atlas, 1999.
ZQSOLl, G. Pra/icas de Ensino: subsidios para a atividade docente. Sao Paulo:Atica. 1998
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
CARVALHO, AM.P. A FormaqBo do professor e a pra/ica de ensino. Sao Paulo'Ploneira, 1998.
MINAYO, M.C. (org) Pesquisa Social. Petropolis: Vozes, 1994.
TRIVINOS, A.N.S. fntroduqao a pesquisa em eieneias sociais: a pesquisaqualitativa em educa<;8o. Sao Paulo: Atlas, 1987.
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ANEXO A - ROTEIRO DE QUESTIONARIO
QUESTIONARIO COM PROFESSORES SOBRE INOISCIPUNA ESCOLAR
11)QUAIS SUAS MAIORES DIFICULDADES NO DIA A DIA EM SALA DE AULA?
1)IDADE
2)FORMA<;Ao
3)TEMPO DE PROFISsAo
4)ATUA NA REDE PARTICULAR OU PUBLICA?
5)0 QUE VOCE CONSIDERA UM ALUNO INDISCIPLINADO E UMA SALA INDISCIPLINADA?
JUSTIFIQUE.
6)VOCE TEM ALUNOS INDISCIPLINADOS? COMO ELES AGEM EM SALA DE AULA?
7)QUAIS FATORES INTERFEREM NA INDISCIPLINA ESCOLAR? JUSTIFIOUE.
8)COMO VOCE AGE COM ALUNOS QUE APRESENTAM ATOS IND1SCIPLINADOS? POR QUE?
9)0 QUE VOCE ACHA QUE DEVERIA SER FE ITO PARA MELHORAR A QUESTAO DA
DISCIPUNA ESCOLAR? POR QUE?
10)QUAL A MELHOR MANEIRA DE AGIR PARA EVITAR ATOS DE INDISCIPLlNA?JUSTIFIQUE.
12)PARA VOCE, COMO PODERIA SER UMA ESCOLA DISCIPLINADA E QUE PROMOVESSE
UMA MEDIACAo SIGNIFICATIVA ENTRE PROFESSORES, ALUNOS E 0 CONHECIMENTO?
13)VQCE CONSIDERA IMPORTANTE A ATUAQAO DA GESTAO ESCOLAR FRENTE AOS
ALUNOS INDISCIPLINADOS? EXPLIQUE.
14)EM SUA FORMAQA.O VOCE APRENDEU A LlOAR COM A aUESTAO DA DISCIPLINA au
INDISCIPLlNA? EXPLIQUE.
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ANEXO B - RESPOSTAS DOS PROFESSORES
Questao 1 Questao 2 Questao 3A -28 anos A - Ciencias BioJ6gicas A-4 anosB - 38 anos B - Educa,ao Artistica I Especializa~o B - 12 anosC - 48 anos em Artes Plasticas C - 27 anosD -26 anos C - Pedagogia I Especializac;ao em D -11 anosE-31 anos Gestao Escolar E-15anosF - 42 anos D - Pedagogia I Especializa(:ao em F -19anosG - 59 anos Psicopedagogia G -26 anos
E - Magisterio I Cursando biologiaF - Ciimcias Sociais I Especializa(:ao emPsicopedagogiaG - Pedagogia
Questao 4Todos sao da rede publica.
Queslao 5A - Urn aluno ou sala de aula que tern dificuldade para Quvir, que nao conseguerespeitar 0 direito do proximo (professor ou colega).B - Urn aluno indisciplinado e urn aluno com comportamento inadequado para simesmo e para 0 desenvolvimento social. Uma sala indisciplinada e urn grupo dealunos que S8 comunicam de forma inadequada ao desenvolvimento individual esocial. Pais nao ha desenvolvimento sem relat;oes sadias.C - Aluno indiscipJinado e aquele que nao tern limites, nao aeata ordens, perturbao born andamento da sala de aula. Sala indisciplinada e aquela que a maioria dosalunos nao deixam 0 professor dar aula.0- Aluno indisciplinado aquele que nao participa das aulas e perturba os colegas.Sala indisciplinada turma que geralmente quando 0 professor esta desenvolvendoatividades, estao realizando outras que nao as da aula.E - Aluno indisciplinado aquele que nao tern no~o de limites, que nao atendeorjenta~6es e pedidos do professor, que insiste em manter comportamentosinadequados, apesar de muita conversa. Sala indisciplinada onde as alunos saocontagiados por brincadeiras e atitudes inconvenientes.F - Aluno indisciplinado aquele que atrapalha de alguma forma au de maneirasdiferentes 0 andamento das atividades, explica(:oes de uma aula. SaJaindisciplinada e formada por alunos que nao tern disciplina adequada, nao teminteresse, nao participa, nao existe intera<;aa entre aluno e professor.G - Um aluno indisciplinado nao para quieta, fala 0 tempo toda, nao faz nada equando faz e tudo mal feito. Numa sala indisciplinada as alunos nao tern poder deconcentrayao, ninguem aprende nada e todos ajudam a bagunc;ar
Questao 6A - Sim. Agem com desinteresse, desrespeito e ate agressividade.
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B - Sim, alguns. Eles provocam brigas, of ens as e desrespeitam 0 aprendizadodos colegas com inadequa90es de comportamento em momentos errados.C - Sim. Eles perturbam a sala, os professores, os colegas" .nao realizam asatividades. Alguns sao muito mal criados tambem.o - Sim. Desrespeitam os colegas e professores. Sao agressivas e muitas vezesnaG querem fazer nada.E - Sim. Mantem comportamentos inadequados apesar de muita converS8, naotern nO<;8o de limites e nao atende as orientayaes do professor.F - Sim. Assobiam, gritam, agridem verbal mente e fisicamente colegas, nao tem 0
minima de educa<;ao e respeito.G - Sim. Perturbam as colegas e produzem poueD, brincam, brigam, etc.
Questao 7A - Falta de perspectivas futuras, desinteresse pelo fato de nao percebem ondequerem chegar preocupam-se 56 com 0 momenta, diversao. Falta da familia, quenaD S8 preocupa com as danos que seus mhos podem causar a si pr6prios e aoscutros.S - Os fatores que podem interferir na indisciplina escolar sao: 1 Nao transformaras salas em dep6sitos de alunos, pais isto reduz a qualidade coletiva. 2 Investirem traba!hos psicopedag6gicos em separado, duradouros e eficazes para alunosindisciplinados, pais hoje ha urn aluno indisciplinado, amanha pod era aumentaresse numero. 3 Nos dias atuais a inadequac;ao nas comunicac;oes deve sercombatida fortemente de maneira eficaz.C - Falta de limites, de valores, de familia mais presente na escola.0- Metodologia inadequada, falta de limites dos alunos, professor permissivo.E - Falta de participa9aO dos pais, descomprometimento do professor, naocumprimento de medidas disciplinares na escola, desmotivac;:ao frente aosresultados de provas ou testes.F - Familia: acho que a familia e a base da sociedade. A[uno que vem de umafamilia bem estruturada, tern apoio, carinho, atenyao e educaC;ao basica;conseqOentemente nao tern problemas de indisciplina.G - Os fatores que interierem sao: a falta de interesse, 0 n[vel s6cio economico,problemas na familia e os meios de comunicac;ao. Tambem a nao presenya dospais ajuda a interierir.
Questao 8A - Tento descobrir 0 que se pass a com eles para ajuda-Ios. Em alguns casosisso nao e possive!.B - Quando 0 controle e adequayaa do professor em sala de aula funcionam paratal aluno e e respeitada par ele; 6tima para toda a diversidade da turma. Quandoesse lal controle nao adianta, a recamendac;ao ideal e que 0 professor recorra aoauxilio externo da orientayao ou coordenac;:aa para que, tal aluno deva estar cienteque a professor deve promaver ensina a muitos coregas como e[e.C - Converso tento dar exemplos, conselhos, porque assim eles S8 sentem maisseguros e confianteso - Chama a aten<;ao verbal mente.
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E - Procuro resolver as situ8c;oes mediante informac;oes colhidas, estimula-Iossempre, mostrar que pretendo ajuda-Ios. Raro encaminha-Ios para responsaveispela disciplina, porque os resultados naD sao muito satisfatorios.F - Sempre procuro dialogar para saber quais motivos levarn a agir assim.G - Procuro agir com muita paciencia, carinho e amor, colocando sempre Deuspresente no nosso dia-a-dia e dialogando em particular.
Questao 9A - Conscientiz8<;80 das famllias a respeito do seu papel na educac;ao dos filhos.A escota naG esta preparada para educar, somente para instruir. E precisoconscientiz89c30 das familias e mudan98s na eseDla.B - A melhora da disciplina esta na adequac;ao da espontaneidade necessaria aodesenvolvimento individual e social do educando. Pois 0 livre arb[trio nodesenvolvimento individual melhora 0 papel social. Para isto, os professoresdevem ter apoio psicopedag6gico extra cia sse para subsidiar necessidadescomportamentais inesperadas que comprometam 0 desenvolvimento coletivodentro de urna sala de aula, que muitas vezes se mistura com 0 prop6sito deenslno.C - Palestras com os pais, com pessoas da comunidade como psic610gos,agentes de saude ..o - A indisciplina escolar perpassa os muros da escola. Atualmente percebemosque a indisciplina e urn reflexo dos val ores e atitudes da sociedade.E - A disciplina escolar e reflexo da formac;:ao trazida de casa. Famfljasdesestruturadas - alunos indisciplinados.F - A familia precisa rever seus papeis. Porque os filhes sentem-se abandenadesperdidos.G - E precise aulas bern preparadas com novidades que despertem 0 interessedos alunos.
Quest8010A - Em termos de agao s6 podemos tentar compreender os alunos. A mudanc;:aprecisa ser de toda a estrutura escolar.B - Respeito aos bons costumes, deveres e valores adequados aodesenvolvimento de cada urn. Adequagao do espago de sal a de aula conforme 0numero de alunos e apoio de profissionais especializados.C - Conversar muito com 0 aluno.0- Conversar, estar atenta a atitude dos alunos.E - E quase que assumir papel de mae nos casas mais graves.F - Dialogar. E uma forma de dar aten980.G - A melhor maneira de agir e tratar os alunos iguaimente, respeitando suasindividualidades, mas, procurando desde a inicio do ana impor e seguir normas dedisci pi ina colocadas pel a escola e sendo amiga de todos.
Questao 11A - Alunos que estao revoltados por achar que nao podem chegar a lugarnenhum.
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B - Ter de respeitar 0 direito dos 40 ou 45 alunes estudarem com as devidasintermedia<;oes do professor, dividindo a aten<;ao e prop6sitos de aula com alunosinadequados social mente, entre as demais, e em momento~, inadequados paraisso.C - Hoje js nao sinto muita dificuldade como antigamente.D - A indisciplina.E - Confronto entre a necessidade de disciplinar e aquilo que eles vivem em casa.F - Muitas vezes a falta de apoio da pr6pria familia.G - Maiores dificuldades sao: 0 nivel diferenciado de aprendizagem, falta deinteresse de alguns e 0 nfvel s6cia economico das famflias e muitas delasdesestruturadas par completo.
Questao 12A - Escola com participay80 da familia e com estrutura para atender aos alunos.B - Uma. escola que investisse em trabalhos psicopedagogicos em separado,duradouros e eficazes para alunos indisciplinados e que promovesse a liberdadede cria<;8o artistica, cientifica e filos6fica com abundancia de materiaispedag6gicos tanto dentro como fora de sala de aula.C - Um lugar onde todos falassem a mesma lingua e acontecesse sempre, umaforma9ao continuada.o - Uma escola com conteudos mais atraentes, espa90s organizados de formadiferenciada da que temos em nossa escola.E - Seria aquela em que pais e professores trabalhassem em sintonia (utopiapura).F - Conteudos do interesse do aluno, de acordo com a sua realidade. Apoiodidatico, familiar, professor e equipe pedag6gica agindo juntos. Avanc;otecnologico.G - Que as leis fossem realmente cumpridas e naG s6 no papel: Participa9ao dafamilia, a lei sobre 0 numero de alunos em sala, como a professor vai poderatender 0 aluno individual mente? Que 0 projeto pedag6gico da escola sejaseguido a risca e por todos os professores.
Questao 13A - Sim, pOis pode auxiliar na estruturayao.B - Sim, pais 0 auxilio administrativo da direc;ao deve garantir aos alunos,facilidades materiais e pedagogicas adequadas aD desenvolvimento daseducandos, assim como deve estar preparada para ciencia da hierarquiapedag6gica e disciplinar do estabelecimento de ensina, comprometendo-se com 0
direito social dos educandos, inclusive dos alunos disciplinados, que e estudarpara aprender e nao ser atrapalhado por inadequac;6es socia is - estas devem sersupridas por uma administragao coerentemente adequada em todas as instanciasda vida escolar.C - Sim. (nao justificou)o - 0 elo de confian9a entre educadores e professores previne atos deindisciplina. E paper do professor cuidar dos alunos em sala. A gestao deve dirigire apoiar a escola como um todo e nao se ater somente a assuntos de indisciplina.
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E - Sim. Todos devem participar do processo ativamente e nao apenas comcobranyas.F - Sim. Existe sempre a tentativa do resgate. .G - A atuac;ao da gestao escolar e importante, pais ajuda mu'jto na soluyao decertos problemas que muitas vezes naG sao tao dificeis de serem resolvidos. Masmuitas vezes nao podem fazer nada porque existem leis que a proibem.
Questao 14A - Nao, tais assuntos nunca fcram comentados.B - Sim. As metodotogias pedagogica, psicopedagogica e psicodramatica saomaneiras eficazes para 0 desenvolvimento do ser humano, dentro de urn limitetecnico e de inadequ8yoes sociais para as devidos resultados. Sendo assim,quaisquer movimentac;6es que promovam a conhecimento humano e seudesenvolvimento, necessitam de adequac;6es disciplinares dentro de uma eticacomportamental do ser humano. Todos tern 0 direito universal a educaC;8o, mas aliberdade 'etica e espontanea do educando, limita-se pelo espa<;o de liberdadeetica e espontanea do outro para a aquisi9aO de conhecimento na sal a de aula.C - 8im. S6 que nao conseguimos aplicar 0 que aprendemos teoricamente, napratica e bem diferente.o - Na especializa9aO, em urn dos m6dulos foi discutido a tema.E - Com a disciplina. Rarissimas vezes foram ou sao apresentados cases deindisciplina; a, sa apresentados nunca se comenta qual a seluyao encontrada.F - Nao. Venho de uma forma(:ijo mais antiga, talvez ultrapassada para os nossosjovens de hoje, porem ande a valor do educador era imensun:ivel. Hoje estamosaprendendo e aperfei90ando sempre nao tern receita pronta.G - A pr6pria convivencia com as a[unos nos ensina a lidar com a questao dadisciplina. Pois as receitas sao nos que elaboramos no dia - a - dia, ja que a cadaano e diferente a turma que trabalhamos.