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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE – UFRN
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
DEPARTAMENTO DE ODONTOLOGIA
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
ROBERTO VIEIRA DA CÂMARA JÚNIOR
EFEITO DA TELMISARTANA NA MUCOSITE ORAL EM HAMSTERS:
ANÁLISE MACROSCÓPICA E HISTOPATOLÓGICO
NATAL/RN
2018
Roberto Vieira da Câmara Júnior
EFEITO DA TELMISARTANA NA MUCOSITE ORAL EM HAMSTERS:
ANÁLISE MACROSCÓPICA E HISTOPATOLÓGICO
Trabalho apresentado em cumprimento às exigências da disciplina Trabalho de Conclusão de Curso, do curso de Odontologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Orientadora: Profa. Caroline Addison Carvalho Xavier de Medeiros
NATAL/RN
2018
Aprovado em ___/___/ ____
BANCA EXAMINADORA
Prof. Dra. Caroline Addison Carvalho Xavier de Medeiros - Orientadora
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Prof. Dra. Aurigena Antunes de Araújo
Universidade federal do Rio Grande do Norte
Prof. Dr. Leão Pereira Pinto
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
DEDICATÓRIA
Enfim está chegando o grande dia, o dia da realização de um grande
sonho. Não foram poucas as dificuldades até aqui, mas foi graças a vocês,
meus familiares, em especial meu Pai que fez e continua fazendo todas as
loucuras para me ver feliz, a minha Mãe, que por obra de Deus não se
encontra mais entre nós, mas sei que sente orgulho de quem eu me tornei e
continua a cuidar e zelar por mim lá de cima, e a minha irmã, minha eterna
amiga e futura companheira de profissão. Sei que não foram poucos os
sacrifícios e os sonhos deixados de lado para que eu tivesse a oportunidade de
correr atrás dos meus. Serei eternamente grato a vocês, por isso, vos dedico
esse título. Amo todos vocês.
AGRADECIMENTOS
Gostaria de agradecer primeiramente a Deus, pela realização de mais
um sonho. Não foram poucas as dificuldades até aqui, mas com sua bênção e
muita fé tudo foi superado e aqui estou, na reta final de me tornar um cirurgião-
dentista.
Agradeço também a toda minha família, que esteve sempre comigo, em
especial meus tios Gilson e Zenóbio que são como pais para mim, a meu tio
Ivan, exemplo de profissional que me incentivou e ajudou sempre dentro do
curso, também à meu maior amigo e pai, que batalha todos os dias para eu ter
a chance de correr atrás dos meus sonhos. E por fim a minha mãe, exemplo de
fé e força, que lutou por 5 anos contra o câncer até que Deus pôs fim ao seu
sofrimento e à levou para perto dele mas sei que lá de cima ela olha e
intercede por mim.
Não posso deixar de agradecer a minha orientadora, professora Carol
que me deu a oportunidade de vivenciar durante 3 anos experiências na área
de iniciação científica que fez com que eu abrisse os olhos para um mundo de
conhecimento.
Sou grato também a todos que fazem parte da base de pesquisa do
Departamento de Biofísica e Farmacologia, em especial a professora Aurigena,
e as pós-graduandas Susana, Maisie e Rose, que tiveram um papel
importantíssimo no desenvolvimento dessa pesquisa.
Agradeço a todos os meus colegas de turma 103, em especial Matheus
e Luiz Felipe que dividiram comigo felicidades, tristezas, tensão em época de
provas, e também a ansiedade de finalmente entrar na vida profissional.
Agradeço também aos professores que fazem parte da minha banca.
Além da minha orientadora, professora Dra. Carol, a professora Dra. Aurigena
e o professor Dr. Leão, os quais agregam um enorme valor para o
enriquecimento do meu trabalho.
E por fim agradeço a todos os professores, e funcionários da
Universidade Federal do Rio Grande do Norte, cada um de vocês teve um
papel especial na realização desse sonho.
RESUMO
INTRODUÇÃO: A mucosite oral (MO) se refere a uma condição inflamatória
bastante comum e debilitante da terapia antineoplásica (radioterapia e/ou
quimioterapia), principalmente nas regiões de cabeça e pescoço. A MO é
caracterizada pelo eritema oral, dor e ulceração e formações
pseudomembranosas na cavidade oral, orofaringe e hipofaringe. O objetivo
desse estudo é avaliar a atividade pleitrópica do Telmisartana (TEL), um
bloqueador dos receptores AT2 de angiotensina II, no tratamento da mucosite
oral (MO) induzida por 5-Fluorouracil (5-FU), um agente antineoplásico.
METODOLOGIA: A Telmisartana foi administrada diariamente, por via oral em
diferentes doses (1, 5 e 10 mg/Kg). A mucosite oral foi induzida nos hamsters
pela administração de 5-fluorouracil (5-FU) no 1º e 2º dia do experimento nas
doses de 60 e 40 mg/kg, i.p., respectivamente. No 4° dia, após anestesia com
xilazina e quetamina as mucosas jugais dos animais foram escoriadas
mecanicamente com o auxílio de uma agulha de ponta romba, a fim de
reproduzir os sinais clínicos da irritação crônica e como fator potenciador para
a mucosite, ou seja, conferindo um trauma mecânico (TM). No 10º dia, os
animais foram eutanasiados e subsequentemente as mucosas jugais foram
fotografadas para a análise macroscópica. Os parâmetros avaliados incluem
presença e intensidade de eritema, hiperemia, hemorragia, úlceras e
abscessos, classificados conforme escores padronizados de zero a quatro.
Posteriormente, as amostras foram encaminhadas para análise microscópica,
avaliando-se os aspectos inflamatórios como presença e intensidade do
infiltrado celular, dilatação e ingurgitamento vascular, hemorragia, edema,
úlceras e abscessos, classificados também de acordo com escores
padronizados de zero a quatro. RESULTADOS: Os resultados obtidos
demonstraram que o tratamento com o telmisartana nas doses de 5 e 10 mg/kg
diminuiram significativamente os escores histopatológicos e macroscópicos
quando comparados ao grupo 5-fluorouracil. CONCLUSÃO: Portanto, pode-se
afirmar que o Telmisartana preveniu a mucosite oral no modelo experimental
em hamsters induzido por 5-FU.
Palavras-chave: Estomatite. Espectrometria de Fluorescência. Bloqueadores
do receptor tipo 1 de angiotensina II.
ABSTRACT
INTRODUCTION: Oral mucositis (MO) refers to a very common and debilitating
inflammatory condition of antineoplastic therapy (radiotherapy and / or
chemotherapy), mainly in the head and neck regions. MO is characterized by
oral erythema, pain and ulceration, and pseudomembranous formations in the
oral cavity, oropharynx and hypopharynx. The objective of this study was to
evaluate the pleiotropic activity of Telmisartan (TEL), an AT2 receptor blocker of
angiotensin II, in the treatment of oral mucositis (OM) induced by 5-Fluorouracil
(5-FU), an antineoplastic agent. METHODOLOGY: Telmisartan was given daily
orally at different doses (1, 5 and 10 mg / kg). Oral mucositis was induced in
hamsters by administration of 5-fluorouracil (5-FU) on the 1st and 2nd day of
the experiment at doses of 60 and 40 mg / kg, i.p., respectively. On day 4, after
anesthesia with xylazine and ketamine, the animals' oral mucosa were
mechanically primed with the aid of a blunt tip needle to reproduce the clinical
signs of chronic irritation and as a potentiating factor for mucositis, conferring
mechanical trauma (TM). On the 10th day, the animals were euthanized and
subsequently the oral mucosa were photographed for macroscopic analysis.
The evaluated parameters included presence and intensity of erythema,
hyperemia, hemorrhage, ulcers and abscesses, classified according to
standardized scores from zero to four. Subsequently, the samples were sent for
microscopic analysis, evaluating the inflammatory aspects such as presence
and intensity of the cellular infiltrate, vascular dilation and engorgement,
hemorrhage, edema, ulcers and abscesses, also classified according to
standardized scores from zero to four. RESULTS: The results showed that
treatment with telmisartan at doses of 5 and 10 mg / kg significantly decreased
the histopathological and macroscopic scores when compared to the 5-
fluorouracil group. CONCLUSION: Therefore, it can be stated that Telmisartan
improved oral mucositis in the experimental model in 5-FU-induced hamsters.
Keywords: Stomatitis Spectrometry, Fluorescence. Angiotensin II type 1
receptor blockers.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Presença de edema e múltiplas úlceras na mucosa
oral.....................................................................................
8
Figura 2 - Patogênese envolvida na MO........................................... 10
Figura 3 - Parâmetros avaliados para o estudo da modulação
farmacológica na mucosite oral (MO) induzida por 5-
fluorouracil .......................................................................
18
Figura 4 - Aspectos macroscópicos das mucosas jugais dos
hamster. A- grupo salina; B- trauma mecânico; C- 5-FU;
D e E- Telm 1mg/kg ; F e G- Telm 5 mg/kg ; H e I- Telm
10 mg/kg............................................................................
22
Figura 5 - Os scores são representados como a mediana
(intervalo) (n = 5). * p <0,05 vs. Trauma mecânico, #p
<0,05 vs. grupo 5-FU (teste de Kruskal-Wallis e teste de
comparação múltipla de
Dunn).................................................................................
23
Figura 6 - Análise histopatológica evidenciando os aspectos
microscópicos da mucosa jugal dos hamsters
submetidos a MO. a- Vasos congestos b- Fraco infiltrado
inflamatório.........................................................................
24
Figura 7 - Os scores são representados como a mediana
(intervalo) (n = 5). * p <0,05 vs. Trauma mecânico, #p
<0,05 vs. grupo 5-FU (teste de Kruskal-Wallis e teste de
comparação múltipla de Dunn)..........................................
24
LISTA DE ABREVIATURAS
ANG II Angiotensina 2
AP1 Proteína 1
AT1R Receptor tipo 1 da angiotensina
BRAs Bloqueadores dos receptores de angiotensina
COX-2 Cicloxigenase-2
EGF Fator de crescimento epidérmico
FdUMP Monofosfato de fluorodesoxiuridina
FU Fluorouracil
G-CSF Fator estimulante de colonias de queratinócitos
IL Interleucina
MMP Metaloproteinases
MO Mucosite oral
NF-kB Fator de transcrição nuclear kappa B
RAGE Produtos finais de glicação avançada
ROS Espécies reativas de oxigênio
TELM Telmisartana
TGF-b Fator transformador de crescimento beta
TM Trauma mecânico
TS Enzima timidilado sintase
TNF-a Fator de necrose tumoaral alfa
KGF Fator de crescimento de queratinócitos
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO…………………………………………………….. 8
1.1 MUCOSITE ORAL ……………………………………………….. 8
1.2 QUIMIOTERÁPICO - 5-FLUOROURACIL............................... 11
1.3 TRATAMENTO DA MUCOSITE ORAL…………………………. 12
1.4 TELMISARTANA ..………………………………………………... 14
2 MATERIAIS E MÉTODOS………………………………………. 16
2.1 ANIMAIS …………………………………………………….......... 16
2.2 MODELO EXPERIMENTAL DE MUCOSITE ORAL................ 17
2.3 GRUPOS EXPERIMENTAIS .................................................. 17
2.3.1 Normal: salina i.p. e salina oral – sem TM....................... 17
2.3.2 TM: salina i.p. e oral + TM............................................... 17
2.3.3 FU: FU i.p. no 1º e 2º dia e salina oral + TM.................... 18
2.3.4 Grupos tratados com telmisartana (TELM) 1, 5 ou 10
mg/Kg............................................................................
18
2.4 ANÁLISE MACROSCÓPICA DA MUCOSA ORAL .............. 18
2.5 ANÁLISE HISTOPATOLÓGICA DA MUCOSA ORAL.......... 19
2.6 ANÁLISES ESTATÍSTICAS...................................................... 20
3 RESULTADOS ......................................................................... 20
4 DISCUSSÃO ........................................................................... 24
5 CONCLUSÃO .......................................................................... 26
REFERÊNCIAS ....................................................................... 27
ANEXO...................................................................................... 33
8
1 INTRODUÇÃO
1.1 MUCOSITE ORAL (MO)
A mucosite oral (MO) se refere a uma condição inflamatória dose-
limitante do tratamento antineoplásico com radioterapia e quimioterapia nas
regiões de cabeça e pescoço (SCULLY; EPSTEIN; SONIS, 2003). A MO é
caracterizada pelo eritema oral, dor e ulceração e formações
pseudomembranosas na cavidade oral, orofaringe e hipofaringe (ELTING et al.,
2008) (FIGURA 1). Classifica-se em quatro graus evolutivos: o primeiro
caracterizado pela presença de eritema, o segundo pelo aparecimento de
placas brancas descamativas dolorosas ao contato, no terceiro há o
aparecimento de crostas epiteliais e exsudato fibrinoso que levam à formação
de pseudomembranas e ulcerações, e por fim o quarto grau, o mais severo
sendo caracterizado pela exposição do estroma do tecido conjuntivo
subjacente.
Figura 1- Presença de edema e múltiplas úlceras na mucosa oral
Fonte: A- Oral Pathology - Clinical Pathologic Correlations-Saunders. 2002, 4. ed. Capítulo 2: Condições Ulcerativas. B- Differential diagnosis of oral & maxillofacial lesions. 5. Ed. Capítulo 6:
Condições ulcerativas e de mucosa avermelhada.
Essa condição possui como causa direta, a toxicidade da radioterapia.
Apesar de ser direcionada as células neoplásicas, a radioterapia atinge a
camada de células epiteliais basais ocasionando na perda da capacidade de
renovação do epitélio com consequente morte de celulas clonogênicas, atrofia,
e ulceração da região afetada (LALLA; SONIS; PETERSON, 2008; LALLA et
al., 2014).
9
Em geral, trata-se de uma complicação decorrente dos tratamentos
antineoplásicos que atuam nas células com alta atividade mitótica, fazendo
com que a mucosa perca a sua propriedade de suplantar os processos da
esfoliação normal (SONIS et al., 2015).
Anualmente, cerca de 500 mil pacientes sofrem alguma complicação oral
decorrente do tratamento de câncer, sendo a mucosite oral a maior delas, em
função da dificuldade de ingerir alimentos/água. Pelo menos 40%, e até 70%,
dos indivíduos tratados com protocolo padrão de quimioterapia em região
superior do corpo desenvolvem a mucosite oral (SCULLY; EPSTEIN; SONIS,
2003). Dentre eles, mais de 80% dos paciente com câncer bucal, o 6º mais
comum em todo o mundo, são tratados com radiação e pelo menos 70%
desenvolvem mucosite grave (TROTTI et al., 2003; VERA-LLONCH et al.,
2007).
Essa condição debilitante consiste em 5 estágios: Iniciação, resposta ao
dano, amplificação, ulceração e cicatrização. A fase inicial caracteriza-se pelo
dano direto ao DNA levando a morte imediata do epitélio basal e submucosa,
porém a morte celular clonogênica corresponde apenas a um pequeno número
de células danificadas, não sendo suficiente para caracterizar as extensas
ulcerações características da mucosite (BLIJLEVENS; SONIS, 2007). Observa-
se formação de espécies reativas de oxigênio (ROS), resultado do estresse
oxidativo devido a ação direta da radiação sobre as células do epitélio basal
(LEITÃO et al., 2007) gerando danos ao tecido conjuntivo, DNA, e membrana
celulares. Vias de sinalização participam da cascata de mecanismos biológicos
críticos para o desenvolvimento da MO, como a dos fatores de transcrição
como SP1 que está relacionada com a proteína de controle retinoblastoma, P-
53, fator Kappa-B (NF-kB) e a via da ceramida (SONIS, 2007; CRISWELL et
al., 2003).
Na fase de resposta ao dano, há a ativação de uma série de vias de
sinalização, a radiação, as ROS (diretamente) e as células danificadas com
seus DNA danificados (indiretamente) desacadeiam às respostas biologicas as
quais irão gerar as lesões. Os fatores de transcrição ativados em especial, o
NF-kB, medeiam tanto a expressão gênica quanto a síntese e liberação de
mediadores biologicamente ativos que possuem relação direta com a
integridade do epitélio basal. O NF-kB, é um fator de transcrição que regula
10
citocinas pró-inflamatória, como TNFα, IL-6 e IL-1β que são mediadoras
eficazes da lesão (SONIS, 2007).
Figura 2 - Patogênese envolvida na MO.
Fonte: adaptado de Sonis et al. 2004 por Medeiros 2010.
A via da Ceramida medeia à apoptose iniciada pela esfingomielinase e a
ceramida que são ativadas pelas terapias neoplásicas. Além disso, a radiação
direta ou danos quimiterápicos aos fibroblastos ou lesões indiretas mediadas
pela proteína 1 (AP1) estimulam a secreção da matriz de metaloproteinases
(MMP) as quais produzem lesões nos tecidos da submucosa danificando a
integridade da interface entre o epitélio e a submucosa na membrana basal
(SONIS, 2007).
Na fase de amplificação, resultada das duas primeiras fases, diversos
mecanismo geram o danos que produzem mensagens ativadoras de vias de
repostas normais ao dano nos níveis celulares e moleculares. A maioria das
proteínas produzidas durante as respostas iniciais irão estimular uma cascata
de lesões por meio de um feedback positivo aumentando a resposta da lesão
11
inicial amplificando e potencializando os sinais biológicos originais, podendo
fornecer esses sinais por dias após o uso do quimioterápico ou da irradiação
(SONIS, 2007; SONIS, 2002; SONIS et al., 2004).
A fase ulcerativa é a mais importante, sendo essa a fase que o paciente
sente bastante dor, comprometendo a nutrição e qualidade de vida. As
ulcerações geralmente são profundas, amplas e doloroas, cobertas por uma
pseudomembrana com fibrina e células mortas ampliando possibilidade de
infecção local e sistêmica de microrganismos oportunistas como bactérias e
fungos (REDDING, 2005; SONIS et al., 2004; SONIS, 2007).
A fase final de cura normalmente ocorre espontaneamente dentro de duas
a três semanas após a conclusão do tratamento. A cicloxigenase-2 (COX-2)
presente nos fibroblastos e endotélio vascular, desempenha um papel de
reconstrução da submucosa, uma vez que a COX-2 potencializa a
angiogênese, e a sinalização através de matriz extracelular resulta na
migração, diferenciação e proliferação dos queratinocitos restabelecendo as
camadas epiteliais normais (LIMA et al., 2005; SONIS, 2007), e mesmo após a
reepitelização a estrutura da submucosa não será indêntica ao seu estado
inicial, anterior ao dano mucotóxico.
1.2 QUIMIOTERÁPICO - 5-FLUOROURACIL
O agente antineoplásico usado para simular o tratamento de câncer foi o
5-fluorouracil, pertencente ao grupo dos antimetabólitos, bastante utilizado no
tratamento de adenocarcinomas de cabeça e pescoço, carcinomas
metastáticos de cólon, carcinomas do trato gastrintestinal superior e de mama,
possuindo como ação a inibição das funções do DNA e RNA de diversas
maneiras (LONGLEY; HARKIN; JOHNSTON, 2003). Os principais efeitos
tóxicos variam em comformidade com as doses, vias de administração e
protocolo utilizado, resultando em mielosupressão, principalmente leucopenia,
seguida de trombocitopenia e anemia além de alopecia, dermatite,
pigmentação aumentada, atrofia da pele e mucosite.
O 5-fluorouracil irá agir na conversão enzimática de nucleotídios,
exercendo sua atividade citotoxica. O monofosfato de fluorodesoxiuridina
(FdUMP), um dos metabólitos do 5-FU, interage com a enzima timidilato
12
sintase (TS), um constituinte necessário do DNA. O FdUMP juntamente com o
co-fator folato formam um complexo ternário de ligação covalente com a TS.
Enquanto o complexo fisiológico de TS-folato-Dump progride para a síntese de
timidilato por meio da transferência do grupo metileno e de dois átomos de
hidrogênio do folato dUMP, essa reação é bloqueada no complexo inibido TS-
FdUMP folato pela estabilidade da ligação de flúor-carbono no FdUMP, com
consequente inibição persistente da enzima. A consequência é a inibição da
síntese de DNA, e, conseuquentemente, do crescimento celular (MCCARTHY
et al., 1998).
1.3 TRATAMENTO DA MUCOSITE ORAL
Devido à fisiopatologia complexa e multifacetada da mucosite (SONIS et
al., 2004), diversas intervenções foram testadas (LALLA et al., 2014). Com
base nestes estudos, a Associação Multinacional de Cuidados de suporte em
Câncer / Sociedade Nacional de Oral Oncology (MASCC/Isoo), recentemente
publicou orientações com base em provas da prática clínica para o cuidado da
mucosite oral. Em geral, são práticas as quais envolvem cuidados de higiene
oral básicos e controle dos sintomas, através da utilização de agentes
antimicrobianos, agentes de revestimento, anestésicos e analgésicos.
Intervenções efetivas na mucosite oral estão focados em fatores de
crescimento e agentes anti-inflamatória (LALLA et al., 2014). Apesar de
diversos fatores de crescimento como o fator de crescimento de queratinócitos
(KGF) (HENKE et al., 2011; LE et al., 2011; WEIGELT; HAAS; KOBBE, 2011),
fator de crescimento epidérmico (EGF), (EPSTEIN et al., 2000; WU et al.,
2009), fator estimulante de colonias de granulocitos (G-CSF) (JYUNG et al.,
1994; RABER-DURLACHER et al., 2013), apenas a palifermina (KGF) foi
aprovada pela Food and Drugs Administration dos EUA entre os fármacos
recomendados MASCC/Isoo para a prevenção de mucosite oral
(SPIELBERGER et al, 2004; RABER-DURLACHER et al., 2013). A grande
preocupação quando se utiliza uns fatores de crescimento para tratar mucosite
oral é o potencial efeito oncogênico que possa comprometer o tratamento do
câncer. Atualmente a forma mais eficaz de controlar esse efeito colateral
consiste na modulação farmacologica do agente antineoplásico diminuindo as
13
doses ou aumentando o intervalo entre elas, contudo apenas se poupa mais
tecido normal diminuindo os efeitos colaterias crônico, não atenuando a
toxicidade aguda (KHUNTIA et al., 2008), associado a isso a alteração das
doses reduzem a eficiencia do tratamento antineoplásico (DUNCAN; GRANT,
2003) além disso certos pacientes estão em alto risco de mucosite oral
independentemente do regime de tratamento (SCULLY et al., 2006).
Como já foi citado foram relatadas diferentes abordagens terapêuticas
para a MO induzida pelo tratamento de câncer, incluindo cuidados de higiene
oral intensivos, agentes antimicrobianos (DONNELLY et. al. 2003), citocinas,
fatores de crescimento (VON BULTZINGSLOWEN et al., 2006) e agentes
tópicos, tais como a laserterapia (DE CASTRO et al., 2013; LOPEZ et al., 2013)
ou plantas medicinais (ELAD et al., 2013; TANIDEH et al., 2013) além dos
agentes anti-inflamatórios (NICOLATOU-GALITIS et al., 2013), em contra-
partida apenas as intervenções terapêuticas que reduzem a expressão de
citocinas pró-inflamatórias demonstraram ser eficazes para MO (NICOLATOU-
GALITIS et al., 2013). O manejo da mucosite oral tem sido amplamente
paliativo até o momento prejudicando a qualidade de vida do paciente e até
mesmo afetando drasticamente o tratamento do câncer por levar pacientes até
mesmo a interrompe-lo (BLIJLEVENS; SONIS, 2007).
Estudos recentes utilizaram também como forma de tratamento a A
smad7, uma proteína nuclear inicialmente identificada para a sinalização de
TGF-b através da translocação para o citoplasma para bloquear a fosforilação
de smad 2 e 3 (HAYASHI et al., 1997; NAKAO et al., 1997). Essa proteína
promove a proliferação e sobrevivência das células quando atinge um nível
suficiente para bloquear a sinalização de TGF-b, tendo assim um papel
importante na cicatrização de feridas após lesões, quando a proliferação celular
é necessária (HE et al., 2002; HAN et al., 2011). Em doenças inflamatórias
frequentemente os níveis de smad7 induzidos por TGF estão elevados (HE et
al., 2002; HAN et al., 2011). Como o TGF-b na pele e mucosa oral age como
uma citocina pró-inflamatória, o efeito anti-TGF-b da Smad7 age como uma
molécula anti-inflamatória. Além disso, a smad 7 antagoniza diretamente o NF-
kB, uma importante via inflamatória (WANG et al., 2005). Portanto, a atividade
anti-TGF-b e anti-NF-kB faz com que a Smad7 seja uma das moléculas anti-
inflamatórias mais potentes dos tecidos epiteliais estratificados (CHUNG et al.,
14
2009; CHEN et al., 2011). Por outro lado, o TGF-b é um potente inibidor de
crescimento e indutor de apoptose, então o efeito anti-TGF-b é suspeito de
promover o crescimento e sobrevivência de tumores (MONTELEONE;
PALLONE; MACDONALD, 2004). Estudos associaram a sobre-expressão da
Smad7 com o mau prognóstico do câncer colorretal (BOULAY et al., 2001)
além disso, em modelos experimentais a superexpressão de Smad7
demonstrou promover transformação maligna e tumorigenicidade no pâncreas,
estômago, pulmão, pele e cólon (KIM et al., 2004; KLEEFF et al., 1999; LIU et
al., 2003; HALDER; BEAUCHAMP; DATTA, 2005; LUO et al., 2010). Em
contrapartida, estudos demonstraram que ratos transgênicos que expressaram
a smad7 no epitélio oral foram notavelmente resistentes à mucosite oral
induzida por radioterapia. Além disso, ratos que receberam smad7 antes do
início das exposições à radioterapia exibiram redução de incidência e tamanho
de úlceras. E ratos que receberam smad7 já com a radioterapia em andamento
e feridas já formadas, demonstraram um tempo reduzido de cicatrização em
relação ao grupo controle (BIAN et al., 2015).
1.4 TELMISARTANA
Em função da necessidade de novas terapias que melhorem a condição
de saúde geral do paciente e também do prognostico oncológico o nosso grupo
de pesquisa tem se dedicado a estudar novos agentes para modular a resposta
do hospedeiro por meio da inibição de mediadores inflamatórios.
A angiotensina II (Ang II) é uma molécula efetora final do sistema renina-
angiotensina que desempenha um papel importante na regulação da pressão
arterial, volume de líquidos e balanço eletrolítico (DE GASPARO et al., 2000).
No entanto, a Ang II também está envolvida nos processos patológicos, como
doenças cardiovasculares, insuficiência renal e distúrbios metabólicos
(FERRARIO, 2006). De fato, a inibição do sistema renina-angiotensina pelos
antagonistas do receptor tipo 1 da Ang II (AT1R) tem se mostrado benéfica no
tratamento da insuficiência cardíaca (MCMURRAY et al., 2003), doenças renais
crônicas (BARNETT et al., 2004) e infarto do miocárdio (PFEFFER et al.,
2003). Os antagonistas da AT1R também mostraram efeitos favoráveis na
15
prevenção de novos de diabetes mellitus e fibrilação atrial (GILLESPIE et al.,
2005).
Os bloqueadores dos receptores de angiotensina (BRAs), vem
demonstrando ser uma boa opção uma vez que esses medicamentos
demostraram interferir nas vias que medeam a inflamação no modelo
experimental em animal por meio da inibição da expressão do receptor para
produtos finais de glicação avançada (RAGE), que é induzido por um fator
inflamatório, fator de necrose tumoral-α (TNF-α) e a consequente inibição de
NF-kB, em células endoteliais humanas. O fármaco telmisartana é um
bloqueador do receptor AT1 de angiotensina II (AT1R) e é amplamente usado
como um fármaco anti-hipertensivo (KIKUCHI et al., 2013; KOYAMA et al.,
2014), e a sua utilização vem apresentando efeitos pleiotrópicos anti-
inflamatórios (SENT et al., 2015).
Classicamente, a Ang II é produzida pela ativação de uma cascata enzimática,
começando pela clivagem do angiotensinogênio hepático até a angiotensina I
(Ang I), pela enzima renal renina. A Ang I circulante é então convertida em Ang
II pela enzima conversora de angiotensina (ECA) . Por esta visão clássica, a
resposta celular à Ang II é conferida por dois receptores diferentes associados
à proteína G, os receptores tipo 1 e tipo 2 (AT1R e AT2R, respectivamente). A
maioria dos efeitos deletérios da Ang II é mediada pelo AT1R. A ativação do
AT1R leva a um aumento na pressão arterial, liberação de aldosterona,
retenção renal de sal e ativação do sistema nervoso simpático.A ativação de
AT1R aumenta o remodelamento cardiovascular e renal diretamente ou como
consequência do aumento crônico da pressão arterial. Por outro lado, a
ativação do AT2R pode antagonizar as ações AT1R induzindo relaxamento
vascular em grandes artérias, prevenindo o remodelamento vascular nas
artérias de resistência, promovendo proteção cardiovascular após lesão de
isquemia-reperfusão, reduzindo a lesão miocárdica após o infarto agudo,
inibindo a fibrose cardíaca e protegendo contra lesão renal (SANTOS RA et al.,
2007; ABADIR PM et al., 2003).
16
Esse BRAs foi escolhido por ser bem tolerado com reações as adversas
mais comuns sendo tontura, fadiga, diarréia, dispepsia, dor abdominal,
artralgia, dor, tosse e sinusite ocorrerando em pelo menos 2% dos pacientes
incluem (KARIO 2005). Além disso possui uma rápida absorção após a
administração oral (tempo até ao pico das concentrações plasmáticas, Tmax:
0,5 - 3,0 h) e também uma depuração rápida (1000 - 2500 ml / min) e volume
de distribuição elevado (~ 500 litros, mais elevada do outros BRAs como o
losartan, valsartan, candesartan e cilexitil eprosatan). A sua semi-vida de
eliminação terminal média é a mais longa entre os BRAs situando-se no
intervalo de 22 - 38 hrs possuindo ainda forte ligação às proteínas plasmáticas
(99,7%) das quais 99,9% se ligam à albumina sérica facilitando a absorção
oral o que beneficia a penetração nos tecidos e células, e sua farmacocinética
não é influenciada pela idade, sexo ou grau de comprometimento renal
(DAHLOF, 2005; DEPPE et al., 2010; FRAMPTON, 2011; WIENEN et al.,
2000).
2 MATERIAIS E MÉTODOS
2.1 ANIMAIS
Foram utilizados 30 hamsters Golden Sirian (Mesocricetus auratus), com
massa corporal variando entre 150-200g fornecido pelo biotério do
Departamento de Biofísica e Farmacologia da Universidade Federal do Rio
Grande do Norte (UFRN). Os animais foram alojados individualmente em
caixas de polipropileno, mantidos sobre condições de temperatura controlada
(24±2°C) e de iluminação (ciclo de 12 horas claro/ 12 horas escuro) e
receberam água e alimentação ad libitum. Todos os esforços foram realizados
no sentido de reduzir o número, o sofrimento e o estresse dos animais. Os
protocolos experimentais foram conduzidos de acordo com as diretrizes do
Comitê de Ética e Pesquisa - UFRN para uso de animais experimentais e o
projeto foi aprovado por esse comitê (processo nº 014/2016). Os hamsters
foram os animais de escolha para o estudo da mucosite oral experimental
devido a facilidade de observação de suas mucosas jugais e por sua
17
capacidade de tolerar as doses do quimioterápico capazes de induzir a
mucosite oral com baixa taxa de mortalidade (SONIS et al., 1990).
2.2 MODELO EXPERIMENTAL DE MUCOSITE ORAL
O modelo experimental de mucosite oral (MO) utilizado é uma adaptação
do desenvolvido por Sonis (SONIS et al., 1990). A MO foi induzida nos animais
por meio da administração do 5-fluorouracil (5-FU) no 1º e 2º dia de
experimento (60 e 40 mg/kg, respectivamente por via intraperitoneal), no 4º dia,
após a anestesia com xilazina 2% e quetamina 10% (80 e 10 mg/kg,
respectivamente, por via intramuscular) foi realizado nas mucosas jugais dos
hamsters um trauma mecânico (TM) com auxílio de uma agulha com ponta
romba, com o objetivo de reproduzir os sinais clínicos da irritação crônica
agindo como fator potencializador da mucosite. No 10º dia, os animais foram
eutanasiados com o tiopental (80mg/Kg) para remoção das mucosas para
análises macroscopicas e histopatologicas. O fármaco Telmisartana foi
administrado diariamente, por via oral (gavagem) em diferentes doses (1,5 ou
10mg/Kg). Cada grupo experimental foi constituido por 5 animais.
2.3 GRUPOS EXPERIMENTAIS
Os animais foram subdivididos em 4 grupos: normal, trauma mecânico
(TM); 5-FU e telmisartana (TELM) 1, 5 ou 10 mg/Kg, com 5 animais, por grupo
experimental.
2.3.1 Normal: salina i.p. e salina oral – sem TM
Os animais não submetidos a MO experimental receberam salina via
intraperitoneal (i.p.). (para substituir o 5-FU) no 1º e 2º e tratados com salina
oral, diariamente, até o sacrifício, durante os 10 dias de experimento.
2.3.2 TM: salina i.p. e oral + TM
Os animais receberam salina via intraperitoneal (i.p.) no 1º e 2º dia (em
substituição do 5-FU), e trauma mecânico (TM) na mucosa jugal no 4º dia, e
18
foram tratados com salina oral, diariamente, até o sacrifício, durante os 10 dias
de experimento.
2.3.3 FU: FU i.p. no 1º e 2º dia e salina oral + TM
Os animais receberam 5-FU (60 e 40 mg/kg; i.p.) no 1º e 2º dia do
modelo experimental, trauma mecânico (TM) no 4º dia, e foram tratados com
salina oral , diariamente, até o sacrifício, durante os 10 dias de experimento.
2.3.4 Grupos tratados com telmisartana (TELM) 1, 5 ou 10 mg/Kg
Os animais receberam 5-FU (60 e 40 mg/kg; i.p.) no 1º e 2º dia do
modelo experimental, trauma mecânico (TM) no 4º dia, e foram tratados com
Telmisartana oral em três doses diferentes de 1, 5 ou 10 mg/Kg (TELM1) ,
diariamente, até a eutanásia, no 10º dia.
Figura 3 - Parâmetros avaliados para o estudo da modulação farmacológica na mucosite oral (MO) induzida por 5-fluorouracil
Fonte: Elaborado pelo autor.
2.4 ANÁLISE MACROSCÓPICA DA MUCOSA ORAL
Os animais foram anestesiados com tiopental 80 mg/kg e as bolsas da
mucosa jugal foram avaliadas e fotografadas, quanto ao grau de alterações
19
inflamatórias, no 10° dia, atribuindo-se escores de zero a quatro, de acordo
com a intensidade do eritema, vasodilatação, erosão e presença ou ausência
de ulceração e abscesso conforme escores padronizados (SONIS et al., 2000)
conforme citado a seguir.
Posteriormente, as mucosas serão removidas e processadas para
análises histológicas.
➢ Escore 0: mucosa completamente saudável. Sem erosão ou
vasodilatação.
➢ Escore 1: presença de eritema, mas sem evidência de erosão da
mucosa.
➢ Escore 2: eritema severo, vasodilatação e erosão superficial.
➢ Escore 3: formação de úlceras em uma ou mais faces, mas não afetando
mais de 25% da área de superfície da bolsa. Severo eritema e
vasodilatação.
➢ Escore 4: formação cumulativa de úlceras de cerca de 50% da área de
superfície da bolsa.
2.5 ANÁLISE HISTOPATOLÓGICA DA MUCOSA ORAL
Os animais foram sacrificados, sob anestesia, no 10° dia de
experimento, quando então, foi realizada biópsia excisional da mucosa jugal. O
tecido será fixado em formol a 10% por um período de 12 horas. A seguir as
peças serão dispostas em álcool etílico a 70% para desidratação, com posterior
inclusão em parafina e processamento para coloração por hematoxilina e
eosina (H&E). A análise das lâminas foi analisada, avaliando-se a intensidade
do infiltrado inflamatório, bem como, o tipo celular predominante, a presença de
edema, hemorragia, dilatação e engurgitamento vascular, ulceração e
abscesso, atribuindo-se escores padronizados de 1 a 4 (MEDEIROS et al.,
2011; RIBEIRO et al., 2017).
➢ Escore 1: epitélio normal e tecido conjuntivo sem vasodilatação, ausência
de discreta infiltração celular e ausência de áreas hemorrágicas,
ulcerações ou abscessos.
20
➢ Escore 2: áreas discretas de vasodilatação ou reepitelização, discreto
infiltrado inflamatório com prevalência mononuclear e ausência de áreas
hemorrágicas, edema, ulcerações ou abscessos.
➢ Escore 3: vasodilatação moderada, áreas de degeneração epitelial
hidrópica, infiltrado inflamatório com prevalência de neutrófilos, presença
de áreas hemorrágicas, edema e eventual ulceração e ausência de
abscessos.
➢ Escore 4: vasodilatação grave e infiltrado inflamatório com neutrófilos.
2.6 ANÁLISES ESTATÍSTICAS
Os resultados serão expressos como mediana (intervalo). O teste de
Kruskal-Wallis seguido do teste de Dunn foi usado para comparar medianas
(GraphPad Prism 5.0 Software, La Jolla, CA, EUA). Um valor de p <0,05
indicou uma diferença estatisticamente significativa.O número (N) de animais
por grupo experimental foi de 5.
3 RESULTADOS
3.1 ANÁLISES MACROSCÓPICAS
O grupo dos animais 5-FU seguido de trauma mecânico na mucosa
julgal tratados com salina apresentou lesões, como evidenciado pelo eritema,
hiperemia, e áreas hemorrágicas além de ulceração extensa e abscesso,
recebendo mediana de escore 4, o maior possível (figura 4-C). Quando
comparado com o grupo 5-FU, o grupo TM demontrou lesões clínicas menos
graves, com eritema discreto, e ausência de úlceras com mediana de escore,
1. Em comparação com o grupo 5-FU, os grupos TELM 5 mg/kg e 10 mg/kg
demonstraram uma diminuição significativa nas lesões clínicas com eritema
discreto e lacerações como resultado do trauma mecânico, sendo atribuido
mediana de escore 2 para ambos os grupos sendo essas variações significante
(p<0,05).
21
Figura 4 - Aspectos macroscópicos das mucosas jugais dos hamster. A- grupo salina; B- trauma mecânico; C- 5-FU; D e E- Telm 1mg/kg ; F e G- Telm 5 mg/kg ; H e I- Telm 10 mg/kg.
Fonte: Elaborado pelo autor.
Figura 5 - Os scores são representados como a mediana (intervalo) (n = 5). * p <0,05 vs. Trauma mecânico, #p <0,05 vs. grupo 5-FU (teste de Kruskal-Wallis e teste de comparação múltipla de Dunn). Fonte: Elaborado pelo autor.
22
3.2 ANÁLISES HISTOPATOLÓGICAS
As análises histopatológicas do grupo 5-FU demonstraram áreas de
intenso infiltrado inflamátorio, com vasos congestos e hemorragia intensa,
sendo atribuido mediana de escore 4 (Figura 6- C,G e K). Ao ser comparado
com o grupo 5-FU, o grupo TM demonstrou um redução no infiltrado
inflamatório e congestão de vasos, recebendo a mediana de escore 2. Os
grupo tratados com TELM 10 mg/kg ou TELM 5mg/kg não apresentaram
alterações significativas, ambos com mediana de escore 2 sendo essa variação
significativamente diferente (p<0,05) quando comparada ao grupo 5-FU. O
grupo TELM 1mg/kg mostrou apenas infiltrado inflamatório intenso com
mediana de escore 3,5.
Figura 6 - Análise histopatológica evidenciando os aspectos microscópicos da mucosa jugal dos hamsters submetidos a MO. a- Vasos congestos b- Fraco infiltrado inflamatório c- Hemorragia d- Intenso infiltrado inflamatório e- leve/moderado infiltrado inflamatório.
Fonte: Elaborado pelo autor.
23
Figura 7 - Os scores são representados como a mediana (intervalo) (n = 5). * p <0,05 vs. Trauma mecânico, #p <0,05 vs. grupo 5-FU (teste de Kruskal-Wallis e teste de comparação múltipla de Dunn).
Fonte: Elaborado pelo autor.
24
4 DISCUSSÃO
No presente trabalho, o 5-FU mais TM induziu MO nos hamsters,
evidenciado pelos resultados da análise macroscópica e histopatológica, onde
observou-se o aumento dos parametros inflamatórios em consequência da
ação dos agentes antineoplásicos sobre as células do epitélio basal. Estes
resultados estão de acordo com trabalhos desenvolvidos por Sonis et al.
(1990), Leitão et al. (2007), Araújo et al. (2015), Medeiros et al. (2011) e Ribeiro
et al. (2017).
A MO é caracteriza pela intensa inflamação com lesões caracterizadas
por ulceração e formações pseudomembranosas na cavidade oral, orofaringe e
hipofaringe (ELTING et al., 2008). A mucosite oral possui como causa direta a
toxicidade limitante da dose de terapia de radiação, resultantes da
quimioterapia ou radioterapia na camada de células epiteliais basais que
ocasionam a perda da capacidade de renovação do epitélio com consequente
ulceração da região afetada (LALLA; SONIS; PETERSON, 2008; LALLA et al.,
2014) gerando prejuízos ao estado geral de saúde do paciente pela dificuldade
de ingerir água e alimentos. Em função disso têm-se buscado novas
abordagens terapêuticas eficazes na prevenção e tratamento dessa condição,
porém os tratamentos utilizados não demonstram eficiência satisfatória, muitas
vezes sendo apenas paliativo (BLIJLEVENS; SONIS, 2007). Devido a essa
necessidade de um tratamento mais eficaz, nossa base de pesquisa vem se
dedicando a estudar a MO, publicando trabalhos sobre a patogênese e
modulação farmacologia da mucosite oral (MEDEIROS et al., 2011; ARAUJO et
al., 2015), bem como sobre o efeito anti-inflamatório dos BRAs (ARAUJO et al.,
2013; ARAUJO JÚNIOR et al., 2014). Assim, estudamos o efeito da
telmisartana no modelo experimental de mucosite oral em hamsters, tendo em
vista os efeitos anti-inflamatórios pleiotrópico (SENT et al., 2015) que são
atribuídos ao bloqueio dos receptores da angiotensina II. De modo que
confirmamos essa atividade antiinflamatória dos BRAs, por meio de uma
significativa redução das lesões macroscópicas e microscópicas.
A investigação do efeito antiinflamatório do telmisartana na mucosite oral
teve como base diversos estudos em diferentes modelos experimentais de
inflamação com o uso dos bloqueadores dos receptores de angiotensina 2
25
(BRAs). Alguns trabalhos tomados como referência, foram desenvolvidos e
publicados pela nossa base de pesquisa (ARAÚJO et al., 2013; DE ARAÚJO et
al., 2015; ARAÚJO et al., 2015.). Nas nossas análises macroscópicas foram
verificadas a presença de eritema, hiperemia, áreas hemorrágicas além de
ulceração extensa e abscesso no grupo 5-FU (escore mediano 4) diferindo
significativamente dos grupos TELM 5mg/kg e TELM 10mg/kg (escore mediano
2) que apresentaram apenas eritema e vasodilatação sem a presença de
ulcerações ou abscessos. Os resultados foram confirmados pela análise
microscópica que apresentou apenas um intenso infiltrado inflamatório na dose
de 10mg/kg enquanto que nas dose de 5mg/kg apresentou tecido normal. Já a
dose de 1mg/kg do TELM não apresentou redução significativa das lesões
induzidas por 5-FU na mucosa julgal da bochecha dos animais, como indica
seus escores macroscópicos e histológico, sendo 3 e 3,5 respectivamente
corroborando com o trabalho de Araújo et al. (2013) que demonstrou em um
estudo experimental de doença periodontal em ratos, esse efeito
antiinflamatório do telmisartana, com resultados significativos na dose de
10mg/kg no qual houve diminuição do infiltrado inflamatório e preservação dos
tecidos, corroborando com nosso estudo.
A dose de medicamentos em animais necessita considerar a área de
superfície corporal, a farmacocinética e o tempo fisiológico objetivando a
segurança do estudo experimental (NAIR et al. 2016). Sendo de acordo com o
artigo publicado por Reagan-Shaw, Nihal, Ahmad (2008), para que a
telmisartana tenha uma dosagem equivalente em humano deve-se utilizar o
Cálculo de dose equivalente humana com base na área de superfície corporal,
com base nesse cálculo obtemos como equivalente à dose de 5mg/kg em
hamster a dose de 37mg/kg em humanos, já a dose de 10mg/kg em hamster
será equivalente à dose de 74mg/kg em humanos para se ter o efeito protetor
dos parámetros inflamatórios desejado em relação a mucosite oral.
26
5 CONCLUSÃO
Em conclusão, o presente estudo confirmou o efeito pleitrópico da
Telmisartana no modelo experimental em hamsters, nas doses de 5 e 10
mg/kg, possuindo um importante efeito protetor em relação aos parâmetros
inflamatórios que desecadeiam a Mucosite Oral induzida pelo 5-FU em
Hamsters. A possibilidade de uso futuro do Telmisartana no tratamendo da MO
em humanos demanda mais estudos.
27
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ANEXO: Certificado do Comitê de Ética e Pesquisa - UFRN para uso de
animais experimentais e o projeto foi aprovado por esse comitê (processo nº
014/2016).
PROTOCOLO N.º 014/2016
Professor/Pesquisador: CAROLINE ADDISON CARVALHO XAVIER DE MEDEIROS
Natal (RN), 12 de setembro de 2016.
CERTIFICADO
Certificamos que a proposta intitulada "Efeito da modulação farmacológica na
mucosite oral experimental induzida por 5-fluorouracil em hamsters” com o nº
014/2016, sob a responsabilidade de Caroline Addison Carvalho Xavier de
Medeiros
- que envolve a produção, manutenção ou utilização de animais pertencentes ao filo
Chordata, subfilo Vertebrata (exceto humanos), para fins de pesquisa científica (ou
ensino) - encontra-se de acordo com os preceitos da Lei nº 11.794, de 8 de outubro
de 2008, do Decreto nº 6.899, de 15 de julho de 2009, e com as normas editadas pelo
Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal (CONCEA), e foi
APROVADA pela COMISSÃO DE ÉTICA NO USO DE ANIMAIS (CEUA) DA
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE – CEUA/UFRN, em
reunião de 06/09/2016.
Finalidade ( ) Ensino (X ) Pesquisa Científica
Vigência da Autorização FEVEREIRO DE 2018
Número de Animais 90
Espécie/Linhagem/Raça Mesocricetus auratus / Golden sirian
Peso/Idade 200g / 3 meses
Sexo Machos
Origem Biotério da Universidade Potiguar – UnP
Manutenção/Experimentação Biotério Depto Biofísica e Farmacologia - UFRN
Informamos ainda que, segundo o Cap. 2, Art. 13 do Regimento, é função do
professor/pesquisador responsável pelo projeto a elaboração de relatório de
acompanhamento que deverá ser entregue tão logo a pesquisa for concluída.
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
COMI SSÃO DE ÉTICA NO USO DE ANIMAIS- CEUA
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Josy Carolina Covan Pontes
Coordenadora da CEUA
UFRN – Campus Universitário – Centro de Biociências
Celular Institucional (Claro): 9229-6491
Av. Salgado Filho, S/N – CEP: 59072-970 – Natal/RN e-mail: [email protected]