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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE - UERN Campus Avançado Professora Maria Elisa de Albuquerque Maia - CAMEAM Curso de Administração - CAD Joelson Soares do Monte RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO A GESTÃO DE RELACIONAMENTO COM O CLIENTE NA EMPRESA FAMILIAR: Um estudo no Mercadinho Bezerra PAU DOS FERROS RN 2014

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE - UERN Campus Avançado Professora Maria Elisa de Albuquerque Maia - CAMEAM

Curso de Administração - CAD

Joelson Soares do Monte

RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO

A GESTÃO DE RELACIONAMENTO COM O CLIENTE NA EMPRESA FAMILIAR: Um estudo no Mercadinho Bezerra

PAU DOS FERROS – RN 2014

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JOELSON SOARES DO MONTE

A GESTÃO DE RELACIONAMENTO COM O CLIENTE NA EMPRESA FAMILIAR: Um estudo no

Mercadinho Bezerra

Relatório Final apresentado ao Curso de Administração/CAMEAM/UERN, como requisito avaliativo para obtenção do título de Bacharel em Administração.

Professora Orientadora: Dra.Francisca Joseanny Maia de Oliveira Área: Marketing e Vendas

PAU DOS FERROS - RN 2014

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RESUMO

Este trabalho tem como temática a gestão de relacionamento com o cliente na empresa familiar. O estudo é importante porque discute os conhecimentos sobre o tema e ajuda na área organizacional através de sugestões e estratégicas para desenvolver planos de marketing voltados para o cliente visando construir uma gestão de relacionamento com o cliente e conquistar a fidelidade desse público. Como campo de pesquisa tem-se a empresa familiar Mercadinho Bezerra, empresa do ramo varejista localizado numa pequena cidade no interior do Rio Grande do Norte. O objetivo da pesquisa é analisar a gestão de relacionamento com o cliente na referida empresa levando em consideração o atendimento ao cliente, o relacionamento dentro da empresa e as necessidades dos clientes nesse contexto. Para a concretização deste trabalho foi realizada uma revisão bibliográfica que forneceu suporte teórico para analisar os dados obtidos através da pesquisa de campo e questionário, com os quais foram coletadas informações relevantes à efetivação da pesquisa. A metodologia de pesquisa utilizada foi análise quanti-qualitativa de estudo, análise de conteúdo e a estatística descritiva para interpretar e discutir os dados coletados. A pesquisa revelou que a empresa apresenta boa gestão de relacionamento com o cliente e que esse critério torne-se fundamental para a conquista e fidelização dos clientes. Também observou-se que não existe um setor de planejamento de marketing na empresa, então ela precisa se organizar para sistematizar esse planejamento. Ainda detectou-se como ponto fraco a falta de promoções e a demora no atendimento do caixa, para melhorar esses itens a empresa pode organizar-se sob o ponto de vista dos 4ps de marketing. Para o bom desempenho das organizações, deve ser planejada e construída levando em consideração as necessidades e a satisfação dos clientes, somente assim as organizações terão relacionamentos sólidos e duradouros.

Palavras- chave: Gestão de Relacionamento; Empresa Familiar; Clientes; Mercadinho Bezerra.

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ABSTRACT

This work has as its theme the management of customer relationships in the family business. The study is important because it discusses the knowledge on the subject and help in the organizational area through suggestions and to develop strategic marketing plans, customer facing order management to build customer relationships and gain the loyalty of that audience. As a research field has been the family business Mercadinho Bezerra, the retail industry company located in a small town in the interior of Rio Grande do Norte. The objective of the research is to analyze the management of customer relationships in this company taking into consideration the customer service, the relationship within the company and customer needs in this context. To achieve this study a literature review which provided theoretical support for analyzing data obtained through field survey and questionnaire, with which relevant information to carry out the research was conducted were collected. The research methodology used was quantitative and qualitative study analysis, content analysis and descriptive statistics to interpret and discuss the data collected. The research revealed that the company has good management of customer relationships and that this criterion becomes critical for the acquisition and retention of customers. Also observed that there is a sector of marketing planning in the company, so she needs to organize to systematize this planning. Still detected as a weakness the lack of promotions and the delay in treatment of the box, to improve these items the company can organize itself from the point of view of the 4ps of marketing. To the performance of organizations, must be designed and built taking into consideration the needs and satisfaction of customers, only then organizations will have solid and lasting relationships.

Key-words: Relationship Management; Family Business; Customers; Mercadinho Bezerra.

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AGRADECIMETOS

À Deus, por dar coragem para construir a minha vida e está comigo todos os momentos da minha

existência.

A minha família, pelo apoio e incentivo que faz de mim alguém melhor a cada dia.

Aos meus mestres, da Universidade do Rio Grande do Norte – UERN e a minha orientadora Joseanny

Maia pelo ensino e dedicação que nos faz aprender o caminho do saber e do conhecimento.

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COMISSÃO DE ESTÁGIO

Membros:

_____________________________________________________________________ Joelson Soares do Monte

Aluno (a)

____________________________________________________________________ Dra. Francisca Joseanny Maia e Oliveira

Professor (a) Orientador

_____________________________________________________________________ Antônio Janekeles Cabral Bezerra

Supervisor (a) de Estágio

_____________________________________________________________________ Ma. Sidneia Maia de Oliveira Rêgo

Coordenador (a) de Estágio Supervisionado

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Joelson Soares do Monte

A GESTÃO DE RELACIONAMENTO COM O CLIENTE NA EMPRESA FAMILIAR: Um estudo no Mercadinho Bezerra

Este Relatório Final de Curso foi julgado adequado para obtenção do título de

BACHAREL EM ADMINISTRAÇÃO

e aprovado em sua forma final pela Banca Examinadora designada pelo Curso de Administração/CAMEAM/UERN, Área: Comunicação organizacional

Pau dos Ferros/RN, em _____ de __________________ de __________.

BANCA EXAMINADORA

Julgamento: _______ Assinatura: _______________________________________ Drª. Francisca Joseanny Maia e Oliveira Orientadora – UERN

Julgamento: _______ Assinatura: _______________________________________ Ms. Laecio da Cunha Oliveira

Examinador – UERN

Julgamento: _______ Assinatura: _______________________________________ Esp. Rinaldo Medeiros Alves de Oliveira

Examinador – UERN

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Dedico este trabalho a todas as pessoas que fizeram e faz parte da minha vida, aos meus amigos, a minha família, aos meus professores, meu muito obrigado por participarem desta história.

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As empresas existem para criar e preservar seus clientes. Não para criar produtos, como muita gente imagina. Os produtos são efêmeros; os clientes não.

Don Peppers

A qualidade é a nossa melhor garantia da fidelidade do cliente, a nossa mais forte defesa contra a competição estrangeira e o único caminho para o crescimento e para os lucros.

Jack Welch

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

FIGURAS

Figura 1: Logomarca da Empresa........................................................................................................ 14

Figura 2: Evolução do Marketing.......................................................................................................... 20

Figura 3: Modelo de referência para gestão do conhecimento......................................................... 21

Figura 4: A cultura organizacional..................................................................................................... 22

Figura 5: Organograma tradicional versus organograma de empresa moderna orientada para o

cliente..................................................................................................................................................

24

Figura 6: Mix de Marketing.................................................................................................................

Figura7: Ambiente de marketing.........................................................................................................

Figura 8: O processo de comunicação...............................................................................................

QUADROS

28 29 33

Quadro 1: Pontos fortes e fracos das empresas familiares, segundo administradores familiares..... 36

Quadro 2: Desvantagens da Empresa familiar.................................................................................. 37

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Gráficos

Gráfico 1: Gênero ................................................................................................................................................. 45

Gráfico 2: Fixa etária ............................................................................................................................................ 46

Gráfico 3: Renda mensal ...................................................................................................................................... 47

Gráfico 4: Grau de escolaridade ........................................................................................................................... 48

Gráfico 5: Profissão dos entrevistados ................................................................................................................. 49

Gráfico 6: Tempo em que é cliente no mercadinho Bezerra ................................................................................ 50

Gráfico 7: Frequência que vem ao Mercadinho .................................................................................................... 50

Gráfico 8: Avaliação da administração da empresa. ............................................................................................ 52

Gráfico 9: Satisfação com estabelecimento.......................................................................................................... 53

Gráfico10: Avaliação da entrega de compra......................................................................................................... 54

Gráfico 11: Exposição dos produtos e espaço ..................................................................................................... 54

Gráfico 12: Avaliação da distribuição das mercadorias ........................................................................................ 55

Gráfico 13: Atendimento aos clientes. .................................................................................................................. 56

Gráfico 14: Momento de pagar as compras ......................................................................................................... 56

Gráfico 15: Representatividade do mercadinho Bezerra na cidade ..................................................................... 57

Gráfico 16: A comunicação na empresa .............................................................................................................. 58

Gráfico 17: Vantagens de comprar neste estabelecimento .................................................................................. 59

Gráfico 18: Desvantagens de comprar na empresa ............................................................................................. 59

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SUMÁRIO

CAPÍTULO 1............................................................................................................................................12

1INTRODUÇÃO....................................................................................................................................................12

1.1 Caracterização da organização....................................................................................................................13

1.2 Definição do tema..........................................................................................................................................15

1.3 Situação problemática........................................................................................................................15

1.3.1 OBJETIVOS ............................................................................ ....... ..............................................16

1.3.2 Geral .............................................................................................................................................16

1.3.3 Objetivos específicos .................................................................................................................... .16

1.4 Justificativa.......................................................................................................................................17

CAPÍTULO 2......................................................................................................................... ...................19

2 REFERENCIAL TEÓRICO...................................................................................................................................19

2.1 Mudanças organizacionais e culturais nos relacionamentos ......................................................... ...19

2.1.1 Gestão de relacionamento com o cliente ...................................................................................... .25

2.1.2 Conceitos de Customer Relationship Management –CRM ............................................................26

2.1.2.1 Princípios de Marketing ............................................................................................. ..................27

2.2 Marketing de Relacionamento....................................................................................................................29

2.2.1 Valores para o cliente.....................................................................................................................30

2.2.2 Retenção, fidelização e satisfação dos clientes.............................................................................31

2.2.3 A comunicação nas Empresas.......................................................................................................32

2.2.3.1 A empresa familiar: Breve histórico.............................................................................................34

2.2.3.2 A importância da empresa familiar..............................................................................................37

CAPÍTULO 3........................................................................................................................................................40

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS.....................................................................................................40

3.1 Tipo de pesquisa...........................................................................................................................................40

3.2 Universo e amostra ...........................................................................................................................41

3.3 Coleta de dados ................................................................................................................................42

3.4 Tratamento dos dados ......................................................................................................................42

CAPÍTULO 4..........................................................................................................................................................44

4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS .................................................................................44

4.1 Análise dos Dados ...........................................................................................................................44

CAPÍTULO 5..........................................................................................................................................................66

5 CONSIDERAÇÕES, SUGESTÕES E RECOMENDAÇÕES ..............................................................66

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5.1 Considerações finais.........................................................................................................................66

5.2 Sugestões .........................................................................................................................................68

5.3 Recomendações............................................................................................................................... 69

REFERÊNCIAS....................................................................................................................................... 70

APÊNDICES............................................................................................................................................73

ANEXOS............... . .............................................................................................................................................74

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CAPÍTULO 1

1 INTRODUÇÃO

A administração de pequenas empresas nas últimas décadas vem desenvolvendo o comércio

baseado no ritmo e mudanças culturais da sociedade moderna, que desde o surgimento da

industrialização e da globalização modificou o modo de conceber e administrar os serviços prestados

aos consumidores, assim como a relação entre organização e público também sofreu mudanças no

ramo administrativo, os velhos dogmas empresariais tais como foco no produto e no serviço vem sendo

substituído pelo foco no consumidor e suas necessidades, segundo Las Casas (2007).

Esse sistema afetou diretamente a maneira de gerenciar as estratégias de vendas e de

marketing e também a forma de gerenciar as empresas em nível global baseado na comunicação e

cooperação entre os patrões e funcionários e estes com todo segmento da empresa inclusivo os

clientes. Atualmente os consumidores passaram a exercer um papel fundamental para as

organizações, por isso elas devem conhecer e analisar o consumidor e suas necessidades buscando

com isso estabelecer vínculos permanentes.

Nesse sentido em uma sociedade altamente competitiva e consumista é difícil conquistar a

fidelidade dos clientes, já que a oferta de produtos e serviços é cada dia maior porque a competição no

mercado cresce e se torna mais forte nesse setor, principalmente para os pequenos negócios, que

além da concorrência de empresas de mesmo porte têm que competir com grandes e modernas

organizações, as quais atraem muitos clientes. Dessa forma, o desafio para ganhar e manter clientes

depende de quando, como e onde o planejamento da empresa vai se desenvolver e se os objetivos e

metas vão ser atingidos.

Assim, essa situação social mostra que para fazer à diferença as organizações precisam

acompanhar as exigências da sociedade moderna, que exige rapidez e qualidade das empresas, pois

com o ritmo acelerado em que as pessoas vivem, faz-se necessário facilitar o tempo de compra dos

consumidores. Outro fator importante e essencial para a administração é a valorização dos clientes e o

bom relacionamento como estratégia para manter-se no mercado. Porém, isso não é tarefa fácil, tendo

em vista a pluralidade e preferências individuais que são grandes e as empresas têm dificuldades para

planejarem boas estratégias para essa função, tanto por motivos financeiros como por falta de

conhecimento na área das relações humanas, o que prejudica seu crescimento.

Nota-se dessa forma que a gestão de relacionamento dentro da organização familiar é uma

forma de manter justamente o bom relacionamento baseado na conquista e fidelidade dos clientes

como um fator decisivo para vencer a concorrência e adquirir estabilidade financeira. Essa estratégia

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vem conquistando espaço e fazendo a diferença no mercado competitivo, pois seja em organizações

públicas ou privadas, ter um bom relacionamento com o público é importante para qualquer negócio.

Sendo assim, investir no marketing de relacionamento não só é preciso como fundamental para

tornar a relação entre empresa e consumidor mais humana e solidária. Conhecer bem as necessidades

e interagir com os consumidores é mostrar eficiência e potencialidades para um futuro promissor, uma

vez que a integração entre os vários segmentos que formam as organizações, inclusive o público é vital

para o bom desempenho da mesma.

Tudo isto indica que o progresso dos negócios, assim como a administração de empresas,

consiste essencialmente em relacionamentos e trocas de serviços entre organização e clientes, que

permitam o lucro e o bem estar de ambos, por isso a gestão de empresa familiar e das pequenas

empresas é um desafio que pode ser melhorado através de ferramentas adequadas de gestão e

elaboração de planejamentos de marketing de relacionamento com o cliente adequado a realidade

local das empresas e dos seus públicos. Sem deixar de mencionar que é importante que a equipe da

empresa esteja atualizada e preparada para lidar com esse meio de integração, pois necessitam de

motivação, cooperação e liderança para desenvolver um bom trabalho.

Então este trabalho está dividido 5 capítulos, o primeiro consta da introdução que contém a

caracterização da organização, definição do tema e do problema, os objetivos e a justificativa da

pesquisa. No segundo tem-se a discussão do aporte teórico estudado durante a efetivação do trabalho.

Já no terceiro está à metodologia de pesquisa adotada. O quarto se refere a analises dos dados e a

discussão dos resultados e o quinto aborda as considerações finais, as recomendações e sugestões,

seguida das referências utilizadas neste estudo.

1.1 CARACTERIZAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO

O Mercadinho Bezerra é uma organização familiar de pequeno porte, do ramo do varejo, na

qual há variedades de artigos de consumo em geral. A mesma também presta serviços para a Caixa

Econômica Federal através do Caixa Aqui e entrega em domicílio, além de contar com reprografia.

Conta com quatro funcionários. O proprietário e responsável pela empresa é quem gerencia e

administra o estabelecimento, há um funcionário que auxilia no serviço de Caixa Aqui e dois ajudantes

de serviços gerais, responsáveis pela entrega dos produtos e limpeza do Mercado.

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Figura 1. Logomarca da empresa

Fonte: Pesquisa de campo, 2014.

A empresa possui uma estrutura física, medindo cerca de 150m², apresenta-se dividida em

vários departamentos, sendo eles voltados para os produtos de consumo duráveis e não duráveis e

outro para os frios, além de um depósito de armazenamento de produtos e um primeiro andar que

serve de escritório, que também está em reforma devido à necessidade de crescimento para atender

melhor a clientela, dando conforto e espaço para realizar suas compras. Sua fundação data de 24 de

Outubro de 2001.

A organização fica localizada na Rua Nossa Senhora de Fátima, nº. 62, telefone, (84) 3359-

0064, no município de Água Nova; Rio Grande do Norte, no centro da cidade a cerca de 430 km da

Capital do Estado. A missão da Empresa é “Oferecer serviços e produtos de qualidade, onde o cliente

possa sentir-se a vontade e satisfeito,” para isso há uma política de qualidade e ética empresarial que

oferece segurança ao público que atende visando à conquista da fidelidade dos clientes, pois sua visão

é valorizar e respeitar os clientes.

O Mercadinho Bezerra possui um público diversificado e com tendência de crescimento, uma

vez que a cidade também está crescendo. Como há uma concorrência forte nesse setor, surge a

necessidade de se estudar formas de conquistar e manter os clientes fieis, por isso é essencial que

tenha um bom atendimento e uma boa relação com seu público.

Vale salientar que recentemente a empresa Mercadinho Bezerra passou por reformas,

ampliando significantemente suas instalações e serviços, buscando oferecer um ambiente físico maior,

e consequentemente mais conforto para os clientes na hora das compras. Além disso, abriu ainda outro

setor de serviço, que oferece a venda de frutas, legumes e verduras, com isso ampliou ainda mais os

serviços ao cliente, que por sua vez tem oportunidade de realizar todas as suas compras em um

mesmo local. Outra melhoria realizada na pequena empresa foi a instalação de um sistema de

segurança com câmeras que supervisionam o ambiente dentro e fora de sua propriedade, vide

apêndice na página 75 composto por fotografias da empresa ora citada.

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1.2 DEFINIÇÃO DO TEMA E DO PROBLEMA

O tema aqui proposto diz respeito à gestão do relacionamento com o cliente, pois é importante

para as organizações da atualidade adquirir um bom relacionamento com o público, uma vez que esse

é um fator que influencia no desempenho organizacional. Assim definiu-se para este estudo o seguinte

tema:

A gestão de relacionamento com o cliente na empresa familiar: Um estudo no

Mercadinho Bezerra.

1.3 SITUAÇÃO PROBLEMÁTICA

Atualmente as organizações têm que superar muitos desafios devido à alta competitividade do

mercado, um deles é o crescente aumento da concorrência. Isso fez com que as empresas adotassem

estratégias que atribuíssem maior valor ao cliente, visando com isso criar um relacionamento mais

próximo e de longo prazo com vistas à fidelização e a garantia de manter-se atualizada e competitiva.

Para atingir esses objetivos as empresas precisam estudar e analisar as necessidades dos clientes e

do público que desejam conquistar. Para tanto, deve-se fazer planejamentos cada vez mais elaborados

para ganhar credibilidade no mercado e atender bem aos clientes, bem como manter as relações de

troca de serviços cada vez mais eficientes.

No entanto, é indiscutível que o processo para conquistar a fidelidade dos clientes não

acontece de uma hora para outra, nem tampouco se dá de maneira casual, mas é antes de tudo um

processo de relacionamento entre empresa e cliente através de relações pessoas e sociais dentro de

um contexto histórico em que ambos são agentes ativos. Assim, o marketing de relacionamento surge

com a função de orientar as empresas na adoção desse relacionamento, pois na sociedade moderna a

relação entre cliente e empresa é fundamental para que haja sucesso, pois os novos tempos tornaram

as relações humanas o ponto chave para a conquista do mercado empresarial e a garantia de

crescimento.

Então, é na gestão de relacionamento com o cliente que as empresas estão garantindo espaço

no mercado e vencendo a concorrência; através de estratégias de relacionamento e uso de recursos

tecnológicos avançados, as grandes empresas mantêm essas relações próximas, no entanto, elas têm

uma desvantagem quando se trata de proximidade com o cliente, para elas não é possível acontecer

de forma presente e constante, já a empresa familiar ou mesmo as pequenas empresas de modo geral

pode manter contato diretamente com os clientes e conhecê-los melhor, sendo possível administrar um

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bom relacionamento. Portanto, pretende-se analisar o seguinte problema de pesquisa: A empresa

familiar Mercadinho Bezerra mantém uma boa gestão de relacionamento com os clientes?

1.3.1 OBJETIVOS

Dentro do contexto da pesquisa tem–se que viabilizar meios de análise que contemple o

nosso objeto de estudo, assim para alcançar esse intuito defini-se os objetivos de pesquisa que serão

fundamentais para analisar do tema em questão.

1.3.2 GERAL

Analisar a gestão de relacionamento com o cliente na empresa familiar Mercadinho Bezerra.

1.3.3 ESPECÍFICOS

Conhecer o perfil dos clientes do Mercadinho Bezerra;

Avaliar o grau de satisfação dos clientes com os serviços ofertados por este comércio;

Identificar o nível de gestão e o tipo de comunicação que a empresa utiliza como ferramenta de

marketing de relacionamento.

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1.4 Justificativa

Ao longo dos tempos a organização empresarial passou por processos de transformação

importantes, os quais modificaram o modo de pensar e agir na administração de empresas. Nos vários

setores do ramo houve a necessidade de avaliar e organizar o método administrativo, uma vez que as

relações sociais e pessoais também se modificaram com a chegada da modernidade e dos meios

avançados da tecnologia (KOTLER, 2005).

Assim, na gestão empresarial os velhos paradigmas administrativos foram posto em questão,

ou seja, a administração clássica onde impera o autoritarismo e a relação imparcial de gerir as

empresas visando muito mais a questão do relacionamento puramente profissional baseado na troca

de serviço já não dão conta de atender as necessidades do público que exige muito mais do que um

bom serviço prestado (LAS CASAS, 2006).

Nesse contexto a gestão passou a ser parte fundamental para atrair clientes e manter a

imagem da organização dentro da competitividade, porém tiveram que se adaptarem às mudanças

dessa realidade, todos os setores da administração de uma forma ou de outra foram atingidas pela

revolução da globalização, mas foi a gestão empresarial quem mais sentiu o abalo desse fato, pois

adaptados a uma forma de gestão individual e homogênea viu-se “obrigada” a ceder espaço para

novas formas de gerir os negócios, mais dinâmica e aberta para as relações dentro e fora da

organização.

Portanto, este trabalho se justifica porque discute sobre a gestão do relacionamento com o

cliente em uma empresa familiar trazendo informações relevantes e atuais sobre esse setor, assim

como coloca em evidência as transformações que ocorreram no relacionamento com o cliente e as

tendências para a administração de pequenas empresas, assim como os principais desafios de uma

gestão familiar.

Além disso, a temática desse estudo é importante e atual, uma vez que disponibiliza

informações importantes para as empresas de pequeno porte, oportunizando construir melhorias nos

seus estabelecimentos e dessa forma melhorar a qualidade da gestão nas empresas locais. Ainda é

significativa para que os jovens universitários se interessem em aprender e pesquisar nessa área.

Assim este trabalho é uma boa fonte de pesquisa para trabalhos de TCC, sem deixar de mencionar que

abre espaço para as universidades de administração elaborar projetos e cursos com este tema para

pequenas empresas que desejam se informar e se atualizar nessa área.

Também vale ressaltar que a gestão de relacionamento com o cliente é um tema que ainda é

pouco estudado nessa região, o que torna essa pesquisa de grande utilidade para os estudos

acadêmicos e para manter a área atualizada. Este estudo é também justificável porque procurou

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compreender o processo de gestão de relacionamento com o cliente como imprescindível para o

desempenho das organizações e como esse processo afeta a interação com o público em geral,

principalmente quando se trata de uma empresa familiar do interior do Rio Grande do Norte, onde os

riscos e a concorrência podem ser maiores, já que os clientes são em sua maioria específicos.

Portanto, por ser imprescindível um estudo voltado para a comunidade local onde

constantemente vemos o comércio e a relação com os clientes e de forma direta podemos analisar e

ajudar a construir melhorias nesta gestão, pode-se confirmar a relevância desse estudo, no sentido de

que a presente pesquisa irá contribuir para a valorização do bom relacionamento entre gestão e

clientes e também trazer reflexões para os comércios e empresas que queiram se manter atuais e

modernas no sistema globalizado que vem dominando a economia.

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CAPÍTULO 2

2 REFERENCIAL TEÓRICO

Este capítulo aborda alguns conceitos e discussões sobre a temática da pesquisa, buscando

conhecê-lo mais profundamente a partir das leituras realizadas. Assim, através da interpretação e

compreensão das ideias e estudos teóricos dos principais autores que se dedicaram a temática aqui

abordada, pode-se entender com mais eficiência o tema em questão, podendo assim atribuir maior

qualidade a realização do trabalho.

2.1 Mudanças organizacionais e culturais nos relacionamentos

No cenário da administração ocorreu um processo de transformação importante para as

empresas desde meados do século XX. Muitos processos e paradigmas empresariais mudaram em

consequência do desenvolvimento da sociedade, da tecnologia e principalmente pela nova filosofia de

vida que as pessoas adotaram baseada no ritmo acelerado da era industrializada.

Novas formas de relacionamentos surgem e tomam conta da vida das pessoas, tais como a

internet que permite conhecer e falar com pessoas de diferentes partes do planeta, assim como os

diversos meios de comunicações virtuais que oferecem todo tipo de serviço ao consumidor com

velocidade e qualidade. Sem precisar sair de casa o consumidor adquire o produto que precisar. Sobre

essa evolução Kotler (2005, p. 2) afirma que:

A velha economia era baseada na Revolução Industrial e na administração de indústrias manufatureiras. Os fabricantes padronizavam os produtos para diminuir os custos [...] Na busca pela eficiência, eles reproduziam seus procedimentos e suas políticas em mercado geográfico e administravam as operações de maneira hierárquica, com uma pessoa no comando dando ordens aos gerentes de nível médio, que por sua vez orientavam os funcionários.

Com o exemplo do autor percebemos que a administração dos negócios era pautada no

produto e direcionada ao mercado geral, não havia a preocupação com os clientes, ao contrário do que

vemos hoje, o cliente não fazia parte das estratégias dos empresários que voltavam-se para a

produção e consumo de massa, sendo a administração hierarquizada por nível e função determinada.

Pode-se também notar que o comportamento do gerenciamento também era diferente,

enquanto o comando era centralizado nas mãos de poucos gerentes a hierarquia ditava quem e o que

deveria fazer, ou seja, a falta de diálogo e de cooperação era um perfil dessa época, pois não era uma

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visão baseada em relações abertas e comunicação ativa entre todos os segmentos da empresa, os

funcionários não tinham a liberdade de opinar sobre a tomada de decisões.

Até mesmo a visão do marketing veio evoluindo e se adaptando aos rumos que a economia

exige. Sendo assim, o direcionamento do marketing segue padrões pré-determinados de acordo com

os conceitos de sua época, que pode determinar o que deve ser estabelecido como prioridade nos

rumos dos negócios. A figura 2 demonstra a evolução na visão do Marketing em que o foco e atenção

em cada momento eram diferentes. O mais antigo o marketing 1.0 priorizava o produto que era o foco

do planejamento da organização, já o marketing 2.0 proposto para a era moderna tem sua atenção

voltada para o cliente onde é priorizado as necessidades e desejos dos clientes visando reter e mantê-

los a longo prazo, e por fim o marketing 3.0 que além de valorizar o cliente atribui atenção especial as

novas tecnologias que agregam os valores dos próprios seres humanos.

Figura 2: Evolução do Marketing

Fonte. Kotler, 2007, p. 110.

Também as relações no trabalho eram padronizadas pela hierarquia, cada um fazendo sua

função e obedecendo as ordens do seu superior. Já com a chegada da nova economia essas relações

foram sendo alteradas de forma significativa para o comércio. Sobre esse aspecto, Kotler (2005, p. 2)

menciona que “A nova economia é baseada na revolução digital e na administração da informação

sobre clientes, produtos, preços, concorrentes e todos os aspectos relacionados ao marketing”.

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Nesse novo cenário agregaram-se novas formas de gerenciar as organizações, os valores e

princípios passaram a adotar os clientes como fator decisivo para a prosperidade da empresa, assim

como as relações de trabalho tornaram-se abertas e cooperativas. Houve a necessidade de trazer para

dentro da empresa o trabalho em grupo, no qual todos têm voz para dar opinião sobre os rumos

empresarias e administrativos da empresa. A figura 3 mostra o modelo de referência no novo

gerenciamento baseado na gestão do conhecimento, neste, o capital intelectual é essencial para as

estratégias organizacionais.

Pressupõe-se que os processos de gestão passaram por um estudo profundo de todos os

segmentos que as organizações dispõem dentro de seu contexto para criar, avaliar e organizar as

estratégias de gestão eficiente, que englobe o conhecimento da organização.

Figura 3. Modelo de referência para gestão do conhecimento

Fonte. Santos, 2001, p. 34

Além disso, a chamada gestão do conhecimento trouxe com ela inúmeros benefícios para

ajudar no gerenciamento dos negócios, pois os inventos tecnológicos são poderosos recursos para

colher informações para as empresas, além de um sistema de comunicação excelente, as empresas

contavam com o aumento de compra dos novos consumidores e maior variedade e facilidade de

interagir com os públicos de seu interesse.

Assim, as mudanças culturais e organizacionais afetam todo segmento empresarial e o desafio

aumenta cada vez mais, uma vez que o mercado está desregulamentado, porque surgem todos os dias

novos comportamentos dos consumidores, do mercado e da concorrência e também ferramentas

tecnológicas que interferem no rumo dos lucros das organizações.

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Sobre cultura organizacional Torquato (2001, p. 3) a define como:

Cultura Organizacional se refere a uma rede informal aferida pelas expressões de espontaneidade, descontração e laços informais. Uma somatória dos inputs técnico, administrativos, políticos, estratégicos, táticos, misturados às cargas psicossociais, que justapõem fatores humanos individuais, relacionamento grupais, interpessoais e informais. Cada cultura é diferente de outra, mesmo que, eventualmente, se possa isolar componentes iguais a todas.

Essa cultura sofre influências e alterações do tempo o qual depende dos rumos que a

sociedade seguir, mesmo que seja culturalmente hierárquica uma empresa pode se ver “obrigada” a

tomar atitudes ou decisões que fira esses padrões tendo em vista as mudanças da sociedade, ou então

corre sério risco de perder crédito e lucros no mercado, dependendo de cada uma a maneira que

segue os processos e estratégias para manter a competitividade de sua empresa. A Figura abaixo

sobre cultura organizacional permite entender que vários fatores contribuem para a definição de um

modelo de cultura organizacional, tais como: Os valores dos gestores, o tamanho, a origem, o

mercado, a concorrência etc.

Figura 4: A cultura organizacional

Fonte: Bio, 1996, p. 19.

Nesse sentido muitos fatores contribuem para a mudança desse setor e influenciam na criação

da cultura organizacional, mesmo que seja de forma direta ou indireta os níveis de relacionamentos

mercadológicos e tecnológicos podem ser fatores decisivos para que uma cultura forte seja cultivada,

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além disso, o tamanho e porte de cada empresa juntamente com a forma de liderança e gestão são

determinantes para valorizar a cultura das empresas.

Já no que se refere aos consumidores e seu comportamento, alguns fatos são importantes,

pois viabiliza o sucesso empresarial, tais como os que Kotler (2005, p. 18) afirma no trecho a seguir:

Os consumidores estão exigindo cada vez mais qualidade e serviço superior, além de alguma customização. Eles percebem menos diferenças reais entre produtos e mostram menos fidelidade a marcas. Eles também podem obter muitas informações sobre produtos por meio da internet e de outras fontes, o que permite que comprem de maneira mais racional. Além disso, os consumidores estão mostrando maior sensibilidade em relação ao preço em sua busca por valor.

Com esse perfil de consumidor descrito pelo autor acima é possível afirmar que a qualidade e

serviço vêm sendo priorizada pelos consumidores, já que eles mostram menos fidelidade a marcas e

produtos, então o que mais conquista esses consumidores é a qualidade e bem estar que

proporcionam.

Como demonstra o texto supracitado percebe-se que os ideais dos consumidores, assim como

sua visão sobre os serviços e produtos mudaram, eles estão se transformando numa fonte de

conhecimento que vai além da mera troca de serviço. Os consumidores exigem mais porque sabem

diferenciar os produtos e serviços que lhes oferecem mais vantagens, pois eles dispõem de maiores

informações e facilidades de compras.

Com esse olhar, o consumidor pode ter a seu favor as inúmeras concorrências que permitem

escolher entre tantos, aquele que mais lhe beneficia. Por isso o desafio de manter clientes fieis é tão

grande, tendo em vista essa mudança no comportamento dos mesmos, sendo a atual sociedade

consumista quanto mais concorrência, mais difícil é conquistar o público.

Infere-se que as oportunidades para o consumidor foram ampliadas devido à oferta e ao

comportamento mais inteligente destes, porque perceberam que a competitividade aumenta e quanto

mais concorrência, mais vantagens ele tem diante do mercado e com isso a possibilidade de satisfazer

suas necessidades; o que caracteriza o comportamento do consumidor é que ele se tornou mais

objetivo e dinâmico de acordo com a cultura moderna.

Nesse sentido, a figura 5 mostra as modificações que ocorreram nas estruturas das

organizações, principalmente com a introdução do chamado marketing.

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Figura 5: Organograma tradicional versus organograma de empresa moderna orientada para o cliente

Fonte: Kotler (2007, p. 139)

Observando e comparando os organogramas há nítida diferença quanto ao modo de conceber

a prioridade das estratégias e visão da organização, já que é possível ver que a tradicional concentra o

foco da organização e o planejamento para a própria organização, e quem ocupa o topo da pirâmide é

a alta administração, ou seja, a parte mais importante da empresa. Neste caso pela ordem de

importância de acordo com a pirâmide os clientes ocupavam a última instância da instituição, sendo,

portanto uma parte considerada pequena em nível de importância.

Por outro lado, o organograma da pirâmide moderna orientada para o cliente mostra que o

cliente é a base mais importante da organização, ocupando o nível mais alto e de maior relevância das

organizações, houve nesse sentido uma inversão de valores que privilegia a clientela, então o foco dos

planejamentos e estratégias estão voltados para o público de interesse da empresa.

Dentro deste contexto os clientes passaram a ter lugar de destaque, as empresas tiveram que

se adaptar a essa nova forma de organização e aquelas que assim não fizer corre o risco de fracassar

na atuação do mercado. O cliente passou a valorizar as empresas que atendessem suas necessidades

e oferecessem conforto e segurança, realizando um serviço fácil e ágil para eles.

Antes ocupando um lugar inferior o cliente era visto como mera fonte de renda, não tinha a

preocupação de ser agradado, pois pensava-se que eles comprariam de qualquer forma os produtos,

porém como a demanda aumentou e o mercado cresceu em proporções significativas, o cliente foi

abandonando os serviços que não satisfaziam suas necessidades; assim o comportamento destas

pessoas passou a ser foco de atenção das organizações, e os avanços nesse campo passou a

influenciar a visão das organizações sobre a valorização dos consumidores.

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2.1.1 Gestão de relacionamento com o cliente

A gestão de relacionamento com o cliente no setor administrativo passou a ser um diferencial

para a arrancada do sucesso, por isso estabelecer estratégias com foco na clientela das organizações

é um comprometimento fundamental para vencer a concorrência e garantir o nível de gestão de

qualidade, Segundo Las Casas (2006, p. 25).

No Marketing de relacionamento, procura-se manter um perfeito casamento entre clientes e fornecedores. Não se trata de relacionamento para apenas uma vez, mas para o maior tempo possível. As empresas rendem-se às vontades dos clientes e procuram fazer o melhor que podem para conquistá-lo e mantê-lo.

Por isso, a gestão de relacionamento com os clientes nos últimos anos vem sendo utilizada de

maneira produtiva pelas empresas, que passaram a gerenciar seus negócios com base na utilização

dos recursos de marketing, na produção e desenvolvimento das estratégias organizacionais para

manter e ganhar clientes. O surgimento mais atualizado dessa relação é o CRM- Customer

Relationship Management, ou seja, o gerenciamento do relacionamento com foco no cliente, o qual

objetiva a conquista da lealdade dos clientes. Segundo Queiroz (2002, p. 46).

O Customer Relationship Management (CRM) é o processo continuo de identificação e criação de novos valores com clientes individuais e o compartilhamento de seus benefícios para toda a cadeia de negócios que envolve não só a organização , mas seus parceiros, distribuidores, fornecedores, colaboradores, etc.

Assim, CRM é um aliado importante para esse relacionamento acontecer de forma positiva,

pois através de ferramentas atuais de comunicação e tecnologia a relação com o cliente é aprofundada

em níveis global e local. Nesse contexto, o papel do marketing se desenvolveu com o intuito de

aproximar o consumidor e a empresa, tendo em vista as necessidades dos consumidores e o lucro das

organizações.

De acordo com a teoria de Las Casas (2006, p. 27), “a base do CRM é de que a tecnologia,

que deve ser usada não apenas para compilar dados, mas também para prestar serviços, como

telecomunicações e informáticas são administradas de forma a proporcionar condições para a

manutenção do relacionamento”. Las Casas afirma que para o CRM é fundamental que a tecnologia e

seus meios de comunicação sejam fontes constantes de obtenção e divulgação de informação que

ajudem no relacionamento com os clientes.

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2.1.2 Conceitos de Customer Relationship Management–CRM

Para melhor entendimento do que seja o CRM, alguns conceitos são importantes, pois ao

longo dos anos a visão do CRM vem se desenvolvendo dentro do contexto do marketing, que por sua

vez vem se adequando ao contexto social ao qual pertence. Sendo assim, em cada momento da

história a visão do foco sobre o mesmo é diferente.

Nesse sentido, o CRM introduziu dentro do contexto organizacional um novo método de avaliar

e planejar as estratégias das organizações, pois a fidelidade do cliente passou a ser o alvo principal do

marketing empresarial. Conquistar clientes a longo prazo é uma meta que toda empresa deve pensar

para garantir um desempenho satisfatório no mercado. Assim alguns conceitos sobre CRM esclarecem

seus objetivos, o autor do trecho abaixo, Pizzinatto (2005, p.53) cita a importância da relação do cliente

com a empresa, partindo de informações que vão beneficiar ambos.

O Gerenciamento do Relacionamento com o Cliente ou Customer Relationship Managemente (a partir deste ponto citado como CRM) tem como relação principal com o Marketing de relacionamento, a possibilidade de aproveitar com maior exatidão as informações do cliente para benefício do mesmo e da empresa.

Outro ponto importante sobre este assunto é o que menciona Oliveira sobre os benefícios de

reter os clientes já existentes na organização. Oliveira (2004, p. 20) mostra que “O conceito de CRM

parte da premissa que é de cinco até dez vezes mais caro obter um novo cliente do que reter os

existentes, e que, o importante não é ter uma imensa carteira de clientes, mas ter uma boa base de

clientes rentáveis.” Neste caso evidencia-se que sai mais barato para a empresa investir nos clientes

que fazem parte da organização mantendo-os fieis, do que conquistar novos clientes, sendo assim o

CRM direciona no sentido de tornar o objetivo de manter os clientes mais atraente e lucrativo.

Percebe-se que agregar valor à base de clientes é uma estratégia que traz vantagem

competitiva, uma vez que a organização já tem informações individuais desses clientes, isso facilita na

identificação de suas necessidades e podem prestar um excelente serviço, pois podem personalizar o

atendimento de acordo com cada cliente.

Os autores Peppers & Rogers (2001, p. 47) citam a definição de Gartner Group de CRM como:

CRM é uma estratégia de negócios voltada aos entendimentos e à antecipação das necessidades dos clientes atuais e potenciais de uma empresa. Do ponto de vista tecnológico, CRM envolve capturar os dados do cliente ao longo de toda a empresa, consolidar todos os dados capturados interna e externamente em um banco de dados central, analisar os dados consolidados, distribuir os resultados dessa análise aos vários pontos de contato com o cliente e usar essa informação ao interagir com o cliente através de qualquer ponto de contato com a empresa.

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Neste caso, a estratégia está focada na compreensão de que as necessidades e desejos dos

clientes atuais e potenciais devem ser antecipadamente analisadas para a definição de metas a serem

alcançadas. Para isso é necessário usar os recursos tecnológicos que a empresa deve possuir em seu

banco de dados sobre os clientes. As informações são essenciais para a criação de planos para cada

cliente, assim como para a interação com estes. Conhecer e identificar os valores dos clientes

aproxima a empresa da identidade desses sujeitos, isso torna mais confiável a relação com a empresa.

Já Swift (2001, p. 36) ressalta que: "O aspecto mais significativo do processo de CRM é o

aprendizado contínuo e a criação do conhecimento a respeito dos clientes, a fim de atingir objetivos e

obter mais lucratividade a longo prazo.” Para o autor, no processo de interação com o cliente o ponto

mais significativo é o conhecimento sobre os clientes e o aprendizado contínuo sobre os mesmos, caso

este objetivo se estabeleça provavelmente a empresa manterá o lucro e uma relação estável com os

clientes.

Ainda a respeito da gestão de relacionamento com o cliente Kotler (2005, p. 49) afirma que: “O

objetivo do marketing de relacionamento é produzir um elevado patrimônio de cliente. Patrimônio de

cliente é o total dos valores descontados ao longo da vida de todos os clientes da empresa”. O

patrimônio de clientes de que fala o autor se refere a cultivar clientes permanentes cuja fidelidade em

relação à empresa é constantemente renovada, de acordo com os desejos e necessidades deles, que

permanecem sendo supridas pela organização.

Tendo como referências os vários conceitos de CRM demonstrados até agora pode-se afirmar

que todos têm, de uma forma ou de outra algo em comum, que se respalda na questão básica do

marketing de relacionamento, ou seja, ter as estratégias organizacionais voltadas para o cliente. Desse

modo, a chave para construir relacionamentos fortes e duradouros e ainda o caminho para produzir

planejamentos de retenção e fidelização em longo prazo é conquistar clientes fieis.

2.1.2.1 Princípios de Marketing

O marketing organizacional existe há muitos anos, criado para desenvolver estratégias de

trocas de serviços visando o bom desempenho das empresas. Assim a orientação para cada empresa

de dar de diferentes maneiras; o modo mais tradicional está voltado para a produção, e venda e outra

forma mais geral apresenta o marketing voltado para o valor, principalmente para o cliente que ganha

destaque nesse setor. A figura a seguir mostra o mix de marketing ou o composto de marketing que

segundo Kotler (2005, p. 12) “É o conjunto de ferramentas de marketing que a empresa utiliza para

alcançar os seus objetivos de marketing no mercado- alvo”.

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Dessa forma, na figura 6 podemos verificar o mix de marketing baseado nos 4 Ps que

influenciam ou orientam as decisões estratégicas das organizações, o serviço do marketing tem nesses

elementos um caminho para desenvolver estratégias excelentes de conquista de mercado e

planejamento para organizar uma administração superior, tendo como meta atingir o mercado alvo e ter

um planejamento voltado para essa realidade que é a alta concorrência.

Figura 6: Mix de Marketing

Fonte: Adaptado de Kotler, 2005, p. 12.

Com essa orientação mostrada na figura 6 a empresa mostra que tem grandes chances de ser

um diferencial na concorrência, todavia as necessidades de adaptação a economia moderna pode

exigir que outras forças possam atuar junto a esse processo, tais como: a tecnologia, a integração

organizacional, o próprio cliente que exige formas cada vez mais eficaz de serviços etc.

Outra questão importante quando se fala em princípios de marketing é o ambiente no qual está

inserido, pois com ele se desenvolvem questões de ação que atinge todo um segmento. Sobre o

marketing Las Casas, (2006, p. 3) diz que:

O termo Marketing significa ação de mercado. Originário do inglês, a conotação mercadológica é bastante ampla. É usado não apenas para ajudar as empresas a vender mais, mas também pra coordenar qualquer processo de troca. As empresas podem aplicar Marketing para corrigir mercados, aumentar o nível de conscientização dos consumidores a respeito de determinado produto, além de uma série de alternativas.

Nesse caso, a ação do marketing atua de variadas formas. Serve de interface entre a empresa,

o cliente, o mercado, o ambiente e trocas de serviços. Desse modo, é fundamental que seja aplicado

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com sucesso nas organizações e marketing, sendo essencial para todo tipo de organização e serviço

prestado aos consumidores.

A figura 7 apresenta o ambiente de marketing que resume bem a questão que envolve o

processo e a combinação para alcançar os objetivos da organização dentro de um ambiente repleto de

informações e processos de trocas de conhecimentos.

Figura 7: Ambiente de marketing

Fonte; Adaptado de Ghurchill, Jr. E Peter. 2000, p. 27.

Para desenvolver um bom trabalho é preciso levar em consideração todo o ambiente que

envolve a implementação de um sistema de marketing, assim como o mix de marketing, a

concorrência, os distribuidores, a comunicação, os produtos etc. tendo como centro o público de

interesse da organização. Através dessa análise e pesquisas é possível identificar as oportunidades e

ameaças, trabalhar para corrigi-las, e com isso servir melhor seus mercados, o que leva a um

crescimento econômico significativo.

2.2 Marketing de Relacionamento

Também sobre o marketing de relacionamento com o cliente, tem-se o pensamento elaborado

por Madruga (2004 apud BASTIAN, PIZETTI, SANTOS, p. 22). A definição a seguir fala a respeito dos

diversos processos que envolvem esse sistema, sobre os quais o autor citado afirma que:

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O marketing de relacionamento é composto por diversas engrenagens, como foco em estratégias empresariais para a longevidade da relação com clientes, comunicação personalizada bidirecional, múltiplos pontos de contato, novas formas de segmentação de mercado, estrutura organizacional descentralizada e mensuração em tempo real da satisfação dos clientes.

Nota-se que o processo de relacionamento com o cliente de acordo com a visão do autor é um

processo que envolve vários segmentos, tendo como foco a relação a longo prazo. Além de boas

estratégias que viabilizem tempo ágil e traga a satisfação para os clientes, é indispensável um bom

sistema de comunicação, que favoreça a relação com a sociedade e com o público de interesse de

forma eficiente.

Para Gordon (1998, p. 34) o conceito de marketing de relacionamento é um processo contínuo

entre organização e clientes.

O marketing de relacionamento é o processo contínuo de identificação e criação de novos valores com clientes individuais e o compartilhamento de seus benefícios durante uma vida toda de parceria. Isso envolve a compreensão, a concentração e a administração de uma contínua colaboração entre fornecedores e clientes selecionados para a criação e o compartilhamento de valores mútuos por meio de interdependência e alinhamento organizacional.

O autor mostra em seu discurso que o relacionamento com o cliente baseia-se na identificação

e criação de novos valores que devem ser processados ao longo da vida da organização, pautados

numa gestão de parcerias entre a administração e os clientes no sentido de criar laços mútuos para o

bem estar de todos que fazem parte da empresa. Além disso, criar valores com clientes individuais

também faz parte desse processo.

2.2.1 Valores para o cliente

Os clientes são a chave para o trabalho com o relacionamento, já que é para eles que o foco

das organizações está voltado. Agregar valor para eles é investir no desenvolvimento de ferramentas

que visem identificar as necessidades e desejos dos clientes. N[esse sentido, o atendimento deve

conhecer as preferências da clientela e supri-las da melhor forma possível. No trecho a seguir Cobra

(2009, p. 23) esclarece que o valor voltado para o cliente consiste em descobrir o que este busca.

É preciso descobrir quais são as necessidades e desejos de cada cliente, para saber o que oferecer para satisfazê-los, seja por meio de produto ou serviço. É importante descobrir o que cada cliente busca em um produto ou serviço, ou seja, o que tem valor para o cliente. A necessidade do cliente deve ser vista do ponto de vista do cliente e não na óptica do fornecedor.

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Para que haja essa descoberta é necessário informação e interação com os clientes. As

empresas devem está em sintonia constante com os consumidores para se ter um conhecimento

adequado de suas necessidades e elaborar estratégias em cima delas, objetivando alcançar bem estar

e lucro para ambos.

Neste caso, o planejamento estratégico deve levar em consideração o valor que os clientes

atribuem aos serviços e produtos ofertados pelas organizações, usando informações previamente

colhidas no processo de troca de informações entre empresa e consumidores. Esse tipo de trabalho

melhora a confiabilidade e o conhecimento mútuo entre ambos, o que leva ao progresso

organizacional.

2.2.2 Retenção, fidelização e satisfação dos clientes

Reter clientes hoje em dia não é uma tarefa fácil, uma vez que a possibilidade de trocar de

empresa é maior, porque a oferta de serviços e os meios para divulgar são cada vez mais elaborados.

Hoje os consumidores contam com um grande sistema de informação sobre o mercado global e local

para facilitar suas escolhas de compra.

Esse é um grande desafio que as empresas modernas precisam superar, mas para fazer isso

precisam dar ênfase à satisfação, pois quando o cliente sai satisfeito com o produto e o serviço

prestado ele provavelmente será fiel a esta organização. Como mostra o texto abaixo de Cobra (1992,

p. 755).

O sucesso de uma empresa depende da satisfação de sua clientela, uma vez que nenhuma organização pode existir sem que existam clientes e que eles se sintam bem atendidos em sua necessidade de receber bons produtos e bons serviços entre outras expectativas. Como a satisfação de necessidades é a essência dos objetivos de marketing, é preciso exercer um rígido controle acerca da atitude do cliente.

Segundo o trecho de Cobra, o sucesso da organização depende da satisfação da clientela.

Não se pode negar que o bom atendimento e a qualidade dos produtos exercem influências sobre o

comprador, porém isso não é tudo, deve-se sempre está um passo a frente dos concorrentes, com

estratégias que surpreendam e conquiste a fidelidade dos clientes. Nesse sentido, a fidelidade é algo

que se conquista com bons planos e qualidade empresarial, com informações e produtos que leve

satisfação aos consumidores.

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2.2.3 A Comunicação nas Empresas

A comunicação nas empresas é um fator importante para estabelecer o relacionamento, pois a

partir dela mantém-se contato direto ou indireto com os clientes, trazendo informações sobre tudo que

a empresa faz. Nesse sentido, existem vários tipos de comunicação que ajuda a estabelecer um

ambiente favorável ao diálogo dentro e fora das organizações. Sobre isso, Matos (2006, p. 9) diz que:

“A viabilização de canais de comunicação e ambientes favoráveis ao relacionamento humano nas

empresas faz com que as pessoas se sintam reconhecidas, consideradas e respeitadas”. Para o autor

viabilizar canais de comunicação é um meio para reconhecer e respeitar os clientes, uma vez que eles

se sentem valorizados.

Hoje nota-se que na medida em que a sociedade evolui nos relacionamentos, os

comportamentos e meios de comunicação também evoluem, por isso não é de hoje que a comunicação

empresarial vem sendo fator de competitividade. Desde muitos anos ela exerce papel relevante nas

empresas, já que a mesma divulga, informa e estabelece o prestígio da empresa no mercado, por isso

é fundamental entender o conceito de comunicação para poder utilizá-lo da forma correta. Um conceito

interessante é o que Tavares (2010, p. 3,4) menciona: “Entendemos comunicação Empresarial ou

comunicação Organizacional como: conjunto integrado de ações, estratégias, planos, políticas e

produtos planejados e desenvolvidos por uma organização para estabelecer a relação permanente e

sistemática com todos os seus públicos de interesse.”

Dessa forma o trecho citado mostra que a comunicação empresarial é um conjunto de ações

devidamente planejadas pela organização com objetivos e estratégias a serem alcançadas, a fim de

estabelecer relações permanentes com seu público na busca por melhorias. É cada dia mais viável que

essas estratégias levem em consideração o bom relacionamento com os clientes, interagindo com suas

necessidades, desejos e opiniões.

Para isso, é necessário pensar na melhor forma para manter essa comunicação, ou seja, o

meio pelo qual a organização vai mantê-la, ou mesmo os canais de comunicação que vai adotar para

realizar o processo comunicativo entre empresa, público e sociedade.

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Figura 8- O Processo de comunicação

Fonte: Kotler, (2000, p. 571).

Nesse ínterim, estão envolvidos desde os meios de comunicação, o emissor e o receptor da

mensagem até todos que compõem a organização, tanto no ambiente interno quanto externo. Assim,

os canais de comunicação servem para viabilizar e facilitar a comunicação neste meio empresarial,

sendo critério para o crescimento econômico e social das empresas.

Outro fator importante sobre comunicação diz respeito à análise constante desse setor, o

mesmo deve adaptar-se ao fluxo produtivo do ambiente empresarial que exige cada vez mais dentro

desse contexto globalizado que estamos vivenciando. Neste caso, as tecnologias influem bastante,

pois estamos na era na informática e de novos comportamentos frente à ela, onde as informações

chegam a todo tempo com velocidade surpreendente, sendo as empresas levadas a adequar-se a esse

processo, ou então perderá lugar para outras empresas mais modernas.

A respeito da era da informática na relação empresarial, Bueno (2003, p. 57) relata que:

A Comunicação Empresarial vai ter que, necessariamente, conviver com esta realidade fluida, surpreendente e perigosa da internet; aos poucos precisará desenvolver metodologias que possibilitem monitorar as informações, atenuando os seus efeitos. Ao mesmo tempo, deve aproveitar as oportunidades que as novas mídias oferecem, criando ações e canais que potencializem os recursos da comunicação on-line.

Percebemos que as tecnologias são instrumentos decisivos para manter a comunicação

moderna e atualizada, sendo rápida e eficiente, trazem para o setor vantagens competitivas na medida

em que oferecem oportunidades de alcançar um público maior em questão de segundos, assim como

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também incluir no cotidiano, novos meios de realizarem-se as atividades e estratégias organizacionais,

ampliando o conhecimento e o desenvolvimento das empresas.

Com isso, mesmo as pequenas empresas precisam se organizar com relação a esse serviço

para não correr o risco de perder clientes para outras organizações modernas. Neste novo cenário, é

crucial uma administração descentralizada e flexível e também uma comunicação aberta e atual, não

cabe mais a acomodação ou a hierarquia, porque não são favoráveis ao bom relacionamento.

Portanto, a comunicação em qualquer organização seja de grande ou pequeno porte vai

influenciar nos resultados de desempenho ou no fracasso das mesmas, é nesse sentido que planejar e

organizar a comunicação empresarial consiste em desenvolver estratégias e objetivos de crescimento

econômico e manutenção da clientela já existente. Por isso, a comunicação gera perdas ou ganhos,

dependendo de como e quando ela acontece, dentro e fora das organizações, ela pode trazer

vantagens significativas para o desempenho no mercado.

2.2.3.1 A empresa familiar: Breve histórico

A administração de empresa familiar é um desafio, pois muitas questões envolvem esse tema,

tais como: Os laços familiares, conflitos de opinião, as questões econômicas. No entanto,

historicamente a empresa familiar existe desde tempos remotos e é de suma importância para a

economia mundial. Sobre esse assunto o historiador americano Lethbridge (2005. p.1, 2) em entrevista

declara que: "Antes da empresa multinacional já havia a empresa familiar. Antes da Revolução

Industrial já havia a empresa familiar. Antes do Império Romano já havia a empresa familiar.”

Embora ainda exista em nossa sociedade um grande número de empresas familiares que

mantém a tradição de passar adiante o patrimônio da família; percebe-se que esse tipo de

empreendimento não é um fato recente, pois existe há muitos anos, apenas foram sendo

reorganizadas, ou substituídas pelas formas mais modernas de organização.

Nesse sentido, a organização familiar, circula no mercado e é uma forma considerada

vantajosa, já que desde muito tempo essa forma de administrar se perpetua no contexto da economia.

Outro ponto importante é que a sucessão acontece de forma regular, então os herdeiros passam a ter

acesso desde cedo as estratégias administrativas conhecendo melhor seu público, concorrentes e o

mercado.

Sobre essa discussão, segundo os dizeres de Bernhoeft Freitas, Nepomuceno, Nobre e Santos

(2004, p. 189) citado em artigo sobre a empresa familiar.

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Bernhoerft (1989) aponta alguns fatores peculiares às empresas familiares, tais como: valorização da confiança mútua independente dos vínculos familiares; fortes laços afetivos que influenciam os comportamentos, decisões e relacionamentos na empresa; antiguidade como atributo distintivo, superando mesmo a exigência de eficiência e eficácia; austeridade; expectativa de alta fidelidade e de dedicação intensa; dificuldade de separação entre aspectos racionais e emocionais; e jogos de poder onde a habilidade política submete a capacidade administrativa.

Pode-se dizer que estes fatores peculiares que envolvem as empresas familiares, citados pelo

autor acima, são aspectos relevantes para o sistema administrativo, neste caso, é considerado como

positivo para a organização, quando são gerenciados de forma positiva pelo administrador. As relações

familiares geram ambientes de trabalho mais saudáveis devido justamente a fatores afetivos, mas

também devem ficar atento para as mudanças mercadológicas que muitas vezes exigem um

comprometimento maior com a administração.

A definição do que seja uma empresa familiar é discutida por vários teóricos. Autores como

Bernhoeft, define a empresa familiar como “aquela que tem sua origem e sua história vinculada a uma

família, ou ainda aquela que mantém membros da família na administração dos negócios”

(BERNHOEFT, apud NISHITSUJI, 2009). Outros autores, como Grzybovski (2002) também abordam

um conceito para essas empresas, para ele:

A empresa familiar corresponde a uma imagem da instituição de capital fechado, de modelo burocrático, com pouca transparência administrativa e financeira e um sistema de tomada de decisões centralizado na figura da pessoa que representa o poder, para onde convergem às regras que seguem os integrantes da família na empresa.

No entanto, para Longenecker, Moore e Petty (1997) a expressão “empresa familiar”

subentende que haja um envolvimento de dois ou mais membros de uma família na vida e no

funcionamento da empresa. No entanto, este envolvimento varia de tempo integral a parcial. Para Lodi

(1998) o conceito de empresa familiar nasce com a segunda geração de dirigentes, pois enquanto está

nas mãos de um fundador a empresa se caracteriza por um negócio pessoal.

Para Oliveira (1999, p. 18). “empresa familiar caracteriza-se pela sucessão do poder decisório

de maneira hereditária a partir de uma ou mais famílias.” Já Gonçalves (2000, p. 8) afirma que:

A empresa é propriedade de uma família, detentora da totalidade ou da maioria das ações ou cotas, de forma a ter o seu controle econômico; a família tem a gestão da empresa, cabendo a ela a definição dos objetivos, das diretrizes e das grandes políticas. A família é responsável pela administração do empreendimento, com a participação de um ou mais membros no nível executivo mais alto.

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36

O autor Giglioti (2004, p. 07) menciona que “empresas familiares são empresas de iniciativa

privada, cujo capital pertence aos membros de uma determinada família.”

Todos esses conceitos apresentam de uma forma ou de outra, pontos de vistas diferentes com

relação ao mesmo tema, ou seja, a empresa familiar. Cabe no entanto, destacar que a base para a

construção dessa forma de organização está pautada nos laços familiares e na sucessão de pai para

filho e assim por diante. No quadro 1, apresenta-se os pontos fortes e fracos de uma empresa familiar.

Quadro 1: Pontos fortes e fracos das empresas familiares, segundo administradores familiares

Pontos fortes Pontos fracos

Carisma. Dificuldade de transferir este carisma para as futuras gerações. Dificuldades de delegar (só o dono sabe fazer). Medo de correr riscos. Não inova.

Não vê pontos fortes; normalmente só vê desvantagens.

Desacordos familiares geralmente só trazem desvantagens quando se administra um negócio.

Rapidez na decisão. Incompatibilidade de personalidade com o controlador.

Lealdade e obediência dos empregados à tradição. Cultura empresarial muito forte.

Fracionamento do poder acionários na sucessão. Administração voltada para o dia-a-dia, devido à dificuldade de estabelecer planos em longo prazo, pelo conflito sobre as perspectivas dos negócios entre os membros da família. Conservadorismo. Pouca evolução tecnológica (fazer sempre as coisas de forma tradicional).

Fonte: Adaptado de Ricca, 2007.

Evidencia-se neste quadro 1, os pontos fortes e fracos que mais chamam a atenção dos

administradores. Gerenciar os pontos fracos consiste em submeter a organização a um processo de

decisões que atinge todo o segmento organizacional, como o mercado, a inovação e a tecnologia, e

isso muitas vezes causa medo para a tradição familiar.

Assim, o desafio para manter a empresa familiar é bastante acentuado, porque atualmente elas

precisam saber lidar com a alta competitividade, além de manter-se atualizadas e com bons padrões de

qualidade para ser bem sucedida. Sobre Vantagens da empresa familiar Nishitsuji, (2009, p. 24) cita:

As vantagens de uma empresa familiar, segundo Longenecker (1977), são as seguintes: · Preservar o clima do local de trabalho: a empresa familiar pode demonstrar facilmente níveis elevados de preocupação e interesse pelos indivíduos do que aqueles encontrados na corporação típica; · Enfocar o longo prazo: a empresa familiar pode deter-se na visão de longo prazo com mais facilidade que os gerentes corporativos que estão sendo julgados pelos resultados anuais; · Enfatizar a qualidade: as empresas familiares mantêm a tradição de oferecer qualidade e valor ao consumidor.

Essas vantagens possibilitam o bom desempenho da organização e a conquista de clientes.

Além disso, é uma forma de conseguir sucesso no mercado, onde as empresas familiares têm a

concorrência cada vez mais forte, então quaisquer estratégias que viabilize a vantagem, é muito

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competitiva e significativa. Seguramente a qualidade da organização familiar garante a segurança dos

consumidores, maiores investimentos e satisfação porque eles sentem confiança na tradição familiar.

Porém algumas desvantagens (disponíveis no quadro 2), que também são responsáveis pelos

problemas administrativos das empresas familiares. As desntagens segundo Lodi (1998, p.8) estão

descritas no quadro a seguir.

Quadro 2. Desvantagens da Empresa familiar

As relações internas entre os participantes da organização são muito pessoais, onde há interferência

de fatores emocionais na tomada de decisão.

Os erros cometidos dentro da empresa por descuidos ou por falta de comprometimento não são tratados com punições, seja qual for a situação.

Funcionários membros da família proprietária aproveitando da intimidade e do poder que possui internamente em sua maioria não são muito dedicados à sua designada função.

A facilidade que há dos sócios confundirem o patrimônio pessoal com o da empresa.

A promoção de pessoas sem qualquer requisito baseando-se apenas no seu grau de confiança.

A contratação de parentes e amigos no sentido de ajudar cada um pessoalmente, se esquecendo de qualificá-los quanto a sua competência para ocupar o cargo a ele destinado.

A falta de planejamento para execução de afazeres internos tendo como critério em muita das vezes apenas o ponto de vista dos familiares.

Fonte: Elaborada pelo autor

Assim, esses impasses na organização familiar é parte da cultura da organização, que por

motivos pessoais não punem os erros cometidos com rigor, por ser muitas vezes parentes muitos fatos

que poderiam ser evitados acabam prejudicando a empresa, tais como os mencionados na tabela, ou

seja, fatores emocionais, falta de comprometimento, contratação de parentes não qualificados, e falta

de planejamento.

Desse modo, muitas empresas familiares estão sujeitas a sucumbir no mercado em

consequência dessa realidade, uma vez que hoje a exigência de profissionalismo faz parte da

economia mundial, sendo um critério para se estabelecer um comércio promissor. Por isso, é

importante a experiência e a qualificação das pessoas que trabalham nestas empresas, mesmo os

parentes têm que ter acesso à qualificação para assumir cargos mais elevados.

2.2.3.2 A importância da empresa familiar

Também sobre a empresa familiar pode-se destacar a importância que ela exerce na

economia, pois é uma tradição que desde tempos remotos vem fazendo parte da vida em sociedade,

também é uma forma de organização que mantém boa imagem no mundo empresarial. A respeito

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disso, Trout (2005, p. 39) enfatiza que: “Em um mundo onde o grande fica ainda maior, uma forma

eficaz de se destacar do rebanho é manter seu negócio como empresa familiar”.

Partindo do discurso do autor é coerente dizer que a tradição familiar dentro de um mercado

global agrada mais do que as grandes corporações, há uma simpatia maior quando os consumidores

estão diante de uma empresa comandada pela família, isso porque eles estão mais envolvidos com o

valor e a qualidade de suas organizações. Há outros fatores que interferem na visão empresarial das

empresas familiares, é o que destaca o trecho abaixo de acordo com Trout (2005, p. 40).

Acredita-se que empresas familiares sejam mais envolvidas com seu produto do que com o valor das ações. Além disso, recebem maiores notas pelo desenvolvimento comunitário, já que os familiares costumam ser naturais da cidade onde a empresa foi fundada. Também descobrimos que empresas familiares costumam tratar os empregados como membros da família. Existe o sentimento de terem crescido juntos.

Isso significa que não só o esquema familiar está relacionado ao bom desempenho da

organização, mas seus valores sentimentais, por uma demonstração de afeto que envolve a empresa e

seus funcionários. Além disso, existe a responsabilidade comunitária que exerce um poder sobre a

organização por ser um modelo de força que trouxe emprego e desenvolvimento para a comunidade,

assim como cresceu apesar das dificuldades encontradas.

Vale salientar que um ponto importante discutido sobre a empresa familiar diz respeito ao

processo de sucessão, alguns estudiosos apresentam conceitos sobre isso. Segundo Oliveira (1999, p.

35).

É muito importante que o executivo planeje, e muito bem, o processo sucessório. Na realidade, o que se espera é que o executivo não fique acumulando erros nesse assunto, pois parece ser evidente que os prejuízos para a empresa familiar são volumosos. Uma dica específica nesse aspecto do planejamento do processo sucessório é ele ser muito bem estruturado, tal como é o processo de planejamento estratégico em uma empresa. Portanto, se o executivo fizer o planejamento do processo sucessório de forma global e interativa, os resultados podem ser bem mais interessantes.

Para este autor o processo sucessório é tão importante quanto o planejamento estratégico

organizacional, e como tal deve ser cuidadosamente pensado e estruturado. O responsável pelo

processo de sucessão que provavelmente é quem gerencia a administração tem uma grande

responsabilidade, pois precisa planejar para que a empresa continue ganhando ou adquira com o novo

sucessor um lucro maior.

Gersick (1997, p. 277) afirma que "a sucessão é o teste supremo de uma empresa familiar.

Depois que ela é transformada de empreendimento individual a empreendimento familiar, sua

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continuidade torna-se uma preocupação única". Neste caso o autor destaca que a sucessão é uma

constante preocupação ao longo do ciclo de vida da organização, já que muitas questões se

evidenciam nesse sentido, como por exemplo, o conflito entre herdeiros, responsabilidade e segurança

dos familiares e a sucessão da organização.

Contudo, o processo de sucessão das empresas familiares apesar de ter vários conceitos,

todos têm em comum o fato desse processo ser tão importante quanto o planejamento da empresa,

pois é um investimento que leva uma vida par ser construída, mas que se não for gerenciada com

cuidado pode fracassar em pouco tempo. Assim, a sucessão afeta diretamente a empresa, seus lucros

e seus funcionários, por isso sua continuidade é uma preocupação constante, principalmente para o

fundador.

No entanto, nos últimos anos uma visão mais moderna na forma de sucessão e dos gestores

das pequenas empresas tem buscado suprir os problemas de linha sucessória, pois a observação que

se faz é que há a necessidade de implantar um sistema moderno de gestão e de profissionais

capacitados para estas responsabilidades. É o que afirma Oliveira (1999, p. 131) ao dizer que:

A evidência de uma estruturação organizacional depende da qualidade intrínseca, do valor e da integração das pessoas que são partes integrantes desse processo. Portanto, no desenvolvimento de uma estrutura organizacional eficiente, eficaz e efetiva, deve-se levar em consideração o comportamento e os conhecimentos das pessoas que terão de desempenhar as funções que lhes serão atribuídas.

Neste caso, o que se espera dos herdeiros é a formação no ramo da administração, para que

não corra o risco de ser substituído por outro profissional, já que o desenvolvimento do patrimônio deve

ser levado em consideração na hora de gerenciar os negócios. Para essa visão de gestão, acompanhar

o mercado globalizado exige uma postura profissional mais objetiva e dinâmica, com inovação e

profissionalismo para assegurar o bom desempenho da organização.

Infere-se desse processo que os integrantes podem desenvolver uma estrutura organizacional

eficiente, a partir da valorização profissional e da integração das pessoas que são parte da instituição,

levando em conta o comportamento e o conhecimento dessas pessoas, para desempenhar com

eficácia suas funções.

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CAPÍTULO 3

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Para que a realização da pesquisa se efetivasse de maneira satisfatória foi necessária à

definição dos elementos metodológicos. Pois estes consistem em definir a pesquisa quanto ao tipo, a

abordagem e a natureza, utilizada para a realização do trabalho, bem como o método utilizado para

coletar as informações analisadas na pesquisa.

A respeito da pesquisa utilizamos a investigação descritiva, com base em Vergara (2007, p.

47) que define como: “A pesquisa descritiva expõe características de determinada população ou

determinado fenômeno. Pode também estabelecer correlações entre variáveis e definir sua natureza.

Não tem compromisso de explicar os fenômenos que descreve, embora sirva de base para tal

explicação”. Neste caso, nossa pesquisa visa analisar as relações existentes entre as pessoas e o

ambiente do campo de estudo, discutindo e interpretando os resultados colhidos ao longo do percurso.

Este processo é fundamental para alcançar os objetivos aqui propostos.

Além disso, para a análise dos dados procedeu-se com uma abordagem quanti-qualitativa, que

segundo Gil (2008, p.56) esse tipo de pesquisa “mescla os elementos qualitativos e quantitativos para

analisar com mais eficiências os dados colhidos em há à quantificação de dados e ao mesmo tempo a

observação do universo pesquisado”; uma vez que a junção de ambas servirá para a melhor

compreensão do objeto de estudo. Assim, esses elementos compõem o conjunto de procedimentos

que nortearam as ações na aplicação da pesquisa, sendo indispensável ao pesquisador a

compreensão de cada um, de modo que possa organizar os passos da investigação a partir de uma

metodologia que atenda as especificidades do objeto de estudo em foco.

3.1 Tipo de pesquisa

Para alcançar os objetivos propostos nesta pesquisa foi adotado como procedimentos

metodológicos, em primeiro lugar o estudo dos principais teóricos que trabalham com o tema em

questão, para assim obter o conhecimento necessário à construção deste trabalho. Após a leitura do

aporte teórico, que embasaram o trabalho investigativo, partiu-se para a pesquisa em campo, uma vez

que é no ambiente de estudo que se tem contato direto com a empresa e as pessoas envolvidas nesta

investigação e com as quais obteve-se as informações necessárias para conhecer o universo do objeto

de estudo aqui proposto.

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Assim, o tipo de pesquisa utilizado neste trabalho foi o estudo de caso. Este tipo de pesquisa é

classificada por Severino (2007, p. 121) como a “pesquisa que se concentra no estudo de um caso

particular, considerado representativo de um conjunto de casos análogos, por ele significativamente

representativo. A coleta de dados e sua análise se dão da mesma forma que nas pesquisas de

campo.” Levando em consideração essa definição pode-se constatar que esse tipo de pesquisa tem um

caso particular como foco de estudo, porém este caso é significativamente representativo de um

conjunto de outros casos semelhantes.

Já de acordo com Yin (2001, p. 32): “o estudo de caso é um estudo empírico que investiga um

fenômeno atual dentro do seu contexto de realidade, quando as fronteiras entre o fenômeno e o

contexto não são claramente definidas e no qual são utilizadas várias fontes de evidência”. Como a

presente pesquisa trata de uma temática atual, foi investigada dentro de seu contexto real, se

adequando a este tipo de pesquisa.

Também foi utilizada na execução do trabalho a observação, com a qual tem-se a possibilidade

de contato com o ambiente e pessoas que frequentam a empresa, no intuito de observar os

relacionamentos que se estabelecem entre ambos. Além disso, foram aplicados dois questionários; um

com os clientes e outro com o dono da empresa, com o qual foram registradas as perguntas sobre o

tema em questão, bem como as respostas dos sujeitos participantes da pesquisa para análise das

mesmas. Desse modo, reforçamos que o tipo de pesquisa foi pautado no estudo de caso, uma vez que

há um estudo de uma empresa particular, no caso o Mercadinho Bezerra.

3.2 Universo de amostra

O universo de amostra da pesquisa foi o Mercadinho Bezerra, sendo que para a composição

dos sujeitos da pesquisa, trabalhamos com um total de 20 clientes e 1 gestor. O critério para seleção

destes clientes foi a partir da aceitação em participar e a disponibilidade de tempo para responder as

perguntas e dessa forma ajudar neste trabalho. A amostra foi colhida a partir da técnica de amostragem

probabilística aleatória simples que segundo Gil “Quando essa amostra é rigorosamente selecionada,

os resultados obtidos tendem a aproximar-se bastante dos auferidos se todos os elementos do

universo fossem pesquisados.” (2010, p. 109). Então com essa amostra pode-se fazer inferências

sobre a população pesquisada.

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3.3 Coleta de dados

Antes da coleta de dados da pesquisa, foi aplicado um pré-teste com cinco pessoas (clientes).

Esse teste com as perguntas do questionário para análise prévia dos resultados foi realizado no

período de 05 a 10 de maio de 2014.

Para se compor a pesquisa os questionários foram aplicados e coletados a partir da

observação em campo na referida empresa, durante os dez primeiros dias do mês de junho, por ser o

período de maior fluxo de clientes na empresa estudada e que nesse caso, daria uma maior chance da

participação de todos os clientes. A amostra utilizada foi de 20% dos clientes que compram

mensalmente nos primeiros dias do mês de junho na empresa pela seguinte formula de acordo com a

técnica probabilística aleatória simples, de acordo com uma população finita que é quando o universo é

igual e/ou menor que 10 mil, Gil (2010, p.115) uma vez que escolheu-se entre as 100 primeiras

pessoas que compraram no mês. Onde N tamanho da população, n população representativa do

universo. Tem-se a fórmula: (N= 100) (n= 20%) calcula-se N por n= 100/ 20= 20 (N/n)

Foram aplicados questionários aos clientes e ao gestor/gerente da organização. Os

questionários foram compostos por 22 perguntas dos tipos fechadas e abertas, dicotômicas, múltipla

escolha e escalar, que foram direcionadas aos clientes. Ao gestor foi aplicado um questionário

contendo 10 perguntas abertas norteadas pelos critérios de CRM, (Customer Relationship

Management), ou seja, o gerenciamento do relacionamento com foco no cliente.

3.4 Tratamento dos dados

No que se refere aos procedimentos de análise e interpretação dos dados, foi adotada análise

de conteúdo para as questões correspondentes aos dados qualitativos; e estatística descritiva para os

dados quantitativos. Sobre este tipo de procedimento Bardin (2001, p. 34) afirma que: “A descrição

analítica funciona segundo procedimentos sistemáticos e objetivos de descrição de conteúdo das

mensagens. Tratar-se-ia, portanto, de um tratamento da informação contida nas mensagens”. Tomando

essas características este método é excelente para o nosso trabalho porque faz-se análise e

interpretações baseadas em informações colhidas no universo da pesquisa.

A análise de conteúdo é indicada para analisar os discursos pronunciados em diferentes

linguagens analisando criticamente as relações que se estabelecem nessa realidade. Por isso, usamos

vários métodos para colhermos as informações do universo de amostra, tais como a observação direta

do campo de pesquisa e questionários com perguntas dirigidas aos sujeitos colaboradores, ou seja, os

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clientes e o gestor. Dessa forma através de seus discursos compreendeu-se a relação que se

estabelece dentro deste contexto.

Ainda sobre análise de conteúdo Bardin (2001, p. 42) expõe que é: “Um conjunto de técnicas

de análise das comunicações visando obter, por procedimentos sistemáticos e objetivos de descrição

de conteúdos das mensagens, indicadores (quantitativos ou não) que permite a inferência de

conhecimentos relativos às condições de produção/recepção (variáveis inferidas) dessas mensagens”.

Assim esse tipo de metodologia de tratamento de dados nos deu respaldo para realizar o nosso

trabalho.

A pesquisa quantitativa segundo Gil (2008) observa:

Considera que tudo pode ser quantificável, o que significa traduzir em números opiniões e informações para classificá-los e analisá-los. Requer o uso de recursos e de técnicas estatísticas (percentagem, média, moda, mediana, desvio padrão, coeficiente de correlação, análise de regressão, etc.)

Portanto, como se utilizou dados quantificáveis seguiu-se esse viés de análise. Assim, sobre a

natureza do trabalho para tratamento dos dados utilizou-se abordagem de pesquisa quanti-qualitativa,

no qual as duas são critérios para trabalhar os dados colhidos. Sobre a qualitativa, Oliveira (2004, p.

116), afirma que “Justifica-se o fato de o tratamento qualitativo, que pode até ser uma opção do

pesquisador, apresentar-se de uma forma adequada para poder entender a relação de causa e efeito

do fenômeno e consequentemente chegar a sua verdade e razão.” Pois também procurou-se entender

as causas e o efeito da boa gestão de relacionamento com os clientes.

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CAPÍTULO 4

4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Este capítulo visa à análise e discussão dos resultados da pesquisa, o mesmo apresenta os

questionários e os resultados colhidos no universo da pesquisa, realizada através da observação no

ambiente de estudo e aplicação de questionários. As informações colhidas serviram para realizar as

considerações e conhecimentos acerca do objeto de estudo, assim foi possível conhecer melhor e usar

a referência estudada durante a pesquisa.

Dessa forma, conhecer e entender as estratégias e procedimentos utilizados para manter o

bom relacionamento com os clientes leva a possibilidade de crescer no mercado, além disso, verifica-

se os pontos fortes e fracos da organização no setor voltado para as necessidades e desejos dos

clientes e ainda apontar-se-á algumas sugestões para amenizar e melhorar as falhas encontradas

nesta organização.

4.1 Análise dos dados

Procedeu-se as análises dos dados correspondentes à aplicação dos questionários

direcionados aos clientes e ao gestor com o objetivo de conhecer o perfil dos clientes e analisar a

gestão de relacionamento com o cliente na empresa através de questões pessoais. Assim os

questionamentos feitos foram direcionados para a organização, ou seja, para o objeto de estudo.

Também analisamos o questionário aplicado ao proprietário da organização com questões abertas e

direcionadas a gestão e a relação com os clientes.

Após análise de dados a pesquisa revelou que as questões referentes ao primeiro objetivo que

corresponde ao perfil, foi constatado que a maior parte dos clientes são do sexo feminino, cerca de

(70%) e o restante (30%) representa o público masculino, o que pode indicar que as mulheres vêm

desempenhando um papel significativo no mercado de consumo, sendo, portanto um público

importante para as organizações e com forte tendência ao crescimento, como mostra o gráfico 1.

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Gráfico 1: Gênero dos clientes do Mercadinho Bezerra

Fonte: pesquisa de campo, 2014.

Quanto à faixa etária dos consumidores entrevistados, percebeu-se após a análise que com a

idade de 27 a 31 o percentual foi de (30%), acima de 41 anos com (40%) representam maior

expressividade. Não foi observado idade variando de 22 a 26 anos com a amostra da pesquisa, o que

leva a crer que esses clientes frequentam com menor índice esse estabelecimento. Assim, os dados

mostram um perfil variado de pessoas. Como percebemos pelo gráfico 2 a seguir também há clientes

bastante jovens, no total de( 5%). Com relação e essa características não é possível definir com

precisão qual faixa etária tem maior participação em comprar no comércio, o que parece não ser um

fator que influencia no desempenho do mesmo.

Segundo Kotler (2005, p. 126) “as características pessoais constituem o terceiro fator que afeta

as decisões de compra do consumidor. Elas incluem idade do comprador e seu estágio no ciclo de

vida, ocupação, circunstâncias econômicas, estilo de vida, personalidade e autoimagem”. Assim, é

decisivo que as organizações conheçam bem o perfil de seus clientes para que possa atender suas

necessidades e desejos de acordo o comportamento de cada um deles.

Então, as características dos clientes é fator que afeta diretamente a escolha no momento de

fazer as compras, de acordo com fatores individuais tais como: idade, estilo de vida, profissão, classe

social, escolaridade e cultura, significando que a empresa que não conhece o perfil dos clientes corre

risco de perder espaço para outras organizações, dessa forma essa aprendizagem é significativamente

necessário para reter clientes.

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

Homens Mulheres

Gênero

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Gráfico 2: Faixa etária

Pesquisa de campo, 2014.

Quanto à renda mensal dos entrevistados, os resultados evidenciaram que a maior parte dos

clientes do Mercadinho Bezerra recebem até 1 salário mínimo cerca de (55%). Os que disseram ganhar

até R$ 400, o percentual foi (20%). Os clientes que recebem mais de R$ 800 compreendeu (10%). A

pesquisa revelou ainda que existem consumidores no mercadinho com remuneração média superior ao

intervalo de R$ 1.400 a 3.000 (15%), não sendo observado entre os entrevistados da pesquisa clientes

com remuneração acima de 3 mil reais embora seja provável a sua existência. Com os dados é

possível dizer que em relação ao rendimento dos clientes há uma diversidade significativa, ou seja,

dentro da organização são encontrados diferentes perfis de clientes, sendo a maioria composta de

assalariados que podem ser representados por trabalho do setor público como demonstra o gráfico 3.

De acordo com esses dados evidencia-se que um número significativo de clientes possui um

alto poder aquisitivo, pois foi observado a presença de clientes com rendimento superior a 1.400 reais

(15%). O que pode indicar que estes clientes exijam serviços de maior qualidade; e isso influencia a

organização em atender a estes consumidores, tendo em vista a fidelidade destes com a empresa.

0%

5%

10%

15%

20%

25%

30%

35%

18-21 27-31 32-36 37-40 Mais de 41

Faixa etária

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Gráfico 3: Renda mensal

Pesquisa de campo, 2014.

A pesquisa também revelou que em relação ao grau de instrução, foi destaque os que

responderam possuir pós-graduação e os que declararam não ser alfabetizados. Um contraste

interessante, sendo representado por (10%) cada um. O que nos leva a crer que o estabelecimento que

ora estudamos pode ser considerado um ambiente interessante e atraente para diversos tipos de

públicos.

Quanto ao grau de escolaridade os dados ainda apontam para um maior percentual na faixa

de Ensino Médio completo, representando (30%). Percebe-se a existência de clientes que não

possuem o Ensino Fundamental completo, (20%) e ainda outros com o Ensino Fundamental completo

com percentual acentuado de (15%). Sem deixar de mencionar a parcela dos não alfabetizados que

fazem parte desses clientes do mercadinho que ainda representa (10%), dado elevado se comparado a

outros países. Ver o gráfico 4.

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

até 400 de 401 a 800 de 801 a 1400 de 1400 a 3000

Renda mensal

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Gráfico 4: Grau de escolaridade

Fonte: pesquisa de campo, 2014.

No que se refere ao item profissão entende-se que grande parte dos clientes que responderam

aos questionários, chegando a uma porcentagem de (40%) se declararam em outros, ou seja, as

profissões mais citadas foram enquadradas nesse perfil sendo considerados trabalhos autônomos,

concursados dos setores públicos e privados, assim como contratados temporariamente, que não se

encaixam nos itens citados no questionário, conforme mostram os dados do gráfico.

Enquanto isso, as profissões declaradas foram, (30%) aposentados, (15%) professor, (10%)

pedreiro e (5%) agricultor. Segundo Kotler (2005, p. 126), “A ocupação também influencia o padrão de

consumo de uma pessoa.” Por isso, conhecer a profissão da clientela é essencial para determinar que

produtos escolher para diferenciados perfis. Como demonstra o gráfico 5 a seguir, as profissões dos

clientes da empresa são diversificadas.

0% 5% 10% 15% 20% 25% 30% 35%

não alfabetizado

Ensino fundamental incompleto

Ensino fundamental completo

Ensino médio incompleto

Ensino médio completo

ensino superior completo

Pós graduação

Grau de Escolaridade

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Gráfico 5: Profissão dos entrevistados

Fonte: Pesquisa de campo, 2014.

No questionamento que se refere ao tempo de compra no mercadinho o qual contempla os

objetivos 2 e 3, correspondentes à satisfação com os serviços prestados no mercado e a gestão do

mesmo, foi observado um dado relevante, pois 55% revelaram que já são clientes a mais de 6 anos,

enquanto ( 25%) são clientes de 4 a 6 anos e apenas (20%) são cliente de 1 a 3 anos, de acordo com

o gráfico 6. O que leva a crer que há uma relação de confiança entre ambas as partes.

Dessa forma, há no mercado um bom atendimento, qualidade dos produtos e boa gestão que

atraem e conserva esses clientes, mostrando um diferencial nesse sentido. Por isso esses dados

podem se relacionar com o que cita Kotler, (2005, p. 48), ao dizer que “Um cliente altamente satisfeito

permanece fiel por mais tempo, compra mais, fala bem da empresa e de seus produtos (...)”. Com a

observação dos resultados pode-se pressupor que em se tratando da fidelização da clientela, a

empresa estudada consegue mantê-la. Com esse resultado conclui-se que esta empresa está

conseguindo a fidelidade dos clientes, pois foi possível ver que nenhum cliente compra neste ambiente

a menos de 1 ano, eles permanecem até o momento fiel ao Mercadinho Bezerra, como pode ser

observado no gráfico 6.

0%

5%

10%

15%

20%

25%

30%

35%

40%

45%

Agricultor Professor Aposentado pedreiro Outros

Profissão

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50

Gráfico 6: Tempo em que é cliente no mercadinho Bezerra

Fonte: Pesquisa de campo, 2004.

Com relação à frequência com que os clientes vêm ao mercado, levando em consideração

suas necessidades, a maioria dos entrevistados afirmou que frequentam semanalmente o

estabelecimento, indicando um índice de (45%), outros (20%) disseram que vão duas vezes por

semana e ainda os que afirmaram frequentar mensalmente, que foram (20%) respectivamente, o

menor percentual observado afirmou que vão diariamente constando de (15%), (gráfico 7). Com os

dados observado pode-se inferir que em relação à frequência com que vêm ao mercado é mais

crescente o percentual semanalmente. O que pressupõe um lucro maior para o estabelecimento, já que

encontram motivação para ir constantemente a esse local e assim consumir mais.

Gráfico 7: Frequência que vem ao Mercadinho

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

de 1 a 3 anos de 4 a 6 anos mais de 6 anos

Tempos de Clientes

0%

5%

10%

15%

20%

25%

30%

35%

40%

45%

50%

Diariamente semanalmente duas vezes por semana

mensalmente

Frequência de Compras

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51

Fonte: Pesquisa de campo, 2014.

A entrevista também direcionou-se para saber quais as motivações que os clientes consideram

para comprarem no Mercadinho Bezerra. O estudo permitiu observar o seguinte, o que mais faz as

pessoas comprar são: o bom atendimento, com (50 %); variedades de produtos, (20%); boa

localização, (20%); e (10%) elencaram outros motivos. As causas citadas, aparecem como as

principais para a escolha de comprar no estabelecimento em foco, uma vez que a maioria das

respostas dadas voltam-se para esses pontos. Vejamos algumas repostas: Estes depoimentos

apontam os pontos fortes da empresa que influencia a frequência dos clientes neste estabelecimento.

“Porque tem um bom atendimento”; “gosto do atendimento e sempre encontro o que vou procurar”; “o

atendimento que recebo da equipe do mercadinho”; “é bem localizado”; “boa localização” “uma

variedades de produtos e bons preços”; “existe uma grande variedades de produto.”; “porque é próximo

a minha casa.” (Questionário da pesquisa, 2014)

Com isso percebe-se que o Mercadinho Bezerra demonstra ter um valor forte para os clientes.

Sobre valor, Kotler (2005, p. 42) diz que “o valor percebido pelo cliente é fundamento útil que se aplica

a muitas situações e resulta em percepções extremamente importantes”, por isso percebe-se que há

um vínculo entre a empresa e os consumidores. Para que esses clientes sejam fieis é preciso que suas

expectativas sejam satisfeitas e os critérios acima citados dentro da empresa é o que mais satisfaz os

consumidores, ser bem atendido cria uma relação de confiança entre ambos, em que o sujeito se sente

valorizado e útil para a empresa.

Quanto a variedades de produtos Kotler (2005, p.137) diz que “Os clientes insatisfeitos podem

abandonar ou devolver o produto”. Então, sempre deve-se atender todos os tipos de consumidores,

para isso é necessário uma grande quantidade de ofertas de produtos, assim como também a boa

localização faz com que muitas empresas se sobressaiam na qualidade e competitividade atual, o que

leva a crer que neste ambiente existe um caminho bem sucedido exercido pela administração.

O gráfico 8, refere-se a avaliação dos clientes quanto a administração da empresa, tivemos

como resultado um percentual significativo de (60%) como sendo boa, (35%) aproximadamente que

considerou ótima e pouco menos de (5%) acharam regular. Levando em consideração essa variável,

percebe-se que a empresa tem aprovação da maior parte dos entrevistados. Neste sentido, observa-se

que o relacionamento com o cliente é uma forma da empresa conquistar essas pessoas, uma vez que

o bom atendimento foi um dos mais ressaltados nesta questão. Um dos diferenciais percebidas com

relação à gestão diz respeito à valorização da clientela. Percebe-se que a gestão valoriza seus clientes,

ouvindo suas reclamações e atendendo seus pedidos e necessidades através do bom atendimento e

qualidade dos serviços. Sobre bom atendimento Kotler (2005, p. 47) diz que: “Muitas empresas estão

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desenvolvendo vínculos mais fortes com seus clientes por meio da administração do relacionamento

com o cliente.” Com isso, fica evidente que o bom relacionamento com o cliente é uma estratégia para

conseguir manter a fidelidade desses e o aumento da lucratividade.

Gráfico 8: Avaliação da administração da empresa

Fonte: Pesquisa de campo, 2014. A satisfação dos clientes neste contexto globalizado passou a ser primordial para as empresas,

tendo em vista a alta competitividade, por isso é importante que os desejos e necessidades dos

clientes sejam atendidos, já que pode ser um grande aliado no crescimento econômico e social das

organizações.

Já os resultados do gráfico 9 dizem que dentro desta empresa o que mais satisfaz aos clientes

são os preços (25%) e a organização com (25%), em segundo lugar está a qualidade dos produtos

(20%) e o atendimento com (20%), já em terceira posição ficou a variedades dos produtos com (10%).

Esses dados revelam o compromisso do trabalho da empresa com a satisfação dos clientes e com a

qualidade dos serviços oferecidos pela mesma.

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

ótimo bom regular

Como Avaliar a Administração

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53

Gráfico 9: Satisfação com estabelecimento

Fonte: Pesquisa de campo, 2014.

Na questão da entrega de compras, serviço utilizado pelos clientes do Mercadinho Bezerra,

obteve-se uma demonstração de (65%) dos clientes que consideram esse quesito como ótimo; (20%)

apontaram como bom e (15%) disseram ser regular. Como a maioria dos clientes classificou os

serviços da empresa como ótimo, infere-se que vem sendo eficiente e satisfatório o serviço de entrega

a domicílio.

Sobre a satisfação com os serviços ofertados pela empresa parte-se do pressuposto defendido

por Kotler (2005, p. 40) quando conceitua de que: “O valor percebido pelo consumidor é a diferença

entre a avaliação que o cliente potencial faz de todos os benefícios e todos os custos de uma oferta e

as alternativas percebidas.” Com isso, pode-se avaliar que os benefícios dos serviços oferecidos na

organização cobrem os custos dos clientes e lhes atribuem um alto valor, o que faz com que se sintam

satisfeitos com esses serviços, já que para o cliente tomar a decisão de comprar é preciso que a

empresa ofereça o maior valor a ele, superando suas expectativas.

0%

5%

10%

15%

20%

25%

30%

Preços qualidade dos produtos

atendimento organização variedade dos produtos

Satisfação no estabelecimento

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Gráfico10: Avaliação da entrega de compra

Fonte: pesquisa de campo, 2014.

Neste ponto ao qual se refere à questão da exposição dos produtos, nota-se que os

consumidores estão muito contentes com o espaço destinado aos itens de venda, uma vez que a

porcentagem a essa pergunta chegou aos (90%) de sim, e apenas (10%) não gostam desse espaço.

Ter um espaço bom que agrade a clientela, em que as pessoas possam fazer suas compras com

tranquilidade é um ponto positivo para todo empresa.

Gráfico 11: Exposição dos produtos e espaço

Fonte: pesquisa de campo, 2014.

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

Ótimo Bom regular

Avaliação da entrega

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

Sim Não

Espaço suficiente

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55

Outro aspecto que também foi aprovado, com (55%) de aceitação como bom e (35%) como

ótima, diz respeito à distribuição das mercadorias no estabelecimento. Sobre essa pergunta, somente

(10%) consideraram regular. As respostas demonstram um alto índice de satisfação da clientela, o que

revela uma preocupação da organização em análise com relação ao fator aqui abordado. Desse modo,

é possível perceber que a empresa dedica atenção especial a este aspecto, visto que a boa

distribuição das mercadorias ajuda os clientes a se orientar e encontrar o que precisam.

Gráfico 12: Avaliação da distribuição das mercadorias

Fonte: pesquisa de campo, 2014.

Em relação ao atendimento ao cliente foi observado que dos entrevistados, (50%)

consideraram ótimo e (50%) bom, demonstrando que esse ambiente tem um atendimento satisfatório e

aprovado pela totalidade dos seus clientes. Como não tivemos resultado negativo neste quesito

pressupõe-se que seja um atendimento de qualidade, aprovado por esses consumidores como mostra

o gráfico 13. Desse modo, evidencia-se que a administração conhece o que os clientes querem e

mantém uma relação amigável, o que vem de encontro aos pensamentos de Kotler (2007), mostrando

que hoje, para ter eficiência é preciso conquistar uma clientela fiel e mantê-la informada e satisfeita, ou

então a grande demanda do mercado e a competitividade acabam por atraí-los. Nesse sentido,

oferecer um bom sistema de relacionamento e atendimento é um desafio a ser conquistado

constantemente.

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

Ótimo Bom regular

Distribuição de Mercadorias

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Gráfico 13: Atendimento aos clientes

Fonte: pesquisa de campo, 2014.

O serviço de atendimento prestado por esta empresa foi considerado bom por (55%) dos

sujeitos que responderam o questionário; (25%) acha regular; (10%) ruim e (10%) ótimo. Assim, é

importante ressaltar que este percentual bom representa uma aprovação significante para a empresa.

Com esses resultados é possível avaliar como positivo o atendimento na hora de pagar as compras

uma vez que mais de (80%) considerou o atendimento ótimo ou bom, ressaltando, portanto a

importância de se manter sempre esse aspecto em destaque.

Gráfico 14: Momento de pagar as compras

Fonte: pesquisa de campo 2014.

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

Ótimo Bom

Atendimento ao cliente

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

Ótimo Bom regular Ruim

Espera no momento de pagar as compras

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A próxima questão se refere à representatividade da empresa na cidade. Nesse quesito, os

resultados mostram os seguintes dados: (60%) consideram grande essa representação em relação aos

seus concorrentes, já (35%) disseram ser média e outros (5%) diz ser nenhuma a representação da

empresa na cidade, o que implica em uma responsabilidade muito grande, já que é uma das maiores

da cidade, segundo 60% dos entrevistados. Então é preciso manter a qualificação sempre atualizada e

o gerenciamento focalizado nos clientes.

Gráfico 15: Representatividade do mercadinho Bezerra na cidade

Fonte: pesquisa de campo, 2014.

A respeito da comunicação entre empresa e clientes (gráfico 16), os participantes da pesquisa

responderam que: consideram ótimo, 30%; consideram bom, 50%; 5% achou regular e 15%

responderam que acha ruim. Levantar dados como estes são importantes, pois eles revelam

informações sobre tudo que acontece neste ambiente, mantendo os clientes atualizados sobre as

vendas, os produtos, as promoções etc. Como afirma Matos (2006, p. 10) sobre a comunicação:

Um ambiente aberto à comunicação proporciona aos indivíduos_células que dão sentido e vivificam as organizações __A satisfação de se sentirem produtivos, associativos e saudáveis. Nessa matemática humanista só há espaço para as equações de soma do relacionamento humano, e de multiplicação da felicidade, da inclusão e da participação de todos. O resultado é sempre a conquista de maior lucratividade e progresso.

Por isso, acredita-se que um ambiente onde existe comunicação, seja entre empresa e

funcionários ou empresa e clientes só acrescenta vantagens, pois o relacionamento se torna mais

humano e saudável, e como resultados tem-se o progresso onde todos saem ganhando. Neste caso, a

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

Grande Média Nenhuma

Representatividade para Cidade

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comunicação exerce papel significativo na vida das organizações, ela precisa ser eficaz e planejada

para alcançar todos os públicos que fazem parte da empresa e ainda atrair novos clientes e dessa

forma resultar em lucro e progresso organizacional.

Gráfico 16: A comunicação na empresa

Fonte: pesquisa de campo, 2014.

Na questão sobre a existência de vantagens no mercado tivemos as seguintes opiniões: (85%)

dos participantes responderam que tinha vantagens, os contrários representaram (15%) dizendo não

haver vantagens, ou seja, a maior parte deles encontra vantagens neste ambiente como: bons preços,

qualidade dos produtos, localização do mercado e variedades de produtos. Em seguida foi perguntado

quais seriam essas vantagens, a grande maioria considerou que a maior vantagem de comprar neste

local relaciona-se aos preços bons, a qualidade e variedades dos produtos e o atendimento ao cliente.

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

Ótimo Bom regular Ruim

Comunicação

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59

Gráfico 17: Vantagens de comprar neste estabelecimento

Fonte: pesquisa de campo, 2014.

Ao serem questionados sobre as desvantagens que podemos encontrar no Mercadinho

Bezerra, o resultado apontou para os seguintes dados: de acordo com o gráfico 18, (70%) não ver

desvantagem alguma no mercado, enquanto isso (30%) percebe que em alguns aspectos a empresa

deixa a desejar e citam como exemplo a falta de promoções regulares e a demora no pagamento das

compras no caixa.

Gráfico 18: Desvantagens

Fonte: Pesquisa de campo, 2014.

Quanto à pergunta sobre o fato do cliente já ter enfrentado algum tipo de aborrecimento com

a empresa e como esse impasse foi resolvido pela gestão, percebemos com as respostas que apenas

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

Sim Não

Vantagens de compras

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

Sim não

desvantagens de Compra

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sete pessoas responderam sim a esse quesito, citando como principais causas do aborrecimento, a

falta produtos nas compras, produtos estragados e quebrados. No entanto, ressaltam que voltaram à

empresa e foram atendidos prontamente com a troca do produto realizada imediatamente pela

organização. Isso mostra que a empresa é comprometida com o bem-estar dos seus clientes e que

respeita suas reclamações realizando um bom atendimento.

Em relação existência de algum tipo de marketing de relacionamento voltado para os clientes,

ou seja, propagandas, promoções, brindes, ou atendimento diferenciado houve poucas respostas

apontando que não existe atendimento diferenciado e há poucas promoções, mas a grande maioria

das respostas evidenciaram que neste estabelecimento existe marketing de relacionamento voltado

para o cliente, embora seja de forma pequena, uma vez que as pessoas desconhecem isso e afirmam

que não possuem esses fatores mencionados, o que pode ser considerado uma desvantagem para a

organização, tendo em vista ser o marketing de relacionamento um grande aliado na conquista do

mercado competitivo.

No que se refere à eficiência da comunicação sobre os preços e produtos do Mercadinho

Bezerra, os consumidores apostam na comunicação boca a boca e nos preços fixados nos produtos

como as melhores opções para a comunicação ser eficiente, mencionaram também a divulgação em

carros de som e encartes como opções eficientes de comunicar as informações aos clientes.

Nesse sentido, para atender aos desejos e necessidades dos clientes é importante que se

conheça bem o público com quem trabalha ao mesmo tempo em que avalie a opinião que ele tem da

organização para poder melhorar ao máximo esse relacionamento. Assim, com as questões analisadas

pode-se perceber que em muitos aspectos importantes a empresa com a qual realizou-se o estudo

atende as exigências do mercado competitivo como conquistando clientes fieis e se mostra como uma

forte concorrente na área.

Questionário 2 - questões abertas - O Gestor

Esta parte é dedicada a estudar e analisar o questionário aplicado a gestão da empresa, ou

seja, a pessoa responsável pelo gerenciamento e organização da mesma, assim as questões aplicadas

foram abertas e direcionadas ao setor de relacionamento com o cliente.

Essa etapa da análise será realizada por meio da análise de conteúdo, uma vez que foi

aplicado um questionário a respeito das providências que são tomadas pela empresa para a

manutenção de sua clientela em longo prazo, o gestor disse que: “um bom relacionamento e

confiança com o cliente e se mantendo o mais atualizado possível no mercado”.

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Analisando a resposta do gestor, pode-se entender que o mesmo se esforça para que o

relacionamento com os clientes seja de confiança e de longo prazo, pois a empresa visa essa

fidelidade, para tanto, preza pela atualização dentro do mercado, isso vai de encontro ao que Las

Casas (2006, p. 25) afirma quando aborda que; “As empresas rendem-se às vontades dos clientes e

procuram fazer o melhor que podem para conquistá-lo e mantê-lo”. Assim a empresa procura manter o

sistema de informática atualizado, os produtos bem conservados e bem distribuídos, o telefone sempre

ligado e os computadores a disposição.

Dessa forma, manter essa atualização pode ser uma maneira de reter esses clientes, porque

as empresas procuram conquistar através da satisfação dos fregueses. Como mostra o gestor eles

procuram fazer com que os clientes permaneçam na empresa para isso o foco é prezar pelo bom

relacionamento. Entende-se que hoje, uma das formas de aproximar os clientes da empresa é através

da tecnologia, como diz Las Casas (2007, p. 34)

Hoje, é possível afirmar que a tecnologia tem moldado o novo consumidor. Antes, seu comportamento era mais simples de entender, pois sempre estava próximo dos locais de compra, suas decisões eram vistas, percebidas e analisadas, sem dizer, também, que as suas exigências eram outras, como também suas necessidades.

Segundo os autores, para as empresas permanecerem no mercado, é fundamental que exerça

nesse contexto tecnológico a função da adaptação aos novos gostos e maneiras do consumidor, que

exige tratamento que corroboram com as novas invenções tecnológicas, podendo ser critério

competitivo para a fidelização dos clientes. Quanto mais conhecer esses novos consumidores mais

chances de prosseguir evoluindo no mercado. Contudo, se a mudança não acompanhar essa evolução

corre-se grande risco de fracasso.

Por isso, a empresa instalou um sistema mais moderno de informática para agilizar os

pagamentos e as compras, também trocou os computadores antigos por outros modernos e colocou

também sistema de segurança com instalação de camarás para apoiar a segurança dos fregueses.

Já quando questionado sobre se empresa conhece bem seus clientes e se considera

importante conhecer bem o tipo de cliente, teve-se como resposta: “Não como deveria conhecer.

Sim. Para poder manter um bom relacionamento é indispensável o conhecimento”.

Dessa forma, visa-se a gestão de qualidade segundo o modelo do CRM. A gestão do

relacionamento com o cliente tem foco comprometido com o conhecimento dos consumidores

potenciais, ou seja, aqueles que se mantém fiel à organização, sendo assim pela resposta do gestor

verifica-se que ele sabe da importância de conhecer bem os clientes para conquistá-los e atender suas

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necessidades. Porém, há certo grau de desconforto quando assumiu que esse conhecimento poderia

ser mais profundo do que já é.

Neste caso, pode ser relevante para essa gestão conhecer as estratégias do planejamento do

Marketing do relacionamento a fim de desenvolver melhor seus planos para cultivar mais informações

sobre a clientela e dessa forma aprofundar o processo de gestão do bom relacionamento com o cliente

como vantagem competitiva.

Outra questão respondida pelo gestor foi se a empresa considera mais importante

conquistar maior número de clientes ou aumentar à participação dos consumidores atuais. A

resposta dada a esse item foi que na visão do gestor o melhor seria “Aumentar a participação dos

atuais consumidores”.

Pelo viés de que trata-se o comprometimento da gestão da empresa o procedimento mais

importante é manter os clientes e aumentar a participação dos mesmos no mercado, então infere-se

que a empresa considera que há um potencial nos clientes a ser explorado, como por exemplo passar

a oferecer produtos que ainda não oferece.

Assim, considerando o custo/benefício, a empresa visa à manutenção de sua clientela, levando

em conta que para atrair novos clientes teria que fazer investimentos maiores, utilizar mais estratégias

de marketing, atraí-los para entrarem na empresa. Porém se a empresa visa apenas manter seus

clientes, aumentando a participação dos mesmos, usará estratégias de acordo com o público que já

conhece, podendo investir em mercadorias novas e treinamento dos funcionários para qualificar o

atendimento obtendo mais vantagens para a mesma. Como relata Kotler (2005, p. 14) “As empresas

tem mais chances de ser bem-sucedidas quando escolhem seus mercados-alvo com cuidado e

preparam programas de marketing sob medidas para eles”.

Portanto, pode-se inferir que não havendo aumento do número de clientes, além de não gastar

com propaganda, não há necessidade também de contratar maior número de funcionários, visto que

estes são aspectos relacionados a gastos para a empresa e como disse o autor o programa de

marketing será realizado de acordo com essa clientela.

A respeito do questionamento a seguir: A empresa possui Marketing de Relacionamento,

os quais são compreendidos como o relacionamento com o cliente?. A resposta obtida foi: “Sim

relacionamento direto com a clientela.”

É relevante destacar que o relacionamento direto com o cliente envolve diferentes modos de

abordá-los, assim segundo o gestor a forma mais utilizada de marketing de relacionamento com o

cliente é o marketing direto, ou seja, aquele em que o contato com o consumidor se dá de forma direta,

seja ela o boca a boca, o sistema de telefonia, internet etc.

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Sobre marketing direto podemos dizer que é uma forma eficiente de manter os clientes

informados, mas pode não ser o suficiente, tendo em vista o número cada vez mais crescente de meios

comunicativos. Assim, é preciso considerar outras formas de se relacionar com os consumidores, como

por exemplo, estratégias de marketing organizacional e empresarial.

Quando mencionado a questão da frequência de reclamações dos clientes e que medidas

são tomadas em relação a essas reclamações, o gestor respondeu que: As maiores reclamações

são “Falta de produtos. E para resolver a situação, diz que é feita “a reposição desses produtos o mais

rápido possível”. Compreende-se com isso que a gestão da empresa busca resolver com prontidão o

problema do cliente, pois segundo Kotler (2005, p. 256) “resolver o problema do cliente de maneira

satisfatória é essencial”.

Assim, reclamações dos clientes dizem o que a empresa precisa melhorar para garantir a

satisfação plena, ouvir o que estes têm a dizer e atendê-los é valorizar suas necessidades. Para a

organização sempre que se têm reclamações são ouvidas e atendidas com rapidez, nesse sentido eles

atendem o que podemos chamar de acordo com Kotler de patrimônio de valor para o cliente. Sobre

isso, Kotler (2005, p. 42) revela que “Está claro que a chave para gerar grande nível de fidelidade por

parte do cliente é entregar um alto valor para ele”.

Os aspectos mencionados acima demonstram o comprometimento da organização com seus

consumidores, em vista disso, as reclamações e opiniões dos clientes precisam ser percebidas como

construtivas para um melhor desempenho empresarial, esse patrimônio de valor revela a avaliação que

o cliente faz das ofertas e serviços prestados e seus custos- benefícios o que contribui para elevar a

qualidade das organizações.

Outro ponto importante diz respeito ao item sobre se a empresa mantém boa comunicação

com os clientes e qual. Como resposta deu-se que: “Sim, o relacionamento direto com o cliente”.

Suscitando que para toda organização a comunicação exerce a função de estabelecer a relação com

os clientes, funcionários e outros que fazem parte da mesma é sumariamente uma das formas mais

eficaz de atrair e reter clientes. Pelo proposto pela administração nota-se que essa comunicação

acontece de forma direta ainda que este não tenha especificado o tipo utilizado pela empresa e de

acordo com os questionários anteriormente analisados a comunicação é eficiente.

A fim de alcançar os objetivos foi questionado ao gestor também sobre quais fatores ele

considera mais importantes para o mercado atual sua resposta foi: “Confiança e bom

relacionamento tanto com os clientes quanto com os fornecedores”.

Pode-se perceber que a resposta se respalda na confiança e no bom relacionamento, ainda

que identifique-se um mercado competitivo e altamente variado vale lembrar que estão também

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dispostos a escolher o melhor para atender a demanda das ofertas e procura que consistem em

conquistar um número cada vez maior de clientes. Analisando a resposta desse questionário

identificou-se a consciência de que o bom relacionamento com o cliente e a confiança é o princípio que

rege o planejamento dessa instituição. Sobre isso Cobra (1992, p. 755) diz que: “O sucesso de uma

empresa depende da satisfação de sua clientela, uma vez que nenhuma organização pode existir sem

que existam clientes e que eles se sintam bem atendidos em sua necessidade de receber bons

produtos e bons serviços, entre outras expectativas”.

Nesse caso, mantendo o bom relacionamento e a confiança não só com os clientes, mas com

todos que compõem uma empresa, tanto nos setores interno como externo perpetuando o crescimento

e estratégias ligadas ao marketing, têm-se mais chances de atrair para o mercado um público maior.

Sobre que atitudes a gestão vem tomando para agregar as novas tecnologias a sua

organização, obtivemos como resposta que: “Venho tentando se atualizar da melhor forma possível e

de acordo com as solicitações dos clientes”.

Nesse sentido, o acesso à tecnologia e a informação é um ponto que deve ser bem elaborado,

pois hoje elas fazem parte do dia a dia das pessoas e vem cada vez mais moldando comportamentos,

por isso manter esse sistema ativo e atual é uma responsabilidade que pode ajudar a empresa na

busca pelo sucesso. Não obstante configura um processo de inclusão aos novos tempos, enfim a

modernidade. Como bem afirma Tavares (2010, p. 3,4) “Entendemos comunicação Empresarial ou

comunicação Organizacional como: conjunto integrado de ações, estratégias, planos, políticas e

produtos planejados e desenvolvidos por uma organização para estabelecer a relação permanente e

sistemática com todos os seus públicos de interesse”.

Sobre essa questão, a resposta não declarou as atitudes práticas que a empresa vem tomando

para incluir essas tecnologias na empresa, sendo assim não pode-se avaliar que recursos são usados

no dia a dia para estabelecer essa interaração e a integração da tecnologia ao cotidiano da empresa.

Continuando com o questionário foi posto a seguinte questão como você considera o

desempenho da empresa na cidade? E como resposta disse que é: “Intermediário”. Com essa

declaração a gestão ver que em nível municipal a empresa tem um desempenho intermediário, notifica-

se então que é um desempenho médio, nem muito pouco, nem tão grande, no entanto, é capaz de

assegurar a sustentabilidade de forma digna, tendo um bom rendimento econômico. Nota-se que o

gestor vai de encontro ao pensamento de Oliveira (1999, p. 131) ao dizer que: “A evidência de uma

estruturação organizacional depende da qualidade intrínseca, do valor e da integração das pessoas

que são partes integrantes desse processo”. Assim ao valorizar o desempenho da organização neste

contexto moderno, o gestor acrescenta a qualificação no processo administrativo.

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Finalizando o questionário questionou-se da seguinte forma: Você entende que a

manutenção do bom relacionamento e confiança com o cliente pode ser considerado um critério

de competitividade? A resposta: “Sim. Fundamental” evidencia a preocupação com o bom

relacionamento com o cliente como objetivo principal da manutenção da clientela nesta organização.

Sobre a manutenção do bom relacionamento com o cliente segundo Queiroz (2002, p.46), ou

seja, “O Customer Relationship Management (CRM) é o processo continuo de identificação e criação

de novos valores com clientes individuais.” Dessa forma é um segmento importante para efetivar a

conquista da lealdade dos clientes sendo considerado hoje fundamental na competição de públicos e

mercados.

Considerando a resposta a essa questão pressupõem-se que esse conhecimento é

reconhecido pela gestão. Tal fato mostra a responsabilidade de manter esse relacionamento e usar

estratégias para conseguir o melhor resultado possível dentro desse contexto econômico. Ainda sobre

o relacionamento com foco no cliente podemos mencionar que o gerenciamento das estratégias de

marketing voltadas para o cliente como afirma Swift (2001, p. 36) "O aspecto mais significativo do

processo de CRM é o aprendizado contínuo e a criação do conhecimento a respeito dos clientes”.

Segundo Swift, (2001) a contínua relação de integração entre cliente e empresa visa alcançar

os objetivos de renovar o conhecimento sobre esses clientes e atender de acordo com suas vontades,

a fim de não perder o foco que é a fidelização do cliente e consequentemente o lucro que ele traz para

a organização, portanto podemos dizer que um bom relacionamento e confiança são grandes parceiros

das organizações na busca pela conquista do mercado consumidor.

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CAPÍTULO 5

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS, SUGESTÕES E RECOMENDAÇÕES

A partir dos dados estudados e analisados ao longo desta pesquisa é possível fazer algumas

considerações, sugestões e recomendações sobre o tema em estudo, com o objetivo de contribuir de

forma significativa para a área da gestão do relacionamento com o cliente ajudando com estratégias

importantes para solidificar os relacionamentos entre empresa e clientes.

5.1 Considerações finais

Ao longo do percurso realizado e dos estudos e teorias discutidos chegou-se a várias

considerações sobre esta temática, ressaltando que ela acrescentou muitos conhecimentos e

experiência para a vida acadêmica contribuindo para o enriquecimento dessa área.

Sendo assim, nota-se, que o processo que envolve o relacionamento com o cliente passou

por mudanças ao longo dos anos, deixando de ser mero acaso e passando a ser critério para o

crescimento das organizações, por isso um fator motivador para decisões estratégicas empresariais,

nesse contexto moderno a gestão do relacionamento tem no marketing criando valor para o cliente um

forte aliado para a competição no mercado.

Percebe-se também que os conceitos relacionados ao tema aqui proposto estão diretamente

ligados ao setor de planejamento das empresas e que de forma direta ou indireta estão incluídas no

planejamento estratégico para alcançar os objetivos e metas das empresas, ou seja, a partir do

momento em que as necessidades e desejos dos clientes são prioridade nas organizações, os

investimentos são direcionados para esse setor com o intuito de conseguir satisfazer esses clientes.

Além disso, é notório que para conhecer os clientes, um setor importante na empresa está

em um sistema efetivo de comunicação, assim ela é quem mantém a troca de informação constante e

dessa forma a confiabilidade da empresa e ainda quanto mais moderno essa comunicação melhores

são os resultados, sendo clara, eficiente e motivadora para os clientes.

Outro ponto relevante para o desempenho empresarial é o nível de gestão e o

reconhecimento dos clientes potenciais e fieis que convivem com a empresa. Manter um bom

relacionamento com o cliente, voltando-se para o cultivo e manutenção da clientela é mais lucrativo do

que conquistar novos clientes, então cabe à organização planejar, conhecer e satisfazer seus clientes

para que seja altamente competitiva.

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Sobre a análise dos dados discutiu-se sobre o perfil dos clientes, o nível da satisfação com a

organização e ainda sobre a gestão da empresa e sua visão sobre a clientela e o serviço prestado pela

mesma. Nesse sentido observou-se algumas vantagens competitivas e algumas desvantagens dentro

da administração desta instituição.

Quanto ao perfil dos clientes, pode-se perceber que a maioria é do sexo feminino e com grau

de escolaridade de Ensino Médio completo, ainda entre a idades, as que mais se destacam são de 27

a 31 anos e pessoas com mais de 41 anos; já sobre a renda mensal a maioria vive de pouco mais de

um salário, sendo que na profissão temos aposentados, professores, pedreiros e outros.

Nota-se também que a grande maioria deles já são clientes a mais de 6 anos deste

estabelecimento como mostra o gráfico da análise, podendo assim ser considerados clientes fieis a

instituição e o que mais satisfaz esses clientes são: o bom atendimento da empresa, a variedade dos

produtos e os preços, assim como a organização da mesma.

Percebe-se que eles analisam a administração como boa, justificando que os produtos estão

bem distribuídos, existe espaço suficiente e grande variedade de produtos e preços agradáveis e

entrega em domicílio bem eficaz, assim como um bom atendimento aos clientes. Ainda evidenciou-se

que a representatividade da empresa na cidade é grande, ou seja, é bem significativa para esta

população que a considerou uma das maiores no setor com 60% dos resultados.

Também analisou-se que a falta regular de promoções e a espera no momento do pagamento

das compras no caixa são as reclamações mais citadas nas desvantagens na visão dos clientes, nesta

questão a empresa deixa a desejar, uma vez que não promove promoções e assim perde ponto no

reconhecimento dos clientes.

Como uma desvantagem na empresa pode-se apontar o fato de não haver um planejamento

de marketing voltado para a gestão do relacionamento com o cliente, já que o próprio gestor afirmou

em suas respostas que apenas trabalha com o marketing direto, isso pode ser considerada uma falha

da gestão, porque hoje é essencial envolver os sistemas de marketing para conquistar os clientes.

Além disso, não há planos nem projetos para fins de pesquisa e avaliação sobre a clientela.

Todavia, há vantagens que podem superar os pontos fracos e melhorar de forma relevante a

administração da empresa, como exemplo a partir do planejamento de marketing voltado para os

clientes, assim como o trabalho e promoção desse setor, um exemplo que notificou-se foi a reclamação

dos ciente de não ter na empresas promoções e brindes.

Assim, pode-se dizer que a empresa Mercadinho Bezerra possui diversas vantagens

competitivas, mas não existe um setor responsável por planejar e solidificar essas vantagens, o que

leva a deficiência na organização. Segundo o gestor que sabe da importância de manter um bom

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relacionamento com o cliente e conhecê-los poderia ser mais eficiente neste sentido, mas de alguma

forma admite que a empresa não investe como deveria para alcançar esse conhecimento.

Em suma, a partir do que foi analisado observa-se que a questão da gestão do

relacionamento voltado para o cliente dentro dessa instituição já existe, embora não seja um setor

direcionado e planejado para esse fim, mas quando a gestão tem consciência e reconhece que reter

clientes fieis é mais importante que conquistar novos cliente e investir na força de compra destes

clientes, está utilizando um gerenciamento com foco no cliente, é, portanto necessário que a empresa

se organize para sistematizar melhor esse gerenciamento e ter conhecimento para elaborar projetos de

marketing direcionados aos seus clientes, pois com isso sua vantagem aumenta.

Para que esse sistema de gestão de relacionamento com o cliente seja aprofundado nesta

empresa, ela precisa investir em um setor de planejamento para direcionar as estratégias de marketing

de relacionamento, conhecendo melhor seus clientes e suas necessidades, os pontos fortes e fracos

da instituição e trabalhando em cima desses intens.

5.2 Sugestões

Após a análise dos dados pode-se constatar que a empresa pode superar as dificuldades

encontradas, desde que trabalhe para solucionar os problemas detectados ao longo desse percurso,

para que isso se efetive é preciso em primeiro lugar à elaboração, pela empresa de projetos

estratégicos voltados para o marketing de relacionamento com foco no cliente e os que já existem

podem ser ajustados e melhorados a partir da efetiva implantação dos 4ps do mix de marketing.

Também percebe-se que há a necessidade de ampliar os recursos de comunicação, uma vez

que estes desempenham um papel fundamental dentro da empresa. Uma boa sugestão é investir nas

novas tecnologias que invadem o mercado comercial em todo o mundo, isso leva credibilidade e

modernidade para o setor.

É essencial que a gestão reveja seus critérios de gerenciamento e invista na qualificação

profissional e a capacitação do pessoal para que estes realizem cada vez melhor seu trabalho, assim

fazer cursos e treinamento é um recurso para desempenhar um excelente serviço aos clientes.

Sugeriu-se para resolver o problema da demora no ato dos pagamentos das compras a

implantação de mais um caixa, possibilitando assim uma maior rapidez no atendimento, e

consequentemente a maior satisfação dos consumidores do mercadinho Bezerra.

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Vale ressaltar que em termos de aprendizado foi imensamente gratificante a construção deste

trabalho, pois através dele foi possível adquirir novos conhecimentos sobre o tema e a prática

empresarial.

5.3 Recomendações

As recomendações aqui propostas são baseadas nos estudos e pesquisas realizadas no

decorrer deste trabalho e no aprendizado que adquirimos ao longo dos estudos. Desse modo, foi

significante para os estudos da administração o debate sobre o tema em questão, por isso propomos

que as pesquisas nessa área sejam contínuas e abordem outros vieses do tema, pois sabe-se que a

gestão do relacionamento com o cliente é um dos temas mais importantes para a administração das

empresas. Dessa forma, aprofundar esse tema vai contribuir imensamente para a gestão empresarial

atual.

Além disso, é fundamental que esta pesquisa seja divulgada entre os estudos acadêmicos,

servindo de base para novos trabalhos e contribuindo para a ampliação do conhecimento dos

estudantes que poderão vir a desenvolver pesquisas nessa área, produzindo um acervo maior sobre a

temática.

Sem deixar de mencionar que o trabalho aqui desenvolvido vai ajudar na prática

administrativa da organização objeto de estudo, e em outras que poderão estudar as sugestões aqui

propostas e melhorar seus investimentos nesse setor e criar laços sólidos com seus clientes.

É recomendável que as empresas busquem conhecer seus clientes através da avaliação

constante dos mesmos, sobre seus desejos, necessidades e reclamações para então superar os

desafios de exercer um excelente atendimento aos clientes.

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APÊNDICES

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ANEXOS