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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE - UERN Campus Avançado Professora Maria Elisa de Albuquerque Maia - CAMEAM Curso de Administração - CAD Maria Isabel Silva Duarte RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO O TURISMO NO MUNICÍPIO DE ALEXANDRIA/RN: UMA ANÁLISE DE SEUS IMPACTOS E ESTRATÉGIAS SOB A PERSPECTIVA DA SECRETARIA MUNICIPAL DE TURISMO PAU DOS FERROS - RN 2011

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE - UERN

Campus Avançado Professora Maria Elisa de Albuquerque Maia - CAMEAM

Curso de Administração - CAD

Maria Isabel Silva Duarte

RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO

O TURISMO NO MUNICÍPIO DE ALEXANDRIA/RN: UMA ANÁLISE DE SEUS IMPACTOS E ESTRATÉGIAS SOB A PERSPECTIVA DA SECRETARIA MUNICIPAL DE TURISMO

PAU DOS FERROS - RN

2011

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MARIA ISABEL SILVA DUARTE

O TURISMO NO MUNICÍPIO DE ALEXANDRIA/RN: UMA ANÁLISE DE SEUS IMPACTOS E ESTRATÉGIAS SOB A PERSPECTIVA DA SECRETARIA MUNICIPAL DE TURISMO

Relatório Final de Curso apresentado ao Curso de Administração/CAMEAM/UERN, como requisito parcial para obtenção do título de bacharel em administração.

Professora Orientadora: Michelle Yumi Felipe Okino

Área: Administração de Turismo e Marketing

PAU DOS FERROS - RN 2011

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COMISSÃO DE ESTÁGIO

Membros:

_____________________________________________________________________ Maria Isabel Silva Duarte

Aluna

_____________________________________________________________________ Michelle Yumi Felipe Okino

Professora Orientadora

_____________________________________________________________________ Raicimira Maria Gonçalves de Almeida

Supervisora de Estágio

_____________________________________________________________________ Sandra Paiva

Coordenador de Estágio Supervisionado

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MARIA ISABEL SILVA DUARTE

O TURISMO NO MUNICÍPIO DE ALEXANDRIA/RN: UMA ANÁLISE DE SEUS IMPACTOS E ESTRATÉGIAS SOB A PERSPECTIVA DA SECRETARIA MUNICIPAL DE TURISMO

Este Relatório Final de Curso foi julgado adequado para obtenção do título de

BACHAREL EM ADMINISTRAÇÃO

e aprovado em sua forma final pela Banca Examinadora designada pelo Curso de Administração/CAMEAM/UERN, Área: Administração de Turismo e Marketing

Pau dos Ferros/RN, em ______________________________.

BANCA EXAMINADORA

Julgamento: _______ Assinatura: _______________________________________ Michelle Yumi Felipe Okino

Orientadora – UERN

Julgamento: _______ Assinatura: _______________________________________ João Batista Freitas Examinador – UERN

Julgamento: _______ Assinatura: _______________________________________ Lindsay Wagner

Examinadora – UERN

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DEDICATÓRIA

Dedicado a minha mãe, meu exemplo de vida e

determinação.

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AGRADECIMENTOS

Muito obrigada a Deus, em primeiro lugar, pela dádiva da vida e da sabedoria. Obrigada Senhor pelo

seu infinito amor e por confiar que somos capazes, apesar de nossas fraquezas e limitações, de

transpor barreias e ultrapassar limites. Agradeço a minha família, meus irmãos e em especial meus

pais, Nicinha e Leilson, por todo amor, esforço e devoção que me dedicaram para que eu pudesse

seguir lutando pelos meus ideais e me incentivando rumo ao conhecimento. A minhas avós Maria e

Isabel, que não me deram somente a satisfação de ter seus nomes, mas por serem exemplos de força

e simplicidade, pelas orações, pelo zelo e por serem alegria e luz na minha vida. Ao meu avô Francisco

Honorato (in memoria) por ser minha referencia de ternura e humildade e pelas doces lembranças

daquele tempo em que me pegava no colo e me ensinava matemática. Ao meu namorado Paulo Jorge

pelo carinho e apoio, por todos os momentos ímpares que passo ao seu lado e por me fazer acreditar

no amor. Aos colegas de sala pelo companheirismo e por dividirmos juntos os momentos de alegria,

descontração e até mesmo angustia. Aos amigos, nas pessoas de Kivia e Rosália, por estarem sempre

prontas a me ajudar, me fazer sorrir quando o cansaço e a desilusão insistiam em desanimar e por

comungarem comigo sorrisos e lágrimas. A minha orientadora Michelle sempre tão meiga e prestativa,

sua ajuda foi crucial para que eu pudesse concluir esta etapa, a todos os professores por doarem um

pouco de seus conhecimentos e experiências nessa árdua caminhada e por terem lidado tão bem com

nossos anseios e expectativas. A Raicimira, Silva Neto e Aos demais servidores da secretaria de

turismo por contribuírem positivamente à realização do estágio. Enfim, a todos, desde as caronas até

as hospedagens, que ao longo desses cinco anos contribuíram para que esse sonho se tornasse

realidade e que ao passarem por minha vida só deixaram recordações e sentimentos bons me

trazendo a convicção de que tudo valeu e ainda vale à pena. De coração, muito obrigada.

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“Morre lentamente quem passa os dias se queixando da má sorte ou da chuva incessante, desistindo de um projeto antes de iniciá-lo, não perguntando sobre um assunto que desconhece e não

respondendo quando lhe indagam o que sabe. Evitemos a morte em suaves prestações, lembrando-se sempre de que estar vivo exige um esforço bem maior do que simplesmente respirar”.

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Martha Medeiros.

RESUMO

O turismo, apesar de ser considerado um fenômeno relativamente recente, compreende um dos

setores mais crescentes e promissores da economia mundial. Além de transformar social e

economicamente as localidades receptoras, o turismo movimenta a cifra de 5 bilhões de dólares em

todo o mundo segundo a Organização Mundial de Turismo. Qualquer cidade, região ou país pode

incentivar esse fenômeno e usufruir dos benefícios que tal atividade ocasiona. As localidades que

tentam cada vez mais atrair pessoas e investir no turismo, visando o retorno social e econômico

precisam ser preocupar com seu planejamento e com os impactos que a atividade turística pode

ocasionar às comunidades receptoras. É nesse contexto que o presente estudo objetivou conhecer os

impactos e as estratégias do turismo de Alexandria/RN, identificando seus impactos positivos e

negativos na perspectiva social, econômica, cultural e ambiental, a influência dos eventos da cidade

com relação a renda, emprego, movimentação, meio ambiente e cultura, os produtos turísticos que

podem ser explorados, as forças e fraquezas, oportunidades e ameaças na implementação de uma

política de incentivo ao turismo e as oportunidades de negócios existentes na área. Para isso, foi

realizada uma pesquisa exploratória e descritiva com os servidores da secretaria municipal, onde 10

funcionários responderam às questões, os dados foram coletados nos dias 29 e 30 de setembro, os

dados foram tabulados no Excel através do calculo de média para as questões fechadas e de análise

do conteúdo para as questões abertas. O estudo tem fundamentação teórica embasado em teorias do

turismo, marketing e estratégia, na literatura de autores como ANDRADE (2008), BENI (2001) e (2007),

COBRA (2009), DIAS e CASSAR (2005), IGNARRA (2003), KOTLER (1994) (1996) e (2006),

CERTO(1993), CHIAVENATO(2003), SANTOS(1990), TAVARES(2000) e nas estatísticas e

documentos de instituições oficiais como OMT, Ministério do Turismo, EMBRATUR, IBGE e

SETUR/RN. As conclusões do estudo mostram que os impactos positivos influenciam mais fortemente

a localidade do que os impactos negativos, a festa mais importante e que agrega maior valor à cidade

em todos os itens analisados (renda, emprego, movimentação, meio ambiente e cultura) é o carnaval, a

cidade tem potencial turístico nos segmentos de turismo ecológico, cultural e religioso e as

oportunidades de negócios, no referido setor, mais latentes na cidade são os serviços de hospedagem,

transporte e atrativos.

.

Palavras-Chave: Turismo; Impactos, Estratégias, Cidade.

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABREVIATURAS

EMBRATUR – Empresa Brasileira de Turismo

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

MTUR – Ministério do Turismo

OMT – Organização Mundial de Turismo

SETUR/RN – Secretaria de Turismo do Rio Grande do Norte

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Bandeira da cidade de Alexandria ................................................................................ 15

Figura 2 – Banner do Carnaval Tradição de Alexandria ................................................................ 16

Figura 3 – Banner do São João de Alexandria .............................................................................. 17

Figura 4 – Banner do Alefolia 2011 ................................................................................................ 18

Figura 5 – Banner da Festa de 75 Anos da Paróquia de Alexandria ............................................ 18

Figura 6 – Turistas, visitantes e excursionistas ............................................................................. 29

Figura 7 – Impactos do turismo ...................................................................................................... 37

Figura 8 – Hierarquia das necessidades de Maslow ..................................................................... 39

Figura 9 – Variáveis do marketing ................................................................................................. 40

Figura 10 – Matriz SWOT ............................................................................................................. 53

Figura 11 – Principais forças, fraquezas, oportunidades e ameaças ............................................ 54

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Escala de pontuação dos Impactos Positivos............................................................. 61

Quadro 2 – Escala de pontuação dos Impactos Negativos........................................................... 62

Quadro 3 – Escala de pontuação dos eventos da cidade........................................................... 63

Quadro 4 – Classificação geral dos impactos positivos do turismo de Alexandria........................ 64

Quadro 5 – Classificação geral dos impactos negativos do turismo de Alexandria....................... 64

Quadro 6 – Principais produtos e serviços turísticos explorados na cidade................................... 74

Quadro 7 – Meios mais utilizados pela secretaria para promover o turismo.................................. 75

Quadro 8 – Público-alvo e estratégia de atração de turistas de cada evento................................. 75

Quadro 9 – Diferencial competitivo no turismo da cidade............................................................... 76

Quadro 10 – Estratégia de preços adotada na cidade.................................................................... 76

Quadro 11 – Avaliação da infra-estrutura da cidade para receber turistas..................................... 77

Quadro 12 – Principal objetivo do turismo na cidade...................................................................... 77

Quadro 13 – Pontos fortes e fracos................................................................................................ 78

Quadro 14 – Ameaças e oportunidades......................................................................................... 79

Quadro 15 – Oportunidades de negócios que o turismo propicia na cidade.................................. 79

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Quadro 16 – Produtos turísticos com potencial para serem explorados na cidade........................ 80

LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Impactos sociais positivos no turismo de Alexandria ................................................... 65

Tabela 2 – Impactos econômicos positivos no turismo de Alexandria ........................................... 65

Tabela 3 – Impactos ambientais positivos no turismo de Alexandria ............................................. 66

Tabela 4 – Impactos culturais positivos no turismo de Alexandria ................................................. 67

Tabela 5 – Impactos sociais negativos no turismo de Alexandria .................................................. 67

Tabela 6 – Impactos econômicos negativos no turismo de Alexandria .......................................... 68

Tabela 7 – Impactos ambientais negativos no turismo de Alexandria ........................................... 68

Tabela 8 – Impactos culturais negativos no turismo de Alexandria ............................................... 69

Tabela 9 – Avaliação geral dos Impactos Positivos.................................................................. 69

Tabela 10 – Avaliação geral dos Impactos Negativos................................................................. 70

Tabela 11 – Influência dos eventos turísticos na renda em Alexandria ......................................... 72

Tabela 12 – Influência dos eventos turísticos na geração de emprego em Alexandria ................. 72

Tabela 13 – Influência dos eventos turísticos na movimentação de turistas em Alexandria ......... 73

Tabela 14 – Influência dos eventos turísticos no meio ambiente em Alexandria ........................... 73

Tabela 15 – Influência dos eventos turísticos na cultura em Alexandria ....................................... 73

LISTA DE FOTOGRAFIAS

Fotografia 1 – Vista Panorâmica da cidade .................................................................................... 13

Fotografia 2 – Serra da Barriguda .................................................................................................. 20

Fotografia 3 – Lagoa de Lages ....................................................................................................... 20

Fotografia 4 – Por do Sol no Açude Pulgas ................................................................................... 21

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SUMÁRIO

DEDICATÓRIA

AGRADECIMENTOS

EPÍGRAFE

RESUMO

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 13 1.1 Caracterização da organização .................................................................................................. 13 1.1.1 Aspectos geográficos .................................................................................................................. 13 1.1.2 Breve histórico do município aos dias atuais .............................................................................. 14 1.1.3 Aspectos gerais atuais ................................................................................................................ 14 1.1.4 O turismo na cidade .................................................................................................................... 15 1.1.4.1 Carnaval ................................................................................................................................... 16 1.1.4.2 Festas juninas .......................................................................................................................... 17 1.1.4.3 Alefolia ..................................................................................................................................... 17 1.1.4.4 Festa da Padroeira .................................................................................................................. 18 1.1.4.5 Serra Barriguda e Lagoa de Lages .......................................................................................... 19 1.1.4.6 Açude Pulgas ........................................................................................................................... 20 1.2 Situação problemática ................................................................................................................. 21 1.3 Objetivos ....................................................................................................................................... 22 1.3.1 Geral ........................................................................................................................................... 23 1.3.2 Específicos .................................................................................................................................. 23 1.4 Justificativa .................................................................................................................................. 23 2. REFERENCIAL TEÓRICO .............................................................................................................. 25 2.1 Compreensões de turismo .......................................................................................................... 25 2.1.1 Compreensão histórica ............................................................................................................... 25 2.1.2 Compreensões básicas .............................................................................................................. 26 2.1.3 Tipos de turismo ......................................................................................................................... 30 2.1.4 Órgãos públicos de turismo no Brasil ......................................................................................... 31 2.2 Globalização ................................................................................................................................. 32 2.2.1 Implicações da globalização no turismo ..................................................................................... 34 2.3 Turismo e desenvolvimento local .............................................................................................. 35 2.4 Marketing turístico ....................................................................................................................... 38 2.4.1 Produto turístico .......................................................................................................................... 41 2.4.2 Segmentação do mercado turístico ............................................................................................ 43 2.5 Planejamento estratégico ........................................................................................................... 50 2.5.1 A análise SWOT ......................................................................................................................... 52 2.5.2 Estabelecimento das diretrizes organizacionais ......................................................................... 54 2.5.3Formulação e implementação das estratégias ............................................................................ 55 2.5.4 Controle estratégico .................................................................................................................... 55 2.5.5 Planejamento estratégico de marketing de localidade ............................................................... 56

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3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ....................................................................................... 59 3.1 Tipo de pesquisa .......................................................................................................................... 59 3.1.1 quanto aos fins ............................................................................................................................ 59 3.1.2 quanto aos meios ........................................................................................................................ 59 3.2 Universo e Amostra ..................................................................................................................... 60 3.2.1 Universo ..................................................................................................................................... 60 3.3 Seleção dos sujeitos .................................................................................................................. 60 3.4 Coleta de dados ........................................................................................................................... 60 3.5 Tratamento de dados .................................................................................................................. 60 3.6 Instrumento de pesquisa ............................................................................................................ 60 4. ANÁLISE DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ................................................................................ 65 4.1 Impactos positivos ...................................................................................................................... 65 4.2 Impactos negativos ..................................................................................................................... 67 4.3 Avaliação geral dos impactos .................................................................................................... 69 4.4 Estratégias .................................................................................................................................... 71 4.5 Práticas do marketing turístico .................................................................................................. 74 5. CONCLUSÕES E SUGESTÕES .................................................................................................... 81 5.1 Impactos positivos e negativos ................................................................................................. 81 5.2 Influência dos eventos ................................................................................................................ 82 5.3 Forças e Fraquezas, Oportunidades e Ameaças....................................................................... 82 5.4 Produtos turísticos potenciais ................................................................................................... 83 5.5 Oportunidades de negócios no setor turístico ......................................................................... 83 5.6 Sugestões ..................................................................................................................................... 83 5.7 Considerações finais ................................................................................................................... 84 REFERÊNCIAS..................................................................................................................................... 86 APÊNDICE ANEXO

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1 INTRODUÇÃO

1.1 Caracterização da organização

Nesse tópico segue a descrição da organização que serviu de campo de estágio, o município

de Alexandria/RN. Foram descritas informações geográficas, históricas, políticas e gerais sobre o

referido município a fim de expor e contextualizar todos esses aspectos na temática abordada.

1.1.1 Aspectos geográficos:

O município de Alexandria/RN está localizado na mesorregião Oeste Potiguar, na microrregião

de Pau dos Ferros, entre as coordenadas geográficas 6º 24‟ 45” de latitude sul e 38º 00‟ 57” de

longitude oeste, sendo de 319 metros a altitude. Possui uma área total de 381,20 km², equivalente

0,79% da superfície estadual, sua distância da capital Natal é de 369 km. Tem divisa ao Norte, com os

municípios de Pilões e Antônio Martins (RN), ao Sul, com o município de Santa Cruz (PB), ao Leste,

com os municípios de Bom Sucesso e Brejo dos Santos (PB), e, ao Oeste, com os municípios de

Tenente Ananias e Marcelino Vieira (RN). Sua vegetação é típica do sertão nordestino, a caatinga, o

clima é muito quente e semi-árido, com a estação chuvosa se estendendo de fevereiro a maio.

Segundo estimativa realizada pelo CENSO 2010 do IBGE constatou que o município possui uma

população de 13.134 habitantes. As principais atividades econômicas do município são: agropecuária,

extrativismo e comércio. Tem-se na Figura 1 a vista panorâmica da cidade:

Fotografia 1: Vista panorâmica da cidade de Alexandria/RN Fonte: Ronaldo Diniz

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1.1.2 Breve Histórico do Município aos dias atuais

Segundo o historiador, Dr. Antônio Fernandes Mousinho, o documento mais antigo referente à

existência humana no atual município de Alexandria, trata-se de um velho tombo de demarcação, no

qual em 26 de setembro de 1759, o alforriado, José da Costa, analfabeto, pondo a mão direita sobre os

evangelhos e jurando falar a verdade contou a idade de 63 anos e morar na Fazenda Barriguda.

Após criteriosas pesquisas junto a diversos documentos do Século XVIII, o advogado George

Veras concluiu que a razão mais consentânea da primitiva denominação do lugar – Barriguda – deriva

da serra localizada nas encostas da cidade. Segundo o pesquisador, há mais de duzentos e cinqüenta

anos, a pedra já era conhecida como Serra Barriguda, devido a sua parte frontal apresentar

semelhança com o estado de uma mulher durante a gestação. Por essa razão atribuir a primeira

denominação do município.

Por meio de lei datada de 12/11/1913, a Intendência Municipal de Martins atribuiu à povoação

da Barriguda a denominação de Alexandria, homenageando, assim, a senhora Alexandrina Barreto

Ferreira Chaves, esposa do então Desembargador e Senador Joaquim Ferreira Chaves Filho, ex-

governador do Estado e, na época, recém-eleito para chefiar, pela segunda vez, o Poder Executivo

Potiguar. Ela nascida no Sítio Curral Velho, então município de Martins, hoje atualmente município de

Alexandria, Alexandrina Barreto era filha de Domingos Velho Barreto e de Ignácia Francisca de

Albuquerque Barreto.

Era conhecida pela sua bondade e solidariedade, além de fonte inspiradora da maioria dos

atos políticos e administrativos do seu esposo.

Por meio da Lei nº 572, de 3 de dezembro de 1923, o então governador Antonio José de Mello

e Souza elevou a povoação de Alexandria à categoria de vila, mantendo a denominação.

Como conseqüência do desenvolvimento do lugar e do esforço das lideranças locais,

objetivando a emancipação política, o então Presidente Interino Revolucionário do Rio Grande do

Norte, Irineu Joffily, editou o Decreto nº 10, de 7 de Novembro de 1930, criando o Município, com a

denominação de João Pessoa, em homenagem ao líder político da Paraíba, assassinado em julho do

mesmo ano. Mas depois de seis anos apenas com esse nome, foi restabelecido o nome de Alexandria,

a fim de evitar as constantes confusões postais e comerciais com a capital paraibana. Desse modo,

buscou restaurar a antiga homenagem à ilustre filha Alexandrina, na época já falecida.

1.1.3 Aspectos gerais atuais

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O município faz parte da República Federativa do Brasil, composta pelos três poderes públicos:

legislativo, executivo e judiciário.

Atualmente a sede da Prefeitura Municipal está localizada na Rua Desembargador Ferreira

Chaves, 305 no centro da cidade, CNPJ 08.148.462/0001-62 e tem como gestor do Poder Executivo o

Sr. Alberto Patrício de Figueiredo Neto.

As secretarias públicas existentes no município são das áreas de administração, finanças,

saúde, educação, cultura, desportos, infra-estrutura, agricultura, transportes, ação social, cidadania,

meio ambiente e turismo.

A economia da cidade é caracterizada basicamente pela agricultura, pecuária e comércio, este

sendo limitado e pouco desenvolvido principalmente nos setores de indústria e serviços que tem forte

dependência de cidades como Pau dos Ferros/RN e Catolé do Rocha/PB. Os serviços bancários

disponíveis na cidade são Banco do Brasil, Caixa Lotérica e correspondente Bradesco.

Tem serviço de iluminação pública, abastecimento de água e coleta de lixo e entulho em toda a

malha urbana, feito regularmente pelo setor público. Os reservatórios de abastecimento de água mais

importantes da cidade são os açudes Bananeiras e Professor José Cortez Pereira mais conhecido

como Pulgas, ambos fazem parte da bacia hidrográfica Apodi-Mossoró.

Distante da capital cerca de 382 km, seu acesso, a partir de Natal, é efetuado através das

rodovias pavimentadas BR-304, BR-405, RN-079 e RN-117.

Na figura 2 pode-se observar a bandeira da cidade:

Figura 1: Bandeira da cidade de Alexandria Fonte: José Alves

1.1.4 O Turismo na cidade

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As atividades turísticas desenvolvidas na cidade correspondem principalmente a eventos e

manifestações sociais relacionados ao turismo cultural e, em segundo plano, a exploração e apreciação

dos elementos naturais regionais, podendo ser entendido como uma forma inicial de ecoturismo.

No que tange às atividades turísticas culturais, elas são manifestadas no município através de

festas populares como carnaval, alefolia, festas juninas e festa da padroeira, já as atividades turísticas

relacionadas à natureza, destacam-se a prática de lazer e esportes na serra Barriguda e no açude

Pulgas.

1.1.4.1 Carnaval

Realizado entre os meses de fevereiro e março, o carnaval é um dos maiores eventos de

manifestação popular e cultural do Brasil, sua festa envolve folclore e arte, expressados através da

música, dança e fantasias.

Na cidade de Alexandria ele ocorre tradicionalmente todos os anos como festa de rua, onde

diversos blocos e populares desfilam pela cidade e depois se reúnem na praça da folia para festejar a

festa mono ao som de frevo e axé music durante quatro dias. O carnaval de Alexandria é conhecido

como um dos maiores e mais tradicionais eventos carnavalescos do estado, atraindo pessoas de todas

as regiões do rio grande do norte e dos estados vizinhos.

Figura 2: Banner do Carnaval Tradição de Alexandria Fonte: www.novovlique.com.br

1.1.4.2 Festas Juninas

Realizado no mês de junho, as festas juninas também são consideradas um dos eventos mais

populares da cultura brasileira, principalmente na região Nordeste do país, onde durante todo o mês

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são celebradas as festas de santos populares como Santo Antônio, São João e São Pedro. Através de

elementos visuais e sensoriais como superstições, fogueiras, quadrilhas, canções e comidas típicas

são caracterizados o sentido folclórico e popular dessas festas, remetendo às pessoas a cultura e a

vida simples do campo.

Em Alexandria, as festividades juninas são marcadas pela presença de quadrilhas estilizadas e

matutas, arraias com comidas típicas como canjica e pamonha, festa de rua com os ritmos musicais

forró e pé de serra e é costume dos habitantes acenderem fogueiras e soltarem fogos nessa época.

Figura 3: Banner do São João em Alexandria Fonte: www.novoclique.com.br

1.1.4.3 Alefolia

O Alefolia acontece todos os anos no mês de julho, o carnaval fora de época da cidade

movimenta foliões da comunidade local e das cidades e estados vizinhos, atrações musicais de

sucesso nacional fazem a festa durante três dias, misturando os estilos forró e axé music.

A estrutura da festa conta com camarotes particulares, espaço vip em frente ao palco (Front

Stage), praça de alimentação e serviços de bar espalhados ao longo da arena onde ocorre o evento.

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Figura 4: Banner do Alefolia 2011 Fonte: www.alefolia.com.br

1.1.4.4 Festa da Padroeira

No Brasil, pela forte influência da Igreja Católica em seu descobrimento e formação, as festas

de padroeiro das cidades são mais do que manifestações religiosas, elas se configuram como

patrimônios culturais e sociais populares marcados pela grande quantidade de devotos e pelo ambiente

de espiritualidade e fé.

A padroeira da cidade de Alexandria é Nossa Senhora da Conceição, sua festa é comemorada

no período de 28 de novembro a 8 de dezembro, durante dez dias são realizadas programações

religiosas, como procissões, missas e novenas, e sociais, como leilões, festas dançantes e jantares. É

forte a participação de fiéis de municípios vizinhos, assim como os filhos ausentes da cidade costumam

voltar à terra natal nessa época para prestigiar o evento e rever os familiares.

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Figura 5: Banner da Festa de 75 Anos da Paróquia de Alexandria Fonte: www.arquivovip.com

1.1.4.5 Serra Barriguda e Lagoa de Lages

O município de Alexandria apresenta uma grande quantidade de serras e elevações acima de

600 metros de altitude, mas a que mais se destaca é a Serra Barriguda que é formada por um pico de

granito maciço, imponente, com altitude de 602 metros acima do nível do mar e altura de 310 metros,

recebeu este nome porque sua parte frontal tem o formato de um ventre de uma mulher grávida, ela é

considerada o cartão postal da cidade e tornou-se referência quando fala-se em Alexandria. Através de

um concurso realizado em 2007 pelo jornal diário de Natal, a Serra Barriguda foi eleita como a primeira

das sete maravilhas do Rio Grande do Norte.

As formas mais comuns de contemplação da serra são as escaladas através de trilhas, para

observação e apreciação da fauna, flora, geologia e vista panorâmica da cidade e a prática de esportes

de aventura como rapel e vôo livre.

Incrustada na Serra Barriguda também pode-se apreciar a Lagoa de Lages, além de ideal para

prática de esportes de aventura como rali e trilhas 4x4, no local também foram encontradas ossos de

animais pré históricos gigantes, onde uma depressão natural esculpida na própria rocha serviu de

armadilha fatal para alguns dos gigantescos animais (mastodontes, tigres dentes-de-sabre, tatus e

preguiças gigantes) que habitaram a região na Era Glacial há cerca de 10.000 anos1.

1 Dr Ronaldo Fernandes Diniz é natural de Alexandria, geólogo pela UFRN, tem especialização e mestrado pela Escola

Nacional de Geologia de Nancy-França e doutorado pela UFBA. ARQUIVOVIP. Artigos. Disponível em: <http://www.arquivovip.com/artigo_ant.php?col=160&cc=14>Acesso em 22 nov. 2010.

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Fotografia 2: Serra da Barriguda Fonte: Ronaldo Diniz

Fotografia 3: Lagoa de Lages Fonte: Ronaldo Diniz

1.1.4.6 Açude Pulgas

A beleza de um cenário que contenha elementos naturais como mata, animais e água, como

açudes e lagos, favorecem para o desenvolvimento de atividades de descanso ou diversão, como

esportes aquáticos, pesca esportiva ou artesanal ou mesmo a simples contemplação desses lugares.

O açude Pulgas é um dos mais importantes açudes para abastecimento de água com

capacidade para três milhões de metros cúbicos e o mais importante para lazer na cidade de

Alexandria, nos seus arredores localizam-se bares e restaurantes que oferecem cardápios com a

culinária regional. Recentemente deu-se inicio a construção do Terminal Turístico do Açude Pulgas,

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que está sendo erguido no local do antigo balneário, com espaço para restaurante e serviço de bar,

mini-praça e quadras para futebol e vôlei de areia, fornecendo comodidade e conforto, sendo mais uma

opção de recreação na cidade.

Fotografia 4: Por do sol no Açude Pulgas Fonte: Secretaria de Turismo

1.2 Situação Problemática

Ao redor mundo a procura por melhores condições e qualidade de vida é perceptível em todos

os setores da economia, cada vez mais pessoas procuram produtos e serviços de qualidade para

satisfazer suas necessidades e expectativas.

Com este interesse da população mundial o setor de turismo vem se consolidando, com o

aumento da globalização, como uma das principais atividades econômicas. Transformando

politicamente, socialmente e economicamente diversos países, por exemplo, os paraísos tropicais do

Caribe, que são utilizados em sua maioria para férias paradisíacas de americanos; ou os países da

Europa Mediterrânea que utilizam deste setor da economia como principal fonte de renda, Espanha e

Grécia.

Segundo Andrade (2001), o turismo é na atualidade, a atividade que apresenta os mais

elevados índices de crescimento no contexto econômico mundial. Na última década o crescimento

econômico de nosso país, seguido de um aumento, tanto percentual como absoluto, da classe média,

aliada ao dinamismo das famílias com acréscimo da massa salarial e condições de crédito favoráveis

acarretou um incremento significativo do turismo no Brasil. Este fenômeno pode ser observado

claramente em todo o litoral nordestino, por exemplo, em nossa capital potiguar com a rede hoteleira

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em plena expansão.

Assim o setor de turismo, ilustra também o seu papel relevante na geração de emprego e

renda para a população, que associada ao consumo, atrai investimentos e melhorias em infra-estrutura

e opções de entretenimento. Além do acréscimo na oferta de serviços de hotelaria, transporte e

alimentação para a localidade turística.

Dessa forma, muitos países passaram a se inserir nesse contexto buscando o turismo como

aliado nas suas contas internas. Além das receitas e empregos gerados, outros setores da economia

são influenciados, essa repercussão é chamada de efeito multiplicador.

São irrefutáveis os benefícios trazidos pelo turismo, mas quando mal administrado, o aumento

da demanda turística pode trazer algumas complicações, como exploração desenfreada dos recursos e

das paisagens naturais e o desrespeito às capacidades de carga2 de muitos destinos turísticos.

Segundo KOTLER (1994), o próprio crescimento deixa sementes para a destruição de uma localidade.

Em alternativa a esses problemas e a fim de diminuir o desequilíbrio social e econômico entre

algumas cidades, surgiu nos últimos dez anos, o conceito de interiorização do turismo, que incentiva a

implementação de políticas públicas e privadas para atração de turistas para o interior, através da

divulgação e incentivo ao ecoturismo, turismo cultural, turismo de lazer e eventos evidenciados pela

culinária regional, artesanato, patrimônio histórico, monumentos, festas, folclore, carnavais,

manifestações religiosas e riquezas naturais.

As localidades que tentam cada vez mais atrair pessoas e investir no turismo, visando o retorno

social e econômico precisam ser preocupar com seu planejamento e com os impactos sociais,

econômicos, ambientais e culturais que a atividade turística pode ocasionar às comunidades locais.

Dentro desse contexto, surge a seguinte problemática de pesquisa:

“Quais os impactos e as estratégias do turismo na cidade de Alexandria/RN?”

1.3 Objetivos

Segundo Vergara (2007), o objetivo é um resultado a se chegar, o objetivo final dá resposta ao

problema e os intermediários são aqueles cujo atingimento depende o alcance do objetivo final. Nesse

estudo os objetivos serão divididos em geral e específicos.

2 A Organização Mundial do Turismo (apud Silva e Silva, 1995 pag. 3) define: A “capacidade de carga” ou de saturação é o ponto a partir do qual o ambiente físico, econômico e social será degradado, levando à destruição da imagem turística com o conseqüente descontentamento do visitante e da penalização da qualidade de vida da comunidade local.

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1.3.1 Objetivo Geral:

Identificar os impactos e as estratégias do turismo na cidade de Alexandria/RN.

1.3.2 Objetivos Específicos:

Verificar os impactos positivos e negativos na perspectiva social, econômica, cultural e ambiental;

Averiguar a influencia dos eventos da cidade de Alexandria com relação a renda, emprego, movimentação, meio ambiente e cultura;

Analisar as forças e fraquezas, oportunidades e ameaças na implementação de uma política de incentivo ao turismo;

Identificar os produtos turísticos que podem ser explorados na cidade;

Verificar as oportunidades de negócios existentes na área.

1.4 Justificativa

Admitindo o crescimento das atividades turísticas e sua importância no crescimento econômico

em todo o mundo, a incessante busca de estratégias para acompanhar essa tendência é indispensável

para atrair investimentos e receitas extras para o município e melhorar as condições de infra-estrutura,

capacitação e renda para a população local.

“Nenhuma localidade deverá, nesse século, ficar fora da exploração pelo turismo, tal a

perspectiva de crescimento da demanda. Se considerarmos que o turismo vai sendo incluído

cada vez mais como necessidade do ser humano, veremos que a possibilidade de

crescimento da atividade são incalculáveis. Desse modo, as localidades poderão ter uma

fatia maior ou menor desse mercado, o que não poderá ocorrer é uma cidade sequer ficar

totalmente de fora dessa que é a maior atividade econômica do mundo”. (DIAS E CASSAR,

2005 p. 13)

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Nesse contexto, o presente estudo tornou-se viável a partir da maior abertura de informações e

incentivos governamentais de interiorização do turismo e a criação da secretaria de turismo e meio

ambiente no município.

Desse modo, este trabalho proporcionou ao pesquisador um maior aprofundamento na área de

turismo, abrindo oportunidades de pesquisa, projetos e experiência e servindo como alavancagem para

futuros trabalhos e especializações no referido setor.

Além de mostrar a importância dessa atividade para a sociedade local, o estudo pretende

auxiliar na implementação de políticas de incentivo ao turismo na cidade, mostrando uma análise de

seus impactos, estratégias, potencialidades e entraves e busca ainda fornecer informações para

subsidiar aqueles que visionam oportunidades de negócio no setor.

Pretende-se ainda, que este trabalho possa futuramente servir de fonte de pesquisa para

outros relacionados com a temática do turismo no município, pois o estudo não almeja encerrar a

discussão entre os impactos da atividade turística e as estratégias para promover o desenvolvimento

local.

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

Denomina-se referencial teórico o capítulo do projeto que tem por objetivo apresentar os

estudos sobre o tema, ou especificamente sobre o problema, já realizados por outros autores. Faz uma

revisão da literatura existente com suas teorias e críticas (VERGARA, 2007).

O embasamento deste trabalho está norteado na fundamentação das teorias que compõem o

turismo e o marketing, sua história, conceitos e contextualização de outros temas como globalização e

desenvolvimento.

2.1 Compreensões de Turismo

2.1.1 Compreensão histórica

O turismo, de acordo com IGNARRA (2003), em termos históricos, ele teve início quando o

homem depois de se tornar sedentário, passou a viajar, principalmente motivado pela necessidade de

comércio com outros povos.

A história do turismo é tão antiga quanto à própria história da humanidade, o referido autor

acrescenta que os povos antigos realizavam grandes viagens com o intuito de conhecer, ocupar e

explorar novas terras e consequentemente, as riquezas do lugar conquistado. Também a motivação

pela religião esportes e saúde fez com que as pessoas se deslocassem e adquirissem o hábito de

viajar, como por exemplo, as Cruzadas durante a Idade Média, os jogos olímpicos na civilização

helênica e as visitas às termas no Império Romano, que deixaram para as civilizações posteriores a

necessidade em desfrutar de novas experiências através das viagens.

Segundo Barreto (1995), foi somente no século XVII, na Inglaterra, que surgiu o conceito

“turismo”, referindo-se a um tipo especial de viagem. De origem francesa a palavra tour, que quer dizer

dar uma volta, estava associada à parte rica e mais privilegiada da sociedade.

Podemos assinalar o início do turismo moderno na primeira metade do século XIX, quando

Thomas Cook organizou uma viajem para 570 pessoas que participariam de um congresso em

Longhborough, Inglaterra. Para essa viagem Cook fez todos os acertos e foram oferecidos aos

viajantes chás e pedaços de presunto (MONTENJANO, 1999).

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Com o sucesso de sua empreitada, Cook decidiu montar um negócio que oferecia pacotes e

circuitos turísticos para a classe média inglesa. O seu imenso legado foi organizar uma viagem que

oferecesse tudo aos viajantes, como acomodação, transporte e passeios. Copiado em todo o mundo

sua iniciativa inspirou a criação das agências de turismo da atualidade.

IGNARRA (2003) ressalta que no Brasil, a história do turismo tem inicio com o seu próprio

descobrimento, as expedições marítimas dos portugueses, espanhóis, franceses, holandeses e

ingleses exploraram a costa brasileira. Mais tarde foram instaladas as capitanias hereditárias que

começaram a prosperar e os filhos das classes mais favorecidas viajavam com o intuito de estudar em

Portugal. Com a chegada da Família Real no século XIX, há um grande desenvolvimento urbano e a

demanda por hospedagem aumenta em virtude da visita de diplomatas e comerciantes.

Na segunda metade do século XIX, principalmente pela ação do Visconde de Mauá,

desenvolvem-se os transportes movidos a vapor. Em 1852, é fundada a Companhia de Navegação do

Amazonas e, em 1858, inaugurado o primeiro trecho ferroviário no Rio de Janeiro (IGNARRA, 2003).

Esse desenvolvimento nos transportes incrementou o número de viagens pelo Brasil e

ocasionou a evolução de outros setores como serviços de hospedagem e alimentação.

De acordo com Dias e Cassar (2005), a partir da década de 1950, a atividade turística

experimentou um avanço espetacular, que foi acompanhado da estruturação gradativa da indústria

constituída por uma extensa cadeia produtiva. Os mesmos autores reforçam que essa cadeia envolve

segmentos muito diversos como a produção de ônibus, aviões, construção civil, transporte de um modo

geral, comércio, agricultura, serviços, indústria têxtil etc.

A partir daí, o turismo pôde ser experimentado mais facilmente pela classe média da

população, iniciando-se um processo de massificação. Atualmente, o turismo movimenta diversos

setores da economia e gera uma receita da ordem de 5 trilhões de dólares em todo o mundo.

2.1.2 Compreensões básicas

O Turismo tem conceitos muito diferentes e às vezes controversos, essa diversidade de

terminologias deve-se aos enfoques que cada autor ou instituição oficial atribui quando estudam esse

assunto.

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A Escola de Berlim3 estudou o Turismo em seu aspecto econômico. Arthur Bornann assim o

definiu, “o conjunto de viagens que tem por objetivo o prazer ou motivos comerciais, profissionais ou

outros análogos, durante os quais é temporária sua ausência da residência habitual. As viagens

realizadas para locomover-se ao local de trabalho não constituem em turismo.”

Andrade (1998), em seu enfoque administrativo define “Turismo é o conjunto de serviços que

tem por objetivo o planejamento, a promoção e a execução de viagens, e os serviços de recepção,

hospedagem e atendimento aos indivíduos e aos grupos, fora de suas residências habituais”.

Já Hunziker e Krapf4, tendo uma visão holística do fenômeno, definiram-no como “A soma dos

fenômenos e das relações resultantes da viagem e da permanência de não-residentes, na medida em

que não levam à residência permanente e não está relacionada a nenhuma atividade remuneratória”.

De forma mais abrangente a definição apresentada por Mathieson e Wall5 adota o turismo

como:

... movimento temporário de pessoas para locais de destinos externos a seus lugares de trabalho e moradia, as atividades exercidas durante a permanência desses viajantes nos locais de destino, incluindo os negócios realizados e as facilidades, os equipamentos e os serviços criados, decorrentes das necessidades dos viajantes.

A Organização Mundial do Turismo (OMT) a partir de 1994, passou a considerar que “o turismo

engloba as atividades das pessoas que viajam e permanecem em lugares fora de seu ambiente usual

durante não mais do que um ano consecutivo, por prazer, negócios ou outros fins”.

De todas as definições apresentadas, de maneira sintética e didática, para este trabalho

utilizaremos o conceito da Empresa Brasileira de Turismo (Embratur):

Turismo é uma atividade econômica representada pelo conjunto de transações (compra e venda de produtos e serviços turísticos) efetuadas entre os agentes econômicos do turismo. É gerado pelo deslocamento voluntário e temporário de pessoas para fora dos limites da área ou região em que têm residência fixa, por qualquer motivo, executando-se o de exercer alguma atividade remunerada no local de visita.6

3 Apud Luiz Renato Ignarra. Fundamentos do Turismo. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2003.

4 Apud Mário Carlos Beni. Análise Estrutural do Turismo. São Paulo: Editora Senac, 1998.

5 Apud Luiz Renato Ignarra. Fundamentos do Turismo. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2003.

6 EMBRATUR, 1992. Disponível em <http://200.189.169.141/site/br/dados_fatos/conteudo/lista_alfabeto.

php?Pagina=3&in_secao=387&busca=T> Acesso 15 de jan. de 2011.

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O conceito de turista também sofreu modificações ao longo do tempo, vários setores

envolvidos com essa atividade tentavam entender e definir tal conceito para ter uma referência na

construção de indicadores e estatísticas e melhor controlar o mercado.

Segundo Beni (2001), o objetivo, a duração e a distância da viagem caracterizam-se como os

três principais elementos para a construção de diferentes definições de turistas.

Em decorrência da dificuldade da definição de turista, foi apreciada, em 1963, na Conferência

das Nações Unidas, em Roma, o conceito de visitante, que designa qualquer indivíduo em

deslocamento para um local (país, região ou cidade) diferente daquele em que habita, desde que nesse

novo ambiente não exerça atividade remunerada.

Atualmente, viajantes são considerados consumidores dos serviços turísticos, a OMT classifica

tais viajantes como turistas, excursionistas e visitantes. Em 1968, a OMT aprovou a definição de

turistas como visitantes temporários que permanecem pelo menos 24 horas no país visitado e cuja

finalidade da viagem pode ser classificada como: lazer (recreação, férias, estudo, religião, saúde e

esporte), negócios, família, missão e conferências. Excursionistas são visitantes temporários que

permaneçam menos 24 horas no país visitado (incluindo viajantes de cruzeiros marítimos) (BENI,

2001).

Para Cooper (2001), visitante é um viajante quando é incluído nas estatísticas de turismo,

baseado no seu propósito de visita: lazer, visita a familiares e amigos e trabalho. Turista é um viajante

que passa pelo menos uma noite no local visitado. Visitante de um dia é o que não passa a noite no

local visitado e residente é uma pessoa que vive em uma cidade por um período superior a seis meses.

De acordo com a Figura 6 a seguir o esquema construído pela OMT, de todos aqueles que

devem ou não ser incluídos nas estatísticas de turismo:

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Figura 6: Turistas, visitantes e excursionistas Fonte: OMT, 1994

Onde:

1. Tripulação de barcos ou aviões estrangeiros em reparos ou escala.

2. Pessoas que chegam a um país num barco de cruzeiro alojadas a bordo, ainda que

desembarquem para realizar visitas.

3. Tripulação não residente do país visitado e que permanece nele durante o dia.

4. Visitantes que chegam e saem no mesmo dia por motivos relacionados a turismo.

5. Conforme tem sido definido pelas Nações Unidas nas recomendações sobre estatísticos de

Migrações Internacionais, 1980.

6. Que não deixem a área de trânsito do aeroporto ou do porto, incluindo o traslado entre estes.

7. Conforme definido pela Alta Comissão para os refugiados, 1967.

8. Quando se deslocam para outros países onde estão (incluídos pessoas que o

acompanham).

De acordo com a terminologia de Plog, os turistas podem ser classificados em grupos

psicográficos, dependendo de sua motivação e comportamento durante a viagem. Esses tipos são

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considerados alocêntricos e psicocêntricos, quando enquadrados entre os dois extremos são

considerados mesocêntricos (RUSCHMANN, 2006).

Os turistas que são considerados alocêntricos são aqueles com perfil e espírito aventureiro,

estão em busca de roteiros autênticos e que ainda não foram descobertos nem explorados pela massa,

buscam diferentes culturas, dificilmente voltam ao mesmo lugar e pertencem ao grupo de renda mais

elevada.

Os considerados psicocêntricos buscam lugares que lhes são familiares, previamente

conhecidos ou indicados, viajam em grupos e com roteiros já estabelecidos geralmente assessorados

por uma agência de viajem.

Os turistas que estão entre os dois perfis citados anteriormente são os mesocêntricos, possui

características tanto de um como de outro perfil e são considerados a maioria.

2.1.3 Tipos de Turismo

Para a organização da estrutura e definição empresarial e administrativa, o turismo foi

delimitado em formas e tipos, apesar de, segundo Andrade (2001) essa delimitação não garantir

segurança científica em virtude da abrangência de reflexões sobre o assunto.

Assim, a Conferência Internacional de Turismo organizada pela OMT em 1991, identificou três

formas básicas de turismo, em um dado país:

Turismo Interno: praticado por residentes de um determinado país que viajam

unicamente no interior desse país;

Turismo Receptivo: o conjunto de serviços de apoio e assistência destinados à

recepção de pessoas provenientes de outras regiões do país ou do exterior.

Turismo Emissor: caracterizado pelo movimento de pessoas que viajam para fora do

local habitual de residência, atraídas pelas ofertas de outras regiões do país ou do exterior.

Segundo Dias e Cassar (2005) dos três tipos básicos citados anteriormente, deriva três outras

categorias:

Turismo interior: realizado tanto pelos residentes quanto pelos não residentes, em um

determinado país. É a combinação do turismo doméstico (interno) com o turismo receptivo.

Turismo nacional: é o movimento de visitantes residentes tanto dentro como fora do

país. é a soma do turismo doméstico com o turismo emissor.

Turismo internacional: é o movimento de visitantes entre os diferentes países.

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Cada país ou região tem características diferentes em relação à predominância de cada forma

de turismo, segundo a OMT, nos países em desenvolvimento, observou-se um maior crescimento do

turismo receptivo mundial em relação à entrada de turista e de divisas.

Já a divisão do turismo em tipos esta ligada a diferentes fatores como, às características

sociais, econômicas e motivacionais da demanda, aos aspectos geográficos e vocacionais do destino

turístico e aos diferentes enfoques adotados pelos estudiosos da área, essa divisão será abordada no

tópico que trata de segmentação do mercado turístico.

2.1.4 Órgãos públicos de turismo no Brasil

Acerca dos órgãos e projetos ligados ao turismo no Brasil, a partir de 2003 alguns atos foram

de extrema importância para o planejamento e a concretização de estratégias que garantiram que o

turismo tivesse lugar de destaque nas políticas públicas e, consequentemente, corroborar um

desenvolvimento social e econômico no país.

Para estabelecer políticas públicas de desenvolvimento do turismo no país e garantir um trabalho estratégico de promoção internacional do Brasil, em 2003 se deu o passo fundamental para que o país criasse condições de competitividade para se consolidar como destino emergente global. Naquele ano, foi criado o Ministério do Turismo, que elaborou um Plano Nacional de Turismo com estratégia e metas para o setor e estruturou seu trabalho em três áreas fundamentais. A primeira, a Secretaria Nacional de Políticas de Turismo, é responsável pela gestão do Plano Nacional de Turismo, que traça as linhas gerais de implementação das políticas públicas para o desenvolvimento do turismo no país. A segunda área de sustentação do Ministério está estruturada na Secretaria Nacional de Programas de Desenvolvimento do Turismo. É responsável pelo desenvolvimento da infra-estrutura, financiamento e promoção de investimentos no turismo; desenvolve o plano de regionalização e os programas de certificação e qualificação da produção associada ao turismo. A terceira é a Embratur, que existe desde 1966 e era responsável pelo desenvolvimento do setor no país. Em 2003, com a criação do Ministério do Turismo, recebeu a missão de executar a promoção, marketing e apoio a comercialização dos destinos, serviços e produtos turísticos brasileiros no mercado internacional, de acordo com as metas estabelecidas pelo Plano Nacional de Turismo (PNT).7

A respeito de estratégias de promoção e marketing do turismo para o mercado brasileiro

interno e externo, foram desenvolvidos planos de marketing, o “Plano Cores do Brasil” e o “Plano

Aquarela, para planejar e estruturar os investimentos e as ações do Ministério do Turismo nos

principais mercados emissores.

7 Texto retirado do PLANO AQUARELA . Marketing Turístico Internacional do Brasil. Disponível em <

http://www.turismo.gov.br/export/sites/default/turismo/o_ministerio/publicacoes/downloads_publicacoes/Plano_Aquarela_200

3_a_2006.pdf >Acesso em 25 de jan. de 2011.

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Essa nova representação permitiu avanços importantes nos últimos anos, com a coordenação,

estruturação e qualificação dos destinos turísticos brasileiros, todas as cidades do país, em regiões

diversas, tiveram a oportunidade de reconhecer e desenvolver suas potencialidades e vocações e

passaram a ter a oportunidade de receber turistas e usufruir do emprego, renda e crescimento gerados

pelo setor.

No Rio Grande do Norte, através do Programa de Regionalização do Turismo – Roteiros do

Brasil, foram criados pólos, com os municípios que possuem vocações turísticas e características

naturais e culturais semelhantes, para o planejamento, a deliberação e a viabilização de ações que

afluam para o desenvolvimento do turismo nas mesorregiões potiguares. Dentre esses pólos, o Pólo

Serrano de Turismo foi oficializado pelo Governo do Estado, através do Decreto nº 20.624, de 18 de

julho de 2008, e é composto por 16 municípios do alto oeste potiguar, tais Alexandria, Antônio Martins,

Campo Grande, Caraúbas, Doutor Severiano, Felipe Guerra, Lucrécia, Luís Gomes, Major Sales,

Martins, Patu, Pau dos Ferros, Portalegre, São Miguel, Venha Ver e Viçosa, e tem como objetivo

oferecer amplas possibilidades de desenvolvimento econômico e social através do turismo.

2.2 Globalização

Atualmente, globalização é estudada com o intuito de caracterizar a sociedade moderna

integrada mundialmente, ou seja, uma sociedade onde as barreias de tempo e espaço deram lugar às

relações em rede a nível global.

Numa perspectiva histórica, a Revolução Industrial (1780) e a Revolução Francesa (1789)

permitiram que a industrialização e a expansão de valores sociais, culturais e econômicos pudessem

ser difundidos e produzidos em larga escala a quem interessasse, o que favoreceu a consolidação do

capitalismo e da política econômica pautada na produtividade e competitividade.

O termo globalização foi forjado na década de 1980 nas universidades americanas e

popularizou-se rapidamente, pois conseguiu expressar os acontecimentos que acorriam mundialmente

e que levaram a uma aproximação dos diferentes pontos do planeta (DIAS e CASSAR, 2005).

Uma ascensão tecnológica centrada na informação, telecomunicação e transporte, a

interdependência da economia modificando a relação entre economia, Estado e sociedade e a

reestruturação do capitalismo fizeram com que as interações de fronteiras, de sistema de produção, de

transações financeiras e deslocamento de pessoas tomassem uma proporção cada vez maior.

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Globalização é considerada um processo revolucionário, decorrente do avanço e do

desenvolvimento tecnológico que nos últimos 20 a 30 anos tem influenciado diversos setores da

economia e da sociedade. Todas as suas definições remetem a uma crescente influência que os

processos econômicos, sociais e culturais de esfera internacional têm sobre esses mesmos processos

nos níveis nacional e regional.

Considerando o contexto econômico administrativo, devemos ressaltar a metáfora utilizada por

Octavio Ianni (2002), para conceituar globalização:

A fábrica global instala-se além de toda e qualquer fronteira, articulando capital, tecnologia, força de trabalho, divisão do trabalho social e outras forças produtivas. Acompanhada pela publicidade, a mídia impressa e eletrônica, a indústria cultural, misturadas em jornais, revistas, livros, programas de rádio, emissões de televisão, videoclipes, fax, redes de computadores e outros meios de comunicação, informação e fabulação, dissolve fronteiras, agiliza os mercados, generaliza o consumismo. Provoca a desterritorialização e reterritorialização das coisas, gentes e idéias. Promove o redimensionamento de espaços e tempos.

Amartya Sen (2001) diz que a globalização não é nova e nem necessariamente ocidental,

posto que durante milhões de anos tenha contribuído para o progresso do mundo através das viagens,

do comércio, das imigrações, das muitas influências culturais e da disseminação do conhecimento

incluindo ciência e tecnologia.

Apesar de não ser um processo novo, essas mudanças provocadas pela transformação e

evolução da comunicação, informação e transporte confere à atualidade novas perspectivas em relação

ao passado.

Nesse processo a idéia de local e global se funde, completando-se e opondo-se ao mesmo

tempo, e por vezes um se submetendo em demasia às influências do outro que por sua vez, acaba

dissolvendo sua autonomia, a exemplo disso podemos citar os países ocidentais da Europa e América

do Norte que impõem regras nas transações comerciais, acordos e blocos econômicos se preocupando

mais com a expansão do seu mercado do que com a democracia e as oportunidades sociais dos

países subalternos.

Ao contrário do que sugere o uso generalizado de expressões com “globalização” ou “mundialização” da economia, os mercados nacionais continuam preponderantes, sobretudo nos países maiores. [...] Os mercados nacionais de trabalho permanecem altamente segmentados por políticas restritivas de imigração e outros obstáculos à entrada de trabalhadores estrangeiros. As empresas, inclusive aquelas que operam intensamente no campo internacional, não se desvinculam dos seus países de origem e têm, em geral, um centro de gravidade nacional claramente identificável; na sua grande maioria, não são “transacionais”, mas empresas nacionais com atuação no exterior. 8

8Paulo Nogueira Batista Jr no prefácio de H. Paul. T. Grahame. Globalização em questão: a economia internacional e as

possibilidades de governabilidade; tradução Wanda Caldeira Brant. – Petrópolis, RJ: Vozes, 1998.

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Em face dos fatos apresentados e por ser um processo multifacetado a globalização constrói

ligações com os campos sociais e espaciais trazendo muitas vezes discussões controversas e

complexas sendo impossível sua compreensão tomando como referência apenas uma variável.

2.2.1 Implicações da globalização no turismo

Considerando e adotando a argumentação de desenvolvimento das relações econômicas e

sociais mutuas e favoráveis, a globalização está intimamente ligada ao turismo no sentido de alcançar

mais competitividade e possibilidade de expansão da demanda e dos serviços e bens turísticos.

Beni (2003) coloca o turismo relacionado com o processo de globalização, destacando que a

globalização provocou uma ampla disponibilização e acessibilidade em amplitude mundial dos

produtos, das instalações e dos serviços turísticos.

A facilidade na obtenção e disseminação de informação e transporte constitui uma ferramenta

imprescindível para o turismo, o sentido de aldeia global em que as relações pessoais, sociais e

econômicas são conectadas através de redes de integração comprime o mundo aproximando as mais

distantes regiões e populações do planeta.

Por meio das redes e de suas múltiplas conexões, soluções podem ser encontradas e

disseminadas, conhecimentos podem ser produzidos e novos rumos podem ser criados, de forma

endógena, para garantir viabilidade e desenvolvimento às regiões turísticas (Programa de

Regionalização do Turismo – Roteiros do Brasil, do Ministério de Turismo, 2005).

Dessa forma a organização em rede fruto da globalização promove novos rumos para o

desenvolvimento do turismo e de seus principais agentes como hospedagem, transporte, agências,

alimentação, lazer, profissionais, instituições e pessoas em geral relacionadas com tal atividade e com

informações e respostas rápidas e precisas para usuários e clientes.

A facilidade no acesso a informação faz com que cada vez mais pessoas tenham contato com

culturas e povos diferentes assim como imagens e fotos que estimulem as pessoas a experimentarem

novas sensações e quererem viajar e conhecer tudo in loco. Nessa óptica, o turismo aproxima e facilita

a comunicação e intensifica os laços entre os povos, promovendo uma melhor compreensão e

convivência da diversidade étnica, racial e religiosa do mundo.

Dias e Cassar 2005, defende o turismo como fator de valorização da diversidade cultural e da

diminuição da opressão cultural entre as nações:

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Nesse sentido, pode-se falar do turismo como uma das faces da globalização, de intensificação da redução ou da eliminação de barreiras nacionais, não só para o aumento do fluxo de bens e mercadorias, mas também para a diminuição da opressão de culturas dominantes que se estabelecem nos atuais estados nacionais e que sufocavam as manifestações culturais que expressavam a diversidade cultural.

Em resumo, a globalização, assim como em todos outros setores da sociedade, tem impactado

no turismo de forma significativa seja pela ampla divulgação, socialização e integração das informações

e das relações interpessoais e profissionais, assim como a diminuição das barreiras locacionais e

temporais em todo o mundo.

2.3 Turismo e desenvolvimento local

O turismo é uma atividade propulsora do desenvolvimento de localidades, regiões e nações e

toda e qualquer localidade pode se planejar para se tornar um destino turístico e se inserir nessa

perspectiva de crescimento econômico e social.

O desenvolvimento, em qualquer visão e localidade, deve ser resultado do crescimento

econômico acompanhado de melhores condições e qualidade de vida dos seus habitantes.

Chenery (1981) apud Souza (1999) acerca da concepção de desenvolvimento econômico,

ressalta que:

Pode-se considerar que o desenvolvimento econômico é um conjunto de transformações intimamente associados, que se produzem na estrutura de uma economia, e que são necessárias à continuidade de seu crescimento. Essas mudanças concernem à composição da demanda, da produção e dos empregos, assim como da estrutura do comércio exterior e dos movimentos de capitais com o estrangeiro. Consideradas em conjunto, essas mudanças estruturais definem a passagem de um sistema econômico tradicional a um sistema econômico moderno.

Desenvolvimento econômico, portanto, é caracterizado pela mudança de estrutura e melhoria

dos indicadores econômicos e sociais, implicando fortalecimento da economia nacional, de mercado e da

produtividade.

A longo prazo, qualquer país que queira manter ou aumentar o bem-estar de seu povo deve

primeiro experimentar um processo de crescimento que resulte no aumento da produção e da

produtividade, assegurando assim, oportunidades de emprego, habitação, saúde, lazer, educação e

tantas outras condições indispensáveis ao desenvolvimento humano e social da população. Ao

proporcionar o desenvolvimento econômico, várias áreas serão inevitavelmente englobadas.

Segundo Franco (2002):

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Existe um novo modo de promover o desenvolvimento, através do surgimento de comunidades mais sustentáveis, capazes de suprir suas necessidades imediatas, descobrir ou despertar suas vocações locais e desenvolver suas potencialidades específicas, fomentando o intercâmbio externo e aproveitando suas vantagens locais.

Nessa perspectiva, o desenvolvimento econômico e social é indissociável, um não existe nem

pode ser mensurado sem a influência do outro, que formando um paralelo também com as demais

variáveis políticas, culturais e ambientais da sociedade, garantem mais progresso, bem-estar e mais

altos índices de desenvolvimento humano (IDH9) ao país ou localidade.

Para Dias e Cassar 2005:

Uma das alternativas que podem promover o desenvolvimento local ou regional, com uma relativa independência das políticas nacionais, é o turismo. O turismo busca novidade, lugares diferenciados que atendam a uma demanda crescente. Por outro lado, um país de tamanho continental como o Brasil é capaz de atender às necessidades de lazer e entretenimento de seu povo com recursos de seu próprio território, movimentando pessoas e recursos das regiões mais desenvolvidas para aquelas que possuem menos recursos.

Os mesmo autores afirmam que as cidades devem desempenhar um novo papel no

atendimento das necessidades de seus habitantes e essa responsabilidade aumenta a cada dia em

decorrência dos processos de municipalização que dão ao poder local responsabilidades como saúde,

educação e segurança, antes assumidas pelo governo federal:

O turismo - mais do que qualquer outra atividade – deve ser assumido pelos municípios por se tratar de uma fonte indutora de desenvolvimento, geradora de emprego e de renda e que pode contribuir para outras atividades – como as mencionadas (saúde e educação) - que não geram renda. Desse modo, os municípios podem passar a ser os principais protagonistas de seu desenvolvimento atendendo à necessidade de gerar os recursos essenciais para o progresso econômico e social de seus habitantes.

O documento referencial Turismo no Brasil 2007 – 2010 divulgado pelo Ministério do Turismo

em junho de 2006 revela que:

Uma dimensão importante da estruturação dos produtos turísticos, particularmente no que se refere ao desenvolvimento local integrado, é a inserção das atividades relacionadas ao turismo no ambiente socioeconômico onde elas se inserem, garantindo uma relação harmônica e não excludente na cadeia produtiva da atividade nas regiões turísticas. A produção associada ao turismo deve ser considerada, neste contexto, como uma alternativa estratégica de valorização e qualificação dos produtos, bem como de agregação de valor aos mesmos, com grande impacto e benefícios para o desenvolvimento local.

9 Criado por Mahbub ul Haq com a colaboração do economista indiano Amartya Sen, ganhador do Prêmio Nobel de

Economia de 1998, o IDH pretende ser uma medida geral, sintética, do desenvolvimento humano. O Índice de Desenvolvimento Humano foi criado originalmente para medir o nível de desenvolvimento humano dos países a partir de indicadores de educação (alfabetização e taxa de matrícula), longevidade (esperança de vida ao nascer) e renda (PIB per capita). Disponível em: <http://www.simmp.org.br/Idh.aspx> Acesso em 8 de fev. de 2011.

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Além de contribuir para a entrada de divisas e a geração de emprego para o município, pois

aproximadamente, de 6 a 8% do total de empregos gerados no mundo depende do turismo, segundo a

Organização Mundial do Turismo, o turismo provoca um efeito multiplicador10 nos outros setores da

sociedade e da economia, induz a melhoria da infra-estrutura e surgimento de novos espaços, como

áreas de lazer, praças e parques que servem tanto aos turistas como a população residente e valoriza

e fortalece as atividades e o patrimônio natural e cultural da cidade.

Para Kotler, Haider e Rein (1994):

Os locais não são mais simples cenários para as atividades comerciais. Em vez disso, cada comunidade tem de se transformar em uma vendedora de bens e serviços, uma promotora de seus produtos e do valor de seu local. Os locais são, na verdade, produtos cujos valores e identidades devem ser planejados e promovidos.

Em contrapartida, os mesmos efeitos positivos podem ocasionar problemas que afetariam o

seu próprio desenvolvimento social, econômico, cultural e ambiental, como mostra a Figura 7 a seguir:

Figura 7: Impactos do turismo Fonte: www.projetur.com.br

Em virtude da complexidade em lidar com os efeitos positivos e negativos do turismo, as

localidades devem realizar um planejamento consistente e adequado para se tornar um destino

turístico, descobrindo sua vocação, aprimorando seus potenciais e buscando alternativas que resultem

10 Ignarra ( 2003), considera que pela grande variedade de serviços e de fornecedores, a atividade turística provoca um

efeito multiplicador de renda, de emprego, do produto, de importações e de impostos.

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na maximização de recursos e possibilidades sem prejudicar a qualidade de vida de sua população e

respeitando os limites ambientais e ecológicos de cada lugar.

2.4 Marketing Turístico

Atualmente, o marketing surge como ciência que fornece às organizações um conjunto de

estratégias voltadas para identificar oportunidades de mercado, criar novos produtos ou serviços,

quantificar preços e aprimorar a qualidade da distribuição e da comunicação.

É indissociável falar de desenvolvimento das organizações no cenário atual sem

mencionarmos a importância do marketing e de suas estratégias na identificação do potencial mercado

e das suas necessidades e na satisfação e superação das expectativas das mesmas, que passa a ser

premissa indispensável nas organizações que desejam ser competitivas, obter sucesso e ocupar lugar

de destaque nas preferências do consumidor/cliente.

Lindon (2004, pág. 24) sugere que o marketing é um conjunto de métodos e meios de que

uma organização dispõe, para promover, nos públicos pelos quais se interessa, os comportamentos

favoráveis à realização de seus próprios objetivos.

A definição dada por Kotler (1998) diz que marketing é um processo social e gerencial pelo

qual indivíduos e grupos obtêm o que necessitam e desejam através da criação, oferta e troca de

produtos de valor com outros. Essa definição tem como conceitos centrais necessidades, desejos e

demandas; produtos (bens, serviços e idéias); valor, custo e satisfação; troca e transações;

relacionamentos e redes; mercados; e empresas e consumidores potenciais.

Considerando essa definição e adotando que o marketing tem início com as necessidades e

desejos humanos, é de extrema importância sabermos diferenciar necessidades, desejos e demandas,

a saber:

Necessidade humana: é um estado de privação de alguma satisfação básica, essas

necessidades não são criadas pela sociedade ou empresas, elas são inerentes às condições humanas

e biológicas dos indivíduos.

Desejos: são carências por satisfações específicas para atender as necessidades, os

desejos humanos são moldados por forças e influências sociais.

Demandas: são desejos por produtos específicos aliado à habilidade, a disposição e ao

poder de compra das pessoas.

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Ao observarmos a pirâmide das necessidades desenvolvida por Maslow11, compreendemos

melhor a concepção das necessidades humanas:

Figura 8: Hierarquia das necessidades de Maslow Fonte: http://wp.ufpel.edu.br/comet/

Num aspecto empresarial, marketing é um conjunto de atividades de análise, planejamento,

implementação e controle de programas de ações destinados a criar e manter relações de troca

mutuamente vantajosas com mercados-alvo (PIRES, 1994).

Como função empresarial, o marketing cria continuamente valor para o cliente e gera

vantagem competitiva para a empresa, por meio da gestão estratégica das suas variáveis controláveis:

produto, preço, praça e promoção. Essas variáveis também recebem o nome de mix mercadológico,

mix de marketing ou os 4 P‟s do marketing.

Segundo Semenik e Bamossy apud Dias e Cassar (2005), marketing mix faz parte do

processo decisório organizacional, com a composição dos elementos estratégicos que constitui a

resposta mais eficiente aos fatores do ambiente externo que interagem com a organização.

Uma vez conhecidas as características dos potenciais clientes, os atributos indispensáveis

para atender a demanda e os objetivos pretendidos pela organização, desenvolvem-se estratégias

focadas para cada variável que se segue:

Produto: de maneira geral, o produto pode ser compreendido, segundo Kotler (1994),

como algo que pode ser oferecido para satisfazer uma necessidade ou desejo. Nesse momento, são

desenvolvidas todas as estratégias, seja de elaboração ou de adaptação, relativas ao produto e suas

características.

11 Abraham Maslow foi o psicólogo americano conhecido pela proposta hierarquia de necessidades de Maslow.

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Preço: envolve o custo que o consumidor está disposto a pagar pelo produto ou

serviço. Os preços, segundo Fasti (2003) os principais objetivos dos preços é sustentar a estratégia de

posicionamento pela qualidade superior ou pela economia proporcionada, atingir o objetivo financeiro

proposto gerando resultado e retorno aos investidores e ajustar a oferta à realidade de mercado.

Praça ou distribuição: está relacionado à disponibilidade e à facilidade com que os

produtos e serviços serão entregues aos clientes, envolve o transporte e o desenvolvimento de canais

de distribuição eficientes para garantir que os clientes tenham acesso aos produtos no momento em

que eles necessitam.

Promoção: refere-se à forma como a empresa torna conhecidos seus produtos e

serviços, por meio de técnicas que despertem no consumidor desejos e interesses e que motivem a

compra. Para Limeira (2003) a função da comunicação de marketing é criar imagem do produto ou

marca na mente do consumidor, onde eles reconheçam valor e diferenciação em relação aos

concorrentes.

Veja o esquema dos componentes do mix mercadológico na Figura 9 a seguir:

Figura 9: Variáveis do marketing Fonte: UNIVASF. Universidade Federal do Vale do São Francisco.

No contexto do turismo, o marketing e suas estratégias assumem papel de extrema

importância para aceitação do destino turístico pelos potenciais consumidores, estimulando o interesse

pelos atrativos oferecidos e os motivando à ação de compra dos serviços e produtos turísticos.

Para Churchill (2000), atualmente, a prestação e o marketing de serviços ocupam papel de

destaque em relação aos bens tangíveis, os serviços crescem numa escala monumental e a nível

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global pelo aumento da demanda de consumidores e pelas novas tecnologias terem tornado os

serviços mais acessíveis.

Acerca dos serviços, o referido autor afirma que:

Os consumidores ficam mais inclinados a usar serviços quando dispõem de mais dinheiro do que o necessário para compras básicas como alimento, roupas e moradia. Assim, conforme as economias nacionais se desenvolvem, os serviços tendem a desempenhar um papel mais importante. Quando a geração que fez o Brasil ser conhecido como o Brasil dos jovens chegou no ápice de seus anos de ganhos financeiros, isso significou um grande segmento da sociedade com condições de pagar por férias, consultoria financeira e lazer.

O mercado turístico é predominantemente um conjunto de serviços composto por

elementos, com as características gerais dos serviços combinados com as particularidades desse tipo

em especial, e atualmente chamados por indústria turística.

Conhecendo as características e peculiaridades dos serviços turísticos e tendo o controle

das variáveis mercadológicas que influenciam as decisões de compra, é possível estabelecer

estratégias para inserção e posicionamento de localidades nesse mercado.

2.4.1 Produto Turístico

Sob o prisma do marketing, produto é tudo o que pode ser oferecido a um mercado para

satisfazer uma necessidade ou um desejo, entre os produtos comercializados estão bens físicos,

serviços, experiências, eventos, pessoas, lugares, propriedades, organizações, informações e idéias

segundo Kotler (2006 p. 366), assim, o produto tem a pretensão de satisfazer às pessoas quanto as

suas expectativas, sentimentos e gostos. Essa satisfação é complexa, pois envolvem tanto os aspectos

do produto em si como as interações sociais e ambientais realizadas na aquisição do mesmo, tornando

ampla a conceituação de produto.

Do pondo de vista do produto turístico, ele pode ser definido, segundo Dias e Cassar (2005)

como o conjunto de elementos ou atividades realizadas e destinadas à satisfação das necessidades do

turista, atividades essas realizadas durante toda a viagem, desde o momento em que a pessoa sai de

sua residência, desloca-se ao destino escolhido até retornar ao seu local de origem.

O produto turístico é entendido como uma série de produtos e serviços que unidos constitui um

único produto sob o ponto de vista do consumidor, sendo composto pelos seguintes componentes

principais:

Transporte: essencial pela própria definição de turismo que se caracteriza pelo

deslocamento de pessoas.

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Alojamento: ao deslocar-se a um destino, o visitante precisa de um local para se alojar

e daí estabelecer contato com o local escolhido.

Alimentação, como uma necessidade primordial à vida das pessoas.

Atrativos: que são os reais fatores e motivações que levaram os turistas a se

deslocarem.

Além das características inerentes aos serviços em geral, os produtos turísticos, segundo

Dominguez (2001) possuem algumas características peculiares e que muitas vezes os diferem dos

demais serviços. Tais como:

Caducidade: como os serviços turísticos não podem ser armazenados por sua

produção estar atrelada a um tempo e um espaço determinado, o serviço que não for utilizado

constituirá uma perda irrecuperável.

Devem ser consumidas no próprio local: está condicionado à presença do cliente, não

podendo ser enviado ao local de residência do mesmo.

Heterogeneidade e complementaridade: por ser o pacote turístico composto por

subprodutos (heterogêneos), a falha de um desses complementos pode comprometer os demais.

Intangibilidade: o produto turístico não pode ser tocado ou possuído, apenas usufruído.

Rigidez: o bem turístico não se adapta bem às variações da demanda, se a demanda

varia com muita rapidez, a oferta não a pode seguir com a mesma velocidade.

Simultaneidade: as atividades de produção e consumo acontecem no mesmo lugar e

ao mesmo tempo.

Subjetividade: a validade do produto depende do estado emocional de cada turista,

podendo o mesmo serviço ser satisfatório para um cliente e não para outro.

Essas características produzem diferenças e conseqüências na comercialização dos produtos

turísticos, podendo ser diferenciados e customizados de acordo com as características de cada

consumidor e com a qualidade e a habilidade dos profissionais que estabelecem esse relacionamento.

Em relação ao destino turístico, ele é considerado um produto turístico global, pois é

constituído por um conjunto de produtos, como recursos naturais, culturais, infra-estrutura e serviços,

oferecidos dentro de um território determinado, também as cidades são uma junção de bens e serviços

públicos e privados voltados para um só objetivo e ao considerarmos assim, adotamos o território

municipal como o lugar geográfico de recepção do fluxo turístico e apresenta segundo VERA apud

DIAS e CASSAR (2005), os elementos interligados: recursos, infra-estrutura, serviços básicos e

equipamentos turísticos.

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2.4.2 Segmentação do mercado turístico

Churchill (2000) define segmentação de mercado como o processo de dividir um mercado em

grupos de compradores potenciais que tenham semelhantes necessidades e desejos, percepções de

valores ou comportamentos de compra semelhantes.

Kotler (1998) enfatiza que os mercados consistem de compradores que diferem entre si em

muitos aspectos e podem ser segmentados de várias maneiras e que essa segmentação representa

um esforço para o aumento de precisão de alvo de uma empresa. O mesmo autor aborda marketing de

segmento da seguinte forma:

Um segmento de mercado é formado por um grande número de compradores identificável em um mercado. A empresa que pratica marketing de segmento reconhece que os compradores diferem sem seus desejos, poder de compra, localizações geográficas, atitudes e hábitos de compra. Entretanto, a empresa não está disposta a personalizar seu „pacote‟ de ofertas/comunicações a cada consumidor individual. Ao contrário, ela procura isolar alguns segmentos amplos que formam um mercado.

Como subdivisão, o referido autor caracteriza nicho para especificar um grupo ainda mais

específico no marketing de segmento:

Nicho é um grupo mais restrito de compradores, tipicamente um pequeno mercado cujas necessidades não estão sendo bem atendidas. Geralmente, as empresas identificam nichos dividindo um segmento em subsegmentos ou definindo um grupo formado por um conjunto distinto de traços que podem buscar uma combinação especial de benefícios.

Para segmentar um determinado mercado precisamos identificar os consumidores em

potencial e conhecer seus interesses e características que venham servir de base para estratégias de

segmentação.

Para isso, é preciso utilizar de procedimentos, que de acordo com Rodrigues (2004 p. 49),

passam pelas seguintes fases: (1) inquéritos/pesquisa, (2) análise dos dados e (3) estágio de moldura

(ou estágio de levantamento, estágio de análise e estágio de determinação do perfil dos diferentes

segmentos, segundo a terminologia descrita por Kotler).

Dessa forma, as principais variáveis de segmentação são as geográficas, demográficas,

psicográficas e comportamentais, essas variáveis podem ser utilizadas isoladas ou em combinação

umas com as outras, sendo suas subdivisões: geográficas em países, regiões, estados, cidades ou

bairros; demográfica em idade e ciclo de vida da família, sexo, renda, geração e classe social;

psicográfica em estilo de vida e personalidade; e comportamental em ocasiões, benefícios, status de

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usuário, taxa de uso, status de lealdade, estágio de aptidão do comprador e atitude (CHURCHILL, 2000

e KOTLER, 1998).

Apesar da demanda turística ser bastante heterogênea em relação aos comportamentos e

motivações da viagem, é possível identificar segmentos idênticos nesse amplo leque de consumidores,

que viabilizem um tratamento diferenciado sob a óptica do mercado e que sejam facilmente

identificados pelo segmento escolhido.

Os segmentos turísticos podem ser estabelecidos a partir da identidade da oferta e das

características como elasticidade, sensibilidade e sazonalidade da demanda, de modo geral, os

produtos turísticos são definidos com base na oferta em ralação a demanda, caracterizando os

segmentos de turismo específico.

Segundo Beni (2007), o melhor meio de segmentação é pela motivação da viagem, sendo os

segmentos mais significativos os de turismo de descanso ou de férias, de negócios, esportes,

ecológico, rural, aventura, religioso, cultural, científico, gastronômico, estudantil, de congresso e

convenções, familiar e de amigos e saúde.

A respeito da segmentação como estratégia de desenvolvimento turístico no Brasil, o Ministério

do Turismo organizou um documento classificando os principais tipos de turismo desenvolvidos no

país:

Turismo Social

A concepção Turismo Social surgiu na Europa em meados do século XX, utilizada como

proposta de lazer para um número maior de pessoas, organizado por associações, sindicatos e

cooperativas com o intuito de atender as necessidades de férias das camadas sociais menos

favorecidas.

O código mundial de ética do turismo dispõe que o turismo social tem “por finalidade promover

um turismo responsável, sustentável e acessível a todos, no exercício do direito que qualquer pessoa

tem de utilizar seu tempo livre em lazer ou viagens e no respeito pelas escolhas sociais de todos os

povos”, é a forma de gerir e praticar a atividade turística promovendo a igualdade de oportunidades, a

equidade, a solidariedade e o exercício da cidadania na perspectiva da inclusão.

Ecoturismo

O termo Ecoturismo foi introduzido no Brasil no final dos anos 80, seguindo a tendência

mundial de valorização do meio ambiente.

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Ecoturismo é um segmento da atividade turística que utiliza, de forma sustentável12, o

patrimônio natural e cultural, incentiva sua conservação e busca a formação de uma consciência

ambientalista através da interpretação do ambiente, promovendo o bem-estar das populações.

O Ecoturismo é caracterizado pelo contato com ambientes naturais e pela realização de

atividades que possam proporcionar a vivência e o conhecimento da natureza, e pela proteção das

áreas onde ocorre, ou seja, fundamenta-se sobre o tripé: interpretação, conservação e

sustentabilidade.

Dessa forma, o Ecoturismo pode ser entendido como as atividades turísticas baseadas na

relação sustentável com a natureza, comprometidas com a conservação e a educação ambiental.

Turismo Cultural

A relação turismo e cultura é inseparável. Desde os primeiros registros de deslocamentos

tendo a cultura como motivação principal, em meados do século XVIII, desde as viagens denominadas

grand tours até a atualidade, as preferências e gostos dos turistas alteraram-se. Foram incorporadas

novas formas de ocupação do tempo livre e, especialmente, de relacionamento com a cultura dos

visitados, levando à caracterização do segmento denominado Turismo Cultural.

Turismo Cultural compreende as atividades turísticas relacionadas à vivência do conjunto de

elementos significativos do patrimônio histórico e cultural e dos eventos culturais, valorizando e

promovendo os bens materiais e imateriais da cultura.

O Turismo Cultural pode desdobrar-se e constituir outros segmentos para fins específicos

como: turismo cívico, turismo religioso, turismo místico e esotérico e turismo étnico. O turismo

gastronômico, entre outros, pode também estar incluído no âmbito do Turismo Cultural, desde que

preservados os princípios da tipicidade e identidade.

Turismo de Estudos e Intercâmbio

12 O conceito de sustentabilidade refere-se ao “desenvolvimento capaz de atender às necessidades da geração atual sem

comprometer os recursos para a satisfação das gerações futuras”. Utilizar o patrimônio natural e cultural de forma

sustentável representa a promoção de um turismo “ecologicamente suportável em longo prazo, economicamente viável,

assim como ética e socialmente eqüitativo para as comunidades locais. Exige integração ao meio ambiente natural, cultural

e humano, respeitando a fragilidade que caracteriza muitas destinações turísticas” Conceito de Desenvolvimento

Sustentável - World Commission on Environment and Development, 1987. Conceito de Turismo Sustentável da Organização

Mundial do Turismo - OMT, 1995.

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O Turismo de Estudos e Intercâmbio é um segmento amplo, que engloba diversas atividades, o

seu desenvolvimento se tornou mais evidente a partir da Revolução Industrial na Europa, quando uma

visão de mundo mais vasta se tornava essencial para acompanhar a evolução científica da época.

Atualmente, as viagens de estudos e intercâmbio ocorrem em praticamente todos os países

principalmente por ocorrerem independentemente de características geográficas e climáticas

específicas, além de poderem ser oferecidas durante todo o ano.

Turismo de Estudos e Intercâmbio constitui-se da movimentação turística gerada por atividades

e programas de aprendizagem e vivências para fins de qualificação, ampliação de conhecimento e de

desenvolvimento pessoal e profissional.

Turismo de Esporte

Embora encontre raízes remotas no esporte, o ato de viajar por razões esportivas e seus

desdobramentos começa a ser tratado como atividade turística particularmente no século XX. Foi

impulsionado pela propagação da prática esportiva associada à imagem de vida saudável, pelo pesado

investimento da indústria de materiais esportivos e outros setores envolvidos, especialmente com o

processo de globalização e culminando com a popularização mundial das grandes competições

esportivas como os Jogos Olímpicos, a Copas do Mundo, os Jogos de Inverno, etc.

Com a tarefa de unificar a compreensão em torno do tema, apresenta-se a definição de um

marco conceitual e as principais características desse tipo de turismo no Brasil, como “pontapé inicial”

para incentivar seu desenvolvimento de forma organizada.

Considerando o movimento turístico motivado pelo esporte, estabelece-se que: Turismo de

Esportes compreende as atividades turísticas decorrentes da prática, envolvimento ou observação de

modalidades esportivas.

Turismo de Pesca

A construção do marco conceitual de Turismo de Pesca fundamenta-se nos movimentos

turísticos que ocorrem em territórios específicos em razão da presença de espécimes singulares, o

perfil do turista de pesca é definido pela sua motivação que determina a evolução da atividade de

pesca como opção de lazer, caracterizando-a pelo usufruto dos recursos naturais de forma sustentável,

de acordo com as peculiaridades das duas atividades, pesca e turismo, e com as legislações que as

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regem. Entende-se que o segmento denominado Turismo de Pesca compreende as atividades

turísticas decorrentes da prática da pesca amadora.

Turismo Náutico

Apesar de possuir um litoral de 7.367 quilômetros de extensão, 35.000 quilômetros de vias

internas navegáveis, 9.260 quilômetros de margens de reservatórios de água doce, como

hidroelétricas, lagos e lagoas, além do clima ameno, o Brasil ainda não aproveita seu grande potencial

para o Turismo Náutico.

Dependendo do local onde ocorre, o Turismo Náutico pode ser caracterizado como turismo

Fluvial, turismo em Represas, turismo Lacustre e turismo Marítimo.

Pode, ainda, envolver atividades como cruzeiros e passeios, excursões e viagens via quaisquer

tipos de embarcações náuticas para fins turísticos. Turismo Náutico caracteriza-se pela utilização de

embarcações náuticas como finalidade da movimentação turística.

O Turismo Náutico requer políticas e ações integradas que possam incentivar a elaboração de

produtos e roteiros turísticos e a estruturação de destinos, como a construção de marinas públicas, a

adequação dos portos, a implantação e a qualificação de serviços e equipamentos turísticos nas

regiões portuárias e outros locais onde ocorram atividades relacionados ao segmento. Conecta-se

diretamente ao desenvolvimento do Turismo Náutico o crescimento e fortalecimento da indústria

nacional de barcos e navios.

Turismo de Aventura

Primeiramente entendido como uma atividade associada ao Ecoturismo, o segmento de

Turismo de Aventura, atualmente, possui características e consistência mercadológica próprias e, por

conseguinte, seu crescimento vem adquirindo um novo enfoque de ofertas e possibilidades.

Como decorrência do desenvolvimento ressaltado na última década, vários empreendimentos

foram constituídos no País, oferecendo produtos e serviços cada vez mais especializados aos

visitantes, esses empreendimentos têm sido estimulados pelas transformações no comportamento do

consumidor, que busca estilos de vida mais saudáveis, e apresentam maior sensibilidade e interesse

aos assuntos ligados à diversidade cultural e à preservação da natureza, mudanças que influenciam a

escolha das atividades de lazer e a definição dos destinos turísticos.

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O conceito de Turismo de Aventura basea-se em aspectos que se referem à atividade turística

e ao território em relação à motivação do turista, e pressupõem o respeito nas relações institucionais,

de mercado, entre os praticantes e com o ambiente. Nesse contexto, define-se que: Turismo de

Aventura compreende os movimentos turísticos decorrentes da prática de atividades de aventura de

caráter recreativo e não competitivo.

Turismo de Sol e Praia

As praias representam um dos principais atrativos turísticos na atualidade, principalmente nos

países tropicais. O prestígio das áreas litorâneas surgiu no século XIX, com destaque para área do Mar

Mediterrâneo, inicialmente os banhos de mar eram utilizados com fins medicinais. No século XX surge

o turismo de praia na Europa, quando aos banhos de mar soma-se o sol como atrativo turístico,

associado à saúde, ao entretenimento, à recreação e ao culto ao corpo.

No Brasil, o turismo de praia surge no Rio de Janeiro, a partir dos anos 70, o Nordeste destaca-

se como principal destino de Turismo de Sol e Praia do país, e a atividade passa a constituir uma das

principais bases econômicas nas áreas litorâneas naturais e construídas.

Várias denominações têm sido utilizadas para esse segmento, tais como turismo de sol e mar,

turismo litorâneo, turismo de praia, turismo de balneário, turismo costeiro e inúmeros outros. Para fins

de formulação de políticas públicas, considera-se que o segmento denominado como Turismo de Sol e

Praia constitui-se das atividades turísticas relacionadas à recreação, entretenimento ou descanso em

praias, em função da presença conjunta de água, sol e calor.

Turismo de Negócios e Eventos

Os deslocamentos realizados para trocas comerciais e para participação em eventos ocorrem

desde as antigas civilizações e tornaram-se comuns a partir da Revolução Industrial, quando as

viagens tornaram-se mais constantes, facilitadas principalmente pelo aprimoramento dos meios de

transporte e de comunicação.

A globalização, a formação de blocos econômicos, a aceleração da economia mundial e o

crescimento das multinacionais são alguns dos fatores que configuraram um movimento internacional

sem precedentes para a realização de transações e relacionamentos de caráter comercial, e a

realização de eventos com finalidades e interesses diversos.

O Brasil vem se posicionando como um destino de negócios e no que se refere à realização de

eventos, a profissionalização do setor e as opções de lazer relacionadas à diversidade dos recursos

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naturais e culturais são alguns dos fatores para o crescimento do segmento. O país tem sediado

eventos de repercussão, a exemplo da ECO-9213 e do Fórum Social Mundial.

Tal movimentação inclui atividades como visitas técnicas, reuniões, exposições comerciais,

compra e venda de produtos e serviços, e outros, já os eventos, por sua vez, compreendem encontros

programados e organizados como congressos, convenções, simpósios, lançamentos, mostras,

exposições e feiras.

Desta forma, Turismo de Negócios e Eventos compreende o conjunto de atividades turísticas

decorrentes dos encontros de interesse profissional, associativo, institucional, de caráter comercial,

promocional, técnico, científico e social.

Turismo Rural

Apesar da visitação a propriedades rurais ser uma prática antiga e comum no Brasil, apenas há

pouco mais de vinte anos passou a ser considerada uma atividade econômica e caracterizada como

Turismo Rural. Esse deslocamento para áreas rurais começou a ser visto com profissionalismo na

década de 80, quando algumas propriedades em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul, devido às

dificuldades econômicas do setor agropecuário, resolveram diversificar suas atividades e passaram a

receber turistas.

O Turismo Rural pode ser explicado, por duas razões principais: a necessidade que o produtor

rural tem de aumentar sua fonte de renda e de agregar valor aos seus produtos; e a vontade dos

moradores urbanos de encontrar e reencontrar raízes, de conviver com a natureza, com as tradições,

costumes e com as formas de vida e de produção das populações do interior.

Dessa maneira, a definição de Turismo Rural fundamenta-se em aspectos que se referem ao

turismo, ao território, à base econômica, aos recursos naturais e culturais, à sociedade, e ao campo

afetivo. Com base nesses aspectos, define-se que Turismo Rural é o conjunto de atividades turísticas

desenvolvidas no meio rural, comprometido com a produção agropecuária, agregando valor a produtos

e serviços, resgatando e promovendo o patrimônio cultural e natural da comunidade.

Turismo de Saúde

13 Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (CNUMAD) que, por ser realizada na cidade do

Rio de Janeiro, em 1992, passou a ser conhecida por Rio 92 e Eco 92.

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Os primeiros deslocamentos em busca de cura para os males físicos remontam às civilizações

grega, romana e árabe, e ao uso de águas medicinais principalmente sob a forma de banhos. Na

Grécia, os templos chamados “athleticus” eram construídos para banhos aos quais se atribuía a

capacidade de curar doenças. Os gregos também iniciaram a utilização de práticas hidroterápicas,

acompanhadas de massagens e dietas especiais.

No Império Romano, a população utilizava as termas como forma de repouso e diversão, e os

exércitos para se revigorarem. Os romanos viajavam em caravanas à medida que as termas iam sendo

consolidadas, podemos considerar essas as primeiras viagens motivadas pela busca da saúde. No ano

300 havia cerca de mil termas, muitas dessas famosas até hoje, como as de Aix-en-Province e Vichy

(França), Baden-baden e Aix-la-Chapelle (Alemanha).

No século XIX, o volume de deslocamentos para tratamento em recintos hidrotermais imprimiu

caráter turístico a essas viagens. No Brasil, a primeira foi Caldas da Imperatriz, em Santa Catarina,

criada em 1813. Hoje, os avanços tecnológicos e a evolução do conceito de saúde, compreendido pelo

bem-estar físico, mental, espiritual e social, levaram à ampliação das possibilidades de tratamento e

das interações com a atividade turística, conformando um novo segmento denominado Turismo de

Saúde.

Dessa forma, Turismo de Saúde constitui-se das atividades turísticas decorrentes da utilização

de meios e serviços para fins médicos, terapêuticos e estéticos.

Conhecendo os principais segmentos de turismo praticados e organizados no país e a sua

importância e eficácia para os mercados turísticos, a principal vantagem de trabalhá-los dessa forma é

permitir a diminuição de custos e a adequação da infra-estrutura do destino a um determinado público,

que além de evitar desperdício de recursos e esforços para atração de grupos dispersos permite maior

fidelidade e reconhecimento do destino como ideal para satisfazer as expectativas do público-alvo.

Ao criar uma imagem sólida de qualidade e diferenciação do destino turístico, a localidade

passa a ter posicionamento privilegiado no mercado. É manutenção da singularidade das cidades que

lhes trará vantagens no ambiente globalizado, diferenciando-as, fortalecendo sua identidade e,

consequentemente, a auto-estima de seus habitantes (DIAS e CASSAR, 2005).

2.5 Planejamento Estratégico

Como parte integrante do processo administrativo, o planejamento executado por meio de

recursos adequados, definição de metas e seleção de estratégias e mecanismos para chegar ao

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objetivo pretendido, constitui parte obrigatória para as organizações que desejam obter sucesso na

atualidade.

Para Kotler e Keller (2006), uma administração de marketing bem sucedida requer determinadas

capacidades, como entender, criar, entregar, comunicar e sustentar valor para o cliente, esse processo

exige muitas atividades de marketing diferentes, para assegurar que sejam selecionadas e executadas

as atividades corretas, é essencial que exista um planejamento estratégico.

Conforme descreve Kotler (2000):

Planejamento estratégico orientado para o mercado é o processo gerencial de desenvolver e manter um ajuste viável entre objetivos, habilidades e recursos de uma organização e as oportunidades de um mercado em contínua mudança. O objetivo do planejamento estratégico é dar forma aos negócios e produtos de uma empresa, de modo que eles possibilitem os lucros e o crescimento almejados.

Tavares (2000) descreve planejamento estratégico como técnica administrativa que objetiva

manter uma organização como um conjunto apropriadamente integrado a seu ambiente, identificando

oportunidades e ameaças, pontos fortes e fracos para o cumprimento de sua missão e que esse

planejamento ocorre em três níveis de hierarquia e de atribuições de responsabilidade dentro da

organização, a saber:

· Estratégico: Orientação do foco e da direção a ser seguida pela organização, conduzido pela

alta administração (Presidência, Conselho de Administração e Direção).

· Tático Administrativo: Atribuição dos níveis intermediários, gerências, compreende ao

planejamento, coordenação, implementação e controle dos planos de cada área para o cumprimento

dos objetivos propostos pela cúpula da organização.

· Operacional: Realização das ações necessárias à obtenção das metas direcionadas pelos

níveis anteriores.

Em relação ao tempo de implementação as ações podem ser de curto, médio e longo prazo.

Os planos de curto prazo são os que estão comprometidos com um futuro máximo de 2 anos, os de

médio prazo com um período de 2 a 5 anos e os de longo prazo com um período superior a 5 anos.

Para Zavaglia apud Dias e Cassar (2005), preparar-se para enfrentar desafios é uma tarefa

importante que proporciona inúmeros benefícios às organizações, entre eles podemos destacar:

1. Definição e estabelecimento de objetivos organizacionais mais condizentes;

2. Obtenção de análises de análises e revisões e revisões sobre os ambientes internos e

externos à organização;

3. Orientação sobre a direção a ser seguida pela organização;

4. Melhoria do processo de tomada de decisão da organização;

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5. Ampliação das chances de a organização alcançar seus objetivos;

6. Capacidade de maximizar o alcance de bons resultados organizacionais;

7. Identificação das principais deficiências organizacionais;

8. Melhoria na compreensão dos fatos que ocorrem nos ambientes internos e externos à

organização;

9. Melhoria da eficiência, eficácia e efetividade organizacional;

10. Criação de estratégias de competição adequadas;

11. Condução da organização para o futuro possível; e

12. Possibilidade de influenciar os ambientes internos e externos à organização.

Baker 2005 afirma que:

O planejamento estratégico de marketing demanda que a organização reconheça os desafios que enfrenta e o efeito que causam sobre o seu potencial de sucesso futuro. A empresa deve aprender a se concentrar nos clientes e em suas necessidades o tempo todo e explorar todos os caminhos que possam lhe proporcionar vantagem competitiva diferencial sobre seus concorrentes.

O planejamento estratégico permite a organização ter conhecimento de todo o mercado e de

suas próprias capacidades e deficiências. Com essas informações as decisões e definição dos fins

(futuro pretendido) e dos meios (caminhos para atingir o futuro esperado) se tornam mais fáceis de

serem tomadas e tem mais chances de serem acertadas.

Certo e Peter (1993) sugere que os gestores tenham competências e se dediquem a uma série

de etapas para efetivar o planejamento, são elas: análise do ambiente, estabelecimento das diretrizes

da organização, formulação e implementação da estratégia organizacional e exercício do controle

estratégico.

2.5.1 A Análise SWOT

Devido aos termos em inglês strengths, weaknesses, opportunities e threats, que significam

forças, fraquezas, oportunidades e ameaças, a sua avaliação global é denominada de análise swot.

Essa análise envolve o acompanhamento dos ambientes internos e externos das organizações.

Para Churchill e Peter (2000), a análise ambiental envolve a busca de mudanças que levem a

oportunidades ou ameaças a uma organização, essas empresas precisam adotar uma visão global do

ambiente externo que podem envolver os ambientes econômico, político e legal, social, natural,

tecnológico e competitivo. Já ao avaliar as forças e deficiências, os gestores procuram as coisas que a

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empresa faz melhor do que as outras, as competências básicas da organização que demonstrem aos

clientes o diferencial daquela organização.

Os mesmos autores revelam que o objetivo de identificar forças, deficiências, oportunidades e

ameaças é ajudar a encontrar os pontos fortes da empresa e combiná-los com as oportunidades do

ambiente, em especial as áreas que os concorrentes não tenham igual capacidade ou rejeitar opções

que não combinem oportunidades e pontos fortes. De maneira sintética, uma empresa deve centrar

suas estratégias em aumentar seus pontos fortes, diminuir seus pontos fracos, explorar suas

oportunidades e reduzir suas ameaças.

A seguir, nas Figuras10 e 11 pode-se observar a matriz SWOT e as principais forças e

fraquezas, oportunidades e ameaças, que facilitam a melhor compreensão da situação da empresa e o

desenvolvimento de estratégias que respondam positivamente ao cenário apresentado pela análise.

Figura 10: Matriz SWOT Fonte: Santos, 1990.

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Figura 11: Principais forças, fraquezas, oportunidades e ameaças. Fonte: Santos, 1990.

2.5.2 Estabelecimento das diretrizes organizacionais

Conhecendo o ambiente externo e suas influências e o ambiente interno e suas características,

a organização pode traçar caminhos e diretrizes para indicar a direção e o rumo que ela deseja seguir e

alcançar, através da determinação de seus objetivos, missão, visão e valores.

É nesta etapa onde serão determinados os principais objetivos a serem perseguidos, nesse

momento o planejador tem visão clara do que é possível atingir, considerando os recursos internos e as

oportunidades do mercado, os objetivos podem ser qualitativos ou quantitativos e são estabelecidos a

partir dessas informações. Esses objetivos devem ser colocados em ordem de prioridade, ser possíveis

de se atingir e coerentes (LAS CASAS, 2006).

Segundo Cobra (2009), missão é entendida como uma filosofia empresarial e pode ser

subdividida em missão econômica que é definida como a razão de ser de toda organização, ou seja, o

pressuposto básico de todas as empresas, independente do porte ou natureza da operação, toda

organização visa e precisa ser viável e rentável e missão social que é entendida como o papel da

organização perante a sociedade ou comunidade da qual faz parte, ou seja, a responsabilidade social

perante o ambiente, a sociedade e a comunidade interna (funcionários, fornecedores e clientes) e a

comunidade externa (bairro, cidade e país).

O mesmo autor define visão como o sonho e refere-se onde a empresa está e onde ela

gostaria de chegar dentro de um espaço de tempo, diante de visões bem definidas, a empresa pode

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lograr um crescimento no curto, médio e longo prazos, já uma empresa sem visão tenderá a

desaparecer com o tempo.

Os valores organizacionais referem-se aos princípios ou crenças relacionados às condutas

e/ou metas organizacionais desejáveis que orientam a vida da organização e estão a serviço de

interesses individuais, coletivos ou de ambos. Esses valores modelam os comportamentos, as

preferências e as escolhas das pessoas dentro da organização, assim como os valores pessoais guiam

a vida das pessoas, os valores organizacionais guiam a vida das organizações.

Depois das diretrizes serem estabelecidas e conhecidas, os esforços e trabalhos de todos os

que fazem parte da empresa são direcionados e coordenados em busca do cumprimento das metas

organizacionais, ou seja, todos se unem em busca de um interesse coletivo e maior que os interesses

isolados pessoais ou departamentais.

2.5.3 Formulação e implementação das estratégias

Depois de conhecer os ambientes e de saber onde se deseja chegar é hora de ter ciência de

como chegar ao futuro pretendido, é nesse momento onde as estratégias são desenvolvidas e

posteriormente colocadas em prática pela organização.

Para Las Casas (2006), com base nos objetivos, é possível desenvolver uma estratégia

mercadológica para alcançá-los, essas estratégias devem ser selecionadas de acordo com a

possibilidade de gerar mais retorno tendo em vista o momento e o ambiente atual.

Formular estratégias é projetar o curso de ação e suas opções para a obtenção de todos os

objetivos que foram estipulados e descritos na elaboração das diretrizes e implementar essas

estratégias significa efetivá-las e colocá-las em movimento para mais tarde colher os benefícios do

planejamento e execução das etapas anteriores.

Cobra (2009) assim considera formulação e implementação de estratégias:

As estratégias devem ser formuladas objetivando o crescimento por unidade estratégica do negócio, levando em conta a atratividade do negócio. A implementação dos modelos de estratégia dependem do estilo gerencial de cada organização, bem como da habilidade das pessoas e de que maneira os valores podem ser compartilhados entre as diversas áreas da empresa.

2.5.4 Controle estratégico

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Chiavenato (2003) define controle como a função administrativa que consiste em avaliar o

desempenho a fim de certificar que os objetivos organizacionais e os planos estabelecidos sejam

realizados.

Como tipo especial de controle organizacional, o controle estratégico visa diagnosticar e

monitorar o processo de administração estratégica, visualizando saídas para o melhoramento e

aperfeiçoamento de seu funcionamento.

Cobra (2009) considera o ambiente externo bastante sujeito a mutações, por isso é importante

que a empresa disponha de instrumentos de avaliação e controle. As estratégias, assim como os

objetivos, depois de implementados devem ser periodicamente reavaliados.

Para Las Casas (2006), o processo de controle inclui principalmente a busca de uma forma-

padrão para que o desempenho futuro possa ser avaliado. Inclui também a comparação do

desempenho atual com a forma-padrão determinada e a tentativa de reduzir a diferença entre

desempenho esperado e atual.

O referido autor enfatiza que os administradores podem se servir de vários critérios e sistemas

de controle para realizar comparações e ações corretivas e que esses sistemas precisam ser ágeis no

fornecimento de informações, flexíveis para que possam sofrer alterações, abrangentes para monitorar

diferentes atividades e econômicos para compensar os gastos de manutenção de controle.

2.5.5 Planejamento estratégico de marketing de localidade

Como processo de antecipação e visualização de todos os elementos que possam interferir no

ambiente e mercado turístico, o planejamento estratégico de marketing de localidades também passa

pelas etapas de análise ambiental, identificação dos objetivos, implementação de estratégias e de

mecanismos de controle descritas anteriormente, em outras palavras como descrevem os autores

Kotler, Haider e Rein apud Dias e Cassar (2005) esse processo deve passar por cinco momentos:

Auditoria local: identificar os pontos fortes e fracos, as oportunidades e ameaças,

assim como os problemas mais importantes, onde devem ser considerados tais elementos básicos, a

imagem, a infra-estrutura, as atrações e as pessoas.

Onde a imagem constitui a soma de um conjunto de idéias e percepções que diferentes

pessoas compartilham sobre ela.

A infra-estrutura constitui os sistemas municipais essenciais à habitação e manutenção da

localidade como abastecimento de água e eletricidade, saneamento básico, destinação de resíduos

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sólidos e líquidos, pavimentação e facilidade de acesso, sistema de transporte público, arborização,

centros de saúde e de atendimento de emergências, estrutura de serviços para atendimento ao turista,

estrutura de telecomunicações, segurança e zona comercial que atenda às necessidades do visitante.

As atrações são os aspectos peculiares da localidade que servem de motivação para o

visitante, as principais atrações são as relacionadas à natureza e à cultura do destino turístico, ou

existem ainda os variados atrativos providenciados pelas cidades que não contemplam nenhuma opção

natural ou cultural.

As pessoas residentes e o seu estado de espírito e hospitalidade constituem um importante

elemento para o marketing de localidades. Os graus de simpatia, amabilidade, civismo, espírito de

trabalho e de empreender podem influenciar o interesse dos visitantes pela cidade fazendo-os parte do

produto turístico que se deseja vender.

Visão e Objetivos: depois de diagnosticar os elementos integrantes do marketing de

localidade , pode-se definir os objetivos a serem obtidos, nesse momento deve-se levar em

consideração que os objetivos precisam estar em sintonia com o plano diretor de desenvolvimento da

cidade, ser compartilhados pelos principais atores públicos e privados, almejar metas quantitativas

(incremento de turistas, de emprego) e qualitativas (melhoria da imagem e posicionamento), precisam

de um prazo de execução, ser ambiciosos e motivar os agentes de execução e se ajustar aos recursos

disponíveis.

Elaboração de estratégia: visando o marketing de localidades, as estratégias básicas

se concentram na união de esforços para ter competitividade perante os concorrentes, na penetração

de novos mercados e na maximização de aproveitamento das oportunidades oferecidas pelo ambiente

local. Essas estratégias podem ser definidas com base nos princípios de identificação da oferta e da

demanda, de segmentação, de posicionamento e de estratégia funcional14.

Plano de ação: nessa etapa são mostradas as ações que precisam ser desenvolvidas

para consolidar as estratégias da fase anterior e estão diretamente relacionadas à estratégia funcional

com base na melhoria da qualidade e da distribuição dos produtos e serviços turísticos e da

comunicação e exposição da localidade.

Implantação e controle: essa etapa deve ser realizada priorizando as ações mais

emergenciais e que podem afetar de imediato o afluxo de visitantes em um futuro próximo, a partir de

uma avaliação onde todos os setores envolvidos estejam presentes. O controle estratégico é de

14 Segundo Dias e Cassar (2005) estratégia funcional consiste na disposição de um conjunto de recursos e instrumentos de

marketing, que podem ser combinados da maneira mais adequada possível para melhorar sua imagem externa, como a

qualidade e distribuição dos serviços e a comunicação interna e externa da imagem que a localidade possui.

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fundamental valor, pois assegura o êxito das estratégias propostas através do acompanhamento da

evolução do ambiente, da competição e da eficácia da implantação do plano por meio de sistemas de

informações e monitoramento.

A realização de todas as etapas do processo de planejamento estratégico garante às

localidades vantagens de conhecimento de suas potencialidades e as ações que podem ser

desenvolvidas para proporcionar o crescimento socioeconômico através do desenvolvimento de

práticas e políticas turísticas, se tornando competitivas nesse mercado e melhorando a qualidade de

vida de seus habitantes.

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3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

3.1 Tipo de pesquisa

Dentro da metodologia há algumas classificações de pesquisa. Segundo os conceitos de

Vergara (2008), elas podem ser quanto aos fins e quanto aos meios.

3.1.1 quanto aos fins

O relatório de pesquisa realizado caracteriza-se como exploratório e descritivo. Segundo

Vergara (2008, p. 47):

A investigação exploratória , que não deve ser confundida com leitura exploratória, é realizada

em área na qual há pouco conhecimento acumulado e sistematizado. Por sua natureza de sondagem,

não comporta hipóteses que, todavia, poderão surgir durante ou ao final de pesquisa.

A pesquisa descritiva expõe características de determinada população ou de determinado

fenômeno. Pode também estabelecer correlações entre variáveis e definir sua natureza. Não tem

compromisso de explicar os fenômenos que descreve, embora sirva de base para tal explicação.

Pesquisa de opinião insere-se nessa classificação.

3.1.2 quanto aos meios

O relatório de pesquisa realizado caracteriza-se como bibliográfico, de campo e estudo de

caso. Segundo Vergara (2008, p. 47-49):

▪ Pesquisa de campo é investigação empírica realizada no local onde ocorre ou ocorreu

um fenômeno ou que dispõe de elementos para explicá-lo. Pode incluir entrevistas, aplicação

de questionários, testes e observação participante ou não.

▪ Estudo de caso é o circunscrito a uma ou poucas unidades, entendidas essas como

pessoa, família, produto, empresa, órgão público, comunidade ou mesmo país. Tem caráter de

profundidade e detalhamento. Pode ou não ser realizado no campo.

▪ Pesquisa bibliográfica é o estudo sistematizado desenvolvido com base em material

publicado em livros, revistas, jornais, redes eletrônicas, isto é, material acessível ao público em

geral. Fornece instrumental analítico para qualquer outro tipo de pesquisa, mas também pode

esgotar-se em si mesma. O material publicado pode ser de fonte primária ou secundária.

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3.2 Universo e Amostra

3.2.1 Universo

Universo de pesquisa foi constituído pelo número total (10) de funcionários da secretaria

municipal de turismo de Alexandria/RN.

3.3 Seleção dos sujeitos

A pesquisa teve como ponto de partida o estágio realizado na secretaria de turismo da cidade e

restringiu a sua aplicação aos servidores daquela instituição, por serem considerados os mais aptos a

responder sobre a realidade da atividade turística do município.

3.4 Coleta de dados

Os dados desta pesquisa foram coletados através de aplicação de questionário semi-

estruturado, onde foram apresentadas aos respondentes, questões fechadas, em que se podia

escolher e ponderar uma alternativa, e questões abertas, em que as respostas eram livres.

Os dados foram coletados nos dias 29 e 30 de setembro de 2011 e sua aplicação foi

acompanhada para esclarecimento de dúvidas e maior agilidade de entrega.

3.5 Tratamento de dados

As questões fechadas foram analisadas de forma quantitativa pela técnica de média através de

tabulações no Excel, já as questões abertas foram analisadas de maneira qualitativa pelo método de

análise de conteúdo.

3.6 Instrumento de pesquisa

O instrumento de pesquisa é composto por 11(onze) questões abertas e 51 questões fechadas,

onde as questões que tratam dos impactos positivos e negativos da atividade turística tiveram como

parâmetro a Figura 7 da página 37:

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13 questões sobre impacto positivo: impactos sociais - promoção da paz,

valorização da mulher; impactos econômicos - geração de renda, geração de emprego,

desenvolvimento econômico da cidade; impactos ambientais - conservação das áreas naturais,

aumento da qualidade ambiental, envolvimento com meio ambiente, melhoramento da infra-estrutura,

aumento do conhecimento do meio ambiente; impactos culturais - conservação da herança cultural,

trocas culturais, renovação do orgulho cultural.

18 questões fechadas sobre impactos negativos: impactos sociais -

desentendimento entre o turista e o autóctone, perda de potenciais e benefícios econômicos,

superpopulação, perda da qualidade de vida, aumento da prostituição, aumento da criminalidade,

aumento da violência; impactos econômicos - inflação de preços, especulação imobiliária, distorções

econômicas e de emprego; impactos ambientais- poluição da água, poluição do ar, poluição sonora,

poluição visual; impactos culturais - banalização do artesanato, perda de autenticidade, banalização

dos ritos religiosos, contrabando de peças do patrimônio histórico

20 questões fechadas que visaram analisar os quatro principais eventos da cidade

(Carnaval, Alefolia, Festa junina, Festa da Padroeira) na perspectiva da renda, do emprego, da

movimentação, do meio ambiente e da cultura.

Para melhor entender como as questões são avaliadas são disponibilizadas os critérios da

pesquisa utilizada para melhor compreender os impactos e as estratégias do turismo na cidade de

Alexandria/ RN.

Os impactos positivos tem a seguinte ordem de pontuação: 1 é péssimo, 2 é ruim, 3 é regular,

4 é bom e 5 é ótimo.

IMPACTOS POSITIVOS ESCALA DE PONTUAÇÃO

IMPACTOS SOCIAIS 5 4 3 2 1

Promoção da paz

Valorização da mulher

IMPACTOS ECONOMICOS 5 4 3 2 1

Geração de renda

Geração de emprego

Desenvolvimento econômico da cidade

IMPACTOS AMBIENTAIS 5 4 3 2 1

Conservação das áreas naturais

Aumento da qualidade ambiental

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Envolvimento com meio ambiente

Melhoramento da infraestrutura

Aumento do conhecimento do meio ambiente

IMPACTOS CULTURAIS 5 4 3 2 1

Conservação da herança cultural

Trocas culturais

Renovação do orgulho cultural

Quadro 1: Escala de pontuação dos Impactos Positivos. Fonte: Autora (2011)

Com relação aos impactos negativos é importante ressaltar que quanto menor for o impacto

melhor para a cidade, por isso 1 é considerado ótimo e 5 considerado péssimo. Portanto, nessa escala,

1 é ótimo, 2 é bom, 3 é regular, 4 é ruim e 5 é péssimo.

IMPACTOS NEGATIVOS ESCALA DE PONTUAÇÃO

IMPACTOS SOCIAIS 5 4 3 2 1

Desentendimento entre o turista e o autóctone

Perda de potenciais e benefícios econômicos

Superpopulação

Perda da qualidade de vida

Aumento da prostituição

Aumento da criminalidade

Aumento da violência

IMPACTOS ECONOMICOS 5 4 3 2 1

Inflação de preços

Especulação imobiliária

Distorções econômicas e de emprego

IMPACTOS AMBIENTAIS 5 4 3 2 1

Poluição da água

Poluição do ar

Poluição sonora

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Poluição visual

IMPACTOS CULTURAIS 5 4 3 2 1

Banalização do artesanato

Perda de autenticidade

Banalização dos ritos religiosos

Contrabando de peças do patrimônio histórico

Quadro 2: Escala de pontuação dos Impactos Negativos. Fonte: Autora (2011)

Os impactos causados pelos principais eventos de Alexandria/RN foram avaliados dentro do

padrão onde 5 representa um impacto ótimo e 1 representa um impacto péssimo. Portanto, nessa

escala, Onde 1 é péssimo, 2 é ruim, 3 é regular, 4 é bom e 5 é ótimo.

EVENTOS DE ALEXANDRIA ESCALA DE PONTUAÇÃO

CARNAVAL 5 4 3 2 1

Renda

Emprego

Movimentação

Meio ambiente

Cultura

ALEFOLIA 5 4 3 2 1

Renda

Emprego

Movimentação

Meio ambiente

Cultura

FESTA JUNINA 5 4 3 2 1

Renda

Emprego

Movimentação

Meio ambiente

Cultura

FESTA DA PADROEIRA 5 4 3 2 1

Renda

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Emprego

Movimentação

Meio ambiente

Cultura

Quadro 3: Escala de pontuação dos eventos da cidade. Fonte: Autora (2011)

Para avaliar os impactos positivos foi elaborado um quadro com a escala da pontuação,

permitindo assim classificá-la conforme exposto no Quadro 1 abaixo:

IMPACTOS POSITIVOS PONTUAÇÃO

ÓTIMA 521-650

BOA 391- 520

REGULAR 261- 390

RUIM 131- 260

PÉSSIMA 1- 130 Quadro 4: Classificação geral dos impactos positivos do turismo de Alexandria Fonte: dados da pesquisa

Na avaliação dos impactos negativos, considera-se que quanto menos for a pontuação, melhor

a avaliação desse impacto. Para melhor compreensão apresenta-se o Quadro 2 abaixo:

IMPACTOS NEGATIVOS PONTUAÇÃO

PÉSSIMA 721-900

RUIM 541-720

REGULAR 361-540

BOA 181-360

ÓTIMA 1-180 Quadro 5: Classificação geral dos impactos negativos do turismo de Alexandria Fonte: dados da pesquisa

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66

4 ANÁLISE E DISCURSSÃO DOS RESULTADOS

Segundo Gil (2009, p. 156), “a análise tem como objetivo organizar e sumariar os dados de

forma tal que possibilitem o fornecimento de respostas ao problema proposto para investigação”. Neste

capitulo foi realizada a analise e discussão dos dados coletados na pesquisa de campo, onde foram

apreciados, através de questões fechadas, os impactos positivos e negativos do turismo e a

importância das estratégias sob a óptica de incremento em renda, emprego, movimentação, meio

ambiente e cultura, e através de questões abertas, as práticas e táticas do marketing turístico adotadas

pela Secretaria de Turismo da cidade.

4.1 Impactos positivos

Na Tabela 1, percebe-se que a promoção da paz e a valorização da mulher como impactos

sociais positivos ainda não alcançaram níveis mais elevados, estando numa média 3, apesar disso a

pesquisa demonstra que esses indicadores tem potencial para serem explorados, a fim de conseguirem

resultados mais significativos nessa área.

Impactos sociais 5 4 3 2 1 Média

Promoção da paz 10 10 80 0 0 3,3

Valorização da mulher 0 10 80 10 0 3

Tabela 1: Impactos sociais positivos no turismo de Alexandria Fonte: Dados da pesquisa

Na Tabela 2, pode-se observar que os impactos econômicos positivos atingem níveis mais

elevados, onde a geração de renda e a geração de emprego, tem médias quase idênticas e próximas

de 4, são confirmadas pela média de desenvolvimento econômico, que se encontra no mesmo plano

das demais, isso corrobora que o turismo traz resultados econômicos perceptíveis na cidade, mas

ainda não se encontra em posições excelentes.

Impactos econômicos 5 4 3 2 1 Média

Geração de renda 0 80 20 0 0 3,8

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Geração de emprego 0 70 30 0 0 3,7

Desenvolvimento econômico da cidade

0 80 20 0 0 3,8

Tabela 2: Impactos econômicos positivos no turismo de Alexandria Fonte: Dados da pesquisa

A Tabela 3, onde os impactos ambientais são descritos, observa-se que os índices de

conservação das áreas naturais e o aumento da qualidade ambiental não atingiram bons resultados,

isso demonstra que o turismo praticado na cidade ainda não desenvolveu um compromisso mais

efetivo com a preservação do meio ambiente, apesar do índice de envolvimento e aumento do

conhecimento do meio ambiente ter sido maior, superior a 3, que revela que algumas atividades

turísticas podem estar diretamente relacionadas com a natureza e provocar maior contato com a

mesma, porém ainda não despertaram a consciência ecológica devida aos seus praticantes. No que

tange ao melhoramento da infra-estrutura que se encontra numa escala mediana, pode-se perceber

que ainda não atingiu resultados relevantes para a cidade, podendo ser trabalhado para melhorar seus

efeitos.

Impactos ambientais 5 4 3 2 1 Média

Conservação das áreas naturais 0 0 80 20 0 2,8

Aumento da qualidade ambiental 0 0 60 40 0 2,6

Envolvimento com o meio ambiente

0 60 30 0 10 3,4

Melhoramento da infra-estrutura 0 30 60 0 10 3,1

Aumento do conhecimento do meio ambiente

0 60 40 0 0 3,6

Tabela 3: Impactos ambientais positivos no turismo de Alexandria Fonte: Dados da pesquisa

Na Tabela 4, onde se encontra os impactos culturais, a conservação da herança cultural teve o

melhor resultado, no nível 4, significa que as o turismo ajuda a resgatar e manter os costumes, crenças

e valores da cidade e do seu povo. As trocas culturais e a renovação do orgulho cultural tiveram

resultados acima da média, e confirma o turismo como fator de importante legado cultural para a

cidade.

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Impactos culturais 5 4 3 2 1 Média

Conservação da herança cultural 20 70 10 0 0 4,1

Trocas culturais 0 10 70 20 0 3,5

Renovação do orgulho cultural 10 60 20 10 0 3,7

Tabela 4: Impactos culturais positivos no turismo de Alexandria Fonte: Dados da pesquisa

4.2 Impactos negativos

Sobre os impactos negativos, a Tabela 5 trata dos impactos sociais, e mostra que seus índices

se encontram em níveis inferiores, onde o desentendimento entre o turista e o autóctone é o mais baixo

deles, significa que a comunidade local recebe os turistas com boa hospitalidade e que não há conflitos

entre os mesmos, seguido pela superpopulação que também apresentou indicadores baixos, mostra

que a cidade não enfrenta problemas de explosão demográfica e consequentemente escassez de

recursos causados pela prática turística. Entre os níveis 2 e 3, encontram-se a perda de potenciais e

benefícios econômicos e a perda da qualidade de vida, que não se mostraram relevantes,

apresentando que o turismo não influenciou negativamente as oportunidades e os benefícios

econômicos, o bem estar físico e emocional nem as relações sociais entre os habitantes da cidade, o

aumento da criminalidade e o aumento da violência apresentaram índices idênticos, e não sofrem forte

influencia da atividade. O índice mais alto nessa tabela foi o aumento da prostituição, que se encontra

no nível 3, foi considerado o problema social da cidade mais facilmente influenciado pelo turismo.

Impactos sociais 5 4 3 2 1 Média

Desentendimento entre o turista e o autóctone

0 0 0 40 60 1,4

Perda de potenciais e benefícios econômicos

0 0 20 60 20 2

Superpopulação 0 10 0 60 30 1,9

Perda da qualidade de vida 0 0 30 50 20 2,1

Aumento da prostituição 10 20 60 0 10 3,2

Aumento da criminalidade 10 0 40 40 10 2,6

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Aumento da violência 10 0 40 40 10 2,6

Tabela 5: Impactos sociais negativos no turismo de Alexandria Fonte: Dados da pesquisa

A Tabela 6 expõe os impactos econômicos, onde a inflação de preços e a especulação

imobiliária se localizam no nível 3, denotando que estão em equilíbrio, apesar de ainda não terem

atingidos níveis mais elevados, é preciso melhor considerá-los, haja vista que eles podem depois de

algum tempo seguir a tendência dos grandes mercados turísticos atuais, onde o valor de mercado de

alguns produtos e/ou serviços aumentam de tal maneira que se torna insustentável para a sociedade

pagar pelos mesmos. As distorções econômicas e de emprego foram considerados irrelevantes, mostra

que o turismo na cidade não impactou diretamente em indicadores econômicos negativos como

desigualdade social e desemprego.

Impactos econômicos 5 4 3 2 1 Média

Inflação de preços 0 10 80 10 0 3

Especulação imobiliária 0 30 60 0 10 3,1

Distorções econômicas e de emprego

0 0 0 80 20 1,8

Tabela 6: Impactos econômicos negativos no turismo de Alexandria Fonte: Dados da pesquisa

A Tabela 7, representando os impactos ambientais, apresenta que a poluição da água, a

poluição do ar e a poluição visual estão entre os coeficientes 2 e 3, já a poluição sonora apresentou um

número mais elevado, isso demonstra que os problemas decorrentes de excesso de barulho, música e

carros de som nas propagandas e na realização das festas e eventos são mais perceptíveis e fáceis de

serem identificados a curto prazo pela comunidade local.

Impactos ambientais 5 4 3 2 1 Média

Poluição da água 0 0 30 60 10 2,2

Poluição do ar 0 0 20 70 10 2,1

Poluição sonora 10 50 40 0 0 3,7

Poluição visual 0 20 40 30 10 2,7

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Tabela 7: Impactos ambientais negativos no turismo de Alexandria Fonte: Dados da pesquisa

Os impactos culturais, ilustrados na tabela 8, foram os que menos sofreram prejuízos, onde o

contrabando de peças do patrimônio histórico se mostrou praticamente inexistente, a banalização do

artesanato, a banalização dos ritos religiosos e a perda de autenticidade também obtiveram níveis

baixos, o que revela que a conservação cultural da cidade não se perde nem se desvaloriza em

decorrência da atividade turística.

Impactos culturais 5 4 3 2 1 Média

Banalização do artesanato 0 0 0 70 30 1,7

Perda de autenticidade 10 10 0 50 30 2,2

Banalização de ritos religiosos 0 0 10 40 50 1,6

Contrabando de peças do patrimônio histórico

0 0 0 10 90 1,1

Tabela 8: Impactos culturais negativos no turismo de Alexandria Fonte: Dados da pesquisa

4.3 Avaliação geral dos impactos

Fazendo uma análise de como os impactos do turismo se comportam na cidade, vistos de

maneira global, vê-se a seguir suas ponderações gerais positivas e negativas, onde o primeiro ficou

classificado como forte, tendo significativa influência e sendo um bom indicador de que o turismo está

trazendo para essa localidade benefícios perceptíveis, os impactos negativos, quando avaliados em

conjunto, ficaram em nível regular, significa que também influenciam de forma que podem ao longo do

tempo atingirem níveis superiores se os poderes públicos e os órgãos reguladores da atividade não

entenderem a importância de administrar essa dinâmica tão complexa que é o turismo.

AVALIAÇÃO GERAL DOS IMPACTOS POSITIVOS

IMPACTOS SOCIAIS Q1 Q2 Q3 Q4 Q5 Q6 Q7 Q8 Q9 Q10 TOTAL

Promoção da paz 5 4 3 3 3 3 3 3 3 3 33

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Valorização da mulher

4 3 3 3 3 3 3 3 3 2 30

IMPACTOS ECONOMICOS

Geração de renda 4 4 4 4 4 4 4 4 3 3 38

Geração de emprego 4 4 4 4 4 4 4 3 3 3 37

Desenvolvimento econômico da cidade 4 4 4 4 4 4 4 4 3 3 38

IMPACTOS AMBIENTAIS

Conservação das áreas naturais 3 3 3 3 3 3 3 3 2 2 28

Aumento da qualidade ambiental 3 3 3 3 3 3 2 2 2 2 26

Envolvimento com meio ambiente 4 4 4 4 4 4 3 3 3 1 34

Melhoramento da infraestrutura 4 4 4 3 3 3 3 3 3 1 31

Aumento do conhecimento do meio ambiente 4 4 4 4 4 4 3 3 3 3 36

IMPACTOS CULTURAIS

Conservação da herança cultural 5 5 4 4 4 4 4 4 4 3 41

Trocas culturais 4 4 4 4 4 4 4 3 2 2 35

Renovação do orgulho cultural 5 4 4 4 4 4 4 3 3 2 37

TOTAL 444 Tabela 9: Avaliação geral dos Impactos Positivos. Fonte: Pesquisa de campo.

AVALIAÇÃO GERAL DOS IMPACTOS NEGATIVOS

IMPACTOS SOCIAIS

Q1 Q2 Q3 Q4 Q5 Q6 Q7 Q8 Q9 Q10 TOTAL

Desentendimento entre o turista e o autóctone 2 2 2 2 1 1 1 1 1 1 14

Perda de potenciais e benefícios econômicos 3 3 2 2 2 2 2 2 1 1 20

Superpopulação 4 2 2 2 2 2 2 1 1 1 19

Perda da qualidade de vida 3 3 3 2 2 2 2 2 1 1 21

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Aumento da prostituição 5 4 4 3 3 3 3 3 3 1 32

Aumento da criminalidade 5 3 3 3 3 2 2 2 2 1 26

Aumento da violência 5 3 3 3 3 2 2 2 2 1 26

IMPACTOS ECONOMICOS

Inflação de preços 4 3 3 3 3 3 3 3 3 2 30

Especulação imobiliária 4 4 4 3 3 3 3 3 3 1 31

Distorções econômicas e de emprego 2 2 2 2 2 2 2 2 1 1 18

IMPACTOS AMBIENTAIS

Poluição da água 3 3 3 2 2 2 2 2 2 1 22

Poluição do ar 3 3 2 2 2 2 2 2 2 1 21

Poluição sonora 5 4 4 4 4 4 3 3 3 3 37

Poluição visual 4 4 3 3 3 3 2 2 2 1 27

IMPACTOS CULTURAIS

Banalização do artesanato 2 2 2 2 2 2 2 1 1 1 17

Perda de autenticidade 5 4 2 2 2 2 2 1 1 1 22

Banalização dos ritos religiosos 3 2 2 2 2 1 1 1 1 1 16

Contrabando de peças do patrimônio histórico 2 1 1 1 1 1 1 1 1 1 11

TOTAL 410 Tabela 10: Avaliação geral dos Impactos Negativos. Fonte: Pesquisa de campo.

4.4 Estratégias

Este tópico analisa os eventos turísticos mais relevantes realizados durante o ano como

estratégias para atrair turistas, sob o prisma de importância para desenvolvimento econômico,

ambiental e social na cidade. Foram avaliadas as variáveis renda, emprego, movimentação, meio

ambiente e cultura nos eventos carnaval, alefolia, festa junina e festa da padroeira.

A Tabela 11 expõe como os eventos influenciam a renda, percebe-se que o carnaval apresenta

os melhores percentuais de incremento na renda, se configura como o evento mais significativo para

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melhorar os rendimentos na cidade, se caracterizando na tabela como forte, seguido pelo alefolia, festa

junina e festa da padroeira, que tiveram resultados também acima da média, entre 3 e 4.

Renda 5 4 3 2 1 Média

Carnaval 40 60 0 0 0 4,4

Alefolia 10 60 20 0 10 3,6

Festa junina 0 60 30 0 10 3,4

Festa da padroeira 0 20 70 10 0 3,1

Tabela 11: Influência dos eventos turísticos na renda em Alexandria Fonte: Dados da pesquisa

Na Tabela 12, pode-se perceber que o carnaval também se destaca como o evento que mais

emprega na cidade, depois aparece o alefolia e a festa junina que tiveram resultados idênticos em nível

mediano, já a festa da padroeira, por se caracterizar como evento social e religioso possuindo grande

quantidade de voluntários, surge na tabela como evento de fraco desempenho para geração de

emprego.

Emprego 5 4 3 2 1 Média

Carnaval 10 70 20 0 0 3,9

Alefolia 0 50 20 10 10 3,2

Festa junina 0 40 50 0 10 3,2

Festa da padroeira 0 10 50 30 10 2,6

Tabela 12: Influência dos eventos turísticos na geração de emprego em Alexandria Fonte: Dados da pesquisa

Em relação a movimentação de turistas na cidade durante os eventos, a Tabela 13 ilustra que

o carnaval é o evento que mais atrai pessoas durante sua realização, seguidos pelo alefolia e a festa

da padroeira que também tem forte alcance para circulação e passagem de turistas pela cidade, por fim

aparece a festa junina que ficou numa escala entre médio e forte nesse quesito.

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Movimentação 5 4 3 2 1 Média

Carnaval 50 50 0 0 0 4,5

Alefolia 30 40 30 0 0 4

Festa junina 20 50 20 10 0 3,8

Festa da padroeira 20 70 10 0 0 4,1

Tabela 13: Influência dos eventos turísticos na movimentação de turistas em Alexandria Fonte: Dados da pesquisa

Quando se trata de meio ambiente, a Tabela 14 demonstra que os eventos praticados na

cidade ainda não estabeleceram uma relação mais efetiva com o meio ambiente, todos os resultados

apresentaram-se na média, o alefolia apresentou o número mais baixo deles, mostrando que dentre as

festas, esta é a que menos mantém contato com os recursos naturais da cidade. Os índices de meio

ambiente tem potencial de serem trabalhados para que a afinidade entre evento turístico e natureza

desperte consciência ecológica e iniba a degradação e desrespeito ambiental.

Meio ambiente 5 4 3 2 1 Média

Carnaval 0 40 50 10 0 3,3

Alefolia 0 10 70 20 0 2,9

Festa junina 0 30 70 0 0 3,3

Festa da padroeira 0 20 70 10 0 3,1

Tabela 14: Influência dos eventos turísticos no meio ambiente em Alexandria Fonte: Dados da pesquisa

A Tabela 15, mostra que o evento com menor predicado cultural é o alefolia, já os eventos

carnaval, festa junina e festa da padroeira, foram identificados como manifestações relevantes e de

forte valor cultural, demonstrando que esses eventos são essenciais para manter a herança folclórica

da cidade, perpetuando os costumes, crenças e valores do seu povo.

Movimentação 5 4 3 2 1 Média

Carnaval 40 50 10 0 0 4,3

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Alefolia 0 40 40 10 10 3,1

Festa junina 50 40 0 10 0 4,3

Festa da padroeira 30 60 10 0 0 4,2

Tabela 15: Influência dos eventos turísticos na cultura em Alexandria Fonte: Dados da pesquisa

4.4.1 Práticas do marketing turístico

Neste tópico serão analisadas as questões abertas, que indagam o conhecimento e a prática

das estratégias de marketing turístico pela Secretaria de Turismo da cidade de Alexandria.

Na primeira questão, ver Quadro 6, observa-se que as festas e eventos tradicionais, seguido

pela Serra da Barriguda, configuram os mais importantes serviços e produtos turísticos oferecidos pela

cidade a seus visitantes, o que caracteriza o turismo de Alexandria basicamente cultural e ecológico.

1. Na sua opinião, quais são os principais produtos e ou serviços turísticos da cidade de Alexandria?

Q1 Festas tradicionais

Q2 Festas como carnaval, alefolia, festas juninas e festa da padroeira

Q3 Festas tradicionais e serra barriguda

Q4 Serra barriguda e carnaval

Q5 Carnaval e Serra barriguda

Q6 Carnaval, Alefolia, São João e festa de Nossa Senhora da Conceição

Q7 Festas tradicionais e Serra barriguda

Q8 Serra Barriguda

Q9 Serra Barriguda

Q10 Festas e Serra barriguda

Quadro 6: Principais produtos e serviços turísticos explorados na cidade Fonte: Pesquisa de campo (2011)

A segunda questão, ver Quadro 7, mostrou que os meios mais utilizados para promoção da

atividade turística na cidade é a realização de eventos e festas culturais, não foram respondidos quais

os meios e canais de divulgação dos mesmos, mas percebe-se que a publicidade mais utilizada é a

propaganda boca-a-boca e em meios de comunicação como carros de som, jornais, rádios e websites.

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2. Quais os meios utilizados pela Secretaria de Turismo para promover a atividade turística da cidade?

Q1 Promoção de eventos culturais

Q2 Promovendo eventos

Q3 Realizando eventos da cultura da cidade

Q4 Incentivando a cultura através de eventos

Q5 Promoção e realização de eventos

Q6 Através de eventos

Q7 Incentivando e apoiando festas culturais

Q8 Promovendo festas culturais e esportivas

Q9 Através de eventos e festas

Q10Promoção de festas populares

Quadro 7: Meios mais utilizados pela secretaria para promover o turismo Fonte: Pesquisa de campo (2011)

Quando se trata do publico alvo e das estratégias para atraí-lo, a terceira questão, ver Quadro

8, apresenta que em geral todos são convidados a participarem das atividades turísticas desenvolvidas

pela secretaria, porém cada evento tem um perfil mais característico e peculiar, por essa razão eventos

como carnaval e alefolia, dedicam mais esforços de publicidade para jovens, festa da padroeira

desperta mais interesse entre adultos e idosos e festas juninas acolhem desde crianças, jovens até

pessoas com mais idade, já que tem forte participação de escolas e grupos de engajamento social.

3. Qual o público alvo de cada evento? Quais as estratégias utilizadas para atraí-lo?

Q1 Sociedade em geral

Q2 Todos, desde crianças até idosos

Q3 Festas como carnaval e alefolia: jovens. Demais eventos: toda a sociedade

Q4 Sociedade em geral

Q5 Todos em geral

Q6 Toda a sociedade

Q7 Jovens para festas como carnaval e alefolia. Toda sociedade para os demais eventos.

Q8 Todos, desde crianças e jovens até adultos e idosos.

Q9 Todos da comunidade local e das cidades vizinhas.

Q10 Todos da sociedade no geral.

Quadro 8: Público-alvo e estratégia de atração de turistas de cada evento Fonte: Pesquisa de campo (2011)

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Para os servidores e colaboradores da secretaria de turismo, o diferencial competitivo da

cidade é a tradição de suas festas que valoriza a manutenção da cultura local e em segundo lugar a

Serra da Barriguda como sendo a primeira maravilha do Rio Grande do Norte, os diferenciais

apontados precisam ser vistos e divulgados pela secretaria com maior ênfase para que essas

vantagens competitivas se tornem propulsoras do desenvolvimento turístico na cidade. Ver Quadro 9:

4. Qual é o diferencial competitivo do turismo de Alexandria?

Q1 A tradição

Q2 A Serra barriguda

Q3 O diferencial competitivo da cidade ainda precisa ser descoberto e trabalhado

Q4 Festas tradicionais

Q5 Realização de festas populares todos os anos

Q6 Valorização da tradição e cultura nas suas festas

Q7 A Serra barriguda como primeira maravilha do RN

Q8 Serra Barriguda

Q9 Festas tradicionais de rua

Q10Tradição como a terra dos grandes carnavais

Quadro 9: Diferencial competitivo no turismo da cidade Fonte: Pesquisa de campo (2011)

Em relação às estratégias de preço praticadas pelos prestadores de serviços turísticos, apesar

de algumas pessoas considerarem, em geral, que os preços praticados são baixos, não foram colhidas

informações suficientes para descrever que existe uma tática estruturada para esse elemento do

composto de marketing, o que evidencia a falta de planejamento e visão mercadológica do mercado

turístico da cidade. Ver Quadro 10:

5. Qual a estratégia de preços adotada para atrair turistas? (economia, custos ou qualidade)

Q1 Nenhuma estratégia relevante

Q2 ( Não respondeu)

Q3 Nenhuma estratégia específica

Q4 Nenhuma.

Q5 Em geral os preços praticados pelos serviços turísticos da cidade são baixos.

Q6 Não conheço nenhuma estratégia específica

Q7 Nenhuma, que eu tenha conhecimento.

Q8 Pela economia, já que os preços praticados na cidade são baixos.

Q9 (Não respondeu)

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Q10 Estratégia de economia.

Quadro 10: Estratégia de preços adotada na cidade Fonte: Pesquisa de campo (2011)

No que se diz respeito à infra-estrutura da cidade para receber turistas, percebe-se que

serviços de hospedagem e transporte correspondem aos que mais precisam ser melhorados e

ampliados, já que é particularidade básica da atividade turística a locomoção e o alojamento, pode-se

considerar que a estrutura da cidade ainda precisa de muito investimento. Ver Quadro 11:

6. Como você avalia a infra-estrutura da cidade para receber os turistas? (transporte, hospedagem, acessos, alimentação, atrativos, serviços)

Q1 Ainda a desejar, hospedagem principalmente.

Q2 Razoável, precisamos de transporte público, já os serviços de alimentação são considerados bons.

Q3 Ainda um pouco desestruturada

Q4 Serviços de hospedagem precisam ser ampliados e melhorados

Q5 Razoável, alguns serviços precisam de melhorias.

Q6 Transporte publico para locomoção dentro da cidade ainda não existe.

Q7 Razoável.

Q8 Boa, mas precisamos melhorar em alguns pontos.

Q9 Ainda a desejar.

Q10 Apesar de precisar de melhorias, considero boa.

Quadro 11: Avaliação da infra-estrutura da cidade para receber turistas Fonte: Pesquisa de campo (2011)

A respeito do principal objetivo do turismo na cidade de Alexandria, foram listados basicamente

duas finalidades, o resgate e a valorização da cultura local e o desenvolvimento e incremento

econômico como alternativa para transformação da cidade e dos seus habitantes. Ver Quadro 12:

7. Qual o principal objetivo do turismo em Alexandria?

Q1 Resgate cultural e incremento econômico

Q2 Resgate da cultura

Q3 Transformar a comunidade através do incentivo ao turismo

Q4 Desenvolver a economia da cidade

Q5 Resgatar a cultura e a economia

Q6 Despertar a comunidade para a valorização da nossa cultura

Q7 Inserir todos em uma comunidade desenvolvida

Q8 Se desenvolver econômico e cultural

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Q9 Tornar a cidade mais desenvolvida

Q10 Resgatar a cultura e trazer mais desenvolvimento econômico

Quadro 12: Principal objetivo do turismo na cidade Fonte: Pesquisa de campo (2011)

Na opinião dos servidores da secretaria de turismo, os pontos fortes mais facilmente

identificáveis foram o acolhimento e a participação do povo e a boa conservação de espaços públicos e

do patrimônio cultural da cidade, os pontos fracos mais claramente observados foram a pouca estrutura

de alguns serviços turísticos, como serviços rodoviários e de hospedagem e a paralisação ou atraso de

importantes obras turísticas para a cidade. Ver Quadro 13:

8. Quais os pontos fortes e fracos? (ambiente interno)

Q1 Ponto forte: Temos um povo acolhedor. Ponto fraco: Pouca estrutura para hospedagem

Q2 Ponto forte: forte incentivo e participação da comunidade. Ponto fraco: Obras dos terminais turísticos atrasadas.

Q3 Ponto forte: patrimônio cultural. Ponto fraco: falta de estrutura em serviços de transporte e hospedagem.

Q4 Ponto forte: baixo índice de violência durante os eventos. Ponto fraco: Construção dos terminais turísticos paralisada.

Q5 Ponto forte: Boa conservação de alguns espaços públicos como praças. Ponto fraco: Pouca estrutura rodoviária e falta de sinalização turística.

Q6 Ponto forte: Conservação da cultura, do meio ambiente. Ponto fraco:Terminal rodoviário sem estrutura.

Q7 Ponto forte: Cultura e meio ambiente bem conservados. Ponto fraco: Falta de visão política para incentivar mais o turismo.

Q8 Ponto forte: tradição na realização de eventos culturais. Ponto fraco: Obras de terminais turísticos atrasados ou paralisados.

Q9 Ponto forte: Praças arborizadas e bens conservadas. Ponto fraco: falta de estrutura de alguns serviços

Q10 Ponto forte: Potencial turístico amplo. Ponto fraco: Falta de visão política e atraso de obras turísticas.

Quadro 13: Pontos fortes e fracos Fonte: Pesquisa de campo (2011)

As ameaças identificadas foram a concorrência das cidades próximas que podem oferecer

serviços turísticos semelhantes e/ou mais estruturados e crises econômica e financeira que afetam

diretamente o setor, como oportunidades foram vislumbradas a tendência de interiorização do turismo,

em que aumenta a procura por destinos turísticos que valorizem a cultura e natureza do interior, e o

maior incentivo e investimento governamental para o turismo nos últimos anos. Ver Quadro 14:

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9. Quais as ameaças e oportunidades? (ambiente externo)

Q1 Ameaça: Risco de aumento de acidentes durante os eventos. Oportunidade: Aumento de emprego e renda.

Q2 Ameaça: Paralisação de obras turísticas na cidade. Oportunidade: Maior procura pelo turismo no interior.

Q3 Ameaça: Concorrência das cidades que oferecem produtos turísticos semelhantes. Oportunidade: Maior investimento governamental em projetos e obras para incentivar o turismo.

Q4 Ameaça: Crises econômicas afetam diretamente o setor. Oportunidade: Maior procura por destinos turísticos que valorizem a cultura e a natureza do interior.

Q5 Ameaça: Aumento da pressão de crescimento urbano da cidade e obras turísticas inacabadas. Oportunidade: Aumento do turismo interno

Q6 Ameaça: Crise financeira e econômica na cidade e/ou cidades vizinhas interferem diretamente no turismo. Oportunidade: Investimento e visão mais otimista do governo em relação ao turismo.

Q7 Ameaça: Concorrentes podem oferecer serviços mais adequados, obras de terminais turísticos paralisados . Oportunidade: Proximidade da copa do mundo propicia um olhar especial para o nosso estado.

Q8 Ameaça: Aumento de índices ruins para a cidade, acidentes, prostituição. Oportunidade: Aumento de índices de emprego, empreendimentos e renda.

Q9 Ameaça: Fatores ambientais como estiagem. Oportunidade: Maior valorização pelo artesanato e costumes do interior.

Q10 Ameaça: Cidades vizinhas que ofereçam estrutura turística melhor. Oportunidade: Investimento governamental em projetos turísticos na cidade.

Quadro 14: Ameaças e oportunidades Fonte: Pesquisa de campo (2011)

As oportunidades de negócios visionadas na cidade foram os serviços em geral, principalmente

de serviços turísticos de hospedagem, atrativos, clubes, casas de show e agenciamento e produção de

viagens, eventos, festas, encontros, congressos e afins. Ver Quadro 15:

10. Quais as oportunidades de negócios que o turismo propicia a cidade de Alexandria?

Q1 Serviços em geral como hospedagem, transporte e atrativos.

Q2 Produção de eventos, festas, encontros, congressos.

Q3 Hospedagem.

Q4 Serviços.

Q5 Agência de turismo e/ou realização de eventos.

Q6 Serviços em geral.

Q7 Agências de alguns serviços como publicidade, eventos, festas.

Q8 Clubes, casa de show.

Q9 Hospedagem.

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Q10 Hospedagem.

Quadro 15: Oportunidades de negócios que o turismo propicia na cidade Fonte: Pesquisa de campo (2011)

A respeito da potencial turístico do município foram citados como os mais promissores os

terminais turísticos em construção, do Açude Pulgas e do Santuário e Mirante do Sítio Serrota, a Casa

da Cultura e o artesanato e as manifestações folclóricas e a Lagoa de Lages e Serra de Santana como

atrativos naturais. Percebe-se que a cidade tem potencial turístico significativo para os nichos de

turismo cultural, turismo religioso e ecoturismo. Ver Quadro 16:

11. Quais os produtos turísticos que ainda podem ser explorados na cidade?

Q1 Artesanato

Q2 Turismo religioso, santuário da Serrota.

Q3 Terminais turísticos.

Q4 Lagoa de Lages, Serra de Santana.

Q5 Santuário da Serrota.

Q6 Casa da cultura, artesanato, danças folclóricas.

Q7 Museu histórico do Instituto Zulmirinha Veras.

Q8 Casa da cultura, museu histórico.

Q9 Lagoa de Lages, serra de Santana, santuário serrota.

Q10 Terminais turísticos, artesanato.

Quadro 16: Produtos turísticos com potencial para serem explorados na cidade Fonte: Pesquisa de campo (2011)

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5 CONCLUSÕES E SUGESTÕES

Em todo o mundo, nos últimos anos, o turismo tem sido considerado como uma das atividades

de maior importância para o desenvolvimento da economia global, fatores como o aumento da massa

salarial dos trabalhadores, maior facilidade e concessão de crédito e a mudança de antigos

paradigmas, que fazem com que mais pessoas no Brasil e no mundo procurem melhorar a qualidade

de vida através da fuga de problemas e espaços cotidianos, por meio de viagens e do conhecimento à

outras realidades e culturas.

As localidades que desejam se inserir nesse contexto e usufruir dos benefícios econômicos e

sociais proporcionados por essa tendência, precisam ter em seus planos de governo e negócios, o

poder público e a iniciativa privada, um efetivo planejamento turístico através de estratégias bem

elaboradas e estruturadas, convergindo o potencial e a vocação do município com os objetivos e metas

de crescimento e desenvolvimento para a cidade e para seus habitantes.

O presente estudo teve como desígnio avaliar os impactos e as estratégias do turismo em

Alexandria sob o ponto de vista dos funcionários da secretaria de turismo do município, estudos dessa

natureza são importantes para mensurar as conseqüências positivas e negativas que o turismo traz e

para identificar se as estratégias utilizadas estão sendo eficientes e repercutindo positivamente no

turismo dessa localidade.

Esse capítulo aborda as conclusões da pesquisa, que respondem aos seguintes objetivos

específicos: Verificar os impactos positivos e negativos na perspectiva social, econômica, cultural e

ambiental; Averiguar a influencia dos eventos da cidade de Alexandria com relação a renda, emprego,

movimentação, meio ambiente e cultura; Analisar as forças e fraquezas, oportunidades e ameaças na

implementação de uma política de incentivo ao turismo; Identificar os produtos turísticos que podem ser

explorados na cidade e Verificar as oportunidades de negócios existentes na área. Assim como

responder à problemática de pesquisa: Quais os impactos e as estratégias do turismo na cidade de

Alexandria/RN?

5.1 Impactos positivos e negativos

Tendo como base, a análise dos resultados da pesquisa de campo, pode-se considerar que os

impactos positivos nas perspectivas social, econômico, cultural e ambiental ainda encontram-se em

níveis medianos, muito ainda tem para se aprimorar no que tange a influência positiva da atividade

turística na cidade, os efeitos mais significativos estão presentes na esfera econômica e cultural, onde

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os melhores resultados são a geração de renda e desenvolvimento econômico e conservação da

herança cultural da cidade.

A análise mostrou que o turismo não contribui para aumentar drasticamente índices negativos

sob o ponto de vista social, econômico, cultural e ambiental. Os números mais preocupantes se

referem ao aumento da prostituição, inflação de preços, especulação imobiliária e poluição sonora. A

cultura da cidade é a que menos sofre com as implicações negativas que o turismo pode causar.

Vistos de maneira geral, os impactos positivos influenciam mais fortemente a localidade do que

os impactos negativos, porém os alcances maléficos do turismo precisam ser combatidos, pois já

atingiram níveis medianos e tendem a crescer a médio e longo prazo.

5.2 Influência dos eventos

Tendo como objetivo averiguar a influência dos eventos turísticos de maior repercussão, nos

fatores renda, emprego, movimentação, meio ambiente e cultura, concluiu-se que a festa mais

importante e que agrega maior valor à cidade em todos os itens analisados é o carnaval. As demais

festas, Alefolia, festa junina e festa da padroeira, apesar de incrementarem com bons indicadores em

geral, ainda não conseguiram se impor como evento de grande significado para o desenvolvimento de

todos os setores como é o carnaval.

5.3 Forças e Fraquezas, Oportunidades e Ameaças

O estudo pôde esclarecer quais os pontos fortes e fracos (análise interna) e as oportunidades e

ameaças (análise ambiental) que a secretaria de turismo considera que o turismo de Alexandria

enfrenta. Desta forma, tornou-se possível conhecer que os pontos fortes da cidade estão relacionados

com a receptividade e engajamento popular nas manifestações e eventos e a boa conservação do

patrimônio cultural e de espaços públicos como praças e parques. Já os pontos fracos dizem respeito à

falta de serviços de hospedagem e rodoviários adequados às demandas e expectativas dos visitantes e

a paralisação ou atraso na conclusão de obras importantes para aprimorar o turismo, como os

terminais turísticos do açude Pulgas e do Sítio Serrota.

As oportunidades dizem respeito à tendência de maior procura e valorização da cultura do

interior, ultimamente denominada como interiorização do turismo, e maior investimentos

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governamentais e políticas publicas nos últimos anos, voltadas para incentivar o turismo. As ameaças

são a concorrência de cidades com potenciais parecidos e que ofereçam serviços turísticos mais

adequados e a decorrência de crises econômicas e financeiras que afetam diretamente o setor.

5.4 Produtos turísticos potenciais

A pesquisa concluiu que os produtos turísticos que tem potencial para serem explorados

pertencem aos segmentos de turismo cultural, como produto a Casa da Cultura e o Museu Histórico do

Instituto Zulmirinha Veras, o artesanato, gastronomia e as manifestações folclóricas, o turismo religioso,

com o Santuário e Mirante do Sítio Serrota e turismo ecológico, com a Lagoa de Lages e a Serra de

Santana.

5.5 Oportunidades de negócios no setor turístico

Serviços turísticos em geral, principalmente de hospedagem, atrativos e agenciamento de

atividades de lazer e recreação como viagens, congressos, festas e eventos, são as oportunidades de

negócios mais latentes no setor de turismo da cidade.

5.6 Sugestões

Tendo como ponto de partida as práticas e estratégias de planejamento e organização

utilizadas pela secretaria de turismo de Alexandria, a seguir observam-se algumas sugestões para

melhor estruturar os planos da administração do turismo na cidade:

Investir em capacitação técnica e reciclagem de seus colaboradores;

Incentivar e promover cursos e palestras a fim de melhorar a qualidade do

atendimento e dos produtos e serviços turísticos da cidade;

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Estimular que os operadores de serviços turísticos se cadastrem no CADASTUR15,

sistema de cadastro de pessoas físicas e jurídicas que atuam na cadeia produtiva de turismo;

Promover fóruns e seminários para esclarecer à população local a importância da

atividade turística para o desenvolvimento da cidade;

Criar uma comissão de controle e fiscalização para assegurar que recursos e obras

turísticas não sejam prejudicadas por falta de visão e interesse político;

Elaborar um plano de marketing com metas, objetivos e ações bem definidas;

Criar roteiro, mapa e calendário turístico da cidade;

Trabalhar e desenvolver a potencialidade turística da cidade;

Investir em publicidade, através de websites e blogs, para tornar conhecidos seus

produtos e potencial turístico;

Fazer parcerias com Fundações e ONGs de incentivo à cultura, educação e esportes,

assim como os demais municípios que compõem o pólo turístico serrano;

Promover eventos e encontros temáticos que envolvam e/ou despertem a vocação

turística da cidade, como encontro de esportes de aventura, mostras culturais, jornadas religiosas, etc.

5.7 Considerações finais

Saber identificar, avaliar e criar estratégias de marketing compreende habilidade de grande

importância para obtenção de sucesso nos dias atuais, através delas é possível agregar valor e criar

vantagem competitiva às organizações que almejam ocupar lugar de destaque e alcançar a excelência.

No turismo não é diferente, para as localidades que desejam usufruir dos benefícios por ele oferecidos

e minimizar seus efeitos negativos, é preciso que o planejamento e organização de estratégias do

marketing turístico seja tarefa corriqueira aos órgãos e empresas desse setor.

A concretização desta pesquisa tornou possível aliar os conhecimentos adquiridos em sala de

aula durante a formação em Administração às práticas vivenciadas na realidade e no cotidiano

organizacional, viabilizando o conhecimento sobre quais os impactos gerados pela atividade turística e

as estratégias de marketing turístico utilizadas pela secretaria responsável pelo setor na cidade, a fim

15

O cadastro permite a participação em eventos, feiras e ações realizados pelo Ministério do Turismo e pela Embratur, tais

como o Salão do Turismo, Vai Brasil e Portal de Hospedagem. Disponibiliza também o acesso a linhas de financiamento

específicas para o turismo, por meio de bancos oficiais, além da participação em programas de qualificação promovidos e

apoiados pelo MTur. O cadastro é excelente fonte de consulta do mercado turístico brasileiro. Disponível em

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de fornecer informações que ajudem a melhor estruturação e concretização de planos para o

desenvolvimento do turismo na cidade, pelo poder público, prestadores de serviços e comunidade. Este

estudo não pretende encerrar as discussões acerca do assunto e do tema, pelo contrário, espera-se

que sirva de alicerce para outras análises, já que esse é o primeiro estudo acadêmico sobre turismo

(impactos e estratégias) a ser realizado na cidade.

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APÊNDICE

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QUESTIONÁRIO DE COLETA DE DADOS

1. IMPACTOS DO TURISMO

IMPACTOS POSITIVOS

IMPACTOS SOCIAIS 5 4 3 2 1

Promoção da paz

Valorização da mulher

IMPACTOS ECONOMICOS 5 4 3 2 1

Geração de renda

Geração de emprego

Desenvolvimento econômico da cidade

IMPACTOS AMBIENTAIS 5 4 3 2 1

Conservação das áreas naturais

Aumento da qualidade ambiental

Envolvimento com meio ambiente

Melhoramento da infraestrutura

Aumento do conhecimento do meio ambiente

IMPACTOS CULTURAIS 5 4 3 2 1

Conservação da herança cultural

Trocas culturais

Renovação do orgulho cultural

IMPACTOS NEGATIVOS

IMPACTOS SOCIAIS 5 4 3 2 1

Desentendimento entre o turista e o autóctone

Perda de potenciais e benefícios econômicos

Superpopulação

Perda da qualidade de vida

Aumento da prostituição

Aumento da criminalidade

Aumento da violência

IMPACTOS ECONOMICOS 5 4 3 2 1

Inflação de preços

Especulação imobiliária

Distorções econômicas e de emprego

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IMPACTOS AMBIENTAIS 5 4 3 2 1

Poluição da água

Poluição do ar

Poluição sonora

Poluição visual

IMPACTOS CULTURAIS 5 4 3 2 1

Banalização do artesanato

Perda de autenticidade

Banalização dos ritos religiosos

Contrabando de peças do patrimônio histórico

2. ESTRATÉGIAS (avalie os impactos dos principais eventos da cidade de Alexandria)

CARNAVAL 5 4 3 2 1

Renda

Emprego

Movimentação

Meio ambiente

Cultura

ALEFOLIA 5 4 3 2 1

Renda

Emprego

Movimentação

Meio ambiente

Cultura

FESTA JUNINA 5 4 3 2 1

Renda

Emprego

Movimentação

Meio ambiente

Cultura

FESTA DA PADROEIRA 5 4 3 2 1

Renda

Emprego

Movimentação

Meio ambiente

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Cultura

3. Em sua opinião, quais são os principais produtos e ou serviços turísticos da cidade de

Alexandria? ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

4. Quais os meios utilizados pela Secretaria de Turismo para promover a atividade turística da cidade?

____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

5. Qual é o público alvo de cada evento? Quais as estratégias utilizadas para atraí-lo? __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

6. Qual é o diferencial competitivo do turismo de Alexandria? ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

7. Qual é a estratégia de preços adotada para atrair turistas?(economia ou qualidade) ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

8. Como você avalia a infra-estrutura da cidade para receber os turistas?(transporte, hospedagem, acessos, alimentação, atrativos, serviços)

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__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

9. Qual o principal objetivo do turismo em Alexandria? ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

10. Quais os pontos forte e pontos fracos? (ambiente interno) ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

11. Quais as ameaças e oportunidade? (ambiente externo) ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

12. Quais as oportunidades de negócio que o turismo propicia a cidade de Alexandria? ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

13. Quais os produtos turísticos que ainda podem ser explorados na cidade ? ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Obrigada pela atenção!!!

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ANEXO