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  • 5/25/2018 TN 90 Revista

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    BERO DA INOVAO

    o p i n i o

    Ano XV jul/ago 2013 N 90 www.tnpetroleo.c

    Norte Fluminense: vocao renovada parapetrleo e gsSanta Catarina: polo logstico do leo e gsCobertura Brasil Offshore: Integridade apalavra-chave do setor de leo e gs

    A evoluo da gesto no mercado de petrleo brasileiro,deRafael Faria, diretor da Fesa.

    o momento de acordos estratgicos para empresas de engenhariae consultoria no Brasil?, por Jim Chamness

    Redundncia e disponibilidade: inteligncia para produtividade industrial,por Ricardo Rodrigues

    Rumo ao sistema submarino de produo de petrleo, por Milton Korn

    Eficincia e controle de custo de projetos, por Flvia Borges

    Esccia: o futuro em guas profundas, enorme potencial de petrleo e gs,por David Rennie

    Entrevista exclusiva

    Sonia Agel, do L.O.Baptista, Schmidt,Valois, Miranda, Ferreira & Agel

    Cesso onerosa quase doao

    CENPES:Especial: Cenpes 50 anos

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    INSPIRAR SONHAR E REALIZAR.

    Acreditar, persistir, encontrar solues.Jeferson Luiz Dias, gelogo da Petrobras,VHPSUH VRQKRX FRP DV LQQLWDV SRVVLELOLGDGHVque o mar poderia oferecer. Aps anos de dedicaoe trabalho em equipe, suas pesquisas contriburam

    para chegar aonde parecia impossvel: maiordescoberta de petrleo em guas profundas

    de todos os tempos. Essa a nossa gente. HOD TXH QRV LQVSLUD D VXSHUDU GHVDRV

    To importante quanto descobrir e produzir petrleono pr-sal inspirar histrias como essa.

    Compartilhe inspirao.

    petrobras.com.br/meinspira

    #meinspira

    Gente. o que inspira a gente.

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    petrobras dupla

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    A comunicao tem importncia fun-damental para a indstria de petr-leo e, nesses ltimos 15 anos, a TNtem contribudo de forma isenta eprofissional para trazer aos leitorese sociedade um retrato desse seg-mento no Brasil. A revista conquis-tou seu espao e adquiriu respeito ecredibilidade entre os profissionais

    da indstria. Parabns, Bencio eequipe. Que venham mais 15 anos!

    MILTON COSTA FILHO,secretrio executivo do IBP

    A TN Petrleoest consolidada, comas marcas de profissionalismo e ti-ca, como um dos veculos setoriaisde destaque no segmento de petr-leo e gs. Registro especial deveser feito pela importante e pioneirainiciativa de divulgao de artigostcnicos de profissionais do setor.Parabns a toda a equipe pelos 15

    anos de contribuio ao desenvolvi-mento do setor.

    ELIO FERNANDEZ Y FERNANDEZ,diretor-geral da Onip

    Nesses ltimos 15 anos houve muitastransformaes em diversos setoresda economia, dentre eles o de leo egs foi um dos destaques. A nossaTN Petrleofoi capaz de acompanharessa evoluo e as realizaes consoli-dadas no Brasil. Desejamos que vocsprossigam dando suas contribuiespara a continuidade deste processo.

    Nossas congratulaes.RAUL SANSON,

    vice-presidente do Sistema Firjan

    A TN PETRLEO AGRADECE

    OS QUINZE ANOS DE PARCERIA

    Ao completarmos, com esta edio,

    15 anos de circulao da revista TN Petrleno mercado editorial, reiteramos nosso

    compromisso de continuar a ser, mais do qu

    uma mdia especializada com foco na gera

    de conhecimento e na disseminao da

    informao, um foro permanente de reflexo

    que, com tica e a transparncia, busca contribuir para o desenvolvimento sustentvel d

    cadeia produtiva de leo e gs e do Brasil.

    Assim, nesta edio especial, quisemos dar a palavra aos leitores e parceiros que, com

    suas crticas construtivas, nos estimularam a seguir em frente e a escrever algumas

    pginas da histria dessa indstria no Brasil. Afinal, os leitores e os colaboradores que

    fazem a TN Petrleoser cada vez melhor.

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    Acompanho a TN Petrleodesde o seulanamento. Tive a grata satisfao depublicar alguns artigos na revista, comexcelente repercusso, medida atravs

    do contato posterior com alguns leito-res. Para a indstria offshore brasilei-ra, a TN uma referncia importante,mostrando as tcnicas, polticas etendncias do setor. Gostaria de res-saltar que, como professor, recomendoa leitura e consulta TN, pois ela trazartigos com excelente base tcnica ecom vises muito claras dos cenriosatuais de produo e explorao depetrleo.

    ISAIAS QUARESMA MASETTI,D.Sc.,

    gerente-geral de Desenvolvimento e InovaoTecnolgica da Transpetro

    H 15 anos a TN Petrleoiniciou umanova era no mercado editorial brasileirode revistas no ramo de petrleo e gs.Com contedo tcnico extremamenterico e informaes essenciais paraquem atua no setor, aliado classee beleza grfica, a revista veio paraficar, conquistando milhares de leitoresassduos (como eu!).

    JULIA MOTA,da Mota Advogados

    Tecnologia e negcios, gol de placa namdia. Pela primeira vez um peridicorealou, de forma continuada, o papelda tecnologia para a sustentabilidadeempresarial. Parabns 15 vezes.

    JOS FANTINE,assessor da presidncia da Petrobras

    A TN Petrleosurgiu h 15 anos nummomento muito especial, com a cria-o da ANP e o ingresso no mercadobrasileiro de novas empresas do setorde petrleo, perodo no qual houve

    uma mobilizao das universidadespara a formao de recursos humanosespecializados e a consolidao deinfraestrutura de ponta para pesquisa

    e desenvolvimento. A revista soubeocupar um espao fundamental comomdia especializada, com interlocuocom empresas, academia e governo.Vida longa TN Petrleo!

    SEGEN F. ESTEFEN, professor titulare diretor de Tecnologia e Inovao Coppe/UFRJ

    A cobertura jornalstica da TN Petrleo isenta e fidedigna, dando-nos a realdimenso dos assuntos tratados.

    NELSON NARCISO, ex-diretor da ANP

    e presidente da NNF Consultoria

    Acompanho a TN Petrleodesde seuprimeiro nmero, no qual tive a honrade publicar um artigo. uma revistade primeira linha que j nasceu comqualidade, seja no contedo das mat-rias, seja na apresentao grfica, poisno havia igual entre as publicaes doramo no Brasil. Agora, uma debutantecom a experincia e a respeitabilidadede uma velha senhora.

    ROBERTO ALFRADIQUE,gerente de Fomento Cadeia deFornecedores da Petrobras (Progredir)

    Acompanho a TN Petrleodesde asprimeiras edies. A revista tem sidotestemunha do grande desenvolvimen-to da indstria no Brasil nos ltimos15 anos. Com artigos e entrevistas emlinguagem agradvel, a TNtraz infor-maes relevantes e coloca em debateos desafios e dificuldades do setor deleo e gs no Brasil. Vida longa para a

    TNe parabns a toda a equipe.JOO CARLOS PACHECO,

    general manager, do ABS Consulting Brazil

    Os 15 anos iniciais da revistaTN Petrleotrouxeram o respeito e aconfiana do pblico leitor, por suasqualidades evidentes, que todos re-

    conhecem e aplaudem: fidelidade aosfatos, seriedade no trato dos assuntosmais sensveis ou polmicos e, acimade tudo, um grande profissionalismode toda a equipe.Nossos parabns ao Bencio Biz e atoda equipe da TN Petrleopelo timotrabalho desenvolvido at aqui e que,temos certeza, vai prosseguir nosprximos 15 anos!

    ARIOVALDO ROCHA,presidente do Sinaval

    Quinze anos de trabalho para consoli-dar uma revista brasileira voltada ex-clusivamente para o setor de petrleo,gs e biocombustveis!Parabenizamos a TNpor essa conquis-ta! A revista se consagra como umaimportante aliada para o desenvolvi-mento desse setor no Brasil, que geraemprego e renda, e contribui para umpas melhor para todos os brasileiros.

    MARCELINO GUEDES,

    presidente da Refinaria Abreu e Lima (Rnest)

    Nos ltimos 15 anos, inmeras mudan-as marcaram o setor de petrleo, epudemos acompanh-las nas pginasda TN Petrleo. Vimos empresas cres-cerem, novos investimentos, descober-tas de novas fronteiras exploratrias eainda a recuperao da indstria naval.Que os prximos 15 anos nos tragamto boas notcias quanto as que tive-mos ou ento ainda melhores.

    JULIO BUENO,secretrio de Desenvolvimento Econmico,

    Energia, Indstria e Servios do Estadodo Rio de Janeiro

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    sumrio edio n 90 jul/ago 2013

    Entrevista exclusiva

    Especial: Cenpes 50 anos

    Capital de energia

    Norte Fluminense

    com Sonia Agel, do L.O.Baptista, Schmidt,Valois, Miranda, Ferreira & Agel

    Cesso onerosa quase doao

    Engenharia darenovao

    Santa Catarina: polologstico do leo e gs

    Vocao renovadapara petrleo e gs

    22

    48

    28

    42

    48 TN Petrleo 90 TN Petrleo 90 49

    Santa Catarina: polologstico do leo e gsGuardi do extremo sul da regio do pr-sal e contando com uma infraestrutura

    porturia e naval robusta, Santa Catarina se prepara para se tornar um dos

    principais polos logsticos do setor de leo e gs no Brasil nos prximos anos.

    Sede da mais jovem ge-

    rncia regional da Pe-

    trobras, a Unidade de

    Operaes de Explora-

    o e Produo do Sul

    (UO-Sul), criada em 2010 e com

    sede em Itaja, Santa Catarina vem

    ganhando posio no cenrio de

    petrleo e gs do pas.

    Afinal, na c osta catarinense

    que se encontram os limites sul d a

    regio denominada de pr-sal, que

    pode abrigar volumes ainda no

    mensurveis de hidrocarbonetos,

    capazes de dobrar e at triplicar

    as reservas brasileiras. E ainda

    que as atividades de explorao

    e produo tenham escalas pouco

    significativas,diantedogigantismo

    das bacias de Campos e Santos, o

    estado de Santa Catarina comea a

    descobrir uma nova vocao.

    Deacordo com o Censo 2010do

    Instituto Brasileiro de Geografia e

    Estatstica(IBGE), ooitavoestado

    que mais contribui para a gerao

    do Produto Interno Bruto (PIB) do

    pas, com R$ 152,5 bilhes. Com

    cinco portos martimos instalados

    emsuarea, oquintomaiorestado

    em movimento de importaes no

    Brasildepoisdo RioGrandedoSul,

    Paran, Rio deJaneiro eSo Paulo.

    O Porto de Itaja, considerado

    o principal do estado, o segundo

    maior do pasem movimentao de

    continereseo 13naAmricaLa-

    tinaeCaribe. Desdemaio,passoua

    funcionardiaenoite apsaentrada

    emvigordo programaPorto24h,de-

    senvolvidopelaSecretariadePortos

    (SEP)do Governo Federal.

    Com grande concentrao de

    estaleiroseportos, Itajadeve abo-

    canhar boa partedosinvestimentos

    relacionados cadeia produtiva de

    petrleo e gs em Santa Catarina,

    exatamente por causa de suas ca-

    ractersticasgeogrficase da infra-

    estrutura robusta.

    Essesinvestimentosjcomeama

    aparecer,emespecialnosetordelogs-

    tica.Paramelhoraroacessoao porto

    deItaja,aprefeitura,emparceriacom

    osgovernosfederale estadual,est

    construindoumaviarodo-porturia

    exclusivaparaoscaminhesquese-

    guemrumoaocais.Almdisso,h

    umprojeto paraconstruode uma

    Perimetral,almdaduplicaodaro-

    doviaAntonioHeil(SC-486),apartir

    doentroncamentodaBR-101.

    Todasessasobrasvisampreparar

    a cidade para o incremento no so-

    mentedonmerode veculos,como

    tambmdeempresasdebenseservi-

    os,principalmentedosetor deleo

    egs, que vo seinstalar na regio

    nosprximosanos.Aexpectativada

    prefeituradeque,empouco tempo,

    o municpio tenha o maior PIB do

    estado deSanta Catarina.

    Infraestrutura reforadaDentre as intervenes que es-

    to sendo realizadas no Complexo

    Porturio de Itaja est a dragagem

    de manuteno das profundidades

    da bacia de evoluo e do canal in-

    terno em 14 m e 14,5 m do canal

    externo. O servio est sendo feito

    com a draga Catarina, do tipo ho-

    pper,comcapacidade de2,4 milm,

    comprimento de 83 m e largura de

    16 m. Com o incio das operaes

    desseequipamento,garantiremoso

    restabelecimentodasprofundidades

    posterioresconclusodosservios

    de dragagem de aprofundamento,

    diz o superintendente do Porto de

    Itaja,engenheiroAntonioAyresdos

    Santos Jnior.

    Deacordocomo superintenden-

    te, com maiores profundidades o

    ComplexoPorturiodoItajapoder

    ampliar o volume mdio de cargas

    operadaspornavio. Almdadraga-

    gem, uma nova bacia de evoluo

    estplanejadaparao Complexo,em

    umprojetodeR$ 300milhes,oqual

    pretendepermitirqueoPortodeItaja

    recebanaviosdeat366mdecom-

    primentopor51m deboca,at2016.

    Recentemente,umadas grandes

    obrasdeinfraestruturadoestado foi

    anunciada pelo Governo Federal.

    A construo da Ferrovia da Inte-

    grao, tambm conhecida como

    Ferrovia do Frango, que ter, a

    princpio, um traado de862km li-

    por Rodrigo Miguez

    capital de energia

    capital de energia

    Fotos:

    Divulgao

    Foto:

    Depositphotos

    36 Poupana tecnolgica

    51 Estaleiros em expanso

    45 Itabora: o corao do Comperj

    46 Porto do Rio: expansonecessria

    40 Uma histria de superao

    38 Gesto eficientedo negcios P&D

    52 Qualificao crescente

    54 Teporti quer ser porto seguro

    do pr-sal

    para o setor offshore

    53 UO-Sul a guardi da fronteira

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    CONSELHO EDITORIAL

    Affonso Vianna Junior

    Alexandre Castanhola GurgelAndr Gustavo Garcia Goulart

    Antonio Ricardo Pimentel de Oliveira

    Bruno Musso

    Colin Foster

    David Zylbersztajn

    Eduardo Mezzalira

    Eraldo Montenegro

    Flvio Franceschetti

    Francisco Sedeo

    Gary A. Logsdon

    Geor Thomas Erhart

    Gilberto Israel

    Ivan Leo

    Jean-Paul Terra PratesJoo Carlos S. Pacheco

    Joo Luiz de Deus Fernandes

    Jos Fantine

    Josu Rocha

    Luiz B. Rgo

    Luiz Cezar P. Quintans

    Luiz Eduardo Braga Xavier

    Marcelo Costa

    Mrcio Giannini

    Mrcio Rocha Melo

    Marcius Ferrari

    Marco Aurlio Latg

    Maria das Graas Silva

    Mrio Jorge C. dos Santos

    Maurcio B. Figueiredo

    Nathan Medeiros

    Paulo Buarque Guimares

    Roberto Alfradique V. de Macedo

    Roberto Fainstein

    Ronaldo J. Alves

    Ronaldo Schubert Sampaio

    Rubens Langer

    Samuel Barbosa

    UTC 2013 - Noruega

    Cobertura Brasil Offshore

    18 o momento de acordos estratgicos paraempresas de engenharia e consultoria no Brasil?,por Jim Chamness

    112 Redundncia e disponibilidade:inteligncia para produtividade industrial,por Ricardo Rodrigues

    114 Eficincia e controle de custo de projetos,por Flvia Borges

    117 Esccia: o futuro em guas profundas,

    enorme potencial de petrleo e gs,por David Rennie

    6 editorial

    8 hot news 12 indicadores tn 56 eventos 88 perfil profissional 91 caderno de sustentabilidade

    102 pessoas106 produtos e servios

    118 fino gosto120 coffee break122 feiras e congressos123 opinio

    Mercadosubseapromete...mas desafia

    artigos

    Ano XIV Nmero 90 jul/ago 2013Foto:Agncia Petrobras

    sees

    82

    Integridade apalavra-chavedo setor de leoe gs

    56

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    6 TN Petrleo 90

    Rua do Rosrio, 99/7 andar

    Centro CEP 20041-004Rio de Janeiro RJ BrasilTel/fax: 55 21 [email protected]

    DIRETOR EXECUTIVOBencio Biz - [email protected] DE NOVOS NEGCIOSLia Medeiros (21 8241-1133)[email protected]

    EDITORABeatriz Cardoso (21 9617-2360)[email protected]

    EDITOR DE ARTE, CULTURAE GASTRONOMIAOrlando Santos (21 9491-5468)

    REPRTERESMaria Fernanda Romero(21 8867-0837)[email protected]

    Rodrigo Miguez (21 9389-9059)[email protected]

    Karolyna Gomes (21 7589-7689)[email protected]

    RELAES INTERNACIONAISDagmar Brasilio (21 9361-2876)[email protected]

    DESIGN GRFICOBencio Biz (21 3221-7500)[email protected]

    PRODUO GRFICA EWEBMASTERFabiano Reis (21 3221-7506)[email protected]

    Larcio Loureno (21 3221-7510)[email protected]

    REVISOSonia Cardoso(21 3502-5659)

    DEPARTAMENTO COMERCIALJos Arteiro(21 9163-4344)[email protected]

    Bruna Guiso(21 7682-7074)[email protected]

    Luiz Felipe Pinaud(21 7861-4828)[email protected]

    ASSINATURASRodrigo Matias(21 3221-7503)[email protected]

    CTP e IMPRESSOWalprint Grfica

    DISTRIBUIOBencio Biz Editores Associados.

    Filiada ANATEC

    Os artigos assinados so de totalresponsabilidade dos autores,no representando,necessariamente, a opinio doseditores.TN Petrleo dirigida aempresrios, executivos,engenheiros, gelogos, tcnicos,pesquisadores, fornecedores ecompradores do setor de petrleo.

    15 anos de informao de qualidade

    Bencio BizDiretor executivo da TN Petrleo

    Amagia dos nmeros est no que eles representam.

    Para ns, os 15 anos da TN Petrleo, assim como o nmero 90 desta edio, tm umsignificado muito especial.

    Primeiro, por representar no um espao cronolgico, mas um perodo nico na indstria

    brasileira de petrleo e gs natural, com grande impacto no cenrio mundial, do qual nossa

    revista foi testemunha fiel, contribuindo para a reflexo e o debate dos temas mais relevantes, de

    A a Z dessa cadeia produtiva.

    Segundo, por refletir um avano sem precedentes na indstria brasileira, com destaque para

    os setores naval, de engenharia, de tecnologia da informao e de bens e servios, entre outros, impulsionado pelo

    incremento do setor petrolfero. A prpria TNreflete essa evoluo, pois sempre buscou mostrar o aporte das empresas

    brasileiras e estrangeiras para o desenvolvimento desse setor.

    Terceiro, pelo acerto, desde seu nascedouro, ao manter um olhar especial para a inovao, para as novas tecnologias,

    para as oportunidades de negcios. Compromisso expresso em seu nome: TN Tecnologia e Negcios.

    O fato que fomos partcipes da evoluo dessa indstria, que hoje reconhecida mundialmente pela sua lideran-

    a tecnolgica em guas profundas. Uma posio suportada por uma das mais impor tantes instituies mundiais de

    pesquisa e desenvolvimento no setor de petrleo, o Cenpes, que est completando 50 anos e merecendo a reporta-

    gem de capa desta edio.

    Nesses 15 anos tivemos, como companheira de trajetria, a Agncia Nacional do Petrleo, Gs Natural e Biocombus-

    tveis (ANP), que tambm completa uma dcada e meia de atividades, perodo no qual conduziu uma verdadeira revolu-

    o no setor de petrleo e gs, depois de 45 anos de monoplio. Hoje, a agncia reguladora se prepara para realizar o

    primeiro leilo do pr-sal, uma descoberta que vem mudando os paradigmas da indstria offshore.

    E para no dizer que no lembrei do bvio, 15 anos representam apenas um quarto dos 60 anos que a Petrobras

    vai completar em outubro prximo! E a est a magia dos nmeros, pois foi justamente nesses ltimos 15 anos que a

    petroleira brasileira consagrou-se como uma das maiores do mundo, sendo reconhecida no somente por sua expertise

    offshore, mas tambm por sua capacidade de inovar, de quebrar paradigmas... pela ousadia.Esta tambm a matria-prima com a qual trabalhamos todos os dias na TN Petrleo: a despeito dos desafios, dos

    altos e baixos, ainda acreditamos que ousar preciso. Vamos em frente!

    Boa leitura.

    editorial

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    TN Petrleo 90 7

    editorial

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    8 TN Petrleo 90

    hot news

    A AGNCIA NACIONAL do

    Petrleo, Gs Natural e Bio-combustveis (ANP) anunciouno dia 16 de julho que estendeupara o dia 29 do mesmo ms o

    prazo para aConsulta Pbli-ca das minutasdo edital e docontrato da1 Licitaodo pr-sal. AAudincia P-

    blica foi remarcada para o dia6 de agosto, s 15h, na Escolade Guerra Naval, na AvenidaPasteur, 480, na Urca.

    A prorrogao do prazohavia sido considerada peladiretora-geral da agnciaReguladora, Magda Cham-briard, que na semana passadaconcedeu uma coletiva para

    tirar dvidas sobre o leilo. De

    qualquer forma, a ANP esclare-ce que a mudana no altera adata prevista para a licitao darea, marcada para o dia 21 deoutubro no Rio de Janeiro.

    Na coletiva de imprensa,realizada no dia 12 de ju-lho, sobre o leilo do pr--sal, marcado para o dia 21de outubro, ela explicou queo prospecto de Libra deverser desenvolvido em mdulos,

    com plataformas similares sque vo ser utilizadas na reade Cesso Onerosa. Ou seja,a rea poder ter entre 12 e18 plataformas, com capaci-dade para processar at 150mil barris de petrleo por dia.Cada sistema de produodever ter de oito a dez poos,no mnimo, destacou.

    A expectativa da Agncia que

    o pico de produo chegue, no mni-mo, a 1 milho de barris de petrleopor dia. Esse nmero dependerdo desenvolvimento do campo.Tal previso baseia-se no projetobsico da Agncia, afirma MagdaChambriard, acrescentando que aspremissas reguladoras projetam oprimeiro leo da fase de produo apartir do quinto ano do contrato.

    Quando questionada sobreo investimento necessrio

    para o campo, Magda preferiuexemplificar o valor possvelde um poo no pr-sal. Umpoo perfurado no pr-salpode custar at US$ 100 mi-lhes, depois de uma curvade aprendizado, afirmou, di-zendo que o que a ANP quer um projeto otimizado dasempresas.

    A PETROLEIRA BRITNICA BPconclui acordo com a Petrobrasde parceria em cinco concessesde explorao e produo emguas profundas, operadas pelapetroleira brasileira na baciaPotiguar, localizada na margemequatorial brasileira. A operaoainda est sujeita s aprovaesdas agncias regulatrias.

    A BP Energy do Brasil Ltda.ter 30% de participao nosblocos POT-M-663 e POT--M-760 (contrato BM-POT-16)e 40% nos blocos POT-M-665,POT-M-853 e POT-M-855 (con-trato BM-POT-17). Juntos, oscinco blocos somam uma reatotal de 3.837 km2.

    O presidente da BP Brasil,Guillermo Quintero, afirmou

    que esse mais um passo na

    construo da presena dacompanhia no pas. Desde2011, quando passamos a ter

    participao em dez blocos com

    a aquisio daDevon Ener-gy do Brasil,ampliamosnosso portfliode explorao eproduo para27 concesses

    em sete bacias, consolidando omaior portflio de explorao

    em guas profundas de umaempresa internacional de petr-leo no Brasil.

    Esses 27 ativos compreendemas 14 concesses que a petroleirabritnica detinha em cinco bacias,os oito blocos adquiridos na 11aRodada de Licitaes (os acordosde concesso devem ser assina-dos em agosto) e as cinco reasdessa parceria com a Petrobras na

    bacia Potiguar.

    Leilo do pr-sal: ANP estende prazode consulta a edital

    BP ser parceira da Petrobras na Bacia Potiguar

    Foto:DivulgaoBP

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    TN Petrleo 90 9

    Ibema ingressa nomercado livre de energia

    Encomenda de US$ 1,6 bilho Subsea 7

    Dois novosFPSOs

    EM FEVEREIRO DE 2013, a Ibe-

    ma, fabricante nacional de papel--carto, passou a atuar no mercadolivre de energia em razo da suaproduo nas duas pequenascentrais hidreltricas: a PCH Ca-choeira, com capacidade instaladade 2,92 MW no rio Cachoeira, eda PCH Boa Vista II, com capaci-dade instalada de 8,0 MW no rioMarrecas, ambos no Paran. Paraentrar nesse mercado, a empresaadequou a sua rede de transmis-

    so para a conexo ao Sistema deDistribuio da Copel (CompanhiaParanaense de Energia Eltrica).

    De fevereiro at maio, o totalde gerao de energia nas duasPCHs foi de pouco mais de 23,7mil MWh e o consumido pelafbrica e pela Vila Ibema duranteo mesmo perodo foi de 17,8 milMWh. Desta maneira, sobraram5,8 mil MWh, energia que a Ibemacomercializou no mercado livre.

    A fabricante de papel-carto seclassifica na gerao de energiacomo autoprodutora, j que temconcesso, permisso e autorizaoconcedidas pela Agncia Nacionalde Energia Eltrica (Aneel) paraproduzir energia eltrica destinadaa seu uso exclusivo e comerciali-zar eventual excedente. De acordocom o gerente de Planejamento eControle de Energia e Florestas daIbema, Serge Birepinte, a vendadesse excedente de curto prazo

    j era programada. Estudamos o

    processo para comear a comercia-

    lizao. Apesar das turbulnciasdo mercado de energia, os resul-tados tm sido positivos e, nessesprimeiros quatro meses j amortiza-mos quase 40% dos investimentosrealizados no projeto da subestaoe adequaes, comenta.

    Todo o processo de compra evenda de energia de curto prazo validado pela Cmara Comer-cializadora de Energia Eltrica(CCEE), que atua como operado-

    ra desse mercado. J como agen-te comercializador, a Ibema contacom os servios da Tradener, queoferece solues para compra,venda e gesto de energia eltri-ca. Estamos operando com con-tratos de curto prazo, ms a mspara, desta forma, avaliarmosperiodicamente a disponibilidadedo nossa gerao, diz Birepin-te. O objetivo que os contratos

    garantam ummnimo a cadams. A expec-tativa comer-cializar de 1 a1,5 MW mdiode excedentetodos os meses,afirma o diretor

    de Energia e Florestas da Ibema,Lourival dos Santos e Souza. Eacrescenta: A inteno que ato final de 2013 todo o investi-mento feito para esse projeto seja

    amortizado.

    A PETROBRAS ENCOMEN-DOU trs navios lanadores delinha, conhecidos como PLSVs,para a Subsea 7. A encomen-da, no valor de US$ 1,6 bilho,prev a construo das em-barcaes e a administraodo projeto, alm de serviosde engenharia e a instalao

    de linhas de fluxo, e outrosequipamentos fornecidos pelaPetrobras, informou a Subsea.

    Os contratos tm durao decinco anos e a entrega dos trsnavios est prevista para o ter-ceiro trimestre de 2016, o quartotrimestre do mesmo ano e osegundo trimestre de 2017.

    A QUEIROZ GALVO leo eGs (QGOG) firmou contratos, emconjunto com seus parceiros, paraafretamento e operao de doisFPSOs Cidade de Marice Cida-de de Saquarema com o ConsrcioBM-S-11, operado pela Petrobras(65%), BG E&P Brasil Ltda. (25%) e

    Petrogal Brasil S.A. (10%). Os con-tratos tero durao de 20 anos.

    O valor total do contrato paraaquisio dos dois FPSOs de,aproximadamente, US$ 3,5 bilhes.

    As unidades iro pertencer esero operadas pela joint ventureformada entre as empresas QGOG,SBM Offshore, Mitsubishi Corpo-ration e Nippon Yusen KabushikiKaisha (NYK Line).

    Os FPSOs (Floating Production

    Storage and Offloading, na siglaem ingls) iro operar no Campode Lula, no pr-sal da Bacia deSantos. As unidades so similaresao FPSO Cidade de Ilhabela, comcapacidade diria de produode leo de 150 mil barris e capa-cidade de produo de gs de 6milhes de metros cbicos por dia.

    A previso de entrega do Cida-de de Marice Cidade de Saqua-

    rema no final de 2015 e no inciode 2016, respectivamente.

    Foto:Divulgao

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    hot news

    Parques tecnolgicos tero R$ 640milhes para novos projetos

    O MINISTRO DA CINCIA, Tec-nologia e Inovao, Antonio Rau-

    pp, anunciou umreforo de mais

    R$ 10 milhespara o setor, quesero ofertadospor meio de edi-tal a ser lanado,em breve, peloCNPq. Esses

    recursos vo atender projetos deincubadoras de empresas.

    Segundo Raupp, a competitivi-dade do sistema econmico depen-de de um ambiente mais amplo,no s de cincia e tecnologia. Da

    a necessidade de o MCTI trabalharem parceria com outros ministriospara a implementao da polticade inovao do governo federal.

    A flexibilidade na composiodeste edital, incluindo recursos noreembolsveis, crdito e investimen-to, tudo de que precisamos para

    dar um salto sig-nificativo nesteambiente de ino-vao, promovido

    pelos parquestecnolgicos,disse a presiden-te da AssociaoNacional de

    Entidades Promotoras de Empre-endimentos Inovadores (Anprotec),Francilene Procpio Garcia, tam-bm presente cerimnia.

    Esta mais uma iniciativa paraaumentar o nmero e o nvel dasempresas que inovam e as parce-

    rias com instituies de cincia

    e tecnologia, pois s desta formaconseguiremos entrar nas reasde tecnologia de ponta e elevar a

    qualidade e a relevncia dos proje-tos de inovao no Brasil, afirmouo presidente da Finep, GlaucoArbix. Ele observou ainda que osprximos editais da Agncia voabranger as reas de mobilidadeurbana e sustentabilidade.

    Do total de recursos, R$ 90milhes sero no reembolsveispara parques tecnolgicos emoperao e em processo de implan-tao. As propostas devero ser en-

    caminhadas at o dia 17 de agosto

    para a Finep. Para os parques emoperao, os recursos sero de R$6 milhes a R$ 14 milhes.

    Para propostas de parques emfase de implantao, o valor m-nimo R$ 2 milhes e o mximo,R$ 5 milhes. O resultado final dachamada pblica ser divulgadoa partir do dia 21 de outubro. Oedital tambm oferece R$ 500 mi-lhes em crdito para os parques

    em operao e implantao e serexigida contrapartida de 20% dovalor pleiteado Finep.

    Glauco Arbix, destacou algunsdados que apontam que, apesar dea economia estar menos aquecida,a demanda por tecnologia no setorempresarial continua crescente.Parte das empresas brasileirascompreende que mesmo em situa-es mais difceis, elas no podemabandonar planos e projetos de

    gerao de tecnologia.

    O Ministrio da Cincia, Tecnologia e Inovao (MCTI) e a Agncia Brasileira daInovao (Finep) lanaram edital de R$ 640 milhes destinado a parques tecnolgicosem operao e em estgio de implantao, para incrementar o apoio a empresasque queiram se arriscar e investir em novos projetos tecnolgicos. Os investimentostambm incluem empresas que ficam nos parques ou em incubadoras.

    F

    otos:JooLuizRibeiro

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    Maersk Training inaugura centro de treinamento

    Argentina reduz restries

    A MAERSK TRAINING Brasil inaugu-rou, em julho, o seu primeiro centrode treinamento na Barra da Tijuca, Riode Janeiro. O local est equipado comsimuladores para cursos tcnicos nasreas de posicionamento dinmico,perfurao e manuseio de ncoras.

    Os simuladores instalados incluemo Kongsberg Full Mission, simuladorde passadio integrado com simuladorde manuseio de ncoras, de acordo

    com o Instituto Nutico (NI) Classe A,com dez diferentes tipos e modelos deembarcaes e unidades. Os simulado-res instalados no centro so capazes

    de criar as situaes realistas, para

    que os programas de formao sejamiguais s operaes genunas.

    A abertura do centro de treina-mento no Rio de Janeiro o primeiro

    passo para a expanso da MaerskTraining no Brasil, onde a empresaest investindo mais de 10 milhesde reais. A ideia central da MaerskTraining melhorar a seguranae evitar acidentes, realizando umaformao adequada e eficaz dosprofissionais da rea. Isto est nocorao de tudo o que fazemos, etodos os nossos cursos so de-senvolvidos com isso em mente, o

    objetivo final de todos os nossos cur-sos de formao o de assegurar umcomportamento seguro e eficiente,afirmou a empresa.

    A ARGENTINA ANUNCIOU quepermitir que as petroleiras queinvestirem em suas gigantescas

    reservas de petrleo e gs no con-vencionais exportem sua produoe tenham acesso livre s divisas,reduzindo uma srie de restriesnum momento em que o governoest prestes a assinar um acordo mi-lionrio com a Chevron.

    A nova regulamentao estabe-lece que as companhias com planosde investirem pelo menos 1 bilhode dlares em cinco anos poderovender ao exterior, livres de impos-tos, 20 por cento de sua produo depetrleo ou gs natural.

    Com suas reservas definhandoe a demanda em alta, a Argentinaapenas exporta petrleo de bai-xa qualidade que no pode serrefinado localmente, ao mesmotempo em que no permite o en-vio de gs natural ao exterior, demodo que se transformou em umimportador global.

    As petroleirastambm poderomanter as divisas

    geradas pela ex-portao, o queest proibido paratodos os setoreseconmicos devi-do a um controle

    no cmbio estabelecido no final de2011 para frear uma fuga de capitais,o que analistas apontam com um fa-tor que desestimula os investimentosestrangeiros.

    A nova regulamentao buscaa promoo do investimento diretonacional e estrangeiros para garantiro autossuficincia no abastecimentode hidrocarbonetos, disse o decretodo governo.

    O governo de Cristina Kirchnerquer desenvolver as enormes reser-vas petrleo e gs no convencionaisno pas especialmente na formaode Vaca Muerta, na Patagnia parareduzir uma queda na produo de

    petrleo e gs natural que levou aum salto nas importaes de energiae prejudicou o supervit da balana

    comercial do pas.A nova regra foi anunciada em um

    momento em que a petroleira estatalYPF est prestes a firmar um acordocom a norte-americana Chevron parainvestir 1,5 bilho de dlares em VacaMuerta, o primeiro investimento devulto em uma formao que pode con-tar uma das maior reservas no con-vencionais do hemisfrio Ocidental.

    As petroleiras beneficiadas com anova regulamentao podero pediruma renovao de suas concessespor 25 anos com a possibilidade deampliar o perodo por mais 10 anos.Os mesmos prazos sero aplicadospara novas concesses.

    No ano passado a Argentina ex-propriou a YPF, que at ento eracontrolada pela espanhola Repsol,por supostamente no investir o ne-cessrio para evitar uma queda naproduo local de petrleo.

    Foto:Divulgao

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    indicadores tn

    SEGUNDO OS DADOS disponveisna plataforma Brix no final de junho,este valor representa baixa de 18,84%ante a curva de preos para o mesmoperodo no dia 29 de maio.

    J a Curva de Preos Futurospara o balano de 2013 registrou uma

    baixa ainda maior 52,82% em rela-o ao ms de maio indicando um

    preo mdio deR$ 152,93 MWhno ltimo dia 28.A forte queda dopreo da energiano curto prazoest relacionadaa trs fatores bsi-cos, como analisa

    Marcelo Mello, CEO da Brix.

    No incio de junho, as liminaresconcedidas a agentes de mercadocontra a Resoluo n. 03/2013 doConselho Nacional de Poltica Ener-gtica (CNPE) reverteram a alta doPreo de Liquidao das Diferenas(PLD) devido aplicao da Curvade Averso ao Risco (CAR), para pe-rodos de dois anos, que representamenor risco do que a CAR de cincoanos aplicada nos dois meses ante-riores, comenta Mello. Ainda como

    consequncia das liminares, os pr-mios praticados no mercado de curtoprazo tambm caram fortementepor conta da suspenso do clculodo PLD final, acrescenta.

    Adicionalmente, este cenrio foireforado pelo sensvel aumento novolume de chuvas verificado a partirdo final de junho, levando o contratopara entrega de energia no ms dejulho ao patamar de R$ 96,00 MWhna semana passada, completa oexecutivo.

    Aps o ms de julho, a Curvade Preos Futuros sinaliza umanova alta at novembro em fun-o do perodo de seca sazonal

    e da introduo da nova meto-dologia de clculo do PLD, cujosmodelos alternativos ainda estoem fase de testes. J a partir dedezembro, com o incio das chu-

    vas de vero, a expectativa dosParticipantes da Brix que hajauma queda de preos.

    Em junho, a Curva de PreosFuturos para o perodo de janeiroa setembro de 2015 repetiu o com-portamento verificado em maiomantendo-se praticamente estvelcom mdia de R$ 120,00 MWh, comdesvalorizao de 5,88% em relaoaos dados da plataforma no fecha-mento do ms anterior.

    Preo mdio da energia de R$ 140,00 MWhpara o ano de 2014A curva de preos futuros para os contratos de energia eltrica de fonte

    convencional, para entrega no submercado Sudeste/Centro-Oeste, indica parao perodo de janeiro a dezembro de 2014 um valor mdio de R$ 140,00 MWh(reais por megawatt-hora).

    Foto:CaioCoronel

    O PREO DA ENERGIA eltrica defonte convencional para entrega noms de junho para o submercadoSudeste/Centro-Oeste encerrou operodo de negociao na plata-forma Brix, de 8 de junho a 5 dejulho, a R$ 207,62 MWh (reais pormegawatt hora), baixa de 41,9%em comparao ao patamar defechamento do ms anterior. Este

    valor determinado pela somatria

    do ndice Brix Convencional e doPreo de Liquidao das Diferenasda Cmara de Comercializao deEnergia Eltrica (CCEE), agora cha-mado PLD1 por conta da Resoluon 003/2013 do Conselho Nacionalde Poltica Energtica (CNPE).

    Em mdia, a energia eltrica defonte convencional para entrega noms de junho (submercado SE-CO)

    foi negociada na plataforma Brix

    a R$ 198,47 MWh. Durante o msde junho, as chuvas contriburampara acentuada reduo do preoda energia no curto prazo, comen-ta Marcelo Mello, CEO da Brix. Atendncia de queda segue para oscontratos do ms em curso (julho),no qual os negcios para entregaspot tm sido fechados no patamarde R$ 135,00 a R$ 140,00 MWh,

    destaca.

    Preo da energia cai mais de 40% em junho

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    COM ESSES RESULTADOS, a pro-duo acumulada em 2013 totalizou17 milhes de toneladas de ao brutoe 12,9 milhes de toneladas de lami-nados, reduo de 2,2% e aumentode 0,9%, respectivamente, sobre omesmo perodo de 2012.

    Quanto s vendas internas, oresultado de junho de 2013 foi de2 milhes de toneladas de produ-tos, aumento de 3,7% em relao ajunho de 2012. As vendas acumu-ladas em 2013, de 11,3 milhes detoneladas, mostraram crescimentode 2,7% com relao ao mesmo pe-rodo do ano anterior.

    As exportaes de produtos side-rrgicos em junho de 2013 atingiram543 mil toneladas no valor de US$ 386

    milhes de dlares. Com esse resulta-do, as exportaes em 2013 totalizaram4,4 milhes de toneladas e 3,0 bilhes

    de dlares, representando declniode 14,4% em volume e de 19,9% emvalor, quando comparados ao mesmoperodo do ano anterior.

    No que se refere s importa-es, registrou-se em junho o vo-lume de 240 mil toneladas (US$

    352 milhes) totalizando, dessemodo, 1,7 milho de toneladas deprodutos siderrgicos importados

    no ano, reduo de 14,6% em re-lao ao mesmo perodo de 2012.

    O consumo aparente nacional deprodutos siderrgicos em junho foide 2,2 milhes de toneladas, totali-zando 13 milhes de toneladas em2013. Esses valores representaram

    queda de 1,2% e alta de 0,6%, respec-tivamente, em relao aos mesmosperodos do ano anterior.

    Produo brasileira de ao brutoapresenta aumento de 2,7% em junho

    A produo brasileira de ao bruto em junho de 2013 foi de 2,8 milhes detoneladas, alta de 2,7% quando comparada com o mesmo ms em 2012. Emrelao aos laminados, a produo de junho, de 2,3 milhes de toneladas,apresentou alta de 5,0% quando comparada com junho do ano passado.

    Foto:Stock.xcng

    COM FOCO NO mercado de leo e gsbrasileiro, empresa faz apresentaode suas solues em design, constru-o e operao.

    A Bentley mostrou no ltimo dia20 de junho, em evento realizado no

    Rio de Janeiro, os seus softwares paraos empreendimentos de infraestrutu-ra, incluindo o setor de petrleo e gs.Dentre as solues apresentadas pelacompanhia, tiveram destaque o Open-Plant, o Construct Solution e o Ivara, quecompem respectivamente as reas deatuao da companhia que so design,construo e operao.

    O objetivo da Bentley com a aofoi mostrar aos clientes como eles po-dem incrementar o nvel de segurana

    e eficcia de seus projetos por meio do

    gerenciamento de informaes, conec-tar, integrar e capacitar suas equipes deprojeto, fornecendo-lhes informaesqualificadas.

    Uma dessas tecnologias o Pro-jectWise, o principal software utilizado

    no mundo nos empreendimentos deinfraestrutura, usado por 40% dascompanhias de engenharia do mundo.J o Ivara, uma soluo de gesto dedesempenho dos ativos, foi integradoao portflio da Bentley para garantir,entre outras funcionalidades, que amanuteno da planta e dos seus equi-pamentos seja feita no momento certo.

    De acordo com Malcolm Walter, COOda Bentley, uma das apostas da empresa a compra de outras tecnologias para

    ampliar o portflio da companhia, e uma

    das mais recentes foi o SACS adquiridoh dois anos e meio. O SACS uma suteintegrada voltada para o projeto, fabrica-o e instalao de estruturas offshore,incluindo plataformas de petrleo, gse de projetos elicos.

    Foi uma aquisio acertada e nomomento correto, pois logo depoisdo negcio, os projetos do setor deleo e gs comearam a crescer nomundo. Ele usado na construode projetos offshore, afirmou oexecutivo.

    Com a integrao de softwares comoo ProjectWise e o AssetWise para osprojetos offshore, as solues de designda empresa esto se tornando cada vezmais importantes para o portflio da

    empresa.

    Bentley apresenta solues para o setor de leo e gs

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    ANALISTAS DO MERCADO

    financeiro promoveram levesajustes para o dficit em contacorrente e para a dvida lquidaem relao ao Produto InternoBruto (PIB) do prximo ano. Deacordo com o relatrio de mercadoFocus, a mediana das estimativaspara o rombo das transaes cor-rentes do pas em 2014 passou deUS$ 79,75 bilhes para US$ 78,95bilhes um ms atrs estava emUS$ 78,50 bilhes.

    No caso da dvida/PIB, amediana das projees passou de35,00%, mesmo nvel que se en-contrava h um ms, para 34,90%.

    No houve alteraes das esti-mativas para essas duas variveispara 2013. A expectativa de umsaldo negativo de US$ 75 bilhes naconta corrente (US$ 73,66 bilhesno vermelho um ms atrs) e deuma taxa de 35,00% para a relaodvida/PIB, mesmo patamar visto nasemana anterior e um ms atrs.

    Para 2014, os economistas man-tiveram a projeo de expansodo PIB em 2,80%. H um ms eraaguardado em 3,20%. Da mesmaforma com que ocorreu no caso de2013, as mudanas do PIB foraminfluenciadas pela expectativa emrelao ao setor manufatureiro.Analistas mantiveram a projeode que o setor dever se expandirapenas 3,00% no ano que vem,como na semana passada. Quatrosemanas atrs, a mediana das esti-mativas para a indstria era de umcrescimento de 3,20%.

    O mercado tambm no mexeu

    nas estimativas para a balanacomercial. A expectativa de umsupervit de US$ 6 bilhes em2013, como constava do levanta-mento anterior (US$ 6,55 bilhesum ms antes), e de US$ 8 bilhespara 2014 (US$ 9 bilhes quatrosemanas atrs).Alta na Selic A maior mudanafoi vista para a Selic ao final de2014, que passou de 9,25% para9,50%. Para 2013, a mediana dasprojees se manteve em 9,25% aoano, como no levantamento ante-rior e acima da taxa de 9,00% aoano verificada um ms antes.

    Na mdia deste ano, segundoesses profissionais, os juros ficaroem 8,25% ao ano, como j eraesperado na semana passada. Umms atrs, a taxa era de 8,16%. Jpara 2014, a Selic deve ficar, emmdia, em 9,25% como j constavada Focus anterior. Um ms antes,estava em 9,00%.

    O DIRETOR TCNICO da Unica(Unio da Indstria de Cana-de--acar), Antnio Pdua Rodri-

    gues, dissedurante olanamento dorelatrio anualda revenda decombustveis

    da Fecombust-veis (FederaoNacional do Co-

    mrcio de Combustveis e de Lu-brificantes), no Rio de Janeiro, queas previses do setor indicam quea produo de etanol deve crescerem torno de 20% com relao aoregistrado no ano passado.

    O setor vive um momento maisfavorvel devido a diversos fatores,como tempo bom nas lavouras,

    volta na proporo de 25% de eta-

    nol misturado gasolina e aindaa desonerao do etanol em PIS/Cofins (Programas de IntegraoSocial / Contribuio para Finan-ciamento da Seguridade Social)pelo governo, o que aumentou acompetitividade do produto.

    Segundo o dirigente da entida-de, a previso que a safra de canaeste ano chegue a 650 milhes detoneladas. Teremos um mercadode etanol totalmente diferente,afirmou Rodrigues. Ele afirma, tam-bm, que nesta safra os produtoresde cana daro prioridade total paraa produo de etanol, que vem se

    recuperando nos ltimos dois anos.O setor vem realizando diver-

    sos investimentos para melhorar aquesto da infraestrutura, sobretu-do na distribuio do etanol pelopas, que em sua grande maioria feita pelas estradas. As usinas jinvestiram mais de US$ 4,5 bilhesem equipamentos de cogerao deenergia. E mais: em junho, a Refi-naria de Paulnia recebeu a primei-ra carga de etanol distribuda pelo

    uniduto Ribero Preto-Paulnia.

    Mercado projeta PIB de 2,31% para esteano e Selic de 9,5% em 2014

    Produo de etanol deve crescer 20% este ano

    Foto:Stock.x

    cng

    Foto:AgnciaPetrobras

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    A OPEP, CUJOS integrantes produ-zem mais de um tero dos barris deleo consumidos no mundo, afirmouque no vai se beneficiar com o au-mento da demanda, j que a entidadeprev que a demanda por seu petrleovai cair em cerca de 300 mil bpd noano que vem.

    Para 2014, a expectativa de que

    o crescimento na Amrica Latina sejade 200 mil barris por dia, ficandonas estimativas deste ano. O pasque mais vai demandar petrleo naregio, no ano que vem, ser o Brasil,com um percentual de 45%. Aindade acordo com o relatrio da Opep, ademanda por petrleo na Amrica La-tina deve ter crescimento de 230 milbarris por dia esse ano, alcanando6,49 milhes de barris dirios.

    De acordo com a entidade, todos

    os produtos derivados de petrleo noBrasil vm sofrendo crescimentosmoderados em comparao com o anopassado, e a demanda por esses pro-dutos tem tido aumento este ano, comexceo do combustvel de aviao eo querosene.

    O relatrio do ms de junho indicaque a oferta global de petrleo no msfoi de 89,98 mb/d, com uma partici-

    pao de 33,8% dos pases-membrosda Opep, nmero menor do que oregistrado no ms anterior.

    Com relao produo de petr-leo no ms de junho, a Opep afirmouque de acordo com fontes secund-rias, a produo estimada da Opep foi

    de 30,38 milhes de barris por dia,uma queda de 310 mil barris por diaem relao ao ms anterior.

    Em 2014, o fornecimento de pe-trleo pelos pases no pertencentes Opep deve subir 1,1 milho de barrispor dia, com os Estados Unidos, Ca-nad, Brasil, Cazaquisto e Austrliacomo os principais responsveis poresse aumento. Enquanto isso, a Opep

    prev que Noruega, Sria, Mxico eReino Unido devem ter os maioresdeclnios no ano que vem.

    A Opep espera que, em 2014,a produo brasileira de petrleochegue a 2,75 milhes de barris pordia no ano que vem, indicando cres-

    cimento suportado pela longa listade projetos como Bana, Lula, PapaTerra, Parque das Baleias, Roncador,Sapinho Norte e Waimea.

    Pelas projees da entidade,a produo de petrleo no Brasilno prximo ano deve ser de 2,68mb/d, 2,69 mb/d, 2,78 mb/d e 2,83milhes de barris por dia, respec-tivamente.

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    Em seu relatrio mensal, a Organizao dos Pases Exportadores de Petrleo (Opep)projetou que a demanda mundial de petrleo vai crescer pouco mais de um milho de

    barris por dia em 2014, para uma mdia de 90,7 milhes de barris/dia, o que representaum crescimento de 300 mil barris em relao projeo feita para este ano.

    Aumento na demanda mundial de petrleo em 2014

    Produo de pases-membros da Opep e no membros julho/11 a junho/13

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    A PRODUO DE LEO e gs natural da OGX, em junho, atingiu a mdia de 23mil barris de leo equivalente por dia (boe/d). Desse total, 9,7 mil correspondem produo mdia offshore no Campo de Tubaro Azul, na Bacia de Campos, e 13,3mil (2,1 milhes m por dia) correspondem parcela da companhia na produomdia terrestre de gs natural no Campo de Gavio Real, na Bacia do Parnaba. Aproduo total offshore foi de 290.499 boe e a produo total terrestre foi de 135,8milhes m de gs natural.

    De acordo com a OGX, no Campo de Tubaro Azul, os poos OGX-26HP e OGX--68HP produziram durante os 30 dias do ms de junho, com uma produtividade mdiade 4,8 mil boe por dia cada poo.

    J a produo mdia total no Campo Terrestre de Gavio Real foi de 4,5 milhes mpor dia (2,1 milhes m lquidos para a OGX), mantendo as quatro turbinas da Usina

    Termeltrica Parnaba I operando ao longo do ms inteiro.

    Produo de leo e gs da OGX em junho chega a 23 mil barris por dia

    Foto:DivulgaoOGX

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    indicadores tn

    Produo de leo e LGN (em mbpd) - Brasil

    Dez Jan Fev Mar Abr Maio

    Bacia de Campos 1.657,0 1.619,1 1.562,5 1.480,4 1.532,4 1.523,5

    Outras (offshore) 156,5 135,7 145,6 156,9 180,2 165,0

    Total offshore 1.813,5 1.754,8 1.708,1 1.637,4 1.702,6 1.688,5

    Total onshore 218,5 209,7 212,1 209,1 211,0 203,3Total Brasil 2.032,0 1.964,5 1.920,2 1.846,4 1.923,6 1.891,8

    Produo de GN sem liquefeito (em mm/d)* - Brasil

    Dez Jan Fev Mar Abr Maio

    Bacia de Campos 25.659,2 25.378,6 24.459,2 24.021,2 24.892,4 24.721,9

    Outras (offshore) 22.922,9 22.790,8 22.590,7 23.539,1 21.512,2 19.216,5

    Total offshore 48.582,1 48.169,5 47.040,9 47.560,2 46.404,6 43.938,4

    Total onshore 16.377,3 15.920,9 15.810,2 16.059,1 16.019,7 15.784,0

    Total Brasil 64.959,4 64.090,3 62.860,1 63.619,4 62.424,2 59.722,4

    Dez Jan Fev Mar Abr Maio

    Produo de leo e LGN (em mbpd)** - Internacional

    Exterior 145,2 149,3 149,1 147,9 146,8 144,3

    Produo de GN sem liquefeito (em mm/d) - Internacional

    Exterior 16.535,1 15.995,9 15.764,1 15.547,2 15.241,8 15.128,3

    Produo total de leo, LGN e de gs natural (em mboe/d)

    Brasil+Exterior 2.683,1 2.611,1 2.557,4 2.485,9 2.552,5 2.500,8

    2,2662,023

    -2,340,49

    0,40-0,38

    2,962,60

    Variao no perodo: 0.97%

    Variao no perodo: -16.71%

    Variao no perodo: 12.02%

    Variao no perodo: 13.65%

    PELO SEGUNDO PERODO con-secutivo, houve diminuio nocrescimento econmico da China.O Escritrio Nacional de Estats-

    ticas da China informou dia 15 dejulho que o Produto Interno Bruto(PIB) referente ao perodo de abrila junho cresceu 7,5%, percentualinferior ao primeiro trimestre doano, que registrou 7,7%. Oficial-mente, o governo informa em co-municado que a economia do paspromoveu um desenvolvimentosustentado e cresceu a um ritmomoderado.

    Os dados indicam que as expor-

    taes caram de forma acentuada.O yuan (moeda chinesa) registrou

    alta em comparao s moedas dosprincipais pases industrializados.As autoridades chinesas, segundoanalistas, tambm esto pagando opreo de reduzir os investimentosna proteo e preservao do meioambiente.

    As informaes oficiais so que ogoverno da China prepara reformas

    estruturais na tentativa de retomar ocrescimento econmico estvel. In-ternamente, as autoridades adotammecanismos para manter o consumo

    domstico ao expandir os gastos dosconsumidores.

    Em nota, o Escritrio Nacionalde Estatsticas da China diz queo menor crescimento, nos ltimostrimestres, explicado pelo rea-juste do modelo econmico chins,dependente das exportaes e dademanda externa. O total de inves-timentos do PIB cresceu em 24,8trilhes de yuan, segundo os da-dos oficiais, volume elevado para a

    maioria das naes, mas que indicaqueda para os chineses.

    Economia chinesa cresce menos de abril a junho

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    FRASES

    A inovao fundamental parao avano da competitividade daindstria nacional.Marco Antnio Raupp, ministro de Cin-

    cia, Tecnologia e Inovao - 08/07/2013TN Petrleo

    Com o que temos hoje, vamoschegar em 2020 com 4,2 milhesde barris de petrleo por dia.Mas as trs rodadas de licitaoabrem uma nova janela para aindstria de petrleo e gs noBrasil, para alm de 2020.Maria das Graas Foster, presidente da Petro-

    bras - 24/06/2013 - Agncia Petrobras

    A possibilidade de descentrali-zao de investimentos explo-ratrios com o gs em terra,no Brasil, levando energia parareas remotas, um projetoestruturante que no podemosdeixar de lado.Magda Chambriard, diretora-geral da AgnciaNacional do Petrleo, Gs Natural e Biocombust-

    veis (ANP) ,12/07/2013 - TN Petrleo

    Vamos continuar fazendo odebate sobre a questo estra-tgica dos royalties. A partici-pao especial para educao proposta inclusive da presi-dente. um desejo dela colocaros recursos dos royalties naeducao e uma parcela que foiaprovada para a sade.

    Ideli Salvatti,ministra de Relaes Institucio-nais, 12/07/2013 - Agncia Brasil

    Meu papel no fazerprevises, mas trabalhamoscom nmeros por causa deestimativas oramentrias.O governo tem de se esfor-ar para viabilizar um cres-cimento de 3% neste ano.Guido Mantega,ministro da Fazenda,

    28/06/2013 - Agncia Brasil

    -2,03R$ 15,94

    1,22R$ 16,59

    -2,10R$ 32,10 -1,58R$ 29,84 -1,74R$ 27,06-2,03R$ 30,44

    -1,69R$ 14,55

    0,59R$ 18,91

    -2,34R$ 15,43

    0,10R$ 19,57

    109.07103.61

    106.1794.34

    -21,82R$ 0,43

    6,82R$ 1,88

    Variao no perodo: 6.40%

    Variao no perodo: 12.53%

    MAIS UM AUMENTO da taxabsica de juros, anunciada nodia 10 de julho pelo Comit dePoltica Monetria (Copom), ele-vando a Selic de 8% para 8,5%, um novo golpe para os setores daeconomia que ainda pensam eminvestir. Tal medida no a solu-o para os nossos problemas, adespeito do que podem afirmar al-guns economistas, e ainda elevamos gastos com a dvida pblica.Com o baixo nvel de atividadeeconmica em que o Brasil se en-

    contra, estamos na contramo de

    outros pases que esto baixandoas taxas de juros para reativarsuas economias. O problema a serdiscutido e atacado o custo daproduo local, que j alto e ficaainda mais comprometido com oretorno da poltica de elevao dejuros. Um eventual aumento dejuros seria para diminuir os nveisda atividade econmica, com que-da dos investimentos e reduodo consumo suficiente que leva queda nos preos. Ser que que-rem baixar ainda mais o nvel da

    atividade econmica?

    Alta dos juros: mais um apertoaos investimentos na indstria

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    indicadores tn

    o momento de acordos estratgicospara empresas de engenharia e consultoria no Brasil?

    O Brasil continua a ser o destino preferido para investimentos internacionais enquantoempresas e governos continuam a lutar com problemas econmicos na Europa,nos EUA, e no Japo. No ano 2012, o crescimento no valor das fuses e aquisiesenvolvendo o investimento das empresas estrangeiras em companhias brasileiras maisque dobrou os R$ 37 bilhes registrados em 2011, subindo para R$ 78 bilhes.

    Com enormes investimentos em energia e infraestrutura no Brasil, asperspectivas dos investidores nestes setores so bastante promisso-ras. Em leilo realizado em maio pela Agncia Nacional do Petr-leo, Gs Natural e Biocombustveis (ANP), as empresas pagaram grandes

    prmios sobre o preo de oferta mnimo, desembolsando R$ 2,8 bilhes, omaior volume arrecadado pelo governo num leilo de petrleo.Est previsto para novembro pela ANP o leilo de Libra, o maior re-

    servatrio de petrleo j oferecido para partilha de produo no mundo.O governo estima que a sano da Lei dos Portos poder estimular, aindaeste ano, investimentos de R$ 27 bilhes no setor.

    Sem considerar estas notcias recentes, o governo brasileiro prev in-vestir R$ 955 bilhes na segunda fase do Programa de Acelerao do Cres-cimento (PAC-2). Juntos, esses fatores se combinam para tornar o Brasilum mercado atraente para empresas globais de engenharia e de consulto-ria que buscam o crescimento sustentvel.

    Estes fatores apresentam uma oportunidade nica para os empres-rios brasileiros preparados para negociar com compradores estratgicos.

    Compreender os interesses e prioridades dos compradores estratgicos epreparar sua empresa com foco na criao de valor pode aumentar consi-deravelmente a sua capacidade de maximizar o valor de seu negcio.

    Compradores estratgicos vs financeirosCompradores potenciais podem ser agrupados em duas categorias gerais,Compradores Estratgicos e Compradores Financeiros. As diferenasfundamentais entre estas categorias so analisados a seguir.

    Os compradores estratgicos esto procura de sinergias. Querem sa-ber como sua empresa ir complementar seu negcio j existente para au-mentar o valor de longo prazo para os acionistas. Podem estar dispostos aassumir mais riscos, porque j atuam no mesmo tipo de negcio e compre-

    endem bem os riscos e oportunidades envolvidos. Seu horizonte de inves-timento tende a ser de longo prazo, medida que buscam oportunidadesde crescimento de longo prazo.

    J que os compradores estratgicos tm a expectativa de obter valor deuma aquisio alm do valor imediato financeiro da empresa adquirida,eles, muitas vezes, esto dispostos a pagar um preo superior, a fim defechar um negcio.

    Os compradores financeiros so principalmente interessados em fazerinvestimentos para maximizar o retorno do investimento (ROI) dentro deum prazo definido, tipicamente da ordem de trs a cinco anos. Para avaliaro ROI potencial, os compradores financeiros analisaram com cuidado osativos da companhia, as demonstraes financeiras e a rentabilidade, em

    busca de oportunidades de crescimento atraente de curto prazo.

    Jim Chamness mana-ging director Brazil da

    consultoria 1stWEST Mer-

    gers & Acquisitions LLC.

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    Os compradores financeiros costumam avaliar umaaquisio como um investimento autnomo, uma vezque em geral no planejam integrar o negcio comuma empresa maior.

    Ambos os tipos de compradores avaliam oportuni-dades de aquisio com ateno e de forma abrangen-te, analisando cuidadosamente o desempenho finan-ceiro, gesto de operaes, vendas, conformidade egovernana corporativa. A rentabilidade comprovada

    e o potencial de ganhos futuros so consideraes cr-ticas para todas as transaes.

    Posicionando seu negcio para maximizar o valorA compreenso das consideraes que geram valor,alm do balano da empresa, fornece uma perspectivaque pode ser usada para fortalecer seu negcio e po-sicionar sua empresa para aumentar bastante o preode venda. Algumas das consideraes principais quepodem ser abordadas para melhorar o valor estratgicodo seu negcio so discutidos a seguir:

    Note que ao aumentar o multiplicador de Ebitda

    (lucro antes de juros, impostos, depreciao e amorti-zao) de cinco a seis vezes, voc estar aumentando ovalor de sua empresa em 20%!Identifique sua vantagem competitiva importan-te compreender os pontos fortes e as fraquezas da suaempresa, e a sua posio competitiva no mercado. Istopermite identificar e alavancar vantagens competitivasao apresentar a sua empresa a potenciais compradores.As perspectivas futuras dos mercados servidos podem,em si, dirigir o valor do negcio.

    Comea com o desenvolvimento de um plano de neg-cios. Um Plano Estratgico escrito que inclui uma anlise

    de mercado e identifica planos especficos de crescimento

    pode ir longe para demonstrar o conhecimento do seu ne-gcio e seu entendimento do potencial de ganhos futuros.

    Acoplada com processos eficazes para o rastrea-mento da carteira de clientes, perspectivas de cresci-mento, e a previso de vendas futuras, essa ferramentafoca seu negcio em metas quantificveis que permi-tem tomar as melhores decises e aumentar sua credi-bilidade com potenciais compradores.Estabelea a empresa e equipe como peritos em sua

    rea Estabelecer a sua empresa, e membros-chavede sua equipe, como peritos da indstria. Isso pode serfeito atravs de publicaes em mdias profissionais erespeitadas, participao ativa em congressos do setor,blogs, e discusses de grupo em redes sociais.

    Estabelecer sua empresa como lder no setor, pro-curado por sua percia, aumenta a visibilidade e a cre-dibilidade do seu negcio e o torna um alvo para com-pradores estratgicos.Aumente sua carteira de longo prazo As receitasprovenientes de contratos de longo prazo e de gran-de abrangncia (MSAs / Master Service Agreements)

    tende a reduzir o risco de uma eventual perda de clien-tes importantes. Carteiras associadas aos contratos delongo prazo ou recorrentes, tais como monitoramentoambiental, operaes e manuteno, licenciamento, eservios de conformidade podem aumentar o valor es-tratgico da sua empresa.Diversidade de clientes As empresas que obtm amaior parte das suas receitas de um ou poucos clientescorrem o risco de uma grave desacelerao se o neg-cio de seus clientes no vai bem, se ocorrem mudan-as de prioridades, ou simplesmente como resultadode mudanas nas prticas de compra de um cliente.

    Se clientes-chave sarem aps uma transao, as chan-

    Foto:HaraldP

    ettersen,

    Statoil

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    indicadores tn

    ces so altas de que o comprador ter pago em excessopelo seu negcio.

    boa prtica construir uma base de clientes diver-sificada. Embora no haja nmeros mgicos, mantera proporo de vendas derivada de um s cliente me-nor que 10% ou at 5% do total pode ser considerada

    uma boa regra.Diversifique ofertas de produtos ou servios Ser-vir a um nicho bem definido pode, por si s, criarvalor estratgico. Proporcionar uma diversidade deservios aos seus clientes, entretanto, ir, em geralatrair mais compradores potenciais, e ir aumentar ovalor intrnseco do seu negcio. Mesmo se no podeatualmente enfatizar todos os servios oferecidospara maximizar seu potencial de mercado, ofereceruma variedade de produtos e servios pode agregarvalor com compradores estratgicos, principalmentepara aqueles que tm o capital para aproveitar o po-tencial de crescimento inerente.Equipe de gesto / planejamento de transio Osproprietrios de muitas pequenas empresas tendema cometer o erro de administrar seu negcio comapenas uma ou duas pessoas capazes de tomar de-cises crticas. Isso pode comprometer o futuro daempresa quando os proprietrios partirem. O desen-volvimento de talentos e o planejamento de sucessoso fatores crticos para a sustentabilidade do neg-cio e sucesso a longo prazo. Os compradores estarodispostos a pagar mais se puderem demonstrar quetm uma forte equipe de gesto implantada, prepa-rada, e entusiasmada com a perspectiva de assumir a

    liderana da empresa.Barreiras de entrada Os compradores estratgicosfrequentemente se interessam em entrar num merca-do para aproveitar oportunidades sensveis ao tempo,tais como as resultantes do destaque atual do Brasilna melhoria de infraestrutura e o desenvolvimento dosrecursos de petrleo do Pr-sal. Requisitos de pr-qua-lificao e contedo local, a necessidade de registrosprofissionais reconhecidos pelas autoridades locais, eas licenas exigidas pelos rgos reguladores podemconstituir barreiras de entrada caras e demoradas paraempresas novas ao mercado local, mesmo para empre-

    sas globais bem qualificadas. Posicionando sua empre-sa de forma adequada frente s barreiras de entradapotenciais pode aumentar a vantagem competitiva e ovalor na hora da venda.Gesto de operaes Quanto mais fcil for para umcomprador potencial entender seu negcio e, portanto,conceber a administrao do seu negcio de forma ren-tvel, melhor ser o preo de venda de sua empresa. Istorequer sistemas bem definidos para a gesto financeira,contabilidade, marketing e vendas, gesto e controle deprojetos, e as polticas de gesto de recursos humanos.

    Sistemas e polticas de gesto devem ser documen-tados e passveis de auditoria.

    Contabilidade Uma fraqueza comum de pequenas emdias empresas a documentao financeira. Muitasempresas tratam a contabilidade como um exerccio ne-cessrio somente para o cumprimento das obrigaesfiscais. Demonstraes financeiras auditadas, que aten-dem aos padres internacionais de contabilidade, facili-

    tam o due diligence e a negociao, e reduzem o temponecessrio para fechar um negcio. O investimento nes-tas demonstraes financeiras facilmente recuperadocom um preo mais alto de venda da empresa.Website Um website bem projetado pode ser um ativode valor agregado, se demonstrar a capacidade da em-presa de efetivamente apresentar-se ao mercado. Seuwebsite oferece uma oportunidade para transmitir osfatores que tornam seu negcio nico, e tambm podeser aproveitado como uma ferramenta para agregar va-lor para os seus clientes e sua equipe.

    Vale a pena rever seu website, e os dos concorren-tes, para assegurar que seu site ativo e no passivoquando apresenta sua empresa ao mercado.Monte uma equipe de assessores profissionais expe-rientes Montar uma equipe experiente de assessorescontbil, financeiro, jurdico e de M&A antes de apre-sentar a sua empresa a potenciais compradores. Istopermite avaliar as vulnerabilidades de sua empresa eprepar-la para o processo de due diligence a fim deevitar surpresas constrangedoras e caras. Isto deve in-cluir uma empresa de assessoria em fuses e aquisi-es com relevante experincia na indstria.

    O processo de venda de uma empresa comple-xo e muitas vezes emocional. Os proprietrios podem

    ser facilmente esmagados pela carga de trabalho adi-cional, alm das atividades normais do dia a dia. Umassessor em fuses e aquisies pode coordenar todoo processo de transao de modo que os proprietriospodem continuar a focar no desempenho dos negcios.Um consultor em fuses e aquisies experiente trazuma perspectiva imparcial para ajudar os empresriosa avaliar alternativas e para servir como um defensor eintermedirio durante as negociaes.

    Com o auxlio de uma equipe de consultores ex-perientes voc estar bem preparado para identificare avaliar compradores estratgicos e bem posicionado

    para negociar o melhor valor para a venda da sua em-presa.Pense globalmente Antes de selecionar uma assesso-ria em fuses e aquisies, verificar se podem fornecerexposio global. Os compradores estratgicos muitasvezes so internacionais e buscam expandir seus neg-cios geograficamente. Seu consultor deve conhecer seunegcio e mercado e ter as conexes e recursos neces-srios para apresentar sua empresa aos compradorespotenciais bem qualificados no mercado local e global.A exposio internacional ir assegurar que a sua em-presa est aparecendo para os melhores compradorespotenciais.

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    entrevista exclusiva

    Ex-procuradora-geral da Agncia

    Nacional do Petrleo,

    Gs Natural eBiocombustveis

    (ANP), a advogadaSonia Agel , acimade tudo, uma juristaapaixonada pelo quefaz. E com profundo

    conhecimento deum setor que ath duas dcadas

    era dominado porhomens: o de leo

    e gs.

    por Beatriz Cardoso

    CESSO ONEROSA

    QUASE DOAOHOJE, COM AS MULHERES nos principais comandos deste setor na Petrobrase na ANP , a presena feminina poderia at passar despercebida no fosse ocabedal de conhecimento que Sonia Agel detm sobre o marco regulatrio dessemercado. Da licitao de reas exploratrias e contratos de concesso s regrasaplicadas pela ANP na fiscalizao das diversas atividades que esto sob sua

    responsabilidade. Assim, em entrevista exclusiva TN Petrleo, a jurista, que scia do escritrio L.O.Baptista, Schmidt, Valois, Miranda, Ferreira & Agel, fala desua preocupao com o risco de esvaziamento da ANP que ela considera com-pletamente estruturada e capacitada para regular o setor e, de preferncia, semqualquer interferncia poltica.

    E questiona a mudana aleatria das regras do jogo, da distribuio de royaltiesao regime de partilha e cesso onerosa. Considero essa relao incestuosa, jque falamos de cesso para empresa pblica onde o Estado detm 47% de seucapital, com dispensa de licitao, diz Agel, defendendo ainda a simplificao dasregras dos contratos de concesso.

    TN Petrleo A ANP foi criada em 1997, mas completou 15 anos de existnciaem janeiro, uma vez que passou a existir de fato, em janeiro de 1998. Como

    procuradora-geral da ANP durante os primeiros cinco anos e jurista que acumulamais de 25 anos no setor pblico, principalmente de energia, qual o balano quevoc faz da agncia?

    Sonia Agel A criao das agncias reguladoras no Brasil foi uma das facesmais visveis do processo da reforma de Estado implantada em meados dos anos1990. Com isso, deu-se incio era do Estado Regulador, j que o modelo deEstado Empreendedor j mostrava sinais de esgotamento.

    Para tanto, era importante que essas agncias fossem dotadas de plena auto-nomia e compusessem seus quadros com tcnicos independentes e especializadossem qualquer interferncia em nvel poltico.

    Essa receita foi seguida fielmente no incio da ANP, que tinha total autonomiae contava com um ento reduzido quadro de tcnicos especializados, inclusive

    na composio da primeira diretoria. Na verdade, naquela poca grande parte doconhecimento sobre a indstria do petrleo era detido pelos tcnicos da Petrobras,o que fez com que o quadro da entidade fosse composto por grande nmero deacadmicos e professores com nvel de mestrado e doutorado.

    A conjuno desses tcnicos, acrescida de algumas consultorias internacionais,foi de grande ajuda para formatar o novo modelo de regulamentao em todos oselos da cadeia do poo exploratrio ao posto revendedor , o que no foi tarefafcil. O resultado foi surpreendente e gratificante para todos, sobretudo no setorde upstream, que abria as portas de entrada para novos investidores nacionaisou internacionais.

    A partir da primeira rodada de licitaes, o Brasil passou a fazer parte do timede pases com grande atratividade para o setor de petrleo e, consequentemente

    atraiu grandes e mdias empresas nacionais e estrangeiras, o que veio a fortalecer

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    Sonia Agel, do L.O.Baptista, Schmidt, Valois, Miranda, Ferreira & Agel

    REGIME DE COMPE-

    TITIVIDADE APS

    O FIM DO MONOP-

    LIO FORTALECEU A

    PETROBRAS, QUE

    CRESCEU E SE

    TORNOU UMA DAS

    MAIORES COMPA-

    NHIAS DE PETR-

    LEO DO MUNDO.

    a Petrobras que, no regime de compe-

    titividade com outras empresas teveum crescimento acentuado em todas asreas, passando a fazer parte da listadas maiores do mundo.

    A ANP ajudou a criar um marco regula-trio e depois se viu obrigada a recriaralgumas regras para se adequar a umnovo ambiente: de cesso onerosa epartilha. Como voc avalia estas mu-danas no mbito legal?

    A partir de 2002, a ANP comeoua mostrar mudanas com a visvel

    interferncia do novo Governo, que

    por razes ideolgicas se mostravacontrrio autonomia e independn-cia concedida s agncias regulado-ras. Hoje, a ANP comea a mostraruma nova cara com a nomeao dediretores com conhecimento do setore reconhecida capacitao tcnica considero uma vitria a ANP ter emsua diretoria um tcnico concursadointegrante do quadro bem como aformao de um quadro de pessoalcom reconhecida capacidade tcnica,contratados por concurso pblico.

    Porm, o lamentvel que cada vezmais fica evidente a falta de indepen-dncia da ANP diante do Ministrio de

    Minas e Energia, o qual, aos poucos, vemocupando o papel de formulador de po-lticas do setor, o que caberia ao CNPE,e ao mesmo tempo o de implementadordessas polticas, papel esse que caberia Agencia. Voltamos, portanto era doEstado Empreendedor ou, podemos di-zer, Estado Meio Regulador. S esperoque com a implantao da PPSA a ANPno seja esvaziada de suas funes, oque seria um grande desperdcio, j quehoje ela se encontra completamente

    estruturada e capacitada para regularo setor e, de preferncia, sem qualquerinterferncia poltica.

    Quais foram os grandes desafios re-gulatrios no Brasil desde a quebra domonoplio?

    A regulao de um setor com vrioselos na cadeia por apenas uma agnciareguladora j um grande desafio. Daextrao do petrleo ao posto revende-dor um longo caminho que perpassa otransporte, refino, distribuio e revenda

    Fotos:Divulgao

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    entrevista exclusiva

    sem contar com o gs natural que diante

    de suas caractersticas quase umaagncia dentro de outra.Na maioria dos pases que visitei,

    as agncias reguladoras so bastantesetorizadas ainda mais com relao aogs natural. Notei, ainda, que as agnciasreguladoras, seja de gs ou de ativida-des ligadas ao upstream, so em geralorganismos compostos de um nmeromnimo de servidores e que o mercado autorregulvel, sobretudo na rea dedistribuio e revenda. Nota-se umaquantidade bem reduzida de normas e

    regulamentos por reas que apresentamregras de carter geral que servem denorte para a execuo das atividades.

    Enfrentamos desafios em todos oselos da cadeia, os quais vm sendo ven-cidos ao longo dos anos. De qualquermodo, creio que o grande desafio foiestabelecer um modelo de contrata-o para as atividades de exploraoe produo de petrleo e gs natural,at ento exclusiva da Petrobras, queao mesmo tempo em que atendesse o

    arcabouo jurdico brasileiro estivesseem consonncia com as melhores pr-ticas da indstria em todo o mundo, demodo a se tornar competitivo para atrairnovos investimentos.

    O que avanou e superou at as ex-pectativas?

    Por ser um setor praticamente novo,aps 45 anos do exerccio do monoplioexercido pela Petrobras, a atividade deexplorao e produo de petrleo e gs

    foi a que mais avanou e apresentou

    resultados mais favorveis em poucotempo, superando todas as expectati-vas, talvez porque tenha sido formatadodesde o incio.

    Algumas reas, como refino e trans-porte, principalmente de gs natural,pouco avanaram, muito em razo daconcentrao de mercado nas mos daPetrobras. No setor de downstream fo-

    ram empreendidos esforos para corrigiras distores do mercado de distribuioe revenda de combustveis, existente poca da implantao da ANP, atravs doestabelecimento de regulamentao que,ao mesmo tempo em que incentivassea entrada de novos agentes no setor,garantisse a livre e justa concorrncia,preservando a legalidade e legitimidadena execuo das atividades e, em espe-cial, a garantia da qualidade do produ-to. Muitos desafios foram vencidos ao

    longo dos anos e o aperfeioamento daregulamentao, em consonncia comas mudanas ocorridas no mercado, ameu ver, tem produzido bons resultadosao longo desses 15 anos.

    O que ainda precisa ser aprimorado:lei do gs? Transporte?

    Em 1997, poca da promulgaoda Lei do Petrleo, o gs natural notinha a importncia que hoje tem namatriz energtica brasileira, razo pela

    qual as peculiaridades inerentes aos

    seus processos no foram adequada-mente tratadas naquela lei. Alm dasnormas gerais referentes s atividadesde explorao, produo, importaoe exportao, as poucas disposiesaplicveis ao gs natural se resumiam

    ao livre acesso aos dutos de transportee aos terminais existentes, o que semprese mostrou problemtico, tendo em vistaa necessidade de negociao entre asempresas interessadas e a Petrobras,titular das instalaes.

    A nova Lei do Gs, alm de instituiro regime de concesso para a cons-truo e operao dos novos dutos detransporte dissociando o interessede carregadores e transportadores eregulamentando o acesso de terceiros

    interessados , veio a suprir a lacunaexistente na Lei do Petrleo, na medidaem que disps sobre as atividades detratamento, processamento, estocagem,liquefao, regaseificao e comercia-lizao de gs natural.

    A expectativa de que a nova Lei doGs seja, de fato, um instrumento eficazpara a atrao dos investimentos neces-srios expanso da infraestrutura dosetor. No entanto, o maior desafio hojeenfrentado pela indstria a disponi-bilidade do insumo para o mercado no

    trmico, o que pressupe no apenaso aumento da produo existente, mas,tambm, a entrada de novos agentesfornecedores. Existe uma perspectivapositiva quanto ao aumento da ofertade gs face explorao do pr-sal eao desenvolvimento do gs de xisto(shale gas) em algumas bacias terres-tres. A expanso da malha de dutos eda infraestrutura s ser passvel decrescimento se houver mercado para tal.

    A cesso onerosa e o regime de parti-lha so apontados por alguns tcnicoscomo quebra de um marco regulatriobem-sucedido. Qual sua avaliao?Essas mudanas podem significar umretrocesso? Ou podem trazer avanos?

    Em primeiro lugar, no vi qualquerjustificativa plausvel a no ser a ideo-lgica para alterar o arcabouo jurdicodo setor de explorao e produo depetrleo e gs natural, implantado pelaLei do Petrleo em 1997, j que esse foi

    responsvel por resultados altamente

    UMRETROCESSO A

    MUDANA DO AR-CABOUO JURDI-

    CO, PRINCIPALMEN-TE DO MODELO DECONCESSO PARA

    O DE PARTILHA.

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    favorveis para o pas, alm de ter sidoreconhecido em escala mundial comoexemplo de transparncia, seguranae estabilidade para o investidor. Nose mexe em time que est ganhando, ano ser para aperfeio-lo.

    Se o objetivo era aumentar ascompensaes financeiras relativas sanunciadas riquezas do pr-sal, seriasuficiente alterar o Decreto Presidencialn. 2.705/98 para aumentar as alquotasdas participaes governamentais, emespecial a Participao Especial.

    Considero um grande retrocessoessa mudana, sobretudo em rela-o ao modelo sugerido. Um nicooperador para todas as reas como percentual mnimo de 30% um

    ato de coragem e afasta de incio apossibilidade de que outras empresas,nacionais ou estrangeiras, possam vira operar campos exploratrios na reado pr-sal. Posso imaginar o esforohercleo por parte da Petrobras paracumprir, como operadora nica, todosos compromissos que a explorao nopr-sal iro exigir.

    Por outro lado, a criao de umaestatal PPSA que representar oGoverno no consrcio, com direitoa voto e a veto, uma intervenodesarrazoada numa atividade em quedeve prevalecer a competitividade e

    as foras de mercado, dado o tama-nho dos investimentos exigveis, eme parece um retorno disfarado aomonoplio estatal. Mais uma vez oEstado Meio Regulador e Meio Con-tratador toma posio.

    O que representou, em termos de evolu-o ou retrocesso do marco regulatrio,mais de cinco anos sem leiles, umavez que voc ajudou a criar as regrasdos primeiros BIDs?

    Como j disse, os leiles realizadospela ANP apresentaram resultados bas-tante positivos durante os dez anos con-secutivos em que foram realizados, almde servir de exemplo de transparnciae segurana para todos os investidoresque dele participaram acreditando nodesenvolvimento do setor de petrleono Brasil. No entanto, bastou a existn-

    cia de indcios de grandes reservas, nacamada do pr-sal, para que essa esta-bilidade viesse a ser ameaada atravsda suspenso dos leiles, colocando oBrasil, durante cinco anos, em um ce-nrio de incertezas para aqueles que

    j haviam includo em seu portflio apossibilidade de investir no Brasil. Comisso, muitas empresas deixaram o Brasilde fora de seus portflios, em busca denovos investimentos em outros pasesprodutores.

    Cesso onerosa um modelo bem acei-to externamente? Existe modelo similarem outros pases?

    No tenho como afirmar se exis-te cesso onerosa em outros pases.

    So tantos e diferentes os arcabouosjurdicos! No tenho acesso a todos.No entanto, tenho minhas dvidas seh um modelo igual ao que foi usadopara a Petrobras, que foi quase umadoao. Acredito que, para um pas queest praticamente abrindo o setor depetrleo em regime de competitividade,beneficiar a empresa estatal no deve

    cesso onerosa quase doao

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    Petrobras60 anos

    PETRLEO IGS IBIOCOMBUSTVEIS

    AnoXIVset/out2013 N91www.tnpetroleo.com.br

    H 60 anos a Petrobras vem contribuindo de forma decisiva

    para alavancar o desenvolvimento econmico e social do

    Brasil. Mais ainda: fomentou o surgimento e a consolidao

    de uma grande cadeia produtiva que floresceu ao seu redor.

    Que incentivou a inovao e promoveu a integrao entre

    empresa, universidade e centros de pesquisa.

    Petrobras 60 anos:

    VISO DE FUTURO

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    r i n i r

    L K N ENT ELL

    r r n i i n t r l h t cn ic

    1 r r n i i n t r l h t cni c

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    ealiza e

    rganiza:

    ClubedeIdeias

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    entrevista exclusiva

    estar sendo bem aceito pelos demaisplayers do mercado.

    O que h de bom e de ruim na cessoonerosa em termos regulatrios, paraum pas que quer desenvolver de forma

    sustentvel este setor que tem um fortepeso na economia? Abre lacunas emtermos regulatrios ou algum tipo deconflito?

    A cesso onerosa de reas noconcedidas no pr-sal, com dispensade licitao, me parece inconstitucio-nal. No consigo ainda entender o fatode que a Lei do Petrleo, promulgadaem razo da Emenda Constitucional n.09/95, determine que as atividades deexplorao e produo de petrleo e

    gs natural sejam concedidas medianteprvia licitao e, logo em seguida, umanova lei conceda a cesso onerosa parauma empresa, com dispensa de licitao!

    Mas, prefiro deixar essa discussopara os grandes constitucionalistas e oSupremo Tribunal Federal, que melhordiro. A meu ver, a cesso onerosa tratade uma relao incestuosa, j que fala-mos de cesso para empresa pblica naqual o Estado detm 47% de seu capital,com dispensa de licitao. Assim, achoque um srio precedente para cesses

    onerosas futuras o que pode vir a fra-gilizar a credibilidade dos investidoresdiante do Brasil, alm de servir comoameaa segurana jurdica.

    E o regime de partilha: existe em outroslocais? bem-sucedido? Possibilita odesenvolvimento do setor?

    O regime de partilha da produonada mais do que a repartio, entrea Unio e o contratado, do petrleo egs natural extrados de determinada

    rea exploratria, de acordo com os cri-trios previamente estabelecidos pelaResoluo do CNPE, j publicada. Umavez descontados os investimentos ecustos de extrao, de acordo com aforma pactuada no contrato, a parcelarestante do leo produzido na partilha(excedente em leo) dividida entre aUnio e o contratado.

    No cenrio internacional de explora-o e produo de petrleo e gs, verifica--se que o regime de Partilha da Produo comumente adotado nos pases ainda

    em desenvolvimento, tais como Indonsia,Malsia, China, ndia, Imen, Om, Sria,Cazaquisto, Rssia (parte), Egito, Lbia,Arglia, Nigria, Angola e Trinidad & Toba-go. Por outro lado, o regime de Concessoaplica-se a pases como Estados Unidos,

    Canad, Inglaterra, Noruega, Dinamarca,Holanda, Nova Zelndia, Rssia, Brasil,Argentina, Venezuela, Arbia Saudita eEmirados rabes.

    Alguns pases adotam os dois mo-delos, como, por exemplo, Trinidad &Tobago, Angola e Rssia. Deve ter algummotivo para que os grandes produtoresde petrleo no cenrio mundial tenhamoptado pelo Contrato de Concesso aoinvs da Partilha da Produo.

    O que fazer para ampliar o acesso dosprodutores independentes, de pequenoporte, a este mercado? Voc acreditaque o ltimo leilo j respondeu a isso?Por qu?

    A meu ver, existem trs questesimportantes que, se enfrentadas, poderoampliar sobremaneira o acesso dessesprodutores ao mercado de explorao eproduo de petrleo e gs. A primeiradelas a oferta de reas. A 11 Rodada foium bom exemplo, j que muitas dessasempresas se fizeram presentes atradas

    pelo perfil das reas oferecidas. A se-gunda o oferecimento de um Contratode Concesso com regras mais simplese em consonncia com as peculiaridadesdas reas. Creio que ter um modelo decontrato para reas em offshore de guasprofundas ou com desafios tecnolgicose reas localizadas em campos onshore(campos marginais, em especial) notem se mostrado muito produtivo e, emdeterminadas situaes, atrapalhado odesenvolvimento da atividade. A terceira

    e ltima, que considero a mais difcil,seria ampliar a malha de transportes paraaumentar a oferta de consumidores jque hoje, ainda mais nas reas onshore,no h competitividade quanto oferta, jque falamos de apenas um consumidor.

    O que voc julga mais importante nesteltimo leilo: o bnus de assinatura, a par-ticipao de tantas empresas ou o PEM?Por qu? O que representa de to positivo?

    A 11 Rodada teve papel importantepara a retomada do desenvolvimento

    do setor de petrleo que nos ltimoscinco anos sofreu uma estagnao. Asreas oferecidas, a presena de muitose novos competidores foram fatoresimportantes para o sucesso do leilo. Obom que o alto padro foi mantido pela

    ANP e continua sendo um belo exemplopara o mundo.

    Os prazos concedidos para o PEM soexequveis, mesmo para aqueles emque o risco maior, principalmente emdecorrncia do pouco conhecimento dealgumas fronteiras?

    Essa questo de prazo se mostroubastante polmica desde o incio dasrodadas. Na verdade, o que aconte-ce que muitas vezes ocorrem fatos

    supervenientes que impedem o anda-mento normal da explorao, como, porexemplo, em 2008 os concessionriosenfrentaram uma sria crise no mercadode sondas, o que gerou grande nmerode pedidos de extenso de prazo.

    O ideal seria ter prazos diferencia-dos para reas de maior dificuldade etambm flexibilidade um pouco maiorpara a extenso de prazos exploratriosem caso de justificada necessidade.Mas o PEM e os prazos exploratriosevitam que o concessionrio se mante-

    nha nas reas sem fazer qualquer tipode investimento. Acredito que um malnecessrio.

    Novos leiles esto previstos para esteano: o do pr-sal e do gs (shale gas econvencional). Vrios leiles em menosde oito meses (maio a dezembro) bomem termos de mercado? O que podese tornar um fator contraproducentenestes leiles seguidos? E quais osfatores positivos?

    A realizao de leiles iniciativamuito bem-vinda para garantir que oBrasil continuar a desenvolver o setorde petrleo atravs de novos investi-mentos e gerao de emprego, princi-palmente aps o perodo de estagnaoque vivemos nos ltimos cinco anos.

    Tenho dvidas quanto ao resultadodo leilo do pr-sal, no apenas peloalto valor do Bnus de Assinatura, mastambm pelo desconhecimento de comoser desenvolver uma atividade extre-mamente complexa e cara e ser geri-

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    da por um consrcio do qual o Estadoparticipar como gestora dos contratos,com direito a voto e a veto.

    No resta claro tambm como sera composio da empresa pblica querepresentar a Unio, e at onde vo

    os limites de sua atuao. Quanto aoleilo de shale gs, acho que veio emboa hora, porm h tambm questesa serem resolvidas. Por exemplo: omodelo do Contrato de Concesso queser adotado, tendo em vista que em-bora o gs natural convencional e o noconvencional no apresentem grandesdiferenas quanto ao produto, eles soencontrados em reservatrios diferen-tes que exigem tcnicas diferentes deextrao. Em assim sendo, o Contrato

    dever se adaptar atividade, sobretudoem relao a prazos, devoluo de reas,planos de desenvolvimento, e outrasquestes menores.

    Pelo seu conhecimento desta rea,o leilo do pr-sal pode demandaroutros requisitos, inclusive em termosde PEM, ou de ndice de contedonacional, devido aos desafios tecnol-gicos e logsticos, grandes distnciasda costa e altas profundidades, emambientes severos?

    Acredito que os investimentos narea do pr-sal exigiro mudanas con-tratuais que permitam prazos explorat-rios mais extensos, dentre outras altera-es condizentes com as especificidadesdas atividades exploratrias naquelasreas, considerando os desafios a quevoc se refere. Com relao aos ndicesde contedo local esses j foram defi-nidos pela Resoluo do CNPE n. 5/13.

    Mesmo havendo uma reduo dopercentual mnimo, diante do apresen-

    tado na 11 Rodada, no acredito quea indstria nacional esteja capacitadapara atender esses percentuais tendoem vista ser um tipo de explorao queexigir tecnologia muito avanada. Oideal seria que os percentuais fossemmenores e, ao longo dos anos, fossemaumentando de acordo com a capacita-o da nossa indstria.

    O contedo nacional tem data de va-lidade? O que pode ocorrer se ele se

    estender por muito tempo? No poder

    haver uma defasagem da indstria, umavez que no d para dar um grande saltoem to pouco tempo? Qual o perodosaudvel para que sejam mantidas re-gras como essas, olhando exemplo deoutros pases?

    No acho que o Contedo Localtenha data de validade. A Constituiode 1988 j determinava a integrao domercado interno no patrimnio nacionale incentivava a autonomia tecnolgicado pas. Por outro lado, a poltica decontedo local usual na maioria dospases produtores e no seria justoque essa prtica no fosse adotadatambm no Brasil.

    O grande problema que os per-centuais oferecidos, com base no per-centual mnimo determinado pela ANP,no esto em consonncia com o parquetecnolgico existente, na sua totalidade.Alm disso, os mecanismos de controle

    de proteo adotados na poltica de es-tmulo aquisio de bens e servios daindstria nacional (como,