tecnicas de investiga o - web.fe.up.pttavares/downloads/publications/relatorios/... · venoso onde...
TRANSCRIPT
Faculdade de Engenharia da Universidade de Porto
RREELLAATTÓÓRRIIOO DDOOSS TTRRAABBAALLHHOOSS DDEE IINNVVEESSTTIIGGAAÇÇÃÃOO DDEESSEENNVVOOLLVVIIDDOOSS NNOO ÂÂMMBBIITTOO DDAA DDIISSCCIIPPLLIINNAA DDEE
TTÉÉCCNNIICCAASS DDEE IINNVVEESSTTIIGGAAÇÇÃÃOO
Andreia Sofia Pinheiro de Sousa
PROGRAMA DOUTORAL EM ENGENHARIA BIOMÉDICA
Junho de 2009
Orientador:
Prof. Doutor João Manuel R. S. Tavares
Prof. Auxiliar do Departamento de Engenharia Mecânica
Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto
Andreia Sousa iii
ÍÍNNDDIICCEE
Índice de figuras ...................................................................................................................... v
Índice de tabelas .................................................................................................................... vii
I. Introdução ................................................................................................................. 1
1.1 Descrição ................................................................................................................... 1
1.2 Organização adoptada .............................................................................................. 1
II. Fundamentação teórica ............................................................................................ 3
2.1 Controlo Postural ...................................................................................................... 3
2.2 Retorno venoso ......................................................................................................... 6
2.3 Superfícies de apoio instáveis, controlo postural e retorno venoso ........................ 7
2.4 Objectivos ................................................................................................................. 8
III. Metodologia .............................................................................................................. 9
3.1 Amostra..................................................................................................................... 9
3.2 Instrumentos ........................................................................................................... 10
3.3 Procedimentos ........................................................................................................ 11
3.3.1 Preparação ....................................................................................................... 11
3.3.2 Recolha ............................................................................................................ 11
i. Medição da actividade electromiográfica e valores cinéticos .................... 11
ii. Medição dos parâmetros hemodinâmicos .................................................. 16
3.4 Questões éticas ....................................................................................................... 17
3.5 Estatística ................................................................................................................ 18
IV. Resultados experimentais ....................................................................................... 19
4.1 Grau de actividade muscular recrutada, oscilação do CP, diâmetro e velocidade de
retorno venoso em ortoestatismo ...................................................................................... 19
4.1.1 Influência do calçado com instabilidade no retorno venoso ........................... 19
4.1.2 Influência do calçado com instabilidade na oscilação antero-posterior do CP 20
4.1.3 Influência do calçado com instabilidade no grau de recrutamento de actividade muscular ........................................................................................................ 21
4.2 Influência da utilização de um calçado com instabilidade nos ajustes posturais
antecipatórios e compensatórios resultantes da aplicação de um desequilíbrio externo . 22
V. Discussão ................................................................................................................. 25
5.1 Influência do calçado com instabilidade na actividade muscular do membro
inferior e na oscilação antero-posterior do CP, em ortostatismo ...................................... 25
5.2 Influência da utilização de um calçado com instabilidade nos APA e APC
associados a um desequilíbrio externo inesperado ............................................................ 26
Andreia Sousa iv
5.3 Influência do calçado com instabilidade no retorno venoso .................................. 30
VI. Conclusões e perspectivas de trabalhos futuros ..................................................... 33
6.1 Conclusões .............................................................................................................. 33
6.2 Perspectivas de trabalhos futuros .......................................................................... 33
Bibliografia ............................................................................................................................ 35
Anexos .................................................................................................................................. 51
Andreia Sousa v
ÍÍNNDDIICCEE DDEE FFIIGGUURRAASS
Figura 3.1: Modelo de calçado com instabilidade utilizado ................................ 13
Figura 4.1: Gráfico ilustrativo da influência do calçado instável no retorno
venoso onde são apresentados os valores de prova (p) obtidos na comparação do
débito venoso, sem calçado e com calçado MBT, para três localizações
anatómicas, VFS, VFC e VP ................................................................................... 19
Figura 4.2: Gráfico representativo da variação do DP das oscilações do CP em
equilíbrio estático e sem perturbações, com calçado MBT e sem calçado, nos
indivíduos participantes na amostra ......................................................................... 20
Figura 4.3: Gráfico representativo da variação da CPmax das oscilações do CP
em equilíbrio estático e sem perturbações, com calçado MBT e sem calçado, nos
indivíduos participantes na amostra ......................................................................... 21
Figura 4.4: Gráfico representativo do RMS da actividade electromiográfica dos
músculos TA, GM, RF, BF, RA e Long em equilíbrio estático e sem perturbações
com calçado MBT e sem calçado ............................................................................ 22
Figura 4.5: Gráfico representativo do desvio padrão do deslocamento do CP
após a aplicação de uma perturbação externa com calçado MBT e sem calçado ... 24
Figura 4.6: Gráfico representativo da CPmax do deslocamento do CP após a
aplicação de uma perturbação externa, com calçado MBT e sem calçado .............. 24
Andreia Sousa vi
Andreia Sousa vii
ÍÍNNDDIICCEE DDEE TTAABBEELLAASS
Tabela 4.1: Valores médios, desvio padrão, máximos e mínimos do caudal
venoso medido sem calçado em com calçado com instabilidade. Foi utilizado um n-
amostral (N) de 14 .................................................................................................... 19
Tabela 4.2: Valores médios, desvio padrão, máximos e mínimos do DP e
amplitude pico-a-pico das oscilações do CP, sem calçado e com calçado MBT, em
equilíbrio ortoestático e sem perturbações .............................................................. 20
Tabela 4.3: Valores médios, desvio padrão, máximos e mínimos do RMS da
actividade electromiográfica dos músculos TA, GM, RF, BF, Long e RA, sem
calçado e com calçado MBT, em equilíbrio ortoestático e sem perturbações .......... 21
Tabela 4.4: Valores médios, desvio padrão, máximos e mínimos do integral da
actividade electromiográfica dos músculos TA, GM, RF, BF, Long e RA sem
calçado e com calçado MBT, em equilíbrio ortoestático com aplicação de uma força
externa. A actividade muscular é apresentada segundo intervalos temporais, APA1,
APA2, APC1 e APC2 ............................................................................................... 23
Tabela 4.5: Valores médios, desvio padrão, máximos e mínimos do DP e
CPmax do deslocamento do CP sem calçado e com calçado MBT, em equilíbrio
ortoestático com aplicação de uma força externa. Os valores relativos ao
deslocamento do CP são apresentados segundo intervalos temporais, APC1 e
APC2 ........................................................................................................................ 24
Andreia Sousa viii
Andreia Sousa 1
II.. IINNTTRROODDUUÇÇÃÃOO
11..11 DDEESSCCRRIIÇÇÃÃOO
Este relatório visa essencialmente apresentar as técnicas e os trabalhos
desenvolvidos no âmbito da disciplina Técnicas de Investigação, sendo o tema
central da Tese de Doutoramento associada a análise de movimento humano e
o controlo postural.
O conjunto de trabalhos descritos neste relatório teve como objectivo
principal perceber de que forma os mecanismos de controlo postural se
adaptam perante a modificação de uma aferência e de que forma essa
modificação se repercute em termos hemodinâmicos. A actividade muscular de
diferentes músculos e o deslocamento antero-posterior de centro de pressão
(CP) foram recolhidos em duas circunstâncias posturais distintas, através de
electromiografia (EMG) de superfície e plataforma de forças, respectivamente.
Os valores do diâmetro e velocidade venosos, medidos através do eco-doppler,
foram utilizados para calcular o caudal venoso. Os trabalhos realizados foram
baseados numa tipologia observacional analítica transversal, tendo sido
utilizada uma amostra de indivíduos saudáveis e do género feminino, definida
por um conjunto adequado de critérios de exclusão.
11..22 OORRGGAANNIIZZAAÇÇÃÃOO AADDOOPPTTAADDAA
A informação exposta neste documento encontra-se dividida ao longo de
seis capítulos. É de seguida apresentada de forma sucinta a informação
presente nos restantes capítulos:
Capítulo II: Fundamentação teórica
De uma forma genérica, este capítulo está orientado no sentido de fazer
uma análise em termos de mecanismos e estratégias relacionadas com o
controlo postural que estiveram na génese da definição dos objectivos de
investigação dos trabalhos realizados. É também apresentada uma abordagem
CCAAPPÍÍTTUULLOO II:: IINNTTRROODDUUÇÇÃÃOO
Andreia Sousa 2
a um conjunto de factores que, do ponto de vista da evidência científica, podem
relacionar aspectos hemodinâmicos com o controlo postural.
No final do capítulo são apresentados os objectivos que guiaram o
conjunto de trabalhos apresentados no presente relatório.
Capítulo III: Metodologia
Neste capítulo são apresentados os aspectos metodológicos relativos à
realização dos trabalhos realizados, nomeadamente, sobre a amostra,
instrumentação, procedimentos, questões éticas e análise estatística.
Capítulo IV: Resultados experimentais
Os principais resultados obtidos pelas várias experiências realizados e
são analisados e apresentados em termos estatísticos.
Capítulo V: Discussão
É apresentada uma análise crítica da metodologia adoptada bem como
dos resultados obtidos à luz de estudos realizados sobre o tema de
investigação considerado.
Capítulo VI: Conclusão e Perspectivas futuras
Neste capítulo são abordadas as principais conclusões do trabalho
efectuado e finalmente são apresentadas sugestões para trabalhos futuros.
Andreia Sousa 3
IIII.. FFUUNNDDAAMMEENNTTAAÇÇÃÃOO TTEEÓÓRRIICCAA
22..11 CCOONNTTRROOLLOO PPOOSSTTUURRAALL
O sistema de controlo postural regula a disposição do corpo no espaço
com o objectivo de promover orientação e equilíbrio, baseando-se na
integração central de informação proprioceptiva, vestibular e visual e numa
representação interna da orientação corporal no espaço. O modelo interno de
posição corporal é continuamente actualizado/melhorado tendo como base
este feedback multissensorial que é usado para criar comandos motores para
controlo da posição corporal no espaço, tendo em linha de conta restrições
ambientais [Massion, 1994; Mergner, 1998].
Segundo [Winter, 1995], a postura pode ser definida como a orientação
de cada segmento corporal relativamente ao vector gravidade. O equilíbrio
constitui um termo genérico para descrever a dinâmica da postura corporal
para prevenir a queda. O equilíbrio em posição vertical é conseguido quando o
centro de massa (CM) é posicionado sobre a base de suporte e está alinhado
com o centro de pressão (CP). O controlo postural, é a habilidade para manter
o equilíbrio em relação à gravidade através da manutenção ou retorno do CM
na base de suporte corporal. Em posição ortostática, existe um equilíbrio
instável dado que a força de gravidade tem de ser equilibrada continuamente
através de energia muscular [Horak, 1987]. A posição do CM, bem como a
configuração geométrica dos segmentos corporais, é rigorosamente controlada
relativamente à superfície de apoio e direcção da gravidade [Gurfinkel, 1995;
Massion, 1992a; Nashner, 1985]. Em posição ortostática, as estratégias de
controlo postural podem ser caracterizadas primariamente pelos padrões de
activação muscular e cinemática corporal [Horak, 1986].
Qualquer desequilíbrio externo, como uma translação súbita da superfície
de suporte, ou interno, como um movimento rápido do membro superior e
inferior, altera a projecção do CM para os limites da base de suporte e o
alinhamento entre o CM e o CP, o que pode resultar num desequilíbrio
postural. Para minimizar o perigo de perda de equilíbrio, o sistema nervoso
CCAAPPÍÍTTUULLOO IIII:: FFUUNNDDAAMMEENNTTAAÇÇÃÃOO TTEEÓÓRRIICCAA
Andreia Sousa 4
central (SNC) utiliza ajustes posturais antecipatórios (APA) através da
activação muscular desencadeada por mecanismos de feedforward,
previamente ao desequilíbrio [Aruin, 1995b; Belenkiy, 1967; Li, 2007; Massion,
1992a], bem como ajustes posturais compensatórios (APC) que são iniciados
por sinais sensoriais de feedback [Alexandrov, 2005; Park, 2004]. Os APC
constituem mecanismos de restauração da posição do CM após o distúrbio ter
ocorrido. Tem sido demonstrado que a magnitude dos APA depende da
direcção [Aruin, 1997; Santos, 2008] e magnitude do desequilíbrio [Aruin, 1996;
Bouisset, 2000] e que estes são afectados pelas características da acção
motora usada para induzir o desequilíbrio [Arruin, 2003; Shiratori, 2007],
configuração corporal [Arruin, 2003; van der Fits, 1998] e medo de queda
[Adkin, 2002]. A literatura refere que a resposta dos APC depende da direcção
e magnitude do desequilíbrio, da dimensão da base de suporte [Dimitrova,
2004; Henry, 1998; Horak, 1986; Jones, 2008], previsibilidade do desequilíbrio
[Burleigh, 1996], de instruções [Mcllroy, 1993] e do envolvimento numa tarefa
secundária, tal como segurar um objecto com as mãos [Bateni, 2004]. Padrões
distintos de activação muscular, designados de estratégia da anca e tornozelo,
foram descritos nos músculos do membro inferior e tronco em resposta à
translação da superfície de apoio [Horak, 1986]. Um dos objectivos dos APA é
minimizar os efeitos do futuro desequilíbrio [Massion, 1992b], a presença de
APA não dispensa os APC para controlo postural que envolve correcções em
tempo real [Bouisset, 1987] e uma regulação da actividade [Crenna, 1987;
Friedli, 1984]. Segundo [Santos, 2009b], existe uma relação entre os APA e os
APC no controlo da postura e a possibilidade de utilização óptima dos APA a
este nível. A análise dos padrões de activação muscular entre os períodos de
controlo postural antecipatório e compensatório mostrou diferenças na
magnitude e sequência de activação muscular em função da disponibilidade
dos APA.
Existem dois factores principais que determinam as forças musculares:
em primeiro lugar, a composição corporal de equilíbrio de referência, e em
segundo lugar, a deflexão da configuração corporal desta referência. As
alterações automáticas e involuntárias da força muscular em resposta a
deflexões a partir de uma dada referência são essenciais para o controlo por
CCAAPPÍÍTTUULLOO IIII:: FFUUNNDDAAMMEENNTTAAÇÇÃÃOO TTEEÓÓRRIICCAA
Andreia Sousa 5
feedback. As alterações dos parâmetros de controlo por feedback são
essenciais para o controlo por feedforward que pode ser realizado de forma
voluntária e involuntária. Na teoria do controlo motor, o feedback e o plano de
controlo constituem um sistema autónomo “closed-loop”, enquanto o controlo
por feedforward recebe sinais de input externos a este sistema de uma forma
“open-loop”. É normalmente defendido que o controlo por feedforward implica
controlo dos parâmetros do feedback mas não directamente o controlo das
forças musculares [Feldman, 2003].
Tendo em conta o exposto pode ser referido que o controlo postural
constitui uma performance motora representativa da expressão
comportamental da estratégia desenvolvida para manter o equilíbrio. Esta
estratégia é elaborada por aferências proprioceptivas, visuais e vestibulares, tal
como já foi referido, e o seu processamento central e depende da qualidade
dos efectores motores que iniciam o movimento com o objectivo de compensar
o desequilíbrio [Paulus, 1987]. Estas aferências promovem continuamente
informação dos movimentos corporais relativamente ao ambiente circundante
através de feedback. Adicionalmente, a aprendizagem ou a experiência e
conhecimento contribuirão para o controlo postural através da identificação de
ameaças ao equilíbrio antes que estas aconteçam, através de mecanismos de
feedforward, permitindo a manutenção do controlo postural [Iso-Ahola, 1992;
Johanson, 1988; Lavisse, 1995]. Esta sequência de eventos e o equilíbrio
atingido resultante pode ser extensiva e precisamente estudado através de
testes posturográficos. A análise computorizada dos movimentos corporais e
resposta muscular permitem determinar a velocidade do ajuste postural e a
estratégia usada para o sujeito em estudo [Ledin, 1990; Nashner, 1985]. Estas
técnicas podem ser aplicadas em várias condições de estabilidade e/ou após a
remoção de uma ou várias aferências para controlo postural [Perrin, 1998].
Estudos prévios têm demonstrado que o treino de cada um dos três níveis
de cadeia sensoriomotora (proprioceptiva, visual e vestibular) pode melhorar a
manutenção do equilíbrio em condições anormais [Hlavacka, 1992; Perrin,
1997; Vidal, 1982]. De acordo com [Tsao, 2008], vários autores têm defendido
que os ajustes posturais de feedforward podem ser treinados. Em [Schmitz,
2002] é mostrado que é possível ocorrerem melhorias nos ajustes posturais de
CCAAPPÍÍTTUULLOO IIII:: FFUUNNDDAAMMEENNTTAAÇÇÃÃOO TTEEÓÓRRIICCAA
Andreia Sousa 6
feedforward após a prática de uma tarefa de coordenação bimanual. Já em
[Forrest, 1997] foram obtidos resultados similares em termos de melhoria de
ajustes de feedforward após 16 semanas de treino com Tai Chi. Finalmente,
em [Cowan, 2003] é mostrada uma diminuição do atraso de activação dos
mecanismos de feedforward do músculo quadricípete em indivíduos com dor
anterior do joelho após seis semanas de um programa de treino. De uma forma
geral, estes estudos utilizaram programas globais e incluíram a execução de
tarefas funcionais que requerem controlo por feedforward.
A adaptação do sistema biológico humano inclui a alteração da resposta
dos receptores neurais [Theunissen, 2000] e alterações da função do SNC e
autónomo [LeBlanc, 1975; Pia, 1985]. A adaptação e habituação são comuns
nos sistemas biológicos para controlo do movimento [Eccles, 1986; Ferrel,
2000]. Exercícios repetidos diária e semanalmente melhoram o controlo
postural [Hu, 1994; Ledin, 1990; Perrin, 1998] e podem gerar adaptações
estruturais e funcionais no sistema neuromuscular [Hakkinen, 1996]. A prática
de treino de equilíbrio promove melhorias na performance do controlo postural
tanto em indivíduos saudáveis [Balogun, 1992; Heitkamp, 2001; Hoffman, 1995;
Rozzi, 1999] como em indivíduos com lesão [Mattacola, 1997; Rozzi, 1999].
22..22 RREETTOORRNNOO VVEENNOOSSOO
Em termos hemodinâmicos, em posição ortostática mais de 70% do
volume de circulação está abaixo do coração, com a maior parte do sangue
armazenada no sistema venoso [Rowell, 1993]. O aumento de volume nas
veias de pequeno calibre [Rothe, 1983] torna necessária a existência de
mecanismos compensatórios, no sentido de evitar estase venosa nas
extremidades e ajudar no retorno venoso. A circulação sanguínea durante
exercício em ortoestatismo envolve dois sistemas de bombas: uma bomba
central cardíaca e uma bomba periférica responsável pelo retorno venoso
sistémico. Intuitivamente a actividade destas bombas deveria ser igual; no
entanto, existe evidência de que a bomba periférica pode “dirigir” a circulação
durante o exercício [Rowland, 2001], de tal forma que a insuficiência venosa
CCAAPPÍÍTTUULLOO IIII:: FFUUNNDDAAMMEENNTTAAÇÇÃÃOO TTEEÓÓRRIICCAA
Andreia Sousa 7
dos membros inferiores é frequentemente causada por insuficiência de uma
destas bombas, o músculo tricipete sural [Stewart, 2004].
Tem sido demonstrado que a bomba musculosquelética é efectiva no
esvaziamento dos vasos venosos, dado que mais de 40% do volume
sanguíneo intramuscular pode ser transferido centralmente com uma
contracção muscular única [Stewart, 2004]. Em [Laughlin, 1999] foi verificado
que a bomba muscular contribui para o aumento inicial de retorno venoso e
para a sua manutenção durante o exercício. Durante contracções rítmicas, o
fluxo sanguíneo aumenta durante o período de relaxamento entre contracções,
mesmo nas de baixa intensidade [Radegran, 1997]. Em contraste, durante o
período de contracção, o fluxo sanguíneo irá estar limitado ou bloqueado
devido a um aumento da pressão intramuscular [Kagaya, 1992; Sadamoto,
1983]. Existe também evidência de que o exercício dinâmico produz maior fluxo
sanguíneo relativamente a exercício isométrico contínuo [Laughlin, 1985],
provavelmente devido a um funcionamento mais eficiente da bomba muscular
[Laughlin, 1987].
22..33 SSUUPPEERRFFÍÍCCIIEESS DDEE AAPPOOIIOO IINNSSTTÁÁVVEEIISS,, CCOONNTTRROOLLOO PPOOSSTTUURRAALL EE RREETTOORRNNOO
VVEENNOOSSOO
A manutenção postural em superfície de apoio instável exige níveis
superiores de controlo do sistema eferente e requer uma alteração essencial no
modo de utilização de informação proprioceptiva [Ivanenko, 1997]. Neste
sentido, o equilíbrio em posição ortostática tem sido descrito como efectivo
para reabilitação [Wester, 1996] e prevenção de lesões musculosqueléticas
[Bahr, 1997; Caraffa, 1996; Wedderkopp, 1999]. No entanto, a estabilidade e o
treino muscular têm sido vistos separadamente. Em [Nigg, 2006], através dos
resultados apresentados, é colocada a hipótese de que a utilização de um
calçado instável poderá funcionar como um dispositivo de treino de estabilidade
e fortalecimento muscular. Por outro lado, o exercício dinâmico causa um maior
fluxo sanguíneo de carácter menos heterogéneo relativamente a exercício
isométrico intermitente, estando estas respostas relacionadas com um aumento
da actividade electromiográfica [Laaksonen, 2002]. Neste sentido, torna-se
CCAAPPÍÍTTUULLOO IIII:: FFUUNNDDAAMMEENNTTAAÇÇÃÃOO TTEEÓÓRRIICCAA
Andreia Sousa 8
pertinente analisar a influência da utilização de um calçado instável em
aspectos relativos ao controlo postural bem como em aspectos relativos ao
retorno venoso.
22..44 OOBBJJEECCTTIIVVOOSS
Este trabalho de investigação teve como objectivo principal analisar a
influência da utilização de um calçado instável (Masai Barefoot Technology,
MBT, modelo Sport Black, USA) nas estratégias de recrutamento muscular e
variação do CP em actividades estáticas e dinâmicas e em parâmetros
hemodinâmicos em actividades estáticas.
Em termos mais específicos, procurou-se avaliar a influência da utilização
de um calçado instável nos seguintes parâmetros: 1) grau de actividade
muscular recrutada, oscilação do CP, diâmetro e velocidade de retorno venoso
em ortostatismo; 2) ajustes posturais antecipatórios e compensatórios
resultantes da aplicação de um desequilíbrio externo.
Andreia Sousa 9
IIIIII.. MMEETTOODDOOLLOOGGIIAA
33..11 AAMMOOSSTTRRAA
A amostra foi constituída por indivíduos saudáveis, do género feminino e
de idades compreendidas entre 20 e 50 anos, distribuídos por dois grupos com
correspondência em termos de idade, peso e altura. Foram excluídos
indivíduos que preenchiam um ou mais dos seguintes critérios: 1) história de
lesão recente osteoarticular ou musculotendinosa no membro inferior [Lord,
1994]; 2) antecedentes ou sinais de disfunção neurológica que pudesse afectar
a performance motora, aferências sensoriais e equilíbrio [Lord, 1994;
Ramstrand, 2010]; 3) história de cirurgia a nível dos membros inferiores; 4)
presença de dor nos membros inferiores e tronco inferior nos 12 meses
anteriores à realização do estudo [Ramstrand, 2010; Tinetti, 1988]; 5)
alterações cognitivas [Lord, 1994]; 6) indivíduos sob a acção de medicação; 7)
distúrbios de equilíbrio e défices visuais; 8) indivíduos com experiência de
utilização de calçado instável prévia à realização do estudo [Ramstrand, 2010];
9) indivíduos com espessura da prega abdominal superior a 0.2cm.
Foram adoptados os mesmos critérios de exclusão para os dois grupos. O
grupo 1 constituiu o grupo experimental, onde foram incluídos indivíduos que
executassem preferencialmente a sua actividade profissional de pé e de forma
estática, e que garantissem a utilização de um calçado com instabilidade no
mínimo 8 horas por dia, 5 dias por semana, durante, no mínimo, 6 semanas. O
grupo 2 constituiu o grupo de controlo. Tendo em conta que a utilização do
grupo de controlo tem como finalidade validar os resultados obtidos no grupo
experimental em dois momentos de avaliação e que, no presente relatório,
serão apresentados apenas os resultados do primeiro momento de avaliação,
será feita referência apenas ao grupo experimental. A amostra do grupo
experimental foi assim constituída por 14 indivíduos do género feminino de
idades compreendidas entre 21 e 50 anos (média = 34.6 ± 7.7 anos), altura
entre 1.52 e 1.68 m (média = 1.59 ± 0.06 m); peso entre 47.6 e 75 kg (média =
65.3X ± 9.6 kg). Em todos os indivíduos dos dois grupos, o membro inferior
direito constituiu o membro dominante.
CCAAPPÍÍTTUULLOO IIIIII:: MMEETTOODDOOLLOOGGIIAA
Andreia Sousa 10
33..22 IINNSSTTRRUUMMEENNTTOOSS
A parte experimental do trabalho foi realizada no Centro de Estudos de
Movimento e Actividade Humana da Escola Superior de Tecnologia da Saúde
do Instituto Politécnico do Porto.
Os registos da trajectória do CP e das forças de reacção do solo (FRS)
foram obtidos através de uma plataforma de forças Bertec Corporation, modelo
FP4060-10 (6171 Huntley Rd., Suite J, Columbus, OH 43229, USA).
A actividade electromiográfica do ventre medial do músculo gastrocnemeo
(GM), tibial anterior (TA), recto femoral (RF), bicípete femoral (RF), recto
abdominal (RA) e longuíssimo (Long) foi monitorizada pelo sistema Biopac
Systems, Inc, modelo MP 150 Workstation com eléctrodos em aço, modelo
TD150 e configuração bipolar com 20mm entre as duas superfícies de
detecção, e um eléctrodo-terra (Biopac Systems, Inc. 42 Aero Camino, Santa
Barbara, CA USA).
A magnitude da força destabilizante aplicada aos sujeitos foi monitorizada
através de um dinamómetro isométrico (Globus Italia–via Vittorio Veneto 36–
31013 Codogné - Itália).
O diâmetro e velocidade de retorno venoso foram monitorizados através
de um Eco-doppler Siemens Acuson CV 70 (Siemens Medical Solutions USA,
Inc., Ultrasound Division Headquarters, Mountain View, CA 94039-7393 USA)
com sonda linear multifrequência entre 5 e 10 Hz.
Foi utilizado um adipómetro para medir a espessura da prega cutânea
abdominal (Harpenden Skinfold Caliper modelo HSB-BI, Victoria Road
Burguess Hill, West Sussex, RH15 9LB).
CCAAPPÍÍTTUULLOO IIIIII:: MMEETTOODDOOLLOOGGIIAA
Andreia Sousa 11
33..33 PPRROOCCEEDDIIMMEENNTTOOSS
3.3.1 Preparação
A superfície cutânea foi preparada de modo a reduzir a sua resistência
eléctrica para menos de 5 Ω [Basmajian, 1985]: depilação da área muscular;
remoção das células mortas com álcool; remoção dos elementos não
condutores com lixa [Soderberg, 1992; Turker, 1993].
Os eléctrodos de recolha foram colocados no ponto médio do ventre
muscular dos músculos GM, TA, RF, BF, RA e Long. Para o músculo TA, o
eléctrodo foi colocado no terço proximal da linha que une a cabeça do perónio
e o maleolo medial; para o músculo RF o eléctrodo foi colocado no ponto médio
da linha que une a espinha ilíaca antero-superior e ponto médio do bordo
superior da rótula; para o BF o eléctrodo foi colocado no ponto médio da linha
que une a tuberosidade isquiática e o epicôndilo lateral; para o Long o
eléctrodo foi colocado dois dedos lateralmente à apófise espinhosa de L1
[Freriks, 1999]. Os eléctrodos foram fixados com fita adesiva, de modo a evitar
a sua movimentação e garantir uma pressão homogénea e constante
[Basmajian, 1985]. O eléctrodo-terra foi colocado sobre a rótula. Foi
estabelecido um intervalo de 5 minutos entre a colocação dos eléctrodos e o
início da recolha do sinal electromiográfico [Correia, 1993].
3.3.2 Recolha
i. Medição da actividade electromiográfica e valore s cinéticos
A actividade electromiográfica e os valores cinéticos da plataforma de
força para calcular o CP foram recolhidos em duas circunstâncias diferentes:
(1) bipedismo ortoestático e (2) desequilíbrio externo em posição ortostática.
Em cada tarefa os indivíduos realizaram duas séries de medições, uma sem
calçado e outra com calçado com instabilidade (Figura 3.1). A ordem de
realização das séries foi alietória, de modo a evitar o efeito de ordem que pode
resultar de uma pré-activação e/ou aprendizagem. Foram recolhidos dados no
membro dominante. Previamente à recolha de dados, os indivíduos receberam
uma sessão onde lhes foi explicado o modo de utilização do calçado por um
CCAAPPÍÍTTUULLOO IIIIII:: MMEETTOODDOOLLOOGGIIAA
Andreia Sousa 12
instrutor qualificado, seguida da realização de 10 minutos de marcha até que
estes se sentissem confortáveis com o calçado. Posteriormente, os indivíduos
realizaram uma série de contracções submáximas a nível dos músculos TA,
GM, BF, RF, RA e Long.
A recolha de dados foi dividida em duas fases. Na primeira procedeu-se à
medição da actividade electromiográfica durante contracções máximas
isométricas dos músculos em análise para posterior normalização do sinal
[Lehman, 1999], tendo sido adoptados os seguintes procedimentos para os
diferentes músculos:
• Para o músculo BF os indivíduos foram posicionados em decúbito
ventral, com 60º de flexão do joelho e ligeira rotação lateral da coxa e
perna. Foi pedido execução de força máxima para flexão do joelho
contra resistência manual para extensão a nível da extremidade distal
da perna [Freriks, 1999].
• Para o músculo GM os indivíduos foram posicionados em decúbito
ventral, sendo-lhes pedido que executassem força máxima para flexão
plantar da tibiotársica e flexão do joelho contra resistência manual a
nível do antepé para flexão dorsal da tibiotársica e do calcâneo para
extensão do joelho [Freriks, 1999].
• Para o músculo RF os indivíduos foram posicionados sentados com a
coxofemoral e joelhos a 90º de flexão, sendo-lhes pedido que
realizassem extensão do joelho contra resistência a nível da
extremidade distal da perna para flexão. Foram controlados os
movimentos de rotação e flexão da articulação coxofemoral.
• Para o músculo TA os indivíduos foram posicionados em decúbito
dorsal, tendo sido solicitada dorsiflexão adução e supinação do pé
sem extensão do Hálux, contra uma resistência manual na direcção do
movimento de eversão [Freriks, 1999].
• Para o músculo RA os indivíduos foram posicionados em decúbito
dorsal com flexão dos joelhos e membros superiores cruzados a nível
do tórax, tendo-lhes sido pedido inclinação anterior do tronco até ao
CCAAPPÍÍTTUULLOO IIIIII:: MMEETTOODDOOLLOOGGIIAA
Andreia Sousa 13
descolamento das omoplatas da marquesa, contra uma resistência
manual no sentido da inclinação posterior, a nível do esterno.
• Para o músculo Long os indivíduos foram posicionados em decúbito
ventral, tendo-lhes sido solicitada extensão do tronco contra uma
resistência manual no sentido da flexão [Freriks, 1999].
A todos os indivíduos foram pedidas três contracções máximas
isométricas durante 5 segundos, com um minuto de repouso entre as
repetições [Brown, 2001].
Todos os procedimentos e comandos verbais foram transmitidos pelo
mesmo investigador de forma objectiva e equitativa para todos os sujeitos
[Hagabarth, 1987]. Foi utilizada para análise a média do root mean square
(RMS) do sinal electromiográfico entre o 2º e 4º segundos nas três repetições
efectuadas.
Os sinais electromiográficos e cinéticos foram recolhidos com uma
frequência de 1000 Hz, tendo sido digitalizados e armazenados em disco de
computador para análise posterior através do software Acqknowledge (Biopac
Systems, Inc. 42 Aero Camino, Santa Barbara, CA USA).
Figura 3.1: Modelo de calçado com instabilidade utilizado.
O sinal electromiográfico foi pré-amplificado no eléctrodo e conduzido
para um amplificador diferencial de ganho ajustável (12 a 500 Hz; common-
mode rejection ratio (CMRR): 95 dB a 60 Hz e impedância de entrada de 100
MΩ). O ganho usado neste estudo foi de 1000.
CCAAPPÍÍTTUULLOO IIIIII:: MMEETTOODDOOLLOOGGIIAA
Andreia Sousa 14
É importante referir que no presente relatório apenas foi efectuada a
análise dos dados obtidos no grupo experimental.
Bipedismo ortoestático
A todos os indivíduos foi solicitado que permanecessem de pé
confortavelmente com a base de suporte alinhada a nível da largura dos
ombros e membros superiores ao longo do corpo [Fiedler, 2005]. Foi colocado
um alvo a uma distância de 2 metros a nível dos olhos na qual o indivíduo
focou a sua visão durante 30 segundos, de modo a obter uma fiabilidade teste
re-teste óptima [Clair, 1996; Fiedler, 2005]. A recolha teve início 3 segundos
após o indivíduo iniciar correctamente o procedimento [Fidler, 2005] tendo sido
realizadas 3 repetições [Pinsault, 2009].
Os deslocamentos horizontais do CP na direcção antero-posterior foram
calculados através da seguinte aproximação [Aruin, 1995a]:
/
onde My é o momento no plano sagital e Fz o componente vertical da força
de reacção do solo.
A amplitude pico a pico (CPmax) e o desvio padrão (DP) das oscilações
do CP na direcção antero-posterior foram calculadas a partir das forças de
reacção do solo [Amiridis, 2003].
Foi utilizada para análise uma janela de 30 segundos para o sinal
electromiográfico, onde foi aplicado um filtro passa-banda (50 a 500 Hz), tendo
sido calculado o RMS, que foi usado para análise [Shiavi, 1998; Turker, 1993].
A média do RMS foi normalizada em relação a uma contracção máxima
isométrica [Lehman, 1999].
Desequilíbrio externo e inesperado em posição ortoe stática
Cada indivíduo foi submetido a um stress postural cujo protocolo foi
adaptado de [Wolfson, 1986] no qual foi aplicada uma força destabilizante
antero-posterior. A força foi aplicada ao nível do tronco inferior com uma
CCAAPPÍÍTTUULLOO IIIIII:: MMEETTOODDOOLLOOGGIIAA
Andreia Sousa 15
magnitude de 4.5% do peso corporal. Foi colocada uma banda estabilizadora a
nível do tronco inferior, tomando como referências anatómicas as espinhas
ilíacas antero-superiores e crista ilíaca. A banda estava ligada a um
dinamómetro isométrico, que permitiu controlar a magnitude da força aplicada.
A todos os indivíduos foi solicitado que permanecessem de pé,
confortavelmente, com a base de suporte alinhada a nível da largura dos
ombros e membros superiores ao longo do corpo e que não deveriam dar
nenhum passo ou elevar os calcanhares do solo, mantendo sempre o equilíbrio
[Fiedler, 2005], foi verificado o normal alinhamento dos membros inferiores (30º
de rotação do pé) [Fransson, 1999]. Foi colocado um alvo a uma distância de 2
metros, ao nível dos olhos, no qual o indivíduo focou a sua visão [Fiedler,
2005]. Não foi transmitido nenhum aviso prévio à aplicação da força
destabilizante, em vez disso, os indivíduos usaram auscultadores para ouvir
música através de um mini audio player (iPod, Apple Inc., USA) para impedir
que acedessem a informação auditiva que lhes indicasse o momento da
aplicação da força destabilizante. Foi aplicada uma força destabilizante no
sentido antero-posterior sendo esta mantida durante pelo menos 3 segundos e
posteriormente eliminada de forma instantânea. Foram efectuadas três
repetições do procedimento.
Foi avaliada a actividade electromiográfica dos músculos TA, GM, RF, BF,
RA e Long durante intervalos pré-estabelecidos. O integral da actividade
electromiográfica durante a actividade foi analisado em 4 intervalos cada um
com 150 ms de duração em relação a T0 (momento de aplicação da força
destabilizante). As janelas para os 4 intervalos foram as seguintes: 1) de -250 a
-100 ms (ajustes posturais antecipatórios 1, (APA1)); 2) -100 a +50 ms (ajustes
posturais antecipatórios 2, (APA2)); 3) de +50 a 200 ms (ajustes posturais
compensatórios 1, (APC1)); e 4) de +200 ms a 350 ms (ajustes posturais
compensatórios tardios, (APC2)). A janela dos APA foi escolhida com base nos
dados presentes na literatura [Santos, 2009b; Shiratori, 2001]. A janela dos
APC foi escolhida com base nos dados presentes na literatura em relação ao
tempo de respostas correctivas observadas nos músculos do tronco e
membros inferiores em resposta a perturbações externas [Henry, 1998]
seguindo o protocolo descrito em [Santos, 2009b]. A divisão deste intervalo em
CCAAPPÍÍTTUULLOO IIIIII:: MMEETTOODDOOLLOOGGIIAA
Andreia Sousa 16
duas sub-janelas foi efectuada para diferenciar respostas reflexas (APC1) de
reacções voluntárias (APC2) [Latash, 2008].
O para cada intervalo foi posteriormente corrigido pelo integral da
actividade electromiográfica de base entre -500 ms até -450 ms em relação a
T0 do seguinte modo:
O constitui o integral da actividade electromiográfica dentro da
cada 150 ms de intervalo twi, i=1, 2, e são os 50 ms de actividade
electromiográfica de actividade de base definida como o integral do sinal
electromiográfico de -500 ms a -450 ms relativamente a T0 [Aruin, 1995a;
Santos, 2009b].
O DP e CPmax da magnitude do deslocamento do CP para cada intervalo
de 150 ms foi calculada e corrigida em relação aos valores basais entre os -500
e -450 ms (média). O valor de cada intervalo para o CP foi semelhante ao
usado para calcular o . No entanto, foram desviados para a frente 50 ms
para compensar o atraso electromecânico [Cavanagh, 1979; Howatson, 2008].
Este desvio resultou nos seguintes intervalos: (1) +100 a 250 ms (APC1); (2)
+250 a 400 ms (APC2).
ii. Medição dos parâmetros hemodinâmicos
O pico de velocidade e diâmetro venosos foram medidos nas veias
poplítea (VP), femoral comum (VFC) e femoral superficial (VFS) através de um
triplex venoso dos membros inferiores. As veias foram identificadas de acordo
com as seguintes referências anatómicas:
1) VP: 3 cm acima da interlinha articular do joelho;
2) VFC: a jusante da junção safenofemoral;
3) VFS: porção média.
Os valores médios do pico de velocidade máxima [cm/s] foram calculados
a nível da VP, VFC e VFS bem como os seus diâmetros [mm] venosos foram
CCAAPPÍÍTTUULLOO IIIIII:: MMEETTOODDOOLLOOGGIIAA
Andreia Sousa 17
medidos com os sujeitos em posição ortostática, confortavelmente, com a base
de suporte alinhada a nível da largura dos ombros e membros superiores ao
longo do corpo. Foi colocado um alvo a uma distância de 2 metros a nível dos
olhos na qual o indivíduo focou a sua visão.
Tendo em conta que as manobras respiratórias afectam o fluxo sanguíneo
periférico [Tortora, 1990; Willeput, 1984], foi solicitado aos indivíduos que
mantivessem um padrão respiratório estável ao longo do período de recolha de
dados.
O débito sanguíneo () num vaso sanguíneo pode ser calculado através
do produto da área seccional transversa do vaso sanguíneo ( ) pela sua
velocidade média () no lúmen do vaso a partir da sua velocidade máxima
[Brown, 1989]
Após a primeira avaliação foi atribuído um par de calçado aos indivíduos
constituintes do grupo experimental tendo estes sido aconselhados a usarem o
calçado o máximo de tempo possível, no mínimo 8 horas por dia 5 dias por
semana durante no mínimo 6 semanas [Kalin, 2004; Nigg, 2006; Romkes,
2006; Vernon, 2004]. A investigação tem demonstrado que um período de
utilização de calçado MBT durante 6 semanas produz efeito de treino. Foi
fornecido um guia de utilização do calçado (anexo). Aos participantes do grupo
de controlo, foi transmitido que deveriam continuar com as suas actividades da
vida diária e para não iniciarem um novo regime de exercício [Mergner, 1998;
Ramstrand, 2010]
33..44 QQUUEESSTTÕÕEESS ÉÉTTIICCAASS
Com o objectivo de não romper com os padrões éticos pelos quais se
deve reger qualquer/todo o tipo de investigação científica cuja experimentação
envolva a figura humana, todos os indivíduos foram informados acerca do
estudo do qual fizeram parte, segundo o protocolo da Declaração de Helsínquia
datada de 1964, tendo dado o seu consentimento.
CCAAPPÍÍTTUULLOO IIIIII:: MMEETTOODDOOLLOOGGIIAA
Andreia Sousa 18
Adicionalmente, todos os procedimentos efectuados estão de acordo com
as normas éticas da Escola Superior de Tecnologia da Saúde do Instituto
Politécnico do Porto e do Centro de Estudos de Movimento e Actividade
Humana.
33..55 EESSTTAATTÍÍSSTTIICCAA
Para proceder ao tratamento de dados foi utilizado o software SPSS
(Statistic Package Social Science) versão 13.0. A caracterização da amostra foi
efectuada através da estatística descritiva.
Para analisar a influência de um calçado instável no retorno venoso no
membro inferior foi aplicado o teste t para amostras emparelhadas [Pestana,
2003], após a verificação do pressuposto de normalidade (teste de Shapiro-
Wilk e análise de histograma). Para comparar o DP e CPmax das oscilações do
CP e RMS da actividade electromiográfica, em equilíbrio estático sem
perturbações, com calçado instável e sem calçado, foi utilizado o teste de
Wilcoxon, (tendo sido verificado que a amostra não segue uma distribuição
normal (teste de Shapiro-Wilk e análise de histograma). Foi utilizado o mesmo
teste para analisar a influência da utilização de um calçado instável no grau de
actividade muscular recrutada antes a após a aplicação de uma perturbação
externa, e o teste t para amostras emparelhadas para analisar a mesma
influência nos parâmetros relativos ao CP.
Para análise inferencial foi utilizado um nível de significância de 0.05.
Andreia Sousa 19
IIVV.. RREESSUULLTTAADDOOSS EEXXPPEERRIIMMEENNTTAAIISS
44..11 GGRRAAUU DDEE AACCTTIIVVIIDDAADDEE MMUUSSCCUULLAARR RREECCRRUUTTAADDAA,, OOSSCCIILLAAÇÇÃÃOO DDOO CCPP,, DDIIÂÂMMEETTRROO EE VVEELLOOCCIIDDAADDEE DDEE RREETTOORRNNOO VVEENNOOSSOO EEMM OORRTTOOEESSTTAATTIISSMMOO
4.1.1 Influência do calçado com instabilidade no re torno venoso
Os valores médios, desvio padrão, máximos e mínimos do retorno venoso
na VFC, VFS e VP, medidos sem calçado e com calçado com instabilidade,
estão representados na Tabela 4.1. A Figura 4.1 mostra que ocorreram
diferenças estatisticamente significativas entre os valores obtidos nas medições
efectuadas sem calçado e com calçado instabilidade, e que estes foram
superiores nas medições efectuadas com calçado com instabilidade nas três
localizações anatómicas analisadas.
Tabela 4.1: Valores médios, desvio padrão, máximos e mínimos do caudal venoso medido sem calçado em com calçado com instabilidade. Foi utilizado um n-amostral (N) de 14.
Vaso sanguíneo
N Média (m2/s)
Desvio padrão Máximo Mínimo
VFC Descalço
14
0.43 0.136 0.70 0.27 Calçado MBT 0.75 0.297 1.10 0.33
VFS Descalço 0.22 0.109 0.57 0.13 Calçado MBT 0.25 0.077 0.36 0.14
VP Descalço 0.26 0.075 0.39 0.15 Calçado MBT 0.41 0.148 0.65 0.21
Figura 4.1 : Gráfico ilustrativo da influência do calçado instável no retorno venoso onde são apresentados os valores de prova (p) obtidos na comparação do débito venoso sem calçado e com calçado instável para três localizações anatómicas, VFS, VFC e VP.
CCAAPPÍÍTTUULLOO IIVV:: RREESSUULLTTAADDOOSS
Andreia Sousa 20
4.1.2 Influência do calçado com instabilidade na os cilação antero-
posterior do CP
Na Tabela 4.2 encontram-se os valores médios, desvio padrão, máximos
e mínimos do desvio padrão e amplitude pico-a-pico da oscilação antero-
posterior do CP. A aplicação do teste de Wilcoxon demonstrou a existência de
diferenças estatísticamente significativas, quer em termos de DP quer em
termos de CPmax (Tabela 4.2) da oscilação do CP, com a utilização de calçado
instável e sem a utilização de calçado. Nas Figuras 4.2 e 4.3 é evidente a
superioridade dos valores referidos com a utilização de calçado instável
relativamente à não utilização do calçado.
Tabela 4.2: Valores médios, desvio padrão, máximos e mínimos do DP e amplitude pico-a-pico das oscilações do CP sem calçado e com calçado MBT, em equilíbrio ortoestático e sem perturbações.
Variável
N Média (m)
Desvio padrão Máximo Mínimo Valor
de p
DP das oscilações do CP
Descalço
14
0.0023 0.001 0.0049 0.0011 0.003
Calçado MBT 0.0046 0.0036 0.0145 0.00148 Amplitude pico-a-pico das oscilações do CP
Descalço 0.0132 0.0093 0.043 0.013 0.002
Calçado MBT 0.022 0.0136 0.057 0.0087
Figura 4.2: Gráfico representativo da variação do DP das oscilações do CP em equilíbrio estático e sem perturbações com calçado MBT e sem calçado nos indivíduos participantes na amostra.
CCAAPPÍÍTTUULLOO IIVV:: RREESSUULLTTAADDOOSS
Andreia Sousa 21
Figura 4.3: Gráfico representativo da variação da CPmax das oscilações do CP em equilíbrio estático e sem perturbações, com calçado MBT e sem calçado, nos indivíduos participantes na amostra.
4.1.3 Influência do calçado com instabilidade no gr au de
recrutamento de actividade muscular
Os valores médios, desvio padrão, máximos e mínimos do RMS do sinal
electromiográfico dos músculos TA, GM, BF, RF, RA e Long, obtidos em
posição ortostática sem perturbação, com calçado MBT e sem calçado estão
apresentados na Tabela 4.3.
Tabela 4.3: Valores médios, desvio padrão, máximos e mínimos do RMS da actividade electromiográfica dos músculos TA, GM, RF, BF, Long e RA, sem calçado e com calçado MBT, em equilíbrio ortoestático e sem perturbações.
Músculos N
Média (volts)
Desvio padrão Máximo Mínimo Valor
de p
TA Descalço
14
0.0017 0.0024 0.0098 0.0008 0.158
Calçado MBT 0.0021 0.0028 0.0108 0.0008
GM Descalço 0.0020 0.0013 0.0046 0.0007
0.005 Calçado MBT 0.0040 0.0018 0.0081 0.0010
RF Descalço 0.0008 0.0003 0.0017 0.0006
0.056 Calçado MBT 0.0007 0.0002 0.0078 0.0006
BF Descalço 0.0012 0.0011 0.0049 0.0060
0.345 Calçado MBT 0.0015 0.0019 0.0078 0.0006
Long Descalço 0.0009 0.0004 0.0022 0.0007
0.975 Calçado MBT 0.0009 0.0004 0.0019 0.0004
RA Descalço 0.0008 0.0003 0.0019 0.0006
0.012 Calçado MBT 0.0006 0.0001 0.0007 0.0004
A aplicação do teste de Wilcoxon permitiu verificar que, dos músculos
analisados, apenas ocorreram diferenças estatisticamente significativas, entre
CCAAPPÍÍTTUULLOO IIVV:: RREESSUULLTTAADDOOSS
Andreia Sousa 22
as medições feitas sem calçado e com calçado MBT, nos músculos GM e RA
(Tabela 4.3). Nas medições efectuadas com calçado MBT observaram-se
valores superiores de actividade electromiográfica no músculo GM e valores
inferiores de actividade do músculo RA (Figura 4.4).
Figura 4.4: Gráfico representativo do RMS da actividade electromiográfica dos músculos TA, GM, RF, BF, RA e Long em equilíbrio estático e sem perturbações com calçado MBT e sem calçado.
44..22 IINNFFLLUUÊÊNNCCIIAA DDAA UUTTIILLIIZZAAÇÇÃÃOO DDEE UUMM CCAALLÇÇAADDOO CCOOMM IINNSSTTAABBIILLIIDDAADDEE NNOOSS
AAJJUUSSTTEESS PPOOSSTTUURRAAIISS AANNTTEECCIIPPAATTÓÓRRIIOOSS EE CCOOMMPPEENNSSAATTÓÓRRIIOOSS RREESSUULLTTAANNTTEESS
DDAA AAPPLLIICCAAÇÇÃÃOO DDEE UUMM DDEESSEEQQUUIILLÍÍBBRRIIOO EEXXTTEERRNNOO
Os valores médios, desvio padrão, máximos e mínimos do integral do sinal
electromiográfico dos músculos TA, GM, BF, RF, RA e Long, obtidos em
posição ortostática antes e após a aplicação de uma perturbação externa, com
calçado MBT e sem calçado, estão apresentados na Tabela 4.4. A aplicação do
teste de Wilcoxon permitiu verificar que, dos músculos analisados, apenas
ocorreram diferenças estatisticamente significativas, entre as medições feitas
sem calçado e com calçado MBT, no músculo GM nos APC1 e APC2 (Tabela
4.4).
Quando analisados os valores relativos ao deslocamento do CP (DP e
CPmax), apresentados na tabela 4.5, após a aplicação de uma perturbação
externa verificamos que, tanto em termos de DP como CPmax, ocorreu um
aumento do deslocamento do CP com calçado MBT em relação à medição
CCAAPPÍÍTTUULLOO IIVV:: RREESSUULLTTAADDOOSS
Andreia Sousa 23
efectuada sem calçado (Figuras 4.4 e 4.5). No entanto, os resultados obtidos
após a aplicação do teste t para amostras emparelhadas não mostraram
evidência de diferenças estatisticamente significativas nas duas variáveis
referidas, com calçado MBT e sem calçado.
Tabela 4.4: Valores médios, desvio padrão, máximos e mínimos do integral da actividade
electromiográfica dos músculos TA, GM, RF, BF, Long e RA sem calçado e com calçado MBT,
em equilíbrio ortoestático com aplicação de uma força externa. A actividade muscular é
apresentada segundo intervalos temporais, APA1, APA2, APC1 e APC2.
Divisão temporal Músculo N Média
(volts) Desvio padrão Máximo Mínimo Valor
de p
APA1
TA Descalço
14
0.00019 0.000087 0.00032 0.000008 0.683
Calçado MBT 0.00034 0.000485 0.00180 0.000012
GM Descalço 0.00002 0.000006 0.00003 0.000008
0.084 Calçado MBT 0.00003 0.000059 0.00024 0.000008
RF Descalço 0.00002 0.000018 0.00008 0.000008
0.47 Calçado MBT 0.00004 0.000059 0.00024 0.000008
BF Descalço 0.00002 0.000017 0.00007 0.000007
0.826 Calçado MBT 0.00003 0.000037 0.00012 0.000007
Long Descalço 0.00001 0.000007 0.00004 0.000006
0.272 Calçado MBT 0.00002 0.000026 0.00010 0.000007
RA Descalço 0.00001 0.000001 0.00001 0.000006
0.074 Calçado MBT 0.00001 0.000020 0.00009 0.000006
APA2
TA Descalço 0.00015 0.000087 0.00035 0.000020 0.594
Calçado MBT 0.00025 0.000340 0.00135 0.000019 GM Descalço 0.00003 0.000028 0.00009 0.000007
0.272 Calçado MBT 0.00008 0.000130 0.00042 0.000007
RF Descalço 0.00002 0.000014 0.00006 0.000008 0.510
Calçado MBT 0.00003 0.000050 0.00020 0.000007 BF Descalço 0.00002 0.000020 0.00008 0.000007
0.701 Calçado MBT 0.00003 0.000038 0.00014 0.000007
Long Descalço 0.00001 0.000002 0.00001 0.000006 0.048
Calçado MBT 0.00002 0.000026 0.00010 0.000006 RA Descalço 0.00001 0.000001 0.00001 0.000005
0.730 Calçado MBT 0.00001 0.000023 0.00009 0.000005
APC1
TA Descalço 0.00005 0.000039 0.00015 0.000001 0.221
Calçado MBT 0.00008 0.000090 0.00038 0.000019 GM Descalço 0.00011 0.000063 0.00015 0.000001
0.001 Calçado MBT 0.00049 0.000080 0.0030 0.000087
RF Descalço 0.00001 0.000008 0.00003 0.000006 0.551
Calçado MBT 0.000003 0.000004 0.00017 0.000007 BF Descalço 0.00002 0.000037 0.00015 0.000007
0.331 Calçado MBT 0.00003 0.000040 0.00017 0.000007
Long Descalço 0.00001 0.000005 0.00002 0.000006 0.245
Calçado MBT 0.00003 0.000044 0.00018 0.000006 RA Descalço 0.00001 0.000007 0.00003 0.000005
0.660 Calçado MBT 0.00002 0.000023 0.00008 0.000005
APC2
TA Descalço 0.00004 0.000047 0.00019 0.000009 0.245
Calçado MBT 0.00006 0.000077 0.00032 0.000014 GM Descalço 0.00010 0.000070 0.00004 0.000007
0.008 Calçado MBT 0.00040 0.000680 0.00257 0.000085
RF Descalço 0.00001 0.000008 0.00004 0.000007 0.572
Calçado MBT 0.00003 0.000038 0.00015 0.000007 BF Descalço 0.00002 0.000025 0.00010 0.000006
0.064 Calçado MBT 0.00003 0.000038 0.00014 0.000008
Long Descalço 0.00001 0.000006 0.00003 0.000007 0.173
Calçado MBT 0.00003 0.000039 0.00015 0.000007 RA Descalço 0.00001 0.000001 0.00001 0.000005
0.346 Calçado MBT 0.00001 0.000020 0.00008 0.000005
CCAAPPÍÍTTUULLOO IIVV:: RREESSUULLTTAADDOOSS
Andreia Sousa 24
Tabela 4.5: Valores médios, desvio padrão, máximos e mínimos do DP e CPmax do
deslocamento do CP, sem calçado e com calçado MBT, em equilíbrio ortoestático, com
aplicação de uma força externa. Os valores relativos ao deslocamento do CP são apresentados
segundo intervalos temporais, APC1 e APC2.
Divisão temporal
Deslocamento do CP N Média
(m) Desvio padrão Máximo Mínimo Valor
de p
APC1 DP Descalço
14
0.0011 0.00094 0.0042 0.0003 0.315
Calçado MBT 0.0015 0.00152 0.0065 0.0005
CPmax Descalço 0.0038 0.00301 0.0137 0.0016
0.331 Calçado MBT 0.0052 0.00441 0.0196 0.0021
APC2 DP
Descalço 0.0014 0.00203 0.0079 0.0002 0.712
Calçado MBT 0.0016 0.0014 0.0061 0.0006
CPmax Descalço 0.0046 0.0063 0.0261 0.0008
0.650 Calçado MBT 0.0056 0.00446 0.0199 0.0024
Figura 4.5: Gráfico representativo do desvio padrão do deslocamento do CP após a aplicação de uma perturbação externa, com calçado MBT e sem calçado.
Figura 4.6: Gráfico representativo da CPmax do deslocamento do CP após a aplicação de uma perturbação externa, com calçado MBT e sem calçado.
Andreia Sousa 25
VV.. DDIISSCCUUSSSSÃÃOO
55..11 IINNFFLLUUÊÊNNCCIIAA DDOO CCAALLÇÇAADDOO CCOOMM IINNSSTTAABBIILLIIDDAADDEE NNAA AACCTTIIVVIIDDAADDEE
MMUUSSCCUULLAARR DDOO MMEEMMBBRROO IINNFFEERRIIOORR EE NNAA OOSSCCIILLAAÇÇÃÃOO AANNTTEERROO--PPOOSSTTEERRIIOORR
DDOO CCPP,, EEMM OORRTTOOSSTTAATTIISSMMOO
Em apoio ortoestático ocorrem pequenas oscilações posturais,
maioritariamente a nível da articulação tibiotársica, que são acompanhadas por
pequenas flutuações na actividade e comprimento muscular dos flexores
plantares [Loram, 2005b], resultando num deslocamento horizontal do CM
[Gatev, 1999; Winter, 1998].
No plano sagital, o apoio bipodálico ortoestático pode ser explicado pelo
modelo do pêndulo invertido, com o eixo de rotação a nível da tibiotársica
[Jeka, 1998; Masani, 2003; Masani, 2007, 2006; Peterka, 2002; Winter, 1998,
2001]. Dado que em apoio estático o CM é mantido alguns centímetros à frente
da articulação da tibiotársica [Borg, 2007; Gatev, 1999; Smith, 1957], a força de
gravidade age continuamente sobre o pêndulo para produzir um binário de
forças anterior. Ao mesmo tempo, os músculos flexores plantares ligados ao
pêndulo, através de séries de elementos elásticos, exercem uma tensão numa
direcção posterior de modo a manter o CM na base de suporte.
O binário flexor plantar necessário para compensar o binário exercido
pela força da gravidade pode ser efectuado de forma passiva e activa
[Morasso, 2002]. O componente binário passivo resulta de propriedades
mecânicas intrínsecas (rigidez e/ou viscosidade) dos músculos, aponevroses,
tendões e estruturas articulares que agem com atraso temporal. Por outro lado,
o componente activo do binário é gerado através de elementos contrácteis
musculares que são regulados por comandos neurais. Estes comandos neurais
podem ser divididos em componentes relacionados com a oscilação fásicos,
tónicos e variáveis com o tempo [Bottaro, 2005]. A componente tónica dos
comandos neurais aumenta o tónus muscular para definir o coeficiente de
rigidez das articulações do tornozelo [Winter, 1998, 2001]. Embora esta rigidez
intrínseca permita uma compensação do efeito da força de gravidade, não é
CCAAPPÍÍTTUULLOO VV:: DDIISSCCUUSSSSÃÃOO
Andreia Sousa 26
suficiente para uma compensação total [Casadio, 2005; Lakie, 2003]. Além
disso, tem sido defendido, ver, por exemplo, [Loram, 2005a, 2005b], que a
compliance tendinosa torna difícil a manutenção da postura apenas pela
rigidez. Neste sentido, há necessidade de um controlo muscular flexor plantar
constante e adaptativo.
No presente estudo foi verificado que a utilização de um calçado instável
leva a um aumento da actividade muscular do GM, não tendo sido verificadas
diferenças nos restantes músculos avaliados, em termos de grau de actividade
recrutada, corroborando a ideia da importância da acção do músculo GM no
controlo postural em apoio ortoestático. Os resultados obtidos mostram
também que a utilização de calçado instável está associada a um maior
deslocamento antero-posterior do CP. Efectivamente, o deslocamento antero-
posterior do CP e a actividade EMG do músculo GM estão fortemente
relacionados, sugerindo que o deslocamento antero-posterior do CP pode ser,
em parte, interpretado com base na actividade do músculo GM. Embora o
tricípete sural esteja envolvido na actividade flexora plantar, o músculo GM
parece ter um papel central no controlo fásico do equilíbrio [Borg, 2007].
Os resultados experimentais deste trabalhos apoiam a ideia de que em
apoio instável ocorre uma reorganização dos mecanismos de controlo postural:
aumento da oscilação corporal [Ivanenko, 1995]. Tal situação foi considerada
por [Gantchev, 1989] uma reacção adaptativa: aumento da excitabilidade
reflexa, que aumenta o papel do reflexo miotático no controlo postural [Dietz,
1980], e alterações na estratégia de controlo postural para a adaptação às
condições do novo ambiente [Horak, 1986].
55..22 IINNFFLLUUÊÊNNCCIIAA DDAA UUTTIILLIIZZAAÇÇÃÃOO DDEE UUMM CCAALLÇÇAADDOO CCOOMM IINNSSTTAABBIILLIIDDAADDEE NNOOSS
AAPPAA EE AAPPCC AASSSSOOCCIIAADDOOSS AA UUMM DDEESSEEQQUUIILLÍÍBBRRIIOO EEXXTTEERRNNOO IINNEESSPPEERRAADDOO
No presente estudo foi verificado que não ocorreram diferenças
estatisticamente significativas nos APA (APA1 e APA2) em termos de grau de
actividade dos músculos GM, TA, BF, RF, RA e Long. A utilização do calçado
MBT introduziu a presença de duas variáveis, por um lado o aumento da
CCAAPPÍÍTTUULLOO VV:: DDIISSCCUUSSSSÃÃOO
Andreia Sousa 27
instabilidade (mobilidade da superfície de apoio) em relação a um calçado
padrão e por outro a diminuição da superfície de apoio.
Os resultados obtidos parecem corroborar as observações de [Gantchev,
1996], de que o planeamento de uma tarefa motora não se altera durante o
movimento da superfície de suporte. Por outro lado, em [Horak, 1986], foram
encontradas alterações na estratégia postural em apoio em superfície estreita,
no entanto, a instabilidade associada à condição postural em equilíbrio em
plataforma móvel difere substancialmente da instabilidade em equilíbrio numa
superfície estreita.
O processo de preparação central depende das condições posturais e
neste sentido podem ser seleccionadas várias estratégias de controlo postural
de acordo com a condição. A informação proprioceptiva é importante para
calcular o CM pelo SNC [Horstmann, 1990], e pela manutenção deste numa
zona limitada da superfície de apoio, promovendo referência para verticalidade
e orientação espacial [Gurfinkel, 1992]. Através do processamento adequado
de informação somatossensorial e ajustando a sensibilidade dos
proprioceptores, o tronco e os músculos do membro inferior activamente levam
à manutenção do CM na zona mencionada. Em equilíbrio, as estratégias
posturais prévias a uma perturbação parecem ser semelhantes em apoio numa
plataforma móvel e em superfície estável. Este aspecto é provavelmente
conseguido através da redução dos graus de liberdade dos diferentes
segmentos corporais.
Um importante sinal neural para a reorganização do controlo postural
durante o equilíbrio é a actividade simultânea dos músculos solear e tibial
anterior. Como resultado do aumento do comando central e o aumento
correspondente de actividade dos motoneurónios gama durante o equilíbrio, o
mecanismo reflexo de estiramento e a co-contracção dos músculos podem
estar envolvidos em qualquer comprimento muscular [Dietz, 1980; Gantchev,
1989].
Tem sido demonstrado que os APA, associados a movimentos
voluntários, estão atenuados ou ausentes, quer em postura altamente estável
CCAAPPÍÍTTUULLOO VV:: DDIISSCCUUSSSSÃÃOO
Andreia Sousa 28
[Nardone, 1988; Nouillot, 1992], quer em postura instável [Arruin, 1998; Slijper,
2000]. Em particular, os APA a nível dos músculos ventrais e dorsais do tronco
diminuíram em situações de instabilidade postural quando foi solicitado aos
indivíduos para que segurassem uma carga com os membros superiores
estendidos [Arruin, 1998]. Com base nos resultados apresentados por [Arruin,
1998], a ausência de diferenças estatisticamente significativas entre a
utilização e não utilização de calçado com instabilidade em termos de APA,
observada no presente estudo, pode ser explicada pelo facto de na presença
de instabilidade corporal o SNC suprimir os APA, de modo a evitar
perturbações adicionais no equilíbrio causadas pelos mesmos.
De acordo com [Santos, 2009a], o SNC usa diferentes estratégias na
geração dos APA em situações de instabilidade postural: 1) aumento da
actividade muscular através de um padrão recíproco, 2) co-activação dos pares
de músculos agonista e antagonista, 3) atenuação dos APA nos músculos
posturais. Neste sentido, existe uma certa evidência de que o SNC selecciona
estratégias particulares de activação muscular, dependendo da exigência da
tarefa. A estratégia de aumentar a activação antecipatória que mais se
assemelha a um padrão de reciprocidade é usada em condições de
instabilidade menor, enquanto a co-activação antecipatória é a estratégia
preferencial quando existe instabilidade postural acentuada.
Está descrito na literatura que a activação recíproca muscular é mais
eficiente e precisa mas também é a estratégia mais desafiante utilizada no
controlo da postura, ver, por exemplo, [Friedli, 1984; Hong, 1994; Latash,
1995]. Por outro lado, a co-activação muscular permite o aumento da rigidez,
ajudando assim a compensar perturbações corporais. No entanto, esta
estratégia é referida como a estratégia menos eficiente em termos energéticos
[Aruin, 1997; Garland, 1997; Massion, 1999]. Assim sendo, e não tendo sido
verificado no presente estudo um aumento da activação muscular, em termos
de APA, torna-se pertinente, em trabalhos futuros, analisar o grau de co-
activação prévia ao desequilíbrio, com e sem calçado instável.
Ao contrário do que foi verificado a nível dos APA, no presente estudo
verificou-se uma superioridade de actividade nos APC (APC1, APC2). Tal
como já foi referido, de acordo com [Santos, 2009b], existe uma relação entre
CCAAPPÍÍTTUULLOO VV:: DDIISSCCUUSSSSÃÃOO
Andreia Sousa 29
os APA e os APC no controlo da postura e a possibilidade de utilização óptima
dos APA no controlo postural. Estes resultados são suportados por várias
observações prévias. Em primeiro lugar, a actividade EMG da musculatura do
tronco e membros inferiores durante APC pode estar associada a uma
insuficiência nos APA, tendo este aspecto sido verificado em crianças
[Hadders-Algra, 2005; van der Heide, 1998], e em indivíduos com lesões
neurológicas [Bazalgette, 1987]. Por outro lado, tal como já foi referido, os APA
são atenuados em situações de instabilidade postural [Arruin, 1998], pelo que
neste caso, torna-se necessária actividade muscular compensatória para
preservar o equilíbrio.
Em termos de APC, verificou-se no presente estudo um aumento da
actividade com a utilização de calçado instável apenas no músculo GM
relativamente à medição efectuada sem calçado. De acordo com [Ivanenko,
1997], em apoio em superfície estável, o desvio do CM é acompanhado por
alterações na articulação do tornozelo e na distribuição da pressão plantar,
sendo esta perturbação da postura compensada pela activação do músculo
tricipete sural. Em apoio em plataforma móvel, a regulação do padrão postural
é ligeiramente diferente: o homem não move o CM, em vez disso desvia o
ponto de contacto da plataforma oscilante com o solo sob o CM, levando a uma
maior necessidade de activação do músculo GM.
Quando analisado o deslocamento antero-posterior do CP, verificou-se
que não ocorreram diferenças em termos de DP e CPmax nos APA e APC,
com e sem a utilização de calçado instável. A ausência de diferenças nos APA
pode ser explicada pela ausência de diferenças em termos de grau de
actividade muscular recrutada. Já a nível dos APC, os valores do deslocamento
antero-posterior do CP não se relacionaram com as alterações ocorridas no
GM.
De acordo com [Shumway-Cook, 2003], o tempo necessário para a
estabilização do CP constitui uma variável a ter em conta nos ajustes posturais.
Assim, apesar de não terem sido verificadas alterações em termos de DP e
CPmax do deslocamento do CP, podem ter ocorrido diferenças em termos de
tempo necessário para a estabilização do CP. Assim, sugere-se para trabalhos
CCAAPPÍÍTTUULLOO VV:: DDIISSCCUUSSSSÃÃOO
Andreia Sousa 30
futuros a monitorização desta variável, de forma a verificar se se pode
relacionar com as alterações verificadas em termos de actividade do GM nos
APC.
A amostra utilizada neste estudo englobou indivíduos de idades
compreendidas entre os 18 e 50 anos. Embora ocorram alterações no equilíbrio
dos 45 aos 55 anos [El Haber, 2008], o calçado MBT parece ter um efeito
positivo como ferramenta de treino para determinados aspectos do equilíbrio
também em mulheres com idade superior a 50 anos. Em particular, os
resultados sugerem que tarefas de equilíbrio dinâmico, tal como o apoio numa
superfície instável e a resposta a uma perturbação externa, podem ser
melhorados através do uso prolongado de calçado com instabilidade
[Ramstrand, 2010].
55..33 IINNFFLLUUÊÊNNCCIIAA DDOO CCAALLÇÇAADDOO CCOOMM IINNSSTTAABBIILLIIDDAADDEE NNOO RREETTOORRNNOO VVEENNOOSSOO
Os resultados obtidos no presente estudo demonstram que a utilização de
um calçado instável leva a um aumento do retorno venoso global do membro
inferior. Estes achados podem relacionar-se com o aumento da actividade do
músculo GM, quer em apoio ortoestático, quer em resposta a um desequilíbrio
externo, dado que a bomba musculosquelética tem sido considerada um
mecanismo rápido e localizado, através do qual o retorno venoso pode ser
aumentado como resultado da actividade músculo-esquelética [Folkow, 1970].
Efectivamente, durante o exercício dinâmico, o ritmo de contracção de
músculos esqueléticos periféricos resulta na compressão de veias
intramusculares, e confere uma quantidade considerável de energia cinética ao
sangue venoso, facilitando o seu retorno ao coração. Tem sido demonstrado
que a bomba musculosquelética é efectiva no esvaziamento dos vasos
venosos dado que mais de 40% do volume sanguíneo intramuscular pode ser
transferido centralmente com uma contracção muscular única [Stewart, 2004].
Além disso, a grande maioria do retorno venoso durante exercício muscular
dinâmico ocorre durante a fase concêntrica de contracção, corroborando a
ideia de que um aumento da pressão intramuscular proporciona uma
CCAAPPÍÍTTUULLOO VV:: DDIISSCCUUSSSSÃÃOO
Andreia Sousa 31
importante fonte de energia para o retorno venoso ao coração durante o
exercício [Hogan, 2003]. Segundo [Sadamoto, 1983], a pressão intra muscular
(PIM) está relacionada com a actividade EMG de superfície durante exercício
estático. De facto, parece haver consenso de que, em contracções isométricas
voluntárias e na ausência de fadiga, a actividade EMG aumenta da mesma
forma que a PIM [Aratow, 1993; Jarvholm, 1991; Korner, 1984; Sjogaard,
2004].
Os resultados obtidos no presente estudo mostram que a utilização de
calçado instável leva à necessidade de mais ajustes através de contracções
musculares mais dinâmicas e de maior intensidade, parecendo estes aspectos
ter sido os factores potenciadores de um aumento do retorno venoso.
De todos os músculos analisados, o músculo GM foi o que desenvolveu
maior actividade com a utilização de calçado instável. Em [Ludbrook, 1962], foi
verificado que os músculos flexores plantares contraem com uma pressão que
excede os 200 mmHg e que a contracção está associada a uma redução de
80% do volume dos músculos posteriores da perna. A partir destes dados,
pode-se concluir que a pressão de contracção muscular, a nível desta bomba,
é de magnitude suficiente para expelir o sangue das veias intramusculares para
o sistema profundo.
Andreia Sousa 32
Andreia Sousa 33
VVII.. CCOONNCCLLUUSSÕÕEESS EE PPEERRSSPPEECCTTIIVVAASS DDEE TTRRAABBAALLHHOOSS FFUUTTUURROOSS
66..11 CCOONNCCLLUUSSÕÕEESS
Os resultados experimentais obtidos no conjunto de ensaios realizados
permitiram concluir que a utilização de calçado instável, em apoio ortoestático,
leva a 1) um aumento do grau de actividade recrutada pelo músculo
gastrocnemeo medial, 2) um aumento do desvio padrão do deslocamento
antero-posterior do centro de pressão e 3) a um aumento da amplitude pico-a-
pico do deslocamento antero-posterior do centro de pressão.
Em resposta a um desequilíbrio externo inesperado, a utilização de um
calçado instável leva a um aumento da actividade muscular recrutada pelo
músculo gastrocnemeo medial nos ajustes posturais compensatórios, não
ocorrendo diferenças a nível dos músculos bicípete femoral, recto femoral, tibial
anterior, recto abdominal e longuíssimo. A nível dos ajustes posturais
antecipatórios, a utilização de calçado instável não altera o nível de actividade
dos músculos gastrocnemeo medial, tibial anterior, recto femoral, bicípete
femoral, recto abdominal e longuíssimo. Tanto a nível dos ajustes posturais
antecipatórios como dos ajustes posturais compensatórios, a utilização de
calçado instável não implica um aumento do deslocamento antero-posterior do
centro de pressão, quer em termos de desvio padrão quer em termos de
amplitude pico-a-pico.
A nível hemodinâmico, pode ser concluído que a utilização de um calçado
instável origina o aumento do retorno venoso global do membro inferior e que
esta alteração parece estar relacionada com um aumento da actividade do
músculo gastronemeo medial.
66..22 PPEERRSSPPEECCTTIIVVAASS DDEE TTRRAABBAALLHHOOSS FFUUTTUURROOSS
Foi efectuada uma análise em termos de grau de actividade
electromiográfica recrutada em apoio bipodálico ortoestático e antes e após a
CCAAPPÍÍTTUULLOO VVII:: CCOONNCCLLUUSSÕÕEESS EE PPEERRSSPPEECCTTIIVVAASS DDEE TTRRAABBAALLHHOOSS FFUUTTUURROOSS
Andreia Sousa 34
aplicação de uma perturbação externa e inesperada. O próximo passo será
efectuar a análise do grau de co-activação muscular bem como da actividade
muscular em termos temporais, mais especificamente em termos de tempos de
activação e sequência de activação muscular. Esta análise permitirá verificar se
o aumento de recrutamento do músculo gastrocnemeo medial é acompanhado
por alterações de tempos de activação e sequência de activação muscular nos
restantes músculos, cujo grau de actividade não foi afectado pela utilização de
calçado instável. Relativamente ao deslocamento do centro de pressão, tal
como já foi referido, serão efectuados estudos no sentido de avaliar o tempo
necessário para a sua estabilização (equilíbrio reactivo), com e sem calçado
MBT.
Em termos globais, a análise efectuada debruçou-se sobre o estudo do
controlo postural em apoio bipodálico com e sem perturbações externas, sendo
que esta análise será seguida pelo estudo do controlo postural durante o
movimento
Tal como já foi referido anteriormente, os ajustes posturais dependem de
vários factores, de entre os quais pode ser destacada a experiência numa
determinada tarefa. Assim sendo, e tendo em conta que a análise foi efectuada
em indivíduos sem experiência de utilização de calçado instável, irá ser
efectuada a mesma análise após um período de utilização de calçado MBT de
no mínimo 6 semanas, durante 8 horas por dia.
Andreia Sousa 35
BB IIBBLLIIOOGGRRAAFFIIAA [Adkin, 2002] Adkin, AL; Frank, JS; Carpenter, MG; Peysar, GW. 2002. Fear of
falling modifies antecipatory postural control. Experimental Brain Research
143(2): 160-170.
[Alexandrov, 2005] Alexandrov, AV; Frolov, AA; Horak, FB; Carlson-Kuhta, P;
Park, S. 2005. Feedback equilibrium control during human standing. Biological
Cybernetics 93: 309-322.
[Amiridis, 2003] Amiridis, IG; Hatzitaki, V; Arabatzi, F. 2003. Age-induced
modifications of static postural control in humans. Neuroscience Letters 350:
137-140.
[Aratow, 1993] Aratow, M; Ballard, RE; Crenshaw, AG; Styf, J; Watenpaugh,
DE; Kahan, NJ; Hargens, AR. 1993. Intramuscular pressure and
electromyography as indexes of force during isokinetic exercise. Journal of
Applied Physiology 74(6): 2634-2640.
[Arruin, 2003] Arruin, AS. 2003. The effect of changes in the body configuration
on antecipatory postural adjustments. Motor Control 7(3): 264-277.
[Arruin, 1998] Arruin, AS; Forrest, WR; Latash, ML. 1998. Antecipatory postural
adjustments in conditions of postural instability. Electroencephalography and
Clinical Neurophysiology 109(4): 350-359.
[Aruin, 1997] Aruin, A; Almeida, G. 1997. A coactivation strategy in antecipatory
postural adjustment in persons with Down syndrome. Motor Control 2: 178-197.
[Aruin, 1995a] Aruin, AS; Larash, ML. 1995a. The role of motor action in
anticipatory postural adjustments studied with self-induced and externally
triggered perturbations. Experimental Brain Research 106: 291-300.
[Aruin, 1995b] Aruin, AS; Latash, ML. 1995b. Directional specificity of postural
muscles in feed-forward postural reactions during fast voluntary arm
movements. Experimental Brain Research 103: 323-332.
BBIIBBLLIIOOGGRRAAFFIIAA
Andreia Sousa 36
[Aruin, 1996] Aruin, AS; Latash, ML. 1996. Antecipatory postural adjustments
during self-initiated perturbations of different magnitude triggered by standard
motor action. Electroencephalography and Clinical Neurophysiology 101(6):
497-503.
[Bahr, 1997] Bahr, R; Lian, O; Bahr, LA. 1997. A twofold reduction in the
incidence of acute ankle sprains in volleyball after the introduction of an injury
prevention program: a prospective cohort study. Scandinavian Journal of
Medicine and Science in Sports 7: 172-177.
[Balogun, 1992] Balogun, J; Adesinasi, C; Marzouk, D. 1992. The effects of a
woble board exercise training program on static balance performance and
strenght of lower extremity muscles. Physiotherapy Canada 44: 23-30.
[Basmajian, 1985] Basmajian, J; De Luca, C. (1985). Muscles alive, their
function revealed by electromyography (5th ed.). USA: Williams e Wilkins.
[Bateni, 2004] Bateni, H; Zecevi, A; Mcllroy, WE; Maki, BE. 2004. Resolving
conflicts in task demands during balance recovery: does holding an object
inhibit compensatory grasping? Experimental Brain Research 157(1): 49-58.
[Bazalgette, 1987] Bazalgette, D; Zattara, M; Bathien, N; Bouisset, S; Rondot,
P. 1987. Postural adjustments associated with rapid voluntary arm movements
in patients with Parkinson's disease. Advanced Neurology 45: 371-374.
[Belenkiy, 1967] Belenkiy, V; Gurfinkel, V; Pal'tsev, Y 1967. Elements of control
of voluntary movements. Biofizika 10: 135-141.
[Borg, 2007] Borg, F; Finell, M; Hakala, I; Herrala, M. 2007. Analysing
gastrocnemius EMG-activity and sway data from quiet and perturbed standing.
Journal of Electromyography and Kinesiology 17: 622-634.
[Bottaro, 2005] Bottaro, A; Casadio, M; Morasso, PG; Sanguineti, V. 2005. Body
sway during quiet standing: is it the residual chattering of an intermittent
stabilization process? Human Movement Science 24: 588-615.
BBIIBBLLIIOOGGRRAAFFIIAA
Andreia Sousa 37
[Bouisset, 2000] Bouisset, S; Richardson, J; Zattara, M. 2000. Are amplitude
and duration of antecipatory postural adjustments identically scaled to focal
movements parameters in humans? Neuroscience Letters 278(3): 153-156.
[Bouisset, 1987] Bouisset, S; Zattara, M. 1987. Biomechanical study of the
programming of anticipatory postural adjustments associated with voluntary
movement. Journal of Biomechanics 20(8): 735-742.
[Brown, 1989] Brown, HS; Halliwell, M; Qamar, M; Read, AE; Evans, JM; Wells,
PNT. 1989. Measurement of normal portal venous blood flow by Doppler
ultrasound. Gut 30: 503-509.
[Brown, 2001] Brown, LE; Weir, JP. 2001. Asep procedures recommendation I:
Accurate assessment of muscular strength and power. Official journal of the
American society of exercise physiologists 4(3): 1-21.
[Burleigh, 1996] Burleigh, AL; Horak, FB; Malouin, F. 1996. Modification of
postural responses and step initiation: evidence for goal directed postural
interactions. Journal of Neurophysiology 71: 2892-2902.
[Caraffa, 1996] Caraffa, A; Cerulli, G; Projetti, M; Aisa, G; Rizzo, A. 1996.
Prevention of anterior cruciate ligament injuries in soccer. A prospective
controlled study of proprioceptive training. Knee surgery, Sports Traumatology,
Arthroscopy 4: 19-21.
[Casadio, 2005] Casadio, M; Morasso, PG; Sanguineti, V. 2005. Direct
measurement of ankle stiffness during quiet standing: implications for control
modeling and clinical application. Gait Posture 21: 410-423.
[Cavanagh, 1979] Cavanagh, PR; Komi, PV. 1979. Electromechanical delay in
human skeletal muscle under concentric and eccentric contractions. European
Journal of Applied Physiology 24(3): 159-163.
[Clair, 1996] Clair, KL; Riach, C. 1996. Postural stability measures: what to
measure and for how long. Clinical Biomechanics 11(3): 176-178.
BBIIBBLLIIOOGGRRAAFFIIAA
Andreia Sousa 38
[Correia, 1993] Correia, P; Santos, P; Veloso, A. (1993). Electromiografia:
Fundamentação Fisiológica. Métodos de Recolha e Processamento. Aplicações
Cinesiológicas. Lisboa: Faculdade de Motricidade Humana/Serviço de Edições
- Universidade Técnica de Lisboa.
[Cowan, 2003] Cowan, SM; Bennell, KL; Hodges, PW; Crossley, KM;
McConnell, J. 2003. Simultaneous feedforward recruitment of the vasti in
untrained postural tasks can be restored by physical therapy. Journal of
Orthopaedics Research 21: 553-558.
[Crenna, 1987] Crenna, P; Frigo, C; Massion, J; Pedottu, A. 1987. Forward and
backward axial synergies in man. Experimental Brain Research 65(3): 538-548.
[Dietz, 1980] Dietz, V; Mauritz, KH; Dichgans, J. 1980. Body oscillations in
balancing due to segmental stretch reflex activity. Experimental Brain Research
40: 59-89.
[Dimitrova, 2004] Dimitrova, D; Horak, FB; Nutt, JG. 2004. Postural muscle
responses to multidirectional translations in patients with Parkinson's disease.
Journal of Neurophysiology 91(1): 489-501.
[Eccles, 1986] Eccles, JC. 1986. Learning in the motor system. Progress in
Brain Research 64: 3-18.
[El Haber, 2008] El Haber, N; Erbas, B; Hill, KD; Wark, JD. 2008. Relationship
between age and measures of balance, strenght and gait: linear and non-linear
analyses. Clinical Science 114: 719-727.
[Feldman, 2003] Feldman, AG; Ostry, DJ. 2003. A critical evaluation of the force
control hypothesis in motor control. Experimental Brain Research 153(3): 275-
288.
[Ferrel, 2000] Ferrel, C; Leifflen, D; Orliaguet, JP; Coello, Y. 2000. Pointing
movement visually controlled through a video display: adaptation to scale
change. Ergonomics 43: 461-473.
BBIIBBLLIIOOGGRRAAFFIIAA
Andreia Sousa 39
[Fidler, 2005] Fidler, A; Haddad, JM; Gagnon, JL; Van Emmerik RA; Hamill, J.
2005. Postural control strategies in dancers and non dancers. International
Society of Biomechanics in Sport: 642-645.
[Fiedler, 2005] Fiedler, A; Haddad, JM; Gagnon JL; Van Emmerik RV; Hamill, J.
(2005). Postural control strategies in dancers and non dancers. Paper
presented at the International Society of Biomechanics in Sports
[Folkow, 1970] Folkow, B; Gaskell, P; Waaler, BA. 1970. Blood flow through
limb muscles during heavy rhythmic exercise. Acta Physiologica Scandinavica
80: 61-72.
[Forrest, 1997] Forrest, WR. 1997. Antecipatory postural adjustement and T'ai
Chi Ch'uan. Biomedical Science Instrumentation 33: 65-70.
[Fransson, 1999] Fransson, PA; Johansson, R; Hafstrom, A; Magnusson, M.
1999. Methods for evaluation of postural control adaptation. Gait Posture 12:
14-24.
[Freriks, 1999] Freriks, B; Hermens, HJ; Disselhorst-Klug, C; Rau, G. 1999. The
recommendations for signal processing methods for surface electromyography.
European recommendations for surface electromyography-SENIAM Project.
[Friedli, 1984] Friedli, WG; Hallett, M; Simon, SR. 1984. Postural adjustments
associated with rapid voluntary arm movements 1. Electromyographic data.
Journal of Neurology, Neurosurgery & Psychiatry
[Gantchev, 1996] Gantchev, GN; Dimitrova, DM. 1996. Anticipatory postural
adjustments associated with arm movements during balancing on unstable
support surface. International Journal of Psychophysiology 22: 117-122.
[Gantchev, 1989] Gantchev, GN; Gatev, P; Tankov, N. 1989. EMG responses of
postural muscles to mechanical disturbances during balacing. C. R. Acad. Bulg.
Sci. 42: 121-124.
BBIIBBLLIIOOGGRRAAFFIIAA
Andreia Sousa 40
[Garland, 1997] Garland, SJ; Stevenson, TJ; Ivanova, T. 1997. Postural
responses to unilateral arm perturbation in young, eldery, and hemiplegic
subjects. Archives of Physical Medicine and Rehabilitation 78(10): 1072-1077.
[Gatev, 1999] Gatev, P; Thomas, S; Kepple, T; Hallet, M. 1999. Feedforward
ankle strategy of balance during quiet stance in adults. Journal of Physiology
514: 915-928.
[Gurfinkel, 1995] Gurfinkel, VS; Babakova, IA. 1995. Precision of stabilization of
the projection of human center of gravity during standing. Fiziologia Cheloveka
21(3): 65-74.
[Gurfinkel, 1992] Gurfinkel, VS; Popov, KK; Smetanin; BN. (1992). The support
input as a reference for postural control. In M. H. Woolacott, F (Ed.), Posture
and Gait: Control Mechanisms (Vol. 1, pp. 182-186). Oregon: University of
Oregon Books.
[Hadders-Algra, 2005] Hadders-Algra, M. 2005. Development of postural control
during the first 18 months of life. Neural Plasticity 12(2-3): 99-108.
[Hagabarth, 1987] Hagabarth, KE. 1987. Gamma loop contribution to maximal
voluntary contractions in man. Journal of Physiology 389: 729-759.
[Hakkinen, 1996] Hakkinen, K; Kallinen, M; Linnamo, V; Pastinen, UM; Newton,
RU; Kraemer, WJ. 1996. Neuromuscular adaptations during bilateral versus
unilateral strength training in middle-aged and elderly men and women. Acta
Physiologica Scandinavica 158: 77-88.
[Heitkamp, 2001] Heitkamp, H; Horstmann, T; Mayer, F; Weller, J; Dickhurth, H.
2001. Gain in strenght and muscular balance after balance training.
International Journal of Sports Medicine 22: 285-290.
[Henry, 1998] Henry, SM; Fung, J; Horak, FB. 1998. EMG responses to
maintain stance during multidirectional surface translations. Journal of
Neurophysiology 80(4): 1939-1950.
BBIIBBLLIIOOGGRRAAFFIIAA
Andreia Sousa 41
[Hlavacka, 1992] Hlavacka, F; Mergner, T; Schweigart, G. 1992. Interaction of
vestibular and proprioceptive inputs for human self-motion perception.
Neuroscience Letters 138: 161-164.
[Hoffman, 1995] Hoffman, M; Payne, VG. 1995. The effect of proprioceptive
ankle disk training on healthy subjects. Journal of Orthopaedic Sports and
Physical therapy 21: 90-93.
[Hogan, 2003] Hogan, MC; Grasse, B; Samaja, M; Stary, CM; Gladden, LB.
2003. Effect of contraction frequency on the contractile and noncontractile
phses of muscle venous blood flow. Journal of Applied Physiology 95: 1139-
1144.
[Hong, 1994] Hong, DA; Corcos, DM; Gottlieb, GL. 1994. Task dependent
patterns of muscle activation at the shoulder and elbow for uncontrained arm
movements. Journal of Neurophysiology 71(3): 1261-1265.
[Horak, 1986] Horak, F; Nashner, L. 1986. Central programming of postural
movements adaptation to altered support-surface configurations. Journal of
Neurophysiology 55(6): 1369-1381.
[Horak, 1987] Horak, FB. 1987. Clinical measurement of postural control in
adults. Physical Therapy 67(12): 1881-1885.
[Horstmann, 1990] Horstmann, GA; Dietz, V. 1990. A basic posture control
mechanism: the stabilization of center of gravity. EEG Clinical Neurophysiology
76: 165-176.
[Howatson, 2008] Howatson, G; Glaister, M; Brouner, J; van Someren, KA.
2008. The reliability of electromechanical delay and torque during isometric and
concentric isokinetic contractions. Journal of Electromyography and
Kinesiology.
[Hu, 1994] Hu, MH; Woollacott, MH. 1994. Multisensory training of standing
balance in older adults: I. Postural stability and one-leg stance balance. Journal
of Gerontology 49: M52-61.
BBIIBBLLIIOOGGRRAAFFIIAA
Andreia Sousa 42
[Iso-Ahola, 1992] Iso-Ahola, S. (1992). Mental training. In J. L. Karvonen, PWR;
Iliev, I (Ed.), Medicine in sports trainning and coaching (Vol. 35, pp. 215-234).
Basel: Karger.
[Ivanenko, 1995] Ivanenko, UP; Talis, VL. 1995. Effect of surface suporte
stability on the postural vibration reactions in man. Human Physiology 21: 116-
124.
[Ivanenko, 1997] Ivanenko, YP; Levik, YS; Talis, VL; Gurfinkel, VS. 1997.
Human equilibrium on unstable support: the importance of feet-support
interaction. Neuroscience Letters 235: 109-112.
[Jarvholm, 1991] Jarvholm, U; Palmerud, G; Karlsson, D; Herberts, P; Kadefors,
R. 1991. Intramuscular pressure and electromyography in four shoulder
muscles. Journal of Orthopaedic Research 9: 609-619.
[Jeka, 1998] Jeka, JJ; Oie, KS; Schoner, GS; Dijkstra, TMH; Henson, E. 1998.
Position and velocity coupling of postural sway to somatosensory drive. Journal
of Neurophysiology 79: 1661-1674.
[Johanson, 1988] Johanson, R; Magnusson, M; Akesson, M. 1988. Identification
of human postural dynamics. IEEE Transactions Biomedical Engeenering 35:
858-896.
[Jones, 2008] Jones, SL; Henry, SM; Raasch, CC; Hitt, JR; Bunn, JY. 2008.
Responses to multi-directional surface translations involve redistribution of
proximal versus distal strategies to maintain upright posture Experimental Brain
Research 187(3): 407-417.
[Kagaya, 1992] Kagaya, A; Ogita, F. 1992. Blood flow during muscle contraction
and relaxation in rhythmic exercise at different intensities. The Annals of
Physiological Anthropology 11: 251-256.
[Kalin, 2004] Kalin, X; Segesser, B. 2004. Functional differences between MBT
shoes and conventional shoes when walking. Journal of Prevention and
Rehabilitation: 6-11.
BBIIBBLLIIOOGGRRAAFFIIAA
Andreia Sousa 43
[Korner, 1984] Korner, L; Parker, P; Almstrom, C; Andersson, GB; Herberts, P;
Kadefors, R; Palmerud, G; Zetterberg, C. 1984. Relation of intramuscular
pressure to the force output and myoelectric signal of skeletal muscle. Journal
of Orthopaedic Research 2(3): 289-296.
[Laaksonen, 2002] Laaksonen, MS; Kalliokoski, KK; Kyrolainen, H;
Kemppainen, J; Teras, M; Sipila, H; Nuutila, P; Knuuti, J. 2002. Skeletal muscle
blood flow and flow heterogeneity during dynamic and isometric exercise in
humans. American Journal fo Heart and Circulatory Physiology 284: H979-
H986.
[Lakie, 2003] Lakie, M; Caplan, N; Loram, ID. 2003. Human balancing of an
inverted pendulum with a compliant linkage: neural control by antecipatory
intermittent bias. Journal of Physiology 551: 357-370.
[Latash, 2008] Latash, ML. (2008). Neurophysiological basis of movement
(second ed.). Champaign: Human Kinetics.
[Latash, 1995] Latash, ML; Aruin, AS; Neyman, I; Nicholas, JJ. 1995.
Antecipatory postural adjustments during self-inflicted and predictable
perturbations in Parkinson's disease. Journal of Neurology, Neurosurgery &
Psychiatry 58(3): 326-334.
[Laughlin, 1987] Laughlin, MH. 1987. Skeletal muscle blood flow capacity: role
of muscle pump in exercise hyperemia. American Journal fo Heart and
Circulatory Physiology 253: H993-H1004.
[Laughlin, 1985] Laughlin, MH; Armstrong, RB. 1985. Muscle blood flow during
locomotory exercise. Exercise and Sports Sciences Reviews 13: 95-136.
[Laughlin, 1999] Laughlin, MH; Schrage, WG. 1999. Effects of muscle
contraction on skeletal muscle blood flow: when is there a muscle pump?
Medicine & Science in Sports & Exercise 31(7): 1027-1035.
[Lavisse, 1995] Lavisse, D; Deviteme, D; Divry, M; Perrin, Ph. 1995. Mental
information processing in motor skill acquiring by able-bodied and motor-
handicapped subjects. Journal of Human Movement Studies 29: 149-169.
BBIIBBLLIIOOGGRRAAFFIIAA
Andreia Sousa 44
[Ledin, 1990] Ledin, T; Kronhed, AC; Moller, C; Odkvist, LM; Olsson, B. 1990.
Effects of balance training in eldery evaluated by clinical tests and dynamic
posturography. Journal of Vestibular Research 91: 129-138.
[Lehman, 1999] Lehman, G; McGill, SM. 1999. The Importance of
Normalization in the Interpretation of Surface Electromyography:A Proof
of Principle. Journal of Manipulative and Physiological Therapeutics 22(7):
369-370.
[Li, 2007] Li, X; Aruin, AS. 2007. The effect of short-term changes in the body
mass on antecipatory postural adjustments. Experimental Brain Research 181:
333-346.
[Loram, 2005a] Loram, ID; Maganaris, CN; Lakie, M. 2005a. Active, non-spring-
like muscle movements in human postural sway: how might paradoxical
changes in muscle lenght be produced? Journal of Physiology 564(1): 283-293.
[Loram, 2005b] Loram, ID; Maganaris, CN; Lakie, M. 2005b. Human postural
sway results from frequent, ballistic bias impulses by soleus and gastrocnemius.
Journal of Physiology 564(1): 295-311.
[Lord, 1994] Lord, SR; Ward, JA; Williams, P; Anstey, J. 1994. Physiological
factors associated with falls in older community-dwelling women. Journal of
American Geriatric Association 42: 1110-1117.
[Ludbrook, 1962] Ludbrook, J. 1962. Functional aspects of the veins of the legs.
American Heart Journal 64: 706-712.
[Masani, 2003] Masani, K; Popovic, MR; Nakazawa, K; Kouzaki, M; Nozaki, D.
2003. Importance of body sway velocity information in controllong ankle
extensor activities during quiet stance. Journal of Neurophysiology 90: 3774-
3782.
[Masani, 2007] Masani, K; Vette, AH; Kouzaki, M; Kanehisa, H; Fukunaga, T;
Popovic, MR. 2007. Larger center of pressure minus center of gravity in the
eldery induces larger body acceleration during quiet standing. Neuroscience
Letters 422: 202-206.
BBIIBBLLIIOOGGRRAAFFIIAA
Andreia Sousa 45
[Masani, 2006] Masani, K; Vette, AH; Popovic, MR. 2006. Controlling balance
during quiet standing: proportional and derivative controller generates preceding
motor command to body sway position observed in experiments. Gait Posture
23: 164-172.
[Massion, 1992a] Massion, J. 1992a. Movement, posture and equilibrium:
interaction and coordination. Program Neurobiol 38: 35-56.
[Massion, 1992b] Massion, J. 1992b. Movement, posture and equilibrium:
interaction and coordination. Progress in Neurobiology 38: 35-56.
[Massion, 1994] Massion, J. 1994. Postural Control System. Current Opinion in
Neurophysiology 4: 877-887.
[Massion, 1999] Massion, J; Ioffe, M; Schmitz, C; Viallet, F; Gantcheva, R.
1999. Acquisition of antecipatory postural adjustments in bimanual load-lifting
task: normal and pathological aspects. Experimental Brain Research 128(1-2):
229-235.
[Mattacola, 1997] Mattacola, C; Lloyd, J. 1997. Effects of a 6-week strenght and
proprioceptive training program on measures of dynamic balance: a single-case
design. journal of Athletic Training 32: 127-135.
[Mcllroy, 1993] Mcllroy, WE; Maki BE. 1993. Changes in early 'automatic'
postural responses associated with the prior-planning and executing of a
compensatory step. Brain Research 631(2): 203-211.
[Mergner, 1998] Mergner, T; Rosemeier, T. 1998. Interaction of vestibular,
somatosensory and visual signals for postural control under terrestrial and
microgravity conditions: a conceptual model. Brain Research Review: 118-135.
[Morasso, 2002] Morasso, PG; Sanguineti, V. 2002. Ankle muscle stifness
alone cannot stabilize balance during quiet standing. Journal of
Neurophysiology 88: 2157-2162.
BBIIBBLLIIOOGGRRAAFFIIAA
Andreia Sousa 46
[Nardone, 1988] Nardone, A; Schieppati, M. 1988. Posutral adjustments
associated with voluntary contraction of the leg muscles in standing man.
Experimental Brain Research 69(3): 469-480.
[Nashner, 1985] Nashner, LM; McCollum, G. 1985. The organization of human
postural movements: a formal basis and experimental synthesis. Behavioral and
Brain Sciences 8: 135-172.
[Nigg, 2006] Nigg, B; Hintzen, S; Ferber, R. 2006. Effect of an unstable shoe
construction on lower extremity gait characteristics. Clinical Biomechanics 21:
82-88.
[Nouillot, 1992] Nouillot, P; Bouisset, S. 1992. Do fast voluntary movements
necessitate antecipatory postural adjustments even if equilibrium is unstable?
Neuroscience Letters 147(1): 1-4.
[Park, 2004] Park, S; Horak, FB; Kuo, AD. 2004. Postural feedback responses
scle with biomechanical constraints in human standing Experimental Brain
Research 154: 417-427.
[Paulus, 1987] Paulus, W; Straube, A; Brandt, Th. 1987. Visual postural
performance after loss os somatosensory and vestibular function. Journal of
Neurology, Neurosurgery & Psychiatry 50: 1542-1545.
[Perrin, 1998] Perrin, P; Schneider, D; Deviterne, D; Perrot, C; Constantinescu,
L. 1998. Training improves the adaptation to changing visual conditions in
maintaining human posture control in a test of sinusoidal oscillation of the
support. Neuroscience Letters 245: 155-158.
[Perrin, 1997] Perrin, Ph; Béné, MC; Perrin, C; Durupt, D. 1997. Ankle trauma
significantly impairs posture control: a study in basketball players and controls.
International Journal of Sports Medicine 18: 387-392.
[Pestana, 2003] Pestana, H; Gageiro, N. (2003). Análise de Dados para
Ciências Sociais: a Complementaridade do SPSS (3ª ed. ed.). Lisboa: Edições
Silabo.
BBIIBBLLIIOOGGRRAAFFIIAA
Andreia Sousa 47
[Peterka, 2002] Peterka, RJ. 2002. Sensoriomotor integration in human postural
control. Journal of Neurophysiology 88: 1097-1118.
[Pinsault, 2009] Pinsault, N; Vuillerme, N. 2009. Test-retest reliability of centre
of foot pressure measures to assess postural control during unperturbed
stance. Medical Engineering & Physics 31: 276-286.
[Radegran, 1997] Radegran, G. 1997. Ultrasound Doppler estimates of femoral
artery blood flow during dynamic knee extensor exercise in humans. Journal of
Applied Physiology 83: 1383-1388.
[Ramstrand, 2010] Ramstrand, N; Thuesen, AH; Nielsen, DB; Rusaw, D. 2010.
Effects of an unstable shoe construction on balance in women aged over 50
years. Clinical Biomechanics.
[Romkes, 2006] Romkes, J; Rudmann, C; Brunner, R. 2006. Changes in gait
when walking with Masai Barefoot Technique. Clinical Biomechanics 21: 75-81.
[Rothe, 1983] Rothe, CF. 1983. Reflex control of veins and avascular
capacitance. Physiology Review 63: 1281-1342.
[Rowell, 1993] Rowell, LB. (1993). Passive effects of gravity Human
Cardiovascular Control. New York: Oxford University.
[Rowland, 2001] Rowland, TW. 2001. The circulatory response to exercise: role
of the peripheral pump. International Journal of Sports Medicine 22(8): 558-565.
[Rozzi, 1999] Rozzi, S; Lephart, S; Sterner, R; Kuligowski, L. 1999. Balance
training for persons with functionally unstable ankles. Journal of Orthopaedic
Sports and Physical Therapy 29: 478-486.
[Sadamoto, 1983] Sadamoto, T; Bonde-Peterson, F; Suzuki, Y. 1983. Skeletal
muscle tension, flow, ressure, and EMG during sustained isometric contractions
in humans. European Journal of Applied Physiology 51: 395-408.
[Santos, 2008] Santos, MJ; Aruin, A. 2008. Role of lateral muscles and body
orientation in feedforward postural control. Experimental Brain Research 184(4):
547-559.
BBIIBBLLIIOOGGRRAAFFIIAA
Andreia Sousa 48
[Santos, 2009a] Santos, MJ; Aruin, A. 2009a. Effects of lateral perturbations
and changing stance conditions on antecipatory postural adjustment. Journal of
Electromyography and Kinesiology 19: 532-541.
[Santos, 2009b] Santos, MJ; Aruin, A; Kanekar, N; Aruin, AS. 2009b. The role of
antecipatory postural adjustments in compensatory control of posture: 1.
Electromyographic analysis. Journal of Electromyography and Kinesiology.
[Schmitz, 2002] Schmitz, C; Assainte, C. 2002. Developmental sequence in the
acquisition of anticipation during co-ordination in a bimanual load-lifting task in
children. Neuroscience Letters 330: 215-218.
[Shiavi, 1998] Shiavi, R; Frigo, C; Pedotti, A. 1998. Electromyographic signals
during gait: criteria for envelope filtering and number of strides Medical and
Biological Engineering and Computing 36(2): 171-178.
[Shiratori, 2007] Shiratori, T; Aruin, A. 2007. Modulation of antecipatory postural
adjustments associated with unloading perturbation: effect of characteristics of
a motor action. Experimental Brain Research 178(2): 206-215.
[Shiratori, 2001] Shiratori, T; Latash, M. 2001. Antecipatory postural
adjustments during load catching by standing subjects. Clinics of
Neurophysiology 112(7): 1250-1265.
[Shumway-Cook, 2003] Shumway-Cook, A; Hutchinson, S; Kartin, D; Price, M;
Woolacott, M. 2003. Effect of balance training on recovery of stability in children
with cerebral palsy. Developmental Medicine and Child Neurology 45: 591-602.
[Sjogaard, 2004] Sjogaard, G; Jensen, BR; Hargens, AR; Sogaard, K. 2004.
Intramuscular pressure and EMG relate during static contractions but dissociate
with movement and fatigue. Journal of Applied Physiology 96: 1522-1529.
[Slijper, 2000] Slijper, H; Latash, M. 2000. The effects of instability and
additional hand support on antecipatory postural adjustments in leg, trunk, and
arm muscles during standing. Experimental Brain Research 135(1): 81-93.
BBIIBBLLIIOOGGRRAAFFIIAA
Andreia Sousa 49
[Smith, 1957] Smith, JW. 1957. The forces operating at the human ankle joint
during standing. Journal of Anatomy 91: 545-564.
[Soderberg, 1992] Soderberg, GL. 1992. Selected Topics in Surface
Electromiography for Use in the Occupational Setting: Expert Perspectives.
Department of Health and Human Services.
[Stewart, 2004] Stewart, JM; Medow, MS; Montgomery, LD; McLeod, K. 2004.
Decrease skeletal muscle pump activity in patients with postural tachycardia
syndrome and low peripheral blood flow. American Journal fo Heart and
Circulatory Physiology 286: 1216-1222.
[Theunissen, 2000] Theunissen, MJ; Kroeze, JH; Schifferstein, HN. 2000.
Method of stimulation, mouth movements, concentration, and viscosity: effects
on the degree of taste adaptation. Perception & Psychophysics 62: 607-614.
[Tinetti, 1988] Tinetti, ME; Speddchlev, M; Ginter, SF. 1988. Risk factors for
falls among eldery persons living in the community. New England Journal of
Medicine 319: 1701-1707.
[Tortora, 1990] Tortora, GJ; Anagnostakos, NP. (1990). Principals of Anatomy
and Physiology (6th ed.): Harpen Collins Publisher.
[Tsao, 2008] Tsao, H; Hodges, PW. 2008. Persistence of improvements in
postural strategies following motor control training in people with recurrent low
back pain. Journal of Electromyography and Kinesiology 18: 559-567.
[Turker, 1993] Turker, K. 1993. Electromyography: some methodological
problems and issues. Physical Therapy 73(10): 57-69.
[van der Fits, 1998] van der Fits, IB; Klip, AW; van Eykern, LA; Hadders-Algra,
M. 1998. Postural adjustments accompanying fast pointing movements in
standing, sitting and lying adults. Experimental Brain Research 120(2): 202-216.
[van der Heide, 1998] van der Heide, JC; Otten, B; van Eykern, LA; Hadders-
Algra, M. 1998. Postural adjustments accompanying fast pointing movements in
standing, sitting and lying adults. Experimental Brain Research 120(2): 202-216.
BBIIBBLLIIOOGGRRAAFFIIAA
Andreia Sousa 50
[Vernon, 2004] Vernon, T; Wheat, J; Naik, R; Petit, G. 2004. Changes in gait
characteristics in a normal healthy population due to an unstable shoe
consturction. Centre for Sport and Exercise Science. Sheffield Hallam: Univ.
Sheffield.
[Vidal, 1982] Vidal, PP; Berthoz, A; Millavoye, M. 1982. Difference between eye
closure and visual stabilization in the control of posture in man. Aviation, Space,
and Environmental Medicine 53: 166-178.
[Wedderkopp, 1999] Wedderkopp, N; Kaltoft, M; Lundgaard, B; Rosendahl, M;
Froberg, K. 1999. Prevention of injuries in young female players in European
team handball. A prospective intervention study. Scandinavian Journal of
Medicine and Science in Sports 9: 41-47.
[Wester, 1996] Wester, JU; Jesperson, SM; Nielsen, KD; Neumann, L. 1996.
Wobble board training after partial sprains of the lateral ligaments of the ankle:
a prospective randomized study. Journal of Orthopaedics and Physical Therapy
23: 332-336.
[Willeput, 1984] Willeput, R; Rondeaux, C; De Troyer, A. 1984. Breathing
effects venous return from legs in human. Journal of Applied Physiology 57:
971-976.
[Winter, 1995] Winter, DA. 1995. Human balance and posture control during
standing and walking. Gait Posture 3: 193-214.
[Winter, 1998] Winter, DA; Patla, AE; Prince, F; Ishac, M; GieloPerczak, K.
1998. Stfness control of balance in quiet standing. Journal of Neurophysiology
80: 1211-1221.
[Winter, 2001] Winter, DA; Patla, AE; Prince, F; Ishac, M; GieloPerczak, K.
2001. Ankle muscle stifness in the control of balance during quiet standing.
Journal of Neurophysiology 85: 2630-2633.
[Wolfson, 1986] Wolfson, LI; Whipple, R; Amerman, P; et al. 1986. Stressing the
postural response: a quantitative method for testing balance. Journal of
American Geriatric Society 34: 845-850.
Andreia Sousa 51
AANNEEXXOOSS ESQUEMA DE ADAPTAÇÃO AO CALÇADO MBT® e
RECOMENDAÇÕES PARA UTILIZAÇÃO DO CALÇADO
Pelas próprias características do calçado MBT®, a marca aconselha um
período de adaptação gradual que normalmente ronda o período de
aproximadamente 1 semana, mas que na maioria dos casos poderá variar de
indivíduo para indivíduo, de acordo não só com o tipo de utilização que poderá
fazer do calçado, dependendo das características do solo (terrenos
irregulares, terra batida, alcatrão, …), mas também do tipo de actividade que
os sujeitos desenvolvem ao longo desse mesmo período de habituação (ex:
muitos períodos de marcha, grande parte do tempo sentados, subir/descer
escadas, entre outros). Assim, após cada processo de aquisição de um par
MBT é recomendado o seguinte plano de habituação, plano esse que será
também seguido neste estudo:
1º dia : 1 h/dia
2º dia : 2:00h/dia – 2:30h/dia
3º dia : 4:00h/dia
4º dia : 6:00h/dia
5º dia : 08h/dia ou mais
RECOMENDAÇÕES DE UTILIZAÇÃO:
- É NORMAL , principalmente no período de adaptação, verificar-se
um aumento da fadiga muscular em determinados grupos musculares,
devido ao aumento da actividade por parte desses mesmos grupos.
Entre as regiões, nas quais se poderá fazer sentir maior actividade
muscular, estão:
NOTA: os indivíduos deverão, após cumprido o tempo total de adaptação (5 dias), utilizar o calçado MBT, por um período não inferior a ___h/dia, ao longo de __ semanas até à última recolha de dados agendada para ___ / ___ / ___ .
Andreia Sousa 52
- região plantar (++ ao nível do arco plantar)
- região posterior da perna (gémeos);
- região posterior da coxa (isquio-tibiais e glúteos)
- região lombo-sagrada e cervical;
- região abdominal.
- ao calçar MBT o calcanhar deverá ficar bem encostado à região
posterior do calçado, pelo que só depois deverá apertar os atacadores;
- no caso de, ao iniciar a marcha com MBT verificar que o calcanhar
poderá sair do sapato, recomenda-se a utilização de um tipo de meia
mais grossa, o que permite criar um maior atrito na região posterior do
pé, entre o calcanhar e o sapato.
- durante a marcha, a primeira região a entrar em contacto com o
solo na fase de apoio deverá ser o calcâneo, sendo que se deverá fazer
um bom apoio na zona de amortecimento do pé deixando de seguida
“rolar” o pé naturalmente, durante toda a fase de apoio.
- na posição estática com MBT, dever-se-á contrariar a situação de
valgismo da TT, caso seja esta a tendência.
- MBT não deverá ser utilizado em terrenos muitos irregulares, visto
poder ser, em alguns casos, um factor potenciador de lesão, devido, não
só, à instabilidade do terreno, mas também à instabilidade causada por
MBT.
- MBT é recomendado para a prática de caminhada e “jogging”, não
sendo recomendado para qualquer outro tipo de desporto que implique
deslocamentos laterais (ex: ténis, futebol, voleibol, …)
Para qualquer dúvida e esclarecimento adicional, ficam os seguintes
contactos:
- Nome: ________________________ Contacto: ____________________