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ISSED(INSTITUTO SUPERIOR DE EDECAÇÃO)
INSTITUTO EDUCACIONAL ALFA
CUSO DE PÓS GRADUAÇÃO EM BIBLIOTCONOMIA
MEIRA MARIA DA SILVA MORAES
A LEITURA E A FORMAÇÃO DO LEITOR NA ESCOLA
Monografia apresentada à FAVENI:
Faculdade Venda Nova do
Imigrante,Caratinga, como exigência parcial
para a Pós Graduação em Biblioteconomia.
CARATINGA
2016
Agradeço a Deus pela vida e oportunidade de
despertar o gosto pela leitura nas crianças.
“Ler não é caminhar e nem voar sobre as
palavras. Ler é reescrever o que estamos
lendo, é perceber a conexão entre o texto e o
contexto e como vincula com o meu contexto.”
Paulo Freire
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO...................................................................................................................5
1. CAPÍTULO I – LEITURA, CONCEITO E ESTRATÉGIAS............................................6
2. CAPÍTULO II - LEITURA NO ENSINO FUNDAMENTAL.........................................11
3. CAPITULO III – A LEITURA NUMA VISÂO INTERACIONISTA.............................18
3.1. Os Processos e a Aquisição da Leitura na Visão da Psicogênese.................................18
4. CAPÍTULO IV- IMPORTÂNCIA DOS DIVERSOS PORTADORES DE TEXTO PARA A LEITURA..................................................................................................................20
4.1. Textos Práticos..............................................................................................................20
4.2. Textos Informativos ou Científicos................................................................................21
4.3. Textos Extraverbais........................................................................................................21
4.4. Síntese............................................................................................................................22
4.5. Textos Literários............................................................................................................22
5. CAPÍTULO V - A LEITURA NUMA PERSPECTIVA SOCIAL...................................23
6. ENFOQUE CONTEUDÍSTICO........................................................................................25
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................................26
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..............................................................................28
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1. INTRODUÇÃO
A leitura se constitui como um dos avanços à busca do conhecimento sistemático e
aprofundado. Contudo, tem–se que em virtude de não se desenvolver o hábito da leitura,
encontram-se algumas dificuldades nesse contexto, o que causa preocupações, pelo fato da
leitura assumir certo destaque no processo de aprendizagem.
É através desta que o aluno desperta para interpretação dos fatos e ainda sente-se
estimulado para desenvolver a aprendizagem, posto que a leitura se encarrega de amadurecer
o intelecto.
Ao se fazer uma retrospectiva da história, encontra-se elementos preponderantes que
se associam ao fato do indivíduo desenvolver uma leitura que transcende os livros,
documentos ou registros e se insere no contexto vivido.
É bem verdade as dificuldades apresentadas pela aprendizagem ganham outra
conotação, a partir do momento em que se identifica bloqueios referentes a leitura, o que
evidencia uma certa deficiência no desenvolvimento da leitura como prática escolar. Com esta
pesquisa percebeu-se que a leitura é um processo de construção de sentido. Ler é interagir
com o autor, procurar produzir sentidos, vivenciar experiências. É ser competente para
compreender e decifrar a realidade.
O texto não é único, não está fechado em si. Seu espaço de interlocução processado
pela interação remete-nos a consideração de que há uma incompletude, implicando uma
relação com outros textos, com a experiência do leitor e sua vivência de mundo.
O ambiente alfabetizador da sala de aula deve ser estimulante para o aprendizado. É
fundamental que o leitor perceba vínculos entre o mundo à sua volta e o mundo trazido pelo
enredo da história lida. É preciso também que ele tenha acesso a livros e outros materiais de
leitura, pois a leitura em sala de aula é primordial, mas precisa ser planejada como atividade
cotidiana. A leitura em si, já é uma atividade e pode ter ou não atividades subsequentes. Os
leitores em formação podem aproveitar a leitura para dialogar com os escritores de outros
livros. Pois leitura está associada ao amor pelas palavras, pela linguagem, pela vida.
O trabalho com a leitura deve ser uma prática constante, tanto no ambiente escola
quanto fora dele seu principal objetivo deve ser o de formar leitores competentes.
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1. CAPÍTULO I – LEITURA, CONCEITO E ESTRATÉGIAS.
Na última década, as pesquisas e publicações sobre leitura cresceram com muita
eficácia.
No Brasil, conforme quadros estatísticos educacionais apresentam deficiências no
ensino de Língua Portuguesa que precisam ser superadas mediante um ensino de qualidade.
Essas considerações são reforçadas com os PCNS (1997, p.19), onde assim se
posiciona:Desde o início da década de 80, o ensino de Língua Portuguesa na escola tem sido o centro da discussão acerca da necessidade de melhorar a qualidade da educação no país. No ensino fundamental, o eixo da discussão, no que se refere ao fracasso escolar, tem sido a questão da leitura e da escrita.
Esta questão é alarmante, pois o ato de ler é fundamental para conscientização do
ensino e, no entanto esta prática não está sendo realizada satisfatoriamente. Grande parte da
população brasileira não tem acesso aos livros por problemas diversos, sendo o mais grave o
próprio regime social, que privilegia as classes dominantes no uso dos bens culturais. Aos
donos do poder não convêm que as classes desprivilegiadas produzam e expressem suas
próprias idéias. Convém à elite manipular o povo, poder aliená-lo da participação da
construção de um país melhor.
É mais fácil dominar um povo que permanece com consciência ingênua, que não
critique.
No Brasil, sem desconsiderar motivos culturais e sociais mais abrangentes que
dificultam a leitura, é preocupante a consciência pouco clara dos leitores. As pessoas não
lêem por falta de tempo ou lêem somente aquilo que tem ligação direta com sua profissão. É
constante a afirmação feita pelos adultos de que o cansaço impede a leitura, nas escolas
percebem-se com clareza que os jogos, brincadeiras e músicas são mais agradáveis aos nossos
alunos que a Biblioteca. Mas também, os educadores, talvez por falta de conhecimentos sobre
a importância de jogos e brincadeiras podem-se desenvolver processos de leitura significativa.
Durante esta pesquisa constatou-se os seguintes tipos de leitura :
a) Leitura informativa: que serve para aumentar o conhecimento, auxiliar na informação funcional, nas curiosidades e necessidades de orientação para a vida (livro, revistas, romances, leitura superficial). A leitura informativa não é apenas característica de jornais e revistas, ela pode ser encontrada também em romances de nossa literatura, quando analisa os costumes de um povo, etc.b) Leitura cognitiva: é a leitura profunda, feita para o estudo de pesquisas, teses, exige resenha com argumentos.c) Leitura literária: são as leituras de textos literários, romances, contos e outros, analisando os estilos, a forma, a narrativa, etc.
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d) Leitura recreativa: é a leitura lazer, feita pelo prazer.e) Leitura pretexto: feita com uma única finalidade, como a leitura de texto para a prova ou leitura de uma obra comentada para entender um texto. f) Leitura corretiva: é realizada para correção de certas falhas, como erros ortográficos, etc. Bamberger (1977, p. 36-38)
Sabe-se que a família, a escola e a sociedade são elementos básicos para a formação de
leitores. O processo de formação do leitor está vinculado, em um primeiro momento, ao
contexto familiar, isto é, se há presença de livros, leitores e situações de leitura no lar. É
importante para a criança que haja exemplos de leitura, já que ela aprende por meio de
imitações do comportamento alheio e executa o que assimilou em sua vida.
A relevância e a necessidade do ato de ler para professores e alunos são irrefutáveis,
porém, é necessário analisar criticamente as condições existentes e as formas pelas quais esse
ato é conduzido no contexto escolar. O discurso e o bom senso mostram que a leitura é
importante no processo de escolarização das pessoas. Assim, a dimensão quantitativa (mais
ou menos leitura) e a dimensão qualitativa (boa ou má leitura) do processo, dependem das
condições escolares concretas para a sua produção.
O caráter livresco do ensino e as formas autoritárias através das quais os livros são
apresentados em sala de aula, tendem a contribuir com a docilidade dos estudantes, gerando a
falsa crença de que tudo que está escrito ou impresso é necessariamente verdadeiro. Os
processos de memorização do conteúdo (textos, apostilas ou livros apostilados) impedem que
o leitor se torne sujeito do trabalho que executa.
Freire (2003, p.23), chama este tipo de educação, de ‘educação bancária’, onde o
professor passa para o aluno um conjunto de informações apenas para encher a cabeça deste.
Daí a passividade, o amortecimento da crítica e da criatividade, o consumo mecânico e não
significativo das idéias propostas nos textos, que num todo contribuem para uma leitura
sintetizada e vaga.
O que acontece, na realidade, da prática escolar é que o ensino de leitura limita-se a
exercícios de vocabulário e compreensão, assim o aluno não lê, mas faz exercícios de leitura
com base em textos selecionados em livros didáticos. Esses também já possuíam a sua
interpretação e quando é necessário que o aluno mostre seu entendimento em situações
diferentes, ele não corresponde.
Ao se referir à leitura, os PCNS, da Língua Portuguesa, assim se posiciona:A leitura é o processo no qual o leitor realiza um trabalho ativo de compreensão e interpretação do texto, a partir de seus objetivos, de seu conhecimento sobre o assunto, sobre o autor, de tudo o que sabe sobre a linguagem, etc. (PCNS, 1997, p.51).
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O ato de ler então é uma necessidade concreta para a aquisição de significados e,
conseqüentemente, de experiências nas sociedades onde a escrita se faz presente.
Porém para esse ato ser qualificado de crítico, sempre deve envolver a constatação,
reflexão e transformação de significados a partir do diálogo e confronto de um leitor com um
determinado documento, pois leitura sem compreensão é pura e simplesmente uma ação
mecânica.
Segundo Solé (1998, p. 70) a compreensão do que se lê é produto de três condições: da
clareza e coerência do conteúdo dos textos, da familiaridade ou conhecimento léxico, sintaxe
e de coesão interna; do grau em que o conhecimento prévio do leitor seja relevante para
conteúdo do texto, ou seja da possibilidade de o leitor possuir os conhecimentos necessários
que vão lhe permitir a atribuição de significado aos conteúdos do texto; das estratégias que o
leitor utiliza para intensificar a compreensão e a lembrança do que lê, assim para como
detectar e compensar os possíveis erros ou falhas de compreensão. Estas estratégias são as
responsáveis pela construção de uma interpretação para o texto e pelo fato de o leitor ser
consciente do que entende e do que não entende para poder resolver o problema com o qual se
depara.
Segundo esta autora três idéias, associadas à concepção construtivista parecem
adequadas ao tentar explicar o conceito de leitura e quais as estratégias que a torna possível.
A primeira é da situação educativa como um processo de construção conjunta através
do qual o professor e seus alunos podem compartilhar progressivamente significados mais
amplos e complexos e dominar procedimentos com maior precisão e rigor , de modo que
ambos progressivamente se tornem mais adequados e incidir sobre a realidade, podendo
compreender e interpretar os textos nela presentes.
A segunda ideia é que o professor exerce uma função de guia denominada de
participação guiada, e a terceira é que o papel do professor na construção de “andaimes” para
explicar o papel deste professor em relação à aprendizagem do aluno. Assim como os
andaimes estão sempre localizados um pouco acima do edifício que contribuem para
construir, os desafios do ensino devem estar um pouco além dos que a criança já seja capaz de
resolver. Mas da mesma maneira que depois o andaime é retirado sem ser possível encontrar
seu rastro, e sem que o edifício caia também as ajudas que caracterizam o ensino devem ser
retiradas progressivamente, à medida que o aluno se mostrar mais competente e puder
controlar sua própria aprendizagem, sendo fundamental a idéia de que o bom ensino, não é
apenas o que se situa um pouco acima do nível atual do aluno, mas o que garante a
interiorização do que foi ensinado e seu uso autônomo por parte daquele.
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Solé (1998, p. 70), ainda coloca, que as situações de ensino/aprendizagem que se
articulam em torno das estratégias de leitura como processo de construção conjunta, nos quais
se estabelece uma prática guiada através da qual o professor, proporciona aos seus alunos os
“andaimes” necessários para que possam dominar progressivamente essas estratégias e depois
da retirada das ajudas iniciais. É necessário ensinar uma série de estratégias que podem
contribuir para a compreensão leitora e propõem um ensino em progressão ao longo de três
etapas. A primeira é que o professor é o modelo para seus alunos mediante sua própria leitura:
lê em voz alta para sistematicamente verbalizar e comentar os processos que lhe permitem
compreender o texto. Pode ser difícil explicar os próprios processos internos, por que em
muitas ocasiões não nos damos conta que os realizamos.
Depois da etapa do modelo e á medida que as coisas ocorram segue a etapa da
participação do aluno que é evocada e mais dirigida pelo professor formulando perguntas que
sugiram hipótese sobre o conteúdo do texto, sugerindo progressivamente questões abertas ou
apenas elucidando opiniões, tendo sempre como objetivo que o aluno participe do uso de
estratégias que vão lhe facilitar a compreensão dos textos. Na terceira etapa devemos garantir
a transferência progressiva da responsabilidade e do controle do professor para o aluno
estando sempre lá para intervir de forma segura nas necessidades dos alunos, mas sua meta é a
de conseguir sua realização competente e autônoma. A leitura perpassa também os objetivos
de quem lê. Podemos ler para obter uma informação precisa, ler para se obter uma
informação de caráter geral, ler para aprender, ler para revisar um escrito próprio, ler por
prazer, ler para comunicar um texto em um auditório, para praticar a leitura em voz alta, para
verificar que a compreendeu etc.
Para Solé (1998, p. 76), as estratégias que vamos ensinar devem permitir que o aluno
planeje a tarefa geral de leitura e sua própria localização–motivação, disponibilidade diante
dela ; facilitarão a comprovação, a revisão , o controle do que se lê e a tomada de decisões
adequadas em função dos objetivos perseguidos. Considera mais adequado pensar naquilo que
as diferentes estratégias que utilizamos devem possibilitar quando lemos e no que terá de ser
levado em conta na hora de ensinar.
Solé (1998, p. 77), sugere questões que formulam ou deveriam formular o leitor, cuja
resposta é necessária para poder compreender o que se lê:a) Compreender os propósitos implícitos e explícitos da leitura equivaleria a responder perguntas como: Que tenho que ler? Porque e para que tenho que lê-lo? b) Ativar e apontar à leitura os conhecimentos prévios relevantes para o conteúdo em questão. O que sei sobre o conteúdo do texto? O que sei sobre conteúdos afins que possam ser úteis para mim? Quais outras coisas sei que possam me ajudar : sobre o autor , o gênero , o tipo de texto?
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c) Dirigir a atenção ao fundamental, em detrimento do que pode parecer mais trivial em função dos propósitos perseguidos. Qual é a informação essencial proporcionada pelo texto e necessária para conseguir meu objetivo de leitura? Quais informações posso considerar pouco relevantes?d) Avaliar a consciência interna do conteúdo expressado pelo texto e sua compatibilidade com o conhecimento prévio e com o sentido comum com questões como: Este texto faz sentido?; As idéias expressadas no mesmo tem coerência? Entende-se o que quer exprimir? Quais dificuldades apresentam?e) Elaborar e provar inferências de diversos tipos, como interpretações, hipóteses e previsões e conclusões Como: Qual poderá ser o final deste romance?; O que sugeriria para resolver o problema exposto aqui; Qual poderia ser a hipótese, o significado desta palavra que em é desconhecida? O que pode acontecer com a personagem?
Estes questionamentos são necessários para a compreensão leitora, pois ler é muito
mais do que possuir um rico cabedal de estratégias e técnicas , é sobretudo uma atividade
voluntária e prazerosa e quando ensinamos a ler, devemos levar tudo isso em conta. Crianças
e professores devem estar motivados para ler e ensinar a ler. Neste sentido, é preciso
distinguir situações em que “se trabalha a leitura” e situações em que simplesmente “se lê”.
Na escola, ambas deveriam estar presentes, pois ambas são importantes, além disso, a leitura
deve ser avaliada como instrumento de aprendizagem.
A leitura não deve ser considerada uma atividade competitiva, através da qual se
ganham prêmios ou se sofrem sanções. Assim como os bons leitores nos refugiamos na leitura
como forma de evasão e encontramos prazer nela. Os maus leitores fogem dela e tendem a
evitá-la.
Como podemos fazer diferentes coisas com a leitura, é necessário articular diferentes
situações – oral, coletiva, individual e silenciosa, compartilhada e encontrar os textos mais
adequados para alcançar os objetivos propostos em cada momento. A única condição é
conseguir que a atividade de leitura seja significativa para as crianças, que corresponda a uma
finalidade e que elas possam compreender e compartilhar. Antes da leitura o professor deverá
pensar na complexidade que a caracteriza e simultaneamente, na capacidade que as crianças
têm de enfrentar, ao seu modo, essa complexidade. Assim, sua atuação tenderá a observá-las e
a lhes oferecer as ajudas adequadas para que possam superar os desafios que sempre deveriam
envolver a atividade de leitura.
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2. CAPÍTULO II - LEITURA NO ENSINO FUNDAMENTAL
Primeiramente fez–se necessário compreender o conceito de leitura para podermos
compreender os passos que a compõem.
São quatro as habilidades da linguagem verbal: a leitura, a escrita, a fala e a escuta.
Destas, a leitura é a habilidade lingüística mais difícil e complexa. A leitura é um dos
processos de aquisição da lecto-escrita e, como tal, compreende duas operações fundamentais:
a decodificação e a compreensão.
Decodifição: é a capacidade que temos como escritores, leitores ou aprendentes, de
uma língua para identificarmos um signo gráfico por um nome ou por um som. Esta
capacidade ou competência lingüística consiste no reconhecimento das letras gráficas e na
tradução dos mesmos para a linguagem oral ou para outro sistema de signo.
A aprendizagem da decodificação se consegue através do conhecimento do alfabeto e
da leitura oral ou transcrição de um texto. Conhecer o alfabeto não significa apenas o
reconhecimento das letras, e sim, entendermos a evolução da escrita como:
a) a pictográfica (desenho figurativo),
b) a ideografia (representação de idéias sem indicação dos sons das palavras),
c) e a fonográfica (representação dos sons das palavras).
Toda palavra tem uma origem, uma motivação.Compreensão: é a captação do sentido ou conteúdo das mensagens escritas. Sua aprendizagem se dá através do domínio progressivo de textos escritos cada vez mais complexos (ALLIENDE, 1987, p. 27).
Em relação aos conceitos de leitura, pode se dizer, de forma sintética que ler é atribuir
significado a um texto, é saber interpretar a idéia escrita e, correspondentemente, escrever é
interagir através de um texto, é produzir uma idéia com significado e função definidos. “Um leitor competente só pode constituir-se mediante uma prática constante de leitura de textos de fato, a partir de um trabalho que deve se organizar em torno da diversidade de textos que circulam socialmente. O trabalho pode envolver todos os alunos, inclusive aqueles que ainda não sabem ler convencionalmente.” Parâmetros Curriculares Nacionais, PCN-LP, (p. 54, 1997).
Considera-se a leitura como uma habilidade complexa, na qual intervém uma série de
processo cognitivo – lingüísticos de distintos níveis, cujo inicio é um estímulo visual e cujo
final deve ser a decodificação do mesmo e sua compreensão.
Refiro-me aos processos básicos e superiores da habilidade leitora. s processos básicos
da leitura são também chamados de “processos de nível inferior”.
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Sua finalidade é o reconhecimento e a compreensão das palavras. Dentro destas
encontram-se a decodificação e a compreensão de palavras. Os processos superiores ou de
nível superior têm por finalidade a compreensão de textos, devendo-os ser considerado no
ensino do português e na aprendizagem da lecto-escrita uma vez que funcionam de modo
interativo ou interdependente.
Os processos básicos, isto é, que se voltam à decodificação e à compreensão de
palavras são particularmente importantes nas primeiras etapas da aprendizagem da leitura (ou
leitura inicial na educação infantil) e devem ser automatizados ou bem assimilados no
primeiro ciclo do ensino fundamental (até a antiga quarta série, hoje 5º ano ), já que um
déficit em algum deles atua como um nó de gravata que impede o desenvolvimento dos
processos superiores de compreensão leitora.
Processos perceptivos – O leitor atinge a decodificação através dos processos
perceptivos e léxicos. Os perceptivos referem-se á percepção visual.
A percepção visual permite a extração de informações sobre coisas, lugares eventos do
mundo visível. Portanto, a percepção é um processo para aquisição de informações e
conhecimentos, guardando estreita relação com a memória de longo prazo (MLP) e a
cognitiva.
A percepção é uma das primeiras atividades que tomam parte do processo leitor e a
forma mais específica da percepção visual.
Processo léxico – Depois da análise perceptiva, o passo seguinte é chegarmos ao
significado das palavras que, no ensino da língua materna, é realmente, o que interessa aos
professores, à escola e a família aos próprios alunos.
Se nosso objetivo é também a leitura em voz alta, então, devemos trabalhar a
soletração, a entonação ou a pronúncia escorreita das palavras. Dois são os caminhos que
existem para chegamos ao reconhecimento das palavras e extrairmos o significado das
mesmas. Explicaremos, pois se duas rotas nos ajudam no reconhecimento das palavras:
a) a fonológica ou indireta ou também chamada via indireta (V I).
b) a rota visual ou léxica ou via direta (V D).
A rota fonológica – é a que a nos permite a leitura de textos, segmentando-os por
força da metalinguagem, em seus componentes (parágrafos, períodos, orações,frases,
sintagmas, palavras, morfemas), como também em sílabas ou em sons da fala (fonemas).
A rota fonológica é a via, pois, para se atingir a consciência fonológica, através da
qual se podem ler todas as palavras em língua portuguesa, já que nosso idioma neolatino é
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alfabético e transparente, isto é não tem palavras, a rigor, irregulares, impossíveis de serem
lidas (exceto os estrangeirismos).
Podemos, enfim, resumir os objetivos da via fonológica no processo de aquisição da
leitura: Identificar as letras através da análise visual; Recuperar os sons mediante a
consciência fonológica; Pronunciar os sons da fala fazendo uso do léxico auditivo; Chegar ao
significado de todas as palavras no léxico interno (vocabulário).
A via fonológica é mais lenta que a via direta já que o processo requerido é muito mais
extenso até chegamos a reconhecer a palavra, no entanto, não é menos importante e, inclusive,
podemos afirmar que os estágios iniciais da aprendizagem da leitura dependem da consciência
fonológica.
A rota visual ou direta ou léxica - É uma rota global e muito rápida já que nos permite
o reconhecimento global da palavra e sua pronunciação imediata sem necessidade de analisar
os signos (significante e significado) que a compõem.
Os passos que temos na leitura de palavras através da via direta são:
Analisar globalmente a palavra escrita: análise visual; ativar as notações léxicas;
chegar ao significado no léxico interno (vocabulário); recuperar a pronunciação no caso de
leitura em voz alta.“O modelo de leitura através da rota direta permite explicar a facilidade que
temos para reconhecer as palavras cuja imagem visual tem visto com muita
freqüência. Isto é, através desta rota podemos ler palavras que nos são
familiares em nível de escrita. A rota direta é base para a prática do método
global de leitura, também chamado construtivista”. (MARTINS, 2002, p. 26)
Os distúrbios de aprendizagem na área da leitura e da escrita podem ser atribuídos às
mais variadas causas.
Orgânicas: cardiopatias, encefalopatias, deficiências sensoriais (visuais e auditivas),
deficiências motoras (paralisia infantil, paralisia cerebral etc.), deficiências intelectuais
(retardamento mental ou diminuição intelectual), disfunção cerebral e outras enfermidades de
longa duração.
Psicológicas: desajustes emocionais provocadas pela dificuldade que a criança tem de
aprender, o que gera ansiedade, insegurança e auto conceito negativo.
Pedagógicas: métodos inadequados de ensino; falta de estimulação pela pré-escola dos
pré-requisitos necessários à leitura e à escrita; falta de percepção, por parte da escola, do nível
de maturidade da criança, iniciando uma alfabetização precoce; relacionamento professor-
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aluno deficiente; não domínio do conteúdo e do método por parte do professor; atendimento
precário das crianças devido à superlotação das classes.
Sócio-culturais: falta de estimulação (criança que não faz a pré-escola e também não é
estimulada no lar); desnutrição; privação cultural do meio; marginalização das crianças com
dificuldades de aprendizagem pelo sistema de ensino comum.
Dislexia: um tipo de distúrbio de leitura que colocamos como causa porque provoca
uma dificuldade específica na aprendizagem da identificação dos símbolos gráficos, embora a
criança apresente inteligência normal, inteligência sensorial e receba estimulação e ensino
adequados.“Devido à falta de informação dos pais, dos professores da pré-escola e à dificuldade de identificar os “sintomas” antes da entrada da criança na escola, a dislexia só vai ser diagnosticada quando a criança estiver no primeiro ou segundo ano do Ensino Fundamental. Nesse sentido, a dificuldade na leitura significa apenas o resultado final de um ano escolar, de desorganização que a criança já vinha apresentando no seu comportamento pré-verbal, não-verbal, e em todas aquelas funções básicas necessárias para o desenvolvimento da recepção, expressão e integração, condicionadas à função simbólica.” MYKLEBUST, (1997, p.83,84).
Para a autora, a dislexia significa o que falta para completar na capacidade de
simbolizar, o primeiro momento da existência a se fixar a criança de enfrentara colhendo ou
expressivamente com o ato ou efeito de representar a realidade, ou de preferência, com a
imagem empregada da realidade, ou antes, com a simbolização da realidade, ou poderíamos,
da mesma forma, chamar pelo nome do mundo. “Outras perturbações da aprendizagem podem acompanhar os disléxicos: Alterações na memória, alterações na memória de séries e sequencias, orientação direita – esquerda linguagem escrita, dificuldades em matemática, confusão com relação às tarefas escolares, pobreza de vocabulário, escassez de conhecimentos prévios (memória de longo prazo). No caso da criança em idade escolar, a Psicolingüística define a dislexia como um fracasso inesperado na aprendizagem da leitura (dislexia), da escrita (disgrafia) e da ortografia (dissortografia) na idade prevista em que essas habilidades já devem ser automatizadas. E o que esse denomina de dislexia de desenvolvimento. No caso do adulto, tais dificuldades quando ocorrem depois de um acidente vascular cerebral (AVC ) ou traumatismo cerebral, dizemos que se trata de dislexia adquirida”. CONDEMARIN (1987, p. 23),
Muitas vezes nos deparamos com alunos com dificuldades para aprender a ler , muito
notado nas classes de alfabetização e de 1º ano . O professor muitas vezes não compreende
essas dificuldades rotulando o aluno muitas vezes de incapaz, preguiçoso etc.“O processo de ensino da aprendizagem não pode ser tratado como algo isolado e único o espaço da sala de aula. Faz-se necessário que o trabalho educacional transcenda os muros da escola como praticas educativas que enlacem o contexto social do aprendiz, proporcionando-lhe condições que possibilite o desenvolvimento da capacidade de criar um conjunto, tendo em vista o conjunto social que está inserido”. LIBANEO (2006, p.17)
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Através da ação educativa o meio social exerce influências sobre os indivíduos e estes,
ao assimilarem e recriarem essas influências tornam-se capazes de estabelecer uma relação
ativa e transformadora em relação ao meio social.“A dificuldades de aprendizagem relacionadas com a linguagem (leitura, escrita e ortografia)”, pode ser inicial e informalmente (um diagnóstico mais preciso deve ser feito e confirmado por neurolinguista) diagnosticado pelo professor de língua materna, com formação na área de letras em habilitação em Pedagogia, que pode vir a realizar uma medição da velocidade da leitura da criança, utilizando, para tanto, a seguinte ficha de observação, com as seguintes questões a serem prontamente respondidas: A criança movimenta os lábios ou murmura ao ler? A criança movimenta a cabeça ao longo da linha? Sua leitura silenciosa é mais rápida que a oral ou mantém o mesmo ritmo de velocidade? A criança segue a linha com o dedo? A criança faz excessivas fixações do olho ao longo da linha impressa? A criança demonstra excessiva tensão ao ler? A criança efetua excessivos retrocessos da vista ao ler? Dislexia de desenvolvimento é o primeiro distúrbio específico de linguagem a ser considerado, pois é mais comum e melhor compreendido distúrbio de aprendizagem da infância, assim fornece um modelo do que gostaríamos de saber sobre todos estes distúrbios de aprendizagem”. A parte de rever de pesquisar iniciar com conhecimento sobre definição refletida e também introduzir informações sobre outros distúrbios de desenvolvimento da fala e da linguagem, bem como sobre o que é conhecido a respeito de suas semelhanças com a dislexia. Para a autora, a dislexia de desenvolvimento é uma dificuldade inesperada na aprendizagem de leitura e soletração. Inesperada significa que não há qualquer razão óbvia para a dificuldade como, por exemplo, escolarização inadequada, desvantagem sensorial periférica, lesão cerebral adquirida”. CONDEMARIN (1987, p. 55).
Para Fonseca (1995) é comum o hábito de dizer que mandamos as crianças para a
escola para aprenderem, o que faz com que tenha uma ruptura na curiosidade da criança que a
faz criar. Mas a este respeito que se faz um questionamento em torno da família: "Qual a
importância da família no contexto da aprendizagem?”.
Segundo este autor a família é peça fundamental para o desenvolvimento da criança
em toda a sua escolaridade e mais ainda no início desta, no primeiro ano.
O ato de ler está relacionado à descoberta, já que a leitura vai além da decodificação
do signo lingüístico, ela acontece quando se estabelece uma interpretação de sentido entre leitor
X texto. Sendo a leitura uma busca de sentido que ocorre entre o autor e o leitor mediado pelo texto, o
autor constrói o texto, dá sua significação, imagina seus interlocutores, mas não domina sozinho o
processo de leitura do seu leitor, pois o leitor também dá ao texto sua significação. Constrói um
significado geral para o texto podendo aceitar ou não as conclusões argumentadas pelo autor através
das pistas deixadas por ele.
A relação entre leitor e autor é de responsabilidade mútua, pois ambos têm a zelar para que os pontos de contatos sejam mantidos, apesar das suas divergências possíveis em opiniões e objetivos. Ir ao texto com idéias pré-concebidas, inalteráveis, com crenças imutáveis, dificulta a compreensão quando estas não correspondem àquelas que o autor apresenta, pois nesse caso nem sequer e consegue reconstruir o quadro referencial das pistas formais.
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KLEIMAN (1989, p. 65).
Ao se pensar em educação e alfabetização, as práticas de leitura devem se fazer
sempre presentes nas salas de aulas. “Os adultos não devem decidir a hora e o lugar de se iniciar a alfabetização de todo um grupo de alunos - a criança alfabetiza-se de acordo com os estímulos e o meio em que está inserida, não é preciso forçar uma "alfabetização precoce“ e uniforme”. FERREIRO (1995)
O meio (ambiente alfabetizador) será o estimulante para o aprendizado. É fundamental
que o leitor perceba vínculos entre o mundo à sua volta e o mundo trazido pelo enredo da
história lida. É preciso também que ele tenha acesso a livros e outros materiais de leitura, pois
a leitura em sala de aula é primordial, mas precisa ser planejada como atividade cotidiana. A
leitura em si, já é uma atividade e pode ter ou não atividades subsequentes. Os leitores em
formação podem aproveitar a leitura para dialogar com os escritores de outros livros. Pois
leitura está associada ao amor pelas palavras, pela linguagem e pela vida.
O trabalho com a leitura deve ser uma prática constante, tanto no ambiente escola
quanto fora dele.seu principal objetivo deve ser o de formar leitores competentes.
De acordo com os PCN - Língua Portuguesa, (1997, p.54), para formar um leitor
competente é preciso formar alguém que consegue compreender o que lê; que possa aprender
a ler também o que não está escrito, identificando elementos implícitos: que estabeleçam
relações entre o texto que lê e outros já lidos: que saiba que vários sentidos podem ser
atribuídos a um texto; que consiga justificar a e validar a sua leitura a partir da localização de
elementos discursivos.
Na formação do leitor, é preciso ter claro que ler não é apenas um processo de
decodificação de letras e palavras, não é somente converter letras em som. Ler é um processo
de atribuição de sentido ao texto, é a construção do significado do texto pelo leitor.
No momento do trabalho com a leitura é que são fincados os alicerces para a
produção de bons textos, pensando nisso o professor deve escolher bons textos e mais
adequados à faixa etária dos alunos, a fim de que eles se integrem ao exercício da leitura de
modo prazeroso e investigativo.
Para cativar o leitor, aproximá-lo do texto, resgatando assim o prazer da leitura, novos
caminhos precisam ser encontrados. Para atingir essa meta, o professor deve desejar
intensamente ensinar a ler e mergulhas com os alunos na leitura, contribuindo para atitudes
favoráveis à formação do leitor como fazer leitura compartilhada em sala de aula todos os
dias, frequentar bibliotecas para manusear e emprestar livros e revistas, levar o aluno a ter
acesso a livros, jornais e revistas, ler bibliografias de pessoas conhecidas, convidar escritores
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para visitarem a escola, confeccionar livros com os alunos cantar com as letras das músicas
nas mãos. E seria muito interessante também, escrever na lousa algum pensamento antes de
começar aula. Escurecer a sala de aula e ler com velas acesas ou uma lanterna ligada faz as
crianças vibrarem de alegria. E assim aproveitar para ler tudo o que tem nas paredes da
escola. E nunca se deixar de desenvolver projetos de leitura.
A criança encontra na escola um espaço programado para aprender a fazer diferentes
leituras do mundo, a ler diferentes tipos de texto, portadores de diferentes conteúdos. Textos
que chegam à sala de aula para apoiar o trabalho nas diferentes disciplinas, permitindo que os
alunos construam conhecimentos e sistematizem a aprendizagem. Cabe ao professor criar
situações didáticas em que os alunos aprendam a lidar com esses diferentes tipos de texto, ao
desenvolver as diversas tarefas que a vida escolar lhes coloca.
O aluno tem o professor como modelo, às vezes o único modelo de leitor, assim o professor
deve ler constantemente para assim cativar seus alunos. Na perspectiva construtivista, ensinar a ler
está estritamente ligado ao conhecimento total do indivíduo. Conhecer textos diversos e interessantes
concorre para a formação do hábito da leitura. Isso se adquire nas primeiras fases do aprendizado.
Só se formam leitores por meio de atividades de leitura, e estas devem ser
compatíveis com a competência de leitura dos indivíduos, mas devem oferecer meios e
estímulos para que o leitor vença outras etapas e consiga decifrar novos códigos e se torne
cada vez mais plural.
Acima de tudo é preciso cantar muito com os alunos, ler muito para eles (narrar, ler
diversos textos informativos e recitar) e oferecer atividades lúdicas e desafiadoras que
favoreçam a interação com o mundo da escrita. Na verdade tudo depende da concepção de
quem ensina.
Finalizando, para formar futuros leitores, é fundamental que a leitura faça parte da
rotina diária em sala de aula, para que o aluno possa entender o sentido que o mundo letrado
tem para todos.
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3. CAPITULO III – A LEITURA NUMA VISÂO INTERACIONISTA
3.1. Os Processos e a Aquisição da Leitura na Visão da Psicogênese
Sabemos que a criança para aprender a ler passa, por várias etapas de fundamental
importância, razão pela qual levamos em consideração que nesse período de sua vida a
criança já leva para escola alguns conhecimentos, ou seja, ela já tem uma Leitura de mundo.
Por que a criança quando começa a ler nesta fase, está associando as figuras e
relacionando a palavra ao que está vendo. Por isso a família nesta etapa da vida, da criança
tem um papel importantíssimo papel no incentivo pela leitura. E como incentivar a ler?
Muitas vezes os pais gostam de contar história para as crianças então essa é uma das
atividades que enriquecem sua memória tendo em vista que os personagens da história podem
ficar memorizados. E a criança começa a desenvolver o interesse pela leitura.
Nessa perspectiva cabe aos professores fazerem um elo entre o que a criança já
aprendeu no seu dia a dia com os conhecimentos adquiridos na sala.
Do ponto de vista cognitivo o significado de leitura para as atividades das crianças são
“leitura de experiência”, tendo em vista que quando a criança leva um objeto á boca, quando
agarra, puxa e encaixa objetos e ainda quando ouve e imita sons entre outros ela está lendo o
mundo que a cerca. Toda criança possui um esquema de absorção que passa por uma série de
transformações de acordo com a etapa de desenvolvimento que atravessa. Nos primeiros anos
ele é distintamente sensório-motor e simbólico, ou seja muitas das experiências que a criança
realiza torna-se essencial para o seu desenvolvimento cognitivo e, logo para a aprendizagem.
A alfabetização deve ser compreendida, pois, como uma técnica que se inicia com a
criança pegando ou ouvindo, combinando, experimentando objetos. Logo em seguida, a ação
da leitura dos símbolos gráficos (palavra).
A questão aqui passa a ser a substituição de um código auditivo-oral para o
visual/escrita, isto é os esquemas de absorção usados pela criança transforma-se em
operatórios.
Ensinar a ler e a escrever é essencial, mas compreender que ler e escrever constitui
apenas uma etapa do desenvolvimento e que, sem uma firme base anterior (muitas
experiências, de vocabulário entre outros) será mais difícil de alcançar.
Por esta razão é importante reiniciar todas as etapas anteriores do desenvolvimento a
criança e proporcionar valores significativos, que levem a criança se envolver intensamente
19
buscando o verdadeiro sentido da importância do ato de ler. Sem esse envolvimento a
possibilidade seria menor em entender o verdadeiro significado da leitura.
A língua de um povo é uma produção cultural que permite a comunicação, a
transmissão, registro e a preservação da memória de um grupo humano, que vive e constrói
sua história.
É um processo construtivo, coletivo e que resulta no sistema lingüístico e
comunicativo utilizado por um povo. Entretanto, a sociedade constrói através da interação sua
realidade sócio-cultural da qual a escola faz parte, cabendo a esta enquanto instituição social,
o ensino da língua materna.
Segundo FERREIRO (1987, p. 420,) a leitura e a escrita têm sido tradicionalmente
consideradas como objeto de uma instrução sistemática.
Portanto a leitura e a escrita desde o início das civilizações tem sido de fundamental
importância na vida dos indivíduos e da sociedade como todo, por que constitui um processo
de organização lógica do raciocínio do ser humano, tal como algo que pretendemos atingir
através do ensino sistemático, sendo assim o valor significativo das letras.
Esse processo é contínuo e gradativo, podendo ser anterior a entrada da criança na
escola, desde que ela tenha contato com matéria escrita que circulam na sociedade. O contato
com todo tipo de material escrito influencia diretamente na intimidade no desejo de interagir
com a língua escrita, ao mesmo tempo em que desperta na criança o interesse pela leitura.
A função da escola não é ensinar a criança a falar. Essa capacidade ela já traz ao
ingressar na escola. O desenvolvimento da língua oral ocorre na comunicação diária não
havendo a necessidade de uma ação sistemática e dirigida.
No entanto, a função da escola se faz presente em possibilitar o desenvolvimento da
capacidade de produção oral e escrita que o aluno possui constituindo-se num ambiente que
acolha a vez e a voz do aluno respeitando-o diferença e a diversidade. Dependem, sobretudo,
de a escola ensinar-lhe os usos e forma de fala adequada as diferentes atuações na vida.
Pesquisas de FERREIRO (p. 960.) dizem que as crianças possuem conceituações
sobre a natureza da escrita muito antes da intervenção de um ensino sistemático.
20
4. CAPÍTULO IV- IMPORTÂNCIA DOS DIVERSOS PORTADORES DE
TEXTO PARA A LEITURA
É importante ler textos, mas não só textos que transmitem através das palavras
mensagens, como também ler os símbolos, por exemplo, ler uma figura, desenha o que aquela
gravura está transmitindo, o leitor que realmente ler poderá ser capaz de emitir mensagens
através de um texto representado por figuras entre outras.
Sabemos que existem vários tipos de textos que nós nos deparamos no nosso dia a dia,
textos longos e breves, mas sempre com o objetivo de transmitir uma mensagem ou uma
ideia, para tanto existem textos que nós muita vezes nos sentimos desestimulados pelo
conteúdo por ser um pouco extenso, principalmente quando tem um contexto distante da
realidade do leitor.“Em relação aos tipos de textos para fins didáticos podemos classificar os textos em práticos, informativos ou literários e extraverbais, sendo os três primeiros grupos foram introduzidos, por Landsmann.” (NASPOLINE, 1996. p,39)
Essa classificação segundo ela tem o objetivo de facilitar o trabalho que teve o aluno a
produzir e sistematizar conhecimentos.
O objetivo é não somente levar o aluno a reconhece as diversas modalidades de texto,
mas leva-lo a escrever cada uma delas. O contato da criança com textos variados facilita a
descoberta das regras que regem a linguagem escrita.
4.1. Textos Práticos
Segundo NASPOLINE, (1996. p,39), textos práticos são os textos com os quais nos
deparamos em nosso dia-a-dia, por exemplo, contas de água, luz e telefone, cheques, embalagens de
todos os tipos, manuais, listagens, itinerários, ingressos, passagens, carnês, bulas de remédio,
cardápios, receitas culinárias, notas fiscais, cartas, bilhetes, telegrama”.
Cada criança deverá construir a noção de destinatário; apropriar-se da estrutura
específica da carta com sua silhueta; ser capaz de argumentar, quando necessário; empregar
corretamente a pontuação e a letra maiúscula; e adquirir vocabulário adquirido a situação.
Uma discussão pertinente diz respeito à funcionalidade desse tipo de texto. Questionar
o porque escrever uma carta quando se poderia usar o telefone ou conversar pessoalmente.
Aqui vários motivos podem ser levados em consideração, como a segurança, praticidade e
economia, por exemplo.
21
Quando se telefona, a pessoa pode não estar naquele exato momento; se deixarmos
recado, ela pode não receber. E ás vezes mesmo que a pessoa more perto não tem tempo de ir
até ela. Além disso, há coisa que gostamos de dizer por escrito para organizar melhor as idéias
ou para que possam ficar guardadas. Outra questão é o preço: na maior parte dos casos os
telefonemas são mais caros que as cartas.
4.2. Textos Informativos ou Científicos
Em relação a estes textos existem função específica que é manter o leitor informada e
oferecer conhecimentos, para constatarmos esta versão vejamos o que diz a seguinte citação
de NASPOLINE ( p.40,1996):“São os textos ou já a função é trazer ao leitor conhecimentos, descobertas e novidades em geral. Exemplo disso são as noticias de jornal, enciclopédias, dicionários, gramáticas, revistas, entrevistas, os textos científicos, históricos e geográficos, tabelas e gráficos”. (p. 44).
É interessante destacar que cada texto tem sua atividade especial, no caso dos textos
acima citados, cada um exerce de forma especial sua atividade a exemplo disso temos o jornal
cuja sua função é informar das noticias, sobre os acontecimentos ocorridos no mundo no
nosso dia a dia.
4.3. Textos Extraverbais
Baseando-se em leituras de textos de autores que escreveram sobre leitura e escrita
constatou-se que na visão de um autor, o código lingüístico não é o único a permitir a leitura,
pois existem outras formas de textos, que são: ilustrações, figuras, entre outras.
“A partir do momento em que entendemos por texto, tudo que conseguimos
compreender e interpretar. Desta visão, o código lingüístico não é o único a
permitir a leitura. “Existem “os textos” que não são escritos com palavras, mas
empregam outros códigos não lingüísticos ou além dos lingüísticos- os textos
extraverbais”. Exemplos: figuras, ilustrações, arquitetura, história em
quadrinhos, charque, quadro de arte, música, gastos entre outros.”.
NASPOLINE, (p.46, 1996).
Como visto, o código linguístico não é exclusivo a leitura, se a partir daí conseguirmos
compreender por que na realidade “os textos” que não são escritos através das palavras,
22
porém fazem uso de outros códigos lingüísticos – que são os textos extra-verbais. Exemplos:
história em quadrinhos, quadro de arte entre outros.
4.4. Síntese
Ser alfabetizado é, antes de tudo, experiênciar-se ao dia a dia. Esse aspecto destaca os
chamados “usos práticos ou funcionais da linguagem”. Além do mais, uma pessoa
alfabetizada possui certos privilégios que os demais não têm. E por fim, quem lê e escreve
tem facilidade de expressar-se.
4.5. Textos Literários
São os textos que aparecem em forma de história contadas por autores para despertar o
interesse pela leitura do mesmo.
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5. CAPÍTULO V - A LEITURA NUMA PERSPECTIVA SOCIAL
Abordar o tema leitura sobre o aspecto de uma compreensão crítica do ato de ler
consiste em uma tarefa que envolve todo processo pelo qual devemos compreender que o
desenvolvimento da importância do ato de ler deva ser uma prática pedagógica.
Falar sobre esse assunto é algo bastante complexo, já que a leitura é fundamental na
vida das pessoas, pois é somente através da leitura que nós possamos conhecer outras
realidades, outros pensamentos e tipos de cultura através da leitura é que você cria outros
pensamentos, ou seja, reconstrói e produz a partir de algo que você deu outras idéias.
Para FREIRE, (1997, p. 29) a leitura do mundo precede a leitura da palavra, daí que a
posterior leitura desta não possa prescindir da continuidade da leitura daquele.
Entretanto, a compreensão do texto vai depender do contexto em que está inserido o
leitor, pois é a partir daí que o leitor vai poder formular seus questionamentos e, afirmar uma
construção de novas idéias baseadas em realidade coerente e de experiências adquiridas.
Segundo Paulo Freire “da palavra mundo” a retomada da infância distante buscando
compreensão do meu ato de ler o mundo particular em que me movia – e até onde não sou
traído pela memória – me é absolutamente significativa. Neste esforço a que me vou
entregando, recrio e revivo no texto que escrevo a experiência vivida no momento em que
ainda não lia a palavra.
Na verdade, aquele mundo especial se dava a mim como um mundo de minha atividade perceptiva, por isso mesmo como o mundo de minhas primeiras leituras. Os “textos”, as “palavras” e as letras daquele contexto cuja percepção me experimentava e, quanto mais o fazia, mais aumentava a capacidade de perceber, e assim, se encarnavam numa série de coisas, objetos de sinais cuja compreensão eu ia aprendendo no meu trato com eles, nas minhas relações com meus irmãos mais velhos e com meus pais”. FREIRE (1982, p.12).
Paulo Freire sempre destacou a importância do ato de ler e o significado e importância que tal
ato traduz para a humanidade.
O mesmo autor completa que daquele contexto – o do mundo imediato – fazia parte por outro
lado, o universo da linguagem dos mais velhos, comunicando as suas convicções, seus gestos, suas
incertezas, os seus valores. Tudo isso ligado ao contexto mais vasto que o do seu mundo imediato e de
cuja existência não podia sequer suspeitar.
A importância do ato de ler contribui para a conscientização política que está muito
ligado a leitura não só de “textos” escritos, mas a leitura da realidade em que o rodeia, ou seja,
tudo que faz parte da sua convivência do seu dia a dia está inserida no contexto da leitura
24
desde sua própria casa com seus familiares, seu desenvolvimento desde a infância até chegar a
vida adulta, relembrado momentos essenciais da vida da infância e da adolescência.
Todos esses aspectos fundamentais na vida de Paulo Freire foram citados no livro “A
Importância do Ato de Ler” (1982). Portanto creio que seria interessante a nossa insistência,
enquanto professores e gestores, em que os estudantes leiam.
Exemplificamos textos que fazem parte do seu contexto entre outros, pois só assim os
estudantes também seriam capazes de questionar sobre aquela realidade já que a mesma
estaria relacionada a perspectiva futura.
Enquanto isso não ocorre, não é motivo para nos sentirmos desestimulados por que se
formos descobrir as causas por que os estudantes não gostam de ler muitas vezes se deparam
com leitura, altamente filosófica que requer de certa forma um grande esforço para a que o
mesmo possa compreender as ideias contidas naquele texto e, assim, possa se manifestar certo
desinteresse.
Mas o que se percebe é que atualmente existe um grande avanço em relação à leitura
por que antes os alunos tinham que memorizar mecanicamente e não procurar produzir o novo
a partir do velho, mas aprender a sua significação profunda, porque memorizar
mecanicamente revela uma visão mágica da palavra escrita. “Visão que urge ser superada”. A
mesma ainda representa desde outro ângulo, que se encontra por exemplo em quem escreve.
Para compreender um texto devemos, antes de tudo, fazer uma leitura e observar que
tipo de texto esse assunto pertence. E não ler por ler, mas analisar, refletir que mensagem esse
texto quer transmitir, para quem foi escrito o texto? Qual o objetivo? Entre outros. A partir daí
passamos a descobrir o que somos capazes de produzir, através da leitura e desenvolver
potencialidade.. Para a compreensão de um texto, fazemos perguntas mentalmente. Isso
significa que levantamos hipóteses, inferimos estratégias, pesquisamos novas alternativas que
o texto não nos fornece de imediato, e assim por diante.
Quando lemos: analisamos dados que nos são fornecidos pelo conteúdo, pela estrutura
que determina cada modalidade e pelo discurso propriamente dito. A cada uma dessas
possibilidades de leitura denominamos enforque de compreensão.
O trabalho escolar deve considerar os três enfoques e não apenas um ou dois.
Tradicionalmente, as perguntas que seguem uma leitura silenciosa, versam sobre o conteúdo
ou a estrutura do texto, não priorizando a análise do discurso? NASPOLINE (1996,p.53)
25
6. ENFOQUE CONTEUDÍSTICO
Em relação ao enfoque conteudístico o método é procurar expor minuciosamente um
processo de ensino-aprendizagem que estimule o aluno a entender a mensagem do texto e
questioná-lo.“Desenvolver um processo de ensino aprendizagem da leitura pautado pelo enfoque conteudistico é levar o aluno a compreender a mensagem do texto e a responder questões empregando as palavras e idéias expressas no texto. É o aspecto decodificador da leitura”. (NASPOLINE, 1996, p.55).
Na realidade instruir-se um processo de ensino-aprendizagem da leitura pelo método
“enfoque conteudístico” é levar o aluno a interpretar a mensagem do texto.
Enfoque Estruturalista
Como o próprio tema está explicando no caso enfoque estruturalista, ou seja, forma
característica como é organizado a estrutura do texto apresenta suas próprias características.“Todo texto apresenta uma determinada estrutura que o caracteriza como sendo de um e não de outro uso. Assim toda narrativa traz personagens, ambiente, clímax e desfecho, por exemplo. Toda carta traz local, data, nome do destinatário, mensagem ou conteúdo, despedida e assinatura. Tais elementos constituem o que chamamos superestrutura esquemática de um texto”.(NASPOLINE, 1996, p.56.).
Para que possamos identificar um texto, ou seja, dizer que tipo de texto é esse; é
necessário observar as suas características. Pois cada texto traz uma determinada composição,
ou seja, uma preparação e organização na qual sustenta seu desenvolvimento e possibilidade
de leitura, e requer, necessariamente, reflexão, discussão, análise e síntese. (NASPOLINE,
1996, P.56).
A forma como vem organizado o texto é que determina a organização que o
caracteriza, por exemplo: Ata, data da reunião local, participantes, descrição ou relato dos
fatos discutidos, decisões, assinatura dos participantes.
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7. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Esta pesquisa partiu da motivação e interesses pessoais da pesquisadora pelo tema e
possibilitou uma compreensão mais aprofundada de como se dá a formação leitora na escola
vendo que a leitura, além de uma fonte de informação, precisa ser também, fonte de prazer
e de conhecimento. O professor é um importante guia neste caminho, sendo o construtor dos
“andaimes” necessários para edificar a prática da leitura autônoma, compreensiva e
sistemática em seus alunos.
Esta pesquisa trouxe resultados significativos para que se pudesse compreender as
dificuldades encontradas pelos alunos no processo da leitura e da escrita, bem como trazer
conhecimentos sobre as principais estratégias que podem ser utilizadas na formação de um
aluno leitor. A experiência obtida com o trabalho foi relevante em todos os aspectos
educacionais.
Leitura é de suma importância para o aprendizado, pois este é adquirido através de
métodos e técnicas bem estruturadas que levem o leitor ao conhecimento científico e a
possibilidade de reflexão. É também uma das maiores potências do vocabulário e expressão
envolvendo e informando o leitor com idéias as quais lhe darão enfoques abrangentes para o
crescimento cultural do qual depende o seu progresso na vida.
A leitura é um dos instrumentos essenciais para que o indivíduo construa seu
conhecimento e exerça a cidadania. Ela amplia o entendimento do mundo, propicia o acesso à
informação com autonomia, permite o exercício da fantasia e da imaginação e estimula a
reflexão crítica, o debate e a troca de idéias. É vista em seu significado mais amplo e pode ser
entendido como atribuição de sentidos. É através da leitura que a criança vai descobrindo o
mundo, usando da imaginação, reflexão e criando significados.
Vivemos em uma sociedade altamente letrada, onde o domínio da leitura é uma
atividade de vital importância para o sucesso na vida de qualquer pessoa. É por meio dela que
conseguimos compreender e interagir com o mundo a nossa volta. O bom domínio da leitura
nos permite realizar com desenvoltura as atividades que colaboraram para o nosso
crescimento pessoal e intelectual e ainda capacita-nos a agir de forma ativa e critica na
sociedade em que vivemos.
No âmbito escolar, podemos perceber que ainda há muitas dúvidas e discussões a
cerca do ensino de leitura nas aulas de Língua Portuguesa, pois muitos professores se
formaram há muito tempo e não se reciclam a fim de acompanhar as novas teorias e
concepções sobre língua e ensino. Tem-se observado em muitos estabelecimentos de ensino
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que os alunos apresentam dificuldades em ler, reconhecer e interpretar textos em língua
portuguesa pela forma como a leitura é processada na escola, desconsiderando-se, muitas
vezes, os gêneros textuais que os alunos de fato têm contato no seu cotidiano.
Muitos professores, por falta de conhecimento das teorias dos gêneros ou por
ignorarem sua relevância, ainda trabalham a leitura de forma descontextualizada, utilizando-
se de textos como “desculpa” aos exercícios de gramática. As aulas de leitura por muito
tempo foram substituídas pelo estudo de um único elemento da língua: a gramática,
especialmente a normativa, que na verdade não desenvolvia as habilidades linguísticas dos
alunos, seu estudo se concentrava em exercícios de memorização de funções sintáticas e
nomenclaturas que na vida real nunca eram utilizada pelos alunos.
A produção através da leitura consiste no processo de interpretação desenvolvida por
um sujeito–leitor que depara com um texto, analisa-o, questiona-o com objetivo de processar
seu significado, projetando sobre ele uma visão de mundo para estabelecer uma interação
crítica com o texto. Os conhecimentos adquiridos com esta pesquisa serviram como suporte
para enriquecimento da prática pedagógica da pesquisadora. Passando-se a acreditar que para
acontecer o avanço na prática da leitura e da escrita é preciso que os professores sejam
comprometidos com a desmistificação das relações sociais, tenham clareza teórica e estimule
a presença, a discussão, a pesquisa, o debate e enfrentamento de tudo que se constrói o ser.
Alem do mais, que esse profissional seja reflexivo em sua prática sendo sensível à apreensão
de possibilidades alternativas, tendo consciência que é passível de erros, sempre se
questionando no seu fazer em sala de aula, devendo ir além das atividades imediatistas, tendo
em mente o tipo de homem que se quer formar.
Podemos compreender que o processo de leitura e escrita inicia muito antes da criança
entrar em contato com o mundo adulto; e através do estímulo que lhe é recebido para depois
chegar à escrita convencional.
Alguns questionamentos são necessários para a compreensão leitora , pois ler é muito
mais do que possuir estratégias e técnicas , é sobretudo uma atividade voluntária e prazerosa ,
e quando ensinamos a ler devemos levar isso em conta . As crianças e os professores devem
estar motivados para ler e ensinar a ler.
As oportunidades que foram proporcionadas à pesquisadora desde seu início,
contribuíram para a reflexão e melhoria de sua prática educativa, não só como professora de
leitura, mas como professora de estratégias de leitura, estando ciente da distinção entre
situações em que “se trabalha a leitura “ e situações em que simplesmente “se lê”.
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8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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TEBEROSKY, Ana. Aprender a Ler e a Escreve uma Proposta Construtivista. Porto alegre. Artmed. 2003.
ZILBERMAN, Regina. A leitura infantil na escola. São Paulo: Global 1985.