revista nanu! #3 black is beautiful

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Revista NANU! #3 Black is Beautiful

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NU

!! N 3 B

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Br

o 2008

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fotogrAfiAvidA UrBANAglAmoUrArtemodAciNemAArqUitetUrAmúsicABAco

veNdA proiBidAdistriBUição exclUsivA

NANU!!

LOOSHstudio Fotografia e Design S.S.Rua Bolívia, 497 89050-100

Blumenau SC Brasil55 47 3326 3130

www.looshstudio.com

Fotografia Arte Moda Cultura Vida Urbana

Concepção e Fotografia

SUSANA PABST

Design e Montagem

GUILHERME BAUER

Realização Edição Pauta Arte Tratamento

LOOSHstudio

Jornalista

SOILA FREESEDRT/SC (02004-JP)

CapaAdriana Rosa

maquiagem Alcinda Schroederfotografia Susana Pabst

AgradecimentosShopping Neumarkt, Guloseima,

Tao Arquitetura, Beagle, Razzle Dazzle, Butiquin Wollstein.

Esta é uma publicação dirigida com tiragemrestrita a 500 exemplares

Joice S

imon Alan

o

Estilista por paixão. Se “diverte” na área

de moda há 8 anos. Realizou um sonho,

o de oferecer idéias para os ansiosos por

novidades, a RAZZLE DAZZLE.CO-

Eduard

o Kott

mann

Nosso famoso Duh Killerpopbitch,

produtor e DJ da Fake It!, bota pra

rodar sua mixtape.

Nilma R

aquel

Jornalista recém-chegada a Blumenau,

adora escrever sobre beleza. Autora do

blog www.rapsodiaemblu.blogspot.com.

NANU!! hah 03 x

LA-

BO-RA-

DO- RES

Alcinda

Schroed

er

Trabalha em diversas produções, com seu

estilo arrojado de maquiajem. Faz a make-

up deste ensaio.

Sávio

Abi-Zaid

O sócio da Tao Arquitetura fala de cinema,

com o melhor do preto e branco.

Soila F

reese

Jornalista, nesta edição escreve sobre

música e entrevista nossa fotografada.

Guilher

me Bau

er

Publicitário e fotógrafo, é dele o

projeto gráfico da revista.

Diala M

ortrix

Artista visual, colabora com a

revista quando assunto é arte.

Guilher

me Corr

ea

O campeão nacional de sommelier

apresenta a sedução dos taninos.

Bruno W

. Metz

ler Filh

o

Nos apresenta reflexões sobre a

utilização do preto em diversas obras

arquitetônicas.

www.guloseima.com.br por

y 04 hah NANU!!

NANU!! hah 05 x

6 black power Susana Pabst

10 ensaio Adriana Rosa

48 olhos negros Nilma Raquel

8 eu, modelo Soila Freese

38 mixtape Eduardo Kottmann

52 O príncipe Diala Mortrix

36 black is beautiful Joice Simon Alano

40 preto básico Soila Freese 44 preto, branco e

vários tons de cinza Sávio Abi-Zaid

58 sedução Guilherme Correa

56 arquitetura e preto Bruno W. Metzler Filho

Caros leitores, o propósito da revista NANU!! é trazer inovação. Este ¨número 3¨ conta com um projeto editorial mais arrojado e com uma tiragem impressa bem mais expressiva. Na versão digital (www.nanu.com.br), você pode acessar mais conteúdo, como hipertextos, assuntos adicionais, websites e mais imagens. Também a partir da NANU!! 3 buscamos uma interação maior com os nossos leitores. Para isto, disponibilizamos um espaço em nosso site para que você entre em contato para opinar, criticar ou sugerir matérias de seu interesse. É isso, aguardamos você, agora aproveite...

sumário

48 entrevista Paola Gavazzi

blackpowered

ito

riA

l

Lá vai enton...

reto é poder, força e muito, muito glamour.A terceira edição da revista NANU!! faz a sua ho-menagem a esta cor, em todos os sentidos pos-síveis: culturais, fashionistas e também raciais.

Digo isto porque nossa fotografada da hora, além de linda,é negra.

EDITORIAL

por Susana Pabst

Mas o fato realmentecurioso é que Adriana nunca posou

para fotos e jamais usou maquiagem. Salto alto? Nem pensar.

Imaginem o nosso choque quando vimos as suas espontâneas poses de diva durante o shooting.

Coisas deste tipo são extremamente gratificantes quando acontecem, principalmenteem um editorial para uma revista cuja proposta é fotografar pessoas comuns, ao invés

de modelos. É a comprovação de que beleza, altivez e sensualidade estão emtodos os lugares, e muitas vezes precisam apenas de um estímulo

para serem despertadas.Nossa revista deu também um grande passo em matéria

de diagramação, cada vez mais próxima dairreverência e inovação idealizadas

desde a sua concepção.Mas, acima de qualquer coisa, primamos pela absoluta sin-

tonia com os fatos da atualidade, e não poderíamos deixar de lançar nossa black issue quando um homem negro está prestes a

assumir a presidência dos Estados Unidos. E, acreditem ou não, a Vogue Black foi mera coincidência.

Underground, gótico, cult ou chique, o preto não é só uma cor, é um sedutor modo de viver. Rendamo-nos a ele então!

Abraço, SusanakP

y 06 hah NANU!!

Mas o fato realmentecurioso é que Adriana nunca posou

para fotos e jamais usou maquiagem. Salto alto? Nem pensar.

Imaginem o nosso choque quando vimos as suas espontâneas poses de diva durante o shooting.

Coisas deste tipo são extremamente gratificantes quando acontecem, principalmenteem um editorial para uma revista cuja proposta é fotografar pessoas comuns, ao invés

de modelos. É a comprovação de que beleza, altivez e sensualidade estão emtodos os lugares, e muitas vezes precisam apenas de um estímulo

para serem despertadas.Nossa revista deu também um grande passo em matéria

de diagramação, cada vez mais próxima dairreverência e inovação idealizadas

desde a sua concepção.Mas, acima de qualquer coisa, primamos pela absoluta sin-

tonia com os fatos da atualidade, e não poderíamos deixar de lançar nossa black issue quando um homem negro está prestes a

assumir a presidência dos Estados Unidos. E, acreditem ou não, a Vogue Black foi mera coincidência.

Underground, gótico, cult ou chique, o preto não é só uma cor, é um sedutor modo de viver. Rendamo-nos a ele então!

Abraço, Susanak

NANU!! fhah 07 x

u, modelo?! Foi exatamente isso que a estoquista Adria-na Rosa, 33 anos, pensou quando foi convidada para o

ensaio da Nanu!!. Impulsionada pela curiosidade, ela topou o de-safio e garante que o resultado foi mais do que surpreendente.

Sem dúvida o ensaio da Nanu!! foi para Adriana uma experi-ência única. Em poucas horas ela passou por emoções jamais sentidas. E não estamos falando apenas das fotos, dos objetos de cena, das caras e bocas, mas também de coisas simples como usar maquiagem, por exemplo. Sim, nossa modelo nunca se maquiou ou fez as sobrancelhas. “Só uso protetor no rosto e manteiga de cacau nos lábios”, confessa.

Com uma simplicidade cativante, Adriana nos conta que apesar de nunca ter feito algo parecido, os momentos de insegurança fo-ram passageiros. Desde que aceitou o convite, confiou plenamen-te no trabalho da fotógrafa Susana Pabst. Ela diz até mesmo não ter se intimidado com os elementos de cena no estúdio. Lógico que ela estranhou quando se viu rodeada de canos, balões, fios,

fitas etc, mas isto foi por um curto tempo.

A maior surpresa – fora o resultado do ensaio é claro – foi se ver produzida. Com um sorriso no rosto e ainda voz

de espanto ela descreve o que sentiu. “Olhei no espe-lho e não acreditei. Sou eu?”, conta. Esta sensação

não ficou apenas no estúdio. Ela a acompanhou em todo o caminho de volta para casa. Nossa

modelo fala que na rua as pessoas a olha-vam diferente. Tímida, ela seguiu o seu

caminho.

A timidez, definitivamente, não teve vez durante o ensaio. Adria-

na diz que se entregou ple-namente às fotos. Para ela

AD

RIA

NA

RO

SA

EU,MODELO

por

soilA freese

y 08 hah NANU!!

E

NANU!! hah 09 x

tudo era novo, as po-

ses, a maquia-gem, o cabelo, o

sapato alto, mas ela curtiu cada momento.

“A Susana sabia o que estava fazendo. Segui as

orientações dela e aprovei-tei”, conta.

Nossa modelo ao ver as fotos na revista esboçou gestos simples, po-

rém expressivos. Dos olhares tímidos à expressões como “Meu Deus!” em meio ao

silêncio, Adriana demonstrou o que sentia de forma ingênua e encantadora.

Ao observar seus olhos atentos, suas mãos inquie-tas e a fisionomia que se abria a cada foto, não há como discordar do que ela falou quando pergunta-da sobre o que sentia ao ver o material pronto. Ela pura e simplesmente nos diz “é como ganhar a sua primeira bicicleta” ou não menos expressiva “é como se você fosse criança e ganhasse um doce”. k

a primeiramaquiagem

Super Black

FOTOGRAFIA SUSANA PABST

y 10 hah NANU!!

NANU!! hah 11 x

y 12 hah NANU!!

NANU!! hah 13 x

y 14 hah NANU!!

NANU!! hah 15 x

y 16 hah NANU!!

NANU!! hah 17 x

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y 20 hah NANU!!

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NANU!! hah 27 x

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y 30 hah NANU!!

NANU!! hah 31 x

y 32 hah NANU!!

NANU!! hah 33 x

por Joice Simon Alano

“A

cor

negra das roupas dos homens tem a sua

formalidade, por mais à vontade que eles estejam. Ela

reflete posição social, define se são proprietários ou emprega-

dos; também reflete a impessoalidade do seu trabalho de perícia.

Todos usam a mesma cor como uma obrigação para com eles mesmos e

com a sua posição. O homem de jaqueta clara, na ponta da mesa, não é um de-

les: talvez seja um plantador, esperando com um olhar preocupado para saber o preço

que alcançará o algodão. Ele tem o produto, mas os outros, nesse momento, têm o poder”

(John Harvey - Homens de Preto, 2004).

Há muitos anos na história da humanidade, o preto vem tomando formas e impondo postura para hábitos e

costumes. Esta cor representa a ausência completa de luz e sentimentos suaves como a esperança, a fé e a clareza de

pensamentos. Ao mesmo tempo se opõe a esta definição, já que graficamente é a união de todos os pigmentos.

O preto seria então a cor do pensamento profundo, da angústia, do mistério!

Na moda, o preto toma várias formas e aspectos. O tom mais forte de qualquer palheta com o modo mais simplista e

os mais complexos significados. O preto veste de tristeza o traje que representa o luto e se corrompe em luxúria ao

vestir personagens pagãos. Tem o poder de corrigir a indumentária de qualquer pessoa ao envolvê-la

com um pretinho básico, minimalista e chique.

O preto é a cor do luxo, do austero e do pragmático. É a tonalidade dos que têm dúvida e dos que são cheios de si.

Exemplo disto é Karl Lagerfeld, indissociável de sua carapuça negra, vestida por ele brilhantemente em todos seus desfiles.y 34 hah NANU!!

BLACK“A

FASHIONNANU!!

“A

cor

negra das roupas dos homens tem a sua

formalidade, por mais à vontade que eles estejam. Ela

reflete posição social, define se são proprietários ou emprega-

dos; também reflete a impessoalidade do seu trabalho de perícia.

Todos usam a mesma cor como uma obrigação para com eles mesmos e

com a sua posição. O homem de jaqueta clara, na ponta da mesa, não é um de-

les: talvez seja um plantador, esperando com um olhar preocupado para saber o preço

que alcançará o algodão. Ele tem o produto, mas os outros, nesse momento, têm o poder”

(John Harvey - Homens de Preto, 2004).

Há muitos anos na história da humanidade, o preto vem tomando formas e impondo postura para hábitos e

costumes. Esta cor representa a ausência completa de luz e sentimentos suaves como a esperança, a fé e a clareza de

pensamentos. Ao mesmo tempo se opõe a esta definição, já que graficamente é a união de todos os pigmentos.

O preto seria então a cor do pensamento profundo, da angústia, do mistério!

Na moda, o preto toma várias formas e aspectos. O tom mais forte de qualquer palheta com o modo mais simplista e

os mais complexos significados. O preto veste de tristeza o traje que representa o luto e se corrompe em luxúria ao

vestir personagens pagãos. Tem o poder de corrigir a indumentária de qualquer pessoa ao envolvê-la

com um pretinho básico, minimalista e chique.

O preto é a cor do luxo, do austero e do pragmático. É a tonalidade dos que têm dúvida e dos que são cheios de si.

Exemplo disto é Karl Lagerfeld, indissociável de sua carapuça negra, vestida por ele brilhantemente em todos seus desfiles. NANU!! hah 35 x

Direcionado à moda, o preto cria uma representativi-

dade ainda mais angular. O

Sex Pistols -

grupo Punk - foi um

dos prim

eiros a divulgar uma cultura comporta

mental tão expressiv

a e

indubitavelmente ligada a esta

cor. Vivienne Westw

ood é sem dúvida a embaixatriz

deste movimento, que principalmente por ela, segue forte

e revigorado até os dias atuais.

Não tão expressivo – para moda - q

uanto o movimento Punk, o Heavy Metal também tem em su

a

construção corporal a cor negra como principal elemento característ

ico, não desmerecendo a cabeleira,

as línguas enraivecidas e os grito

s e grunhidos histéricos.

É na cor preta que várias m

anifestações artís

ticas criam sua su

stentação emocional, como o relativamente

novo estilo “emocore”. E

ste termo é usado e aceito pelos praticantes de form

a pejorativa para demonstrar um

apelo extra-sentim

ental, beirando a depressã

o usada em suas músicas e way of dress

ing.

Parece conveniente acrescentar neste momento a abordagem incrível que Tim Burton adota em seus filmes

– A Noiva Cadáver e Sweeney Todd: O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet – ao criar brilh

antemente cenários

e figurinos, que sem a cor preta não teriam sentido algum.

A estima quase que su

bliminar e instin

tiva que o preto exerce sobre as pesso

as está tão presente nos d

esfiles

de moda, quanto a própria roupa. O preto garante equilíb

rio e quando não em peça, entra na passa

rela

vestindo outra

s cores: “O marinho é o novo preto”.

Em tempos onde a – ainda – maior potência mundial, o

s Esta

dos Unidos d

a América, pode ter seu prim

eiro

presidente negro, o mundo inteiro revive temas ra

ciais. Bem como na moda, lo

gicamente. Uma edição inteira da

revista

de moda mais conceituada do mundo, a Vogue, apresenta apenas m

odelos negras – Black Issue.

Relevante ou não, o que mais sobressa

i ao pensarmos no preto ou na cor preta, como preferire

m, é que não se trata

apenas de um pigmento ou estado sem luz. Trata-se de um sig

no social que distingue sta

tus, segurança e aceitação

pessoal. O

preto certamente envolve mais d

o que aparências, assim

como a própria indumentária, demonstra exter-

namente o que somos ou pretendemos ser, c

ontorna relações entre homens e mulheres, profissio

nais e emocionais.

O

preto é a cor completa, e como cantou Elis Regina: B

LACK IS BEAUTIFUL. k

isBeautiful

eThe KillsBlack BallooneTilly and The

Wall Pot Kettle BlackeAll Saints

Black Coffee

eMichaelJackson

Black or White eBlack Kids

I’m not Gonna Teach your Boy-

friend How to Dance with Youy 36 hah NANU!!

Mixtape

Já que esta edição da Nanu!! deixou mais do que provado que Black is the new black!, eu vou aproveitar para apresentar alguns projetos musicais e até mesmo canções que eu acho super bacanas e que também contêm “black”.Melhor, se agora a tendência são os anos

90, por que não fazer uma mixtape com essas músicas? Mixtape nada mais é do que o nome de uma compilação de canções gravadas tradicionalmente em fita cassete (K7). As músicas podem estar em seqüência ou até mesmo agrupadas por características comuns como ano de publicação, gênero e outros aspectos ainda mais

subjetivos. No caso da minha, o tema vai ser BLACK.Com a evolução da tecnologia e a chegada do som digital, a criação e a distribuição das mixtapes evoluíram de formato. O CD e o MP3 se tornaram os métodos mais utilizados.Para poder ouvir é só acessar o link e baixar a mixtape.k

Divirtam-se! (Duh Killerpopbitch)

NANU!! hah 37 x

eDeath From Above 1979 Black His-

tory Month (Alan Braxe & Fred Falke Remix)eMount Sims

Black Sunglasses

por Eduardo Kottmann

eh t t p : / /www.send-space.com/file/wx712f

killerpopbitch presents: Black is the new Black (NANU Mixtape)

eThe Black Ghosts

Lets Get PhysicaleAmy Winehouse

Back To Black (The Rumble Strips remix)Total: 34:23

Mixtape VIDA URBANA NANU!!

las não têm estilo grunge, nem tampouco são góticas. Björk, Cat Power, Feist, Fiona Apple e Aimee Mann fazem parte

deste preto básico pela melancolia de suas canções. As palavras fortes e sensíveis de suas músicas nos reme-tem a um doce e angustiante cená-rio. Estas cantoras de voz doce possuem a trilha perfeita pra quem gosta de boa música e aprecia a suavidade dos momentos nostálgicos. Há mui-to mais nelas do que o básico. Suas ambições vão além do que lançar hits e estourar nas paradas. Ao ou-vir suas canções ou assistir suas per-

formances, percebemos que elas têm imagem, estilo e glamour. Falando em estilo, nada melhor do que citarmos a islandesa Björk. Ela desde criança revelou seu talento para a música. Aos 12 anos de ida-de, com a ajuda do pai, gravou o seu primeiro álbum “Björk” - trabalho lançado apenas na Islândia. O próximo cd solo só apareceria 16 anos depois. Durante todo esse tem-po, a jovem e precoce artista, cresceu, virou punk, se cansou do punk e foi integrante de várias bandas como: Exodus, Tappi Tíkarrass, KUKL e The Sugarcubes. Sem dúvida, The Sugarcubes foi a mais expressiva

delas. Nela, Björk se destacou, prin-cipalmente, por sua personalidade excêntrica.Com o fim da Sugarcubes, Björk partiu definitivamente para a carrei-ra solo com o lançamento do álbum “Debut” (1993), que indiscutivel-mente foi um sucesso na cena alter-nativa, mas ainda não o responsável por sua consagração.Este papel coube ao próximo dis-co da cantora “Post”, lançado em 1994.Durante toda a sua trajetória, Björk viajou pelas várias formas da arte.Podemos aqui destacar a sua bri-lhante atuação no filme Dançando

y 38 hah NANU!!

E

por Soila Freese MÚSICANANU!!

BPre

to

ásicoásico

no Escuro, do dinamarquês Lars Von Trier. A inter-pretação de Selma Jezkova lhe rendeu o prêmio de Melhor Atriz no Festival de Cannes de 2000. Björk continua explorando todos os universos pos-síveis, assim como entrou de cabeça na música ele-trônica e estreitou os laços com as artes visuais. Em 2007, ela lançou o décimo álbum de sua carreira. Este trabalho está recheado de grandes parcerias como o produtor de hip hop, o americano Timbaland, vocais do ex Faith no More, Mike Patton e o cantor inglês Antony Hegarty.Não menos importante para a música, mas com uma trajetória um pouco mais confusa e incerta, Chan Marshall, artisticamente conhecida como Cat Power, faz canções profundas e extremamente pessoais. Dotada de uma feminilidade intimista, esta ameri-cana nascida no estado da Georgia, EUA, é um dos grandes nomes da música indie rock. Filha de pianis-ta, a música desde cedo esteve presente em sua vida. Os anos 90 marcaram o início da carreira de Chan. Nessa década, ela lançou os discos “Dear Sir”, 1996 e “Myra Lee”, 1997. Após lançar seu terceiro álbum intitulado “What Would the Community Think”, de-cepcionada com seus trabalhos, ela decide se afastar da música. Estava realmente disposta a abandonar a música até que uma noite de pesadelos a inspirou para compor o consagrado “Moon Pix”. Este disco com certeza a fez ser reconhecida pela cena indie rock. A carreira de Cat Power é marcada por inseguranças. O álcool e o uso de substâncias químicas a fizeram cancelar uma turnê em 2006. Ela confessara posteriormente que estava depressiva e com tendências suicidas por causa da dependência. Mas foi depois de seu tratamento que ela lançou o seu mais aclamado álbum “The Greatest”.Chan ou Cat Power como preferirem possui uma voz dilacerada que dá a suas interpretações muito senti-mento. Suas canções são angustiantes e nostálgicas algo que a assemelha muito com a expressiva Fiona Apple. Esta norte-americana, nascida em Nova Iorque é a mais jovem das cantoras citadas. O seu disco de estréia, “Tidal”, 1996, vendou mais de três milhões cópias e com menos de 20 anos ela ganhou o seu pri-meiro Grammy. A discografia desta depressiva garota, que afirmou que morreria depois de seu segundo álbum, possui uma temática psicológica muito forte. “Vou lançar

meu segundo CD, ajudar as pesso-as, e depois eu vou morrer” afirmou a jovem em entrevista. O trabalho de Fiona é marcado pelo tom melancóli-co e sua voz encorpada. As músicas da cantora mos-tram claramente seus dramas pessoais, suas tendên-cias depressivas e a vida marcada por traumas. O maior deles, sem dúvida, foi o estupro sofrido aos 12 anos de idade. A música Sullen Girl, de seu primeiro álbum retrata os sentimentos da garota em relação ao ocorrido.Fiona é sem dúvida uma grande compositora. Suas criações combinam perfeitamente com o som do pia-no e a sua voz. Erroneamente como previu, para a felicidade dos fãs, ela continuou entre nós depois do lançamento de seu segundo cd “When the Pawn”, 1999. Infelizmente seus trabalhos não têm sido freqüen-tes. O terceiro álbum “Extraordinary Machine” foi lançado apenas em 2005, depois de finalizado há mais de três anos. A gravadora não queria lançar o material por achá-lo anti-comercial. Fãs da jovem organizaram uma campanha “Free Fiona”. Um ta-pete de maçãs chegou a ser colocado na sede ameri-cana da gravadora. O produtor original, Join Brion, foi substituído assim que as gravações foram conclu-ídas. A versão de Join ainda está na rede e pode ser conferida. Aqui a sonoridade melancólica não é exclusividade. A americana Aimee Mann compõe canções que não fazem apenas chorar, mas também soluçar como o belíssimo disco “The Forgotten Arm”. Um audacio-so trabalho que conta em 12 músicas a conturbada história de amor entre John e Caroline. Dona de uma voz doce e calma, Aimee ficou conheci-da com a nostálgica trilha sonora do filme Magnólia, 1999. Paul Thomas Anderson diz ter feito o roteiro ao som da cantora e por isso a convidou para com-por a trilha. O filme é extremamente marcante assim como as canções compostas pela cantora. O último trabalho da artista, @#%&*! Smilers, lan-çado recentemente foi uma bela surpresa. Esperava-se algo muito bom, porém sem novidades. Não foi o que aconteceu. Aimee dispensou as guitarras e abu-sou de teclados, sintetizadores e moogs. As letras fa-lam dos amores mais não correspondidos e das dores mais profundas e compõem uma perfeita sinfonia com a sua voz cheia de classe.

y 40 hah NANU!!

Cat Power

NANU!! hah 41 x

Com letras menos dramáticas, a canadense Feist parece cada vez mais se firmar com um dos grandes novos nomes da música. Não que ela seja jovem ou tenha uma carreira recente, mas foram seus últimos trabalhos que a destacaram no cenário da música. Feist começou na vida artística muito jovem. Aos 15 anos, como vocalista, fundou a banda punk Placebo – não confundir com o famoso grupo inglês. Não demorou muito para que sua voz fosse afetada pelos agressivos gritos punk. A cantora foi obrigada a se afastar da música. Enquanto se recuperava, junto com a angústia de talvez nunca mais voltar a cantar, Feist comprou uma guitarra para distrair sua tristeza. Foi exatamente nessa época que ela compôs as canções de seu primeiro álbum “Monarch (Lay Your Jewelled Head Down)”, lançado em 1999. Seus discos seguintes foram “Let it Die”, 2004, “Open Season”, 2006 e “The Remind”, 2007.Os últimos trabalhos de Feist não lembram nada a vocalista punk dos anos 90 que já abriu show para os lendários Ramones. A atual Feist é totalmente o avesso daquela garota. Vocal afinado, pitadas de folk, jazz e piano. Quem quiser conhecer um pouco mais a história e a discografia des-tas cantoras é só acessar o site da Last FM www.lastfm.com.br. Lá você encontra tudo e um pouco mais sobre as artistas e pode “per-der” um bom tempo conhecendo outros cantores e compositores que fazem trabalhos semelhantes. Outra boa pedida é o site www.myspace.com. Lá você pode conferir algumas músicas na íntegra das cantoras. k

Fiona Apple

Björk

Aimee Mann

Feist

m dia desses fiz referência, em um grupo de ami-gos, ao inescapável - para os nascidos no início dos 70, ou antes, e que tenham estudado em in-

stituição religiosa - “Marcelino Pão e Vinho”. Imenso foi meu espanto ao perceber que vários dos presentes não faziam idéia do que eu falava. A causa deste descon-hecimento ficou clara ao descobrir a idade dos presentes. A maioria tinha menos de 30 anos.Isto me causou grande tristeza. Não pelo desconheci-mento do filme em si - que não tem nada de especial e é uma simples e comercial obra de propaganda católica - mas pela percepção, aprofundada ao continuar a con-versa, de que as novas gerações têm pouco ou nenhum contato com a película em preto e branco. Pior ainda é a vasta maioria, desconhecendo as possibilidades do claro/escuro, não mais aceita o filme sem cor. Suas vidas são 100% coloridas e dificilmente uma imagem, fixa ou em movimento, os atrai, se ela estiver desprovida de cor. Oh, que miséria! Graças à minha idade conheço e recon-heço o valor do negativo de sais de prata.Um filme em preto e branco não é somente um filme que carece de cor, mas sim uma criação artística com quali-dades específicas e características próprias. Uma ampla gama de efeitos pode ser obtida, imagens precisas, nas quais cada fio de cabelo, cada grão pode ser nitidamente

visto a um borrado efeito de desenho a carvão. Ainda hoje, para uma boa parte da humanidade - que está diminuindo com o passar dos segundos, como per-cebi - o filme preto e branco transmite uma sensação mais intensa de realismo do que o a cores. Isto provavel-mente pela forte associação com os filmes de noticiários - que precediam os filmes principais, como o Canal 100 - e as fotos jornalísticas. A imagem em preto e branco pode sugerir as duras notícias dos jornais diários, en-quanto a cor pode ter a conotação das fantasias de bril-hantes revistas de moda, dos comercias e das tirinhas dos quadrinhos. Com o desaparecimento dos filmes de noticiário, a inclusão das fotos coloridas nos jornais e da cor na programação de TV, em breve teremos uma geração que nunca experimentou imagens em preto e branco e que, por isto, terão cada vez mais repulsa aos filmes e as imagens em preto e branco. Isto é muito difícil de aceitar, quando se sabe que há filmes magníficos captados em preto e branco, que não deveriam cair no esquecimento. É triste lembrar-mos que por 26 anos - 1940 a 1966 - até a Academia de Hollywood manteve forte a presença dos filmes preto e branco em suas premiações, com dois prêmios distintos para Direção de Arte, um para filmes preto e branco e outro para coloridos. Nesse tempo, parecia clara a pos-

Preto, Brancoevários tons de cinza.

y 42 hah NANU!!

U

por Sávio Abi-Zaid

NANU!! hah 43 x

sibilidade da coexistência das duas técnicas. Hoje, salvo raros e louváveis diretores que se aventuram no magní-fico universo dos tons de cinza, a realidade mostra que só há espaço para a cor. É possível que estejamos pres-enciando outra morte do mesmo gênero, a da película, que está sendo engolida pelo vídeo digital, mas isso é assunto para outro artigo. Só consigo ver uma saída para evitar o total desapare-cimento dos filmes em preto e branco. Uma vez que o cérebro humano só vê o que reconhece, é imperativo que façamos com que as novas gerações tenham con-tato com o preto e branco, para que possam conhecê-lo e compreendê-lo, em todo seu esplendor.Para tanto, temos filmes em duas categorias: a dos clás-sicos, os filmados antes do advento do filme a cores e a dos modernos, em preto e branco apesar do mercado já estar totalmente convertido às cores. Começo com uma pequena lista dos modernos, pois será mais fácil a assimilação de uma novidade só, a ausência de cor, para mais tarde agregar a nova antiga lingua-gem do cinema clássico.

Como todo rol ou lista, esta contém minha opinião. Não discutirei minhas escolhas, mas aceito de antemão a possibilidade de ter esquecido filmes memoráveis que deveriam figurar entre os citados, mas a humanidade não é infalível, e assim sou eu também.Eu adoro cinema, em sua essência, sem grandes distin-ções em relação à forma de apresentação, e entre preto e branco e colorido fico com os dois, pois ambos são fun-damentais, mas sou obrigado a concordar com André Setaro, quando ele diz: “A cor no cinema deve ser usada em função de seu tecido dramatúrgico e é preciso que se acabe, uma vez por todas, com a confusão sempre presente entre o uso da cor em função da beleza e o uso da cor em função da própria estrutura fílmica. Quem não gosta de filme em preto e branco, por outro lado, e, desde já, com as desculpas nas mãos, é um tremendo ig-norante.” E com isto deixo um gancho para voltarmos às cores em uma próxima oportunidade.

Cena do filme Asas do Desejo.

CINEMA NANU!!

Raging Bull, Touro Indomável, 1980, Martin Scorsese. Baseado na vida do boxeador Jake LaMotta, vivido por Robert De Niro. Scorsese e o diretor de fotografia, Michael Chapman, decidiram filmar em

preto e branco para aumentar a aura de autenticidade do filme, passado nos anos 40. Os dois lembravam as lutas de época em fotos preto e branco. A decisão final pelo preto e branco veio da necessidade de diferencia-

ção de filmes de boxe que estavam sendo lançados na mesma época, como Rocky.

American History X, A Outra História Americana, 1998, Tony Kaye. Está aqui como bônus, uma vez que não é um filme integralmente em preto e branco, mas que tem extensos trechos de flashback em preto branco.

Como é uma peça emblemática, figura na lista. Indispensável. É no mínimo curioso citar que o diretor não queria a inserção das cenas de flashback, sem as quais não figuraria nesta lista.

Schindler’s List, a Lista de Schindler, 1993, Steven Spielberg. Devemos em grande escala a Spielberg o pequeno contato das mais novas gerações com o preto e branco.

A Lista foi o único lançamento de um grande estúdio em preto e branco em décadas. Em função do marketing, do diretor e mesmo do tema, grandes multidões se arrastaram

aos cinemas. A filmagem em preto e branco trouxe dificuldades aos cenógrafos e figurinis-tas, acostumados a trabalhar com cores. Eles tiveram que escurecer os sets e o figurino para

que os atores não se confundissem com os mesmos.

The Man Who Wasn’t There, O Homem que não Estava lá, 2001, Joel e Ethan Coen. Um dos menos conhecidos filmes dos irmãos Coen é na verdade uma de suas jóias. Foi filmado em cores, mas lançado intencionalmente

em preto e branco, mais uma vez para dar autenticidade ao seu cenário, os anos 50. Acidentalmente, no lançamento, algumas cópias coloridas foram distribuídas.

Der Himmel über Berlin, Asas do Desejo, 1987, Wim Wenders. É um filme contemplativo, que ob-serva e comenta a vida. Fala da passagem do tempo, sobre a consciência a respeito de si; em última

análise, filme sobre a descoberta da própria identidade. Dele saiu Cidade dos Anjos, versão americana para este clássico alemão.

Rumble Fish, O Selvagem da Motocicleta, 1983, Francis Ford Cop-pola. Filmado em preto e branco, numa referência à visão daltônica de “Motor-

cycle Boy”, O Selvagem da Motocicleta é uma análise sobre a falta de perspectivasna juventude pós Beat Generation. Retrata a juventude decadente que idealiza um passa-

do que deixou de existir e de fazer sentido, restando apenas reminiscências sem valor humano.

Pi, Pi, 1998, Darren Aronofsky. Filme ensandecido sobre o gênio matemático, com direito a teorias conspiratórias relacionadas com a Torah. Fascinante e bizarro. A trilha

sonora eletrônica impecável contribui decisivamente para a atmosfera neurótica do filme. Foi filmado originalmente em filme preto e branco reverso, que dá uma imagem posi-

tiva no original, sem a necessidade de revelação, opção utilizada em função do baixo orçamento.

La Haine, O Ódio, 1995, Mathieu Kassovitz. Uma vez que o filme trata de conflito racial, uma das leituras suscitadas é que ausência de cor seja uma mensagem de esperança de que um dia con-

sigamos viver num mundo livre de discriminação por causa de raça e cor. Um dos melhores filmes franceses modernos, na minha opinião. Violento, vibrante e brilhante.

Sin City, Sin City, 2005, Frank Miller e Robert Rodriguez. Segue a linguagem original da série em quadrinhos de onde foi adaptado, ou melhor, transposto, uma vez que é praticamente um transporte

digital quadro a quadro das revistas. Filmado em vídeo digital a cores, após convertido em preto e bran-co de alta definição. Inserções de cor e um tratamento para aumentar o contraste deram o toque final.

Kafka, Kafka, 1991, Steven Soderbergh. Kafka vira personagem de sua própria obra. Inconfor-mado com o mistério que envolve o Castelo, tema de seu livro, quer ultrapassar os seus muros

impenetráveis. Magnífico. Jeremy Irons em seu auge.

y 44 hah NANU!!

NANU!! hah 45 x

Citizen Kane, Cidadão Kane, 1941, Orson Welles. É complexo falar de Cidadão Kane; é complexo assisti-lo; é complexo entender sua importância, mas é simples defini-lo: é o melhor e mais impor-tante filme da história do cinema. Sem ele, não teríamos a maioria dos filmes relacionados nesta lista. Simples assim. Portanto assisti-lo é obrigatório. Uma vez feito isso, pode-se recorrer a uma vasta gama de fontes para entender suas verdadeiras complexidades.

Casablanca, Casablanca, 1942, Michael Curtiz. É fundamental a qualquer amante do cinema. É uma obra-prima dos anos de ouro de Hollywood. Humphrey Bogart e Ingrid Bergman embalados por uma bela canção. E ao mesmo tempo é um filme de engajamento, com cenas memoráveis, como aquela em que um fugitivo francês canta a Marselhesa. É político no mais alto grau. O jornal The Times o elegeu, numa controversa lista, o melhor filme da história.

Die Brücke, a Ponte, 1959, Bernhard Wicki. Libelo antibelicista, mostra o desperdício de jovens vidas em defesa da Alemanha a se esfacelar.

Nosferatu, eine Symphonie des Grauens, Nosferatu, 1922, F.W. Murnau. Não só preto e branco como mudo, esta obra prima é recomendada aos que desejam se aprofundar nos primórdios do cinema. É considerado um clássico do expressionismo alemão. O diretor F. W. Murnau não conseguiu os direitos autorais com a viúva de Bram Stoker e acabou produzindo uma versão independente, cuja narrativa preserva o enredo original de Stoker, gerando processos por violações de direitos autorais. k

Psycho, Psicose, 1960, Alfred Hitchcock. É uma das referências mais utilizadas em todos os sus-penses contemporâneos. Considerado pelos críticos a obra-prima de Hitchcock, e pelo Amer-

ican Film Institute o melhor thriller de todos os tempos. Psicose é uma obra magnífica de sus-pense, com personagens maravilhosos e que ficarão eternamente gravados na história.

Dr. Strangelove or: How I Learned to Stop Worrying and Love the Bomb, Dr. Fantástico, 1964, Stanley Kubrick. Um dos melhores filmes do Kubrick. Sátira ácida sobre a doutrina de destruição mútua nos idos da guerra fria. Peter Sellers interpreta três personagens im-pagáveis. Uma comédia em sua verdadeira acepção.

Agora vamos aos clássicos de fato, mas com uma concisão extrema, uma vez que aqui teríamos uma lista interminável:

The Great Dictator, o Grande Ditador, 1940, Charles Chaplin. Chaplin em uma de suas mais conhecidas atuações. Chaplin, genialmente, interpreta os dois protagonistas da história: oditador Adenoid Hynkel (em clara referência a Hitler) e o barbeiro Judeu. Irônico e atrevido,este filme lhe causou a expulsão dos Estados Unidos, mas criou também uma obra-primaúnica com uma das melhores mensagens antiguerra já transmitidas ao homem.

The Longest Day, O Mais Longo dos Dias, 1962, Ken Annakin e Andrew Marton. Um dos mais imponentes retratos do Dia D. O filme é completo, realista e mostra a decisão de Eisenhower, a an-siedade da resistência francesa à espera da confirmação da invasão, e também a tática usada pelos paraquedistas da octogésima segunda divisão aerotransportada que, no escuro, usariam um clique que deveria ser respondido por dois cliques para localizar e agrupar as tropas. Foi um dos primeiros filmes sobre a Segunda Guerra feita por estúdio americano em que os membros de cada país falavam na língua do próprio país. Há legendas para traduzir os diálogos nos diversos idiomas.

uem sai de casa de noite com vontade de ser no-tada aposta sempre no uso do preto nos olhos. Mistério, glamour, re-finamento, segurança.

Tudo isso é o resultado de sombra, lápis e delineador, que marcam o olhar e para algumas pessoas se tornam até marca registrada. Ou alguém duvida que boa parte da imaagem da Amy Winehouse vem daquela overdose (desculpe o tro-cadilho infame...) de delineador que ela usa? OK, você não precisa ficar com o look trash da moça - a não ser, é claro, que queira sair por aí com cara de “conceito” ou tenha estilo suficiente para desfilar como as modelos do São Paulo Fashion Week.

A questão é investir no preto na medida certa. Você deve ter visto nas passarelas dos últimos desfiles de São Paulo e Rio um festival de cores nos olhos. Alguns maquia-dores apostam na tendência para o verão 08/09. Então vamos es-perar pra ver. Mas como estamos em pleno inverno, mais que nunca a cor preta é soberana, sem falar que, em qualquer estação, ela é clássica. “O olho preto sempre resiste às tendências, nas ruas e na mídia, e isso é uma prova que maquiagem não depende delas”, afirma a fotógrafa e maquiadora Paola Gavazzi, autora do blog www.truquesdemaquiagem.blog-spot.com.Nas morenas e negras o preto marca ainda mais olhos escuros e cria um

contraste superinteressante com a parte branca dos olhos, acentuan-do expressões e emoldurando a tal “janela da alma”. Não é à toa que vem da Índia, país de mulheres de pele escura, o uso do kajal, e aque-las maravilhosas obras de arte em forma de maquiagem que elas fazem nos olhos. Já nas mulheres de pele alva, contornos escuros res-saltam olhos e pele claros, e a más-cara preta faz aparecer os cílios muitas vezes loiros demais. Bem, estes são os efeitos visíveis. Mas a gente tem que levar em con-ta os resultados psicológicos de um olho bem escurão. “Um make de olhos pretos antes de tudo mostra mistério. Como os olhos estão mar-cados com uma cor escura está no inconsciente o ‘olhe para mim, nos

Por que o preto é um clássicotambém na maquiagem dos olhos

lhoso o

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Q

por Nilma Raquel GLAMOURNANU!!

NANU!! hah 47 x

Negrosmeus olhos e tente saber quem sou’. Por isso demonstra a idéia que essa mulher é forte, decidida e sabe o que quer”, acrescenta Paola Gavazzi. Nos últimos tempos, até como reflexo do revival 70/80, tem se usado muito o make com sombra bem escura esfumaçada, os chamados smokey eyes. Para este efeito, o passo a passo da maquiagem deve ser muito cuidadoso, já que se não colocar os pontos claros e escuros no lugar certo, você corre o risco de ficar simplesmente com um olhão preto. O preto é um clássico também na maquiagem dos olhos. Cada mulher usa o negro a seu modo.Os olhos esfumaçados trazem uma figura mais poderosa e mais noite. Já o ar retrô trazido pelo delineador mostra um humor diferente, um glamour mais clássico e por vezes até mais diverti-do. No caso do delineador, perícia e prática também contam. Por isso, perca seus medos e experimente um pouco de cada uma das mil coisas que o mercado nos oferece em termos de sombras, más-caras, lápis, delineadores... Afinal, bom é saber que assim como na moda, também na maquiagem, se você tiver estilo suficiente para segurar, quase tudo vale.kFo

tos:

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ção

Paola Gavazzié uma mulher de mil instrumentos. Além de ser fotógrafa e

maquiadora, também entende de cabelo e mantém um blog incrível. Aqui ela fala sobre o uso do preto nos olhos.

NANU!!: Qual é o humor que desperta uma maquiagem nos olhos que carrega no preto? Quando usar e que efeito causa?Paola Gavazzi: Make de olhos pretos antes de tudo mostra mistério. Como os olhos estão marcados com uma cor escura está no inconsciente o “olhe para mim, nos meus olhos e tente saber quem sou”. Demonstra força, a idéia que essa mulher é forte, decidida e sabe o que quer. O gla-mour vem com o conjunto, ou seja, make mais produção. A pessoa pode apresentar humor depressivo se estiver com cabelos escorridos, aspecto sujo e roupa escura mais larga no corpo. Tudo isso inverte usando roupas mais estrutura-das, que marcam os contornos e um cabelo de personali-dade (com movimento, enrolado, preso...). A força existe, mas o contexto vai do todo. Vale ressaltar também que a sensualidade está nesse look, não importa se é trash ou glamouroso. Como a make é pesada ela é noturna. Du-rante a noite fica super bem, mas de dia é demais por ser chamativa.N: O que diferencia um olho preto glamouroso de um preto trash? Onde não dá pra errar a mão?PG: Como falei, o que diferencia é a produção como um todo. Junta obviamente a personalidade da pessoa, mas a imagem fala primeiro. Pessoas tímidas não seguram a força da make ou transferem um ar mais deprimido, mas aquelas que encaram de frente, flertam, mostram segu-

rança do glamour. Somando vem a roupa que dá o con-texto. O preto trash não está para dividir assunto com ninguém, é solitário e tem uma postura do “me deixa aqui, tenho o meu mundo”. Por isso, a pessoa não está muito interessada em mostrar seu corpo e usar acessórios glamourosos, diferente daquela que quer ser notada. As-sim, uma pessoa de meia rasgada, minissaia, blusa com modelagem diferente e bota pesada está, sim, glamourosa! Ela se mostra. Não dá para errar no acabamento nesse tipo de make. Se fizer, faça bem feito. A pele deve estar impecável, o olho bem maquiado... Ele é o centro da aten-ção e qualquer defeito vai derrubar o look. Até os góticos capricham na pele, então para toda make (não só essa) isso é fundamental! Geralmente quem tem mais facilidade para maquiar acerta mais e consegue um efeito bonito, já que a técnica é mais complexa.N: Existem tipos físicos ou de pele que ficam desfavore-cidos com um olho muito preto ou é tudo uma questão de estilo?PG: Geralmente quem tem olhos pequenos não pode car-regar no preto pelo olho todo, porque a make diminui o formato. É importante que passe um lápis branco no in-terno dos olhos e faça uns pontos de luz no canto interno do olho com uma sombra luminosa ou pigmento. Se a maquiagem da pele estiver caprichada com uma boa base, corretivo e pó, o look fica bom. A make de olhos escuros é

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ENTREVISTANANU!!

a favorita para muitas mulheres justamente porque não é muito fácil de fazer sozinha e é o look de muitas revistas. Ela flutua em todos os estilos, desde uma mulher mais “careta” até a mais alternativa. Para aquelas que não gostam muito de maquiagem não costumo arriscar fazer esse tipo de look.N: O que você acha da volta do delineador? Dá pra usar toda hora, até de dia? O que diferencia o uso do delin-eador de dia e de noite?PG: Eu acho delineador incrível. Porém, eu tenho um conceito diferente de maquiagem por não acreditar muito em tendências. A boa make é aquela que fica bem para a pessoa e não importa o que está em alta. Por isso para mim o delineador nunca esteve fora de moda e pode ser usado em qualquer época. Delineador é muito versátil e tem o mesmo conceito do lápis (de modo geral). Serve para delinear os olhos com um traço mais preciso, por isso pode usar qualquer hora do dia. O que diferencia é que à noite você pode carregar mais na make e o traço pode vir mais grosso e evidente. Durante o dia é bom usar traços mais finos.N: E os olhos esfumaçados? Existe um estilo para dia e outro para noite?PG: Olhos esfumaçados é um tipo de acabamento e fica bem com muitas makes. Usar sombras esfumaçadas, com lápis esfumaçado dá um look mais refinado à make pe-sada. O estilo vai da combinação de cores, que para o dia devem ser mais sutis (tons de marrom com claros lumino-sos ou opacos) e para noite pode abusar das mais densas (como cores chamativas mais grafite ou preto). É o bom senso que manda: de dia seja menos, de noite pode ser mais.N: É preciso uma sombra clara para contrabalançar ou realçar o uso do preto? Em que casos?PG: Se os olhos forem pequenos é importante o uso de uma sombra clara junto com o preto mais lápis branco no interno dos olhos para não diminuir mais o olhar. De resto vai muito do efeito que quer dar! Como o preto é uma cor muito fechada é bacana que misture com algo brilhante, que tenha luz. Você pode fazer uma make mis-turando tom de pele, grafite e preto brilhante (dá efeito pigmento). Por isso é fundamental que você tenha tex-turas diferentes no olhar utilizando tipos de sombras diferentes na mesma make. Cada uma tem um aspecto

e juntas formam algo bonito, escuro e rico de efeito. Não existe muita regra para combinações.N: Mais alguma dica?PG: Sim. Acredito que a maquiagem de acordo para uma pessoa é aquela que combina com o astral do dia. Para uma mulher que gosta de maquiagem, o olho preto é um look bonito mas ele não terá brilho se a pessoa não estiver bem naquele dia. Outra coisa, a roupa é o que finaliza o look da make, por isso não deve pensar separado do ou-tro, e se não fizer sentido com a personalidade da pessoa, aí fica um desastre! E muita gente gosta de maquiagem, mas não gosta de se olhar, o que é um grande erro. Isso é a grande razão para os erros cometidos porque não tem o bom senso do olhar. Técnica e produto você consegue com qualquer um, mas se sentir bonita só você pode.Vai lá: www.truquesdemaquiagem.blogspot.com k

NANU!! hah 49 x

nos 80, Nova Iorque, Madonna, Ronald Reagan, AIDS, Pollock, Disco... e Basquiat. Esse foi o cenário da vertiginosa fama do artista precocemente morto pela heroína, também um dos hits da época.

Jean-Michel Basquiat, negro, culto, começou sua meteórica carreira ainda antes dos seus 20 anos, assinando frases mordazes e jogos verbais em muros e metrôs de Manhattan. Assinava SAMO (abreviatura para “same old shit”). Como se vê, o garoto se comportava como um outsider, apesar do berço abastado, e seus grafites muitas vezes remetiam aos seus sentimentos sobre sua condição de negro. Na época, a célebre coroa de três pontas já figurava em seus desenhos, e mais tarde, nas telas. Tamanha era a sua obsessão por ela que fazia esculturas com seu cabelo - para coroar-se, dizia. Quando decidiu deixar de lado as ruas e partir para as telas, Basquiat anunciou: “SAMO is dead”. Morreu SAMO, nasceu talvez o mais importante artista negro americano. Mas suas pinturas vigorosas não traíram o grafiteiro, pois continham as formas displicentes dos muros. Figuras recorrentes - para muitos consideradas Bas q

uiat

O

P

por Diala Mortrix

RÍNCIPE

A

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ARTENANU!!

primitivistas - retratavam a pessoa negra na maior parte de seus trabalhos. Sua produção catártica, dionisíaca e compulsiva - circunstância potencializada pela droga - era um claro exorcismo de seus demônios pessoais. Criador de um estilo único, manteve-se indiferente a

correntes e técnicas, quebrando os tabus impostos pelos júris de salão. Claro que esses fatores foram decisivos para o interesse do mercado de arte americano, especialmente num momento em que os Estados Unidos passavam por um boom nas artes plásticas. Basquiat estava no lugar certo, na hora certa. Não bastasse isso, passou a partilhar trabalhos com Andy Warhol - que dispensa apresentações. No mesmo ano que conheceu Warhol, 1982, fez sua primeira individual em Nova Iorque e participou da Dokumenta 7, de Kassel, uma proeza incomum para um artista naquela época. O empurrão final para a fama foi uma matéria na Artforum, chamada The Radiant Child. Altamente elogiosa, a matéria assinada por René Ricard foi o que faltava para que ele se tornasse um mito vivo, passando a expor nos mais importantes museus do mundo. Depois, veio a decadência física e a paranóia. Sim, a história se repetiu mais uma vez e Basquiat iniciou o que seria a sua auto-destruição. No seu caso específico, o responsável pela tragédia foi o consumo crescente de Speedball, famoso mix de cocaína e heroína, que culminou em uma overdose, em 12 de agosto de 1988, quando Basquiat

tinha 28 anos de idade. Assim como inúmeras vítimas da fama, que, post mortem, passam a ser cultuadas pela nossa mórbida sociedade, foram escritos textos hiper-bólicos sobre Basquiat depois de sua morte, que para muitos críticos beiravam o delírio verbal: a New York Times o chamou de “suave príncipe africano, imperioso

y 52 hah NANU!!

NANU!! hah 53 xBas q

uiate nostálgico, ... incapaz de sequer mover a mão

de maneira que fosse desinteressante”. A Vanity Fair o definiu como o “primeiro verdadeiramente importante pintor negro da América”, enquanto um de seus descobridores afirmava em entrevista que Basquiat “havia sido tocado por Deus. Era um santo negro. Houve Martin Luther King, Hagar, Muhammad Ali e Jean-Michel”. Um de seus últimos trabalhos representa uma figura negra montada sobre as partes de um esqueleto, entitulada “Cavalgando com a Morte”. A despeito de todo o dinheiro e sucesso, Basquiat, na sua eterna irresignação, nos lembra da nossa condição humana: frágil, efêmera e condenada. SAMO estava certo quando escreveu nos muros: Man Dies.k

Diala recomenda: O filme BASQUIAT, de Julian Schnabel, amigo pessoal do artista. Jeffrey Wright e David Bowie (sensacional na pele de Andy Warhol) fazem parte do elenco.

Pensamento da hora: Quem não se acomoda a este mundo está sempre perto de encontrar-se a si mesmo. Quem se ajusta e se adapta, jamais se encontra. Pode, todavia, tornar-se um senador. (Hermann Hesse)

PRETO,Contra-

Cultura,FOTOGRAFIA, Punk, ARTE,

Profundidade,NEGAÇÃO, Arquitetura, INTENSIDADE.

Mais que DOMÍNIO sobre seu uso,compreendê-lo significa levar a

PERCEPÇÃO ao seu nível mais extremo.CULTURA ARQUITETÔNICA, perceptível, maiorutilização em países Europeus ou Norte Americanos.

Sua neutralidade se mostra sempre INQUIETANTE.CONTRASTE, resulta da razão compositiva.

Assumindo a função de camada,BACKGROUND.LUZ, seu ponto de

ruptura etensão.k

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Arquitetura

PRETO,Contra-

Cultura,FOTOGRAFIA, Punk, ARTE,

Profundidade,NEGAÇÃO, Arquitetura, INTENSIDADE.

Mais que DOMÍNIO sobre seu uso,compreendê-lo significa levar a

PERCEPÇÃO ao seu nível mais extremo.CULTURA ARQUITETÔNICA, perceptível, maiorutilização em países Europeus ou Norte Americanos.

Sua neutralidade se mostra sempre INQUIETANTE.CONTRASTE, resulta da razão compositiva.

Assumindo a função de camada,BACKGROUND.LUZ, seu ponto de

ruptura etensão.k

por Bruno W. Metzler Filho

Referências:Judisches Museum, Berlim, Alemanha – Arq. Daniel Libeskind;

Barcelona Forum, Barcelona, Espanha – Arq. Herzog and de Meuron;Laban Dance Center, Deptford, Londres, Inglaterra - Arq. Herzog and de Meuron;

Sportanlage Pfaffenholz, Saint-Louis bei Basel, França - Arq. Herzog and de Meuron;Zentrales Stellwerk, Basel, Suíça - Arq. Herzog and de Meuron;Guthrie Theater, Minneapolis, USA - Arq. Herzog and de Meuron;Tate Modern, Londres, Inglaterra - Arq. Herzog and de Meuron;

Arab World Institute, Paris, Franca – Arq. Jean Nouvel;www.jeannouvel.com

www.daniel-libeskind.com

NANU!! hah 55 x

ARQUITETURA NANU!!

y 56 hah NANU!!

preto está na moda no mundo globalizado do vinho do século XXI. Enólogos se esmeram

em extrair das uvas o máximo de matéria colorante. Entregam aos críticos de vinho e aos consumidores cal-dos densos e intransponíveis, que arrancam um “uau!” imediato ao caírem na taça. Cada variedade de uva traz uma carga de polifenóis distinta, isto é, um volume maior ou menor de taninos e antocianos, elementos responsáveis pela coloração dos vinhos tintos, os quais oscilam do vermelho púrpura, tão intenso que chega a ser negro, ao sutil granada, com reflexos alaranjados, quase cristalinos. É fácil elaborar um Tannat preto e poderoso. Está na essência desta uva de casca ultra grossa e pigmentada originar vinhos massivos assim. Não são necessários também grandes artifícios para vinificar um Malbec, super escuro, vinho emblemático da Argentina. Na sua região natal na França já era elo-giado pelos ingleses no séc. XIX como “the black wine of Cahors”. O problema é que muitos produtores que trabalham atualmente com uvas dotadas de níveis inferiores de antocianos e taninos forçam a barra nas vinícolas para atribuírem a estes vinhos um perfil de cor e concentra-

ção pouco típico destas nobres variedades. Este é o caso da sensacional Nebbiolo do Piemonteitaliano, pobre em antocianos, ou da elusiva, porém não menos fascinante, Pinot Noir pouco carregada não somente em antocianos mas também em taninos. Infe-lizmente, nos dias de hoje, vinho negro virou sinônimo de vinho bom, e até degustadores experientes se deixam levar pela sedução de uma morena, neste caso a cor, e tendem a avaliar mais positivamente estes líquidos opacos e hiper-extraídos. Esta atitude gera um círculo vicioso “produção-avaliação, positiva-demanda, cres-cente-produção” que tem desvirtuado muitos vinhos menos favorecidos de cor intensa, mas que certamente têm outros encantos. Por outro lado, enólogos obstinados ainda lutam e se dedicam com grande paixão e sacrifício aos ínfimos de-talhes que tornam um vinho a expressão honesta e sem distorções de um local específico. Este respeito máximo à originalidade de um vinho e às características inatas de uma uva requer grande técnica e conhecimento, o que leva, paradoxalmente, a uma mínima interferência do homem no seu processo de elaboração. O preto é naturalmente fascinante em um vinho Jerez da variedade Pedro Ximénez, que tinge a taça como um

O

ãçcaopor Guilherme Correa

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bálsamo da cor do ébano. Já para um delicadíssimo e sensual tinto da Borgonha de Pinot Noir, é prefe-rível que o preto esteja apenas na “noite” de um de seus vinhos mais clássicos, o Nuits-St.-Georges. A Borgonha elabora brancos estupendos e alguns dos melhores tintos do mundo. Estes vinhos são o auge da “finesse” e complexidade, mas nem por isso ostentam colorações poderosas e alta concentração.A sutileza da cor de um grande Pinot Noir não deve ser um fator para penalizar estes vinhos únicos e cheios de gosto do lugar.k

BACO NANU!!

EDIÇAO

4EXPLOSIVAOUTUBRO 2008

FIQUEDE

OLHO

~

NANU!!

LOOSHstudio Fotografia e Design S.S.Rua Bolívia, 497 Blumenau SC 89050-100 Brasil 55 47.3326 3130

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Guilherme Bauer