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impressão Pedagógica [ 3 ]
[ editorial ]
Direção-Geral: Armindo Vilson AngerArmindo Vilson AngerArmindo Vilson AngerArmindo Vilson AngerArmindo Vilson AngererererererDireção do Centro de Excelência em Educação: RRRRRosalina Soarosalina Soarosalina Soarosalina Soarosalina Soareseseseses
Direção de Marketing: Karina LKarina LKarina LKarina LKarina LafraiaafraiaafraiaafraiaafraiaEdição e Redação:
AndrAndrAndrAndrAndrea Gonçalves Santos ea Gonçalves Santos ea Gonçalves Santos ea Gonçalves Santos ea Gonçalves Santos (Mtb 9355/19/195)(Mtb 9355/19/195)(Mtb 9355/19/195)(Mtb 9355/19/195)(Mtb 9355/19/195)Alessandra PAlessandra PAlessandra PAlessandra PAlessandra Potamianos otamianos otamianos otamianos otamianos (Mtb 4469/18/109)(Mtb 4469/18/109)(Mtb 4469/18/109)(Mtb 4469/18/109)(Mtb 4469/18/109)
Direção de Gráfica: Antonio BothAntonio BothAntonio BothAntonio BothAntonio BothGerente Pré-Impressão: PPPPPaulo César Niehuesaulo César Niehuesaulo César Niehuesaulo César Niehuesaulo César Niehues
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Impressão Pedagógica é uma publicação semestral,de circulação nacional, dirigida a diretores de escolas,
coordenadores e professores, sendo distribuída por mailingpersonalizado. Não nos responsabilizamos por opiniões
expressas nos artigos assinados.Todos os direitos reservados.
[ expediente ]
[ 04 ] Entrevista com Teresinha Rios
[ 10 ] Ensino Fundamental: mudanças até2010
[ 14 ] Baixo rendimento tem solução
[ 16 ] Educação no mundo informatizado
[ 21 ] Escolas sobrevivem às novasgerações
[ 28 ] Expoente: duas décadas de sucesso
[ índice ]
Armindo AngererDiretor-Geral
Grupo Educacional Expoente
Soren Kierkegaard (1813-1855), filósofo
dinamarquês, escreveu: "A vida só
pode ser compreendida olhando-se
para trás, mas só pode ser vivida
olhando-se para a frente".
Iniciamos este editorial, citando
um dos grandes pensadores do século
XVII que, junto com Nietzche, Freud,
Goethe, Schopenhauer e tantos outros
ilustres, muito contribuiu para o
entendimento da mente humana. A
frase citada é apropriada para o atual
momento do Expoente, pois neste ano
comemoramos o nosso 20 o. aniversário.
Quanto podemos compreender olhando
o passado! Nele, estão nossos
trabalhos, experiências, alegrias e
sucessos. É todo um rol de práticas que
nos fazem amadurecer, para podermos
formar um porvir ainda melhor! Mas
tudo isso só tem sentido se, como na
própria vida, nossas instituições usarem
suas experiências para construir o
futuro. É essa idéia que queremos
desenvolver no Expoente.
Vamos marcar a passagem dessa
data com algumas ações importantes
para o futuro do grupo. Talvez a mais
notável seja o desenvolvimento de um
planejamento estratégico, no qual já
estamos trabalhando desde 2005 e
cujas metas e ações desenham um
horizonte até 2008.
Para o ano de 2006, algumas ações
estão em andamento e uma delas diz
respeito aos nossos clientes do Sistema
Expoente de Ensino. Eles contarão, a
partir deste ano, com uma equipe
técnica, pedagógica e comercial 50%
maior. É a resposta que o Expoente quer
dar às exigências do mercado, para
atender a um dos objetivos traçados no
seu planejamento estratégico: "Até 2008,
ser reconhecida como a solução
educacional que mais bem atende à
expectativa dos clientes no Brasil".
Muitas boas notícias surgirão.
Esperamos que a leitura dessa edição da
Revista Impressão Pedagógica contribua
para que possamos nos aprimorar a cada
dia, tornando-nos grandes educadores.
Um 2006 com muito sucesso!
[ 4 ] impressão Pedagógica
Compreendere ensinarProfessora Terezinha Rios fala sobreética e avaliação
A doutora em Educação
Terezinha Azerêdo Rios percorre
o Brasil com palestras e projetos
voltados à filosofia da Educação,
à ética e competência dos
professores e à avaliação da
prática educativa. Autora dos
livros Compreender e Ensinar –
por uma Docência da Melhor
Qualidade e de Ética e
Competência, Terezinha também
tem orientado teses de mestrado
em Moçambique, na África.
Em seus discursos, país afora, a
professora do Departamento de
Teologia e Ciências da Religião
da PUC-SP explica que a
competência, em todas as
profissões, é saber fazer bem o
que é necessário e desejável na
profissão.
No ambiente escolar, ela frisa
que os educadores devem se
nortear por princípios universais
como respeito, justiça,
solidariedade e diálogo. Em
agosto, Terezinha Rios estará
participando do IV Seminário de
Educação do Rio de Janeiro.
IP – Quais são os valores que osIP – Quais são os valores que osIP – Quais são os valores que osIP – Quais são os valores que osIP – Quais são os valores que os
educadores jamais podem perdereducadores jamais podem perdereducadores jamais podem perdereducadores jamais podem perdereducadores jamais podem perder
de vista e, inclusive, devemde vista e, inclusive, devemde vista e, inclusive, devemde vista e, inclusive, devemde vista e, inclusive, devem
repassar aos seus alunos?repassar aos seus alunos?repassar aos seus alunos?repassar aos seus alunos?repassar aos seus alunos?
Terezinha Rios – Em todas as ações
e relações humanas encontramos
valores – significações que os
indivíduos, vivendo em sociedade,
atribuem aos diversos aspectos da
realidade. Sendo históricos, eles
diferem de sociedade para
sociedade e se transformam no
decorrer do tempo. Há valores,
entretanto, que se apresentam
como princípios – que têm um
caráter mais amplo e dizem respeito
não a esta ou àquela sociedade,
mas a todos os seres humanos.
Para realizar a tarefa fundamental da
educação, que é construir a
humanidade, criando e socializando
cultura, os educadores devem ter
como horizonte a dignidade
humana, a realização do bem
comum, para o qual aponta a ética.
Portanto, os princípios da ética – o
respeito, a justiça, a solidariedade, o
diálogo – devem ser os norteadores
do comportamento tanto de
professores quanto de alunos.
Não há, assim, uma ética dos
[ entrevista ]
impressão Pedagógica [ 5 ]
educadores. Os princípios da ética
dizem respeito a todos os
profissionais.
IP – Depois de algum tempo deIP – Depois de algum tempo deIP – Depois de algum tempo deIP – Depois de algum tempo deIP – Depois de algum tempo de
carreira, assim como em qualquercarreira, assim como em qualquercarreira, assim como em qualquercarreira, assim como em qualquercarreira, assim como em qualquer
outra profissão, algunsoutra profissão, algunsoutra profissão, algunsoutra profissão, algunsoutra profissão, alguns
professores vivenciam umaprofessores vivenciam umaprofessores vivenciam umaprofessores vivenciam umaprofessores vivenciam uma
espécie de crise, vêem-seespécie de crise, vêem-seespécie de crise, vêem-seespécie de crise, vêem-seespécie de crise, vêem-se
desatualizados e/oudesatualizados e/oudesatualizados e/oudesatualizados e/oudesatualizados e/ou
desmotivados. Como desmotivados. Como desmotivados. Como desmotivados. Como desmotivados. Como eleseleseleseleseles podem podem podem podem podem
ultrapassar essa fase?ultrapassar essa fase?ultrapassar essa fase?ultrapassar essa fase?ultrapassar essa fase?
Terezinha Rios – Devemos lembrar
que a formação do professor é
continuada e que há alguns
aspectos importantes, como a
formação em serviço, a reflexão
coletiva sobre os saberes da
docência, a organização de
projetos, a investigação rigorosa
que amplia o conhecimento e
permite uma atuação mais crítica e
criativa. Quando falo nessa
formação, não me refiro apenas a
um movimento dos professores
nessa direção. Trata-se de um
conjunto de condições que se
requerem do professor, de seus
alunos, dos diretores e
coordenadores, dos órgãos oficiais,
da comunidade.
IP – Um dos temas de suasIP – Um dos temas de suasIP – Um dos temas de suasIP – Um dos temas de suasIP – Um dos temas de suas
palestras é palestras é palestras é palestras é palestras é Qualidade eQualidade eQualidade eQualidade eQualidade e
Competência na DocênciaCompetência na DocênciaCompetência na DocênciaCompetência na DocênciaCompetência na Docência.....
PPPPPodemos enumerar algumasodemos enumerar algumasodemos enumerar algumasodemos enumerar algumasodemos enumerar algumas
dessas qualidades e competênciasdessas qualidades e competênciasdessas qualidades e competênciasdessas qualidades e competênciasdessas qualidades e competências
exigidas atualmente?exigidas atualmente?exigidas atualmente?exigidas atualmente?exigidas atualmente?
Terezinha Rios – Penso que é preciso
adjetivar a qualidade quando nos
referimos a ela, principalmente na
educação. Usamos a expressão “de
qualidade” para indicar algo de
caráter positivo. O que queremos, na
verdade, é uma educação de boa
qualidade, que se revela no trabalho
competente. Faço referência à
competência – no singular – como
um conjunto de qualidades que se
articulam no trabalho profissional,
tendo como eixo fundamental a
dimensão ética, cujo horizonte é a
afirmação do bem comum. A
formação de boa qualidade será,
então, aquela que cria condições
para a construção cotidiana e
coletiva da cidadania e da
felicidade.
Onde antes tínhamos saberes,
capacidades, habilidades, hoje
temos competências. Portanto, é
preciso uma vigilância crítica para
enfrentar o grande desafio que é o
de construir um espaço de
ampliação e aprofundamento dos
saberes, articulados aos sentires e
aos quereres, e caminhar na
direção de uma docência da melhor
qualidade.
IP – Como você avalia o ensinoIP – Como você avalia o ensinoIP – Como você avalia o ensinoIP – Como você avalia o ensinoIP – Como você avalia o ensino
superiorsuperiorsuperiorsuperiorsuperior, responsável pela, responsável pela, responsável pela, responsável pela, responsável pela
formação dos nossos educadores?formação dos nossos educadores?formação dos nossos educadores?formação dos nossos educadores?formação dos nossos educadores?
Terezinha Rios – Há muitos
problemas no nosso ensino de
graduação. Constatamos em muitas
instituições a inexistência da
pesquisa ou a desarticulação dela
com o ensino. E neste, muitas vezes,
há uma grande desarticulação entre
as disciplinas, entre os campos do
saber. Temos que evitar a
fragmentação e, portanto, não
restringir a educação a espaços
estanques do conhecimento.
Há instituições que afirmam que o
importante é “preparar para o
mercado de trabalho”. Penso que é
mais importante falar em educação
“Para realizar a tarefa
fundamental da
educação, que é
construir a
humanidade, criando e
socializando cultura, os
educadores devem ter
como horizonte a
dignidade humana, a
realização do bem
comum.”
[ 6 ] impressão Pedagógica
realizar nossa reflexão, tomando
como referência as questões
fundamentais que se encontram na
escola moçambicana. Assim,
embora do ponto de vista teórico o
trabalho seja semelhante ao que
desenvolvemos no Brasil, as
discussões adquirem um aspecto
diferenciado em virtude das
características específicas do
contexto de trabalho e de vida dos
professores. Embora tenhamos
informações sobre a África, a
possibilidade de lá estar, de
conhecer alguns aspectos de sua
rica cultura, de entrar em contato
com a escola, com os professores e
alunos proporciona um
aprofundamento do conhecimento,
uma vivência e um aprendizado que
deixam marcas muito significativas.
apenas no final, contribuirá para a
transformação e o aprimoramento
do trabalho. Avaliar para crescer,
para avançar rumo aos objetivos –
não para punir ou premiar – deve
ser a tônica dos projetos das
escolas.
IP – A elaboração e monitoramentoIP – A elaboração e monitoramentoIP – A elaboração e monitoramentoIP – A elaboração e monitoramentoIP – A elaboração e monitoramento
de um projeto pedagógico devemde um projeto pedagógico devemde um projeto pedagógico devemde um projeto pedagógico devemde um projeto pedagógico devem
ser trabalhos realizados emser trabalhos realizados emser trabalhos realizados emser trabalhos realizados emser trabalhos realizados em
conjunto. Como diretores econjunto. Como diretores econjunto. Como diretores econjunto. Como diretores econjunto. Como diretores e
professores podem melhorar oprofessores podem melhorar oprofessores podem melhorar oprofessores podem melhorar oprofessores podem melhorar o
andamento do projeto trabalhandoandamento do projeto trabalhandoandamento do projeto trabalhandoandamento do projeto trabalhandoandamento do projeto trabalhando
em equipe?em equipe?em equipe?em equipe?em equipe?
Terezinha Rios – Cada profissional
na escola tem uma especificidade
em sua atuação. É na articulação
dessas especificidades que se
pode tecer um projeto. Conhecer
e reconhecer as atribuições de
cada um e procurar criar espaço
para o desenvolvimento das
potencialidades é algo que se
requer dos gestores e de sua
equipe.
IP – O seu trabalho é muitoIP – O seu trabalho é muitoIP – O seu trabalho é muitoIP – O seu trabalho é muitoIP – O seu trabalho é muito
respeitado por educadores e arespeitado por educadores e arespeitado por educadores e arespeitado por educadores e arespeitado por educadores e a
comunidade envolvida nascomunidade envolvida nascomunidade envolvida nascomunidade envolvida nascomunidade envolvida nas
instituições governamentais einstituições governamentais einstituições governamentais einstituições governamentais einstituições governamentais e
particulares. Tparticulares. Tparticulares. Tparticulares. Tparticulares. Também há uma boaambém há uma boaambém há uma boaambém há uma boaambém há uma boa
repercussão das suas atividadesrepercussão das suas atividadesrepercussão das suas atividadesrepercussão das suas atividadesrepercussão das suas atividades
em Moçambique, na África. Comoem Moçambique, na África. Comoem Moçambique, na África. Comoem Moçambique, na África. Comoem Moçambique, na África. Como
é esse trabalho lá?é esse trabalho lá?é esse trabalho lá?é esse trabalho lá?é esse trabalho lá?
Terezinha Rios – Sou professora em
um Programa de Mestrado em
Educação que resulta de um
convênio entre a PUC-SP e a
Universidade Pedagógica –
Moçambique. Ministrei a disciplina
Avaliação: Teorias e Práticas e
oriento as dissertações de cinco
mestrandos. Tem sido uma
experiência muito rica. Procuramos
para o trabalho do que para o
“mercado de trabalho”. Não
podemos ignorar a existência desse
“mercado”. Mas temos que preparar
indivíduos críticos que percebam as
características do mercado e não
simplesmente se adaptem a ele, mas
possam questioná-lo e transformá-lo,
de maneira criativa e competente.
No que diz respeito à formação de
professores, vejo que há avanços
quando não se desvinculam os
saberes das “áreas específicas” e os
“saberes pedagógicos”. Até porque
os saberes específicos da formação
docente são saberes pedagógicos!
IP – Uma instituiçãoIP – Uma instituiçãoIP – Uma instituiçãoIP – Uma instituiçãoIP – Uma instituição sobrevive semsobrevive semsobrevive semsobrevive semsobrevive sem
projeto pedagógico ou, ainda queprojeto pedagógico ou, ainda queprojeto pedagógico ou, ainda queprojeto pedagógico ou, ainda queprojeto pedagógico ou, ainda que
o tenha, sem uma cultura deo tenha, sem uma cultura deo tenha, sem uma cultura deo tenha, sem uma cultura deo tenha, sem uma cultura de
avaliação constante desse projeto?avaliação constante desse projeto?avaliação constante desse projeto?avaliação constante desse projeto?avaliação constante desse projeto?
Terezinha Rios – Acho que se pode
“sobreviver”, no sentido mais restrito
de se manter vivo. Até porque,
mesmo sem trazer a público seu
projeto, toda instituição tem uma
intencionalidade em seu trabalho,
revelada nas ações que realiza.
Mas viver “de verdade” exige a
construção do projeto – a definição
dos princípios norteadores da ação,
a determinação do que se quer
conseguir, o estabelecimento de
caminhos e etapas para o trabalho,
a designação de tarefas para cada
um dos sujeitos envolvidos e a
avaliação contínua do processo e
dos resultados.
A avaliação – considerada como um
olhar crítico que permite enxergar
os limites e as possibilidades, os
aspectos positivos e negativos de
um aprendizado –, se feita em todos
os momentos do processo, e não
“A formação de
boa qualidade
será, então,
aquela que cria
condições para a
construção
cotidiana e
coletiva da
cidadania e da
felicidade.”
impressão Pedagógica [ 7 ]
“A palavra voa,a escrita fica”
O ato de escrever com competência partede uma formulação de pensamentos
[ artigo ]
Numa sociedade letrada, ler e
escrever são sinônimos de poder e
determinam os valores, as relações
de trabalho, as diversidades. Faz-se
necessário um percurso reflexivo
sobre como a escola é responsável
e desenvolve a competência escrita.
Sabemos que o homem se
apresenta como um ser social
inserido num espaço, num tempo,
numa sociedade e se estrutura,
como cidadão, por intermédio de
sua formação educativa. E, mesmo
não tendo consciência plena do seu
papel social, exerce muitas vezes
uma atitude de reflexão e
interferência perante tudo o que o
cerca. A cada situação que enfrenta,
cria inúmeros elementos que se
relacionam, adquirem significados e
organizam-se respondendo às suas
necessidades que, uma vez
supridas, geram novas
necessidades. Não podemos
esquecer que desenvolver a
promoção humana por intermédio
da educação significa tornar o
homem cada vez mais capaz de
conhecer os elementos de sua
situação para intervir nela,
Escrever com competência parte de
uma formulação de pensamentos, é
preciso que esses pensamentos se
organizem de forma criativa,
estimada pela sensibilidade, pela
consciência viva do mundo que nos
rodeia, pela descoberta de relações,
por uma visão própria da realidade,
com vista a renovar o real e
apresentá-lo à nossa maneira. É por
esse prisma que a função da escola
precisa ser organizada.
O ato de educar, pois, só tem sentido
quando o objetivo maior estiver
voltado para a promoção do
conhecimento, que permita ao
cidadão agir, proagir e transformar o
meio no qual está inserido. Portanto,
refletir sobre qualquer aspecto sobre
a função da escola implica
considerar, dentre outros elementos,
o sujeito que aprende.
transformando-a no sentido de uma
ampliação da liberdade, da
comunicação e colaboração entre
os homens.
"A palavra voa , a escrita fica", já
dizia o antigo refrão latino. Quem
escreve não conta com os recursos
dos gestos, do tom, da mímica, das
pausas, de que dispõe aquele que
fala. Quem fala, tem o ouvinte à sua
frente e se dirige a um público
definido, num contexto definido.
Quem escreve, desliga-se do tempo
e do espaço; não pode determinar
quando e nem por quem vai ser
lido. É essa impossibilidade que lhe
confere a categoria de um código
mais fixo do que oral. É também por
essa maior permanência da forma
escrita que se assegura a
continuidade da tradição lingüistica
dos povos. Portanto, saber ler e
escrever, saber formular os
pensamentos e expressá-los
claramente, por escrito, envolvem
aspectos técnicos de domínio dos
padrões lingüisticos, mas também a
inventividade e a percepção da
realidade que deve ter aquele que
escreve.
Cristiane Gomes Coutinho –Coordenadora Educacional doCentro de Excelência emEducação Expoente.
[ 8 ] impressão Pedagógica
Educação Físicapara a vida
Atividades desenvolvem a autoconfiança
As atividades físicas são
fundamentais para uma formação
integral das crianças e adolescentes.
Com elas, o aluno se desinibe e
adquire autoconfiança e concentração,
tornando-se um cidadão saudável e
com equilíbrio para tomar as próprias
decisões.
O professor de Educação Física
precisa estimular o aluno a
desenvolver suas próprias habilidades.
"É comum vermos um aluno tentando
praticar determinado esporte que não
combina com seu biótipo e suas
habilidades. Isto acontece bastante
com os meninos no futebol, todos
querem ser os melhores e muitas
vezes ficam frustrados. O professor
deve justamente orientar esse garoto
e apresentar outras modalidades para
que ele possa se sentir à vontade e,
quem sabe, tornar-se um talento",
analisa Adauto de Paula, coordenador
de esportes do Expoente.
se as atividades rítmicas, jogos
cooperativos, jogos com regras,
ginástica e esportes em geral. Já no
Ensino Médio, uma dica para não
deixar as aulas caírem na rotina é
trabalhar os esportes radicais, lutas e
atividades de academia. "Para todas
as idades os professores de sala de
aula podem desenvolver tópicos de
suas disciplinas em quadra, em
conjunto com os professores de
Educação Física. Vários trabalhos
interdisciplinares foram realizados no
Expoente e o resultado foi ótimo",
defende o coordenador de esportes.
Além de excelentes resultados
na escola, o aprendizado nas
quadras é levado para toda a vida.
"Conhecendo as modalidades, o
indivíduo poderá escolher uma e
continuar praticando. Desta forma
terá qualidade de vida e uma
ocupação saudável em seu tempo
livre", conclui Adauto.
O principal objetivo das aulas
de Educação Física é estimular o
gosto pela atividade do corpo,
deixando de lado a competitividade.
"Não se deve dar muita ênfase ao
esporte competitivo, assim o aluno
pode participar sem se preocupar
com seu desempenho. As pessoas
confundem esporte com atividade
física. O esporte é uma atividade
física com fins competitivos. A
atividade física é qualquer movimento
do corpo que resulta em gasto
energético, como caminhar ou subir
escadas", explica Adauto.
Os exercícios físicos são
fundamentais em qualquer faixa
etária, mas as atividades desen-
volvidas nas escolas devem ser
selecionadas de acordo com as
idades. Na Educação Infantil, o ideal
é dar ênfase às atividades lúdicas
como jogos e brincadeiras e no
Ensino Fundamental podem iniciar-
impressão Pedagógica [ 9 ]
Expoentena seleção
No Expoente, ginásio próprio,
uniforme e bolsas de estudo são
alguns dos benefícios concedidos
aos esportistas da instituição. Em
2005, eles receberam 48 convo-
cações para seleções, sendo 24 para
seleções municipais, 19 para
estaduais e 5 para brasileiras, para
os times de handebol e voleibol.
"Estar vinculado a práticas saudáveis
é um fato reconhecido pelos nossos
alunos, pelos de outras instituições
e ainda estimula o orgulho dos
estudantes por pertencerem ao
Expoente", defende Adauto de Paula,
coordenador de Esportes do
Expoente.
Conveniado ao Expoente, o
colégio Olympus Yesi, de Codó, no
Maranhão, também incentiva seus
estudantes. No ano passado, duas
alunas participaram pela primeira
vez das Olimpíadas Escolares,
maior evento esportivo escolar do
país, que reuniu, em Brasília, 2 500
alunos de 350 escolas privadas e
públicas. "Nossos alunos treinam
em diversas modalidades de
esporte. Muitos se destacam e
demonstram uma predisposição
para alguns esportes e, a partir daí,
os incentivamos a praticá-los e a
participar de competições", relata o
professor de Educação Física,
Fredson dos Santos.
Material didático
O Expoente oferece um
material completo para os
professores de Educação Física
do Ensino Fundamental. É uma
coletânea, composta por 15
volumes, e escrita por um
grupo de educadores, com
base em pesquisas, em
experiências nas escolas e
logicamente nos Parâmetros
Curriculares Nacionais (PCN´s).
Os livros reúnem em suas
páginas desde o histórico das
modalidades esportivas até
sugestões de atividades
criativas, para o professor
inovar com elas em suas aulas.
“Procuramos desenvolver um
grande número de variações
em cada atividade apresentada,
para que o educador seja capaz
de criar outras e, aliado à sua
experiência profissional, possa
enriquecer o projeto didático-
pedagógico de sua escola”,
explica Simone Iubel, uma das
autoras da Coletânea de
Atividades de Educação Física
para o Ensino Fundamental.
Os volumes são divididos por
modalidades: futsal,
basquetebol, voleibol, handebol,
lutas, atletismo, esportes com
bastões e raquetes, ginástica
(2 volumes), atividades rítmicas e
jogos (5 volumes).
[ 10 ] impressão Pedagógica
Ensino Fundamentalde 9 anosAssunto é polêmico, mas escolastêm até 2010 para se adaptar
A mudança no Ensino Fundamental,
que aumentará seu período letivo de
8 para 9 anos, ainda gera polêmica
entre as escolas. O assunto parece
ser novidade, mas a verdade é que
muitas escolas (privadas ou
públicas) já vêm oferecendo o EF de
9 anos há algum tempo. O motivo é
que essa ampliação consta no Plano
Nacional de Educação desde a
criação dele, no ano 2000. O que o
Ministério da Educação (MEC) está
fazendo é apenas uniformizar a
Educação Básica em todas as
escolas brasileiras.
"A mudança estava prevista em lei,
no Plano Nacional de Educação, e
há dois grandes motivos para isso.
O primeiro é a inclusão de um
número maior de crianças no Ensino
Fundamental e o outro é aumentar o
nível de escolaridade da população
brasileira", justifica Francisco das
Chagas Fernandes, secretário da
Educação Básica do MEC.
Segundo ele, não há motivos para
tanta preocupação como vem
ocorrendo. O prazo até 2010 é viável
para que as escolas possam fazer as
adaptações necessárias e para
esclarecê-las aos professores e pais
de alunos. Chagas também adianta
que ainda não há necessidade de se
adaptar o material didático.
"Os professores não vão precisar
mudar sua rotina em sala. Até
porque a criança de 6 anos ainda é
aquela que brinca e as atividades
são mais infantis. Ela não terá o
mesmo conteúdo daquela criança
de 7 anos", explica Chagas.
O Fundamental é o nível de ensino
que mais concentra estudantes no
país. O Censo Escolar, realizado em
2005, aponta que passam pelos
bancos escolares mais de 25 milhões
de alunos entre 7 e 14 anos. Destes,
quase 10 milhões já estudam em
redes de Ensino Fundamental com
9 anos em mais de mil municípios.
NomenclaturaNomenclaturaNomenclaturaNomenclaturaNomenclatura
Assim que o MEC divulgou a
obrigatoriedade dos 9 anos de ensino
básico, a ser implantada até 2010,
surgiu a dúvida sobre a padronização
dos nomes das séries do Ensino
Fundamental. Segundo Chagas, o
Conselho Nacional de Educação
sugere a padronização da
denominação dos períodos na
seguinte forma: a criança que
completar 6 anos até o início do ano
letivo da sua escola deverá ser
matriculada no 1o. ano do Ensino
Fundamental (não será mais 1a. série).
Por isso, o aluno que hoje está na
8a. série passa a ser identificado como
estudante do 9o. ano (veja tabela).
Idade
6 anos7 anos8 anos9 anos10 anos11 anos12 anos13 anos14 anos
Ens. Fundamentalde 8 anosInfantil III1ª. série2ª. série3ª. série4ª. série5ª. série6ª. série7ª. série8ª. série
Ens. Fundamentalde 9 anos (até 2010)1º. ano2º. ano3º. ano4º. ano5º. ano6º. ano7º. ano8º. ano9º. ano
impressão Pedagógica [ 11 ]
Você filosofa comseus alunos?
Saiba que o pensamento investigativo é omelhor caminho para o desenvolvimento
– Onde estamos e para onde vamos? Ser ou não ser ?
Alguns de seus alunos já questionaram você dessa maneira? Se não,
saiba que é bem provável que, logo, logo, eles o farão. Crianças e
adolescentes são curiosos por natureza e o desafio do professor, é dar conta
dessas indagações sem frustrá-los. Nisso, a Filosofia pode ajudar. Mas não
se trata, porém, daquela Filosofia demasiadamente teórica e chata para
muitos. O objetivo – e daí vem a satisfação do professor – é tornar essa
teoria em algo mais palatável aos alunos diminuindo a resistência que eles
têm a Sócrates, Platão, Aristóteles e tantos outros filósofos. “A prática filosófica
cria um fórum amplo de reflexão que permite à criança e ao adolescente
tanto o distanciamento da realidade imediata para refletir e olhar sobre outras
dimensões dela, como uma imersão nas questões mais profundas da
existência humana, a partir da qual cada um pode criar seu estilo próprio de
pensar, de ler o mundo, de se expressar e de agir”, diz Darcísio Muraro,
coordenador geral do Centro Brasileiro de Filosofia para Crianças.
O CBFC é uma instituição de caráter científico e cultural, que há 20
anos incentiva no mundo todo a valorização da Filosofia no ambiente escolar,
promovendo, também, cursos de capacitação. Todo o trabalho é baseado
no Programa Filosofia para Crianças, elaborado pelo americano Matthew
Lipman. Estima-se que há mais de 22 mil professores formados para trabalhar
com Filosofia para crianças e jovens e cerca de mil e duzentas escolas
envolvidas com as atividades do Centro.
Não pense, no entanto, que seus alunos precisam se tornar filósofos.
“A proposta dessa disciplina é promover a inserção do aluno à reflexão crítica
e consciente dos fatos da vida. O estudante que vive a Filosofia, e a leva a
sério desde as séries iniciais, apresenta uma capacidade argumentativa muito
boa e sua visão de mundo acaba sendo muito mais refinada”, declara o
professor Alessandro Mombach, que dá aulas de Filosofia para estudantes
de 5a. a 8a. série, no Ensino Fundamental do Expoente.
Leia a entrevista completa com Darcísio Muraro,coordenador geral do Centro Brasileiro de Filosofia para
Crianças, no Portal Escola Interativa,(www.escolainterativa.com.br), e saiba como incluir a
Filosofia e trabalhar com ela em sua instituição,conforme os níveis de ensino.
“O material didático que
usamos no Expoente
proporciona uma reflexão de
temas filosóficos, utilizando
imagens, textos e exemplos
da realidade dos próprios
alunos”, afirma o professor
Alessandro Mombach.
[ 12 ] impressão Pedagógica
Educação ganhaespaço na imprensaApesar de muito divulgado, pesquisa mostraque o assunto é pouco contextualizado
Jornais, revistas e outros meios
de comunicação são elementos que
fazem parte do cotidiano dos
professores (da Educação Infantil ao
Ensino Superior). Nem sempre esses
meios são utilizados como recurso
pedagógico em sala de aula, mas, ao
menos, mantêm os docentes
informados.
Muitas vezes, o foco de
uma notícia lida pelo professor
é a própria Educação, assunto
que, pressupõe-se, é de seu
domínio. E como, então, a
imprensa trata da Educação?
Como os jornalistas abordam
questões tão costumeiras do
dia-a-dia de um professor?
“As questões pedagógicas
têm pouca cobertura da
imprensa. Os jornal istas que
cobrem a educação não têm
consciência dos problemas da
educação brasileira e a divulgação
está mais voltada ao serviço... fala-
se de vest ibular, mas apenas
ci tam-se datas, per íodos de
inscrição, etc. Fala-se de Enem,
mas o que se comenta são
números de inscritos e dias da
prova”, afirma Guilherme Canela,
coordenador de pesquisa e
estatística da Agência de Notícias
dos Direitos da Infância (Andi).
A entidade realizou, em parceria
com o Ministério da Educação (MEC)
e apoio da Unesco, a pesquisa A
Educação na Imprensa Brasileira, um
retrato de como os principais jornais
impressos do país – 57 ao todo –
trataram o tema ao longo de 2004.
Foram analisados mais de
cinco mil textos da grande imprensa
nacional e de veículos regionais e o
que se constatou é que a imprensa
vem dando maior espaço à
Educação ao longo dos últimos anos,
apesar de ainda ser de maneira
pouco contextualizada, –
sobretudo com relação a
outros assuntos como
desenvolvimento humano,
cidadania, família e geração
de renda. Ao tratar a
Educação dentro de um
universo muito específico, os
jornalistas deixam de usá-la
como mola propulsora do
desenvolvimento de outras
áreas. E isso ocorre, de
acordo com Canela, devido
à complexidade do sistema. “A
imprensa tem dificuldades de
reordenamento do pensamento das
políticas públicas. Não há uma
política de integração e muitas
fontes de informação são
‘caixinhas’ isoladas”, diz.
“““““A imprensa tem dificuldades deA imprensa tem dificuldades deA imprensa tem dificuldades deA imprensa tem dificuldades deA imprensa tem dificuldades de
reordenamento do pensamentoreordenamento do pensamentoreordenamento do pensamentoreordenamento do pensamentoreordenamento do pensamento
das políticas públicas. Não há umadas políticas públicas. Não há umadas políticas públicas. Não há umadas políticas públicas. Não há umadas políticas públicas. Não há uma
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fontes de informação sãofontes de informação sãofontes de informação sãofontes de informação sãofontes de informação são
‘caixinhas’ isoladas”‘caixinhas’ isoladas”‘caixinhas’ isoladas”‘caixinhas’ isoladas”‘caixinhas’ isoladas”
impressão Pedagógica [ 13 ]
Em 2004, o Ensino Superior foi o
tema preferido da mídia impressa.
Os assuntos do ES, principalmente
do acesso a ele, constam em 1/3
das reportagens analisadas pela
pesquisa da Andi. Uma das
hipóteses, apontadas
por Canela, que pode
justificar esse
comportamento da
imprensa é que os
leitores de jornais, em
sua maioria, são
pessoas da classe A e
B, portanto clientes potenciais do
Ensino Superior.
Na lista dos níveis de ensino mais
abordados pela imprensa, atrás do
Ensino Superior está o Ensino
Fundamental. Porém o disparate
entre ambos é grande: 33,4% dos
textos jornalísticos analisados falam
sobre o ES, enquanto apenas 8,4%
Os mais divulgados
A Educação é aA Educação é aA Educação é aA Educação é aA Educação é a
questão social maisquestão social maisquestão social maisquestão social maisquestão social mais
focalizada pelafocalizada pelafocalizada pelafocalizada pelafocalizada pela
imprensa escrita.imprensa escrita.imprensa escrita.imprensa escrita.imprensa escrita.
tratam do EF, nível de ensino que
concentra o maior número de
estudantes brasileiros. Infra-estrutura,
financiamento e avaliação do ensino
foram, respectivamente, as temáticas
mais relacionadas na divulgação do
EF durante 2004.
As matérias
jornalísticas, muitas
delas, são construídas
a partir de entrevistas,
as chamadas fontes.
No setor de Educação,
as fontes mais ouvidas
pelos jornalistas são representantes
de universidades, do
Executivo Federal e do
MEC que subsidiam os
profissionais da
comunicação com
dados, informações e
declarações. Os dois
últimos juntos
representam 22,7% das fontes
ouvidas, indicando que a imprensa
nacional, ao contrário dos anos
anteriores, vem dando mais espaço
e ouvindo mais educadores de
outros núcleos, como associações,
fundações, dirigentes de
instituições de ensino, professores,
sindicatos e organismos
internacionais (Unesco e Unicef).
"Ouvir opiniões divergentes pode
dar conta da complexidade que é a
Educação", acredita Canela.
Todos os dados apresentados no
relatório A Educação na Imprensa
Brasileira serão
publicados em livro e
servirão de instrumento
de trabalho aos
jornalistas, para que
entendam o cenário da
Educação retratada
pela imprensa.
A formação dosA formação dosA formação dosA formação dosA formação dos
educadores foieducadores foieducadores foieducadores foieducadores foi
tema de 0,4% dastema de 0,4% dastema de 0,4% dastema de 0,4% dastema de 0,4% das
reportagensreportagensreportagensreportagensreportagens
analisadas.analisadas.analisadas.analisadas.analisadas.
Níveis e modalidades de ensino
majoritariamente cobertos
Foco central dos textos que abordaram
as questões de violência na escola
Font
e: P
esqu
isa
A Ed
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ão n
a Im
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sa B
rasi
leira
.
[ 14 ] impressão Pedagógica
Em busca decompreensãoÉ preciso interesse e dedicação para ajudaralunos com dificuldades de aprendizado
Baixa auto-estima, desatenção e
necessidade de ler várias vezes
para “fixar” uma frase são apenas
algumas das inúmeras
características entre os mais de 100
comportamentos específicos
identificados em crianças com
algum tipo de dificuldade de
aprendizado. Com certeza,
em sua trajetória, você já
lidou em sala de aula com
alunos de rendimento abaixo
das suas reais
potencialidades e sabe que
uma educação deficitária
pode gerar conseqüências sérias,
como repetência, evasão escolar e
até mesmo bloqueios emocionais
A função do educador, por sua vez,
é compreender as dificuldades do
aluno e ajudá-lo a integrar-se no
processo educacional. Para isso,
precisa conhecer as fases de
desenvolvimento da criança, as
necessidades essenciais dela e as
diferentes dificuldades de
aprendizagem. “É importante
perceber essas crianças como
pessoas que têm potencial,
interesses particulares e medos e
estar realmente interessado em
ajudá-las”, analisa Maria Luiza Pick,
coordenadora pedagógica, da
Educação Infantil à 4a. série, do
Ensino Fundamental do Grupo
Educacional Expoente.
Crianças com dificuldades de
aprendizado precisam de
diagnóstico e intervenção
psicopedagógica, assim que
aparecem os primeiros sinais de
baixo rendimento escolar,
comportamento desatento,
impulsividade, hiperatividade e
dificuldades de leitura e escrita
acima do esperado. “É preciso
então que o professor inicie um
processo de observação e de
identificação da criança em cinco
áreas de comportamento:
compreensão auditiva, linguagem
falada, orientação espaço-temporal,
psicomotricidade e sociabilidade.
Após as observações e a
identificação, ele poderá então
planejar as intervenções
pedagógicas adequadas às
verdadeiras necessidades,
contando com a ajuda de
uma equipe
multidisciplinar”, explica
Maria Luiza.
“A idéia de que um aluno
não estuda porque é
‘vagabundo’ é totalmente
absurda. Ninguém mentalmente
saudável gosta de fracassar, de ser o
pior. Pode até fingir que sim, mas
vemos no consultório que essa
máscara é antes de tudo usada por
crianças que sofrem.
O encaminhamento para a intervenção
psicopedagógica é o melhor que se
pode fazer por essas crianças,
independentemente da causa que o
professor ou a família atribuam ao
problema”, explica Maria Irene Maluf,
Presidente Nacional da Associação
Brasileira da Psicopedagogia (ABPp).
Tratar o aluno com respeito
é o primeiro passo para
integrá-lo ao restante da
turma.
impressão Pedagógica [ 15 ]
Tratar o aluno com respeito é o
primeiro passo para integrá-lo ao
restante da turma. “Estigmatizar é
atitude pouco inteligente e
demonstra que esse professor
está na profissão errada. Aliás,
nem considero quem faz isso um
educador, pois por essência,
quem lida com educação lida
com possibilidade de mudança e
crescimento”, comenta Maria
Irene Maluf.
Para a educadora, criar “rótulos”
para discriminar as crianças com
dificuldades só trará mais problemas
para o aprendizado desses alunos.
“Os sistemas de avaliação não
podem ser concebidos na ótica da
eficácia e do rendimento. Há de se
estabelecer níveis de sucesso, na
medida em que é sempre possível
atingi-lo em algum grau. Não
podemos esquecer que logo que a
criança obtém o rótulo do
insucesso, ela assume que falhou, o
que poderá levar à impossibilidade
de se afirmar como pessoa. Se, ao
contrário, basearmos o ensino na
otimização das áreas fortes da
criança, ganhamos tudo e não se
perde nada”, diz.
A psicopedagoga vai mais longe e
acha que não basta integrar os
alunos com necessidades
educativas especiais. “Isso é
relativamente fácil e já vem
acontecendo. A verdadeira inclusão
requer a reestruturação do sistema
educacional de modo que este cuide
de todos os alunos, dando-lhes
condições de pleno acesso e
participação e aí o professor é peça-
chave”, comenta.
Dicas de livrosA coordenadora pedagógica do Expoente, Maria Luiza Pick, indica alguns livros
que podem ajudá-lo a compreender o assunto e trabalhá-lo em sala de aula.
• As Necessidades Essenciais das Crianças: O Que Toda Criança Precisa para Crescer,
Aprender e se Desenvolver, de T. Berry Brazelton e Stanley Greenspan (editora Artmed).
• Educação Inclusiva com os Pingos nos is, de Rosita Carvalho (editora Mediação).
• O Saber em Jogo: a Psicopedagogia Propiciando Autorias de Pensamento, de Alicia
Fernández (editora Artmed).
• Introdução às Dificuldades de Aprendizagem, de Vítor Fonseca (editora Artes Médicas).
• No Mundo da Lua: Perguntas e Respostas sobre Transtorno do Déficit de Atenção com
Hiperatividade em Crianças, Adolescentes e Adultos, de Paulo Mattos (Lemos Editorial).
• Feurestein e a Construção Mediada do Conhecimento, de Cristiano Gomes (editora
Artmed).
Professor nota 10
Lembre-se de que um professor marca tanto a vida de um aluno
que pode transformar eventuais dificuldades em grandes sucessos.
Confira as dicas da Presidente da Associação Brasileira da
Psicopedagogia, Maria Irene Maluf, para ser um bom educador.
• Esteja consciente de seu papel profissional e prepare-se continuamente
para exercê-lo.
• Troque informações constantemente com a coordenação da escola
para pensar em estratégias de trabalho para sua classe e também para
aquela criança que apresenta dificuldades.
• Aceite suas limitações pessoais e profissionais e ouça pessoas
envolvidas em outras especialidades. Afinal, ninguém sabe tudo.
• Contribua no dia-a-dia, no sentido de acolher a criança com suas
dificuldades, de modo construtivo, e não com uma abordagem
apenas materialista. O aluno precisa de estímulo, de trabalho
cognitivo e não que lhe passem a mão sobre a cabeça, ignorando
seus problemas.
[ 16 ] impressão Pedagógica
impressão Pedagógica [ 17 ]
Educação para o futuroPrepare-se para enfrentar o aluno do século 21
Se você nunca ouviu falar
em orkut ou considera um
aparelho de mp3 algo totalmente
desnecessário e acha que chat é
coisa de quem não tem o que
fazer, provavelmente esqueceu
que o século 21 já chegou.
Os alunos hoje não estão mais
interessados apenas em aprender
conteúdos transmitidos pelo
professor diante de um quadro-
negro. Quem quiser conquistar
esse “novo estudante” precisará
oferecer aulas atraentes, estar
conectado às novidades e, acima
de tudo, ser criativo.
“O foco dos professores não
deve ser mais o repasse de
informações, mas o tratamento
desta informação. Hoje os
educadores devem ser uma fonte
de idéias e reflexões sobre
utilidades, implicações e reflexos
das informações que o aluno já
possui. Seu papel é discutir e
complementar”, analisa o professor
do Expoente e da UniExp –
Unidade de Ensino Superior
Expoente –, Marco Aurélio Kalinke,
autor dos livros Para não ser um
professor do século passado,
Internet na Educação e Educação
2006 – As mais importantes
tendências na visão dos mais
importantes educadores, do qual
participa ao lado de nomes como
Gilberto Dimenstein e Rubem Alves.
Estar atualizado é o principal
dever dos professores hoje. Não
adianta apenas dominar os
conteúdos de uma disciplina. Para
manter um bom relacionamento
com os alunos e prepará-los para
viver em uma sociedade que muda
a cada segundo, é necessário
entender o que acontece no
mundo. Há um estudo de cientistas
americanos prevendo que, em
2020, a quantidade de informação
existente no planeta se multiplicará
a cada 90 dias. É muita coisa e
somente pessoas motivadas a
novos conhecimentos e
capacitadas estarão aptas a
absorver um pouco disso.
“A escola será mais interessante
quando o corpo docente mudar a
postura didática, quando as aulas
forem mais atraentes, quando os
temas trabalhados saírem da
subjetividade para a associação
com o cotidiano dos alunos e
também quando os professores
forem mais criativos”, opina o
educador e psicólogo Caio Feijó,
que acaba de lançar o livro
Preparando os Alunos Para a Vida
(Editora Expoente).
Tornar as aulas mais atrativas
significa, entre outras iniciativas, a
apropriação das novas tecnologias.
Ou seja, é preciso que a escola
aceite e participe das possibilidades
que o mundo moderno nos oferece.
“A utilização de e-mail, orkut,
internet, ambientes de
aprendizagem colaborativa e outras
ferramentas precisa ser
implementada com mais rapidez e
agilidade pelas instituições de
ensino”, avisa Kalinke. “Os jovens
fazem parte desse universo, são
eles que dominam o computador.
Aprendem, no entanto, o que
querem e não apenas o que a
escola quer ensinar. Daí o conflito
instalado. Tenho percebido que os
professores que entram em sala e
perguntam quem conhece o link tal,
que falam a mesma língua dos
alunos, são vistos de forma
diferenciada, com representativa
carga de respeito e conseguem
garantir mais domínio e liderança
sobre os estudantes”, completa
Caio Feijó.
[ 18 ] impressão Pedagógica
Isso não significa que basta o
professor se “fantasiar” de
moderninho para obter sucesso.
Todos sabemos que a educação é
muito mais do que utilizar um
mouse e conhecer sites
interessantes para pesquisa. O
relacionamento entre alunos e
professores não sai de moda e é
cada vez mais importante numa
sociedade em que os pais estão
ausentes e delegam à escola papel
fundamental na formação de seus
filhos. “Vínculo é tudo em qualquer
área das relações humanas.
Quando é estabelecido, permite ao
professor as necessárias
cobranças pedagógicas e
disciplinares”, comenta Caio Feijó.
Por isso, o autor sugere, no livro
Preparando os Alunos Para a Vida,
que a escola adote a estimulação
dos valores sociais humanos como
filosofia de ensino e capacite seus
professores a conduzir dinâmicas
de grupo, com os alunos em sala,
para tratar de temas como justiça,
moral e ética (ver Na sala de aula).
“Esses métodos fazem o professor
crescer como ser humano, ampliam
suas capacidades criativas de inter-
relação pessoal e desenvolvem
habilidades capazes de fazer com
que uma classe inteira o eleja como
líder. Isso é realmente estar
capacitado para preparar seus
alunos para a vida”, completa.
O cidadão que se pretende formar
é justamente o reflexo desse
relacionamento. Alguém que não
se preocupe apenas com o
diploma e com as notas, mas que
seja apto a encontrar respostas
próprias, capaz de pensar no
coletivo e ser menos individualista.
“A sociedade espera por
profissionais preocupados com o
meio ambiente e com o mundo
que os cerca. A consciência
social e ambiental deve ser muito
valorizada e portanto precisamos
desenvolvê-la nos nossos
alunos”, enfatiza Kalinke.
“Estamos formando jovens para
que eles atuem em profissões que
sequer foram inventadas e isso é
um desafio permanente”,
comenta o professor.
“Estamos formando
jovens para que eles
atuem em profissões
que sequer foram
inventadas e isso é
um desafio
permanente”, diz
Kalinke.
impressão Pedagógica [ 19 ]
Criar vínculos efetivos com os
alunos é um dos principais
desafios dos professores.
Para obter isso, algumas
características são fundamentais
e podem ser desenvolvidas.
Caso não se reconheça na
maioria das frases abaixo, é
hora de repensar seu papel.
• Bom desenvolvimento das
habilidades sociais, principalmente
as de comunicação.
• Disponibilidade para trocas
afetivas.
• Bom nível de criatividade.
• Habilidade em reforçar
positivamente comportamentos
desejados no aluno.
• Boa capacidade na gestão de
conflitos.
• Moderna didática de ensino, focada
no aluno como agente e não
apenas no professor como detentor
do conhecimento.
Autor do livro Preparando os Alunos Para a Vida (Editora Expoente), o
educador Caio Feijó, propõe algumas atividades para os professores em
sala de aula, com a finalidade de enriquecer a prática pedagógica. Confira:
• Valores sociais humanos são parte valiosa na educação e podem
ser estimulados com dinâmicas de grupo com os alunos. Discuta
com eles, de acordo com a compreensão de cada faixa etária,
temas como: justiça, respeito, cidadania, l iberdade x
responsabilidade, cooperação, moral, ética e humanismo.
• Também é interessante envolver a família nas atividades, já que
hoje os pais estão cada vez mais distantes da rotina dos filhos.
Converse com seus alunos e peça para que tragam dois textos
escritos pelos pais (um pelo pai e outro pela mãe), com o
seguinte enunciado: “Relate de forma breve um ato seu de
justiça, respeito, ou de cidadania que, a seu ver, tenha servido
de lição de vida para o seu filho”.
Quando os alunos trouxerem os textos, reúna a turma, faça a leitura
e discuta as ações. “Um grupo de professoras com que trabalhei
desenvolveu essa atividade e foi um sucesso, pois além de mostrar
às crianças atitudes que retratam valores elevados também gerou
aproximação com os pais. Confirmando a teoria da Psicologia do
Comportamento Humano, no que se refere à construção do vínculo,
as educadoras declararam, que após várias sessões de dinâmicas
com as turmas, sua relação com os estudantes melhorou
substancialmente”, afirmou o educador e psicólogo.
Na sala de aulaVocê está nocaminho certo?
Mais inteligentesMais inteligentesMais inteligentesMais inteligentesMais inteligentes
O QI de crianças e adolescentes de hoje é
25% maior do que o de crianças e
adolescentes na década de 50. O computador,
a internet, a TV a cabo, o DVD, o celular e os
games criaram a primeira geração
integralmente imersa na tecnologia.
No quadro de desenvolvimento atual, as
crianças são induzidas a selecionar e
processar informações, a exercitar a lógica e
a desenvolver suas capacidades cognitivas.
Nova linguagemNova linguagemNova linguagemNova linguagemNova linguagem
Quando surgiu, a linguagem típica dos jovens
na internet (na qual, aquiaquiaquiaquiaqui vira “aki” e nãonãonãonãonão se
transforma em “naum”) parecia restrita aos chats,
blogs e ICQs. Mas o uso do “internetês” já
começou a influenciar a escrita de adolescentes
em sala de aula. Das 12 escolas particulares do
Rio de Janeiro e de São Paulo consultadas, em
pesquisa do jornal Folha de São Paulo, sete
afirmaram que vícios típicos da internet já são
comuns em redações e trabalhos escolares.
MiniadultosMiniadultosMiniadultosMiniadultosMiniadultos
Uma pesquisa encomendada pela
agência de publicidade Ogilvy Brasil
comprovou que muitas crianças brasileiras
estão ficando adultas antes do tempo.
Segundo o estudo, a hierarquia familiar
também está mudando. Cresce o número
de pais que admitem que os pequenos
devem ter influência nas decisões da família.
A novidade tem mais força entre as classes
A e B, e nas cidades de Brasília e Recife.
Curiosidades
[ 20 ] impressão Pedagógica
Educação a Distância ouEducação Distribuída?A internet já não é mais uma moda.
É uma forma de vida. E o desafio da
humanidade está em estudá-la e
discuti-la, em todos seus âmbitos,
para optar pelos melhores
caminhos na sua utilização.
É visível que houve um crescimento
explosivo da educação a distância.
Dados do Conselho Internacional
de Educação a Distância estimam
que existem cerca de dez milhões
de estudantes realizando cursos
universitários desse tipo em todo o
mundo.
Segundo o Comitê Gestor da
Internet no Brasil (CGI.br), 41% da
população brasileira utiliza a
internet para atividades
educacionais. O Anuário Brasileiro
Estatístico de Educação Aberta e a
Distância nos mostra, no quadro a
seguir, um panorama de como está
se expandindo essa nova forma de
aprendizado.
O ensino a distância é uma forma
de educação distribuída que vem
se configurando como uma das
forças atuais mais inovadoras para
o aprendizado. Apesar disso,
podemos perceber em muitas
instituições de ensino uma certa
resistência ao novo. Não acredito
que se trate de um conflito entre
educação presencial e a distância,
mas sim da oposição feita por um
ensino tradicional que se recusa a
incorporar novas tecnologias ao
seu universo.
As melhores experiências têm nos
mostrado que o aprendizado
on-line representa apenas mais um
meio do qual dispomos para
promover educação ou mesmo
para ser uma forma complementar
do ensino presencial. O chamado
sistema híbrido é o que tem tido
melhores resultados nas
instituições de ensino superior.
* Professora e Mestra em Engenharia da Produção.É coordenadora do curso de Sistemas de Informaçãoda Unidade de Ensino Superior Expoente (UniExp).
Grande número de IES estão
recorrendo ao e-learning para
suprir 20% da carga horária de
seus cursos. Assim, optam por
usá-lo em 20% de todas as
disciplinas do período ou em
apenas uma disciplina, 100% a
distância. As outras permanecem
totalmente presenciais.
Os benefícios educacionais da
aprendizagem on-line são muitos e
só tendem a aumentar em função
dos avanços tecnológicos dos
últimos anos. Nosso estilo de vida
atual, marcado pela agilidade,
velocidade e grandes volumes de
informação a serem processados,
gera novas expectativas também com
relação ao ensino-aprendizagem.
As instituições de ensino que
quiserem fazer parte deste futuro
precisam estar preparadas para
corresponderem às necessidades
de uma sociedade de informação
que já incorporou a tecnologia ao
seu cotidiano.Alunos de EAD no Brasil em instituições oficialmente credenciadasAlunos de EAD no Brasil em instituições oficialmente credenciadasAlunos de EAD no Brasil em instituições oficialmente credenciadasAlunos de EAD no Brasil em instituições oficialmente credenciadasAlunos de EAD no Brasil em instituições oficialmente credenciadas
TTTTTipo de cursoipo de cursoipo de cursoipo de cursoipo de curso
Graduação e Tecnológico
Pós-graduação e seqüenciais
Graduação e/ou pós
EJA, Técnico, Fundamental e Médio
Técnico
Número de alunosNúmero de alunosNúmero de alunosNúmero de alunosNúmero de alunos
89.539
61.637
8.190
159.366159.366159.366159.366159.366
150.571
20
309.957309.957309.957309.957309.957
%%%%%
28,9
19,9
2,6
51,451,451,451,451,4
48,6
0,006
100100100100100
Nível de credenciamentoNível de credenciamentoNível de credenciamentoNível de credenciamentoNível de credenciamento
Federal
Consolidados*
TTTTTotalização no nível federalotalização no nível federalotalização no nível federalotalização no nível federalotalização no nível federal
Estadual
Municipal
TTTTTotal geralotal geralotal geralotal geralotal geral
* Três instituições informaram o número de alunos, consolidando dados de graduação com os de pós-graduaçãoFonte: ABRAED/2005
Rosana Romanó
[ opinião ]
impressão Pedagógica [ 21 ]
De mãe para filhoFamílias dividem a experiênciade estudar na mesma escola
Na hora de decidir qual a
melhor escola para os filhos, é
preciso prestar atenção em todos os
detalhes. Por isso, para evitar erros,
muitos pais buscam resgatar os
melhores momentos de sua infância
e optam por colocar as crianças no
mesmo colégio que freqüentaram
quando pequenos.
Foi justamente desejando que
seus filhos tivessem tão boas
lembranças quanto ela que a
pedagoga Carolina Arantes Pereira
Zweifel colocou Matheus, hoje na 1a.
série do Ensino Fundamental, e
Gustavo, Infantil III, no Expoente.
"Estudei no colégio desde que foi
inaugurado e sempre o adorei. O
ambiente é maravilhoso e, mesmo
sendo uma escola grande, todos os
alunos são chamados pelo nome.
“Gosto de tudo, me sinto em casa",
conta Carolina. "Sou muito exigente
e o material didático é realmente
excelente. Mesmo quando tenho
alguma crítica, escrevo-a na agenda,
converso com a professora e sempre
tenho um retorno. Realmente somos
respeitados", completa.
O ambiente familiar também
foi decisivo para Fernanda Noveletto
Correia escolher a Escola Integrada
Educativa, de Sumaré, São Paulo,
conveniada ao Expoente, para seu
filho Daniel, de 3 anos. "Estudei lá e
sei que tive uma boa formação. Me
sinto segura e acho que isso passa
para a criança. O Daniel ama a
escola", conta.
Com tanto em comum, pais e
filhos trocam figurinhas e as crianças
adoram. "O Matheus sempre me
pergunta como era a escola na
minha época e se diverte vendo as
fotos. Como muitos funcionários
ainda trabalham lá, mas mudaram de
função, lembro o que faziam antes e
ensino para ele como é o trabalho
deles hoje", diz Carolina. "O uniforme
até hoje é o mesmo e o Daniel ficou
muito feliz no dia que eu mostrei
minha foto, quando criança, vestida
como ele", lembra Fernanda.
Os bons momentos em sala
de aula deram um empurrãozinho
final para que Carolina e Fernanda
escolhessem as escolas de seus
filhos. "A professora Regina, que dá
aula para o Matheus este ano, é
sempre uma lembrança especial.
Fico muito feliz que o meu filho tenha
a oportunidade de conviver com
alguém assim", lembra Carolina.
"A Valéria, que hoje é diretora da
escola foi minha professora e eu a
adorava. Quando soube disso, não
tive dúvidas", conclui Fernanda.
“O ambiente no Expoente“O ambiente no Expoente“O ambiente no Expoente“O ambiente no Expoente“O ambiente no Expoente
é maravilhoso e, mesmoé maravilhoso e, mesmoé maravilhoso e, mesmoé maravilhoso e, mesmoé maravilhoso e, mesmo
sendo uma escolasendo uma escolasendo uma escolasendo uma escolasendo uma escola
grande,grande,grande,grande,grande, todos os alunostodos os alunostodos os alunostodos os alunostodos os alunos
são chamados pelo nomesão chamados pelo nomesão chamados pelo nomesão chamados pelo nomesão chamados pelo nome
e conhecemos suase conhecemos suase conhecemos suase conhecemos suase conhecemos suas
famílias.”famílias.”famílias.”famílias.”famílias.”
Carolina com seus filhosMatheus e Gustavo.
[ 22 ] impressão Pedagógica
A profissão de professor é uma das mais corridas que existem. Em
muitos casos, esses educadores não prepararam e apresentam apenas uma
aula por turno, chegam a dar mais de dez aulas por dia. Paulo Sen Lee,
professor de Física do Expoente, só não dá aula de madrugada.
Ele conta que, em seus 22 anos de carreira, a rotina sempre foi
puxada. “Em determinadas épocas do ano, chego a ter todas as aulas
de manhã, tarde e noite. Já cheguei a dar 15 aulas no mesmo dia”,
recorda-se.
Lee dá aulas em cursos de Ensino Médio, Pré-Vestibular e Ensino Superior
em Curitiba (PR) e viaja para Florianópolis (SC), uma vez por semana, para
lecionar lá também. Ele estima que chega a se envolver com a rotina escolar
(aulas, correção de provas, reuniões,
etc.) até 16 horas por dia. Além disso,
Lee criou em 2000 um site sobre sua
disciplina (www.adorofisica.com.br).
Ele procura mantê-lo atualizado
sempre que pode. Muita coisa? Não
para ele. No caso de Lee, o acúmulo
de tantas atividades não interfere
negativamente em seu desempenho
como profissional. A palavra de ordem
é responsabilidade. “Creio que
muitos professores assumem mais do que podem, o que faz a quantidade
ser inimiga da qualidade. O professor deve ter um objetivo claro em mente,
senão dar aulas vira uma rotina desgastante”, explica.
Assim como Lee, Arno Boing, professor de Geografia, dá aulas
em Curitiba, Florianópolis e Ponta Grossa e sempre trabalhou em,
pelo menos, duas cidades. “Considero lecionar em vários locais um
desafio. Se muitos profissionais trocam de empregos – como um
Eles corrempara lá e para cáProfessores chegam a dar até 15 aulaspor dia. E isso não é problema...
“O professor deve ter
um objetivo claro em
mente, senão ‘dar
aulas’ vira uma rotina
desgastante.”
Paulo San Lee,professor de Física do Expoente.
impressão Pedagógica [ 23 ]
• O diálogo em casa, com a família, é
fundamental. Quando ela sabe o que está
acontecendo na vida agitada do professor, fica
mais fácil dar-lhe apoio.
• Não assuma responsabilidades maiores do
que a sua capacidade de administração de
tempo.
• Sempre tenha (e use) uma agenda. Anote
todos os seus compromissos e tarefas e
prazos para executá-los.
• Saiba dizer “não”. Negue-se às atividades que
podem comprometer seu rendimento profissional
ou prejudicar seus momentos de lazer.
• Priorize qualidade, não quantidade.
desafio na carreira profissional – o meu é dar conta do recado. Mas
isso, claro, exige disciplina e profissionalismo”, comenta Boing que,
em média, dá 10 aulas por dia.
Os dois colegas de profissão
concordam que, apesar da rotina
agitada, os momentos de férias ou
finais de semana devem ser
aproveitados para descansar. “Parte
das férias é dedicada à atualização
do material didático, mas tenho
grande facilidade para me desligar no
período em que fico realmente em
férias, e aproveito bem”, diz Boing,
“Sempre tive uma capacidade grande
de me focar no ‘aqui-agora’. Quando
estou dando aulas, evito que outras
preocupações interfiram no meu
rendimento. E, quando estou em
férias, evito pensar em aulas. É uma
forma de manter minha sanidade
mental e física”, complementa Lee.
Para não acumular muitas funções e acabar se prejudicando
profissionalmente, os professores dão algumas dicas (veja box) que evitam que
o corre-corre se transforme em bagunça. “Embora em alguns momentos, como
no final de ano letivo, o excesso de trabalho crie um estresse, tendo a levar uma
vida disciplinada, inclusive com atividade física, o que ajuda a manter a cabeça
arejada”, conta Boing, que mantém o hábito de jogar futebol sempre que pode.
“Embora em alguns
momentos, como no
final de ano letivo, o
excesso de trabalho
crie um estresse,
tendo a levar uma
vida disciplinada,
inclusive com
atividade física, o
que ajuda a manter
a cabeça arejada”
Arno Boing,professor de Geografia.
[ 24 ] impressão Pedagógica
A curiosidade dos alunos sobre as capas temáticas do Material Didático
Expoente fez com que os professores do Colégio Batista Betânia, de Gravatá,
Pernambuco, trabalhassem o tema globalização nos projetos pedagógicos.
Os estudantes, da 5a. série do Ensino Fundamental à 2a. série do Ensino
Médio, tiveram como tarefa avaliar o impacto desse fenômeno mundial sobre
a cidade onde moram, que fica a 80 km de Recife. Os resultados obtidos
nas atividades surpreenderam os educadores, que organizaram uma
apresentação no Clube Centro Desportivo Gravataense. “Não queríamos uma
Feira de Ciências comum, com muita decoreba. Queríamos algo diferente e
aproveitamos a globalização, uma curiosidade dos alunos, para incentivá-
los a estudar sobre um assunto que já era do interesse deles”, comenta a
diretora Maria Conceição Carvalho da Silva.
Em 2006, a direção da escola pretende trabalhar o tema Ecossistemas,
que está estampado na capa do Material Didático do Expoente.
Movidos pela curiosidadeMovidos pela curiosidadeMovidos pela curiosidadeMovidos pela curiosidadeMovidos pela curiosidade
[ conveniadas ]
Escola participa deEscola participa deEscola participa deEscola participa deEscola participa deCongresso InternacionalCongresso InternacionalCongresso InternacionalCongresso InternacionalCongresso InternacionalA escola Caminhos do Sol, de São
João del-Rei, foi destaque na
imprensa mineira em 2005.
Seu projeto pedagógico Neuróbica
foi selecionado para participar do
3o. Congresso Internacional de
Educação, que aconteceu em Belo
Horizonte e reuniu palestrantes dos
Estados Unidos e Espanha.
O Neuróbica surgiu da necessidade
de incentivar o hábito da leitura
como reflexão e estimulação
cerebral aos alunos de 1a. a 4a. série
do Ensino Fundamental. Jornais e
revistas foram incorporados ao
dia-a-dia dos estudantes e eles
passaram a não só ler como a
interpretar o conteúdo das notícias.
Desenvolvendo as atividades do
projeto, as crianças melhoraram o
domínio da linguagem oral,
aprimoraram a escrita e ainda
adquiriram o hábito da leitura.
De acordo com os professores
envolvidos no Neuróbica, o
trabalho com jornais é de grande
relevância, pois tais veículos vão
proporcionar aos educandos não
só a oportunidade de estar bem
informados, como também de se
tornarem mais críticos e
participativos.
A repercussão do projeto
Neuróbica foi excelente. Isso
proporcionou aos seus
idealizadores a satisfação de quem
cumpre uma missão.
“Sempre apostei nesse projeto e
não abro mão dele. Acho-o
extraordinário”, disse a diretora
Liliane Dutra, comentando o tema,
em entrevista à
imprensa de
São João
del-Rei.
impressão Pedagógica [ 25 ]
[ conveniadas ]
BiotecnologiaBiotecnologiaBiotecnologiaBiotecnologiaBiotecnologiaao alcance de todosao alcance de todosao alcance de todosao alcance de todosao alcance de todos
Pensando em uma boa
formação para os alunos que estarão
atuantes no mercado de trabalho do
século XXI, o Colégio Magma, em
Jaboatão dos Guararapes, Perna-
mbuco, criou um projeto audacioso
para o evento Multimagma, que é
realizado todos os anos pela escola.
Depois de muito trabalho, no
final de 2005, os alunos de todas as
séries, da Educação Infantil ao 3o.
ano do Ensino Médio, apresentaram
seus projetos realizados. Estes
obedeciam ao tema "Biotecnologia,
uma Viagem ao Futuro". O evento
aconteceu no clube Jaboatonense e
estiveram presentes mais de 5 000
pessoas, entre pais, colegas e
estudantes de outras escolas.
A complexidade do tema serviu
apenas como mais um incentivo aos
estudantes. Divididos em 45 grupos
de, no máximo, dez alunos, eles
fizeram pesquisas, maquetes e
montaram estandes com os
subtemas escolhidos. Entre os
trabalhos apresentados, estavam:
"Brinquedos Modernos", "Tratamento
de Câncer", "Educação", "Robótica",
"Telecomunicações", "Tecnologia
Odontológica" e "Transportes
Modernos".
Além de adquirir conhecimentos
válidos para toda a vida, os alunos
conseguiram vencer o medo de falar
em público. "Foi um treinamento muito
importante para o futuro. Eles
precisaram se expressar e defender
um ponto de vista diante de pessoas
que não conheciam e esse é um
aprendizado verdadeiro", contou o
diretor financeiro do Magma, Albinoam
Barboza da Silva.
Durante o projeto, cada equipe
é avaliada pelo professor orientador
da turma. Ele ainda tira as dúvidas,
analisa a participação individual e o
resultado de cada trabalho. No dia
do evento, uma equipe avaliadora dá
as notas, que são utilizadas para
compor o resultado do bimestre.
A escola Cooperativa Educacional
de Campo Verde (Coopercamp), no
Mato Grosso, dedica todos os anos
pelo menos um projeto educacional
ao tema meio ambiente. Em 2005, a
instituição uniu educação ambiental
com globalização – temas utilizados
no Material Didático Expoente.
Cada turma, da Educação Infantil à
8a. série, ficou responsável por um
aspecto do assunto. Os pequenos
do Jardim II construíram jogos
pedagógicos com sucatas.
A 2a. série discutiu a moda desde a
década de 60, tendo como principal
preocupação os materiais utilizados
na confecção das roupas. A 7a. e a
8a. séries, por sua vez, visitaram
todos os pontos turísticos da
cidade e a muito conhecida
Chapada dos Guimarães. Assim,
puderam aprender que a natureza
é patrimônio mundial.
Para a diretora da Coopercamp,
Maria do Socorro de Jesus Ricardo,
respeitar o meio ambiente é uma
lição que envolve toda a família.
“Houve uma adesão muito grande
ao projeto. Os pais também
participam e aprendem, pois muitos
não têm informação nessa área.
Na época em que estudaram, a
preocupação com a natureza
praticamente não existia”, opina.
"A adesão é total. Os
alunos abraçam o projeto
por gosto e os trabalhos
estão cada dia melhores",
elogiou Albinoam.
Meioambiente
[ 26 ] impressão Pedagógica
Diferenças sociaisDiferenças sociaisDiferenças sociaisDiferenças sociaisDiferenças sociaiscomo forma de aprendizadocomo forma de aprendizadocomo forma de aprendizadocomo forma de aprendizadocomo forma de aprendizado
As disparidades sociais, presentes
no cotidiano do Brasil, foram o
ponto de partida para o projeto
“Revendo Diferenças”, executado
já há três anos pela Escola Santa
Teresinha, em Ponta Grossa,
Paraná.
Em 2005, as crianças da 1a. série
do Ensino Fundamental visitaram
um assentamento de pessoas
carentes e foram especialmente à
escola que as crianças daquela
comunidade freqüentam.
Ao chegar ao colégio municipal
Crianças abandonadas e carentes do Rio de Janeiro, que participam
de atividades do Centro Educacional do Menor para Assistência e
Reintegração, têm a oportunidade de aprender mais e melhor com o
Material Didático Expoente.
A instituição Cemear, que não tem fins lucrativos, responsável
pelo projeto, conta com o apoio de empresas, voluntários e educadores
que estimulam e viabilizam a reintegração social das crianças que
estão na faixa etária de 4 a 14 anos. São mais de 250 alunos que,
além de aprenderem a ler e a escrever, podem readquirir a auto-
estima perdida devido às baixas condições de vida.
Fundado em 1993, por Túlio Barros Ferreira e o sueco Ingvar
Guldstrand, o Cemear aposta na valorização do ser humano. Além
da Educação Infantil e Ensino Fundamental, o Centro promove
ações sociais, avaliações de saúde (participam médicos e dentistas),
e oferece cursos de preparação para o mercado de trabalho, como
informática, corte e costura, teatro e dança.
Exemplo de solidariedadeExemplo de solidariedadeExemplo de solidariedadeExemplo de solidariedadeExemplo de solidariedade
[ conveniadas ]
Professora Guitil Federmam,
puderam perceber que existem
dois mundos e duas realidades
bem diferentes que separam
socialmente uma escola da outra.
Depois de os alunos da Santa
Teresinha conhecerem uma região
tão pobre de recursos, em que não
há saneamento básico e o lixo fica a
céu aberto, foi a vez das crianças do
assentamento retribuírem a visita.
As atividades recreativas e culturais
foram programadas com o objetivo
de promover a sociabilidade entre
os alunos de realidades e vivências
tão diferentes.
Segundo as professoras Lucélia
Aparecida Maier, Eleni Odete
Prestes e Soriane Stremel,
também coordenadoras do projeto,
além de possibilitar uma
articulação entre as disciplinas de
História, Geografia e Ciências, a
idéia sensibiliza os alunos para a
prática da solidariedade e permite
uma reflexão sobre o fato de que
existem oportunidades para alguns,
mas não para todos.
impressão Pedagógica [ 27 ]
Ao receber a revista Impressão Pedagógica, edição 38, a educadora
Socorro Medeiros, diretora do colégio Êxodus, em Fortaleza, percebeu que
poderia tirar mais proveito ainda do convênio feito com o Expoente. Além de
utilizar o material didático da empresa na Educação Infantil, ela notou que
aquelas reportagens apresentadas na revista poderiam ser uma excelente
fonte de pesquisa para suas professoras.
A primeira oportunidade de “explorar” a Impressão
Pedagógica surgiu no final do ano, quando o tema e o material
didático de 2006 foram apresentados ao corpo docente da
escola. Socorro pediu a cada professora que lesse a revista
e, no dia seguinte, apresentasse ao grupo o assunto que
achasse mais interessante. O resultado, segundo a diretora,
não poderia ter sido melhor. “Todas leram, gostaram e, por
incrível que pareça, escolheram reportagens diferentes. Cada
apresentação gerou uma série de discussões riquíssimas e
importantes para o dia-a-dia da escola”, orgulha-se Socorro.
“É muito bom podermos contar com um material tão bem feito
e atualizado. Essa metodologia de trabalho funcionou tanto
que pretendo utilizá-la novamente”, diz.
A Impressão Pedagógica é uma publicação semestral oferecida a todas
as escolas conveniadas ao Grupo Expoente. Na última edição, o periódico
trouxe reportagens sobre os seguintes assuntos: violência na escola, alunos
superdotados, indisciplina e relação dos pais com a escola.
IP vira fonte de pesquisa“É muito bom podermos
contar com um material tãobem feito e atualizado. Essa
metodologia de trabalhofuncionou tanto que pretendo
utilizá-la novamente”
Socorro Medeirosdiretora do colégio Êxodus
[ conveniadas ]
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Para anunciar na
Impressão Pedagógica
mande um e-mail para:
[ 28 ] impressão Pedagógica
Duas décadasde sucessoExpoente comemora 20 anoscom crescimento
Há vinte anos, o Expoente começou a traçar sua significativa história.
Da década de 1980 até hoje, muita coisa aconteceu. Só no Brasil, cinco
planos econômicos foram lançados e a população passou por momentos
de euforia, mas também por muitas situações difíceis. Mesmo diante das
eventuais tempestades, o Grupo Educacional Expoente conseguiu superar-
se e completa, em 2006, duas décadas de sucesso.
Hoje, atuando em diversos segmentos educacionais, o Grupo
Expoente tem 300 mil alunos e 900 unidades escolares em todo o Brasil. A
instituição oferece material didático do nível de Educação Infantil ao da
Educação de Jovens e Adultos (EJA), além de acesso ao portal Escola
Interativa, capacitação para educadores, Sistema de Gestão Acadêmica
(SGA), softwares educativos e serviços gráficos.
O Expoente tem três unidades de ensino em Curitiba. Elas oferecem
atualmente ensino para turmas da Educação Infantil ao Ensino Médio. No
ano de 2002, a instituição inaugurou a UniExp – Unidade de Ensino Superior
Expoente, com cinco cursos de graduação e três de pós-graduação. No ano
passado, a empresa abriu sua primeira sede em Florianópolis, com turmas
de Ensino Médio e Pré-Vestibular.
Essa história de sucesso, porém, não foi escrita de um dia para o
outro. O material didático apostilado surgiu ainda na década de 70, quando
os proprietários do Expoente faziam parte do Pré-Vestibular Barddal. “Lembro
a primeira venda do material didático. O Diocesano de Lages nos procurou
e pediu para conhecer nosso trabalho. Colocamos
os volumes na mala do carro e eu e o Ale –
Dionísio Müller, um dos sócios da
empresa – fomos até lá. A partir daí
percebemos que esse era um nicho
de mercado interessante, mas não
tínhamos equipe para prospecção.
[ história ]
impressão Pedagógica [ 29 ]
Só no final da década de 70, é que
contratamos um vendedor”, recorda
Armindo Angerer, diretor geral do
Grupo Educacional Expoente.
Com o crescimento da
empresa, em 1994, foi criado o
Centro de Excelência em Educação
Expoente (CEEE), responsável por
todo o trabalho de pesquisa,
desenvolvimento, criação e
elaboração de materiais didáticos.
Hoje, o setor é formado por
profissionais das mais variadas
áreas, como autores, revisores,
editores, designers e professores.
O aumento da demanda
levou a um crescimento da Editora
Gráfica Expoente, hoje a terceira
maior do Brasil no setor de material
didático apostilado. Atualmente,
instalada numa área de 2000m2, a
gráfica adquiriu em 2005 uma
impressora que tr ipl icou sua
capacidade de produção.
O ano estratégicoO ano estratégicoO ano estratégicoO ano estratégicoO ano estratégico
“O sucesso do“O sucesso do“O sucesso do“O sucesso do“O sucesso do
Expoente é resultadoExpoente é resultadoExpoente é resultadoExpoente é resultadoExpoente é resultado
de muito trabalho,de muito trabalho,de muito trabalho,de muito trabalho,de muito trabalho,
garra, extremagarra, extremagarra, extremagarra, extremagarra, extrema
dedicação ededicação ededicação ededicação ededicação e
seriedade”, resumeseriedade”, resumeseriedade”, resumeseriedade”, resumeseriedade”, resume
Armindo AngererArmindo AngererArmindo AngererArmindo AngererArmindo Angerer.....
Além de incluir as comemorações pelos 20 anos do Expoente,
2006 será estratégico para essa instituição. A direção da empresa
está trabalhando há alguns meses em um planejamento estratégico
e definindo o foco de todos os seus segmentos de negócios. A equipe
do departamento comercial foi reforçada e já se pode afirmar que
haverá um investimento maior na mídia nacional, com o principal
objetivo de fortalecer a marca Expoente.
A Editora Gráfica Expoente, que em 2005 triplicou sua
capacidade de trabalho, inicia o ano de 2006 com maior capacidade
produtiva e mais competitividade. Inclusive, algumas disciplinas
constantes no material didático passarão por uma reestruturação.
Ainda em 2006, o Expoente construirá nova e moderna
unidade, em terreno próprio, no bairro Água Verde. As obras
começaram em janeiro. No início do ano de 2007, os alunos poderão
usufruir de um ambiente especialmente projetado e construído para
oferecer o melhor aprendizado.
[ 30 ] impressão Pedagógica
[ notas ]
Autor: Caio FeijóEditora: Editora Expoente
Neste lançamento
da Editora Expoente, o educador
e psicólogo Caio Feijó apresenta
valiosos instrumentos de apoio e
ajuda aos professores, já que hoje
eles enfrentam o desafio de
preparar seus alunos para o
futuro. Feijó apresenta as
propostas científicas da psicologia
do comportamento humano,
como o desenvolvimento de
habilidades sociais, comunicação
assertiva e de gestão de conflitos,
além da estimulação aos valores
sociais humanos como respeito,
justiça, cooperação, consenso,
humanismo e cidadania.
Preparandoos Alunospara a Vida
A Pesquisa Nacional por
Amostra de Domicílios, realizada
pelo Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE),
em 2004, revela que a
população brasileira está
evoluindo no aspecto educação.
Educação no Brasil melhora
Houve uma melhoria acentuada no
nível de escolarização das crianças
e adolescentes de 5 a 17 anos
de idade.
A taxa de analfabetismo entre
pessoas de 10 a 14 anos caiu de
5,5% para 3,6%.
O Enem vem aíAs inscrições para a 9a. edição do Exame Nacional do Ensino Médio
(Enem) serão realizadas em abril, entre os dias 1 o. e 29 e poderão ser feitas
na própria escola onde os alunos estiverem matriculados e concluindo o
Ensino Médio. Os estudantes da rede privada devem pagar a taxa de
R$ 35,00 numa das agências dos Correios e anexar o comprovante de
pagamento à ficha entregue na escola.
Em 2005, o Enem teve mais de três milhões de inscritos.
Guia do LivroOrientação Básica para Aquisição de Acervos Públicos e Privados
Esta é uma obra voltada aos interesses de bibliotecários ou
responsáveis por espaços destinados à leitura.
O guia ajuda a refletir como deve ser o acervo de um ambiente de
leitura (seja uma sala de aula ou uma biblioteca) e que critérios devem orientar
a seleção do acervo. Em linguagem direta, o manual alerta para os erros
mais comuns que são cometidos na hora da escolha das obras e sugere
critérios para serem usados na organização delas.
A obra é distribuída gratuitamente aos associados da Câmara Brasileira
do Livro e também a escolas, bibliotecas, órgãos públicos de educação e
cultura, entre outros. Mais informações: [email protected]
Autor: Maria Antonieta Antunes CunhaEditora: Câmara Brasileira do Livro