refutando o preterismo completo

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Refutando o Preterismo Completo Revista Cristã Última Chamada Edição Especial nº 010 César Francisco Raymundo

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  • Refutando o

    Preterismo Completo

    Revista Cristltima ChamadaEdio Especial n 010

    Csar Francisco Raymundo

  • Refutando o Preterismo Completo

    ____________

    Autor: Csar Francisco Raymundo

    Baseado no Texto de:Brian Schwertley____________

    - Revista Crist ltima Chamada -Edio Especial N 010

    Editor: Csar Francisco Raymundo

    Peridico Revista Crist ltima Chamada, publicada com a devida autorizao e com todos os direitos reservados no Escritrio de Direitos

    Autorais da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro sob n 236.908.

    E-mail: [email protected]: www.revistacrista.org

    proibida a distribuio deste material para fins comerciais. permitida a reproduo desde que seja distribudo gratuitamente.

    Atualizado em Julho de 2014

    Londrina Paran

    Foto Capa: Coliseu Romano.

  • Apresentao..............................................................................................5

    Introduo...................................................................................................7

    Captulo 1 - A Explicao de Paulo Sobre o Arrebatamento Contradiz Explicitamente o Preterismo Completo...................................................11

    ? Descrio de Paulo Sobre a Segunda Vinda..............................................17? Uma Real Ressurreio Corporal dos Crentes que Morreram....................21? Uma Experincia Espiritual Subjetiva Versus um Evento Objetivo.............21? No Ar.........................................................................................................22? A Natureza do Encontro.............................................................................23? Consolai-vos, pois, Uns aos Outros...........................................................24?Semelhana entre s Passagens...............................................................24

    Captulo 2 - A Ressurreio do Corpo......................................................30

    ? A Heresia de Himineu e Fileto.....................................................................32? A Incredulidade a Respeito da Ressurreio e a Volta de Jesus..................34 ?A Queda de Ado e a Morte Fsica..............................................................39? a Morte Fsica Natural?...........................................................................41? A Morte Fsica No Boa ou Natural!.........................................................42 ? Punio de Deus pelo Pecado...................................................................44? Excluso da rvore da Vida.......................................................................46? Por que Jesus Teve que Morrer Fisicamente?............................................48? Uma Anlise Sobre como o Preterista Completo Tenta Justificar a Morte Fsica Antes da Queda.................................................................................52

    ndice

  • Captulo 3 - A Evidncia do Antigo Testamento Sobre Uma Ressurreio Corporal.....................................................................................................57? Passagens do Antigo Testamento Sobre a Ressurreio do Corpo............58 ? J 19:25-27...............................................................................................58? Daniel 12:1-2.............................................................................................60? Salmo 17:15..............................................................................................65? Salmo 16:9-11...........................................................................................67? Isaas 25:8.................................................................................................68? Isaas 26:19...............................................................................................70 Captulo 4 - A Evidncia do Novo Testamento Sobre Uma Ressurreio Corporal.....................................................................................................71? A Ressurreio de Cristo o Padro..........................................................71? A Veracidade de uma Ressurreio Literal, Corporal e Histrica de Cristo...........................................................................................................72? A Natureza da Ressurreio do Corpo de Cristo.........................................72? Passagens da Escritura que so Negadas.................................................72 ? O Assunto Ressurreio Leitinho de Criana...........................................74? Mateus 10:28.............................................................................................75? Mateus 22:23-32.......................................................................................76? Lucas 14:12-14..........................................................................................78? Joo 5:28-29.............................................................................................79? Joo 6:39...................................................................................................81? Atos 17:31-32............................................................................................81? Declarao de Paulo de Solidariedade com os Judeus..............................83? Digresso sobre Indicadores Tempo..........................................................86? Romanos 8:10-11......................................................................................88? Romanos 8:22-23......................................................................................92? 1 Corntios 15 (por Brian Schwertley)........................................................94? Refutao de Paulo Contra a Posio de Uma "No Ressurreio Fsica".........................................................................................................96? Discusso de Paulo Sobre a Natureza do Corpo na Ressurreio............103? Filipenses 3:20, 21 (Por Brian Schwertley)...............................................106 Concluso................................................................................................109Bibliografia..............................................................................................110Obras Importantes para Pesquisa..........................................................112

  • 5Apresentao

    com muita satisfao que disponibilizo esta obra sobre to importante assunto que a heresia do momento: o preterismo completo. Foi com muito esforo e dedicao que preparei este e-book. No foi fcil, mas

    creio que o leitor ser recompensado e aprender muito. Quando decidi escrever este e-book, tive duas opes a seguir. A primeira delas, era o de traduzir o excelente texto de Brian Schwertley em que ele refuta o preterismo completo. Tal trabalho daria pelo menos duzentas e trinta pginas em formato de livro. A Segunda opo era fazer um resumo desse mesmo texto. Assim, optei pelo resumo devido ao fato de que esta obra j estava muito atrasada e tambm pelo constante crescimento do preterismo completo atravs da internet. Enquanto muitos pastores reformados esto dormindo, os preteristas completos j esto se organizando, produzindo literaturas atravs de sites e at mesmo neste ano foi feito um congresso sobre o assunto no nordeste do pas. preciso que acordemos deste sono, pois a doutrina do preterismo completo a mesma de Himineu e Fileto. O Apstolo Paulo alerta em 2 Timteo 2.17-18 acerca desses dois falsos mestres na igreja em feso. Estes dois herticos, Himeneu e Fileto, ensinavam que o grande evento escatolgico da ressurreio dos mortos j tinha acontecido. Ao fazer isto eles perverteram a f de alguns na igreja (v. 18). O apstolo Paulo avisa a Timteo que essa heresia, corri como um cncer ou canker (v. 17). Segundo um site reformado, a

  • 6palavra canker significa gangrena. O aviso claro. A heresia alastra-se. Alastra-se como uma gangrena, a morte de tecidos mortos resultando em carne negra, putrefacta e mal-cheirosa. A gangrena sem tratamento espalha-se ao longo do membro afectado e leva morte do corpo. Normalmente o nico remdio o amputar da rea morta.* Portanto, antes que a coisa se torne pior e essa gangrena se alastre mais ainda pervertendo a f das pessoas, resolvi escrever e traduzir muitas das partes desta obra. Desde o primeiro captulo at o ltimo, o leitor ter um resumo do j referido texto de Brian Schwertley, sempre acompanhando de perto a sequncia exata de seu texto com pequenas adaptaes. Que fique claro que toda vez (com algumas excees) que refiro-me ao escritor Brian Schwertley, mesmo sem a numerao de referncia, o leitor poder encontr-la no nmero 1 da seo Bibliografia no final deste e-book.

    Boa leitura!

    Csar Francisco RaymundoEditor da Revista Crist ltima Chamada

    [email protected]

    ______________________Notas:* Site: www.cprf.co.uk/languages/portuguese_preterism.htm Infelizmente este site vai contra o

    preterismo parcial, cujo o ensino, acompanha a igreja desde os seus primrdios.

  • doutrina da escatologia geral ou a doutrina das ltimas coisas importante para a f crist e deve ser um tema de estudo para todo Acrente. Essa doutrina fundamental, pois nos diz como a vitria

    completa do Salvador atravs da cruz e do tmulo vazio resultar em um triunfo final no futuro. Ela nos diz como o conselho de Deus no final perfeitamente realizado, que o Filho ser publica e universalmente glorificado, e Sua perfeita salvao ser para a concluso da histria. No ltimo dia, Cristo ser coroado com a vitria completa e todo o seu povo ser totalmente redimido e glorificado em corpo e alma. A escatologia nos diz onde a doutrina da salvao (no sentido amplo do termo), em ltima anlise, nos leva. A hora est chegando, quando Jesus Cristo retornar literal e corporalmente a esta terra. Haver uma literal, geral e corporal ressurreio dos mortos de todas as pessoas que j viveram neste mundo. Todo mundo vai estar diante do grande trono branco e ser julgado pelo Rei Messinico todo-poderoso. Todos aqueles que rejeitaram a Cristo sero lanados no lago de fogo e tormento para sempre. Os crentes, no entanto, vo desfrutar da presena de Cristo e contemplar a face de Deus em seus corpos ressuscitados e glorificados. A morte, sofrimento, doena, angstia, lgrimas e tristezas sero banidas para sempre desta terra e o povo de Deus nunca mais ter que lutar contra o pecado. Deus conseguiu uma perfeita redeno por meio de Cristo e no vai deixar nada incompleto quando o Salvador retornar corporalmente a esta terra.

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    Introduo

  • Esta concepo, padro e ortodoxa do fim do mundo (que em sua forma bsica tem sido ensinada por todos os ramos do cristianismo desde o incio da era ps-apostlica da igreja) est sob ataque nos ltimos 30 anos, com a disseminao de uma nova heresia (que surgiu na segunda metade do sculo XIX) chamada pelos ortodoxos de preterismo completo, preterismo consistente, hiper-preterismo e pantelismo (que no grego significa, tudo est concludo). Aqueles que tm esta viso simplesmente se referem a si mesmos como preteristas. Conseqentemente, os crentes ortodoxos distanciaram-se desse ensinamento perigoso, chamando a si mesmos de preteristas parciais. Os preteristas parciais crem que Jesus veio em julgamento contra Jerusalm no ano 66-70 d.C. e continua a vir em julgamento na histria, mas que o grande complexo de eventos que cercam a Segunda Vinda corporal de Cristo, obviamente, ainda no ocorreu. Veremos a seguir, alguns dos ensinamentos peculiares do preterismo completo:

    A segunda vinda de Cristo j aconteceu incluindo o arrebatamento, a ressurreio geral dos mortos e o juzo final, os cus e a terra velhos passaram completamente, e os novos cus e terra j esto presentes. A Grande Comisso j foi completamente cumprida (Mt 28:18-20). O Noivo voltou para a Sua Igreja. Tanto a morte e o inferno (ou Hades) foram lanados no lago de fogo (Apocalipse 20:13-14).

    Ao estudarmos os eventos relacionados com a Segunda Vinda Corporal de Cristo, veremos que as teses centrais do preterismo completo so descaradamente anti-bblicas e completamente absurdas. Os preteristas completos, como todos os hereges, encontram formas inteligentes de torcer, deturpar e interpretar mal passagens das Escrituras, a fim de for-las a atender suas pressuposies no-bblicas. Uma vez que eles acreditam que tudo o que compe o complexo de eventos relacionados com a Segunda Vinda de Cristo j ocorreram, eles redefiniram a natureza da Segunda Vinda em si, a ressurreio do corpo, o arrebatamento dos santos, o julgamento final e a natureza do estado final. Estas so doutrinas cruciais e no questes secundrias sobre a quais os cristos professos podem concordar ou discordar. Por esta razo, os pastores ortodoxos e os crentes em geral no devem estender a mo de companheirismo para esses hereges at que se arrependam e parem de perverter uma parte importante da obra de Cristo.

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  • Tenha tambm em mente que os preteristas completos no podem assinar nem confessar nenhum dos credos ecumnicos ou smbolos protestantes [se Luterana, Episcopal, Reformada ou Batista] sobre a Segunda Vinda de Cristo. Ao examinarmos o preterismo completo, precisamos ter algumas coisas em mente. Primeiro, embora as crenas gerais sobre a Segunda Vinda so basicamente ensinada por todos os preteristas completos, h uma diversidade de doutrinas individuais (por exemplo, a ressurreio, o arrebatamento, o julgamento e assim por diante) na interpretao das passagens-chave. O movimento relativamente jovem e ainda est em fluxo. Quando analisamos o preterismo completo de acordo com as Escrituras, vemos que h uma srie de abordagens diferentes do mesmo. um pouco trgico e triste ver homens (alguns dos quais tm doutorado e escrevem de forma erudita) lutando para interpretar e harmonizar com seu modelo bblico, passagens que claramente contradizem e desmentem o seu sistema. Isto uma lio interessante sobre como criativa e inteligente a mente humana pode ser quando se apia uma idia antibblica. Alm disso, tenha em mente que na internet h vrios escritores amadores e descuidados que so preteristas completos, enquanto h outros que so excepcionalmente brilhantes, inteligentes e cautelosos. Ambos os grupos, no entanto, so igualmente herticos e anti-bblicos. Na verdade, os mais cuidadosos (escritores acadmicos) so os mais perigosos porque seu uso inteligente de estudos de palavras gregas faz com que o preterismo completo parea ser mais plausvel. Em segundo lugar, praticamente todos os preteristas completos vivem suas vidas de maneira inconsistente com sua teologia da Segunda Vinda. A maioria ainda acredita no casamento e na famlia. Eles ainda crem que devemos pregar para os perdidos, no testemunho pessoal, na participao dos sacramentos e da Igreja institucional, embora sobre sua teoria falsa (caso fosse verdade) poderia se dizer que essas coisas que j no existem ou no so mais

    1necessrias. Por exemplo, se a Grande Comisso j foi cumprida, ento no haveria necessidade de misses ou missionrios. Se entramos no descanso eterno e celestial de Deus, ento o sbado cristo no primeiro dia da semana tambm no mais necessrio. Alguns preteristas completos tentam contornar essas flagrantes inconsistncias ensinando que a concluso de todas as coisas ainda tem uma aplicao permanente ao longo da histria. Esta uma fuga e uma grande inconsistncia de todo o sistema.

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  • Em terceiro lugar, mais uma vez, importante poder distinguir entre preteristas parciais (que so cristos ortodoxos) e preteristas completos (que so hereges) que deveriam ser excomungados se eles no se arrependerem. Todos os cristos so preteristas parciais em algum grau, na medida em que reconhecem que algumas profecias do Novo Testamento j ocorreram. Hoje as pessoas que crem no preterismo parcial geralmente ensinam que Mateus 24, pelo menos at o versculo 34, foi cumprido quando Jesus veio em julgamento contra Jerusalm destruindo o Templo no ano 66-70 d.C. Alm disso, muitas partes do Apocalipse so vistos como j cumpridas. Alguns autores populares e modernos do preterismo parcial so Milton Terry, RC Sproul, Greg Bahnsen, Ken Gentry Jr. e Gary Demar. Embora haja uma srie de diferenas entre os preteristas parciais sobre certas passagens e, especialmente, como abordar o livro do Apocalipse, todos os escritores do preterismo parcial tm o cuidado de fazer uma clara distino entre o julgamento de nosso Senhor contra Israel e da final e Corporal Vinda de Cristo. Assim, mantida a interpretao ortodoxa da Segunda Vinda de Cristo, do Arrebatamento, da Ressurreio e do Julgamento Final. Nosso mtodo de refutar o preterismo completo ser basicamente prtico. Vamos olhar para vrias passagens que discutem os eventos associados a Segunda Vinda e dar em seguida uma exposio do ensinamento. Este mtodo por si s ir refutar o preterismo completo. Mas para fortalecer o ensinamento bblico e lgico contra essa heresia, iremos interagir com alguns dos seus argumentos mais comuns que tentam contornar o sentido claro das Escrituras.

    2Brian Schwertley

    ______________________Notas:

    1. A Grande Comisso, na tradio crist, a instruo dada pelo Jesus ressuscitado aos seus

    discpulos para que eles espalhassem seus ensinamentos para todas as naes do mundo.

    Mateus 28.19, 20: Ide, portanto, fazei discpulos de todas as naes, batizando-os em nome do

    Pai, e do Filho, e do Esprito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho

    ordenado. E eis que estou convosco todos os dias at consumao do sculo.

    2. Artigo: Full Preterism Refuted, Part 1: The Rapture. Escrito por Brian Schwertley

    Site: www.reformedonline.com Acessado em 20/10/2012

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    No queremos, porm, irmos, que sejais ignorantes com respeito aos que dormem, para no vos entristecerdes como os demais, que no tm esperana. Pois, se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, assim tambm Deus, mediante Jesus, trar, em sua companhia, os que dormem. Ora, ainda vos declaramos, por palavra do Senhor, isto: ns, os vivos, os que ficarmos at vinda do Senhor, de modo algum precederemos os que dormem. Porquanto o Senhor mesmo, dada a sua palavra de ordem, ouvida a voz do arcanjo, e ressoada a trombeta de Deus, descer dos cus, e os mortos em Cristo ressuscitaro primeiro; depois, ns, os vivos, os que ficarmos, seremos arrebatados juntamente com eles, entre nuvens, para o encontro do Senhor nos ares, e, assim, estaremos para sempre com o Senhor. Consolai-vos, pois, uns aos outros com estas palavras. 1 Tessalonicenses 4.13-18

    Aqui est um texto que contradiz explicitamente o preterismo completo. Os preteristas completos interpretam esta passagem espiritualizando-a. At o versculo 12, o apstolo Paulo fala da necessidade dos crentes tessalnicos viverem uma vida santa. A partir do versculo 13 ele muda abruptamente de assunto passando a falar da preocupao que os Tessalonicenses tinham manifestado a respeito de qual situao os crentes mortos estariam na Vinda de Cristo. Pelo que parece, os tessalonicenses haviam adotado a idia de que quem morria antes da vinda de Cristo estaria em desvantagem em relao aos que estivessem vivos. claro que a respeito dessa dvida no h nada claro aqui. Talvez eles estavam preocupados que os crentes mortos no

    Captulo 1A Explicao de Paulo Sobre o Arrebatamento Contradiz Explicitamente o Preterismo Completo

  • participariam da Segunda Vinda em si. Esta preocupao est implcita na discusso de Paulo sobre a Vinda. Existe a possibilidade de que alguns dentro da igreja foram influenciados pela literatura apocalptica judaica, que ensinava que as pessoas que estaro vivas na consumao, seriam levadas para o cu, enquanto que as pessoas que tinham morrido teriam uma existncia separada na terra. O fato , que no podemos de maneira alguma espiritualizar essa passagem negando assim tanto o arrebatamento como a ressurreio corporal dos santos. Os preteristas completos ensinam que a ressurreio foi a libertao dos crentes que estavam presos no reino hadeano, ou seja, segundo eles quem morria antes da morte e ressurreio de Cristo, ia para um lugar chamado Hades ou Seio de Abrao. Como a morte de Cristo ainda no havia sido completada, os crentes iam para esse lugar aps a morte. Segundo a crena do preterismo completo, a ressurreio seria a libertao das almas que estavam no Hades. Para que esses ensinamentos se encaixem em seu sistema hertico, necessrio que os preteristas completos espiritualizem a passagem de 1 Tessalonicenses. Mas, como veremos a seguir, a prpria passagem mostra que ela no pode ser espiritualizada. Veja o versculo 13 novamente: No queremos, porm, irmos, que sejais ignorantes com respeito aos que dormem, para no vos entristecerdes como os demais, que no tm esperana. Paulo fala aqui da tristeza dos tessalonicenses pelo os que haviam morrido. Estes crentes mortos cujos corpos estavam enterrados nas

    1sepulturas, haviam morrido literalmente. Segundo Brian Schwertley a expresso os que dormem refere-se aos cristos que morreram fisicamente. O verbo koimaomai ocorre 18 vezes no Novo Testamento em quatro casos (Mateus 28:13, Lucas 22:45, Joo 11:12, Atos 12:16). usado no sentido literal de estar dormindo. Mas em todos os outros casos, usado metaforicamente e eufemisticamente por estar morto. O apstolo estava discutindo o que ir acontecer com os crentes que morreram fisicamente e, em seguida, foram colocados em um tmulo ou sepultura. Esta interpretao apoiada pelo versculo 16, onde Paulo diz que os mortos em Cristo ressuscitaro primeiro.

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  • Portanto aqui no trata-se de uma tristeza por quem foi para o Hades. Alis, Paulo contrasta e diz que os crentes tessalnicos no devem se entristecer como os demais, que no tm esperana. Ora, como os demais, ou seja, os pagos daquela poca se entristeciam e por qu? Segundo Brian Schwertley os gregos pagos tinham um conceito de morte que no lhes dava nenhuma esperana para o futuro. Eles no acreditavam na felicidade do cu para os remidos e rejeitavam enfaticamente o conceito bblico da ressurreio de nossos corpos fsicos. Eles acreditavam que, quando uma pessoa morria, sua alma saa pela boca ou atravs de uma ferida aberta. A alma, ento, vivia em um submundo sombrio chamado Hades. O reino dos mortos era um lugar de trevas e uma grave descida do reino dos vivos, assim os mortos tinham uma existncia muito deprimente. Por isso, os gregos s poderiam se aproximar da morte com medo e pavor. O apstolo Paulo sabia do terrvel futuro que aguardava todos aqueles que morreram sem Cristo, que suas almas seriam imediatamente lanadas no inferno (Lc .16:23). Alm disso, eles sofrero angstias ainda maiores depois que seus corpos forem ressuscitados, pois sero julgados por Cristo (Ap 20:12;. Mt 25:31-46) e, em seguida, corpo e alma sero lanados para dentro do lago de fogo (Ap 20:14-15;. cf Rom,01:18-20; 1 Tes. 01:10, 5:9). O prximo julgamento de Deus s pode produzir angstia, terror e desespero entre aqueles que no acreditam e obedecem ao Salvador. Portanto Brian Schwertley acertou quando disse que o fato de que Paulo est discutindo a respeito de crentes que esto mortos fisicamente e enterrados, apresenta dificuldades insuperveis para os preteristas completos, que tentam espiritualizar essa passagem ou faz-la se referir a algo que acontece no interior das pessoas que esto vivas. Alm disso, no pode se referir a uma transferncia das almas dos crentes que esto presos no Hades para estarem com Jesus no cu porque a Escritura inequivocamente ensina que as almas dos crentes vo para ficar com nosso Senhor no momento em que morrem. Veremos que apenas uma real, literal, ressurreio corporal dos crentes falecidos faz justia a essa passagem.

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  • A partir do versculo 14, Paulo diz: Pois, se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, assim tambm Deus, mediante Jesus, trar, em sua companhia, os que dormem. Observe, para o apstolo Paulo, toda a discusso a respeito da salvao e ressurreio dos santos tem como ponto de partida a morte e ressurreio de Cristo. A morte e ressurreio corporal de Cristo que foram eventos literais so o ponto de partida. Note, que Jesus trar em sua companhia, os que dormem. Sendo assim, os que morreram antes da segunda vinda de Cristo j esto com Cristo, mesmo antes da ressurreio corporal. A morte e a ressurreio de Cristo a garantia da ressurreio futura de todos ns que estamos em Cristo. Preste ateno que Deus, mediante Jesus, trar, em sua companhia ao invs de simplesmente dizer Deus vai levant-los. O preterista completo que tenta espiritualizar essa passagem de Tessalonicenses ao dizer que a ressurreio espiritual, na verdade ignora o contexto mais amplo da Escritura sobre os efeitos do trabalho de Jesus nos eleitos. A unio que temos com Cristo em Sua morte e ressurreio o fundamento da nossa regenerao e santificao (Ef 2:5-6, Colossenses 2:13-14; Rom. 6:3-11), bem como a ressurreio de nossos corpos fsicos (1 Ts 4:14, Rm. 8:11, 1 Corntios. 15:20-23). Ora, ainda vos declaramos, por palavra do Senhor, isto: ns, os vivos, os que ficarmos at vinda do Senhor, de modo algum precederemos os que dormem. (versculo 15 o grifo meu) Este versculo usado pelos preteristas completos para afirmar que Paulo cria que o arrebatamento e a ressurreio espiritual aconteceriam em seus dias ou nos dias de vida de seus leitores. A mesma interpretao feita pelos ateus que afirmam que Paulo errou ao pensar que a vinda de Cristo seria em seu tempo de vida. O apstolo no est de maneira alguma afirmando que a segunda vinda de Cristo seria no seu tempo de vida. Sobre isto, tenho trs respostas prticas. A primeira, a do reformador Joo Calvino. Ao comentar sobre esse versculo Calvino escreveu:

    Quanto, porm, circunstncia de que, falando na primeira pessoa, faz-se como que um do nmero daqueles que estaro vivos no ltimo dia, ele pretende com isto despertar os tessalonicenses para que a esperassem; mais ainda, manter todos os fiis em suspense, para que no se comprometessem com algum tempo em particular; pois, admitindo que fosse por uma revelao especial que sabia que Cristo viria em um tempo

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  • relativamente posterior, contudo era necessrio que esta doutrina fosse entregue em comum Igreja, para que os fiis estivessem preparados em todos os tempos. Ao mesmo tempo, era necessrio cortar assim todo o pretexto de curiosidade de muitos conforme veremos depois ele fazendo isto em maiores detalhes. Quando, porm, diz ns, os que ficarmos vivos, ele faz uso do tempo presente ao invs do futuro, em harmonia com o

    2idiomatismo hebraico. Alm do uso do idiomatismo hebraico, temos ainda outra questo gramatical. No podemos nos esquecer sobre a frase NS, OS QUE FICARMOS VIVOS PARA A VINDA DO SENHOR que a palavra ns tambm pode ser de uso genrico, ou seja, no que ns vamos estar vivos at o dia da volta de Jesus, mas uma forma de nos colocarmos entre aqueles que podero estar vivos neste evento. exatamente isto que Paulo fez. Para citar um exemplo, certa vez vi um cientista dizendo que daqui a trezentos anos ns vamos olhar para trs e achar que o mundo atual um tanto primitivo. Ao dizer isto, ele estava referindo-se humanidade, os seres humanos que estaro vivos daqui a trezentos anos. No que esse cientista creia que viver tanto tempo, pelo contrrio, o uso genrico da palavra ns. Se no for assim, ser que Paulo por volta do ano 56 d.C., acreditava que todos os inimigos de Cristo no mundo inteiro iriam ser subjugados em seu prprio tempo de vida quando escreveu 1 Corntios 15:25? Este versculo ele escreveu 14 anos antes do ano 70 d.C. Vrias passagens da Escritura afirmam que a volta de Jesus seria num futuro distante e desconhecido. Basta ler uma delas em Mateus 25.14-19: Pois ser como um homem que, ausentando-se do pas, chamou os seus servos e lhes confiou os seus bens. A um deu cinco talentos, a outro, dois e a outro, um, a cada um segundo a sua prpria capacidade; e, ento, partiu. O que recebera cinco talentos saiu imediatamente a negociar com eles e ganhou outros cinco. Do mesmo modo, o que recebera dois ganhou outros dois. Mas o que recebera um, saindo, abriu uma cova e escondeu o dinheiro do seu senhor. Depois de muito tempo, voltou o senhor daqueles servos e ajustou contas com eles. (o grifo meu)

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  • Veja tambm a parbola do gro de mostarda e do fermento em Mateus 13.31-33. Aqui Jesus mostra que o crescimento do Reino gradual ao longo do tempo at se espalhar em toda a terra. Ou o conhecimento do Senhor cobriu toda a terra como as guas cobrem o mar somente no primeiro sculo ou at o ano 70 d.C. (confira Isaas 11.9 e o Salmo 72.8)? Ser que as naes dos gentios vieram igreja para aprender sobre a lei de Deus, para que pudessem governar de acordo com a justia bblica ( Isaas 2:3-4)? Neste caso os preteristas completos rejeitam completamente o ps-milenismo e como disse Brian Schwertley redefiniram a vitria do Salvador em termos de um segredo, vitria, indetectvel espiritualmente que at mesmo a igreja de Cristo no tinha conhecimento at o sculo XIX. Os preteristas completos se encontram em maus lenis! Seu falho sistema no pode explicar satisfatoriamente algumas coisas descritas na Bblia. O problema deles comea com a Grande Comisso. Se em Mateus 28.19 todas as naes refere-se apenas sobre as naes dentro do Imprio romano que foram evangelizados antes do ano 70 d.C. (cf. Mateus 24.14) e esta passagem foi cumprida, ento a tarefa de misses mundiais foi concluda. Se eles argumentam que Mateus 28.19 ainda no foi cumprido e a segunda e definitiva vinda de Cristo ocorreu no ano 70 d.C., ento Jesus no esperou at que todas as suas ovelhas fossem reunidas porque Deus espera que cada pessoa eleita cheguem ao arrependimento. Os preteristas completos tambm no podem explicar adequadamente o Milnio. Diferente deles os escritores Reformados sempre puderam explicar sobre o Milnio. Para finalizar esta seo, podemos tambm ainda dizer sobre aquelas palavras de Paulo NS, OS QUE FICARMOS VIVOS PARA A VINDA DO SENHOR que trata-se tambm de uma forma com que Paulo se colocava entre aqueles que estaro vivos na vinda do Senhor como tambm se colocava entre os mortos. Veja isto em 1 Corntios 15.51. No livro de Atos, o apstolo Paulo se colocou entre aqueles que morreriam: Atendei por vs e por todo o rebanho sobre o qual o Esprito Santo vos constituiu bispos, para pastoreardes a igreja de Deus, a qual ele comprou com o seu prprio sangue. Eu sei que, depois da minha partida, entre vs penetraro lobos vorazes, que no pouparo o rebanho. (Atos 20.28-29) Em 2 Timteo 4.6 diz que: Quanto a mim, estou sendo j oferecido por libao, e o tempo da minha partida chegado.

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  • Descrio de Paulo Sobre a Segunda Vinda

    Porquanto o Senhor mesmo, dada a sua palavra de ordem, ouvida a voz do arcanjo, e ressoada a trombeta de Deus, descer dos cus, e os mortos em Cristo ressuscitaro primeiro; depois, ns, os vivos, os que ficarmos, seremos arrebatados juntamente com eles, entre nuvens, para o encontro do Senhor nos ares, e, assim, estaremos para sempre com o Senhor. Consolai-vos, pois, uns aos outros com estas palavras. (1 Tessalonicenses 4.16-18)

    H aqui algumas consideraes importantes. Paulo diz que o Senhor descer dos cus na ocasio da Segunda Vinda. Esse encontro com o Senhor acontece nas nuvens do cu, nos ares, ou seja, na atmosfera terrestre. Esta verdade est de acordo com Atos 1.9-11: Ditas estas palavras, foi Jesus elevado s alturas, vista deles, e uma nuvem o encobriu dos seus olhos. E, estando eles com os olhos fitos no cu, enquanto Jesus subia, eis que dois vares vestidos de branco se puseram ao lado deles e lhes disseram: Vares galileus, por que estais olhando para as alturas? Esse Jesus que dentre vs foi assunto ao cu vir do modo como o vistes subir. A Bblia na linguagem de Hoje diz que Ele voltar do mesmo modo que vocs o viram subir. Observe a cena, Jesus sobe literalmente vista dos discpulos e uma nuvem literal o encobriu dos seus olhos. O anjo ao dizer que Ele voltar do mesmo modo sugere um efeito reverso. Quer dizer que na volta, Ele desce. Outra coisa que no podemos deixar de lado que os anjos afirmam que os discpulos viram Jesus subir. Ao VER o Jesus ressuscitado literalmente subindo, os anjos afirmam que essa cena se repetir na volta. Ele tambm ser visto descendo. No estamos falando aqui sobre Apocalipse captulo 1 em que diz que todo o olho o ver. No caso de Apocalipse o assunto outro, a vinda em juzo em que todos aqueles que o traspassaram o viram figurativamente na sua volta em juzo contra Israel e Jerusalm no ano 70 d.C. O que vimos em Atos 1.9-11 a mesma idia que encontramos em 1 Tessalonicenses captulo 4. S que em Tessalonicenses, o Senhor desce. Ento, em resumo, no livro de Atos Jesus sobe corporalmente aos cus vista dos discpulos. uma viso literal e no figurativa. O que eles viram, os anjos do uma outra nfase ao dizer que Jesus vir do mesmo modo que eles o viram subir. O interessante tambm que o anjo no afirma que aqueles discpulos estariam vivos para ver essa volta. Tambm no se diz quando ela ser, se est prxima ou longe, mas apenas se diz que Ele voltar, em algum dia do futuro.

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  • Os preteristas completos costumam comparar essa passagem de Atos 1.9-11 com a de Mateus 24.30 que diz que Jesus vir sobre as nuvens. Dizem eles que h semelhanas porque em Atos tambm se diz a respeito de uma nuvem. Acontece que em Atos se diz apenas que a nuvem encobriu Jesus dos olhos dos discpulos. Uma vez que nos cus existem muitas nuvens, nada mais seria to bvio haver nuvens naquela ocasio. Trata-se apenas de um item da narrativa. No entanto, em Mateus 24 a nfase est em vir sobre as nuvens, que indica uma vinda em juzo, linguagem esta muito conhecida no Velho Testamento. Em atos a nfase est na subida, na forma como Cristo subiu e no na questo da nuvem. Essa segunda vinda fsica e literal de Cristo apoiada por Atos 5.31-32 onde vemos Pedro dizer que os apstolos foram testemunhas da exaltao de Cristo. Isto significa que os discpulos viram o Salvador ressuscitado e observou-o subir para a glria com seus prprios olhos. Eles no estavam na sala do trono quando Ele veio diante do Pai (Daniel 7.13-14), mas viram o Senhor ascender at Ele ser encoberto por uma nuvem (Atos 1.9). Nas epstolas tambm encontramos um ensinamento de uma vinda literal de Cristo. Paulo ensinou em 2 Tessaloninceses 1.7 que o Senhor se manifestar do cu com os anjos do seu poder. Assim Paulo refere-se a vinda de Jesus como uma revelao ou um momento em que Ele se revela. Tambm encontramos em 1 Joo 2.28; 3.2 ensinamento de que veremos a Cristo quando ele voltar: Filhinhos, agora, pois, permanecei nele, para que, quando ele se manifestar, tenhamos confiana e dele no nos afastemos envergonhados na sua vinda. Amados, agora, somos filhos de Deus, e ainda no se manifestou o que haveremos de ser. Sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele, porque haveremos de v-lo como ele . No me diga que essa vinda a do primeiro sculo! Pois se afastar envergonhado na sua vinda acontecer na ressurreio de justos e injustos. Quem for ressuscitado na ressurreio dos injustos se afastar envergonhado. A palavra traduzida por manifestou (NVI, Nova Verso Internacional) phanerothe que significa literalmente deve aparecer. Paulo usa a mesma palavra para descrever a segunda vinda de Cristo em Colossenses 3.4 (ele se manifestar): Quando Cristo, que a nossa vida se manifestar, ento tambm vs vos manifestareis com Ele em glria. Segundo Brian Schwertley a

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  • palavra manifestou significa fazer visvel. Isso pode significar que algo revelado ou claro para os sentidos (especialmente vista) ou est claro para o entendimento. Um outro problema do preterismo completo, bem como do dispensacionalismo, e de muitos crentes hoje em dia, no saber a respeito dos diferentes tipos de vinda de Cristo. J falei sobre este assunto na Revista Crist

    3ltima Chamada, edio de Setembro de 2012. Veja a seguir um resumo do assunto em questo:

    A vinda em Teofanias (Gnesis 3:8; Gnesis 17:1)

    A Vinda de Belm, seu nascimento e manifestao (Mateus 2:6; 1 Joo 3:5-8).

    Sua vinda em julgamento contra Israel

    A ltima vinda no Fim do Tempo

    e lhes disseram: Vares galileus, por que estais olhando para as alturas? Esse Jesus que dentre vs foi assunto ao cu vir do modo como o vistes subir. (Atos 1.11; ver tambm 1 Tessalonicenses 4.13-17; 1 Corntios 15.20-26 - o grifo meu).A vinda ao Pai - A Ascenso Eu estava olhando nas minhas vises da noite, e eis que vinha com as nuvens do cu um como o Filho do Homem, e dirigiu-se ao Ancio de Dias, e o fizeram chegar at ele. (Daniel 7:13 - o grifo meu) Isso ocorreu aps a ressurreio e ascenso de Cristo.

    A vinda atravs do Esprito Santo

    E eu rogarei ao Pai, e ele vos dar outro Consolador, a fim de que esteja para sempre convosco, o Esprito da verdade, que o mundo no pode receber, porque no o v, nem o conhece; vs o conheceis, porque ele habita convosco e estar em vs. No vos deixarei rfos, voltarei para vs outros. (Joo 14:16-18 - o grifo meu) Isso ocorreu no dia de Pentecostes com a descida do Esprito Santo.

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  • A vinda em julgamento contra uma igreja

    Lembra-te, pois, de onde caste, arrepende-te e volta prtica das primeiras obras; e, se no, venho a ti e moverei do seu lugar o teu candeeiro, caso no te arrependas. (Apocalipse 2.5 - o grifo meu)

    A vinda em julgamento contra Israel

    O prprio Jesus bateu muito neste ponto em seu ministrio terreno ao dizer que Ele viria em julgamento contra Israel (Mateus 21.40-41, 43-45; Mateus 22.6-7; Mateus 23.33-39). Isto exatamente o que Ele fez em 70 dC com a destruio de Jerusalm. Nosso ponto nesta seo que h um juzo que veio contra Israel, que o que Jesus predisse. Portanto, caso soubessem diferenciar a respeito dos diversos tipos de vinda de Cristo, os preteristas completos saberiam que Jesus no veio somente no ano 70 d.C. em juzo contra Israel. Qualquer pessoa leiga, intelectual, professora de portugus ou at mesmo um analfabeto funcional conseguir ver que Atos 1.9-11 fala de uma vinda literal de Cristo. O texto no poderia ser mais claro. At mesmo o estudioso preterista completo, o estudioso J. Stuart Russell, admitiu que Atos 1.9-11 ensina sobre uma vinda literal de Cristo:

    As palavras, no entanto, implica que esta vinda para ser visvel e pessoal, o que excluiria a interpretao que considera como providencial, ou

    4espiritual.

    Para finalizar esta seo, veja em Atos 3.21 mais um ensinamento sobre a vinda literal e corporal de Cristo: ...o qual convm que o cu contenha at aos tempos da restaurao de tudo, dos quais Deus falou pela boca de todos os seus santos profetas, desde o princpio. No me venha dizer que isto refere-se somente a eventos do primeiro sculo, pois a prpria palavra clara ao dizer que o Senhor Jesus ser contido no cu at a RESTAURAO DE TUDO. Olhe ao seu redor e veja o que precisa ser restaurado no mundo. Tudo o que mau, tudo o que no havia antes da queda precisa ser restaurado. Ou voc preterista completo acha que a morte, doena, pranto, luto e dor fazem parte do plano original de Deus e, portanto, o mundo no precisa de restaurao? Na verdade, o preterista completo pensa que a eternidade deste mundo presente (incluindo morte e sofrimento) devem continuar para sempre.

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  • Veja suas declaraes:

    o mundo, o universo, o reino, a era da Igreja, biblicamente no tm fim Portanto, eles no tm nenhum ltimo dia, ltima hora, ltimo minuto, ltimo segundo, ou ltima alguma coisa na qual podemos colocar uma

    5ressurreio.

    Comparativamente, assim como o pecado no cessou de existir aps Jesus lidar com ele, a morte fsica no foi eliminada por sua derrota final. Jesus nunca quis dizer que os crentes no continuariam a morrer fisicamente. 'E, assim como aos homens est ordenado morrerem uma s vez, vindo, depois disto, o juzo' (Hb 9.27). Essa vida fsica no foi perdida em Ado,

    6portanto, no foi restaurada em Cristo, nem o ser.

    Creio que h um longo futuro nossa frente neste planeta Milhes ou 7bilhes de geraes (ou mesmo a eternidade) podem estar por vir.

    Uma Real Ressurreio Corporal dos Crentes que Morreram

    Deus, mediante Jesus, trar, em sua companhia, os que dormem. ...e os mortos em Cristo ressuscitaro primeiro. (1 Tessalonincenses 4.14, 16)

    O fato de os mortos em Cristo ressuscitarem, exclui a idia preterista de uma ressurreio apenas espiritual. Essas pessoas no precisariam mais ressuscitar ou serem transferidas do reino hadeano uma vez que elas j esto em companhia de Cristo. No pode ser uma ressurreio espiritual porque ela seria desnecessria, intil e antibblica. Tambm no pode ser uma ressurreio parcial somente daqueles que morreram at o ano 70 d.C. uma vez que em 1 Corntios 15.51 diz que transformados seremos TODOS.

    Uma Experincia Espiritual Subjetiva Versus um Evento Objetivo

    ...depois, ns, os vivos, os que ficarmos, seremos arrebatados juntamente com eles, entre nuvens, para o encontro do Senhor nos ares, e, assim, estaremos para sempre com o Senhor. (1 Tessalonicenses 4.17)

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  • Os vivos so arrebatados por ocasio da segunda vinda de Cristo j com lugar marcado para o encontro, ou seja, entre nuvens e nos ares. Estamos diante de um evento objetivo, literal e no em um evento espiritual, figurado ou subjetivo. A mesma palavra grega para arrebatados usada em Atos 8.39 em que usada para descrever Filipe sendo arrebatado repentinamente pelo Esprito Santo. Diversas passagens falam de pessoas ou coisas sendo arrebatadas com significado literal.

    No Ar

    ...para o encontro do Senhor nos ares... (1 Tessalonicenses 4.17)

    Os defensores do preterismo completo tambm redefiniram a palavra ar para significar o esprito do homem. A palavra ar no grego significa atmosfera, o ar em torno dos seres humanos. Uma vez que respiramos esse mesmo ar da atmosfera terrestre e ele vai direto para os pulmes, no podemos pensar que Paulo estivesse usando uma analogia para dizer que o encontro com o Senhor ser interno, no esprito como afirma alguns preteristas completos. Se Paulo realmente quisesse dizer que o arrebatamento seria apenas um encontro espiritual e no literal, h recursos na prpria lngua grega para dizer isto sem precisar recorrer a complicadas analogias, o que nos deixaria em suspenso a respeito do significado das palavras. Ele poderia usar a palavra grega pneuma (esprito) para dizer que nosso encontro com o Senhor seria no esprito. Alm disso, se o encontro e arrebatamento apenas no esprito, porque precisa do Senhor descer do cu (versculo 16)? Portanto, no grego, a palavra ar significa atmosfera, o ar em redor dos seres vivos. Devemos tomar cuidado com o uso das palavras gregas, pois certos eruditos usam apenas um dos significados de uma determinada palavra para defender sua tese. Para comparao, podemos pensar na palavra grega genea que significa gerao. Muitos afirmam erroneamente que essa palavra significa raa em grego. S que em seu significado primrio nos lxicos, gerao significa aqueles vivendo ao mesmo tempo ao passo que o significado de raa listada entre os ltimos significados possveis para a palavra gerao. Se os autores bblicos quisessem dizer raa em algum momento, era s escrever a palavra grega genos e no a palavra grega genea. Por isto, preste ateno no uso equivocado de palavras gregas. Portanto, procure, pesquise, hoje temos recursos para isto na internet.

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  • A Natureza do Encontro

    Sobre a natureza do encontro com Cristo no arrebatamento e ressurreio, RC Sproul, comentou apontando para a imagem que o Apstolo Paulo usou em seu testemunho do arrebatamento na carta de 1 Tessalonicenses do Novo Testamento:

    O objetivo das imagens aqui ecoa e reflete algo que era comum no mundo contemporneo em que Paulo escreveu - ou seja, o padro e a prtica do retorno triunfal a Roma dos exrcitos romanos... Depois de vencer uma batalha, os exrcitos Romanos acampariam fora da cidade e mandariam um mensageiro anunciar a sua chegada. A cidade passaria ento a ser preparada com uma decorao e um arco de triunfo. Em um momento pr-arranjado, um sinal seria feito atravs de trombetas para que fosse destrudo. Ou seja, quando os exrcitos marchariam em triunfo na cidade. Mas antes de comearem a marcha ao sinal da trombeta, todo mundo que era um cidado real de Roma seria convidado para vir para fora da cidade para participar do desfile de marcha de volta atravs do arco do triunfo com o exrcito vitorioso... . Com isso, o nativo de Pittsburgh concluiu: "O que eu ouo que Paulo est dizendo que quando Jesus voltar, ele vai voltar a esta terra com toda a sua Igreja, a Igreja ser arrebatada para encontr-lo enquanto ele descer e vai continuar a descer junto com sua comitiva inteira dos crentes." Mais especificamente, citando os ensinamentos de Paulo, Sproul afirmou que aqueles que morreram em Cristo ressuscitaro primeiro e sero levados para o ar e os que esto vivos na segunda vinda de Cristo tambm sero levados para o encontro com o Senhor enquanto ele descer.

    8 Sobre quando tudo isso ocorre, isto desconhecido.

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  • Consolai-vos, pois, Uns aos Outros

    No final das contas, Paulo diz: Consolai-vos, pois, uns aos outros com estas palavras. (1 Tessalonicenses 4.18) Essas palavras sobre o arrebatamento e a ressurreio dos mortos nos servem de consolo e esperana. Este tem sido o ensinamento de Paulo e da igreja de um modo geral nesses dois mil anos de histria. Se o leitor, lendo a Bblia por si s, nunca chegou a essas concluses absurdas do preterismo completo, mas precisou do mesmo para aprender a espiritualizar passagens como essa de 1 Tessalonicenses 4, comece a duvidar desse seu sistema de ensino o quanto antes.

    Semelhana entre s Passagens

    Quando o apstolo Paulo diz Por isso ns dizemos a vocs, pela palavra do Senhor, que ns, que ficarmos vivos at a vinda do Senhor, de modo algum precederemos os que dormem, os preteristas completos interpretam mal afirmando que a expresso pela palavra de o Senhor, uma referncia do apostolo s palavras de Jesus em Mateus 24. Assim, existe uma suposio de que todas as referncias vinda de Cristo no Novo Testamento se referem a Sua vinda em juzo sobre Israel no ano 70 d.C. Para dar base a tais afirmaes, eles dizem que existem semelhanas entre as passagens de Mateus 24 e 1 Tessalonicenses captulos 4 e 5. Para provar essa tese, os preteristas completos usam colunas paralelas para comparar os dois versculos. Segundo Brian Schwertley embora haja algumas semelhanas, as diferenas entre as duas passagens superam as semelhanas. Isso porque segundo alguns preteristas parciais Mateus 24, pelo menos at o versculo 34, no tem absolutamente nada a ver com a segunda vinda de Cristo corporal. Sobre a carta aos tessalonicenses Brian Schwertley escreveu: A carta de 1 Tessalonicenses 4.13-15 revela muitas coisas sobre a segunda vinda de Cristo, que no so encontradas nos Evangelhos, a expresso pela palavra do Senhor provavelmente se refere ao recebimento de revelao direta de Cristo a um profeta, um dos apstolos ou at mesmo para o prprio Paulo. Se Paulo est discutindo algo que os apstolos receberam de Jesus durante Seu ministrio na terra, ento porque que os evangelistas omitiram muitos dos detalhes importantes nos relatos evanglicos? Na verdade, possvel que Paulo recebeu uma revelao especial sobre este assunto apenas

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  • para o propsito de trazer esperana e conforto aos Tessalonicenses. Em qualquer caso, o que Paulo est prestes a dizer vem de Deus, divinamente inspirado e deve resolver este problema para a igreja em Tessalnica. Este apelo direto autoridade divina projetado para fortalecer a f dos destinatrios da carta em que Paulo est prestes a dizer. Pois bem, vamos agora ver os argumentos defendidos pelos preteristas completos, usados para dar suporte afirmao de que Mateus 24 e 1 Tessalonicenses 4 e 5, seriam semelhantes. Usando os argumentos abaixo (em negrito), eles afirmam que no so apenas as caractersticas principais do Monte das Oliveiras no relato de Paulo, mas at mesmo a ordem substancialmente a mesma. Vamos agora analisar esses argumentos do preterismo completo sempre seguido de uma refutao:

    1. O prprio Cristo retorna 1 Tessalonicenses 4:16 / Mateus 24:30

    Refutao: Sim, h um retorno de Cristo em ambos os textos. No de 1 Tessalonicenses trata-se do retorno corporal, a segunda Vinda em que o Senhor descer dos cus. No texto de Mateus 24.30, temos o retorno em juzo contra a nao de Israel. Sobre Mateus 24.30 o Dr. Gary DeMar escreveu: Em primeiro lugar, o texto no fala de Jesus aparecendo no cu (fsico). A traduo direta do grego, palavra por palavra, ficaria assim: e ento aparecer o sinal do Filho do Homem no cu. Jesus disse aos discpulos para

    9olharem o sinal de sua entronizao no cu.

    2. No cu 1 Tessalonicenses 4:16 / Mateus 24:30

    Refutao: conforme j vimos, em 1 Tessalonicenses o Senhor descer dos cus ao passo que em Mateus 24.30 apenas o sinal do Filho do Homem aparece no cu.

    3. Com um soar de trombeta 1 Tessalonicenses 4:16 / Mateus 24:30

    Refutao: Embora haja semelhanas no tocante a trombeta em ambos os textos, as diferenas so tambm enormes. Em 1 Tessalonicenses 4.16 a trombeta em questo a ltima trombeta, pois a Segunda Vinda de Cristo est sempre associada com a ressurreio dos mortos. Veja isto 1 Corntios 15.52: ...num momento, num abrir e fechar de olhos, ao ressoar da ltima trombeta.

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  • A trombeta soar, os mortos ressuscitaro incorruptveis, e ns seremos transformados. A trombeta descrita em Mateus 24.30 totalmente diferente, veja isto no comentrio de Gary DeMar:

    A grande trombeta o chamado do Evangelho. Remete a Nmeros 10.1-10 onde trombetas de prata foram feitas para chamar o povo adorao e para cadenciar sua marcha. Tambm se refere ao Jubileu, o ano em que a terra voltava para os donos originais, o ano em que Satans desapossado e Cristo reclama para si o mundo (At 3.19-21). O ano do Jubileu significou a vinda do Reino de Cristo, e foi anunciado por trombetas (Lv 25.8-17; Lc 4.16-21; Is 61.1-3). A voz dos mensageiros do Evangelho atua de forma similar ao som da trombeta chamando o povo ao arrependimento: Clama em alta voz, no te detenhas, levanta a voz como a trombeta e anuncia ao meu povo a sua transgresso e casa de Jac, os seus pecados (Is 58.1; v. Tb. Jr 6.1; Ez 33.3-6; Rm 10.18). A trombeta tambm usada para reunir a nao como povo unificado: E ser, naquele dia, que o Senhor padejar o seu fruto desde as correntes do rio at o rio do Egito; e vs, filhos de Israel, sereis colhidos um a um. E ser, naquele dia, que se tocar um grande trombeta, e os que andavam perdidos pela terra da Assria e os que foram desterrados para a terra do Egito tornaro a vir e adoraro ao SENHOR no monte santo, em Jerusalm (Is 27.12,13). O ajuntamento se d desde a Assria at o Egito, lugares aonde os judeus foram levados em cativeiro. Edward J. Young escreveu: Esse linguajar figurado simboliza o chamado para o retorno. No devemos conceber uma trombeta literal soprada. Mateus 24.31 se baseia no imaginrio do Antigo Testamento para simbolizar a grande obra que estava prestes a ter incio: o grande

    10ajuntamento do povo de Deus em uma nova nao.

    4. Acompanhado por anjos 1 Tessalonicenses 4:16 / Mateus 24:31

    Refutao: Creio que Cristo vir acompanhado de seus anjos em sua Segunda Vinda, mas, no entanto, o texto de 1 Tessalonicenses 4.16 no fala de anjos, mas de arcanjo e tambm apenas diz que ser ouvida a voz do arcanjo ao passo que em Mateus 24.31 diz que ele enviar os seus anjos (no plural)

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  • para reunir os seus escolhidos. J em 1 Tessalonicenses, o arrebatamento acontece pelo poder de Deus e no pelo trabalho dos anjos.

    5. Com a trombeta de Deus 1 Tessalonicenses 4:16 / Mateus 24:31

    Refutao: mais uma vez encontramos diferenas e no somente semelhanas! Em 1 Tessalonicenses ressoada a trombeta de Deus para em seguida o Senhor descer dos cus. Em Mateus o grande clangor de trombeta para enviar seus anjos para reunir os seus escolhidos.

    6. Crentes reunidos 1 Tessalonicenses 4:17 / Mateus 24:31, 40-41

    ...depois, ns, os vivos, os que ficarmos, seremos arrebatados juntamente com eles, entre nuvens, para o encontro do Senhor nos ares, e, assim, estaremos para sempre com o Senhor. Observe que em 1 Tessalonicenses, os vivos so arrebatamentos juntamente com os mortos, assim de certa forma so todos reunidos. O problema que em Mateus 24.31 o significado outro, veja a passagem: E ele enviar os seus anjos, com grande clangor de trombeta, os quais reuniro os seus escolhidos, dos quatro ventos, de uma a outra extremidade dos cus. O escritor Gary DeMar comenta esta passagem assim:

    O termo grego traduzido por anjos (angelos) utilizado ao longo da Bblia como designao de mensageiros humanos (2Cr 26.15; Ag 1.13; Ml 2.7; 3.1; Mt 11.10; Mc 1.2; Lc 7.24,27; 9.52; Tg 2.25). Com isso em vista, alguns comentaristas interpretam que Jesus disse da seguinte forma: depois do juzo sobre Jerusalm, seus mensageiros pregariam o Evangelho do Novo Pacto muito alm das fronteiras do Imprio Romano. Ainda que essa seja uma interpretao possvel, R. T. France, que argumentava dessa maneira, agora cr ser mais provvel que os anjos desempenhem o papel de 'missionrios' para juntar o povo de Deus (cf. a descrio dos anjos em Hb 1.14: No so, porventura, todos eles espritos ministradores, enviados para servir a favor daqueles que ho de herdar a salvao?). A expresso desde os quatro ventos uma referncia ao mundo inteiro. De fato, a expresso os quatro cantos da Terra comum ainda hoje. Jesus destaca o fato de que, sob o Novo Pacto, seus eleitos so

    11reunidos de todos os lugares. (o grifo meu)

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  • Aps esta elucidativa explicao, gostaria de chamar ateno do leitor sobre a expresso desde os quatro ventos. muito interessante que esses escolhidos so reunidos apenas do ponto de vista terreno. Do ponto de vista da importncia que Jesus deu a ressurreio dos mortos em seu ministrio terreno MUITO INTERESSANTE QUE EM MATEUS 24 NADA FALADO QUER DIRETA OU INDIRETAMENTE a respeito das almas que estavam no Hades. Tambm absolutamente nada falado sobre a reunio dessas almas com os vivos.

    7. Nas nuvens 1 Tessalonicenses 4:17 / Mateus 24:30

    Em Tessalonicenses, o arrebatamento acontece entre nuvens porque o encontro com o Senhor nos ares e no em qualquer outro lugar. No caso de Mateus 24.30 a nfase recai no fato de que Jesus est voltando em julgamento: e vero o Filho do Homem vindo sobre as nuvens do cu. Vir nas nuvens indicao de juzo (Ezequiel 30.3; Joel 2.1,2; Naum 1.3; Isaas 19.1; v. Tb. Salmos 104.3,4). Baseado em textos bblicos, Gary DeMar comenta que as nuvens so o smbolo da presena de Deus de sua salvao ou de seu juzo. No caso de Mateus 24.30, uma citao direta de Daniel 7.13 que diz: Eu estava olhando nas minhas vises da noite, e eis que vinha com as nuvens do cu um como o Filho do Homem, e dirigiu-se ao Ancio de Dias, e o fizeram chegar at ele. Gary DeMar nos explica que a vinda do Filho do Homem aqui no descendente, mas ascendente. A perspectiva do cu e o Filho do Homem sobe para Deus Pai a fim de receber o Reino. Com isso em vista, fica claro que em Mateus 24.30 Jesus descrevia para os discpulos sua entronizao poderosa e triunfal, pois haveria de infligir a vitria justa contra

    12seus inimigos. Em 1 Tessalonicenses no temos referncia sobre o Reino, mas sobre o encontro para estarmos com o Senhor para sempre.

    8. Tempo Desconhecido 1 Tessalonicenses 5:1-2 / Mateus 24:36

    Irmos, relativamente aos tempos e s pocas, no h necessidade de que eu vos escreva; pois vs mesmos estais inteirados com preciso de que o Dia do Senhor vem como ladro de noite.

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  • Mas a respeito daquele dia e hora ningum sabe, nem os anjos dos cus, nem o Filho, seno o Pai. Seja qual for a vinda de Cristo, seja em julgamento contra uma igreja, seja em julgamento contra Israel no ano 70 d.C., ou mesmo o arrebatamento e a ressurreio no final dos dias, jamais Deus nos forneceu ou fornecer alguma data. Leia todos os textos que fala das vindas de Cristo, da ressurreio e mesmo os juzos divino no antigo Testamento e me fale se existe algum indicativo de datas. Os juzos de Deus so iminentes, ningum sabem quando se daro!

    9. Vir como um ladro 1 Tessalonicenses 5:2,4 / Mateus 24:43

    No precisaria nem de comentrios, mas seja qual for vinda do Senhor, ela sempre ser como um ladro. Veja o que Jesus falou especificamente para a igreja de Sardes:

    Ao anjo da igreja em Sardes escreve: Estas coisas diz aquele que tem os sete Espritos de Deus e as sete estrelas: Conheo as tuas obras, que tens nome de que vives e ests morto. S vigilante e consolida o resto que estava para morrer, porque no tenho achado ntegras as tuas obras na presena do meu Deus. Lembra-te, pois, do que tens recebido e ouvido, guarda-o e arrepende-te. Porquanto, se no vigiares, virei como ladro, e no conhecers de modo algum em que hora virei contra ti. (Apocalipse 3.1-3 o grifo meu)

    10. Incrdulos desconhecem juzo iminente 1 Tessalonicenses 5:3 / Mateus 24:37-39

    Aqui estamos diante do bvio mais uma vez! Os incrdulos sempre desconhecero os juzos de Deus! O dia do Senhor nunca pega um filho de Deus de surpresa: Mas vs, irmos, no estais em trevas, para que esse Dia como ladro vos apanhe de surpresa (v. 4). Existem outras semelhanas entre 1 Tessalonicenses e Mateus 24, mas analisei somente o que achei relevante para o momento. Segundo os preteristas completos nada pode disfarar a um olho honesto o paralelo entre Mateus 24:30-31 e I Tessalonicenses 4:15-18. Pois bem, nada tambm pode disfarar a um olho honesto tambm para as grandes diferenas.

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  • A ressurreio dos corpos dos crentes na segunda vinda de Cristo um dos ensinamentos centrais da igreja crist desde o seu nascimento. O credo dos apstolos j dizia: Creio... na ressurreio da carne, na vida eterna. A doutrina da ressurreio do corpo serve de grande esperana e consolo para os crentes em Jesus. Por ser um assunto fundamental, ele est intimamente ligado com outras doutrinas importantes da Bblia. muitssimo e seriamente importante que a ensinemos corretamente. O preterismo completo normalmente rejeita a autoridade dos Credos afirmando que os credos foram escritos por homens no inspirados e falveis, por isso sustentam que as prprias Escrituras, somente as Escrituras devem ser a

    13nossa nica regra de f e prtica (sola scriptura). Na verdade, temos um equvoco aqui. A partir do momento que uma pessoa - mesmo que individualmente - tem uma confisso de f, ela na verdade tem um credo. Credo uma pblica confisso de f. Segundo o dicionrio on-line Michaelis, a palavra credo que comea em latim pela palavra Credo, que

    14significa Creio. Portanto, credo aquilo em que voc cr e publicamente recita como profisso de f. Os preteristas completos embora tentem evitar os Credos antigos, eles tambm possuem um credo prprio que tambm usando suas prprias palavras podemos dizer que foram escritos por homens no inspirados e falveis.

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    Captulo 2A Ressurreio do Corpo

  • A respeito dos credos da igreja crist, Ross A. Taylor escreveu sabiamente: A viso preterista completa da segunda vinda e da ressurreio, que espiritualiza as mesmas, tambm vai contra os principais credos da igreja. Agora os preteristas completos diriam que os credos no tm o mesmo peso que a Escritura, o que verdade, mas os credos foram formados por homens piedosos para proteger a igreja contra a heresia e deveramos ir contra estes

    15somente com certa apreenso.

    Os preteristas completos vem a ressurreio apenas como uma libertao do pecado e da morte, no a morte fsica! Assim, fazendo, eles esto se comportando como os humanistas e ateus que afirmam que a morte fsica natural e faz parte da criao. Da mesma forma que os defensores do preterismo completo, os humanistas e ateus rejeitam a ressurreio do corpo afirmando que os nossos corpos fsicos ficaro na sepultura para sempre. Segundo Brian Schwertley, a respeito da ressurreio na segunda vinda de Cristo, existe pelo menos trs diferentes vises entre os preteristas completos: 1 Alguns definem cada meno de uma ressurreio futura em termos de uma ressurreio espiritual (por exemplo, a regenerao);

    2 - Outros vem a ressurreio como uma libertao das almas do Hades no ano 70 dC.;

    3 - Outros ainda acreditam que uma ressurreio corporal ocorreu em 70 dC, mas isso envolveu a criao de novos corpos completamente espirituais que substituram os corpos deixados a se decompor para sempre na terra. Eles alegam que todos os que morrem depois do ano 70 d.C. recebem seus novos corpos ressuscitados imediatamente aps a morte.

    Como consequncia, a ressurreio em vez de ser parte do evento de um grande momento escatolgico no final da histria, eles ensinam uma ressurreio progressiva que ocorre milhes de vezes ao longo da histria. Tudo isso um absurdo ensino hertico.

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  • A Heresia de Himineu e Fileto

    Alm disso, a linguagem deles corri como cncer; entre os quais se incluem Himeneu e Fileto. Estes se desviaram da verdade, asseverando que a ressurreio j se realizou, e esto pervertendo a f a alguns. (2 Timteo 2, 17-18) Asseverar que a ressurreio j se realizou um assunto muito srio para Paulo. Afinal, ele diz que quem ensina tal coisa est pervertendo a f a alguns. Alm disso, tal linguagem corri como cncer. Veja a seriedade de se negar a ressurreio futura e ensinar que ela j ocorreu. Mas, o que os preteristas completos dizem sobre o assunto? Veja sobre isto de acordo com um defensor do preterismo completo:

    Para o cristo comum, a ressurreio fala da reconstituio dos indivduos com ambos: o corpo e a alma no fim dos tempos. Os escritores da Bblia, no entanto, tm uma gama de usos para o termo "ressurreio". As escrituras usar a palavra para falar de restauraes nacional de Israel (Isa 26:13-14,19-20; Ez 37), a salvao, o batismo, a transferncia das almas que partiram do Hades Antigo Testamento (Heb. sheol) para o cu de Deus, e o estado final no final do tempo. (Para uma viso detalhada de ressurreio,) Destas utilizaes, a aplicao mais negligenciada do termo se refere remoo e transferncia dos mortos no Hades do Antigo Testamento para o cu transcendente de Deus - uma mudana importante da Nova Aliana, que ocorreu em conjunto com a destruio da religio no Antigo Templo AD 70. Nos tempos do Antigo Testamento, os justos mortos no subia ao cu, eram mantidos no Hades, devido ausncia de um sacrifcio perfeito e uma aliana que iria limpa-los plenamente. O prprio Cristo foi para o Hades na sua morte (Atos 2:27,31), antes de subir ao cu. A vitria sobre o Hades para todos os mortos foi significada na destruio do Templo terrestre em 70 dC - o tempo da "visitao" (Lucas 19:40-44) e "dia da vingana" (Lucas 21: 20-22) sobre Israel - o ensino de Himeneu dizendo que a ressurreio j havia ocorrido equivalia a uma forma judaizante de ressurreio e, portanto, foi rejeitado como uma "gangrena" contra o verdadeiro evangelho. Na mente do apstolo Paulo, esse erro de cronolgico era uma heresia judaizante condenvel, era dizer que a salvao veio atravs dos sacrifcios do Antigo Testamento e Moiss, e no Cristo.

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  • [...] Para compreender a gravidade deste erro de tempo, lembramos que o ensino de Paulo estava ligada a ressurreio dos mortos fora do Hades com a destruio do sistema do Antigo Concerto (2 Tessalonicenses 2:1-10;. Cf Mt 24:15 ). Esta ligao foi crucial por uma razo: ele colocou a vitria sobre a morte e o hades para fora da poca da Antiga Aliana e sistema do pactual judico. Ao dizer que os mortos tinham alcanado a vitria, enquanto o sistema pactual antigo estava de p, Himeneu e Fileto estavam em conjunto com os judaizantes que falsamente ensinavam que a salvao veio por meio

    16do pacto da Lei de Moiss.

    O preterismo completo tambm ensina que na poca do apstolo Paulo havia um conceito entre os cristos a respeito da ressurreio dos mortos. Segundo eles, os cristos primitivos acreditavam numa ressurreio espiritual. Para tal, afirmam que se Himeneu e Fileto ensinavam sobre uma ressurreio fsica j ocorrida, era s os cristos olharem a sua volta e no verem nenhuma evidncia desse evento. Embora o preterista completo argumente que Himeneu e Fileto afirmavam que os mortos tinham alcanado a vitria, enquanto o sistema pactual antigo estava de p, Paulo fala da heresia deles sem expor a doutrina no dando nenhuma explicao sobre o que significa essa ressurreio j acontecida. Portanto, o preterismo completo apenas est especulando sobre o significado do ensinamento de Himeneu e Fileto. J que podemos somente especular, vou mostrar seguir a interpretao que mais se aproxima do erro de Himeneu e Fileto:

    E entre esses foram Himeneu e Alexandre, os quais entreguei a Satans, para que aprendam a no blasfemar (1Tm 1.20). Timteo, um obreiro ainda bem jovem, estava enfrentando srios problemas na igreja de feso. Por conta disso, o apstolo Paulo lhe escreveu uma carta encorajando-o a manter a ordem entre os irmos. Os falsos mestres estavam deturpando os ensinos originais nos quais a igreja tinha sido instruda e, entre os tais, Paulo cita dois nomes: Himeneu e Alexandre. Quando recebeu o ministrio eclesistico pela imposio das mos do presbitrio, o jovem Timteo recebeu juntamente a responsabilidade de combater as heresias que possivelmente surgiriam no seio da igreja (1Tm 1.18; 4.14; 6.12).

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  • No h meno especfica a respeito das heresias com as quais aqueles dois falsos obreiros se envolveram. Entretanto, parece que a carta de Paulo a Timteo visava tratar problemas de crenas religiosas e idias filosficas. O contexto sugere que esses obreiros estavam envolvidos com questes pertinentes ao gnosticismo, sendo que Himeneu citado por Paulo em 2Timteo 2.17,18 como que ensinando que a ressurreio j tinha

    17acontecido, alegorizando-a e minando a esperana futura dos irmos. Creio que o preterismo completo em sua negao da ressurreio fsica, est mais perto gnosticismo. Ou no ser o preterismo completo uma espcie de gnosticismo moderno? Seja qual for o ensinamento de Himeneu e Fileto sobre a natureza da ressurreio, devemos ter em mente que ela ir ocorrer somente no futuro e ensinar que tal evento j ocorreu heresia grave.

    A Incredulidade a Respeito da Ressurreio e a Volta de Cristo

    No sei o que leva uma pessoa abraar o preterismo completo. No sou Deus para discernir o que se passa no corao humano. Mas, creio, que um dos motivos a facilidade para se crer numa ressurreio espiritual e numa segunda vinda de Cristo que j aconteceu a dois mil anos atrs. Muitas pessoas ficaram desiludidas em relao a volta de Cristo. Foram muitas promessas do dispensacionalismo de que Jesus viria em breve, em nossa gerao. Essa esperana constantemente sendo adiada, adoece o corao. No caso da ressurreio fsica, esta sempre foi uma questo de difcil aceitao. No a toa que Paulo disse certa vez: Por que se julga incrvel entre vs que Deus ressuscite os mortos? (Atos 26.8) Veja o exemplo de Tom (Joo 20.24-28), que teve que por as suas mos no corpo do Cristo ressuscitado para poder crer. No somente Tom, mas todos os discpulos: Estando elas possudas de temor, baixando os olhos para o cho, eles lhes falaram: Por que buscais entre os mortos ao que vive?

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  • Ele no est aqui, mas ressuscitou. Lembrai-vos de como vos preveniu, estando ainda na Galilia, quando disse: Importa que o Filho do Homem seja entregue nas mos de pecadores, e seja crucificado, e ressuscite no terceiro dia. Ento, se lembraram das suas palavras. E, voltando do tmulo, anunciaram todas estas coisas aos onze e a todos os mais que com eles estavam. Eram Maria Madalena, Joana e Maria, me de Tiago; tambm as demais que estavam com elas confirmaram estas coisas aos apstolos. Tais palavras lhes pareciam um como delrio, e no acreditaram nelas. (Lucas 24.5-11 o grifo meu)

    Veja tambm o exemplo de quando Paulo pregou em Atenas (Atos 17). Ele foi zombado pelos gregos porque pregou a respeito da ressurreio. Porque ele foi zombado se a ressurreio dos mortos no era uma realidade fsica? No seria problema para os gregos crerem em uma ressurreio espiritual uma vez que j criam na imortalidade da alma. De fato, eles entenderam que Paulo ensinava sobre uma ressurreio fsica. Se foi um mal entendido, porque Paulo no os corrigiu como sempre fazia ? Sobre essas questes, Kenneth L. Gentry, Jr. faz outras consideraes:

    Devemos nos perguntar por que Paulo se alinhava com os fariseus na questo da ressurreio (Atos 23:6-9; 24:15, 21). Devemos nos perguntar por que ns cristos ainda casamos e nos damos em casamento, visto que Cristo disse que na ressurreio no casaramos (Lc. 20:35). Devemos nos perguntar por que os apstolos nunca corrigiram a noo espalhada de uma ressurreio fsica, que era to corrente no Judasmo (cf. Josefo, Talmude, etc.). Devemos nos perguntar por que ns cristos ressurretos ainda precisamos morrer; porque no deixar esse mundo como Enoque e Elias? Ademais, quando e o que a ressurreio dos perdidos (Jo. 5; Ap. 20)? Paulo considerou Himeneu e Fileto como tendo pervertido a f de alguns ao dizer que a ressurreio era passada (2Tm. 2:17-18). Uma viso errnea da ressurreio era um assunto srio para Paulo. Oitavo, me pergunto, sob a viso hiperpreterista, que diferena nossa ressurreio faz nesta vida? Adoecemos e enfraquecemos na mesma escala daqueles que viveram antes da ressurreio de 70 d.C. Essa gloriosa

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  • ressurreio do corpo espiritual no tem nenhum impacto em nossa condio presente? Uma anlise hiperpreterista pode nos fazer pensar que Paulo via o ano 70 d.C. como um agente de alvio dos gemidos e tentaes da carne (Rm. 7:25); todavia, ainda temos tais coisas a despeito da suposta

    18ressurreio.

    Sobre a noo espalhada de uma ressurreio fsica, que era to corrente no Judasmo, veremos a seguir um texto que mostra claramente o que o judasmo pensava a respeito da ressurreio:

    Ressurreio dos mortos - Onde e quando isto ocorrer? Estive participando de uma aula sobre a Ressurreio dos Mortos e me restaram algumas dvidas: 1) Quando isto ocorrer? 2) Quando se fala sobre vida aps a morte, a inteno sobre a Ressurreio ou sobre as almas no Paraso? 3) Como a pessoa ressuscitar, velha ou jovem, doente ou curada, com ou sem roupas? 4) Onde ressuscitar?RESPOSTA: Na Tor e nos ditos de nossos sbios encontramos vrias promessas e recompensas para os bons atos cometidos durante a vida fsica. Encontramos tambm muitas vezes o conceito no futuro, quando tal e tal ocorrer. Este futuro, quando as promessas sero realizadas, na verdade pode estar falando de trs fases distintas:a) o Gan den (traduzido como Paraso) para onde a alma vai aps se separar do corpo, i.e., aps a morte (porm no so todas as almas que chegam diretamente ao Gan den, sendo que certas almas tem que passar por um processo de purificao antes de adentr-lo). Conforme a opinio de certos sbios (Maimnides entre eles) este nvel chamado de Mundo Vindouro, embora exista no presente, pois vem aps a morte.

    b) A Era Messinica ter incio logo aps a vinda de Mashiach no final da galut (exlio) atual, quando todo o povo judeu voltar a se reunir na Terra Santa. No haver inimigos e ser, portanto, poca de paz e harmonia. O Templo Sagrado ser reconstrudo e todos se dedicaro ao conhecimento Divino. No Talmud h vrias opinies se esta ser uma poca milagrosa e at que nvel a vida ser diferente.

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  • c) A Era da Ressurreio dos Mortos que ocorrer aps a Era Messinica (h diferentes opinies sobre quanto tempo depois, porm isto s saberemos com certeza quando ocorrer, conforme nos diz Maimnides no fim de sua obra magna, Mishn Tor). Nesta etapa as almas voltaro aos corpos em que viviam no mundo fsico, e novamente tero uma vida neste mundo material, desta vez superior quela em que se encontrava no Gan den. Esta poca chamada de Olam Hab por vrios sbios (entre ele, Nachmnides) e a opinio aceita pela Chassidut. Este ser o objetivo e a recompensa final do mundo. A vida ser um constante Shabat; ser eterna, de paz, harmonia e elevao espiritual. Nossos sbios dizem no Talmud e no Midrash que, da mesma forma que a pessoa faleceu, assim ser sua ressurreio. Se faleceu velha e doente ou com algum defeito fsico, assim levantar. Porm minutos aps a Ressurreio, D'us far brilhar o Sol com uma luz especial que curar toda e qualquer doena ou defeito. Da mesma forma de que a pessoa estava vestida ao ser enterrada, assim levantar (por este motivo dedicada tanta ateno lavagem e vestimentas do falecido antes do enterro). A Ressurreio ocorrer na Terra Santa, sendo que todos que foram enterrados fora de Israel tero que rolar por tneis subterrneos ou de outra forma para l ressuscitar. Por este motivo, muitos fazem questo de ser enterrados na Terra Santa ou pelo menos que seja colocada terra de Israel no tmulo; tudo isto para facilitar a Ressurreio. Porm como Maimnides declarou (mencionado acima), os detalhes deste poca somente saberemos aps terem ocorrido, sendo que o que conseguirmos interpretar atualmente das palavras de nossos sbios s um

    19conceito geral.

    tambm digno de nota a viso universal dos judeus no-helenizados, teologicamente conservadores. Eles criam em uma futura ressurreio literal e corporal dos justos. A descrena em uma ressurreio fsica tambm possvel encontrar nas Testemunhas de Jeov. A organizao delas, a Sociedade Torre de Vigia de Bblias e Tratados, tem veementemente negado a ressurreio corporal de Cristo e sustentado a sua ressurreio em corpo meramente espiritual.

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  • Observe o que eles ensinam:

    Ao ser ressuscitado dentre os mortos, Jesus foi produzido com um corpo 20espiritual.

    Quando perguntamos sobre o que aconteceu ao corpo carnal do divino 21Mestre, eles respondem: Deus removeu o corpo de Jesus.

    Assim, o Jesus das Testemunhas de Jeov no passa de um impostor, pois ele enganou at mesmo Tom materializando ou simulando um corpo que no era o seu verdadeiro. Em nossa era, muitos interpretam que a ressurreio de Cristo no foi real, e assim dizem que a mensagem de Cristo que na verdade ressuscitou. Embora no neguem a ressurreio fsica de Cristo, mas ao negar a ressurreio fsica dos santos, os preteristas completos fazem coro com os gnsticos, Testemunhas de Jeov e principalmente os ateus e humanistas de nossa poca, os quais afirmam que jamais haver uma ressurreio. Sobre o preterismo completo Ross A. Taylor escreveu;

    A falha do preterismo completo que ele falha em entender que a segunda vinda de Cristo ser corporal. O preterismo completo tambm falha em entender que a ressurreio ser uma ressurreio corprea. Ao invs disso, eles propem uma segunda vinda e uma ressurreio do corpo que so espirituais. O preterismo completo reintroduz o erro de Himeneu (veja 2Tm. 2:17-18) de que a ressurreio j aconteceu. Isto est sendo ensinado agora na forma de preterismo completo ou hiperpreterismo, que ensina que a segunda vinda

    22e a ressurreio j ocorreram no ano 70 d.C.

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  • A Queda de Ado e a Morte Fsica

    O pastor Brian Schwertley escreveu:

    O primeiro ponto que precisamos considerar o que aconteceu quando Ado pecou? Ado s experimentou o que os preteristas completos chamam de pecado de morte? Ou seja, a morte do primeiro homem meramente espiritual e nada mais? Ou, como os expositores e telogos ortodoxos tm afirmado por quase dois mil anos, a morte fsica em consequncia da morte espiritual? Esta uma questo muito importante, pois se a morte fsica uma consequncia da queda e da morte espiritual, ento Jesus Cristo teria que vencer a morte fsica para conquistar uma salvao plena para o homem (isto exatamente o que a Bblia ensina).

    Os preteristas completos fazem duas coisas para evitar a realidade de que a morte espiritual leva a morte fsica. A primeira delas, apontar para Gnesis 2.17 que diz que a pena de se comer o fruto proibido era uma morte que ocorreria no mesmo dia: ...mas da rvore do conhecimento do bem e do mal no comers; porque, no dia em que dela comeres, certamente morrers. Os defensores do preterismo completo afirmam que uma vez que Ado morreu 900 anos mais tarde depois de comer do fruto proibido, argumentam que a morte fsica no tem nada a ver com a queda. Assim o contexto mais amplo da passagem tambm ignorado. Veja o que um preterista completo escreveu sobre o assunto:

    Morte de Ado - morte fsica ou espiritual (separao de Deus)? Muitos hoje dizem que o homem comeou a morrer fisicamente a partir do dia que Ado pecou. Que o Jardim foi o comeo da morte fsica. Outra idia extra que 1000 anos equivalem a 1 dia e como Ado viveu 900 anos, ele morreu no dia que comeu do fruto proibido. Vou provar a partir desse artigo que a morte que Ado sofreu no dia em que ele pecou era a morte espiritual (separao de Deus) e no a fsica.

    Gnesis 2:17 - Mas da rvore do conhecimento do bem e do mal, dela no comers; porque no dia em que dela comeres, certamente morrers. Confira exatamente a mesma frase usada dentro do mesmo livro (Gnesis).

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  • Gnesis 3:5 - Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes se abriro os vossos olhos, e sereis como Deus, sabendo o bem e o mal. Ento, aqueles que defendem uma morte fsica podem negar que os olhos de Ado e Eva foram abertos assim que eles comerem do fruto proibido? No levou 1000 anos (usando a lgica de que 1000 anos equivalem a 1 dia), foi no momento seguinte aps terem comido do fruto. Veja abaixo como foi um acontecimento seguinte e no um acontecimento que demorou anos: Gnesis 3:7, 11 - Ento foram abertos os olhos de ambos, e conheceram que estavam nus; e coseram folhas de figueira, e fizeram para si aventais. E Deus disse: Quem te mostrou que estavas nu? Comeste tu da rvore de que te ordenei que no comesses? Os olhos de Ado e Eva foram abertos assim que eles comeram o fruto, exatamente como Deus disse. Da mesma forma a morte, eles morreram assim que comeram o fruto, exatamente como Deus disse.Gnesis 2 No dia em que dela comerdes = morteGnesis 3 No dia em que dela comerdes se abriro os vossos olhos = ciente de estar nu, conhecimento do bem e do mal. Eles morreram (foram separados de Deus) naquele dia. Agora se voc ainda insistir que tinha a ver com a morte fsica, ento eu devo fazer esta pergunta. Se a morte do Jardim era a morte fsica e Jesus pagou por nossos pecados, ento, uma vez aplicado isso ao crente, por que ainda estamos

    23pagando por nossos pecados, morrendo fisicamente? Isso no faz sentido.

    Segundo essas e outras informaes, o sistema do preterismo completo ensina que a morte fsica um aspecto natural do universo criado por Deus. Ado e Eva teriam morrido fisicamente, mesmo que no comessem do fruto proibido. Eles devem adotar essa posio para evitar a concluso bvia de que a redeno tambm envolve nossos corpos fsicos e, portanto, uma ressurreio literal conforme nos diz Brian Schwertley.

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  • a morte fsica Natural?

    Os humanistas, ateus e muitos filsofos afirmam que a morte fsica natural e faz parte da ordem do Universo. Como vimos acima, os preteristas completos fazem coro com essa gente. H uma srie de razes bblicas para rejeitar tal idia. Primeiro, se a morte fsica faz parte da ordem criada por Deus, ento temos que admitir que a morte boa, porque em Gnesis 1.31 diz: Viu Deus tudo quanto fizera, e eis que era muito bom. Houve tarde e manh, o sexto dia. Ao comentar sobre este assunto, Brian Schwertley escreveu algo interessante: Se a morte fsica no parte da queda, ento ela deve ser aceita como uma das coisas boas da criao de Deus. Todo o propsito de Gnesis 1.21 enfatizar a perfeio da criao de Deus. Esta perfeito e muito bom, assim a criao reflete o carter de Deus. Mas se a morte faz parte do tudo muito bom, ento porque a resposta universal para a angstia da morte, tristeza e lgrimas? Por que Jesus chorou quando soube que seu amigo Lzaro morreu (Joo 11.35)? Alm disso, se a morte boa e natural, ento por que envolve sofrimento? No o sofrimento de um fim violento (por exemplo, assassinato, acidentes) e o sofrimento de envelhecer com todas as suas enfermidades e doenas? Na verdade, o envelhecimento em si uma forma de lenta degradao e decadncia. Ningum olha para a frente com otimismo devido a uma perda de mobilidade, deficincia visual, auditiva, perda de memria, falta de energia, artrite e a srie de mudanas negativas envolvidas no envelhecimento. Tudo isto faz parte do tudo muito bom que Deus criou? O preterismo completo tambm ensina que a morte alm de ser natural ao homem era tambm para os animais. Isto contradiz Gnesis 1.29-30 que diz que antes da queda no pecado o padro de Deus para a alimentao era o vegetarianismo. A profecia de Isaas sobre as bnos de restaurao na vinda de Cristo descreve um eventual retorno ao vegetarianismo, quando o leo comer palha e o cordeiro e o lobo iro alimentar-se juntos em harmonia (Isaas 65.25).

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  • A morte sacrificial e a ressurreio de Cristo vo eliminar a maldio sobre a terra que trouxe aos animais a regra de serem predadores. Quando progressivamente tudo estiver consumado at a vinda de Cristo e finalmente os novos cus e a nova terra forem restaurados, tambm literalmente no haver mais maldio (Ap 22.3), no haver mais morte, nem pranto, nem clamor ou dor (Ap 21.4). Do ponto de vista espiritual, a eliminao dessas coisas j so reais. Para quem est em Cristo no h mais maldio, morte espiritual etc. Mas - progressivamente na histria - a medida que todas as coisas vo sendo restauradas e com a segunda vinda de Cristo, TUDO voltar como era antes e numa glria ainda maior. ...o qual convm que o cu contenha at aos tempos da restaurao de tudo, dos quais Deus falou pela boca de todos os seus santos profetas, desde o princpio. (Atos 3.21)

    A Morte Fsica No Boa ou Natural!

    Ainda falando sobre a morte de animais, o pastor Brian Schwertley nos diz que interessante e significativo que as primeiras mortes de animais registradas na Bblia so quando Deus fez tnicas de pele para vestir Ado e Eva. Imediatamente aps a queda, a narrativa diz: Abriram-se, ento, os olhos de ambos; e, percebendo que estavam nus, coseram folhas de figueira e fizeram cintas para si. (Gn 3.7). Em seguida, logo aps a seo sobre as punies, lemos: Fez o SENHOR Deus vestimenta de peles para Ado e sua mulher e os vestiu. (Gn 3.21). Deus derramou o sangue de animais para cobrir Ado e Eva, vergonha esta associada com o seu conhecimento de que estavam nus. Seu pecado levou morte de um animal inocente. Foi essa uma lio para Ado de que as folhas eram uma cobertura inadequada para a culpa; que o pecado s poderia ser expiado pela dor, sangue e morte de uma vtima inocente? Quando consideramos que o verso 21 claramente projetado para ser comparado com o versculo 7, esta concluso inevitvel. Temos a cobertura de folhas de figueira versus a coberta de peles de animais. A primeira uma tentativa de cobrir-se, a segunda aceitar uma cobertura de outro. A primeira a do homem e a segunda a que Deus fez. Ado e Eva necessitavam de uma salvao que vem de fora. Deus precisa fazer por eles o que eles so incapazes de fazer por si mesmos. Ficou evidente que o pecado um mal real e profundo, e que por nenhum processo fcil e barato pode o pecador ser restaurado. Como o autor de Hebreus diz: Sem derramamento

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  • de sangue no h remisso (Hebreus 9.22). Alm disso, o ato da graa de Deus precede Seu ato de julgamento. Deus cobriu Ado e Eva antes de os expulsar do jardim. Ambos aprenderam sobre a necessidade de uma morte, isto , um sangue-sacrifcio como uma expiao do pecado por revelao direta de Deus, e em algum momento, para o seu segundo filho Abel que soube sacrificar animais limpos (uma ovelha primognito) a Deus (Gnesis 4:4). Mais uma vez vemos a clara conexo na Escritura entre o pecado e a morte fsica. Para finalizar esta seo, quero compartilhar uma citao que um preterista completo me fez para contestar que a morte no existia antes da queda. Ele citou o Salmo 116.15 que diz: Preciosa , vista do Senhor, a morte dos Seus santos. Ser mesmo a morte preciosa? Ainda mais a de um santo de Deus? Veja o que Sociedade Bblia do Brasil nos diz sobre esse salmo:

    Por que a traduo do Salmo 116.15 na Nova Traduo na Linguagem de Hoje to diferente da traduo de Almeida?

    preciso olhar o contexto, que ajuda a determinar o sentido em que cada palavra empregada. No possvel traduzir certa palavra do original sempre pela mesma palavra em portugus. A palavra yaqar um bom exemplo de como o contexto ajuda a determinar o sentido das palavras. O texto de Salmo 116.15 aparece assim na traduo de Almeida: "Preciosa aos olhos do SENHOR a morte dos seus santos." A NTLH traduz assim: "O SENHOR Deus sente pesar quando v morrerem os que so fiis a ele." O adjetivo yaqar aplicado, por exemplo, a pedras preciosas, e no Salmo 36.7 fcil entender-se o que o salmista diz: "Como precioso o seu amor!" Mas no contexto do Salmo 116, fica esquisito pensar-se que o salmista esteja afirmando que a morte de um dos adoradores do SENHOR seja algo que alegre ou agrade a Deus. Isso porque no contexto prximo (versculos 3-4,8-9) o salmista declara ter sido libertado do perigo da morte e agora anda, agradecido, no mundo dos vivos. O que o salmista diz que o SENHOR no fica alegre quando um dos seus fiis morre; ele fica triste. E fica triste porque, quando um desses fiis morre, como pensava o povo do Antigo Testamento, vai parar no mundo dos mortos, um buraco imenso e escuro, onde reina silncio absoluto. um adorador a menos para o SENHOR, porque, como diz

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  • o Salmo 6.5 (contexto remoto): "pois no mundo dos mortos no s lembrado, e l ningum pode te louvar." No Salmo 116, portanto, yaqar quer dizer "custoso". A morte de um dos fiis "custosa" para Deus. Algumas Bblias traduzem esse versculo exatamente assim: "Custa ao Senhor ver morrer um dos seus fiis." A perspectiva do Novo Testamento sobre a morte diferente. Mas o Antigo Testamento no pode ser traduzido pela tica do Novo Testamento. Embora o Antigo Testamento faa parte do cnon da nossa Bblia, deve ser traduzido como Escritura hebraica ou judaica. preciso dar o sentido que a mensagem teve no tempo em que foi transmitida e como foi entendida pelos leitores daquele tempo. Isso inclui, naturalmente, preceitos

    24ticos e conceitos teolgicos considerados pr-cristos.

    Punio de Deus pelo pecado

    Os versculos que descrevem as consequncias da queda sobre a terra e a humanidade deixam muito claro que a morte fsica parte do juzo de Deus contra o pecado. Em Gnesis captulo 3 Deus pronuncia punies especificas contra Ado e Eva como resultado de seu pecado que se aplicam sua posteridade. Para a mulher Ele disse: E mulher disse: Multiplicarei sobremodo os sofrimentos da tua gravidez; em meio de dores dars luz filhos; o teu desejo ser para o teu marido, e ele te governar. E a Ado disse: Visto que atendeste a voz de tua mulher e comeste da rvore que eu te ordenara no comesses, maldita a terra por tua causa; em fadigas obters dela o sustento durante os dias de tua vida. (Gn 3.16-17) Por causa da queda de Ado e Eva, ambos sofreram consequncias em varias reas da vida. A mulher que era para ser naturalmente uma alegre me (cf. Salmos 113.9) agora sofria por causa das dores de parto multiplicadas. Tarefas difceis vieram como consequncia da queda. O trabalho tornou-se penoso com a terra amaldioada, para produzir alimentos seria preciso penoso trabalho. O prazer de cuidar do den agora substitudos pelo suor e a dor. Assim, Ado e Eva deixaram para trs exuberantes rvores frutferas do Jardim para lutar contra os espinhos e abrolhos que Deus faria brotar.

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  • Segundo Brian Schwertley grande bno do homem se transforma em uma maldio. Dificuldades, secas, doenas, insetos, fome, terremotos, furaces, tsunamis, vulces, tornados, pragas, a esterilidade de insetos, e ataques de animais so todos resultados do pecado. Eles fluem todas da maldio. Trabalho, necessrio para a tomada de domnio, no a maldio, as grandes dificuldades, contratempos, frustraes e fracassos que acompanham o trabalho do homem aps a queda que so. A terra amaldioada por causa do pecado de Ado e, consequentemente, a obra de Cristo, para ser perfeita e completa, deve eliminar essa maldio. Paulo fala sobre esta questo, quando escreve: Pois a criao est sujeita vaidade, no voluntariamente, mas por causa daquele que a sujeitou, na esperana de que a prpria criao ser redimida do cat