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    Reencarnao:

    processo educativo

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    3 EdioDo 6 ao 10 milheiro

    Criao da capa: Objectiva Comunicao e Marketing

    Direo de Arte: Rafael OliveiraFoto da capa: Michel ReyModelo de capa: Carlos Eduardo P. O. Malheiros

    Copyright1995 byFundao Lar Harmonia

    Rua da Fazenda, 560 Piat41650-020

    [email protected]

    fone-fax: (071) 286-7796

    Impresso no Brasil

    ISBN: 85-86492-02-7

    Todo o produto deste livro destinado manutenodas obras da Fundao Lar Harmonia

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    Adenuer Novaes

    Reencarnao:processo educativo

    FUNDAO LAR HARMONIACNPJ/MF 00.405.171/0001-09Rua da Fazenda, 560 Piat

    41650-020 Salvador Bahia Brasil2003

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    Dados Internacionais de Catalogao na Publicao (CIP)(Cmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

    Novaes, Adenuer Marcos Ferraz deReencarnao: processo educativo. Salvador:

    Fundao Lar Harmonia, 12/2003.

    156p.

    1. Reencarnao. I. Novaes, Adenuer Mar-cos Ferraz de, 1955. - II. Ttulo.

    CDU - 133.7 CDD - 133.9

    ndice para catlogo sistemtico:

    1. Reencarnao: Espiritismo 133.7

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    Love is the mystical charme,Gods sweets in mans heart,luminous impact on human life,Divine Presence in mankind insert.God and man - solitary meeting,forbidden finit for childs mind.The love greater than history is,there unknown and known together are:shadow which makes light,light which shadow the bright.Sensibility is nothing beside,love is indescribable charme.

    Ling Cheng Y/lzio F. Souza(Channelled)

    Por que o passado deveria ser o senhor da vida,se cada nova vida esperana de renovao?

    No ressuscites espectros e fantasmas,nem os alimentes com fugas e fantasias;

    somente o servio desinteressado liberta:os mortos devem continuar mortos.

    Lin Cheng Y/Elzio F. SouzaCaminhar Vazio

    O determinismo flexvel,... - Joanna de ngelis/Divaldo P. Franco.No Limiar do Infinito.

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    ndice

    Prefcio a 2 edio 9Apresentao 11Reminiscncias 15Introduo 20Anlise dos Fatos 23Campos de Pesquisa 28

    Pesquisas sobre reencarnao 31Memria Espontnea na Infncia 33Memrias do Feto 35Vida Antes da Vida e Regresso Vida Passada 37Terapia de Vida Passada 40Comunicaes de espritos ainda ligados Terra 43Experincias Fora do Corpo 44Aspectos Comparativos 45Hipteses de Albertson e Freeman 46Regresso de Memria 49

    Regresso de Memria e reencarnao 56A psicologia de Jung e a reencarnao 62Psicologia e reencarnao 66Psicologia Infantil 71Sexualidade e reencarnao 74Sonhos 75

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    Psicotestes 75Justia Divina 77Esquecimento do Passado 80A reencarnao como processo educativo 84Planejamento da reencarnao 88Como planejar sua prxima encarnao 95Processamento da reencarnao e a unio do esprito com ocorpo 104Argumentos contrrios 113Breve Histrico 118Perguntas e respostas sobre reencarnao 131Bibliografia 153

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    Prefcio segunda edio

    A pedido da Fundao Lar Harmonia revi alguns captulosdeste modesto trabalho para a impresso da segunda edio, cor-rigindo alguns erros verificados na primeira. Decidi por no ampliaro material, j que se trata de uma iniciao ao estudo da reencar-nao, sem a pretenso de ser nada mais que isto. Meu objetivoainda continua sendo o de mostrar que a reencarnao, longe deser um fenmeno de crena, muito menos instrumento de punio

    divina, trata-se de um processo educativo para o desenvolvimentoespiritual. Alguns anos se passaram desde o incio em que me mo-tivei a escrever sobre o tema e ele continua a merecer a ateno do

    pblico em geral, embora ainda muito pouco estudado, principal-mente nas academias, o que priva a sociedade de experimentar asconseqncias prticas de importante conhecimento.

    Quando a reencarnao alcanar, de forma mais intensiva,o estudo e as pesquisas nas universidades, a sociedade ganharcom sua aplicao no cotidiano das pessoas. A compreenso danatureza humana ser ampliada a partir da viso reencarnacionista.

    A psicologia ser radicalmente contaminada pela perspectivapalingentica, permitindo ao profissional que dela tenha consci-ncia, penetrar na essncia do que o ser humano.

    A compreenso da histria da humanidade a partir doparadigma da reencarnao, ter novo alcance, visto que se es-tender para alm do material, do fsico e do que percebido

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    pelos cinco sentidos. Os fatos histricos podero ser percebidoscomo repeties exercidas pelos seus antigos protagonistas queretornaram e retornaro a cenrios muito semelhantes aos anteri-ores. Paulatinamente assisti-se, a cada momento, malgrado o pen-samento cientfico ortodoxo, a insero da idia da reencarnaono consciente e inconsciente coletivos da humanidade. Tudo pa-rece estar conspirando a favor da percepo crescente do espiri-tual como sentido real do universo.

    O sculo XX, que parecia ser o da imagem e do movimentopara fora da Terra, tornou-se o do esprito e do movimento para ointerior do prprio ser humano. Certamente que a percepo dareencarnao no o fator que possibilitou tal movimento, mas ela uma das condies que propiciam ao ser humano perceber-senessa imensa complexidade que sua prpria natureza. A crescen-te necessidade de auto-explicar-se decorre da falncia de suas pr-

    prias teorias a respeito de si mesmo. Qualquer paradigma inade-quado gerar um desequilbrio no sistema auto-regulador, que man-tm o psiquismo humano. Essa desarmonia provoca um vazio a ser

    preenchido por algo que seja verdadeiro e pleno.A reencarnao no dogma ou crena merc de expli-

    caes pseudo-cientficas. No h o que temer quanto a sua in-vestigao meticulosa e sria. Se for uma verdade (como de fato) acabar-se- revelando-se quando o ser humano tiver olhos dever. Notveis cientistas demonstraram sua realidade, da mesmaforma que Galileu que, pela lgica irretorquvel dos fatos, provouo sistema heliocntrico.

    Somos, e seremos por muito tempo, seres reencarnados adespeito dos dogmas religiosos que teimam em querer submeter

    a verdade s tradies equivocadas de sistemas ultrapassados.Convido o leitor a no permanecer apenas na leitura destelivro, indo buscar, na bibliografia ao final, outras informaes sobreo tema, cuja importncia para sua vida ser maior do que imagina.

    Adenuer NovaesSalvador, primavera de 1997

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    Apresentao

    A fora de uma idia e o interesse que ela desperta podemser medidos pelo nmero de estudiosos que se dedicam a seuexame e pelo nmero de livros escritos sobre o tema ou que deletratam em seus captulos. Isto ocorre hoje com a teoria da reen-carnao, a ponto de j constiturem uma densa bibliografia oslivros dedicados a sua investigao, bem como ao estudo da te-rapia das vidas passadas, de modo especfico, infelizmente des-

    conhecida do pblico brasileiro. Raros livros tm alcanado tra-duo no Brasil; de modo geral, publicados por editoras no-espritas, no atingem a maioria dos espritas de nosso pas, salvoquando alguma emissora de televiso lhes d algum destaque atra-vs de reportagem sobre o assunto, o que ainda mais raro. Ascolunas dos jornais espritas, dedicadas ao noticirio bibliogrfi-co, silenciam sobre essas edies, pois muita gente teme qual-quer livro editado por livraria pertencente ao circuito comercial,esquecida da lio de Jesus: quem no contra ns por ns.

    Embora a reencarnao seja uma teoria espalhada pelo

    mundo, no tempo e no espao, os modelos reencarnacionistasvariam em certos detalhes nas diferentes filosofias e religies, tor-nando-se, por isso, necessrio confront-los com os achados das

    pesquisas realizadas pelos investigadores cientficos. O modeloesprita deve passar tambm por esta prova, pois, conforme leci-onou Allan Kardec:

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    O Espiritismo no admite como princpio absoluto

    seno o que est demonstrado com evidncia, ou que resul-

    ta logicamente da observao. (La Gense. ch. I, n.55).

    Esse, alis, um dos atrativos com que nos brinda AdenuerMarcos com seu Reencarnao: processo educativo, dando-nos a conhecer os mtodos com o auxlio dos quais se desenvol-ve a pesquisa, destacando sua importncia para a psicologia eoutros ramos do conhecimento, e, sobretudo, analisando a tcni-ca reencarnatria no contexto da evoluo. Como sua finalidade

    precpua possibilitar a um pblico bastante amplo o conheci-mento do material que lhe consciente ou inconscientemente ocul-tado, o livro est redigido numa linguagem simples, direta, comu-nicativa, restringindo o autor o exame da bibliografia j extensaque possui, sem que com isto deixe de lado a anlise das princi-

    pais questes suscitadas pela teoria reencarnacionista.Oferecer introdues bem cuidadas, com informao atu-

    alizada, que possibilitem a iniciao dos interessados na temtica

    esprita, uma tarefa recomendvel aos nossos escritores e edi-tores. Esses livros propeduticos so escassos em nosso meio,

    pois muita coisa que se publica apenas repetio de noesprimrias, reescritas em tom apologtico e, s vezes, atapocalptico, com notas de um profetismo ultrapassado, enquan-to que outras obras com pretenso a uma mais profunda exposi-o no apresentam qualquer novidade para os estudiosos doassunto, embora distanciam-se do entendimento do pblico me-nos afeioado aos estudos especficos. Por tudo isso, louvvelo esforo desenvolvido por Adenuer Marcos no sentido de ofe-

    recer uma introduo ao estudo da reencarnao ao leitor espri-ta que fuja a tais extremos, mas que possibilite a compreensobsica sobre o tema, a informao atualizada sobre os novosmtodos de pesquisa e o repasse das noes doutrinrias.

    O autor, com formao cientfica, inclusive psicolgica, efilosfica, no um diletante das letras espritas, mas um indiv-

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    duo empenhado na prtica esprita e na concretizao dos ideaisda Doutrina no meio social. Em vista disso, aceitamos o convite

    para alinhavar estas linhas de apresentao do seu trabalho, certode que a reencarnao mais que uma teoria para ser ensinada,constitui-se numa fonte estimuladora para que possamos com-

    preender o processo educativo.

    Salvador, 03 de Julho de 1995Elzio Ferreira de Souza

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    Reminiscncias

    Escrevia sobre reencarnao, sentado ao computador, quan-do, sem que me desse conta, fechei os olhos e transportei-me auma outra poca. Via-me com trinta anos menos que agora. Esta-va tendo uma experincia transpessoal. O tempo desaparecia na-quele momento. Minha conscincia se dilatava alm de mim mes-mo. Percebia-me como sujeito e espectador ao mesmo tempo.

    Era primavera de 1964. Fazia nove meses que ali estava.

    Alguma coisa me esperava adiante. S o tempo poderia me asse-gurar do que se tratava. Minha famlia se transferira no vero da-quele ano para aquela grande cidade. Todo um desconhecidovinha pela frente. Se de um lado tinha receio dele, do outro, algome dizia que coisas grandiosas ocorreriam. Sentado sobre a gra-ma da praa do Farol, divisava o horizonte alm das guas que,teimosamente, batiam nas pedras aos meus ps. O mar pareciaconvidar-me introspeco. Meditava na grandiosidade da na-tureza e na sua unidade minha frente. O belo uno e simples.

    No completara dez anos de idade. Era um menino. Mais do que

    isso, era um ser voltado para uma busca. O qu, no sabia. Mastinha que buscar alguma coisa. O que era to importante para serbuscado? Sabia que aquelas no deveriam ser preocupaes paraa minha idade. Mas que fazer, se elas surgiam em minha mente?

    Naquela meditao, no percebi que algum se sentara aomeu lado, tambm contemplando a paisagem frente. Embora o

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    barulho das ondas, pude ouvir outra respirao alm da minha.Olhei instintivamente para o lado e notei a presena dele. Era um

    jovem belo e formoso, vestido moda oriental. Traos finos. Tezmorena. Roupa de seda e bonitos braceletes e anis ornando suasmos delicadas. Pensei tratar-se de um personagem de minhaimaginao de criana. Esfreguei os olhos como para me certifi-car daquela presena que me causava suave sensao de paz.Antes que completasse minhas reflexes ele me falou, mais oumenos nestes termos:

    O que procuras est a tua frente. O mistrio da vida a busca confiante em algo que seja maior que tu mesmo. Note preocupes quanto ao futuro. Hajas como se ele fosse umaobra de arte. V tecendo o cenrio palmo a palmo. A vida tereservar grandes alegrias. A dor no ser para ti motivo de

    sofrimento. Procuras o amor. Ele est em todo lugar. Estarsempre no significado que deres vida. No te detenhas nomedo. Teus conhecimentos a respeito da vida te daro a di-

    menso correta do viver. Vais lembrar lentamente do teu pas-sado. Ser um blsamo para a compreenso do futuro. Nashoras difceis estarei com voc. Serei uma companhia sinceraa te mostrar teus erros e felicit-lo pelos acertos. Nossos la-os de amor se perdem no tempo.

    Suave como veio, ele se foi. No deu tempo de me refazerda reflexo inicial. Ainda tentei cham-lo, mas no sabia seu nome.Queria prolongar aquele momento, mas senti que no dependiade mim. Sem que controlasse, voltei ao meu gabinete, frente do

    computador, compreendi que a experincia tinha se findado. Oque tinha acontecido? Como no sabia explicar o fenmeno, passeiento a rememorar a lembrana e analis-la. J consciente, fiqueirepensando aqueles idos, de cujas lembranas, agora, me pareci-am familiares. Percebi que algum mecanismo trouxe-me ao cons-ciente algo que estava cuidadosamente esquecido.

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    Por um motivo especial, porm incompreensvel para mim,nunca mais esqueci aquelas palavras. Tal lembrana, permitiu-meter a certeza de que aquele homem no fazia parte de minhasimaginaes infantis. Era um personagem de um passado longn-quo que, teimosamente, retornava ao meu consciente. Forammomentos de inesquecvel paz. De intraduzvel integrao comDeus. De profunda harmonia com a natureza. Ali, tive a certezade que minha vida seria diferente. No consegui relatar o epis-dio a ningum. Era um segredo que guardei por muito tempo,

    pois, se o contasse, poria em risco minha sanidade.Por muito tempo fiquei a meditar naquelas palavras. Qual o

    significado dos laos que me uniam quele ser misterioso? A vidaera mais do que a existncia no corpo como ele parecia sugerir-me? Havia outra vida antes desta?

    Suas palavras repercutiram em minha vida, dominaram mi-nha adolescncia e arremessaram-me na direo de descobertasfundamentais sobre mim mesmo e sobre o ser humano. Impulsio-nado por aquelas palavras decidi-me, mais tarde, ao estudo da

    reencarnao. Achava que, a compreenso do passado e do fu-turo, estaria a resposta para viver-se bem no presente.

    Hoje, debruando-me sobre a temtica da reencarnao,compreendo o quanto importante viver buscando a realizaode um ideal. O quanto nobre saber que esse ideal se insere noBem. Vi que, mesmo sabendo algo de meu passado, o meu des-tino estaria traado a partir das minhas realizaes no presente.Como pensava Albert Schweitzer, acredito que no se deve dei-xar morrer os ideais juvenis.

    Espero que as idias aqui expressas sirvam para auxiliar o

    ser humano na compreenso da vida e do quanto importanteviver em harmonia. A vida s tem sentido quando fazemos comque algum o perceba na sua prpria. Espero, com elas, dar sen-tido vida de algum.

    Este um livro escrito por vrias mos. Autores diversosforam consultados. Vez por outra pode se encontrar idias desses

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    autores aqui expressas com outra linguagem. No creio que elesse incomodem. Meu objetivo foi reunir o pouco conhecimento quetenho do assunto, com aquelas idias. Algumas delas esto ex-

    pressas de forma embrionria. So fragmentos de intuies queoportunamente sero desdobrados. Trata-se, pois, de uma intro-duo ao estudo da reencarnao em face da complexidade que otema possui. Sentir-me-ei bastante honrado se estudiosos do temadiscutam as idias aqui esboadas, inclusive contestando-as, pois,no tenho a pretenso de estar afirmando o absoluto.

    No espero que o leitor creia em tudo que aqui est ex-presso. Mas, considere que foi escrito com a convico de quese trata da percepo pessoal de como ocorrem os fatos acercada reencarnao.

    No parti do princpio que deveria provar a reencarnao.Este estudo, desde seu incio, j considera a reencarnao comoum fato. Suas provas esto nos livros constantes da bibliografiaao final. H relatos consistentes que merecem a ateno do leitor.

    Contei com a prestimosa colaborao de companheiros

    do movimento esprita que, aps leitura dos originais, sugeriramalgumas consideraes importantes, sem as quais este trabalhoestaria comprometido. Em particular, agradeo ao amigo DivaldoPereira Franco pelo estmulo confeco desta pequena obra e

    pelas importantes consideraes que fez.Vrios mestres tive para que alcanasse a feitura deste li-

    vro, dentre eles, nomino aquele que tem desempenhado relevantepapel na minha compreenso sobre reencarnao. Sem ele seriaimpossvel alcanar algumas conquistas pessoais. Trata-se doamigo Elzio Ferreira de Souza, a quem agradeo a pacincia que

    tem comigo e as orientaes para concluso deste modesto tra-balho.Agradeo tambm as excelentes tradues de Terezinha

    Burak, Maria Tereza, ambas de Ilhus, Bahia, e Solange Liberato,de Salvador, bem como s correes e ponderaes de DjalmaArgolo, Ktia Pithon e Roblia Drea.

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    queles a quem tive a oportunidade de encontrar, e reen-contrar, nesta encarnao e que se tornaram meus educadores

    para a vida, peo desculpas pelos atos inadequados que cometi.Espero reencontr-los adiante, em outras encarnaes, para, jun-tos, alcanarmos um mundo melhor.

    No curso da elaborao deste livro, pouco mais de umms, descobri que, para sua realizao, contei com o auxlio de

    pensamentos alheios aos meus, desta vez, de origem espiritual.Algumas idias me foram intudas. Senti, por diversas vezes, sen-tado ao computador, que novas concepes sobre o tema meeram sugeridas. Concepes que sabia no me pertencerem eque nem sempre fui capaz de captar como deveria.

    Minhas limitaes para escrever e minha incapacidade paratraduzir o que me era sugerido, sero logo identificadas quando oleitor tiver dificuldade na compreenso do contedo de algunstrechos do livro. Tal dificuldade pode ser compensada se o leitorconsultar a bibliografia ao final do livro.

    Em especial, agradeo a Rosngela, Camila, Juliana e

    Diego, esposa e filhos que, privados do meu convvio, permitiramque me empenhasse nesta pequena obra.

    Salvador, Junho de 1995Adenuer Novaes

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    Introduo

    Presente nas mais diversas culturas, a reencarnao desa-fia o tempo, permanecendo viva na histria, na mente e nas cren-as do ser humano. Desde a mais remota Antigidade at os diasde hoje, ela vem sendo a forma mais completa de explicar osdiversos fenmenos da experincia humana, bem como a manei-ra como a sociedade evolui. As civilizaes se sucedem, amodernidade avana, e, no entanto, a reencarnao no desapa-

    rece de sua histria. Cada vez mais se percebe a utilizao popu-lar do termo, antes apenas presente nas seitas esotricas e sacessvel a seus iniciados. O vocbulo parece ganhar um contor-no de sentimento ou impresso interna associada esperana fu-tura. No desaparece porque se constitui no elemento fundamen-tal para a manuteno da cultura, das tradies, dos mitos, dosritos e dos cultos. No entanto, o fato de estar presente nas diver-sas culturas e religies no lhe d maior ou menor credibilidade.As crenas, mitos e contos de fadas tambm esto e nem semprelhes emprestamos verossimilidade. A certeza vem de evidncias

    experimentais, de provas sob o mais rigoroso controle cientfico,a partir de fatos incontestveis. A histria registra o que faz partedo contexto humano, seja ele imaginrio ou verdadeiro. A reen-carnao justifica a prpria histria do ser humano como tambmamplia sua percepo do passado. a chave para a compreen-so da vida. a prova cabal da imortalidade do ser humano.

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    A reencarnao hoje um fato cientificamente pesquisado.Com fortes evidncias sob o ponto de vista da cincia, j alcan-ou a ateno dos institutos de pesquisas das universidades,notadamente nos Estados Unidos, onde vasta a literatura cien-tfica a respeito. Embora no seja difcil demonstrar, atravs de

    provas cientficas, que a reencarnao uma lei universal e que aevoluo humana se processa atravs dela, no irei me ocupar derepetir experincias de clebres autores, embora citarei algumas.

    Neste trabalho tentarei dar noes bsicas, introduzindo o leitora respeito do assunto, colocando a reencarnao como um pro-cesso neguentrpico, organizador, que leva o ser humano a en-contrar a sua verdadeira identidade espiritual.

    Por no ser objetivo deste trabalho sobre reencarnao,no irei me ater tentativa de demonstrar suas provas, muitoembora mostrarei alguns aspectos cientficos que envolvem o tema.Partirei do princpio de que a reencarnao um fato, e, comotal, deve-se aprender a lidar, pois faz parte da realidade existen-cial. O leitor mais exigente pode consultar alguns livros indicados

    na bibliografia.O termo reencarnao j alcanou o domnio popular. No

    raro ver-se pessoas referir-se a ele quando se trata de adiaralguma realizao pouco provvel na existncia atual. Os meiosde comunicao, notadamente no Brasil, tm explorado o assun-to nas telenovelas e em peas de teatro, de grande sucesso. Fil-mes de bilheterias milionrias tambm tm, por sua vez, tratadodo assunto. O que tem servido para sedimentar a idia no

    psiquismo humano.Ser que j vivemos antes? Ser que estamos revivendo as

    situaes que desconfiamos estarmos repetindo? Ser que, a sau-dade que muitas vezes sentimos, de um tempo e um lugarindefinveis, se refere a vidas passadas? Talvez as respostas este-

    jam no fato de estarmos reencarnados e de, constantemente, es-tarmos acessando os registros inscritos em alguma contraparteimaterial que sobrevive ao fenmeno da morte celular.

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    Certamente a reencarnao nos fornecer as chaves queprocuramos para desvendar os infindveis caminhos da mentehumana e das lacunas que o saber cientfico atual tem inserido.

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    Anlise dos fatos

    O conceito aqui empregado de reencarnao o de retor-no a um novo corpo, atravs de um novo nascimento (via fecun-dao biolgica) da personalidade individualizada do ser humano(personalidade entendida como sendo o conjunto das aquisiesintelectuais, morais e espirituais que compem o indivduo, tam-

    bm denominada por alguns de eu superior, Self ou espri-to, parte indestrutvel com a morte do corpo fsico). Encontra-se

    como sinnimo de reencarnao o termo metempsicose, de ori-gem grega, cujo significado aproxima-se do de reencarnao,porm, por implicar num retorno a formas animais, sem nenhumaevidncia observacional, torna-se incompatvel com a idiaevolutiva. A palavra que mais se aproxima do conceito de reen-carnao palingnese1, cujo significado mais conhecido renascimento2, tambm encontrada em vrios textos antigos.

    No se aplica ao conceito de reencarnao o termo ressurreio,empregado por algumas religies de ascendncia crist, cujo signifi-cado em nada se aproxima da utilizao de um novo corpo atra-

    vs de uma nova gestao. Ao que me parece, o termo reencar-nao foi substitudo por ressurreio, pelo simples motivo deque no se concordava com o entendimento de se tratar de algo1 Palin = outra vez; Gnese = nascer2 O vocabulrio palingenesia tem significados distintos reencarnao e regenerao.No Novo Testamento empregado em Mateus 19:28 e Tito 3:5. A 1 passagem tomada por alguns como referncia reencarnao.

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    punitivo. Buscou-se um termo que pudesse simbolizar a vida eternasem o retorno purificador. Vale salientar que, ontem como hoje,muita gente confunde o significado da reencarnao.

    Embora muito difundido na sociedade, o termo tem permi-tido algumas formas de entendimento obscuras. Reencarnar retornar carne. voltar a um novo corpo, atravs da unio dosgametas na fecundao biolgica. Embora haja entendimentossobre a reencarnao entre animais, deter-me-ei ao estudo entrehumanos e no sentido nico possvel, isto , do inferior para osuperior em complexidade cortical, do animal para o humano. H

    pessoas que acreditam ser possvel ao ser humano retornar for-mas animais. No h nenhuma prova disso. Seria absurdo pensarque o ser humano involuiria a formas primitivas de vida. O serhumanoretorna a um novo corpo humano. Retoma uma novaexistncia para apreender o que no sabia. A absurda hiptesedo retorno a formas animais s atenderia a um processo punitivo,muito a gosto das religies dogmticas que, atravs do medo,

    buscam manter e aumentar o nmero de adeptos. O que j foi

    apreendido de conhecimentos numa encarnao no se perde.Reencarnar educar-se, aumentar os conhecimentos do Espri-to. S possvel ao esprito ligar-se clula fecundada perten-cente a seres humanos. Reencarnar num corpo inferior ao huma-no seria retrocesso na sua evoluo.

    Reencarnar significa voltar com a mesma individualidadeanterior. Apesar de mudar-se de nome, e, s vezes, de famlia,no se passa a ser outro indivduo. O conceito de personalidadeest intrinsecamente relacionado ao ambiente forjador de seuscaracteres. Ela a conjuno do fator hereditrio, do meio ambi-

    ente e de caracteres pessoais trazidos de existncias pregressas.A personalidade anterior se modifica a partir do nascimento coma convivncia num novo ambiente e com os caracteres herdados.O novo ambiente e o novo corpo, iniciam o processo de modifi-cao da personalidade anterior. O esprito o mesmo. No semuda a individualidade por se mudar de local de morada.

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    As pesquisas de Darwin (1859) a respeito da evoluohumana evidenciaram uma ligao tal entre as espcies animais,como se elas conduzissem alguma coisa a procurar um or-ganismo cada vez mais adaptado s suas necessidades. Essa al-guma coisa o que se chama de princpio espiritual, que, em suacaminhada evolutiva, busca a evoluo. Na base da teoria deDarwin est a luta pela sobrevivncia, na qual os mais fortes emais aptos vencem. A natureza faz a seleo natural. O princpioespiritual, acoplado ao corpo fsico, apreende, a cada passo, oconhecimento necessrio sobrevivncia num novo corpo. Taisconhecimentos se acumulam na contra-parte energtica3, pr-exis-tente e conseqente ao corpo. O uso e o desuso transferem-se

    para o corpo seguinte, pelo perisprito. Darwin enxergou a evolu-o e percebeu, como tambm Alfred Russel Wallace, que o cor-

    po caminhava para a formao de um padro cada vez mais com-plexo.

    O psiquismo, ou princpio espiritual, estagia de organismoem organismo, apreendendo em cada um deles, de acordo com a

    experincia vivida na espcie, o que ele (o organismo) pode pos-sibilitar aprender, capacitando-se a passar a um corpo mais com-

    plexo. O corpo humano como se fosse um resumo dos organis-mos inferiores em complexidade. um resumo melhorado de to-dos os outros. O corpo humano, organismo mais complexo exis-tente na Terra, abriga tambm o Princpio Espiritual mais evolu-do, que, ao adquirir a razo, denominado de Esprito ou serhumano. O modelo evolucionista empregado por Darwin, encon-tra na reencarnao a chave que faltava para suacompreensibilidade. Os saltos verificados entre espcies4no rei-

    no animal, podem ser justificados pelo aprendizado j levado aefeito pelo princpio espiritual que, a cada encarnao, credencia-se a habitar o corpo de uma outra espcie mais complexa, com3Perisprito na linguagem esprita ou Modelo Organizador Biolgico numa linguagemmais moderna. Corpo de natureza semi-material de que o Esprito se utiliza aps amorte do corpo fsico. a roupa do Esprito. Geralmente tem as caractersticas docorpo da ltima encarnao.

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    implementos fsicos que lhes possibilitem novos aprendizados.Dentro de uma mesma espcie, o princpio espiritual reencarnavrias vezes at aprender tudo que possvel naquela espcie.

    No necessrio ao princpio espiritual passar por todas as es-pcies, muito embora ele possa retornar na mesma, se assim forpreciso.

    O princpio espiritual, estagiando nos diversos organismos,aprendendo as leis da natureza, vai encontrar a razo (livre arb-trio, conscincia de si mesmo e de Deus), no estgio humano,onde tem a oportunidade de experienciar a adequao da reali-dade sua volta em benefcio de seu prprio crescimento e deauxiliar o desenvolvimento da sociedade e de seu prximo.

    no estgio humano que o Princpio Espiritual recebe adenominao de Esprito. o ponto de chegada e de partida

    para novo ciclo. Chega-se razo. Parte-se para um novo ciclode aprendizagem. nesse estgio que ele se pergunta para ondevai, cuja resposta s encontrar quando estiver prximo a alcan-ar um outro estgio superior a esse.

    Os renascimentos so incios de etapas do ciclo evolutivodo princpio espiritual. Um novo ciclo, quando ele j esprito, seinicia com a razo. O ser humano sai do determinismo e penetrano livre arbtrio. Nesse ciclo no qual entrou, ele se insere no do-mnio do tempo. Um novo ciclo o far sair dele e alcanar o daconscincia plena. Ainda nesse ciclo reencarnatrio, ele passa adescobrir que, alm de ter uma misso na terra, precisa perceberque seu Criador o fez com um objetivo. a que ele dever seocupar em saber o que pode fazer para Deus. Sabendo dos ob-

    jetivos de Deus ele cooperar com Sua obra.4

    Interessante observar o salto verificado entre o homem e os animais imediatamenteinferiores a ele em evoluo (talvez o macaco, o gato, o co, etc.). O lugar dessesalto seria ocupado pelo elo perdido. O esprito Emmanuel, atravs da psicografiade Chico Xavier, refere-se s criaturas sub-humanas no livro Roteiro. Creio que essareferncia est relacionada com o elo perdido. Fica a pergunta: onde reencarnamtais criaturas, intermedirias entre o homem e o animal? Tais encarnaes no sedo na Terra, mas em planetas mais atrasados ou mais adiantados. Neste ltimo caso,ao lado de Espritos que lhes possam auxiliar no processo de transio rumo condio de Esprito, dotado de razo, adquirida durante esse perodo intermedirio.

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    A maioria quando reencarna, busca atravs da orao edos cultos, pedir ou adorar a Deus, estabelecendo uma relaode troca ou de adulao. Alguns percebem que a reencarnaotem duplo objetivo: fazer evoluir o esprito e auxiliar a Deus emSua obra. Somos duplamente beneficiados. Para esses poucos, fundamental descobrir o que pode fazer em colaborao comDeus. Saem da primeira relao e partem para uma outra, maismadura, entre Criador e criatura.

    A reencarnao um processo dialtico entre corpo (ma-tria) e esprito. Apega-se o esprito ao corpo, ao mesmo tempoem que deseja dele libertar-se. Vive com a certeza da morte;reencarna com a certeza de que vai retornar. Sabe o esprito quevoltar sua origem. Ele vai para o estgio no corpo com a cer-teza firme do retorno. Quando no corpo no concebe muito niti-damente o ir e vir, porm, quando fora dele, percebe os que voe voltam.

    Reencarnar uma espcie de morte. Na morte do corpo,o esprito se liberta de uma priso. A reencarnao exatamente

    a entrada na priso. A morte liberta o esprito para uma realidadeem que estar na posse plena de suas faculdades. A reencarna-o o leva a penetrar num mundo onde no poder usar plena-mente suas faculdades. A reencarnao geralmente percebidacomo uma circunstncia penosa ao esprito, pois ela o insere nummar de incertezas e dificuldades. Se, para o ser humano de hoje,a morte a entrada no desconhecido, para o indivduo que vaireencarnar a reencarnao a entrada nele, de olhos vendados ede mos amarradas. Muito embora a reencarnao seja compul-sria no estgio evolutivo da humanidade terrestre, um ou outro

    esprito deseja seu retorno carne por no ter se desligado efeti-vamente da sociedade terrena.

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    Campos de pesquisa

    Chamo de evidncia, ao juzo que se levado a fazer acer-ca de uma idia ou crena, em conseqncia de fatos reais obser-vados sistemtica e rigorosamente. Na prtica comum, usa-sedenominar de evidncia ao prprio fato que contm em si a con-firmao ou a negao de uma proposio. A reencarnao pos-sui vrios tipos de evidncias que a confirmam. Tais evidncias

    podem ser teis como ponto de partida para sua investigao.

    Enumero a seguir as principais evidncias e campos de in-vestigao:

    1. Crianas com recordaes espontneas de vidas prvi-as, as quais perduram at idade prxima da puberdade;

    2. Recordaes simples em adultos, do tipo memriaextracerebral;

    3. Recordaes de adultos ou crianas, acompanhadas demarcas de nascena (birthmarks);

    4. Sonhos recorrentes; sonhos anunciadores; sonhos co-muns que desencadeiam a memria dos fatos pretritos ocorri-

    dos em vidas passadas;5. Vises espirituais;6. O dj vu. Reconhecimento de um personagem, ou

    um local, ligado encarnao anterior;7. Situaes similares, isto , vivncia de episdios seme-

    lhantes, desencadeadores de contedos pretritos;

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    8. Doenas graves com estado pr-agnico, delrios, alu-cinaes, etc.;

    9. Conhecimento direto paranormal;10. Desdobramentos, viagens astrais;11. Informao de espritos que esto fora do corpo;12. Informao de sensitivos, ditados paranormais, viden-

    tes, tar, etc.;13. Informao do prprio reencarnante, antes ou depois

    de morrer, prometendo voltar;14. Caractersticas inatas: genialidade, defeitos congnitos

    ou marcas de nascena, embora sem recordaes;15. Qualidades, defeitos, modo de ser ou caractersticas

    psicolgicas trazidas de vidas passadas (aptides inatas);16. Psicanlise ou anlise teraputica muito profunda;17. TVP (Terapia de Vidas Passadas) ou TRVP (Terapia

    Regressiva a Vivncias Passadas);18. Casos de obsesso espiritual;19. Hipnose com regresso;

    20. Ao de drogas diversas, inclusive anestsicos;21. Traumas violentos;22. Lembranas durante a gestao;23. Meditao; xtase religioso; transe com emerso de

    personalidade anterior.

    Em alguns casos, verificam-se certas coincidncias de n-meros relativos s datas de nascimentos e mortes das duas perso-nalidades. Parece que ocorre umasincronicidadeentre eventosque se distanciam no tempo. Tais coincidncias tambm se do em

    eventos aps o nascimento das personalidades analisadas.Outro aspecto observado nas pesquisas sobre reencarna-o, diz respeito escolha do nome dos filhos. Verificou-se a

    participao do futuro reencarnante nesse processo. Em certosindivduos constatou-se que a escolha recaiu sobre o mesmo nomeque a personalidade tivera em outra existncia.

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    A pesquisa sobre reencarnao no cessa nessas evidnci-as apontadas. O campo de trabalho vasto. A eletrnica serchamada a dar sua colaborao nessa investigao. A medicinaevoluir por caminhos que facultaro condies mais propcias

    para se investigar a mente humana. Cada vez mais nascero indi-vduos mais dotados de relembrar o passado reencarnatrio. Tudoest conspirando a favor de sua comprovao.

    Chegaremos l. Adiante abordarei alguns desses campos.

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    Pesquisas sobre

    reencarnao

    Muitas crticas podem ser direcionadas maioria das pes-quisas relacionadas com os diferentes aspectos da reencarnao,

    porque grande maioria dos dados no reunida dentro das con-dies de controle cientfico que so tradicionalmente exigidas.Contudo, o padro consistente destes dados, vindos de cente-

    nas, milhares e at dezenas de milhares de casos, torna possvelchegar-se concluses definitivas no que diz respeito a muitosaspectos da reencarnao.

    Investigaes sobre reencarnao devem ser empreendi-das somente aps um plano cuidadoso de pesquisa. As evidnci-as so diversas e, para cada uma delas, segue-se um mtodo deinvestigao especfico. Nem sempre tais pesquisas chegam a ter-mo. As dificuldades so muitas, principalmente no que tange aoaspecto intrnseco do objeto de investigao. Trata-se de algoque, de forma intencional, foi cuidadosamente escondido: as ex-

    perincias do passado. Provar a reencarnao semelhante aotrabalho meticuloso de descobrir um diamante no tnel mais pro-fundo da mina. Assim mesmo, quando ele descoberto, h otrabalho cuidadoso de traz-lo tona.

    O padro consistente dos dados de fontes variadas, obti-dos nos relatos oriundos das pesquisas de Experincias de Qua-

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    se Morte, Memria Espontnea de Crianas, Memrias deFeto, Regresso Vida Passada, torna possvel construir umasrie de hipteses e um modelo terico da reencarnao, o qual

    pode ser usado como base para uma pesquisa extensiva e signifi-cativa, no futuro.

    A concordncia de resultados obtidos atravs de diferen-tes mtodos, sob controle cientfico, uma das formas de se darcredibilidade a um experimento. A credibilidade das informaessobre reencarnao est diretamente relacionada a alguns fatoresque enumerarei a seguir:

    1. A coleta, seleo, interpretao, anlise e o uso dos da-dos devem ser feitos com cuidado, evitando-se a contaminaode informaes e o apoio em suposies, que, na fase inicial, so

    prejudiciais. Sempre se deve ter o cuidado de aplicar-se umapesquisa controlada;

    2. O investigador deve ter sempre em mente no recolhi-mento dos dados a seguinte questo: O assunto advm do con-

    tedo da memria do informante ou de uma outra fonte qual eleestaria normalmente exposto? (Stevenson, 1975);

    3. Os dados devem ser recolhidos de modo que possamser especificadas as circunstncias clnicas ou experimentais,elucidando-se se houve interveno de tcnicos e sobre a exis-tncia de projetos de pesquisa;

    4. Deve ser verificada a existncia de um padro bsico deresultados que repetido quase universalmente no meio de umgrande nmero de estudo de casos.

    Outro detalhe importante para os experimentadores eterapeutas a necessidade de se determinar critrios para distin-guir uma alucinao (delrio), como tambm uma imaginao ati-va, de uma vivncia passada. Cabe lembrar que pode ocorrertambm o fenmeno medinico conhecido pelo nome de

    psicofonia ou incorporao. Nem sempre possvel determinar

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    as diferenas entre eles. Os casos relatados em que a personali-dade atual nasceu antes da morte da personalidade anterior, pordeficincia na coleta dos dados, podem ser enquadrados nessaltima possibilidade.

    Os contedos obtidos atravs dos diversos mtodos, cujaorigem normalmente se atribui s vidas passadas, podem tambmser creditados existncia atual. Nos fenmenos conhecidos comodj vu, as lembranas inconscientes podem originar-se naencarnao atual. H imagens que passam ao inconsciente atualsem a percepo concreta do consciente e que, se trazidas tona,

    por similaridade, podem parecer oriundas de um passado remo-to. A absoro subliminar de imagens pode gerar o dj vu.

    Neste captulo irei relacionar algumas pesquisas levadas aefeito aos mais diversos tipos de fenmenos buscando encontrarrespostas sobre a veracidade ou no da reencarnao.

    Em alguns casos podem-se notar evidncias significativas afavor da reencarnao. Em outros, o assunto tratado de formasuperficial pelas dificuldades inerentes ao tipo de fenmeno, mui-

    to embora se possa observar o aparecimento de padres outros,referentes imortalidade da alma.

    Em alguns casos, de cujo relato no se tem muitas informa-es, consegue-se levantar hipteses contrrias reencarnao.Tais hipteses decorrem, principalmente, por falta de consistn-cia nos dados ou mesmo de seriedade da pesquisa.

    Memria Espontnea na Infncia

    Este no um mtodo que foi inventado em laboratrio.Nenhum experimentador achou que a reencarnao poderia serpesquisada dessa forma. Os fatos ocorrem. Simplesmente apa-recem sujeitos (crianas) que, de forma espontnea, se lembramde ocorrncias que eles mesmos afirmam ser do passado de ou-tras vidas. Essas crianas surgem em vrias partes do mundo. Em

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    pases que tm a reencarnao como crena bsica em suas razesculturais, como tambm noutros onde ela tida como tabu religi-oso. Ningum as induz a isso. Ningum lhes insinua que tais me-mrias se tratam de encarnaes passadas. Elas prprias afir-mam. No se trata de delrio infantil. No ocorrem, seno emcrianas normais, sem qualquer componente psictico ouesquizofrnico. Tais lembranas espontneas se constituem namelhor fonte de investigao da reencarnao que se possui eque se atribui grande credibilidade na pesquisa psquica. Os pes-quisadores que investigam esses casos no esto cata de con-firmaes sobre reencarnao, mas apenas de verificar a veraci-dade dos fatos.

    Nessa rea destacam-se os trabalhos de Stevenson (1971),Banerjee (1979) e Andrade (1986). So pesquisas de grandecredibilidade pelas caractersticas da espontaneidade e dainsuspeio em se tratando de crianas. H milhares de casoscatalogados com verificao e confirmao das informaes so-

    bre vidas passadas. As lembranas no se resumem a vagas me-

    mrias ou simples impresses, mas sim a dados precisos, comnomes, datas, locais e detalhes importantes que se confirmaramcom as investigaes. Em tais pesquisas verificou-se que o inter-valo de tempo entre uma e outra encarnao (intermisso) podevariar de dias a sculos. Essas pesquisas foram feitas com rigorcientfico e metodolgico, no deixando dvidas quanto ao car-ter srio e insuspeito dos trabalhos apresentados.

    Ian Stevenson (1977) realizou pesquisas em casos de lem-brana espontnea de vida anterior e, especialmente, entre crian-as. Esta pesquisa foi conduzida com muito cuidado e todas as

    precaues possveis foram tomadas a fim de identificar informa-es falsas ou distorcidas. Estes casos so coerentes porque en-volvem principalmente crianas de seis anos ou menos, que falamacerca de uma vida anterior - normalmente a vida passada imedi-ata - descrevendo cenas, casas, circunstncias, incidentes, datas,

    pessoas e lugares. As descries so de tal forma convincentes

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    s pessoas, que elas se decidiram por contactar com Stevenson,ou com outros pesquisadores que conduziram esse tipo de inves-tigao.

    Stevenson catalogou pelo menos 1600 casos em seus ar-quivos. Ele foi extremamente cauteloso na coleo e anlise deseus dados. S apresentou no relatrio aqueles casos nos quais ainvestigao era muito minuciosa e de grande autenticidade. Osresultados da pesquisa de Stevenson indicam claramente que muitascrianas podem relatar detalhes da vida de uma pessoa j mortae que estes relatrios so espantosamente exatos. Os resultadosdesta pesquisa levaram concluso que a personalidade humanadeixa o corpo fsico que morreu e, mais tarde, entra num novocorpo, na maioria dos casos, dentro de alguns anos. Isto indicatambm que a personalidade sobrevivente, ao entrar numa vidafsica nova, traz consigo a memria da vida anterior. Alguns deseus dados indicaram que a pessoa escolhia os parentes na suanova vida e, por vezes, rejeitavam os novos familiares, preferindoretornar famlia anterior.

    Memrias do feto

    Thomas Varney (1985) realizou pesquisas que foramconduzidas tanto na Europa como na Amrica do Norte em ca-sos nos quais, no decorrer da terapia, pacientes com problemas

    psicolgicos eram levados atrs no tempo, sua infncia, e porvezes chegavam de tal maneira atrs, que iam ao perodo antesdo nascimento, durante a gravidez, lembrando-se de fatos ocor-

    ridos enquanto estavam na barriga de sua me.A informao obtida por este processo indica-nos que apessoa que est nascendo pode lembrar-se, mais tarde, de inci-dentes que ocorreram durante a gravidez, cuja me nunca co-mentou com ningum e fica surpresa quando lhe perguntadoacerca desses incidentes. Muitos outros tipos de experincias so

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    tambm relatados e indicam que as lembranas so retidas desdeo perodo da gravidez. Estes fatos so provas evidentes que algodentro do feto tem a capacidade de entender, compreender elembrar fatos do meio ambiente externo a si mesmo, sem que neleainda esteja formado o crtex cerebral. Esse algo que no de-

    pende do organismo pode ser chamado de alma ou esprito.A pesquisa sobre a memria do feto demonstra que algo

    nele pode lembrar experincias de forma adulta e madura, o queindica que uma alma adulta reside no corpo de um beb imaturo.O que vale dizer que o esprito no cresce com o crescimento docorpo, isto , a alma no criada junto com o corpo, mas antesdele. O perisprito sim, cresce com o crescimento do corpo. Oesprito precede ao corpo. Se fosse criada junto com ele, aps onascimento teramos uma alma infantil, e no adulta. Ora, se

    possvel a lembrana de fatos ocorridos nesse perodo em que,em princpio, o esprito est hibernando, porque no seria poss-vel ter-se acesso s memrias de vidas anteriores? Tais fenme-nos de lembranas de fatos ocorridos com o esprito no perodo

    em que ele se encontrava no ventre da me, refora a tese daligao do esprito ao seu corpo no momento da concepo, eno na hora do parto.

    Se a memria se formasse no corpo fsico, no seria poss-vel ret-la no organismo do feto tendo em vista a no formaocompleta do crebro. As lembranas ficam no perisprito, acess-veis por mecanismos desencadeados pelas conexes que se for-mam atravs das emoes da me.

    O fenmeno da lembrana ocorrida no perodo fetal colo-ca um novo dado sobre a questo do aborto. Desde o princpio,

    na organizao fetal, j existe um ser em processo de ligao. Avida j est presente desde a concepo. As leis que autorizam oaborto at determinada fase do crescimento fetal, foram elabora-das por pessoas que desconhecem a realidade do esprito. Seriarecomendvel o aborto quando se constatasse a ausncia de es-

    prito no corpo em formao ou quando a continuidade da gravi-

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    dez pusesse em risco a vida da me. A primeira hiptese s seriapossvel atravs de investigao medinica, o que adia sua possi-bilidade, dada a complexidade do controle necessrio a esse tipode pesquisa.

    A perturbao ou o estado de letargia que se acredita exis-tente nesse perodo da reencarnao, nem sempre ocorre, comodemonstram as lembranas posteriores. As conversas que a metem com seu beb podem, dessa forma, serem correspondidasmuito mais do que se imagina. O esprito pode estar participandode todas as atividades externas ao tero. dessa forma que oesprito, cujos pais intentaram abort-lo, sabe dessas intenes.Alguns problemas de relacionamentos podem advir dessa rejei-o inconscientemente (ou conscientemente) sabida.

    Vale lembrar que esse tipo de fenmeno serve tambm paracomprovar os padres existentes no que tange a imortalidade daalma. As afirmaes de Albertson e Freeman, as quais veremos adi-ante, tambm se basearam na investigao desse tipo de fenmeno.

    Vida Antes da Vida e Regresso Vida Passada

    Helen Wambach (1982) fez um relatrio com mais de 1.000casos de pessoas que retornaram (geralmente atravs da hipnoseem grupos de regresso) experincia do nascimento e antesdeste. Um padro desenvolveu-se nitidamente, devido aos rela-tos destes indivduos, mostrando uma consistncia considervel.Em muitos casos, o indivduo lembrou-se de uma vida prvia e dotempo entre as vidas. Dr. Helen confrontou os dados obtidos nacompilao dos relatrios feitos pelos seus sujeitos com as infor-

    maes histricas. Verificou que os dados obtidos na consolida-o das informaes de seus pacientes estavam rigorosamentede acordo com os existentes nos compndios de Histria. Osrelatos de seus pacientes foram obtidos em cidades espalhadasdos Estados Unidos e sem que as pessoas tivessem qualquer co-nhecimento umas das outras.

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    Por vezes, seus sujeitos tambm se lembravam que hesita-ram em voltar terra, a um novo corpo, para uma outra experin-cia, geralmente devido s circunstncias agradveis do outro lado,que eles tinham relutncia em abandonar especialmente quandose apercebiam das muitas dificuldades que iriam encontrar pelafrente na experincia terrestre. Estes dados indicavam tambm,que h guias do outro lado, e que, se lhes for solicitado, ajudamao esprito a tomar uma deciso acerca de retornar. Embora, nemsempre a escolha possvel ao esprito que se v, por vezes,obrigado a reencarnar e a enfrentar processos educativos dif-ceis. Nesses casos o determinismo prevalecer devido a esco-lhas feitas em vidas anteriores, que exigem o necessrio processoeducativo obrigatrio.

    Usando o mesmo padro de regresso de grupo, como paraVida Antes da Vida, Wambach (1978) pedia aos participantes paravoltarem no tempo e irem a datas especficas, e observarem coisas

    bem definidas, tais como: o ambiente fsico, as roupas usadas, aalimentao, e os utenslios e pratos comuns poca, bem como

    outros aspectos relevantes ocorridos e que pudessem ser lembra-dos. Estes dados mostraram padres consistentes no que diz res-

    peito a muitas das questes que foram postas. Um dado interes-sante obtido, foi quanto a incidncia do tipo de sexo (gnero)experienciado pelo sujeito nas suas diversas encarnaesrelembradas. Do seu livro extra o seguinte trecho sobre o assunto:

    Refleti que eu precisava, pelo menos, de um fato biol-gico acerca do passado que me facultasse a conferncia dosmeus indcios. Eu sabia que em qualquer fase pretrita, maisou menos a metade da populao era masculina e a outra

    metade, feminina. Decidi verificar cada perodo de tempo edeterminar quantas regresses tinham redundado em vidasmasculinas e quantas tinham resultados em vidas femininas.Se a rememorao de existncias passadas fosse mera fanta-

    sia, seria de esperar que preponderassem as masculinas: osestudos mostram que o cidado comum, em se lhe oferecendo

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    a possibilidade de escolher, optaria por viver como homem.Contra a probabilidade de que a fantasia produziria maiornmero de sujeitos masculinos, havia o fato de que 78% dosmeus sujeitos no primeiro grupo de seminrios eram mulheres.Seria acaso possvel que as mulheres preferissem ser mulheresnuma vida pregressa?

    Assim sendo, muitos imponderveis gravitavam em tor-no da questo do sexo que seria escolhido numa vida passa-

    da. No obstante(...) meus dados so concludentes. Sem levarem considerao o sexo que tm na vida atual, ao regressarao passado, meus sujeitos se dividiram precisa e uniforme-mente em 50,3% de homens e 49,7% de mulheres. (Recordan-do Vidas Passadas - p. 104/105)

    Surpreendente como a informao obtida pela eminentedoutora vai ao encontro do contedo constante em O Livro dosEspritos, como no comentrio de Allan Kardec s questes 200a 202:

    Os Espritos encarnam como homens ou como mulhe-res, porque no tm sexo. Visto que lhes cumpre progredir emtudo, cada sexo, como cada posio social, lhes proporciona

    provaes e deveres especiais e, com isso, ensejo de ganha-rem experincia. Aquele que s como homem encarnasse s

    saberia o que sabem os homens.

    Comparando esse dois textos surge uma possvel diver-gncia, creditvel cultura dos sujeitos da Dr. Wambach. Seespritos no tm sexo, como afirmam os espritos, ou pelos me-

    nos o possuem, porm de uma forma que no compreendemos,por que preferiria o esprito nascer homem ou nascer mulher? Seno tm sexo, pelo menos possuem noo de sexo semelhante aque possumos, pois tm preferncia sexual bem definida.

    A pesquisa de Vida Antes da Vida, por Wambach, poderiaser expandida para ganhar maior aprofundamento. Poder-se-ia

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    colecionar casos de estudos de terapeutas tendo um conjunto dequestes para perguntar, quando surgisse a oportunidade, semcomprometer/afetar o cliente. Imaginemos se os profissionais queutilizam as mesmas tcnicas da doutora Wambach, se unissem emtorno de historiadores na procura de uma nova abordagem dosfatos histricos? A histria poderia ser reescrita. Os casos deconsultrio poderiam ser escritos e encaminhados ao ConselhoRegional de Psicologia ou a outro rgo que reunisse estudiososno assunto, para anlise e confronto, bem como para o estabele-cimento de novos conhecimentos.

    Nos seus dois excelentes livros, a Dr. Wambach traz, ine-quivocamente, provas veracidade da reencarnao. A Psicolo-gia fica com a palavra. Sua reciclagem como cincia no pode

    prescindir dos conceitos de reencarnao para sua prpria inte-gridade. Dos trabalhos dela, retiro as consideraes sobre a pos-sibilidade do gradiente energtico. Seu mtodo de modificaoda ciclagem cerebral suscitou-me estudos sobre as cargasenergticas dos contedos inconscientes. Tais contedos possu-

    em, para cada encarnao, vibrao especfica. Dentro de umamesma encarnao, cada lembrana tem sua freqncia prpria.Alterando-se aquela ciclagem, permite-se a conexo com a fre-qncia especfica no inconsciente.

    Terapia de Vida Passada

    O uso da terapia da vida passada para pessoas com pro-blemas psicolgicos tem-se expandido geometricamente nos anos

    recentes, no Brasil e, principalmente, nos Estados Unidos. Mui-tos terapeutas tm recorrido a essa tcnica para tratar seus paci-entes. Milhares deles que tiveram uma regresso s vidas anterio-res foram, de alguma forma, auxiliados na compreenso e solu-o de seus problemas psicolgicos. Estas informaes mostra-ram um padro claro que tem sido reiterado com persistncia.

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    Ao pedir a um paciente para voltar a uma experincia ante-rior, qual pode estar relacionada ou causando o problema psi-colgico a ser avaliado, o terapeuta poder no se interessar setal experincia anterior pode ter-se originado na existncia atual(na infncia ou na vida intra-uterina) ou em vidas passadas. Nolhe importa, em princpio, para seu trabalho, a poca, pois lheinteressa a cura do problema. O paciente poder voltar a umavida anterior e observar alguma experincia, normalmente trau-mtica ou de morte, tais como: afogamento, morrer queimado,morrer em acidente de automvel, cair de um lugar alto, ou outrotipo de cena mortal. Com isso no se quer dizer que no se possalembrar tambm de outras experincias que foram ditosas. Em

    princpio qualquer acontecimento do passado pode serrelembrado. Mais facilmente so lembrados aqueles que possu-em uma carga energtica emocional maior e que no tm nenhummecanismo impedindo sua lembrana, oriundo de processos men-tais patognicos ou protetores de lembranas desagradveis. Asexperincias vividas com muita emoo so mais facilmente

    relembradas.O terapeuta poder aliviar consideravelmente o paciente

    ou, talvez, cur-lo completamente se, em primeiro lugar, de formacautelosa, reconduzi-lo atravs da sua experincia anterior, repe-tidamente, at o momento anterior ao trauma experimentado. Emsegundo lugar, pois no basta lembrar-se do passado, dever ini-ciar a terapia a partir do conhecimento do passado, tambm deforma cuidadosa. De qualquer maneira, h a necessidade de setrabalhar o contedo relembrado. Relembrar o passado no sig-nifica retirar o ncleo traumtico que porventura exista no incons-

    ciente do paciente. Conviver conscientemente com essa lembranapoder significar o controle de suas conseqncias. Trabalhar taiscontedos aplicar-lhe uma tica nova. necessrio perguntar-se, aps lembrar do passado: que faria hoje, diante da mesmacircunstncia, de forma a no sofrer nem provocar sofrimento aningum? A resposta vir com a aplicao de uma tica superior,

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    que elimine os complexos, principalmente o de culpa. A lembran-a do passado a ponta do iceberg da terapia. ali que elacomea. Dificilmente ser seu termo.

    Essas sesses de terapia produzem informaes conside-rveis do que parece ter sido a experincia anterior. Levam o

    paciente s suas memrias emocionais de uma existncia anteriorou de experincias da vida intra-uterina, ou mesmo sua infnciae que, aps serem trabalhadas, aliviam os sintomas do problemana maioria dos pacientes.

    Stevenson (1977), que se dedicou pesquisa que envolvialembrana espontnea em crianas e foi um crtico severo dosdados obtidos atravs de Regresso Vida Passada, escrevia:Apesar de tudo, os poucos resultados substanciais de uso dahipnose em tais experincias justificam uma explorao maisextensiva da tcnica com melhor controle. Tal afirmao, nos reflete a importncia que ele dava pesquisa feita pelo mtodohipntico, como tambm aos casos de espontaneidade na lem-

    brana. Sua crtica se baseava nas possibilidades de interferncia

    do operador na hipnose. O que no ocorria nos casos espont-neos.

    As pesquisas de Regresso e de Terapia de Vidas Passa-das poderiam ser uma expanso e refinamento da pesquisa deWambach, se fossem feitas questes mais especficas e detalha-das acerca da experincia da morte. Os resultados obtidos nes-sas pesquisas quando comparados aos obtidos nas Experinciasde Quase Morte, poderiam revelar aspectos relevantes s ativi-dades no perodo entre duas vidas, tomada de decises, ao

    papel dos guias espirituais, ao processo de deciso do retorno,

    ao conhecimento adquirido, anterior entrada no feto, perdade memria (esquecimento do passado) quando e como se da comunicao com a me e/ou pai antes e/ou durante a gravidez,

    bem como a outros aspectos intervenientes no processo evolutivodo ser humano.

    Observo uma tendncia de se utilizar a regresso de me-

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    mria exclusivamente com finalidade teraputica em detrimentoda rea de pesquisa. Tal utilizao exclusiva levar a incorreese riscos no uso da tcnica. A falta de experimentos controlados,de estudos mais profundos sobre a hipnose e suas conseqnciasque no so levadas em considerao nas terapias, poder con-fundir seus usurios. O desconhecimento das interferncias espi-rituais outro fator preocupante no uso da tcnica regressiva.Seria conveniente uma discusso ampla do mtodo sem os pre-conceitos acadmicos.

    Comunicaes de espritos ainda ligados Terra5

    Na anlise deste tpico no me reportarei bibliografiamedinica publicada no Brasil por ser do conhecimento do pbli-co esprita e de fcil acesso. Na bibliografia consultada observeios mesmos padres obtidos por outros mtodos. Vale tambmressaltar, que, os autores consultados no se referem, em suas

    publicaes, s obras espritas. Alguns livros consultados regis-tram depoimentos de espritos contrrios reencarnao, o quedemonstra que o assunto, tanto l (entre os espritos desencarnados)como c, no muito bem conhecido. Pode parecer paradoxal aignorncia de espritos desencarnados quanto ao tema. Tal des-conhecimento , de certa forma, esperado, pois a morte do cor-

    po no empresta sabedoria a ningum. Para alguns espritos oprocesso s sabido quando se aproxima o momento de ocor-rer, fato que esquece aps reencarnar.

    Edith Fiore (1987), Naegeli-Osjord (1988) e William

    Baldwin (1988), conduziram estudos envolvendo comunicaesmedinicas de um grande nmero de espritos que pareciam estarligados Terra e no haviam ido para a luz, como indicado nasExperincias de Quase Morte. A maioria eram espritos desori-entados que tiveram, ou uma sbita morte traumtica e no se5 Espritos presos Terra Errantes, ligados vida material.

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    aperceberam que estavam mortos ou tiveram algum tipo de ob-sesso que teria sido a causadora deles terem ficado ligados s

    pessoas, lugares e/ou coisas do mundo material. As informaesobtidas em mensagens provenientes desses espritos, mesmo con-siderando seus estados de perturbao, em sua maioria, confir-mam a tese da reencarnao.

    Os estudos vieram de mdiuns distintos e de experinciasdiferentes por parte dos pesquisadores. Foram coletadas mensa-gens diversas e a elas aplicadas hipteses e contra-hipteses,chegando-se concluso da existncia de padres que confir-mam a reencarnao e, em certos casos, a imortalidade da alma.H tambm estudos a partir de mensagens de espritos mais adi-antados, no to ligados vida material, que confirmam a tese dareencarnao.

    A pesquisa nos fenmenos de comunicaes medinicasprecisa obter informaes adicionais mais detalhadas, com res-peito escolha e processo de ligao a pessoas, o papel do am-biente e da luz branca6, os motivos para se permanecer ligado

    Terra, as tcnicas e mtodos para se comunicar com tais esp-ritos, o que acontece a eles quando o seu mdium morre, etc.

    Experincias Fora do Corpo

    Experincias fora do corpo fsico, conhecidas vulgarmentecomo desdobramento, projeciologia ou projeo astral, tornam-secada vez mais comuns, tendo em vista a compreenso mais amplaque se teve quando surgiram diversos livros relatando o fenmeno.

    Tcnicas especiais de treinamento passaram a existir para ensinars pessoas como ter uma Experincia Fora do Corpo.Apesar das pesquisas de dados sobre experincias fora do

    corpo serem limitados, os relatos daqueles que tiveram uma, se-6 Padro observado em muitas experincias de quase morte. Os recm-desencarnadoscostumam informar que viram uma luz branca muito forte os atraindo para ela. Teriaessa luz algum papel no momento da reencarnao?

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    guem um padro. Esse padro de tal forma similar, que estabe-lece claramente que, parte do ser humano pode deixar o corpo edeslocar-se para locais, perto e distantes, onde pode ver e ouviro que est acontecendo e depois voltar ao corpo fsico, poden-do, em muitos casos, reter a lembrana das ocorrncias. Diferen-tes perspectivas sobre o tema foram expressas por Tart (1968),Monroe (1977), Vieira (1980) e Blackmore (1982 e 1985). Apsessas experincias de desdobramentos, as pessoas relataram oencontro com espritos desencarnados que confirmaram a reali-dade da reencarnao.

    As pesquisas de experincias de quase morte, de experi-ncias fora do corpo e de comunicaes de espritos ligados Terra, mostram que o esprito pode separar-se do corpo, obser-var o meio ambiente fsico e lembrar-se das suas ocorrncias du-rante o processo.

    Nas experincias de desdobramento deve-se examinar seas ocorrncias produzidas so universais ou dependentes do modode produo ou de outros fatores, isto , se ocorrem da mesma

    forma com todas as pessoas. Tais experincias diferem dos so-nhos comuns, principalmente, pelo deslocamento da conscinciae pela nitidez das lembranas. As pessoas que se projetam di-zem ter sua conscincia deslocada espacialmente do local ondese encontra seu prprio corpo. Outro elemento chave dessas ex-

    perincias sua comprovao, passvel de ocorrer pela consci-ncia dos relatos, porm de difcil prova nos casos de sonhos.

    Aspectos comparativos

    A pesquisa de lembranas espontneas na infncia podeser de grande ajuda, ao se pedir a uma criana que descreva oque aconteceu imediatamente aps a morte na vida passada rela-tada. Dever-se-ia buscar os seguintes esclarecimentos: so asexperincias similares quelas descritas em outros tipos de pes-

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    quisas? O que aconteceu na zona espiritual prxima Terra? Quaisas decises para voltar Terra? Estariam os guias espirituais en-volvidos? Qual o papel deles? Quando que o esprito se liga aofeto? Que experincias foram antecipadas para aquela vida? Aodescrever a vida anterior, ser que a criana fala e age com amaturidade de um adulto?

    Na pesquisa de lembrana do feto que leva a pessoa aretornar no tempo ao perodo anterior ao nascimento, dever-se-ia investigar se o processo de decidir retornar, o mesmo que odescrito por Wambach.

    Nas experincias fora do corpo, principalmente nos esta-dos de coma, quando do retorno do esprito ao corpo fsico, de-ver-se-ia questionar tambm quanto ao processo de entrada nele.Ser que tambm houve interferncia para sua deciso? Naqueleestado fora do corpo, lembrou-se o esprito, de outra encarnao?Teve ele acesso ao seu planejamento reencarnatrio para saberse estava indo bem? Algum esprito o informou a respeito?

    Hipteses de Albertson e Freeman

    Estudando a reencarnao na Universidade Estadual doColorado (USA), Albertson e Freeman (1988)7 testaram algu-mas hipteses e contra-hipteses chegando a concluses seme-lhantes a outros pesquisadores que utilizaram mtodos diferentes.Tais hipteses e contra-hipteses foram aplicadas aos diversosestudos existentes sobre reencarnao bem como gama de fe-nmenos psquicos conhecidos. Revolvendo a histria da huma-

    nidade, as mais diferentes religies, filosofias, e os diversos fen-menos ditos paranormais, eles encontraram concordncias preci-sas (padres) sobre a reencarnao. So os seguintes os padresencontrados pelos dois pesquisadores:7 O estudo de Albertson e Freeman consta de um relatrio encaminhado a diversospesquisadores. H uma cpia nos arquivos do IPP Instituto de Pesquisas Psquicas,da Bahia.

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    1. O ser humano consiste pelo menos em duas partes dis-tintas: um corpo e um esprito;

    2. O esprito uma entidade no-fsica, existe e pode fun-cionar independente e parte do domnio fsico;

    3. O esprito pode tomar decises e escolhas acerca dasua situao, tanto em relao ao mundo fsico quanto ao dom-nio espiritual, desde que no viole as leis causais bsicas;

    4. O esprito existe para sempre;5. Alguns espritos passam por mais de uma vida biolgica

    e esto associados sucessivamente com diferentes corpos fsicos;6. O esprito se separa do corpo fsico aps sua morte;7. O esprito se junta ao corpo fsico, no processo do nas-

    cimento;8. O esprito conserva uma memria de todas as fases da

    sua existncia prvia;9. O esprito tem dois modos ou oportunidades de apren-

    dizagem: experincias no mundo fsico e experincias no domnioespiritual;

    10. O esprito pode aprender os princpios tericos bsi-cos de viver no domnio espiritual e pode aprender a aplicao

    prtica desses princpios no mundo fsico;11. Os pensamentos e aes do esprito numa vida tero

    conseqncias na sua escolha de circunstncias para quaisquervidas subseqentes;

    12. O esprito escolhe cuidadosamente as circunstnciasiniciais corpo, famlia, etc. de uma vida fsica que iniciar;

    13. Um esprito pode receber assistncia, na deciso dereencarnar, de guias espirituais;

    14. O objetivo principal da vida de um esprito aprender epraticar o amor incondicional a todas as pessoas, incluindo a si prprio;15. Enquanto no domnio espiritual, o esprito tem oportu-

    nidades de ajudar queles que se encontram no mundo fsico;16. H vrios nveis de existncia espiritual, aps a morte

    do corpo fsico, onde o esprito pode habitar;

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    17. A situao de um esprito num nvel de existncia espi-ritual, aps a morte do seu corpo fsico, depender da sua evolu-o na poca da morte;

    18. A evoluo do esprito, num dado momento, deter-minada em grande parte, mas no totalmente, pelas suas aes e

    pensamentos passados;19. O nvel mais baixo da existncia espiritual, disponvel

    para um esprito, um estado de ligao prximo matria;20. Espritos que penetram nveis mais elevados da exis-

    tncia espiritual aps a morte do corpo fsico, escolhem fazer issocom a assistncia dos guias espirituais;

    21. Num estado ligado Terra, isto , desencarnado es-pera de reencarnar de novo, um esprito pode encaixar-se numadas vrias atividades, por exemplo:

    a) ligao aos espritos nos corpos;b)esconder-se com medo do contato com outros espritos;c) vaguear de lugar para lugar, tentando comunicar-se com

    espritos que deixam os corpos fsicos;

    22. Nos nveis mais altos da existncia espiritual, um esp-rito pode aprender os princpios de viver em qualquer dos tem-

    plos da sabedoria (cidades espirituais), sob a proteo dos guiasespirituais;

    23. Os espritos preferem a existncia nos nveis mais altosdo domnio espiritual do que no plano da matria e escolhemretornar ao plano fsico para poderem avanar em sua aprendiza-gem.

    Surpreendente como tais padres coincidem com as afir-

    maes do Espiritismo. Os autores no relacionaram na biblio-grafia de seu trabalho nenhum livro de Allan Kardec ou mesmode obras complementares Codificao esprita. Se de um ladotal omisso reflete a abrangncia relativa do trabalho, de outro,serve como demonstrao da coerncia dos resultados e da uni-versalidade das teses espritas;

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    Regresso de Memria

    O termo tem seu significado a partir da verificao de que possvel, a qualquer pessoa, lembrar-se de acontecimentos pas-sados dos quais foi protagonista. Tal passado verificou-se no serestringir atual existncia. Alguns experimentadores e, principal-mente, terapeutas, esbarraram em vivncias de seus sujeitosque extrapolaram, de forma categrica, os limites da vida intra-uterina.

    Nos casos relatados a respeito dos resultados obtidos coma regresso de memria, sobretudo levados a efeito por psiclo-gos, no se observa qualquer induo do operador ao sujeito quan-to a crena na reencarnao. As ocorrncias verificadas em con-sultrios de psiclogos se deram independentes do desejo ou dosconhecimentos dos profissionais e de seus clientes. A exemplodisto cito os trabalhos do Dr. Morris Netherton, nos EUA. No

    prefcio da edio americana de seu livro Vidas Passadas emTerapia, de julho de 1979, o Doutor em Medicina Walter Steissafirma categoricamente: Embora a doutrina da reencarnao

    seja utilizada como um instrumento dessa forma de terapia, acrena na mesma no imprescindvel ao seu xito.O campo da pesquisa sobre reencarnao, atravs da re-

    gresso de memria, bem como sua utilizao clnica, uma reacom grande quantidade de informaes, envolvendoexperimentadores e terapeutas em vrias partes do mundo. Albert

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    De Rochas (Frana), Edith Fiore (EUA), Denis Kelsey (Inglater-ra), Morris Netherton (EUA), Edgar Cayce (Inglaterra), HelenWambach (EUA), Hermnio Miranda (Brasil) e outros, desenvol-veram experincias em torno da regresso de memria com re-sultados surpreendentes. A regresso de memria extrapolou ocampo cientfico e penetrou nos consultrios de psiclogos. Dacrena, investigao e desta, utilizao como mtodo paraincio de terapia, ela vem se tornando importante instrumento deauxlio s pessoas encontrarem as causas de seus traumas e con-flitos.

    A tcnica foi introduzida em terapias sem a preocupaoda validao cientfica, promovendo reaes nos organismos ofi-ciais de controle do exerccio da profisso. No que se deva ne-cessariamente submeter-se a tais rgos, mas, no s para mos-trar-se que aquela nova prtica pode significar uma tendncia ouuma nova abordagem em psicoterapia, como tambm para bus-car, atravs da pesquisa cientfica, testar sua eficcia. Deve-secriticar a postura de tais rgos que, de forma subserviente, acei-

    ta a psicanlise freudiana como cincia e no acata a regressode memria como tcnica que, inclusive foi utilizada nos trabalhosiniciais de Sigmund Freud (1856-1939), criador da psicanlise.

    Terapia regressiva a vivncias passadas (TRVP) o termoempregado para a tcnica introdutria ao mtodo teraputicousado pelos profissionais em psicologia, que buscam (ou que en-contram, pois o fato surgiu antes da teoria), atravs da regressode memria, a provvel causa dos conflitos de seus pacientes, empocas anteriores existncia atual, como tambm em perodosda infncia presente e durante a vida intra-uterina. O termo

    vivncias foi criado com o intuito de alcanar a interpretao deque esses fenmenos regressivos poderiam se situar em outra esferaque no a de vidas passadas. As vivncias passadas poderiam sedar na existncia atual ou mesmo ser imaginaes com um fortesentido de realidade. Dessa forma, tambm se fugiria fiscaliza-o dos organismos de controle do exerccio da profisso, como

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    tambm aos opositores sistemticos e a uma clientela maispreconceituosa. No fundo a TRVP contm a Regresso de me-mria.

    So diversos os mtodos empregados para se alcanar alembrana do passado. Vrias tambm so as teorias sobre comofunciona a mente humana e onde se localizam essas memrias.Parece comum a idia de que as memrias fazem parte do con-tedo inconsciente no armazenado no crtex cerebral, mas simnum organismo subjacente, acessvel por algum mecanismo aindadesconhecido e estreitamente ligado ao consciente. A lembranados contedos oriundos de outras encarnaes estaria relaciona-da com a faculdade de se desligar momentaneamente um corpodo outro, isto , o fsico do perisprito, tornando a informaocontida no corpo espiritual, acessvel. Tal possibilidade pode serespontnea, como era o caso de Edgard Cayce, tanto quanto

    provocada nos casos relatados em alguns dos outros autores ci-tados. A acessibilidade espontnea tambm possvel atravs deconexes com eventos similares aos ocorridos no passado, que

    abrem uma espcie de janela que possibilita essa ligao. Ajanela uma espcie de plug que promove a ligao da zonaconsciente com a inconsciente, onde esto as memrias passa-das. Quando nos deparamos com algum evento semelhante aoque j vivemos no passado e que tem uma carga emocional signi-ficativa, comum voltarmos a ter a mesma emoo anterior. Em-

    bora esqueamos muita coisa do passado, no perdemos aquiloque teve suficiente carga emotiva e que se constitui num ncleoenergtico8, o qual possibilitar oportunamente ser relembrado.

    O primeiro passo para as investigaes sobre regresso de

    memria foi dado por Albert De Rochas que, atravs do magne-tismo9, constatou a possibilidade da dissociao entre o crtex e

    8Esse ncleo energtico guarda muita semelhana com a definio de complexo deC. G. Jung.9 Imposio das mos para transmisso de fluidos do operador ao sujeito. Tais fluidosteriam a propriedade de favorecer a alterao dos ciclos cerebrais que permite oacesso a informaes arquivadas fora do crtex cerebral.

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    o perisprito. Descobriu ele, com a magnetizao, a exteriorizaoda sensibilidade para alm do corpo, possibilitando o acesso aoscontedos mais recnditos da mente humana. Dessa forma, isto, com a manipulao de uma energia sutil, a regresso de mem-ria caracteriza-se como um mecanismo automtico, sem conotaosubjetiva, nem dependente da crena do sujeito ou da contribui-o do operador que induziria o sujeito imaginao fantasiosa.A participao do operador, na aplicao do mtodo de regres-so, como direcionador das memrias do sujeito, cai por terra. Omagnetismo, ao contrrio da hipnose, elimina os aspectosdirecionadores da fala do operador, reduzindo sua possvel inter-ferncia.

    A hipnose foi, e ainda , utilizada por muitos profissionaisque praticam a regresso de memria. O processo hipntico pa-rece modificar a ciclagem cerebral, induzindo a alteraes da fre-qncia para ciclos menores, penetrando em estados de incons-cincia. Essa possibilidade, como se pode constatar nos traba-lhos da Dr. Helen Wambach10, permite eliminar o diferencial

    energtico existente entre o inconsciente atual e o que contm asmemrias de vidas anteriores. Tal diferencial responsvel pelaimpossibilidade da lembrana imediata do passado. No processoda reencarnao, penetra-se num corpo fsico com freqnciasdiferentes das existentes no corpo espiritual. As memrias estari-am em diferentes freqncias do corpo espiritual. Cada existn-cia comportaria um gradiente energtico para essas memrias. Ogradiente consiste numa escala de quantidade de energiadespendida para cada atitude ou emoo, sendo que, numa mes-ma existncia ele mnimo, menor que entre existncias diferen-

    tes. Tal carga energtica agregada a uma memria poder, porsimilitude com um dado presente, estabelecer uma conexo quedesencadearia a lembrana do passado.

    A hiptese da existncia do gradiente energtico das me-mrias parece tambm justificar um outro mtodo, de certa for-10Vide explicaes sobre o mtodo por ela empregado em seu livro Vida Antes da Vida.

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    ma revolucionrio, do psiclogo americano Morris Netherton. Seumtodo, em sntese, consiste na repetio de frases identificadas

    pelo operador no curso das entrevistas com o sujeito, cuja signi-ficao relaciona-se com contedos emocionais, desencadeandoseus processos anteriores. Parece haver conexo entre as vibra-es emitidas pela repetio das frases e aquelas inerentes smemrias do passado. Os ncleos traumticos daquelas memri-as seriam o ponto de partida dessas lembranas. Dessa forma,

    pode-se dizer que geralmente possvel a lembrana daquilo quefoi suficientemente forte e intenso emocionalmente nas experin-cias passadas. A carga energtica de cada lembrana parece es-tar associada a uma poca, ao local em que ocorreu, ao ambientee personalidade que a viveu, formando uma matriz, cujos ele-mentos estariam numa mesma vibrao energtica. Essa cargaenergtica teria, ento, um gradiente pequeno dentro de umamesma existncia. A repetio das frases desencadeia as lem-

    branas que estejam numa mesma freqncia.O mtodo parece revolucionrio por no utilizar a hipnose

    clssica, nem o magnetismo, nem a induo verbal, presentes emoutros experimentadores. A reao do sujeito quando ocorre arepetio das frases, em alguns casos, parece com o transe quese d em certos tipos de mediunidade. Caberia um melhor estudodas reaes do sujeito no momento da catarse do passado. Creioque, um EEG no momento da lembrana, comparado a um outrono momento do transe medinico, poderia servir a estudos muitointeressantes. Haveria alguma espcie de transe no momento dalembrana da vivncia passada pelo mtodo da repetio de fra-ses? Ser que o mtodo de Netherton altera a ciclagem cerebral?

    As terapias que utilizam a regresso de memria ainda soconsideradas alternativas, cujo conceito tomado no sentido pe-jorativo pelos meios acadmicos. Vtima do preconceito de al-guns profissionais da Psicologia, as tcnicas regressivas ainda te-ro seu lugar como mtodos teraputicos imprescindveis com-

    preenso dos problemas humanos. Os mtodos no so reco-

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    nhecidos oficialmente pelos conselhos de Psicologia e Medicinano Brasil. Essa ser uma discusso necessria para a prximaetapa da implantao definitiva da pesquisa da reencarnao nosmeios acadmicos.

    Mais adiante abordarei o assunto da regresso de mem-ria de forma mais detalhada, evidenciando aspectos mais prticosno que diz respeito a suas conseqncias. De qualquer forma, suautilizao hoje vem crescendo cada vez mais, tendo em vista osexcelentes resultados obtidos nos processos de cura dos traumase conflitos humanos.

    comum, nos Centros Espritas, o uso do mtodo nos pro-cessos de desobsesso, aplicados nas reunies medinicas (nemsempre com os devidos cuidados), em espritos que necessitamenxergar seu passado para compreender seu presente. O uso daregresso de memria nos Centros Espritas, no Brasil, ocorreuantes da chegada da TRVP. A Dr. Edith Fiore, em seu livroPos-

    sessoEspiritual, usando a hipnoterapia, constatou a possibili-dade de estar lidando com espritos desencarnados e no com

    memrias anteriores de seus pacientes.Considero que, como mtodo de investigao, a regresso

    de memria to confivel quanto as outras tcnicas. Nada deixaa desejar quanto a veracidade dos contedos expostos pelos su-

    jeitos, muito embora possa encontrar-se, em certos casos, regis-tros de inconsistncia. Tais registros, no invalidam o mtodo,

    pois as inconsistncias podem ser encontradas em outros tiposde experimentaes. O fato de ser um mtodo artificial, isto ,

    provocado, no lhe retira a credibilidade.A regresso pode levar o indivduo a sensaes, imaginri-

    as ou reais, desta ou de outras encarnaes. Pode, por exemplo,um indivduo, sendo bigrafo de algum, a ponto de saber deta-lhes ntimos de sua vida, submetendo-se mais tarde a uma regres-so, dizer que foi aquele personagem. Isso se daria por mistifica-o inconsciente ou por algum recalque. H tambm um casorelatado pelo pesquisador Henrique Rodrigues, brasileiro de Belo

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    Horizonte-MG, no qual, um ator, submetido a uma regresso, lem-brou-se ter sido um personagem mitolgico, (Jaso) portantoinexistente. Tais ocorrncias no invalidam o mtodo como formade se provar a reencarnao, pois so casos isolados.

    O mapeamento do crebro contribuir para que a cinciadescubra que, no nele que est a fonte dos registrosmnemnicos, mas sim em algum ponto fora dele. As reas cere-

    brais so instncias mecnicas por onde transitam sinais eltricos,tais quais estaes abaixadoras dos contedos perispirituais. Po-dem-se encontrar registros reencarnatrios bem como de ocor-rncias da atual encarnao, ali colocadas por transferncia do

    perisprito, de cuja fonte se originam.

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    Regresso de memria e

    reencarnao

    A regresso de memria o nome da tcnica utilizada como intuito de se levar o indivduo a lembrar-se de dados referentess ocorrncias passadas da existncia atual e das suas encarnaesanteriores. O termo tambm empregado para lembrana devivncias (emoes subjetivas sem a interferncia de processos

    conscientes) anteriores, dessa ou de outras encarnaes. O ob-jetivo primeiro daqueles que se dedicaram no passado tcnica,era encontrar a prova da reencarnao. H vrias evidncias deque se chegou a confirmao dessa hiptese. Os trabalhos publi-cados em vrias partes do mundo demonstram isso. As tcnicasregressivas so vrias, desde a magnetizao do sujeito hipno-se, passando pelo transe, como tambm pelo processo de repe-tio de frases, segundo a tcnica de Netherton.

    A regresso tem sido objeto de controvrsias quanto a suavalidao. A mais comum das opinies contrrias a de que o

    operador influencia o sujeito na regresso. Segundo essa opinio,o sujeito captaria os contedos do inconsciente do operador. Hainda quem afirme que os contedos manifestos durante a regres-so vm do inconsciente individual, isto , criado exclusivamentena vida atual, ou do inconsciente coletivo do sujeito.

    Atualmente as experincias com regresso saram do ter-

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    58 adenuer novaes

    reno experimental e passaram a servir como tcnica de apoio adiversas psicoterapias, dentre elas a conhecida com o nome deTerapia Regressiva a Vivncias Passadas (TRVP), tem sido a maisdifundida. Essa utilizao fez proliferar seu uso em consultrios,clnicas, workshops, colquios, e, tambm, em congressos ci-entficos.

    Muita gente deseja fazer a regresso para saber sobre seupassado. No necessrio buscar semelhantes informaes parase viver bem no presente. Aquilo que necessrio saber sobreseu prprio passado, o ser humano j traz na conscincia. Oscontedos inconscientes j so suficientemente intensos para que-rer-se ir mais alm. Tentar saber mais, pode ser extremamente

    perigoso. H traumas, conflitos e outras emoes do passadoque, aflorando de vez, podem desencadear reaes com con-seqncias incontrolveis ao indivduo. No se deve buscar o

    passado por mera curiosidade. A regresso deve ser utilizada parapesquisa ou como recurso teraputico, em ambos os casos porpessoa habilitada para tal. A indicao da regresso como forma

    teraputica deve partir do profissional que a utiliza. Ela no re-comendvel para qualquer caso, embora h quem utilize e defen-da seu uso indiscriminado para qualquer pessoa. Certamente que,sua disseminao na clnica psicolgica, ser de grande utilidade

    para seu estudo mais aprofundado, porm, no indicada paratodos os casos, principalmente em crianas e para certos de tiposde transtornos psquicos.

    Alguns pesquisadores notaram a ocorrncia de fenmenosmedinicos durante a regresso. Nem sempre lhes foi possvelestabelecer a diferena entre estar lembrando de uma encarnao

    passada e a ocorrncia de um esprito desencarnado falando atra-vs do sujeito. O fenmeno medinico to ou mais desconheci-do que as tcnicas regressivas s vivncias passadas.

    A tcnica tambm utilizada em sesses medinicas, parafazer o esprito lembrar-se de seu passado, com excelentes resul-tados teraputicos. So tcnicas ditas desobsessivas que visam

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    59reeencarnao: processo educativo

    esclarecer a entidade espiritual quanto ao que est ocorrendoconsigo. O esprito, ao lembrar-se do seu passado, verifica quesuas atitudes ou as de algum que ele est perseguindo, no somais do que reflexos do seu comportamento em outra vida. Algu-mas vezes, em certos mdiuns, quando submetidos regressode memria, a lembrana do passado, nada mais , do que a

    presena de uma entidade espiritual no seu campo medinico.O mdium no est lembrando-se de seu passado, mas o pas-sado da entidade espiritual que est sendo projetado em sua men-te. As regresses feitas por experimentadores encarnados ementidades espirituais ocorrem atravs dos mdiuns. No se sabeque efeito essa tcnica proporciona ao mdium, pois, talvez, du-rante a regresso do esprito, ele tambm entre no mesmo esta-do. Pesquisas mais aprimoradas poderiam detectar tais influnci-as. A tcnica feita com a ajuda de espritos mais experientes queconduzem os trabalhos medinicos.

    Quando se fala em regresso no se pode deixar de pensartambm em progresso. Seria possvel investigar as vidas futu-

    ras? Se existem sonhos premonitrios, e eles sinalizam para taisprobabilidades, ento se pode, por extenso, investigar tanto ofuturo da vida atual, quanto a provvel futura encarnao do es-

    prito. Digo provvel para no se pensar num determinismo quan-to ao futuro. Da forma que estou colocando, penetro no terrenoespeculativo. Caso se chegue a algum resultado, nada impedeque o esprito, no perodo de intermisso, mude o que foi antesvisto, ou mesmo, que aceite aquele tipo de encarnao prevista.

    Nas pesquisas de regr