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Aulas 1 a 32

Geografia – PM MG

Professor: Rivaldo Machado

Aulas: 32

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Aulas 1 a 32

Apresentação

Rivaldo Lins Machado

Graduado em Ciências Sociais

Pós-graduado em Sociologia

Experiência de 8 anos em curso preparatório para concursos públicos nas

disciplinas de conhecimentos gerais, atualidades e geografia.

Amigos(as),

Começamos uma nova jornada de estudos com a missão de atingir novos

objetivos. A partir de agora devemos centrar nossas capacidades nas metas a

serem atingidas em um futuro muito próximo.

Como disse Clarice Lispector: É necessário abrir os olhos e perceber que as

coisas boas estão dentro de nós, onde os sentimentos não precisam de motivos

nem os desejos de razão.

Assim, desejo muita sorte e sucesso nesse novo caminho.

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Geografia

A Terra no Espaço

Se compararmos a Terra com as dimensões do Universo a única certeza que teremos é

que nosso planeta é muito pequeno. Por outro lado, não devemos nos esquecer que nosso

planeta apresenta uma peculiaridade: é o único com vida comprovadamente existente.

"A Terra é azul." Esse é o comentário do russo Iuri Gagárin, primeiro homem a avistar o

planeta de uma nave espacial, em 1961. Fotografias tiradas nas últimas décadas

confirmam que a Terra parece mesmo uma brilhante esfera azulada, só que mesclada de

branco. O azul provém do fato de 70% da superfície terrestre ser ocupada por água,

enquanto o branco vem da coloração da camada de nuvens que envolvem o planeta.

Crédito: The Planetary Society - Nasa

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A existência de vida em nosso planeta só se tornou possível devido a existência de outro

astro: o Sol. As tabelas abaixo procuram dar uma idéia desses dois astros.

CARACTERÍSITCAS DA TERRA

Diâmetro equatorial 12 700 Km

Diâmetro polar 12 713 Km

Achatamento 1/298

Circunferência equatorial 40 110 Km

Circunferência polar 40 009 Km

Superfície 510 000 000 Km2

Volume 1 083 000 000 000 Km3

Massa 6 sextilhões de toneladas

CARACTERÍSTICAS DO SOL

Distância da Terra 150 000 000 Km

Diâmetro 1 390 000 Km

Volume 1 300 000 vezes o da Terra

Densidade Média 1,4

Massa 330 000 vezes a da Terra

Composição 75% de hidrogênio e 25% de hélio

A Terra e seus Movimentos

Temos uma falsa impressão de que a Terra esta estática, parada e os demais astros que

nos circulam em movimento. Porém, a realidade é muito diferente daquela apanhada pelos

nossos sentidos. A Terra é um planeta que apresenta aproximadamente 14 movimentos

Entre os principais movimentos executados pela Terra, nos deteremos em dois: o de

rotação e o de translação. Esses dois movimentos são os mais importantes. Eles, além de

auxiliarem na medida do tempo terrestre, também influenciam no mecanismo das estações

do ano. Assim, estes movimentos regem o cotidiano humano e natural em nosso planeta.

O Movimento de translação

A Terra, bem como os demais planetas do sistema solar, executam esse movimento em

torno do Sol em suas órbitas elípticas. No caso da Terra, devido a forma da órbita, as

vezes estamos mais próximos e as vezes mais distantes do Sol. No início do ano estamos

no periélio (menor distância: 147,1 milhões de quilômetros); e no meio do ano estamos

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afélio (maior distância: 152,1 milhões de quilômetros). Veja outras características deste

movimento na tabela abaixo:

Sentido Oeste/Leste

Tempo Aproximadamente 365 dias

Velocidade 29,9 Km/s

Espaço percorrido na órbita 930 milhões de quilômetros

Conseqüências Estações do ano, desigualdade na distribuição de luz e calor, desigual duração dos dias e noites e a ocorrência dos Solstícios e Equinócios.

Outro ponto que merece destaque é o posicionamento do eixo terrestre em relação ao

solar. Entre eles existe uma inclinação de 230 27’ conhecida com obliquidade da eclíptica.

Essa diferença faz com que se originem as diferentes estações do ano. Dependendo da

posição que a Terra se encontra em sua órbita, teremos os Solstícios e os Equinócios.

Os Solstícios representam as épocas do ano em que os Polos da Terra se encontram mais

próximos ou mais distantes do Sol. Daí a desigualdade nas temperaturas e na duração dos

dias e das noites.

Os Equinócios são as épocas do ano em que os Polos são igualmente iluminados pelo Sol.

Como consequência, existe um maior equilíbrio nas temperaturas e na duração dos dias e

das noites.

- Observação

Ano bissexto: Ocorre quando o ano apresenta 366 dias, ou seja, como o movimento de

translação dura 365d 5h 48m 48seg, adota-se como sendo um ano de 365 dias, restando

aproximadamente 6 horas por ano que são acrescidas a cada 4 anos (4 x 6) = 24 horas,

sendo que o mês de fevereiro fica então com 29 dias.

O Movimento de rotação

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Consiste no movimento que a Terra executa em torno de seu próprio eixo. Esse eixo é

imaginário passando por seus polos. Devido ao movimento de rotação temos a impressão

de que o Sol nasce a Leste e se põe a Oeste, mas a realidade é diferente. É a Terra que,

executando seu movimento de rotação, gira de Oeste para Leste, dando-nos a falsa

impressão que o Sol gira ao seu redor. O quadro abaixo apresenta as principais

características desse movimento:

Sentido Oeste/Leste

Tempo Aproximadamente 24 horas

Velocidade 1 666 Km/h na altura do equador

Conseqüências Sucessão dos dias e noites, abaulamento dos pólos e achatamento do equador e a circulação atmosférica.

Entre as diferentes consequências do movimento rotação destacam-se os diferentes fusos

horários. Esses surgiram como consequência da maior integração das diferentes e

distantes regiões de nosso planeta, surgindo a necessidade de padronização das

diferentes formas de medir o tempo. Assim, se compararmos a localização de dois pontos

em nosso planeta é possível saber que diferenças, em horas, os separam.

Porém, antes de vermos como ocorrem essas diferenças devemos compreender as

diferentes maneiras de nos localizarmos. Mais adiante voltaremos aos fusos horários.

Orientação

Baseia-se inicialmente em quatro direções denominadas PONTOS CARDEAIS a saber:

Norte – ou Setentrião ou Boreal (em astronomia)

Sul – ou Meridião ou Austral (em astronomia)

Leste – Oriente, nascente ou levante

Oeste – Ocidente, Poente ou ocaso

Necessariamente deve ser complementada pelos pontos COLATERAIS e

SUBCOLATERAIS na ROSA-DOS-VENTOS:

Verifique que devido no mostrador das BÚSSOLAS, as iniciais podem ser grafadas em

INGLÊS:

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Atualmente, está em uso civil e cada vez mais comum o GPS (Global Positioning Sistem),

desenvolvido inicialmente para a área militar mas desde o final dos anos 1990 vem

equipando veículos, telefones celulares entre outros instrumentos.

Baseia-se em 24 satélites que orbitam a Terra e um aparelho receptor que necessita

rastrear de quatro a cinco destes satélites para a demarcação de Latitude, Longitude e

altitude de onde se esteja.

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O planeta Terra

Se compararmos a Terra com as dimensões do Universo a única certeza que teremos é

que nosso planeta é muito pequeno. Por outro lado, não devemos nos esquecer que nosso

planeta apresenta uma peculiaridade: é o único com vida comprovadamente existente.

"A Terra é azul." Esse é o comentário do russo Iuri Gagárin, primeiro homem a avistar o

planeta de uma nave espacial, em 1961. Fotografias tiradas nas últimas décadas

confirmam que a Terra parece mesmo uma brilhante esfera azulada, só que mesclada de

branco. O azul provém do fato de 70% da superfície terrestre ser ocupada por água,

enquanto o branco vem da coloração da camada de nuvens que envolvem o planeta.

A existência de vida em nosso planeta só se tornou possível devido à existência de outro

astro: o Sol.

As tabelas abaixo procuram dar uma ideia desses dois astros.

CARACTERÍSITCAS DA TERRA

Diâmetro equatorial 12 700 Km

Diâmetro polar 12 713 Km

Achatamento 1/298

Circunferência equatorial 40 110 Km

Circunferência polar 40 009 Km

Superfície 510 000 000 Km2

Volume 1 083 000 000 000 Km3

Massa 6 sextilhões de toneladas

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CARACTERÍSTICAS DO SOL

Distância da Terra 150 000 000 Km

Diâmetro 1 390 000 Km

Volume 1 300 000 vezes o da Terra

Densidade Média 1,4

Massa 330 000 vezes a da Terra

Composição 75% de hidrogênio e 25% de hélio

OS MAPAS E A CARTOGRAFIA

Os mapas constituem um instrumento essencial para os estudos geográficos. São

utilizados para facilitar a visualização e a localização dos acontecimentos na superfície do

planeta. A primeira preocupação da geografia está nessa localização que vai desde um

ponto específico, como uma rua; até um ponto geral, um continente.

A cartografia, por sua vez, consiste na disciplina responsável pela construção dos mapas

ou cartas geográficas. Que são representações gráficas – um desenho – de um local ou da

totalidade do espaço geográfico.

Um mapa possui diversos elementos, destacando-se:

Título: É o nome do mapa e se refere ao que ele retrata. Como por exemplo: Relevo do

Brasil, Aglomerações Urbanas, etc.

Símbolos: Também conhecidos como as convenções cartográficas, são desenhos

especiais (um círculo, um triangulo ou um pequeno avião), que indicam pontos que foram

mapeados como as cidades e os aeroportos. Geralmente seu significado aparece em uma

legenda, na parte lateral ou inferior do mapa.

Escala: A escala é o elemento de relação entre as proporções reais e as que estão

representadas no mapa. Todo mapa é feito de acordo com uma escala, que indica quantas

vezes as medidas reais foram reduzidas.

Tipos de Escalas

Escala numérica

Quando representada sob a forma de uma razão (1:2.000.000) ou de uma fração

(1/200.000). Nesse caso dizemos que a escala é de um por duzentos mil. Sendo que, 1

corresponde ao número de centímetros no mapa e 200.000 corresponde ao número de

centímetros reais (no terreno).

Veja como são feitas as conversões:

1. Qual é a distância real aproximada entre São Paulo e Curitiba? Sabe-se que no mapa

de escala 1:2.000.000, esses cidades distam 20 cm em linha reta.

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Cálculo:

Se 1 centímetro no mapa equivale a 2.000.000 centímetros no terreno, então precisamos

transformar a distância do terreno em quilômetros, para isso, precisamos fazer o seguinte:

Utiliza-se a tabela dos múltiplos e submúltiplos do metro:

Km hm Dam M dm cm mm

20 0 0 0 0 0

Então cada 1cm no mapa corresponde a 20 km no terreno.

Desta forma, se a distancia aproximada entre São Paulo e Curitiba no mapa e representa

do por 20 cm, deveremos descobrir qual à distância na realidade. Esse número

conseguimos através da aplicação da regra de três:

1 cm _________ 20 km

20 cm _________ X

1x = 20.20

x = 400 Km

Assim, concluímos que a distância aproximada entre as cidades de Curitiba e São Paulo é

de 400 Km.

Escala Gráfica

Quando são representadas sob a forma de uma reta graduada, onde existe uma relação

direta entre a distância representada e real, facilitando a leitura do mapa. Veja o exemplo

abaixo:

Nesse caso cada 1 centímetro no mapa representa 1 Km na realidade, apesar da

graduação ser feita em escala de 2 centímetros.

Indicador de direção: Essencial em um mapa, consiste em uma pequena seta que aponta

para o norte, sendo que a partir dele podemos encontrar os demais pontos cardeais (sul,

oeste e leste). É incorreto imaginar que, necessariamente, o norte de um mapa está em

sua parte superior e o sul na inferior. Devemos imaginar os mapas como uma

representação área, logo não existe uma parte superior e outra inferior. Assim, o indicador

de direção é essencial em qualquer mapa.

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Linhas: São os paralelos e os meridianos que existem nos mapas. São linhas imaginárias

que tem como função dar a localização exata de qualquer ponto no globo terrestre, a partir

de sua longitude e latitude. Essa localização é dada através das coordenadas geográficas.

Latitude

É a distância contada em graus, de um ponto qualquer da superfície terrestre até o

Equador.

Pode ser: Norte ou Sul

Varia de 0º a 90º - É medida pelos paralelos.

Longitude

É a distância contada em graus, de qualquer ponto da superfície terrestre até o Meridiano

de Greenwich.

Pode ser: Leste ou Oeste

Varia de 0º a 180º - É medida pelos meridianos.

Curvas de nível

Numa planta topográfica, uma curva de nível caracteriza-se como uma linha imaginária

que une todos os pontos de igual altitude de uma região representada. É chamada de

"curva" pois normalmente a linha que resulta do estudo das altitudes de um terreno são em

geral manifestadas por curvas.

São associadas a valores de altitude em metros (m)

Portanto, a curva de nível serve para identificar e unir todos os pontos de igual altitude de

um certo lugar.

Esta pode ser interpretada como uma batata, se a cortarmos em camadas, depois

gradualmente desenharmos cada "camada" da batata em uma folha de papel, poderemos

interpretar o desenho como uma planta de altitudes de um lugar. Se repetirmos o ato

varias vezes no mesmo papel poderemos unir os pontos de iguais altitudes formando uma

curva de nível.

As curvas de nível indicam uma distância vertical acima, ou abaixo, de um plano de

referência de nível. Começando no nível médio dos mares, que é a curva de nível zero,

cada curva de nível tem um determinado valor. A distância vertical entre as curvas de nível

é conhecida como equidistância, cujo valor é encontrado nas informações marginais da

carta topográfica.

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Fusos horários

Se a Terra estivesse parada diante do Sol, teríamos sempre o mesmo horário em todo o

planeta. Como isto não ocorre, encontramos diferenças de até 24 horas nos mais diversos

locais do planeta. Dessa forma, existe uma convenção criada pelo homem, onde dentro de

cada uma das 24 faixas entre os meridianos, a hora é a mesma. Como nosso planeta

possui 360º e 24 fusos, cada fuso equivale a 15º. Quando se passa de um fuso para o

outro, devemos aumentar (a leste) e diminuir (a oeste) uma hora. Não esquecendo que os

minutos e segundo permanecem os mesmos, com raras exceções.

Sistema físico da Terra

O Planeta Terra, principalmente sua camada superficial onde vivemos, não é um sistema

estático. Pelo contrário, nosso planeta apresenta grande dinâmica. Os elementos com os

quais convivemos passam por alterações, algumas facilmente perceptíveis outros com

maior dificuldade de percepção devido à velocidade dos acontecimentos.

Nesse sistema físico o fator que gera essa dinâmica é a energia, que tem duas origens: a

irradiação solar e a energia do interior da Terra.

A energia solar é a mais importante, pois sem ela não existiria a água em estado líquido, a

mudanças na temperatura e atmosfera e todas as formas de vida. Por sua vez, a energia

do interior da Terra é responsável pelas formações de diferentes formas de relevo, através

do vulcanismo, do tectonismo, dos dobramentos, etc. Observe na figura abaixo, como

esses elementos agem sobre o sistema físico da Terra.

Adaptado de: Nasa, Science of the Earth Sistem, 2002.Fonte: Geografia – Série Brasil, José William Vesentini, Editora Ática,

São Paulo, 2004.

A Superfície do planeta

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O ser humano ocupa uma pequena parcela da superfície do planeta. Essas parcelas

denominaram de espaço geográfico. Nem toda a superfície é ocupada pelo homem, pois

ele não vive no fundo dos oceanos, na atmosfera ou nas camadas mais profundas.

A superfície do planeta é uma camada de aproximadamente 20 000 metros de espessura,

onde ocorre o contato entre as esferas de nosso planeta: a atmosfera, a litosfera, a

hidrosfera e a biosfera.

Através dessa interação poderíamos afirmar que biosfera e espaço geográfico são

conceitos idênticos. Isso não é verdade, pois o espaço geográfico abrange além da vida no

planeta, também os elementos inorgânicos como a tecnologia utilizada e que vão além da

biosfera.

Vamos agora compreender as características e o funcionamento de cada uma dessas

esferas, percebendo que o espaço ocupado passa por profundas mudanças e se

compreendermos essas mudanças podermos entender melhor o papel do homem nesse

planeta.

A LITOSFERA

É a camada externa de nosso planeta, também conhecida como crosta terrestre. Ela é

formada por rochas e minerais. Mais qual a diferença entre esses elementos?

Os Minerais são elementos que possuem uma definição muito clara de sua composição

química. Quanto um ou mais minerais se agregam ocorre à formação de uma rocha.

As Rochas podem ser classificadas de acordo com sua origem, onde temos três conjuntos:

Ígneas ou Magmáticas: são formadas a partir da solidificação do magma, que consiste no

material fundido que se encontra no interior do planeta. A solidificação pode ocorrer nos

continentes ou no fundo dos oceanos. Se ocorre na superfície são classificadas como

extrusivas ou vulcânicas, se ocorre no interior da crosta terrestre são classificadas como

intrusivas ou plutônicas. Ex.: mica, quartzo e basalto.

Sedimentares: Resultam do processo de desgastes de outras rochas. O material erodido

(sedimentos) é transportado pela água da chuva e os ventos, acumulando-se em regiões

que recebem detritos orgânicos. Esse acúmulo, somado a pressão de camadas superiores,

recebe a denominação de sedimentação. Ex.: arenito, calcário e carvão-mineral.

Metamórficas: As rochas sedimentares e magmáticas quando sofrem a ação da pressão e

da temperatura passam por algumas mudanças, dando origem a rochas como o mármore

e o gnaisse.

Camadas Internas da Terra

A Terra é composta das seguintes camadas:

Crosta Terrestre

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Formada pelo Sial e Sima. A Crosta Terrestre ou Litosfera (Lithos = Pedra) é a camada

mais externa da Terra e encontra-se consolidada. É na superfície que ocorrem os

fenômenos de erosão e sedimentação e é também nela que vivemos.

A crosta terrestre apresenta espessura bastante variável: 60 km nas montanhas e apenas

5 a 10 km nas bacias oceânicas. Nos continentes, sua espessura média é de 40 km.

De acordo com a sua constituição, podemos subdividi-la em:

Sial: É a porção superficial da crosta, correspondendo ao solo e subsolo, principalmente

constituída de silício e alumínio (SIAL). Predominam as rochas magmáticas e

metamórficas. Sua espessura é de 15 a 25 km, com densidade de 2,7.

Sima: É a porção interna da crosta terrestre, com predomínio de rochas básicas e de

minerais de silício e magnésio, com densidade de 2,95.

Magma Pastoso

O magma pastoso está subdividido em três camadas:

Manto: camada situada logo abaixo do Sima. Espessura de 2 900 km, temperatura em

torno de 3.400ºC e densidade média de 3,3. O material acha-se em estado pastoso. O

material é constituído de silicatos ferromagnesianos. É semelhante à constituição dos

assideritos (meteoritos).

Camada intermediária: também chamada de núcleo externo. Situa-se entre o manto e o

núcleo externo. Sua espessura é de 1 700 km, e a temperatura pode atingir 4.000ºC. Sua

densidade varia em torno de 4,7. O material acha-se em estado líquido.

Núcleo: também chamado de Nife. É a porção central da Terra. É constituído por ferro e

pequena quantidade de níquel (nife). Sua espessura é de 1 700 km, com a densidade de

12,2. Apresenta uma temperatura elevada na ordem de 6.000ºC. Pesquisas recentes

indicam que o núcleo interno é sólido, ao contrário do núcleo externo que é líquido. O

núcleo pode ser chamado também de Barisfera ou Siderosfera.

Continentes Flutuantes

A Crosta Terrestre é formada por enormes placas que se movem lentamente sobre o

magma. Esse movimento, denominado de tectônica de placas, transforma constantemente

a superfície da Terra.

A Deriva Continental e a Tectônica de Placas

A teoria da tectônica de placas, para explicar a dinâmica de transformação da Crosta

Terrestre, representou uma revolução científica análoga, em suas consequências, aos

modelos atômicos de Rutherford e Bohr, para a Física, ou à descoberta do código

genético, para a Biologia.

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Tectônica é o ramo da geologia que estuda os processos mecânicos responsáveis pelas

deformações da Litosfera, bem como as estruturas desses movimentos. A crosta como

parte superior do manto, sujeito às perturbações tectônicas, formam a Tectonosfera. Os

movimentos que resultam da deformação denominam-se de movimentos tectônicos.

Os movimentos tectônicos alteram a distribuição das terras, mares, montanhas e vales.

Por serem de longa duração, embora em geral muito lentos, esses movimentos podem

formar grandes bacias sedimentares ou elevadas cadeias de montanhas. São classificadas

em verticais ou epirogenéticos e tangenciais ou orogenéticos, os quais originam

respectivamente, falhamentos e dobramentos.

Tectônica de Placas

Teoria exposta pelo geólogo americano Harry Hammond Hess, em 1960, que explicava a

renovação constante dos assoalhos oceânicos, baseada em fundamentos essencialmente

geológicos, que justificaria o afastamento dos continentes.

A superfície do planeta não é uma placa imóvel, como se supunha no passado. Hoje se

acredita que a camada superficial da Terra, a Litosfera, com 50 a 1250 km de espessura,

seja formada por um conjunto de 13 placas. A Litosfera desliza sobre uma camada de

rocha mais plástica, parcialmente derretida, conhecida como astenosfera.

A parte mais interna das placas permanece indeformada, mas suas bordas sofrem vários

dos principais processos que modelam a superfície terrestre, como os abalos sísmicos,

vulcanismo e movimentos orogênicos. De acordo com a teoria da tectônica de placas, as

placas da Litosfera não coincidem normalmente com os limites dos oceanos e continentes.

A maioria das placas é continental, no entanto, a placa do Pacífico é totalmente oceânica.

Permanece mapa com placas pg 25

Deriva Continental

Teoria formulada por Alfred Wegener (1880-1930) meteorologista alemão, imaginou que os

continentes atuais eram unidos em um único supercontinente, ao qual denominou Pangéia.

Mesmo não tendo provas físicas confiáveis para tal teoria, Wegener utilizou a

correspondência entre os contornos do Atlântico, permitindo encaixá-los na área

correspondente à América e à África, como peças de um quebra-cabeça; a significativa

quantidade de fósseis na África e na América do Sul no período anterior ao Terciário;

análise de semelhanças geológicas dos dois continentes e reconstituição de antigos climas

em diversas regiões do globo.

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O Relevo Terrestre

O relevo terrestre constitui os diferentes aspectos da camada superficial da Crosta

Terrestre. Nele, encontramos uma grande variedade de formas, onde se destacam as

principais: Montanhas, Planaltos, Planícies e Depressões, que após serem moldadas pela

atuação dos agentes internos e externos sobre a Crosta Terrestre.

Montanha: Grande elevação natural do terreno com altitude superior a 300 metros, e

constituída por um agrupamento de morros.

Planalto: Extensão de terrenos mais elevados que as planícies e depressões, e menos

que as montanhas, com bordas nítidas, situados em altitudes variáveis. Sua origem pode

ser: cristalino (formado a partir de antigos dobramentos ou montanhas), sedimentar

(formado a partir dos sedimentos de outros terrenos) e basálticos (formado a partir do

derramamento de magma)

Planície: Extensão de terrenos baixos que se localizam próximos aos planaltos ou

montanhas, onde predominam os processos de erosão.

Depressão: São áreas mais baixas ou deprimidas que suas vizinhas. Podem ser

classificadas em absoluta (quando fica abaixo do nível do mar) e relativa (acima do nível

do mar e abaixo do nível das áreas circunvizinhas).

Agentes modificadores do Relevo

Agentes Internos

Os terremotos, o vulcanismo e os desmoronamentos internos são responsáveis pela

formação de diferentes formas de relevo de nosso planeta. Esses fenômenos não estão

bem distribuídos na superfície do planeta, pois existem algumas regiões que apresentam

maior incidência. Essas regiões sísmicas estão concentradas nas divisas ou encontro de

placas. Assim, a tectônica de placas é a grande responsável pelo surgimento de diferentes

formas de relevo. Observe o mapa abaixo e perceba a incidência dos vulcões:

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Fonte: Almanaque Abril

Também se deve perceber que duas placas tectônicas quando se aproximam, muitas

vezes temos a formação de uma bacia sedimentar na região mais profunda da união, os

terrenos mais levem se erguem e se dobram. Pelo fato desses terrenos serem mais

maleáveis e se dobram e não se rompem, formando as grandes cadeias de montanhas ou

dobramentos modernos.

Além dos dobramentos, nas regiões de encontros de placas ocorrem os vulcões. O

vulcanismo é a atividade pela qual o material magmático é expulso do interior para a

superfície da Terra. O material expelido pode ser sólido, líquido e gasoso. O material

expelido do interior da Terra é acumulado na superfície, formando o cone vulcânico (relevo

postiço), geralmente em forma de cone.

Além do cone vulcânico, grandes derramamentos de magma pode levar a formação de

outras formas de relevo, como os planaltos.

Agentes Externos

São agentes modeladores do relevo terrestre, entre eles destacam-se

As Águas: As águas das chuvas, como as águas dos rios, dos mares ou das geleiras são

poderosos agentes modeladores do relevo. Na fase inicial, desgastam as rochas das

montanhas, através da erosão continuam e depois depositam os detritos no fundo dos

vales e das planícies.

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A água dos mares executa o trabalho de destruição de litorais (Abrasão) como ocorre com

as falésias e também executa o trabalho de construção de praias, e restingas, tômbolos

(sedimentação marinha). Quanto às geleiras, são responsáveis pela erosão glaciária

(fiordes), as bacias circulares, os lagos de acumulação de blocos rochosos intitulados de

morainas.

Os ventos: São responsáveis pela destruição do relevo (erosão eólica), que é executada

em duas etapas; retira os fragmentos das rochas (deflação) e depois os lança com

violência contra outras rochas (deflação).

Seres Vivos: Os animais têm participação bem modesta do relevo, no entanto, o Homem é

um dos maiores responsáveis pela alteração da natureza, construindo, devastando,

destruindo conforme as suas necessidades, e muitas vezes apenas por interesses

econômicos.

A natureza do Brasil

O território brasileiro apresenta extensão continental e, como consequência, uma grande

diversidade de paisagens. Oficialmente a República Federativa do Brasil, é o maior país da

América do Sul, sendo o quinto maior do mundo em área territorial (equivalente a 47% do

território sul-americano) e população (com mais de 202 milhões de habitantes).É o único

país onde se fala majoritariamente a língua portuguesa na América e o maior país lusófono

do planeta, além de ser uma das nações mais multiculturais e etnicamente diversas, em

decorrência da forte imigração oriunda de variados cantos do mundo.

Delimitado pelo oceano Atlântico a leste, o Brasil tem um litoral de 7 491 km. É limitado a

norte pela Venezuela, Guiana, Suriname e pelo departamento ultramarino francês da

Guiana Francesa; a noroeste pela Colômbia; a oeste pela Bolívia e Peru; a sudoeste pela

Argentina e Paraguai e ao sul pelo Uruguai. Vários arquipélagos formam parte do território

brasileiro, como o Atol das Rocas, o Arquipélago de São Pedro e São Paulo, Fernando de

Noronha (o único destes habitado) e Trindade e Martim Vaz. O país faz fronteira com todos

os outros países sul-americanos, exceto Chile e Equador. A sua Constituição atual,

formulada em 1988, define o Brasil como uma república federativa presidencialista,

formada pela união do Distrito Federal, dos 26 estados e dos 5 570 municípios.

O território que atualmente forma o Brasil foi encontrado pelos europeus em 1500, durante

uma expedição portuguesa liderada por Pedro Álvares Cabral. A região, que até então era

habitada por indígenas ameríndios divididos entre milhares de grupos étnicos e linguísticos

diferentes, torna-se uma colônia do Império Português. O vínculo colonial foi rompido, de

fato, quando em 1808 a capital do reino foi transferida de Lisboa para a cidade do Rio de

Janeiro, depois de tropas francesas comandadas por Napoleão Bonaparte invadirem o

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território português. Em 1815, o Brasil se torna parte de um reino unido com Portugal. A

independência política do país, proclamada por Dom Pedro I (o primeiro imperador), se

deu no ano de 1822. Inicialmente independente como um império, período no qual foi uma

monarquia constitucional parlamentarista, o Brasil tornou-se uma república em 1889, em

razão de um golpe militar chefiado pelo marechal Deodoro da Fonseca (o primeiro

presidente), embora uma legislatura bicameral, agora chamada de Congresso Nacional, já

existisse desde a ratificação da primeira Constituição, em 1824. Desde o início do período

republicano, a governança democrática foi interrompida por longos períodos de regimes

autoritários, até um governo civil e eleito democraticamente assumir o poder em 1985, com

o fim do último regime militar.

A economia brasileira é a maior da América Latina e do Hemisfério Sul, a sétima maior do

mundo por PIB nominal e a sétima maior por paridade do poder de compra (PPC).

Reformas econômicas deram ao país novo reconhecimento internacional, seja em âmbito

regional ou global. O país é membro fundador da Organização das Nações Unidas (ONU),

G20, Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), União Latina, Organização

dos Estados Americanos (OEA), Organização dos Estados Ibero-americanos (OEI),

Mercado Comum do Sul (Mercosul) e da União de Nações Sul-Americanas (Unasul), além

de ser um dos países BRIC. O Brasil também é o lar de uma diversidade de animais

selvagens, ecossistemas e de vastos recursos naturais em uma grande variedade de

habitats protegidos.

Relevo brasileiro

Há no Brasil três grandes unidades geomorfológicas: planaltos, planícies e depressões.

Na década de 80, o professor Jurandyr L. S. Ross, por meio de estudos, classificou o

Brasil em onze planaltos, onze depressões e seis planícies.

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Solos Brasileiros

O solo pode ser conceituado como sendo a camada superficial da crosta terrestre

resultante do processo de transformação e decomposição das rochas e materiais

orgânicos. É no solo que, normalmente, desenvolve-se a flora e sua espessura varia de 40

cm a dezenas de metros.

Intemperismo é a desagregação das partículas rochosas. É chamado físico, quando o

agente é a variação da temperatura; químico, quando o agente é a água e biológico,

quando o agente são os seres vivos (animais e vegetais).

Em função desses três grupos de fatores, temos diferenças de composição química, de

textura e de cor. Quando efetuamos um corte vertical no solo, partindo da superfície até a

rocha matriz, temos o chamado perfil do solo em que se constatam diferenças entre as

camadas. Essas partes com diferenças de minerais, granulação e cor são denominados de

horizontes.

No Brasil, apesar da ocorrência de lateritos (solos pouco férteis), podemos destacar três

variedades de solos férteis: a terra-roxa, o massapê e os solos aluviais e salmorão. A terra-

roxa é originária da decomposição de uma rocha (basalto) em clima topicalizado quente e

úmido. Portanto, sua ocorrência no Brasil é notada no Planalto Sedimentar da Bacia do

Paraná, em trecho que se estende do norte do Paraná ao sul de Goiás. A melhor

agricultura dos estados de São Paulo, Paraná e Goiás ocorre nessas terras. O basalto é

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uma rocha de origem vulcânica, o que comprova que em épocas remotas, houve um

derramamento de lavas nessa área.

O massapê ou massapé, originário da decomposição de rochas como gnaisses escuros,

os calcários e os filitos. Ocorre em topografia aplainada, com a presença de argila, em

áreas de clima topicalizado. Aparece na Zona da Mata Nordestina, principalmente no sul

de Pernambuco. Devido à presença da argila, em épocas de maior umidade, tornam-se

viscosos e de mecanização difícil; em épocas de seca, ficam bastante endurecidos.

Entretanto, constituem-se em espaços agrícolas muito importantes para a cultura

canavieira no Nordeste há centenas de anos.

Os solos aluviais ocorrem ao longo das várzeas formadas com a rica hidrografia brasileira.

Em época de cheias, principalmente, os detritos e a matéria orgânica carreada pelos rios e

depositada em suas margens trazem uma fertilidade natural. Pratica-se, então, a chamada

agricultura de vazante, após a volta da água aos níveis normais. Os solos de várzea ou

aluviais são muito utilizados para a rizicultura e a cultura de melancias.

O salmorão: solo resultante da decomposição de rochas graníticas e gnaisses claros. É

encontrado na área centro-sul do país.

Atmosfera

É a camada de ar que envolve a Terra, sendo composta por vários gases, cujas

proporções variam de acordo com a altitude. Os gases mais pesados concentram-se em

camadas inferiores da atmosfera e os mais leves nas camadas superiores.

A nível do mar, a composição atmosférica é a seguinte:

- 78% - Nitrogênio;

- 21% - Oxigênio;

- 1% - Outros gases (argônio, xenônio, radônio, criptônio, neônio, gás carbônico, etc).

À medida que aumenta a altitude, a atmosfera torna-se rarefeita e sua composição vai se

alterando. Por exemplo: a 80 km de altitude, o oxigênio praticamente desaparece.

Camadas da Atmosfera

A atmosfera compõem-se de várias camadas.

-Troposfera

É a camada que está em contato com a superfície terrestre, tendo como principais

características:

- espessura de 10 a 16 km;

- concentra 75% dos gases da atmosfera;

- ocorrência dos fenômenos meteorológicos;

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- temperatura de - 60ºC na parte superior.

Estratosfera

Apresenta as seguintes características:

- espessura de 50 km aproximadamente;

- elevação da temperatura até atingir 2ºC em seu limite inferior;

- presença de ozônio, que filtra os raios ultravioleta, nocivos ao Homem;

- atmosfera rarefeita;

A estratosfera está separada da troposfera por uma delgada camada denominada de

tropopausa.

Ionosfera

Apresenta as seguintes características:

- vai dos 80 km de altitude em diante.

- temperaturas bastante baixas (- 40ºC até - 70ºC nas camadas inferiores).

- a atmosfera é extremamente rarefeita.

- devido à ionização, reflete as ondas longas e médias de rádio das transmissões

terrestres:

Entre a estratosfera e a ionosfera, há outra camada denominada de estratopausa.

Fenômenos Atmosféricos

Entende-se por fenômeno atmosférico todos os acontecimentos que ocorrem na

atmosfera, independente da ação humana: Exemplos:

- Temperatura

- Pressão atmosférica

- Repartição de águas e terras

- Vegetação

- Aglomerações urbanas

Iniciaremos nosso estudo com noções básicas de:

Temperatura

De modo geral, a atmosfera é bastante transparente à radiação de ondas curtas

provenientes do Sol. A atmosfera é aquecida principalmente pela irradiação terrestre de

ondas longas e, na troposfera, pela transferência direta de calor originado na superfície da

Terra. A atmosfera se aquece pelo calor irradiado pelas águas e pelas terras da superfície.

Fatores que interferem na distribuição de calor pela superfície terrestre:

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Latitude: Devido à forma esférica da Terra, os raios solares atingem a superfície do nosso

planeta de forma diferente.O Brasil estende-se desde 5º16 Latitude Norte até 34º45'

Latitude Sul, sendo atravessado ao norte pelo Equador e ao sul pelo Trópico de

Capricórnio.

Altitude: Considerando apenas a altitude, podemos dizer que nas maiores altitudes,

encontramos menores temperaturas e nas áreas mais altas, o ar é mais rarefeito, portanto

retém menor quantidade de calor.

Pressão Atmosférica: É a força que o ar exerce sobre a superfície terrestre. Essa

comprovação se faz com o barômetro de mercúrio.A pressão atmosférica está sujeita à

ação de fatores de variação, como a altitude e a temperatura.

- Variação da Pressão Atmosférica Conforme a Altitude

Quanto mais próximo ao nível do mar, maior será o volume de gases sobre a superfície,

portanto, a pressão atmosférica será maior. Assim, a pressão é mais alta nas regiões

baixas e vai diminuindo nas altitudes maiores.

- Variação da Pressão Atmosférica Conforme a Temperatura

O ar quente se dilata e fica mais leve, logo a pressão é mais baixa. Quando a temperatura

diminui, o ar se comprime e fica mais pesado e mais denso, por conseguinte, a pressão

será maior. Por essa razão, as regiões próximas ao Equador possuem baixas pressões,

enquanto as regiões polares são consideradas de altas pressões.

Repartição de Águas e Terras: As águas conservam maior calor e demoram a se aquecer,

por isso o Hemisfério Sul (Hemisfério das Águas) possui menor variação térmica que o

Hemisfério Norte (Hemisfério das terras).

Vegetação: É um agente termostático. Durante o dia, impede a incidência de raios solares

diretamente no solo, filtrando-os; à noite, funciona como uma estufa. Embora o grande

regulador de temperatura seja a água oceânica, a Floresta Amazônica é conhecida como o

"termômetro do mundo", devido a sua grande influência reguladora nas temperaturas do

planeta.

Aglomerações Urbanas: Concreto, calçamentos, asfaltos, vidros, etc., absorvem mais calor

do Sol que as áreas vegetadas. Tudo isso aliado às atividades urbanas, liberação de gás

carbônico, devido à queima de combustíveis fósseis, tornam grandes cidades, verdadeiras

ilhas de calor, onde a temperatura é superior à da área circunvizinha.

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Os Ventos: Os ventos consistem no deslocamento em sentido horizontal de grandes

massas de ar, que se movem em torno da superfície terrestre a velocidades muito

variáveis, abrangendo áreas cujas amplitudes são igualmente diversas.

As diferenças de temperatura e de pressão de ar atmosférico ocasionam a movimentação

atmosférica. Daí a definição de vento como sendo o ar em movimento que se desloca de

uma área de alta pressão (Pólos) para áreas de baixa pressão (Equador).

Mecanismo dos Ventos

Os ventos sempre se deslocam de áreas de alta pressão (anticiclonais) para áreas de

baixas pressões (ciclonais), conforme determina a primeira lei dos Ventos de Buys Ballot

(cientista holandês). Os ventos se formam porque o ar se desloca das áreas frias para as

áreas quentes.

Tipos de Ventos

De acordo com suas características e sua área de atuação, os ventos podem ser

classificados em:

- Ventos Planetários (Regulares ou Etésios)

São aqueles que sopram sempre na mesma direção.

Exemplos:

- Alísios: Sopram dos Trópicos para o Equador, com um desvio para oeste, devido à

Rotação da Terra. No Hemisfério Norte, são denominados de Alísios de Nordeste e no

Hemisfério Sul, Alísios de Sudeste.

- Contra-Alísios: São aqueles que sopram do Equador para os Trópicos.

- Polares: São ventos que sopram dos pólos para as latitudes médias.

Ventos Continentais ou Periódicos

São aqueles que sopram durante um período em determinada direção, mudando o sentido

em outro período.

Exemplos:

- Monções: São ventos que sopram no Sudeste Asiático (Índia, China...). Durante o verão,

o vento sopra do Oceano para o Continente. Durante o inverno, o vento sopra do

Continente para o Oceano.

- Brisas: São ventos que sopram nas áreas litorâneas.

- Brisa marítima: Vento que sopra durante o dia, do oceano para o continente;

- Brisa continental: Vento que sopra durante a noite, do continente para o oceano.

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Ventos Locais

São aqueles que sopram em determinada região, interferindo em seu clima.

Exemplos:

- Minuano ou Pampeiro: Sopra dos Pampas Argentinos para o Sul do Brasil.

- Mistral: Vento frio e seco que sopra no sentido Norte-Noroeste, no Sul da França.

- Simum: Vento quente e seco que sopra do Saara, no sentido Sul-Norte.

A Dinâmica Atmosférica

- Umidade Atmosférica

É a presença do vapor d' água na atmosfera.

Os raios solares aquecem tanto a água dos mares, lagos e rios como a água existente no

solo e nos vegetais sob a forma de umidade.

- Ciclo da Água

A água aquecida pelos raios solares evapora-se, transformando-se em gotículas tão

pequenas que se tornam invisíveis e se misturam com o ar da atmosfera. A umidade, não

implica necessariamente a presença de nuvens ou chuvas. Para que isso ocorra, é preciso

que haja a condensação do vapor d'água.

A avaliação da umidade atmosférica, ocorre quando calculamos o peso do valor de água

por metro cúbico de ar, estamos determinando a umidade absoluta que é dada em gramas

por metro cúbico.

- Umidade Absoluta

É a quantidade de vapor de água existente no ar em dado momento.

- Ponto de Saturação

É a capacidade máxima de vapor de água que a atmosfera pode conter em determinado

momento. O ponto de saturação varia de forma diretamente proporcional à temperatura.

- Umidade Relativa

É a relação entre a umidade absoluta do ar e seu ponto de saturação, sendo assim

calculada:

Umidade absoluta: 5g/m3

Ponto de saturação: 20g/m3

Umidade relativa: 25%

Formas de Condensação

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Quando a condensação ocorre junto à superfície terrestre, forma-se o nevoeiro ou neblina

e o orvalho. O orvalho forma-se durante a noite, devido ao resfria-mento do ar junto à

superfície. O resfriamento do ar faz com que o vapor de água da Terra condense próximo

à superfície, originando gotas de água sobre as plantas.

Geada: Ocorre quando a temperatura atinge o ponto de congelamento antes de ocorrer a

saturação, então o vapor d'água se transforma em gelo. A geada, é portanto, um processo

de sublimação e depende da temperatura da superfície.

Nuvens: Quando a condensação ocorre em camadas mais elevadas, formam-se as

nuvens.

Há quatro tipos básicos de nuvens:

- Cirros: são minúsculos cristais de gelo, encontrados em grandes altitudes;

- Estratos: têm a forma de camadas horizontais;

- Cúmulos: lembram flocos de algodão;

- Nimbos: nuvens baixas, escuras.

Tipos de Umidade Atmosférica:

Chuva: É a forma de precipitação mais comum e benéfica.

Tipos de Chuvas

Orográfica: Típicas de regiões serranas.

Frontais: Ocorre devido ao encontro de duas massas de ar, uma quente e outra fria. Típica

de regiões temperadas.

Convectivas: Ocorre no local onde há forte evaporação, típica de regiões equatoriais.

Granizo: "Chuva de pedra" - Sua formação deve-se às fortes correntes convectivas, que

realizam o transporte das gotas de água condensadas para as camadas mais elevadas e

com temperaturas mais baixas, onde se dá o congelamento.

Neve: É o resultado da cristalização do vapor de água no interior ou pouco abaixo das

nuvens.

Tempo e Clima

Em qualquer folheto turístico, deparamos com frases como "local de clima ameno", "o

clima quente e seco do deserto", "a vegetação luxuriante típica das regiões de clima

tropical" etc. Essas frases pretendem descrever, de modo sumário, as principais

características da atmosfera destas localidades, temperatura, umidade relativa do ar,

ventos e pluviosidade. No entanto, não podemos confundir tempo e clima. Vejamos:

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- Clima: Estado médio das condições atmosféricas.

- Tempo: Estado momentâneo das condições atmosféricas.

A ciência que estuda o clima é a Climatologia e a que estuda o tempo é a Meteorologia.

Este estudo apoia-se fundamentalmente na observação, durante longos anos dos tipos de

tempo.

O estudo do tempo e do clima implica não só na observação, durante muitos anos, dos

elementos climáticos e dos fatores do clima, como também na observação da circulação

geral da atmosfera, levando-se em conta as posições características das frentes e das

massas de ar.

Classificações Climáticas

As diversas classificações existentes podem ser enquadradas em dois grupos

fundamentais.

- Classificações Dinâmicas

São aquelas que se baseiam no estudo dos elementos que explicam as causas (a gênese)

do clima e sua dinâmica.

Exemplo:

Classificação de Strahler.

- Classificações Estáticas

Fundamentam-se no comportamento (médio) dos elementos climáticos ou nas suas

características gerais.

Climas brasileiros

É importante saber que há uma distinção entre clima e tempo. O tempo é a observação de

um local em um determinado momento. O clima refere-se à síntese do tempo de certo

lugar durante um período de 30 - 35 anos.

Ele é consequência de um conjunto de fatores como a latitude. As latitudes são as linhas

paralelas ao Equador e marcam a distância entre os polos. Partem do Equador (0º) até 90º

ao norte e ao sul. Por convenção, servem para determinar as zonas quentes, temperadas

e glaciais da superfície do planeta. Quanto mais próximo do Equador, menor será a latitude

e maior será a temperatura; consequentemente, quanto maior a latitude, menores serão

as temperaturas.

Outro importante fator determinante do clima é a altitude. Corresponde à "altura" de uma

determinada região, tendo como base o nível do mar que atua de maneira preponderante

na determinação do clima de algumas regiões brasileiras, visto que, ao nível do mar, em

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Santos-SP, a média térmica anual é de 22ºC, por sua vez em Campos do Jordão-SP,

situada a 1.700 m de altitude, a média térmica cai para 15,8ºC. Curitiba, localizada em um

planalto a 900 m de altitude, é considerada a mais fria capital brasileira, com média térmica

anual de 16,8ºC. Paranaguá, situada no litoral a apenas 5 metros de altitude, apresenta

média térmica mais elevada.

A Continentalidade e a maritimidade também são fatores do clima. Correspondendo à

maior proximidade ou afastamento em relação às grandes massas oceânicas, é um dos

mais importantes fatores que influenciam no clima. Vejamos, por exemplo: a cidade do Rio

de Janeiro, situada junto ao mar, apresenta uma amplitude térmica anual de apenas de

2ºC. Por sua vez, a cidade de Maringá, apresenta uma amplitude térmica anual de 8ºC.

Os elementos climáticos também se destacam na configuração de diferentes tipos

climáticos. As massas de ar são importantes nesse aspecto. Devido à sua grande

extensão territorial, o Brasil sofre a influência direta de cinco massas de ar (grandes

bolsões de ar em constante movimentação que carregam características de temperatura e

umidade da sua região de origem): duas equatoriais, duas tropicais e uma polar.

- Massa Equatorial Atlântica (mEa): quente e úmida, tem como origem a região próxima ao

Arquipélago dos Açores, formando os ventos Alísios de nordeste e trazendo estabilidade

ao tempo.

- Massa Equatorial Continental (mEc): origina-se a noroeste da Bacia Amazônica. É uma

massa quente e de elevada umidade, com tendência a trazer instabilidade ao tempo. Uma

das causas da formação da Massa Equatorial Continental está ligada à localização da

região onde surge, ou seja, na chamada Zona de Convergência Intertropical, onde ocorre o

encontro dos ventos alísios do Hemisfério norte com os ventos alísios do Hemisfério sul.

- Massa Tropical Atlântica (mTa): forma-se nas imediações do Trópico de Capricórnio,

sobre o Atlântico Sul. É quente e úmida, formando os ventos alísios de sudeste e influindo

o litoral oriental do país.

- Massa Tropical Continental (mTc): é quente e seca, formando-se sobre a planície do

Chaco, entre a Argentina e o Paraguai, e traz estabilidade para o tempo. Essa massa de ar

pode ampliar seu raio de ação, podendo atingir regiões mais ao sul do Brasil, barrando ou

retardando a entrada de frentes frias ou provocar longas estiagens nos estados do Sul do

Brasil.

- Massa Polar Atlântica (mPa): é fria e úmida, originária da Patagônia, no sul da Argentina.

É responsável pelas chuvas litorâneas no litoral do Brasil, bem como pelas geadas da

Região Sul e pelo fenômeno da friagem na Região Amazônica. O encontro dessa massa

de ar com a massa Tropical Continental dá origem às chamadas frentes frias.

As correntes marítimas também influenciam as características climáticas brasileiras. Elas

são verdadeiros "rios" dentro do mar. Causam grande influência no clima, pois alteram a

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temperatura atmosférica. No Brasil, as correntes quentes (leste da América do Sul) estão

associadas às massas de ar quente e úmido, provocando fortes chuvas no litoral.

No Brasil, devido à sua localização geográfica, predominam os climas tropicais, pois 92%

do nosso país estão situados entre a área equatorial e o Trópico de Capricórnio.

Entre os principais tipos climáticos brasileiros destacam-se:

- Clima Equatorial (úmido e semi-úmido)

Abrange a porção norte do país, englobando terras do Maranhão, Mato Grosso e

Tocantins, além de todos os estados da Região Norte.

Suas principais características são:- apresenta elevados índices pluviométricos e de

umidade relativa do ar; - possui temperaturas elevadas praticamente o ano todo.

- Clima Tropical

Abrange a maior parte do território brasileiro, apresenta duas estações bem definidas:

verão úmido e inverno seco.

- Clima Tropical Semiárido

Aparece no Sertão Nordestino, sendo caracterizado pela escassez de chuvas, vegetação

xerófita e solo pedregoso.

- Clima Tropical Úmido

Quente e úmido. As chuvas concentram-se durante o outono - inverno no litoral nordestino

e na primavera - verão no litoral do sudeste.

-Tropical de Altitude

Caracteriza-se pela temperatura amena. Predomina nas regiões mais altas do Sudeste.

- Clima Subtropical

Domina os estados sulinos, além de parte de São Paulo, sendo atingido mais

intensamente pela massa de ar Polar Atlântica, particularmente no inverno. Suas principais

caraterísticas são:

- apresenta a maior amplitude térmica do país;

- invernos frios e verões quentes;

- sujeito ao aparecimento de geada e neve no inverno, nas regiões serranas.

Hidrografia

A Hidrosfera é constituída pelos oceanos, mares, rios, lagos e águas subterrâneas.

Águas Oceânicas

A ciência que estuda os oceanos denomina-se Oceanografia, tendo nosso planeta uma

superfície de cerca de 510 milhões de km2. Desse total, 361 milhões (71%) são cobertos

por água. É uma imensa extensão muito irregular, pois as terras emersas a dividem em

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uma série de bacias que se comunicam entre si. As cinco bacias maiores, que separam

continentes inteiros, são chamadas de oceanos. São eles:

- Atlântico - O mais navegado;

- Pacífico - O maior;

- Índico - O mais tropical;

- Glacial Ártico;

- Glacial Antártico (ambos gelados).

As bacias menores, bem mais numerosas, denominam-se mares e são circundadas em

boa parte pelos continentes ou por grupos de ilhas, comunicando-se entre si ou com os

oceanos apenas em alguns pontos.

Por que o mar é salgado?

Na área do mar estão dissolvidas substâncias minerais, com predomínio de 80% de cloreto

de sódio (sal de cozinha), que lhe confere o típico gosto salgado. Há também o cloreto de

magnésio, que lhe dá um sabor amargo: e o bicarbonato de cálcio, usado pelos moluscos

e corais para constituírem seus esqueletos. Existem ainda na água do mar, sulfato de

potássio, além de traços de muitos metais (ouro, prata, urânio, chumbo, ferro, zinco). Nela,

estão dissolvidos também alguns gases, como o oxigênio e o gás carbônico,

indispensáveis à fauna e à flora marinhas.

Importância dos Oceanos

A própria história da Terra está intimamente ligada aos oceanos. Os oceanos são os

grandes reservatórios de água da Terra e, por isso, eles regulam grande parte dos

processos que nela ocorrem.

Alguns fatores importantes sobre os oceanos que devemos lembrar:

- A vida nos oceanos é abundante e constitui importante fonte de alimentos para o Homem;

- Os oceanos são grandes fornecedores de produtos químicos e minerais, tais como sais,

petróleo, areia, etc.;

- Cerca de 50% das reservas mundiais de petróleo estão nos oceanos;

- A dessalinização da água dos oceanos e mares já é uma realidade em muitos países,

principalmente aqueles situados em áreas áridas (Oriente Médio);

- Os oceanos exercem grande influência no clima;

- Os oceanos desempenham importante papel nos setores de transporte e comunicações

em todo o mundo;

- Como a água possui grande capacidade de armazenar calor, os oceanos desempenham

importante papel como regulador térmico e climático.

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Propriedades das Águas Oceânicas

- Salinidade

É o teor de sais existentes nas águas oceânicas. A média é de 32 a 37 g/litro;

No Mar Báltico, a salinidade é de apenas 0,8 g/litro;

No Mar Morto, a salinidade é de aproximadamente 250 g/litro, devido à elevada

evaporação.

- Temperatura

A temperatura das águas oceânicas varia de acordo com a latitude, a profundidade e as

estações do ano. A média é de 16ºC e, quando atingem - 2ºC, as águas congelam-se,

formando banquisas.

Movimentos das Águas Oceânicas

As águas dos oceanos acham-se em constante movimento. Destacamos três movimentos:

as ondas (ou vagas), as marés e as correntes marinhas.

- Ondas: As ondas resultam do choque das moléculas de água pela ação do vento.

Tipos de Ondas:

Oscilatórias: Apresentam movimento oscilatório (local) e não se deslocam;

Transladativas: Quando se expandem em direção aos litorais (arrebentação).

- Marés:São movimentos de subida e descida das águas oceânicas, ocasionadas pela

força de atração do Sol e da Lua, a cada período de 12 horas (seis para subir e seis para

descer, com 12 minutos de repouso).

Tipos de Marés

- Marés de águas vivas ou sizígia: ocorrem na Lua Cheia ou Nova; as marés são mais

fortes, devido à conjunção ou oposição dos astros que exercem maior atração sobre a

Terra.

- Marés de águas mortas: ocorrem na Lua Quarto Minguante e Quarto Crescente; nestas

fases da Lua, as marés são mais fracas, devido a Lua estar em Quadratura.

Correntes Marinhas

As correntes marinhas apresentam-se como verdadeiros rios dentro dos oceanos,

seguindo uma determinada direção. Suas origens se prendem à ação dos ventos, ao

movimento de rotação da Terra, à densidade das águas e à conformação das bacias

oceânicas.

Tipos de Correntes Marinhas

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- Correntes quentes: Têm sua origem nas áreas equatoriais ou tropicais do planeta, sendo

o principal exemplo a Corrente do Golfo (Gulf Stream), que se origina na Golfo do México.

- Correntes frias: Têm sua origem nas áreas polares do planeta, sendo o principal exemplo

a Corrente de Humboldt (Costa do Peru).

A importância das correntes marinhas são em ggrande diversidade. Algumas dessas se

destacam como a Corrente Oceânica do Golfo (Gulf Stream) (quente), origina-se no Golfo

do México e se dirige para o Nordeste, atingindo as Ilhas Britânicas e o litoral da Noruega,

amenizando os rigores do clima nórdico.

A Corrente Oceânica de Humboldt (fria) origina-se na região da Antártida e leva consigo o

plâncton (algas marinhas) para o litoral peruano, transformando esta área numa das mais

piscosas (ricas em peixes) do planeta.

O Relevo Submarino

Para a moderna oceanografia, os oceanos, ainda hoje são grandes desconhecidos e

podem reservar-nos grandes surpresas. Explorações com sondas e sonares, além de

estudos batimétricos mais apurados permitem distinguir, por ora, três grandes regiões

submarinas: a plataforma continental, a região pelágica e a região abissal.

A plataforma continental apresenta profundidades que vão do nível do mar (0 metros) até

200 metros. Abrange aproximadamente 20% da superfície total dos oceanos.

- Talude continental: Situa-se entre a borda marítima da plataforma continental e as

profundezas oceânicas. Forma um desnível abrupto e violento da ordem de 2000 até mais

de 3000 m, onde se localizam os cannyons submarinos, isto é, vales profundos e de

paredes abruptas. Constitui o verdadeiro limite do continente.

- Região pelágica: Compreende duas porções: as bacias oceânicas e as cristas ou dorsais

oceânicas. Inicia-se no limite inferior do talude continental, indo, portanto, de 3000 a 5000

m ou mais.

As bacias oceânicas são constituídas por extensas planícies, as quais são divididas entre

si por cordilheiras submarinas, as quais formam as cristas ou dorsais oceânicas.

- Região abissal: Corresponde aos abismos submarinos. As fossas submarinas são

depressões longas e estreitas e chegam a alcançar mais de 10 km de profundidade. Não

se localizam no centro dos oceanos e sim perto dos continentes e das ilhas nas

proximidades do talude continental. Essa região abrange cerca de 1% da área dos fundos

dos oceanos.

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Mares

Mares são porções de água salgada situadas, nas áreas costeiras ou no interior dos

continentes. Possuem características físico-químicas próprias e são influenciados pelas

condições ecológicas das terras vizinhas.

Os mares são classificados de acordo com o tipo de ligação que possuem com os oceanos

ou outros mares. Podem ser:

- Abertos ou costeiros: Diretamente ligados aos oceanos, como o Mar das Antilhas, do

Norte, do Japão e da China;

- Mediterrâneos ou interiores: Localizados no interior dos continentes, mas ligados aos

oceanos por estreitos ou canais, como o Mar Negro, Vermelho, Mediterrâneo, etc.

- Fechados ou isolados: Não possuem comunicação com os oceanos, como o Mar Morto,

Cáspio, de Aral.

Águas Continentais

São as águas represadas pelos rios, lagos, geleiras e lençóis freáticos.

Os rios são cursos naturais de água de grande importância para o equilíbrio da vida no

planeta. O homem pode utilizá-lo para:

- navegação;

- obtenção de energia elétrica;

- irrigação;

- alimentação;

- abastecimento de água;

- lazer.

Os rios, por sua vez, estão agrupados em Bacias Hidrográficas.

Os lagos são porções líquidas continentais cercadas por terras.Os lagos são alimentados

pelas chuvas, rios ou geleiras e possuem diferentes origens.

Podem ser:

- Tectônicos: São formados por fossas tectônicas (Graben). De modo geral, são os mais

profundos.

Exemplo: Lago Baikal (com 1.700 m de profundidade, é o mais profundo do planeta).

- Vulcânicos: Correspondem ao preenchimento das crateras de vulcões extintos.

Exemplo: Crater Lake (EUA).

- De barragem: São formados pela deposição de materiais provenientes de agentes

externos.

Exemplo: Lagos dos Patos e Mirim, no litoral gaúcho.

- Residuais: São antigos mares que, devido ao movimento da crosta, se desligaram dos

oceanos. Exemplo: Lago "mar" Cáspio, Aral.

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- Depressão: Resultam da acumulação de água numa depressão fechada.

Exemplo: Lago Tchad (África).

- Mistos: São lagos que apresentam mais de uma origem, como por exemplo, os Grandes

Lagos dos EUA (Superior - maior da América do Norte -, Michigan, Huron, Ontário e Eire),

que são formados ao mesmo tempo pela ação glacial e pela barragem de detritos.

A hidrografia brasileira

Como ponto inicial do estudo sobre hidrografia brasileira, vamos apresentar as principais

características dos rios que cortam o nosso território:

- Obedecem a três divisores de águas (Cordilheira dos Andes, Planalto das Guianas e

Planalto Brasileiro);

- São tipicamente de vertente Atlântica;

- Predominam cheias de verão;

- Apresentam grande potencial hidráulico, pois os rios correm sobre planaltos e

depressões;

- Pobre em lagos.

O regime de abastecimento dos rios é tipicamente pluvial, exceção ao rio Amazonas que

recebe, também, águas do degelo dos Andes;

- A foz (onde termina o curso de um rio) da maioria dos rios é do tipo estuário (a foz do rio

dá-se numa única saída), exceção ao Parnaíba que apresenta um delta (tipo de foz com

grande acúmulo de sedimentos, o que possibilita o aparecimento de ilhas ou canais; os

rios adentram os oceanos, mares interiores ou lagos).

Os rios que nunca secam são chamados de perenes, porém, os rios que desaparecem em

épocas de seca são chamados de temporários ou intermitentes.

Os aquíferos são formações porosas de rocha permeável, areia ou cascalho, capaz de

armazenar e fornecer quantidades significativas de água. O Aquífero do Guarani é o maior

manancial de água doce subterrânea transfronteiriços do mundo. Está localizado na região

centro-leste da América do Sul, entre 12º e 35º de latitude sul e entre 47º e 65º de

longitude oeste e ocupa uma área de 1,2 milhões de km², estendendo-se pelo Brasil

(840.000 km²), Paraguai (58.500 km²), Uruguai (58.500 km²) e Argentina (255.000 km²).

Sua maior ocorrência se dá em território brasileiro (2/3 da área total), abrangendo os

estados de Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Santa Catarina

e Rio Grande do Sul.

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Esse reservatório de proporções gigantescas de água subterrânea é formado por derrames

de basalto ocorridos nos Períodos Triássico, Jurássico e Cretáceo Inferior (entre 200 e 132

milhões de anos). É constituído pelos sedimentos arenosos da Formação Piramboia na

Base (Formação Buena Vista na Argentina e Uruguai) e arenitos Botucatu no topo

(Missiones no Paraguai, Tacuarembó no Uruguai e na Argentina).

O Aquífero Guarani constitui-se em uma importante reserva estratégica para o

abastecimento da população, para o desenvolvimento das atividades econômicas e do

lazer.

Sua recarga natural anual (principalmente pelas chuvas) é de 160 km³/ano, sendo que

desta, 40 km³/ano constitui o potencial explorável sem riscos para o sistema aquífero. As

águas em geral são de boa qualidade para o abastecimento público e outros usos, sendo

que em sua porção confinada, os poços têm cerca de 1.500 m de profundidade e podem

produzir vazões superiores a 700 m³/h.

Bacias Hidrográficas Brasileiras

As bacias hidrográficas brasileiras são distribuídas conforme podemos observar no mapa

que segue:

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Bacia Amazônica

- Rio principal: Amazonas.

É a maior bacia hidrográfica do planeta e drena além do Brasil, terras das Guianas,

Venezuela, Colômbia, Equador, Peru e Bolívia. É o rio Amazonas, que nasce nos Andes

Peruanos, recebendo várias denominações, como Vilcanota, Ucaiali, Maranõn no Peru,

Solimões (após sua entrada em território brasileiro, na cidade de Tabatinga-AM) e

Amazonas, a partir da confluência do Solimões com o rio Negro, na cidade de Manaus,

indo desaguar no Oceano Atlântico.

Desde sua nascente no Monte Huagra, ao sul da Cordilheira de Tila, nos Andes Peruanos,

este magnífico rio atravessa regiões de montanhas, corredeiras, penetrando em área de

selva, banhando a maior floresta equatorial do mundo, perfazendo um total de 7.025 km.

Possui milhares de afluentes, sendo os principais:

- Margem esquerda: Iça, Japurá, Negro, Jamundá, Trombetas e Jari;

- Margem direita: Javari, Juruá, Purus, Madeira, Tapajós e Xingu.

O rio Amazonas possui o maior débito, ou seja, é o que descarrega o maior volume de

água em sua foz: em épocas normais, lança ao oceano 80.000 m³/seg, mas durante o

período de cheias, este volume pode ser de até 120.000 m³/seg. Um fenômeno

interessante que se observa na foz do Amazonas é a pororoca, encontro das águas do

grande rio com o oceano em tempo de maré alta.

Nessa bacia, há o maior potencial hidráulico disponível do país e ocorrem importantes

fenômenos. Além da pororoca, o rio Amazonas, devido a sua imponência, apresenta outros

fenômenos interessantes:

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- Igarapés: São denominados de "caminhos da canoa", pois durante o período de

cheias, o rio sai de sua calha, inundando áreas de florestas, formando verdadeiros

labirintos;

- Furos: São córregos menores que unem pequenos rios entre si, ou ao próprio Amazonas;

- Paranás: São canais que circundam uma ilha fluvial, quando pequenos são chamados de

paraná-mirim.

Bacia do Tocantins - Araguaia

- Rios principais: Tocantins e Araguaia.

Banha os estados de Goiás, Tocantins e Pará.

Com grande potencial hidráulico, o rio Tocantins nasce em Goiás, correndo em sentido

norte e apresenta bom potencial hidráulico, pois em seu curso foi construída a usina

hidrelétrica de Tucuruí (a segunda maior do país), sendo totalmente brasileira.

O rio Araguaia, caracteriza-se pela elevada piscosidade (quantidade de peixes) e por

apresentar ao longo de seu curso a maior ilha fluvial interior do planeta, a Ilha do Bananal.

Bacia do São Francisco

- Rio principal: São Francisco.

Pela sua posição geográfica, passa a ser de fundamental importância ao País.

O rio principal é o São Francisco, que nasce na Serra da Canastra, em Minas Gerais,

correndo para o norte, corta a Bahia, fazendo divisa entre Bahia e Pernambuco (Petrolina-

PE e Juazeiro-BA), indo desaguar a 3.161 km no Oceano Atlântico, entre os estados de

Alagoas e Sergipe.

O rio São Francisco é navegável por mais de 2.000 km - quase dois terços de sua

extensão total - possui também grande potencial hidrelétrico, merecendo destaque as

usinas de Três Marias, Paulo Afonso, Sobradinho (maior lago artificial do mundo), Moxotó

e Xingó. Ao longo de seu curso, este importante rio recebe outras denominações, como

"Velho Chico, Nilo Brasileiro, Rio dos Currais ou da Integração Nacional".

Por atravessar uma das regiões mais secas do Brasil, o São Francisco cumpre além de

todas as tarefas, uma função social, pois se presta a:

- Navegação: entre Pirapora (MG) e Juazeiro (BA), além de seu curso inferior, próximo à

foz;

- Irrigação: nas áreas mais secas do Sertão Nordestino;

- Produção de energia;

- Abastecimento de água aos municípios por onde passa, além de fornecer alimentos para

as populações ribeirinhas.

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Bacia Platina

É formada pelas bacias dos rios Paraguai, Paraná e Uruguai.

Bacia do Paraná

- Rio principal: Paraná.

É a bacia que apresenta a maior produção de energia elétrica do Brasil. No rio Paraná,

encontra-se importantes hidrelétricas brasileiras, como Jupiá, Ilha Solteira, Porto

Primavera, além de Itaipu, a maior do país.

O rio Paraná forma-se da junção dos rios Paranaíba e Grande, no estado de Minas

Gerais. Por ser um rio de planalto, seus principais afluentes são também grande

produtores de energia, como, por exemplo, o Iguaçu. As usinas hidrelétricas instaladas no

rio Iguaçu são Salto Osório, Salto Santiago, Salto Caxias, Segredo, Foz do Areia e Salto

Caxias.

Bacia do Paraguai

- Rio principal: Paraguai.

Ao contrário da Bacia do Paraná, é uma bacia tipicamente de planície, responsável pelas

inundações do pantanal Matogrossense, nas épocas de cheias. Destaca-se por sua

navegabilidade (Porto de Corumbá).

Seus principais afluentes são:

- Margem esquerda: São Lourenço, Cuiabá, Taquari e Apa.

- Margem direita: Pilcomayo e Bermejo.

Bacia do Uruguai

- Rio principal: Uruguai.

Seu rio principal é o Uruguai, que nasce da junção dos rios Canoas e Pelotas (divisa

RS/SC) e, juntamente com os rios Paraná e Paraguai, formam a bacia Platina.

O rio Uruguai serve de fronteira entre o Rio Grande do Sul e a Argentina, com potencial

hidrelétrico limitado, sendo utilizado para navegação em alguns trechos. Suas principais

hidrelétricas são: Barracão, Machadinho, Pinheiro, Estreito do Sul e Itá.

Bacias Secundárias ou Agrupadas

- Bacia do Nordeste

Seu principal rio é o Parnaíba, entre o Maranhão e Piauí. Trata-se de um rio perene (isto é,

não seca durante a estiagem), onde se encontra a usina hidrelétrica de Boa Esperança.

Outros rios importantes são: Acaraú, Apodi, Piranhas, Capiberibe e o Jaguaribe (onde foi

construído o Açude de Orós).

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- Bacia do Leste

Constituída por rios que descem do Planalto Atlântico em direção ao oceano Atlântico,

merecem destaque os rios Pardo, Jequitinhonha e Micuri (em Minas Gerais e Bahia),

Paraíba do Sul (em São Paulo e Rio de Janeiro) e os rios Vaza-Barris, Itapicuru, das

Contas e Paraguaçu (na Bahia).

- Bacia do Sudeste Sul

Constituída também por rios que correm na direção oeste-leste, ou seja, que vão das

serras e planaltos em direção ao oceano. Destacam-se os rios Ribeira do Iguape, em São

Paulo, Itajaí, em Santa Catarina, Jacuí e Camaquã, no Rio Grande do Sul.

Paisagens Litorâneas

Sendo banhado pelo Oceano Atlântico, o litoral brasileiro apresenta 7.408 km de extensão,

desde o rio Oiapoque, no Amapá, até o Arroio Chuí, no Rio Grande do Sul.

Para facilitar o estudo, procuramos dividir o litoral brasileiro em três porções:

Litoral Setentrional: tem início no Cabo Orange, no Amapá, e vai até o cabo de São Roque,

no Rio Grande do Norte.

Litoral Oriental: do cabo de São Roque até o cabo de São Tomé, no estado do Rio de

Janeiro.

Litoral Meridional: do cabo de São Tomé até o Arroio Chuí, no Rio Grande do Sul.

Litoral Setentrional

- Apresenta a plataforma continental mais larga do litoral brasileiro, a qual chega a atingir

400 km nas proximidades da foz do rio Amazonas, para depois estreitar-se no litoral

oriental.

- Possui inúmeras lagoas costeiras principalmente no litoral do Amapá e do Pará, além de

costas de barreiras;

- Litoral baixo e com muitos manguezais;

- Dunas costeiras principalmente no litoral do Maranhão, denominadas de lençóis

maranhenses;

- Golfão Amazônico, na foz do rio Amazonas. É a maior reentrância do litoral brasileiro,

ocupada por várias ilhas (Marajó, Mexiana, Grande de Gurupá, Maracá e outras);

- Golfão Maranhense, onde desembocam vários rios que drenam as planícies do Meio-

Norte (rio Pindaré, Grajaú, Itapecuru e Mearim) e se aloja a Ilha de São Luís, onde se situa

a cidade do mesmo nome;

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- Litoral pouco recortado no trecho compreendido entre os estados do Piauí e Rio Grande

do Norte; neste último, surgem as grandes salinas do país (Macau e Areia Branca).

Litoral Oriental

- Possui uma plataforma continental estreita;

- Barreiras, destacando-se a ponta Seixas, no Cabo Branco, estado da Paraíba;

- Presença de lagoas costeiras no litoral de Alagoas e do Rio de Janeiro;

- Recifes, destacando-se os da Região Nordeste e os dos Abrolhos no litoral sul da Bahia;

- Baías, em que se destaca a baía de Todos os Santos, na Bahia, possuindo cerca de 290

km de circuito e possuindo à sua entrada, a ilha de Itaparica. Além dessa baía, surgem

outras: Canaveiras, Camumu, Ilhéus, Porto Seguro e Caravelas, todas no litoral baiano,

além da baía de Vitória no Espírito Santo;

- Ilhas: Itamaracá (Pernambuco) e a de Vitória, onde se situa a capital do Espírito Santo;

- Foz de rios de grande porte, como é o caso do rio São Francisco (entre os estados de

Alagoas e Sergipe), além do Paraíba do Sul (RJ).

Litoral Meridional

- Possui uma plataforma continental mais larga em relação ao litoral oriental;

- Área da Baixada Fluminense (estado do Rio de Janeiro), com várias lagoas costeiras

(Araruama, Feia) separadas do mar pelas restingas. São restingas deste trecho:

Saquarema, Marambaia e Sepetiba;

- Várias praias: Búzios, Guanabara,Ubatuba, Santos, Caiobá (PR), Balneário Camboriú

(SC) e as do Rio Grande do Sul;

- Dunas: Cabo Frio e Santa Catarina;

- Tômbolo: Ilha Porchat (São Vicente-SP);

- Baías: Guanabara - mais de 130 km de circuito, Angra dos Reis e Parati (no Rio de

Janeiro); Paranaguá e Guaratuba (no Paraná); Imbituba, Laguna e São Francisco (em

Santa Catarina).

- Costões: ao longo de vários trechos;

- Lagoas costeiras: dos Patos, Mangueira e Mirim no Rio Grande do Sul e da Conceição

em Florianópolis (SC);

- Ilhas: Grande (RJ), São Sebastião (Ilhabela), Santo Amaro (Santos), Comprida, no litoral

de São Paulo; de São Francisco e de Santa Catarina, em Santa Catarina, sendo que nesta

última se situa a cidade de Florianópolis.

Ilhas Brasileiras

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Em sua grande parte, a maioria das ilhas brasileiras são do tipo continentais, ou costeiras,

isto é, juntas ao litoral, no entanto, temos também as ilhas oceânicas.

As principais ilhas oceânicas são:

- Arquipélago de Fernando de Noronha: Situado a uma distância de 360 km do litoral do

Rio Grande do Norte, mas pertencendo ao estado de Pernambuco, constituído por 19

ilhas, totalizando uma área de 26 km². A Ilha de Fernando de Noronha é a mais extensa e

a única habitada, contando com cerca de 1.500 moradores fixos e uma grande população

flutuante, na maioria turistas e pesquisadores que visitam a região.

- Ilhas Trindade e Martim Vaz: Localizadas a uma distância de 1.100 km da costa do

Espírito Santo, com uma área de 8,2 km², sendo ocupadas por militares da Marinha que

realizam observações meteorológicas e manutenção de faróis.

- Penedos de São Pedro e São Paulo: Localizados a 900 km da costa do Rio Grande do

Norte, sem água potável e desabitados, abrigam aves marinhas que lá procriam e deixam

espessa camada de guano (excrementos).

- Atol da Rocas: É uma pequena ilha circular, situada a cerca de 150 km a oeste de

Fernando de Noronha, com 7,2 km² e altitude de apenas 3 m acima do nível do mar.

Possui um farol automático para orientar a navegação. Em 1979, foi transformada na

primeira reserva marinha brasileira.

- Abrolhos: A cerca de 80 km da Bahia, localiza-se o arquipélago de Abrolhos, formado por

cinco pequenas ilhas, que compõem o primeiro parque nacional marinho do Brasil. Possui

grande variedade de corais e é habitado por cabras selvagens e aves marinhas. Sua

população dedica-se à manutenção do farol que orienta os navegadores que passam pela

região. O nome é devido aos navegadores portugueses, que diziam: "Abra os olhos".

GRANDES PAISAGENS

Vegetação é caracterizada como o conjunto de plantas de uma determinada região. Em

razão da diversidade climática da Terra, com destaque para a variação da temperatura e

umidade, existem coberturas vegetais distintas.

Os principais tipos de vegetação são: deserto, estepe, floresta de coníferas, floresta

temperada, floresta tropical, savana, tundra, vegetação de montanha e vegetação

mediterrânea.

Deserto: é a vegetação típica de regiões semiáridas, áridas e hiperáridas. A quantidade de

chuva é baixíssima, fato que impossibilita o desenvolvimento de vida animal e de

vegetação na maior parte dos desertos.

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Estepe: o clima predominante é o temperado continental, comum na região central da

América do Norte, centro-sul da América do Sul, Ásia Central, leste da Austrália e sul da

África. A cobertura vegetal é composta por gramíneas e arbustos de pequeno porte.

Tundra: é a vegetação predominante no extremo norte do Hemisfério Setentrional. A

vegetação é composta basicamente por capim e junco. Apresenta baixas temperaturas.

Floresta coníferas: comum das regiões de temperaturas baixas, cujo clima é continental

frio ou polar. A maioria das árvores tem folhas em forma de agulha, sendo uma forma de

não acumular neve, como, por exemplo, o pinheiro.

Floresta temperada: vegetação típica de regiões de clima temperado, apresentando as

quatro estações do ano bem definidas: primavera, verão, outono e inverno. As principais

espécies vegetais são carvalhos, faias e bordos.

Floresta tropical: compreende as regiões próximas à linha do Equador. A temperatura

média, a umidade e a quantidade de chuvas são bastante elevadas. A fauna e a flora são

diversificadas, como o que ocorre na floresta Amazônica, que é a maior floresta tropical do

mundo.

Savana: também conhecida como cerrado, esse tipo de vegetação é comum na porção

central da América do Sul, norte da América Central, além de áreas da Austrália e do

continente africano. As árvores são de pequeno porte e têm o caule torto.

Vegetação de montanha: como o próprio nome diz, essa vegetação é comum em pontos

elevados, tais como os Andes, Himalaia, entre outras regiões montanhosas. A vegetação é

pouco diversificada, visto que o clima não é propício para o seu desenvolvimento.

Vegetação mediterrânea: a vegetação é composta por árvores de pequeno porte, como,

por exemplo, oliveiras e sobreiros.

Vegetação Brasileira

O fator que explica a grande diversidade de formações vegetais espalhadas pelo território

brasileiro é a sua grande extensão territorial, aliada à distribuição geográfica latitudinal

(norte-sul) que o país possui.

O Brasil apresenta apenas 60% da cobertura vegetal original. Sendo que suas princiapis

formações vegetais são:

- Floresta Equatorial - Floresta Amazônica

"Hiléia brasileira", a floresta por excelência. Recobre 3,3 milhões de quilômetros

quadrados, ou seja, quase toda a região amazônica. Pode ser dividida em três porções ou

degraus: 1)Mata de Igapó ou Caaiapó: Constantemente inundada pelos rios, suas

principais espécies são: vitória régia, acapú, samaúna e arapari. 2) Mata de Várzeas:

Sujeita a inundações nas épocas de cheias, composta por árvores de maior porte, como a

seringueira, cacaueiro, açaí maçaranduba e jatobá. 3) Mata de Terra Firme (Caetê): É a

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parte mais alta da floresta, estando praticamente livre da influência direta dos regimes dos

rios, portanto, sempre livre das cheias e representada por várias espécies, como:

castanheira, guaraná, pau-rosa, copaíba, pequi, além das madeiras "nobres" como o

mogno e o cedro.

As principais características da Floresta Amazônica são:

- Latifoliada (folhas largas);

- Higrófila (formada por espécies vegetais adaptadas à umidade);

- Perene;

- Densa;

- Heterogênea.

Outra formação vegetal de destaque no Brasil é a Floresta Tropical ou Mata Atlântica

É a floresta tropical de encosta úmida oriental, muito devastada em quase toda a sua

extensão. Suas principais espécies são: jatobá, jacarandá, jequitibá, pau-brasil e cedro.

Estendia-se, no passado, desde o Rio Grande do Norte até o Rio Grande do Sul.

Atualmente, encontra-se sob proteção poucos trechos, dentre os quais, destacamos: o

Parque Nacional de Superagüi, em Guaraqueçaba-Pr, considerado pela UNESCO, como

sendo uma das Reservas da Biosfera e a Região da Juréia, no litoral sul do estado de São

Paulo.

A Floresta Subtropical ,Mata das Araucárias ou dos Pinhais, recobria grande parte da

região sul do país, tendo na Araucaria angustifolia, da família das coníferas (Pinheiro do

Paraná), sua principal espécie. É de fácil penetração e grande aproveitamento econômico,

fato este que lhe valeu quase que sua extinção. Restam ainda poucas áreas de mata

nativa, principalmente no sul e sudoeste do Paraná e norte de Santa Catarina.

Nas últimas décadas, ocorreram reflorestamentos com a implantação do pínus, visando

atender às necessidades da indústria madeireira. Esses reflorestamentos alteraram as

características naturais do solo, gerando grande impacto ambiental. Porém, estudos

recentes mostraram ser possível reflorestar a Mata de Araucária com a sua principal e

mais famosa espécie.

O Cerrado é depois da Floresta Amazônica, é a formação vegetal brasileira que mais se

espalhou, recobrindo 20% do território brasileiro, predomina em áreas de clima tropical,

com duas estações bem definidas: verão chuvoso e inverno seco. É a vegetação típica da

região Centro-Oeste do Brasil.

No cerrado, bastante ralo, aparecem poucos arbustos e árvores baixas, de troncos

sinuosos e casca espessa, que apresentam galhos retorcidos, com folhas muito duras;

entre as árvores e os arbustos, espalha-se uma formação contínua de gramíneas altas.

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Atualmente, grandes áreas de cerrado estão sendo transformadas em campos de cultivo

ou pasto, contribuindo desta forma para a alteração do equilíbrio ecológico de vastas áreas

do Brasil Central.

A Mata dos Cocais é uma floresta de transição. Encontra-se numa região de transição,

entre a floresta equatorial (úmida), a caatinga do Sertão nordestino (seco) e o Cerrado do

Brasil Central. Abrange a região conhecida como Meio-Norte (Maranhão e Piauí).

É representada pelas palmáceas como babaçu e carnaúba, esta última sendo conhecida

como árvore da vida, pois dela tudo se aproveita.

O Pantanal é uma formação mista que apresenta uma associação de vegetais, tais como

florestas, campos, cerrados e até caatinga, podendo ser identificadas três áreas distintas:

as áreas sempre alagadas em que predominam as gramíneas; as periodicamente

alagadas, em que predominam as palmeiras (como o buriti, carandá e paratudo) e aquelas

que nunca sofrem inundação, em que encontramos o angico e o quebracho. O Pantanal é

banhado pelo rio Paraguai que contribui com suas cheias para manter o equilíbrio

ecológico deste santuário.

A Caatinga é a formação típica do Sertão Nordestino, constituída por plantas xerófitas, com

raízes bastante profundas, associadas às cactáceas e brometáceas. As espécies mais

comuns são: juazeiro, mandacaru, xique-xique. Caatinga é uma designação indígena e

significa "mata branca".

As Matas Ciliares ou de Galerias crescem junto às margens dos rios, cuja umidade as

mantém de grande valor no equilíbrio ecológico, pois sua destruição poderá ser

acompanhada pela morte dos rios por assoreamento.

Os Campos são as estepes brasileiras, com predominância de gramíneas. São os pampas

do Rio Grande do Sul. Também conhecidos como campanha gaúcha.

Os Mangues ocorrem nas áreas litorâneas sujeitas a inundações periódicas pelas marés,

formada por vegetais de alagadiços, com raízes aéreas e halófitas (adaptadas ao ambiente

salino). Conforme a topografia e a umidade do solo são possíveis distinguir o mangue-

vermelho, nas partes mais baixas; o mangue-siriúba, onde as inundações são menos

frequentes; e o mangue-branco, em solos firmes.

A urbanização

O processo de urbanização iniciou-se a partir da segunda metade do século XVIII com a

Revolução Industrial, quando a maioria da população que morava em áreas rurais passou

a residir em áreas urbanas, tendo em vista a escassez de mão-de-obra nas fábricas

recém-criadas e as dificuldades de permanência do homem no campo.

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No entanto, foi a partir da segunda metade do século XX que a urbanização realmente

acelerou-se, principalmente a partir da II Guerra Mundial, sendo que esse fenômeno

estava sendo concluído em países desenvolvidos e iniciado de maneira avassaladora em

muitos países subdesenvolvidos, notadamente na maioria dos países latinos americanos e

em países asiáticos. O continente africano é até hoje pouco urbanizado, exceto alguns

países onde o processo já foi iniciado.

No período da Revolução Industrial (séc. XVIII), as taxas de urbanização não passavam de

2%. Segundo dados do Relatório do Desenvolvimento Humano, publicado pela ONU, em

1995, a população que vive nas cidades atingiu 34% do total em 1960, 44% em1992 e a

previsão para o início do século XXI era de aproximadamente 50%.

Alguns países, sobretudo os industrializados, a taxa de urbanização já ultrapassa os 90% e

outros menos industrializados atingem em torno de 25%, como é o caso da Índia e China.

Neste último, é um caso à parte, pois se considerarmos uma população de 1,3 bilhão de

habitantes no país como um todo, verifica-se que há uma enorme tendência do governo

central (PCU - Partido Comunista) em limitar o deslocamento de pessoas das áreas rurais

em direção às cidades, a fim de evitar o caos urbano.

Em 1900, existiam no mundo dezesseis cidades com população superior a 1 milhão de

habitantes. Dessas, somente duas (Pequim e Calcutá) pertenciam ao Terceiro Mundo.

Em 1950, havia vinte cidades no mundo com população superior a 2,5 milhões de

habitantes. Dessas, apenas Xangai, Buenos Aires, Calcutá, Bombaim, Cidade do México e

Rio de Janeiro estavam situadas no Terceiro Mundo.

Para o ano 2000, as estimativas mostram que, das 26 aglomerações urbanas com mais de

10 milhões de habitantes, nada menos que vinte delas estarão no Terceiro Mundo. São

Paulo aparece com a segunda aglomeração urbana mais populosa do mundo.

Para 2025, as cidades que mais aumentarão seus contingentes serão aquelas situadas em

países pobres.

A urbanização nos países desenvolvidos teve mais incentivo a partir da Revolução

Industrial e mais notadamente no século XIX, sendo que neste período os países da

Europa Ocidental sofreram intenso processo de urbanização. As cidades de Londres, Paris

e Berlim, no século passado, já possuíam cerca de 1 milhão de habitantes. No entanto,

nestes países, a urbanização ocorreu de maneira mais ou menos normal, sem grandes

problemas para as populações, pois, como o caso da Inglaterra, as cidades precisavam de

mão-de-obra para a indústria e as pessoas que moravam nas áreas agrícolas

imediatamente migraram para os centros urbanos nascentes. Como a lavoura foi logo

mecanizada, esta mudança foi mais bem absorvida pela população. Atualmente países

como Inglaterra, Alemanha, Suécia, Bélgica, apresentam população urbana superior a

90%.

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A urbanização nos países subdesenvolvidos é bem mais recente, tendo ocorrido

principalmente há partir da Segunda Guerra Mundial. O desenvolvimento industrial nos

países subdesenvolvidos ocorre de forma mais desordenada, uma vez que as condições

de vida da população do campo se deterioram, as pessoas, por falta de opção, acabam

migrando para as cidades. Procurando habitar as áreas de periferia, quase sempre sem

infraestrutura, provocando o "inchaço das cidades", onde a marginalização, a fome, as

doenças e a miséria moral e material, a criminalidade e a perversão tornam a vida nas

metrópoles um verdadeiro desafio.

No "habitat" urbano, ao contrário do rural, não existe a separação entre a atividade

humana e seu respectivo habitat. Assim é que o conceito de cidade é: "Forma de

aglomeração humana em que a maioria de seus habitantes vive dentro de seus limites e

emprega suas atividades nesse mesmo local". Enquanto a vila "habitat" rural mantém

contato com a terra, a cidade "habitat" urbano perdeu esse contato.

Para que o aglomerado urbano possa ser considerado uma cidade, são indispensáveis

algumas condições:

- Atividades econômicas e culturais bem definidas;

- Ativa função comercial e financeira (bancos e casas comerciais);

- Indústrias que abasteçam as regiões vizinhas (produtos simples);

- Conforto material razoável;

- População de alguns milhares de habitantes.

O crescimento das cidades dos países do Terceiro Mundo é muito mais uma consequência

do êxodo rural do que um aumento vegetativo mais elevado. O urbanismo pode ser

definido como: "O estudo geral das contradições de desenvolvimento das cidades".

Uma das preocupações dos urbanistas de nossa época é quanto às condições que a

cidade deve oferecer aos que nela habitam. As cidades devem crescer, sem "inchar".

As cidades podem ter sua origem de várias maneiras, no entanto, duas são as que mais

nos interessam:

- Cidades de origem natural ou espontânea: São aquelas que se originaram sem nenhum

planejamento prévio. Surgiram como povoados, transformando-se em vilas, evoluindo

depois para cidades. Geralmente essas cidades enfrentam sérios problemas de circulação,

habitação e tantos outros. Vejamos alguns exemplos:

- Curitiba: se originou de um arraial de mineração;

- Rio de Janeiro: se originou de uma fortificação militar;

- São Paulo: se originou a partir de um colégio de jesuítas;

- Recife - como um porto de pescadores.

- Cidades artificiais, criadas ou planejadas: Engenheiros, sociólogos, psicólogos,

higienistas e urbanistas são os responsáveis pelo planejamento e construção de novas

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cidades, que, antes de possuírem prédios comerciais ou residências, possuem avenidas,

ruas pavimentadas, redes de iluminação, telefone, água, esgotos, áreas seletivas para

vários tipos de atividades, hotelaria, comercial, bancária, residencial, poderes públicos etc..

São exemplos de cidades planejadas:

Goiânia, Belo Horizonte (muito embora esta já esteja bem descaracterizada pelo

crescimento desordenado que sofreu nos últimos anos, principalmente sua periferia).

Porém o melhor exemplo de cidade criada artificialmente é Brasília que foi construída no

governo Juscelino Kubitschek e inaugurada em 21 de abril de 1960 como capital do

Brasil.

Outro exemplo recente é o caso do Estado de Tocantins, que após seu desmembramento

do Goiás, em 1988, deu início à construção de sua nova capital, a cidade de Palmas.

Conurbação, metrópole, região metropolitana e megalópole são expressões que a cada dia

tornam-se mais familiares a milhões de pessoas em todo o mundo. Trata-se de

aglomerações urbanas, às vezes gigantescas, encontradas principalmente nos países

desenvolvidos e decorrentes de uma expansão urbana sem precedentes, provocada sobre

tudo pelo desenvolvimento industrial e pelo avanço tecnológico dos meios de transportes e

comunicações.

Vejamos alguns conceitos fundamentais:

- Conurbação: É a superposição ou encontro de duas cidades próximas em razão de seu

crescimento. Pode ocorrer entre cidades do mesmo tamanho ou de tamanhos diferentes.

Exemplos: Juazeiro e Petrolina, às margens do rio São Francisco entre Bahia e

Pernambuco; Região do ABCD em São Paulo: regiões como as de Nova Iorque, da

Grande Curitiba, do Grande Rio, entre outras.

- Metrópole: Corresponde à cidade principal ou à "cidade-mãe", quer dizer, é a cidade que

possui melhores equipamentos urbanos do país (metrópole nacional) ou de uma grande

região do país (metrópole regional).

Exemplos:

Relações entre as cidades em uma rede urbana

Esquema clássico:

Metrópole nacional - São Paulo

Metrópole regional - Curitiba

Centro regional - Joinville

Cidade Local - São José dos Pinhais

Vila - Vila Lindóia

A partir da década de 50, o crescimento e a multiplicação das metrópoles foi espetacular.

Em 1950, por exemplo, só existiam sete cidades com mais de 5 milhões de habitantes no

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mundo, ao passo que na década de 90 já existiam dezenas de cidades com mais de 5

milhões de habitantes. Muitas delas se expandiram tanto que seus limites acabaram se

encontrando com limites dos municípios vizinhos, formando enormes aglomerados urbanos

chamados regiões metropolitanas.

- Região Metropolitana: "É o conjunto de municípios contíguos e integrados

socioeconomicamente a uma cidade principal (metrópole) com serviços públicos e

infraestruturas comuns".

As cinco maiores aglomerações ou regiões metropolitanas do mundo na década de 1990 e

suas respectivas populações eram:

- Tóquio: 23,4 milhões de habitantes;

- Cidade do México: 22,9 milhões de habitantes;

- Nova Iorque: 21,8 milhões de habitantes:

- Xangai: 17,7 milhões de habitantes.

Na primeira década do século XXI, a maior aglomeração metropolitana do mundo será a

Cidade do México, com mais de 32 milhões de habitantes.

A Constituição do Brasil faculta aos Estados a instituição de regiões metropolitanas,

"constituídas por agrupamentos de municípios-limítrofes, com o objetivo de integrar a

organização, o planejamento e a execução públicas de interesse comum" (Artigo 25

Parágrafo 3.°). Assim, a partir de 1998, as Unidades da Federação, buscando solucionar

problemas de gestão do território estadual, definiram novas regiões metropolitanas,

estabelecidas por legislação estadual.

População

Segundo o dicionário significa: "Número de habitantes de uma região do país que, em

conjunto, constituem o contingente humano nativo e imigrante daquela área."

No entanto, dá-se o nome de população ao conjunto de pessoas que habitam determinado

território, podendo ser uma cidade, um estado, um país ou mesmo o planeta.

Podemos classificá-la segundo a religião, a nacionalidade, o local de moradia(urbana e

rural), a atividade econômica(ativa ou inativa) e tem seu comportamento e suas condições

de vida retratados através de indicadores sociais, tais como: taxa de natalidade,

mortalidade, expectativa de vida, índices de analfabetismo, participação na renda, etc.

O Crescimento da População Mundial

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Alguns historiadores calculam que no ano 1 da Era Cristã, o número de habitantes de

nosso planeta estava na casa dos 250 milhões.

Por volta de 1650, a população mundial alcançou a cifra de 500 milhões de habitantes (não

esqueça que neste intervalo ocorreram inúmeras guerras e a Peste Negra); já em 1850, a

população mundial atingia 1 bilhão de habitantes, passando para 2,5 bilhões em 1950.

Em 1990, a população mundial tinha atingido cerca de 5,2 bilhões de habitantes e, em

2000, já havíamos passado dos 6 bilhões de seres humanos. Atualmente, existem

perspectivas de que a população humana já ultrapassou a casa de 7,5 bilhões.

Nos países mais desenvolvidos ocorre a chamada transição demográfica, porém, nos

países subdesenvolvidos, o que vemos é uma verdadeira explosão demográfica.

O aumento que a população mundial teve, nos últimos anos, foi superior a 65 milhões de

habitantes ao ano, em termos absolutos. É um dado alarmante, ainda que represente uma

sensível queda de 1,5% ao ano.

Estudando o binômio população e desenvolvimento, a ONU - Organização das Nações

Unidas - apontou fatores que podem contribuir para reduzir as taxas de crescimento da

população mundial. Entre eles, destacam-se:

- a distribuição mais justa da riqueza;

- a emancipação sócio-econômico da mulher;

- o planejamento familiar;

- a transferência da tecnologia das nações ricas, principalmente produtoras de alimentos,

para as nações mais pobres;

- condições melhores de saneamento básico, saúde e educação.

Curiosidade

Pense nisto!!!

A cada cinco minutos, aproximadamente, a população da Terra aumenta em quase duas

mil pessoas. Amanhã, nesta mesma hora, nosso planeta contará com cerca de 250 mil

habitantes a mais que hoje. No que isso implica? A cada ano centenas de milhões de

pessoas necessitam de mais alimento, moradia, trabalho, energia, vestuário, transportes,

tratamento médico...

A Maré Humana

Dos 510 milhões de quilômetros quadrados da superfície terrestre, apenas um quarto é

formado por terras emersas, os chamados continentes. Estes possuem regiões habitáveis

(ecúmeno) ou não (anecúmeno).

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Diferentemente do espaço continental, que se mantém relativamente estável, as condições

naturais favoráveis à vida humana vêm-se reduzindo devido ao crescimento natural da

população mundial e à ação antrópica (do homem sobre o meio).

Somente tornando-nos conscientes das condições que afetam o espaço natural,

poderemos idealizar alguma forma de desenvolvimento que seja ecologicamente

sustentável.

Alguns Conceitos Fundamentais

- Demografia: Estudo sistemático das populações humanas, consideradas basicamente

quanto ao seu crescimento, tamanho e estrutura.

- População Absoluta: É o número total de habitantes de um determinado lugar (país,

região, estado, província).

Quando esta região determinada apresenta um grande número de habitantes, dizemos que

o lugar é populoso ou de grande população total (absoluta) e se o número de habitantes for

pequeno, dizemos que é um lugar pouco populoso.

Em termos mundiais, temos, como por exemplo, alguns países populosos: China, Índia,

Brasil, Japão, Estados Unidos; e países não populosos: Canadá, Portugal, Austrália e

Mongólia.

As cidades mais populosas do mundo podem ser assim enumeradas: Cidade do México,

Nova Iorque, São Paulo, Tóquio e Xangai.

Como áreas pouco populosas, citamos: Amazônia, Sibéria e Saara.

- População Relativa: Corresponde ao número de habitantes que ocupam determinada

área (por km²). Pode-se também encontrar a densidade demográfica, dividindo-se o total

de habitantes pela área.

Exemplos:

- Países Densamente Povoados

Principado de Mônaco 16.410 hab/km²

Cingapura 6.396 hab/km²

Holanda 382 hab/km²

- Áreas Densamente Povoadas

Noroeste da Europa

Sudeste Asiático

Delta do Ganges (Índia)

Leste da China

Noroeste dos EUA

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- Países Fracamente Povoados

Mongólia 1.6 hab/km²

Canadá 3. hab/km²

Austrália 2.51 hab/km²

- Áreas Fracamente Povoadas

Patagônia

Amazônia

Sibéria

- Países mais Povoados do Mundo

(em habitantes por km² - dados de 2002)

Bangladesh 915,01

Formosa 610,00

Coréia do Sul 474,60

Holanda 382,89

Japão 341,95

Bélgica 337,51

Líbano 346,15

Índia 311,79

Grã-Bretanha 243,75

Alemanha 229,86

Distribuição Geográfica da População

- Fatores Determinantes da Distribuição Populacional.

- Fatores Físicos ou Naturais

Dentre os fatores determinantes e mais favoráveis à ocupação humana de determinada

região, podemos relacionar os aspectos físicos de grande importância, pois desde os

tempos mais remotos, o ser humano vem procurando os melhores locais para realizar seus

assentamentos (povoados).

As áreas de clima temperado, planícies, vales e deltas fluviais e as de solos férteis são as

áreas inicialmente procuradas para ocupação.

Fatores Históricos: As maiores concentrações populacionais do mundo, via de regra, estão

situadas em áreas ocupadas desde os tempos mais remotos e que mantiveram o seu

motivo principal de ocupação, quer seja a fertilidade do solo, a existência de riquezas

minerais, etc.. Dentre as áreas de povoamento antigo e que ainda mantêm grandes

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aglomerados populacionais, citamos o Extremo Oriente (Leste da China, Coréias e Japão),

Ásia das Monções (sul e sudeste asiáticos) e Europa Centro-Ocidental.

Fatores Econômicos: Sem dúvida, atualmente, o fator que mais instiga à mobilidade

populacional é o econômico, pois as atividades econômicas são bastante diversificadas

quanto à forma de produção, à natureza, à finalidade dos produtos. Em função destes

aspectos, as atividades econômicas acarretam maior ou menor concentração populacional.

As áreas de agricultura extensiva mecanizada e de pecuária intensiva apresentam

pequena concentração de mão-de-obra, pois requerem pequena quantidade de trabalho

por área, como podemos citar as pradarias canadenses, o pampa gaúcho ou o pampa

argentino. No entanto, as áreas industriais e de prestação de serviço, pela sua própria

natureza e dinâmica, costumam apresentar elevados índices de densidade demográfica,

como o Nordeste dos Estados Unidos, a Europa Ocidental e o vale do Paraíba (eixo Rio-

São Paulo), no Brasil.

Superpovoamento: Uma área é considerada superpovoada quando ocorre um

descompasso nas condições socioeconômicas da população em relação à área ocupada.

Estimativas da Organização das Nações Unidas (ONU) mostram que a população mundial

continua crescendo, embora num ritmo menor que nas décadas anteriores. Sabe-se que a

população mundial dobra o seu contingente a cada 25 anos e que se alguma coisa não for

feita para abaixar esses índices, logo teremos maior escassez de alimentos e de água.

Sabemos que o que realmente ameaça o futuro da humanidade e que poderá produzir

danos maiores que a maioria das guerras juntas é a escassez de água. Hoje, 10 milhões

de pessoas morrem a cada ano por causa de doenças que poderiam ser evitadas se

houvesse saneamento básico. Desse total, metade tem menos de 18 anos.

Curiosidade

Irrigação consumirá mais recurso

Cerca de 85% da água disponível no mundo hoje é utilizada para irrigação. Se o

crescimento populacional continuar no ritmo atual, será preciso aumentar a produção

agrícola e, consequentemente, o gasto de água com irrigação.

Ao contrário do Brasil e dos EUA, que dispõem de amplas faixas de terras cultiváveis sem

necessidade de irrigação, outros países populosos como a China e Índia dependem da

água para alimentar sua população.

Na China, 87% da água disponível é utilizada para irrigação e na Índia essa proporção

chega a 93% da água existente.

Como os dois países estão sempre entre os que mais crescem atualmente, a situação só

tende a piorar.

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Em março de 1996 foi realizado um seminário em Pequim (China) apenas para discutir

maneiras de conciliar a necessidade de água para o consumo da população ou para uso

da agricultura.

(Folha de São Paulo)

A população brasileira

Compreendemos o número de habitantes de uma região do país que, em conjunto,

constituem o contingente humano nativo e imigrante daquela área. No entanto, dá-se o

nome de população ao conjunto de pessoas que habitam determinado território, podendo

ser uma cidade, um estado, um país ou mesmo o planeta.

Podemos classificá-la segundo a religião, a nacionalidade, o local de moradia (urbana e

rural), a atividade econômica (ativa ou inativa) e tem seu comportamento e suas condições

de vida retratada através de indicadores sociais, tais como: taxa de natalidade,

mortalidade, expectativa de vida, índices de analfabetismo, participação na renda, etc.

Quanto ao crescimento da população mundial, alguns historiadores calculam que no ano 1

da Era Cristã, o número de habitantes de nosso planeta estava na casa dos 250 milhões.

Por volta de 1650, a população mundial alcançou a cifra de 500 milhões de habitantes (não

esqueça que neste intervalo ocorreram inúmeras guerras e a Peste Negra); já em 1850, a

população mundial atingia 1 bilhão de habitantes, passando para 2,5 bilhões em 1950.

Em 1990, a população mundial tinha atingido cerca de 5,2 bilhões de habitantes e, em

2000, já havíamos passado dos 6 bilhões de seres humanos.

Nos países mais desenvolvidos ocorre a chamada transição demográfica, porém, nos

países subdesenvolvidos, o que vemos é uma verdadeira explosão demográfica. O

aumento que a população mundial teve, nos últimos anos, foi superior a 65 milhões de

habitantes ao ano, em termos absolutos. É um dado alarmante, ainda que represente uma

sensível queda de 1,5% ao ano.

Estudando o binômio população e desenvolvimento, a ONU - Organização das Nações

Unidas - apontou fatores que podem contribuir para reduzir as taxas de crescimento da

população mundial. Entre eles, destacam-se:

- a distribuição mais justa da riqueza;

- a emancipação socioeconômica da mulher;

- o planejamento familiar;

- a transferência da tecnologia das nações ricas, principalmente produtoras de alimentos,

para as nações mais pobres;

- condições melhores de saneamento básico, saúde e educação.

Alguns conceitos fundamentais nos auxiliam no estudo da população:

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- Demografia: Estudo sistemático das populações humanas, consideradas basicamente

quanto ao seu crescimento, tamanho e estrutura.

- População Absoluta: É o número total de habitantes de um determinado lugar (país,

região, estado, província).

Quando esta região determinada apresenta um grande número de habitantes, dizemos que

o lugar é populoso ou de grande população total (absoluta) e se o número de habitantes for

pequeno, dizemos que é um lugar pouco populoso.

Em termos mundiais, temos, como por exemplo, alguns países populosos: China, Índia,

Brasil, Japão, Estados Unidos; e países não populosos: Canadá, Portugal, Austrália e

Mongólia.

As cidades mais populosas do mundo podem ser assim enumeradas: Cidade do México,

Nova Iorque, São Paulo, Tóquio e Xangai.

Como áreas pouco populosas, citamos: Amazônia, Sibéria e Saara.

- População Relativa: Corresponde ao número de habitantes que ocupam determinada

área (por km²). Pode-se também encontrar a densidade demográfica, dividindo-se o total

de habitantes pela área.

A estrutura da população é outro importante aspecto da demografia. Entre os elementos

dessa estrutura destacam-se as estruturas etárias, ocupacional e educacional. Para indicar

o número de habitantes de determinada região, utiliza-se as Pirâmides Etárias ou

Pirâmides de Idades, as quais nos oferecem uma ideia precisa de determinado grupo de

população de um país subdesenvolvido, como por exemplo, se comparado com um grupo

de habitantes de um país desenvolvido.

As pirâmides etárias são classificadas em faixas de idades distribuídas da seguinte

maneira:

0 a 19 anos - jovens

20 a 59 anos - adultos

60 anos em diante - velhos

As pirâmides etárias dos países subdesenvolvidos apresentam normalmente uma base

larga e um topo bem estreito, que indicam o predomínio de jovens e o reduzido número de

idosos. Já nos países desenvolvidos, observa-se geralmente uma base mais estreita, sinal

de menor proporção de jovens, e um cume mais largo, devido ao grande número de

idosos.

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Observe que os países com a população considerada velha, ou seja, os países maduros,

geralmente estão situados em áreas mais desenvolvidas do globo, normalmente em áreas

temperadas, tendo em vista uma série de fatores, como por exemplo, a antigüidade da

ocupação, o modo de ocupação, etc; apresentam uma população adulta e idosa muito

numerosa, pois apresentam baixa taxa de natalidade, porém, baixa taxa de mortalidade e

elevada expectativa de vida.

Por sua vez os países considerados em transição demográfica, como é o caso do Brasil, o

número de adultos tende a crescer, pois a natalidade está diminuindo e a expectativa de

vida aumentando, consequentemente aumenta o número de idosos.

Já os países considerados de população jovem, estão em uma primeira fase de

desenvolvimento, são países subdesenvolvidos e não industrializados que apresentam

altas taxas de natalidade e baixa expectativa de vida.

Os gráficos de pirâmides etárias nos revelam dados referentes à idade das populações

obtidos em determinada época. Vejamos o exemplo da pirâmide etária brasileira. Até 1970,

a nossa pirâmide etária apresentava-se como sendo típica de um país subdesenvolvido, no

entanto, nas últimas décadas, ocorreu uma substancial mudança no comportamento de

crescimento da família brasileira, que passou a ter menos filhos; a mulher, antes, quase

exclusivamente dona-de-casa, passou a ocupar cargos de liderança, antes só ocupados

por homens, com isso ocorreu uma diminuição acentuada do número de nascimentos no

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país, consequentemente diminuindo o número de filhos por mulher, que em 1960, era de

aproximadamente 6 e caindo a partir da década de 1990 para 2,8.

A análise das atividades profissionais da população é de grande importância, pois permite

avaliar o grau de desenvolvimento desses países. A população economicamente ativa

(P.E.A), corresponde ao número de pessoas que trabalham com carteira de trabalho

assinada, inclusive desempregado que esteja temporariamente afastado do trabalho.

A população ativa é aquela que está disponível para o trabalho.

A expressão "população ocupada" diz respeito à parcela da população que está

efetivamente trabalhando, isto é, exercendo atividade remunerada.

Os percentuais de população ativa em relação à população total podem variar de

aproximadamente 20 a 25% nos países de população exageradamente jovem

(subdesenvolvidos) até cerca de 50% nos países desenvolvidos. São considerados

economicamente inativos as crianças, estudantes, idosos e mulheres mesmo que exerçam

atividade sem remuneração em casa.

Os movimentos horizontais da população também chamam a atenção nos estudos

demográficos. Eles são representados pelas migrações, que podem se apresentar em

diferentes modalidades. O nomadismo é um sistema de vida de certos povos,

caracterizado pela inexistência de moradia fixa, moram em tendas, ciosos de sua

liberdade, e prezam seus camelos mais que qualquer outra coisa do mundo; esses

verdadeiros nômades são membros de uma comunidade restrita e estreita; vivem no

coração do deserto, seguidos por uma cáfila. São encontrados na Arábia, no norte do

Iraque, Síria, Jordânia.

O oeste, o sul e o leste do Saara são, também, ocupados por povos que, na verdade,

poderiam se chamar de nômades. Os chaggars, os mais antigos dos grupos tuaregues de

Hoggar, abrangem 125 nobres, um terço de escravos e o restante de arrendatários;

A transumância é o deslocamento cíclico de pessoas entre dois lugares, geralmente por

motivos climáticos. Nas áreas montanhosas da Europa, a subida dos Alpes caracteriza-se

por um grande acontecimento para alguns pecuaristas no fim da primavera. Aldeias

inteiras subiam as montanhas, deixando as planícies do vale do rio Ródano, do Piemonte e

da Lombardia e dos vales interiores da Suíça e da Áustria até as pastagens alpinas das

montanhas vizinhas. Atualmente com o despovoamento das montanhas e o

desenvolvimento da agricultura moderna nas planícies praticamente extinguiu-se este tipo

de deslocamento.

No caso brasileiro, o exemplo típico de transumância ocorre no Nordeste brasileiro, onde

durante o período de estiagem prolongada, ocorre o deslocamento de pessoas do Sertão

para a Zona da Mata. Quando a situação torna-se mais amena no Sertão, ocorre o

deslocamento inverso.

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Também é comum a transumância praticada pelos bóia-frias volantes, que não possuem

residência fixa. O trabalho é temporário, só ocorre durante o período do plantio, da

colheita, ou do corte da cana-de-açúcar. Tal situação obriga os trabalhadores a migrar de

cidade em cidade atrás de trabalho.

O êxodo rural: consiste no deslocamento de pessoas das áreas rurais para as áreas

urbanas. No Brasil, ocorreu maior intensificação nesse processo a partir da década de

1950 até o final dos anos de 1970, em consequência, principalmente, da mecanização das

atividades agrícolas, concentração de terras no campo e processo acelerado de

industrialização de algumas cidades, tornando-se polos de atração populacional.

Como as cidades não receberam investimentos suficientes para melhorar a infraestrutura

urbana (habitação, saneamento básico, saúde, educação, transportes coletivos, lazer e

abastecimento) passaram a crescer em direção à periferia, onde são construídas enormes

favelas e loteamentos clandestinos, sobretudo ao longo de áreas de mananciais e de

preservação ambiental, como também das áreas industriais.

A pendular consiste em migrações temporárias típicas de grandes cidades industriais e

metrópoles mundiais e trata-se do deslocamento de milhares de trabalhadores da periferia

e dos subúrbios, pela manhã, em direção ao centro, retornando a seus lares após a

jornada de trabalho.

Uma nova modalidade de migração tem se destacado nos últimos anos no Brasil e

recebeu a denominação de urbana-urbana. Atualmente em alguns estados brasileiros,

como São Paulo e Rio de Janeiro, é cada vez mais frequente o deslocamento de pessoas

das metrópoles em direção às cidades médias do interior. A principal causa destes

deslocamentos é o fato de que as metrópoles estão completamente inchadas, com

precariedade no atendimento de praticamente todos os serviços públicos, altos índices de

desemprego e criminalidade acentuada.

A nova ordem mundial

A nova ordem mundial compreende um conjunto de mudanças ocorridas a partir da década

de 1970 na geopolítica mundial. O termo geopolítica teve sua origem na Alemanha, no

início do século XX, tentando explicar o fundamento geopolítico às pretensões

expansionistas alemãs, mais tarde adotado pelos nazistas para justificar seus objetivos

imperialistas.

Portanto, podemos definir geopolítica como sendo: "Ramo da ciência política que estuda

as influências geográficas dos domínios do Estado, dando-lhe suporte estratégico e

ideológico".

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A geopolítica foi muito utilizada durante o período da Guerra Fria, sendo uma luta política e

estratégica entre os blocos capitalista (liderado pelos EUA) e socialista (liderado pela

URSS).

Durante a vigência da Guerra Fria (1945 - 1990), criaram-se organizações econômicas e

militares, e houve intervenção das grandes potências em países periféricos, criando

mecanismos supostamente de defesa, mas que se traduziram em instrumentos de

dominação, tanto dos EUA como da URSS.

A nova ordem mundial pode ser definida como as configurações que a geopolítica tomou

com o término da Guerra Fria. Após a implosão da URSS e a consequente desintegração

de seu império, o mundo passou a ser dividido segundo o critério econômico, dando

origem ao mundo multipolar.

Áreas ainda indefinidas:

- CEI - Comunidade de Estados Independentes (Ex-URSS): Por um lado, pode vir a tornar-

se uma periferia da Europa; por outro, pode ocorrer a incorporação das repúblicas

meridionais e islâmicas ao Oriente Médio. Podem, também, vir a ser um mercado comum

efetivo, menos importante que os três principais.

- China: Pode ser periferizada pelo Japão ou tornar-se uma nova potência, embora

secundária.

- Oriente Médio: Área de disputa entre os três polos ou centros importantes, com vantagem

momentânea para os EUA; pode também vir a ser uma região original pela união dos

povos e estados islâmicos, com tendência a não se alinhar harmoniosamente em nenhum

dos três centros.

Dentro dessas mudanças também surgiu uma nova Divisão Internacional do Trabalho. A

partir do século XVI, com as grandes navegações, realizando descobertas pelo mundo,

criou-se um termo chamado de divisão Internacional do Trabalho, que consistia em

fundamentar a relação entre os colonizadores (Metrópoles) e colonizados (Colônias).

Aos colonizados, cabia o fornecimento de matérias-primas para as Metrópoles e estas por

sua vez teriam a incumbência de vender para as colônias produtos manufaturados.

Este pensamento caracterizou as relações entre os principais países durante muito tempo,

até que a partir de 1945, o poder mundial ficou dividido entre duas superpotências, de um

lado EUA (representando o Capitalismo) e de outro a URSS (representando o Socialismo).

A nova ordem mundial já não se caracteriza pela competição ou disputa ideológica entre

estes dois sistemas, mas a principal característica, na atualidade, é a competição

econômica entre países e blocos de países.

A globalização é uma forte marca dessas mudanças. Ela consiste Conjunto de

transformações na ordem política e econômica mundial que vem acontecendo nas últimas

décadas. O ponto central da mudança é a integração dos mercados numa "aldeia global",

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explorada pelas grandes corporações transnacionais. Os Estados abandonam

gradativamente as barreiras tarifárias que existiam para proteger sua produção da

concorrência dos produtos estrangeiros e abrem-se ao comércio e ao capital internacional.

Este processo tem sido acompanhado de uma intensa revolução nas tecnologias de

informação: telefones, computadores, televisão, etc.

As fontes de informação também se uniformizam, devido ao alcance mundial e à crescente

popularização dos canais de televisão por assinatura e da Internet. Isso faz com que os

desdobramentos da globalização ultrapassem os limites da economia e comecem a

provocar certa homogeneização cultural entre os países.

A tendência do mercado já no início do século XXI é tornar-se cada vez mais globalizado,

pois não existe mais condições para que uma determinada empresa venha a fixar-se em

apenas uma determinada região do globo a fim de dominar um determinado setor do

mercado.

A acirrada competição entre os grandes conglomerados fez com que ocorresse uma

descentralização acentuada na atividade industrial de vários países. Várias regiões do

mundo subdesenvolvido foram modernizadas, graças à transferência de grandes grupos

industriais provenientes de países do Primeiro Mundo.

Como a competição é acirrada, muitas das empresas transnacionais viram como única

solução para garantir sua lucratividade a transferência de filiais para países

subdesenvolvidos, onde encontram uma série de fatores que certamente irão favorecer e

garantir um bom retorno de investimento em um curto espaço de tempo e por alguns anos.

O neoliberalismo surge nesse contexto com forte influência política e econômica.

Neoliberalismo, como entendido, é um produto do liberalismo econômico neoclássico

capitalista. O termo foi cunhado em 1938 em uma conferência denominada Colóquio

Walter Lippman pelo sociólogo alemão e economista Alexander Rüstow. Ao ser criado,

termo se referia a uma tentativa de redefinição do liberalismo clássico, influenciado pelas

teorias econômicas neoclássicas. Em 1938 o termo se referia a uma corrente econômica

que pregava a adaptação dos princípios do liberalismo clássico às exigências de um

Estado regulador e assistencialista. A partir dos anos 1980 entretanto, o significado mudou

totalmente de sentido, quando a implementação das políticas neoliberais da forma que são

descritas atualmente costumam ser identificadas como uma volta ao liberalismo clássico .O

neoliberalismo caracteriza-se por apoio à uma maior liberalização econômica, privatização,

livre-comércio, mercados abertos, a desregulamentação, e reduções nos gastos do

governo a fim de reforçar o papel do setor privado na economia.

A partir da década de 1960, passou a significar a doutrina econômica que defende a

absoluta liberdade de mercado e uma restrição à intervenção estatal sobre a economia, só

devendo esta ocorrer em setores imprescindíveis e ainda assim num grau mínimo

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(minarquia). É nesse segundo sentido que o termo é mais usado atualmente. No entanto,

autores da filosofia econômica e comentaristas de economia que se alinham com as

postulações liberais rejeitam a alcunha "neoliberal", preferindo adotar o termo liberal.

Nesse sentido, pode-se afirmar que a denominação neoliberalismo é mais uma

denominação elaborada pelos críticos dos pressupostos do liberalismo que uma

reivindicação terminológica por parte dos precursores de sua doutrina.

O Brasil passou por mudanças significativas nesse momento. Até 1950, o Brasil era um

país tipicamente agrário, ou seja, a agricultura era o setor mais importante da economia. A

maior parte da população morava no campo, sendo que a industrialização chegou mesmo

para valer a partir de 1956, com o Plano de Metas do Governo JK, quando ocorreu uma

ruptura com o modelo agroexportador, transformando todas as relações da economia

brasileira com a economia capitalista mundial.

Quanto ao fluxo de capitais, a economia brasileira aumentou seu grau de participação no

mercado mundial, pois mesmo antes da Segunda Guerra Mundial, os investimentos

estrangeiros estavam resumidos às ferrovias, à eletricidade e ao comércio de importação e

exportação.

Após 1950, os investimentos estrangeiros passaram a dominar os ramos industriais mais

modernos e diversificaram sua atuação nos setores de comércio e serviços urbanos.

A industrialização brasileira foi desenvolvida através da substituição das importações, ou

seja, da produção interna de manufaturados, fato este que durou até os anos de 1970. A

partir de 1975, o comportamento das importações e exportações sofreu súbitas alterações,

provocadas por mudanças internacionais e o país passa a exportar produtos

industrializados, deixando para trás toda aquela ideia de exportação de produtos agrícolas.

O comércio exterior brasileiro conheceu profundas alterações nas últimas décadas, ou

seja, a exportação de produtos primários (agrícolas e minerais) e de semi-industrializados

foram sendo substituídos por exportações de mercadorias industriais. As importações

também sofreram mudanças; os bens de consumo passaram a ser produzidos pela

indústria instalada no Brasil e as compras no exterior começaram a se concentrar nos bens

de produção.

Os principais parceiros comerciais do Brasil são a China, países do MERCOSUL, União

Europeia e os Estados Unidos, tanto em importações como em exportações. Por sua vez o

Japão e a Coréia do Sul também figuram como importantes mercados.

As relações comerciais do país com áreas do mundo subdesenvolvido são muito menos

significativas. As exportações e importações para a Associação Latino-Americana de

Desenvolvimento e Integração (Aladi), que reúne o México e a maioria dos países da

América do Sul, correspondiam, até o início da década de 90, a pouco mais de 10% do

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comércio brasileiro. O Oriente Médio constitui um importante fornecedor, devido às

vultosas importações de petróleo.

Com todas as modificações ocorridas em termos de inserção do Brasil no comércio

internacional não diminuiu a dependência em relação ao fluxo de capitais e ao

desenvolvimento de tecnologia, portanto, continuamos a ser país de periferia.

Essa dependência é uma característica de países periféricos em tempos de globalização.

A indústria

Outro ponto de destaque na atualidade é a economia brasileira. Internacionalmente chama

a atenção por fazer parte de um conjunto de países emergentes, que são designados pela

sigla BRICAS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do sul). Nacionalmente seu destaque se

refere a uma década de significativo crescimento e, com perspectivas, de desaceleração.

Assim, para melhor entendermos essas mudanças vamos analisar a história da economia

brasileira através de uma periodização tendo como base a atividade industrial.

Denomina-se indústria o conjunto de atividades produtivas que o homem realiza, de modo

organizado, com a ajuda de máquinas e ferramentas. A atividade industrial no Brasil teve

início no período colonial. Sua história, no entanto, não se caracteriza por uma evolução

sistemática. As atividades agrícolas e o extrativismo absorviam o pouco capital e mão-de-

obra, dando margem apenas às indústrias caseiras, à agroindústria do açúcar, às

pequenas indústrias no litoral e aos estaleiros em que se construíam embarcações de

madeira.

Em 1785, D. Maria I, a louca, rainha de Portugal, decretou que todas as indústrias

manufatureiras ou fabris instaladas no Brasil deveriam ser fechadas, bem como, proibia a

instalação de outras. Para muitos, esse fato é o responsável pelo atual

subdesenvolvimento do nosso país.

A partir de 1808, com a chegada da Família Real, a situação apresentou uma relativa

melhora. No entanto, as leis protecionistas em favor de produtos ingleses desestimulavam

qualquer tentativa de industrialização independente por parte de brasileiros.

Somente a partir de 1844, com a tarifa Alves Branco e a criação de taxas médias de

importação na ordem de 44% foi que ocorreu o primeiro surto industrial no país, com o

aparecimento de empreendedores como o Barão de Mauá, no Rio de Janeiro, o Coronel

Delmiro Gouveia, em Pernambuco.

A partir da Primeira Guerra Mundial (1914-1918) foi que o país teve um processo

significativo de desenvolvimento e maior diversificação industrial, tendo em vista a

impossibilidade de importar determinados produtos das nações envolvidas no confronto,

forçando a fabricação interna.

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Foi somente a partir da crise de 1929 (queda da Bolsa de Nova Iorque), que o Brasil

acordou para a industrialização, pois seu principal produto de exportação - o café - estava

desvalorizado no mercado internacional, ainda mais que também combinava com a

Revolução de 1930, que desalojou da política brasileira a oligarquia cafeeira que

emperrava qualquer surto industrial.

O surto industrial foi estimulado pelo capital advindo dos barões-do-café, detentores do

poder até então. As ferrovias, que haviam sido construídas para escoar a produção de

café, entroncavam-se em São Paulo e a mão-de-obra imigrante (já com alguma

experiência industrial de seu país de origem), formou o triângulo perfeito para transformar

a capital paulista no principal centro industrial dos anos 30, bem como desencadear a

Revolução Industrial Brasileira.

Em 1942, com a implantação da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) em Volta

Redonda, priorizou-se a intervenção estatal nos setores de base da economia -

petroquímica, siderurgia, indústria de cimento, etc.

Com a chegada ao poder de Juscelino Kubitschek (1956-1960) e a implantação de seu

Plano de Metas, ocorreram maciços investimentos estatais em diversos setores da

economia - agricultura, saúde, educação, energia, transportes, mineração e construção

civil -, tornando o Brasil um país atraente para investimentos estrangeiros. Foi a partir

dessa época que se abriu a possibilidade da instalação de indústrias automobilísticas no

Brasil e a região escolhida foi a Sudeste, mais precisamente São Paulo, tendo em vista

que a infraestrutura necessária já estava implantada, ou seja:

- Energia abundante;

- Proximidade relativa do porto de Santos;

- Meios de transporte eficazes;

- Mão-de-obra barata e abundante;

- Mercado consumidor em formação;

- Incentivos fiscais;

- Terrenos baratos.

As primeiras indústrias automobilísticas que se instalaram na região foram a FORD, GM e

VW.

Durante os anos seguintes (Período Militar), ocorreu um forte incremento estatal em

indústrias de base, procurou-se modernizar os setores de infraestrutura, como energia,

transportes e comunicações. No entanto, em 1964, a dívida externa brasileira era de 3,7

bilhões de dólares e o Brasil possuía o 43º PIB do mundo, sendo que em 1985, ao término

da ditadura militar, o Brasil apresentava o 8º PIB do mundo capitalista e sua dívida externa

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era de aproximadamente 95 bilhões de dólares. Apesar de os indicadores de

desenvolvimento terem evoluído de forma significativa, a qualidade de vida da maioria da

população piorou bastante; enquanto a economia crescia, a população empobrecia.

A partir de 1985, teve início o processo de democratização do país, com alterações

profundas na política econômica estabelecida pelo governo que passou a priorizar as

privatizações de empresas estatais, combate aos monopólios da União, busca da

diminuição de impostos de importação de bens de consumo e de produção, com

estabelecimento de cotas de importação e tarifas diferenciadas pelos diversos setores.

Com a abertura do mercado brasileiro, a partir da década de 1990, muitos produtos que

antes era supertarifados puderam entrar no país sem maiores restrições, fazendo surgir

uma nova modalidade de comércio, o das lojas de R$1,99, que se espalharam

rapidamente pelo país. Muito embora a qualidade deixe muito a desejar, a maioria da

população de baixa renda procura tais estabelecimentos para resolver momentaneamente

seu desejo de compras. Com a invasão de produtos de todas as partes do mundo, a

indústria nacional viu-se obrigada a rever sua política de investimentos para não perder

mercado; o certo é que muitas empresas tiveram que encerrar suas atividades. No entanto,

no tocante à indústria automobilística, que já atuava em um mercado restrito, foi obrigada a

modernizar-se, pois é cada vez maior o número de fábricas estrangeiras instalando-se no

Brasil e provocando uma significativa redução no preço dos automóveis.

A agropecuária

A produção agropecuária brasileira emprega cerca de 25% da população economicamente

ativa do país e participa com pouco mais de 10% na formação do PIB (Produto Interno

Bruto). Sua importância na economia brasileira cresce cada vez mais na forma do

agronegócio que é a soma de todos os segmentos econômicos ligados à produção

agrícola e pecuária (insumos, produção, agroindústria e distribuição) e que responde hoje

por quase 35% do PIB nacional, segundo dados do Instituto de Pesquisas Econômicas

Aplicadas (IPEA). Além disso, o setor gera 37% dos empregos do país e representa 42%

das exportações totais do Brasil.

A economia rural transformou-se nos últimos tempos em fornecedora de matérias-primas

para as indústrias. As culturas agrícolas que conheceram um maior desenvolvimento foram

justamente àquelas voltadas para a produção de insumos industriais, enquanto as culturas

tradicionais de alimentos básicos viviam um longo período de estagnação.

A alta lucratividade da produção de insumos industriais atraiu capital e investimentos para

culturas como as da laranja (indústrias de cítricos), soja (indústria de óleos vegetais) e

cana (indústria de açúcar e de álcool combustível).

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A economia rural tornou-se, além de fornecedora de insumos industriais, consumidora de

mercadorias do setor industrial. À medida que se voltava para as necessidades da

economia urbana, a agricultura modernizava sua base técnica, incorporando tratores,

arados mecânicos, colheitadeiras e semeadeiras, adubos, fertilizantes e pesticidas. Com

isso alargou o mercado de consumo dos produtos fabricados pelas indústrias químicas.

Nas duas pontas - na saída e na entrada de mercadorias - a economia agrícola integrou-se

à economia industrial.

A modernização da base técnica indica um processo de capitalização da agricultura que

diferencia cada vez mais os produtores rurais empresariais (que têm capital necessário

para consumir tecnologia) dos produtores rurais familiares (que continuam a empregar

técnicas rudimentares).

Esse mesmo processo de modernização implicou na crescente mecanização das

atividades agrícolas, especialmente no Centro-Oeste do país. Em consequência, ocorreu

intensa liberação de trabalhadores, expelidos da agropecuária e forçados a procurar

ocupação na indústria e nos serviços. Desse modo, a economia rural comportou-se como

fonte de força de trabalho para a economia urbana.

Nas últimas décadas, o Brasil empreendeu um esforço exportador, direcionando-se para a

conquista de saldos comerciais positivos e crescentes. A economia rural participou desse

esforço, ampliando e diversificando as exportações de produtos agrícolas e agroindustriais.

A riqueza oriunda das exportações agrícolas acaba revertendo em favor do setor urbano,

tanto na importação de maquinaria para as fábricas quanto no pagamento de juros e

serviços da dívida externa contraída precisamente para o desenvolvimento industrial.

Há três décadas, as exportações agrícolas concentravam-se no café. Muito atrás, vinham

produtos como o açúcar, o algodão, o cacau. Atualmente as exportações cresceram

vertiginosamente e se diversificaram. Produtos como a soja, a laranja (vendida na forma de

suco), o fumo e as carnes de aves juntamente com o café constituem itens exportados de

grande peso na economia brasileira.

O sentido da modernização da agricultura brasileira fica claro quando se analisa a

produção de alimentos para o mercado interno. Nas últimas décadas, a produção per

capita de alimentos básicos como o arroz, o feijão e a mandioca retrocedeu

consideravelmente. O baixo poder aquisitivo da população torna pouco lucrativa a

produção de alimentos para o mercado interno, levando os agricultores empresariais a

dedicarem-se à produção de matérias-primas industriais e produtos de exportação. Cada

vez mais, as culturas alimentares (de primeira necessidade) tornaram-se um péssimo

negócio dos camponeses familiares, tendo em vista o baixo preço conseguido no mercado

e a falta de incentivos por parte do governo. Atualmente procura-se reverter esse quadro

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por meio de incentivos aos pequenos produtores para que possam fornecer seus produtos

em maior escala ao mercado interno.

Dos produtos considerados de primeira necessidade, somente o trigo recebe incentivos

governamentais e subsídios para o cultivo, tendo em vista que a sua importação onera

demais a balança de pagamentos brasileira, ajudando a ocasionar frequentes déficits

comerciais.

Outro problema que afeta o capo brasileiro é sua estrutura fundiária. Assim, um dos

grandes problemas da agricultura brasileira reside na má distribuição de terras entre os

agricultores do país, onde predomina o latifúndio de exportação e de especulação.

Nos tempos do Brasil-Colônia e parte do Brasil-Império, as terras no Brasil eram

distribuídas na forma de Sesmarias (pedaço de terra devoluta - ou cuja cultura foi

abandonada - que é tomada a um presumido proprietário para ser entregue a um agricultor

ou sesmeiro). Os portugueses trouxeram essa tradição para o Brasil, onde, no entanto, a

imensidão do território acabou por estabelecer um sistema de latifúndios improdutivos.

Em 1850, foi criada a Lei das Terras. Com essa lei, todas as terras devolutas tornaram-se

propriedade do Estado, que somente poderia vendê-las por meio de leilões, beneficiando

quem tinha mais dinheiro, e não o imigrante que veio se aventurar na América, justamente,

por não ter posses em seu país de origem.

Já em 1964, no Governo Militar, foi criado o Estatuto da Terra, que é um conjunto de leis

com o objetivo de possibilitar a realização do censo agropecuário. Procurava-se

estabelecer uma política de reforma agrária na prática; foi implantada com muita timidez

em áreas de conflitos, com o claro objetivo de abafar focos de tensão popular.

Para facilitar a distribuição e consequente catalogação das propriedades, ficou estipulado

as seguintes dimensões de áreas agrícolas:

- Módulo rural: é toda propriedade rural, explorada diretamente pelo proprietário e sua

família, de onde conseguem retirar o seu sustento.

- Minifúndio: é toda propriedade rural menor que um módulo rural da mesma região.

- Latifúndios: são propriedades rurais de no mínimo 600 módulos rurais da região.

Os latifúndios podem ser divididos em dois tipos:

- Latifúndio por dimensão: que são assim denominadas apenas por sua extensão, estas

propriedades normalmente produzem para exportação.

É comum os grandes proprietários, classificados na categoria de latifúndio por dimensão,

parcelarem a propriedade da terra entre seus familiares para serem classificados como

empresários rurais e, assim, pagarem um imposto menor.

Reforma agrária é um termo empregado para designar o conjunto de medidas jurídico-

econômicas que visam a desconcentrar a propriedade das terras cultiváveis a fim de torná-

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las produtivas. Sua implantação tem como objetivo o aumento da produção agrícola, a

ampliação do mercado interno de um país e a melhoria do nível de vida das populações

rurais.

Nosso país apresenta uma estrutura agrária ultrapassada, com a existência de extensos

latifúndios improdutivos, grandes monoculturas de exportação e milhões de trabalhadores

rurais sem terra. A área média das pequenas propriedades não chega a vinte hectares e a

imensa população rural vive em péssimas condições, o que resulta em elevados índices de

mortalidade. Há regiões no país nas quais os processos de irrigação, de fertilização e de

recuperação dos solos são totalmente desconhecidos, devido a não aplicação das

políticas agrícolas previstas em nossa Constituição.

Outro ponto que merece destaque são as relações de trabalho na área rural. No Brasil,

existem dois modos fundamentais de exploração agrícola da terra, que são a exploração

direta e a exploração indireta.

A exploração direta é feita pelo proprietário, auxiliado pelos familiares ou mesmo por

capatazes e empregados que não precisam necessariamente morar nas terras. Na

exploração direta, grandes empresas ou fazendeiros predominam na direção das grandes

propriedades, mas há também os pequenos proprietários, que trabalham em base familiar,

produzindo gêneros de subsistência e vendendo parte de sua produção para comprar bens

que não produzem (artigos industrializados). Conseguem pequena renda nessas

transações, pois vendem seus produtos a intermediários por um preço bem abaixo do

praticado no comércio das cidades. Geralmente, os pequenos proprietários são posseiros,

lavradores que ocupam um pedaço de terra sem o título legal da propriedade. Como, na

maior parte das vezes, nesses minifúndios, a produção é insuficiente para o seu sustento,

é comum os pequenos proprietários e posseiros trabalharem nas grandes propriedades

como assalariados temporários.

A maior parte da mão-de-obra contratada para trabalho temporário (plantio e colheita) é

constituída de boias-frias ou volantes, como são conhecidos no Centro-Sul, recebendo

também o nome de trabalhadores de fora, na Zona da Mata nordestina, e de peões, na

Amazônia (recrutados no Nordeste).

O recrutamento dos trabalhadores volantes para as empresas agropecuárias ou para os

grandes proprietários é feito geralmente por intermediários, conhecidos por "gatos" ou

"cabos de turma". Geralmente, o intermediário é o motorista do caminhão, que transporta

os trabalhadores de forma precária e estipula um preço pela tarefa diária de cada um

deles, inferior à quantia que recebe da empresa ou fazendeiro contratante, guardando para

si a diferença.

A exploração indireta acontece quando o proprietário arrenda suas terras a terceiros,

utilizando as seguintes modalidades:

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- Parceria: Ocorre quando o proprietário empresta a sua terra a terceiros em troca de parte

da produção agrícola. Conforme o acerto entre as partes, podemos ter a divisão meio-a-

meio (meeiro), terça parte (terceiro) ou quarta parte (quarteiro).

- Arrendamento: Ocorre quando a terra é alugada a terceiros. O pagamento do aluguel

pode ser em dinheiro, em produção e, até mesmo, em prestação de serviços.

- Ocupação: Ocorre quando a terra é ocupada e explorada sem pagamento pelo seu uso,

pois o ocupante não tem o consentimento do proprietário.

Outra figura importante é a do grileiro, jagunço contratado por grandes empresas ou

fazendeiros para invadir terras devolutas (pertencentes ao governo) ou já ocupados por

posseiros, que acabam sendo expulsos brutalmente. São comuns, então, conflitos entre

posseiros e grandes empresas, ou entre fazendeiros e grileiros, pela posse da terra. Os

grileiros conseguem, em geral, títulos de propriedades falsificados, ganhando força para a

expulsão do posseiro, que não dispõe de recursos financeiros para reagir.

Fontes de energia

Entendemos por energia como sendo a capacidade de gerar trabalho, incluindo-se aí,

desde a energia muscular até a atividade nuclear. Dizemos em Física, que um trabalho é

realizado quando uma força age sobre um corpo, fazendo-o se mover.

Assim, os músculos humanos e dos animais, o vento, os combustíveis, a água em

movimento, a luz do Sol e determinados minerais radioativos podem gerar energia.

Segundo a sua natureza, as fontes de energia podem ser classificadas em dois grandes

grupos:

- Fontes de energia renováveis: São aquelas que não se esgotam, como a força das águas

(hidráulica), do vento (eólica), das marés e do Sol.

- Fontes de energia não renováveis: São aquelas que têm duração limitada, não podendo

ser repostas, como o petróleo, o gás natural, o carvão mineral e o urânio.

Nosso país apresenta uma estrutura energética privilegiada comparada à de outros países.

Com grande potencial hidrelétrico, as possibilidades de obtenção de energia pelo

desenvolvimento de tecnologias que visam à utilização da biomassa são animadoras, uma

vez que as recentes pesquisas revelaram que os depósitos petrolíferos em nossa

plataforma continental são imensos.

O petróleo é um mineral indispensável no mundo moderno, de grande valor estratégico, de

cuja produção o Brasil o transformou em autossuficiência. Além de servir como fonte de

energia, o petróleo é também importante como matéria-prima para vários tipos de

indústrias e indispensável para a obtenção de plásticos, borrachas sintéticas, fertilizantes,

inseticidas, pesticidas e alguns tipos de medicamentos e de produtos químicos.

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As principais áreas de ocorrência de petróleo no Brasil são:

- Recôncavo Baiano.

- Plataforma Continental do Rio de Janeiro (Bacia de Campos), maior área em exploração.

- Bacia sedimentar de Santos (Poços Tubarão I, Tubarão II, estrela do Mar e Coral).

- Bacia do rio Urucu - Amazônia.

- Plataforma Continental do Nordeste - SE, PB, RN.

Atualmente, 75% do petróleo extraído no Brasil provêm da plataforma continental. O

Estado do Rio de Janeiro, onde se localizam as 24 plataformas da Bacia de Campos,

responde por quase 85% do total nacional.

No litoral do Espírito Santo, existem grandes reservas de óleo, já prontas a serem

exploradas, nos poços de Jubarte, Cachalote e Baleia Branca.

A Petrobras foi criada em 1953 no Governo Getúlio Vargas, instituindo, desta forma, o

monopólio estatal na extração, transporte e refino do petróleo no Brasil. Com a revisão da

Constituição ocorrida em 1995, foi quebrado o monopólio da Petrobras na extração,

transporte, refino e importação de petróleo e seus derivados. Assim o Estado pode

contratar empresas privadas ou mesmo estatais nacionais ou estrangeiras, que queiram

atuar no setor.

Cabe à Petrobras, o refino de todo o petróleo, nacional e importado. A refinaria de maior

capacidade é a Replan, em Paulínia. Por incrível que pareça, o Brasil exporta petróleo. O

petróleo exportado é do tipo mais pesado, ou seja, não pode ser processado em nossas

refinarias, que foram projetadas e construídas para o processamento do petróleo

importado do Oriente Médio, que é mais leve.

A Petrobras tem projetos de construção de novas refinarias que possam processar o

petróleo nacional adequadamente, pois as atuais foram adaptadas às pressas, quando a

produção interna de petróleo aumentou.

O carvão mineral consiste em um rocha sedimentar, de origem orgânica, resultante do

soterramento, em regiões pantanosas, de florestas primitivas, cobertas por sedimentos. As

maiores jazidas deste minério formaram-se durante o Período Carbonífero, penúltimo da

era Paleozóica. A partir da vegetação soterrada, ao longo de milhões de anos, a formação

do carvão passa por diversas fases: turfa - linhito - hulha e antracito. Durante essas

etapas, por transformações químicas, aumenta gradativamente a quantidade de carbono e,

quanto, maior esta for mais poder calorífico terá a substância.

Assim, o antracito, mais antigo e mais compactado, é o que apresenta o maior valor

calorífico, embora a hulha, a partir da qual se produz o coque ou carvão siderúrgico, seja

mais comum e mais utilizado, inclusive no Brasil.

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O Brasil possui grandes jazidas deste minério, sendo que as maiores reservas encontram-

se na Formação Irati, apesar de apresentar um baixo teor calorífico, com elevado teor de

impurezas (cinzas e enxofre), aparecendo em camadas pouco espessas e descontínuas.

O carvão existente em Santa Catarina (carvão metalúrgico) é o único aproveitável como

matéria-prima para as indústrias siderúrgicas. O Rio Grande do Sul detém as maiores

reservas de carvão-vapor, utilizado no aquecimento de caldeiras de alguns setores

industriais e na produção de energia termoelétrica.

A energia elétrica conta com um potencial hidrelétrico na ordem de 260 mil MW e a

produção encontrando-se na casa dos 56.000 MW de energia elétrica, sendo 7.500 MW

em construção, o Brasil conta com aproximadamente 91,5% de energia obtida a partir de

hidrelétricas e 8,5% em termoelétricas. Toda essa energia está sendo gerada, devido à

construção de inúmeras usinas, muitas das quais localizadas num mesmo curso da água,

levando, portanto, ao limite máximo de aproveitamento hidrelétrico. Por outro lado, a

construção de usinas termoelétricas, muitas vezes necessária, devido à grande extensão

de nosso território, acarreta uso em grande quantidade de óleo diesel ou carvão,

aumentando com isso os custos da geração da energia final. Isso sem contar com o

grande volume de materiais pesados que sejam liberados pela queima do diesel ou de

carvão que são altamente nocivos ao homem e ao meio ambiente.

Por sua vez, a construção de uma usina hidrelétrica altera quase todo o ecossistema da

microregião onde está localizada. As barragens, vertedouros, desvios e alterações das

calhas dos rios modificam a paisagem natural, podendo acarretar danos imprevisíveis às

espécies vegetais e animais bem como provocar alterações no microclima na área da

usina.

A hidrelétrica de Itaipu, localizada à 14 Km à jusante da foz do rio Iguaçu, na cidade de Foz

do Iguaçu, Estado do Paraná. Foi construída uma barragem para represar as águas do rio

Paraná, formando um lago de 1.400 Km2 que serve de reservatório à usina.

Construído por meio de um consórcio Brasil-Paraguai, a usina Binacional de Itaipu teve um

custo aproximado de 18,5 bilhões de dólares, sendo responsável pelo abastecimento de

25% do total da demanda energética brasileira.

Mas a construção de usinas hidrelétricas ao longo do território nacional também pode

apresentar problemas, como o que ocorreu com a usina de Balbina, no rio Uatumã, no

Estado do Amazonas.

Balbina custou 750 milhões de dólares, tendo um reservatório ocupando uma área de

2.430Km2, com uma capacidade instalada de apenas 250 MW. O apodrecimento da

vegetação inundada teve como consequência ao aumento da acidez da água e a morte

dos peixes ao longo do trecho à jusante da barragem. Além disso, a represa inundou parte

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da reserva indígena dos Waimiri-Atroari, grupo indígena que já estava ameaçado pela

passagem em suas terras da Rodovia Manaus - Boa Vista (BR-174).

Balbina foi o maior desastre na história da produção de eletricidade do país: tecnicamente

incorreta, cara, causadora de inúmeros problemas para as populações que vivem às

margens do rio Uatumã e de verdadeiros desastres ecológicos, não atende sequer a

demanda energética local.

Esses e outros fatores levaram a sociedade brasileira a partir em busca de outras fontes

alternativas que pudessem gerar energia, de preferência com baixo custo e com o mínimo

de danos ao meio ambiente.

O Programa Nuclear Brasileiro surgeno auge do período militar, vivia-se no Brasil o

"Milagre Econômico" e nessa onda de prosperidade, foi adquirido pelo governo, em 1969,

da empresa norte-americana Westinghouse, a primeira usina nuclear brasileira,

denominada de Angra I, com capacidade de 600 MW. A matriz energética dessa usina é o

urânio enriquecido. Como o acordo de venda não previa a transferência de tecnologia de

enriquecimento do urânio, o Brasil já domina a tecnologia de enriquecimento de urânio.

Para executar o Programa Nuclear, foi criado, em 1974, a Nuclebrás (Empresas Nucleares

Brasileiras); com a finalidade de desenvolver e pesquisar a lavra de minérios radiativos e

implantar usinas nucleares para a produção de eletricidade.

A usina de Angra I foi implantada na praia de Itaorna, em Angra dos Reis, sobre uma falha

geológica, e foi apelidada de "vaga-lume", tal é a incidência de problemas técnicos que

obrigam que ela seja desligada.

Em 1975, o Brasil assinou um acordo nuclear com a Alemanha, através da Siemens.

Previa-se, inicialmente, a construção de oito usinas, com transferência de tecnologia. Após

consumir bilhões de dólares, apenas se iniciaram as obras de Angra II e III. Em 1993, a

participação da Usina de Angra I na produção de energia elétrica foi nula.

O programa nuclear brasileiro tem sido alvo de severas críticas por parte de estudiosos e

pela população em geral, pois a cada dia a situação se agrava em função do não

cumprimento de nenhuma das metas de construção das usinas e dos bilhões de dólares

investidos.

Mas apesar das dificuldades, o programa nuclear brasileiro segue. No município paulista

de Iperó está localizado o centro experimental ARAMAR, pertencente à Marinha do Brasil.

Nesse centro, foram desenvolvidas novas tecnologias para o enriquecimento de urânio

através de supercentrífugas, tecnologia essa apenas dominada pelo nosso país, depois de

um gasto estimado em 300 milhões de dólares. Para se ter ideia da importância desse

projeto basta citar que os norte-americanos já investiram uma quantia dez vezes maior e

ainda não obtiveram sucesso. Esses novos conhecimentos preocupam as grandes

potências mundiais, pois, teoricamente, quem enriquece urânio tem capacidade para

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fabricar artefatos nucleares. Vale lembrar que a Marinha do Brasil tem intenção de

construir o seu submarino nuclear.

A crise suscitada pelo aumento dos preços do petróleo no mercado internacional, iniciada

em 1973, levou o governo brasileiro a buscar soluções para o problema: dentre as

soluções, avultou a substituição da gasolina por outro combustível, de preferência

produzido a partir de uma fonte renovável. A experiência passada e a grande

potencialidade da lavoura brasileira apontaram imediatamente para o álcool. Em novembro

de 1975, foi criado o Proálcool (Programa Nacional do Álcool), com o objetivo de reduzir as

importações de petróleo. Para incentivar o aumento da produção de álcool, a partir da

cana-de-açúcar, o Proálcool previa uma série de benefícios financeiros aos plantadores de

cana e aos donos de destilarias, principalmente os da Região Sudeste. As indústrias

automobilísticas foram incentivadas a passar a produzir carros movidos a álcool. Aos

usuários desses automóveis foram concedidos benefícios fiscais - tais como a diminuição

do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) - além da garantia de

fornecimento e de preços subsidiados.

O Proálcool aparentemente foi um sucesso. O consumo de álcool cresceu de forma

acelerada durante a década de 80, ultrapassando o consumo da gasolina automotiva em

1986. Os carros a álcool são menos poluentes e a substituição contribui para tornar mais

respirável o ar das grandes cidades. Até aviões a álcool foram projetados e construídos.

No entanto, o programa revelou-se caro demais, o governo pagava aos produtores muito

mais do que cobrava dos consumidores, permanecendo um eterno déficit. Em 1990,

ocorreu uma crise na produção de álcool, o que correspondeu a um racionamento. A partir

deste momento, o Proálcool ficou desacreditado, as indústrias deixaram de fabricar

veículos movidos a álcool e os consumidores passaram a procurar os veículos movidos à

gasolina. Agora, no início do terceiro milênio, verifica-se nova tentativa de ampliação do

uso do álcool como combustível automotivo. Alguns veículos já saem das fábricas com

tecnologia bicombustível, que permite aos motores o uso da gasolina ou do álcool.

O gás natural é uma fonte de energia limpa, encontrada em rochas porosas no subsolo,

podendo estar associado ou não à existência de petróleo. Normalmente apresenta baixos

teores de contaminantes, como nitrogênio, dióxido de carbono e compostos de enxofre.

Mais leve que o ar, o gás natural dissipa-se facilmente na atmosfera em caso de

vazamento. Para que inflame, deve ser submetido a uma temperatura de 620º, sendo que

o álcool se inflama a 200°C e a gasolina a 300°C.

O uso do gás natural em nosso território é recente. Na Região Norte, o gás natural

proveniente da bacia gasífera do Alto Amazonas (URUCU) substituirá o diesel que

alimenta as termoelétricas de algumas das principais cidades da região, como Manaus e

Porto Velho, além de inúmeras cidades do interior da amazônia.

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Está prevista a construção de dois gasodutos. Um ligando Coari a Manaus e outro ligando

Urucu (Amazônia) a Porto Velho, totalizando mais de mil quilômetros.

Vários estados brasileiros serão beneficiados pelo uso do gás natural num curto espaço de

tempo, com a importação dessa valiosa fonte de energia através da construção de dois

gasodutos importantes: o gasoduto Bolívia-Brasil e o gasoduto Uruguaiana-Porto Alegre. O

primeiro, com mais de 3 mil km de extensão têm seu início em território boliviano,

atravessando os estados de Mato Grosso do Sul, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio

Grande do Sul. O segundo, com mais de 600 km de extensão, tem seu início em território

argentino, passando por Uruguaiana, indo em direção ao Polo Petroquímico de Triunfo no

RS.

RECURSOS MINERAIS

Recursos minerais são todos os bens fornecidos pela natureza, tais como o solo, os

minerais, a água, a vegetação, os animais, o Sol (como produtor de luz e calor), etc.

Observando a natureza e conhecendo-a com mais detalhes, podemos distinguir dois tipos

de recursos naturais: Os renováveis e os não renováveis.

Recursos Naturais Renováveis

Como o próprio nome diz, são aqueles que após serem utilizados, podem ser

reaproveitados, pois se renovam, isto pode acontecer devido à utilização de certas

técnicas e práticas utilizadas pelo homem. Vejamos o exemplo do solo:

"Podemos utilizar o solo para a agricultura durante muito tempo até desgastá-lo, isto é,

empobrecê-lo pela perda de elementos minerais, nutritivos para as plantas. Entretanto, há

possibilidades de recuperá-lo por meio de adubação e outras técnicas. Com isso, o solo

volta a ser fértil, permitindo que a agricultura nele se desenvolva sem obstáculos, por isso

dizemos que o solo é um recurso natural renovável".

Recursos Naturais Não Renováveis

São aqueles que não têm possibilidades de renovação. Este é o caso, por exemplo, dos

minerais, como o petróleo, o gás natural, o carvão mineral, o urânio (que são

combustíveis fósseis) e, uma vez utilizados, não podem mais ser reaproveitados.

Relação Entre o Homem e a Natureza

Atuando como fator imprescindível para a existência humana na Terra, a natureza, sendo

formada por recursos naturais, constitui a base natural para a sobrevivência de todas as

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espécies de seres vivos. No entanto, o homem, como principal modificador da natureza,

pode utilizar estes recursos naturais de acordo com vários fatores, tais como:

- Modo de produção;

- Estágio socioeconômico e tecnológico;

- Finalidade da produção.

Na Antiguidade, as civilizações que habitavam os mais distantes pontos da Terra obtinham

sua sobrevivência, explorando, diretamente, a natureza, onde a relação do homem com o

meio ambiente era praticamente total; o homem retirava da natureza apenas o necessário

para sua sobrevivência.

A partir do século XVIII, com o início da Revolução Industrial, na Inglaterra, a exploração

dos recursos naturais sofreu profundas alterações em relação a seus objetivos, volume e

variedade. A necessidade de matéria-prima estabeleceu uma relação homem-natureza do

tipo predatória, isso porque, sendo uma sociedade de consumo e fundamentada no lucro,

na concorrência e na produção em larga escala, havia necessidade de maior exploração

dos recursos naturais, pois o homem de então imaginava que a natureza poderia fornecer

matéria-prima sempre.

A ganância pelo lucro, que sempre foi uma das características do sistema Capitalista, fez

surgir algumas estratégias para que os recursos naturais fossem cada vez mais utilizados.

Vejamos alguns exemplos:

- Criação de falsas necessidades através dos meios de publicidade e propaganda;

- Produtos cada vez mais sofisticados, exigindo a substituição do antigo pelo novo para se

manter o status social;

- O desperdício provocado pela sociedade de consumo.

Curiosidade:

"Se cada habitante da América Latina, da África e dos países asiáticos subdesenvolvidos,

tivesse um nível de consumo igual ao dos norte-americanos, provavelmente o mundo

entraria em colapso, devido à enorme poluição e à falta de minérios e de outros recursos

naturais".

O Extrativismo

O Extrativismo consiste na atividade humana em que o homem retira da natureza todos os

recursos por ela produzidos, que seja de origem animal, vegetal ou mineral.

Extrativismo Animal

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Consiste na caça e captura de alguns animais utilizados pelo homem, como por exemplo o

abate de elefantes e outros grandes animais na savana africana para obtenção de marfim,

peles etc. Captura de peixes, baleias, golfinhos, para alimentação, aproveitamento de

gordura, etc.

Extrativismo Vegetal

Trata-se do corte de árvores para aproveitamento nas indústrias madeireira, de papel,

papelão. É muito raro encontrarmos, hoje, vegetação exclusivamente natural (aquelas que

não sofreram interferência humana) em qualquer parte da superfície terrestre. As maiores

reservas florestais do globo ainda existentes são a Floresta Amazônica (norte da América

do Sul e partes da América Central), a Taiga (parte oriental da Rússia e norte do Canadá)

e a Floresta do Congo (centro da África), além de alguns trechos importantes de matas

tropicais densas em países do Sudeste Asiático (Filipinas e Indonésia).

As florestas naturais que hoje recobrem partes do planetas não chegam a ser 20%

daquelas existentes há 150 anos. E seu processo de destruição continua para obtenção

de madeiras e para o estabelecimento de atividades agropecuárias.

Extrativismo Mineral

O extrativismo mineral concorre com o grande impacto ambiental que causa, uma vez que

é responsável pela sustentação da maior parte do desenvolvimento industrial e pelo

progresso e bem-estar social do mundo atual.

Tendo em vista a importância dos minerais para o processo industrial instalado no mundo

a partir do século XVIII (Revolução Industrial), surgiu, então, uma intensa indústria de

produtos minerais.

Distribuição Geográfica de Alguns Minerais sobre a Superfície Terrestre:

Os minerais encontram-se desigualmente distribuídos sobre a superfície terrestre. Não

existe nenhum país no mundo que possua, em seu espaço físico e em quantidade

suficiente, todos os minerais de que a sociedade industrial necessita. Há, portanto, uma

interdependência entre os países no que diz respeito à produção mineral. Uns possuem

certos minerais, outros não, estabelecendo-se então um ativo comércio mundial neste

setor.

Os países desenvolvidos dominam a extração e a comercialização de muitos minerais.

Possuem desenvolvimento tecnológico e capital necessário para explorar e industrializar

minerais em todas as partes do planeta. Tais países formaram grandes empresas de

mineração e indústrias de produtos minerais e químicos: são as empresas transnacionais,

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que fazem a extração, a industrialização e a comercialização de minerais disponíveis no

mundo.

Se compararmos a evolução do preço dos minérios com a evolução do preço dos produtos

industrializados importados pelos países subdesenvolvidos e também com as taxas de

juros internacionais, concluiremos que, apesar de todos os preços de produtos acabados

subirem, o das matérias-primas minerais cresce muito menos. Isso significa que quem

depender da exportação de matérias-primas de origem mineral e necessitar da importação

de produtos industrializados, como é o caso de praticamente todos os países

subdesenvolvidos, que estarão em desvantagens, pois estarão relativamente recebendo

menos pelo minério exportado e pagando mais pelo produto industrializado.

Estudo de Alguns Minerais

Minério-de-ferro

Pela abundância com que ocorre na natureza e pelas vantagens que apresenta, é um dos

minerais mais utilizados em todo o mundo, desde aproximadamente 2.000 a.C., porém,

tornou-se indispensável para a civilização moderna a partir do século XVIII, com a

Revolução Industrial. Seu processo de fundição é extremamente simples, requerendo

poucas condições para tal:

- Existência de minério-de-ferro;

- Carvão-mineral (coque);

- Lenha;

- Calcário;

- Calor;

Os principais tipos de minério-de-ferro são:

- Magnetita, com teor de 72,45% de ferro;

- Hematita, com 70% de ferro;

- Limonita e Siderita, com menor teor de ferro.

Com o ferro e os metais de liga, são fabricados diferentes tipos de aço.

No Brasil, as principais jazidas de minério de ferro estão localizadas no Quadrilátero

Ferrífero, em Minas Gerais e na Serra dos Carajás, no Pará.

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Cobre

Presta-se a muitos usos: fios, cabos e aparelhos elétricos, caldeiras, tubulações,

revestimentos. Suas ligas mais utilizadas são o latão e o bronze.

As mais importantes jazidas de minério de cobre estão localizadas nos EUA, Rússia, Chile,

Zâmbia e no Canadá. No Brasil, existem jazidas na Bahia e na Serra dos Carajás, no Pará,

no entanto, o país depende de importação para suprir sua demanda interna.

Chumbo e Zinco

Geralmente os minérios de chumbo e zinco encontram-se associados nas mesmas jazidas.

Freqüentemente o chumbo está associado também à prata. O chumbo é utilizado para

fabricação de tubulações, projéteis e revestimentos.

As principais reservas de chumbo situam-se no Canadá, Rússia, Austrália, Estados Unidos

e Peru.

O zinco forma com o cobre a importante liga metálica conhecida como latão, que tem muita

utilização pelas indústrias, sendo utilizado, ainda, no revestimento de metais para evitar

sua oxidação (ferro zincado).

Níquel

O níquel é particularmente resistente à ação corrosiva do ar, conservando seu aspecto

sempre brilhante. Por isso, é empregado para revestir outros metais que se oxidam

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facilmente (niquelação). As principais jazidas de minério de níquel estão no Canadá,

Rússia, Nova Caledônia, Austrália e Cuba.

Minerais Raros e Preciosos

Ouro, Prata e Platina são nomes que trazem à mente jóias, riquezas, tesouros. No entanto,

esses metais não são preciosos apenas por sua raridade e beleza. São insubstituíveis

também em diversas aplicações industriais.

A prata, por exemplo, está presente em todos os filmes fotográficos e cinematográficos.

Os maiores produtores de prata são México, Rússia, Canadá, Estados Unidos e Peru.

O ouro é encontrado, sobretudo na África do Sul, Rússia e Canadá. No Brasil, além da

mina de Morro Velho, em Minas Gerais, encontramos jazidas nas regiões Centro-Oeste e

Norte do país.

A platina é produzida basicamente pela Rússia, África do Sul e pelo Canadá.

Ecologia e meio ambiental

Atualmente, o debate sobre os impactos no meio ambiente configuram o centro de grande

debate nacional e internacional. As consequências desses acontecimentos podem ser

percebidas nas mais diversas esferas, que vão desde atividades econômicas, cidades e

saúde.

Talvez o mais conhecido deles seja o desmatamento, também conhecido como

desflorestação ou desflorestamento. Consiste n o processo de desaparecimento completo

e permanente de florestas, atualmente causado em sua maior parte pela atividade

humana. Embora o conceito se aplique em senso estrito à perda de florestas, regiões

densamente cobertas por árvores, muitas vezes ele é aplicado para perdas em outras

regiões com cobertura vegetal naturalmente esparsa, arbustiva ou rasteira, como as

savanas, as pradarias e o cerrado, significando, em seu sentido lato, a perda permanente

de todo tipo de cobertura vegetal original em determinada área. Áreas desflorestadas

historicamente e que por qualquer razão recuperaram sua cobertura não entram no

cômputo atual da desflorestação. A desflorestação, que é uma perda quantitativa de

superfície florestada, se distingue da degradação florestal, que é uma perda qualitativa em

biodiversidade, estrutura ou função de uma floresta.

No caso brasileiro a floresta amazônica e a que mais se destaca por esse tipo de impacto,

sendo fato de grande destaque e preocupação nacional e internacional. Nos últimos anos

devido, principalmente, à pressão internacional seu desmatamento vem diminuindo

sensivelmente.

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Outro destaque evidente, em se tratando de problemas ambientais, consiste nas

mudanças climáticas. O termo mudança do clima, mudança climática ou alteração

climática refere-se à variação do clima em escala global ou dos climas regionais da Terra

ao longo do tempo.

O conjunto de variações dizem respeito a mudanças de temperatura, precipitação,

nebulosidade e outros fenômenos climáticos em relação às médias históricas. Tais

variações podem alterar as características climáticas de uma maneira a alterar sua

classificação didática. Podem estar em causa mudanças no estado médio da atmosfera em

escalas de tempo que vão de décadas até milhões de anos. Estas alterações podem ser

causadas por processos internos ao sistema Terra-atmosfera, por forças externas (como,

por exemplo, variações na atividade solar) ou, mais recentemente, pelo resultado da

atividade humana.

Portanto, entende-se que a mudança climática pode ser tanto um efeito de processos

naturais ou decorrentes da ação humana e por isso deve-se ter em mente que tipo de

mudança climática se está referindo.

No que diz respeito a ação antrópica, Foi A partir da Revolução Industrial que o homem

passou a emitir quantidades significativas de gases estufa, em especial o dióxido de

carbono. Neste período, a concentração original de 280 ppm deste gás cresceu até os

atuais 400 ppm, intensificando significativamente o efeito natural original. Assim, as

atividades humanas passaram a ter influência importante nas forçantes climáticas. Outros

fatores humanos que adicionam a um aumento no dióxido de carbono incluem o

desmatamento, a queimada dos combustíveis fósseis e o cultivo do gado.

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A camada de ozônio é a região da Terra, localizada na estratosfera, onde se concentra

altas quantidades de ozônio. Localizado entre 15 e 35 quilômetros de altitude e com cerca

de 10 km de espessura, contém aproximadamente 90% do ozônio atmosférico.

Os gases na camada de ozônio são tão rarefeitos que, se comprimidos à pressão

atmosférica no nível do mar, a sua espessura não seria maior que alguns milímetros. Este

gás é produzido nas baixas latitudes, migrando diretamente para as altas latitudes.

As radiações eletromagnéticas emitidas pelo Sol trazem energia para a Terra, entre as

quais a radiação infravermelha, a luz visível e um misto de radiações e partículas, muitas

destas nocivas.

A região, quando saturada de ozônio, funciona como um filtro onde as moléculas absorvem

a radiação ultravioleta do Sol e, devido a reações fotoquímicas, atenuando o seu efeito. Os

clorofluorocarbonetos (CFC), são os grandes responsáveis pela destruição da camada de

ozono. Os CFC tem inúmeras utilizações, pois são relativamente pouco tóxicos, não

inflamáveis e não se decompõem facilmente. Sendo tão estáveis, duram cerca de cento e

cinquenta anos. Estes compostos, resultantes da poluição provocada pelo Homem, sobem

para a estratosfera completamente inalterados devido à sua estabilidade e na faixa dos 10

a 50 km de altitude, onde os raios solares ultravioleta os atingem, decompõem-se. Uma

vez liberto, um único átomo de cloro destrói cerca de 100 000 moléculas de ozono antes

de regressar à superfície terrestre, muitos anos depois.

As chuvas ácidas são outra consequência do excesso de poluentes na atmosfera. A

principal causa dessa acidificação é a presença na atmosfera terrestre de gases e

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partículas ricos em enxofre e nitrogênio no meio atmosférico que produzem ácidos fortes.

Quimicamente, chuva ácida não seria uma expressão adequada, porque para a Química

toda chuva é ácida devido à presença do ácido carbônico (H2CO3), mas para a Geografia

toda chuva com pH abaixo de 5,5 é considerada ácida. Os efeitos ambientais da

precipitação ácida levaram à adoção, pela maioria dos países, de medidas legais restritivas

da queima de combustíveis ricos em enxofre e obrigando à adoção de tecnologias de

redução das emissões de nitrogênio para a atmosfera.

A discussão sobre ecologia e meio ambiente está atualmente relacionada com a questão

da sustentabilidade. Sustentabilidade é uma característica ou condição de um processo ou

de um sistema que permite a sua permanência, em certo nível, por um determinado prazo.

Ultimamente este conceito tornou-se um princípio, segundo o qual o uso dos recursos

naturais para a satisfação de necessidades presentes não pode comprometer a satisfação

das necessidades das gerações futuras, e que precisou do vínculo da sustentabilidade no

longo prazo, um "longo prazo" de termo indefinido, em princípio.

Sustentabilidade também pode ser definida como a capacidade do ser humano interagir

com o mundo, preservando o meio ambiente para não comprometer os recursos naturais

das gerações futuras. É um conceito que gerou dois programas nacionais no Brasil. O

Conceito de Sustentabilidade é complexo, pois atende a um conjunto de variáveis

interdependentes, mas podemos dizer que deve ter a capacidade de integrar as Questões

Sociais, Energéticas, Econômicas e Ambientais.

O princípio da sustentabilidade aplica-se a um único empreendimento, a uma pequena

comunidade (a exemplo das ecovilas), até o planeta inteiro. Para que um empreendimento

humano seja considerado sustentável, é preciso que seja:

- Ecologicamente correto

- Economicamente viável

- Socialmente justo

- Culturalmente diverso

Nessa onda de preocupações ambientais o mercado não poderia passar distante e não

transformar o problema em negócios. Assim, na atualidade o mercado de carbono cresce

com uma velocidade significativa. Créditos de carbono ou Redução Certificada de

Emissões (RCE) são certificados emitidos para uma pessoa ou empresa que reduziu a sua

emissão de gases do efeito estufa (GEE).

Por convenção, uma tonelada de dióxido de carbono (CO2) corresponde a um crédito de

carbono. Este crédito pode ser negociado no mercado internacional. A redução da emissão

de outros gases, igualmente geradores do efeito estufa, também pode ser convertida em

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crédito de carbono, utilizando-se o conceito de Carbono Equivalente (Equivalência em

dióxido de carbono).

Comprar créditos de carbono no mercado corresponde aproximadamente a comprar uma

permissão para emitir GEE. O preço dessa permissão, negociado no mercado, deve ser

necessariamente inferior ao da multa que o emissor deveria pagar ao poder público, por

emitir GEE. Para o emissor, portanto, comprar créditos de carbono no mercado significa,

na prática, obter um desconto sobre a multa devida.

Acordos internacionais como o Protocolo de Kyoto determinam uma cota máxima de GEE

que os países desenvolvidos podem emitir. Os países, por sua vez, criam leis que

restringem as emissões de GEE. Assim, aqueles países ou indústrias que não conseguem

atingir as metas de reduções de emissões, tornam-se compradores de créditos de

carbono.

A depender do contexto do mercado, os tipos de créditos e a forma de comercialização, os

preços variam.

Conferências internacionais foram organizadas visando debater e popularizar o assunto. A

conferência de Estocolmo, realizada entre os dias 5 a 16 de junho de 1972 foi a primeira

atitude mundial em tentar organizar as relações do Homem e do Meio Ambiente. Na capital

da Suécia, Estocolmo, a sociedade científica já detectava graves problemas futuros por

razão da poluição atmosférica provocada pelas indústrias.

Em 1992, vinte anos após a realização da primeira conferência sobre o meio ambiente, no

Rio de Janeiro, representantes de cento e oito países do mundo reuniram-se para decidir

que medidas tomar para conseguir diminuir a degradação ambiental e garantir a existência

de outras gerações. A intenção, nesse encontro, era introduzir a idéia do desenvolvimento

sustentável, um modelo de crescimento econômico menos consumista e mais adequado

ao equilíbrio ecológico. Os encontros ocorreram no centro de convenções chamado Rio

Centro. A diferença entre 1992 e 1972 (quando teve lugar a Conferência de Estocolmo)

pode ser traduzida pela presença maciça de Chefes de Estado, fator indicativo da

importância atribuída à questão ambiental no início da década de 1990. Já as ONGs

fizeram um encontro paralelo no Aterro do Flamengo. O encontro paralelo era liberado

para a população mediante pagamento. Além do encontro paralelo, certo é que as ONGs,

conquanto não tivessem o direito de deliberar, participaram dos debates na CNUMAD de

1992.

Durante o evento, as forças armadas fizeram a proteção da cidade. O presidente da

República Fernando Collor de Mello transferiu, durante o evento, a capital de Brasília para

o Rio de Janeiro, fazendo durante alguns dias que o Rio voltasse a ser a capital do país,

como foi de 1763 até 1960.

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Regionalização do Brasil

O Brasil encontra-se política e geograficamente dividido em cinco regiões distintas, que

possuem traços comuns no que se refere aos aspectos físicos, humanos, econômicos e

culturais. Os limites de cada região - Norte, Nordeste, Sudeste, Sul e Centro-Oeste -

coincidem sempre com as fronteiras dos estados que as compõem. Esse critério é utilizado

como referência pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para a

coleta e processamento dos dados estatísticos oficiais do Governo brasileiro.

Região Norte - Com uma área de 3.869.637,9 km2, que corresponde a 45,27% do

território brasileiro, a região Norte é formada pelos estados do Acre, Amapá, Amazonas,

Pará Rondônia, Roraima e Tocantins. Sua área está localizada entre o maciço das

Guianas ao Norte, o planalto Central ao Sul, a cordilheira dos Andes a Oeste e o Oceano

Atlântico a Noroeste. De clima equatorial, é banhada pelos grandes rios das bacias

Amazônica e do Tocantins. Seu relevo tem três patamares de altitude - igapós, várzeas e

baixos platôs ou terra firme - definidos pelo volume de água dos rios, em função das

chuvas. Os igapós são áreas permanentemente inundadas, com vegetação adaptada a

permanecer com suas raízes sempre debaixo d'água. As várzeas encontram-se em terreno

mais elevado e são inundadas apenas na época das cheias dos rios. A seringueira é um

bom exemplo do tipo de árvores existentes nessa área. Os baixos platôs ou terra firme

estão localizados nas partes mais elevadas e fora do alcance das cheias dos rios. Nessa

área encontram-se as grandes árvores de madeira de lei e as castanheiras.

A região Norte possui 10.597.305 habitantes, 7% da população total do país. Sua

densidade demográfica é a mais baixa dentre todas as regiões geográficas, com 2,73

habitantes por km2. A maior parte da população da região Norte (57,8%) é urbana, sendo

Belém, capital do Estado do Pará, sua maior metrópole.

A economia da região Norte baseia-se no extrativismo vegetal de produtos como látex,

açaí, madeiras e castanha; no extrativismo mineral de ouro, diamantes, cassiterita e

estanho; e na exploração de minérios em grande escala, principalmente o ferro na serra

dos Carajás, Estado do Pará, e o manganês na serra do Navio, Estado do Amapá. Duas

ferrovias viabilizam o escoamento dos minérios extraídos da região: a Estrada de Ferro

Carajás, que vai de Marabá, Estado do Pará, a São Luiz, capital do Estado do Maranhão

(região Nordeste), que leva o ferro para os portos de Itaqui e Ponta da Madeira; e a

Estrada de Ferro do Amapá, que transporta o manganês extraído na serra do Navio até o

porto de Santana, em Macapá, capital do Estado do Amapá.

Em algumas partes da região a energia é fornecida por usinas hidrelétricas e em outras o

abastecimento depende de geradores a óleo diesel. No rio Tocantins, Estado do Pará,

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encontra-se a usina hidrelétrica de Tucuruí, a maior da região. Existem ainda usinas

menores, como Balbina, no rio Uatumã, Estado do Amazonas, e Samuel, no rio Madeira,

Estado de Rondônia.

O Governo Federal oferece incentivos fiscais para a instalação de indústrias no Estado do

Amazonas, especialmente montadoras de produtos eletrônicos. Esse processo é

administrado pela Superintendência da Zona Franca de Manaus e os incentivos deverão

permanecer em vigor até, pelo menos, o ano de 2003.

Região Nordeste - Inclui os estados do Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte,

Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia, ocupando área de 1.561.177,8 km2 , o

que corresponde a 18,26% da área total do país. A maior parte de seu território é formada

por extenso planalto, antigo e aplainado pela erosão. Em função das diferentes

características físicas que apresenta a região Nordeste encontra-se dividida em quatro

sub-regiões: Zona da Mata, Agreste, Sertão e o Polígono das Secas.

A faixa de transição entre o sertão semiárido e a região Amazônica denomina-se meio-

norte, apresentando clima bem mais úmido e vegetação exuberante à medida que avança

para o oeste. A vegetação natural dessa área é a mata dos cocais, onde se encontra a

palmeira babaçu, da qual é extraído óleo utilizado na fabricação de cosméticos,

margarinas, sabões e lubrificantes. A economia local é basicamente agrícola,

predominando as plantações de arroz nos vales úmidos do Estado do Maranhão. Na

década de 80, no entanto, teve início o processo de industrialização da área, com a

instalação de indústrias que se constituem extensões dos projetos minerais da Amazônia.

A economia da região Nordeste baseia-se na agroindústria do açúcar e do cacau. O

petróleo é explorado no litoral e na plataforma continental e processado na refinaria

Landulfo Alves, em Salvador, e no Polo Petroquímico de Camaçari, também no Estado da

Bahia. O setor de turismo, que tem demonstrado grande potencialidade de

desenvolvimento na região Nordeste, vem crescendo consideravelmente nos últimos anos

e apresenta perspectivas otimistas para o futuro.

A população da região Nordeste totaliza 43.792.133 habitantes, o que representa 28,9% do

total do país. Sua densidade demográfica é de 28,05 habitantes por km2 E a maior parte

da população se concentra na zona urbana (60,6%). As principais metrópoles regionais

são as cidades de Salvador, capital do Estado da Bahia, Recife, capital do Estado de

Pernambuco, e Fortaleza, capital do Estado do Ceará.

Zona da Mata - Estende-se do Estado do Rio Grande do Norte ao sul do Estado da Bahia,

numa faixa litorânea de até 200 km de largura. Possui clima tropical úmido, com chuvas

mais frequentes na época do outono e inverno, exceto no sul do Estado da Bahia, onde se

distribuem uniformemente por todo o ano. O solo dessa área é fértil e a vegetação natural

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é a Mata Atlântica, já praticamente extinta e substituída por lavouras de cana-de-açúcar,

desde o início da colonização do país.

Agreste - É a área de transição entre a Zona da Mata, região úmida e cheia de brejos, e o

sertão semiárido. Nesta sub-região os terrenos mais férteis são ocupados por minifúndios,

onde predomina as culturas de subsistência e a pecuária leiteira. Sertão - Extensa área de

clima semiárido, nos Estados do Rio Grande do Norte e Ceará chega até o litoral. Os solos

desta sub-região são rasos e pedregosos, as chuvas escassas e mal distribuídas e as

atividades agrícolas sofrem grande limitação. A vegetação típica do sertão é a caatinga.

Nas partes mais úmidas existem bosques de palmeiras, especialmente a carnaubeira,

também chamada "árvore da providência", por serem todas as suas partes aproveitadas. O

rio São Francisco é o maior rio da região e única fonte perene de água para as populações

que habitam as suas margens. Nele existem várias represas e usinas hidrelétricas, como a

de Sobradinho, em Juazeiro, Estado da Bahia, e a de Paulo Afonso, na divisa dos Estados

da Bahia e Pernambuco. A economia do sertão nordestino baseia-se na pecuária extensiva

e no cultivo de algodão em grandes propriedades de terra, com baixa produtividade.

Polígono das Secas - Delimitada em 1951 para combater as secas do Nordeste, essa área

abrange praticamente todos os estados do Nordeste, com exceção do Maranhão e o litoral

leste da região. As secas de 1979 a 1984 e 1989 a 1990 atingiram 1.510 municípios do

Nordeste brasileiro. O combate tradicional às secas vem sendo feito com a construção de

açudes e distribuição de verbas aos prefeitos dos municípios atingidos. Recentemente, no

entanto, o Governo Federal começou a implementar projetos na região, que visam à

solução definitiva do problema de convivência do homem nordestino com a seca. Dentre

tais projetos destaca-se o projeto Áridas, financiado pelo Banco Mundial.

Região Sudeste - Formada pelos Estados do Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro

e São Paulo, ocupa 10,85% do território brasileiro, com área de 927.286,2 km2 . Situa-se

na parte mais elevada do Planalto Atlântico de sudeste, onde se encontram as serras da

Mantiqueira, do Mar e do Espinhaço. Sua paisagem típica apresenta formações de

montanhas arredondadas, chamadas "mares de morros" e os "pães de açúcar", que são

montanhas de agulhas graníticas. O clima predominante no litoral é o tropical atlântico e

nos planaltos o tropical de altitude, com geadas ocasionais. A mata tropical que existia

originalmente no litoral, foi devastada no período de ocupação do território, dando lugar a

plantações de café. No Estado de Minas Gerais predomina a vegetação de cerrado, com

arbustos e gramas, sendo que no vale do rio São Francisco e norte do Estado, encontra-se

a caatinga.

O relevo planáltico do Sudeste fornece grande potencial hidrelétrico à região, quase todo

aproveitado. A maior usina existente é a de Urubupungá, localizada no rio Paraná, divisa

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dos Estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul. Encontram-se ainda na região Sudeste

as nascentes de duas importantes bacias hidrográficas do país: a bacia do rio Paraná, que

se origina da união dos rios Paranaíba e Grande, próxima à região conhecida como

Triângulo Mineiro, no Estado de Minas Gerais, e a do rio São Francisco, que nasce na

serra da Canastra, também no Estado de Minas Gerais.

A região Sudeste é a de maior população no país, somando 64.603.032 habitantes, o que

corresponde a 42,63% do total. É também a região com maior densidade demográfica

(69,66 habitantes por km2) e mais alto índice de urbanização: 88%. Abriga as duas mais

importantes metrópoles nacionais, as cidades de São Paulo e Rio de Janeiro, localizadas

em Estados que levam os mesmos nomes. A cidade de Belo Horizonte, capital do Estado

de Minas Gerais, é considerada importante metrópole regional.

A economia da região Sudeste é a mais desenvolvida e industrializada dentre as

economias de todas as regiões, nela se concentrando mais da metade da produção do

país. Possui ainda os maiores rebanhos bovinos, além de significativa produção agrícola,

que inclui o cultivo de cana-de-açúcar, laranja e café em lavouras que apresentam bom

padrão técnico e alta produtividade. Possui ainda reservas de ferro e manganês na serra

do Espinhaço, Estado de Minas Gerais, e petróleo em quantidade razoável na bacia de

Campos, Estado do Rio de Janeiro.

Região Sul - Com 577.214,0 km2 , é a região que apresenta menor área, ocupando

apenas 6,75% do território brasileiro. Formada pelos estados do Paraná, Santa Catarina e

Rio Grande do Sul, tem clima subtropical, exceto na região norte do Estado do Paraná,

onde predomina o clima tropical. Caracteriza-se pela diversidade de temperaturas nas

diferentes áreas que a compõem. As regiões de planaltos mais elevados apresentam

temperaturas baixas, com nevascas ocasionais, e na região da planície dos Pampas, mais

ao sul, as temperaturas são elevadas. A vegetação acompanha essa variação da

temperatura, ou seja, nos locais mais frios predominam as matas de araucárias (pinhais) e

nos pampas os campos de gramíneas. A região possui grande potencial hidrelétrico,

destacando-se a usina de Itaipu, localizada no rio Paraná, na fronteira com o Paraguai.

A população da região Sul totaliza 22.653.700 habitantes, o que representa 14,95% da

população do País. A densidade demográfica é de 39,24 habitantes por km2 e 74,1% da

população vivem no meio urbano. São encontrados traços marcantes da influência da

imigração alemã, italiana e açoriana na região.

Inicialmente baseada na agropecuária, a economia da região Sul desenvolveu importante

parque industrial nas últimas décadas, cujos centros se encontram nas áreas

metropolitanas da cidade de Porto Alegre, capital do Estado do Rio Grande do Sul, e

Curitiba, capital do Estado do Paraná. A produção agrícola utiliza modernas técnicas de

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cultivo, destacando-se o trigo, soja, arroz, milho, feijão e tabaco entre os principais

produtos comercializados. Na pecuária encontram-se rebanhos de linhagens européias

(hereford e charolês). A suinocultura é praticada no oeste do Estado de Santa Catarina e

no Estado do Paraná, onde ainda é significativa a prática do extrativismo, com extração de

madeira de pinho. No Estado de Santa Catarina explora-se o carvão mineral ao sul e se

encontra grande número de frigorícos, que produzem não apenas para o mercado interno,

mas também para exportação.

Região Centro-Oeste - Ocupa 18,86% do território brasileiro, numa área de 1.612.077,2

km2 e é formada pelos Estados de Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e o Distrito

Federal. Localizada em extenso planalto Central, seu relevo caracteriza-se pela

predominância de terrenos antigos e aplainados pela erosão, que deu origem a

chapadões. Na parte oeste do Estado de Mato Grosso do Sul e sudoeste do Estado de

Mato Grosso encontra-se a depressão do Pantanal Matogrossense, cortada pelo rio

Paraguai e sujeita a cheias durante parte do ano. A vegetação do Pantanal é

extremamente variada e sua fauna de uma riqueza muito grande. Já na região de planalto,

predomina a vegetação de cerrado. O clima da região é tropical semiúmido, com

frequentes chuvas de verão.

A população da região Centro-Oeste totaliza 9.871.279 habitantes, com densidade

demográfica de 6,12 habitantes por km2 . Representa 6,5% da população total do país e

se concentra, em sua maioria, na zona urbana: 81,3%. A economia da região Centro-Oeste

baseou-se inicialmente na exploração de garimpos de ouro e diamantes e foi,

gradativamente, sendo substituída pela pecuária. A transferência da capital federal do Rio

de Janeiro para Brasília, em 1960, e a construção de ferrovias que facilitaram o acesso em

direção ao oeste, aceleraram o povoamento região, contribuindo para o seu

desenvolvimento.

Encontram-se nesta região as maiores reservas de manganês do país, localizadas no

maciço de Urucum, no Pantanal. Devido ao difícil acesso ao local, tais reservas ainda são

pouco exploradas. O turismo como atividade econômica vem se desenvolvendo

rapidamente na região, atraindo visitantes de várias partes do mundo, que procuram

desfrutar da riqueza da flora e da fauna do Pantanal, bem como da paisagem das

chapadas encontradas nos Estados de Goiás e Mato Grosso.

A nova ordem mundial e a Globalização

A nova ordem mundial compreende um conjunto de mudanças ocorridas a partir da década

de 1970 na geopolítica mundial. O termo geopolítica teve sua origem na Alemanha, no

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início do século XX, tentando explicar o fundamento geopolítico às pretensões

expansionistas alemãs, mais tarde adotado pelos nazistas para justificar seus objetivos

imperialistas.

Portanto, podemos definir geopolítica como sendo: "Ramo da ciência política que estuda

as influências geográficas dos domínios do Estado, dando-lhe suporte estratégico e

ideológico".

A geopolítica foi muito utilizada durante o período da Guerra Fria, sendo uma luta política e

estratégica entre os blocos capitalista (liderado pelos EUA) e socialista (liderado pela

URSS).

Durante a vigência da Guerra Fria (1945 - 1990), criaram-se organizações econômicas e

militares, e houve intervenção das grandes potências em países periféricos, criando

mecanismos supostamente de defesa, mas que se traduziram em instrumentos de

dominação, tanto dos EUA como da URSS.

A nova ordem mundial pode ser definida como as configurações que a geopolítica tomou

com o término da Guerra Fria. Após a implosão da URSS e a consequente desintegração

de seu império, o mundo passou a ser dividido segundo o critério econômico, dando

origem ao mundo multipolar.

Áreas ainda indefinidas:

- CEI - Comunidade de Estados Independentes (Ex-URSS): Por um lado, pode vir a tornar-

se uma periferia da Europa; por outro, pode ocorrer a incorporação das repúblicas

meridionais e islâmicas ao Oriente Médio. Podem, também, vir a ser um mercado comum

efetivo, menos importante que os três principais.

- China: Pode ser periferizada pelo Japão ou tornar-se uma nova potência, embora

secundária.

- Oriente Médio: Área de disputa entre os três polos ou centros importantes, com vantagem

momentânea para os EUA; pode também vir a ser uma região original pela união dos

povos e estados islâmicos, com tendência a não se alinhar harmoniosamente em nenhum

dos três centros.

Dentro dessas mudanças também surgiu uma nova Divisão Internacional do Trabalho. A

partir do século XVI, com as grandes navegações, realizando descobertas pelo mundo,

criou-se um termo chamado de divisão Internacional do Trabalho, que consistia em

fundamentar a relação entre os colonizadores (Metrópoles) e colonizados (Colônias).

Aos colonizados, cabia o fornecimento de matérias-primas para as Metrópoles e estas por

sua vez teriam a incumbência de vender para as colônias produtos manufaturados.

Este pensamento caracterizou as relações entre os principais países durante muito tempo,

até que a partir de 1945, o poder mundial ficou dividido entre duas superpotências, de um

lado EUA (representando o Capitalismo) e de outro a URSS (representando o Socialismo).

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A nova ordem mundial já não se caracteriza pela competição ou disputa ideológica entre

estes dois sistemas, mas a principal característica, na atualidade, é a competição

econômica entre países e blocos de países.

A globalização é uma forte marca dessas mudanças. Ela consiste Conjunto de

transformações na ordem política e econômica mundial que vem acontecendo nas últimas

décadas. O ponto central da mudança é a integração dos mercados numa "aldeia global",

explorada pelas grandes corporações transnacionais. Os Estados abandonam

gradativamente as barreiras tarifárias que existiam para proteger sua produção da

concorrência dos produtos estrangeiros e abrem-se ao comércio e ao capital internacional.

Este processo tem sido acompanhado de uma intensa revolução nas tecnologias de

informação: telefones, computadores, televisão, etc.

As fontes de informação também se uniformizam, devido ao alcance mundial e à crescente

popularização dos canais de televisão por assinatura e da Internet. Isso faz com que os

desdobramentos da globalização ultrapassem os limites da economia e comecem a

provocar certa homogeneização cultural entre os países.

A tendência do mercado já no início do século XXI é tornar-se cada vez mais globalizado,

pois não existe mais condições para que uma determinada empresa venha a fixar-se em

apenas uma determinada região do globo a fim de dominar um determinado setor do

mercado.

A acirrada competição entre os grandes conglomerados fez com que ocorresse uma

descentralização acentuada na atividade industrial de vários países. Várias regiões do

mundo subdesenvolvido foram modernizadas, graças à transferência de grandes grupos

industriais provenientes de países do Primeiro Mundo.

Como a competição é acirrada, muitas das empresas transnacionais viram como única

solução para garantir sua lucratividade a transferência de filiais para países

subdesenvolvidos, onde encontram uma série de fatores que certamente irão favorecer e

garantir um bom retorno de investimento em um curto espaço de tempo e por alguns anos.

O neoliberalismo surge nesse contexto com forte influência política e econômica.

Neoliberalismo, como entendido, é um produto do liberalismo econômico neoclássico

capitalista. O termo foi cunhado em 1938 em uma conferência denominada Colóquio

Walter Lippman pelo sociólogo alemão e economista Alexander Rüstow. Ao ser criado,

termo se referia a uma tentativa de redefinição do liberalismo clássico, influenciado pelas

teorias econômicas neoclássicas. Em 1938 o termo se referia a uma corrente econômica

que pregava a adaptação dos princípios do liberalismo clássico às exigências de um

Estado regulador e assistencialista. A partir dos anos 1980 entretanto, o significado mudou

totalmente de sentido, quando a implementação das políticas neoliberais da forma que são

descritas atualmente costumam ser identificadas como uma volta ao liberalismo clássico .O

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neoliberalismo caracteriza-se por apoio à uma maior liberalização econômica, privatização,

livre-comércio, mercados abertos, a desregulamentação, e reduções nos gastos do

governo a fim de reforçar o papel do setor privado na economia.

A partir da década de 1960, passou a significar a doutrina econômica que defende a

absoluta liberdade de mercado e uma restrição à intervenção estatal sobre a economia, só

devendo esta ocorrer em setores imprescindíveis e ainda assim num grau mínimo

(minarquia). É nesse segundo sentido que o termo é mais usado atualmente. No entanto,

autores da filosofia econômica e comentaristas de economia que se alinham com as

postulações liberais rejeitam a alcunha "neoliberal", preferindo adotar o termo liberal.

Nesse sentido, pode-se afirmar que a denominação neoliberalismo é mais uma

denominação elaborada pelos críticos dos pressupostos do liberalismo que uma

reivindicação terminológica por parte dos precursores de sua doutrina.

O Brasil passou por mudanças significativas nesse momento. Até 1950, o Brasil era um

país tipicamente agrário, ou seja, a agricultura era o setor mais importante da economia. A

maior parte da população morava no campo, sendo que a industrialização chegou mesmo

para valer a partir de 1956, com o Plano de Metas do Governo JK, quando ocorreu uma

ruptura com o modelo agroexportador, transformando todas as relações da economia

brasileira com a economia capitalista mundial.

Quanto ao fluxo de capitais, a economia brasileira aumentou seu grau de participação no

mercado mundial, pois mesmo antes da Segunda Guerra Mundial, os investimentos

estrangeiros estavam resumidos às ferrovias, à eletricidade e ao comércio de importação e

exportação.

Após 1950, os investimentos estrangeiros passaram a dominar os ramos industriais mais

modernos e diversificaram sua atuação nos setores de comércio e serviços urbanos.

A industrialização brasileira foi desenvolvida através da substituição das importações, ou

seja, da produção interna de manufaturados, fato este que durou até os anos de 1970. A

partir de 1975, o comportamento das importações e exportações sofreu súbitas alterações,

provocadas por mudanças internacionais e o país passa a exportar produtos

industrializados, deixando para trás toda aquela ideia de exportação de produtos agrícolas.

O comércio exterior brasileiro conheceu profundas alterações nas últimas décadas, ou

seja, a exportação de produtos primários (agrícolas e minerais) e de semi-industrializados

foram sendo substituídos por exportações de mercadorias industriais. As importações

também sofreram mudanças; os bens de consumo passaram a ser produzidos pela

indústria instalada no Brasil e as compras no exterior começaram a se concentrar nos bens

de produção.

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Os principais parceiros comerciais do Brasil são a China, países do MERCOSUL, União

Europeia e os Estados Unidos, tanto em importações como em exportações. Por sua vez o

Japão e a Coréia do Sul também figuram como importantes mercados.

As relações comerciais do país com áreas do mundo subdesenvolvido são muito menos

significativas. As exportações e importações para a Associação Latino-Americana de

Desenvolvimento e Integração (Aladi), que reúne o México e a maioria dos países da

América do Sul, correspondiam, até o início da década de 90, a pouco mais de 10% do

comércio brasileiro. O Oriente Médio constitui um importante fornecedor, devido às

vultosas importações de petróleo.

Com todas as modificações ocorridas em termos de inserção do Brasil no comércio

internacional não diminuiu a dependência em relação ao fluxo de capitais e ao

desenvolvimento de tecnologia, portanto, continuamos a ser país de periferia.

Essa dependência é uma característica de países periféricos em tempos de globalização.

BRICS

A economia global na atualidade passa por mudanças significativas, que tiveram origem

em um mundo bipolarizado representado pela Guerra Fria. Com o fim desse período

acreditava-se na hegemonia norte americana a ponto de se cogitar o fim da história.

A entrada no século XXI foi marcada por acontecimentos que contrariaram a perspectiva

otimista dos países desenvolvidos. Nesses percebemos o rompimento de momentos de

crescimento, como consequência da maior liberdade do capital proporcionada pela sua

volatilidade da globalização.

Contrariando as perspectivas surge um novo grupo de países emergentes, que passam a

ser considerado o motor da economia mundial e são denominados de BRICS. Em

economia, BRICS é um acrônimo que se refere aos países membros fundadores (o grupo

BRIC: Brasil, Rússia, Índia e China) e à África do Sul, que juntos formam um grupo político

de cooperação. Em 14 de abril de 20112 , o "S" foi oficialmente adicionado à sigla BRIC

para formar o BRICS, após a admissão da África do Sul (em inglês: South Africa) ao grupo.

Os membros fundadores e a África do Sul estão todos em um estágio similar de mercado

emergente, devido ao seu desenvolvimento econômico. É geralmente traduzido como "os

BRICS" ou "países BRICS" ou, alternativamente, como os "Cinco Grandes".

Apesar do grupo ainda não ser um bloco econômico ou uma associação de comércio

formal, como no caso da União Europeia, existem fortes indicadores de que “os quatro

países do BRIC têm procurado formar um “clube político” ou uma “aliança”, e assim

converter “seu crescente poder econômico em uma maior influência geopolítica.” Desde

2009, os líderes do grupo realizam cúpulas anuais”.

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A sigla (originalmente "BRIC") foi cunhada por Jim O'Neill em um estudo de 2001 intitulado

"Building Better Global Economic BRICs". Desde então, a sigla passou a ser amplamente

usada como um símbolo da mudança no poder econômico global, distanciando-se das

economias desenvolvidas do G7 em relação ao mundo em desenvolvimento.

De acordo com um artigo publicado em 2005, o México e a Coréia do Sul seriam os únicos

outros países comparáveis aos BRICS, mas suas economias foram inicialmente excluídas

por serem consideradas mais desenvolvidas, uma vez que já eram membros da

Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico.

O presidente da Rússia, Vladimir Putin foi a força motriz por trás dessa coligação original

cooperativa dos países em desenvolvimento BRIC. No entanto, até agora, nenhum texto foi

tornado público sobre qualquer acordo formal do qual todos os quatro países BRIC são

signatários. Isso não significa, porém, que eles não chegaram a uma multiplicidade de

acordos bilaterais ou mesmo quadrilaterais. A existência de acordos desse tipo é

abundante e estão disponíveis nos sites do Ministério das Relações Exteriores de cada um

dos quatro países. Acordos trilaterais e as estruturas feitas entre os BRICs incluem a

Organização para Cooperação de Xangai (Estados-Membros incluem a Rússia e a China,

observadores incluem a Índia) e do Fórum Trilateral IBAS, que reúne Brasil, Índia e África

do Sul em diálogos anuais. Também é importante observar que o G20, uma coalizão de

países em desenvolvimento, inclui todos os BRICs.

Em agosto 2010, Jim O'Neill, chefe de pesquisa em economia global do grupo financeiro

Goldman Sachs que criou a tese "BRIC", argumenta que a África pode ser considerada o

próximo BRIC. Analistas de bancos rivais têm procurado ir além do conceito dos BRICs,

através da introdução de seus próprios grupos de mercados emergentes. As propostas

incluem os CIBETs (Colômbia, Indonésia, Vietnã, Egito, Turquia e África do Sul), os

EAGLEs (Emerging and Growth-Leading Economies) e o Clube 7 por cento (que inclui os

países que apresentaram crescimento econômico de pelo menos 7 por cento ao ano).

O governo sul-africano procurou os membros do BRIC em 2010, e o processo de admissão

formal começou logo em agosto de 2010. A África do Sul foi admitida oficialmente como

uma nação do BRIC em 24 de dezembro de 2010 após ser convidada pela China e outros

países do BRIC para participar do grupo. A letra "S" em BRICS representa a África do Sul.

O presidente Jacob Zuma foi assistir à cúpula do BRICS em Pequim, em abril de 2011,

como membro pleno. A África do Sul está em uma posição única e pode influenciar o

crescimento econômico e o investimento da África. De acordo com Jim O'Neill, do

Goldman Sachs, que originalmente cunhou o termo, o PIB atual combinado do continente

africano é razoavelmente semelhante ao do Brasil e da Rússia e ligeiramente superior ao

da Índia. A África do Sul é um "portal" para o sul da África e para África em geral, já que o

país africano mais economicamente desenvolvido. A China, que é o maior parceiro

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comercial da África do Sul e da Índia, quer ampliar os laços comerciais com a África. A

África do Sul é também a maior economia da África, mas, 31º maior PIB do mundo, sua

economia está muito além dos seus novos parceiros.

Jim O'Neill, expressou surpresa quando a África do Sul se juntou ao BRIC, já que a

economia da África do Sul é um quarto do tamanho da economia da Rússia (a nação com

o menor poder econômico do BRIC). Ele acreditava que o potencial estava lá, mas não

previu a inclusão da África do Sul nesta fase. Martyn Davies, um perito no mercado

emergente sul-africano, argumentou que a decisão de convidar a África do Sul faz pouco

sentido comercial, mas foi politicamente astuta, dadas as tentativas da China em

estabelecer uma presença na África. Além disso, a inclusão da África do Sul no BRICS

pode traduzir-se a um maior apoio Sul-Africano para a China em fóruns globais.

As credenciais africanas são importantes geopoliticamente, pois dá aos BRICS a

oportunidade de influenciar e comercializar em quatro continentes diferentes. A adição da

África do Sul é uma hábil jogada política que reforça ainda mais o poder BRICS e de seu

estatuto. Na redação original, que cunhou o termo, o Goldman Sachs não argumenta que

os BRICs teriam se organizado em um bloco econômico, ou uma associação comercial

formal que este movimento significa.

A crise europeia

O mundo globalizado apresenta novas conjunturas para a economia mundial. Com o

advento dos blocos econômicos novas realidades se delineiam, como as crises

econômicas. Um exemplo é a crise da dívida pública europeia, muitas vezes referida como

crise da Zona Euro, sendo é uma crise financeira em curso que, para alguns países da

Zona do Euro, que tornou difícil ou mesmo impossível o pagamento ou o refinanciamento

da sua dívida pública sem a ajuda de terceiros.

A partir do final de 2009, o receio de uma crise de dívida pública desenvolveu-se entre os

investidores, como resultado do aumento dos níveis de endividamento do governo e

entidades privadas em alguns estados europeus. As causas da crise variaram de país para

país. Em alguns países, as dívidas privadas decorrentes da bolha de especulação

imobiliária, foram transferidas para a dívida pública como resultado dos resgates do

sistema bancário e respostas governamentais à desaceleração das economias no período

pós-bolha. Na Grécia, os insustentáveis compromissos salariais do setor público e de

pensões impulsionaram o aumento da dívida. A estrutura da Zona Euro enquanto união

monetária (i.e. uma única moeda) sem união fiscal (i.e. impostos e regras de pensões

públicas diferentes) contribuiu para a crise e limitou a capacidade dos líderes europeus

para encontrar respostas. Esta situação é reforçada pelas preocupações relativamente à

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solvência dos sistemas bancários europeus, dado estes possuírem quantidades

significativas da dívida soberana públicas.

As dúvidas intensificaram-se a partir do início de 20007 levando os ministros das finanças

europeus a aprovar a criação do Fundo Europeu de Estabilização Financeira (FEEF) e o

Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE).

Para além das medidas políticas e programas de resgate implementados para combater a

crise da dívida pública europeia, o Banco Central Europeu (BCE) também contribuiu com a

redução das taxas de juro e proporcionando créditos barato superiores a um trilião de

euros, para manter os fluxos monetários entre os bancos europeus. Em 6 de setembro de

2012, o BCE também procurou acalmar os mercados financeiros anunciando apoio

ilimitado e sem custos a todos os países da Zona Euro com programas de resgate ou

preventivos do FEEF/MEE, através da redução do juro associado a transações monetárias

definitivas.

A crise não só gerou efeitos adversos nas economias dos países mais atingidos, como

também teve impacto político significativo na governação de 8 dos 17 países da zona euro,

levando a mudanças de poder na Grécia, Irlanda, Itália, Portugal, Espanha, Eslovénia,

Eslováquia e Países Baixos.

Jornadas de Junho e Primavera Árabe

A onda de protestos ocorridos no Brasil em 2013, que também ficaram conhecidas como

Manifestações de Junho, Jornadas de Junho ou Manifestações dos 20 centavos,

Ocorreram diversas manifestações populares por todo o país que inicialmente surgiram

para contestar os aumentos nas tarifas de transporte público, principalmente nas principais

capitais.

Inicialmente restrito a poucos de participantes, os atos pela redução das passagens nos

transportes públicos ganharam grande apoio popular em meados de junho, em especial

após a forte repressão policial contra os manifestantes, cujo ápice se deu no protesto do

dia 13 em São Paulo. Quatro dias depois, um grande número de populares tomou parte

das manifestações nas ruas em novos diversos protestos por várias cidades brasileiras25

26 e até do exterior. Em seu ápice, milhões de brasileiros estavam nas ruas protestando

não apenas pela redução das tarifas e a violência policial, mas também por uma grande

variedade de temas como os gastos públicos em grandes eventos esportivos

internacionais, a má qualidade dos serviços públicos e a indignação com a corrupção

política em geral. Os protestos geraram grande repercussão nacional e internacional.

Em resposta, o governo brasileiro anunciou várias medidas para tentar atender às

reivindicações dos manifestantes e o Congresso Nacional votou uma série de concessões

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(a chamada "agenda positiva"), como ter tornado a corrupção como um crime hediondo,

arquivado a chamada PEC 37 e proibido o voto secreto em votações para cassar o

mandato de legisladores acusados de irregularidades.37 Houve também a revogação dos

então recentes aumentos das tarifas nos transportes em várias cidades do país, com a

volta aos preços anteriores ao movimento.

As manifestações no Brasil seguiram o mesmo processo de "propagação viral" de

protestos em outros países, como a Primavera Árabe, no mundo árabe, Occupy Wall St,

nos Estados Unidos, e Los Indignados, na Espanha.

A Primavera Árabe se refere às ondas de protestos e rebeliões no Norte da África e no

Oriente Médio que vêm acontecendo desde dezembro de 2010. A onda revolucionária

começou no final de 2010 na Tunísia, com a Revolução de Jasmim (flor símbolo do país),

quando Mohamed Bouazizi, um vendedor de rua, se auto imolou (ateou fogo a si mesmo)

por ser vítima de cobranças indevidas por parte do governo para poder trabalhar com seu

carrinho de frutas. Ele estava desempregado e seu carrinho era o seu modo de sobreviver.

Mohamed morreu em janeiro de 2011 e então começaram os protestos na Tunísia. O

presidente Zine El Abidine Ben Ali, foi deposto após 23 anos de ditadura.

Com o sucesso dos protestos na Tunísia, uma onda de instabilidade atingiu a Argélia,

Jordânia, Egito e o Iêmen.

Todas as revoluções que estão acontecendo na Primavera Árabe nada têm a ver com o

islamismo. São revoluções puramente político-econômicas, onde o povo está pedindo

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passagem. Chega de desemprego, corrupção, fome, pobreza, jovens sem esperança no

futuro!

Geopolítica Russa: A invasão da Criméia

Desde o fim da URSS nunca a Rússia esteve tão presente no cenário geopolítico

internacional. Atualmente sua preocupação gira em torno da consolidação de seu poder na

região da ex-URSS, isto está sendo conseguido através da consolidação da CEI –

Comunidade dos Estados Independentes- apesar de Letônia, Estônia e Lituânia não

pertencerem ao bloco e a Geórgia ter se retirado.

Esta integração deve-se, também, ao fato de que no período de vigência da URSS estes

países tornaram-se interdependentes, principalmente no setor energético. Nessa região a

influência russa também se deve ao fato dela fazer parte de organismos internacionais

como OTAN, Conselho de segurança da ONU e G-8.

Porém, sua influência não é apenas regional, visto que tem feito diversos acordos militares

e econômicos ao redor do planeta. Muitos desses acordos são contraditórios, pois ocorrem

com países que possuem divergências das mais variadas ordens.

Sem dúvidas os EUA estão no centro dessas divergências. A maior delas diz respeito à

disputa pela influência na Ucrânia. As divergências se iniciaram quando os ucranianos se,

influenciados por Moscou, se negaram a assinar um acordo comercial com a União

Europeia. Com isso, a direita ucraniana armou um golpe de Estado, fazendo com que a

Rússia invadisse a região da Criméia, que possui fortes laços com os russos. A partir

desse momento os EUA começam uma série de represálias políticas, comercial e

diplomáticas com poucos efeitos.

América Latina

A crise argentina

A Argentina tem chamado a atenção nos últimos anos por conta de sua constante crise

econômica, que mais recentemente desembocou em um default técnico ou, mais

simplesmente uma moratória.

Segundo o economista Luís Nassif: "Após a desastrada gestão do Ministro da Fazenda

Domingo Cavallo [ministro por seis anos do governo do neoliberal Menem e por 20 dias de

Fernando de La Rua], o país entrou em moratória. Houve uma penosa negociação com os

credores no final da qual 93% deles aceitaram receber novos bônus com desconto de mais

de 60%. O restante ficou de fora do acordo e foi brigar na Justiça.

Nos contratos de dívida, a Argentina escolheu a praça de Nova York para dirimir as

pendências judiciais. Fechado o acordo de reestruturação, fundos “abutres" - um tipo de

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fundo que adquire títulos de difícil negociação por valor irrisório – compraram papéis de

fora do acordo na bacia das almas, e entraram na Justiça exigindo o pagamento integral de

sua parte.

O caso foi parar nas mãos do juiz Thomas Griesa, um magistrado de 84 anos,

provavelmente sem a menor noção sobre o impacto de ações envolvendo dívidas

soberanas (de países). O juiz ordenou que a Argentina quitasse integralmente os títulos

dos “abutres”. Para garantir a quitação, ordenou o bloqueio do depósito que o país fez para

os credores que aderiram ao acordo.

A Argentina apelou para a Suprema Corte, que decidiu não opinar sobre a questão. Assim,

a decisão do juiz Griesa tornou-se definitiva. Ocorre que, no contrato de renegociação da

dívida argentina, há um cláusula que estipula que se a Argentina oferecer condições

melhores para os credores que não optaram pela renegociação, terá que oferecer as

mesmas condições para todos os demais. E aí, o desembolso saltaria de US$ 1 bilhão

para US$ 20 bilhões.

Na época da renegociação, os credores adquiriram uma espécie de seguro de crédito - o

CDS (credit default swap) - largamente utilizado no período pré-crise de 2008. Assim, além

de especular com os velhos e novos títulos da Argentina, o mercado passou a especular

também com os CDS.

A questão em jogo é a avaliação da Justiça sobre a decisão da Argentina de não pagar os

“abutres”. Ela pagaria para não ter default; ou deixaria de pagar correndo o risco de

default?

Inicialmente, foi pensada uma forma de a Argentina sair desse embrulho. Bancos

argentinos adquiririam os títulos dos “abutres”, guardariam em carteira e nada fariam com

ele até vencer o prazo do final do ano. Depois, acertariam com o governo da Argentina.

Mesmo alguns grandes credores se ofereceram para montar essa operação. Enquanto a

Argentina e credores debatiam-se ante esse dilema, o "Comitê de Determinações da

Associação Internacional de Swaps e Derivativos" decidiu que a Argentina está

oficialmente em calote.

Mas o caso Argentina deverá provocar mudanças nos contratos envolvendo dívida

soberana. “Vigorando a decisão do juiz Griesa, inviabilizaria totalmente reestruturações de

dívidas soberanas.”

Venezuela

Um dos grandes destaques na atualidade são as mudanças políticas e econômicas vividas

na América Latina. A Venezuela merece um lugar de destaque, pois sua economia

passou, depois da Primeira Guerra Mundial, de essencialmente agrícola para uma

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economia centrada na produção e exportação de petróleo. É a quinta maior economia da

América Latina, depois do Brasil, México, Argentina e Colômbia.

O petróleo é responsável por cerca de um terço do PIB, por cerca de 80% das receitas de

exportação e por mais de metade do financiamento da administração pública. Os

responsáveis venezuelanos estimam que o PIB cresceu 2.7% em 2001. Uma forte subida

nos preços internacionais de petróleo alimentou a economia, depois da grave recessão de

1999. A Venezuela participa também da OPEP.

Em 2003 seu coeficiente de Gini foi estimado pela ONU em 48.2, um dos trinta piores

resultados no planeta. Alguns países que possuem produção petrolífera muito acima de

seu consumo e baseiam sua economia nisso (alguns países árabes, por exemplo),

costumam ter sua riqueza extremamente mal distribuída e não desenvolvem outros

potenciais econômicos pela facilidade demasiada que a extração de petróleo proporciona.

O Presidente Chávez começou em 2003 a canalizar os proventos do petróleo obtidos pela

companhia estatal PDVSA para financiar programas sociais. Na última década, graças ao

elevado crescimento económico do país reduziu substancialmente os níveis de pobreza, as

famílias abaixo da linha de pobreza caiu de 54% em 2003 para 27,4% em 2011 e 23.9%

em 2013 , a extrema pobreza foi reduzida de 25,1% (2003) a 7,3% (2011).

Em 2005 o 68,13% da eletricidade consumida na Venezuela é produzida em usinas

hidrelétricas. A estatal Corporación Venezolana de Guayana em Bolívar desenvolvido Raul

Leoni Hidrelétrica e Macagua. Com eles, contribuiu com mais de 70% da produção de

energia elétrica da Venezuela nos últimos anos. De acordo com dados do INE, gerou 99,2

milhões de kWh de eletricidade, produção de energia elétrica da Venezuela foi equivalente

a 757 mil barris de petróleo.

No final de 2010, a Venezuela voltou a registar um crescimento económico de 0,6%, no

primeiro trimestre de 2011 o país cresceu 4,5%. Em 2012, a economia venezuelana fechou

com um crescimento de 5,5%. Os setores que mais cresceram foram financeiro com

32,90%, a construção 16,80%, o comércio com 9,20% e 7,20% das comunicações.

Naquele ano, a pobreza caiu 20%. Em 31 de julho de 2012, Venezuela foi incluída como

membro oficial do Mercado Comum do Sul (MERCOSUL).

Terrorismo

O terrorismo tem se destacado como uma nova forma de conflito geopolítico que se

destaca de formas anteriores. Terrorismo é o uso de violência, física ou psicológica,

através de ataques localizados a elementos ou instalações de um governo ou da

população governada, de modo a incutir medo, terror, e assim obter efeitos psicológicos

que ultrapassem largamente o círculo das vítimas, incluindo, antes, o resto da população

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do território. É utilizado por uma grande gama de instituições como forma de alcançar seus

objetivos, como organizações políticas de esquerda e direita, grupos separatistas e até por

governos no poder.

A guerra de guerrilha é frequentemente associada ao terrorismo uma vez que dispõe de

um pequeno contingente para atingir grandes fins, fazendo uso cirúrgico da violência para

combater forças maiores. Seu alvo, no entanto, são forças igualmente armadas procurando

sempre minimizar os danos a civis para conseguir o apoio destes. Assim sendo, é tanto

mais uma táctica militar que uma forma de terrorismo.

Segundo especialistas da área, existem centenas de definições da palavra terrorismo. A

inexistência de um conceito amplamente aceito pela comunidade internacional e pelos

estudiosos do tema significa que o terrorismo não é um fenômeno entendido da mesma

forma, por todos os indivíduos, independentemente do contexto histórico, geográfico, social

e político. Segundo Walter Laqueur: Nenhuma definição pode abarcar todas as variedades

de terrorismo que existiram ao longo da história.

O terrorismo contemporâneo é caracterizado pela descentralização de suas atividades.

Depende fortemente da surpresa e é frequente que ocorra quando e onde é menos

esperado. Ataques terroristas podem desencadear transições súbitas para conflito ou

guerra. Não é raro que depois de um ataque terrorista vários grupos não relacionados

reivindiquem a responsabilidade pela ação; isto pode ser visto como "publicidade grátis"

para os objetivos ou planos da organização. Devido à sua natureza anônima e,

frequentemente, auto sacrificial, não é incomum que as razões para o atentado

permaneçam desconhecidas por um período considerável de tempo.

O Jihad Islâmico é a corrente que mais se destaca na atualidade. Jihad é um conceito

essencial da religião islâmica e significa "empenho", "esforço". Pode ser entendida como

uma luta, mediante vontade pessoal, de se buscar e conquistar a fé perfeita. Ao contrário

do que muitos pensam jihad não significa "Guerra Santa", nome dado pelos Europeus às

lutas religiosas na Idade Média (por exemplo: Cruzadas) por mimetismo com o contato

com um Islão que, durante 500 anos antes destas, invadira metade do mundo cristão.

Aquele que segue a Jihad é conhecido como Mujahid.

A explicação quanto as duas formas de Jihad não está presente no Alcorão, mas sim nos

ditos de Maomé: Uma, a "Jihad Maior", é descrita como uma luta do indivíduo consigo

mesmo, pelo domínio da alma; e a outra: a "Jihad Menor", é descrita como um esforço que

os muçulmanos fazem para levar a teoria do Islã a outras pessoas. Esta divisão só surge,

porém, no século XI num livro de al-Khatib al-Baghdadi que transmite aquele referido dito

de Maomé. Ou seja: antes deste período apenas havia uma jihad e essa, de acordo com

os textos fundacionais do Islamismo, era a "Jihad Menor" como se pode ver na surah 4:95

do Alcorão. Com efeito, nenhuma das quatro escolas de jurisprudência sunitas, nem a

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tradição xiita, se refere à "Jihad Maior". Mas não só: nenhuma das seis maiores coleções

de hadith (Sahih Bukhari; Sahih Muslim; Dawud; al-Sughra; Tirmidhi e Ibn Majah), que a

seguir ao Corão são os textos mais importantes para a formação indenitária e teológica do

Islão, se referem, nas 200 vezes que se reportam a jihad, à "Jihad Maior", mas apenas à

jihad de luta exterior e conquista. Ou seja: dizer que a verdadeira jihad é uma luta interior

é, não só, uma posição herética face àquelas escolas ortodoxas de jurisprudência, mas ir

contra as próprias palavras do profeta muçulmano Maomé.

Atualmente, entre os grupos islâmicos que lutam pelo jihadismo se destaca o Estado

Islâmico (EI). Designado pela mídia ocidental como Estado Islâmico do Iraque e do

Levante é um grupo jihadista no Oriente Médio. Em seu Estado, autoproclamado como um

califado, afirma autoridade religiosa sobre todos os muçulmanos do mundo e aspira tomar

o controle de muitas outras regiões de maioria islâmica, a começar pelo território da região

do Levante, que inclui Jordânia, Israel, Palestina, Líbano, Chipre e Hatay, uma área no sul

da Turquia. O grupo islâmico foi designado como uma organização terrorista estrangeira

por Estados Unidos, Reino Unido, Austrália, Canadá, Indonésia e Arábia Saudita, além de

também ter sido classificado pela Organização das Nações Unidas (ONU) e pelas mídias

do Ocidente e do Oriente Médio como grupo terrorista.

O grupo, em seu formato original, era composto e apoiado por vários grupos terroristas

sunitas insurgentes, incluindo suas organizações antecessoras, como a Al-Qaeda no

Iraque e vários grupos tribais iraquianos que professam o islamismo sunita. O objetivo

original do EI era estabelecer um califado nas regiões de maioria sunita do Iraque. Após o

seu envolvimento na guerra civil síria, este objetivo se expandiu para incluir o controle de

áreas de maioria sunita da Síria. Um califado foi proclamado em 29 de junho de 2014, Abu

Bakr al-Baghdadi foi nomeado como seu califa e o grupo passou a se chamar "Estado

Islâmico".

O Estado Islâmico cresceu significativamente devido à sua participação na Guerra Civil

Síria e ao seu líder, Abu Bakr al-Baghdadi. Denúncias de discriminação econômica e

política contra árabes sunitas iraquianos desde a queda do regime secular de Saddam

Hussein também ajudaram a dar impulso ao grupo. No auge da Guerra do Iraque, seus

antecessores tinham uma presença significativa nas províncias iraquianas de Al Anbar,

Nínive, Kirkuk, maior parte de Salah-ad-Din e regiões de Babil, Diyala e Bagdá, além de

terem declarado Baquba como sua capital. No decorrer da guerra civil síria, o EI teve uma

grande presença nas províncias de Ar-Raqqah, Idlib e Aleppo.

O Estado Islâmico obriga as pessoas que vivem nas áreas que controla a se converterem

ao islamismo, além de viverem de acordo com a interpretação sunita da religião e sob a lei

charia (o código de leis islâmico). Aqueles que se recusam podem sofrer torturas e

mutilações, ou serem condenados a pena de morte. O grupo é particularmente violento

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contra muçulmanos xiitas, assírios, cristãos armênios, yazidis, drusos, shabaks e

mandeanos. O EI tem pelo menos quatro mil combatentes no Iraque que, além de ataques

a alvos militares e do governo, já assumiram a responsabilidade por ataques que mataram

milhares de civis. O Estado Islâmico tinha ligações estreitas com o Al-Qaeda até 2014,

mas em fevereiro daquele ano, depois de uma luta de poder de oito meses, o Al-Qaeda

cortou todos os laços com o grupo, supostamente por sua brutalidade e "notória

intratabilidade".