philip ardagh - mitos e lendas gregas

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  EDITORIAL ESTAMPA, LDA. Rua Escola do Ex rcito, 9, r/cDto.  Tel.@ 355 56 63 Fax: 314 19 11 , 1150 LISBOA E Mailestampa@[email protected] Home Pageh@:/;www.editorialestampa.pt < TALAO DE REPOSIO A DEVOLVER AO EDITOR  Titulo: Mitos e Lendas Gregas Coleco Mitos e Lendas o: MITOS E LENDAS GREGAS CONTADAS POR ]PHILip ARDAGH ILUSTRADAS POR VIRGINIAGRAY , 1 . ;.< 1 @ 'X. MITOou LENDA? 2 DEUSES, DE USA S E HEROIS 4 MIDAS E O SEu TOQUEDOURADO 7 MEDUSA, O MONSTRO QUE EM VEZ DE CABELOS  TINHA SERPENTES 9 O HOMEM QUE SE AMAVA A SI MESMO 10 O MINOTAURO No LABIRINTO 13 A OFERTA DE PROMETEU AOs HUMANOS 19 ICARO, o RAPAZ QUE Q UIS IR D EMASIADO L ONGE 20ao PGASO, O CAV AL O ALADO 22 OS DOZE TRABALHOS DE H RCuLES 25 ULISSES E o GIGANTE DE UM S¢ OLHO 31 ORFEU E O MUNDO SUBTERRANEO 33 O C AV ALO D E M ADEI RA DE TR3/4IA 34 JASAO Eos ARGONAUTAS 37 ~EDIPO , CO NDEN ADO POR PROFECIA 43 iNDICEREMISSIVO 48 EDITORIAL vESTAMPA

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 EDITORIAL ESTAMPA, LDA.Rua Escola do Exrcito, 9, r/cDto.  Tel.@ 355 56 63 Fax: 314 19 11 , 1150 LISBOAE Mailestampa@[email protected] Home Pageh@:/;www.editorialestampa.pt

< TALAO DE REPOSIO A DEVOLVER AO EDITOR

  Titulo: Mitos e Lendas Gregas

Coleco Mitos e Lendas

o:

MITOS E LENDASGREGASCONTADAS POR ]PHILip ARDAGHILUSTRADAS POR VIRGINIAGRAY

, 1 . ;.< 1 @ 'X.

MITOou LENDA? 2

DEUSES, DEUSAS E HEROIS 4

MIDAS E O SEu TOQUEDOURADO 7

MEDUSA, O MONSTRO QUE EM VEZ DE CABELOS  TINHA SERPENTES 9

O HOMEM QUE SE AMAVA A SI MESMO 10

O MINOTAURO No LABIRINTO 13

A OFERTA DE PROMETEU AOs HUMANOS 19

ICARO, o RAPAZ QUE QUIS IR DEMASIADO LONGE 20ao

PGASO, O CAVALO ALADO 22

OS DOZE TRABALHOS DE HRCuLES 25

ULISSES E o GIGANTE DE UM S¢ OLHO 31

ORFEU E O MUNDO SUBTERRANEO 33

O CAVALO DE MADEIRA DE TR3/4IA 34

JASAO Eos ARGONAUTAS 37

~EDIPO, CONDENADO POR PROFECIA 43

iNDICEREMISSIVO 48

EDITORIAL vESTAMPA

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MITO ou LENDA?Muito antes de as pessoas saberem ler ou escrever, as histõrias eram transmitidasoralmente. De cada vez que eram contadas, mudavam um pouco, acrescentandose uma nova personagem aqui e uma mudança na trama acolá. Os mitos e as lendas nasceramdessas hist3/4rias em constante mutaçao.

O QUE é UM MITO?Um mito é uma hist3/4ria tradicional que no se baseia em algo que realmente aconteceu e fala, normalmente, de seres sobrenaturais. Os antigos Gregos chamavam a essas pessoas her3/4is. Os mitos so inventados, mas ajudam a explicar os costumeslocais ou os fen¢menos naturais como a trovoada.

O QUE  UMA LENDA?A lenda assemelhase muito ao mito. A diferena est no facto de a lenda poder basearse num acontecimento que realmente ocorreu ou numa pessoa que realmente existiu. O que no significa que a hist¢ria no tenha mudado aolongo dos anos. Os antigos Gregos no separavam a hist¢ria verdadeira das hist"rias inventadas a respeito do seu passado. As duas tinhamse interligado de tal maneira que  muito dificil distinguir entre a realidade e a fico.

QUEM ERAM os ANTICos GREGOS?A Grcia situase entre aquilo que  agora a It lia e Asia Menor.  constituida por uma grande peninsula uma rea de terra que entra pelo mar dentro e uma srie deilhas dispersas. Cerca de 2000 a. C. (o que significa h quase 4000 anos, v ria

s tribos n¢madas chegaram ... peninsula grega e instalaramse junto do povo que j... l vivia. Com o passar do tempo, as cidades cresceram, as pessoas adoravam os mesmos deuses, e os Gregos transformaramse numa potncia na Europa. O imprio ea cultura dos antigos Gregos dominaram a Europa at os Romanos se apoderarem da Grcia em 146 a. C.

GREGOS E ROMANOSDurante o dominio romano, a influncia grega continuou. Os Romanos at adoptaram os mitos e as lendas gregas, mudaram os nomes dos deuses e dos her¢is, e serviramse deles como seus. Por exemplo, o her¢l grego Hracles transformouse, pura e simplesmente, tio her¢l romano Hrcules!

COMO SABEMOS?

Os mitos e as lendas gregas comearam a crescer no sculo viii a. C., quando os poemas de um poeta grego chamado Homero se popularizaram. As duas obras escritas mais antigas e conservadas da literatura grega so dois poemas picos intitulados Iliada e Odisseia, que se dizem ter sido escritos por ele. Falam do cerco da cidade de Tr¢ia e das aventuras do her¢i Ulisses.

ESTµTUAS E GRAVURASMultas das personagens dos mitos e das lendas gregas chegaram at n¢s na forma de est tuas e de gravuras em edif¡cios em ruinas. Tambm aparecem em vasos. Estes so pintados de duas maneiras: as figuras ticas negras figuras a negro num fundo vermelhoalaranjado; e fiiguras ticas vermelhas figuras vermelhas num fundo negro. As ilustra"es deste livro so livremente buscadas nesse estilo grego antigo.Ojarro e o vaso acima so pintados em estilo tico e reproduzem cenas das lendas e

 mitos gregos.Afigura central dojarro de cima  Dioniso, o deus grego do vinho.

DEUSES, DEUSASE HEROIS

H muitos deuses e deusas gregos, bem como her¢is, reis, rainhas,monstros e homens e mulheres vulgares.Os deuses e as deusas gregos eram imortais e podiam vivereternamente. Diziase que viviam no monte Olimpo, que  uma

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localidade verdadeira da Grcia. Aqui esto algumas das personagensque vamos encontrar neste livro. Os nomes que lhes foram atribuidospelos Romanos so os que esto entre parnteses.ZEUS (J£piter) Rei dos deuses, e deus do trovo e do raio. Exaltandose facilmente, virase muitas vezes contra a humanidade.

HERA (Juno) Deusa esposa de Zeus. Tambm muito melindrosa.

M3HRACLES (Hrcules) Hera filho de Zeus, mas no de Hera. Teve de cumprir doze tarefas, ou trabalhos, no seu esforo para se transformar num dos deuses do monte Olimpo.

DIONISO (Baco) Deus do vinho. Apoiase a um cajado onde se entrelaam ps de videira.

ATENA (Minerva) Deusa da guerra.

Esta guerreira terrivel utilizou a ast£cia para ajudar o her¢i Perseu a matar Medusa.

AFRODITE (Vnus) Deusa do amor.Muito bela e facilmente irrit vel.

POSiDON (Neptuno) Deus do mar.

Servese do seu arpo de trs dentes, ou tridente, para desencadear tempestades e controlar as ondas.

HADES, por vezes chamado PLUTÆo (Dis Pater, Orco) Deus do T rtaro, o mundo subterrneo dos mortos, que  ...s vezes chamado (r)O reino de Hades@).

HERMES (Merc£rio) Mensageiro dos deuses. Usa sand lias aladas.

PROMETEU O mais inteligente dos deuses e um amigo da humanidade.

PERSEU Her¢i cuja aventura mais famosa foi a sua demanda para aniquilar Medusa, uma das trs G rgonas.

TESEU Her¢l que enfrentou o Minotauro metade touro, metade homem brutal e libertou as suas vitimas.

PANDORA A primera mulher. Foi mandada para a Terra pelos deuses, e abriu uma caixa que lhe tinham dito para no tocar.

Dela sairam todos os males e problemas domundo.

BELEROFONTE Her¢i que cavalgou atravs dos cus montando Pgaso, o cavalo alado.

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PARIS Her¢i troiano que raptou Helena e a levou para Tr¢ia.

HELENA era da GRCIA, e depois de TROIA A mulher mais bonita do mundo.

Foi raptada por Paris e levada para Tr¢ia. Este  o epis¢dio que deu origem ... guerra de Tr(51a.

ODISSEIA (Ulisses) Her¢I da Odisseia de Homero e de muitas aventuras.

JASAO Her¢i chefe dos Argonautas. Tinha um navio chamado Argos.

dipo Her¢i tr gico, amaldioado assim que nasceu. Matou o pai e casou com a mÆe.

ORFEU M£sico que seguiu a mulher,Eur¡dice, at ao mundo subterrneo dos mortos para implorar o seu retorno ... vida.

Os antigos Gregos gravavam imagens das personagens dos seus mitos e lendas nas paredes dos edificios. No Templo de Atena, em Pesto (em cima), esto gravadas cena

s dos her¢is gregos lutan do na guerra de Tr¢ia

NOTA Do AUTORNas p ginas que se seguem encontraremos alguns dos mais famosos mitos e lendas gregas. Podem ser Ildas em separado ou umas a seguir ...s outras, como se de uma hist¢ria se tratasse. So, na sua maioria, divertidas e excitantes, apesar de poderem ser nalgumas passagens repelentes e tristes. Espero que gostem delas e queeste livro vos faa querer saber mais sobre as vidas dos antigos Gregos, bem comodos seus mitos e lendas.do

MIDAS E O SEUTOQUE DOURADO

A hist¢ria de um homem que cumpriu uma profecia e cujo sonho se tornou realidade... mas que depois se transformou numa horrivel maldio.

Ainda antes de o rei Midas ser soberano da Frigia de facto, quando era ainda beb , deixaramno ficar deitado no jardim do pal cio de seus pais. Quando chegou a altura de a ama o tirar do sol e de o levar para a frescura do pal cio, deixou escapar um grito de surpresa.Havia um formigueiro a trepar pelo beb e cada uma das formigas transportava um dourado gro de trigo. Uma a uma, cada formiga metia um gro dourado na boca do beb, e

 depois voltava a descer pelo corpinho dele abaixo.Aama agarrou ansiosamente no pequeno Midas, sacudlu as formigas e correu para dentro de casa para contar aos pais dele o que tinha acontecido. Em vez de, comoela esperava, terem ficado preocupados, adoraram o que ela lhes disse.Tratase de um bom aug£n'o! disse o pai de Midas. Tenho a certeza. Temos de ir consultar os adivinhos para eles nos dizerem qual  o seu significado concordou a mÆe.Os videntes, que conseguiam ver o futuro, concordaram com o pai de Midas. Era,de facto, um bom sinal. Trigo dourado queria dizer que vinha a¡ ouro verdadeiro.Um dia, Midas seria um homem muito rico.

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Quando Midas j tinha idade para compreender as coisas, os pais contaramlhe dasua futura boa sorte, mas foi assunto de que ele rapidamente se esqueceu... At que um dia, Dioniso, o deus do vimho, se ofereceu para lhe conceder um desejo.Os deuses no costumam satisfazer os desejos dos humanos, mas acontecera que Midas tinha encontrado Sileno, o amigo de Dioniso, no seu jardim. No fim de uma dasfant sticas festas dadas pelo deus, tinhamse todos ido embora sem ele. Midas tratou de tudo de modo a que S¡leno regressasse com toda a segurana para junto de Dioniso, e era por causa disso que este estava a oferecer a satisfao de um desejo aMidas.O rei pensou bastante e muito a srio naquilo que desejava...

De repente, lembrouse do press gio dos dourados gros de trigo.

Faz com que tudo aquilo em que eu toque se transforme em ouro! exclamou ele, descontroladamente ambicloso.

Tens a certeza de que  isso que queres? perguntou Dioniso sorrindo, ao mesmo tempo que engolia sofregamente um trago de vinho e fazia estalar os l bios, deliciado. Tenho! gritou Midas, sem hesitar.

Ento, est concedido disse Dioniso Depois no digas que no te avisei.

Midas baixouse e agarrou num pequeno ramo. Mal as pontas dos seus dedos tocaram na madeira, eila transformada em ouro macio. depois experimentou com uma folha, um torro de relva... uma maÆ. Que divertido que ele estava! Voltou a correr parao pal cio, tocou nas colunas de m rmore todas e tambm elas se transformaram em ouro.Midas sentouse ... mesa para comemorar com um banquete, que se converteu rapidamente numa crise de fome. Sempre que estendia a mo e pegava num pedao de po, ele transformavase em ouro e nÆo conseguia meterlhe os dentes. Quando o vinho da sua taa dourada lhe chegou aos l blos, tambm se transformou em ouro macio que no se coseguia beber.Com fome e com sede, Midas levantouse e comeou a percorrer, de um lado para o outro, o cho de m rmore nas suas sand lias douradas. Exactamente nesse moments, asua filha mais nova entrou a correr na sala.

Ol , pap ! exclamou ela e, antes de ele a poder impedir, abraouo. No segundo em que tocou no rei seu pal, transformouse numa est tua de ouro macio.Midas foi a correr, chorando, procurar Dioniso.Por favor, libertame desta maldio implorou ele. A minha ambiÆo levoume o que enho de melhor!

Muito bem disse o deus do vinho, com uma gargalhada. Existe uma maneira dedesfazer essa magia. E explicou ao rei o que ele tinha de fazer.Seguindo as instru"es, Midas apressouse para a nascente do rio Pactolo o s¡tio donde a gua brota do cho junto do monte Tmolo e lavouse.

E, de imediato, aconteceram duas coisas: libertouse da maldiÆo do seu toque dourada e as areias do leito do rio Pactolo ficaram de um lindo dourada e  por isso que

 ainda hoje so dessa cor.

MEDUSA, O MONSTRO QUE EmVEZ DE CABELOs TINHA SERPENTES

Com a sua cabeleira de serpentes entrelaadas,um simples relance da aterradora Medusa bastavapara nos converter em pedra.

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Medusa era uma das trs G¢rgonas, monstros com corpo de mulher, Niserpentes em vez de cabelo, dentes dejavali, garras aguadas e asas de ouro. Quem quer que se atrevesse a olh las de frente transformavase em pedra, tal era o horror.

Ojovem her¢i Perseu andava numa demanda para matar Medusa.

Afortunadamente, contava com o aux¡lio dos deuses. Atena, a deusa da guerra, acompanhavao. Hermes, mensageiro dos deuses, deulhe uma faca muito bem afiada para a decapitar. Algumas ninfas deramlhe um par de sand lias aladas para que pudesse voar, um capacete m gico que o tornava invis¡vel e uma bolsa especial para guardar a cabea da Medusa caso fosse bem sucedido.Um derradeiro presente foilhe dado por Atena. Entregou um escudo a Perseu. No tem nada de m gico, mas  vital para a tuatarefa explicoulhe ela. Que lindoque   disse Perseu, admirando o escudo brilhante. O bronze estava to bem polidoque se conseguia ver reflectido nele.Usao como se fosse um espelho disse a deusa, e o jovem her¢i percebeu tudo.Entrando no local onde as G¢rgonas dormiam, Perseu comprimiuse atravs da multido silenciosa de v¡timas petrificadas. Sabia que lhe bastava vislumbrar o rosto da Medusa para tambm se transformar numa est tua inanimada.Virou a cara para o lado e ergueu o escudo ... sua frente, fazendo reflectir a Medusa adormecida na superficie polida. E ento, sem desviar os olhos do escudo, avanou para a forma adormecida. Puxou pela faca que Hermes lhe dera e arrancou acabea da Medusa sem deitar sequer um olhar ... hedionda criatura.

Efoi assim que o mundo se libertou de um dos seus monstros mais aterradores e Perseu obteve o seu lugar na galeria dos her¢is.

O HOMEM QUE SE AMA  A SI MESMO

A palavra (r)narcisista" descreve as Pessoas que passam muito tempo a admirarse ao espelho. Vem do nome Narciso, que  a personagen, principal se bem que dificilmente o her¢i desta lenda.

No se pode negar que Narciso era muito belo ou bemparecido, ou as duas coisas.Muitas pessoas se abeiravam dele e lhe declaravam o seu eterno amor, mas ele tratavaas todas da mesma maneira: rejeitavaas. No queria envolverse com elas, po

rque se achava demasiado belo para ser visto a seu lado.Decidiu que a pessoa com quem partilharia a vida teria de ser pelo menos seriat o bonita COMO ele era e, na sua opinio, tal pessoa onde ia ele encontrar!

Certo dia, Narciso caminhava atravs da floresta quando teve a certeza de que estava a ser seguido.

Mostrate! gritou.

Mostrate tu! respondeu uma voz. As palavras eram iguais ...s dele, mas Narciso achou que a voz era ainda mais bonita que a dele.

  Vem c rogou. Deixa que eu te veja. Deixame verte a ti sussurrou avoz desconhecida. Cativado pela voz dela e pelo facto de ela quem quer que fosse pensar e falar de uma manelra to parecida com a dele, Narciso gritou: Deixameabraarte!

Deixa que eu te abrace a ti! respondeu a voz, com manifesta alegria, e de entre as rvores saiu uma ninfa chamada Eco.

P"s os braos ... volta de Narciso mas, quando ele viu que ela no passava de uma vu

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lgar ninfa, afastoua rudemente.

Nunca poderia amarte! berrou Narciso, com um sorriso cruel.

Amarte disse Eco muito triste. Ansiava dizer a Narciso quanto o amava, masfoi incapaz de expressar o que sentia. No passado, Eco tinha aborrecido Zeus com a sua tagarelice, e ele tinhaa castigado tirandolhe a capacidade de falar.S¢ conseguia repetir o que acabava de ser dito.Rejeitada por Narciso tal como todas as outras antes dela, Eco abandonou a floresta cheia de tristeza, mas continuou a am lo.Otempo passou e um dia Narciso aproximouse de uma nascente limpida e pura que dava origem ao lago Donacon, em Tspias. Sentouse na margem relvada e olhou paraa gua. E viu uma imagem perfeitamente reflectida de si mesmo, em toda a sua beleza... e apaixonouse imediatamente por ela.Quando compreendeu que a pessoa mais bela que alguma vez vira era ele pr¢prio, decidiu que j... no valla a pena viver. Puxou do punhal e, com um derradeiro gritode adeus, espetouo no corao.Adeus soluou Eco, que ainda amava tanto Narciso que o tinha seguido e estava escondida nas redondezas.No local em que o sangue de Narciso atingiu o cho, floresceu da terra uma £nica flor branca que se chamou narciso, inspirada nele. Mas, ao contr rio do homem, a flor no tem conscincia da pr¢pria beleza.

O MINOTAURONO LABIRINTO

O rei Astrion de Creta no tinha ¡ilhos, e por isso adoptoutrs irmos. Quando mnorreu, um dos irmos, Minos,apoderouse do trono E assim comea uma hist¢ria quelevar ... morte, ... destruio e ao desespero

inos disse que ia oferecer um sacrificio aos deuses para tentar provar Ni'a toda a gente que era ele o governador legitimo de Creta.

Reivindicava que, se os deuses respondessem ... sua prece, ficaria provado sem m

argem para d£vidas que eles se congratulavam por ele ser rei.O que  que eu heide rogar aos deuses? perguntou a uma multido

reunida no exterior do pal cio.Pede que um touro, grande e branco, saia a correr do mar! gritou alguem, dizendo a primeira coisa improv vel que lhe velo ... cabea.E se o pedido for atendido? perguntou Minos. Passarei ento aser o vosso legitimo rei? Um (r)Sim!" ecoou pela multido e Minos no coube em si de  felicidade.

Como Posidon  o deus do mar, se Minos queria que um grande touro branco investisse dele, tinha de rezar a Posidon. Mas como  que ia conseguirque Posidon lhe respondesse ... prece?

O rei Minos era muito astuto. Sabia que nada agradava mais aos deuses doque um sacrif¡cio animal, que constituia na morte de um animal em seubenef¡cio e que era depois oferecido a um deles. Quanto mais espectacular era O animal, mais o deus se sentia honrado. Minos iria pois pedir que Posidon lhe concedesse o touro, para depois lho sacrificar.Eassim Minos construiu um altar ao deus do mar e rogou para que um touro para ser imolado em sacrificio investisse das ondas.Eassim foi. O amimal completamente branco irrompeu ... superficie e nadou paraa costa. Perante isto, a multido compreendeu que os deuses estavam do lado de Minos e que ele era, na verdade, o seu legitimo governador.

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Porm, ainda faltava sacrificar o touro. Era o touro mais impressionante que Minos tinha visto na vida. No teve coragem de matar aquele animal maravilhoso, e faltou ... promessa que tinha feito a Posidon na sua prece.

Mandou buscar um dos touros da sua manada e sacrificouo no seu lugar.

Posidon sentiuse enganado. Para se vingar, fez com que Pasifae, mulher de Minos e rainha, se apaixonasse pelo touro, e ela nada podia fazer para o evitar.Minos ficou encantado quando Pasifae lhe disse que estava ... espera de beb, maso encanto rapidamente se transformou em horror quando a criana nasceu: era metade homem, metade touro. Minos no era o pai.. O touro  que era. Horrorizado e envergonhado pela desgraa que trouxera ... fam¡lia por ter tra¡do Posidon, o rei Minos foi a correr a um or culo uma espcie de adivinho para lhe perguntar o que deviafazer.Como  que posso evitar o escndalo e a desonra? perguntou ele. Pede ao artista Ddalo que te construa um pal cio em Cnossos respondeu o or culo. Esconde ardilosamente a tua vergonha.Orei Minos seguiu o seu conselho e pediu ao famoso inventor e arquitecto, Ddalo,que lhe construisse um pal cio com uma rede de caminhos e passagens por baixo omais complicada possivel. E chamoulhe Labirinto.OLabirinto era um local cheio de corredores infind veis e de passagens sinuosas, com muitas falsas sa¡das e s¢ uma verdadeira que ia at ao centro. E o rei Minos escondeu Pasifae e o monstro com corpo de homem e cabea de touro no seu interior...

longe dos olhares bisbilhoteiros do povo de Creta. Pasifae baptizou o seu grotesco filho de Astrio, mas quando cresceu tornouse conhecido por Minotauro.Acontece que o rei Minos tivera um filho muito amado chamado An r¢geo, que fora morto pelos Atenienses o povo de Atenas governados pelo rei Egeu.Para recompensar Minos da morte do filho, chegavam de Atenas, como tributos, sete raparigas e sete rapazes, de nove em nove anos.Otributo chegava ... ilha de Creta numa nau equipada com uma vela negra. Os rapazes e as raparigas eram conduzidos ao enredado Labirinto. No conseguiam encontrar a sa¡da. Eram muitas as voltas e reviravoltas nos t£neis escuros e sombrios. Soz'nhos e assustados, s¢ lhes restava esperar que o Minotauro farejasse o cheiro acarne humana..

Quando os descobria, o aterrador meio animal dilaceravaos,

esmagavalhes os ossos e comiaos crus! Os ecos dos seus gritos percorriam o Labirinto.

Quando chegou a altura de os Atenienses enviarem O terceiro tributo, dezoito anos depois do primeiro, Teseu, o pr¢prio filho do rei Egeu, ofereceuse para ser umdos sete homens a partir. O pai ficou horrorizado. No te preocupes tentou sosseg lo Teseu. Cumpriremos a nossa promessa e enviamos o tributo ao rei Minos, mas tambm te garanto quehavemos de voltar os catorze sos e salvos.

Ento leva esta vela branca contigo, meu corajoso filho disse o rei Egeu. Se o navio regressar sem ti, deixem ficar a vela negra iada. Se conseguires levar a

tarefa a bom termo, ia a branca que te dou. E ficarei entao ciente da vossa vit¢ria e do vosso bom regresso, antes de chegarem ... nossa costa.

Ver s uma vela branca garantiulhe o filho.

Assim que o tributo foi escolhido, Teseu libertou em segredo duas das raparigase substituiuas por dois rapazes. O rei Egeu manteria a promessa: seriam efectivamente enviados ao Minotauro catorze atenienses, mas nem tudo seria o que parecia..

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Quando Teseu e o tributo chegaram ... costa de Creta, o rel Minos estava para os cumprimentar. A seu lado estava a filha, Arladne. E, mal ela olhou para Teseu, foi amor ... primera vista. Quando o pai olhou para outro lado, Arladne segredou a Teseu: Vou ajudarte a liquidar o Minotauro.

E como  que me oriente dentro do Labirinto? sussurrou Teseu. Conheo um caminho disse Arladne , e ensinote se Prometeres levarme para Atenas e casar comigo.

Prometo disse Teseu, pronunciando silenciosamente a palavra, quando o rei Minos se virou de novo para ele.

Esta noite, so meus prisioneiros disse o rei Amanh, defrontam o Minotauro. Venham.

Nessa noite, Arladne encontrouse secretamente com Teseu e entregoulhe um novelo de fio m gico. Foime dado por Ddalo explicou. Foi ele quem construiu Oun Labirinto que fica debaixo do pal cio. Ata a ponta solta do novelo ... coluna daentrada do Labirinto, e depois deixa cair o novelo ao cho. Ele levate at ao Minotauro. E, nessa altura, matoo! silvou Teseu.

Arladne acenou afirmativamente.Assim que o fizeres, apanha o novelo, vai enrolando o fio enquanto caminhas, e chegar s assim at ... entrada.

Armado apenas de uma espada dada por Arladne, Teseu penetrou sozinho no Labirinto nessa mesma noite. Como Arladne lhe ensinara, atou uma das extremidades do fio ao pilar da entrada e depois deixou tombar o novelo. Como todos os novelos de fio, comeou a desenrolarse mas ao contr rio dos outros todos percorreu o seu caminho ao longo dos corredores que levavam ao centro... e ao Minotauro. Entretanto, a coberto da escurido, os outros atenienses dominaram os guardas postados do lado de fora dos seus aposentos. As mulheres estavam a sairse igualmente b

em. Os dois rapazes que se tinham disfarado de mulheres apanharam os guardas absolutamente desprevenidos, matandoos r plda e silenciosamente. Agora, s¢ lhes restava aguardar.Enquanto os outros esperavam, Teseu percorreu o caminho ao longo do confuse t£nel, quase no conseguindo ver o novelo de fio que se ia desenrolando a seus ps. A luz vacilante dos archotes dava ao Labirinto uma atmosfera estranha e alaranjada, e havia um cheiro a morte no ar. Ento, bruscamente, o novelo imobilizouse e Teseu apercebeuse da respiraÆo pesada de um animal. O Minotauro estava a dormir!Teseu ergueu a espada, exactamente no momento em que o Minotauro abriu um olho.

A criatura ergueuse de um salto para o encarar. Com um r pido movimento, Teseu arrancou a cabea do Minotauro, depois seguiu o novelo de volta at ... entrada. Enquanto ainda estava escuro, juntouse aos outros. Arladne conduziuos de volta

 ao navio e escaparamse ... sorrelfa do porto. Ningum sabe de certeza qual o motivo mas, a despeito de tudo o que Arladne fizera por ele, Teseu faltou ao prometido. Quando pararam por uns dias na ilha de Dia, mais tarde chamada Naxos, deixoua l ficar, dormindo, e rumou ... p tria sem ela.Tambm ningum sabe por que razo Teseu se esqueceu de arrear a vela negra e iar a braca. Talvez estivesse muito satisfeito consigo mesmo... ou talvez estivesse triste por ter tra¡do Arladne. Fosse qual fosse a razo, a vela negra continuava a ondular no mastro do navio quando este entrou no porto.

Observando do alto dos rochedos, seu pai, o rei Egeu, viu que a vela no era a bra

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nca. Deduziu que isso queria dizer que o filho morrera na sua tentativa de matar o Minotauro. Com um grito de desespero, atirouse dos rochedos e afogouse no mar que, em sua mem¢ria, se chama agora Egeu.

OFERTA DE PROMETEUAOS HUMANOS

Segundo alguns mitos, foi o deus Prometeu que crioua raa humana. No admira que a quisesse verprosperar.

Certo dia, quando surgiu uma discusso sobre que parte de um animal  que devia ser sacrificada aos deuses e qual a que cabia aos humanos, Zeus pediu a Prometeu que desse a sua opinio. Sabendo que Zeus achava sempre que (r)quanto maior melhor", Prometeu agarrou num bol morto e separou a carne dos ossos e da gordura. A seguir, comprimiu a carne e meteua dentro de um embrulho pequeno, e os ossos e agordura dentro de um muito maior. Levou os dois embrulhos a Zeus.Escolhe disse Prometeu ao rei dos deuses e, tal como ele calculara, Zeus escolheu o embrulho maior... E  por isso que os humanos comem a carne, enquanto que a gordura e os ossos, muito menos agrad veis, so oferecidos aos deuses.Zeus descobriu que tinha sido enganado e ficou furioso.Os humanos podem ficar com a carne trovejou ele , mas eu no lhes dou o fogo p

ara a cozinharem!Prometeu achou que isso era muito injusto. Em segredo, trepou ao monte Olimpo e acendeu um archote nas chamas do carro de fogo de Hlio, o deusSol. Rapidamente, arrancou um bocadinho da madeira ardente do archote e escondeua no meio de um vegetal chamado funcho. Depois escapouse e regressou ... terra, onde partilhou o segredo do fogo com os nossos antepassados.Quando Zeus soube o que se tinha passado, mandou acorrentar Prometeu, todo nu, a uma coluna nas montanhas do C ucaso. E ali, todos os dias e durante todo o dia, uma guia, traioeira e faminta lhe debicava o f¡gado at o comer todinho. E todasas noites, o f¡gado lhe voltava a crescer e ficava pronto para a tortura do dia seguinte. Prometeu permaneceu nesse sitio at ser resgatado por Hracles, o maior detodos os her¢is.

ICARO, O RAPAZ qUE qUIS IR DEMASIADO LONGE

Ddalo foi utn dos maiores inventores da sua poca, mas no conseguia dominar a ¡ndole nvejosa, nem o desassossego do seu filho icaro.

Ddalo vivia em Atenas e era famoso pelas suas engenhosas inven"es.

As pessoas vinham de muito longe para lhe pedir conselhos e ideias sobre a maneira de construir objectos. Tinha um jovem sobrinho, chamado Talo, que o ajudava.  Dentro de pouco tempo, tornouse melhor inventor do que ele, e as pessoas comearam a pedirlhe conselhos a ele em vez de o fazerem a Ddalo.

Ddalo p"s termo a essa situao de uma vez por todas quando, num acesso de ci£mes, emprrou Talo do telhado do Templo de Atena. Com Talo morto, Ddalo saiu ... pressa de Atenas... E foi assim que se instalou na Ilha de Creta.Infelizmente para Ddalo, encontrouse com o rei Minos depois de Teseu ter liquidado o Minotauro. O irado rei atirou com o inventor e seu filho ¡caro para dentro do Labirinto.Com uma pequena ajuda, fugiram da priso, mas como  que haviam de sair da ilha? No demoraria muito at serem novamente apanhados e encarcerados. Ddalo no levou muito tempo a engenrdrar um plano. Apanhou aves e serviuse das suas penas para construir dois enormes pares de asas. Coseu as penas a algodo e reforouas com cera. C

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om uma correia, prendeu ento um dos pares ao filho e outro a si mesmo.

Se saltarmos aqui deste alto juntos, Icaro, e fizeres o mesmo que eu, disse o anciÆo, conseguimos escapar com vida desta ilha.

Mas tens de obedecer a algumas regras b sicas.

Est bem, est bem disse ¡caro, impacientemente. Estava ansioso por se ir embora antes que alguem os descobrisse.

Escuta! disselhe o pai. No podes voar nem demasiado alto, nem demasiado baixo. Limitate a seguirme e a fazer o mesmo que eu.

Ento, depois de uma prece silenciosa aos deuses, Ddalo lanouse do terreno e elevouse no ar. As asas funcionavam! Funcionavam mesmo! Estava a voar!Em breve pai e filho deixaram a ilha de Creta para tr s, mas icaro esqueceuse rapidamente dos avisos do pai.Aquilo era to divertido! Uma fresca brisa soprava vinda l de baixo, do mar. O Sol aqueciaos l de cima. O cu era de um lindo e puro azul. Quanto mais voavam, mais despreocupado e descuidado se tornava icaro.Elevavase, picava, mergulhava atravs do ar e depois comeou a voar para cima, mais acima, mais ainda, at ficar muito perto do Sol. O calor dos raios do Sol derreteu a cera que fixava as penas. As asas comearam a desfazerse...Pai! gritou Icaro. Pal! Ajudame!

Ddalo, porm, ia demasiado ... sua frente e no ouviu os gritos do filho. Foi s¢ quano o inventor ouviu um grande baque nas calmas guas l em baixo  que compreendeuo que tinha acontecido. icaro tinhase atirado para a morte nas guas junto da ilha de Samos.Ddalo fora castigado pelos deuses por ter empurrado o sobrinho Talo do telhado do templo. Enquanto voava para a segurana, as suas l grimas caiam do cu para o mar, onde o filho icaro se tinha ido encontrar com o seu tr gico destino.

PGASOO CAVALO ALADO

Quando Perseu decapitou a aterradora Medusa, um cavalo alado saltou do interior

do seu corpo morto. Era Pgaso, um animal lindo e valente.Noite ap¢s noite, Belerofonte sonhava com o maravilhoso cavalo alado. Acordava todas as manhs adizer que tinha visto a beber na fonte Pirene, a desejar que aquele corcel maravilhoso pudesse um dia ser seu. Uma noite, o sonho modificouse. A deusa Atenaapareceulhe e entregoulhe umas rdeas de ouro.

Com elas, Pgaso ser teu disselhe. Com que entao o cavalo tinha nome: Pgaso.Belerofonte acordou com a palavra nos l bios. Nas mos sentiu um objecte frio eolhou para baixo para verificar que segurava umas rdeas douradas. Este sonho no tinha sido nada vulgar.Belerofonte voltou a correr a Pirene e l , est se mesmo a ver, Pgaso desceu ...

terra. Rastejou e colocou as rdeas m gicas no cavalo. Os olhos de Pgaso encontraramse com os dele e compreenderamse mutuamente.Oher¢i e o cavalo alado viveram juntos muitas aventuras. Durante uma temporada, Belerofonte viveu no pal cio do rei Preto de Tirinte. Infelizmente, a rainha apaixonouse por ele, mas no era correspondida. Ferida pela rejeiÆo dele, foi ter como marido, o rei Preto, e disselhe que era Belerofonte que estava apaixonado por ela.

Entristecido com a novidade, o rei mandou o inocente Belerofonte entregar uma mensagem ao rei l¢bates da L¡cia A mensagem estava fechada e lacrada e Belerofonte no

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desconfiava minimamente que se tratava da sua sentena de morte. Solicitava que l¢bates matasse o mensageiro que lha entregasse.Quando o rei leu a mensagem, no quis manchar as mos de sangue.Resolveu que a melhor maneira de matar Belerofonte era envi lo numa misso impossivel. O seu reino estava amaldioado pela Quimera, um monstro de bafo de fogo, com cabea de leo, corpo de bode e cauda de serpente.

Tens de ma matar, Belerofonte disse, cheio de esperana que ele se tornasse na pr¢xima vitima da Quimera.Mas Belerofonte era to astuto como valente. Na garupa de Pgaso, picou direito aoanimal e enfioulhe uma lana pela garganta. A ponta da lana era de chumbo, que se derreteu em contacto com o calor do bafo ardente do monstro. O chumbo derretido desceu depois pela garganta da Quimera abaixo, queimandolhe as entranhas e matandoa.Orei l¢bates ficou to satisfeito por se ter livrado da Quimera que preferiu ignorar o pedido do rei Preto. No s¢ no matou Belerofonte, como tambm permitiu que se casase com a sua filha e se tornasse dono de metade do reino.Com o passar do tempo, Belerofonte foise tornando cada vez mais convencido. Achavase o maior her¢i de todos os tempos e andava muito inchado. Certo dia achouque era par dos deuses e que havia de montar Pgaso e voar at ao monte Olimpo paraocupar a sua legitima posio entre eles.Zeus no concordou nem com uma coisa, nem com outra. Mandou um £nico moscardo morder Pgaso. O cavalo alado empinouse de espanto, atirando com o cavaleiro ao cho.

Belerofonte caiu ... terra com estrondo e passou o resto dos dias como um pobreparia. Hoje, Pgaso vive com os deuses no monte Olimpo, transportando os raios de Zeus na garupa.

Os DOZE TRABALHOS DE HERACLES

H muitos her¢is nos mitos e nas lendas da antigaGrcia, mas nenhum  to popular comoHracles.

racles era filho de Zeus e de uma mulher chamada Alcmena, que Zeus tinha seduzido

. A esposa de Zeus, a deusa Hera, odiou Hracles desde o principio. Enviou duasserpentes gigantescas e venenosas para matar Hracles quando ele ainda era beb... Mas Hracles no era uma criana como as outras. Na manh seguinte, Alcmena encontrou ofilho a arrulhar todo contente na sua cama de lona, segurando as duas serpentesmortas que tinha estrangulado com as pr¢prias mos, no se limitando a salvar apenas a sua vida, mas tambm a do seu meioirmo.

Hracles transformouse num formoso adulto com uma fora incr¡vel. Sabia lutar, e bem, com todos os tipos de armas, mas a sua preferida era uma clava que tinha cortado e afagado de uma oliveira.Oplano inicial de Zeus era que Hracles viesse a ser rei de Micenas mas, por ter sido to indecentemente tra¡da, Hera tinha arranjado tudo de maneira a que essa honra coubesse a Euristeu, primo de Hracles. Mas concordou que, se Hracles conseguisse

 levar a bom termo as doze tarefas especiais ordenadas pelo rei Euristeu, teriaento todo o direito a ser um dos imortais deuses do monte Olimpo.Essas tarefas eram os doze trabalhos de Hracles. Eles tinham sido estudados e concebidos de modo a serem impossiveis de concretizar, pois Hera no queria que Hracles fosse bem sucedido.Oprimeiro trabalho era matar o leo de Nmea, um leo cuja pele era to espessa que arm nenhuma conseguia perfur la. Hracles tentou com a espada e a clava, mas falhou as tentativas todas. Finalmente lutou com o poderoso animal e estrangulouo, da mesma maneira que, em beb, fizera com as serpentes.

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Hracles voltou para junto do rei Euristeu. Envergava a pele do leo, como prova do seu sucesso. Tinha descoberto que a £nica maneira de esfolar o leo era servindose de uma das suas pr¢prias garras como faca.Euristeu ficou at¢nito e ligeiramente assustado ao ver Hracles. Tinha estado ... espera que fosse a noticia da morte de Hracles que lhe chegasse e no Hracles em pessoa!Equal  o meu segundo trabalho, perguntou Hracles?

Matar a Hidra disse Euristeu, tentando disfarar um sorriso de triunfo. Tinhaa certeza que nem o grande Hracles conseguiria sobreviver a esse desafio!AHidra era um monstro de muitas cabeas que vivia nos pntanos de Lerna. Diziase que era um animal imortal, pois, sempre que se lhe cortava uma das cabeas, nasciam duas no seu lugar. A deusa Hera certificouse de que este trabalho seria ainda mais dif¡cil para Hracles, mandando um caranguejo enorme esconderse no pntano para lhe morder as pernas.Mas Hracles tinha um plano. Sempre que arrancava uma das cabeas da Fera, o seu pnmo lolau enfiava uma tocha a arder no coto do seu pescoo. Isto impedia que o sangue corresse e que novas cabeas nascessem. Por fim, com a derradeira cabea cortada e com o £ltimo coto queimado, a Hidra jazia morta.

j que Hracles tivera xito na matana dos animais, Euristeu destinoulhe ento um traalho em que o her¢i tinha de ir buscar e trazer um animal vivo.

Mandouo capturar a cora de Cerineia, uma cora de grande graciosidade e beleza e cujos chlfres eram de oiro. A cora corria a grande velocidade e s¢ passado um ano  que Hracles a capturou na Arc dia. Tratavase de um animal sagrado, de modo que Hracles, em vez de a amarrar ou de lhe fazer mal, pediu ... deusa Artemis que mandasse a criatura acompanh lo at junto do rei. Artemis concordou... e Euristeu viuse obrigado a prepararlhe um quarto trabalho, praticamente impossivel de concretizar.No monte Erimanto andava um javali a destruir as colheitas e os animais domsticos das herdades. Era um animal feroz e as pessoas do lugar tinham mais do que umpouquinho de medo dele. Tinhase tornade conhecido como o Javali de Erimanto eo  quarto trabalho de Hracles era captur lo. O que,fez encurralando o javali num monticulo de neve feito pelo vento eamarrandoo com uma corda. E depois levouo, aos ombros, ao rei Euristeu. Com o

 javali bem levantado, Contase que, Hracles entrou no pal cio.quando o rei viu a fera com as suas enormes presas, assustouse de tal maneira que saltou do trono e se escondeu dentro de uma grande vasilha de lato!E ento chegou o quinto trabalho. Hracles s¢ tinha de limpar os est bulos de Augeias o que parecia ser bastante simples, mas acontece que Hracles s¢ tinha um dia parao fazer e os est bulos nunca tinham sido limpos. Estavam cheios at ao tecto de estrume de cavalo e de esterco de gado.

Hracles completou este trabalho de uma maneira engenhosa. Servindose da sua fora sobrehumana, abriu valas que desviaram as aguas dos dois riospr¢ximos e lavaram os est bulos!

Nas praias do lago Estinfalo havia um bando das aves mais medonhas que imaginar

se possa. Tinham bicos afiados que nem navalhas e garras e as¢s de metal. No s caavam e comiam os animais que paravam para beber gua, como tambm devoravam os humanos. O sexto trabalho de Hracles eralibertar o mundo de todos eles.Quando Hracles chegou, descobriu que podia matar uma ou duas das aves de Estinfalo, em voo Uma seta atirada pelo seu arco conseguia perfurar a parte inferior emais vulner vel dos seus ventres. O problema era que a maior parte do bando estava empoleirada nas rvores, e nem gritos nemestrondos as fariam abandonar a segurana dos ramos

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Felizmente para Hracles, nem todas as deusas tomavam o partido de Hera. A deusaAtena, uma das filhas de Zeus, deulhe um chocalho de umbronze especial para o ajudar na tarefaOchocalho revelouse muito util. Sempre que Hracles o sacudia debaixo das rvores, as aves levantavam voo e Hracles abatiaas. E assim completouo seu sexto trabalho.A seguir, Hracles tinha de capturar o touro de Creta. Tratavase do mesmo touroque Posidon tinha oferecido ao rei Minos para ele sacrificar, mas que o rei guardara. Esse touro, enorme e branco, andava agora solto emCreta, matando os ilhus que se lhe atravessavam no caminho. Mas no era advers rio digno de Hracles. Levouo a Euristeu, que o queria oferecer em sacrif¡cio a Hera.Porm, como tinha sido capturado pelo seu inimigo Hracles, a deusa nem quis saber do touro para nada.Eassim chegamos ao oitavo trabalho de Hracles: capturar os cavalos carn¡voros do terr¡vel rei Diomedes da Tr cia. Hracles matou o diab¢lico rei e, enquanto os cavalosde Diomedes estavam ocupados a devorar o proprio dono, juntouos em manada e conduziuos para Micenas. Ide uma coisa podemos estar certos: Euristeu deve ter ficado horrorizado ao vlos.Hracles estava a dar mostras de tanto sucesso nos seus trabalhos que, quando a filha de Euristeu disse que ansiava pelo cinturo das Amazonas, o rei resolveu tirar a limpo se Hracles o conseguiria trazer no seu trabalho seguinte. O cinturo erauma pea da armadura de bronze usada por Hip¢lita, rainha da poderosa raa das mulheres guerreiras. Se ele se viu obrigado a mat la por causa dele, ou se ela lho deu voluntariamente, no se sabe, mas, mais uma vez, Hracles voltou em triunfo.

Eassim, faltavam apenas trs trabalhos. O dcimo foi roubar os rebanhos de Grion e trazlos para Micenas. Grion no era uma localidade, era um gigante, e um gigante nada normal. Tinha trs cabeas, seis braos e uma arma em cada mo; apesar disso, Hrac derrotouo e consegulu encaminhar o rebanho at Euristeu.Odcimo primeiro trabalho de Hracles era apanhar as mas de ouro do jardim das Hesprs. Na viagem para l , encontrou Prometeu acorrentado submetido aos ataques incessantes dmeti a agula, no cumprimento do castigo dado porZeus. Hracles matou a ave, libertou Prometeu e depois retomou o seu caminho.No jardim das Hesprides, onde cresciam as maÆs, s¢ os deuses e as deusas podiam entra, de modo que Hracles teve de pedir a Atlas que lhas fosse buscar. A tarefa de A

tlas era sustentar os cus e assim Hracles teve de segurar neles enquanto Atlas lhe ia colher as maas. Eu levo as mas ao rei em teu nome disse Atlas quando voltou.

Estou farto de sustentar os cus e tu consegues fazlo to bem quanto eu.

Est bem disse Hracles, a raciocinar rapidamente. Antes departires, importaste de segurar aqui um instantinho nos cus, enquanto faoum chumao para proteger

os meus ombros doridos? Se fico com a tua tarefa,tenho de estar o mais confort vel poss¡vel.

Atlas pousou as maÆs e voltou a segurar nos cus.

Obrigado sorriu Hracles entre dentes. Arrebanhou as mas e p"sse a andar, deixando o ludibriado Atlas a espumar de raiva.

Es¢ faltava um derradeiro trabalho a Hracles Se fosse bem sucedido neste dcimo segundo trabalho, teria ento direito a tornarse deus. Desta vez, teve de entrar nada menos que no mundo subterrneo. Tinha de trazer ao rei o cÆo que guardava a entrada do T rtaro. Crbero nao era um cÆo normal. Tinha trs cabeas de cÆo, uma juba de oras retorcidas e uma cauda de serpente, mas no conseguiu nada perante a fora bruta de Hracles.

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Quando Euristeu se viu perante o cÆo dos infernos, ficou praticamente sem fala.

Tititirao dadadaqui gaguejou e fugiu horrorizado da sala.

Hracles tinha completado com sucesso o £ltimo dos seus doze trabalhos. Ningum lhe podia recusar o direito a tornarse um deus e a assumir o seu lugar no monte Olimpo.

ULISSES E o GIGANTEDE UM S¢ OLHO

Her¢i de muitas aventuras, Ulisses teve de servirsede rapidez de espirito, de fora e de inanha para derrotaro ciclope Polifemo.

Ulissesj estava afastado da p tria h dez longos anos quando visitou a ilha dos ciclopes. Eram gigantes aterradores, com um £nico olho no meio da testa. Criavam ovelhas, que comiam inteiras.

Ulisses e alguns dos camarades entraram numa caverna onde descansaram e se abrig

aram. Era a casa de um ciclope chamado Polifemo, que era um dos filhos de Posidon, deus do mar. Ao fim do dia, o gigante de um s¢ olho regressou com o rebanho.Depois de as ovelhas estarem em segurana l dentro, a enorme e hedionda criatura tapou a entrada da caverna com uma pedra imensa. Era de tal maneira grande e pesada que nenhum ser humano nenhuma equipa de humanos podia ter pretens"es a movla. Ulisses e os seus homens estavam encurralados.Avistando os aterrados humanos, o ciclope Polifemo agarrou em dois dos companheiros de Ulisses e engoliuos inteiros. Na manh seguinte, comeu mais dois, e depois afastou a pedra para as ovelhas sa¡rem. No conseguia acreditar na sua sorte: tinha uma despensa cheia de humanos!Como  que te chamas, homenzinho? perguntou o gigante, ao sair da caverna e aocomear a rolar mais uma vez a pedra para a entrada da caverna. s um desses her¢isde que tanto ouo falar?

Eu, um her¢i? gargalhou Ulisses. Sou um ningum. E ento comeou a formarselheuma ideia na mente. De facto, o meu nome  Ningum.Os meus cumprimentos, Ningum. Estou ansioso por te comer quando voltar sorriu o ciclope, quando o gigantesco penhasco tapou o sol.Nessa noite, Polifemo regressou com as ovelhas e, enquanto Ulisses observava impotente, agarrou em mais dois homens e comeuos. A seguir o ciclope bebeu um pouco de vinho, e caiu num sono profundo.

Ulisses no perdeu tempo. Agarrou num enorme poste de madeira, que tinha escondido nas sombras, aqueceu a ponta no fogo e depois trepou para o peito do gigante adormecido. Com toda a sua fora, enterrou o poste no £nico olho de Polifemo. O gigante berrou, suficientemente alto para atrair os outros ciclopes ... entrada dacaverna.

Estas bem, Polifemo? gritou um deles, atravs da rocha que tapava a entrada. No a queria afastar, no fosse darse o caso de Polifemo estar apenas a ter um pesadelo... e no lhe achar graa nenhuma se as ovelhas lhe fugissem todas por d c aquela palha!Estas a ser atacado? perguntou outro ciclope, sabedor de que se tinham avistado estranhos na ilha.Lembrandose do nome que Ulisses lhe dera, Polifemo gritou: Ningum est a magoarme!Interpretando erradamente os berros de Polifemo, e contentes por ele no estar emperigo os outros ciclopes regressaram para os seus lugares da ilha.

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Ningum est a magoarme! berrou o ciclope, ... espera de socorro.

Na manh seguinte, cego mas nao vencido, Polifemo tacteou o caminho ao longo das paredes de pedra da sua gruta. Afastou a enorme rocha apenas o suficiente para passar uma ovelha.Vou deixar as minhas ovelhas pastar uma a uma, Ningum declarou. Mas tu e os teus homens ficam c at eu me decidir a comervos. No preciso de ver para comer; bastame um apetite sadio e uns dentes aguados.Amedida que cada ovelha passava atravs da fenda na entrada da caverna, Polifemo apalpavalhe a l para verificar se se tratava realmente de uma ovelha e no de um humano a tentar escaparselhe.Tal no foi a sua surpresa ao ouvir a voz de Ulisses do exterior da caverna. Devias ter pensado em apalpar debaixo das ovelhas bramiu ele. Prendemonos ...s barrigas delas.S¢ para ter a certeza de que o ciclope sabia quem  que o tinha excedido em ast£cia, acrescentou:

  E podes crer que no sou nenhum ningum. Chamome Ulisses.Nunca te esqueas!

ORFEU E O MUNDO

SUBTERRNEO

Ahist¢ria da m£sica de um homem que fazia brotar l grimas dos olhos dos mortos e proporcionou a uma bela ninfa uma segunda oportunidade de viver.

Orfeu tocava to bem que as aves no ar, os peixes na gua e os animais acima e abaixo do cho se aproximavam para ouvir a sua musica. Este dom maravilhoso davalhe multa felicidade, mas a sua esposa, a ninfa Eur¡dice, ainda lhe dava muito mais.

Calculem ento o seu terror extremo quando Euridice pisou uma cobra venenosa que lhe mordeu o p. O veneno fez efeito rapidamente, e Orfeu conseguia ver a vida dela a esvairse.

Orfeu seguiu a mulher at ao T rtaro, o mundo dos mortos governado por Hades e a s

ua rainha, Persfone. Rogoulhes que consentissem que a mulher vivesse outra veze tocoulhes algumas m£sicas tristes. To poderosa foi essa m£sica que fez com que os mortos se esquecessem dos seus olhos e chorassem por ele.A tua m£sica dizme coisas disse Hades. A sua tristeza fala de um amor verdadeiro, de modo que te entrego Euridice. Vaite, que ela seguete, mas no olhes para ela enquanto no chegares ... superficie, quando no perdla...s de vez.Explodindo de alegria e de gratido, Orfeu subiu apressadamente para o mundo dos mortais, ouvindo os passos de Euridice atr s dele.Quando viu a luz do dia l ao fundo, apeteceulhe cantar de alegria!Estamos quase a chegar disse ele, voltandose para ela. Tinhase esquecido da ordem d e Hades, e Euridice voltou para o mundo subterrneo para nunca mais servista.

Orfeu passava os dias na floresta, mas so tocava melodias tristes. As 'davam dele ficaram rapidamente ciumentas do seu amor

pessoas que cul 1 1

imortal pela ninfa morta, e decidiram mat lo. Contase que  muito f cil encontrar a sua sepultura porque um rouxinol paira sobre ela, cantando eternamente em sua mem¢ria.

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O CAVALO DE MADEIRADE TROIA

Aquilo que uin presente inesperado tem de excitante  o facto de nunca sabermnos o que tem l dentro. O que tambm pode constituir um perigo

Segundo a lenda grega, a guerra entre os Gregos e os Troianos foi longa S e sangrenta, e no seu cerne estavam Helena, a mulher mais bonita da Grcia inteira, e Paris, o principe troiano que gostava dela.Paris era filho do rei e da rainha de Tr¢ia. Quando nasceu, a me sonhou que estava a dar ... luz um archote flamejante. Receando que se tratasse de um mau agoiro, o rei Priamo ordenou que a criana fosse abandonada numacolina para morrer.Felizmente, Paris foi encontrado por um grupo de pastores que o criaram. Levouuma vida isolada, longe das influncias de outrem, e foi por isso que foi convocado pelas deusas Hera, Atena e Afrodite para arbitrar uma discussao sobre qual delas era a mais bela.Cada uma das deusas tentou subornar Paris para votar nela. Hera prometeulhe poder, enquanto Atena lhe ofereceu as capacidades de se tornar um excelente guerreiro. Mas foi ao suborno de Afrodite que ele no conseguiu resistir. Disselhe que, se Paris a elegesse a mais bonita, obteria o amor da mulher mais bela do mundo, Helena da Grcia. De modo que Paris declarou Afrodite vencedora, arranjando de imediato duas inimigas nas outras duas deusas.

Paris foi para Esparta, convencido de que Helena se apaixonaria por ele. Arrebatou Helena ao marido e levoua para Tr¢ia.Uma esquadra gigantesca de her¢is gregos zarpou para Tr¢ia tentando trazla de volta.  Quando as palavras falharam, cercaram a cidade.Depois de nove longos anos de guerra, alguem de dentro das fileiras gregas concebeu um plano e construiu um cavalo de madeira enorme, oco e assente em rodas. H  quem diga que a ideia foi do her¢i Ulisses. Outros dizem que a ideia mestra foi obra de Epeu.

Certa manh, as sentinelas dos port"es de Tr¢ia acordaram e encontraram O extraordin rio cavalo postado l fora. A segunda coisa em que repararam foi que os exrcitos gregos se tinham ido embora. Dentro em pouco chegaram not¡cias a Tr¢ia de que a armada grega tinha sido avistada a afastarse. A guerra tinha terminado!

Um soldado grego capturado insistia que o cavalo tinha sido construido como umaoferta ... deusa Atena para que ela lhes desse vento para as velas.Helena, que tal como Afrodite prometera, amava agora Paris de todo o corao, desconfiou do cavalo de madeira, mas nenhum troiano lhe prestou ateno. Queriam levar aoferta a Atena, no interior das muralhas da cidade.

Nessa noite, enquanto a cidade dormia, a armada grega regressou ... costa, pelacalada, e as tropas encaminharamse para as muralhas de Tr¢ia. Dentro da cidade,o boio do cavalo registava movimento. Estava cheio de soldados gregos, que l estiveram escondidos o tempo todo!

Abriram um alapo na barriga do cavalo e desceram a coberto da

escurido. Dominando as sentinelas, abriram os port"es e deixaram entrar os seuscamarades.

I deramse alguns factos medonhos nessa noite, rematados pela cidade de Tr¢ia toda queimada. O sonho da mÆe de Paris, em que ele era um archote flamejante, tinha sido realmente um press glo terrivel.

JASAO E OSARGONAUTAS

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jaso, herdeiro do trono de lolco, veio reclamar a sua coroa. Primeiro tinha de ir buscar o toso de ouro de um carneiro m gico uma demanda concebida para oaniquilar. A bordo do seu navio, o Argo, jaso e a suatripulao viveram muitas aventuras.

Felicidades, jaso! gritou uma voz no meio da pequena multido Fque se tinha aglomerado na praia para assistir ... partida de jaso na sua demanda. O Argo flutuava orgulhosamente nas ondas da alvorada, a sua brilhante vela branca resplandecendo, alaranjada, ... luz do solnascente.Nos seus conveses apinhados estavam jaso e os seus quarenta e nove valentes tripulantes, os Argonautas. Nunca antes uma tripulao to valente e to her¢ica velejara ja num £nico navio. Estavam l todos, desde Hracles, o her¢i, a Atlanta, a caadora. jso ergueu a mo saudando a multido.Muita gente se tinha convencido de que seria Hracles a assumir o comando do Argo, mas ele insistira que devia serjaso o comandante do navio bem como da demanda pelo toso de ouro na' C61quida.Asua primeira paragem foi na ilha de Lemnos, onde jaso e os Argonautas foram recebidos por guerreiros ferozes e de elmos que agitavam lanas. Quando Jaso conseguiu convenclos de que a sua misso era pac¡fica, os guerreiros tiraram os elmos. E revelaram ser mulheres lindas que envergavam as armaduras dos seus defuntos maridos.jaso percebeu rapidamente que Lemnos era exclusivamente habitada por mulheres. Tinham morto os homens todos ... excepo de um que tinha sido largado ... deriva n

um barco sem remos porque os homens as tinham maltratado. As Lmnias foram muito acolhedoras e estavam ansiosas que os Argonautas l ficassem e casassem com elas. S¢ passado muito tempo h quem diga que um ano  que a tripulao de jaso conuiu regressar ao navio.Prontamente, os Argonautas viramse envolvidos em mais aventuras..

Foram obrigados a deixar Hracles para tr s na escala que fizeram na Misia. Hracles e outro argonauta tinham ido em busca de um terceiro que fora atra¡o a uma gruta subaqu tica por algumas ninfas apaixonadas.Surgiu um bom vento e jaso foi obrigado a iar as velas e a zarpar sem eles.

Na Tr cia os Argonautas visitaram o rei Fineu, que tinha sido cego pelos deusespor ser muito bom a prever ofuturo. Apesar da sua ceguelra, Fineu mantinha o dom de profetizar, e jaso queria consult lo a respeit do que a¡o esperava e ... tripulao dos Argonautas.Dirteei o que precisas de saber respondeu Fineu, com os olhos que no viam fitos em frente no vazio. Mas primeiro tens de me libertar da maldio das Harpias. O que so as Harpias? perguntou jaso. O cego sorriu.

Em breve o saber s disse. janta comigo.

Prontamente, foi servido um grande banquete a jaso e aos seus camaradas. Exactamente quando o rei Fineu la a estender a mao para pegar num pedao de po, a atmosfera do trio encheuse do barulho de asas batendo e do ruido de horriveis gargalha

das.jaso olhou para cima e ficou chocado ao ver duas mulheres horrendas e aladas picarem e roubarem comida da mesa de Fineu. Voltaram a descer, ainda mais uma vez,arrebanhando alimentos.Estas  que so as Harplas suspirou F'Meu , e eu estou a morrer de fome porque elas no consentem que nem uma migalha de comida me passe pelos l bios.Do outro lado da mesa, jaso chamou pelos argonautas C lals e Zetes. Ajudem Fineu para que ele nos possa ajudar a n¢s gritou.

Os dois argonautas acenaram afirmativamente, despediramse dos amigos, flectiram

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 as asas pois eram filhos de B¢reas, o vento norte e voaram atr s das Harpias, expulsandoas do pal cio.Como as Harpias tinham desaparecido, Fineu p"de finalmente comer e beber. Quando se saciou, manteve a promessa feita a jaso. Disselhe tudo aquilo que lhe poderia ser £til na viagem, incluindo que atitude tomar perante os rochedos Simplgadesna entrada do mar B¢sforo.Os Argonautas despediramse do rei profeta e subiram para bordo do Argo,

Com o vento a soprar pela popa, jaso e os argonautas que restavam alcanaram por fim os rochedos Simplgades Assomavam das brumas mar¡timas diante deles, como duas sentinelas Entre as duas rochas havia uma passagem estreita de gua que tinham de percorrer a remos.Ao contr rio de muitos navegantes desprevenidos que tinham l passado antes deles, a tripulao de jaso usufruia da vantagem dos conhecimentos de Fineu. Ele tinhaos avisado que aqueles rochedos se moviam. juntavamse, esmagando qualquer desprevenido que passasse entre eles.

Soltem a pomba ordenou jaso, pondo em pr tica o plano de Fineu.

Quando a ave passou voando entre os rechedos, os Argonautas observaram atentamente para ver quo depressa eles se uniam na tentativa de espatifar o animal. Atentaram no caminho seguido pela pomba e na velocidade a que voava. Tinha acabado de fazer a travessia quando os rochedos embateram um no outro, apanhando algumasdas penas da sua cauda.

Temos de remar to depressa como a pomba voou anunciou jaso. Qualquer atraso e perdemos algo mais do que as penas traseiras!

Eassim se arreou a vela, e os Argonautas assumiram as suas posi"es aos remos, depois remaram entre os rochedos Simplgades a uma velocidade a que nunca ningum jamais remara. Mesmo assim, foi por um triz. Ouviuse um despedaar de madeira, quando a pontinha da popa do Argo foi esmagada e estilhaada, e o resto do navio passou em segurana.

Agora j... estavam na C¢lquida, onde o rel Eetes guardava o toso de ouro. Nesta altura, os deuses que gostam tantas vezes de se imiscuir nos assuntos dos humanos resolveram que era de bom tom fazer com que Medeia, a filha do rel, se apaix

onasse por jaso.Ao inteirarse da demanda dejaso, o pai de Medeia concordou emdeix lo ficar com o toso, desde que cumprisse algumas proezas praticamente imposs¡veis de concretizar.

Primeiro, tens de prender a um arado os meus dois touros que deitam fogo pelasnarinas ordenou. E depois tens de me lavrar o grande campo de Ares.

Mas  um campo imenso, majestade disse jaso. Vou demorar dias.

S¢ tens um disse o rei. E no  tudo. Tens de semear dentes de drago no solo acabdo de lavrar, e esperar pelo resultado. Os outros argonautas requaram. Ningum c

onseguia levar a cabo uma tarefa assim todificil, e sabiase l o que nasceria dos dentes de drago?E, se conseguir, o toso de ouro  meu? perguntou jaso, fixando o rosto do rei Eetes.Duute a minha palavra de honra acenou afirmativamente o rei, sabendo muito bem que o toso estava a salvo, pois o homem que tinha diante de si estava destinado a falhar.Com o que ele no contara foi que a sua pr¢pria filha, Medeia, ajudasse jaso. Desesperadamente apaixonada por ele, deu a jaso um unguento especial que o protegeria do h lito ardente do touro, e de todas as armas com que pudesse depararse... mas

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 apenas por um dia.jaso espalhou o unguento m gico por todo o corpo, e depois enfrentou os touros eprendeuos ao arado. Embora o unguento o protegesse do mal, serviuse da sua fora bruta e determinao para arrear as bestas e lavrar o campo de Ares num dia.

Calu a noite e chegou a altura de jaso semear os dentes de drago. Mal o £ltImo punhado tinha acabado de atingir o frtil e recmlavrado solo, e eis que desabrocharamcentenas e centenas de soldados armados.R pido como um relmpago, jaso usou uma manha antiga. Agarrou numa pedra e atiroua ... nuca de um dos soldados. O soldado entontecido rodoplou e comeou a lutar com o homem atr s dele. A rixa espalhouse rapidamente e os soldados lutavam todos entre si em vez de se concentrarem em jaso. Puxaramse espadas, atiraramse lanas e, depois de um sangrento combate, jaziam todos mortos.jaso tinha aceite o desafio do rei e com uma ajudinha de Medeia tinha sa¡do vitorioso. O toso de ouro era legitimamente seu, mas Eetes no tinha a minima inteno de anter a palavra dada.Desconhecedor do amor dela porjaso, o rei disse ... filha que planeava matar jasoe os Argonautas. Medeia foi a correr ter com jaso e conduziuo a uma gruta sagrada onde o toso de ouro estava pendurado numa rvore.Este prmio precioso era guardado por um drago enrolado em milhares de voltas.Mas este horroroso animal  maior do que o meu navio! arfou jaso. Quais so as hip¢teses que tenho de chegar ao toso?Os drag"es so aparentados com as serpentes, e todas as serpentes so passiveis deser encantadas disse Medeia, e desatou a cantar uma cano esquisita e maravi lhos

a, com palavras m gicas e lisonjeiras.Quando as p lpebras do drago comearam a descair, Medeia avanou devagarinho e deltoulhe nos olhos p¢ para adormecer. Assim que os olhos do drago se fecharam completamente, jaso arremeteu em frente e arrancou o toso de ouro do ramo.Regressado so e salvo a bordo do Argo com Medeia e os Argonautas, jaso zarpou para ir reivindicar o trono de lolco. Mas as suas aventuras ainda no tinham terminado. Foram precisos mais alguns truques de Medeia para o ajudarem a ganhar a coroa...

Embora jaso tenha tido muitas mais aventuras, a sua morte no foi pr¢pria de um her¢i.Traiu Medeia e, no fim da vida, ficou triste e s¢. Sentado junto do agora velhoArgo, recordando gl¢rias passadas, foi atingido na cabea e morto por uma prancha do navio que o tinha transportado para a lenda.

EDIPO, CONDENADOPOR PROFECIA

Os deuses podem por vezes ser cruis e foramno certamente com dipo. Mesmo ainda antes de nascer, foi condenado a ser um assassino e pior...

Segundo o mito, quando Pandora destapou uma caixa e introduziu adoena e o desespero neste mundo, tambm soltou a esperana, a £nlca coisa que torna suort vel a vida dos mortais quando os tempos so dif¡ceis. Mas no havia esperana paraipo. Ainda nem tinha nascido quando Apolo profetizou que havia de crescer paramatar o proprio pai.

Quando o pai de dipo, o rei Lalo de Tebas, ouviu isto, entrou em pnico.

Temos de matar o beb ... nascena disse ele.

No! gritou a rainha jocasta. Continua a ser nosso filho, e mat lo ser ir contra a profecia dos deuses! Sabese l que problemas podemos atrair a todo o reino de Tebasl

Ento temos de o mandar para fora disse o rei. Se perecer, ser a vontade dos deuses... Sorriu. Ia certificarse de que o beb morria, apesar de no o matar ef

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ectivamente.

E se sobreviver? soluou jocasta.

Se sobreviver, nao ter a menor ideia de quem  o pai e at pode ser que a profecia no se cumpra! disse o rei.

Quando o beb nasceu, jocasta s¢ teve tempo para lhe dar o primeiro beijo antes de lhe ser arrebatado pelo pai, o rei. Laio saiu a grandes passadas do quarto delae longe da vista da sua soluante mulher amarrou o beb que chorava desalmadamente e juntoulhe os ps com um espigo.

Levao para o monte Citron ordenou a um criado , e abandonaol para morrer.

Demasiado temeroso para agir contra as ordens do amo, o criado fez oque lhe mandaram. No temos qualquer possibilidade de adivinhar o que lhepassava pela cabea enquanto cumpria essa pavorosa faanha.

Talvez fosse por acaso que deixou a criana perto de um rebanho de ovelhas. Talvez fosse da vontade dos deuses que um pastor encontrasse o beb. Era um homem pobre mas generoso, que tratou das feridas da criana e lhe chamou dipo, o que significa p inchado". Levouo para o pal cio em Corinto, porque sabia que o rei P¢libo e a rainha Peribela eram boas pessoas e no tinham filhos.

Orei P¢libo e a sua rainha trataram a criana com amor e carinho, e dipo tornouse num belo mas infeliz principe. Quando rapaz, no se parecia nada com o rei e a rainha... e sentiase deslocado.Decidiu que devia ir a uma pitonisa de Delfos, que era famosa na Grcia inteira devido aos seus conselhos e sabedoria, e ver se ela conseguia explicarlhe a razo dos seus estranhos sentimentos. O que  que me leva a afastar das pessoas? perguntou. Sai! disse a pitonisa. No saio insistlu dipo. Preciso de saber.A mensagem que a pitonisa lhe transmitlu era arrasadora. Matar s o teu pai e casar s com a tua mÆe! ribombou ela.julgando que P¢libo e Peribela eram os seus pais, dipo ficou horrorizado. Eram uns pais to ador vels! jurou nunca mais voltar a Corinto e nunca mais voltar a vlos.

  Assim estariam a salvo dele.

Trist¡ssimo, dipo comeou a deambular sem destino de terra em terra. Certo dia, ia ele pela estrada fora, com dores nos ps cheios de cicatrizes, quando um cavalo seempinou ... sua frente.Sai do meu caminho, reles escumalha! berrou uma voz. O cavalo puxava uma quadriga com um homem furioso e de rosto muito corado. Saime da frente!At esse momento, dipo tinha tencionado afastarse para deixar passar o carro, masalgo na voz do homem fez com que ficasse imobilizado. No era necess ria tanta insolncia.Quando dipo se recusou a mexerse, o homem dentro do carro gritou com uma ira incontrol vel e tentou atropel lo.

dipo conseguiu saltar para o lado, escapando dos cascos atroadores e das rodas esmagadoras. Atirouse ao homem, que tombou para a traseira do carro e se enredou nos arreios do cavalo. A £ltimo viso que dipo teve do homem foi a de ser arrastado atr s do carro numa nuvem de poeira, com o pescoo partido preso aos arreios.Oque dipo no podia saber era que se tratava do rei Laio, O seu verdadeiro pai. Aprimeira parte da profecia tinhase realizado.Abalado pela ira do homem e pela sua horrivel morte, dipo continuou o seu caminho. Chegou aos arredores de Tebas para a encontrar em grande alvoroo. Uma grandeEsfinge metade leo, metade mulher, com asas de guia tinhase postado numa mo

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ntanha nas proximidades da cidade. Quem quer que tentasse passar por ela era presenteado com um enigma.Se os transeuntes o conseguissem decifrar, podiam entrar em Tebas. Se falhassem, ela matavaos e comiaos. O enigma continuava a ser o mesmo porque, at ... data, ningum tinha sido capaz de responder acertadamente. O n£mero de mortos aumentava e o medo invadira a cidade.

dipo no sabia nada disto, de modo que ficou chocado ao ser confrontado pelo estranho animal.Deciframe este enigma ordenou ela. O que  que de manh anda em quatro pernas, ao meiodia em duas e ... noite em trs?

dipo pensou demorada e maduramente. Ao passo que as outras pessoas se tinham assustado e dado uma resposta r pida na esperana de que fosse certa, dipo deu tempo ao tempo.

De manh, deves querer dizer os anos da infncia disse dipo lentamente, olhando para os olhos assustadores da Es¡inge, procurando descortinar se estava a aproximarse da ideia certa. Os olhos dela no revelavam expresso alguma. Por meiodia, deves querer referirte ... idade madura prosseguiu.

Qual  a tua resposta? interrompeu a criatura.E por noite podes estar a referirte aos derradeiros anos de vida disse dipo.

A resposta? guinchou a Esfinge.

Um ser humano disse dipo. Na sua juventude, anda de gatas. Como adulto, anda direito e nas duas pernas, mas, quando envelhece, precisa de uma terceira perna, uma bengala, para o ajudar.Sim! Sim! Sim! lamuriouse a Esfinge, as palavras a transformarse num choroenlutado enquanto voava pela montanha acima, atirandose depois violentamente, de asas fechadas, para o vale l em baixo, espatifandose de encontro aos rochedos.Liberto da maldio da Esfinge e informado da morte do odiado rei Laio, O povo de Tebas, reconhecido, fez de dipo o seu rei. A sua sabedoria tinhaos salvo do monstro.

Para confirmar a autoridade do seu reinado, dipo casouse ento com a rainha vi£va de Laio, jocasta, ignorando que estava a completar a profecia da pitonisa de Delfos. Estava agora casado com a propria mÆe.Desconhecendo mutuamente a verdadeira identidade, os novos rei e rainha de Tebas eram muito felizes e, a seu tempo, tiveram quatro filhos. Ento, uma peste horrivel invadiu a terra. As pessoas morriam, as colheitas no iam avante e a gua tornouse salobra. Era como se Tebas e o seu povo estivessem a ser castigados pelos deuses.dipo voltou ao or culo de Delfos procurando aconselhamento. Como  que posso livrar o meu reino desta peste terrivel? perguntou.

Expulsando o assassino de Laio respondeu o or culo.Quando dipo regressou a Tebas proclamou que quem matara o rel Laio tinha de ser m

andado para o ex¡lio, desconhecendo que o assassino era ele!

Averdade foi descoberta quando o cego Tirsias, o mais famoso dos adivinhos de toda a Grcia, pediu uma audincia ... rainha jocasta.Tens alguma novidade sobre como salvar o nosso povo? perguntou ela. Tenho novidades que at podem salvar o povo de Tebas, mas no so not¡cias que te agradem a ti majestade disse Tirsias.Falas por enigmas disse a rainha. Se podes ajudarnos a acabar com esta peste pavorosa, por favor, dizme tudo o que sabes.

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Foi dipo que matou o teu marido, Lalo disse o adivinho. Mentes! gritou jocasta, pondose de p de um salto. A profecia

dizia que o nosso filho o mataria, e dipo  filho de P¢libo e de Peribeia de Corinto.  Mandou um mensagelro a Corinto para tirar as d£vidas. No. No  nosso filho disse a rainha Peribeia ao mensageiro de jocasta. dipo finos trazido por um pastor, com os pezinhos trespassados e juntos por um espigoe a sangrar, mas cri molo como se fosse nosso. Nunca soubemos quem eram os seus verdadeiros pais.Ao inteirarse disto, a rainha jocasta mandou reunir os criados e descobriu o que tinha levado o seu filho recmnascido para a colina junto do alto da montanha h  todos aqueles anos, obedecendo ...s ordens do rei Laio.Inclinando a cabea envergonhado, o criado falou do recmnascido. Tinha as mos amarradas e os pezinhos unidos por um espigao confirmou. jocasta pensou nos ps de dipo e nas suas visiveis cicatrizes. Tirsias, o adivinho cego, tinha razo... dipo era realmente filho dela e ela estava casada com ele!Horrorizada e envergonhada, a rainha jocasta enforcouse. dipo estava cheio de uma tal mescla de desespero e raiva que se cegou, compreendendo que tinha sido impossivel escapar ... profecia. Passou o resto da vida como mendigo errante.O mais triste desta hist¢ria  que dipo no tinha culpa nenhuma. Mas, no entanto, foiafortunado num aspecto. Ainda que se sentisse triste, por onde quer que andasse a partir dessa altura, a sua filha Antigona acompanhavao, porque amava verdadeiramente o pai.

INDICEREMISSIVOadivinhos 7, 3839, 46, 47Afrodite, deusa do amor 4, 29, 3435 antigo povo grego 23Antigona, filha de dipo 47Ares, campo de 39, 40Argo, navio de jaso 3641Ariadne, filha de Minos 1517Artemis, uma deusa 26Astrion, rei de Creta 13Atena, deusa da guerra 4, 9, 22, 27, 34, 35Atlas, o sustentador dos cus 28, 29

Belerofonte, um her¢i 5, 2223cavalo demadeira de Tr¢ia 3435 cavalos de Diornedes 28 Crbero, cÆo guardio do T rtar 29 Ciclopes 3132Cnossos, pal cio de 14cora de Cerineia, uma cora 26

(r) Ddalo, uin inventor 14, 16, 2021  deuses e deusas 45ver tambm sob os nomes individuais, p. ex. Zeus, Prometeu, Atena, Hera Dioniso, deus do vinho 3, 4, 78

dipo, um her¢i tr gico 5, 4247

Eco, uma ninfa 1011Eetes, pai de Medeia 3940Egeu, rei de Atenas 14, 15, 17Epeu, um guerreiro 34Esfinge, metade leo, metade mulher 4546 est bulos de Augeias 27Euridice, uma ninfa 33

Euristeu, primo de Hracles 2529

Fineu, adivinho, rei da Tr cia 3839

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Grion, um gigante 28G¢rgonas 9

Hades, deus do mundo subterrneo 4, 33Harpias, praga/maldio das 38Helena da Gr¢cia, posteriormente de Tria 5, 3435Hlio, o deusSol 1819Hera, deusa esposa de Zeus 4, 2528, 34Hracles, her¢i filho de Zeus 4, 2429, 37, 38Hermes, mensageiro dos deuses 4, 9

heris, 2, 45, 34ver tambm sob nomes individuais, p. ex. Hracles, jaso, Teseu Hesprides, o jardins as 28Hidra, o monstro de muitas cabeas 24, 26Hip¢lita, rainha das Amazonas 28Homero 3

icaro, filho de Ddalo 2021 Iliada, 3l¢bates, rei da Licia 2223 lolau, primo de Hracles 24, 26

jaso e os Argonautas 5, 3641 javali de Erirnanto 27 jocasta, rainha de Tebas 4247

Labirinto 1417, 20Laio, rei de Tebas 4247 leo de Nmea 25

Medeia, filha do rei Eetes 3941Medusa, uma das G¢rgonas 9Midas, rei da Frigia 68Minos, rei de Creta 1316, 20Minotauro, meio homem, meio touro 1217, 20

Narciso, um homem que se amava a si mesmo  10ilNinfas 9, 1011, 33, 38

Odisseia, 3Olimpo, monte, lar dos deuses 4, 19, 23, 25, 29 or culos, 14, 44, 46Orfeu, marido de Euridice 5, 33

Pandora, a primera mulher 5, 43Paris, um her¢i troiano 5, 3435Pasifae, mulher do rei Minos 14aves do lago Estinfalo 27Pgaso, o cavalo alado 2223Peribeia, rainha do Corinto 44, 46Persfone, mulher de Hades 33Perseu, um her¢i 4, 9, 22

Plibo, rei de Corinto 44, 46Polifemo, um ciclope 3032Posidon, deus do mar 4, 13, 14, 31Preto, rei dc Tirinte 22, 23Priamo, rei de Tr¢ia 34Prometeu, um deus 4, 1819, 28

povo romano 3Quimera 2223rochedos Simplgades 38, 39

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Talo, sobrinho de Ddalo 2021 T rtaro, o mundo subterrneo 29, 33 Tirsias, um adivinho 46, 47 Teseu, um her¢i 4, 12, 1517, 20 toso de ouro 3741 touro de Creta 27trabalhos de Hracles 2429

Ulisses, um her¢i 3, 5, 3032, 34

Zeus, rei dos deuses 4, 11, 19, 23, 25, 28

Primeira edio publicada na Gr Bretanha em 1997 por Belitha Press Limited, Lon resCopyright 9 neste formats Belitha Press Ltd 1997

'o Belitha Press 1997Copyright de texto 9 Philip Ardagh 1997Copyright de ilustrao e Belitha Press 1997 eCopyright e Editorial Estampa, Lda., Lisboa, 1999para Portugal

T¡tulo original: Ancient Greek Myths & Lege dsRespons vel pelo texto: julie HillMaquetista: jamie AsherConsultera: Liz BossantRespons vel pela coleco: Maryjane WilkiiisTraduo: Elsa An riga

Impresso e acabado para Editorial Estampe por Printer Portuguesa em janeiro de 1999Dep¢sito legal n£rnero 133 971/99ISBN 9723314223

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