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O TURISMO RURAL E OS IMPASSES PARA OS ATORES EM ESCALA LOCAL Josemara Marques dos Rêis, (IC), Unespar – Câmpus de Campo Mourão, [email protected] Juliana Carolina Teixeira (OR), Unespar – Câmpus de Campo Mourão, [email protected] RESUMO: A presente pesquisa, tem como objetivo identificar as possibilidades e os impasses do avanço do turismo rural como alternativa de renda para os agricultores de base familiar no município de Rancho Alegre d’Oeste no Estado do Paraná. Em meio à crescente urbanização do campo brasileiro, o turismo rural, vem sendo apontado como atividade não agrícola capaz de fomentar e diversificar a agricultura de base familiar. O poder público, nesse sentido, estimula a criação de políticas públicas para o segmento. Com o aumento de criação e execução de projetos, que se esforçam para promover o turismo e, adquirir dele riquezas capazes de amenizar os baixos índices de desenvolvimento. A metodologia de pesquisa está composta de pesquisa bibliográfica e o levantamento de dados em pesquisa de campo com entrevistas semiestruturadas e observações sistemáticas. Como resultado obtido observou-se que as políticas e programas de incentivo ao avanço do turismo como alternativo para os agricultores familiares na região não atingem seu público em razão dos gargalos existentes como a falta de conhecimento dos próprios agricultores sobre as mesmas e os entraves dos órgãos responsáveis em levar a cabo tais ações. Palavras-chave: Famílias Pluriativas. Novas Ruralidades . Municípios do interior do Paraná. INTRODUÇÃO Devido o crescimento da urbanização nas áreas agrícolas brasileiras, o turismo rural vem se propagando como uma atividade não agrícola capaz de aumentar e diversificar a agricultura de base familiar. Com o intenso desenvolvimento da atividade o poder público estimula a criação de políticas públicas para promover o turismo nestas localidades. O avanço da modernização da agricultura ocorre de maneira desigual em diversas áreas do território brasileiro. Dessa forma, essa modernização das atividades no campo aumenta o crescimento econômico em regiões com características propícias ao trabalho mecanizado deixando as demais localidades com outros níveis de pobreza. Nesta realidade houve o comprometimento da permanência de agricultores de base familiar no campo. Desta forma, a partir desse cenário, esses atores sociais buscam alternativas para a resistência e manutenção nessa realidade. Para o desenvolvimento da pesquisa, optou-se, portanto, pelo município de Rancho Alegre que integra a microrregião de Goioerê e se inserem no quadro exposto anteriormente. A presente pesquisa teve como questionamento tentar compreender a real aplicabilidade das políticas públicas sobre os benefícios do avanço do turismo rural como alternativa de renda para agricultores de base familiar. As ações do Estado voltadas para dar suporte ao agricultor de base familiar na implementação do turismo como alternativa de renda são realmente eficazes?

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O TURISMO RURAL E OS IMPASSES PARA OS ATORES EM ESCALA LOCAL

Josemara Marques dos Rêis, (IC), Unespar – Câmpus de Campo Mourão,

[email protected] Juliana Carolina Teixeira (OR), Unespar – Câmpus de Campo Mourão, [email protected]

RESUMO: A presente pesquisa, tem como objetivo identificar as possibilidades e os impasses do avanço do turismo rural como alternativa de renda para os agricultores de base familiar no município de Rancho Alegre d’Oeste no Estado do Paraná. Em meio à crescente urbanização do campo brasileiro, o turismo rural, vem sendo apontado como atividade não agrícola capaz de fomentar e diversificar a agricultura de base familiar. O poder público, nesse sentido, estimula a criação de políticas públicas para o segmento. Com o aumento de criação e execução de projetos, que se esforçam para promover o turismo e, adquirir dele riquezas capazes de amenizar os baixos índices de desenvolvimento. A metodologia de pesquisa está composta de pesquisa bibliográfica e o levantamento de dados em pesquisa de campo com entrevistas semiestruturadas e observações sistemáticas. Como resultado obtido observou-se que as políticas e programas de incentivo ao avanço do turismo como alternativo para os agricultores familiares na região não atingem seu público em razão dos gargalos existentes como a falta de conhecimento dos próprios agricultores sobre as mesmas e os entraves dos órgãos responsáveis em levar a cabo tais ações. Palavras-chave: Famílias Pluriativas. Novas Ruralidades . Municípios do interior do Paraná. INTRODUÇÃO

Devido o crescimento da urbanização nas áreas agrícolas brasileiras, o turismo rural vem se

propagando como uma atividade não agrícola capaz de aumentar e diversificar a agricultura de base

familiar. Com o intenso desenvolvimento da atividade o poder público estimula a criação de políticas

públicas para promover o turismo nestas localidades.

O avanço da modernização da agricultura ocorre de maneira desigual em diversas áreas do

território brasileiro. Dessa forma, essa modernização das atividades no campo aumenta o crescimento

econômico em regiões com características propícias ao trabalho mecanizado deixando as demais

localidades com outros níveis de pobreza. Nesta realidade houve o comprometimento da permanência de

agricultores de base familiar no campo.

Desta forma, a partir desse cenário, esses atores sociais buscam alternativas para a resistência e

manutenção nessa realidade. Para o desenvolvimento da pesquisa, optou-se, portanto, pelo município de

Rancho Alegre que integra a microrregião de Goioerê e se inserem no quadro exposto anteriormente.

A presente pesquisa teve como questionamento tentar compreender a real aplicabilidade das

políticas públicas sobre os benefícios do avanço do turismo rural como alternativa de renda para

agricultores de base familiar. As ações do Estado voltadas para dar suporte ao agricultor de base familiar na

implementação do turismo como alternativa de renda são realmente eficazes?

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ISSN 1981-6480

Como possíveis respostas para o questionamento, foram trabalhadas com duas hipóteses. A

primeira foi que o Estado tem ações de suporte ao agricultor de base familiar, porém os agricultores não

têm conhecimentos sobre as mesmas e como elas podem beneficiá-los. A segunda hipótese trabalhada se

refere, que o Estado possui gargalos os quais impedem que as suas ações cheguem até o agricultor de

familiar para desenvolverem o turismo rural na região.

Baseado no questionamento a referente pesquisa teve como objetivo identificar as possibilidades e

os impasses para o avanço do turismo rural como alternativa de renda para os agricultores de base familiar

no município de Rancho Alegre d’Oeste.

Para comprovar as hipóteses casuais do referente trabalho, o estudo se baseou em pesquisa

descritiva e exploratória, tendo como característica do estudo pesquisa qualitativa. Em um primeiro

momento foi realizada uma revisão bibliográfica em livros, revistas especializadas, artigos científicos

e demais matérias da internet sobre os temas abordados. A pesquisa foi de grande importância, pois

deu embasamento para as discussões desenvolvidas no trabalho de pesquisa. Em um segundo

momento foi realizado a pesquisa de campo. Para a realização das coletas de dados foram utilizados os

métodos de observações em campo e entrevistas semiestruturadas.

O turismo, para essas regiões, é indicado como uma possível saída na busca de alternativas.

Devido o aumento da urbanização e da introdução de atividades não agrícolas no campo, a citada atividade

se coloca, para o poder público, como um dos fatores de desenvolvimento e de fixação da população rural

nessas áreas.

A atividade turística faz parte da sociedade moderna e se coloca como uma de suas características

marcantes. Isso ocorre porque, ela está baseada nas relações de consumo ao transformar o lazer em

mercadoria, que, por sua vez, se torna objeto de consumo durante as viagens. Dessa forma, é necessário

compreender que o turismo como atividade econômica capitalista, possui especificidades, que por sua vez,

dificultam a implementação em propriedades de famílias que baseiam seu trabalho na agricultura.

Entre os macros programas, programas e projetos que existem na referida região turística, ressalta-se o

Projeto Rota dos Morros & Colinas, que ocorre nos municípios da mesorregião Centro-Ocidental do

Paraná. O citado projeto tem como objetivo implementar a atividade turística no campo da

Mesorregião, como complementação de renda para seus agricultores de base familiar, ressaltando suas

belezas naturais e o modo de vida no campo.Nesse sentido, busca-se levantar as possibilidades e

impasses para o avanço do turismo rural como alternativa de renda para agricultores de base familiar

na região.

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O “NOVO RURAL” BRASILEIRO

Diversos autores defendem a urbanização do campo como características marcantes no

mundo, inclusive no campo brasileiro. Levando em consideração que mudanças ocorrem em todo e em

qualquer lugar, no campo não seria diferente principalmente em decorrência das mudanças nas

atividades como o aumento de ocupação não agrícola, a pluriatividade, modernização do campo,

chegada da infra-estrutura, algumas indústrias e o desenvolvimento dos meios de comunicações.

Com essas mudanças causam um irreversível processo de urbanização no campo.

Pode-se dizer que o meio rural brasileiro se urbanizou nas duas últimas décadas, como resultado do processo de industrialização da agricultura, de um lado, e, de outro, do transbordamento do mundo urbano naquele espaço que tradicionalmente era definido como rural (SILVA, 1997, p.43).

Tanto na indústria, como na agricultura essas novas tecnologias já estão alterando

profundamente não só as formas de organização do processo de trabalho, mas também diminuindo a

escala mínima necessária da atividade econômica e redefinindo os requisitos fundamentais de sua

localização espacial. Com todas essas mudanças, as políticas rurais direcionam-se basicamente pra

reduzir o isolamento das populações rurais, melhorarem as suas condições de vida e de qualificação.

Com o período pós-industrial os agricultores começaram a combinar atividades agropecuárias

com outras atividades não agrícolas, dentro ou fora de suas propriedades, variando os ramos da

atividade, sendo elas tradicionais ou novas como o turismo, laser, gastronomia e conservação da

natureza (SILVA, 1997).

Este fenômeno pode ser explicado de várias formas, mas o que se destaca entre todos são dois

motivos. Em primeiro lugar o tempo livre que muitos agricultores passaram a ter, afinal, atualmente

existem máquinas que plantam, colhe e até ordenham animais em seus lugares. Em segundo lugar com

as dificuldades vividas no campo diminuem as oportunidades em se trabalhar diretamente na

agropecuária. Muitas famílias, nesses casos, começam a liberar outros membros da família para buscar

formas, na cidade, de aumentar a renda com outros trabalhos remunerados (SILVA, 1997).

Com essas transformações, surge o que vem sendo chamado de “novo rural”, onde o campo

passa a ser utilizado para novas ocupações de trabalhos e modo de vida, deixando de ser

exclusivamente agrícola. Essas famílias que combinavam a atividades agrícolas com as atividades não

agrícolas passaram a ser denominadas famílias pluriativas, pois exerciam mais de uma atividade

econômica (SILVA, 1997).

Deste modo podemos compreender a pluriatividade como sendo atividades complementares

ou suplementares á produção agrícola, exercida por um ou mais membro da família. A pluriatividade

pode ser configurada de duas formas:

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a) através de um mercado de trabalho relativamente indiferenciado, que combina desde a prestação de serviços manuais até o emprego temporário nas indústrias tradicionais (agroindústrias, têxtil, vidro, bebidas,etc); b) através da combinação de atividades tipicamente urbanas do setor terciário com o “management” das atividades agropecuárias (SILVA, 1997, p. 5).

A primeira configuração é a mais utilizada pelas famílias pluriativas, pois moram em áreas

rurais, trabalham em suas propriedades com o cultivo de algumas plantações e criação de animais para

a sua subsistência, mas obtém a maior parte renda nas indústrias onde se localiza na cidade.

Diante da nova realidade em que o campo se encontra, as famílias começaram a trabalhar em

atividades não agrícolas que antes essas atividades eram de fundo de quintal, hobbies, passaram a ser

geradora de renda como pesqueiros, floriculturas, criação de animais, fabricação de doces, turismo

rural, apicultura, suinocultura, criação de aves (galinha, avestruz e ema) entre outras atividades. Essas

características típicas do meio rural, envolvendo a paisagem natural, patrimônio cultural e os modos de

vida das populações rurais, passam a atrair um número cada vez maior de pessoas do meio urbano,

fortalecendo assim a prática do turismo rural que, em conseqüência, passa a receber maior atenção de

outras esferas da sociedade.

TURISMO RURAL

Um dos grandes problemas para estudar o Turismo Rural (TR) é a sua definição. Essa

tipologia de turismo é bastante abrangente. Para compreender esse segmento é preciso realizar um

breve histórico sobre o seu desenvolvimento.

A atividade turística teve seu inicio nos Estados Unidos e na Europa na década de 1950. O TR

surgiu para combater o êxodo rural, complementar a renda das propriedades e proteger a natureza. A

década de 1980 é considerada um marco inicial do turismo rural nos países como Brasil, Argentina,

África e Oceania. Apenas em 1990 esse seguimento teve inicio nos países como Mongólia,

Madagascar e Ucrânia (BRASIL, 2008, p.15)

A atividade surge com o intuito de promover a sociabilidade, a integração entre o rural e

urbano junto com a transformação socioeconômica, contribuindo para amenizar a pobreza no campo,

sem realizar o processo de aculturação. Por estes motivos a atividade passou a ser estudada pelos

governos.

O turismo rural surgiu em meio a uma frágil economia com o intuito de aumentar a renda dos agricultores e também de gerar empregos fazendo com que diminua o êxodo rural, havendo assim, o desenvolvimento local ou até mesmo regional com a atividade turística (TULIK, 2003, p.77).

O primeiro programa de desenvolvimento rural foi em 1991 na União Européia, e fizeram com

que muitos outros países programassem políticas públicas a fim de apoiar o TR e outras atividades não

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agrícolas capazes de revitalizar o território rural. No Brasil o TR foi implementado em 1986 em Lages,

SC, onde as propriedades rurais foram abertas as visitações. A partir deste momento a atividade

começou a ser caracterizada com TR e entendida como oportunidade de aumentar a renda das famílias

(BRASIL, 2010).

No final de 1990 o TR foi espalhado pelo país, fazendo com que um aumentasse os

empreendimentos em todas as regiões que se interessassem pelo segmento. Muitos desses

empreendimentos tinham pessoas qualificadas para as funções, em conseqüência, surgiram alguns

pontos negativos de sua implementação, de modo geral, á sobrecarga da estrutura rural, elevados

números de visitantes e veículos, problemas legais, degradação ambiental e descaracterização do meio

e da atividade turística (BRASIL, 2010).

Hoje em dia podemos perceber que com o desenvolvimento do TR muitos benefícios o

segmento turístico trouxe para o país, como diversificação da economia regional, melhorias das

condições de vida das famílias, diminuição do êxodo, integração campo cidade e o resgate da auto-

estima do homem no campo. As mudanças que vem ocorrendo no meio rural criam uma problemática

quanto à definição e delimitação entre o rural e urbano.

Existem várias definições para o TR, Beni diz que “[...] o deslocamento de pessoas para

espaços rurais, em roteiros programados ou espontâneos, com ou sem pernoite, para fruição dos

cenários e instalações rurícolas” (BENI, 2002, p.22). Nesse sentido, o turismo rural é visto, para

muitos pesquisadores, a exemplo de Graziano (2002), como uma forma de auxiliar a renda familiar.

O turismo rural compreende o segmento do agro turismo, o qual se caracteriza pela visitação e

a interação de turistas ou visitantes com as atividades realizadas no interior de pequenas propriedades

(TULIK, 2003).

Agroturismo, portanto, conforme as experiências europeias, desenvolvem-se integrado a uma propriedade rural ativa, de organização e gestão familiar, com a presença do proprietário, como forma complementar de atividades e de renda; pressupõe o contato direto do turista com o meio rural, alojamento na propriedade e possibilidade de participar das atividades rotineiras (TULIK, 2003, p.39).

Como podemos observar pelas definições de TR, que se deve usar este conceito apenas

quando o turista se hospeda ou passa o dia no meio rural e participa de forma lúdica das atividades de

rotina. Podemos compreender que se atividade não se caracterizar nestas definições, pode se

considerar uma atividade turística no espaço rural.

Segundo o MTUR, se considera turismo no espaço rural ou em áreas rurais como:

Todas as atividades praticadas no meio não urbano, que consiste de atividades de lazer no meio rural em várias modalidades definidas com base na oferta: turismo rural, turismo ecológico ou ecoturismo, turismo de aventura, turismo de negócios e

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eventos, turismo de saúde, turismo cultural, turismo esportivo, atividades estas que se complementam ou não (BRASIL, 2010, p.17).

Essa definição de Turismo no Espaço Rural (TER) é resultado de uma ampla discutição com

diversos representantes da área de turismo. Essa terminologia pode se entender como várias atividades

de lazer e turismo que seja realizada no meio rural, essas atividades podem ser hospedagem,

alimentação, operação e agenciamento, transportes de visitantes, realização de eventos entre outros

(BRASIL, 2010).

PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

O estudo se baseou na pesquisa descritiva e exploratória. A pesquisa descritiva tem como

objetivo avaliar diversos aspectos, dimensões ou componentes a serem pesquisados, juntamente com a

pesquisa exploratória que tem como objetivo principal descobrir novas idéias e novas perspectivas. A

pesquisa exploratória auxiliou na realização dos levantamentos de dados e ajudou nas descobertas de

novas informações. O método descritivo auxiliou no processo de avaliação e interpretação das

variáveis existentes entre a agricultura familiar e o turismo rural (LAKATOS e MARCONI, 2007).

Essa pesquisa se caracteriza como qualitativa em que se preocupa em analisar e interpretar as

características mais profundas, descrevendo e fazendo análises sobre as descobertas da investigação

(LAKATOS e MARCONI, 2007).

Para melhor o desenvolvimento da pesquisa, em um primeiro momento foi realizada uma

revisão bibliográfica sobre o assunto abordado realizando um levantamento em livros, revistas

especializadas, artigos científico e demais materiais na internet. Os temas estudados foram às

características dos municípios em questão (que são propostas como atrativos para o turismo); sobre o

fenômeno social da agricultura de base familiar e sobre os aspectos do próprio turismo que ocorre no

campo.

Em um segundo momento trabalhou-se com a pesquisa de campo. Foram aplicadas entrevistas

semi-estruturadas com representantes do Estatuto Paranaense de Pesquisa de Extensão rural

(EMATER) local de cada município com o objetivo de levantar os agricultores que trabalham ou

possuem interesse de trabalhar com atividades alternativas como o turismo e sobre quais as ações do

EMATER para auxiliar tais agricultores a implementar a atividade ou incentivar o desenvolvimento de

tais projetos. Um dos objetivos dessa coleta também foi observar, nesse sentido, o papel fundamental

do EMATER local de interlocutor entre o Estado e suas políticas e programas de turismo para os

agricultores familiares e os próprios agricultores familiares alvos centrais de tais políticas.

Posteriormente foram aplicadas entrevistas semi-estruturadas com os agricultores familiares

que buscam avançar trabalhando com atividades alternativas como o turismo em suas propriedades. A

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metodologia de trabalho empregada na pesquisa de campo, portanto, além das entrevitas se baseou

também na observação sistemática, uma vez que há a necessidade de traçar parâmetros de análise para

manter objetividade nos estudos realizados (LAKATOS e MARCONI, 2007).

TURISMO RURAL NA AGRICULTURA FAMILIAR E O MUNICÍPIO DE RANCHO ALEGRE

É chamado de Turismo Rural na Agricultura Familiar (TRAF) as famílias que realizam

atividade turística em suas pequenas e médias propriedades e que mantém as atividades econômicas

típicas das famílias, valorizando, respeitando e compartilhando seu modo de vida, o patrimônio cultura

e natural ofertando produtos e serviços de qualidade e proporcionando o bem estar social (BRASIL,

2010).

O agricultor familiar é definido pela Lei 11.326, de 24 de julho de 2006 quando a mão-de-obra

é extremamente familiar; a gestão do estabelecimento cabe à própria família; a área da propriedade

não supera 4 módulos fiscais1; a principal fonte de renda da família se origina de atividades

econômicas vinculadas ao estabelecimento (BRASIL, 2010).

O ministério do turismo em parceria com o ministério do desenvolvimento agrário tem o

intuito de apoiar a estruturação de roteiros turísticos que considerem a agricultura familiar e a inserção

de produtos da agricultura familiar como alimentos, bebidas, artesanato, meio de hospedagem, bares,

restaurantes, lojas entre outras (BRASIL, 2010).

Na microrregião de Goioerê, o processo de modernização da agricultura não avançou com

facilidade em função da impossibilidade de utilizar maquinários agrícolas nessas regiões, dentre outras

questões. Para essas áreas se mantiveram, com maior intensidade, as pequenas propriedades e o modo

de vida e produção baseado no trabalho familiar, em função da concentração fundiária. As

características da paisagem e a permanência de pequenos agricultores de base familiar nesses locais

deram origem a iniciativas de revalorização das mesmas e de seus atores para o turismo, a exemplo da

criação do projeto Rota dos Morros & Colinas, que funcionaria, ao mesmo tempo, como alternativa de

desenvolvimento regional.

1 Módulo Fiscal: Unidade de medida expressa em hectares, fixada para cada município, considerando o tipo de exploração predominante no município; a renda obtida com a exploração predominante; outras explorações existentes no município que, embora não predominantes, sejam significativas em função da renda ou da área utilizada; o conceito de propriedade familiar.

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Segundo a Rede de Turismo Regional (2012), responsável pela região turística Corredores das

Águas no período em que a microrregião pertencia a essa região turística2, o turismo regional, começa

a ser incentivado por volta do ano de 1998, a partir da iniciativa do secretário da Indústria, Comércio e

Turismo de Campo Mourão da época, sr. Jacó Gimenes, o qual atualmente é presidente da Rede de

Turismo Regional (RETUR), Instância de Governança do Turismo no Noroeste do Paraná. Por

iniciativa do sr. Jacó Gimenes, criou-se o Projeto de Turismo Rota dos Morros & Colinas que engloba

todos os 25 municípios da mesorregião Centro-Ocidental. O citado projeto foi desenvolvido pela

necessidade de geração de emprego e renda regional e para organizar e planejar o turismo.

Diante desta realidade cresce o esforço público para o avanço da atividade como alternativa de

desenvolvimento para porções mais pobres do território. Esse é caso da microrregião de Goioerê. O

turismo é apontado como alternativa na busca pelo desenvolvimento desses municípios. A região possui

inúmeras características importantes e atrativas para o desenvolvimento da atividade: grande número de

agricultores de base familiar, como apontou o último Censo Agropecuário do IBGE (2006); vasta paisagem

de campo com áreas naturais ainda preservadas; paisagens de morrarias, em função de seu relevo

acidentado; forte cultura do homem do campo; entre outros

A avaliação do potencial turístico da paisagem, [...], pode ser realizada mediante cinco variáveis: diversidade, naturalidade, singularidade, planos de visualização e ausência de detratores visuais,[...] uma série de elementos que indicam seu potencial interessante para o turismo rural (CALVANTE,2005, p.76)

Tulik complementa em sua fala alguns pontos positivo do turismo rural para os agricultores de

agricultura familiar.

Entendido no sentido amplo ou estrito, o Turismo Rural tem a seu favor argumentos baseados nas possibilidades que ele detém como fonte geradora de emprego e renda, capaz de evitar o êxodo rural e reanimar áreas rurais deprimidas, e de promover o desenvolvimento local e em, alguns casos, regional. Temas de grande relevância social, relacionados á fragilidade econômica da maior parte das zonas rurais- que decorre do desemprego e do decréscimo demográfico- trazem, embutidos nas ideias apresentadas, os pressupostos do Turismo Rural como alternativa de desenvolvimento sustentável. (TULIK, 2003, p.76)

Tais beneficios podem ser carreados para os agricultores de base familiar localizados no município

de Rancho Alegre d’Oeste, porém, o que se observa atualmente é que embora existam ações

governamentais para beneficiar a partir do turismo rural tais familias as mesmas não atingem localmente os

atores a que se propõem. Desde a escala federal até a municipal existem políticas, progrmas e projetos para 2 Atualmente a microrregião de Goierê juntamente com a microrregião de Campo Mourão formam a nova região

turística do Paraná Roteiros da COMCAM, não sendo mais gerida pela instância de Governança Corredores das Águas de responsabilidade da Retur.

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beneficiar agricultores familiares que desejam trabalhar com turismo rural. Pensar o desenvolvimento local

sem a articulação de organismos, programas e políticas em outras escalas é negligenciar as relações

existentes entre elas (CALVENTE, 2005, p.13).

Como no caso do turismo como alternativa de desenvolvimento para as áreas rurais e seus atores

sociais, deve-se lembrar das influências pelas mais diversas escalas, que, por mais que não contribuam

financeiramente, regem determinados direcionamentos dados ao planejamento da atividade localmente.

Pode-se observar as questões discutidas anteriormente no objeto da presente pesquisa o município

de Rancho Alegre d’Oeste. A localização do município pode ser observada na Figura 01:

Figura 01: Localização do município de Rancho Alegre d’Oeste Fonte: IPARDES, 2013.

O município apresenta um Indice de Desenvolvimento Municipal (IDH-M) em 2010 de 0,704

(IPARDES, 2013). Segundo o último Censo Agropecuário (IBGE, 2006) o município possui maior número

de propriedades familiares ocupando menor área contra um menor número de propriedades não-familiares

ocupando maior área sendo: 392 estabelecimentos de agricultura familiar ocupando uma área de 7616 ha.

contra um total de 87 estabelecimentos não-familiares que, porém, ocupam uma área de 20271 ha. Os

dados do Censo ainda apontam que regionalmente a agricultura familiar é responsável pela maior parte do

pessoal ocupado.

O município é rico em uma paisagem de morrarias em função de seu relevo acidentado e

também é palco da resistência da agricultura familiar como observado nos dados apresentados

anteriormente. Conforme os responsáveis da EMATER municipal, em entrevista3, o município possui

3 Informações obtidas em depoimento no mês de julho de 2014 (Duração: 30 min. e 54 s.).

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uma família de agricultores que tentou trabalhar com o turismo dentro de sua propriedade como

alternativa recebendo visitantes para atividades de lazer. A atividade a ser impulsionada caracteriza-se

como de pesque-pague4 e as famílias utilizaram recursos próprios para tentar desenvolver a atividade

pois não houveram recursos de programas governamentais carreados para auxiliar a família a

impulsionar o empreendimento. O responsável pela EMATER afirmou que atualmente não existem

ações locais tanto de caráter financeiro ou técnico que buscam incentivar e auxiliar os agricultores a

trabalhar com atividades de turismo em suas propriedades. Em entrevista o técnico afirmou que faltam

recursos de infraestrutura, pessoal capacitado e elaboração de projetos que captem os recursos dos

programas do governo.

O estabelecimento em questão foi observado em pesquisa de campo e atualmente a família

trabalha com piscicultura. A propriedade, retratada na Figura 02, conta com 5 tanques onde se criam os

peixes, que são vendidos para a cooperativa que auxilia no financiamento da atividade. Antes da família

implantar esse sistema de piscicultura para a cooperativa a mesma trabalhava na pequena propriedade com

a atividade de pesque-pague. Por falta de incentivos de órgãos públicos e as más condições das estradas

vicinais de acesso a família precisou encerrar o negócio5.

Figura 02: Foto da propriedade Fonte: Autoras

Quando trabalhava com a atividade do pesque-pague, os proprietários chegavam a receber cerca de

50 á 60 pessoas no final de semana. Na propriedade além dos de peixes, os visitantes aproveitavam para

tomar banho, fazer churrasco e realizar outras atividades de lazer no rio que passa ao fundo do

4 Pesque-pague é uma modalidade de pesca que se pratica como um esporte ou hobby, sem que dela dependa a subsistência do pescador. Também se pode chamar de pesca de lazer ou pesca amadora.

5 Informações obtidas em depoimento coletado no mês de julho de 2014 (Duração: 1 h 23 min e 4 s).

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estabelecimento rural familiar. Na figura 03 pode-se observar a lanchonete construída para receber os

visitantes que atualmente encontra-se desativada da sua função inicial depois que as atividades de pesque-

pague foram encerradas.

Figura 03: Lanchonete no centro da propriedade Fonte: Autoras

Na lanchonete que ficava no centro dos tanques tinham cadeiras, mesas e eram vendidas porções.

A maior dificuldade que eles encontravam era a situação da estrada, pois se chovesse e os visitantes

estivessem na propriedade, não conseguiriam voltar para a cidade, pois os carros ficavam atolados na beira

da estrada.

A família fechou o empreendimento cerca de 7 anos atrás e começaram a trabalhar com a

cooperativa. A agricultora, em entrevista, relatou que gostaria de voltar a trabalhar com o pesque-pague,

mas por falta de conhecimento, de capacitação e recursos financeiros fica inviável reabrir.

A paisagem e relevo da localidade se tornam um atrativo que diferencia o modo de produzir das

pequenas famílias, fazendo com que essa atividade diferenciada se torne o atrativo esperado. Porém, apesar

dos prováveis pontos fortes para o avanço do turismo rural os municípios também podem possuir inúmeros

pontos fracos como, por exemplo, a falta de conhecimento sobre a própria atividade do turismo, sobre os

órgãos gestores da atividade em níveis regionais, municipais, estaduais e nacional; desconhecimento sobre

políticas públicas voltadas para o suporte do desenvolvimento de tal atividade; linhas de crédito voltadas

para o fomento do turismo rural; pouca ou nenhuma capacitação dos gestores públicos em nível municipal

para a gestão da atividade; dentre outros inúmeros fatores que se colocam como gargalos para o

desenvolvimento do turismo rural como fator de alternativa de renda para os agricultores de base familiar

dos municípios em questão.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

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IX EPCT – Encontro de Produção Científica e Tecnológica Campo Mourão, 27 a 31 de Outubro de 2014

ISSN 1981-6480

A principal conclusão tirada dos dados analisados da zona rural de Rancho Alegre d’Oeste é

que as atividades agrícolas constituem ainda a mais significativa forma de ocupação das famílias

residentes no meio rural, e as não agrícolas constituem também uma forma importante de

complementar à renda dos produtores, tratando-se de uma questão de sobrevivência.

A pluriatividade tem mudado a paisagem do Município, tornando a economia rural mais

dinâmica e diversificada, criando alternativas de sobrevivência, para que o homem do campo

permaneça no meio rural, sem ter que migrar para a cidade e viver na periferia sem emprego e fazer

parte saturação dos centros urbanos.

Os agricultores pluriativos do município de Rancho Alegre d’Oeste não almejam aumentar suas

propriedades, mas sim, terem melhores condições e incentivos para poderem produzir e sobreviver no

campo. Em função do avanço da urbanização de forma crescente, as ruralidades vão sendo

revalorizadas. Além disso, o processo de modernização da agricultura trouxe consequências para áreas

rurais, como a concentração fundiária e o êxodo rural. Dessa forma, o desenvolvimento desigual no

campo, com áreas rurais mais pobres e áreas rurais mais ricas, faz surgir um quadro em que os atores

sociais das áreas menos favorecidas buscam alternativas para seu fortalecimento.

Nesse sentido, com a revalorização das ruralidades, o turismo começa a ser citado como

atividade alternativa para agricultores de base familiar, afirmando que de muitas maneiras pode

auxiliar no desenvolvimento de regiões pobres. Nessa realidade se encontra o município de Rancho

Alegre. Em função de suas características físicas, de morros e colinas, da resistência dos agricultores

na mesma e do baixo índice de desenvolvimento humano, o turismo começa a ser citado como

possível solução, como vetor de desenvolvimento gerando emprego e renda para sua população.

Para melhor atendimento dos antigos turistas, foi construída uma infraestrutura adequada para

melhor acolher os visitantes na propriedade, além disso, a atividade está baseada nas relações de

compra e venda do lazer no meio rural. Essas observações apontam para as dificuldades que se

colocam como impedimento para o avanço da atividade junto aos agricultores do município.

As famílias que vivem no campo e sobrevivem da pluriatividade, que consiste em trabalhar no

campo e na cidade, não conhecem as políticas públicas para os fortalecimentos das atividades não

agrícolas na propriedade. Um dos motivos que dificulta esta comunicação entre as políticas existentes

e os agricultores de base familiar é dos gargalos existentes, como a falta de conhecimento dos

próprios agricultores sobre as mesmas e os entraves dos órgãos responsáveis em levar a cabo

tais ações.

REFERÊNCIAS BENI, M. C. Análise Estrutural do Turismo. São Paulo, Senac , 1997.

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IX EPCT – Encontro de Produção Científica e Tecnológica Campo Mourão, 27 a 31 de Outubro de 2014

ISSN 1981-6480

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