mudanças climática e biodiversidade na região neotropical dr. carlos a. joly depto. botânica –...
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Mudanças Climática e Biodiversidade na Região
Neotropical
Dr. Carlos A. Joly
Depto. Botânica – IB
&
Doutorado em Ambiente e Sociedade – NEPAM
Figure 3. Comparison of observed continental- and global-scale changes in surface temperature with results simulated by climate models using natural and anthropogenic forcings. Decadal averages of observations are shown for the period 1906–2005 (black line) plotted against the centre of the decade and relative to the corresponding average for 1901–1950. Lines are dashed where spatial coverage is less than 50%. Blue shaded bands show the 5–95% range for 19 simulations from 5 climate models using only the natural forcings due to solar activity and volcanoes. Red shaded bands show the 5–95% range for 58 simulations from 14 climate models using both natural and anthropogenic forcings. IPCC WGI SPM, 2007
http://www.biotaneotropica.org.br/v3n2/pt/fullpaper?bn00803022003+en
Data on distributions and ecological dimensions Distributional data representing 15,657 records (i.e., unique species x latitude-longitude combinations) for 162 tree species occurring in Cerrado (sensu lato) were assembled from the Projeto de Cooperação Técnica Conservação e Manejoda Biodiversidade do Bioma Cerrado – EMBRAPA Cerrados – UnB – Ibama/DFID e RBGE/Reino Unido.
Ecological niche modeling and dispersal assumptions. All modeling in this study was carried out on a desktop implementation of Genetic Algorithm for Ruleset Prediction (GARP) now available publicly for download (http://beta.lifemapper.org/desktopgarp/
Scenarios of climate change We assessed both a conservative and a less conservative view of how climates could change over the next 50 yr using the Hadley HHGSDX50 and HHGGAX50 scenarios (http://i p c c - d d c . c r u . u e a . a c . u k / c r u _ d a t a / e x a m i n e /HadCM2_info.html). The future projected climate data are provided at a spatial resolution of 2.5 x 3.75° (Carson 1999). To improve spatial resolution, however, following recommended methodologies (http://www.ipcc.ch/), we calculated expected changes in each climate variable for each scenario and each of the relatively coarse pixels via subtraction of future from present model results. These difference maps were then applied to the more detailed (0.5 x 0.5° cells) IPCC current climate data layers, which are developed and provided by the same organism, and which are intended to be parallel and consistent with the climate-model projections.
Construindo um modeloConstruindo um modelo
Pontos de ocorrência, determinado pelas coordenadas geográficas, latitude e longitude) de uma determinada espécie. Para cada ponto temos as condições climáticas, pedológicas e de drenagem. Portanto podemos construir o “Nicho” Potencial de Ocorrência das espécies.
Pi = (Lati, Longi)
Rio Mogi Guaçu
50
Kilometross
Escala Gráfica
250
-48.50 -48.00 -47.50 -47.00 -46.50 -46.00
-22.50
-22.00
-21.50
-21.00
Imagens /Uso da Terra
Clima
Relevo
SolosDrenagem Informaçõesdo MeioFísico
Tem
pera
tura
Precipitação
Construnimdo um modelo Construnimdo um modelo Com base no Nicho Potencial de Ocorrência determinado, são utilizados algoritmos (GARP, GAM, Bioclim, Artificial Neural Networks, etc) para projetar a possibilidade de ocorrência da espécies em áreas não estudadas e/ou as possíveis alterações na distribuição da espécie em decorrência de alterações nos parâmetros ambientais.
Tem
pera
tura
Precipitação
Distribuição de Terminalia argenteausando GARP
No caso desta espécie, por exemplo, o mapa acima mostra o nicho atual da espécie. As áreas mais escuras são o nicho preferencial, onde há 100% de probabilidade de ocorrência da espécie. Nas áreas mais claras a espécie pode, eventualmente, ocorrer, mas a probabilidade é baixa.
Na etapa seguinte projetamos as mudanças de temperatura e precipitação previstas pelos cenários otimistas (aumento de até 2oC na temperatura média) e pessimistas (aumento de até 4oC na temperatura média) do IPCC e geramos um novo modelo potencial de ocorrência da espécie.
Qualea grandiflora Mart
(Vochysiaceae)
Acosmium subelegans (Mohl.)Yakovlev
(Leguminosae)
Área de ocorrência atual
Área de possível ocorrência em 2055 – cenário otimista < 2oC
Área de possível ocorrência em 2055 – cenário pessimista > 3oC
Qualea parviflora Mart
(Vochysiaceae)
Rapanea guianensis Aubl.
(Myrsinaceae)
Área de possível ocorrência em 2055 – cenário otimista
Área de ocorrência atual
Área de possível ocorrência em 2055 – cenário pessimista
Figure 2. Patterns of predicted species richness among the 162 species of cerrado trees analyzed in the core distributional area of cerrado incentral and eastern Brazil. Top, present (1961-1990); middle, HHGSDX50 (conservative) climate change scenario; and bottom, HHGGAX50 (less conservative) climate change scenario.
Área de maior diversidade de espécies arbóreas no
cenário otimistaÁrea atualmente com a maior diversidade de espécies arbóreas
Área de maior diversidade de espécies arbóreas no
cenário pessimista
Área potencial de ocorrência de Cerrados no Estado de São Paulo
Fragmentos atualmente existentes de Cerrados no Estado de São Paulo
http://sinbiota.cria.org.br/atlasnew/
BA
MG
PI
MS
GO
RS
SP
PR
CE
PE
SC
PB
RN
RJ
ES
AL
SE
DF
Domínio da Mata Atlântica
1:24.000.000
Instituto Socioambiental - ISAFonte: Mapa de Vegetação do Brasil, IBGE, 1993
Dominio
Segundo CONAMA/92e Decreto 750/93
área original:1.306 mil km2
CE
NÁ
RIO
S C
LIM
ÁT
ICO
S P
AR
A O
BR
AS
IL
Geographic distribution of Calyptranthes grandifolia O. Berg. (Myrtaceae) 1 – present registered occurrence; 2 projection of occurrence area in 2050 with the optimistic scenario; 3 projection of occurrence area in 2050 with the pessimistic scenario of global warming.
1 2
3
- 5%
- 30%
Dados: Alexandre F. Colombo
Geographic distribution of Chrysophyllum flexuosum Mart. (Sapotaceae) 1 – present registered occurrence; 2 projection of occurrence area in 2050 with the optimistic scenario; 3 projection of occurrence area in 2050 with the pessimistic scenario of global warming.
1
+ 10%
2
3
Dados: Alexandre F. Colombo
- 30%
Geographic distribution of Alchornea triplinervia (Spreng.) Müll. Arg. (Euphorbiaceae) 1 – present registered occurrence; 2 projection of occurrence area in 2050 with the optimistic scenario; 3 projection of occurrence area in 2050 with the pessimistic scenario of global warming.
Dados: Alexandre F. Colombo
1
2
3
- 25%
- 45%
Geographic distribution of Euterpe edulis Mart. (Arecaceae) – Palm hart. 1 – present registered occurrence; 2 projection of occurrence area in 2050 with the optimistic scenario; 3 projection of occurrence area in 2050 with the pessimistic scenario of global warming.
Areas of medium probability of occurrence
Areas of low probability of occurrence
Areas were the species does not occur
Areas of registered occurrence or high probability of occurrence1
2
3
Present geographic distribution of Mata Atlântica sensu lato.
Dados: Alexandre F. Colombo
2
Dados: Alexandre F. Colombo
Geographic distribution of Mata Atlântica sensu lato in 2050 with the optimistic scenario.
- 30%
- 65%
Geographic distribution of Mata Atlântica sensu lato in 2050 with the pessimistic scenario.
Dados: Alexandre F. Colombo
Precipitação
Temperatura
A racatuba
A ssis
Avare
Bauru
Botucatu C am pinas
C atanduva
Franca
Ja les
M arilia
M ococa
O urinhos
Pres.P rudente
R ib .P re to
Santos
S .C arlos
Ita rare
R egistro
S .P au lo
D racena
A ndrad inaS .J .R .P re to
V otuporanga
L ins
Teod.Sam paioB anana l
C araguata tuba
S .J.C am pos
C ruze iro
Itapetin inga
54° 53° 52° 51° 50° 49° 48° 47° 46° 45° 44° 43°
19°
20°
21°
22°
23°
24°
25°
26°
54° 53° 52° 51° 50° 49° 48° 47° 46° 45° 44° 43°19°
20°
21°
22°
23°
24°
25°
26°
FavorávelFavorável - R estrição Térm icaFavorável - Irrigação R ecom endadaFavorável - Suje ito a G eadasD esfavorável
- Fernando A . M . da S ilva- Eduardo D . Assad- Balbino A . Evangelista
- H ilton S ilve ira P into- Jurandir Zullo Jr- G ustavo C ora l- Bernadete Pedreira
- O riva ldo Brunini- R ogério R em o A lfonsi- M arcelo B .P . de C am argo- M ário J.Pedro Jr.- R oberto A . Thom azie llo
EMBRAPA / CERRADOS
CEPAGRI / UNICAMP
CIIAGRO / IAC
Equipe Técnica:
N ovem bro - 2000
Zoneamento Climático da Cultura do Café (Coffea arabica)
Fonte: Hilton Silveira Pinto, Eduardo Delgado Assad & Jurandir Zullo Junior Fonte: Hilton Silveira Pinto, Eduardo Delgado Assad & Jurandir Zullo Junior CEPAGRI / UNICAMPCEPAGRI / UNICAMP CNPTIA / EMBRAPA CNPTIA / EMBRAPA
Mudança Climática e Agricultura
Mudança Climática e Agricultura
Fonte: Hilton Silveira Pinto, Eduardo Delgado Assad & Jurandir Zullo Junior Fonte: Hilton Silveira Pinto, Eduardo Delgado Assad & Jurandir Zullo Junior CEPAGRI / UNICAMPCEPAGRI / UNICAMP CNPTIA / EMBRAPA CNPTIA / EMBRAPA
Mudança Climática e Agricultura
Fonte: Hilton Silveira Pinto, Eduardo Delgado Assad & Jurandir Zullo Junior Fonte: Hilton Silveira Pinto, Eduardo Delgado Assad & Jurandir Zullo Junior CEPAGRI / UNICAMPCEPAGRI / UNICAMP CNPTIA / EMBRAPA CNPTIA / EMBRAPA
Mudança Climática e Agricultura
Fonte: Hilton Silveira Pinto, Eduardo Delgado Assad & Jurandir Zullo Junior Fonte: Hilton Silveira Pinto, Eduardo Delgado Assad & Jurandir Zullo Junior CEPAGRI / UNICAMPCEPAGRI / UNICAMP CNPTIA / EMBRAPA CNPTIA / EMBRAPA
Deficiências dos Modelos
Rio Mogi Guaçu
50
Kilometross
Escala Gráfica
250
-48.50 -48.00 -47.50 -47.00 -46.50 -46.00
-22.50
-22.00
-21.50
-21.00
Imagens /Uso da Terra
Clima
Relevo
SolosDrenagem Informaçõesdo MeioFísico
InformaçõesBiológicas
INVENTÁRIOS
AUTOECOLOGIA
FUNCIONAMENTO
DE
ECOSSISTEMAS
ECOFISIOLOGIA
DINÂMICAS E
CICLAGENS
InformaçõesAntrópicas
Resgate do Histórico do Uso e
Ocupação da TerraAspectos
Sócio-econômicos
Aspectos políticos einstitucionais
Aspectos Demográficos,Urbanização e
Tendências
Dinâmica sócio-ambiental
EMISSÃO DE GASES DE EEITO ESTUFA HOJE
1 - ESTADOS UNIDOS - 36,1 % - 7%
2 - CHINA - 18,1 %
3 - FEDERAÇÃO RUSSA - 17,4% - 5%
4 - JAPÃO - 8,5 % - 6%
5 - BRASIL – 5,8 %
6 - INDIA - 4,9 %
7 - ALEMANHA - 4,4% - 4%
8 - GRÃ-BRETANHA - 4,3% - 6%
9 - CANADÁ - 3,3 % - 5%
10 - ITÁLIA - 3,1% - 6%
11 - POLONIA - 3,0% - 6%
12 - FRANÇA - 2,7% - 6%
13 - AUSTRÁLIA - 2,1%
América do Sul - 3,9 %(Sem Brasil)
GEEs Emissions - 1994
Mudança no Uso da Terra e Florestas
75%
EmissõesFugitivas
1%
ProcessosIndustriais
2%
Queima de Combustíveis Outros Setores
6%
Queima de Combustíveis Transporte
9%
Queima de Combustíveis Indústria
7%
No Brasil a questão das mudanças climáticas está fortemente associada com a questão do uso sustentável da biodiversidade, pois 75% das nossas emissões de gases do efeito estufa (GEE) vem do desmatamento e da queima de nossa biodiversidade. Em minha opinião, a posição do governo brasileiro - apegando-se ao fato de historicamente termos contribuído só com 1% dos GEEs produzidos desde a revolução industrial, para justificar que o país não precisa ter metas de redução na sua taxa de emissão destes gases – é moralmente insustentável, pois usa o passado para comprometer o futuro. Com base nesta lógica o governo propõe uma redução do desmatamento, custeada com recursos internacionais, mas sem metas prefixadas e sem um sistema de fiscalização efetivo.
Contribuição Histórica do Brasil
Elaborado pela equipe da COPPE ( Prof. Pinguelli) com base na proposta brasileira para Quioto em 1997 (MCT/MRE)
Contribuições para a Mudança do Clima em 1990 da emissão de Combustíveis Fósseis e Mudança no uso da
terra por país
Soma de outros países com
menos de 1%19,1%
Estados Unidos42,6%
Reino Unido10,5%
China6,4%
França4,5%
Japão4,2%
Canadá2,9%
Polônia2,8%
Índia1,9%
Brasil1,0%
Itália1,7%
Austrália1,2%
África do Sul1,3%
fonte: Greenpeace
100 a 200 toneladas de Carbono por hectare
O Brasil tem a oportunidade histórica, e a obrigação moral, de iniciar as negociações do Período Pós-2012 (Pós-Kyoto), propondo uma diminuição voluntária de suas emissões de GEEs, com metas prefixadas de redução de desmatamento e com mecanismos de certificação e fiscalização internacional. Uma redução, perene e consistente, de 35% das taxas atuais de desmatamento, uma meta que interessa para a economia do país, pois significaria a implantação de um novo modelo de desenvolvimento, mais sustentável e ambientalmente correto, estaríamos reduzindo em 20% nossa taxa de emissão de gases de efeito estufa. Portanto, reduzirmos voluntariamente nossa taxa de emissão de GEEs não é um empecilho para o progresso do país, e sim a base para um desenvolvimento econômico sustentável.
Ao pararmos de incinerar nossa rica, e em grande parte ainda desconhecida, biodiversidade, dando uma oportunidade para que as gerações futuras se beneficiem do uso sustentável deste nosso patrimônio natural, estaremos, voluntariamente, atingindo uma meta significativa de redução de emissão de gases de efeito estufa.
Evidentemente, este esforço tem custos que, a meu ver, devem ser financiados pelos países desenvolvidos. Mas é indispensável que o Brasil estabeleça metas claras de redução e se submeta a fiscalização e certificação, por organismos independentes, do efetivo cumprimento das metas de redução de desmatamento (emissões de GEEs) estabelecidas.
REMOÇÃO DE GASES DE EFEITO ESTUFA – Financiável pelo Protocolo de Kyoto
Em parceria com os Consórcio/Comitês projetos de recomposição da vegetação nativa das ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE – Mata Ciliar
1986 1996
REMOÇÃO DE GASES DE EFEITO ESTUFA – Financiável pelo Protocolo de Kyoto
Programa de revitalização e recuperação dos remanescentes de vegetação nativa através da Reposição da RESERVA LEGAL.
DECRETO ESTADUAL N° 50.889, DE 16 DE JUNHO DE 2006
PROGRAMA BIOTA/FAPESP - Mapa das Áreas Prioritárias para Conservação e Recuperação da Biodiversidade do Estado de São
Paulo.
EVITAR A EMISSÃO GASES DE EFEITO ESTUFA – Financiável pelo Protocolo de Kyoto
Programa de controle de emissões veiculares
Programa de controle de emissões industriais
Programa de aproveitamento de gases gerados por aterros sanitários
PROGRAMAS DE MUDANÇA DE PADRÃO DE CONSUMO/COMPORTAMENTO
Programa de incentivo de uso de madeira certificada – construção civil, móveis, lenha
Programas efetivos de reciclagem
Estímulo ao uso de fontes alternativas de energia – painéis solares, energia eólica, etc....
..
.
fonte: Greenpeace
100 a 200 toneladas de Carbono por hectare
3 a 5 toneladas de CO2 equivalente por ha
Safra de 2006Área plantada: 3.400.000 ha Colheita Mecanizada: 900.000 ha GEEs = 1.250.000 toneladas de CO2 equivalente = Aproximadamente 800 ha de floresta
Três realidades
GEEs Emissions - 1994
Mudança no Uso da Terra e Florestas
75%
EmissõesFugitivas
1%
ProcessosIndustriais
2%
Queima de Combustíveis Outros Setores
6%
Queima de Combustíveis Transporte
9%
Queima de Combustíveis Indústria
7%
Queima de Combustível FóssilIndustria + Veículos
75%
EmissõesFugitivas
3%
Rebanho Bovino
5%
Metano – Aterros
9%
Queimadas8%
Emissões de GEEs – Estado de São Paulo
Hipotético
ATUALIZAÇÃO DO IN
VENTÁRIO N
ACIONAL D
E EMISSÕES DE
GEEs, INVENTÁRIO
NACIO
NAL ESTADUAL DE EMISSÕES D
E
GEEs.
MUITO OBRIGADO !