marketing digital: marcas e · pdf filediscussão sobre os tópicos do marketing...
TRANSCRIPT
MARKETING DIGITAL: MARCAS E INFLUENCIADORES
Diogo Valpassos Knust Teixeira
Phelipe de Oliveira da Silva
Projeto de Graduação apresentado ao Curso de
Engenharia de Produção da Escola Politécnica,
Universidade Federal do Rio de Janeiro, como
parte dos requisitos necessários à obtenção do
título de Engenheiro.
Orientador: Maria Alice Ferruccio da Rocha
Rio de Janeiro
Setembro de 2017
2MARKETING DIGITAL: MARCAS E INFLUENCIADORES
3
Teixeira, Diogo Valpassos Knust Silva, Phelipe de Oliveira da Marketing Digital: Marcas e Influenciadores / Diogo Valpassos Knust Teixeira e Phelipe de Oliveira da Silva – Rio de Janeiro: UFRJ/ Escola Politécnica, 2017. 90 p.il: 29,7 cm. Orientador: Maria Alice Ferruccio da Rocha, D. Sc Projeto de Graduação – UFRJ/ POLI/ Curso de Engenharia de Produção, 2017. Referências Bibliográficas: p. 83-90. 1. Marketing Digital 2. Influenciadores Digitais 3. Análise dos Retornos I. da Rocha, Maria Alice Ferruccio II. Universidade Federal do Rio de Janeiro, Escola Politécnica, Curso de Engenharia de Produção. III. Marketing Digital: Marcas e Influenciadores.
4
Resumo do Projeto de Graduação apresentado à Escola Politécnica/ UFRJ
como parte dos requisitos necessários para a obtenção do grau de
Engenheiro de Produção.
MARKETING DIGITAL: MARCAS E INFLUENCIADORES
Diogo Valpassos Knust Teixeira
Phelipe de Oliveira da Silva
Setembro/2017
Orientador: Maria Alice Ferruccio Da Rocha
Curso: Engenharia de Produção
Com o passar dos anos, graças à evolução tecnológica, o marketing
digital passa a ser uma ferramenta estratégica para as empresas e uma das
posições tomadas é o uso de influenciadores digitais em campanhas. Para
entender essa questão, torna-se necessário estudar os fundamentos do
marketing digital e o contexto atual que colabora com ela.
A premissa mais básica do marketing é gerar a satisfação do
consumidor. Para alcançar a fidelização do cliente, empresas atraem
visitantes para suas páginas através de conteúdo interessante e interagem
com eles em suas redes sociais. Influenciadores servem como criadores de
conteúdo para gerar engajamento entre consumidor e marca patrocinadora.
A dificuldade para essas parcerias é a dificuldade de medir seus
resultados. Ainda há o desafio de escolher um influenciador com o fit da
marca e quais plataformas trarão resultados mais significantes. Após a
discussão sobre os tópicos do marketing de influenciadores, serão
apresentados alguns casos de sucesso. Eles providenciarão uma visão
prática das ideias levantadas nos primeiros capítulos. Finalmente, poderão
ser respondidas as dúvidas sobre a relação marca-influenciador.
Palavras-chave: Influenciadores, Marketing Digital, Fit, Redes Sociais, ROI
5
Abstract of Undergraduate Project presented to POLI/UFRJ as a partial
fulfillment of the requirements for the degree of Industrial Engineer.
DIGITAL MARKETING: BRANDS AND INFLUENCERS
Diogo Valpassos Knust Teixeira
Phelipe de Oliveira da Silva
September/2017
Advisor: Maria Alice Ferruccio Da Rocha
Course: Industrial Engineering
Over the years, due to technological developments, digital marketing
has become a strategic strategy for companies and communities taken with
the use of digital influencers in campaigns. To understand this question, it is
necessary to study the basics of digital marketing and the current context
collaborating with it.
The most basic premise of marketing is to generate customer
satisfaction. To achieve customer loyalty, companies attract visitors to your
pages through interesting content and interact with them on their social
networks. Influencers serve as creators of content to engender engagement
between consumer and sponsoring brand.
The difficulty for these partnerships is the difficulty of measuring their
results. There is still the challenge of choosing an influencer to fit the brand
and which platforms will bring more significant results. After the discussion on
the topics of marketing influencers, it will be presented some success stories.
They will provide a practical overview of the ideas raised in the early chapters.
Finally, can be answered doubts about the brand-influencer relationship.
Keywords: Influencers, Digital Marketing, Fit, Social Media, ROI
6
Sumário
Lista de Figuras 8Lista de Gráficos 9INTRODUÇÃO 101 MARKETING DIGITAL 13
1.1 CONCEITO DE MARKETING 181.2 MARKETING DIGITAL 201.3 WEB 2.0 211.4 ACESSO GLOBAL MÓVEL 231.5 MARKETING EM REDES SOCIAIS 25
1.5.1 CRM agora é SCRM 291.6 MARKETING DE ATRAÇÃO - CONTEÚDO É TUDO 30
1.6.1 Funil de Vendas 331.7 INFLUENCIADORES DIGITAIS 37
2. MARCAS E INFLUENCIADORES 402.1 CONTEXTO ATUAL 402.2 RELAÇÃO DA MARCA COM O INFLUENCIADOR E CAMPANHAS 432.3 ESCOLHENDO O MELHOR INFLUENCIADOR 442.4 VANTAGENS 462.5 PRECIFICAÇÃO DE UMA CAMPANHA 492.6 MEDIDAS DE ENGAJAMENTO 51
2.6.1 Return on investment (ROI) 582.7 PLATAFORMAS 612.8 MEIOS PARA CAMPANHAS 63
3. ESTUDO DE CASO - EFEITO EM VENDAS DO MARKETING DE INFLUENCIADORES 64
3.1 EMPRESAS ENVOLVIDAS 643.2 RESULTADOS 66
3.2.1 Medição de alcance 693.2.2 Medição de retorno (ROI) 713.2.3 Outras Vantagens 72
3.3 OUTROS CASOS 733.3.1 Rescue 733.3.2 Pedigree 74
7
3.3.3 Airbnb 743.3.4 Hulu 753.3.5 Klean Plate 763.3.6 Petite Jolie 773.3.7 Nordstrom 78
4. CONCLUSÃO 80REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 83
8
Lista de Figuras
Figura 1: Linha do Tempo da Informação 14Figura 2: Contrastes entre Conceitos 19Figura 3: Social Feedback Cycle 27Figura 4: Printscreen do site Google evidenciando os Espaços Pagos 32Figura 5: Funil de Vendas 58
9
Lista de Gráficos
Gráfico 1: Acesso Global à Internet 23Gráfico 2: Acesso Global Internet Móvel 24Gráfico 3: Aspectos de Marketing a Melhorar 42Gráfico 4: Métodos para Identificar Influenciadores 45Gráfico 5: Métodos para Aquisição de Consumidores 47Gráfico 6: Qualidade dos Consumidores adquiridos 48Gráfico 7: Principais Fatores ao Cobrar uma Campanha 50Gráfico 8: Principais Métricas para Medir Sucesso, Linqia 53Gráfico 9: Principais Métricas usadas para Medir Sucesso, TapInfluence e
Altimeter 53Gráfico 10: Principais Métricas usadas para Medir Sucesso, Julius 53Gráfico 11: Receita para Cada Dólar Gasto no Influencer Marketing 61Gráfico 12: Plataformas mais Procuradas por Especialistas 62Gráfico 13: Plataformas mais Eficientes para o Influencer Marketing 62Gráfico 14: Comparação entre Receita por Mil Impressões 68Gráfico 15: Visualizações por Mês 70Gráfico 16: CPM Efetivo Otimizado 71Gráfico 17: Retorno (em Dólar) por Dólar Gasto 71Gráfico 18: Comparativo entre o ROI obtido e o Retorno Médio com Display
Ad 72
10
INTRODUÇÃO
Nos dias de hoje, há um processo de mudanças nos meios pelos quais
as propagandas são feitas. Nesse âmbito, figuras que não vieram da
televisão (TV) ou outras vias clássicas estão aparecendo como formadoras
de opinião e com uma grande força de chamar a atenção do público,
principalmente da chamada geração Z, que são os jovens que já nasceram
na época da internet. Tais pessoas foram formadas pela própria internet, que
é a maior causa da mudança. Com a possibilidade de conectar muito mais
pessoas ao redor do mundo com uma velocidade incomparável a nenhum
outro meio, a internet criou um ambiente muito favorável ao marketing e as
empresas e marcas estão se aproveitando disso para expandir seus alcances
e não ficar para trás na competição, que se tornou ainda mais acirrada com
tamanha conexão.
Acredita-se que os efeitos dos influenciadores no mundo moderno
sejam de grande importância para a ciência. As pessoas passaram a agir,
interagir, comprar, se divertir e comunicar de maneiras diferentes. Hoje em
dia, há milhares de pessoas com o poder de influenciar o mundo todo e com
as mais diversas opiniões e focos. Seguindo esse pensamento, o modo como
as pessoas se relacionam com marcas e serviços também mudou, e
entender esse comportamento novo é essencial para que se definam
tendências e capacidades para o mundo moderno.
O problema para o caso dos influenciadores digitais reside em três
perguntas: Como mensurar a resposta de engajamento a partir de uma
parceria com um influenciador?; Como definir qual é o melhor fit para o
negócio?; Vale a pena investir em marketing com influenciadores em
comparação com outras opções de anúncio?
Para responder a estas perguntas, foram elaboradas três hipóteses
principais, que serão testadas no decorrer deste trabalho. A primeira delas
diz respeito à adequação da parceria entre empresa e influenciador. Ela parte
da premissa de que o fit de um influenciador com uma marca não está
relacionado diretamente com o número de seguidores. Ou seja, a intenção é
11
provar que nichos são mais importantes que volume bruto na maior parte dos
casos.
A segunda hipótese diz que a parceria de uma marca com um
influenciador traz benefícios a longo prazo ao aumentar o número de pessoas
conectadas a ela, aumentando a base de impacto de propagandas
posteriores. Portanto, o ponto a ser avaliado é o resultado não imediato da
inserção de influenciadores na estratégia de marketing.
Para a terceira, campanhas com influenciadores geram maior retorno,
em relação ao valor investido, quando comparadas a outros tipos de
propagandas.
Por fim, a quarta hipótese se mostra mais geral. Ela diz que uma
campanha com influenciadores digitais vale a pena em todos os pontos de
vista envolvidos. Explicitadas as premissas adotadas, pode-se dizer que o
foco do trabalho será levantar dados sobre a relação do influenciador com as
redes sociais, seus seguidores e seus clientes-parceiros. Como objetivo
específico, será analisado o tipo de marketing que está por trás dessa
propaganda e estudar como as marcas podem se beneficiar dela.
Foram realizadas leituras de artigos e estudos de caso sobre o tema,
principalmente em endereços digitais de empresas que possuem
especialidade em marketing de influenciadores. Foram usados alguns livros
focados no marketing digital, para que o assunto possa ser contextualizado e
a transição dos meios pelos quais o marketing é exercido possa ser
entendida. Outra forma de obter informação foi realizada através de
conversas com pessoas que estão introduzidas no meio, além de
observações nas próprias redes sociais. Por fim, serão analisados estudos de
caso mais a fundo, com o objetivo de provar as hipóteses e responder as
perguntas propostas.
A primeira parte do projeto se dedica a estudar o estado da arte do
marketing digital, em quais conceitos ele está fundamentado e seu papel
atual. As mudanças no formato da comunicação serão destrinchadas a fim de
entender esse fenômeno dos influenciadores. Com os conceitos estudados,
se torna necessária uma discussão mais ampla sobre o tema escolhido, no
capítulo dois. O objetivo é entender as vertentes de uma parceria com um
12
influenciador, pontuando as vantagens, os problemas, como as empresas
estão utilizando essa promoção e as maneiras como podem-se mensurar os
resultados. A partir dessas informações, poderão ser definidos os melhores
indicadores e a confiabilidade dos seus resultados.
A parte final do projeto apresenta análises de casos relativos ao tema,
apontando seus resultados e fazendo ligações com os conceitos outrora
introduzidos. Estes casos foram retirados majoritariamente de sites de
companhias cujo foco é o mercado de influenciadores, líderes em seus
nichos. Estes sites são especializados no influencer marketing e suas
pesquisas são utilizadas por consultores e empresas, assim como suas
plataformas (softwares). Por haver pouca informação gratuita sobre o
funcionamento destas plataformas, não foi possível o aprofundamento neste
sentido.
Desta forma, será possível verificar as hipóteses estipuladas e
responder as perguntas trazidas ao início. Por fim, serão apresentadas as
conclusões sobre as descobertas ao longo da análise e como as hipóteses
foram verificadas ou não.
Por falta de tempo hábil para a pesquisa e falta de informações sobre
o tema, não será abordado o processo de desenvolvimento de uma pessoa
para chegar ao status de influenciador digital. Além disso, o escopo do
estudo sobre marketing digital ficará restrito a apenas um de seus 'P’s': a
promoção. Outro limitador é o baixo volume de artigos acadêmicos sobre o
tema, diminuindo a possibilidade de fontes. Além disso, não serão abordadas
plataformas que conectam influenciadores a potenciais clientes.
Os resultados obtidos podem ser usados para iniciar campanhas com
influenciadores digitais, saber os passos necessários para identificar os
mesmos, como lidar com a relação e como medir o desempenho e quais os
meios são mais eficientes.
13
1 MARKETING DIGITAL
Para a realização de um estudo sobre a atuação de influenciadores no
marketing digital de empresas, é fundamental que haja uma introdução
conceitual sobre a definição do marketing. Marketing pode ser visto como um
processo onde as pessoas e companhias criam e oferecem produtos (que
possuem valor) para atender às demandas de outras pessoas e companhias,
através de uma troca (KOTLER, 1998). Esses produtos não limitam-se
apenas aos bens materiais, mas também podem ser serviços, e até mesmo
ideias .
Seguindo essa definição, pode-se pensar que o início do marketing
coincide com o do próprio comércio. Afinal de contas, mesmo quando as
transações eram feitas através de trocas entre bens (sem uso de moeda),
alguém precisaria oferecer o seu produto ou serviço. Desde então, diversas
mudanças ocorreram no processo, carregadas pela mudança da sociedade e
as tecnologias vigentes.
A transformação no marketing está diretamente relacionada com a
modificação nas fontes de informação dos indivíduos. A análise realizada
pelo dinamarquês Thomas Baekdal em sua revista digital sobre mídia
apresenta algumas fases pelas quais houve transição na forma que as
pessoas se comunicavam desde 1800 até os dias atuais. Estas evoluções
podem ser percebidas na Figura 1.
14
Figura 1: Linha do Tempo da Informação
Fonte: <https://www.baekdal.com/analysis/market-of-information>. Acesso em 15/08/2017
● 1800: Presenciar
Em 1800, as pessoas necessitavam ir às ruas para ficar sabendo o
que acontecia em sua comunidade. Mais especificamente, as interações
eram realizadas principalmente nos mercados locais (BAEKDAL, 2009).
Nestes locais, comerciantes colocavam seus produtos à mostra em
barraquinhas e os vendiam para os interessados. O tipo de marketing mais
apropriado para a época era o marketing boca-a-boca.
De toda forma, as pessoas só obtinham informações se estivessem no
lugar certo e no exato momento que foi falado (BAEKDAL, 2009). Essa
limitação fazia com que poucas pessoas detivessem as informações, mesmo
que ela fosse compartilhada pelo seu ciclo social. Os próprios comerciantes
estavam limitados a vender apenas localmente.
● 1900: Ler
Apesar de terem sido criados no século anterior, em 1900, os jornais e
revistas eram uma revolução na comunicação (BAEKDAL, 2009). Através
deles, a distância deixa de ser um empecilho para se saber de algo. Deixa de
ser necessário conhecer alguém para compartilhar suas ideias, histórias e até
produtos.
A informação impressa torna possível um novo instrumento para
marketing: os anúncios. Com os anúncios, pessoas de diferentes partes das,
15
e de outras, cidades poderiam se interessar e comprar o produto do
anunciante.
● 1960: Ouvir
Assim como na fase anterior, a era do rádio também foi uma grande
revolução na obtenção de informação. A alternativa aos já dominantes jornais
surgiu por volta de 1920, com a possibilidade de ouvir as vozes das pessoas
que estavam muito distantes através da radiofrequência. A inovação maior foi
a possibilidade de obter essa informação em tempo real (BAEKDAL, 2009).
Em 1960, não havia mais a necessidade de esperar a manhã do dia
seguinte para se informar. Era só ligar o rádio e sintonizar na estação
favorita. Apesar da concorrência, o rádio não se sobrepôs aos jornais. Uma
mesma notícia era dada primeiro no rádio e depois publicada em detalhes no
jornais. Portanto, o rádio demandou uma melhoria na redação dos jornais.
Para o marketing, o instrumento continuou sendo os anúncios. Porém,
a propaganda passa a estar entre programas, em vez de matérias - as
chamadas "pausas para os comerciais". Um ganho histórico para o marketing
foi o surgimento dos jingles, que são as mensagens musicais publicitárias. Os
jingles aumentavam o reconhecimento das marcas pois a elas se uniam,
conseguindo bons resultados nas vendas.
● 1990: Ver
Em 1990, a televisão já era uma realidade mundial. Assim como na
transmissão via rádio, a televisão também possibilitava a produção de
conteúdo ao vivo. Adicione isso ao ganho do espectador ao poder ver, em
vez de só ouvir. Difícil competir: os jornais perderam muito mercado e o rádio
passou a ser opção apenas para ouvir música gratuitamente (BAEKDAL,
2009).
As propagandas pagas agora contavam com o recurso visual. Isso
significa que novos produtos eram descobertos diariamente pelos
telespectadores. Alguns destes anúncios, inclusive, incluíam um número de
discagem gratuita, para que o consumidor comprasse imediatamente. Esta
abordagem é conhecida como propaganda de resposta direta (KOTLER,
1998) e é uma prática utilizada ainda nos dias atuais. Um exemplo disto são
16
as propagandas que oferecem descontos às 50 primeiras pessoas que
ligarem para o número do canal de venda de um determinado produto.
Outra abordagem que tornou-se possível através do advento da
televisão foi a criação de canais para a venda a domicílio (KOTLER, 1998).
Estes canais são de propriedade de grandes atacadistas que alugam os
horários exclusivamente para anunciantes de produtos. "Em 1993, mais de
22 milhões de adultos assistiram a programas de compra a domicílio e quase
13 milhões compraram produtos de um deles" (KOTLER, 1998, p.633). Ainda
hoje esses canais estão disponíveis, principalmente no mix de canais das
televisões (TVs) por assinatura.
● 1998: Acessar
Oito anos após o auge da televisão, surge o fenômeno da internet.
Apesar de já existir desde 1995, foi no ano de 1998 que a internet ganhou
popularidade e passou a ser estrategicamente fundamental às empresas
(BAEKDAL, 2009). Nesta época, a internet ainda não era acessível a todos.
Entretanto, era consenso geral que ali residia o futuro da informação.
Portanto, também o marketing ganhava um novo canal, com grandes
vantagens competitivas. O marketing on-line apresenta pelo menos quatro grandes vantagens. Primeiro, tanto as grandes como as pequenas empresas podem enfrentar seus custos. Segundo, não há limite real de espaço para a propaganda, em contraste com as mídias impressas, o rádio e a televisão. Terceiro, o acesso e a recuperação das informações são rápidos [...]. Quarto, a compra pode ser feita com privacidade e rapidez. (KOTLER, 1998, p.635)
Além disso, as pessoas começaram a perceber o seu próprio papel na
construção da internet. Diferentemente das tecnologias utilizadas nas fases
anteriores, a internet permitia que o usuário acessasse a informação na hora
que ela desejasse.
● 2004: Escolher
No ano de 2004, a informação já residia online - em quantidades
enormes. Não era necessário ser profissional para realizar ações online,
aumentando o volume de websites e blogs. Com a difusão da internet, as
pessoas eram bombardeadas com inúmeras informações sobre todos os
17
assuntos, e já não era mais possível ler tudo que estava disponível, tornando-
se necessário escolher.
For the first time in our lives we were being exposed to more information than we could consume. In the age of newspapers we had to choose what we wanted to see. But in 2004 we had to choose what we didn't want to see. (BAEKDAL, 2009) Esse excesso de informações também significava que as pessoas já
possuíam informações suficientes. O efeito prático disso foi a necessidade de
realizar inovações para que a atenção do público fosse alcançada. Não
adiantava ser diferente, tinha que ser inovador.
● 2007: Participar
Em 2007, as redes sociais já possuíam grande participação na vida
das pessoas. Para os websites, houve a revolução na forma como eles eram
vistos. A partir deste momento, as pessoas passaram a vê-los da mesma
forma que os jornais de antigamente, estáticos e passivos (BAEKDAL, 2009).
Não havia interação o suficiente para os usuários.
Também os blogs passaram a ser substituídos aos poucos pelas redes
sociais. Assim como com os sites, as pessoas desejavam participar das
conversas ao invés de apenas observar. Um perfil em uma rede social
entregava muito mais resultado nesse sentido. A possibilidade de
compartilhar sua vida com amigos e ilustres desconhecidos virou uma
realidade.
● 2009: Informar
Ano presente da análise de Baekdal, 2009 foi um ano em que a
internet já estava em todo lugar e as redes sociais já eram enormes (hoje são
ainda maiores). Também foi o ano em que surgiu o conceito dos sites
colaborativos de Social News. Em suma, significa que, a partir de 2009, as
pessoas passaram a assumir o papel de informadores. A previsão para os
dias atuais era que a fonte primária de informação online passaria a ser o
próprio usuário, sem intermediadores. O papel do jornalista se reduziria a
catalogar e reunir estas informações para que sejam encontradas facilmente,
como editores o fazem (BAEKDAL, 2009).
Hoje, este papel de informador pode ser identificado facilmente em
redes sociais. Agora, o usuário é o informador, o consumidor e o
18
influenciador dos mais diversos assuntos. Além disso, a informação está
sempre ao alcance das pessoas, graças às tecnologias móveis dos
smartphones e tablets. A busca da informação está ultrapassada, agora ela já
vem sem ser requisitada.
● 2020: Segmentar
A previsão de Baekdal (2009) do futuro é que o fluxo de informações
seja personalizado. Hoje já existem mecanismos que trazem informações
mais relevantes através de codificação, como o Google AdWords por
exemplo. O conteúdo vai ser segmentado pelo público alvo: o targeting.
Outras previsões que estão ocorrendo nos dias atuais:
● Televisão será substituída por streaming online. Exemplos:
Netflix, HBO Go, Amazon Video, entre outros.
● Rádio substituído por podcasts e videocasts. Youtube e Spotify
são bons exemplos atuais.
● Jornais impressos acabarão e os geradores de informação
serão os usuários da internet.
● Blogs serão os perfis de usuários nas redes sociais. Hoje, um
perfil de um usuário serve como ferramenta para criar conteúdo
autoral.
1.1 CONCEITO DE MARKETING
O papel usual dos influenciador digital no processo de marketing é ser
o responsável, ou pelo menos um dos responsáveis, pela oferta dos produtos
ao mercado-alvo. Esse mercado-alvo é determinado pela organização que
contrata o serviço do influenciador, limitando seus recursos para que os
consumidores com maior potencial de compra recebam essa oferta. A
presença de um influenciador em uma campanha de marketing de
determinado produto pode até mesmo gerar valor ao mesmo. Nestes casos,
o valor agregado ao produto é percebido individualmente por cada
consumidor e, portanto, varia de acordo com a imagem que o consumidor
tem do influenciador.
19
Para as empresas, o marketing possui um papel estratégico, que se
mostra fundamental na busca dos seus objetivos organizacionais. Em uma
filosofia empresarial adepta ao conceito de marketing, ela deve se mostrar
mais eficiente que seus concorrentes para atender aos anseios do mercado-
alvo (KOTLER, 1998). Como o conceito de marketing tem como objetivo a
satisfação do consumidor, ele desafia o conceito de venda, que visa o lucro
a partir do volume das vendas dos produtos (KOTLER, 1998). Essas
diferenças fundamentais podem ser observadas em toda a estrutura
conceitual na Figura 2. Enquanto o conceito baseado em vendas foca seus
recursos em aumentar as vendas através de maiores promoções do produto,
o conceito de marketing vai fazer que a empresa busque uma maior
aproximação ao seu consumidor, gerando uma fidelização desses indivíduos
para com os produtos.
Figura 2: Contrastes entre Conceitos
Fonte: Adaptado de KOTLER, 1998, p.38
Apesar das possíveis diferenças entre os conceitos acima, o marketing
continuará intimamente ligado a vendas e os departamentos devem estar
alinhados em suas estratégias (CÉSPEDES, 1996). O marketing integrado
surge quando todos os departamentos estão alinhados com o objetivo de
atender às necessidades dos clientes (KOTLER, 1998). Ou seja, cada
departamento assume seu papel no marketing da empresa, inclusive o
departamento de vendas. A forma com que os vendedores relacionam-se
20
com os consumidores dos produtos oferecidos é uma das chaves para
garantir a rentabilidade do negócio (CÉSPEDES, 1996).
1.2 MARKETING DIGITAL
Vive-se hoje na chamada era digital: uma época onde a informação
pode ser facilmente obtida através da internet. Há uma facilidade muito maior
em obter-se dados, realizar pesquisas e descobrir o que as pessoas
necessitam utilizando os vastos dados disponíveis na rede (VAZ, 2009). Uma
análise do perfil de um indivíduo a partir de uma das suas redes sociais pode
gerar importantes insumos para identificar quais são os seus gostos, seus
interesses, até seus lugares favoritos. Com que facilidade esses dados
seriam levantados antes da internet?
Se o mundo mudou, a forma de pensar o marketing de uma
organização também teve que se mover junto. O profissional de marketing
passou a utilizar as ferramentas da internet unidas aos meios de
comunicação tradicionais para atingir seus objetivos de marketing
(GONÇALVES, 2013). Se antes o marketing já seguia a filosofia de
satisfação às necessidades do cliente e conhecê-lo, com tantas ferramentas
disponíveis para estreitar relações com o mesmo, a filosofia está ainda mais
forte. Utilizando-se agora de marketing digital, grandes e pequenas empresas
podem controlar melhor seus pontos de contato com clientes, aumentando o
seus níveis de satisfação para com a marca (CINTRA, 2010).
A ferramenta de pesquisa do Google está potencializando essas
relações ao disponibilizar maneiras das empresas atingirem potenciais
consumidores a partir dos dados gerados em suas pesquisas (VAZ, 2009).
Apesar da riqueza de informações advindas da generosa internet, as
empresas ainda encontram dificuldades em conquistar os seus usuários.
Entre os mais assíduos da rede estão também os mais críticos e, assim
sendo, são consumidores que dificilmente são conquistados (VAZ, 2009).
Portanto, a empresa precisa diferenciar seu produto dos concorrentes
(CINTRA, 2010).
21
Além da resposta rápida oferecida pelas empresas pelas ferramentas
online, a comodidade de realizar tarefas no conforto dos seus lares é um
grande atrativo para os usuários. Eles podem, através de poucos cliques,
economizar tempo para realizar uma compra, por exemplo. O modelo de
compras online, ou e-commerce, vem ganhando um espaço cada vez maior
no faturamento das organizações (CINTRA, 2010). Os custos operacionais
de manter o e-commerce de uma determinada empresa são
consideravelmente menores que das lojas físicas.
Apesar do marketing digital oferecer diversas oportunidades para
empresas, algumas desvantagens também devem ser citadas. Algumas
delas são a falta de privacidade de suas vidas, excesso de tempo gasto em
computadores e celulares e as possibilidades de propagandas enganosas e
fraudes (CINTRA, 2010).
Além da criticidade mais evidente, as pessoas têm tido mais espaço
para serem ouvidas na internet, o que tem criado uma geração de
opinadores. Um fenômeno das redes sociais é que agora todos possuem
opinião a respeito de todos os assuntos, mesmo que essas opiniões sejam
apenas impressões sem embasamento. E mais, outras pessoas com opinião
similar aprovarão. Esse fenômeno abriu espaço para a nova profissão a que
este projeto refere-se: os influenciadores digitais.
Para entender a trajetória que as relações entre empresa e
consumidor percorreram para chegar onde encontra-se hoje, alguns tópicos
precisam ser discutidos. A começar pela Web 2.0, citada em um grande
número de publicações sobre marketing digital.
1.3 WEB 2.0
Apesar de ser o ponto de partida para o estudo sobre marketing digital,
a Web 2.0 não corresponde ao começo da internet, ou ao estouro das dot
com. Na realidade, o termo Web 2.0 foi desenvolvido em um brainstorming
realizado durante uma conferência entre Tim O’Reilly e a empresa MediaLive
International em 2003 (O’REILLY, 2009). Nessa conferência, as mudanças
ocorridas nos os serviços disponíveis online foram consideradas um marco,
22
uma virada de chave. Essas empresas que obtiveram prosperidade
representavam uma segunda geração de serviços na web, explicando o 2.0
(GONÇALVES, 2013).
A Web 2.0 representa a uma alteração na internet para um formato de
plataforma, de forma que os usuários criaram ciência desta mudança. Para
isso, houve desenvolvimento de aplicativos que se aproveitassem do "efeito
de rede" dessa nova plataforma para tornarem-se melhores e mais atrativos.
Em uma definição proposta pelo criador do termo em seu blog, temos:
Web 2.0 is the business revolution in the computer industry caused by the move to the internet as platform, and an attempt to understand the rules for success on that new platform. Chief among those rules is this: Build applications that harness network effects to get better the more people use them. (O'REILLY, 2006)
Ou seja, o termo cunhado por O’Reilly tem como fundamento principal
a participação coletiva na criação/melhoria do uso da web. Os usuários
passam a ter o papel de desenvolvedor e os serviços apropriam-se de suas
inteligências coletiva (GONÇALVES, 2013). Um exemplo bastante comum
hoje em dia são os aplicativos onde os usuários inserem informações sobre o
trânsito, como o Waze. Além de fornecerem informações através do Global
Positioning System (GPS) dos seus celulares smartphones, viabilizando o
cálculo do tráfego nas estradas, usuários inserem informações sobre
acidentes, buracos na via, etc. Portanto, quanto maior o número de usuários
ativos e participativos, mais atrativo ele se torna.
Com o advento da Web 2.0, a forma como o marketing era idealizado
e executado sofreu também uma revolução forçada (EVANS, 2010). A
interação entre empresa e cliente vêm se tornando cada vez mais importante,
uma vez que a internet permite isso. O consumidor também gera conteúdo e,
quando não, interage em forma de comentários, avaliação e também por
personalização (VAZ, 2009). Outro novo conceito surgido após a criação da
Web 2.0 é o prosumer. Agora, o usuário de um determinado produto é
produtor e consumidor do seu conteúdo (GONÇALVES, 2013).
23
1.4 ACESSO GLOBAL MÓVEL
Marketing digital é um processo responsável por oferecer e vender
produtos e serviços a usuários da web (CINTRA, 2010). Isso é o mesmo que
dizer que o mercado digital resume-se a aproximadamente metade das
pessoas na terra segundo dados divulgados pela União Internacional de
Telecomunicações (UIT) em 2016. Entretanto, ainda é possível enxergar as
desigualdades no acesso à rede.
Há um gap considerável entre em países desenvolvidos no acesso
geral à internet e às assinaturas de internet móvel. Conforme pode ser visto
no Gráfico 1, há uma diferença abissal entre os 81,0% da população dos
países desenvolvidos que utilizam a internet, para os modestos 15,2% nos
países subdesenvolvidos.
Gráfico 1: Acesso Global à Internet
Fonte: <https://nacoesunidas.org/uit-37-bilhoes-de-pessoas-ainda-nao-tem-acesso-a-
internet-no-mundo/>. Acesso em 12/06/2017
Já na internet móvel, o índice de assinaturas a cada 100 habitantes
apresenta a diferença de 90,3 para 19,4, respectivamente. Como pode ser
observado no Gráfico 2, o continente americano, no qual o Brasil se encontra,
apresenta a maior taxa de assinaturas por 100 habitantes: 78,2 (e
crescendo).
24
Gráfico 2: Acesso Global Internet Móvel
Fonte: <https://nacoesunidas.org/uit-37-bilhoes-de-pessoas-ainda-nao-tem-acesso-a-
internet-no-mundo/>. Acesso em 12/06/2017
O Brasil apresentou, em outro dado divulgado este ano pela UTI, um alto
número de pessoas desconectadas - 70,5 milhões. Isso o coloca entre as dez
primeiras posições do ranking, atrás de países como China e Índia - também
bastante populosos. Aproximadamente um terço da população brasileira
ainda não usa a internet. Apesar disso, os 66% de brasileiros que acessam a
internet ultrapassam a média do próprio continente americano (65%) e se
igualam ao percentual da Comunidade dos Estados Independentes (CEI).
Em fevereiro deste ano, a Agência Nacional de Telecomunicações
(Anatel) divulgou que o número de assinantes ativos de telefonia móvel no
Brasil já chega a 244 milhões. Esse montante é bem representativo, pois ele
ultrapassa a nossa população - 207 milhões de pessoas segundo o site do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Com o aumento notável do número de aparelhos smartphones no
país, uma porta importante abriu-se para o marketing digital. A definição de
mobile marketing:
O mobile marketing é uma ferramenta de marketing direto, por meio da qual se pode promover conteúdo relacionado a entretenimento, relacionamento e interação com o consumidor. (ZANATTA et al., 2013, p.156)
25
Uma grande vantagem dessa ferramenta é a facilidade com que esse
conteúdo chega ao destinatário. A tendência mundial é o acesso irrestrito à
internet por meio de celulares, graças a estas tecnologias de banda móvel
cada vez superiores às anteriores. Mesmo que o 4G no Brasil ainda não
funcione tão velozmente quanto em outros países, nota-se uma diferença de
recebimento de dados quando comparado ao antigo 3G. E os brasileiros
querem mais, assim como as empresas.
"O celular é considerado a ferramenta de marketing com maior potencial no futuro, pois está se tornando um dos meios mais eficazes de comunicação direta e interativa entre o anunciante e o consumidor" (ZANATTA et al., 2013, p.158)
Para as empresas, o mobile marketing apresenta algumas vantagens
competitivas quando comparadas a outros meios. Os custos deste canal são
usualmente menores - principalmente em propagandas por meio de
mensagens de texto (SMS). A conveniência de poder receber e enviar textos
e vídeos a qualquer hora e a privacidade destes dados (apesar das
atividades criminosas do hackers), aliam-se ao aumento no número de
aparelhos pelo mundo para tornar a estratégia eficaz (ZANATTA et al., 2013).
Hoje em dia, fica difícil imaginar a vida sem o uso do smartphone, pois
cada vez mais as atividades cotidianas são realizadas através dele.
Conversar, ver notícias, ler e-mail, jogar, usar o GPS, pedir comida, ouvir
música, etc. Todas essas atividades ordinárias podem (e são) realizadas
através dos celulares. Em quase todas elas, os usuários se deparam com
algum tipo de propaganda. É seguro dizer que os aplicativos de smartphones
se tornaram um canal de marketing pelos quais as empresas promovem seus
produtos e interagem com seus clientes pelas mais diversificadas maneiras.
1.5 MARKETING EM REDES SOCIAIS
O ser humano é, com raras exceções, um ser sociável e é por isso que
vivemos em sociedade. Ele deseja relacionar-se com outros seres vivos e
agora ele pode fazer isso sem ter contato físico pois, afinal, vive na era
26
digital. Este é o motivo pelo qual os aplicativos mais mencionados neste
estudo serão os relacionados às redes sociais.
Rede social é uma estrutura onde pessoas e organizações interagem
em relações não hierárquicas. Apesar disso, essas estruturas são capazes
de se montar e desmontar muito facilmente, garantindo sua força (DUARTE;
QUANDT; SOUZA, 2008). Neste trabalho serão vistas apenas as redes
sociais online, proporcionadas pelo avanço da tecnologia na direção da Web
2.0.
Redes sociais permitem aos seus usuários um maior acesso à
informação, ao mesmo tempo em que tornam-se informadores eles próprios.
Avaliações sobre os produtos são facilmente encontradas e compartilhadas
com ainda mais usuários. Nesse cenário, um bom relacionamento com o
consumidor se torna ainda mais fundamental para que a acirrada competição
pela preferência do cliente seja vencida por uma determinada organização.
Os participantes de determinadas redes sociais estarão trocando
experiências, impressões e opiniões sobre os mais variados assuntos. Dentre
eles, a compra e uso de determinado produto podem sofrer críticas e virar
tema de discussões interativas online. Quando uma marca consegue
participar dessas interações com os usuários de redes sociais, a mesma
pode manter uma relação direta com seu público. As pessoas utilizam suas
mídias sociais de acordo com suas próprias vontades. Isso quer dizer que se
um usuário interage com o perfil de uma empresa, a mesma deve dar ainda
mais atenção para este usuário (CINTRA, 2010).
A Figura 3 representa o Ciclo de Feedback Social (em tradução livre
do original, Social Feedback Cycle). Nela, pode-se ver o clássico funil de
compras, com o acréscimo do processo que ocorre após a compra (EVANS,
2010). No começo da parte clássica, os marketeiros são os responsáveis
pela divulgação do produto, e os consumidores tomam conhecimento da sua
existência. Sabendo de sua existência, uma parte do público-alvo da
divulgação passará a considerar a aquisição do produto. Ao final do túnel de
compra clássico, alguns consumidores comprarão de fato o produto ofertado
pela empresa. A partir deste ponto, o usuário se torna responsável por gerar
informações.
27
Figura 3: Social Feedback Cycle
Fonte: EVANS, 2010, p.5
Conforme os compradores utilizam produtos e serviços, eles formam
opiniões a respeito das suas experiências, sejam elas boas ou ruins. Se as
pessoas já expressavam suas opiniões no passado com as pessoas
próximas, hoje elas podem falar para o mundo inteiro. E é o que acontece.
Essas resenhas voluntárias sobre determinados produtos aumentará o
volume de informação disponível quando outro possível consumidor estiver
na fase de consideração entre realizar ou não a compra. As mídias sociais
são uma nova e potencializada forma de marketing boca-a-boca (EVANS,
2010).
É importante que seja considerada a perspectiva que o possível
comprador possui sobre a informação recebida na mídia social. Uma
empresa ou intermediário de venda, mesmo que possua a melhor das
intenções, deseja que o indivíduo compre seu produto. Sabendo disso, o
mesmo indivíduo pode acreditar que esteja sendo persuadido a realizar a
compra. Quando a opinião vem de um terceiro que não obterá nenhum tipo
de lucro com a transação do "novo comprador", a confiança na sua
veracidade pode ser aumentada. Portanto, na perspectiva de uma pessoa
que ainda precisa decidir-se sobre uma determinada aquisição, as
experiências de outros consumidores têm relevância na decisão.
O feedback proporcionado pelos consumidores não atinge apenas
outros consumidores. As empresas também podem (e devem) aproveitar-se
28
das falas de seus clientes. Ouvindo seus clientes, organizações podem obter
ideias para oportunidades de melhorias e inovações em seus produtos, novas
aplicações para os produtos já existentes e também possíveis fraquezas no
seu mix atual (EVANS, 2010). Um consumidor pode utilizar um produto de
maneira diferente do outro, ou até mesmo de maneira não idealizada pelo
desenvolvedor.
Essa troca de informações ocorre geralmente entre usuários, mas os
mesmos não costumam negar a compartilhar com os produtores (EVANS,
2010). Empresas também podem disponibilizar espaços virtuais para que
seus clientes troquem informações em um local para dicas e dúvidas. Por
exemplo, a empresa de softwares de business intelligence Qlik possui uma
página chamada Qlik Community. Nessa comunidade, usuários dos
diferentes softwares estão conectados em um ambiente de ajuda e
aprendizado em diversas línguas. Como uma organização cujo business é,
de fato, criar produtos que processam dados, é bem provável que o conteúdo
de sua comunidade esteja alimentando o setor de Pesquisa &
Desenvolvimento (P&D) da Qlik. É fundamental que esse feedback seja
coletado e reproduzido até as pessoas que realmente podem realizar
mudanças na concepção dos produtos.
Embora seja extremamente importante para um negócio, há também o
lado negativo do feedback: as avaliações negativas. Não bastassem os
depoimentos onde usuários identificados desaprovam a qualidade do produto
ofertado, há também aqueles que escolhem não se identificar. Aí reside um
dos problemas das redes sociais. Usuários podem escolher permanecer
anônimos em suas redes, ou até mesmo criarem avatares falsos. Atrás desse
anonimato, pode ser que haja um concorrente ou um ex-funcionário
insatisfeito querendo prejudicar a empresa (EVANS, 2010). Nesses casos, as
organizações devem estar preparadas para lidar com as críticas (mesmo as
injustas) e respondê-las da melhor maneira possível. Todo o cuidado é
necessário para que não seja feito um marketing negativo da empresa, que
pode influenciar clientes novos e outros já fidelizados.
29
1.5.1 CRM agora é SCRM
Apesar de ser referenciado apenas às tecnologias empregadas no
relacionamento com os clientes, o Customer Relationship Management
(CRM) é também uma filosofia, uma estratégia, um processo (STRAUSS,
2016). A relação entre empresa e consumidores é um dos pilares do
marketing e o uso de softwares capazes de estreitar esses laços e fidelizar
estes clientes (FELISBERTO; LEITE; SILVA, 2017). Em um mercado
competitivo, garantir a felicidade dos clientes aumentará a prosperidade da
organização. Além disso, "conquistar um novo cliente para sua rede custa 5 a
7 vezes mais do que manter um cliente na mesma" (KOTLER, 1998, p.58).
Hoje em dia, com os clientes assumindo papéis cada vez mais
relevantes no marketing das empresas, o conceito designado ao CRM
também assume uma nova função. Devido ao Ciclo de Feedback Social,
compradores fazem papéis de verdadeiros embaixadores de uma marca,
garantindo que os produtos e serviços oferecido pela mesma terão a
qualidade esperada quando houve a compra (EVANS, 2010). Nas redes
sociais, seja em postagens próprias ou em interações sobre postagens de
terceiros, usuários desempenham a função de informador e influenciador de
indecisos (e até mesmo os já decididos).
Também conhecido como CRM 2.0, o Social CRM (SCRM) acresce a
parte colaborativa das mídias sociais ao CRM. A maioria das empresas
utilizam o SCRM para criar modelos a partir dos dados coletados nas mídias
para uma melhor segmentação do mercado (STRAUSS, 2016). Essa prática
permite a elas elaborarem melhor as estratégias de vendas, antecipando as
reações dos consumidores. Por isso, a taxa de conversão (percentual de
interessados que compram) é maior quando utilizado um CRM em relação a
outras estratégias de marketing.
Outra vantagem do SCRM é, como já citado, o menor custo
relacionado a manter clientes. Isso se deve, notadamente, ao menor
investimento em promoção quando comparado ao investido em prospecção
de clientes. Soma-se a isso o fato de consumidores leais já terem experiência
com os produtos da empresa (STRAUSS, 2010). Servir a consumidores que
30
sabem exatamente onde obterem os auxílios necessários diminui os custos
relacionados a Serviço de Atendimento ao Cliente (SAC).
Para sintetizar as motivações das corporações aplicarem as
estratégias de CRM em redes sociais, pode-se se dizer que a palavra-chave
é fidelização. As companhias devem procurar entender as motivações dos
clientes em adquirir seus produtos, em um universo onde há muitos produtos
similares, para maximizar seus níveis de satisfação (FELISBERTO; LEITE;
SILVA, 2017). Este aumento do envolvimento é uma das armas utilizadas no
Marketing de Atração.
1.6 MARKETING DE ATRAÇÃO - CONTEÚDO É TUDO
O conceito de Marketing de Atração, do inglês Inbound Marketing, foi
criado pelos fundadores da HubSpot, Brian Halligan e Darmesh Shah como
uma estratégia de marketing digital (GONÇALVES, 2013). Esta estratégia se
diferencia do Outbound Marketing habitual, em que as informações são
enviadas das empresas até os seus consumidores. Por outro lado, o Inbound
Marketing consiste em criar e disponibilizar informações de maneira que
sejam facilmente localizadas por motores de busca online. Essa estratégia
prevê a atração de visitantes para as páginas da empresa, e que estes se
tornem futuros consumidores da marca (GONÇALVES, 2013). Para que isto
ocorra, os conteúdos disponibilizados devem ser atrativos e interessantes
aos olhos dos usuários.
Um dos fundamentos no marketing de atração é que o usuário acesse
aos websites das empresas apenas se for de seu interesse (GONÇALVES,
2013). Isso significa que não serão levados à página por direcionadores ou
terão o seu uso interrompidos por imensas propagandas pop-ups. Isso
sugere que as empresas permanecem passivas nesse processo: a espera
até o cliente encontrá-la por vontade própria. Isso não corresponde à
verdade. Na realidade, as empresas estão se movendo para aumentar sua
visibilidade em sites de busca.
O Search Engine Marketing (SEM) é uma estratégia utilizada por
empresas para aumentar o volume de frequentadores de suas páginas, por
31
meio de links em mecanismos de busca online. Responsáveis pelo marketing
de uma corporação determinam estrategicamente palavras-chave que,
quando buscadas em um site como o Google, remeterão ao seus websites e
lojas físicas (BAYE; DE LOS SANTOS; WILDENBEEST, 2016). Muitas
dessas companhias, inclusive, estão dispostas a pagar por anúncios
mostrados como resultado ao que foi pesquisado, pagando um valor
proporcional à quantidade de cliques em seu anúncio.
Independentemente da estratégia de conseguir acessos através de
links patrocinados, os marketeiros estão em busca dos cliques orgânicos
ocasionados pelo uso de Search Engine Optimization - SEO (BAYE; DE LOS
SANTOS; WILDENBEEST, 2016). A figura abaixo representa um printscreen
de uma busca feita no maior motor de pesquisa atual, o Google. A busca
realizada foi pelas palavras "roupa masculina online", e o resultado mostrado
na primeira página é o que pode ser visto.
32
Figura 4: Printscreen do site Google evidenciando os Espaços Pagos
Fonte: Google, 2017
O Google disponibiliza três espaços da página principal para
propagandas: um espaço para produtos que estão no Google Shopping, e os
33
espaços acima e abaixo da pesquisa orgânica, conforme Figura 4. A posição
de uma empresa nesses assuntos será diretamente influenciada pelo valor
que a mesma paga para o Google (BAYE; DE LOS SANTOS;
WILDENBEEST, 2016). Estar bem posicionado nesses anúncios aumenta a
chance de tráfego no site de uma empresa, que pagará pela quantidade de
acessos via Google.
Apesar de estar rodeado por anúncios, estar no espaço que não é
pago pela quantidade de cliques é uma vantagem competitiva para uma
organização. O algoritmo para se estar nas primeiras páginas do Google é
desconhecido, mas ele rankeia os links para sites de acordo com a relevância
para a pesquisa realizada. A otimização para mecanismos de busca tem
como propósito aumentar a posição do site nesses rankings.
Em uma pesquisa pela palavra "jeans" observou-se que o sexto
colocado nesse ranking recebe 27% menos cliques orgânicos do que o quinto
colocado e 22% a mais que o sétimo (BAYE; DE LOS SANTOS;
WILDENBEEST, 2016). O objetivo do motor de busca do Google é entregar o
melhor resultado possível para seu usuário. Portanto, seguindo a ideia do
marketing de atração, empresas devem criar conteúdos interessantes para
melhorar sua posição e angariar mais visitas.
1.6.1 Funil de Vendas
Utilizado como ferramenta do Marketing de Atração, o funil de vendas
representa um conceito já estabelecido mundialmente em marketing digital. O
funil de vendas representa todo o ciclo que o cliente passa em um processo
de compra de determinado produto. A estratégia do funil é atrair apenas
pessoas que estejam realmente interessadas em realizar a compra,
diminuindo os gastos e esforços de atrair todas as pessoas (SOUSA, 2016).
A referência a um funil mostra como o volume de pessoas diminui conforme
cada etapa se sucede.
A metodologia empregada no funil, conforme a Figura 5, faz o cliente
passar por 4 etapas, divididas em três partes: topo, meio e fundo. O Topo do
Funil (TOFU) está relacionado a atrair visitantes através de duas etapas, a
34
primeira de Aprendizado e Descoberta e a segunda de Reconhecimento do
Problema. O Meio do Funil (MOFU) consiste na etapa de conversão de
visitantes em leads, também chamada de Consideração da Solução. O
Fundo do Funil (BOFU) refere-se ao último estágio de venda: Avaliação e
Compra (SOUSA, 2016).
Figura 5 Funil de Vendas
Fonte: MCN, 2016
Em cada uma das partes do funil, e ainda após a passagem pelo
mesmo, uma ação estratégica é adotada pela empresa. As quatro ações
possuem ferramentas diferentes entre si para que seus objetivos sejam
atingidos adequadamente. São elas: atrair, converter, fechar e encantar.
● Atrair
Localizada no TOFU, o estágio de atração se dá quando a empresa
produz conteúdo para aumentar o tráfego de potenciais clientes em suas
plataformas digitais. Usuários desconhecidos navegam pela internet sem
intenção de compra são atraídos para as páginas de uma empresa e passam
a reconhecer que possuem um problema que necessita de uma compra para
35
ser solucionado. Na realidade, esses desconhecidos geralmente fazem parte
do público-alvo da própria empresa a qual está visitando a página.
Para que este processo ocorra, a empresa pode utilizar-se de
ferramentas atreladas ao Inbound Marketing, como o SEO, criação de
conteúdo em blogs e redes sociais, Google AdWords, etc. Por exemplo, um
universitário que pesquisa algo acadêmico no Google é atraído por uma
postagem em um blog (de uma livraria digital) cujo título é "O diploma ao seu
alcance".
● Converter
De nada serve de nada uma página de empresa que possui um milhão
de visitantes e não vende quase nenhum produto. Por isso, a etapa de
conversão de visitantes em leads é tão importante no processo. Leads são
pessoas que estão cientes que precisam realizar uma compra, por isso são
consideradas oportunidades de negócio para a empresa. É importante fazer
com que esse lead considere o produto da empresa como a melhor solução
de seu problema.
Para realizar a conversão, é necessário que a empresa obtenha
informações sobre estes usuários. Como dificilmente o usuário dará as
informações "a troco de nada", é importante que a empresa ofereça algo em
troca desses dados. Nesta etapa, pode ser útil o uso de botões e links que
levam à páginas, chamados calls-to-action. Nestas páginas, conhecidas
como landing pages, estarão as ofertas citadas acima. Continuando o
exemplo do universitário, no blog há um link para que ele ganhe um e-book
gratuito com dicas de estudo. Há comentários positivos de outros
universitários, então ele clica no link. Ao fazer isso, vai parar em uma landing
page, onde preenche um formulário e recebe o livro por e-mail - presente da
livraria.
● Fechar
Agora no BOFU, o lead já está qualificado e pronto para se tornar um
cliente. Nesta etapa, o futuro cliente estará avaliando as opções de compra e
preços que satisfaçam seu problema (SOUSA, 2016). Assim sendo, manter o
relacionamento é primordial para que a aquisição ocorra, já que é a hora de
ofertar o produto da empresa. Usualmente, essa comunicação é feita através
36
de e-mails marketing, com conteúdo que interessa ao indivíduo, como se
aquele conteúdo fosse criado exclusivamente para ele. Como ferramenta
complementar ao uso de e-mail, a Hubspot criou o Signals, cuja função é
determinar por quem e quando o e-mail marketing foi aberto.
Também pode ser útil o uso de workflows de marketing para
determinar as atividades necessárias para que haja venda. Essa
automatização é feita a partir de uma lógica pré-estabelecida que funcione
para o segmento de mercado ao qual cada lead foi alocado. Voltando ao
universitário, ele esteve recebendo diversos e-mails com conteúdos
interessantes criados pela livraria digital. Sabendo quais publicações foram
abertas e quais foram ignoradas, a livraria faz uma oferta com os livros que o
universitário adoraria ler, com um preço acessível até mesmo a um
estudante. Ele compra, passou pelo funil.
● Encantar
O fim do funil de vendas não implica no fim do processo, pelo menos
no que diz respeito à equipe de marketing. O serviço de pós-venda é o
momento em que há a oportunidade de reter o cliente e ouvir suas opiniões
sobre o serviço. Se a crítica geral é negativa, mudanças devem ocorrer para
que os clientes não abandonem a marca.
“[...] muito pode ser feito com relação aos clientes que trocam de fornecedor devido ao mau atendimento, aos produtos de qualidade inferior e aos preços altos. A empresa deve examinar os percentuais de clientes que abandonam por esses ou outros motivos.” (KOTLER, 1998, p.57)
Uma das estratégias para a fidelização do cliente é o estreitamento de
laços com o mesmo (FELISBERTO; LEITE; SILVA, 2017). Uma delas são já
citados e-mails, que informam sobre lançamentos e promoções. Outra forma,
é a criação de conteúdos dinâmicos e personalizados nas plataformas digitais
da empresa (mais atratividade). Mais ousado ainda, a realização de eventos
abertos ao público é uma grande oportunidade para identificação entre cliente
e vendedor. Todas elas com um mesmo objetivo, engajar o consumidor a
participar da evolução da marca.
A ideia é que estes clientes fidelizados estejam dispostos a
compartilhar suas próprias boas experiências com o produto em suas redes
37
sociais. Objetivo: influenciar outras pessoas a adquirirem os produtos
ofertados pela empresa. Assim sendo, o cliente assume o papel de
influenciador e também de promotor. Desta forma, ao completar o ciclo da
venda, um desconhecido vira um divulgador.
No capítulo final do exemplo, o universitário satisfeito compartilha em
seu perfil as postagens da livraria digital, influenciando outros universitários a
se interessar pelo conteúdo. Caso de sucesso.
1.7 INFLUENCIADORES DIGITAIS
Conforme apresentado no tópico anterior, todos os usuários de redes
sociais podem se tornar influenciadores digitais. As pessoas que se propõem
a criar perfis onde geram conteúdo tendem a atrair pessoas com a mesma
opinião que a sua, e influenciar seus seguidores. Talvez por isso, muitas
pessoas se auto-proclamam influenciadores digitais, respaldadas pelo
número de pessoas que acompanham suas redes. Ainda assim, analisar
somente o número de seguidores não é o bastante para determinar o nível de
influência de uma pessoa ou marca. Isso porque esse grande número pode
estar apenas observando o conteúdo, como espectadores sem envolvimento
intelectual.
Os influenciadores começaram na época dos blogs e, aos poucos,
começaram a ganhar reputação com o marketing boca-a-boca. No entanto, o
crescimento do poder deles aumentou com a presença cada vez maior das
redes sociais no dia-a-dia da população. Nesse contexto, foi possível o
nascimento de formadores opinião, que trazem suas ideias e as
compartilham para uma base grande de fãs/seguidores (que foi criada graças
ao ambiente propício mencionado).
A maior parte dessas pessoas tem seus canais voltados a assuntos
específicos. E esse fator, atrelado com a quantidade grande de atenção que
têm pela grande base de seguidores, chamou a atenção de diversas
empresas, que viram uma oportunidade de fazer um marketing com um
targeting bem específico e com um retorno promissor, visto a crescente
38
influência da internet, que, há um tempo, é o meio de comunicação mais
acessado pela população, em geral.
Por possuírem uma audiência fiel e atenção especial àquilo que possa
agradar seu público, as palavras dos influenciadores agregam maior
confiança ao negócio divulgado.
Acredita-se que há 4 tipos de influenciadores, que são (AIRSTRIP,
2017):
● A celebridade: são pessoas que já têm grande exposição na
mídia ou redes sociais. Podem ser atores, apresentadores,
músicos, donos de grandes canais no YouTube, etc. Têm um
público bastante extenso e variável, o que pode ser bom
considerando o alcance das publicações, mas uma
desvantagem considerando que não há um nicho bem definido,
com um público composto de opiniões variadas e até
divergentes.
● A autoridade: é conhecida por ter muito conhecimento técnico
em uma área específica. Dessa forma, seus seguidores têm
muita confiança no que é divulgado por ele. Por muitas vezes,
não têm um público tão grande quanto o das celebridades, no
entanto tem mais credibilidade. Devem ter bastante
preocupação com a transparência das informações passadas,
retendo, assim, a confiança de passar sempre a melhor opção
aos seus seguidores. Podem ser, por exemplo, canais de
YouTube dando reviews em produtos, e principalmente
tecnológicos.
● O analista de mercado: O analista é um tipo de influenciador
mais específico, que tem a capacidade de promover um
negócio por meio de seus dados e números. É importante para
gerar interesse em segmentos do mercado, e para modelos de
negócio business to business (B2B).
● O “marca pessoal”: não tem nicho ou negócio específico, mas
ganhou audiência e credibilidade ao longo da construção de sua
identidade online. Portanto, seus seguidores têm alta
39
identificação com ele, que, por sua vez, só irá divulgar o que
achar que é realmente bom para eles.
Considerada uma profissão, a nova carreira tem recebido cada vez
maior destaque na mídia. Na realidade, existem dois fatores principais que
induzem as pessoas a tentarem seguir por esse caminho. O primeiro está
relacionado ao ego do indivíduo, sua auto-realização. Como a maioria dos fãs
compartilham da mesma opinião do influenciador, o conteúdo geralmente é
bem recebido (chuva de likes, ou seja, curtidas), causando sensação de que
o perfil divulga bons materiais - não necessariamente verdade. E o segundo,
financeiro. As altas cifras que os influenciadores vêm angariando seduzem
qualquer um.
40
2. MARCAS E INFLUENCIADORES
A frase “A propaganda é a alma do negócio” é um ditado popular muito
ouvido no Brasil. Seu uso tão corriqueiro demonstra a importância que a
promoção possui para as empresas, estendendo-se também aos indivíduos.
Neste projeto, a Promoção será o único dos quatro P's do Marketing Mix
presentes na estratégia. Portanto, não será analisado o Preço praticado, a
Praça estará restrita ao território brasileiro e os Produtos não diferem entre
si.
O marketing digital apresenta ferramentas para que as empresas
façam sua divulgação de forma mais fácil e eficiente (CINTRA, 2010). O
resultado disso é o aumento na probabilidade de uma venda ocorrer.
A pesquisa “Varejo no Brasil: a influência do digital sobre o consumo”1,
realizado pela Boston Consulting Group, mostra que os consumidores têm
cada vez mais procurado a internet para pesquisar sobre produtos e serviços.
Descobrir, pesquisar e localizar marcas, produtos, serviços e lojas online já
representa de 60% a 70% das pesquisas em sites, redes sociais e
buscadores como o Google. Mais do que isso: eles têm ido até as redes
sociais em busca de informações e indicações de especialistas. É por esse
motivo que o investimento nos micro-influenciadores torna-se importante.
2.1 CONTEXTO ATUAL
A mudança no marketing provocada pelo desenvolvimento tecnológico
gerou a imposição de um maior envolvimento entre empresa e consumidor.
Para satisfazer a essa demanda e gerar buzz, as empresas alteraram sua
estratégia de marketing digital (LOPES; BRANDT, 2016). Ao perceber como
os influenciadores têm o poder de aproximar o público alvo da suas ofertas,
começaram a investir fortemente neste tipo de marketing. De acordo com
1 http://image-src.bcg.com/Images/BCG-Varejo-no-Brasil-A-Influencia-do-Digital-Sobre-o-Consumo-Dez2015_tcm15-72198.pdf
41
uma pesquisa feita em 2016 pela Linqia2, 86% dos praticantes de marketing
já estão utilizando influenciadores em suas campanhas, e 94% reconheceram
ser uma peça estratégica fundamental nos dias de hoje (BOLAND, 2016).
Vale ressaltar que a Linqia é uma das maiores empresas no setor de
marketing de influenciadores nos Estados Unidos.
Antigamente, o papel de divulgar e expor produtos de uma forma que
as pessoas confiassem era feito por jornalistas e experts da indústria. Para
isso, na maior parte das vezes, as marcas iam ao encontro desses
influenciadores e os pagavam para que falassem bem de seu produto,
fazendo com que, assim, ganhassem brand awareness (ou seja,
conhecimento) e mais consumidores. Com a mudança para o modelo online,
citada acima, os especialistas em marketing enxergaram em pessoas que
tinham uma identidade forte de conteúdo e uma boa base de seguidores esse
papel anteriormente exercido por esses especialistas.
Hoje em dia, o consumidor não presta mais atenção na mensagem
que uma marca quer passar, a não ser que venha acompanhada de
confiança, e é aí que entra o papel do influenciador digital (TULMAN, 2017).
O grande alvo desse marketing são as pessoas mais jovens e sabe-se que
anúncios convencionais já não tem mais tanto poder para essa faixa etária.
Em 2016, segundo a Forbes3, 92% dos consumidores confiavam mais
nos influencers (influenciadores) do que em campanhas de celebridades
tradicionais. Ou seja, um investimento com mais resultados e, até mesmo,
menos gastos.
Outra mudança nesse ambiente é que, antigamente, havia poucas
opções de com quem se trabalhar, e todos queriam trabalhar com os
mesmos clientes. Hoje em dia, esse número aumentou intensamente e o
mercado está mais competitivo, forçando a um reajuste no preço cobrado,
tornando o investimento ainda mais atrativo.
Além disso, a grande quantidade de dados gerada na internet mudou o
modo como o marketing é pensado. Pode-se dizer que antigamente ele era
2 http://www.linqia.com/wp-content/uploads/2016/11/The-State-of-Influencer-Marketing-2017_Final-Report.pdf 3 https://www.forbes.com/sites/deeppatel/2017/04/21/how-to-measure-the-roi-of-an-influencer-marketing-campaign/#6ba40c4a6348
42
baseado no instinto, mas passou a ser calculado e analisado. As métricas
que hoje são obtidas podem gerar resultados que antes eram impossíveis de
serem medidos.
Portanto, tendência é de aumento para esse tipo de marketing. A
Linqia4 achou, num estudo com praticantes de marketing, que 48% iriam
elevar os gastos com marketing de influenciadores em 2017. Apenas 4%
disseram que iriam diminuir. Em 2016, os praticantes de marketing gastaram
mais de US$570M no Instagram com campanhas de influenciadores, por
exemplo (EMARKETER, 2017).
Alguns problemas foram reportados pelos especialistas em marketing
numa pesquisa das grandes empresas da indústria de influenciadores em
2016, Chute and Thuzio 3605, em relação a esse tipo de marketing, e o
gráfico abaixo mostra o que eles gostariam de ver sendo melhorado em
2017:
Gráfico 3: Aspectos de Marketing a Melhorar
Fonte: Chute and Thuzio 360, 2016
Esses problemas serão analisados nos capítulos seguintes.
4 http://www.linqia.com/wp-content/uploads/2016/11/The-State-of-Influencer-Marketing-2017_Final-Report.pdf 5 http://www2.getchute.com/2016-influencer-marketing-report
43
2.2 RELAÇÃO DA MARCA COM O INFLUENCIADOR E CAMPANHAS
Um erro comum na hora de conduzir a campanha com influenciadores
é que as marcas pensam que, por serem as patrocinadoras, podem mudar a
forma como eles se comunicam com seu público. Isso tiraria toda a essência
da ação. O público só se identifica com um influenciador por causa da
maneira como ele é e, mudar isso, seria correr um grande risco de perder
credibilidade, logo, a empresa perde. A liberdade de criação de conteúdo é
essencial.
Para criar relacionamentos sólidos com os influenciadores digitais, as
empresas precisam se ater a alguns pontos-chave. Dentre eles, estão a
proximidade, a agregação de valor, a liberdade editorial, o investimento, a
segurança jurídica e a transparência (AIRSTRIP, 2017).
Além disso, há dois tipos de abordagem das empresas aos
influenciadores. Umas chegam dando apenas o dinheiro e informações
básicas do que devem divulgar, já outras chegam com planos de marketing já
traçados, o que pode ser ruim do ponto de vista da criatividade e
autenticidade do mesmo, como já mencionado (MILNES, 2017).
É importante lembrar que a parceria com um influenciador é uma
relação interpessoal e deve ser vista como tal. O sucesso vem a partir do
momento em que a relação é conservada e prestigiada (EMARKETER,
2017).
No entanto, um problema relacionado à relação dos influenciadores
com empresas contratantes pode ser o fato de muitos serem ainda muito
jovens e não saberem lidar com os processos necessários para esse tipo de
negócio. Seus agentes também muitas vezes não tomam o tempo necessário
para educá-los corretamente sobre como a indústria funciona ou como lidar
com marcas (MILNES, 2017).
44
2.3 ESCOLHENDO O MELHOR INFLUENCIADOR
Escolher o influenciador ideal para a campanha da empresa é o passo
mais importante do processo. Um erro nesta etapa pode comprometer o
projeto e não trazer o retorno esperado. Há alguns fatores nos quais a empresa deve pensar ao procurar um
influenciador, que são:
● Engajamento - trata-se de divulgar para as pessoas certas e não para
o maior público possível. Portanto, a relação do influenciador com seu
público deve ser a melhor possível, acima do número de seguidores
que possui. Para isso, deve-se acompanhar o que o Influenciador tem
criado para sua audiência e não apenas os conteúdos nos quais sua
marca aparece.
● Universo da marca - Toda marca possui valores e missão essenciais
para um bom branding (ou seja, posicionamento da marca). Portanto,
é necessário que o nicho do influenciador esteja alinhado com esse
universo para o discurso ser adequado e autêntico, pois, caso uma
empresa escolha o influenciador errado, o engajamento será muito
baixo e ele ainda corre o risco de perder credibilidade. Portanto, é
importante olhar para a audiência alvo contra a audiência da marca e
se a audiência do influenciador se encaixa, tendo certeza de que o
estilo do influenciador combina com a voz da marca.
● Criatividade - como já foi mencionado, é necessário prover certa
liberdade ao influenciador, o deixando adaptar a mensagem da
empresa à forma como se comunica com seus seguidores, deixando a
mensagem, mais uma vez, autêntica e crível. Portanto, o resultado
deve ficar dentro dos limites da marca e adequado para o canal do
digital influencer. É preciso que o produto seja levado à realidade do
influenciador.
● Foco no resultado - é necessário olhar, principalmente nas redes
sociais mais utilizadas, métricas como comentários, visualizações e
compartilhamentos das postagens do influenciador. O ideal é que ele
45
esteja em um momento de ascensão, o que pode trazer resultados
melhores às campanhas da empresa.
● Medir a extensão da influência - entender o poder do boca-a-boca,
incluindo autenticidade, credibilidade, familiaridade e habilidade de
contar uma história, ou seja, medir esses fatores e como outros
influenciadores e consumidores se referenciam de volta a ele.
Para exemplificar, pode ser usada uma pesquisa feita pela
Econsultancy6, em 2016, para verificar quais os métodos usados pela
indústria de beleza e moda para identificar influenciadores para suas
campanhas:
Gráfico 4: Métodos para Identificar Influenciadores
Fonte: Econsultancy, 2016.
Também é importante escolher influenciadores que estejam dispostos
a usar ferramentas como Buzzstream e Sysomos (ferramentas de
monitoração de resultados), para que as campanhas consigam ser
monitoradas e, assim, melhor entendidas em termo de resultados (EVANS,
2010). Métricas interessantes para se usar na hora de escolher o
influenciador podem ser:
6 https://econsultancy.com/reports/the-rise-of-influencers/
46
● Influência social: quais as conexões com outros perfis e qual a real
influência que a pessoa exerce sobre seu nicho.
● Alcance: o real nível de conexão que ele tem, quantitativamente.
● Frequência de postagens: dá a informação do quão ativa a pessoa é
na web.
As métricas de influência social podem ser dadas pelo Buzzstream.
Monitorar essa métrica com o tempo ajuda a traçar um perfil de qual seria o
influenciador ideal para a marca. E dessa forma, é possível começar relações
positivas com eles e também entender o gráfico social que conecta
participantes em conversações em torno da marca. É necessário descobrir
quem se liga a quem e quem é influente. E, já que o processo não é
totalmente automatizado, é necessário que se utilize o instinto também,
baseado nas métricas já acumuladas e analisadas as combinando com o
conhecimento da indústria onde a marca atua (EVANS, 2010).
Também é interessante usar índices de influência pré-estabelecidos,
como as pontuações Klout, Kred e PeerIndex. Esses 3 olham para várias
atividades de redes sociais, como curtidas, re-tweets, menções, respostas,
compartilhamentos, comentários etc., e tentam estimar o quão influente
aquela pessoa é. O problema é que eles não diferenciam as redes sociais e
dão o resultado como se houvesse apenas um universo (INNETWORK,
2013). Dessa forma, um influenciador pode ser muito bom em uma rede
social, mas nem tanto em outra, e o índice não irá traduzir isso.
2.4 VANTAGENS
Como já mencionado anteriormente, as vantagens de se trabalhar com
um influenciador digital refletem os números e as tendências de crescimento
desse tipo de marketing.
47
Gráfico 5: Métodos para Aquisição de Consumidores
Fonte: Tomoson, 2016.
As principais vantagens residem em poder conversar com um
determinado grupo de forma confiável e próxima dele, estabelecendo um
vínculo com sua marca e produto.
Outra delas é o fato de que campanhas de influenciadores trazem
consumidores mais confiáveis para a marca. Pesquisas mostram que o
consumidor que vem até o produto através do marketing de influenciadores é
mais leal, pois foi mais bem educado pelo próprio influenciador e confia em
seu gosto. Um estudo da Nielsen7 mostra que 84% dos consumidores
confiam no que é oferecido por pessoas que seguem online. O marketing de
influência produz clientes mais engajados. É a digitalização do "boca a boca".
Assim, indicações fortes podem até levar consumidores a virarem defensores
da marca e segui-las nas redes sociais, compartilhando sua experiência nas
redes sociais, o que gera mais buzz ainda (MARCONDES, 2017). A
Tomoson, em março de 2015, também fez uma pesquisa para ver a
qualidade dos consumidores adquiridos através do marketing de
influenciadores. Os resultados estão abaixo:
7 http://www.nielsen.com/us/en/insights/news/2013/under-the-influence-consumer-trust-in-advertising.html
48
Gráfico 6: Qualidade dos Consumidores adquiridos
Fonte: Tomoson, 2016.
Além disso, de acordo com um estudo da SocialChorus8, campanhas
com influenciadores de marketing podem gerar um engajamento 16 vezes
maior do que a publicidade paga em meios de comunicação. Influenciadores
são máquinas de criar conteúdo, como fotos, legendas, vídeos e frases que
vão dar um impulso na campanha da empresa cliente (REVFLUENCE, 2016).
Em relação ao alcance no tempo, campanhas feitas através de
influenciadores continuam perpetuando nas redes sociais dos mesmos,
gerando tráfego adicional, visualizações e cliques nos próximos anos mesmo
depois de chegarem ao fim, ou seja, o efeito de marketing pode ser muito
estendido e afetar pessoas muito tempo depois do lançamento da campanha,
sendo para apenas criar brand awareness ou até para levar o consumidor ao
seu produto, mesmo que muito tempo depois (REVFLUENCE, 2016).
Outro ponto são os bloqueadores de propaganda, chamado ad-blocks.
Com o crescimento da internet, é natural que tenha crescido também o
número e tipo de propagandas que aparecem quando um usuário navega
online. Por isso, muitas pessoas, incomodadas com o constante bombardeio
de anúncios, passaram a usar ad-blocks, que impedem que esses anúncios
cheguem ao consumidor, limitando o poder de divulgação das marcas. Foi
8 http://info.socialchorus.com/rs/socialchorus/images/Social-Word-of-Mouth-Marketing-Lessons-Learned-Ebook-SocialChorus.pdf
49
descoberto que 50% dos usuários de internet usam algum tipo de ad-block
(MARCONDES, 2017). No entanto, eles não afetam as campanhas dos
influenciadores, pois os mesmos são seguidos justamente para serem vistos
pelo seu público, se tornando, assim, um caminho mais direto para a
conversão entre clientes e marcas. Neste caso, a forma de “bloquear” um
anúncio intrínseco ao conteúdo seria deixar de seguir o influenciador.
2.5 PRECIFICAÇÃO DE UMA CAMPANHA
Outro problema em uma campanha de marketing com influenciadores
está no julgamento do preço a cobrar (por parte do influenciador) ou a
oferecer (por parte da marca). As taxas cobradas podem flutuar muito. Há
casos em que influenciadores aceitam pagamentos menores por estarem
trabalhando com empresas das quais são admiradores (MILNES, 2017).
Também há o fator timing: quanto menos propostas o influenciador tiver no
momento em que a empresa for oferecer a sua, maior o poder de barganha
das mesmas (MILNES, 2017). O problema do preço é que os influenciadores
podem praticamente cobrar qualquer valor porque não há um jeito da
indústria saber se é blefe ou não, por não haver ferramentas suficientes para
esta precificação (EMARKETER, 2017).
Uma pesquisa de novembro de 2016 da Julius9 descobriu que 35,7%
dos entrevistados usa preços padrão de acordo com a plataforma e nível de
engajamento. Outros disseram que customizam o preço dependendo de
fatores como o tempo necessário, número de posts e qual rede social. O
resultados estão no gráfico abaixo:
9 http://assets.julius.cloud/misc/Julius_2016_Social_Media_Influencer_Report.pdf
50
Gráfico 7: Principais Fatores ao Cobrar uma Campanha
Fonte: Julius, 2016.
Do ponto de vista da marca, é importante que se utilizem dados para
chegar ao preço. O custo por clique ou custo por engajamento para chegar
ao modelo de pagamento e ligá-lo às vendas reais pode ser bem vantajoso,
pois liga o retorno da campanha diretamente ao preço (EMARKETER, 2017).
Uma agência de marketing chamada Fohr Card, por exemplo, usa métricas
como taxa de crescimento, taxa de engajamento, usuários ativos diariamente,
número de resultados na busca Google e número de posts para ajudar a
chegar a um preço para o influenciador (EMARKETER, 2017).
De acordo com um estudo da Linqia10, 57% dos marketers americanos
tentaram o pagamento por post, mas apenas 17% acharam que valeu a
pena. Custo por clique e custo por engajamento foram menos usados mas
geraram mais satisfação, com 50%. Isso pode ser mostrar como uma
tendência para se utilizar o último.
A Bloglovin11, uma agência de Nova York, pesquisou 2.500
influenciadores e descobriu que:
● Instagram: 84% dos influenciadores cobram menos de US$ 250 por
post e 97% cobram menos de US$ 500 para publicar um post de
determinada marca.
10 http://www.linqia.com/wp-content/uploads/2016/11/The-State-of-Influencer-Marketing-2017_Final-Report.pdf 11 https://www.bloglovin.com/blogs/bloglovin-influence-14928591/how-much-does-micro-influencer-marketing-5258253965
51
● Facebook, 90% cobram menos de US$ 100 por post e 97% menos de
US$ 250.
● Twitter: a grande maioria cobra menos de US$ 100 por tweet, sendo
que, segundo a pesquisa, 96% cobram menos de US$ 150.
● Blogs e Vlogs: 87% dos influenciadores cobram menos de US$ 500
por post e 96% menos de $1.000.
Além disso, de acordo com a firma Captiv812, influenciadores com 3M
a 7M de seguidores podem cobrar uma média de U$187.500 por um post no
YouTube ou U$75.000 por um post no Instagram.
Por outro lado, há casos em que os influenciadores aceitam apenas o
modelo de trocas para postarem algum conteúdo. Isso costuma acontecer
com pessoas que estão se iniciando no negócio e esse modelo se mostra
vantajoso para as duas partes. Eles podem, por exemplo, aceitar uma
refeição grátis para fazer a propaganda de um restaurante. Dessa forma, o
restaurante ganha visibilidade e o influenciador ganha escala,
reconhecimento e uma experiência.
2.6 MEDIDAS DE ENGAJAMENTO
Inconsistência é um problema com influenciadores. Nunca se sabe
qual vai ser o output da parceria. Os marqueteiros necessitam de métricas
para comparar a efetividade da campanha em comparação à propaganda
paga e orçar a quantidade de dinheiro ótima para o projeto (EMARKETER,
2017). A falta de medidas pode afastar marcas de gastarem mais.
O fato é que cada escolha feita em um negócio tem um custo de
oportunidade associado e uma componente econômica. Falhar ao associar
métricas relevantes ao negócio pode levá-lo ao fracasso. Por isso, é
extremamente importante que se decida quais usar e como relacioná-las
(EVANS, 2010).
Uma ideia pode ser criar sistemas onde os dados de alcance dos
influenciadores possam ser compartilhados. Transparência é uma grande
12 https://pt.slideshare.net/DavidHerman7/captiv8-influencer-case-study
52
barreira (EMARKETER, 2017). De acordo com o estudo 360 da
Chute/Thuzio13, 80% dos marketers americanos dizem que querem que a
medida do ROI seja automatizada e facilitada através de um software. Pode
ser interessante também construir um modelo que mostra quem respondeu
ao post, quem curtiu, quem viu, no que estão interessados, qual demografia,
e renda mensal através de um Interface de Programação de Aplicações (API)
que escaneie as ferramentas necessárias para medir o engajamento
(EMARKETER, 2017).
Para medir com precisão o output da campanha, podem ser fornecidos
links rastreáveis ou códigos de cupom para serem expostos no post. Dessa
forma, o acesso ao website da marca pode ser monitorado, expondo quem
veio através da campanha (EMARKETER, 2017).
A estratégia está em aplicar o que foi aprendido nas redes sociais.
Algumas firmas de análise de redes sociais provém métricas importantes
sobre a marca e a presença orgânica social. Além disso, se os
influenciadores forem tratados como mídia, é fácil medi-los da mesma forma
que se mede uma campanha de anúncios comum. Mas é necessário que o
influenciador dê acesso a todos os seus dados e que seja bem transparente
(EMARKETER, 2017).
Abaixo, estão mostrados resultados de 3 pesquisas diferentes com o
objetivo de descobrir as principais métricas usadas por especialistas de
marketing para medir o sucesso de um influenciador. Pode-se perceber que
as principais estão relacionadas ao engajamento e ao alcance.
13 http://www2.getchute.com/2016-influencer-marketing-report
53
Gráfico 8: Principais Métricas para Medir Sucesso, Linqia
Fonte: Linqia, 11/2016.
Gráfico 9: Principais Métricas usadas para Medir Sucesso, TapInfluence e Altimeter
Fonte: TapInfluence and Altimeter Group, 07/2016.
Disponível em: https://www.tapinfluence.com/tp_resource/future-influencer-marketing/
Gráfico 10: Principais Métricas usadas para Medir Sucesso, Julius
Fonte: Julius, 12/2016.
54
A maioria das campanhas é medida através do alcance e
engajamento, mas eles não refletem tudo. É necessário olhar para o
potencial todo da campanha e qual o poder dela de mudar a cabeça e
realmente afetar o consumidor (EMARKETER, 2017).
Primeiramente, para se medir efetivamente a resposta da campanha,
deve-se levar em consideração três parâmetros: sentimento; fonte; e volume
(EVANS, 2010).
Sentimento é a medida da polaridade da conversação de forma que se
entenda se a pessoa gosta da marca e o grau com o qual ela sente isso.
Para isso, se julga positivo ou negativo em relação ao assunto que está
sendo falado. A análise do sentimento dá uma noção do que está
acontecendo abaixo da superfície. Geralmente, é necessário voltar a posts
antigos, para o conteúdo original das conversas e ver o que realmente está
acontecendo, tentando sempre achar correlações com os acontecimentos e
campanhas. Torna-se necessário para as empresas ter atenção, pois um
comentário negativo, por exemplo, pode vir de um fã da marca ou de um
detrator. É nesse ponto que, para descobrir o real significado e relevância,
será necessário olhar também a fonte (EVANS, 2010)
A fonte analisa dois pontos principais: o entendimento e identificação
do autor e o rastreamento da localização do post. Entender o que está sendo
dito no Facebook, Instagram ou um blog dará à marca a noção de onde ela
deveria estar dentro das redes sociais. Saber quem está falando é uma parte
extremamente importante das medidas. Combinar a fonte com os dados já
ouvidos provê insights de como o produto e a campanha podem melhorar e
como a marca pode melhorar a experiência do consumidor (EVANS, 2010).
Já o volume diz respeito a uma avaliação geral do nível de conversas
sobre a marca. Por exemplo, aqui, se mede quantas pessoas estão falando
dela, gerando informações e compartilhando. Além disso, se medem os
níveis de reações positivas e negativas ao longo do tempo, o número de
reações e os picos de humor (EVANS, 2010).
As métricas mais gerais e comuns são descritas abaixo:
● Tráfego - se baseia nas fontes das quais as pessoas chegam
ao seu site ou produto;
55
● Nível de associação - número de fãs ou seguidores;
● Nível de atividade dos membros - Número de membros versus
o número de usuários ativos;
● Conversações - quais as reações recebidas;
● Menções - onde a marca foi mencionada e comentada;
● Viralidade - quanto o seu conteúdo e mensagem estão sendo
espalhados pela web.
Usar ferramentas de audição automatizada pode ser uma boa forma
de conseguir informações quantitativas. Essa ferramenta é capaz de separar
comentários negativos e positivos, revelando qual foi a reação predominante
na campanha. No entanto, ela tem alguns problemas, como o fato de
considerar os comentários isolados, sem olhar o contexto. Um mesmo
comentário pode ter conotação negativa ou positiva, dependendo do
contexto. Por isso, ao usá-la, é necessário fazer uma varredura nos
comentários atentando ao contexto.
A verdade é que as ferramentas disponíveis para tais medidas ainda
conseguem prover mais vantagens do que se não fossem utilizadas. O
desafio está entre conseguir ligar as conversas ao contexto original para que
se consiga entender a real conotação do que foi dito. E isso vem a ser
importante no sentido do workflow também, servindo para eliminar o ruído e
tornar a análise mais limpa (EVANS, 2010).
Um outro conceito importante é o de laços fracos. Ou seja, são
pessoas que não são conectadas direto à marca, mas que são conectadas a
pessoas que estão conectadas à marca. E saber disso é essencial para que
se entenda como a informação viaja através da rede, chegando a potenciais
consumidores (EVANS, 2010)
Nas medidas de engajamento, também é necessário ver como as
medidas relacionadas ao negócio mudaram em função da campanha com
influenciadores, ou seja, a performance da marca, significando o quão bem
os visitantes são convertidos a consumidores. Para isso, podem ser usadas
as seguintes métricas (EVANS, 2010):
● Taxa de regresso: número de visitantes que vão ao site e saem
imediatamente sem olhar mais nada;
56
● Visitas únicas: quantas vezes o usuário apenas entrou uma vez
no site e não voltou mais;
● Tempo gasto e páginas vistas;
● Localizador Uniforme de Recursos (URL) referenciada: dá a
indicação de quais fontes estão levando à sua marca.
Por fim, as métricas em si são indicações de resultados mas não são
os resultados. É necessário ligar o que foi observado ou o que é ouvido ao
processo que cria as reações, para que, assim, as informações possam ser
reinterpretadas e fornecer insights realmente úteis para o negócio. Nesse
sentido, é importante que, nos primeiros estágios da análise, se meça tudo o
que puder, para depois filtrar as informações e fazer associações com as que
restarem. Por exemplo, a métrica da taxa de regresso deve ser vista pedaço
por pedaço, por intervalos de tempo diferentes, para ver a tendência e fazer
uma análise de correlação para entender o que está levando àquilo.
Ir além do básico das análises é a diferença entre "12 pessoas
visitaram o site semana passada, 4 a mais do na semana anterior" e "o
número de visitantes qualificados no site aumentou devido ao lançamento do
podcast na semana passada”. Ou seja, é achar correlações e causas
escondidas. As conexões são achadas ligando as fontes das reações nas
redes sociais, os influenciadores, o atual tráfego no site e os fóruns de
suporte.
Mas, para isso, é necessário entender que há diferença entre
correlação e causa.
Correlação é a mais geral das duas. Implica que sempre que A
acontece, B também pode ser observado. Um exemplo pode ser "pessoas
que compraram comida de cachorro na loja também compraram coleiras". Ou
seja, a compra de um não causa necessariamente a compra do outro, no
entanto, há uma tendência de os dois ocorrerem com certa frequência. Tem a
aplicação de conectar análises de redes sociais com análises do negócio em
si.
Já causa é uma relação de causa e efeito direta entre A e B. Por
exemplo, adquirir um cachorro implica que a pessoa também terá que
comprar comida de cachorro e coleira.
57
Portanto, os passos são simples: coletar o que é ouvido e entendido;
remover o ruído e resultados irrelevantes; e tentar achar correlações entre
resultados de volume e sentimento com o tráfego na web. Se a correlação é
alta, há indicação de que há uma conexão profunda, que deve ser explorada
(EVANS, 2010).
Portanto, é importante que se tente conectar as métricas do negócio
(já listadas acima) com a campanha de influenciador, mudando os
parâmetros e observando resultados. Usar o Google Analytics, por exemplo,
estabelecer objetivos de reação e comparar os resultados do teste A/B em
torno da campanha pode ser muito útil. O resultado vai ser um entendimento
quantitativo do negócio e o jeito com que as campanhas estão afetando os
resultados da empresa.
A análise de negócios pode ser retirada de uma variedade de locais
dentro da organização. Há fontes de análise de negócios mais imediatamente
úteis ao se criar uma campanha. Essas áreas são análises de comércio -
afinal, no final do dia, geralmente o importante são as vendas (mesmo que de
forma abstrata) - juntamente com medidas de aceitação ou rejeição. O último
é particularmente importante como uma classe de métricas porque é, muitas
vezes, uma medida quase direta do que está subjacente às conversas
observadas na rede social, em fóruns de suporte, plataformas de ideação e
sistemas de CRM tradicionais. Entre estes dois, uma parcela significativa do
que dirige uma campanha pode ser encontrada. Isso torna, esses, pontos de
partida ideais (EVANS, 2010). A análise do negócio é de extrema importância
em todas as partes do processo, como mostra a figura abaixo:
58
Figura 6: Funil de Vendas
Fonte: Evans, 2010
A análise do comércio e funil de vendas são uma primeira escolha
óbvia. Na medida em que pode-se ligar diretamente a análise de mídias
sociais e - quando aplicável - a análise da web às vendas, por exemplo, é
estabelecido um loop de relatório muito eficiente. Nesses casos, é muito
provável que o estudo da correlação e da causa - identificando as relações
específicas entre várias medidas e o desempenho econômico do negócio -
produza um conjunto fundamental de métricas que podem ser usadas para
orientar o negócio e a campanha (EVANS, 2010).
2.6.1 Return on Investment (ROI)
Um dos maiores problemas para o marketing atualmente é medir o
quanto de retorno uma campanha com influenciadores vai gerar. A principal
dificuldade está relacionada à falta de transparência nas informações e
dificuldades de ligar uma medida de engajamento ao real valor que isso tem
para a marca.
Um fator que impacta nos resultados é o modo como a divulgação é
feita: mencionar a marca num post; mostrar uma figura da marca ou posta um
59
video sobre ela. Entender a resposta para esses vários meios ajuda os
marketers a determinar qual trará o maior ROI.
De acordo com um estudo em 2016 da TapInfluence e Nielsen
Catalina Solutions14, o ROI de uma campanha de marketing com
influenciadores é até 11 vezes maior do que uma campanha tradicional com
banners online.
Fatores que as empresas devem julgar para medir o ROI de uma
campanha (PATEL, 2017):
● Começar com objetivos que podem ser medidos, como, por
exemplo “aumentar as vendas em $4.000 por mês”, “aumentar
o número de seguidores no Instagram a 20%” ou “atingir pelo
menos 3.000 consumidores ao produto oferecido”. Para isso,
métricas comuns são: visualizações em websites; pessoas que
visitam o website através de influenciadores (com código ou
link); buzz na mídia social; alcance da rede social. Ou seja,
pode haver foco em gerar receita, estabelecer parcerias
duráveis ou apenas alcançar visibilidade.
● Tracking Pixels: usados para rastreamento de comportamento
de usuários dentro de um domínio. Eles informam o que o
cliente fez ao visitar o site.
● Cupom: relevante para trackear e incentivar compras. Modos
avançados de medir estratégias são parcerias com redes
sociais gerando links que o permitirão medir o quanto ele foi
acessado e medir o efeito da campanha.
● Instagram`s Comment-To-Buy Feature: vai indicar quais
influenciadores têm maior tração.
● Links em videos do YouTube.
Algumas formas de calcular o ROI (REVFLUENCE, 2016):
● receita gerada pela diferença da situação sem a campanha.
● alcance de audiência: mais simples de calcular pelos
gerenciadores de dados hoje em dia. Significa ter o maior
14 http://pages.tapinfluence.com/hubfs/Nielsen_WhiteWave_Study/1009_-_Nielsen_Study_Case_Study.pdf?submissionGuid=44a77b88-2799-45f7-8f6b-21dbe2c22af4
60
número de olhos no seu produto para que possa criar um
sentimento de intimidade e assimilação com ele.
● crescimento de seguidores: vai além do item acima pois
potencializa a sua voz para futuras campanhas. As pessoas
passam a se ligar à marca e não só à campanha pois, quando
alguém é seguido, o seguidor estará sendo comunicado de tudo
que o seguido quiser. Dessa forma, o retorno pode ser
calculado pelo custo de conseguir certo número de seguidores,
ou pode-se pensar no valor eterno de um seguidor.
● Crescimento de usuários: para empresas que operam em
modelos de assinatura, que focam num relacionamento
duradouro com o cliente, esse número é essencial. Quanto mais
usuários, maior o buzz para o seu produto e maior a vontade de
novos clientes de o utilizarem. Os influenciadores vão interagir,
fornecer testes de produtos gratuitos, criar seu próprio conteúdo
e, por fim, evangelizar e ajudar a empresa a alcançar um fator
de crescimento viral.
Um estudo de 2016 da Tomoson15 revelou que, em média, se gera
U$6,5 para cada U$1,00 gasto com uma campanha com influenciadores, que
são a forma de marketing de crescimento mais rápido hoje em dia, como já
foi mostrado. Além disso, descobriu-se que 13% das empresas envolvidas
faziam U$20,00 para cada U$1,00. O gráfico com os resultados do estudo se
encontra abaixo.
15 http://blog.tomoson.com/influencer-marketing-study
61
Gráfico 11: Receita para Cada Dólar Gasto no Influencer Marketing
Fonte: Tomoson, 2016.
2.7 PLATAFORMAS
Saber escolher a plataforma certa para divulgar seu produto também é
importante. Cada uma pode dar uma visão diferente à campanha, mas
algumas são constantemente mais utilizadas. O grupo Chute e Thuzio16 descobriu que 89% dos marketers procuram
influenciadores no Instagram, seguidos de 70% do Facebook, 70% no Twitter
e 59% do Youtube. No entanto, outras plataformas estão em ascensão e
podem vir a ser tornar grandes no futuro, como o Musical.ly, que já soma
mais de 200 milhões de usuários no mundo, sendo mais de 40 milhões
diariamente ativos. A plataforma está criando influenciadores com mais de 1
milhão de fãs e pode vir a ser mais atrativo para essa indústria com o passar
do tempo. O Gráfico 12 está abaixo:
16 http://www2.getchute.com/2016-influencer-marketing-report
62
Gráfico 12: Plataformas mais Procuradas por Especialistas
Fonte: Adaptado de Chute and Thuzio 360, 2016
O estudo da Tomoson17 também mostrou que, para 25% dos
praticantes de marketing de influenciadores, o Facebook é a plataforma que
gera maior ROI. Causa podem ser: algoritmo de distribuição, estratégias de
monetização e plataforma publicitária. Os blogs, no entanto, ainda estão no
topo, com 37%, provavelmente por serem um meio mais antigo (são usados
desde o começo dos anos 200) e terem tido tempo para construir uma
audiência fiel.
Gráfico 13: Plataformas mais Eficientes para o Influencer Marketing
Fonte: Adaptado de Tomoson, 2016.
17 http://blog.tomoson.com/influencer-marketing-study/
63
2.8 MEIOS PARA CAMPANHAS
O tipo de conteúdo também influencia no engajamento geral. Divulgar
uma foto pode gerar reações diferentes de divulgar um vídeo, por exemplo.
Pode-se exemplificar com Jay Alvarrez, um renomado influenciador,
que gerou 173.000 curtidas e 3.600 comentário para um vídeo de uma
campanha da Armani. Uma foto patrocinada, do mesmo influenciador, para a
Belkin gerou 211.000 curtidas e 700 comentários, sendo melhor do que a
Armani em curtidas, mas não em comentários. Portanto, cabe à empresa
saber no que focar e quais serão as métricas que farão mais sentido na
medida de engajamento (BOLAND, 2016). Além disso, é importante falar do modo como o produto será
apresentado. A TapInfluence/Altimeter18 descobriu, numa pesquisa com os
marketers americanos, que o modo mais eficiente de marketing por
influenciadores é criar uma relação a longo prazo com um influenciador e a
marca (70,6%), criando identidade. Logo depois vem reviews de produtos,
com 66,7%. Menção da marca, cobertura de evento e conteúdos
patrocinados também estão no topo.
18 https://www.tapinfluence.com/tp_resource/future-influencer-marketing/
64
3. ANÁLISE DE ESTUDOS DE CASO - EFEITO EM VENDAS DO MARKETING DE INFLUENCIADORES
Nesse último capítulo, será feita uma análise sobre o estudo feito pela
Nielsen e TapInfluence19 sobre os efeitos do marketing de influenciadores
sobre as vendas de uma empresa. Para isso, serão comparados dados de
um grupo de pessoas que foram expostas às propagandas feitas pelos
influenciadores com um grupo que não foi. O estudo foi feito entre o final de
2015 e o início de 2016. Nessa análise, serão apontados pontos que foram
mencionados nos outros capítulos, e como as hipóteses, anteriormente
formuladas, foram provadas ou negadas.
3.1 EMPRESAS ENVOLVIDAS
● Nielsen
A Nielsen é uma empresa que realiza pesquisas de mercado
globalmente, através de uma metodologia própria. Foi considerada a
empresa número 1 dos Estados Unidos na sua área atuação no ano de 2016
pela Associação Americana de Marketing.
Os estudos dos consumidores são usados como fonte de dados e,
após tratados e medidos, são oferecidos a organizações dos mais diversos
ramos industriais. Além dos indicadores, o comportamento do consumidor
gera insights para a Nielsen, ajudando as empresas que contratam seus
serviços.
● TapInfluence
Fundada em 2009, a empresa TapInfluence começou sua trajetória
como criadora de uma plataforma em formato de comunidade para
blogueiros. Hoje, eles se autodenominam o primeiro "Mecanismo de 19 http://pages.tapinfluence.com/hubfs/Nielsen_WhiteWave_Study/1009_-_Nielsen_Study_Case_Study.pdf?submissionGuid=44a77b88-2799-45f7-8f6b-21dbe2c22af4
65
Conteúdo Gerado por Influenciadores" no mundo. Portanto, faz parte dos
objetivos da empresa prover meios para que os influenciadores criem
conteúdos criativos e com significado para que empresas se interessem por
seus serviços.
A empresa também age como intermediadora das relações entre
influenciadores e marketers, fornecendo ferramentas analíticas que são
usadas para precificação de parcerias. Isto resolve um problema já citado
anteriormente: a dificuldade de negociação de valores para postagens
patrocinadas por parte dos influenciadores.
● Silk
A Silk é uma companhia especializada em produzir substitutos aos
produtos laticínios. Além disso, a companhia faz campanha para introdução
de produtos com origem vegetal na dieta dos americanos. Com isso, a
maioria de seus produtos são provindos do leite extraído de soja, amêndoa,
caju e coco. Portanto, alimentação saudável faz parte da missão da empresa.
Sendo assim, a campanha escolhida para divulgação utilizando
influenciadores, e os próprios influenciadores, deveriam possuir um fit com
"comer bem sem afetar a natureza".
3.2 METODOLOGIA
A TapInfluence se uniu com a Silk e a Nielsen para uma campanha.
No total, foram escolhidos 258 influenciadores com nicho de fitness e comida
através de dados da Tap que mostram performance, para que haja
comparação e se escolha o melhor. Eles, então, criaram seu próprio
conteúdo para a campanha "Segundas-feiras sem carne", postando receitas
que continham referências e links para produtos da empresa em questão, as
distribuindo via redes sociais.
Com a ajuda da plataforma da TapInfluence (TapFusion), o processo
todo foi medido, gerenciado, rastreado e automatizado, incluindo dados de
66
pagamentos. Para o rastreamento, toda vez que uma pessoa clicava no link
do produto presente no post, um sistema da Nielsen de tracking disparava, e
a jornada daquele cliente para a compra ou não da mercadoria era disparada.
Dessa forma, era possível contabilizar as impressões e quantas foram
convertidas em compra, além do valor.
A partir dos resultados mostrados no estudo de caso, será realizada
uma análise com a metodologia discutida nos capítulos anteriores. Desta
forma, serão escrutinados os efeitos nas vendas ocasionados pela introdução
estratégica de marketing de influenciadores e marketing de redes sociais.
3.2 RESULTADOS
O objetivo do estudo realizado pela parceria entre as três empresas
era determinar objetivamente o efeito causado pelos influenciadores em
vendas. Portanto, o principal critério escolhido para medir o desempenho da
campanha, assim como avaliar um possível sucesso da mesma, foi o critério
de vendas. Apesar disso, esta medida de sucesso aparece apenas na sexta
posição em estudo realizado pela própria TapInfluence com o Altimeter
Group (2016). Para avaliar o efeito de influenciadores, critérios como
engajamento, tráfego e alcance são comumente utilizados, como visto no
capítulo 2.
Segundo o estudo, o valor gasto em compras pelo grupo teste
(exposto à campanha) foi maior que o grupo controle não exposto durante o
período de realização da mesma, sendo U$ 22.09 e U$ 20.06,
respectivamente. Esta diferença de 10% foi considerada como significante
pelos autores. É importante atentar para o fato de que esse valor é relativo ao
valor de compra por pessoa dentro de cada grupo. Além disso, na categoria
de leites, o grupo teste passou a comprar mais produtos da marca Silk,
diminuindo o market share das concorrentes naquele período. As marcas que
sofreram essa baixa foram, principalmente, os leites de marcas privadas - as
que vendem exclusivamente nos mercados.
Isso leva à conclusão de que os consumidores estão dispostos a
trocar não apenas uma determinada marca, e sim um produto (leite por um
67
substituto) em casos em que outras pessoas sugerem online, além de gastar
mais nessas compras. Neste ponto, entra o fator confiança, discutido no
capítulo 2. O marketing com influenciadores tem o poder de levar o
consumidor a desistir de um produto que estava usando para trocá-lo pelo
sugerido pelo influenciador, simplesmente pelo fato dele acreditar que está
sendo exposto à melhor opção. Essa "força" trazida por esse fator se reflete
nas vendas e no engajamento.
Esta inferência está diretamente relacionada com o marketing de
atração a partir de conteúdo. Mais especificamente falando, o aumento de
vendas se dá como uma ação estratégica relacionada a parte inferior do funil
de vendas, ou BOFU. O poder dos influenciadores nestas medições será
qualificado pela quantidade de vendas que ele consegue fazer uma empresa
fechar. De toda maneira, o lead que efetuará a compra o fará porque o
produto suprirá a demanda gerada pela receita "sem carne" melhor do que
um produto concorrente faria.
Outro resultado que diz respeito ao aumento de vendas foi o
acréscimo na receita da empresa quando comparados os grupos teste e
controle. A cada 1000 pessoas expostas ao conteúdo, há um incremento de
US$285,00 em relação à mesma quantidade de consumidores não expostos.
Em uma comparação com os anúncios digitais, na categoria leite é
necessário 1000 exibições de anúncios digitais para que haja um acréscimo
de U$ 16 nas vendas. Pouco mais de 5% do efeito gerado pelos influencers.
Com essa comparação, pode-se afirmar que o impacto da campanha com
influenciadores é bem mais positivo do que outras formas de marketing. Tais
resultados são mais bem representados no gráfico abaixo:
68
Gráfico 14: Comparação entre Receita por Mil Impressões
Fonte: Elaboração própria
Além disso, o estudo de caso defende que as visualizações dos
conteúdos criados pelos influenciadores possuem maior qualidade do que as
exibições de anúncios. Primeiramente, a exibição de um anúncio em display
não garante que o mesmo seja visto, ou notado. E, mais importante, as
pessoas que acompanham as postagens desses influenciadores são
engajadas quanto ao conteúdo apresentado, podendo permanecer fiéis aos
produtos da Silk mesmo após a campanha.
Este resultado não costuma ocorrer com os anúncios que estão nas
páginas dos próprios influenciadores, pois sabe-se que há pouco controle do
mesmo quanto ao seu conteúdo. Entretanto, quando um influenciador cria
conteúdo para uma marca, ele passa a ideia de que há um fit entre os dois.
Portanto, há um efeito halo: a percepção da empresa em questão melhora
por causa da relação que há entre o influenciador e seu espectador. Após
esse primeiro passo, é necessário que a empresa encante os clientes para
fidelizá-lo. Isso deve acontecer graças à qualidade do produto, é claro, e
através de um bom marketing de relacionamento.
Apesar de tudo isso, vale ressaltar que grande parte desses anúncios
digitais visa atingir o topo do funil de vendas ao invés do fundo. Muitos deles
pretendem criar awareness - que as pessoas conheçam os produtos para
69
que depois tenham intenção de comprá-lo. Enquanto isso, essa campanha já
fora montada para aumentar vendas.
Outro ponto que deve ser atentado ao comparar as duas formas de
marketing digital diz respeito ao seu custo. Os valores gastos para se
conseguir 1000 visualizações a partir de um influenciador é maior do que o
custo de exibir 1000 anúncios digitais.
3.2.1 Medição de Alcance
Apesar do foco da campanha ter sido sobre um crescimento nas
vendas de produtos, formas de medições secundárias foram utilizadas. Sob a
premissa de "quanto mais visualizações, mais vendas ocorrerão", a
quantidade de visualizações durante e após a campanha foi registrada.
Assim sendo, foi constatado que o alcance proporcionado pela campanha
"Segundas-feiras sem Carne" foi de 540 mil visualizações de anúncios
enquanto a mesma ocorria.
Além disso, conforme pode ser visto no gráfico abaixo, o número de
visualizações não diminui após a campanha. Pelo contrário, esse número foi
maior no três meses seguintes a ela, fazendo com que o número de
visualizações chegasse a 1.3 milhões depois de fevereiro até o momento em
que a pesquisa foi redigida. Esse número é um pouco maior que o dobro do
alcance da campanha. Esse resultado está ligado ao fator de longo prazo,
citado no capítulo 2. Como as campanhas geram forte engajamento e
continuam registradas nas redes sociais do influenciador, elas continuam
gerando resposta mesmo por um longo período após o fim da campanha,
criando assim uma cauda bem longa de impressões, que pode durar
indefinidamente.
70
Gráfico 15: Visualizações por Mês
Fonte: Estudo de caso da Nielsen Catalina Solutions, 2016
Os anúncios relativos à "Segunda sem Carne" continuam presentes
nas redes sociais, tanto da empresa, quanto dos influencers. Essa
perpetuação do conteúdo estende o efeito do marketing, consequentemente
gerando mais vendas para a venda. Vale ressaltar que essas vendas
adicionais, por estarem fora do período avaliado pela Nielsen, não foram
contabilizadas. Vale a ressalva que o aumento "fora da curva" no número de
impressões no mês de fevereiro também ocorreu em função do conteúdo
esportivo publicado, relacionado ao Super Bowl - evento de futebol
americano.
Quando consideram-se os investimentos financeiros realizados, o
efeito das visualizações pós-campanha tem a função de diluí-los. O custo
para cada 1000 visualizações (CPM) diminui de forma que, a cada três
meses, ele cai pela metade. Ou seja, o CPM se torna mais eficiente à medida
que o tempo passa e o alcance continua crescendo. Portanto, tanto o nome
da campanha quanto o nome da empresa são vistos por novos usuários,
atraindo novos clientes para a carteira da Silk.
71
Gráfico 16: CPM Efetivo Otimizado
Fonte: Estudo de caso da Nielsen Catalina Solutions, 2016
3.2.2 Medição de Retorno (ROI)
Com base nos resultados apresentados acima, foi possível fazer uma
análise do real retorno da campanha. Ele é calculado como a quantidade de
dólares retornada para a empresa para cada dólar investido. O fator da cauda
longa faz com que o retorno vá crescendo ao longo do tempo. De acordo com
o estudo, o crescimento acontece de tal forma que, a cada 3 meses, o
retorno dobra, com uma curva de regressão y=0,8783eˆ(0,215x), sendo y o
valor do retorno e x o número do mês (sendo 1 o valor do mês inicial da
campanha). O gráfico do crescimento do retorno é apresentado abaixo:
Gráfico 17: Retorno (em Dólar) por Dólar Gasto
Fonte: Estudo de caso da Nielsen Catalina Solutions, 2016
72
Além disso, foi possível fazer um gráfico comparando o retorno
oferecido por anúncios digitais (propagandas que aparecem na página do
usuário ao acessar o site) e o resultado foi de que o retorno das campanhas
com influenciadores podem chegar a até 11 vezes o retorno oferecido pelos
anúncios digitais. Essa comparação - que já havia sido citada no capítulo 2 -
mais uma vez mostra a força desse tipo de marketing, provando a tendência
de crescimento tão alta.
Gráfico 18: Comparativo entre o ROI obtido e o Retorno Médio com Display Ad
Fonte: Estudo de caso da Nielsen Catalina Solutions, 2016
3.2.3 Outras Vantagens
Além dos resultados rastreados, a pesquisa também computou visitas
não monitoradas ao Pinterest (serviço para descoberta de informações na
internet, e onde as receitas da campanha eram postadas). Foram
contabilizados mais 4 milhões de visualizações, que geraram compras e não
foram rastreadas. A receita proveniente desse fator não foi computada nos
resultados da pesquisa, ou seja, o retorno real foi ainda maior.
Outro ponto feito pela pesquisa, que já havia sido apontado no capítulo
2, é o fato de que as propagandas feitas por influenciadores são imunes aos
ad-blocks, ao contrário de anúncios digitais, que provavelmente foram
bloqueados ao longo da campanha, os impedindo de impactar diversos
potenciais consumidores.
73
Além disso, as redes sociais da Silk sofreram impacto da campanha,
com ganho de diversos seguidores e interações em publicações, que se
traduzirão em clientes engajados com a marca, que poderão ser diretamente
impactados em campanhas futuras, gerando uma maior receita com um
menor esforço por parte da empresa.
O custo da campanha também se apresenta como uma vantagem
visto que o custo para a produção do conteúdo é zero. Os gastos são
voltados apenas para pagar a parceria com os influenciadores.
3.3 OUTROS CASOS
A análise mais minuciosa do caso apresentado permitiu que muitas
conclusões positivas acerca da campanha com influenciadores fossem
produzidas. No entanto, é necessário oferecer outros casos para que os
resultados possam ser sustentados e levem credibilidade. A seguir, serão
apresentadas outras situações que foram estudadas com o mesmo viés da
pesquisa da Nielsen, com seus resultados, provando-se assim, que não foi
um caso à parte.
3.3.1 Rescue20
A empresa Rescue, de remédios naturais, queria promover sua
mercadoria e criar brand awareness, promovendo experimentações grátis.
Para isso, ofereceram um cupom que dava mais um produto grátis na compra
de outro a partir de uma parceria com influenciadores. O meio escolhido foi a
divulgação de experiências positivas tidas por eles com produtos da marca,
oferecendo os cupons no post.
Os resultados incluem 133 milhões de impressões em redes sociais,
com um crescimento de 258% nos seus seguidores do Instagram, e mais de
6.000 cliques nos cupons. Como "bônus", ficaram em quarto lugar como
trending topic no Twitter ao longo da campanha. 20 https://shanebarker.com/blog/influencer-marketing-case-studies/
74
3.3.2 Pedigree21
A marca estava perdendo clientes devido ao fato de não ser ligada a
uma causa em especial. Em uma pesquisa, 90% dos consumidores
expressaram o desejo de mudar para uma marca que estivesse mais
associada a uma causa. Ao perceber isso, a Pedigree iniciou a campanha
"compre uma sacola, dê uma tigela", dando uma tigela de comida a um
animal carente para cada sacola comprada na loja, com o objetivo de manter
os clientes com a marca.
Os influenciadores, então, publicaram histórias tocantes associadas à
marca, para divulgar a campanha.
Como resultados, tiveram mais de 43 milhões de impressões, como
62.800 visualizações de conteúdo. A apelação para emoções do consumidor
fez com que a Pedigree reconquistasse a fidelidade de seus clientes alvo.
3.3.3 Airbnb22
O serviço online comunitário para as pessoas anunciarem,
descobrirem e reservarem acomodações e meios de hospedagem sempre
teve, em suas campanhas de marketing, o fator principal para o seu rápido
crescimento em 10 anos, de uma startup para uma empresa de 31 bilhões de
dólares. A campanha com algumas das celebridades mais influentes no
Instagram rendeu a marca de 1 bilhão de usuários em seu Instagram em dois
anos.
Nos posts, os influenciadores postavam fotos de suas estadias em
lugares muito desejados e agradeciam ao Airbnb na legenda. Em troca, não
precisavam pagar pelo aluguel de algumas das mais extravagantes e caras
propriedades do serviço. Algumas celebridades que participaram foram Lady
Gaga, Mariah Carey e Drake.
21 https://shanebarker.com/blog/influencer-marketing-case-studies/ 22 http://mediakix.com/2017/07/airbnb-marketing-celebrity-instagram-influencers/#gs.1VEj7ok
75
Além disso, a empresa planejou campanhas em conjunto com eventos
populares de esporte e entretenimento para causar picos nas redes sociais,
maximizando as visualizações e impressões.
É importante notar que esse tipo de campanha não é de nicho, como
foram as últimas citadas. Nesse caso, o objetivo era atingir o máximo número
de pessoas, sem foco em qualquer nicho, pois a empresa acredita que
qualquer tipo de pessoa pode ter demanda para esse tipo de serviço.
Como resultados de 37 posts patrocinados nessa campanha, o Airbnb
recebeu mais de 18 milhões de curtidas, 510.000 comentários, com uma taxa
de engajamento de 4%. Ou seja, o alcance total de usuários no Instagram foi
de 966 milhões.
A campanha teve um número de posts pequeno, comparado a outras
marcas, no entanto, se uniu com pessoas extremamente influentes, que
compensaram esse número, entregando um engajamento muito eficiente
para a marca, a ajudando a se tornar líder do segmento.
3.3.4 Hulu23
A empresa desejava promover sua nova série, "Casual", atingindo a
audiência já conquistada do serviço e uma nova, ligada ao Thrillist, uma
marca digital masculina, cujo público, segundo acreditava-se, poderia ser de
um nicho similar e, portanto, potencial. Para isso, as marcas se uniram e
criaram a campanha "Keep it Casual", a divulgando a partir de uma
personalidade da televisão, chamada Andi Dorfman, que já havia estrelado
em uma série do serviço.
Para a divulgação, a estrela foi ao evento de inauguração e fez alguns
posts com fotos dele, incluindo a hashtag #keepitcasual, que foram,
posteriormente adicionadas à página inicial do Thrillist, gerando bastante
engajamento.
23 https://shanebarker.com/blog/influencer-marketing-case-studies/
76
A criação da hashtag se mostrou uma estratégia conveniente pois, ao
propor um fator de agrupamento e agregação do assunto, a identidade da
campanha ganha mais força, ajudando no engajamento.
Como resultados, a Hulu atingiu mais de 1,3 milhões de pessoas, com
13.000 curtidas, 81 comentários e 96 compartilhamentos. Esse tipo de
campanha prova que convidar seus influenciadores para eventos da empresa
pode ajudar em muito a divulgação do produto.
3.3.5 Klean Plate24
A chefe treinada de cozinha, Kelly Sanders, criou uma marca de
comida saudável para atletas femininas. Para crescer a marca, ela resolveu
se unir com diversos influenciadores do nicho fitness e esportes. A estratégia
da chefe foi utilizar o marketing de atração como ferramenta de exposição da
marca.
O primeiro desafio foi identificar os influenciadores que teriam o melhor
fit com os produtos. Primeiramente, ela filtrou os selecionados para apenas
os que estavam na área de Boston, local onde o serviço funcionava,
contemplando, assim, o fator localidade. Posteriormente, ela filtrou os tipos
de pessoas que mais poderiam se encaixar com a marca, que seriam mães,
atletas ou instrutores e blogueiros relacionados à cozinha. Dessa forma,
conseguiu encontrar influenciadores que entenderam as limitações
financeiras de uma startup e aceitaram apenas refeições grátis como
pagamento para seus posts.
Depois, o desafio foi criar o melhor conteúdo para que a mensagem foi
passada corretamente. No início, ao trabalhar com a primeira influenciadora,
apenas forneceu sugestões, sem ditar exatamente o que deveria ser postado.
No entanto, viu no resultado algo que parecia não condizer completamente
com a sua marca, e aprendeu que deveria fazer mais do que apenas sugerir
conteúdo. Ela, então, teve a ideia de criar um kit de mídias de seus produtos,
para dar o menor trabalho possível ao influenciador e passar a mensagem
desejada. A partir disso, os posts começaram a dar resultados mais positivos.
24 https://www.marketingsherpa.com/article/case-study/influencers-grew-website-traffic
77
Além disso, Sanders começou a criar hashtags que deram mais identidade à
marca, fazendo com que os clientes as associem a ela. A chefe, então,
contratou uma influenciadora para trabalhar em meio período para ela,
fornecendo esse serviço de marketing, já que os resultados estavam
crescendo cada vez mais, além de outros influenciadores que faziam posts
esporadicamente.
Nesse ponto, o fator liberdade editorial, citado no capítulo 2 é posta à
prova, pois ele diz que deve se dar a maior liberdade possível para que o
influenciador crie o conteúdo de acordo com a sua identidade, não arriscando
a credibilidade. No entanto, no caso de Sanders, houve um problema de
comunicação do objetivo principal da marca e esse fator teve que ser deixado
de lado.
Com o passar do tempo, Sanders, ao ver os resultados, pensou em
incentivar a comunidade de influenciadores, criando o conceito de
competição, para que cresçam cada vez mais, explicitando a necessidade de
se manter boas relações com eles.
Desde o começo, Sanders teve 86% de respostas dos influenciadores
que foram contatados, com 76% aceitando entrar na campanha, e os
resultados foram:
● crescimento de 1400% nas vendas online em 4 meses de
campanha;
● 204% de crescimento de tráfego no website, no mesmo
período.
3.3.6 Petite Jolie
A marca gaúcha Petite Jolie criou em 2013 um concurso chamado We
Love Fashion Blogs para atender aos diversos pedidos de blogueiras
brasileiras que procuravam a marca para fazer ações. Por meio desse
projeto, a empresa conseguiu encurtar a distância com o seu público por
intermédio das influenciadoras digitais participantes (LOPES; BRANDT,
2016). Nas diversas etapas do concurso, as blogueiras deveriam divulgar a
marca de uma forma que o conteúdo não fosse afetado.
78
Os resultados foram muito positivos, levando a empresa a realizar
outras duas edições nos anos seguintes. Somadas as três edições, o tráfego
no site da marca foi de 261 mil acessos (LOPES; BRANDT, 2016). Hoje, a
marca possui mais 1,8 milhões de seguidores na sua página do Facebook e
485 mil no Instagram.
3.3.7 Nordstrom25
Também no setor de moda, a empresa americana Nordstrom foi mais
uma a se utilizar de marketing em redes sociais. Em busca de um aumento
na visibilidade da campanha de vendas de aniversário da sua marca, realizou
divulgações online em três frentes: Instagram, YouTube e blogs.
No Instagram, 22 influenciadores digitais foram escolhidos a partir do
conteúdo presente em suas publicações. O resultado deste foco em um feed
fashion foi a seleção majoritária de mulheres millennials (pessoas que
tiveram sua infância nos anos 2000). Além do conteúdo, a Nordstrom buscou
instagramers em ascensão, com mais de 100 mil seguidores e alguns muito
famosos na rede.
Ao todo, foram 46 postagens onde os influenciadores exibiam as
roupas da marca e falavam que haviam conseguido através das vendas de
aniversário da Nordstrom. Assim como em outras campanhas, foram
utilizadas as hashtags próprias da marca. Desta maneira, a campanha por
influenciadores gerou mais de 1,1 milhão de curtidas e mais de 10 mil
comentários, com uma taxa de engajamento de 6,3%.
Para a divulgação no YouTube, a empresa patrocinou diversos
influenciadores para que os mesmos fizessem postagens mostrando os ítens
comprados nas vendas de aniversário. Estes tipos de vídeos são os hauls,
onde o youtuber mostra objetos que acabara de comprar.
Os influenciadores escolhidos possuíam canais com dicas de moda e
de maquiagem que tinham entre 5 mil e 75 mil inscritos. Portanto, o público-
alvo dos youtubers (indivíduos que utilizam o YouTube para gerar receita) e
25 http://mediakix.com/2017/08/nordstrom-marketing-strategy-social-media/#gs._5mZDgA
79
da empresa combinavam. Desta forma, as probabilidades de um
engajamento com a campanha por parte dos seguidores se tornavam
maiores.
Em adição a exibição das roupas da marca, nas descrições dos vídeos
deveriam constar links que direcionavam os usuários para o website da
Nordstrom. Desta forma, eles previam que o tráfego da página aumentaria,
assim como as vendas de produtos.
A última plataforma de divulgação escolhida foram os blogs populares
com conteúdo fashion. A escolha dos blogueiros foi parecida com a de
instagrammers (indivíduos que utilizam o Instagram com frequência),
mulheres millennials. Nestas postagens patrocinadas, elas poderiam mostrar
itens comprados, como no YouTube, ou então criar looks exclusivamente
com os produtos da marca. Novamente, o intuito foi criar engajamento com a
marca através da relação entre influenciadores e seus espectadores.
80
4. CONCLUSÃO
A partir dos resultados obtidos no capítulo 3 e dos conceitos
oferecidas no capítulo 2, foi possível identificar aderência entre os dois.
Como visto, os resultados obtidos através das análises de casos foram
sempre muito positivos, refletindo as vantagens apontadas no segundo
capítulo.
No estudo da Nielsen, o grupo que foi exposto ao marketing de
influenciadores gerou mais impressões, engajamento e retorno financeiro à
empresa, mostrando a comparação entre outro tipo de marketing digital,
apontando a liderança do marketing com influenciadores. Neste contexto, foi
provada a terceira hipótese, que apontava que o Return Over Investment
(ROI) desse tipo de campanha era maior do que em outras. Além disso, os
outros casos apontados também evidenciaram, com números bastante
expressivos os resultados benéficos para as empresas envolvidas.
Com esse estudo da Nielsen, ainda foi possível entender as vantagens
principais: o custo baixo para a produção desse tipo de propaganda; a
imunidade a ad-blocks; o efeito de cauda longa, no qual os efeitos da
campanha ainda podem ser visto mesmo por um longo tempo após o fim
dela; o crescimento refletido nas redes sociais da empresa, gerando uma
base de clientes que pode ser muito mais facilmente impactada por
programas futuros.
No caso da primeira hipótese, que diz que o melhor fit de um
influenciador para uma marca não é aquele que possui o maior número de
seguidores, e sim aquele que tem o público mais aderente ao público alvo
dela, pôde-se ver, ao longo dos estudos de caso apresentados, que se
sustenta. No estudo da Nielsen, o nicho era dos consumidores de comidas
saudáveis, e os melhores influenciadores foram selecionados a partir da
plataforma da TapInfluence, explicitando o que foi dito no capítulo 2 sobre a
importância de monitorar os potenciais influenciadores para escolher o
melhor. Já no caso do Rescue, o público alvo eram os usuários de remédios
naturais, que foram bem impactados pelos reviews deixados. A Pedigree,
além de ter como alvo os donos de bichos de estimação, dessa vez afunilou
81
ainda mais o target ao ir atrás de usuários engajados em causas especiais,
que foram bem afetados com posts apelativos. A Hulu, ao lançar uma série
voltada ao público masculino, acertou ao fazer parceria com uma marca
digital voltada para homens e ao chamar uma celebridade que já havia
participado de uma série pertencente à marca para a divulgação. No caso da
chefe de cozinha, com a Klean Plate, o público alvo foi bem definido como
sendo como a parcela feminina que gosta de esportes e comer bem, sendo
devidamente atingido ao contratar mães, blogueiros especializados em
cozinha e esportistas. A Petite Jolie teve seu foco em blogueiras, com uma
campanha especialmente voltada a elas. A Nordstrom, por ser uma empresa
de moda feminina, focou não só em mulheres, mas nas que haviam nascido
a partir dos anos 2000, denominadas millennials, para uma campanha de
roupas para jovens, e acertou ao procurar influenciadoras dessa faixa etária
para fazerem posts com as roupas da marca, além procurar instagrammers
em ascensão, procurando atingir os nichos, o que se provou ser
extremamente efetivo.
O único caso que não se encaixa na primeira hipótese é o da Airbnb.
No entanto, é compreensível que um serviço de aluguel de acomodações
tenha um público alvo muito abrangente, pois é possível que qualquer tipo de
pessoa venha a utilizá-lo. Portanto, o tipo de marketing voltado ao maior
alcance possível é justificável.
Para segunda hipótese, que fala dos benefícios a longo prazo
associados a uma campanha com influenciadores, os resultados dos estudos
de caso também ajudam a sustentá-la. É importante pontuar que, ao
aumentar o número de consumidores ligados à marca, é mais fácil engajá-los
no futuro para outras compras. Além disso, eles estarão mais suscetíveis e
dispostos a olhar produtos e serviços ligados a ela a partir desse momento.
No estudo da Nielsen, esse fator é estudado mais detalhadamente no gráfico
mostrando a cauda longa, provando que as impressões continuam mesmo
após o fim da campanha. Além disso, o ganho de seguidores nas redes
sociais da empresa também é apontado e isso gerará resultados posteriores
para campanhas futuras. No caso da Rescue, o crescimento de 258% nos
seus seguidores do Instagram será excelente para as próximas propagandas
82
da marca. O Airbnb teve a maior proporção de ganho, com 966 milhões de
usuários no seu Instagram. Para um serviço online, esse ganho tem um
impacto imenso e foi o principal fator raíz que a elevou para o valor que tem
hoje. O caso da Hulu gerou um grande número de usuários se ligando à
página da série, promovendo um agrupamento e experiência coletiva, os
incentivando a compartilhar impressões em grupo. A Petite Jolie teve mais
1,8 milhões de seguidores na sua página do Facebook e 485 mil no
Instagram, o que permitiu que realizasse mais dois eventos nos anos
seguintes.
Portanto, o estudo, de uma forma geral, mostra que, para usufruir das
inúmeras vantagens resultantes de uma campanha com influenciadores, é
necessário saber escolher o que melhor se encaixe com a marca, além
atentar para os que trabalham de forma transparente, permitindo que os
resultados sejam medidos e monitorados, estabelecer um objetivo concreto
para que se saiba o melhor tipo de approaching (ou seja, abordagem), deixar
que o conteúdo seja aderente à identidade do escolhido (o provendo
liberdade de criação), selecionar as métricas mais relevantes para o
resultado esperado e as ferramentas que permitirão medi-las e, por último,
manter uma relação que possa ser duradoura e saudável para que haja
associação por parte dos consumidores por um longo período de tempo.
Também foi entendido que o influenciador entrega uma sugestão de
produto ou serviço aos potenciais clientes sem que aquilo seja visto como
uma propaganda comum, como as que passam na televisão. Os seus
seguidores, dessa forma, enxergam o que está sendo ofertado como uma
boa ideia e que já teve curadoria de alguém com quem eles se identificam e
confiam. Dessa forma, o valor percebido do produto ou serviço aumenta.
O que era esperado O que aconteceu Onde chegamos Era esperado que, com base
numa intensa pesquisa,
fossem achados estudos,
artigos e matérias que
apoiassem as nossas
hipóteses com dados que
suportassem isso.
A quantidade de estudos de
caso provando os pontos
anteriormente citados foi
maior do que a esperada e
os insights até se
estenderam além do que nos
propusemos a focar.
O estudo apontou diversas
vantagens no trabalho com
esse tipo de marketing e as
hipóteses foram
confirmadas.
83
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AIRSTRIP, Como ter um bom relacionamento com influenciadores digitais?, 2017. Disponível em: <http://blog.airstrip.com.br/como-ter-um-bom-
relacionamento-com-influenciadores-
digitais.html?utm_source=newsletter&utm_term=boletim&utm_content=relaci
onamento_influenciadores>. Acesso em: 15/06/2017
AIRSTRIP, Qual a importância de microinfluenciadores para sua marca?,
2017. Disponível em: <http://blog.airstrip.com.br/qual-importancia-de-
microinfluenciadores-para-sua-
marca.html?utm_source=newsletter&utm_content=microinfluenciadores>.
Acesso em: 20/07/2017
BAEKDAL, T., 2009, Where is Everyone? Disponível em:
<https://www.baekdal.com/analysis/market-of-information>. Acesso em
15/08/2017
BAER, J., The Shocking ROI of Influencer Marketing. Disponível em:
<http://www.convinceandconvert.com/convince-and-convert-podcast/the-
shocking-roi-of-influencer-marketing/>. Acesso em: 20/07/2017
BARKER, S., 10 Influencer Marketing Case Studies With Insane Results,
2017. Disponível em: <https://shanebarker.com/blog/influencer-marketing-
case-studies/>. Acesso em: 29/07/2017
BAYE, M. R., DE LOS SANTOS, B., & WILDENBEEST, M. R. 2016. Search engine optimization: What drives organic traffic to retail sites? Journal of
Economics & Management Strategy, 25(1), 6-31.
BCG, VAREJO NO BRASIL: A INFLUÊNCIA DO DIGITAL SOBRE O CONSUMO, 2015. Disponível em: <http://image-src.bcg.com/Images/BCG-
84
Varejo-no-Brasil-A-Influencia-do-Digital-Sobre-o-Consumo-Dez2015_tcm15-
72198.pdf>. Acesso em: 24/06/2017
BLOGLOVIN, How Much Does Micro-Influencer Marketing Cost?, 2016.
Disponível em: <https://www.bloglovin.com/blogs/bloglovin-influence-
14928591/how-much-does-micro-influencer-marketing-5258253965>. Acesso
em: 29/07/2017
"BOLAND, G., How to Measure ROI on Influencer Marketing in 2017,
2016. Disponível em: <https://www.newswhip.com/2016/12/state-influencer-
marketing-2016-determine-roi/>. Acesso em: 15/06/2017"
BOWERS, D., The AMA Gold Report: 2016 Top 50 Market Research Firms, 2017. Disponível em:
<https://www.ama.org/publications/MarketingNews/Pages/2016-ama-gold-
top-50-report.aspx>. Acesso em: 17/08/2017
CAPTIV8, Captiv8 Influencer Case Study, 2016. Disponível em:
<https://pt.slideshare.net/DavidHerman7/captiv8-influencer-case-study>.
Acesso em: 19/07/2017
CESPEDES, F. V. (1996). Marketing integrado: Conjugando produto, vendas e serviços para ser mais competitivo. São Paulo: Futura, , 41-60.
CINTRA, F. C. (2010). Marketing digital: A era da tecnologia on-line.
Investigação, 10(1)
CHUTE, 2016 Influencer Marketing Report, 2017. Disponível em:
<http://www2.getchute.com/2016-influencer-marketing-report>. Acesso em:
25/07/2017
DUARTE, F., QUANDT, C., SOUZA, Q. (2008). O Tempo Das Redes.
85
ECKERLE, C., Inbound Marketing: How influencers grew website traffic 204% in four months for a convenience food company, 2017. Disponível
em: <https://www.marketingsherpa.com/article/case-study/influencers-grew-
website-traffic>. Acesso em: 30/07/2017
ECONSULTANCY, The Rise of Influencers, 2016. Disponível em:
<https://econsultancy.com/reports/the-rise-of-influencers/>. Acesso em:
18/08/2017
EMARKETER, Measuring Influencer Marketing: A Guide for Marketers,
2017. Disponível em: <https://www.emarketer.com/Report/Measuring-
Influencer-Marketing-Guide-Marketers/2001974>. Acesso em: 13/06/2017
EVANS, D. (2010). Social media marketing: The next generation of business engagement John Wiley & Sons. FELISBERTO, Bruna Caroline Fernandes; LEITE, Simone Pires; SILVA,
Thais da. Á IMPORTÂNCIA DO MARKETING E DO CRM NA FIDELIZAÇÃO DE CLIENTES. 2017.
FISHER, A., Blogger Outreach – Mustela Case Study, 2017. Disponível
em: <https://www.spaceandtime.co.uk/blog/blogger-outreach-mustela-case-
study/>. Acesso em: 30/07/2017
GONÇALVES, A. M. R. (2013). Marketing digital: O caso" gaia é cultura"-relatório de estágio. IBGE, Projeção da população do Brasil e das Unidades da Federação. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/apps/populacao/projecao/>. Acesso
em: 12/06/2017
86
INNETWORK, What You Need To Know About Klout, Alexa, and Other Social Scoring, 2013. Disponível em: <http://innetwork.net/2013/02/klout-
alexa-other-social-scoring/>. Acesso em: 29/07/2017
JOHNSON, A., Inbound Marketing: How influencer marketing attracted 100,000 website clicks to luxury mattress site, 2016. Disponível em:
<http://www.marketingsherpa.com/article/case-study/how-influencer-
marketing-attracted-website-clicks>. Acesso em: 02/08/2017
JULIUS, 2016 Social Media Influencer Report, 2016. Disponível em:
<http://assets.julius.cloud/misc/Julius_2016_Social_Media_Influencer_Report.
pdf>. Acesso em: 19/07/2017
KOTLER, P. (1998). Administração de marketing: Análise, planejamento, implementação e controle São Paulo: Atlas. "LINQIA, The State of Influencer Marketing 2017, 2016. Disponível em:
<http://www.linqia.com/wp-content/uploads/2016/11/The-State-of-Influencer-
Marketing-2017_Final-Report.pdf>. Acesso em: 16/08/2017"
LOPES, P.; BRANDT, K. (2016). We love fashion blogs: Estratégias de aproximação da petite jolie com produtoras de conteúdo digitais. Temática, 12(3) MACADAR, D., 3 Recliq® Influencer Marketing Case Studies You Need To See!, 2017. Disponível em: <http://recliq.com/influencer-marketing-case-
studies/>. Acesso em: 29/07/2017
MARCONDES, P., Quanto ganha um influenciador? Qual o Retorno do Investimento no Marketing de Influência?, 2017. Disponível em:
<http://www.proxxima.com.br/home/proxxima/noticias/2017/01/05/208478-
2.html>. Acesso em: 28/07/2017
87
MEDIAKIX, Case study: how nordstrom markets its anniversary sale on social media, 2017. Disponível em: <http://mediakix.com/2017/08/nordstrom-
marketing-strategy-social-media/#gs._5mZDgA>. Acesso em: 24/08/08/2017
MEDIAKIX, Case study: airbnb’s celebrity-focused instagram marketing strategy. Disponível em: <http://mediakix.com/2017/07/airbnb-marketing-
celebrity-instagram-influencers/#gs.1VEj7ok>. Acesso em: 24/08/2017
MESQUITA, R., O que é Marketing: tudo que você precisa saber sobre o assunto, 2015. Disponível em: <https://marketingdeconteudo.com/o-que-e-
marketing/#quatro>. Acesso em: 20/07/2017
MILNES, H., Confessions of an influencer marketing exec: ‘Micro-influencers are the biggest scam’, 2017. Disponível em:
<http://www.glossy.co/platform-effect/confessions-of-an-influencer-marketing-
exec-micro-influencers-are-the-biggest-scheme?curator=MediaREDEF>.
Acesso em: 17/06/2017
NIELSEN, Quem Somos. Disponível em:
<http://www.nielsen.com/br/pt/about-us.html>. Acesso em: 17/08/2017
"NIELSEN, Sales Effect Study: Influencer Marketing. Nielsen Catalina Solutions (NCS), 2016. Disponível em:
<http://pages.tapinfluence.com/hubfs/Nielsen_WhiteWave_Study/1009_-
_Nielsen_Study_Case_Study.pdf?submissionGuid=44a77b88-2799-45f7-
8f6b-21dbe2c22af4>. Acesso em: 18/08/2017"
ONU, UIT: 3,7 bilhões de pessoas ainda não têm acesso à Internet no mundo, 2017. Disponível em: <https://nacoesunidas.org/uit-37-bilhoes-de-
pessoas-ainda-nao-tem-acesso-a-internet-no-mundo/>. Acesso em
12/06/2017
O'REILLY, T. (2009). What is web 2.0 " O'Reilly Media, Inc.".
88
O'REILLY, T., Web 2.0 Compact Definition: Trying Again. Disponível em:
<http://radar.oreilly.com/2006/12/web-20-compact-definition-tryi.html>.
Acesso em: 11/06/2017
PATEL, D., How To Measure The ROI Of An Influencer Marketing Campaign, 2017. Disponível em:
<https://www.forbes.com/sites/deeppatel/2017/04/21/how-to-measure-the-roi-
of-an-influencer-marketing-campaign/#6ba40c4a6348>. Acesso em:
20/07/2017
REVFLUENCE, What’s your influencer marketing ROI? 7 ways that these brands calculate it, 2016. Disponível em:
<https://www.revfluence.com/influencer-marketing-roi>. Acesso em:
28/07/2017
SCHIMM, J., How Anki Earned 19M+ Impressions, Capitalizing On The 2016 Election, 2017. Disponível em: <http://blog.reelio.com/reel-deal/case-
study-anki-earned-19m-impressions-capitalizing-2016-election>. Acesso em:
02/08/2017
SILK, Silk. Disponível em: <https://silk.com/>. Acesso em: 17/08/2017
SOCIALCHORUS, Social Word-of-mouth Marketing Lessons Learned,
2016. Disponível em:
<http://info.socialchorus.com/rs/socialchorus/images/Social-Word-of-Mouth-
Marketing-Lessons-Learned-Ebook-SocialChorus.pdf>. Acesso em:
19/07/2017
SOLIS, B., The Influencer Marketing Manifesto, 2016. Disponível em:
<https://www.tapinfluence.com/tp_resource/future-influencer-marketing/>.
Acesso em: 27/07/2017
89
SOUSA, G. A. M. (2016). O inbound marketing como estratégia de marketing digital para vendas. STRAUSS, J. (2016). E-marketing Routledge. TAPINFLUENCE, Creating Content That Inspires. Disponível em:
<https://www.tapinfluence.com/company/>. Acesso em: 17/08/2017
TOMOSON, Influencer Marketing Study, 2016. Disponível em:
<http://blog.tomoson.com/influencer-marketing-study/>. Acesso em:
25/07/2017
TOZETTO, C., Brasil tem mais de 70 milhões de pessoas ‘offline’, 2017.
Disponível em: <http://link.estadao.com.br/noticias/cultura-digital,brasil-tem-
mais-de-70-milhoes-de-pessoas-offline,70001682240>. Acesso em:
12/06/2017
TULMAN, S., The ROI of Influencer Marketing, 2017. Disponível em:
<http://www.business2community.com/online-marketing/roi-influencer-
marketing-2-01787448#tX2Khm8Cv2YRE902.97>. Acesso em: 14/06/2017
VAZ, C. A. (2009). Google marketing-O guia definitivo de marketing digital Novatec Editora. WESTWOOD, K., 4 Goal-Specific Ways to Measure Influencer Marketing ROI, 2017. Disponível em: <http://www.convinceandconvert.com/influencer-
marketing/measure-influencer-marketing-roi/>. Acesso em: 28/07/2017
ZANATTA, C. C., HARASIN, E., SANTOS, M. S., DE ANDRADE, O. S.,
ARTONI, PATRICIA REGINA CALDEIRA DARÉ, & FALCÃO, P. (2016).
Recebi um SMS, e agora? A perspectiva do consumidor de baixa renda frente às ações de mobile marketing. Revista Da FAE, 16(2), 154-171.
90
___, Telefonia Móvel Desligou 13 Milhões De Chips Em 2016, 2017
Disponível em: <http://www.telesintese.com.br/telefonia-movel-desligou-13-
milhoes-de-chips-em-2016/>. Acesso em: 21/06/2017
___, Funil de Vendas do Marketing Digital: aprenda a usá-lo e aumente suas vendas. Disponível em: <http://blog.bighouseweb.com.br/funil-de-
vendas/>. Acesso em: 02/06/2017
___, O que são influenciadores digitais, 2017. Disponível em:
<http://www.academiadomarketing.com.br/o-que-sao-influenciadores-
digitais/>. Acesso em: 07/07/2017
___, Influenciadores têm retorno 36 vezes maior do que o investimento.
Disponível em: <http://portaldacomunicacao.com.br/2017/07/algoritmos-
auxiliam-no-calculo-do-roi/>. Acesso em: 29/07/2017
___, Top influencer marketing case studies. Disponível em:
<https://neoreach.com/case-studies/>. Acesso em: 15/08/2017