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uma iniciativa com o patrocínio

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O que são e para que servem os GEPE? Como funcionam os Grupos de Entreajuda na Procura de Emprego?

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Page 1: Manual do Animador GEPE

uma iniciativa com o patrocínio

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2 Grupo de Entreajuda para a Procura de Emprego

n O que é?...............................................................................................................3n Porquê? ...............................................................................................................4n Para quê?.............................................................................................................5n com quem?

IPAV .......................................................................................................................6A Fundação Montepio ............................................................................................6Instituições Anfitriãs ...............................................................................................6Animadores ............................................................................................................7

n Para quem? .........................................................................................................8n como?

As reuniõesPeriodicidade..............................................................................................................9Local...........................................................................................................................9Duração......................................................................................................................9Período do dia ............................................................................................................9Número de reuniões / Ciclo de vida ...........................................................................9Estrutura de uma reunião-tipo..................................................................................10 A primeira reunião.....................................................................................................11Entre reuniões ..........................................................................................................12Gerir conflitos ...........................................................................................................13

Dinâmica da animaçãoLiderança..................................................................................................................14Escuta activa e feedback .........................................................................................14Liberdade .................................................................................................................14Participação e envolvimento ....................................................................................14Respeito ...................................................................................................................15Confidencialidade.....................................................................................................15Privacidade...............................................................................................................15Gestão de conflitos...................................................................................................15Equilíbrio ..................................................................................................................15

Como formar um GEPE? .....................................................................................16Acções complementares......................................................................................17

n Anexo: Kit europass.........................................................................................18

Índice

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3Manual do Animador

A rede GEPE é um projecto experimentale inovador que pretende desta formaapoiar desempregados, em particular osque sofrem um maior impacto psicológicodo desemprego, quer pela sua duração,pela situação inesperada ou pela vulne-rabilidade em que se encontram.

Através da dinâmica de entreajuda emgrupo, metodologia adaptada de outroscontextos de “auto-ajuda”, procurar-se-á ultrapassar a desmotivação, o isola-mento e a tendência depressiva a que odesemprego muitas vezes conduz. Como apoio de um facilitador/animador, ogrupo focar-se-á na procura activa deemprego para os seus membros, tendocada um deles a função de apoiar osrestantes nessa missão. Com uma ati-tude positiva e um enfoque proactivo so-bre o mercado de trabalho é uma expe-riência de solidariedade e de dádiva entreos próprios desempregados.

Os GePe são constituídos, tenden-cialmente, por oito a doze membros.

Os GEPEs não têm empregospara oferecer, não têmsubsídios para distribuir, nemsão uma solução mágica paratodos os problemas dosdesempregados. Mas podemser o inicio da solução,proporcionando a cadamembro dos GEPEs umaajuda e oportunidade de ajudaroutros com problemassimilares.

Os Grupos de Entreajuda na Procura de Emprego – GEPE sãogrupos informais de pessoas desempregadas, que se reúnem pe-riodicamente e cujo objectivo é a procura activa de emprego, naqual todos os membros do grupo colaboram e se entreajudam.

O QUe É?

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4 Grupo de Entreajuda para a Procura de Emprego

O IPAV ao olhar esta realidade, desen-volveu o conceito dos GEPE para res-ponder a necessidades sociais não re-solvidas ao nível da reintegração laboraldos desempregados, nomeadamente: a. O combate ao isolamento decorrenteda perda de socialização que o “não irtrabalhar” provoca. b. O combate à auto-centragem que cadadesempregado sofre, que o leva a ficarrefém da gravidade real ou ampliada doseu problema. c. A prevenção da depressão que tantasvezes se instala.

No diagnóstico realizado detectou-setambém uma carência de redes sociaisde apoio, que percebam/experimentema especificidade do problema de desem-prego e que, a partir dessa realidade,possam procurar e partilhar respostas.

Os Grupos de Entreajuda na Procura deEmpregos – GEPEs - surgem para darresposta a esta necessidade urgente deencontrar novas formas de olhar a reali-dade do desemprego em Portugal, no-meadamente dos seus efeitos psicológi-cos dissimulados que, por vezes, atingemde forma dramática os desempregados.

Com os GEPEs queremos estimular acanalização de recursos de responsabi-lidade social das organizações e de vo-luntariado corporativo de instituições quepodem dar um contributo positivo para areintegração laboral dos desempregados.

Existindo um estigma social do estatutode desemprego e da frequência dos Cen-tros de Emprego, os GEPEs procurarãodesenvolver-se em outros espaços e con-textos sociais se abram à interacção paraa procura de emprego.

PORQUÊ? O desemprego constitui, e constituirá nos próximos anos, um dosprincipais problemas sociais em Portugal. Estado e sociedade civiltêm de unir esforços para atalhar os efeitos nefastos deste flagelo,procurando soluções inovadoras, de baixo custo e complementaresàs ofertas sociais existentes.

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5Manual do Animador

PARA QUÊ?Os GEPEs visam apoiar desempregados na sua reinserção nomercado de trabalho, aumentando o seu potencial de empregabi-lidade, através da dinâmica de grupos de entreajuda focados naprocura activa de emprego, combatendo assim o isolamento adesmotivação e a depressão.

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6 Grupo de Entreajuda para a Procura de Emprego

Promotor Instituto Padre António vieira (IPAV)A rede GEPE é um projecto do Centro de Inovação Social do Instituto P. AntónioVieira (IPAV) – www.ipav.pt – que é uma associação sem fins lucrativos, vocacionadapara a intervenção nos domínios da inovação social, diálogo intercultural / migraçõese ainda na prospectiva/tendências.

Fundação MontepioO Projecto GEPE tem o apoio da Fundação Montepio para o seu desenvolvimentoexperimental ao longo do ano de 2012, o que contempla o desenvolvimento de 15 a20 GEPE, em Lisboa e no Porto.

cOM QUeM?

Instituições anfitriãsOs GEPEs serão acolhidos em instituições anfitriãs que se identifiquem com oprojecto e o queiram desenvolver no seu âmbito, entre as quais se podem en-contrar Associações, Municípios, IPSS, Centros Juvenis e Universitários, Sindi-catos, Paróquias, Empresas, entre outras. As instituições anfitriãs devem disponibilizar gratuitamente espaço para as reu-niões, com o apoio logístico mínimo e adequado para o seu bom funcionamento. Será celebrado um Protocolo de cooperação com cada instituição anfitriã.

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7Manual do Animador

AnimadoresO(A)s Animadore(a)s são voluntários que se disponibilizam a exercer o papel de fa-cilitadores e de gestores das reuniões, comprometendo-se a desenvolver essa tarefacom elevado sentido de compromisso e de rigor ético. Preferencialmente, cada GEPE deve ter dois animadores. Devem ter um perfil psicológico sólido e estável, capazes de inspirar ânimo econfiança aos membros do seu grupo. Devem evidenciar bom senso, sensibilidadee atenção, com capacidades de comunicação e motivação e que, de preferência, játenha passado por uma experiência de desemprego.

Algumas outras competências podem ser úteis para o desenvolvimento damissão de animador, como por exemplo:

n ter sentido de missão e serviço.n ter boa capacidade de diálogon não julgarn não querer impor soluções ou opiniõesn não procurar a função por carência pessoaln receptividade à mudançan capacidade de “encaixe”n capacidade de lidar com situações de tensão/conflito

O/As animadore(a)s serão convidados para uma acção inicial de formação e perio-dicamente, consoante as necessidades, poderão existir outros momento de formação.

cOM QUeM?

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8 Grupo de Entreajuda para a Procura de Emprego

A participação é gratuita em termos fi-nanceiros, mas exige um compromissode presença regular e contributos parao enriquecimento das reuniões, nomea-damente na pesquisa de oportunidadesde trabalho que se adeqúem a membrosdo seu GEPE.

PARA QUeM?Para pessoas desempregadas que se situem preferencialmenteentre os 20 e os 40 anos e que queiram livremente participar nestadinâmica de apoio a outras pessoas desempregados na procuraactiva de emprego, beneficiando desse mesmo apoio de umaforma recíproca.

No arranque de cada ano,existirá uma acção deformação / sensibilização paraos candidatos a membros deGEPEs.

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9Manual do Animador

cOMO?ReUniõesPeriodicidadeCada GEPE reúne periodicamente como ritmo que os seus membros decidirem,em acordo com os seus animadores. Aperiodicidade semanal ou quinzenal é amais provável. O dia e hora da reunião devem manter-se fixos para criar hábito e permitir quecada membro se organize para guardaresse tempo para a reunião.

Duração da reuniãoCada reunião deve durar no máximo 90min., sendo importante a pontualidadeno seu início e no seu fecho. Deve serprecedida por um período informal deacolhimento de 15 min.

Período do diaPara a realização da reunião não há in-dicação expressa para um momento dodia, sendo que as disponibilidades dosanimadores e da sala da instituição anfi-triã constituem factores críticos.

Local da reuniãoAs reuniões devem ter lugar num espaçoacolhedor de uma instituição anfitriã,mantendo-se, tanto quanto possível, es-tável ao longo do ciclo de vida do GEPE.Ao seleccionar um local de encontro,deve-se ter em conta o seguinte:

n Locais centrais com boasacessibilidades de transportespúblicos e fácil localização.

n Com disponibilidade de longo termo(pelo menos um ano).

n Instalações ou salas que possamcrescer com o grupo.

n Preferencialmente comestacionamento nas proximidades.

n Acesso para pessoas com deficiência.

Número de reuniões/ ciclode vida de um GEPECada GEPE deve estar programado paradurar um ano, realizando cerca de 40reuniões (para a periodicidade mensal,excluindo o período de férias e festas).Em cada ano de vida, o ciclo renova-se,podendo integrar membros que já fizerama experiência ou novos membros. Em 2012, o ciclo será mais curto, terá ca-rácter experimental e durará até Dezembro.

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cOMO?Estrutura de umareunião-tipo

Acolhimento (15 min.)Recepção individual de cada um dos par-ticipantes à porta da sala. Este acolhi-mento é muito importante porque é meiocaminho andado para as pessoas se sen-tirem à vontade para participar. Disponi-bilizar sempre que possível um café ouum chá, uns biscoitos e água. A respon-sabilidade do café pode ser revezadaentre membros. É um momento rico deabertura e intimidade.Começar a horas é essencial.

Apresentação (na primeira reunião ou sempre que exis-tirem novos membros. Quando já todosse conhecem pode saltar-se esta etapa)Um período de apresentação individualno qual os animadores se apresentam econvidam os membros a fazer o mesmo.É esperada uma apresentação suficien-temente abrangente para que o Grupoperceba o perfil e a situação de cadamembro. Existem dinâmicas de apresen-tação que por vezes ajudam a “quebraro gelo” entre as pessoas.

Partilha (60 min.)Os membros são convidados a partilharsobre o período desde a última reunião,o que fizeram para a procura activa deemprego para si e para os seus colegasde grupo, que oportunidades viram e in-centivados a recordar aspectos positivosque tenham ficado deste último período.O animador estimula a que todos parti-cipem neste tempo. É necessário que ofaça com subtileza e atenção ao todo.Se a partilha estiver “pouco ritmada” comdemasiados tempos de silêncio, o ani-mador pode questionar o grupo comquestões como: O que é que cada umfez para procurar emprego nesta últimasemana? Que notícias é que lhe desper-taram atenção relativamente ao em-prego? Aconteceu alguma coisa esta se-mana relativamente a possibilidades deemprego que lhe tenham chamado aatenção? Soube de alguma oportunidadede emprego que pudesse interessar aalgum membro deste grupo? Colocadasestas perguntas ao grupo, o animadordeve deixar correr a partilha que se se-guir.

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cOMO?Formação informal / debate (30 min.) Com um tema mensal, a partir dos 12temas do Kit Europass (ver anexo) queabordam competências para a empre-gabilidade. No início de cada mês, o ani-mador introduz o tema e distribuirá aosmembros uma apresentação disponibili-zada pelo Europass. Depois, ao longodas reuniões desse mês, voltarão a essetema, que idealmente todos terão pre-parado, para o debater. A arte aqui é pro-mover uma interacção tal que em termosde conteúdos vá para além do texto es-crito – porque esse todos deverão terlido – apontando ligações entre o temae a vida, com os exemplos concretos desituações que cada um entender pôr emcomum.

Avaliação Cada reunião termina com uma rondade avaliação breve, em que cada mem-bro avalia como se sentiu, o que gostoumais, o que gostou menos, o que sepode melhorar,…

despedidaO animador deve rematar a reunião comduas ou três considerações finais positi-vas. This will leave people with good fee-lings and a desire to return. Isso vai dei-

xar as pessoas com bons sentimentos ecom o desejo de voltar. Recordar a data/ hora da próxima reunião e o tema domês. Definir eventuais “trabalhos decasa” para este período. As despedidasà saída da reunião são normalmente mo-mentos importantes em que se fala emprivado de assuntos que não se quiseramabordar em grupo. O animador deve es-tar preparado para ficar algum tempo “àescuta” no fim de cada reunião.

A primeira reuniãoA primeira reunião é um momento denascimento! Deve ser um momento deacolhimento e um convite para uma jor-nada partilhada, de forma tranquila e pelapositiva. A sua estrutura difere de umareunião corrente porque só inclui o mo-mento da apresentação.

O animador deve fazer o possível porarticular pessoalmente com alguns mem-bros (3 ou 4) e prepará-los para o aco-lhimento do resto do grupo.

O espaço da reunião é muito importantee deve estar preparado antes do inícioda reunião. O animador deve pensar namelhor disposição das cadeiras e mesas

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12 Grupo de Entreajuda para a Procura de Emprego

cOMO?de forma a promover um espaço inti-mista, onde a partilha seja convidativa.Um círculo de cadeiras é mais amigáveldo que filas de cadeiras porque as pes-soas se sentem mais próximas.

Na primeira reunião a apresentação de-mora o tempo que demorar. É bom queas pessoas se conheçam e fixem carac-terísticas únicas de cada membro dogrupo. Feitas as apresentações, podeconvidar-se as pessoas a responderema certas perguntas, como por exemplo“o que esperam obter do GEPE”.

O animador pode ficar surpreendido comas prioridades apontadas e as questõeslevantadas pelos membros. É importanteque o animador tenha atenção a estemomento pois vai ser útil para a prepa-ração e dinamização das futuras reu-niões.

Se estiverem presentes mais de 5-6 pes-soas, é natural que os membros maisreservados não participem muito. Procu-rar ter uma atitude facilitadora da partici-pação de todos, sem forçar excessiva-mente os mais tímidos.

No final das apresentações individuais,o animador apresenta com brevidade opercurso formativo do Kit Europass. Ésugerido ao grupo que leia até à próximareunião o 1º tema – Modelo de Aborda-gem ao Mercado de Trabalho que é dis-tribuído no final da reunião.

No final, uma despedida simpática, agra-decendo e convidando para a próximasessão.

O animador deve mostrar-se disponívelpara conversar no final e ter em atençãose alguém tem alguma questão urgenteou alguma angústia.

Entre reuniõesEspera-se que entre reuniões cada mem-bro do grupo faça uma procura activa deemprego para si e para os membros dogrupo. Além disso, deve ler os materiaisde suporte sobre o tema do mês. Isto émuito importante sublinhar para que nãose perca tempo nas reuniões a ler/apre-sentar o temas do Kit. As reuniões devem ser momentos decriação de um conhecimento partilhadoe comunitário que emerge da troca deideias e experiências entre pessoas di-

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cOMO?ferentes que se decidem complementaras interpretações umas das outras. Nemsempre se conseguirá alcançar isto nasreuniões mas quando for conseguido,este tempo de formação será extrema-mente enriquecedor e motivante.

Ao animador cabem pequenas tarefas-missões entre cada reunião, que podemfazer toda a diferença em grupos destanatureza: Ligar aquele membro do grupoque faltou à reunião; disponibilizar-separa tomar um café com algum membroque esteja mesmo a precisar de conver-sar; enviar 1 e-mail com sugestões e arecordar a data da próxima reunião, etc.

Gerir conflitosOs conflitos são inevitáveis em gruposdesta natureza. Depois de uma fase ini-cial em que os membros se vão conhe-cendo, com alguma cerimónia e distân-cia, chegará certamente um momentode conflito. O conflito não é necessaria-mente mau. Pode servir para clarificar,definir e orientar acções futuras. Podeser um momento de transformação dogrupo, uma crise de crescimento.Ao animador cabe a missão de gerir combom senso os conflitos maiores ou me-

nores que possam surgir. Deve pedir aosmembros em conflito que reformulem osseus pontos de vista e clarificar o aspectochave que está em jogo.

O tema cinco do Kit Europass– Gestão de conflitos - temconteúdos muito interessantesque podem contribuir parasuperar e crescer com osconflitos. Esse tema 5 é umbom tema para serdesenvolvido imediatamenteapós a resolução do primeiroconflito que tiver acontecido noseio do grupo.

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dinâMicA deAniMAçãOna animação das sessões o(a) ani-mado(a)r deverá estar atento a:

LiderançaO animador deve idealmente actuarcomo um facilitador, permitindo que ogrupo faça o seu próprio caminho, en-volvendo cada membro de forma respei-tadora e sensível. Deve estimular umfluxo livre e uma troca genuína de ideias.O animador deve exercer a sua autori-dade na coordenação as reuniões sem-pre que a isso seja chamado.

Escuta activa e feedbackO animador deve saber ouvir, ser pa-ciente, e ao mesmo tempo estar atentoaos tempos das intervenções dos mem-bros, evitando alongamentos desneces-sários e garantindo um bom ritmo. É fun-damental que as reuniões sejam umespaço onde todos se sintam bem-vindose percepcionem a sua utilidade. Sempreque achar oportuno o animador pode darfeedback ao grupo ou a algum dos mem-bros em particular.

cOMO?

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LiberdadeO animador tem total autonomia para de-senhar o tipo de reuniões que quer de-senvolver com o seu grupo, devendopara isso ter em conta o perfil dos seusmembros e as linhas gerais do modeloGEPE. É também importante que fo-mente no grupo um elevado nível de au-tonomia, uma vez que a empregabilidadeé algo que depende essencialmente decada um e da sua auto-determinação.

Participaçãoe envolvimentoOs membros do GEPE podem ser en-volvidos activamente no planeamento eorganização das reuniões. Os conceitosde comunidade, de solidariedade e deajuda mútua são centrais em grupos deentreajuda. As experiências de cadamembro, boas ou más, ajudam os res-tantes membros do grupo. Com o tempo, algumas regras podememergir. Diferentes personalidades darãocontributos diferentes. Alguns trarãoideias novas, outros reformularão e tor-narão exequíveis essas ideias e outrosavançarão com tarefas mais práticas,desde a recolha de informação a fazercafé no intervalo.

cOMO?

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cOMO?RespeitoO princípio do respeito é fundamentalpara o sucesso de um grupo deste tipo.Seja qual for a situação colocada aogrupo ou ao animador é imprescindívelque haja impere o respeito e o bomsenso na busca de soluções, sem falsassuperioridades morais, nem paternalis-mos deslocados.

ConfidencialidadeA informação partilhada no grupo deveser considerada informação confidencial,não podendo ser revelada a terceiros emqualquer circunstância, a não ser quedevidamente autorizada pelo próprio.

PrivacidadeOs participantes no grupo têm direito àsua privacidade, muitas vezes defendidaatravés de silêncios evitando a partilhada sua situação. Claro que estes silên-cios, se permanentes, devem ser con-versados, pois é suposto cada membrodo GEPE ser activo e participante, e nãoum espectador. Os GEPE são espaçosde respeito e liberdade e o animadordeve ter esta realidade sempre em aten-ção.

Gestão de conflitosDentro de um grupo, como já foi referido,o conflito não é necessariamente mau. Àsvezes, pequenos conflitos podem permitirque sejam levantados temas até entãoevitados, e podem levar todos a uma me-lhor e mais honesta compreensão dos ob-jectivos do grupo. No entanto, o animadordeve ter o bom-senso e a sensibilidadede perceber o momento em que é neces-sário interromper/resolver um processode conflito que se torne perturbador.

EquilíbrioLiderar e ajudar um grupo de pessoaspode ser muito exigente e cansativo. Oslíderes de grupo devem ser pessoas al-tamente comprometidas. Esta é uma mis-são que pode ser emocionalmente des-gastante. Às vezes vai ser preciso lidarcom pessoas em situações particular-mente difíceis mas também haverá opor-tunidade de viver situações muito con-soladoras. É importante para manter otrabalho voluntário numa perspectivacerta e equilibrada, com a capacidadede lidar com sofrimento alheio sem o as-sumir como seu. O animador não temde ser perito em nenhuma área em par-ticular, podendo convidar pessoas paravirem ao grupo falar de diversos temas.

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17Manual do Animador

cOMO?

No que se refere a potenciais membros,a forma mais comum e também maisfácil é o chamado “passa palavra”. Estasredes informais, normalmente funcionamde forma muito eficaz. Havendo um nú-mero mínimo de 6 pessoas interessadase um animador, pode ser iniciado umGEPE.

Para quem quer dar início a um GEPE enão tem à partida o apoio de nenhumainstituição ou rede é importante que co-nheça bem a localidade/contexto ondequer formar o GEPE, nomeadamente asnecessidades sentidas, o número de de-sempregados e de taxa de empregabili-dade, estilo de vida das pessoas da co-munidade e características específicasda zona.

Podem ser usados pequenos folhetos oucartazes em lojas, centros de emprego,juntas de freguesia, igrejas, bibliotecas,escolas e universidades para dar a co-nhecer esta oportunidade. Efectuar con-tactos e briefings informais com os pon-tos focais da comunidade local ajuda adivulgar e criar uma rede de futuros en-caminhamentos e recomendações.

cOMO FORMAR UM GePePara constituir um GePe é necessário fazer coincidir três condições: a dispo-nibilidade de um ou dois animadores, uma instituição anfitriã e pessoas de-sempregadas interessadas em participar.

O secretariado executivo doIPAV ou as instituições anfitriãstambém podem receberinscrições individuais e vir a constituir grupos.

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cOMO?

Formação Intensiva“História do Futuro”Anunciar e incentivar à participação naformação intensiva em Junho, em Lisboae no Porto: o programa, objectivos, etc,como oportunidade de formação e coe-são do grupo.

Consultores onlineApresentar os Consultores online comoprojecto que visa tirar dúvidas e dar dicasúteis para a procura de emprego.

Acções cOMPleMentAResO instituto Padre António Vieira tem para além dos GePe outros projectos naárea da empregabilidade que complementam e enriquecem a acção destesgrupos.

Vacina-te contrao desempregoAcções nas universidades sobre as com-petências que os empregadores considerammais em falta nos candidatos que entrevis-tam e recrutam: consciência comercial, co-municação, liderança, trabalho de equipa eresolução de problemas. Os membros po-dem vir a participar nestas acções.

www.emprego.forum.ptUm site com informações, dicas e ferra-mentas úteis na procura de emprego.

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Kit eUROPAssANEXO

O Kit EUROPASS é uma iniciativa daAgência Nacional de Aprendizagem aoLongo da Vida (PROALV) e integra, entreoutras, 12 opções temáticas que podemser trabalhadas no contexto dos GEPE,com a adopção de um tema por mês e odebate na 2º parte das reuniões dos gru-pos (ver as fases de uma Reunião). Ostemas devem ser preparados entre reu-niões. Cada tema pode ser desenvolvidoao longo 3 a 4 reuniões. Deve começar-se pelo 1º tema – Modelo de Abordagemao Mercado de Trabalho – seguido do 2ºtema – Análise SWOT. Pode seguir-sedepois a ordem indicada ou outra que ogrupo entender melhor. Há aqui um equi-líbrio entre liberdade e rigor que cabe aoanimador gerir. Alguns dos temas sãomais exaustivos que outros. Quando ogrupo sentir que se está a esgotar o in-teresse pelo tema – ainda que não tenhapassado o mês a ele dedicado – é melhoravançar para outro tema para que nin-guém se desmotive. Também pode su-ceder o caso de o tema ser tão interes-sante que ocupe mais uma ou duasreuniões do que o previsto.

são estes os 12 temas formativos te-mas do Kit europass:1. Modelo de Abordagem ao Mercado

de Trabalho2. Análise SWOT3. Reconhecimento de Traços de

Personalidade4. Comunicação e Trabalho em Equipa5. Gestão de Conflitos6. Networking7. Liderança e Coaching8. Empreendorismo9. Negociação e tomada de decisão10. Gestão do Tempo e Organização do

Trabalho11. Gestão do Stress12. Capital Psicológico Positivo

O secretariado dos GEPE fornecerá acada membro dos GEPS uma cópia decada módulo para seu uso pessoal.

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uma iniciativa com o patrocínio

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