manejo dos novos anticoagulantes no tratamento do tep

40
Manejo dos Novos Anticoagulantes no Tratamento do TEP Caio Júlio César dos Santos Fernandes Pneumologia - INCOR/ICESP – FMUSP 6 de junho de 2014

Upload: buithien

Post on 09-Jan-2017

221 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Manejo dos Novos Anticoagulantes no Tratamento do TEP

Manejo dos Novos Anticoagulantes no Tratamento

do TEP

Caio Júlio César dos Santos Fernandes

Pneumologia - INCOR/ICESP – FMUSP6 de junho de 2014

Page 2: Manejo dos Novos Anticoagulantes no Tratamento do TEP

Manejo dos Novos Anticoagulantes no tratamento do TEP

Apresentar os novos anticoagulantes orais disponíveis

Discutir a aplicação dessas medicações para o tratamento de embolia pulmonar aguda.

Brasília, 06 de junho de 2014

Objetivos:

Page 3: Manejo dos Novos Anticoagulantes no Tratamento do TEP

Conflito de Interesse

Recebi suporte financeiro para apresentação oral das seguintes empresas farmacêuticas

-Bayer-GSK-Actelion-Pfizer

Page 4: Manejo dos Novos Anticoagulantes no Tratamento do TEP
Page 5: Manejo dos Novos Anticoagulantes no Tratamento do TEP

Vitamin KVitamin K

Synthesis of Synthesis of Functional Functional

Coagulation Coagulation FactorsFactors

VIIVII

IXIX

XX

IIII

Vitamin K-Dependent Clotting Factors

Page 6: Manejo dos Novos Anticoagulantes no Tratamento do TEP

Por que precisamos de alternativas à varfarina?

- Faixa terapêutica estreita

- Início lento de ação após a administração (longa meia-vida)

- Múltiplas Interações dietéticas e medicamentosas

- Monitorização necessária para a manutenção da faixa terapêutica

Phillips, Thromb Haemost 2010

Page 7: Manejo dos Novos Anticoagulantes no Tratamento do TEP

Por que precisamos de alternativas à varfarina?

Phillips, Thromb Haemost 2010

- Dificuldade no manejo frente à procedimentos invasivos

- Interfere na qualidade de vida do paciente

- Manejo trabalhoso para o médico

- Uso submáximo dado o medo de eventos adversos e complexidade do manejo

Page 8: Manejo dos Novos Anticoagulantes no Tratamento do TEP

Varfarina - TTR

Varfarina superior a antiplaquetários

Dabigatrana superior à varfarina

Page 9: Manejo dos Novos Anticoagulantes no Tratamento do TEP

Quais são os atributos de um anticoagulante ideal?

- Administração via oral

- Rápido início de ação (e curta meia vida)

- Larga margem terapêutica

- Efeito terapêutico previsto com dose fixa ou baseado no peso

- Sem interação medicamentosa ou dietética

Phillips, Thromb Haemost 2010

Page 10: Manejo dos Novos Anticoagulantes no Tratamento do TEP

Quais são os atributos de um anticoagulante ideal?

Phillips, Thromb Haemost 2010

- Monitorização não exigida (mas possível, caso desejada

- Rápido início de ação (e curta meia vida)

- Farmacocinética bem estabelecida na presença de insuficiência renal ou hepática

- Efeito facilmente reversível

- Custo-efetivo

Page 11: Manejo dos Novos Anticoagulantes no Tratamento do TEP

Novos Anticoagulantes Orais

- Inibidores Diretos do Fator XaRivaroxabana (Xarelto®, Bayer Pharma) Apixabana (Eliquis®, Bristol-Myers/Pfizer)Edoxabana (Lixiana®, Daiichi Sankyo)

- Inibidores Diretos da Trombina (IIa)-Dabigatrana (Pradaxa®, Boehringer Ingelheim)

Gómez-Outes, BMJ 2012

Page 12: Manejo dos Novos Anticoagulantes no Tratamento do TEP

Fawole, CCJM, 2013

Page 13: Manejo dos Novos Anticoagulantes no Tratamento do TEP

Dabigatrana- Inibidor direto da trombina (Fator IIa)- Ingerido na forma de pró-droga- Início de ação: 2 h após a administração- Meia vida de 14 a 17 horas- Excreção: 80% renal (contra-indicada em ClCreat < 30)- Dispepsia 10% dos casos- Dialisável- Mensal: R$ 200 Heidbuchel, Eur Heart J 2013

Page 14: Manejo dos Novos Anticoagulantes no Tratamento do TEP

Rivaroxabana- Inibidor direto do Fator Xa- Início de ação: 2-3 h após a administração- Meia vida de 11 horas. Ingestão com alimentos- Excreção: 2/3 renal 1/3 fígado/fecal- Interação medicamentosa com Citocromo P450- Cetoconazol, ritonavir, claritromicina, eritromicina (aumentam os níveis 30-100%)- Mensal: R$ 190

Heidbuchel, Eur Heart J 2013

Page 15: Manejo dos Novos Anticoagulantes no Tratamento do TEP

Apixabana- Inibidor direto do Fator Xa- Início de ação: 3 h após a administração- Meia vida de 8-14 horas- Excreção: 25% renal 75% fecal- Sem Interação medicamentosa significativa- Mensal: R$ 240

- Varfarina Mensal R$ 15Heidbuchel, Eur Heart J 2013

Page 16: Manejo dos Novos Anticoagulantes no Tratamento do TEP

Estudo Fase III – tratamento do TEV

*Mediana=9 dias; #mediana=7 dias; ‡2 comprimidos de 30 mg

Page 17: Manejo dos Novos Anticoagulantes no Tratamento do TEP

• ApixabanaNão inferior a terapia padrão, com taxa significantemente

menor de sangramentos graves e não graves clinicamente relevantes

Estudo Fase III – tratamento do TEV

Agnelli et al, 2013; The Hokusai-VTE Investigators, 2013; Schulman et al, 2009

• DabigatranaNão inferior a terapia padrão, com taxa significantemente menor de sangramentos não graves clinicamente relevantes, porém sem diferença para sangramentos graves

• EdoxabanaNão inferior a terapia padrão, com taxa significantemente menor de sangramentos não graves clinicamente relevantes, porém sem diferença para sangramentos graves

Page 18: Manejo dos Novos Anticoagulantes no Tratamento do TEP

EINSTEIN PE: desenho do estudo

Randomizado, open-label, event-driven, não-inferioridade Permitido até 48 horas tratamento com heparina/fondaparinux antes de entrar

no estudo Necessários 88 eventos de eficácia primária Margem de não-inferioridade: 2.0

Periodo de tratamento predefinido de 3, 6 ou 12 meses

15 mg 2x/dia

Rivaroxabana

Dia 1 Dia 21

Enoxaparina (1 mg/kg) 2x/dia por no

mínimo 5 dias, seguido por AVK alvo RNI

2.5 (2.0–3.0)

20 mg 1x/diaN=4833

Rivaroxabana

REP objetivamente confirmada ± TVP

30-dias observação

The EINSTEIN–PE Investigators. N Engl J Med 2012

Page 19: Manejo dos Novos Anticoagulantes no Tratamento do TEP

Características do pacientes

ITT populationThe EINSTEIN–PE Investigators. N Engl J Med 2012

Page 20: Manejo dos Novos Anticoagulantes no Tratamento do TEP

Análise de desfecho primário de eficácia

HR=1.12; p<0.0026 (não-inferioridade)

1.12 (0,75 – 1,69)

Page 21: Manejo dos Novos Anticoagulantes no Tratamento do TEP

Desfecho primário de eficácia: tempo até o primeiro evento

ITT population

3.0

2.5

2.0

1.5

1.0

0.0

0.5

0 30 60 90 120 150 180 210 240 270 300 330 360

Numero de pacientes em risco

Rivaroxabana 2419 2350 2321 2303 2180 2167 2063 837 794 785 757 725 672

Enoxaparina/AVK 2413 2316 2296 2274 2157 2149 2053 837 789 774 748 724 677

Taxa

cum

ulat

iva

de e

vent

os (%

)

Tempo até o evento (dias)

RivaroxabanaN=2419

Enoxaparina/AVKN=2413

HR=1.12; p<0.0026 (não-inferioridade)

The EINSTEIN–PE Investigators. N Engl J Med 2012

Page 22: Manejo dos Novos Anticoagulantes no Tratamento do TEP

Análise de subgrupo para desfecho primário de eficácia

Resultados consistente para todos os subgrupos, incluindo:IdadePeso (kg, IMC)GeneroRaçaClearance de CreatininaHBPM Pre-randomizaçãoSeveridade do TEP inicialDuração do tratamentoFragilidadeVarfarina/acenocoumarolDoença cardiacaDoença pulmonarCâncer

Trombofilia Imobilização TVP ou TEP prévio TEP idiopático/secundário Número de fatores de risco para TEV Região geografica

Page 23: Manejo dos Novos Anticoagulantes no Tratamento do TEP

Safety population

0 30 60 90 120 150 180 210 240 270 300 330 360

1514

10

131211

9876543210

Numero de pacientes em risco

Rivaroxabana 2412 2183 2133 2024 1953 1913 1211 696 671 632 600 588 313

Enoxaparina/AVK 2405 2184 2115 1990 1923 1887 1092 687 660 620 589 574 251

Taxa

cum

ulat

iva

de e

vent

os (%

)

Tempo até o evente (dias)

RivaroxabanaN=2412

Enoxaparina/AVKN=2405

The EINSTEIN–PE Investigators. N Engl J Med 2012

Análise do desfecho primario de segurançaSangramento grave ou não grave clinicamente relevante

Page 24: Manejo dos Novos Anticoagulantes no Tratamento do TEP

Sangramento grave

HR=0.49 (0.31–0.79) p=0.003

Sangramento grave

Page 25: Manejo dos Novos Anticoagulantes no Tratamento do TEP

Sangramento órgão crítico

HR= 0.49 (0.31–0.80) p=0.003

Sangramento intracraniano

Sangramento retroperitonial

Page 26: Manejo dos Novos Anticoagulantes no Tratamento do TEP

Sangramento grave

Safety population

3.0

2.5

2.0

1.5

1.0

0.0

0.5

0 30 60 90 120 150 180 210 240 270 300 330 360

Taxa

cum

ulat

iva

de e

vent

os (%

)

Tempo até o evento (dias)

RivaroxabanaN=2412

Enoxaparina/AVKN=2405

Numero de pacientes em risco

Rivaroxabana 2412 2281 2248 2156 2091 2063 1317 761 735 700 669 659 350

Enoxaparina/AVK 2405 2270 2224 2116 2063 2036 1176 746 719 680 658 642 278

The EINSTEIN–PE Investigators. N Engl J Med 2012

Page 27: Manejo dos Novos Anticoagulantes no Tratamento do TEP

Não grave clinicamente relevante e leve

*Some patients had >1 eventSafety populationData on file

Page 28: Manejo dos Novos Anticoagulantes no Tratamento do TEP

Análise de subgrupo para desfecho primário de segurança

Resultados consistentes para todos os subgrupos, incluindo: Idade Peso (kg, IMC) Genero Raça Clearance creatinina HBPM pre-randomização Duração do tratamento Fragilidade Câncer Numero de fatores de risco de TEV

Page 29: Manejo dos Novos Anticoagulantes no Tratamento do TEP

Outros desfechos

*Primary efficacy outcome plus major bleeding#30-day follow-up

The EINSTEIN–PE Investigators. N Engl J Med 2012; Data on file

Page 30: Manejo dos Novos Anticoagulantes no Tratamento do TEP

Rivaroxabana vs. Parâmetros de coagulação

Lindhoff-Last et al, 2010

Potencial utilidadeTempo de ProtrombinaAnti fator -Xa

Ambos os testes exigem calibradores e controles laboratoriais

Tempo de protrombina : alta variabilidade inter-ensaio

Baixa sensibilidade para pequenas concentrações

Testes de coagulação não recomendados para a rivaroxabana RNI ( amplifica a

variabilidade de resultados)

TTPa Esses testes são afetados pela

rivaroxabana mas não são adequados para quantificar grandes intervalos de concentração de rivaroxabana ( correlação não linear)

Page 31: Manejo dos Novos Anticoagulantes no Tratamento do TEP

Recomendações para o pré e pós-operatório pacientes em uso da rivaroxabana.

• Suspender a rivaroxabana pelo menos 24 horas antes do procedimento cirúrgico, (médio e grande porte).

• Em situações de emergência: avaliar o risco/benefício.

• Reinstituir o uso de rivaroxabana assim que a hemostasia estiver estabelecida.

Page 32: Manejo dos Novos Anticoagulantes no Tratamento do TEP

Redução no tempo de hospitalização com a monoterapia com rivaroxabana (DVT).

van Bellen B, et al. Curr Med Res Opin. 2014.

Page 33: Manejo dos Novos Anticoagulantes no Tratamento do TEP

Redução no tempo de hospitalização com a monoterapia com rivaroxabana (EP).

van Bellen B, et al. Curr Med Res Opin. 2014.

Page 34: Manejo dos Novos Anticoagulantes no Tratamento do TEP

Novos Anticoagulantes – Manejo de Sangramento

- Complexo protrombínico (3 e 4 fatores)- Complexo protrombínico ativado- Fator VIIa recombinante ativado- Plasma Fresco Congelado/Crioprecipitado- Diálise- Ac anti-monoclonal anti-dabigatrana- Fragmento Fab para inibidores do fator Xa

Lazo-Langner, Crit Care 2013

Page 35: Manejo dos Novos Anticoagulantes no Tratamento do TEP
Page 36: Manejo dos Novos Anticoagulantes no Tratamento do TEP

Conclusões – Potenciais vantagens dos novos anticoagulantes

- Rápido início de ação- Efeito terapêutico com dose fixa (sem necessidade de monitorização)- Meia vida curta- Mais conveniente para o paciente e para o médico

Thromb Haemost 2010

Page 37: Manejo dos Novos Anticoagulantes no Tratamento do TEP

Conclusões – Potenciais vantagens dos novos anticoagulantes

- Possivelmente mais custo-efetivos- Sem monitorização de rotina- Menos efeitos colaterais

- Possivelmente mais eficazes

-Possivelmente mais seguros Thromb Haemost 2010

Page 38: Manejo dos Novos Anticoagulantes no Tratamento do TEP

Conclusões – Potenciais desvantagens dos novos anticoagulantes

- Sem possibilidade de monitorização rotineira da coagulação

- avaliação de falha terapêutica vs. Aderência- Inexperiência dos serviços com as drogas- Inexperiência dos serviços no manejo de sangramento- Sem antídotos- Custo inicial

Thromb Haemost 2010

Page 39: Manejo dos Novos Anticoagulantes no Tratamento do TEP

A rivaroxabana (anti Xa) é o único NACO com estudo específico para embolia pulmonar aguda, e demonstrou:

Conclusões – Novos anticoagulantes no TEP

Não-inferioridade a HBPM/AVK para eficácia: HR=1.12 (0.75–1.68); pnão-inferioridade =0.003

Desfecho primario de segurança similar: HR=0.90 (0.76–1.07); p=0.23

Superioridade para sangramento grave: HR=0.49 (0.31–0.79) p=0.003

Eficácia e segurança consistentes independente da idade, peso, genero, função renal e câncer

Page 40: Manejo dos Novos Anticoagulantes no Tratamento do TEP

[email protected]

Obrigado